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JORNAL OPINIÃO - ENCANTADO SEXTA-FEIRA - 08 DE MARÇO DE 2013
Angela Reale Conta a história que tudo originou-se entre 150 milhões e 200 milhões de anos quando várias erupções vulcânicas chacoalharam este pedaço de terra, provocando terremotos e processos de ruptura do solo, incluindo o aparecimento do Oceano Atlântico. Formaram-se paredões íngremes, aplainados pela lava que saía e resfriava rapidamente, abrindo fissuras na rocha. Hoje, o relevo levemente ondulado das coxilhas é cortado subitamente por extensos e profundos cânions. Ainda hoje as águas estão trabalhando, abrindo fendas e escavando-os. Os canyons esculpidos pela natureza oferecem um espetáculo impressionante. O nome de "aparados" dá bem ideia do
que se vê: campos que, repentinamente, são aparados ou aplainados, avistando-se paredões retos, muitas vezes de rochas nuas, de até mil metros de profundidade. Para quem só leu nos livros escolares ou viu programas na TV, sugiro esse passeio em família, com amigos ou sozinho também. Repor energias em contato com a natureza é a voz corrente de quem por ali passa e deseja um pouco de paz. Estive em Cambará do Sul com amigos, no período de carnaval, e aproveitei para fazer uma entrevista com Estéfano Pereira, guia local, que nos contou um pouco sobre a região que ele conhece como a palma da sua mão.
Angela Reale
Um passeio nos Aparados da Serra
"Cura para o estresse" Entrevista: Estéfano Pereira, guia local
Jornal Opinião - Por que ir a Cambará do Sul? Estéfano Pereira - Para apreciar as belezas únicas da natureza, como nossos majestosos cânions Fortaleza e Itaimbezinho e com isto renovar as energias, curar-se do estresse da cidade grande, do trânsito, do barulho e da correria. E a cidade pode te proporcionar um turismo que está em alta no Brasil que é o ecoturismo e turismo de aventura. JO - Quais os passeios mais legais? Estéfano - Rio do Boi, Cânion Fortaleza, Cânion Itaimbezinho, Borda Sul do Cânion Fortaleza e Circuito das águas. JO - Como é o clima dessa região e que roupas devo levar? Estéfano - Por estarmos em torno de 25 quilômetros linha reta do litoral, o nosso clima se chama microclima. Mesmo no verão é aconselhável ter em mãos um agasalho, porque sempre na parte da manhã e na parte da tarde faz um friozinho. O clima pode ser seco num dia e no outro úmido. É
fundamental ter sempre um protetor solar, boné, calça confortável para caminhada e um tênis de trilha. JO - Ter um guia turístico é importante? Estéfano – Sim, é fundamental! Esta região tem aspectos e clima únicos, o que pode oferecer perigos inimagináveis. Sem falar da troca de experiências com guia local, que é uma das melhores formas de conhecer a cultura local e trocar experiências. Não é por eu ser um guia, mas é muito importante ter um guia credenciado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e com cursos de Primeiros-Socorros. JO - Quais os perigos que posso enfrentar? Estéfano - Estando acompanhado de um guia local e seguindo suas orientações, os perigos naturais estarão gerenciados e você estará seguro em todos os passeios. Mas na região tem muitos animais peçonhentos, tipo cobras e aranhas, muitas pedras, que podem levar a uma torção, e a neblina
que pode baixar de uma hora para outra podendo levá-lo a se perder ou sair da trilha. JO - Qual a oferta de leitos e restaurantes? Estéfano - Na cidade temos 32 pousadas e dois hotéis que juntos somam em torno de 1200 leitos. Temos na cidade oito restaurantes, entre eles, pizzaria, churrascaria, comida italiana e campeira. JO - Os preços são acessíveis para todos os bolsos? Estéfano - Os preços das diárias variam entre R$ 40,00 a R$ 500,00 por pessoa, em pousadas para todos os gostos. Quanto a restaurantes temos ótimas opções com destaque para comida campeira, galeteria, pizzaria temática, soparia, bistrô e café. Os preços variam entre R$ 20,00 a R$ 56,00 por pessoa.
"Mesmo no verão é aconselhável ter em mãos um agasalho, porque sempre na parte da manhã e na parte da tarde faz um friozinho" Estéfano Pereira, guia local
JO - Qual a média de dias para conhecer a região dos Aparados? Estéfano - Para fazer os principais passeios em Cambará do Sul em torno de 4 a 5 dias. Para toda região de 10 a 15 dias.
Angela conheceu os cânions dos Aparados e entrevistou o guia Estéfano