Intolerância à
LACTOSE
Os cuidados com a alimentação. Quais alimentos evitar.
CADERNO ESPECIAL DEZEMBRO DE 2014
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27 de dezembro de 2014
INTOLERÂNCIA À LACTOSE: cuidados com a alimentação Vitória Stürmer Bortoletti
O que é comum para algumas pessoas, pode gerar incômodo para outros. É o caso do consumo de leite ou seus derivados. Um simples pedaço de queijo pode causar dor abdominal, náuseas, desconforto, diarreia e gases. Em geral, tais sintomas são percebidos como um simples malestar, típico de estômago sensível. Mas atenção: se o incomodo aparecer num período entre meia hora e duas horas após o consumo de laticínio, deve-se procurar auxílio médico, pois pode significar intolerância à lactose – rejeição do organismo ao leite e seus derivados. Essa intolerância é resultado da falta da enzima lactase, produzida no intestino delgado, que tem a finalidade de decompor o açúcar do leite em carboidratos, para a sua melhor absorção. "Ela ocorre quando o
organismo não produz ou produz em quantidade insuficiente a enzima chamada lactase. Como consequência, a lactose chega ao intestino grosso inalterada. Ali, ela se acumula e é fermentada por bactérias que fabricam ácido lático e gases, provocando o aparecimento dos sintomas", explica o gastroenterologista, Sérgio Goldoni. A nutricionista Daiane Bergamaschi acredita que o aumento do poder aquisitivo da sociedade contribuiu para a modificação do comportamento alimentar, privilegiando opções ricas em lactose. Outro fator, segundo ela, é que a produção da lactase diminui com a idade, e com o aumento da expectativa de vida, mais intolerantes estão sendo diagnosticados. A alimentação deve ser isenta ou controlada em lactose, ou seja, em alguns indivíduos pode
haver tolerância, conseguindo assim ingerir alimentos preparados com pequenas quantidades de leite. O controle da dieta para as pessoas intolerantes depende de se experimentar os limites que cada um suporta. Conforme Goldoni, não há diferença dos sintomas entre crianças e adultos. "O que ocorre, às vezes, é que bebês prematuros demoram para produzir a quantidade adequada de lactase. Existe uma faixa etária mais propensa a manifestar o problema. Já que há vários casos em que ela aparece depois de adulto. Além disso, existe uma diminuição natural e progressiva na produção da lactase, a partir da adolescência até o final da vida e, de acordo com essa diminuição, ocorre os sintomas, mais ou menos severos", esclarece.
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PANORAMA SAÚDE Sábados, 10h
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Tipos •Deficiência congênita da enzima: é um defeito genético raro, no qual alguns recémnascidos, principalmente prematuros, nascem sem a capacidade de produzir lactose. Nesse caso a intolerância à lactose é permanente. •Diminuição enzimática secundária a doenças intestinais: bastante comum no primeiro ano de vida. Nesse caso, a criança tem uma deficiência temporária da enzima, devido à morte das células da mucosa intestinal, produtoras da lactase, principalmente quando há diarreia persistente. Assim, o indivíduo fica com deficiência temporária até que essas células sejam repostas. Não existe um tempo exato para que isso ocorra, pois depende da resposta do organismo de cada pessoa. •Deficiência primária ou ontogenética: a mais comum na população. Com o decorrer da vida, existe a tendência natural à diminuição da produção da lactase a que qualquer adulto, sem idade exata, está sujeito.
Diagnóstico Conforme Goldoni, o diagnóstico pode ser feito de três maneiras: •Teste de intolerância à lactose: é oferecido pelo SUS gratuitamente. O paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, são colhidas amostras de sangue que indicam os níveis de glicose. •Teste de hidrogênio na respiração: o paciente ingere uma bebida com alta quantidade de lactose e o médico analisa o hálito da pessoa em intervalos que variam de 15 a 30 minutos por meio da expiração. Se o nível de hidrogênio aumentar significa um processamento incorreto da lactose no organismo. •Teste de acidez nas fezes: o exame de fezes é realizado normalmente, pois se a pessoa ingeriu
alimentos com lactose, teve os sintomas e procurou auxilio médico, e porque a lactose não foi bem digerida produzindo ácidos que podem ser detectados nas fezes.
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O que evitar Banco de Imagens/Google
Prevenção e tratamento A intolerância à lactose não é uma doença. É uma carência do organismo que pode ser controlada com dieta e medicamentos. Uma vez diagnosticada a intolerância, podese prevenir novos sintomas excluindo leite e derivados, além de produtos ou alimentos preparados com leite. Outra forma de evitar os sintomas é experimentar os suplementos da enzima lactase, disponíveis no mercado em comprimidos ou tabletes mastigáveis. O medicamento deve ser ingerido junto com os laticínios. "Recomenda-se eliminar a ingestão de produtos lácteos para controlar os sintomas, num primeiro momento. Depois, esses alimentos devem ser reintroduzidos aos poucos, até identificar a quantidade máxima que o organismo suporta sem manifestar os sintomas adversos. Na deficiência congênita, que é aquela que a criança nasce sem condições de produzir lactase, a dieta tem que ser permanente. Existem ainda medicamentos a base de lactase que podem ser usados quando ingerirmos alimentos lácteos", aconselha o especialista, Sérgio Goldoni. Daiane informa que os pacientes com intolerância devem ler atentamente a lista de ingredientes presente nos rótulos dos alimentos industrializados, para verificar se há leite e derivados no produto. "O ideal é assim que observar qualquer tipo de sintoma suspeito ir ao médico e ao nutricionista para iniciar uma alimentação adequada, garantindo assim uma melhor qualidade de vida", sugere.
Adoçantes em pó
Bolachas, bolos e pudins
Creme de leite
Iogurtes
Leite de cabra
Leite de vaca
Manteiga
Queijo fresco
Requeijão
Dica de receita BOLO DE BANANA INTEGRAL SEM LACTOSE Ingredientes •1 1/2 xícara (chá) de açúcar mascavo; •3 ovos; •1 pitada de sal; •5 bananas nanicas (cerca de 350g) amassadas com o garfo; •1 colher (sobremesa) de canela em pó; •3/4 xícara (chá) de óleo; •1 xícara (chá) de farinha de trigo; •1 xícara (chá) de farinha de trigo integral fina; •1 colher (sopa) de fermento em pó.
Modo de preparo Bater na batedeira o açúcar, os ovos e o sal até ficar bem homogêneo. Acrescentar as bananas, o óleo e a canela e continuar batendo. Colocar as farinhas e o fermento e bater o suficiente para misturar bem. Colocar a massa em uma assadeira de furo untada e enfarinhada. Assar em forno a 180ºC, pré-aquecido, por cerca de 45 minutos ou até que espetando o palito, este saia limpo.
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Substituição de alimentos Cálcio é um mineral essencial para a construção e manutenção dos ossos e dos dentes e é muito importante que seja ingerido em quantidades adequadas, especialmente, durante a infância, pois é nesta fase da vida que se cria as reservas de cálcio no organismo para o resto da vida. Por isso, entre os 9 e os 18 anos são necessários 1.300 mg de cálcio por dia e um adulto saudável precisa
de 1.000 mg diários de cálcio que são facilmente atingidos com 2 iogurtes ou 3 copos de leite, por exemplo. Porém, a maioria das pessoas acredita que cálcio e derivados do leite estão intimamente ligados. Existem muitas opções de alimentos em que conseguimos quantidades tão boas, e até melhores, de cálcio por porção do que o leite. "Com a restrição do consumo
de produtos lácteos, uma grande preocupação é garantir que a dieta contenha quantidades satisfatórias de alguns nutrientes para o bom funcionamento do organismo. Para isso, é preciso fazer algumas substituições, para que não ocorra nenhuma deficiência", orienta a nutricionista, Daiane Bergamaschi.
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Amêndoas: 237mg de cálcio em 100g
Brócolis: 86mg de cálcio em 100g
Carne de caranguejo: 357mg de cálcio em 100g
Couve: 131mg de cálcio em 100g
Espinafre: 112mg de cálcio em 100g
Feijão branco: 111mg de cálcio em 100g
Feijão carioca: 123mg de cálcio em 100g
Semente de gergelim: 825mg de cálcio em 100g
Grãos de soja: 206mg de cálcio em 100g
Grão-de-bico: 114mg de cálcio em 100g
Laranja: 35mg de cálcio em 100g
Leite de soja: 240mg de cálcio em 200ml (um copo)
Semente de linhaça: 211mg de cálcio em 100g
Manjericão: 211mg de cálcio em 100g
Rúcula: 117mg de cálcio em 100g
Salsa: 179mg de cálcio em 100g
Sardinhas: 550mg de cálcio em 100g
"Com a restrição do consumo de produtos lácteos, uma grande preocupação é garantir que a dieta contenha quantidades satisfatórias de alguns nutrientes para o bom funcionamento do organismo. Para isso, é preciso fazer algumas substituições, para que não ocorra nenhuma deficiência", Daiane Bergamaschi nutricionista