Catálogo XI Bienal de Pintura de Pequeno Formato - Prémio Joaquim Afonso Madeira

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Joaquim Afonso Madeira

Dados Biográficos

Joaquim Afonso Madeira, natural de São Bartolomeu de Messines, Concelho de Silves, nasceu a 22 de Julho de 1928 e faleceu em 23 de Janeiro de 1995. Frequentou a Escola Comercial e Industrial de Silves, onde tirou o Curso Comercial.

Em 1952 veio para Alhos Vedros, local onde se radicou e exerceu a sua profissão de empregado de escritório até se reformar.

A sua vida e obra foi recheada de acontecimentos culturais que marcaram significativamente a vida de Alhos Vedros e o próprio Concelho da Moita.

Entre as suas diversas facetas, destaca-se o seu papel como autor, ensaiador, encenador, cenarista e figurinista.

Afonso Madeira foi sempre um homem de um querer inquebrantável e de um vigor invulgar próprio, a que aliava uma juventude permanente, mesmo depois de fragilizado por uma doença traiçoeira e grave.

O seu gosto pelo associativismo fez com que fosse associado de diversas coletividades; foi Vice-Presidente da Sociedade Filarmónica Recreio e União AlhosVedrense e fez parte durante alguns anos do Conselho Técnico da Federação de Folclore Português para o Distrito de Setúbal.

Joaquim Afonso Madeira levou toda uma vida dedicada à cultura. Em solteiro já se dedicava ao teatro amador. Em Alhos Vedros depressa começou a integrar e a promover atividades culturais às quais se entregava com todo o entusiasmo e empenho, sem olhar a sacrifícios, pois como era evidente estas ocupações tinham lugar depois do horário de trabalho.

O seu empenho e dedicação a tudo em que se envolvia, especialmente ao teatro e ao folclore, transformaram-no num homem imprescindível. Na “Velhinha”, em Alhos Vedros, para além de outros, nos anos 60, ensaiou a revista “Não digas mais” e a peça “Alguém terá de morrer”. Em 1973 escreveu e ensaiou as fantasias infantis “Boneco de sonho azul” e “Palhaço de bom coração” e a opereta “Romeiros da minha aldeia”. Na Moita, na “Capricho Moitense”, nas décadas de 60 e 70, ensaiou a revista “Maravilhas da nossa terra” de Óscar Martins Caro e Carlos Santos, a peça “Maldito Grizú”, de Luís Chula, “Guilherme Tell tem os olhos tristes”, e depois, talvez o maior sucesso: “ O Sonho de Branca Flor”, com a interpretação de 52 crianças da Moita. Foi ele que pintou os cenários, selecionou as músicas... fez tudo, numa palavra. Passado pouco tempo veio a “Sinfonia Campestre” com mais ou menos as mesmas crianças da peça anterior. Entretanto, foi um entusiasta na formação e obteve grande sucesso como ensaiador do Grupo Etnográfico de Alhos Vedros. Em 1980, iniciou os ensaios do Rancho Etnográfico de Danças e Cantares da Barra Cheia, ao qual esteve ligado até partir para o Algarve, onde se radicou.

De nível cultural bastante elevado e de grande sensibilidade artística dedicou-se também à pintura, tendo produzido obras de inegável valor artístico. A poesia também constituiu uma das facetas da sua obra, cujos poemas ficaram por publicar.

Joaquim Afonso Madeira com a sua intensa atividade marcou toda uma época de Alhos Vedros e do Concelho da Moita, que merece o nosso reconhecimento e uma justa referência.

A XI Bienal de Pintura de Pequeno Formato - Prémio Joaquim Afonso Madeira, uma organização conjunta entre o Município da Moita, a Junta de Freguesia de Alhos Vedros e a CACAV – Círculo de Animação Cultural de Alhos Vedros, é um trabalho em parceria, que muito nos orgulha e uma exposição de arte, talento e imaginação.

Felicitamos todos os participantes desta edição, cujo trabalho em muito valorizou esta iniciativa, que não só incita a criação artística no domínio da pintura, mas também honra e divulga a identidade e a história local, destacando figuras ilustres como Joaquim Afonso Madeira.

Joaquim Afonso Madeira, cuja ligação a Alhos Vedros remonta a 1952, é reconhecido pelo seu mérito artístico em diversas áreas, incluindo a autoria, a encenação e a cenografia. A Bienal de Pintura de Pequeno Formato - Prémio Joaquim Afonso Madeira celebra esta herança, proporcionando uma plataforma para a liberdade imaginativa, participação comunitária e transformação artística.

A Bienal visa incentivar a criação artística através do apoio aos artistas, valorizando o seu trabalho e promovendo o encontro entre os artistas e a comunidade. A obra vencedora do Prémio Joaquim Afonso Madeira, “THE BUCKET IS THE PROBLEM”, aborda o espaço doméstico e as rotinas diárias, explorando o absurdo existencial e a nossa condição de seres humanos perante um mundo imprevisível. Estão todos convidados a visitarem esta bienal de pintura, uma verdadeira manifestação artística, onde cada obra tem a sua história para contar.

Vice-Presidente da Câmara Municipal da Moita

Junte-se a nós para celebrar a arte e a criatividade na Bienal de Pintura da nossa Freguesia!

Descubram talentos locais e nacionais, em obras inspiradoras que vão encantar os seus sentidos.

Uma celebração da diversidade artística nesta exposição no Moinho de Maré, edifício histórico do séc. XV, que não pode perder!”

Artur Varandas

Presidente da Junta de Freguesia de Alhos Vedros

A CACAV felicita todos os participantes da XI Bienal de Pintura de Pequeno Formato - Prémio Joaquim

Afonso Madeira, que com as suas obras contribuíram para o enriquecimento deste projeto cultural de âmbito nacional, através da sua criatividade e talento artístico.

Ao longo destes 22 anos da edição desta Bienal de Pintura, manifestamos o nosso regozijo pela elevação da qualidade das obras apresentadas a concurso e pelo cada vez maior número de participantes, oriundos de norte a sul do país.

O nome de Joaquim Afonso Madeira continuará associado a esta Bienal de Pintura, como uma figura da cultura na nossa terra, tendo-se destacado nas mais diversas áreas, como a pintura, o teatro e a poesia, sendo uma referência para as diversas gerações do nosso Concelho .

A realização desta Bienal de Pintura de Pequeno Formato, constitui um incentivo e uma oportunidade, para a divulgação do trabalho criativo e artístico, nomeadamente através da pintura, contribuindo para a afirmação das artes plásticas, como uma componente imprescindível da nossa cultura.

Aos selecionados e aos não selecionados, que contribuíram para este momento de partilha e elevação artística, deixamos as nossas felicitações e o nosso agradecimento.

Aos membros do júri que apreciaram e selecionaram os trabalhos concorrentes a esta XI BIENAL DE PINTURA DE PEQUENO FORMATO, endereçamos os nossos agradecimentos, realçando o seu empenho e sentido de responsabilidade, contribuindo assim para a afirmação de um projeto cultural, que muito dignifica a nossa comunidade.

Congratulamo-nos mais uma vez, pelo trabalho de parceria estabelecido entre a CACAV, a Câmara da Moita e a Junta de Freguesia de Alhos Vedros, que tem possibilitado que esta Bienal de Pintura se tenha afirmado como um projeto de referência na vertente artística e cultural.

CACAV - Circulo de Animação Cultural de Alhos Vedros

PRÉMIO JOAQUIM AFONSO MADEIRA

Rute Daniela Araújo da Silva Pereira

Memória Descritiva

O espaço doméstico e as rotinas diárias promovem muitas vezes uma sensação de conforto e de controlo sobre a nossa realidade no meio da imprevisibilidade dum mundo que levanta mais perguntas do que respostas e que reflecte a nossa condição de seres humanos desamparados.

Por conseguinte, o absurdo existencial tornou-se um conceito central na minha prática artística.

A obra apresentada pertence a uma série de pinturas cujas narrativas exploram uma qualidade metafórica ou enigmática em temas como o vazio, a alienação, o isolamento e o irrespondível. Tal como a restante série, esta obra procura uma sensação de inquietação através dum elemento dissonante e duma mistura de realidade com a ficção - um momento suspenso entre uma memória do passado e a experiência do presente.

Rute Pereira

“THE BUCKET IS THE PROBLEM”, 2023

Óleo sobre placa de madeira (MDF) | 15 x 18 cm

PRÉMIO REVELAÇÃO

Beatriz Prada Portela

Memória Descritiva

Uma reverberação que funde as técnicas tradicionais com uma abordagem contemporânea. Criada sobre um suporte inusitado, um espelho de bolso, esta pintura em pequeno formato transcende a mera representação visual, convidando o observador a uma jornada emocional e sensorial. Esta escolha pretende fazer uma ode à tradição dos retratos que, outrora, serviam como veículo de conhecimento físico entre casais nos tempos régios de Reis e Rainhas, príncipes e princesas.

Pintada a óleo e aproveitando a técnica de aplicação detalhada da têmpera de ovo, esta pintura destaca-se pela textura suave e por uma luminosidade ímpar. Cada pincelada foi aplicada com delicadeza e minúcia, captando os detalhes da minha face e das minhas mãos. Estas partes do corpo humano foram escolhidas intencionalmente, pois são veículos de expressão íntima e de gestos de sentimentos profundos.

A sensualidade é sugerida através do destaque nos lábios e pelos gestos sugestivos, enquanto o romantismo é transmitido pela suavidade das formas e pela atmosfera envolvente. A dualidade entre a revelação e o ocultamento, confere alguma perversidade à obra convidando o espectador a explorar as camadas mais profundas da psique humana.

Ao mesmo tempo, a obra transmite uma mensagem de cuidado e amor pela forma e pela fragilidade.

A escolha do espelho como suporte reflete não apenas a imagem física, mas também a introspecção e a autoconsciência.

Os Ecos da Minúcia

Óleo sobre espelho | 9 x 7 cm

Beatriz Prada

MENÇÕES HONROSAS

Teresa Susana Guedes da Silva

Memória Descritiva

Quando estou diante da minha tela, sinto-me envolvida num turbilhão de emoções, cada pincelada é um testemunho da minha viagem de criação. A peça que tenho diante de mim é uma sinfonia de cores, uma dança de luz e sombra que conta uma história.

Num olhar mais atento, encontra-se um humilde lavatório, o lavatório tem as marcas do tempo e do uso, a sua superfície desgastada e gasta por inúmeras mãos. No entanto, apesar da sua aparente simplicidade, existe uma beleza inegável na sua forma - uma beleza nascida da harmonia da função e do design, do objetivo e da intenção.

Teresa Guedes

Sem título

Acrílico | 29 x 19,5 cm

Bárbara Lacerda Cabral

Memória Descritiva

A obra representa uma jovem mulher negra, com traços suaves e expressão serena, segurando um cravo entre os dedos. A flor faz alusão ao 25 de abril, um marco na história de Portugal, enquanto a pose e a atmosfera remetem à icônica pintura da “Mulher com Brinco de Pérola”, de Vermeer. A combinação destes elementos procura criar uma narrativa visual poderosa, que evoca questões de identidade, história e beleza.

As flores de Abril

Óleo sobre tela em mdf | 24 x 18 cm

Bárbara Lacerda

Diogo Manuel Vieira Saraiva

Memória Descritiva

Skinheads nasce num estúdio impregnado pelo cheiro da tinta fresca. Aqui, um pedaço de linóleo recebe os restos de tinta que sobram de um longo dia de pintura e à medida que a tinta se acumula, formas começam a surgir de maneira inesperada. Neste processo de serendipidade não há um plano prévio, apenas a espontaneidade do momento. Assim, o resultado final reflete mais o subconsciente do que uma ideia premeditada com conteúdo específico.

Vieira Saraiva

Skinheads

Óleo sobre linóleo montado em madeira | 24 x 18 cm

PARTICIPANTES NA EXPOSIÇÃO

Ricardo Azevedo

Passem-lhes a bola

Acrílico sobre papel | 30 x 21 cm (+ moldura: 5cm)

António Sá

Dias de Primavera

Acrílico sobre tela | 30 x 24 cm

Alice Durão de Almeida

As várias faces

Guache sobre papel | 10 x 15 x 3 cm

Antígona

Mulher mestiça de culturas

Técnica mista | 20 x 20 cm

Simone Martins dos Prazeres

Looking at the past

Aguarela | 28,2 x 21 cm

Nadya Ismail

Elemento-dor

Óleo sobre tela | 15 x 10 cm

Tahis DZ

Profundezas Marítimas IV

Acrílico sobre tela | 18 x 13 cm

Sérgio Marques

Bailarina

Tinta-da-China sobre papel | 30 x 20 cm

Galvão-Lucas

A Força da Natureza.

Acrílico espatulado sobre tela | 30 x 25 cm

Sara Oliveira Martins

Fragmento de uma hora

Tinta acrílica sobre tela | 20 x 20 cm

Bravo Flora

Técnica mista | 24 x 32 cm

Manuela Tomás Pormenores

Acrílico sobre tela | 30 x 25 cm

Xana

ODEZA

S/título

Óleo sobre platex | 28,5 x 28,5 cm

Remendar a alma

Acrílico sobre tela | 30 x 24 cm ( + moldura: 5 cm)

Eliana Sá

Fluir em turquesa

Acrílico sobre tela | 20 x 20 cm

O menino Azul

Óleo sobre tela | 30 x 20 cm

Renato Ribeiro Macedo
Solstice

Who are you?

Acrílico e tinta esmalte sobre tela | 25 x 18 cm

Menina com telemóvel

Acrílico sobre tela | 29,7 x 21 cm

Falso relicário Óleo sob uma caixa de cartão | 18 x 8 x 8 cm

Cabeça no ar Óleo | 20 x 20 cm

Nicoleta Sandulescu
HC
Rita Carvalho
Vaithor

Paisagem I

Acrílico e pastel de óleo sobre tela | 29 x 24 cm

Paisagem

Tinta acrílica sobre tela | 24 x 30 cm

Só me lembro da tua ausência

Acrílico sobre tecido adamascado | 30 x 24 cm

Moon Lover Aguarela sobre papel | 28,5 x 21 cm

Helena Meireles
José Cavalhero
João Cortêz
Catarina Vieira Rosa

Francisco Manuel Canhestro Ferro

“Navegando VI” - Assi fomos abrindo aqueles mares, Que gèração algua não abriu, - Canto V, 4

Acrílico sobre tela | 16 x 32 cm

Tomás Toste

Speak no Evil

Pintura a óleo e marcador acrílico sobre madeira

30 x 20 cm

Juan Ricardo Nordlinger

Rojo, el color de los suenos / Vermelho, a côr dos sonhos

Acrílico sobre tela técnica mista | 18 x 24 cm

Pedro Ramos

A Porta da Europa - Lampedusa

Óleo sobre tela | 25 x 30 cm

Eurico José

Quarto vermelho

Óleo sobre tela | 24 x 30 cm

Marisa Fernandes

Sem palavras

Pintura a óleo | 30 x 24 cm

Marta Braz

Estranho de si Mesmo

Aguarela, lápis de cor, caneta e guache s/ papel em painel de madeira | 33 x 24 cm

Irene Felizardo

Biography

Guache, pó de carvão e colagem de papel envelhecido sobre o papel | 24 x 18 cm

André António Moreira da Silva

Sobrevivência urbana #4

Tinta acrílica em tela de linho cru | 24 x 18 cm

Bráulio Figo

Basilius

Pintura cerâmica sobre vidro cru | 20 x 20 cm

Miguel Pereira

Mechanical Contraption

Acrílico, caneta e tinta-da-china sobre papel de arroz montado em papel | 24 x 33 cm

Dina Pereira

Guarda Rios

Técnica mista - lápis de cor e pastéis de óleo | 19 x 16,6 cm

(+ moldura: 32,4 x 26,4 cm)

Tatyana Cristina

Vox(1)

Óleo sobre Tela | 30 x 20 cm

Mariana Rocha

Dupla Martelada

Óleo sobre madeira | 20 x 30 cm

Susana Olaio

S/título

Papel esculpido | 24 x 18 cm

O grito do mundo

Óleo sobre tela | 32,5 x 23,5 cm

Liberdade e Utopia Óleo sobre ferro | 26 x 24 cm

Torcicolo

Óleo sobre madeira | 15 x 15 x 2 cm

Burt
Badilla
Henrique Porta-Nova

Filipe Matos

Anuncie #6

Lápis de cor sobre papel | 15 x 22 cm

S/título

Técnica mista | 31 x 25 cm

Natureza registada

Pintura a óleo sobre madeira | 23 x 23 cm

Paula Bacelar
Manuela Santos

Fragmentada

Mista | 32 x 23 cm ( + moldura: 5 cm)

Exit light

Óleo | 30 x 24 cm

Clara Pedro Nunes
Cristina Garcia
Ana Kardo
O fogo está perto Monotipia | 21 x 29,5 cm

Ida Sofia Pires

Anjinho da guarda

Tinta de óleo sobre tecido tingido com tinta acrílica e preparado com gesso transparente | 24 x 29 x 2 cm

Helmut J

Rimbaud High

Acrílico sobre papel | 29 x 21 cm

FICHA TÉCNICA

TÍTULO

XI Bienal de Pintura de Pequeno Formato

Catálogo da Exposição

EDIÇÃO

Câmara Municipal da Moita

CAPA E PAGINAÇÃO

GIRPP - Gabinete de Informação, Relações Públicas e Protocolo

Câmara Municipal da Moita

IMPRESSÃO E ACABAMENTO

Jorge Fernandes, Lda

TIRAGEM

250 Exemplares

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