Rotas Fluviais

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ROTAS FLUVIAIS

VARINO O BOA VIAGEM

PORTUGUÊS


ROTAS FLUVIAIS NO TEJO


A Câmara Municipal da Moita organiza anualmente, entre os meses de abril e outubro, passeios pelo Tejo, a bordo de uma embarcação tradicional, tipo varino, “O Boa Viagem”. Propõe-se um conjunto de percursos fluviais de interesse cultural, ecológico e turístico, com o objetivo de colocar à disposição dos grupos de utentes a possibilidade de conhecerem o estuário do Tejo na sua ampla diversidade (sapais, salinas e testemunhos patrimoniais). Estes diferentes percursos podem ter a duração de três horas ou de um dia, conforme o regime de marés. É neste sentido que, deixamos o convite a todos aqueles que pretendam viver um dia diferente com os seus familiares e amigos e partilhar momentos de descontração e de lazer, fazer um passeio fluvial a bordo da embarcação municipal, «O Boa Viagem».


O BOA VIAGEM


“O Boa Viagem” é uma embarcação tipo varino, com fundo chato, leme comprido, de proa redonda, alongada e aduncadamente recurva para dentro. Apresenta o mastro inclinado para a ré, onde larga uma vela latina quadrangular e uma vela de estai à proa. Ignora-se o ano da sua construção, apenas sabemos que, no ano de 1900, era propriedade de Emygdio Gonçalves e estava registado na Capitania do Porto de Lisboa com a designação de “Marechal Saldanha”. Em 1907, foi vendido ao armador Albano José António Leite que lhe atribuiu o seu primeiro nome, passando a designar-se “Albano I”. Por volta do ano de 1962, foi submetido a uma grande recuperação, no estaleiro do Seixal, de António Gravidão, no decorrer desses trabalhos, aumentaram-lhe a sua arqueação que passou de 50 para 60 toneladas. Esta embarcação fez, durante anos, o transporte da cortiça, produzida nas fábricas do Seixal, Alhos Vedros e Moita. Era, muitas vezes, utilizado na carga e descarga de navios, pois tratando-se de um barco de fundo chato podia ir receber carga a pontos inacessíveis às fragatas, fazendo o transbordo das grandes embarcações para terra. Mas com o progresso da camionagem e da construção das pontes de Vila Franca de Xira e de Lisboa, a atividade fluvial foi-se extinguindo e por meados da década de setenta, “Albano I” deixou de trabalhar e, tal como aconteceu com outras embarcações, ficou votado ao abandono. No ano de 1980, a Câmara Municipal da Moita decidiu adquirir a embarcação e proceder à sua recuperação, trabalho que foi efetuado no estaleiro naval do Mestre José Lopes, no Gaio. A 11 de setembro de 1981, o varino foi apresentado no cais da Moita, pela primeira vez, à população, com uma nova denominação “O Boa Viagem”, nome que foi atribuído pela autarquia, tendo em consideração a devoção religiosa local à Nossa Senhora da Boa Viagem. Entre os anos de 2010 e 2011, “O Boa Viagem” foi de novo submetido a uma grande intervenção que envolveu a própria estrutura da embarcação, no estaleiro naval de Sarilhos Pequenos, sob a supervisão do Mestre Jaime Costa. Ao longo do processo desta recuperação foram utilizadas as ancestrais técnicas de construção naval, a nível dos trabalhos de carpintaria, de calafeto e de pinturas tradicionais que, em muito, nos faz lembrar os processos e as técnicas utilizadas na construção das antigas embarcações que fizeram as viagens de exploração marítima. Tal facto, reflete a importância patrimonial deste varino, quer como testemunho de uma memória de trabalho ligado ao transporte, quer como um repositório de métodos seculares, associados à construção naval, o que faz deste barco um verdadeiro museu vivo flutuante, expressão material de um Tejo, cuja identidade histórica foi construída com o movimento destas embarcações tradicionais.



DIMENSÕES Comprimento: 20,64 metros Boca: 5,25 metros Pontal: 1,45 metros Tonelagem: 37,79 toneladas Tripulação: O varino navegava com uma tripulação constituída por três elementos, um arrais e dois camaradas.

CORTE E VISTA LONGITUDINAL DO VARINO

PROA

BOCA

PONTAL

LOTAÇÃO Os passeios fluviais realizam-se com um número mínimo de 15 pessoas e com o máximo de 47.


OUTRAS INFORMAÇÕES


O estuário do rio Tejo constitui, pelas suas características naturais, um excelente habitat para uma rica e diversificada avifauna que encontra aí, local de refúgio, de alimentação, de reprodução e nidificação. Ao longo de todo o ano, mas sobretudo nos meses de outono e inverno, é possível observar-se uma grande quantidade de aves aquáticas. Foi, de facto, com a avifauna que o estuário do Tejo adquiriu o estatuto da mais importante zona húmida do país e uma das mais importantes da Europa. Assim, no decurso dos passeios fluviais, a bordo do varino “O Boa Viagem”, é muito provável, presenciarmos ou avistarmos algumas das espécies de avifauna que costumam frequentar determinados locais do estuário e que abaixo passamos a indicar: Perna-longa, sobretudo em antigas salinas; Alfaiate, nas zonas de lodo entre-marés; Flamingo-comum, nas antigas salinas e lodos entre-marés; Garça-branca-pequena, nos lodos, antigas salinas e sapais; Garça-real, nos sapais e zona entre-marés; Pilrito-comum, nos lodos e areias entre-marés; Maçarico-de-bico-direito, nas antigas salinas e zona entre-marés; Corvo-marinho, nas ilhotas do estuário ou pontas de areia; Guincho-comum, nos lodos, areias e antigas salinas; Gaivota-de-asa-escura, nos lodos, areias e antigas salinas; Gaivota-argêntea, nos lodos, areias e antigas salinas; Pato-real, em antigas salinas; Galinha-de-água, em caniçais, lagoas ou charcos de água doce; Galeirão-comum, em caniçais, lagoas ou charcos de água doce.



PERCURSOS FLUVIAIS TRÊS HORAS

Gaio | Alhos Vedros | Gaio Gaio | Base Aérea do Montijo | Baixa da Banheira | Gaio Gaio | Rosário | Esteiro Furado | Gaio Gaio | Rosário | Montijo | Gaio Gaio | Rosário | Sarilhos Pequenos | Gaio



PERCURSOS FLUVIAIS UM DIA INTEIRO

Gaio | Base Aérea do Montijo | Alcochete | Gaio Gaio | Base Aérea do Montijo | Vila Franca de Xira | Gaio Gaio | Parque das Nações | Santa Apolónia | Alcântara | Belém | Gaio Gaio | Parque das Nações | Santa Apolónia | Alcântara | Porto Brandão Trafaria | Gaio Gaio | Parque das Nações | Santa Apolónia | Gaio Gaio | Base Aérea do Montijo | Ponta da Erva | Gaio Gaio | Santa Apolónia | Terreiro do Paço | Almada | Seixal | Barreiro | Gaio



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FICHA TÉCNICA EDIÇÃO: Câmara Municipal de Moita / DASC / Divisão de Cultura PESQUISA E TEXTO: Maria Clara Santos GRAFISMO: DIRP/CAG: Tânia Luz FOTOGRAFIAS: José Presumido e arquivo da CMM MAPAS: Rita Costa IMPRESSÃO: Tipografia TIRAGEM: --- exemplares DATA DA EDIÇÃO: DEPÓSITO LEGAL:



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