re_guia #0 - Ponto de Partida

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RE GUIA #0 - ponto de partida - jul.2015


Pode ser só uma impressão, mas parece que o mundo está mesmo diferente. Com um olhar mais atento, vemos novos caminhos sendo propostos e ideias frescas colocadas em prática. Por trás dessas mudanças, existem pessoas e iniciativas que desafiam a lógica tradicional de soluções para problemas sociais e movem adiante comunidades, cidades, países. Apesar de estarem em lugares com culturas diversas, encarando questões diferentes, parece haver valores universais que acompanham esses agentes de mudança, que pensam e fazem a inovação social; que desbravam novos paradigmas da economia; que apostam que fazer um negócio bom pode ser um bom negócio. São pessoas que criam um ecossistema diverso, cada um fazendo a sua parte, do seu jeito. E queremos ver isso de perto para aprender, ensinar e inspirar mais gente a buscar suas formas próprias de fazer a diferença pra melhor. Pessoas como nós e você. Desejamos boas vindas ao DIVE IN SOCIAL =)


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neste guia voce vai encontrar

EMPREENDEDORISMO SOCIAL De Macapá a Bangalore, a busca por soluções para problemas sociais guia iniciativas que exploram a forma de pensar de empreendedores com a inquietude que lembra a de ativistas. Nesse guia, vamos contar o nosso ponto de vista sobre empreendedorismo social, além das opiniões de quem pensa e de quem faz.

INOVAÇÃO SOCIAL Esqueça a ideia de que inovação é algo distante, aquela espécie de iluminação que vem meio sem querer pra poucos privilegiados. Inovação social é mão na massa, trabalho em rede e contato direto com demandas do dia a dia da sociedade. E, sim, temos visto que é pra todos!

NOVOS PARADIGMAS DA ECONOMIA Design participativo, negócios “do bem”, biomimética: não existe uma fórmula mágica pra mudança positiva e tem muita gente contribuindo. A melhor parte é que isso cria um ecossistema diverso que envolve diferentes pessoas e projetos, cada um fazendo a sua parte, do seu jeito.


na teoria


Inovação social1 também pode ser definida como o desenvolvimento e implementação de novas idéias (produtos, serviços, modelos) que satisfazem necessidades sociais e criam novos relacionamentos ou colaborações. Ela representa novas respostas para demandas sociais urgentes, que afetam o processo de interações sociais. É direcionada a melhorar o bem estar. Inovações sociais são inovações que são sociais tanto em seus fins quanto em seus meios. São inovações não somente boas para a sociedade como também aumentam a capacidade de ação de indivíduos. Elas se baseiam na inventividade de cidadãos, organizações da sociedade civil, comunidades locais, negócios e servidores e serviços públicos. São uma oportunidade tanto para o setor público quanto para os mercados, para que

produtos e serviços satisfaçam aspirações tanto individuais quanto coletivas. Inovação social descreve todo o processo pelo qual novas respostas a necessidads sociais são desenvolvidas para a entrega de melhores retornos à sociedade. Esse processo é composto de quatro elementos principais: • identificação de necessidades sociais novas / não atendidas / inadequadamente atendidas; • desenvolvimento de novas soluções em resposta a essas demandas; • avaliação da efetividade de novas soluções para atender necessidades sociais; • escalonamento de inovação social efetiva.

direcionada a melhorar o bem estar social *DEFINIÇÃO de Inovação Social descrita pela Stanford Social Innovation Review http://www.ssireview.org/ articles/entry/rediscovering_ social_innovation/

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‘ na pratica


Isabelle Dechamps A designer investe na educação e no processo do design como forma de incluir pessoas marginalizadas na sociedade


Isabelle, à primeira vista, se encaixa bem nos clichês do que se esperar de um alemão: pele clara, cabelos loiros, olhos azuis e uma preocupação com o trabalho escancarada. O contraponto entre o desabafo esgotado, de um meio de semana longo, aparece logo, em forma de brilho no olhar ao explicar como é sua rotina na be-able, organização criada por ela quando ainda estudava desenho de produto, na faculdade. O que era projeto de escola, virou trabalho, com impacto social. A be-able funciona em uma oficina comunitária, um espaço de coworking que mistura mão-na-massa e trabalho social. Na esquina da Braunscheweiger Straße com a Brusendorfer Straße, em Neukölln, bairro com forte influência de imigrantes, o local recebe cerca de 20 pessoas por dia, para aprender sobre diferentes ofícios e sobre o processo de design. O termo “design empowerment”, ou empoderamento por meio do design, é o que define o trabalho de Isabelle e sua equipe. Natural de Essen, áerea rural no oeste da Alemanha, Isabelle chegou em Berlim há dez anos, para estudar arte e design na Escola de Artes (Berlin Weissensee School of Art) e desde o começo procurou desenvolver seu trabalho de forma a usar seu Beruf* como forma de fazer um mundo melhor. Primeiro, trabalhou com design inclusivo, mas se descobriu quando começou a realizar workshops e ensinar pessoas a desenhar produtos. “Estamos construindo pontes”, acredita Isabelle, explicando que a arte é uma

forma de fazer as pessoas se conectarem e se expressarem, sem precisar usar uma linguagem verbal. No studio em Neukölln, passam refugiados, pessoas com distúrbios psicológicos, entre outros grupos marginalizados diante de uma Alemanha que parece funcionar tão bem. No portfólio da be-able há ainda a prestação de serviços para empresas e outras instituições. De oficinas de co-criação com CEOs e grupos marginalizados a trabalho com detentos presos por crimes cometidos por conta de distúrbios psicológicos, as aulas têm como função sempre empoderar e dar voz a quem costuma ficar de fora do centro da sociedade. Isabelle sorri ao contar a história de Katharina, uma moça que superou suas dificuldades de expressão e fala, sintomas de autismo, quando descobriu uma paixão por trabalhar com cerâmica. “Vendemos potes para um pessoal nos Estados Unidos, ela saiu comemorando, sem acreditar”, lembra a designer. Histórias como as de Katharina se repetem na rotina de Isabelle e são o principal combustível para seguir com o trabalho. “Acho que sempre tive uma ligação com trabalhos sociais”, revela. Dificuldades? Certamente elas aparecem aos montes, mas parecem estar longe de serem capazes de fazer Isabelle desistir. “Às vezes, me vejo cansada, mas quando penso em tentar outra coisa, só consigo me imaginar fazendo o mesmo, quem sabe em outro lugar”, conta, certa de que está onde deveria.

*Beruf, em alemão significa profissão, ofício, mas eles fazem questão de usar como sinônimo de vocação e de diferenciar de Arbeit, ou trabalho

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‘ proxima ~ edicao ‘ Re-guia #1 - BERLIM

ALEMANHA

RETRATOS DE QUEM FAZ A DIFERENÇA, MARCAS, restaurantes, LUGARES E CURIOSIDADES PARA QUEM QUER CONHECER A CIDADE DE UM ângulo diferente.

ROMÊnia CROÁcia BÓSNIA E HERZ.

sÉrvia bulgária macedônia



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