Brasil Sempre 37

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An o 9 • Nº 37 • julho/agosto/setembro 2009

A n o 9 • Nº 37 julho/agosto/setembro 2009

y e a r 9 • No. 37 july/august/september 2009 ISSN 1981-6022

C ENTRO INTERNA C IONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

revista brasileira de desenvolvimento sustentável

COP 15:

O mundo encara o desafio de formular um tratado pós-Quioto pág. 22

COP 15: The world faces the challenge of coming up with a post-Kyoto treaty page 61

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Desafio

Rio Sustentável

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Entrevista

Inguelore Scheuneman e a nova sustentabilidade

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Transporte

Brasil e o carro elétrico

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a geografia da sustentabilidade, a distância entre Quioto e Copenhague não deve ser medida em quilômetros, mas em volume de CO2-equivalente. Doze anos após a assinatura do Protocolo de Quioto, a 15ª Conferência Mundial sobre Mudanças Climáticas terá como maior desafio ir até onde o tratado não conseguiu chegar, avançando ainda mais nos mecanismos e metas para a redução dos gases de efeito-estufa. No artigo de capa desta edição, Ernesto Cavasin, gerente de Soluções em Sustentabilidade Empresarial da PricewaterhouseCoopers – Brasil, afirma que o evento guiará nosso olhar para a Era Pós-Quioto, o que, em outras palavras, significa mirar o próprio futuro da humanidade. O futuro também está em foco no artigo dos economistas Gustavo A. G. dos Santos e Rodrigo Medeiros, em que ambos defendem a criação de uma indústria automobilística nacional baseada na produção do carro elétrico. A proposta carrega em si uma assemblage de castas nobres: conjuga um projeto industrial de alta relevância estratégica para o país com a possibilidade de redução das linhas automotivas carburadas, o que teria forte impacto ambiental. Há boas-novas também no que diz respeito à interseção entre o empresariado e os órgãos públicos da área ambiental, convivência marcada por notórias arestas de parte a parte. Pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) revela uma sensível melhora no relacionamento entre as corporações e as autoridades ambientais. Melhor para o todo quando as partes se entendem. Neste número, publicamos uma entrevista com assessora do Programa Ibero-americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento, Inguelore Scheuneman, uma das especialistas brasileiras com maior trânsito na comunidade ambiental internacional. Entre outros temas, Inguelore destaca o intercâmbio tecnológico entre os países da Europa e América Latina com vistas à preservação dos recursos naturais. Por sua vez, o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, o incansável Julio Bueno, revela como o estado tem conseguido harmonizar crescimento econômico e sustentabilidade em seus principais projetos. Sem sair do Rio de Janeiro, viramos a página para a Empresa-Cidadã desta edição. Com raízes muito bem fincadas no município de Belford Roxo, onde está presente há meio século, a Bayer é responsável por um dos mais importantes trabalhos sociais da Baixada Fluminense. Sustentabilidade boa é sustentabilidade praticada.

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C arlos P ousa

Editor sênior (licenciado)

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Editora executiva

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Produção gráfica

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M arcelo C arnaval Conselho editorial

P aulo H enrique C ardoso (P residente ) A spásia C amargo E liezer B atista Felix de B ulhões V R aphael de A lmeida M agalhães Brasil Sempre é editada em associação Insight Engenharia de Comunicação Marketing Ltda. e Centro Internacional Desenvolvimento Sustentável da Escola Administração Pública e de Empresas Fundação Getulio Vargas (Cids/Ebape/FGV).

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Insight Engenharia de Comunicação e Marketing R io de J aneiro

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Bom proveito!

Publicação trimestral J u l h o /A g o s t o /S e t e m b r o 2009

Carlos Pousa D iretor - respons á v el

ABRIL/MAIO/JUNHO

Todos os ensaios editados nesta publicação poderão ser livremente transcritos desde que citada a fonte das informações. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da revista.

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SUMÁRIO

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Desafio

Por um Rio sustentável

O Rio de Janeiro vive um vultoso ciclo de investimentos, cujo reflexo é uma silenciosa transformação socioeconômica já em curso. As dezenas de bilhões de reais injetados na economia via projetos públicos e privados - Arco Metropolitano, PAC Social, Comperj, Porto do Açu, ThyssenKrupp CSA Companhia Siderúrgica - não só consolidarão o estado na dianteira da produção nacional de petróleo e gás, mas farão do Rio o maior produtor siderúrgico e petroquímico básico do país, ainda com invejáveis infraestrutura e logística para empresas em operação e também para interessadas em se instalar em nosso território. Por Julio Bueno

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Entrevista

Um novo olhar sobre a sustentabilidade

Inguelore Scheuneman, assessora do Programa Iberoamericano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted), pensa o desenvolvimento sustentável através do prisma da ciência. E em diversas frentes. A mais recente é no Instituto Bioatlântica, organização destinada à conservação e restauração da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados. Num escopo mais amplo, une países da Europa e América Latina num esforço de transferência tecnológica com vistas à inovação. Na entrevista a seguir, ela nos ajuda a compreender o novo conceito de sustentabilidade que emerge de discussões mundo afora.

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Mudanças Climáticas 1

Copenhague: labirinto climático à vista

O mundo se prepara para, mais uma vez, ver seus líderes reunidos para

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discutir como se resolver o quebracabeça climático que tanto nos assusta. Da primeira Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 1), realizada em Berlim em 1995, à COP 15. a ser realizada em dezembro, em Copenhage, surgiram mais angústias que soluções.

nações, o Brasil não buscou ter sua própria marca.

Por Kelly Nascimento

Bayer: ação social em foco

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Mudanças Climáticas 2

COP 15: nem o início e nem o fim do combate às mudanças climáticas

Em novembro de 2006 durante a Conferência do Clima de Nairobi – COP12, Koffi Anan, Secretário Geral das Nações Unidas que em janeiro de 2007 deu lugar ao atual secretário geral, conclamou o mundo ao combate as mudanças climáticas, e sobre a necessidade de avançarmos nas discussões sobre o futuro do Protocolo de Quioto. Com isso o Secretário Executivo UNFCCC criou um cronograma para que, até dezembro de 2009, estivesse definido o modelo o qual usaríamos para continuar e “endurecer” o combate ao aquecimento global. Por Ernesto Cavasin

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Transportes

O carro elétrico e o futuro do Brasil

A indústria automobilística foi a vanguarda da indústria e da difusão do “way of life” americano. Mas não é coisa do passado. Ela é hoje mais importante que há 40 anos. Entre as indústrias centrais, a metal-mecânica se destaca. E nela, a indústria automotiva é o carro-chefe, e continua sendo considerada um passaporte para o Primeiro Mundo. JK foi um estadista, entre outras razões, por ter percebido isso. Mas ao contrário de todas as outras grandes

Por Gustavo A. G. dos Santos e Rodrigo Medeiros

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EMPRESA CIDADÃ

Instalada há mais de 50 anos em uma das regiões mais carente do Rio de Janeiro, a empresa Bayer S. A, destaca-se nas comunidades e bairros da Baixada Fluminense quando o assunto é responsabilidade social. Dos 20 projetos que a empresa tem espalhados Brasil afora, cinco estão em funcionamento no município fluminense de Belford Roxo – o que representa um total de cinco mil crianças e jovens diretamente beneficiados. Por Márcio Meneses

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Indústria

Indústria fluminense avança na gestão ambiental

A conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente e o conceito de desenvolvimento sustentável estão consolidados nas indústrias fluminenses. É o que mostra a quinta edição da Pesquisa Gestão Ambiental da FIRJAN, sondagem que abrange um universo de 374 empresas do Rio.

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Notas curtas

Sustentáveis

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VERSÃO EM INGLÊS

ENGLISH VERSION

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Graça e leveza fazem a diferença em qualquer circunstância.

Mas tudo melhora se você tem o par perfeito.

Rio de Janeiro • Rua Sete de Setembro, 71 - 14º andar • Centro • Rio de Janeiro, RJ • CEP 20050-005 • Tel: (21) 2509-5399 São Paulo • Rua Rocha, 167 - Conjunto 104 • Bela Vista • São Paulo, SP • CEP 01330-000 • (11) 3284-6147 e 3253-4916

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ondadeinvestimentossomadaàmelhoriadoambiente denegóciospromovidapeloGovernodoEstadojoga nova luz sobre o dinamismo fluminense. Na área de desenvolvimentoeconômico,trêsmudançasessenciaisocorreram: a Investe Rio ganhou musculatura e hoje tem R$ 1 bilhão parafinanciamentodemicro,pequenasemédiasempresas;a Codin ganhou novo foco em consultoria para investidores e prefeituras;eaJuntaComercialpassaporimportanteprocesso de modernização e desburocratização. Tudo isso leva a economia a dar sinais de reversão da deterioração das últimas décadas. A qualidade de vida tem melhorado e nada é tão importante para isso quanto a criação de empregos formais. Levantamentos do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged) e do IBGE (Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE) mostram que o Rio – estado e Região Metropolitana – vem apresentando resultados acima da média nacional. Mesmo nos meses seguintes ao início da crise econômica internacional, o estado registra saldo positivo de vagas formais. Partedofenômenodecriaçãodeempregosestárelacionada a outro importante indicador do vigor econômico: a abertura de novas empresas que, de janeiro a agosto de 2009, superou em cerca de 20% o resultado registrado em igual período de 2008. Esse fato é transformador porque mostra um viés diferentedaeconomia,deseaumentaroempreendedorismo formal no estado. A luta para a recuperação econômica é dura, diária e de longa duração. Prover a perenidade desse processo é um dos maioresdesafiosdogovernoSergioCabral,quetemassegurado àáreaprivadaumambientedenegóciosatraente,comregras claras e transparentes. Ações que vêm sendo tomadas pelo governo no sentido do aumento do investimento público, Julho/agosto/setembro 2009

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da eficiência do gasto e da melhoria da gestão são essenciais para o estado viver um ciclo de desenvolvimento econômico sustentável. Para isso, o governo do estado está atento ainda às duas facesdocrescimentoeconômico,jáqueinvestimentostêmbônuseônus.Nessesentidoesimultaneamenteàinstalaçãodos grandesempreendimentoscitados,criouosProjetosGêmeos, grupoformadoporservidoresqueacompanhamoandamento dessesprojetos.Aequipetementresuasatribuiçõestrabalhar para minimizar os impactos negativos e maximizar os efeitos positivos desse movimento, inclusive no que diz respeito à infraestrutura e ao meio ambiente. Em janeiro deste ano, em outra iniciativa, o governo do Estado concluiu estudo para implantação de novos projetos na região da Baía de Sepetiba. Ao todo, foram analisados oito empreendimentos privados e um público para terminais de exportação de minério de ferro – seis foram aprovados e três, negados–edoisestaleiros,quetambémreceberamsinalverde. Com isso, o Rio abriu espaço para escoamento de cerca de 250milhõesdetoneladasdeminério/ano,oquepraticamente dobra a capacidade atual do país, e para a consolidação da indústria naval fluminense. A análise rigorosa foi feita por um grupo de trabalho coordenadopelaSecretariaEstadualdeDesenvolvimentoEconômico (Sedeis) e formado ainda pelas secretarias de Ambiente e de Transportes, Firjan, Antaq e Companhia Docas do Rio

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de Janeiro. A equipe concluiu que seis terminais (Petrobras, Usiminas, CSN, LLX, Gerdau e Docas), em Itaguaí, são de interesse do estado e negou aval para os três restantes, em Mangaratiba, (Brazore, Ferrous Resoucers do Brasil e BHP Billiton). Os estaleiros também foram aprovados. O grupo de trabalho levou em conta questões ambientais, sociais e econômicas de cada um dos projetos. A partir daí, foi estruturadaumamatrizponderadaparaapontuaçãodosempreendimentos. Os que receberam menor nota foram negados. Ogovernoentendequegrandepartedosinvestimentosem curso é da indústria do século XX e se faz necessário usar essa força para ajudar a buscar alternativas para a economia fluminense, alavancando os setores do século XXI. Nesse sentido, a Sedeis articulou o“Rio além do petróleo”com o Instituto de Estudos doTrabalho e Sociedade (IETs) e o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). Trata-se de uma sériededebatessobreasituaçãosocioeconômicaatualdoRio, caminhosaseguirembuscadodesenvolvimentoeconômicoe alternativasàprópriaindústriapetrolífera.Esseprojetomostra amaturidadedasociedadefluminense,comogovernosomando forças para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e o setorprivadocomoparceiro,assumindoresponsabilidadese se engajando cada vez mais nessa luta. Em outra frente, o governo lançou o Programa Estadual de Racionalização do Uso de Energia (Proren). A iniciativa surgiu do Comitê Especial de Gestão Energética do Rio de

O conceito básico do uso racional da energia prevê o comportamento preservacionista e a busca por energéticos mais eficientes para cada finalidade 8

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Ações que vêm sendo tomadas pelo Governo para aumentar o investimento público, a eficiência do gasto e a melhoria da gestão são essenciais para o rio viver um ciclo de desenvolvimento econômico sustentável

Janeiro, grupo coordenado pela Sedeis e que reúne os principaisórgãoseempresasdossetoresenergéticoeambiental,além deentidadesrepresentativasdosprincipaisconsumidores.O objetivo é garantir a eficiência energética do estado e obter a mitigação de impactos ambientais. O conceito básico do uso racional da energia prevê o comportamento preservacionista e a busca por energéticos maiseficientesparacadafinalidade.Asdiretrizesdoprograma visam:segurançaenergéticaegarantiadocrescimentosustentável; minimização do custo de energia; utilização racional da energia com menor impacto ambiental; maximização das receitasdasfontesdeenergiadoestado;e,ainda,contribuição e aumento do trabalho e renda. Naáreaindustrial,conhecerosprocessosfabrisdasempresastalvezsejaamedidamaiseficazparareduziroconsumo.Isso implicafazerdiagnósticodecomoasempresasestãoutilizando ogáseaenergiaelétrica.Nocasodepequenasemédiasempresas, a maior dificuldade é o financiamento para a aquisição de equipamentoseficientes.Paraisso,estãoemdesenvolvimento mecanismos específicos na Investe Rio (Agência de Fomento doEstado),quefuncionarãocomorepassadoresdosrecursos,e a criação do Fundo de Eficiência Energética do Rio de Janeiro, sancionado pela Alerj na semana passada. Como resultado das ações do Proren, a Michelin e a Petrobras Distribuidora (BR) assinaram, em julho, protocolo de intençõespararealizaçãodediagnósticoenergéticonafábrica de pneus em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O objetivo do trabalho, que será realizado pela BR num prazo de 90 dias, é identificar em que pontos a Michelin pode obter maior eficiência energética em sua unidade, possibilitando redução de consumo e custos. O trabalho de diagnóstico Julho/agosto/setembro 2009

energético foi desenvolvido em formato piloto no Hospital Universitário Pedro Ernesto, tendo a Light como parceira, e na Escola Técnica Ferreira Viana, onde contou com Furnas. Agora, o governo trabalha para estender a iniciativa a outros prédios públicos, com prioridade para hospitais e escolas. Outra boa notícia na área energética é a construção do primeiroparquedegeraçãodeenergiaeólicadoRiodeJaneiro, a Gargaú Energética S.A. O projeto está sendo erguido numa área de 500 hectares no distrito de Gargaú, em São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense. Ao todo, o empreendimento terá capacidade instalada de 28 MW, o suficiente para abastecer uma cidade de 80 mil habitantes. O Rio tem ainda outro empreendimento no setor, que está em fase de pré-instalação, no município de Arraial do Cabo, nas Baixadas Litorâneas, com capacidade instalada de 140 MW. A partir da conclusão dos dois projetos, o Rio será o maior gerador de energia eólica do Brasil. Para promover esse setor, em junho, ainda como presidente do Fórum de Secretários de Estado para Assuntos de Energia, assinei com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e a governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria, a Carta dos ventos. Com o documento, foi assumido o compromisso para formulação e implementação de ações e políticas públicas voltadas para incentivar a exploração do potencial eólico nacional como fonte energética. O objetivo éaproveitarascondiçõesgeográficaseclimáticasdopaís,que favorecem o uso dos ventos. Assim, com uma visão geral da economia do Rio e tambémagindoespecificamenteporsetores,ogovernodoestado entende que vai promover o desenvolvimento econômico sustentável do nosso estado. 9


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Um novo olhar sobre a sustentabilidade e

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a s s e s s o ra d o Pro gra m a I b e ro a m e r i c a n o d e Ci ê n c i a e Te c n o l o gi a p a ra o D e s e nvo l v i m e nto (Cy te d )

I n g u e l o r e S ch e u n e m a n ,

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a seguir, ela nos ajuda a compreender o novo conceito de sustentabilidade que emerge de discussões mundo afora .

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Fale um pouco dos projetos que você desenvolve no climáticos hoje já é uma realidade momento. A Holanda, por exemplo, é uma das afetadas. Emigram Inguelore Scheuneman – A convite da European Co- poranoumnúmeromuitograndedeholandeses.Nãotenho mission, o braço executor da União Europeia para questões o número exato, mas fica na casa de 20 -30 mil pessoas por de pesquisa e de cooperação internacional, participo de ano só por questões climáticas. O território da Holanda um comitê científico para o desenvolvimento sustentável, está diminuindo. baseado em pesquisa. Fui convidada a título pessoal. Esse Existem algumas ilhas que são países e estão fadadas a comitê é formado, basicamente, por pessoas representan- desaparecer. E esse povo, onde vai ficar? Que nacionalidade tes dos países da União Europeia e mais quatro pessoas vai ter? Em que país vai ser recebido? O que isso significa representando outras regiões do mundo. E, pela minha para os países para onde as pessoas emigram? experiência com América Latina, fui convidada para fazer A Espanha, por exemplo, é um dos países que têm parte deste comitê científico. grandes problemas decorrentes de processos migratórios. A primeira atividade desse comitê foi a realização, em Afeta também muitos indivíduos oriundos da África, já por Bruxelas, no final de maio, da conferência“Desenvolvimen- problemas de seca, falta de água, o que leva consequenteto sustentável, um desafio para a União Europeia. Houve a mente à falta de alimento, intensifica a pobreza. Aqueles participaçãode1.200pessoas,dosmaisdiversosorganismos, que encontram dificuldades de se viver em algum lugar desde a iniciativa privada, organizações internacionais, estão emigrando em massa para a Espanha. Isso influi na ONG, governos e assim economia espanhola, nos por diante. E lá foram programas de saúde pútratados todos os temas blica, necessidades de esque fazem parte do que colas. Outra questão é a sechamadedesenvolviadaptaçãodessaspessoas “Há uma nova linguagem mento sustentável, nos aos costumes do país. que dá um pouco mais de seus três pilares mais Também, nessa confequeconhecidos–econôrência, ficou muito claro, precisão ao que significa mico, social e ambiental. através dos debates, meApalavrasustentabilidasas-redondas, exposições sustentabilidade: Planeta, de foi cunhada com esse e palestras, de que há um tripé e essa concepção conceito de sustentabiPessoas e Desenvolvimento vem sendo usada como lidade que varia muito uma panaceia. dependendo do período Econômico“ Nesta conferência, dotempo,localeatividade surgiu a ideia de que envolvida. Essa discussão talvez a gente pudesse, persiste,nãoseconfluipara numa nova linguagem, um entendimento global que dê um pouco mais de precisão do que significa, tradu- do que seja sustentabilidade. Há interpretações diversas e é zir para: Planeta, Pessoas e Desenvolvimento Econômico. natural que seja assim. Cada um de nós, em cada parte do Achei muito interessante, que se procure também agregar mundo, tem uma carga cultural que carrega e que influi em essas três palavras aos pilares que vêm sendo usados para cada palavra que se usa e em cada atividade que se faz. definir sustentabilidade. Comoficaodesenvolvimentosustentável,nessaressaca Quais foram as principais conclusões dessa conferência? da crise? Inguelore Scheuneman – Existe um manifesto que Inguelore Scheuneman – Um outro fator que tem sido saiu dessa conferência que é bem interessante. E uma das muito discutido se relaciona a essa crise econômica global. observações muito frisadas é de que não há essa percepção Essas mudanças, desagregação da economia num aspecto de que essas mudanças climáticas que afetam muito nosso global, envolvendo todos os países, nunca havia aconteciplaneta é uma questão de interesse próprio. Existem muitos do. Já tivemos a crise do México, do Japão, isoladas, que significados práticos dessa mudança que já vem ocorrendo afetam alguns países. Nessa crise global, também podem e comoreflexodoaquecimentoglobal.Umdelesémigrações vãorecrudescerváriosdosaspectos dessedesenvolvimento devido a mudanças climáticas. A existência de refugiados sustentável. Recursos deixam de ser aplicados. Julho/agosto/setembro 2009

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“Como é que são dadas as licenças ambientais? São, na grande maioria, liberadas sem parecer científico. A ciência, através da pesquisa, pode colaborar nessa questão“

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Chegou-sealevantarahipótesedeserepensaromodelo econômico. Tirar-se algum aprendizado dessa crise. O que acha dessa possibilidade? Inguelore Scheuneman – Existem algumas iniciativas nesse sentido. A própria ONU está buscando aprofundar esses estudos, a União Europeia hoje, mais do que nunca, tem a certeza de que qualquer decisão em quaisquer níveis etemastemquesertomadatendocomobasealgumestudo científico, seja uma intervenção ambiental, no modelo econômico ou de saúde. De outra forma, nós vamos continuar numa repetição sem embasamento. É preciso questionar: de onde foi tirado determinado pensamento, determinado axioma? Talvez esse seja um dos grandes problemas que tenha levado a algumas das desagregações, sejam do meio ambiente,sejamsociaisoueconômicas.Istoporquedecisões são tomadas sem base científica. E, no caso da economia, com interesse de alguns grupos – bem pequenos, se comparados com o total da população mundial. Qual o papel da ciência como propulsora desse outro tipo de desenvolvimento? Inguelore Scheuneman – A ciência pode atuar em todos os temas, desde a saúde, ecossistemas marinhos, biorremediação de solos. Mas, vamos tomar um exemplo: meio ambiente, Brasil. Como é que são dadas as licenças ambientais? São, na grande maioria, liberadas sem parecer científico. Não digo todososcasos,poisjáexistemalgunsestadosemqueospromotores públicos têm buscado uma formação em algumas universidades para entenderem melhor como funciona o meio ambiente e darem suas decisões embasadas. Qual o significado de uma determinada espécie que já estáquaseextinta? Ésimplesmente deixar aqueleambiente como está ou pode se levar a efeito a instalação de uma atividade econômica que recupere o ambiente segundo algumas especificações que a pesquisa orientou? Aciência,atravésdapesquisa,podecolaborarnessaquestão. Ao responder questões como: que espécies se adaptam melhoraquiequevãopermitirqueaáguadachuvapercorra o solo e forme açudes subterrâneos, por exemplo. Uma das maneiras de se lidar com a questão social, econômicaeambientaléaqualificaçãodepessoasparatrabalhar nesse tema, sustentabilidade, de uma forma global. A saída então passa por uma maior democratização das decisões? Inguelore Scheuneman – Existem vários indicativos e atéestudosmostrandoqueasredessociaistêmpapelmuito forte e podem fazer com que a contribuição de um grande número de pessoas seja possível. E, assim, se venha a forçar Julho/agosto/setembro 2009

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algumas decisões. Isto porque hoje, essa possibilidade de comunicação entre cidadãos das mais diferentes partes do mundo se faz presente. Essas redes sociais têm possibilitado a troca de opiniões de pessoas geograficamente bem distantes. Se isso for bem explorado – e parece que há uma iniciativa própria, individual ou de grupo, de usar as redes sociais para influir em algumas decisões – é uma forma de democratização mundial muito interessante. Talvez a mais potente delas. Esse é um grande mérito da internet, que tem que ser muito bem utilizado. E, se deixado nas mãos dos próprios cidadãos, talvez, seja muito melhor do que se alguém do governo ou organização internacional tomar conta. Voltando ao trabalho na European Comission, como os europeusenxergamaquestãododesenvolvimentosustentável aqui no Brasil? Como se dá essa polaridade? Inguelore Scheuneman – Vou me referir a um aspecto bem específico. Na última conferência, fui convidada a participar de uma painel sobre cooperação internacional para o desenvolvimentosustentávelbaseadoemciência.Haviacinco pessoas, um indiano falou sobre o tema da saúde, alguém tratou sobre o tema“mares e água”, outro especialista tratou da questão econômica, outro de florestas. A mim foi pedido que fizesse o possível para mostrar exemplos positivos que pudessemestimularpessoasatomaralgumasdecisõespara implantação de modelos de desenvolvimento sustentável que pudessem ser multiplicados. Busquei, com ajuda de várias pessoas aqui do Brasil, elaborar um texto que serviu debasesobreoquevemacontecendonopaísdesdeosanos 50, no que se refere a desenvolvimento sustentável. Alguns exemplos foram levados, como Carajás – o verdadeiro, não aquele que depois deturpou toda visão inicial do projeto Carajás. Quando a Vale do Rio Doce iniciou a extração de minério de ferro, houve a compra de milhares de hectares no entorno e instalação de uma cidade autossustentável, emqueosmoradoressãoorientadosparaeducaçãovoltada à sustentabilidade da floresta e o que ela significa naquele ambiente. Outros exemplos surgiram, também a partir da iniciativa privada. É encarado que os governos têm de orientar, através das decisõespolíticas,dasleis,comosedevedesenvolverumpaís e suas regiões. A quem cabe gerar riqueza, movimentar a economiaedevecaber,apartirdisso,tomarconta,fazercom que o desenvolvimento social aconteça e a questão do meio ambientesejatomadacomoumpontodehonraéainiciativa privada. Então, além do caso daVale, citamos projetos como umqueestácomeçandoaacontecernoEstadodoRio,como oPortodeAçu,quetemumaconcepçãodedesenvolvimento 13


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“O grande problema é que estamos chegando num ponto que não nos permite mais retorno”

econômico, social e ambiental. Não só preservação, mas recuperação daquilo que já estava degradado. Qual foi nossa surpresa? Na plateia, ninguém conhece nenhuma experiência positiva do Brasil. Todos se referem somente à devastação da floresta amazônica. O Brasil é conhecido somente por isso, o que é uma pena. Existe mau uso sim, mas não só isso. Você enxerga alguma saída? Inguelore Scheuneman – A impressão que fica, toda vez em que os países se reúnem – tomemos aí essa próxima reunião de Copenhague, para tratar de questões climáticas mas também muito focadas em geração de energia e emissão de gases – é que não há um consenso. Parece que já há um indicativo de que a reunião vai ocorrer e não haverá uma decisão e que serão necessários, no mínimo, mais seis meses para se tomar alguma decisão. O grande 14

problema é que estamos chegando num ponto que não nos permite mais retorno -“no returning point”. Depois do pó parece que já não há mais como recuperar a sustentabilidade para a vida no planeta, todos os elementos que dão condição para existir vida no planeta. Existem mais apostas que hipóteses, principalmente porqueaqueleperíododetempoquesetinha,estabelecido emreuniõesanteriorescomoQuioto, paratomarasatitudes que venham a deixar de poluir tanto e a recuperar água, solo, diminui muito esse período. Era dado 20 anos, hoje é dado menos que 10 anos para isso. Então é uma questão de pressão sobre os dirigentes, governantes, elaboradores de políticas, organismos internacionais. É uma questão de pressão verdadeira: fazer realmente alguma coisa em escala muito maior. Não podem ser exemplos isolados. Essas iniciativas positivas devem ser levadas para uma escala muito maior, de forma apressada.

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Música e comunicação corporativa podem ser uma coisa só.

Tudo depende de quem toca o instrumento.

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Copenhague: labirinto climático à vista Por Kelly Nascimento Editora de Brasil Sempre

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mundo se prepara para , mais uma vez , ver seus líderes reunidos para discutir como

s e re s o l ve r o q u e b ra - c a b e ç a c l i m át i co q u e t a nto n o s a s s u s t a .

Mas,

d a p r i m e i ra

C onferência das P ar tes da C onvenção do C lima (COP 1), realizada em B erlim em 1995, à COP 15, a s e r r e a l i z a d a e m d e z e m b r o , e m C o p e n h a g u e , s u r g i r a m m a i s angústias que soluções .

A

contecimentos recentes ilustram o que se esperar do encontro. No dia 22 de setembro, a Organização das Nações Unidas apresentou uma prévia, durante reunião sobre clima realizada em Nova Iorque, com mais de 100 governantes.Oencontrotinhaumquê de emblemático – a primeira vez que o presidente norte-americanoBarack Obama faria um discurso nas Nações Unidas.Asexpectativastambémeram altas com relação à posição chinesa, 16

que vinha sinalizando a possibilidade de adoção de metas arrojadas. Pois o simbolismo parou por aí. Tanto o presidente dos EUA quanto o da China disseram que sim, vão fazer os esforços para conter as emissões de poluentes que causam o aquecimento global. Mas reforçaram que os obstáculos às negociações são muitos. Mau presságio no ar. Hu Jintao, presidente chinês, chegou a apresentar um plano para conferir um ritmo mais lento a emissões

de poluentes em usinas e indústrias de seu país. O plano também contemplava a adoção de fontes renováveis e ampliação do uso de energia nuclear. Ficou num vago empenho para cortar emissões de dióxido de carbono por unidade de PIB em uma proporção notável até 2020 em relação aos níveis de 2005. De metas, nada. Tão ‘animador’ foi o discurso daquele que um dia foi sinônimo de esperança. Obama citou as iniciativas em seus oito meses de governo na Julho/agosto/setembro 2009


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Enquanto os governantes nada sabem ou querem saber sobre metas de redução, empresas mundo afora surgem como defensoras dessa causa

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área climática, mas não anunciou novas propostas. Profeticamente, alertou que o tempo para o mundo inverter as catástrofesclimáticasestáesgotando.Mas,jogouumabalde deáguageladanaquelesquetinhamalgumaesperançaguardadaparaCopenhague.Paraopresidentenorte-americano, os governos devem encarar a conferência como apenas um significativo passo adiante no combate global contra a mudança climática. Obama defendeu que todos os governos estão enfrentando problemas para assumir compromissos com agenda climática, mas a prioridade mais imediata, a seu ver, é fazer suas economias saírem da crise. Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, foi mais incisivo e reiterou que a não obtenção de um acordo amplo em Copenhague será moralmente imperdoável, economicamente míope, e algo pouco inteligente do ponto de vista político. Realmente o tempo anda maluco. Enquanto os governantes nada sabem ou querem saber de metas de redução, empresasmundoaforasurgemcomodefensorasdessacausa. Mais de 500 empresas internacionais – tais como Allianz e a Shell - pressionam países ricos a assumir o compromisso de promover cortes“imediatos e profundos”em suas emissões de gases associados ao aquecimento global. A meta é que a temperatura do planeta não ultrapasse 2ºC em 2100. Num comunicado conjunto, as corporações afirmam ser impossível conjugar desenvolvimento econômico e instabilidade climática. A ação segue o raciocínio lógico de que se os países não se comprometerem, por meio de um forte tratado internacional sobre o clima, tampouco haverá investimentos em tecnologias de baixo carbono. Assim, o mundo seguiria num círculo vicioso climático de efeitos para lá de perversos. Outro ponto defendido é que as nações esqueçam, por hora, as diferenças no que tange à responsabilidades pelo atual estágio do processo de aquecimento global. Num momento de emergência como o que vivemos interessam menos culpados que soluções. O movimento também ecoa por essas bandas. Entre as brasileirassignatáriasdodocumentoestãoNatura,Energias do Brasil, Vale e O Boticário. Quem articulou a iniciativa

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por aqui foi a Fundação Getulio Vargas, no Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVCes/FGV). É lá que nasce o embrião de uma plataforma de ações com vistas à estruturação de uma economia de baixo carbono. A FGV não está sozinha na empreitada. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também vem trabalhando há alguns meses em uma proposta similar, englobando em torno de 90 federações e associações setoriais, da indústria química ao setor automotivo. A primeira reunião nesse sentido aconteceu no dia 26 de agosto, com o objetivo de delinear as contribuições da indústria brasileira sobre mudanças no clima que serão levadas à COP 15. Em resumo, a posição consolidada foi de que o combate ao aquecimento global é um desafio que exige o esforço de todos. O setor industrial brasileiro espera que a COP 15 firme compromissos e metas mais ambiciosas e claras para ospaísesdesenvolvidosequesejamdefinidosmecanismos paraascontribuiçõesvoluntáriasdemitigaçãoparaospaíses em desenvolvimento. Isaac Plachta, presidente do Conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) ressalta a importância da convergência de opiniões no documento brasileiro sobre o posicionamento do setor industrial.“A indústria brasileira deve apresentar um documento coerente e com posicionamento convergente. Além disso não podemos sempre levar a culpa em relação às mudanças climáticas”, afirma. Plachta defende as práticas e regras de grandes empresas em relação às alterações no clima. No meio acadêmico também há os céticos. O cientista político americano David Victor, autor do livro“O Colapso do Protocolo de Kyoto”, não espera muito do encontro de Copenhague. Em entrevistas, Victor vem afirmando que cometem quase os mesmos erros que fizemos com Quioto. E lembra que: quase nenhuma negociação séria sobre compromissosaconteceunoanoqueantecedeuaassinaturado Protocolo de Quioto. Fato é que a vigência do Protocolo de Quioto vai até 2012. Restam três anos para decifrarmos o enigma do clima. É isso ou sermos devorados por ele.

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COP 15:

início ou fim do combate às mudanças climáticas? Por Ernesto Cavasin Gerente de Soluções em Sustentabilidade Empresarial da PricewaterhouseCoopers

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m novembro de 2006 durante a Conferência do Clima de Nairobi – COP12, Koffi Anan, secretário-geral das Nações Unidas que, em janeiro de 2007, deu lugar ao atual secretário-geral, conclamou o mundo ao combate as mudanças climáticas, e sobre a necessidade de avançarmos nas discussões sobre o futuro do Protocolo de Quioto. Com isso o Secretário, Executivo da United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) criou um cronogramaparaque,atédezembrode2009,estivessedefinido o modelo o qual usaríamos para continuar e“endurecer”o combate ao aquecimento global. Esse cronograma ficou conhecido como“Bali Roadmap”, pois iniciou suas discussões na Ilha de Bali, em 2007, passando pela Polônia em 2008 e, finalmente, tem o intuito de encerrar as discussões em Copenhague em dezembro desse ano. A finalidade dessas discussões é evitar que a definição sobre um regime pós Quioto ficassem para ultima hora. A vigência do atual Protocolo é o ano de 2012. Evitar que um difícil consenso entre as nações signatárias não fosse alcançado a tempo de render as atuais regras, caso as discussões iniciassem mais tarde, foi o que estimulou um cronograma antecipado para tais discussões. 22

Copenhague não irá introduzir um novo regime, mas sim estipular como será a continuidade do atual. Mesmo que com regras muito diferentes até 2012, Quioto será o principio regente. Existem grandes desafios para que, ao final da COP 15, tenhamos um novo regime totalmente aprovado, o que não é uma derrota: o próprio Protocolo de Quioto foi definido em 1997, mas somente entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, com a ratificação do protocolo pela Rússia. Causa temor que uma frustração proveniente das dificuldadesnessasnegociaçõesdonovoregimedesestimulem a sociedade a combater um dos piores efeitos colaterais do desenvolvimento intensivo em energia fóssil, ou remeta países a buscar soluções locais para um problema global. Desarticular ou esvaziar um dos mais complexos protocolos mundiais em vigência pode ser muito mais devastador para o meio-ambiente e para o clima. É imprescindível que tenhamos noção clara da relevância das discussões que tomarão parte nessa próxima COP, mas não sobreestimemos a importância da rodada em Copenhage, pois, mesmo que não alcancemos os resultados necessários, teremos ainda três anos para obter tal sucesso e aprendermos com nossos erros. Julho/agosto/setembro 2009


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Causa temor que uma frustração proveniente das dificuldades nessas negociações do novo regime desestimule a sociedade a combater um dos piores efeitos colaterais do desenvolvimento intensivo em energia fóssil

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Linha do tempo das Conferências do Clima até Copenhague

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1994 Convenção Quadro de Mudanças Climáticas

1995 COP 1 (Berlim)

1996 COP 2 (Genebra)

1997 COP 3 (Quioto)

1998 COP 4 (Buenos Aires)

1999 COP 5 (Bonn)

2000 COP 6 (Haia)

2001 COP 7 (Marrakesh)

2002 COP 8 (Nova Deli)

2003 COP 9 (Milão)

2004 COP 10 (Buenos Aires)

2005 COP 11 MOP 1 (Montreal)

2006 COP 12 MOP 2 (Nairobi)

2007 COP 13 MOP 3 (Bali)

2008 COP 14 MOP 4 (Poznan)

2009 COP 15 MOP 5 (Copenhague)

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Temas de grande relevância e complexidade serão discutidos em dezembro, o que demonstra quão complexo será chegarmos a um consenso global. A possível adesão americana às regras pós-2012 é imperativa para estimular um combate mais ferrenho às mudanças climáticas. Além disso, os países em desenvolvimento, especialmente Brasil, China e Índia, serão pressionados a adotar limites e metas. A reforma do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) também trará questões de difícil harmonia nas negociações, taiscomoainclusãodenovastecnologiascomoproponentes de projetos, especialmente a Captura e Estocagem de Carbono (CCS, da sigla em inglês). O novo governo americano dá sinais claros de que está dispostoaenvolver-senocombateàsmudançasclimáticasmais intensamentedoquenosúltimosanos.Mas,aindaassim,procuraumcaminhodiferenteaopropostopelasNaçõesUnidas. A meta americana ainda é muito aquém das necessárias, e o modelodereduçãoqueosEUAestãoadotandopoucopermite a interação com outras nações. De qualquer forma, a pressão sobre uma posição clara do governo americano será um dos temas com maior visibilidade durante a COP 15. Aascensãoeconômicadospaísesemdesenvolvimentoe arelevânciadesuasemissõesnocenárioatual,especialmente dostrêsgrandes,trouxerampartedofocodasdiscussõespara a necessidade de metas a essas nações. O Brasil já demonstra inclinaçãoparaadotarmetas,mesmoquediferentesdaquelas impostas aos países desenvolvidos. Mas, principalmente, a

China,apresenta-sereticenteaessapossibilidade.Issopoderá ser um entrave no sucesso das negociações, uma vez que as naçõesdesenvolvidasacreditamqueanãoadoçãodemetas pornaçõesemdesenvolvimentoseráumcalcanhardeAquiles no combate às alterações climáticas e que isso pode causar um certo desequilíbrio econômico. A reforma do MDL será outro tema complexo nas negociações.Grandesprodutoresdepetróleopleiteiamainclusão do CCS com projeto de MDL, outros desejam a inclusão do desmatamento evitado como forma de manter CO2 no solo. O Brasil claramente é contra as duas novas modalidades de projetos e vem fortemente rejeitando essas possibilidades. Posiçõesextremasdificultamabuscadeumasoluçãocorreta, ainda mais quando misturadas com interesse econômico, romantismo e política internacional. É preciso que as partes busquemacoerênciaparaqueorealobjetivosejaalcançado: a redução de emissões de gases de efeito estufa. Alémdessesfocos,queconsideroosprincipais,umasérie deoutrostemaspolêmicosentrarãonasnegociaçõesdurante a conferência do clima de Copenhague. Por isso acredito que um consenso, necessário para aprovação do regime pós-Quioto, não será fácil. Outras COPs já não alcançaram seus objetivos e, a exemplo da sexta conferencia do clima, umanovareuniãopodeserconvocadaparafecharospontos necessários. O mais importante é termos consciência da importância de continuarmos no combate às mudanças climáticas, buscando uma economia de baixo carbono.

A ascensão econômica dos países em desenvolvimento e a relevância de suas emissões no cenário atual, especialmente dos três grandes – Brasil, Índia e China –, trouxeram parte do foco das discussões para a necessidade de metas a essas nações

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O carro elétrico e o futuro do Brasil Por Gustavo A. G.

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Santos

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Rodrigo Medeiros

doutor em Economia pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor adjunto da Universidade Federal do Espírito Santos (UFES)

A

crise financeira levou a

nacionalização .

A

GM

à concordata, desmembramento e

estatização sempre foi tabu nos

é preciso compreender a impor tância do setor.

Os

EUA. P ara

entendê - la ,

setores metal - mecânico ,

químico e eletroeletrônico respondem por algo entre

55%

e

75%

das

expor tações dos países desenvolvidos e tigres asiáticos e mais de dois terços das patentes industriais .

C hamamos esses setores de indústrias artigo recente publicado na revista “C usto B rasil ”, em março.

As indústrias centrais constituem a base das inovações e dacompetitividadedasnaçõesdesenvolvidas,cujosgastos em P&D respondem por 70% dos globais. Quem deseja se tornar desenvolvido precisa estar presente competitivamente nessas indústrias. A indústria automobilística foi a vanguarda da indústria e da difusão do “way of life” americano. Mas não é coisa do passado. Ela é hoje mais importante que há 40 anos. Entre as indústrias centrais, a metal-mecânica se destaca. E nela, a indústria automotiva é o carro-chefe, e continua sendo considerada um passaporte para o Primeiro Mundo. JK foi um estadista, entre outras razões, por ter percebido isso. Mas ao contrário de todas as outras grandes nações, o Brasil não buscou ter sua própria marca. Após a Segunda Guerra, o Japão era um país destruído. 26

centrais em

Noiníciodadécadade50,gruposdeengenheirosetécnicos da Toyota viajaram para os EUA com o intuito de aprender a produzir automóveis competitivos. O jogo já era global. Ao visitarem as instalações da Ford perceberam que não teriam condições de vencer adotando o fordismo. Assim, com forte apoio do governo, criaram seu próprio jeito de produzir. Uma geração depois, a administração Reagan imporia cotas de importações sobre o Sistema Toyota de Produção. Combinando automação de baixo custo com trabalhador multifuncional, a Toyota revolucionou a indústria mundial. No início da década de 60, o Produto Nacional Bruto (PNB) per capita sul-coreano era menor do que o do Sudão e não ultrapassava 33% do mexicano. A rápida industrialização da Coreia do Sul derivou em grande parte da Julho/agosto/setembro 2009


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o Carro elétrico terá impacto profundo nas exportações brasileiras, muito dependentes de uma em breve anacrônica cadeia metal-mecânica

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imitação(engenhariareversa).ComonoJapão,asempresas coreanas dependeram das diretrizes governamentais. Seu governotambémcolocouaindústriaautomobilísticacomo prioridade. Hyundai e Kia são referências hoje na indústria automobilística mundial. A Kia atualmente se faz presente em mais de 170 países. Essa empresa foi a primeira fabricante de veículos sul-coreana e a sua primeira exportadora de automóveis. Em 1986, a Hyundai iniciou a exportação para os EUA. Somente a partir de 1991 apresentou o primeiro motor de fabricação própria. Com uma imagem inicialmenteassociadaàmáqualidade,amontadoradecidiu investir em qualidade e design. Os esforços da Hyundai foram premiados com um dos mais prestigiados prêmios de design e qualidade da indústria. A indiana Tata Motors possui, desde 2005, uma aliança estratégicacomaFiat.Atravésdesubsidiáriasecompanhias associadas, a Tata opera na Grã-Bretanha, na Coreia do Sul, na Tailândia e na Espanha. Destaca-se também uma joint venture com a empresa brasileira Marcopolo, constituída a partir de 2006. Asempresaschinesascomeçaramafazercarrosnosanos 90 e até recentemente não exportavam. Hoje, com poucos anos de vida, já estão na vanguarda em muitas tecnologias automotivas. A China também aposta pesadamente na indústria automobilística como o passo fundamental rumo ao desenvolvimento, sendo estatal a maioria das suas empresas.

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A importância da indústria automobilística é tão grande queoJapãopassouaserconsideradoumpaísdesenvolvido naépocaemquesuasexportaçõesdeautomóveispassaram a inundar os EUA. Já os EUA passaram a ser considerados em decadência, nos anos 80, quando ficou clara sua falta de competitividade neste setor. A GM nunca se recuperou plenamente da invasão japonesa. Nem mesmo com proteção do Estado e copiando o que podia das técnicas toyotistas. No mês passado, a GM foi nacionalizada por inviabilidade de seu modelo de negócio e falta de fôlego para mudar. Mas as técnicas japonesas são como um estilingue perto do poder de destruição dos baixos custos de manufatura chineses e indianos e seu carro de US$ 2 mil. Oscustoschineseseindianossãoaindauma ameaça pequena perto do carro elétrico. Quem já abriu o capô de um carro elétrico não ficará surpreendido com essa afirmativa. Sãopoucaspeças.Nãorequerascaraspeçasde transmissão mecânica, injeção, refrigeração e lubrificação. O motor elétrico custa uma fração de um motor a combustão. Resolvido o problema da bateria - em breve -, o carro elétrico custará menos que os carros convencionais, terá custo de abastecimento muito menor, desempenho superior em torque e sem barulho. Deve ainda contar com incentivos governamentais por razões ambientais. Para complicar as coisas,oschinesesestãonavanguarda,comoprimeirocarro elétrico de baixo custo em operação comercial.

A nova indústria automobilística ainda está para ser construída. Esta é a hora de entrar. Algumas empresas de energia brasileiras já estão fazendo testes superficiais com carros elétricos. Mas é pouco

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A indústria automobilística tal como vemos hoje estará enterrada em 15 anos

A indústria automobilística tal como vemos hoje estará enterrada em 15 anos. Muitas empresas sucumbirão em razão da depreciação de seus ativos. Os governos mais uma vez salvarão suas marcas nacionais, para salvar o próprio futuro. Enquanto se adaptam ao carro elétrico e aos asiáticos, serão estatais, paraestatais ou viverão às custas dos Estados. A nova indústria automobilística ainda está para ser construída. Esta é a hora de entrar. Algumas empresas de

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energia brasileiras já estão fazendo testes superficiais com carros elétricos. Mas é pouco. O carro elétrico significará impactos profundos nas exportações brasileiras, muito dependentes de uma em breve anacrônica cadeia metalmecânica. O governo precisa urgentemente de um programa para sua fabricação, o que pode ser a chance de se ter uma marca brasileira. Isso é o futuro. O ocaso da GM é uma oportunidade única em um século. A solução alemã para a filial europeia pode servir de inspiração

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Quando o tempo fecha, é importante saber onde vai chover. NEGÓCIOS & FINANÇAS

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Bayer: ação social em foco Por Márcio Meneses Repórter de Brasil Sempre

I n s t a l a d a h á m a i s d e 50 a n o s e m u m a d a s re g i õ e s m a i s c a re n te d o R i o d e J aneiro, a empresa B ayer S. A, destaca - se nas comunidades e bairros da B aixada F l u m i n e n s e q u a n d o o a s s u nto é re s p o n s a b i l i d a d e s o c i a l . D o s 20 p ro j e to s que a empresa tem espalhados B rasil afora , cinco estão em funcionamento no município fluminense de B elford R oxo – o que representa um total de cinco mil crianças e jovens diretamente beneficiados .

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esponsabilidadesocialesustentabilidadesãoparteintegral da política corporativa e missão da Bayer. Focado em quatro pilares de atuação, Ciência, Necessidades Básicas, Meio Ambiente e Cultura/Esportes, o compromisso da empresa com estes conceitos é comprovado pela participação do grupo em diversas iniciativas e projetos pioneiros. No Brasil, um de seus principais projetos nesse âmbito é a Escola de Futebol da Empresa, fundada em 1993, localizada ao lado do Parque Industrial de Belford Roxo. Apenas crianças e jovens que comprovem frequência e boas notas na escola podem participar do projeto. Além do treino de futebol, a Escola de Futebol oferece aos jovens aulas de português, redação e informática. Ser um grande jogador de futebol é o sonho de muitas crianças no Brasil e no mundo - e os jovens de Belford Roxo não sonham diferente. A prova é Matheus de Paula Lacerda, 12 anos, morador do Bairro de Sargento Roncalli, que alme-

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ja ser goleiro e faz o seu terceiro teste na equipe de futebol masculino da Bayer. Em 2008, a Bayer formou sua primeira equipe de futebol feminino. São 30 meninas escolhidas para a categoria Sub20 (menores de 20 anos). O interesse das meninas foi despertado pela expansão do futebol feminino e o desempenho das jogadoras brasileiras em competições internacionais. O principal objetivo desse projeto é incentivar a educação para formar cidadãos. O reforço escolar dos jovens atletas é resultado de parceria feita entre a Bayer e a Associação Brasileira de Ensino Universitário (UNIABEU). “A grande questão é que, além doreforçoescolar,nósqueremosresgataroviésdacidadania. Como vamos fazer isso? Primeiramente devemos dar todo suporte que o projeto e a Bayer propõe, para que possamos desenvolvermelhoroprocessodecomunicação,easquestões básicas com o apoio da matemática”, explica Marcelo Maria-

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no Mazzi, gerente de Extensão e Responsabilidade Social do UNIABEU. O resgate da cidadania

Outro projeto que a empresa desenvolve na Baixada Fluminense é a ‘’Olimpíada da Cidadania’’, competição patrocinada pela Bayer desde 1995, entre os meses de outubro e novembro. A iniciativa reúne aproximadamente 8.000 atletas – entre portadores e não portadores de necessidades especiais – de vários municípios do Estado do Rio de Janeiro. A Olimpíada é organizada pela ONG Sublime e a Associação Regional de Desporto de Deficientes Mentais (ARDEM - RJ). Domesmomodo,outraatividadeseguecomoreferência, porém, na área de educação ambiental. É a “Escola Verde”, programa que conscientiza estudantes de escolas públicas e privadas a preservar o meio ambiente com foco para o reaproveitamento de lixos domésticos, plantio de mudas para o reflorestamentoeconservaçãoambiental.Adinâmicada“EscolaVerde”consiste na visita de alunos a uma área verde com mais de 170 mil m2, localizada ao lado do Parque Industrial da Bayer. Durante a trilha, os estudantes são acompanhados por um biólogo, que explica os problemas causados pelo aquecimento global. OutravertentedaaçãosocialquetambémchegouaBelford

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Roxo é o Programa de Atenção e Orientação à Saúde Sexual e Reprodutiva(ATO).Implementadoem1993pelaScheringdo Brasil, empresa adquirida pelo Grupo Bayer em 2006, o projetoofereceorientaçãoparaadolescentessobreresponsabilidade sexual,métodoscontraceptivoseplanejamentofamiliar.Mais de 1,6 milhão de jovens e aproximadamente 200 mil adultos jáparticiparamdasatividadespromovidaspeloprogramaem todo o Brasil. No município da Baixada, o programa chegou em 2006 e representa uma valiosa oportunidade de acesso a informações sobre educação sexual. Para incentivar e garantir o reforço escolar e a frequência em aulas nas escolas, a Bayer criou o Reforço Alimentar. Diariamente, cerca de 2.300 crianças, entre 2 e 14 anos, de 26 associações de moradores e creches comunitárias de Belford Roxo recebem o fornecimento de sopas instantâneas (carne, canja, ervilha, feijão, legumes, macarrão). SegundoCristianeGuedes,coordenadoradoprojetoNova Esperança, localizado no Centro de Belford Roxo, as refeições doadaspelaBayertêmmelhoradoaconcentraçãodascrianças em sala de aula em sua creche. De acordo com Arturo Rodriguez, coordenador de Comunicação da Bayer, o objetivo da empresa é contribuir efetivamenteparaodesenvolvimentodacidadaniaeeducação dascriançasejovensexpostosaumasociedadecadavezmais violenta.

Responsabilidade social e sustentabilidade são parte integral da política corporativa e missão da Bayer. o objetivo da empresa é contribuir efetivamente para o desenvolvimento da cidadania e educação das crianças e jovens expostos a uma sociedade cada vez mais violenta

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De olho nos stakeholders

Paraconstituirumdiálogodemocráticocomrepresentantes de vários setores da sociedade (Comunidades de Belford Roxo e de São João de Meriti, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Defesa Civil, Polícia Militar, Poderes Executivo e Legislativo e universidades), a Bayer criou o Conselho Comunitário Consultivo. Os encontro são feitos a cada dois meses. O Consellho pauta os assuntos sugeridos pelos membros. O objetivodaempresaémelhorarocanaldecomunicaçãocom a comunidade em geral. “É fundamental para a empresa trabalhar com equilíbrio entre três pontos importantes: desenvolvimento sustentável, desenvolvimento social e econômico. Como qualquer empresa, também buscamos o retorno econômico. Em nível mundial, a Bayer vem trabalhando bastante. Nós estamos com um projeto interno cujo objetivo até 2010 é investir 1 bilhão de euros no mundo. A empresa fez um mapeamento de todas suas emissões, e em cada divisão (Bayer CropScience, Bayer MaterialScience, Bayer HealthCare) a mesma tem uma meta em reduzir as emissões”, observa Rodriguez.

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A Olimpíada da Cidadania’’, competição patrocinada pela Bayer desde 1995, reúne aproximadamente 8.000 atletas

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Histórico no Brasil

A Bayer está no Brasil desde 1896, ano em que foi fundada a primeira representante dos produtos da empresa no país. Pouco tempo depois, em 1911, a primeira firma de representação comercial própria da Bayer foi criada, passando a responder por toda a distribuição dos produtos no mercado brasileiro. Em 1958, há 50 anos, o ex-presidente brasileiro

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Juscelino Kubitschek e o ex-presidente da Bayer, Prof. Ulrich Haberland, inauguraram o Parque Industrial de Belford Roxo, a primeira instalação de produção da Bayer no Brasil. Com produção anual de 150 mil toneladas de produtos para a agricultura e matérias-primas básicas para poliuretano, o site reúne a única fábrica de MDI - um dos componentes para formulação do poliuretano - da Bayer MaterialScience na América do Sul e a segunda maior unidade de formulação de inseticidas, fungicidas e herbicidas da Bayer CropScience em todo o mundo. Além disso, neste site funciona a única fábrica de resina alifática poliuretânica da América Latina, matéria-prima utilizada na formulação de vernizes para as indústrias da construção civil, moveleira e automotiva. A Bayer, emconjuntocomasempresasparceirasinstaladasnoParque Industrial de Belford Roxo, é a maior geradora de empregos de Belford Roxo, cidade de 500 mil habitantes. Com 3.300 colaboradores, a empresa tem no Brasil outros três sites de produção, todos da Bayer HealthCare, divisão de Cuidados com a Saúde, localizados em São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS).

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Indústria fluminense avança na gestão ambiental

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conscientização sobre a impor tância da preser vação do meio ambiente e o conceito de

desenvolvimento sustentável estão consolidados nas indústrias fluminenses .

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o que mostra

Pesquisa G estão A mbiental pelo S istema FIRJAN, sondagem que abrange um universo de 374 empresas do R io , coordenada pelas G erência de E studos e P esquisas (DDE / GPE) e de M eio A mbiente (DIM / GMA) do S istema FIRJAN. A iniciativa está prevista n o M a p a d o D e s e nvo l v i m e nto d o E s t a d o d o R i o d e J a n e i ro , d o c u m e nto e l a b o ra d o p e l a F e d e ra ç ão co m d i re t r i ze s para a mel hor ia da q u alidade de vida do e stado até 2015. A principal conclusão da P esquisa é de que há , em todo o E stado , uma tendência de melhoria no relacionamento entre o setor ambiental e órgãos ambientais . a quinta edição da

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amostra foi definida com representatividade estatística por porte, considerando o número de colaboradores das companhias: grande (500 ou mais), num total de 63 empresas; médio (100 a 499), que somaram 119; ou pequeno (10 a 99), reunindo 192 participantes. Os resultados foram analisados em perspectiva com a série histórica das demais pesquisas, de modo a possibilitar uma comparação evolutiva. Neste sentido, deve-se destacar que todasasconsultadassouberamresponderarespeitodosprincipais aspectos ambientais relacionados às suas atividades, evidenciandoofortalecimentodaconscientizaçãoambiental nas indústrias do estado. Os resíduos sólidos não perigosos seguem como o mais relevante deles, apontados por 66,6% das entrevistadas. Na sequência, vêm as vibrações e os ruídos, com 42,5% de citações, passando da quarta à segunda colocação e superando as menções a efluentes e uso intenso de energia ou combustível. As referências a resíduos sólidos não perigosos aumentaram significativamente para as grandes (79,4%) e médias empresas (79%), em relação às pequenas (54,7%); assim como os efluentes, 58,7% e 51,3%, respectivamente - percentual bem maior que o verificado nas de menor porte (25,5%).Jáosresíduossólidosperigososforamindicadospor 41,3% das grandes, 27,7% das médias e 4,2% das pequenas indústrias. Na Bayer, a diminuição de geração de resíduos é uma das principais preocupações na área ambiental.“Entre as medidas que a Bayer vem implementando com vistas a aprimoraragestãoambientalpodemosdestacaradiminuição da geração de resíduos. Julho/agosto/setembro 2009

A redução de água potável por meio do tratamento da água do Rio Sarapuí transformando-a em água de processo, além do reúso da água de forma geral também são ações importantes. Estamos aprimorando, ainda, o sistema de tratamento de emissões gasosas”, disse Everton Ferreira, gerente de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade da Bayer. A falta de recursos financeiros (11%) e de conscientizaçãoambientaldepessoal(10,7%)constituíramasprincipais dificuldades para a melhoria ambiental nas empresas no ano passado. Chamou a atenção a queda registrada nas citaçõesdosfatores“obtençãodelicenciamentonosórgãos públicos” (52,9%) e “burocracia dos órgãos responsáveis” (68,9%). À indagação sobre a existência de projetos ou empreendimentos em implantação atrasados devido a questões ambientais, 89,8% declararam não existir problemas desse tipo. Quanto ao tempo requerido na obtenção de licenças, 42,9% afirmaram ter levado menos de um ano, um aumento de 11 pontos percentuais em relação a 2007. Ao mesmo tempo, o percentual de empresas que demoraram mais de cinco anos para conseguir licenciamento caiu de 13,2% na pesquisa anterior para apenas 7,5% em 2008. Um total de 54% garantiram nunca ter tido dificuldades no relacionamento com os órgãos ambientais do governo. “Esses resultados somam-se à tendência apontada nesta Pesquisa de que a obtenção das licenças ambientais nos órgãos públicos vem se tornando relativamente mais simples”, explica Marilene Carvalho, diretora de Inovação e 39


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Ao longo de 2008, 59,9% das empresas pesquisadas investiram na área ambiental, o menor patamar desde 2005, sendo 85,7% efetuados nas grandes, 72,3% nas médias e apenas 43,8% nas pequenas

Meio Ambiente do Sistema FIRJAN. Entre as indústrias que encontraram dificuldades, a maior parte delas, independentementedoporte,referiu-seà demoranaanálisedepedidosouações. No que concerne ao tema fiscalização, continua baixo o número de empresas autuadas ou multadas por falta de licença ambiental. Das empresas que declararam não possuir licença, 86,5% nunca foram fiscalizadas. Esse número é semelhante ao encontrado no ano anterior (87,1%). Investimentos e informação

Ao longo de 2008, 59,9% das empresaspesquisadasinvestiramnaárea ambiental, o menor patamar desde 2005, sendo 85,7% efetuados nas grandes, 72,3% nas médias e apenas 43,8% nas pequenas. Em compensação, aumentaram as expectativas de investimento para os próximos 12 meses entre 76,4% do universo consultado,omaiorpercentualdesde 2005. “Além disso, a proporção de empresas que destinaram mais de 10% do total de seus investimentos à área ambiental cresceu de 8,1% para 10,3%, ratificando a tendência de alta nas demais pesquisas”, avalia Luis Augusto Azevedo, gerente de Meio Ambiente do Sistema FIRJAN. Em relação ao grau de conhecimento sobre questões vinculadas à área ambiental, à Feema e ao Ibama, órgãos ambientais estadual e federal, foram os itens que registraram maior retorno: 50,5% e 46,3% afirmaram estar bem informados sobre eles. Mas 40

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A falta de recursos financeiros (11%) e de conscientização ambiental de pessoal (10,7%) constituíram as principais dificuldades para a melhoria ambiental nas empresas no ano passado

68,2% e 50% dos entrevistados, respectivamente, não sabem ou sabem muito pouco sobre os temas “Comitês de Bacia” e “outorga para uso da água”. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) também é pouco conhecido entre os participantes - 16,6% asseguraram estar bem informados e outros 25,4% apenas têm uma ideia sobre o assunto. A Pesquisa Gestão Ambiental 2008 trouxe uma nova seção,paralevantamentosobreousodosrecursosnaturais. Os mais utilizados pelas empresas foram energia elétrica (89,8%), água (82,9%) e combustíveis fósseis (25,4%). Um total de 65,8% do segundo grupo promoveu campanhas de conscientização dos funcionários sobre a importância da utilização racional da água, enquanto 64% do primeiro adotaram o mesmo procedimento em relação à energia elétrica, insumo relevante devido ao seu custo, incluindo o estabelecimento de metas de redução de seu uso por 40,8% das entrevistadas. Apenas 10,4% das consultadas disseram ter explorado fontes renováveis em 2008, como biomassa (24,4%), energia solar (22%) e energia hídrica (19,4%). No Sul Fluminense, a Quimvale está apostando Julho/agosto/setembro 2009

em fontes renováveis de energia.“Nosso principal projeto de gestão ambiental é a substituição do uso do gás natural pela biomassa na produção de vapor na caldeira. Isto é trocar combustível fóssil por renovável”, explicou o sócio Rubens Muniz. As indústrias também responderam perguntas sobre a geração e o tratamento de resíduos. Os resíduos sólidos lideraram o ranking de geração nas entrevistadas (82,9%), seguidos por efluentes líquidos (39,8%), os ruídos e vibrações (37,7%) e as emissões atmosféricas (18,4%). No tratamento dos resíduos sólidos, destacou-se a utilização da coleta seletiva (46,1%). O estabelecimento de metas de reciclagem também foi relevante, sendo utilizado por 41,9% das empresas. A manutenção de unidades próprias de tratamento, mencionada por 57,7% das empresas, e o monitoramento com indicadores (24,2%) foram os pontos mais significativos no tratamento dos efluentes líquidos. Já em relação às emissões atmosféricas, as ações mais desenvolvidas consistiram em monitoramento com indicadores (36,2%) e processos para diminuir a geração das mesmas. 41


sustentáveis

CPFL Energia investe para otimizar recursos hídricos A preocupação em garantir água de melhor qualidade, sem desperdício de energia e com um custo mais baixo é uma constante nas distribuidoras do Grupo CPFL Energia. Por conta disso, o Programa de Eficiência Energética da CPFL já investiu mais de R$ 11 milhões nos últimos doze meses. A intervenção do programa tornou mais eficientes os sistemas de abastecimento de água (DAEs e SAEs) de muitas cidades da área de atuação das distribuidoras CPFL Piratininga e CPFL Paulista. A CPFL faz um diagnóstico dos sistemas existentes e elabora os projetos. A eliminação de motores e bombas ultrapassados e a instalação de novos painéis de comandos, além de equipamentos elétricos com tecnologia mais avançada, contribuem para reduzir o consumo e evitar o desperdício de energia. “Sistemas de abastecimento mais eficientes contribuem com a melhoria da qualidade de vida da população do município, além de reduzir o desperdício de água e energia”, observa Carlos Augusto, gerente da divisão de Projetos Especiais, responsável pelo Programa de Eficiência Energética. Os investimentos são viabilizados graças à parceria entre as divisões de Poder Público e Projetos Especiais. O encaminhamento é feito através dos gerentes de Poder Público que identificam os beneficiados. “As obras de eficientização funcionam como ferramenta de relacionamento com as prefeituras e autarquias públicas”,

avalia Devanir Mantoani Jr., gerente da divisão de Poder Público. Cidades que receberam os R$ 11 milhões em investimentos no ciclo 2008/2009: Bauru, São José da Boa Vista, Bady Bassitt, Sumaré, Valinhos, Cristais Paulista, Igaraçu do Tiete, Torrinha, Ubarana,Olímpia, Viradouro, Ituverava, Batatais, Guaraci, Jaboticabal, Marília, Orlândia, Penápolis, Taquaritinga, Brodowski, Jardinapolis, Cafelândia, José Bonifácio, Potirendaba. Ipiguá, Ocauçu, Vaparaiso, Guarantã, Cedral, Jaci, Monte Azul Pta., Rafard, Bebedouro, Aramina, Mairinque, Indaiatuba, Louveira e Vinhedo. Até o final de 2010, já estão previstos mais R$ 10 milhões em investimentos para conclusão das obras em andamento.

LIBRA: Inclusão pela cultura O Grupo Libra, um dos maiores operadores portuários do país, levou erca de 700 crianças de Santos para seu primeiro concerto de música clássica. É o “Concerto da Juventude Santos”, com a Orquestra Sinfônica Brasileira, que acontece dia 24 de setembro no Teatro Coliseu. A ideia é investir na formação de plateia para música clássica, com vistas à democratização da cultura,

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dentro da diretriz de sustentabilidade do Grupo. Além da apresentação musical, a programação contará com palestras do professor Leonardo Sá, musicólogo, linguista e professor, colaborador dos programas educativos da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira. Esta é a primeira edição do projeto, que deve ser implementado no Rio em 2010.

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A Petrobras vai colocar em operação, a partir de março de 2010, unidades móveis de reúso de água instaladas em carretas para percorrer as unidades de refino da empresa e fazer avaliação das diversas tecnologias que estão sendo testadas em projetos piloto para as seis refinarias da empresa em todo o país, além do Cenpes - Centro de Pesquisas, no Rio de Janeiro. A informação foi dada em Recife pela gerente de Biotecnologia e Tratamentos Ambientais do Cenpes, Vânia Santiago, durante o Seminário Especial de Tratamento e Reúso de Efluentes Industriais, realizado em 22 de setembro, rante o 25º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, promovido pela ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental no Centro de Convenções de Pernambuco. O objetivo é acelerar o plano de implantação de novas tecnologias e processos, até 2012, de tratamento e reúso de água em todas as refinarias da empresa e no Centro de Pesquisas (CENPES), com vazões que variam de 60 m3/hora (Cenpes) a 1.250 m3/ hora no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), na cidade de Itaboraí. Vânia Santiago explicou que atualmente a água utilizada nas refinarias é tratada dentro da própria unidade, reduzindo sensivelmente o custo, que é da ordem de R$ 1,00 por metro cúbico. Essa estratégia da Petrobras, explicou, não visa retorno financeiro, mas facilitar a outorga e reduzir custos. Segundo ela, indústrias que pagam pela água tratada que recebem acabam tendo um custo maior.

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NOKIA É A EMPRESA DE TECNOLOGIA MAIS SUSTENTÁVEL DO MUNDO, SEGUNDO ÍNDICE DOW JONES A Nokia, líder mundial em mobilidade, é a companhia de tecnologia mais sustentável do mundo, de acordo com a 10ª edição do renomado índice de sustentabilidade Dow Jones, divulgado hoje. Classificada como líder nas categorias “Comunicações” e “Europa” em edições anteriores da premiação, em 2009 a Nokia foi escolhida também como “Líder Mundial do Setor de Tecnologia”, tornando-se a marca número um em sustentabilidade do segmento de TI. O índice Dow Jones, respeitado em todo o mundo, estuda a maneira como as principais corporações globais estão integrando práticas sustentáveis em seus negócios. Avaliando 2,5 mil companhias em 50 países, o ranking é legitimado por renomados investidores institucionais. “O fato de termos alcançado a primeira posição representa uma conquista excepcional. Ela reflete o compromisso sólido e contínuo dos funcionários da Nokia com práticas de mercado sustentáveis. Permanecemos comprometidos em atuar nesta área, pois o desempenho com responsabilidade não é apenas a maneira certa de agir, mas a melhor para os nossos negócios”, diz Rick Simonson, vice-presidente executivo e CFO da Nokia. A Nokia tem integrado atividades sustentáveis em suas atividades por mais de uma década e a companhia se preocupa com o ecossistema na fabricação de todos os seus aparelhos móveis, reduzindo assim impactos ambientais no uso de embalagens, consumo de energia, materiais e processos de fabricação e reciclagem. A empresa atua em parceria com diversos órgãos do setor público, ONGs e grupos voluntários, visando tirar proveito da tecnologia para promover ações ambientais, sociais e econômicas. Alguns dos projetos mais recentes incluem o desenvolvimento de softwares móveis usados na área de saúde para auxiliar na monitoração e combate ao surto de doenças no Brasil, e a utilização de aparelhos e conexões móveis para oferecer acesso a materiais didáticos para crianças em áreas desprivilegiadas do Brasil, Filipinas e África do Sul. Como parte de sua estratégia de mudança climática, a Nokia tem trabalhado na redução do consumo de energia e no aumento da eficiência de seus negócios. Entre as ações estão: diminuição de viagens, investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de energia renovável e acréscimo do uso de eletricidade verde, que já representa 25% de toda a energia que a companhia consome. A Nokia construiu ainda uma rede de escritórios de baixo consumo de energia e trabalha com toda a sua rede de fornecedores para desenvolver altos padrões de comportamento responsável social e ambientalmente

sustentáveis

Petrobras avalia novas tecnologias de tratamento e reúso de água em refinarias

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sustentáveis Grupo Pão de Açúcar vence Prêmio FECOMERCIO DE SUSTENTABILIDADE NA CATEGORIA GRANDE EMPRESA O Grupo Pão de Açúcar foi o vencedor do 1º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, entregue em 23 de setembro pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) na categoria Grande Empresa com o projeto s u p e r m e rc a d o ve rd e, em Indaiatuba, interior de São Paulo. Com um apor te de R$ 7,5 milhões, a rede criou o primeiro supermercado verde da América Latina, que segue padrões de sustentabilidade na oferta de produtos, infraestrutura adequada para economia de energia e de recursos naturais, estacionamentos para carros biocombustíveis, e de bicicletas, além de gestão de resíduos. “As próximas unidades lançadas a partir do ano que vem seguirão os princípios das lojas verdes”, afirma Hugo Bethlem, vice-presidente executivo do Pão de Açúcar, que recebeu das mãos do presidente da Fecomercio, Abram Szajman, o cheque de R$ 15 mil, que segundo Bethlem, será doado para o Instituto Pão de Açúcar. “O Brasil precisa crescer, sobretudo, incorporando a dimensão da sustentabilidade socioambiental à sua cultura. Só assim construiremos um futuro de paz e um planeta de todos”, diz Abram Szajman, presidente da Fecomercio. O presidente do Conselho de Estudos Ambientais da Fecomercio, o professor José Goldemberg, explica que o varejo tem um papel decisivo no fortalecimento da cultura sustentável, pela sua proximidade com o consumidor final. “Há um reconhecimento de que é preciso redirecionar o desenvolvimento dos países em direção à sustentabilidade, movimentando-nos

para uma economia mais verde e há dois caminhos para que isso aconteça: ou mudam-se os padrões de consumo da população, ou se desenvolvem novos padrões de tecnologia”, diz Goldemberg. Porém, novas tecnologias demoram a ser desenvolvidas e às vezes são problemáticas, diz o professor. “O que funciona é mudar o padrão de consumo e não são as indústrias que farão isso. Quem está em contato com o usuário é o varejo, que ao adotar novos padrões – como eliminar o uso das sacolas plásticas – influencia a população a criar novos hábitos”, completa Goldemberg. O Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, lançado no ano passado em comemoração aos 70 anos da entidade, premiou também outras categorias. Como Pequena e Média Empresa, venceu a Editora MOL, com a revista “Sorria”, que tem por objetivo captar recursos para a construção de um novo hospital para o GRAAC - Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), bem como mobilizar a sociedade em torno da causa do câncer infanto-juvenil. Na categoria Micro Empresa, o vencedor foi o Projeto Terra, com o programa “A vitrine do comércio solidário”, que revende produtos economicamente viáveis e ecologicamente corretos elaborados por Organizações Não-Governamentais (ONGs), entidades filantrópicas, comunidades carentes, e por pessoas ou empresas que utilizam materiais reciclados e madeiras redescobertas ou com o selo FSC (Selo Verde). Hoje, a empresa já fatura cerca de R$ 143 mil por ano. Informações para esta coluna: kelly@insightnet.com.br

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sustent谩veis

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Conjuntura Econ么mica

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n the sustainability map, the distance between Kyoto and Copenhagen must not be measured in miles, but in CO2-equivalent volumes. Twelve years after the Kyoto Protocol was signed, the main challenge of the 15th Global Climate Change Conference will be to go to depths the treaty hasn’t managed to, making further progress with regard to greenhouse gas reduction mechanisms and goals. In this edition’s cover story, Ernesto Cavasin, manager of Corporate Sustainability Solutions of PricewaterhouseCoopers in Brazil, will guide us through the Post-Kyoto Era, which, in a few words, means taking a peak at the future of humankind. The future is also the focus of the article written by economists Gustavo A.G. dos Santos and Rodrigo Medeiros, where they defend the creation of a domestic automobile industry based on electric car manufacturing. The proposal is noble: it combines an industrial project that’s strategically relevant for the country with the possibility of reducing carbureted automotive lines, which would have a strong environmental impact. The good news goes on to the relationship between companies and public agencies in the environmental area, marked by notorious disputes between the parties. A survey performed by the Federation of Industries of Rio de Janeiro (Firjan, Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) reveals a significant improvement in the relationship between corporations and environmental authorities. An understanding between these parties means an improvement for everyone. In this issue, we have interviewed Inguelore Scheuneman, consultant of the Iberoamerican Science and Technology Program for Development. She’s one of the most well-respected Brazilian experts in the international environmental community. Among other things, Inguelore highlights the technological exchange among European and Latin American countries with the purpose of preserving natural resources. In turn, Rio de Janeiro’s Secretary of Economic Development, Energy, Industry and Services, the tireless Júlio Bueno, reveals how the state has been managing to find a balance between economic growth and sustainability in its main projects. Still in Rio de Janeiro, let’s turn the page to meet this edition’s Citizen Company. With deep roots in the municipality of Belford Roxo, where it has operated for half a century, Bayer runs one of the most important social works in Baixada Fluminense. Good sustainability practices are actual sustainability practices.

http://www.insightnet.com.br/brasilsempre responsible director

C arlos Pousa

senior editor

R enê G arcia J r. executive editor

K elly N ascimento

graphic project

A ntônio S eara

graphic production

R uy S araiva

desktop publishing

M arcelo Pires S antana cover picture

M arcelo C arnaval editorial council

Paulo H enrique C ardoso (President ) A spásia C amargo E liezer B atista Felix de B ulhões V R aphael de A lmeida M agalhães Brazil Forever is published in association with Insight Engenharia de Comunicação & M a r ­k e t i n g L t d a . a n d t h e I n t e r n a t i o n a l C e n t e r for Sustainable Development from the Getulio Vargas Foundation’s School of Public and Business Administration (Cids/Ebape/FGV).

Insight Engenharia de Comunicação e Marketing R io de J aneiro

Rua Sete de Setembro, 71 / 13o e 14o andares, Centro, Rio de Janeiro, RJ CEP 20050-005. Tel.: (21) 2509-5399 insight@insightnet.com.br

S ão P aulo

Rua Sansão Alves dos Santos, 76 / 7 o and., Brooklin, São Paulo, SP CEP 04571-090, Tel.: (11) 5502-3842 clementeinsight@uol.com.br

Cids/Ebape/FGV C entro I nternacional de D esenvolvimen to S ustentável da E scola B rasileira de A dministração P ública e de E mpresas da Fundação Getulio Vargas Praia de Botafogo, 190, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ CEP 22250-900, Tel.: (21) 2559-6042 mramos@fgv.br

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quarterly publication J uly /A ugust /S eptember 2009

Carlos Pousa responsible D irector

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All essays edited in this publication may be quoted, as long as the information source is mentioned. The authors are entirely liable for the contents of the signed articles, which do not necessarily reflect the opinion of the magazine.

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SUMMARY

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CHALLENGE

Working for a more sustainable Rio

Rio de Janeiro is going through a fruitful investment cycle, which leads to a silent socioeconomic transformation that’s already in course. The many billion reais injected in the economy by public and private projects–Arco Metropolitano, PAC Social, Comperj, Porto do Açu, ThyssenKrupp CSA Companhia Siderúrgica–will not only consolidate the state as the national leader in oil and gas production, but also make Rio the country’s main iron metallurgy and basic petrochemical producer, offering excellent infrastructure and logistics for companies that are already operating and those interested in establishing operations in our territory. Julio Bueno

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INTERVIEW

A new perspective on sustainability

Inguelore Scheuneman, consultant of the Iberoamerican Science and Technology Program for Development (CYTED,) sees sustainable development through the eyes of science. And on several fronts, too. The most recent one was in the Bioatlântica Institute, an organization that aims at conserving and restoring the Atlantic Forest and related ecosystems. On a larger scale, it gets European and Latin American countries together in an effort to transfer technologies for innovation. In the interview that follows, she’ll help us understand the new sustainability concept that has been arising from global debates.

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CLIMATE CHANGE 1

Copenhagen: headed towards a climate maze

The world is getting ready to yet another meeting among government leaders to discuss a solution to the climate puzzle that terrifies us so much. From the first Climate Change Conference (COP 1), held in Berlin, in 1995, to COP 15, that will take place in Copenhagen, in December, more worries than solutions have come up. Kelly Nascimento

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CLIMATE CHANGE 2

COP 15: the beginning or the end of the fight against climate change?

In November 2006, during the Nairobi Climate Conference (COP 12,) Koffi Anan, then Secretary General of the United Nations, called the world to fight climate change and emphasized the need to advance in the debates about the future of the Kyoto Protocol. The Executive Secretary of the United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC ) then came up with a schedule so that, by December 2009, the model to be used to continue and “toughen” the fights against global warming would have been defined. Ernesto Cavasin

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TRANSPORTATION

electric cars and future of brazil

process that includes agreement with creditors, spin-off and nationalization. Turning private into state companies has always been taboo in the USA. To understand that, we must understand the industry’s significance. Gustavo A. G. dos Santos and Rodrigo Medeiros

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CITIZEN COMPANY

Bayer: focus on social actions

Bayer S.A. has been located, for over 50 years, in one of the poorest regions of Rio de Janeiro. When it comes to social responsibility, the company stands out in the communities and districts of Baixada Fluminense. In Brazil, the company runs 20 projects, five of which are in the municipality of Belford Roxo. Five thousand children and teenagers benefit directly from such projects. Márcio Meneses

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INDUSTRY

Industries in Rio de Janeiro make progress in environmental management

Awareness about environmental preservation and the concept of sustainable development have been consolidated among Rio de Janeiro’s industries. These are the findings of the fifth edition of the FIRJAN System’s Environmental Management Research, a survey that encompasses 374 companies in Rio.

The financial crisis has led GM to a

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Working for a more

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he investment trend, together with the improved business environment promoted by the State Government, sheds a new light on Rio’s dynamism. In terms of economic development, three major changes have occurred: Investe Rio has gained strength, and today has R$1 billion to finance micro, small and medium companies; Codin was restructured to focus on advisory services for investors and city administrations; and the Board of Trade is going through a major modernization and streamlining process. As a result, the economy has started showing signs that the deterioration of the past decades is being reversed. There has been an improvement in life quality, and nothing matters more for that as the creation of formal jobs. 48

Surveys performed by the Ministry of Labor and Employment (Caged) and IBGE (IBGE’s Monthly Employment Research) show that the state and Metropolitan Area of Rio de Janeiro have been showing results above the national average. Even in the months following the international economic crisis, the state has been recording a positive balance of formal job opportunities. Part of the job generation phenomenon is related to another major economic strength indicator: the opening of new companies that, between January and August 2009, has exceeded by about 20% the results recorded for the same period in 2008. That’s a revolutionary fact because it shows a different perspective for our economy, by increasing formal entrepreneurship in the state. July/august/september 2009


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The basic concept of rational energy use provides about a preservation-focused behavior and the search for more efficient energy means for each purpose

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The fight for economic recovery is hard, must be fought everyday, and is a long-term effort. Assuring the endurance of this process is one of the greatest challenges faced by the Sergio Cabral Administration, which has been providing private companies with an attractive business environment with clear, transparent rules. The Government has been making more public investments, as well as improving expense and management efficiency, essential for the state to experience a sustainable economic development cycle. To that end, the State Government has an eye on the two sides of the coin of economic growth, since investments imply bonuses and burdens. In this sense, and while the large undertakings mentioned above are being installed, the Projeto Gêmeos, a group made up of public workers who follow up on the progress of these projects, was created. The team has to work to minimize the process’s negative impacts and maximize its positive impacts on all aspects, including infrastructure and environment. In January this year, in another initiative, the State Government finished a survey regarding the implementation of new projects in the Sepetiba Bay area. A total of nine undertakings–eight private and one public–for iron ore export terminals were analyzed. Six were approved,

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three denied and two shipyards were also approved. Consequently, Rio has made way for the distribution of about 250 million tons of ore per year, practically doubling the country’s current capacity, and for the consolidation of Rio de Janeiro’s naval industry. The strict analysis was performed by a workgroup coordinated by the State Secretariat of Economic Development (Sedeis, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico) and made up of the Environment and Transportation Secretariats, Firjan, Antaq and Companhia Docas do Rio de Janeiro. The team concluded that six terminals (Petrobras, Usinminas, CSN, LLX, Gerdau and Docas,) located in Itaguaí, were interesting for the state, and denied approval for the other three, that would be located in Mangaratiba (Brazore, Ferrous Resourcers do Brasil and BHP Billiton.) The shipyards were also approved. The workgroup considered each project’s environmental, social and economic aspects. Based on this analysis, a weighed matrix was created to record the score of each undertaking. The ones with the lowest scores were denied. The Government understands that most of the current investments refer to 20th Century industries, and the current process is required to help find alternatives for Rio

Another piece of good news in the energy area is the construction of the first wind energy generation park in Rio de Janeiro, Gargaú Energética S.A

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de Janeiro’s economy, leveraging 21st Century industries. With that in mind, Sedeis came up with the program “Rio beyond oil,” together with the Institute of Studies on Labor and Society (IETS, Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade) and the Brazilian Institute of Petroleum, Gas and Biofuel (IBP, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.) The program organizes a series of debates on Rio’s current socioeconomic scenario, paths to follow for economic development and alternatives to the oil industry itself. The project shows that Rio’s society is mature, and the Government is providing the support needed to improve the life quality of its citizens, having the private sector as a partner, taking responsibilities and participating more actively in this fight. On another front, the Government has implemented the State Program for the Rationalization of Energy Use (Proren, Programa Estadual de Racionalização do Uso de Energia.) The initiative originated from the work of Rio de Janeiro’s Special Energy Management Committee, a group coordinated by Sedeis that brings together the main agencies and companies from the energy and environment segments, as well as entities representing the main consumers. Its purpose is to assure the state’s energy efficiency and mitigate environmental impacts. The basic concept of rational energy use provides about a preservation-focused behavior and the search for more efficient energy means for each purpose. The program’s guidelines aim at assuring energy safety and sustainable growth; minimizing energy costs; rationally using energy with lower environmental impact; maximizing revenues related to the state’s energy sources; and helping increase the number of jobs and raise incomes. In the industrial area, knowing corporate manufacturing processes might be the most effective way to reduce consumption. This implies an analysis on how the companies are using gas and electricity. The main problem faced by small and medium companies is to obtain funding for purchasing efficient equipment. Because of that, Investe Rio (the State Development Agency) is developing specific mechanisms that will be used to transfer resources, and Rio de Janeiro’s Energy Efficiency Fund, approved by Alerj last week, will be created. Proren’s actions have led Michelin and Petrobras Dis-

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tribuidora (BR) to sign, in July, a letter of intent regarding the performance of an energy consumption analysis at the tire factory in Campo Grande, in the Western Zone of Rio de Janeiro. The purpose of this work, to be performed by BR over a 90-day period, is to identify spots where Michelin might increase energy efficiency in its unit, allowing it to cut consumption and costs. The energy efficiency analysis work was developed as a pilot in Pedro Ernesto University Hospital, where Light worked as a partner, and in the Vocational School Ferreira Viana, in a partnership with Furnas. The Government is currently working to expand the initiative to other public buildings, giving priority to hospitals and schools. Another piece of good news in the energy area is the construction of the first wind energy generation park in Rio de Janeiro, Gargaú Energética S.A. The project is being built in a 500-hectare area in the district of Gargaú, in São Francisco de Itabapoana, in the north of the state. The undertaking will have a total installed capacity of 28 MW, enough to supply energy to a city with 80,000 inhabitants. Rio also has another undertaking in this area. The project, still in the pre-setup phase, is located in the municipality of Arraial do Cabo, in the shore area, and will have an installed capacity of 140MW. Once these two projects are finished, Rio will be the Brazilian leader in wind energy generation. To promote this industry, in June, when I still worked as chairman of the Forum of State Secretaries for Energy Matters, I signed, together with the Minister of Environment, Carlos Minc, and the governor of the state of Rio Grande do Norte, Wilma de Faria, a letter of intentions regarding wind energy issues, known as Carta dos Ventos. The document provides about a commitment to plan and implement public actions and policies aimed at encouraging the exploration of Brazil’s wind energy potential as an energy source. The goal is to take advantage of the country’s geographic and climate conditions, which favor wind use. Thus, having an overview about Rio’s economy and implementing specific actions in each segment, the State Government believes that it will foster sustainable economic development in the state.

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A new perspective on

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Co n s u l t a n t o f t h e I b e ro a m e r i c a n S c i e n ce a n d Te c h n o l o g y Pro gr a m fo r D e ve l o p m e n t (C Y T E D, )

I n g u e l o re S ch e u n e m a n , co n s u l t a nt of the Iberoamerican Science and Technology Program for D evelopment (CYTED,) sees sustainability through the eyes of science . A nd on several f ro nt s, to o. Th e m o s t re ce nt o n e was in the B ioatlântica I nstitute , an organization that aims at conserving

A t l a n t i c F o re s t and related ecosystems . O n a larger scale, it gets European and Latin A m e r i c a n co u nt r i e s to g e t h e r i n a n a n d re s t o r i n g t h e

effor t to transfer technologies for innovation.

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Tell us about the projects you’re currently developing. pear. Where will these people find shelter? What will their I was invited by the European Commission, the executive nationalities be? Which country will welcome them? . What branch of the European Union for international cooperation does this mean for the countries where these people are and research issues, to participate in a scientific commit- migrating to? tee on research-based sustainable development. It was a Spain, for instance, is one of the countries facing serious personal invitation. This committee is basically made up problems related to migration processes. Several people of representatives from European Union countries plus four in Africa suffer because of draught and water shortage representatives from other world regions. Because of my problems, which lead to food shortage and worsen poverty. Latin American experience, I was invited to participate. People who are facing hardships in the countries they live The first activity performed by the committee was the in are massively migrating to Spain. This has a strong influBrussels conference, held in late May, “Sustainable de- ence on Spanish economy, public health programs, school velopment: a challenge for European research.” There needs. Another issue regards the adaptation of these new were 1,200 participants from several organizations, in- inhabitants to country habits. cluding private companies, international organizations, The debates, round tables, presentations and semiNGOs, governments and so on. nars held in this conference also The themes discussed there were made it clear that the sustainability related to sustainable developconcept varies greatly over time “There are many ment and its three well-known and depending on the location pillars: economic, social and and activity involved. The debate practical meanings environmental. The definition of continues, and there isn’t a global sustainability includes these three understanding about what sustainregarding this aspects, and it has been often used ability really is. There are several as a panacea. interpretations, and it’s a natural change that has In this conference, we thought thing. Each one of us, from all we might rewrite this definition and over the world, has a cultural been taking place give a more accurate explanation, background that influences every which might be Planet, People and word used and each activity peras a reflection of Economic Development. I thought formed. it was interesting to try to add these global warming. three words to the concepts that What happens to sustainable One of them regards have been used to define sustaindevelopment during this crisis ability. hangover period? migrations due to Another widely debated isWhat were the main findings of sue regards the global economic climate change this conference? crisis. Similar changes involving Not many. A very interesting all countries and the global demanifesto resulted from this conrailment of economy are actuference. And one of the observations stressed more often ally unprecedented. We’ve had isolated crises, such as in was that people don’t realize that the climate change that Mexico and Japan, affecting a limited number of countries. affects our planet should be something of personal interest This global crisis might also aggravate several sustainable for everyone. There are many practical meanings regarding development aspects. Investments will be canceled. this change that has been taking place as a reflection of global warming. One of them regards migrations due to Some people have said that the economic model should climate change. Climate refugees are a reality today. be redefined. That there should be lessons learned as a The Netherlands, for instance, are one of the victims. result of this crisis. What’s your opinion regarding this isA high number of Dutchmen have been migrating every sue? year. I don’t have the exact figures, but its about 20-30 There are a few initiatives in this sense. UNO itself has thousand people per year because of climate issues alone. being trying to further these studies, and the European The Dutch territory is becoming smaller. Union, today more than ever, is sure that any decisions must Some countries are islands and their fate is to disap- be based on a scientific study, whether it’s an environmen54

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tal, economic or health model intervention. Otherwise we would keep repeating ourselves without a strong basis. It’s important to ask where a certain thought, a given axiom came from. Maybe it’s one of the great problems that have led to some derailments, whether environmental, social or economic. This happens because decisions are made without a scientific basis. It’s what happens with economy, because of the interests of groups that are very small if compared to the total world population. What’s the role of science with regard to triggering a new type of development? Science may act on all issues, from health, to marine ecosystems, to the bioremediation of land. Let’s take the environment in Brazil as an example. How are environmental licenses granted? They’re mostly granted without a scientific analysis. Not all licenses are granted like this, for in some states the district attorneys have been attending university courses to better understand the environmental issues, in order to make knowledgeable decisions. What does it mean when it’s found that a certain species is endangered? Should we leave that environment untouched or should the implementation of an economic activity be allowed with the recovery of that environment as per specifications defined through research? Scientific research may help solve this issue. By determining the species that are best adapted to a certain region and that will allow rainfall water to permeate the land and form underground reservoirs, for instance. One of the ways we can deal with the social, economic and environmental issues is getting qualified people to work on them, perceiving sustainability from a global perspective. Wouldn’t the way out be a greater decentralization of the decision-making process, establishing a more democratic process? There are several indications and even studies showing that social networks play a decisive role and might allow the contribution of a great number of people, thus forcing some decisions. That’s because, today, the communication among citizens from different parts of the world is a reality. Social networks have allowed opinions to be exchanged among people who are geographically distant. If well explored, this form of worldwide democratization is very interesting–and it seems that there is a particular way of using individual or group initiatives in social networks to influence some decisions. This might be the most powerful influence tool. July/august/september 2009

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That’s the great thing about the Internet, which has to be used correctly. And if the citizens themselves are allowed to take action, the result might be much better than if a government or international organization would take care of it. Let’s get back to your work with the European Commission. How do Europeans see the sustainable development issue in Brazil? How does this polarity take place? Let me refer to a very specific aspect to answer that question. In the last conference, I was invited to participate in a panel on international cooperation for science-based sustainable development. Five people participated in the panel: an Indian man talked about health, someone talked about oceans and water, an expert talked about economy, another one about forests. I was asked to try to show positive examples to encourage people to make decisions regarding the implementation of sustainable development models that could be replicated. With the help of several people from Brazil, I prepared a text about what’s been going on here since the 1950’s when it comes to sustainable development. Some examples were presented, such as Carajas–the original project, not the one that later distorted the initial Carajas project vision. When Vale do Rio Doce started iron ore extraction, thousands of hectares located around the area were purchased, and a self-sustainable city was established. The inhabitants of this place are educated about forest sustainability and what it means in that environment. Other examples appeared, also implemented by private companies. It’s a common belief that governments must guide the development of a country and its regions through political decisions and laws. But the private initiative should be the first to care for the environment and make sure social development takes place, for companies generate wealth and economic transactions. Therefore, in addition to Vale’s case, we mentioned projects such as one that is in its initial phase in the state of Rio de Janeiro, the Açu Harbor, which was designed based on economic, social and environmental development precepts. And it’s not only about preservation, but about the recovery of what was already degraded. We were surprised to find out that no one in the audience could mention any positive experiences in Brazil. Only the devastation of the Amazon forest comes to people’s minds. Brazil is known for that alone, and that’s a shame. Misuse is a reality, but it’s not the only one. Do you see a way out? Let’s take the next Copenhagen meeting as an example. 55


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The debate will be about climate issues, but also very much about energy generation and gas emissions. It seems that the meeting will take place and no decision will be made, and at least another six months will be needed for the countries to come to a conclusion. The big problem here is that we’re getting to the point of no return. After a certain point, it seems like there’s no way to reach a sustainable balance for life on Earth, to have all the elements needed for life to exist on the planet. There are more bets than hypotheses, especially because the period established in previous meetings, such as Kyoto, for taking action to stop polluting so much and recover the water and land has become a lot shorter now. In the past, it was said we had 20 years, now it’s less than 10. Therefore, we must demand that leaders, public administrators, policymakers and international organizations take action. And real pressure must be exerted: things must be done on a much larger scale. Isolated examples are not good enough. The good initiatives must be expanded to a much larger scale, and soon.

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things must be done on a much larger scale. Isolated examples are not good enough. The good initiatives must be expanded to a much larger scale, and soon

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to the climate puzzle that terrifies us so much . held in

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ecent events illustrate what our expectations about the event might be. On September 22, the United Nations Organization presented a preview during the climate summit held in New York, with the participation of more than 100 administrators. The meeting was somehow emblematic, for it was the first time Barack Obama would speak at the United Nations. Expectations were also high with regard to China’s stand, which had been indicating that it might adopt bold goals. But the symbolism stopped right there. Both the US and Chinese presidents said that they will put out efforts to contain pollutant emissions that cause global warming. But they stressed that there are several hindrances to negotiations. Bad omen’s in the air. Hu Jintao, Chinese president, did present a plan to slow down pollutant emissions in his country’s plants and industries. The plan also contemplated the adoption of renewable sources and the expansion of nuclear energy use. It was a vague willingness to cut carbon dioxide emissions per GDP unit at an impressive rate by 2020

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based on 2005 levels. But no goals were presented. The speech of he who was a synonym for hope was really “encouraging.” Obama mentioned the climaterelated initiatives implemented over the eight months of his administration, but failed to announce new proposals. Prophetically, he alerted that there’s not much time left for the world to reverse the imminent climate catastrophe. But he actually took the wind out of the sails of anyone who still had hopes about Copenhagen. According to the American president, governments must face the conference just as a significant step towards the global fight against climate change. Obama said all governments are facing problems with regard to committing to the climate agenda, but the most immediate priority, in his opinion, is to end the economic crisis. UNO’s Secretary General, Ban Ki-Moon, went straight to the point, and said that failure to reach broad agreement in Copenhagen would be morally inexcusable, economically short-sighted and politically unwise. Times have been really crazy lately. While world lead-

In a joint announcement, the corporations state it’s impossible to combine economic development and climate instability

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The Brazilian industrial segment expects COP 15 to establish more ambitious and clearer goals and commitments for developed countries

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ers know or want to know nothing about goal reductions, companies all over the world have decided to take a stand for this cause. Over 500 international companies–such as Allianz and Shell–are pressuring wealthy countries to commit to immediate and significant cuts in greenhouse gas emissions. The goal is for temperature increase not to exceed 2ºC in 2100. In a joint announcement, the corporations state it’s impossible to combine economic development and climate instability. The action follows the logical thought that, if the countries fail to commit by signing a strong international climate treaty, there won’t be investments in low-carbon technologies. So the world would enter a vicious climate circle with really adverse impacts. Another issue that was stressed is that the countries must not forget, right now, the differences related to each one’s responsibilities regarding the current stage of the global warming process. In times of emergency such as we’re experiencing right now, it’s more important to find solutions than culprits. The manifesto has also been embraced here. Among the Brazilian companies signing it are Natura, Energias do Brasil, Vale and O Boticário. The Center for Sustainability Studies of the Getulio Vargas Foundation brought the initiative to Brazil. The Center is working on an action platform aimed at structuring a low-carbon economy. FGV isn’t alone in this undertaking. The Brazilian Confederation of Industries (CNI, Confederação Nacional da Indústria) has also been working, for the past few months, on a similar proposal, which includes about 90 federations and associations ranging from the chemical to the automotive industry. The first meeting was held on August

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26 with the purpose of listing the climate change-related contributions made by the Brazilian to be presented at COP 15. The consolidated position was that the fight against global warming is a challenge that requires everyone to make an effort. The Brazilian industrial segment expects COP 15 to establish more ambitious and clearer goals and commitments for developed countries, and mechanisms for voluntary mitigation contributions in developing countries. Isaac Plachta, chairman of the Environmental Committee of the Federation of Industries of the State of Rio de Janeiro (FIRJAN, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro,) points out that it’s important for opinions to converge in the Brazilian document with regard to the industrial segment’s stand. “The Brazilian industry must submit a coherent document with a common stand. Plus, we can’t be blamed for climate change all the time,” he says. Plachta defends the practices and rules of large companies regarding climate change. There’s also skepticism among academics. American political scientist David Victor, author of “The Collapse of the Kyoto Protocol and the Struggle to Slow Global Warming,” doesn’t have high expectations with regard to the Copenhagen conference. In interviews, Victor has said that we’re mostly making the same mistakes made with Kyoto. And he reminds us that there were hardly any serious negotiations about commitments over the year that preceded the signature of the Kyoto Protocol. It’s true that the Kyoto Protocol is valid until 2012. We have three years to decipher the climate riddle. Either that or climate will devour us.

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COP 15:

the beginning or the end of the fight against climate change? B

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Manager of Corporate Sustainability Solutions of PricewaterhouseCoopers

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n November 2006, during the Nairobi Climate Conference (COP 12,) Koffi Anan, then Secretary General of the United Nations, called the world to fight climate change and emphasized the need to advance in the debates about the future of the Kyoto Protocol. The Executive Secretary of the United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) then came up with a schedule so that, by December 2009, the model to be used to continue and “toughen” the fights against global warming would have been defined. This schedule is known as the Bali Roadmap, for the debates started in Bali, in 2007, and continued in Poland, in 2008, and are expected to be concluded in Copenhagen, in December. The purpose of these debates is to avoid that a new post-Kyoto strategy would be left to be defined at the last minute. The current Protocol expires in 2012. An early schedule was established to avoid failure in reaching a tough consensus among the signatory nations in time to replace the current rules, which might happen if debates were to start later. Copenhagen will not introduce a new system; it will establish how the current one will continue. Even with

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very different rules until 2012, Kyoto will be the ruling principle. The great challenge ahead is to assure that, by the end of COP 15, a new system has been approved, but such challenge doesn’t mean a defeat: the Kyoto Protocol itself was defined in 1997, but was only enforced on February 16, 2005, when Russia agreed to ratify it. It’s terrifying to think that frustration resulting from the difficult negotiations related to the new system could discourage society from fighting one of the worst side effects of intensive development based on fossil energy, or that it might lead countries to look for local solutions to a global problem. Disabling or emptying one of the most complex worldwide protocols in force might be much more devastating for the environment and climate. We must clearly bear in mind the relevance of the debates that will take place in the next COP, but let’s not underestimate the significance of the Copenhagen round, for even if the required results fail to be attained, we will still have three years ahead to succeed and learn from our mistakes. Very relevant and complex themes will be discussed in December, showing how complex the negotiations will be

Climate Conference Timeline Until Copenhagen

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1994 United Nations Framework Convention on Climate Change

1995 COP 1 (Berlin)

1996 COP 2 (Geneve)

1997 COP 3 (Kyoto)

1998 COP 4 (Buenos Aires)

1999 COP 5 (Bonn)

2000 COP 6 (Hague)

2001 COP 7 (Marrakesh)

2002 COP 8 (New Deli)

2003 COP 9 (Milan)

2004 COP 10 (Buenos Aires)

2005 COP 11 MOP 1 (Montreal)

2006 COP 12 MOP 2 (Nairobi)

2007 COP 13 MOP 3 (Bali)

2008 COP 14 MOP 4 (Poznan)

2009 COP 15 MOP 5 (Copenhagen)

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Coherence is needed by the parties if they want to meet the real purpose of this round of negotiations: cutting greenhouse gas emissions

until global consensus is reached. The possibility that the USA will adhere to the post-2012 rules is essential for stimulating a more vigorous fight against climate change. Furthermore, developing countries, especially Brazil, China and India, will be pressured to adopt limits and goals. The remodeling of the Clean Development Mechanism (CDM) model will also raise issues for which consensus will be hard to reach, such as the inclusion of new technologies as project proposals, especially Carbon Capture and Storage (CCS.) The new American administration is sending clear signs that it’s willing to participate in the fight against climate change more intensively than over the past years. Still, it looks for a path different than the one suggested by the United Nations. The American goal is still too basic if compared to the real needs, and the reduction model adopted by the USA allows for little interaction with other countries. Anyhow, the world will be watching carefully what happens in COP 15 regarding pressure for a clear stand by the American government. The economic growth of developing countries and the relevance of their emissions in the current scenario, especially if the three largest ones are considered, have shifted part of the discussion focus to the need to establish goals for these countries. Brazil has signaled that it’s willing to adopt goals, though different from the ones imposed on developed countries. But China seems to be hesitant with July/august/september 2009

regard to this possibility. This might be an obstacle to the success of negotiations, since developed countries believe that the non-adoption of goals by developing countries will adversely affect the fight against climate change and cause a certain economic imbalance. CDM remodeling will be another complex issue to be negotiated. Large oil manufacturers want CCS to be included as a CDM project, others want avoided deforestation to be included as a way to keep CO2 in the soil. Brazil is clearly against these two options, and has been firmly advocating against these possibilities. Extreme stands make the search for a correct solution hard, especially when mixed with economic interests, romantic views and international policy. Coherence is needed by the parties if they want to meet the real purpose of this round of negotiations: cutting greenhouse gas emissions. In addition to these issues, which I believe are the main ones, several other controversial themes will be discussed during the negotiations at Copenhagen’s climate conference. For this reason, I believe consensus regarding the approval of a post-Kyoto system won’t come easy. Other COPs have failed to meet objectives before, and, as with the sixth climate conference, a new meeting might be called to review some issues. Above all, we must be aware that we must continue to fight climate change and aim at establishing a low-carbon economy. 63


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is an associate professor at UFES, medrodrigo@gmail.com

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lectric cars will have a significant impact on Brazilian exports, which strongly depend on a soon to be anachronous metalmechanic chain The financial crisis has led GM to a process that includes agreement with creditors, spin-off and nationalization. Turning private into state companies has always been taboo in the USA. To understand that, we must understand the industry’s significance. The metal-mechanic, chemical and electro-electronic industries account for something between 55% and 75% of exports in developed and Asian countries, as well as over twothirds of the industrial patents. In a recently published article featured in the March edition of the Custo Brasil magazine, we call these industries “core industries.” Core industries are the basis for innovations and competitiveness in developed nations, where R&D expenses correspond to 70% of global

R&D investments. In order to become developed, a country must be competitive in these industries. The automobile industry was the founding father of industry and of the dissemination of the American way of life. But it’s not something from the past. Today, it’s more relevant than it was 40 years ago. Among the core industries, the metal-mechanic industry stands out. And the automotive industry is its key industry, and continues to be viewed as a passport to the First World. JK was a statesman for having realized this, among other things. However, unlike all other large nations, Brazil hasn’t invested in having its own brand. After World War II, Japan was a country in ruins. In the early 1950’s, Toyota sent groups of engineers and technicians to the USA to learn how to make competitive cars. It was already a global game. During the visit to Ford’s facilities, they realized they wouldn’t be able to win by embracing

Fordism. Thus, with strong government support, they created their own production process. One generation later, the Reagan administration would charge import quotas on the Toyota Manufacturing System. Combining low-cost automation and multi-task workers, Toyota revolutionized the global industry. In the beginning of the 1960’s, the South-Korean Gross Domestic Product (GDP) was lower than Sudan’s and corresponded to no more than 33% of Mexico’s GDP. The fast industrialization of South Korea resulted mostly from imitations (reverse engineering.) As in Japan, Korean companies relied on government guidelines. The Korean government also defined the automobile industry as a priority. Today Hyundai and Kia are references in the global automobile industry. Kia has operations in more than 170 countries. The company was the first South Korean vehicle manufacturer and automobile exporter. In 1986,

Among the core industries, the metalmechanic industry stands out. And the automotive industry is its key industry, and continues to be viewed as a passport to the First World July/august/september 2009

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The new automobile industry is yet to be built. Now’s the right time to get in the market. Some Brazilian power companies have been making superficial tests with electric cars

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Hyundai started exporting to the USA. Only in 1991 did it introduce the first engine manufactured by the company. Because its image was associated to low quality, the car manufacturer decided to invest in quality and design. Hyundai’s efforts were granted one of the industry’s most prestigious design and quality awards. In 2005, Tata Motors, from India, established a strategic alliance with Fiat. Through subsidiaries and associated companies, Tata operates in Great Britain, South Korea, Thailand and Spain. A joint venture with Brazilian Marcopolo, established in 2006, also stands out. Chinese companies started manufacturing cars in the 1990’s and only recently did they start exporting. Today, as they take their first steps in the industry, they have already come up with several state-of-the-art automotive technologies. China also invests heavily in the automobile industry as an essential step towards development, and most of its companies are government-owned. The automobile industry has such weight that Japan became a developed country when its cars started being exported to the USA. The USA, in turn, started a downfall in the 1980’s, when the domestic industry clearly became uncompetitive. GM never fully recovered from the Japanese invasion. Not even with government intervention and copying everything it could from Toyota’s techniques. Last month, GM became a government-owned company because its business model has proven ineffective and it was short of breath. But Japanese techniques compare as a mere slingshot to the disrupting power of Chinese and Indian low manufacturing costs and their US$2,000 cars.

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Chinese and Indian costs are still a small threat if compared to electric cars. Anyone who has ever looked under the hood of an electric car will not be surprised by this statement. It has few parts. It doesn’t require expensive mechanic transmission, injection, cooling and lubrication parts. The cost of electric engines corresponds to a fraction of that of combustion engines. Once the battery issue is solved–and that should happen soon–electric cars will cost less than conventional cars, will have lower fueling costs, higher torque performance and make no noise. It’s also likely that it will get government support for environmental reasons. To make things worse, the Chinese are on the forefront: they have the first low-cost electric car operating commercially. The automobile industry as we know it will have been buried within 15 years. Several companies will succumb because their assets will depreciate. Once again, the governments will save their domestic brands to save their own future. While they adapt to electric and Asian cars, they will be government-owned, mixed capital companies or will depend on their governments to survive. The new automobile industry is yet to be built. Now’s the right time to get in the market. Some Brazilian power companies have been making superficial tests with electric cars. But that’s not enough. Electric cars will have a significant impact on Brazilian exports, which strongly depend on a soon-to-be anachronous metal-mechanic chain. The government urgently needs a manufacturing program, to grab the opportunity of having a Brazilian brand. That’s the future. GM’s case is a once in a lifetime opportunity. The German solution for the European branch might serve as an inspiration.

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Bayer:

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Brazil Forever reporter

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J aneiro. W hen it comes to social responsibility, the company stands out in the communities and districts of B aixada F luminense . I n B razil , the company runs 20 projects , five of which are in the municipality of B elford R oxo. Five thousand children and teenagers benefit directly from such projects.

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has been located , for over

50

years , in one of the poorest regions of

ocial responsibility and sustainability permeate Bayer’s corporate policy and mission. Based on four action areas–Science, Basic Needs, Environment and Culture/Sports–the Company’s commitment to these concepts is proven by the group’s participation in several pioneering projects and initiatives. In Brazil, one of the main projects is the company’s Soccer Training Center, founded in 1993 and located next to the Belford Roxo Industrial Park. Only children and teenagers that provide proof of frequency and good grades in school may participate in the project. In addition to soccer training, the Center offers Portuguese, composition and computer lessons. In Brazil and in the world, many children dream of becoming great soccer players–and the kids from Belford Roxo do, too. Matheus de Paula Lacerda, 12, is a live proof of that. He lives in the district of Sargento Roncalli and wants to be a goalkeeper. He is participating for the third time in the tryouts for Bayer’s boys’ team. In 2008, Bayer formed its first girls’ soccer team. Thirty girls were chosen for the Under-20 category, for athletes less than 20 years old. The girls took interest in the sport because women’s soccer has grown, and the performance

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de

of Brazilian players has been standing out in international competitions. The main purpose of this project is to encourage citizenship-oriented education. The young athletes get tutoring classes because of a partnership between Bayer and the Brazilian University Teaching Association (UNIABEU, Associação Brasileira de Ensino Universitário). “The main issue here is that, in addition to offering tutorial classes, we aim at rescuing citizenship. How do we do that? First of all we must give the support proposed by the project and Bayer in order to improve the development of the communication process and basic issues with math support,” says Marcelo Mariano Mazzi, UNIABEU’s Extension and Social Responsibility Manager. Rescuing citizenship

Another project developed by the company in Baixada Fluminense is the Olympic Games of Citizenship (Olimpíada da Cidadania), a competition sponsored by Bayer since 1995 between October and November. About 8,000 athletes from several municipalities from the State of Rio de Janeiro participate in the initiative, which includes people

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In 2008, Bayer formed its first girls’ soccer team. Thirty girls were chosen for the Under-20 category, for athletes less than 20 years old

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To encourage and assure tutoring classes and school attendance, Bayer has created a food incentive

with and without disabilities. The Games are organized by the NGO Sublime and the Regional Sports Association for the Mentally Handicapped (ARDEM-RJ, Associação Regional de Desporto de Deficientes Mentais). Similarly, another reference activity is being implemented, but this time in the environmental education area. It’s a program called “Escola Verde” (Green School), which educates students from public and private schools about environmental preservation focused on the reuse of household waste, the planting of seedlings for reforestation and environmental conservation. Through this program, the students visit a green area with over 170,000 m2 located next to Bayer’s Industrial Park. During the visit, a biologist escorts the students through the area, explaining the problems caused by global warming. Another social action also implemented in Belford Roxo is the Program for Sexual and Reproductive Health Care and Guidance (ATO, Programa de Atenção e Orientação à Saúde Sexual e Reprodutiva). Implemented in 1993 by Schering do Brasil, a company purchased by the Bayer Group in 2006, the project offers guidance for teenagers about sexual responsibility, birth control methods and family planning. Over 1.6 million youngsters and about 200,000 adults have already participated in the activities promoted by the program in Brazil. The program was July/august/september 2009

implemented in Baixada Fluminense in 2006, and has provided the community with a valuable opportunity to get sexual education information. To encourage and assure tutoring classes and school attendance, Bayer has created a food incentive. Every day, about 2,300 children ages 2 through 14 from 26 residents’ associations and community day care centers from Belford Roxo are supplied with instant soup (meat, chicken, peas, bean, vegetables, and spaghetti). According to Cristiane Guedes, coordinator of the Nova Esperança (New Hope) project, located in Downtown Belford Roxo, the meals donated by Bayer have improved the focus of the kids that go to her day care center. According to Arturo Rodriguez, Bayer’s Communications Coordinator, the company wants to give an effective contribution for the development of citizenship and education of children and teenagers exposed to an increasingly violent society. Keeping an eye on stakeholders

For a democratic exchange of ideas with representatives from several society groups (communities of Belford Roxo and São João de Meriti, association of shop owners and managers, Civil Defense, Military Police, Executive and Legislative Powers and universities,) Bayer has created the Community Advisory Board. The meetings take place every 71


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two months. The Board makes a list of the issues suggested by the members. Its purpose is to improve the company’s communication with the community in general. “The company must find a balance among three important aspects: sustainable development, social development and economic development. Just like every other company, we also expect economic returns. Bayer has been working hard on the global level. We have an internal project that aims at investing, until 2010, 1 billion Euros all over the world. The company has mapped all of its emissions, and each division (Bayer CropScience, Bayer MaterialScience, Bayer HealthCare) has an emissions reduction goal,” says Rodriguez. Background in Brazil

Bayer has been operating in Brazil since 1896, year on which the first representative of company products was founded in Brazil. Shortly thereafter, in 1911, the first commercial representation firm owned by Bayer itself was opened, and took care of all product distribution in the

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Brazilian market. In 1958, fifty years ago, former Brazilian president Juscelino Kubitschek and Bayer’s former CEO, Prof. Ulrich Haberland, opened the Belford Roxo Industrial Park, Bayer’s first production facility in Brazil. With an annual production of 150,000 tons of agricultural products and basic raw materials for polyurethane, the site has the only Bayer MaterialScience MDI factory in South America and the world’s second largest Bayer CropScience insecticide, fungicide and herbicide formulation unit. MDI is one of the components for polyurethane production. In addition to that, Latin America’s only plant of aliphatic polyurethane resin, a raw material used to make varnishes for the civil construction, furniture and automotive industries, operates on this site. Bayer, together with partner companies with facilities in Belford Roxo’s Industrial Park, is the main job generator in Belford Roxo, a city with 500,000 inhabitants. The company has 3,300 associates in Brazil, as well as three other production sites owned by Bayer HealthCare in São Paulo (SP) and Porto Alegre (RS.)

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wareness about environmental preservation and the concept of sustainable development have been consolidated among Rio de Janeiro’s industries. These are the findings of the fifth edition of the FIRJAN System’s Environmental Management Research, a survey that encompasses 374 companies in Rio. The survey was coordinated by the Studies and Research Department (DDE/ GPE) and by the Environment Department (DIM/GMA) of the FIRJAN System. The initiative is part of the Development Map for the State of Rio de Janeiro, a document prepared by FIRJAN including guidelines for life quality improvement in the state until 2015. The main Research finding shows that there’s a trend, all over the State, for improvements in the relationship between the industrial segment and environmental agencies. The sample was determined with statistical representativeness by size, considering the number of company associates: large (500 or more), totaling 63 companies; medium (100 to 499), totaling 119; and small (10 to 99), totaling 192 companies. The results were analyzed under the light of the historical results of other surveys, making an evolutionary comparison possible. It’s important to point out here that all of the companies surveyed were able to answer about the main environmental aspects related to their activities, which proves that Rio de Janeiro’s industries have increased the degree of environmental awareness. Non-hazardous solid waste is the most relevant aspect, and was identified by 66.6% of the companies interviewed. Then come vibrations and noises, mentioned by 42.5% of the companies; this aspect used to rank fourth, but this time it was mentioned more often than effluents and the intensive use of energy or fuel. References to non-hazardous solid waste have increased significantly for large (79.4%) and medium (79%) companies compared against small companies (54.7%). Effluents have also had a significant increase–58.7% and 51.3%, respectively, higher than the percentage found for small companies (25.5%.) Hazardous solid waste, on the other hand, was a problem identified by 41.3% of the large companies, 27.7% of the medium companies, and 4.2% of small ones. At Bayer, the decrease in waste generation is one of the main concerns in the environmental area. “Among the measures implemented by Bayer to improve environmental management, the reduction of waste generation stands out. The reduction in terms of fresh water use through the treatment of water from the Sarapuí river, transforming it in process water, and overall water reuse are also important actions. We’re still improving our gaseous emissions treatment system,” said Everton Ferreira, Health, Safety, Environment and Quality Manager at Bayer. July/august/september 2009

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The lack of financial resources (11%) and environmental awareness of personnel (10.7%) were the main hardships pointed out for improvement regarding environmental aspects in the companies last year. An interesting aspect was the drop in references to the factors related to obtaining licenses from public agencies (52.9%) and bureaucracy by agencies in charge (68.9%.) When asked about projects or undertakings in progress and delayed because of environmental issues, 89.8% have declared that they don’t have to face such problems. Regarding the time required for license obtainment, 42.9% said it was less than one year, an 11% increase if compared against 2007. At the same time, the percentage of companies that took more than five years to obtain licensing dropped from 13.2% in the previous survey to just 7.5% in 2008. Fifty-four per cent of the companies assured that they have never faced difficulties in the relationship with environmental government agencies. “These results make up the trend pointed out in this survey, where the obtainment of environmental licenses from public agencies is gradually becoming a simpler process,” says Marilene Carvalho, FIRJAN System Director of Innovation and Environment. Among the industries facing hardships, most, regardless of the size, mentioned the delay in the analysis of requests or actions. When it comes to inspection, the number of companies written up or fined for the lack of an environmental license remains low. Among the companies that have declared that they don’t have a license, 86.5% have never been inspected. This figure is similar to the one found in the previous year (87.1%.) Investments and information

In 2008, 59.9% of the surveyed companies have invested in the environmental area, the lowest level of investments since 2005; 85.7% of these investments were made by the large companies, 72.3% by the medium ones, and only 43.8% by the small ones. On the other hand, there has been an increase regarding investment expectations for the next 12 months among 76.4% of the companies surveyed–the highest percentage since 2005. “Furthermore, the proportion of companies that have destined over 10% of their investments to the environmental area increased from 8.1% to 10.3%, ratifying the trend for an increase in the other surveys,” observes Luis Augusto Azevedo, FIRJAN System Environment Manager. Regarding the degree of knowledge about the issues related to the environmental area, Feema and Ibama–the state and federal environmental agencies,–the following items have had the highest rates: 50.5% and 46.3% said they had a good 75


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all of the companies surveyed were able to answer about the main environmental aspects related to their activities, which proves that Rio de Janeiro’s industries have increased the degree of environmental awareness

amount of information about them. However, 68.2% and 50% of the companies interviewed said they know nothing or little about the following themes: basin committees and licensing for water use. The Clean Development Mechanism (CDM) is also little known among participants–16.6% said they were well informed about it, and another 25.4% only have a notion about the subject. The 2008 Environmental Management Survey included a new section about the use of natural resources. The resources used more intensively by the companies were electricity (89.8%), water (82.9%) and fossil fuels (25.4%.) In the second group, 65.8% promoted campaigns to educate employees about the importance of rational water use, while 64% of the companies in the first group adopted the same procedure with regard to electricity, a relevant input because of its cost, including the establishment of reduction goals by 40.8% of the surveyed companies. Only 10.4% of the survey participants said they explored renewable sources in 2008, such as biomass (24.4%), solar power (22%) and hydropower (19.4%.) In the south of Rio de

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Janeiro, Quimvale is betting on renewable power sources. “Our main environmental management project is the replacement of the use of natural gas by biomass to produce vapor in the boiler. This means switching from fossil to renewable fuel,” Rubens Muniz, partner, explained. The companies also answered questions about waste generation and treatment. Solid waste ranked first in terms of generation among participants (82.9%), followed by liquid effluents (39.8%), noise and vibrations (37.7%) and atmospheric emissions (18.4%.) Regarding solid waste treatment, the use of recyclable waste collection services stood out (46.1%.) The establishment of recycling goals was also relevant, having been identified by 41.9% of the companies. The maintenance of own treatment units, mentioned by 57.7% of the companies, and monitoring with indicators (24.2%) were the most significant aspects identified regarding the treatment of liquid effluents. With regard to atmospheric emissions, the most popular actions were monitoring with indicators (36.2%) and processes for reducing their generation.

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An o 9 • Nº 37 • julho/agosto/setembro 2009

A n o 9 • Nº 37 julho/agosto/setembro 2009

y e a r 9 • No. 37 july/august/september 2009 ISSN 1981-6022

C ENTRO INTERNA C IONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

revista brasileira de desenvolvimento sustentável

COP 15:

O mundo encara o desafio de formular um tratado pós-Quioto pág. 22

COP 15: The world faces the challenge of coming up with a post-Kyoto treaty page 61

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Desafio

Rio Sustentável

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Entrevista

Inguelore Scheuneman e a nova sustentabilidade

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Transporte

Brasil e o carro elétrico

25/9/2009 20:03:16


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