ORIENTAÇÃO
À
GESTANTE E NOÇÕES DE PUERICULTURA
PROGRAMA DE ATENÇÃO MATERNO INFANTIL
ÍNDICE
A gestação, o parto e o puerpério ..............................................................................................................................................06 Exercícios físicos na gravidez ............................................................................................................................................................13 Aspectos alimentares da gestante e da nutriz ....................................................................................................................20 Aleitamento materno ............................................................................................................................................................................26 Noções de puericultura .....................................................................................................................................................................30 O pré-natal odontológico ..................................................................................................................................................................37 Orientações fonoaudiológicas para gestantes ......................................................................................................................41 Teste do pezinho .....................................................................................................................................................................................49 Fatores psicológicos presentes na gravidez e o sentido da maternidade .........................................................52 Aspectos legais e sociais da gestação e dos pós-parto e os direitos da mamãe e do bebê ...............54 Terapia ocupacional ..............................................................................................................................................................................56 Visita ao hospital Unimed ...................................................................................................................................................................57 Anexo I - sugestões de enxoval para levar ao hospital ..................................................................................................61 Anexo II - sugestões para o enxoval do bebê .....................................................................................................................62
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Programação do curso
A psicologia da gravidez e do parto. O desenvolvimento psicológico da criança de 0 a 1 ano. Os aspectos alimentares durante a gestação e no pós-parto. A importância do aleitamento materno. Informações sobre alimentação do recém-nascido. As mudanças ocorridas no corpo. Desenvolvimento do bebê durente a gestação. O trabalho de parto (normal e cesárea). Aleitamento materno. Os cuidados com o bebê e Vacinação. 1ª parte O pré-natal odontológico. 2ª parte Orientações fonoaudiológicas para gestantes. Exercícios posturais. Orientação sobre os exercícios no trabalho de parto. 1ª parte Aspectos legais e sociais da gestação e do pós-parto e os direitos da mãe e do bebê. 2ª parte Teste do pezinho. 3ª parte Encerramento.
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APRESENTAÇÃO
E
stamos no século 21. A tecnologia se incorpora à Medicina num ritmo alucinante e, cada vez mais, se dá ênfase à prevenção. O alto custo da medicina curativa, que nem sempre proporciona melhor qualidade de vida aos pacientes, fez com que os profissionais da Saúde voltassem os olhos para as ações preventivas, muito mais eficientes em evitar o sofrimento, em promover a saúde e em tornar a vida mais longa, prazerosa e feliz. A prevenção de doenças pode e deve começar antes mesmo do nascimento. Uma gravidez planejada pelo casal e uma gestação cercada de cuidados fundamentais, tais como uma alimentação balanceada, a prática de exercícios adequados e o acompanhamento médico do desenvolvimento do feto garantem o nascimento de um bebê mais saudável e apto a crescer sem problemas e sem doenças. Também o fato de acompanhar e vivenciar a gestação em todas as suas fases, aprendendo o como e o porquê das modificações que ocorrem com o corpo feminino e com o feto durante esse processo, assim como o entendimento das nuanças psicológicas decorrentes da própria gestação e do relacionamento mãe-pai-filho após o nascimento, preparam a mulher para o exercício da maternidade e tornam o casal apto e mais seguro para vencer o desafio e as dificuldades desta grandiosa, magnífica, difícil e gratificante tarefa que é a criação de um filho. Tudo o que é desconhecido gera medo. De maneira inversa, quando se tem conhecimento de uma situação, a mesma é encarada de uma
forma muito mais segura. E para nós, da Medicina Preventiva da Unimed Limeira, também é particularmente gratificante, após tantos anos deste Programa de Atenção Materno-Infantil, constatar que as mamães que passam pelo programa realmente se beneficiam com os conhecimentos aqui adquiridos e com as instruções ministradas pelos profissionais da nossa equipe. As gestantes esperam pelo parto de maneira mais tranqüila e o enfrentam de forma mais segura e sem sofrimento. Após o parto, cuidam de seus bebês com maior segurança e desenvoltura. Os bebês, por sua vez, desenvolvem-se mais saudáveis e sem traumas. A participação dos futuros papais também tem aumentado bastante, o que mostra seu crescente interesse no conhecimento do que ocorre durante esse período, auxiliando muito as mamães em todos os aspectos. Por tudo isso é que nos sentimos estimulados a continuar com esse trabalho e a buscar, sempre e continuamente, o seu aperfeiçoamento. O programa teve inicio, há vários anos, de maneira modesta; cresceu e evoluiu por conta do esforço da equipe e atinge agora um nível de qualidade equiparado ao dos melhores programas similares desenvolvidos em vários centros médicos de todo o mundo. E continuaremos a buscar a melhoria dessa qualidade, enquanto nos sentirmos estimulados pelo interesse sempre crescente de nossas usuárias. Em nome de toda a equipe, dou-lhes as boas-vindas e desejo a todos os futuros papais e mamães um bom curso. Dr. Danilo Gullo Ferreira Médico pneumologista Coordenador do Deptº de Medicina Preventiva
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A gestação, o parto e o puerpério Noções sobre a anatomia do sistema reprodutor feminino O sistema reprodutor feminino é constituído pela genitália externa e pelos órgãos reprodutores internos, situados no interior da cavidade pélvica, na parte inferior do abdome. Os órgãos reprodutores internos (Fig. 1) são: - a vagina, órgão oco, músculo-membranoso, que vai da vulva até a entrada do útero ou cérvix . - útero, órgão também oco, dotado de espessas paredes de músculo liso, localizado logo atrás da bexiga urinária; é no seu interior que se desenvolve o feto durante a gestação. - as trompas de Falópio, condutos longos e ocos, cada uma se conectando ao útero por uma das extremidades e, pela outra, abrindo-se na cavidade pélvica. - os ovários, um de cada lado do útero, cada um medindo de 4 a 5 cm de diâmetro; são responsáveis pela produção dos óvulos, que são as células reprodutoras femininas.
Útero Trompa de Falópio
Ovário
Cérvix
Vagina
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Fig. 1 - Os órgãos reprodutores da mulher
Entre a 13ª e a 16ª semanas, o feto continua em desenvolvimento acelerado e começa a esboçar algumas funções, como respirar, engolir líquido e urinar. No final da 16ª semana, o feto estará totalmente formado, aparecendo uma discreta lanugem recobrindo sua pele. A gestante se mostra mais disposta no segundo trimestre, ficando com a barriga bem evidente nesta fase. O ganho de peso da futura mamãe pode ficar entre 5 e 7 kg.
Modificações maternas e fetais na gestação A gestação dura em média 280 dias, ou 40 semanas, desde o primeiro dia da última menstruação. Pode-se contar como “nove luas”, pois representa o mesmo tempo da gravidez. Geralmente se divide a gestação em 3 trimestres, indo o primeiro até a 13ª semana, o segundo da 14ª à 27ª semanas, e o terceiro da 28ª à 40ª semanas.
Entre a 17ª e a 20ª semanas, os movimentos fetais passam a ser percebidos pela gestante. O feto é capaz de escutar e de se “comunicar” com o meio externo. No final da 20ª semana, pode pesar 260 g e medir de 14 a 20 cm. A gestante pode experimentar desconforto para dormir, mas sua pele e cabelos apresentam grande melhora. Nesta fase pode aparecer colostro nas mamas. (Fig. 2-C).
Entre a 4ª e a 8ª semanas do desenvolvimento fetal, o embrião mede 2 cm e pesa cerca de 1 grama. A cabeça é o primeiro órgão a se desenvolver. É possível identificar batimentos cardíacos e brotos dos braços e pernas. A gestante pode apresentar algum desconforto, como náuseas e seios doloridos e pesados. Também podem ocorrer sonolência, cansaço e irritabilidade, causados pelo aumento dos níveis de progesterona no corpo materno. (Fig. 2-A)
Entre a 21ª e a 24ª semanas, o feto acelera o crescimento, o ganho de peso e o desenvolvimento dos sentidos, aprimorando suas relações com seu corpo e com o corpo materno. Pesa entre 520 e 1260 g, medindo aproximadamente 31 cm. A gestante, nesta fase, pode apresentar tendência a erros alimentares que ocasionam ganho de peso excessivo e danoso para mãe e feto (noções sobre a forma correta de se alimentar durante a gestação serão vistas em outra aula deste curso, ministrada pela nutricionista). É preciso, também, corrigir erros de postura para evitar dores nas costas consecutivas ao aumento de peso.
Entre a 9ª e a 12ª semanas, o feto pode atingir o tamanho de 5,8 a 6,6 cm e pesar de 9 a 13 g aproximadamente. Já tem movimentos próprios e seu sistema auditivo já esta formado. A gestante pode ficar com os cabelos e a pele menos oleosos e apresentar aumento dos batimentos cardíacos, para compensar o aumento do sangue que circula no corpo. Os enjôos começam a diminuir ou mesmo desaparecem depois da 12ª semana. (Fig. 2-B)
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A gestação, o parto e o puerpério
( A ) 6 semanas
( B ) 12 semanas
Comprimento: cerca de 2 cm Peso: 1 a 2 g Já afloram braços, mãos, pés e dedos. Aparece a coluna vertebral. Rosto começa a se desenvolver. Coração começa a bater (25º dia).
Comprimento: cerca de 6,5 cm Peso: 9 a 13 g Braços, mãos, pernas, pés, dedos dos pés e unhas com desenvolvimento completo. Sistema urinário e outros órgãos estão se desenvolvendo e em funcionamento. Órgãos sexuais já desenvolvidos, mas difíceis de serem vistos.
( C ) 20 semanas
( D ) 26 semanas
Comprimento: 14 a 20 cm Peso: cerca de 260 g Olhos, orelhas, nariz e boca plenamente formados. Cabelos e órgãos sexuais externos são visíveis. Movimentos perceptíveis (“chutes”). Bebê dorme e engole.
Comprimento: 29 a 35 cm Peso: 860 a 1150 g Sobrancelhas e cílios desenvolvidos, olhos começam a se abrir. Impressões digitais das mãos e pés se desenvolvem. Se ocorrer parto prematuro, o bebê já pode sobreviver numa incubadora.
( F ) 40 semanas
( E ) 32 semanas
Comprimento: 48 a 52 cm Peso: 2270 a 3890 g Pulmões já estão maduros. Unhas crescem para além das pontas dos dedos. Bebê está ativo, mas os movimentos são restringidos à medida em que se desenvolve.
Comprimento: cerca de 39 cm Peso: 1290 a 2280 g Desenvolve camada de gordura (“gordura do bebê ou vernix sevoso). Chupa o dedo, soluça, ouve sons, vê luz e percebe toques. Provavelmente já sobrevive fora do útero sem apoio médico.
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Fig. 2 - O desenvolvimento do bebê
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Entre a 25ª e a 28ª semanas, os movimentos fetais são sentidos de forma mais intensa, podendo ocasionar dor leve. O feto pode pesar entre 860 a 1150 g e medir cerca de 35 cm. A gestante pode perceber os batimentos cardíacos do feto e sentir desconforto nas costelas e no estômago. Nesta fase, será prudente diminuir o ritmo das atividades e descansar mais. A alimentação deve continuar sob controle, pois é maior a incidência de indigestão, azia e câimbras. (Fig. 2-D)
Entre a 37ª e a 40ª semanas, o feto está mais encaixado na bacia da mãe e é muito comum haver sensação de alívio pela “queda” do ventre, facilitando a respiração e a alimentação. O bebê está formado, mas continua a se desenvolver até o dia do parto, chegando a medir entre 48 e 52 cm e a pesar de 2720 a 3890 g. Nesta fase, é comum o feto mexer-se mais após as refeições maternas e à noite. A mãe deve estar tranqüila e atenta para controlar a atividade fetal até o início do trabalho de parto. (Fig. 2-F)
Entre a 29ª e a 32ª semanas, o feto já se parece com o que irá nascer no nono mês. A pele recebe uma camada de gordura, chamada vernix, para proteger o feto do próprio líquido. Os pulmões começam a amadurecer para poder entrar em contato com o ar ao nascimento. O feto pode estar de cabeça para baixo e pesar entre 1290 e 2280 g, medindo aproximadamente 39 cm de comprimento. A voz da gestante é muito familiar ao feto, sendo muito importante não deixar de conversar com o bebê. O aumento de peso da gestante não deve ultrapassar 8,6 kg nesta fase gestacional e é muito comum o aumento da freqüência urinária, devido à pressão que o útero exerce sobre a bexiga. (Fig. 2-E)
Exercícios e gravidez A gestante pode e deve praticar exercícios físicos aeróbicos após a 12ª semana de gestação, mas sempre com aprovação do médico prénatalista. Atividades como natação, hidroginástica, caminhada e exercícios passivos são muito boas para fortalecer a musculatura abdominal e do períneo, auxiliando na hora do parto e na recuperação pós-parto. Além disso, têm a capacidade de melhorar o humor, de corrigir dores nas costas e de prevenir varizes e trombose das veias das pernas (orientações sobre exercícios indicados na gravidez serão dadas mais tarde, neste curso, pela fisioterapeuta). Sexo durante a gravidez
Entre a 33ª e a 36ª semanas, o feto ocupa quase todo o espaço disponível no útero, alternando longos períodos de sono e de movimentação ativa. Seu cabelo está mais grosso, as unhas estão presentes e o crânio está pronto para atravessar o canal do parto. Seu comprimento, nesta fase, é de aproximadamente 44 cm. A natureza sabiamente torna a gestante mais “cansada”, para fazer com quem repouse mais e, assim, preserve a gravidez.
Não há contra-indicação para a prática de relações sexuais na gestação, pois não prejudicam o feto. Quem determina a freqüência e a intensidade do sexo é o próprio casal, ficando claro que a qualquer sinal de sangramento vaginal ou dor, a atividade sexual deve ser suspensa e o médico informado sobre o ocorrido.
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A gestação, o parto e o puerpério eficientes. Quando houver uma contração a cada 5 minutos e dilatação do colo igual ou maior que 4 cm, a gestante estará em “trabalho de parto”. Nessa fase, a avaliação deve ser feita em hospital, pela enfermeira obstetriz e/ou pelo médico obstetra, que examinarão os batimentos cardíacos fetais e a pressão arterial da gestante e avaliarão as contrações uterinas, a dilatação do colo do útero e a vitalidade do feto. A respiração correta da gestante tem papel fundamental para auxiliar a boa evolução do parto e garantir a oxigenação fetal.
Tabus na gestação Muitas são as crendices a respeito da gravidez, todas sem qualquer fundamento. São estórias que passam de pessoa para pessoa como verdades, porém não se pode comprová-las. Eis alguns exemplos de “coisas que não se devem fazer durante a gravidez”: - tingir os cabelos - comer pimenta - passar vontade de comer algum tipo de alimento - olhar para animais
Parto normal
Há alguns tabus mais “modernos”, como:
Toda gestante tem possibilidade de evoluir para a forma mais natural de dar à luz, que é o parto normal. Informações erradas, ansiedade familiar, medo, desinformação e imposição cultural têm dificultado até mesmo que as gestantes entrem em trabalho de parto. É preciso saber que o melhor parto é aquele que oferece as melhores condições para mãe e feto. Um parto normal, com boa assistência obstétrica, pode oferecer uma recuperação mais rápida para a gestante, propiciando melhor relação mãe-bebê, pois já se pode dar a primeira mamada ainda na sala de parto. Quando em condições bem favoráveis, a via normal é uma via de parto muito gratificante para a gestante e o feto.
- ficar na frente do monitor do computador - usar telefone celular Novas estórias e tabus sempre aparecerão... Trabalho de parto e vias do parto Durante os nove meses de preparo, de consultas pré-natais e de concentração para a chegada do novo ser, a ansiedade e expectativa podem tomar conta da gestante, comprometendo a boa evolução natural. A gestante pode apresentar contrações uterinas indolores durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez. Nas três últimas semanas, podem surgir contrações mais fortes e ritmadas, que podem começar a dilatar o colo do útero e provocar a eliminação de um tampão de muco: “sinal de parto”. Pode ocorrer ruptura das membranas, com a conseqüente perda de líquido nesse período; isso ocorre em metade das gestantes. Se ocorrer, a gestante deve ir para o hospital para exame obstétrico. As contrações começarão a ficar mais fortes e
Orientação à gestante e noções de Puericultura
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A cesárea pode aumentar o risco de infecções, sangramentos e tromboses, conforme demonstram dados estatísticos. Entretanto, quando a gestante não engordou muito e levanta-se precocemente depois da cesárea, estes riscos ficam muito diminuídos. A cesariana é melhor executada quando a gestante está em trabalho de parto. A cesárea é o melhor parto quando não é possível a via vaginal ou quando existem sinais de que o feto está em perigo. A via vaginal pode não ser possível, por exemplo, nos casos de certos problemas com a placenta ou com o cordão umbilical, ou quando houver problemas de saúde da mãe ou nos casos em que o bebê é muito grande para a abertura pélvica materna ou, ainda, no posicionamento incorreto do bebê no trabalho de parto (posição em pé, deitada transversal ou sentada). (Fig. 3).
Parto cesárea A cesárea ou cesariana é uma cirurgia usada desde a antiguidade, para somente quando não houver a mínima condição de nascimento por parto normal. O termo vem do latim “caesare”, ou seja, cortar, extrair a ferro do ventre da mãe. Hoje, com os avanços da anestesia, antibióticos e medicamentos, tornou-se uma via de parto com preferência pela gestante e sua família. Com o objetivo de não sofrer, a via de parto começa a ser escolhida antes mesmo de se chegar ao nono mês de gravidez. Muitas gestantes têm medo de ficar com a bexiga “caída” depois de um parto normal. Entretanto, isso não ocorre no parto normal hospitalar com assistência médica adequada.
Posição normal
Em pé
Sentada
Fig. 3 - As posições do feto no trabalho de parto
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Deitada transversal
A gestação, o parto e o puerpério O pós-parto (puerpério)
Observações úteis
O puerpério tem início logo após o nascimento do bebê, quando a gestante passa a se denominar “puérpera”. Nos dias seguintes ao parto pode ocorrer um corrimento vaginal normal (“lochia”), inicialmente vermelho, posteriormente mais claro e, por fim, transparente. Contrações uterinas podem continuar por alguns dias, sinal de que o útero está retornando ao seu tamanho normal. Semelhante ao que ocorreu na gestação, no pós-parto o corpo da mulher pode também sofrer algumas mudanças, tais como queda de cabelos, lentificação das funções intestinais e algum grau de incontinência urinária (dificuldade para “segurar” a urina). São situações temporárias e que podem ser corrigidas com medidas simples. A súbita queda de hormônios nesta fase pode se acompanhar de sentimentos de tristeza ou depressão, que costumam ser passageiros. O retorno ao peso normal pode demorar, mas uma dieta saudável e um programa adequado de atividade física ajudarão. A puérpera deve procurar imediatamente o seu ginecologista se ocorrer a eliminação, pela vagina, de coágulos de sangue de cor viva ou se surgir febre, corrimento vaginal fético ou dor intensa no abdome, nos seios ou nas incisões cirúrgicas.
Orientação à gestante e noções de Puericultura
O pré-natal O acompanhamento pré-natal é feito por obstetra da cooperativa, livremente escolhido pela gestante. O atendimento se processa como em qualquer outra consulta médica, com o agendamento de horário, realização de exames complementares etc... Acostume-se a trazer sempre consigo e levar, a todas as consultas médicas, o seu Cartão PréNatal (fig. 4). As informações nele contidas senão muito úteis a cada consulta e na hora do parto.
Fig. 4 Cartão Pré-Natal
Atendimento na sala-de-parto O Hospital-Unimed mantém uma escala de plantão de médicos cooperados obstetras e pediatras para acompanhamento do parto e para a supervisão das condições de nascimento do bebê. Após a alta, a parturiente poderá retornar aos cuidados do seu ginecologista, bem como escolher o pediatra de sua preferência para a supervisão do desenvolvimento do recémnascido.
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Exercícios físicos na gravidez Introdução
- Treino expulsivo: destinam-se a ajudar na hora do parto, mas só devem ser iniciados após o sétimo mês de gestação.
Os exercícios físicos visam manter a boa circulação sangüínea, o tônus muscular, a postura correta e a capacidade pulmonar, proporcionando uma gravidez mais sadia, sem desconfortos, maior participação na hora do parto e recuperação mais rápida no puerpério. Um programa adequado de exercícios físicos antes, durante e após a gestação ajudará a mulher a dormir melhor, sentir-se bem durante o dia, enfrentar melhor a hora do parto e recuperar o peso e a forma física anteriores à gravidez. A fisioterapia durante a gestação visa uma gravidez saudável. Ela atua através da cinesioterapia (terapia através do movimento), dos exercícios, do relaxamento, do treino para o parto (treino expulsivo) e do treino da respiração. Os exercícios específicos devem ser iniciados a partir do terceiro mês da gestação. Devem ser agradáveis, ritmados e sempre sincronizados com a respiração. Nunca devem levar à fadiga, já que o bebê compartilha o oxigênio absorvido pela mãe. Devem ser realizados três vezes por semana, no máximo por 60 minutos de cada vez, e ser interrompidos se surgir algum sintoma de alarme (contrações, perda sangüínea etc.).
Algumas atividades físicas são particularmente indicadas na gravidez, como as caminhadas, a natação, a hidroginástica e a dança. As caminhadas devem ser feitas três vezes por semana, durante 30 minutos de cada vez, devendo a gestante usar calçado adequado (um tênis baixo) e ficar sempre atenta à postura e à respiração. Já as atividades intensas, como esportes nos quais possam ocorrer trauma físico (choques com bola, raquete, móveis etc.), não são recomendadas durante a gravidez. Da mesma forma, exercícios de saltar, balançar em demasia os braços e os movimentos bruscos devem ser evitados. Porque é importante seguir corretamente as indicações do médico e dos profissionais que acompanham as gestantes na atividade física? Principais efeitos agudos do exercício na gestante: - redução do fluxo sanguíneo para o útero - hipertermia fetal - redução da disponibilidade de carboidratos para o feto - possibilidade de abortamento durante o primeiro trimestre - risco de indução ao trabalho prematuro de parto
Programa de exercícios - Exercícios respiratórios: visam proporcionar maior domínio sobre as contrações, melhora da capacidade pulmonar e da oxigenação para a mãe e para o bebê - Exercícios postura is: buscam o condicionamento dos músculos, tendões e ligamentos e a melhora da circulação sangüínea. - relaxamento: têm a finalidade de diminuir a tensão nervosa durante a gravidez e na hora do parto, controlar a emoção e poupar energia para a hora da expulsão (parto). 13
Exercícios físicos na gravidez Recomendações Gerais - iniciar atividade física de preferência após o 3º trimestre - evitar exercícios em ambientes quentes e/ou úmidos - usar roupas e calçados adequados - deve-se prevenir o ganho excessivo de peso - tenha uma dieta apropriada e saudável - tome muito líquido
Relativas: - anemia - histórico de trabalho de parto prematuro - obesidade - diabetes tipo II - sedentarismo Durante alguns exercícios a gestante tem que se deitar no chão. Para se levantar, deve ter alguns cuidados para evitar complicações, seguindo esse passo-a-passo:
Instruções para os Exercícios - freqüência: pelo menos 3 vezes por semana - parar quando começar a se sentir cansada - evitar fazer exercícios, deitada de costas, após o primeiro trimestre - evite mudanças súbitas de direção e saltos - evite atividades que possam levar a traumas - não prenda a respiração durante os exercícios - não se alongue exageradamente - levante do chão devagar
- virar-se de lado, com as pernas flexionadas, erguer o corpo apoiando-se nos braços - sentar-se de lado e começar a erguer a parte superior do corpo, para se ajoelhar; manter as mãos fechadas ou as pontas dos dedos em contato com o chão
Exercícios recomendados: Caminhadas, natação, hidroginástica, música e dança, RPG, yoga e tai-chi-chuan.
- ajoelhar-se, com as pernas ligeiramente afastadas; apoiar-se nas mãos fechadas e manter a coluna reta
Exercícios não recomendados: Equitação, mergulho, patinação, esqui, vôlei, basquete e futebol.
- colocar em pé à frente do corpo, apoiar-se com as mãos sobre a coxa da perna que está à frente e levantar-se
Contra indicações
- para pegar o travesseiro do chão, ou qualquer outro objeto, flexionar as pernas
Absolutas:
- Colocadas as mãos uma à frente da outra, apoiar uma delas na coxa e abaixar-se, mantendo as costas retas
- portadoras de diabetes tipo I - históricos de dois ou mais abortos espontâneos - gravidez múltipla - tabagismo - ingestão excessiva de álcool
14 Orientação à gestante e noções de Puericultura
Exercícios Os exercícios descritos a seguir podem ser feitos em casa, em ambiente adequado, com boa ventilação e sobre uma superfície apropriada (um colchonete, por exemplo). Cada um deve ser repetido 5 a 15 vezes, não devendo provocar fadiga. Exercícios na posição em pé (1) Braços abaixados ao longo do corpo. Fazer movimentos de extensão, flexão frontal, flexão lateral e rotação lateral do pescoço e circundação da cabeça.
Extensão
Flexão
Flexão lateral
Rotação lateral
Circundução
Fig. 5
(2) Encaixar o quadril, contraindo o abdômen e os glúteos.
Fig. 6
(3) Pernas afastadas e levemente flexionadas, pés voltados para fora, braços estendidos à frente, na altura do peito, com os dedos entrelaçados e ombros relaxados.
Fig. 7
Inspirar, abrindo os braços lateralmente, mantendo-os alinhados com os ombros, ao mesmo tempo em que faz um agachamento (abaixe-se até o ponto em que se sentir confortável). Expirar, voltando à posição inicial.
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Exercícios físicos na gravidez
(4) Realizar movimentos com os punhos para cima e para baixo, rodando-os para um lado e para o outro. Fig. 8
(5) Antebraços dobrados sobre os braços, mãos nos ombros e cotovelos erguidos na altura dos ombros. Abrir os braços, levando os cotovelos lateralmente e para trás, inspirando. Voltar à posição inicial, expirando.
Fig. 9
(6) Braços cruzados na frente do peito, mãos nos ombros e tórax expirado. Inspirar, descruzando os braços e expirar, cruzando-os novamente. Fig. 10
(7) Braços estendidos lateralmente na altura dos ombros. Inspirar, flexionando os antebraços sobre os braços, e expirar, estendendo-os e voltando à posição inicial.
Fig. 11
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(8) Braços estendidos lateralmente na altura dos ombros. Fazer flexão lateral do tronco para a esquerda, colocando a mão esquerda na cintura e levando o braço direito acima da cabeça, enquanto inspira. Fig. 12
Expirar voltando à posição inicial. Realizar o mesmo movimento para o lado contrário.
Fig. 13
(9) Braços estendidos à frente, na altura dos ombros, segurando um bastão. Fig. 14
Exercício em decúbito lateral (10) Realizar o movimento de pedalar uma bicicleta, respirando lentamente, deitada, primeiro de um lado, depois do outro.
Elevar o bastão acima da cabeça, inspirando, e voltar à posição inicial, expirando.
Exercícios em decúbito dorsal (11) Abrir as pernas e mantê-las bem estendidas, com os calcanhares elevados. Realizar movimentos de “tesoura”, contraindo bastante a musculatura das pernas, primeiro passando a direita sobre a esquerda, depois voltando e passando a esquerda sobre a direita.
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Fig. 15
Exercícios físicos na gravidez
(12) Com uma bola entre os joelhos, flexionar as pernas apertando a bola e contraindo o “bumbum” (glúteos). Contar até 5 segundos e relaxar. Fig. 16
(13) Pernas flexionadas e relaxadas. Inspirar pelo nariz, enchendo o peito e “estufando” a barriga. “Murchar” a barriga, expirando pela boca.
Fig. 17
(14) Exercício de alongamento Dobrar uma das pernas, puxando-a até o peito, enquanto expira. Contar até 5 segundos para alongar a musculatura e relaxar, inspirando. Repetir o exercício com a outra perna.
Fig. 18
(15) Com os joelhos flexionados e apoiando sobre os calcanhares, elevar o quadril para frente e voltar à mesma posição. Fig. 19
Orientação à gestante e noções de Puericultura
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(16) Exercício de expulsão (fazer somente após o 7º mês de gestação) Flexionar as pernas afastando os joelhos. Colocar as mãos atrás dos joelhos e puxar as pernas sobre o abdômen. Fazer três vezes o movimento de ir com o quadril para frente e para baixo, fazendo a força de expulsão. (17) Exercício respiratório Colocar as mãos sobre as costelas, com os braços fechados.
Fig. 20
AR
Inspirar profundamente pelo nariz, até sentir as costelas sob as mãos. Reter o ar durante 15 a 30 segundos (aumentar gradativamente até conseguir segurar o ar por 60 segundos).
Fig. 21
Expirar lentamente pela boca, forçando no final para eliminar o ar residual. Depois, inspirar lentamente até o máximo e expirar sem força a saída do ar. Exercícios na posição sentada
Fig. 23
Fig. 22
(18) Dobrar os joelhos, juntando os pés (“borboleta”).
(19) Abrir as pernas e fazer alongamento da coluna, levando a mão direita até o pé direito, depois a mão esquerda até o pé esquerdo.
Balançar os joelhos para cima e para baixo.
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Exercícios físicos na gravidez
(20) Dobrar os cotovelos na altura dos ombros e pegar o antebraço direito com a mão esquerda e o antebraço esquerdo com a mão direita. Sem soltar as mãos, forçar um braço contra o outro, de maneira a contrair os músculos do peito. Fig. 20
(25) Deitada de costas no chão, com as pernas dobradas e os calcanhares no chão. Inspirar rapidamente pelo nariz e expirar rapidamente pela boca, por três vezes. Na quarta vez, inspirar lentamente pelo nariz e expirar lentamente pela boca. Fig. 25
Repetir o ciclo.
Conclusão A atividade física de intensidade leve a moderada é considerada segura e eficiente para grávidas saudáveis. Mulheres fisicamente ativas durante a gravidez, têm mais facilidade de aprimorar sua condição física após o parto. Os exercícios podem ajudar no trabalho de parto e, se todos os cuidados necessários forem tomados, a gestante poderá desfrutar de todos os benefícios do exercício.
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Aspectos alimentares da gestante e da nutriz Reduzir o consumo de molhos, frituras, recheios e coberturas. Aumentar a atividade física (após a avaliação médica).
Alimentação da Gestante A gravidez é um momento especial da vida da mulher e a nutrição adequada, neste momento, é mais importante do que nunca. Mulheres com boa nutrição tem menos complicações e dão a luz a bebês mais saudáveis. A gravidez provoca um aumento das necessidades nutricionais, basicamente em função do crescimento fetal e das modificações que ocorrem no corpo. Cuidando da alimentação, a gestante controla adequadamente seu ganho de peso para que não seja nem deficiente, nem excessivo.
Quando o ganho de peso estiver insuficiente; adicionar leite em pó a sopas, molhos e ao próprio leite. Nos lanches usar frutas secas ou em caldas, pão com queijo cremoso, batata assada com creme de leite e milk-shake com frutas. A alimentação da gestante deve ser adequada, isto é, existe um aumento das necessidades de alguns nutrientes como; proteínas, vitaminas e minerais. Porém isto não quer dizer que a necessidade calórica deve ser dobrada até porque estamos falando em nutrientes e não simplesmente em calorias. Além de adequada, a alimentação da gestante deve também ser equilibrada, contendo alimentos de cada grupo (energético, regulador, construtor). O principal é que deve ser bem variada, usando e abusando dos alimentos e seus nutrientes (utilizar, variando conforme a semana, vários tipos de hortaliças folhosas, legumes, frutas e carnes, garantindo assim uma grande variedade de nutrientes).
Ganho de Peso É inevitável ganhar peso na gestação, pois a gestante está gerando um bebê, armazenando líquidos e gorduras. Portanto, gestação não é período para se fazer uma dieta de emagrecimento. A variação do ganho de peso é individual, sendo na média, 11 a 15 kg. O ganho de peso deve ser em torno de: - 1 kg no primeiro trimestre - 4 kg no segundo trimestre - 6 kg no terceiro trimestre
Alimentos Reguladores (alimentos que regulam intestinos, garantindo o bom funcionamento do organismo). Fontes: alimentos que contenham vitaminas, minerais e fibras; frutas em geral, hortaliças folhosas e legume em geral.
Se o ritmo do ganho de peso estiver muito rápido, recomenda-se cortar alimentos extras, como doces, bolos e sobremesas (consumir apenas eventualmente); preferir leites e iogurtes desnatados e queijos brancos. Consumir aves, peixes e carnes magras. Grelhar, cozinhar por fervura.
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Aspectos alimentares da gestante e da nutriz Alimentos Energéticos (alimentos que fornecem energia).
A carência provoca câimbras, cáries, perda de dentes e osteoporose.
Fontes: alimentos ricos em carboidratos (dê preferência aos carboidratos complexos, que são os cereais. Os melhores são os integrais, farinhas. Evite carboidratos simples (açúcar comum e doces), pois são ricos em calorias vazias (somente calorias sem outro nutriente).
Tomar Suplemento de Cálcio somente com orientação médica. Indicado quando a ingestão é baixa. IMPORTANTE: Tomar junto às refeições, evitar cafeína (absorção) não tomar com outras vitaminas ou com ferro (reduz a absorção).
Alimentos Construtores (formam novas células, constroem o tecido muscular).
Fontes: leite, iogurtes, queijo branco, salmão e sardinhas enlatados, figo seco, sorvete de leite, alimentos comerciais fortificados com cálcio, tofu (queijo de soja) processados com sais de cálcio, espinafre, almeirão, couve, folhas de mostarda e amêndoas.
Fontes: carnes em geral, leite e seus derivados, feijão e leguminosas. *OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: As células em desenvolvimento são feitas principalmente de proteínas. As mudanças no corpo da mãe, especialmente as da placenta, necessitam delas.
Ferro: - evita anemia (suprimento de sangue aumentado 50%).
MINERAIS
- forma células vermelhas (armazenamento ao bebê para os primeiros meses de vida após o nascimento).
Cálcio: É um mineral muito importante principalmente no terceiro trimestre. Responsável por formação de dentes, estoque de leite e prevenção da hipertensão.
Observação: A vitamina C ajuda na absorção de ferro.
Pré-Eclâmpsia (Toxemia): Também chamada de hipertensão induzida, pode ocorrer no final de gestação.
Fontes de Ferro: carnes vermelhas, fígado, frutos do mar e aves, ameixa e outras frutas secas, feijão e hortaliças folhosas.
Sintomas: - Inchaço generalizado de mãos, pés e face. - Aumento na pressão sanguínea. Ganho rápido e excessivo de peso.
Fontes de Vitamina C: frutas (kiwi, laranja, morango, melão, melancia, mamão, abacaxi, acerola) e hortaliças (brócolis, pimentões verdes, tomate, aspargos, batata, couve-flor).
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Quem toma Suplemento com Ferro. Para evitar desconfortos com ânsia de vômito e obstipação: - tomar com alimento ou após uma refeição - tomar antes de ir pra cama - aumentar a ingestão de líquidos IMPORTANTE: Tomar os comprimidos com água ou suco, nunca com leite ou bebidas contendo cafeína. DESCONFORTOS COMUNS NA GRAVIDEZ Náusea e Vômitos Ingerir alimentos secos (bolachas de água e sal e pão torrado) antes de se levantar. Fracionar a alimentação diária em 8 refeições pequenas para não ficar com fome nem com o estômago muito cheio. Não tomar líquidos durante as refeições. Diminuir o consumo de gorduras e de alimentos gordurosos.
Flatulência Substitua o açúcar por mel. Consumir gengibre em sucos, ralado ou em pó, e também chás. O alho reduz a flatulência na maioria das pessoas. Constipação intestinal Aumentar o consumo de fibras dietéticas (frutas, hortaliças e cereais integrais). Aumentar o consumo de líquidos. Se a constipação persistir acrescentar ao almoço uma colher de sobremesa rasa de farelo de trigo peneirado e torrado.
Azia Seguir os mesmos conselhos para náuseas e vômitos, principalmente em relação à redução de gorduras. Quando sentir azia, comer xícara de arroz bem cozido em bastante água com pouco sal e sem gordura. Também pode ser aliviada com o consumo de xícara (café) de suco de limão diluído em água, sem adoçar. Não se deite nas 3 primeiras horas após as refeições e procure dormir com a cabeça em pouco mais elevada. Evitar: café, chá mate, álcool e refrigerante.
Hemorróidas Evitar a constipação intestinal. Evitar frituras. Diminuir o consumo de chocolate e de alimentos muito condimentados.
Atenção: Cafeína estimulante que pode atravessar a placenta e entrar no sangue do bebê, e pode deixá-lo agitado. Pode interferir na absorção do ferro, causar náuseas e azia.
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Aspectos alimentares da gestante e da nutriz A razão pela qual o café parece aumentar o risco para o bebê ainda não está clara. Entretanto, acredita-se que a cafeína pode causar um estreitamento dos vasos sanguíneos que alimentam a placenta, fazendo com que haja um suprimento de oxigênio para o feto em desenvolvimento. Uma outra hipótese é que a cafeína pode causar um efeito danoso sobre o coração, em desenvolvimento, do feto. O ideal durante a gestação é reduzir a ingestão de café a menos de 5 xícaras ao dia.
Dietas Vegetarianas: se for ovo-lacto vegetariana e bem planejada, alcança necessidades nutricionais da gestação. É importante ter boa variedade de alimentos. Desejos e Aversões Alimentares: o desejo por certos alimentos, bem como a aversão, são comuns. IMPORTANTE: INCHAÇO - Não restrinja o sal, evite o excesso (o sódio é necessário na gravidez, assim como o iodo, mineral adicionado ao sal comum) difícil ser encontrado em outros alimentos. Beba mais líquido ao invés de pouco.
Substitutos do Açúcar: Baseando-se em pesquisas atuais, não existe razão para que a mulher grávida evite alimentos com adoçantes. A única contra-indicação resume-se a gestantes com Fenilcetonúria, doença hereditária.
DIETA Quando o IMC (Índice de Massa Corpórea) prégestacional é normal, em geral se recomenda uma dieta de 2.400 Kcal/dia durante a gestação. Para se alcançar este valor é necessário acrescentar apenas cerca de 300 kcal/dia, pois a mulher não grávida, com peso normal e em idade reprodutiva, consume aproximadamente de 2000 a 2100 kcal/dia. A alimentação equilibrada deve conter todos os grupos de alimentos e em proporções adequadas. A dieta deve ser fracionada de 5 a 6 vezes ao dia em pequenas porções escolhendo alimentos ricos em alguns nutrientes como; proteínas, cálcio, vitaminas, fibras...
Álcool: relacionado com deficiências mentais, retardo no crescimento e anormalidades comportamentais do bebê. Dieta Rica em Gorduras: mulheres que têm uma dieta rica em gorduras durante a gravidez podem estar aumentando os riscos de seus filhos desenvolverem problemas de coração ao longo da vida. “Uma dieta rica em gordura animal durante a gravidez pode programar anomalias no feto em desenvolvimento” Dr. Paulo Taylor
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Exemplo de Cardápio Desjejum
Lanche da tarde
- leite c/ chocolate - pão / requeijão - fruta
- vitamina c/ leite, frutas e aveia - sanduíche de pão integral com queijo branco e peito de peru
Lanche Jantar - fruta - repetir o almoço ou sopas Almoço Ceia - salada (usar e abusar das variedades) - arroz / feijão - frango grelhado - legume refogado - gelatina
- copo de leite com bolachinha salgada
APÓS O NASCIMENTO... As necessidades nutricionais da mãe são similares. Restrição calórica durante as primeiras semanas de lactação pode reduzir a sua produção de leite. Sugestões: - beba bastante líquido, 8 a 10 copos/dia. - aumente alimentos do grupo do leite para 5 porções por dia. - evite álcool e cafeína (passam para o leite). - faça pequenos lanches freqüentemente. REDUZINDO CALORIAS... - comece limitando alimentos ricos em gorduras - cozinhe com pouco ou nenhuma gordura - não exagere no tamanho das porções
Se o ganho de peso levou 9 meses, é possível que o mesmo tempo seja necessário para perdê-lo.
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Aleitamento materno nem resfriado, estando sempre pronto para ser dado ao bebê, em qualquer hora e lugar - a amamentação dá aos bebês um sentimento de segurança e intimidade - o aleitamento favorece a contração do útero materno ao tamanho normal, pois a estimulação dos mamilos faz liberar determinados hormônios - a produção de leite consome calorias da mãe, favorecendo a perda de peso - amamentar o bebê no peito reduz o risco de câncer de mama e ovário na mãe, sendo ainda um ato de amor e carinho que fortalece a relação entre mãe e filho.
A alimentação do bebê O leite do peito materno é o melhor e mais completo alimento para o bebê, garantindo que ele cresça saudável e feliz. Somente em situações especiais se justifica substituir o leite materno, como cirurgia prévia das mamas, uso de certos remédios ou a existência de determinadas doenças transmissíveis da mãe. Alimentado no peito ou com mamadeira, é importante que o bebê se sinta seguro e confortável na hora de mamar e que fique bem alimentado. A alimentação está sendo adequada quando: - o bebê fica contente e calmo durante a amamentação - o bebê molha as fraldas 6 a 8 vezes ao dia - as fezes do bebê são macias - o bebê está ganhando peso e altura
A mãe nutriz deve evitar alimentos e substâncias que possam causar desconforto ou problemas para o bebê, tais como alho e repolho, chá preto, chá mate, chocolate, refrigerantes, café, bebidas alcoólicas e alguns anticoncepcionais. Algumas doenças, como a AIDS e as hepatites, podem ser transmitidas pelo leite materno.
Aleitamento materno O bebê tem um forte instinto de sucção e a mãe pode sentir-se ansiosa ante a expectativa de amamentar. Ambos precisam aprender e “treinar” juntos a amamentação, pois ela exige prática. A produção do leite é estimulada pela própria sucção feita pelo bebê. Eis algumas vantagens do leite materno e do aleitamento: - é o melhor e mais completo alimento para o bebê, pois contém inclusive nutrientes ausentes em outros alimentos - é de fácil digestão - protege o bebê contra várias doenças - previne problemas como prisão de ventre, diarréia, infecções de ouvido, alergia, resfriados etc. - é econômico, não precisa ser coado, fervido,
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Algumas observações importantes sobre o aleitamento materno - não existe leite fraco: todo leite materno é adequado para o melhor crescimento e desenvolvimento do bebê até 4 a 6 meses de vida, não sendo necessário dar outro alimento nessa fase. A produção de leite no primeiro dia é pequena. Esse leite, chamado colostro, é transparente ou claro , tem alto valor nutritivo, é suficiente para as necessidades do bebê e age como uma vacina, protegendo-o contra doenças. Deve-se dar os dois peitos a cada mamada para suprir as necessidades do bebê. Se ele chorar, deve-se verificar se está com fome, molhado ou se necessita de colo e carinho.
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- quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz: sugar o peito é o que estimula a produção de leite. Por isso, não é necessário dar ao bebê chás, água, sucos ou outro leite, nos primeiros 4 a 6 meses de vida. Começar a mamar desde a sala de parto facilita a descida mais rápida do leite; por isso, a mãe deve procurar manter o bebê ao seu lado do nascimento até a alta da maternidade. - o bebê precisa estar na posição correta para mamar: para que sugue bem, o bebê deve estar com o corpo totalmente voltado para o da mãe (barriga com barriga), em posição de poder abocanhar não só o mamilo (bico do peito), mas também grande parte da aréola (parte escura em volta do mamilo). Quando a criança pega o peito corretamente, com a boca bem aberta, o leite sai em quantidade suficiente, ela engole tranqüilamente e a mãe não sente dor ou desconforto ao amamentar (fig. 38).
também ajuda a prevenir rachaduras. - retirar leite quando for necessário (ordenha): deve-se evitar que as mamas fiquem muito cheias e pesadas. Se isto acontecer, é aconselhável retirar uma parte do leite, que pode ser guardado. - nunca oferecer bicos, chupetas, chuquinhas ou mamadeiras ao bebê: eles prejudicam a amamentação. Bebês que fazem uso de mamadeira acabam largando o peito. - a mãe nutriz deve tomar bastante líquido, alimentar-se bem e descansar sempre que possível. - a mãe nutriz só deve tomar medicamentos com ordem médica. - a amamentação no peito deve continuar, se possível, até os dois anos de idade: a ciência hoje recomenda que todo bebê deve ser amamentado, exclusivamente no peito, até os seis meses de vida, e continuar mamando até os dois anos de idade, ao mesmo tempo em que são introduzidos novos alimentos adequados ao seu desenvolvimento. - Direito da mãe que trabalha: para garantir a amamentação do seu filho, a mãe que trabalha fora tem direito a licença-gestante de 120 dias, dois descansos de 30 minutos por dia até a criança fazer 6 meses de idade, desde que esteja amamentando exclusivamente com Leite Materno.
Fig. 38 - Forma correta de pegar o peito
- as mamas devem ser bem cuidadas: para evitar rachaduras, os mamilos não devem ser lavados antes ou depois das mamadas. Basta o banho diário. O próprio leite protege a pele, evitando infecções. Também não se deve usar pomadas ou cremes nos mamilos. - a troca do sutiã sempre que estiver molhado
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Aleitamento materno Extração e armazenamento do leite materno Se o bebê for prematuro e for necessário extrair o leite da mãe para alimentá-lo, ou se a mãe pretende voltar ao trabalho profissional, mas deseja continuar alimentando o bebê com seu leite, é possível extrair e guardar o leite do seio. Para se fazer a ordenha, deve-se lavar bem as mãos e utilizar uma bomba de extração especial ou chacoalhar as mamas e pressionando-as do mamilo para a base; depois, colocar os dedos onde termina a aréola e apertar com cuidado até o leite sair. Algumas observações importantes: - o leite deve ser extraído diretamente em recipiente de boca larga, limpo (lavar com água e sabão e escaldar em água fervente); em seguida deve ser tampado e guardado no congelador ou no freezer (deve ser esfriado antes). - descongelar o leite gradualmente, passandoo do freezer para a geladeira, onde deve ficar por 12 horas, antes de ser utilizado. - leite descongelado, que não vai ser usado, pode ser guardado na geladeira por 12 horas, mas não deve ser recongelado. - leite que sobre na mamadeira, não deve ser reaproveitado.
ALIMENTAÇÃO EM MAMADEIRA SOMENTE COM ORIENTAÇÃO MÉDICA
Horários da alimentação - O recém-nascido deve ser alimentado quando tem fome e quando demonstre querer mamar, e não em função de horários préestabelecidos. De um modo geral, pode-se considerar que: - um bebê pode ser alimentado, até esgotar cada seio, de 8 a 10 vezes por dia. - recém-nascido geralmente engole ar quando mama, no peito ou na mamadeira. Arrotar é a maneira natural e fisiológica que o bebê tem para eliminar o ar deglutido. Na metade do tempo da mamada e ao final, a mãe deve ajudar o bebê a arrotar, segurando-o em pé, apoiado no ombro, ou deitado de bruços, sobre o colo, ou, ainda, sentado no colo com a cabeça sustentada (ver fig. 39). Dar “pancadinhas” suaves nas costas do bebê ajuda-o a eliminar o ar.
O leite materno pode ser guardado: - em temperatura ambiente, deve ser consumido imediatamente - na geladeira, por 12 h - no congelador, por 07 dias - no freezer, congelado a -20ºC, por 15 dias
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- alguns bebês regurgitam um pouquinho de leite depois de mamar, geralmente quando arrotam, porque a válvula que fecha a entrada do estômago pode não estar ainda inteiramente fechada. A regurgitação é um fato normal e não prejudica o bebê.
Fig. 39 - Posições corretas para o bebê arrotar
A necessidade de sugar Muitos bebês sentem necessidade de sugar sem estar se alimentando. Fazem isso para obter prazer e conforto. Sugar mamadeira vazia faz com que o recém-nascido engula muito ar. É preferível que sugue uma chupeta, devendo esta ser retirada assim que o bebê tiver satisfeito sua necessidade de sugar. A chupeta nunca deve ser amarrada à roupa do bebê ou no berço, o que poderia causar estrangulamento acidental. Também não se deve dar o bico da mamadeira, sem o frasco, para que o bebê sugue, pois este tipo de bico é muito macio e fácil de ser engolido, podendo causar sufocação.
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Noções de puericultura O quarto do bebê, o enxoval e os utensílios:
Dentre os utensílios de banho, os seguintes itens são indispensáveis:
Nas primeiras semanas, a mãe pode achar preferível ter o bebê junto de si, especialmente se estiver amamentando. O recém-nascido pode dormir num cesto portátil ou berço, no quarto da mãe. Com alguns meses de vida, poderá ser transferido para o seu próprio quarto. A preparação antecipada do quarto do bebê ajudará a mulher a sentir-se mais preparada para a sua chegada. O ambiente deve ser simples, seguro e limpo. Os móveis não precisam ser complicados. Os mais importantes são o berço e o trocador. O berço deve ter grades com, no máximo, seis centímetros de distância entre as hastes, para que a cabeça do bebê não fique presa. Deve ser pintado com tinta não tóxica e ter acabamento sem pontas ou asperezas que possam prender a roupa do bebê ou machucá-lo. O colchão deve encaixar bem e o seu revestimento plástico deve ser removido, pois pode causar sufocamento. As grades devem ser forradas internamente com almofadas de tecido lavável, presas com cordões menores que 15 cm de comprimento, para não se enrolarem acidentalmente no corpo do bebê. Os lençóis e os cobertores devem ser laváveis. Edredons, travesseiros e almofadas devem ser evitados, porque podem facilmente sufocar o bebê. O trocador deve ter superfície acolchoada e lavável, borda de pelo menos 3,5 cm para manter o bebê no centro, evitando quedas (nunca deixar o bebê sobre o trocador, sem alguém supervisionando, nem por um segundo!).
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- Bacia plástica pequena ou banheira plástica (uso exclusivo para o banho do bebê) - toalhas absorventes de algodão - sabonete de glicerina, especialmente formulado para uso infantil - xampu que não irrite os olhos - cotonetes e chumaços de algodão - álcool a 70%, para limpeza do coto umbilical - escova de cabelo de cerdas macias ou pente com dentes finos - fraldas descartáveis e de pano O enxoval do bebê deve incluir: - roupas de tecidos macios, laváveis e confortáveis (roupas com colchetes na virilha e abertura no pescoço facilitam a troca de roupas e fraldas) - babadores macios, absorventes ou à prova d`água, fáceis de colocar e tirar (bebês não devem dormir com o babador) - brinquedos e chocalhos feitos de materiais resistentes e inquebráveis, nenhum com menos de 2 cm de comprimento, nem muito barulhento Os cuidados com o bebê nas primeiras seis semanas de vida: Logo após o parto, os pais começam a sentir que, com a alegria, vem a responsabilidade por esse pequeno ser tão dependente para tudo: alimentação, higiene, proteção, estímulo e amor. A compreensão de algumas das necessidades físicas e mudanças que o bebê apresenta nas primeiras semanas de vida ajudará a mãe a desempenhar seu novo papel com menos apreensão:
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para ajudar a soltá-la, lavando-se e escovando-se suavemente a seguir.
- qualidade do ar: a fumaça de cigarro é nociva para os pulmões delicados do bebê e para o seu sistema imunológico ainda imaturo. Ninguém deve fumar perto do bebê!
- pele: logo o recém-nascido perde a camada de gordura que protege seu corpo e sua pele pode desidratar e descamar. Manchas azuladas ou avermelhadas e pintas brancas dispersas pelo corpo do recém-nascido são comuns. A pele geralmente torna-se mais clara após os primeiros meses de vida. Esses fenômenos são normais e não necessitam cuidados especiais. O bebê apresenta uma penugem macia (lanugo) na cabeça, ombros e tórax, que geralmente cai após uma a duas semanas. Na cabeça, o lanugo vai sendo substituído pelos cabelos permanentes.
- temperatura ambiente: ao nascer, o bebê pode não estar preparado para regular a própria temperatura, sendo importante, por isso, manter o ambiente aquecido. Sua roupa deve ser bem escolhida, para não aquecê-lo muito, nem deixálo sentir frio. - órgãos sexuais: um certo inchaço nos mamilos dos bebês, independente do sexo, é comum logo após o nascimento. Os órgãos sexuais, masculinos ou femininos, se mostram inchados e avermelhados. As meninas podem ter, também, um corrimento vaginal esbranquiçado ou ligeiramente avermelhado. Estas alterações são conseqüentes aos hormônios maternos e desaparecem ao final da primeira semana de vida.
- umbigo: o coto do cordão umbilical, de alguns centímetros, que foi amarrado no momento do nascimento, seca, torna-se escuro e cai em cerca de 10 a 20 dias. Nos primeiros dias, o umbigo deve ser limpo com álcool 70% e seco logo após o banho. - icterícia: muitos bebês ficam com a pele e os olhos amarelados por um ou dois dias após o nascimento, porque seus fígados ainda são imaturos e não conseguem decompor adequadamente a bilirrubina, um componente do sangue. Essa icterícia é normal e desaparece em poucos dias.
- cabeça: devido às pressões sofridas durante o trabalho de parto e o movimento próprio de sobreposição dos ossos do crânio, para proteger o cérebro, a cabeça do recém-nascido não é arredondada. Geralmente ela se apresenta inchada e deformada em certas regiões, mais isto não prejudica o cérebro do bebê. A deformidade e inchaço desaparecem em poucos dias. As fontanelas (moleiras) anterior e posterior estão sempre presentes. São pontos em que os ossos ainda não se uniram, o que é normal nesta época. Recomenda-se limpá-las e tocá-las com delicadeza. Pode estar presente uma casca grossa (crosta láctea) na cabeça do bebê, semelhante à caspa, que pode ser removida delicadamente com uma escova infantil bem macia ou com a aplicação de um óleo infantil
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Noções de puericultura - sono: a maioria dos bebês dorme muito, cerca de 14 a 18 horas por dia, em períodos de duas a quatro horas, geralmente após as mamadas. De modo geral, os períodos em que ficam acordados duram mais ou menos duas horas. Os bebês devem dormir de costas ou de lado, para diminuir o risco de sufocamento.
O banho do bebê O cômodo onde será dado o banho deve estar aquecido (em torno de 24ºC), pois o corpo do recém-nascido é pobre em gordura e perde calor muito rapidamente. O banho pode ser completo, desde que feito com muito cuidado. O banho de esponja é uma boa alternativa para as primeiras semanas de vida, principalmente em época de frio.
- peso: Ao nascer, o bebê pesa de 2500 g (dois quilos e meio) a 4000 g (quatro quilos) e perde, nos primeiros cinco dias, cerca de um décimo deste peso (250 a 400 g), na maior parte constituído de excesso de líquidos. Ao final de duas semanas o peso de nascimento já voltou e o bebê ganhará cerca de 700 a 900 g por mês.
Recomenda-se o uso de sabonetes suaves. Os sabonetes comuns podem ser excessivamente agressivos para a pele delicada do bebê. A massagem suave com óleo ou loção, antes ou após o banho, ajuda a proteger a pele do recémnascido.
O bebê nasce com alguns instintos e reflexos que o ajudam a sobreviver nos primeiros dias de vida. Para mamar, por exemplo, o bebê agarra naturalmente o bico do seio materno e se alimenta. Estes reflexos estão bem desenvolvidos quando o bebê nasce no tempo previsto, ou seja, entre 38 e 42 semanas de gestação. Se o nascimento ocorre antes disso, o bebê pode apresentar dificuldade para se alimentar e também para respirar adequadamente.
O chamado banho de esponja é feito com uma toalhinha umedecida em água morna e sabonete suave, para lavar o rosto, as mãos e a região em contato com as fraldas a região lavada deve ser logo seca com uma toalha para que o bebê não se resfrie. O banho completo pode ser dado numa banheira de plástico ou numa bacia de fundo chato, de uso exclusivo do bebê. A água do banho deve estar morna, aproximadamente na temperatura do corpo (a mãe deve testar a temperatura da água com a parte interna do pulso ou com o cotovelo). Nunca deixar o recémnascido sozinho na água e segurá-lo firmemente durante o banho (veja fig. 40) para não deixá-lo escapar das mãos. Usar um esfregão macio (as esponjas de plástico ou espuma não são recomendadas, porque retêm sujeira).
Portanto, o bebê deve amadurecer completamente dentro do útero, quando então, a gestante entrará em trabalho de parto e o nascimento ocorrerá no tempo certo. A marcação antecipada do parto, por operação cesariana, é muito arriscada, pois poderá vir à luz um bebê prematuro. O bebê nascido prematuro tem risco maior para infecções e outras complicações, principalmente respiratórias, nos primeiros dias de vida, o que poderá resultar em seqüelas no seu desenvolvimento futuro.
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Uma toalha limpa, dobrada, pode ser colocada no fundo da banheira, para maior conforto do bebê, e deve ser lavada juntamente com suas roupas. Completar a limpeza do bebê com cotonetes umedecidos em álcool a 70% para limpar o coto do umbigo. Duas vezes por semana, lavar a cabeça do bebê com xampu suave, tomando-se cuidado ao esfregar a região das moleiras. Não introduzir nada nos olhos, ouvidos e nariz do bebê, durante ou após o banho. Secreções podem ser limpas com um pano macio, embebido em água morna. As unhas do recém-nascido devem ser cortadas retas, com uma tesourinha especial, enquanto o bebê estiver dormindo. Fig. 40 - Posições correta do bebê durante o banho
As fraldas Um bebê troca de fraldas de 6 a 10 vezes por dia, ou seja, 2190 a 3650 vezes por ano! Assim, ao escolher o tipo de fralda, deve-se optar pelo que é melhor para o bebê e para o bolso. Tanto as fraldas de pano como as descartáveis apresentam vantagens e desvantagens:
VANTAGENS
DESVANTAGENS
Fraldas de Pano
Fraldas descartáveis
Mais baratas, são ecologicamente mais adequadas, porque podem ser reutilizadas e provêm de fonte de matéria prima renovável.
Fáceis de trocar em viagens. Mais absorventes, evitam a umidade em contato com a pele do bebê, prevenindo assaduras. Mais eficazes contra vazamentos (dispensam o uso de calça plástica).
Vazam mais facilmente que as descartáveis (necessário uso de calça plástica). Troca difícil em viagens. Provocam gastos com água, material de limpeza e energia elétrica na lavagem.
Mais caras que as de pano. 30% do seu material não é biodegradável.
Fraldas de pano devem ser lavadas separadamente das demais roupas do bebê. Assim como toda a roupa do recém-nascido, devem ser lavadas com detergente suave e bem enxaguadas, para remover resíduos que possam irritar a pele.
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Noções de puericultura Qualquer que seja o tipo de fralda, o bebê deve ser trocado com freqüência, tão logo urine ou evacue, porque enzimas presentes na urina e nas fezes podem irritar sua pele e produzir assaduras. A região das fraldas deve ser lavada com sabonete suave e água morna, secando-se bem a pele. Expor a pele da região das fraldas à luz e ao ar ajuda a curar ou prevenir assaduras. Em caso de assaduras, deve-se usar pomadas de óxido de zinco ou polvilho infantil.
as necessidades de seu filho e a não procurar o médico a cada espirro. Quando levar o bebê ao médico? Em caso de dúvida, é sempre melhor consultar o médico, mas deve-se fazê-lo sempre que o bebê apresentar: - febre: a febre é sinal de infecção e deve ser levada a sério, mesmo se for baixa, principalmente no recém-nascido - diarréia: (fezes líquidas) ou fezes duras e empelotadas, por períodos prolongados
As visitas ao médico pediatra
- perda prolongada do apetite
Deve-se levar regularmente o bebê ao pediatra e não somente quando estiver doente. O pediatra acompanhará o bebê, verificando o aumento de peso, o desenvolvimento do crânio e dos ossos, a aparência da pele, o tônus dos músculos, o funcionamento do coração e dos pulmões, o estado de saúde da boca, do nariz e dos ouvidos, e os reflexos, as articulações, os olhos e eventuais anomalias. Também orientará sobre a amamentação, a introdução de alimentos sólidos na dieta, o uso de medicamentos etc.. É aconselhável que a mãe, antes mesmo de dar à luz, escolha o pediatra que vai cuidar de seu b e b ê, e m ca s o d e d o e n ça e p a ra acompanhamento de rotina. Além de profissionalmente capaz, o médico pediatra deve ter disponibilidade de atendimento em horas e dias normais, à noite, em fins-de-semana, feriados etc., além de oferecer alternativas em caso de estar ocupado ou ausente: deve ser paciente, ouvir com atenção e, sobretudo, inspirar confiança. Apesar de causar preocupação aos pais quando ficam doentes, a maioria das crianças se recupera rapidamente de doenças sem gravidade, como resfriados. Com o tempo os pais aprendem a interpretar corretamente o choro e
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- vômito: não deve ser confundido com a regurgitação, que é normal nos bebês. O vômito é a expulsão de grande quantidade de alimento. - choro excessivo - modificações evidentes na respiração, respiração muito fraca ou muito forte ou entrecortada, pode ser sinal de doença - assaduras que não desaparecem em poucos dias - icterícia de recém-nascido que não começa a desaparecer após dois dias, ou que se acentua - corrimento pelos ouvidos, olhos, nariz ou órgãos genitais - problemas no coto umbilical: odor forte, marcas vermelhas ou amolecimento do coto
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- “Falta” de colo: por ter estado muito tempo aconchegado no útero, o recém-nascido pode sentir-se inseguro ou atemorizado num espaço amplo, e precisa de proteção.
A medição da temperatura do bebê Se houver suspeita de febre, a temperatura do bebê deve ser medida. O modo correto de fazêlo é através da introdução do termômetro, de uso exclusivo do bebê, por via retal (ânus) ou a sua colocação nas axilas, por 3 a 4 minutos. Antes da medida da temperatura, o termômetro deve ser sacudido vigorosamente, até que o nível superior da coluna de mercúrio fique abaixo da marca de 35ºC e a leitura deve ser feita imediatamente após a retirada do instrumento do ânus ou da axila. Para medir a temperatura retal, untar primeiro a ponta do termômetro com vaselina. Deitar o bebê de bruços sobre o colo e segurá-lo bem. Introduzir o termômetro até que a ponta prateada esteja completamente coberta pela abertura retal. Após 3 minutos, retirá-lo lentamente, segurá-lo em posição horizontal e girá-lo até conseguir visualizar a marca da coluna de mercúrio (atualmente existem termômetros digitais, que mostram a temperatura diretamente em números numa pequena tela). Após o uso, lavar o instrumento com água morna e sabão, passar álcool e secar. A temperatura normal do bebê é de 37ºC.
- Cansaço por estar longamente numa mesma posição, ou por não conseguir dormir. Ele chora porque esse é o único meio que conhece para expressar frustração. - Necessidade de sugar: se o bebê está inquieto, embora bem alimentado, esse é o momento de se oferecer a chupeta ou o dedo. - Cólicas: o choro devido às cólicas geralmente é intenso e inconsolável, acompanhado do bater das pernas e de contrações do rosto; não pára, mesmo depois que tudo já foi tentado. As causas não são conhecidas e apenas os sintomas são tratados. O problema costuma diminuir após o segundo mês de vida. - Desconforto devido a fraldas molhadas, muito calor ou muito frio, dores provocadas por gases intestinais, susto decorrente de ruídos fortes e várias outras causas. Quando o bebê não pára de chorar, deve ser examinado pelo pediatra.
O choro do bebê e seu significado
A estimulação adequada do bebê
O choro é uma das formas de comunicação do bebê e não deve ser ignorado. É importante saber porque o bebê está chorando. Os recémnascidos que têm seu choro atendido tendem a se desenvolver mais rapidamente que os que são ignorados. As causas mais prováveis do choro são: - Fome: a menos que se tenha certeza de que o bebê está bem alimentado, é provável que essa seja a causa do choro.
Os bebês são muito atentos ao que se passa a sua volta. Permitir que desperte os sentidos de tato, audição e visão ajuda seu desenvolvimento físico e emocional.
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Noções de puericultura O tato pode ser estimulado através de massagens delicadas nas pernas e braços, o que ajuda a desenvolver o tônus muscular e os reflexos e melhora a circulação e a percepção sensorial. Segurar o bebê junto ao peito lhe dá sensação de segurança. O passeio em carrinho o expõe à sensação de movimento e ao vento. Mesmo as roupas e cobertas, com texturas variadas, desde que macias e não irritantes, favorecem novas experiências sensoriais. A audição é estimulada por sons variados, que precisam ser suaves, jamais repentinos ou muito fortes. O bebê gosta do som da voz dos familiares e amigos, e é capaz de reconhecer as vozes dos pais. Deve ser exposto com freqüência ao som de música suave e até mesmo aos ruídos domésticos não muito intensos, como os sons de relógios, do aspirador de pó no cômodo ao lado etc. A mãe deve falar e cantar para o bebê, pois sua voz lhe transmite a sensação de segurança. A estimulação visual do bebê é um fator importante, ajudando-o a desenvolver e
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controlar a ação dos músculos dos olhos. Um bebê é capaz de focalizar um objeto que esteja a 20 ou 25 cm de distância dos seus olhos, tal como o rosto da mãe quando o amamenta. Gosta, também, de estampas ou objetos coloridos de cores bem contrastantes, de coisas em movimento (móbiles, brinquedos animados, ventilador de teto etc). Os bebês têm olfato e paladar altamente desenvolvidos e reconhecem odores e sabores como os do leite materno. A estimulação desses sentidos, além de desnecessária, pode causar irritações. A vacinação É importante satisfazer em dia o calendário vacinal do bebê, pois a erupção de doenças controláveis pode se tornar um sério problema. O calendário de vacinação prevê a imunização contra as doenças controláveis, desde o primeiro mês de vida até a idade adulta.
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O pré-natal odontológico ... “Ser pai ou mãe – o que se inicia com a vida pré-natal – é um processo inteiramente social e tem um papel dominante no desenvolvimento de cada criança. Uma mudança nas atitudes e práticas dos pais naturais pode mudar a vida de uma criança”. DAVID CHAMBERLAIN
natural da gestação”, ou “cada filho nascido, um dente perdido”, ou ainda “tratamento odontológico na gravidez pode prejudicar a mãe e o feto” etc.
A importância do pré-natal odontológico O acompanhamento da mulher na gravidez, do ponto-de-vista da odontologia, tem como objetivo manter ou resgatar a saúde bucal durante a gestação por meio de medidas preventivas e/ou curativas, ou seja, através do tratamento odontológico propriamente dito. Condições desfavoráveis durante a gestação, como o uso de medicamentos, de cigarro e do álcool, as carências nutricionais, as doenças e a poluição intra-uterina podem trazer problemas para a saúde do bebê em desenvolvimento, interferindo inclusive na odontogênese (formação dos dentes do bebê). Sabemos, no entanto, que muitas dessas condições podem ser prevenidas e o momento mais oportuno para se fazer educação em saúde é durante a gravidez. Muitas vezes não é dada à mãe a opção de fazer seus filhos crescerem sem problemas bucais, porque simplesmente desconhece que existe uma postura de prevenção e que ela é determinante nesse processo. As mães têm um papel chave dentro da família quando a questão é educação, pois elas determinam os comportamentos que seus filhos adotarão.
Tratamento odontológico na gravidez A gravidez é um momento imperdível para o estabelecimento de bons hábitos bucais. O fato de uma mulher estar grávida não deve ser motivo para adiar um tratamento odontológico. É exatamente por estar grávida que ela precisa dos cuidados de um dentista. As doenças infecciosas bucais exercem influência em todo o organismo e, portanto, são consideradas um fator de risco para a gravidez. A gestante saudável pode tomar anestesia, passar por cirurgias, tratamento e raios-X. Se houver comprometimento da saúde da gestante, o dentista vai elaborar um plano de tratamento em conjunto com o ginecologista. A cárie dentária
coroa esmalte dentina
Odontologia e gravidez: mitos e verdades raíz
A maior dificuldade para o atendimento odontológico durante a gestação advém das crenças relacionadas ao período gestacional, tais como “a perda de um dente é uma ocorrência
poupa osso alveolar
Fig. 27 – Partes do dente e das estruturas de suporte
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O pré-natal odontológico A cárie é uma doença transmissível, causada por bactérias que, em contato com produtos açucarados, desmineralizam o esmalte. Um conjunto de fatores pode predispor a grávida a maior atividade de cárie, tais como a negligência com a higiene bucal, a alteração dos hábitos alimentares (“desejos”), o aumento do número de refeições diárias e as náuseas e vômitos constantes. O maior risco acontece nos casos graves de hiperemese (náuseas e vômitos) gravídica que, em algumas situações, pode persistir por todo o período gestacional.
volta da sexta semana de gestação e a deficiência de vitaminas ou a falta de cálcio e fosfato podem influenciar nesse processo. Esses nutrientes são necessários também para a mãe, assegurando sua saúde e sua capacidade de produzir leite e de amamentar o bebê. Outro aspecto que devemos considerar é a formação do paladar do bebê. O feto já é capaz de degustar por volta da 14ª semana de vida intrauterina e fica em contato gustativo com o líquido amniótico, o líquido que envolve o bebê na barriga da mãe. Sabemos que o cheiro e o sabor das substâncias ingeridas pela mãe também passam para o líquido amniótico; os fetos os reconhecem e os recém-nascidos os preferem. Portanto, se a grávida comer muito doce, o bebê também degusta e se acostuma com esse sabor. O útero é uma escola onde o bebê aprende. E ele vai gostar do que conheceu na vida intra-uterina. Na gestação não precisa comer açúcar. O açúcar natural dos alimentos não doces (carboidratos, como os cereais, os tubérculos etc.) é suficiente para suprir as necessidades da mãe e do feto e para assegurar o desenvolvimento integral do bebê.
Influência sobre o periodonto O periodonto é o conjunto de estruturas formado pelo osso, ligamentos e gengiva e pelo cemento, responsáveis pela fixação do dente. A elevação do nível circulante de estrógeno e progesterona, os hormônios da gravidez, causa um aumento da vascularização do periodonto, deixando a gengiva com tendência ao sangramento. Ocasionalmente, uma área gengival, na maioria da vezes no espaço entre os dentes, se inflama e incha bastante, formando uma lesão de coloração vermelha ou violácea chamada de granuloma gravídico. O granuloma, ao tornar-se sintomático, deverá ser removido pelo dentista. A periodontite, quando presente durante a gestação, deverá ser adequadamente tratada, pois estudos recentes mostram que a doença periodontal pode ser um fator de risco bastante significativo para o nascimento de bebês prematuros e de baixo peso.
A transmissibilidade da doença cárie Sabemos que as bactérias que causam tanto a cárie quanto a doença periodontal podem ser transmitidas da mãe para o bebê, pelo contato direto. Se a mãe tem muitas cáries e gengivite, ela possui muitas bactérias que serão transmitidas para a criança, aumentando o risco do bebê apresentar cárie e gengivite em idade precoce. Os cuidados com a saúde bucal da gestante não devem parar quando o bebê nascer, principalmente porque os hábitos adquiridos pela mãe serão passados para o seu filho(a).
Gravidez e nutrição A dieta tem um papel importante durante a odontogênese. Os processos de formação e desenvolvimento dentário do feto têm início por
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A amamentação natural também exercita corretamente as funções de respiração e deglutição e o equilíbrio dessas funções colabora para o correto desenvolvimento dos ossos da face e o posicionamento dos dentes, além de preparar os músculos da face para a mastigação e fonação (fala).
Fig. 29 – Retrognatismo mandibular. Deve ser anulado até a erupção dos primeiros dentinhos.
A amamentação artificial deixa muito a desejar nesse sentido, pois a criança obtém o leite da mamadeira sem nenhum esforço. Fig. 28- use o fio dental para limpar os lados dos seus dentes. O fio deve entrar debaixo da gengiva. Ele deve limpar ambas as superfícies de cada espaço.
Além disso, as crianças que são amamentadas no peito têm sua necessidade de sucção saciada; por isso, a chance delas pegarem a chupeta é bem menor. Por tudo isso, amamentação é ortodontia preventiva grátis.
A amamentação natural
Observe, nas próximas figuras, o movimento dos lábios e da língua do bebê durante a amamentação:
Do ponto-de-vista da odontologia, é importantíssimo que a criança seja amamentada no peito. Ao nascer, toda criança apresenta retrognatismo mandibular (“queixinho para trás”). O desenvolvimento mandibular e a correção do retrognatismo ocorrem durante o período de amamentação e têm continuidade com a chegada dos primeiros dentinhos e o início da mastigação.
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O pré-natal odontológico Fig. – 30 – Seqüência de movimentos da língua na amamentação: (A) abertura da boca para boa “pega” perfeito vedamento labial com compressão dos seios lactíferos; (B) ótima “pega”: observar a posição anteriorizada da língua; (C) e (D) onda de compressão percorrendo a língua para pressionar o leite dos seios lactíferos; (E) deglutição do leite.
A primeira consulta odontológica do bebê (A)
A partir de três ou quatro meses de idade, o bebê deve ser levado ao dentista que cuida de crianças, mesmo que ainda não tenha nenhum dentinho. Essa visita é importante para avaliação e orientação e para que o profissional demonstre à mamãe a maneira correta de higienização. Isso permitirá que a mamãe se familiarize com a cavidade bucal do bebê e se sinta segura para realizar a higienização em casa.
(B)
(C)
Fig. 31 – A maneira mais fácil de executar a limpeza da boca é deitar a criança no colo, com a cabeça de encontro ao “estômago” da mãe, e utilizar um pequeno pedaço de gaze.
(D)
“Nenhum especialista pode fazer por uma criança o que os pais podem”. Entretanto, a visita do bebê ao consultório odontológico ajuda a criança a formar, logo na primeira infância, uma imagem positiva do dentista. (E)
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Orientações fonoaudiológicas para gestantes Quem é o (a) Fonoaudiólogo(a)?
Exposição a Raios-X durante a gestação
É um profissional da saúde. Pode realizar pesquisa, prevenção, avaliação e tratamento nas áreas da comunicação oral, leitura e escrita, voz e audição.
A princípio, os exames que utilizam raios-X devem ser evitados durante a gestação, para não prejudicar o feto. Se forem absolutamente necessários, existem formas especiais de proteção que permitem preservar o bebê. Durante intervenções dentárias, o dentista deve ser informado sobre a gravidez para tomar os devidos cuidados em caso de ser necessária uma radiografia dental.
Importância do profissional de fonoaudiologia na orientação gestacional Vários fatores e condições a que a gestante eventualmente está sujeita podem afetar futuramente o bebê, inclusive com relação à audição, fala, deglutição, sucção, mastigação e respiração. Cabe ao fonoaudiólogo alertar a futura mamãe para os riscos que representam tais fatores e condições, bem como orientá-la no sentido de evitar ou de minimizar seus efeitos indesejáveis. A seguir, exporemos alguns desses possíveis problemas e a melhor forma de contorná-los.
A audição É o sentido que capacita a pessoa a perceber os sons. A audição é parte vital para o relacionamento do indivíduo com o meio ambiente, favorecendo assim a comunicação humana. O desenvolvimento do sistema auditivo, que se inicia na vida intra-uterina, encerra-se durante o primeiro ano de vida da criança. Sabe-se que no quinto mês de gestação o feto já tem formadas as estruturas do ouvido. Antes do nascimento o feto já é capaz de ouvir e até de distinguir diferentes tipos de sons como, por exemplo, vozes de familiares e de não-familiares, altura e intensidade dos sons e, inclusive, determinar de onde vem o som.
Situações que exigem cuidados Medicamentos utilizados pela gestante Os medicamentos que a gestante ingere podem atravessar a barreira da placenta e chegar até o bebê. Alguns medicamentos podem afetar o desenvolvimento fetal e causar problemas relacionados à sua audição. Por isso, tais medicamentos não devem ser usados pela gestante. A melhor maneira de evitar esse tipo de problema é não tomar remédios que não sejam prescritos pelo médico. Se a mulher já utilizava medicamentos antes do início da gravidez, deve procurar o médico de sua confiança para se informar sobre quais remédios podem ser continuados, se as doses devem ser ajustadas etc.
A audição do bebê Não muito após o nascimento, o bebê começa a prestar atenção aos sons em sua volta. É quando começam a se formar as bases para o vínculo mãe-filho.
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Orientações fonoaudiológicas para gestantes A audição é importante para o desenvolvimento da fala e de outras funções a ela relacionadas. Assim, alterações na percepção audit iva podem causar problema no desenvolvimento da fala e, conseqüentemente, na linguagem, na leitura, na capacidade de aprendizagem e também na socialização da criança.
- se o bebê está com infecção de ouvido - se o bebê se assusta quando ouve um barulho forte - se o bebê brinca com a voz ou produz sons após os 2 meses de idade - se o bebê tenta imitar os sons que ouviu - se a criança demora para falar (com um ano e seis meses a criança já fala algumas palavras isoladas) - se a criança parece distraída - se a criança se queixa de dificuldade de escutar - se a criança fala gritando - se a criança se queixa de dor de ouvido ou de ouvido tapado - se a criança aumenta muito o volume da TV e do rádio - se a criança tem dificuldade de ouvir ao telefone
Como prevenir problemas de audição - Procurar acompanhamento médico antes e durante a gravidez, evitando infecções, desnutrição e estresse - Evitar o uso de drogas, especialmente durante a gravidez - Não se automedicar - Não pingar nada no ouvido sem antes consultar o médico - É fundamental manter as vacinas da criança em dia - Não usar cotonetes, grampos de cabelo, tampas de canetas para limpar as orelhas; usar somente a toalha - Evitar a entrada de água no ouvido, principalmente na hora do banho
Para saber como está a audição de seu filho, a primeira providência a tomar é procurar um médico otorinolaringologista. Se houver n e c e s s i d a d e, e l e o e n ca m i n h a rá a o fonoaudiólogo para avaliar se existe algum problema auditivo, através de exames específicos da audição, e conversar a respeito do desenvolvimento auditivo do bebê. A detecção precoce de alterações auditivas e o início da intervenção até os 6 meses de idade auxiliam muito no desenvolvimento da fala, bem como no desenvolvimento social da criança.
Ficar atento à audição de seu filho e observar: - se o bebê reage aos sons; batidas de palmas, portas, buzinas, chamados etc.
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assistindo TV ou está concentrada. - Pede sempre para repetirem o que foi dito. - Procura pistas visuais no rosto do falante. - É hiperativa ou altamente concentrada. - Não consegue lembrar três ordens seguidas. - Tem dificuldade para tomar notas na sala de aula. - Fica quieta, mas não se envolve nas atividades. - Apresenta tempo curto de atenção. - Mostra dificuldade para memorização.
Conseqüências da otite (infecção de ouvido) em crianças: A otite é a doença que mais acomete crianças de zero a sete anos de idade. É uma inflamação na orelha média, causada por infecção ou por mau funcionamento da tuba auditiva, depressão ou estado imunológico, alergias, fatores ambientais (poluição, pais fumantes) e até por problemas sociais. Nem sempre provoca dor. Por isso, muitas vezes os pais não percebem essa doença de ouvido, que pode provocar perda auditiva leve, quase sempre reversível, mas que acarreta à criança inúmeras dificuldades de aprendizagem e, até mesmo, distúrbios comportamentais.
Estimulando a linguagem É importante ressaltar que, apesar de não falar, o bebê deve ser estimulado o tempo todo, principalmente nos momentos de maior vínculo mãe-bebê, como no banho, na troca de roupa, na amamentação, etc. Assim, ele vai interagir cada vez mais através da linguagem, balbucio, riso, choro. Com o tempo, irá se desenvolver e se comunicar através de palavras isoladas, frases completas e discurso.
Características comportamentais da criança portadora de otite: - Queixa-se de dor-de-ouvido ou sensação de ouvido tapado por mais de duas semanas. - Já teve várias otites. - Não ouve quando é chamada, se está
A importância da amamentação natural “A partir do momento em que a mãe leva pela primeira vez o recém-nascido ao peito, ela passa a saber, instintivamente, que as mensagens amorosas que acompanham a amamentação são tão importantes para o bem-estar do bebê quanto o próprio leite. E ela tem razão. Sem essas mensagens, o alimento não bastaria para estimular o desenvolvimento global da criança.” T. BERRY BRAZELTON
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Orientações fonoaudiológicas para gestantes Além dos indiscutíveis valores nutricionais do leite materno, a amamentação proporciona fortalecimento do vínculo mãe-filho e possibilita a transferência de anticorpos maternos para o bebê, melhorando sua resistência a doenças diversas. Além disso, a amamentação é fundamental para o bom desenvolvimento das estruturas orais envolvidas no ato de sugar. A sucção é o exercício mais eficaz e natural para que uma criança possa desenvolver sua linguagem oral. Durante a amamentação no seio materno, lábios, língua, bochechas, ossos e músculos da face do bebê se desenvolvem e se fortalecem. Existem, contudo, mães e profissionais da saúde que, por acharem inviável dar continuidade ao aleitamento materno, por este ou qualquer motivo, acabem por interromper o mecanismo de desenvolvimento mental, psicológico e fisiológico, propiciando ao bebê um futuro possivelmente comprometido no que se refere às áreas de pediatria, fonoaudiologia e odontologia.
Estruturas orais corretamente desenvolvidas
Mordida e oclusão corretas
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O estímulo ao aleitamento materno não é novidade e não se trata apenas de um modismo cultivado pelos meios de comunicação, mas faz parte de uma campanha de bom senso que visa a saúde da mulher e, essencialmente, a do recémnascido em seu meio-ambiente. O recém-nascido tem o queixo (mandíbula) pequeno e posicionado mais para trás. Para extrair o leite do seio materno, os movimentos que ele realiza com a mandíbula e com os músculos da face favorecem o crescimento e o correto posicionamento futuro da mandíbula, que adquire uma posição ideal para o surgimento dos dentes. Mamando no seio materno, o bebê consegue respirar somente pelo nariz. Essa respiração nasal é fundamental pa ra que o a r seja adequadamente filtrado, aquecido e umedecido antes de penetrar nos pulmões, contribuindo para o correto desenvolvimento das estruturas orais.
Respiração nasal
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Fala, mastigação e deglutição corretas da criança no futuro.
Toda essa dinâmica do aleitamento materno representa estímulos funcionais para um desenvolvimento harmonioso das estruturas orais. O mesmo não ocorre com a alimentação através da mamadeira. A dinâmica se torna diferente, porque todo aquele ciclo coordenado de movimento já descrito é realizado de maneira muito mais simples. O bebê realiza uma função mecânica diminuída e, em certos aspectos, antifisiológica. Os lábios não irão vedar totalmente o bico da mamadeira, ocorrendo a ingestão de ar juntamente com o leite. Em geral, os bicos das mamadeiras são longos, com orifícios que permitem uma saída abundante de leite. Dessa maneira, não há necessidade de um esforço muscular no sentido de pressionar o bico com movimentos coordenados de lábios, língua, bochechas e mandíbula para a obtenção do alimento.
Técnica de aleitamento materno O preparo e o incentivo ao aleitamento materno devem se iniciar ainda por ocasião do pré-natal e não só após o parto. Em casa, a mãe deve sempre escolher um lugar tranqüilo para amamentar, pedindo licença para os parentes e eventuais visitas presentes. Antes de iniciar o aleitamento do filho, a mãe deve lavar bem as mãos. Durante o aleitamento, a mãe deverá ter o cuidado de não deixar que o seu seio encoste no nariz do bebê e obstrua a via aérea, impedindo que ele respire e se alimente adequadamente. Para o aleitamento materno ocorrer de maneira adequada, é importante que a postura do bebê seja confortável para a mãe e para o filho; é importante frisar que a criança deve ficar com a cabeça ligeiramente mais elevada para evitar que o leite escorra para a tuba auditiva (orifício de ligação entre a boca e o ouvido médio), causando otites freqüentes, o que pode prejudicar o desenvolvimento da percepção auditiva e, conseqüentemente, da linguagem. Além disso, o aleitamento materno favorece as necessidades afetivas da criança, porque ela permanece mais tempo com a mãe num contato muito íntimo, através do qual a mãe acaricia e fala com ela, estimulando, dessa forma o desenvolvimento da linguagem.
Além disso, no aleitamento artificial a criança ingere maior quantidade de leite do que sugando o seio materno tendo, como conseqüência, dificuldades de digestão. Pela obtenção facilitada e rápida do alimento, não há a fadiga na amamentação nem as condições favoráveis para assegurar ao bebê um sono fisiológico tranqüilo e reparador.
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Orientações fonoaudiológicas para gestantes Mamadeira causa problemas? Quais? Sabe-se que mamadeiras com bico comum e/ou furo aumentado, podem causar: - menor número de sucções (o bebê mama tudo com poucas sugadas, reduzindo o exercício das estruturas orais). - inadequada estimulação dos músculos e ossos da face. - mau desenvolvimento da arcada dentária. - flacidez da musculatura facial. - broncoaspiração - descordenação da sucção, respiração, deglutição
Fig. 33 – Amamentação com mamadeira: A boca se abre demasiadamente, tornando difícil o fechamento dos lábios. Há ingestão de ar e pressões musculares anormais são exercidas como reação à abertura
Distúrbios fonoaudiológicos provenientes do não-aleitamento materno - Deglutição atípica. - Alteração de fala. - Alteração respiratória. - Distúrbios de conduta.
Sucção digital e chupeta: entendendo para evitar. O bebê amamentado no seio materno experimenta uma sensação de prazer e satisfação que lhe são importantes, e o esforço para realizar tal atividade exercita a região oral.
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Chupeta Os bebês que usam chupeta, para satisfazer a necessidade de sucção, acabam diminuindo o tempo no seio materno, tornando a chupeta um substituto das mamadas, além de interferir na relação entre oferta e demanda do leite. - não oferecer a chupeta a qualquer sinal de desconforto do bebê. - não reintroduzir repetidamente a chupeta na boca da criança. - não passar quaisquer substâncias (mel, açúcar etc.) na chupeta, para que o bebê a aceite. - nunca pendurar objetos na chupeta (fraldas, outras chupetas etc.)
Uma observação final Orientações adequadas capacitam os pais a tornarem-se agentes estimuladores da comunicação e lhes dá parâmetros para que detectem alterações da comunicação e possam providenciar os recursos necessários para a sua adequação. Incentivar a prevenção, por meio do intercâmbio entre os vários profissionais da saúde, passa a ser a ordem deste século, onde a comunicação é o objeto de desejo mais cobiçado entre as várias nações.
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Anexo – etapas do desenvolvimento da linguagem e da audição
0 a 3 meses
- acalma-se com a voz da mãe - olha para o seu rosto - sorri - produz sons - acorda ou assusta com barulho - atenção aos sons
3 a 6 meses
- vocaliza - brinca com as mãos - grita - atenção aos sons - procura a fonte sonora - início da localização lateral - procura a voz da mãe
6 a 9 meses
- pega objetos - ri alto - balbucia (produz sons vocálicos/ silábicos) - aumenta o balbucio na presença de pessoas - localização lateral - localização indireta para baixo e para cima - localiza a voz da mãe e de outras pessoas
9 a 13 meses
- balbucio duplicado (ma-ma, da-da) - reconhece ordens simples como: dá tchau, joga beijo - repete sons produzidos - localização lateral - localização direta para baixo e indireta para cima
13 a 18 meses
- emite palavras com significado - expressa seu desejo com mais facilidade - reconhece comandos verbais, como: cadê a mamãe, cadê o sapato, cadê o pé - localização lateral - localização direta para baixo e para cima.
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Teste do pezinho O que é o Teste do Pezinho O teste de triagem neonatal (exame do pezinho) é recomendado pela Organização Mundial de Saúde e obrigatório por lei em muitos países, inclusive no Brasil. De caráter preventivo, tem por objetivo detectar doenças, garantindo-se o diagnóstico gratuito da fenilcetonúria, do hipotireoidismo congênito e da anemia falciforme. Devido ao avanço tecnológico e científico, através do exame do pezinho torna-se possível, também, o diagnóstico de outras doenças como a fibrose cística, a toxoplasmose e a rubéola congênitas. Porém, para a realização do exame completo, recomenda-se que haja solicitação do pediatra, uma vez que o teste tem custo. O diagnóstico só é possível através dos exames de sangue, e somente o tratamento precoce pode evitar conseqüências sobre a saúde da criança, possibilitando melhor qualidade de vida aos pacientes e seus familiares.
Quando deve ser feito? A coleta deve ser feita entre o terceiro e oitavo dias de vida.
Onde deve ser feito?
a quinta-feira de Limeira. A coleta é feita tod Nas unidades Básicas de Saúde custo. sem e de de agendamento (manhã e tarde), sem necessida
Como ele é feito? Uma enfermeira treinada, usando uma lanceta descartável, coleta o sangue do pezinho do bebê em um cartão de papel absorvente, que é posteriormente enviado para a APAE de São Paulo para análise.
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Teste do pezinho - O hipotireoidismo congênito é a doença glandular mais freqüente em pediatria e a de maior sucesso terapêutico. Seu tratamento não é caro e tem alta aderência, prevenindo, desta forma, possíveis complicações futuras.
Saiba mais sobre as três doenças diagnosticadas através do Teste do Pezinho Fenilcetonúria - É uma doença genética que leva a um aumento de “fenilalanina” no sangue, após a criança ter sido alimentada com leite materno artificial. - Se a criança não receber tratamento precoce, poderá apresentar atraso no desenvolvimento acompanhado, muitas vezes, de irritabilidade, eczema de pele de difícil tratamento e convulsões. - O tratamento é feito através do controle alimentar, com dieta especial à base de leite e alimentos que não contenham a substância “fenilalanina”. O bebê deve estar sob rigorosa supervisão médica para assegurar a conduta adequada. Como a doença é genética, outros irmãos ou irmãs podem ser afetados.
Anemia falciforme - É uma doença genética, que se caracteriza pela produção de uma hemoglobina anormal. - Como conseqüência, leva a um quadro de anemia hemolítica, dor abdominal ou de articulações, maior risco de infecções, entre outros. - O diagnóstico precoce possibilita medidas preventivas que minimizam a evolução da doença. Referências bibliográficas Federação das APAE`s do Estado de São Paulo Plano de trabalho do Laboratório de Análise e Patologia Clínica da APAE de Limeira
Hipotireoidismo congênito
Sites: www.ctn.com.br www.testedopezinho.com.br
- É uma doença congênita, na qual ocorre deficiência na formação de hormônio da glândula tireóide. - Se a criança não receber tratamento precocemente, poderá apresentar um atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, entre outros problemas. - O tratamento é feito administrando-se o hormônio tireoidiano necessário, sob rigoroso controle e supervisão de médico endocrinologista.
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Anexo Veja como é feita a coleta de sangue do bebê
1 – A punção será feita dentro da área sombreada.
2 – A área a ser puncionada será limpa com um algodão embebido em álcool.
3 – A perna será friccionada para produzir maior afluência de sangue para o pé.
4 – O calcanhar deverá ser puncionado com um só movimento contínuo e firme.
5 – O sangue deverá formar uma...
6 - ... grande gota para preencher...
7 - ... todos os espaços delimitados.
8 – A área puncionada deverá ser limpa com um algodão.
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Aspectos legais e sociais da gestação e do pós-parto e os direitos da mãe e do bebê O requerimento deste benefício pode ser feito pela própria segurada, nas Agências da Prev i d ê n c i a S o c i a l ou p e la I nte r n et (www.previdenciasocial.gov.br). Através da Internet, pode ser requerido também pela empresa na qual a mulher trabalha.
Introdução A mulher gestante e a nutriz são amparadas pela Lei, que lhes garante afastamento remunerado do trabalho e outras vantagens por ocasião da gestação, do parto e do período de amamentação. Há também exigências legais a serem cumpridas em decorrência da maternidade. Com o propósito de auxiliar os futuros papais a gozar tais vantagens e a cumprir as exigências legais, relacionamos abaixo algumas orientações práticas.
Quando solicitado nas Agências da Previdência Social, o salário-maternidade será pago através da rede bancária ou mediante convênio com a empresa, sindicato ou entidade de aposentados devidamente legalizada, descontando mensalmente, do benefício, o valor da contribuição da segurada. Quando requerido pela Internet, será pago pela Previdência Social, à segurada empregada, somente através da rede bancária, descontando mensalmente o valor da contribuição da segurada.
Direitos sociais Em várias instituições públicas e privadas existem guichês e caixas especiais ou prioridade nas filas para atendimento a gestantes. Procure informações no próprio estabelecimento. Não aceite agressões físicas ou morais por parte de estranhos, do seu companheiro ou de familiares. Caso isso aconteça, procure uma delegacia, preferencialmente a delegacia da mulher do seu município, para prestar queixa.
O pagamento do benefício será liberado após 16 dias da entrega do Atestado Médico ou da Certidão de Nascimento, obedecendo a Tabela de Pagamentos de Benefícios do INSS. Ele será pago por 120 dias a partir do parto ou, por definição médica, 28 dias antes e 91 dias após o dia do parto. O direito ao salário-maternidade cessa após 120 dias ou se houver falecimento da segurada.
Salário-maternidade É o benefício a que tem direito a segurada do INSS empregada por ocasião do parto. A Previdência Social não exige carência para esse tipo de benefício, que pode ser requerido a partir da data do parto, mediante apresentação da Certidão de Nascimento, ou a partir do 8º mês de gestação, em caso de complicações da gravidez ou de doenças que a ameacem, comprovadas por atestado médico.
Orientação à gestante e noções de Puericultura
O valor do benefício, para a mulher empregada, será igual à sua remuneração mensal integral, no mês do seu afastamento, sem limite. Para os empregados domésticos, o valor do benefício será igual ao do último salário de contribuição.
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Para requerer o benefício, a USUÁRIA UNIMED deverá ter um atestado médico preenchido pelo seu obstetra juntamente com a carteira profissional atualizada, cópia da carteira de identidade (RG) e do CPF, em seguida deve levar estes documentos ao setor pessoal de sua empresa, que providenciará a emissão de uma relação dos seis últimos salários recebidos.
Direito a creche Depende do acordo coletivo de cada empresa. Certidão de nascimento Deve ser retirada em Cartório de Registro Civil ou no próprio Hospital Unimed (2ª a 6ª feira, às 13h, exceto feriados), onde um funcionário do cartório recolhe os documentos no hospital. Embora não haja prazo determinado para o registro de nascimento, é aconselhável providenciá-lo o mais rapidamente possível, pois a Certidão de Nascimento é um documento necessário em muitas situações, inclusive para o recebimento do Salário-Família e para a obtenção de outros documentos. Segundo lei em vigor, o registro do nascimento e o fornecimento da certidão correspondente são inteiramente gratuitos.
Salário-Família É o benefício pago aos trabalhadores ativos e aos aposentados, cuja renda seja inferior a um teto estabelecido pelo INSS e periodicamente reajustado com base no valor do salário mínimo. Destina-se a ajudar na manutenção dos filhos e de pessoas inválidas. Ambos os cônjuges têm direito ao benefício o qual se refere a cada filho menor de 14 anos ou pessoa inválida de qualquer idade. O valor pago será proporcional à remuneração do empregado. Para fazer jus ao recebimento, a mulher deve apresentar, ao Setor de Pessoal da sua empresa, a Certidão de Nascimento do filho, atestado de vacinação (para crianças com até sete anos de idade) e comprovação semestral de freqüência escolar (para crianças a partir de sete anos de idade).
Para se fazer o registro do nascimento de uma criança e obter a respectiva Certidão de Nascimento é necessário apresentar alguns documentos dos pais: - quando os pais são legalmente casados, são necessários a certidão de casamento, um documento de identidade (do pai ou da mãe, isto é, de quem for ao cartório para fazer o registro) e a declaração de nascido-vivo (fornecida pela maternidade onde a criança nasceu).
Direito à amamentação A mulher que estiver amamentando o filho e que retornar ao trabalho após o encerramento da Licença-Maternidade tem direito a 30 minutos de descanso por período (30 minutos pela manhã e 30 minutos à tarde) para a amamentação, até seu bebê completar seis meses de idade.
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Aspectos legais e sociais da gestação e do pós-parto e os direitos da mãe e do bebê - quando os pais são amasiados, ambos devem comparecer ao Cartório, portando seus documentos de identidade e a declaração de nascido-vivo (fornecida pela maternidade onde a criança nasceu).
de identidade, a certidão de casamento, a certidão de óbito do cônjuge e a declaração de nascido-vivo (fornecida pela maternidade onde a criança nasceu). - em qualquer dos casos acima, se o parto ocorreu no domicílio será necessária uma declaração assinada por pessoa que presenciou o parto e por duas testemunhas, maiores de 21 anos, cujas firmas deverão ser reconhecidas em Cartório (se a gestante teve acompanhamento médico pré-natal, esse documento poderá ser substituído por uma declaração do médicoassistente).
- quando os pais são solteiros, ambos devem comparecer ao Cartório, portanto seus documentos de identidade e a declaração de nascido-vivo (fornecida pela maternidade onde a criança nasceu). - quando os pais são separados, ambos devem comparecer ao Cartório, portanto os seus documentos de identidade, a certidão de casamento com averbação do divórcio ou separação e a declaração de nascido-vivo (fornecida pela maternidade onde a criança nasceu).
- em caso de adoção de criança cujo nascimento ainda não foi registrado, o Fórum, onde tramita o processo de adoção, encaminhará os documentos da criança ao Cartório de Registro Civil e este providenciará o registro, sem a necessidade de presença dos pais.
- quando o pai (ou a mãe) é viúvo(a), deve comparecer ao Cartório, portando documento
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Visita ao Hospital Unimed A guia de internação
Assistência médica ao bebê
O médico obstetra emite, com a devida antecedência, a guia de internação, que deve ser encaminhada à sede administrativa da UnimedLimeira, à Rua Santa Terezinha, nº 5 - Centro, para aprovação e visto do auditor-médico. No momento da internação, a guia deve ser apresentada ao Hospital. Nos casos de urgência, a gestante deve se dirigir ao Hospital portando o Cartão Unimed e um documento de identidade.
O usuário tem prazo de 30 dias após o nascimento do filho para efetuar sua inclusão na Unimed Limeira, ficando desta forma livre das carências. O usuário (titular do plano) vinculado a empresa conveniada à Unimed-Limeira deverá entregar cópia xerográfica da Certidão de Nascimento ao responsável pela assistência médica, na empresa, nos primeiros 30 dias do nascimento. No caso de contrato de pessoa física, a inclusão do recém-nascido no plano também deve ser efetuada nos primeiros 30 dias do nascimento.
OBSERVAÇÃO: Se o titular do plano for um dos pais de um dos progenitores do bebê (avô ou avó), o recémnascido (neto) não terá direito à inclusão; neste caso, deverá ser feito um Plano Particular (procurar o Plantão de Vendas Unimed Limeira à Rua Boa Morte 265, tel. 3451-4333).
Primeira consulta pediátrica pós-nascimento A consulta será realizada no consultório do pediatra escolhido pelos pais para prestar atendimento ao recém-nascido. Quando a mãe for vinculada a empresa cliente da Unimed Limeira ou possuir plano de pessoa física regulamentado, deverá levar o seu cartão de atendimento e a Certidão de Nascimento da criança à sede da Unimed (Rua Santa Terezinha, nº 5 – Centro) para retirar a guia de consulta. Nos casos de planos de pessoa física não-regulamentados, a inclusão do recém-nascido no plano de saúde deve ser efetuada antes da primeira consulta pediátrica. Informações mais detalhadas podem ser obtidas no Serviço Social da Unimed Limeira, à Rua Santa Terezinha, nº 5, Centro, Tel: 3404-8000.
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Terapia ocupacional Desenvolvimento infantil
Desenvolvimento da linguagem
Durante o primeiro ano de vida do bebê, ocorrem muitas aprendizagens que permitem uma independência cada vez maior para explorar o mundo que o rodeia, o que é fundamental para o seu desenvolvimento psíquico, sensorial, cognitivo e social.
Ao nascer o bebê possui vocalizações diferentes do choro para "fome", "dor". É chorando que o bebê se comunica, especialmente com a mãe. E é incrível como ela consegue entender cada tipo de choro... Aos 3 meses faz ruídos com a garganta e estala o céu da boca. Balbucia (repete uma série de sons: "ma-ma", "da-da") aos 6 meses e reserva cada som para um objeto específico. Brinca com as suas próprias vocalizações. E os adultos, imitando-os, também brincam! Reconhece o "não" e seu próprio nome aos 7 e 8 meses. A média de idade para a 1ª palavra é 11 meses.
Desenvolvimento motor A primeira musculatura a ser controlada é a ocular. Depois, há o controle progressivo da musculatura contra a gravidade, ocorrendo inicialmente a sustentação da cabeça, posteriormente do tronco e finalmente durante o terceiro trimestre, adquire a posição ortostática. A criança, através da maturação do Sistema Nervoso Central e do Sistema Motor, vai progredindo e começa a coordenar os reflexos que traz ao nascer (sugar, pegar e olhar) em ações mais complexas: coordena a sucção com a visão (olha para o que suga), depois o olhar e o pegar (olha e pega), desenvolve em seguida o movimento de pegar, começa a descobrir objetos, senta sem suporte, fica de pé e finalmente anda sem ajuda.
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Choro O choro da criança pode sinalizar fome, frio ou calor, uma fralda suja ou posição desconfortável, roupas apertadas, necessidade de arrotar, excesso de barulho ou iluminação, sono ou dor. Vá eliminando as possíveis causas até chegar ao que de fato está provocando desconforto.
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Desenvolvimento cognitivo
Desenvolvimento afetivo e social
Piaget denomina esta fase como Período sensório-motor. Por que? Porque o bebê conhece o mudo e desenvolve a inteligência através dos sentidos e das ações. Ele caminha das atividades reflexas inatas (respostas que traz prontas ao nascer para reagir ao ambiente: sugar, agarrar, acompanhar visualmente) para atividades desenvolvidas para um fim e relacionadas ao ambiente. Por exemplo: olha, agarra e depois põe na boca o que quer.
Vínculo mãe-bebê
O vínculo mãe-bebê (relação de apego) é extremamente importante neste início da vida! A criança aprende através dele se o mundo é um lugar bom e agradável para viver ou uma fonte de dor, frustração e incerteza. A criança "sinaliza" ao ambiente como ela está, através de alguns comportamentos como o choro, o sorriso, a vocalização, o olhar, cada um deles indicando coisas diferentes: há alguns "sinais" que buscam a aproximação da mãe e outros que pretendem mantê-la presente, interagindo. É possível distinguir, como já dissemos, choros de "manha", "mágoa" e "dor", assim como há sorrisos "fechados", "sociais" e "largos". Quando a mãe responde aos "sinais" que a criança emite (chamamos a isso de interação "sintônica") uma relação afetiva se desenvolve e tanto a criança, como a própria mãe, desenvolvem um sentimento de segurança: o bebê frente ao ambiente e a mãe frente ao seu papel materno.
O domínio do ambiente pelo bebê ocorre através do chamado processo de Assimilação (incorporando novos estímulos ambientais: p.ex., agarrar novos objetos) e pelo processo da Acomodação (modificação do comportamento para a adaptação a novos estímulos. Exemplo: esticar o braço para agarrar um objeto distante).
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Terapia ocupacional Qual é a tarefa do ambiente junto à criança de 0 a 1 ano e meio? A tarefa do ambiente nesse período é a de prover condições para que o bebê desenvolva um sentido de segurança e confiança em relação ao mundo através do afeto da mãe ou substituto e da adequada satisfação de suas necessidades. Mas, mais importante que a quantidade é a qualidade e a contingência da estimulação que o ambiente provê ao bebê: a criança se apega a quem em com ela uma interação melhor (em qualidade e no momento da necessidade) e não quem fica com ela a maior parte do tempo. LIMITES Para que o bebê se sinta seguro e amado, é importante estabelecer limites. De 0 a 3 meses Organize a rotina do bebê de uma forma mais ou menos metódica. Aos poucos, torne os horários mais fixos, como dar banho sempre na mesma hora ou trocar as fraldas depois das mamadas. De 3 a 6 meses Continue com a rotina diária, com horários para higiene, alimentação e sono, agora mais regulares. De 6 meses a 1 ano Introduza o “não pode, machuca”. Use frases curtas, com voz baixa e firme. De 1 a 2 anos Ele vai precisar de limites físicos, como um obstáculo qualquer que o impeça de chegar perto de lugares perigosos dentro de casa. Prepare-se para ver cara feia e choro. Mas continue mostrando quem tem autoridade. De 2 a 3 anos Antes de sair de casa, estabeleça as regras. Hoje não vamos comprar nenhum brinquedo, por exemplo.
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Anexo I Sugestões de enxoval (para levar ao hospital) PARA A GESTANTE
PARA O BEBÊ
- escova de dentes e creme dental - sabonete, xampu - pente, escova - toalhas de banho e rosto - absorventes - desodorante - soutiens para amamentação - calcinhas (modelo alto) - camisolas abertas na frente, para amamentar - robe ou penhoar - chinelos - enfeite para porta - lembrancinhas de bebê
- 3 a 5 camisinhas tipo Pagão ou Body - 3 a 5 mijões - 3 a 5 macacões - 2 mantas ou cobertores - 3 vira-mantas ou fraldas comuns - 1 pacote de fraldas descartáveis do tamanho pequeno - meias e luvas (no inverno) - fralda de tecido ou toalhinha comum (para regurgitamento) - sabonete - escova de cabelo
Dica: para maior facilidade, separe os joguinhos em casa. Coloque em saquinhos separados: 2 fraldas descartáveis, 1 camisinha pagão, 1 mijão ou macacão, 1 manta e 1 vira-mantas
Observações: - Toalha, cotonetes, algodão etc. são fornecidos pela Maternidade, caso o bebê necessite. - Não utilizamos chupetas no recém-nascido. - A roupa do bebê é trocada diariamente após o banho, quando estiver suja ou quando a família solicitar. - Utilizamos fraldas descartáveis em todos os bebês. - Aconselhamos, para o conforto e segurança de seu filho, retirar alfinetes, etiquetas de papel e elásticos apertados. - As roupas do bebê deverão ser de acordo com o clima, lavadas com sabão neutro, líquido ou em pedra e passadas, não usar amaciante. - Em casa, não guardar as roupas do bebê próximas a produtos de cheiro forte como naftalina.
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Anexo II Sugestões para O enxoval* do bebê ROUPAS DE USO PESSOAL
CAMA & BANHO
6 macacões compridos 6 macacões curtos 6 pagões de malha ou cambraia 3 casaquinhos de lã 6 culotes (mijão) de malha ou atoalhado 6 pares de meias tam. 00 6 babadores 6 toalhinhas de boca 3 sapatinhos de lã 1 sapatinho nº 1 6 sapatinhos pé quentinho 3 luvas de lã 3 toucas 40 fraldas
3 toalhas de banho com capuz 4 jogos de lençol para berço 2 jogos de lençol para carrinho 1 colcha ou manta de lã ou linha ou pique 2 edredons para berço 2 cobertores para berço 3 cobertores para enrolar 1 protetor para colchão de berço 2 mantas / 2 vira-mantas 6 cueiros 2 travesseiros 1 sacola 2 protetores de berço com edredon 2 trocadores 1 porta-fraldas 1 frasqueira 2 caixas de toalha fralda 1 malinha de bebê 1 mosquiteiro 1 saco de dormir (porta-bebê)
ACESSÓRIOS 1 banheira 1 bebê-conforto 1 moisés 1 cadeirão 1 carrinho de bebê 1 poltrona para auto 1 prato térmico 1 bebê-bag 1 jogo de talheres 1 jogo refeição 1 peniquinho 1 móbile 1 abajur 1 cercado 1 cesto de lixo 1 babá eletrônica
FARMÁCIA 80 fraldas descartáveis** 2 calças plásticas 1 termômetro clínico 1 termômetro para banho 2 caixas de porta-seio 2 jogos de escova e pente 3 rolos de fita adesiva 2 caixas de cotonetes*** 1 caixa de lenços umedecidos 1 xampu
*Não exagere no enxoval. Depois de 1 mês, as roupas já não cabem mais no recém-nascido. ** O bebê usa mais de 200 fraldas por mês. Não faça estoque antes de saber com qual marca ele se adapta melhor e não tem alergia. *** Para limpeza do coto umbilical com álcool 70º. (NÃO USAR PARA LIMPAR ORELHAS!)
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