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ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DA CIDADE INDUSTRIAL DE CURITIBA
PRESIDENTE CELSO LUIZ GUSSO Campodoro Participações e Empreendimentos Ltda
Gestão 2013-2015 Rua Manoel Valdomiro Macedo, 2445 Cidade Industrial Curitiba (PR) 81170-150 Tel: (41) 3347-1011
VICE-PRESIDENTE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS NELSON ROBERTO HUBNER Hubner Indústria Mecânica Ltda
www.aecic.org.br aecic@aecic.org.br VICE-PRESIDENTE PATRIMÔNIO CARLOS ANTONIO GUSSO Risotolandia Ind. e Com. De Alimentos Ltda
Edição 07 – Ano 02 Julho 2014
Editor Executivo Moacir Moura
Jornalista Responsável Mariane Antunes DRT 4872/PR
VICE-PRESIDENTE ADMINISTRATIVO MARINO GAROFANI Brafer Construções Metálicas S.A
VICE-PRESIDENTE FINANCEIRO MARCELLO LUPÁRIA Maclínea S/A Máquinas e Engenharia
Criação, Direção de Arte e Diagramação D+C Design e Comunicação
Impressão Ajir Gráfica ajir@ajirgrafica.com.br 2
VICE-PRESIDENTE JURÍDICO JOÃO CASILLO Casillo Advogados
EXPEDIENTE DIRETORES ADJUNTOS: DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL MARTINHO FAUST
Stockholm Adm. e Participação Ltda RECURSOS HUMANOS JOSÉ ANTÔNIO FARES SESI Paraná EXECUTIVO CARLOS VIVALDI RODRIGUES
CONSELHEIROS:
ALAIDES FRANCISCO DE OLIVEIRA Itaeté Construtora De Obras Ltda BALDOINO SENS Siemens Enterprise Communications CARLOS MORASSUTTI Volvo do Brasil Veículos Ltda DUILO DAMASO Robert Bosch Ltda
João Barreto Lopes SENAI – PR José Ribamar Brasil dos Reis CIEE - Centro Integração Empresa-Escola do PR Luiz Ben-Hur Loures Transtupi - Transp. Coletivo Ltda Luiz Olívio Bortolli Denso do Brasil Ltda
Franscesco Pallaro CNH Latin America Ltda
Osmar Antonio Migdaleski Cassol Pré Fabricados Ltda
Jackson Lenzi Pires Plásticos do Paraná Ltda
Wanclei Benedito Said Condor Super Center Ltda
Editorial Economia Artigo | Guilherme Casarões
04 21 Liderança & Gestão 06 22 Perfil Regional | TECPAR 08 25 Perfil Regional | MOMENTIVE
Artigo | Carlos Eduardo M. Gasperin
10 26
Pesquisas
Personalidade
13 28
Projeto Nação
Painel Nacional
14 36
Serviço
Indústria
16 37
Educação PNE
20 45
Entrevista
Artigo | Eloi Zanetti
ÍNDICE
3
Celso Luiz Gusso Presidente da AECIC
ZONA DE CONFORTO
É o pior lugar para se viver A globalização não é um fenômeno recente. Acompanha a humanidade desde sempre. Claro, houve
slogan impactante que se tornou referência no meio empresarial: Pense global e aja local.
épocas em que os movimentos foram maiores, como os
Popularmente, um olho no peixe e outro no
havidos entre 1492 e 1792, destacando nesse período
gato. Atenção total em tudo, uma nova forma de se
dois grandes acontecimentos, a Revolução Francesa e a
fazer negócios. Acontece que nem sempre agimos
Revolução Industrial. O início do desenvolvimento das
assim em nossas empresas. Cuidamos bem de uma
relações comerciais e o surgimento de novas técnicas de
coisa ou de outra, mas negligenciamos a estratégica
transporte, navegação comercial, estrada de ferro, navio
fundamental do empreendimento. Defendemos nosso
à vapor, dentre outros avanços.
peixe, mas esquecemos do gato. E há gatos perigosos de a
nacionalidades diversas agindo por aí, sempre prontos
globalização foi ganhando cada vez mais intensidade,
para abocanhar o mercado, como os chineses e tantos
até virar commoditie, algo normal que sequer
outros, por exemplo.
Depois
desses
episódios
marcantes,
percebemos. Agora tudo é assim. Não há mais setores
Globalização significa competitividades, uma luta
nem negócios que não estejam visceralmente ligados
feroz com inimigos preparados que usam conceitos e
ao conceito global. Até mesmo uma microempresa está
ferramentas que ainda não conhecemos. E os piores
inserida nesse princípio. Seus clientes pensam assim
inimigos são os íntimos, aqueles com os quais convivemos
também e exigem qualidade e atendimento em nível
dentro da empresa, como atraso tecnológico, qualidade
internacional.
de gestão, falta de qualificação das pessoas para produzir
– Somos todos globais.
melhor, além de preparação para operar num mercado
Vivemos em um mundo novo, o mundo do consumidor.
Nunca
preço,
qualidade,
conforto,
altamente competitivo. Inserção da empresa numa nova cadeia de valor.
tão
Outro desafio externo grande é o governo, cujos
importantes para conquistar e manter clientes. Na
gastos excessivos, burocracia intransponível, lentidão
década de 1990 a Coca-Cola mundial lançou um
e práticas de gestão antigas resultam em impostos
conveniência,
4
inovação
e
agilidade
foram
EDITORIAL elevados, juros duas ou três vezes mais altos do que os
Foi com esse objetivo que abrimos as páginas da AECIC
praticados nos países desenvolvidos e engessamento
NEGÓCIOS para ouvir as sugestões dos melhores
da máquina pública. Conta alta e retorno baixo. Não há
especialistas em economia e desenvolvimento, todos
infraestrutura para crescer, falta qualidade na educação
empenhados em fazer do Brasil um país melhor
e nos serviços público em geral. Vivemos num ambiente
para as pessoas realizarem seus sonhos, cuja leitura
que não privilegia a produtividade.
recomendamos.
Outra grande questão é que estamos fora da cadeia
Nesta edição iniciaremos uma linha editorial de
global de valores e correndo o risco de perder indústrias
grandes personalidades que estão fazendo a história
sediadas aqui para países mais competitivos em pontos
da indústria paranaense, contando aqui a trajetória do
fundamentais, como alertam nossos entrevistados.
empresário, presidente da FIEP e vice-presidente da
Esses são os problemas que enfrentamos no
CNI, Edson Campagnolo, que por essas mesmas razões
pesado dia a dia como empresários e cidadãos. – Agora,
foi escolhido para receber o troféu Personalidade
vamos ao que interessa, às soluções práticas para
Aecic 2014, homenagem merecida que teremos o
reduzir os gargalos e fazer nosso país voltar a crescer.
prazer de entregar ao grande líder empresarial.
5
ECONOMIA
Qual a receita para o Brasil
crescer?
Em entrevista para EXAME.com, o diretor do Centro para o Estudo do Brasil na Universidade de Columbia discute como acelerar o crescimento do País Em meio a especulações e expectativas sobre os caminhos que o País deve tomar para retomar o crescimento, Albert Fishlow , diretor do Instituto de Estudos Latino-Americanos e do Centro para o Estudo do Brasil na Universidade de Columbia, acredita que a economia brasileira não vai conseguir escapar de aumentar investimentos e produtividade, ainda que ofereça oportunidades únicas. Confira a entrevista concedida à revista Exame: Os fundamentos econômicos do País são sólidos? Fishlow - A visão de fora tem uma tendência de exagerar os problemas, porque os Estados Unidos, a Comunidade Europeia e o Japão já estão lidando com uma desaceleração na Índia, Rússia e Turquia, além de dúvidas sobre a China. O Brasil é um caso praticamente único no mundo: tem um setor agrícola produtivo, recursos minerais e de petróleo, e pode ser mais competitivo na indústria com uma política melhor para a taxa de câmbio. 6
A inflação tem sido uma causa de preocupação
Se você pudesse escolher uma única reforma
importante, mas parece ter se estabilizado, pelo
importante que o Brasil precisa fazer o quanto
menos por enquanto. É uma ameaça que está sendo
antes, qual seria?
subestimada ou exagerada?
Fishlow - O investimento precisa subir. Uma forma
Fishlow - A inflação se estabilizou, mas isso
de fazer isso é assegurar que o setor público se
aconteceu em parte porque os preços administrados
torne um poupador ao invés de um consumidor. Isso
- da Petrobras, energia e transporte urbano - foram
significa cortar os altos custos das pensões - acima
mantidos baixos. O preço da comida, que estava
de 12% do PIB atualmente - que respingam nos
em alta, caiu, mas os preços dos serviços - onde a
déficits do governo. Outra emenda constitucional
competição externa é limitada - continuam altos
será necessária eventualmente. É um bom lugar
e com pouca tendência de queda. É uma questão
para começar e para o setor público mostrar seu
recorrente, e o aumento da Selic é uma consequência.
compromisso em fazer a taxa de crescimento crescer.
Mas o governo claramente quer evitar qualquer desemprego com a proximidade da eleição.
Nossas taxas de industrialização como parcela da economia atingiram recentemente níveisnão
Qual você acredita que tem sido o principal fator
vistos desde os anos 50. A desindustrialização é um
limitando o desenvolvimento brasileiro atual?
problema para o país?
Fishlow - A taxa baixa de investimento. O boom das
Fishlow - Uma taxa mais baixa de atividade industrial
commodities escondeu esta realidade por um tempo,
na medida em que a renda cresce se tornou uma
mas agora ele acabou. O Brasil precisa de uma taxa
característica comum na economia mundial. O Brasil
de no mínimo 25%, dada toda a necessidade de
oferecia um retorno alto para manufatura através de altas
infraestrutura, e não chega nem perto disso.
taxas protecionistas - que continuaram - e investimento externo. O setor automobilístico é um exemplo
Como você avalia a política econômica do governo
clássico. Do outro lado está a Embraer, que exporta e
Dilma Rousseff?
importa substancialmente, e é altamente produtiva e
Fishlow - A presidente Dilma mudou a política
internacionalmente competitiva. Ironicamente, o Brasil
econômica: ela lidera todas as decisões importantes.
precisa de tarifas mais baixas para utilizar tecnologia
Ela sustentou e estendeu os avanços em política
doméstica e internacional e repetir aquela experiência
social da era Lula. Na política econômica doméstica,
em outros ramos de atividade. Fazer as coisas da forma
através das Parcerias Público Privadas (PPP), ela
antiga não vai restaurar o setor industrial.
se distanciou da crença que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) seria suficiente para
Você é otimista ou pessimista em relação às
engajar o setor privado e o investimento estrangeiro.
perspectivas para o Brasil no médio e longo prazo?
Isso está funcionando apenas lentamente, e os
Fishlow - Continuo otimista. Fazer as pessoas prestarem
termos originais foram modificados muitas vezes. É
mais atenção para o médio e longo prazo - e para
aqui que a incerteza tem um papel importante: quem
políticas de continuidade da globalização e participação
quer estabelecer um compromisso de 25 anos com
no comércio internacional - é onde o futuro está.
uma taxa baixa pré-fixada?
Fonte: Portal Exame. com 7
ARTIGO Guilherme Casarões - professor de Relações Internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco e da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Uma política externa à altura do Brasil Entre as análises de primeira hora sobre a diplomacia do governo Dilma Rousseff, não foram raras as menções ao seu aparente desinteresse por
anteriores. Aos poucos, foram mudando os parceiros preferenciais e os temas centrais. A
despeito
de
conquistas
maiúsculas,
questões globais - ressalvado, pela própria biografia
como a eleição do embaixador Roberto Azevêdo
da presidente, o tema dos direitos humanos. Esperava-
na Organização Mundial do Comércio (OMC),
se uma mudança de forma, sem o ativismo dos anos
ou tentativas de avanços conceituais, como a
anteriores, mas mantendo as linhas substantivas
“responsabilidade ao proteger” diante dos levantes
essenciais. O perfil mais técnico do então chanceler
árabes, a generalizada ausência de protagonismo
Antonio Patriota, nomeado por Dilma, indicava a
internacional e o desencontro de interesses entre o
preferência por uma política exterior sem voos altos
Ministérios das Relações Exteriores e outros setores
nem o risco de tropeços ou atritos, mantendo-se o
do governo reforçaram a avaliação de um importante
lastro institucional do Itamaraty.
jornalista: “O mundo de Dilma é o Brasil”.
Abdicando
do
exercício
da
diplomacia
Não
haveria
problema
algum
caso
se
presidencial, parcialmente responsável pela (re)
tratasse somente de uma questão de prioridades.
construção da imagem do Brasil nos 15 anos
Historicamente, em tempos difíceis, a redução do
anteriores, a presidente mostrou-se muito pouco
ativismo global é natural e esperada. Mas o estilo
engajada nos temas internacionais - para além
de governar de Dilma Rousseff, além de enfraquecer
do óbvio protocolar, como reuniões de cúpula e
o Itamaraty, revelou um profundo dissenso sobre
algumas visitas a países amigos. No entanto, ao
visões de mundo. A introspecção forçada da
contrário do que se esperava, deixou pouco espaço
diplomacia dilmista entra em choque com duas
para o Itamaraty trabalhar.
dimensões essenciais da política externa do Brasil.
Isso parecia relacionar-se com as prioridades
A primeira delas é histórica e mais profunda.
governamentais em tempos de crise e desaceleração
Somos um país cuja identidade foi parcialmente
da economia. O envio de estudantes brasileiros ao
forjada pela obra diplomática, que também nos
exterior, no desejo de qualificá-los nas áreas de ciência
logrou respeitável reputação internacional. Se
e tecnologia, virou bandeira governamental e ativo
hoje o Brasil é um ator global, isso é graças ao
diplomático. Projetos de infraestrutura, sobretudo no
esforço coletivo do serviço exterior na construção
nosso entorno geográfico, ganharam prioridade sobre
permanente de uma sedutora narrativa de “quem
as grandes estratégias costuradas nas duas décadas
somos” e “o que queremos” para o mundo.
8
Como estamos falando de um país cuja trajetória
século a enorme maioria de nossos chanceleres veio
é marcada pela escassez de recursos tradicionais
da própria carreira diplomática - ou, quando não era
de poder - como dinheiro ou armas -, a projeção
o caso, eles estavam afinados com as tradições e o
brasileira deu-se, de maneira geral, pela empatia
legado do barão do Rio Branco.
global. Esse fato trouxe efeitos tangíveis, que vão
Os eventos dos últimos dias jogaram, numa só
desde a profusão de acordos bilaterais de cooperação
tacada, toda essa narrativa por terra. As inesperadas
com numerosas nações até o vertiginoso aumento do
tensões com a Bolívia fugiam de um script diplomático
comércio internacional brasileiro na última década; e
que prezava pela amizade - e pela cautela - com os
também intangíveis, que se traduzem em aspectos da
vizinhos. A inédita quebra de hierarquia enfraquece,
liderança do Brasil em certos temas multilaterais, ou,
por sua vez, a reconhecida condição de infalibilidade
se quisermos, na superação de um antigo complexo
do Itamaraty, sobre a qual assenta boa parte da
de vira-latas que por muito tempo nos definiu.
reputação brasileira.
A segunda dimensão diz respeito ao chamado
A pronta demissão do ministro Antonio Patriota,
Ao
um dos melhores quadros de sua geração, revela,
longo do século 20, a Casa de Rio Branco foi-se
por fim, as dificuldades que a nossa tradicional
profissionalizando e ganhando autonomia, seja com
diplomacia vem sofrendo no contexto de um governo
relação ao presidente da República, ao Congresso
para o qual o imediatismo dos resultados tangíveis
Nacional ou às forças sociais. Isso permitiu que se
e quantitativos precede o planejamento de longo
consolidasse uma espécie de repertório permanente
prazo e a razão de Estado. Como se a política externa
da
pudesse ser traduzida em planilhas ou balancetes.
“insulamento
política
burocrático”
externa,
do
Itamaraty.
corporificado
no
serviço
diplomático e, em geral, identificado com a bem-
E enquanto Antonio Patriota se prepara para retornar a Nova York (para assumir a chefia da
sucedida inserção internacional do Brasil. Se, por um lado, as decisões diplomáticas
representação brasileira nas Nações Unidas), onde
mesmo
suas habilidades certamente serão valorizadas,
num contexto democrático, a ênfase na “tradição”
devemos desejar bons augúrios ao seu sucessor, Luiz
foi capaz de blindar a política exterior de críticas
Alberto Figueiredo Machado - um grande negociador,
profundas
limitando-
que terá diante de si o maior dos desafios: superar
se, desconsiderados os excessos retóricos, a
as amarras governamentais para fazer uma política
contestações pontuais. Não à toa, no último meio
externa que esteja à altura do Brasil.
permaneceram
nas
relativamente
últimas
fechadas
décadas
-
9
ARTIGO Carlos Eduardo M. Gasperin – Advogado do Setor Tributário do Casillo Advogados
Planejamento Tributário:
um panorama atual A expressão “planejamento tributário” está quase sempre ligada a algo miraculoso que fornecerá,
colhidos são autuações em valores estratosféricos e, em alguns casos, com implicações na seara penal.
como num passe de mágica, uma redução brusca da
Foi-se o tempo em que apenas atos societários
carga tributária a qual as empresas nacionais estão
sustentavam a transferência de um imóvel – sem
sujeitas em cada operação que realizam em seu dia-
qualquer ônus tributário - por meio de criação e
a-dia. Falsa interpretação que tem levado muitos
dissolução simultânea de empresa instantânea, ou
contribuintes a caírem na ilusão de que simples
– acompanhados de laudos dos mais genéricos e
jogadas documentais em formatos pré-definidos e
inventivos –, criavam ágios de números inimagináveis,
divulgados em massa por consultorias das mais
prontos para serem amortizados nas apurações
variadas lhes trarão benefícios fiscais gigantescos.
das empresas, ou ainda, serviam para dar vida à
Ao contrário do resultado imaginado, os frutos
incorporações invertidas que já mais saiam do papel. Atualmente, é preciso pensar a empresa como
um
todo, conhecer
suas
operações
e
atividades a fim de definir se é possível traçar uma real (re)estruturação societária ou operacional, por exemplo, que traga ganhos tributários. Abandonamse as teses prontas de “recuperação de benefícios tributários” e passa-se a buscar, por exemplo, itema-item, nos livros contábeis e documentos fiscais possíveis créditos fiscais que a companhia tenha deixado de tomar, ou situações que estão sendo tributadas sem necessidade.
10
É essa a tendência da jurisprudência que
por verdades absolutas – seja por orientação
vem se firmando no Conselho Administrativo de
anterior superada ou por puro comodismo – que
Recursos Fiscais – CARF, no qual tem-se buscado
podem
analisar a fundo cada operação realizada pelas
como, por exemplo, buscar, quando possível e
empresas sempre buscando a realidade subjacente
de forma fundamentada, uma reclassificação fiscal
à forma posta para documentar o negócio, dando-se
de suas mercadorias que reduza a alíquota do IPI ou
prevalência àquela em relação a essa. O recado que
inclua a empresa no - ou a exclua do - rol dos
vem da corte administrativa é o de que as empresas
contribuintes da contribuição previdenciária sobre
são livres para se autorganizarem na busca de uma
receita bruta (CPRB), que é benéfica ou maléfica a
maior efetividade econômica (inclusive tributária),
depender do ramo de atividade da empresa.
gerar
perdas tributárias
consideráveis,
mas, desde que o façam sem valer-se de negócios
Em resumo, o conhecimento da legislação
jurídicos simulados ou dissimulados, primando,
tributária é o primeiro passo para um bom
sempre, pela efetivação das operações descritas
planejamento tributário, mas, o que separa um
nos documentos que as sustentam.
planejamento válido de outro inválido aos olhos
Não há mais espaço, portanto, para estruturas
do
Fisco
–
leia-se:
contingência,
e teses genéricas. O particularismo, nesse ponto,
responsabilização
está em voga e, sem dúvida, é fato decisivo entre
conhecimento da própria empresa, de sua história,
um planejamento bem sucedido e uma autuação
seus negócios, seus passivos, seus ativos, suas
gigantesca.
operações e os objetivos que a companhia pretende
Por conta disso, é preciso que as companhias
de
autuação,
administradores
–
é
o
atingir, bem como a capacidade de se desapegar
e suas assessorias conheçam profundamente a
de
velhos procedimentos
empresa, sendo de suma importância que essa
corporativos
esteja disposta a rever procedimentos antes tidos
comprovarem deletérios aos interesses da empresa.
dogmatizados,
contábeis/gerenciais/ quando
esses
se
11
ECONOMIA
Como combater o baixo crescimento Seminário discute caminhos para a retomada estabilidade econômica Durante o Seminário de Análise Conjuntural
Para a economista, “dificilmente” o Brasil
do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV),
vai conseguir cumprir sua meta de 1,9% do PIB,
realizado no dia 16 de maio, em São Paulo (SP),
deve conquistar um crescimento de 1,6%, com a
foram discutidas medidas necessárias para conter
possibilidade de registrar 1,2%, caso a indústria
um cenário de baixo crescimento e alta inflação,
tenha uma queda mais significativa, de 1,1%
apontado por especialistas. Silvia Maria Matos,
contra o 0,1% esperado. O bolo dos 1,6% considera
pesquisadora do Banco BBM e coordenadora técnica
projeções de queda da indústria de transformação e
do Boletim Macro IBRE comentou na ocasião que o
de construção, de 0,5% e 1,3%, respectivamente, e
cenário internacional é bom, apesar do crescimento
da indústria, de 0,1%. Entre os setores que podem
abaixo do esperado nos Estados Unidos, que deve ter
registrar crescimento, estão o agronegócio, com
um acréscimo de 2,4% no PIB deste ano, contra os
3,5%; setor de energia, com 2,9%, extrativa, 1,4%, e
2,8% esperados pelo Ibre anteriormente, para crescer
de serviços, 1,8%. No primeiro trimestre deste ano,
3% no ano seguinte. Para a Zona do Euro, é esperado
o país registrou crescimento de 0,2% - o que gerou,
um crescimento de 1% e, para a China, de 7,3%.
inclusive, projeções pessimistas em relação a uma possível recessão técnica. Silvia também alerta que “dificilmente” o país terá superávit em sua balança comercial - o Ibre calcula um déficit de R$ 2 bilhões neste ano. A inflação, por sua vez, acredita o Ibre, deve ficar em 6,7% em 2014. “Algum ajuste tem que ocorrer, em um cenário muito complicado de baixo crescimento e inflação muito alta”, alertou Silvia. Na política monetária também já são adotados ajustes, explicou. A taxa real de juro subiu cerca de 2% reais para 4,5% reais e o juro neutro dificilmente deve ficar em mais do que 6%, dependendo de outras variáveis.
12
PERSONALIDADE
Personalidade AECIC 2014 O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, foi o escolhido para receber o título, que será entregue no dia 28 de julho O presidente da Fiep, Edson
e, em 1996, presidiu a Coordenadoria das
Campagnolo, foi o escolhido para
Associações Empresariais do Sudoeste,
receber o título Personalidade
que reúne 27 entidades da região. Foi
Aecic,
anualmente
presidente do Sindicato das Indústrias do
pela Associação das Empresas
Vestuário do Sudoeste do Paraná, entre
da Cidade Industrial de Curitiba,
2002 e 2007, e também exerceu, em
para os empresários com atuação
2007, o cargo de secretário municipal de
destacada no Estado. A 38ª edição
Indústria e Comércio de Capanema.
conferido
do almoço será no dia 28 de
Em 2003, Edson Campagnolo
julho no Graciosa Country Club.
tomou posse como vice-presidente da
Campagnolo é o atual presidente
Fiep, cargo para o qual foi reeleito em
da Federação das Indústrias do
2007. No mesmo ano, foi eleito membro
Estado do Paraná - Fiep, desde
do Conselho Estadual do Senai Paraná,
outubro de 2011, gestão 2011-
sendo reeleito em 2009. Em 2010, passou
2015. Industrial do setor têxtil, Campagnolo é proprietário
a presidir o Conselho Estadual do Sesi Paraná e no dia 03
da Rocamp Indústria e Comércio de Confecções, com
de agosto de 2011 foi eleito presidente da entidade.
sede em Capanema, no Sudoeste do Estado. Atua há
Na
Fiep,
foi
protagonista
de
importantes
32 anos no setor do vestuário, fornecendo para marcas
iniciativas. Foi o idealizador da campanha “A Sombra do
mundiais do segmento esportivo e para empresas do setor
Imposto”, que tem por objetivo conscientizar a população
automotivo e do agronegócio. Tem fábricas em Capanema,
sobre o peso dos tributos e iniciar um movimento
Santo Antônio do Sudoeste, Planalto e Itaipulândia do
pela Reforma Tributária. Além da presidência da Fiep,
Paraná. Campagnolo desempenha papel relevante no
Edson Campagnolo também ocupa atualmente a vice-
desenvolvimento daquela região.
presidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Nascido em 1959, em Francisco Beltrão, Campagnolo
É também vice-presidente do Conselho Deliberativo
iniciou suas atividades como liderança empresarial em 1995,
do Sebrae/PR, com forte atuação no apoio às micro e
como presidente da Associação Empresarial de Capanema
pequenas indústrias paranaenses. 13
PAINEL NACIONAL
Os números da economia, em diferentes segmentos
As previsões para a economia brasileira pioraram. Segundo dados do Banco Central, os economistas do mercado financeiro reduziram em maio, de 1,63% para 1,5% a perspectiva para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País este ano. O dado faz parte do Relatório Focus, que é produzido a partir de pesquisa com economistas de mais de 100 bancos. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.
O INEC – Índice Nacional de Expectativa do Consumidor – recuou 1% em maio. O INEC já mostrava pessimismo do consumidor desde fevereiro, com valores inferiores à media histórica do índice. Maio mostrou um aumento desse pessimismo: a queda do índice o levou ao menor valor desde março de 2009, período no qual a confiança foi afetada pela crise financeira internacional. Na comparação com o mesmo mês de 2013, o INEC apresenta recuo de 5,7%. Nessa comparação, todos os componentes do INEC registram recuos significativos. Destacamse os índices de expectativa de inflação e de desemprego, que recuam nessa comparação, respectivamente, 7,4% e 11,8%, além do índice de situação financeira, com recuo de 6,3%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) teve variação de 0,58% em maio e ficou 0,2 ponto percentual abaixo da taxa de abril (0,78%). Com isto, o acumulado no ano foi para 3,51%, acima da taxa de 3,06% relativa a igual período de 2013. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 ficou em 6,31%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (6,19%. Em maio de 2013, a taxa havia sido de 0,46%. 14
Pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência para compreender como a burocracia influencia o dia-a-dia dos brasileiros, mostra que quando questionados sobre a realização de tarefas para atender exigências do diaa-dia, como a obtenção de documentos, a comprovação da situação econômica e apresentação de garantias para alugar uma casa ou comprar bens, 85% da população diz que o Brasil é um país burocrático, sendo que 61% o consideram muito burocrático. A maioria dos entrevistados acha que a burocracia, no entanto, é necessária em certos casos.
De acordo com dados do IBOPE Media, o número de pessoas com acesso à internet no Brasil chegou a 105,1 milhões no segundo trimestre de 2013, o que representa um crescimento de 3% na comparação com os 102,3 milhões, registrados no trimestre anterior. O total considera o acesso à internet em qualquer ambiente como domicílios, trabalho, lan houses, escolas, bibliotecas, espaços públicos e outros locais. Em relação ao terceiro trimestre do ano, quando considerado somente os ambientes de casa e de trabalho, o total de pessoas com acesso à internet chegou a 79,5 milhões, número 3,8% maior que os 76,6 milhões atingidos no segundo trimestre.
Em março, o setor de serviços registrou um crescimento nominal de 6,8%, na comparação com igual mês do ano anterior, inferior às taxas observadas em fevereiro (10,1% revisado) e janeiro (9,2%). Os serviços prestados às famílias registraram crescimento de 10,0%; os serviços de informação e comunicação, de 4,4%; os serviços profissionais, administrativos e complementares, de 8,8%; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, de 8,0%; e outros serviços, de 3,3%. O crescimento nominal acumulado no ano e o acumulado em 12 meses ficaram ambos em 8,7%. A taxa de crescimento de março foi a terceira menor desde o início da série (jan/12), superior apenas às registradas em março (6,1%) e agosto de 2013 (6,6%). 15
INDÚSTRIA
Fiep promove
Semana da Indústria 2014 Série de eventos prestou homenagens a empresários que contribuíram com o desenvolvimento do Estado Empresários com destacada contribuição para
as comemorações pelo Dia da Indústria – celebrado
o setor industrial de Curitiba e Região Metropolitana
em 25 de maio – a todas as regiões do Estado.
foram homenageados no dia 26 de maio pela Federação
Festividades semelhantes, em que a Fiep homenageou
das Indústrias do Paraná (Fiep). A solenidade,
outros 15 empresários de destaque de todo o Paraná,
realizada na capital, encerrou a programação da
foram realizadas em Ponta Grossa (Campos Gerais),
Semana da Indústria 2014, que desde o dia 19 levou
Francisco Beltrão (Sudoeste), Cascavel (Oeste),
Fotos Crédito:Gelson Bampi
16
Paranavaí (Noroeste) e Londrina (Norte). “Temos que comemorar o Dia da Indústria com muito vigor, porque não apenas as pessoas que são indicadas para receber essas condecorações, mas
todos
os
empresários,
merecem homenagens”, afirmou o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, citando uma série de adversidades que os industriais paranaenses e brasileiros vêm enfrentando nos últimos anos. “A cada ano que passa, percebemos que a resistência de nossos industriais está no limite.
a empresários com destacada contribuição para
Em 2014 teremos eleições e este é um ano decisivo.
o desenvolvimento do setor industrial da Região
Ou a gente toma a responsabilidade e ajuda a eleger
Metropolitana da capital e do Paraná. Edsel Rolf
pessoas comprometidas com o desenvolvimento do
Schwarz e Norbert Adolf Heinze foram contemplados
país, ou seguiremos enfrentando dificuldades”, disse.
com a medalha do Mérito Industrial. Além disso, o
Para contribuir de maneira efetiva para a
título de Benemérito da Indústria foi entregue à família
mudança desse quadro, a Fiep promoveu, durante a
do empresário Odair Ceschin.
Semana da Indústria deste ano, seis reuniões – uma
Nascido em Ponta Grossa, Edsel Schwarz partiu
em cada regional – para construção da Agenda da
para São Paulo no final da década de 1970 para cursar
Indústria do Paraná. Nelas, lideranças industriais de
engenharia elétrica na Escola Politécnica da USP.
todo o Estado apontaram as demandas prioritárias
Ao retornar ao Paraná, assumiu o posto de diretor
para o crescimento do setor industrial, propostas que
industrial da área de fundição de ferro da empresa da
servirão de base para um documento que a Federação
família, a Schwarz e Cia. Em 1993, canalizou todas as
entregará aos candidatos que vão concorrer nas
suas experiências na realização de seu grande sonho,
eleições deste ano. “Levaremos esse caderno de
a fundação da Metalúrgica Schwarz. O negócio, criado
priorização aos candidatos como orientação para uma
inicialmente para atender a um cliente japonês, cresceu
política industrial. Vamos apresentar nossas demandas,
e aos poucos passou a contar com clientes de grande
cobrando o compromisso para que possamos mudar
porte do mercado automotivo, como Delphi, Eaton e
esse jogo”, afirmou Campagnolo.
Behr. Empresário com forte visão de responsabilidade social, participou da criação do Centro de Educação
Homenagens Assim como no interior, a solenidade pelo Dia da Indústria em Curitiba foi marcada pela homenagem
Umberto Scarpa, em Pinhais, voltado à formação profissional. Em 2010, sua empresa ganhou o prêmio Sesi Qualidade no Trabalho. 17
Micro, Pequenas e Médias Indústrias da Fiep. “Tive
uma
raiz
muito
forte
de
pais
empreendedores. Trabalhar na empresa para mim era uma coisa natural, algo que estava no meu sangue”, afirmou Heinze. Apesar de sua destacada trajetória empresarial, ele se disse surpreso por ter sido indicado à homenagem pelo Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Paraná (Simov). “Existe muita gente boa e que batalha pela indústria e pelo associativismo em nosso Estado”, declarou. Associativismo, aliás, “Me sinto duplamente honrado. Primeiro por
que Heinze também aponta como importante para o
ter sido indicado para receber esta homenagem pelo
desenvolvimento não apenas de seus negócios, mas
Sindimetal, sindicato do qual eu participo e que vem
de todo o setor industrial. “No início, olhava o sindicato
há 55 anos defendendo os interesses do nosso setor.
apenas pelo custo que a empresa tinha para se associar
E depois por ter sido escolhido pela Fiep”, afirmou
a ele. Mas quando percebi o empenho das pessoas que
Schwarz. Ele considera que o apoio da família e dos
se dedicam aos sindicatos e as possibilidades que esse
colaboradores que atuaram na metalúrgica desde
trabalho abre para as empresas, também passei a me
sua fundação foram fundamentais para o sucesso
dedicar ao associativismo”, justificou.
da empresa. “Agradeço aos companheiros que
Encerrando a série de homenagens, a Fiep
trabalharam conosco, que foram extremamente
entregou o título de Benemérito da Indústria à família
importantes para a consolidação dessa empresa, que
de Odair Ceschin. A obstinação para alcançar objetivos
em maio completa 21 anos”, declarou.
sempre marcou a trajetória do empresário. No
O segundo homenageado com o Mérito
Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do Paraná
Industrial, Norbert Heinze, aprendeu a inovar
(Sinpacel), exerceu cargos diretivos e de presidente,
desde cedo. Quando pequeno, seu pai sempre lhe
sempre defendendo a classe empresarial. Generoso,
trazia madeira, ferros e parafusos, o que lhe dava
Ceschin resolveu dividir as conquistas com seus pares
a oportunidade de soltar a imaginação e ter seus
em forma do atendimento de justas reivindicações. Foi
primeiros contatos com o que viria a ser seu caminho
fundador da Associação Sinpacel, destinada a prestar
profissional.
Em 1983, formou-se engenheiro
assistência médico-hospitalar e odontológica aos
mecânico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
colaboradores e familiares das empresas associadas.
Antes disso, em 1978, assumira posição importante na
A homenagem foi recebida pela esposa de Ceschin,
empresa da família, a Forplas, localizada em Fazenda
Zelita, e por seu neto, Rafael.
Rio Grande, onde enfrentou desafios. O sucesso veio
O atual presidente do Sinpacel, Rui Brandt,
pelo dom para gestão do negócio e a obstinação por
que discursou representando a família, destacou
estabelecer metas e buscar resultados. Em 2006
qualidades que Odair Ceschin apresentou durante sua
conquistou o Prêmio Sucesso Empresarial. Desde
carreira empresarial e no associativismo. “Flexibilidade
dezembro de 2007, coordena o Conselho Temático da
e empreendedorismo são algumas das características
18
que ele apresentou em sua vida. Sempre desempenhou
representando o governador Beto Richa, foi o secretário
suas funções com total energia e engajamento e
de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do
sempre atuou para promover o desenvolvimento da
Mercosul, Horacio Monteschio, que relatou os avanços
indústria paranaense. Um homem que merece essa
que o setor industrial paranaense vem conseguindo
homenagem, sem dúvida nenhuma”, disse.
nos últimos anos. “O Paraná é um dos estados que
A solenidade em Curitiba teve a presença do
mais gera empregos, o que tem sido muito estimulado
prefeito do município, Gustavo Fruet, que destacou a
pelo programa Paraná Competitivo. É importante
importância de a Fiep homenagear empresários por
ressaltar a interação entre governo e indústria neste
sua contribuição à sociedade. “Nosso Estado muitas
programa e também na condução de questões como
vezes é destrutivo e autofágico. Mais do que nunca,
o salário mínimo regional. Pela primeira vez tivemos
temos que ter a capacidade do reconhecimento e
uma participação ativa do setor industrial”, afirmou
do agradecimento, isso é um gesto de humildade”,
o secretário, referindo-se ao processo de negociação
disse. “São histórias emocionantes, de superação.
tripartite que definiu o índice de reajuste do piso
É fundamental mostrar às novas gerações esses
salarial do Paraná este ano.
exemplos de empreendedorismo”, completou. Quem
também
participou
do
evento,
Fonte: Assessoria de Imprensa da FIEP
19
ARTIGO Eloi Zanetti –
especialista em marketing e
comunicação corporativa, escritor, palestrante
eloi@eloizanetti.com.br
A função do erro Empresas apregoam aos seus funcionários que evitem erros com ordens quase sempre ameaçadoras:
em empresa castradora, se ficar será tão infeliz que não vai ajudar em nada.
antes de agir, analisem com extremo critério todas
Dirigentes precisam entender que uma das
as possibilidades e relacionem cuidadosamente os
funções do erro é detonar o início das histórias, que
prós e os contras. Investiguem todas as alternativas
produtos campeões nasceram muitas vezes de erros
sendo reflexivos e ponderados e não se esqueçam
históricos e que foi preciso errar muitas vezes para se
de usar nosso caríssimo e complexo software de
chegar a uma solução satisfatória. Não estou fazendo
análise estatística, pois a qualquer deslize o bicho
apologia ao erro e ao descuido, estou dizendo que
papão da demissão pegará vocês. Ora, ao cercear as
falhas grosseiras, chulas, advindas da falta de atenção
possibilidades de erro, a empresa não inovará, nem
ou do relaxo devem ser punidas. Erros oriundos de
fará com que suas equipes sejam criativas - a maior
iniciativas de se fazer melhor devem ser incentivados.
exigência do mundo atual - e, criará um bando de
O filósofo Shopenhauer nos diz que se
carneirinhos adeptos ao Yes, sir! - Funcionários podem
cometemos um erro e este custou 10 reais e não
ser criativos em casa, na rua, com os amigos e com
aprendemos - pagamos caro; mas se cometemos um
seus hobbies, mas ao bater o cartão ponto deixam de
erro e este custou mil reais e aprendemos - pagamos
sê-lo. A ordem não se pode errar é a mesma de não se
barato. É preciso entender que não aprendemos com
pode ousar, criar e inovar. Quem não está disposto a
os erros, mas sim com a correção dos erros.
arriscar não vai ser criativo e inovador nunca.
Ao iniciar um novo projeto, não devemos ter
Este contexto é contraditório porque ao mesmo
medo de errar, aliás, devemos sim, errar bastante
tempo em que se prega a necessidade da inovação se
e quanto mais cedo errarmos - melhor. Se não deu
solicita o extremo cuidado na tomada de decisões. É
certo, não tem importância, o aprendizado nos
por isso que temos tanta gente com muita capacidade
ajudará a recomeçar novos projetos já com a expertise
para dizer “não” e pouquíssima com capacidade para
incorporada. Se ao longo de um processo não erramos
dizer “sim”. Hoje, as decisões, quando acontecem,
em nada, com certeza é sinal de que também não
são repartidas em comitês porque ninguém tem a
inovamos. Processos, sistemas e projetos precisam
coragem de se arriscar. Com isso emperram-se os
ser corrigidos sempre. Warren Buffett, um dos homens
processos, perdem-se tempo e as oportunidades irão
mais ricos do mundo disse: “Se a cada dez tentativas
bater na porta da concorrência. Gente criativa não fica
errarmos quatro, isto não é errar.”
20
LIDERANÇA & GESTÃO
Senai sedia encontro do PRME Iniciativa da ONU que busca formar líderes responsáveis reuniu-se em Curitiba
No dia 28 de maio, as instituições signatárias do
que a indústria tem para oferecer nesse tema, e também as
Programa de Educação Empresarial Responsável (PRME)
diversas iniciativas que o Senai realiza para trabalhar - não
Chapter Brazil, ação da Organização das Nações Unidas
só quanto à questão ambiental, mas em todos os outros
(ONU) que incentiva instituições ao redor do mundo na
âmbitos que impactam a sociedade”, finalizou o diretor.
formação de líderes globalmente responsáveis, reuniram-
Essa foi a quarta reunião do grupo brasileiro, que
se para discutir a aplicação dos princípios do programa no
se encontra em cidades onde há instituições signatárias.
país. Atualmente o PRME conta com 22 participantes, entre
Entre os temas discutidos estão a Pesquisa Internacional
eles o Senai, Sesi, UFPR, ESPM, Isae, entre outros.
de Sustentabilidade - que está sendo aplicada pelo PRME
O encontro foi realizado no Núcleo Senai de
no Brasil e será apresentada no Japão em novembro - e o
Sustentabilidade, localizado na Cidade Industrial de
projeto “Negócios Inclusivos” do PNUD, que desenvolverá
Curitiba (CIC). Segundo o diretor do Senai no Paraná,
artigos em parceria com as escolas de negócios.
Marco Secco, a escolha do local da reunião é diretamente relacionada aos temas discutidos. “Esta unidade tem um
PRME - Lançado em 2007 durante Global Compact
apelo muito forte quanto à sustentabilidade: há mais de 30
Leaders Summit da ONU , em Genebra, PRME é o primeiro
anos o Senai centraliza suas ações de meio ambiente neste
relacionamento organizado entre as Nações Unidas e as
espaço”, conta. Secco explica que o Núcleo é um ícone
escolas de negócios. A missão do PRME é inspirar e premiar
dessas ações. “Reunimos tecnologias sustentáveis que
as iniciativas de educação para gestão responsável,
já estão disponíveis no mercado, para mostrar a todos o
pesquisa e de pensamento de liderança global. 21
PERFIL REGIONAL
Sempre em frente
Tecpar se preocupa em desenvolver produtos e serviços de qualidade com objetivo de contribuir para o crescimento econômico e o desenvolvimento social do Estado e do País hoje é lembrado pelos trabalhos realizados, tendo influenciado a criação de empresas e novos cursos na Universidade Federal do Paraná. Em 1978, o instituto passou por mais uma modificação, talvez a mais importante, quando foi transformado em uma empresa pública, ganhando autonomia e ampliando, mais uma vez, suas áreas de atuação. A origem do Tecpar remonta ao pequeno
As áreas de eletroeletrônica e metalmecânica
Laboratório de Análises e Pesquisas, dedicado aos
passaram a fazer parte do escopo de atividades do
estudos do solo e ao controle de pragas vegetais
instituto por meio de um acordo com a Agência de
e doenças animais, com data de 1940. Em 1941,
Cooperação Internacional do Japão (Jica) firmado em
o laboratório teve suas atividades ampliadas e
1991. A cooperação foi definida para servir de apoio
passou a prestar serviços especializados com o
principalmente à indústria automobilística, que estava
nome de Instituto de Biologia Agrícola e Animal
se instalando no Estado. O Tecpar construiu uma nova
(IBAA), funcionando em sede própria no bairro do
sede na Cidade Industrial de Curitiba e contratou
Juvevê, em Curitiba.
técnicos, e o governo japonês ficou responsável por
Com o apoio do interventor Manoel Ribas e a chegada de cientistas e pesquisadores de renome,
equipar o novo centro voltado à qualidade industrial e pelo treinamento especializado.
o IBAA foi transformado em 1942 em Instituto de
Hoje, o Instituto de Tecnologia do Paraná é
Biologia e Pesquisas Tecnológicas (IBPT). Durante
reconhecido como um centro de referência nacional
duas décadas dirigido por Marcos Augusto Enrietti,
e busca novas tecnologias e o desenvolvimento de
o instituto ficou conhecido como Biologia e até
novos produtos para a saúde pública brasileira,
22
fortalecendo as relações e compromissos com os
No agronegócio, atua nos ramos de fertilizantes,
governos estadual e federal. A oferta de produtos e
contaminantes, resíduos de agrotóxicos e de
serviços de qualidade têm o objetivo de contribuir
medicamentos veterinários.
para o crescimento econômico e o desenvolvimento
O
Tecpar
desenvolve
soluções
para
as
social do estado e do País. São seis unidades: Curitiba
empresas, utilizando técnicas de Inteligência Artificial
(CIC), Curitiba (Juvevê), Araucária, Jacarezinho, Ponta
para monitoramento de processos, diagnóstico e
Grossa e Maringá.
tratamento de falhas e alarmes e preservação e
De acordo com o diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix, em 2014, uma nova legislação começou a
distribuição de conhecimento estratégico. Também Coordena a Rede de Extensão Tec-
vigorar no estado do Paraná para a
nológica do Paraná, apoiando a im-
realização dos projetos. É um esforço
plementação de soluções tecnoló-
amplo para atrair novos projetos para
gicas para a melhoria de produtos e
o estado com investimento em base
processo produtivo das empresas.
tecnológica. “1% da arrecadação
Integra o Serviço Brasileiro de Res-
do estado é destinado aos projetos
postas Técnicas (SBRT), que dispo-
do Tecpar, que são escolhidos pelo
nibiliza gratuitamente informação
Conselho e realizados em parcerias
tecnológica, via web, às empresas e
com o setor acadêmico. Esse ano
empreendedores. Realiza serviços
foram mais de R$ 50 milhões
de vigilância e prospecção tecnoló-
investidos em bolsas de estudo pela
Júlio Felix, diretor-presidente do tecpar
Fundação Araucária”, destaca. Soluções Tecnológicas
gica, assessoria no desenvolvimento de sistemas de informação.
Empreendedorismo Tecnológico Inovador
O Tecpar atende à demanda do mercado,
A Agência Tecpar de Inovação tem como objetivo
suprindo as necessidades dos clientes com laboratórios
desenvolver atividades de prospecção tecnológica
de última geração e profissionais qualificados e
e inteligência competitiva orientada pelas diretrizes
capacitados, viabilizando o desenvolvimento e a
estratégicas do Tecpar e seus parceiros, realizar todas
implementação de soluções para a competitividade
as funções e tarefas relativas à gestão da propriedade
das empresas, empregando suas competências e
intelectual dos produtos, processos e tecnologias
unidades técnico-científicas.
desenvolvidas pelo Tecpar e seus parceiros, e apoiar
Na área da saúde, a linha de atuação é voltada para alimentos, águas e bebidas; segurança
o sistema paranaense de ciência e tecnologia e atividades relacionadas à propriedade intelectual.
alimentar; medicamentos e cosméticos; atividade/
Os parques tecnológicos têm como objetivo
eficiência de saneantes e domissanitários; águas
promover a atração de empresas de base tecnológica
e efluentes industriais; produtos odonto-médico-
e inovadora para as diversas regiões do Paraná
hospitalares; e ar de ambiente. No segmento de
e transformar o espaço num centro de excelência
materiais, o foco está em plásticos, borrachas
internacional na produção de imunobiológicos, kits
e metal, mecânica e papel, celulose e madeira.
para diagnósticos de enfermidades que atingem 23
humanos e zoonoses e no desenvolvimento de novos produtos.
Brasil equipada com essa máquina. O Tecpar Educação atua em setores que não
Fundada em 1989, a Incubadora Tecnológica
são abrangidos pela educação formal, promovendo
de Curitiba, do Instituto de Tecnologia do Paraná
cursos de formação profissional para atender às
(Intec), completa neste ano 25 anos considerada
demandas específicas de qualificação, identificadas
uma das melhores incubadoras do país. Com sede
em empresas, instituições públicas e no mercado em
na capital e atuação também em Jacarezinho, no
geral, utilizando a infraestrutura de laboratórios com
Norte Pioneiro, pela incubadora já passaram mais de
a equipe de pesquisadores especializados.
75 empresas – no momento atende a sete empresas.
Também é o responsável pela governança do
Os cinco critérios principais para pleitear uma vaga
Comitê Gestor do Smart Energy Paraná, que tem como
são: inovação (desenvolvimento de produto novo,
finalidade atender à necessidade do Estado do Paraná
complementar a algum existente, nacionalização
de concentrar esforços conducentes à organização e
de tecnologias ou desenvolvimento de similar),
centralização de ações em geração distribuída por fontes
disposição de capital mínimo para investimento
renováveis e sua conexão a redes inteligentes, criando
inicial, plano de negócios desenvolvido, equipe
instrumentos que possibilitem às instituições públicas e
com formação em áreas complementares e, ainda, é
empresas a adotarem estratégia comum. Além disso, o
importante que a empresa já tenha alguma iniciativa
projeto pretende desenvolver competências locais neste
preliminar – no caso de produto, seria um protótipo
tema e sensibilizar e educar a sociedade na utilização
ou um depósito de pedido de patente, por exemplo.
dessas novas tecnologias. A plataforma experimental
O Fab Lab é um laboratório, dentro da incubadora,
do Projeto Smart Energy Paraná conta com três modelos
que permite que se teste modelos de produtos,
de energia solar e um modelo de microturbina eólica,
usando serviços de prototipagem rápida em 3D, em
além um laboratório de medição de condições solares
uma impressora de última geração que possibilita a
e eólicas. Esse sistema vai gerar energia para o próprio
fabricação em escala não industrial de protótipos,
Tecpar, que terá, em breve, uma fração de toda a energia
peças e objetos plásticos geralmente utilizados em
consumida pelo conjunto de prédios do instituto advinda
componentes eletrônicos. É a terceira incubadora do
de fontes alternativas.
24
PERFIL REGIONAL
Momentive vai ampliar parque fabril Empresa prevê início das obras na CIC no próximo mês
A Momentive Química, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (PR), deverá iniciar no próximo mês as obras de ampliação de seu parque fabril. Fabricante de resinas, a empresa vai investir R$ 140 milhões no empreendimento, que deve ficar pronto em setembro de 2015. O objetivo é acompanhar o crescimento da indústria de painéis de madeira, principal consumidora de sua produção. A companhia estuda uma segunda etapa de investimentos, para daqui a dois anos, a depender da evolução do mercado até lá. “Nos últimos anos nossos clientes fizeram uma série de investimentos, e estamos investindo para dar conta de atendê-los”, explica Cícero Luiz Ferreira da Silva, presidente da Momentive no Brasil e vice-presidente na América Latina. As resinas produzidas pela empresa são usadas para aglomerar as fibras, partículas e lâminas de madeira que compõem os painéis de MDF, MDP, OSB e compensados. Segundo o executivo, embora as exportações de chapas de madeira tenham caído a partir de meados da década passada, afetadas pela retração do mercado norte-americano e pelo câmbio desfavorável, a demanda doméstica avançou. “As indústrias de móveis e da construção civil cresceram muito, em razão da grande expansão da classe média e de programas
governamentais como o Minha Casa Minha Vida e o cartão Construcard.” Cicero Ferreira da Silva diz que a opção por investir no Paraná se deve principalmente a questões logísticas. “Poderíamos escolher São Paulo, Santa Catarina ou Rio Grande do Sul. Mas, além de o governo estadual ter um plano que nos dá uma noção de estabilidade para os próximos anos, a operação do Porto de Paranaguá evoluiu muito”, diz o executivo. As três principais matérias-primas da empresa – metanol, ureia e melamina – são importadas. Reforço Faz parte da primeira etapa de investimentos a construção de uma nova fábrica de formaldeído, ao lado da unidade atual, o que vai ampliar a capacidade de produção da Momentive de 200 mil para 350 mil toneladas por ano. A empresa também passará a produzir até 50 mil toneladas por ano de emulsão de parafina e, por fim, vai modernizar a linha de resinas, cuja capacidade anual crescerá de 350 mil para 400 mil toneladas. O complexo na CIC também vai abrigar o escritório central da empresa no Brasil. Além da unidade curitibana, a Momentive tem fábricas em Montenegro (RS), Paulínia (SP), Tacuarembó (Uruguai) e Cali (Colômbia). Entre seus clientes estão empresas como Duratex, Fibraplac, Arauco, Berneck e Sudati, a maioria com fábrica no Paraná.” 25
PESQUISA
Confiança do comércio
paranaense volta a subir Os empresários paranaenses iniciaram 2014
mantém a empolgação do bom desempenho obtido
um pouco mais confiantes. É o que mostra a Pesquisa
em 2013, o mais alto do Paraná. Já as empresas de
de Opinião do Empresário do Comércio, elaborada
Londrina e Maringá acreditam na recuperação do
semestralmente pela Federação do Comércio de
varejo regional, que apresentou baixo rendimento
Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).
no ano passado”, explica.
No levantamento, 62% dos entrevistados acreditam
Sem perder de vista o desempenho moderado
que terão vendas superiores às registradas no
do varejo em 2013, para 57,14% dos comerciantes
primeiro semestre de 2013, superando o ceticismo
a situação financeira no segundo semestre de 2013
recorde da segunda metade do ano passado,
foi melhor do que no primeiro semestre, o que
quando apenas 54,58% das perspectivas eram
demonstra um crescimento satisfatório diante dos
favoráveis. O grau de otimismo, porém, ainda está
inúmeros obstáculos superados no decorrer do ano.
abaixo dos percentuais dos últimos cinco anos e
Para 28,57%, a situação financeira ficou entre 5%
só ganha de 2009, que vivenciava o auge da crise
e 10% superior e para outros 28,57% ficou entre
econômica mundial.
0% e 5% melhor. O faturamento da empresa foi o
Entre as expectativas favoráveis, 53,40% afirmam que as vendas no primeiro semestre de
mesmo no período considerado para 25,32% dos entrevistados e para 14,28% foi inferior.
2014 serão de 5% a 10% superiores as do primeiro
A classe média (B e C) representa 72,08% dos
semestre de 2013. E para isso, 53,89% se prepararam
clientes atendidos pelo comércio paranaense. Na
e incrementaram o estoque.
sequência, vem a classe baixa (D e E) com 12,34%
Os empresários do Norte do Paraná e da região Oeste são os mais esperançosos, com 65,15% e
e a classe alta representa apenas 5,52% dos consumidores.
63,79%, respectivamente. O índice de otimismo é
Mais uma vez a carga tributária elevada ficou
de 56% na região central e de 55,32% em Curitiba e
no topo da lista de dificuldades apontadas pelas
Região Metropolitana. De acordo com o presidente
empresas, com 47,08% das respostas, seguida
do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana,
pela falta de recursos próprios para capital de giro
as perspectivas mais otimistas nas regiões agrícolas
(42,21%), falta de mão de obra qualificada (35,71%)
do Estado indicam que a safra, mesmo com queda
e encargos sociais elevados (30,19%).
ocasionada pela seca, anima os empresários.
Os
fatores
macroeconômicos
foram
as
“Temos duas situações opostas, uma de confiança
principais ameaças para os negócios no segundo
e outra de esperança. O comércio da região Oeste
semestre de 2013, especialmente a instabilidade
26
financeira, apontada por 41,56% dos entrevistados, e o comprometimento da renda do consumidor, citado por 34,42%.
do empresariado”, reitera Piana. Otimistas, porém cautelosos, os empresários devem priorizar a estrutura e imagem de suas lojas
Para compensar tais dificuldades, as empresas
e marcas. As prováveis áreas para investimentos
apostaram no atendimento diferenciado, novidades,
citadas pelos entrevistados são as instalações,
qualidade e diversidade dos produtos. Entre os
propaganda e marketing, modernização visual e
pontos fortes do negócio estão: qualidade no
equipamentos, nessa ordem. Não menos importante,
atendimento e dos produtos, preço competitivo,
foi citada também a área de recursos humanos para
além da tradição, credibilidade e nome.
formação e aperfeiçoamento de colaboradores.
As empresas tiveram que compensar, com esforço
próprio,
as
dificuldades
Tais investimentos devem absorver de 5% a 10%
econômicas,
do faturamento para 42,43% das empresas, razão
tributárias e conjunturais que ameaçavam atrapalhar
pela qual o Sistema Fecomércio, através do Senac,
seus negócios. O Sistema Fecomércio Sesc Senac é
continua realizando grandes investimentos em
um importante aliado na formação de mão de obra
capacitação profissional.
especializada, no atendimento cultural, de lazer e de saúde aos comerciários e na defesa dos interesses
Fonte: Fecomércio
27
PROJETO NAÇÃO
O futuro que queremos
Pensando em um grande projeto para a Nação, com ações válidas já a partir de 2014, apresentamos nessa edição uma proposta elaborada pela Fecomércio PR, com apontamentos que remetem a atuação do Estado, dos negócios e das empresas. Tudo isso vem de encontro aos anseios da população e dos empresários em inovar e garantir novas possibilidades para o futuro. Nesta primeira discussão, veja como as relações de trabalho, a internacionalização, turismo, inovação e infraestrutura, entre outros, são determinantes para a construção Darci Piana, presidente da Fecomércio PR 28
de futuro melhor para todos.
UMA PROPOSTA PARA O FUTURO Tradicionalmente, a prosperidade de uma nação era medida quase que exclusivamente com base em seus indicadores macroeconômicos como a renda per capita ou seu PIB. No entanto, ao longo dos últimos 15 a 20 anos, estudiosos da área econômica passaram a mensurar a prosperidade incorporando outros fatores do cotidiano de uma nação, como por exemplo, a sua capacidade de construir um futuro melhor e sustentável para sua população. Indicadores como saúde, segurança, capital social, educação e liberdade pessoal, entre outros, passaram a fazer parte dessas análises, buscando um resultado mais próximo a realidade da nação. Comparado com outras 142 nações, o Brasil tem apresentado melhoras em um ranking produzido pelo Legatum Institute do Reino Unido, atingindo a posição de número 46, duas abaixo do ano anterior, quatro atrás de 2011 e ainda atrás de vizinhos Latino Americanos como Uruguai, Costa Rica, Chile, Panamá e Argentina. Avaliado apenas sob o ponto de vista macroeconômico e de liberdade pessoal, o país se aproxima muito dos melhores países do Hemisfério Norte. Porém, vários indicadores que arrastam o país para posições muito abaixo da média são os de governança, saúde, capital social, educação e segurança. Nos dois últimos nos aproximamos perigosamente de países situados muito abaixo da posição mediana do ranking. O presente documento tem como objetivo apresentar um elenco de propostas que, aos olhos dos segmentos de Comércio, Serviços e Turismo do Estado do Paraná, servir de base para uma melhora no nível de prosperidade da nação e auxiliar os futuros governantes na busca de um melhor ambiente empresarial e de vida para a população brasileira. 1) EFICIÊNCIA DO ESTADO Entre os principais indicadores sociais, o Brasil possui um desempenho inferior a outros países em desenvolvimento, notoriamente gastando mais do que esses países em relação ao PIB. É preocupante a ineficiência da máquina pública em sua missão de gerar serviços de qualidade à 29
população. O princípio da Eficiência, introduzido na Constituição Federal Brasileira através do seu artigo no. 37, está longe de ser atingido pela maioria dos administradores públicos. Governantes tem demonstrado constantemente a incapacidade de gerir recursos públicos de forma eficiente, privando os contribuintes de serviços de qualidade. Ações precisam ser implantadas para que se limite o número de cargos em comissão, reduza o peso da máquina administrativa, que se imponha o Princípio da Eficiência a todo agente público, melhore a eficácia dos serviços e se privilegie o funcionário produtivo. A proposta é implantar, de imediato, a governança pública gerencial que se concentrem nos seguintes pontos: i. Implantação do princípio da eficiência a todo agente público; ii. Redução do número de ministérios; iii. Simplificação do sistema de pagamento de tributos e contribuições, bem como no processo de abertura e fechamento de empresas.
2) AMBIENTE DE NEGÓCIOS Burocracia e ineficiência do poder público – O país, apesar de contar com características atrativas ao empreendedorismo (ambiente econômico em crescimento, base populacional ampla, insumos básicos com custo competitivo, amplo mercado interno e espaço territorial para ser desenvolvido), ainda esbarra em complexos processos burocráticos que desestimulam os empresários. Em termos de competitividade situa-se atualmente na quadragésima oitava posição no Relatório de Competitividade Global de 2012, apesar de ser a sexta economia do mundo. Entendemos como relevante o debate abordando as seguintes propostas: i. Facilitar o processo de abertura de empresas, eliminando travas e complicações burocráticas. Para a abertura de empresas são necessários, em média, treze procedimentos a nível Federal, Estadual e Municipal. É necessária a centralização dos processos através de um cadastro único, juntamente 30
com a permissão de funcionamento de atividades não insalubres por processo de licença temporária. ii. Facilitar o processo de encerramento de empresas, que, em função de exigências legais poderá levar até quatro anos ou mais mesmo que não existam problemas de insolvência. Nesse quesito o Brasil figura entre os piores do mundo. iii. Disponibilizar novas linhas de crédito para capital de giro, particularmente para o setor de comércio, acompanhada por uma flexibilização na tomada de empréstimos. iv. Implantar medidas que resolvam o caos tributário sem precedentes em que o país vive no momento. O vasto emaranhado de regras tributárias exigem do empresário brasileiro o maior número de horas do mundo dispendidas por ano no trato dos impostos. É necessário que se de atenção imediata a questão da Substituição Tributária. Duas medidas merecem destaque: a) que o ICMS-ST seja aplicado apenas sobre as mercadorias que atendem os critérios de produção concentrada, comercialização pulverizada e relevância na arrecadação do ICMS, admitindo-se a aplicação do ICMS-ST por empresa de qualquer tamanho (inclusive as do Simples eleitas substituídas); b) que explicitasse a vedação de uso do ICMS-ST quando na compra compradora estiver uma empresa enquadrada no Simples Nacional. No longo prazo é necessário buscar-se unificação de alíquotas sobre a mesma base de cálculo e facilitar a sua escrituração fiscal. 3) RELAÇÕES DO TRABALHO O peso da legislação trabalhista tem prejudicado o emprego, a competitividade das empresas e influencia negativamente o desenvolvimento econômico do país. Refém de altos encargos e de uma legislação criada em 1943, tornou-se arcaica, contraproducente e onerosa aos empresários e
trabalhadores. São necessárias algumas ações específicas como: i. Flexibilizar os dispositivos da CLT suprimindo dispositivos que geram excesso de burocracia; ii. Desoneração efetiva da folha de pagamentos reduzindo as alíquotas de contribuições que incidem sobre a contratação e desligamentos; iii. Equalizar o Salário Mínimo Estadual ao Nacional; iv. Aperfeiçoar o processo de Conciliação Prévia e sua utilização antes de se optar por vias judiciais; v. Manter o sistema de representação sindical e prevalência das Convenções Coletivas de Trabalho. 4) COMÉRCIO EXTERIOR Apesar da abertura comercial estabelecida no país a partir de 1990, o Brasil ainda mantém um isolamento significativo em relação aos países mais competitivos do mundo. Além do alto custo de seus produtos nos portos de saída, ainda apresenta uma enorme ineficiência caracterizada por limitações na sua infra estrutura e burocracia. A quantidade de documentos, as inúmeras exigências legais de diversas agências reguladoras e o tempo de liberação de embarque ou desembarque de cargas por conta da verificação da documentação nos portos brasileiros, juntamente com regras tarifárias que carecem de devida clareza e infra estrutura logística inadequada, são os principais entraves do comércio exterior no Brasil. Adicionalmente, alguns pontos de destaque exigem atenção imediata: i. Redução dos mecanismos burocráticos que entravam o processo de importação; ii. Melhor gestão evitando os constantes movimentos grevistas e reivicatórios dos funcionários ligados as atividades aduaneiras; iii. Recuperação da infraestrutura logística ligada ao Comércio Exterior;
iv. Manter as negociações entre os parceiros do MERCOSUL, buscando o fortalecimento do acordo e a superação dos problemas políticos. 5) COMÉRCIO ELETRÔNICO Preço, rapidez e facilidades nas pesquisas, nas compras e meios de pagamento são os principais motivos para o aumento do comércio eletrônico. i. Estabelecer processo de arbitragem entre as empresas de comércio eletrônico e consumidores para dirimir disputas entre ambos; ii. É necessário estabelecer-se um processo equilibrado de tributação para o comércio eletrônico de maneira a evitar-se um aumento de burocracia. 6) TURISMO Apesar de sua vocação natural no Brasil, o turismo ainda se caracteriza como sendo um segmento com grande potencial de geração de crescimento e renda que está às margens das prioridades nacionais. As duas maiores deficiências do setor são a ausência de marketing eficaz e falta de monitoramento e incentivo à atividade nos municípios e Estados. Os mecanismos para elevar o Brasil a uma melhor posição no turismo mundial existem, mas precisam ser efetivamente geridos. Como passo específico , recomendamos manter o foco nos seguintes pontos: i. Fazer com que os Programas Regionais de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) efetivamente organizem as intervenções públicas para o desenvolvimento da atividade turística, através de prévios processos de planejamento das regiões turísticas. ii. Gerar estímulos às empresas do setor de turismo para contratação de formandos da área para o seu primeiro emprego.
7) INOVAÇÃO É necessária a intervenção do Estado para fortalecer os processos internos de inovação que respaldam a mudança tecnológica e de processos (comerciais e de serviços) que assegurem a coordenação entre 31
políticas de fomento produtivo, difusão tecnológica e a qualificação dos recursos humanos. No âmbito dos segmentos de comércio e serviços recomendase que sejam tomadas medidas que se concentrem nas seguintes prioridades: i. Simplificar os processos de abertura e fechamento de empresas nascentes de base tecnológica (Startups), bem como empresas enquadradas nas categorias de Economia Criativa; ii. Estabelecer e implementar uma política pública federal clara e coerente de incentivo ao empreendedorismo inovador com as respectivas garantias de suprimento de recursos financeiros; iii. Criar um programa nacional de transferência de tecnologia entre as universidades e empresas dos setores de Comércio e Serviços; 8) EDUCAÇÃO E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Educação básica: os resultados do IDEB demonstram que a posição brasileira ainda mantém-se abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O impacto negativo é significativo quando se busca a capacitação de trabalhadores em áreas que exigem interpretação de textos e conhecimento em matemática básica, áreas onde se concentram os resultados menos favoráveis. É fundamental que, além de propiciar o acesso à educação básica se disponibilize também um ensino de qualidade que incorpore na sua grade curricular, além das prioridades atuais, noções de “Moral, Civismo, Sustentabilidade e Ecologia. Educação profissionalizante - técnico e tecnólogo: a crescente demanda de mão de obra nos vários segmentos do comércio, serviços e turismo demonstra a importância da formação técnica especializada. É imperativo que seja mantido o apoio ao Sistema “S” para dar vazão a essa demanda com a necessária qualidade. No caso de tecnólogos, a demanda mantém-se crescente graças a qualidade da formação profissional igualmente proporcionada pelos “S” e, mais uma vez, exige uma boa formação durante o período de ensino básico e médio. 32
i. Manter o programa de capacitação via Pronatec. A capacitação profissional tem mostrado resultados positivos na busca de uma melhor condição de vida dos trabalhadores dos segmentos do comércio, serviços e turismo nacional. É imperativo que se mantenha o Pronatec e a respectiva colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, com a participação dos serviços nacionais de aprendizagem dedicadas à educação profissional e tecnológica. Em particular, é necessário que se mantenha a articulação entre os demandantes e o poder público (Estadual e Municipal) envolvido no processo. 9) INFRAESTRUTURA A falta de infraestrutura pode ser considerada como um dos maiores gargalos para o crescimento econômico do Paraná e do Brasil. É preciso disponibilizar sistemas adequados e eficientes que possibilitem o escoamento da produção brasileira para os mercados nacional e internacional. Nesse sentido, os desafios a serem superados contemplam os modais de transporte rodoviário, ferroviário, portuário, hidroviário e aeroviário, além de mais investimentos em mobilidade urbana e no setor elétrico. i. Prioridades no âmbito federal Portos Esforços do governo devem ser dispendidos para dar continuidade às ações iniciadas ou previstas com o objetivo de viabilizar o Programa de Arrendamentos e Licitações dos Portos e alterar a Poligonal do Porto de Paranaguá, visando a instalação de novos portos. Investimentos permanentes em dragagen, nos acessos ao Porto de Paranaguá e na inovação dos equipamentos e processos também são imprescindíveis, bem como a modernização do transporte costeiro, com a abertura do mercado para embarcações com bandeira estrangeira para a navegação de cabotagem ao longo da costa brasileira. Ferrovias O Brasil deve dar passos para um efetivo incremento do transporte ferroviário, necessário para aumentar
a capacidade e a qualidade desse modal. • Construção da Ferrovia Oeste – Leste (MaracajuMS/Paranaguá-PR/ Pontal do Paraná). • Construção da Ferrovia Norte – Sul (Norte-Noroeste, Oeste e Sudoeste do Paraná / SC-RS). • Regulamentação do transporte ferroviário independente com a permissão para o uso da malha ferroviária em concessão. • Construção do contorno ferroviário Norte de Curitiba.
• Afonso Pena (São José dos Pinhais/Curitiba) – concluir a ampliação do terminal e construir a 2ª pista (projeto e desapropriações).
Rodovias No Brasil, o modal rodoviário é o mais utilizado, representando cerca de 60% do transporte interno. Além da complementação do sistema nacional, com a implementação de ferrovias, é necessária a construção de novas estradas e a melhoria e ampliação das existentes, como, por exemplo:
Energia • Estimular novas fontes para destravar os investimentos em geração. • Rever a política do setor do etanol para retornar sua competitividade em relação aos outros combustíveis.
• Implementação da BR 101 no Estado do Paraná. • Adequação da BR 376, no perímetro urbano de São José dos Pinhais. • Duplicação e conclusão do contorno Norte de Curitiba. • Construção de uma variante da BR 277, no trecho Curitiba a Paranaguá. • Duplicação da BR 476, entre Lapa e União da Vitória. • Conclusão da BR 487 (Estrada da Boiadeira). • Conclusão da BR 153. • Modernização da BR 158. • Duplicação da BR 163. • Construção dos contornos rodoviários de Cascavel e de Ponta Grossa. • Viabilização de pontos de paradas nas rodovias federais para caminhões de transporte de cargas. • Duplicação da Rodovia que liga Guarapuava a Campo Mourão. Aeroportos O crescimento econômico apresentado no Estado nos últimos anos tem demandado maiores investimentos no aeropotos, em termos de capacidade e qualidade de serviços de aviação comercial.
• Londrina – implementar os equipamentos ALS e ILS I e ampliar a pista. • Cascavel – concluir a construção do novo terminal e ampliar a pista. • Maringá – ampliar a pista. • Sudoeste – ampliar os aeroportos.
10) REFORMA TRIBUTÁRIA O país vive um caos tributário sem precedentes. O vasto emaranhado de regras exige do empresário brasileiro o maior número de horas dispendidas por ano no pagamento de impostos do mundo. Diante desse quadro, é necessário: i. Retomar no Congresso Nacional a proposta de reforma tributária nacional, com a implementação do Imposto sobre Valor Agragado. ii. Diminuir a carga tributária, bem como o número e espécies de tributos. iii. Simplificar o sistema arrecadatório. Guerra fiscal: As diferenças de cobrança do ICMS impelem a uma competição entre os estados, com perda de recursos que é prejudicial à sociedade. Dessa forma, é necessário eliminar a guerra fiscal entre os estados, por intermédio da implementação do princípio da isonomia, mediante a unificação das legislações e alíquotas. Substituição tributária: Implantada como forma de buscar justiça tributária entre os estados e de fácil fiscalização, tem se transformado em um mecanismo complexo e que tem afetado negativamente a rentabilidade das empresas. Portanto, o ICMS-ST deve ser aplicado apenas sobre as mercadorias que atendam aos critérios de produção concentrada. 33
34
35
SERVIÇO
Social, Fiscalização e Controle de Trânsito, Órgãos de Saúde, Empresas Concessionárias de Serviços Públicos, Prefeitura e Regional CIC, AECIC e outros convidados. São muitos os benefícios para os participantes. Para a comunidade, há melhoria das ações preventivas, maior preparação para enfrentamento de emergências, aumento da capacidade de resposta e minimização dos danos e prejuízos proporcionando mais rapidez às ações de recuperação. Para o meio ambiente, a proposta é minimizar os danos e maior rapidez às ações de
Plano de auxílio mútuo atua na prevenção de incidentes por meio de treinamentos
recuperação. Os empresários também são beneficiados com o aumento da capacidade de resposta em virtude da união de forças, maior segurança aos trabalhadores e, consequentemente, a melhoria do ambiente de
O Plano de Auxílio Mútuo – PAM é uma forma de agilizar, facilitar e integrar as respostas frente aos
produção e diminuição dos danos ao patrimônio e os prejuízos econômicos na ocorrência de um acidente.
possíveis incidentes individuais ou coletivos nas plantas
Já para o poder público, há uma otimização dos
industriais e na comunidade. O objetivo é organizar
recursos, dando maior fluidez e efetividade nas suas
empresas, entidades e órgãos públicos para planejar
ações, e aumento da capacidade de resposta frente às
ações de prevenção de incidentes, de maneira conjunta,
emergências.
em casos emergenciais que provoquem danos às pessoas, ao meio ambiente e ao patrimônio.
Sobre o PAMCIC
O PAM irá fortalecer o trabalho de prevenção
O Plano de Auxílio Mútuo foi elaborado com
de incidentes por meio de treinamentos conjuntos,
base nos PAM´s de diferentes regiões do País, como
simulados e aperfeiçoamento das brigadas. Não se
Cubatão (SP), Grande ABC (SP), Rinem - Angra dos Reis
pode desprezar as possibilidades, mesmo que remotas,
(RJ), Ibirité (MG), Araucária (PR), Campina Grande (PR)
de um acidente maior ser gerado por pequenos
e Quatro Barras (PR). O Plano entrou em atividade em
incidentes de rotina, seja envolvendo a produção, o
setembro de 2007, por meio do programa “Bom Vizinho
armazenamento, a distribuição, o transporte ou em
Empresas”, da Kraft Foods. Nos meses seguintes,
outro ponto da cadeia produtiva.
outubro e novembro do mesmo ano, foi elaborado
Nas circunstâncias em que esses incidentes
e aprovado o Estatuto, com a colaboração de 23
venham a extrapolar a capacidade local e os limites
empresas, coordenadoria municipal da Defesa Civil,
das plantas-industriais, certamente afetarão, além de
AECIC e Corpo de Bombeiros. No dia dois de dezembro,
seus funcionários e visitantes, as empresas vizinhas, a
foi realizado um ato solene para reconhecimento do
comunidade do entorno e impactarão o meio ambiente.
PAM e do Estatuto por parte da Secretaria Municipal da
Podem participar do PAM as empresas situadas
Defesa Social. Decreto Federal 5.376/05 - da Secretaria
na Região da CIC; COMDEC, Corpo de Bombeiros, Órgãos
Nacional da Defesa Civil, que cita a necessidade de
Ambientais, Órgãos de Segurança Pública, Defesa
criar Planos de Auxílio Mútuo.
36
EDUCAÇÃO
PNE pode revolucionar
a educação
brasileira O plano estabelece 20 metas a serem cumpridas nos próximos dez anos
37
O deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), relator do Plano Nacional de Educação (PNE), disse que essa proposta revolucionará a educação do país nos próximos anos. A votação do Plano, que destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a pasta, foi concluída e o texto agora segue para ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff. O PNE estabelece 20 metas a serem cumpridas nos próximos dez anos. Entre as diretrizes, estão a erradicação do analfabetismo; o aumento de vagas em creches, no Ensino Médio, no ensino profissionalizante e nas universidades públicas; a universalização do atendimento escolar a crianças de 4 e 5 anos; e a oferta de ensino em tempo integral para, pelo menos,
municípios terão um ano para elaborar seus
25% dos alunos da educação básica.
respectivos planos de educação, tendo como base o
Segundo Vanhoni, em pelo menos dois pontos
texto federal. “Se a sociedade perseguir a realização
o PNE já deve causar mudanças profundas na
do PNE, daqui a dez anos vamos ter uma nova escola
educação: a inclusão de todas as crianças de 4 e 5
e, consequentemente, uma nova sociedade”.
anos nas escolas e a valorização do magistério. De acordo com o relator, o Plano também
Saiba quais são as metas previstas no Plano Nacional de Educação:
vai assegurar a valorização dos professores. “Não é possível o Brasil não apostar firmemente no
1 – Creche (0 a 3 anos) e Pré-Escola (4 a 5 anos)
desenvolvimento do magistério brasileiro”, disse
Universalizar, até 2016, a educação infantil na
Vanhoni. O deputado ainda afirma que o PNE poderá
pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos
equiparar o piso inicial dos professores com o dos
de idade, e ampliar a oferta de educação infantil em
arquitetos, engenheiros e médicos.
creches de forma a atender, no mínimo, 50% das
Após a sanção da presidente, estados e
crianças de até 3 anos até o final da vigência deste PNE.
Deputado Federal Angelo Vanhoni (PT-PR)
38
2 – Ensino Fundamental
5 – Alfabetização
Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14
Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.
(quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano
6 – Educação em Tempo Integral Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas,
de vigência deste PNE.
de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por 3 – Ensino Médio Universalizar,
cento) dos(as) alunos(as) da educação básica. até
2016,
o
atendimento
escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17
7 – IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação
(dezessete) anos e elevar, até o final do período de
Básica)
vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento).
Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir
4 – Educação Especial
as seguintes médias nacionais para o Ideb:
Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos
Situação atual:
globais do desenvolvimento e altas habilidades
Anos iniciais do ensino fundamental 5,0
ou superdotação, o acesso à educação básica
Anos finais do ensino fundamental
e
Ensino médio
ao
atendimento
educacional
especializado,
4,1 3,7
preferencialmente na rede regular de ensino, com a
2015:
garantia de sistema educacional inclusivo, de salas
Anos iniciais do ensino fundamental 5,2
de recursos multifuncionais, classes, escolas ou
Anos finais do ensino fundamental
serviços especializados, públicos ou conveniados.
Ensino médio
4,7
4,3
39
2017: Anos iniciais do ensino fundamental 5,5 5,0
Anos finais do ensino fundamental Ensino médio
4,7
2019: Anos iniciais do ensino fundamental 5,7 5,2
Anos finais do ensino fundamental Ensino médio
5,0
2021: Anos iniciais do ensino fundamental 6,0 5,5
Anos finais do ensino fundamental Ensino médio
5,2
11 – Educação Profissional Triplicar as matrículas da educação profissional
8 – EJA – Combate à desigualdade Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público. 12 – Ensino Superior – Acesso Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.
9 – EJA – Analfabetismo absoluto e funcional Elevar a taxa de alfabetização da população
13 – Ensino Superior – Titulação Docente
com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa
Elevar a qualidade da educação superior e
e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015
ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo
e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o
docente em efetivo exercício no conjunto do sistema
analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta
de educação superior para 75% (setenta e cinco por
por cento) a taxa de analfabetismo funcional.
cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.
10 – EJA – Profissionalização Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por
14 – Formação de Mestres e Doutores
cento) das matrículas de educação de jovens e
Elevar gradualmente o número de matrículas
adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma
na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a
integrada à educação profissional.
titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e
40
25.000 (vinte e cinco mil) doutores.
17 – Salário Docente Valorizar os(as) profissionais do magistério
15 – Formação de professores (nível superior)
das redes públicas de educação básica de forma a
Garantir, em regime de colaboração entre a
equiparar seu rendimento médio ao dos(as) demais
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
profissionais com escolaridade equivalente, até o
no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE,
final do sexto ano de vigência deste PNE.
política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput
18 – Planos de Carreira
do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a
1996, assegurando que todos os professores e as
existência de planos de carreira para os(as)
professoras da educação básica possuam formação
profissionais da educação básica e superior
específica de nível superior, obtida em curso de
pública de todos os sistemas de ensino e, para
licenciatura na área de conhecimento em que atuam.
o plano de carreira dos(as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o
16 – Formação de professores (nível Pós-
piso salarial nacional profissional, definido em lei
Graduação)
federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da
Formar, em nível de pós-graduação, 50%
Constituição Federal.
(cinquenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e
19 – Gestão democrática
garantir a todos os(as) profissionais da educação
Garantir, em leis específicas aprovadas no
básica formação continuada em sua área de
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e
atuação, considerando as necessidades, demandas
dos Municípios, a efetivação da gestão democrática
e contextualizações dos sistemas de ensino.
na educação básica e superior pública, informada pela prevalência de decisões colegiadas nos órgãos dos sistemas de ensino e nas instituições de educação, e forma de acesso às funções de direção que conjuguem mérito e desempenho à participação das comunidades escolar e acadêmica, observada a autonomia federativa e das universidades. 20 – Financiamento da Educação Ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto – PIB do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio. 41
EDUCAÇÃO
Educação
para todos A pauta de trabalho é extensa, mas os resultados são positivos Curitiba vai construir mais 14 Centros Municipais
federal ao esforço da administração municipal
de Educação Infantil (CMEIs). Os recursos para as
para apresentar projetos qualificados e adequados
obras virão do Fundo Nacional de Desenvolvimento
às normas exigidas. “O mérito é da equipe de
da Educação (R$ 14,3 milhões) e do município,
profissionais da educação municipal, que trabalhou
que entrará com contrapartida de R$ 16,3 milhões.
intensamente e de forma articulada com Ippuc e
Somadas essas unidades com as 10 já incluídas na
Secretaria Municipal de Obras”, disse Fruet.
parceria com o governo federal, serão abertas 4.150 novas vagas para crianças de 0 a 5 anos.
As novas creches, como são popularmente conhecidos os CMEIs, serão construídos em bairros
A novidade foi anunciada no dia 27 de junho,
das regionais Pinheirinho, CIC, Boqueirão, Bairro
em cerimônia na Prefeitura, com a presença do
Novo, Cajuru e Portão, onde há maior concentração
prefeito Gustavo Fruet, do ministro da Educação,
de demanda por vagas. Os recursos vão financiar as
José Henrique Paim, e da vice-prefeita e secretária
unidades Parque Industrial, São João, Rio Negro, Rio
municipal do Trabalho e Emprego, Mirian Gonçalves.
Bonito IV, Ganchinho, São Luiz, Vila Nori, Cerro Azul,
Também foi anunciado o repasse de dez novos ônibus para reforçar a frota do Sistema Integrado de
União Ferroviário I, União Ferroviário II, Ilha Do Mel, Hortênsias B, Jardim Ludovica, e Novo Mundo.
Transporte para o Ensino Especial (Sites), que atende
A licitação das novas unidades deve ocorrer
estudantes com necessidades especiais, e novos
ainda este ano e a previsão é que as obras comecem
mobiliários escolares para CMEIs e escolas municipais.
no primeiro trimestre de 2015.
“É o maior pacote de investimentos em
Com essas 14 unidades, chega a 24 o número
educação infantil da história de Curitiba”, disse o
de CMEIs com recursos já assegurados pela parceria
prefeito Gustavo Fruet. Ele destacou que a liberação
entre Prefeitura de Curitiba e o governo federal, por
dos recursos representa o reconhecimento do governo
meio do programa Proinfancia PAC 2. O investimento
42
nas 24 unidades é superior a R$ 51 milhões, sendo
Segundo
o
ministro,
o
governo
federal
50% financiados pelo governo federal e o restante
aguardava há muito tempo que Curitiba apresentasse
pelo município.
os projetos necessários para a liberação de recursos
“A meta número um do novo Plano Nacional de
para a constrição de novos CMEIs. “Vamos construir
Educação, sancionado pela presidenta Dilma Rouseff
6 mil novas escolas em todo o País e Curitiba fez, a
é melhorar o atendimento da educação infantil em
partir de 2013, o esforço necessário para ter acesso
todo o País”, disse o ministro José Henrique Paim.
aos recursos”, disse Paim.
Restando seis meses de gestão, o ano letivo em andamento e orçamento definido para 2014, Schmidt segue na A Secretaria de Estado da Educação tem por objetivo continuidade do trabalho já iniciado pelo ex-secretário a definição e a execução da política governamental no Flavio Arns. Ele diz que os investimentos em educação setor de educação básica e de educação profissional, são prioridade do governo do estado e atribui eventuais visando à melhoria das condições de vida da dificuldades de financiamento às questões de legislação população. Compete à Secretaria adequar a oferta à nacional, que poderiam ser solucionadas – ou complicadas demanda por escolaridade básica de forma prioritária e – com o Plano Nacional de Educação. “Foram quatro anos por escolaridade profissional, de acordo com a política de discussões no Congresso Nacional para a elaboração governamental, de maneira autônoma ou em cooperação do PNE, com grande expectativa de mobilização de mais com os municípios, recursos para a educação. primando-se pela qualidade Com a nova proposta, dos resultados. 10% do PIB nacional serão O secretário estadual de pretendidos para a educação. educação, Paulo Afonso Nossa expectativa é que os Schmidt, assumiu o cargo recursos sejam liberados aos no dia 3 de abril, com Estados e Municípios. São grandes desafios. De eles que têm a obrigação de perfil técnico, Schmidt foi ofertar a educação básica secretário de Educação de no País. É preciso fortalecer Curitiba durante a gestão Paulo Afonso Schmidt, secretário os processos da educação estadual de educação de Cássio Taniguchi, entre infantil, de jovens e adultos 1997 e 2003. No mandato para termos uma educação de Beto Richa na prefeitura da capital, atuou como integral de qualidade. Outro ponto é a remuneração dos presidente da Urbs (até 2008) e como secretário de professores e profissionais da educação. No médio e longo Recursos Humanos (até 2011). No atual governo, prazo, bons resultados serão obtidos. “A educação é um ele ocupava, desde janeiro de 2011, os cargos de processo. Pensamos na evolução qualitativa da educação assessor especial da vice-governadoria e membro do no Brasil. Precisamos ampliar as parcerias para termos melhores resultados”, afirma. Conselho Estadual de Educação.
Participação do Estado
43
EDUCAÇÃO
O trabalho na CIC não para A Cidade Industrial de Curitiba possui um
realiza
diariamente
as
atividades.
Com
essa
Núcleo Regional de Educação para coordenar os
estrutura, 12.014 alunos são atendidos nas escolas
trabalhos da região que abriga 24 escolas e Ensino
e 5.778 crianças nos CMEI’s. São 1400 professores e
Fundamental e 40 unidades dos Centros Municipais
823 educadores que trabalham na região.
de Educação Infantil. Uma equipe de 37 pessoas
De acordo com a chefe da Educação Regional CIC, Maria de Cássia Moraes Lima, os projetos são desenvolvidos de acordo com as necessidades apresentadas
pelas
unidades
e
região.
“As
dificuldades de cunho pedagógico são situações normais que acontecem no espaço educativo. Para minimizá-las, são oferecidos assessoramentos in locco e formação continuada ao longo do ano”, ressalta. Tendo em vista a grande demanda de procura Equipe da educação infantil, fundamental e administrativa do Núcleo de Educação Regional CIC
por vagas na Educação Infantil, (de 0 a 3 anos), sempre haverá a
necessidade de mais estrutura
para comportar este público. “Para minimizar, encontra-se em fase de construção o CMEI Diadema, CMEI Vila Verde III, com construção prevista para o 2º semestre de 2014, e para 2015 serão construídos 3 CMEIs na região da CIC. Sobre o novo Plano Nacional de Educação, Mária de Cássia explica que “embora ainda muitas mudanças sejam necessárias, esse plano traz a síntese de muitas discussões que beneficiam a Chefe do núcleo Maria de Cássia com a gerente administrativo Ester Oliveira 44
educação nacional”.
ENTREVISTA
Educação é prioridade primordial de desenvolvimento do nosso país. Digo
Ângelo Vanhoni é deputado federal e foi o relator do projeto para a elaboração do Plano Nacional de Educação. Confira a entrevista exclusiva, concedida para a AECIC, um dia após a aprovação no projeto na íntegra pela presidente Dilma Rousseff.
isso como cidadão e como relator desse documento histórico na Câmara dos Deputados, cargo que tive a honra de ocupar nos últimos três anos e meio, desde a concepção original do Projeto de Lei (a partir da Conferência Nacional de Educação/CONAE de 2010 e de suas etapas municipais, intermunicipais e estaduais, que envolveram cerca de quinhentas mil pessoas) até sua aprovação final pelo Congresso Nacional. Quais são os objetivos do PNE? O PNE é uma lei constituída de 20 Metas e 253 estratégias para transformar, de fato, a Educação
Qual a sua avaliação sobre o PNE 2015?
em bem público e direito inalienável da cidadania no Brasil Dentre seus objetivos, destaco a erradicação
O Plano Nacional de Educação (PNE), que a presidente
do analfabetismo; a universalização do acesso
Dilma Rousseff acaba de sancionar, é muito mais
ao ensino básico; qualificação do ensino médio
que uma das maiores realizações de seu governo.
e profissionalizante; a expansão das matrículas
É, seguramente, uma das maiores conquistas da
no ensino superior e das vagas de 0 a 3 anos;
sociedade brasileira nos últimos cem anos. Nunca
a valorização dos trabalhadores em educação;
antes, na história da nossa república, pensamos e
a
agimos com tanta profundidade e decisão no sentido
profissionais de formação equivalente; a gestão
de assegurar à educação pública as condições
democrática pública e a criação do custo-aluno-
necessárias
qualidade, para referência nacional.
para
transformá-la
em
ferramenta
equiparação
salarial
dos
educadores
com
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Fotos: Gilson Camargo
Quais são as metas do Plano e o que o Plano prevê, especificamente, em relação aos cargos e salários dos professores? Das 20 Metas que compõem o PNE, eu gostaria de citar aqui cinco delas que, na minha avaliação, contribuirão
especialmente
para
a
educação
pública em nosso país evoluir nos próximos dez anos: a Meta 20, que determina a alocação progressiva de 10% do PIB para investimentos na educação pública; a Meta 6, que prevê o aumento das vagas da educação em tempo integral, das atuais 1,1 milhão para 11,3 milhões; a Meta 11, que prevê triplicar o número de matrículas da educação técnica de nível médio, com aumento dos investimentos federais de R$ 2,2 bilhões para R$ 6,2 bilhões anuais; a Meta 4, que cuida da educação especial de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, reconhecendo o importante papel das entidades filantrópicas nesse processo; e, finalmente, a Meta 17, que estabelece, até o sexto ano de vigência do Plano, a equiparação salarial dos profissionais do magistério das redes públicas da educação básica aos demais profissionais com escolaridade equivalente, o que significará um salário médio nacional de R$ 2.795,00. De quanto será o financiamento público para a educação?
pública. Isso acontecerá de forma progressiva, em três etapas, ao longo dos próximos dez anos. Até o 5° ano de vigência do Plano, o Governo Federal estará investindo 7% do PIB. E quando chegarmos a 2024, esse investimento (que, atualmente, é de 5,3% do PIB) terá praticamente dobrado. Qual a sua avaliação hoje sobre a Educação no Brasil e o que pode ser feito para melhorar?
Tão importante quanto o montante de recursos que o Plano prevê é salientar que uma das suas principais
O Brasil é um país complexo, de dimensões
virtudes é estabelecer a obrigação constitucional
continentais, com uma população na casa dos 200
de financiamento para o cumprimento de seus
milhões de habitantes, que ainda convive com
objetivos. Como disse anteriormente, a Meta 20 do
grandes diferenças e, consequentemente, grandes
PNE determina o investimento mínimo de 10% do
desafios. Nos últimos doze anos, entretanto, o país
Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil na educação
avançou do ponto de vista social como nunca antes
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em sua história. As políticas de distribuição de renda
ao inaugurar um novo ciclo para a Educação, ao
instituídas pelo ex-presidente Lula e ampliadas pela
preparar as futuras gerações para construir a
presidente Dilma são responsáveis pela inclusão de
sociedade do conhecimento que queremos no
dezenas de milhões de brasileiros nos patamares
Brasil. Uma sociedade mais humana e socialmente
mínimos da dignidade humana e de outras dezenas de
preocupada, que tenha na Educação, na inovação e
milhões nos padrões das chamadas classes médias.
na tecnologia as bases de seu desenvolvimento. Com
Nesse contexto, a educação pública de qualidade e
o PNE, vamos consolidar uma política de Estado para
universal se impõe como a principal ferramenta que
a Educação nos próximos 10 anos. Vamos garantir
poderá consolidar essa nova realidade. Não à toa,
a Educação integral para pelo menos um terço dos
entre os Governos Lula e Dilma foram criadas nada
alunos do ensino fundamental. Vamos valorizar
menos que 18 universidades públicas e instituídos
salarial e profissionalmente o nosso magistério.
programas que estão viabilizando o acesso de
Vamos construir uma escola onde ensinar e estudar
milhões de jovens das classes trabalhadoras à
seja um prazer, não mera obrigação profissional e
formação superior. O Plano Nacional de Educação
imposição social. E vamos colocar o Brasil na rota do
(PNE) chega, agora, para ampliar essas conquistas
pleno desenvolvimento. 47
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