Revista Cerrado Rural - Edição Abril 2017

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Ano XIV Abril/2017 R$ 5,00

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Governador diz que tilápia no Estado é questão de tempo Projeto produz apesar de não ter acesso à linhas de crédito Faltam pacotes tecnológicos para as espécies amazônicas

Neusa Aparecida, Aquicultora no Bom Peixe

Novo Eldorado da aquicultura ESPECIAL PEIXE

Tocantins tem potencial para produzir até 220 mil ton/ano de peixes, apenas em águas de seus lagos. Entretanto, faltam-lhe politicas públicas, pacotes tecnológicos para peixes nativos e acesso à linhas de crédito.

ENTREVISTA Francisco Medeiros: “Tocantins faz parte da nova fronteira aquícola brasileira” PÁGS 8/9/10


BANCO DE OLHOS A RESPONSABILIDADE DE TRABALHAR POR UMA VIDA MELHOR PARA TODOS É A FORÇA QUE NOS FAZ ENXERGAR MAIS LONGE. Com um trabalho exemplar de captação de córneas, Tocantins vem reduzindo ao máximo a fila de espera por transplante. Investindo em capacitação técnica, buscando a melhoria contínua, o Banco de Olhos também visa a conscientização do ato de doação pela comunidade, bem como a qualidade das técnicas de processamento e dos tecidos doados.

CIRURGIAS ELETIVAS – UM GRANDE PASSO PARA MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DE VÁRIOS TOCANTINENSES.

Outra boa notícia para a saúde é a retomada do projeto que está agilizando a ortopedia com as cirurgias eletivas, reduzindo o tempo de espera por esses procedimentos. É o Governo do Estado trabalhando para garantir mais qualidade de vida para todos.


SUMÁRIO

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CAPA

Bom Peixe em busca de tecnologias, crédito e reconhecimento

Honra ao mérito PISSHOW/AVISULEITE homenageia pessoas e entidades

Carta do Editor

De Carne Fraca a rede farta de peixecrédito e reconhecimento

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Opinião

Jeffrey Abrahams - Continua a busca pelo executivo transgênico

Tilápia

Governador diz que espécie no Tocantins é uma questão de tempo

Crônica

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Thuany Gonçalves: Vida e morte de Lunga

Entretenimento

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Palavras cruzadas, receita, piada

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Meio ambiente

Irrigantes do oeste da Bahia estudam recursos hídricos da região

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Cerrado Rural bate papo com o presidente da PEIXE BR, Francisco Medeiros

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Agrotins 2017

Feira deste ano é lançada em clima de otimismo

Bahia Farm Show

Organizadores estão otimistas com a edição 2017 ABRIL 2017 |

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CARTA DO EDITOR

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De Carne Fraca à rede farta de peixe

agronegócio brasileiro, mais precisamente os setores de produção de cárneos, viveram, durante a segunda quinzena do mês de março e início deste mês de abril, dias de pânico com a desastrada divulgação da Polícia Federal sobre a Operação Carne Fraca. Nossos maiores compradores no continente americano, na Europa, na Ásia e na África suspenderam as exportações dessas proteínas do Brasil, levando nossa economia, em queda livre, precipício abaixo. Felizmente, por meio de competentes ações do Ministério da Agricultura e dos representantes dos produtores de cárneos ( de aves, suínos e bovinos), esta queda não se concretizou. Nossos importadores se conscientizaram que a Carne Fraca investiga fraudes, corrupção e não a qualidade destes cárneos, que é uma das melhores do mundo. Mas não deixou de ficar algum prejuízo para todas essas cadeias. Deste fato, podemos pensar o seguinte: ou agentes da Polícia Federal agiram de má fé com o agronegócio, ou desconhecem totalmente a dinâmica da produção de cárneos - dos campos de produção ao consumidor final no Brasil e no mundo. E concluir – e esta é uma tecla que venho batendo há anos – que o agronegócio se comunica mal e deveria ser mais educativo; todas as campanhas de marketing do agronegócio brasileiro são veiculadas nos

veículos do eixo Sul/Sudeste, esquecendo as agências e seus clientes que o agronegócio está presente em todo o Brasil e quem mais estão mais próximos das regiões produtoras, proporcionalmente com as maiores tiragens e audiências são os veículos regionais. Que aprendam a lição e parem de discriminação. Vamos ao principal foco desta nossa edição, o peixe e o potencial do Tocantins para a produção de pescado. Um estado que tem um dos maiores potenciais para a produção de peixe – 220 mil ton/ano só nos lagos – já deveria ter uma consistente política pública para o setor, uma secretaria especial, por exemplo. Toda a cadeia do peixe é uma fonte espetacular de geração de empregos e rendas para pequenos e grandes produtores, um entrelaçado ao outro. Mas o que vemos, de Siqueira Campos a Marcelo Miranda, são retóricas. Quiçá o governador Marcelo Miranda transforme seu discurso e os horizontes que, de uma forma ou de outra, se descortinam a sua frente, em relação a este potencial, em um programa de Estado. Eu disse de Estado, pois de programas de governo o empreendedorismo está cheio. Está edição trás alguns conteúdos sobre o agronegócio do peixe no Tocantins e no Bra-

ANTÔNIO OLIVEIRA

sil. São uma entrevista com o presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (PEIXE BR), uma matéria com o governador Marcelo Miranda respondendo ao meu questionamento sobre o potencial que o Tocantins tem para a piscicultura e, como matéria especial de capa, o Projeto Bom Peixe, do Parque Aquícola Sucupira, ao norte de Palmas. Trata-se do primeiro projeto aquícola do Lago da Usina do Lajeado, cercado de muitas conversas, controvérsias, encontros e desencontros, mas que, na verdade, é uma vitrine viva de duas realidades no Tocantins: que este tem potencial, mas que seus governos – municipal, estadual e federal - ainda levam o setor a toque-de-caixa, na retórica. E aqui chamamos a atenção do Governo Federal: mais atenção e recursos para a Embrapa Pesca e Aquicultura, para que esta possa dar, de fato, sua plena colaboração, por meios das pesquisas e melhoramentos, para que o Brasil seja exportador de peixe. Ainda nesta edição, nas entrelinhas desses conteúdos, abordamos o polêmico projeto de introdução da tilápia no Tocantins. É preciso um desfecho neste embate de um lado e o desenvolvimento de pacotes tecnológicos de outro. Boa leitura.

EXPEDIENTE Cerrado Rural Agronegócios - impresso e site - tem foco jornalístico na região do MATOPIBA. É publicada por Cerrado Editora, Comunicação e Marketing Ltda CNPJ 10.683.730/0001-98 EDITOR-GERAL: Antônio Oliveira (RP.: 474/TO) BARREIRAS (BA): Rua Cel. Magno, 219, sobreloja, centro. CEP.: 47.800-219 PALMAS: Av. JK, Qd 110 Norte, lote 13, sala 4 – CEP.: 77.006-130 FONES: (77) 3611-8538 –

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OPINIÃO

Continua a busca pelo executivo transgênico T odos querem o executivo “transgênico” – um termo que apelidei há alguns anos, quando o país estava no módulo boom, para descrever os profissionais que moldam suas qualidades à longa lista de competências exigidas pelas empresas. Na época das vacas gordas da economia brasileira, falava-se em apagão de talentos na gestão das companhias. Hoje, apesar de um mercado em recessão, esse apagão continua existindo, inclusive no agronegócio, só que em uma conjuntura mais complexa, mais demandada e muito mais rápida. As exigências aumentaram na esteira da gana por resultados. As empresas querem “o cara” ou “a cara” que apresente um extenso cardápio de habilidades comportamentais e de conhecimentos específicos. No fundo, o alinhamento cultural acaba sendo a cola da longevidade e da sustentabilidade do trabalho. Se não houver essa liga de valores da empresa com os valores do executivo, o índice de acerto é baixo. Algumas companhias já possuem maturidade organizacional no que concerne à gestão de talentos. Outras iniciam esse processo com vigor. Já as empresas familiares desenvolvem um movimento forte de pro-

fissionalização, pois acabam atingindo um porte que exige cérebros e atitudes que contribuam com os planos ambiciosos de seus empreendedores visionários. Esse cenário traz enormes oportunidades, mas demanda competências diferentes das encontradas nas tradicionais companhias multinacionais. É um quadro de escassez de talentos ainda maior. A capacidade de lidar com acionistas e suas idiossincrasias é uma constante, bem como a de ajudar no desenvolvimento de governanças. Esses são aspectos vitais para o sucesso. Sim, o campo é fértil, sobretudo para o “executivo de mala pronta”, que tenha disposição para se realocar em outras áreas do Brasil, isto é, Centro-Oeste, Interior de São Paulo e Matopiba. O agro requer esse arrojo, também encontrado em profissionais de setores co-ligados, como mineração, papel e celulose e petróleo e gás. São carreiras nas quais as atividades se realizam nos interiores do país. Quem for urbano demais poderá sofrer frustrações ao se manter nas tradicionais metrópoles. É verdade que todos os mercados têm vivenciado reestruturações com cortes profundos nas camadas organizacionais. E essa

nova configuração requer mobilização e reenergização das equipes. Os profissionais que ganham notoriedade nesse processo são oriundos das áreas de gestão, como CEOs, diretores comerciais, diretores de marketing e, principalmente, CFOs e controllers. Períodos de crise exigem executivos que gerenciem o fluxo de caixa, partindo de orçamentos mais modestos e de olho na gestão de riscos. O objetivo é diminuir a degradação das margens e sobreviver à crise. A área de insumos agrícolas é tradicional e está sempre atenta aos talentos do mercado. Este ano não será diferente. Em 2016, aliás, já vimos movimentações na área de produção de proteína animal, com fortes indícios de profissionalização. A área de sementes também está em pleno crescimento, nos apresentando uma super safra em 2017. No ano passado, não ocorreram grandes expansões no setor. Na verdade, o dinheiro trocou de mão, com vários investimentos externos aportados por empresas da Ásia, principalmente japonesas, chinesas e indianas. Isso deve continuar em 2017. O Brasil é um destino vital para empresas agrícolas, especificamente das áreas de grãos, açúcar e bioenergia. Outro subsetor que inicia 2017 com vigor é o da agricultura de precisão. Muitas startups exigem executivos com perfil empreendedor e dispostos a apostar na maturidade futura do negócio. As private equities têm aproveitado o momento para ajudar na consolidação dos setores de adubos foliares e distribuição de insumos, que são a bola da vez. O mercado é altamente competitivo. De certa maneira, houve um pequeno achatamento dos salários nominais, reflexo natural da crise. Alguns profissionais de grande competência acabaram perdendo seus empregos e terão que se reinventar. Faz parte do processo de disruptura do crescimento para o modelo “reduzir custos”. Mas, apesar desses enormes desafios sócio-econômicos, o Brasil tem um mercado interno enorme. Nosso país é um berço fundamental da produção de alimentos e um grande jogador em prol da segurança alimentar. Nesse time, somos titulares cativos. Temos um enorme diferencial competitivo e o mundo inteiro sabe disso. A demanda pelo profissional “transgênico” pode parecer um chavão do passado, mas se apresenta cada vez mais forte. O caminho é promissor. Navegar é preciso para estar pronto para a retomada que virá. ABRIL 2017 |

POR JEFFREY ABRAHAMS É sócio-gerente do Fesap Group, consultoria de executive search e de estratégia de capital humano. Representa as marcas Fesa, Fesa Advisory e Asap.

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FOTO ANTÔNIO OLIVEIRA

Tilápia

Eu acredito que estamos chegando ao final das discursões. Eu acho que cada um tem que ceder. Governador Marcelo Miranda

“Espécie no Tocantins é questão de tempo” Introdução da tilápia no Tocantins tem gerado polêmica

POR ANTÔNIO OLIVEIRA

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editor@cerradoeditora.com.br

Governo do Tocantins, por meio de seu governador, Marcelo Miranda, deu, nesta segunda-feira, 27, mais um claro sinal de que está empenhado em mudar a legislação estadual, permitindo a introdução da tilápia em suas bacias hidrográficas. Esta decisão está dependendo apenas da aprovação do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema). A manifestação de Marcelo Miranda, a este repórter, durante uma coletiva de imprensa minutos antes de lançar a Agrotins 2017, é a

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primeira da parte dele, desde que se abriu, a partir da audiência que ele concedeu, no primeiro semestre do ano passado, a aquicultores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Estado, interessados em investir nesta espécie de peixe nos lagos do Estado. - Eu acredito que estamos chegando ao final das discursões. Eu acho que cada um tem que ceder. Quando eu falar ceder é entender a importância deste projeto (criação de tilápia) que estava recebendo investimentos em outros estados. Por que não no Tocantins – questionou. O Governador disse ainda respeitar as pessoas que são contra a inser-

ção de um peixe exótico entre peixes nativos – no caso do Tocantins, peixes amazônicos. - Mas, o que é mais importante e a junção de forças para que este projeto se concretize. O interesse de criadores de tilápia daquelas regiões do Brasil em águas tocantinenses abriu acirrada polêmica entre grupos de favoráveis e dos contra. O primeiro tem como as mais fortes expressões o Chefe-Geral da Embrapa Pesca e Aquiculura (TO), Carlos Magno, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciências, Tecnologias e Cultura (Seden), Alexandre de Castro; do outro está o

Engenheiro Agrônomo, ex-secretário de Agricultura do Tocantins, durante três mandatos consecutivos; especialistas em piscicultura e atual secretário de Desenvolvimento da Agricultura de Palmas, Roberto Sahium e alguns piscicultores do Estado. O primeiro grupo tem como escudo de sua defesa a viabilidade socioeconômica da cadeia da tilápia; o segundo alega questões biológicas e que esta espécie é altamente predadora. Aliás, logo após ter recebido os piscicultores, todos eles filiados a Associação Brasileira de Piscicultura (PEIXE BR), foi Roberto Sahium, com tem uma relação de forte amizade, que o governador Marcelo Miranda foi buscar opinião. Segundo os defensores da tilápia no Tocantins, esta oposição não procede, pois, ainda conforme eles, o próprio Ibama já atestou que a tilápia já está nadando livre pelos rios Tocantins e Araguaia – dois rios que nascem em estados onde a criação da espécie em qualquer modalidade, inclusive em tanques redes, é permitida. E não tem se constatado danos aos peixes nativos. A primeira voz oficial do Tocantins que se levantou defendendo e anunciando que o Governo do Estado trabalha pró-tilápia, foi o presidente do Instituto de Natureza do Tocantins (Naturatins), Hebert Brito (o Butí), respondendo a uma provocação de Cerrado Rural Agronegócios.


FOTO: SECOM/TO

Polêmica

Potencial das águas tocantinenses Ainda nessa coletiva, eu questionei do governador Marcelo Mirada qual seria a sua plataforma para o aproveitamento intensivo das águas dos lagos das usinas hidroelétricas do Tocantins. O Governador disse que um dos maiores desafios do Tocantins está na piscicultura. - É um dos grandes projetos em que a Embrapa e outros setores estão imbuídos das melhores propostas. Eu tenho recebido amigos, companheiros que querem investir na piscicultura no Estado – frisou Marcelo Miranda. Ele admitiu que, neste processo, há algumas travas, mas que serão re-

Marcelo Miranda: “Tilápia está no jogo”

solvidas ao longo do tempo. - Mas eu vejo o seguinte: para criar peixe, precisamos de água, muita água. Água é um problema que não temos na maior parte do Estado – concluiu. A DEIXA Anda sobre a polêmica da tilápia, Marcelo Miranda, ao finalizar seu discurso de lançamento da Agrotins 2017, dirigiu a palavra para o Chefe-Geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Carlos Magno, e disparou: - O Governo e a Embrapa tem uma parceria. Tilápia está no jogo.

Luz para todos

Mais de 6 mil famílias rurais serão beneficiadas pelo programa no TO

A zona rural do Tocantins terá mais energia até o final de 2018, sanando um velho problema que travava o desenvolvimento social e econômico de mais de 6.400 famílias. É que Termo de Compromisso neste sentido foi assinado no final do mês passado, em Palmas, pelo governador Marcelo Miranda; pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho; e pelo presidente da Energisa Tocantins, Márcio Mário Zidan. No Tocantins, conforme explicações do Governo do Estado, o programa já atendeu 78 mil famílias, em uma média de aproximadamente 358 mil tocantinenses assistidos. Nessa etapa, a meta é atender 6.416 famílias, em 70 municípios, beneficiando 32 mil pessoas, até 2018, com previsão de investimentos de R$ 100 milhões. Ainda em

2017, serão atendidas 2.416 famílias e, em 2018, mais 4.000. Os recursos que compõem o Luz para Todos no Tocantins são do Fundo Setorial denominado Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e da própria Energisa Tocantins. Marcelo Miranda destacou o alcance social do programa e a importância da união da bancada tocantinense no Congresso para a retomada do programa no Estado. – Esse é um momento ímpar, por se tratar de um programa que não proporciona apenas luz, mas também qualidade de vida para as famílias no campo, e ressalto o empenho da bancada federal nesse processo – pontuou. O ministro Fernando Coelho explicou que o programa tem uma importância social e econômica muito grande e a ideia é universalizar o

Márcio, Fernando e Marcelo Miranda assinam o termo de cooperação

acesso ao uso de energia elétrica em todo o Brasil até 2018. – Não é uma tarefa fácil, mas temos, no orçamento para este ano, uma

quantia considerável para execução do programa em sete estados, e o Tocantins está inserido nesse contexto. Com informações da Secom/TO

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ENTREVISTA

“Produção de tilápia no Tocantins pode render até R$ 1,4 bilhão/ano”, diz presidente da PEIXE BR POR ANTÔNIO OLIVEIRA editorgeral@cerradoeditora.com.br

“Nós acreditamos que a grande fronteira de produção aquícola no Brasil está situada na região compreendida pelos estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins, em função das condições climáticas, logística, recursos hídricos e oferta de grãos”. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira de Pisicicultura (PEIXE BR), Francisco Medeiros. Ainda conforme ele, porém, esses estados necessitam fazer ajustes em suas políticas ambientais e tributárias, preparando-se para receber os investimentos. “E este é o nosso trabalho neste momento. Não estamos

em nenhum momento solicitando recursos desses governos, mais uma vez, apenas que façam o que lhe foi imposto pela Constituição”. Nesta entrevista, concedida à nós, depois de viajarmos durante dois dias, pelo projeto Road Show 2017, da Texto Comunicação Corporativa, conhecendo projetos da cadeia dos cárneos e do leite pelo interior de São Paulo e Minas Gerais, inclusive um grande projeto de melhoramento genético da tilápia, Medeiros fala do panorama da piscicultura no Brasil, suas perspectiva e, consultado, opina sobre a polêmica da introdução da tilápia no Tocantins. “No caso especifico de Tocantins, o Ibama já emitiu uma portaria que informa que a

tilápia já está presente na bacia Araguaia/Tocantins e pode sim ser desenvolvida sua atividade nessas bacias hidrográficas”. E foi mais longe, em relação a esta polêmica: “Quem decide o que quer para o estado de Tocantins é o povo e o governo do Estado. Nós apresentamos que existe uma grande oportunidade de negócio para produção de tilápia, mas isso trata-se de politica interna. Somente as 200.000 toneladas de peixes que podem ser criadas no estado de Tocantins, nos lagos das hidrelétricas, podem gerar com a produção de tilápia uma renda primária R$ 1,4 bilhão por ano. Se o Estado deseja esta atividade econômica, somente os seus governantes e cidadãos podem decidir”.

Entrevista com Francisco Medeiros Cerrado Rural Agronegócios (CRA) – Qual é, hoje, o panorama da piscicultura no Brasil? Francisco Medeiros – A piscicultura brasileira teve seu impulso no final dos anos 90 em função do aparecimento dos pesque-pague, em São Paulo e Paraná. Foi quando se iniciou uma produção com perfil comercial pois, antes disso, nós tivemos várias experiências pelo Brasil, mas nada programada, com regularidade de produção e fornecimento de peixes. Neste período o crescimento ocorreu em algumas regiões do país para atender a demanda local, sendo que algumas se desenvol-

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veram muito, como Paraná, Ceará, São Paulo, Rondônia e Mato Grosso e outros tiveram um entusiasmo grande inicial, mas não se consolidaram como negócio. Neste momento, observamos todos os governos estaduais com políticas direcionadas à produção de peixes, principalmente como alternativa ao pequeno produtor. Porém, poucos trabalham com a visão macro de agronegócio, com algumas exceções como o Mato Grosso do Sul que se preparou para atender as demandas do empresário, dos grandes projetos. Ainda estamos em uma fase bem inicial da atividade quando compara-

da às demais cadeias de proteína animal do Brasil, como bovinos, suínos e aves, e ainda mais distante dos principais produtores do mundo como os países asiáticos, Noruega e Chile. CRA – Esta nova diretoria assumiu com a missão de continuar o trabalho pioneiro da gestão passada. Algo mais a ser acrescentado na plataforma de desenvolvimento da piscicultura brasileira por parte desta nova equipe? Francisco Medeiros – As demandas anteriores como a simplificação do processo de licenciamento ambiental; celeridade nas análises e liberações dos processos de aguas

da União; eliminação do PIS/COFINS da ração; uma política de ICMS igual para os estados que evite a guerra fiscal; fiscalização do pescado importado, exigindo a mesma qualidade do pescado nacional e representatividade junto a sociedade e Governo foram as principais bandeiras deste dois últimos anos. Essas ações continuam. Além destas, temos também agora uma visão voltada para o mercado com objetivo de aumento de consumo do pescado oriundo da piscicultura, por isso estamos trabalhando em um projeto de médio e longo prazo no Brasil para criar esse ambiente.


ENTREVISTA como Paraná, Ceará, São Paulo, Rondônia e Mato Grosso e outros tiveram um entusiasmo grande inicial, mas não se consolidaram como negócio. Neste momento, observamos todos os governos estaduais com políticas direcionadas à produção de peixes, principalmente como alternativa ao pequeno produtor. Porém, poucos trabalham com a visão macro de agronegócio, com algumas exceções como o Mato Grosso do Sul que se preparou para atender as demandas do empresário, dos grandes projetos. Ainda estamos em uma fase bem inicial da atividade quando comparada às demais cadeias de proteína animal do Brasil, como bovinos, suínos e aves, e ainda mais distante dos principais produtores do mundo como os países asiáticos, Noruega e Chile.

Cerrado Rural Agronegócios (CRA) – Qual é, hoje, o panorama da piscicultura no Brasil? Francisco Medeiros – A piscicultura brasileira teve seu impulso no final dos anos 90 em função do aparecimento dos pesque-pague, em São Paulo e Paraná. Foi quando se iniciou uma produção com perfil comercial pois, antes disso, nós tivemos várias experiências pelo Brasil, mas nada programada, com regularidade de produção e fornecimento de peixes. Neste período o crescimento ocorreu em algumas regiões do país para atender a demanda local, sendo que algumas se desenvolveram muito,

CRA – Esta nova diretoria assumiu com a missão de continuar o trabalho pioneiro da gestão passada. Algo mais a ser acrescentado na plataforma de desenvolvimento da piscicultura brasileira por parte desta nova equipe? Francisco Medeiros – As demandas anteriores como a simplificação do processo de licenciamento ambiental; celeridade nas análises e liberações dos processos de aguas da União; eliminação do PIS/COFINS da ração; uma política de ICMS igual para os estados que evite a guerra fiscal; fiscalização do pescado importado, exigindo a mesma qualidade do pescado nacional e representatividade junto a sociedade e Governo foram as principais bandeiras deste dois últimos anos. Essas ações continuam. Além destas, temos também agora uma visão voltada para o mercado com objetivo de aumento de consumo do pescado oriundo da piscicultura, por isso estamos trabalhando em um projeto de médio e longo prazo no Brasil para criar esse ambiente. CRA – Como o senhor recebeu a decisão do Governo em transferir a Secretaria Nacional da Pesca e Aquicultura do Ministério da Agricultura para o Ministério de Indústria e Comércio? Na opinião da PEIXE BR, o Governo Temer tem acertado na política de desenvolvimento da pesca e aquicultura no Brasil? Francisco Medeiros – Inicialmente com bastante surpresa, e continuo

surpreso até o momento, como dizemos no linguajar popular “depois do tombo o coice”: inicialmente levamos um tombo enorme com a extinção do MPA e agora o coice que é a transferência para o MDIC. A atividade de piscicultura no Brasil é muito mais complexa do que as demais cadeias de proteína animal, pois os procedimentos relacionados ao meio ambiente são muito rigorosos e ainda não temos uma política nacional, ou definições nacionais com relação a procedimentos de produção que possam ser adotadas em todo o país, como acontece com os demais. O MAPA é uma instituição de 150 anos com corpo técnico preparado para atender as demandas do agronegócio e tem feito isso muito bem, haja vista que a principal atividade econômica, hoje, no Brasil é o agronegócio, regulamentado pelo MAPA. Para uma atividade nova como a piscicultura, uma instituição com essa experiência é fundamental para nosso crescimento. Na transferência da SAP para o MDIC transfere-se também setores essenciais para a atividade como a sanidade aquícola, e temos o exemplo que quando foi criado o MPA, também foi transferido a sanidade para ele, e até o momento de sua extinção eles não tinham conseguido estruturar esse setor, pois neste momento estávamos agora com o MAPA trabalhando na regulamentação do setor. Imaginemos, portanto, toda essas especialidades dentro de um Ministério que a maior proximidade que eles estiveram com pescado foi no restaurante, não tem como dar certo, por mais competente que seja a equipe do MDIC. A transferência da SAP para o MDIC trata-se de um acostamento político, isso é como jabuti na árvore, alguém colocou lá e temos a certeza que ele vai cair. CRA – O que seria ideal, da parte do Governo, para o pleno desenvolvimento da piscicultura e sua melhor inserção no mercado internacional, já que Brasil tem potencial para abastecer o mundo de pescado, tanto de peixes cultivados, quando o pescado em águas doces e marítimas? Francisco Medeiros – No caso da piscicultura, nós acreditamos que

o Governo necessita apenas fazer sua parte, criar as condições básicas para o desenvolvimento da atividade. Neste momento a questão relacionada ao meio ambiente, que paralisa a atividade em muitos estados brasileiros, e celeridade na liberação das áreas aquícolas de aguas da união. Somente esses dois procedimentos promovem um “salto quântico” na nossa piscicultura. Neste momento a PEIXE BR juntamente com o Mapa, estão participando das das duas maiores feiras internacionais de pescado, a NORTH AMERICA SEAFOOD, em Boston/USA, e GLOBAL SEAFOOD, em Bruxelas/ BELGICA. Neste momento, esta ação tem como principal função levar o empresariado brasileiro a conhecer o mercado internacional e se posicionar de como deve se posicionar para o futuro. Na feira GLOBAL SEAFOOD em Bruxelas, estarão participando dois empresários do setor de frigoríficos de peixes de Tocantins, demonstrando que o empresariado faz a sua parte. Agora uma política para vender em larga escala o peixe brasileiro no exterior e inócua neste momento, pois não temos produção e necessitamos primeiro que o governo destrave as questões burocráticas que ele criou. Veja que não estamos pedindo dinheiro, programas e projetos de governo. Nós só queremos que ele faça os procedimentos legais previsto em lei que, caso não sejam cumpridos, nos levam a insegurança jurídica, e neste cenário não tem investimentos. CRA – Como tem sido a política da PEIXE BR em abrir fronteiras para a aquicultura em regiões fora do eixo Sul/Sudeste/Centro-Oeste? Francisco Medeiros – Nós acreditamos que a grande fronteira de produção aquícola no Brasil está situada na região compreendida pelos estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins em função das condições climáticas, logística, recursos hídricos e oferta de grãos. Mas esses estados necessitam fazer ajustes em suas políticas ambientais e tributárias preparando-se para receber os investimentos. E este é o nosso trabalho neste momento. Não estamos em nenhum momento solicitando recursos desses governos, mais uma vez, apenas que façam o que lhe foi imposto pela Constituição. ABRIL 2017 |

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A região Sul, aqui mais especificamente o Paraná, é a locomotiva deste processo com uma estrutura de produção, processamento e comercialização muito agressiva. Hoje um produtor de tilápia na região oeste do Paraná, em viveiros escavados, consegue uma produtividade anual de 50 toneladas por hectare, a maior do pais, utilizando tecnologia, e tudo isso de maneira privada. A região Sudeste é encabeçada pelo estado de São Paulo que tem um perfil mais empresarial do negócio, vê o negócio diferente dos outros estados, e lá estão as maiores empresas do setor no Brasil. Recentemente, o Governo baixou um decreto ambiental que regulamenta a atividade no Estado que torna simplificado o processo de licenciamento ambiental, dispensa os pequenos deste procedimentos e cria critérios para o produtor criar qualquer espécie de peixe. Hoje o peixe panga, criado no Brasil, já esta nas gôndolas de supermercados de São Paulo, totalmente legalizado. Isso é política pública e, mais importante, sem o governo gastar “um centavo”, apenas publicando os procedimentos legais para a atividade se desenvolver sem o dinheiro do governo, que afinal isso não é objetivo de governo. CRA – Em alguns estados, como o Tocantins, a PEIXE BR e os produtores de tilápia têm encontrado barreiras na legislação local e na resistência de ambientalistas e defensores dos peixes nativos. Como a entidade está enfrentando este problema? Francisco Medeiros – A PEIXE BR quando trata de piscicultura pensa de forma global, pensando em desenvolver a atividade em todo o Brasil, a entidade é nacional. Vemos o Tocantins como estratégico na produção de peixes no Brasil e pensamos principalmente na remuneração do produtor. No caso especifico de Tocantins, o Ibama já emitiu uma portaria que informa que a tilápia já está presente na bacia Araguaia/Tocantins e pode sim ser desenvolvida sua atividade nessas bacias hidrográficas. Somente no rio Tocantins temos importantes hidrelétricas dentro do Estado de Tocantins que podem ser utilizadas para produção deste peixe que no momento é o peixe mais produzido, comercializado e consumido no Brasil e cujo pacote tecnológico

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FOTO LEANDRO SOUSA/TEXTO COMUNICAÇÃO

ENTREVISTA

Medeiros: “PISCISHOW é a oportunidade de mostrar o potencial do Tocantins para o Brasil

de produção está definido. Estamos neste momento fazendo a defesa da criação de tilápia no Estado, pois o modelo adotado de produção de nativo nele, apesar do esforço do Governo de Tocantins, não aconteceu. O pacote tecnológico até o momento não proporcionou um modelo que trouxesse viabilidade econômica. Nós desejamos, com essa medida, que o produtor do Estado tenha a opção de produzir o que ele deseja, e não ficar a decisão para um servidor público, cujo salário é pago regularmente todo mês, independente se o Estado produza tilápia ou tambaqui, decida o que ele fazer, mesmo porque se a atividade tiver prejuízo o Estado não vai ajudar a este produtor. CRA – É fato que, nos primórdios da introdução da tilápia no Brasil, ela causou muito estrago ambiental, por meio da predação de peixes nativos. Hoje, o argumento, é que isto não ocorre mais, uma vez que a espécie já se adaptou às diversas bacias e de uma forma ou de outra, nadam livres por rios diversos, inclusive os da Bacia Amazônica. Há

estudos ambientais e biológicos, digamos assim, que comprovam a docilidade, atualmente, da tilapia? Comente sobre isto, por favor. Francisco Medeiros – Não é fato sua afirmação de que nos primórdios da introdução da tilápia no Brasil ela causou muito estrago. O que houve no Brasil foi uma destruição em massa de mais de 60 espécies de peixes decorrente da construção de barragens para produção de energia elétrica. Isso sim é fato comprovado, pode pegar o estudo de ictiofauna do Rio Tocantins antes e depois de Lajeado que facilmente se confirma isso. O que aconteceu é que nos anos 70 e 80, quando se construía uma barragem, em função da destruição da ictiofauna, local se fazia um repovoamento com tilápia. Isso foi o Governo Federal e os estaduais que fizeram. Os melhores trabalhos de estudo da tilápia e como ela se comporta no ambiente das hidrelétricas estão sendo feitos pela Binacional Itaipu. São mais de 40 anos de estudos, antes e durante a instalação da hidrelétrica, e lá não se confirma impacto negativo da tilápia no meio ambiente.

CRA – A PEIXE BR, mais especificamente os produtores de tilápia estariam dispostos a sentarem com os defensores de peixes nativos e, por isso, contra a introdução da espécie em bacias amazônicas? Francisco Medeiros – Quem decide o que quer para o estado de Tocantins é o povo e o governo do Estado. Nós apresentamos que existe uma grande oportunidade de negócio para produção de tilápia, mas isso trata-se de politica interna. Somente as 200.000 toneladas de peixes que podem ser criadas no estado de Tocantins, nos lagos das hidrelétricas, podem gerar com a produção de tilápia uma renda primária R$ 1,4 bilhão por ano. Se o Estado deseja esta atividade econômica, somente os seus governantes e cidadãos podem decidir. CRA – Como ficam os peixes nativos e híbridos na visão da PEIXE BR? Francisco Medeiros - No mesmo patamar do milho híbrido, do cruzamento industrial na bovinocultura, suinocultura e aves, essenciais para o desenvolvimento da atividade econômica. Só não quer quem não necessita da atividade para sobreviver. CRA – Para a PEIXE BR, qual é a importância da PISCISHOW no cenário nacional da piscicultura e para a região do MATOPIBA? Francisco Medeiros – Essa região é a nova fronteira do agronegócio no Brasil e eventos como esse proporciona ao empresariado local e de fora de Tocantins conhecer melhor a região, suas potencialidades e decidir por investir no segmento. CRA – Por falar em MATOPIBA, como analisa o potencial da região para a piscicultura? Como entidades como a Embrapa Pesca e Aquicultura, no Tocantins, e a Bahia Pesca, na Bahia, pde contribuir melhor com a evolução do setor na região? Francisco Medeiros – A presença da Embrapa Pesca e Aquicultura na região é um fator fundamental para o sucesso deste negócio da piscicultura, pois ali estão reunidos o maior grupo de pesquisadores da piscicultura do pais em todas as áreas, o alinhamento do setor produtivo com a Embrapa e a combinação perfeita para resolver os gargalos do negócio e criar um ambiente de desenvolvimento sustentável.


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Bahia Farm Show

Agricultor e vice-presidente da Bahia Farm, Luiz Pradella

A expectativa é que a edição deste ano da Feira tenha números bem superiores a edição do ano passado

Perspectiva de boa safra traz otimismo aos organizadores DA REDAÇÃO

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e no ano passado, em um cenário totalmente desfavorável, quando os produtores da região amargaram uma das maiores quebras de safra da história, a Bahia Farm Show fechou R$ 1,014 bi em volume de negócios, este ano, que é promissor para as lavouras, deve ser sinônimo de sucesso também para a Feira. É que os organizadores fazem uma correlação entre os resultados obtidos no campo e o volume de compra e venda do evento. Até agora, os números prévios de que a região do MATOPIBA irá colher uma boa safra só reforçam e dão mais energia aos organizadores e expositores da 13ª Bahia Farm Show, que será realizado de 30 de maio a

03 de junho, no município baiano de Luís Eduardo Magalhães. A divulgação do novo levantamento para a safra 2016/2017 aponta que culturas como a soja, carro chefe da região, deverá manter a produtividade média de 56 sacas por hectare, entretanto, pode atingir altas médias em muitas áreas, chegando a patamares de 70 sacas por hectare, ou mais. Já nas lavouras de algodão, caso ocorram chuvas em abril, a produtividade deve superar a marca projetada de 270 arrobas por hectare. A soja é responsável por cobrir 1,5 milhão de hectares do oeste, que, junto ao algodão, milho e café, totalizam uma área de 2,3 milhões de hectares, com projeção de colheita de 7,7 milhões de toneladas. – Esses números divulgados pelo departamento técnico da Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes

Esses números divulgados pelo departamento técnico da Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia) trazem, do ponto de vista de produtividade, um novo ânimo aos produtores em relação à participação da feira

da Bahia) trazem, do ponto de vista de produtividade, um novo ânimo aos produtores em relação à participação da feira – explica o agricultor e vice-presidente da Bahia Farm, Luiz Pradella. Ele acrescenta que mesmo não se tratando de uma super safra, mas de uma colheita boa, já é suficiente para que um maior número de produtores visite, participe e consuma os produtos oferecidos. O secretário de agricultura da Bahia, Vitor Bonfim, destaca que uma safra promissora no oeste é determinante para que a economia de todo o Estado seja impulsionada e a feira tenha o êxito esperado. Além do crescimento da safra do oeste em mais de 40% em relação a 2015/2016, ele antecipa que projeções oficiais apontam ainda um recorde na produção

brasileira de grãos, podendo alcançar 219,1 milhões de toneladas, um crescimento da ordem de 17,4%, se comparada ao ano passado. Bonfim chama atenção a um detalhe fundamental para que os números do agronegócio possam movimentar ainda mais a economia, e consequentemente, se consolidem melhores resultados da Bahia Farm. – Além da confirmação destas boas perspectivas, é preciso sensibilidade por parte do governo federal, em especial no que diz respeito à redução significativa dos juros para agropecuária ao patamar de 2,5%, o alongamento dos débitos existentes de custeio e investimentos para a região nordeste, pois estamos enfrentando o sexto ano consecutivo de seca – explica. A Bahia Farm Show é organizada pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), com o apoio da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa); Fundação Bahia; Associação dos Revendedores de Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Oeste da Bahia Ltda (Assomiba) e Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães. Da Ascom/Bahia Farm Show, com edição de Cerrado Rural ABRIL 2017 |

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FOTO: ASCOM/MPF-TO

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PARQUES AQUÍCOLAS

Bom Peixe mostra que é pioneiro e desmente boatos. Ele pode produzir 10 mil/ton.

POR ANTÔNIO OLIVEIRA

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m março de 2015, após quase dois anos que o Governo Federal, por meio do então Ministério da Pesca e Aquicultura, lançou em Palmas (TO) os parques aquícolas do Lago da Usina Hidroelétrica do Lajeado, na região central do Tocantins, um tanque-rede experimental fora implantado no Parque Aquícola Sucupira, ao norte da Capital do Tocantins. Três meses depois, aproximadamente 18 cessionários familiares, dos 198 contemplados no Edital para esta finalidade, iniciaram suas atividades com 150 tanques instalados no Lago, constituindo a Associação/Projeto Bom Peixe. Cada um deles exploram 0,30ha de lâmina d´água com produção individual prevista de até 48 toneladas/ano. Localizados em uma das melhores áreas do trecho do Lago que banha Palmas, eles criam tambaqui, pirarucu e pirapitinga (caranha). Mas lá podem-se criar, também, piau-açu, pacu, pirara, lambari e surubim lima. Se eles têm o “filé” das águas deste Lago, faltam-lhes, porém, chão para que possam implantar toda uma estrutura para o pleno desenvolvimento do projeto, ou seja, galpão, fábrica de gelo, câmaras frigoríficas e, quiçá, um pequeno abatedouro para processamento de peixe. Eles estão espremidos num pedaço de rua que dá acesso ao Lago e alguns cessionários morando em condições precárias para livrar os tanques da ação dos inimigos do alheio. Poucos na região central do Tocantins sabem da existência desse Projeto que foi, também, conforme a presidente da Associação Bom Peixe, Marinalva Moura, muito discriminado pelos poderes públicos do Tocantins e seus instrumentos de assistência técnica, extensão e fomento. O que se ouvia, ainda conforme ela, é que o Projeto foi assentado de forma indevida; está na frente da chácara do Governador do Estado, etc., e que, por isto seria mudado de local. Calados, na lida diária do cultivo de peixe que, por não terem SIM (Serviço de Inspeção Municipal) e SIE (Serviço de Inspeção Estadual), eles vendem a produção na área, por encomenda ou entrega em pequenos supermercados. ABRIL 2017 |

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Enoque Mendes Ferreira

Atualmente, 30 dos 160 cessionários estão empreendendo no Projeto

O grito de “Ei, nós existimos!” Mas um dia, quando a presidente Marinalva Moura leu no site da revista Cerrado Rural Agronegócios sobre a instalação de uma fazenda aquícola familiar no Parque Aquícola Brejinho, ao norte do Lago do Lajeado, no município de Brejinho de Nazaré, e propagado pelo Governo do Tocantins como o primeiro de uma série de fazendas aquícolas em todo este Lago, Marinalva deu seu grito de “respeitem e considerem-nos” na sessão de comentários deste site.

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Cerrado Rural Agronegócios quis ver a realidade e foi visitar o Bom Peixe e o que viu, além da falta de infraestrutura em terra, foi pequenos aquicultores trabalhando e esperando por apoio estrutural e tecnológico. - Enfrentamos muitas dificuldades, entre as quais a falta de um abatedouro público credenciado e com Inspeção para abatermos o nosso peixe, uma vez que nós ainda não podemos construir e equipar um – disse Enoque Mendes Ferreira, 56

Enfrentamos muitas dificuldades, entre as quais a falta de um abatedouro público credenciado e com Inspeção para abatermos o nosso peixe, uma vez que nós ainda não podemos construir e equipar um.

anos, um maranhense que está desde 1990 no Tocantins e neste Projeto desde o seu início. Numa parceria com produtores rurais de um projeto de agricultura familiar na região sul de Palmas, a Prefeitura desta cidade construiu um abatedouro de uso múltiplo – peixe e frango -, porém, inaugurado e estruturado internamente, ainda não funciona. Faltam alguns detalhes externos para sua completa efetivação. De um equilíbrio muito grande nas suas colocações, Enoque Mendes, que é a segunda liderança abaixo de Marinalva no Projeto, é otimista, apesar de todas as dificuldades. - Para ser sincero, estamos tentando acertar. Nossa primeira safra foi apenas uma aula. As informações (tecnológicas) que nós tivemos (pelo Pronatec) ainda tinham como base a criação da tilápia. Não há um pacote tecnológico para o tambaqui e o pirarucu – observou Enoque Mendes.

Resignado lembra que, nos primórdios da tilápia no Brasil, os aquicultores não contavam com tecnologias para o cultivo desta espécie de peixe. - Eles foram atrás, experimentaram, tiveram altos e baixos. Da mesma forma, nós (na criação de peixes nativos) – resigna-se. Atualmente, aproximadamente 30 famílias estão produzindo no Bom Peixe, “fazendo das tripas coração” para conseguir boas produtividades. - Se todos os cessionários – os 30 que já estão produzido e os mais de 160 que ainda não tomaram posse de suas áreas - tivessem condições de montar a estrutura necessária para a exploração de suas áreas, o Projeto poderia produzir 10 mil toneladas/ ano de pescado – informa Marinalva Moura. Atualmente o Projeto produz 100 toneladas/ano.


A Presidente do Bom Peixe reclama ainda de alguns gargalos que obstam os aquicultores do Projeto, tais como tanques-rede inadequados; inexistência de um entreposto para peixe fresco com SIF (Inspeção Federal) e recursos financeiros para investimentos e custeio. - Precisamos ainda de uma área para montarmos uma estrutura que agregue valor a nossa produção, como o corte do peixe em costelinhas, filés, defumação, etc. Tipo uma boutique de peixe – sonha. Sobre o frigorifico montado pela Prefeitura de Palmas em parceria com uma associação de agricultores familiares (Associação Francisca Galvão), Marinalva é de opinião que ele pode atender bem os pescadores artesanais e aos produtores de frango. - Para o Bom Peixe, conforme disse antes, o correto seria um entreposto com SIF – aponta. O Projeto ainda não conta com ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural), fato que Marinalva Moura lamenta. - A ATER deveria estar a cargo do Município de Palmas e/ou do Governo do Tocantins. Porém, isto não tem ocorrido, está em fase de negociação com o Município – informa. Uma terceira via de ATER pode, ainda conforme ela, se viabilizar por meio do Instituto Tecnológico Federal do Tocantins (IFTO). Conversações neste sentido estão sendo feitas entre a Bom Peixe e o Instituto. Já na área de tecnologias de produção, Marinalva Moura informa que a Embrapa está estudando a elaboração de um pacote tecnológico para o tambaqui. Sobre as informações de que o Projeto foi instalado em local inadequado e que pode ser mudado, a Presidente do Bom Peixe nega veementemente. - O Projeto está devidamente instalado em área adequada. Aliás, numa excelente área, a meu ver, a melhor área de todo o trecho do Lago em Palmas. Não há possibilidades de mudança – enfatiza. Ainda conforme ela, esses boatos atrapalharam o desenvolvimento do Projeto, afugentou parcerias, inibiu os outros cessionários a investirem. - Tivemos dificuldades em identificar de onde partiam esses boatos, essas inverdades para que pudéssemos abrir um processo por lucros

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Procurador-Geral da República, Álvaro Manzano, visita o Projeto

Boatos infundados e nocivos cessantes e, assim, sermos ressarcidos. Mas esses boatos foram bem feitos, não deixaram rastros. Acredito que eles não existem mais – diz Marinalva Moura. Perspectiva do futuro no mercado tocantinense de peixe? O Projeto poderia atender a demanda por peixe no Estado? Questiono a Presidente do Bom Peixe. - Tenho falado que a situação está mudando. Por que? Por exemplo: ganhamos, recentemente, um grande aliado para a aquicultura em tanques-rede, o deputado estadual Alan Barbiero. Ele está pautando e defendendo o nosso projeto e em breve haverá uma audiência pública para definir linhas de ações e adequar políticas públicas para o setor. O Bom Peixe contribuirá, sim e muito, para o desenvolvimento da

piscicultura no estado do Tocantins. Isto já vem ocorrendo – pontuou. Ao fim dessa entrevista deixei Marinalva livre para tecer suas considerações, oportunidade em que ela agradeceu ao Ministério Público Federal que, por entender que as águas do Lago são bens da União e que nem municípios, nem estados legislam sobre ele, está acompanhando o desenvolvimento do Parque Aquícola Sucupira para que essa politica pública do Governo Federal não sofram desvios de função. - E nos últimos dias já tivemos sinais claros de que a Prefeitura de Palmas está decidida a contribuir com essa política pública do Governo Federal para que a Bom Peixe desenvolva o Projeto conforme se propõe – concluiu.

O Bom Peixe contribuirá, sim e muito, para o desenvolvimento da piscicultura no estado do Tocantins. Isto já vem ocorrendo Deputado estadual Alan Barbiero ABRIL 2017 |

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Cessionários se alojam em condições precárias

O que diz os poderes públicos Cerrado Rural Agronegócios foi em busca dos poderes públicos que, de uma forma ou de outra, devem estar presentes neste projeto de Estado (disse de Estado, não de Governo). São eles o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), o braço de extensão rural do Governo do Tocantins; Secretaria Nacional da Pesca e Aquicultura (SNPA); Embrapa Pesca e Aquicultura e Ministério Público Federal (MPF). Da sua parte, o Ruraltins inicia uma nota esclarecendo “O contrato de cessão de uso do Parque Aquícola Sucupira venceu no final de 2016. Mas que, por meio da Seagro, foi solicitado junto ao Mapa a prorrogação desse prazo”. - Desse modo, o órgão aguarda decisão sobre o pedido, pois sem a liberação da área o Ruraltins está impedido de prestar assistência técnica na localidade – informa. O órgão diz ainda que por ser o órgão oficial de extensão rural, presente nos 139 municípios tocantinenses, por meio de 92 escritórios locais de execução de serviços, caminha ao lado dos produtores rurais, pronto a atendê-los em suas demandas, sanando dúvidas, agilizando ações, incentivando a diversificação da produção e a conquista de novos mercados.

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O Parque Aquícola Sucupira está completamente regularizado, possuindo outorga da Agência Nacional de Águas, anuência da Marinha do Brasil e da Secretaria de Patrimônio da União e, ainda, licenciamento ambiental junto ao órgão ambiental do estado do Tocantins”. João Crescêncio Aragão Marinho

Na SNPA, a informação contradiz o Ruraltins. Conforme o técnico consultado por Cerrado Rural Agronegócios naquela Secretaria, João Crescêncio Aragão Marinho, “o Parque Aquícola Sucupira está comple-

tamente regularizado, possuindo outorga da Agência Nacional de Águas, anuência da Marinha do Brasil e da Secretaria de Patrimônio da União e, ainda, licenciamento ambiental junto ao órgão ambien-

tal do estado do Tocantins”. - Dessa forma, os cessionários que lá estão regulares e cobertos pela legislação vigente – pontuou. Igual a este posicionamento é o do Ministério Público Federal no Tocantins (MPF-TO). Por meio de sua Assessoria de Comunicação, o órgão nos respondeu positivamente sobre o Bom Peixe. E foi mais detalhista e aponta uma suposta falta de interesse do Governo do Tocantins no desenvolvimento do Sucupira e do Bom Peixe. - Existe um Procedimento Administrativo na Procuradoria da República no Tocantins, instaurado para acompanhar a efetividade da política pública que definiu a execução do projeto de criação de peixes no reservatório da UHE Luis Eduardo Magalhães, no município de Palmas, que contemplou 198 pessoas por meio de licitação, no Parque Aquícola Sucupira. Ou seja, o objetivo do procedimento é garantir o direito das pessoas contempladas com áreas de exploração nesse Parque – iniciou. Ainda conforme o MPF-TO, em 2015, foi instaurado um inquérito civil para averiguar possíveis irregularidades, devido ao desinteresse do Governo Estadual, a até certa "pressão", para que o projeto não fosse implementado. - Porém, no decurso do processo, não foi identificado nenhuma situação que comprometesse a efetividade da implantação do Parque Aquícola, o que motivou o arquivamento desse inquérito civil. Portanto, o que existe atualmente é somente o Procedimento Administrativo de acompanhamento, conforme mencionado no início do texto - acrescenta. A Procuradoria informa também que no dia 3 de fevereiro deste ano o procurador-chefe da PR/TO, Álvaro Manzano, foi conhecer o Parque Aquícola Sucupira. - Na conversa que tivemos, ele deixou claro que atualmente não existe nenhuma situação que exija alguma medida judicial do MPF/ TO, por outro lado, é de interesse da unidade que os direitos das pessoas sejam garantidos, que os pescadores consigam recursos para fortalecer o desenvolvimento do Projeto, e é por isso o MPF/TO faz o acompanhamento e dá o apoio necessário para que isso ocorra – pontuou.


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E a Tecnologia? Projeto tem capacidade para produzir 10 mil ton/ana

Da parte da Embrapa Pesca e Aquicultura, cuja sede em Palmas fica a mais ou menos a 18 quilômetros do Bom Peixe, a informação que nos veio, por meio da pesquisadora Flávia Tavares de Matos, é que os poucos produtores que ocuparam suas áreas estão cultivado o tambaqui em tanques- redes e se organizaram em uma associação (Associação Peixe do Parque Aquícola Sucupira), “o que é muito bom e importante”. Contudo diz - o tambaqui é produzido no país na sua maior parte em sistemas de tanques de terra escavados e barragens, sendo a segunda espécie de peixe mais produzida na piscicultura nacional apresentando boa aceitação no mercado do Tocantins. - Entretanto, ainda há muito a ser estudado para se adequar o sistema de produção que eles (do Bom Peixe) utilizam para o tambaqui e para estabelecer os protocolos específicos de produção para tanques-rede que

garantam a viabilidade econômica da atividade – informa a Pesquisadora. A Unidade de pesquisa garante que está contribuindo com o desenvolvimento do Projeto. - Estamos adaptando e trazendo aos associados da Bom Peixe alguns protocolos de manejo adotados na produção de outras espécies para o cultivo do tambaqui. Porém, por ser algo inovador, estamos na fase de coleta de dados de produção junto aos associados, no intuito de auxiliar no delineamento dos experimentos futuros a serem conduzidos pela Embrapa Pesca e Aquicultura. Com os dados zootécnicos em mãos, será possível determinar os indicadores econômicos de produção, dados de extrema relevância para se determinar a rentabilidade da atividade – esclarece. No entanto – continua a Pesquisadora - como a maioria das pesquisas realizadas com o cultivo de peixes em

tanques-rede foram focadas em tilápia, existe uma carência de dados deste sistema de produção para espécies nativas como o tambaqui e o pirarucu. Flávia Tavares de Matos assegura ainda que o Projeto Bom Peixe tem contribuído muito com o trabalho da Embrapa. - A experiência adquirida com o acompanhamento dos dados de produção dos aquicultores do Parque Aquícola Sucupira foi extremamente relevante para a equipe ter uma visão global do cultivo de tambaquis em tanques-rede. Está sendo uma ótima oportunidade para aprendizado, troca de ideias e conhecimento entre a Embrapa e a Associação Bom Peixe – pontua. Ainda conforme a Pesquisadora, com os problemas e desafios do dia a dia, este Centro de pesquisa pode crescer tecnicamente, melhorando assim as discussões e o senso crítico a respeito do assunto. - Esse trabalho também tem possibilitado à Embrapa definir novas linhas de pesquisa referentes à produção de tambaquis em tanque-rede, permitindo assim a geração de tecnologias que atendam diretamente às demandas dos piscicultores - concluiu.

Estamos adaptando e trazendo aos associados da Bom Peixe alguns protocolos de manejo adotados na produção de outras espécies para o cultivo do tambaqui. Flávia Tavares de Matos

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Agrotins 2017 DA REDAÇÃO

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Clima de otimismo marca lançamento da nova edição da Feira “Água: sustentabilidade da vida. Desafio de produzir frente às mudanças climáticas”. tecnologias disponíveis e às ótimas condições edafoclimáticas do Estado. – Por tudo isto, temos a certeza de uma Feira recorde de público, expositores e de negócios – pontuou Clemente Barros. Antigos e novos expositores foram representados no evento pela empresária do ramo de tratores, Sandra Regina Pereira da Silva, que tem duas lojas na região central do Tocantins, uma em Palmas e outra em Luzimanges, distrito de Porto Nacional. De acordo com ela, a Agrotins, além de ser uma grande vitrine para bons negócios, é um local de confraternização do universo do agronegócio.

Agrotins também é solidariedade Nem só de negócios, difusão e transferência de tecnologias se constitui a Agrotins. Ela, sempre tem seu lado de responsabilidade social. Neste ano, por exemplo, o evento vai abrir espaço para o 2º Leilão Direito de Viver que reverte parte de sua renda para o Hospital de Câncer de Barreto (SP), que terá uma unidade em Palmas, capital do Tocantins. Conforme o coordenador do

Hospital neste Estado, Leonel Dias de Souza, das quase 130 mil pessoas atendidas na unidade de Barretos no passado – média anual -, mais de 400 são do Tocantins, 128 dos quais de Palmas. Ainda segundo Leonel Dias, este Leilão é realizado em mais de 800 cidades brasileiras e nele são leiloados não apenas bezerros e touros reprodutores, mas bens de consumo, como automóveis.

FOTO: SECOM/TO

ste é o tema da 17ª Feira de Tecnologia Agropecuária (Agrotins 2017), lançada oficialmente no dia 27 de março, pelo Governo do Estado, por meio de sua promotora, a Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Seagro). O lançamento foi feito em solenidade bem concorrida no auditório do Palácio Araguaia, sede do Governo do Tocantins, com a presença de várias lideranças do agro e políticas estaduais e federais. O evento foi aberto pelo titular da Seagro, Clemente Barros, que em seu discurso lembrou da frustração da safra 2015/2016 que sofreu uma quebra média de 30% em decorrência das adversidades climáticas registradas no ano passado. Felizmente, ainda conforme ele, o clima ajudou nesta safra, quando entrou em cena, substituindo o El Niño, a La Niña. – Tocantins deve consolidar mais de 4 milhões de toneladas de grãos nesta safra – disse Barros em seu discurso. Destacando a boa infraestrutura de logística do Estado, o Secretário relatou ainda que a produção agrícola no Tocantins vem crescendo muito, não por meio de abertura de novas áreas, mas do crescimento da produtividade, graças às

A Agrotins é a maior feita agrotecnológica do Norte do Brasil –

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Parceria para o combate a seca Antecedendo ao governador Marcelo Miranda, o decano da Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária no Tocantins, Eustáquio Ferreira, que na ocasião representava o superintendente Rodrigo Guerra, que em missão oficial em Brasília, lembrou que, a propósito da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, no Tocantins está tudo bem com a cadeia da carne. – Tocantins tem a melhor carne do Brasil – disse ele, lembrando do sistema de criação que predomina no Estado – a pasto, o chamado boi verde – frisou. Na oportunidade ele entregou a Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), por meio do governador Marcelo Miranda, as chaves de um conjunto perfuratriz de poços profundos e implementos, que inclui um caminhão que faz parte de um conjunto de equipamentos para a abertura de poços artesianos em regiões áridas do Estado, a exemplo da região sudeste. Os equipamentos foram adquiridos com recursos do Ministério da Agricultura e Abastecimento, investimento da ordem de R$ 1, 5 milhão. Para Eustáquio Ferreira, o Tocantins é parceiro certo para assumir esta estrutura, já que a Superintendência no Mapa não pessoal disponível para este tipo de trabalho.

FOTO: SECOM/TO

Agrotins 2017

Governador Marcelo Miranda lança versão 2017 da Feira

A Feira

Até o momento, 80% dos estandes já foram reservados e a expectativa dos organizadores é que, este ano, o número de expositores chegue a 600. Considerada a maior feira do agronegócio da região Norte, a Agrotins é

Testemunhas da consolidação Por fim, fechando o evento, o governador Marcelo Miranda, agradeceu a iniciativa da Superintendência do Mapa no Tocantins, repassando as chaves recebidas para o presidente da ATS, Eder Fernandes. Satisfeito com o bom momento do setor do agronegócio tocantinense, prin-

cipalmente com a expectativa de uma grande produção de grãos, em virtude da regularidade das chuvas, Marcelo Miranda destacou a importância da cadeia produtiva do agronegócio e da Agrotins. – Estamos reunidos para testemunhar a consolidação de um dos even-

promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agricultura e da Pecuária (Seagro) e suas vinculadas, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), o Instituto

de Terras do Tocantins (Itertins) e Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec), e outras instituições públicas e privadas ligadas ao setor produtivo agropecuário. *Mais informações da Secom/TO

tos que mais retratam a nossa vocação para o agronegócio. A Agrotins vai dar a resposta de que temos condições de abastecer o Brasil e o mundo, e que entrou no roteiro dos pequenos e grandes investidores nacionais e internacionais, pela credibilidade, valor econômico e alcance social – ressaltou. O Governador ressaltou ainda a sanidade da carne tocantinense e a res-

ponsabilidade das empresas instaladas no Tocantins. – A nossa carne é a melhor do Brasil e o apoio que o governo do Estado dá ao setor faz dos nossos frigoríficos importantes parceiros nesse processo – frisou. Miranda lembrou ainda que as vendas da carne tocantinense não serão afetadas pelos últimos episódios que envolvem as exportações brasileiras.

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ASCOM/AIBA

Meio Ambiente

Há 30 anos, não havia a preocupação com a questão ambiental como temos hoje. Secretário estadual do Meio Ambiente, Geraldo Reis

Estudo visa das continuidade aos projetos de irrigação com sustentabilidade

DA REDAÇÃO

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potencial hídrico da região oeste da Bahia será objeto de estudo de alguns pesquisadores da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, e da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O projeto, que será financiado pelo Programa para Desenvolvimento da Agropecuária (Prodeagro), quantifica e monitora a disponibilidade dos recursos do Aquífero Urucuia e superficiais nas bacias dos rios Corrente e Grande. A proposta foi apresentada, no dia 28 de março, ao secretário estadual do Meio Ambiente, Geraldo Reis, e aos técnicos do Inema, pelos produtores rurais da região, durante reunião, em Salvador. O titular da pasta viu com bons olhos a preocupação do grupo com o meio ambiente e seus recursos naturais. – Há 30 anos, não havia a preocupação com a questão ambiental como temos hoje. Mas a natureza vem sofrendo mudanças que nos obrigam a uma mudança de atitude. Mesmo com as possíveis divergências de visão entre os setores agropecuário e ambiental, é muito

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Estudo hídrico é apresentado por irrigantes no oeste da Bahia valiosa para nós essa convergência no interesse por um estudo técnico-científico, com valor acadêmico, que possa embasar uma discussão consistente sobre o tema – afirma o Secretário. Com objetivo em aprofundar o estudo, uma comitiva formada pelos irrigantes, representantes do governo do Estado e especialistas no tema segue para o país norte-americano, no início

do próximo mês de abril, para discutir o projeto com professores da Universidade de Nebraska (Water for Food Global Institute), referência no assunto. O presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e do Prodeagro, Celestino Zanella, defende a aplicação do estudo para que se tenha um panorama real da situação hídrica na região.

-Temos esse projeto ambicioso de estudar a questão hídrica no Oeste de maneira científica, para que a água possa ser aproveitada em todo o seu potencial. Será uma segurança para os nossos investimentos – destaca Zanella. Um termo de cooperação técnica entre Secretaria do Meio Ambiente (Sema); Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema); Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) e o Programa para Desenvolvimento da Agropecuária (Prodeagro) será o passo inicial para o estudo. O secretário de Agricultura, Vitor Bonfim, que também participou do encontro, ressaltou que a possibilidade de uma discussão sobre o uso da água é uma grande vantagem do Oeste hoje, quando outras regiões do Estado estão vivendo a escassez. E concluiu ainda que, esse estudo será um marco temporal na questão do uso da água na região. Estavam presentes também, na reunião, a presidente do Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães, Carminha Missio; a assessora jurídica do Sindicato, Greice Kelli Fontana, que, na ocasião, representou os sindicatos de Barreiras e Formosa do Rio Preto; o presidente da Associação dos Produtores Rurais da Chapada das Mangabeiras (Aprochama), Edson Fernando Zago; o representante da Passo Fundo Agro, Odacil Ranzi; os superintendentes da Seagri, Guilherme Bonfim; e da Sema, Aderbal de Castro; além de assessores e técnicos. Da Ascom/Aiba, com edição de Cerrado Rural


Sorria

A cartomante está vendo a sorte de um cliente na bola de cristal: - Vejo uma morena que o fez sofrer muito

Entender (gíria)

Moeda japonesa O Xodó da Fiel (fut.) Espécie de leque

Ar, em inglês Nascido da mesma mãe

Músico do "Programa do Jô" Descrente

"Saco vazio não para (?) pé" (dito) Versão em desenvolvimento do software Aperto de mão, no jogo salada mista

esses remédios façam mais efeito. Segue abaixo uma das muitas receitas contra a depressão. 1- Suco de frutas com linhaça 2 colheres de linhaça. 1 copo de suco de frutas de sua preferência sem açúcar, pois o açúcar retira os minerais. Triture no liquidificador e tome 2 vezes ao dia. Helia Maria Morozini de Campos/https://familia.com.br

no passado. Agora vejo uma loira que o fará sofrer muito no futuro. - É minha mulher! Ela pintou o cabelo!

Cada cópia oficial de documento Doca Dificuldade do teimoso

"Gente (?)", sucesso de Chico Band-(?), curativo para pequenas feridas

Ardência no estômago (?) Simone: cantora de jazz, gravou "The Other Woman" Papel do jornalista no debate político

BANCO

Guta (?): a Bebel de "A Grande Família"

Imposto municipal (sigla) Pontuação de saque no vôlei (ing.)

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Solução C N C A C O R N R I V E E T A N O I I V O S M T I E R L D E I SS A C E D O R

SINTOMAS DE DEPRESSÃO Tristeza; falta ou aumento de apetite; muito sono ou insônia (quando tem ansiedade) ; crises de choro ou chora fácil; irritação ou apatia; indisposição. Apesar de não ter cura, a depressão pode ser controlada com remédios naturais, pois existem remédios caseiros que a pessoa pode usar a vontade sem contraindicação. É claro que o convívio com os familiares e o amor ajudam bastante para que

Norma Regulamentadora (abrev.)

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C

Depressão ou ansiedade são doenças que não escolhem sexo, nem idade. A pessoa que tem depressão sofre de perturbação mental e emocional que a deixa triste e sem vontade de viver. Existem várias causas para a depressão que podem ser: hormonais, pós-parto, genética ou um grave acontecimento. Se a doença for detectada ainda no início, o tratamento tem mais eficácia. Não se pode subestimar essa doença, pois se não tratada pode levar a óbito, visto que a pessoa depressiva tende a ter em seu estágio avançado propensões suicídas.

(?) mágico, brinquedo quebracabeça Peluda; felpuda Agendamento de concessionárias para clientes Criação e mercadoria do pecuarista Jogos (?): estimulam a aprendizagem da criança

E B

Receita Caseira

Casa (?), evento da decoração (BR)

O conceito escolar de excelência

A

Receita de Marilde Cavaletti (www. centraldocerrado.org.br)

© Revistas COQUETEL

Compõem Transporte para o acervo carregar mudanças de grandes O plano de saúde museus feito por empresa

Movimento da Unesco "A Lenda do (?)", músi- "(?) of para resolução não vi- ca de Caymmi sobre Anarchy", de lagoa na série de TV sobre Prédio que olenta conflitos Bahia motociclistas (EUA) abriga o Salão Oval, local de trabalho de Obama

O S A BR A O A N O S A S T D R EN E I S A B A I R C A T I A E M R A P H UM I A D O I N A D E R A

Modo de fazer Bater os ingredientes acima até obter um creme esbranquiçado.

Acrescentar 2 latas de creme de leite sem soro e misturar delicadamente. Umedecer 1 pct. de biscoito maisena em 200ml de leite + 20ml de licor Montar a torta com camadas intercaladas de biscoito e creme. Gelar no freezer por 2 horas.

www.coquetel.com.br

3/ace — aid — air. 4/beta — iene — sons. 7/uterino. 8/stresser. 9/test drive.

200g de manteiga sem sal 100g de açúcar 2 gemas 2 latas de leite condensado 100g de farinha de jatobá (peneirada)

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

C A U B L A T E U T R E A D U E T P E A R Z I N M O

Torta de jatobá

ENTRETENIMENTO

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CRÔNICA

Vida e morte de Lunga

U

m senhor chamado Lunga, era acostumado a acompanhar funerais. Ele vivia querendo saber quem havia falecido para poder se deslocar até o velório. Um dia desses, a noite, ele estava dormindo e acordou assustado, sonhando com a morte do seu vizinho. Em seguida, foi logo se levantando para se vestir e ir ver se o seu sonho tinha algum sentido. E por mais estranho que seja, realmente tinha. Chegou na casa do vizinho, viu que tinha sido o primeiro da rua a chegar e, como já estava tarde da noite, ainda não havia dado tempo de a família comunicar o pessoal da cidade. Mas seu Lunga nem se incomodou. O importante para ele era saber que já estava presente no velório. A mãe do falecido, mesmo triste, até brincou: - Seu Lunga, seu Lunga! Eu ainda desconfio que você ‘’fareja’’ falecimento. E no dia seguinte, estava seu Lunga já preparado para se encaminhar ao cemitério. Outra vez, seu Lunga ficou sabendo do falecimento de um conhecido, porém era na cidade vizinha. Ele não tinha condução para chegar ao velório. Foi aí que ele ouviu dizer que não tinha funerária na cidade e que iam ter que encaminhar um carro para levar o caixão. Seu Lunga passou algumas horas sumido. A caminho da cidade vizinha, o motorista do carro da funerária, apelidado de Marco Veiro, resolveu parar o carro para abastecer e fazer um lanche.

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Logo depois, seguiu viagem. Era final de tarde e já escurecia. De repente, ele escutou um barulho vindo na direção do caixão. Não demorou muito e quando ele olhou, o caixão estava destampado. Como estava escuro, só viu a sombra de um corpo sentado no meio dele, que por sinal, perguntou: - Já chegamos? Marco Veiro assustado, parou o carro e gritou: - O que é isso, meu Deus?! O morto não morreu. E ele escuta: - Calma, calma! Sou eu... O motorista fica ainda mais amedrontado e, em seguida, os dois começam um diálogo: - É o Lunga! Vim dormindo, mas acabei acordando no caminho. - Ora, seu Lunga! Quer me matar do coração? De certo, eu sabia que você estaria no velório. Mas não imaginei que fosse vir escondido no carro da funerária e logo no caixão onde vai ficar o corpo.

-É que eu estava sem carona, Marco Veiro. Os dois sorriram da situação, e depois dessa conversa, seguiram para o velório. Chegando lá, estavam velando o corpo e no outro dia foram para o cemitério. Ao final, seu Lunga voltou para casa. Os dias se passavam e seu Lunga continuava frequentando todos os velórios da sua cidade e das cidades vizinhas, como se fosse um evento. Todos já ficavam à sua espera, porque presente, já sabiam que ele ia estar. Anos depois, seu Lunga morreu. Não era surpresa... foi um dia extremamente triste na cidade. Compareceu gente até das cidades vizinhas. Era um exagero de tantos amigos, conhecidos e até mesmo quem estava presente só por conhecer sua fama. A cidade estava quase toda na igreja, depois, quase toda no cemitério. Estavam entristecidos com aquela situação. Tamanha surpresa foi na hora de fechar o caixão. A tampa dele se desencaixou por três vezes, até conseguirem, finalmente fechar. Então, de forma descontraída, um amigo gritou: - Ora, seu Lunga! Se comporte aí dentro. Não é possível que logo no seu velório você não queira ficar!!

POR THUANY GONÇALVES É estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Tocantins (UFT)


Homenagens

VEM AÍ! CONHECIMENTO EM DOSE DUPLA PARA AUMENTAR A PRODUTIVIDADE 13 A 15 DE JULHO DE 2017 / PALMAS - TO

I CONGRESSO

avisuleite

AVICULTURA, SUINOCULTURA E LATICÍNIOS FAMILIAR E EMPRESARIAL

II PISCISHOW CONGRESSO E FEIRA DE TECNOLOGIA PARA PESCA E AQUICULTURA DO MATOPIBA

PALESTRAS, EXPOSIÇÃO, OFICINAS E CURSOS PARA ESTIMULAR A CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS, AVES, PEIXE E LEITE DO MATOPIBA.

Honra ao mérito

A

organização do PISCISHOW/AVISULEITE, levando em conta os relevantes serviços prestados por instituições e pessoas às cadeias do peixe, das aves, do suíno e do leite – focos dos dois eventos conjuntos – vai homenageá-los durante a sua realização em Palmas, entre os dias 13 e 15 de julho.

AS INSTITUIÇÕES: À Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que representa as cadeias da avicultura e da suinocultura no Brasil, atualmente dirigida pelo ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra que, aliás, será um dos seus palestrantes. A Embrapa, pelas constantes pesquisas e melhoramentos das aves, do suíno, da pecuária de leite e, mais recentemente, do peixe. A empresa é presidida por Maurício Antônio Lopes. O SEBRAE, pelos relevantes serviços de apoio ao desenvolvimento das cadeias produtivas do peixe, das aves, do suíno e do leite, sobretudo entre os pequenos produtores. O SEBRAE é presidido atualmente pelo empresário e

ex-ministro Guilherme Afif Domingues. A PEIXE BR, por sua rápida e competente inserção na cadeia do peixe como agente de desenvolvimento e marketing nacional e internacional do peixe brasileiro. A entidade é presidida pelo piscicultor e médico veterinário Francisco Medeiros. AS PESSOAS: Ao empresário e presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-TO, Pedro Ferreira, pelo empenho pessoal e profissional em prol do pleno desenvolvimento das micro e pequenas empresas, em especial, as cadeias do peixe, do leite, das aves e do suíno no Tocantins. O Agrônomo e secretário de Desenvolvimento Rural de Palmas, Roberto Sahium, pelos relevantes serviços prestados a piscicultura, desde os primeiros passos desta no Tocantins. Por fim, ao empresário Adão Rocha Rego pelo pioneirismo na produção e beneficiamento do leite em Palmas, enfrentando os gigantes do setor que dominam o mercado regional. FOTO REGINA AZEVEDO/SEBRAE

Realização

www.piscishoweavisuleite.com.br

Pedro Ferreira recebe o jornalista Antônio Oliveira em seu gabinete

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De Cerrado produtivo a gente entende. E gosta.

Hรก 14 anos com foco no MATOPIBA

www.revistacerradorural.com.br

www.piscishoweavisualeite.com.br


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