Maria sogna tutte le notti # 1

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MARIA SOGNA TUTTE LE NOTTI # 1

enverga, mas n達o quebra...


Editorial Eu disse que não iria mais fazer zine, porque meu filho tinha nascido e tal... Mas fazer zine, se ninguém havia te contado ainda, é um vício!!! Difícil de se livrar... E olha eu aqui de novo fazendo um zine. Pensei em dar continuidade ao Paraphernalia, mas, depois de decretar a morte de um zine, voltar com ele, para mim, é como exibir um zumbi por aí (risos). Então, este é o MARIA SOGNA TUTTE LE NOTTI. Descompromissado, totalmente aperiódico, nem sei se ele vai vingar. Gostaria de ter ajuda para continuar como ele... Sabe como é: a gente vai ficando velha... (risos). E tem tanto assunto legal pra gente discutir, escrever... Ilustrações são muito bemvindas, assim como suas idéias e projetos. Bom, é isso. Boa leitura e espero que gostem. Caixa Postal 4768 – São Paulo/SP – 01061.970 danielle_sales@ig.com.br /danielle_sales@translate.com.br

PS: Meninas, mandem seus zines e o material de suas bandas para o próximo número!!!!

Se você quiser ler um zine legal, leia o Slug and Lettuce. Ele é bem nos moldes das norteamericanas MMR e Heartattack, mas... é feito por uma mulher, a Christine Boarts Larson, há quase 20 anos. É distribuído gratuitamente, tem colunas, resenhas de som e de zines e, de quebra, fotos muito legais de shows, pois a editora do zine é também fotógrafa. (P.O. Box 26632 – Richmond – VA – 23261-6632 – USA)

THE BOOM BOOM CHICKS Caixa e surdo (Lili) Guitarra (Luis) Voz & pandeiro (Debbie) Rock-a-billy Minimalista - Punk Rock Low-Fi Style.... http://www.tramavirtual.com.br/the_boom_boom_chicks http://www.fotolog.net/boomboomchicks http://www.theboomboomchicks.blog.uol.com.br http://www.buscamp3.com.br/theboomboomchicks Mais infos: theboomboomchicks@uol.com.br ou ordinary@uol.com.br

SOUNDTRACK: Lava, Biggs, Dominatrix, Infect, Cria Cuervos, Biônica, Boom Boom Chicks, Kaos Klitoriano, Cansei de Ser Sexy.


entrevista internacional

CRIA CUERVOS

1) Com quantos anos vocês estão, meninas? E o que fazem além de tocar no Cria Cuervos? Nos conhecemos desde o início dos tempos. Como somos imortais, decidimos criar essa banda para passar o tempo. 2) Quando começaram a banda? Como se conheceram? A banda foi criada em 2000. Nos conhecemos há alguns anos, pois já fazíamos parte da cena punk/HC da França, tocando em outras bandas de garotos e garotas. Mas nós queríamos fazer uma banda só de garotas e com nós três, já que somos apaixonadas umas pelas outras. 3) Pretendem lançar um outro CD como o ótimo “Soap Opera”? Vi no site de vocês que lançaram uma compilação (fale-nos mais sobre ela), mas eu quero dizer um “trabalho solo”. A propósito, por que o nome “Soap Opera” do primeiro CD? Estamos preparando uma nova gravação há alguns meses. Esperamos que tenha 13 músicas. Estaremos em estúdio no início de maio. Já se passou bastante tempo desde que lançamos “Soap Opera”. Mas uma de nós está vivendo em Madri por enquanto, então as coisas não estão tão fáceis assim. No entanto continuamos a aparecer em algumas compilações, quando a temática delas significa algo para nós. Como a próxima, que será pelos vinte anos do grupo antifascista SCALP. Você tem razão sobre o split. Costumávamos organizar gigs em Paris e uma vez o Propagandhi veio tocar. Como temos muita consideração por essa banda (tanto por sua música quanto por suas idéias), propusemos a eles fazer um split live juntos, distribuído na França. E então fizemos! Teresa: Chamar nosso CD de "Soap Opera" considerando que ele trata de assuntos muito sérios, como testes em animais, pena de morte, condição da mulher etc., foi definitivamente irônico. Adoramos esse tipo de paradoxo. 4) Como é a vida na França? Daí, tenho contato somente com o Fred (Darbouka), que foi quem me deu o CD de vocês há alguns anoso. Vocês conhecem alguma coisa do Brasil (lugares, bandas etc.)? É difícil dizer se a vida é tranqüila, confortável ou um desastre em nosso país. Com certeza, como em qualquer outro lugar, depende da categoria social da qual você faz parte, da cor da sua pele, do seu sexo. No momento podemos considerar que a parte social da vida é OK. Ainda há um salário mínimo e o acesso à saúde é promovido em grande parte pelo Estado. As universidades não são tão caras quanto em outros países. Mas com a globalização e a Europa, tudo isso está mudando.


O Estado está vendendo todos os serviços públicos (correios, eletricidade, telecomunicações, trens) para ter lucros. A repressão policial está crescendo, começando a ser européia. Então, como em qualquer outro lugar, a diferença entre os pobres e os ricos está crescendo. Atualmente, também é muito difícil lutar. Há alguns anos, tem havido uma espécie de apatia entre as pessoas, pois elas pensam que tudo depende do destino. Mas nós continuamos a lutar, esperando que um dia tudo irá será destruído pelo fogo. Sobre o Brasil, mesmo que não conheçamos realmente muitas bandas, estamos acompanhando o que acontece na cena punk rock internacional. E sabemos que na América do Sul há um enorme potencial. Com certeza gostaríamos de tocar aí também.

5) Vocês se consideram feministas ou anarcofeministas? Trabalham com algum grupo na França? Sim, nós podemos dizer que somos feministas e anarquista, então... A diferença de quando você é as duas coisas está na maneira como você luta. Achamos que nossos direitos como mulheres devem ser defendidos nas ruas porque a igualdade não virá através do voto. Atualmente, estamos lutando nas ruas contra ativistas antiaborto e também contra a violência doméstica, que é um assunto muito desconhecido por parte da sociedade. E há muito mais por fazer... 6) Digam algumas bandas de que vocês gostam e talvez sejam suas influências musicais. Géraldine: Quando eu era adolescente, era influenciada pela cena punk basicamente inglesa, com bandas como Sex Pistols, Sham 69, Stiff Litlle Fingers, e então eu descobri a cena anarquista, com as bandas Crass e Conflict. Ao mesmo tempo que uma cena alternativa francesa estava crescendo com bandas como Berurier Noir. Eu também gosto de Bad Religion ou Dead Kennedys, Blondie, Le Tigre, mas tudo isso está mudando com o passar do tempo. E, para finalizar, eu sou realmente influenciada pelo canto e pela emoçã de cantoras francesas como Edith Piaf ou Frehel. Isa: Bad Religion sempre foi uma influência e também tenho ouvido uma banda do País Basco chamada Kortatu. Da lista de bandas das quais eu gosto de ouvir fazem parte Good Riddance, Propagandhi, Strike Anywhere, Rise Against... Teresa: Bem no comecinho eu ouvia bandas punks francesas como les Rats, les Cadavres e também bandas bascas como Kortatu, RIP, Cicatriz, Eskorbuto. Essas bandas me fizeram adorar música punk e também me fizeram querer tocar numa banda. Depois eu comecei a ouvir mais bandas punks e HardCore norte-americanas, Bad Religion, Dead Kennedys… e hoje adoro bandas como Propagandhi e também outras bandas como Rise Against, por exemplo. 7) Quais os melhores gigs em que vocês tocaram? Gostariam de tocar no Brasil algum dia? Géraldine: Talvez o Lady fest na Escócia, porque tudo foi tão rápido! Ir para o Brasil: Yeah!!! Isa: Acho que um dos melhores gigs em que tocamos foi um em Rennes, muito legal, com algumas outras bandas de garotas.

8) E sobre “As Panteras”? Vocês realmente gostam delas ou foi só uma brincadeira? Os dois. Nós achamos isso muito kitsch, e cada uma de nós se identifica com uma delas.


9) Por que escolheram cantar em três línguas? Aqui no Brasil, pelo menos, é difícil ver alguém que fale três línguas... Talvez isso ajude a levar a mensagem de vocês para mais pessoas, não é mesmo? Teresa e Isabelle são espanholas. Isabelle viveu em San Francisco e de vez em quando volta pra lá. Então ela compõe músicas em ambas as línguas, e Géraldine compõe em francês. 10) Pelas letras, dá para ver que vocês são mulheres bem politizadas, não é? Estão comprometidas com alguma luta específica? Já falamos sobre nosso comprometimento como mulheres e anarquistas. Também estamos envolvidas na questão da Liberação Animal, somos vegetarianas, vestimos roupas livres de crueldade, usamos produtos que não são testados em animais etc. Isso está realmente presente em nossas letras e em nossas vidas. 11) Cria Cuervos é o nome de um filme. Por que vocês o escolheram para ser o nome da banda? Porque ele corresponde à sensação de revolta de três garotas contra uma sociedade moralista, então...

Entrevista respondida em fevereiro de 2005

Para entrar em contato com elas: 3 allée des cytises 91100 Corbeil-Essonnes FRANCE Website: E-mail:

www.criacuervos.net

cria_cuervos@hotmail.com


entrevista nacional

LAVA

Talvez as meninas do Lava não saibam, mas esta entrevista está incubada há quatro anos. Em 2000, fiz uma série de perguntas, mandei por e-mail para a Alê, que me indicou mandá-las para a Silvana. Maravilhas da tecnologia à parte, acho que as perguntas nunca chegaram a ela, porque nunca mais obtive resposta. Depois, acabei deletando o arquivo do computador. Insistente, quatro anos depois, lá vou eu de novo...

1) Eu me lembro de ter ficado fiquei apaixonada, em 2000, pela demo-tape Rookie. Vocês a lançaram em 1999, não foi? Muito tempo depois de formarem a banda? Eliane – A demo Rookie foi a minha primeira gravação com o Lava. A banda já existia há algum tempo antes de eu e a Alê entrarmos. Gravamos pouco depois disso. Silvana – Sim. Naquela época não era tão fácil gravar nem uma deminho. Pagamos do nosso bolso. E também tivemos muitas formações antes daquela.

2) Aliás, vocês estão fazendo quase dez anos, não é isso? Um bom tempo para uma banda de garotas estar na estrada... Acham que esse tipo de banda, no Brasil, dura pouco? Por quê?


Eliane – Independente de uma banda ter em sua formação meninos ou meninas, sua duração depende da disponibilidade e compromisso de seus componentes. Acredito que o fato de termos que trabalhar com outras coisas além de se dedicar à banda pode ser um motivo que acabe com algumas bandas. Não é fácil manter uma banda na ativa. Tem que ensaiar pelo menos uma vez por semana, fazer shows, compor músicas novas, gravar, divulgar, fazer merchandising, website, etc. e isso custa grana, tempo e energia. Como não ganhamos cachê suficiente para bancar isso tudo, acabamos por bancar o nosso prazer de tocar. Existimos há tantos anos porque gostamos de tocar junto. Silvana – Nossa! nunca pensei nisso... É verdade... O tempo passa... Bom, serão 10 anos em 2006, mas também se fosse a formação original... da qual só sobrou eu. Estamos com essa desde 2001, mas acho que vale dizer que o Lava começou em 96. Como banda não costumamos carregar essa bandeira de banda feminina, somos uma banda como qualquer outra, com 4 mulheres e um cara. Em uma outra formação o Cacá Issa também já tinha tocado guitarra. Eu particularmente não acho que bandas femininas durem pouco, ter banda seja feminina, masculina, gay, ou o que for, é que é difícil. Conviver e ter o mesmo objetivo não é fácil.

3) Eu notei um toquezinho de MPB na música A Small Joy, da demo-tape. Parece que não há mais nada parecido em La Motocyclette. O que aconteceu? Eliane – Com o tempo vamos moldando o nosso jeito de tocar e fazer música. Além disso, tivemos uma mudança na formação que com certeza contribuiu com o nosso modo de compor. A Luana, guitarrista que tocava na época da demo Rookie, saiu e em seu lugar entrou o Danilo. A Kiki, baterista da mesma época, saiu e em seu lugar entrou o Danilo. A Luana e a Kiki eram a fim de fazer um som rock com influências de outros estilos. Já a Helena e o Danilo ouvem mais rock mesmo. O disco La Motocyclette é um disco com músicas compostas por esta formação (Helena na bateria, Alê no baixo, Sil no vocal, eu e o Danilo nas guitarras), com exceção de Moony e On and On, que foram compostas por uma banda que eu tinha com a Alê e a Luana, chamada Kit Kat Klub. Por outro lado, ainda experimentamos outros tipos de compor. Às vezes a Sil aparece no ensaio com um som que ela criou no teclado ou computador e a gente sai tocando em cima disso, mas nem sempre a gente registra esses sons. Silvana – Acho que o que aconteceu é que definimos melhor o nosso som, acho que também evoluímos musicalmente; a antiga guitarrista saiu, e principalmente as influências mudaram. O tal "toquinho" MPB era culpa das Koostars/Luscious Jackson... Na verdade nada MPB, era mais uma bossa nova de gringo.

4) Vocês acham que houve uma grande evolução em termos de som entre a demo e o CD? Eliane – Tudo melhora com treino e vontade. Se você gosta do que faz, está envolvido e em sintonia com as outras pessoas da banda, tudo fica melhor. A formação da época da demotape era outra história, outra época das nossas vidas. Eu adorava aquela formação, mas hoje está assim, nem consigo imaginar de outro jeito. Não posso dizer se era melhor ou pior, eu me divertia muito naquele tempo. É um prazer tocar com pessoas que eu admiro tanto. A Alê era aquela rainha grunge dos Pin Ups e a Sil tinha dreads loiros, tattoos, cantava no No Violence… Cruzei com ela no show do Beastie Boys e pensei: “Nossa, que mina foda”. Nunca imaginava que teria uma banda com elas um dia. A Helena e o Danilo eu conheci depois e hoje somos muito amigos e eu adoro o jeito que eles tocam. Musicalmente é óbvio que estamos melhores porque tantos anos se passaram, temos mais experiência. Mais do que pensar se somos uma banda superboa ou não, sou muito feliz por poder tocar com meus amigos e me orgulho do nosso trabalho. A gente toca o som que a gente gosta. Silvana - Como eu disse antes, acho que houve sim, pelo menos praticamos mais desde lá. Nós tocamos o que gostamos, e gostamos mesmo é de rock. E a banda criou outra cara com a entrada do Danilo, que compõe bastante.


5) Eu sempre tive na minha cabeça o Lava como um “projeto paralelo” de meninas, mas acho que ela acabou se tornando a banda principal de vocês todas, né? Ou não? Eliane – Quando eu tocava no Pin Ups, tocava em outras bandas como Dog School, Dominatrix, Kit Kat Klub e depois o Lava. O Pin Ups era prioridade na hora de marcar shows, ensaiar, gravar, enfim, a agenda das outras bandas tinha que seguir a do Pin Ups (por isso eu saí do Dominatrix, que tinha muitos shows). O Lava começou como banda mesmo, da Sil e das meninas do Dominatrix. Eu entrei depois, é uma banda que eu sempre gostei, muito antes de imaginar que eu tocaria. Não sei se realmente existe na prática essa coisa de projeto paralelo… Banda é banda. No momento toco no Lava e no Hats, as duas são importantes para mim. Projeto paralelo talvez seria fazer alguma participação em outras bandas, não sei…

6) A Alê, por exemplo, veio do Pin Ups. Por que a banda acabou, Alê?

Eliane - Eu saí do Pin Ups quando a Alê saiu, por motivos óbvios… O Pin Ups sem a Alê para mim não poderia fazer muito sentido… Alê – Pois é, o Pin Ups acabou porque nossa relação já estava muito desgastada, principalmente a minha e a do Zé, tocávamos juntos há mais de dez anos e passamos por muitos perrengues, chega uma hora que a banda tem que te proporcionar muuuuuuuuita alegria e não dar dor de cabeça, porque grana já não rola mesmo então se não rolar prazer, não compensa...

7) Eliane, e o Dog School? Eu adorava... Hoje você toca no Hats com a Helena, não é? Também gosto muito do CD de vocês. Há previsão de lançar mais alguma coisa? Eliane – O Dog School não existe mais, eu também adorava… O Hats vai gravar CD novo em 2005, se tudo der certo. Helena – Um monte de gente confunde, mas eu não toco no Hats, quem toca no Hats é nossa amiga também chamada Helena! Hahaha

8) E você, Helena, toca também no Biônica. Mais algum projeto paralelo, meninas? Eliane –O Danilo é guitarrista da banda do Supla e do Paulo Miklos. Helena – Eu tocava no Go Hopey, que não existe mais (infelizmente), e hoje toco no Lava e no Biônica. Por enquanto é isso... Silvana - Eu mesmo só tenho o Lava há muitos anos, quando montamos a banda saí do No Violence.

9) Essa é para a Silvana. Como foi a experiência de participar do No Violence? Em que ano foi isso? Por que você saiu da banda? Silvana – Foi super legal, foi minha primeira banda. Entrei em 94 (eu acho). O No Violence já tinha um público formado, que me recebeu bem desde o início. Saí porque preferi tocar com minha amigas e pra escrever minhas próprias letras. 10) Quem aí tocou no Dominatrix? E por que acabou saindo? Acompanham o trabalho dessa banda ainda hoje?


Eliane – Eu toquei guitarra no Dominatrix e cheguei a gravar o primeiro disco, que eu adoro. Eu tinha 17 anos na época (1996), já tocava há alguns anos no Dog School. Foi uma experiência ótima, a Elisa sempre foi muito organizada e dedicada e aprendi muito com ela. Quando eu ainda estava no Dominatrix a Alê me convidou para fazer teste para entrar no Pin Ups. Quando eu entrei no Pin Ups a Elisa achou que a agenda do Pin Ups iria atrapalhar a do Dominatrix. Na época eu não trabalhava e dedicava todo o meu tempo fora da escola para as bandas. Eu não achava que a Elisa estava certa na época, porque queria tocar nas duas bandas. Mas ela decidiu e eu aceitei. Hoje em dia sei que ela estava certa, o Pin Ups tocava direto, viajava muito, gravava bastante... Silvana – As meninas são nossas amigas queridas e tocamos sempre com elas. A Eliane foi a única que tocou no Dominatrix. A Elisa e a Isabella é que tocaram no início do Lava.

11) Eu não sabia que uma de vocês tinha tocado no Auto... Quem foi? E o John, que fim levou? O Cacá eu sei que está no Objeto Amarelo... Silvana – No Auto?? Não ninguém tocou... Acho que você está confundindo, porque no Auto só tocaram caras (Cacá, John,Marcilio e o Fusco) [N.E.: li no release sobre o Auto]. O John hoje pelo o que eu sei mora em New Jersey – NY, o Cacá e o Fusco (também Againe) continuam com o Objeto Amarelo, e o Marcílio toca no Similar. Eliane – O John mora em outro país, acho que EUA. Quem tocou no Auto foi o Cacá, que foi guitarrista do Lava por um tempo, antes de eu entrar, e hoje toca no Objeto Amarelo.

12) Alê, você teve bebê há algum tempo. Como é conciliar emprego, banda, ser mãe? Isso dificulta as viagens para tocar? Alê – Esta tripla jornada de trabalho é realmente muito complicada... Minha primeira filha vai fazer três anos no final deste mês e minha segunda filha deve nascer no começo de fevereiro... Dificultar até dificulta porque eu preciso sempre descolar alguém para ficar com a minha filha já que eu não tenho babá que durma em casa... Mas o mais complicado é quando elas são bebezinhas, mas passa tão rápido que a gente nem se dá conta...

13) Alê e Helena, vocês trabalham na MTV. Há quanto tempo estão lá? Acham que rola algum tipo de preconceito por parte das meninas mais radicais por isso? Alguma já se manifestou nesse sentido? Qual a sensação de poder trabalhar num lugar em que você pode ir de cabelo azul e viver do que mais se gosta: música? Alê – Eu trabalho na MTV há quase dez anos e nunca senti preconceito nenhum, afinal de contas é meu trabalho... Poderia ser numa padaria, no cartório ou na MTV... Eu só conseguiria trabalhar em lugar que não tivesse preconceito com o minha aparência.... e na minha opinião não existe nada mais legal do que trabalhar com música. Me sinto privilegiada.... Helena – Trabalho na MTV há quatro anos, e na programação musical. Já sofri preconceitos pequenos, como, quando me perguntam em que departamento eu trabalho, e eu digo, tem gente que faz "háááá...", de um jeito maldoso. Como se o Lava tivesse clipe por causa disso, passasse por causa disso, concorreu no VMB por isso. Muito pelo contrário, temos que provar que não conseguimos nada por "benefícios", e sim, por talento, que acho que temos, e muita luta. Afinal, o rock independente não é fácil, todo mundo sabe. E como a Alê disse, é meu trampo, preciso dele para sobreviver, também poderia ser qualquer outro, eu precisaria trabalhar de qualquer jeito. E já que tenho que trabalhar, gosto de trabalhar na MTV, onde o ambiente é bom, melhor que muita empresa...


14) Falando em MTV, como rolou o Lava no VMB? Eliane – Fomos indicados para a categoria de melhor banda independente. O videoclipe que concorremos, Igloo, foi todo feito pela nossa vocalista Silvana, de desenho animado. Ela é muito dedicada ao seu trabalho gráfico e o resultado mostra isso. Esse vídeo também foi escolhido para fazer parte da programação da MTV-U, dos EUA. Viva a Sil! Silvana –Bom, fiz o vídeo, a princípio, para passar em um festival chamado Resfest, depois mandamos pra MTV, ele foi aceito para passar durante um tempo na programação, depois foi selecionado para concorrer. Não houve jabá, nem privilégios. Gostaram do vídeo e da música.

15) O CD saiu um tempão de lançada a demo-tape. Por que a demora? Há planos de lançarem mais algo? Por que a Thirteen Records? (Na verdade, eu nunca tinha ouvido falar dela.) Eliane – A demora se dá pelo fato de que não vivemos somente da banda. Não temos produtor nem gravadora. Somos totalmente independentes e, mesmo fazendo parte de um selo, não temos apoio de ninguém. Nós que montamos nossa agenda. A Alê e a Sil fizeram um puta esforço para que a gente conseguisse participar de festivais legais como Abril pro Rock e Porão do Rock, por exemplo. Nós que bancamos gravação, ensaio e tudo mais relacionado à banda. E todos temos que estudar, trabalhar, se virar para sobreviver sem ganhar grana com a banda. Temos que juntar dinheiro de shows para poder gravar, arrumar tempo para ensaiar, compor etc., e acaba levando um bom tempo pra conseguir ter um disco, por isso o nosso CD é o resultado de nossos esforços. Se mesmo banda grande demora um tempo entre um e outro disco, imagine nós. Eu quem fiz contato com o André, dono do selo 13 records. Na época que estávamos gravando não tínhamos nenhum selo em vista. Fiquei sabendo que ele tinha um selo. Perguntei se ele lançaria a gente, ele disse que sim. Foi isso. É um selo que está crescendo e tem muitas bandas legais saindo pela 13 recs. Silvana – A demora acho que foi porque houve muitas formações, também por causa de grana, e a banda é nosso lazer, não funciona como um trampo, por isso não temos obrigações. Estamos neste momento gravando nosso novo disco, que pretendemos lançar em maio. A 13 recs. surgiu porque procurávamos uma gravadora, a Eliane conhecia o André, perguntou se ele queria lançar e deu tudo certo. Eles têm boas bandas no casting da gravadora.

16) O Danilo ficou esquecido na entrevista, né? Falem um pouco dele, dêem um espaço para o menino (rs). Eliane – O Danilo é um bandmate muito querido, adoro tocar com ele porque além de um puta guitarrista ele se dedica à banda, respeita a gente e nos damos muito bem na hora de tocar e como amigos também. O fato de ele ser menino é só um fato. Como diz a maravilhosa Brody Dalle, dos Distillers: “Eu toco com a mão, não com a vagina”. Nós também. É claro que nós somos contra qualquer tipo de preconceito, incluindo o sexismo, mas somos uma banda de rock antes de sermos uma banda “de meninas”.

17) Silvana, fale um pouco do seu trabalho com arte. Silvana – Sempre gostei de desenhar, já trabalhei em diferentes áreas, com tattoo, moda, montando exposições, na curadoria... Mas depois que descobri as artes gráficas, achei meu caminho. Continuo estudando, pintando e atualmente tenho tentado descobrir materiais diferentes pra me expressar. 18) Alê, e sua paixão pela Hello Kitty, como começou? Já são quantas as tatuagens (rs)?


Alê – Tatuagens da Hello Kitty eu tenho duas... Minha paixão continua acesa e começou por volta de 1995... Hoje em dia são muitas as HK-maníacas e pra dizer a verdade não existe muita explicação... 19) Pra terminar: e aí, Eliane, sua mãe já sabe das tatuagens (rs)? Eliane – Tenho ainda um problema com tattoos na família, eles sabem mas não entendem. Comecei a tatuar muito nova, quando ainda não era tão comum meninas tatuadas, por isso não assumia em casa, cada um cada um. Apesar de ter algumas meio velhas, acho tattoo do caralho e quero fazer mais. Helena – Minha família também não entende tatuagens. Até hoje. Outra geração e criação. Agora tenho três, que continuo escondendo da minha mãe... É uma ignorância ainda haver pessoas, trabalhos e lugares que vêem com maus olhos quem é tatuado. Mas acho que ninguém deve deixar de se tatuar, se tiver vontade...

Fotos retiradas de www.fotolog.net/lavarockband


Entrevistas

punk parenting

Lá fora têm saído muitos textos (e até fanzines) sobre o tema punk parenting. O meu, digamos assim, “modelo” é o The Future Generation, da China Martens. Com base no que tenho lido sobre o assunto, resolvi fazer umas perguntas para algumas mães mais alternativas daqui do Brasil. Veja o resultado a seguir. (PS: Como algumas mães não estavam tendo tempo de responder as perguntas, na próxima edição talvez tenhamos outras respostas e opiniões.)

Alexandra Briganti – São Paulo 1) Com quantos anos você teve sua/seu filho(a)? Acha que foi uma boa idade? A primeira com 30 e a segunda com 33. Uma ótima idade. 2) Quantos anos ele(a) tem agora? Uma tem 3 anos e a próxima deve nascer em um mês. 3) Já ouviu falar em punk parenting? Se não, o que acha que é isso? Não e acho que talvez tenha algo a ver com pais com filosofia punk criando filhos ?!!! 4) Você é vegetariana? Adota esse tipo de alimentação também para seu filho? Por quê? Não como carne vermelha e meu marido é vegetariano. Minha filha também é vegetariana, mas ela vai comer o que bem entender quando tiver escolha, quando me pedir... 5) Você pretende criar seu filho(a) de uma perspectiva anarquista e/ou feminista? Pretendo criar minha filha como um ser humano justo, sensível, inteligente e principalmente feliz. 6) Seus ideais são os mesmos de antes de sua/seu filho(a) nascer? Sim. 7) Acha que é possível manter as crianças livres e ainda assim em segurança? Sim. 8) Você escreve sobre sua experiência de ser mãe em algum lugar, um fanzine por exemplo? Não. 9) Acha que rola algum tipo de preconceito contra “mães” na cena? Acha que já foi discriminada por ser mãe? Já sofreu com algo parecido? Não. 10) É prática entre libertários (norte-americanos pelo menos) e/ou “naturalistas” o “unschooling” ou o “homeschooling”. Vocês já pensaram sobre isso? Sua/seu filho(a) já vai para escola? Você acredita que ela seja um tipo de institucionalização que “molda” seu filho? O que acha da escola em si? Minha filha vai à escola e procurei matriculá-la em uma instituição que fosse antes de tudo humana. Pretendo sempre buscar a melhor forma de ensino humanizado e justo para minhas filhas. 11) E a questão das vacinas, vocês a dão em sua/seu filho(a)? Algumas pessoas costumam não dálas a suas/seus filhos(as). O que acham disso? Eu só dei as vacinas do calendário público e só. 12) E a questão da autoridade, como lidam com ela em relação a sua/seu filho(a)? Limites são fundamentais para a formação do caráter de qualquer indivíduo, mas não devemos confundir autoridade com crueldade. 13) Vocês acreditam em estrutura familiar (pai, mãe filhos)? Sim. 14) Como é seu relacionamento com sua/seu filho(a)? Basicamente amoroso. 15) Acha que é possível ser ativa politicamente com filhos(as)? Sim. 16) Como você se vê como mulher e mãe atualmente? Completa, realizada e feliz, muito feliz.


Paula (Pac) – Londrina, Paraná 1) Com quantos anos você teve sua/seu filho(a)? Acha que foi uma boa idade? Aproximadamente 21 anos. Bem, se foi uma boa idade não sei, não foi planejado, mas foi bem recebido, mesmo sem estar preparada para ser uma mãezona como gostaria, mas a gente sempre tenta, né? O mais difícil é ser mãe/pai. 2) Quantos anos ele(a) tem agora? 4 anos. 3) Já ouviu falar em punk parenting? Se não, o que acha que é isso? Nunca ouvi falar... Fiquei curiosa! 4) Você é vegetariana? Adota esse tipo de alimentação também para seu filho? Por quê? Optei por essa dieta aos 18 anos (por motivos de saúde), porém quando tive anemia durante a gravidez, passei a comer carne branca (ave e peixe) e desde então acrescentei, porém para o meu filho eu deixo livre escolha, quando ele for maiorzinho talvez eu tente convencê-lo e explicar melhor as coisas. Não sei se foram influências fetais, mas ele nem curte comer carne, e quando come tem preferência pela carne branca, e olha que nunca o proibi de nada!! Talvez para uma família inteira que tenha esse tipo de alimentação seja mais fácil, pois todos pensam da mesma forma, têm os mesmos princípios e é o que encontram em sua mesa disponível durante sua refeição, já para uma única pessoa, que é discriminada em sua família por esse fator, no sentido de não concordarem com a minha alimentação, com a ajuda dessas pessoas para cuidar de seu filho enquanto você trabalha, fica meio difícil, concorda??? Porque tenho certeza que eles querem o melhor para a vida dele também, e cada um tem seu ponto de vista, eu apenas respeito, não julgo. 5) Você pretende criar seu filho(a) de uma perspectiva anarquista e/ou feminista? É algo difícil saber disso agora, com a idade dele a gente ainda tem outras preocupações, primárias (até mesmo por me sentir imatura ainda quanto mãe às vezes), e é difícil tentar imaginar ou estabelecer regras para uma pessoa totalmente diferente de você. Não fico preocupada em relação em como eu quero que ele seja, porque quando realmente invertemos os papéis e atuamos como pais, somos mais rígidos com o nosso próprio comportamento do que com os deles, e isso nos impede um pouco de como reagir, e não adianta querermos cobrar deles algo que nós fomos durante anos de experiências em vários grupos que talvez até nós mesmos um dia falávamos que éramos contra, se tudo não depende apenas de você. O que quero dizer é que criar um filho depende de dois atores principais, porém a família e sua própria experiência de vida fazem parte do elenco também! E, não podemos esquecer, são duas famílias, que com certeza seguem modelos de vida diferentes uma da outra, o que gera muito conflito. Para escolher um estilo de pensamento em um indivíduo, depende muito mais de você, do que você vivenciou, de seus conceitos, e não dos conselhos de seus pais, pois para cada aprendizado e evolução de pensamentos e idéias tem sua etapa, assim como para aprender a engatinhar, falar, andar, etc. Entende? 6) Seus ideais são os mesmos de antes de sua/seu filho(a) nascer? Ah!! Com certeza não! Muita coisa muda!!! Você se policia mais, aprende a falar menos palavrão na presença dele (hehe), enfim, tenho mania de falar que, quando a gente ainda não é mãe, parece tudo fácil, e você se acha a pessoa mais potente do mundo “ah, se fosse meu filho eu faria isso!”, ser mãe é diferente, envolve sentimento, é


diferente de sentimento de filha para mãe, de amigos, de namorados, enfim, é único. E creio que o sentimento da mãe ainda é mais forte do que o de pai para o filho(a). Ser mãe é algo mágico, inexplicável, porque aquela coisinha veio de você, você esperou 9 meses por aquilo, sofreu muito por ele, e isso se torna tudo mais forte. 7) Acha que é possível manter as crianças livres e ainda assim em segurança? As crianças do tempo atual andam muito espertas, em minha opinião não é tão bom dar tanta liberdade, pois de liberdade as pessoas lá fora já estão cheias, liberdade para matar, se drogar, enfim. Hoje em dia não existe mais segurança, os pais têm o dever de dar a segurança emocional enquanto pequenos (isso não significa mimar) para que depois eles saibam se virar lá fora, porque tudo é visível, não adianta tentar esconder ou se enganar. Todo cuidado ainda é pouco. 8) Você escreve sobre sua experiência de ser mãe em algum lugar, um fanzine por exemplo? Não, com a chegada do meu filho ficou limitado meu tempo para escrever fanzines, responder cartas, mas como toda mamãe coruja a gente acaba fazendo algo, no meu caso, fiz um fotolog pra ele! (risos) 9) Acha que rola algum tipo de preconceito contra “mães” na cena? Acha que já foi discriminada por ser mãe? Já sofreu com algo parecido? Não, jamais! O pessoal acha legal, presenteiam com roupinhas de bandas, é engraçado! 10) É prática entre libertários (norte-americanos pelo menos) e/ou “naturalistas” o “unschooling” ou o “homeschooling”. Vocês já pensaram sobre isso? Sua/seu filho(a) já vai para escola? Você acredita que ela seja um tipo de institucionalização que “molda” seu filho? O que acha da escola em si? Meu filho vai à escola desde um ano e meio. A escola é fundamental para toda criança, o que não é legal é exigir da escola é que seja responsável pela vida social do seu filho, da forma que ele deve se comportar, enfim. Escola serve para socializar uma criança na infância, além de estimular a linguagem e sua criatividade, ter conceitos básicos, o resto é conseqüência do que se interiorizou na imagem de si mesmo e de suas experiências que foram descobertas em sua infância, ou seja, todo estímulo é válido, e quanto antes se inicia é melhor. Nenhuma instituição foi criada para tomar o papel dos pais, ou de moldar um indivíduo, não seria correto ser a escola a primeira casa da criança, mas reconhecemos também que há casos que se faz necessário, por questão financeira, mas mesmo assim, não devemos exigir a mais o que é o nosso dever de mãe/pai. 11) E a questão das vacinas, vocês a dão em sua/seu filho(a)? Algumas pessoas costumam não dá-las a suas/seus filhos(as). O que acham disso? Um risco para a própria criança e para o resto da humanidade. 12) E a questão da autoridade, como lidam com ela em relação a sua/seu filho(a)? UAU! Essa é a parte mais difícil! Hahaha... Mas a gente tenta! Mesmo algumas vezes cedendo como qualquer outra mãe, eu ainda acho que sou super rígida com meu filho (muitos dizem também), quando digo não é não! Com direito a castigo ou chinelada se precisar! Fui criada assim e não me causou trauma algum, apanhar de mais faz mal tanto quanto mimar demais! Tudo deve ser bem dosado, e também não é legal nos sentirmos bruxas demais, né? 13) Vocês acreditam em estrutura familiar (pai, mãe filhos)? Sim, muito. Porém nem sempre é possível, ou nem sempre pais que moram na mesma casa significam muita coisa, pois não é pelo fato de morarem juntos que vai ser tudo lindo e maravilhoso. Estrutura familiar envolve mais do que ter a presença apenas dos pais, mas sim


como eles reagem a isso, como eles mostram e tem essa responsabilidade, de ser pais, de ter casa e suas responsabilidades. 14) Como é seu relacionamento com sua/seu filho(a)? Muito bom, eu o amo e não canso de dizer isso todo dia para ele, adoro ficar abraçando ele, apertando e beijando! Eu brigo, brigo, brigo, mas amo muito! E sempre digo isso depois! (risos) 15) Acha que é possível ser ativa politicamente com filhos(as)? Política em qual sentido? Comigo? Com ele? Ou com as coisas que faço? 16) Como você se vê como mulher e mãe atualmente? Muito bem, feliz... É gostoso ter a companhia de alguém que você sabe que, apesar de tanta briga e diferença, te ama e te perdoa! É gostoso poder olhar para alguém que você ama e pensar “é meu!” (até que cresça, né?)... Às vezes só penso que poderia ter sido melhor... Na hora certa, no tempo certo. Mas enfim, é isso aí! E para quem não quer ter essa responsabilidade agora, tome muito cuidado! È só o que posso falar! Até mais!=)


RESENHAS THE SISTERHOOD - ep É ótimo saber que a mulherada anda firme e forte na cena pelo mundo. Fiquei feliz quando consegui recuperar meu pacote, enviado de Varsóvia pela Jenny, da Emancypunx. O que ele trazia de tão especial? Um EP chamado The Sisterhood, que é uma compilação com bandas straight edge formadas só por meninas do mundo todo. Ao todo, são 5 bandas: Vennus Genetrixxx, da Argentina, Infect (Brasil), Unever (França), Presence of Mind (Alemanha) e To See You Broken (EUA). As duas primeiras trazem dois sons cada, e as outras três, uma música cada. Infect é a banda que talvez todos conheçam. De São Paulo, tem o som mais porrada e corajoso da coletânea. Nunca tinha ouvido falar da Vennus Genetrixxx, mas a banda também é muito boa, apesar de diferente da Infect. A Uneven não existe mais, e a Presence of Mind tem um ótimo vocal gutural, ao mesmo tempo em que é um pouco mais pop. Há irmãs na formação dessa banda. Acompanhando o EP, vem um livreto com ótimos textos sobre a condição feminina e as letras das bandas (em língua original e em inglês) de 31 páginas. Para adquirir este EP, entre em contato com a Jenny (www.emancypunx.prv.pl / emancypunxrecords@go2.pl / PO BOX 145, 02-792 – Warszawa, Poland).

BIÔNICA – cd SP SALLON: A DISCOTECA DO DIABO Fazia tempo que eu não ouvia uma banda tão ousada. Alguns diriam que o Biônica é um escracho, que não está nem aí para questões políticas e que por isso não merece ser ouvido. Mas não acho que isso seja verdade. Pelo contrário, são irônicos e “cheios de humor pra dar”, a começar pelo título do CD. Pra início de conversa, os vocais de Fernando Sarti são muito legais e tão escrachados quanto as letras. Mas diga aí: quem tem coragem de ficar cantando por aí que “o seqüestro do Abílio Diniz podia ter dado errado” ou que não tem mais insegurança depois que deu com uma barra de ferro na cabeça de alguém? Tem letras em francês, frases que todo mundo diz no dia-a-dia (“Jorge, seu puto!”) e, além de tudo, ainda dá para matar as saudades dos vocais da Marina Pontieri (ex-TPM). Ainda não tive chance de assistir aos shows “apoteóticos” da banda, mas vi que já saiu foto deles naquela revista Simples e também na Isto É. Este CD foi lançado ano passado pela Navena e tem 13 ótimas faixas. Não deixe de ouvir. É um rock legal e bem-humorado!!! Vá ver o site da banda (www.itsmysite/bionica) e o da gravadora, se quiser comprar o CD (www.navenamuzik.com.br)


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