Igreja de Jesus ministério laico

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Igreja de Jesus Cristo ministério de leigos. 1Pedro 2:9,10 e 5 Mauro R. Silva – Batatais – 2014

Ministério laico O princípio do sacerdócio universal dos crentes nos fala do grande privilégio que temos como filhos de Deus: cada salvo é um sacerdote. "Leigo," palavra que vem do termo grego laós = povo – laico = povo. Apocalipse 2:6;15

No N.T significa POVO DE DEUS

Leigo = povo = “ignorante” – no sentido religiosoespiritual. Atos 4:13 1


Sacerdote = ministro, servo, leigo.

Sacerdotes - Antigo Testamento – Ordem de Arão. Hebreus Esse sacerdócio finalizou quando Cristo morreu e foi ressuscitado, pois era apenas sombra e serve de figura para ilustrar a obra de Cristo e o serviço dos que creem em Cristo. “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” Colossenses 2:17 2


Todas as religiões tem um sacerdote ou alguns escolhidos para o ofício. Veja alguns exemplos: Católica

Ordotoxa Grega

Hindu 3


Pagé

Médium

“pastor, bispo, apóstolo, etc...” 4


No Novo Testamento todos os salvos são sacerdotes. “...sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” 1Pd.2:5b

À luz do Novo Testamento, todo salvo é um ministro (servo) de Deus, o que ressalta as ideias de serviço de uns para com os outros. É só desta maneira que a igreja pode

funcionar como corpo. Mas o sacerdócio universal dos crentes tornou-se mera teoria na igreja após o século II.

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Antes disso eram grupos de discípulos sem clérigo (um oficial), templo, altar ou sacrifício. Os próprios discípulos conduziram a igreja sob o comando direto de Jesus Cristo (“estou convosco todos os dias”), o trabalho pastoral era uma função orgânica no corpo, para edificação e supervisão, (Efésios 4:11,12) mas sem nenhum domínio oficial sobre a fé dos discípulos, nem sendo alguém com um poder especial. Todos os discípulos estavam em pé de igualdade, pois a graça iguala todos. Não havia uma hierarquia entre eles. “Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes, e saltaram para o meio da multidão, clamando, e dizendo: Senhores, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles;” Atos 14:14,15 Inácio de Antioquia, foi a primeira figura da história da igreja a dar o primeiro passo no escorregadio e decadente caminho da fixação de um líder único na congregação. Pode-se atribuir a ele a gênese dos chamados cargos e da hierarquia na igreja moderna. Apenas o “Bispo” poderia celebrar a Ceia do Senhor, dirigir os batismos, dar conselhos, disciplinar os membros da igreja, aprovar os matrimônios e pregar sermões. Somente em 6


casos excepcionais poderia um “leigo” ministrar a Ceia do Senhor sem a presença do Bispo. Na mente de Inácio, o “Bispo” era o remédio que curava a falsa doutrina e estabelecia a unidade na igreja. O Bispo, eventualmente, chegou a ser o principal administrador e distribuidor das riquezas da igreja. Ele era o homem responsável quanto ao ensino da fé e aos assuntos do cristianismo – outro evangelho. A congregação outrora ativa agora foi tornada surda e muda. Os santos meramente assistiam a performance do Bispo.

Com efeito, o Bispo tornou-se o único pastor da igreja — o profissional do culto comum. Ele era visto como o porta-voz e a cabeça da congregação. Ele era a forte mão que mantinha todos sob controle. 7


Com a influência de um homem chamado Cipriano a porta se abriu para ressuscitar as práticas do Velho

Testamento, dos sacerdotes, templos, altares e sacrifícios. Os Bispos começaram a ser chamados “sacerdotes”. O único lugar de reunião seria o templo; a ceia tornou-se sacrifício com necessidade de altar e o sacerdote tornou-se o padre. Já pelo século IV, esta hierarquia imposta dominava a fé cristã com Constantino, o imperador que oficializou o Cristianismo como religião do império. A casta do

clero já estava bem cimentada. O Bispo encabeçava a igreja. Abaixo dele havia um colegiado de presbíteros. Subordinados aos presbíteros estavam os diáconos. E na base de toda essa hierarquia se arrastava o pobre e miserável “leigo”. A regra do Bispo único passou a ser a forma de governo aceita na igreja ao longo do Império Romano. (Durante este tempo, certas igrejas começaram a exercer autoridade sobre outras igrejas, expandindo a estrutura hierárquica). Pelo final do século IV, os Bispos se misturaram aos poderosos. Passaram a receber tremendos privilégios. Meteram-se na política, o que os separou ainda mais dos presbíteros. Cipriano defendeu uma linha contínua de sucessores dos Bispos remontando a Pedro. Isso é 8


conhecido como “sucessão Apostólica”. Quando o Latim chegou a ser a linguagem popular em meio ao século IV, o sacerdote invocava a frase hoc est corpus meum. Que significa “Este é meu corpo”. Com estas palavras o sacerdote chegou a ser o supervisor do soberbo jogo que começou a caracterizar a missa católica. Ambrósio de Milão (339-397 d.C.) introduziu a ideia de que a simples pronúncia das palavras hoc est corpus meum convertia magicamente o pão e o vinho no corpo e no sangue físico do Senhor. (A frase mágica “hocus pocus” vem de hoc est corpus meum). Segundo Ambrósio, o sacerdote era dotado de poderes especiais para pedir a Deus que descesse do céu e que entrasse no pão!

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Por sua função sacerdotal, a palavra presbítero chegou a significar sacerdos (sacerdote). Por conseguinte, quando a palavra latina presbítero foi adotada pelo português, esta significava “sacerdote”. Assim, pois, na igreja católica romana, o termo “sacerdote” referia-se comumente a presbítero local ou o padre atual. Pelo século IV, a Igreja seguiu os mesmos passos do Império Romano. O imperador organizou a igreja em dioceses segundo o modelo dos distritos regionais romanos. A palavra “diocese” era um termo secular que se referia às maiores unidades administrativas do Império Romano. A Roma cativa capturou seu conquistador. Ou seja, o cristianismo foi romanizado. A regra do Bispo único tragara o sacerdócio de todos os crentes.

Tudo isto pelejou grandemente contra a maneira de Deus agir com respeito à sua Igreja: “Mas vós (todo salvo) sois a 10


geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” 1Pedro2:9 Diante disso tudo, pelo menos dois fatores precisam ser considerados: 1. Quando Jesus entrou no drama da história humana, Ele eliminou o ícone religioso profissional tanto quanto a forma hierárquica de liderança. Mc.10:35-45

Como uma extensão da natureza e da missão do Cristo, a Igreja Primitiva foi o primeiro movimento na história dirigido por “leigos”. Os discípulos viviam de casa em casa, num movimento que acabou tomando a capital, Roma, que estava em estado de dissolvência política, toda desestruturada. Ali a fé em Jesus foi proliferando imensamente, até virar a única malha que conectava o império todo. Mas, com a morte dos Apóstolos e dos homens treinados por eles, as coisas começaram a mudar. Desde 11


então a Igreja de Jesus Cristo tem buscado seu modelo de organização eclesiástica das sociedades em que foi colocada. Isto sucedeu apesar da advertência de nosso Senhor de que Ele iniciaria uma nova sociedade de caráter único. Nem Jesus, nem Paulo impuseram um modelo organizacional fixo, uma instituição, para a igreja. Em virtude das mudanças a partir do II século até o IV século, o cristão funcional teve problemas para ajustar-se a esta estrutura eclesiástica tão diferente do que era antes.

Não havia nenhum lugar para exercer seus dons. Lá pelo século IV, a igreja tornou-se completamente institucionalizada e o funcionamento do povo de Deus congelou. 12


Num

dado

momento

o

imperador alega ter se convertido, o que foi uma tragédia para a história da fé, porque carregava interesses de natureza política. Ele associou um grupo

de

seres

que

tinham

assimilado quase 300 anos de perseguição, até o 4º século essa fé jamais construiu um templo, de repente uma espécie de sonho de consumo aconteceu, o imperador se torna cristão e oficializa aquela fé como Fé do Estado. Para o que Jesus tinha começado, foi uma pá de cal. Desde a intervenção do Imperador Romano Constantino (323 d. C.), um movimento de escravos, simples, de base, nãohierarquizado, leve, livre, e que se propunha apenas a ser um caminho de fé bíblica e não de crendices, tudo o que chamamos de Cristianismo é uma produção que não tem absolutamente nada a ver com Jesus, nem com o Evangelho de Jesus, o que se forma a partir daí é uma mistura de judaísmo com o paganismo = cristianismo. 13


A perpetuação do sistema de Constantino iniciou com o fim da perseguição aos cristãos e sua união com o estado, prosseguiu com

o

catolicismo

romano,

continuou com os protestantes reformados e ainda se mantém nos movimentos tradicionais, pentecostais e neo pentecostais, assim como em todos os seguimentos religiosos, pois não passa de religião. A igreja de Jesus Cristo, conforme o Novo Testamento, nada tem a ver com a Igreja oficial. De modo que a eclesiologia do meio evangélico-protestante é romana (pagã) e não de Jesus Cristo nem do Evangelho conforme o ensino do Novo Testamento.

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2. Necessitamos restaurar a prática do N.T. da

exortação mútua e do ministério mútuo.

Rm.12:5

“Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.” No Novo Testamento, a renovação espiritual depende destas duas coisas. Como discípulos de Jesus, necessitamos funcionar, exercitar, caminhar para poder crescer. Rm.14:19; 1Ts5:11 “Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.” “Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis.” Uma das metas do estilo da pregação e ensino do Novo Testamento é incentivar você

a funcionar.

“E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando15


nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.� Hb. 10:24,25

Igreja de Jesus Cristo ministĂŠrio laico.

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