Revista Petrópolis

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Petrópolis Rio de Janeiro Dezembro 2011 Distribuição Gratuita

Nº 32 Confira a Programação Cultural

Tesouros da Arquitetura Grande Hotel

Entrevista Márcio Conrad

A tradição da ceia de Natal

Novos atrativos na Petrópolis Imperial



mais de 240 eventos gratuitos

charme

aura de sonhos festival de cinema

economia Movimentando a Cultura e a

elevação

alegria

, a Petrópolis Imperial Desde o dia 25 de novembro durante todo o ano, a está ainda mais irresistível. Se, ória, natureza e uma cidade já encanta com sua hist am única, durante o série de outros fatores que a torn LIS 2011, o charme e NATAL DE LUZ – PETRÓPO sfo rma m o nos so trad içã o já exi ste nte s tran grande palco a céu patrimônio preservado, em um são os principais aberto, onde as luzes e a arte protagonistas. mais de 240 eventos Até o dia 23 de dezembro, ntações de corais, gratuitos - concertos, aprese sicais e vocais, autos orquestras, bandas, grupos mu de cinema e muitas de natal, peças teatrais, festival ão, não apenas no outras atrações – acontecer bém, em 38 outras Centro Histórico, mas, tam unidades, bairros e localidades da cidade, entre com quarteirões. mais grandioso, foram E para tornar o evento ainda do Centro à Posse -, instalados em 962 pontos – o os contornos da jogos de luzes que demarcarã rão Petrópolis de uma natureza exuberante e revesti r. aura de sonhos, a cada entardece l tão forte também é, Um Natal com um apelo cultura nto de inclusão, de fundamentalmente, um mome r o amplo acesso ao formação de plateias, de permiti ação. E isso acontece espírito de solidariedade e elev que, além de levar a através do Natal nos Bairros para os moradores, alegria e a magia do evento

de Petrópolis

al em comunidades, oferece a inclusão sociocultur rização e o fomento proporcionando também, a valo . da cadeia criativa de Petrópolis 45% na programação Com um aumento de mais de ções – o NATAL DE cultural – em 2010 foram 168 atra maior, eventos de LUZ leva para um público sta s com des taq ue par a os arti qua lida de, petropolitanos. serviços também se O comércio e o setor de ento significativo nas preparam para um aquecim economia local foi de vendas: em 2010, o impacto na R$ 35 milhões. que 95% de nossa No setor turístico, espera-se pada, principalmente capacidade receptiva seja ocu chega também por no Centro Histórico. O reforço s abertos no segundo meio de quatro novos atrativo a mais as opções de semestre, enriquecendo aind téria na página 10). roteiro da cidade (veja ma estão preparados para Pousadas e hotéis também já não, petropolitanos, oferecer aos turistas e, porque com a excelência da ceias inesquecíveis de Natal, gastronomia dos chefs locais. ar o NATAL DE LUZ Programe-se e venha desfrut tem para oferecer à 2011 - e tudo o que Petrópolis você o ano inteiro.

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Petrópolis

A Revista da Cultura e do Turismo

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@revpetropolis

A R E V I S TA D A C U LT U R A E D O T U R I S M O

PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Prefeito: Paulo Mustrangi FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS Diretor-Presidente: Gilson Domingos JORNALISTA RESPONSÁVEL: Isabela Lisboa (MTB 40.621/SP) GERENTE DE PROGRAMAÇÃO CULTURAL: Pedro Troyack DESIGN GRÁFICO: DOM Criatividade | IMPRESSÃO: Editora e Gráfica Sumaúma CENTRO DE CULTURA RAUL DE LEONI: Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro | Tel.:(24) 2233 1201 Site: www.petropolis.rj.gov.br | TIRAGEM: 6.000 exemplares


m dos prédios mais bonitos e tradicionais de Petrópolis, o Grande Hotel, reabre as suas portas no dia 15 de dezembro, exatos 81 anos após a sua inauguração. Em estilo eclético, o edifício de cinco andares foi, na época, o mais alto e imponente da Avenida do Imperador com 90 apartamentos e era o único com elevador. Um luxo para o período. Construído por Francisco De Carolis a pedido do Cel. Jeronymo Ferreira Alves, o Grande Hotel também funcionou como Cassino e realizava eventos glamourosos, atraindo petropolitanos e turistas de várias partes do mundo, rivalizando com o Hotel Cassino Quitandinha. Após grande período de badalações e esplendor, entrou em decadência encerrando suas atividades. Com a morte do Coronel em 1946, sua mulher Sra. Margarida Carlos Alves, arrenda o local para locações dando fim àquele que foi um dos ícones da arquitetura e do “bem receber” de Petrópolis. Adquirido em 2004 pela empresa AAS Empreendimentos Imobiliários Ltda, o prédio foi totalmente restaurado e reformado para abrigar o mais novo empreendimento da rede hoteleira de Petrópolis, trazendo de volta mais este ícone de nossa arquitetura e nossa história.

Serviço:

Grande Hotel Petrópolis Centro Histórico Rua do Imperador, 545 Telefone: (24) 2244-6500 ehotelpetropolis.com.br E-mails: contato@grand tropolis.com.br reservas@grandehotelpe tropolis.com.br Site: www.grandehotelpe

Petrópolis

Apesar de o prédio possuir apenas a fachada tombada pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), os proprietários tiveram a preocupação em manter a originalidade da construção também no Lobby, onde um lustre da época e os ladrilhos hidráulicos da entrada e dos patamares das escadas foram restaurados em um processo que durou um ano. E claro, o famoso elevador recebeu tratamento especial e voltará a funcionar a pleno vapor. Em seu interior as instalações hidráulicas e elétricas e suas acomodações seguiram os preceitos mais modernos. Sistemas de captação de águas da chuva e energia solar fazem do Grande Hotel um edifício sustentável. Para se adequarem as necessidades atuais, os apartamentos foram reconstruídos e transformados em confortáveis e modernas suítes (na época não havia banheiro em todos os quartos), divididos em três categorias: Superior, Luxo e Super Luxo. Entre elas quatro apartamentos foram totalmente adaptados para portadores de necessidades especiais. No total são 67 unidades habitacionais prontinhas para receber o visitante com o melhor que a hotelaria tem a oferecer. O Hotel ainda conta com sauna e academia completa e salas de reunião e convenções para 70 pessoas. No restaurante, o casal de Chefs Pedro e Mariella Gallo, uruguaios radicados em Petrópolis há 30 anos, trarão o melhor da cozinha internacional. Com 65 lugares, será aberta, também, para não hóspedes, mediante reserva. A volta do Grande Hotel, mais que um importante empreendimento que, além de gerar emprego, renda e novos leitos para a cidade, é a volta de um pedaço de nossa história que há tempos, estava esquecida.

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O Natal de Luz Petrópolis 2011 está imperdível. Confira abaixo alguns destaques e veja a programação completa em: www.petropolis.rj.gov.br ou Disque-Turismo 0800 024 15 16.

Fotos: Isabela Lisboa

Casa do Papai Noel Entre as novidades deste ano está a Casa do Papai Noel, na Praça da Liberdade. O local escolhido foi o CIT (Centro de Informações Turísticas) que ganhou decoração especial para receber o bom velhinho. Sua chegada está marcada para o dia 04 de dezembro, às 10h, em uma grande festa para a criançada. A Casa do Papai Noel funcionará de segunda a sexta, das 17h às 22h e sábados e domingos, das 10h às 22h.

Parada de Luz A Parada de Luz chega este ano cheia de novidades. Os desfiles acontecem nos dias 10 e 18 de dezembro, às 20h, a Rua do Imperador e contarão com 271 integrantes e quatro carros alegóricos com motivos natalinos. A iniciativa cria a possibilidade de geração de renda para costureiras, aderecistas, figurinistas e outros profissionais tradicionalmente ligados á indústria do Carnaval. Estes aproveitam o glamour da cidade, o clima serrano e as tradições da colonização europeia para criar um momento de pura magia e beleza, que crianças e adultos vão adorar!

Ballet O Quebra-Nozes Sucesso de público em 2010, a renomada Cia. Brasileira de Ballet volta a Petrópolis, agora em 03 imperdíveis apresentações, do famoso clássico de Natal “O Quebra-Nozes”. Dias 07, 08 e 09 de dezembro, às 19h30, no Theatro D. Pedro. Ingresso: 1 kg de alimento não perecível ou 1 brinquedo novo.


Coral Integração 500 vozes E no dia 22 de dezembro, às 20h acontece na Igreja do Rosário, uma das apresentações mais aguardadas do NATAL DE LUZ: o Coral Integração 500 Vozes acompanhado do quarteto de sopros, órgão e percussão da Orquestra Filarmônica de Petrópolis. A grande novidade deste ano será a participação, mais que especial, da cantora italiana Mafalda Minnozzi.

Feiras de artesanato Para quem quer conhecer mais do artesanato típico da cidade, o NATAL DE LUZ 2011 será a ocasião ideal. Durante todo o período das festividades, mais de 30 artesãs expõem seus trabalhos manuais e a tradicional gastronomia alemã na Weihnachtsmarkt, feira de inspiração germânica que acontece dentro do Palácio de Cristal, de segunda a domingo, das 9h às 18h. Em uma réplica do Museu Casa do Colono a Mamãe Noel, recebe as cartinhas de pedidos natalinos e brinquedos novos e usados. Outra opção é a Feira de Artesanato da Praça da Liberdade, todos os dias de 9h às 18h (exceto em dias de evento na Praça que o atendimento será estendido), que reúne artesãos de associações locais, para mostrar diferentes tipos de artesanato.

Natal nos Bairros O NATAL DE LUZ 2011, este ano ampliou sua programação nos bairros da cidade. 38 localidades estão sendo palco de dezenas de belíssimas apresentações de corais, de teatro e do Festival de Cinema Itinerante. Além de levar a alegria e a magia do Natal para os moradores, o evento oferece a inclusão sociocultural em comunidades, proporcionando também, a valorização e o fomento da cadeia criativa de Petrópolis.

Banda dos Fuzileiros Navais Para encerrar o NATAL DE LUZ 2011 em grande estilo, a Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais, composta por 90 músicos e um coro de 25 vozes, se apresentará no dia 23 de dezembro, às 20h no Theatro D. Pedro. No repertório músicas eruditas e populares prometem emocionar o público. Os ingressos poderão ser retirados através da doação de 1kg de alimento não perecível ou 1 brinquedo novo, até dois dias antes do evento.

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Texto e fotos: Isabela Lisboa

Desde os tempos mais remotos, uma boa comemoração sempre foi regada a muitos comes e bebes. Os simbolismos desta tradição remetem a diversas culturas que, com o passar dos séculos (e milênios) foram se transformando em costumes aos quais, hoje, seguimos. Na Roma do século 2 a.C., no dia 25 de dezembro, a população comemorava durante dias, o nascimento do deus persa Mitra. As festividades duravam dias e eram acompanhadas de uma grande comilança e a troca de presentes entre as famílias. Ou seja, a história do Natal começa, pelo menos, sete mil anos antes do nascimento de Jesus Cristo. O motivo era a celebração do solstício de inverno, período do auge do verão, quando o Sol fica mais tempo no céu. Em diversas partes do mundo, homenagens aconteciam para cultuar os deuses e o “renascimento” da luz. Na Mesopotâmia, a festa durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o período para cultuar Dionísio, o deus do vinho. Egito, China e GrãBretanha também tinham os seus ritos, ou seja, em Roma as comemorações eram um reflexo de tudo isso. Entretanto, com o advento do cristianismo, um grupo de fiéis que antes tinham como datas religiosas importantes os martírios de Jesus: a Sexta-feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição) começam a querer fazer frente às comemorações do solstício com uma grande celebração à vida de Cristo. Apesar de não se saber ao certo a data do nascimento de Jesus, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanos estabeleceu o dia 25 de dezembro como data do aniversário de Cristo. Assim, o Natal surgia da herança destas tradições anteriores.

Não se sabe ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que os hábitos das refeições e das trocas de presentes continuaram. Para o cristão, a ceia de Natal significa o amor fraterno, a comunidade eucarística e eclesial e a felicidade eterna. Também chamada de ágape, a ceia reúne famílias que, na noite de Natal, celebram a vida, o amor e a reconciliação trazidos por Jesus. Comer e beber juntos representa o conviver, o partilhar o bem da vida. A princípio a ceia era simples e servida pela Igreja, após a Missa do Galo, celebrada à meia noite do dia 24 (como acontece até os dias atuais). Com o passar do tempo as refeições foram transferidas para as casas dos fiéis tornandose mais sofisticadas. Uma diversidade de sabores foi acrescentada e, até hoje, são indispensáveis em nossa mesa: assados, bolos, pudins, castanhas, nozes, tâmaras, passas, frutas cristalizadas, entre outros. Já o costume de se servir Peru no Natal nasceu, em 1621, nos Estados Unidos. Por ocasião do Dia de Ação de Graças, na cidade de Plymouth, Massachusetts, foi servido um Peru selvagem como prato principal, o que agradou o paladar dos convidados, tornando o prato favorito dos americanos para celebrar esta data. No Brasil, as ceias de Natal receberam, a princípio, influências europeias de seus colonizadores e imigrantes e, mais tarde, também dos norte-americanos. De Portugal herdamos o bacalhau, as castanhas portuguesas e as rabanadas que encantam, principalmente, as crianças. Da Itália, o panetone é item obrigatório em todas as mesas. Já os alemães, nos trouxeram as carnes defumadas, os embutidos e a famosa salada de batatas. Isso sem contar outras maravilhas da boa mesa que cada país possui sua


receita especial como o pernil de porco, o tender, o arroz com passas ou nozes, o chester e, claro, o famoso peru de Natal (prato obrigatório em muitas mesas tupiniquins). O ato de preparar a ceia de Natal, para muitas famílias, já é uma festa em si. Tradicionalmente, as mulheres (avós, mães e filhas) vão para cozinha onde, durante todo o dia, sacam suas melhores receitas para celebrar, em grande estilo, a chegada do menino Jesus. Para outras, a melhor maneira de garantir uma ceia inesquecível está na contratação de buffets e restaurantes que já entregam, prontinhos, um cardápio completo de dar água na boca. E em Petrópolis, opções não faltam. Tradicionais restaurantes da cidade preparam, sob encomenda, deliciosas ceias de Natal. Agora, se a ideia é comemorar fora de casa, hotéis e pousadas também já estão prontinhos para oferecer verdadeiros banquetes em ambientes charmosos e sofisticados. Seguindo a tradicional culinária italiana, a trattoria S'a Carola traz o melhor da gastronomia da mamma para 2, 4, 6 ou 8 pessoas. No menu arroz com passas, pernil, tender, farofa com ameixas, salada natalina com folhas e frutas secas e, de sobremesa, tortas de damasco com castanhas ou pêssego e as fantásticas rabanadas recheadas, tipicamente italianas. As encomendas podem ser feitas através do telefone (24) 22379562. Já para quem prefere os sabores de Portugal, o restaurante Oliveiras da Serra traz, como carro chefe, o bacalhau que é servido em 15 opções para agradar todos os paladares. Outra especialidade é o cabrito à Alentejana, um pernil de cabrito assado, acompanhado com arroz de brócolis e batatas coradas e molho de hortelã, simplesmente incrível. Mais

a da Cultura e do Turismo

informações ou pedidos podem ser feitos pelos telefones: (24) 2225-0520 com Giuliana ou (24) 2225-1974 com Vera Oliveira ou e-mail: familiaoliveiras@oi.com.br ou oliveirasdaserrarestaurante@gmail.com. Agora, se a ideia é passar o Natal fora de casa, pousadas e hotéis da cidade já estão com suas reservas abertas para as festas de Natal. Um exemplo é a Pousada Paraíso, onde a ceia de Natal é composta por pratos tradicionais e contemporâneos como: peru de Natal recheado, tender com frutas, bacalhau ao forno, saladas e doces típicos variados, entre outros. A bebida também já está incluída no cardápio. As reservas podem ser feitas pelo telefone (24) 2223-3670. Para conhecer mais opções de hotéis, pousadas e restaurantes que neste Natal, estarão oferecendo para você o melhor da gastronomia de Petrópolis acesse: www.petropolis.rj.gov.br ou www.destinopetropolis.com.br ou ligue para Disque-Turismo 0800 024 15 16.


Fotos: divulgação

Fotos: Isabela Lisboa e divulgação

ir à Petrópolis nesta época do ano, sempre foi um convite ao visitante conhecer alguns atrativos que já fazem parte dos muitos roteiros turísticos que só a cidade pode oferecer. Além da magia do Natal de Luz, que torna Petrópolis ainda mais charmosa com sua intensa programação cultural e suas ruas ainda mais bonitas com a iluminação cenográfica, ícones que a tornam conhecida internacionalmente, como o Museu Imperial, o Palácio de Cristal, a Catedral São Pedro de Alcântara, o Palácio Rio Negro e a Casa de Santos Dumont são paradas obrigatórias. Conhecer de perto a rica arquitetura e as curiosidades desses e de outros monumentos é uma oportunidade fascinante, que deve ser aproveitada por todos que visitam a Petrópolis Imperial, que agora conta com quatro novos motivos para permanecer mais tempo aqui. São eles: Casa Cláudio de Souza, Museu de Cera de Petrópolis, Palácio Itaboraí e Beer Tour. Inaugurados no segundo semestre deste ano, os novos atrativos chegaram para enriquecer os roteiros turísticos da cidade, com destaque para o Circuito a pé, que agora leva o visitante a conhecer um pouco mais da história do país e das grandes personalidades que passaram por aqui. Desde julho, quem vem à Petrópolis tem a oportunidade de conhecer a Casa de Cláudio de Souza, pertencente ao Museu Imperial.

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A edificação em estilo eclético foi doada ao Museu, em 1956, pela viúva de Cláudio de Souza, dona Luiza Leite de Souza, satisfazendo a vontade de seu marido, falecido dois anos antes. No local, foi inaugurada uma exposição permanente que recria alguns cômodos da casa, com móveis, objetos e quadros originais. Também foi aberta para consulta a biblioteca particular do escritor, dramaturgo e acadêmico Cláudio de Souza, composta de mais de 600 obras, entre livros de sua autoria, de outros autores consagrados e obras raras. No espaço também acontecem diversas atividades culturais e artísticas. A visita à Casa de Cláudio de Souza também permite ao turista conhecer um importante tesouro arquitetônico de Petrópolis. Construída no final do século XIX, a edificação foi reformada e decorada na década de 1920 por seu proprietário, que nela imprimiu seu estilo. Há poucos metros da Casa, está localizado o Museu de Cera de Petrópolis. Inaugurado em setembro traz, entre outros, bonecos de Dom Pedro II, da Princesa Isabel, de Santos Dumont, de Einstein, Gilberto Gil e personagens da ficção como o capitão Jack Sparrow do filme Piratas do Caribe, cujo protagonista foi o ator Johnny Depp. No total, são 14 bonecos produzidos nos Estados Unidos, especialmente para o Museu, que foi elaborado nos moldes do Madame Tussauds. Todos os personagens estão inseridos em cenários que fazem referência a algum momento de suas atuações, seja na vida real ou fictícia, permitindo a interação com o público, que pode


tirar fotos ao lado de seus ídolos, levando esta divertida recordação para casa. Localizado no bairro Valparaíso, um ícone da arquitetura e da história de Petrópolis, voltou a abrir suas portas em outubro. O Palácio Itaboraí, propriedade da Fiocruz, recebeu minuciosas e cuidadosas obras, financiadas pela Petrobras com a chancela da Lei Rouanet. O prédio, que no passado foi residência de verão dos governadores do Estado do Rio de Janeiro, agora é a sede do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, um programa da Presidência da Fiocruz. O Fórum Itaboraí possui um espaço dedicado a exposições, com ênfase na interfase entre a ciência e a cultura. O destaque é a trilha da biodiversidade vegetal na Mata Atlântica que inclui plantas medicinais, nutricionais, aromáticas, ornamentais e tóxicas do seu entorno. E para os apaixonados pela “gelada”, o Grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava, entre outras marcas, abriu seu complexo industrial à visitação. Através do Beer Tour os visitantes conhecem todas as fases do processo de fabricação da cerveja. No tour, turistas e visitantes conferem de perto todo o processo de fabricação de uma das cervejas mais consumidas do Brasil, que vai desde o descarregamento das matérias primas até o envase, etapa em que a cerveja já é rotulada e encaixotada ou embalada para finalmente ser apreciada pelo paladar do consumidor. No final do percurso, que dura aproximadamente 1 hora, os participantes seguem para o Bar Petrópolis, onde degustam o mais puro chopp Itaipava. Mas as novidades não param por aqui. Em 2012, outros atrativos incríveis serão inaugurados, aumentando, ainda mais, a oferta turística da Petrópolis Imperial. Aguardem!

Não espere mais. Venha conhecer as novas opções de turismo em Petrópolis. Beer Tour Rua Trajano de Paula Filho, 199 Pedro do Rio Visitação: de terça a sexta-feira, das 15h às 16h30 e sábados, das 11h às 12h30 e das 15h às 16h30 Ingresso: gratuito mediante agendamento prévio através do telefone: (24) 2103-8000

Museu de Cera de Petrópolis Rua Barão do Amazonas, 35 Centro Telefone: (24) 2249-1595 Visitação: de terça-feira a domingo, das 10h às 17h Ingresso: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia)

Casa Cláudio de Souza Praça da Liberdade, 247- Centro

Palácio Itaboraí

Tel.: (24) 2245-3418

Rua Visconde de Itaboraí, s/nº Valparaíso

Visitação: de terça a sexta-feira, das 11h às 18h Biblioteca: de terça a sexta-feira, das 13h30 às 17h30. Manhã: agendamento pelo e-mail mimp.biblioteca@museus.gov.br Ingresso: gratuito

Visitação: de segunda-feira a sábado, das 9h às 17h. No caso de visitas em grupo, é necessário agendar previamente pelo telefone (24) 2231-3137. Ingresso: gratuito

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Entrevista

Maestro

Márcio Conrad

Concedida a: Clarice Cunha l Fotos: Daniel Carvalho / Isabela Lisboa

Q

uando falamos no som produzido pelos sinos, sempre nos vem à mente a sensação de muita paz, harmonia, religiosidade e, principalmente, o espírito de Natal. E é para falar sobre esta música que invade nossos ouvidos nesta época do ano, que a Revista Petrópolis entrevistou o maestro Márcio Conrad, regente do Coral de Sinos e diretor de arte do IPAE - Instituto Petropolitano Adventista de Ensino.

Desde 2009, o Coral de Sinos faz parte da programação do Natal de Luz, com imenso sucesso de público em suas apresentações no Palácio de Cristal. A nossa equipe foi até o Colégio Adventista, sede do Coral, para conhecer mais de perto a trajetória deste grupo que vem encantando o público pelo Brasil a fora.

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Revista Petrópolis- Maestro, para começar a nossa conversa uma curiosidade: Por que Coral de Sinos e não Orquestra de Sinos? Márcio Conrad - A tradição começou na Inglaterra e nos Estados Unidos quando os sinos de várias igrejas tocavam quase que simultaneamente. Para dar maior unidade e harmonia a este som, grupos de sineiros começaram a se formar com a denominação de Coral de Sinos e não de Orquestra de Sinos. Nós aqui resolvemos seguir a tradição. RP- Quando o Coral de Sinos foi fundado e quem participa da sua formação? MC - O Coral de Sinos é formado por alunos do Colégio Adventista de Petrópolis, com idades que variam entre 15 e 19 anos, todos com conhecimento musical. Foi fundado em 1996 e hoje, com 15 anos, tem o objetivo de transmitir cultura de uma forma diferente e inovadora, seguindo a filosofia de ensino da Escola Adventista. RP- Você nasceu no Rio de Janeiro em 1974 e começou a estudar música aos cinco anos de idade. Fale um pouco sobre sua formação. MC - Sempre estive envolvido com música, pois sou filho de pais músicos. Estudei piano, flauta doce e transversa, violão e viola, mas acabei me dedicando ao piano e a flauta. Me formei no curso técnico de piano pelo Conservatório Brasileiro de Música e depois me tornei Bacharel em Composição pela UNI-Rio. Também participei dos cursos de regência mantidos pela PROARTE e UERJ. Fui diretor musical e maestro do Coral Jovem do Rio durante cinco anos e dirigi o Coral Infantil da Rocinha, uma experiência muito rica, parte de um projeto social desenvolvido pelo Coral Jovem do Rio. Como compositor minhas áreas de maior enfoque são a erudita e a religiosa. Mesmo não residindo no Rio de Janeiro, mantenho com o compositor, pianista e amigo Sérgio Roberto de Oliveira o Duo Tasto-dois compositores ao piano. Já lançamos um CD que foi gravado na Sala Cecília Meirelles(RJ) e lançado pela A Casa Discos. Já atuei como copista trabalhando em partituras de compositores renomados como Carlos Gomes, Antônio Guerreiro,

Leopoldo Miguêz e Villa-Lobos e devido a minha experiência com gravações em estúdio, tenho trabalhado como produtor, arranjador e regente para gravações vocais e instrumentais. RP - E como chegou o convite para trabalhar em Petrópolis como diretor de arte do IPAE? MC - Em 2003 fui convidado para administrar o Conservatório Musical do Instituto Adventista Cruzeiro do Sul, em Taquara (RS), onde fui diretor musical, professor de Música de Câmara e Noções de Arranjo. Também fui maestro do coro principal e de outros três corais, dois madrigais, banda marcial e a orquestra que a escola mantinha em funcionamento. Em 2008 passei a integrar o time de músicos do Colégio Adventista de Petrópolis. E é com muito prazer e dedicação que hoje dirijo 130 alunos da Escola de Música, sou o maestro do Coral de Sinos e do Coral Jovem, professor de piano e flauta transversa, além de administrar e operar o estúdio de gravações do IPAE.

É um trabalho de equipe onde todos devem estar concentrados e sincronizados. RP - Um Coral de Sinos é formado por sinos de diferentes tamanhos, com afinação definida. Você poderia explicar melhor como funciona o coral?

sincronizados. O resultado é de extrema beleza e graça, tanto pelo timbre dos sinos como pela movimentação dos intérpretes. RP - Onde os sinos foram adquiridos e como é feita a manutenção? MC - Os nossos sinos foram comprados nos Estados Unidos, com um custo aproximado de 11 mil dólares e toda a manutenção é feita lá. Para se ter uma ideia, até o líquido e a flanela para fazer a limpeza é importada. Os sinos são extremamente delicados e desafinam com muita frequência. Por isso os locais onde são feitas as nossas apresentações têm que ser planos e cobertos, pois não podemos correr o risco com mau tempo, por exemplo. RP - O Coral de Sinos do IPAE já se apresentou no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Goiás, entre outros estados. Aqui em Petrópolis foram inúmeras apresentações, inclusive na programação do Natal de Luz. Foi indicado ao Prêmio Maestro Guerra Peixe em reconhecimento à contribuição cultural que tem prestado a cidade de Petrópolis e também conquistou o prêmio de melhor arranjo para os 30 anos do programa Esporte Espetacular, da Rede Globo. Quais são os projetos para o coral em 2012?

MC - Os sinos são organizados em escala cromática, um sino para cada nota. O Coral de Sinos do IPAE possui três oitavas completas o que corresponde a 37 sinos. Cada “sineiro” é responsável por duas notas e suas alterações (sustenidos e bemóis), o que corresponde, nesse grupo de três oitavas, a 11 pessoas tocando.

MC - Nós temos que continuar ensaiando e nos preparando cada vez mais para tornar impecáveis as futuras apresentações. Eu pretendo durante 2012 gravar os nossos ensaios, editá-los e enfim gravar o nosso primeiro CD.

A partitura é igual para todos e cada um precisa estar atento ao momento em que suas notas aparecem, para poder tocá-las no tempo certo e abafar os sinos para que eles não continuem a soar, embolando com outras notas nas mudanças de harmonização. É um trabalho de equipe onde todos devem estar concentrados e

O Coral já está bastante maduro e precisa ser perpetuado. Mas antes disso temos que pensar no presente. As festas de fim de ano estão chegando e a cidade de Petrópolis pode se preparar, pois o Coral de Sinos do Colégio Adventista promete um espetáculo inesquecível neste Natal de Luz.

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Bisbilhoteca

Bisbilhoteca

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Gabriela Mistral

Gabriela Mistral

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“O Natal dos Pobrezinhos” Uma viagem no tempo revela a vocação solidária dos petropolitanos

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hegou o Natal. E com ele o espírito de solidariedade ganha ainda mais força, através de diversas campanhas para arrecadação de brinquedos, cestas básicas, entre outros. No Natal de Luz, além das centenas de eventos que percorrem a cidade, oferecendo a inclusão sociocultural em comunidades, também recolhe brinquedos e alimentos em troca dos ingressos das belíssimas atrações apresentadas no Theatro D. Pedro.

Mas como eram as festas de Natal há cem anos? A curiosidade em conhecer um pouco mais sobre os hábitos e costumes da sociedade petropolitana, nos levou até os arquivos da Biblioteca Gabriela Mistral, para saber como a população se reunia em 1911, para comemorar o Natal. Encontramos, assim, a campanha “Natal dos Pobrezinhos” divulgada pela Tribuna de Petrópolis, no dia 14 de dezembro daquele ano. Na ocasião, as pessoas eram convocadas a fazerem doações em prol das crianças que possuíam lares modestos. Todos os dias as notícias sobre a campanha estavam na primeira página do jornal que cada vez mais, ganhava novos adeptos. E os textos destacavam alguns ilustres colaboradores: A distinta senhora Nair de Teffé, filha do Barão de Teffé, teve a gentileza de enviar-nos 20$ para o Natal dos pobrezinhos. O presidente da Câmara Municipal, Joaquim Moura, doou 50$. As doações eram as mais diversas e as pessoas menos abastadas contribuíam com o que podiam. No dia 23 de dezembro de 1911, a Tribuna divulgava uma

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Petrópolis

lista dos produtos arrecadados e, entre eles, nos chamou a atenção um em especial: a doação de 100 charutos pela Charutaria César. Uma doação um tanto estranha, para uma campanha em prol das crianças carentes, que atualmente seria vista, no mínimo, como politicamente incorreta. O “Natal dos Pobrezinhos”, ainda contou com um dia de festividades conforme anunciava o jornal em 22 de dezembro: “A festividade começara ás 10 horas da manhã, onde a distribuição dos brinquedos e outros objetos serão distribuídos pelas ilustres senhoras. A praça será ornamentada com bandeiras e galhardetes, onde tocará a Banda de Musica Leopoldo Miguez. Também haverá distribuição de doces e bombons”. O sucesso do evento pudemos conferir na matéria publicada cinco dias depois: “Ergueu-se um pavilhão com mais de mil objetos como brinquedos de chumbo, bonecas, aeroplanos, trens de ferro, espingardas, palhaços, arcas de Noé, tambores, espadinhas, bolas de borracha, aparelhos de louça, etc. Às 11 horas deu-se a distribuição dos brinquedos entre as meninas e os meninos, onde tiravam um bilhete na entrada do edifício da Tribuna, e iam ao pavilhão receber o brinquedo correspondente ao número que lhe coubera. Foram distribuídas 200 entradas para a matiné do cinema Rio Branco”. Mas o mais importante é que, bisbilhotando estes arquivos depois de um século, concluímos que, não importa o momento da história, levaremos sempre conosco a mesma vocação para ajudar o próximo. Hoje e sempre.

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