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A BARROSÂNA
Ano I Mensal Contacto: dvazchaves@hotmail.com
Revista mensal das terras altas do Barroso
Fundador: Domingos Chaves EDIÇÃO 9 – JUlHO 2018 https://a-barrosana.webnode.pt/
A informação “terra a terra”
«BRUXAS» E PARAPENTE MARCAM EVENTOS DE JULHO NA CAPITAL DO BARROSO NACIONAL – 6 A 12 DE JULHO CAMPEONATOS| EUROPEU – 16 A 28 JULHO
BRUXAS SEXTA-FEIRA 13
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O Campeonato da Europa de Parapente realiza-se este ano pela primeira vez em Portugal e em solo Barrosão - na Serra do Larouco. Campeonato que refira-se, contará com a presença de uma equipa portuguesa composta por sete pilotos e aspira integrar o top 10.
O ANIVERSÁRIO DA CAPITAL BARROSÃ Paginas 8 a 10
AS ALDEIAS EM NOTICIAS Paginas 15-16-17
A ENTREVISTA Páginas 22 a 26
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SEXTA-FEIRA 13 13 Julho 2018 Sempre que o calendário se dá ao capricho de fazer cair o dia 13 numa sexta-feira, dão-se por Montalegre rituais que não lembram nem ao diabo!... As ruas enchemse de bruxas, saltimbancos, música e risadas tenebrosas a que se juntam refeições amaldiçoadas e bebidas espirituosas. Assim, nestas ocasiões, Montalegre transforma-se num excesso do oculto, recebendo galegos e portugueses, mascarados de fantasias que remetem para este tipo de sortilégios. Um pouco de tudo isto irá ocorrer na última sexta 13 do ano – onde para além da tradição se ouvem e vêm gaitas de foles, restaurantes atulhados de gente e bandas do novo folclore português.
Montalegre tem a honra de receber pela segunda vez uma prova Categoria 1 da Federação Aeronáutica Internacional. Federação que é o órgão máximo na tutela dos desportos aeronáuticos no qual o Parapente está incluído e organizadora dos maiores eventos mundiais das respectivas modalidades. Assim, 2018 será o ano da realização do campeonato mais importante do continente europeu – o 15º Campeonato da Europa de Parapente, palco de diversas competições nacionais e internacionais desta modalidade, Este evento vai reunir entre 16 e 28 de Julho, mais de 150 pilotos de toda a Europa e países convidados, na maior festa do Parapente de 2018 que confirmando as excelentes qualidades da região, pintarão de novo os céus de Montalegre.
NACIONAL – 6 A 12 DE JULHO CAMPEONATOS| EUROPEU – 16 A 28 JULHO O Campeonato da Europa de Parapente realiza-se este ano pela primeira vez em Portugal, que estará ali também representado por uma equipa de sete pilotos, que aspira integrar o top 10, adiantou à Lusa fonte da organização. A prova, que se realizará na vila de Montalegre, capital das Terras de Barroso, entre 16 e 28 de julho, vai reunir mais de 150 pilotos de toda a Europa -- num total de cerca de 40 equipas -- e países convidados, entre os quais Austrália, China, Japão e Rússia. O seleccionador nacional de Parapente, Luís Miguel Matos, que convocou Carlos Lopes, Eusébio Soares, José Rebelo, Nuno Virgílio, Paulo Silva, Sílvia Ventura e Tabanez Fonseca, explicou em comunicado, que estes integram uma equipa cujas performances aos níveis da capacidade técnica de voo, táctica, análise e maturidade competitiva se revelam únicas. De acordo com o técnico, esta conjugação permite à equipa tomar uma estratégia de ataque constante, acrescentando que será legítimo pensar ter a equipa portuguesa no top 10 e pilotos individuais entre os 20 melhores. Evidenciando o facto de ser a primeira vez que Portugal tem uma equipa com sete pilotos, Luís Miguel Matos considerou que isso potencia as probabilidades de ter pilotos portugueses bem colocados numa base diária, numa prova em que somente dois pilotos pontuam diariamente para a classificação colectiva. “Por outro lado, o facto de jogarmos em casa dá alguma vantagem pelo conhecimento do terreno e das suas condições, ainda que Montalegre seja uma região bastante conhecida da comunidade competitiva internacional”, adiantou. Já na classificação feminina deste campeonato participam 24 pilotos, sendo Portugal representado por Sílvia Ventura, enfermeira de 49 anos e praticante da modalidade há 25. Confiante, a piloto espera conseguir ficar a meio da tabela classificativa, nomeadamente entre o 10.º e 15.º lugar. Esta é a segunda vez que Montalegre recebe uma prova “Categoria 1” da Federação Aeronáutica Internacional (FAI), depois de em 2003 ter sido palco do Mundial de Parapente. De 6 a 12 de julho, decorrerá ainda nos céus do Larouco, um palco do melhor que existe, o nacional da modalidade. Das várias classes em competição, sairá o futuro campeão nacional numa prova de Categoria FAI 2. A organização, a cargo do WIND – Centro de Actividades de Montanha e do Papaventos – Clube de Desportos de Montanha, conta com alguns apoios. Entre eles está a Câmara Municipal de Montalegre e a Federação Portuguesa de vôo livre.
O Larouco – Montalegre
A Serra do Larouco fica situada na região de Trás-os-Montes, nas famosas Terras do Barroso, na fronteira entre a Galiza e Portugal e faz parte do sistema montanhoso da Peneda-Gerês. É a terceira maior elevação de Portugal Continental, com 1527 metros de altitude. Possui excelentes locais de voo, com descolagens em quase todas as direcções, em Portugal e Espanha. Foi já palco de várias competições internacionais como Taças do Mundo de Parapente em 2000, 2012 e 2015. Dados: Altitude: 1527m Desnível :500m Orientação: Todas excepto NE e SW
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O ESCONJURO Sapos e bruxas, mouchos e crujas, demonhos, trasgos e dianhos, espírtos das eneboadas beigas, corvos, pegas e meigas, feitiços das mezinheiras, lume andante dos podres canhotos furados, luzinha dos bichos andantes, luz de mortos penantes, mau olhado, negra inveija, ar de mortos, trevões e raios, uivar de cão, piar de moucho, pecadora língua de má mulher casada cum home belho. Vade retro, Satanás, prás pedras cagadeiras! Lume de cadávres ardentes, mutilados corpos dos indecentes peidos de infernais cus. Barriga inútil de mulher solteira, miar de gatos que andam à janeira, guedelha porca de cabra mal parida! Com esta culher levantarei labaredas deste lume, que se parece co do Inferno. Fugirão daqui as bruxas, por riba de silbaredos e por baixo de carbalhedos, a cabalo na sua bassoira de gesta, pra se juntarem nos campos de Gualdim, pra se banharem na fonte do areal do Pereira... Oubide! Oubide os rugidos das que estão a arder nesta caldeira de lume. E cando esta mistela baixe polas nossas gorjas, ficaremos libres dos males e de todo o embruxamento. Forças do ar, terra, mar e lume, a vós requero esta chamada: Se é verdade que tendes mais poder que as humanas gentes, fazei que os spírtos ausentes dos amigos que andam fora participem connosco desta queimada!
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Bruxas de regresso à capital do Barroso pela última vez este ano 13 DE JULHO|BRUXAS FECHAM 2018 COM MAIS UMA “EXIBIÇÃO” EM MONTALEGRE
Julho 2018 EM MONTALEGRE
A vila de Montalegre recebe a segunda e última sexta-feira 13 do ano neste mês de Julho, com um espetáculo de cor, luz e som junto ao castelo onde espera reunir “milhares” de visitantes. Nesta altura do ano, tudo que seja menos de 80 mil visitantes sabe a pouco. Como vem referindo o Presidente da edilidade, esta é mais uma janela de oportunidades e de valorização do território. Além do desfile de “bruxas”, “demónios”, “figuras do além” ou “duendes”, a última sexta-feira 13 de 2018, vai apresentar um grande espectáculo em busca do conhecimento ancestral dos rituais das bruxas, exiladas durante séculos numa dimensão digital oculta do seu significado na sociedade actual. Em contagem decrescente para a noite “mais mágica” desta vila de Barroso, as lojas comerciais, restaurantes e casa de turismo rural, estão decorados com motivos ligados a esta data de azar e as rotundas da vila “vestidas a rigor”. Os restaurantes, com uma ementa específica, onde os convivas serão surpreendidos por “figuras do além” enquanto comem, já contam com lotação esgotada. A figura principal da festa vai ser, como vem sendo habitual, o padre António Fontes, que tem como tarefa a preparação da queimada, licor feito à base de aguardente, limão, maçã e açúcar, acompanhada por um espetáculo piromusical. Antes de servir a queimada - "mistela abençoada", faz o esconjuro da bebida, recitando a ladainha "mochos, corujas, sapos e bruxas, demónios, trasgos e diabos, espíritos das enevoadas veigas", livrando todos os visitantes de maus-olhados, feitiços e bruxedos. A diversão e animação continuam, até de madrugada, pelos bares e discotecas. A sexta-feira 13 é uma das bandeiras de Montalegre e é, segundo a autarquia, “um peso pesado” na promoção deste município do distrito de Vila Real. Desde 2002, que a Câmara de Montalegre, festeja as sextas-feiras 13, iniciativa que já faz parte do calendário cultural da região e se tornou numa das maiores festas de rua do país, onde acorrem, muitos milhares de entusiastas que enchem as artérias da histórica vila. A animação começa cedo, invadindo todas as ruas vigiadas pelas mais criativas bruxas. Não há oportunidades perdidas no que torna a adornar todo o tipo de adereço com referência às bruxas. Nem a estátua de uma chega de bois escapa. A música reina em vários palcos. No principal, perto do imponente castelo, decorre uma paródia teatral que já faz parte da tradição. Uns quantos sorrisos depois, já no fim, uma vistosa sessão de fogo-de-artifício que ganha outro encantamento pelo facto de boa parte deste, brotar do próprio edifício histórico datado do distante 1273. Recitado o esconjuro que encerra o espetáculorei, há a gratuita bebida.
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OS DESTAQUES Páginas: 5 – As Potencialidades da Região 6 – O Retrocesso Demográfico 15 – As Aldeias em Noticias 18 – As Comunidades 27 – Politica Nacional 29 – Politica Municipal 31 – Barrosões Ilustres
Editorial Um esquema é um esquema… falta de ética é falta de ética.
A JUSTIÇA QUE TEMOS “Uma terra fora da Lei”… Com trânsito em julgado já confirmado, soube-se que o exbanqueiro Jardim Gonçalves ganhou a acção que moveu contra o banco Millenium BCP em tribunal, e que por via de tal vai continuar a receber a pensão de reforma de 167.000 euros mensais que vem recebendo desde 2005, hà qual acrescem despesas com segurança, automóvel e motorista que o banco suspendera em 2010, mas que agora o tribunal obrigou a pagar retroactivamente e cujos valores atingem já mais de dois milhões de euros - 2.124.000. Ao longo do tempo, o banco vem procurando chegar a acordo com todos os antigos administradores para aceitarem a redução do valor das suas reformas e das suas regalias “pornográficas”, e todos terão aceite as suas propostas, excepto claro está, Jardim Gonçalves que se reformou em 2005 quando tinha 69 anos de idade. Senhor Gonçalves, que é um caso verdadeiramente inacreditável de ganância e de obscenidade social, que choca qualquer criatura, mas a que o tribunal foi indiferente. O douto juiz resolveu ceder aos argumentos do seu advogado e ter-se-à agarrado a uma qualquer lei para achar justa uma reforma mensal de 167 mil euros, num país onde o salário mínimo não chega aos 600 euros. Tenham paciência!... Por muito que se possa respeitar os Tribunais, isto é um “crime lesa-pátria”!... O meretíssimo que produziu a sentença ofendeu o bom senso e a racionalidade, lesando os contribuintes portugueses que directa ou indirectamente, pagam todos os devaneios do senhor Gonçalves. Não sei o que diz a lei, muito menos me interessa, mas este caso parece mesmo um caso de uma terra fora da lei. Ou seja: é mesmo um caso de pouca vergonha!...
No início de Maio, vários foram os deputados - dos vários quadrantes políticos - confrontados sobre o facto de terem residência em Lisboa, viverem na capital, mas terem como morada oficial uma outra, longe, bem longe de Lisboa, possibilitando incorporar no seu rendimento um subsídio de deslocação. Pese o escândalo da situação e da pouca ética demonstrada, a verdade é que não se ouviu dizer mais nada e passados dois meses o assunto parece ter morrido. Certo é, que segundo se sabe e é público, existem 159 deputados com subsídios de deslocação, e muitos deles, moram na capital, havendo mesmo quem o faça, a 500 metros da Assembleia da República. E sabe-se também, que os ditos subsídios, dão nos casos conhecidos, uns confortáveis, decerto bem vindos, dois mil e tal euros de acréscimo ao salário, o que significa que os ditos senhores deputados, com esta manobra, ganham mais, muito mais do que seria de esperar, desrespeitam os seus colegas de “profissão”, os contribuintes, e pior que isso, os ditos subsídios não estão sujeitos a tributação. Sempre defendi e continuo a defender, que os deputados como representantes eleitos, deveriam ganhar o melhor possível. Uma das razões que leva a que algumas pessoas se afastem da política é precisamente a questão financeira. Porém e face a este comportamento – com óbvio prejuízo da seriedade de uns quantos, sou obrigado a mudar de ideias. É que uma uma coisa são os salários e outra completamente diferente, é a realidade que se reflecte em cada recibo de vencimento do deputado ou deputada que considera que ainda vive no norte ou no sul do país, porque tem aí uma mãe, um tio ou uma tia, e é aí que se desloca quando a agenda permite. Mas qual é afinal o ordenado de um deputado?!... Tomem nota: 3.624, 42 euros. A este valor acresce uma maquia se não trabalharem em mais lado algum, outra por serem deputados - só porque sim, e ainda, o tal subsídio de deslocação, se claro disserem, que moram em Viseu, em Braga, em Faro ou na “cochichina”, e outro abono ainda, por estarem eventualmente longe de casa da família. Diga-se também, que o subsídio de deslocação não é igual para todos os “deslocados”!... Calcula-se ao quilómetro. São 69,19 euros por dia para quem more fora de Lisboa e 23,05 euros para quem more na capital. Depois e para não “desmoralizarem”, além da remuneração principal que recebem por serem eleitos, os deputados recebem também uma quantia para exercerem essa função na Assembleia da República, em Lisboa; recebem outra parcela caso não trabalhem em mais nenhum sítio - o tal regime de exclusividade vale um abono fixo de 370,32 euros mensais - e ainda recebem outra parcela fixa simplesmente por serem deputados da Nação e “representarem todo o país”. A tudo isto, acrescem também subsídios com deslocações que variam consoante o local de residência e a sua distância até ao Parlamento e por se deslocarem ao respectivo círculo eleitoral e com uma garantia: estes valores somados estão isentos de impostos. Agora pergunta-se: querem explicar tudo isto aos portugueses, ou estamos mesmo perante um esquema?!... Não será chegada a altura de fiscalizar quem é que tem mais dinheiro por mês por morar ficcionalmente numa outra ponta do país, embora mantenha residência em Lisboa, faça ali a sua vida, tenha aí a sua família com vínculos vários a empresas, a escolas, ou a instituições?!... Sejamos sérios, porque à “mulher de César” não basta ser séria. Tem também de o parecer. E aquilo que parece, é que não estamos perante gente séria – isso sim habilidosa. De resto, lamenta-se todo este esquema e a falta de ética comportamental praticada pelos “grandes da nação”, a quem deveria caber e não cabe, o EXEMPLO de SERIEDADE.
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AS POTENCIALIDADESDA REGIÃO AS SETE MARAVILHAS DE BARROSO
GASTRONOMIA 1. Pão: Pão centeio
No Barroso abundam os cereais, em especial o centeio, tradicional dos climas frios, que fazem nascer um paladar único para ser saboreado à mesa mais exigente.
2.Petiscos:Chouriça e alheira
3.Carnes:Cozida à Barrosã
5.Histórico, Cultural e Natural
•Castelo de Montalegre - mais do que falar da história deste emblema do património edificado, sugerimos abordar o evento mais grandioso que se realiza nesse recinto: as Sextas 13. • Serra do Larouco - esta serra, terceira Fatia maior do único Parque Nacional, reserva da maior de Portugal continental, com uma biosfera, é proposta com selo de garantia insuspeita. elevação de 1527 metros, faz as delícias dos Património singular que corre pelas veias dos rios e aventureiros que procuram uma paisagem panorâmica deslumbrante. A sua estrutura albufeiras, que desabrocha o maior espanto. geomorfológica faz deste um local propício à prática de parapente. • Tourém - uma das aldeias mais bem conservadas do concelho de Montalegre, alberga 6.Rallycross e Feira do Fumeiro um núcleo do Ecomuseu de Barroso, reconstruído na antiga “corte do boi”. Funciona como Centro Interpretativo da Avifauna da região. • Pitões das Júnias - aldeia situada em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, recebeu o primeiro espaço museológico criado nas aldeias. • Cabril - Em pleno Parque Nacional da PenedaGerês é possível observar elementos de valor universal incalculável. Estes tornam a região singular pela imensa riqueza. Na região são Região de forte cariz tradicional, é terra que luta pela visíveis manchas florestais de grande afirmação territorial através da organização de eventos importância, quer pelo valor ecológico, quer únicos no país: “Sexta 13”, Mundial Rallycross e a Feira do pela riqueza paisagística. Fumeiro. • Salto- Instalado numa antiga casa senhorial, que pertenceu ao capitão da aldeia, representante da autoridade e do poder, a nível 7.Sexta-Feiras 13 local, apresentamos Ecomuseu de Barroso – Casa do Capitão. • Paredes do Rio - De actividades agrícolas comunitárias, de que são exemplo a segada e malhada do centeio, o entrudo, o cantar dos reis, a matança do porco, entre muitas outras, em que o sentido de festa da comunidade revela grande cumplicidade e determinação em preservar um património imaterial com um valor incalculável. • Santo André – Piscinas, forno do povo e igreja Matriz. Embarque no chão barrosão e, com ele, deixe-se • Gralhas - Igreja Matriz, Capela de Santa enfeitiçar por esta terra de encantos onde o aroma da Rufina e Trilhos do Larouco. natureza é convite permanente ao deslumbre. O •Vilar de Perdizes- Igreja Matriz, Trilhos e castelo da capital do misticismo é palco de encanto. Casa do Paço
EXPERIÊNCIAS ÚNICAS Mesa composta por presunto, chouriça, chouriço, sangueira, salpicão, orelha, focinho, rabo, pé e farinhota. Um mundo de odores, só possíveis neste reino maravilhoso.
VINHOS AZEITES E MEL 4. Marcas de excepção
Vinho branco e tinto de qualidade com a marca Mont’alegre. Não conhece?!... Aceite o desafio. E depois não esqueça o azeite e o mel do Gerês e do Larouco. O sorriso final é garantido.
ROTEIROS
ROTEIROS
EVENTOS DE AFIRMAÇÃO
“Entre… quem é”!...Ouve quem nos bate à porta. É recebido com presunto fatiado, chouriça assada, alheira e omelete de chouriça que fazem as delicias de uma boa mesa barrosã.
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SOCIEDADE| CONCELHO DE MONTALEGRE -32%
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O RETROCESSO DEMOGRÁFICO NAS TERRAS DE BARROSO
E NO PAÍS GLOBAL COMO É?!... SE NADA MUDAR, DAQUI POR 50 ANOS SEREMOS MENOS ¼…
CONCELHO DE BOTICAS -39%
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-215%
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O retrocesso demográfico, é um dos factores que caracterizam a mudança da estrutura populacional ao longo dos anos, indicando-nos em termos evolutivos e comparativos, os efectivos populacionais e a sua variação numa determinada área geográfica. Para compreender melhor a situação demográfica actual na região de Barroso, é necessário fazer um estudo retrospectivo da evolução e retrocesso populacional ao longo do tempo. Considerou-se assim, o período entre 1864 e 2011 de acordo com os gráficos anunciados. Verifica-se pelos ditos gráficos, que a evolução da população na região Barrosã de 1864 a 1920 se efectuou de forma moderada. Entre 1920 e 1930, houve um decréscimo pouco significativo, e foi a partir da década de 30 até 1960 que se verificou um grande surto populacional, com o aumento de cerca de dezenas de milhar de indivíduos – no caso do concelho de Montalegre, de mais 11.570 pessoas. A década 60/70 ficou marcada pelo declínio mais evidente da população residente em ambos os concelhos – Montalegre teve um decréscimo de 9.803 indivíduos. As razões deste declínio devem-se ao efeito da emigração, fenómeno nacional que marcou sobretudo o interior do País. A partir de 1960, o fluxo migratório passou a encaminhar-se mais para a Europa, especialmente para a França, para a Alemanha, e mais tarde para a Suíça, o Luxemburgo, a Bélgica e a Espanha entre outros. Na verdade, e pelo facto de estarmos perante concelhos próximos da raia, as saídas, quer legais, quer clandestinas, para o centro da Europa atingem aqui particular importância. Assim sendo, com a emigração, Montalegre e Boticas vêem-se privados do seu mais importante factor potencial de desenvolvimento: os recursos humanos. Aliado a este fenómeno, os fluxos migratórios internos têm também contribuído para o progressivo esvaziamento da região em favor dos centros urbanos do litoral, o que se justifica pelo facto de estarmos perante concelhos com nítidas características de interioridade - falta de dinamismo da economia local, ausência de cultura empresarial, debilidade do sector industrial, sub-aproveitamento dos recursos endógenos, sector agrícola com baixa produtividade e rentabilidade, deficientes e degradadas condições de acessibilidade interna e externa e insuficiente cobertura de infra-estruturas físicas e sociais. Neste cenário, o desequilíbrio demográfico é uma evidência, agravado pelo facto do retorno dos emigrantes não ter sido suficiente para recompor o perfil demográfico do concelho. Ainda assim e num àparte, saliente-se que essa “degradação” em todas as faixas étárias – como é visível pelos gráficos apresentados – é ainda mais evidente no concelho de Boticas, o mais causticado na região do Alto Tâmega.
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Foi conhecido por estes dias o mais recente Relatório de Envelhecimento da Comissão Europeia, que é publicado de três em três anos. Segundo o mesmo, Portugal será dos países europeus com maior redução de população nos próximos 50 anos, altura em que por cá estaremos apenas oito milhões de portugueses, ou seja, cerca de ¾ da população actual. Previsões para maiores perdas de população, apenas dois países de leste - Roménia e Bulgária – e também a Grécia, essa velha conhecida e companheira de rota das últimas décadas. Claro, que com esta panorâmica, o potencial de crescimento da economia portuguesa será dos mais baixos da Europa. E porquê?!... Porque, como é sabido, a economia é feita de pessoas, e são as pessoas que fazem a economia. Com menos pessoas, a economia tende obviamente a decrescer. Mas nem é aí, no lado da economia, que está o drama desta realidade que está à vista de todos. Dramático, é mesmo a percepção, de que se o rumo não for invertido, no limite, o país tende a desaparecer. Dramática, é essa ideia de falência colectiva para que fomos arrastados nas últimas décadas por elites míopes e sem estratégia. Basta aliás que nos lembremos, que ainda há dois ou três anos, tínhamos um Primeiro-Ministro que mandava os jovens emigrar e um país rendido à irresponsável ideia da zona de conforto. Instalou-se assim na sociedade portuguesa, uma espécie de convicção, que insistir em viver em Portugal, era recusar sair da zona de conforto. Instalou-se a convicção, que emigrar, sair da famigerada zona de conforto, era sinal de espírito empreendedor na linha dos portugueses de quinhentos. Não era, não!... E não é. É sim a linha dos portugueses de 60 e de 70, que a salto fugiam do país para sobreviver. “Senhores” do Barroso: deixem de fazer deste retrocesso civilizacional “bandeira” e vão à luta. A heresia tem perna curta…
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CULTURA| FEIRADOLIVRO
EM DEFESA DA FLORESTA
AUTORES LOCAIS APRESENTARAM AS SUAS OBRAS Inserida no programa da XIX.ª Feira do Livro de Montalegre, Irene Silva, Luisa Esteves, Tomás Gonçalves, Fernando Calvão, Jerónimo Pamplona e Dias Vieira, todos eles autores locais – os quatro primeiros de Solveira e os restantes, respectivamente de Padroso e Sezelhe, apresentaram as suas obras perante um vasto público que se mostrou entusiasmado com as iniciativas, promovidas que foram em dias diferênciados. Com uma programação cultural dirigida aos diferentes públicos, a XIX feira do Livro voltou assim a primar pela qualidade. A mostra que decorreu no Pavilhão Multiusos de Montalegre - a par da venda de livros sobre diversas temáticas - apresentou muitas outras actividades, como workshops, espectáculos de teatro, exposições, apresentações de livros e sessões de cinema. Orlando Alves, o Presidente do Municipio, a Vereadora da Cultura Fátima Fernandes e a responsável pela Biblioteca Municipal, fizeram questão de salientar à comunicação social local, como abaixo se refere, o balanço muito positivo desta edição da Feira do Livro.
Orlando Alves|Presidente da Câmara de Montalegre «Faço um balanço muito positivo desta edição da feira do livro. A organização foi um primor. Há um enorme empenho dos funcionários da biblioteca municipal. As pessoas puderam aproveitar para tocar e ver os livros e até tomarem um café gratuitamente. São razões de convívio que deveriam ser melhor aproveitadas pela comunidade. Os livros fazem parte da conquista de um futuro promissor».
Fátima Fernandes|Vereadora da educação da Câmara de Montalegre «A feira do livro prima sempre pela diversidade. Apresentamos diversas atividades culturais de promoção da leitura. Procuramos dinamizar a cultura e motivar as pessoas. O agrupamento de escolas esteve presente. Os alunos visitaram o espaço, conviveram, aprenderam e partilharam experiências. Foi uma semana muito preenchida e do agrado de toda a comunidade. Recebemos sempre as melhores críticas. Um agradecimento especial a toda a equipa da biblioteca e dos serviços socioculturais do município que dão sempre o seu melhor».
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Gorete Afonso|Biblioteca Municipal de Montalegre «O resultado é muito positivo e é da responsabilidade de toda a comunidade. Conseguimos tocar todos os públicosalvo. A comunidade educativa participou em todas as atividades com muita honra e muito empenho. Felicitar, também, a rede de bibliotecas escolares e respetivos professores bibliotecários. Na generalidade ficamos todos a ganhar. Todo o trabalho desenvolvido, em parceria com a comunidade, funcionou muito bem. Saliento o projeto "Itinerâncias Culturais com os seniores" em colaboração com a Guarda Nacional Republicana. Para nós é um orgulho muito grande. Destaco o trabalho dos funcionários das diferentes equipas do município. Lembro, ainda, o empenho, a dedicação e o investimento do executivo municipal nesta área».
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745.º ANIVERSÁRIO DA VILA DE MONTALEGRE
SESSÃO SOLENE NO SALÃO NOBRE OS GALARDOADOS DO ANO A sessão solene que marcou a celebração do "Dia do Município“, ficou marcada pela homenagem que o executivo decidiu prestar a três ilustres barrosões: António Lourenço Fontes - Medalha de Honra do Município; Maria Georgina Lopes Alves Pinto - Medalha de Mérito do Município; e a título póstumo, Herculano Fernandes Pereira -Medalha de Mérito do Município. AS DECLARAÇÕES À IMPRENSA LOCAL Orlando Alves | Presidente da Câmara de Montalegre «Foi uma forma honrosa e culturalmente enriquecedora. A celebração do feriado municipal não poderia ser de outra forma. Criando momentos de reflexão sobre o trajeto que fizemos individualmente e naquilo que estamos a fazer comunitariamente. Temos que pensar no que fomos, no que estamos a ser e para onde queremos ir. Nada melhor do que fazermos a evocação dos valores culturais». David Teixeira | Vice-presidente da Câmara de Montalegre «Foi uma forma importante de celebrarmos o dia do concelho. Foi o dia de todos e é o dia em que todos têm a obrigação de olharem para trás e pensarem no futuro. É nisso que devemos acreditar».
António Lourenço Fontes
Fátima Fernandes | Vereadora da educação da Câmara de Montalegre «Em primeiro lugar homenageamos os nossos, que nos representam e fazem a nossa história no dia em que celebramos a nossa identidade. Temos muito para dar, é uma questão de mostrarmos as nossas potencialidades. Honrar o passado e perspetivar o futuro é uma ótima maneira de celebrar o nosso feriado». Padre Fontes | Homenageado «Por um lado está o pedestal a subir mas por outro a baixar. Sobe na reputação cultural e atrativa mas baixa na idade que já pesa e é notória na mobilidade, nas muitas solicitações a que tento responder. Agradeço e sinto-me muito feliz por mais um reconhecimento». Tiago Pereira | Filho do homenageado (Herculano Pereira) - título póstumo« Foi uma homenagem muito agradável. Agradeço ao senhor Presidente da Câmara este gesto. Tentamos que a vida continue da melhor maneira. É sempre importante o reconhecimento pelo trabalho que o meu pai desenvolveu. Um momento onde esteve presente a população da aldeia, com muitos amigos que o conheciam e apoiaram».
Herculano Fernandes Pereira (A título póstumo)
Georgina Pinto | Homenageada «Agradeço este reconhecimento. Em Lisboa divulgo a minha terra de forma intensiva. Nos meus restaurantes sirvo, com muito orgulho, a posta barrosã. Sou de Parafita mas estou estabelecida na capital há 45 anos mas tenho aqui uma parte do meu coração». (Fotos e texto: Imprensa da C.M.Montalegre)
Maria Georgina Lopes Alves Pinto A Barrosâna
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745.º ANIVERSÁRIO DA VILA DE MONTALEGRE
COLÓQUIO|DEBATE -"Os desafios do presente na construção do futuro"
Na comemoração do feriado municipal, o município de Montalegre promoveu, no pavilhão multiusos, uma conferência/debate subordinada ao tema "Montalegre - Os desafios do presente na construção do futuro". Um encontro que reuniu autarcas, professores universitários, associações, profissões liberais e outros. A iniciativa é para ter continuidade. AS DECLARAÇÕES DOS ORADORES - Orlando Alves | Presidente da Câmara de Montalegre «Faço uma avaliação muito positiva deste debate. Foi uma sessão animada, participada e muito bem desenvolvida com gente ilustre que tem conhecimento das causas do mundo rural. Explanaram-se ideias que enriqueceram quem esteve presente. Aplicamos o dia a honrar quem merecia ser honrado e a preparar o futuro de todos nós». - David Teixeira | Vice-presidente da Câmara de Montalegre «Está inaugurada uma forma diferente de pensar o território. Contamos com um painel muito rico onde três horas pareceram muito pouco tempo. Uma palavra de agradecimento aos palestrantes que conseguiram trazer uma tónica construtiva e muito dinâmica. Foi uma tarde riquíssima pela forma como olhamos as potencialidades e as debilidades do nosso território. Ficou claro que a população do interior tem vontade de assumir responsabilidade com propostas concretas e diferenciadoras. Ficou a conclusão de que este foi o primeiro de muitos debates. Há vontade e conteúdo. Os convidados levaram uma ótima impressão. Há muita gente com uma visão apaixonada do futuro que queremos construir para esta terra. As palavras de ordem são: futuro, esperança e acreditar». - Fátima Fernandes | Vereadora da educação da Câmara de Montalegre «Foi uma sessão com todo o interesse. Os estudos estão feitos. Sabemos a nossa realidade há muito tempo. É uma questão cultural. Temos que saber afirmar-nos pelas nossas potencialidades e com os melhores eventos. Falta-nos que o poder central nos dê outras oportunidades e que repense o país de outra maneira. Precisamos de acessibilidades e de dinheiro porque não temos as receitas que outros concelhos têm. É preciso ensinar os nossos alunos o que somos de forma a sentirem a gostarem da sua terra. É importante reforçar essa autoestima». - Helena Freitas | Ex-coordenadora da Unidade de Missão para o Interior «Nesta sessão senti que está a acontecer uma mudança. Os municípios têm um pensamento estratégico com uma base territorial. Isso é vital. Começa a fazer-se um caminho e percebi que estiveram aqui as pessoas certas. É preciso que os poderes públicos estejam atentos e equacionem a forma e trazer meios e instrumentos para que o território avance. Há um enorme potencial». - Rosário Oliveira | Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa «Apesar de Montalegre apresentar baixa dinâmica territorial, é uma das melhores a nível nacional. Há outras áreas muito mais isoladas e periféricas. Desde meados do seculo XX, até 2010, que vivemos a nível mundial uma descida vertiginosa de perca de população rural para população urbana. A mudança irá existir se deixarmos de localizar Montalegre apenas na região Norte mas localizando-a no Mundo». - Rui Santos | Presidente da Câmara de Vila Real «Foi uma sessão com perspetivas complementares, algumas divergentes, mas que são enriquecedoras se olharmos para as experiências e para a análise que a cada um de nós, vindos de setores diferentes, fazemos deste território. Todos concluímos que caminhando como estamos a caminhar, se nada for alterado, cada vez mais seremos menos nestes territórios». - Nuno Vaz | Presidente da Câmara de Chaves «Esta é uma discussão integrada e nacional. Somos um Estado centralista e centralizador. O objetivo é comum: contribuir para um país mais coeso. Somos um país pequeno mas muito desigual. Não acredito em soluções mitigadas em benefícios fiscais porque são as grandes empresas que acabam por beneficiar. Acredito que esta mudança territorial só vai acontecer com uma regionalização e uma verdadeira municipalização». - Fernando Queiroga | Presidente da Câmara de Boticas «Foi uma sessão muito positiva, não só pelo tema mas, também, pelos assuntos que surgiram. Foi uma excelente comemoração do feriado de Montalegre. É um assunto que nos preocupa porque vemos estes territórios a definhar e não podemos baixar os braços. Há uma unidade e uma força de vontade para resolvermos os problemas. Temos que trazer a sociedade civil para este assunto. Todos devemos fazer esta pergunta: o que já fiz para que não estejamos nesta situação? Temos uma responsabilidade acrescida para que os vindouros encontrem um território melhor. Os autarcas estão empenhados em trabalhar nisso. Felicito o município porque esta conferência foi muito oportuna». - Ramiro Gonçalves | Primeiro Secretário da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega «Foi uma sessão muito positiva com atores muito relevantes e com visões relevantes. É preciso que a região alinhe muito mais as posições de uma forma integrada para aproveitar as oportunidades. Temos que aumentar a nossa autoestima salientando os nossos valores, exigindo que as políticas públicas venham de encontro às nossas necessidades». -António Montalvão Machado|Secretário Geral da Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega «Estamos num período em que é preciso discutir o futuro de forma construtiva com ideias e soluções para os nossos problemas. Estes encontros fazem parte de uma cultura de desenvolvimento e cidadania que é preciso aumentar cada vez mais». (Texto e fotos: Imprensa C.M.Montalegre)
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PELO MUNICIPIO| E O “REI” DEU OS PARABÉNS O Herdeiro da Casa de Bragança, D. Duarte Pio, esteve mais uma vez em Montalegre a convite do Municipio, tendo presidiu à conferência realizada nos Paços do Concelho, subordinada ao tema "Couto Misto - Caminho Privilegiado“,, explicado pelo General barrosão Dário Carreira. Uma sessão concorrida onde o Chefe da Casa Real Portuguesa não disfarçou a satisfação pela recepção que teve, ao mesmo tempo que deixou os mais rasgados elogios à postura do povo de Barroso.
Eis as suas palavras: “É uma ocasião muito bonita e muito interessante numa terra que, para além das qualidades de toda a população, está muito bem representada pelo atual Presidente da Câmara que defende acerrimamente os valores, a tradição e o progresso da sua terra. É sempre uma emoção vir a esta região. É fundamental manter a beleza arquitetónica de cada região. Uma vez destruída é muito difícil recuperá-la. Perde-se o interesse turístico e a identidade cultural. Nesse aspeto temos os piores exemplos de toda a Europa. A apresentação sobre o território do Couto Misto foi muito interessante. Seria um atrativo cultural e turístico. Existem algumas semelhanças com o caso de Olivença. Nomeadamente quando Espanha coloca a questão de que Gibraltar deveria ser devolvida a Espanha. Nesse sentido, Olivença deveria ser devolvida a Portugal. São situações políticas parecidas mas cada uma com as suas especificidades. Creio que o reconhecimento da identidade do território do Couto Misto seria uma vantagem muito grande para a população local”.
Sobre o tema propriamente dito, também o <General que deu a palestra se pronunciou, argumentando, que “o nosso objetivo é colocar a questão do Couto Misto na ordem do dia, nomeadamente na perspetiva portuguesa. Muita da informação que foi apresentada não está a ser transmitida e não há conhecimento disso. Fazemos um esforço para repormos a verdade porque a dignidade é muito preservada pelos barrosões. Aproveitamos a presença de D. Duarte para lhe transmitirmos isso. Muita gente ouve falar deste assunto só pelo que é dito do lado espanhol”.
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745.º ANIVERSÁRIO DA VILA DE MONTALEGRE
COLÓQUIO|DEBATE - "Os desafios do presente na construção do futuro“|Opinião
Para as comemorações do feriado municipal ocorrido no passado dia 9 de Junho, alguém teve a feliz ideia da organização de um colóquio, subordinado ao tema “Os Desafios do Presente na Construção do Futuro”. Interessante – muito interessante até, se tivermos em linha de conta, um tema que ultimamente tem marcada a agenda politica – a descentralização. No referido colóquio, estiveram presentes figuras gradas da região barrosã, entre outros, os Presidentes dos Municipios de Montalegre e Boticas, e ainda o Presidente da edilidade de Chaves, e um dos principais promotores do Movimento pelo Interior - Engenheiro Rui Santos, por sinal, Presidente da Câmara Municipal de Vila Real, que recentemente com Àlvaro Amaro, autarca do PSD e outras personagens que integram o referido movimento, apresentaram ao Governo e ao Presidente da República, um conjunto de propostas para revitalização da interioridade, designadamente, uma nova “politica fiscal” e de “ocupação do território pelo Estado”. O tema era obviamente aliciante!... O que se viu porém, foi apenas e só, os do “costume” – aqueles que verdadeiramente “teimam em continuar a remar contra a maré e a puxar pela carroça”, a “dar o corpo ao manifesto”. Os outros ninguém os viu!. Os Presidentes de Junta – salvo honrosas excepções, tinham concerteza a sua agenda demasiado preenchida, e quanto à Oposição nem vê-la. Uns “hibernaram” logo após as eleições de Outubro, para possivelmente despertarem e fazerem prova de vida da sua existência lá para 2021; outros ainda com mais responsabilidades, parece terem resolvido “hipotecar” a sua condição de autarcas, pela de “fiscais tributários”, desejosos de “exumar cadáveres” há muito sujeitos a avaliações externas e sem retorno viável.
Ora isto – com o devido respeito, não é fazer politica!... Pode ser tudo, mas fazer politica não é certamente. A título de exemplo: não vale a pena “fazer bandeira” do retrocesso demográfico e hipotecar uma oportunidade destas, com contribuições que possam potenciar a respectiva inversão. Montalegre, a par de Boticas – este ainda em maior escala, são dois dos concelhos do Alto Tâmega, onde a desertificação mais se tem acentuado. Seria por isso importante que todos dessem, senão as mãos - porque isso já se viu serem coisas de outra galáxia, pelo menos os seus contributos, que valendo aquilo que valem, teriam pelo menos o mérito de se poder dizer – estamos vivos, presentes, e queremos o melhor para a nossa terra. Mas não!... Aquilo a que se assiste, é que pelos vistos a Oposição no concelho não existe, e se existe não se dá por ela. É verdade que o exercício do direito à diferença é muito estreito, sobretudo perante um Partido com maioria absoluta!... Porém e nestas circunstâncias, manter o discurso e o combate político nas meras instâncias institucionais é redutor e apenas beneficia quem controla o poder. Quando assim é, as minorias acabam por ter, por omissão, apenas um papel legitimador que não se deseja em democracia. Daquilo que o nosso concelho verdadeiramente precisa, é de uma Oposição forte, séria e capaz de alertar com honestidade o cidadão para o que considera certo ou errado na prática de quem governa, e acima de tudo envolver-se em combates por causas públicas. Pessoalizar como tem acontecido a acção política e construir esse combate em torno de uma ou duas figuras, nunca deu nem jamais dará qualquer resultado positivo para a comunidade. Em boa verdade e em jeito de conclusão, este Colóquio, dada a sua importância merecia muito mais… (Crónica de Domingos Chaves para o jornal “Planalto Barrosão” )
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Julho 2018
PELO MUNICIPIO | NOTICIAS REQUALIFICAÇÃO DO CASTELO
PRÉMIO LITERÁRIO BENTO DA CRUZ
LANÇAMENTO DA PRIMEIRA PEDRA
Integrado no programa comemorativo do feriado municipal de Montalegre, foi atribuído, pela primeira vez, o prémio literário Bento da Cruz, figura maior das letras do Barroso.
Das comemorações que fizeram parte do feriado municipal, fez também parte o lançamento da primeira pedra para a requalificação do Castelo. Uma obra que promete vir a conferir um maior valor acrescentado à cultura do concelho. A cerimónia contou com a presença, entre outras individualidades, de Dom Duarte Pio de Bragança que presidiu ao evento. A este propósito referiu Orlando Alves: «Esta obra é muito significativa para o executivo municipal. Foram quatro anos a trabalhar esta ideia que resultou numa grande candidatura submetida aos fundos comunitários e que abrange outros castelos na zona Norte. Esta candidatura é uma iniciativa do município de Montalegre e temos muita vaidade nisso. Vamos intervir num espaço que não é nosso. Isto é património nacional. Há 30 anos que estou na autarquia e esta casa está sempre fechada. Espero que as obras não sejam prolongadas e estou convencido que dentro de pouco tempo temos a "sala de visitas de Montalegre" ao serviço dos barrosões e do turismo que é uma alavanca importantíssima no nosso desenvolvimento» . Enquanto isso, também D. Duarte não escondeu a sua satisfação, afirmando que é´«com muita satisfação e alegria que vejo avançar a restauração do Castelo de Montalegre. Mas gostava de lembrar que alguns arquitetos e artistas fizeram estragos noutras construções. Há uma série de castelos desfigurados por especialistas que não respeitam e querem mostrar a sua originalidade aproveitando-se do monumento. É muito perigoso. De repente temos uma construção chocante que não se integra nas construções. É preciso bom senso porque estraga totalmente o prazer dos visitantes. Fico muito feliz porque tenho a certeza que isso não vai acontecer aqui».
O júri, constituído por Fernando Pinto do Amaral, na qualidade de presidente, Manuel Frias Martins e Maria Carlos Loureiro, deliberou, por unanimidade, atribuir o referido prémio aos romances "Vamos então falar de árvores", da autoria de João Carlos Costa da Cruz, sob o pseudónimo Teotónio S., e "O espírito das vacas", de Abel Neves, sob o pseudónimo Matilde. Sobre o Prémio Bento da Cruz, fica o comentário de Gorete Afonso, responsável pela Biblioteca Municipal de Montalegre: «No âmbito das letras foi um momento histórico com a primeira edição do "Prémio Literário Bento da Cruz". Foi um processo moroso e trabalhoso que deu os melhores frutos. Superou todas as nossas expetativas. Contamos com 50 concorrentes e 51 trabalhos a concurso. Um agradecimento especial aos membros do júri, com um quadro de craveira. Nem sempre é fácil descentralizar estes membros. Estamos de parabéns e Barroso está mais enaltecido» - disse.
WI-FI GRATUITA NO CENTRO HISTÓRICO
MONTALEGRE|APOIO AO EMIGRANTE
O Gabinete de Apoio ao Emigrante é uma estrutura de apoio aos emigrantes que foi criada, no dia 15 de Outubro de 2007, através da celebração de um acordo de cooperação entre o Município de Montalegre e a Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas. Presta um serviço gratuíto ao emigrante, residente ou não em Portugal, bem como aos seus familiares, apoiando-os no regresso e reinserção no país e também na resolução de problemas com que se deparem.
A Câmara Municipal de Montalegre instalou, recentemente, uma rede Wi-Fi pública gratuita no centro histórico da vila, na zona do Parque de Exposições e Feiras e um MUPI digital interativo (Mobiliários Urbanos Para Informação), com Wi-Fi incorporado, na praça do município. O investimento total foi de cerca de 40 mil euros, financiados em 90% através de uma candidatura aprovada à linha de apoio à disponibilização de redes Wi-Fi pelo programa "Valorizar" do Turismo de Portugal. Colocados em zonas de maior afluência por parte de visitantes e moradores locais, já se encontram ativos há cerca de cinco meses e estão instalados na zona do Castelo/Ecomuseu de Barroso, Rua Direita, Praça do Município e no Parque de Exposições. Porém, é na Praça do Município que se encontra também o MUPI interativo contemplado neste projeto. A componente interativa destes dispositivos possibilita a navegação em áreas temáticas informativas relevantes, através de mapas interativos, com informação apresentada de forma segmentada e georreferenciada. O projeto está inserido num plano de divulgação turística do município, através de soluções de smart cities, com suporte a MUPI digitais interativos e internet gratuita, através da disponibilização de rede Wi-Fi para visitantes e moradores locais. Trata-se de uma solução integrada com capacidade de análise de dados relativos à mobilidade e à caracterização dos perfis dos visitantes do concelho de Montalegre, que pretende melhorar a infraestrutura urbana e tornar o espaço físico mais eficiente de forma a criar um ambiente inteligente e interativo.
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Julho 2018
PELO MUNICIPIO|NOTICIAS BR EVES EM DEFESA DA FLORESTA Já está no terreno a instalação da Rede de Defesa da
Floresta Contra Incêndios no concelho. São vários trabalhos de limpeza florestal ao abrigo do projecto comunitário POSEUR. Ao todo, perto de 70 hectares serão alvo de intervenção. A área abrangida por este projeto abrange as freguesias de Salto, Chã, U. F. Venda Nova e Pondras, U. F. Cambezes, Donões e Mourilhe e U. F. Montalegre e Padroso e insere-se numa área de 7.569 hectares de área florestal contínua, envolvendo as seguintes entidades gestoras das unidades baldias: Conselho Diretivo dos Baldios de Montalegre; Conselho Diretivo dos Baldios de Donões; Conselho Diretivo dos Baldios de Cambezes; Junta de Freguesia da Chã; União de Freguesias de Venda Nova e Pondras; Conselho Diretivo da Baldios de Tabuadela e Conselho Diretivo dos Baldios de Seara. A área da candidatura localiza-se em duas zonas geográficas distintas, consoante o local onde se encontram as ações a desenvolver: Alto Barroso – Compreende as áreas referentes aos baldios de Donões, Cambezes, freguesia da Chã e União de Freguesias de Montalegre e Padroso. Baixo Barroso – Compreende as áreas referentes aos baldios da Seara, Tabuadela e União de Freguesias de Venda Nova e Pondras.
20.ª EDIÇÃO DO “PORTUGAL DE LÉS A LÉS”
Está de volta o projeto "Mexe-te nas férias“!... A iniciativa é da Câmara Municipal de Montalegre, é aberta a jovens entre os 6 e GUIA os 15 anos e terá lugar entre 2 e 27 de TURISTICO VIRTUAL- O Municipio de Montalegre Julho. Cerca de um mês de actividades desportivas onde impera o convívio e a boa disposição.
GUIA TURISTICO VIRTUAL Foram cerca de 2.000 motos e 2.150 participantes, que fizeram parte da maior maratona motociclística da Europa, a qual este ano e pela primeira vez resolveu inscrever no respectivo percurso a capital do Barroso. Foram mais de 2,5 milhões de quilómetros percorridos pela totalidade dos participantes, que nesta edição recordista ultrapassam a marca dos dois milhares!... Entre eles esteve um número cada vez maior de participantes estrangeiros, não só espanhóis, mas também franceses, italianos, suíços, ingleses e de outras nacionalidades, desejosos de descobrir os caminhos de Portugal. Montalegre agradeceu e a economia local também…
GNR DEU MAIS CÔR À XIX FEIRA DO LIVRO -Dia Sénior
LIMPEZA DA CORUJEIRA Os sapadores florestais já iniciaram o processo de limpeza da zona envolvente à floresta da Corujeira, na vila de Montalegre. Uma ação que faz parte do plano de defesa da floresta contra incêndios, delineado pelo município. As várias equipas do concelho prosseguem o objetivo de prevenir os incêndios florestais, através de ações de silvicultura preventiva, vigilância dos espaços florestais, apoio ao combate aos fogos e subsequentes operações de rescaldo e vigilância. Tal como foi anunciado previamente, a floresta no lugar da Corujeira (Montalegre) é um dos locais intervencionados e que integra a rede primária de gestão de material combustível. São pontos estratégicos que têm de ser limpos de forma a provocarem a heterogeneidade na Durante a XIX feira do livro de Montalegre e numa verdadeira “politica de proximidade”, também a GNR-Guarda Nacional Republicana se associou ao evento, com um conjunto de paisagem ao nível da carga de incendiável. profissionais que com jeito para a música deliciou os “seniores” com a sua actuação, PROTEGER O TERRITÓRIO durante a tarde que lhe foi dedicada pelo evento. Foram momentos de boa disposição que certamente guardarão na sua memória..
ALDEIAS SEGURAS
Para Orlando Alves, presidente da Câmara de Montalegre, «retirar a carga combustível da floresta e em zonas arborizadas é a melhor forma de evitar que esses espaços sejam consumidos pelas chamas». Os trabalhos iniciaram no "pulmão da vila# mas «vão estender-se a outros territórios florestais, ao longo do concelho, que têm que ser igualmente protegidos» para que «sejamos sempre Património Agrícola Mundial», explicou o autarca.
“ MEXE-TE NAS FÉRIAS
No salão nobre dos Paços do Concelho, foi apresentado à comunidade o programa "Aldeias Seguras". A ideia é «incentivar à participação das populações e reforçar a consciência da responsabilidade partilhada, contribuir para a salvaguarda de pessoas e bens e implementar estratégias de protecção para aglomerados populacionais». O programa, destinado a todo o país mas com foco nos 189 municípios com freguesias de risco no âmbito da defesa da floresta contra incêndios, tem como eixos estratégicos a gestão de combustível, o plano de evacuação de aldeias e uma campanha de sensibilização. Neste sentido, será criada a função de "oficial de segurança da aldeia", que terá como missão alertar a população, fazer ações de sensibilização junto da mesma e organizar a evacuação caso tal seja necessário, com a sinalização de caminhos e definição de locais de refúgio nas aldeias. O programa conta, também, com a realização de uma campanha nacional focada em medidas gerais de autoproteção, com difusão nos vários meios de comunicação social e redes sociais.
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O Municipio de Montalegre passou a ter um trajecto turístico virtual através da plataforma "ORB Turismo TT". Aqui podem ser encontrados diferentes pontos de interesse a merecerem um olhar atento e particular. Podem ser descarregados no dispositivo móvel de qualquer visitante, podendo através da aplicação (grátis) desfrutar de uma visita guiada. Uma nova forma de reforçar a marca Montalegre junto de quem nos visita. UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS A Unidade de Cuidados Continuados começou a receber utentes no dia 3 de Maio e no fim mês já tinha as 40 camas ocupadas. A Santa Casa, agradeceu a todos os trabalhadores da Unidade a acção demonstrada , deixando por via de tal o seu reconhecimento público, salientado a equipa que preparou a abertura e a que agora dirige a Unidade. GRALHAS|COMEMORA SÃO JOÃO Como já vem sendo hábito, a população de Gralhas não esqueceu o “festeiro” São João. Assim, homens e mulheres reuniram-se no Forno do Povo e imediações, para a já tradicional sardinhada e convívio entre os residentes, que não regatearam esforços para que tudo decorresse da melhor maneira. O cozinheiro, esse “veio” do Minho, mas encontra-se já rendido às evidências. O evento teve o apoio da Associação local. MONTALEGRE E SALTO A PSP passou por Montalegre e Salto, onde durante dois dias, realizou acções de sensibilização junto dos cidadãos. O objectivo foi esclarecer e divulgar o novo portal online onde «podem ser tratados os assuntos relacionados com armas e munições, solicitar as licenças, autorizações, livretes e outros documentos legais, inclusivamente efectuar os pagamentos das taxas através de homebanking ou pelo multibanco».
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PELO MUNICIPIO|NOTICIAS BREVES CONCURSO DE PESCA NOS PISÕES|RENDEU TONELADA E MEIA DE CAPTURAS A albufeira do Alto Rabagão recebeu a quarta edição do evento "Pisões Carp Classic". É já um dos destinos de eleição para a prática da modalidade, contando com a participação de mais de 50 equipas, compostas por dois ou mais elementos, de todo o país e algumas do estrangeiro. Esta edição voltou a superar as expetativas com mais de uma tonelada e meia de capturas. Recorde-se que estamos a falar de uma prova internacional de pesca desportiva, organi Zada pela Associação Portuguesa de Carp Fishing. com o apoio da Câmara Municipal de Montalegre. Segundo Orlando Alves , Presidente da Câmara de Montalegre, esta “é uma prova que está em crescendo e com uma forte aderência. Começa a ter peso na economia local pelas movimentações que gera no setor da hotelaria e restauração. Estamos a trabalhar para organizarmos uma competição de âmbito europeu ou mundial. Vamos continuar a dar apoio a esta atividade exemplar. É uma prova que não causa a morte do animal porque é devolvido à água. Sei que as capturas foram muito boas e houve bons exemplares”. Por sua vez, Gabriel Pereira, Presidente da Associação Portuguesa de Carp Fishing declarou que se tratou “mais uma vez de um grande sucesso. Foi do agrado de todos os participantes. O tempo não foi o ideal mas tivemos momentos muito bons com algum sol. Voltamos a superar o peso de capturas com mais de 1.500 quilos. No próximo ano cá estaremos a dar o nosso melhor para que o sucesso seja superior”. (Texto e imagem da CMM).
CONCELHO|FUMEIRO IGP
EXPOSIÇÃO SOBRE A I GUERRA MUNDIAL
A Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã (APFTFB) foi reconhecida como entidade gestora das denominações «Alheira de Barroso-Montalegre - IGP», «Chouriça de Carne de BarrosoMontalegre - IGP», «Chouriço de Abóbora de Barroso-Montalegre - IGP», «Presunto de Barroso - IGP», «Salpicão de Barroso-Montalegre - IGP» e «Sangueira de Barroso-Montalegre - IGP». A Indicação Geográfica Protegida é regulamentada pela União Europeia e classifica os produtos gastronómicos ou agrícolas produzidos numa região, garantindo que as características, a qualidade e a forma de confeção, acontecem de acordo com o método e a tradição que lhes deram fama.
No átrio do Pavilhão Multiusos de Montalegre e no âmbito da XIX Feira do Livrodecorreu uma exposição evocativa dos 100 anos da I Guerra Mundial. O espaço foi preenchido com telas e peças que fizeram parte do teatro de operações e espólios dos Museus Militares do Porto e Bragança. Desde o armamento, ao modo de vida nas trincheiras, à comida, às armas, às comunicações ou às condições de batalha tudo esteve explícito nesta mostra histórica. O Major General Aníbal Flambó, natural de Vilar de Perdizes, foi quem fez a apresentação do tema eo principal alvo foram os alunos do agrupamento de escolas de Montalegre.
Há vários anos que a União Europeia distinguiu diversos enchidos e o presunto de Montalegre com a Indicação Geográfica Protegida (IGP). Na altura, o processo foi elaborado pela já extinta Cooperativa Agrícola de Montalegre em parceria com a Câmara Municipal e a Associação de Produtores de Fumeiro. Por estes dias, a Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã (APFTFB) foi reconhecida como entidade gestora das designações. Depois de MÁQUINAS LAVAR ROUPA SELF-SERVICE analisada a candidatura apresentada em dezembro de 2017, o reconhecimento foi atribuído pela Secretaria de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural. GESTÃO E RESPONSABILIDADE Orlando Alves, presidente a Câmara Municipal de Montalegre, recebeu com «agrado» a noticia pelo «reconhecimento atribuído a uma entidade que faz a gestão dos produtos fumados mas que tem, também, a responsabilidade de zelar pela qualidade dos mesmos». O autarca considera que «as boas referências gastronómicas têm como Está já disponível o primeiro serviço self-service de máquinas de base a qualidade dos produtos». Um percurso que está, também, a ser lavar roupa em Montalegre. São três e encontram-se já prontas a feito pela Coopbarroso, no sentido de obter a gestão de outros serem utilizadas no parque de estacionamento do ecomarché. produtos já certificados. (Texto e imagem da CMM).
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FERRAL - Foi aprovado o pedido de apoio financeiro formulado pela Junta de Freguesia de Ferral, destinado a suportar a despesa com a realização do programa do Evento Misarela 2018. Pedido aprovado por maioria PS. SANTO ANDRÉ - Foi aprovado por unanimidade PS-PSD, o pedido de apoio financeiro, formulado pela Junta de Freguesia de Santo André, destinado a apoiar as despesas com as obras de beneficiação da Piscina de Santo André. VIADE DE BAIXO E FERVIDELAS - Foi aprovado pedido de apoio financeiro, formulado pela União de Freguesias de Viade de Baixo e Fervidelas, destinado a apoiar as despesas com as obras de remodelação da Extensão de Saúde de Viade de Baixo. Pedido aprovado por maioria PS. CHÃ - Foi aprovado o pedido de apoio financeiro, formulado pela Comissão Fabriqueira da Igreja da Freguesia da Chã, destinado a apoiar as despesas com as obras da igreja de São Vicente da Chã. Pedido aprovado por maioria PS. PENEDONES - O Festival Next 2018 irá decorrer de 5 a 7 de Julho na albufeira do Alto Rabagão, ali mesmo junto à aldeia de Penedones. Integrado com a final do concurso de bandas Next Generation 2017/2018, contará com concertos, actividades e campismo e terá entrada gratuita. Refira-se que o dito Festival se enquadra no ciclo anual do projecto I Funky Dream e tem como objectivo a produção artística nacional MONTALEGRE - Na última "Sexta 13" do ano, a festa rainha da capital barrosã, irá receber a banda Blind Zero, que dará com toda a certeza mais brilho e som ao grande espectáculo do “dia das bruxas” MONTALEGRE - Com o Presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, presente na reunião, foi assinado pela CIM do Alto Tâmega um protocolo com a CCDR-N, o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões) de cooperação para a promoção da formação financeira da população do Alto Tâmega, integrado no Plano Nacional TODOS CONTAM.
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PELO MUNICIPIO|NOTICIAS BREVES PROJECTO PLANTOU A PRIMEIRA VINHA EM MONTALEGRE E APOSTA NA EXPORTAÇÃO PARA OS USA E CANADÁ O projecto Mont'Alegre plantou a vinha mais alta de Portugal a 1.075 metros, estagia os vinhos em altitude em Montalegre, e está a apostar na exportação para os Estados Unidos e o Canadá. Segundo referiu Francisco Gonçalves, um dos principais impulsionadores da marca, “este é um dos mercados essenciais!.. É um mercado fundamental, muito grande, e estamos a tentar alargar a nossa presença aqui”, afirmou o enólogo ao Mundo Português, que há cerca de três anos lançou a marca de vinhos Mont’Alegre. O produtor integra uma missão empresarial que no âmbito do projeto “Norte – com um pé dentro…”, está a realizar uma acção de promoção que já passou por Nova Iorque, está em Boston e vai prosseguir para o Canadá. Francisco Gonçalves, salientou que o mercado norte-americano possui “poder de compra”, está a “crescer em consumo” e procura “vinhos diferentes”. O enólogo possui uma adega em Montalegre, onde faz o estágio dos vinhos que adquire nas zonas de Chaves e do planalto mirandês, em Trás-os-Montes. A sua empresa exporta cerca de 15% da produção para os EUA, mas este é ainda um mercado “com muito para desbravar” e onde “é preciso insistir muito”. “Estão abertas as portas, há uma curiosidade muito grande sobre os vinhos portugueses e há uma curiosidade do consumidor americano pelos nossos vinhos” - referiu. Uma última nota, para se dizer que o produtor barrosão participou numa acção de promoção a bordo do navio-escola Sagres, no porto de Boston, onde marcaram presença importadores, distribuidores, proprietários de lojas de bebidas e proprietários de restaurantes. BARROSÃ LÍLIA JORGE, CONQUISTA
MUNDIAL DE RALYCROSS PASSA A SER ELÉCTRICO EM 2020
PRÉMIO NACIONAL DE FOTOGRAFIA
Natural de Pitões das Júnias, a jovem Lília Jorge acaba de conquistar o primeiro lugar no 2.º Concurso Nacional de Fotografia SIGMA, na categoria "Wild Life" - os animais no seu habitat natural. A concurso estiveram 1.300 participantes. A foto - cuja protagonista é uma cabra-montês - foi captada no Gerês. O Município de Montalegre, no último feriado municipal, prestou reconhecimento a este feito. Engenheira biomédica, Lília Jorge é amante da natureza. Esta barrosã, natural de Pitões das Júnias, explica que esta paixão a levou ao mundo da fotografia: «sempre tive uma conexão muito forte com a natureza que resulta do facto de ter crescido num ambiente rural. Nutro uma paixão muito grande pelos animais, sendo o mais importante para mim a sua preservação». Neste sentido, acrescenta, «a fotografia surge na minha vida por influência do trabalho de O Mundial de Ralycross, que tem uma etapa em alguns fotógrafos de natureza e também, por uma necessidade de me reconectar com as minhas raízes».
Montalegre até 2022, irá passar a ser um campeonato eléctrico a partir da temporada de 2020. A decisão, já anunciada anteriormente, foi agora confirmada pela Federação Internacional de Automóvel. “Do ponto de vista técnico, os carros terão tracção integral, com dois motores eléctricos - um dianteiro e um traseiro – 500 kw de potência, uma bateria comum e um chassis comum. A FIA confirmou a Williams Advanced Engineering como a fornecedora das baterias e a Oreca como fornecedora dos chassis únicos para as temporadas de 2020 a 2023”, noticiou o portal Autosport. O Município de Montalegre, em 2019 irá estrear mais uma nova bancada de 3 mil lugares.
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- MONTALEGRE - A Academia Abelhas Azuis informa que se encontram abertas as inscrições para todas as crianças e jovens que queiram frequentar ou renovar a sua presença na escola de formação/competição para a próxima época desportiva 2018/2019. SANTO ANDRÉ - Foi aprovado por unanimidade PS-PSD, o pedido de apoio financeiro, formulado pela Junta de Freguesia de Santo André, destinado a apoiar as despesas com as obras de beneficiação da Piscina de Santo André. VIADE DE BAIXO E FERVIDELAS - Foi aprovado pedido de apoio financeiro, formulado pela União de Freguesias de Viade de Baixo e Fervidelas, destinado a apoiar as despesas com as obras de remodelação da Extensão de Saúde de Viade de Baixo. Pedido aprovado por maioria PS. CHÃ - Foi aprovado o pedido de apoio financeiro, formulado pela Comissão Fabriqueira da Igreja da Freguesia da Chã, destinado a apoiar as despesas com as obras da igreja de São Vicente da Chã. Pedido aprovado por maioria PS. PENEDONES - O Festival Next 2018 irá decorrer de 5 a 7 de Julho na albufeira do Alto Rabagão, ali mesmo junto à aldeia de Penedones. Integrado com a final do concurso de bandas Next Generation 2017/2018, contará com concertos, actividades e campismo e terá entrada gratuita. Refira-se que o dito Festival se enquadra no ciclo anual do projecto I Funky Dream e tem como objectivo a produção artística nacional FAFIÃO - A aldeia de Fafião, acolheu no último fim de semana de Junho, a primeira edição do “Art Nature Fest”. A “Art Nature Fest” é um festival artístico comunitário que contempla diversas atividades dinamizadas pela comunidade, tais como workshops para crianças e adultos, momentos musicais, teatro, pintura, escultura, fotografia e cinema. Tudo isto para além de percursos pedestres para os mais aventureiros, contadores de histórias e um mercado da aldeia. A iniciativa contou com o apoio do Município de Montalegre.
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Julho 2018
AS FREGUESIAS EM NOTICIAS PONDRAS–ACIDENTE COM TRACTOR
FAFIÃO - A aldeia de Fafião, acolheu nos dias 29 e 30 de junho,
Um jovem que cortava ramos de uma árvore, na aldeia de Pondras, concelho de Montalegre, ficou ferido com gravidade, quando caiu de uma altura de três metros. A vítima estaria em cima do frontal de um trator, a cortar o ramo de uma árvore. «Sofreu uma queda de três a quatro metros de altura.
PONTEIRA-Jovem perde a vida Era camionista e foi vitima de acidente Chamava-se Hélio Leal, tinha 25 anos e era natural de Ponteira, uma aldeia do concelho de Montalegre. Fez-se camionista e em busca de uma vida melhor resolveu emigrar para Espanha.
a primeira edição do "Art Nature Fest“. Trata-se de um festival artístico de natureza comunitário, que contempla, actividades dinamizadas pela comunidade; workshops com crianças e adultos; música; teatro e performance, instalações interactivas; pintura, escultura e fotografia e cinema entre outros.
BORRALHA - A segunda edição do "Wolfram Trail Borralha"
ocorre no primeiro dia de julho. O evento, organizado pelo Centro Interpretativo das Minas da Borralha, polo do Ecomuseu de Barroso, Estava a cortar ramos com uma motoserra promete voltar a proporcionar excelentes momentos de adrenalina e quando se deu o acidente», referiu o prazer competitivo.
Comandante dos Bombeiros Voluntários de Salto, que deslocaram para o local vários meios de socorro. Segundo o Comandante, o jovem tem 25 anos e é natural de Salto e o alerta foi dado por uma colega de trabalho da vítima que estava no local. Para além dos Bombeiros de Salto, no socorro estiveram ainda a ambulância de Suporte Básico de Vida de Montalegre. O indivíduo acabou por ser evacuado pelo JUNTAS DE FREGUESIA VÃO SER PARCEIRAS helicóptero do INEM para o Hospital de PERMANENTES DO FISCO Braga e a GNR de Montalegre tomou conta Há já vários anos que as juntas de freguesia começaram a abrir da ocorrência. espaços para ajudar as pessoas a preencher a declaração de IRS, mas este ano, este apoio local tornou-se ainda mais relevante com o desaparecimento das declarações em papel. A partir de agora, o Governo quer dar um tom mais formal a este tipo de colaborações e foi esse o sentido de um acordo de entendimento assinado entre os Secretários de Estado do Assuntos Fiscais e da Administração Local, António Mendonça Mendes e Carlos Miguel, respectivamen-
O dia 6 de Junho acabaria porém por ser-lhe fatal, quando conduzia um camião e foi vitima uma colisão frontal com outro veículo pesado no Município espanhol de Pina de Ebro. Segundo a agência Europa Press, o acidente aconteceu cerca das 01h00, quando dois pesados de mercadorias colidiram, informou o Governo de Aragão, citado pela agência Europa Press. Os serviços consulares entraram em contacto com a familiar tendo sido disponibilizado apoio consular, confirmou uma fonte do Gabinete do Secretário de Estado das Comunidades. O funeral do jovem Hélio Leal, realizou-se dia 7 de Junho, na Ponteira, aldeia da sua naturalidade.
GRALHAS|MULHERES MEXEM-SE PELA SUA SAÚDE
te, e o Presidente da Associação Nacional de Freguesias, Pedro Cegonho. Este acordo vai, assim, regular a colaboração entre as juntas de freguesia e a Autoridade Tributária e Aduaneira no apoio que aquelas dão aos contribuintes no cumprimento das obrigações declarativas, nomeadamente na entrega do IRS. Entre as matérias reguladas estará a A ideia surgiu já no ano passado e partiu de Ana Maria Afonso!... Daí até à sua concretização foi um responsabilidade das juntas no âmbito da prestação daquela ajuda. O ápice e hoje, com o apoio da Junta de Freguesia que cede as instalações, todas as semanas se reúnem ali documento determina ainda que esta colaboração das juntas de freguesia as mulheres da aldeia, para a já tradicional aula de ginástica. Os resultados têm servido como verdadeira deve ser articulada com os serviços locais de finanças, cabendo à AT terapia, já visível em muitos rostos das participantes. assegurar programas de formação e linhas de contacto dedicadas ao apoio do serviço prestado aos cidadãos.
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Julho 2018
AS FREGUESIAS EM NOTICIAS| PITÕES DAS JÚNIAS - Jornadas das Letras Galego-Portuguesas A turística aldeia de Pitões das Júnias acolheu mais uma edição das suas "Jornadas das Letras Galego-Portuguesas". Dois dias dedicados ao estudo e debate da cultura celta, com palestras e atividades práticas que incluíram uma visita às mamoas do Planalto da Mourela e de Outeiro de Cavaladre, em Muiños, na vizinha Espanha. A iniciativa terminou com uma passagem pela fronteira, no Lugar da Portela. O mundo celta, os seus costumes, rituais, religião, os territórios e os legados transmitidos de geração em geração e que ainda hoje se mantêm, foram o mote para estas "Jornadas das Letras GalegoPortuguesas". Um conjunto de palestrantes e participantes interessados pelo tema enriqueceram a cultura da região, reafirmando o celtismo com argumentos científicos.
FESTAS E ROMARIAS MÊS DE JULHO Festa Nossa S.ª. das Necessidades Bustelo-Vila da Ponte|2 e 13 de Julho
Festa S. Tiago Caniçó-Salto|25 de Julho
Festa Stª. Maria Madalena Corva-Salto|22 de Julho
Festa de S. Tiago Fafião – Cabril|25 de Julho
Festa S. Tiago Fervidelas|26 de Julho
Festa Senhora de Fátima Frades do Rio|Último domingo de Julho
Festa Senhora da Saúde Friães|3.º domingo de Julho
Festa Santa Maria Madalena Lamas|Último domingo de Julho
Festa S. Bento
Festa de São João da Fraga- Os moradores de
Lodeiro D'Arque|11 de Julho
Pitões das Júnias cumprem todos os anos a 1 de Julho, uma tradição religiosa cuja origem se desconhece. Sobem ao alto de uma serra com mais de mil metros de altitude e numa pequena capela que ninguém sabe porquê e por quem foi ali construída, rezam em honra de São João da Fraga. No regresso comem a merenda deixada na ida num carvalhal. Nesta "peregrinação", a primeira coisa a ter em conta, é esquecer os saltos altos e a melhor fatiota. Na festa de São João da Fraga, o que se usa mesmo
Festa de Senhora das Trevuras Medeiros|1º domingo de Julho
Festa Srª. do Amparo e Stº. António Parada-Outeiro|Último fim de semana de Julho
Festa de Santa Isabela Peneda|1º domingo de Julho
Festa S. João da Fraga Pitões das Júnias|29 de Julho
Festa Santa da Corneta Reboreda|2º domingo de Julho
Festa Senhora do Carmo Sabuzedo|Ùltimo domingo de Julho
Festa de São Bento - Sexta Freita São Bento de Sexta-Freita|11 de Julho mesmo ou se recomenda, são as botas de montanha e uma vara de apoio. A capela do santo, fica a mais de uma hora de distância da aldeia, e o caminho até lá, tem tanto de belo como de íngreme. Mesmo assim, são muitos os que arriscam o "sacrifício", permitindo-lhes literalmente, ficar “mais perto do céu”. Para chegar ao topo, “enquanto há pernas, não há cabeça, quando vem a cabeça já não há pernas”!... Após a chegada, é rezada uma missa e feita a procissão à volta da capela com o São João da Fraga. Depois segue-se o regresso,no entanto, mais ou menos a meio, há uma paragem. Num carvalhal, onde à ida foram já deixados os farnéis, juntam-se merendas e convive-se.Depois de "barriga cheia" tem lugar o baile ao toque das concertinas e dos gaiteiros locais, que animam o resto da tarde. À noite, a festa continua, mas na aldeia. Um excelente exemplo, do que é "sagrado" no imaginário barrosão...
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Festa S. Pedro São Pedro|29 de Julho
Festa Santa Lusía Seselhe-Último fim de semana de Julho
Festa S. Pedro Venda Nova|29 de Julho
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Julho 2018
AS FREGUESIAS EM NOTICIAS VILAR DE PERDIZES
SALTO
SIDRÓS
UMA ALDEIA QUE NÃO SE RESIGNA
A par de outros eventos que vão amiudadas vezes ocorrendo na terra, desta vez, o “anfitrião da festa” foi o Grupo Desportivo desta aldeia de características ímpares, a organizar o evento que marcou o fim da temporada desportiva na localidade, onde as diversas equipas e nos diversos escalões fizeram jus à mística da terra. A festa, serviu fundamentalmente para prestar homenagem aos atletas, aos adeptos, aos patrocinadores e a todos quantos contribuíram para continuar a “manter de pé” este projecto, o qual se constitui já como um simbolo das terras de Barroso. Em representação do Municipio de Montalegre, esteve o respectivo Vice-Presidente, que na sua alocução não deixou de felicitar o “fantástico trabalho” desenvolvido pela colectividade.
Depois de o ter feito na sede do Municipio, a Exposição fotográfica “Rostos com História, de Pedro Canedo, vai estar igualmente patente entre 8 de Junho e 19 de Agosto no Ecomuseu-Casa do Capitão em Salto.
ESTRADA MUNICIPAL 308 VILAR PERDIZES-MEIXIDE Ainda em Salto, decorreu um Curso de Formação denominado, Operador Agrícola - Mecanização Básica e Condução de Veículos Agricolas, no qual participaram 16 formandos. O referido Curso teve a duração de 200 horas e terminou no final do mês de As obras de requalificação da Estrada Municipal 308, no Junho. As aulas práticas decorreram no parque de troço que vai de Vilar de Perdizes até à “fronteira” com o estacionamento do Torrão da Veiga. concelho de Chaves – um pouco para além da aldeia de MONTALEGRE - SALTO Meixide, estão já praticamente em fase de conclusão. Resta dar por findos os últimos pormenores, designadamente noque diz respeito às bermas e ao ultimar da sinalização no pavimento. A breve trecho a circulação rodoviária poder-se-á fazer sem quaisquer tipos de constrangimentos ou condicionamento. Com o objectivo de esclarecer a população, no âmbito das candidaturas a pequenos investimentos na transformação e comercialização de produtos agrícolas e na diversificação de actividades na exploração agrícola, realizaram-se duas sessões de apresentação, em Montalegre e Salto. Trata-se de uma iniciativa da ADRATAssociação de Desenvolvimento do Alto Tâmega, em parceria com o Município de Montalegre.
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A icónica Ponte da Misarela volta a estar em destaque no próximo dia 7 de Julho, com a realização da “Festa da Misarela”. O evento faz parte do calendário cultural do município de Montalegre e é ponto obrigatório de visita no lugar de Sidrós. A bonita Ponte da Misarela situa-se sobre rio Rabagão, em pleno Gerês, perto da Barragem da Venda Nova, mais propriamente no lugar da Misarela, da freguesia de Ferral A ponte está associada a uma já famosa lenda, onde o protagonista é o Diabo, daí que muitas vezes esta seja apelidada de “ponte do Diabo”. Reza a lenda, que certo dia um criminoso ao fugir da justiça se viu encurralado nos penhascos sobranceiros ao rio Rabagão. Sendo comum que em tão adversas circunstâncias se apele à intervenção divina, mas talvez porque fosse excessivo o peso dos pecados na consciência, o foragido optou por convocar o diabo em vez de uma força positiva.
SANGUINHEDO
Sanguinhedo é a aldeia mais desertificada do concelho de Montalegre. Agora porém, renasce a esperança!... Alguém resolveu vir do estrangeiro e instalar-se ali, criando uma empresa virada para o turismo. Actualmente já promovem passeios a cavalo pelas belas paisagens da região e as Minas da Borralha e o seu Centro Interpretativo, têm até visitas regulares dos seus clientes, procurando conhecer a história destas minas de volfrâmio. Oxalá a experiência possa vingar.
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COMUNIDADES
Marie Oliveira|Paris Le chômage continue donc de baisser, établi à 7,8 % fin 2017, tandis qu'il était à 8,9 % en France à la même période (statistiques au sens du Bureau international du travail). Le salaire minimum a été augmenté de 530 à 557€ en 2017 et va l'être de nouveau en 2018 pour atteindre 580€, avec l'objectif pour le gouvernement de le porter à 600€ en 2019. La démonstration portugaise d'une amélioration des investissements et de l'emploi privé grâce à l'augmentation des salaires et des prestations sociales vient percuter de plein fouet la doxa européenne voulant que la compétivité des entreprises doive obligatoirement passer par une baisse ou un gel des salaires et la diminution des dépenses sociales des Etats…
EMIGRAÇÃO DE VOLTA! MAS COMO E PARA QUÊ? Ao contrário de alguns “patriotas” de trazer por casa que choram a emigração de hoje, eu compreendo-a. Desde o século XVI que ela é um protesto permanente contra Portugal, contra a penúria e a pobreza (na minha aldeia emigrou um quarto da população nos anos 60). Foi assim até ao final dos anos 70, e desde 2011, quando os números dispararam, que é também uma sequência da abertura dos mercados de trabalho europeus, da globalização da economia e da liberdade de movimentos “de pessoas e bens”. Desde então nasceram várias iniciativas “patrióticas” e folclóricas para trazer de volta pessoas que estão noutros países, maioritariamente entre os 20 e os 30 anos, alguns deles já com Erasmus no currículo a ganhar o dobro ou o triplo do salário, a cultivar-se, a ganhar mundo e a experimentar viver de outra maneira. Agora o primeiroministro aposta em trazê-los de volta, mas creio que não sabe como – ou se isso é possível num país que tanta gente exportou. Lamento pelos “patriotas” mas há coisas que se estudam na História de Portugal.
Le Portugal est devenu le meilleur élève de la zone euro avec une croissance économique au plus haut, un chômage au plus bas, des investissements en progression permanente, un déficit budgétaire qui tend vers le zéro. Toutes ces bonnes nouvelles sont de plus accompagnées par une première mondiale, l'énergie électrique produite par les renouvelables a dépassé la consommation du pays. Seul point noir, idéologique, celui là : la politique menée pour parvenir à ces résultats est encore et toujours à l'opposée de celle préconisée par Bruxelles et suivie par Berlin ou Paris. Le budget 2018 du Premier ministre portugais présenté à la Commission européenne fin 2017 n'a pas beaucoup plu. La Commission estimait que la baisse — exigée — de 0,6% des dépenses publiques ne serait — selon les calculs prévisionnels bruxellois — que de "seulement" 0,4%. Etrange reproche lorsque l'on sait que le déficit du Portugal est désormais l'un des plus bas de la zone euro, à 1,4% en 2017 et qu'il ne cesse de se réduire.
Le petit pays au bord de la récession économique — et d'un effondrement social majeur — il y a quelques années encore, améliore ses performances économiques et sociales de façon continue depuis 30 mois, au grand dam des dirigeants d'autres pays européens adeptes des politiques libérales de rigueur budgétaire, Emmanuel Macron en tête. Les dernières mesures du gouvernement d'Antonio Costa, très décriées par son opposition de droite semblent pourtant continuer d'agir en faveur d'une amélioration générale, tant sociale qu'économique, que ce soit pour les entreprises, les investisseurs ou les salariés et les retraités des classes moyennes et populaires. Relance, ajustement des impôts, augmentation du salaire minimum et incitations aux investissements Alors qu'en France les impôts sur les plus gros revenus sont abaissés, des taxes sur les entreprises supprimées ou compensées, tandis que les retraites sont grévées, le gouvernement portugais à engagé une politique fiscale inverse. Le budget 2018 portugais prévoit une baisse conséquente des impôts sur le revenu pour les classes moyennes, accompagnée par une nouvelle augmentation des pensions de retraite. Pour la fiscalité des grandes entreprises, l'option portugaise est là aussi à l'opposé de celle de la France : instauration de nouvelles taxes pour toutes les entreprises au chiffre d'affaires supérieur à 35 millions d'euros. Côté fonctionnaires, ce sont les déblocages des mouvements de postes et les promotions dans la fonction publique qui se mettent en place. La politique économique de la demande, instiguée de façon continue depuis deux ans et demi par le gouvernement portugais, porte clairement ses fruits. Cette politique est fondée sur une relance de la consommation par l'amélioration des conditions professionnelles et sociales des travailleurs portugais afin de créer de l'attractivité pour les investisseurs, améliorer la productivité, permettre de la montée en gamme de productions, etc…
Julho 2018
Economie: en 2018 le Portugal continue sa course vers le plein emploi et la réduction des inégalités sociales
Energies renouvelables, modernisation au pas de course : qu'attend l'Europe pour s'en inspirer ? La "première mondiale" à l'échelle d'un pays de plus de 10 millions d'habitants survenue il y a peu devrait être un exemple pour les dirigeants politiques défenseurs de la transition écologique et énergétique: le Portugal a produit plus d`électricité grâce aux énergies renouvelables en mars 2018 qu`il n`en a consommée! La France, pays se déclarant pourtant grand promoteur de cette transition, arrive péniblement à 16% d'énergies renouvelables en 2017 et ne tiendra pas visiblement ses engagements de 23% pour 2020. La production électrique française est toujours basée sur le nucléaire à plus de 70%. Cette capacité portugaise de 103% de production électrique en renouvelables est surprenante et souligne la faculté du pays à se moderniser au pas de course : un an auparavant, pour le mois de mars 2017, les renouvelables n'avaient produit que 6% de la consommation du pays ! Ce que Bruxelles et la majorité des dirigeants de l'eurogroupe ne semblent pas comprendre ou vouloir entendre est pourtant très simple : réduire les déficits budgétaires ne passe pas par la seule baisse des dépenses publiques, au contraire. Plus un Etat dynamise son économie en améliorant les revenus et la protection sociale de sa population, salariés, retraités,
eses, plus les recettes de l'Etat augmentent. La dépense publique — avec une cntrepriroissance économique suffisante et stable, de 2,7% au Portugal en 2017, un chômage bas et des investissements en progression — n'est alors plus qu'un facteur d'ajustement budgétaire de faible importance. Le gouvernement d'Antonio Costa a compris cette donne et applique au final une politique "d'accompagnement" économique, social et de transition énergétique, sans dogmatisme particulier, si ce n'est celui de ne pas se plier aveuglément à un dogme, lui très établi : l'austérité ou la restriction budgétaire, le désengagement de l'Etat, la privatisation des services publics, le dumping social et l'accroissement des inégalités par la "privatisation des dettes publiques" au détriment des protections sociales. António Costa s`est d`ailleurs fendu récemment à Bruxelles d`une proposition pour taxer les géants califoniens du net afin de consolider le budget européen et mieux aider les régions : "Tous les grands pays ont des difficultés à taxer ces grandes multinationales américaines, les GAFA (Google, Amazon, Facebook et Apple). Cela peut être une autre façon de créer une ressource propre de l'Union européenne." Le "miracle portugais" n'en est donc pas un, et l'Europe pourrait — si elle était en mesure de sortir de son entêtement — se pencher sur la réussite de ce petit pays qui a su inventer une sortie de crise basée sur un mieux disant social toujours absent des politiques de l'Union, accompagné d'une relance économique efficace. Face aux échecs répétés des politiques économiques dictées par l'Union européenne — comparés aux succès du gouvernement d'Antonio Costa — la logique voudrait qu'un changement de cap s'opère sur les grandes orientations budgétaires du vieux continent. Cela ne semble pourtant toujours pas être à l'ordre du jour. Et le ralentissement de la croissance française, allemande, la baisse des investissements et de la consommation dans ces pays au premier trimestre 2018 signalent bien la fragilité de la reprise économique récente des pays "pro Bruxelles". Face à ces contradictions, une phrase attribuée au génie scientifique allemand, Albert Einstein illustre de façon ironique cette incapacité des dirigeants de l'Union à changer leurs politiques économiques : "La folie, c’est de faire toujours la même chose et de s’attendre à un résultat différent". Résister à la folie et tenter une autre voie semble dans tous les cas — aux vues des résultats portugais — clairement le meilleur chemin à suivre : pour le bien de la population… à minima. Mais faut-il encore avoir cet objectif ?
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Julho 2018
COMUNIDADES 10 DE JUNHO - DIA DE PORTUGAL E DAS COMUNIDADES Portugal fez em Maio 839 anos!... Tudo começou com uma bula emitida pelo Papa Alexandre III a 23 de Maio de 1179 - o manifestis probatum - que declarava o Condado Portucalense independente do Reino de Leão e D. Afonso Henriques o seu soberano. Este documento, veio assim reconhecer 36 anos depois, a validade do Tratado de Zamora, assinado a 5 de outubro de 1143, através do qual o rei de Leão reconheceu a independência do Condado, que passou a denominar-se Portugal.
São assim 839 anos de História, do quinto mais velho país da Europa e sétimo do Mundo que se comemorou no passado dia 10 de Junho, assinalando o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas!... Um dia que assinala também a morte do poeta, da Língua Portuguesa, do Cidadão Nacional e das Forças Armadas. Uma data que se celebra com a presença dos mais altos dignitários nacionais e que inclui cerimónias oficiais, desfiles militares, concertos e entrega de condecorações aos portugueses que mais se distinguiram. O palco das cerimónias oficiais deste ano, que outrora era em Lisboa no Terreiro do Paço, há muito que se tornou itinerante e desde 1977, que por escolha do Presidente da República é designada uma cidade para acolher as comemorações oficiais. Em 2016 Marcelo Rebelo de Sousa teve a ideia de escolher duas cidades, uma no país e outra no estrangeiro, para que ascomemorações se estendessem às comunidades portuguesas. Nesse ano, tiveram lugar em Lisboa e em Paris, e no ano seguinte, foram escolhidas as cidades do Porto e as brasileiras do Rio de Janeiro e de São Paulo. Este ano, o Presidente da República escolheu Ponta Delgada e as cidades americanas de Boston, Providence e New Bedford, no estado de Massachusetts, onde as comunidades portuguesas estão profundamente inseridas. Embora o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas não desperte grande interesse popular em Portugal e quase seja ignorado pelos jornais e televisões, nas comunidades portuguesas é um grande dia de festa. Um dia em que os portugueses afirmam a sua identidade e manifestam o orgulho na sua DIA DE PORTUGAL|MARCELO ENALTECEU NOS U.S.A nacionalidade, na sua língua, na sua bandeira e na suas tradições culturais, através de inúmeras OS “MUITOS PORTUGAIS” QUE NÃO PODEM SER DISCRIMINADOS iniciativas. Mas para perceber isto, é preciso viver ou ter vivido longe daqui… O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, teceu rasgados elogios a Portugal e às suas comunidades no dia de Portugal, definindo o país e as suas gentes como O líder do PSD, Rui Rio, homenageou, promotores de união e paz, ao invés de divisão e guerra. “Temos uma capacidade de este domingo, no cemitério de Bissau, compreender, de dialogar, de aproximar pessoas. Somos assim. Nós unimos, não Guiné-Bissau, os militares portugueses e dividimos, nós criamos a paz, não a guerra. É assim que nós somos, é essa a nossa guineenses vítimas da guerra colonial, sublinhando que todos foram vítimas de força, é essa a vossa força”, enalteceu o chefe de Estado. Marcelo Rebelo de Sousa um conflito que ninguém desejava. falava em Providence, nos Estados Unidos da América, no final das comemorações que “Também por ocasião do 10 de Junho faz teve este ano passagem por Ponta Delgada, nos Açores, e por Boston e Providence, nos sentido homenagear os militares mortos Estados Unidos. Dirigindo-se a algumas centenas de pessoas em Providence, Marcelo durante a guerra colonial e esta Rebelo de Sousa reconheceu que Portugal e os seus representantes podem parecer homenagem aos militares portugueses estar longe, mas tal não é verdade. “Às vezes parece que estamos longe. Não estamos, mortos é extensiva naturalmente também aos militares da Guiné que faleceram na mesma guerra. Não foi estamos perto”, disse, depois de elogiar aqueles que “todos os dias criam Portugal” uma guerra entre povos, foi uma guerra de um país que queria a sua libertação contra um regime, contra o em Providence. O Chefe de Estado falou depois do Primeiro-Ministro, António Costa, e qual a maior parte dos portugueses também estavam contra como se verificou em 1974” - sublinhou. Rui no seguimento da festa do “Waterfire”. Ao longo de centenas de metros, rodeados por Rio falava aos jornalistas no primeiro dia de visita a Bissau, onde se deslocou para assinalar o dia de milhares de pessoas, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, juntamente com outros Portugal, de Camões e das Comunidades. “São vítimas de uma guerra que nenhum de nós desejava, se tivesse havido diálogo teria sido bem diferente e bem melhor para todos. Foi como foi a história e estamos 14 portugueses que se distinguiram no último ano nos Estados Unidos, transportaram aqui naturalmente para prestar esta homenagem, particularmente no dia dos Camões que é o principal nas suas mãos uma tocha.Durante o caminho, apenas iluminado por tochas, Marcelo expoente da língua portuguesa que a todos nos une», referiu”. Questionado sobre os encontros com as Rebelo de Sousa foi efusivamente saudado por muitos portugueses e luso-descendentes, autoridades guineenses e os líderes dos dois maiores partidos do país, Rui Rio explicou que pretende levar que tentaram a todo o custo aproximar-se do Presidente da República para tirar com da Guiné-Bissau uma “fotografia muito exata” sobre a actual situação do país. “Particularmente dos ele fotografias.A assistir a este espetáculo estavam deputados de todas as forças caminhos que a Guiné-Bissau tem em mente e que podemos ser úteis, particularmente dos caminhos em políticas representadas na Assembleia da República: Rubina Berardo (PSD), Lara termos de desenvolvimento do país, já que a nossa história comum nos obriga a sermos solidários com um Martinho (PS), Luís Monteiro (BE), Telmo Correia (CDS-PP), António Filipe (PCP) e José Luís Ferreira (PEV). país que tem direito ao desenvolvimento como os demais” - reforçou.
RUI RIO ASSINALA DIA DE PORTUGAL COM VISITA Á GUINÉ-BISSAU
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20
Julho 2018
COMUNIDADES DIA DE PORTUGAL|MARCELO NOS U.S.A
Os congressistas de origem portuguesa dos Estados Unidos, estão convictos de que a deslocação do Presidente da República àquele país, a propósito do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, vai reforçar as ligações bilaterais. Os republicanos David Valadão e Devin Nunes – este último figura próxima de Donald Trump e presidente da Comissão dos Serviços Secretos da Câmara dos Por:Fernando Botelho Gomes - New Jersey Representantes – e o democrata Jim Costa têm em comum (Cabasso-Vilar de Perdizes) as suas raízes lusas. São naturais da Califórnia, onde se I concentra grande parte da comunidade portuguesa. Ser barrosão / É ser forte e ser são / É ser As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas tiveram lugar este ano em Boston e honesto / É ser fiel e ser modesto / É não Providence, na costa leste dos Estados Unidos, país com cerca de um milhão e meio de pessoas de origem portuguesa, a ter mar / E só ter serra / É amar o próximo / maioria açoriana. Nestas comemorações, estiveram lado a lado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Amar a terra. Primeiro-Ministro, António Costa. Mensagem do Secretário de Estados das Comunidades II
È ter fumeiro / É ser rico sem ter dinheiro / É ser idoso e não ser velho/ É ser bondoso/ É partilhar e ser amigo/ É abrir a porta e dar abrigo.
Nos EUA o Dia de Portugal vai durar um mês inteiro…
No dia de Portugal
III
E ter amor / É ser humilde e trabalhador / ´´E partilhar a vida a dois/ É participar na chega de bois. IV
É ter orgulho na sua terra / Olhar o rio, dar um mergulho / Subir a serra / Enão ter frio. V
É ser sincero e não ter vaidade / É ser austero / É ser amante da liberdade. VI
É ajudar o seu vizinho / É ir feirar / Comer na tasca que tenha vinho / E não seja rasca. VII
Em vez de gado ter um trator / Com um arado e com reboque / Trabalha a terra com seu labor / e nao ter nada que o deixe em choque. VIII
É ir a missa todo o domingo /É comer chouriça / Matar o porco e fazer pingo. IX
Ser Barrosao e tudo isto e muito mais / Dar uma mão a quem precisa / Nunca diz não / E se não pode logo te avisa.
X No meu Barroso todos nos somos iguais…
O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas deu o mote a 135 atividades em cerca de 60 cidades e 12 estados norte-americanos durante todo o mês de junho. Este ano, as celebrações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, cuja Comissão Organizadora foi presidida por Onésimo Teotónio Almeida, professor no departamento de estudos Portugueses e Brasileiros da Brown University, em Providence, voltaram a estender-se às comunidades portuguesas. Depois de terem decorrido em Lisboa e em Paris (França) em 2016 e no Porto, Rio de Janeiro e São Paulo (Brasil) em 2017, este ano as celebrações decorram em Boston e Providence, mas outras iniciativas ocorreram em Washington, Califórnia, Colorado, Florida e New Jersey, entre outros estados norte-americanos. E se nos anos anteriores o ato de celebrar Portugal se restringiu aos dias em torno de 10 de junho, este ano o programa foi muito mais ambicioso: cerca de 60 cidades em 12 estados norteamericanos foram alvo de 135 atividades durante todo o mês de junho, numa “autêntica ofensiva diplomática” de Portugal nos Estados Unidos, como descreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros na apresentação do programa ‘Mês de Portugal nos EUA’. “Como sabemos, o 10 de Junho, para além de ser o Dia de Portugal e também das Forças Armadas, é também o dia das Comunidades Portuguesas a residir no estrangeiro. E o Presidente da República teve a excelente ideia de incorporar na comemoração deste dia, uma parte da celebração com comunidades portuguesas a viver no estrangeiro”, recordou Augusto Santos Silva.
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Caros concidadãos, No dia 10 de junho comemora-se uma das datas mais emblemáticas da nossa identidade, com a celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. o Dia de Portugal será assinalado um pouco por todo o Mundo, nos diversos continentes, graças ao trabalho conjunto da nossa rede diplomática e consular, do movimento associativo português na diáspora e de muitos cidadãos portugueses e lusodescendentes que, a título individual, dão o seu contributo para que a história, a cultura e as tradições de Portugal sejam enaltecidas com particular entusiasmo e significado. Esse é um sinal inequívoco de que apesar de estarem fisicamente longe, os portugueses no Mundo têm o seu coração em Portugal. Outro exemplo dessa ligação inabalável foi bem visível no esforço solidário, protagonizado pelas comunidades portuguesas, no apoio aos territórios afetados pelos trágicos incêndios de 2017. Um esforço, para atenuar as dificuldades materiais dos cidadãos afetados e para reforçar os equipamentos ao dispor dos bombeiros voluntários locais. Este importante contributo chegou não apenas a Pedrógão, mas beneficiou, também, muitos outros municípios sobre os quais recaiu o infortúnio dos devastadores incêndios do passado verão. Gostaria de terminar com duas notas finais de grande importância. Aproxima-se a data da votação final, na Assembleia da República, do “recenseamento automático” dos portugueses no estrangeiro. Caso a lei seja aprovada, os portugueses no estrangeiro vão receber uma carta a perguntar se querem ser inscritos nos cadernos de recenseamento eleitoral para poderem votar. Deixam de ter que deslocar-se aos consulados, muitas vezes centenas de quilómetros, para se recensearem. Iremos pôr um fim a uma desigualdade incompreensível entre os portugueses que vivem em Portugal e os portugueses que vivem no estrangeiro. Será importante, então, participar nos futuros atos eleitorais, seja qual for o sentido de voto. Termino, valorizando e reconhecendo, uma vez mais, o papel protagonizado por todos os portugueses residentes no estrangeiro, que, nas suas dimensões sociais, culturais, económicas e políticas, são uma das mais importantes forças de Portugal e constituem a expressão criadora do nosso humanismo e um exemplo da boa integração de Portugal na vida internacional.
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PELACAPITAL|OQUEDIZEMDENÓS
Julho 2018
CONHECER BARROSO UMA “ESTÓRIA” QUE NÃO ACABA AQUI
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Os blocos, as penhas, as pias, as bolas graníticas, que marcam o relevo das serras do Parque Nacional da Peneda-Gerês, contrastam com o carvalhal, os bosques ripícolas, as turfeiras e os matos secos e húmidos, habitats mais característicos deste território, alimentados por uma densa rede hidrográfica.
JOANA LOUREIRO *
Na imensidão do único Parque Nacional português, seguimos caminho ao ritmo dos costumes, da natureza, dos monumentos históricos e das panorâmicas soberbas
A região de Barroso, reparte-se por duas zonas distintas: o Alto e o Baixo Barroso, a que hoje em dia correspondem administrativamente dois concelhos!... A sul, o de Boticas, que ocupa a região dos vales fundos e escavados dos rios É difícil resumir uma área com quase 70 mil hectares, que abrange cinco concelhos, cada um albergando uma das cinco portas do Tâmega, Beça, Terva e Covas -é o Baixo Barroso. A Norte, parque nacional: Lamas de Mouro (Melgaço), Mezio (Arcos de Valdevez), Lindoso (Ponte da Barca), Campo do Gerês (Terras de Bouro) e Montalegre, no qual irei agora incursar, assume-se como o Montalegre, esta no centro da vila, junto ao castelo. A partir destas infraestruturas, ajuda-se o visitante a planear a sua visita e a fazer o Alto Barroso. Aos barrosões, são indiferentes estas divisões enquadramento do território, antes de começar a explorá-lo. Existem, por exemplo, dezenas de percursos pedestres devidamente e classificações.Todos são de Barroso, e quanto ao resto, sinalizados, com diferentes paisagens, distâncias, vestígios históricos, perfis topográficos. O caminho faz-se caminhando… mas qual a fale-se de politica, agricultura, bruxas, bois e vacas, que é direção a seguir? isso que interessa. É justo que se diga também, que além A 1 200 metros de altitude, com as fragas e os picos do Gerês a poente e a noroeste, e o planalto Barrosão da Mourela a nascente e a de Boticas e Montalegre, as terras de Barroso ainda nordeste, Pitões das Júnias, uma aldeia de construções graníticas, é uma das mais visitadas do concelho de Montalegre. Um percurso cobrem a freguesia de Soutelinho da Raia, no concelho de pedestre de quatro quilómetros (percorridos em cerca de 1h30), cujo ponto de partida é o cemitério da localidade, oferece inúmeras Chaves, bem como algumas freguesias dos concelhos de potencialidades. Desde logo, as ruínas do beneditino Mosteiro de Santa Maria das Júnias, fundado no século XII, encaixado e isolado no Vieira do Minho e de Cabeceiras de Basto. vale da ribeira de Camposinho. As portas estão fechadas, mas a belíssima envolvente e as lendas que precedem a sua construção conferem-lhe algo de mágico. A partir daqui, as sinalizações conduzem o visitante pelo carvalhal do Beredo, até se chegar a um Esta identidade geográfica barrosã, actualmente apenas passadiço de madeira, conduzindo a uma varanda com uma vista arrebatadora da cascata, com cerca de 30 metros de altura. Nos ares histórica, tem porém uma grande tradição autonómica poderá avistar-se uma águia-de-asa-redonda, um peneireiro-vulgar ou um tartaranhão-azulado. regional: corresponde à antiga terra de Barroso, dotada de Para quem procure o contacto com o mundo rural, Pitões das Júnias recorda, no polo do Ecomuseu do Barroso, tradições perdidas no foral em 1273 por D. Sancho II, aí se incluindo os tempo. Instalado numa antiga corte, onde se guardava o “boi do povo” – responsável pela reprodução das vacas e defensor do orgulho concelhos medievais de Montalegre, de Boticas – então do povo durante as chegas –, o piso superior reconstitui uma cozinha tradicional e reúne trajes típicos, peças do quotidiano e outras centrado em Covas de Barroso e de Ruivães, extinto em ligadas à produção da lã e do linho. Já o piso inferior é dedicado à agricultura e ao pastoreio, os modos de subsistência da população. 1853. Porta de passagem da Galiza para Portugal - e viceEm edifícios próximos, situam-se o moinho de água e o forno comunitário, ainda em funcionamento, igualmente visitáveis. Costumes, versa - Montalegre, acolhe os galegos com o mesmo natureza, monumentos históricos, panorâmicas soberbas, esta é apenas uma sugestão. Lindoso, Castro Laboreiro, Soajo, Tourém… havia espírito com que estes vêm a Montalegre, uma comarca tanto mais por descobrir. * Fonte: Visão Se7e vizinha. Padres, médicos e veterinários prestam até parte dos seus serviços, de um e outro lado da fronteira. E já A mítica EN103 atravessa montes e vales do Minho até às portas de Trás-os-Montes, assim acontecia em tempos remotos, muito antes da onde se dá a bifurcação em estradas nacionais alternativas para Montalegre ou abolição das mesmas, sob os auspicios dos ventos europeus. Em tempos, houve até gente que desenvolvia a para Boticas Maria Helena No passado dia 13 de abril, Portugal recebeu mais um galardão internacional, desta feita no âmbito do programa sua actividade profissional do lado de lá ou do lado de cá Magalhães*opiniao@news da FAO “Sistemas Importantes do Património Agrícola Mundial” (sigla em inglês, GIAHS): foi atribuída às terras da fronteira. E não era só em épocas sazonais que tal plex.pt do Barroso, nos concelhos de Montalegre e de Boticas, a classificação de património agrícola mundial. O Barroso é o primeiro a ser acontecia.Falando então do concelho de Montalegre, há aprovado em Portugal e um dos primeiros a serem aprovados na Europa, segundo nota da FAO onde também pode ler-se que “os habitantes que dizer que a sua área é enorme. Porém, os seus 800 do Barroso desenvolveram e mantiveram formas de organização social, práticas e rituais que os diferenciam da maioria das populações do quilómetros quadrados de serras e planalto são país em termos de hábitos, linguagem e valores”. É verdade, malgrado a míngua, os barrosões lá se vão desenvencilhando, mas isso não escassamente povoados. Nela se incluem serca de quinze basta para lhes conferir a qualidade de vida a que têm direito. São por demais conhecidas as merecidamente badaladas feiras do fumeiro transmontano, que atraem milhares de visitantes. Finda a feira, porém, acaba-se a festa e regressam, apressados, o marasmo costumeiro e mil habitantes, o que lhe dá uma densidade populacional o quotidiano agreste. Os mesmos que por estes dias encontrámos em aldeias serranas da região barrosã – todos os serviços de pouco superior a 17 habitantes por quilómetro quadrado. proximidade foram sendo paulatinamente retirados. A mítica EN103 atravessa montes e vales do Minho até às portas de Trás-os-Montes, Não se bastando com serem poucos, os barrosões estão onde se dá a bifurcação em estradas nacionais alternativas para Montalegre ou para Boticas. Seguindo a de Boticas, sob a presença tutelar também em regresso demográfico. Morrem muitos mais da serra do Barroso, filha do sistema montanhoso da Peneda-Gerês, que dominou o trajeto que ficou para trás, a dado momento corta-se do que nascem, o que cada vez mais se nota na ocupação em direção a Alturas do Barroso que, como o nome indica, fica no alto da serra. Do amarelo dos tojos e do lilás das urzes, à desgarrada, ao do território e na paisagem, hoje em dia entristecida pela branco das giestas, ganham forma o ar rarefeito e os ruídos do silêncio da montanha, e surge a aldeia, ruelas empedradas, casas umas de proliferação de aldeias em desertificação, apenas povoadas pedra, outras não – “maisons”, marcas da emigração –, quintais floridos, gente recolhida na lida, fora de vista. A estrada serrana por respeitosos gerontes, saídos de um conto de antanho continua, avistam-se pequenos rebanhos de cabras, há gado barrosão nos lameiros e, volvidos uns quilómetros, aparece Vilarinho Seco, de Miguel Torga, Lourenço Fontes ou Bento da Cruz. A aldeia tradicional transmontana: granito aparado nas casas e nos muros, quelhos de gravilha, uma capelita a compor o cenário onde só o maior parte da população vive no planalto barrosão, que avermelhado dos telhados se destaca dos tons cinzentos do granito. Nem vivalma se adivinha, só o chilreio da passarada se confunde no se estende desde os contrafortes do Gerês à depressão do farfalhar da tarde que se avizinha. Campos lavrados, prados, algum gado e muita serra, tojos, giestas e urzes, sempre a descer até à vale de Chaves. O resto do concelho é montanhoso e albufeira dos Pisões, já no concelho de Montalegre. Então, a remirar-se toda na albufeira, empoleirada numa estreita península que escapou ao alagamento da área, está Vilarinho de Negrões, considerada uma das cinco aldeias mais bonitas de Portugal. Se a distinção agreste. Proporciona miradouros esplêndidos, de onde se avantajou a aldeia e a vida de quem lá mora, não temos notícia. Fica nota da beleza do local. E mais ainda se verá pois, na borda disfrutam verdadeiras "obras paisagisticas". Aliás, todo o transmontana, paredes-meias com terras minhotas, arrima-se Vila da Ponte, uma aldeia com pergaminhos, com história para contar. Pela território de Montalegre é muito elevado, o que marca via romana alcança-se a velha ponte de pedra que deu nome à terra. Aí, a demora pode ser presenteada com um inesperado concerto de indelevelmente o clima.
POR TERRAS DE BARROSO E UM POUCO MAIS
rãs na ribeira de Cabril. Assim aconteceu. *Fonte: I on line
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In Terras de Barroso – Domingos Chaves
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Julho 2018
Carlos Moedas*: "Diziam que eu era forreta, eu não tinha era dinheiro nenhum…“
*Comissário Europeu
A história de um europeísta convicto, nascido em Beja quatro anos antes do 25 de Abril, filho de um comunista e que assume que o programa Erasmus - para o qual conseguiu entrar depois de um murro na mesa de um professor do Instituto Superior Técnico («O sr. Moedas é de Beja, nunca viu o mundo e tem de ir ver o mundo!») lhe abriu as portas tanto da sua carreira como da formação enquanto pessoa. Quão paradoxal é ter um país - do Parlamento ao Governo, passando pelo Presidente da República contra a proposta de orçamento da Comissão Europeia, mas ter a imprensa internacional a dá-lo como maior vencedor desta proposta de quadro plurianual? Sabendo, claro, que os comissários representam pastas e não nacionalidades, como é que lida com o paradoxo? Há uma parte positiva e uma negativa. A parte positiva é que durante muito tempo se dizia que a Europa não colocava como prioridade a Ciência e a Inovação e agora são prioridades claras. E é isso que faz, depois de negociações
Já vi tudo... Hoje há uma desconexão total entre a economia e a política. Se fosse assim, um país como a Polónia teria um discurso totalmente pró-europeu. Se olhar para os gráficos, a Polónia é o país que mais recebe em fundos estruturais e o Governo tem um discurso contra a Europa. Há uma desconexão muito grande entre essas duas realidades. Pôr mais dinheiro nos países não quer dizer que eles falem melhor da Europa. Isso é um problema porque não deveria ser assim. Alguma coisa estamos a fazer mal. Se o dinheiro não gera europeísmo, o que gera? A conexão entre a Europa e os cidadãos, que é o que se tem
Mas, para sermos claros, estou triste com isso? Estou. A política de fundos estruturais e a Política Agrícola são importantíssimas. Estou a tentar ter na parte da Ciência 10 mil milhões só para a Agricultura: digitalização, inovação, etc.. Mas isto é o resultado de 20 anos a dizer mal da Europa, de populistas e extremistas. As pessoas dizem que «ah, aconteceu», e aconteceu e é capaz de ser pior. As eleições de 2019, na volta, esperando eu que não, vão trazer mais populistas e extremistas. Não é só o Reino Unido. É toda uma série de países em que esse
que são muito complexas, com que seja o maior aumento de sempre na Ciência e na Inovação. Os detratores da Europa, tanto nos Estados Unidos como na Ásia, diziam: «A Europa está a perder caminho, já não investe o suficiente». E agora a Europa responde: «Não, nós estamos a investir 100 mil milhões na Ciência e na Inovação e ainda pomos mais 10 mil milhões só no Digital». Isto é um statement muito forte a nível internacional. Um programa de 100 mil milhões de euros em Ciência e Inovação simplesmente não existe em qualquer outra parte do mundo. Isso é a boa notícia. A má não é tanto um paradoxo... A má notícia é que a Europa, tendo menos um membro, tem de fazer alguma coisa a nível monetário. O Reino Unido correspondia, em geral, de 12 a 15 mil milhões por ano do Orçamento anual da UE. Quando esses 15 mil milhões desaparecem, algo acontece. E o quê? Os programas maiores têm uma redução. Quando olhamos para a Política Agrícola Comum [PAC] e para os fundos estruturais, eles representam 72% de todo o orçamento. Quando retiramos uma fatia, eles seriam sempre os mais afetados. Não se trata de uma má vontade da Europa... Trata-se um de facto: há menos dinheiro porque um dos grandes membros da União sai [o Reino Unido]. E isso não é nenhuma surpresa, já se sabia que iria acontecer. Quando falamos em cortes entre os 5 e os 7%, estamos a falar de cortes que são inferiores àquele que é o corte no orçamento no Reino Unido, houve um esforço nesse sentido. Não teme que a redução na Política de Coesão fortaleça os partidos de discurso mais populista e anti-europeu?
perdido. Faço uma comparação com o ‘block chain’, que veio retirar os intermediários da economia. É o que essa tecnologia veio fazer: já se faz uma economia de par a par. E o que nós tivemos muitos anos na Europa foi sempre intermediários: pomos dinheiro nos países mas havia sempre um intermediário, o país, empresas, bancos. As pessoas nunca sabiam que o dinheiro vinha da Europa. Quando visitei um instituto em Manchester, pago com quase 30 milhões de euros da UE, perguntei à pessoa que estava à entrada se sabia quem tinha pago, e ela disse-me que tinha sido «o mayor de Manchester». A partir daí, também percebemos melhor o Brexit... É populista dizer que agora que há menos dinheiro os primeiros a sofrer serão os mais países pobres? Isso seria especulativo... Aquilo que foi aprovado no Colégio de Comissário não faz nenhuma divisão por país. O que dizemos é que com a saída de um membro vamos ter uma redução geral na PAC e nos fundos estruturais. Isso é uma realidade. Mas não sendo uma alocação por país mas por áreas, há áreas que beneficiam mais facilmente país de maior capacidade económica... Isso é mal comparado... Não podemos comparar 72% do Orçamento com a política da Ciência que eram 8% do Orçamento... Mesmo aumentando para 100 mil milhões a política da Inovação e da Ciência, continua a ser muito pequeno comparado com o resto do bolo. A redução que houve era inevitável porque eram as maiores políticas europeias [sendo maiores, sofrem mais].
discurso e essa retórica funciona. Quando maior for esse discurso, menos dinheiro há... Mas quanto menos dinheiro houver não teremos mais desse discurso também? É uma espiral. Por um lado, é o efeito desses países todos dizerem «nós não pomos mais dinheiro», mas depois, se não se põe mais dinheiro, a Europa funciona pior. Um exemplo: a Guarda Costeira. Quando o presidente [da Comissão Europeia] disse para fazermos uma, o que é que esses países dizem? «Não! A soberania! Com uma guarda costeira europeia perdemos soberania!». Mas se não houver guarda costeira vamos ter mais problemas em relação à nossa costa. Aceitaria ficar como comissário europeu? Isso não é uma questão que se ponha neste momento. A questão que se põe na minha vida é: o que é que quero fazer depois? Gosto muito de política internacional e acho que faço um bom papel como político português na arena internacional. Mas isso é uma questão que é muito cedo para se discutir, para se falar, para se pensar. Até porque eu posso querer, de certa forma, e penso muito nisso... a vida política não deve ser feita só de política ou só de privado. Estive muito mais anos na área
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Julho 2018
Carlos Moedas:"Brincávamos muito na rua. Lembro-me de os meus pais não terem dinheiro para me comprar uma bicicleta e todos os meus amigos já tinham uma …"
A história de um europeísta convicto, nascido em Beja quatro anos antes do 25 de Abril, filho de um comunista e que assume que o programa Erasmus - para o qual conseguiu entrar depois de um murro na mesa de um professor do Instituto Superior Técnico («O sr. Moedas é de Beja, nunca viu o mundo e tem de ir ver o mundo!») lhe abriu as portas tanto da sua carreira como da formação enquanto pessoa. privada e tenho algumas saudades dessa área porque se aprende imenso. Também tenho uma paixão pela área pública e agora fiz uns bons anos na área política. Tenho que ver com a família, comigo próprio... E depois, obviamente, não depende de mim. É uma decisão do primeiro-ministro de Portugal. De mim depende pensar nisso. Esta fase da minha vida é tão preenchida - no ano passado fiz mais de 60 viagens - que não tenho muito tempo para pensar no futuro, no que vou fazer, no que quero fazer. Estou totalmente metido nisto, no trabalho da Comissão, e gosto. Mas não sei... Não sei o que será esse futuro. E é uma coisa óptima: há uma parte que depende de mim, que é a minha escolha, mas grande parte não depende de mim. Vamos ver. Essa agenda tirou-lhe muito tempo familiar? É essa a parte mais complicada. A maior parte dos meus colegas tem mais de 60 anos, filhos crescidos. Eu tenho muita dificuldade quando penso que os meus filhos estão a crescer e eu não estou com eles o tempo suficiente. Não sei se isso é bom ou mau para eles. Qual foi o pior momento do seu mandato? A crise do ébola foi muito complicado de gerir. Precisávamos de mais dinheiro para chegar à primeira vacina do ébola e às vezes os programas europeus são tão fechados que tivemos muitas dificuldades. Isso foi um choque. Pensar que sou comissário mas não conseguia chegar a essa decisão. E lá fora perguntavam: «O que é que estão a fazer? Onde é que está a vacina?». Na altura, conseguimos desbloquear 100 milhões de euros e depois os privados meteram mais 100 milhões. Mas foi um momento difícil. Os atentados em Bruxelas foram um momento também difícil. Mas, no geral, os momentos não foram maus. É tão interessante uma pessoa estar no centro da Europa, ver como funciona...Os momentos mais difíceis também os fui esquecendo. Agora as discussões do Orçamento... Quando eu entrei para as negociações, o Orçamento que estava em cima da mesa era muito longe dos 100 mil milhões. Muito longe? Bastante longe... (risos). Depois houve ali uma luta, que foi definir com os meus colegas como é que eu conseguia chegar ao objetivo dos três dígitos: os 100 milhões. Nunca tinha havido um programa [na Inovação] de 3 dígitos. «Vocês têm de me ajudar a chegar aos três dígitos, como é que vamos fazer?». Um dos colegas que me ajudou muito foi o comissário da Agricultura, que, coitado, estava a sofrer bem mais do que eu mas achava que devia ajudar porque não lhe fazia grande diferença [a nível orçamental]. Mas fazia uma grande diferença para mim... Esse é um pouco o legado que se pode deixar: um programa para a Ciência de que me orgulhe. A minha parte está feita. Agora é esperar que o Parlamento Europeu e os países cumpram a missão deles. Tenho otimismo em relação a isso, mas nunca se sabe... Acho que terei o apoio do Parlamento, mas o apoio que é mais
difícil é ter a unanimidade nos 28 - neste caso, os 27... Vamos agora recuar quase 48 anos... Nasceu em pleno verão alentejano, em Agosto de 1970. Consegue traçar o retrato de Beja nesse ano? Não sei... são memórias um bocadinho a preto e branco. Imagine uma cidade pequena, em que o meu pai era jornalista mas não podia dizer tudo o que queria. Há uma imagem: o meu pai recebia muitas ameaças e ainda tenho lá aquelas histórias todas, e um dia tem uma ameaça de morte e a minha mãe disse-lhe «então não saias de casa!» e ele diz «vou sair, porque se me quiserem matar mesmo matam, e ser hoje ou amanhã é igual». Havia uma grande tensão. O meu pai [que era militante do PCP] quase foi preso e eu era muito pequeno. Essas coisas ficam, são muito fortes. Por outro lado, é quase extraordinário porque esses talvez tenham sido os melhores anos do meu pai. É uma parte agridoce. A democracia desapontou-o. E tudo o que ele esperava que acontecesse não aconteceu. Os melhores anos lá em casa foram aqueles logo a seguir ao 25 de Abril. Mas nos anos 80 ele já não acreditava em nada... As minhas memórias começam aí com 5 anos, nas manifestações do 1.º de Maio a seguir à Revolução, lembro-me de ir com o meu pai a um dos primeiros comícios do PSD em Beja. Houve tiros e tivemos que nos esconder debaixo de um carro. Mas o seu pai também ia aos comícios do PSD? Ia porque era jornalista. Não concordava com nada (risos). Ia para dizer mal! Só que me levou e eu gostei.
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Se lhe pedir um exercício de memória qual é a primeira coisa que lhe vem à cabeça? Lembro-me do Álvaro Cunhal vir a Beja a um 1º de Maio. Eu vivia em frente a um parque de campismo e lembro-me de ir com o meu pai ver aquela figura. Era realmente impressionante, metia um respeito enorme. O mundo era muito diferente. Hoje em dia, o acesso à informação é completamente diferente. Mas um político naquela altura, sobretudo o Álvaro Cunhal, era um feito extraordinário ele entrar ali. São sobretudo memórias políticas, então... São, muitas... Memórias menos políticas... Brincávamos muito na rua. Lembro-me de os meus pais não terem dinheiro para me comprar uma bicicleta e todos os meus amigos já tinham uma. Depois lá conseguiram [sorri]. Lembro-me dos primeiros computadores, dos primeiros jogos. A tecnologia já o deixava fascinado? Já, até porque os meus pais não tinham dinheiro para me comprar... Hoje os miúdos como têm tudo não têm o mesmo fascínio. Ia com o seu pai para a redação? Muitas vezes. O meu avô chegou a trabalhar na sala das máquinas, que era assim uma sala industrial com uns aparelhos em que se derretia o chumbo. Lembro-me muito bem disso. Depois, o chumbo era deitado numas formas e essas formas tinham cada frase do jornal. Depois, o meu pai punha a tinta em cima do chumbo e uma folha por cima, para se carregar e sair a impressão. Quando havia uma gralha, o meu pai corrigia e o trabalhador retirava o que estava mal e voltava a fazer. O meu avô trabalhava nessas máquinas e o meu pai era jornalista e começou muito jovem a escrever. Nunca pensou ser jornalista? Como o meu pai era jornalista... Houve várias fases e houve uma em que eu não queria ser nada como ele. Era aquela fase da rebeldia de ser jovem. Sinceramente, nunca pensei nisso. Nunca assinou nada no Diário do Alentejo? Nunca, nem o meu pai permitiria isso. Ele era jornalista, era o jornal dele, não o vejo nada a deixar. Poderia, se eu quisesse ser jornalista, dizer-me para ir para outro jornal. Mas ali não acharia muita piada... Como é que era na escola? Desde miúdo que percebi que, como… (Continua na página seguinte)
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Carlos Moedas :" As saídas dependiam sempre do dinheiro que AENTREVISTA tinha. O quarto custava seis contos, tinha de comer sempre nas cantinas. …" A história de um europeísta convicto, nascido em Beja quatro anos antes do 25 de Abril, filho de um comunista e que assume que o programa Erasmus - para o qual conseguiu entrar depois de um murro na mesa de um professor do Instituto Superior Técnico («O sr. Moedas é de Beja, nunca viu o mundo e tem de ir ver o mundo!») lhe abriu as portas tanto da sua carreira como da formação enquanto pessoa. fisicamente não me podia diferenciar, era melhor estudar [risos]. Lembro-me de os professores dizerem que eu era bom aluno aos meus pais e deu-me sempre imenso prazer estudar. Fui sempre seguindo aquilo que os bons alunos faziam, a carreira nas ciências, na matemática... Todos acabavam por ir para engenharia ou para medicina e eu fui influenciado por isso. Era uma coisa um bocadinho estúpida do ensino português, que já não é do vosso tempo. Como era o seu grupo de amigos? Dava-me com muita gente. Um grande amigo era filho de um grande médico, um homem que me marcou muito, um dos primeiros portugueses a estudar a paralisia cerebral, o Artur Carvalhal. O filho [João] era um dos meus melhores amigos. Também tinha alguns amigos cujos pais eram latifundiários e que diziam mal do meu pai . Como lidava com isso? A pior fase foi já nos anos 80, quando o meu pai decidiu pôr no jornal uma lista do que cada latifundiário tinha recebido dos primeiros fundos da CEE e os jipes que tinham comprado...
Nunca perdeu um amigo por causa do seu pai? Não, mas era complicado. Às vezes, as pessoas não separam muito bem a diferença entre aquilo que é a profissão de um pai e aquilo que os filhos são. Aconteceu com os seus filhos? Agora não, mas quando estive no Governo de certeza que sofreram. E não deve ser assim: devemos proteger a vida privada e os nossos filhos. Tanto para um político como para um jornalista. É essencial numa sociedade democrática. Essa falta de privacidade na vida pública afasta-o de um regresso à política nacional? Não, essas memórias são fruto de algo que no futuro vai ser mais fácil as pessoas avaliarem. Acho que não eram coisas dirigidas à minha pessoa, mas à situação. As pessoas estavam a sofrer e estavam revoltadas. Agora, é muito mais difícil quando um filho ouve isso na rua e não faz essa separação porque é miúdo. Mesmo que saísse da vida mais pública isso estaria sempre presente. Foi uma altura [2011-2014] muito dura para toda a gente. Hoje, as pessoas reconhecem-me de uma maneira diferente porque a posição é bastante diferente - e até me conhecem melhor, porque na altura eu não podia ser verdadeiramente eu
próprio. Estávamos a viver uma época muito dura, as medidas tinham que ser feitas. Naquela altura conheciam um tipo que estava atrás de uma folha de Excel, hoje já não é assim.
Regressando a Beja: quando é que percebeu que não se revia nos ideais do seu pai? Nos anos 80, em que comecei um bocadinho a ler sobre o que se passava na União Soviética. Achava que havia ali qualquer coisa que não batia certo. Lembro-me de fazer-lhe perguntas sobre os Jogos Olímpicos de Moscovo e de sentir que ele tinha visto o que lhe queriam mostrar e não o filme todo. Tivemos discussões muito engraçadas porque ele era um homem muito inteligente e conseguia sempre dar-me a volta. Mas senti sempre que havia qualquer coisa no regime soviético que não funcionava - e mais tarde provou-se que, de facto, não funcionava. Foi um regime terrível para as pessoas. Começámos aí a ter as primeiras diferenças, mas ele respeitava-as. Nunca me disse para ser igual a ele, para pensar como ele. Nunca houve um choque frontal? Não, nessa altura fiz uma escolha: apesar de já ter uma tendência para a parte política, nunca me quis meter-me na associação de estudantes nem na política, exatamente para não o deixar numa situação em que ele se sentisse mal. Foi pelo seu pai que não começou mais cedo na política? Talvez hoje possa dizer que sim, que me afastei para não chocar com o meu pai. Mas isso já é quase psicanálise... Vai estudar para o Instituto Superior Técnico, engenharia civil. Porquê? Como tinha notas muito boas, os professores diziam que eu tinha de ir para medicina. Um dia, houve um acidente ao lado de minha casa, o senhor ficou cheio de sangue e eu desmaiei. Como é que eu podia ir para médico se não conseguia ver sangue?O curso com melhor média a seguir era engenharia. Fui um bocadinho sem saber ao que ia. Não sabia o que era. Era um ambiente muito politizado? Tinha muitas associações e muitas discussões,
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mas eu nunca me meti muito. Queria viajar. Como é que foi a adaptação a Lisboa? Foi complicado. Os meus pais não tinham muito dinheiro, o meu pai já estava doente. Fui viver para um quarto de uma senhora terrível em Campo de Ourique. Não podia ter a luz acesa até tarde, não podia tomar banho todos os dias. Tive de me apoiar em amigos para estudar em casa deles. Lembrome que umas amigas estavam num lar de freiras no Lumiar , só de raparigas, mas as freiras simpatizaram comigo e deixavam-me ir para lá. Ia às oito da manhã, ficava até às oito da noite. Não podia estudar em casa por causa da conta da luz. Era a austeridade... Já na altura... Ia variando entre os amigos para não se fartarem muito de mim. E também saía à noite? Onde ia? Claro. Mas não muitas vezes… Foi barrado alguma vez à porta do Frágil? Devo ter sido milhares de vezes [risos]. Às vezes tomo café numa pastelaria ao pé de minha casa e cruzo-me com a Margarida Martins. Já lhe disse que me deve ter barrado muitas vezes [mais risos]. As saídas dependiam sempre do dinheiro que tinha. O quarto custava seis contos, tinha de comer sempre nas cantinas. Ao almoço, no Técnico. À noite, na Faculdade de Ciências, que era ótima.
Nunca teve que cozinhar? Isso era impossível. A senhoria não me deixava entrar na cozinha [risos]. Depois arranjei uma namorada que vivia ao pé de mim e comecei a ir lá a almoçar a casa. A mãe dela gostava de mim e alimentava-me. Foi numa visita de estudo a França que decidiu fazer o Erasmus. Quem lhe falou do programa? Foi no Técnico. Um grupo de estudantes organizou uma viagem. Eu nunca tinha andado de avião. (Continua na página seguinte)
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AENTREVISTA Carlos Moedas:"Não conheço ninguém que tenha feito Erasmus e que não tenha gostado. …"
A história de um europeísta convicto, nascido em Beja quatro anos antes do 25 de Abril, filho de um comunista e que assume que o programa Erasmus - para o qual conseguiu entrar depois de um murro na mesa de um professor do Instituto Superior Técnico («O sr. Moedas é de Beja, nunca viu o mundo e tem de ir ver o mundo!») lhe abriu as portas tanto da sua carreira como da formação enquanto pessoa. Vi que aquilo era tão barato que foi uma oportunidade para visitar a Aero Spaciale em Toulouse. Fui e encontrei um grupo que tinha sido, creio, do primeiro ano de Erasmus. Incentivaram-me muito a ir e eu entusiasmei-me. Comecei a falar com os professores daqui e eles não queriam nada que eu perdesse o 5º ano do Técnico. Todos diziam que não, que era uma chatice, até que um homem fabuloso - o Professor Quintela, um dos maiores professores de hidráulica - reuniu os professores todos e deu um murro na mesa e disse: «O sr. Moedas é de Beja, nunca viu o mundo e tem de ir ver o mundo!». E eu fui. Tenho muita pena de nunca lhe ter agradecido como queria antes de ter falecido. Mudou a minha vida. Nunca tinha visto absolutamente nada, nada, nada. De repente chego a Paris e foi a descoberta total. Marcou-me tanto. Já falava francês ou aprendeu lá? Falava o francês do liceu de Beja com pronúncia alentejana (risos). Estar num país em que percebemos mais ou o menos o que nos dizem e não conseguir comunicar... [Nessa altura] pensava nos emigrantes que saíram de Portugal e como aquilo era difícil, chegar a um país e não falar a língua. Tornou-me uma pessoa diferente em termos de resiliência. Digo sempre aos meus filhos que ir estudar lá para fora não é pelo que se estuda, é por aquilo em que nos transforma. Hoje sou uma pessoa extremamente tolerante, estou sempre a tentar perceber o que os outros pensam. Quando me fazem uma crítica acho sempre que deve ter alguma verdade, ponhome na pele do outro. Isso aprendi lá fora, consigo captar as coisas nos primeiros instantes de uma maneira muito diferente. Consegue dar exemplos? Por exemplo, numa reunião está uma pessoa italiana, uma alemã e uma eslovena. Sei que a pessoa italiana, seja homem ou mulher, me vai dar um ‘passou bem’ com alguma distância; se estiver uma portuguesa dou um beijinho
e explico a seguir à alemã que dei um beijinho à portuguesa porque é costume, porque a alemã fica estarrecida - como é que se ele nunca a viu e vai cumprimentá-la com um beijinho? Numa negociação perceber as culturas funciona. Aprendi a captar rapidamente como é que as pessoas vão reagir. E isto porque cometi muitos erros - cheguei a França e… Tentou dar beijinhos? Lembro-me de estar numa mesa e uma americana ir sentar-se.
Achei que a cadeira estava longe, aproximo-a e toco-lhe nas costas. E ela vira-se para mim com uma violência e diz: «Don’t touch me!». E isso para uma americana é normal, pensou que eu lhe estava a tentar tocar quando eu estava a ser simpático. Ao trabalhar com diferentes culturas há que ter um cuidado enorme com o que se diz. O Erasmus iniciou o seu romance com a Europa? Sim. Não conheço ninguém que tenha feito Erasmus e que não tenha gostado. Depois acabei por ficar cinco anos em França e fui depois para os EUA. Mas foi o Erasmus que me lançou e ainda por cima não tinha um tostão, fui para lá e levava um cheque de 16 mil francos franceses [2.400 euros]. O meu pai estava muito doente, deixou o jornal e a minha mãe tinha começado a trabalhar como auxiliar num infantário para ajudar. O meu pai reformou-se com uma reforma baixíssima, eles não tinham dinheiro nenhum para me dar e eu tive que viver com aquele dinheiro. Mas fui muito feliz. Chegou a trabalhar lá em algum lado ou conseguiu com esse curto orçamento gerir a vida?
Consegui, mas os meus amigos diziam que era muito forreta. Eu não era, simplesmente não tinha dinheiro (risos). Há uma diferença entre ser sovina e não ter dinheiro nenhum, mas fiquei com alguma fama. Alguns ainda me dizem: «Eras tão forreta!» O seu pai morreu em 1993. Estava no Eramus? Já tinha acabado, o meu pai morreu em novembro de 1993. Ficou com uma doença terrível, ficou alcoólico, uns sete ou oito anos antes. Essa foi realmente uma época dificílima da minha vida. Acho que nunca falei nisso porque nunca tive de falar, mas acho que é bom também falar para as pessoas saberem que estas doenças são terríveis. Tenho o maior respeito por ajudar pessoas que estejam nessa situação, seja de droga ou álcool. Infelizmente aqueles últimos anos do meu pai não foram anos em que tive
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grandes conversas com ele. São doenças difíceis e transversais… A toda a gente. A pessoa fica sempre com o remorso do que é que podia ter feito mais para ajudar, mas são doenças em que a própria pessoa tem que se ajudar a si própria e portanto nesses últimos tempos não sei… Acho que é das piores doenças para destruir uma família, seja a droga seja o álcool. E a família não sei se sofre tanto como eles, mas sofre muito. Foi um choque. O alcoolismo já era visto como uma doença? Infelizmente talvez não como é hoje. Não acho que o país estivesse de todo preparado para isto, para ajudar as pessoas, não havia estruturas, hospitais, métodos. Talvez houvesse para quem tivesse mais dinheiro. Foi uma fase difícil não só da minha vida e de toda a família mas de todas as pessoas que gostavam dele. Ele era uma figura do Alentejo.
Tem uma rua com o nome dele em Beja! E acho que é bem merecida. Vamos então falar do período em trabalhou a fazer esgotos e saneamentos em Paris, entre 1993 e 1998. Uma fase bonita, esgotos e saneamento (risos). Como foi parar a essa empresa? Foi mais ou menos a meio do Erasmus. Íamos sempre a uma livraria ao pé da Sorbonne de um português comprar o Expresso, um de nós que tivesse dinheiro comprava - quase nunca era eu. Um dia havia um anúncio de uma empresa que procurava um jovem engenheiro. Pensei que não tinha nada a perder, mandei o currículo. Começo a trabalhar lá logo a seguir ao curso mas com um problema - é que havia o serviço militar obrigatório. Fiquei sempre convencido que iam acabar por não me chamar. Engano meu, porque chamavam todos os médicos e engenheiros e então lá fui para Tancos, que era a escola da engenharia, e para a Pontinha depois. Foi um choque brutal porque aquilo era duro fisicamente. O serviço militar foi um revés na sua carreira ou tirou alguns ensinamentos interessantes? Foi uma boa experiência. Vinham pessoas de todo o país e de todas as condições sociais. E depois também, no fundo, para alguém como eu que nunca tinha feito nada físico, também tinha uma parte de disciplina física que não… (Continua na página seguinte)…
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Carlos Moedas: "Cada vez sou mais europeísta. Não há nenhum caminho para a Europa que não seja uma união cada vez mais forte entre os povos”.
A história de um europeísta convicto, nascido em Beja… quatro anos antes do 25 de Abril, filho de um comunista e que assume que o programa Erasmus - para o qual conseguiu entrar depois de um murro na mesa de um professor do Instituto Superior Técnico («O sr. Moedas é de Beja, nunca viu o mundo e tem de ir ver o mundo!») lhe abriu as portas tanto da sua carreira como da formação enquanto pessoa. era assim tão má como isso e aprendi a conhecer-me melhor a mim próprio. Se voltasse atrás, escolheria ir à tropa sem qualquer hesitação. E depois manteve alguma dessa disciplina física? Tento, mas acho que não se revela. Às vezes vou correr ao pé do Tejo. Está mais europeísta ou é como os teólogos que quanto mais estudam mais se afastam da religião? Cada vez sou mais europeísta. Não há nenhum caminho para a Europa que não seja uma união cada vez mais forte entre os povos. Uma união cada vez mais federal também? Acho que no longo prazo sim, num horizonte a 50 anos. Acho que a Europa vai caminhar sempre para uma união que pode chegar a uma federação mas a uma federação diferente. Não será uma federação de estados mas uma federação de estados-nação, mas isso é muito longínquo. Agora temos de nos concentrar em ser uma Europa que resolve problemas comuns e que tem poderes fortes para resolver problemas que são impossíveis resolver de país a país. Sem isso nunca vamos lá chegar. A Inteligência Artificial (IA) é uma das grandes apostas da sua pasta. Imagina-se no futuro a ser entrevistado por um robô? Acho que estamos muito longe disso. A entrevista tem uma parte humana que um robô nunca conseguirá fazer. A Mariana está a ouvir e também a interpretar o que estou a dizer e o meu body language e isso nunca poderá ser feito pela IA. A grande beleza da IA é que nunca nos vai substituir mas pode ser um complemento extraordinário. Vou ler-lhe uma passagem para ver se reconhece. «Depois de amanhã as coisas que deveriam amanhecer diferentes eram os homens…» É do meu pai, não é? É um artigo do Vento Suão. Só precisei de uma frase, mas aqui diz «nenhuma criança, tua vizinha, ou de muito longe, deveria ter fome ou frio nem os pais sem ganho suficiente de lhes dar pão». Independentemente das divergências, lembra-se desse mundo melhor que o seu pai queria e continua a achar que o que faz ajuda esse mundo a um dia acontecer? Sim, acho que continuo a tentar lutar por esse mundo melhor todos os dias e talvez por isso me tenha interessado pela vida pública que era uma escolha que na altura não era racional. A vida pública talvez tenha sido esse chamamento para fazer alguma coisa pelos outros. Agora de uma forma menos idealista que era a do meu pai, que é tentar fazer aquilo que posso em cada sítio que posso de uma maneira razoável para ajudar a que esse mundo seja melhor. Mas acho que o mundo está melhor, também temos esta ideia um bocadinho errada. Julgo que foi há dois ou três anos que o Obama disse: se tivéssemos um qualquer
ponto na história em que pudéssemos escolher para nascer, esse ponto era hoje, e as pessoas ficaram um bocado espantadas com esse discurso. Temos muitas crises, mas o ponto em que vivemos hoje... Tenho muita pena de não estar a nascer hoje, acho que os meus filhos vão ver coisas extraordinárias e únicas. Olhamos para o mundo há 70 anos e havia guerra na Europa, aliás, nunca tivemos um período tão longo sem guerra. Uma coisa engraçada que ele dizia é que até estamos, no fundo, mais inteligentes: se fizéssemos um teste de QI na década de 50 e o mesmo teste adaptado a hoje a média dessa altura seria globalmente de 100 e hoje seria 120. Estamos a evoluir sempre para melhor e não podemos ter esta coisa um bocadinho derrotista de dizer que tudo está pior. Não. Globalmente o mundo está melhor: as pessoas vivem mais tempo, vocês vão todos viver mais de 100 anos. Olho para o mundo assim e claro que as coisas que o meu pai escrevia eram muito bonitas e inspiram-me nesta caminhada. O seu discurso no congresso do PSD foi muito aplaudido nas bancadas laterais, pelos militantes e observadores, mas dentro dos dirigentes, no meio, não teve o mesmo entusiasmo. O seu discurso, não sendo um que pretendia atiçar as massas, ainda assim cativou as pessoas que estavam só lá a assistir. Há um grande vácuo entre aquilo que estamos a discutir e pensar hoje, o que o seu orçamento vai fazer na Europa, aquilo que defende para o futuro e aquilo que o PSD hoje pensa e é. Tem noção desse vácuo? Acho que não se pode definir ou dizer aquilo que o PSD é. Acho que o PSD tem muitas pessoas que pensam como eu
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e que olham para esse futuro e que eu próprio espero contribuir para o PSD de hoje com essa visão do futuro. Acho é que o mundo mudou de tal maneira que os partidos por definição são instituições do mundo físico e ainda se estão a adaptar a um mundo que é digital. E há sempre uma resistência nessa adaptação a esse mundo. O ser humano resiste. E a minha mensagem no congresso era um bocadinho a do que seria um PSD futuro nesse mundo digital. É óbvio que muita gente olha para aquilo como um discurso futurista. Mas o problema é que esse futuro já está aí. Talvez algumas pessoas tenham pensado «então mas o que é que ele está aqui a falar de blockchain e de democracia e isso tudo» no sentido digital da democracia. É talvez o que é preciso hoje na política. Acho que haverá cada vez mais pessoas dentro do PSD como eu que olham para isso e estamos aqui todos para ajudar a que este líder faça esse caminho e que olhe para esses temas futuros e é algo que nestes anos tem de ser construído não só no PSD mas em todos os partidos em geral. Quando fala em contribuir para o PSD de hoje significa que não estará distante da contribuição para o PSD de amanhã. Estarei sempre ao lado de quem estiver a liderar o PSD e ajudar esse líder a continuar e a fazer e a falar sobre os temas da atualidade, seja na inovação seja na ciência ou noutros temas, mas ajudar, sobretudo, a mudar a maneira como fazemos política. Como é que vamos trazer mais pessoas para a política, como vamos ter uma política que não seja só de cima para baixo a dizer ‘vamos fazer isto e aquilo e temos estas ideias’, mas a construir essas ideias com as pessoas. Penso que a maior parte dos partidos ainda estão numa lógica muito top down - isto são ideias, vamos fazer isto, implementem. No mundo digital isso funciona ao contrário, mas tem que funcionar com regras. Também é muito bonito dizer ‘vamos agora à participação de todos e com todos’, mas tem que ser organizada. E como é que isso se faz? Quais são as tecnologias que nos podem ajudar nesse futuro para construir uma democracia mais participativa? Obviamente num mundo físico uma pessoa dava um voto a outra para poder representá-la. Mas hoje num mundo digital eu posso ter diferentes opiniões para diferentes pontos e posso querer dizer a esse meu representante que sobre aquele tema ele me representa ou não. Fonte: I on line
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POLITICA NACIONAL
Julho 2018 O PRESIDENTE E A JUSTIÇA
CRISTAS EM MAUS LENÇÓIS - NADA QUE NÃO FOSSE PREVISÍVEL… Os tempos não andam a correr de feição para Assunção Cristas, que vê agitarem-se as oposições internas já insatisfeitas com o notório fracasso da agenda populista da líder. Se antes das autárquicas e do anunciado desastre laranja ainda acalentavam a expectativa de crescerem em votos e em cargos públicos à medida das suas desmedidas ambições, a irrelevância prometida pelas sondagens anda a desesperar os mais impacientes, que fazem contas à vida e julgam ser hora de impor mudanças urgentes. O Porto é um dos exemplos dessa contestação, sobretudo pelo facto de não ter conseguido fazer valer a força dos O Presidente da República, com assinalável votos dos militantes na eleição de Cecília Meireles como líder distrital. Nem a “galeria dos horrores” que tem procurado introduzir no seio do Partido, como foi o caso a brasileira de Pedrógão, provavelmente admiradora de frontalidade, falou sobre a Justiça, ou melhor Balsonaro, que lhe permitiu viver alguns minutos televisivos de indigna glória, conseguiu disfarçar, o nauseabundo dizendo, sobre o funcionamento da Justiça em oportunismo que a vem caracterizando. Nuno Melo, será o senhor que se segue… Portugal. E não optou por frases feitas ou
JÁ NEM VALE A PENA ESCONDER!...A SAGA CONTRA RUI RIO NÃO PÁRA…
A Bancada Parlamentar do PSD quer à força toda, colocar Rui Rio em "estado terminal“, para que ele lhes venha pedir que o livrem da dor e do suplício que é viver sem esperança, atacado por tumores e agulhadas internas, e que o “eutanaziem” sem demora, num acto de misericórdia e compaixão. Cavaco já começou a afiar o bisturi, e diz-se que como bom cristão, até “irá a Fátima a pé” para agradecer a “graça”. Enquanto isso, o dr. Montenegro, qual Dr. Strangelove, também já tem a seringa carregada de arsénico, pronta para dar a injecção no sítio mais useiro, que é como se sabe atrás da orelha. A última “punhalada” aconteceu no passado dia 22 de junho, quando a bancada do PSD na AR resolveu votar a favor do projecto popupulista e de duvidosa constitucionalidade do CDS-PP, sobre a sobretaxa dos combustíveis "à revelia" de Rui Rio, numa atitude considerada "gravíssima", pela direcção do Partido tendo em conta não só a sua desautorização, como o beneficio “zero” que tal aprovação tráz para o contribuinte. Num recado para a bancada do seu Partido, Rui Rio não foi de modas e afirmou: "A posição do PSD hoje, em 2018, ou do PSD ao longo de toda a sua história desde 74 “não éempurrar o Governo para a irresponsabilidade. Não!... Isso é função do PCP e do BE. Nós não temos essa função, mas temos outra, que é a de obrigar o Governo a falar verdade às pessoas“- afirmou. Questionada fonte da direcção, sobre que consequências poderá ter esta votação na relação com a bancada do PSD, liderada por Fernando Negrão, escusou pronunciar-se. Pobre Rio, a quem não basta ser sério!... Bem pode pedir ao Governo e ao Costa que desvie parte das verbas destinadas ao combate aos fogos para um reforço dos cuidados paliativos, de forma a que consiga resistir à dor e não lhe venha pedir a "morte assistida". Com uma Oposição a degladiar-se no leito da morte e à custa dela, não custa reinar, porque nem sequer é preciso dividir aquilo que já dividido está. Costa é de facto um homem com sorte…
MARGARIDA BALSEIRO LOPES - UMA LUFADA DE AR FRESCO
A jovem deputada, cujo discurso do 25 de Abril foi uma bela surpresa, quer a alteração dos estatutos do PSD, de modo a permitirem a expulsão dos militantes condenados por corrupção. Excelente desafio aos outros Partidos. Tem “pinta” esta garota!... Oxalá não se estrague
NEGRÃO DE “MALAS AVIADAS”
O líder parlamentar do PSD, não consegue conter a ala “passista” liderada por Luis Montenegro e a votação no Parlamento da sobretaxa dos combustíveis à revelis de Rui Rio, foi a gota de água que fez transbordar o copo. Negrão tem por isso os dias contados, restando apenas saber, se ainda antes ou após a presente legislatura.
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redundâncias. Foi certeiro no alvo. Sem prolegómenos nem vénias, disse o que um Chefe de Estado deve dizer em defesa do Estado de Direito, da democracia, dos cidadãos e da própria Justiça. O diagnóstico foi rigoroso, os alertas óbvios e a necessidade de uma urgente intervenção na mesma, indiscutível. E porquê?!... Porque uma Justiça a destempo não é Justiça. A aceitação de que o “tempo mediático” e o “tempo da Justiça” não coincidem, constitui a justificação dos julgamentos populares que nenhuma sentença proferida anos depois revoga, reconstitui ou remedeia. A admissão conformada de que a cadência processual não propicia respostas em tempo útil, é o reconhecimento de que o exercício legítimo dos direitos dos cidadãos constitucionalmente consagrados se torna inútil, tendo em conta os resultados tardios e as mais das vezes, irrecuperáveis. Tudo isto são constatações que todos partilhamos e que não podem causar espanto aos operadores judiciários e às suas organizações corporativas. Por isso, os comentários dos Presidentes dos Sindicatos dos Magistrados às preocupações de Marcelo Rebelo de Sousa, mais não significam que a sinalização de uma reacção defensiva do seu estatuto e do seu poder e uma estranha miopia perante as consequências que facilmente se antolham. Mais estranho, porém, o comportamento do Bastonário da Ordem dos Advogados, outrora paladina na defesa dos cidadãos. A subserviência tem limites. E o Bastonário ultrapassou-os todos. Valha-nos o PR, a sua clarividência, esclarecimento e coragem. Acredita-se que, depois do que disse, algo terá de mudar – e vai mudar..
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POLITICA NACIONAL DÉFICE EM MÍNIMO DE 19 ANOS 0,9% SÃO OS NÚMEROS DO 1.º TRIMESTRE
DIVIDA PÚBLICA AFUNDOU PARA MÍNIMOS DE 5 ANOS
“… para a mentira ser segura e atingir profundidade tem de trazer à mistura qualquer coisa de verdade”. António Aleixo
O défice público do primeiro trimestre deste ano, medido em contabilidade nacional - a que conta para a Comissão Europeia e o Eurostat - foi de 0,9% do produto interno bruto correspondente a 434 milhões de euros, indicou neste final de mês o Instituto Nacional de Estatística. Trata-se do registo mais baixo em 19 anos, sendo preciso recuar até ao começo de 1999 para encontrar um valor inferior - 0,4%. O INE explica que esta redução do défice, acontece justamente porque este ano já não ocorreram ajudas aos bancos e também porque “do lado da despesa, se registaram diminuições nas principais rubricas da despesa corrente, sendo de relevar a diminuição de 1,5% das despesas com pessoal, influenciada pela alteração do regime de pagamento do subsídio de Natal, que deixou de ser em duodécimos, e a diminuição de 7,2% nos encargos com juros“. O Ministério liderado por Mário Centeno, considerou num comunicado enviado às redacções, que “estes dados traduzem a dinâmica positiva da economia portuguesa e confirmam a tendência de consolidação das contas públicas, que é essencial para atingir o défice de 0,7% previsto pelo Governo para 2018”.
Os reembolsos antecipados ao FMI permitiram acelerar a descida da dívida pública no final do ano passado. O peso do endividamento no PIB é agora o mais baixo desde 2012, depois de uma queda anual recorde, caindo quase 4 pontos percentuais, de acordo com os dados publicados recentemente pelo Banco de Portugal. Ainda de acordo com a base de dados do Banco de Portugal, o peso da dívida pública no PIB atingiu em Dezembro o valor mais baixo desde o final de 2012, cifrando-se actuammente nos 126,2%. A comparação entre todos os meses de Dezembro, permite concluir que a queda no peso da dívida pública no PIB em 2017 foi o maior de sempre. Os dados do Banco de Portugal recuam até 2007 e desde esse ano apenas por duas vezes a dívida pública recuou. Aconteceu em 2015.
PONTO FINAL – SALVO SEJA
ORÇAMENTO DE 2019 COM MEDIDAS PARA O REGRESSO DE EMIGRANTES - DIZ COSTA -
António Costa, no seu périplo no dia das Comunidades, antecipou que o próximo Orçamento de Estado vai incluir medidas para que os portugueses que emigraram durante o período da crise possam regressar ao país. Na sua intervenção, António Costa recordou o fluxo de emigração no período entre 2010 e 2015, que “so teve paralelo com a emigração dos anos de 1960”, anunciando que o Governo vai tomar medidas para inverter a situação. “O próximo Orçamento de Estado vai criar condições para que os portugueses que queiram regressar o possam fazer”, sublinhou o líder socialista.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou o Estado português a pagar mais de 68 mil euros a Paulo Pedroso, colocando um ponto final no processo verdadeiramente kafkiano em que se viu envolvido, engolido que foi pela inacreditável enxurrada em que se tornou o processo Casa Pia. Evidentemente que a indeminização, quinze anos depois, não paga coisa nenhuma, nem repara danos irreparáveis. Não se pode dizer que foi feita Justiça, porque não foi. Nem poderia jamais ser. Salva-se apenas o ponto final, uma pedra tumular em cima do assunto, numa certa libertação pela morte. Uma morte em cima de outra. A morte de um processo que “matou” um homem, uma carreira, uma vida. Dito isto, obviamente que fiquei satisfeito com a vitória obtida por Paulo Pedroso no Tribunal Internacional dos Direitos do Homem e com a condenação, sem apelo nem agravo, da magistratura nacional indirectamente declarada como incompetente. Pena que alguns Procuradores e Juízes bem conhecidos cá da nossa praça, não possam ser responsabilizados pelos seus desmandos e sejam sempre os mesmos a desembolsar do seus bolso, aquilo que só a eles deveria caber como responsabilidade pelos seus actos. Temos que nos habituar…
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Certos jornais têm como hábito emanar grandes manchetes, normalmente com o propósito de chamar a atenção das pessoas, suscitar o seu interesse e consequentemente através dessa via “vender papel”. Normalmente tais manchetes, têm quase sempre uma certa dose de sensacionalismo e por vezes nem sequer correspondem a factos verdadeiros, tratando-se isso sim e pelo contrário de meras especulações. Porém, como diria o poeta António Aleixo, “para a mentira ser segura e atingir profundidade tem de trazer à mistura qualquer coisa de verdade”. Nesse sentido, mesmo as mais sensacionalistas manchetes têm sempre qualquer coisa de verdade, e por isso, a repetida frase que nos diz que uma imagem vale mais que mil palavras, bem pode dar origem a uma curiosa derivação, e talvez por isso possamos passar a dizer, que uma manchete vale mais do que mil palavras. Vem isto a propósito da manchete que acima serve como exemplo, retirada de um jornal diário cá da “praça”, a qual nos vem dizer que as “ajudas” aos bancos, custaram aos contribuintes o equivalente a 23 Pontes Vasco da Gama. Números arrepiantes e que mostram à comunidade, uma tal pouca vergonha, só possível pelas cumplicidades e pela promiscuidade que tem havido entre a Banca e a Política. Sabemos que a banca ofereceu muitos empregos e bem pagos aos políticos e aos protegidos dos políticos, que distribuiu milhões em dividendos aos accionistas e outros tantos milhões em remunerações e prémios aos seus incompetentes ou desonestos gestores que continuam a andar por aí. Sabemos como os quadros superiores da banca continuam a disfrutar de benesses e mordomias como mais nenhum outro sector de actividade usufrui em Portugal, no entanto o “regabofe” continua e quem continua a pagar é o “Zé”. Nada muda e continuamos a viver nesta angustiante realidade para a qual os “Zés” deste país não encontram antídoto e lhe continuam a ir ao bolso sem pedir licença, enquanto a dita banca absorve os lucros que tem e os que não tem… Em conclusão: ou o Governo toma medidas e proíbe os abusos que não param de se verificar, ou os cidadãos vão ter de actuar pelos meios que têm à sua disposição. Depois não se queixem…
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POLITICA MUNICIPAL
Julho 2018
PRESIDENTE DO MUNICIPIO APOSTA NAS PRESIDÊNCIAS ABERTAS
ASSIM DECORREU A ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE JUNHO - FACTOS MAIS RELEVANTES
Presidida por Fernando Rodrigues, realizou-se, no salão nobre dos Paços do Concelho, a terceira sessão ordinária do ano da Assembleia Municipal de Montalegre, com a ORDEM DE TRABALHOS, constante do presente link. Antes, efectuou-se o registo das presenças, tendo-se verificado que estavam presentes 46 membros. Além do Presidente da Câmara Municipal, Orlando Alves, compareceram também os vereadores Fátima Fernandes, Paulo Cruz, António Araújo e José Moura Rodrigues. A sessão iniciou-se com: 1 – A apreciação e votação da acta da 2.ª sessão ordinária do dia 30 de abril, do ano 2018. A acta desta sessão ordinária, foi posta à consideração dos presentes, tendo as deputadas Sandra Gonçalves e Iva Rebelo feito alguns reparos. Posta a votação, foi aprovada por maioria, com uma abstenção. 2 – Expediente para conhecimento. O Presidente da Assembleia Municipal deu conhecimento do expediente recebido aos presentes. 3 – Período Antes da Ordem do Dia. Para intervir, inscreveram-se os deputados José João Moura, Duarte Gonçalves, João Soares, Sandra Gonçalves, José Fernando Moura, Iva Rebelo, Nuno Pereira, João Carlos Rodrigues, Rui Cruz, Pedro Barroso, Manuel Rebelo e Jorge Lestra. Inscreveram-se ainda para uma segunda intervenção os deputados, Duarte Gonçalves, Nuno Pereira e Pedro Barroso.O deputado Pedro Barroso, viria a prescindir do uso da palavra. O Presidente da Câmara respondeu a todas as questões colocadas pelos intervenientes. Após a alocução, inscreveram-se para esclarecimentos os deputados Duarte Gonçalves, Sandra Gonçalves, Manuel Rebelo, Nuno Pereira e Pedro Barroso. O Presidente da Câmara respondeu igualmente a todas as questões colocadas por todos os interpelantes. 4 – Período da Ordem do Dia 4.1. Apreciação da informação escrita do Senhor Presidente da Câmara Municipal, acerca da actividade do Município, bem como da respectiva situação financeira, nos termos do disposto na alínea c), do n.º 2, do artigo 25º, e n.º 4, do artigo 35.º, ambos da Lei nº 75/2013, de 12 de setembro. Posto isto, o Presidente da Câmara informou a Assembleia e não houve intervenções, tendo a Assembleia tomado conhecimento. 4.2. Relatório de Contas Consolidadas – 2017. O Presidente da Câmara informou a Assembleia. Inscreveram-se para intervir os deputados Duarte Gonçalves e Acácio Gonçalves.O Presidente da Câmara respondeu a todas as questões colocadas pelo interveniente. Deliberação: O Relatório foi aprovado por maioria, com nove abstenções dos deputados Duarte Gonçalves, José João Moura, Sandra Gonçalves, Iva Rebelo, Pedro Barroso, Acácio Gonçalves, José Fernando Moura, Manuel Rebelo e Jorge Lestra. 4.3 Informação relativa aos compromissos plurianuais assumidos no ano económico de 2018/ Artigo 6º da Lei n.º 8/2012, de 21 de fevereiro, na redação dada pela Lei n.º 22/2015. O Presidente da Câmara informou a Assembleia. Não houve intervenções. A Assembleia tomou conhecimento. 4.4. Pedido de apoio financeiro, formulado pela Junta de Freguesia de Ferral, destinado a suportar a despesa com a realização do programa do Evento Misarela 2018. O Presidente da Câmara informou a Assembleia. Não houve intervenções. Deliberação: Aprovado por unanimidade. 4.5. Pedido de apoio financeiro, formulado pela União de Freguesias de Viade de Baixo e Fervidelas, destinado a apoiar as despesas com as obras de remodelação da Extensão de Saúde de Viade de Baixo. O Presidente da Câmara informou a Assembleia. Não houve intervenções. Deliberação: Aprovado por unanimidade. 4.6. Pedido de apoio financeiro, formulado pela freguesia de Santo André, destinado a apoiar as despesas com as obras de beneficiação da Piscina de Santo André. O Presidente da Câmara informou a Assembleia. Inscreveu-se para intervir o deputado Pedro Barroso. Deliberação: Aprovado por unanimidade. 5 – Período após a ordem do dia. O Presidente da Assembleia Municipal abriu o período destinado à intervenção do público, não se tendo verificado qualquer inscrição. A minuta acta foi posta à consideração tendo o deputado Duarte Gonçalves feito alguns reparos.Posto isto, foi posta à votação tendo sido aprovado por maioria com oito votos contra dos deputados José João Moura, Duarte Gonçalves, José Fernando Moura, Iva Rebelo, Sandra Gonçalves, Acácio Gonçalves, Manuel Rebelo e Pedro Barroso, nos termos do disposto no n.º 1 e n.º 4 do artigo 57º da Lei nº 75/2013, de 12 de setembro. O Presidente da Assembleia Municipal informou a Assembleia que terminada a discussão da ordem do dia e não havendo público que manifestasse vontade de intervir, deu por encerrada a sessão.
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Orlando Alves entendeu que é preciso estar mais próximo do povo na hora de decidir, e sendo assim, nada melhor na aposta em levar as reuniões do executivo camarário, às freguesias do concelho. Neste mandato, a primeira ocorreu na Venda Nova, e agora, chegou a vez de Solveira. Antes porém, resolveu efectuar uma caminhada pelo interior da aldeia com parte da sua equipa e o Presidente da freguesia, desfilando contactos junto da população local, pouco habituada a estas “andanças”, inteirandose das necessidades locais. Segundo o Presidente da edilidade, tratou-se de uma jornada interessantíssima, realçando a importância da descentralização do poder municipal. Tal como Portugal não deve ser apenas Lisboa, também Barroso não pode ser exclusividade de Montalegre, e nesta “viagem” . Esclareceu Orlando Alves, “houve oportunidade de «auscultar os anseios e as principais preocupações dos residentes”. Aproveitou ainda para tecer elogios à postura do Presidente da junta de freguesia, definindo-o como “um homem lutador, dedicado e apaixonado pela sua terra”. Alberto Ferreira, Presidente da Junta de Freguesia, afirmou por sua vez, que “foi muito importante esta visita. Ficou provado que a nossa terra não está tão esquecida como algumas pessoas dizem. O senhor Presidente veio ver as obras que se andam a fazer. São obras muito importantes para o futuro da aldeia”.
Mais tarde e com a presença dos Vereadores Municipais, decorreu a habitual Reunião de Câmara, a que puderam assistir os habitantes de Solveira que o desejaram fazer.
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POLITICAMENTE FALANDOAS EXIGÊNCIAS DOS PROFESSORES CHEGOU O TEMPO DOS FOGOS Decorreu um ano sobre o dramático incêndio de Pedrógão Grande e agora evoca-se esse fatídico dia em que algumas dezenas de pessoas perderam a vida e muitos hectares de floresta foram devorados pelo fogo. Foram dias Domingos Chaves trágicos que vieram a repetir-se em Outubro, e embora o que se passou tenha causas tão diversas como a falta de planos de protecção contra incêndios florestais, um ordenamento florestal inadequado, as alterações climáticas, ou ainda o desleixo das populações, todas as críticas se dirigiram contra o Governo, e de forma especial, contra a então Ministra da Administração Interna. Foi aliás lamentável – e continua ainda a ser, o aproveitamento político levado a cabo, principalmente por Assunção Cristas, que durante os quatro anos e meio em que passou pelo Governo enquanto Ministra da Agricultura e das Florestas, nada fez na área da prevenção para minorar um drama que todos os anos nos apoquenta.
Diga-se aliás, que os fogos florestais não são apenas um problema português e grandes áreas florestais em Espanha, designadamente na Andaluzia e na Galiza, também têm sido consumidas pelo fogo!... E foi exactamente por isso, que a secção espanhola do Greenpeace publicou em Junho, um documento intitulado “Protege el bosque, protege tu casa”, em que analisa as causas da nova era dos incêndios de alta intensidade dos últimos anos, e denuncia a falta de planos de prevenção, emergência e auto-protecção contra os incêndios florestais no seu país, um problema que já está classificado como emergência social. O estudo cita aliás os incêndios do camping e do parque de Doñana de Mazagón e do trágico incêndio de Pedrógão Grande, co exemplo. O documento constitui assim uma chamada de atenção para todos os agentes públicos e privados envolvidos neste problema, desde a população que constrói casas no meio da floresta e não cuida da limpeza dos seus espaços florestais, até ao abandono rural e às alterações climáticas. Refere ainda o dito manual, que “não é uma situação única de Espanha e Portugal” e que “países como o Chile, Austrália, África do Sul e Estados Unidos têm sofrido grandes incêndios e de altíssima gravidade”. Trata-se portanto de um problema ambiental que afecta a segurança nacional e que em Portugal se espera possa ser enfrentado cada vez com mais eficiência, ao contrário do que aconteceu durante a vigência dos sucessivos governos, que nesta matéria se limitaram a “assobiar para o lado”. Todos – governo, entidades públicas, forças de segurança e cidadãos em geral - temos a obrigação e o dever de participar neste desígnio nacional.
OPINIÃO
SÃO UMA OFENSA AOS CIDADÃOS EM GERAL
Costa e Marcelo unidos nesta batalha…
Não há que ter ilusões quanto à bondade súbita de Marcelo Rebelo de Sousa, quando dá conta da sua desaprovação á vontade manifestada por algumas figuras gradas do PSD, em associarem-se ao Bloco e ao PCP na imposição da contagem total do tempo reivindicado pelos professores no Orçamento de Estado para 2019. Não é que ele queira facilitar a vida ao Governo de António Costa, é isso sim, por adivinhar possível essa hipótese - sobretudo se os professores arregimentados pelos seus sindicatos e pelos Partidos que lhes estão associados, vierem a ter sucesso na repetição da “bela obra” que conseguiram, quando na década transacta, cuidaram de fragilizar os governos de Sócrates de forma a possibilitar-lhe a substituição pelo de Passos Coelho. Será por isso pacifico concluir, que os que agora protestam nada aprenderam com o então sucedido, o que quer dizer, que se daqui a um par de anos voltarem a recolher os “frutos” que a coligação das direitas lhes proporcionaram entre 2011 e 2015 não terão mais do que aquilo que se esforçam por merecer. O problema que Marcelo pressente, é que colando-se o PSD oportunisticamente a esta luta insensata, estará a semear as pedras por que terá de passar se um dia voltar a ser Governo, porque os encargos futuros do Estado com os encargos agora reivindicados serão incomportáveis e condicionarão esse futuro. Basta recorrer ao argumento sólido da demografia, que nos diz existirem cada vez mais professores para um número de estudantes em clara redução, para no futuro se impôrem despedimentos massivos no sector, como forma de conseguir conter a despesa do Estado em limites, que não arrastem o país para défices ingeríveis. Marcelo sabe que o PCP e o Bloco - agora a demonstrarem cingir as suas ambições a manterem-se como Partidos de protesto e não de Governo numa coligação com o PS - podem tudo exigir, porque nunca terão de se haver com as consequências do seu aproveitamento populista às exigências corporativas inaceitáveis dos professores. Mas enquanto isso, o PSD aspira a voltar ao Governo e segundo o seu actual Presidente – e bem, não poderá criar hoje as dificuldades, que não saberá como resolver amanhã se quiser evitar medidas demasiado impopulares. Porque não tenhamos dúvidas, só com grandes aumentos de impostos de todos os demais contribuintes, é que os professores e as outras classes profissionais que os imitem nas mesmas exigências, poderão vê-las satisfeitas. E chegados aqui, os professores deveriam entender, que ou “há moral e comem todos, ou não há moral nenhuma” – ponto final. Pela parte que me diz respeito, aquilo que sei é que já pago impostos a mais para aquilo que o Estado me propicia em serviços públicos dignos desse nome – eu, e todos os demais cidadãos. E sendo assim, muito menos quero voltar a ver-me espoliado dos milhares de euros que entre 2011 e 2015, o Governo das direitas me “roubou” como efeito dessa coligação nefasta que professores e Partidos à esquerda do PS organizaram para o afastar do poder. Os professores que se cuidem, porque o seu prestígio social - que deveria ser uma das suas preocupações essenciais - vai decaindo mais e mais, à medida que se comportam egoisticamente sem olhar para os interesses de todos os demais cidadãos e funcionários públicos, tal como eles...
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BARROSÕES ILUSTRES
Julho 2018
O HOMEM
O único português a andar de amarelo no Tour vive em Dudelange
ACÁCIO DA SILVA
Já lá vão 29 anos e Acácio da Silva continua a ser o único português a vestir a camisola amarela na Volta a França. Nascido em Montalegre, emigrou com 7 anos para o Luxemburgo, precisamente onde haveria de fazer história em 1989, porque foi nesse país que venceu a etapa do Tour que lhe deu a camisola amarela. “Foi em casa, onde cresci para o ciclismo, na primeira etapa em linha desse ano. Estava motivado. Estávamos três ciclistas na frente à entrada para os últimos três quilómetros: eu, o dinamarquês Søren Lilholt e o francês Roland Le Clerc. Larguei-os e fui sozinho para a meta. Eles eram muito rápidos e não podia arriscar uma discussão ao sprint”, recordou, em conversa com o Diário de Notícias. “Os emigrantes ficaram muito contentes e ainda hoje falam disso. Foi uma coisa enorme. Afinal, o Tour é a maior corrida do ano e todos os olhos estão virados para lá. Festejei com os amigos, mas não deu para muito, porque no dia seguinte havia etapa”, contou o ex-ciclista, agora com 57 anos. Essa foi a terceira vitória do transmontano numa etapa da Volta a França, uma vez que já tinha vencido duas nos anos anteriores, mas ainda assim a que lembra com maior orgulho. Um dos pontos altos da carreira, a par do primeiro triunfo numa etapa da Volta a Itália (1985) – “ganhei ao sprint, frente a grandes sprinters!”, vinca – e da consagração como campeão nacional (1986) – “sempre quis ser campeão no meu país”, confessa o antigo corredor, que no Giro de 1989 vestiu a camisola rosa por duas vezes. A paixão pelo ciclismo continua a ser sentida por Acácio da Silva, mas nem por isso se atreve a pedalar com frequência.
“Pedalo pouco. Só de vez em quando, pelos bosques, com o meu filho, que está prestes a completar 8 anos”, contou o antigo atleta, a viver no Luxemburgo há quase meio século – interrompidos por cerca de 15 anos a viver na Suíça, onde vai mostrando pedalada para os negócios, em Dudelange. “Tenho dua agências imobiliárias. Vendo casas. De manhã, estou mais pelo escritório, mas à tarde vou para o terreno. Não gosto de estar muitas horas fechado. Entrei no ramo há mais de 20 anos, com a ajuda de um amigo entretanto falecido. Está a correr bem, com altos e baixos, mas o balanço é positivo”, explicou, via chamada telefónica, num português bastante aceitável para quem vive há tantos anos fora do país de origem. “A minha mulher e os meus filhos são portugueses e vou todos os anos a Portugal uma ou duas vezes”, justificou o antigo ciclista das equipas Royal–Wrangler, Eorotex-Mavic, MalvorBottecchia, Kas, Carrera e Festina-Lotus, assim como da portuguesa Jumbo-Maia.Acácio da Silva começou a pedalar por influência dos irmãos, “dos melhores amadores do Luxemburgo”, e pelo gosto pela modalidade. “Se não gostasse do ciclismo não teria chegado tão longe”, diz. Como ciclista, “era dos mais rápidos”. “Era bom a fazer sprints, sobretudo quando havia alguma inclinação. Era o meu ponte forte. Subia bem em troços de poucos quilómetros. Não me destacava muito pela montanha. Tinha de fugir da montanha para ganhar”, descreveu, reconhecendo o ponto fraco chamado contrarrelógio: “Não era mesmo para mim. Fiz mais maus do que bons. Não se pode ter tudo…”E este antigo corredor não tem tudo, mas tem direito a uma prova de BTT com o seu nome, em Montalegre. Créditos “Bom dia Europa”.
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Acácio da Silva Mora, nasceu nos Casais da Veiga-Montalegre, em 2 de Janeiro de 1961. É um antigo ciclista profissional português, tendo iniciado a respectiva carreira em 1982 e terminado a mesma em 1994. Durante o referido período venceu etapas no Tour de France, Giro d`Italia e em muitas outras competições por etapas. Venceu ao todo três etapas no Tour de France, uma em 1987, outra em 1988 e uma terceira em 1989. Após a vitória na etapa em 1989 vestiu a camisola amarela durante quatro dias. Em 1986 venceu a Zuri-Metzgete e foi campeão português de estrada. Prova de BTT com o seu nome Acácio da Silva começou a pedalar por influência dos irmãos - dos melhores ciclistas amadores do Luxemburgo, e pelo gosto pela modalidade. "Se não gostasse do ciclismo não teria chegado tão longe", diz. Como ciclista, "era dos mais rápidos". "Era bom a fazer sprints, sobretudo quando havia alguma inclinação. Era o meu ponte forte. Subia bem em troços de poucos quilómetros. Não me destacava muito pela montanha. Tinha de fugir da montanha para ganhar", descreveu, reconhecendo o ponto fraco chamado contrarrelógio: "Não era mesmo para mim. Fiz mais maus do que bons. Não se pode ter tudo...“
Este antigo corredor pode não ter tudo, mas tem em memória dos seus feitos, direito a uma prova de BTT com o seu nome, em Montalegre, a qual se vai realizar dia 1 de Julho. _//_
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VIAGEM PELAS ALDEIAS
A HISTÓRIA Tourém é uma freguesia do concelho de Montalegre, com 16,61 km² de área e 151 habitantes – censos de 2011. Recebeu foral de D. Sancho I para manutenção da vigilância fronteiriça a partir do Castelo da Piconha e da sua ligação, num caminho neutral, ao coração do Couto Misto formado pelas povoações de Santiago, Rubiás e Meaus. Há mesmo notícia certa de que o rei por ali passou, antes de 1211: “…quando ibat rex domino Sanchio pro a Sancte Pelagio de Piconia…” Mesmo após o estabelecimento definitivo da capitalidade das terras de Barroso em Montalegre, as prerrogativas e privilégios de Tourém foram mantidos. Basta dizer que as chamadas “honras” ficaram oneradas em fornecer homens para a guarnição da Piconha. Aliás, a defesa do sítio era questão primordial para toda a população de Tourém como se verifica pelos orifícios abertos nas testadas das casas, sobre as portas das habitações, de modo a evitarem assaltos, cercos e esperas ou emboscadas. Dado de inusitada curiosidade é o facto da igreja muito antiga de São Pedro - com vestígios românicos não aparecer no catálogo de 1320. E não aparece porque pertencia, no espiritual, à Diocese de Ourense. Por esse motivo - é da tradição e tido como certo, que a dada altura, no florescimento do Liberalismo Galego, um bispo de Ourense, da família Quevedo, se refugiou em Tourém, por razões políticas. O Bispo, estando em país estranho, estava em terra própria, porque Tourém integrava a Diocese de Ourense. Tourém, muito antes do foral, foi honrada numa escritura de doação de bens ao Mosteiro de Celanova, pelos anos de Cristo de 1065! É talvez a freguesia mais cosmopolita da zona com visitas diárias dos “labregos” e “turistas” da Galiza Irmã. Estes forasteiros podem desfrutar, com toda a comodidade das instalações legadas pela Casa dos Braganças, reconstruída para turismo de habitação. Nesta aldeia a corte do boi do povo foi transformada em pólo do Ecomuseu onde está retratada a questão do contrabando, do couto misto, dos exilados políticos e da relação transfronteiriça. Apesar de na atualidade a aldeia de Tourém estar esquecido no tempo e no espaço, esta pequena aldeia está ainda associada à fundação da Nacionalidade. Assume-se como tendo tido um papel importante na independência de Portugal, tendo sob a sua proteção o Castelo da Piconha a quem fornecia os bens e recursos para sustentar as lutas que se desenvolviam, primeiro na reconquista cristã e depois na Independência de Portugal. Com o desaparecimento do Castelo da Piconha em 1650, Tourém assume-se como o centro administrativo e económico substituindo nos cartórios da Administração Pública, a designação de Castelo da Piconha por concelho de Honra ou Vila de Tourém. Em 1836 este concelho foi extinto na reforma de Mouzinho da Silveira.
TOURÉM
UMA ALDEIA DE FRONTEIRA
Tourém recebeu foral de D.Sancho I com a incumbência de promover a defesa daquela zona raiana. Na realidade o território em volta viveu até meio do século XIX sem estar bem definido se o mesmo pertencia a Portugal, se a Espanha e penso que atendendo à distância que estão das respectivas capitais, esse era um assunto que pouco interessava às populações. Chamavam-lhe Couto Misto – retratado nas páginas seguintes. O Tratado de Lisboa em 1864 definiu final e objectivamente as fronteiras naquela zona. Vendo-se porém o mapa, verificamos que o território de Tourém faz lembrar uma farpa cravada em Espanha. Quanto às populações, essas, sempre viveram em conjunto da terra que ainda hoje partilham. Porém, quando as fronteiras se instituíram e a troca de bens que sempre fizeram passou a ser ilegal, passaram a viver do Contrabando e prosperaram. E os exemplos de Lucilia e Fernando são elucidativos!... Noite dentro e escura e Lucília preparou-se muitas vezes ara percorrer os doze quilómetros de rota montanhosa que une Tourém a Randín, já do outro lado da fronteira. Às costas, levava vinte quilos de café e na cabeça temores vários: o breu, o terreno clivoso, os lobos da montanha e os carabineros eram os principais inimigos dos contrabandistas. Mas não enfrentava tudo isso sozinha, jamais o faria. Há mais de 20 quilos de café para transportar até Espanha e por isso terá o Fernando como companheiro de travessia, transportando um "fardo" de 60 quilos – aquela que é a medida de uma carga masculina. Sob chuva ou neve e frio, tudo é possível. A polícia portuguesa fazia vista grossa, estava tudo combinado, mas os carabineiros não facilitavam; se Lucília e Fernando fossem apanhados, os bens eram confiscados e não ganhavam um tostão. O mesmo risco corriam os espanhóis que atravessavam a fronteira em direcção a Tourém, invariavelmente na posse de bacalhau – o principal bem de contrabando no sentido Espanha-Portugal. Ir e voltar podia levar toda a noite e no dia seguinte era dia de trabalho no campo. Era um esforço que faziam a troco de bom dinheiro. Era um crime, é certo, mas não era um pecado. Além de toda a gente o fazer, em Tourém, até São Lourenço – o santo padroeiro do contrabandista – ajudava. Junto à rota percorriam, lá estava na capela para abençoar a travessia. A agricultura é ainda hoje um trabalho duro e pouco rentável; sem o contrabando, a vida seria muito mais difícil. Era assim nos anos 60, em Barroso. O contrabando era normal, praticado por todos, e tinha um aval comprometido das próprias autoridades. Portugal estava sob a ditadura de Salazar e as fronteiras estavam encerradas. "Saltavam" emigrantes e mercadorias, nesse período, e qualquer "salto" era ilegal, envolvia perigo. Hoje, todos aqueles que "passavam" mercadorias para Espanha têm mais de 70 anos. Alguns têm mesmo muito mais de 80. Consideram que apesar da abertura das fronteiras ter sido benéfica, todas as pessoas de Tourém ficaram mais pobres. A região mantém-se fiel à agricultura e os rendimentos dos seus habitantes fiéis à legalidade. O contrabando existe ainda nas memórias dos mais velhos, mas o seu rasto perdeu-se. Mantêm-se os postos fronteiriços – abandonados, vandalizados –, os marcos de fronteira, a capela de São Lourenço e algumas das rotas – que servem hoje em dia outros propósitos.
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COUTOMIXTO | UMA REPÚBLICA ESQUECIDA
A ARCA ERA A LEI
Uma imponência de pedra|... A igreja paroquial de Santiago tem paredes lisas, com excepção dos vitrais que enrubescem um altar opulento, talhado do chão ao tecto em dourado. Tem um enorme crucifixo ao centro, uma figura de São Tiago à direita e uma Senhora do Pilar à esquerda. Mas o que é verdadeiramente surpreendente, é que galgando o púlpito e contornando o altar, se encontra uma escadaria invisível aos olhos dos fiéis, que desce até uma câmara escondida no subsolo. Nessa cave, um espaço bafiento e mal iluminado, existe uma relíquia, uma arca antiga de madeira de carvalho e com três fechaduras. Dentro dessa arca estão reunidos os principais documentos que garantiram durante séculos a autonomia ao Couto Misto. Cartas dos reis de Portugal e Espanha. Mas também as actas de todas as resoluções tomadas pelos juízes da lei, os representantes eleitos de cada aldeia e governadores do Couto Misto. Esse cargo continua a existir, embora hoje tenha um papel meramente simbólico. Mas, tal como no passado, cada um dos três homens tem em seu poder uma das chaves que abrem a arca. Só as três chaves conseguem abrir o baú. O mesmo é dizer que nenhuma resolução era tomada se não fosse por unanimidade. Nas aldeias ainda há várias casas com um P, um E ou um X, esculpido na pedra, por cima da porta. As famílias decidiam se queriam ter nacionalidade portuguesa, espanhola ou mista (mixta, em galego) de uma maneira muito simples: no dia do casamento, o homem tinha de fazer um brinde a um dos reis, diante de todos os vizinhos. A maioria, no entanto não brindava e marcava o X na parede, porque em caso de delito, seriam julgados pelos três juízes do Couto. “A prisão era aqui, no forno do povo”. “Os ciganos eram logo detidos, sem acusação nenhuma. Por isso é que existia um vigário de mês, que era um cargo de rotatividade mensal entre os homens do Couto, com função de vigiar o caminho privilegiado.
O COUTO MIXTO – UMA “REPÚBLICA” COM 800 ANOS
Vários autores situam a sua constituição formal no século XII, entre os anos 1143-1147, e a sua origem no processo de independência de Portugal do Reino de Leão, numa época em que a divisão fronteiriça não estava definida. O Couto Mixto era um enclave com vinte e sete quilómetros quadrados de superfície, situado na Galiza, entre as serras do Pisco e do Larouco, limitado a sul pela fronteira portuguesa, com três povoações (Santiago, Rubiás e Meaus), que nunca tinham formado parte de qualquer um dos países desde a formação de Portugal, onde viviam entre seiscentos e mil habitantes. São várias as teorias sobre a origem do Couto Mixto!... Entre elas está a que sustenta que a sua fundação deriva de um foral concedido por Sancho I, outra defende que se tratou de um “coto de homiciados”, isto é, “uma jurisdição territorial donde os criminosos que não tivessem sido autores de falsificação de moeda, delito sexual ou religioso, poderiam redimir as suas penas” , e outra assente ainda na lenda da princesa desterrada, que teria sido salva por habitantes do Couto de morrer quando dava à luz, depois de ter sido apanhada ao cruzar a serra por um nevão, e que agradecida, lhes concedeu a independência e os privilégios.Diz-se que os do Couto Mixto desfrutavam de uma série de privilégios: tinham direito a decidir se queriam ser espanhóis ou portugueses ou não optar por nenhuma nacionalidade; não pagavam impostos nem a um país nem ao outro, nem podiam ser recrutados pelos respectivos exércitos; não necessitavam licença para portar armas; podiam cultivar o que quisessem, incluído tabaco, cujo cultivo estava estrictamente controlado, tanto em Espanha como em Portugal; não tinham a obrigação de usar papel selado oficial para nenhum tipo de acordos ou contratos, obrigatório nos dois países; tinham permissão para transportar o que desejassem, sem risco de serem interceptados pelos agentes de autoridade de nenhum dos dois países, por um caminho neutral de seis quilómetros, o “Caminho Privilegiado”, que unia as três povoações do Couto Mixto com a localidade portuguesa de Tourém, atravessando território de Espanha e Portugal. Dentro do perímetro do Couto Mixto, as autoridades portuguesas e espanholas não podiam entrar em perseguição de ninguém. Este privilégio talvez fosse uma reminiscência das suas origens, contudo, este direito de asilo nem sempre teria sido respeitado pelas autoridades dos dois países. Do mesmo modo, nem sempre foi cumprida a regra de recusar alojamento e passagem de forças militares pelo território do Couto ante a superioridade numérica destas.
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Foi o que aconteceu aquando das invasões francesas comandadas pelo Marechal Soult; com o contingente militar português de 700 soldados, seguidos por 300 mulheres, comandado pelo General Saldanha, em 1851, na sua retirada para a Galiza durante as Guerras Liberais, que pernoitaram uma noite no Couto Mixto a caminho de Lobios, ou com a ocupação por pequenas unidades militares galegas ou portuguesas, por ocasião das destruições das plantações de tabaco. Estas decisões, a integração dos povos promíscuos em Portugal e do Couto Mixto na Galiza, é pois a “estória que se segue para melhor compreender a verdadeira História desta “república” que durou 800 anos. No entanto, pouco se fala de uma república democrática, com os governantes eleitos directamente pelo povo, que existiu durante cerca de sete séculos, do XII ao XIX, em plena Península Ibérica, região pouco afeita à democracia nesse período e que mesmo no século XX passou por breves hiatos de liberdade na sua triste história de sangrento totalitarismo, só conhecendo a democracia há menos de meio século. Essa república, que o historiador galego Luiz Manuel García Mañá chama de “Unha República Esquecida”, foi um Estado independente de Portugal e Espanha situado no vale do Rio Salas, na região fronteiriça entre a Galícia, nos Concelhos de Calvos de Randin e Baltar, na Província de Ourense, e as terras portuguesas de Barroso, no Concelho de Montalegre. Era formado por três aldeias, Santiago, Rubiás e Meaus, que teve os seus direitos e privilégios reconhecidos por Foral outorgado por Sancho I possivelmente em 1187, ainda no século XII, quando Portugal lutava para ser reconhecido como nação independente do reino de Castela e Leão. Muito embora não se tenha certeza da origem dos privilégios concedidos à população do “Couto Mixto”, imagina-se que tenha relação com a proximidade do Castelo da Piconha, uma fortaleza construída sobre um velho castro luso-romano de fundamental importância na defesa da fronteira entre Portugal e a Galiza quando este último reino era dependente de Castela e Leão. O Foral foi renovado por Afonso II (1185 – 1233) e Afonso III (1210 – 1279), sendo que este último condicionou os privilégios à obrigação dos habitantes do Couto de ajudarem na defesa da Piconha em caso de ataque inimigo. (Continua na página seguinte)
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COUTOMIXTO | UMA REPÚBLICA ESQUECIDA
(Continuação)
A relação entre a obrigação da defesa do Castelo da Piconha e os inusitados privilégios dos habitantes do Couto é reforçada pela confirmação do antigo Foral por D. Denis (1261 – 1325), que o faz quando da restauração da fortaleza, e por D. João I de Avis (1357 – 1433), que manda reconstruí-lo após sua completa destruição pelos castelhanos em 1388. Assim também fez D. Manuel (1495 – 1521), que concedeu novo Foral em 1515, quando mais uma vez a fortificação foi ampliada. Mas, se os privilégios dos habitantes do “Couto Mixto” se originaram na defesa do Castelo da Piconha, continuaram existindo durante o período da União Ibérica (1580 – 1640) quando já não fazia sentido a defesa das fronteiras dos dois reinos unificados sob a Dinastia Filipina dos Habsburgos, e mesmo depois da completa destruição da fortaleza em 1650, nas guerras que se seguiram à Restauração. Assim, os habitantes do Couto continuaram elegendo os seus governantes que tinham poderes administrativos e judiciais, tanto na esfera cível como penal, ao mesmo tempo em que legislavam sobre todos os temas de interesse da população, independentemente das leis espanholas ou portuguesas. A autoridade máxima local era denominada “Juiz”, escolhido em eleição directa pela população das três aldeias para um mandato de três anos, período após o qual ele próprio deveria convocar novas eleições. O Juiz era auxiliado por seis ajudantes, também eleitos, dois por cada uma das aldeias, chamados “homes de acordo”, que tinham competência para resolver os litígios mais simples e aplicar penas leves. Caso houvesse recalcitrância na submissão às penalidades sentenciadas pelos “homes de acordo”, estes requisitavam a actuação do “vigairo de mes”, pessoa escolhida para executar as decisões e que tinha o poder de nomear ad hoc dois homens do povo para ajudá-lo na tarefa. Além dos “homes de acordo” e do “vigairo de mes”, o Juiz era auxiliado pelos “homes bos” escolhidos pelos Conselhos de cada aldeia (“Concellos dos Pobos”). Muito embora a capital administrativa do “Couto Mixto” fosse a aldeia de Santiago de Rubiás, a eleição do Juiz a cada três anos era realizada em campo aberto, no vale do rio Salas, em local equidistante das três aldeias, onde os candidatos apresentavam suas propostas e planos de governo ao eleitorado antes da votação. Confirmando o “Nihil novi sub sole” do Eclesiastes, as regras eleitorais seculares do “Couto Mixto” já previam o instituto do recall ao determinarem que o Juiz eleito poderia ter o seu mandato cassado pelos eleitores, caso não fizesse uma boa administração, o que era feito através de um plebiscito. A legislação do Couto, com base no direito consuetudinário, era guardada numa arca de madeira com três fechaduras, a “Arca das Três Chaves”, depositada na igreja de Santiago de Rubiás, sendo que só podia ser aberta com o uso simultâneo das três chaves, cada uma guardada
por um representante de cada aldeia, o que significa que todas as decisões eram tomadas por unanimidade, já que o Juiz eleito, que ficava com a chave da sua aldeia, não podia abrir a arca sem a concordância dos demais. Além disso, a arca só podia ser aberta na presença, além dos detentores das chaves, de quatro homens de cada uma das aldeias, e com a presença dos “homes de acordo” eleitos nas mesmas. Infelizmente, muitos dos documentos seculares mantidos na Arca foram destruídos pelos soldados franceses do Marechal Soult em 1809, quando fugiam das tropas portuguesas e inglesas comandadas por Lord Wellington. Mas, segundo Luís Manuel García Mañá, no seu magistral “Couto Mixto-Uma República Esquecida”, nem tudo se perdeu, uma vez que “mais algúns dos documentos “deberon de ser agochados e protexidos, xa que anos despois se atopaban de novo na arca”. Dentre os documentos guardados na Arca estavam os Forais que desde o século XII garantiam aos habitantes do Couto diversos privilégios que iam muito além da inusitada possibilidade de auto-governo em plena idade média: o direito de livre comércio com Espanha e Portugal sem pagamento de impostos, podendo vender os seus produtos nas feiras e mercados dos dois países; o direito de possuir armas sem licença das autoridades; o direito de não contribuir com homens aos exércitos em caso de guerras; o direito de conceder asilo tanto a portugueses quanto a espanhóis fugitivos da justiça dos seus países; o direito à liberdade de cultivo e comércio, mesmo de produtos submetidos ao monopólio (“estanco”) das coroas vizinhas, como o tabaco (à época chamado “herba santa”); e o mais que inusitado direito ao “Camiño Privilexiado”, uma espécie de servidão internacional que saía de Rubiás, passava por Santiago e entrava em território português até Tourém, num percurso de aproximadamente seis quilometros por terrenos de Portugal, onde os habitantes do “Couto Mixto” não podiam ser incomodados pelas autoridades portuguesas por qualquer motivo, só podendo ser detidas por flagrante delito em caso de homicídio. A junção do direito de asilo a qualquer fugitivo dos dois países vizinhos com o direito ao Caminho Privilegiado dentro de Portugal, como era de esperar, transformou o antigo “Couto Mixto” num verdadeiro “depósito” de perseguidos da justiça, o que levou os dois reinos a se preocuparem com as consequências da manutenção dos privilégios feudais do Couto, principalmente depois da legislação que decretou o fim dos privilégios constitucionais dos coutos em Portugal (1834) e da “desamortización de Mendizábal” (1836) em Espanha, que estatizou todos os bens oriundos das obrigações feudais da igreja e dos mansos comuns. Ademais, o “Couto Mixto” estava geograficamente situado na região dos “pobos promíscuos”, aldeias galegas situadas na raia seca entre Portugal e Espanha, onde a fronteira cortava pelo meio três lugares - Soutelinho da Raia, Cambedo e Lamadarcos -, fazendo com que algumas casas tivessem algumas partes num país e e outras no outros, já que a linha fronteiriça não obedecia a acidentes naturais, mas pelo contrário, passava por dentro de ruas e prédios residenciais, o que significava que a cozinha de uma habitação poderia estar sediada em terreno português e o “sobrado” em lugar da Galiza. Em 1864, Espanha e Portugal assinaram o Tratado de Lisboa estabelecendo novos limites na fronteira entre os dois países, ignorando o direito histórico-jurídico dos habitantes do Couto e anexando as suas aldeias ao território espanhol. Portugal, por sua vez, ficou com as três “aldeias promíscuas”, também ignorando a milenar tradição galega dos seus habitantes. A história dessa interessante experiência democrática ficou esquecida por mais de um século, já que não interessava aos governos ditatoriais dos países ibéricos a sua lembrança, só começando a ser resgatada após a democratização de Portugal e Espanha, já na quadra final do século XX.
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O PAÍS DA MEMÓRIA
O terramoto de Lisboa destruiu os arquivos da fundação do Couto Misto e os primeiros relatos escritos datam do século XIII. Estas eram as terras da Piconha, incluíam as três aldeias do Couto, mais Tourém e um castelo construído no Gerês, cuja localização exacta permanece uma incógnita. É certo que D. Manuel I mandou reconstruir a fortaleza em 1515, e que três anos mais tarde, as populações de Rubiás, Santiago e Meaus se sublevaram contra o governador local António Araújo, por causa da imposição de imposto no caminho privilegiado. O corregedor de Riba Côa, António Correia, e o alcaide-mor da Galiza, José Escalante, condenaram o governador português do castelo da Piconha e também o espanhol do vale do Salas, e acordaram que a partir desse momento, o povo misto teria o direito a privilégios de autonomia para não ser vítima de novos abusos. Até ao século XIX, a pequena república de pastores manteria as suas regras medievais inalteradas. Em 1810, a Junta de Armamento do Reino da Galiza recebeu uma carta do prior de Celanova, que está guardada no Arquivo Histórico da Província de Ourense, acusando o território do Couto Misto de acolher um “número infindável de moços fugidos à tropa e de criminosos de toda a espécie”. E essa queixa desencadeou o processo que levaria ao fim do Couto Misto, com a assinatura do Tratado de Lisboa em 1864. Hoje, o vale do Salas esqueceu a história dos homens e regressou ao seu estado primitivo, o de uma criação esmerada da natureza. É uma república esquecida, uma Andorra que nunca o chegou a ser, como um dia disse o padre Lourenço Fontes. E no entanto, ao falar com um grupo de velhos, homens nomeados juízes, contrabandistas ou empresários, percebe-se que a mística dos mistos ainda não sucumbiu totalmente. É fim da tarde de junho, o sol presta-se à despedida e inunda agora o vale do Salas de um tom dourado. Escalam-se as fragas a meio caminho entre Tourém e Pitões das Júnias, aquelas que garantem a melhor vista do Couto. E nessa altura, no exacto momento em que uma águia plana majestosamente ao longo do rio, percebese que a fúria de fronteiras e a cobiça territorial acabaram com um país, para construir no lugar dele coisa nenhuma.
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Noticias de
35
Julho 2018
MUNDIAL FUTEBOL
PORTUGAL 1 - 0 MARROCOS
PORTUGAL 3-3 ESPANHA
O JOGO EM QUE CRISTIANO RONALDO DEIXOU OS ESPANHÓIS DE CÓCORAS Portugal iniciou o Campeonato do Mundo de 2018, na Rússia, com um empate 3-3 com a Espanha, em Sochi. Um marcado porQUE uma exibição de sonho de CR7, A jogo JUSTIÇA TEMOS… culminada com o arrancar um ponto para a Selecção Nacional, ao marcar um monumental golo de bandeira a poucos minutos do fim que ditou o empate...
PORTUGAL 1 - 1 IRÃO
RUSSIA 2018
CABEÇA DE RONALDO E MÃOS DE PATRICIO DITARAM VITÓRIA PORTUGUESA Foi melhor o resultado que a exibição!... Salvou-se o herói do costume e quanto aos restantes estiveram muito abaixo das suas possibilidades e real valia. A certa altura valeu-nos “São Patricio” para continuarmos a sonhar. Uma palavra de louvor para os marroquinos que foram infelizes nos dois jogos e saem sem glória deste mundial. Agora segue-se o Irão no desenrolar da caminhada…
MAGIA DE QUARESMA DEU TRANQUILIDADE
A seleção portuguesa ficou no segundo lugar do Grupo B
Portugal empatou com o Irão e marcou encontro com o Uruguai nos oitavos-de-final. Quaresma marcou já perto do final da 1ª parte e Ronaldo ainda falhou um penálti já no reatamento. A partir daí, o que parecia ser um jogo tranquilo para Portugal complicou-se, e… de que maneira. O Irão empatou já na compensação, de penálti, e dispôs mesmo de uma outra chance para fazer o 2-1 e assim atirar Portugal para fora do Mundial, só que Taremi rematou às malhas laterais. Ainda que sofrido, Portugal seguiu em frente e com inteira justiça..
Portugal empatou a um golo com o Irão e ficou no segundo lugar do Grupo B. Ricardo Quaresma adiantou Portugal aos 45 minutos, mas Ansarifard fez o golo da igualdade, de grande penalidade, no tempo de compensação. Desta forma, Portugal vai defrontar o Uruguai nos oitavos de final. Nos oitavos de final, Portugal e Uruguai defrontam-se no sábado dia 30 de Junho, pelas 19 horas, no Estádio Fisht, em Sochi. Com este resultado, a equipa comandada por Fernando Santos terminou no segundo lugar do grupo B, visto que a Espanha marcou mais golos que Portugal - ambas as selecções terminaram com seis pontos. O Irão disse adeus à prova, acompanhando Marrocos no lote de formações eliminadas. A nota mais saliente vai para Ricardo Quaresma, que se estreou a marcar em Mundiais, com a trivela que adiantou Portugal frente ao Irão. O futebolista português marcou no primeiro remate à baliza que ensaiou em fases finais de Campeonatos do Mundo, quebrando assim o registo de cinco golos consecutivos marcados por Cristiano Ronaldo pela equipa das "quinas". Outra nota curiosa, é que o penálti falhado por Cristiano Ronaldo frente ao Irão, entrou para história da selecção portuguesa em mundiais, dado que foi a primeira vez que um futebolista da equipa das "quinas" desperdiçou um castigo máximo em fases finais do Campeonato do Mundo. Cristiano Ronaldo, é de resto, o jogador com mais grandes penalidades falhadas pela Selecção Nacional (seis), superando os registos de Figo (quatro) e Jordão (três). O futebolista do Real Madrid marcou, assim, 54% das grandes penalidades cobradas ao serviço da selecção. Além disso, o penálti de Cristiano Ronaldo também entrou para história dos mundiais, visto que foi o 19º assinalado em campeonatos do mundo, registo recorde em fases finais da prova. Mas como dos “fracos na reza a história”, o que agora se deseja é que todo o saber da nossa selecção seja colocado em prática, e também alguma sorte a acompanhar.
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36
Julho 2018
II REPÚBLICA – AS MARCAS DE UM REGIME…
E A FORMATAÇÃO DE UM POVO… «Ensinai aos vossos filhos o trabalho, ensinai às vossas filhas a modéstia, ensinai a todos a virtude da economia. E se não poderdes fazer deles santos, fazei ao menos deles cristãos» - Salazar. «Instrução aos mais capazes, lugar aos mais competentes, trabalho a todos, eis o essencial» - Salazar.
«Para cada braço, uma enxada, para cada família o seu lar, para cada boca o seu pão» - Salazar. «Tudo pela Nação, nada contra a Nação» - Salazar. «Vós pensais nos vossos filhos, eu penso nos filhos de todos vós» - Salazar. A Barrosâna
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Julho 2018
Dizem os escritores e os poetas transmontanos, que Barroso é uma dádiva especial da Natureza e a grande obra de pedra e água feita em Portugal. Pois é!... É neste Norte que arduamente se riscam e planeiam caminhos, se cruzam vontades e se resiste, com granítica força e persistência dos rios e serras à invasiva e danosa cultura que desvirtua e engana a História. mesma pedra e daTEMOS… mesma água, A Da JUSTIÇA QUE
são feitas as gentes destes lugares.
REGRESSO Regresso às fragas de onde me roubaram Ah!... Minha serra, minha dura infância!... Como os rijos carvalhos me acenaram, Mal eu surgi, casado, na distância!... Cantava cada fonte à sua porta: O poeta voltou!... Atrás ia ficando a Terra morta Dos versos que o desterro esfarelou. Depois o céu abriu-se num sorriso E eu deitei-me no colo dos penedos A contar aventuras e segredos Aos deuses do meu velho paraíso.. Miguel Torga
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Julho 2018
ESTATUTO EDITORIAL A revista A BARROSANA, tem como objectivo principal, promover e divulgar o concelho de Montalegre, o seu património, a sua língua, as características e valores da sua cultura, bem como valorizar as obras, os homens e mulheres da região e toda a área geográfica onde se insere.
a) São ainda seus objectivos: 1- INFORMAR, garantindo a todos os cidadãos o direito à informação através da independência e pluralismo, de modo a defender os valores, as causas e os interesses do concelho onde se insere; 2 – FORMAR, no sentido de contribuir para a elevação do nível cultural dos seus leitores, tendo em conta a história da região, as as suas riquezas naturais, a tradição e todo um património cultural de séculos;
3 – DISTRAIR, sendo ao mesmo tempo lúdica e de recriação, tendo em conta a diversidade do público, idades, interesses, ocupações e espaços.
b) São seus princípios: 1 – Assegurar a independência, o rigor e a objectividade da informação face aos poderes públicos; 2 – A revista define-se como autónoma e independente, sem finalidades lucrativas e acima dos interesses económicos; 3 – A Barrosâna compromete-se assim, a assegurar o respeito pelo rigor e pluralismo informativo, pelos princípios da ética, deontologia e boa fé;
c) São seus fins: 1 – Alargar a sua implantação à divulgação de questões de natureza politica e modos de expressão de índole local e nacional; 2 – Preservar e divulgar os valores característicos das culturas da região barrosã; 3 – Difundir informações com particular interesse para o âmbito geográfico da sua incidência; 4 – E incentivar as relações de solidariedade, convívio e boa vizinhança entre os destinatários localizados na sua área de implantação e das comunidades barrosãs espalhadas pelo mundo.
O Fundador