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A BARROSÂNA 3
A BARROSÂNA | Setembro | 2018
Ano I Mensal Contacto: dvazchaves@hotmail.com
Fundador: Domingos Chaves
Revista mensal das terras altas do Barroso
EDIÇÃO 12–OUTUBRO 2018
A informação “terra a terra”
A norte há uma “porta para o paraíso”…
Viva a República… 5 de Outubro 1910 A BARROSÂNA
Descobrir as Terras do Barrosoo é descobrir a paisagem diversa de miradouros, com vistas de cortar a respiração…
A “Grande Rota”…
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OUTUBRO 2018
EDIÇÃO NÚMERO 12
OS DESTAQUES…
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O FAROL DO BARROSO
A GRANDE ROTA
FichaTécnica
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7 EDITORIAL
COMUNIDADES
Periodicidade MENSAL Data Outubro 2018 Coordenação Domingos Chaves
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O CONCELHO EM NOTICIAS
POLITICA LOCAL
Textos da Edição Domingos Chaves; Marie Oliveira, Arménio Santos, Carlos Tomás, Fernando Botelho Gomes; Isabel Tavares, Carlos Fragateiro, Raquel Costa, José Alves, Jorge Martins, Catarina Pereira, António Lourenço Fontes e Gabinete de Imprensa da C.M. Montalegre
Fotografia
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26 O PAÍS GLOBAL
A ENTREVISTA
Domingos Chaves, C.M. Montalegre, José Alves, Fernando D. C. Ribeiro, Mauro Fernandes Heléne Martins, Raquel Costa e Portal Google ISBN 152281/2017
Execução Domingos Chaves Contacto dvazchaves@hotmail.com
46 BARROSÕES ILUSTRES
47 A REPÚBLICA-5 OUTUBRO A BARROSÂNA
REVISTAONLINE https://a-barrosana.webnode.pt/
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AS POTENCIALIDADES DA REGIÃO
Terras de Barroso
A norte há uma “porta para o paraíso”…
O turismo tem vindo a ganhar espaço crescente nas estratégias de desenvolvimento dos territórios. Contudo, para que possa constituir-se num instrumento de desenvolvimento, torna-se necessário – para além das muitas exigências ao nível das infraestruturas, equilíbrio ambiental e valorização do património – fazer um esforço no sentido de criar produtos turísticos inovadores e diversificados. Situada lá bem no norte de Portugal - em Trás-os-Montes, ficam as Terras do Barroso e a “capital da república” Montalegre, as quais fazendo fronteira a norte com a Galiza espanhola, com os “vizinhos” Chaves, Cabeceiras de Basto, Vieira do Minho, Terras de Bouro e cada vez mais beneficiada por facilidades de acesso através da A52 espanhola, N103, A24 e agora também pela M508, aliadas à sua proximidade com Espanha, permitem colocar a região num plano privilegiado do mercado turístico receptor português. No que se refere às potencialidades da região, a envolvência natural confere-lhe uma riqueza e variedade paisagística e uma enorme diversidade de fauna e flora características, que permitem o desenvolvimento de um turismo activo. O seu património histórico-cultural que se encontra disperso por toda a região, sendo constituído por uma enorme diversidade que abrange testemunhos arqueológicos - megalíticos, romanos, medievais -, passa pelas edificações de carácter religioso - igrejas, capelas, cruzeiros, e monumentos destinados à defesa – castelos e castros, entre outros. As manifestações populares atraem também um número cada vez maior de pessoas e ocupam já um lugar de destaque, fazendo as romarias e as festas, maioritariamente religiosas, parte da sua oferta cultural. O artesanato é outra das actividades de carácter popular em expansão e que mais atrai o turista. Os produtos regionais enriquecem a oferta local ao associarem a gastronomia, outro ponto forte da região, para o qual contribuiem fundamentalmente a posta e o cozido barrosão bem como o cabrito, componentes turísticas de grande importância para a região. Muitos dos produtos, porque possuem características únicas, estão certificados, como é o caso do mel, da carne barrosã, agora também do vinho, e como não podia deixar de ser, do famoso fumeiro barrosão, actividades muito enraizadas social e culturalmente na região. A oferta de alojamento turístico, fulcral para o seu desenvolvimento, é disponibilizada em unidades de turismo rural, assim como por hotéis, pensões, estalagens e residenciais, consideradas pelos visitantes como de qualidade. São pois todas estas características, que fazem da região do Barroso um local maravilhoso e apelativo.
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SERRA DO LAROUCO
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Terras de Barroso
O grande farol das Terras do Barroso…
Do planalto barrosão, a nordeste da capital do Barroso, sobressai o espigão de uma serra que no Outono é escura e ameaçadora, no Inverno é branca, na Primavera verde e no Verão garrida. É a serra do Larouco, cuja altitude máxima atinge os 1527 metros acima do nível do mar. Está disposta na direcção norte/sul, atravessando a fronteira e prolongando-se para terras da Galiza, com um comprimento de cerca de 10 quilómetros. Chega-se lá, partindo de Montalegre pela estrada que vai para Vilar de Perdizes, que depois se deixa na direcção de Padornelos. Daqui, toma-se a estrada de Sendim e do antigo posto fronteiriço, cuja estrada se deixa para a direita, na direcção da pendente ocidental da serra. Até aqui a estrada é pouco pronunciada, a partir de então começa a subir, mas é de fácil acesso, dado terem ali ocorrido obras de beneficiação há muito pouco tempo. O panorama imenso que daqui se avista, consoante se vai subindo, compensa o esforço da subida, seja ela feita a pé, de automóvel, ou através de qualquer outro meio. A zona do topo, próxima já da raia, é conhecida por Fonte da Pipa. Trata-se de um planalto a cerca de 1500 metros de altitude, que no Inverno e na Primavera está sempre bastante molhado, por reter as águas pluviais. Um pouco mais abaixo, na encosta poente da serra, com esta água começa a formar-se o rio Cávado. Aos 1527 metros de aItitude, num plateau rochoso, está um marco geodésico, de onde o panorama é fabuloso. Avista-se todo o Barroso, o Alto Tâmega e o Gerês, como se fossem vistos de avião. O seu nome provem do Deus Celta Larauco, que originou também Larouco - Município espanhol que integra a província de Ourense. (Continua na página seguinte) A BARROSÂNA
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SERRA DO DO LAROUCO SERRA LAROUCO
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O grande farol das Terras do Barroso… (Continuação)
Terras de Barroso
Integra-se no sistema montanhoso da Peneda/Gerês e serve de fronteira entre o distrito de Vila Real e a Galiza espanhola. Nesta grande massa granítica distinguem-se, na vertente poente, manchas de xisto metamorfizado que originam encostas abruptas onde aves de rapina, como a águia-de-asa-redonda ocupam o território. A Serra do Larouco apresenta, ainda, uma vegetação em função da altitude, constituída nomeadamente por matos de urzes, sargaços e giestas, e algumas pastagens que se situam junto a cursos de água segundo a antiquíssima técnica dos prados de lima. Nas suas vertentes constatamse campos de cultivo e algumas manchas de mata climática, como sejam o carvalho-alvarinho, o carvalhonegral e o vidoeiro. Os aglomerados urbanos de que são exemplo, as freguesias de Gralhas e de Santo André, estão rodeados por campos outrora intensamente trabalhados. Para além do Cávado, que como se disse tem aqui origem, também por aqui nasce o Rio Salas. Um e outro sulcam as encostas desta serra e a “galeria ripícola” é o habitat de inúmeras espécies de fauna e flora. Por debaixo da protecção fornecida pela vegetação típica das linhas de água, persistem ainda mamíferos como o lobo, a raposa, o corço, o javali, a par de répteis como o lagarto-de-água, a cobra-bordalesa e o sapo-parteiro.
À serra chamavam os romanos Monte Ladiço. Nas suas encostas foi colocada na Idade Média uma atalaia, que mais tarde se transformou em castelo, dividindo inicialmente as dioceses de Braga e Lugo, e depois, Portugal da Galiza. No caso do Salas, trata-se de um rio internacional que nasce já em território galego, na vertente norte da Serra, concelho de Baltar. Atravessa o território do antigo Couto Misto e o extremo norte da freguesia raiana de Tourém, do concelho de Montalegre e tem a sua foz no rio Lima, ainda em território espanhol. na povoação galega de Lobios. A historiografia galaica, diz que no cimo do Larouco havia há dois mil anos, um templo a Júpiter. Arqueólogos da região raiana, de ambos os lados da fronteira, apoiados por populares, têm feito nos últimos anos, no verão, réplicas das festas pagãs que havia outrora. À serra chamavam os romanos Monte Ladiço. Nas suas encostas foi colocada na Idade Média uma atalaia, que mais tarde se transformou em castelo, dividindo inicialmente as dioceses de Braga e Lugo e depois Portugal da Galiza. A BARROSÂNA
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ENTRE A PAISAGEM E O PATRIMÓNIO HISTÓRICO… Descobrir as Terras do Barrosoo é descobrir a paisagem diversa de miradouros com vistas de cortar a respiração, arquitectura religiosa abundante e profundas marcas dahistória…
A “Grande Rota”… Diz-se que por aqui não “passou Cristo”!... Mas também não foi preciso, tamanha é a beleza desta zona que teima em resistir aos atentados contra a natureza. Trata-se da “Grande Rota”, uma junção de vários trilhos pedonais do Parque Nacional da Peneda-Gerês num principal, que se vai estender ao longo de 200 quilómetros, ligando as extremidades do território e visando um aumento de 5000 visitantes por ano. Dentro de dois anos, vai poder percorrer-se o Parque Nacional da Peneda-Gerês a pé de uma extremidade à outra. Basta que se tenha energia e tempo para isso, claro está. O projecto em questão, chamado “Grande Rota”, está em processo de implementação e vai unir vários trilhos deste parque natural para formar um principal, de acesso pedonal. O plano provisório foi apresentado fáz um ano e prevê um trilho que se estende ao longo de 200 quilómetros e de 18 localidades, entre Inverneira da Ameijoeira, em Melgaço - o início da rota - e Tourém, já no concelho de Montalegre como meta. Esta reorganização tem como objectivos, dinamizar o turismo no Parque de 2,5% no número de dormidas no alojamento deste Parque, Nacional da Peneda-Gerês, nomeadamente um segundo dados que constam no plano provisório. A iniciativa, aumento anual de 5000 visitantes e uma subida que tem um orçamento de 300 mil euros, é financiada pelo Norte 2020 - Programa Operacional Regional do Norte, e responsabilidade da Adere Peneda-Gerês -Associação de Desenvolvimento das Regiões do Parque Nacional da Peneda Gerês -, e pretende também chamar a atenção de visitantes estrangeiros, ou não fosse o nosso país estar a atravessar um pico de procura turística. Para esse efeito, será criado brevemente um site promocional desta nova Grande Rota. Além disso, visa aumentar a segurança dos seus visitantes com este trilho principal, e diminuir o número de pessoas que se perdem dentro do Parque. A Adere Peneda-Gerês já frisou que as obras de requalificação vão começar em breve e que não irá afectar, de qualquer forma, a sustentabilidade ambiental deste território. Prevê-se que o plano que vai revigorar o Parque Natural, que inclui ainda o melhoramento da cobertura móvel e o restauro de áreas ardidas, esteja terminado dentro de dois anos. A BARROSÂNA
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EDITORIAL Por: Domingos Chaves
Viva a República… Foi a 5 de Outubro de 1910 que finalmente terminou o poder vitalício e hereditário. Exactamente há 108 anos, quando às 12H00 deste dia, da varanda da Câmara Municipal de Lisboa, foi proclamada e aclamada a República, perante o júbilo de milhares de cidadãos. República que aboliu os privilégios e os títulos da nobreza; que à hereditariedade fez suceder o escrutínio do voto; que aos registos paroquiais, consagrou o Registo Civil obrigatório; que ao direito divino, fez prevalecer a vontade popular; que à indissolubilidade do matrimónio, permitiu o direito ao divórcio; que à conivência entre o trono e o altar, estabeleceu a separação da Igreja e do Estado; e que aos súbditos, transformou em cidadãos de pleno direito.
Foram os heróis da Rotunda que libertaram Portugal da monarquia e da ditadura a que João Franco imprimiu a crueldade e o rei a cumplicidade. Para o efeito a Franco-Maçonaria divulgou os ideais repúblicanos e a Carbonária foi o braço armado para a sua vitória. Cândido dos Reis, Machado dos Santos, Magalhães Lima, António José de Almeida, Teófilo Braga, Basílio Teles, Eusébio Leão, Cupertino Ribeiro, José Relvas, Afonso Costa, João Chagas e Miguel Bombarda, foram os mais destacados desses heróis que prepararam e fizeram a Revolução. É por tudo isto, que agora se celebra-se neste 5 de Outubro, o dia em que se exige ser cidadão e se recusa ser vassalo. Merecem-no os seus heróis que nos deixaram o legado, e merecem-no todos aqueles que amam e prezam os que servem honradamente a República. Viva o 5 de Outubro Viva a República… A BARROSÂNA
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SOCIEDADE…
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LUCILIA GAGO É A NOVA PROCURADORA
Descentralização
Governo dá mais esclarecimentos sobre o tema
Lucilia Gago, é a nova Procuradora Geral da República. É especialista em Direito da Família e foi nomeada por Marcelo Rebelo de Sousa, de acordo com nota publicada no site da Presidência da República. Sem surpresa, está assim encontrada a substituta de Joana Marques Vidal por proposta do Primeiro-Ministro António Costa. O Presidente da República justifica a escolha com a defesa da “limitação de mandatos, em homenagem à vitalidade da Democracia, à afirmação da credibilidade das Instituições e à renovação de pessoas e estilos, ao serviço dos mesmos valores e princípios”.
Sete diplomas aprovados pelo Governo, permitem aos Municípios ter novas competências que vão da prevenção da violência doméstica à limpeza de praias fluviais e à autorização de rifas e concursos De acordo com o Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que tutela as autarquias, parte dos diplomas sectoriais de transferência de competências para os Municípios refere-se às áreas da Justiça, Policiamento de Proximidade, Jogos de Fortuna e de Azar e Gestão de Praias Parítimas Fluviais inseridas no domínio público hídrico do Estado. Na Justiça, os Municípios e entidades Intermunicipais, deverão receber competências nas áreas da reinserção social de jovens e adultos, da prevenção e combate à violência doméstica, do apoio às vítimas de crimes e na rede dos julgados de paz. Ainda segundo o Governo, os Municípios terão competência de definir o modelo estratégico que pretendem implementar ao nível do policiamento de proximidade. A autorização da exploração de jogos de fortuna ou azar, competências que cabiam aos Governos Civis antes de serem extintos, são agora competência dos municípios, que também têm de autorizar rifas, tômbolas, sorteios, concursos publicitários, concursos de conhecimentos e passatempos. Por outro lado, aos municípios caberá também fazer a gestão sobre as praias marítimas e sobre as praias fluviais e lacustres integradas no domínio público hídrico do Estado.
As razões de António Costa O Presidente da República fez ainda questão de publicitar no site da Presidência uma carta que o Primeiro-Ministro enviou com a proposta de Lucília Gago, com a data de 20 de Setembro. Carta, onde constam as razões que levaram António Costa a propor o nome daquela magistrada do Ministério Público. As palavras-chave dessa missiva, não deixaram dúvidas: “Continuidade”, “Autonomia”, “Separação e interdependência de poderes”, e “Mandato longo e único”.
PASSOS COELHO “ATIRA-SE” A COSTA E MARCELO
10% DOS MUNICIPIOS REJEITARAM DESCENTRALIZAÇÃO EM 2019
Pelo menos 30 Municípios, de Norte a Sul do País, rejeitaram a transferência de competências em 2019. Foram 24 Municípios da CDU, Porto do Independente Rui Moreira, Maia, Santa Maria da Feira e Espinho, todos do PSD, e Vila do Conde e Redondo, ambos independentes. Todos deliberaram rejeitar a transferência de competências já no próximo ano e do facto deram conhecimento à Direcção-Geral das Autarquias Locais, conforme determina a lei-quadro da descentralização.
Enquanto Rui Rio apoiou o Governo na decisão de propor a nomeação de uma nova PGR e aceite pelo Presidente da República, o ex-PrimeiroMinistro Pedro Passos Coelho, não perdeu a oportunidade para face a tal decisão , dar umas “bicadas” em Marcelo Rebelo de Sousa e no PrimeiroMinistro, ao argumentar em artigo de opinião “que faltou decência para assumir com transparência os motivos que levaram à substituição de Joana Marques Vidal”. "Nestes anos de mandato, que a Constituição determina poder ser renovável – argumenta ainda Passos Coelho entendeu quem pode, que a senhora procuradora deveria ser substituída”. O ex-Primeiro-Ministro do PSD, que propôs em 2012 a nomeação de Joana Marques Vidal para o cargo, refere ainda que se preferiu a "falácia da defesa de um mandato único e longo para justificar a decisão". Refira-se a este propósito, que a dupla confiança do Governo e do PR, pôs assim termo à guerrilha da direita que a doutora Cristas e os sectores radicais do PSD ligados a Passos Coelho e Marques Mendes se esforçaram por partidarizar. Felizmente e a “bem da nação”, que a Pátria, a democracia e a isenção partidária prescindiram da inédita recondução, sem qualquer sobressalto.
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SOCIEDADE…
MINISTRO DA DEFESA RECUSA SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO
Azeredo Lopes afasta discussão sobre Serviço Militar Obrigatório e anunciou medidas para que a carreira militar se torne mais atractiva, sustentando que "não está no horizonte próximo" qualquer discussão sobre a reintrodução do Serviço Militar Obrigatório. "Desde o início do mandato que eu tenho vindo a afirmar que a questão do SMO não se coloca para o Governo que eu integro e não integra o programa do Governo", referiu Azeredo Lopes. O novo regime de incentivos, em preparação desde o início do ano, alargará o número de entidades públicas com uma "quota" para o recrutamento de ex-militares e visa maior qualificação, certificação da formação e a integração profissional dos cidadãos que optem pela vida militar. O Ministério da Defesa espera ter concluído até ao final do mandato o projecto para a introdução do "Referencial da Educação para a Segurança, Defesa e a Paz" nos projectos educativos nos vários níveis de ensino a nível nacional.
PORTAGENS | NOVA CLASSIFICAÇÃO DE VEÍCULOS ENTRA EM VIGOR A 1 DE JANEIRO
A partir de 1 de janeiro do próximo ano, pagam a tarifa de portagem relativa à classe 1, desde que usem o sistema de pagamento automático, os veículos ligeiros de passageiros e mistos, com dois eixos, peso bruto superior a 2300 kg e igual ou inferior a 3500 kg, com lotação igual ou superior a cinco lugares e uma altura, medida à vertical do primeiro eixo do veículo, igual ou superior a 1,10 m e inferior a 1,30 m, desde que não apresentem tracção às quatro rodas permanente ou inserível. O ajuste das classes vinha a ser reivindicado pelo sector automóvel. Com o modelo actual de portagens, as viaturas com mais de 1,10 metros de altura, eram incluídas na classe dois. A partir de Janeiro, sê-lo-à na classe 1.
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MAIORIA DOS INCÊNDIOS DE 2018 DEVE-SE A QUEIMADAS Apesar da gravidade dos incêndios que deflagraram em Portugal continental, 2018 é dos anos com menor área ardida. Os números são do Relatório Provisório de Incêndios Rurais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas –ICNF. Segundo o relatório, houve 7670 incêndios rurais que resultaram num total de 34 791 hectares de área ardida. Comparando os valores do ano de 2018 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 40% de incêndios rurais e menos 49% de área ardida relativamente à media anual do período. O ano de 2018 apresenta, até final de Agosto, o segundo valor mais reduzido em número de ocorrências e o quinto valor mais reduzido de área ardida, desde 2008.
Do total de 7670 incêndios rurais verificados no ano de 2018, 4850 foram investigados e têm o processo de averiguação de causas concluído. Até à data, as causas mais frequentes em 2018 são as queimadas - 66% - e incendiarismo imputável 14% – apesar de não se explicitar que tipo de incendiarismo é este.
VISTOS GOLD|SENTENÇA ADIADA PARA 2019 A leitura do Acórdão do julgamento do processo Vistos Gold, que envolve, entre outros arguidos, o ex-Ministro da Administração Interna Miguel Macedo, foi adiada para 17 de Maio de 2019. Nas alegações finais do julgamento, realizadas antes das férias judiciais de verão, o Ministério Público pediu a condenação do ex-Presidente do Instituto dos Registos e Notariado António Figueiredo a uma pena até oito anos de prisão e a sua suspensão de funções públicas por um período de dois a três anos. Para os restantes arguidos, incluindo o ex-Ministro da Administração Interna Miguel Macedo e a antiga Secretária-Geral do Ministério da Justiça Maria Antónia Anes, o Procurador José Niza pediu que fossem condenados a uma pena única não superior a cinco anos de prisão, admitindo que a mesma possa ser suspensa na execução, à excepção do empresário Jaime Gomes, para quem pediu prisão efectiva.
A posição do Ministério Público, mereceu muitas críticas dos advogados de defesa que pediram a absolvição dos seus constituintes. O processo Vistos ‘Gold que tem 21 arguidos -17 pessoas singulares e quatro empresas, prende-se com a alegada prática dos crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder, tráfico de influências e branqueamento de capitais.
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OUTUBRO 2018
NÃO SOU FARISEU…
APARIÇÕES DE FÁTIMA EM NOVA VERSÃO Uma nova versão sobre as aparições de Fátima, a ser apresentada em filme no próximo ano, em Portugal e no mundo, está já na forja. As filmagens, com Harvey Keitel e Sônia Braga entre os actores principais, inspiradas no fenómeno religioso ocorrido há 100 anos, começaram já na Tapada de Mafra, perto de Lisboa e continuam nas próximas oito semanas pelo país. A Tapada de Mafra, foi o cenário escolhido pelos produtores para as filmagens das cenas relacionadas com a vida dos três pastorinhos, representados pelos espanhóis Stephanie Gil, Alejandra Howard e Jorge Lamelas, e com as "aparições" que aconteceram na Cova da Iria, espaço do actual Santuário de Fátima. Rose Ganguzza, uma das principais produtoras, contou à agência Lusa que, desde criança, conhecia a história dos três pastorinhos e decidiu trazê-la para o cinema, com um argumento que é "baseado na religião católica", mas que transcende todas as religiões e se resume a uma "história da humanidade".
A maioria das denúncias que estão a ser feitas sobre os abusos sexuais nos Estados Unidos, na Australia, na Irlanda, na América Latina e noutras partes do globo – alguns Domingos Chaves até bem próximos de nós, remontam há cerca de 60, 70 ou 80 anos. Além destes, há obviamente outros bem mais recentes, que infelizmente continuam a persistir!... E sendo assim, a denúncia destes crimes hediondos não podem “cair em saco rôto”. Pede-se por isso que a Justiça funcione sem piedade ou delongas e castigue severamente os infractores de tais crimes, que não só deixam cicatrizes para sempre nas vítimas, como carregam o seu sofrimento para toda a vida. Porém, há que dizer também, que algumas destas situações estão a ser muito bem aproveitadas, para que os anticlericais primários e os desencantados ou amargurados da vida, cuspam o seu ódio doentio e a sua vingança rasca sobre a Igreja Católica e particularmente, os sacerdotes. E chegados aqui, convirá por isso afirmar, que “nem só de mal vive o homem”!... Há que lembrar também, o muito que faz a Igreja Católica e particularmente, os padres, os religiosos e religiosas que por esse mundo fora salvam todos os dias crianças, idosos e tantos excluídos do sistema louco capitalista que inventamos - produzir, consumir e descartar, tudo à conta de mais pobreza e exclusão social. São milhões de pessoas que a Igreja em todo o mundo salva da fome, trata das feridas dos doentes, visita os abandonados, consola os idosos e acolhe a imensa multidão de crianças descartadas pela maldade de pais irresponsáveis e da indiferença das sociedades. À conta disso, são com frequência assassinados religiosos e religiosas, mas para noticiar tais acontecimentos, parece faltar papel e tinta ao jornalismo. Quanto aos sacerdotes, é óbvio que nenhum é herói, mas nem todos são psicopatas neuróticos. São homens, como todos os homens, que procuram servir a sociedade num mundo já de si imperfeito, onde proliferam a pobreza e as fragilidades. Mas neles existe também algo de bom, como em todos os seres humanos. Gosto de ver o todo e não apenas as caricaturas distorcidas – “ovelhas ranhosas” existem em todos os rebanhos. Por isso, prefiro falar mais de pessoas sérias e honestas do que andar à caça de pecadores para os indicar e julgar. Não sou fariseu…
O filme aborda o que "estava a acontecer em Portugal em 1917 para criar o contexto da história e vai contar com duas estreias mundiais, de cariz solidário, uma em Fátima a 13 de Maio do próximo ano e outra em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, ocasiões para ver cantar ao vivo o cantor italiano Andrea Bocelli, autor e intérprete de "Gloria", o tema de fecho do filme. A produção conta com meio milhar de especialistas, 70 actores portugueses, 2.500 figurantes portugueses e 200 animais. "Fatima" é DEFICIÊNCIA E DIREITOS também o primeiro filme a ser apoiado pelo Estado no Foi publicado em Diário da República, o Regime Juridico do Maior âmbito do recém-criado Fundo de Apoio ao Turismo, Acompanhado. Esta legislação substituirá depois de entrar em vigor, A INDOMESTICÁVEL VIOLÊNCIA DOMÉSTICA dentro de seis meses, os regimes de interdição e de inabilitação.
Os trágicos episódios de violência sobre as mulheres num quadro de violência doméstica não param. São já mais de vinte, as vitimas no corrente ano. Há porém que dizer, que o mundo da violência doméstica é bem mais denso e grave do que a realidade que conhecemos. Ou seja, aquilo que se conhece, apesar de recorrentemente termos notícias de casos extremos, é "apenas" a parte que fica visível de um mundo escuro que esconde muitas mais situações que diariamente ocorrem numa casa perto de si. É preciso por isso denunciá-las e exigir uma legislação condizente com a barbárie a que se vem assistindo.
Dado o volume de problemas e obstáculos não está tudo resolvido mas trata-se de um passo importante na melhoria das condições de vida das pessoas com deficiência, mas não só, e no cumprimento dos seus direitos sociais e individuais. Neste sentido é fundamental que se garanta o seu direito à independência, autonomia e auto-determinação que sustentem vidas com dignidade.
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SOCIEDADE…
A “ESTÓRIA DO DIABO” QUE NÃO VINGOU… “DESEMPREGO EM MÍNIMOS DE 16 ANOS”… Na vigência da "Geringonça" foram criados 500 mil empregos, nos quais as mulheres dominaram e representam hoje 49% da força de trabalho. Esta onda feminina ultrapassou mesmo a Suécia que batia o recorde neste campo. Curiosamente, os mortos em acidentes de trabalho são 100% homens.
É com estas notícias que a direita se morde toda. Quem não se lembra de Passos se ter fartado de dizer que vinha aí o diabo?!... Ora afinal o que veio foi mais emprego e mais dinheiro, pelo que os portugueses correm o risco de julgar que se o Costa é o diabo, deve estar muito bem disfarçado, porque mais parece o Pai Natal... Sócrates deixou 4.867.100 pessoas a trabalhar. Agora de novo com o PS, a força de trabalho subiu para 4.874.100 trabalhadores. Mas o mais extraordinário é que foram criados 219 mil empregos ocupados por pessoas entre os 55 e os 64 anos, a mostrar que muitas empresas necessitavam de pessoal com experiência. Os homens perderam com o Governo Passos|Cristas 310 mil empregos e recuperaram apenas 235 mil postos de trabalho. As mulheres perderam perderam 202 mil e ganharam 284 mil.
O Ministério da Cultura, que tem a tutela da comunicação social, enviou para a Entidade Reguladora para a Comunicação Social – ERC, o regulamento e o caderno de encargos para dois novos canais na Televisão Digital Terrestre – TDT. São dois concursos distintos!... Um para um canal temático de informação e o outro para um canal de desporto. Depois de ter reforçado a oferta da TDT em Dezembro de 2016 com a introdução de dois canais públicos na TDT - a RTP 3 e a RTP Informação, estes dois concursos são destinados a canais privados. Actualmente, a TDT oferece aos espectadores sete canais. Quatro da RTP -RTP 1, RTP 2, RTP 3 e RTP Memória, a SIC, a TVI e o Canal Parlamento.
O Bloco de Esquerda vai propôr o fim do regime fiscal dos residentes não habituais. Mariana Mortágua diz que a decisão do Partido está tomada, mas vai surgir quando forem apresentadas as propostas de alteração ao projecto do Orçamento do Estado para 2019. Apoio do PS não está garantido. A deputada bloquista defende um ponto final ao regime em vigor. Diz que está por provar a eficácia de um instrumento que “dá a alguém o direito de não pagar os impostos que o resto da população paga”.
Porém, na agricultura há ainda uma tremenda falta de mão de obra, e a maioria dos que por cá labutam são asiáticos, oriundos de países como o Bangla Desh e Tailândia, que trabalham nas estufas.
Também a indústria luta com muita falta de trabalhadores e até as fundições foram buscar pessoal com 60 anos porque não encontram ninguém. Nalgumas empresas, esse pessoal mais idoso está a formar jovens que são empregues já não a título precário, mas definitivamente para que a empresa os não perca. Há um pequeno período precário para verificar se são pessoas motivadas para aquele trabalho que era sujo e difícil no passado recente, mas hoje é muito melhor com os equipamentos modernos.
INTERIOR ATRAÍU POUCO MAIS DE 25% DOS INVESTIMENTOS NOS ÚLTIMOS 10 ANOS
GOVERNO LANÇA NOVOS CANAIS TDT
BE QUER ACABAR COM IRS ESPECIAL PARA ESTRANGEIROS
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Na última década, foram assinados mais de 440 contratos para grandes projectos de investimento, mas a esmagadora maioria acabou no litoral.Entre 2008 e a primeira metade deste ano, foram assinados e apoiados 443 grandes projectos de investimento negociados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal-AICEP, mas apenas 117, ou seja, 26,4% foram para o interior, muito longe dos 326 instalados no litoral, correspondendo a quase 74% do total.
QUASE UM TERÇO DOS JOVENS ADULTOS NÃO ESTUDAM NEM TRABALHAM
Portugal é o quarto país da OCDE com mais baixos níveis de escolaridade entre os jovens adultos, só ultrapassado pelo México, Turquia e Espanha, revela o relatório da OCDE “Education at a Glance 2018”. Três em cada dez portugueses entre os 25 e os 43 anos não concluíram o ensino secundário, segundo dados do relatório internacional relativos a 2017, que colocam Portugal entre os últimos de uma lista dos 35 países da OCDE. Ainda segundo o mesmo relatório, 15,2% dos jo vens entre os 18 e os 24 anos não estuda nem trabalha – a chamada geração“nem-nem”, colocando Portugal no 10.º lugar da mesma lista. Refirase que esta situação em Portugal é mais grave do que a média registada na OCDE - 14,5% - assim como em vários países da União Europeia - 14,3%. Na lista dos países mais problemáticos da Europa, a Espanha surge na frente com 20,9%, logo seguida da França com 18,7%.
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3 OUTUBRO 2018
COMUNIDADES
ECONOMIE: en 2018 le Portugal Propostas para emigrantes continue sa course vers le plein voltarem são bem vindas Marcelo Rebelo de Sousa emploi et la réduction des inégalités sociales
Le Portugal est devenu le meilleur élève de la zone euro avec une croissance économique au plus haut, un chômage au plus bas, des investissements en progression permanente, un déficit budgétaire qui tend vers le zéro. Toutes ces bonnes nouvelles sont de plus accompagnées par une première mondiale : l'énergie électrique produite par les renouvelables a dépassé la consommation du pays. Seul point noir, idéologique, celui là : la politique menée pour parvenir à ces résultats est encore et toujours à l'opposée de celle préconisée par Bruxelles et suivie par Berlin ou Paris. Le budget 2018 du Premier ministre portugais présenté à la Commission européenne fin 2017 n'a pas beaucoup plu. La Commission estimait que la baisse — exigée — de 0,6% des dépenses publiques ne serait — selon les calculs prévisionnels bruxellois — que de "seulement" 0,4%. Etrange reproche lorsque l'on sait que le déficit du Portugal est désormais l'un des plus bas de la zone euro, à 1,4% en 2017 et qu'il ne cesse de se réduire. Le petit pays au bord de la récession économique — et d'un effondrement social majeur — il y a quelques années encore, améliore ses performances économiques et sociales de façon continue depuis 30 mois, au grand dam des dirigeants d'autres pays européens adeptes des politiques libérales de rigueur budgétaire, Emmanuel Macron en tête. Les dernières mesures du gouvernement d'Antonio Costa, très décriées par son opposition de droite semblent pourtant continuer d'agir en faveur d'une amélioration générale, tant sociale qu'économique, que ce soit pour les entreprises, les investisseurs ou les salariés et les retraités des classes moyennes et populaires. Relance, ajustement des impôts, augmentation du salaire minimum et incitations aux investissements Alors qu'en France les impôts sur les plus gros revenus sont abaissés, des taxes sur les entreprises supprimées ou compensées, tandis que les retraites sont grévées, le gouvernement portugais à engagé une politique fiscale inverse. Le budget 2018 portugais prévoit une baisse conséquente des impôts sur le revenu pour les classes moyennes, accompagnée par une nouvelle augmentation des pensions de retraite. Pour la fiscalité des grandes entreprises, l'option portugaise est là aussi à l'opposé de celle de la France : instauration de nouvelles taxes pour toutes les entreprises au chiffre d'affaires supérieur à 35 millions d'euros. Côté fonctionnaires, ce sont les déblocages des mouvements de postes et les promotions dans la fonction publique qui se mettent en place. La politique économique de la demande, instiguée de façon continue depuis deux ans et demi par le gouvernement portugais, porte clairement ses fruits. Cette politique est fondée sur une relance de la consommation par l'amélioration des conditions professionnelles et sociales des travailleurs portugais afin de créer de l'attractivité pour les investisseurs, améliorer la productivité, permettre de la montée en gamme de productions.Le chômage continue donc de baisser, établi à 7,8 % fin 2017, tandis qu'il était à 8,9 % en France à la même période (statistiques au sens du Bureau international du travail). Le salaire minimum a été augmenté de 530 à 557€ en 2017 et va l'être de nouveau en 2018 pour atteindre 580€, avec l'objectif pour le gouvernement de le porter à 600€ en 2019. La démonstration portugaise d'une amélioration des investissements et de l'emploi privé grâce à l'augmentation des salaires et des prestations sociales vient percuter de plein fouet la doxa européenne voulant que la compétivité des entreprises doive obligatoirement passer par une baisse ou un gel des salaires et la diminution des dépenses sociales des Etats… A BARROSÂNA
O Presidente da República afirmou que propostas para criar condições para os emigrantes portugueses regressarem ao seu país são bem-vindas, “venham de onde vierem”. Escusando-se a comentar em concreto o anúncio do secretário-geral do PS e primeiro-ministro António Costa de incentivos para os portugueses que emigraram durante a crise financeira regressarem ao país, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que esta é “uma preocupação nacional, várias vezes declarada por muitos de todos os quadrantes” político-partidários. “Tudo o que for feito – venha de onde vier – é bem-vindo” “Tudo o que for feito – venha de onde vier – é bem-vindo” para não se esquecer “os que estão lá fora, mas por outro lado criar condições para os que queiram voltar voltem”, afirmou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa, quis ainda deixar uma palavra de agradecimento aos emigrantes que regressaram ao país onde vivem, após as férias passadas em Portugal: “Quero agradecer o que eles estão a fazer, criando Portugais fora de Portugal”. Estão a fazer com alegria, com determinação, muito ligados à pátria comum, mesmo quando a sua vida é uma vida difícil”, disse.
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COMUNIDADES Marie Oliveira|Paris
“RENTRÉE” CULTURAL PORTUGUESA EM HAUTS-DE-FRANCE
A região de Hauts-de-France, no norte de França, teve “uma rentrée portuguesa” preenchida com vários eventos culturais que destacaram um país que “está na moda”, afirmou o cônsul honorário de Lille, Bruno Cavaco. Também presidente do Comité France Portugal Hauts-de-France, um grupo criado para promover Portugal na região, Bruno Cavaco explicou que o programa envolveu concertos, exposições, conferências, encontros de empresários e até a criação de um “jardim português” no âmbito do centenário da Primeira Guerra Mundial. “Foi uma ‘rentrée’ portuguesa bem preenchida. Portugal está na moda, há um interesse e um entusiasmo da região Hauts-de-France por Portugal que começou com as comemorações do centenário da Primeira Guerra Mundial. Depois houve esta vontade de desenvolver a cooperação entre a nossa região e Portugal”, explicou o luso-descendente, recordando a participação dos presidentes português, Marcelo Rebelo de Sousa, e francês, Emmanuel Macron, nas comemorações da batalha de La Lys, a 9 de abril deste ano. Em 13 de setembro, no espaço Euratechnologies, em Lille, ocorreu um encontro de “‘startups’ francesas de origem portuguesa”, animado pela Luso Tech Community, uma rede de empresas inovadoras com ligações a Portugal. Em 16 de setembro, no aeródromo de Merville, realizou-se o encontro aéreo anual, que contou com um helicóptero EH-101 Merlin da Força Aérea Portuguesa, “uma ocasião para homenagear também os pilotos portugueses que combateram na Primeira Guerra Mundial”. E em 29 e 30 de setembro, na sala de concertos l’Aéronef, em Lille, foi dado o pontapé de saída do ‘PRT+’, uma temporada artística com Portugal em destaque, que vai contar com uma conferência sobre “Músicas atuais e emergência artística em Portugal”, gastronomia, e concertos de Nádia Leirião, Diron Animal, Moullinex, La Flama Blanca, HHY&The Macumbas e Bateu Matou. A 20 de outubro, no museu La Piscine, em Roubaix, vai ser inaugurada uma exposição de Hervé Di Rosa, artista francês co-fundador da Arte Modesta que vive em Lisboa e que vai apresentar as suas mais recentes obras em cerâmica, criadas no seio de uma das fábricas históricas de azulejos em Portugal, a Viúva Lamego. Intitulada, “L’Oeuvre au Monde”, a exposição vai decorrer até 20 de janeiro de 2019, apresentando as obras que Hervé Di Rosa tem feito ao longo da sua “volta ao mundo das artes”, uma viagem que o levou a conhecer artesãos de todo o mundo e em que a 19.ª etapa é Lisboa. Paralelamente, duas outras exposições de Hervé Di Rosa vão estar patentes no Musée du Touquet-Paris-Plage, em Le TouquetParis-Plage, de 20 de outubro a 19 de maio, e na Galerie Art To Be, em Lille, de 14 de dezembro a 31 de janeiro.A 11 de novembro, ainda no âmbito do centenário do fim da Primeira Guerra Mundial, vai ser inaugurado um “jardim português”, intitulado “Théâtre de Verdure”, na cidade de Le Quesnoy, da autoria dos arquitetos paisagistas Baldios e da plataforma KWY.studio.O projeto vai ser concretizado no âmbito da criação de 15 “Jardins da Paz”, realizados por arquitetos paisagistas de diferentes países que participaram na guerra de 1914-18. A BARROSÂNA
ENSINO DO PORTUGUÊS NO ESTRANGEIRO NOVIDADES PARA 2018-2019 O próximo ano letivo trará novidades um pouco por todo o mundo. Em França, a Coordenação iniciou, em 2017-2018, o ensino do português em duas secções internacionais, uma no Collège Vauban, em Estrasburgo, outra no Collège Lucien Cézard, em Fontainebleau. “Em setembro abriU uma secção internacional em Bry-surMarne, na periferia de Paris, onde há uma fortíssima comunidade portuguesa e onde os cursos EILE estão bem implantados no ensino primário, e isto é uma continuidade extremamente importante”, sublinhou Adelaide Cristóvão à margem do Encontro. Já em Espanha, a grande novidade será a assinatura do memorando de entendimento entre o Camões, I.P. e a Comunidade Autónoma de Castela e Leão. “Estamos nas últimas etapas de negociação, demos um salto qualitativo e já conseguimos chegar a um texto final. Se tudo correr bem assinaremos brevemente o memorando”, revelou Filipa Soares. O português já é ensinado como língua estrangeira naquela região autónoma, mas passará a sê-lo de uma forma mais abrangente. “E, sobretudo, o estatuto da língua, ainda que integrado no sistema, passa a ser mais valorizado”, acrescentou.
No Luxemburgo, onde a língua portuguesa foi ensinada a 2.800 alunos por 25 professores em 2017-2018, neste novo ano letivo a tendência será a de chegar a cerca de 2.900 alunos, desde o pré-escolar ao ensino superior, avançou Joaquim Prazeres. Haverá ainda reforço em algumas modalidades de ensino. “Para além do ensino complementar, o paralelo é outra das modalidades que estamos a trabalhar para reforçar, com o aumento do número de inscritos e a diversificação dos locais. E estamos a apostar no ensino secundário. É uma aposta que até aqui não tem sido feita”, explicitou. Um primeiro passo está a ser dado em liceus de prestígio no Luxemburgo, como é o caso do Liceu Vauban, uma escola privada. “O nosso objetivo é ‘entrar’ nos liceus e sensibilizar a comunidade e os alunos que estão neste momento no ensino secundário, para a importância do português. E criar o gosto pela aprendizagem do português no Luxemburgo”, referiu ainda, revelando que o ensino do português a nível secundário, como atividade de opção, será oferecido em quatro liceus do país, no ano letivo que se iniciou em setembro.
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COMUNIDADES… MINHA TERRA É VILAR “NACER DE PÉ”
3 OUTUBRO 2018
BRASIL|MULHER QUE É MULHER
NÃO VOTA BOLSONARO. E HOMEM QUE É HOMEM TAMBÉM NÃO
[...]Nacer nuha aldeia transmontana algures na 1.a metade do saclo 20 ara um feito Fernando Botelho Gomes berdadeiramente heroico de quem daba à (O Cabasso)-Newark|USA luz e do rebento que recebia a luz. Sem assistencia medica nem hospitalar os bebes naciam com a preciosa ajuda duha parteira sem formacao, uha mulher simples que tinha jeito prajudar no parto. Mais empurrao daqui bolta dali e puxa dacola la se ia nacendo e ate com muntissima frequencia! E habia bebés super pribilegiados que ja habiam desenbolbido alguns dotes raros inda antes de sairim por a porta rumo a um mundo do qual eles nada sabiam. Habia inté alguns, deziam, quinté falabam inda antes de nacer, e que por isso deziam ja naciam sabios, e outros quinté ja binham com garantia de emprego e acesso as melhores instituicoes de insino. Eu pelo que me toca inda estaba la dentro e ja sabia quase tudo do mumdo ca fora atrabes duha rede de contactos prebiamente estabelecidos, e atao teimei que non crer sair. A bida no utero non ara muito por ai alem mas non passaba fome nem pagaba renda portanto non precisaba nem sequer de trabalhar.
Mas a minha mae coitada pessoa de poucos teres e ja com mais 5 labregos que ja lhe haviam esgotado o qamim me fazia falta quiz me por ca fora a todo o custo. Mas biu se gaga coitada. Ela mostraba me a porta e la mia dando instruccoes do que tinha que fazer pra sair e eu olhava pra porta e bia tao piqueninha e pensei logo... se tiber que sair daqui, non pode ser de cabeca porque senao parto me todo. No meio desta barafunda a minha mae non paraba de barafustar, e gritaba tao alto que ate fazia eco nas redondezas. Insisti qou non qria sair mas ela cheia de rezao so me dezia. Olha la o rebento do car....o por seres o ultimo es o mais ruim. So estas aqui pra me dar azia no estomego, non ajudas in porra nihuha, e nem sequer pagas renda. Por isso vais tepor no cara......o daqui pra fora e agora mesmo. E bai agarra me numa orelha laba me ate a porta, de seguida praga me um lacacao na tromba e diz. Salta daqui pra fora que ja estas aqui a mais. Puxou me mais pro pe da porta e mete me um empurrao tao forte que mais parecia a cabecada dum touro, e eu pumba cai de pe como ja habia planeado e mal cai botei a correr por um caminho abaixo onde logo a frente eu sabia qabia uha mina. Atao fui ate la pra me botar a afogar. Mas por azar a mina tinha secado por causa dum furo que tinjam feito num terreno mais acirma que ara do caixeiro, e onde agora esta uma casa toda modarna e janota. Mas tibe azar outra.bez. Duas centenas de matros abaixo corria um rigueiro que regaba ums lameiros que dabam uma erva muito boa e verdinha pras bacas. Fui atao todo contente a correr por ali abaixo e chego la e agua no rigueiro nem gota.. scusado sera dezer como fiquei non e? Inda olhei pros lados barias bezes a ver se o menos aparecia uma nacentezita dauga pra bober um golo porque ja staba cua sede do catano, mas nem nisso tibe sorte.. inda por cima tinha me borrado todo quando saltei e la tibe que gramar co a carga. Satanos depois la mudei a roupa, pra non ir a cheirar mal pra scola. F......se Pra cou sai! [ ] A BARROSÂNA
Jair Bolsonaro é a última ameaça latinoamericana e a sua eventual vitória nas eleições de 7 de Outubro no Brasil, será um verdadeiro desastre. O candidato do Partido Social Liberal, representa a extrema-direita brasileira e lidera as sondagens presidenciais, e para além de se afirmar como um admirador do ditador Augusto Pinochet, é também comparado a Donald Trump e à sua insensatez política e social que tanto ameaça a paz no mundo. É uma verdadeira ameaça para o Brasil, para o povo brasileiro e para a América Latina. Jair Bolsonaro é mesmo um perigo, como mostra a sua longa carreira política, mas o seu currículo está cheio de afirmações controversas, que vão desde a defesa da tortura e da ditadura militar, até à esterilização dos pobres. Os anos de convulsão por que o Brasil tem passado, com os seus problemas endémicos de corrupção, a enorme violência que grassa no país e uma recessão económica que afecta o emprego, que reduz o rendimento e que aumenta a pobreza, írá agravar-se ainda mais caso Bolsonaro venha a ser o eleito. De acordo com as sondagens, na aritmética eleitoral deverá vencer a 1.ª volta das eleições, mas terá que disputar uma 2.ª no dia 28 de Outubro com Fernando Haddad, Ciro Gomes ou Geraldo Alckmin. O que se espera é que os brasileiros saibam rejeitar os reais perigos do bolsonarismo e das suas orientações radicais e escolham um candidato democrático e com um projecto de progresso para o Brasil.
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O CONCELHO EM NOTICIAS… ESCOLA BENTO DA CRUZ-REQUALIFICADA O executivo municipal visitou os trabalhos de requalificação da escola EB 2/3/Sec. Bento da Cruz, em Montalegre. As obras para a remodelação da cozinha, refeitório, polivalente, gimnodesportivo e espaços de apoio tiveram um custo total elegível de 1.000.000€. O desenvolvimento dos trabalhos aconteceu a bom ritmo, cumprindo os prazos de execução da empreitada e não perturbaram o início das actividades lectivas que aconteceu a 17 de Setembro. Recorde-se que o Município incluiu no pacto territorial do Alto Tâmega o projecto de recuperação de todas as escolas do concelho. Fátima Fernandes | Vereadora da Educação da Câmara de Montalegre «Enche-me de orgulho ver esta obra tão grande que vai servir para promover o sucesso educativo. Não tenho dúvidas de que escolas com mais condições são potenciadoras de mais sucesso. Trata-se da minha escola. Vim para cá no segundo ano após a sua abertura. Tenho aqui uma parte emotiva. Vi a degradação após tantos anos de uso e agora é uma grande alegria ver esta remodelação. Queremos dotar as infraestruturas das melhores condições. Tenho a certeza que os alunos se sentirão melhor na sua escola. A educação é uma área de extrema importância. Numa escola tem que haver emoção e estas obras vão trazer orgulho num espaço bonito».
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LIVROS DE ACTIVIDADES GRATUITOS
PARA OS ALUNOS ABRANGIDOS PELA ACÇAO SOCIAL ESCOLAR
O Município de Montalegre anunciou que vai oferecer a todos os alunos abrangidos pelos escalões 1, 2 e 3 da Acção Social Escolar, os livros de actividades relativos aos manuais escolares. Para o efeito, os pais ou encarregados de educação, devem assim dirigir-se à área dos Serviços Sociais da Câmara e solicitar a requisição que lhes permitirá levantar os referidos livros nas livrarias da área de influência das escolas frequentadas pelos alunos, munidos do comprovativo de atribuição do escalão – explicou fonte da autarquia. A iniciativa acontece no âmbito dos Projectos Integrados e Inovadores de Combate ao Insucesso Escolar, financiado pelo Portugal 2020, através do Programa Operacional Norte 2020 e pela União Europeia através do FSE.
ECOMUSEU |EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA
O Ecomuseu de Barroso - espaço padre Fontes, apresenta até ao próximo dia 31 de Outubro, um leque de fotografias sobre a fauna e a flora do Parque Nacional da Peneda Gerês, da autoria de Lília Jorge, uma jovem natural de Pitões das Júnias, do concelho de Montalegre, que vê na fotografia um "escape para renovar energias". Lília Jorge recebeu recentemente o 1.º lugar no 2.º Concurso Nacional de Fotografia SIGMA, na categoria "Wild Life" os animais no seu habitat natural. A exposição de fotografias, intitulada "Recortes da minha Serra“, está patente desde o dia 21 de Agosto no Ecomuseu de Barroso - espaço padre Fontes, em Montalegre, junto ao Castelo e está aberto ao público todos os dias das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. A BARROSÂNA
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O CONCELHO EM NOTICIAS… VILAR DE PERDIZES – XXXII CONGRESSO DE MEDICINA POPULAR
PADRE FONTES TRANSFORMOU O MISTICISMO NUMA ATRACÇÃO TURÍSTICA… Vilar de Perdizes que outrora foi uma das várias Honras do Barroso, é hoje bem conhecida a nível nacional pelo facto de ali se realizar há mais de três décadas o Congresso de Medicina Popular. Desde a sua origem que ocorrem ao evento, gente de todas as condições, ávidas de cultura e tradições. Desta vez, estiveram mais uma vez presentes, médicos, especialistas de nomeada, e obviamente também, os “vendedores de banha de cobra”. Funciona como ponto de encontro de culturas, credos, medicinas, religiões e saberes, numa feira original popular e erudita, para questionar métodos e crenças, novidades e antiguidades e uma ocasião para conhecer o país real, profundo, oculto, esquecido e marginalizado. Vendem-se ali licores de todo o género, chás, infusões e mais recentemente até os “bruxos” estão presentes. Passam três dias em Vilar de Perdizes, atarefadas à procura do mito. O sagrado e o profano estiveram mais uma vez lado a lado na região do Barroso, e o padre António Lourenço Fontes, foi como de costume, o principal impulsionador do Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes - cuja 32.ª edição teve lugar entre os dias 31 de Agosto e 2 de Setembro. Um evento pioneiro que atraíu os olhares do país para esta aldeia barrosã e transformou o misticismo numa atracção turística. Padre Fontes que é sem sombra para qualquer dúvida, o maior embaixador do Barroso e de atracção turística desta região. Escritor e hoteleiro, é igualmente um homem solidário, estudioso das plantas e ervas e também marca de vinho e de um licor já galardoado a ouro. "A junção do sagrado e do profano protagonizado por um padre, deu mais-valia e chamariz ao Congresso. Foi como que a arte de sacralizar o profano e profanar o sagrado", afirma o sacerdote que nasceu em Cambezes do Rio, em 1940. Em Vilar de Perdizes, o padre construiu um palco ao qual todos são convidados a subir, e onde anualmente, se reúnem cientistas e investigadores, curandeiros, bruxos, videntes, médiuns, astrólogos, tarólogos, massagistas e ervanários, curiosos e turistas. A primeira edição do evento realizou-se em 1983, numa altura em que as tradições e a medicina popular antiga estavam a cair em desuso devido à concorrência ou oposição da medicina química ou moderna. Vilar de Perdizes e até Montalegre – sede do concelho, eram terras isoladas, onde faltava quase tudo, e por isso, a população tinha de recorrer à medicina popular para curar as suas doenças. “O primeiro abrir e rasgar das nossas fronteiras foi feito pelo Congresso de Medicina Popular e o sentido de oportunidade do padre Fontes é a prova disso mesmo”, salienta o Presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves.
Orlando Alves, que classifica ainda este Congresso como o “pai e a mãe das sextas-feiras 13”, evento que atrai milhares de pessoas ao concelho. Refere ainda o autarca, que Montalegre soube aproveitar “esta âncora” e implementou outras iniciativas como a Feira do Fumeiro, que hoje tem uma grande projecção mediática e ajuda a re-
(…) até 1983, Vilar de Perdizes e todo o concelho eram terras isoladas, onde faltava quase tudo. Até para curar as doenças, muitas vezes a população tinha de recorrer à medicina popular… -vitalizar o tecido económico”. “Estamos a falar de três pilares em que assenta o desenvolvimento turístico da região: o Congresso, a Sexta-Feira 13 e a Feira do Fumeiro. É à volta destes três vectores que toda a dinamização económica e turística do concelho se acomoda”, frisa o Presidente da autarquia. Orlando Alves refere que nas últimas décadas, abriram restaurantes, hotéis e unidades de alojamento rural. Actualmente existem cerca de 400 camas espalhadas pelo concelho e há novos projectos em curso. No entanto, num concelho com área idêntica à da ilha da Madeira, a agricultura continua a ser “a actividade económica preferencial dos barrosões”.
Segundo o Presidente da Câmara, há jovens agricultores a instalarem-se, por exemplo na área da pecuária, com destaque para a criação de gado barrosão, ovino e caprino. Para ajudar o sector primário, o Município inscreve todos os anos cerca de dois milhões de euros no seu orçamento. “É para nós reconfortante ver que este apoio está a ser aproveitado sobretudo por parte dos jovens que se instalam e nos dão garantias de futuro”, sublinha. Orlando Alves refere também, que “o concelho soube aproveitar os fundos comunitários e frisa que, actualmente as 135 aldeias do concelho estão “devidamente infraestruturadas”. “Temos 98% da população com água ao domicílio e 80% da população está servida com redes de saneamento”, destaca. A grande batalha deste território, muito afectado pelo envelhecimento, é o combate ao despovoamento. Para ajudar nesta luta, Montalegre quer ser um “santuário dos desportos de natureza”, uma estratégia que cruza o desporto e a cultura e une a tradição à modernidade e que tem como objectivo atrair mais visitantes e ajudar a fixar os mais novos. Para David Teixeira, Vice-Presidente do Município, esta edição do Congresso reuniu este ano menos stands, mas, trata-se de um evento que se “faz do contacto com quem tem os saberes populares, debatendo o que a medicina popular trouxe até hoje com a transformação da medicina convencional em relação aos fármacos”. “A palestra a que tivemos a oportunidade de assistir na exposição de plantas foi fantástica”- referiu, e por isso, e por tudo quanto este evento representa, “merece um envolvimento maior da população”, argumentando ainda que o mesmo “precisa de ser reinventado com um novo ar”. Saliente-se a terminar, que o palco para estas iniciativas se estende desde a serra do Larouco na fronteira com a Galiza, segue o curso do rio Cávado até ao Parque Nacional da Peneda-Gerês, e entre os diversos eventos, se destacam as caminhadas, observação de aves, parapente, ultramaratonas, campeonatos de pesca ou troféus de BTT. E depois, Montalegre tem ainda assegurado o Mundial de Rali-Cross, uma prova que segundo David Teixeira, promove a internacionalização deste concelho, já que atrai milhares de galegos e portugueses aficionados pelos desportos automóveis.
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O CONCELHO EM NOTICIAS… GRALHAS COM NOVOS ACESSOS REGIÃO BARROSÃ PRODUZ 79 % DA ENERGIA PRODUZIDA A NORTE
Só nos primeiros seis meses de 2018, a região norte foi responsável por 44% do total da produção de energia em Portugal - 12 484 GWh de um total de 28 113, e por 49% do consumo nacional. Os dados são da REN – Redes Energéticas Nacionais e mostram um aumento significativo destes indicadores face a 2017, quando a produção de energia a norte não foi além dos 30% - 16 476 GWh de um total de 54 546, e o Quem os viu e quem os vê!... Os acessos à aldeia de Gralhas, foram consumo se ficou pelos 33%. objecto de consideráveis melhoramentos, quer ao nível do pavimento, que se encontrava particularmente degradado, quer com valetas novas, à entrada da aldeia, no sentido Meixedo-Gralhas. Também do lado oposto, para quem vem de Solveira, a antiga estrada que dá acesso ao casario, tem agora novo pavimento, faltando apenas concluir as valetas para escoamento das águas..
PENAFIDELENSES CONFRATERNIZARAM EM SALTO
O grande destaque vai precisamente para a energia hídrica, com a região barrosã a acautelar 79% da produção - 6661 GWh, entre janeiro e junho deste ano. No total do ano passado, que ficou marcado por uma seca extrema em Portugal, os municípios nortenhos acautelaram, ainda assim, 74% da produção hídrica - 5429 GWh.
COMPANHIA DE TEATRO FILANDORRA LANÇA POLO DE CRIAÇÃO TEATRAL NO BARROSO
Este verão, "a sala de visitas de Salto" foi muito procurada, sobretudo aos fins de semana. Num deles, o Parque de Lazer do Torrão da Veiga, acolheu o Convívio Anual da União de Freguesias de Guilhufe e UrrôPenafiel. Foram cerca de 700 pessoas, que vieram confraternizar na vila de Salto. O Parque Natural, bem localizado dentro da vila e perto dos serviços, está vedado, tem erva natural, sombra de carvalhas centenárias, bancos e mesas de pedra, rio, praia fluvial, fontanários, iluminação, aparelhos de geriatria e infantil, polidesportivo relvado, Bar e casas de banho. Aqui… sim, sente-se a natureza.
CARAVANAS DE VERANEANTES INVADEM O LAROUCO
A Filandorra – Teatro do Nordeste, deu início à nova temporada com o lançamento público do projecto “O Teatro e as Serras. Projecto a implementar no concelho de Montalegre e que consiste na adaptação ao palco dos contos “proibidos” da tradição oral das terras dos Barroso, que Bento da Cruz escutou em criança de contadores de craveira como João do Gervaz, de Vila da Ponte ou de Manuel da Inácia de Negrões, e que reproduziu na obra Histórias da Vermelhinha, numa espécie de “viagem” pelo mundo rural do tempo dos nossos avós quando vestiam de linho no Verão e de burel no Inverno e eram o esteio do ensino dos mais novos. A estreia está agendada para 22 de Fevereiro de 2019, dia que assinala o nascimento do escritor barrosão.
Foram portugueses, angolanos, ingleses, argentinos e até americanos!... Uma caravana de gente, que resolveu “assaltar” o Larouco com entrada por Padornelos e saída por Gralhas, através de um percurso acidentado, mas a convidar à aventura. Valeu a pena…
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3 OUTUBRO 2018
O CONCELHO EM NOTICIAS… OFICINA DO BUREL EM LISBOA NO FESTIVAL CIOF - CULTURAS MEDITERRÂNICAS
FERRAL|67.º CONCURSO PECUÁRIO RAÇA BARROSÃ Ferral, voltou a promover a raça barrosã com a organização de mais um concurso pecuário – o 67.º, que teve a particularidade de ser o último neste ano de 2018 no concelho de Montalegre. Os diversos exemplares desfilaram sob o olhar atento dos apreciadores deste tipo de eventos e de um Juri que no final premiou os diversos concorrentes presentes, dos quais se destacam as representações de Salto, Fafe, Montalegre e Cabeceiras de Basto.
Carlos Medeiros e Elsa Gonçalves, costureiros artesãos da Oficina do Burel – Único no Momento, de Montalegre, participaram em Lisboa, num dos maiores eventos europeus dedicados às culturas mediterrânicas tradicionais e populares. A mostra aconteceu no passado mês. Sob o mote “Mediterrâneo: Território dos 5 sentidos”, no festival estiveram presentes 10 grupos internacionais e 32 grupos tradicionais portugueses, que vão desde o canto e o folclore até ao artesanato. Para além da mostra que ocorreu ao longo de cinco dias, houve ainda lugar a concertos de world music, workshops, espaços dedicados aos mais pequenos e sessões de cinema, entre outro. Tudo decorreu no Parque Desportivo 1.º de Maio, em Alvalade. Paralelamente ao festival decorreu ainda a Conferência Internacional Mediterrâneo: Território dos 5 Sentidos, organizada pelo CRIA – Centro em Rede de Investigação e Antropologia do ISCTE, com o apoio da Associação Turismo de Lisboa.
MONTALEGRE|REUNIÃO COM PRODUTORES FUMEIRO
Para o final ficaram as palavras à comunicação social, que aqui se reproduzem, do Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Presidente da Junta de Freguesia de Ferral e do Secretário Técnico do Livro Genealógico da Raça Barrosã. Orlando Alves | Presidente da Câmara de Montalegre
«É o tributo que o município presta aos produtores pecuários. É uma forma de estimular o aumento da produção, apoiando-os numa atividade difícil e que não é economicamente compensadora. O município destina um conjunto de atenções para a atividade pecuária. Destinamos mais de 30 mil euros para os concursos pecuários que se fazem no concelho. Houve o cuidado de desenvolver um concurso destinado apenas a produtores do concelho. Trabalhamos na defesa do nosso património». Aníbal Ferreira|Junta de Freguesia de Ferral
Decorreu no Pavilhão Multiusos de Montalegre mais uma sessão de esclarecimento para os produtores de fumeiro. A sessão destinou-se a promover a cooperação e competição empresarial, no âmbito da execução do projecto Fumeiro de Montalegre–Cooperar para competir e desenvolver. Uma acção promovida pela Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã e dinamizada pela ASAE, subordinada ao tema “Rotulagem e rastreabilidade de produtos à base de carne”. Para David Teixeira, “esta estratégia de valorização do nosso produto e de tentar criar a possibilidade da venda primária é uma das nossas grandes preocupações. São sobretudo acções de sensibilização para os produtores, no sentido de produzirem com qualidade, cumprindo as regras da ASAE. São sessões muito importantes para evitar futuras sanções. Ficam desafios na inovação, sobretudo no que respeita às alergias. Penso que os produtos sem glúten podem ser uma nova estratégia na próxima edição da Feira do Fumeiro”. A BARROSÂNA
«Mais uma edição do nosso concurso pecuário, muito concorrida e com belos exemplares. Felizmente, ainda temos muitos criadores e congratulamo-nos com isso. É um dia de festa para Ferral e proporcionamos outras actividades de convívio para a nossa população»: José Leite|Secretário Técnico do Livro Genealógico da Reça Barrosã
«Os concursos no concelho de Montalegre iniciaramse em 1908. São muito antigos. Hoje em dia, verificamos que há muitos produtores destas terras. É preciso continuarmos a valorizar esta raça e esta carne que tem Denomiação de Origem Protegida DOP. Merecia ser paga a um preço superior. Dessa forma tínhamos muito mais criadores. É um produto nobre e gourmet que toda a gente aprecia».
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A BARROSÂNA
3 OUTUBRO 2018
O CONCELHO EM NOTICIAS… MONTALEGRE-CONCELHO DETÉM A QUINTA MAIOR MINA DE LITIO DO MUNDO Prospecção aponta para depósito de 30 milhões de toneladas de lítio. "No ranking mundial de explorações de lítio extraído de pedra, esta é a quinta maior mina do mundo", afirmou Ricardo Pinheiro, o director executivo da Lusorecursos. A LusoRecursos disse que a prospecção em CepedaMontalegre, revelou um depósito de 30 milhões de toneladas de lítio e que o projecto de exploração prevê um investimento de 400 milhões de euros e a criação de 250 empregos. Depois de anos de prospecção e de uma contenda judicial com a empresa australiana Novo Lítio, o director executivo da LusoRecursos, Ricardo Pinheiro, afirmou à agência Lusa que o processo "está estabilizado" e que o próximo passo "é assinar o contrato de concessão de exploração com o Estado". Contactada pela Lusa, a Direcção Geral de Energia e Geologia, através do Ministério da Economia, esclareceu que a "titularidade do contrato de prospecção e pesquisa e do subsequente pedido de exploração é da empresa LusoRecursos". A fonte, referiu ainda que o processo de Cepeda se encontra "em fase de instrução, havendo a necessidade de a empresa apresentar o Estudo de Impacto Ambiental“, e que neste momento, "não é possível indicar uma previsão de data para a assinatura do contrato", precisamente por causa do EIA. Ricardo Pinheiro referiu, que só na área investigada em Cepeda, freguesia de Morgade e Sarraquinhos, as prospecções apontam para um depósito de "30 milhões de toneladas de lítio". A área de concessão é muito superior à investigada. "No ranking mundial de explorações de lítio extraído de pedra, esta é a quinta maior mina do mundo", afirmou. A procura mundial pelo lítio, usado na produção de baterias para automóveis e placas utilizadas no fabrico de electrodomésticos, está a aumentar e Portugal é reconhecido como um dos países com reservas suficientes para uma exploração comercial economicamente viável. Ricardo Pinheiro referiu que ainda há estudos que estão em curso, no entanto adiantou que o projecto de exploração e primeira transformação em Cepeda poderá "rondar os 400 milhões de euros" e vai "criar 250 postos de trabalho directos". "O que interessa é nós aqui, em Montalegre, acrescentarmos valor ao produto", frisou. O projecto prevê, acrescentou, a construção de uma unidade industrial para o processamento dos compostos de lítio, que vai ser alimentada por energias renováveis. Ricardo Pinheiro referiu ainda, que uma das prioridades é ajudar ao regresso "de filhos da terra“, e que nesta área, não vão ser criados aldeamentos mineiros. Ao invés, a ideia é ajudar na reconstrução e revitalização das aldeias que estão na área da concessão. O projecto é acompanhado de um "plano de recuperação ambiental", que prevê uma reflorestação contínua nos aterros que vão sendo feitos com a extracção do minério e ainda financiar projectos de conservação da Reserva da Biosfera Gerês-Xurés. A exploração em Cepeda vai ser feita a "céu aberto", sem recurso a explosivos e com a utilização de uma máquina, tipo uma fresadora agrícola, que vai ripando a rocha. O geólogo António Silva, afirmou que o projecto está a gerar muito interesse a nível da comunidade internacional, com várias instituições científicas a quererem desenvolver ali trabalhos em parceria. A concessão de exploração de lítio em Cepeda chegou aos tribunais em 2017, depois de a Novo Lítio ter entrado em litígio com a LusoRecursos. Nesse ano, o Ministério da Economia esclareceu ter um contrato "devidamente válido" com a empresa portuguesa para a prospecção e pesquisa de lítio em Montalegre. O contrato de prospecção e pesquisa foi assinado em 7 de Dezembro de 2012,
entre o Estado português e a Lusorecursos, tendo um período inicial de dois anos e com a possibilidade de três prorrogações anuais, até ao máximo de cinco anos. Já em Fevereiro deste ano, o Tribunal da Relação de Guimarães confirmou a decisão de primeira instância que rejeitou a providência cautelar apresentada pela empresa australiana para ficar com a concessão da exploração de lítio em Sepeda. À Lusa, Ricardo Pinheiro afirmou que a "divergência com a Novo Lítio está sanada"."A Novo Lítio submeteu um processo em tribunal, que perdeu, fez um recurso para a Relação que perdeu também, por isso o assunto está complemente resolvido. A Lusorecursos tem todas as condições, neste momento, para avançar", frisou.
MONTALEGRE EM VIAS DE CONCLUIR SUBSTITUIÇÃO DAS LUMINÁRIAS DE MERCÚRIO PELO SISTEMA LED
Montalegre vai substituir a iluminação pública das 135 localidades do concelho por lâmpadas LED, um projecto de eficiência energética que vai custar três milhões de euros, informou o Presidente da autarquia. “É um investimento que vai permitir que todo o concelho de Montalegre fique assim como uma espécie de noite de lua cheia”, afirmou Orlando Alves à agência Lusa. O autarca explicou que vão ser substituídas “10 mil luminárias por lâmpadas LED”, daí resultando uma “poupança significativa de 140 mil euros por ano”. A actual factura correspondente à iluminação pública do concelho ultrapassa os 500 mil euros por ano. O projecto de eficiência energética em Montalegre resulta de um contrato com uma empresa, que está a concretizar o investimento e a intervenção, e a quem a autarquia vai pagar durante 12 anos, cerca de 263 mil euros anuais. Pela concessão, obrigatória por lei, o Município pagará ainda 140 mil euros por ano à EDP. Mas segundo o autarca, “o ganho maior é o contributo para a redução das emissões de dióxido de carbono CO2”. “Seremos o primeiro concelho no país a ter todo o concelho, que é enorme - tem a área da ilha da Madeira -, são 135 localidades, onde as luminárias de mercúrio irão ser todas substituídas por lâmpada LED”, salientou.
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O CONCELHO EM NOTICIAS… MUNICIPIO VENDE EM HASTA PÚBLICA EQUIPAMENTOS E VEÍCULOS EM “FIM DE VIDA”
SANGUINHEDO
A ALDEIA QUE VOLTOU A TER VIDA MAS AINDA EM LUTA CONTRA O TEMPO
Nesta aldeia, salvo as várias excepções de fim de semana, ou de época de férias, já não vivia ninguém desde hà mais de uma década. Actualmente e graças a um empreendimento turístico na Quinta da Riba, é já ponto de encontro de viajantes que ali se deslocam para beneficiarem de uma variedade de actividades populares, disponíveis na área em redor do alojamento, incluindo caminhadas. A Quinta da Riba é uma propriedade que providência passeios a cavalo, com um total de 10 cavalos lusitanos e onde se promove a equitação.
A Câmara de Montalegre vendeu, em hasta pública, um conjunto de equipamentos e veículos usados que se encontravam imobilizados nos estaleiros municipais. A sessão decorreu no salão nobre da autarquia e contou com diversas licitações nos diferentes lotes que renderam cerca 95 mil euros. Segundo nota divulgada no site do município, em hasta pública estavam dezasseis lotes que incluíam maquinas pesadas e respectivos equipamentos e ainda algumas viaturas ligeiras. A base de licitação variava entre 50 e 15.500 euros. A sessão contou com muita participação e ficou marcada pela concorrência de licitações. Orlando Alves, considerou que foi “um leilão muito disputado e participado de forma leal”. Para além do encaixe financeiro, foi também uma oportunidade de “movimentar estes bens móveis que se encontravam inoperacionais nos estaleiros municipais”. Segundo o autarca, trata-se de um processo que terá continuidade, dada a existência de mais equipamentos que não estão em uso, esperando que próximas hastas “tenham a mesma aceitação”.
LADRUGÃES NOVO POSTO DE TRANSFORMAÇÃO ELÉCTRICA
A EDP Distribuição colocou em exploração um novo posto de transformação, ao mesmo tempo que renovou a rede de baixa tensão, na localidade de Ladrugães, freguesia de Reigoso. No âmbito desta obra, foi colocado em serviço um novo posto de transformação - que possui uma potência instalada de 100 KVA - onde foram construídos 400 metros de rede de média tensão. A par disto, foi também efectuada a renovação da rede de baixa tensão e iluminação pública, substituindo rede nua de baixa secção, por um novo cabo troçada de secção adequada, numa extensão de 300 metros. A obra visa assegurar a melhoria da qualidade da energia fornecida e da iluminação pública, assim como permite a obtenção de uma maior flexibilidade na exploração da rede de baixa tensão, possibilitando reconfigurações alternativas de alimentação e garantindo a observância dos níveis de tensão regulamentares. Fica também garantida reserva de potência para fazer face a futuros aumentos de consumos, quer dos clientes existentes quer de novos clientes. (Fonte:CMMontalegre) A BARROSÂNA
Entre as várias comodidades desta propriedade estão um jardim e um terraço, com acesso em toda a área de Wi-Fi gratuito. Os quartos deste alojamento de turismo rural estão equipados com um guarda-roupa e estão completos com uma casa de banho partilhada.
Sanguinhedo e a Quinta da Riba, ficam a 41 kms de Braga e o aeroporto mais próximo é o Francisco Sá Carneiro, a 76 km deste alojamento de turismo rural. Esta propriedade também tem uma das localizações melhor pontuadas e os hóspedes que por ali passam têm mostrado o seu agrado, tendo em conta a boa relação preço/qualidade.
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3 OUTUBRO 2018
O CONCELHO EM NOTICIAS… PELA ERRADICAÇÃO DA BRUCELOSE | SEMINÁRIO EM MONTALEGRE
A Câmara de Montalegre, em parceria com a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, promoveu no passado dia 25 de Setembro, um seminário/colóquio subordinado ao tema, “CAMINHOS PARA A ERRADICAÇÃO DA BRUCELOSE”. O evento teve lugar no Auditório Municipal, e ao longo das diversas intervenções, foram apresentados os principais aspectos e resultados dos planos de erradicação desta doença, ao mesmo tempo que foram discutidas as medidas a reforçar para o seu combate. A acção destinou-se a toda a comunidade em geral, sobretudo aos produtores, médicos veterinários e outras entidades relacionadas com a área.
PRÓXIMA FEIRA DO FUMEIRO JÁ TEM DATA MARCADA
A próxima Feira do Fumeiro de Montalegre já tem data marcada. O evento decorrerá entre os dias 24 e 27 de Janeiro do próximo ano. Trata-se da 28.ª edição e vai mais uma vez ser uma "montra do mundo rural" com cerca de 70 produtores a exporem as mais de 50 toneladas de fumeiro e um volume de negócios estimado de 2,5 milhões de euros.
III TRANSCÁVADO BTT-GPS Uma das mais desafiantes provas de superação na modalidade de BTT volta a ter o ponto de partida na foz, em Esposende, percorrendo cerca de 150 km, até à Serra do Larouco, por terras de média e alta altitude. Depois do inequívoco sucesso das edições anteriores explorar ainda mais os trilhos que ladeiam o Rio Cávado valorizando a sua ecovia e a natureza no seu esplendor, no abraço a toda região hidrográfica, são alguns dos objetivos de mais uma edição, a qual também contempla um incremento no número de inscrições. O trajeto percorrerá as margens do Rio Cávado, proporcionando aos atletas o desfrute das majestosas paisagens de singular história e estórias de um Rio de Alma e beleza natural, aliando a prática desportiva ao deleite da Mãe Natureza.
Associado a estes aspetos está a promoção dos territórios atravessados pela prova, em parceria com os municípios de Esposende, Barcelos, Braga, Vila Verde, Amares, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Terras de Bouro e Montalegre, numa dimensão supra municipal, criando um maior envolvimento e união entre os municípios.
Como de costume, para além do fumeiro, haverá ainda à venda pão da região, bolos, folares, mel, compotas, ervas aromáticas e medicinais e licores regionais. Até ao momento da saída desta edição da “A Barrosana”, desconhece-se o (Texto e imagem:Câmara Municipal de Montalegre) programa para esta edição. A BARROSÂNA
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POLITICA LOCAL
A vóz do Presidente… A Voz de Chaves: Teremos neste fim de semana mais uma edição do Congresso de Medicina Popular. É um acontecimento marcante para o Barroso? Orlando Alves: O Congresso continua a ser um momento importante na vida cultural e social do Barroso. É uma outra forma de apelar à presença das pessoas até nós, até ao território, e, dessa forma, dar a conhecer o Barroso e dinamizar-se também a economia. Continua a ser um acontecimento que concita as atenções dos media, quanto mais não seja para uma nota de rodapé. Estava em período de férias e vi numa das televisões, que nem era o canal generalista, a referência ao Congresso. Ultimamente tem vindo a perder algum fôlego (não vale a pena camuflar ou esconder, como infelizmente também algum fulgor que tem diminuído também com a vitalidade do seu autor que é o Padre Fontes, com os anos e com o problema de saúde que tem), e peca por não haver, localmente, quem agarre esta iniciativa. E é importante que as forças vivas de Vilar de Perdizes apareçam, se mobilizem e defendam esta causa para a qual, obviamente, a Câmara Municipal está de braços abertos e dará todo o apoio. O Congresso de Medicina Popular continua a ter potencial de crescimento, com novas ideias, nomeadamente, na vertente dos chás, tão em voga hoje em dia? Essa foi a vertente que o Congresso nunca soube explorar. Ou melhor, essa é a lacuna ou o vazio que eu vejo no Congresso. Há muitos anos que Vilar de Perdizes devia ser um centro de medicina popular, com espaços para atividade comercial dedicados aos chás, mezinhas e todas as terapias associadas. Um centro de medicina popular onde os profissionais desta atividade viessem dar as suas consultas e atraíssem de todo o país as pessoas que estão carentes deste tipo de tratamento. Essa foi a janela que se abriu para Vilar de Perdizes e que lamentavelmente nunca conseguiu exponenciar-se e perdeu-se uma oportunidade para, digamos, a implementação do centro nacional de cultura ou de medicina popular. Acha que ainda vai a tempo? Ainda vai a tempo se as pessoas de Vilar, obviamente, quiserem, se as pessoas do Barroso quiserem, se apostarem na produção e comercialização deste tipo de mezinhas e de remédios. Convém não esquecer que Vilar de Perdizes é um nome comercialmente muito forte. Qualquer coisa que saia daqui com o rótulo de “Vilar de Perdizes” tem, à partida, 60 ou 70% de hipóteses de vingar no mercado global que é feroz e competitivo. E isso depende, obviamente, muito da iniciativa privada e da capacidade que cada ser, individualmente, possa criar e desenvolver uma determinada ideia. Existe agora a vantagem de a estrada que liga Vilar de Perdizes a Chaves e a Montalegre já estar arranjada…
3 OUTUBRO 2018
Por altura da realização do Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes no pretérito mês de Setembro, em entrevista ao jornal “A Voz de Chaves, Orlando Alves, Presidente da Câmara de Montalegre, considerou que o Congresso tem potencialidade de crescimento, assim como a exploração do Parque da Peneda Gerês, tornando-se num desafio para os jovens do concelho. Considerou também, que as actuais competências das autarquias não estão ajustadas à realidade dos tempos modernos, sobretudo, ao não permitirem uma maior intervenção na dinamização económica nos territórios. Dado o interesse para a região nas suas palavras, transcreve-se na íntegra a dita entrevista, com a ressalva dos devidos créditos para o referido jornal Sim, as barreiras estão a desfazer-se. A proximidade à grande cidade de Chaves é já uma evidência, e a acessibilidade deixa de constituir uma desculpa para a ineficiência ou ineficácia de todos nós. Relacionado com a Medicina Popular, está também a natureza… Considera que o concelho está a saber explorar este recurso Natural, tal como o Parque da Peneda-Gerês? O Parque da Peneda-Gerês é uma mola importantíssima para o desenvolvimento das regiões que atravessa, dos cinco municípios que atravessa, sendo que Montalegre tem 1/3 da área do Parque, e sendo também que a área de Montalegre é a parte de ambiente natural e rural mais marcadamente vincada. E é lamentável que nós, os nativos, conheçamos muito pouco do Parque, e numa incursão que hoje pudéssemos fazer iríamos encontrar muitos estrangeiros de mochila às costas a calcorrear os trilhos que existem no Parque e a conviver numa relação harmoniosa com a natureza. São estes exemplos que os estrangeiros nos dão e que nós temos de saber assimilar e, digamos, até replicar nas nossas vidas, no nosso quotidiano. Aqui em Montalegre há associações que se dedicam à exploração e divulgação desses percursos? Não há infelizmente e é a mesma situação de Vilar de Perdizes. Não há dinâmicas nascidas no interior do Parque que dêem uma dimensão comercial ao potencial que o Parque encerra. Há na zona de Cabril um jovem que se dedica a acompanhar turistas à serra, mas não o faz de forma ligada a uma empresa que ele próprio construa ou desenvolva. Ainda esta semana li uma reportagem num outro jornal acerca dos Picos da Europa, onde há dezenas de empresas a encaminhar os turistas que queiram perfazer os trilhos. Essa é a lacuna que existe também no Parque e que também não cabe aos poderes públicos implementar ou desenvolver. Não cabe à Câmara obrigar a ser guia turístico, assim como não cabe à Câmara obrigar quem quer que seja a ser médico, enfermeiro ou gerente de pastelaria. Estas oportunidades existem e infelizmente não estão a ser agarradas. Estas questões do Parque e do Congresso já têm dezenas de anos, e não vemos a nossa juventude, com todo o enriquecimento e valorização que hoje tem e onde genericamente todos têm já uma formatura ou um curso superior, não se vê uma ideia luminosa a ser implementada, a ser estruturada para que possa naturalmente ser apoiada. A pé ou até a cavalo, há um potencial enorme por explorar e que cabe aos jovens que querem fazer a sua vida no território desenvolver. E a esses jovens eu digo: agarrem essas oportunidades, apresentem essa ideia, estruturem esse projeto, e venham à Câmara, que a Câmara apoia. Com a descentralização que está em curso, não terão as autarquias um maior poder de intervenção na dinamização económica? A descentralização tal como foi apresentada, no meu ponto de vista, quase se assemelha a um descartar de responsabilidades por parte da administração central. A própria legislação que foi produzida veio aos bochechos, ao ponto de se ter apontado a data de 15 de setembro para que os municípios se pronunciassem, e agora essa data já vai até ao final do ano e tudo isto representa um agarrar deste desígnio com pouco entusiasmo e com muita descrença. Descentralizar responsabilidades sem que sejam acompanhadas das correspondentes contrapartidas financeiras não é uma atuação simpática. E o município de Montalegre, que já fez uma primeira assunção de responsabilidades
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POLITICA LOCAL
(Continuação…)
na área da educação, ficou a perder com o protocolo que foi na altura assinado com o Ministério da Educação. Estamos todos com receio que as coisas não venham a representar a necessária eficácia e que, sobretudo, se traduzam em mais encargos para os municípios. As autarquias só aceitam se quiserem? Não, a partir de 2020 é obrigatório. Agora ainda temos o prazo de um ano para dizer que aceitamos ou não. Depois passa a ser obrigatório. E obviamente que esta não é uma relação escorreita entre a administração central e a administração local. Continuo a defender uma regionalização, uma entidade regional que faça a ligação aos sucessivos ministérios. Não quer dizer que tenha de ser um Governo Regional. Tem é de haver entidades regionais que estejam neste caminho, neste imenso vazio que há entre o Governo e as autarquias, e que de permeio não existe mais nada. E continuo sobretudo a dizer que há que alterar o figurino de atuação das autarquias. Estas continuam a navegar na mesma onda saída da Revolução de 1974. Como assim? As competências são sempre as mesmas. E, respondendo de forma mais concreta à questão há pouco colocada, não podemos dinamizar a atividade produtiva local, não podemos promover apoios para entidades ou setores que sejam dinamizadores da vida económica de um território e que sejam geradores de emprego. Continuamos a não ter meios para poder fazer aquilo que se impõe que já devia ter sido feito há muito tempo que é o cadastro da propriedade rústica e o dimensionamento da propriedade. Continuamos a não poder, por exemplo, intervir no setor empresarial local, em empresas em que a Câmara seja participada como, por exemplo, o matadouro, que apresenta momentos difíceis. São 30 postos de trabalho que estão em risco. São 30 famílias que vivem aqui e que de um dia para o outro poderão ter de ir embora porque a Câmara não pode intervir, não pode substituir um vidro no matadouro, por exemplo. Esse figurino de atuação que tire as Câmaras do circuito do obreirismo, do faz calceta, faz arruamento, faz estrada, mete água e saneamento, esse figurino está ultrapassado até porque as nossas terras hoje estão razoavelmente infraestruturadas e o orçamento da Câmara deveria estar a ser canalizado para outros patamares, para outros voos dinamizadores da atividade económica. Portanto, a descentralização será um fiasco. Representará, sobretudo, a assunção de mais encargos por parte das autarquias que vão deixar depois de ter orçamento para continuar com o obreirismo, que eu condeno. Por sua vez, o figurino de privilegiar essencialmente o faz infraestrutura, já faz pouco sentido prevalecer no século XXI porquanto hoje a uma Câmara deve caber um papel mais interventivo na dinamização territorial. Paulo Chaves A BARROSÂNA
3 OUTUBRO 2018
A FORÇA DA MUDANÇA INSURGIU-SE CONTRA O FESTIVAL “FORA DO TEMPO” Em reunião de Câmara e segundo nota divulgada pelos seus canais de comunicação, a “A Força da Mudança”, Coligação concorrente às últimas Eleições Autárquicas, solicitou a “intervenção dos serviços municipais para punir a organização do Festival Fora do Tempo pelo incumprimento das leis ambientais, depois de terem deixado as margens da barragem dos Pisões, na Lama da Missa, cheias de lixo”. Entende a dita Coligação, “que ainda que o Festival traga alguns benefícios para o concelho, não podemos permitir que a legislação ambiental e a lei do ruído sejam desrespeitadas de forma grosseira”. Contra tal solicitação se manifestou o Presidente Orlando Alves, argumentando que “se percebe bem a posição dos senhores Vereadores da Oposição, mas não se lhe consta - disse, “que o Meo Sudoeste, Paredes de Coura, Rock in Rio e outros festivais de verão, tragam tanta celeuma, como a que a Oposição quis levantar. O dito festival – argumenta o Presidente, “é uma iniciativa importante, um acontecimento que já ia no segundo ano, que cresceu e se expandiu bastante, podendo vir a tornar-se o gérmen de um evento à escala mundial. Deste modo, alegou que este executivo não alinhava com quem quer politizar tudo. Referiu ainda, que “estamos gratos a quem faz este tipo de iniciativas, acarinhamos quem vem ao nosso território e a quem promove o nosso concelho”. Admitiu que tenha havido perturbação de algum sossego nos dias do festival, mas isso acontece em todo o lado onde há gente, acontece na Vila e nos dias de festa – referiu. Acontece onde se realizam outros festivais. Este é um grande acontecimento, continuou a explicar o Presidente, que traz muita gente e gera milhares de euros de retorno para o concelho.
APOIOS ÀS COLECTIVIDADES DESPORTIVAS Também em reunião de Câmara, a dita “A Força da Mudança” votou a favor dos apoios anuais a conceder ao GD de Vilar de Perdizes, ao GD de Salto e à Academia Abelhas Azuis, por entender, serem instituições que verdadeiramente fomentam a prática do desporto no nosso concelho. Em sentido contrário, não apoiaram a proposta do Executivo no propósito de conceder ao Centro Desportivo e Cultural de Montalegre, apoios semelhantes, porque segundo a Coligação, “dificilmente se pode dizer que este Clube está a fomentar a prática do desporto”. Para a “A Força da Mudança”, não se trata de não concordar com os apoios ao C.D.C. de Montalegre!... Argumentam isso sim que têm dúvidas, realçando que gostaríam que o Clube tivesse mais atletas do concelho, nem que competisse num escalão inferior –deixando um alerta para o futuro.
TAXAS DO IMI Já em relação às taxas de IMI para 2019, os Vereadores da Oposição tiveram opiniões divergentes mesmo entre si. O Vereador José de Moura Rodrigues votou favoravelmente a proposta da maioria socialista, enquanto isso, o Vereador Carvalho de Moura absteve-se. Segundo este, as taxas propostas pela maioria socialista, “são as mínimas que legalmente podiam ser fixadas, facto que disse ter considerado positivo; mas por outro lado argumentou que a mesma a maioria socialista não tenha sido capaz de explicar como é que estava a pensar por em prática os agravamentos e reduções de taxas da sua proposta, nomeadamente nos casos de prédios degradados, devolutos e em ruínas, facto que pesou negativamente no seu voto. NOTA: parainformação mais detalhada, consultar actas das reuniões de Câmara, disponibilizadas publicamente no site do Municipio, em: https://www.cm-montalegre.pt/
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POLITICA LOCAL
3 OUTUBRO 2018
MUNICIPIO RENOVA APOIO NA FORMAÇÃO DESPORTIVA Em sessão informal, a Câmara de Montalegre assinou um conjunto de protocolos com os clubes do concelho - tal como em anos anteriores - com vista à presente temporada desportiva. São cerca de 250 mil euros dirigidos para a formação de atletas nas mais diversas categorias. Após a sessão, ficam para registo e memória futura, aa palavras do Presidente Orlando Alves e dos representantes das agremiações desportivas presentes:
Orlando Alves|Presidente da Câmara «Está formalizado o contrato de financiamento dos clubes para a nova temporada que se inicia no mês de setembro até ao mês de maio do próximo ano. Importa dizer que estamos a falar de apoios substanciais às quatro coletividades do concelho, que se empenham e fazem um excelente trabalho na formação e no entretenimento. Louvo as direções dos clubes que se prestam a desenvolver este trabalho de sentido cívico e de um exemplar modelo de cidadania. No distrito de Vila Real, a Câmara de Montalegre é a autarquia que mais gasta no apoio aos clubes. São cerca de 250 mil euros por ano. Sabemos que é pouco, mas ninguém dá mais do que o nosso município. Tenho a consciência do grande esforço dos dirigentes para manterem o funcionamento das coletividades, mas importa referir que os clubes são dos sócios e não da autarquia. Não podem continuar a ser financiados, quase na íntegra, pelo orçamento municipal. Uma coletividade que não desenvolva atividades ao longo do ano para a angariação de fundos, não está a dinamizar a formação cívica e cultural. Devem aproveitar os eventos e festas locais. Temos, também, eventos como a "Sexta 13" e o Mundial de Rallycross que podem ser aproveitados para a angariação de fundos e não vejo ninguém a fazêlo. São comerciantes de fora do concelho que aproveitam essas oportunidades. Para os clubes, atletas, associados e dirigentes, desejo uma época coroada de êxitos, onde prevaleça a educação e onde a sociabilização entre claques e equipas seja uma constante todos os dias».
Paulo Viage|Presidente do C. D.C. de Montalegre «Este apoio é essencial para o nosso clube permanecer na competição em que estamos inseridos. Seria impossível sem o apoio do município. É com muito agrado e satisfação que recebemos este financiamento. Só para terem uma ideia, só nos jogos que organizamos no nosso estádio temos uma despesa que ronda os 17 mil euros anuais. São mil euros por cada partida que se joga em casa. Só nós sabemos as nossas dificuldades, dado o escalão desportivo onde nos mantemos. Queremos continuar a levar o nosso clube e a nossa região pelo país fora».
Jorge Carvalho|Presidente do G.D. de Salto «É um apoio muito importante e sem este financiamento era impossível mantermos cinco equipas ativas. A verba é utilizada em todas as equipas do grupo. Exige que sejamos rigorosos na gestão e na utilização que é praticamente igual de ano para ano».
Paula Solange Silva|Academia de Futebol e MárcioRodrigues|Presidente do G.D. de Vilar de Perdizes Futsal Abelhas Azuis «Somos uma academia que forma jovens para o desporto e precisamos de contar com todos os apoios possíveis. É uma ajuda essencial para todos os nossos escalões. Temos cerca de 100 atletas. É uma verba utilizada nos transportes, alimentação, equipamentos, que são constantemente atualizados. Agradecemos que o público venha assistir aos nossos eventos desportivos. Queremos a participação dos nossos jovens. Eles são o futuro e queremos que estejam muito bem preparados. Investir na formação desportiva é, sem dúvida, uma boa aposta». A BARROSÂNA
circunstâncias geográficas das nossas equipas. Os patrocínios e os sócios são cada vez menos. Há cada vez menos pessoas. O nosso município apoia muito o desporto e nós tentamos corresponder da melhor maneira, dignificando o nosso nome. Neste momento temos sete equipas no ativo».
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POLITICA LOCAL…
3 OUTUBRO 2018
QUEM REPRESENTA QUEM NA OPOSIÇÃO?!... A QUE PROPÓSITO SE CONTINUA A INSISTIR NUMA COISA QUE NÃO EXISTE?!... PORQUÊ?! Domingos Chaves Estas são as três questões que de pleno direito muitos contribuintes colocarão – entre os quais o signatário – mormente aqueles que têm os seus impostos em dia. Mas vamos então aos factos!... Como se sabe, os Partidos políticos no sistema jurídico português, constituem-se como um veículo de exercício do direito fundamental de participação política - artigo 51.º, n.º 1, da Constituição - e são um instrumento de organização e expressão da vontade popular, no respeito pelos princípios da independência nacional, da unidade do Estado e da democracia política, nos termos do artigo 10.º, n.º 2, da também CRP. São “entidades” jurídicas cuja personalidade e autonomia, são directamente reconhecidas na Constituição, reguladas por várias prescrições constitucionais, como a proibição de uma pessoa estar inscrita simultaneamente em mais de um Partido político - artigo 51.º, n.º 2 da Constituição e a obrigação de se regerem pelos princípios da transparência, da organização e da gestão democráticas e da participação de todos os seus membros - artigo 51.º, n.º 5, da Constituição. E falando em transparência, que tanta gente reivindica, mas tão poucos praticam, será pacifico então entender-se, que a densidade constitucional da personalidade jurídica dos Partidos políticos, os entende como centros de um conjunto de direitos e deveres próprios, alguns dos quais lhes estão reservados em exclusividade, designadamente o monopólio do direito de apresentação de candidaturas, que implica que todos os candidatos a lugares elegíveis sejam apresentados por um específico Partido, enquanto figura inconfundível com qualquer outra “entidade” jurídica colectiva - artigos 40.º, n.º 2, 114.º, n.º 3 e 133.º, alínea e) da CRP. O Estatuto Constitucional dos Partidos políticos é por isso objecto de desenvolvimento legal, nomeadamente, na Lei que os regula, aprovada pela Lei Orgânica n.º 2/2003, de 22 de Agosto, revista pela Lei Orgânica n.º 2/2008, de 14 de Maio e na Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais, aprovada pela Lei Orgânica n.º1/2001, de 14 de Agosto. Tudo isto, sem prejuízo dos ditos Partidos terem também o direito a constituir coligações - artigo 10.º, n.º 1, alínea d), da LPP, as quais se dividem em duas categorias: a)
Coligações duradouras, constituídas por um período de tempo determinado no momento da sua constituição, o qual pode ser prorrogado ou antecipado - artigo 11.º, n.º 2, da LPP, e;
b)
Coligações pontuais para fim eleitoral específico, regendose neste caso, pelo disposto na respectiva Lei Eleitoral, a qual no caso das eleições autárquicas, determina que essas Coligações deixam de existir, logo que for tornado público o resultado definitivo das eleições - artigo 11.º, n.º 5, da LPP e artigo 17.º n.º 4, da Lei Eleitoral dos Orgãos das Autarquias Locais.
Ora sendo assim, aquilo que se verifica, é que os Partidos políticos gozam de personalidade jurídica e são constituídos por tempo indeterminado. Ao contrário, as Coligações de Partidos não gozam dessa personalidade jurídica e não lhes é juridicamente reconhecida qualquer capacidade processual, o que significa que a exigência de representação do concreto, é exclusivo do Partido, e nunca se constitui com um requisito comum. Quer isto dizer, que os candidatos que integram listas concorrentes às eleições autárquicas, são candidatos de um Par-
tido político, ainda que a lista que possam ter integrado no concreto, possa ter sido uma lista conjunta organizada por uma Coligação de Partidos, mas que não pode nunca constituir qualquer premissa de raciocínio que determine o seu contrário. É assim em todo lado, e assim devia ser também em Montalegre!... Mas não é. No “universo barrosão”, concorreram às eleições autárquicas, um Partido politico – PS, alguns Grupos de Cidadãos, a Coligação A Força da Mudança - englobando PSD e CDS, e a Coligação Democrática Unitária, constituída por PCP e PEV. Em relação a esta, a sua missão parece estar integralmente cumprida!... Na ausência de qualquer eleito, o que se pode concluir, é que a sua ida às urnas se tratou mais do aferir de um “census” próprio no concelho, que qualquer outro objectivo. Daí ter “hibernado” até uma próxima oportunidade, quem sabe até lá para 2021 para repetir a “dose”. Quanto aos Grupos de Cidadãos, apesar da sua representatividade se verificar apenas ao nível das freguesias, fazem o seu trabalho devidamente enquadrados com a legislação em vigor – de que aqui já se deu as devidas notas, nada havendo por isso a apontar-lhes. E o mesmo se passa em relação ao Partido Socialista!... 5 Vereadores eleitos e 17 Deputados Municipais, todos devidamente enquadrados na sua esfera politica. O mesmo não acontece com a Oposição PSDCDS!... Com 9 Deputados eleitos, ainda hoje, passado um ano após as eleições de Outubro de 2017, ninguém sabe quem representa quem. Não se sabe quem são os deputados do CDS, não se sabe quem são os deputados do PSD, e até os seus diversos canais de comunicação, ao invés de a fazerem por conta e risco próprios de quem integrou a Coligação, insistem em fazê-lo, como é fácil de constatar, sob a bandeira de algo que não tem existência legal - a “A Força da Mudança”, subvertendo não apenas a LPP, como também a própria Lei Eleitoral Autárquica. Isto é: qualquer coisa que não tendo personalidade jurídica, muito menos capacidade processual, subverte o Estatuto da Oposição legalmente consagrado. Insistir numa coisa que tendo constituído a sua própria individualidade, a cessou logo que foram tornados públicos os resultados oficiais das eleições, não lembra ao “diabo”. Os Vereadores e Deputados da Oposição eleitos, não são da “A Força da Mudança”, muito menos do PSD/CDS!... Os Vereadores e Deputados da Oposição eleitos, por muito que isso lhes custe, ou são do PSD ou do CDS, e conviria de todo saber quem são, e as politicas que na “Casa da Democracia” local, cada um vem defendendo. A não ser, que a dita “A Força da Mudança”, tenha sido transformada em Partido politico à revelia de Rui Rio e Assunção Cristas. Se assim foi e em obediência aos preceitos morais, legais e de rigor democrático, já não está cá quem falou. O que não se pode, é ter ao mesmo tempo sol na eira e chuva no nabal. Aliás, quer a doutora Cristas, quer o doutor Rui Rio, não serão certamente apologistas desta “salada”, que mais parece um grupo de amigos, que dois Partidos com identidades próprias. Mas isso é o signatário a pensar!... Cada um fáz a Oposição que quer, como quer e sob a bandeira de quem quer, mesmo que tal ocorra à margem da Lei. Agora que os munícipes contribuintes, mereçam saber quem de facto e de direito os representa, disso não resta a menor dúvida.
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O PAÍS POLITICO EM NOTICIAS… OS EVENTUAIS EFEITOS DO NOVO QUADRO PARTIDÁRIO EM PORTUGAL A fragmentação politica com a criação de novos Partidos políticos – mais acentuadamente à direita – está aí!... Isso mesmo foi referido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, logo que foi anunciadaa criação do novo Partido de Pedro Santana Lopes, em litigio com o seu Partido de sempre – o PPD/PSD, há mais de 40 anos. Porém a preocupação é mais ampla do que parece à primeira vista. O professor de Direito Constitucional que é hoje Chefe de Estado sabe bem o efeito que a “Aliança” de Santana vai ter nas eleições de 2019. Divisão que diga-se, poderá mesmo potenciar uma maioria absoluta do PS, ou a possibilidade de vir a precisar apenas de mais um Partido – Bloco ou PCP – para conseguir a maioria parlamentar nas próximas eleições. Outra consequência deste novo quadro partidário, salvo qualquer hecatombe, é a redução da hipótese de formação de um Governo de direita nos próximos tempos. E a questão não é apenas proporcional, mas amplificada pelo método de Hondt, a fórmula de distribuição de votos em mandatos, que favorece o Partido ou Coligação mais votado, e favorece tanto mais, quanto maior for a distância entre os dois primeiros Partidos. “Num cenário em que o PS ganha, quanto maior for a diferença percentual em relação ao segundo, mais mandatos conseguirá obter, reforçando a sua maioria”, segundo estudo de Carlos Jalali, para a Pordata. De facto, o método de Hondt faz inflaccionar o número de deputados quando um dos Partidos tem clara vantagem sobre os restantes. Se o segundo Partido se afunda, desce a percentagem necessária para o Partido mais votado ter maioria absoluta e a sua representação diminui. Logo, tudo o que o PSD possa vir a perder, seja para a abstenção ou para os outros Partidos, aumenta de forma considerável a distância em relação ao PS. É o efeito oposto àquele que levou à Coligação PSD/CDS e lhe deu o maior número de deputados. Se o PSD descer para a casa dos 25% - as sondagens antes do anúncio da criação da Aliança, davam-lhe cerca de 27% das intenções de voto - e o PS ficar perto dos 40%, é óbvio que aumenta consideravelmente a representação deste e a direita sofre uma derrota maior, que não é compensada pela soma dos eleitos pelo PSD e pela Aliança. Se o PSD perder 3 ou 4% para a Aliança, e pode perdê-los sobretudo nos distritos maiores – Lisboa, Porto e Braga ou Aveiro –, não vai aumentar o número de deputados da direita e vai aumentar a distância entre PS e PSD, beneficiando o PS, que assim poderá mais facilmente alcançar a maio-
ria absoluta dos deputados no Parlamento, sozinho ou com apenas um dos Partidos que hoje suportam o Governo. Questionada sobre se esta realidade está a ser tomada em conta pela Aliança e se poderá levar a coligações à direita para as legislativas para evitar este resultado, Margarida Neto, uma das fundadoras deste novo Partido, dá uma resposta lacónica: “Esperem que o Partido surja, que aprove o seu programa, e aí terão a resposta. Por agora não posso adiantar mais nada.” Mas há ainda outro dado a considerar!... É que além do impacto nos resultados eleitorais em 2019, o surgimento de novos Partidos à direita – e além da Aliança, existe já também a Iniciativa Liberal e estão a ser criados a Democracia 21 e o Partido Libertário Português - pode também conduzir a uma profunda alteração desta área política, como diz Carlos Jalali: “Os novos Partidos podem atrair eleitores que de outra forma não votariam e alguns deles podem afirmar-se no espectro partidário, levando a uma reconfiguração da direita após 2019”. E este é outro dos factores que preocupa Belém: voltar a existir uma alternativa forte a um Governo de esquerda pode demorar muito tempo, tanto quanto durar esse período de recomposição do sistema partidário. Liberais há muitos E por que motivo haverá, 44 anos após a democracia, uma tendência tão acentuada para o surgimento de Partidos ditos agora liberais?!... São três os que estão em fase de constituição e um reconhecido já em Dezembro último. Será uma reacção à “geringonça”?!... Será uma forma de criar condições para soluções idênticas à direita?!... Crê-se que não, mas pelo facto de esta solução governativa ter mostrado um sistema mais volátil e mais permeável a soluções originais e alianças inesperadas - responde Carlos Jalali. Essa volatilidade confirma a tendência europeia dos últimos anos, onde nalguns países “representou mesmo o colapso do sistema partidário, como em França, Espanha e tantos outros”, acrescenta. Por outro lado, havia um espaço quase vazio nesta área no sistema político português. “Há uma percepção antiga de que existe um espaço dentro do espectro partidário que tem sido pouco explorado. É aquele que corresponde aos Liberais Democratas no Reino Unido ou FDP (Free Democratic Party) alemão, ou seja, um espaço que é liberal no sentido económico mas também no plano dos valores e normas sociais”, diz o professor de Ciência Política da Universidade de Aveiro. A BARROSÂNA
O CDS teve uma linha mais liberal com Lucas Pires na década de 80, mas noutros momentos é mais conservador de direita, enquanto o PSD teve uma aproximação mais liberal no sentido económico com Pedro Passos Coelho, mas no plano social aproxima-se mais às posições da igreja - sobretudo a partir de Sócrates, quando o PS ocupa o espaço liberal nos valores.“ Mas estas tendências dependem sempre mais do líder partidário”, afirma. “Existe a percepção de que os liberais não estão suficientemente representados a nível partidário, mas por outro lado têm ganho uma maior visibilidade” nos media, onde várias figuras públicas e opinion makers das redes sociais e blogosfera se definem como liberais. “Este peso social dos liberais não tem encontrado resposta suficiente no espectro partidário e Alguns destes partidos surgem para tentar reflectir esta potencial procura do lado do eleitorado”, explica Jalali.
Por outro lado, e apesar do descrédito na política, tem crescido o número de formações partidárias a aparecer. As eleições legislativas de 2015 foram já as que tiveram o maior número de partidos a concorrer da democracia, batendo mesmo as de 1975 e 76. Jalali considera que “há uma tendência para haver mais partidos nos últimos anos, aproveitando algum desgaste dos partidos tradicionais e a ideia de que o ‘mercado’ partidário não está a corresponder plenamente à ‘procura’ dos eleitores”. “Há mais retornos potenciais para um partido à direita”, diz ainda o professor. Mas liberais há muitos. Se olharmos para as declarações de intenções dos novos partidos formados ou em formação, percebemos as nuances. Há os conservadores nos costumes e liberais na economia (como a Aliança), os que são liberais nos dois campos, e ainda os libertários, numa deriva do anarcocapitalismo. E na incubadora está também o Volt, que recusa em absoluto a distinção esquerda-direita e se assume como paneuropeu. Para todos, as eleições europeias servirão de teste.
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O PAÍS POLITICO EM NOTICIAS… ANTÓNIO CAPUCHO RECUSA REGRESSO AO PSD
“Não estou para aí virado” afirmou…
António Capucho manifestou várias vezes a intenção de regressar ao PSD com Rui Rio na liderança, mas não se entende com o Partido e vai manter-se como independente. “Não estou para aí virado. Mantenho-me como independente”- afirmou o ex.Secretário-Geral do Partido. António Capucho, um dos principais críticos da governação de Passos Coelho, queria voltar, mas não está disposto a perder a antiguidade. Só o faria se voltasse a ser o militante número 326. O PSD classifica a exigência do histórico do Partido como “uma impossibilidade jurídica”. O afastamento do Partido começou com a chegada de Passos Coelho à liderança, ao ponto de apelidar as politicas de Coelho como neoliberais e apoiar os socialistas nas eleições europeias e legislativas. A reaproximação deu-se quase três anos depois com a eleição de Rui Rio para a liderança. Capucho chegou a dar o regresso como certo. Apresentou um requerimento para anular a decisão que conduziu à sua expulsão, mas não foi bem sucedido. Uma fonte ligada ao processo explica que a única forma de Capucho ser novamente militante é voltar a inscrever-se no Partido, porque o processo “transitou em julgado e ele não recorreu na devida altura”. Capucho reagiu com a garantia de que não está “disponível para preencher uma nova ficha de inscrição e para perder a antiguidade. Isso eu não faço”.
CADA UM ENCOSTA-SE AO QUE PODE Cada um encosta-se àquilo que pode, a Cristas, por exemplo, adora andar encostada ao "pote". Como está afastada dele vai para quatro anos, não se cala a dizer mal dos "encostos" da esquerda e já “namora” à direita – alianças só com PSD e Aliança... Não se sabe bem o que essa mulher casquilha e pretende com a sua monocórdica ladainha, tendo em conta que a profundidade de pensamento não é adorno com que se possa enfeitar. Mas se com isso se quer referir ao facto de os Partidos da esquerda terem tido a lucidez de ponderar, que juntando-se lado a lado, ombreando, porventura com alguns safanões pelo meio e até mantendo recíprocas emulações, com o objectivo conseguido de levar á prática uma política de recuperação de salários, de rendimentos e direitos, então a expressão idiomática utilizada faz todo o sentido. Claro que de tal “bisca” não se esperaria tal hermenêutica. Pejorativo é o seu paupérrimo encalço e por isso se devia ignorar.
Mas ás vezes a esquerda perde pela sua proverbial contenção encolhendo olímpicamente os ombros, como vem ao caso. Ainda assim, há quem pense que se lhe poderia responder, arreando a jiga, que é melhor ter "as esquerdas encostadas" do que ver as direitas em decúbito a rastejar nas sarjetas da sua inócua maledicência. Resumindo e concluindo: já é difícil distinguir o que é importante do que é pontual na acção política do CDS, porque ele vai a todas. Serve para marcar presença, mas como as sondagens mostram, não ganham votos.
DÉFICE MELHORA 1.110 MILHÕES Os dados foram revelados pelo Ministério das Finanças e reflectem uma melhoria face a igual período do ano passado. O Gabinete do Ministro das Finanças anunciou os dados da execução orçamental relativos aos primeiros sete meses do ano, salientando que "a execução em contabilidade pública das Administrações Públicas registou no dito período, um défice global de 2.624 milhões de euros", o que representa "uma melhoria de 1.110 milhões de euros face ao período homólogo".
"O excedente primário aumentou 1.417 milhões de euros, atingindo 3.172 milhões de euros. A melhoria do saldo global é explicada por um crescimento da receita (5,3%) superior ao aumento da despesa (2,5%)", destaca o Ministério das Finanças. "Até julho, a receita fiscal do subsetor Estado cresceu 5,2%", tendo o principal contributo sido dado pelo "aumento da receita líquida do IVA (3,8%) e do IRC (15,6%), este último influenciado pela prorrogação do prazo de entrega das declarações que se traduziu temporariamente num menor volume de reembolsos". Mais, refere a nota do gabinete de Centeno, "a receita fiscal e contributiva beneficiou ainda do comportamento do mercado de trabalho, visível no crescimento de 7,0% das contribuições para a Segurança Social".
OE 2019|COSTA CONFIANTE NA APROVAÇÃO
António Costa desdramatiza o processo político do Orçamento, alegando que tudo decorre com “serenidade”, que há agora mais experiência negocial e que a proposta do Governo, após entrar no Parlamento, será “seguramente melhorada e aprovada”. “Há quatro anos, quando foi negociado o Orçamento pela primeira vez não nos conhecíamos uns aos outros. Foi tudo uma aprendizagem. No segundo ano em 2017, tudo já foi mais fácil. O quarto ano de negociações não é mais difícil do que os anteriores”, sustentou.
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O PAÍS POLITICO EM NOTICIAS… MARCELO CONSIDERA QUE “É CADA VEZ MAIS DIFICIL SER GOVERNO, OPOSIÇÃO E ATÉ PRESIDENTE”
“Não estou para aí virado” afirmou…
Em resposta a várias perguntas que lhe foram formuladas pelos participantes na Universidade de Verão do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “é cada vez mais difícil ser Governo, Oposição e até Presidente da República” e das próximas legislativas, espera uma solução que sirva “um momento muito complexo” na Europa e no mundo. “O povo é quem mais ordena”- disse. Questionado por uma aluna que lhe perguntou sobre o que pensava de “não ter sido respeitada a vontade do povo nas últimas legislativas”, o Chefe de Estado sublinhou que inicialmente, foi entregue a tarefa de formar Governo “à formação política mais votada, no caso, uma coligação PSD/CDS-PP”. “Tendo sido rejeitado o Programa de Governo, o novo executivo, então formado, obteve apoio maioritário no Parlamento para o seu programa. Uma nova fórmula de Governo, correspondendo a uma nova prática constitucional”, considerou. Para Marcelo Rebelo de Sousa, “hoje sabe-se que há duas possíveis leituras constitucionais, uma que privilegia o debate sobre a escolha do PrimeiroMinistro, outra que privilegia a existência de Maioria Parlamentar de apoio”. Questionado como gere a convivência com uma governação ideologicamente afastada do seu pensamento, respondeu que “o Presidente da República deve saber coexistir com diversas soluções governativas, sempre a pensar no melhor para Portugal, tal como o entende”.
EMIGRANTES QUE REGRESSEM VÃO DEDUZIR IRS EM 50% O Governo quer atrair os jovens qualificados a regressarem a Portugal. Quem o fizer, passará a pagar apenas metade do IRS durante um período entre três a cinco anos. Foram muitos os portugueses que saíram do país durante os anos da Tróika. Nomeadamente jovens qualificados. Para tentar que regressem, o Governo vai incluir no Orçamento do Estado para 2019 um desconto de 50% no IRS, mas também permitir a dedução de custos de instalação, como a viagem de regresso e as despesas com habitação.
Este desconto, vai acumular com a possibilidade de deduzir também no IRS um conjunto de custos de regresso e de instalação em Portugal. No pacote são admissíveis as despesas da viagem de regresso, custos de instalação e mesmo parte ou a totalidade dos custos com a nova habitação. Os incentivos só estarão em vigor, contudo, durante 2019 ou 2020, desde que tenha sido residente fiscal em Portugal até ao ano de 2015.A medida visa essencialmente os jovens, mas estará acessível a toda a gente, independentemente da qualificação, idade ou nacionalidade.
JERÓNIMO ADMITE PCP NO GOVERNO E REJEITA CONDICIONAR VOTO NO ORÇAMENTO DO ESTADO AOS PROFESSORES
RUI RIO:COSTA CONSEGUIU ABRIR PORTAS QUE ESTAVAM FECHADAS EM ANGOLA Seguindo a sua linha de fazer politica com a seriedade que se lhe reconhece, o Presidente do PSD acaba de considerar que a visita do Primeiro-Ministro a Angola abriu portas que "no passado recente estiveram fechadas“. Aquilo que eu previa e aquilo que eu próprio desejava e procurei também ajudar quando da minha visita, é que a visita oficial do Primeiro-Ministro a Angola corresse bem e abrisse portas que no passado estiveram abertas, mas que no passado recente estiveram fechadas.
Jerónimo de Sousa assegura que “o PCP está em condições de assumir qualquer responsabilidade”, incluindo a de formar Governo, assinalando, contudo, que há “uma questão central: para quê e para quem?”. “Sem ruptura e uma política alternativa, ir para o poder pelo poder, para isso não estamos disponíveis” - refere. Para justificar a “importância de dar mais força ao PCP” nas próximas legislativas, o líder comunista argumentou que “sempre que o PS foi Governo, incluindo com maioria absoluta, não houve uma política de esquerda”. Jerónimo de Sousa recorda ainda os vários “avanços” alcançados com a solução política da ‘geringonça’, como o “aumento extraordinário das pensões”, ao qual, de início, o executivo e até o BE estavam “renitentes”.
Eu penso que isso foi conseguido", resumiu Rui Rio, em declarações aos jornalistas à margem da reunião do Partido Popular Europeu em Salzburgo, na Áustria. A BARROSÂNA
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O PAÍS POLITICO EM NOTICIAS…
ORÇAMENTO DE ESTADO 2019 OCORRE A 29 E 30 OUTUBRO PSD AGUENTA DESGASTE…afirmouDEBATE …
ELEIÇÕES 2019|EUROSONDAGEM EXPRESSO “Não estou para aíSIC virado” Nem o PSD desce, nem o PS sobe. Nem Rui Rio aparece desgastado na sondagem com as polémicas de verão, nem António Costa descola em direcção à maioria absoluta. Os resultados do estudo da Eurosondagem SIC/Expresso de Setembro, registam que não há variações assinaláveis nas intenções de voto em relação ao último inquérito realizado há dois meses– o PS mantém-se estacionário e o PSD regista uma ligeira subida, ou seja, na prática mantém-se quase tudo na mesma.
A proposta de Orçamento do Estado para 2019 vai ser debatida na generalidade entre 29 e 30 de Outubro e a votação final global será no dia 29 de Novembro, decidiu a conferência de líderes parlamentares. De acordo com o calendário aprovado, após a votação na generalidade, no dia 30 de Outubro, segue-se o período de debate na especialidade, com votações em plenário nos dias 26, 27 e 28 de Novembro. O Governo deverá entregar a proposta de Orçamento do Estado na Assembleia da República, até 15 de Outubro.
AFINAL RUI RIO É QUE “ESTÁ A MAIS” NO PSD A conclusão de um verão que não foi propriamente fácil para os políticos, é que PS e PSD praticamente não mexeram, e mesmo em relação aos outros Partidos, as oscilações não são assinaláveis, o que pressupõe que se as eleições fossem hoje, o PS precisaria de pelo menos um parceiro para governar. O BE, . que com o caso Robles marcou a agenda política durante algum tempo provocando reacções em todo o mundo politico, não sai neste inquérito beliscado pela polémica. Do outro lado do espectro, o CDS voltou de férias a todo o gás, com propostas para múltiplas áreas e uma rentrée entusiástica, mas até ver sem retorno. A ambição de Assunção Cristas não se traduz, Há não muito tempo, Rui Rio, Presidente do PSD, afirmou para para já, numa subida significativa nas sondagens. A quem o quis ouvir, que quem não estava de acordo com o a linha estratégica definida pelo Partido, devia sair, ou melhor dizendo e popularidade dos líderes também continua estável, com parafraseando, “quem não concorda, de forma estrutural com o Marcelo Rebelo de Sousa ultrapopular como sempre, António Partido, deve sair”, por essa ser a “atitude mais coerente”. Dias Costa bem posicionado e Rui Rio com uma quebra muito depois, o mesmo Rui Rio veio a público afirmar que a renomeação ligeira, que pode querer dizer que o eleitorado não valoriza da PGR era um “não assunto” e defender a necessidade de se assim tanto as polémicas internas em que tem estado envolvido combater a especulação imobiliária. Isto, na sequência de uma o PSD nos últimos tempos. proposta feita pelo BE, prometendo uma taxa semelhante à “taxa
POPULARIDADE
Aparentemente, tudo como dantes…
Robles”, facto que deixou muitos no seio do Partido com os cabelos em pé. Quer isto dizer, que quer o facto de não ver politizada a questão da PGR, quer a polémica da “taxa Robles”, veio reforçar a ideia de que Rui Rio é que “está a mais no Partido”. E o problema é este: Rio parece não querer perceber que o PSD é dominado por aqueles que não sendo Sociais-Democratas, para além de considerarem o conceito obsoleto, não estão interessados em fingir aquilo que não são, até porque é mais moderno ser liberal ou até mesmo datal “Direita Politica”, onde proliferam os “netos de Salazar” infiltrados. E Rio também ainda não percebeu, que o Partido que lidera foi dominado pela mediocridade consolidada durante a liderança de Passos Coelho – uma mediocridade invariavelmente disfarçada de “pragmatismo”. O que Rio sobretudo parece não perceber, é que é ele como homem sério que é, está a mais no Partido, e que se fosse coerente consigo mesmo, abandonaria a sua liderança face às armadilhas que lhe vêm sendo montadas. Mas mais que a coerência, valha-nos – a bem da democracia – quem não se verga perante tal maledicência.
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O PAÍS POLITICO EM NOTICIAS… PORTUGAL TEM A 10.ª MELHOR DEMOCRACIA DO MUNDO
CRISTAS PROCURA ULTRAPASSAR RIO PELA DIREITA: "Somos a única alternativa“- afirmou.
O Relatório da Democracia de 2018, o segundo relatório anual do projecto Variedade da Democracia, colocou Portugal no top 10 das melhores democracias a nível mundial. O estudo é feito por uma rede global de investigadores e peritos e tem como objectivo avaliar as democracias existentes em 201 países. Portugal surge assim atrás da Noruega – que lidera a lista –, da Suécia, Estónia, Suíça, Dinamarca, Costa Rica, Finlândia, Austrália e Nova Zelândia no que toca ao índice das democracias liberais. Neste tópico é avaliado não só a democracia formal mas também os direitos e liberdades da população.
A líder do CDS vem ensaiando o tom para ano eleitoral já em marcha e em Ermesinde, onde compareceu num comicio do Partido, não fez a coisa por menos, numa “bicada” ao PSD de Rio: "Não somos muleta do Governo“ - atirou. Mais do que críticas ao PS e à Esquerda, Assunção Cristas colocou ao longo de toda a sua intervenção, debaixo de fogo a liderança de Rui Rio - sem nunca referir o seu nome. A líder centrista, que no Congresso do Partido em Lamego pôs como meta tornar-se a líder da Oposição e Primeira-Ministro, deixou claro que só o CDS faz "oposição permanente e acutilante". "A alternativa somos nós", frisou, para depois garantir que "não viabilizará" um Executivo socialista. "Quem quer António Costa, quem consente António Costa, tem muitas opções", argumentou. Num ano político, com três idas às urnas, assegurou que o CDS é a única "alternativa" ao Governo socialista, deixando farpas para o Presidente do PSD: "somos o único Partido que recusa servir de muleta a António Costa“.
Já no que toca aos indicadores eleitorais, de liberdades e igualdades sociais, Portugal desce um lugar, ficando na 11.ª posição. A pior prestação lusitana é referente à participação política dos cidadãos, em que Portugal desce para o 38.º lugar da tabela. Os resultados foram calculados a partir de um questionário feito a cerca de 250 cientistas e peritos – nacionais e internacionais. BE QUER SALÁRIO MÍNIMO PARA ALÉM DOS 600€
E… PARA VIVER, SOMOS “APENAS” O 6.º MELHOR DO PLANETA A qualidade de vida, a segurança, a facilidade de adaptação e o clima, são algumas das categorias em que Portugal brilha. O sexto lugar de Portugal foi conquistado entre 68 países. Melhor do que Portugal, só Bahrein em 1.º, Taiwan 2.º, Equador 3.º, México 4.º e Singapura, que ultrapassou Portugal e tomou-lhe o 5º lugar. A lista dos 10 melhores países é completada por Costa Rica 7.º, Espanha 8.º, Colômbia 9.º e República Checa 10.º. A classificação de Portugal no ‘Expat Insider 2018’ baseou-se nas pontuações dadas em seis sub-índices: Qualidade de vida, Facilidade de adaptação, Trabalho no estrangeiro, Vida familiar, Finanças pessoais e Custo de vida. “Um paraíso para as famílias com uma excelente qualidade de vida”. É este o título que o ‘Expat Insider 2018’ dá ao relatório feito sobre Portugal, no documento que tem quase 200 páginas e reúne informação dos países que integram o estudo deste ano. Onde Portugal obteve os melhores resultados foi no índice Qualidade de vida, tendo ficado em 2º lugar – só superado por Taiwan.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considerou nas negociações que vêm decorrendo sobre o OE2019, existirem condições para um aumento do Salário Mínimo Nacional além dos 600 euros no próximo ano. Nós achamos que, no momento em que se começam a discutir as ‘Grandes Opções’, há duas opções que têm de ser claríssimas sobre estes salários: que o aumento do SMN pode ir bem além dos 600 euros em 2019 e que não é aceitável que os trabalhadores do Estado já não precisam de aumentos, porque nós conhecemos as auxiliares das escolas, dos hospitais, dos centros de saúde, todas aquelas que ganham 600/700 euros, que o salário não chega até ao fim do mês e, portanto, sabemos que o aumento do salário é uma condição essencial da dignidade e da economia”, disse Catarina Martins.
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O PAÍS POLITICO EM NOTICIAS… PCP VS BE|A VERDADE E O DISFARCE
Em Portugal, o PCP e o Bloco de Esquerda criticam a Hungria e o seu regime, por violar os direitos fundamentais de liberdade de expressão, independência da justiça e respeito pelos imigrantes. O Parlamento Europeu discutiu a situação e decidiu aplicar, e muito bem, sanções àquele país. Os deputados portugueses do PS, PSD e CDS votaram favoravelmente essas sanções. O PCP votou contra e o Bloco absteve-se. Quer isto dizer e fazendo fé no seu voto, que o PCP está a favor das práticas ultra-populistas e fascistas do Senhor Viktor Orbán, e que para o Bloco. Tanto se lhes dá como se lhes deu. Face a tal comportamento, outra ilação não há a tirar, senão a ideia, de que perdidos na História, o PCP e o BE, se agarram à Geografia, para justificarem semelhante acto. A isto, chama-se puro conservadorismo e paragem no tempo. Bem vistas as coisas, para ambos, só a geografia não muda. O leste é sempre leste. Depois, e no caso do PCP, a situação ainda é mais surrealista: através do seu Gabinete de Imprensa, “denuncia e condena firmemente os ataques à democracia, aos direitos sociais, às liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos na Hungria”, mas condena a U.E. – segundo a dita nota – de com estas sanções, “tentar abrir caminho ao incremento das suas ameaças, chantagens, imposições e sanções contra os Estados e os seus povos”. Onde mora afinal a sua coerência?!...
RUI RIO “DEBAIXO DE FOGO CRUZADO”
O vereador do PSD em Loures André Ventura acaba de lançar o “Movimento Chega”, para substituir Rui Rio na liderança do Partido, e coloca-lo no “espetro ideológico do centro-direita português”. Em comunicado, André Ventura afirma que o movimento “tem como grande objectivo a eleição de uma nova liderança do PSD e a apresentação, a todas as distritais do Partido, de um documento global de compromisso com os valores da social-democracia portuguesa, ao arrepio do que tem promovido a direcção" de Rui Rio, Presidente eleito em janeiro. O candidato social-democrata à Câmara de Loures acrescentou que “será criado um espaço on-line para que todos os militantes e simpatizantes possam inscrever-se”. Em seis frases tipo palavra de ordem, André Ventura afirma ser necessário dizer “chega” de “compromissos e servilismo com a esquerda e com a extrema-esquerda” ou ainda de “guerrilha constante contra os militantes, candidatos e dirigentes do PSD”, que atribui à direcção de Rio. O movimento proposto por André Ventura defende ainda que "chega de neutralidade ideológica em temas fundamentais como as minorias, o casamento homossexual ou a eutanásia” ou ainda a de “dar a mão ao Bloco de Esquerda no aumento de impostos, alguns deles completamente disparatados” como a taxa para travar a especulação imobiliária, batizada pelo CDS como “taxa Robles”. Ventura pretende, igualmente, “evitar a contínua sangria de militantes históricos do PSD” como Pedro Santana Lopes, que criou um novo partido, Aliança, ou António Martins da Cruz, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, cuja desfiliação foi noticiada recentemente.
ALIANÇA – O NOVO PARTIDO DE SANTANA LOPES FORMALIZOU PROCESSO JUNTO DO CFP MAIS OPTIMISTA QUE O GOVERNO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DÉFICE PREVISTO DE 0,5% O novo Partido fundado pelo ex-líder do PSD Pedro Santana Lopes, formalizou o processo de criação da “Aliança” tornando-a na 23.ª formação política portuguesa. A declaração de princípios do Partido Aliança, defende menos Estado, menos carga fiscal e mais alternativas privadas nas contribuições à Segurança Social e no acesso à saúde, assumindo querer ser mais exigente com a União Europeia. No sistema político, defende-se a criação de uma Câmara Alta no Parlamento – Senado - à semelhança do que existe em alguns países europeus, bem como a introdução de círculos uninominais e a redução do número de deputados. Em declarações proferidas, Santana Lopes afirmou que a Aliança vai concorrer às Eleições Europeias de Maio, mas assegurou que não será candidato. Sobre as Legislativas, disse que a ambição é “lutar para ganhar” ao PS de António Costa. Numa primeira reacção, o Presidente do PSD, Rui Rio, classificou a criação da Aliança por Santana Lopes como “o concretizar de um sonho” do antigo Primeiro-Ministro e desvalorizou os efeitos que poderá ter nos resultados eleitorais do seu Partido. “Se o PSD quiser ganhar eleições, não é na direita, a combater a Aliança ou o CDS-PP para ir buscar um ou dois por cento (…). Onde ganha é ao centro, onde exatamente está a abstenção”. Para Tui Rio, o PSD não é um Partido da direita e este discurso ao que tudo indica vai ser para manter nas próximas apostas eleitorais.
O Conselho das Finanças Públicas baixou a estimativa do défice para 0,5% para 2018, inferior ao previsto pelo Governo, e de 0,2% para 2019, apontando para um excedente orçamental a partir de 2021. A actual projecção determina "um ponto de partida mais favorável para os desenvolvimentos orçamentais de médio prazo", defende o organismo presidido por Teodora Cardoso. O CFP estima que ainda que a dívida pública desça dos actuais 125,7% para os 106,1% do PIB em 2022, uma redução de 19,5 pontos percentuais no período. A BARROSÂNA
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ROUBO DE TANCOS!... “Pode ter havido desaparecimento de material, mas nunca houve assalto nenhum. É criada uma farsa, com a conivência de militares…
Contestatário e temperamental, Vasco Lourenço, capitão de Abril, reconstitui nesta entrevista o dia da Revolução e as horas que a antecederam. E fala de Portugal e dos portugueses, quatro décadas e mais uns pozinhos depois. É capitão de Abril, mas não estava no centro dos acontecimentos no dia da Revolução. Como perguntava Baptista-Bastos, onde estava Vasco Lourenço no 25 de Abril? "Estava nos Açores, no quartel-general de Ponta Delgada, como oficial de dia. E de acordo com o que estava combinado com Otelo [Saraiva de Carvalho] recebi, através da sogra do Melo Antunes, um telegrama, no dia 24, com a mensagem: "Tia Aurora segue EUA 25 03 00 abraço primo António" — a informação do que iria acontecer, o início da operação militar. Foi assim que vivi a noite e a madrugada libertadora do 25 de Abril, desvairado por não estar em Lisboa. Se estivesse, seria eu a coordenar as operações. O Otelo substituiu-me e portou-se muito bem, comigo não se sabe como teria ocorrido, não se fez a prova". Porquê Otelo? Éramos três na direcção: eu, Otelo, responsável pelo secretariado, e Vítor Alves, que fazia a ligação com a Marinha e a Força Aérea. Comigo fora, eles decidiram entre os dois que o Otelo ficava com a parte operacional e o Vítor Alves com a parte política. Hoje seria possível manter o segredo? Manter segredo sobre o dia, a hora, depende de quem tem acesso a ele. Naquela altura também havia quem desse com a língua nos dentes e atirasse informações cá para fora. Nós sabíamos que esse risco existia. E existiu, saíram informações. Mesmo assim, foi possível manter o essencial em segredo. Penso que hoje também seria possível, apesar dos telemóveis e das redes sociais. Os telemóveis facilitariam as comunicações, mas dificultariam a segurança. Ainda assim, acredito que seria possível. Voltemos, então, ao dia 24 de Abril. Como disse, estava de oficial de serviço no quartel-general. O Melo Antunes saiu de serviço à hora normal, cinco da tarde. Foi para casa, porque vivia em Ponta Delgada com a família, que era
açoriana, e passado meia hora ou três quartos de hora voltou ao quartel. Estava eu a acompanhar os praças ao jantar quando um soldado me veio avisar que o major Melo Antunes queria falar comigo. Fui ter com ele e estendeu-me um papel, era um telegrama: "Tia Aurora segue EUA 25 03 00 abraço primo António". Foi o texto de código que eu inventei e mandei ao Otelo através de um capitão que passou por lá numa visita de estudo, e era para ele me enviar assim que soubesse exactamente quando ia acontecer a operação. Mas o Otelo tinha de ir saber os horários dos aviões e colocar o destino certo no texto da mensagem a enviar para a sogra do Melo Antunes, para não levantar suspeitas, caso alguém tivesse acesso ao telegrama.
E o que fez ou pensou quando, finalmente, recebeu a mensagem? É agora. Estar de oficial de dia facilitava o resto. A minha reacção foi: é meio caminho andado. E preparei-me para intervir. O nosso
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A ENTREVISTA… CORONEL VASCO LOURENÇO
"A BBC FOI DE LONGE A EMISSORA QUE DEU MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O QUE SE ESTAVA A PASSAR EM PORTUGAL. PORTANTO, A INFORMAÇÃO QUE RECEBI FOI, FUNDAMENTALMENTE, VIA ESSA RÁDIO" (Continuação) plano passava por eu e o Melo Antunes prendermos o almirante comandante-chefe e assumirmos o comando, se necessário. Chamei o oficial que estava na conspiração, alertei-o, pedi-lhe para se preparar para intervir — o que estava previsto é que assumiria o comando da unidade e faria as missões que lhe atribuíssemos. Alertei o capitão que comandava a unidade de artilharia e que tinha aceitado obedecer às ordens que chegassem do quartel-general, sem questionar a origem. O Melo Antunes foi para casa, dei-lhe a minha pistola para levar como segurança e passei a fazer o serviço de pistola metralhadora, uma coisa um pouco estranha. Mas nunca devo ter feito um serviço tão rigoroso, sabia exactamente onde estava cada soldado, assisti à abertura dos portões — os soldados tinham dispensa de recolher e entravam de hora a hora, a última à uma da manhã. E tinha um alferes, o David Ramos, que mais tarde foi jornalista, que era o meu elemento de ligação com os milicianos. Depois do jantar disse-lhe: "Ó Ramos, sabe rezar?". "Porque é que me pergunta isso?", perguntou. "Porque se souber rezar eu mando-o rezar", respondo. Ele olha para mim, começa a tremer e diz: "Não me diga, não me diga que é esta noite?!". "É, sim senhor. Vamos lá, que está tudo preparado". E fiquei no gabinete de oficial de dia à espera das três da manhã, sendo que lá [Continente] eram duas horas mais cedo, a diferença horária nessa altura ainda era de duas horas. Sabia o que ia acontecer, tinha ideia? Sabia o que faria se estivesse no lugar do Otelo. A primeira coisa que tentaria fazer seria tomar uma emissora. Para quê? Para usar essa emissora para enviar informações para a população. Ao mesmo tempo seria uma alternativa, um recurso, caso falhassem as transmissões militares. No entanto, não sabia se o Otelo tinha tido a mesma ideia e, em caso afirmativo, não sabia que emissora iria ele ocupar. Sei que às duas e pouco da manhã estava a ouvir uma emissora que só transmitia música, por isso não sabia se era portuguesa. Quando finalmente oiço vozes, percebo que não, mudo rapidamente de frequência e vou cair quase no fim do primeiro comunicado do MFA, no Rádio Clube: "[...] Apela-se à população para não sair de casa, apela-se aos médicos para acorrerem aos hospitais, espera-se que não haja problemas graves, que não haja sangue". Não me lembro exactamente dos termos,
mas era isto. Pára o comunicado e começa uma marcha militar. E a minha dúvida foi: este comunicado é nosso ou é das forças da ordem, que estão a reagir e, naturalmente, numa emissora que dominam, estão a transmitir informações? Devem ter sido os minutos mais longos da minha vida. Acho que, mesmo quando nasceram a minha filha e o meu neto, os minutos não pareceram tão longos. A sensação que tenho é que estava tipo fera enjaulada dentro do gabinete, sozinho, a passear de um lado para o outro. O gabinete tinha cerca de três por cinco metros e eu dava três ou quatro passos para um lado, três ou quatro passos para o outro e pensava: o comunicado é nosso ou é deles? É nosso ou é deles? É nosso ou é deles? Quando percebeu de quem era? De repente parou a marcha militar e oiço: "Daqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas..." e aí tive a convicção absoluta de que tínhamos vencido. E dou por mim, sozinho, aos saltos a gritar: "Já ganhámos, já ganhámos!". Telefonei imediatamente para o David Ramos, que estava a dormir fora do quartel, mandei-o regressar, telefonei também ao Melo Antunes, mas tive muita dificuldade, porque ele vivia num casarão, não ouvia o telefone. Teve de ser o David Ramos a ir lá, e acordou a vizinhança toda, foi preciso atirar pedrinhas à janela... Enfim... E a certa altura o Ernesto lá atendeu o telefone e veio imediatamente... Depois o David Ramos ficou a ouvir a BBC e ia fazendo relatórios. Foi de longe a emissora que deu mais informações sobre o que se estava a passar em Portugal. Portanto, a informação que recebi foi, fundamentalmente, via BBC. E no quartel, foi preciso prender o tal almirante? Quando chegou, o almirante já sabia o que se estava a passar. Expliquei-lhe as opções e ele disse que estava do nosso lado. Mas houve uma situação cómica: quando fiz a rendição como oficial de dia, eram sensivelmente nove da manhã, encontro um capitão miliciano. Estava muito aflito, era um homem medroso, por mais que eu tivesse tentado não consegui levá-lo para o movimento. Trocámos bons dias e quis saber o que se estava a passar. "Não sei, faço lá ideia do que se está a passar", gozava eu. "Sabes, não queres é dizer". Até que respondi: "Mas o que queres que se esteja a passar? Foi esta noite que a malta decidiu tomar o poder em Lisboa". E ele, de uma forma extraordinariamente
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A ENTREVISTA… CORONEL VASCO LOURENÇO (Continuação)) ingénua, mas honesta, respira fundo e diz: "Eh pá, ainda bem que eu lá não estava!". E quando ele diz isto, eu, que tinha a pistola de oficial de serviço, que usava à cowboy, um tanto descaída, olho para ele e digo: "Eu dava uma perna [ou qualquer coisa assim] para lá estar e tu dizes-me isso?". Deito a mão à pistola, dou-lhe umas pancadas, e digo: "Eu mato-te". E ele começa a correr à minha frente a gritar: "Não me mates! Não me mates!". E eu atrás dele, a bater na pistola e a gritar: "Eu mato-te! Eu mato-te". Foi cá uma cena. Quando é que veio, finalmente, ao Continente? No dia 29, quando houve o primeiro avião de Ponta Delgada para Lisboa. Entretanto, no dia 26 reunimos com o almirante para que ele assumisse uma posição definitiva. "Ah, não sei bem o que se está a passar, qual é o programa do movimento...". Demos-lhe um rascunho do programa. O homem ficou aflito: "Pois, sei que há aqui oficiais que foram do movimento". "Ó senhor almirante, não esteja a brincar: foram, não. São! O senhor tem à sua frente um dos três responsáveis da direcção do movimento, eu, e o responsável pela acção do programa, o major Melo Antunes. Portanto, decida-se, não nos obrigue a tomar atitudes que não gostaríamos de tomar". Perante a nossa pressão, disse passaria a obedecer às ordens da Junta de Salvação Nacional. Eu e o Ernesto acenámos que sim com a cabeça, e eu disse ao almirante que aquela resposta nos servia. Quando a reunião terminou pediu-me para o pôr em contacto com o posto de comando do MFA. Pedi às telefonistas para descobrirem o contacto, porque aquilo era uma central civil, não era uma central militar, e passados dez minutos chegou a ligação. Era um major Coutinho, e depois de trocarmos abraços, disse-lhe que ia passar o comandante militar de Ponta Delgada e que ele devia dizer-lhe que a partir daquele momento ele deveria obedecer às ordens do capitão Vasco Lourenço e do major Melo Antunes. O Coutinho não entendia porque é que, estando eu ali, era ele que tinha de dizer isto ao almirante. "Está bem, depois eu faço-te um boneco, mas agora diz-lhe isto", explicava eu. E lá foi. E então, quando o outro foi ao telefone, do lado de cá eu só o ouvia: "Sim senhor. Sim, senhor major", "Sim senhor, muito obrigado", "Sim senhor, está esclarecido, sim senhor". O que sei é que a partir dali ele não ia à casa de banho sem me pedir licença. [risos] Depois fomos tomar conta das instalações da PIDE [Polícia Internacional e de Defesa do Estado], das instalações da Legião Portuguesa... Como reagiram essas organizações? Sem problema nenhum. O Melo Antunes dizia: "Deixa-me ser eu a ir lá". E foi, eu fiquei com um pelotão de piquete, caso fosse necessário e houvesse algum azar. Mas não, ele chegou e passados dez minutos estava a mandar-me uma mensagem a dizer que eu podia seguir. Os pides já tinham as armas, os documentos e os crachás em cima das secretárias, prontos a entregar, e nós tomámos conta das instalações. A mesma coisa na Legião Portuguesa, onde já fui eu directamente. E a situação foi caricata, porque eu já conhecia o chefe da Legião Portuguesa, um coronel já na reserva. Quem era? Tinha-me sido apresentado como o melhor jogador de bridge da região. Eu tinha começado a jogar bridge há relativamente pouco tempo e quando cheguei a Ponta Delgada perguntei se por ali se jogava, porque enquanto ali estivesse gostaria de jogar. A BARROSÂNA
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"O 25 DE ABRIL FOI PACÍFICO, O QUE NÃO SIGNIFICA QUE NÃO TENHA HAVIDO PESSOAS A SENTIREM-SE MALTRATADAS E VIOLENTADAS." A certa altura convidou-me para participar num torneio, mas desentendi-me com ele: "Você é o melhor jogador de bridge, mas joga mesmo muito mal". O torneio foi num grupo selecto de Ponta Delgada — a jóia era tanto como o meu vencimento de capitão, evidentemente que não me fiz sócio, ia a convite — , de maneira que naquele ambiente, eu a dada altura tive de lhe dar um berro: "Você nem consegue distinguir as copas das espadas! Não joga bridge, não joga nada". No final daquilo ainda ficámos em terceiro lugar. E depois veio um civil cumprimentar-nos e dizer-me: "O senhor disse aocoronel Sá Ferreira que ele é mau jogador?! Mas ele é o melhor jogador de bridge dos Açores. E ele calou-se? Mas o senhor é capitão e ele coronel". E eu lá lhe respondi: "Era o que faltava agora é que no bridge houvesse postos". De maneira que quando cheguei à Legião Portuguesa cumprimentei-o e quis tratar das coisas com rapidez... Ele, provavelmente, também não... Veio com uma história de um guarda, que vivia ali com a família e não tinha para onde ir. Expliquei que a decisão não era minha mas, face à situação, à minha responsabilidade, o guarda e a família ficariam ali até ser encontrada uma solução digna pelo comando militar. Apresentou-me o guarda e os filhos, que deviam ter posto um aspecto ainda mais ranhoso do que já teriam na realidade, e voltou a insistir na questão. Tornei a repetir o que tinha dito antes. Mas, ao longo da conversa, o coronel foi insistindo várias vezes na história do guarda, até que me passei: "Oiça lá, você nunca na vida se deve ter preocupado com o guarda e com a família, agora está a insistir tanto porquê?
É para se mostrar um tipo cheio de compaixão e preocupado com os inferiores? Já lhe disse que, para já, o guarda e a família continuam aqui e depois o comando militar encontrará uma solução alternativa. O senhor acha que nós fizemos o que fizemos para pegar nos desgraçados que não têm onde cair mortos e pô-los a dormir debaixo da ponte? Se estamos a fazer alguma coisa é precisamente para pôr fim a situações como estas. Por isso deixe de me chatear com esse assunto. Se fosse ao contrário, com certeza o vosso [da Legião Portuguesa] procedimento não seria assim". E o coronel olha para mim e diz: "Não, não. Se fosse ao contrário nós também procederíamos bem". E tenho este desabafo: "Pois, veja-se o que acabou de se passar no Chile". O coronel desata a tremer na minha frente: "Não me diga, não me diga que me vai fuzilar!" "O quê, fuzilar? Você está doido? Está a ver como tem a consciência pesada?". E pronto, comecei a tratar de tudo rapidamente. Depois ele ainda me disse que tinha por ali uns quadros e umas coisas pessoais. "Ó homem, o que for seu tire e leve daqui. Mas quando me entregar as chaves deixa de poder vir cá buscar coisas". "Mas posso levar?". "Com certeza, o que é seu, é seu". De maneira que no fim ele dizia-me:"Ah, tenho lá a taça que ganhámos no torneio de bridge..." "Quero lá saber da taça, fique com a taça!" [risos]
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(Continuação)) Mais tarde, no período das nacionalizações, as coisas não foram bem assim. Desapareceram muitos bens pessoais. Bem, aí foram as empresas que foram nacionalizadas e, naturalmente, os bens de que fala são quadros e outros objectos que eram das empresas ou tinham sido comprados com o dinheiro das empresas, por isso foram também nacionalizados. Terá havido exageros, é capaz, não me espanta. Mas, disse-o na altura, não se passou o pior: não houve violência. No 25 de Abril houve os mortos provocados pela PIDE, na António Maria Cardoso. Depois, no processo revolucionário [PREC] houve meia dúzia de mortos. O que digo é que normalmente num processo destes há muita violência, mortos, fuzilamentos... Como se vê pela minha conversa com o coronel da Legião Portuguesa, em Ponta Delgada. O 25 de Abril foi pacífico, o que não significa que não tenha havido pessoas a sentirem-se maltratadas e violentadas, com a situação em que viviam a ser profundamente alterada de repente. Mesmo sem que tivesse havido violência física. Esclareça um assunto: fala-se nos capitães de Abril, mas muitos, não sei se uma maioria, eram majores, ou não? A contestação inicial é feita por subalternos, capitães e oficiais superiores, nomeadamente majores. Depois o governo retira do rol de prejudicados com as medidas que tomou por decreto os oficiais superiores e grande parte dos majores contestatários deixam de fazer contestação. Na primeira reunião que fazemos, em Alcácer do Sal, a 9 de Setembro, que é quando é criado formalmente o movimento dos capitães, só participam capitães e subalternos e é por isso que fica o nome movimento dos capitães. Depois aderem muitos oficiais superiores, muitos majores, e há um estudo que prova que há mais majores do que capitães, na altura a pirâmide está invertida. Agora, o essencial são os capitães nas suas unidades, são eles os operacionais. Mas houve muitos majores a participar e a preocupação de não envolver coronéis, apesar de ter havidos dois ou três, como o Vasco Gonçalves ou o Garcia dos Santos e o Fisher Lopes Pires, que eram tenentes-coronéis. Não os queríamos envolver por razões pragmáticas, sabemos que nesta coisa da tropa se
"MAS HÁ COMANDANTES QUE GOSTAM QUE O RESPONSÁVEL SEJA O BODE EXPIATÓRIO, QUE É O CABO QUARTELEIRO (...) HOJE, ASSUMIR RESPONSABILIDADE É CADA VEZ MAIS DIFÍCIL."
houver retaliação o responsável é sempre o mais graduado, o superior. Ao contrário do que acontece agora, na tropa e fora dela, em que quem paga as favas, como se costuma dizer, é quem está mais abaixo? Sempre aconteceu. Sabemos que há indivíduos que não gostam de assumir as suas responsabilidades. Numa unidade, o responsável é o comandante. Por isso é que se aplaudem atitudes como a de Jorge Coelho, que se demitiu do cargo de ministro do Equipamento Social quando foi o desastre de Entreos-Rios, embora não tivesse directamente nada a ver com a queda da ponte. Era ele o responsável máximo. Nós, à militar, dizemos: o responsável é sempre o comandante. Mas há comandantes que gostam que o responsável seja o bode expiatório, que é o cabo quarteleiro; "Eh pá, queres ver que a culpa é do cabo quarteleiro?". Hoje, assumir responsabilidade é cada vez mais difícil. Disse que a certa altura deu pulos de alegria e gritou "já ganhámos". O que ganhavam? Assumir o poder, conseguir que o golpe frutificasse. Assumir o poder para quê? Para pôr em prática o programa do MFA, que tinha algumas linhas fundamentais. Primeiro, o pano de fundo da liberdade; recuperar a liberdade para os portugueses. Depois, criar condições para resolver o problema colonial, acabar com a guerra e obter a paz, tínhamos a consciência de que isso só seria possível se garantíssemos a democracia. Então outro objectivo imediato era garantir a democracia e, para isso — e este foi um elemento que nos uniu —, o instrumento principal eram as eleições livres para a Assembleia Constituinte, a realizar no prazo de um ano. Sabíamos que não bastava carregar num botão para a democracia aparecer. Tínhamos como pano de fundo, de facto, a construção de uma sociedade mais livre, mais justa. Hoje a imagem que se usa é que 99% da riqueza mundial está nas mãos de 1% da população. Em Portugal a riqueza também estava concentrada, era uma sociedade muito injusta. Definimos que ocuparíamos o poder através de uma Junta de Salvação Nacional e a ideia era criar rapidamente um governo com civis — o I Governo Provisório só tem um militar, o ministro da Defesa — e faríamos eleições para entregar o poder a quem as ganhasse. E criámos condições para se poderem constituir partidos políticos, que era uma coisa proibida antes do 25 de Abril, só havia o partido do poder. Eu sabia bem como estávamos organizados, tinha sido o principal responsável e coordenador da A BARROSÂNA
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estruturação do movimento, e até parece que foi extraordinariamente fácil, porque correu bem. Mas correu bem porque fomos competentes, soubemos aproveitar a experiência que nos deu a guerra colonial. Muitos dizem: "Ah, o regime caiu de podre". Está bem, mas alguém teve de fazer aquilo ruir e esse alguém fomos nós. De uma forma muito competente, quer na conspiração, quer na acção do 25 de Abril. Antes de avançar, conte-me um pouco da sua história até ter decidido juntar-se às Forças Armadas. Nasci numa aldeia perto de Castelo Branco, na Lousã. A minha mãe era doméstica e geria uma loja, o meu pai que era de uma família bastante humilde, começou a vida como pedreiro, a fazer parede na Serra da Estrela. Achou que não era profissão para ele e avançou para o negócio, fezse à sua custa. Considero que terá atingido o nível de uma burguesia média, uma classe média. Era, na altura, um dos poucos caciques, digamos assim, locais, uma pessoa com algum poder e respeitabilidade na aldeia. Portanto, a família teve possibilidade de mandar os filhos estudar para o liceu de Castelo Branco. Fui estudar, era um aluno bastante razoável, muito bom a Matemática, não sei o que é um chumbo na vida, nem sequer a uma cadeira, quanto mais a um ano. Os meus pais queriam que eu fosse médico ou engenheiro e eu, que sempre gostei muito de praticar desporto — futebol, atletismo, andebol, voleibol — mas também gostava de liderar, era eu que organizava tudo, meti na cabeça que queria ser militar. Tinha militares na família, de onde lhe veio a ideia? Não. Quando fui estudar fiquei instalado em casa de uns padrinhos da minha mãe, um homem que me marcou profundamente no campo humano, o Dr. Eduardo Almeida Esteves, que foi capitão na Primeira Guerra Mundial, mas no fim mandou a vida militar às urtigas e voltou a ser professor de liceu. Até nesse aspecto se tivesse sido influenciado era negativamente. Contava-lhe histórias da guerra? Não, não. Ele ignorava a parte dele como capitão e apenas a sua vida como matemático contava, era um homem superiormente inteligente e que ganhou prestígio em Castelo
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"PERTENCIA AO CURSO EM QUE ESTAVA O FILHO DO MINISTRO DO EXÉRCITO. PARA O MENINO NÃO IR À GUERRA, DECIDIRAM QUE OS MILITARES DO QUADRO PERMANENTE A PARTIR DO MEU CURSO SÓ IAM À GUERRA EM CAPITÃES. FOMOS O PRIMEIRO CURSO QUE NÃO FOI MOBILIZADO."
(Continuação) Branco. Nunca se meteu na política, mas era claramente contra a ditadura. De tal maneira que nunca foi reitor do liceu de Castelo Branco porque jamais aceitou ser chefe da Mocidade Portuguesa e, nessa altura, os cargos acumulavam. De maneira que foi durante muitos anos vice-reitor. Na fase final da sua vida, era eu que lhe lia os livros, estava no seu quarto quando ele morreu... Influenciou-me bastante. Mas na questão da vida militar, foi o que eu sempre quis fazer, desde que me lembro. Os meus pais não gostaram, mas lá fui para o Exército. E, logo no primeiro ou segundo ano, dei por mim a escrever um texto a que chamei "A Queda dos Ideais de um Jovem". O que o desiludiu? Pensava que a vida militar seria uma mais limpa, mais honesta, mais leal, menos sujeita à hipocrisia. E fui encontrar também muita incompetência. Isso desiludiu-me. De tal maneira que numa pega que tive com um capitão, comandante da minha companhia no segundo ano — quase chegámos a vias de facto — e eu disse-lhe: "Vim para a tropa cheio de ideais, pensei que vinha encontrar um mundo de lealdade e, por sua causa e de outros iguais a si, já perdi a maior parte desses ideais". E ele, que era de Viseu e falava axim, respondeu-me: "Poix fique xabendo que ainda vai perder muitox maix". "Ai é isso que o capitão da minha companhia tem para me dizer?" "Xim, Xim". E tinha razão. Na Academia tirei o curso com uma perna às costas, mas nunca tive um espírito competitivo. Achava piada porque alguns diziam que eu devia ser o penico do posto [número 1]. Fiquei no meio da tabela. Mas, sempre que era preciso alguma coisa, chatear um professor, lá estava eu. Um general famoso terá dito aos seus militares num dia de aperto: "Se vocês soubessem o que custa comandar, gostariam de obedecer toda a vida". Até pode ser que seja verdade, mas eu prefiro comandar. Entretanto mete-se o Ultramar... Depois fui fazer a guerra. Eu não ligava nada à coisa política. A minha educação não tinha sido nada para aí voltada e na Academia Militar não havia política. Mas sempre tive um certo espírito de contestação, reconheço isso. Quando fui fazer a guerra, fui fazer a guerra convicto de que ia cumprir a minha missão como português. Evidente que a guerra não resolve nada, mas era preciso dar tempo aos políticos para resolver o problema e é essa a missão das Forças Armadas. Fui, mas primeiro passei por uns episódios rocambolescos. Que episódios? Eu pertencia ao curso de artilharia em que estava também o filho do ministro do Exército. E a certa altura éramos os intocáveis, uma situação caricata. Os militares eram mobilizados em tenentes, às vezes em alferes. Para o menino não ir à guerra, decidiram que os militares do quadro permanente a partir do meu curso só iam à guerra em capitães. Fomos o primeiro curso que não foi mobilizado. Mas, para atrasar a mobilização,
atrasaram-nos a promoção, mantiveram-nos mais tempo em tenente. De tal maneira que a décalage dos cursos é de dois anos e o curso a seguir ao meu foi promovido e nós só fomos promovidos três meses depois. Mas a minha vida é cheia de imponderáveis deste tipo. Que mais lhe aconteceu? Tive um acidente de automóvel, considerado em serviço. Lá ou cá? Cá. Em Espinho. Estava em Aveiro, numa missão desportiva, um campeonato de ténis de mesa. Num intervalo em que não havia jogo — eu era, além de jogador, delegado da comunidade para o torneio —, aproveitei para ir ao Porto e no caminho tive um acidente. A responsabilidade foi minha, choquei com outro condutor, dono de uma fábrica de cortiça. Mais tarde quando o visitei tive de fugir à socapa, estava a ver que queria casar-me com a filha. [risos] A senhora teve mais de dez dias de incapacidade e eu acordei no hospital a perguntar quem era. Amnésia total e há ali uma hora depois do acidente que nunca mais recordei. Mas isto valeu-me um processo disciplinar, incompatível com a promoção, que chegou entretanto, mesmo que fora de horas. O curso a seguir ao meu começa a ser promovido três meses depois e, entretanto, o meu processo é arquivado sem consequências disciplinares. Sou promovido naturalmente, mantendo a antiguidade que devia ter, fico mais antigo do que os que estão a ser promovidos na altura. Quando começa a mobilização, tenho de esperar que sejam todos mobilizados para ser mobilizado também. Resultado: a juntar ao atraso à mobilização que já tinha, acrescento meio ano. Depois sou mobilizado como melhor desse curso para Angola.
"NA GUINÉ, A GUERRA ABRIU-ME OS OLHOS." Ficou tudo resolvido. Não. Entretanto há dois soldados do curso anterior ao meu que são mobilizados para a Guiné, onde tinham acabado de fazer uma comissão. Reclamam e o ministro resolve, pela primeira vez, determinar que não há ninguém que vá duas vezes seguidas para
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A ENTREVISTA… CORONEL VASCO LOURENÇO
"POSSO DIZER-LHE QUE SEM CONSELHO DA REVOLUÇÃO NÃO TERÍAMOS HOJE A DEMOCRACIA QUE TEMOS. O SÁ CARNEIRO É AQUELE TIPO QUE SÓ ERA DEMOCRATA SE TIVESSE A MAIORIA DO LADO DELE." (Continuação) a Guiné. Desnomeia-os e faz uma troca comigo e com o penico: manda-nos a nós para a Guiné e aos outros dois para Angola. Considerei aquilo uma pulhice de todo o tamanho e reclamei, fiz uma exposição ao ministro, que não me recebe. Não aceitou, e eu estive pura e simplesmente para me recusar a ir, porque não foi assim que calhou — ainda que considerasse justo que os outros dois não fossem para a Guiné. Ainda falei com um advogado, que me disse que o ministro tinha discricionariedade para nomear os militares. Como eu tinha tido um problema grave num joelho, pensei: vou passar à reserva. Fui ao médico, que me confirmou: "Se quiser passar à reserva, com este joelho é já". Mas depois pus-me a pensar que ainda iam dizer que eu não ia à guerra porque estava com medo. E então decidi que ia, mas quando regressasse deixava a tropa. E fui. Na Guiné, a guerra abriu-me os olhos. De que maneira? Percebi que a guerra não era minha. E quem estava certo era quem estava a lutar contra nós, quem estava a lutar pela sua independência. Decidi que não faria mais acções ofensivas e vim decidido a não voltar para a guerra. Entretanto surgiu a hipótese de tirar o curso de criptólogo, o que me dava uma folga, ficava inamovível entre quatro e seis anos, o que me dava-me tempo para preparar a saída. Eu estava disposto, se não me deixassem sair, a desertar. Mas ao mesmo tempo vim na disposição de, se pudesse, ajudar a dar um piparote nos fascistas. Criou-se essa possibilidade e eu envolvime. Tenho a noção de que fui uma peça importante em todo o processo e já não voltei a pensar em sair da tropa. Hoje sinto-me relativamente realizado na vida porque, como costumo dizer, a juntar àquilo que o poeta um dia disse que o homem tinha de fazer para se realizar na vida, ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore, participei numa coisa chamada 25 de Abril de 1974. Matou, na guerra? Não sei dizer. Tive confrontos, é natural que granadas, morteiradas, obuses enviados por mim, sob as minhas ordens, tenham provocado baixas. Viu morrer? Vi. Em circunstâncias complicadas. Aliás, a primeira circunstância em que isso me aconteceu é que me abriu os olhos. Tive a sorte de não ter tido nenhuma baixa entre o pessoal que comandei e levei daqui, daí um livro que escrevemos com histórias da companhia e que se chama "No Regresso Vinham Todos". Mas, de facto, numa operação de rotina em cima da fronteira com o Senegal, uma operação longa, de mais de um dia, descobrimos um poço e começámos a encher os cantis. A água era amarela. E nós tínhamos uns comprimidos para colocar na água para matar a bicharada e como os soldados reagiam a pôr aquilo, porque tinham de esperar para beber e a água ficava com mau sabor, os soldados enchiam o cantil, abriam e eu enfiava um ou dois comprimidos. Levava dois grupos de combate e um grupo de milícias e eu fiz a operação sempre à frente no meio do grupo de milícias. Iam uns seis à frente, depois ia eu, mas nessa altura mandei ir avançando e fui ficando para trás. Até que pedi a um soldado para me substituir para retomar o meu lugar na frente. Nisto, rebenta uma emboscada, oiço os tiros, chamo o homem do morteiro para junto de mim, ouvimos o barulho de viaturas que depois se afastam. De repente começam a aparecer-me uns indivíduos ensanguentados e há um que me diz: "Capitão, dois morreram". Depois acabou por morrer mais um, que eu assisti. Eram os milícias. E se eu não tivesse ficado a colocar os A BARROSÂNA
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"EU ESTAVA DISPOSTO, SE NÃO ME DEIXASSEM SAIR, A DESERTAR"
comprimidos na água e estivesse no meu lugar, não estava aqui a contar a história. No livro eu escrevo: "bendita água suja". E tive outra cena de muita sorte, que eu chamei de sorte em segunda dose, que é um ataque ao aquartelamento, também em condições muito complicadas, que fizemos a um acampamento do PAIGC Partido Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde. Eles reagem e há um alferes que grita: "Cuidado!". Olho para o lado e a dois palmos de distância estão três ou quatro balas incrustadas numa palmeira ao nível da minha cabeça. Contaram-me uma história trágica, enganaram-se na pessoa, então. Havia duas companhias no mesmo aquartelamento, a minha e outra. Há uma noite trágica. Chovia e fazia trovoada, escuríssimo, via-se muito mal, e um grupo de combate da outra companhia, se fosse a minha não teria tido essa sorte, estava fora a fazer uma operação de segurança de rotina. Os aquartelamentos eram geralmente atacados à noite e nós púnhamos uns grupos a três, quatro, cinco quilómetros para prevenir. Mas o tempo estava de tal maneira que não havia condições para atacar fosse o que fosse e esse grupo resolveu regressar ao aquartelamento. Quem estava a fazer a segurança era pessoal dessa companhia. E há um furriel que vai à frente para alertar o sentinela. Não se sabe o que se terá passado, se o sentinela estaria a passar pelas brasas e acordou sobressaltado, o que é certo é que vê um vulto e dispara. Provavelmente se tentasse mil vezes não acertava, mas acertou à primeira na omoplata do furriel e a bala resvalou para o pulmão. Se ele tivesse sido evacuado de imediato, dizia o médico — e estavam lá dois, um de cada companhia — safava-se. Nessa mesma noite, um soldado meu é atingido na barriga por um camarada que está a limpar a G3. O buraco de saída era do tamanho de um ovo. Passados um ou dois meses estava de volta.
O seu joelho, como deu cabo dele? Num jogo de futebol. Fiz uma ruptura de ligamentos e fracturei o menisco. Costumo dizer que se fosse futebolista teria sido bem tratado, mas como era oficial do Exército tive de andar a participar dos médicos para ser tratado. A certa altura diziam que eu andava no golpe para faltar à instrução. Era preciso ser masoquista, para querer ser operado e tudo. Felizmente o ligamento tinha religado antes da operação, entretanto fiz uma artrose, que na altura era considerada incurável. Isso alterou até a minha maneira de estar, comecei a ver que havia coisas que não podia fazer. Até na maneira de ser acho que teve influência. Hoje sou deficiente das Forças Armadas, tenho 39% de incapacidade, a artrose é complicada, ainda não me decidi a pôr uma prótese.
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A ENTREVISTA… CORONEL VASCO LOURENÇO (Continuação) Passou-lhe pela cabeça desertar. Muita gente teve esse pensamento, por um ou outro motivo, mas quero falar-lhe num caso particular: Manuel Alegre, condecorado recentemente pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Foi muito contestada, esta condecoração. Há uma especulação muito errada à volta de Manuel Alegre. O Manuel Alegre fez a guerra, foi evacuado, era um homem contra, tinha actividade política e quando estava aqui soube que ia ser preso por causa da actividade política que tinha e resolveu desertar. Ele era contra a guerra e mesmo enquanto lá esteve manteve actividade política contra o regime. Não sei, nem nunca lhe perguntei, se teria fugido na mesma se não tivesse recebido a informação de que vinham prendê-lo ou se, porventura, teria regressado à guerra. Ele assumiu a deserção e foi lá para fora para uma actividade em que claramente fazia propaganda contra a guerra. Mas acusam-no de coisas impensáveis, como de dar informações aos terroristas sobre as nossas operações aos microfones do inimigo. Ele assumiu posições políticas contra a guerra, isso sim. Lembro-me de ter dito várias vezes aos meus homens: "Vocês têm duas opções de vida: uma é viver em Portugal, outra é viver fora de Portugal. Se quiserem viver em Portugal têm de ir à guerra e regressar sãos e salvos. Se não for fundamental para vocês viver em Portugal, então, desertem. Mas desertem e não se deixem apanhar, porque um desertor apanha entre dois e oito anos de prisão". Aconteceu com algum soldado seu? Tive uma situação caricata, um indivíduo considerado desertor, um pobre diabo. Quando vim da Guiné estive seis meses a comandar uma companhia em Campolide e como havia muito pessoal os soldados estavam mais tempo de licença do que no quartel. Houve um que esteve um mês de licença e depois não se apresentou. A certa altura tivemos de dar o homem como ausente sem licença e começou a aproximar-se o tempo da deserção. Pedi ao sargento para saber o que se passava. Acontece que o homem aproveitava a licença para ganhar sustento para a família e continuou a trabalhar, nem pensou. Pedi para que regressasse rapidamente, mas o tipo apresentou-se um dia depois do prazo. Fui ao comandante, expliquei a situação e pedi para alterarmos a data de entrada. O comandante não deixou. O rapaz foi em prisão preventiva e acabei por ser chamado a tribunal, já nem estava em Campolide. Saiu em liberdade, mas cumpriu aqueles seis ou sete meses de prisão preventiva. Como é que se situava e situa hoje politicamente? Como militar, quadro permanente, não podia ter partido político. Uma das características do movimento foi a nossa natureza radicalmente independente em relação a partidos políticos, eu e o Melo Antunes dizíamos sempre isso. Agora o meu espaço ideológico está formalmente ocupado pelo Partido Socialista. Se na prática eles cumprem com o que diz a teoria, isso é outra coisa. Já votou sem ser PS? Não sei se alguma vez... Tenho impressão que já houve uma vez que me abstive. Ou seja, votei em branco, muitas vezes desiludido com o candidato. Com quem se desiludiu? As desilusões fazem-se em relação às pessoas em que se acredita. Os inimigos, costumo dizer, quanto pior se comportarem, melhor, nunca desiludem. Mas o arrependimento não faz parte do meu dicionário, mesmo que as decisões que tomo, mais tarde ou mais cedo, venham a revelar-se erradas. Ou seja, na altura em que as tomei, em consciência, eram as que considerava correctas, de forma honesta. Isso não dá direito a arrependimento, só a desilusão. Tive algumas, principalmente no campo militar. Apostas que não funcionaram. A BARROSÂNA
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Quando falou no 25 de Abril mencionou quatro aspectos fundamentais: liberdade, paz, democracia e justiça social. Vou pedir-lhe que caracterize cada um destes elementos hoje. Nenhum destes objectivos é absoluto. Mas, dentro do possível, penso que somos livres. Portugal é hoje um país livre. Se podíamos ser uma sociedade mais livre? Com certeza, não estou satisfeito com a liberdade que existe. Mas o que é facto é que ela existe. A justiça social esteve quase a desaparecer. O que se conseguiu com o 25 de Abril nos primeiros tempos regrediu de uma maneira impressionante e estivemos à beira de bater no fundo e criar buraco. Hoje, Portugal recuperou desse ponto, a que chegou, nomeadamente com a troika e com o governo de Passos Coelho, em que tudo o que cheirava a Abril era para destruir. Mas estamos muito aquém de onde poderíamos estar e daquilo que almejámos e sonhámos em determinada altura e até daquilo a que se chegou em determinada altura. Mas estamos claramente melhor do que estávamos antes do 25 de Abril.
"ESPERO QUE O PARTIDO SOCIALISTA VENHA A SER A FORÇA MAIS VOTADA, MAS NÃO ATINJA A MAIORIA ABSOLUTA" Paz, agora num contexto geopolítico bem diverso? Não estamos em guerra. Embora haja por aí quem ache que devíamos estar. Os falcões querem guerra e querem acelerar o regresso à guerra fria. Mas estamos em paz. Menos do que devíamos estar, temos alguma actividade no campo bélico, mas estamos em paz. Democracia? A democracia também nunca é absoluta. Funcionou, foi a última coisa que acabou por funcionar e evitar a débâcle total. Encontrou-se uma solução alternativa, que pode não ser ideal, mas estamos unidos à volta do essencial. As forças políticas que interessam conseguiram isso. Espero que continue assim, pessoalmente faço votos para três coisas: primeiro é que a força maioritária, por ser maioritária não se convença que tem de impor cheques em branco aos minoritários; depois que os minoritários não se convençam que por serem necessários têm de se transformar em maioritários e, por último, espero que o Partido Socialista venha a ser a força mais votada além, mas não atinja a maioria absoluta. Não gosta de maiorias absolutas? Acho que já demonstraram ser altamente negativas. Porque a democracia impõe que a força maioritária, mesmo que seja absoluta, oiça e tenha em consideração todas as opiniões, mesma da oposição. E não é entrar por um ouvido e sair pelo outro, é ouvir e ter em consideração. Antes a esquerda era perseguida, os comunistas eram clandestinos. Hoje há pessoas que têm vergonha de dizer que são católicas ou mesmo de direita. O que quero perguntar-lhe é se os papéis de inverteram ou se, de certa forma, não continuamos a viver um clima de intimidação? É muito complicado, Mas isso existe em todos os senti-
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E é aprovada por 92% dos eleitos, ou seja, é uma decisão ampla. De que faz parte um pacto assinado entre o Conselho da Revolução e os partidos políticos com assento na Assembleia da República. O que é facto é que o primeiro pacto foi leonino, mas depois do 25 de Novembro é o Conselho da Revolução que tem a iniciativa de o rever, e no segundo pacto pedimos aos partidos sugestões de alteração e tentamos conjugá-las. Dou-lhe um exemplo que se passou comigo e com a delegação do CDS, presidida pelo Freitas do Amaral. O Freitas do Amaral dizia: "O meu partido não pode aceitar essa alteração que diz que vamos a caminho de uma sociedade socialista, somos um partido democrata-cristão". E eu disse: "Nós pretendemos um pacto que seja assinado por todos. Se não pusermos lá isso, os outros todos não assinam, a começar no PPD". [Não era só o PC, era o PS, o PPD, a UDP, o MDP. Todos.] Temos de encontrar uma solução". E fomos pensar. Até que eu digo: "E se nós adjectivarmos o termo socialista? A caminho do socialismo à portuguesa." E eles foram pensar. Isto foi no Ministério dos Negócios Estrangeiros, numas salas que havia lá, e passados uns dez minutos voltámos a reunir, eles aceitaram e isto ficou no segundo pacto. Mas era impensável aparecer uma força política a dizer que ganhou as eleições e por isso queria acabar com a delimitação da lei de sectores privados como previa o seu programa se isso não estava na Constituição. E a grande polémica com o Sá Carneiro foi essa. Sabia-se que o Conselho da Revolução era para acabar, estava definido que existira durante o período de transição e que o período de transição terminaria com a revisão constitucional, desejável para 1980. Agora, se os partidos na Assembleia da República não se entenderam quanto a ela... E quando se entenderam foi feita de uma forma miserável, na minha opinião, porque deram a entender que nos atiraram borda fora contra a nossa vontade — aliás, eu disse ao Mário Soares, essa não vos perdoarei nunca. Andámo-nos [militares] a prender uns aos outros para impor a passagem do poder para a sociedade civil e depois os políticos vêm dizer que nós só saímos empurrados?! E não digo mais nada para não usar vernáculo.
dos e há novamente o medo, há o medo. Mas oiça, ao longo destes anos nós várias vezes, aqui na Associação 25 de Abril, tratámos o tema do medo. Porque há forças que tentam intimidar. E há pessoas que se deixam intimidar. Eu sou dos que não se deixa intimidar. Mas não é estranho um tempo em que não se deixar intimidar é um acto de coragem? Sim, mas a vida é assim, infelizmente. Vai ser difícil alterar isso. No que me diz respeito luto para mudar isso. Mas que é complicado é. Esteve no Conselho da Revolução do princípio ao fim. Qual foi o seu papel? Desempenhei duas funções, uma delas sempre. Fui o moderador do Conselho da Revolução, as reuniões eram dirigidas por mim. Depois fui o porta-voz, até ir comandar a Região Militar de Lisboa, então achou-se que o comandante não devia acumular com a função de porta-voz do Conselho da Revolução e fui substituído pelo Vítor Alves e pelo Sousa e Castro. E mais tarde regressei. Dentro do Conselho da Revolução fui o único que pertenceu à comissão política e à comissão militar. Eu coordenava a comissão política e coordenei a reunião que deu origem ao pacto da acção política, mas nunca deixei de estar interessado na questão militar. Deu-se particularmente bem ou particularmente mal com algum governo ou governante? Tive muito boas relações com Vasco Gonçalves, depois fomos adversários, tenho noção de que, tal como tinha sido a besta negra de Spínola, depois fui a besta negra do Vasco Gonçalves. Porque foi a besta negra de O Conselho da Revolução Spínola? impediu que a democracia se O Spínola tinha muito mais estabelecesse rapidamente? aspectos negativos que Posso dizer-lhe que sem positivos. E fui eu talvez a Conselho da Revolução não pessoa que mais lutou para teríamos hoje a democracia que que ele não assumisse o temos. O Sá Carneiro é aquele poder a seguir ao 25 de Abril. tipo que só era democrata se E quando cheguei a Lisboa, no tivesse a maioria do lado dele. dia 29 de Abril de madrugada, Tem o nome em mais praças, as coisas mudaram um ruas e avenidas do país, até num bocadinho e muita gente diz aeroporto, mas a sua grande que talvez tivesse sido virtude, entre aspas, foi ter diferente se eu cá estivesse no morrido num desastre de 25 de Abril, talvez o Spínola aviação quando era primeironão tivesse assumido a rendição do Marcello. Se eu cá estivesse, ministro. Ficou na história. Se não tivesse morrido, o candidato dele, teria sido o Salgueiro Maia a assumir esse papel, o Marcello que era o Soares Carneiro, perdia na mesma e ele ia por aí a baixo. exigiu que fosse um general, mas ele não estava em condições Como olha hoje para a instituição militar? de fazer exigências. Eu sabia que o Spínola tinha um projecto de Muito maltratados. Aliás, quem me disse isso em 1981 ou 1982, poder pessoal. Era também um ditador em potência, gostaria quando estávamos a criar a Associação 25 de Abril, a fazer os de ter instituído a chamada democracia musculada. Resolvemos estatutos, e com quem tive longas conversas, foi o Almeida Santos. os problemas do fascismo, mudam as moscas, mas o resto Dizia: "Vasco Lourenço, é cíclico que só se dê importância às Forças continua na mesma. Depois fui também [uma besta negra] em Armadas quando há guerra. A seguir à guerra, as Forças Armadas relação ao Vasco Gonçalves. Com o Pinheiro de Azevedo tive vêm por aí abaixo no conceito da população. E vocês derrubaram a boas relações. Manifestei-me contra a nomeação dele para ditadura e implementaram a democracia, apanham pancadaria a primeiro-ministro, mas depois aceitei os argumentos... E tive dobrar". boas relações com vários primeiros-ministros, com Mário Mas não é só culpa dos outros. De repente houve a história dos Soares... Tive muito más relações com Sá Carneiro, que entrou comandos, depois das cantinas da Força Aérea, depois Tancos... A responsabilidade é mutua. o poder tem olhado para as Forças numa luta contra o Eanes e contra o Conselho da Revolução. Em mais nenhuma democracia existia um Conselho da Armadas como uma coisa secundária, usando-as e não as valorizando. Isso cria desprestígio. Não posso querer ter um instrumento que Revolução... Em mais nenhum sitio do mundo existiu um golpe militar com utilizo no campo diplomático — e hoje as Forças Armadas são o os militares a imporem a passagem do poder para a sociedade grande instrumento de Portugal na sua política externa — e depois civil. A Constituição da República é aprovada depois de umas não lhe dar meios para executar bem as missões e, inclusivamente, criar casos, situações. Continuo a afirmar que Tancos foi uma farsa. eleições em que votaram 92% dos eleitores inscritos. A BARROSÂNA
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A PRESIDÊNCIA DO SPORTING PRECISAVA DE UM 25 DE ABRIL ALI DENTRO " (Continuação) Que farsa? Pode ter havido desaparecimento de material, mas nunca houve assalto nenhum. É criada uma farsa, com a conivência de militares mas eu denunciei isso de imediato. Agora, se temos como responsáveis pela Defesa Nacional pessoas incapazes... O ministro da Defesa Nacional é incapaz? Eu não lhe quero chamar incapaz, mas que é muito incompetente, é. O Partido Socialista tem o hábito de ir à procura com uma candeia da pessoa que sabe menos de Defesa Nacional, vi isso quando foram os Estados Gerais do PS, em que colaborei. Depois escolhe-a para ministro da Defesa Nacional. Mas quando é o PSD, nomeia um ministro como Aguiar Branco, que é que todos, só lá vai para fazer negócios. E quando foi Paulo Portas, foram os submarinos e o que se viu. E as Forças Armadas têm sido campo para este de acção. Depois querem ter Forças Armadas capazes? Muito bem se têm portado as Forças Armadas. O militar é um bicho com defeitos, mas tem muitas qualidades. Num país como Portugal a passagem pela fileira do serviço militar devia ser obrigatória, devia fazer parte do ciclo de formação de um cidadão. Agora, um dia? Só serve para folclore e gastar dinheiro. Oito a doze meses seria o ideal. É membro do Grande Oriente Lusitano. Porquê maçon, desde quando maçon? Fui para maçon há uns 20 anos porque acho que os valores que a maçonaria defende são sensivelmente os valores que eu defendo: liberdade, igualdade, fraternidade. É evidente que a maçonaria, que é feita de seres humanos, tem defeitos. Mas penso que apesar de tudo a maçonaria tem estado, ao longo do tempo, do lado certo da história. E é responsável por grandes avanços culturais, principalmente em matéria de direitos do homem. Quem é que o convidou? Vim a ser convidado insistentemente para entrar para a maçonaria desde 1976. Foram maçons que me convidaram e insistiram comigo. Convenceramme. Desiludi-me alguma coisa, mas com a resultante estou satisfeito. Mário Soares também insistiu para que fosse candidato à presidência da República contra Ramalho Eanes e não aceitou... Aqui também resisti durante muitos anos. Se ele tivesse insistido mais teria acabado por aceitar? Insistiram e nunca aceitei. Fui muito tempo um putativo candidato. À presidência da República e à presidência do Sporting Clube de Portugal. Como se resolve a presidência do Sporting, com uma revolução? Precisava de um 25 de Abril ali dentro, também. Mas o que é que hoje não precisava de um 25 de Abril entendido enquanto um acto de regeneração, de libertação, de limpeza ética e moral? Infelizmente, praticamente tudo. A BARROSÂNA
A terra a quem a trabalha? Nunca me revi nessa política. Isso foi muita demagogia. A posse da terra é um direito das pessoas, não sou pelo poder popular, isso da terra a quem a trabalha, das fábricas a quem as labora. Sou é contra o abandono das terras. Se não as querem cultivar, devem ser expropriados.
"NÃO CONSIGO PERCEBER COMO É QUE DEPOIS DISTO NÓS DAMOS DINHEIRO PARA SALVAR BANCOS, ENQUANTO O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE, A EDUCAÇÃO, A SEGURANÇA SOCIAL VÃO SENDO PREJUDICADOS" O que é para si é hoje incompreensível? Não percebo como é que o governador do Banco de Portugal ainda lá está depois desta débâcletoda. Não percebo como é que a justiça não actua e as corrupções terríveis que tem havido no país não dão direito a prisões concretas. E só Sócrates é corrupto? Não consigo perceber como é que depois disto damos dinheiro para salvar bancos, enquanto o Serviço Nacional de Saúde, a Educação, a Segurança Social vão sendo prejudicados. Isto num estado de direito tem muito que se lhe diga. A Associação 25 de Abril ainda faz sentido nos dias que correm? A Associação, da qual fui impulsionador, presidente da comissão instaladora, presidente da direção do início até agora, tem dois objetivos principais: primeiro, promover, consolidar e defender os valores de Abril. Fizemos a criança, não podemos atirá-la para os braços dos outros, temos o dever de continuar a lutar pelos mesmos valores. Em segundo lugar, trabalhar para o amadurecimento da democracia, a sua consolidação. É preciso separar as forças militares ou de segurança da sociedade. Ninguém vai dizer a outro para bater ou prender o pai ou o irmão ou o primo. E nós podemos fazer a ligação entre o civil e o militar. A Associação justifica-se numa posição não partidária, isenta, aberta. In: Isabel Tavares –sapo.pt
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POLITICAMENTE FALANDO…
AS RESPONSABILIDADES DO PSD
EMIGRANTES: Domingos Chaves
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REGRESSAR SERÁ SEMPRE UM DESEJO E NUNCA UM NEGÓCIO
Poucos terão sido, os que partiram por prazer. E menos ainda serão os que possam regressar atrás de um qualquer beneficio fiscal. E chegados aqui, impõe-se desde logo uma pergunta: para onde partem os nossos jovens?!... Obviamente para onde existam oportunidades, sem seguramente pensarem onde irão pagar menos impostos. A questão está pois nas oportunidades e não nos tributos que se anulam por determinado período limitado. Portugal é ainda hoje desigual!... E foi profundamente desigual com Salazar e muito recentemente com Coelho. Tratava-se de um país, onde o Sol não nascia da mesma forma para todos. Uma realidade que não é portanto recente nem exclusiva aliás dos portugueses.Mas há que “olhar em frente” e olhando em frente, a verdade é que qualquer transformação da situação existente, passará pela atracção de uma força de trabalho qualificada e pela subida muito expressiva da curva da natalidade. Sem isso não há futuro. De que serve reduzir, seja em que percentagem fôr a taxa de um imposto sobre o rendimento, se o salário fôr baixo ou se o posto de trabalho nem sequer existir?!...Ora se fôr assim, é óbvio que esta força de trabalho muito diversa, constituída por gente jovem e menos jovem, qualificada, especializada ou mesmo indiferenciada, vai procurar a sua sorte além-fronteiras em busca de oportunidades, de desenvolvimento pessoal e familiar que por cá não vislumbra. Julgo que todos partem com o desejo, mais ou menos secreto de um dia voltar, necessariamente na esperança de “dias melhores”. E é isso que o nosso Governo deveria poder garantir: que um português pode e deve, sem criatividades tributárias, ter condições para nascer, viver e morrer no seu país. Regressar será por isso sempre um desejo e nunca um negócio. Todos sabemos que a criação destas oportunidades passam pelo crescimento da economia e pela pujança das empresas reservando ao Estado um papel regulador sem prejuízo da necessidade de continuar a assegurar as principais funções de soberania e de proteção social. Reduzir o IRS durante um par de anos a alguém que queira regressar ao seu país não resolve coisa nenhuma nem cria mais um único posto de trabalho. Já reduzir a carga fiscal de quem crie emprego qualificado e condignamente remunerado será motivo que levará as empresas a atrair jovens que assim podem assumir projectos de vida. Uma coisa, compensa a outra em termos de receita fiscal e tributos para a Segurança Social. Não seria mais saudável permitir que a justa distribuição do resultado do esforço de todos, fosse a razão principal para fazer regressar os que tiveram de partir?!... Fazer acreditar que o seu país está mesmo a mudar e que será o empenho de cada um que o irá tornar melhor e diferente?!... É que apesar de tanta injustiça, de tanto desperdício e ainda de tanta desigualdade, Portugal está hoje melhor, e deverá ser sempre a nossa primeira opção. É preciso fazer acreditar…
Aproximam-se desafios eleitorais da maior relevância para o futuro do nosso País e o PSD tem de assumir as suas responsabilidades perante os Portugueses. Sobre o PSD recai a obrigação primeira de se alternativa credível à actual Arménio Santos constituir Ex. Deputado governação. É isso que os Portugueses esperam. Porque, independentemente do tempo de antena que possa ser proporcionado a outros, só o PSD tem capacidade para ser essa alternativa. Como espaço de liberdade e de tolerância, o PSD repousa a sua alma nos seus militantes, simpatizantes e dirigentes. Cabe aos dirigentes a responsabilidade primeira de escrutinar a acção governativa, combater com determinação os seus erros e omissões e apresentar soluções para os problemas do País. Mas os militantes também têm o dever de ajudar quem foi eleito democraticamente para dirigir o partido. Com níveis de responsabilidade diferentes, com opiniões diferentes, todos somos necessários e indispensáveis para afimar a voz do PSD. Todo o ruído que se faça à volta de engenharias pessoais, com o argumento de que se conquista mais espaço eleitoral e se combate com mais eficácia a actual governação, são fantasias que o Senhor António Costa agradece.
PORTUGAL VALE A PENA Parto da ideia de que Portugal é um país rico e aberto ao risco, às ideias e experiências, um país onde os diferentes se cruzam e se faz o novo. Assim aconteceu, na nossa história, com a Escola de Sagres e os Carlos Fragateiro Descobrimentos, com a reconstrução de Lisboa depois do terramoto, em 1755, com Pessoa que tem dentro dele todos os mundos do mundo, com a forma como uma língua, a portuguesa, foi ganhando mundo e integrando dentro dela os diferentes olhares e culturas do mundo. Assim acontece, hoje, com as canoas Nelo e os cafés Delta que, sem grande estardalhaço, mas com uma perspetiva inovadora, ganham mundo e tornam-se do mundo, assim acontece com a seleção nacional de futebol, com José Mourinho ou Cristiano Ronaldo, com o método de formação de treinadores da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, com Sisa Vieira ou Saramago. Assim acontecerá, no futuro, com o alargamento da Plataforma Continental, o que nos vai obrigar a voltar ao mar e a olhar e a estar no mundo duma forma inovadora e com futuro. Portugal tem sentido e vale a pena, mas para contribuirmos para isso não basta acreditarmos e estarmos disponíveis, temos de ser atores principais desse processo de afirmação e fazer tudo para que, na nossa área de intervenção e no nosso lugar, esse país seja uma realidade. E para não nos perdermos, o melhor é sermos acompanhados das pessoas, projetos e práticas inspiradoras em que o nosso país foi e é extremamente rico e que constituirão o nosso quadro de referências, o nosso GPS. Sempre numa perspetiva de abertura aos outros e ao mundo, com a consciência de que hoje só é possível perceber o real se trabalharmos numa dimensão dupla: multidisciplinar e multilocal. E se os instrumentos multidisciplinares estão ao alcance de praticamente todo o mundo, Portugal tem dois dos instrumentos privilegiados para uma leitura multilocal da realidade: a Língua e o Mar. E desta língua vê-se o mar…
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VIAGEM PELAS ALDEIAS
Codeçoso da Chã CODEÇOSO é uma das aldeias mais próximas da vila de Montalegre, sede do concelho. A origem do topónimo deriva de “codesso”, um arbusto que pertence à família das leguminosas e que é típico da região nortenha. Inicialmente a palavra escrevia-se com dois “ss”, porém a evolução semântica generalizou o topónimo em “ç”. Por aqui andaram os mais antigos povos que deixaram vestígios ainda hoje bem visíveis nos dólmenes, antas, castros, pedaços de via romana, marcos miliários e moedas. Isto confirma que as “Terras de Barroso” foram pertença dos Alanos, dos Vândalos, dos Celtas, dos Romanos, dos Suevos, dos Godos, dos Visigodos, enfim, dos Iberos, nome que melhor traduz todos quantos povoaram a Península Ibérica. IMPORTÂNCIA CASTREJA E RELIGIOSA - Durante muitos anos Codeçoso pertenceu à freguesia de S. Vicente da Chã. É por isso que habitualmente aparece com esse designativo. Como a Chã, desde o tempo de Dinis, pertencia à Comenda do Convento de Santa Clara de Vila Conde, Codeçoso pagava igualmente os tributos religiosos a esse Convento, ao contrário da maior parte das restantes freguesias e aldeias de Barroso que pertenciam à Ordem Militar dos Templários. A Igreja paroquial ainda é hoje considerada monumento nacional. Se referimos aqui, com este relevo, a freguesia de S. Vicente é pelo facto de nessa altura Codeçoso lhe pertencer, religiosamente. Mas Codeçoso valeu e vale, sobretudo, pelos vestígios românicos. Erradamente vários autores atribuem a Medeiros e a Meixedo castros, dólmenes e antas que lhe pertencem. O Castro que dista para poente cerca de 500 metros da E. N. MontalegreChaves, inscreve-se no termo de Codeçoso. Chama-se “o Cabeço dos Mouros” e está por escavar. É sempre citado como sendo de Medeiros o que constitui um erro. Aí apareceu uma “ara” na veiga de Carigo que actualmente se encontra no Museu Etnográfico com o n.º 5.206, escreve João Gonçalves da Costa, páginas 30-31.
Nas mesmas páginas se diz que existe um dólmen no Monte do Facho que há anos ainda tinha três esteios aos quais o povo chamava “O Casulo do Facho”, mas situa esse espólio no termo de Meixedo. Se for entendido como freguesia compreende-se, se for entendido como lugar, então deve dizer-se, no termo de Codeçoso. No termo de Codeçoso, houve dois antigos povoados: um nos “Pardieiros” e outro em “Portela da Urzeira”. Por ambos passava a via romana. E foi pena que no fim do século XX, já nos nossos dias, com o intuito de arranjar os caminhos para os tractores fosse entupido esse troço de via romana. Afinal, prova-se que o progresso nem sempre é aliado da arqueologia.
Também no lugar das Motas, onde a estrada que serve Codeçoso se cruza com a nacional, ainda é visível uma anta, também conhecida por “Cova da Moura”. Esse relevo orográfico foi vandalizado aquando do arranjo da estrada. Foi pena porque nunca fora estudado. Em Vale Ferreiro, já dentro do terreno que foi subtraído à aldeia para delimitar o Posto Experimental, existem uns penedos rasteiros, quase invisíveis com a vegetação, que há 60 ou 70 anos, tinham várias letras e outros símbolos. Valia a pena estudá-los, tendo em conta que são vestígios rupestres, possivelmente de grande importância histórica.
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VIAGEM PELAS ALDEIAS
Codeçoso da Chã CAPELA DE S. NICOLAU - Embora não seja sede de Freguesia, Codeçoso tem uma das mais sugestivas capelas com Sacrário, onde com alguma frequência se celebram actos religiosos, para além de aí se fazerem todos os funerais. É dedicada a S. Nicolau, padroeiro da aldeia. Quase todos os anos, quando a emigração não a tinha desertificado, se celebrava a ali a festa anual. No começo deste século, a colónia de Codecenses radicados na cidade de Bridgeport, nos Estados Unidos da América, tem-se substituído aos resistentes que pela aldeia ficaram, promovendo a festa religiosa e profana, o que constitui um acontecimento comunitário que tem merecido nalguma imprensa luso-americana, justos aplausos. Diga-se que a talha dessa linda e fascinante capelinha é das mais ricas da região. Não se conhece a data da sua construção, mas sabe-se que já por alturas de 1700 foi alvo de beneficiações que foram retomadas nos nossos dias. FORNO DO POVO - Codeçoso tem um forno comunitário que tão útil foi pelos tempos fora, a quantos ali nasceram e cresceram ou que mendigavam de terra em terra. Para estes sempre foi a hospedaria que nunca se fechou, fosse aos “da volta”, fosse a quem fosse. Esse imóvel, a exemplo dos fornos de outras aldeias, deixou de funcionar, porque passaram a existir os fornos particulares e o pão comercializa-se hoje já prontinho a comer. O BOI DO POVO - Também o boi do povo, que era património de toda a aldeia, deixou de existir, praticamente, pelas mesmas razões. As lamas do boi que como ele eram comunitárias, deixaram de ter sentido. E também a corte do boi, por desnecessária, foi em plebiscito comunitário transaccionada a favor do arranjo urbanístico. A Junta de Freguesia consultou o povo que por esmagadora maioria trocou essa corte por um sobrado junto ao largo da capela, com vista a ser este demolido, para ampliar o largo. A ESCOLA FOI DOADA À COMUNIDADE - A mesma decisão implicava a escola primária que fora construída pela população em 1950/1951 e aberta em 1952. Meio século depois deixou de A BARROSÂNA
ter alunos. A Junta solicitou a cedência, alegando que ela fora feita pela gente do Povo, facto a que a Câmara foi sensível. CRUZEIRO REMODELADO - A Junta de Freguesia mandou rodear o sopé do histórico cruzeiro do mais bonito largo comunitário com um interessante muro de granito, como convinha que fosse. Também colocou do lado oposto um mostruário com vitrinas para colocar os avisos e editais. Do Ferruco deslocou, melhorando, as alminhas que foram aproximadas da aldeia e em frente ao Cemitério. Ali bem perto foi construído um abrigo para segurança dos alunos que em autocarro, se deslocam para as Escolas Preparatórias e Secundárias da sede de concelho. Entretanto foi alcatroado o ramal que liga o lugar do Cemitério a Lavrateixeira, encurtando o espaço e retirando o movimento desnecessário pelo centro da aldeia, cujas ruas são estreitas. Medidas que se louvam, porque agradam e servem a todos. POPULAÇÃO - Codeçoso foi sempre, desde que há dados estatísticos, uma aldeia média em termos de densidade populacional. Talvez pelo facto de ser a segunda aldeia mais próxima da vila tenha contribuído para isso. Como sucedeu com outras gentes de terras vizinhas, a agricultura e agro-pecuária foram pelos tempos fora, a única forma de subsistência. Como não havia artistas daqui naturais, muitos dos que vinham de fora, nomeadamente do Minho - trolhas e carpinteiros - por aqui casavam e ficavam. Mas pelos anos cinquenta/sessenta do último século, as coisas mudaram. A emigração levou os mais corajosos para a América, para o Brasil e para os países da Europa Central. Aí por volta de 1950 Codeçoso teria cerca de meio milhar de habitantes. Havia lares com dez e onze filhos. Fonte:Monografia da aldeia – de Barroso da Fonte
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A ORGANIZAÇÃO SOCIAL EM BARROSO NOS SEC, XIX E XX
“ESTÓRIAS DE ANTANHO” A organização social, o clima e a morfologia do solo, condicionaram claramente e desde sempre, as actividades rurais das populações de Barroso, que viveram durante anos entregue às suas tradições mais antigas, algumas das quais perduraram até aos dias de hoje. A base dessa organização até meados do século XIX, assentou na «assembleia» dos representantes das várias famílias em cada povoação, que reúniam com uma certa periodicidade, junto às igrejas, quando tal se tornava necessário. Essa assembleia chamava-se Junta, Acordo, ou Conselho e foi herdeira do antigo “conventus publicus vicinorum”, que significa assembleia pública dos vizinhos, do reino visigótico. Era nessa «assembleia» que se analisavam até à exaustão, os problemas que a todos diziam respeito, e se decidia por vontade expressa da maioria, as soluções a adoptar. A Junta, era a mais perfeita expressão da Democracia Popular, e foi dirigida até aos primeiros anos do século XX por um «Juiz», um «Zelador», um «Juiz de Vintena», um «Procurador», um «Mordomo» ou um «Chamador», e a partir daí, até meados dos anos setenta da mesma era, pelo Regedor ou Presidente, o primeiro escolhido pelo povo das aldeias e o segundo pelas corporações concelhias, afectas ao regimo tatalitário da II República. Os Regedores nomeados, eram normalmente as pessoas mais respeitadas das aldeias e totalmente independentes das autoridades administrativas oficiais, e quando da escolha, tinham a obrigatoriedade de permanecer no cargo, por um periodo minimo de 6 meses. Não eram remunerados, nem tinham qualquer tipo de privilégios pelo seu desempenho. A estes homens, competia fundamentalmente convocar as «assembleias», o que era feito normalmente através do toque do sino das igrejas ou das capelas onde elas existissem, e verificar as presenças e as ausências dos cabeças-de-casal. .
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A ORGANIZAÇÃO SOCIAL EM BARROSO| SECULOS XIX E XX (Continuação)
“ESTÓRIAS DE ANTANHO”
Aqueles que sem justificação não estivessem presentes, eram como que «excomungados» pelas populações, já que a todos era exigida a presença, fosse para o bom ou para o mau. Após a verificação das presenças, apresentavam-se então os assuntos a tratar. Todos em conjunto, ou individualmente. Eram calorosamente discutidos, mas mandavam as regras, que teriam sempre de ser encontradas soluções e de acordo com a vontade da maioria presente. Em caso de empate, cabia ao «Juiz» tomar a decisão. Eram muitos e variados os assuntos que se apresentavam às «assembleias» e estas tinham obrigatoriamente de encontrar soluções, para cada caso concreto, designadamente, no que dizia respeito à reparação e
abertura de caminhos, organização da vida pastoril, distribuição das águas de rega, locais de roça, limpeza das» igrejas e dos tanques, trabalhos para comunidade e tantos outros necessários à melhoria das condições nas aldeias. Esta tipo de organização durou séculos e passou de geração em geração através dos usos e costumes da terra. A partir dos finais da década de setenta do século passado, este tipo de organização social viria a ser substituída por uma espécie de «Conselho Dominical», cujos moldes de funcionamento eram muito semelhantes, senão vejamos: No final das missas de domingo, era recomendado a todos os aldeões presentes nas mesmas, de que deverim aguardar, normalmente no largo fronteiriço às igrejas, onde teria lugar uma «reunião para decidir sobre determinado assunto. Estas reuniões, eram «presididas» pelo Presidente ou Secretário da Junta, a quem competia colocar as questões em discussão e avaliar as respectivas votações. À semelhança do que acontecia no passado, nada ficava escrito e o registo das decisões tomadas, ficava no subconsciente de cada um, que as acatava. Actualmente, este método caíu quase em desuso. O Conselho Dominical, poucas vezes vai a votos e foi substituído pela moderna Assembleia de Freguesia. A coberto de tal modernidade e amiudadas vezes, os senhores Presidentes cedem à tentação fácil de decidir sem ouvir o povo e de o informar, preferindo afixar papéis em determinados locais, que poucos se dão ao trabalho de ler.
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BARROSÕES ILUSTRES Por: Domingos Chaves
DR. ARTUR MONTEIRO DO COUTO Artur Monteiro do Couto, nasceu no dia 13 de Maio de 1934 na aldeia de Sapiãos, concelho de Boticas, onde permaneceu até fazer a instrução primária. Em 1947 continuou os seus estudos no Seminário de Vila Real, onde veio a concluir o Curso de Teologia em 22 de Junho de 1959, sendo ordenado presbítero. Iniciou a sua actividade profissional em Boticas, tendo sido, em 1960, co-fundador do Colégio de Nossa Senhora da Livração, onde leccionou as disciplinas de Português e Francês durante alguns anos, passando anos depois, a fazê-lo na Escola Profissional das Minas da Borralha. Em Setembro de 1964 foi convidado pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira para trabalhar na Paróquia de S. Jorge de Arroios, em Lisboa, e a partir dessa altura, sempre exerceu diversas funções e residiu na Capital. Era Licenciado em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa, fez o Curso de Ciências Pedagógicas na Faculdade de Letras de Lisboa e o segundo ano do Curso de Direito na Universidade Clássica de Lisboa. Frequentou Cursos Superiores de Língua Francesa na Alliance Française de Lisboa e Paris, e em PAU, sob a direcção das Universidades de Bordeaux e Toulouse. Foi ainda capelão da Marinha Mercante, tendo visitado São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Canárias e Madeira. Na área do Marketing, fez diversos cursos de Relações Públicas em Lisboa e na Suíça Na área do jornalismo, em 1961 começou a colaborar na «A VOZ DE CHAVES» com artigos que hoje são documentos importantes para a História da emigração na década de sessenta; em 1969, em Lisboa, contribuiu para a fundação do Notícias de Trás os Montes, tendo como Director o ilustre transmontano, Dr. José Timóteo Montalvão Machado e mais tarde o Dr. Vítor Direito e o Dr. Afonso Praça, sendo colaborador permanente. Escreve também no Jornal dos Reformados, de expansão nacional, no Amadora Sintra e no Ecos de Boticas. Na área da Educação, para além de docente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da actividade académica desenvolvida na sua terra natal, no Colégio de Nossa Senhora da Livração, o Dr. Artur Monteiro do Couto foi professor em diversas escolas da Capital , nomeadamente no Liceu Pedro Nunes, director da residência universitária Honório Barreto, da Procuradoria dos Estudantes Ultramarinos, chefiou uma Delegação de Estudantes a Moçambique, em 1968; exerceu funções docentes em diversos estabelecimentos de A BARROSÂNA
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ensino públicos e privados e pertenceu à Direcção da Associação de Solidariedade Social dos Professores, com dimensão nacional. Foi ainda assessor e Director de Relações Públicas da Universitária Editora, tendo trabalhado com grandes figuras da cultura portuguesa no campo editorial e artístico. Na CASA DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO, em Lisboa, fez parte dos Corpos Directivos, durante vários mandatos, tendo notabilizado a sua acção dinamizadora nas Romarias Transmontanas em plena Capital, em 1965 e 1966, onde esteve bem viva a cultura da região. SAPIÃOS foi a grande beneficiária dos seus predicados!... Em 1963 tinha electricidade, escola nova, depósitos de água para regar os campos, telefone e novas ruas projectadas. Sapiãos é, efectivamente, a aldeia do Concelho de Boticas que mais progrediu graças às acções por si desenvolvidas, tendo-lhe por isso prestado uma merecida homenagem , dando o seu nome à rua principal. O Dr. Artur Monteiro do Couto, coordenou ainda a publicação de diversas obras, designadamente um livro sobre as Fontes Históricas do Concelho de Boticas - HISTÓRIA DO ENSINO E DA CULTURA NO CONCELHO DE BOTICAS - onde descreve e documenta o que do tempo da cultura castreja até aos nossos dias de mais significativo em termos culturais se passou na região do vinho dos mortos; O CÉU DA MINHA ALDEIA", onde a aldeia é Sapiãos, e o céu, o que ilumina a terra inteira, uma verdadeira obra prima, saída da pena do Dr. Artur Monteiro do Couto. Em Junho de 1998 apresentou também o livro, Património histórico de uma aldeia transmontana – Sapiãos.
Conheci este amigo, conselheiro e grande vulto da cultura transmontana e barrosã, na Rua de Arroios em Lisboa, onde eramos vizinhos – ele ali residente e eu, onde desenvolvia a minha actividade profissional. Faleceu no dia 26 de Novembro de 2017, o Homem que era daqueles transmontanos barrosões que amava de verdade a terra onde nasceu e os conterrâneos por quem tinha uma ternura sem igual. Figura muito aberta ao diálogo e culta, dava gosto ouvi-lo e conviver com ele, naqueles momentos em que os encontros se proporcionavam. Tive esse privilégio. Era um amigo de verdade, um amigo à antiga portuguesa e sempre disponível para servir, sem se servir. Homem de muita fé, fé que nunca perdeu e soube com dignidade espalhar com a sua humana simpatia e franqueza de transmontano duma só cara. Ficou mais pobre a colónia transmontana de Lisboa, mas sobretudo a região de Barroso que perdeu este avançado defensor das terras e gentes do nosso "reino”. Aqui lhe presto a minha homenagem para memória futura.
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5 DE OUTUBRO DE 1910
VIVA A REPÚBLICA
A República Portuguesa foi proclamada em Lisboa a 5 de outubro de 1910. Nesse dia foi organizado um governo provisório, que tomou o controlo da administração do país, chefiado por Teófilo Braga, um dos teorizadores do movimento republicano nacional. Iniciava-se um processo que culminou na implantação de um regime republicano, que definitivamente afastou a monarquia. Este governo, pelos decretos de 14 de março, 5, 20 e 28 de abril de 1911, impôs as novas regras da eleição dos deputados da Assembleia Constituinte, reunida pela primeira vez a 19 de junho desse ano, numa sessão onde foi sancionada a revolução republicana; foi abolido o direito da monarquia; e foi decretada uma república democrática, que veio a ser dotada de uma nova Constituição, ainda em 1911. A implantação da República é resultante de um longo processo de mutação política, social e mental, onde merecem um lugar de destaque os defensores da ideologia republicana, que conduziram à formação do Partido Republicano Português (PRP), no final do século XIX. O Ultimato inglês, de 11 de janeiro de 1890, e a atitude da monarquia portuguesa perante este ato precipitaram o desenvolvimento deste partido no nosso país. De 3 de abril de 1876, quando foi eleito o Directório Republicano Democrático, até 1890, altura em que se sentia a reação contra o Ultimato e a crítica da posição da monarquia, a oposição ao regime monárquico era heterogénea e desorganizada. Contudo a "massa eleitoral" deste partido conseguiu uma representação no Parlamento em 1879, apesar de pouco significativa, numa altura em que a oposição ao regime era partilhada nomeadamente com os socialistas, também eles pouco influentes entre a população. Em 1890, o partido surgiu quase do vazio, para um ano depois do Ultimato publicar um manifesto, elaborado pelo Diretório, em que colaboraram: Azevedo e Silva; Bernardino Pinheiro; Francisco Homem Cristo; Jacinto Nunes; Manuel de Arriaga e Teófilo Braga. Este manifesto saiu a 11 de janeiro de 1891, umas semanas antes da tentativa falhada de implantar a Reppública de 31 de janeiro.. Após o desaire desta tentativa, o partido enfrentou grandes dificuldades; no entanto, a 13 de outubro de 1878, fora eleito o primeiro representante republicano, o deputado José Joaquim Rodrigues de Freitas.
Os representantes republicanos, no primeiro período da sessão legislativa de 1884, eram José Elias Garcia e Manuel de Arriaga. No segundo período foi a vez de Elias Garcia e Zéfimo Consiglieri Pedroso. Estes dois últimos estiveram também nas sessões de 1885 a 1889. Para o primeiro período da sessão legislativa de 1890 foram eleitos os deputados Rodrigues de Freitas e José Maria Latino Coelho, e para o segundo período dessa sessão Bernardino Pereira Pinheiro, Elias Garcia, Latino Coelho e Manuel de Arriaga. Na sessão de 1891, ano em que faleceram Elias Garcia (22 de abril) e Latino Coelho (29 de agosto) pontificavam os quatro deputados da sessão anterior; na de 1892 foram Bernardino Pinheiro, Manuel de Arriaga e Eduardo de Abreu; na de 1893 Eduardo Abreu, Francisco Teixeira de Queirós e José Jacinto Nunes; e passado um ano, em 1894, o mesmo Eduardo de Abreu e Francisco Gomes da Silva. Desta data e até 1900 não houve mais representação republicana. Nesta fase, em que esteve afastado do Parlamento, o partido empenhou-se na sua organização interna. Nos últimos quinze anos de vida da monarquia portuguesa o Directório do Porto e o P.R.P., apesar de algumas divergências, trabalharam em conjunto. Na cidade do Porto o periódico A Voz Pública desempenhou um papel importante em prol da propagação dos ideais republicanos, tal como os de Duarte Leite, lente da Academia Politécnica. Em Lisboa circulavam O Mundo, desde 1900, e A Luta, desde 1906. Após um período de grande repressão, o movimento republicano entrou de novo na corrida das legislativas em 1900, conseguindo quatro deputados: Afonso Costa, Alexandre Braga, António José de Almeida e João Meneses. Nas eleições de 5 de abril de 1908, a última legislativa na vigência da monarquia, foram eleitos, além dos quatro deputados das eleições transatas, Estêvão Vasconcelos, José Maria de Moura Barata e Manuel de Brito Camacho. A implantação do republicanismo entre o eleitorado crescia de forma evidente. Nas eleições de 28 de agosto de 1910 o partido teve um resultado arrasador, elegendo dez deputados por Lisboa. E a 5 de outubro desse ano era proclamada a República Portuguesa.Fonte:Porto Editora
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ONADA DESPORTO EM TERRAS DO BARROSO CORRE BEM AO MONTALEGRE
CAMPEONATO DE PORTUGAL
NESTE INICIO DE ÉPOCA
TAÇA DE PORTUGAL MONTALEGRE ELIMINADO BENEFICIOU DA REPESCAGEM
Para além do ocorrido na 1.ª eliminatória da Taça de Portugal, neste inicio de época e pese embora algumas boas exibições, a falta de sorte e talvez a argúcia dos adversários, têm contribuído para a malapata que tem acompanhado a equipa montalegrense. Nas primeiras cinco jornadas, três empates e duas derrotas, foram o saldo apresentado aos adeptos barrosões. Na taça de Portugal frente ao Pedras Salgadas, quando se esperava uma reviravolta nos resultados que vinham ocorrendo, mais uma derrota que permitindo-lhes assim disputar a segunda eliminatória em Peniche, que não se afigura tarefa fácil para a equipa do Barroso. Na última jornada – a 6.ª, disputada antes do novo round para a Taça de Portugal, foi o descalabro. Diante do Vilaverdense no Campo Dr. Diogo Vaz Pereira, equipa que tal como o Montalegre ainda não havia vencido, a equipa barrosã foi copiosamente batida O Montalegre que havia perdido em casa por 2-3, por três golos sem resposta. Muito pouco para quem na última diante da equipa das Pedras Salgadas, ditando época teve uma prestação a todos os títulos louvável. À equipa da por via de tal a sua eliminação da prova rainha capital do Barroso, resta agora esperar por melhores dias.
do futebol português, acabou por ser repescado, DIVISÃO DE HONRA DA A. F. VILA REAL apurando-se por isso para a 2.ª eliminatória da prova. Feito o sorteio, calhou-lhe em sorte o G.D. Após o empate a uma bola frente ao G.D.Cerca, na jornada Peniche, tendo a disputa ficado marcada para 30 inaugural, a equipa de Vilar de Perdizes recebeu e venceu em casa no Campo da Lage o Mondinense por uma bola a zero, com o golo a de Setembro na cidade dos pescadores.
DOS AÇORES PARA MONTALEGRE
Vítor Alves é a mais recente contratação do Montalegre, para disputa da Série A do Campeonato de Portugal. O lateral-direito, que também pode actuar no eixo da defesa, fez 38 jogos, e marcou um golo, na campanha de subida da temporada passada do Santa Clara à 1.ª Liga. Vítor Alves fez parte da formação no FC Porto e também já passou por, entre outros, Aves, Tondela, Naval e Beira-Mar.
ser apontado por Rafa Monteiro. Perante um público em número bastante razoável, a equipa de Vilar realizou uma excelente exibição e após as duas primeiras jornada, tem o quinto melhor desempenho da prova, entre os dezoito concorrentes. Régua e Vila Real, são os lideres da série. O Vilar de Perdizes defrontará fora de casa o Fontelas na próxima ronda.
Quanto ao GD Salto, averbou a segunda derrota consecutiva. Desta
feita, baqueou em Ribeira de Pena, onde perante a equipa local perdeu por quatro bolas a zero. Na próxima jornada, a equipa saltense recebe o Cumieira, onde se espera se possa recompor das duas rondas inaugurais.
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A revista A BARROSANA, tem como objectivo principal, promover e divulgar o concelho de Montalegre, o seu património, a sua língua, as características e valores da sua cultura, bem como valorizar as obras, os homens e mulheres da região e toda a área geográfica onde se insere. a) São ainda seus objectivos: 1- INFORMAR, garantindo a todos os cidadãos o direito à informação através da independência e pluralismo, de modo a defender os valores, as causas e os interesses do concelho onde se insere; 2 – FORMAR, no sentido de contribuir para a elevação do nível cultural dos seus leitores, tendo em conta a história da região, as as suas riquezas naturais, a tradição e todo um património cultural de séculos; 3 – DISTRAIR, sendo ao mesmo tempo lúdica e de recriação, tendo em conta a diversidade do público, idades, interesses, ocupações e espaços. b) São seus princípios: 1 – Assegurar a independência, o rigor e a objectividade da informação face aos poderes públicos; 2 – A revista define-se como autónoma e independente, sem finalidades lucrativas e acima dos interesses económicos; 3 – A Barrosâna compromete-se assim, a assegurar o respeito pelo rigor e pluralismo informativo, pelos princípios da ética, deontologia e boa fé; c) São seus fins:
1 – Alargar a sua implantação à divulgação de questões de natureza politica e modos de expressão de índole local e nacional; 2 – Preservar e divulgar os valores característicos das culturas da região barrosã; 3 – Difundir informações com particular interesse para o âmbito geográfico da sua incidência; 4 – E incentivar as relações de solidariedade, convívio e boa vizinhança entre os destinatários localizados na sua área de implantação e das comunidades barrosãs espalhadas pelo mundo. O Fundador
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Setembro 2018 Dizem os escritores e os poetas transmontanos, que Barroso é uma dádiva especial da Natureza e a grande obra de pedra e água feita em Portugal. Pois é!... É neste Norte que arduamente se riscam e planeiam caminhos, se cruzam vontades e se resiste, com granítica força e persistência dos rios e serras à invasiva e danosa cultura que desvirtua e engana a História.
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Da mesma pedra e da mesma água, são feitas as gentes destes lugares.
REGRESSO Regresso às fragas de onde me roubaram Ah!... Minha serra, minha dura infância!... Como os rijos carvalhos me acenaram, Mal eu surgi, casado, na distância!... Cantava cada fonte à sua porta: O poeta voltou!... Atrás ia ficando a Terra morta Dos versos que o desterro esfarelou. Depois o céu abriu-se num sorriso E eu deitei-me no colo dos penedos A contar aventuras e segredos Aos deuses do meu velho paraíso.. Miguel Torga
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