PopArt

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Teorias da Comunicação Educação Comunicação e Multimédia

Movimentos de Arte Contemporânea

POP ART

Curso: Educação e Comunicação Multimédia Disciplina: Cultura Visual Docente: Doutor José Pedro Fernandes Discentes: Dora Estevão, nº 10917

Junho, 2011

Dora Estevão

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Teorias da Comunicação Educação Comunicação e Multimédia

Índice

ÍNDICE ______________________________________________________________________________ 2 INTRODUÇÃO ______________________________________________________________________ 3 1 . POP ART ________________________________________________________________________ 4 1.1. O QUE É POP ART? _____________________________________________________________ 4 1.2. O NASCIMENTO DA POP ART ___________________________________________________ 5 1.3. O CRIADOR DA POP ART _________________________________________________________ 7 2. PRINCIPAIS ARTISTAS ___________________________________________________________ 8 2.1. CLAES OLDENBURG ____________________________________________________________ 8 2.2. ANDY WARHOL ________________________________________________________________ 9 2.3.TOM WESSELMANN ____________________________________________________________ 10 2.4. ROY LICHTENSTEIN ____________________________________________________________ 11 2.5. DAVID HOCKNEY ______________________________________________________________ 12 2.6. PETER BLAKE ________________________________________________________________ 13 2.7. ROBERT RAUSCHENBERG _______________________________________________________ 13 2.8. WAYNE THIEBAUD _____________________________________________________________ 14 2.9. JASPER JOHNS _______________________________________________________________ 15 2.10. RICHARD HAMILTON __________________________________________________________ 16 3. A OBRA DE DAVID HOCKNEY ____________________________________________________ 17 3.1. ENQUADRAMENTO DA OBRA _____________________________________________________ 18 3.1. O AUTOR E A OBRA ____________________________________________________________ 19 3.2. ANÁLISE DA OBRA EM TERMOS GERAIS ____________________________________________ 21 3.3. ANÁLISE DA OBRA EM TERMOS DE ESTÉTICA _______________________________________ 27 3.4. ANÁLISE DA OBRA EM TERMOS SIMBÓLICOS ________________________________________ 28 3.5. ANÁLISE DA OBRA EM TERMOS IDEOLÓGICOS _______________________________________ 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS __________________________________________________________ 30 BIBLIOGRAFIA ____________________________________________________________________ 31 WEBGRAFIA ______________________________________________________________________ 31

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Introdução

Este trabalho foi solicitado pelo professor da disciplina de Cultura Visual e serve como elemento de avaliação. Esta disciplina é uma das mais importantes no curso, uma vez que, é através dela que poderemos aprender o significado e determinar como este afecta as nossas visões sobre nós próprios e o universo em que estamos inseridos. Com este trabalho pretendo aprofundar os meus conhecimentos na história da arte, evolução da expressão artística, constituição e variação das formas, dos estilos, dos conceitos transmitidos através das obras de artes inerentes ao período referente à Pop Art. A Pop Art é um movimento artístico dos finais do século XIX e do século XX, tal como, outros movimentos dos anos 60, emergiu da agitação dos anos 50, desenvolvendo algumas ideias desta época mas exigindo uma nova sensibilidade artística. Este movimento surgiu no pós-guerra e é identificado devido aos símbolos, à febre do consumismo e à comunicação de massas.

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1 . Pop Art 1.1. O que é Pop Art? Pop art ou Arte pop (Arte Popular) é um movimento artístico que se desenvolveu na década de 1950 e 1960, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Este movimento nada tem a ver com as criações folclóricas do Povo. O movimento retorna ao representativo mas orientado para os artigos de comércio destinados ao grande público. A Pop Art também usa figuras e ícones populares como tema das suas pinturas. A Pop Art foi uma reacção artística ao expressionismo abstracto das décadas de 1940 e 1950 e atinge a sua glória nestes anos. Em 1960, a Pop Art consegue deslocar as atenções da cidade de Paris para a cidade de Nova York, cujas galerias começaram a exibir trabalhos de diversos artistas. A Pop Art interpreta a iconografia da cultura popular. Os meios de comunicação de massas fornecem os símbolos que alimentam os artistas Pop. Os símbolos pretendiam ser universais e facilmente reconhecidos por todos, de forma a eliminar o fosso existente entre a arte dita erudita e arte popular. O Pop Art pretendia que se admitisse que a arte estava em crise, demonstrando com as suas obras a massificação da cultura popular essencialmente capitalista. Procurava a estética das massas, tentando achar a definição do que seria a cultura pop, aproximando-se do que costuma chamar de kitsch 1 . A Pop Art na América, segundo alguns críticos, foi mais emblemática e agressiva que a britânica. Este movimento foi considerado de superficial e incompreendido pelo público.

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Kitsch é um termo de origem alemã utilizado para categorizar objectos de valor estético distorcidos e/ou exagerados, que são considerados inferiores à cópia existente.

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Mas a Pop Art é o marco de passagem da modernidade para a pósmodernidade na cultura ocidental.

1.2. O nascimento da Pop Art

A Pop Art foi inspirada pelo consumismo galopante em 1954 e identificou-se com a expressão da vivência do quotidiano. O adjectivo “popular” não tinha como referências as tradições populares, mas a representação de novos hábitos urbanos de cultura de massas. Este movimento foi considerado essencialmente americano e britânico, e o seu progenitor foi o crítico inglês Lawrence Alloway. A Pop Art embora tenha nascido em Inglaterra é recordada como um fenómeno americano, uma vez que teve mais êxitos e uma vida mais longa. Em Paris a Pop Art foi chamada de Novo Realismo, o que gerou confusão com o termo Neo-Realismo, foi anunciada em 1960. A Pop Art chegou à Itália em 1964, o atraso deve-se sobretudo à relativa lentidão com que o consumismo chegou à Itália. Em meados do século, dá-se a explosão dos meios de comunicação de massas, tal como a televisão e as revistas populares, estas levavam os indivíduos ao consumo através da propaganda. Os artistas da Pop Art inspiraram-se na cultura de massas, ou seja, a sua fonte de inspiração era a iconografia (televisão, fotografia, banda desenhada, cinema e publicidade), para criar as suas obras de arte, ao mesmo tempo, que criticavam de forma irónica a vida quotidiana materialista e consumista. A Cultura de massa, é também chamada de cultura popular ou cultura pop e representa o conjunto de ideias, perspectivas, atitudes, fenómenos, imagens que são julgados como preferidos e aceites pela maioria da população. A cultura de massas é influenciada pelos mass media da massa, dá ênfase ao quotidiano da sociedade.

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Os artistas da Pop Art utilizavam muitos objectos como base para a criação das suas obras, como por exemplo, as latas de refrigerante, as embalagens de alimentos, as bandas desenhadas, as bandeiras, os panfletos de propagandas, etc. Também trabalhavam com cores vivas, modificavam o formato de determinados objectos e repetiam várias vezes o mesmo objecto, com cores diferentes. A técnica da colagem e serigrafia foi na época muito utilizada. Os artistas da Pop Art utilizavam materiais derivados das novas tecnologias que surgiram nos meados do século XX, tais como: Goma espuma, poliéster e acrílico, tinta acrílica, ilustrações e designs, látex, produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objectos do quotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. A obra de Andy Warhol expunha uma visão irónica da cultura de massa, que em determinada altura foi transformada em instrumento de denúncia política e social. A Pop Art começou a tomar forma no final da década de 1950, quando os artistas começaram a estudar os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos e os transportaram para os temas das suas obras. As garrafas de Coca-cola de Warhol, os corpos bronzeados das mulheres nuas de Tom Wesselman, os objectos gigantes de plástico, como o tubo de pasta de dentes de Claes Oldenburg, são exemplos da forma como estes artistas interpretavam uma sociedade dominada essencialmente pelo consumismo desenfreado, pelo conforto material e pela liberdade. Alguns artistas da Pop também iam buscar as suas referências à produção industrial, por exemplo, a repetição de um mesmo motivo nas serigrafias de Warhol ou as telas gigantes de Lichtenstein onde, ao ampliar as imagens de banda desenhada e eram revelados os pontos de cor referentes à reprodução tipográfica. A Pop Art criticava o consumismo mas necessitava dos objectos de consumo como fontes de inspiração, o que originava o aumento do consumismo, como por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art. Dora Estevão

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Através deste movimento, tudo o que era considerado de “vulgar” passou a ser “chique”, o que fez com que a arte se aproximasse mais das massas.

O artista na vida urbana do século XX é, inevitavelmente, um consumidor de cultura de massas e, potencialmente, alguém que contribui para a mesma. Richard Hamilton

1.3. O criador da Pop Art

Lawrence Alloway (1926-1990): foi considerado o pai e um dos principais participantes e impulsionadores da Pop Art (1956). A Arte Pop, passou a ser entendida como "arte sobre a cultura popular" ao invés de "a arte da cultura popular", como ele desejava. Alloway ganhou a atenção de todos (1954-1957), quando foi convidado para o cargo de Director do Instituto de Arte Contemporânea de Londres. Alloway apontam para a emergência da pop art na Inglaterra durante a década de 1950 e nos Estados Unidos durante a década de 1960, representando as melhores exemplos dessa visão. Alloway foi um crítico de arte inglês e membro líder do Independent Group no Reino Unido. Na década de 1960 trabalhou nos Estados Unidos como escritor e tutor. Em 1964, quando previu uma ascensão inevitável "a definição antropológica da cultura", caracterizada como "um impulso para aberto ao invés de descrições formais de eventos e especulativa, em vez de uma estética da contemplação ".

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Alloway pode ser visto como um importante precursor para a pós-moderna crítica de arte dos anos 1980. Alloway foi um crítico de arte regular para o The Nation (1968-1981) e um editor contribuindo para Artforum (1971-1976). Sua extensa obra no American Expressionismo Abstrato enfatizou o enraizamento do movimento em um tecido cultural complexo, desafiando assim formalista e existencialista contas de seu desenvolvimento. Este crítico fazia referência nas suas obras, aos artistas deste movimento e a objectos banais do quotidiano popular. Segundo ele os principais artistas deste movimento eram: Claes Oldenburg, Andy Warhol, Tom Wesselman, Roy Lichtenstein, David Hockney e Peter Blake. Ele também escreveu uma monografia definitiva sobre a obra do pintor Roy Lichtenstein (1983).

2. Principais artistas 2.1. Claes Oldenburg

Claes

Oldenburg

(1929): é um

escultor sueco conhecido pela sua arte pública, tipicamente com grandes réplicas de objectos do quotidiano. Na década de 1960, tornou-se adepto da Pop Art e criou muitas obras nesta época. Deu às suas obras o nome de "Ray Gun Theater". Este artista iniciou-se com um environment chamado Estrada, onde acumulava objectos que encontrava nas ruas. Criou

placards

aumentados

e

onde

colocava

coloridos

de

objectos

modo

ou

artificial

comida, que

se

tornavam

muito

desagradáveis. Tornou-se o interprete do modernismo e da vulgaridade,

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reproduzindo ambientes globais, com cores brilhantes e reconstruindo objectos rejeitados, lixo, lama, etc. Oldenburg dá à sua arte um certo sentido humorístico, o que na altura não era bem vista e estava em desacordo com a grande sensibilidade dominante. Mesmo assim as suas obras têm uma grande popularidade nos dias de hoje.

2.2. Andy Warhol

Andy Warhol (1927-1987): foi a figura mais conhecida e mais controvertida do pop art. Para além de ser pintor foi também cineasta norte-americano. Warhol representou em absoluto, uma vez que, compreendeu o espírito do seu tempo. Este artista reinventou a Pop Art com a reprodução mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade. Foi o primeiro a perceber a importância dos ícones modernos, imagens vivas, objectos e bens de consumo. Da mesma forma, e usando sobretudo a técnica de serigrafia, destacou a impessoalidade do objecto produzido em massa para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa Campbell, automóveis, crucifixos e dinheiro. Warhol utilizava os conceitos da publicidade nas suas obras com o uso de cores fortes e brilhantes. Produziu filmes e discos de um grupo musical, incentivou o trabalho de outros artistas e uma revista mensal.

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2.3.Tom Wesselmann

Tom

Wesselmann

(1931-

2004): foi um pintor norteamericano. Durante o tempo em

que

militar desenho.

cumpriu

serviço

interessou No

início

pelo fez

diversas caricaturas e bandas desenhadas que eram sátiras à vida militar. Mais tarde estudou interpretação de fotografia aérea, e foi a partir dessa altura que os seus desenhos começaram a abranger novos temas. Em 1956 terminou o curso de Psicologia e reiniciou os estudos na Academia das Belas Artes de Cincinnati. Neste período continuou a fazer banda desenhada que vendia a diversos jornais e por influência de um professor de desenho, inscreveu-se na Cooper Union School de Nova Iorque e foi viver para Brooklyn. Após acabar os estudos na Cooper Union School, Wesselmann deixa de fazer banda desenhada e inicia uma nova fase artística, com colagens, usando diversos materiais.

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Wesselmann trabalhou a sensualidade, na comida, no corpo feminino ou em qualquer coisa que possa ser “consumida”. Utilizou cores lisas e brilhantes e procurou dar mais ênfase a determinados aspectos tal como na pintura de Matisse e no desenho de Modigliani. Em 1965 abandonou a colagem e dedicou-se à pintura de partes de corpos femininos reproduzidos com a maior precisão mas sempre com cores brilhantes.

2.4. Roy Lichtenstein

Roy Lichtenstein (1923-1997): foi um pintor norteamericano que se identificou com a Pop Art e que trabalhou muito com clichés de histórias em quadrinhos, criticando a cultura de massas. O seu interesse pelas histórias em quadrinhos (Banda Desenhada),

começou

com

uma

pintura

do

camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os seus filhos. Nos seus quadros a óleo e tinta acrílica, aplicou as características da banda desenhada e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Ele isolava um cartoon e reproduzia-o

meticulosamente

na

tela

com

o

reticulado inerente à banda desenhada, mas com cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro. A técnica pontilhista é conhecida como Pontos Ben-day e favorecia o intenso impacto visual. A minúncia é tanta que inclui os pontos usados na impressão em papel, sendo difícil

de

diferenciar

o

quadro

da

banda

desenhada Com essas obras, o artista pretendia oferecer

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uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Os seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstracção. Muitas ilustrações de Lichtenstein eram copiadas de artistas de histórias em quadrinhos como Jack Kirby e Russ Heath sem lhes dar créditos.

2.5. David Hockney

David Hockney (1937): é um pintor, artista, cenógrafo, fotógrafo britânico. Este artista vê as coisas de forma distorcida. Enquanto ainda era estudante no Royal College

of

apresentado

Art,

Hockney

foi

na

exposição

de

jovens contemporâneos, ao lado de Peter

Blake,

que

anunciou

a

chegada da Pop Art Britânica. Em 1963 Hockney visitou Nova York e contactou com Andy Warhol. Em 1967, ganhou o Prêmio John Moores com a pintura Peter Getting Out Of Nick's Pool.

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2.6. Peter Blake

Peter Blake (1932): é um dos artistas pop que ficou conhecido por ter sido o criador da capa do disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. Este pintor incorpora imagens da cultura de massa e colagens. Entre 1946-1951 foi desenhador técnico na Gravesend School of

Art. De 1953-1956

estudou no royal College of Art de Londres.

De

1956-1957

interessou-se pela arte popular. Em 1964 começou a ensinar na St. Martin's School of Art de Londres. Pintou colagens com cores vibrantes. De 19691979 foi membro da Brotherhood of Ruralists. Em 1981 tornou-se membro da Royal Academy de Londres. Após o seu realismo inicial juntou-se a Hamilton tornando-se uma das figuras chave da Pop Art em Inglaterra.

2.7. Robert Rauschenberg Robert Rauschenberg (1925-2008): foi um artista do Expressionismo abstracto e Pop art. Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado do início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas "combinadas", com garrafas de CocaCola,

embalagens

pássaros

de

empalhados.

produtos Estes

industrializados trabalhos

e

foram

precursores da Pop Art.

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Por volta de 1962, adoptou a técnica de impressão em silkscreen

para

aplicar

imagens

fotográficas a grandes extensões da tela e unificava a composição por meio de grossas pinceladas de tinta. Esses trabalhos tiveram como temas episódios da história americana moderna e da cultura popular.

2.8. Wayne Thiebaud

Wayne Thiebaud (1920): é um pintor dos Estados Unidos que se destacou na criação de obras com teor humorístico e nostálgico. O seu estilo é realista e o tema do quotidiano estão associados à Pop art, pois ele celebra o banal com uma mistura ambígua de familiaridade e desinteresse emocional. As cores azul, púrpura e verde são típicas do seu estilo e resultam da luz artificial e da radiante luz do sol. Antigo pintor

de

letreiros

e

cartonista, Thiebaud também tem

pintado

espirituosas

imagens de

bolos,

máquinas de pin-ball e cachorros quentes, executados com cores luminosas. Em

2010, o Google utilizou uma de suas obras em forma de bolo de

aniversário, para comemorar o 12º aniversário da empresa.

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2.9. Jasper Johns

Jasper Johns (1930): é um pintor norte-americano do movimento Pop Art, talvez tenha sido um dos mais importantes entre os pioneiros da Pop Art na América. Este artista foi quase um artífice ao pintar bandeiras, algarismos e mapas. Uma das principais obras deste artista foi as "Três Bandeiras" em 1954. Em 1955, pinta o mais famoso, e conhecido dos seus quadros, “A Bandeira norte-americana”.

Os

seus

quadros são descritos como dada

neo-dadaístas,

em

oposição a Pop Art, embora aqueles incluam, habitualmente, imagens e objectos da cultura popular. Ainda assim, o trabalho de Jaspers Johns é catalogado como pertencendo à Pop Art, devido ao uso artístico da iconografia clássica. Mais tarde, durante as suas exposições em Paris suas bandeiras são vistas, por alguns críticos, como divulgação nacionalista. O tratamento peculiar dado às suas telas, tem origem numa técnica denominada encaústica, que consiste em diluir a tinta em cera quente. Mais tarde, em 1958, Johns acrescenta relevo aos seus quadros, colocando neles objectos reais, como escovas, latas, pincéis ou letras. O seu trabalho caracteriza-se, assim por ser paradoxal, contraditório e problemático, semelhante ao de Marcel Duchamp (associado ao movimento Dada). Para além de quadros, Johns também trabalhou em entalhes, esculturas e litografias.

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2.10. Richard Hamilton

Richard

Hamilton

(1922): é um artista Inglês

pintor

realiza

que

também

colagens. Foi este artista que marcou o nascimento da Pop Art através de um pequeno quadro-colagem onde exprimiu os novos mitos do consumismo, do conforto dos lares, fetichismo, automobilístico, erotismo, etc. Esta obra que se intitula: “O que torna exactamente os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?”, contém todos os elementos necessários

que

fazem

parte

da

linguagem da Pop Art. Esta obra é considerada por críticos e historiadores uma das primeiras obras da Pop Art. No quadro está representado um lar burguês, os donos estão nus, ele tem um corpo musculado pelo desporto, a mulher de corpo sedutor não é a fada do lar. Na casa encontram-se espalhados outros elementos, como a televisão ligada, aspirador, caixa de fiambre em lata, etc, são elementos que transformaram o estilo de vida e os hábitos alimentares. O panorama fora da janela, com cartazes luminosos que publicitam espectáculos, dá a entender que estamos numa grande cidade. O homem e a mulher exprimem o seu narcisismo e estilo de vida baseado em hábitos massificados através dos seus corpos nus e de todos os objectos que os rodeiam.

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3. A obra de David Hockney

Pearblossom Highway, 11-18 Abril 1986, Colagem Fotográfica, 77x112,5.

Pearblossom Highway, 11-18 Abril 1986, Colagem Fotográfica, 77x112,5.

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3.1. Enquadramento da Obra A obra de David Hockney – “Pearblossom Highway” de 11-18 Abril de 1986, é uma foto colagem, com o tamanho de 77x112,5. Este artista baseou-se na fotografia desta estrada por ser uma das mais perigosas do condado dos Estado Unidos e ser considerada uma “estrada da morte”. Pearblossom é uma cidade situada no condado de Los Angeles, Califórnia. Pearblossom está localizado a cerca de 24 quilómetros a sudeste de Palmdale no Antelope Valley parte do sul da Califórnia. O nome Pearblossom veio do grande número de quintas que por ali existem. Algumas ainda hoje existem, mas a maioria destas quintas estão abandonadas e voltaram a fazer parte da paisagem do deserto ou foram absorvidas por algumas construções. Pearblossom é muito conhecido, por ter uma das estradas mais perigosas nos EUA. A State Route 138, é a principal rua de Pearblossom e a partir de 2004, foi o local de inúmeros acidentes fatais/graves de automóvel. A estrada só tem uma única pista em cada sentido e o tráfego é muito grande. O principal motivo dos acidentes é o facto de se passar a linha amarela dupla em condições de grande insegurança, principalmente em ultrapassagens. A Pearblossom Highway é muito usada, principalmente às sextas-feiras, sábados e domingos, quando muitos indivíduos viajam à busca do divertimento em Las Vegas, esta estrada é uma atalho para chegar mais rápido ao destino. Alguns escritores e artistas já retrataram “Pearblossom”, tais como, “Os corvos de Pearblossom”, da autoria de Aldous Huxley e “Pearblossom Highway”, uma colagem fotográfica montada por David Hockney.

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3.1. O Autor e a Obra Em 1981, Hockney desperta a sua atenção nesta nova abordagem para a fotografia. A técnica é capturar fotos de Pearblossom Highway, e em seguida, rasgá-las. Ele criou esta colagem, conhecida como uma das suas obras mais famosas. Hockney utiliza as técnicas utilizadas no cubismo e futurismo, ou seja, combina múltiplas visões de uma única cena, a fim de explorar a forma como as pessoas alteram o seu olhar nas várias direcções. Ele tenta enfatizar quantidades numerosas de detalhes que compõe a cena. Este artista olha as coisas de forma distorcida, o que me faz lembrar um outro grande artista – Pablo Picasso. David Hockney criou esta foto colagem detalhada da Highway Pearblossom devido a observações banais realizada em viagens. Ele retrata uma estrada/auto-estrada no deserto, com muito espaço à volta, à partida uma estrada com muita visibilidade, alguma sinalização, um cruzamento, latas e garrafas cheias e a linha sinuosa que marca onde o asfalto termina e a areia do deserto começa. Existe uma interrupção abrupta da paisagem do deserto o que para os condutores mais descuidados pode causar algum transtorno. A obra em questão é uma foto colagem composta por 3.000 imagens em perspectiva de “um ponto”, de forma a proporcionar a profundidade da própria imagem. Nesta obra podemos descrever vários elementos: Sinais (138 Califórnia/Stop/Stop Ahead); Linha rodoviária; Árvores; Poste telegráfico; Lixo; Sombras. Estes elementos são vistos nesta foto colagem, mas na fotografia original não existem. Este facto é devido à tomada de posições relativas às diferentes alturas e ângulos adoptados por Hockney.

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Em relação a alguns objectos, a sua escrita e leitura é visível, embora estes possam estar num plano mais longínquo. Em alguns dos objectos pequenos consegue-se ler a sua mensagem e ver que tipo de objecto se trata. Como por exemplo: Pare o sinal, Pearblossom sinal, Garrafa de pílulas, Califórnia 1438, Pepsi, GTX e pacote de cigarros. Julgo que a intenção do Hockney era que esses objectos fossem visíveis e que os seus conteúdos fossem fáceis de ler, mas esta situação acontece porque o artista retratou os objectos de perto. Outra questão que se verifica, é que alguns elementos e objectos não foram retratados na proporção e escala correcta.

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3.2. Análise da Obra em termos gerais

As linhas azuis representam os quadrantes (eixos verticais e horizontais) As linhas vermelhas representam as diagonais perfeitas As circunferências a tracejado violeta representam os múltiplos centros

As linhas verdes representam os eixos verticais laterais (paralelos) As linhas laranja representam os eixos horizontais (paralelos)

Os quadrados pretos são pontos de fuga

O triângulo retrata a forma da composição

As linhas cinzentas representam diagonais de marcação da composição

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Quanto ao enquadramento da análise da obra em questão, vamos considerar os seguintes pontos principais:

Equilíbrio Considero que a obra tem um equilíbrio relativo porque foi compensada no lado esquerdo, com a risca amarela na estrada e os objectos na areia.

Tensão Existe alguma tensão nesta obra, uma vez que, o centro geométrico está deslocado para a esquerda da composição. Segundo os círculos a tracejado existe uma multiplicidade de centros, e são estes que podem criar alguma dinâmica. A composição goza da verticalidade, as linhas dão força e dinâmica à composição, o que tem um resultado poderoso. As linhas paralelas às linhas centrais da obra delimitam outros elementos fundamentais na mesma.

Simetria/Assimetria A obra em causa é praticamente simétrica entre a parte do 1º e 4º quadrante e entre o 2º e 3º quadrante, no que se refere à paisagem embora existam elementos um pouco diferentes quer no lado esquerdo da composição quer no lado direito da mesma. O 1º e 2º quadrante mostram a infinidade do céu, e no 3º e 4º mostra uma estrada no deserto, o que simboliza a terra (chão).

Nivelamento e aguçamento Existe de facto algum nivelamento e enquadramento na composição.

Atracção e agrupamento Alguns pontos harmonizam-se e outros atraem-se. Quanto maior a proximidade, maior será a sua atracção. Existe nesta composição alguns cruzamentos interessantes, que estão visíveis na obra.

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Movimento A técnica da foto colagem cria movimento e diversos tipos de ritmo, tais como, ritmos contínuos e descontínuos, cadenciados e mistos.

Forma Esta obra tem forma triangular, o que significa acção, conflito e tensão. É a partir do triângulo que a obra se desenvolve. Esta forma transmite a ideia de estabilidade, força direccional, mas ao mesmo tempo transmite uma ideia mais provocadora, mais ameaçadora e perturbadora, no que diz respeito, aos sinais de transito, lixo existente junto à estrada e os cactos na paisagem desértica e junto à estrada.

Tom Existe presença de luz, ou seja, alguma claridade da luz natural, pois o espaço é aberto (Deserto) e a composição goza de alguma profundidade. Considero que existem alguns pontos de fuga representados nesta obra, pois a cor branca sobressai um pouco no azul do céu.

Cor A cor é o elemento visual mais expressivo e emocional, contraparte do tom. A cor vermelha é pouco significativa, uma vez que surge apenas nos sinais de Stop da composição como forma de chamar a atenção e alertar os condutores para pararem. Esta cor simboliza o perigo existente nesta estrada, se não houver cuidados na condução pode representar sangue no caso de ocorrer um acidente e consequentemente morte. A cor amarela representa a luz, o calor, o verão, o sol, o deserto. O azul do céu representa o infinito, o ocidente, a suavidade e alguma segurança. O verde saturado representa a natureza, o dinamismo e o destino. A cor castanha representa também a natureza, ou seja a paisagem do deserto.

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Textura A Textura é simulada ou visual, uma vez que a imagem tem qualidade óptica na representação bidimensional, embora seja estática. O quadro é rígido e suave, embora existam parte das colagens mais escuras, como por exemplo, céu, a areia/gravilha, os sinais, e outras coisas mais claras, como o lixo, a estrada, o cascalho. Relativamente à fotografia original visualizam-se no horizonte algumas montanhas, mas nesta foto colagem não existem montanhas. Não sei ao certo se foi esquecimento do artista ou se foi propositado, desconheço esta intenção.

Orientação A orientação da obra é a favor da leitura, isto é, da esquerda para a direita.

Organização Considero que quanto à organização esta obra é uma composição repousada e calma, apesar de ter outra simbologia.

Escala ou Proporção Alguns elementos e objectos representados na composição não estão correctamente retratados na sua verdadeira proporção, talvez porque foram vistos de ângulo e posições diferentes para com o resto da imagem. Julgo que esta situação foi propositada para dar mais realce à obra. Assim, estes elementos e objectos provocam na imagem uma inclinação para cima e irreal, parecendo que eles não pertencem ao quadro.

Dimensão e Movimento Considero que quanto à dimensão e ao movimento estes são implícitos e expressos com a mesma frequência.

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Complexidade e Simplicidade Julgo que esta obra tem um carácter muito complexo pela técnica de colagem utilizada, mas a representação da imagem é simples (uma estrada, deserto e céu).

Ousadia e Subtileza A representação é um pouco ousada, pois pretende despertar a consciência e prevenir alguns acidentes e mortes que são constantes nesta estrada. A mensagem que o autor deixa nesta obra é bastante subtil e está um pouco escondida, através da sinalização existente e de alguns objectos deixados pelos acidentados ou pelos que por ali passam.

Minimismo e Exagero Em relação ao minimisto este é constante, pois ele recortou e colou nesta obra, mais de 3.000 imagens em perspectiva. Existe algum exagero essencialmente no tamanho dos sinais de trânsitos e em alguns objectos. O que significa mais uma vez um alerta e uma prevenção para quem circula naquela estrada.

Unidade e fragmentação A obra no geral e pela técnica da colagem utilizada é uma obra fragmentada em pequenos rectângulos.

Espontaneidade e previsibilidade/imprevisibilidade Considero que é uma obra imprevisível essencialmente pela técnica utilizada, pois Hockney poderia ter simplesmente pintado esta estrada, mas preferiu utilizar uma técnica mais moderna tendo sempre presente a ideia do cubismo. Julgo que a obra também tem um pouco de espontaneidade, porque quem é que lhe passaria pela cabeça retratar uma estrada, mesmo que esta seja considerada uma estrada assassina, talvez por este facto, Hockney a tenha retratado.

Ênfase e neutralidade

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Hockney deu ênfase à estrada e á sinalização como uma chamada de atenção.

Transparência e opacidade Devido à técnica utilizada, a obra parece-me uma pouco transparente pela sobreposição dos rectângulos na colagem.

Distorção e exactidão A obra ao representar o cubismo e utilizar a técnica da foto colagem, nunca poderia ser exacta, pelo contrário toda a obra está distorcida criando um efeito diferente, meio desfocado.

Profundidade e Planura Verificamos que a obra tem alguma profundidade embora a estrada se encontre no meio de um deserto que pelas suas características é plano. Talvez por este facto, é que Hockney não retratou as montanhas no horizonte conforme a fotografia original.

Acaso e sequencialidade Esta obra é única, julgo que o artista não lhe deu qualquer sequencialidade noutras obras semelhantes ou referentes ao mesmo tema. Em relação à imagem penso que a única sequencialidade que possa existir é relativa à estrada, á sinalização e à sua linha amarela. Considero que a realização desta obra não foi uma obra do acaso, mas com alguma premeditação, por ser uma estrada que chama um pouco a atenção pela quantidade de acidentes e pela sua história e localização.

Dora Estevão

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3.3. Análise da Obra em termos de Estética

A estética (sentimento, olhar com sentimento) é um ramo da filosofia que tem por objecto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte. No início estes conceitos estavam intimamente ligados à ideia de Bem, mas também à afirmação de poder dos grupos sociais dominantes. A estética estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenómenos estéticos, bem como: as diferentes formas de arte e da técnica artística; a ideia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se do sublime, ou da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo. A estética é, portanto, o mesmo que filosofia da arte. A contemplação estética e o destino das produções artísticas foram assumidos como um dos seus privilégios. Estamos, assim, em condições de concluir que a estética pode ser uma de três coisas: teoria do belo, teoria do gosto ou filosofia da arte. Em relação à obra em questão, julgo que tem alguma beleza, não pela estrada em si, sinais, arvores, etc, mas pela paisagem envolvente, essencialmente o deserto e o céu. A beleza estética desta obra, reflecte-se na minha opinião, também através da técnica utilizada por Hockney, como o cubismo na forma de representar a mesma imagem de vários ângulos e posições. Julgo que Hockney através da colagem de fotografia em pequenos rectângulos conseguio transmitir esse conceito.

Dora Estevão

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3.4. Análise da Obra em termos Simbólicos Na arte os símbolos são representados com alguma freqüência, por vezes podem

ser

usados

por

deficiência,

mas

também

por

proficiência.

Através dos símbolos, expressamos o que não poderíamos fazer de outro modo, porque, com eles, transmitimos o intransmissível, como o que nos “vai na alma” e no subconsciente. Os símbolos são uma forma de comunicação, de linguagem natural que os artistas sentem e vivem, o filósofo interpreta e o cientista traduz. O símbolo surge na arte, na linguagem das linhas, dos volumes e das cores, das tonalidades, dos sons, das harmonias/tensões, do significado analógico dos termos e dos juízos e das intenções e valores. A

arte

egípcia

é

denominada

de

arte

Simbólica.

As

imagens

pintadas/esculpidas são representações repletas de significados que ajudam a expressar conceitos, descrever situações e estabelecer níveis hierárquicos daquilo que está sendo representado. Os símbolos servem para estruturar, simplificar e clarificar a mensagem que está sendo transmitida. Para transmitir um conceito ou informação são utilizadas formas estilizadas às quais se atribuem significados próprios. Na minha opinião todos e quaisquer elementos ou objectos apresentados na obra poderão ser considerados símbolos que representam algo ou que querem transmitir algo. Por exemplo, os sinais de trânsito ou as linhas amarelas na estrada significam que os automobilistas devem cumprir o código e as regras, de forma a manter uma circulação segura e sem percalços. Também existem muitos outros objectos, como a lata de Pepsi, o pacote de cigarros, o GTX, a embalagem de pílulas, etc. Todos estes elementos estão aqui na obra representados como símbolos de uma sociedade consumista, jovem, auto-suficiente, dinâmica, emancipada no caso da mulher, que quer aproveitar a vida ao máximo com muita adrenalina a “correr nas veias” e com a “febre de sábado à noite”.

Dora Estevão

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Os cactos, podem ser considerados símbolos, por representar por um lado a calma e serenidade do deserto mas também por outro lado e ao estarem perto da estrada, podem significar os espinhos da vida, as angustias, os acidentes de percurso, a solidão, o desânimos e até a morte. A estrada é um símbolo importante que representa um caminho, um percurso, uma vida, um movimento, uma viagem com ou sem regresso, etc. O céu azul também na minha opinião poderá ser um símbolo, que representa o infinito, a dimensão do mundo, a vontade de viver e ser feliz, etc.

3.5. Análise da Obra em termos Ideológicos

A Ideologia é a maneira de interpretar o mundo de acordo com os interesses da classe social. A ideologia é um fenómeno (quase) inconsciente; não nos damos conta de que nossas avaliações e perspectivas são ideológicas, pois quando temos consciência disto elas deixam de ser ideológicas. Hockney tentou nesta obra representar o espírito que se vivia nesta época e de uma classe extremamente consumista. O consumismo é desenfreado, e este artista de forma consciente ou inconsciente representou-o através de diversos objectos simbólicos.

Dora Estevão

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Considerações Finais

A Pop Art exerceu uma grande influência no mundo artístico e cultural das épocas posteriores. Influenciou também o grafismo e os desenhos relacionados à moda. A Pop Art é jovem e sensual. Richard Hamilton

A Pop Art contribuiu para revitalizar referências do passado e surgiu devido a diversas mudanças sociais referentes à imagem do corpo e avanços no controlo da natalidade (pílula), legislação que despenalizava a literatura considerada de “obsena”, entre outros. Segundo Lawewnce Alloway, o movimento Pop Art teve um sucesso parcial, porque toda a cultura humana poderia ser compactada numa extensão de imagens com igual grau de importância. A popularidade da Pop Art foi imediata e duradoura, permitiu que muitos tivessem em consideração a arte de forma seria e aberta a todos. A PopArt tornou-se a melhor publicidade que o mundo da arte poderia desejar. A popularidade da Pop continua inabalável até aos dias de hoje. A Pop Art fez parte de um impulso democrático com muita agitação artística nos anos 60. Julgo que no futuro, toda a gente será célebre durante quinze minutos, quando a produção cultural for totalmente massificada e em que a arte será distribuída por meios de produção de massa. O que de facto já acontece com a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação.

«In the future everyone will be famous for fifteen minutes» Andy Warhol

Dora Estevão

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Bibliografia

ARTE SÉCULO XX: DAS VANGUARDAS À ARTE GLOBAL. (2006). “A Grande História da Arte”. Vol. 15. Público. Education. It S.P.A, Florença.

LOBO, HUERTAS. (1981). “História Contemporânea das artes Visuais”. Livros Horizonte.

MC CARTHY, DAVID. (2000). “Movimento de Arte Contemporânea – POP ART”. 1ª Edição. Editorial Presença.

Webgrafia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pop_art http://dossiers.publico.pt/noticia.aspx?idCanal=293&id=67319 http://www.historiadaarte.com.br/popart.html http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/pop_art.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Laurence_Alloway http://pt.wikipedia.org/wiki/Claes_Oldenburg http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom_Wesselmann http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Hockney http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Rauschenberg http://pt.wikipedia.org/wiki/Roy_Lichtenstein http://pt.wikipedia.org/wiki/Andy_Warhol http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Blake http://pt.wikipedia.org/wiki/Wayne_Thiebaud http://pt.wikipedia.org/wiki/Jasper_Johns

Dora Estevão

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