COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012

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Compartilhando Saberes e Práticas

Santo

2012

DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SANTO AMARO Rua Dr. Abelardo Vergueiro César, 370 Telefone: 3397 9200

DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SANTO AMARO


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DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SANTO AMARO 2012 2


PREFEITO Gilberto Kassab

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Alexandre Alves Schneider

DIRETORA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA/SME Regina Célia Lico Suzuki

DIRETORA REGIONAL DE EDUCAÇÃO - SANTO AMARO Silvana Ribeiro de Faria

ASSESSORIA DE GABINETE Enilda Gama de Oliveira Sonia Maria Silva dos Santos Pinto

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA Diretora: Terezinha Queiroz Godoy Daniel Ana Maria Gonçalves Pravadelli, Carmen Pereira Iroza Alves, Cristina Dalva Van Berghem Motta, Cristina Marie Okida, Linéia Ruiz Trivilin, Marta Leonor Silva Pincigher Pacheco Vieira, Marta Maria de Araujo Macedo de Held, Neide Maria da Silva, Roseli Alves Ferreira, Thereza Cristina Chiaradia. Informática Educativa: Daniela Fonseca Costa, Maria Tereza Dantas de Santana dos Santos. CEFAI: Ana Cláudia de Paula Correia, Luciana Nascimento, Maria Tereza Azevedo Braga Roberto, Mariza Beranger Sardim, Rosangela de Almeida Canto Oliveira. Contratação de estagiários: Marli Aparecida Gabanini.

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DIRETORIA DE PLANEJAMENTO Diretora: Rosana Monteiro de Sousa Adamirian Ferreira Cruz Abellan Nadal, Adriana Delfino Ferreira, Ana Lourdes Braz Campos, Aparecida de Fatima Dias Barrella, Carmen Lucia Joppert Braga, Cecilia Ferreira Lauretti, Dalva Lopes dos Santos, Danilo Bezerra de Sousa, Elisabete Cani Vieira, Erica Cristina Garcia Netto Cruz, Erica Pereira do Nascimento, Estelita de Souza Barbosa, Fabiana Santos Cabral Meireles, Geovaldo Figueiredo Costa, Ionemi Nakasawa Ueno, Isamar Aparecida de Oliveira, Jaci Tavares Antunes, Jocelina Maria Manso, José Wagner Ferreira Baptista, Joyce Pontes da Silva, Judith Izabel Azevedo de Paula, Julia Albertina Afonso Monteiro, Katia Regin a Cavalcanti, Kely Paula da Silva Duarte, Lourdes Maria Yamasake, Luciana da Silva Vasconcelos, Lucilia Fraga, Magaly Avancini Fernandes, Marcia Rodrigues Valente, Maria Auxiliadora Soares, Maria Cecilia de Freitas Leão, Maria de Fatima Esteves, Maria Emilia Fonseca Moraes, Maria Helena Sudário, Maria Iracema Sodre Simões Prado, M arilda Coelho da Silva Pinto, Marilena de Araujo, Marina Caro, Nadir da Silva Gordinho, Nelson da Silva Junior, Patricia Fernanda Cruvinel, Priscila Santos Matos, Rogério Cezar de Carvalho, Sandra Aparecida Silva Dutra, Sandra Garcia Fosque, Silvana Cristina de Oliveira, Silvia Xavier Silva, Sueli Aparecida Lucilio, Vera Lucia Moreira Anselmo, Vitoria Maria dos Anjos de Oliveira, Xirliane Muniz Vasconcelos. Assessoria de engenharia: Roberto Carreiro Zanlorenzi. Assessoria jurídica: Cristiane Mandelbaum Voscaboinik.

DIRETORIA DE PROGRAMAS ESPECIAIS Diretora: Ayako Deola Claudia Borges Carlacio Carrara, Elisa Yumiko Yoza Katto, Gizleine Dias, Graça Aparecida Calzolari Valverde Dias, Luciane Ale ssi de Almeida, Maria de Lourdes Santos, Maria José de Paiva Simões Peres Sala. SUPERVISÃO ESCOLAR Supervisora Técnica: Angela Maria Ramos de Baere Altemira Maria Batista Marcilio, Angeli Matias Teixeira, Aparecida Eliane de Moraes, Eliana Aleixo Coli Viotti, Francisco Ani ldo de Sales, Halimi Sagraria Hanjoura, Hilda Martins Ferreira Piaulino, Iara Maria Cardoso da Silva, José Luis Feijo Nunes, Lêda de Castro Lapa, Lídia Ramalho Rocha, Marcelo Augusto Machado, Maria Carolina André Cícero de Sá, Maria Lucia Vidal, Maria Rodrigues Soares, Marinéia Nazaré Paranagua Duarte, Marisa da Costa Paulo, Olimpia Nil za Conte de Oliveira, Raquel Acosta Desenzi, Valeria Aparecida Durso Cabral, Vilma Lucia Miguel Custodio. Escolas particulares: Idajara Sandra Carvalho dos Santos e Marci a Bozza Gómez.

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SUMÁRIO

Apresentação……………………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………………….……………. 07 Índice das Escolas………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………………….………… 08 Introdução…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………….…………… 09

CAPÍTULO I – Percurso formativo Educação Infantil………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………………………………………………………………….…….………….. 11 Ensino Fundamental………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..………………………………… 14 A narrativa de vida e a reflexão do educador acerca de seus registros……………………………………………………………………………………………………………………………………….................. 22 Interações sociais no ensino de matemática (para quê?)………………………………………………………………………….……………………………………………………………………………………………….. 25 Ações de formação – 2011……………………………………………………………………………………….……………………………………………………………………………………………………………………………….. 28

CAPÍTULO II – Gestão Pedagógica Resgate da identidade: o papel de cada um – aluno / educador / família………………………………………………………………………………………………………………………………………………... 32 Gestão participativa…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………. 38 Gestão educacional………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….. 42 Ação Supervisora……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………47 Convívio escolar…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………….……….…. 49

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CAPÍTULO III – Relatos de Práticas. Biblioteca circulante – colcha de retalhos feita por muitas mãos…..……....53

Os problemas ambientais urbanos...................................................................................127

Autorretrato..........................................................................................................58

O que fazer com o lixo?....................................................................................................130

Beleza não se põe na mesa? Desconstruindo estereótipos e promovendo a igualdade racial com bebês e crianças pequenininhas…………………..….…….60

A EMEF “Carlos de Andrade Rizzini” em favor da Paz......................................................134 Mel – Momento de escolha livre......................................................................................137

Pequenas peripécias das crianças pequenas........................................................ 63

Geometria com palitos.....................................................................................................140

Arte e movimento................................................................................................. 67

Teatro na escola...............................................................................................................144

A identidade dos bebês.........................................................................................71

Resgate e vivência de brinquedos e brincadeiras populares...........................................148

Quem Katha-vento, espalha história.....................................................................74

Construindo saberes por meio do twitter........................................................................150

Folhas e gravetos: uma composição possível para desenhar……………….…………… 77

Boca com saúde, criança feliz...........................................................................................152

Brincar para todos................................................................................................ 82

Fábrica de histórias...........................................................................................................155

Dança em sala de aula.......................................................................................... 85

Teatro de fantoches – recontando os três porquinhos....................................................159

Transformação do pano....................................................................................... 90

O uso de recursos Tecnológicos e a Inclusão...................................................................163

Biblioteca circulante: compartilhe esta magia......................................................93

Rádio Chiclet: aquela que gruda em você……………………………………………………………………..167

Alimentação saudável se aprende na escola – “É de pequenino que se come pepino”.................................................................................................................96

Histórias de vida................................................................................................................171

Autorretratos na Educação Infantil.....................................................................100

Ler e escrever com foco na Sala de Leitura – trabalhando com catálogos, resenhas e conto moderno............................................................................................................................175

Brincando de cientista (com arte).......................................................................104

Jornal “Figueiredo News”..................................................................................................180

O ciclo de vida das borboletas/mariposas……………………………………………………….106

Trouxeste a chave? Entrando no mundo dos Haicais........................................................183

Era uma vez...Click!.............................................................................................108

Atlas almanaque da América............................................................................................186

A linguagem das tarjas – projeto de alfabetização de jovens e adultos…………..112

EMEI e EMEF de mãos dadas.............................................................................................189

Strikbol................................................................................................................115

Dançar e escrever..............................................................................................................191

Falando sobre sexo.............................................................................................118

Prêmio professor destaque: acompanhando processos – letramento e autoestima........194

Cultura da paz.....................................................................................................120

Sarau literário....................................................................................................................203

Um texto -diversas releituras..............................................................................124

Cultura para a juventude negra.........................................................................................207

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APRESENTAÇÃO

É co m i mensa alegria que apresenta mo s esta publicação, “ Compartilh ando Sabe res e P rátic as, 2012”. Os texto s con tido s neste volu me repres entam os trabalho s d e edu ca dores que se i nquietaram com sua s prática s educati va s e bu s c a r a m n o v a s f o r m a s p a r a a s s e g u r a r à s c r i a n ç a s , a d o l e s c e n t e s e a d u l t o s o p o r t u n i d a d e s d e u m a e d u c a ç ã o m a i s s i g n i f i c a t i v a ; e s t e s trabalho s demonstra m o praz er desses pro fissionai s em aprender e ensi nar. Agrad ecemos a todos os educado res da DRE Santo Amaro p el a contribuição com os proj etos e às escolas por viabilizarem o desenvolvimento d e s t a s a t i v i d a d e s n o â m b i t o d o e s p a ç o e d u c a c i o n a l . Ao organizar este do cumento, espera mo s contribuir com esta e com a s gera çõ es futuras de educa dores, no sentido de fomentarmos ideias e novos caminhos voltados ao sucesso dos alunos.

Silvana Ribeiro de Faria Diretora Regional de Educação

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Índice das Escolas da Diretoria de Educação Santo Amaro CEI CEI Angela Maria Fernandes CEI Balneário Mar Paulista CEI CEU Alvarenga CEI CEU Caminho do Mar CEI Domingos Rufino Barbosa CEI Helena Iracy Junqueira CEI Jardim Cupecê CEI Jardim Luso CEI José Salvador Julianelli, Dep.·. CEI Onadyr Marcondes CEI Palmira dos Santos Abrantes CEI Parque Sabará CEI Pequeno Seareiro CEI Raul Tabajara Vidigal Leitão, Ver. CEI Rubens Granja, Ver. CEI Vila Ernestina CEI Vila Império CEI Vila Missionária EMEI EMEI Alexandre Correia, Prof. EMEI CEU Alvarenga EMEI Anhanguera EMEI Arthur Baptista da Luz EMEI Ayrton Senna da Silva EMEI Borba Gato EMEI CEU Caminho do Mar EMEI Casimiro de Abreu EMEI Celso Ferreira da Silva, Prof.

EMEI Cidade Ademar I EMEI Cidade Ademar II EMEI Cidade Ademar III EMEI Cora Coralina EMEI Cruz e Souza EMEI Francisco Manuel da Silva EMEI Geloira de Campos EMEI João de Deus Bueno dos Reis, Dr. EMEI Laudo Ferreira de Camargo EMEI Leonor Mendes de Barros, Da.·. EMEI Lourdes Heredia EMEI Machado de Assis EMEI Neusa Maria Rossi EMEI Raul Joviano do Amaral EMEI Sylvio de Magalhães Figueiredo EMEI Vanda Coelho de Moraes EMEI Virgílio Távora EMEF EMEE Anne Sullivan EMEF Aldo da Tofori, Pe. EMEF Alvarenga, CEU·. EMEF Amélia Rodrigues de Oliveira, Prof.ª·. EMEF Ana Maria Alves Benetti, Prof.ª EMEF Antenor Nascentes EMEF Antônio Carlos de Abreu Sodré, Dr. EMEF Antônio de Sampaio Dória, Prof. EMEF Armando Arruda Pereira, Eng. EMEF Ary Parreiras, Alm. EMEF Bernardo O´Higgins

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EMEF Cacilda Becker EMEF Calógeras, Min. EMEF Caminho do Mar CEU EMEF Carlos Augusto de Q. Rocha EMEF Carlos de Andrade Rizzini EMEF Chiquinha Rodrigues, Dª·. EMEF Elza Maia Costa Freira, Prof.ª EMEF Habib Carlos Kyrillos, Dr. EMEF Isabel Vieira Ferreira, Prof.ª EMEF João de Souza Ferraz, Prof. EMEF João Gualberto do A. Carvalho EMEF João Sussumu Hirata, Dep. EMEF Joaquim Candido de A. Marques, Des. EMEF Laerte Ramos de Carvalho EMEF Liliane Verzini Silva EMEF Manoel Carlos de F. Ferraz, Des.·. EMEF Maria Lucia dos Santos, Prof.ª EMEF Marina Vieira de Carvalho Mesquita EMEF Mario Schonberg EMEF Nelson Pimentel EMEF Pereira Carneiro, Conde·. EMEF Prestes Maia EMEF Sylvio Heck, Alm.·. EMEF Tiradentes, Alferes·. EMEFM Linneu Prestes, Prof. CIEJA GESTÃO CEU DRE


INTRODUÇÃO

Nosso livro, “Compartilhando Saberes e Práticas, 2012”, é resultado de um concurso interno de relatos de práticas educacionais realizadas em 2011, nas escolas da Diretoria Regional de Educação - Santo Amaro. Na difícil tarefa de selecionar dentre muitos relatos bem escritos e bem fundamentados, a comissão se pautou pela pertinência em relação aos pressupostos teóricos presentes nos documentos oficiais da Secretaria Municipal de Educação e pela coerência com os princípios que orientam, fortemente, o trabalho desta Divisão de Orientação Técnico-Pedagógica: clareza de propósitos, compartilhamento e articulação de ações, produção coletiva de conhecimentos, protagonismo de educadores e alunos.

Agradecemos aos supervisores, diretores de escola, assistentes de diretores, coordenadores pedagógicos, professores, funcionários e estudantes, parceiros que tornaram possíveis nosso caminhar e o avanço dos alunos no processo de ensino e aprendizagem.

Desejamos que o presente instrumento cumpra seu objetivo: contribuir para novas práticas, maneiras de ver, sentir, entender e agir perante nossos educadores e educandos.

Parabenizamos a todos!

Terezinha Queiroz Godoy Daniel Diretora da Divisão de Orientação Técnico-Pedagógica

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EDUCAÇÃO INFANTIL A REDE EM REDE – A FORMAÇÃO CONTINUADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL - FASE 6 "O aprender se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente”. Antônio Nóvoa

 Formação para Gestores: Diretor de Escola e Coordenador Pedagógico

Em 2011, dando continuidade aos anos anteriores, a Diretoria Regional de Educação – Santo Amaro/DOT-P promoveu a formação na Educação Infantil

em parceria com a Supervisão Escolar;

sob as orientações e assessoria da SME/DOT-P/Educação Infantil considerando a

 Formação para Coordenador Pedagógico e

seguinte meta da SME / DOT Educação Infantil:  Formação para Professores. “Promover a todas as crianças matriculadas na Educação Infantil a vivência experiências com as diferentes linguagens e saberes que circulam em nossa sociedade, baseadas pelos princípios básicos que norteiam as Orientações Curriculares e características dos tempos e espaços locais, considerada a ampliação da jornada”.

A dupla Gestora, Diretor de Escola e Coordenador Pedagógico , participou da formação em oito encontros, tendo adesão de quarenta e quatro unidades. A formação foi ministrada pelas Supervisoras Olímpia e

Têm-se como princípios básicos: o desenvolvimento da criança é um

Maria Carolina com o objetivo de ampliar a

processo conjunto e recíproco; educar e cuidar são dimensões indissociáveis de

qualidade das vivências das crianças nas

toda ação educacional; todos são iguais, apesar de diferentes: a inclusão de

Unidades de Educação Infantil, tomando como referência os documentos da

crianças; o adulto educador é mediador da criança em sua aprendizagem e a

Rede e apoio de uma bibliografia relacionada aos temas desenvolvidos.

parceria com as famílias das crianças fundamental.

Formação Gestores

A formação continuada de gestores é entendida como uma ação permanente, necessária e fundamental para o exercício e a discussão da natureza

A formação se desenvolveu nas seguintes modalidades:

da gestão, sendo democrática, compartilhada e didática, aperfeiçoando continuamente as ações de todos os envolvidos na educação das crianças 11


pequenas e aprimorando a qualidade da Educação Infantil na Unidade

Optou-se por desenvolver dois dos sete projetos apresentados pelo

Educacional; cujos princípios podem ser resumidos em: o foco das ações da

Projeto Entorno: “Leitura para Bebês” e “Texto Informativo”. No processo de

gestão está sempre nas crianças; qualquer ação dos adultos na U.E. terá reflexo

avaliação foram apontadas como valiosas as seguintes ações: a valorosa

na aprendizagem das crianças e todas as situações vividas pelas crianças na U.E.

contribuição desse espaço de formação para o fortalecimento do papel da equipe

geram, necessariamente, aprendizagens.

gestora como formadora de uma comunidade leitora; a importância da estruturação de um plano de ação formadora a partir do planejamento das

Os Gestores vivenciaram um espaço de ressignificação das discussões e

etapas e ações a serem desenvolvidas para a implementação do Projeto Entorno

produções realizadas nos anos anteriores; de reflexão sobre a experiência das

na Unidade Escolar; levantamento de espaços, além da sala de aula, para a

jornadas de 6 horas, nas EMEI e de 10 horas no CEI, ajustando a rotina da

realização das Rodas de Leitura; planejamento e levantamento de

instituição para beneficiar a jornada das crianças e de reflexão e tomada de

procedimentos, junto aos pais, para o

decisão acerca de temas como: gestão de equipes de profissionais de Educação Infantil na contemporaneidade, formação continuada desses profissionais dentro

empréstimo de livros e análises dos livros

da rede pública, participação real das famílias que são respeitadas e acolhidas

do acervo escolar para verificar como eles

como parceiras pelas U.E. e gestão de tempos, espaços, materiais e interações

se relacionam com os projetos escolhidos

oriundas desses contextos.

e, principalmente, se dão condições para o desenvolvimento dos mesmos.

Contaram também com a formação do Projeto Entorno - parceria da Quanto a formação para

SME e da Fundação Victor Civita, uma proposta de formação de leitores nas

Visita ao MAM durante a Formação com Coordenadores Pedagógicos.

COORDENADORES PEDAGÓGICOS foram oito

Unidades Educacionais que, a partir de uma série de ações formativas, ajudou as

encontros mensais com a participação de trinta e sete CEI e EMEI da região. Essa

equipes escolares a identificar e a refletir sobre as práticas de leitura realizadas e

formação focou o papel do Coordenador Pedagógico como sujeito responsável

também sobre a formação de novos leitores. Este projeto propõe às escolas a

pela formação de professores e objetivou ampliar a qualidade das vivências dos

implementação e sistematização do trabalho com práticas de leitura em um

tempos e espaços nas Unidades de Educação Infantil, tomando como referência o

processo constante de aprimoramento e reflexão sobre a ação educativa. Esse

documento “Orientações Curriculares: Expectativas de Aprendizagens e

curso foi desenvolvido em oito encontros presenciais com a participação da

Orientações Didáticas para a Educação Infantil” em que o Coordenador

equipe gestora tendo a adesão de vinte unidades que foram representadas com

Pedagógico pudesse apoiar o desenvolvimento das atividades didáticas

Diretor de Escola e/ou Assistente de Direção e Coodenador Pedagógico. 12


desenvolvidas pelos professores com foco no campo de experiências das

A todos que participaram desse processo formativo durante o ano de

linguagens artísticas e tendo como referência o curso para professores “Um

2011, desejamos que novos espaços de reflexão crítica e coletiva continuem

Olhar para o Desenho”, com o objetivo de divulgar aos Coordenadores

como princípio de uma educação que está em constante modificação e ampliação

Pedagógicos a proposta realizada com os professores em 2011.

de saberes, pois a análise reflexiva da própria prática traz mudanças no modo de pensar e fazer, levando-nos a uma prática pedagógica consciente.

Para a formação dos professores, houve a continuidade do “Percursos de Aprendizagem na Educação Infantil” com os Cursos: “Leitura e Reconto”, “Um

Prof.ª Maria Carolina André Cícero de Sá

Olhar para o Desenho”, “Corpo e Movimento Criativo” e “Práticas Teatrais” , com

Prof.ª Olímpia Nilza Conte de Oliveira

o objetivo de oferecer proposta de planejamento que orientasse a organização,

Prof.ª Roseli Alves Ferreira

pelo professor, de experiências significativas de aprendizagens para as crianças;

Prof.ª Thereza Cristina Chiaradia

criar referências para a organização de rotinas pedagógicas; subsidiar o trabalho de planejamento do professor nas diferentes modalidades de organização do tempo didático e ampliar o universo cultural e as vivências dos professores. Enfim, os professores, em seu horário de trabalho, tiveram oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o que as crianças podem aprender acerca das linguagens e o que eles precisam asssegurar para que elas avancem, cada vez mais, em suas aprendizagens. Muitas práticas apresentadas neste livro demonstram o esforço e trabalho de um percurso formativo e contínuo. Esperamos que todas as crianças que freqüentam as Unidades da rede possam ter seus direitos garantidos para vivenciar experiências que possibilitam seu pleno desenvolvimento integral com garantia ao acesso de processos de construção de conhecimento, de aprendizagens das diferentes linguagens e de saberes sobre o mundo e sobre si mesma.

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ENSINO FUNDAMENTAL Desde o início de sua constituição, a equipe desta Diretoria de Orientação Técnico -Pedagógica se pautou pelo princípio da presença de suas formadoras nas escolas, consolidando a parceria com os Coordenadores Pedagógicos, nos procedimentos que envolveram a organização das visitas de a companhamento às salas de aula, a elaboração conjunta das pautas dos horários coletivos, a elaboração de materiais de apoio aos cursos dados na DRE - Santo Amaro, ao estudo dos materiais enviados pela Secretaria Municipal de Ensino, que subsidiam, teoricamente, os Programas Educacionais implantados, à análise dos resultados das avaliações internas (Sondagens de Língua Portuguesa e Matemática) e externas, para que o olhar sobre o planejamento fosse ampliado. As ações de formação, no Ciclo I, para os professores – nos eixos Língua

Foi considerada a importância de Língua Portuguesa – que é, ao mesmo

Portuguesa, Matemática e Natureza e Sociedade – possuíam, como o objetivo o

tempo, ferramenta para construção de conhecimentos e conteúdo (quando

atendimento às metas e princípios estabelecidos pelos documentos da Secretaria

apresentada no eixo de conhecimento Língua Materna) de ensino e de

Municipal de Educação em consonância com os Projetos Pedagógicos das

aprendizagem – e o trabalho realizado se pautou por um objetivo maior: o

diferentes Unidades Educacionais.

alcance da excelência e da qualificação dos registros realizados pelos Coordenadores Pedagógicos e pelos regentes do Ciclo I do Ensino Fundamental.

Para os regentes oferecemos, ao longo do ano de 2011, cursos na

Estes registros possuem, como norte, conferir veracidade às ações que subsidiam

modalidade optativo, que contemplaram a concepção de uma abordagem de

os trabalhos desenvolvidos, ao longo dos anos letivos, no interior das escolas

aprendizagem entendida como um processo de construção individual e social,

desta DRE – Santo Amaro.

mediado pelos professores. Para a ampliação do atendimento aos professores em parceria com os Coordenadores Pedagógicos - realizamos formações nas

Os cursos optativos de Matemática oferecidos aos professores do Ciclo I-

escolas, nos horários coletivos. Também organizamos a Jornada Pedagógica –

todos os anos - contemplaram conteúdos de diferentes blocos temáticos: 1- Os

encontro de formação dos regentes dos 3ºs e 4 ºs anos do Ciclo I – com o

números e as operações – Campo Aditivo; 2- Os números e as operações –

objetivo de conhecer o trabalho realizado por eles - e apresentamos

Campo Multiplicativo; 3- A construção do pensamento geométrico pelas crianças;

possibilidades de atividades, em sala de aula, aliadas às propostas pedagógicas

4- O ensino e a aprendizagem dos números racionais no Ciclo I.

constantes nos Cadernos de Apoio e Aprendizagem dos alunos.

Concomitantemente, discutimos Coordenadores Pedagógicos. 14

os

conteúdos

desses

cursos

com

os


Desde 2009, esta DOT – P, no eixo Natureza e Sociedade, ofereceu

A formação continuada – oferecida por esta DOT – P – se constituiu

cursos optativos para os Professores do Ciclo I, para que esses educadores

como uma ferramenta a mais, para que nossos educadores avançassem na

desenvolvessem estratégias que estimulassem a construção dos conhecimentos

constituição de seus conhecimentos didático – pedagógicos e curriculares

científicos pelos alunos, nas diferentes áreas do conhecimento (Ciências,

referentes aos conteúdos das diferentes áreas, de modo a garantir a apropriação

Geografia e História), por meio da metodologia investigativa.

destes conhecimentos por parte dos alunos atendidos por esta modalidade educacional.

Durante o ano letivo, os professores tiveram a oportunidade de aplicar Prof.ª Ana Maria Gonçalves Pravadelli

esses conhecimentos na elaboração de suas aulas e apresentaram portfólios do

Prof.ª Linéia Ruiz Trivilin

trabalho realizado, socializando com os colegas seus avanços e dificuldades.

Prof.ª Marta Leonor S.P.P. Vieira

A formação de Coordenadores Pedagógicos de Ciclo II e de EJA,

Didáticas para a EJA, e a implementação dos Cadernos de Apoio e Aprendizagem

articuladores entre os trabalhos realizados nas salas de aula e os existentes na

de Língua Portuguesa e de Matemática, com a qualificação dos registros de

Sala de Leitura, no Laboratório de Informática Educativa, na Recuperação

planejamento, acompanhamento e avaliação do processo, utilizando da análise

Paralela de Língua Portuguesa e de Matemática e nas SAAI das Unidades

dos resultados das avaliações externas e internas com vistas à melhoria do

Educacionais, buscou ampliar os conhecimentos destes profissionais, com relação

processo de ensino aprendizagem.

ao seu duplo papel de gestor e de formador de professores, tanto em relação à

Como contribuição para esta formação, no sentido de enriquecer o dia a

abordagem metodológica quanto em relação aos conteúdos presentes nos

dia das relações interpessoais, nas diferentes esferas da Unidade Educacional,

documentos da

consolidação das

foram reservados momentos de estudo e reflexão sobre como se trabalhar com

competências leitora e escritora dos alunos, atendidos nestas modalidades

alunos da faixa etária atendida neste Ciclo e com a diversidade característica da

educacionais, nas diferentes áreas do conhecimento.

EJA.

SME. O

propósito foi

de garantir a

Com este objetivo, foram trabalhadas, nos encontros de formação de

Prof.ª Ana Maria Gonçalves Pravadelli Prof.ª Cristina Dalva B. Motta

Coordenadores Pedagógicos de Ciclo II e EJA, a gestão e a implementação do Programa de Orientação Curricular do Ensino Fundamental e das Orientações

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O Programa “Recuperação Paralela de Língua Portuguesa” contemplou os

O objetivo maior destes encontros foi de subsidiá-los quanto ao uso do

professores de Ciclo I que atuavam na Sala de Apoio Pedagógico com a formação

material, cuidadosamente, preparado e apropriado para esta demanda

desta Diretoria voltada para ações que revertessem o quadro dos alunos com

apresentada por estes alunos. Estes subsídios se estenderam ao planejamento de

dificuldade de aprendizagem, na perspectiva da consolidação das competências

situações didáticas, para atuação em classe, nas avaliações das aprendizagens

leitora e escritora. As diretrizes do Programa “Ler e Escrever - prioridade na

dos alunos e nos módulos, com vistas à superação das dificuldades apresentadas

escola municipal” estabeleceram que estes docentes atuariam na Recuperação

na sala de aula.

Paralela em Língua Portuguesa e Matemática, dando tratamento diferenciado

O resultado deste trabalho foi a ampliação do olhar de todos os envolvidos

aos alunos que obtiveram resultado abaixo do Nível Básico na avaliação externa

para a utilização de uma metodologia diferenciada, eficaz e significativa aos

“Prova São Paulo.” Para atender aos alunos do Ciclo II que estavam também

alunos, no âmbito do cotidiano da sala de aula regular.

nestas condições, as formações incluíram os Professores de Língua Portuguesa do

Prof.ª Carmen Pereira Iroza Alves

Ciclo II. propostas nesses materiais e os referenciais teóricos das Orientações A formação do Programa “Recuperação Paralela de Matemática”, em

Curriculares de SME. Desta forma, os professores participantes da formação, a

2011, envolveu, simultaneamente, professores polivalentes dos anos iniciais e

partir de suas próprias culturas escolares e das interações com seus pares e com

professores especialistas de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental.

a formadora, puderam ampliar seu repertório de ações de diagnóstico, de

Estes professores participaram, inicialmente, de uma formação intensiva para

qualificação de registros de aprendizagem e de reorganização do processo de

apresentação do Programa de Recuperação Paralela de Matemática, num total

ensino, a partir das necessidades dos alunos. Além disso, outras ações

de 16 (dezesseis) horas, no primeiro semestre, e de mais dois encontros, no

importantes para o avanço do Programa de Recuperação Paralela de Matemática

segundo semestre, para consolidar as ações de formação e acompanhar os

foram socializadas entre os professores: procedimentos para controle de

trabalhos realizados nas escolas. A formação buscou explicitar a metodologia de

frequência nas aulas, critérios de agrupamentos de alunos, interação com o

ensino pela resolução de problemas presente nos materiais, especialmente

professor da sala regular, a importância do apoio da equipe escolar e da família

planejados para a recuperação paralela de Matemática e o papel do professor

para o êxito do aluno e aspectos referentes à legislação municipal sobre a vida

como mediador das aprendizagens dos alunos, por meio da vivência de

funcional.

sequências didáticas em que eram estabelecidas relações entre as atividades Prof.ª Cristina Dalva B. Motta 16


Durante o ano de 2011, os Professores Orientadores de Sala de Leitura

com a premiação e a entrega de mais de 13.000 (treze mil) conjuntos de livros

– POSL – puderam participar de alguns cursos de formação que tiveram como

literários para os alunos dos 3ºs e 4ºs anos do Ciclo I e 7ºs e 8ºs anos do Ciclo II,

objetivos: intensificar as ações de formação dos professores e bibliotecários dos

das 29 (vinte e nove) escolas participantes.

CEU envolvidos no Programa “Ler e escrever – prioridade na escola municipal”; ampliar o repertório sobre os diferentes gêneros literários e capacitar os

O curso optativo “Literatura na Sala de Aula”, ministrado pela professora

professores, habilitando-os para atender às demandas. Destacamos as seguintes

Norma Seltzer Goldstein, objetivou instrumentalizar os professores e levá-los a

ações:

pensar sobre uma metodologia que possibilite trabalhar diferentes gêneros textuais, com a finalidade de apontar caminhos que permitam ampliar as competências leitora e escritora dos alunos.

A formação continuada “Leitura ao Pé da Letra – fase II” subsidiou os POSL e os Bibliotecários dos CEU em momentos de socialização de práticas,

Na parceria entre a Secretaria Municipal de Educação da cidade de São

vivências de experiências, reflexão e planejamento de ações para atendimento

Paulo e o Instituto C&A algumas Unidades Educacionais da DRE – Santo Amaro

aos alunos.

participaram do Concurso “Escola de Leitores”. O CEI “Rubens Granja, Vereador” e a EMEF “Bernardo O’Higgins” estão entre as sete ganhadoras da cidade de São

Na Jornada Pedagógica “Encontro de Leitura” foram fomentadas as

Paulo e a EMEF “Tiradentes, Alferes” classificou-se entre as finalistas.

ações de leitura literária para toda a comunidade educativa e indicaram-se estratégias que contribuíssem para a gestão dos Espaços de Leitura Literária.

Prof.ª Neide Maria da Silva O Projeto “Livro Vivo – Leitura para a cidadania”, parceria entre a DRE – Santo Amaro e a Paulus Editora, aberto a professores de outras áreas do conhecimento dos Ciclos I e II teve como ações principais: ampliar o repertório sobre os diferentes gêneros literários; incentivar a realização de projetos de leitura e de concursos literários para alunos. O encerramento do projeto de seu

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A equipe da Informática Educativa, no ano de 2011, desenvolveu

A “Metrópole Digital” apresentou o conceito de educação digital

formações, em continuidade, visando à implementação das Orientações

transmidiática, tendo como pano de fundo a cidade de São Paulo sob a

Curriculares de Tecnologias de Informação e Comunicação – Proposições

ótica do aluno.

de Expectativas de Aprendizagem, junto aos Professores Orientadores de A “Ciranda de Mídias”

Informática Educativa - POIE e os demais educadores, proporcionando

incorporou linguagens midiáticas nas

próprias rotinas da Educação Infantil.

momentos de reflexões sobre o planejamento das ações direcionadas às novas formas de ensinar e aprender, no contexto digital, nas redes e

A “Formadores de Agentes de Apoio às TIC” inseriu alunos e

espaços virtuais de comunicação entre alunos, professores e formadores,

educadores no contexto digital potencializando o uso de redes sociais

a fim de acompanhar a evolução e novas demandas provenientes da

como ambientes inovadores de aprendizagens e reconhecimento das

Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC. Os laboratórios da

diferentes e múltiplas linguagens na era da informação e da comunicação.

Informática Educativa e os demais espaços escolares são ambientes que privilegiam

o

desenvolvimento

e

ampliação

das

competências

e

A “Implementação de uma Rádio

habilidades do século XXI, oriundas desta evolução tecnológica. Destacamos desenvolvidas em

as

formações

ambientes virtuais

presenciais de

e

competências comunicativas dos alunos

Escolar”

desenvolveu as

utilizando-se das linguagens

radiofônicas.

semipresenciais

aprendizagem colaborativa,

A “Produção em Rádio” exercitou a criatividade na organização de

voltadas para a comunicação, pesquisa e publicação na internet, autoria e

programas radiofônicos visando à educação formal e informal.

protagonismo:

A “Nas Ondas

A “Web Currículo – TIC” utilizou os recursos tecnológicos como

do Rádio:

Aprender e Comunicar” promoveu o

protagonismo por meio do trabalho com as linguagens midiáticas e

instrumento de protagonismo infanto-juvenil.

recursos das tecnologias da Informação e da Comunicação;

O “Educador Inovador” subsidiou a autoformação na modalidade

A “Imprensa Jovem – Criando

de ensino à distância.

Agência

de Notícias” formou os

educadores para produzir e divulgar conteúdo jornalístico, pedagógico e

18


informativo, juntamente com os alunos, e veiculá-lo nos meios de

“... Aprender é se tornar capaz de fazer o que antes não

comunicação, como blog, jornal mural e Rádio Escolar.

conseguíamos fazer. Aprender é desenvolver capacidades – vale dizer, construir competências. E já nascemos com a

A “Gestores de

Projetos

Educomunicativos” implementou a

capacidade básica:

a capacidade de aprender.” (IN:

formação de gestores de projetos educomunicativos, de recurso humanos

Orientações

e tecnológicos para a melhoria da comunicação dentro da escola e no

Expectativas de Aprendizagem – pág. 102)

Curriculares

TIC

Proposições

de

entorno. Prof.ª Daniela Fonseca Costa A “Mestre de Cerimônia Juvenil”

possibilitou ao aluno ser o

Prof.ª Maria Tereza D. S. Santos

anfitrião dos eventos na escola, responsável pela comunicação durante os mesmos e pela articulação entre o público e a atração apresentada. A “Nas Ondas do Vídeo” estimulou a produção de vídeo escolar, aproximando

os

interesses

sociais

dos

alunos

pelos

meios

de

comunicação e pela produção de conhecimento.

19


O trabalho de implantação e implementação do documento

A implantação do CEFAI – Centro de Formação e Apoio à Inclusão,

“Orientações Curriculares Expectativas de Aprendizagem para a Educação

como estrutura regulamentada por Decreto Municipal, existe – na Diretoria

Étnico – Racial para a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio”, em

Regional de Educação – Santo Amaro, desde 2005. As formações mensais – em

nossas Unidades Educacionais, teve como procedimento principal, sediar e

serviço – prestadas pela equipe de Educação Especial da SME e o mapeamento

acompanhar, ao longo de 2010, o curso optativo, promovido pela Secretaria

de alunos com quadro de deficiência, matriculados em nossas Unidades

Municipal de Educação, “Cultura e História da África”, que visava contemplar –

Educacionais, tornaram a presença do CEFAI nas escolas uma forma de garantir o

como público – educadores de todas as modalidades de ensino oferecidas no

processo educacional destas crianças. O propósito das visitas foi a realização de

âmbito da Rede Municipal de Ensino.

avaliação pedagógica desses alunos visando à organização dos serviços de apoio especializados. No início de 2009, o CEFAI apresentou um salto qualitativo

Nestes cursos foram abordados os seguintes temas: O continente

quando estabeleceu a rotina da itinerância nas Unidades Educacionais de nossa

africano, O perigo da História única; Apresentação e debate sobre as Leis

DRE.

Federais nº 10.639/03 e 11.645/08; África, o berço da humanidade; África e o

A partir de 2011, o CEFAI planejou suas formações - na modalidade de

neocolonialismo; O lugar da mulher nas sociedades africanas; A África oficia e a “outra África”; Bases da religião africana.

cursos optativos - pautadas na corresponsabilidade de fortalecimento de todos os profissionais da escola e no resultado do mapeamento dos alunos com quadro

Em comemoração ao Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes foi

de deficiência. As demandas apontaram a Deficiência Intelectual em primeiro

realizado, no auditório do CEU “Caminho do Mar”, seminário organizado pela

plano, seguida da

SME com palestras e apresentações de alunos que oportunizaram reflexões

Física,

Visual, Múltipla e

Transtornos Globais do

Desenvolvimento. O público contemplado era formado por Professores, Gestores

acerca das questões étnico-raciais em nossas escolas. Tivemos a oportunidade de

e integrantes do Quadro de Apoio.

ouvir relatos dos trabalhos desenvolvidos em nossas escolas, em relação aos temas apresentados nos citados eventos.

Iniciamos nossas formações apresentando diferentes maneiras de se trabalhar com o RAADI – Referencial de Avaliação de Aprendizagem na Área

Em agosto de 2011, durante o Seminário Regional de Educação de Santo

Intelectual – no Ciclo I, do Ensino Fundamental, oferecendo subsídios aos

Amaro, “Saberes e Práticas”, o professor Walter Roberto Silvério, assessor da

Professores e Coordenadores Pedagógicos, bem como aos Diretores de Escola e

DOT – Étnico Racial, participou da mesa redonda que abordava a temática étnica

Supervisores Escolares, para melhor assegurar a apropriação dos pressupostos do

nas nossas salas de aula.

documento, e garantir a avaliação do aluno com deficiência intelectual, dentro da 20


escola. Todos os cursos apresentaram a seguinte estrutura: embasamento

Bastos, integrante da Instituição “Lugar de Vida” e o Doutor Júlio Botelho,

teórico e aplicação prática, com as necessárias adequações.

Promotor Público responsável pela inclusão de pessoas com deficiência, no município de São Paulo.

Na área da Deficiência Visual contamos com a assessora Drª Eliana Maria Ormelezi. A palestrante alertou que, no contexto inclusivo, “os professores –

Os integrantes do Quadro de Apoio das escolas receberam atenção

como mediadores do processo educacional – precisam estar amparados pelo

diferenciada por estarem à frente das ações de recepção às famílias e auxilio na

conhecimento, para atender, plenamente, às necessidades educacionais

socialização destas crianças no interior da escola, desde sua matrícula até o

especiais dos alunos com cegueira ou baixa visão.”

acompanhamento realizado fora da sala de aula regular. Esta formação desconstruiu mitos acerca da Educação Especial e colaborou com o

Para os educadores que atendiam aos alunos com Transtornos Globais

desenvolvimento global destes alunos, pois a educação não se limita à sala de

do Desenvolvimento /TGD recebemos a formação da Instituição “Lugar de Vida”,

aula. Os encontros de formação foram realizados aos sábados, as tarefas eram

oferecida por meio da Equipe de Educação Especial da SME. A Psicóloga Cristina

executadas durante a semana e compartilhadas no encontro posterior.

Keiko fez uma referência – no contexto educacional - sobre as crianças com

A formação também envolveu os regentes das SAAI – Salas de Apoio e

autismo e psicose sob a perspectiva da psicanálise, tendo a escola, um papel

Acompanhamento à Inclusão, com encontros mensais, em que foram discutidos e

terapêutico no desenvolvimento destes alunos.

socializados os seguintes temas: estudos de caso, formas de estimulação, papel

Em agosto de 2011, realizamos o Seminário Regional de Educação de

do formador da SAAI, intermediação com a sala regular de aula, propostas de

Santo Amaro, “Saberes e Práticas”, no qual o CEFAI oportunizou a interlocução

atendimento educacional especializado, adequação de atividades e de materiais

com as demais modalidades educacionais de nossa DOT – P. Estiveram presentes

para nossos alunos incluídos.

- entre outros – na Mesa Redonda de Educação Especial, a Psicóloga Marise

Ana Claudia de Paula, Prof.ª. Luciana Nascimento Prof.ª Maria Tereza Roberto Braga Prof.ª. Mariza Beranger Sardin Prof.ª Rosângela de Almeida Canto, Prof.ª

21


A NARRATIVA DE VIDA E A REFLEXÃO DO EDUCADOR ACERCA DE SEUS REGISTROS

Em 2010, foi formado – entre nossos Coordenadores Pedagógicos

A partir de 2009, passamos Carmen Pereira Iroza Alves e eu,

participantes – um grupo com dez - que, ao longo ano, a partir de

Marta Leonor Silva Pincigher Pacheco Vieira, a substituir a formadora da

combinados, traria para ler para o grupo, trechos de sua vida, escritos em

Secretaria Municipal de Educação, na formação de Língua Portuguesa,

forma de narrativa, escolhidos por cada um deles, no gênero textual de

que atendia aos nossos Coordenadores Pedagógicos, desde 2005. Este

sua preferência. Como nossas formações eram mensais, organizamos um

mesmo trabalho de formação – para educadores – já era desenvolvido

momento em que dois participantes apresentavam seus textos – em

por nós, desde junho de 2006.

capítulos – para os demais. Um dos focos deste trabalho centrou-se no Considerando a importância do trabalho com Língua Portuguesa -

uso da linguagem escrita, com a indicação de que iniciássemos nossos

que é, ao mesmo tempo, ferramenta para a construção de conhecimentos

registros a partir de um texto pessoal (no qual cada autor, além de ser o

e conteúdo (quando apresentada no eixo Língua Materna) de ensino e de aprendizagem - o trabalho realizado, desta

época

momento, se pautou por um objetivo: o alcance

dono do próprio conteúdo – sua história de vida - teria total autonomia

até o presente

para

da excelência e da

apresentar os trechos

por ele selecionados). Desta

forma,

a

apresentação seria pautada na leitura de um texto escrito.

qualificação dos registros dos Coordenadores Pedagógicos e dos regentes O desafio proposto para os ouvintes - cujo papel desempenhado

do Ciclo I, que possuem como norte conferir veracidade às ações que

era o de ser “plateia”, de uma situação social organizada - a partir da

subsidiam os trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos letivos, no

leitura em voz alta - foi o de se envolver no texto e comentá-lo, sempre

interior das escolas desta DRE – Santo Amaro.

considerando os seguintes aspectos: Como subsídio

teórico e metodológico, para a execução deste a)

trabalho, foi escolhido o Projeto “Narrativas de Vida de Educadores”, nos mesmos moldes do trabalho desenvolvido, na PUC – São Paulo, pelo

os elementos (recursos textuais ) que mais lhe chamaram a atenção;

b) a apresentação e o encaminhamento do conteúdo;

Professor Doutor João Antonio Telles, ao longo da década de 1990. 22


c)

os elementos do conteúdo que mais lhe chamaram a atenção;

No ano seguinte, 2011, trabalhamos a vídeo narrativa – como

d) o gênero textual escolhido pelo (a) autor (a), suas características, a linguagem escrita utilizada, sua pertinência e adequação; e)

forma

outra linguagem, agora com a imagem

aliada

à

linguagem escrita – para em 2012, atingirmos nosso objetivo, ou seja, a

as emoções e os sentimentos que o trecho lido provocou no (a) ouvinte.

qualificação dos registros oficiais que circulam no âmbito escolar: horário coletivo, horário individual, relatórios sobre os avanços obtidos pelos

Outro foco de nossa proposta foi evidenciar que, diante de um

alunos, focando nos procedimentos adotados pelos regentes, registros de

texto literário, a fruição é o aspecto que – em primeiro lugar – desperta o

resultados obtidos nas Sondagens de Leitura e de Escrita e nas Planilhas

leitor, fazendo com que, positivamente, ele se envolva no enredo e passe

de Proficiência Leitora e Escritora, no caso específico do Ciclo I (todos os

a desempenhar o papel de co-autor: “torcendo” para alguns personagens, modificando certas

de utilizar

anos).

paisagens apresentadas, suavizando ou mesmo

intensificando certos conflitos apresentados pelos autores. Para tanto,

Seguem pequenos trechos de alguns dos participantes deste

não foi preciso estar diante de um “medalhão” da literatura mundial para

grupo, para apreciação dos leitores de nosso livro:

que nossas emoções mais “escondidas” aflorassem: bastou apenas estar

“... Enfim, no sábado um caminhão grande chegou, começaram a

diante de narradores competentes, que utilizaram as palavras escritas

carregar tudo, eu só ficava observando e brincando com meu cachorro

criando conjuntos tão metafóricos quanto poéticos, que nos fizeram

“Pelé”, que estava amarrado em uma corda para que não fugisse. Vi a

“sonhar muito”, ao longo de nossos dez encontros.

casa se esvaziando, o que foi me dando uma angústia, um nó na garganta

À medida do possível, o grupo teve - como tarefa – envolver

e uma tristeza enorme. Por fim, minha mãe dava as últimas olhadas pelos

docentes e alunos do Ciclo I (todos os anos) para que, no âmbito da

cômodos da casa vazia. Chegou a hora da partida: não pude conter as

Unidade Educacional, o Projeto “Narrativa de Vida”, fosse difundido,

lágrimas ao ver minha mãe chorando e a abracei – me agarrando a um

aceito e multiplicado. Isto aconteceu, por exemplo, com muita qualidade

porto seguro – e entramos na cabine do caminhão. Deixei para trás

e aceitação – graças ao envolvimento da Coordenadora Pedagógica (à

muitas

época)

Roberto, Narrativa de Vida, DRE – Santo Amaro, EMEF “Habib Carlos

Francisca Fabiana

dos Santos

e das regentes Esther

Maria

Freixedelo Martins e Lucilene dos Santos – na Escola Municipal de Ensino

lembranças de minha

infância...” (IN: BRAÇAROTTO, Flávio

Kyrillos, Doutor”, 2010)

Fundamental e Médio “Linneu Prestes, Professor”.

““... – Uma tragédia! – respondeu o Diretor!

23


Dona Márcia jogou-se, novamente, em meus braços e disse: “Não

era sete vezes oito...” (IN:SANTOS,Caroline C.S.dos,Sherazades, Narrativa de Vida, DRE – Santo Amaro, EMEF “Bernardo O’Higgins”, 2010)

falei que coração de mãe não se engana? Agora há pouco recebi um telefonema de uma mulher que se diz amante de meu marido. Disse que

Chegar ao nosso objetivo – um registro institucional escrito com

está com a Stefânia e que, se eu me meter a besta e avisar a polícia, ela

qualidade e que reflita, de fato, o que ocorre nos diferentes segmentos da

mata minha filha! O que vai ser de mim? Disse também para que aguarde

escola – a partir da utilização da dupla conceitualização, foi o caminho por

um novo contato, e dirá o que será preciso fazer nas próximas horas!...”

nós escolhido. O contraponto, ou seja, a comparação com o registro

(IN: FERREIRA, Maria da Conceição M., O sequestro, Narrativa de Vida,

institucional realizado nas e pelas escolas pode, desta forma, ficar mais

DRE – Santo Amaro, EMEF “Pereira Carneiro, Conde” ,2010)

claro para o grupo de participantes desta formação e ser desenvolvido,

“ Ternamente despótica, essa mulher fazia cumprir suas leis em

qualitativamente, em cada escola sob nossa coordenação.

casa: entre um safanão e um afago, me fez conhecer as primeiras letras e

Finalizando esta breve exposição, afirmamos que, com a adoção

com elas a liberdade para ler seus manuais de costura, zelosamente

destes procedimentos, pudemos nos deparar, ao longo do ano, com

guardados dos dedos infantis. A tabuada ficava para os domingos, os

excelentes escritores, antes, por nós desconhecidos.

livros da escola para todas as tardes, depois do almoço. Sobrava o sonho Profª. Marta Leonor Silva Pincigher Pacheco Vieira

da noite e, com ele, lobos e princesas que duelavam para saber quanto

24


INTERAÇÕES SOCIAIS NO ENSINO DE MATEMÁTICA (PARA QUÊ?) Quando os meios de comunicação divulgam resultados de avaliações

Realizar tarefas em pequenos grupos permite ao aluno expor,

institucionais, promovidas por órgãos públicos de educação, o desempenho dos

argumentar, criticar e ouvir ideias, bem como colocar questões e discutir

alunos em matemática causa mal estar entre educadores, gestores, alunos e suas

estratégias de resolução. Mas, que tipo de interações os alunos vivenciam nas

famílias. Junto com esses índices surge, na sociedade, o debate sobre as causas e

aulas de matemática? Segundo Ponte e Serrazina (2000), há dois estilos

os responsáveis por estes resultados.

fundamentais de aula de matemática:

Esse não é um debate recente, as chamadas “dificuldades de

Num, o professor introduz os conceitos e o conhecimento matemático na sua forma acabada e os alunos têm essencialmente um papel de receptores de informação. Noutro, o saber é construído pelos alunos no decurso da própria atividade, assumindo assim uma participação ativa, e o professor tem essencialmente um papel de organizador e dinamizador da aprendizagem. (pág.111)

aprendizagem” vêm sendo abordadas por pesquisadores ao longo das últimas décadas. Observamos significativa ampliação de estudos que tratam de diferentes aspectos relativos ao ensino-aprendizagem de matemática, na busca de aportes teóricos e metodológicos que contribuam para uma aprendizagem mais efetiva.

Para estes autores, os dois estilos imprimem dinâmicas diferentes às aulas e estão relacionados às crenças e concepções do professor, da maneira

Dentre as diversas formas de compreensão, destacamos pesquisas

como ele introduz as diferentes tarefas e apoia os alunos na sua realização.

sobre o importante papel que o contexto social e relacional tem no desempenho dos alunos. Hübner (2010) estudou o papel das interações sociais no processo de

O jogo como potencializador de interações no ensino de matemática

resolução de problemas matemáticos com alunos do Ensino Fundamental em situações reais de sala de aula, e aponta que as interações sociais revelam ser um

O jogo é um recurso privilegiado para a promoção de interações sociais

elemento facilitador na apreensão de conhecimentos e na aquisição de

entre alunos. O encanto natural que provoca nas crianças já justificaria a sua

competências matemáticas. As interações sociais estão sendo estudadas

utilização nas aulas de matemática, pois abre um leque de possibilidades de

recorrendo-se a uma análise profunda dos mecanismos nela envolvidos, com

aprender conceitos, como também, favorece o desenvolvimento da cooperação e

atenção especial aos fatores psicossociais que explicam as suas potencialidades

do respeito mútuo entre os alunos (SMOLE, 2001).

na promoção de atitudes mais positivas e proativas na aprendizagem da

As crianças, principalmente nos grandes centros urbanos, estão

matemática e na promoção do sucesso escolar.

perdendo o espaço para brincar e interagir. Os professores, por sua vez,

25


reclamam que os alunos não conseguem se concentrar, são agitados,

Por exemplo, quando as crianças utilizam com eficiência a contagem

desorganizados e desinteressados. Talvez a escola tenha esquecido do

de um em um para resolver diferentes situações que envolvam somas e

importante papel que as brincadeiras e jogos exerceram no desenvolvimento das

subtrações, interessa-nos desenvolver um trabalho que auxilie na memorização

crianças ao longo da história.

de fatos básicos da adição/subtração, ou seja, se as crianças, ao calcularem o

Ao jogar o aluno é incentivado a realizar contagens, comparar

resultado de 5 + 4, estendem cinco dedos em uma mão e quatro em outra e

quantidades, relacionar, confrontar suas estratégias com as de outros colegas, ou

contam tudo para dar o resultado, queremos agora que digam “5 + 4 = 9” -

seja, é incentivado a aprender ideias e procedimentos matemáticos, ampliando o

resultado já memorizado. Segundo PARRA (2001), os jogos utilizados em função

seu próprio repertório de soluções possíveis para um mesmo problema.

do cálculo mental podem servir de estímulo à memorização ou para aumentar o domínio de determinados cálculos.

No planejamento de atividades que envolvam jogos, devemos considerar alguns aspectos: o jogo deve constituir-se num desafio para os alunos;

Podemos oferecer jogos em que procedimentos de contagem de um

todos devem estar envolvidos, assim é preciso considerar possíveis adaptações

em um ou de sobrecontagem se revelem pouco econômicos e discutir recursos

em função dos conhecimentos do grupo; o jogo deve permitir que as crianças

de cálculo por agrupamento, como os jogos que envolvem somas com dezenas

utilizem diferentes estratégias, estabeleçam planos de ação, descubram

exatas. Enfim, o jogo deve ser planejado para que as crianças aprendam o que

possibilidades e troquem informações; deve desencadear processos de

ainda não sabem. O trabalho em pequenos grupos permite ao aluno ouvir, expor,

pensamento para que os alunos avaliem seu próprio desempenho; e, por fim,

argumentar e criticar. Ele pode arriscar-se na exposição de pontos de vista e

prever a reflexão e o registro dos conhecimentos envolvidos no jogo. Quando propomos

uma

atividade

com

jogos

partimos

negociar significados. Ao verbalizarem os seus pensamentos, explicarem ou

do

conhecimento dos alunos e dos novos conteúdos que queremos que aprendam.

justificarem

as

suas

soluções,

os

alunos

têm

a

oportunidade

de

Em relação ao ensino das operações básicas, como identificar o repertório de

reconceitualizarem um problema e alargarem a sua estrutura conceitual,

cálculo dos alunos? Quais jogos propor? Com que regularidade? Não são poucos

incorporando métodos de solução alternativos.

os desafios ao pensarmos as aulas de matemática na perspectiva do conceito da

A seguir, o conhecimento produzido nos pequenos grupos deverá ser

Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygotsky, faz-se necessário um olhar

debatido por toda a classe. Nesta etapa de trabalho se desenvolvem a

investigativo sobre os saberes da turma e sobre o que cada aluno sabe

argumentação sobre o problema, a comparação e validação de ideias e

individualmente.

26


procedimentos. Os conhecimentos dos alunos podem ser ampliados com o

os jogos para desenvolver o repertório de cálculo (adição, subtração,

objetivo de encontrar melhores soluções.

multiplicação e divisão) com números naturais. A discussão do grupo sobre este

Os alunos trabalham diante de uma situação nova, utilizando o que

tema possibilitou a elaboração de pautas de formação que seriam desenvolvidas

sabem e ao vencerem os obstáculos produzem conhecimentos que não são, por

nos horários coletivos de formação de professores, para os coordenadores

vezes, reconhecidos como válidos em outros contextos. Por exemplo, ao

pedagógicos abordarem a gestão pedagógica de atividades com jogos, como

utilizarem a sobrecontagem para descobrirem os pontos no jogo de dados,

forma de favorecer a aprendizagem de conceitos e procedimentos matemáticos

podem não reconhecer que este procedimento é útil em outras situações em que

de forma mais significativa, por meio das interações sociais que eles

precisem contar. Cabe ao professor discutir e explicitar que “ali” há algo novo,

potencializam.

importante, para ser recordado e utilizado em outras situações. Prof.ª Linéia Ruiz Trivilin

Todavia, não basta os alunos se encontrarem sentados lado a lado na sala de aula para que tenham melhor desempenho escolar. Nas aulas de

Bibliografia:

matemática, o professor tem papel fundamental na promoção das interações

HÜBNER, M. C. S. Educação matemática: processo de resolução de problemas no contexto escolar. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Passo Fundo, 2010. Orientação: Profª. Drª. Neiva Ignês Grando.

sociais, reconhecendo seu potencial na aprendizagem. É necessário definir critérios para agrupar os alunos, propor tarefas que estimulem a interação e gerir

PARRA, C.. Cálculo mental na escola Primária. In: PARRA, Cecília; SAIZ Irmã; [et al] (Org.). Didática da Matemática: Reflexões Psicopedagógicas. Tradução por Juan Acuña Llorens. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. p. 186-235.

possíveis conflitos. É preciso reconhecer o que os alunos já sabem, propor os jogos para ensinar/ampliar conceitos e procedimentos matemáticos, explicitar os conhecimentos construídos e sistematizá-los para que possam ser utilizados em

PONTE, J. P.; SERRAZINA, M. L. Didáctica da matemática do Ciclo I. Lisboa: Ed. Universidade Aberta, 2000.

outros contextos de resolução de problemas. Considerando que o jogo pode se constituir em uma estratégia

SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; CANDIDO, P. Brincadeiras infantis nas aulas de matemática. Artmed Editora. Coleção Matemática de 0 a 6, Vol.1, 2001.

metodológica para o enfrentamento dos desafios que hoje se apresentam no ensino e na aprendizagem de matemática, no ano de 2011, nas formações de coordenadores pedagógicos, analisamos sequências de atividades que utilizavam

27


AÇÕES DE FORMAÇÃO DO CICLO II DOS ÚLTIMOS ANOS conhecimento.

No documento da Secretaria Municipal de Educação: “Educação – Fazer

Em 2007 foram publicadas as “Orientações curriculares - proposição de

e aprender na cidade de São Paulo”, 2008, página 57, podemos encontrar uma apresentação das concepções que embasam o Programa de Orientação

expectativas de aprendizagem” e em 2010 os “Cadernos de apoio e

Curricular do Ensino Fundamental:

aprendizagem”, de Língua Portuguesa e Matemática. Iniciamos, em 2006, na DRE Santo Amaro/SME um percurso de

“... Na perspectiva do letramento, o processo de aquisição e

formação e acompanhamento, tendo como objetivo fornecer subsídios para

desenvolvimento da leitura e da escrita, mesmo quando bem

ampliar as competências leitora e escritora dos alunos do ciclo II, com o

sucedido, não se esgota no Ciclo I, mas prolonga-se por toda a

desenvolvimento das seguintes ações:

vida.” Além disso:

 2006 e 2007 Formação de coordenadores pedagógicos, na DRE, com a assessoria, em SME, da prof.ª Maria José Nóbrega;

“ ...a leitura e a escrita perpassam a construção de conhecimento

 2006 Formação dos grupos de referência, com professores das

em todas as áreas e seu trabalho transversal se justifica porque o

diferentes áreas do conhecimento, com o objetivo de auxiliar na

conteúdo e a forma de um texto são indissociáveis e, não raro,

construção do material das Orientações Curriculares

a compreensão de um supõe o entendimento do outro...

 2007 Projeto 77 escolas ( Aprender os padrões da linguagem escrita de

Assim, tomar a leitura e a escrita como um compromisso de

modo reflexivo) Projeto aplicado em 77 escolas da SME consideradas

todas as áreas é criar condições para que as demais

prioritárias, tendo em vista a necessidade de um apoio pedagógico para

aprendizagens possam se dar.”

os alunos que estavam iniciando o ciclo II - Formação em SME, de professores dos 1º anos do ciclo II , com foco na escrita;

Em 2006 foi elaborada uma proposta de se investir no aprimoramento

 2008 “Sala dos professores” : constituição de grupos de trabalho por

da leitura e da escrita dos alunos do Ciclo II.

área do conhecimento, com professores das unidade educacionais da

Inicialmente, houve a publicação do “Referencial de expectativas para o

DRE,

desenvolvimento da competência leitora e escritora no Ciclo II do Ensino

para

estudo

dos

“Referenciais de

expectativas para

o

desenvolvimento da competência leitora e escritora no ciclo II do ensino

Fundamental”, 2006, pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e, em

fundamental, 2006;

seguida, os Referenciais de expectativas para o desenvolvimento da competência leitora e escritora do ciclo II do Ensino Fundamental das diferentes áreas do 28


 2011

 2008 - Formação na DRESA de coordenadores pedagógicos, com assessores de SME, um por mês, por área do implementação

dos

“Referenciais

de

 Formação de coordenadores pedagógicos;

conhecimento, para

expectativas

para

 Cursos, com convocação, para professores de Língua Portuguesa e

o

desenvolvimento da competência leitora e escritora no ciclo II do ensino

Matemática para implementação dos Cadernos de apoio e

Fundamental, 2006”;

aprendizagem;  Cursos optativos para professores promovidos por SME nas

 2009 - Formação na DRESA de coordenadores pedagógicos para a implementação

das

“Orientações

curriculares

-

proposição

diferentes áreas do conhecimento;

de

 Cursos para professores de recuperação paralela de

expectativas de aprendizagem, 2007”, com a parceria de especialistas

Língua Portuguesa e Matemática.

das áreas.

 Seminário para coordenadores pedagógicos - implementação do

 2009 Seminário de professores por área do conhecimento: estudo das

Referencial sobre Avaliação da Aprendizagem de alunos com

Orientações Curriculares, com assessores da SME.

Deficiência ( RAADI CII).

 2009, 2010 e 2011 Formação para professores em horário coletivo (JEIF)

As formações dos coordenadores e dos professores possibilitaram uma

nas escolas prioritárias, com assessores contratados pela DRE e com

interlocução entre estes dois segmentos, com vistas em ações desenvolvidas em

formadores de DOT-P/DRESA;

sala de aula, possibilitando uma articulação do programa de SME com o projeto

 2009, 2010 e 2011 Formação dos professores que atuavam nas Salas de

pedagógico das escolas e os avanços no processo de ensino e aprendizagens.

apoio pedagógico (SAP) (com ações, prioritariamente no ciclo II)

Na 1ª parte dos cadernos de Orientações Curriculares - Proposição de

 2010 e 2011 

Formação de coordenadores pedagógicos – Implementação dos

Expectativas de aprendizagem, SME/DOT, 2007, encontramos indícios para a

”Cadernos de Apoio e Aprendizagem, e Língua Portuguesa e

realização dessa articulação:

Matemática”;

“Na elaboração de seu projeto, cada escola parte da consideração

Curso, com convocação, para professores das áreas de Língua

da realidade, da situação em que a escola se encontra, para

Portuguesa e Matemática (um professor por unidade educacional)

confrontá-la com o que deseja e necessita construir. Essa

para implementação dos Cadernos de Apoio e Aprendizagem de

“idealização” não significa algo que não possa ser realizado, mas

Língua Portuguesa e Matemática;

algo que ainda não foi realizado; caracterizando um processo necessariamente dinâmico e contínuo. Elementos constitutivos do projeto pedagógico da escola, como registro de sua trajetória histórica, dados sobre a comunidade em 29


que se insere avaliações diagnósticas dos resultados de anos

de sucesso nas escolas e encaminhamentos para reflexões junto aos

anteriores relativas aos projetos desenvolvidos pela escola e aos

professores, sobre as estratégias mais adequadas para o desenvolvimento

processos de ensino e aprendizagem são importantes para o

das aulas com alunos dessa faixa etária.

estabelecimento desse confronto entre o que já foi conquistado e

Durante os períodos de planejamentos, foi dado um destaque

o que ainda precisa ser.”

especial na construção dos Planos de Ensino, tendo em vista a proposição de expectativas de aprendizagem apresentadas nas Orientações

Para aproximar as reflexões realizadas nos cursos de formação

Curriculares de SME, com a elaboração de roteiros para os planos, que

com a prática de sala de aula, nas reuniões de coordenadores pedagógicos

indicassem os pontos de convergência da proposta, respeitando-se a

de 2011, convidamos mensalmente professores das diferentes áreas para

diversidade das unidades educacionais.

que eles pudessem socializar suas boas práticas e, em seguida, houvesse

Com a reorganização das ações de recuperação paralela, houve

uma articulação entre a prática apresentada e as concepções indicadas

também a necessidade de que os coordenadores pedagógicos tomassem

nas Orientações Curriculares de cada área do conhecimento.

conhecimento das concepções que embasam os cadernos de recuperação,

Foram também apresentadas pelas regentes das formações

tanto de Língua Portuguesa como de Matemática, que foram

continuadas dos coordenadores pedagógicos atividades dos cadernos de

apresentadas em nossas reuniões.

apoio, com os subsídios teóricos nos quais eles se baseiam,

Durante todos esses anos de formação, as análises das avaliações

complementando ainda esse estudo, com o recurso dos vídeos que

internas e externas foram temas de reflexão, com o propósito de se

acompanham os cadernos.

estabelecer um diagnóstico, na medida em que trouxeram indícios dos

Nos momentos de troca de suas práticas, os coordenadores

avanços e dificuldades encontradas pelos alunos e encaminhamentos de

puderam pensar sobre as características comuns entre as escolas e as

ações necessárias de formação. Durante as formações, houve também a

características peculiares de sua realidade.

preocupação de se estabelecer vínculos entre o trabalho de sala de aula

O tema “Convivência escolar” foi desenvolvido principalmente

com os professores de Sala de Leitura, com os de Informática educativa,

nos anos 2010 e 2011, dando-se ênfase às características dos pré-

com os de Recuperação paralela e com os educadores do “Centro de

adolescentes e adolescentes dos dias atuais e relacionando seus perfis

formação e acompanhamento à inclusão” (CEFAI) da Diretoria Regional de

com as ações mais efetivas em sala de aula, para que pudéssemos atender

Educação de Santo amaro.

esses alunos, de tal forma que eles valorizassem o papel da escola em sua formação, privilegiando-a como lugar de aprendizagem. Durante esse

Prof.ª Ana Maria Gonçalves Pravadelli

percurso, houve estudos de textos sobre esse tema, troca de experiências

30


31


RESGATE DA IDENTIDADE: O PAPEL DE CADA UM – ALUNO / EDUCADOR / FAMÍLIA

CEI Jardim Cupecê

Desenvolvimento do Projeto:

Escolhemos o tema “Resgate da identidade: o papel de cada

Considerando que o trabalho pedagógico desenvolvido no

um – aluno / educador / família” para compor o livro da DRESA –

CEI Jardim Cupecê vem demonstrando, ano após ano, uma cadência

2012 porque este foi o eixo principal do Projeto Pedagógico de

temática capaz de não estancar o trabalho findo cada ano letivo,

2011, o “fio condutor” de todas as atividades que realizamos no

podemos

decorrer do ano letivo.

momentaneamente, num momento pedagógico inspirador, mas

Objetivos:

sim, é o resultado do crescente movimento da práxis pedagógica

dizer

que

o

tema

em

questão

não

surgiu

O principal objetivo da dupla gestora ao desenvolver este

desenvolvida neste CEI nos últimos anos. Por isso, a temática

tema foi resgatar a importância do papel de cada um no cotidiano

“identidade” vem sendo alvo dos nossos estudos e base para a

do CEI, de forma a contemplar não só as expectativas da

organização dos projetos pedagógicos desenvolvidos.

comunidade

educativa

como

também

garantir

desafios

A partir do 2º semestre de 2010, este tema foi abordado

pedagógicos significativos aos nossos alunos. Este tema começou a

com mais veemência, visto que nossos professores apontavam a

surgir no cenário pedagógico do CEI Jardim Cupecê já em meados

necessidade de maior investimento no desenvolvimento da

de 2010, despontando como prioridade a partir do levantamento

autonomia das crianças, pois ao longo dos anos este CEI passou,

das expectativas dos educadores acerca do trabalho que seria

cada vez mais, a atender crianças de menor faixa etária (houve

realizado em 2011.

época em que as crianças permaneciam neste CEI até a época em

Período de realização do Projeto: Durante todo o ano letivo de

que completavam 7 anos, sendo encaminhadas diretamente para

2011.

as escolas de ensino fundamental). Por isso, a prática pedagógica

32


necessitou de constantes aperfeiçoamentos com relação à pertinência das propostas para as novas faixas etárias atendidas. Em contrapartida, os educadores também nos apontavam a necessidade de se investir no desenvolvimento da linguagem artística, realizando com as crianças um trabalho para além das artes plásticas, especialmente por considerarem a expressão artística um grande propulsor do pensamento simbólico das Atividades de releitura de Obras de Arte - Berçário I

crianças, capaz de marcar presença em todas as áreas do conhecimento.

A fim de facilitar a visualização do trabalho desenvolvido,

A equipe gestora, por usa vez, além de considerar todas as

dividiremos

preocupações apontadas por nossos professores, sentia também a

esta

apresentação

em

três

unidades:

ações

desenvolvidas junto aos professores, aos alunos e junto aos pais.

necessidade de aproximar mais os pais do trabalho pedagógico que

1) Com os Professores:

é desenvolvido no CEI, principalmente as famílias dos alunos novos.

Como desde 2010 os professores vinham destacando que, em 2011,

Por isso, considerando este leque de expectativas, chegamos ao

o CEI

consenso de que o eixo do Projeto de 2011 teria como foco a

comemoraria 30 anos de funcionamento, este dado se

apresentou de maneira muito forte e significativa. Por isso,

identidade de cada um, partindo do resgate dos diferentes papéis

decidimos iniciar o ano com o resgate da identidade dos

assumidos por todos no cotidiano escolar, com um olhar peculiar às

educadores que, durante estes 30 anos, fizeram a história do CEI

potencialidades individuais, especialmente a criatividade artística.

Jardim Cupecê.

33


a) Pesquisa “Quem somos nós”: a partir desta pesquisa, pudemos

c) Estudo da história da Arte a partir do resgate da identidade dos

visualizar cada educador, sua formação acadêmica, sua

artistas (estudo da bibliografia e da obra): o artista escolhido

experiência profissional, sua realidade de vida. Os resultados

pela Coordenadora Pedagógica para iniciar os estudos foi o

foram tabulados e transformados em gráficos, cuja análise foi o

pintor Romero Brito por se tratar de um brasileiro renomado e

primeiro ponto para resgatarmos a

presente na mídia mundial, cujas

identidade do CEI.

obras são alegres e de fácil leitura.

b) Nesta busca da identidade,

Assim, pudemos trabalhar a

realizamos um trabalho com fotos

identidade do artista ao mesmo

dos educadores (desde quando eram

tempo em que resgatávamos a

crianças), organizando momentos de

cultura do povo brasileiro.

trocas e de relatos de vivências.

d) A partir deste artista, fomos

Estes relatos se misturaram à história do CEI Jd. Cupecê, pois há muitos

aprofundando o estudo de outros, Festa de Comemoração dos 30 anos do CEI

sempre procurando “casar” a biografia de cada um com nossas

professores que, além de iniciarem sua carreira há 30 anos neste CEI, participaram da luta da

histórias de vida (fotos e relatos das professoras), num “ir e vir”

comunidade pela construção e criação de uma creche no bairro

que pudesse ressignificar a nossa identidade de educador e o

para seus próprios filhos, netos e demais familiares. Foram

nosso papel junto aos alunos.

momentos de profunda reflexão individual e coletiva, trazendo

e) Relatos de práticas: a rotina de relatos das práticas ao final de

à tona a importância do aspecto profissional e do papel de cada

cada mês também favoreceram o fortalecimento dos vínculos e

um, bem como a formação dos vínculos ao longo dos anos.

a busca da identidade do grupo.

34


2) Com os Alunos:

a) Roda de conversa: resgate da identidade de cada artista, conhecendo suas produções e história de vida (elementos mais básicos, adequados a cada faixa etária).

O trabalho com os alunos foi realizado procurando preservar o

protagonismo

infantil,

partindo

do

resgate

dos

b) Vídeos: trabalho com vídeos diversos onde as crianças puderam interagir com diferentes artistas nos seus mais variados momentos de criação.

conhecimentos que os alunos já tinham começado a construir sobre o tema. Por exemplo, para iniciar o trabalho

c) Trabalhos manuais e com pintura, e organização de exposições permanentes dos trabalhos, atualizadas sistematicamente.

de Romero Brito com os alunos, as professoras perceberam o envolvimento que os alunos tinham com o advento do

d) Resgate da identidade: a história do nome próprio – relatos de vivências e identidade dos próprios familiares; trabalho com a imagem de cada um e autorretrato (uso de espelhos).

carnaval e aproveitaram para contextualizar esta festa como uma expressão da cultura alegre do povo brasileiro, alegria esta presente (não por acaso) nas obras de Romero Brito. E

e) Interação com a história dos pais e familiares a partir dos relatos que permearam a comemoração dos 30 anos do CEI Jardim Cupecê.

para nós, educadores, alunos e familiares do CEI Jardim Cupecê, foi uma grande satisfação assistir à homenagem realizada a este pintor no Carnaval do Rio de Janeiro, por

3) Com os Pais e familiares:

meio do desfile de uma das escolas de samba, já em 2012.

Nosso desafio maior era aproximar a comunidade do trabalho pedagógico desenvolvido pelos educadores, pois a

O trabalho com os alunos foi se desenvolvendo da

acolhida e o trabalho assistencial inerente ao nosso cotidiano já era bem acompanhado e conhecido por todas as famílias. seguinte forma:

Por isso, buscamos envolver os pais em todo o processo.

35


b) Pesquisa com os filhos: origem

do nome próprio:

conhecendo a história do nome de cada um – registro coletivo de pais e filhos. c) Trabalho

com

fotos

da

família:

contextualização

/

identificação de todos que moram com a criança e o papel de cada um na relação familiar. d) Extensão da pesquisa a outros membros da família (avós, Apresentação teatral na Semana da Criança

tios ou parentes que moram longe – as crianças trouxeram

a) Estudo da realidade – conhecendo melhor as famílias dos

dados até de parentes falecidos).

nossos alunos: para que pudéssemos planejar em que

e) Momentos da presença das famílias para garantir o

momentos os pais participariam do trabalho, era necessário

acompanhamento do projeto (reuniões, visitas constantes

que conhecêssemos melhor suas vivências e expectativas.

às exposições permanentes, relatos / homenagens feitas

Por isso, realizamos uma pesquisa cujos dados também

pelos pais por ocasião da Comemoração dos 30 anos do CEI;

foram tabulados e transformados em gráficos. A partir da

comemoração dos aniversários das crianças na escola, bem

socialização

como outras datas significativas para as crianças e

deste

material

com

os

próprios

pais,

trabalhamos com eles o tema do Projeto Pedagógico para

comunidade).

2011 e apresentamos as atividades que pretendíamos

f) Biblioteca circulante e registro coletivo.

realizar e que os envolveria ao longo de todo o ano.

g) Avaliação periódica dos pais com relação ao trabalho pedagógico, com registro sistematizado no meio de cada semestre (e não no final) para que possamos reorganizar a

36


continuidade dos trabalhos. A avaliação é tabulada e os

começou a carreira e assim resgatar laços e fortalecer os

resultados organizados em exposição para

vínculos com sua própria história).

acompanhamento de todos os pais.

d) Intersecção dos saberes: o grupo mais antigo de educadores

h) Mostra Cultural: momento de conclusão dos trabalhos.

passou a ser mais valorizado pelo grupo mais novo à medida que resgatamos a história e tudo o que estes educadores já

Avaliação:

passaram ao longo destes 30 anos. Em contrapartida, o

A avaliação que fazemos do trabalho desenvolvido em 2011 é

grupo mais antigo revisou seu olhar junto aos funcionários

muito positiva, mas vamos destacar os pontos mais significativos:

mais novos face o envolvimento de todos no resgate da

a) Fortalecimento do vínculo a partir do resgate da identidade

história e na valorização – por todos – da comemoração

do grupo.

destes 30 anos.

b) Mudança de postura de muitos professores junto às crianças

Aproximação dos pais que demonstram hoje fazer parte da

no cotidiano escolar.

nossa equipe (as ações cotidianas revelam cumplicidade com a

c) Desvelamento de um sentimento de pertença: quem não se viu como

parte

da

história

deste

CEI

buscou

escola).

o

Em 2012, continuaremos na perseverança da valorização da

fortalecimento dos vínculos, a parceria dos amigos e o

parceria escola/ família, destacando sempre que a interferência dos

engajamento na proposta pedagógica do CEI. Percebemos

pais no nosso cotidiano é positiva e só tem a contribuir com nosso

também que surgiu um sentimento de saudosismo em

trabalho.

alguns educadores, chegando a ocorrer a remoção para

Autoras: Equipe Gestora

outra unidade escolar, demonstrando uma busca às origens

Diretora: Sonia Aparecida Marcon de Barros

profissionais e pedagógicas (voltar para outro CEI onde se

Coordenadora Pedagógica: Jaqueline Aparecia M. do Espírito Santo

37


GESTÃO PARTICIPATIVA

EMEF Mário Schonberg, Prof.

novo milênio em toda sua real importância, fazendo assim, efetivamente, diferença para toda a comunidade escolar.

Os índices avaliativos de anos anteriores nos exigiram reflexão, sistematização e tomada de decisões para o ano de 2011. Diante a

DESENVOLVIMENTO

superação de tantos desafios, definimos como meta o investimento

O trabalho realizado na EMEF Mário Schonberg, Prof., ocorreu em

em ações para uma educação significativa.

diferentes instâncias e mobilizou a equipe como um todo,

Acreditamos, enquanto gestores, na efetiva participação e

envolvendo

envolvimento de todos no processo educativo de nossas crianças e

assistentes de direção, professores, ATE, estagiários e toda

jovens, potencializando ainda mais a parceria entre família e escola.

comunidade escolar.

Apurar a escuta, valorizar as ações e atuar junto aos professores e

É importante ressaltar a contribuição de cada um destes segmentos

alunos são nossos princípios enquanto Projeto Pedagógico, e

para que se possa compreender o percurso que transformou o

consequentemente zelar por um ambiente favorável à

modo como a escola era vista.

implementação do Programa Ler e Escrever - prioridade na escola

A equipe gestora permaneceu a mesma por dois anos e durante

municipal onde pedagogicamente atuamos em parceria aos

este período reunia-se com frequência para discutir assuntos

formadores de DOT- Pedagógico e assessores da SME/DRESA.

relevantes que envolviam tomadas

Após avaliação, o coletivo da escola fez um levantamento das

de decisões conjuntas. A postura de cada membro era sempre de

prioridades para 2011, enfocando mudanças no cotidiano da escola

levar adiante as decisões tomadas conjuntamente.

em todos os seus segmentos. Necessário foi situar a escola neste

38

diretor,

supervisor,

coordenadores

pedagógicos,


da comunidade com o intuito de resgatar a autoestima e o respeito pelo espaço escolar, dentre eles Projeto Enturmando, PROERD, Jovens Construindo Cidadania (os dois últimos em parceria com a Polícia Militar), Práticas Esportivas, Projeto Musicando, Jardinagem, entre outros.

Nesta etapa, muitos projetos se destacaram e a

postura dos alunos e comunidade mudou: eles passaram a permanecer na escola, participar de eventos, levar seus familiares para prestigiá-los e isso valorizou a visão que todos tinham da unidade educacional.

Mostra Literária – Participação da Comunidade

Quanto ao desenvolvimento do trabalho pedagógico, houve

Situações de depredação, evasão e agressividade dos alunos foram

sistematização das formações dos Projetos Especiais de Ação - PEA

fortemente combatidas por meio da busca pelo envolvimento dos pais e responsáveis, sensibilizando-os para a participação na vida escolar dos filhos e colocando a escola como parceira para a resolução dos problemas. Além disso, lançamos mão da parceria com a DRESA para implementar ações do projeto “Convívio Escolar”, oportunizando momentos de escuta dos alunos e reflexões sobre seus atos. Este interesse em conhecê-los trouxe o fortalecimento de vínculos. Paralelamente, a coordenação pedagógica e os professores realizaram um trabalho para envolver os alunos e demais membros

Projeto Musicando – Valorizando a participação dos alunos

39


- contemplando a elaboração de projetos, sequências didáticas,

ambiente, e segundo semestre Africanidade. Dentro das diversas

estudo de casos e tematizações, de modo a garantir a

disciplinas, os professores foram planejando práticas a contemplar

implementação do Programa Ler e Escrever – prioridade na escola

o estudo da temática com recursos da diversificação de gêneros

municipal. Tanto nos horários coletivos, como os horários

textuais.

individuais para os que não participavam do PEA, além de Reuniões

Houve também uma preocupação em ampliar a participação dos alunos em eventos culturais, uma vez que a comunidade não dispunha de recursos ou espaços de lazer e cultura. Sendo assim, foram ampliadas as propostas de visitas pedagógicas à museus, exposições,

cinema,

teatro,

participação

em

campeonatos,

concursos de redação e de

Apresentação do Teatro de Leitores

e Jornadas Pedagógicas eram pautadas na melhoria da proficiência leitora e escritora dos alunos, no estudo dos resultados das sondagens e das provas externas e na discussão sobre o desenvolvimento de habilidades dos alunos. Realizamos a organização Letiva em projetos semestrais, primeiro semestre meio Teatro no Pátio – Projeto de Arte articulado ao “Ler e Escrever”

40


bolsas de estudo e organizados eventos internos apresentações

musicais,

teatrais

e

mostras

dos

para

Direção: Regina Conceição Alexandre Silva,

trabalhos

Ana Lúcia da Silva e Josemir Pedro de Souza

desenvolvidos durante o ano.

Coordenação Pedagógica: Eneida Cristina de Faria Lário, Fernanda Carvalho Hashizume Demori

Com a demanda por melhores espaços para atendimento aos alunos, foram investidos recursos financeiros para equipar as salas de leitura, artes, informática, refeitório, biblioteca, pátio, criação de espaços de lazer para as séries iniciais (casinha de bonecas e pátio externo para brincadeiras), melhoria no acesso aos alunos, comunidade e funcionários da escola. AVALIAÇÃO Com toda esta mudança, pais alunos e funcionários da escola passaram a valorizar o espaço escolar. A convivência melhorou e consequentemente os resultados pedagógicos acompanharam esta evolução. No entanto, ainda há muito o que fazer. É preciso garantir a continuidade das ações e o acompanhamento sistemático do trabalho pedagógico.

41


GESTÃO EDUCACIONAL EMEF “Pereira Carneiro, Conde” “Uma escola é o que são os seus gestores, os seus educadores, os pais dos estudantes, os estudantes e a comunidade. A “cara da escola” decorre da ação conjunta de todos esses elementos. (LUCKESI, 2007,p.15)

Nosso dia começa às 6h, quando a Equipe de limpeza chega

Educacional, portanto, é compreensível que nada fique fora da sua

para os retoques finais em salas, corredores, banheiros e jardim,

visão, do seu conhecimento e parecer. Delegar bem é uma

para que a escola esteja pronta para receber seus alunos.

habilidade estratégica dos gestores que sabem que nada pode ser

Assistentes,

feito sem uma equipe competente, com professores motivados e

Coordenadores,

ATE,

Secretaria,

Professores

e

Segurança completam a organização, para receber os alunos do

comunidade confiante no seu trabalho.

primeiro período. Os Assistentes organizam a entrada, com um

No caso específico da EMEF “Pereira Carneiro, Conde” são anos de

horário em mãos, só para fazerem a última conferência da presença

trabalho, de busca de parceria com a comunidade para trazê-la

de todos os professores. E como sempre, assim que o sinal nos

para dentro dos muros da escola. Sabemos que uma escola só

avisa, todos a postos, para mais um dia de aula.

cresce se tiver a confiança, a credibilidade e o aval daqueles a quem

Para chegar nesse estágio de bom funcionamento, de consciência e

servimos. Os funcionários são muito bem orientados a respeito da

compromisso profissional, não podemos esquecer que existe uma

importância da presença desta comunidade e da boa educação e

coordenação, uma direção presente e competente. O Diretor de

cortesia com que todos devem ser tratados. Acreditamos que esse

Escola é responsável por tudo que acontece em sua Unidade

bom relacionamento seja um dos pontos fortes de nossa escola.

42


Olhar os muros externos pintados a cada dois anos, e mantidos em

metas. Nas reuniões semanais com sua equipe, de pauta pronta,

excelente conservação, o uso das duas quadras nos finais de

analisa as ações realizadas ao longo da semana e programa as

semana, sem prejuízo ou danos para a escola, é a prova - mais que

prioridades para a

consistente- de que estamos no caminho certo.

mesma postura, que toda equipe saiba, exatamente, o que está

próxima; orienta para que todos tenham a

acontecendo no seu interior e que cada um realize suas funções

Escola bonita é fundamental para que todos fiquem bem em

com competência, responsabilidade e compromisso.

seu interior. Salas limpas e arejadas, cortinas com cores variadas, banheiros asseados, pintura impecável nas paredes e jardim bem

A função da escola é a inserção social de pessoas que atuem

cuidado já é marca constante da escola, sempre sob o olhar da

com autonomia, conhecimento e ciência do seu papel. Esse é o

Direção e da Comunidade presentes.

foco do trabalho pedagógico realizado pela Direção, Coordenação, Professores e toda Equipe de Apoio.

Nas reuniões dos colegiados - Conselho de Escola e Associação de Pais e Mestres - são apresentadas as prestações de

A atuação da Equipe Gestora é essencial para orientar e

contas das verbas recebidas e de maneira foram gastas (são

trabalhar junto aos professores, todos os aspectos ligados ao

apresentadas as notas fiscais e os três orçamentos diferentes).

processo pedagógico, e às relações de convivência. Neste sentido,

Nessas reuniões, são discutidas também as prioridades da escola,

também é essencial conhecermos a comunidade escolar a quem

visando sempre à uma escola de qualidade em todos os aspectos.

servimos, para que possamos trabalhar com clareza, aspectos que a

O trabalho realizado é o foco de atenção de toda a Equipe

incluam dentro dos muros da escola; para isto, em intervalos de

Gestora. A Direção acompanha desde a elaboração da Sondagem

dois anos, fazemos uma coleta de dados com as famílias para

de Leitura e Escrita, até o seu resultado, assim como os

sabermos sobre: origem, poder aquisitivo, nível cultural, hábitos

encaminhamentos sobre sua análise. Não mede esforços para que a

familiares e de estudo, agrupamento familiar, sonhos, expectativa

escola tenha tudo que necessita, para caminhar e alcançar suas

de futuro.

43


pedagógico,

A tabulação e a sistematização dos resultados do ano

das

atividades

realizadas

nos

espaços

de

anterior, somados aos estudos dos casos de alunos com

aprendizagens, esteja sempre presente. É necessário um rigoroso

necessidades educacionais especiais, são o ponto de partida do

planejamento dos encontros nos horários coletivos, para que

nosso trabalho, na Jornada de Organização Inicial da Unidade

possamos estudar muito e encontrar saídas para as dificuldades

Escolar.

A síntese da avaliação final, realizada pelos professores,

naturais do dia a dia. Como alcançar todo corpo docente, se um

na qual são levadas em consideração as questões pedagógicas e

número razoável de professores não participa dos horários

humanas, também é apresentada, nesse momento.

coletivos? Na correria diária buscamos esses professores em suas

Com esses dados em mãos, nasce o Projeto Pedagógico,

Horas de Trabalho Individual - H.I. - e procuramos mantê-los

com dados da síntese da realidade, que permeia nosso fazer

informados sobre todos os movimentos existentes, visto que o

pedagógico. Como fazer acontecer, com eficácia, tantas propostas

Projeto Pedagógico e o PEA foram organizados por todos e para

de acertos, planejamentos e evolução contínua do trabalho

todos.

pedagógico? Nesse momento, toma vida o Projeto Especial de Ação

São realizadas Sondagens de Leitura e de Escrita bimestrais

- PEA. É fundamental que ele exista, para fazer acontecer todas as

abarcando desde o primeiro ano do Ensino Fundamental de 9 anos.

ações que nos permitam alcançar nossas metas com sucesso.

O planejamento e o replanejamento são realizados após cada

A função da Equipe Gestora - em consonância com as

verificação de aprendizagem; um registro coerente é feito nos

orientações da Secretaria Municipal de Educação - contribui para a

diários, inclusive o que aponta o caminhar das recuperações

implementação dos Programas Institucionais. A parceria da nossa

contínua e paralela. Essa orientação tem seu início em fevereiro,

Unidade Educacional com a Diretoria de Orientação Técnico-

nos dias de organização inicial da escola.

Pedagógica, da DRE - Santo Amaro viabiliza as ações desenvolvidas,

obtidos pelos alunos, no final do ano letivo, e compará-los com as

como um todo. As demandas apresentadas pela SME/DRE, produto de reflexão nos horários de estudo,

permite que o aspecto 44

Analisar os resultados


avaliações externas, é um momento muito esperado por todos. Já

prontamente feita em particular, e que as contribuições são

não é mais surpresa para o Corpo Docente, a constatação que esses

pertinentes e de grande valia para o enriquecimento da aula. A

resultados são idênticos. As avaliações externas e internas

implantação de espaços diferenciados, como Brinquedoteca,

detectam os mesmos problemas e é, justamente sobre esses, que

Parquinho, Laboratório de Ciências e de Matemática, demonstram

voltamos nossas atenções. Nos encontros iniciais e nas formações

o cuidado da escola em apresentar possibilidades de construção de

subsequentes, orientamos como o professor deve abordar o

aprendizagens. Além desses espaços, a escola incentiva o docente

assunto para que o aluno avance no seu conhecimento e supere os

para que procure, em espaços externos à escola - como teatros,

déficits aferidos nas avaliações. Esses resultados são esperados por

cinemas, museus, exposições e outros - ampliar oportunidades de

todos, com ansiedade, pois passou a ser um termômetro do nosso

novos conhecimentos aos alunos.

fazer pedagógico.

Procuramos receber muito bem professores e famílias em

Sempre alcançar a meta do Índice de Desenvolvimento da

nossa escola. Os pequenos alunos dos primeiros anos entram, para

Educação Básica – IDEB também é um objetivo claro para todos.

seu primeiro dia de aula, acompanhados por seus responsáveis e

Graças a esse trabalho empenhado de cada educador, nos últimos

são recebidos por Fadas, Princesas e muito aconchego, para que se

anos conseguimos alcançar as metas estabelecidas e superá-las. O

sintam confortáveis e seguros na sua nova escola. Os pais voltam

incentivo aos professores, para que busquem sua própria superação

satisfeitos para casa, pois sabem que suas crianças ficarão bem e

e não fiquem na zona de conforto, e com isto, garantam boas aulas,

em mãos de pessoas competentes e responsáveis.

é uma constante nas formações, nos horários coletivos e nas

Nossa forma de acolhimento aos estudantes proporciona a

orientações feitas nas horas individuais. Os professores esperam

sensação de pertencimento, de fazer parte de um grupo e de um

pelo momento em que a Coordenação vá assistir às suas aulas,

crescente “querer bem” a esse espaço chamado escola, com

valendo-se do roteiro de observação. Alguns educadores até solicitam esta presença, considerando que a devolutiva é 45


características de extensão da família. Eles vão percebendo que

Erzsebet Schmuck Orui – Diretor Iara Pucetti - Assistente de Diretor

aqui, o aluno tem voz e é ouvido, com respeito. Também observam

Rogerio Athayde Barbosa – Assistente de Diretor

que ouvimos e respeitamos professores e todos os demais que

Maria Conceição Marques Ferreira – Coordenador Pedagógico

fazem parte desse grupo de educadores. Todos são tratados com

Rosangela Mattos Magro – Coordenador Pedagógico

respeito pois

acreditamos que o exemplo é o principal fator ...Aos poucos, fui constatando que nesta escola o pedagógico corre

constituinte da Educação. Ouvir com respeito, orientar e explicar o

nas veias de todos que aqui trabalham, começando e partindo, sem

que ocorreu, é fundamental para que o aluno reflita. Não queremos

dúvida da Equipe Gestora. Todos os anos, já na recepção e boas

dizer com isso que nossos alunos são diferentes e que não erram.

vindas, percebe-se o quanto é pensado, pela equipe uma forma de

Não é isso. Como toda criança e adolescente, eles vivem o

receber bem o seu professor, sua matéria prima, tão reconhecido e valorizado. E o que dizer do acolhimento aos alunos do Primeiro

momento de aprendizagem e, entre erros e acertos, vão

Ano, regado a Contos de Fadas? A Equipe reconhece que, quando se

construindo o seu eu, motivados e cercados pelos incentivos e

recebe bem e se faz questão da presença, dando voz à comunidade,

reforços positivos da escola e da família, parceiras neste mesmo

o retorno acontece. Professora Anna Fabíola Maranho Tucilho

objetivo. Como acontece em qualquer agrupamento humano,

EMEF “Pereira Carneiro, Conde”

existem as exceções. Fazemos desses desafios motivos para nosso crescimento e busca de soluções para incluirmos nossos alunos em um mundo real, em que todos tenham condições para lutar por uma vida digna, foi e sempre será nossa meta maior.

46


DA AÇÃO SUPERVISORA [...] "aumentar o saber significa aumentar as dúvidas. E a cada resposta, nova pergunta se segue.” Herman Hesse

A Supervisão Escolar em seu papel de fortalecer o trabalho das

Na organização do trabalho, o Grupo de Supervisores esteve atento

Equipes Escolares e servir de elemento de ligação entre as escolas,

não só à melhoria da qualidade de educação das escolas

a Diretoria Regional e a Secretaria Municipal de Educação, teve sua

pertencentes à rede municipal, mas também com todas as que

ação facilitada em função do respeito das autoridades locais ao

integram o Sistema de Ensino. Além disso, assegurou envolvimento

processo histórico do Grupo de Supervisores, especialmente

da Supervisão nas diversas frentes de trabalho que apóiam os

mantendo e participando das reuniões semanais de reflexão e

Projetos Pedagógicos das unidades escolares como:

discussão do grupo, possibilitando o trabalho coletivo, a interação e

.condução das formações das Equipes Gestoras das Escolas de

a parceria entre as diversas Diretorias e Divisões da DRE.

Educação infantil; dos profissionais de apoio escolar , do Grupo do Convívio Escolar, entre outros;

Por sua vez, a autogestão do grupo em relação à estruturação de

.participação nas formações desenvolvidas por DOTP;

seu trabalho, incluindo a organização e escolha de setores de

.participação efetiva em reuniões promovidas por SME/DOT;

Supervisão, além da criação de frentes de trabalho, possibilitou a

.autorização de funcionamento das escolas particulares e dos

parceria com as escolas, assim como intervenções qualificadas,

Centros de Educação Infantis conveniados e indiretos que estavam

necessárias a assegurar que os espaços e as atividades

em processo, garantindo um trabalho de acompanhamento e

administrativas estivessem a serviço do trabalho pedagógico e da

orientações articulados com outros setores da DRE. Hoje, dos

valorização dos profissionais da escola.

setenta e seis CEI conveniados e indiretos , sessenta e sete 47


obtiveram autorização de funcionamento ; das oitenta e três

com vistas a atingir o cumprimento das metas de acesso,

escolas particulares , setenta e seis estão autorizadas nos termos da

permanência e melhoria da qualidade de ensino.

legislação vigente: Outro aspecto que destacamos é a sistemática de comunicação

.implementação das políticas de SME através da mediação no que

estabelecida pela Equipe DRE, permitindo a transmissão de

se refere à ampliação de vagas na Educação Infantil por meio da

informes em tempo real, facilitando o trabalho em loco. .

reorganização e otimização dos espaços e ampliação de convênios, o que gerou um significativo aumento de crianças atendidas;

É certo que há desafios a serem superados, pois a complexidade da

.promoção de estudos e reuniões com as equipes Gestoras e

ação supervisora exige formações teórico-práticas específicas,

Comunidade escolar para a ampliação do número de escolas com

revisitação de práticas, avaliações sistemáticas de trabalho e

dois turnos diurnos e por conseqüência ampliação da jornada

continuidade de momentos de reflexão.

discente; .acompanhamento e monitoramento dos Programas Ler e Escrever

O grupo em face aos resultados já atingidos espera que o porvir

e Inclui;

assegure o respeito aos Supervisores Escolares e ao seu trabalho

.incentivo e acompanhamento na implantação do Programa Ampliar. Um aspecto que merece também destaque por ter assegurada a coesão do grupo na condução dos trabalhos com as escolas, foi a elaboração de pautas comuns, em consenso, nas reuniões semanais

Ação Supervisora - visita na EMEF Profª Maria Lúcia dos Santos Acompanhamento do Self-Service em 16/05/12

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CONVÍVIO ESCOLAR Programa “Convivência Escolar”

Municipal de Ensino, o Programa “Convivência Escolar” traz à tona

A preocupação com as relações interpessoais, no cotidiano

a necessidade de se solicitar o fator emocional em nossas

escolar, e a necessidade de se traçar novos caminhos que atendam

estratégias pedagógicas, como afirmam Daniel Chabot e Michel

à dinâmica da diversidade em todos os aspecto da pessoa humana,

Chabot (Pedagogia Emocional, Sá Editores, 2005,pp 28 e 29). Para

hoje posta dentro das Unidades Educacionais, muitas vezes fonte

eles: “ ...estamos todos muito impregnados da abordagem cognitiva,

de conflitos e até mesmo de violência, interferindo na

o que faz com que, diante de um aluno apresentando dificuldades

aprendizagem dos alunos, criando dificuldades e problemas para

de aprendizagem, questionemos imediatamente suas capacidades

todos os envolvidos no processo educativo, levou a Secretaria

intelectuais ou ainda suas estratégias cognitivas, quando não

Municipal de Educação, no início de 2011, a promover o Programa

nossos próprios métodos pedagógicos.”

“Convivência Escolar”, tendo como dinâmica

criar uma nova

Na mesma obra, mais adiante, os autores apontam: A

para além da promoção e prevenção de situações de

primeira condição para aprender é sentir-se bem. Isto vale para

conflito, estabelecendo também

proposta

estratégias de intervenção a

toda espécie de aprendizagem porque,...as emoções

negativas

serem efetivadas, em conjunto, com órgãos e instituições

afetam todos os nossos processos mentais, desde a atenção mais

específicos , especialmente os da rede local.

elementar até aqueles processos

intelectuais e cognitivos mais

complexos.”( p.137)

Com os objetivos de: a. reafirmar a escola como espaço democrático, de exercício da cidadania no processo ensino-

É importante destacar que a demanda em se trabalhar as relações

aprendizagem; b. contribuir para a melhoria das relações sociais, do

interpessoais na escola, surgiu na DRE - Santo Amaro, em 2009, quando

exercício da convivência e da cooperação no âmbito da Rede

começaram a ser abordados temas referentes a essas questões, em 49


reuniões de formação continuada dos Coordenadores Pedagógicos, que

Bullying. O vídeo “Família, escola e cidadania”, do professor Mario

acompanhavam as ações do ciclo II.

Sergio Cortella, constitui-se como subsídio para este estudo.

Em 2011, foi constituído um grupo de trabalho da DRE, com

Na tentativa de fortalecer a rede local, trouxemos como

os seguintes educadores: da DOT-P, Ana Maria Gonçalves

participantes, nas reuniões mensais: um articulador da Plataforma

Pravadelli; de Projetos Especiais, Graça Aparecida Dias e Elisa Katto;

de Centros Urbanos do Jabaquara que esclareceu como são

da Supervisão Escolar, Eliana Aleixo Coli Viotti e Maria Lúcia Vidal e

organizadas as parcerias e a importância do trabalho com o

do Setor Jurídico, Cristiane Voscaboinick, com a finalidade de

protagonismo infanto-juvenil; um membro do Conselho Tutelar do

implementação do referido programa.

Jabaquara que informou sobre o âmbito de atuação do Conselho e parcerias possíveis com as Unidades Educacionais. Além disso,

Tendo em vista que o documento preliminar do Programa fazia

trabalhamos dinâmicas de grupo para mapeamento dos recursos

referência à formação de grupos de trabalho nas escolas,

existentes nas microrregiões e socialização de ações desenvolvidas

constituídos por Assistente de Diretor , um representante do corpo

nas escolas.

docente das Unidades Educacionais, Gestor e Coordenador de Educação dos CEU, promovemos reuniões mensais

Por fim, a partir da socialização das ações desenvolvidas nas

com estes

escolas, passamos a trabalhar com a socialização de Projetos de

profissionais.

convivência escolar que tiveram êxito nas escolas: 1. “Assembleias

Nas reuniões mensais, inicialmente, apresentamos a versão

Escolares” – apresentado pela professora Rosangela Morgado, da

preliminar do documento, depois passamos a trabalhar com a

EMEF “CEU Caminho do Mar”; “Círculos Restaurativos” – pelo

reflexão sobre temas relevantes para o grupo, a partir de avaliação diagnóstica: 1. Estudo do perfil dos alunos nos dias de hoje; 2. reflexões sobre o papel da escola como agente educador; 3. Educação e Valores; 4. Estatuto da Criança e do Adolescente; 5. 50


Diretor Marcos Volpi, da EMEF “Nelson Pimentel Queiróz,

toda a comunidade escolar. A exemplo disto, ficam os versos de

Professor” e “Escola de Pais” - pelo Diretor Paulo Gonçalo, da

Drummond:

EMEF “Maria Lúcia dos Santos, Professora”. O homem, as viagens. Só resta ao homem (estará equipado?) A dificílima dangerosíssima viagem De si a si mesmo: Pôr o pé no chão Do seu coração Experimentar Colonizar Civilizar Humanizar O homem Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas A perene, insuspeitada alegria De con-viver.

Durante as reuniões de formação do grupo de trabalho, pudemos observar e

concluir que as ações pedagógicas terão

sucesso, se houver boas relações interpessoais em todos os segmentos da escola e apoio dos recursos locais para os casos que extrapolam a ação educativa. Não bastam boas relações entre professor-aluno, é imprescindível que a Equipe Gestora promova um ambiente de participação democrática, em que não haja tensões, mas uma administração de conflitos saudável, visando à aprendizagem e a

Carlos Drummond de Andrade

formação dos alunos. Os alunos serão estimulados a conviver com respeito e colaboração se presenciarem atitudes de respeito e colaboração e

Ana Maria Pravadelli Maria Lúcia Vidal

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BIBLIOTECA CIRCULANTE COLCHA DE RETALHOS FEITA POR MUITAS MÃOS

‘‘... O Professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir e criar situações-problema” Jean Piaget

CEU CEI Caminho do Mar

Outro aspecto a salientar é resgatar a figura do professor de educação infantil, tendo em vista que o mesmo atua como educador e parceiro no desenvolvimento da criança nos aspectos: social e cognitivo. Nesse viés, foi proposto para as famílias o projeto Biblioteca Circulante que, além de favorecer o contato criança/família, permitia a vivência coletiva de histórias e contos diversos, principalmente as histórias contatas ao longo da infância dos pais. Outro aspecto a ser considerado é que no contato Leitura na colcha

semanal com livros de histórias diversificadas, a criança ampliaria o

O projeto surgiu a partir da necessidade de estabelecer a

repertório despertando a imaginação, a fala e a criatividade, pois

parceria entre família e escola e o interesse das crianças em

público alvo do projeto eram crianças de quatro anos incompletos,

manusear livros diversos. Nessa perspectiva, os professores

que apresentavam a fala em desenvolvimento e relatavam na roda

envolvidos discutiram a possibilidade de desenvolver nas crianças a

de conversa as preferências por determinadas histórias contadas

pseudo leitura de forma a contar com a participação da família.

pelos pais.

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A partir desses aspectos o grupo de educadores viu a necessidade de desenvolver um projeto que aclamasse todos os pressupostos apresentados, tendo como estratégia principal, a participação da família na construção e desenvolvimento coletivo do projeto,chegando ao produto final que era a Colcha de Retalhos. Objetivos:  Estabelecer parceria entre escola e família;  Desenvolver comportamento leitor formando pequenos leitores;

 Divulgação do projeto "Biblioteca Circulante" na

 Ampliar repertório oral estimulando a criatividade e a

primeira reunião de pais do ano;

imaginação;

 Bilhete via agenda, convidando os pais a participarem do

 Enriquecer a relação família/criança através de

projeto.

momentos de contato pessoal e aconchegante de pais e

 Após a adesão dos pais, a cada semana uma criança levava

filhos.

uma pasta contendo: tintas de diversas cores, canetinhas, um pedaço de tecido cânhamo de 15 cm x 25 cm, e um livro de

Desenvolvimento:

história diversificado.

O projeto apresentou as seguintes etapas:

 A pasta era entregue aos pais na quinta-feira e devolvida sempre na 2ª feira.

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 Os pais, em casa, liam a história para os filhos e depois, juntos, filhos e pais ilustravam o tecido procurando

diálogo entre as partes de forma mais clara e concisa; 

representar a história; 

Devolução da pasta com todos os objetos, inclusive

Aumentou o interesse das crianças em manusear os livros selecionados para compreender as histórias

com o tecido ilustrado. 

Ampliou-se a relação professor / família favorecendo o

contidas; 

Roda de história para que a criança, que levou a

Ocorreu a ampliação do repertório oral e imaginativo

pasta durante a semana, pudesse socializar a história

através dos relatos na roda de conversa e reconto das

vivenciada e a confecção do tecido. Após a apreciação da

histórias trabalhadas;

turma, a produção da família era afixada no painel

coletivo do CEI para observação de outros pais; 

Melhorou a comunicação no cotidiano, por meio das relações estabelecidas pelas histórias lidas;

Construção da Colcha de Retalhos com a junção de todos os pedaços dos tecidos ilustrados pelas famílias;

Apresentação da colcha concluída na Mostra cultural;

Relato dos visitantes da sala na Mostra cultural.

Avaliação: Com a implantação do projeto, observamos ao longo do semestre que: Construção da Colcha de Retalhos com a junção de todos os pedaços dos tecidos ilustrados pelas famílias

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 Houve maior cuidado com os pertences, uma vez que a criança levava a pasta para casa e era “responsável” durante aquela semana e, junto com a família, deveria “cuidar” e organizar à mesma.  O resultado final causou aos visitantes da Mostra Cultural e aos participantes do projeto um impacto positivo que foi evidenciado por meio dos relatos escritos, em que foram recordadas situações vivenciadas na infância e muitos confirmaram a parceria que se estabeleceu entre a escola e família. Em razão disso, optaram por deixar registros em forma de relatos das impressões observadas na sala. A partir dos registros

Mural de registros

deixados selecionamos alguns: Parabéns professoras pelo seu trabalho e seus cuidados

“... Professoras adorei o trabalho do Gabriel e dos colegas. A

para com as novas gerações. Estética e ética só existem

colcha está linda... Agradeço pelo empenho de todos e pelo

juntas e sua sala traz a beleza, a boniteza de aprender.”

desenvolvimento do meu filho, a escola o ajudou muito.” Angélica Klein (Mãe Gabriel)

Paulo Rico

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“... Educadores do CEI CEU Caminho do Mar: Parabéns pela riqueza

“... Logo de cara me deparei com uma cama forrada e me lembrei

de trabalhos que denotam o compromisso e capacidade

como a música marcou muito minha vida que foi: “a colcha de

profissional de vocês. Esta mostra cultural é um presente.”

retalho”.

Marineusa Medeiros (Gestão CEU)

(Visitante da Sala)

“Professoras e lindas crianças”. Fiquei emocionada com as

...”Parabéns! Dedicação e carinho dando frutos”.

atividades, lindas pinturas e montagens. Parabéns...Parabéns aos

Maria Bezerra (Professora CEU)

pais pela participação e criatividade.

... Profªs., parabéns pelo lindo trabalho! Isso só estimula as crianças a aprenderem e a criarem, e quem

“São os primeiros passos de grandes artistas.”

sabe no futuro, alguns deles se tornarão um artista. Está

Ana (mãe do Miguel - Sala quatro) “Parabéns colegas!

lindo!

“Ao ver coisas assim é que volto a ter orgulho da nossa difícil

Elaine (gestão CEU

profissão.”

Autoras: Sérgio (Gestão CEU)

Adealda Santos Silva

“Parabéns”, “crianças do MG II E e F, seus trabalhos estão lindos.”

Solange Monteiro Peloso

Maria Lúcia - Supervisora

Sara Alves de Oliveira

...“Parabéns pelo trabalho, o reconhecimento vem no sorriso e

Sonia Maria Pontes Miranda

olhar as crianças”. Cintia (visitante da sala)

Colaboradoras: Irma H. P. Silva (Dir. Esc.); Sonia F.C.M. Prates (Coord. Ped.); Regiane M. M. Coelho (Profª)

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AUTORRETRATO CEU CEI Caminho do Mar “São várias as ocasiões em que cada criança aprende a saber de si. Em primeiro lugar, existem as situações cotidianamente criadas nas intera ções com o professor e com seus companheiros de idade. As maneiras como o professor comenta suas ações e avalia suas produções e a s demais crianças percebem e reagem às ações dos colegas, influem no fato de que cada criança está continuamente à auto aperfeiçoar-se, o que a fará ver-se como alguém importante, rejeitado, etc.” in Orientações Curriculares / Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas- SME/DOT – SP -2007

As crianças podem trabalhar seu autoconhecimento por

Desenvolvimento:

meio da leitura de imagem. Uma imagem tem muito a relatar, a ser

Estabeleceu-se, na Roda de Conversa, o dia da Leitura de

interpretada, pois carrega consigo inúmeras mensagens e desperta

Imagem e foram expostas, em um lugar acessível às crianças, as

o interesse das crianças. Desta forma, o trabalho com autorretrato

imagens que mais despertaram interesse ou que remeteram a fatos

contribuiu para a construção da identidade, de uma maneira

do cotidiano.

significativa e prazerosa.] Oportunizaram-se

Objetivos:

conversas

sobre

as

questões

que

apareciam na Roda de Conversa. 

Ampliar o repertório visual;

Construir a identidade;

Favorecer a reflexão sobre valores e respeito às

nas diferentes partes do corpo humano. Também foram valorizados

diferenças;

a confecção do autorretrato livre e o desenho da autoimagem

Construir sua imagem pessoal em relação ao grupo.

refletida no espelho. A pintura, com tinta guache e pincel,

Foram realizados desenhos, com interferência, com foco

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oportunizou a escolha da cor da pele, por parte das crianças. Para a apresentação do auto-retrato foram confeccionadas caixas de sapato, como suporte. Estes trabalhos foram apresentados na Mostra Cultural de nossa escola. Avaliação: Desenvolveu-se o vínculo, entre professores, alunos e

Mural de registros

Desenhando seu auto retrato

família. Autoras:

As crianças se tornaram mais sensíveis para perceber o outro,

Carla Geni Martins

serem mais colaborativas e mais seguras quanto à própria

Ivanuza Rodrigues

aparência. Estimularam-se situações de diálogos para que as

Márcia Ramos Ferreira Luiz

crianças aprendessem a escutar e argumentar.

Maria Bezerra da Silva

Houve significância no desenvolvimento do desenho.

Simone Fonseca Borges dos Santos.

O auto retrato surpreendeu de maneira positiva as crianças, as famílias e o público presente em nossa Mostra Cultural. Nesta

Colaboradoras:

ocasião, ficou evidente que muitos desconheciam o trabalho

Irma Hilda P. da Silva; Sonia Ferreira da C. M. Prates

desenvolvido nos CEI. O resultado foi excelente pelos comentários e observações emitidas durante a Mostra Cultural.

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BELEZA NÃO SE PÕE NA MESA? DESCONSTRUINDO ESTEREÓTIPOS E PROMOVENDO A IGUALDADE RACIAL COM BEBÊS E CRIANÇAS PEQUENININHAS

CEI Onadyr Marcondes

A proposta de trabalharmos a promoção da igualdade racial

intencionalmente planejadas, possibilita a re-construção de saberes

com crianças pequenininhas nasce daquilo que observamos diariamente,

quando

que favorecem a promoção da Igualdade Racial .

colocamos

Com esse propósito, iniciamos o trabalho

Apreciação

como princípio uma escuta atenta das vozes das

com as crianças, lendo muitas histórias que

crianças, que nos revelam um contexto de

valorizassem a cultura negra e a história africana

desigualdades permeado pela desvalorização das

como: Bruna e a Galinha de Angola, Princesas

diferenças.

Negras, Menina bonita do Laço de fita, Chuva de

A escuta atenta não significa apenas

manga, Ana e Ana, Tanto-Tanto dentre outras.

constatação. Exige uma ação propositiva que

Logo

dialogue com o contexto histórico, cultural e

que

iniciamos

essas

leituras,

percebemos que o diálogo estabelecido era

econômico que envolva as crianças e seus familiares.

permeado com falas como:

Sabemos que as crianças não nascem com pré-conceitos, mas

“O Thomaz é feio.” (referindo-se ao personagem negro do livro

aprendem a tê-los, a partir de diferentes vivências sociais e culturais.

Chuva de Manga)

Consideramos que o CEI, como um espaço de produção de

“O cabelo dela, não é bonito, é feio” (referindo-se ao cabelo das

conhecimento e transformação social, com práticas conscientes e

personagens negras do livro Ana e Ana) “Eu queria que o meu cabelo fosse liso” (fala de uma criança de cabelos encaracolados) 60


Considerando as vozes das crianças e procurando entender os

nas diferenças. Os cabelos, foram soltos e adornados com laços e

seus por quês buscamos uma prática consciente que desconstruísse

fitas, fivelas, flores e alguns passaram gel para modelá-los.

o padrão de beleza dominante, ou seja: branco, olhos claros, cabelo

A essa atividade seguiram-se muitas visitas, poses e brincadeiras no

liso. Padrão esse, que reflete a reprodução de uma cultura

espelho. Tiramos muitas fotos para registrar esse momento, que

disseminada nos diversos âmbitos da sociedade, na qual as crianças

envolveu a brincadeira, a valorização da imagem e a construção de

estão inseridas, reveladores de um universo de preconceito e

um sentimento de pertencimento a um mundo que nem sempre (ou

discriminação.

quase nunca) aparece nas revistas e nas mídias em geral. Vale

Dia da Beleza

Diante do que as crianças nos revelaram, partimos para

descrever algumas frases que povoaram a brincadeira:

outras ações. Uma delas, foi de construirmos um brinquedo (móbile)

“Agora nós somos princesas” (fala de menina negra para outra)

com imagens, utilizando prioritariamente imagens de pessoas

“O Gabriel é bonito” (fala de um menino negro)

afrodescendentes,

Tais falas, bastante diferentes das registradas no inicio desse

que

procuramos

(com

muita

dificuldade

encontramos algumas), em revistas. Acrescentamos às imagens,

trabalho, revelam a transformação das percepções das crianças

fotos das crianças do grupo e, com elas, construímos vários móbiles

sobre sua própria imagem.

utilizando também, sucatas e elásticos. Os brinquedos que ficavam pendurados dentro da sala começaram a fazer parte das brincadeiras das crianças, que interagiram com o mesmo, se identificando com suas imagens, que traduziam um outro padrão de beleza. Com a intenção de desconstruir a visão que as crianças traziam em suas falas e com o objetivo de valorizar as diferenças, promovemos o dia da beleza para todos. Brincamos de pentear e enfeitar todos os diferentes tipos de cabelos: lisos, crespos, curtos, compridos de meninos e meninas, valorizando a boniteza que existe 61


Na sequência, as crianças foram convidadas a produzir um

uma formação provocadora e consistente, que possibilita a (des)

autorretrato. Cada uma delas se olhava no espelho, explorando sua

construção de conhecimentos e nos permite refletir e transformar a

imagem, admirando o seu jeito de ser e suas características. E assim,

prática educativa, desvelando seus pré-conceitos e assim, lutando

cada um produziu um retrato, fruto da imagem criativa e positiva

para promover a Igualdade Racial.

que tem de si. Esse relato é uma breve notícia, que faz parte de um trabalho Jacilene Ferreira de Lima

muito maior, que envolveu (e envolve) não só esse agrupamento, mas todo o CEI que, em diferentes contextos educativos, busca promover a igualdade racial por meio de: teatro abordando a temática, receitas culinárias da cultura africana, filmes, roda de samba com feijoada, histórias e exploração de sons e ritmos, dentre outros. Mas não parou por aí, o desejo de expressar essas ideias e concepções a favor da igualdade racial não podia ficar limitado aos muros do CEI. Fomos a ruas com as crianças (com todas as crianças do CEI, incluindo os bebês) em uma passeata, em que as crianças, sabedoras do sentido social daquele ato político, carregavam as marcas que a própria cultura, de forma positiva traz: faixas, bandeiras, músicas e instrumentos sonoros que chamaram a atenção da comunidade para este movimento. Vale destacar que o desenvolvimento desse trabalho (que continua até os dias atuais) só foi possível pois está entremeado com 62


“PEQUENAS PERIPÉCIAS DAS CRIANÇAS PEQUENAS”

CEI PROFESSORA MARIA DO CARMO PAZOS FERNANDEZ  Estabelecer diálogos com as crianças e ressignificar gestos,

Desafiar as expressões corporais e ampliá-las para a segurança da criança, seu bem estar e sua autonomia, justifica a

ações e sentimentos por meio das experiências de

introdução e a ênfase deste nosso projeto do ano de 2011. O

exploração das Linguagens Corporal, Verbal e Artísticas;  Permitir às crianças conhecer e explorar o mundo através de

trabalho com as experiências de Exploração da Linguagem Corporal é sem dúvida a alavanca que propulsiona as propostas de

atividades coletivas;

descobertas pelas crianças e oferece para isto oportunidades para

 Oportunizar atividades rotineiras que favoreçam a oralidade

enfrentar desafios na construção de um mundo solidário, justo,

e a corporeidade;

harmônico e pacífico que, além de desenvolver a capacidade física e

 Propiciar momentos de descanso proveitosos;

integral da criança pequena, tem uma real intenção de promover a

 Oportunizar as crianças nomear, conhecer e reconhecer as

participação e envolvimento de todos da U.E..

partes do corpo, gesticular e dançar com ritmo e desenvoltura;

OBJETIVOS

 Estimular as crianças à participação em situações que

 Favorecer a exploração de movimentos variados em espaços

envolvam solidariedade, companheirismo e identificação

e tempos diversos;

com o outro;  Estimular os 5 sentidos através da propostas de vivências de Experiências de Exploração Corporal 63


METODOLOGIA Pesquisa e levantamento teórico sobre o tema de forma a

Jogos com bolas, sucatas, garrafas plásticas, penduricalhos;

colher dados reais e organizá-los para elaborar as atividades. Propostas de experiências voltadas a explorações de

Utilizar um manual de brincadeiras a serem desenvolvidas com objetos e sucatas;

aprendizagens, de maneira estratégica que auxiliem no

Cambalhotas e outros exercícios corporais;

desenvolvimento integral das crianças para que construam posturas

Brincar em frente ao espelho.

adequadas e que entendam o trabalho focado na Linguagem Corporal como incentivo às habilidades com novos movimentos e

AVALIAÇÃO

diferentes peripécias.

A avaliação do projeto foi continua, por meio de

Promoção de situações do cotidiano, delineando espaços de

observações diárias das crianças, de suas características e de seus

convivência culminando num espaço de paz, harmonia e cidadania,

desempenhos nas atividades propostas, no relacionamento com os

inclusiva e consciente dos princípios norteadores que movem as

colegas e com os adultos (educadores do CEI e família).

ações intencionais de promoção do “bem estar”, voltado para uma

O instrumento de observação foi o registro frequente do

sociedade eficiente, eficaz e efetiva.

desenvolvimento da criança, com intervenções e replanejamento do educador.

CONTEÚDOS:

Roseli Costa Moreira Gomes dos Santos

 Cantigas, parlendas, danças, ritmos e lengalengas;

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Relato de Prática – Fuga da Teia de Aranha (Projeto Pequenas Peripécias das Crianças Pequenas)

Ao planejar a proposta, elaborei várias etapas:

O objetivo de promover e identificar os mais variados movimentos executados pelas crianças foi notório e observado de acordo com a

- roda de conversa enfocando como seria a atividade e também o

proposta previamente estabelecida pela educadora para as

personagem

crianças: “fugirem da teia de uma aranha gigante imaginária”. As

imaginário

crianças mostraram novas habilidades e as ações executadas foram

aranha gigante que

de acordo com suas ideais e suas destrezas. Percebe-se que a

enrolava e trançava

observação é primordial na atividade planejada.

sua teia tecendo o

Aproximar as crianças em torno de uma atividade coletiva

da

elástico pra lá e pra

com intenção de fugir de um “emaranhado” feito com elásticos

cá.

amarrados e atados em pontos fixos (teia de aranha).

- roda cantada com

A construção da teia com elástico largo foi proposital para

a música: “A Dona

Linguagem Corporal com movimentos específicos

maior segurança dos pequenos. As ações tiveram intenção lúdica e

Aranha” que

interessante, na qual os objetivos foram pensados durante as

despertam a expressividade e ilustra o cenário específico.

propostas da atividade e concluídos com muito significado pelas

- construção da teia de aranha juntamente com o auxilio de três

crianças que demonstraram além de tudo uma desenvoltura

mesas e o portão do solário para apoio e altura necessária.

prazerosa durante a execução da atividade.

- registro fotográfico e construção de um portfólio.

65


A Linguagem ampliadas

e

Corporal

com

expressivas

movimentos contemplando

foram

ambiente foi preparado de modo satisfatório na altura das crianças

expectativas,

e preparado para os desafios como a competência em resolver

específicos as

pequenos problemas.

considerando a faixa etária e o entendimento nos momentos do desenvolvimento da atividade.

Durante todo o processo foram registrados momentos

Na prática foram evidenciadas as peripécias das crianças

significativos para as crianças e para o professor com ênfase na

pequenas, o respeito à vez de cada um, o imaginário da aranha

participação das crianças nas diferentes etapas, por meio de fotos

gigante e a fuga no emaranhado da teia, como também a resolução

que compôs os portfólios da sala, mostrado durante a Mostra

de problemas quando se enrolaram e como podiam variar e criar os

Cultural.

movimentos ao passar por baixo ou por cima do elástico. O

Exploração de movimentos variados em espaços e tempos diversos

O imaginário da aranha gigante e a fuga no emaranhado da teia

66


“ARTE E MOVIMENTO”

CEI Palmira dos Santos Abrantes Conteúdos desenvolvidos:

Para garantir à criança diferente formas de expressão, por meio do movimento, iniciamos este projeto. Cabe à escola investigar as diversas culturas e promover às crianças desafios, introduzindo diferentes experiências com

Dança Contemporânea;

Desenho Espacial;

Apreciação e imitação de imagens (pessoas que estão em movimento) coladas sobre o piso da sala e parede;

múltiplas linguagens. 

Cada cultura tem a sua maneira de ver a Arte e o

Brincadeira de estátua com diversos ritmos musicais e fotografar as diferentes posições;

Movimento. Na Educação Infantil esta visão depende de uma 

combinação das habilidades motoras próprias a cada estágio de

Brincadeira com barangandã; Pintura com barangandã sobre papel Kraft, utilizando tinta guache;

desenvolvimento da criança, com as possibilidades oferecidas pela escola.

Percepção tátil, auditiva, olfativa (trilha sensorial);

Exploração com diversos materiais e suportes : carvão

OBJETIVOS

vegetal e canetinha sobre caixas; com giz de lousa molhado;

Estimular a percepção da expressão corporal e artística;

caneta permanente em plástico transparente; desenho

Movimentar-se e brincar de forma criativa;

sobre lixa com giz de cera; desenho com canetinha sobre

Reconhecer a potencialidade de movimento do corpo, perceber o

cartolina, papel Kraft e color set e desenho com obstáculos;

próprio corpo como elemento expressivo e comunicativo. 67


 Brincadeiras folclóricas: corre-cutia, barangandã, empinar

livremente sem nada nas mãos; sentindo a música. Realizamos várias brincadeiras (duro ou mole, estátua, seu

pipa.

lobo, soltamos pipa, brincamos com barangandã, corre - cutia) que exigiam movimento e também participamos de brincadeiras (cama

Avaliação

de gato, circuito) com outras turmas.

De início precisávamos ouvir as crianças e saber se estavam

Após brincarmos com o barangandã, utilizamos o mesmo

dispostas a participarem desta atividade, em roda então realizamos a conversa. Discutimos o trabalho e logo em

brinquedo, para fazermos a pintura sobre o

seguida montamos o cartaz de combinados.

papel Kraft com tinta guache. Foram superinteressante as possibilidades de pintura

Em uma próxima aula realizamos a dança

que as crianças criaram com o barangandã:

com os pincéis, onde se movimentaram pintando o nada e ao mesmo tempo tudo (teto

umas faziam a impressão do mesmo sobre o

da sala, parede, chão,), criando movimentos ao

papel com tinta, outras o puxavam, faziam

som de uma música. As crianças se divertiram

movimentos circulares ou o sacudiam.

muito e realizaram vários movimentos, neste A brincadeira selecionada para dar

momento não fizemos nenhuma interferência, porque o objetivo era este mesmo, que a criança

continuidade a este seguimento foi a da

se soltasse produzindo o seu gesto livremente.

“estátua”, em que , ao som de uma música

Em outros momentos ainda, proporcionamos às

pulávamos, dançávamos e ao pará-la

crianças que dançassem

congelávamos a imagem em uma posição. Após

68


esta atividade selecionamos em algumas revistas imagens de

refletindo e interpretando suas experiências, comunicando suas

pessoas fazendo poses. Nós, professoras organizamos as figuras,

vivências.

colando - as sobre color-set colorido e passamos papel contact

Nossa próxima atividade foi “A Trilha Sensorial”. Vimos que

transparente.

brincando de cabra-cega, as crianças sentiram-se cada vez mais

Em outro momento, colamos todas as figuras sobre o piso e

seguras para trabalhar de olhos vendados.

parede da sala de aula, e demos a comanda às crianças: para circularem, olharem as figuras e imitarem as poses. Filmando e tirando fotos para os registros. Na próxima etapa relembramos os combinados, fomos para o solário (alunos, professoras e coordenador) dar continuidade à atividade. Organizamos todo o espaço, explicamos ao grupo o que faríamos. Realizamos novamente a brincadeira da

A nossa Trilha Sensorial era composta de diversos materiais e

“estátua” e logo em seguida quando a música parava, cada criança

objetos, plantas, folhas, pedras, areia, lã de vidro, plásticos, móbiles

deitava, encostava sobre uma folha de papel Kraft e fazia uma pose;

variados, tecidos, terra, instrumentos musicais.

para desenharmos o contorno de seu corpo.

O percurso pela trilha, na companhia das educadoras, foi

No decorrer das atividades foram montados murais, em que , as

tranquilo. Em suma, foi muito gratificante ver o prazer com que as

crianças puderam observar as atividades realizadas anteriormente,

crianças realizaram a trilha sensorial, brincaram, exploraram tudo e não queriam sair do espaço. 69


Após a trilha sensorial continuamos a explorar as sensações por meio do desenho em diversos planos, materiais e recursos. Percebemos que ao longo das atividades as crianças aperfeiçoavam seus desenhos, suas criações, exploravam tudo. As crianças foram protagonistas das suas aprendizagens, pois elas não só interagiam, como reinventavam, criavam novas propostas, novos meios de se comunicar, desenhar, pintar e transformar tudo em brincadeira.

Erika Marta Muelher Couto Jacinta Fátima Araújo Dantas Ellen Cristina de Morais Pereira Bezerra Ivete de Lima 70


A IDENTIDADE DOS BEBÊS CEI Palmira dos Santos Abrantes

Trabalhar a Identidade da criança no CEI sempre nos faz pensar como devemos fazer, já que são tão pequenos e este é o primeiro contato que estão tendo fora da família. Sabemos que é durante o primeiro ano de vida, aproximadamente por volta dos seis aos oito meses, a criança percebe que é um ser separado da mãe, com a interação da criança com o meio inicia o processo de construção da própria identidade. Assim sendo, temos o papel de estimular com atividades diversificadas para que esta fase do desenvolvimento aconteça de forma tranquila. A construção da identidade se dá por meio das interações da criança com o seu meio social. A escola é um universo social diferente do da família, favorecendo novas interações, ampliando desta maneira seus conhecimentos a respeito de si e dos outros. Mas não podemos esquecer que de acordo aos Referenciais

Objetivos:

Curriculares para a Educação Infantil que a identidade tem a função de

  

Estimular as crianças a conhecerem a sua história Identificar as partes do corpo e os órgãos dos sentidos; Trabalhar a socialização do grupo de crianças com respeito e harmonia;  Incentivar a imaginação e a criatividade;  Identificar suas preferências Desenvolvimento:

distinguir e marcar as diferenças sejam elas físicas emocionais e comportamentais.

71


Iniciamos o projeto fazendo um crachá com fotos de cada criança, na hora da “roda de conversa” mostrávamos o crachá e cada um conseguia se identificar, apontando ou até mesmo pegando o crachá e se exibindo. Após uns dois meses já identificavam o colega falando o seu nome.

parceria com as famílias pedindo a colaboração para o envio de fotos, responder aos questionários, e a participar da Mostra dos

Na sala de aula o espelho é de grande valor

trabalhos.

neste momento do aprendizado da IDENTIDADE.

Outra atividade

Ver suas imagens refletidas no espelho, as

que eles gostaram muito foi o blocão das silhuetas, cada corpo é

partes dos seus corpos, as diferenças que existem entre

desenhado em folhas de papel Kraft, e na roda de conversa vimos

eles (características físicas) é muito enriquecedor para

o que esta faltando para completar (olhos, boca, nariz, cabelo e

seu aprendizado.

roupas) cada criança se realiza ao ver seu corpo ali naquele

Nós professores selecionamos algumas

cartaz, poder participar da confecção

atividades: expressões no rosto (triste, alegre, chorando,

colando as partes e completando assim as silhuetas.

sorrindo e cantando) e usamos acessórios

Conforme planejamento feito não podia faltar as canções que fazem

como (chapéus, bonés, perucas, colares, roupas). Quanto ao desenvolvimento

parte do repertório infantil e que contribui com a linguagem oral e corporal.

da autoestima ele se dá conforme as

Como exemplo: a música “A Canoa Virou”, que é cantada colocando-se os nomes

crianças incorporam a afeição que os

de cada criança na música, para que possam identificar, e reconhecerem os

outros têm por ela e a confiança da

nomes dos colegas que estão na roda.

qual é alvo.

Blocão das silhuetas

Fazemos também uma

72


atividades para que todas

Utilizamos o recurso de contação de história e nela além dos contos, incluímos histórias que tratam do corpo humano como a coleção do Ziraldo que

tenham a mesma

falam das partes do corpo (umbigo, mãos, pés, joelhos e da boca). A contação de

oportunidade de estimulação e de

histórias na roda é feita com recursos diversos

aprendizado.

como: fantoches, deboches, dramatização e livros.

Avaliação: Aconteceu

Pensando na questão da afetividade trabalhar as sensações também faz

durante

todo o processo verificando

parte de nossa rotina, fazemos atividades que tratam das expressões de raiva,

como cada criança se

amor e dor sendo assim as crianças vão aprendendo a convivência em grupo.

desenvolve com relação ao aprendizado de sua identidade, nas atividades

As crianças também são incentivadas a utilizar os cinco sentidos como:

propostas.

olfato, paladar, tato, audição e a visão. Com a caixa surpresa podem tatear objetos, apalpar coisas, ouvir sons diferenciados, ver imagens e gravuras diversas. Poder manipular materiais como: areia e pedrinhas coloridas, tinta caseira, tintas, canetas hidrográfica. É um grande prazer e aprendizado para os bebês, que se não estivessem em um espaço educacional talvez não tivessem esta oportunidade de estímulos. Sabemos que cada criança é um ser único e devemos respeitar as suas diferenças e individualidades, pensando no seu desenvolvimento físico,

Corpo desenhado em folhas de papel Kraft

cognitivo, social e intelectual desenvolvemos essas sequências de

Ana Lúcia Lemes Maria Madalena Luna

73


“QUEM KATHA-VENTO, ESPALHA HISTÓRIA...”. EMEI Arthur Baptista Da Luz grupos.

As histórias fazem parte da herança cultural da humanidade desde que o homem passou a se comunicar, construindo sua

Objetivo geral: Propiciar às crianças momentos significativos de

comunidade. O homem conta histórias para preservar, reviver,

contato com histórias.

relembrar, compreender o mundo, o sentido da vida. O encontro do real e do imaginário, do concreto e do mítico.

Objetivos específicos:

O contato da criança com a contação de histórias propicia esse encontro interno e externo, uma experiência única e essencial para seu desenvolvimento no contexto atual. Uma experiência poética que gera novas experiências culturais e cognitivas a quem participa.

Ampliação de repertório;

Valorização da cultura oral e literária;

Desenvolvimento da linguagem oral;

Contato com a literatura pelo prazer das histórias e pela vivência

Em 2011, o objetivo principal do PEA da E.M.E.I. Arthur

em

si,

sem

outros

fins

pedagógicos

ou

escolarizantes;

Baptista da Luz focava no uso dos espaços e tempos escolares e buscávamos oferecer novas possibilidades de vivências lúdicas a nossas crianças. Como professora em complementação de jornada

Contato com a figura do palhaço, personagem lúdica;

Representação dessas vivências através das artes plásticas.

Estratégias:

(módulo), minha intenção foi a de contribuir com um projeto que

abarcasse todas as crianças da escola, nos 5ºs e 6ºs estágios. Para tanto, apresentei a Kathavento, uma palhacinha contadora de histórias que vinha às terças-feiras apresentar contos para todos os 74

Apresentação da personagem Kathavento;


 Contação de histórias com e sem objetos, com e sem a participação das crianças na história para todas as turmas da escola;  Apresentação de Contos Clássicos, Modernos, Populares, Surpresa e Encantamento

cumulativos, etc.;  Oficina de histórias com cada sala;  Representação através de desenhos individuais e coletivos das

histórias e da personagem lúdica (palhaço).

Desenvolvimento: A Kathavento se prepara no banheiro, vestindo sua roupa e maquiando o rosto. Quando se reúnem no pátio (três salas de cada

Início de uma contação de histórias

vez, no total de seis salas), as crianças já sabem que receberão a visita da palhacinha e começam a chamá-la. Vai entrando no pátio bem devagar, fazendo algum som ou soprando um apito, estabelecendo algum tipo de contato com cada criança. Em seguida, relembra o que veio fazer e destaca seu baú de histórias. Com a ajuda das crianças ao repetirem as palavras mágicas, inicia mais uma contação de histórias para o encanto de todos. Contos de

Contação de histórias 75


fadas,

modernos,

cumulativos,

populares,

fábulas,

recebidas com interesse e encantamento pelas crianças.

lendas,

parlendas... Toda história é bem-vinda neste baú cheio de objetos reaproveitados

Com o grupo de professores, avaliamos que este deve ser

que viram histórias...

um projeto permanente dentro do currículo da escola e que deve prosseguir em 2012.

Produto final: Vivências e experiências adquiridas por cada grupo, coletadas por imagens e registros coletivos em cada sala que foram Natália Tazinazzo Figueira

expostos na sala da Kathavento da Mostra Cultural da escola.

Avaliação: A primeira reação das crianças foi de surpresa e encantamento, mostrando total envolvimento com a imagem da personagem e com as histórias contadas, Depois, vem a vontade de adivinhar quem é de fato essa figura tão diferente: “Professora Natália, era você quem estava vestida de palhaça?” “Professora, a Kathavento é você!” Entre a dúvida e a magia, conversava com as crianças após as apresentações e registrávamos o que haviam experenciado, e vi estes registros como um ótimo instrumento de avaliação, demonstrando os aspectos mais significativos para cada um: o nome das histórias, as personagens, o baú, a imagem do palhaço, o nariz colorido... e todas as visitas foram sempre muito esperadas e 76


FOLHAS E GRAVETOS: UMA COMPOSIÇÃO POSSÍVEL PARA DESENHAR

CEU EMEI ALVARENGA

produzir um desenho e, consequentemente, ampliasse as possibilidades de registro das mesmas. Destaco que “As artes visuais são linguagens e, portanto, uma das formas importantes de expressão e comunicação humanas [...]” (RCNEI,1998, p.85). Então, nada mais oportuno que explorar a organização de linhas e formas com outros materiais. Sob esta ótica, compartilho que

desenhar

com

diferentes materiais permitem a criança expressar-se de forma diferenciada; desenvolver a imaginação criadora; percepção e a No ano de 2011, percebi em uma de minhas turmas de educação

estética. Algo que é comum desde os nossos primórdios, e ainda

infantil (5 anos), que o interesse por desenhar era algo muito

existe nos dias atuais.

evidente. Todos os dias, as crianças vinham até a mim e pediam

Sendo assim, com o intuito de superar esse entrave, surgiu o

lápis e papel, ou qualquer outro material estruturado para

tema: “Folhas e gravetos: uma composição possível para desenhar”.

desenharem.

OBJETIVO GERAL:

Nesses constantes pedidos, notei que nunca solicitavam ou

 Apropriar-se de diferentes materiais como meio de

utilizavam outros recursos. Foi então, que decidi mudar essa visão e

expressão e comunicação.

desenvolver um trabalho que mostrasse outras maneiras de

77


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

possível desenhar, fazer uma composição com folhas e gravetos. A  Reconhecer

reação foi de espanto, surpresa, mas ao mesmo tempo eufórica.

diferentes

Para convencê-los dessa proposta, mostrei desenhos e

suportes para a

composições feitos com diferentes materiais: tampinhas, barbante,

composição do desenho;

carvão, pedras, areia etc.. Após essa abordagem, seguimos para o

 Selecionar matérias

bosque da escola, para realizar a coleta do material.

disponíveis na natureza Selecionando material

As crianças se entusiasmaram com essa coleta, pois se

para desenhar, sem

vinham desafiadas a ultrapassar uma visão de que só é possível

desperdício de recursos;

desenhar se fizerem o uso de papel e lápis.  Discutir com diferentes parceiros sobre as possibilidades de

O passeio pelo bosque foi marcado por questionamentos:

produção;

essa folha serve; esse graveto é muito grande; posso arrancar essa

 Desenhar a partir do material selecionado.

flor; e tirar da árvore; aqui tem um bichinho, posso levar para a sala etc.. O diálogo entre elas ganhou outra configuração: refletir até

DESENVOLVIMENTO:

que ponto devo interferir na natureza para retirar recursos que

O trabalho proposto iniciou-se com uma roda de conversa

desejo.

em que solicitei que as crianças me relatassem quais materiais

Nesse momento, elas compreenderam que apenas folhas e

geralmente usavam para desenhar. Como esperado, as respostam

gravetos que estavam no chão poderiam ser utilizados por ela, e

se limitaram aos materiais convencionalmente usados para esse

que em hipótese alguma tinham o direito de retirar algum bichinho

fim. Ainda assim, procurei incitar alguma resposta diferenciada das obtidas, mas não houve êxito.

do bosque, mas podiam observá-lo.

Dessa forma, desafiei se era

78


Ao final dessa etapa, as crianças levaram para sala o

que desenhar; qual o papel de cada um nessa produção; qual

material coletado e fizeram a exploração quanto: a textura, o

disposição das folhas e gravetos representa melhor o que se

cheiro, a variação de cores e formas etc..

pretende desenhar; qual cor usar para pintar etc.. Conforme os grupos terminavam sua composição, eu registrava o tema de cada grupo. Pela pertinência de cada um deles, segue:

Após a escolha do tema, houve a colagem do material de acordo com as posições já definidas. Com o devido intervalo de tempo para a secagem,

Formando desenho

iniciaram a pintura. Momento esse de exploração, já que houve a mistura de cores. Para dar continuidade ao trabalho,

Com a finalização desses processos, surgiu uma

organizei as crianças em seis grupos, de

obra de arte. A mesma serviu para abrir espaço para

mais ou menos 6 componentes. A cada

uma nova discussão: como foi desenhar com folhas

grupo, entreguei uma tela de 60 X 60

e gravetos e com parceiros diferentes?

cm. Pedi para eles selecionarem folhas

As obras produzidas foram expostas em uma mostra

e gravetos e colocarem sobre a tela, procurando formar um

cultura da escola. As crianças puderam mostrar aos seus familiares

desenho. Ainda, os membros do grupo deveriam discutir sobre: o

e amigos a sua produção.

79


AVALIAÇÃO:

produção a um tema/título. Diante desse elenco, avalio que essa

As expectativas em relação a esse projeto didático foram de

atividade representa um processo de vários momentos, em que a

sensibilizar as possibilidades em relação ao uso de materiais não

cada fase a obra vai se construindo e completando, rompendo com

tão convencionais do espaço de educação infantil; a promover a

o imediatismo. Ora, o desenvolvimento da atividade exigiu o

construção coletiva entre as crianças; a romper com paradigmas do

afastamento da obra, pois não foi uma sequência iniciada e

desenho infantil; ao incentivo do uso de recursos da natureza para

finalizada em um único dia. Mas, um trabalho de elaboração,

outros fins, de uma forma consciente em relação ao desperdício; a

reflexão, ação e compreensão. Tal experiência evidencia o alcance

promover o contanto com materiais diferenciados; a relacionar a

das expectativas acima, já que houve envolvimento, participação, curiosidade e parceria durante todo o processo.

O CERCADO

“A TEIA” “FLORES”

“CASTELOS

FOGUEIRA “A ÁRVORE”

80


Obras finais

DULCIMARA PEREIRA FABEL

81


BRINCAR PARA TODOS Objetivos:  Auxiliar a aprendizagem dos alunos tendo novas estratégias

CEU EMEI Caminho do Mar. O projeto “BRINCAR PARA TODOS”, foi desenvolvido em

aliadas ao prazer de brincar;  Subsidiar a aprendizagem atendendo todos os alunos

consonância ao curso do Instituto LARAMARA (Associação Brasileira de Assistência ao deficiente visual).

inclusive os de inclusão; adaptando a utilização dos

A escola já possuía ações desenvolvidas relacionadas ao

brinquedos a proposta de trabalho da escola;

brincar em que as práticas de brincadeiras eram constantes com espaços organizados como:

 Confeccionar brinquedos e sua utilização em sala de aula.

a brinquedoteca, o parque, o pátio

Desenvolvimento

onde ações de brincar também são propiciadas. Confeccionamos

As ações desenvolvidas foram iniciadas por meio

brinquedos com sucatas e há diversidade dos mesmos.

da participação da Professora Simone no curso “BRINCAR PARA

Realizamos algumas adaptações em materiais para atender

TODOS”, oferecido pela SME/DOT – Educação Infantil/DOT

aos alunos com necessidades especiais. Exemplo: o engrossamento

Educação Especial em parceria com a Associação LARAMARA.

de lápis com o auxílio de E.V.A, plano inclinado, construção de

Os conteúdos e estratégias aprendidos foram

comunicação alternativa, rotina ilustrada. Todo material voltado a

socializados em horário coletivo, dessa forma os grupos se

necessidades dos alunos com necessidades especiais.

organizaram nas confecções de brinquedos. O grupo das professoras Simone e Wilza optou por construir 4 brinquedos: Uni duni tê,Pé ante pé, encaixando e caixinha de números.

82


Por serem construídos com sucatas, pedimos

motora para riscar as mãos e fazer o recorte. Cada aluno pintou sua

colaboração às famílias , que enviaram latas de leite e Nescau,

mão

potinhos de batata e potes de margarina.

direita/esquerda. A comanda utilizada foi: ”Chefinho mandou”;

na

cor

desejada,

brincando

de

mostrar

a

mão

levantar a mão indicando as diversas cores utilizadas para pintar.

Finalizada a construção demos inicio a aplicação em sala de aula.

Em dupla, juntaram as mãos e fizeram pequenas somas: contar quantos dedos temos se juntarmos as duas mãos;

Pé ante pé

uma mão minha e duas do colega e assim por diante . Foram feitos

Com a utilização do brinquedo trabalhamos cores,

os registros das contagens realizadas.

lateralidade, contagem, equilíbrio e agilidade. Foram

confeccionados

dois

conjuntos

Encaixando

de

Exploramos as várias texturas e nomeamos ,

brinquedos assim dividimos o grupo de alunos e fizemos gincanas

contamos quantas latas pequenas e quantas grandes, exploramos

com ganha quem percorrer o percurso primeiro.

os encaixes fazendo pareamento. Propusemos novas composições

Outras variantes colocar o pé (direito/esquerdo)

de encaixes possíveis e nomeamos os encaixes produzidos.

de acordo com a comanda na cor indicada posicionar-se no número

Exploramos o conteúdo dentro de cada lata ,

indicado.

nomeamos e contamos.

Uni Duni tê

Esse brinquedo também estimulou bastante a linguagem oral .

Ao brincar propomos a identificação de cores,

Caixinha de números.

lateralidade, contagem, nomeação dos dedos e pequenas somas. Cada criança confeccionou seu próprio material, a partir de sua mão. Neste processo já trabalhamos a coordenação

83


de material necessária e guardar na caixa. Em seguida foi feito o registro da atividade. Avaliação. A avaliação foi contínua, sendo possível observar os resultados positivos ao final de cada atividade desenvolvida, podendo desta forma observar a aprendizagem das crianças assim como a evolução dos alunos de inclusão. Também foi possível perceber a participação das famílias, com a colaboração dos materiais possibilitando a construção de algumas propostas.

Atividades desenvolvidas a partir do Curso Brincar para Todos (LARAMARA) Em um primeiro momento, houve a exploração livre do material. Foi enfatizado num segundo momento o numeral;

fizemos

contagem e quantificamos o material de cada caixinha. Em um outro momento, demos comandas para que o aluno identificasse o número solicitado procurando-o na caixinha correspondente, ao achar o número deveria separar a quantidade

84


Projeto: DANÇA EM SALA DE AULA

CEU EMEI Caminho do Mar

O ensino de Arte na escola abrange as linguagens: visual,

A dança é um desenho no espaço. Se eu administro essa

musical, corporal e cênica. Em consonância a um curso

informalidade com a intenção de produzir algo que seja fruto da

proporcionado pela DRE-SA no ano de 2011 sobre Práticas Teatrais,

experiência pessoal da criança, conjugada à sua criatividade;

propus às crianças da educação infantil, uma proposta nesse

acredito firmemente que podemos compor arte e conhecimento, a

sentido

partir disso.

de

articulação

dessas

linguagens,

visando

o

aprofundamento nos conteúdos da linguagem da dança, trabalhado em conjunto no Projeto Escolar.

Objetivos:

Assim, estudando e experimentando, tentei fazer um

 Oportunizar a percepção do diálogo entre linguagens

caminho, uma construção partindo do que as crianças conheciam

artísticas por meio de exercícios práticos, permitindo

de seu corpo e da dança, tendo como base os temas básicos do

estabelecer relações entre as composições corporal, sonora,

movimento, fundamentados nos princípios da dança criativa

cênica e plástica;  Construir o corpo que dança, por meio de vivências lúdicas

segundo Rudolf Laban, que podem estimular e motivar uma interação

entre

as

crianças,

facilitando

o

relacionamento

para as crianças compreenderem diferentes visões de

interpessoal e a exploração ambiental.

mundo e diferentes formas de perceber, vivenciar o corpo

85


na dança, na cultura e na sociedade, contribuindo para sua socialização;  Propor uma vivência por meio da liberdade de movimento, da livre-expressão de atividades que favoreçam o lúdico e a educação, ampliando o conhecimento sobre o próprio movimento na dança;  Estimular a auto confiança e auto estima; fazendo com que a criança tenha uma melhor relação com ela própria e com os outros; além de ampliar o repertório de movimentos, pensar seu movimento e, conseqüentemente, gerar arte e conhecimento.

Desenvolvimento: As atividades foram realizadas em momentos diferentes, “O Espelho”

mas se complementavam e se mostravam muito valiosas para a construção do conhecimento do corpo. Atividade 1- “O Espelho”: Esta atividade em duplas, consistia ao som de uma música suave, imitar o colega como num espelho, refletir suas expressões corporais, e quem fazia o papel de espelho deveria pensar em movimentos que levassem o colega a dançar. 86


Atividade 2- “O Fio Condutor”: Novamente em duplas, e ao

Atividade 3 – “Preencher e perfurar espaços”: Aqui a

som de uma música suave, uma criança deveria ser o “boneco” que

criança ao som de músicas, deveria tentar perfurar ou preencher os

possuía fios invisíveis saindo de seus membros e principalmente

espaços vazados dos objetos (cadeira e mesa), após isto, fariam o

articulações do corpo (joelhos, cotovelos...) e deveria obedecer aos

mesmo exercício nos espaços vazados deixados por outras crianças,

comandos do “dono do boneco” da outra criança, que ao puxar o

(entre as pernas, braços...) As crianças iam se revezando, quando

fio, sem tocar no corpo do amigo, apenas induzir a um movimento

uma compunha uma nova cena preenchendo os espaços vazios de

de dança.

outra, esta outra ia saindo para outra cena ser composta, e assim por diante. Atividade 4 – “Fluência Controlada e liberada”: Utilizando de imagens imaginárias sugeridas para que sentissem como o corpo se comportaria numa determinada situação. Como uma cachoeira, e outros elementos da natureza, ou de histórias e da fantasia da criança que possibilitaram a criança pensar e usar o corpo para dançar como se fosse um outro ser, (dando passos de formiga, de gigante, pintar ou desenhar no espaço). Em seguida esta fluência foi desafiada. Ao parar o som, a criança viraria estátua, e continuaria

Atividade 2- “O Fio Condutor”

seus movimentos ao iniciar a música. Logo mais, ao dominar o controle do som e silêncio, a criança foi desafiada a dançar no silêncio e ao iniciar a música virar estátua.

87


paredes, (nível alto). Em seguida ao mostrar as imagens dos

Atividade 5 – “Dançar nos níveis alto médio e baixo”: Nesta atividade

as

crianças

soltas

individualmente

quadros de Pollock, os alunos comparavam seus desenhos ao do

deveriam,

pintor.

percebendo o ritmo de algumas músicas, explorar seus movimentos nos níveis alto, (tudo que for de pé e leve o corpo para cima), médio, (todos os movimentos que se concentram abaixo da altura da criança), e baixo, (os movimentos que se concentram no chão ou abaixo dos quadris). A idéia era, ao explorar as possibilidades do corpo nos diversos níveis do espaço e nos diversos ritmos. Como dançar nos três níveis com uma música lenta e que possibilite movimentos

arredondados?

(exemplo

de

música

usada:

“Bandolins” de Osvaldo Montenegro). Ou em outra com o ritmo quebrado, ou seja, que possibilitem movimentos quadrados? (ex: “Carmem” suitenº2 de Bizet). Ou ainda ao ritmo de uma música

“A Pintura Dançada”

muito rápida? (ex: “As bodas de Fígaro” de Mozart). Atividade 7 - “A Pintura Dançada”: Propor uma vivência por

Atividade 6 - “Pintar nos níveis alto, médio e baixo”: A de um pintor chamado Jakson Pollock

meio da liberdade de movimento usando tintas, pintar a sola dos

expressionista abstrato americano, pedi que as crianças, ao som de

pés das crianças que ao som da música dancem sobre o pano

músicas, dançassem pintando nas folhas coladas estrategicamente

imprimindo a impressão dos passos, formando assim um painel

pela sala: no chão (nível baixo), nas mesas, (nível médio) e nas

coletivo de uma pintura dançada.

partir do modelo

88


A música está em todas as atividades, ela permeia todo o

Também verificamos

um

melhor

aproveitamento

e

trabalho de dança e pintura. O critério de escolha do repertório é

utilização dos espaços internos e externos da escola, já que eles

feito segundo ritmos, intensidade, altura e melodia que ser

começaram a aproveitar seus corpos dentro de um espaço físico.

percebido pela criança, se tornem uma fonte para a expressão de

Assim, a dança veio contribuir para a aquisição e melhora

sentimentos e possibilite a comunicação por meio dela, isto é, a

dos domínios motores, foram evidentes os benefícios corporais e

criança exercita uma percepção auditiva pensada, e de forma lúdica

psicológicos e que contribuíram inclusive para a evolução do

e criativa exercita o pensamento do movimento.

desenho da criança. Foi uma experiência enriquecedora para todos os envolvidos.

Avaliação:

Por estar apaixonada por este atividade que foi tão rica para

A avaliação foi contínua, por observação e documentada em

mim e para as crianças encerro me lembrando de uma frase de

registros e fotos.

Klaus Vianna, dançarino e coreógrafo da dança-teatro estudado em

Quando as crianças começam a desenhar, o trabalho com

teoria na escola: “Na Dança da Vida, não decore passos, aprenda

espaço é fundamental. O desenho do corpo evoluiu muito, e

um caminho.” Eu aprendi e vou segui-lo por muito tempo.

percebemos que dançar é como aprender a ler, precisamos saber o que é o movimento para formarmos a dança, assim como Viviane do Nascimento Rodrigues

precisamos conhecer as letras para formarmos as palavras. Bom mesmo é notar como foram produtivas e prazerosas as aulas. E estas atividades desenvolveram incrivelmente o esquema corporal e as crianças perceberam seu próprio corpo no espaço. A cada atividade, foi observada uma melhora quanto à fluência dos movimentos rítmicos. 89


TRANSFORMAÇÃO DO PANO

EMEI CEU CAMINHO DO MAR A prática descrita a seguir foi aplicada em consonância com as orientações do curso “Práticas Teatrais”, ministrado no segundo

Construção de uma história continuada;

Desenvolvimento da criatividade dos sentidos, imaginação, sequencia lógica e temporal.

semestre de 2011 pela DRE-SA. O curso coincidiu com a proposta de trabalhar o teatro como linguagem artística, sob um enfoque mais

Conteúdo:

lúdico de forma a priorizar a interação do brincar com as diversas

Ação Dramática

expressões artísticas. Por meio do jogo cênico, pode-se explorar a criatividade e estabelecer, com o grupo, um contato de

DESENVOLVIMENTO :

proximidade diferenciado, porque todos interagiram e participaram

A atividade foi realizada com uma turma do Infantil II. As

como protagonistas e coadjuvantes de um jogo teatral conceitual e

mesas foram afastadas deixando o centro da sala livre. Os alunos,

prático, que contemplou diversas áreas do conhecimento.

em roda ouviram atentamente a proposta apresentada, puderam explorar o pano de diversas maneiras (inclusive usando no corpo

Objetivos:

como quisessem).

 Despertar a curiosidade e Imaginação;

Criando a história...

 Exploração do Objeto;

Apesar de certo tumulto, poucos não interagiram. Iniciei a história:

 Socialização;

“Em lugar muito longe daqui corria um cavalo veloz. Surgiram:

90


bruxa, feiticeira, borboleta,rainha má,princesa, príncipe, caçador,

Os personagens que as crianças mais representaram foram: A

lagoa encantada, arco e flecha e por fim um rio, cheio de

borboleta e bruxa, todos quiseram ser borboleta! O último “personagem” foi o rio porque quando o aluno

peixes(essa hora foi uma festa porque todo mundo adorou ser peixe

falou “tinha um rio” eu sou o rio” todos ficaram eufóricos e

e entrar no rio)”.

queriam ser peixes para nadar no rio foi muito rápido transformar o tecido em peixe!

AS CONQUISTAS... Houve uma

interação proveitosa que

oportunizou um

momento diferenciado , de uma forma que ainda não havíamos explorado. As crianças curtiram a atividade e queriam se ajudar (“Ah, você agora é a rainha”, ” Ah, o cavalo não pode morrer agora! senão não vai ter a bruxa!”,” Ah bruxa é diferente da feiticeira.”) Ao final, a sensação era de expectativa para as próximas

Explorando os panos de diversas maneiras

práticas e possibilidades. Alguns brincaram apenas com o pano ou só balançaram, mas não quiseram participar da história.

91


aspecto, um dos itens que pode ser destacado é a interação e concentração do aluno em ouvir a comanda da atividade, bem como a importância em dar um sentido á história criada, para que esta tivesse um começo, um meio e um final.

Juliana Aparecida Martins de Oliveira e Dulce Salles

Indicação Bibliografia (Curso Práticas Teatrais – DRESA)

FONSECA, Nayde S. G. linguagem Teatral na Educação Infantil. 2006. 129f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.

Explorando os panos de diversas maneiras

KOUDELA, Ingrid. Introdução: A escola alegre, In.: SPOLIN, VIOLA, Jogos teatrais para a sala de aula: uma manual para o professor –

AVALIAÇÃO

São Paulo: Perspectiva, 2007. A avaliação foi processual e está inserida nas outras atividades que são desenvolvidas conjuntamente, articulando o PEA e os eixos de aprendizagem bem como os tempos e espaços. Neste

92


BIBLIOTECA CIRCULANTE: COMPARTILHE ESTA MAGIA Biblioteca não é depósito de livros, ela funciona como uma ponte entre o ambiente escolar e o mundo externo. Márcio Ferrari

EMEI Neusa Maria Rossi

bem.

Partindo do princípio de que a cada dia que passa fica mais difícil captar a atenção das crianças para a leitura, devido a

Neste contexto, a Biblioteca Circulante oferece um espaço

inúmeras formas de interações midiáticas e virtuais, desenvolver e

estimulador e favorece o contato da criança com a literatura, a fim

manter na infância o hábito e o prazer da leitura, bem como o uso

de estimular a curiosidade e a imaginação.

dos recursos da biblioteca ao longo da vida, se torna uma tarefa

A idéia de organizar o Projeto da Biblioteca Circulante, na

árdua e em longo prazo.

EMEI Neusa Maria Rossi, surgiu da percepção dos professores e de

Sabendo, portanto, desta dificuldade de inserção da leitura

toda a Equipe Escolar acerca da carência de hábitos de leitura dos

entre os alunos, se faz necessário a produção de projetos especiais

alunos. Durante o período de aula os alunos tiveram acesso a

para que o processo de leitura e consequentemente de escrita se

diferentes portadores textuais, como livros, gibis, revistas, jornais,

dê de maneira mais prazerosa. Lembrando Paulo Freire: “a leitura

textos informativos, receitas, bilhetes, comunicados, cartazes, com

não reside tão somente na leitura de um livro, mas em ler a

a intenção de ampliar o contato com a leitura no ambiente familiar, sendo a criança a protagonista deste movimento.

vida e saber do mundo.” A criança irá apreciar, se deliciar e se surpreender com estas atividades, percebendo que a leitura e a arte abrem caminhos, além de fazer parte da bagagem necessária para comunicar-se e viver 93


Objetivos:

O projeto foi elaborado tendo um carrinho de supermercado

Estimular a curiosidade e a imaginação da criança;

como suporte para livros diversos disponibilizados aos alunos,

Estimular a leitura de forma lúdica;

como: narrativas, histórias de repetição e movimento, de

Promover o apreço e o hábito pela leitura;

encantamento, de fadas, de aventuras. Vale lembrar que estes

Tornar a leitura presente no cotidiano familiar;

livros foram, criteriosamente, selecionados levando em conta seus

Desenvolver o vocabulário, o repertório e o senso estético

conteúdos. Os procedimentos para o funcionamento da Biblioteca

das crianças.

Circulante foram: 

Atividades desenvolvidas:

Divulgação de alguns livros pela professora, para

estimular a curiosidade sobre as histórias (a professora mostra o

O Projeto da Biblioteca Circulante consistiu em: toda a sexta

livro, conta uma parte dele e aguça a curiosidade das crianças);

feira as crianças levavam um livro de sua escolha para ler junto à

 Exposição dos livros (no chão em um tecido), para manuseio e escolha dos alunos, chamado “Mar de histórias”;

sua família, no final de semana. A professora Fernanda, responsável pela Biblioteca Circulante, realizava a atividade com os alunos dos

dois períodos, indo de sala em sala, apresentando a eles, de forma

Roda de Leitura (as crianças conversam sobre os livros

escolhidos);

lúdica, as histórias que poderiam ser levadas para casa. Esta

apresentação, realizada em forma de divulgação, estimulou as

sala de aula.

crianças a conhecerem determinados livros e aguçou a curiosidade de mostrá-los para casa e mostrar aos seus familiares.

94

Conto e reconto das histórias levadas para casa, em


Mostra de produção dos alunos: Avaliação: O estímulo à leitura, de forma lúdica, e à criatividade da criança ocorreram por meio da história contada e lida. O acesso à literatura

foi

e

continua

sendo

fundamental

para

o

desenvolvimento integral das crianças, por ser uma forma recreativa, educativa, instrutiva e interativa de aprender a se colocar no mundo e a expressar suas emoções e sentimentos. Na EMEI percebemos o quanto este estímulo à leitura melhorou a qualidade das interações entre os alunos, seu

Registro da criança

vocabulário, sua forma de expressão, seu conhecimento em geral e,

Registro da família

“Quando você chegou na sala começou tudo errado, você pegou o caldeirão e colocou naquela mesa, depois você pegou as crianças e transformou em bichinhos.” “Quando você pegou a capa e jogou em cima de nós e ninguém queria virar bicho.” “Você pegou a vassoura para voar e voou no céu e você caiu de ponta cabeça, porque você pegou tantas malas que ficou pesado e você caiu com tudo... ” “Você transformou todos em um sapo e em uma barata e lagartixa. E pôs no caldeirão para comer.” “Eu vou matar aquela bruxa!” “Não pode! É a prô Fernanda!” “Aí nunca mais teremos livros para ler.” Fernanda Gouvêa Santos

o mais importante, o gosto e o prazer em ter um livro entre as mãos, de poder compartilhar o momento da leitura com seus familiares e amigos e de poder recontar a história, em sala de aula, para seus colegas e para a professora. O Projeto continuará em 2012, com ajustes necessários para melhor atender às demandas das crianças e de seus familiares, despertando o interesse e prazer de ler, desenvolvendo a leitura e a comunicação em geral. Trecho do livro: “A bruxa Onilda” contado para as crianças e recontado por elas mesma

95


ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL SE APRENDE NA ESCOLA “É DE PEQUENINO QUE SE COME PEPINO” EMEI Neusa Maria Rossi

através de questionamentos

O projeto surgiu de uma necessidade da criança em sua

na

agenda e outros sentiam-se

rotina diária de alimentar-se de forma saudável na escola e da

“perdidos” porque não conseguiam fazer com que os filhos

intenção

comessem “direito”.

de

ampliarmos

integrando as diferentes necessário,

pertinente

os

conhecimentos

desta

criança

linguagens a partir de um tema e

de

suma

importância

para

As experiências e aprendizagens da infância fazem parte da

o

constituição da pessoa durante toda sua vida, os hábitos formados

desenvolvimento do ser humano integral.

na infância vão formar o ser humano, por isso a importância de se trabalhar educação alimentar nesta faixa etária.

Durante o 1º Semestre, percebemos que as crianças não estavam alimentando-se bem. As crianças rejeitavam os alimentos

Objetivos:  Alimentar-se melhor na escola;

nas refeições, mostravam desconhecimento sobre o que estavam

comendo e recusavam-se a experimentar, mostravam hábitos

Ampliar o conhecimento sobre diferentes tipos de alimentos e sua importância para o crescimento saudável;

alimentares não condizentes com uma boa alimentação. 

Como a alimentação faz parte do processo de educação e na

Apropriar-se do espaço da horta, conhecendo sua função e participando do processo de plantio e colheita;

escola ele tem este caráter fundamentalmente educativo, vimos a necessidade em realizar um projeto voltado para a questão da alimentação focado na formação de hábito, que envolvesse não só as crianças como também as famílias, pois alguns pais manifestaram suas preocupações quanto a alimentação dos filhos, 96


 Perceber a função social da escrita através do trabalho com

os nomes dos alimentos e sua escrita.  Trabalhar

com

diferentes

Palestra para as crianças com a nutricionista da SP Alimentos;

gêneros

textuais:

Vídeos,

Feirinha de legumes e verduras com a nutricionista;

palestras, texto informativo, poesia, música, texto coletivo, revista passatempo sobre alimentação(doadas pela SP Alimentos), receitas, cardápios da escola, histórias... Etapas de desenvolvimento:  Roda de conversa sobre o Projeto Alimentação Saudável;  Vídeo informativo sobre a importância da alimentação Alimentação saudável

saudável desde quando o bebê nasce;  Roda de conversa comentando sobre o vídeo e a

Alimentação Saudável

importância dos alimentos;  Pesquisa com a família de alimentos que são consumidos em casa (trazer recortes de figuras, reportagens...);  Vídeo do desenho Caillo: “Eu odeio vegetais” e roda de conversa.

asa

 Histórias sobre o tema: Verduras? Não!  Músicas do Palavra

Cantada

e

do

m casa

Cocoricó

sobre Palestra para os pais com a nutricionista do Departamento de Merenda

alimentação;

Escolar

97


Cenouras colhidas e levadas para a família preparar em casa

Preparo do Bolo de cenoura com as cenouras colhidas na horta pelas crianças.

Preparo do sanduíche natural pelas crianças com cenoura, beterraba e alface colhidas na horta

Dia da fruta: experimentar e compartilhar

Culinárias ( escrita da receita)

98


Avaliação do Projeto: O Projeto surgiu de uma necessidade da comunidade escolar. Para formarmos hábitos alimentares saudáveis é fundamental o trabalho em sala de aula, porém faz-se necessário a participação concomitante da família maior responsável pela alimentação e formação da criança. Preparo do Bolo de cenoura com as cenouras colhidas na horta pelas crianças.

O projeto teve esta dimensão, conseguimos envolver as famílias desde a pesquisa sobre alimentação saudável, palestra com a nutricionista, até o compartilhar das culinárias feitas na escola e em casa. A escola conseguiu ultrapassar seus muros e levar a reflexão sobre a alimentação nas casas dos alunos. Na escola, temos o projeto self-service e percebemos que o

Preparo do sanduíche natural pelas crianças com cenoura, beterraba e alface colhidas na horta

consumo de verduras, frutas e legumes tem sido maior, as crianças estão experimentando mais, até mesmo a soja que foi introduzida no final do ano foi bem aceita pelos alunos.

Autoras: Clarice Rodrigues O. Nacarrato Maria Helena Cascino Repolho Regina Célia Castelo Regina Célia Argemiro. As famílias experimentam o bolo de cenoura e o sanduíche natural na Reunião de Pais

99


AUTORRETRATOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL EMEI Neusa Maria Rossi

Desde que nascem as crianças estão em contato com o seu

Este projeto tem o intuito de encorajar as crianças a falarem

corpo e significam o mundo por meio dele. A compreensão de sua

sobre si, utilizando diversas linguagens, principalmente a artística

imagem conduz à construção de uma identidade sólida, ampliando

de maneira interativa para que possam reelaborar significados

seu repertório de gestos a partir de seus pontos de vista e,

sobre si, sobre o mundo a sua volta e sobre a diversidade,

consequentemente, legitima seu olhar infantil que práticas

ganhando novas possibilidades de se colocar e participar

centradas no adulto obscurecem.

ativamente. Além disso, este projeto permitirá que as mesmas conheçam autorretratos e ampliem seu repertório cultural a partir

Ao verificar que crianças tão pequenas se preocupam e tem

de um trabalho centrado em sua imagem.

uma imagem negativa de si, este trabalho torna-se essencial para que as mesmas expressem seus pensamentos e sentimentos e

Objetivo:

possam comunicar suas opiniões no sentido de criar uma

Ampliar o repertório cultural das crianças a partir de suas

autoestima integrada as suas experiências. (ORIENTAÇÕES CURRICULARES-EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

representações sobre si e sobre o outro, valorizando a diversidade e

2007)

considerando seus pontos de vista na construção de sua identidade. Ao reconhecer a individualidade de cada criança, suas

características e a forma como se expressa oportuniza-se a superação de estereótipos, familiarizando a criança com sua própria imagem, valorizando seu modo de ser e estar no mundo.

100


Etapas desenvolvidas Definição do trabalho e percepção de uma

Em seguida, incentivo para que se autorretratarem utilizando materiais

autoimagem

já conhecidos. Finalizando, foi proposto que as crianças se pintassem

Há sempre a necessidade, em qualquer inicio de trabalho, de uma definição clara para as crianças, assim sempre que

ou fizessem desenhos nos rostos de seus colegas utilizando pintura de rosto.

tocarmos no assunto elas terão o mínino de referências para interferir no trabalho desenvolvido e negociar suas etapas. Atividades:

Pintura de rosto

Levantamento de conhecimentos prévios sobre autorretrato. Apresentação às crianças de imagens de pinturas rupestres, onde aparecem impressões de mãos nas paredes das cavernas, explicando que esta forma de pintura é um dos primeiros autorretratos da humanidade. Após esta explicação propor que façam impressões de mãos em folhas que imitem o fundo da caverna. Exposição de imagens de autorretratos de Rembrant, um dos artistas que mais se autorretratou, em diversos períodos de sua vida nas paredes da sala. Experiência em frente ao espelho realizando massagens em seu próprio

Impressão de Mãos

corpo.

101


Contextos de criação Após a primeira parte do projeto, onde se conceitua autorretratos e incentiva as crianças a entrarem em contato com a própria imagem iniciam-se atividades em que as produções, a partir de uma autoimagem, são privilegiadas, assim pinturas em diversos suportes e produções com diversos materiais, além de intervenções que foquem a criatividade fazem parte destes contextos. A valorização da diversidade Depois de trabalharmos a expressividade nas produções infantis,

Atividades: 

a próxima etapa privilegiará um trabalho com a diversidade, com o

Autorretrato com tintas em uma folha de cartolina; propor outra produção a partir de um fundo claro e outra a partir de um fundo escuro. Também criar um autorretrato a partir de colagem de tecidos e outros materiais.

intuito de estabelecer relações respeitosas entre as crianças, além de construir sua imagem pessoal dentro do grupo valorizando suas características e dos demais colegas.  Proposta de atividade: Conhecer a obra da artista Frida Kahlo observando como a mesma se autorretratou, as cores e objetos utilizados e em seguida conversar a respeito da diversidade.  Proposta de atividade: Leitura do livro: Ainda bem que tudo é diferente (Fabio Gonçalves Ferreira) e conversa sobre o respeito às diferenças.

Pintando um autorretrato

102


Finalização do projeto com a produção de um autorretrato na tela

A organização do projeto favoreceu a conquista da expressividade como forma de soluções de conflitos e das formas de sentir e pensar. Observei grandes avanços na autoestima de várias crianças, principalmente das meninas que sempre achavam

No decorrer do projeto as crianças tiveram a oportunidade de

que deveriam ser como as princesas da Disney e se consideravam

produzir diversos autorretratos com diversos materiais e suportes.

fora deste padrão estereotipado.

Para a finalização foi proposto que as mesmas se autorretratassem

Quanto às produções, as crianças, na medida em que as

em uma tela a partir do repertório construído ao longo do tempo.

realizavam iam cada vez mais explorando cores e texturas significando-as. Técnicas foram exploradas não no sentido mecânico, mas para instrumentalizar as crianças ampliando as suas capacidades expressivas. Seus desenhos, em relação à variedade e diversidade de elementos se ampliaram e as posições do corpo,

Autorretrato na tela

Avaliação

cabelos e acessórios utilizados demonstraram sua própria forma de

Este projeto foi desenvolvido nos meses de julho a novembro

expressão, sem comparativos.

do ano de 2011. As crianças desta turma, inicialmente, apresentavam

dificuldades

em

aceitar

a

própria

Um dos elementos mais interessante deste projeto foi a

imagem,

interação professor/crianças, no qual os mesmos participaram

demonstrando uma postura negativa, ou tinham dificuldades em

ativamente na elaboração de atividades, que não estavam

considerar o outro em suas brincadeiras depreciando sua imagem.

previamente prontas, eram elaboradas de acordo com as necessidades e sugestões das crianças. Talita Pereira da Silva 103


BRINCANDO DE CIENTISTA COM ARTE

Emei Raul Joviano do Amaral

O trabalho desenvolvido teve como objetivo: incentivar o

O início do trabalho com cada tema se deu com o

interesse e a curiosidade das crianças pelos elementos da natureza,

questionamento às crianças sobre o que e para que servia cada

assim como confrontar as hipóteses levantadas a respeito do ar, da

elemento

terra, da água e do fogo, a partir de seu conhecimento, com

conhecimento prévio das crianças, trouxemos para a sala de aula

experiências concretas; desenvolver o respeito ao meio ambiente e

experiências práticas para comprovar ou não as hipóteses

às formas de vida existentes, valorizando sua importância para a

levantadas.

preservação do ecossistema e para a qualidade da vida humana.

natural

em questão. Após o

levantamento

do

No tema Água, realizamos experiências com: Os estados

Planejamos práticas significativas para que, dentro do

físicos da água: sólido, líquido e gasoso e a projeção do arco-íris e

universo infantil, a criança pudesse vivenciar experiências

no tema Terra, começam falando dos diferentes tipos de solo e

científicas.

realizamos atividades denominadas: “A Corrida da Água”, “Solo

O Projeto foi criado a partir do interesse das crianças por

Permeável”, “Filtro Natural”, “O Ciclo da Água” e a “Formação das

bichinhos encontrados no parque como formigas, joaninhas e

Chuvas” ressaltando a importância da limpeza e dos cuidados com

lagartas, dando origem a outro projeto: “Projeto Casulo”.

o ambiente onde vivemos para evitar as enchentes.

104


O trabalho com a terra e a água possibilitou o plantio de

alimentos da história: Camilo, Camilão o Comilão, para ilustrar o

feijões e girassóis permitindo o acompanhamento e o registro do

Projeto Alimentação.

desenvolvimento das plantas.

O Projeto Casulo, que deu início a todo este trabalho, foi

Como todos os seres vivos necessitam de ar para viver,

realizado na prática com a transferência das lagartas do parque

focamos as experiências como as atividades: “Pressão do Ar” e “A

para os lagartários, com acompanhamento e registro da

Corrida do Ar”, sendo foi possível observar que a maioria das

metamorfose por meio de desenhos.

crianças não sabia que o fogo também se alimenta do ar; assim,

Ao final soltamos as borboletas na Natureza.

realizamos a experiência com o copo e a vela e ressaltamos a

O resultado foi positivo, pois envolveu tanto as crianças das

prevenção de acidentes.

salas em questão, como as de outras salas e turnos devido à curiosidade, assim como os demais professores e os pais.

Dando continuidade, introduzimos outras experiências como: “Com água também se brinca” em que brincamos com bolinha de sabão; “Com Terra também se brinca” em que foram feitos túneis, desenhos no chão, além de misturar água com terra e “Com Ar também se brinca” fizemos carrinhos de dobradura para brincar, cata-vento e apitos.

Oficina de arte

Em Artes Visuais, realizamos pintura com terra e areia; Experimentos de permeabilidade do solo e de combustão

pintura com sopro; o processo do papel marchê e, num trabalho integrado com outras professoras, confeccionamos personagens e

105

Elenice Fonseca Judith Ferreira Vitoriano Patrícia Matos da Rocha Silva


O CICLO DE VIDA DAS BORBOLESTAS/ MARIPOSAS EMEI Vanda Coelho de Moraes Durante o horário de parque, que é um momento de

Desenvolvimento:

exploração e descobertas, os alunos do Infantil IIF sempre

O projeto teve início com a descoberta da lagarta no parque

encontravam pedrinhas, folhas, galhos, sementes e a partir dessas

devido aos questionamentos e à curiosidade dos alunos. Levamos a

descobertas

lagarta para sala de aula para que todos pudessem observá-la.

surgiam

vários

questionamentos.

Certa

vez

encontraram uma lagarta nas árvores do parque e questionaram à

Colocamos a lagarta num pote de sorvete para facilitar a

professora: O que é isso? É mesmo uma lagarta? É verdade que ela

observação e a circulação pela classe. Os alunos puderam observar

vira borboleta?

a cor, tamanho, número de patas, cabeça e formato do corpo.

Tendo como ponto de partida essa curiosidade aguçada por

Conversamos um pouco sobre as questões surgidas no

grande parte dos alunos, levamos esse assunto para a sala de aula,

momento de descoberta da lagarta. Resolvemos então deixá-la em

abordando o tema por meio de leituras, observações e registros.

nossa sala para observarmos a

transformação

em uma bela

borboleta. Objetivo:

Com o auxílio da nossa coordenadora pedagógica, a lagarta

- Possibilitar aos alunos a exploração do mundo da natural por meio

ganhou uma casa nova, um aquário transparente de vidro com

de observações, e investigações;

terra, galhos e folhas, coberto com tule para facilitar a ventilação.

- Ampliar os conhecimentos sobre o ciclo de vida das borboletas e

No passo seguinte

mariposas;

confeccionamos

um cartaz com as

informações já conhecidas sobre a vida das borboletas: o que

- Despertar a consciência ecológica, desenvolvendo o respeito e a consciência para a preservação da natureza.

106


comem, como nascem, onde vivem... Depois por meio de leituras e

Avaliação:

pesquisas, confrontamos essas informações, aprendemos.

A realização deste projeto partiu da curiosidade e dos questionamentos dos alunos, foi gratificante ver que durante a sua

Todos os dias as crianças observaram a lagarta, registramos

execução eles foram protagonistas ativos neste processo.

as observações por meio de desenhos, numa planilha.

Fatores

Outras classes da escola já sabiam, sobre a nossa

importantes

foram

contemplados,

como

a

experiência , então foi decidido que a lagarta ficaria em um espaço

possibilidade de acompanhar, observar, analisar e registrar a

onde todos os alunos pudessem observá-la, o balcão da secretaria.

transformação da lagarta. A interação entre os parceiros, o confrontamento de opiniões e informações, também estiveram

Os crianças acompanharam todo o processo, da lagarta ao

presentes.

casulo. Depois de um período, duas semanas, aproximadamente ,

Acreditamos que foram criadas condições para possibilitar

para nossa surpresa, a lagarta se transformou numa mariposa.

aos alunos o desafio de pensar sobre o que eles observaram,

Todos vibraram, gostaram muito do resultado da nossa observação. Nos organizamos para libertação

favorecendo a apropriação de saberes em relação ao mundo que os

da mariposa . Num dia

cercam.

lindo de sol, fomos até o pátio aberto de nossa escola e com o auxílio de nossa coordenadora pedagógica os alunos observaram bem de perto. A mariposa estava em um galho de árvore. Em seguida, soltamos e vimos que ela voou até uma árvore que estava próxima.

Observação da lagarta na sala de aula

Dia de soltar a Mariposa

Roberta Aparecida da Trindade 107


ERA UMA VEZ... CLICK! EMEI Virgílio Távora

Durante o ano de 2011, após participação nas formações:

Objetivos:

Rede em rede: formação continuada na Educação Infantil e o curso

Desenvolver as linguagens verbal, artística e midiática;

Ciranda de Mídias, ambos promovidos pela Diretoria Regional de

Promover a literatura infantil – Contos de Fada;

Motivar a autonomia dos alunos quanto ao reconto;

Favorecer a exploração de recursos midiáticos, como:

Educação Santo Amaro, sentimo-nos motivadas a desenvolver atividades de fomento ao comportamento leitor na educação

máquina fotográfica, rádio, filmadora, projetor e computador;

infantil incorporado à linguagem midiática.

O projeto caracterizou-se por situações de aprendizagem

como meio para produção de um trabalho diferenciado

utilizando as diferentes mídias e a literatura infantil, reconhecendo

e prazeroso para a criança.

que a interação entre as crianças e a linguagem midiática ampliando

as

possibilidades

de

exploração,

vivência

Desenvolver atividades, que explorem o uso das mídias

Desenvolvimento:

e

1º Momento: Apresentação da história em áudio

desenvolvimento sociocultural e consideramos a prática cotidiana

Para apresentação da história utilizamos o elemento

com o público da Educação Infantil, enquanto Professor Orientador

surpresa, uma caixa embrulhada como presente, contendo: CD e

de Informática Educativa, o trabalho com as mídias e suas diferentes linguagens, que oferecem à criança a possibilidade de explorar outras formas de interagir, brincar, pesquisar, descobrir, ler, escrever, comunicar-se de modo criativo, participativo e divertido. 108


rádio. As crianças, dispostas em roda, demonstraram curiosidade

falar com estranhos.

quanto ao conteúdo da caixa e levantaram hipóteses sobre o que

2º Momento: Jogo educativo

fariam naquela aula utilizando os dois itens.

Proposta de jogo educativo desenvolvido pela POIE

colocou o CD no rádio e

utilizando o software livre JClic. O tema do jogo foi a história do

acionou os botões para que pudéssemos descobrir o conteúdo do

Pinóquio, apresentado em diferentes atividades para as crianças,

mesmo. Ouvindo os primeiros sons, as crianças permaneceram

que brincaram com o jogo no computador trabalhando em duplas,

atentas e rapidamente reconheceram se tratar de uma história,

trocando ideias e auxiliando um ao outro quanto as suas

porém sem saber o título. Seguimos ouvindo e ao longo desta

habilidades e dificuldades.

Na sequência, a aluna Emilly

escuta alguns alunos identificaram a história do Pinóquio.

Tela do jogo educativo: Pinóquio

Apresentação da história em áudio

Após audição da história, as crianças se expressaram oralmente, fazendo comentários relacionados à moral da história, á mentira, às características dos personagens e à importância de não 109


3º Momento: Vídeo da história

existem diferentes versões, com detalhes e trechos que podem ser acrescentados pelo narrador.

Assistimos ao curta da história: Pinóquio, reproduzida no telão. E ao final da reprodução, propomos que as crianças

4º Momento: Roda de conversa e produção artística

identificassem as diferenças e semelhanças quanto à narrativa do

Resgatamos as sensações de somente ouvir e imaginar a

áudio e reprodução do vídeo, salientando como foi ouvir e depois

história em contrapartida a assistir a história com áudio e imagem.

ver e ouvir a mesma história de modos diferentes.

Percebemos que as crianças aprovaram ambas as experiências,

As reconheceram

crianças

sendo que o primeiro momento da audição

algumas

curiosidade e encantamento, salientando o interesse e atenção das crianças nos dois momentos da história, indiferente dos recursos.

diferenças entre o enredo apresentado no áudio e na apresentação

do

Concluímos esta sequência, com as crianças desenvolvendo

vídeo,

o seu desenho utilizando o aplicativo Paint Brush e com a

como o fato do personagem Pinóquio

na

história

foi cercado pela

apreciação das produções das crianças expostas no telão.

em

áudio se transformar em burro, enquanto que na história reproduzida em vídeo o personagem, a cada mentira contada, vê seu nariz crescer. Estas diferenças apontadas pelas crianças possibilitaram reconhecer que, para os Contos de fada

Crianças produzem desenhos no Paint Brush

110


“O uso da linguagem midiática possibilita à criança explorar o

Avaliação:

seu potencial criativo, ressaltando o seu papel enquanto

O projeto foi avaliado durante todo o desenvolvimento da

aprendiz e produtora de conhecimento...”.

proposta, desde a apresentação da história, os momentos de audição, reprodução e oralidade em roda de conversa, jogos

As Mídias no Universo Infantil – um diálogo possível. pág.73

educativos e produção artística utilizando o computador. A exploração e o envolvimento das crianças com as atividades, bem

Aprecie nossos registros realizados pela fotógrafa Amanda e

como, a integração com os colegas e as mídias utilizadas

camara man Lucas – 6 anos:

contribuíram para o desenvolvimento de habilidades quanto à linguagem midiática e comportamentos leitores. Destacamos que

Apresentação da história utilizando o rádio: http://migre.me/9LNlh

as crianças foram responsáveis pelo registro audiovisual de toda a

Apresentação do Projeto: http://migre.me/9LNnB

sequência aqui apresentada, cujos registros iconográficos foram utilizados para apreciação das crianças e avaliação do aprendizado,

Daniela Fonseca Costa Profª Orientador de Informática Educativa

permitindo que a criança possa ver-se e reconhecer-se no desenvolvimento das atividades.

Crianças realiza m registro das atividades

111


A LINGUAGEM DAS TARJAS Projeto de alfabetização de jovens e adultos EMEF Padre Aldo da Tofori  Localizar, na bula de um medicamento, informações como:

Tendo em vista que o curso da EJA tem um público diferenciado e que todas as disciplinas são responsáveis pelo

composto ativo, dosagem, reações adversas, posologia, indicações

desenvolvimento da competência leitora e escritora, escolhi um

e outros;  Associar sintomas a efeitos colaterais provocados por um

conteúdo que tivesse relação com o cotidiano, fosse significativo e, ao mesmo tempo, resgatasse as experiências dos alunos.

medicamento e descrevê-los para o seu médico durante o

Objetivos

tratamento;

 Desenvolver a competência leitora e escritora;

 Saber quando e como utilizar o serviço do SAC ou SIC.

 Conhecer diferentes tipos de textos; Desenvolvimento

 Compreender a importância da leitura/interpretação da bula para

1ª etapa: Pedi aos alunos que trouxessem diferentes tipos de

evitar prejuízo à saúde;  Orientar sobre os perigos da automedicação;

bulas e embalagens de medicamentos. Em grupo, realizamos o

 Identificar os diferentes tipos de tarjas e suas funções nos

levantamento dos conhecimentos prévios: 1. Qual o perigo da automedicação?

medicamentos;

2. Qual

 Esclarecer que um medicamento genérico contém o mesmo

a

função

das

tarjas

nas

medicamentos?

princípio ativo de um medicamento de marca famosa;

3. Qual o significado do conceito genérico?

 Reconhecer que a química está presente no nosso cotidiano;

112

embalagens

dos


 Posologia;

4. Um medicamento genérico tem a mesma eficácia de um

 Laboratório;

medicamento de marca? 5. O que é o composto ativo de um medicamento?

 Farmacêutico responsável;

2ª etapa: Após a discussão dos conhecimentos prévios sobre o

 Utilização do serviço de Sac ou Sic.

assunto e a realização de registros pelos alunos, utilizamos a sala de Avaliação:

informática e a internet como recurso para as pesquisas.

Avaliei os registros

Na sala de aula, questionei os alunos sobre a eficácia de medicamento de tarja amarela, comparando-o com o mesmo

realizados pelos alunos e

medicamento de uma marca famosa. A proposta foi que eles

os relatos que foram

identificassem a (s) diferença (s).

apresentados durante as

3ª etapa: Para trabalhar com as informações descritas na bula,

aulas. Observei, durante as

Alunos da EJA fazendo a análise de bulas

os alunos leram e realizaram o registro em um relatório, tendo

atividades, que os alunos estavam relacionando as informações

como objetivo localizar informações em um texto utilizado

obtidas com experiências vivenciadas por eles e por outras pessoas.

cotidianamente e compreendê-las.

Um aluno relatou que sua mãe fazia o uso de um medicamento que

As informações retiradas da bula foram:

estava provocando inchaço no seu corpo. Ao aprender o que era

 Localização do composto ativo;

uma reação adversa, ele verificou que aquele medicamento

 Dosagem;

causava alterações no sistema renal e relatou ao médico as

 Reações adversas;

alterações que estavam ocorrendo no corpo da mãe, sendo possível

 Indicações;

fazer uma substituição do medicamento. Também pude observar

113


que muitos alunos da EJA achavam que um medicamento genérico tinha eficácia inferior, por ser mais barato. Outro fator importante neste trabalho foi conscientizar o cidadão(ã) dos seus direitos como consumidor, uma vez que muitos desconheciam a função dos serviços de SAC e SIC. Nesta proposta, trabalhamos o desenvolvimento da competência leitora e escritora para a formação do cidadão, permitindo ao aluno relatar suas experiências, adquirir informação e tornar-se um agente multiplicador e transformador da comunidade onde vive.

Claudia Maria Ribeiro Santana

114


STRIKBOL EMEF: Padre Aldo da Tofori O Strikbol foi elaborado a partir do meu desconforto, como

Desenvolvimento:

professor de Educação Física, ao observar que alguns alunos se

Iniciei um processo de observação referente ao envolvimento dos

recusavam a participar das aulas, e principalmente dos esportes

alunos em alguns jogos recreativos. Percebi que durante a

coletivos tradicionais, tão importantes para sua formação. O aluno

queimada todos os alunos envolviam-se com certa espontaneidade.

não era convidado a participar do voleibol por não dominar os

Aos poucos, fui criando regras a partir de situações vivenciadas nas

fundamentos de toque e manchete; do handebol, por não possuir

aulas de Educação Física. Assim nasceu o Strikbol.

habilidade para receber e passar a bola; no basquetebol, por não

Descrição do jogo:

ter habilidade para driblar e fazer cestas; no futebol, por não ter

O jogo desenvolve-se entre duas equipes compostas de oito

habilidade com os pés no trato da bola. Para mudar esta situação,

jogadores cada, com o objetivo de anular a equipe oponente por

resolvi transformar uma atividade recreativa (queimada) em um

meio da queima. O jogador queimado, atingido pela bola, entra em

jogo de fácil assimilação e com aspecto lúdico e recreativo.

um estado passivo de jogo (sentado com joelhos flexionados e pernas cruzadas) e só poderá voltar ao jogo se resgatado (receber a bola ou pegá-la durante o jogo) pela equipe. O Strikbol contribui

Objetivo:

para desenvolver capacidades físicas como resistência, agilidade,

Ressignificar a queimada, transformando-a em um jogo mais elaborado.

destreza, estratégias de ataque e defesa, velocidade de raciocínio, espírito de equipe e solidariedade. Regras do jogo:

115


d. Disputar a posse de bola a todo instante do jogo, sem cometer infração. 9.2. Não é permitido: a. Permanecer com a bola por mais de quatro segundos; b. Dar mais de três passos, estando com a posse de bola; c. Saltar para arremessar a bola no adversário; d. Entregar ou retirar a bola da mão do jogador da mesma equipe; e. Bater, arrancar ou puxar a bola da mão do jogador adversário; f. Tocar intencionalmente o corpo do jogador adversário em qualquer situação de jogo; g. Fazer barreira ou bloquear o deslocamento do jogador adversário que estiver em movimento (impedir o deslocamento do jogador); h. Passar a bola para si mesmo; i. Tocar em qualquer parte do corpo do jogador adversário em estado passivo de jogo; j. Rolar a bola no chão e pegá-la à frente; k. Lançar a bola por cima do adversário e pegá-la do outro lado; l. Tocar a bola intencionalmente com o pé; m. Em qualquer situação de passe, a bola não deve ser entregue ou colocada nas mãos, e sim passada; n. Não é permitido o jogo passivo; Obs: jogo passivo é quando a equipe troca passes entre si, com o objetivo de gastar o tempo e com isso ser beneficiada; o. Se movimentar ou se deslocar, estando na postura passiva de jogo; p. Deitar ou ajoelhar para marcar o jogador em estado passivo de jogo. 10. QUEIMA a) A queima pode ser feita em qualquer parte do corpo do adversário, exceto na cabeça e palma das mãos; b) A queima tem que ser direta; c) A mão é livre, mas se a bola tocar na mão e resvalar em qualquer parte do corpo, a queima será efetivada; d) Quando a bola tocar o antebraço, a queima é efetivada. Somente a palma da mão é livre para a defesa; e) Não é considerada a queima, quando o jogador segurar ou encaixar a bola, sem que ela caia.

1. A QUADRA: A área de jogo é a quadra poliesportiva, delimitada pelas paredes ou alambrados laterais e de fundos; 2. A BOLA: A bola é de borracha macia, com superfície não escorregadia, com medida nº 10 ou nº 12, usadas em diferentes categorias; 3. DURAÇÃO DA PARTIDA: Dois períodos de 12 minutos. Em caso de empate, prorrogação de 5 minutos, até que se obtenha um vencedor. OBS: 3 minutos de intervalo entre um período e outro; 4. TÉRMINO DE JOGO NO PERÍODO: O período termina quando uma das equipes conseguir o strik (quando todos os jogadores da equipe adversária forem levados a posição passiva de jogo) ou no final do tempo estabelecido para o período. 5. FINAL DE JOGO a. Quando uma das equipes vencer os dois períodos de 12 minutos, por strik ou soma de pontos; b. Quando uma das equipes vencer um período e empatar o outro, ou viceversa. c. SINAL DE TÉRMINO DE JOGO: O tempo de jogo começa com o apito do árbitro para o tiro de saída inicial. Ele acaba com o sinal de término automático do placar eletrônico ou do cronometrista. Se o sinal não é dado, um dos árbitros apita para finalizar o jogo. 6. EQUIPE: Uma equipe é composta por 12 jogadores, sendo 8 (oito) titulares e 4 (quatro) reservas. 7. SUBSTITUIÇÃO DE JOGADORES: Os jogadores reservas podem entrar no jogo a qualquer momento, repetidas vezes, sem notificar, mas deve esperar que o jogador substituído saia da área de jogo. 8. EQUIPAMENTOS: Todos os jogadores de uma equipe devem usar uniformes idênticos, com numeração de 1 a 20. OBS: O capitão deve usar uma braçadeira ao redor do braço. 9. MANEJO DE BOLA 9.1. É permitido: a. Segurar a bola por quatro segundos; b. Dar três passos com a bola, com ou sem drible; c. Correr livremente pelo espaço do jogo, sem a bola, e sem ser tocado ou bloqueado pelo adversário;

116


11. POSTURA PASSIVA DE JOGO a) Quando o jogador sofrer a queima, ele deve sentar-se imediatamente no mesmo local, com joelhos flexionados e pernas cruzadas, mantendo uma distância mínima de dois metros em relação a outro jogador em estado passivo de jogo; b) Estando na postura passiva, o jogador não poderá se movimentar; c) Na posição passiva de jogo (joelhos flexionados e pernas cruzadas), quando tocado pelo adversário, sofrerá a falta. O mesmo jogador, na posição passiva, estando com as pernas estendidas e sendo tocado pelo adversário, estará cometendo falta. 12. RETORNO DO JOGADOR a) Para sair do estado passivo e voltar ao jogo, o jogador deve receber a bola através de passe ou pegar a bola em jogo; b) O jogador só poderá voltar para o jogo, se receber ou pegar a bola, estando com os glúteos tocando no chão. 13. FALTAS a) Todos os itens 9.2 são considerados faltas; gerando com isso a perda da bola; b) Além da perda da posse de bola, poderá ocorrer advertência verbal, cartão amarelo ou vermelho; c) Falta cometida pelo jogador da equipe sem a posse de bola será advertido verbalmente, dependendo da gravidade, cartão amarelo ou vermelho; d) Falta considerada grave pelo árbitro, o jogador receberá o cartão vermelho; e) Arremesso com força desproporcional, na direção do rosto do jogador é falta grave, deve ser avaliada pelo árbitro a intencionalidade ou não do jogador, que poderá ser punido com cartão amarelo ou vermelho; f) Substituição obrigatória deverá ocorrer quando o jogador receber o segundo cartão amarelo ou quando o jogador receber o cartão vermelho; g) Toda paralisação de jogo, a bola deve passar pela mão do árbitro; h) Toda e qualquer tipo de agressão física ou verbal a qualquer participante do jogo, incluindo jogadores, técnicos, arbitragem e organização será considerada falta grave.

14. ARBITRAGEM a) O jogo deve ser acompanhado por dois árbitros e um mesário; b) A decisão do árbitro é irrevogável; 14.1. SINAIS OFICIAIS DA ARBITRAGEM a) Quando houver a queima, indicar com a palma da mão para o chão; b) Quando não houver a queima elevar uma das mãos acima da cabeça, autorizando a continuidade do jogo; c) Quando há falta de contato, bater um antebraço ao outro; d) Quando houver jogo passivo, movimentar o braço à frente do corpo; e) Quando o jogador andar (dar mais de três passos), girar um braço em torno de outro; f) Quando houver falta de bloqueio, colocar as duas mãos espalmadas para frente na altura do peito; g) Para receber a bola, elevar os dois braços acima da cabeça; h) Final de jogo, cruzar os braços à frente do tórax.

Avaliação: O resultado dessa atividade esportiva pode ser considerado bastante satisfatório. Em 2011, foi possível realizar um torneio interclasses. Os alunos envolveram-se ao strikbol, demonstrando facilidade de assimilação das regras, bem como participação coletiva desse importante jogo cooperativo. Foi observado pelo professor que os alunos já estão praticando o jogo na comunidade.

Valdir Carlos da Fonseca 117


FALANDO SOBRE SEXO EMEF Padre Aldo da Tofori

O trabalho foi realizado para direcionar a educação sexual

relatos de amigas que estavam grávidas aos 13 anos. Outros passos

entre os educandos no período da vida em que se têm mais dúvidas

foram dados, todos direcionados a assuntos ligados ao sexo como

e inseguranças sobre a sexualidade, diante de uma sociedade

doenças sexualmente transmissíveis, anticoncepcionais, etc.

desencontrada nas informações de conteúdos apelativos e

Após as discussões sobre as dúvidas suscitadas pelos alunos,

superficiais. A abordagem sobre sexualidade com as turmas nesta

houve um levantamento dos temas mais significativos: métodos

faixa etária desperta curiosidades e interesses, pois observamos

contraceptivos, gravidez na adolescência, legislação do aborto no

uma baixa autoestima, dúvidas sobre as mudanças do próprio

Brasil e em alguns países orientais e ocidentais, doenças

corpo, informações distorcidas e um tabu qualificado no sítio

sexualmente transmissíveis e ponto de vista das religiões sobre o

familiar (na grande maioria dos educandos). Outro ponto

aborto.

importante diz respeito ao conhecimento compartilhado e trocas

Os alunos foram divididos em grupos de quatro a seis

de ideias entre os próprios educandos, possibilitando que sejam

alunos. Realizamos um sorteio dos temas e das datas para as

multiplicadores dos resultados adquiridos na dinâmica de trabalho.

apresentações, de tal forma que num espaço de trinta minutos fossem apresentados os trabalhos e nos últimos quinze minutos da

Desenvolvimento

aula houvesse um debate com a turma.

No primeiro momento foram levantados conhecimentos

Para aprofundar os conhecimentos, os alunos pesquisaram

prévios sobre gravidez precoce, devido ao grande número de

sobre os temas elencados acima em livros, na internet, com

118


profissionais da área e em vídeos. Após as pesquisas, a elaboração do material e a apresentação dos seminários (os grupos utilizaram cartazes, power point e movie maker), os alunos socializaram com os demais grupos os conceitos pesquisados.

Período: Um bimestre – agosto e setembro de 2011.

Avaliação: A avaliação foi processual. Em todos os momentos os Seminário

educandos foram avaliados: resultados de pesquisa, organização de grupo, montagem dos trabalhos, rodas de discussão e seminários.

André de Albuquerque Miranda

trabalho sobre gravidez na adolescência

119


CULTURA DA PAZ

EMEF Padre Aldo da Tofori

O cotidiano escolar deve favorecer o desenvolvimento da cultura de

“A prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver

paz em seu interior, para impedir que a violência que rodeia os

quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo

nossos jovens adentre o ambiente escolar. Para tanto, devemos

os pilares do conhecimento: aprender a conhecer indica o

buscar um convívio harmonioso, promovendo o respeito e a

interesse, a abertura para o conhecimento, que verdadeiramente

solidariedade humana, respeitando direitos, trabalhando deveres,

liberta da ignorância; aprender a fazer mostra a coragem de

tonando o ambiente escolar cada vez mais atraente, seguro,

executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar;

acolhedor e preventivo para todos os envolvidos no processo

aprender a conviver traz o desafio da convivência que apresenta o

educacional, valorizando a pessoa humana antes que a rua recrute

respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do

nossos jovens para a marginalidade.

entendimento; e, finalmente, aprender a ser, que, talvez, seja o mais importante por explicitar o papel do cidadão e o objetivo de viver.” Jacques Delors. “Educação: Um Tesouro a Descobrir” de 1999.

120


 Produzir Jornal, levando-se em conta o conhecimento

Objetivos  Sensibilizar e conscientizar os alunos sobre a convivência

adquirido sobre o tema. “Cultura da Paz”.

harmoniosa com os colegas, professores e demais membros da comunidade escolar;  Ampliar a participação dos estudantes nos projetos desenvolvidos no laboratório de Informática Educativa, através da plataforma ThinkQuest;  Ampliar a utilização dos recursos tecnológicos existentes na escola;  Favorecer

Desenvolvimento a

atuação

dos

alunos,

através

de

uma

 Os

participação construtiva e envolvente nas questões relativas

na

 Propiciar condições de acesso e uso das tecnologias voltadas

plataforma

habilidades

e

vídeos

de

sensibilização,

do

ThinkQuest

(uma

plataforma

de

de

comunicação,

pensamento

crítico

e

tecnologia);

 Promover ações de cunho pedagógico que contribuam para competências

aos

aprendizagem on-line que ajuda alunos a desenvolverem

para a pesquisa e produção do conhecimento;

das

assistiram

previamente selecionados pelo professor e disponibilizados

à violência na escola e no meio em que vivem e convivem.

o desenvolvimento

alunos

 Pesquisaram em livros e na internet sobre a Cultura da Paz;

habilidades

 Pesquisaram em duplas sobre a solidariedade, respeito e

necessárias ao contexto digital do século XXI;

amizade;

121


 Participaram da enquete sobre a paz: Você acha que é possível implantar uma cultura de paz na sua escola?  Discutiram sobre a produção do jornal, formatação, manchetes;  Produziram um jornal com o Tema: “Cultura da paz” e compartilharam com seus colegas de classe em ambiente on-line e disponibilizando no Site da escola;  As

atividades

foram

publicadas

na plataforma

do

ThinkQuest, seguindo as etapas abaixo:

 Enviaram as produções e comentaram sobre a experiência:

122


Acesse os links abaixo para apreciar as produções: ThinkQuest: http://migre.me/9LMUm Período de realização

Jornal Cultura da Paz: http://migre.me/9LMQq

 O projeto foi desenvolvido em oito aulas – aproximadamente dois meses.

"Educar é preparar para a liberdade. As pessoas são livres porque podem

Avaliação

escolher. E só podem escolher quando conhecem alternativas. Sem informação

Os alunos realizaram autoavaliação, utilizando os seguintes critérios

não há alternativa, e, portanto, sem alternativa não há liberdade.” Gilberto Dimenstain, jornalista

de observação (rubrica), pontuando de 0 a 05 o seu desempenho:

Ester Alves de Oliveira Profª Orientador de Informática Educativa

123


UM TEXTO, DIVERSAS RELEITURAS... “... escola onde estudei até a antiga 8ª série.”

EMEF Antenor Nascentes

O projeto “Um texto, Diversas Leituras...” nasceu a partir da

Em abril de 2011 o projeto foi apresentado aos alunos. Inicialmente

necessidade de se entender que textos não consistem apenas em

ficaram bastante assustados, uma vez que assumiriam grande parte

impressos nos livros, revistas ou jornais. Uma música, um poema,

das responsabilidades. Democraticamente, constituíram-se em

uma pintura, uma maquete, bonecos ou dramatizações fazem parte

grupos, com no máximo cinco integrantes, cujo propósito era

do universo textual, já que podem ser lidos e relidos e cada um

exercitar a autonomia.

pode fazê-lo de diferentes maneiras, de acordo com suas

Vencida esta etapa, o próximo passo consistiu em registrar numa

sensações, desejos, intenções.

folha, os nomes dos componentes de cada grupo, informações

Os alunos do 7º ano, o público alvo, deveriam fazer leituras do

sobre o desenvolvimento do trabalho, o tema escolhido, os

texto escolhido, para a elaboração de um seminário. Para tanto,

comentários surgidos, as data das apresentações e sobre as

não era necessário seguir à risca documentos pesquisados,

avaliações dos mesmos.

aprendidos em aula ou anotações nos cadernos; nem tão pouco

Como modelo foi utilizado o conto “Sebastião e Danilo” de Maurilo

ficarem inibidos no momento da apresentação e poderiam utilizar-

Andreas, publicado na Revista Nova Escola, nº 217, de novembro

se de linguagem coloquial para explicar os conteúdos.

de 2008.

124


Colocado o texto na lousa e registrado nos cadernos de cada aluno,

b) Artesanato: produção de cartaz confeccionado com bonecos

a próxima tarefa foi a consulta no dicionário das palavras cujo

de argila e outros materiais recicláveis (moldura de

significado desconheciam e, assim, ampliar o vocabulário.

papelão);

Cada grupo escolheu, livremente, o tema a ser desenvolvido e com

c) Reescrita com ilustrações;

a finalidade de clarear as ações, colocaram suas dúvidas, ensaiaram

d) Poesia: produção de texto poético com representação pictórica em cartolina;

as apresentações e receberam orientações quanto à confecção de relatórios (nome dos membros do grupo de trabalho, série/ ano,

e) Música: representação pictórica em cartolina da letra da

custos, materiais utilizados, comentários, avanços e dificuldades

música de autoria dos membros do grupo de trabalho;

durante o desenvolvimento do trabalho e autoavaliação do

f) História em quadrinhos: produção de HQ;

trabalho, do relatório e da apresentação).

g) Dramatização

Observação: Durante as apresentações, deveriam fazer anotações

com

bonecos:

utilizando

bonecos

confeccionados com diferentes materiais;

em seus cadernos, visando à autoavaliação e às dos outros grupos.

h) Dramatização com pessoas: com confecção de cenários e

A apresentação dos trabalhos aconteceu em junho e apesar do

figurinos.

nervosismo inicial, todos puderam questionar, comentar e relatar os avanços e dificuldades no feitio do relatório. As temáticas

Após as falas, analisamos assuntos tais como: “Palco italiano”,

escolhidas, a partir do texto modelo “Sebastião e Danilo”, os

“Avalon – lendas do Rei Arthur” (assistido anteriormente pelos

materiais e o método foram:

alunos do 7º ano), leituras e possibilidades de releituras de um

a) Maquete: produção de cenário, com material reciclado, a

texto e como se deve proceder à uma apresentação em seminário;

partir da escolha de uma cena;

noções de perspectiva de desenho e espacialidade na produção

125


pictórica; variedades linguísticas entre palavras similares (exemplo:

Ao final, os alunos apresentaram

mudanças significativas.

trabalho baseado e fumar um baseado) e regionalismos; adaptação

Tornaram-se mais autônomos, mais questionadores e mais críticos

de textos literários para as artes audiovisuais; estrutura (versos e

em relação às suas produções e às dos colegas.

estrofes) e a função social do subgênero literário poesia; semelhanças e diferenças entre estrutura poética e letra de música (refrão, licença poética e outras diferenças); técnicas de representação de teatro de bonecos e possibilidades materiais para produção de fantoches e marionetes.

Maquete

Representação Pictórica

Reescrita com ilustrações

Os instrumentos de avaliação utilizados foram: 1) Anotações e comentários nos cadernos dos alunos; 2) Questões originadas ao longo do processo (antes, durante e depois das apresentações); 3) Relatórios individuais; 4) Apresentações dos grupos;

Apresentação do Seminário

5) Autoavaliação;

Produção de texto poético

Bonecos confeccionados com diferentes materiais

6) Reflexões sobre o processo; 7) Avaliação escrita (individual) – questões sobre todo o processo;

Profª Adenilza Almeida Lira

126


OS PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS EMEF Armando de Arruda Pereira  Identificar os problemas ambientais urbanos;

Para evidenciar as consequências da impermeabilização do solo em nossa cidade, os alunos dos 8º e 9º anos do Ensino

 Analisar a situação do bairro onde moram;

Fundamental

 Resgatar a história do bairro;

criaram

um

jornal

ambiental

para

ampliar

informações e conhecimentos e possibilitar a leitura por meio da

 Aprender sobre a importância da água para a sobrevivência

exploração de conceitos próprios do conhecimento geográfico. Na

do humanidade;

cidade de São Paulo, por causa da impermeabilização, quando

 Conhecer o por quê da impermeabilização das ruas da

chove o volume de água que fica na superfície pavimentada (ruas,

cidade e o que isto provoca para o ser humano;

calçadas, quintais e estacionamentos) aumenta, dirigindo-se para

 Saber o que provocam as enchentes;

rios e córregos. Este aumento provoca inundações.

 Estabelecer a relação entre os problemas ambientais

Objetivos

urbanos e sua importância para o meio ambiente,

 Favorecer as formas de compreensão do espaço no

despertando a consciência ecológica nos alunos;

atendimento às necessidades humanas;

 Criar um Jornal Ambiental Virtual;

 Conhecer a relação sociedade e natureza;

 Pesquisas em sala de aula com os Professores de Geografia e

 Propiciar o reconhecimento das diversidades de regiões

História;

geográficas brasileiras, estabelecidas pela vegetação, clima;

 Escrever e Reescrever para Aprender.

e da interação da ação humana com o ambiente;

127


Materiais

3) Destacar a importância de se reciclar as diferentes embalagens,

 Computadores da Escola;

bem como reutilizar os recursos de consumo;

 Datashow;

4) Retomar a importância de saber as cores de cada tipo dos cestos

 Papel sulfite;

de lixo: plástico, metal, papel e vidro;

 Cartolina;

5) Orientar as pesquisas realizadas no Laboratório de Informática

 Lápis e Giz de Cor.

Educativa, que tinham como temas: resíduos perigosos, resíduos radioativos, resíduos gerais não recicláveis, resíduos laboratoriais,

Desenvolvimento

resíduos orgânicos e projetos ambientais.

Considerando os recursos disponíveis no Laboratório de Informática Educativa, como principal ferramenta deste trabalho,

Recursos utilizados:

desenvolvido em parceria entre professores e alunos do Ciclo II do

. Produção Coletiva (Narrativa);

Ensino Fundamental, as etapas descritas a seguir nortearam o seu

. Roteiro e mapa de localização e Itinerário (Google Maps) -

desenvolvimento:

informações sobre o bairro e a rua em que mora – relacionando as

1) Fazer uma pesquisa com a classe - para saber se alguém já realiza

imagens do Mapa aos conhecimentos sobre o bairro e a rua;

ações para tornar o meio ambiente mais humano - e se alguma

. Escrita de e-mail para o colega da outra classe mostrando o mapa

pessoa poderia ministrar uma palestra e/ou ajudar durante as

e a localização da rua onde mora;

aulas, de forma a introduzir o assunto;

. Criação de um jogo “Como ter um ambiente mais saudável”.

2) Levar alguns dados sobre os temas e o tempo necessário para

. Confecção de um panfleto conscientizando a população do bairro

que as informações fossem apreendidas pelos alunos;

quanto à preservação do ambiente onde moram.

128


. Criação de apresentação utilizando os recursos do Power Point sobre Reciclagem e Preservação do Ambiente. . Entrevistas com os moradores do bairro sobre os cuidados dispensados ao ambiente em que moram; nova pesquisa – dos alunos - sobre informações do bairro e da rua em que moram; . Criação do “Jornal Ambiental”. Avaliação e Auto avaliação Neste projeto pretendeu-se construir novas formas de

Desenho de Warlley – 8ª A

aprender e de avaliar. O processo de aprendizagem foi observado Acesse o link e navegue nas nossas produções:

por meio da interação e colaboração entre os professores e os

Jornal: “Os problemas ambientais urbanos” -

alunos, quando estudam e aprendem juntos ou sozinhos,

http://migre.me/9LN27

interagindo com a máquina, o texto e as multimídias ( texto, áudio e vídeo ).

Maria Angela Perone Marques Rossetti

O Professor, a qualquer momento e em qualquer espaço,

Profª Orientador de Informática Educativa

pôde avançar e promover o avanço de seus alunos, qualificando os conhecimentos de todos.

129


O QUE FAZER COM O LIXO?

EMEF “Bernardo O’Higgins” Desenvolver, junto aos alunos, a proposta de trabalho – contida no documento “Orientações Curriculares Proposição de

1. Como reutilizar alguns materiais jogados nos lixos;

Expectativas de Aprendizagem Ensino Fundamental I” – referente

2. A importância de se viver num ambiente limpo;

ao eixo “Natureza e Sociedade”, de forma significativa para a faixa

3. Como era no tempo da vovó (normas culturais relacionadas a

etária das crianças envolvidas.

cuidados pessoais e do grupo de convívio sobre higiene e

Objetivos Alcançar – de maneira significativa para os alunos - os

brincadeiras em diferentes tempos).

objetivos propostos para este ano do Ciclo I, a saber:

Conteúdos Procedimentais

-C1 Reconhecer cuidados com a higiene em diferentes lugares de

1. Leitura de textos informativos;

vivência para a promoção da saúde;

2. Leitura de notícias;

-C2 Identificar responsabilidades para a manutenção do ambiente

3. Escrita de listas;

saudável em locais de uso individual e coletivo;

4. Pesquisas;

-H2 Identificar algumas normas culturais relacionadas a cuidados

5. Entrevistas (com os avós ou parentes mais velhos);

pessoais e os do grupo de convívio sobre higiene;

6. Comparar; Elaborar conclusões.

-H3 Identificar as formas de convívio social compartilhadas nas

Conteúdos Atitudinais

brincadeiras e festas em diferentes tempos. Conteúdos Conceituais

130


1. Saber ouvir e falar;

Levantamento de Hipóteses

2. Respeitar o outro e sua opinião (mesmo que diferente da sua);

Alguns alunos disseram que muitos materiais poderiam ser

3. Mudar alguns hábitos (em relação ao lixo produzido em casa e na

utilizados: papel, latinhas, garrafas pet; outros achavam que se já

escola, na hora do lanche/ hábitos de higiene pessoal e do

estava no lixo não servia para mais nada e um terceiro grupo disse

ambiente).

que algumas pessoas catavam o lixo e vendiam para viver. Anotamos o que foi falado no caderno (individualmente) e num

Contextualização/Sensibilização

cartaz, para retomarmos mais tarde.

Conversamos sobre o “problema lixo”, depois de trabalhar Vivências e Experiências

hábitos de higiene e saúde pessoais e coletivos. Assistimos a alguns vídeos no YOUTUBE (“Recicla Kids - A gente salva o mundo

Solicitei, como lição de casa, uma lista do que há no lixo de

brincando” e Turma da Mônica em “Um plano para salvar o

nossa casa (conversamos sobre o cuidado ao analisarmos esse lixo,

planeta”).

com a ajuda de um adulto). Fizemos a leitura das várias listas. Da

Cantamos a música “Reciclagem” de Alexander Medalhas Gomes.

lista inicial, destacamos o que poderia ser reutilizado e fizemos uma

Questionamento: “Tudo que está no lixo, não tem mais proveito?

nova seleção (uma outra lista).

Não pode ser utilizado para mais nada?”

Nossa próxima tarefa foi conversar com os avós (ou pessoas mais velhas da família) e perguntar se eles se lembravam do que havia no lixo da casa deles, quando eram crianças. Comparamos as listas e notamos que não havia garrafas pet, que a quantidade de embalagens era bem menor.

131


Síntese

Voltamos para nossa 2.ª lista (o que poderia ser reutilizado e que havia sido encontrado no lixo) e começamos a dizer como

Depois de toda a euforia da exposição, voltamos ao nosso

poderíamos reutilizar cada item. Várias ideias foram sugeridas e

1.º cartaz e refizemos a mesma pergunta: “Tudo que está no lixo,

combinamos que, a partir daquele momento, guardaríamos aquele

não tem mais proveito? Não pode ser utilizado para mais nada?

material (da lista), para construção do que havia sido sugerido

Desta vez foi difícil conter tantas mãos levantadas. Lembramos das

(nova lista com as sugestões).

regras e anotamos coletivamente:

Depois que as crianças escolheram o que fazer, de acordo com o material reunido, iniciamos a construção dos objetos.

-Não. A maioria pode ser utilizada. Podemos construir vários brinquedos de

No dia marcado, cada um apresentou sua criação para a sala,

sucata, enfeites, até mesmo cadeiras, mesas e outros objetos.

dizendo qual sua utilidade e o material utilizado na confecção. No -Aquilo que a gente não souber usar, pode dar no lixo seco (aquele que o moço da

dia seguinte, arrumamos nossa sala e convidamos os alunos dos 1.º

carrocinha pega para vender).

anos A e B e do 2.º ano A para a nossa exposição. Foi um sucesso! O 2.º ano B falou um pouco sobre o trabalho, leu algumas listas e

-Também pode colocar no dia do caminhão da reciclagem (alguns disseram que o

apresentou o produto final.Os convidados foram extremamente

caminhão passa na sua rua).

participativos, perguntaram, anotaram, tocaram...

-Podemos levar ao supermercado que tem os latões coloridos. Então é possível diminuir o lixo que irá para o aterro sanitário (pesquisamos o que era na sala de informática)? -Sim. -Claro.

132


E o lixo que encontramos nas ruas? -Também. -Ninguém pode jogar lixo na rua. -Temos que ensinar todas as pessoas. -Até os adultos.

Combinamos de confeccionar cartazes explicativos sobre o assunto para serem espalhados pela escola. Avaliação Realizar essa sequência foi interessante e produtivo. Os alunos

Adriana Guedes Medeiros

passaram a ler textos informativos com mais autonomia, adquiriram o hábito de ler (algumas) notícias e aprenderam a fazer entrevistas. E, principalmente, mudaram seus hábitos (em casa e na escola) em relação ao que deve ser jogado no lixo (cobrando esta mudança inclusive de pais e familiares). Aprenderam a respeitar o trabalho de quem recolhe "lixo" (como os carroceiros) e passaram a se interessar pela reciclagem. Esta consciência era o meu objetivo principal.

133


A EMEF “CARLOS DE ANDRADE RIZZINI” EM FAVOR DA PAZ EMEF “Carlos de Andrade Rizzini”

Sendo a escola um espaço em que se exerce a cidadania, é

confronto com a realidade social excludente, desenvolver o senso

importante que todos conheçam os seus direitos e deveres

de respeito, justiça, solidariedade e responsabilidade social.

fundamentais como pessoas, a fim de que possamos criar, entre

Acreditando que a aproximação da família com a escola seja um

nós, um ambiente saudável e de respeito mútuo. Só assim

fator indispensável neste processo, o projeto teve como iniciativa

construiremos, de fato, a verdadeira comunidade.

essencial, além da interdisciplinaridade, a inclusão da comunidade como protagonista nas ações desenvolvidas durante sua aplicação.

"Tolerar que aluno viva sem disciplina, deixá-lo que cresça com seus defeitos e permitir-lhe que faça o que quer, não é amá-lo

Objetivos

nem respeitá-lo, é abandoná-lo à própria sorte." (Marcelino Champagnat)

- Facilitar e promover a socialização da criança e da família no âmbito da escola;

O Projeto “O Rizzini em favor da paz” tem em sua essência, tomar para si esse desafio atual: a busca incansável pela paz no

- Envolver o conjunto de atividades pensadas e elaboradas a favor

convívio escolar. Para enfrentar este desafio vê como ponto

da interação aluno-aluno, aluno-professor, família-professor, tendo

primordial retomar e trabalhar o tema valores, na intenção de

em vista o respeito à pessoa humana, ao espaço, ao tempo, às

procurar, tanto nas questões práticas do cotidiano, quanto no

normas de convivência e a tudo que complementa a rotina da escola como um todo;

134


- Promover o protagonismo do aluno valorizando a iniciativa, o

- Semana do vídeo: bimestral. O grupo dos professores e

talento e a competência de cada um;

coordenadores ficaram responsáveis pela seleção de vídeos educativos exibidos para todas as séries, de acordo com a faixa

- Promover o envolvimento e a interação da comunidade escolar;

etária e a área de conhecimento escolhida; durante três dias, em

- Promover o desenvolvimento e o incentivo pelos estudos;

espaços

- Promover o respeito e a valorização do patrimônio publico;

apresentações, simultaneamente;

- Promover o desenvolvimento pessoal e social, a autonomia e a

-

auto-estima dos alunos;

apresentações, recitações, jograis, contação de histórias e

-

Promover

a

boa

convivência,

a

solidariedade

Sarau

disponibilizados

Literário-

para

anual.

o

Alunos

evento,

e

aconteceram

professores

as

fizerma

representações. A escola se organizou para o evento em grande

e,

estilo, com montagem de palco e de som que valorizaram a

consequentemente, a redução da violência.

iniciativa e participação dos alunos. A leitura de textos literários foi incentivada, para que se preparassem para o evento;

Desenvolvimento

- Show de Talentos- anual. Este evento envolveu toda escola. Os - Rodas de conversas - semanal. Foram oportunizados momentos

alunos tiveram oportunidade de ser protagonistas, extravasando e

para o aluno falar e ouvir relatos do seu cotidiano familiar, de forma

expressando seus talentos, na música, no teatro, no uso de

espontânea;

instrumentos, na dança, na contação de histórias.

- Roda da leitura- semanal. O aluno contribuiu trazendo e fazendo

- Mostra Cultural- anual. Montagem de exposição de trabalhos

leituras para o grupo;

realizados pelos alunos e de oficinas abertas para a comunidade.

135


- Campeonato de esportes entre as turmas- coordenado pelos especialistas de Educação Física. - Apresentação teatral - com parceria da Organização Não Governamental PAIDEIA.

Avaliação Deu-se por meio da observação diária, contando sempre com a participação de todos. Como se tratou de um Projeto anual, que envolveu mudanças de atitudes e comportamento, os Alunos do Ciclo II jogando “Na trilha contra o Bulliyng” (criação da profª Renilda D.Viana). Obs: ao fundo cartaz com a árvore das virtudes

resultados apareceram em longo e médio prazo, quando foram perceptíveis as mudanças na vida diária dos alunos e da escola. Este

Renilda Duraes Viana

projeto visou à promoção da paz entre os homens, independente se dentro ou fora da escola.

Livro feito pelos alunos “Paz nas torcidas de futebol”

136


“MEL – MOMENTO DE ESCOLHA LIVRE”

EMEF “Carlos de Andrade Rizzini” e “Joaquim Cândido de A. Marques, Desembargador”.

ano, na EMEFM “Linneu Prestes, Professor”, na qual estou lotada,

Este Projeto surgiu da necessidade de se trabalhar a brincadeira como recurso para explorar conteúdos de caráter procedimental e

desde 2011.

atitudinal – junto às crianças dos anos / Ciclo citados na

Objetivos Específicos 

identificação do presente Projeto - e estabelecer um momento que

Apresentar à criança a possibilidade de escolha livre, diante

possibilite ao professor, destas salas, um olhar diferenciado em

de atividades organizadas em diferentes espaços da sala de

relação ao aluno e em relação ao grupo/classe.

aula, envolvendo situações de trabalho individual e em

O MEL/Momento de Escolha Livre é um dos momentos em que

grupo; 

professor/aluno e aluno/aluno estabelecem uma relação estreita de

Favorecer a introdução da criança ao grupo e sua percepção

confiança, respeito e um olhar voltado às singularidades, onde cada

individual e do coletivo, o que permite o reconhecimento e

um desenvolve suas potencialidades, um encontro com as

acolhimento de seus desejos e necessidades;

diferenças, mediado pelo professor.

Este trabalho teve início no ano de 2007, na EMEF “Carlos de

Criar condições para colocar a criança em contato com os próprios limites e pelos limites impostos pela atividade e

Andrade Rizzini”, com as professoras de 1º e 2º anos do Ciclo I do

pela escolha do colega, que atuará como parceiro;

Ensino Fundamental e seus respectivos alunos. Posteriormente,

Material Utilizado no MEL

está se desenvolvendo – também com grande aceitação – neste

137


 Carrinho de Feira; Arara de Roupas;

3) A sala é arrumada em grupos de carteiras vazias, geralmente,

 Quebra-cabeça, Pirâmide do Palhaço, Lousa, Jogos de Dama,

nas carteiras são colocados os materiais;

Mico, Dominó;

4) Em seguida, o aluno tem à sua disposição várias atividades e

 Caixa de texturas, Ábaco, Alinhavo, casinha de boneca,

escolhe uma delas para desenvolver individualmente, em duplas ou

letras móveis;

em grupo;

 Blocos Lógicos, Fantoches, papel em geral (sulfite, espelho,

5) Ao final, todos colaboram na arrumação do material no

crepon) revistas;

carrinho e este é devolvido à Coordenação Pedagógica;

 Jogo da velha, Blocos de construção, jogo da memória,

6) As salas/classes de 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos já

sucatas.

possuem o material do MEL em sala de aula;

Esta atividade foi desenvolvida nos 1ºs, 2ºs e 3ºs anos, do

7) As escolas que possuem Brinquedoteca, desenvolveram o projeto neste espaço.

Ciclo I, do Ensino Fundamental de 09 anos.

Desenvolvimento:

Avaliação:

1) O professor na Roda de Conversa tira as normas do MEL com

O MEL tornou-se enriquecedor, uma vez que possibilitou ao

os alunos;

professor e alunos escolhas, trocas de experiência e observação em

2) Em seguida, leva o carrinho de feira para a sala de aula com os

relação às atitudes e comportamentos demonstrados nas relações

materiais, apresenta todos os materiais para a classe, quando

que se estabelecem no momento da escolha dos jogos e

necessário joga primeiro com os grupos;

brincadeiras.

138


O MEL possui um papel fundamental no processo de leitura e escrita, pois é nesse momento que a criança começa a entender a relação entre o objeto e o seu significado. Observamos no grupo:  Respeito às singularidades;  Interesse pelas diferentes atividades;  Respeito às regras e à organização;  Respeito aos colegas e aos seus trabalhos;  Contato com atividades de diferentes tipos;  Possibilidade de aprender a ganhar e a perder;

Valéria Rodrigues Faria

 Maior concentração na atividade escolhida;

Coordenadora Pedagógica

 Independência e autonomia no momento da organização do trabalho;  Mais organização individual: pegar/cuidar/guardar;  Desenvolvimento da coordenação motora fina;  Colaboração de todos na arrumação da classe ao final.

139


PROJETO GEOMETRIA COM PALITOS EMEF Cacilda Becker

Desenvolvimento:

O ato intencional leva ao aprendizado, precisamos instigar o aluno a ser protagonista em sua aprendizagem, levá-lo a ter

1ª atividade: Apresentação da professora e dos alunos e

curiosidade, a explorar, a reconhecer, a comparar, relacionar

explicação sobre o projeto, momento em que os alunos falaram

agrupamentos, identificar quantidades e elementos e resolver

sobre suas hipóteses a respeito do que seria a geometria e tiveram

situações problemas. Com este projeto buscamos, por meio de

seus olhares direcionados à observação das formas existentes na

atividades lúdicas intencionais, incorporar novas práticas ao

sala de aula. Surgiu a discussão de outros lugares onde poderiam

processo de ensino aprendizagem, para que o aluno desenvolvesse

existir formas e saímos da classe em busca de diferentes formas

a observação e o pensamento lógico matemático, construindo e

que compõe o espaço escolar. Observamos os corredores, os

estabelecendo relações entre distintas formas geométricas

azulejos, fomos ao pátio e observamos diferentes formas no chão,

bidimensionais (planas) e reconhecendo-as no cotidiano.

no teto, nas luzes. Como os alunos não estão acostumados a explorar diferentes espaços, pedi para andarem sobre as linhas da quadra e assim, por meio do movimento, eles foram percebendo as

Objetivos: 

diferentes formas. Após a exploração, fizemos o primeiro registro,

Promover discussões sobre a utilização de problemas não convencionais como recurso metodológico para o ensino da matemática; Vivenciar e discutir possibilidades de explorar situaçõesproblema para desenvolver conceitos e procedimentos matemáticos;

utilizando desenhos para representar as vivências e depois os socializamos. Muitos alunos desenharam figuras arredondadas e tridimensionais, sendo assim, pedi para eles formarem conjuntos

140


de

Observação e representação de formas do espaço escolar

figuras

arredondadas, figuras tridimensionais e figuras formadas por segmentos de reta. Após a atividade, fizemos uma reflexão e os alunos puderam perceber que mesmo as formas possuem Alunos criando figuras

características diferentes umas das outras. Foi dada ênfase às

folhas de EVA para que recortassem figuras formadas por segmentos de retas e assim criassem paisagens, figuras, formas. Alguns alunos utilizaram o registro da atividade anterior como apoio para realizar esta tarefa e, neste momento, foi importante verificar se os conceitos apresentados na primeira atividade foram interiorizados. Eles tinham que utilizar o material que foi entregue com criatividade. Observei que os alunos estavam inseguros ao realizar a atividade, queriam que eu desse um modelo pronto para que eles pudessem copiar e conversei com eles sobre a importância de ser criativo, diferente, de

formas com as características dos polígonos.

explorar um novo material e de superar este desafio. Não existe feio ou bonito e

2ª atividade: Retomamos os passos da primeira atividade, assim, se

sim representações de uma vivência feita pelo grupo e que para cada um foi

houvessem dúvidas essas seriam esclarecidas naquele momento. A retomada de

interpretada de uma forma diferente. Entreguei palitos ao grupo e eles foram

conteúdo, feita no início de cada atividade, é um momento de reflexão das

desafiados a criar novamente, com um material diferente. Em conjunto,

vivências e, a partir dessa troca, percebemos o que se transformou em

montaram robôs, formas e outras figuras. Neste momento,

aprendizado. Por meio das reflexões e colocações dos alunos, percebi que precisava retomar alguns conceitos sobre as características de algumas formas geométricas. Entreguei aos alunos

141


pude perceber o crescimento daquelas crianças, pois não ficaram com medo

montagens específicas que exigiam habilidades de comparar,

de experimentar, o fizeram com prazer e alegria.

relacionar agrupamentos, identificar quantidades e elementos e resolver situação problema, desenvolvendo a observação e o

3ª atividade: A aula foi iniciada com alguns

pensamento lógico matemático. Foi um momento muito divertido e

questionamentos. O que eles recordavam da atividade anterior?

construtivo para todos.

Qual o material utilizado? Houve dificuldade em utilizar os palitos?

4ª atividade: Este foi o dia dos desafios, os alunos teriam

este momento o grupo respondeu que não conseguiu fazer curvas,

que por em jogo não apenas suas habilidades, mas também a

porque os palitos eram “retos”. Esta foi uma colocação interessante

rapidez em solucionar os diferentes problemas que eram colocados

e sendo assim a registramos na lousa. A primeira etapa desta

diante de todos. Utilizando novamente os palitos, realizamos as

atividade foi a de exploração do material, mas desta vez entreguei

atividades.

apenas 12 palitos por aluno e eles teriam que formar figuras

5ª atividade: Fizemos a retomada de conteúdos, eles

fechadas, que não se cruzassem e tivessem fim. Na segunda etapa

queriam muito ter novamente a aula dos desafios, mas ao

solicitei que formassem figuras com três palitos, quatro palitos,

apresentar o material desta aula eles mudaram de ideia: o grupo

etc.. Fomos nomeando as figuras e observando as características de

utilizou palitos e massinha para

cada uma, o número de lados, a medida de cada lado e a medida do

representar os polígonos

contorno, entre outras questões colocadas para que eles

aprendidos. Após montarem

solucionassem. Por meio desta brincadeira, eles perceberam as

alguns polígonos, fiz algumas

características de cada forma geométrica e foram construindo o

intervenções: questionei o que

conceito de polígonos. Na terceira etapa os alunos fizeram

representava os palitos e eles

142


logo responderam que eram os lados do polígono; perguntei o que

prática, algumas situações que envolviam quarteirões e número de

eram aquelas bolinhas de massinha e eles disseram que elas

voltas, mostrando que o conteúdo aprendido faz parte do cotidiano

ligavam os palitos. Prossegui nas intervenções fazendo mais

de todos.

perguntas: O que está se ligando? E assim, eles foram construindo

8ª atividade: retomamos os conteúdos aprendidos e

outros conceitos necessários para a aquisição dos próximos

iniciamos o conceito de área do quadrado e retângulo, sempre

conteúdos.

usando os palitos para validar as soluções. Por fim, apresentamos

6ª atividade: Com o elástico, fiz uma sondagem para saber

nosso projeto aos pais, por meio de uma palestra onde todos

se os conteúdos haviam sido aprendidos, eles tinham que se

puderam contribuir ajudando a organizar, confeccionando o

organizar e montar a figura solicitada. Nesta brincadeira, eles

material e participando efetivamente da finalização do projeto.

teriam que colocar em jogo todos os seus conhecimentos e

Avaliação: A avaliação processual foi realizada ao longo do

trabalhar em grupo para chegar ao resultado o mais rápido que

projeto. A cada nova turma, as atividades eram repensadas e

pudessem. Foi muito divertido, uns usaram os pés, alguns grupos

adequadas às necessidades do grupo. A avaliação contínua foi feita

utilizaram as mãos, experimentarem diferentes maneiras e

ao longo do projeto por meio da observação da realização das

encontraram a mais adequada para a atividade proposta. Desta

atividades propostas, do comportamento diante dos desafios, da

forma, percebi que eles interiorizaram os conteúdos que envolviam

busca de diferentes soluções, da agilidade no raciocínio, da

os polígonos e assim fomos para a próxima etapa.

organização do pensamento e sua socialização, da representação. O trabalho em grupo foi fator fundamental na composição do

7ª atividade: Nesta atividade, trabalhamos o conceito de

processo.

perímetro. Por meio dos palitos, eles formaram diferentes

Profª Beatriz Cristina Gonçalves

polígonos e puderam compreender rapidamente. Fizemos, na

143


“TEATRO NA ESCOLA” “As práticas corporais e artísticas, pelas suas características expressivas, levam-nos a perceber que é a cultura que permite a configuração e socialização das diversas manifestações. Por meio das produções culturais são estabelecidas relações comunicativas com a sociedade. Isto implica o ente ndimento de que as produções e manifestações culturais são textos que podem ser lidos e, portanto, interpretados”. (IN: Orientações Curriculares Proposta de Expectativas de Aprendizagem Ensino Fundamental I, São Paulo, SME, 2007p. 187)

EMEF “Habib Carlos Kyrillos, Doutor” Por meio da arte teatral a criança entra em contato com o

A realidade educacional e social atual nos apresenta muitos

objeto de referência, estudo, identificação e representação que a

alunos

com

dificuldades

de

aprendizagem,

apatia,

baixa

cerca: o ser humano e a sociedade.

Neste contexto ela se

participação, falta de autonomia, pouco acesso à cultura, baixa

desenvolve, compreendendo melhor a nossa complexidade, o

autoestima, ausência dos pais e que sofrem, constantemente,

mundo em que vivemos e sua importância nele, assumindo um

bombardeios de informações sem criticidade para operá-las em seu

papel de protagonista em seu aprendizado, cultura e sociedade.

benefício. A partir dessas análises encontramos um mote para realizarmos o presente Projeto e nele depositamos esperanças para

As potencialidades do jogo teatral são inúmeras. Importante

modificar uma realidade que necessita, urgentemente, ser alterada.

no processo de ensino e aprendizagem instiga e faz emergir a energia do coletivo, ativa constantemente a consciência de si, a autonomia intelectual e emocional por meio do conflito com o

Objetivos Gerais

outro e com as regras (lógicas e morais) construídas, coletivamente;

O jogo, a brincadeira e o lúdico fazem parte da nossa vida,

os focos na cooperação e colaboração oportunizam o resgate do

desde o nascimento e durante todas as etapas do desenvolvimento.

patrimônio cultural pertencente à memória coletiva, sem

Brincamos representando cenas do nosso cotidiano, “inventando e

mencionar o desenvolvimento corporal, emocional e sinestésico.

reinventando” sentimentos e emoções, capazes de nos transportar

144


Objetivos Específicos

para outro mundo, para outra vida. A arte de representar é mágica

Neste projeto o aluno desenvolveu as seguintes habilidades,

e capaz de nos transformar como pessoas, como cidadãos. Acreditando nas potencialidades da Arte, esse projeto produziu

competências e conhecimentos:

manifestações artísticas e culturais, com foco sempre em:

Comunicações verbais, corporais e escritas;

a) despertar para o protagonismo estudantil;

Atenção, observação, concentração, foco e percepção;

b) resgatar a auto-estima;

Consciência e expressão corporal e vocal;

c) superar obstáculos e dificuldades presentes na aprendizagem e

Sentidos: visão, audição e tato;

desenvolvimento integral do aluno;

Compreensão, reflexão e interpretação de textos trabalhados

d) mobilizar pais e responsáveis para a participação nos processos

em sala de aula e do acervo da escola;

de desenvolvimento dos alunos; e)

instigar

discussões

e

reflexões

sobre

atualidades

e

questionamentos do grupo;

Produção de textos sobre a cultura;

Uso eficaz da linguagem oral e da linguagem escrita;

Criação, desenvolvimento e produção de uma peça teatral

f) buscar da criticidade;

(Texto, interpretação, cenografia, produção e divulgação);

g) aflorar a parceria entre aluno e professor;

Noções de cenografia;

h) construir o senso coletivo e valores de convivência como

Noções da História do Teatro mundial e brasileiro;

respeito, compreensão e cuidado;

Formação de público em espaços e manifestações culturais e

i) e, como objetivo principal, o desenvolver das capacidades de

artísticas do circuito paulistano.

todos os alunos com autonomia e prazer.

145


Desenvolvimento

o desenvolvimento das técnicas teatrais, postura e pensamento crítico, criativo e artístico;

O público era formado pelos alunos do Ciclo II, Ensino 

Fundamental de 8 anos.

A segunda etapa se estabeleceu, organicamente, pelo grupo, a

Estes alunos participaram e assistiram a apresentações, tais

partir da vontade de produzir uma peça teatral completa,

como: Performance, no Dia das Mães; Cena “Carvões para Lareira

iniciando estudos, pesquisas e experimentos na busca de um

do Diabo”, no Show de Talentos e Mês do Folclore; Peça “Sonho de

tema ou texto para a realização da peça;

uma noite de verão”, de William Shakespeare, no CEU “Caminho do

Mar”.

A terceira etapa se deu pela criação da peça. Desde a adaptação, escrita e reescrita de texto, até a construção das

Participaram dos seguintes eventos, cujo foco era a formação

cenas, trilha sonora, iluminação, cenário, figurino e maquiagem.

de público: Apresentação de Capoeira e Maculelê com o Grupo

Com a estrutura da peça pronta iniciou-se o processo de

Cordão de Ouro, na própria escola; Espetáculo “Coppélias?!”, com

produção e divulgação, que culminou na apresentação que

direção de Cristiane Paoli-Quito, no Centro Cultural São Paulo;

compilou todo o processo de desenvolvimento e esforços,

Visitação ao Centro Cultural São Paulo; Evento “Revelando São

realizados

Paulo”, no Parque do Trote – Vila Guilherme.

descaracterização de seu teor didático e experimental.

para

a

finalização

de

um

ciclo,

sem

a

O projeto foi dividido em três etapas:  A primeira iniciou-se com o trabalho de integração e construção

Avaliação

do coletivo na criação de uma dinâmica própria, a partir das

No Projeto “Teatro na Escola” aluno e professor foram

necessidades apresentadas por cada indivíduo. Em seguida,

parceiros

vivências com os jogos teatrais e os devidos fundamentos para

desenvolvimento progressivo de colaboração. O aluno atuante

146

na

construção

de

um

projeto

artístico,

em


percebeu a transformação constante da subjetividade em

desenvolvimento, que é respeitado e compreendido pelo grupo,

objetividade em seu trabalho, como por exemplo, ao fisicalizar um

este estabeleceu uma dinâmica própria e específica que se

objeto - que pode ser uma emoção ou personagem - ele largou

diferenciou, em cada grupo de alunos, apresentando resultados

modelos e padrões e deu espaço para o jogo e sua relação com os

diferentes, mas não menos eficientes.

acontecimentos, com os outros e com as emoções presentes.

Portanto, foi a partir do processo de desenvolvimento

Nesse momento, constituiu-se o conceito da criança como

orgânico, e até por vezes não harmônico, em seu caos artístico, que

artesã de sua aprendizagem e o foco no jogo teatral lhe permitiu

os obstáculos individuais e grupais se apresentaram e foram,

ingressar em uma realidade cênica que mobilizou imaginação,

delicadamente, superados. O prazer em cada representação, em

habilidades e competências diversas para construir o concreto e

cada final de ensaio, a felicidade estampada no sorriso em um

vivenciá-lo de maneira efetiva consigo, com o outro, com o espaço

simples jogo, erro ou grande apresentação, o elogio de um

e com a história. Dessa maneira, as formas simbólicas tornaram

professor à mudança de postura e participação do aluno ou a

concretas e manifestas as experiências, desenvolvendo novas

melhora em alguma deficiência de aprendizagem foram algumas

percepções, a partir da construção artística e esse aprendizado foi

das provas de que o projeto foi realizado a contento e teve

transformado em processo de produção de conhecimento.

resultados concretos.

É necessário compreender que o projeto estruturado da maneira como se encontra, onde o aluno é o termômetro, objeto e ator de toda a ação educacional e artística só conseguiu chegar à sua etapa final porque o grupo assim o desejou, pensou, criou e produziu. E, por cada participante apresentar seu tempo próprio de

Performance Dia das Mães

“Sonho de uma noite de verão”

Carvões para a lareira do diabo Show de Talentos da escola

Nathalia de Azevedo Marques 147


“RESGATE E VIVÊNCIA DE BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS POPULARES” EMEF “Habib Carlos Kyrillos, Doutor” Observa-se, cada vez mais, que o contato das crianças com

-Troca de experiências com seus pares e com a comunidade escolar;

jogos, brincadeiras e brinquedos tradicionais vem perdendo espaço

-Resolução de situações problema, priorizando sempre o diálogo;

para equipamentos de alta tecnologia, entre esses, se destacam:

- Construção do pensamento crítico;

vídeo-games, computadores, televisores e brinquedos de controle

- Organização de ideias a respeito das brincadeiras e brinquedos

remoto. Tendo em vista a importância dos brinquedos e

antigos e populares;

brincadeiras populares no desenvolvimento das potencialidades das

-Valorização das brincadeiras populares;

crianças e na preservação da identidade e cultura da comunidade

- Colaboração e aprendizado para trabalhar em equipe;

foi elaborado este projeto, com o objetivo de que as crianças atuais

-Favorecer o diálogo entre familiares;

entrassem em contato com brincadeiras e brinquedos populares e,

-Ser solidário com os colegas.

a partir dessa apropriação, construíssem repertório para conhecer os contextos em que essas brincadeiras ocorriam, notadamente, o

Desenvolvimento

espaço físico da rua.

Os alunos elencaram as brincadeiras de que mais gostavam de fazer em suas horas livres e, posteriormente, pesquisaram quais

Objetivo

as brincadeiras que seus familiares brincavam quando crianças. O objetivo central foi resgatar antigos brinquedos e brincadeiras

Feito isso, foram propostas algumas brincadeiras para serem

populares, junto aos pais ou responsáveis e familiares,

desenvolvidas nas aulas de Educação Física e durante o intervalo

oportunizando:

148


Avaliação Como resultados, observamos a participação, cada vez mais intensa, dos alunos conforme foi ocorrendo o desenvolvimento da programação das brincadeiras e dos brinquedos. Outra observação diz respeito ao comportamento mais cooperativo e menos competitivo que foi se constituindo entre os alunos, a partir do momento da aceitação das limitações dos colegas.

Brincadeira Barra Manteiga Brincadeira Cama de Gato

Maria Reginalda de Sá Santos Colaboração da Equipe Gestora da Unidade Educacional

149


“CONSTRUINDO SABERES POR MEIO DO TWITTER” EMEF “Isabel Vieira Ferreira, Professora”

Tendo em vista a inclusão digital dos alunos do Ciclo II, do

Desenvolvimento

Ensino Fundamental de 8 anos, a utilização da Rede Social Twitter,

O uso do Twitter surgiu da necessidade de realizar o Projeto

surge como uma ferramenta para viabilizar a construção de

“Comunidade Escolar e Trabalho”, no Portal EDUCAREDE, ao longo

conhecimentos – por parte destes alunos – e a utilização social da

do ano de 2009. Dada que a dificuldade de acesso era constante, a

mesma.

maneira encontrada para solucioná-la foi utilizar o Twitter para

Objetivos

viabilizar o processo de ensino e aprendizagem e contemplar o calendário solicitado. Foi criado um manual apresentando o passo a

O interesse dos alunos pela inovação tecnológica e a

passo sobre o uso do Twitter. Os alunos monitores utilizaram o

necessidade de inserir as mídias na Educação, oportunizaram:

Twitter para comunicar e direcionar ações com uso das TIC a) a valorização da educomunicação;

(Tecnologia

b) a utilização da Rede Social Twitter para viabilizar a

cronograma.

da

Informação

e

Comunicação)

e

cumprir o

Com o sucesso do uso da Rede Social Twitter o

Projeto continuou, no ano de 2010, para viabilizar a comunicação e

construção de projetos;

propiciar a execução das ações, de acordo com o “Programa Ler e

c) a garantia da qualificação do processo de ensino-

Escrever” e continua propiciando o protagonismo estudantil até

aprendizagem.

hoje. A socialização propiciou a construção de mural, socialização de roteiros de entrevistas e de excursões.

150


Avaliação O uso da Rede Social Twitter e de outras mídias propiciou a inclusão digital, o uso de novas tecnologias e viabilizou a comunicação e a realização dos projetos ao longo desses anos. Observou-se a melhora da auto-estima, do rendimento escolar e maior coerência e coesão nos textos escritos. Outro resultado importante deste Projeto foi a Oficina “Construindo Saberes por meio do Twitter”, no Seminário da DRE- Santo Amaro, realizada sob minha coordenação, no ano de 2010. Este trabalho suscitou mais acessos entre os colegas educadores, no Twitter, e maior interesse pela utilização das mídias na educação.

EMEF “Isabel Vieira Ferreria, Profª” Projeto “CONSTRUINDO SABERES POR MEIO DO TWITTER” Figura 1: Entrevistas realizadas pelos Alunos Monitores, mural e exemplo de uso do

Twitter. Fotos: POIE Patrícia

Patrícia Lopes Profª Orientador de Informática Educativa

151


“BOCA COM SAÚDE, CRIANÇA FELIZ” EMEF “Isabel Vieira Ferreira, Professora”

julgamento, não usar plágios, imagens, personagens, marcas

Constatamos que os alunos do 1ºA, do ano letivo de 2011,

comerciais ou qualquer forma que viole a LEI Nº 9.610, DE 19 DE

em sua maioria, apresentavam problemas com dentes cariados, quebrados ou má escovação, considerei importante ampliar o

FEVEREIRO DE 1998, que Altera, atualiza e consolida a

estudo sobre um tema que possuía sentido e significado para a

legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Manter

classe, atendendo ao Programa “Ler e Escrever – prioridade na

a fidelidade, qualidade e amplitude do conteúdo em relação a

escola municipal”. Para tanto, inscrevi a referida sala no Programa e

modalidade escolhida, colagens em cartolina, com criatividade e

Concurso “A Saúde Bucal”, parceria entre a SME e Conselho

originalidade.

Regional de Odontologia de São Paulo na modalidade: a) 1º e 2º

encaminhamento para Diretoria Regional de Educação; 2ª Fase –

anos: colagens em cartolina, de qualquer cor e tamanho, relativa ao

Seleção dos trabalhos em nível regional para encaminhamento ao

sub-tema: “A Importância do Sorriso”. Atendendo ao disposto no

CROSP até o dia 21/10/2011; 3ª Fase – seleção de três trabalhos de

Comunicado nº 1050 DOC de 23/07/2011, que divulgou as normas

cada modalidade até o dia 11/11/2011. COMUNICADO Nº 1.703, de

do Concurso “A Saúde Bucal- 3ª edição” e regulamentou a forma de

06 de dezembro de 2011.

participação dos alunos e escolas. Seguir os critérios estabelecidos

Objetivos

para a modalidade escolhida com a finalidade de facilitar o

- apresentar noções de higiene bucal para os alunos da sala envolvida;

152

Tendo

como

Fase:

Unidade

Escolar


- contextualizar atitudes e comportamentos que propiciem a saúde

O cartaz premiado, em segundo lugar no Município de São Paulo,

bucal, por meio de hábitos de higiene;

foi confeccionado pela aluna Maria Luiza da Silva Santos, desta sala

- promover a auto-estima dos educandos e de seus familiares, por

envolvida. Ela registrou fotos, com a câmera digital, das bocas dos

meio dos resultados obtidos pela boa escovação e pela ingestão de

colegas da classe, durante a higienização para compor o trabalho,

alimentos saudáveis;

complementou com letras recortadas de revistas para grafar as

- apresentar modelos de qualidade e confeccionar com os alunos

palavras e mais uma escova e o fio dental para mostrar os motivos

um cartaz;

para ser uma criança feliz, com saúde.

- trabalhar leitura de mundo e leitura por ajustes, no momento em

Avaliação Quanto aos avanços na aquisição do sistema de escrita

que os alunos escolheriam o conteúdo para integrar cada cartaz confeccionado.

alfabético pudemos acompanhar a evolução dos alunos envolvidos,

Desenvolvimento

por meio dos seguintes dados: 1. no momento da adesão ao concurso, os alunos se apresentavam

Os alunos assistiram a vídeos educativos que faziam parte

como:

do concurso. Foram realizadas pesquisas sobre imagens, vídeos, leitura, jogos educativos, listas de palavras e textos coletivos sobre

1.1. 09 alunos Pré-Silábicos;

a importância da saúde bucal para saúde geral do corpo, a

1.2. 17alunos silábicos sem valor sonoro;

importância da mastigação, saúde do dente, alimentação saudável,

1.3. 04 alunos silábicos com Valor Sonoro;

orientação para família, fratura do dente e higienização.

No final do ano letivo foi obtido o segundo resultado: 18 com

Os alunos pesquisaram, fizeram cartazes e multiplicaram o

Valor Sonoro, 7 Silábicos Alfabéticos e 5 Alfabéticos. Sendo que 12

processo de ensino- aprendizagem com as famílias, em suas casas.

alunos superaram a meta, de todos os alunos Silábicos com Valor

153


Sonoro, no final do 1º ano do Ensino de 9 Anos. Os alunos apresentaram melhora da auto-estima e na participação em trabalhos em grupo. O projeto foi avaliado segundo o Programa e Concurso “Saúde Bucal” e o resultado foi divulgado no Diário Oficial do Município de São Paulo: O Secretário Municipal de Educação, usando de suas atribuições legais e, Considerando: - o parecer da Comissão Julgadora que avaliou os trabalhos; Resolve: Divulgar a relação nominal dos vencedores do Concurso “A Saúde Bucal – 3ª edição”, na seguinte conformidade: Premiação divulgada no Diário Maria Luiza e o cartaz premiado

Oficial do Município de São Paulo, do dia 07/12/2011, pág. 56 – “A premiação dos vencedores ocorrerá no dia 14 de dezembro, às

Patrícia Lopes

15h00, em solenidade a ser realizada no Edifício Matarazzo – GABINETE DO PREFEITO, Viaduto do Chá nº 15 – 7º andar.” Título do Trabalho: “Boca com Saúde, Criança Feliz!” Nome completo, endereço e telefone da Escola: EMEF “Professora Isabel Vieira Ferreira”, Rua das Orquídeas, 130, CEP: 04467-210, Jardim Primavera, 5612-3509/5615-5222. Diretoria Regional de Educação: Santo Amaro – DRE-SA Nome completo do aluno e ano que cursa: “Maria Luiza da Silva Santos, 1º ano A

154


FÁBRICA DE HISTÓRIAS “...os saberes individuais são valorizados e contribuem para a construção, que é do grupo.” Caderno de orientações Didáticas – Ler e Escrever – Tecnologias na Educação – pág. 06

EMEF Joaquim Cândido de Azevedo Marques

O uso da informática no http://amagiadeeducar.spaceblog.com.br/994896

âmbito

escolar

permite

cognição”, assim, trás luz ao que chamamos de letramento digital,

novas

que permita uma leitura de mundo – compreensão do que é visto e

formas de construir e elaborar o

capacidade de mostrar aos outros como o vemos.

conhecimento, características próprias das novas tecnologias. A

A inclusão digital é um desafio metodológico para promoção

tentativa e erro no mundo virtual permitem a reprodução, o

da leitura e da escrita. Em geral, o fracasso na leitura e na escrita,

controle, a problematização de situações e a verificação dos

não está na incapacidade de dominar os recursos das novas

resultados, possibilitando a ampliação da capacidade criativa dos

tecnologias e sim, na dificuldade em se transmitir ideias,

usuários.

sentimentos e sensações. Esse é um dos desafios da Informática

realiza

Pierre Lévy (1993) em “As tecnologias da inteligência”

Educativa: promover o letramento digital sem esquecer que, em

um estudo sobre as tecnologias intelectuais a partir da

primeiro lugar, nosso aluno deve construir sua competência leitora e escritora e assim compreender e interagir no mundo, com

escrita e destaca o computador como “máquina de produção da

autonomia. Objetivos:  Exercitar a capacidade criativa;

155


 Despertar o prazer pela leitura e escrita por meio de

Inseriram as imagens de acordo com as instruções sobre formatação de texto, para que cada um criasse o layout de suas

recursos digitais;  Contribuir para a reflexão crítica e na socialização, por meio

produções. Ao final foram socializados por meio das produções projetadas e fizeram um resumo da escuta.

das produções apresentadas,

Produziram um texto com as suas impressões sobre o

 Potencializar o processo de leitura e escrita com relação a

desenvolvimento do projeto e as novas ferramentas.

educação e multimídias;

Avaliação:

 Utilizar a informação para despertar o interesse pelo

Na análise das produções escritas, pela POIE, observou-se que além

conhecimento;

de apresentarem uma melhora na capacidade criativa, foi

 Contribuir para a formação de cidadãos melhor preparados

importante a socialização dos resultados realizados por meio dos

para a ciência tecnológica.

recursos disponíveis no laboratório de informática educativa.

Desenvolvimento:

Produções dos alunos da 3ª A:

A atividade foi desenvolvida utilizando o aplicativo Word

SÃO OS SAPATOS QUE MANDAM?

Microsoft Office, no período de abril a maio de 2011. Cada aluno ou dupla recebeu o trecho inicial de uma história

“Estava tudo muito tranquilo dentro do meu armário de

fictícia, de textos diferentes para escrever a continuação, e em

sapatos, quando de repente os meus tênis e as minhas sandálias

determinado momento desta produção trocar com os colegas. Feita

saíram correndo em minha direção. Então eu peguei meu taco de beisebol aí eu comecei a dar

a troca deveriam continuar e ilustrá-los (parágrafo a parágrafo),

batidas nos meus sapatos, e quanto mais eu batia mais eles

com imagens do Google.

cresciam.

156


Depois eu acordei e percebi que era apenas um sonho, mas

Para que tudo saísse bem eu teria que me arriscar muito!

tinha algo errado e eu disse: - Mas...aha! Eram meus sapatos

Então eu entrei no reino de sapatos e me deu muito medo na hora.

fora do armário!

Eu teria que tentar pegar o sapato rei e fazer um jogo. Se eu

Na noite seguinte eu tive o mesmo sonho e quando acordei

perdesse ficaria lá para sempre como escrava. Se eu ganhasse eles nunca mais me perturbariam!

tinha sapatos até em cima da cama.

Bom para resumir eu ganhei e fechei o mundo deles para

Todos os dias eram iguais e cada vez mais eu me assustava.

sempre.

Até que uma noite eu fiquei acordado! Pelo menos nada me aconteceu nos cinco minutos que estava acordado. De repente eu

Eu vou dar uma dica para quem tem armário de sapatos no

dormi e acordei de novo. Vi que tudo o que tinha falado o que tinha

quarto: - cuidado por que eles podem te pegar!”

acontecido foi um sonho dentro de um sonho que eu vivi, mas para finalizar eu vou contar tudo o que aconteceu mesmo.

SER VOCÊ MESMO

Eu dormia feito uma criança quando ouvi passos, os passos

“Era uma vez uma cidade em que todo mundo vestia coisas

de saltos-altos. Levantei e fui ver na cozinha, vi meu salto batendo

vermelhas. A camisa era vermelha, a calça era vermelha, o sapato

os pés como se falasse:- Vai dormir, menina!

era vermelho. Até a cueca dos homens era vermelhinha, vermelhinha.

Eu olhava com uma cara de assustada, mas eu disse: Quanto mais medo eu tiver, mais sustos vou levar durante a hora

Até que um dia o Carlinhos deixou cair tinta azul sem querer

de dormir!

na roupa dele e saiu de azul para passear.

Então fui devagar ao meu quarto, quando cheguei, os meus

O Presidente viu e falou para todo mundo usar, então todo

sapatos dominavam meu quarto como se fosse o reino deles.

mundo jogou um pouco de tinta azul na roupa. Depois de algum

157


tempo todo mundo estava cansado de ter sempre a mesma e foram reclamar com o Governador que reclamou com o Presidente que deveria mudar de cor. O Presidente então mandou:- Todo mundo agora vai vestir amarelo para variar. Mas o Carlinhos foi o único que não pintou nada de amarelo e todo mundo olhava para ele com cara de nojo. O Presidente viu que ele era o único que não estava de amarelo. Então o Presidente chamou ele e disse: - Por que você não está de amarelo? E o Carlinhos disse: - Porque eu sou eu mesmo. Eu sou uma pessoa. Assim todo mundo ouviu a conversa deles e aprendeu a ser o que é. FIM” Egléa Guinezi Nardi Profº Orientador de Informática Educativa

158


TEATRO DE FANTOCHES - RECONTANDO OS TRÊS PORQUINHOS

EMEF. Laerte Ramos de Carvalho, Prof. A iniciativa da proposta partiu do interesse por teatro de um dos

fatores estes,extremamente importantes para a eliminação de

alunos que freqüentava nossa sala de Sala de Apoio e

barreiras na aprendizagem e melhora do desempenho escolar.

Acompanhamento à Inclusão – SAAI -, que em determinado

motivação dos alunos foi a fonte mobilizadora das ações propostas

momento, numa roda de conversa, perguntou se não poderíamos

na atividade.

A

fazer uma atividade de teatro na escola. Avaliamos que sendo uma dupla seria difícil encontrarmos um texto que apenas dois alunos

Objetivos:

conseguissem apresentar. Deste modo, refletimos e chegamos à conclusão que seria interessante se pudéssemos apresentar para as

-Possibilitar ao aluno a reflexão sobre as ações necessárias para a

primeiras séries do ciclo inicial, um teatro de fantoches, onde

realização de uma apresentação;

poderiam ser diferentes personagens e a professora fosse a

-Refletir sobre

narradora.Como educadora avaliei que por meio do processo de

reescrevendo-o de acordo com suas possibilidades;

criação e execução do teatro de fantoches para os alunos das

-Desenvolver a argumentação e a exposição de seus conhecimentos

primeiras séries, seria possível desenvolver vários aspectos ligados à

e ideias;

cognição, à comunicação, à leitura, à escrita, à criatividade, bem

-Desenvolver sua competência comunicativa;

como a desinibição, a desenvoltura e a auto estima dos alunos,

-Vivenciar e participar de momento de revisão de texto;

várias versões do texto a ser dramatizado,

-Ler e dramatizar o texto lido;

159


-Construir cenário e material adequado à apresentação, utilizando

Começamos a propor rodas de conversa onde abordaríamos os

diferentes recursos materiais;

passos de nosso projeto. A princípio determinamos que uma vez

-Trabalhar cooperativamente com o parceiro;

por

-Enfrentar os desafios do inesperado e da apresentação;

desenvolvimento do projeto, porém nas últimas duas semanas

-Avaliar a atividade e sua participação na mesma, suas dificuldades,

antes da apresentação, nossas atividades ficaram voltadas apenas

suas superações.

para este trabalho.

Desenvolvimento: O projeto foi desenvolvido entre os meses de

Traçamos o percurso a ser percorrido:

setembro e novembro de 2011, por iniciativa dos alunos, o que

Apresentação da proposta para as professoras do primeiro ano, a

favoreceu o envolvimento dos mesmos no processo de criação,

fim de levantar a receptividade para o trabalho;

desenvolvimento, execução e avaliação do trabalho.

Escolha da história, Os três Porquinhos, levando em consideração o

A partir do desejo esboçado por um dos alunos de fazer teatro,

grupo que assistiria a apresentação;

sugeriu-se a dupla a montagem de uma atividade que envolvesse

Leitura de três versões da história, apreciação sobre diferenças e

semana

dedicaríamos

nossos

encontros

para

como produto final a apresentação de um

semelhanças

teatro de fantoches aos dois grupos de

coletiva da história a ser apresentada;

primeiro ano inicial, no final do semestre.

Reescrita coletiva dos Três Porquinhos;

Prontamente os alunos aceitaram o desafio e

Revisão do texto;

começamos

Digitação do mesmo no computador;

a

pensar

nas

formas

de

estruturação da atividade.

para

posterior

o

reescrita

Leitura do texto e escolha de quem assumiria as personagens; Teatro de Fantoches 160


Leituras dramatizadas;

Cópia em DVD para os alunos como forma de registro da atividade.

Criação do cenário, já que possuíamos os fantoches; Pintura e colagens a partir de materiais diversos (caixas de papelão,

Avaliamos o trabalho como extremamente positivo, já que

palha, palitos de sorvete, giz de cera, tintas, cola, etc.) para a

mobilizou nossa dupla possibilitando a integração de ambos na realização de atividades capazes de fazê-los planejar, refletir, antecipar ações, resolver

construção do cenário;

problemas, criar, argumentar, criticar, ler,

Ensaios utilizando

escrever, comparar,

todos os recursos

cooperar e principalmente

construídos;

superar suas inseguranças e

Apresentação para os

angústias frente a um

grupos de primeiro ano

desafio bastante

inicial (Atividades filmadas)

Oficina de pintura para composição dos cenários

significativo que é o de se

Apresentação dos filmes para os alunos que realizaram a

apresentar para outras pessoas, mesmo que estas sejam crianças.

apresentação;

Neste trabalho foram respeitados ritmos, sugestões, formas de

Avaliação da apresentação pela dupla com intervenções da

expressão, levando nossos alunos a realizarem um trabalho

professora;

bastante integrado, que necessitou de poucas adaptações durante a apresentação para as crianças. Fomos direcionando nossas ações

161


de forma a respeitar características pessoais e a condição de

Acredito que tal projeto nos proporcionou uma gama de

superação dos desafios. Conversamos onde seria apresentado,

possibilidades de intervenções junto aos nossos educandos,

adequamos o cenário de modo que ambos se sentissem seguros

destacando sempre suas potencialidades e não suas deficiências.

para apresentar o teatro e terem acesso ao texto caso necessitassem, o que os deixou mais tranquilos. Ana Lúcia Alvim Coelho Zangaro Além disso, pudemos juntos assistir ao vídeo e cada um deles pode se colocar avaliando seu desempenho e guardando um registro da finalização de seu trabalho. Pude analisar que cada aluno demonstrou habilidades específicas e que de certo modo foram complementares durante o processo.

Cabe ao professor observar o processo procurando adequar suas ações as necessidades específicas de cada aluno, dando suporte , revendo e repensando caminhos de forma a dirigir e explorar as potencialidades de cada um favorecendo a tomada de consciência de suas capacidades.

162


O USO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS E A INCLUSÃO EMEF Laerte Ramos de Carvalho, Profº

As atividades iniciais foram elaboradas em parceria com os

Atendendo às legislações vigentes, dentro da perspectiva de educação inclusiva, a criança e o jovem com deficiência tem o

educandos

visando à sensibilização, discussão e expressão de

mesmo direito que qualquer outro educando, de ser matriculado

suas opiniões, para posterior elaboração e criação de jogos

em classe regular. Cabe à escola proporcionar formas adequadas e

educativos.

disponibilizar recursos, sejam eles desde adequações curriculares ou materiais específicos, que viabilizem aos alunos a aprendizagem e a participação em todas as atividades desenvolvidas no âmbito escolar. O projeto teve como meta possibilitar a inclusão, dos alunos com deficiência, utilizando recursos tecnológicos para a construção de conhecimento. Inicialmente, fizemos um mapeamento dos alunos portadores de necessidades especiais na escola, para que as

Plataforma TinkQuest - Pagina inicial do Projeto

atividades fossem adequadas. O trabalho coletivo foi de

O projeto foi desenvolvido no 2º semestre de 2011, com

fundamental importância, para que os docentes e discentes, se

uma turma do 6º ano do Ciclo II do Ensino Fundamental.

responsabilizassem por todas as etapas do projeto.

163


Recursos utilizados:

Atividades de reflexão favorecendo a participação de todos,

 Plataforma TinkQuest; Aplicativo Power Point e

tendo como proposta a expressão oral e opinião quanto à seguinte

Internet.

frase: "Nem especial, nem regular, nem pra "normais", nem pra "deficientes”... apenas educação, porque chegará o dia que

Objetivos  Sensibilizar, discutir e registrar a opinião dos alunos a

educação será uma coisa só".

Autor desconhecido.

Terceira etapa:

respeito da inclusão;  Refletir sobre a inclusão dentro do cotidiano da nossa

Nesta etapa, foram apresentados aos alunos seis desafios:  Desafio I - "Todas as crianças são bem-vindas à escola.”.

escola;  Exercitar o protagonismo juvenil;

Reflita...

 Desenvolver a competência de pesquisar, elaborar e

Você concorda com essa frase?

publicar uma informação; Desenvolvimento: Primeira etapa: Apresentação da Plataforma ThinkQuest e cadastramento digital dos alunos; Segunda etapa:

Ferramenta Painel de Mensagem

164


 Desafio II – “Nossa escola”

Vamos contribuir para aprendizagem dos alunos com algum tipo de deficiência? Sugira uma forma.

Nossa escola aceita todos os alunos? Pense e comente...

Elabore atividades com o recurso Power Point, construindo

"Na nossa escola há inclusão e participação dos alunos com

um hiperlink para os alunos com deficiência. Para isso, você deve

deficiência”.

escolher um tema, pesquisar e elaborar uma apresentação.

Você concorda com esta frase? Por quê?

Para escolha do tema lembre-se do que você esta aprendendo

em

outras

áreas,

como:

Língua

Portuguesa,

Matemática, Ciências,... Não se esqueça de usar a criatividade...  Desafio IV – Publicação das apresentações elaboradas.  Desafio V – Comentar as atividades elaboradas pelos colegas e escolher a mais interessante.  Desafio VI – Auto avaliação.

Ferramenta Brainstorn

Os alunos realizaram a avaliação respondendo a três questões:

O projeto foi desenvolvido no 2º semestre de 2011, com uma turma

- O que você achou da atividade desenvolvida?

do 6º ano do Ciclo II do Ensino Fundamental.

- Você teve dificuldades para realização?

 Desafio III – “Vamos contribuir...”.

- Qual seria a sua sugestão para outras atividades? Que tal você elaborar atividades para os alunos com necessidades especiais?

165


Acesse os links para visitar nossos registros e compartilhar

Durante o desenvolvimento do projeto, foi visível o envolvimento de todos os alunos. Eles elaboraram as seguintes

conosco os jogos criados:

produções: 1) apresentações de Power Point; 2) o Jogo dos

ThinkQuest: http://migre.me/9LNcf

Números (destaque), elaborado pelo aluno Guilherme Bernardo

Produto final:

auxiliado pelo aluno monitor Murilo. Um desenvolveu a ideia e o

Mateus - http://migre.me/9LNeD

outro a construção.

Guilherme e Murilo - http://migre.me/9LNgR Luana e Barbara - http://migre.me/9LNio

Cristina Afonso Mendonça Nunes Profª Orientador de Informática Educativa

“... a colaboração é fator importante para o sucesso de uma criança que depende do outro para executar qualquer atividade, sendo que o professor que deve estimular atividades nas quais predomine o espírito de equipe, em que cada um possa colaborar para que os objetivos sejam atingidos.” Referencial sobre Avaliação da Aprendizagem de alunos com Necessidades Educacionais Especiais – pág. 53

166


RÁDIO CHICLET: AQUELA QUE GRUDA EM VOCÊ! EMEF Liliane Verzini Silva, Profª Objetivos: Os meios de comunicação exercem influências marcantes na  Desenvolver a expressão comunicativa;

vida das pessoas. As crianças passam grande parte do tempo vendo televisão, ouvindo rádio ou utilizando a internet. Faz-se necessário

 Ampliar as competências relacionadas à leitura e escrita por

realizar uma leitura positiva desse fato e incorporar as mídias na

meio de pesquisas e produção de diferentes programas de

educação de forma crítica e criativa, a fim de formar cidadãos

rádio;  Desenvolver suas competências para o uso das tecnologias

capazes de transformar informação em conhecimento.

na comunicação;

Considerando que a educação e a comunicação são

 Ampliar o universo cultural e intelectual por meio de

necessidades humanas e que são processos inseparáveis e

pesquisas em variadas fontes de textos e informações;

complementares, a possibilidade de promovermos atividades que

 Participar de atividades voltadas para a inclusão midiática e

envolvam essas áreas se justifica amplamente já que ambas são

tecnológica.

inerentes ao processo de humanização/socialização. A rádio escolar é uma ferramenta que coloca à disposição dos educandos uma

Metodologia:

multiplicidade de meios para seu desenvolvimento, sobretudo nas competências leitora e escritora, bem como da sua expressão

Pesquisa e leitura de diferentes modalidades de textos;

comunicativa e o uso das tecnologias em favor da informação.

Reescrita de textos pesquisados;

167


 Construção coletiva de diferentes gêneros e formatos

Como a escola atende somente estudantes do ciclo I, o desafio foi transformar a leitura e a escrita, ainda em processo de

radiofônicos;  Exposição e vivências práticas na utilização dos programas

desenvolvimento, em mais uma ferramenta de trabalho na produção da rádio escolar. Os alunos sentiam-se estimulados a ler e

de edição e transmissão de áudio;

a identificar os comandos dos programas utilizados para a edição;

 Realização de pesquisas e entrevistas com colegas, professores e funcionários da escola;

escrever, mesmo que coletivamente as pautas das programações e

 Elaboração de pautas e programação;

confeccionar cartazes para a divulgação dos trabalhos realizados na

 Utilização

das

tecnologias

envolvidas

no

rádio.

projeto

Começamos realizando uma enquete e confeccionando uma

(microfones, mesa de som, softwares de edição e

urna para que as pessoas pudessem depositar sugestões de nomes

transmissão de áudio).

para nosso veiculo de comunicação. A participação de todos foi bastante empolgante já que alunos, professores e demais

Relato do desenvolvimento do Projeto:

funcionários contribuíram criando nomes que identificavam nossa Iniciamos o projeto da Rádio Escolar na EMEF Profª Liliane

rádio escolar.

Verzini Silva, no mês de março de 2011 e logo percebemos o grande

Dentre todos os nomes sugeridos, escolhemos os cinco que

entusiasmo dos alunos para participar de mais uma atividade

mais chamavam a atenção pela criatividade e semelhança com o

oferecida no contra turno escolar. A escola está localizada no bairro

grupo envolvido no processo e a partir daí foram elaboradas

de Cidade Julia, local que oferece poucas opções de lazer para a

vinhetas para todos os títulos selecionados. A criação das vinhetas,

comunidade. Vimos então, nesse projeto mais um espaço de

o trabalho elaborado em grupos e a campanha realizada na eleição

entretenimento e aprendizagem a ser oferecido para os alunos.

168


do nome oportunizaram o desenvolvimento da expressão

grande comunicador que nos recebeu com muito carinho e

comunicativa e o protagonismo dos alunos.

atenção.

Após a realização do processo democrático de eleição, o

Nossos repórteres tiveram a oportunidade de entrevistar o

nome Rádio Chiclet foi apoderado por todos e os programas

radialista Eli Corrêa ao vivo e de expor no ar suas opiniões em

começaram a discutir os acontecimentos importantes da escola.

relação ao trabalho com a rádio escolar. Foi uma tarde inesquecível

Cada entrevista, cada programa de notícia ou capítulo da

em que todos nós pudemos aprender como é o funcionamento de

radionovela que era produzido transformava-se em rica e, acima de

uma rádio, conhecer seus estúdios e acima de tudo perceber a

tudo divertida, oportunidade de aprendizado.

importância da comunicação e do uso das tecnologias no ambiente escolar para a nossa vida.

Até que, um dia começaram a surgir questionamentos sobre como seria uma rádio de “verdade”. Os alunos ficavam imaginando um grande laboratório de informática nos estúdios das rádios comerciais e se perguntavam como os repórteres sabiam das notícias que seriam veiculadas na programação. Foi aí que surgiu a ideia de visitarmos uma rádio de “verdade”. Tentamos contato com várias mídias, mas muitos alunos citavam a rádio Capital como a mais interessante por causa do programa Eli Corrêa. Então, para nossa surpresa e felicidade fomos autorizados pela Rádio Capital a visitar seus estúdios e conhecer o

169


“...esse é um assunto que engaja os alunos e os motiva a trabalhar, fazendo

Clique nos links abaixo para percorrer nos nossos registros:

produções individuais ou coletivas, e publicando-as na internet, em ambientes

Blog: http://radiochiclet.blogspot.com.br/ Álbum de fotos: http://migre.me/9LPIE

especialmente construídos para esse fim. Assim, a SME-SP amplia as oportunidades de protagonismo juvenil na área da autoria, levando as produções

Shirley Aparecida Pereira dos alunos para o público leitor que está além dos muros da escola.” Orientações Curriculares TIC – Proposições de Expectativas de Aprendizagem – pág. 48

Avaliação e acompanhamento

A avaliação aconteceu de forma contínua, através da observação da evolução dos alunos em relação aos conteúdos trabalhados, ao desenvolvimento da expressão comunicativa e ao domínio das competências para o uso das tecnologias na comunicação. No que se refere à leitura e escrita e a ampliação do universo cultural e intelectual, foram observadas as produções dos alunos, bem como sua participação e interesse no projeto.

170


“HISTÓRIAS DE VIDA” EMEFM “Linneu Prestes, Professor”

Para marcar, de modo significativo, a passagem do Ciclo I

fazer uso social da linguagem escrita, de forma significativa;

para o Ciclo II, os alunos e professores do 4º ano (do Ensino

desenvolver a competência leitora dos educandos;

Fundamental de 8 anos) foram convidados a contar sua própria

desenvolver a competência escritora dos educandos,

história, produzindo um registro escrito de suas lembranças e dos

levando-os a escrever, reler e revisar os próprios textos;

fatos marcantes de sua vida.

trabalhar as diversas áreas do conhecimento de forma

Este registro foi realizado na forma de Autobiografia e as

interdisciplinar e contextualizada, por meio de outras

histórias produzidas deram origem a um livro, que foi entregue aos

atividades relacionadas ao Projeto como, por exemplo: o

alunos e suas famílias, durante a Mostra Cultural de nossa escola,

gráfico das origens das famílias; a identificação no Mapa dos

realizada em 26 de novembro de 2011.

locais de nascimento; a confecção da linha do tempo e do

Objetivos

autorretrato.

 compartilhar histórias de vida; 

reconhecer e valorizar as diferenças;

promover a autoestima dos alunos e o respeito pelo outro;

Desenvolvimento O projeto foi realizado em várias etapas, a saber: 1ª) Leitura de diversos textos do gênero Autobiografia

 promover o envolvimento das famílias e da comunidade

Nessa etapa, os alunos realizaram leituras compartilhadas, individual e em duplas; foram utilizados diversos textos do gênero

escolar com a Unidade Educacional;

Autobiografia, previamente selecionados pela professora.

171


Desse modo, puderam ampliar seu repertório textual e se

A cada semana, eles realizavam uma Lição de Casa

apropriar das principais características do gênero e do seu contexto

relacionada ao Projeto e foi necessário contar com a participação

de produção:

efetiva das famílias.

- texto narrativo; escrito em 1ª pessoa; o protagonista da

Primeiro, os alunos consultaram documentos pessoais

história é, obrigatoriamente, o próprio autor;

(Certidão de Nascimento, de Casamento, de Batismo, Registro Geral e outros) e mais Guias de Ruas e Mapas.

- na autobiografia, o autor informa seu nome, data e local de

Eles anotaram datas,

nascimento, filiação e os fatos mais importantes de sua vida,

nomes de pessoas e de lugares que seriam utilizados em sua

geralmente, em ordem cronológica; revela, também, seus

autobiografia, com a preocupação de escrevê-los, corretamente. Depois, perguntaram aos pais, avós e outros familiares,

sentimentos, emoções e medos com o compromisso de relatar

sobre seus primeiros anos de vida ou sobre fatos, que guardavam,

fatos que, realmente, aconteceram;

vagamente, na memória; registraram no caderno as informações

São textos destinados a perpetuar a história de vida das pessoas, escritos para leitores em geral.

mais importantes. Essas anotações foram consultadas para escrever

2ª) Planejamento da produção escrita: pesquisa de dados pessoais

a autobiografia.

e anotações feitas no caderno.

3ª) Produção do texto e revisão concomitantes

Nessa etapa, os alunos foram orientados a planejar a

Semanalmente, os alunos desenvolveram uma etapa do seu

elaboração do seu texto, pois escrever não é simplesmente

texto: apresentação, primeira infância, após os quatro anos,

transpor ideias para o papel.

finalização e planos para o futuro.

172


Antes da produção escrita discutíamos os elementos que o

A cada etapa desenvolvida, os alunos faziam a releitura das

texto básico deveria conter e aqueles que poderiam enriquecê-lo,

anteriores, para verificar se faltou alguma informação importante e

tornando-o mais interessante.

se as ideias estavam compreensíveis para os leitores.

Por exemplo, na apresentação, os elementos do texto básico seriam:

nome

completo do aluno, idade, local e

Todo o tempo, o aluno era incentivado a se preocupar com a

data de

formatação do seu texto, fazendo letra legível, usando parágrafos e

nascimento, nome dos pais.

pontuação; essa atividade se desenvolveu ao longo de várias semanas e o texto inicial foi retomado e modificado várias vezes.

Um texto mais elaborado poderia conter, ainda, um breve relato sobre os pais (onde nasceram, quando e como se

Além disso, até a versão final, foram realizadas atividades

conheceram); uma breve referência à posição que o aluno ocupa na

em duplas e apresentações orais, buscando aperfeiçoar o texto

família (filho mais velho, do meio ou caçula); uma explicação sobre

produzido, com o objetivo de aproximá-lo, o máximo possível, de

a escolha ou significado do nome ou sobre algum apelido.

seus “modelos” que circulam socialmente, com sugestões dos colegas e da professora.

Desse modo, a produção do texto autobiográfico poderia

4ª) Versão final do texto e digitação

atender tanto às necessidades dos alunos mais avançados como daqueles com dificuldade. (O aluno não alfabético ditou seu texto e

Na etapa final, acompanhei os alunos ao Laboratório de

eu atuei como escriba). Na sala também havia uma aluna NEE –

Informática Educativa e eles digitaram seus textos. Depois, foi

necessidades educacionais especiais - e eu organizei seu texto, a

inserida uma foto e organizado o livro “Histórias de Vida do 4º ano C”.

partir de conversas que tivemos e de informações passadas pela mãe.

173


5ª) Lançamento do livro Durante a Mostra Cultural de nossa escola, fizemos o “lançamento” do livro, com apresentação com músicas e poesias. Também ficaram expostos os outros trabalhos realizados: linha do tempo com fotos dos alunos, desde o nascimento até o 4º ano, autorretratos, Mapa do Brasil indicando os locais de nascimento dos pais. Avaliação O Projeto atingiu, plenamente, os seus objetivos, o que pode PROJETO “HISTÓRIAS DE VIDA”

ser comprovado pelo seu produto final: textos bem escritos, comoventes, engraçados, cheios de esperança. Também foram percebidos avanços atitudinais: a classe se

Esther Maria Freixedelo Martins

tornou mais amiga, os alunos aprenderam a se valorizar e a valorizar suas famílias. E, o mais importante, todos nós nos sentimos felizes e realizados: alunos, professora, familiares, comunidade escolar.

174


“LER E ESCREVER COM FOCO NA SALA DE LEITURA” “Trabalhando com catálogos, resenhas e Conto Moderno”

EMEF “Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz, Desembargador”

O trabalho com a leitura – no espaço da Sala de Leitura – é parte integrante do Programa “Ler e escrever – prioridade na escola

Reconhecer e distinguir Conto Moderno do Conto de Fadas ou Encantamento de outros gêneros narrativos;

municipal”, portanto, seu planejamento deve ser elaborado em

Identificar o texto contido em catálogos e sua função social

conjunto com os demais regentes da unidade escolar e seguir as

utilizando-os

Orientações Didáticas encontradas no documento “Orientações

informações sobre gêneros textuais e livros de escolha

Curriculares – Proposição e Expectativas de Aprendizagem Ensino

pessoal;

Fundamental I”.

como

instrumentos

para

aquisição

de

Buscar informações nos textos “Resenhas” colocados no painel da Sala de Leitura, como meio para adquirir

Objetivos

informações e sugestões para empréstimos de livros na Sala

 Conhecer as características dos gêneros textuais Conto

de Leitura;

Moderno, Conto de Fadas, Texto Narrativo, Texto Científico;

Reconhecer e construir texto do gênero “resenha”;

Identificar as características que compõem um texto científico e o uso de Ficha Técnica para coleta de dados;

175


 Identificar e reconhecer a função social contida no uso de

 Autor:Frances Minters  Ilustrações: G.Brian Karas

catálogos;

 Editora: Companhia das Letrinhas ; Ano da publicação:

 Identificar animais em extinção e reconhecer a necessidade de agir para preservar as espécies.

2. Livro: “Uma viagem de Tamar a tartaruga-verde do mar”  Autor: Angelo Machado

1.1. Conteúdo

 Ilustrações:Raquel Lourenço Abreu

Gênero Literário - Literatura Infantil e Conto Moderno

 Editora: Lê; Ano da publicação:

Gênero Informativo / Expositivo – Textos Científicos

3. Catálogos das Editoras: FTD, Ática, Companhia das Letrinhas, Lê;

1.2. Conteúdo trabalhado

4. Jogos contendo fichas de leitura de resenhas de livros do acervo

 Utilização dos Catálogos;

da Sala de leitura;

 Elaboração de Resenhas na sala de aula;

5. Livro de pesquisa de animais em extinção e animais marinhos

 Utilização dos Textos Científicos;

(3D);

 Construção do conceito de Intertextualidade entre os textos

6. Vídeo do Projeto Tamar. Desenvolvimento:

”A Bela Desardomecida” (Conto Moderno) e “A Bela Adormecida” (Conto de Fada).

1ª aula 

Apresentação de livros pré-selecionados, do próprio acervo da Sala de Leitura, no espaço físico Cantinho da Leitura;

Material utilizado 1. Livro: Conto Moderno “A Bela Desadormecida”

176


 Conversa com os alunos para descobrir suas expectativas

alunos concluíssem que se tratava de um exemplar que

em função do título, das ilustrações dos textos, da capa, da

apresentava textos sobre os livros do mostruário além da

quarta-capa, da orelha;

imagem da capa de cada livro.

 Estabelecer relações entre imagens (fotos, ilustrações) e o

2ª aula 

corpo do texto;

Apresentação do livro “A viagem de Tamar, a tartaruga-

 Relacionar a época da publicação ao seu contexto de

verde do mar” - leitura em voz alta e utilização de recurso

produção( interlocutores, finalidade, lugar e momento em

de imagens de espécies de tartarugas como a tartaruga-

que se dá a interação);

verde e a tartaruga-gigante no painel da sala em destaque. 

 Após estes questionamentos sem dizer o nome “Catálogo”,

Apresentação

do

livro

“A

Bela

Desadormecida

foram lidas, em voz alta, as resenhas dos livros que estavam

Primeiramente ocorreu a contação da história Bela

no Cantinho da Leitura; foi solicitado aos alunos que

Adormecida e, posteriormente a realização da leitura em

indicassem “a qual título o texto está se referindo”; desta

voz alta do livro “A Bela Desadormecida”, conto moderno, e

forma, esgotaram-se todos os títulos que estavam expostos

como desafio, os alunos

no espaço citado anteriormente, utilizando os textos

semelhanças e diferenças entre os dois textos; 

apresentados nos “catálogos”.  Pedi aos alunos então que dissessem que tipo de exemplar

deveriam identificassem as

Roda da Conversa - momento para apontar as similaridades e diferenças entre os textos Conto Modernas e Conto de Fadas;

se encontrava em minhas mãos e o que foi lido nele; se 

havia alguém que sabia dizer o nome para este instrumento

Estabelecimento das conexões entre os textos e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores, de cada

utilizado na aula e qual sua função ela. Esperava-se que os

177


 Elencamos as características do texto resenha utilizando os

aluno participante destes procedimentos; estabelecimento dos aspectos temporais de ambos os textos;

jogos e os catálogos.

 Apresentação do Catálogo com sua identificação, função

 Organização dos fatos para a construção da resenha,

social e apresentação; foi solicitado que os alunos

utilizando as características apontadas e destacadas pelo

nomeassem o texto expresso neste veículo de comunicação

grupo;  A proposta de um produto final, feito em classe com a

e propaganda - Texto Resenha;  Manuseio dos catálogos e os livros do Cantinho da leitura;

colaboração da professora, foi a de construir um texto

 Distribui envelopes contendo fichas de catálogos recortadas

resenha para ser colocado no quadro mural da Sala de

imagem (capa) de sua resenha. O jogo foi: identificar “qual

Leitura, em que todos os usuários buscam informações,

imagem de livro corresponde a resenha apresentada?” Uma

opiniões e sugestões de novas leituras. Também foi

variação do jogo, foi desafiar os alunos para que, no tempo

confeccionada uma lista de livros sugeridos: “TOP 40: Que

marcado pela ampulheta, conseguissem identificar as cinco

delícia de leitura” que ficou à disposição dos usuários da

resenhas para cada grupo.

Sala de Leitura, em todos os períodos da Unidade Educacional.

3ª aula  Roda da Conversa sobre o livro lido na aula passada para

Avaliação As classes envolvidas nesta atividade fizeram as

resgate da sequência da história e os fatos mais

produções de texto em sala de aula com a colaboração da

importantes;

professora. As resenhas selecionadas foram expostas no Quadro

178


Mural da Sala de Leitura para socialização de livros indicados pelos alunos. Foi possível constatar o interesse dos alunos em conhecer os livros sugeridos e verificar que o mesmo se encontrava na caixa do TOP 40 (caixa expositora com os livros prediletos da turma) para todos os alunos da Unidade Escolar.

RESENHA ................................................................................. ................................................................................. ................................................................................. ................................................................................. ................................................................................. ................................................................................. ................................................................................. ................................................................................. ................................................................................. ................................................................................. ................................................................................. .................................................................................

LIVRO : A BELA DESADORMECIDA

................................................................................. .................................................................................

AUTOR: FRANCES MINTERS

................................................................................. .................................................................................

ILUSTRAÇÕES: G. BRIAN KARAS

................................................................................. .................................................................................

EDITORA:COMPANHIA DAS LETRINHAS

................................................................................. ................................................................................. ............................................................

Isabel Cristina Alves Fabiano 179


JORNAL “FIGUEIREDO NEWS” EMEF Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz, Desembargador - Compreender

O jornal surgiu inicialmente, com a intenção de registrarmos

que

o

gênero

jornalístico

é

de

todas as práticas pedagógicas que ocorrem na EMEF Manoel Carlos

fundamental importância para a formação de cidadãos

de Figueiredo Ferraz, Des., sobretudo as transformações e o

críticos, capazes de compreendermos a sociedade como

envolvimento de toda comunidade escolar (direção, docentes,

um todo.

técnicos, alunos, outros), como forma de mantermos viva a história de nossa escola, por meio dos registros que passariam então a ser

DESENVOLVIMENTO

armazenados em forma de artigos, notícias, curiosidades.

O Histórico do Jornal – da ideia à efetivação O trabalho com os Cadernos de Apoio e Aprendizagem do 6º ao 9º Ano do Ensino Fundamental II apresenta o gênero jornalístico

Objetivos

na 2ª unidade; reforça os conteúdos de Língua Portuguesa.

- Envolver toda a comunidade escolar;

Trabalhamos as intencionalidades com atividades claras e

- Aproximar a prática ao interesses dos estudantes;

objetivas que culminaram com o Jornal Escolar como produto final.

- Registrar as práticas ocorridas em nossa escola;

Ao retornar à EMEF Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz,

- Oportunizar novos conteúdos e práticas de modo que os

Des. em 2010, como ex-aluna, constatei que existiam poucos

alunos sintam-se valorizados e se apropriem da

registros da história da escola desde sua inauguração, sobretudo

relevância para tornar-los cidadãos críticos;

entre 1984-1992, período em que estudava nesta escola.

180


A Unidade Educacional foi inaugurada no de ano de 1959, e

pedagógico. Depois de pronto, o encaminhamos à Supervisão de

à época oferecia cursos vocacionais que atendiam a comunidade.

Ensino da nossa EMEF, que aprovou para o mesmo ano. Quando a

Além do acervo de registros administrativos (livros, atas, etc.)

proposta foi aceita, as atividades de produções jornalísticas já

existentes, não havia outra fonte de informação (fotografias,

aconteciam.

artigos, imagens). Desta forma, a história da escola se perderá com

Outras atividades importantes foram realizadas, tais como:

o tempo e ficará na lembrança dos que por ela passaram e,

1) A escolha do nome para o jornal escolar (10 nomes sugeridos

transmitidas somente pela oralidade.

pelas turmas do Ciclo II), que contou com a participação maciça dos

Em 2010, refleti de que forma poderia resgatar e registrar a

alunos dos três períodos, e por expressiva margem de votos, sagrou

história de nossa escola, envolver os alunos do Fundamental II, criar

vencedor o nome “Figueiredo News”; 2) A criação de logotipo para

um elo entre os alunos do Ciclo I, Ciclo II e EJA, torná-los parte

o jornal, escolhido por concurso - organizado na escola - e que

dessa história, valorizá-los e demonstrar a importância dos registros

aparece já na 1ª edição do nosso jornal, publicada em novembro de

como processo histórico.

2011.

Pela dificuldade em elaborar um objetivo pedagógico,

Ficou estabelecido que as publicações seriam semestrais

utilizei como subsídios as Propostas Curriculares e o material

(Junho e Novembro), exceto as edições especiais, como por

disponibilizado pela Secretaria de Educação deste município, e

exemplo, o que aconteceu em abril, “as relações interpessoais e

assim surgiu um primeiro esboço do Projeto Jornal.

convívio social na escola”, que surpreendentemente envolveu alunos de todos os turnos.

Em um segundo momento, após amplo debate com a Coordenação Pedagógica da Unidade Educacional, refleti junto aos

Um enorme ganho para o desenvolvimento de projeto em

alunos do Ciclo II, sobre os objetivos do projeto com cunho

2012 foi a integração dos alunos da EJA com suas produções.

181


AVALIAÇÃO

Assim, a passos curtos, cuidadosamente, estamos tirando o jornal do plano das ideias e intencionalmente, transformando-o em

Para avaliar, partimos da organização em grupos de alunos

Projeto Pedagógico de forma clara e objetiva, valorizando as

dos 6º, 7º, 8º e 9º anos, e frequentes nas reuniões que ocorrem as

especificidades de cada grupo de alunos, sem deixar de lado o

terças, quintas e sextas-feiras, com a finalidade de desenvolver as

motivo inicial do projeto: o desejo de construir uma escola na qual

atividades previstas no Caderno de Apoio e Aprendizagem de

e da qual nos orgulhamos e nos traga boas lembranças.

acordo com os respectivos anos do ensino fundamental. Avaliamos o envolvimento dos participantes na realização

Fonte: Arquivo projeto Jornal

das atividades propostas; a compreensão e elaboração dos diferentes gêneros textuais - sobretudo do gênero jornalístico; a capacidade

de

diagramação

dos

materiais

elaborados

e

selecionados no Laboratório de Informática; a produção de gravuras, charges, cruzadas (atividade adequada à série/ano de cada aluno) e consideramos todos os itens muito satisfatórios. O principal instrumento de avaliação efetiva deste projeto é a produção de um jornal de qualidade com bons conteúdos e valores. Seção do Jornal – Aconteceu no Figueiredo - Edição inaugural – Novembro de 2011 – Valorização das práticas pedagógicas na unidade escolar.

Profª Alessandra S. Souza

Fonte: Arquivo projeto Jornal

182


TROUXESTE A CHAVE? ENTRANDO NO MUNDO DOS HAICAIS.... O vento soprou Sinta o seu aroma Colha uma flor Thayna – 8ªD

EMEF Prof. Mario Schönberg

Segundo

os

dicionaristas,

haicai

significa:

pequena

no primeiro bimestre, tendo como justificativa aprofundar as

composição poética japonesa, em que se cantam as variações da

práticas de leitura e escrita dos alunos, bem como ampliar suas

natureza e sua influência na alma do poeta. É composta de

perspectivas de criação de textos literários. A escolha de haicais

dezessete sílabas divididas em grupos de cinco, sete, cinco.

para produção dos alunos se deu pela possibilidade que essa forma

Tendo como indicadores os resultados das avaliações

poética privilegia: a apreensão dos sentidos que o mundo oferece e

externas e internas e atender as expectativas de aprendizagens dos

o poder de sintetização impresso em suas construções, resgatando

alunos deste ano final do ciclo, os trabalhos de Língua Portuguesa

a sensibilidade do ser humano.

foram voltados a promover a aquisição de habilidades que colaborassem para o desenvolvimento da competência leitora e

Objetivos:

escritora desses alunos. Tomando como ponto de partida os

É pela linguagem que as pessoas expressam ideias, pensamentos, intenções e se relacionam com o mundo. Dessa

gêneros presentes no Caderno de Apoio e Aprendizagem para o 9º

forma, o ensino de Língua Portuguesa tem por objetivo propiciar

ano do Ensino Fundamental, o trabalho com “Poemas” foi iniciado

aos alunos o desenvolvimento da competência discursiva para

183


escutar, falar, ler e escrever nas diversas situações de interação,

início à produção escrita, apoiada em imagens trazidas pelo

possibilitando assim o domínio da competência leitora e escritora,

professor de Artes e pelos próprios alunos.

ampliando suas possibilidades de participação social no exercício da

As produções foram lidas e corrigidas (em dupla) com a

cidadania.

intervenção da professora, quando necessário. Alunos que tinham facilidade para digitar, o fizeram. Em seguida, os trabalhos foram apresentados para toda a turma. Retomamos a conversa inicial:

Desenvolvimento: O trabalho com o gênero foi iniciado com a questão do

apresentação na Mostra de trabalhos da escola. Os “Haicais” foram

Caderno de Apoio e Aprendizagem de Língua Portuguesa para o 9º

recortados em formatos diferentes – sugerindo figuras – e

ano do Ensino Fundamental – “Trouxeste a chave?”. Elaboramos

entregues ao professor de Artes, que montou um espaço com o

uma seqüência de leituras e discussões, intercaladas com outros

objetivo de envolver o público em uma atmosfera de integração da

gêneros, para que os alunos pudessem se apropriar do gênero ao

construção poética e sua cultura original. O período de realização

compará-lo com os demais e assim construíssem um repertório de

do trabalho foi de maio a julho de 2011.

poemas e autores, incorporando suas características. A partir daí,

Avaliação:

pudemos responder a outra questão que aparece no Caderno de

Foram considerados como critérios avaliativos:

Apoio e Aprendizagem: “O que cabe no poema?”. Optamos então

 Frequência;

por aprofundarmos um pouco mais na construção dos “Haicais”.

 Interesse e contribuições no desenvolvimento das

Depois de conhecermos um pouco mais sobre a história dessa

atividades;

construção poética originária do Japão e lermos autores como:

 Avanços na fluência leitora e escritora;

Paulo Leminski, Alice Ruiz, Mario Quintana, entre outros, demos

 Domínio do gênero literário.

184


Bibliografia:  Orientações Curriculares e Proposição de Expectativas de Aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II – Língua Portuguesa.  Referencial de Expectativas para o Desenvolvimento da Competência Leitora e Escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental, 2006.  Ruiz S., Alice, Conversa de passarinho: Haikais / Alice Ruiz S., Sites:

Maria Valéria Rezende; São Paulo: Iluminuras, 2008;

http://pt.wikipedia.org/wiki/Haikai; http://www.aliceruiz.mpbnet.com.br/; http://www.kakinet.com/caqui/antojapo.shml.

 Ruiz S., Alice, Dois em Um – Reimp. São Paulo: Iluminuras, 2008;  Leminski, Paulo. Melhores Poemas de Paulo Leminski – 7ª

Rosa da Gloria Oliveira

Ed. – São Paulo: Gaia, 2006;

Colaborador Prof° Giulio Savi Scarponi Vasconcellos

 Caderno de Apoio e Aprendizagem de Língua Portuguesa – 9º ano do Ensino Fundamental – SME/PMSP;

185


ATLAS ALMANAQUE DA AMÉRICA

EMEF PROF. NELSON PIMENTEL QUEIROZ

Quando trabalhamos o Continente Americano na 7ª série (8º ano)

trabalhar de forma prazerosa e lúdica a América” e adaptei uma

do Ensino Fundamental, nos deparamos com uma enorme

sugestão de trabalho sobre a África, com o estudo em questão –

quantidade de informações, que vão desde o estudo da formação

América. A ideia de criar com os alunos um Atlas Almanaque do

geológica,

colonização,

Continente Americano, une temas estudados nas aulas expositivas

diversidade natural, cultural e econômica. A proposta de estudo

e no livro didático (mapas, características gerais do continente,

disponível nos livros didáticos nem sempre atinge a necessidade de

cultura etc.), com atividades lúdicas diversificadas (caça-palavras,

entendimento do aluno e desperta a curiosidade e interesse pelo

mapa mudo, palavras embaralhadas, curiosidades dos países, o que

assunto. O aluno precisa sentir um desafio frente a uma situação

é o que é, culinária, arte, cruzadinha, brincadeiras típicas e música),

problema para que possa aprender a perceber que as atividades

proporcionando assim uma dinâmica de envolvimento dos alunos

propostas atendem uma organização que otimiza tempo, espaço,

no processo de construção do Almanaque.

passando

pela

ocupação

territorial,

materiais e formas de agrupamento. Há, portanto, a necessidade de adaptações e elaborações de pesquisas, trabalhos e atividades

Objetivos

lúdicas que possam complementar e enriquecer as aulas. Foi nesse

Desenvolver a prática de pesquisa sistemática em diversas fontes

momento que iniciei uma pesquisa na WEB, sobre “como melhor

(Web, livros, revistas, etc.). Identificar os aspectos relevantes em textos, imagens, fotos, etc. Ampliar o conhecimento prévio sobre o

186


tema, focalizando a diversidade humana/cultural/natural do

2. Elaboração das atividades com mapa mudo (Planisfério Político e da América), para possibilitar ao aluno a percepção do contorno e do formato do continente e países.

Continente Americano. Compreender que esta diversidade está intrínseca ao processo de colonização e a dinâmica do capital.

3. Construção de quadro resumo das características gerais do continente.

Desenvolver a leitura e a escrita, a organização do pensamento

4. Pesquisa da ficha de dados econômicos, políticos e sociais de pelo menos dois países americanos.

racional, a criatividade e autonomia. Utilizar a organização e estruturação da metodologia do trabalho científico. Compartilhar e

5. Elaboração das atividades lúdicas relacionadas aos países americanos (caça-palavras, cruzadinha, palavras embaralhadas, o que é o que é, etc.).

socializar o conhecimento através do trabalho em equipe. Compreender a divisão política e econômica da América.

6. Pesquisa da Arte, Culinária, Brincadeiras, Cultura, Música e Curiosidade dos países americanos. Desenvolvimento

7. Organização e montagem da pesquisa.

O trabalho se desenvolveu na sala de aula com os alunos agrupados

8. Estruturação e formatação do trabalho. Organização da ficha

em equipe. O projeto foi apresentado, explicitando os objetivos,

técnica da escola, dedicatória e bibliografia. Elaboração de

etapas e produto final da pesquisa. Foi montado um cronograma

uma pesquisa de opinião para o leitor do Almanaque.

por etapas visando um melhor rendimento e registro das aulas. As

Revisão dos trabalhos.

etapas se dividiram da seguinte forma: 9. Exposição dos trabalhos com manhã de autógrafos com os 1. Contato com o Almanaque da Ruth Rocha (conhecendo como é um almanaque) e o Atlas Geográfico, um dos referenciais de pesquisa. Foi feito o levantamento das fontes bibliográficas (revistas, livros e sites). Organização das pastas/arquivos etiquetadas de cada equipe.

alunos e responsáveis. 10. Avaliação do projeto: as várias etapas do projeto foram registradas em planilhas, o que permitiu um melhor

187


acompanhamento

dos

avanços,

dificuldades,

aulas,

estímulo,

interesse,

assimilação

do

conhecimento,

questionamentos, dúvidas dos alunos no processo de

sistematização dos dados e formatação do trabalho.

construção do Almanaque.

De acordo com os registros das avaliações, foi possível observar que o trabalho com projeto é um meio facilitador para ampliar as

Período

possibilidades de um melhor aproveitamento e entendimento do

A duração do projeto foi de aproximadamente 15 aulas, ou seja,

conteúdo, pois proporciona ao aluno situações desafiadoras que

mais de um mês de trabalho, pesquisa, organização, registro,

estimulam o levantamento e confronto de hipóteses, busca de

conclusão e avaliação.

soluções e autonomia. Avaliação A Avaliação do projeto Atlas Almanaque América, se dividiu em duas etapas: 1ª Foi realizada em todas as etapas da pesquisa e da elaboração das atividades junto às equipes, sendo observados e registrados em planilha:

participação,

realização

das

atividades

propostas,

interesse e socialização dos conhecimentos. 2ª Feita após a finalização do trabalho. Realizamos uma roda de

Cleusa Tonarchi

conversa com registro da fala dos alunos sobre: proposta e elaboração do Almanaque (mapas e atividades lúdicas), dificuldade de compreensão das etapas, acompanhamento do educador nas

188


“EMEI E EMEF DE MÃOS DADAS” EMEF “Tiradentes, Alferes”

Com o intuito de desenvolver o protagonismo de nossos

Os alunos das 6ªs e 7ªs séries tiveram contato com a leitura

alunos do Ciclo II do Ensino Fundamental de 8 anos, pensamos em

do texto “Os três porquinhos”, de Lais Carr Ribeiro, da Editora

incentivá-los a realizar uma experiência fundamentada na leitura

Moderna. Prepararam e ensaiaram a entonação adequada, o tom e

para os alunos do Ensino Fundamental I de nossa escola e também

o timbre de voz. Foram divididos em grupos como forma de

para os alunos da EMEI “Sylvio de Magalhães Figueiredo,

organização para a realização da leitura. Para que a leitura fosse

Almirante”, situada ao lado de nossa Unidade Educacional,

feita para os alunos da EMEI, um primeiro contato foi estabelecido

oportunizando, desta forma, um primeiro contato de nossa Sala de

entre

Leitura para as crianças da EMEI.

Educacionais, a fim de combinar cronograma de horários e turmas

Objetivos

para realização da visita. Combinados dias e horários, a

1. Estimular o protagonismo dos alunos do Ensino Fundamental II,

coordenação da EMEI providenciou as autorizações para as visitas.

por meio de uma experiência leitora;

Uma turma por semana foi recebida e acomodada para que os

2. Ampliar a utilização da Sala de Leitura, para fora dos muros da

alunos das 6ªs e 7ªs séries realizassem a leitura. Outras leituras

EMEF envolvendo os alunos da EMEI;

foram feitas pelas Professoras Orientadoras da Sala de Leitura para

3. Oportunizar experiências de mediação de leitura realizadas pelos

as crianças da EMEI, como “O caso do bolinho”, de Tatiana Belinky,

jovens, no ambiente aconchegante e acolhedor da Sala de Leitura.

e “Dona Baratinha”, de Ana Maria Machado.

Desenvolvimento

189

os

Coordenadores

Pedagógicos

das

duas

Unidades


Os alunos das 6ªs e 7ªs séries também realizaram a leitura

Sala de Leitura, foi aprovada e merece que a dose seja repetida.

“Os três porquinhos”, de Lais Carr Ribeiro, da Editora Moderna para

Práticas assim só são possíveis quando temos a participação e

os alunos das 1ªs e 4ªs séries na própria EMEF, com dias e horários

colaboração de todos.

previamente combinados com os professores das turmas. Avaliação Os alunos envolvidos mostraram bastante interesse e carinho para realizar a atividade, uma vez que tiveram a oportunidade de se preparar, com antecedência e no momento da leitura contaram com a participação dos alunos (tanto os da EMEI quanto os da EMEF), aplaudindo-os. Durante os momentos de preparação foi possível perceber a preocupação em desenvolver Elisangela Simone Galeazzi de Quadros e Vera Marini

um bom trabalho, melhorando a cada dia. Foi interessante perceber como a leitura é valorizada, tanto por aqueles que lêm com competência e fluência, quanto por aqueles que a recebem. O carinho que os alunos menores demonstraram se traduziu pelos aplausos dados, como forma de gratidão. Após essa primeira leitura realizada, outras situações leitoras já foram sugeridas pelos jovens e para o ano de 2012, já estão em fase de preparação. Percebemos assim, que a ideia veiculada por nós, Professoras Orientadoras de

190


“DANÇAR E ESCREVER” CIEJA

A música é um poderoso recurso de estimulação cognitiva,

série de conhecimentos e normas de convívio social, reproduzindo,

propiciando integração entre as esferas do pensamento, da emoção

no microcosmo do salão, uma série de conceitos de cidadania.

e do movimento. Movimento este que é identificado como dança, e

Uma oficina de movimento com dança nestes moldes vem

assim como a música, é uma das mais antigas formas de expressão

ao encontro das caraterísticas transdisciplinares e inclusivas do

humanas.

Projeto CIEJA, mas não estaria completa se não fizesse vínculo com

Algumas propostas de dança pressupõem que mesmo o

a construção das competências de leitura e escrita, não só porque é

indivíduo com algum distúrbio motor, cognitivo ou psicológico pode

prioridade da Secretaria Municipal de Educação, mas porque é na

interagir com a música e expressar- se por meio do movimento,

linguagem verbal que temos oportunidade de organizar nossas

inclusive interagindo com parceiros ou grupo, como na abordagem

ações e nossos pensamentos. Por isso, a oficina estimulou seus

de movimento chamada Danceability, que aproveita conceitos da

participantes à produção e leitura de textos, em forma de carta ou

técnica Contato Improvisação para instrumentalizar vivências de

diário, criando uma descrição das atividades realizadas no dia.

dança de caráter inclusivo.

No atendimento aos alunos com Necessidades Educacionais

A Dança de Salão pode ser entendida como um exemplo de

Especiais / NEE, o registro escrito das atividades do dia foi

dança de contato, a partir de um código de movimentos pré-

substituído por registro com desenhos e pelos relatos orais. Além

estabelecido, que permite a interação do movimento com

disso, as atividades de dança puderam ser feitas com atividades não

diferentes estilos musicais. A Dança de Salão pressupõe, ainda, uma

191


 Identificar diferentes gêneros musicais associados a estilos

coreografadas, para melhor adequação às condições motoras destes alunos.

de dança.

Foram trabalhados os seguintes conteúdos de Língua

Desenvolvimento

Portuguesa, com foco na linguagem escrita e na leitura em voz alta

1. Seleção de alunos com dificuldades de leitura e escrita,

 Gênero textual: carta, diário;

considerando as avaliações diagnósticas e as observações dos

 Organização do texto em parágrafos;

desempenhos em sala de aula;

 Regras de acentuação;

2. Comunicação e envolvimento dos alunos selecionados;

 Entonação e pausas na leitura em voz alta;

3.

 Características sonoras do samba, forró e tango;

Aplicação das atividades em oficinas, realizadas em horário diferenciado do horário regular de aula do aluno;

 As variações de movimento no indivíduo com necessidades

3.1. Sequência de aula

especiais;

3.1.1. Aquecimento: conscientização por alongamentos e exercícios

 O movimento corporal em contato com o outro.

de respiração;

Objetivos

3.1.2. Ensaio de passos, separadamente;

 Estimular a produção e leitura de textos;

3.1.3. Ensaio de passos e movimentos em duplas, com adaptações

 Estimular a vivência inclusiva;

de movimentos para os alunos NEE;

 Aprimorar noções de cidadania e convivência com o outro e

3.1.4. Registro escrito e lido das vivências do dia em forma de carta, diário ou outro gênero;

com as diferenças;  Conhecer sequências de passos de Dança de Salão em

3.1.5. Observações de ortografia e gramática a partir das dúvidas do grupo.

estilos musicais como; samba, forró e tango;

192


Avaliação

conforme relataram os professores desta área de conhecimento.

1. Observação e avaliação das produções de textos

Alunos com Necessidades Educacionais Especiais e pessoas

realizadas durantes as atividades da Oficina;

da comunidade, como parentes e amigos, frequentaram a Oficina. Estes aspectos indicam que este Projeto pode influenciar políticas

2. Observação do avanço do desempenho das competências

públicas para a Educação, devido à sua potencial característica

leitora e escritora dos alunos durante as atividades de sala de aula.

inclusiva, com relação a públicos especiais e pessoas da

Por meio deste Projeto foi possível perceber que a utilização

comunidade.

da música e da dança promoveu um contexto facilitador da expressão escrita dos alunos, seja por permitir uma maior

Acreditamos ainda que este é um Projeto inovador, por

desinibição para se expressarem, ou por associar ao texto

associar o estímulo da dança e da música à competência leitora e

produzido uma experiência significativa, neste caso, enriquecida

escritora, e que deve ser complementado por melhores pesquisas e

pela vivência estética da música e pela prática corporal da dança.

conclusões mais aprofundadas.

Os

alunos José Carlos Tonhaçolo Colaboradora: Rita de Cássia Alves dos Santos

envolvidos apresentaram progresso em relação à fluência da escrita e em alguns

casos

maior

segurança na expressão verbal durante as aulas de

Língua

Portuguesa,

193


PRÊMIO PROFESSOR DESTAQUE 2011 ACOMPANHANDO PROCESSOS – LETRAMENTO E AUTOESTIMA EMEF Antenor Nascentes

RELEASE

mesma escola em que estudou desde o antigo pré até a 8a série

De fevereiro de 2007 a dezembro de 2010

(hoje 9o ano). Ministra aulas também em uma escola do ensino

O projeto “Acompanhando processos – letramento e

estadual (EE Profª Maria Petronila L. M. Monteiro). Acredita na

autoestima” iniciou-se em 2007 e foi concluído em 2010 na

educação e sabe do potencial de seus alunos.

EMEF Antenor Nascentes. Esse projeto teve como propósito o acompanhamento dos alunos de 5a série (6o ano) durante todo o

JUSTIFICATIVAS

seu processo de letramento, ou seja, a conclusão do Ciclo II (até

Quando iniciei o trabalho, em 2007, com os alunos de 5a

a 8a série ou 9o ano), além de proporcionar não somente a eles,

série, percebi a dificuldade de aprendizagem deles. Muitos não

mas também a seus familiares, um resgate da autoestima. Para

sabiam ler nem escrever. Haviam feito a Prova São Paulo na 4a série

isso, recorri a pequenos projetos.

(em 2006), os resultados foram ruins e nossa escola indicada para participar do Projeto 77 Escolas durante dois anos. Essa foi uma das principais razões que me fizeram acompanhar e investir no

BIOGRAFIA

letramento e na autoestima desses alunos.

Adenilza Almeida Lira é professora de Língua Portuguesa

Permaneci com as turmas de 5a série até o ano de 2010,

formada pela USP – Universidade de São Paulo. Trabalha como

quando posso dizer que tenha concluído minha tarefa. Foram

professora de Português há 9 anos na EMEF Antenor Nascentes,

194


 Desenvolver o potencial crítico dos alunos até o final do

quatro anos de um projeto que fez com que os alunos avançassem, conforme poderá ser observado pelos resultados.

Ciclo II.

DESENVOLVIMENTO E METODOLOGIA DO PROJETO

OBJETIVOS  Acompanhar os processos de leitura e de escrita, de forma a

Para o desenvolvimento desse projeto maior, no primeiro

atender não apenas aos alunos com dificuldades, mas

ano dos quatro em que ele foi colocado em prática, contei

também fazer avançar os que já tenham as noções básicas.

inicialmente com a ajuda do Projeto 77 Escolas, que me forneceu

 Chegar ao final do Ciclo II com os alunos desenvolvendo de

subsídios para o trabalho com os alunos alfabetizados e os que

forma independente a leitura e a escrita, vencendo os

eram considerados não alfabéticos. Obtive, durante os dois anos de

obstáculos de alfabetização e do que se considera como

curso, material com textos e atividades que possibilitavam o

letramento.

trabalho em duplas produtivas, de forma que os que tivessem maior conhecimento sobre o assunto pudessem orientar os que

 Reduzir o número de alunos não alfabéticos até o final do

ainda não tinham. Além disso, contei com a ajuda fundamental das

Ciclo II.  Possibilitar aos alunos, não apenas aos não alfabéticos, uma

professoras de 1a a 4a séries que me orientaram quanto a alunos

maior autoestima, de forma que possam acreditar em si

alfabéticos e os não alfabéticos e me forneceram mais atividades.

mesmos como produtores de conhecimento e que suas

Juntamente a esse projeto, na época também trabalhava com as

famílias também passem a vê-los como tal.

professoras de Sala de Leitura. Nós desenvolvemos pequenos projetos que auxiliaram no processo da leitura e da escrita dos

 Desenvolver pequenos projetos ao longo dos quatro anos

alunos com dificuldades: propaganda de livros lidos; alunos que

que contribuam para o letramento e a autoestima.

195


liam e contavam as histórias para colegas que não conseguiam

professoras de Sala de Leitura e, ao final do ano, percebi que

desenvolver esse processo; leitura de histórias com paradas em

começaram a se desenvolver melhor. Também dei continuidade

alguns trechos e perguntas em seguida, para se verificar a atenção e

ao projeto “Jornal escrito e falado”, que mantinha mensalmente

o raciocínio; brincadeiras de leitura, que se transformavam em

a escrita de um jornal (Folhinha 7 do Antenor) com textos

brinquedos expostos na Feira Cultural. Além disso, havia o

trazidos pelos alunos e depois a transformação desse em um

Concurso de Poesia Falada que provocava a curiosidade nos alunos

jornal falado, com apresentação de notícias e de comerciais

que estavam iniciando o processo de leitura e incentivava os que já

produzidos pelos alunos. Ainda conversava sempre

haviam ultrapassado o processo inicial. Posso dizer que em 2007

individualmente com os que apresentavam grandes dificuldades

tenha colhido bons frutos, porque de um universo com 20 alunos

de aprendizado e também com os que tinham comportamentos

não alfabéticos nas quatro 5as séries, ao final do ano letivo restavam

inadequados. Tivemos resultados melhores na Prova São Paulo,

apenas 4 alunos, cujos problemas eram de ordem intelectual e que

mas ainda não era suficiente. Por essa razão continuei meu

necessitavam de um acompanhamento mais individualizado que o

trabalho no ano seguinte.

antigo SAP proporcionava.

A EMEF Antenor Nascentes teve em 2009 um ano bastante

Quando o ano de 2008 iniciou-se, encontrei novamente meus

difícil. Passamos por grandes alterações: tivemos que acomodar um

alunos em processo de formação para o letramento, mas percebi

número maior de alunos, porque uma escola da região não havia

que a autoestima deles ainda era baixa, já que se consideravam

ficado pronta. No entanto, eu acreditava que um bom trabalho

incapazes de aprender ou não tinham o apoio de seus familiares.

poderia trazer bons resultados e foi o que aconteceu. A essa altura,

Resolvi, então, voltar ao Projeto 77 Escolas, resgatando e

meus alunos estavam um pouco mais maduros, muitos já tinham

ampliando algumas atividades. Continuei o trabalho com as

avançado em conhecimento de leitura e de escrita, mas ainda

196


faltava desenvolver melhor o processo de autoestima. Por essa

Escola: um deles era o conto Sebastião e Danilo, de Maurilo

razão, comecei a adotar muito mais o protagonismo juvenil.

Andreas; e o outro era o conto Amplexo, de Marcelo Alencar.

Surgiram, então, dois pequenos projetos: “Cidadania e meio

Então, dividi a sala em grupos que deveriam desenvolver releituras

ambiente” e “Um texto, diversas releituras”. O primeiro teve por

a partir dos textos, produzindo materiais diversos a respeito e

objetivo a produção de cartazes sobre o que os alunos

fazendo a exposição dos trabalhos na Mostra Cultural. Os alunos

consideravam de importante para o seu dia a dia, como eles

faziam comentários e perguntas durante as apresentações, e

gostariam de enxergar o mundo e como este interferia em suas

passaram a entender também como poderiam fazer um seminário,

vidas. Percebi que muitos alunos realmente conseguiram passar

sem

para as cartolinas a imagem de seu universo, de sua realidade e

desenvolvidos foram: maquete; dramatização com bonecos;

conversamos muito sobre o que eles gostariam de ver ao seu redor.

história em quadrinhos; reescrita do texto com ilustrações; música;

Após a produção dos cartazes, fizemos a exposição dos trabalhos,

artesanato; adaptação do texto; dramatização com pessoas. Após

que agradaram a toda a escola e os alunos puderam perceber seu

as apresentações em sala de aula, os grupos das dramatizações com

valor enquanto produtores e críticos. Já o projeto “Um texto,

bonecos fizeram apresentações para os professores, alunos das 1as

diversas releituras”, teve como ponto de chegada trabalhos feitos

séries e também durante a Feira Cultural. Posso dizer que ao final

pelos alunos e eu era a orientadora de todo o processo. Comecei

de 2009 os alunos que estavam na 7a série tenham apresentado

por conversar com eles sobre o que seria a leitura de um texto, se

resultados ainda melhores que no ano anterior, já tinham os

somente aqueles que viam escritos ou se até mesmo um quadro ou

processos de letramento e autoestima muito mais desenvolvidos.

uma figura poderiam ser textos, já que deles se podiam fazer

Agora, uma das coisas que mais me marcou nesse ano foi o que um

leituras. Depois, li e coloquei na lousa dois textos da Revista Nova

dos meus alunos (que em 2007 era não alfabético e que em 2009 já

197

que

ficassem

expostos

ou

nervosos.

Os

trabalhos


se tornara alfabético e produtor de alguns textos de forma

potencial de escrita de meus alunos: os projetos “Sarau Literário no

independente) me disse quando lhe ensinava como fazer um

Antenor” e “Concursos Literários”. O primeiro veio a partir da ideia

currículo e quais seriam seus objetivos: “Quero ser um traficante”.

de um sarau literário solicitado pelo próprio Caderno de Apoio, mas

Aquilo a princípio me chocou, mas ao contrário do que ele

acabei fazendo algumas alterações e obtendo um produto final que

esperava, disse-lhe que seria interessante para ele seguir profissões

agradou não apenas aos alunos, mas também a pais, professores e

como metalúrgico (fazendo cursos na área), mecânico de

demais funcionários da escola. Os alunos escreveram poemas em

automóveis ou outras tantas que lhe garantissem uma qualidade de

duplas para o sarau, fizeram a leitura interpretativa dos textos

vida melhor. Bom foi saber depois em 2010, quando conversei com

produzidos que depois foram digitados e encadernados em uma

ele novamente sobre o assunto, que “ser traficante” não passava

gráfica (livro com capa dura e letras douradas). Os alunos sentiram-

mais por sua cabeça, mas que queria seguir a profissão de mecânico

se muito mais reconhecidos quando viram seus textos digitados

de automóveis, como estava aprendendo em uma oficina.

num livro. Quanto ao outro projeto, “Concursos Literários”, este

Em 2010, ano de conclusão do projeto, continuei no

surgiu a partir da produção do livro de poemas, o Caderno de

processo de acompanhamento dos processos de letramento e de

Poemas 2010, que trouxe poemas produzidos pelos próprios

autoestima. Os alunos encontravam-se muito mais maduros e, além

alunos, digitados e encadernados em gráfica. Resolvi inscrever os

dos materiais que já possuía, passei a contar com mais um aliado

alunos em dois concursos de poesia, um da Prefeitura de Salto (XX

diário: o Caderno de Apoio e de Aprendizagem de Língua

Prêmio Moutonée de Poesia), interior de São Paulo, e outro

Portuguesa. Posso dizer que com ele pude obter parâmetros e um

proporcionado pela Casa do Novo Autor Editora, localizada na

complemento para o meu trabalho. Além disso, a partir dele

capital paulista. Solicitei aos alunos a escrita de poemas feitos de

surgiram dois pequenos projetos que valorizaram ainda mais o

forma individual. Como já haviam passado pela experiência de

198


escrita e perceberam que tinham potencial para tal, vários alunos

produções de seus filhos, mas alguns se admiraram com a

se colocaram como poetas e escreveram belíssimos textos.

capacidade deles e passaram a reconhecê-los como produtores de

Conforme ia recebendo os poemas, fazia a correção e orientação

textos e mais do que isso, “enxergaram” seus filhos, porque alguns

para modificações dos mesmos e depois os devolvia para que os

ainda não acreditavam no potencial e na capacidade que tinham.

alunos fizessem as alterações para me entregarem novamente e

Houve dois casos a se comentar: a mãe de um de meus alunos

enviá-los para os locais de inscrição. Quatro alunos foram

perguntou-me se ele realmente tivera a capacidade de escrever o

escolhidos para participar do concurso da prefeitura de Salto e

texto, se não o copiara, e eu lhe respondi que a produção era dele

outros treze alunos conseguiram passar para finalistas do concurso

mesmo, que ela acreditasse no garoto, que ele era muito mais

da editora paulista. Resultados? Promissores. Em Salto não fomos

capaz do que ela poderia imaginar; o segundo caso foi o de uma

classificados, mas doze dos treze alunos inscritos no concurso da

aluna, que me relatou que o pai brigara com ela quando pediu para

Casa do Novo Autor Editora foram convidados a participar da

que fosse conversar comigo, ele foi o último pai a chegar para a

edição do livro “Letras da Paixão”, publicação que ocorreu ao final

reunião, e, ao conversar com ele sobre o poema da filha,

do ano, entre os meses de novembro e dezembro de 2010. Após o

perguntou-me onde o havia exposto para que pudesse lê-lo, e, no

convite da editora, solicitei aos alunos a presença de seus pais para

dia seguinte, a aluna comentou que o pai gostara muito do texto e

poder explicar a eles como seriam os trâmites de publicação dos

estava feliz e reconhecia a capacidade dela. Poderia, então, me

poemas: o preenchimento dos contratos, o envio dos textos finais

considerar satisfeita ao final de 2010 com os resultados obtidos,

para a editora, a cerimônia de entrega dos livros aos interessados e

mas ainda teria surpresas maiores. Uma das alunas da 8 a série B, a

as questões de autoria (ISBN e outros cadastros nos órgãos

Ingrid da Silva, participou do Concurso de Saúde Bucal fazendo um

literários). Os pais, em geral, ficaram bastante felizes com as

jogo que conseguiu classificação pela Diretoria de Ensino de Santo

199


AVALIAÇÃO E AUTOAVALIAÇÃO

Amaro e eu, como orientadora, também acabei sendo classificada. Mas não foi somente isso, algo maior estava por vir. Meus meninos,

Ao final de todo o projeto em 2010, percebi o quanto ensinei e o

como acabei carinhosamente chamando-os depois de tantos anos

quanto aprendi com os alunos que participaram de todo o

de convívio, escreveram mensagens para mim e algumas delas

processo, porque apesar de apresentarem inicialmente dificuldades

foram lidas durante a formatura deles, que iniciou para eles uma

para a leitura e a escrita, não eram somente eles que as

nova etapa: o Ensino Médio...

apresentavam, mas eu também superei obstáculos e os venci. Barreiras foram ultrapassadas, como não saber a princípio

“Sempre tive amigos, mas alguns não serviam, como os da 6ª série. Eu estava indo para um caminho ruim, bagunçava, não

alfabetizar e me assustar, mas aceitar que precisaria aprender para

fazia nada, mas uma pessoa, que conheço há 4 anos me deu um

ensinar, e foi isso que fiz, não desisti em nenhum momento,

toque, me chamou a atenção. Depois daquele dia, eu pensei e

acreditei, mudei meus conceitos e hoje, em 2011, estou com novas

resolvi mudar, melhorei em tudo. Essa pessoa é uma das que eu

turmas de 8a série que acompanho há quatro anos, sempre

acredito e confio, é a professora Adenilza, uma pessoa que sabe

obtendo bons frutos, acreditando no potencial dos alunos,

quando algo está certo ou errado, quando está na hora de parar, eu

chamando-os para o futuro, não deixando que nenhum deles se

a considero a melhor pessoa que conheci nesses últimos anos, não

perca pelo caminho.

tenho nada a reclamar dela, só tenho a agradecer, pois foi ela quem

Gostaria de relatar um caso que aconteceu nos quatro anos

me ensinou a conviver direito”. (Jean Paz Pereira Tavares – 8ªB)

iniciais do projeto. Uma aluna, quando iniciou a 5a série, era bastante fechada e, ao longo dos quatro anos, foi se transformando em uma garota bastante rebelde, era difícil de se lidar e de aceitar regras, mas eu nunca desisti de conversar com

200


ela, de orientá-la em sala de aula e fora dela também, e, ao final do ano de 2010, ela me agradeceu porque fui uma das únicas que acreditou em seu potencial e principalmente nunca desistiu dela. Esta aluna também foi uma das que publicou seu poema no livro “Letras da Paixão” e sempre vem me visitar. Isso tudo me faz confiar que dá certo reconhecer o valor que esses meninos têm e fazê-los chegar cada vez mais longe... Alguns momentos a se lembrar nos quatro anos...

201


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aprendendo os Padrões da Linguagem Escrita – Projeto 77 Escolas. Coord. Maria José Nóbrega. São Paulo, 2007 e 2008. Sebastião e Danilo, conto de Maurilo Andreas. Revista Nova Escola, nº 217, nov. 2008. Amplexo, conto de Marcelo Alencar. Revista Nova Escola, nº 209, jan./fev. 2008. Cadernos de Apoio e de Aprendizagem de Língua Portuguesa – 9º ano, volumes 1 e 2. Secr. Municipal de Educação, Prefeitura de São Paulo e Fundação Padre Anchieta, 2010. Antologia poética Letras da Paixão. Casa do Novo Autor Editora, São Paulo, 2010. Concurso de Saúde Bucal – Manual do Professor. CROSP e Prefeitura de São Paulo – Educação, 2010. Orientações Curriculares e Proposição de Expectativas de Aprendizagem para o Ensino Fundamental: Ciclo II – Língua Portuguesa. São Paulo. SME. Referencial de Expectativas para o Desenvolvimento da Competência Leitora e Escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental. SME, São Paulo, 2006. Referencial de Expectativas para o Desenvolvimento da Competência Leitora e Escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental, 2006 – Língua Portuguesa. SME, São Paulo.

Adenilza Almeida Lira

202


SARAU LITERÁRIO Gestão CEU Alvarenga

Este trabalho visou promover o encontro e o intercâmbio entre

Público Alvo: Jovens, adultos, famílias, alunos do horário noturno

artistas

região,

das escolas do CEU e entorno artistas da região e interessados em

proporcionando uma atividade cultural local com qualidade para o

arte em geral. As atividades ocorreram no último sábado de cada

público.

mês a partir das 19h00.

de

diversas

linguagens

que

atuam

na

Objetivo:

Histórico do Sarau CEU Alvarenga “Chá da Raquel”

Proporcionar aos professores e alunos das escolas do entorno um estímulo para trabalhar diversos temas relacionados à literatura e à

O que é o SARAU? Sarau é uma reunião noturna de caráter

expressão artística de maneira geral, sendo um espaço para

quase sempre lítero-musical. Há séculos, congrega pessoas de

mostrar o trabalho desenvolvido nas escolas.

sensibilidade. Os trovadores deliciavam a nobreza e o povo com suas cantigas de amor e de amigo. Camões, renascentista,

Desenvolvimento:

encantava a corte portuguesa e os nossos românticos, com seus

Encontro de artistas, das mais diversas linguagens e interessados

poemas e modinhas, provocando suspiros nas casas e alvoroço nas

em artes e poesia, com apresentações curtas e declamações em um

tavernas.

clima descontraído.

203


No CEU Alvarenga, os primeiros saraus objetivavam um

escrevendo pela primeira vez. O tema trabalhado na ocasião foi:

espaço que estimulasse os talentos locais. Levava o nome de “Chá

“Se eu fosse uma poesia”.

da Rachel” em homenagem à Rachel de Queiroz, escritora brasileira,

que é patrona da biblioteca deste CEU. Desde os

Em 2006, com o coordenador Jackson Matos, tivemos

primeiros encontros organizados e mediados pela Coordenadora

grandes produções que acabaram desencadeando em uma

Jhaíra Rodrigues , havia um diálogo entre a palavra falada e a

seqüência temática. Em maio, houve o Sarau Gótico, apresentando

palavra cantada.

músicas e danças medievais, com cenário, roupas e ritos celtas. A relação da poesia gótica com o trovadorismo nos remeteu às

Em 2004, casamos o sarau com o projeto “450 encontros na

entoadas graves de Zé Ramalho. Em junho do mesmo ano,

Paulicéia Desvairada: O Escritor nas bibliotecas”. Foi quando surgiu

rendemos uma homenagem a esse poeta, cantor e compositor.

a proposta de seguirmos uma dinâmica. O plano de ação era o

Músicas, performances e recitações reproduziram o lirismo, o

seguinte: abertura do Sarau Chá da Rachel numa homenagem à

misticismo e questões ideológicas do mesmo. A musicalidade e as

Rachel de Queiroz. Depois, apresentação dos convidados e

inquietações refletidas nas composições desse artista revelaram o

recitações de alguns textos da escritora. Os primeiros participantes

gosto do público pela MPB. Em julho de 2006, veio o Sarau

foram professores e alunos de teatro e música do Núcleo de Ação

Tropicalismo, com textos e músicas efervescentes dos anos 60. As

Cultural.

pessoas presentes puderam vivenciar uma proposição da Lígia Clark

No encontro de outubro de 2005 foram apresentados mais

(uma espécie de teia feita com elásticos) e curtir a esquete do

de cinqüenta poemas produzidos pelos alunos da EJA (Educação de

grupo Toca Oca do Teatro Vocacional. A coreografia “Divino

Jovens e Adultos), muitos deles, estimulados pelo Sarau, estavam

Maravilhoso” de Douglas Godoi (grupo Art’ê) trouxe um brilho

204


especial para a noite. A passagem do “Sarau Tropicalismo” para o

pessoas interessadas em artes, principalmente em literatura e

“Sarau Latino-americano” (em agosto, daquele ano) veio como

música. Os encontros são temáticos. A intenção é, a cada mês,

consequência. A contiguidade sociocultural dos outros países

renovar conteúdos e abordagens, explorar diversas possibilidades

latino-americanos com a produção artística brasileira é clara e

intertextuais e explorar novas dramaturgias. As leituras e releituras,

indissolúvel, as manifestações ultrapassam as fronteiras porque

citações e recitações contemplam autores famosos e anônimos.

nossas cicatrizes são resquícios da mesma ferida. A linguagem é uma mistura de música, dança, teatro, cinema, artes O Sarau do CEU Alvarenga foi palco para encontro de

plásticas e multimeios. A produção é feita pelos coordenadores de cultura com apoio de membros da comunidade (Agentes Culturais).

artistas que juntos foram escrever novas histórias.

As

representações

teatrais,

as

execuções

musicais,

O Sarau CEU Alvarenga foi solicitado, também, pela

cinematográficas ou coreográficas realizadas durante o sarau são

Secretaria Municipal de Educação da Cidade de São Paulo para fazer

de caráter ilustrativo, poéticas, mecanismo sensibilizador para a

parte da programação cultural do VALEU PROFESSOR, nas edições:

apreciação artística.

2009 (Sarau Língua: textos de Camões a Caetano - na Casa Das Todos artistas intérpretes ou executantes:

Rosas); Em 2010 (Sarau “Uma Rosa é uma Rosa” - Gertrude Stein)

atores, cantores,

na Casa Das Rosas; Em 2011 (Sarau Seresteiro – no Parque da Luz).

músicos, bailarinos ou outras pessoas que representam um papel,

Além de fazer parte do Circuito de Saraus da Cidade de São Paulo.

cantam, recitam, declamam, interpretam ou executam em qualquer forma obras literárias, artísticas ou expressões do folclore – são

Atualmente os saraus acontecem uma vez por mês, aos

voluntários da comunidade e convidados.

sábados à noite. É frequentado por educadores, alunos, pais e

205


escrita criativa e a revelação de novos escritores e agentes

O NAC – Núcleo de Ação Cultural do CEU Alvarenga; tem o

multiplicadores do CEU.

intuito de promover a pluralidade cultural e estimular a criação e o desenvolvimento cognitivo do nosso público, ao apresentar

Gestora: Regina D’Ipolitto de Oliveira Sciré

manifestações populares e eruditas.

Núcleo de Ação cultural: Jackson Matos Radi Oliveira

O sarau procura evidenciar a “palavra” e suas “ramificações estéticas”, enaltecendo a língua portuguesa e a universalidade da poesia. Portanto, desperta, no indivíduo, canais ideológicos que enriquecem o coletivo cultural da cidade.

O sarau do CEU Alvarenga vem proporcionando formação de um público sensível e espontâneo, propiciando o envolvimento da comunidade local, assim como dos artistas da região, possibilitando

um

diálogo

agregador.

Percebemos

um

empoderamento cultural do público por meio da apropriação dos espaços, participação em eventos, a descoberta das possibilidades de fazer arte, o despertar do gosto pela leitura e pela prática da

206


CULTURA PARA A JUVENTUDE NEGRA

Com atividades culturais e socioeducativas, para os

comunidade e construir ações que integrem a população local,

moradores da região sul da cidade de São Paulo, o evento Cultura

estimulando a construção do senso de pertencimento para além da

para a Juventude Negra visa ampliar os espaços dedicados à

educação formal.

reflexão sobre a inserção dos afrodescendentes e da juventude em diversas áreas sociais de atuação: cultura, educação, esportes,

O bairro do Jabaquara, no qual este CEU está localizado,

entre outras. A proposta pedagógica – constante deste evento - foi

pode ser definido por suas ações progressistas, luta da comunidade,

elaborada de modo a articular as ações realizadas com as

e união do povo. Com sua importância cultural e histórica

demandas da comunidade local, na qual nosso CEU está inserido. A

reconhecida, abriga a Casa do Sítio da Ressaca e o Axé Ilê Obá,

partir da institucionalização deste evento esperamos reconhecer e

ambos tombados pelo Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo.

valorizar a importância da diversidade étnico-cultural afro-brasileira

Possui ainda várias iniciativas culturais de matriz africana e afro-

em nosso País, em nossa cidade e em nossa região, por meio da

brasileira. Localizado na zona sul de São Paulo, a 12 km do marco

formação técnico-cultural da nossa juventude, que produz e

zero da cidade, o extenso bairro caracteriza-se pelo seu contraste

consome cultura nas periferias.

populacional e desde a sua formação abrigou migrantes e imigrantes japoneses, alemães, italianos e nordestinos. A cada ano,

Desde a sua inauguração, o CEU “Caminho do Mar”

a parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria

promove ações visando atender às demandas de atividades

Municipal de Participação e Parceria, promovia atividades alusivas à

educacionais, culturais e esportivas apontadas, naturalmente, pela

temática afrodescendente, que aconteciam no mês de novembro.

207


Nossa proposta - com a realização do referido evento - foi ampliar

participavam de uma manifestação contra o apartheid (regime

os

dos

segundo o qual a população de brancos detinha o poder e os

afrodescendentes, ampliando o tempo de sua abrangência,

povos restantes eram obrigados a viver separadamente). No Brasil,

tornando-o mensal e parte integrante de nosso Calendário Oficial

onde os negros representam mais da metade da população, o

de Eventos.

racismo ainda é um fator divisor e em evidência. Ao longo desses

espaços

dedicados

à

reflexão

sobre

a

inserção

anos, o dia vinte e um de março tem sido marcado pela constante Assim, desde março, firmamos parcerias com o poder

luta de organizações de Direitos Humanos, em combate à

público, a Coordenadoria do Negro (CONE), a Agência de Cultura do

discriminação racial. As mobilizações realizadas em torno desta

Estado de São Paulo, Instituições de notório conhecimento como a

data têm o propósito de fazer com que a sociedade reflita sobre a

UNEGRO - União de Negros pela Igualdade - e Instituições da região

importância do combate ao racismo, à xenofobia e a todas as

do Jabaquara, com vistas a aproximar, ainda mais, a comunidade e

formas de intolerância.

por fim, com as AME “Construindo Cidadania” e “Casa Leide das Neves”.

Para vivenciar a data, dentro dos propósitos pedagógicos do CEU, foram oferecidas 3(três) atividades: 1. Show com canções que

Escolhemos o início no mês de março, por abrigar as

abordaram o universo feminino e temas raciais, contando com a

comemorações pelo Dia Internacional de Combate ao Racismo,

participação das cantoras Verônica Ferriani, Grazzi Brasil e Graça

instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é

Braga, que interpretaram canções; a atriz Zezé Motta declamou

lembrar o “Massacre de Shaperville”, ocorrido na África do Sul, em

poesias; 2. Relançamento - com distribuição gratuita - da Cartilha

1960, quando policiais mataram 69 (sessenta e nove) negros que

Negro Cidadão, elaborada pela UNEGRO, ilustrada pelo renomado

208


cartunista Maurício Pestana e reeditada pelo Gabinete da Deputada

Maria Machado. Este livro aborda questões da diversidade étnico –

Estadual Leci Brandão, como incentivo para população discutir a

cultural brasileira e apresenta situações para que as crianças se

cidadania e como estímulo à construção coletiva de uma

apropriem de valores como respeito ao próximo e às diferenças,

perspectiva cidadã; 3. Apresentação de manifestações culturais e

mas principalmente, consegue elevar a auto estima do aluno negro.

artísticas da região, como Break - com o grupo Aliens Break -,

Ideias foram socializadas e trocadas, contribuindo para a reflexão

exibição do curta metragem elaborado e protagonizado por

sobre igualdade racial promovida desde a infância. Ao final, a

moradores do bairro, atendidos pelo Serviço de Assistência Social

Professora Marta Leonor, da DRE- Santo Amaro, especializada em

às Famílias (SASF) da AME, intitulado “Maria que não vai com as

contos africanos, brindou os presentes com lindas histórias sobre

outras” e a apresentação do grupo Maracatu Ilê Alafia da ACM

cultura africana.

“Leide das Neves”. O evento Mãe Negra, realizado em maio, foi outro de nossos Nosso evento, Cultura para a Juventude Negra, encerrou o

focos, destacando o mês das mães e abordando o dia 13 de maio,

mês de março oferecendo oficinas culturais de break, grafite,

Dia da Abolição. O evento foi estruturado com a apresentação do

capoeira, percussão e aula aberta de Inglês.

Coral

Mix,

seguida

da

palestra

Mulheres

negras

na

contemporaneidade, que abordou o mercado de trabalho, saúde, Dentro do eixo Educação, profissionais da área se reuniram

violência e as dificuldades das mulheres, em especial as negras,

para debater o tema em uma Roda de Conversa, realizada na

com as palestrantes Rosa Anacleto e Flávia Costa, ambas da

Biblioteca do CEU, com relatos de práticas e propostas que tiveram

UNEGRO. O evento também abriu espaço para a culinária, com

como embasamento o livro Menina Bonita de Laço de Fita, de Ana

oficina e degustação do Caldinho das Pereirinhas, ministrada pelas

209


cozinheiras da ACM. Este caldo é servido durante as festividades de

de Atividades no Contraturno Escolar, tais como percussão, dança

Carnaval na Instituição. Tivemos ainda, ao longo deste mês - a

afro, artesanato, capoeira e maculelê, protagonizado pelos alunos

produção de curta metragem, grafitagem e break, ministrados pelo

da EMEF “CEU Caminho do Mar”.

projeto Graffiti com Pipoca - responsável pelas artes gravadas nos muros do CEU - desde a sua inauguração. Finalizando, com um

Reforçando a participação nas ações da comunidade -

histórico de sucesso na década de 1970, o Baile Nostalgia,

cidadania posta em prática - mobilizamos os protagonistas

focalizando a Black Music e o Samba-Rock, num trabalho de resgate

envolvidos ao longo ano para integrar a III Marcha da Consciência

da musicalidade cultural negra.

Negra do Jabaquara, cujo objetivo é contribuir para a construção da identidade racial, fortalecer as relações étnico-raciais, evidenciando

As ações tiveram continuidade com o evento Agosto Negro,

e valorizando a contribuição da cultura africana e afro-brasileira. A

semana dedicada à Roda de Debates, tendo como público

participação na III Marcha concretizou as ações desenvolvidas, ao

educadores, no geral, trazendo para o encontro dúvidas,

longo do ano, em consonância com o Projeto Pedagógico de nossa

dificuldades e êxitos obtidos no ambiente escolar, levando-se em

escola.

consideração a Lei nº 10.639/08. O CEU “Caminho do Mar”, desde 2008, tem apresentado o As atividades do Cultura para Juventude Negra finalizaram-

potencial necessário para uma ação central na articulação entre –

se no mês de novembro intensificando as ações, repetindo a

de um lado, o poder público - e do outro, a comunidade, as

experiência do ano anterior, com o Sarau AfroCEU, mostra cultural

instituições e associações da sociedade civil e o sistema produtivo

das atividades oferecidas dentro do Programa de Desenvolvimento

local, num convite à construção de um Projeto Ético de Educação e

210


Cidadania para todos. Assim, oferece espaço para reflexão sobre

Gestora: Kátia Maria Vergne Vicente

ações afirmativas e de igualdade racial na sociedade brasileira, em

Coord. do Núcleo de Ação Educacional-NAE: Marineusa Medeiros

conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

Coord. Projetos NA: Teresa Cristina dos Santos Martins

/ Lei 9.394/1996, complementada pela Lei 10.639/2003.

Coord. Projetos do Núcleo de Ação Cultural: Maria Claudia da Silva Reis Coord. de Projetos – NAC: Rodolfo Henrique Simões Morais

211


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