Andrey Rossi: Laborat贸rio Clandestino
curador Douglas Negrisolli
Andrey Rossi: Laboratório Clandestino de 20 de Setembro a 8 de Novembro de 2014 na OMA | Galeria
realização
Livro em processo “anotações” IV 2013 Tinta a óleo tecido, linha , botão, esferográfica e acrílica sobre papel e livro 45 x 45 cm
Andrey Rossi: Laboratório Clandestino Em tempos de crise em tudo, temos que nos reinventar. Tempos de capitalismo, com suas dúvidas geradas em torno de sua própria existência, nos levam a ver cidades em ruínas. Antes símbolos do poder, agora ruem como Detroit. O que você vê no trabalho de Andrey Rossi, exposto aqui, é uma recorrência desses resquícios, do poder, do desejo de usar e do ser usado. A figura humana, não por acaso, se mistura com animais míticos e reais, e tem um pouco de observador aqui: Andrey brinca de ser deus. Ser um deus não significa que ele não pode brincar com os seus, pelo contrário, ele cria suas criaturas como partes de suas experiências como Frankenstein. Note o esmero e o cuidado da pintura num suporte tão rudimentar como a lona de caminhão que Andrey captura do que já não pode mais ser usado, dos restos do que já foi um dia uma experiência que carrega uma memória de lugar, de pessoas, o estado de um corpo vivo. O corpo aqui se torna uma cobaia, e até o próprio corpo do artista está aqui para constar que ele também se sente vitimado de alguma coisa, seja ela o que for. Ainda assim, o sufocante é nítido quando Andrey usa os símbolos míticos e parece expurgar todos os nossos demônios junto com as suas pinturas; elas são como uma grande sala de experiências somado a um gabinete de curiosidades onde você pode entrar e operar metaforicamente os seus mais longos desejos insanos e inoportunos. As pinturas de Andrey têm um pouco de Nuno Ramos, quando ainda um jovem Nuno. Essas pinturas falam de muitas coisas que podem passar despercebidas – perceba o olho dos personagens, que falam de agressão aos animais, da agressão gratuita ao corpo humano e do desespero de passar despercebido pela violência. Andrey prioriza a limpeza ao invés do excesso. Suas sofisticadas pinturas em suportes alternativos, que intrinsecamente já são carregadas de uma aura especial quando o artista se apropria de itens que significam algo ou já pertenceram a alguém, se tornam relevantes. Para o artista, as ruínas e o espaço que já foi habitado por alguém, seja ela uma casa ou qualquer lugar construído, trazem uma paz. No efeito estético de uma parede mofada ou de um entulho já deteriorado, Andrey se inspira nos lugares que sofreram intervenção da natureza e na vida orgânica que nela habita para criar suas pinturas e tirar desses lugares uma possibilidade de imaginar, ali, uma nova vida, embrionária, estranha e até mítica. As pinturas dos rostos, para mim, são uma tentativa de expurgar todo o desespero de estarmos grudados num corpo cheio de dor e colocá-las num relicário é uma escolha ainda mais interessante para eternizar todo esse grito silencioso que Andrey nos permite não calar. Douglas Negrisolli historiador de artes - curador independente
Livro em processo “anotações” III 2013 Tinta a óleo tecido, osso, corda, linha , botão, esferográfica e acrílica sobre papel e livro 45 x 45 cm
Livro em processo “anotações” II 2013 Tinta a óleo tecido, ampola, cabelo, seringa esferográfica e acrílica sobre papel e livro 45 x 45 cm
Fragmento da obra Livro em processo “anotações”
Mascara mortuária 2014 Sanguínea e -nta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Extração 2014 Sanguínea, caneta esferográfica e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Coração 2014 Sanguínea, caneta esferográfica e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Humano-Humano 2014 Sanguínea, caneta esferográfica e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Corpo estendido 2014 Sanguínea, caneta esferográfica e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Mutualidade poética 2014 Sanguínea e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Observador censurado 2014 Sanguínea, caneta esferográfica e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Ponto de encontro 2014 Sanguínea, caneta esferográfica e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Torso 2014 Sanguínea, caneta esferográfica e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Ritual manipula t贸rio 2014 Sangu铆nea, caneta esferogr谩fica e tinta 贸leo sobre papel 51,5 x 62 cm
Fragmento 2013 Tinta a 贸leo sobre madeira e moldura antiga 73 x 55 cm
2013 Tinta a 贸leo sobre madeira e moldura antiga 36 x 52 cm
2013 Tinta a 贸leo sobre madeira e moldura antiga
2013 Tinta a 贸leo sobre madeira e moldura antiga 48 x 38 cm
Mimetismo 2014 Sanguínea, caneta esferográfica e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Cabeรงa 2014 Lรกpis, caneta esferogrรกfica e tinta รณleo sobre papel 30 x 21 cm
Posição fetal 2014 Caneta esferográfica e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Anatomia e seu estigma 2014 Sanguínea, caneta esferográfica e tinta óleo sobre papel 30 x 21 cm
Prisão, repulsa bipolar Tinta óleo e acrílica sobre lona 193 x 155 cm 2014
Gestante Óleo e acrílica sobre lona 152x 82 cm 2014
Rec茅m Tinta 贸leo sobre lona 88 x 88 cm 2014
O duplo - coerĂŞncia entre sujeitos
Homem - Animal Óleo e acrílica sobre lona 152x 82 cm 2014
Ficha Técnica Curador Douglas Negrisolli Projeto gráfico da exposição Douglas Negrisolli Textos Douglas Negrisolli Créditos das fotos OMA Galeria e Andrey Rossy Montagem OMA Galeria Assessoria de imprensa TRIVA Comunicação
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