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Publicação do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes | Santo André - SP - Ed. 80 - Abr/Mai/Jun - 2016

Estás doente? E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará. (Tiago, 5:15.) Todas as criaturas humanas adoecem, todavia, são raros aqueles que cogitam de cura real. Se te encontras enfermo, não acredites que a ação medicamentosa, através da boca ou dos poros, te possa restaurar integralmente. O comprimido ajuda, a injeção melhora, entretanto, nunca te esqueças de que os verdadeiros males procedem do coração. A mente é criadora. A vida, pouco a pouco, plasma em torno de teus passos aquilo que desejas. De que vale a medicação exterior, se prossegues triste, acabrunhado ou insubmisso? De outras vezes, pedes o socorro de médicos humanos ou de benfeitores espirituais, mas, ao surgirem as primeiras melhoras, abandonas o remédio ou o conselho salutar e voltas aos mesmos abusos que te conduziram à enfermidade. Como regenerar a saúde, se perdes longas horas na posição da cólera ou do desânimo? A indignação rara, quando justa e construtiva no interesse geral, é sempre um bem, quando sabemos orientá-la em serviços de elevação; contudo, a indignação diária, a propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é um

hábito pernicioso, de consequências imprevisíveis. O desalento, por sua vez, é clima anestesiante, que entorpece e destrói. E que falar da maledicência ou da inutilidade, com as quais despendes tempo valioso e longo em conversação infrutífera, extinguindo as tuas forças? Que gênio milagroso te doará o equilíbrio orgânico, se não sabes calar, nem desculpar, se não ajudas, nem compreendes, se não te humilhas para os desígnios superiores, nem procuras harmonia com os homens? Por mais se apressem socorristas da Terra e do Plano Espiritual, em teu favor, devoras as próprias energias, vítima imprevidente do suicídio indireto. Se estás doente, meu amigo, acima de qualquer medicação, aprende a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o coração para a Grande Mudança.

Desapega-te de bens transitórios que te foram emprestados pelo Poder Divino, de acordo com a Lei do Uso, e lembra-te de que serás, agora ou depois, reconduzido à Vida Maior, onde encontramos sempre a própria consciência. Foge à brutalidade. Enriquece os teus fatores de simpatia pessoal, pela prática do amor fraterno. Busca a intimidade com a sabedoria, pelo estudo e pela meditação. Não manches teu caminho. Serve sempre. Trabalha na extensão do bem. Guarda lealdade ao ideal superior que te ilumina o coração e permanece convicto de que se cultivas a oração da fé viva, em todos os teus passos, aqui ou além, o Senhor te levantará. EMMANUEL Do livro Fonte Viva, Emmanuel (Espírito), Francisco C. Xavier (psicogra a), edição FEB.


Editorial

Crimes – Prisões – Justiça Há um tema que vem sendo discutido e se arrastando há décadas, sem qualquer perspectiva de solução de nitiva. Estou falando da população carcerária em nosso País, que em todo o sistema abriga 622 mil presos e presas, perdendo somente para os Estados Unidos, China e Rússia. É evidente que nossos governantes conhecem o problema e sabem como resolvê-lo. A desculpa é sempre a mesma. Faltam recursos (dinheiro). Na verdade, falta vontade política, senso de humanidade, respeito e dignidade à criatura humana, por parte dos funcionários despreparados para a função. Pode parecer que eu defenda o criminoso. Não é bem assim. Eu penso que devamos aprofundar nossas pesquisas nas causas geradoras do crime. A tese cristã é que devemos combater o pecado e não o pecador, porque enquanto não eliminar as causas, sofreremos seus efeitos. As principais são a miséria física e moral, o analfabetismo, os vícios, a ambição e a desestabilização da família, entre outras. A educação doméstica é a base para a formação do caráter do futuro cidadão, o Homem de Bem. Para os encarcerados faltam ocupação útil: trabalho, estudo, capacitação

Publicação do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes | Santo André - SP

Publicação Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes (Santo André) Presidente: Terezinha Sardano 1º Vice-Presidente: Baldir Padilha 2º Vice-Presidente: Miguel Sardano Rua Bela Vista, 125 – Jd Bela Vista Santo André – SP - CEP: 09041-360 Tel: (11) 4994.9664 - www.cebezerra.org.br Revisão: Miguel Sardano e Rosemarie Giudilli Jornalista Voluntária: Suzete Botasso Projeto Gráfico e Diagramação: Marco Beller – (11) 4438.8834 Impressão: Lis Gráfica e Editora - Tel.: (11) 3382.0777 Tiragem: 5.000 Copyright Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo deste informativo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da entidade.

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pro ssional etc. A presença da família é muito importante para a ressocialização do condenado. As estatísticas mostram que a maioria dos encarcerados são reincidentes, porque saem da prisão totalmente desequipados de condições de sobrevivência digna. Durante o cumprimento de sua pena, não recebem tratamento razoavelmente humano, não têm a mínima assistência em suas necessidades básicas de saúde, higiene, jurídica etc. e suporte que lhes permita reconsiderar suas condutas equivocadas. Nas Leis que tratam da matéria relativa às execuções penais, até que há propostas voltadas para a recuperação do apenado, mas elas geralmente não saem do papel. Aliás, isso ocorre com muitas Leis em nosso País. São bem elaboradas, mas não funcionam na sua aplicação. Em alguns países islâmicos, segundo tem mostrado a mídia, os criminosos são punidos com castigos físicos (chibatadas para os crimes menores e execução para os crimes considerados hediondos). Com isso pensam ter resolvido o problema. Entretanto, nos países cristãos há muita restrição à pena de morte, embora no seio da sociedade dita civilizada haja

uma multidão de condenados à morte, por descaso das autoridades constituídas, por indiferença daqueles que têm o poder nas mãos etc. Não consideram prioridade a saúde e a vida das criaturas humanas, quando os cães, em muitos casos, têm tratamento mais que humano. Os que são eleitos pelo voto democrático, normalmente traem seus eleitores não cumprindo as promessas de campanha, utilizando o mandato para locupletarem-se. Haja vista os escândalos noticiados pela mídia, nos últimos anos. Bem, até aqui falamos dos problemas. Mas temos que propor soluções que, aliás, são por demais óbvias. Estou falando do Evangelho de Jesus, bastante comentado e pouco vivido. Não se trata de religião, mas sim de religiosidade. A proposta é o AMOR, com disciplina e responsabilidade. “Fazer aos outros o que gostaríamos que os outros nos zessem”. Não vejo outra saída.

Miguel Sardano: 2º Vice-Presidente

Uma Trajetória de 40 anos de amor ao próximo

Desenvolver a caridade em todas as suas formas, a Presença de Divaldo Pereira Franco já reunia 3 assistir às crianças carentes e às suas famílias e mil pessoas! E sempre com persistência, os divulgar a Doutrina Espírita. Esses foram os trabalhos evoluíram. Da distribuição da sopa princípios que deram origem ao Centro Espírita Dr. servida, inicialmente, em um barracão até a Bezerra de Menezes, fundado em 24 de maio de fundação da Instituição Assistencial e Educacional 1976 e que se mantêm vigorosos há 40 anos. A Amélia Rodrigues – hoje funcionando numa área ideia de formar o Centro começou a ganhar com mais de 3 mil metros quadrados. Da modesta consistência nas reuniões de Evangelho no Lar, Banca do Livro Espírita inaugurada em junho de realizadas na residência do casal Terezinha e 1987, na Rua Bernardino de Campos, em Santo Miguel de Jesus Sardano. Aos poucos, essa André, à Distribuidora de Livros Dr. Bezerra de Menezes (1992), depois com a Editora atividade passou a ser frequentada por mais Bezerra de Menezes (1999) até o famoso de 30 pessoas, muitas das quais se Megafeirão que atrai milhares de tornaram os sócios fundadores da pessoas, fica evidente a força e a Entidade. Só seis meses depois de abnegação dos dirigentes e fundado oficialmente e funcionando a frequentadores da Casa, que pouco a todo vapor atendendo famílias, pouco, com fé, esperança e sem gestantes e crianças, o Centro Dr. esmorecer jamais, construíram Bezerra de Menezes passou a contar o Centro Espírita Dr. Bezerra com um espaço apropriado: uma de Menezes de hoje. Uma pequena casinha na Rua Bela Vista, referência no atendimento 125. Neste mesmo mês (outubro de social e na divulgação 1976), um Bazar Beneficente doutrinária. realizado na Chácara São Luiz, com


|Livros foram vendidos com descontos de 40 a 70% - Fotos: Bárbara Almeida

TESTEMUNHO PELO

CRISTO Francisco Ferraz Batista

Em O Testemunho pelo Cristo, o autor retrata com brilhantismo os fatos que se sucederam ao Cristianismo nascente, após a desencarnação de Paulo de Tarso, e a vida de um dos mais ricos personagens do Cristianismo primitivo, que foi INÁCIO DE ANTIOQUIA, cujo extraordinário trabalho, ante a riqueza das narrativas, deixa antever ao leitor, que à época, se tornou numa espécie de “segundo” Paulo de Tarso. Demonstra a segunda grande perseguição do Império Romano aos Cristãos, a continuidade das lutas, a firmeza do caráter dos personagens que enriqueceram com o zelo e dedicação os cuidados e a continuada divulgação da Boa Nova, no final do Século I e início do Século II d.C., notadamente Timóteo e o Apóstolo João. Relatam os testemunhos ofertados por todos os Apóstolos de Jesus. Traz a bela narrativa inspirada da desencarnação de Maria de Nazareth e de Miriam de Migdal e os sacrifícios ingentes ofertados por Inácio de Antioquia, suas duas prisões, culminando-se com a sua desencarnação, martirizado na arena do Coliseo, pelas feras da ignomínia romana, deixando, contudo, para o futuro a mensagem da esperança de solidificação da Mensagem de Jesus de Nazareth, pela qual lutou toda a sua vida, contra as inúmeras tentativas de inserções que visavam à desconfiguração do Cristianismo Primitivo. Narrado em linguagem simples e de alta emotividade, se traduz em convite prazeroso a uma viagem àquele período fascinante da História, onde os grandes lutadores e mártires do Cristianismo ofertaram seu Testemunho pelo Cristo.

Editora: EBM Televendas (11) 3186-9766

22º Megafeirão atrai grande público em Santo André Mais de 3 mil pessoas estiveram presentes no 22º Megafeirão do Livro Espírita, Espiritualista e de Autoajuda, realizado nos dias 16 e 17 de abril, na Creche Amélia Rodrigues, em Santo André (SP). Não é à toa que o Megafeirão é considerado o maior evento desse gênero no mundo. Os números impressionam. Durante a feira, os visitantes tiveram à disposição cerca de 8 mil títulos e mais de 100 editoras presentes. Aqueles que compareceram ao local também tiveram a oportunidade de cumprimentar e receber o autógrafo de 40 escritores que prestigiaram o encontro. De acordo com Miguel Sardano, vice-presidente da Editora Bezerra de Menezes (EBM), empresa organizadora do Megafeirão, o evento tem como principal objetivo a divulgação e a popularização do ideal espírita. “Facilitamos ao máximo o alcance do livro à população interessada, a preços especiais com descontos que vão de 40 a 70%”, comentou. Qual o segredo do valor tão acessível? “Nenhum”, reponde Sardano. “Os títulos são vendidos pelas próprias editoras, sem intermediários”, relatou. No total, foram comercializados mais de 27 mil livros. Sardano relata que tudo começou em 1994, no dia 2 de abril, com o nome de Feira do Livro Chico Xavier. “Seria uma edição única, entretanto houve muitos pedidos para reeditarmos. Nossa equi-

pe se entusiasmou e demos sequência”, disse. “De Feira de Livro Espírita, acrescentamos Espiritualista e Autoajuda”, comentou. Dado o aumento da procura pelo público e pelas editoras em participar dessa ação, no ano 2000 o evento passa a ser conhecido como Megafeirão.

|Encontro visa divulgação da Doutrina Espírita

Megafeirão em números Visitantes: Mais de 3.000 Livros vendidos: Mais de 27.000 Títulos à disposição: Mais de 8.000 Editoras presentes: Mais de 100 Autores presentes para autógrafos: 40 Note Bem|03


Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais... (Gandhi) Este instigante assunto merece de todos nós profunda re exão pelos vários e importantes aspectos que (1) envolve , conforme a seguir: Aspectos Éticos – estamos acostumados a ver os animais criados para o abate (bois, porcos, carneiros, frangos...), como “coisas” desprovidas da capacidade de sofrer e sem direito à própria vida, pois (...) existem apenas para servir ao homem. Essa é uma visão equivocada, pois alicerça-se em modelo antropocêntrico que visa apenas ao bem-estar e aos interesses do ser humano. Hoje sabemos que os animais são seres sencientes, isto é, têm sensibilidade e (2) inteligência . Somando-se a isso, em julho de 2012, vinte e seis neurocientistas de diversos países, liderados pelo Dr. Philip Low, da Stanford University – USA, ao participarem de um Simpósio sobre Consciência, no Reino Unido, decidiram emitir um parecer – A Declaração de Cambridge, da qual consta a a rmativa: Não podemos mais fazer de conta que não sabíamos: mamíferos, aves e alguns invertebrados como os polvos, têm consciência. Portanto, esse modelo cultural de subjugação e exploração dos animais não “combina” mais com todo esse conhecimento já disponível sobre a verdadeira natureza dos animais. O físico contem(7) porâneo Fritjof Capra faz a seguinte re exão: Estou em casa, este é o meu lar. Pertenço a todos os seres humanos (...) a todos os animais e a todas as plantas. Nós todos nos pertencemos nesta grande unidade cósmica... O amor é dizer sim ao pertencer, o que não é apenas um simples assentimento intelectual, pois tem profundas implicações morais. Então, é de se perguntar: O que ainda nos retém nesse comportamento

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Por Irvênia Prada

primitivo de submeter os animais a sofrimento e de dispor de suas vidas? Aspectos Nutricionais – a carne não é essencial como fonte de proteína para o (3) ser humano . Isso é um mito! O que ele precisa é de aminoácidos (AA), que são os elementos formadores de proteína, e todos os 20 AA conhecidos são encontrados em vegetais. Segundo a FAO, para um indivíduo adulto de 70 kg é recomendada a ingestão de 2.000 kcal e 44g de proteína por dia, não sendo difícil suprir essa necessidade, pois um ovo cozido contém 13,3g de proteína, um pãozinho francês - 8g, um copo de leite 7,6g e 4 colheres de soja em grão, cozida - 7,1g (TACO - Tabelas Brasileiras de Composição de Alimentos). As dietas vegetarianas, quando adequadamente planejadas, são saudáveis, nutricionalmente adequadas e apresentam benefícios à saúde na prevenção e (5) tratamento de certas doenças e ainda (...) estão associadas com menores taxas gerais de mortalidade, de problemas cardiovasculares, de doenças (6) renais e de doenças endócrinas . Para o futuro, a previsão é de que a alimentação se faça com base em proteína celular, que existe em leveduras (como o fermento do pão), algas e (3) bactérias . As leveduras têm 45% de AA e sintetizam enormes quantidades de vitaminas do complexo B. Algumas algas marinhas chegam a ter mais de 70% de AA e algumas bactérias chegam a ter mais de 80% de proteína em seu peso seco e produzem todos os AA essenciais para a alimentação humana. Aspectos Ecológicos – os animais mais abundantes no ecossistema são vegetarianos, ou seja, consumidores primários, como gnus e gazelas, que

existem aos milhares nas savanas africanas, onde leões e outros carnívoros existem em menor número. Isso acontece porque o planeta não aguentaria (e não vai aguentar) enormes populações de carnívoros, pelo intenso desgaste


energético que produzem no meio em (3) que vivem . Na natureza, os animais de maior porte: baleia, cavalo, boi, elefante, hipopótamo, girafa, rinoceronte e outros, são herbívoros, também pela mesma razão, a de economizar nos gastos de energia ambiental.

Para se produzir 1 kg de carne de frango, essa ave consome cerca de 5 kg de milho e soja. Para os bovinos, há necessidade de 8 kg de ração para que isso seja convertido em 1kg de boi. Após o abate, são aproveitados apenas 45% do peso do boi, como carne. Conclusão: cada 1kg de alimento que o boi consome vai se converter em apenas 83g. de carne para a nossa alimentação. Também do ponto de vista de aproveitamento de área, é completamente (3) improdutivo o consumo de carne , porque a maior parcela de energia obtida dos vegetais vai para o sustento dos animais que comemos (boi, porco, frango...). Se já chegamos a 7 bilhões de seres humanos no planeta, e essa população tende a c r e s c e r, t e r e mos de adaptar nossa alimentação para o nível tró co primário (dos vegetarianos), para diminuir o ônus que o planeta paga pela nossa alimentação. Basta nos lembrarmos que no Brasil existem 200 milhões de pessoas e a mesma quantidade de bois. Cada brasileiro pesa em média 70 kg e cada boi pesa em média 450 kg, isto é, quase 7 vezes mais do que em média pesa cada um de nós. Conclusão: temos de dispor de uma enorme área do nosso território, ou seja, cerca de 300 milhões de hectares (praticamente um terço da área útil do país) para produzir alimento que é destinado a essa enorme quantidade de (3) bois . No Brasil, um boi precisa, para sua criação, de um a quatro hectares de terra e produz, em média, 210 kg de carne, no período de quatro a cinco anos. No mesmo período de tempo e na mesma área de terra podem ser produzidas, em média, 8 toneladas de feijão ou 19 toneladas de arroz ou 23 toneladas de trigo ou 32 toneladas de soja ou 34 toneladas de milho ou 35

toneladas de cenoura ou 44 toneladas (4) de batata, e assim por diante . A soja que devasta o Cerrado e invade a Amazônia não vira alimento para pessoas, é exportada e transformada em ração para bois, frangos, porcos e peixes criados em cativeiro. Metade da agricultura mundial é voltada para a produção de ração para animais, sendo que a carne dos animais é acessível a menos de 15% dos seres humanos. Qualquer projeto cuja meta seja o combate à fome e à implementação de um sistema produtivo sustentável, em que o uso da terra seja otimizado de forma a satisfazer as necessidades do maior número possível de pessoas deverá, obrigatoriamente, (4) considerar ênfase ao vegetarianismo . Produzir carne para alimentar a humanidade não é uma necessidade nutricional, mas apenas uma opção cultural de (3) paladar para o Ocidente . Na Índia, são mais de 450 milhões de vegeta-rianos que jamais sequer viram carne em suas mesas e assim vivem há centenas de anos. Para o homem primitivo, comer carne foi um recurso alimentar importante, pois ele não dispunha da tecnologia de produção e processamento de vegetais, que temos hoje. Atualmente, com a oferta generosa de alimentos que temos em nossas condições culturais, não há mais necessidade disso. Pelo contrário, insistir na dieta carnívora será apenas uma demonstração de nossa teimosia em não encarar as mudanças que já se fazem urgentes para o bem de (3) todos, inclusive dos animais . Aspectos Doutrinários - os espíritas que defendem a alimentação carnívora valem-se da questão 723 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec como justi cativa indiscutível, pois a resposta dos Espíritos praticamente considera um “dever” do ser humano alimentar-se adequadamente (seria então, de carne) para manter a sua saúde e consequentemente cumprir a Lei do trabalho. Acontece que hoje temos recursos tecnológicos muito avançados para a produção e processamento de vegetais, o que nos proporciona alimentação adequada, conservando assim as nossas energias e a nossa saúde para podermos cumprir a essa lei. Temos de considerar a imensa carga de sofrimento que a produção e o abate industrial impuseram aos animais, e somos responsáveis por isso!

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Em O Consolador, de Emmanuel (pergunta 129) lê-se: – É um erro alimentarse o homem com a carne dos irracionais? Resposta – A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivam numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar, semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade dos matadouros e frigorí cos. É de bom-senso se considerar que não é de uma hora para outra que se pode parar com tudo (produzir e comer carne). Ainda Emmanuel, nessa mesma referência, comenta: Temos de considerar, porém, a máquina econômica do interesse e harmonia coletiva, da qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves. Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos delicadamente pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação, os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores. No livro Cartas e Crônicas, capítulo “Treino para a Morte”, do Irmão X, lemos: O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe de nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros... Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne

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dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. Em Missionários da Luz, cap. 4 – “Vampirismo”, de André Luiz, o mentor Alexandre esclarece: (...) a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos proteicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte... No capítulo da indiferença para com a sorte dos animais (...) nenhum de nós poderia, em sã consciência, atirar a primeira pedra. Os seres inferiores e necessitados do planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis... Sem amor para com os nossos inferiores, não podemos aguardar a proteção dos superiores... É maravilhosa essa lição de Alexandre! Não precisamos mais nos acomodar à antiga ideia de que a nossa saúde não se manteria sem o consumo da carne. Aí ca a sugestão desse inspirado mentor para que pensemos seriamente no assunto: Abandonando as faixas de nosso primitivismo, devemos acordar a própria consciência para a responsabilidade coletiva. A missão do superior é a de amparar o inferior e educá-lo... E os nossos abusos para com a natureza estão cristalizados em todos os países, há muitos séculos. Não podemos renovar os sistemas econômicos dos povos, dum momento para outro, nem substituir os hábitos arraigados e viciosos de alimentação imprópria, de maneira repentina. Re etem eles, igualmente, nossos erros multimilenários. Mas, na qualidade de lhos endividados para

com Deus e a Natureza, devemos prosseguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos, para a nova era em que os homens cultivarão o solo da Terra por amor e utilizar-se-ão dos animais, com espírito de respeito, educação e entendimento... Referências 1 - A Questão Espiritual dos Animais, capítulo Comer ou Não Comer Carne – Irvenia Prada, 10 ed., Editora FE, 2013. 2 - Os Animais são Seres Sencientes - Irvênia Prada - capítulo no livro Instrumento Animal. O uso prejudicial de animais no Ensino Superior. Organizador – Thales de A. e Tréz. Bauru, SP: Canal 6 Projetos Editoriais, 2008. 3 - Informação pessoal do Dr. Aulus Cavalieri Carciofi, Professor Livre-docente em Nutrição Animal na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP - campus de Jaboticabal – SP, janeiro de 2013. 4 - O Custo da Carne para o Meio Ambiente, artigo de Claudia Poggetto publicado no Jornal Correio Popular de Campinas, SP, em 29/04/2008 e também disponível na internet. 5 - Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canada: Vegetarian diets. JAm DietAssoc. 2003; 103:748-765. 6 - Vegetarian Dietary Patterns and Mortality in Adventist Health Study 2. Michael J. Orlich; Pramil N. Singh; Joan Sabaté; Karen JaceldoSiegl; Jing Fan; Synnove Knutsen; W. Lawrence Beeson; Gary E. Fraser JAMA Intern Med. 2013;():1-8.doi: 10.1001/jamainternmed. 2013.6473– Singer. 7 - Capra, F. e Steindl-Rast, D. com Matus, T. Pertencendo ao Universo. Explorações nas fronteiras da Ciência e da Espiritualidade. São Paulo, Ed. Cultrix, 1991.


Serenidade O bom cidadão não pode nem deve abdicar da serenidade em qualquer situação em que se veja colocado. Deixar-se dominar pelas secretas paixões do ego é comportamento perigoso, porque elas enceguecem-no, tiram-lhe o discernimento e precipitam-no a situações embaraçosas. A serenidade demonstra segurança pessoal, consciente de atitude e con ança no bem. Normalmente, nos momentos de crises, acendem-se incêndios vorazes e labaredas inesperadas quão devoradoras surgem em todo lugar, di cultando o entendimento da ocorrência e precipitando condutas lamentáveis. A verdade é falseada, suposições aleivosas são transformadas em acusações insensatas e o julgamento é sempre infeliz, porque é rmado em ideias preconcebidas. A crise de qualquer natureza é sempre o clímax de uma questão malcuidada que se vai agravando à medida que não recebe a consideração merecida, até o momento em que já não é mais possível ser postergada. Logo surgem temperamentos exaltados de um lado e do outro, que se desa am ansiosos por

debates inúteis e acusatórios, revelando também os aproveitadores que se escusam de comprometer-se, porque são pusilânimes e desejam sempre lucrar. A serenidade não anui com o erro nem com os comportamentos ilegais, imorais e agressivos, somente age com equilíbrio, não aumentando a inquietação que se generaliza e quase sempre termina em ações que indigni cam os seres humanos. Nesses períodos de crises, de incertezas, surgem boatos assustadores, as calúnias são aceitas com exaltação e a justiça mal aplicada foge aos seus próprios estatutos.

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A melhor maneira de comportar-se durante ocorrências dessa natureza é agir-se corretamente, sem os envolvimentos emocionais de ocasião, contribuindo em favor da harmonia de todos. Nestes dias nos quais as notícias correm com altíssima velocidade e as condutas de enfermos emocionais se aproveitam para gerar pânico, é necessário vigilância para não se abandonar a serenidade.

Divaldo Franco - Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 24/03/2016

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