O Anatomista - Vol. 2, No 2

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O Anatomista Revista de Divulgação Científica da Sociedade Brasileira de Anatomia Ano – 2, Volume – 2, Abril - Junho, 2011


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Sumário ANATOMIA E ARTE

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FAZENDO APLICAÇÃO CLÍNICA

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NOSSOS MESTRES PROF. ÁLVARO FRÓES DA FONSECA

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NOSSOS COLEGAS PROFA. SÍLVIA DE CAMPOS BOLDRINI

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Expediente O ANATOMISTA Revista de Divulgação Científica da Sociedade Brasileira de Anatomia Editores: Nadir Eunice Valverde Barbato de Prates e Richard Halti Cabral Conselho Editorial:

Arani Nanci Bomfim Mariana José Aderval Aragão Marcelo Cavenaghi Pereira da Silva João Carlos de Souza Cortes Mirna Duarte Barros Telma Sumie Masuko

Capa: As imagens foram obtidas do site “The Temptation of Adam and Eve (http://jewishchristianlit.com/Topics/AdamNeve). A imagem superior corresponde à obra “Tentação e Queda” de Michelangelo, encontrada no teto da Capela Sistina. Na parte inferior esquerda, a imagem corresponde à obra “A Árvore da Morte e da Vida” e na parte inferior direita, a obra “Adão e Eva”, de Lucas Cranach, encontrada na Courtauld Gallery, em Londres. A responsabilidade do conteúdo dos artigos deve ser atribuída, exclusivamente, aos seus respectivos autores. As opiniões manifestadas nos artigos não, necessariamente, refletem a opinião da Sociedade.

E-mail: sba@icb.usp.br Site: www.sbanatomia.org.br Tel. :(11) 3091-7978 / Tel. /Fax: (11) 3813-8587


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Anatomia e Arte

Scott Eaton Artista inglês, fez mestrado no MIT Media Lab e depois estudou na Academia de Arte de Florença, na Itália. Atualmente oferece cursos de anatomia artística e de outras modalidades de arte. Organizou uma página na internet contendo todas as informações a respeito do seu trabalho (http://www.scott-eaton.com).


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Fazendo aplicação clínica ... Aneurisma de Artéria Basilar em Cadáver: Relato de Caso Introdução O aneurisma cerebral corresponde a uma dilatação anormal de algum vaso arterial responsável pela irrigação do cérebro e que apresenta, como principal complicação, a ruptura da sua parede. Esta evolução é extremamente grave, uma vez esta ruptura arterial é reponsável pela morte de quase um terço dos pacientes1. A formação de um aneurisma é resultado de um enfraquecimento da parede vascular, muitas vezes relacionado à diminuição ou alteração das características estruturais das fibras colágenas. A ação da força resultante da pressão e do fluxo sanguíneo sobre a parede do vaso doente provoca a sua dilatação paulatina e/ou episódica, culminando na ruptura do mesmo. Condições clínicas como hipertensão arterial sistêmica, aterosclerose, doenças do colágeno, rins policísticos, dysplasia fibromuscular e a Síndrome de Ehlers-Danlos parecem estar relacionadas a uma maior incidência de aneurismas cerebrais¹·³. Existem ainda os aneurismas congênitos, cujas investigações parecem evidenciar uma provável influência genética (1p34-36, 2p14-15, 7q11, 11q25, e 19q13.1-13.3). De acordo com a sua forma e tamanho, os aneurismas cerebrais podem ser divididos em: 

Sacular: quando a porção dilatada do vaso apresenta uma forma esférica;

Fusiforme: quando a porção dilatada do vaso apresenta uma forma de fuso;

Gigante: quando o seu diâmetro é superior a 2 cm. A localização mais comum dos aneurismas cerebrais é o círculo arterial do cérebro

(Willis). Em mais de 2/3 dos casos, os aneurismas se desenvolvem na porção anterior do círculo arterial, envolvendo as artérias carótidas internas e seus ramos¹. Os aneurismas da porção posterior chegam a aproximadamente 10%². Com relação ao círculo arterial do cérebro, a sua formação a partir das artérias basilar, carótidas internas e seus ramos, determinam um plexo vascular em torno do tronco encefálico que permite a ocorrência de inúmeras variações anatômicas 4.


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Aneurisma de Artéria Basilar em Cadáver Relato do caso Durante a dissecação de um crânio adulto no Instituto de Anatomia da Universidade Severino Sombra Vassouras / RJ, retirou-se parte do lobo temporal direito para se tentar expor os ramos do nervo trigêmeo. Ao se proceder à identificação das estruturas dissecadas, foi possível identificar, além da porção bulbar do tronco encefálico, um aneurisma na porção mais superior da artéria basilar, próximo ao clivo do osso esfenóide. Apesar do aneurisma, a artéria basilar apresentava anatomia normal, sendo formada a partir da união das duas artérias vertebrais no nível do sulco bulbopontino, próximo da origem aparente dos nervos cranianos VI, VII e VIII 5 e percorrendo, longitudinalmente, o sulco basilar. Notou-se, também, um importante relação do aneurisma com o quiasma óptico, com os corpos mamilares e o nervo oculomotor. Esta última relação, entre a face superior da artéria basilar e o nervo oculomotor pode corresponder ao mecanismo fisiopatológico de lesão do III par craniano, uni ou bilateral. Por esta razão, foi realizada a análise morfométrica deste aneurisma que apresentou um comprimento de 8,33mm e largura de 7,41mm. A distância oculomotor-carótida interna foi de 3,84mm, enquanto que o espaço entre colo do aneurisma e o nervo oculomotor direito foi de 8,68mm. Quando tentou-se relacionar o aneurisma à sela túrcica, verificou-se que a distância do mesmo até o dorso da sela foi de 12,90mm.

Figura 1– Foto do crânio dissecado, demonstrando a localização do aneurisma cerebral.


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Aneurisma de Artéria Basilar em Cadáver

Figura 2– Foto do estudo morfométrico do aneurisma cerebral e da sua relação com o n. oculomotor AB: Aneurisma de artéria basilar NCIII: Nervo oculomotor

Discussão A compressão do tronco encefálico, dos nervos cranianos de origem bulbar ou do nervo oculomotor por aneurismas da artéria basilar ou de outros vasos do círculo arterial do cérebro pode ser explicada pela relação anatômica entre estes vasos sanguíneos e as estruturas do sistema nervoso central. Esta afirmação pode ser reforçada pelo estudo morfométrico realizado neste caso relatado, que demonstra a proximidade de um aneurisma gigante da a. basilar (8,33 mm de diâmetro) com o nervo oculomotor. Além das complicações resultantes da compressão das estruturas nervosas, os aneurismas intracranianos gigantes apresentam prognóstico ruim se não tratados 6,7. Tratamentos baseados na embolização endovascular ou na clipagem microcirúrgica representam importantes modalidades terapêuticas. Entretanto, na fase aguda do tratamento da ruptura e nos casos de múltiplos aneurismas, a abordagem seqüencial multimodal apresenta melhor resultados8. O tamanho do aneurisma também influencia na escolha do tratamento a ser indicado. Segundo Wiebers e colaboradores, são indicações para tratamento de aneurisma intracraniano: o aneurisma intradural sintomático, seja por efeito de massa, processo tromboembólico ou compressão de pares cranianos; múltiplos aneurismas com história de hemorragia sub-aracnóidea prévia, aneurisma na face superior da a. basilar, aneurisma multilobulado menor que 10mm em paciente jovem com história familiar de hemorragia


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Aneurisma de Artéria Basilar em Cadáver subaracnóidea e aneurisma maior que 10mm 9. Assim, levando-se em consideração tais indicações e também os achados de dissecção, se o caso relatado tivesse sido diagnosticado em vida, o paciente preencheria os critérios para indicação do tratamento da aneurisma. Bibliografia: 1-Schievink WI. Intracranial aneurysms. N Engl J Med. 1997; 336:28-40 2-Gozalez LF, Amin-Hanjani S, Bambakidis NC,Spetzler RF. Skull base approaches to the basilar artery. Neurosurg focus. 2005; 19:E3 3-Holanda L,editor. Manual de neurocirurgia. São Paulo, Fundação BYK – 1995 4-Padget DH. Development of cranial arteries in human embryo. Contrib Embryol. 1948;32:205-62 5-Machado A. Neuroanatomia funcional. 2 Ed. Editora Atheneu. 6-Irie K, Murayama Y. Current envascular therapy of cerebral aneurysm. No Shinkei Gueka. 2005;57:727-36 7-Nakase H, Shin Y, Kanemoto Y, Ohnishi H, Morimoto T, Sakaki T. Long-term outcome of unrupted giant cerebral aneurysms. Neurol Med Chir ( Tokyo ). 2006;46:379-86 8-James Ling A, D’urso PS, Madan A. Simultaneous microsurgical and endovascular management of multiple cerebral aneurysms in acute subarachnoid haemorrhage. J Clin Neurosci 2006;13:784-8 9-Wiebers DO, Piepgras DG, Meyer FB, Kallmes DF, Meissner I, Atkinson JL et all. Pathogenesis, natural history, and treatment of unruptured intracranial aneurysms. Mayo Clin Proc 2004;79(12): 1572-83 Marcelo Medeiros Felippe* Thiago D`Addazio Machado* Ananda Caroline Lopes Soares* Fernando Medeiros Felippe* Fábio Lopes Telles** * Estudante de Graduação ** Docente responsável Instituto de Anatomia da Universidade Severino Sombra (IAUSS) Universidade Severino Sombra/ Vassouras - RJ


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Nossos Mestres ... Professor Álvaro Fróes da Fonseca Álvaro Fróes da Fonseca, gaúcho, nascido na cidade de Porto Alegre, em 26 de março de 1890, filho de João Henrique da Fonseca e Candida Fróes da Fonseca, iniciou o Curso de Medicina na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 1908, onde cursou apenas a primeira série médica, sendo que as restantes foram cursadas na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde foi monitor voluntário da cadeira de Anatomia em 1911 e monitor efetivo da mesma em 1912 e 1913. Formou-se em 14 de junho de 1914, e no mesmo ano habilitou-se à Livre-docência na Cátedra de Anatomia desta Universidade.

Foto gentilmente cedida pelo Prof. Dr. Pedro Paulo Franco Méxas, professor da Universidade Severino Sombra e ex-aluno do Prof. Fróes na Faculdade de Medicina de Vassouras.

Nesta mesma época (até o ano de 1916) ele clinicou no arraial de Ibertioga, em Barbacena, estado de Minas Gerais.


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Nossos Mestres ... Já nos anos de 1917 a 1919, exerceu clínica, especialmente pediátrica em Porto Alegre, sua terra natal, concomitantemente com o magistério de Anatomia na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, onde atuou por dois meses como professor substituto (concursado). No ano de 1919 foi Catedrático de Anatomia Médico-cirúrgica e operações nesta mesma faculdade. Em 1920, foi aprovado por concurso como professor substituto na Faculdade de Medicina da Bahia, e imediatamente a seguir Catedrático de Anatomia Médico-cirúrgica na mesma faculdade até 1926. Aos 11 de novembro de 1926, foi nomeado em virtude de concursos de títulos e provas, como Catedrático de Anatomia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Também foi Catedrático de Anatomia na Faculdade Nacional de Odontologia em 1934, sendo dispensado de provas devido ao voto unânime da congregação, sendo diplomado em odontologia pela escola de Farmácia e Odontologia do Rio de Janeiro, em 1935. Nos anos de 1946 a 1949 foi professor catedrático de Anatomia e Fisiologia artísticas na Escola Nacional de Belas Artes. No início do ano de 1948, o Ministro da Educação e Saúde designou, por meio de portaria datada de 20 de fevereiro daquele ano, uma comissão integrada por Álvaro Fróes da Fonseca, Edgard Roquette Pinto, Arthur Ramos e Heloisa Alberto Torres, para planejar o "Primeiro Congresso Brasileiro de Antropologia". No dia 31 de julho de 1952, foi fundada a Sociedade Brasileira de Anatomia (S.B.A.), durante a 1ª Reunião Brasileira de Anatomia, que estava sendo presidida pelo Prof. Álvaro Fróes da Fonseca, no Departamento de Anatomia Descritiva e Topográfica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Na sessão de encerramento o Prof. Renato Locchi propõe a fundação da S.B.A. “congregando todos os cultores da Morfologia Normal do Brasil”. Foi apresentado e discutido o anteprojeto de Estatuto Social com 14 artigos, que após votação pelo Plenário foi aprovado. Por proposta do Prof. Álvaro Fróes da Fonseca foi aclamado, com uma salva de palmas, o Prof. Renato Locchi, como 1º Presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia (1952-1953). Álvaro Fróes da Fonseca assume logo depois, como 3º presidente desta sociedade nos anos de 1954 à 1956. Em 01 de julho de 1969, com 79 anos, iniciou seu trabalho na Faculdade de Medicina de Vassouras como “Professor Regente” de Anatomia I. Logo depois passou a responder também como Chefe do Laboratório de Antropologia Física, onde permaneceu até sua saída


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Nossos Mestres ... em 31 de março de 1977, com 87 anos.

Professor Fróes ministrando aula na Faculdade de Medicina de Vassouras Foto gentilmente cedida pelo Prof. Dr. Pedro Paulo Franco Méxas, professor da Universidade Severino Sombra e ex-aluno do Prof. Fróes na Faculdade de Medicina de Vassouras.

Neste período o Prof. Fróes era muito querido entre os alunos e por diversas vezes foi homenageado durante as cerimônias de formatura das turmas do Curso de Medicina, como podemos ver, por exemplo, no nome da turma do segundo semestre de 1976.


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Nossos Mestres ... Em reconhecimento aos oito anos de trabalho nesta Instituição de Ensino Superior, que hoje é a Universidade Severino Sombra, o nome do Prof. Álvaro Froés da Fonseca, foi dado ao prédio onde funciona o Instituto de Anatomia desta universidade (IA-USS), ao Museu de Anatomia localizado no IA-USS e também ao Diretório Acadêmico do Curso de Medicina (CAFF).

Foto do Bloco Prof. Álvaro Fróes da Fonseca, onde funciona o Instituto de Anatomia da Universidade Severino Sombra (USS) e do diretório acadêmico do curso de medicina da USS, Vassouras – RJ.

Outros títulos atribuídos ao Professor Álvaro Fróes da Fonseca foram o de Diretor da Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, hoje a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Membro Vitalício da Anatomisch Gesellschaft, Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Anatomia, Membro da Associação Brasileira de Antropologia, Membro da Sociedade Brasileira de Biofísica, Membro da Sociedades Médicas de porto Alegre e da Bahia, Comendador da Ordem do Mérito da República do Paraguai, Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (título conferido pelo Conselho Universitário). Também foi autor de diversos Trabalhos Anatômicos como:  “O istmo das subclávias”, publicado na folha acadêmica de 1912;


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Nossos Mestres ...  “De naturae luso”, tese de doutorado, aprovada com distinção e louvor especial, lavrado em ata, defendida em 02 de junho d 1914;  “Contribuição ao estudo anatômico do lobo parietal”, tese de docência, em 1914;  “O trígono supra-inguinal no homem”, tese de concurso, 1917;  “As linhas temporais do parietal e a fáscia aponeurótica do crotáfito”, Revista dos Cursos da Faculdade de medicina de Porto Alegre, 1917;  “Os linfo-gânglios e seu papel na gênese de neuralgias intercostais”, comunicação à Sociedade de Medicina de Porto Alegre, 1917;  “Nota sobre as artérias temporais”, Revista dos Cursos da Faculdade de medicina de Porto Alegre, 1919;  “Contribuição ao estudo dos nervos intercostais”, tese de concurso, 1920;  “Considerações sobre a região temporal”, tese de concurso;  “Compêndio de anatomia médico-cirúrgica”, fascículo primeiro, Bahia, 1923;  “Uma variedade de cólon pélvico”; “Os músculos intercostais dorsais de Nishi”; “Ligamentos do joelho”; “Os relevos ósseos da fossa temporal e a sua utilização em topografia crânio-encefálica”; temas de comunicações à Sociedade de Medicina da Bahia, referidas nas respectivas atas, publicadas no Diário Oficial do Estado, entre 1920 e 1925;  “Contribuição à anatomia do esterno”, tese de concurso à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1926;  “Anatomia do timo”, id. 1926;


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Nossos Mestres ...  “Localizações corticais”, conferência na 1ª Reunião Brasileira de Anatomia;  “Nomenclatura Anatômica”, relatório apresentado na Reunião Brasileira de Anatomia;  “Os aspectos anátomo-radiológicos das veias diplóicas e a sua interpretação”, comunicação ao Congresso Oto-rino-laringológico, em Salvador;  “O ensino anatômico”, no Congresso Médico de Porto Alegre em 1926, publicado na Revista A Patologia Geral;  “A seriação do ensino médico”, publicação na Revista A Patologia Geral, março de 1931. A imagem abaixo é de um trecho da obra “SINOPSE DOS TÍTULOS E TRABALHOS DO PROFESSOR A. FRÓES DA FONSECA – Comemoração dos seus 90 anos de idade”, de março de 1980, que se encontra no acervo da Biblioteca Central da Universidade Severino Sombra, na cidade de Vassouras, onde o Prof. Fróes fala um pouco de sua vida e seus 90 anos de idade.


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Nossos Mestres ... Por tudo isto não podemos deixar apagado da História da Anatomia, o ilustre Professor Álvaro Fróes da Fonseca.

Prof. Fábio Lopes Telles Docente responsável do Instituto de Anatomia da Universidade Severino Sombra (IAUSS) / Vassouras - RJ Sócio da Sociedade Brasileira de Anatomia


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Nossos Colegas ... Professora Sílvia de Campos Boldrini

Sílvia de Campos Boldrini nasceu na cidade de São Paulo em 17 de janeiro de 1970. Graduou-se em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da UNESP, em Araraquara, no ano de 1993. Interessada pela Anatomia, ingressou no programa de pós-graduação do Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, obtendo o título de “Mestre em Ciências”, no ano de 1999, com a tese “ Estudo da Mucosa Palatina de Ratos Nutridos, Empregando os Métodos de Microscopia de Luz e Eletrônica de Varredura”. Em 2003, seguindo a linha de crescimento craniofacial e desnutrição protéica, obteve o título de “Doutor em Ciências”, com a tese Efeitos da Desnutrição Protéica Pré e Pós Natal e da Renutrição Pós Natal sobre o Crescimento Craniofacial de Ratos Wistar: Análise Craniométrica, Morfoquantitativa e Ultraestrutural”. Desde 1999, começou a exercer atividades docentes no Departamento de Anatomia do ICB, inicialmente como auxiliar de ensino, professora assistente e, finalmente, a partir de 2003, como professora doutora. Em todo este período, a Profa. Sílvia exerceu com brilhantismo e com muita dedicação sua função como docente e pesquisadora:  Ministrou aulas de anatomia para os alunos dos cursos de Odontologia da Faculdade de Odontologia da USP (FO-USP);


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Nossos Colegas ...  Ministrou aulas para os alunos dos cursos de Fonoaudiologia, Nutrição, Farmácia e Educação Física da USP;  Ministrou aulas em diversos cursos de extensão universitária, tanto na FO-USP como no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP;  Participou de várias comissões departamentais e de diversos colegiados, como: Coordenadorias de Graduação e de Biotério do Departamento de Anatomia do ICB-USP, Congregação do ICB-USP, Comissões de Informática, Biossegurança e Reciclagem do ICB-USP;  Desenvolveu uma importante linha de pesquisa integrando morfologia, desnutrição e crescimento craniofacial;  Publicou 14 trabalhos em revistas científicas de relevância nacional e internacional;  Publicou 62 resumos em anais de congressos;  Apresentou 74 trabalhos em eventos científicos;  Participou como professora examinadora de 36 bancas para avaliação de dissertação de mestrado, de 9 bancas para defesa de doutorado e de outras 9 bancas envolvendo qualificações de doutorado e trabalhos de conclusão de curso;  Orientou 9 estudantes de mestrado e de iniciação científica;  Foi membro de 8 comissões julgadoras de concursos públicos;  Participou de 24 eventos científicos;  Organizou 4 eventos científicos nacionais e 2 eventos científicos internacionais;  Foi revisora científica dos periódicos Journal of Morphological Sciences; Nutrition Research;  Foi agraciada com diversos prêmios, entre eles: o Certificado de Honra ao Mérito da FESBE, em 2008 e os prêmios concedidos pelo Departamento de Anatomia do ICB-USP, pela FO-USP e pela Faculdade de Odontologia de Barretos;  Foi também Professora Titular de Anatomia do Centro Universitário Adventista de Ensino (CEUASP), ministrando aulas de Anatomia para os cursos de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia. Além de todas estas atividades, a Profa. Sílvia também colaborava com a Associação dos Docentes da USP (ADUSP), atuando no Conselho de Representantes . Foi a idealizadora e a organizadora do I Encontro Internacional de Ensino em Anatomia do ICB, ocorrido em São Paulo em 2010. Além de possibilitar o intercâmbio entre


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Nossos Colegas ... docentes do Brasil e de várias outras partes do mundo, este evento representou um marco no Ensino da Anatomia no Brasil ao discutir, não só as diversas questões relacionadas à prática docente diária, mas também por ressaltar a importância da pesquisa e da investigação no ensino da Anatomia. Infelizmente, no último dia 05 de junho de 2011, quis o destino que num acidente de carro, provocado por um motorista bêbado, a Profa. Sílvia de Campos Boldrini falecesse e deixasse seu filho Pedro, seu esposo, o Prof. Édson Aparecido Liberti, seus demais familiares e amigos, com uma enorme saudade.

“A UM AUSENTE Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar. Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora. Detonaste o pacto. Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair. Antecipaste a hora. Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas. Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada? Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança. Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste Carlos Drummond de Andrade

” Prof. Dr. Richard Halti Cabral Professor Doutor do Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo Professor Titular da Universidade Metropolitana de Santos Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia


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