Anais de Resumos - CBA 2012

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O ANATOMISTA Ano 3 - Suplemento 1 Dezembro de 2012 ISSN: 2177-0719

Anais de Resumos

Expediente

Selecionados para Apresentação durante o

XXV Congresso Brasileiro de Anatomia Salvador 2012

O ANATOMISTA Revista de Divulgação Científica da Sociedade Brasileira de Anatomia Editores: Nadir Eunice Valverde Barbato de Prates Richard Halti Cabral Conselho Editorial: Arani Nanci Bomfim Mariana José Aderval Aragão Marcelo Cavenaghi Pereira da Silva João Carlos de Souza Cortes Mirna Duarte Barros Telma Sumie Masuko

A responsabilidade do conteúdo dos artigos deve ser atribuída, exclusivamente, aos seus respectivos autores. As opiniões manifestadas nos artigos não, necessariamente, refletem a opinião da Sociedade. E-mail: sba@icb.usp.br Site: www.sbanatomia.org.br Tel. :(11) 3091-7978 / Tel. /Fax: (11) 3813-8587

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85 ANOS DE PERSISTÊNCIA DE DUCTO ARTERIOSO, AVALIAÇÃO ECOCARDIOGRÁFICA – RELATO DE CASO Masetto AC, Young TH, Vieira AFM, Macaciel RM, Mazzarone R, Leite TFO, Silva JG, Chagas CAA* Universidade Federal Fluminense; Universidade Federal do Rio de Janeiro; Departamento de Cardiologia Diagnósticos da América; Departamentos de Clínica, Angiologia e Cardiologia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro A persistência do ducto arterioso é uma anomalia congênita na qual um vaso, derivado do sexto arco aórtico primitivoque conecta a aorta descendente ao ramo esquerdo da artéria pulmonar no período fetal, permanece patente após o nascimento, causando um shunt arterio-venoso. Se necessário, o tratamento pode ser feito através do fechamento transcateter, com um maior índice de sucesso em ductos menores que 8mm. Em uma avaliação pré operatória para uma colecistectomia, uma mulher de 85 anos, foi submetida a um ecocardiograma bidimensional com doppler, que mostrou função sistólica global e segmentar normais, disfunção diastólica do Ventrículo Esquerdo (VE) grau I e dimensões cavitárias normais. Durante ato cirúrgico a paciente apresentou taquicardia supra ventricular, que a levou a uma nova avaliação médica, quando foi realizado um ecocardiograma transesofágico com doppler colorido. Exame atual: VE remodelado por hipertrofia. Aumento do volume do átrio esquerdo, indexado em 49ml/m2. Presença de ducto arterioso distal a origem da artéria subclávia esquerda, com fluxo turbulento na sístole e na diástole, da aorta para o segmento proximal do ramos esquerdo da artéria pulmonar (Shunt E/D) através do canal, sem sinais de hipertensão pulmonar (PSAP estimada em 30 mmHg) ou sinais de sobrecarga das câmaras direitas. QP/QS < 1,5 / 1,0. O ducto arterioso patente é uma dos defeitos congênitos mais comuns nos EUA. Sua apresentação clínica varia muito, sendo frequentemente diagnosticado em crianças. O descobrimento desta condição pode ser retardado até o fim da infância ou até a vida adulta, mas é muito incomum em pacientes idosos assintomáticos o que motivou a apresentação deste trabalho.

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A ANATOMIA ESTÁ EM TODO LUGAR – EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA Silva JMS, Barros HP, Santos JAB, Oliveira RL, Tenorio TPA, Barros HMM, Rodrigues RA, Bezerra NN

Diversos artistas renascentistas como Da Vinci, Michelangelo, Giotto e Raphael na busca da forma mais perfeita possível de retratar suas obras e com sensibilidade artística refinada, consolidados com os achados de estudiosos como do matemático Leonardo Fibonacci, descobridor da sequência numérica que recebe seu nome, que dá origem ao que os artistas chamam de número de ouro ou divina proporção, observaram que muitas das estruturas anatômicas humanas se parecem com formas de outros seres vivos e de alguns alimentos. O objetivo deste estudo foi relacionar e comparar essas estruturas com outros seres e alimentos, verificando sua semelhança. Este estudo de caráter descritivo utilizou imagens de estruturas anatômicas humanas de peças cadavéricas dissecadas ou publicadas em atlas de anatomia humana, correlacionando-as com frutos, vegetais, plantas e outros seres vivos, fotografados em estúdio, in natura ou em publicações, posicionando-os ou seccionando-os de forma que pudessem apresentar a maior semelhança possível com as imagens anatômicas correlatas. Esse material artístico faz parte de uma exposição fotográfica que tem na demonstração lúdica o interesse de despertar a curiosidade e o interesse no estudo da anatomia. PALAVRAS-CHAVES: Anatomia Humana, Morfologia, Sequência Fibonacci

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A ATIVAÇÃO DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA 2 ENDÓGENA É UM PROMISSOR TRATAMENTO PARA O GLAUCOMA Foureaux G*, Nogueira BS, Fulgêncio GO, Nogueira JC, Cardoso VN, Diniz SOF, Ferreira, AJ Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

O sistema renina-angiotensina regula vários sistemas biológicos e está envolvido em patogenias oculares como o glaucoma. A Angiotensina (Ang)-(1-7), formada a partir da ação da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) sobre a Ang II, se liga ao receptor Mas e parece contrabalancear os efeitos deletérios da Ang II. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da ativação da ECA2 endógena, utilizando o composto aceturato de diminazeno (DIZE) no glaucoma experimental. O glaucoma unilateral foi induzido em ratos Wistar (180-220g) através de injeção de 30L (10mg/mL) de ácido hialurônico na câmara anterior, 1 vez por semana, durante 5 semanas. O DIZE foi administrado de forma tópica e diária (1mg/kg, diluído em salina). Um grupo adicional de animais foi implantado com minibombas osmóticas contendo A-779 (bloqueador do receptor Mas). Ao final do tratamento, o radioisótopo 99m Tc (tecnécio) foi injetado na câmara anterior para avaliar a drenagem do humor aquoso a cada 30 minutos, durante 3h. A análise das células ganglionares (Cg) foi realizada através da morfometria. Os dados foram expressos em média ± EPM considerando-se p<0,05. Os resultados mostraram que a pressão intra-ocular dos animais com glaucoma tratados com DIZE (GT) retornou aos valores normais (8,6 ± 0,4mmHg), enquanto a dos animais não tratados (GNT) se manteve elevada (27,1 ± 1,9mmHg). O DIZE ainda foi capaz de prevenir a morte das Cg (GT: 629 ± 8,8 vs GNT: 541 ± 9,3) e melhorar a drenagem do humor aquoso. O A-779 bloqueou completamente a ação do DIZE, indicando que os efeitos do DIZE são via receptor Mas através do aumento da produção da Ang-(1-7). Esses resultados sugerem que a ativação da ECA2 endógena pode ser uma estratégia terapêutica viável para o tratamento do glaucoma.

A CRANIOMETRIA COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO EM ANTROPOLOGIA FORENSE: REVISÃO DE LITERATURA Matias EF*, Trindade AKF, Sousa EMD, Lucena LBS, Pereira BC, Lima WJM, Moreira PS, Medeiros ARC Universidade Federal da Paraíba A antropologia forense é a aplicação legal da ciência antropológica e tem por finalidade ajudar na identificação de cadáveres e na determinação da causa de morte. A identificação de restos do esqueleto humano possui grande importância nos estudos forenses e, as medições do crânio, por meio da craniometria, desempenham um papel fundamental na resolução da etnia, sexo, idade e estatura do esqueleto examinado. Este trabalho objetiva apresentar a importância da craniometria na antropologia forense, por meio de estudo da literatura, e teve como metodologia, a seleção de alguns artigos, sem limite temporal, realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) a partir de descritores (antropologia forense, craniometria, identificação humana), tanto em língua portuguesa como inglesa; livros, dissertações e teses, na temática do estudo, também foram consultados. Para os autores, a craniometria é definida como uma técnica, ou sistema convencional, que determina a medição do crânio, de maneira sistematizada universalmente, o que permite a avaliação comparativa entre estudos realizados por diferentes pesquisadores, sendo complementar à cranioscopia. Por exemplo, utilizando-se dos pontos craniométricos, o pesquisador pode extrair medidas que, aplicadas às metodologias quantitativas, revelam resultados, e que, quando submetidos à comparação com um dado científico referencial, pode-se fazer a diagnose do sexo, idade, estatura e até etnia das amostras em análise. Por tanto, a craniometria se faz relevante na antropologia forense, sobretudo por subsidiar as elucidações de cunho criminal. A estimação da etnia tem seu valor, sobremaneira contribuindo nos estudos de distribuição e dispersão de raças ao longo da história do homem.

APOIO FINANCEIRO: CAPES, CNPq e Fapemig

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A DISSECAÇÃO COMO PRÁTICA DESENVOLVIDA POR MONITORES DE ANATOMIA HUMANA

A DIFFERENT BRACHIAL ARTERY VARIATION Jacomo AL, Saleh S, Garcia GH, Andrade M, Akamatsu FE

Unlike venous system, variations in arterial anatomy are less frequent and most of them affect visceral arteries. In limbs, variations of the brachial artery are the most reported and at least six different patterns have been described so far. The commonest is the superficial brachial artery which lies superficially to the median nerve. Much less prevalent are the high origin of the radial artery (brachioradial artery) or the existence of a doubled brachial artery (accessory brachial artery). We present a previously undescribed pattern of brachial artery variation. During dissection of the right upper limb of a 60 year-old male embalmed cadaver, we found the bifurcation of the brachial artery in the proximal portion of the middle third of the arm. Its medial branch reaches the medial aspect of the arm, posterior to the median nerve. Afterwards, this medial branch redirects laterally and crosses again the median nerve, this time lying anterior to the nerve until it reaches the lateral aspect of the arm. At the elbow level, the medial branch originates the radial artery. The lateral branch of the brachial artery remains lateral to the median nerve and continues as ulnar artery and originates the interosseus artery.

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Moreira PS*, Lima WJM, Pereira PAP, Rocha AS, Diniz PKF, Medeiros ARC, Matias EF Universidade Federal da Paraíba

A técnica de dissecação é utilizada para preparo de peças anatômicas para estudo, permitindo a identificação precisa das estruturas anatômicas que compõem o corpo humano. A partir dela, as estruturas podem ser estudadas possibilitando melhor entendimento, já que permite avaliação da forma, tamanho e relação com as demais estruturas do corpo. A dissecação realizada por monitores de anatomia é de grande importância, uma vez que existe uma maior possibilidade de aprendizado se comparado apenas com a observação de peças previamente dissecadas. O objetivo desse trabalho é avaliar se os monitores de anatomia têm incluído a dissecação rotineiramente em suas atividades, identificar qual a importância da técnica de dissecação para estes monitores e descrever as dificuldades encontradas. Trata-se de estudo observacional seccional que será realizado na Universidade Federal da Paraíba, por meio de aplicação de questionário aos monitores de anatomia humana do Departamento de Morfologia. A partir das respostas dos questionários será possível identificar qual o nível de interesse dos monitores pela técnica de dissecação, quantos deles fazem ou já fizeram uso da dissecação, o que acham da técnica para sua aprendizagem e de que modo a dissecação contribui para o aprimoramento de suas aulas como monitor. Serão utilizados gráficos e tabelas para expor os resultados obtidos

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A ESCULTURA COMO EXPRESSÃO ARTÍSTICA DA FORMA HUMANA NA VISÃO DO ANATOMISTA

A EXPOSIÇÃO AO DBP (DI-N-BUTILFTALATO) AUMENTA A INCIDÊNCIA DE LESÕES HISTOPATOLÓGICAS NA PRÓSTATA DE RATOS INICIADOS PELO MNU

Pereira PAP*, Medeiros ARC, Moreira PS, Lima WJM, Rocha AS, Diniz PKF, Matias EF

Peixoto AR1, Santos TM1, Brandt JZ1, Favaro WJ2, Felisbino SL 1, Pinheiro PFF1, Domeniconi RF1, Scarano WR1*

Universidade Federal da Paraíba – UFPB 1

A representação artística da forma humana é realizada desde a antiguidade. Representar a forma humana e suas expressões é um modo de aplicar a anatomia em prol da arte para exprimir sentimentos, propiciar reflexões ou descrever a relação do ser com seu meio. O conhecimento anatômico não é pré-requisito para a arte, mas pode influenciar no resultado obtido. O estudo avaliou a obra do escultor e anatomista Eulâmpio Silva Neto através de entrevista a fim de compreender a influência do conhecimento anatômico em sua arte. Com cerca de 50 esculturas realizadas, o escultor relata que sua obra sofre grande influência do conhecimento anatômico obtido pela dissecação. Ressalta que enfatiza principalmente a cabeça, as mãos e os pés, pois são partes expressivas do corpo. Na anatomia de superfície destaca: olhos, boca e nariz, m. esternocleidomastóideo, costelas e as linhas semilunares no abdome. Sua obra se enquadra na escola expressionista, onde a expressão é o aspecto mais relevante, por isso, “o mais difícil não é esculpir a forma anatômica, é dar a expressão, fazer com que a peça pareça viva e respirando”. Realizou 3 exposições: 1ª “Dor” (Obras: Angústia, Decepção, Melancolia, Psyché, Remorso, Solidão, Ansiedade, Depressão, Culpa, Fobia), 2ª “Pathos das Dores e das Loucuras” (Obras: Incerteza, Aflição, Desassossego, Loucura I, Loucura II, Loucura III – Antítese, Loucura IV – Paradoxo, Loucura V – Felicidade, Loucura VI – Ira, Loucura VII – Paixão), 3ª “Transgressões Capitais” (Obras: Estupro, Pedofilia, Violência, Fome, Opressão, Clausura, Preconceito, Tráfico, Covardia – negação da vida, Chacina). Ser anatomista o diferencia por usar aspectos da anatomia profunda na superfície a fim de obter o resultado desejado na expressão de suas obras.

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Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP; 2 Instituto de Biologia, UNICAMP, Campinas, SP

Os ftalatos, considerados agentes anti-androgênicos, são utilizados na fabricação de plásticos empregados em indústrias e são amplamente encontrados como substâncias contaminantes no meio ambiente. Este estudo teve por objetivo avaliar o potencial carcinogênico do DBP administrado desde o período fetal. Ratas prenhes foram divididas em 4 grupos experimentais: 2 tratados: (TDBP100-100mg/kg e TDBP500-500mg/kg) e 2 controles: (CN e CMNU). Os grupos TDBP100 e TDBP500 foram expostos do dia gestacional 15 até o DPN21 (dia pós-natal). Na 6ª. semana, os grupos tratados (n=16/grupo) e CMNU (n=8) receberam o carcinógeno MNU (N-metil-N-nitrosuréia- 50 mg/Kg, i.p.). Metade dos animais tratados (n=8/grupo) continuou recebendo o DBP (100+ e 500+) após o desmame em doses semanais até o DPN180, enquanto os demais foram mantidos pelo mesmo período sem tratamento (100- e 500-). Após o MNU, os animais receberam injeções semanais de testosterona (2mg). No 180º. DPN, os animais foram pesados, decapitados e o sangue coletado para dosagens hormonais. Os lobos ventral e dorsolateral foram fixados para as análises histopatológicas e imunoistoquímica (Ki67;AR). Foi realizada análise da expressão de MAPK e AR por Western Blotting. O peso corporal, da próstata ventral e os níveis séricos de testosterona não diferiram entre os grupos. A imunorreatividade para o AR foi maior em TDBP100+/-. O índice de proliferação epitelial foi maior no grupo TDBP100+. Houve um aumento na incidência de inflamação e hiperplasia nos grupos TDBP. PIA (Atrofia Proliferativa Inflamatória) e adenocarcinoma foram observados em TDBP500. A expressão da MAPK foi maior em TDBP100+. Esses resultados sugerem um possível efeito do DBP sobre a carcinogênese da próstata.

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A IMPORTÂNCIA DA LIGA UNIVERSITÁRIA DE ANATOMIA HUMANA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENSINO EM ANATOMIA Pereira NM, Valentim IM, Sandre LB, Maia TF, Lorena Dupim M, Nepomuceno VR, Marques KV

A IMPORTÂNCIA DA ANGIOTÉCNICA COM ACETATO DE VINIL NO ENSINO DA ANATOMIA Silva SRSB*, Santos NR, Negreiros RD, Amorim MJAAL UFRPE

O presente trabalho tem como importância mostrar como a técnica de preparo de modelo vascular pode servir de ferramenta auxiliar no ensino de estruturas anatômicas não vistas pelos métodos tradicionais de estudo, como no caso dos condutos vasculares menos calibrosos. Objetivamos através da técnica de repleção e corrosão, com acetato de vinil produzir peças anatômicas de vasos condutores, que irão ajudar no ensino prático da anatomia veterinária, pois produz modelos fiéis da anatomia vascular, o que nem sempre é possível visualizar nas peças de animais formolizados. Primeiramente há de se fazer a lavagem e aquecimento das peças ainda frescas e expor os devidos vasos, logo em seguida faz-se a canulação dos mesmos e injeta-se água destilada para fazer a lavagem dos espaços vasculares. Realizada a lavagem se faz a injeção do acetato de vinil, já colorido na devida proporção no qual foi diluído em acetona a 100%; depois de injetado o acetato, é retirada a seringa e feito o fechamento de sua entrada com um fio de náilon, a peça é mergulhada em água destilada e levada para o freezer para endurecimento do material injetado. Após a devida solidificação inicia-se a corrosão dos tecidos orgânicos por acido clorídrico (HCL) a 10%, o procedimento reside em lavar até retirar todo o parênquima restante, feito isso a peça é secada e esta pronta para estudo. Concluímos que através de uma técnica simples, de baixo custo e de fácil manipulação, foi possível obter um material de boa qualidade para o estudo da anatomia dos vasos condutores na graduação.

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INTRODUÇÃO: A Liga Universitária de Anatomia Humana (LUAH), fundada em 2011, visa aprofundar o conhecimento de seus membros na área de Anatomia Humana. As ações desenvolvidas nela são pautadas no ensino, pesquisa e extensão. OBJETIVOS: Relatar as estratégias de desenvolvimento e de manutenção da LUAH durante o seu período de atuação. METODOLOGIA: Os membros da Liga realizaram planejamento das atividades; reunião tutorial e discussão em grupo semanal através de seminários temáticos semanais envolvendo variações e anomalias anatômicas, casos clínicos, acessos cirúrgicos, necropsias e anatomia radiológica; estágio mensal no Instituto Médico Legal; aulas quinzenais de anatomia humana com ênfase na promoção de saúde para a comunidade; oficina de introdução à dissecção humana e de anatomia palpatória; uso da tecnologia para disseminação de conhecimento e divulgação das atividades da Liga; e iniciação científica. RESULTADOS: Houve aprofundamento discente dos conhecimentos em Anatomia, os quais foram de fato integrados com a prática clínica e cirúrgica; aplicação de habilidades práticas, como a dissecção, o trabalho em equipe, e o respeito pelo corpo humano; inserção discente na comunidade para promoção de saúde por meio do ensino de Anatomia com uma linguagem acessível e publicidade de suas atividades pelo uso de multimídias; além do desenvolvimento de grupos de pesquisa fomentados pela Liga. CONCLUSÃO: A LUAH mostra-se uma boa experiência dentro do contexto de Ligas Acadêmicas e tem sido um exercício de sucesso como estratégia de atividades extracurriculares em Anatomia Humana, contribuindo para o crescimento profissional e pessoal de seus membros logo no seu primeiro ano de existência.

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A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO DA DISCIPLINA BÁSICA COM A CLÍNICA ATRAVÉS DA SÍNDROME QUEBRA-NOZES 1 Moraes VF, 1Domingues RP, 1Cunha SMA, 2Verri ED 1 Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil; 2Professor de Anatomia Humana da Universidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DO ATLAS DE ANATOMIA COMO RECURSO DIDÁTICO PELOS ALUNOS DA FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE GOIÁS Matias KK, Véras LGF, Oliveira MA, Moreira SM

A dor pélvica crônica é um sintoma relativamente comum nas mulheres entre 18 e 50 anos, e dentre as causas destaca-se a congestão venosa pélvica com sinais de micro hematúria, associada geralmente a síndrome do quebra-nozes. Tal síndrome foi inicialmente descrita por El Sadr em 1950, mas foi De Schepper quem nomeou este fenômeno como Síndrome de Quebra-nozes. Tal denominação é atribuída pela comparação das pernas de um quebra-nozes que poderiam representar a artéria mesentérica superior e a aorta abdominal que fazem a compressão da artéria renal esquerda e causam toda a sintomatologia. Sabendo que a prevalência da síndrome do quebra-nozes é relativamente muito superior ao seu diagnóstico, provavelmente porque nem sempre a presença da alteração anatômica característica provoca sintomatologia, fizemos um grupo de estudos composto por 3 acadêmicos de medicina acompanhados de um professor orientador para aprofundarmos mais no assunto. Foram realizadas pesquisas e revisão literária em vários sites como, pubmed, scielo, anatpat, entre outros de revistas científicas. E assim, através de pesquisas, discussões e estudos de relatos práticos, foiavaliada a importância clínica de se relacionar o estudo anatômico com os sinais e sintomas presentes na síndrome. O resultado obtido foi a necessidade indispensável de se ter os conhecimentos anatômicos básicos, e principalmente, saber direcioná-los no dia a dia da pratica clínica, seja através dos sintomas, exame físico ou ate mesmo de exames complementares. Como conclusão, temos a indiscutível agregação de conhecimento que o trabalho proporcionou a todos do grupo de estudo e a certeza de uma prática futura. PALAVRAS CHAVES: Educação, Síndrome do Quebra-Nozes, Anatomia Humana.

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O processo de ensino-aprendizagem na disciplina de anatomia humana esbarra em alguns entraves, essencialmente no que alude à parte prática de laboratório. Outro fator que pode ser ressaltado é a dificuldade de aquisição de material de estudo. Neste contexto, o alicerce de uma formação continuada e embasamento para disciplinas subsequentes requerem a utilização de estratégias de ensino que favoreçam a aprendizagem significativa. O uso do Atlas de anatomia é um recurso didático amplamente difundido como um aliado indispensável à formação acadêmica, porém, o alto valor requerido neste investimento poderia inviabilizar sua aquisição. Além disso, a possibilidade de empréstimo através das bibliotecas institucionais não supre a demanda dos discentes. Frente a esse cenário algumas iniciativas podem minimizar as dificuldades advindas desta problemática. A Faculdade Estácio de Sá de Goiás, na tentativa de contrapor essa realidade, oferece aos ingressantes dos cursos da área da saúde o Atlas de anatomia. Com o objetivo de elucidar a percepção dos educandos sobre a utilização deste recurso, foi realizada uma pesquisa com 204 estudantes da FESGO. Nessa pesquisa, os seguintes resultados foram apurados: 99,5% dos alunos afirmaram que utilizam o Atlas de anatomia para estudo. Dos alunos que utilizam 93,13% tiveram como fonte de obtenção o material institucional. Na pesquisa, 83,82% dos estudantes afirmaram que o Atlas é um recurso muito importante na sua formação e 93,13% acreditam que receber o Atlas junto ao material didático da instituição contribuiu para sua formação acadêmica. Os resultados apontam para uma relação favorável entre a aquisição do Atlas através da instituição de ensino e a construção contínua do conhecimento.

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A INTERAÇÃO ENTRE QUADROS DOLOROSOS E O CICLO SONO-VIGÍLIA Sousa GAN*, Gonçalves BS, Correa CDS, Reis CF, Martins ICF, Barros LV, Esperidião-Antonio V, Lopes VK Universidade Federal de Viçosa

A INTERNET COMO FERRAMENTA COMPLEMENTAR NO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM DA ANATOMIA HUMANA Andréia RQS*, Jalles DL, Adalmira BL, Francisco ORF, João EMJ, Kerolayne CSA Faculdades Integradas de Patos - FIP

INTRODUÇÃO: O processo de dor e o ciclo sono-vigília são mecanismos que guardam relação entre si, envolvem neurotransmissores e integram diversas estruturas anatômicas. Dessa forma, a dor, como elemento gerador de estresse, é capaz de modificar a atividade dos núcleos do tronco encefálico relacionados a esse ciclo, o que resulta em uma maior dificuldade para dormir. OBJETIVO: Compreender as bases neurobiológicas que fundamentam a interação entre a fisiologia do sono e a interferência da dor nesse processo, bem como as consequências dessa relação na qualidade de vida dos pacientes. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica sistemática, utilizando PubMed e Scielo, com os seguintes descritores: “dor”, “sonovigília” e “estresse”, além de livros-texto de fisiologia humana e neuroanatomia. RESULTADOS: O estresse proveniente da dor aumenta o grau de atividade dos núcleos aminérgicos promotores da vigília localizados ao longo do tronco encefálico, que por sua vez inibem o núcleo pré-óptico ventro-lateral do hipotálamo anterior (VLPO). Assim, não haverá liberação dos neurotransmissores GABA e galanina, responsáveis por induzir o sono, resultando em dificuldades para dormir. Além disso, há evidências de que a privação do sono prejudica a qualidade de vida nos aspectos psicológicos, físicos e sociais de pessoas com dor. CONCLUSÃO: Distúrbios de sono são frequentes em pacientes que apresentam condições dolorosas. Dessa forma, a compreensão sobre a interação entre o sono e as vias de dor apresenta um convite instigante para a busca de alternativas terapêuticas mais eficazes.

INTRODUÇÃO: As aulas teórico/práticas desenvolvidas na disciplina de Anatomia Humana despertam grande interesse dos alunos da área biomédica. Contudo, o estudo dessa disciplina exige o uso de material cadavérico, que nem sempre está disponível, exigindo que novas ferramentas sejam empregadas para auxiliar o ensino/aprendizagem da Anatomia, como a internet, onde podem ser encontrados diversos sites, blogs, atlas virtuais, que vem complementar o ensino desta disciplina. OBJETIVO: Analisar a importância do uso da internet, que é um instrumento dinâmico e de fácil acesso, como ferramenta complementar no processo de ensino/aprendizagem da Anatomia. METODOLOGIA: Estudo exploratório descritivo, quantitativo. Para a realização deste estudo, foi aplicado um questionário semiestruturado, com questões objetivas, a 62 discentes dos Cursos de Enfermagem e Nutrição das Faculdades Integradas de Patos (FIP), que aceitaram participar do estudo, mediante observações éticas da Resolução 196/96. RESULTADOS: Dos 62 acadêmicos entrevistados, 55 (88,70%) afirmaram que em suas residências tinham serviço de internet, que 90,32% (56 alunos) falaram que fazem o uso de internet com frequência, revelando que 1 (14,28%) discente daqueles que responderam não terem serviço de internet residencial procura outra fonte para acesso. Observou-se ainda que, 58 (93,54%) dos entrevistados disseram utilizar a internet para o estudo da Anatomia Humana, citando ainda, que esse meio de aprendizagem lhes tem ajudado, mencionando como ferramentas mais utilizadas para estudo, figuras ilustrativas (85,48%), textos (38,70%), sites (32,25%) e blogs (11,29%). Demonstrando bastante interesse, em vista da facilidade de acesso do conteúdo virtual. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia Humana. Ensino/aprendizagem. Internet como ferramenta complementar.

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A METAL ALLOY ORTHESIS AS AN ALTERNATIVE MODEL OF HINDLIMB IMMOBILIZATION IN RATS Mayer WP*, Baptista JS, Eustáquio-Silva R, Mori M, Liberti EA

A METHOD FOR THREE DIMENSIONAL VISUALIZATION OF PURKINJE NETWORK USING COMPUTED TOMOGRAPHY De Almeida MC*, Barra F, Guimarães RP Genética e Morfologia, Instituto de Biologia, Universidade de Brasília – DF

Immobilizations by orthosis are routinely used in orthopedics procedures. This intervention is commonly used in some cases of bone fracture, ligament injury, tendonitis, among others disorders of musculoskeletal system. The aim of this study was to elaborate a functional orthosis that reproduces the deleterious effects of skeletal muscle disuse outthought being consistent with the routine clinical situations. In this innovative model, the ankle joint is immobilized in a neutral position, allowing the animal perform weight-bearing on the immobilized limb. Therefore, the immobilized muscles were able to realize isometric contractions; furthermore the animals were permitted to deambulation with aid of immobilized limb. The orthosis was primarily sculptured in an acrylic resin around the ankle joint. Subsequently It was included in silicona and therefore the silicona model was filled up with Wood´s metal (an alloy containing 50% bismuth, 25% lead, 12.5% tin and 12.5% cadmium, It has a melting point around 60º C). The result of this process was a new metallic orthosis that can be used as an alternative experimental model of hindlimb immobilization in rats.

Purkinje network demonstration in bovine heart using India ink, besides its intrinsic value, is a didactic model for human anatomy (Goss, 1979, Gray´s Anatomy 29th edition), but it fails to macroscopically show the pattern of the perforating branches of the network. Truex et al (1954. The Anat. Rec. 118, 723) were able to radiologically demonstrate only the main branches of the His bundle using barium sulfate, but failed to show the minute superficial ramifications and myocardial terminals of the network. The radiologic method we report showed the main trunks of His bundle, the most minute subendocardial branches and the myocardial terminals of the Purkinje network in bovine heart. Basically, a 2% solution of lead nitrate, Pb(NO3)2, in aqueous 0,02% methyl blue was injected. We followed the india ink injection procedure as described by De Almeida et al (2012.O Anatomista. Ano 3, 1, 40). To prevent the staining of the endocardium surface due to solution spillage, we washed it with 1% aqueous sodium hydroxide. The principle of the method is the precipitation reaction which occurs when lead nitrate and sodium chloride are mixed inside the fiber sheath. Lead chloride (white, radiopaque and insoluble precipitate) and sodium nitrate are the products of this reaction. Lead chloride precipitate was detected after seven days as revealed by computed tomography or, due to the whiteness acquired by the fibers, with the naked eye. To obtain the network three dimensional structure similar to the intact heart, the injected specimens were reconstituted with Superbond™ glue, and submitted to computed tomography. These procedures showed the full three dimensional structure of the Purkinje network and could be useful for vascular injection.

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“A PELE QUE HABITO”: ABORDAGEM DESCRITIVA DA REDESIGNAÇÃO SEXUAL DE UM HOMEM Teixeira LC, Magalhães CM, Damasceno CB, Viveiros LB*, Becker IP, Braga LM, Vieira MIR, Bordoni LS

A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DA FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE GOIÁS SOBRE O LABORATÓRIO DE ANATOMIA HUMANA Melo MAO, Matias KK, Véras LGF, Moreira SM

O filme “A Pele que Habito”, aborda de maneira peculiar o processo de redesignação sexual. No universo cinematográfico, figuram os sentimentos de vingança e obsessão de um cirurgião plástico, que perde os limites morais e éticos de seu ofício. A vida real, entretanto, abriga questões filosóficas e psicológicas, que culminam na transformação anatômica do indivíduo, cenário de atuação da medicina. Foi realizada pesquisa bibliográfica e análise do filme buscando elucidar as bases anatomoclínicas da redesignação sexual. Esta, possibilitada por meio de intervenções endócrina e cirúrgica é utilizada como tratamento para o Transtorno de Identidade de Gênero. Na transformação de homem para mulher, o processo cirúrgico é essencialmente a reconstrução dos genitais, a femininização facial e aumento das mamas. O sucesso das cirurgias de vaginoplastia associa-se ao uso da pele do pênis e do escroto para construir os lábios e vagina, evitando as cicatrizes dos enxertos de pele. A dissecação e recolocação do tecido do corpo cavernoso, com a manutenção de parte dos nervos sensitivos e tecido erétil permitem que a paciente seja capaz de sentir prazer e experimentar o orgasmo. A glândula bulbouretral e a próstata são mantidas para possibilitar alguma lubrificação natural. A femininização facial consiste basicamente na raspagem das arestas das sobrancelhas e proeminência laríngea, abrandamento do formato da mandíbula e redimensionamento da testa. Apesar dos resultados excepcionais, cirurgias precipitadas podem implicar em conseqüências psicológicas devastadoras. Trata-se, portanto, de intervenção dependente do desejo próprio e acertado do paciente, sendo esta a etapa final da nova caracterização sexual.

O laboratório de anatomia é um ambiente que por vezes gera repulsa em alguns estudantes ou mesmo funcionários dentro de Instituições de Ensino que não concentram apenas cursos na área de saúde. Neste âmbito, foi realizada uma pesquisa com funcionários administrativos e professores que não são da área de saúde com vistas a conhecer a percepção destes colaboradores das Instituições de Ensino Superior sobre o laboratório Anatomia Humana. A temática da morte ainda gera ansiedade e muitas vezes receios em relação ao contato com o ambiente do laboratório e talvez estes fatores possam ser relevantes na relação dos indivíduos com este ambiente. A partir da experiência prática com as reações adversas das pessoas em relação ao ambiente de laboratório, pensou-se em apurar os fatores que determinam esta relação. Foram pesquisados 40 professores e funcionários da Faculdade Estácio de Sá de Goiás não pertencentes à área de saúde e destes, 70% relataram que nunca tinham entrado no laboratório de anatomia, 30% disseram que já entraram no laboratório. Quando questionados em relação ao maior receio em adentrar o laboratório, 30% responderam que não gostam de ver o cadáver, 5% disseram que o odor é o fator que os impede de entrar no laboratório de anatomia, 52,5% relataram que não tem nenhum tipo de receio e 12,5% descreveram outros tipos de reações. Embora a percepção prévia, era de que a maioria dos indivíduos demonstrava uma certa aversão ao ambiente de laboratório, os dados obtidos permitem considerar que a maioria dos indivíduos da amostra não demonstraram receios em relação ao ambiente de laboratório e por vezes não adentraram-no por mera falta de oportunidade.

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A REALIDADE VIRTUAL APLICADA AO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA ANATOMIA HUMANA Ferreira CAA1*, Almeida MG1, Carvalho MC1, Filho JMS1, Moura LMN1, Nunes AF1, Paulo DB1, Silva ANC1 1 – Universidade Federal do Piauí

A SIMPLE METHOD TO MEASUREMENT DIFFERENT TYPES OF STRUCTURES ON THE TISSUE WITH SINGLE ANALYSIS AND PREPARATION *Baptista JS, Mayer WP, Fontes RBV, Eustáquio-Silva R, Seyfert CE, Liberti EA *Universidade Federal do Espírito Santo

O processo ensino/aprendizagem da Anatomia Humana mostra-se complexo e difícil, uma vez que a memorização de estruturas infindáveis e com nomes complexos pela especificidade torna a tarefa monótona demais e, por vezes, desestimula o interesse da maioria dos alunos. Nesse aspecto, o aprimoramento dos recursos didáticos é uma tendência satisfatória que estimula a participação do aluno. A Realidade Virtual (RV) é uma área de pesquisa que reúne conhecimentos de várias áreas: computação e robótica. A RV oferece sistemas de tempo-real que integram aspectos de imersão e interatividade para simular ambientes realistas. O presente resumo tem por objetivo comentar o uso da RV como instrumento aplicado ao processo ensino-aprendizagem da Anatomia Humana. Trata-se de uma revisão bibliográfica feita através do Bireme. No ensino da anatomia humana, a visualização é de fundamental importância, já que a educação médica é fortemente orientada a imagens. A maioria dos sistemas tutoriais existentes voltados a essa área explora principalmente o uso de multimídia e hipermídia, com imagens estáticas, gráficas ou vídeos. A possibilidade de uso de movimentação de câmeras, várias formas de visualização, identificação sucinta das extremidades da estrutura anatômica e sensação de imersão em ambiente tridimensional (3D), auxiliam o aprendizado acadêmico. Esses sistemas buscam enfatizar a relação texto e imagem em uma sequência de aprendizado determinada por um especialista e auxiliados por agentes pedagógicos. Logo, o uso de ferramentas tecnológicas como a RV aprimora o processo ensino/aprendizagem da Anatomia Humana consolidando o conhecimento adquirido e incitando uma participação mais ativa do aluno.

Currently there is need to be make all the morphology analysis quantitative and countable. Many researchers are using different methods and preparations to study a specific structure. The aims of this study is to demonstrate that with a single routine preparation can be quantified three morphological types of structures or regions of a particular tissue. We was used thymus of 15 animals from three different experimental groups that what we known to exhibit differences in morphology of the medulla, cortex, and non-lymphoid tissue to obtain the fraction of each area. The area fraction taken up by each component was assessed by point counting on a test system with equidistant 300 test points (PT) superimposed on the total area of the photomicrographs 5x magnification over the major cross-section area of each thymi. All results were test through ANOVA with statistical significance set at the 0.05 level, and post-test was made with Turkey’s test. The method was successfully because differences were detected in the fractions of the areas studied, as well as between the experimental groups with stastical significance. This method proved to be interesting and applicable given that other organs such as kidneys, brain, spleen that show the same characteristics of the tissue regions as well as the thymus.

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A SUBJETIVIDADE DA FORMA Silva Neto EJ, Ferraz da Silva BJ, Jardim Ferraz EM, Ramos RM, Ximenes AMG, Nascimento JJC*, Ribeiro ACO, Meneses JAL Universidade Federal da Paraíba - UFPB

ABORDAGEM ANATÔMICA DAS VÉRTEBRAS CERVICAIS PARA EXTRAÇÃO DE HÉRNIA DE DISCO EM CÃO Batista NMR*, Mendonça AGC UFRPE

O ser humano, como todo primata, tem seus estímulos visuais predominantes sobre os demais sentidos. As formas assumem para esta espécie um contexto muito significante, seja no campo real ou imaginário, chegando, muitas vezes, a ambas se confundirem na percepção cerebral. Imagens semelhantes são pensadas e imaginadas como iguais e nos remetem a análises interpretativas de até mesmas funções, já que “A forma é a imagem plástica da função”. A necessidade de distinção entre imagens semelhantes e entre o real e o imaginário são necessárias para o conhecimento do mundo enquanto criação do ser. Analisar e relatar as semelhanças entre objetos/órgãos diversos quanto à função e à origem, porém com mesma característica morfológica. Foi utilizado um cadáver humano adulto, do sexo masculino, pertencente ao Departamento de Morfologia da UFPB e uma berinjela (fruto da Solanum melongena), ambos fotografados e descritos. A beringela, devido a uma variação de formação, apresentava a forma de uma genitália humana masculina, na qual dentre as características vale menção: saco escrotal, rafe escrotal, testículo esquerdo inferior ao direito, pênis com prepúcio. Embora tenha a berinjela funções diferentes, fruto vegetal, da genitália masculina humana, órgão reprodutor, a primeira imagem nos remete a segunda. E levando-nos a uma falsa associação de uma função reprodutora sobre nosso imaginário, compondo nossa impressão de mundo.

Os discos intervertebrais são estruturas em forma de anel que são compostas por fibrocartilagem. Estas unem ou articulam os corpos das vértebras amortecendo as pressões sofridas pela coluna vertebral. A degeneração desta estrutura pode gerar extrusão de sua massa e projeção para o interior do canal medular, gerando um quadro comum na clinica de pequenos animais, a hérnia de disco. Alterações motoras, sensitivas e de reflexos são observadas devido a compressões dos nervos existentes na região. Objetivou-se com este relato o destaque da importância do conhecimento anatômico da região da coluna cervical para intervenções na clinica cirúrgica. Foi atendido em uma clinica particular na cidade de Olinda, Pernambuco, um cão sem raça definida de quatorze anos de idade e aproximadamente cinco quilos. Apresentava redução dos reflexos motores e sensitivos, dor na região cervical, rigidez dos membros torácicos e flacidez dos membros pélvicos, apesar dos sintomas, apresentava controle das funções fisiológicas. Através de raio-x foi observado o estreitamento dos espaços intervertebrais C5-C6, sendo confirmada a compressão através da mielografia. Foi realizado tratamento cirúrgico com técnica de fenestração ventral. No pós-operatório imediato observou-se diminuição considerável da dor local e posicionamento em esfinge do paciente. Após quinze dias o paciente retornou para retirada dos pontos de sutura e apresentava melhora discreta dos reflexos nos membros anteriores e posteriores. Por ser uma região delicada de ser abordada cirurgicamente, o especialista deve possuir um grande conhecimento das estruturas anatômicas presentes no local para intervir de modo correto sem causar lesões mais graves.

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ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR NO ENSINO DE ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS NO CURSO DE ZOOTECNIA DA UFRN Pessoa JM*, Silva GF, Sousa TML, Lucena CAO, Ferreira JB, Silva JVC, Moura CEB Universidade Federal do Rio Grande do Norte

AÇÃO FETAL DO ÁCIDO FÓLICO NA PREVENÇÃO DOS DEFEITOS DO TUBO NEURAL Santos ICS*¹, Costa SYL¹, Silva MAN¹, Santo MV¹, Assis TO¹² Universidade Estadual da Paraíba – UEPB¹; Universidade Federal da Paraíba – UFPB²

A Anatomia dos Animais Domésticos é uma disciplina do primeiro semestre do curso de Zootecnia da UFRN, tradicionalmente forneceu os conceitos da estrutura e arquitetura dos animais de produção. O presente trabalho objetivou analisar o impacto de uma abordagem interdisciplinar no ensino desta disciplina. Em sala de aula, foram realizadas discussões sobre a aplicação dos conteúdos de anatomia a produção e reprodução animal, após, visitas a propriedades rurais para levantamento de entraves a essa produção e, por fim, os discentes realizavam palestras sobre possíveis soluções para essas dificuldades. O projeto possibilitou uma troca e interação significativas entre professores, estudantes e os pequenos produtores. O contato mais precoce com propriedades rurais aumentou o interesse do aluno envolvido com o curso, promovendo uma redução de 17% na taxa de evasão. Após a implantação do projeto na rotina da disciplina, pode ser observado um aumento de 36% na média final e de 15% no índice de aprovação dos alunos, se comparado ao ano anterior à implantação do projeto. Essa abordagem interdisciplinar tornou o ensino de anatomia animal mais atrativo, certamente possibilitou o desenvolvimento de habilidades e competências especificas para o futuro zootecnista.

Sabe-se que o ácido fólico é utilizado pelas mulheres gestantes a fim de evitar mal formações congênitas sobretudo as relacionadas com o tubo neural. Para que haja a redução do risco do surgimento dos defeitos do tubo neural (DTN), tem-se indicado a ingestão suplementar de ácido fólico já no planejamento da gestação. O ácido fólico é um fator importante para reduzir os riscos de DTN, porém seus mecanismos de ação fetal permanecem incertos. O objetivo deste estudo foi de estudar os mecanismos de ação fetal do ácido fólico na prevenção dos DTN. Trata-se de uma revisão da literatura. Foram consultados livros e bases de dados como: Bireme, SciELO, MEDLINE e LILACS, com os descritores “Defeitos do tubo neural e ácido fólico em português e em inglês. O ácido fólico possui um papel fundamental na multiplicação celular, sendo imprescindível durante a gestação para o crescimento fetal. Os DTN podem ter causas multifatoriais, porém a biodisponibilidade do ácido fólico no feto parece promover a multiplicação celular das células neuroepiteliais do tubo neural necessárias para compensarem as apoptoses fisiológicas deste tecido, portanto, reduzindo as prevalências de defeitos do fechamento do tubo neural que é o resultado do balanço entre as multiplicações celulares e apoptose. Os mecanismos moleculares relacionados a este processos permanecem incertos.

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AÇÃO NEUROTÓXICA DO 2,4-D SOBRE O PLEXO MIOENTÉRICO DO JEJUNO DE RATOS – AVALIAÇÃO DA DENSIDADE NEURONAL Diamante NA, Germano RM, Rovida AFS, Ribeiro AA, Tibúrcio VG, Mari RB, Stabille SR, Miranda-Neto MH Entre os herbicidas, o ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D) é ingrediente ativo em várias formulações e tem sido muito utilizado no controle de pragas em plantações. A intoxicação pelo 2,4-D é caracterizada por complicações digestivas, cardíacas, respiratórias e musculares, não se conhecendo os seus efeitos sobre os neurônios do plexo mioentérico. Assim, objetivou-se avaliar os efeitos do 2,4-D sobre os neurônios mioentéricos NADPH-diaforase reativos (NADPH-dr) do jejuno de ratos. Foram utilizados 10 ratos machos Wistar de 60 dias de idade, distribuídos em dois grupos (n=5/grupo): grupo controle (GC) com animais que não receberam 2,4-D e grupo experimental (GE) em que os animais foram submetidos à ingestão diária de 5 mg/kg de peso corpóreo de 2,4-D por 60 dias. Ao final do período experimental os animais dos dois grupos foram eutanasiados, o jejuno foi coletado e processado pela técnica histoquímica da NADPH-diaforase para evidenciar neurônios. Após o jejuno foi microdissecado para obtenção de preparados de membrana destinados à avaliação da densidade neuronal/mm2 de jejuno. Para tanto, em microscopia de luz (objetiva de 40x), foram quantificados os neurônios mioentéricos presentes em 80 campos por preparado de membrana. Os resultados foram expressos em média ± desvio padrão e analisados pelo teste t de Student a 5%. A densidade neuronal no grupo GE (48,18±8,81/mm²) foi superior (p˂0,05) à densidade neuronal do grupo GC (36,22 ± 6,33/mm²). Concluiu-se que a ingestão diária de 2,4-D na dosagem de 5 mg/Kg de peso corpóreo por 60 dias promove aumento na atividade de neurônios mioentéricos NADPH-dr estimulando mais neurônios a produzirem óxido nítrico.

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ACROMEGALIA: ANÁLISE DA ANATOMIA EM UM CASO DE NECROPSIA Pinho TS*, Oliveira AVT, Gonçalves LMP, Nascimento IM, Ramos AMO Escola da Saúde - Medicina, Laureate International Universities, Universidade Potiguar (UnP), Brasil.Serviço de Verificação de Óbito do Rio Grande do Norte (SVO/RN), Natal/RN, Brasil Acromegalia é uma doença sistêmica crônica, originada da excessiva produção do hormônio do crescimento (growth hormone – GH) e do fator de crescimento semelhante à insulina tipo I (insulin-like growth factor type I – IGF-I). Em 98% dos casos, a doença é causada por adenoma hipofisário secretor de GH. O diagnóstico é tardio culminando em complicações que podem ocasionar o óbito. O objetivo deste trabalho foi relatar os aspectos da acromegalia observada durante a necropsia de cadáver do sexo masculino, de 45 anos de idade. Metodologia: foi realizada coleta de dados através de entrevista com a família, a qual autorizou o exame cadavérico, necropsia (SVO/RN) e busca bibliográfica nas bases de pesquisa Scielo e Pubmed. O paciente entrou no hospital com rebaixamento do nível de consciência, evoluiu com taquipnéia, hipotensão e desidratação. Exibia glicemia de 823 mg/dL. TC de crânio evidenciou expansão da sela túrcica. Não foi realizada RM, pois sofreu PCR, indo a óbito. Análise anatômica: pele negra, bom estado nutricional. Fáscies com mento grande e protruso e com acentuação das bossas frontais. Nariz e lábios volumosos. Aumento do volume dos dedos das mãos e dos pés. Fígado aumentado de volume, amarelado e liso. Coração aumentado de volume globalmente, com câmaras dilatadas. Pulmões um pouco edemaciados e congestos, com pigmento enegrecido (antracose). Cavidade craniana: encéfalo edemaciado, sela túrcica alargada e corroída por lesão expansiva hipofisária (4 x 3,5 cm). A massa é elástica, acastanhada, com áreas de necrose. Causa da morte: edema cerebral decorrente de adenoma hipofisário secretor de GH. A evolução da doença é insidiosa, o que dificulta seu diagnóstico em estágios iniciais. Requer atenção em seu diagnóstico e tratamento. PALAVRAS-CHAVE: anatomia, necropsia, acromegalia, adenoma secretor de GH.

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ACUPUNTURA NOS PONTOS E-36 E B-57 AUMENTA O DIÂMETRO DE FIBRILAS DE COLÁGENO DURANTE A CICATRIZAÇÃO DE TENDÕES DE RATOS Almeida MS*, Freitas KM, Brito PVA, Vieira CP, Guerra FD, Aro AA, Pimentel ER

ADMINISTRAÇÃO DE LEPTINA EM RATOS NOS PRIMEIROS DEZ DIAS DE VIDA PROGRAMA A EXPRESSÃO GÊNICA E PROTÉICA NO TESTÍCULO Alves-Pereira JL*, Marques DS, Ramos CF Universidade do Estado do Rio de Janeiro

A acupuntura (AC) tem sido utilizada amplamente para o tratamento de uma variedade de doenças inflamatórias e para o alivio da dor. No entanto, não há relatos na literatura sobre o efeito da AC durante o processo de cicatrização de tendões. Neste estudo analisamos o efeito de dois protocolos de AC durante a fase proliferativa da cicatrização tendínea de ratos. Para isto ratos Wistar machos com 60 dias de idade foram submetidos à transecção (tenotomia) parcial do tendão calcâneo direito e divididos em 3 grupos: tenotomizado (G1), tenotomizado e submetido à AC no ponto E-36 (Zusanli) (G2), tenotomizado e submetido à AC no ponto E-36 e B-57 (Chengshan) (G3). Uma contenção em tubo plástico com um orifício para a pata direita foi utilizada para realizar a AC, durante 20 minutos, em dias alternados, em um total de 9 sessões. Os animais foram eutanasiados no dia 14 após a tenotomia. As amostras dos tendões coletadas nesses dias foram analisadas através de microscopia eletrônica de transmissão (MET). Análises morfométricas do diâmetro das fibrilas de colágeno (DFC) assim como a distribuição destes diâmetros (DD) nos diferentes grupos foram realizadas. Os resultados indicaram um aumento no DFC no G3 em relação ao G1 e ao G2 (p < 0.001). A DD não diferiu entre os grupos. Desta forma, esses resultados indicam que a AC nos pontos E-36 e B-57 melhoram a qualidade da cicatrização tendínea através do aumento do DFC.

A leptina tem um papel importante na regulação do sistema reprodutivo. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da administração de leptina durante o período neonatal na função testicular da prole adulta. Vinte e quatro animais foram divididos em 2 grupos: Leptina (L) injetados com 50 µL de leptina (80ng/gPC, SC) nos primeiros 10 dias de vida; Controles (C) injetados com o mesmo volume de solução salina. Os animais foram sacrificados aos 90 dias de vida. A significância estatística foi determinada pelo teste t de Student com nível de significância de P≤0,05. A injeção de leptina reduziu o peso testicular (P<0,008), adiantou a puberdade (C=45,0 ± 0,3; L=41,6 ± 0,3; P<0,0001), aumentou os níveis séricos de TG (C=116,5 ± 15,9; L=172,6 ± 19,7; ng/dL; P<0,05), reduziu os níveis de HDL (C=33 ± 1,5; L=24 ± 3,5; ng/dL, P<0,02) e de testosterona sérica (C=5,2 ± 1,0; L=1,1 ± 0,3; ng/mL, P<0,003). A análise da expressão gênica por PCR em tempo real mostrou aumento de Ob-Ra (C=0,32 ± 0,04; L=0,69 ± 0,16, P<0,04), Ob-Rb (C=0,37 ± 0,06; L=0,71 ± 0,16; P<0,03), AR (C=0,28 ± 0,02; L=0,71 ± 0,16; P<0,02), aromatase (C=0,31 ± 0,04; L=0,53 ± 0,09; P<0,04), ER-α (C=0,79 ± 0,03; L=0,93 ± 0,03; P<0,01) e ER-β (C=0,29 ± 0,03; L=0,73 ± 0,16, P<0,02). Análise protéica por Western blot mostrou aumento de Ob-R (C=4,4 ± 0,29; L=6,6 ± 0,84; P<0,05), ER-α (C=0,4 ± 0,02; L=0,6 ± 0,05; P<0,03) e aromatase (C=0,4 ± 0,03; L=0,5 ± 0,02; P<0,04) e redução de AR (C=0,16 ± 0,01; L=0,09 ± 0,01; P<0,009). Podemos concluir que a leptina tem um efeito direto no testículo uma vez que altera o peso testicular, as concentrações séricas de testosterona e a expressão gênica e protéica dos receptores de leptina, androgênio, estrogênio e da enzima aromatase.

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ADMINISTRAÇÃO DE PROPIONATO DE TESTOSTERONA INDUZ ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS EM FÍGADO DE RATOS IDOSOS Tanasov VS, Gonçalves L*, Cury JCS, Gama EF Lab. de Estudos Morfoquantitativos e Imunohistoquímicos Universidade São Judas Tadeu/SP

AGENESIA DE VEIA CAVA INFERIOR: ASPECTOS CLÍNICOS E RELATO DE CASO Saad KR, Brandão GAS, Leite PPM, Blohem CAN, Silva HD, Saad PF

Dentre as alterações envolvidas no envelhecimento está à diminuição na produção de hormônios indispensáveis ao bom funcionamento corporal, em particular a testosterona. Em alguns casos a reposição da testosterona tem sido indicada, porém, os níveis supra- fisiológicos utilizados na reposição podem representar um problema, como a hepatoxicidade, já que os hepatócitos estão relacionados ao metabolismo da testosterona. De modo a investigar os efeitos da administração de testosterona em fígado de ratos idosos foram utilizados 17 ratos Wistar, divididos em: Controle Inicial (CI, n=5, 13 meses), Controle Final (CF, n=6, 16 meses) e Grupo Testosterona (GT, n=6, 16meses) nos quais foi administrado testosterona. As estruturas quantificadas estereologicamente (densidade de volume) foram: parênquima lobular, dividido em células hepáticas e canais (sinusóides, espaços perissinusoidais e capilares biliares); parênquima não lobular (espaços portais, veias centro-lobulares e ramos da veia hepática). Os dados foram analisados estatisticamente, nível de significância de 5%. No Grupo CI e CF a área ocupada pelas células hepáticas foi de 83% e 84,6% da área-teste, respectivamente. No GT ocorreu diminuição significativa da área ocupada pelas células em comparação aos dois outros grupos. No Grupo CI a área ocupada pelos canais foi de 7% da área-teste. Já nos Grupos CF e GT a área ocupada pelos canais foi significativamente maior, sendo maior no GT do que no grupo CF. O parênquima não lobular ocupou 9,9% da área-teste no Grupo CI; já nos Grupos CF e GT a área ocupada foi significativamente menor. Observa-se, a partir desse estudo, que a administração de testosterona afeta mais pronunciadamente a densidade de volume das células hepáticas

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Introdução: A prevalência de ausência congênita da veia cava inferior (VCI) varia de 0,3% em indivíduos saudáveis para 5,3% em jovens com TVP. A maioria dos pacientes é assintomática para as anomalias venosas, mas TVP em um paciente jovem é uma apresentação comum nos poucos casos sintomáticos. Relato de Caso: JMS, sexo masculino, 34 anos, caminhoneiro, hígido, procurou atendimento médico após dor lombar acompanhada de mal estar no dia 18/05/2012. Após 72 horas, o paciente apresentou dor e edema de ambos os membros inferiores (MMII) até a raiz das coxas e empastamento da musculatura posterior das pernas. Em 23/05/2012 foi internado e o diagnóstico de TVP ilíaco-femoral e poplítea bilateral foi confirmada por Dupplex colorido venoso dos MMII. Por não apresentar antecedentes familiares sugestivos de trombofilia ou qualquer outra condição mórbida que justificasse TVP, o mesmo foi submetido à tomografia computadorizada com contraste (TCC) de abdome para investigação das possíveis causas que justificassem a trombose. As imagens obtidas sugeriram agenesia de um segmento da veia cava inferior (VCI) justa-renal. O mesmo achado foi corroborado pela Angioressonância Nuclear Magnética (ARNM). O paciente foi submetido ao tratamento clinico com uso de anticoagulante oral e terapia compressiva. Conclusões: A crescente utilização dos exames de imagem tem levado a detecções mais frequentes de variações anatômicas e anomalias da VCI. A presença de TVP proximal espontânea, recorrente e, às vezes, bilateral dos MMII em pacientes jovens deve alertar para a possibilidade de anomalia de VCI, que deve ser investigada por meio da TCC ou ARNM. REFERENCIAS: 1. Viana SL, Mendonça JLF, Freitas FMO, Lima GS, Cunha NF, Martins RR, Bezerra ASA, et al. Anomalias congênitas da veia cava inferior: valor dos métodos multiplanares em seu diagnóstico – ensaio iconográfico. Rev Imagem 2006;28(4):233-9. 2. Alves EC, Ferro GBR, França LKL, Jacó MB, Pitta GBB. Ausência de veia cava inferior: relato de caso. J Vasc Bras. 2010;9(4):254-6. 3. Onzi RR, Costa LF, Angnes RF, Domingues LA, Moraes P, Scaffaro LA, et al. Malformação de veia cava inferior e trombose venosa profunda: fator de risco de trombose venosa em jovens. J Vasc Bras 2007;6(2):186-9. 4. Konopka CL, Salame M, Padulla GA, Muradás RR, Batistella JC. Agenesis of inferior vena cava associated with deep venous thrombosis. J Vasc Bras. 2010;9(3):196-9. 5. Lichtenfels E, Becker AS, Pires VC, Bonamigo TP. Diagnóstico etiológico da trombose venosa profunda de repetição dos membros inferiores. J Vasc Bras 2006;5(2):157-9. 6. Onzi RR, Costa LF, Angnes RF, Domingues LA, Moraes P, Scaffaro LA, Stapenhorst CM. Malformação de veia cava inferior e trombose venosa profunda: fator de risco de trombose venosa em jovens. J Vasc Bras 2007;6(2):1869.

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ALTERAÇÕES ANATÔMICAS E MORFOLÓGICAS VINCULADAS A PRÁTICA DO SEXO ANAL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Andrade GS*, Barros JWSS, Silva TG, Silva PMF, Almeida WM, Braz GRF; Fraga KB; Magalhães, CP UFPE/CAV

ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES NA DOENÇA DE CHAGAS: UMA REVISÃO LITERÁRIA Menezes TM*, Brito VC, Santos NF, Souza CSV, Melo ALFD Universidade Federal Rural de Pernambuco

O ânus é a abertura externa do reto, sua principal função é a defecação a qual é controlada por dois esfíncteres que atuam como braçadeiras assegurando a saída das fezes e gazes. O reto, medindo geralmente entre 13 a 15 cm, é a parte que antecede o ânus. O coito anal é uma prática realizada nas relações homoafetivas e heteroafetivas. No entanto, a fisiologia humana deixa claro que o corpo não foi projetado para acomodar esta atividade, o reto é significamente diferente da vagina no que se refere à aptidão para a penetração do pênis. Objetivou-se discorrer sobre as possíveis patologias, disfunções anatômicas, fisiológicas e morfológicas que a prática do sexo anal pode trazer aos praticantes. Trata-se de uma revisão bibliográfica fundamentada em artigos científicos. O ânus é um mecanismo com pequenos músculos com função de saída de fezes. Com repetidos traumas por atrito, e alongamento, os esfíncteres perdem seu tônus e sua capacidade de manter uma vedação, por consequente, o coito anal leva a fuga de material fecal que pode se tornar crônica. O potencial para a lesão é exacerbado pelo fato de que o intestino tem apenas uma única camada de células que separam do tecido vascular, portanto a possibilidade de infecção no reto é bem maior do que na vagina. Além disso, o sêmen ejaculado tem componentes imunossupressores. A lista de doenças encontradas em praticantes do sexo anal relacionada a essa prática é alarmante: câncer anal, cancro anal, infecção por Cryptosporidium, Giardia lamblia, Isospora belli, hepatite tipos B e C. Assim como alterações físicas como hemorróidas, fissuras anais e trauma anorretal. Prazer é a sensação que todos buscam, mas entender as limitações do corpo e as consequências das ações é imprescindível.

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A doença de Chagas é uma zoonose que, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, afeta entre 16 a 18 milhões de pessoas nos países latino-americanos, sendo um grave problema de saúde pública. Tem como agente etiológico, o Trypanosoma cruzi, um protozoário flagelado, e como principal vetor, o barbeiro da espécie Triatoma infestans, que contamina o homem através das fezes e urina. O comprometimento cardíaco é um fator determinante da história natural da doença de Chagas, sendo essencial o conhecimento científico das variações vasculares como ferramenta, subsidiando, por exemplo, o diagnóstico em um paciente acometido pelo patógeno .Assim sendo, este trabalho consiste em um revisão literária sobre as alterações cardiovasculares ocorridas na doença de Chagas. Foi realizado um levantamento bibliográfico junto à base de dados científicos online (Scielo, PubMed e Medline).A miocardite, uma das complicações mais comuns da doença, é, frequentemente, seguida por uma cardiomegalia que é desencadeada pela necrose tecidual realizada pelo T. cruzi, continuada por uma fibrose intersticial, com deposição de colágeno. O coração, para compensar a redução de elasticidade, dilata suas fibras musculares. Essas modificações anátomo-patológicas resultam em outras complicações cardíacas, como: alteração sistólica e diastólica de ambos os ventrículos; constrições dos vasos arteriolares intramiocárdicos; aneurisma apical; anormalidade da microvasculatura coronariana e fenômenos trombo-embólicos. Tais variações cardiovasculares demonstram a intrínseca ligação da doença de Chagas com a anatomia cardíaca, onde não só altera, mas como compromete também a função e a dinâmica cardiovascular.

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ALTERAÇÕES CEREBRAIS EM PACIENTES COM TRANSTORNOS ALIMENTARES Brasileiro PDMB, Melo DDCB, Sougey EB, Lima RCA, Melo MG, Xavier JE, Ximenes RCC Universidade Federal de Pernambuco

ALTERAÇÕES DA COLUNA CERVICAL E SUA INFLUÊNCIA NA FUNCIONALIDADE DA DEGLUTIÇÃO Soares LT, Boni RC*, Bonsi AB, Prosdócimi FC, Oliveira WP, Lederman HM, Chiari BM, Gonçalves MIR

Os transtornos alimentares são síndromes comportamentais cujos critérios diagnósticos têm sido amplamente estudados nos últimos trinta anos. Dentro de sua classificação, os tipos mais prevalentes são a anorexia e a bulimia nervosa. Estudos em tomografias cerebrais refletem modificações na estrutura cerebral e até mesmo atrofias em pacientes com anorexia e bulimia, podendo ser reversíveis com o aumento do peso. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi descrever possíveis alterações cerebrais em indivíduos com anorexia e bulimia, comuns em achados de tomografias cerebrais. Para tanto, foram utilizados livros de referência, dados disponibilizados em bancos de dados de pesquisas (MEDLINE, LILACS, SCIELO e PUBMED) e o banco de teses da CAPES, consistindo em revisão literária, considerando as publicações entre os anos de 2000 e 2012, utilizando os descritores “anorexia”, “bulimia”, “cérebro” e “memória”. Com base nas informações coletadas, evidenciou-se que as principais alterações cerebrais presentes em pacientes com anorexia e bulimia se referem aos níveis de leptina que estão reduzidos em muitas formas de subnutrição, incluindo a anorexia nervosa não-tratada e aos níveis elevados de serotonina relacionados com traços de comportamento mais contido, obsessividade, perfeccionismo e inibição do apetite. Apresentam ainda, alterações no fluxo sanguíneo que se apresentam aumentado no giro do cíngulo e nas áreas para-límbicas quando expostos a estímulos visuais de alimentos de alto teor calórico, além de, apresentar falhas na regulação dos sistemas neuroendócrinos e neurotransmissor.

INTRODUÇÃO Alterações na coluna cervical podem ser associadas a sensações de corpo estranho na faringe e essa queixa é comum nas práticas otorrinolaringológica e fonoaudiológica. Dentre elas estão os quadros de artrose cervical, que é um processo crônico, caracterizado pelo desenvolvimento osteofitário e outros sinais degenerativos; as sindromes espondilíticas, que são patologias reumáticas caracterizadas por rigidez progressiva, a formação de sindesmófitos e a calcificação ligamentar difusa, que ocorre principalmente na espondilite anquilosante; a hiperostose esquelética idiopática difusa (DISH), uma condição não inflamatória, caracterizada por neoformação óssea, calcificação do ligamento longitudinal anterior de no mínimo 4 corpos vertebrais contíguos, além da presença de entesopatias não erosivas. OBJETIVO Demonstrar por meio da videofluoroscopia da deglutição a influência de alterações da coluna cervical na funcionalidade da deglutição. MATERIAL E MÉTODO A amostra foi constituída de 1 indivíduo, 81 anos de idade, sexo masculino, com queixa de dificuldade para deglutir alimentos sólidos e sensação de alimento parado na garganta. O método baseou-se na anamnese e avaliação objetiva da deglutição por meio da videofluoroscopia, realizada no Departamento de Diagnóstico por Imagem de um Hospital Público. RESULTADOS Na videofluoroscopia da deglutição observou-se um estreitamento esofágico na passagem do alimento sólido contrastado com bário, devido presença de alterações na coluna cervical – sindesmófito. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Quando alterações na coluna vertebral provocam a compressão da faringe e/ou do terço proximal do esôfago, podem levar o indivíduo a modificar a sua dieta, com restrições a alimentos sólidos, podendo comprometer o seu estado nutricional. O indivíduo com ossificação do ligamento longitudinal anterior poderá apresentar comprometimento na fase esofágica da deglutição, por alteração no trajeto ou compressão do esôfago. Esses comprometimentos demonstram a importância de se considerar as alterações da coluna cervical no diagnóstico diferencial da disfagia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Smythe HA: Rheumatologists and neck pain. Scand J Rheum; 29(1)811,2000. Borestein DG, Wiesel SW, Boden SD: Neck Pain - Medical Diagnosis and Comprehensive Management - Philadelphia, WB Saunders, 1996. Ko MT, Chen HL, Peng JP, Lin TY, Lin WC. Do Cervical Degenerative Diseases Associate with Foreign Body Sensation of the Pharynx? Dysphagia, 2011.

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ALTERAÇÕES DA ESPERMATOGÊNESE E MORFOLOGIA TESTICULAR DE RATOS INJETADOS COM LEPTINA NO INÍCIO DA VIDA Alves-Pereira JL*, Marques DS, Gombar FM, Ramos CF Universidade do Estado do Rio de Janeiro

ALTERAÇÕES DE NEURÔNIOS MIOENTÉRICOS DO JEJUNO DE RATOS SUBMETIDOS À INGESTÃO DE ÁCIDO 2,4 DICLOROFENOXIACÉTICO – ANÁLISE MORFOMÉTRICA Germano RM, Lima LL, Scotta D, Ribeiro AA, Diamante NA, Rovida AFS, Mari RB, Stabille SR

A leptina tem um papel importante na regulação do sistema reprodutivo, além de seu papel principal na regulação do peso corporal e ingestão alimentar. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da administração de leptina durante o período neonatal na espermatogênese e morfologia testicular da prole adulta. Vinte e quatro animais foram divididos em 2 grupos: Leptina (L) injetados com 50 µL de leptina (80ng/gPC, SC) nos primeiros 10 dias de vida; Controles (C) injetados com o mesmo volume de solução salina. Os animais foram sacrificados aos 90 dias de vida. A significância estatística foi determinada pelo teste t de Student com nível de significância de P≤0,05. Parâmetros analisados: consumo alimentar, massa corporal, crescimento linear; morfometria testicular; número e morfologia de espermatozóides. A injeção de leptina levou a uma redução (P<0,008) no consumo alimentar a partir do dia 26 aos 40 e do dia 70 em diante, enquanto que a massa corporal (P<0,03) e o crescimento linear (P<0,05) foram reduzidos do dia 26 até o dia 45. A análise morfométrica mostrou que a leptina levou a um aumento da área total do túbulo seminífero (C=64,6 ± 3,1; L=56,1 ± 2,1;μm², P<0,01), aumento da área luminal (C=40,6 ± 2,3; L= 48,7 ± 0,9; μm² P<0,004) e na altura do epitélio (C=21,5 ± 1,2; L=24,6 ± 1,1; μm, P<0,03), enquanto que o comprimento do túbulo seminífero foi reduzido (C=2200 ± 350; L= 1100 ± 110; cm, P<0,006). A administração de leptina levou a um aumento no número total de espermatozoides (C=20x107 ± 2x107; L=30x107 ± 5x107; Cls/mL, P<0,009) e no número de anormalidades (C=40,6 ± 1,9; L=45,8 ± 1,2; [%] Cls/mL P<0,049). Podemos concluir que a leptina tem um papel importante na espermatogênese e na morfologia testicular.

O ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D) é um herbicida sistêmico muito utilizado nas culturas de frutas e cereais, diminuindo a mão-de-obra e aumentando a produtividade agrícola. Pelo fato de anorexia, vômito, diarréia e irritação gastrointestinal estarem entre os sintomas de intoxicação por 2,4-D, acredita-se que este tenha efeito tóxico sobre os neurônios do plexo mioentérico. Assim, objetivamos avaliar os efeitos da ingestão de 2,4-D sobre a dimensão (µm2) da área do pericário (AP) de neurônios mioentéricos evidenciados pela marcação da enzima NADH-diaforase (neurônios NADH-dr) no jejuno de ratos. Para tanto, dez ratos machos Wistar com 60 dias idade foram separados em dois grupos (n=5/grupo): grupo experimental (GE) cujos animais ingeriram por 60 dias doses de 5 mg de 2,4-D/Kg de peso corpóreo; e grupo controle (GC) sem ingestão de 2,4-D. Ao final de 60 dias, os animais foram eutanasiados, o jejuno foi coletado e processado para a histoquímica da NADH-diaforase. De cada jejuno foi obtido um preparado de membrana com eliminação da mucosa e submucosa e preservação das túnicas muscular e serosa. Com auxílio de microscopia de luz e analisador de imagens, foi mesurada a AP de 100 neurônios por jejuno. Os resultados foram distribuídos como frequência (%) de neurônios em intervalos de classes de 100 µm2 segundo as dimensões da AP. O GE apresentou incidência 3% maior de neurônios com AP incluída nos intervalos de classe inferiores a 300 µm2 (~75%) do que àquela observada no GC (~72%). A incidência de neurônios com AP superior à 300 µm2 no GE foi 3,5% menor do que no GC. Concluímos que no jejuno de ratos, os neurônios mioentéricos NADH-dr têm atividade metabólica diminuída em resposta ao 2,4-D, sugerindo uma tendência à hipotrofia neuronal.

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ALTERAÇÕES DO ENVELHECIMENTO NO CORAÇÃO DE CUTIAS (Dasyprocta aguti - Linnaeus, 1766). RESULTADOS PRELIMINARES Ladd AABL*1,2, Neto LA2, Gonçalves CA2, Ladd FVL1,2, Silva AAP1,2, Oliveira MF3, Coppi AA2 1 Universidade Federal de São Paulo (Morfologia), São Paulo, Brasil; 2Universidade de São Paulo, (Departamento de Cirurgia, Laboratório de Estereologia), São Paulo, Brasil; 3Universidade Federal Rural do Semi-Árido, (Departamento de Ciências Animais), Mossoró - Rio Grande do Norte, Brasil

Várias mudanças anatômicas e funcionais ocorrem no coração durante o envelhecimento. No entanto, os efeitos do envelhecimento na estrutura e função cardíaca ainda não são claramente entendidos, sobretudo em espécies silvestres. A cutia é um roedor brasileiro pertecente à família Dasyproctidae. Diante da escassez de estudos acerca da estrutura cardíaca destes roedores, utilizamos a estereologia associada à bioimagem, para analizar os efeitos do envelhecimento na estrutura do miocárdio de cutias, obtidas junto ao Centro de Multiplicação de Animais Silvestres (CEMAS - UFERSA). Após a eutanásia destes animais, 16 corações de cutias foram fixados (formaldeído 4%) e coletados, tendo o ventrículo esquerdo (VE) isolado e separados em quatro grupos etários: neonato, jovem, adulto e senil. Os parâmetros macromorfométricos (peso e comprimento do VE) foram mensurados. Aplicando os princípios de amostragem sistemática e uniformemente aleatória (SURS), estimou-se o volume do VE (P rincípio de Cavalieri). O desenvolvimento pós-natal de cutias promoveu um aumento significativo de 789% e 105% no peso e no comprimento ápice-base do VE, respectivamente. O volume do lúmem e do miocárdio (parede) do VE sofreram um aumento de 1006% e 546%, refletindo em uma hipertrofia global de 579% do VE de cutias. A proporção ocupada pelo lúmen e pelo miocárdio (parede) no volume do VE, não se alterou com o envelhecimento. Todas estas alterações foram observadas entre os períodos de maturação (neonato e jovem) e envelhecimento (adulto e senil). Preliminarmente concluímos que, as alterações macromorfométricas e o aumento progressivo do volume do lúmen e do miocárdio associados a idade promoveram a hipertrofia global do VE durante o envelhecimento de cutias.

ALTERAÇÕES MORFOFUNCIONAIS DO NÚCLEO DE MEYNERT NA DOENÇA DE ALZHEIMER Amorim MJAAL, Amorim Júnior AA, Menezes TM, Santos NF , Melo Filho PJK, Vanderley SRS, Mesquita EP, Silva CMG

A doença de Alzheimer é uma importante doença neurodegenerativa, caracterizada por alterações estruturais nos neurônios, acometida em sua maioria nos idosos. O núcleo de Meynert é uma das principais áreas atingidas inicialmente na doença. Esse grande centro é constituído por neurônios colinérgicos que sintetizam acetilcolina, um importante neurotransmissor associado a memória, que recebe fibras do sistema límbico e dá origem a quase totalidade de fibras que inervam o córtex, de onde se projetam para outras áreas corticais (MACHADO et al., 2000). Este trabalho consiste em descrever as alterações morfofuncionais ocorridas no núcleo de Meynert na doença de Alzheimer. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de livros e artigos em bancos de dados online como Scielo, PubMed e Medline. De acordo com as informações encontradas, tal núcleo pode ser alterado pela neurotoxidade causada por deposição anormal de proteínas, como o β-amiloide, que forma placas senis e também pela hiperfosforilação da proteína Tau, que causa instabilidade nos microtúbulos, estruturas presentes no citoesqueleto neuronal, resultando por fim em um complexo de emaranhados neurofibrilares, prejudicando assim as sinapses, e consequentemente induzindo a morte neuronal. Assim sendo, observou-se que tais alterações nos neurônios desse núcleo afetam diretamente as funções cognitivas, podendo haver uma relação da gravidade da demência na doença com o número de enovelados neurofibrilares.

PALAVRAS CHAVES: Envelhecimento, Coração, Estereologia, Cutia.

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ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DA MUSCULATURA ABDOMINAL: FATORES ASSOCIADOS À DIÁSTASE EM PUÉRPERAS Brito VC*, Luna DCB, Cavalcanti ALAMH, Guendler, JA, Oliveira BDR Universidade Federal Rural de Pernambuco Durante o período gestacional ocorrem expressivas transformações anátomo-fisiológicas no organismo materno. Alterações hormonais associados ao crescimento uterino, podem provocar estiramento da musculatura abdominal, aumentando a linha da cintura e o alongamento do músculo reto abdominal, causando a formação da diástase dos músculos retos abdominais (DMRA). São considerados fatores predisponentes para a DMRA: obesidade, multiparidade, poliidrâmnio, macrossomia fetal e flacidez da musculatura abdominal pré-gravídica. A DMRA não provoca desconforto nem dor, entretanto, com a distensão excessiva, pode haver interferência na capacidade da musculatura abdominal na estabilização do tronco, gerando maior predisposição ao desenvolvimento de dor lombar. O presente trabalho avaliou a frequência da DMRA no puerpério imediato e identificou quais os fatores de risco associados a essa alteração. O trabalho foi realizado por uma análise de frequência através de um corte transversal realizada no período de julho de 2010 a junho de 2011, envolvendo 89 puérperas do setor de alojamento conjunto do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP). A DMRA foi mensurada com o auxílio de um paquímetro digital nas regiões supra-umbilical, umbilical e infra-umbilical. Os dados maternos e do neonato foram coletados através de questionário, onde foram utilizados fatores associados à DMRA como: idade materna, peso e índice de massa corporal (IMC) materno, realização de atividade física, tipo de parto, diabetes, hipertensão e peso do neonato. As características maternas como o peso, bem como seu IMC e a presença de hipertensão, além do peso do neonato e o parto cesáreo são fatores que podem estar associados à frequência da DMRA.

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ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS NO CORAÇÃO DE CAMUNDONDOS MDX: MODELO DE CARDIOMIOPATIA DISTRÓFICA Bolina CS*, Almeida SRY, Ciena AP, Watanabe I Departamento de Anatomia Humana. Instituto de Ciências Biomédicas – ICB. Universidade de São Paulo, São Paulo; Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade de São Paulo, São Paulo A cardiomiopatia contribui com a morbidade e mortalidade em pacientes com distrofia muscular de Duchenne. O objetivo do estudo foi descrever as principais alterações morfológicas nos cardiomiócitos de camundongos distróficos (Mdx). Foram utilizados vinte camundongos machos com 6 meses de idade: Grupo Controle: (n=10) C57Bl/10 e Grupo Mdx (n=10) C57Bl/10-Dmdmdx. Para microscopia de luz, após a anestesia, os corações dos animais de ambos os grupos foram dissecados, processados e obtidos cortes histológicos (7µm) corados com Picro-sirius. A aquisição das imagens foi obtida através do microscópio de luz (Carl Zeiss Microimaging). Para microscopia eletrônica de transmissão (MET), após a perfusão com solução fixadora Karnovsky modificada amostras do ventrículo esquerdo foram pós-fixadas e incluídas em resina Spurr. Foram realizados cortes ultrafinos e examinados ao MET - JEOL 1010. No Grupo controle as amostras revelaram a organização das fibras musculares e a disposição do tecido conjuntivo. Ultraestruturalmente notaram-se os cardiomiócitos e as comunicações intercelulares através de junções, destacando os feixes de miofibrilas longitudinais interpostos por grupamentos mitocondriais intermiofibrilar e subsarcolemal. No entanto, no Grupo mdx observaram-se alterações estruturais das fibras musculares, com área de depósito de colágeno. As alterações nos componentes citoplasmáticos dos cardiomiócitos revelaram padrões irregulares nas comunicações intercelulares e ampla área de fibrose. As alterações morfológicas observadas neste modelo de cardiomiopatia, principalmente a fibrose cardíaca, comprometem as funções eletro-contráteis do coração.

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ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS NO CORAÇÃO DE CAMUNDONDOS MDX: MODELO DE CARDIOMIOPATIA DISTRÓFICA

ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS PULMONARES EM USUÁRIOS DE CRACK

Bolina CS*, Almeida SRY, Ciena AP, Watanabe I Departamento de Anatomia Humana. Instituto de Ciências Biomédicas – ICB. Universidade de São Paulo, São Paulo; Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade de São Paulo, São Paulo

Da Silva WG* ¹, Borges MR.², Mota MS3, Silva EMBM4 Rodovalho LN5 1. UEG, Unievangelica; 2. UEG; 3. SVO. Anápolis – GO; 4. Anhanguera; 5. UEG, Anhanguera.

A cardiomiopatia contribui com a morbidade e mortalidade em pacientes com distrofia muscular de Duchenne. O objetivo do estudo foi descrever as principais alterações morfológicas nos cardiomiócitos de camundongos distróficos (Mdx). Foram utilizados vinte camundongos machos com 6 meses de idade: Grupo Controle: (n=10) C57Bl/10 e Grupo Mdx (n=10) C57Bl/10-Dmdmdx. Para microscopia de luz, após a anestesia, os corações dos animais de ambos os grupos foram dissecados, processados e obtidos cortes histológicos (7µm) corados com Picro-sirius. A aquisição das imagens foi obtida através do microscópio de luz (Carl Zeiss Microimaging). Para microscopia eletrônica de transmissão (MET), após a perfusão com solução fixadora Karnovsky modificada amostras do ventrículo esquerdo foram pós-fixadas e incluídas em resina Spurr. Foram realizados cortes ultrafinos e examinados ao MET - JEOL 1010. No Grupo controle as amostras revelaram a organização das fibras musculares e a disposição do tecido conjuntivo. Ultraestruturalmente notaram-se os cardiomiócitos e as comunicações intercelulares através de junções, destacando os feixes de miofibrilas longitudinais interpostos por grupamentos mitocondriais intermiofibrilar e subsarcolemal. No entanto, no Grupo mdx observaram-se alterações estruturais das fibras musculares, com área de depósito de colágeno. As alterações nos componentes citoplasmáticos dos cardiomiócitos revelaram padrões irregulares nas comunicações intercelulares e ampla área de fibrose. As alterações morfológicas observadas neste modelo de cardiomiopatia, principalmente a fibrose cardíaca, comprometem as funções eletro-contráteis do coração.

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INTRODUÇÃO: O crescente aumento de usuários de crack na população brasileira vem tornando-se um problema grave, tanto social como de saúde pública em nosso país. Por ser uma droga de uso simples e mais barata, comparando-se às outras drogas, facilita o acesso de pessoas das camadas mais pobres da população. Urge a saúde pública ficar alerta para as complicações decorrentes do uso dessa droga, principalmente aquelas ligadas ao aparelho respiratório, uma vez que seu efeito maléfico pode levar o usuário à morte. OBJETIVOS: Analisar as alterações morfológicas dos efeitos da inalação de crack em pulmões de usuários, provenientes de necropsias. METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada em 25 pulmões provenientes de necropsias do serviço de verificação de óbitos de Anápolis-GO de usuários de crack com idade entre 17 a 35 anos. Os dados foram coletados a partir das análises macroscópicas e histopatológicas. Este projeto foi submetido ao comitê de ética em pesquisa. RESULTADO/CONCLUSÃO: Na maioria dos casos foram observados antracose, infiltrado inflamatório caracterizando pneumonia, enfisema pulmonar e em um dos casos, além das alterações citadas, foram observados vários focos de abscesso pulmonar. Todos os casos apresentaram alterações patológicas. As alterações observadas justificam os sintomas clínicos e o alto índice de óbitos nos usuários. Algumas alterações observadas nas necropsias não são, aparentemente, causadas exclusivamente pelo crack e sim por outras drogas como, por exemplo, o tabaco. As alterações morfológicas causadas nos pulmões pelo uso do crack alerta a saúde pública para as complicações causadas nos pulmões.

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ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS ULTRAESTRUTURAIS NA LÍNGUA DE CAMUNDONGOS DISTRÓFICOS Borges KPN, Ciena AP, Righetti MMS, Almeida SRY, Bolina CS, Watanabe I Departamento de Anatomia Humana. Instituto de Ciências Biomédicas – ICB. Universidade de São Paulo, São Paulo; Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade de São Paulo, São Paulo.

ALTERAÇÕES NO ÂNGULO COLO-CORPO DO FÊMUR QUE DETERMINA A INCIDÊNCIA DE COXA VARA E COXA VALGA NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO Vanderley ARQ*, Magalhães CP, Galvão RCS, Andrade MES, Barros JFS, Xavier JE, Braz GRF, Cintra JDS Universidade Federal de Pernambuco – CAV

Distrofia muscular de Duchenne é uma grave doença degenerativa muscular causada pela mutação no gene da distrofina, que impedi a formação do complexo proteico associado à distrofina. O objetivo do presente estudo foi descrever as principais alterações ultraestruturais da língua de camundongos distróficos (mdx). Foram utilizados dez camundongos machos com 6 meses de idade: Grupo Controle: (n=5) C57Bl/10 e Grupo Mdx (n=5) C57Bl/10-Dmdmdx. Os animais de ambos os grupos foram anestesiados e em seguida perfundidos com solução fixadora Karnovsky modificada. Após a dissecação da língua, amostras (3mm) do epitélio dorsal e tecido muscular foram pós-fixadas em Tetróxido de Ósmio 1%, desidratadas em série crescente de alcoóis e incluídas em resina Spurr. Foram realizados cortes ultrafinos (60nm), contrastados e examinados ao microscópio eletrônico de transmissão JEOL 1010. No Grupo controle foi possível evidenciar as características ultraestruturais, revelando à relação entre as células musculares e os elementos da matriz extracelular da lamina própria. No epitélio dorsal observaram-se a disposição regular das camadas basal, espinhosa, granular e queratinizada. No entanto, no Grupo mdx observaram-se alterações nas células musculares com desarranjo das miofibrilas e ampla área de fibrose. O epitélio dorsal apresentou espessamentos das camadas basal e espinhosa com núcleos volumosos. Na camada granular notou-se o aumento de células com grânulos de querato-hialina. As alterações degenerativas ultraestruturais nas células musculares da língua de camundongos distróficos resultaram em adaptação das camadas teciduais adjacentes.

O fêmur é o osso mais longo e pesado do corpo, constituído por um corpo e duas extremidades, superior e inferior. A extremidade superior consiste em uma cabeça, colo e trocanteres maior e menor. Na cabeça encontra-se uma depressão medial, a fóvea da cabeça do fêmur. Essa extremidade é curva de forma que o eixo longitudinal da cabeça e do colo projeta-se súpero-medialmente formando um ângulo com o corpo de orientação oblíqua, o ângulo colocorpo. Esse ângulo é responsável pela estabilidade do fêmur e sua média é de 126°. Alterações patológicas em seres humanos acarretam anomalias denominadas coxa vara e coxa valga. A primeira consiste em um ângulo colo-corpo menor que 120° e a segunda relaciona-se a um ângulo acima de 135°. Analisou-se a incidência de coxa vara e coxa valga a partir de fêmures de esqueletos humanos, provindos do laboratório de anatomia do Centro Acadêmico de Vitória - UFPE. Foram seccionados 20 fêmures, sendo 10 esquerdos e 10 direitos. Com uma serra fita Ferrari ® foi realizado um corte frontal no nível da fóvea da cabeça do fêmur e traçada uma linha sobre o eixo anatômico e outra sobre o eixo do colo do fêmur, de modo que fosse formado o ângulo colo-corpo. O goniômetro, material em plástico transparente com duas réguas para mensuração de amplitude articular, modelo CARCI, foi utilizado para medir o ângulo de cada fêmur. Os fêmures analisados apresentaram características que permitiram classificá-los como coxa vara, coxa valga e normal. A determinação do ângulo colo-corpo mostrou variações em cada fêmur. A partir disso, foi verificada uma maior incidência de ângulos colo-corpo menor que 120°, demonstrando um número significativo para portadores da alteração patológica conhecida como coxa vara na cidade de Vitória de Santo Antão – PE.

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AMBIGUIDADE GENITAL: CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS Rodrigues RMM¹*, Moura LNM¹, Almeida MG¹, Filho JMS¹, Nunes AF¹, Carvalho MC¹, Paulo DB¹, Bernardes AM¹ 1 – Universidade Federal do Piauí A ambiguidade genital, AG, está entre as emergências pediátricas, dado o risco à vida e à integridade psíquica. Em termos gerais, refere-se a todas as situações em que há dificuldade na determinação do sexo da criança. Essas levam a divergências danosas entre o sexo de criação e a identificação sexual subjetiva do indivíduo. Daí a importância da avaliação precoce, de forma a atribuir o sexo adequado ao paciente, assegurando sua saúde bio-psico-social. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi investigar as principais alterações anatômicas em pacientes com AG e correlacionando com as manifestações clínicas, inerentes a cada grupo causal. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica sistemática baseada em publicações do Scielo, Bireme e BVS. Por meio destes, verificou-se que as principais causas de AG são hermafroditismo em que há tecido ovariano e testicular em conjunto,existe tendência à masculinização da genitália externa, GE,em 70% dos casos, criptoquirdia, ginecomastia e, não raro, útero; pseudohermafroditismo feminino caracterizado pela virilização da GE (clitóris aumentado e grandes lábios fundidos assemelhando-se ao pênis); pseudo-hermafroditismo masculino representado por micropênis, hipospadia, criptoquirdia e hipoplasia ou ausência da próstata, por fim, tem-se a disgenesia gonadal mista em que há um testículo ao lado de uma gônada indiferenciada, a genitália interna é feminina e a externa pode variar entre ambos os sexos. A conduta inclui cirurgia, hormônio e psicoterapia.Assim, esse estudo possibilitou o conhecimento dos principais achados anatomoclínicos da AG, que são de suma importância para o tratamento e para a qualidade de vida dos pacientes.

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AMPUTAÇÃO DE EXTREMIDADE DECORRENTE DE FALHA NO CONHECIMENTO DA ANATOMIA CLÍNICA EM PACIENTE DIABÉTICO – RELATO DE CASO Teixeira LOM*, Serafim FS, Sena ALF, Bezerra EC, de Paula RC, Leite TFO, Silva JG, Chagas CAA Hospital Policlínica Carmela Dutra, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Laboratório de Anatomia, Departamento de Morfologia, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil; Laboratório de Anatomia, Universidade Gama Filho (UGF), Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Universidade Salgado de Oliveira, Universo, Niterói, RJ, Brasil A neuropatia periférica provocada pela Diabetes Mellitus (DM) é discutida na literatura como fator importante na fisiopatologia das complicações do pé diabético (PD). Vasculopatia isquêmica associada pode piorar em muito o prognóstico desses pacientes, principalmente para sobrevivência do membro diante de complicações pós-traumáticas. O conhecimento da anatomia dos pés nestes casos, em especial os seus nervos e dermátomos é vital para avaliação, tratamento clínico e cirurgico alem de prognóstico. Portanto, este trabalho tem por objetivo apresentar dados anatômicos e clínicos de relevância para profilaxia de lesões através de estudo de caso. Paciente de 43 anos, do sexo feminino, diabética, portadora de insuficiência arterial crônica e neuropatia periférica, foi encaminhada para tratamento fisioterápico em clínica particular. Após avaliação, foi submetida a tratamento de termoterapia em Forno de Bier. Devido a ausência de sensibilidade nos pés (anestesia) pela sua neuropatia periférica avançada, ficou excessivo período de tempo em exposição ao calor o que lhe rendeu queimaduras graves de segundo e terceiro graus no pé direito em menor proporção no pé esquerdo. Encaminhada para tratamento especializado multidisciplinar, evoluiu com amputação de ante-pé direito, e salvamento do pé esquerdo. O conhecimento da distribuição anatômica dos nervos e seus respectivos dermátomos nos pés, bem como, a fisiopatologia da neuropatia periférica diabética, são fundamentais para realização de testes diagnósticos e prevenção de complicações como estas entre os pacientes diabéticos. Esse trabalho alerta a todos os profissionais de saúde sobre a importância do conhecimento cientifico para evitar tamanha perda.

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ANÁLISE COMPARATIVA DA FORÇA DE MORDIDA BRUTA EM DIFERENTES TIPOS DE CRÂNIO DA ORDEM CARNÍVORA Silva JAC*, Fraga KB, Galvão APO, Silva GO, Araújo MSP, LiraNeto ES, Magalhães CP CAV - UFPE A ordem Carnívora é uma das ordens bem sucedidas de mamíferos que apresentam os mais diversos hábitos e habitats e têm uma distribuição global, e o que realmente foi de extrema importância para a evolução de Carnívora foi à plasticidade do crânio associada à dentição. A técnica mais utilizada para analisar como os organismos estão adaptados aos seus ambientes é a comparação entre espécies. As relações entre a predação e o consumo de presas nos Carnívoras estão refletidas na morfologia e biomecânica de seus crânios e dentes. O comprimento da mandíbula, força de mordida e tamanho do focinho são caracteres que estimam diferenças. O objetivo desse trabalho foi mensurar a força de mordida bruta em crânios de Canidae (Cachorro doméstico) e Felidae (gato doméstico), associando a morfologia do crânio. A estimativa da força de mordida foi calculada baseada na Teoria de Vigas que utiliza as áreas de secção transversal dos músculos masseter, temporal/pterigoides; distâncias dos centroides das áreas à articulação temporomandibular (ATM) e a distância da ATM para o ponto de aplicação da mordida. A Teoria foi aplicada a um crânio de Canidae e um de Felidae, e como o foco do estudo é comparativo, valores relativamente absolutos não são importantes, por isso esse método é bem aceito. Canidae apresentou uma força de mordida igual a 360 KPA enquanto a de Felidae foi igual a 96.6 KPA. O tamanho do focinho tem relação com a força de mordida onde o Canidae analisado tem o focinho mais largo que o felidae estudado apresentando, assim, mais vantagens dos adutores da mandíbula, e dentes anteriores (incisivos e caninos) mais desenvolvidos, esses são os principais caracteres que fazem com que o cão doméstico tenha maior força de mordida que o gato doméstico.

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ANÁLISE COMPARATIVA DA LÍNGUA DE Platyrrhinus lineatus E Myotis nigricans (MAMMALIA – CHIROPTERA) Alves ECBA¹*, Arandas MJG², Lima-Júnior NB¹, Marinho KSN¹ e Santos KRP¹ 1 – UFPE; 2 – UFRPE A ordem Chiroptera é considerada a segunda maior ordem em número de espécies em muitas regiões tropicais, possuindo grande diversidade de formas e guildas alimentares. A espécie Platyrrhinus lineatus, pertencente à família Phyllostomidae, possui hábito predominantemente frugívoro, já a espécie Myotis nigricans, incluso na família Vespertilionidae, possui hábito exclusivamente insetívoro. A variedade trófica da ordem Chiroptera levou a morfologia da língua a se distinguir, sendo possível a diferenciação entre as espécies. Assim, comparamos a língua de P. lineatus e M. nigricans e indicamos as características relacionadas às suas dietas. Utilizamos dez exemplares coletados no Município de Serinhaém/PE. As línguas foram analisadas em microscópio estereoscópico e submetidas a técnicas histológicas. Os cortes foram corados por H.E e analisados em microscopia de luz. Anatomicamente seguiram o padrão proposto para as espécies, onde se observou numerosas papilas filiformes diferenciadas, porém em menor quantidade em M. nigricans. Presença de duas papilas valadas em M. nigricans e quatro em P. lineatus, possibilitando uma maior percepção dos sabores, já que P. lineatus possui uma dieta frugívora. Microscopicamente observou-se o epitélio estratificado pavimentoso queratinizado em ambas as espécies. Observamos a presença de glândulas salivares mucosas e serosas, estruturas responsáveis pelo processo inicial da digestão, todavia em menor quantidade em M. nigricans, já que a digestão da quitina dos insetos se dá principalmente no estômago. As línguas de P. lineatus e M. nigricans são funcionalmente adaptadas à suas dietas e as diferenças morfológicas possibilitam a distinção entre as espécies.

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ANÁLISE COMPARATIVA DO POTENCIAL DIMÓRFICO DA CLAVÍCULA, MANDÍBULA E PATELA PARA DETERMINAÇÃO DO SEXO Brasileiro PDMB*, Melo DDCB, Almeida WM, Silva EFA, Silva PMF, Barbosa MMB, Barreto MIO, Freitas MFL Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico de Vitória

ANÁLISE COMPARATIVA E MORFOLÓGICA DO ESQUELETO AXIAL DE ANIMAIS COM DIFERENTES ESTRUTURAS RESPIRATÓRIAS Medeiros B.F*, Miguel RDS, Torres AS, Galvão APO, Duarte RS, Araújo MSP, Barreto MIO, Oliveira LS Universidade Federal de Pernambuco - CAV

A determinação do sexo na Antropologia e na Medicina Forense é uma prática importante e bastante utilizada. Existem vários ossos que facilitam esta diagnose sexual, onde o crânio e a pelve são os que apresentam um elevado grau de confiabilidade. No entanto, em alguns casos esses ossos não são encontrados ou estão danificados necessitando assim de peças ósseas alternativas para determinação do sexo. Estudos recentes indicam a clavícula, patela e a mandíbula como peças alternativas para a diagnose sexual. Diante disto, objetivou-se verificar qual destes três ossos tem o maior potencial dimorfico. Foram utilizados 30 pares de clavícula, 30 pares de patela e 25 mandíbulas pertencentes ao acervo do Laboratório de Anatomia da Universidade Federal de Pernambuco, campus Recife e Vitória. Foi feita a medida de 6 parâmetros na clavícula, 7 na patela e 7 na mandíbula. As medidas foram realizadas com um paquímetro de aço (150 mm – 0,05mm) e a análise estatística foi realizada no programa GraphPad Prism 5.0, utilizando-se o teste T de student. Analisando os dados verificou-se que todos os parâmetros da patela mostraram-se significativo com p<0,05, enquanto que, a clavícula e a mandíbula apresentaram apenas 4 parâmetros significativos cada. Portanto, a patela tem o maior potencial dimórfico quando analisados todos os seus parâmetros, devendo ser a peça óssea utilizada para determinação sexual na ausência do crânio e da pelve.

Através da respiração os seres vivos conseguem obter o oxigênio necessário para produção de ATP. A maquinaria que possibilita a respiração nos vertebrados pulmonados, geralmente está associada a músculos que se inserem no esqueleto axial. O presente trabalho teve como finalidade verificar as modificações no esqueleto axial de anfíbios, répteis e mamíferos, considerando que estes grupos possuem diferentes hábitos respiratórios. Para realização da análise morfológica, foram observados esqueletos axiais de sapo (Bufo marinus), tartaruga (Chelys matamatá), serpente (Bothrops jararacussu), gato (Felis domesticus), rato (Rattus norvegicus), bicho preguiça (Bradypus variegatus) e humano (Homo sapiens). As variantes estudadas foram: localização da Abertura das Coanas (AC) e presença ou ausência de Esterno e Costelas. Foi verificado que a localização da AC difere nos animais. Nos anfíbios (sapos) encontra-se na região anterior do palato. Nos répteis, as tartarugas apresentam AC na região média do osso, já nas serpentes está na região posterior. Nos mamíferos (gato, rato, bicho preguiça e humano) foi verificada uma semelhança entre os caracteres estudados, onde todos os animais analisados possuíam AC situada na região posterior do palato. Quanto a ausência ou presença de Esterno e Costelas, os anfíbios possuem Esterno, mas não apresentam Costelas. Com relação aos répteis ambos apresentam Costelas, porém as tartarugas apresentam Esterno. Os mamíferos estudados apresentaram Esterno e Costelas. Este estudo de anatomia comparada serviu para ampliar o conhecimento dos alunos de Ciências Biológicas do Centro Acadêmico de Vitória, a respeito das diferenças morfológicas do aparelho esquelético e o mecanismo de respiração.

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ANÁLISE CRANIOMÉTRICA E ANTROPOMÉTRICA DE CRÂNIOS HUMANOS DO SEXO MASCULINO E FEMININO DE SÃO PAULO Cruz RH, Lombardi LA, Damasceno JT, Prates JC INTRODUÇÃO: Estudos das características físicas do homem tem sido uma preocupação ao longo dos tempos. A cefalometria está presente tanto na área de estudos científicos, quanto por motivos estéticos. O tamanho da cabeça possui variações que diferem em cada tipo de pessoa, sendo influenciada por diversos fatores tais como clima, ambiente, tradição, raça e influência genética. Para determinar os índices cefálicos, utilizam-se diversos critérios dentre os quais uma fórmula que a partir dos dados craniométricos podemos classificar os crânios em dolicocéfalo, mesocéfalo e braquicéfalo. OBJETIVO: analisar dados antropométricos de crânios humanos do sexo masculino e feminino. METODOLOGIA: Por meio de uma pesquisa descritiva e analítica foram utilizados 101 crânios obtidos em laboratórios de anatomia de universidades de São Paulo, destes 55 do sexo masculino e 46 do sexo feminino. Por meio do auxílio de uma fita métrica foram mensurados a largura craniana máxima e o comprimento craniano máximo, para o cálculo do índice cefálico (IC) e posterior classificação em dolicocéfalos (IC até 74,9), braquiocéfalos (IC de 80 a 84,9) e mesocéfalos. Também foram mensurados o comprimento do osso frontal, largura e altura da abertura piriforme para posterior análise. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de t-student não pareado (p<0,05). RESULTADOS: Pela mensuração do índice cefálico observamos que no sexo masculino 69,1% (n=38) foram classificados como braquicéfalos, 21,8% (n=12) como mesocéfalos e 9,1% (n=5) como dolicocéfalos enquanto que no sexo feminino 54% (n=25) foram classificados como braquicéfalos, 37% (n=17) como mesocéfalos e 8,7% (n=4) como dolicocéfalos. Em relação ao osso frontal, notamos no sexo masculino uma maior saliência do arco superciliar com a região frontal mais convexa enquanto que no sexo feminino observamos a região frontal mais plana com uma saliência mais evidente do túber frontal. Pela análise do comprimento do osso frontal, não encontramos diferenças estatisticamente significantes entre os dois sexos, sendo que a média no sexo masculino foi de 12,52 ± 0,1 e no sexo feminino de 12,49 ± 0,1. Em relação à mensuração da abertura piriforme notamos que a largura apresentou medida de 3,24 ± 0,06 cm no sexo masculino e de 3,01± 0,06 cm no sexo feminino, ao passo que a largura apresentou valores de 2,54 ± 0,03 no sexo masculino e 2,44 ± 0,04 no sexo feminino, sendo dessa forma maior em crânios do sexo masculino (p<0,05). CONCLUSÃO: Dentre os crânios analisados observamos uma maior incidência de braquicéfalos em ambos os sexos. Notamos também que apesar de diferenças morfológicas aparentes, não houve diferença significante de tamanho do osso frontal ao passo que a abertura piriforme apresentou-se maior no sexo masculino.

ANÁLISE CRÍTICA MULTILÍNGUE DA TERMINOLOGIA ANATOMOMÉDICA: PROPOSIÇÕES PARA USO Werneck AL, Batigália F, Marcatto G*, Marcatto G Disciplina de Anatomia Clínica da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – SP (FAMERP)

Terminologia Anatômica tem sido frequentemente aplicada em Ciências da Saúde na discussão de relatos de casos ou na publicação de artigos científicos. Grande parte das publicações científicas em Anatomia e Medicina encontrase somente em língua inglesa, e sem especificidade para explicitar ocorrências anatomomédicas, terminológicas ou anatomolinguísticas. O objetivo do presente estudo foi analisar criticamente a linguagem anatomomédica, com base nas Terminologias Anatomicas Internacionais multilíngues (inglês-português-espanhol). Termos foram cuidadosamente selecionados para compilação de um corpus anatômico com termos oficiais alternativos que ocasionem erros de terminologia ou de tradução anatomomédicas, bem como a compilação de lista de epônimos. Duas listas referenciais, uma com 7.683 termos anatômicos oficiais e oficiais alternativos em línguas inglesa, portuguesa e espanhola, bem como seus radicais latinos e gregos foram compiladas, e outra composta de 424 Epônimos oficiais reconhecidos pelas Terminologias Anatômicas Internacionais. Análise crítica terminológica multilíngue reduz o risco de ambiguidades, incoerências, inutilidades e repetições, assim como a tradução de equivalentes linguísticos em Nomenclatura direcionada às Ciências da Saúde, ao priorizar a inclusão de termos oficiais e oficiais alternativos comumente utilizados, a partir de radicais grecolatinos. Esforços em compilar, interpretar, adequar e padronizar listas de termos utilizados em livros, periódicos e sites sobre Anatomia Humana promovem oportunidades de discussão acadêmica, esclarecimento conceitual e atualização científica a estudantes ou profissionais das áreas da Saúde ou da Tradução. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia; Terminologia; Tradução; Linguística.

PALAVRAS CHAVE: Crânio, Craniometria, Cefalometria.

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ANÁLISE DA AÇÃO DO RESVERATROL SOBRE O PESO CORPORAL DE RATOS WISTAR DESNUTRIDOS E SUBMETIDOS À RENUTRIÇÃO

ANÁLISE DA DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL EM LIVROS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Pereira JNB*, Bolina CS, Bolina-Matos RS, Alves PH, Marosti-Bobna AR, Liberti EA Universidade de São Paulo

Silva KC*, Macedo CVT, Santana AO Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

A desnutrição é uma doença responsável por alterações fisiológicas e se manifesta inicialmente com retardo no crescimento e diminuição do peso corporal. Compostos antioxidantes como o resveratrol, podem atuar sobre o organismo, minimizando danos celulares que comprometem o funcionamento dos sistemas corpóreos. Assim, tendo em vista os efeitos benéficos deste polifenol e o comprometimento do organismo mediante a desnutrição, o objetivo deste trabalho foi avaliar se a renutrição com resveratrol seria capaz de reestabelecer o peso corpóreo de ratos Wistar desnutridos. Para tanto foram formados quatro grupos experimentais (n=5) no período púbere de 60 dias, constituídos de espécimes desnutridos (Grupo D), nutridos (Grupo N), renutridos a partir do 22º dia, com dieta padrão (RN), e com a mesma dieta acrescida de resveratrol (RSV), à concentração de 22,4±0,4mg Kg/dia. . O peso e o consumo de ração foram mensurados diariamente e os resultados expressos em média±desvio padrão e analisados pelo teste de Scott Knott. O grupo D apresentou cerca de 61,21% a menos de consumo de ração quando comparados aos outros grupos. A média de peso dos animais do grupo D (49,6±10,5) foi menor (p<0,05) em relação a todos os outros grupos, no grupo RN (168,1±22,4) a média aumentou significativamente quando comparados ao grupo D, nos animais do grupo RSV (196,4±9,2) houve aumento (p<0,05) em relação aos grupos D e RN, porém este não foi maior do que o encontrado no grupo N (273,8±17,7). Portanto, conclui-se que a renutrição com resveratrol se mostrou uma alternativa mais eficaz em relação à renutrição normal, contribuindo efetivamente no processo de recuperação corpórea destes animais, porém não retoma totalmente os parâmetros normais de peso dos mesmos.

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A divisão do Sistema Nervoso Central (SNC) é apresentada de maneira simplificada nos livros de ensino fundamental e médio e, às vezes, elementos não são apresentados, o que podem resultar em uma carência na formação do aluno no futuro. Os objetivos deste trabalho foram analisar como o SNC é descrito pelos livros de ensino fundamental e médio; comparar essa descrição com a dos livros de ensino superior e recomendar como deveria ser a descrição, caso houvesse alguma omissão/erro no conteúdo. Foram avaliados sete livros do ensino fundamental (Ciências) e médio (Biologia), e comparados com sete livros do ensino superior (Anatomia Humana). Os livros de ensino médio de Biologia foram os que mais se aproximaram da descrição encontrada nos livros de ensino superior sobre a divisão do SNC. Porém, os livros de ensino fundamental de Ciências selecionados mostraram-se omissos na divisão do SNC. Alguns descreveram o encéfalo como sendo constituído somente pelo cérebro, enquanto outros apenas acrescentavam a este o cerebelo ou o bulbo, omitindo a descrição de outras estruturas, como a ponte e o mesencéfalo, ou apenas apontando-as em ilustrações; simplificando, assim, o conteúdo em estruturas que podem trazer erros de premissa. Além disso, os livros de ensino fundamental privilegiaram em termos de métrica a descrição de uma estrutura do SNC em relação à outra. Com isso, este trabalho recomenda a revisão dos conteúdos sobre o SNC nos livros de Ciências, uma vez que a construção do conhecimento feita de maneira deficiente resulta em posterior (ensino médio e superior) desconstrução deste conhecimento e reconstrução do mesmo por parte do aluno, implicando na contrariedade deste método de ensino e aprendizagem em relação à psicologia da educação.

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ANÁLISE DA LOCALIZAÇÃO DO FORAME INFRA-ORBITÁRIO PARA OBTENÇÃO DE UM PROTOCOLO DE ANESTESIAS LOCAIS E PEQUENOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

ANÁLISE DA INFRAESTRUTURA DO LABORATÓRIO DE ANATOMIA HUMANA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO (UFTM)

Bonsi AB, Boni RC, Prosdócimi FC, Soares LT, Souza MP, Silva, ALL

Corrêa VLB*, Gonçalves PM, Castro RF Universidade Federal do Triângulo Mineiro INTRODUÇÃO: Tendo–se em vista a importância do aprendizado baseado no tripé ensino, pesquisa e extensão, é essencial que, constantemente, reavaliemos as condições em que se dá esse tripé, sendo a infraestrutura o alicerce do mesmo. Trata-se de um trabalho de avaliação das condições do laboratório de anatomia humana da UFTM, desenvolvido por monitores da disciplina, durante o período letivo de 2011. OBJETIVO: O presente trabalho visa avaliar a importância de um laboratório ideal para o desenvolvimento acadêmico, por meio da avaliação de sua infraestrutura - incluindo sua influência no ensino, e na satisfação dos acadêmicos quanto à qualidade das atividades realizadas. METODOLOGIA: Foram realizadas reuniões entre monitores para discutir a problemática; entrevista com técnicos do laboratório; questionamento a professores quanto aos problemas constatados por acadêmicos; coleta de opiniões de acadêmicos que o usufruíram no período analisado. O laboratório foi fotografado para fins comparativos, servindo de base três outras universidades visitadas. RESULTADOS: A precariedade do ensino denunciada advém, essencialmente, da falta de infraestrutura, a qual sofreu grande influencia da expansão do número de cursos oferecidos pela UFTM sem que houvesse investimento proporcional na estrutura física do laboratório. Culminou-se em aulas superlotadas, sem o acompanhamento devido aos acadêmicos; redução do “tempo de meia vida” das peças anatômicas; questionamento da qualidade das aulas; e falta de materiais para o desenvolvimento de atividades. CONCLUSÃO: Tendo-se em vista a necessidade do tripé de desenvolvimento acadêmico pautado no ensino, pesquisa e extensão, constatou-se que havia a necessidade de investimento em infraestrutura para sanar as demandas do laboratório.

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O terço médio da face apresenta maior projeção anterior em relação aos demais, assim, essa região apresenta maior índice de traumatismos, e é de grande interesse estético. Assim, cirurgias reconstrutivas nesta região são freqüentes e de relevante interesse clínico. Avaliamos a posição relativa do forame infra-orbitário (em cada antímero) para melhor orientação da técnica anestésica extra-oral infra-orbital. Observamos a posição relativa do forame infra-orbitário em 100 crânios secos de indivíduos adultos, utilizando-se como referências pontos anatômicos palpáveis durante o procedimento anestésico local, como o ponto mais inferior da margem infra-orbital e abertura piriforme.Para pequenos procedimentos cirúrgicos a anestesia local infraorbital é indicada, determinando um conhecimento anatômico preciso da localização de alguns acidentes anatômicos, como o forame infra-orbitário.Tal técnica anestésica é amplamente realizada para pequenas intervenções no terço médio da face, incidindo sobre o n. infra-orbital, ramo do n. maxilar, ramo do n. trigêmeo (V Par). 1. TESTUT, L.; LATARJET, A. - Tratado de Anatomia Humana. Barcelona, Salvat Editora, 1975. Tomo I, P. 277 - 280, Tomo II, p. 100 - 107.2. VIEIRA, J. L.; PEREIRA, A. M. S. A. - Bloqueio do Nervo Maxilar. Atlas de Técnicas de Bloqueios Regionais. Revista Brasileira de Anestesiologia, 38 (8): p. 15 - 18, 1988.3. CANGIANI, L. M. - O Nervo Trigêmeo. Atlas de Técnica de Bloqueios Regionais. Revista Brasileira de Anestesiologia, 38 (8): 4 - 7, 1988.

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ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA DISSECAÇÃO NO ENSINO/APRENDIZAGEM

ANÁLISE DA ORIGEM DA ARTÉRIA DO LABIRINTO EM 20 ENCÉFALOS HUMANOS

Pinho TS*, Oliveira AVT, Gonçalves LMP, Nascimento IM, Cobucci RNO Escola da Saúde - Medicina, Laureate International Universities, Universidade Potiguar (UnP), Brasil.

Carvalho AGMA*; Netto AU; Correia LGCB; Félix ECC; Queiroga NG; Paiva TTB; Sampaio RCR; Holanda MMA Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE, João Pessoa-PB

INTRODUÇÃO: A A. do labirinto, também denominada A. auditiva interna (AAI), acompanha os Nn. facial e vestibulococlear pelo meato acústico interno (MAI) e se distribui na orelha interna, vascularizando-a. A literatura disponível aos acadêmicos de medicina é divergente quanto à sua origem, variando entre a A. basilar e a A. cerebelar inferior anterior (AICA), que cursa posterolateralmente, na maioria das vezes ventral aos nervos abducente, facial e vestibulococlear, formando, em vários casos, uma alça variável no MAI abaixo dos nervos, a partir da qual a A. do labirinto pode se originar. Conhecer a real origem da AAI é fundamental para entender quadros clínicos relacionados a isquemias e a infartos vertebrobasilares. OBJETIVOS: Identificar a prevalência quanto à origem da A. do labirinto, ou pela A. basilar, ou pela AICA, divergência presente entre os principais autores de neuroanatomia, de neurologia e de neurocirurgia. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram analisados vinte encéfalos de cadáveres humanos, fixados com formol a 10%, e alguns com glicerina, disponíveis na FAMENE. Cerca de quarenta Aa. do labirinto, levando em consideração variações anatômicas quanto a sua presença, foram dissecadas e expostas para a identificação dos seus pontos de emergência. RESULTADOS: Através da análise de sua emergência, notamos que a AAI origina-se, normalmente, como ramo da AICA, apresentando origem direta da A. basilar em apenas 15% das peças cadavéricas. CONCLUSÃO: Fica evidente uma maior incidência da AICA como origem da A. do labirinto, informação importante em casos de aneurismas intracranianos do sistema vertebrobasilar que representam cerca de 5 a 10% de todos os aneurismas cerebrais.

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A Anatomia começou a ser instigante quando o homem teve a curiosidade de observar, em um animal, as diferentes partes que o constituíam. Assim surgiu a dissecação com o intuito de estudar os órgãos separadamente. Embora a Anatomia seja essencial ao ensino da área de saúde, por inúmeras vezes os estudantes vêm a perceber a devida importância da Anatomia somente quando se encontram ao lado de um leito ou de uma mesa operatória do seu paciente. O objetivo deste trabalho é analisar quão importante consideram a prática de dissecação os estudantes de medicina da UnP, Natal-RN. Estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa. Entrevistou-se 100 discentes do curso de medicina do terceiro ao sexto semestres, sendo 53,7% do sexo feminino e 77,8% com faixa etária de 20 a 25 anos. Todos os entrevistados acham a dissecação importante, sendo que 94,5% referem ser muito importante. Praticaram dissecação por mais de uma vez na semana 59,3% e por mais de duas horas na semana 55,5%. Entre os que praticam menos, 87% dizem não ter tempo, 13% referem falta de afinidade e 90,8% falta de instruções. Os entrevistados apontam a necessidade de um treinamento inicial com roteiro contendo orientações sobre as estruturas anatômicas, bem como maior acompanhamento dos monitores e professores, visando aumentar o interesse. O estudo demonstra que os discentes reconhecem a importância da dissecação na sua formação. Entretanto, mais de 40% praticam apenas uma vez por semana e por menos de duas horas, referindo a falta de instrução e de tempo como causa. Portanto, maior envolvimento de professores e monitores na motivação dos alunos, assim como maior tempo para o estudo da anatomia podem fazer com que mais estudantes pratiquem dissecação. PALAVRAS-CHAVE: anatomia, dissecação, aprendizagem

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ANÁLISE DA REAÇÃO DE SDH EM MÚSCULO PTERIGOIDEO LATERAL DE RATOS COM ALTERAÇÃO OCLUSAL INDUZIDA SOB EFEITO DE ESTRESSE AGUDO Iyomasa DM*, Calzzani, RAJ; Pereira YCL;Fernandez RAR; Moreira BM, Issa JPM, Iyomasa MM, Leite-Panissi CRA Universidade de São Paulo – FORP Estudos mostram que situações estressoras provocam aumento na atividade mastigatória, as quais estão fortemente relacionadas à dor orofaciais, entretanto, poucos estudos avaliam os efeitos do estresse na plasticidade dos músculosmastigatórios. Assim o objetivo é avaliar se o estresse agudo induz alterações morfológicas no músculo pterigoideo lateral esquerdo de ratos submetidos ou não à maloclusão. Ratos machos Wistar (250g) foram divididos aleatoriamente em 2grupos: Maloclusão (GM): exodontia unilateral (n=10); e Sem Maloclusão (GSM): sem exodontia unilateral (n=10). Em cada grupo havia subgrupo: IEstresse agudo; II: sem estresse (Controle). O GM foi submetido à exodontia unilateral dos molares superiores esquerdo, sob a anestesia com associação de xilazina 4% (10mg/kg) e cetamina 10% (80mg/kg), i.p. Os ratos do subgrupo I foram submetidos ao estresse agudo 23 dias após a exodontia, consistindo em restrição física durante 2 h. A seguir,os ratos foram submetidos à eutanásia por sobredose anestésica, para obtenção dos músculos para análise com reação de succinatodesidrogenase (SDH), cuja reação revelou fibras musculares claras, intermediárias e escuras. As fibras escuras apresentaram aumento significativo (p<0,05, Teste Bonferroni) após o estresse agudo apenas no GSM (18.45 ± 1.34), comparado ao GSMsem estresse (11.0 ± 1.00). As fibras claras e intermediárias não apresentaram diferença estatística na situação de estresse em ambos (GM e GSM) em relação ao controle. Concluiu-se que,no músculo pterigóideo lateral o estresse agudo aumentou a atividade metabólica muscular no grupo sem maloclusão e não alterou no grupo maloclusão. APOIO FINANCEIRO: FAPESP nº 2011/16139-2 N.º PROTOCOLO CEUA: 11.1.1541.53.9

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ANÁLISE DAS DIFICULDADES ENFRENTADAS NO DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES DO PROGRAMA DE MONITORIA DE ANATOMIA Kerolayne CSA*, Jalles DL, Adalmira BL, Francisco ORF, João EMJ, Jéssica LBJ, Luani MAB, Ronivaldo CM Faculdades Integradas de Patos - FIP INTRODUÇÃO: O programa de Monitoria no contexto educativo data de longo tempo e se define como processo pelo qual alunos auxiliam alunos na situação ensino/aprendizagem. Suas atividades dizem respeito a uma ação extraclasse que busca resgatar as dificuldades ocorridas em sala de aula propondo medidas capazes de amenizá-las. OBJETIVO: Analisar as dificuldades enfrentadas no desenvolvimento das atividades do Programa de Monitoria de Anatomia, segundo a ótica de monitores e discentes. METODOLOGIA: Estudo exploratório retrospectivo, qualitativo. Para a realização deste estudo, foi elaborada uma ficha para acompanhamento das atividades do Programa de Monitoria, do semestre de 2012.1, desenvolvidas pelos monitores junto aos discentes do Curso de Nutrição das Faculdades Integradas de Patos (FIP), sempre conforme as orientações éticas da Resolução 196/96. RESULTADOS: De acordo com os resultados colhidos, ficou evidenciada pelos alunos e monitores uma satisfação pelas atividades desenvolvidas pelo programa. No entanto, os monitores citaram como dificuldade no desenvolvimento das atividades, uma ausência considerável dos alunos. Em contrapartida, esses discentes citaram como uma das dificuldades enfrentadas, o horário das monitorias, já que uma grande parte dos mesmos deslocam-se de localidades distantes e desenvolvem ocupações trabalhistas, que os levam a buscarem a participação nas monitorias nos períodos mais próximos das atividades avaliativas. Não foi observado citações quanto a dificuldades pela carência de material para estudo nos laboratórios. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia. Dificuldades enfrentadas. Programa de Monitoria.

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ANÁLISE DAS PROPRIEDADES BIOMECÂNICAS E DO REPARO ÓSSEO EM RATAS OVARIECTOMIZADAS CONSUMIDORAS DE CHÁS DA FOLHA DA MORUS NIGRA L

ANÁLISE DAS FIBRAS COLÁGENAS DA MATRIZ EXTRACELULAR DE PELE FETAL DE RATAS WISTAR TRATADAS COM ACETATO DE CHUMBO

Modafferi FCS*, Gontijo G, Silva AC, Maier FGF, Abreu Junior CS, Silva FG, Silva TD, Soares EA * Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS

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Mendonça Neto PT*, 1Fonseca TR, 1Santos VS, 1Santos LV, 2 Palmeira JAV, 2Reis FP,1Feitosa VLC

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Universidade Federal de Sergipe/UFS, 2Universidade Tiradentes/UNIT

A matriz extracelular da derme é caracterizada por uma destacada organização de suas fibras colágenas, responsáveis pelas propriedades de tensão da pele permitindo que este órgão sirva como proteção contra traumas extremos. Este trabalho objetiva estudar a organização molecular das fibras colágenas em pele fetal de ratas Wistar expostas ao acetato de chumbo, para verificar a toxicidade deste metal pesado na organização dos componentes da matriz extracelular no tecido epitelial. Foram utilizados vinte fetos a termo de ratas Wistar divididos em quatro grupos. Os três primeiros grupos corresponderam às concentrações de acetato de chumbo, 12,5; 25,0 e 50,0 mg/Kg por peso corpóreo. O quarto grupo correspondeu às ratas controle que recebeu água destilada no lugar do acetato de chumbo. Os fetos foram fixados, dissecados, e retalhos de pele foram incluídos em parafina e corados pelas técnicas da hematoxilina-eosina e tricromo de Masson. As análises macroscópicas mostraram que houve alterações na forma, cor e consistência da pele dos fetos do grupo experimental. Microscopicamente, nos fetos pertencentes ao grupo experimental pode ser observado: uma desorganização do tecido epitelial acompanhada de uma diminuição da quantidade de fibras colágenas, impregnação heterogênea do chumbo nos vasos sanguíneos da derme e redução da densidade dos fibroblastos na derme dos fetos das ratas tratadas com acetato de chumbo. Diante do exposto, pode-se inferir que a toxicidade do chumbo nos fetos de ratas Wistar do grupo experimental foi bastante expressiva, comprometendo o padrão estrutural e funcional da pele.

INTRODUÇÃO: Os efeitos da folha da Morus nigra provem dos relatos da terapêutica popular em humanos, que apontam a sua eficácia para o tratamento dos sinais e sintomas da menopausa, e inclusive utilizam-se do comércio das mesmas como medicamento ou mesmo preconizam sua utilização em forma de infusão. No entanto são poucas as pesquisas relacionadas aos benefícios do uso da folha da Morus nigra. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo avaliar experimentalmente os efeitos do chá da folha da Morus nigra L sobre a resistência mecânica do osso e a osteogênese em falha ósseas produzidas em osso parietal de ratos. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram utilizados 20 ratos divididos em 04 grupos (n=5), grupo CT = Fêmeas Normais, grupo NC = Fêmas não Ooforectomizadas dieta da folha da Morus nigra, grupo OA = Ooforectomizadas dieta liquida água e grupo OC = Ooforectomizadas dieta da folha da morus nigra. Os grupos receberão alimentação sólida na forma de ração, a dieta liquida do grupo CT e OA será água ad libitum e do grupo OC chá da folha da Morus nigra L. Após 30 dias da ooforectomização das ratas e do consumo de chá da folha da Morus nigra, uma falha de 5mm foi produzida no osso parietal direito de todos os animais. Ao completar 60 dias os animais sofreram eutanásia, os fêmures e os ossos parietais direitos foram coletados para o ensaio mecânico e processamento histológico. RESULTADOS: Não houve diferença no teste de resistência óssea entre os grupos, no entanto os animais do grupo OC foram aqueles que apresentaram maior volume de osso neoformado. CONCLUSÃO: O uso do chá da folha de Morus nigra não influenciou nas propriedades mecânicas do osso, no entanto, aumentou a neoformação óssea nas falhas produzidas em osso parietal das ratas ooforectomizadas.

APOIO: FAPITEC PALAVRAS-CHAVE: Fibras colágenas, acetato de chumbo, ratas Wistar

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ANÁLISE DE MEDIDAS MORFOLÓGICAS DO MÚSCULO MASSETER EM ADULTO-JOVENS A PARTIR DA ULTRASSONOGRAFIA Silva NA*, Oliveira JHP, Genuíno Filho MD, Lima NS, Silva HJ Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife A morfologia muscular está associada à função do músculo, bem como a sua capacidade de executar determinado exercício. É necessário investigar quantitativamente a relação morfofuncional do músculo masseter. Por isso, objetivamos caracterizar medidas morfológicas do músculo masseter em indivíduos adultos-jovens através da ultrassonografia. Avaliou-se 18 voluntários, 6 mulheres (média=22 anos) e 12 homens (média=20,6 anos), adulto-jovens, com oclusão clinicamente normal, e com boa dentição, estudantes do Centro de Ciências da Saúde da UFPE. Foi utilizado o equipamento General Eletric® Logiq400, com transdutor linear de alta freqüência (10MHz) e três medidas do músculo para cada lado. As medidas são referentes à espessura do masseter e foram coletadas nas situações de repouso e apertamento dental. Para indivíduos do sexo masculino durante o repouso, lado direito, o valor médio da espessura do músculo foi igual a 14,2mm (DP=0,19), para o lado esquerdo foi igual a 14,6mm (DP=0,16). Durante a contração por mordida o valor do lado direito foi 16,9mm (DP=0,21) e para o lado esquerdo 16,6mm (DP=0,23). Já para os indivíduos sexo feminino, durante o repouso, no lado direito, o valor médio da espessura do músculo foi igual a 12,2mm (DP=0,18) e para o lado esquerdo foi igual a 12,3mm (DP=0,20). Durante a contração por mordida o valor para o lado direito foi 14,2mm (DP=0,19) e para o lado esquerdo 14,1mm (DP=0,20). Com estes resultados concluímos que não foram encontradas medidas significativamente discrepantes entre indivíduos. Deve-se buscar a mensuração morfologia muscular associando à função exercida pelo músculo dada a relação anatomofuncional. Comitê de Ética CEP/CCS/UFPE Nº 356/10.

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ANÁLISE DESCRITIVA E COMPARATIVA DA ANATOMIA DOS MUSCULOS PEITORAL MAIOR E MENOR DE MAMIFEROS DO CERRADO, HOMEM E CARNIVOROS DOMÉSTICOS Felipe RL¹*, Silva APA¹, Paula KM¹, Leonel LCPC¹, Carvalho-Barros RA¹, Silva DCO², Chacur EP², Silva Z¹ 1 UFG - Catalão, ²UFU – Uberlândia A Anatomia é uma ciência que estuda a estrutura e a distribuição de órgãos e sistemas do corpo dos animais. Uma análise morfológica comparativa pode contribuir para elucidar aspectos diversos de uma determinada espécie. Espécies cuja Anatomia não foi ainda suficientemente estudada são o Quati, a Irara e Bugio. O sistema muscular de um animal apresenta importância fundamental para adaptá-lo às condições de vida, alimentação e reprodução no bioma onde vive, e seu estudo pode ser uma ferramenta eficaz para a construção de uma relação entre a fisiologia e morfologia especialmente com enfoque comparativo e evolutivo. Por outro lado, o Cerrado, bioma de alta complexidade abriga espécies que são nativas ou que migraram de outras áreas e procuram adaptar-se ao novo ambiente e por isso são i9mportantes em estudos dessa natureza. O objetivo desta pesquisa é descrever e comparar a Anatomia do M. Peitoral Maior do Quati, do Irara e do Bugio com o Homem e Carnívoros domésticos a fim de tentar estabelecer uma relação funcional e evolutiva entre as espécies. Nesta pesquisa foram utilizados dois espécimes de cada grupo, os quais foram doados pelo IBAMA – MG / GO ou foram coletados mortos às margens de estradas, vítimas de atropelamentos. Os espécimes foram injetados com látex corado no sistema artéria e venoso objetivando estudos dos vasos sanguíneos e posteriormente fixados com solução de formaldeído 10% e nela conservados. Após esta etapa os animais foram dissecados conforme técnicas usuais em Anatomia Os resultados mostram semelhanças e diferenças que podem ser imputadas à forma do corpo e “modus vivendis” de cada grupo.

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ANÁLISE DESCRITIVA E MORFOMÉTRICA DA CICLOPIA EM SUÍNO ASSOCIADO A UM “PARASITA” Barreto MIO1*, Almeida WM1, Silva TG1, Galvão APO1, 1 Silva EFA , Medeiros BF1, Melo D’PCB1, Magalhães CP1 1 Centro Acadêmico de Vitória (CAV) – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

ANÁLISE DO DIÂMETRO CRÂNIO-CAUDAL E LATERO-MEDIAL DO CANAL MANDIBULAR EM TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DO SEXO FEMININO Bernardino Júnior R, David EF, Lopes CCA, Costa GV

A ciclopia é uma má formação congênita rara e incompatível com a vida, na qual os olhos estão parcialmente ou completamente fundidos, formando um único olho mediano incluído em uma única órbita. Geralmente é associada a um apêndice em forma de probóscide, superior ao olho. Este estudo traz uma análise morfométrica-descritiva dessa má formação em suíno que apresenta um parasita na sua lateral direita. O suíno pertence ao laboratório de Anatomia Humana do Centro Acadêmico de Vitória (CAV) – Universidade Federal de Pernambuco. Foram feitas medidas das seguintes estruturas: probóscide; fenda orbital; orelhas; coxa, perna, pé do suíno e do parasita; comprimento total do suíno; largura da pelve e tórax; comprimento e largura da cabeça. As medidas foram feitas com paquímetro manual (150mm-0,02mm). O porco possui 35 cm de comprimento e as medidas relacionadas à ciclopia foram analisadas sucintamente. A probóscide teve um comprimento de 3,49cm e a circunferência 3,62cm. Já a orelha direita e esquerda obtiveram o mesmo comprimento, 5cm e a largura de 4,23cm e 4,04cm respectivamente. A fenda orbital apresenta na sua abertura látero-lateral 1,08 cm e na posição súpero-inferior 0,94cm. O porco possui ausência de sexo externamente e contém 16 mamilos, onde o normal é de 10-12. Com isso, observamos que o comprimento da orelha corresponde a 14% do comprimento do corpo e com um formato aproximadamente quadrado. Já o elevado número de mamilos se deve a presença do parasita. Portanto, a observação das características morfométricas desse suíno com ciclopia permite inferir aspectos biológicos que possivelmente podem estar relacionados com o desenvolvimento dessa holoprosencefalia.

A mandíbula apresenta no seu interior um canal com trajeto oblíquo, entre os forames mandibular e mentoniano. Esse canal possui uma forma circular, piriforme ou oval e contêm o feixe vásculo nervoso alveolar inferior. O conhecimento anatômico do canal mandibular é de extrema importância durante a realização de vários procedimentos odontológicos como lateralização do seu conteúdo, anestesias, exodontias e planejamento para colocação de implantes. Há vários tipos de exames de imagem que permitem o estudo de estruturas anatômicas do aparelho estomatognático sendo que entre eles a Tomografia Computadorizada é considerada um dos melhores. Este estudo visa quantificar o diâmetro do canal mandibular em suas dimensões crânio-caudal (altura) e latero-medial (largura), bem como verificar seu comportamento em indivíduos do sexo feminino através de imagens de Tomográficas mensuradas com o software Dental Slice. Utilizando-se 30 imagens de arquivo morto de indivíduos entre 40 e 60 anos, fez-se 3 medidas em cada antímero sendo: A) 5 mm posterior ao forame mentoniano, B) tangente a borda anterior do ramo da mandíbula e C) a meia distância entre as duas antes citadas. Notou-se que, em média as medidas, em milímetro, das alturas encontradas no antímero direito para as respectivas regiões acima definidas, foram 1,92; 3,80 e 2,05; e em largura 1,72; 2,21 e 1,87. Na mesma sequência antes apresentada, para o antímero esquerdo encontrou-se 2,09; 3,88 e 2,23 e 1,85; 2,38 e 1,84. Conclui-se que o canal mandibular no gênero feminino apresenta comportamento semelhante entre os antímeros estudados e que não se observou diferença estatisticamente significativa (p< 0,05) entre os valores encontrados para semelhantes regiões analisadas bilateralmente.

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ANÁLISE DO DIÂMETRO DO CANAL MANDIBULAR HUMANO DO GÊNERO MASCULINO ATRAVÉS DE TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS Bernardino Júnior R, Lopes CCA, David EF, Costa GV

O conhecimento anatômico da mandíbula e de suas estruturas é de grande importância para os cirurgiões dentistas, principalmente frente a realização de planejamentos, procedimentos cirúrgicos e interpretação de imagens. Comumente o canal mandibular é único e bilateralmente simétrico. O não conhecimento das variações anatômicas do referido canal pode resultar em insucessos: anestésicos, de planejamentos e cirúrgicos como exodontias e lateralização do feixe vasculo nervoso alveolar inferior. Tal estudo visa quantificar o diâmetro em suas dimensões latero-medial (largura) e crânio-caudal (altura) do canal mandibular. Foram utilizadas 15 tomografias computadorizadas de mandíbula de humanos do gênero masculino com idade variando entre 40 e 60 anos, obtidas através do Tomógrafo Volumétrico Facial. Tais medidas foram realizadas em três posições: A) 5 mm posterior ao forame mentoniano, B) tangente a borda anterior do ramo da mandíbula e C) a meia distancia entre as referências anteriores. Utilizou-se o programa Dental Slice para as mensurações. Encontrou-se em milímetros e como média em largura no antímero direito A) 1,91, B) 2,26 e C) 1,87; e em altura A) 2,03, B) 4,25 e C) 2,18. Para o antímero esquerdo em largura as médias foram A) 1,79, B) 2,33 e C) 1,75; e em altura A) 1,91, B) 4,11 e C) 2,18. Conclui-se que o comportamento do canal mandibular para o antímero direito e esquerdo não apresentou diferenças significativas (p<0,05). Em altura foi possível observar que as medidas aumentaram da posição A para a posição C. No que se refere a largura, as medidas das posições A e C foram semelhantes, e menores que a B.

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ANÁLISE DO METABOLISMO OXIDATIVO NO MÚSCULO MASSETER DE RATOS SUBMETIDOS À MALOCLUSÃO E ESTRESSE CRÔNICO REPETIDO Calzzani RAJ, Iyomasa DM, Pereira YCL, Fernandez RAR, Kotake BGS, Dias FJ, Panissi CRAL, Iyomasa MM

O estresse de natureza repetida parece favorecer a hiperalgesia e alodinia e evidências clínicas têm demonstrado que o estresse físico e o emocional podem estar associados com a alteração da função muscular mastigatória em indivíduos submetidos a diferentes situações cotidianas. O objetivo do estudo foi investigar o estresse crônico repetido, associado ou não à maloclusão por reações de nicotina amida dinucleotídeo (NADH). Foram utilizados 20 ratos Wistar(♂- 200g) divididos em dois grupos: GSM - sem maloclusão(n=10)e GM -maloclusão (n=10), divididos em dois subgrupos (n=5): I - estresse crônico repetido; II - sem estresse. O estresse crônico foi realizado em aparato metálico permanecendo individualmente em restrição física por 2 horas por dia, durante 10 dias,a partir do 14o dia da exodontia.Amostras do músculo masseter ipslateral à exodontia foram coletadas e processadas paras a técnica de NADH, e foram quantificadas as fibras glicolíticas (FG), glicolítico-oxidativas (FGO) e oxidativas (FO). No grupo GSMI houve diminuição da área das fibras FG (40,4±5,8) quando comparadas ao GSMII (45,5±5,53), em razão do aumento da área de FGO (33,5±5,4),(p<0,05) de GSMI.A área de fibras FG e FGO não revelaram diferenças significativas entre os grupos GMII, GMI e GSMII. Concluiu-se que o estresse interferiu na atividade oxidativa do músculo masseter no grupo sem maloclusão, mas a maloclusão isolada ou associada ao estresse não interferiram na atividade oxidativa das fibras. APOIO: FAPESP: 2011/15209-7/CEUA-nº 11.1.130.53.5.

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ANÁLISE DO MÚSCULO MASSETER ESQUERDO APÓS EXODONTIA DE MOLARES INFERIORES IPSILATERAIS DE Ratus novergicus Benigno MIM, Cruz PF, Conde Junior AM, Rodrigues KEL, Guerra SPL, Andrade LC, Monte ZLO

A maioria das desordens temporomandibulares (DTM), tem como fatores predisponentes ou coadjuvantes, alterações a nível oclusal, as quais têm sido apontadas como responsáveis pelo comprometimento do sistema muscular. A posição fisiológica postural mandibular é mantida pelos músculos elevadores da mandíbula contra a ação da gravidade, enfatizando a ação dos músculos masseteres, pterigóideos mediais e temporais. O presente trabalho visa analisar sob microscopia de luz as alterações das fibras musculares do músculo Masseter esquerdo, após exodontia dos molares inferiores ipsilaterais de Rattus novergicus jovens. Dez ratos machos jovens, pesando aproximadamente 250g foram divididos em dois grupos: Grupo I(n=5) , submetidos à exodontia e grupo II(n=5) , controle. Os animais submetidos ao procedimento cirúrgico foram pré-medicados com opióide (tramadol 4mg/kg) por via intramuscular profunda para garantir analgesia; e após dez minutos, foram submetidos à anestesia geral do tipo dissociativa utilizando associação anestésica ketamina (Dopalen) 30mg/kg + xilazina(Rompum) 0,5mg/kg na mesma seringa, injetados por via intramuscular. Após os procedimentos cirúrgicos (exodontias), os animais foram submetidos a antibioticoterapia preventiva (Penicilina/streptomicina – 40.000 UI/kg). As exodontias foram realizadas com alicate Weingart® 120E adaptado. Quinze dias após a cirurgia, foi realizada a eutanásia dos dois grupos com sobredose de anestésico.Foram obtidos fragmentos com cerca de 0,3cm do músculo masseter dos dois grupos de ratos, fixados em formaldeido a 10% tamponado com hidróxido de sódio monobásico e dibásico. Esses fragmentos foram mantidos em substância fixadora por 24 horas, e posteriormente submetidos à desidratação em serie crescente de alcoóis (de 70° ao absoluto), mantidos em benzoato de metila por aproximadamente 2 horas e processados através de técnica rotineira para inclusão em parafina. Cortes transversais semi-seriados foram obtidos e corados pelo método Hematoxicilina e Eosina (H&E), para evidenciar as fibras musculares e possíveis alterações das mesmas. As Laminas permanentes obtidas foram analisadas sob microscópio de luz, com objetivas de 40x e as imagens registradas por meio de sistema fotomicrográfico digital, Axiovision®. Foi observada uma redução da área das fibras do músculo masseter esquerdo do grupo submetido à exodontia dos molares inferiores esquerdos. A perda de elementos dentários mostrou a atrofia das fibras musculares do músculo masseter esquerdo após exodontia dos molares inferiores ipsilaterais.

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ANÁLISE DO MÚSCULO PTERIGÓIDEO MEDIAL ESQUERDO APÓS EXODONTIA DE MOLARES INFERIORES IPSILATERAIS DE RATUS NOVERGICUS Benigno MIM, Cruz PF, Rodrigues KEL, Conde Junior AM, Andrade LC, Guerra SPL, Leal NMS A maioria das desordens temporomandibulares (DTM), tem como fatores predisponentes ou coadjuvantes, alterações a nível oclusal, as quais têm sido apontadas como responsáveis pelo comprometimento do sistema muscular. A posição fisiológica postural mandibular é mantida pelos músculos elevadores da mandíbula contra a ação da gravidade, enfatizando a ação dos músculos masseteres, pterigóideos mediais e temporais. O presente trabalho visa analisar sob microscopia de luz as alterações das fibras musculares do músculo Pterigóideo Medial esquerdo, após exodontia dos molares inferiores ipsilaterais de Rattus novergicus jovens. Dez ratos machos jovens, pesando aproximadamente 250g foram divididos em dois grupos: Grupo I(n=5) , submetidos à exodontia e grupo II(n=5) , controle. Os animais submetidos ao procedimento cirúrgico foram pré-medicados com opióide (tramadol 4mg/kg) por via intramuscular profunda para garantir analgesia; e após dez minutos, foram submetidos à anestesia geral do tipo dissociativa utilizando associação anestésica ketamina (Dopalen) 30mg/kg + xilazina (Rompum) 0,5mg/kg na mesma seringa, injetados por via intramuscular. Após os procedimentos cirúrgicos (exodontias), os animais foram submetidos a antibioticoterapia preventiva (Penicilina/streptomicina – 40.000 UI/kg). As exodontias foram realizadas com alicate Weingart® 120E adaptado. Quinze dias após a cirurgia, foi realizada a eutanásia dos dois grupos com sobredose de anestésico.Foram obtidos fragmentos com cerca de 0,3cm do músculo masseter dos dois grupos de ratos, fixados em formaldeído a 10% tamponado com hidróxido de sódio monobásico e dibásico. Esses fragmentos foram mantidos em substância fixadora por 24 horas, e posteriormente submetidos à desidratação em serie crescente de alcoóis (de 70° ao absoluto), mantidos em benzoato de metila por aproximadamente 2 horas e processados através de técnica rotineira para inclusão em parafina. Cortes transversais semi-seriados foram obtidos e corados pelo método Hematoxicilina e Eosina (H&E), para evidenciar as fibras musculares e possíveis alterações das mesmas. As Laminas permanentes obtidas foram analisadas sob microscópio de luz, com objetivas de 40x e as imagens registradas por meio de sistema fotomicrográfico digital, Axiovision®. Foi observada um redução da área das fibras do músculo Pterigóideo Medial esquerdo do grupo submetido à exodontia dos molares inferiores esquerdos. A perda de elementos dentários mostrou a atrofia das fibras musculares do músculo Pterigóideo Medial esquerdo após exodontia dos molares inferiores ipsilaterais.

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ANÁLISE DO MÚSCULO TIBIAL ANTERIOR PÓS ESMAGAMENTO DO NERVO ISQUIÁTICO TRATADO COM LASER DE BAIXA INTENSIDADE E LÁTEX NATURAL Calzzani RAJ*, Muniz KL, Dias FJ, Iyomasa DM, Coutinho-Netto J, Barreiros VCP, Kotake BGS, Issa JPM Universidade de São Paulo – FORP

ANÁLISE DO PERFIL DO DOADOR DE CORPO PARA O ENSINO EM ANATOMIA DA UFCSPA

Rocha, A.O.*, Bonatto Costa, J.A., Simionato, I.F., Comerlatto, L., Melo T.L.B, Benelli, J.L. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)

A lesão de nervos periféricos não resulta em danos apenas ao tecido nervoso, o tecido muscular também é prejudicado devido à falta de estímulo e uso. Nesse contexto, tanto o laser de baixa intensidade (LBI) como o látex natural (Hevea brasiliensis) demonstram efeitos positivos no tratamento dessas lesões. Esse estudo analisa metabolismo oxidativo do músculo tibial anterior após o esmagamento do nervo isquiático (15Kgf, 5,2 MPa, 10 min) tratado com LBI e com a proteína do látex natural (P1).Foram utilizados 6 grupos (n=10) de ratos Wistar (♂, 200-300g): G1 - controle; G2 - nervo exposto; G3 - nervo lesado; G4 - nervo lesado tratado com LBI (15J/cm2, 780nm); G5 – nervo lesado tratado comP1 (0,1%); e G6 – nervo lesado tratado com P1(0,1%) e LBI (15J/cm2, 780nm). Os animais foram sacrificados após 4 ou 8 semanas da lesão,amostras do músculo tibial anterior foramobtidas e processadas paraa reação de NADH. A quantificação foi realizada com o auxílio de um sistema teste e do “softwareImageJ”. Após 4 semanas da lesão a reação de NADHrevelou a perda da tipabilidade das fibras musculares, aumento nas áreas das fibras de coloração intermediária juntamente com a diminuição das fibras claras e escuras. Após 8 semanas da lesão nervosa observa-se o retorno da tipabilidade das fibras sendo o G5com as características mais similares ao G1(controle). Conclui-se que os tratamentos aplicados sobre o nervo isquiático lesado resultaram na melhora do quadro do NADH do músculo tibial anterior. A tipibalidade das fibras musculares perdida após 4 semanas retornou após 8 semanas da lesão e o tratamento realizado apenas com a proteína P1 foi o mais eficiente para essa recuperação, revelando não haver associação positiva entre o LBI e a P1. APOIO FAPESP 2011/01326-1.

O ensino da Anatomia é fundamental na formação de profissionais da saúde, sendo o uso de cadáveres humanos essencial para qualificação do aprendizado. Não obstante, existe uma inefável carência de material nas instituições. Para tanto, foi desenvolvido um Programa de Doação de Corpos na UFCSPA, o qual atua fortemente na divulgação desta ação, através do esclarecimento da comunidade e da importância educativa deste ato, obtendo um significativo aumento no número de corpos recebidos pela Instituição. Desta forma, buscamos traçar um perfil comum dos indivíduos que optam por participar do Programa. Foi realizada a análise dos dados coletados, por meio de questionário entregue aos doadores, nos quatro anos do Programa, os quais ficam armazenados em um banco de dados sigiloso. A análise foi desenvolvida no Excel por meio de gráficos de estimativas e comparada com os dados obtidos no Censo 2010 (IBGE) e DATASUS, relacionando as características da nossa amostra com a população. Constatamos que entre nossos doadores predominam mulheres com idade média de 62 anos, que se declaram religiosas, saudáveis, tendo 83% delas o ensino médio completo ou superior, sendo 39% solteiras. De posse destas informações, buscamos compará-las com a população do Brasil e do estado, e observamos que estas não representam mero reflexo da população em geral, e sim um perfil diferenciado dos doadores. Considerando a população brasileira, verificamos que ela é consideravelmente mais jovem (entre 10 e 40 anos), apenas 23% concluem o ensino médio e 77,4% declaram-se doentes. Isso demonstra que o doador tem plena consciência de seu ato, e representa em sua voluntariedade uma motivação altruísta, pois objetiva ajudar esses estudantes, que servirão a comunidade.

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ANÁLISE DO TRATO DIGESTÓRIO DO CARCARÁ DE CATIVEIRO: UMA VISÃO MICROBIOLÓGICA E PARASITOLÓGICA Barros JWSS*, Fraga KB, Almeida WM, Silva TG, Silva EFA, Galvão APO, Galvão RCS, Magalhães CP UFPE/CAV

ANÁLISE DO UROTÉLIO VESICAL EM COELHOS SUBMETIDOS A DIETA HIPERLIPÍDICA E SUPLEMENTADOS COM ÔMEGA-3 Cetto DB1, Aguiar JS1, Babinski MA1, Chagas MA1, Rodrigues CFS2, Bastos AL1*

O carcará é uma ave com reconhecido papel ecológico atuando no controle de populações, principalmente de pequenas aves e mamíferos, sendo frequentemente avistada nas estradas, alimentando-se de animais mortos. Devido às alterações antrópicas nas florestas, o carcará mudou seu hábito caçador, uma ave imponente, passando a ser oportunista e concorrente direto do urubu por alimento, mudando seu próprio hábito alimentar. Há poucos relatos na literatura sobre análise parasitária e microbiologia da orofaringe e cloaca de carcarás em cativeiro. O objetivo principal é avaliar a microbiologia e parasitologia do trato digestório do Carcará mantido em cativeiro, identificando a microbiota da orofaringe, intestinos e cloaca e analisando a parasitologia das fezes. Serão utilizados dez exemplares de carcará adulto machos, de pesos corpóreos e faixas etárias diferentes. Os animais provenientes do CETAS – IBAMA, ao chegarem ao Centro Acadêmico de Vitória (CAV), serão identificados com uma numeração e serão mantidos no Zoológico Municipal Mello Verçosa, da Vitória de Santo Antão - PE, onde passarão um período de duas semanas de adaptação ao ambiente do zoológico, período esse que serão iniciados os estudos microbiológicos e parasitológicos. Com o presente estudo obteremos dados sobre o sistema digestório do Caracara plancus, no que se refere à identificação da sua microbiota digestória e dos possíveis endoparasitas intestinais do referido animal mantido em cativeiro.

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1) Universidade Federal Fluminense – UFF; 2) Universidade Federal de Alagoas – UFAL

A aterosclerose é um fator de risco para a ocorrência de processo isquêmico. Sabe-se que a isquemia na bexiga constitui um importante fator na patogênese do trato urinário inferior (sintomas de armazenamento, miccionais e pós-miccionais). A diminuição do fluxo sanguíneo pode causar lesão na inervação do músculo detrusor, fibrose da musculatura lisa e descamação do urotélio. O ômega-3 é um ácido graxo que possui grande atividade imunomodulatória. Estudos usando ômega-3, em doenças crônicas inflamatórias indicaram diminuição da atividade da doença e redução do uso de drogas antiinflamatórias. Assim, o presente trabalho objetiva verificar se dietas hiperlipídicas são capazes de provocar alterações no urotélio vesical de coelhos e se a adição de ômega-3 à dieta é capaz de evitar ou reduzir as possíveis alterações. Para o presente estudo foram utilizados coelhos da raça Nova Zelândia adultos machos divididos nos seguintes grupos: Grupo 1– Grupo de controle, que recebeu apenas ração comercial; Grupo 2 – Ração comercial acrescida de colesterol puro; Grupo 3 – Ração comercial acrescida de colesterol e ômega 3. Amostras de bexiga foram processadas para microscopia de luz. Os cortes obtidos foram corados pela hematoxilina e eosina e pelo Picrossirius red para análise geral da parede do órgão e mensuração da altura do epitélio. Imagens obtidas foram analisadas através do software Image J do NIH. Análises preliminares indicam um aumento significativo na altura média do epitélio entre o grupo que não recebeu a suplementação e o grupo suplementado com ômega-3 (média ± SD 42,49µm ±8,38 e 75,14 µm ±11.31; p<0,001). Estes resultados indicam um possível efeito protetor do ácido graxo ômega-3 contra as lesões no urotélio provocadas pelo colesterol.

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ANÁLISE ESTRUTURAL DO TÚBULO SEMINÍFERO DE RATOS SUBMETIDOS À PNEUMOPERITÔNIO PROLONGADO Ribeiro CT*, Medeiros Jr. JL, Costa WS, Sampaio FJB, Pereira-Sampaio MA, De Souza DB Unidade de Pesquisa Urogenital – UERJ

ANALISE DOS EFEITOS DO USO DO FENOBARBITAL SOBRE A BIOMECÂNICA E OSTEOGÊNESE EM OSSOS DE RATOS WISTAR Silva AC*; Maier FGF; Abreu Junior CS;Gontijo G; Modafferi FCS; Ávila MA; Pereira VA; Soares EA * Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS INTRODUÇÃO: O uso do fenobarbital é prejudicial à integridade do tecido ósseo; consequentemente, pode dificultar a osteogênese e a biomecânica óssea. OBJETIVO: Avaliar os efeitos uso prolongado de fenobarbital sobre o reparo, osseointegração e biomecânica óssea. MÉTODOS: Foram utilizados 10 ratos divididos em dois grupos (n=5): controle (CT) e fenobarbital (FE). O grupo FE recebeu doses diárias de fenobarbital 0.035 ml/Kg de peso do animal (IM), por um período de 60 dias. O grupo CT recebeu a mesma dose e via de administração de SF 0,9%. Após trinta dias foi realizada uma falha óssea no osso parietal e implantada cirurgicamente a HAP em cavidades nas tíbias dos animais. Após as cirurgias os animais continuaram a seguir os respectivos protocolos até completar 60 dias de experimento, quando foram sacrificados e ossos isolados para o processamento histológico e ensaio biomecânico. RESULTADOS: O volume de osso formado ao redor HAP, na falha do osso parietal e os achados biomecânicos foram menores nos animais grupo FE em relação ao grupo CT. CONCLUSÃO: Conclui-se que o uso prolongado do fenobarbital interfere no reparo ósseo após lesões, diminui a osseointegração de implantes de HAP e torna ossos menos resistentes. PALAVRAS-CHAVE: hidroxiapatita, osseointegração, osteogênese, fenobarbital, implantes.

Para a realização de cirurgias laparoscópicas a cavidade peritoneal deve ser insuflada com um gás a fim de criar-se um espaço de trabalho. Contudo, tal procedimento causa diminuição na perfusão dos órgãos abdominais. O pneumoperitônio (Pp) de 10 a 20mmHg (pressão comumente utilizada em humanos) é associado com alterações morfológicas testiculares em ratos. Contudo, recentemente foi estabelecido que pressões intra abdominais em ratos não devem ser maiores que 8mmHg, com o objetivo de simular as pressões utilizadas em humanos. Desta forma, não se sabe os efeitos do Pp de 8mmHg sobre os túbulos seminíferos em ratos. O objetivo deste trabalho foi estudar os túbulos seminíferos de ratos submetidos à pneumoperitônio prolongado de 8mmHg. Os ratos foram divididos em um grupo sham (n=7), e um grupo Pp (n=7). O grupo Pp foi submetido a insuflação peritoneal durante 3 horas, enquanto os animais do grupo Sham foram submetidos somente à anestesia. Em ambos os grupos, os animais foram mortos após 6 semanas, os testículos fixados e processados para obter-se lâminas histológicas. Nestas foram analisadas a altura do epitélio seminífero e diâmetro do túbulo seminífero, utilizando 125 túbulos por animal. A lesão do epitélio seminífero foi ainda avaliada através do escore de Johnsen, analisando-se 50 túbulos por animal. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação à altura do epitélio seminífero e escore de Johnsen (p>0,05), entretanto, o grupo submetido ao Pp teve uma diminuição do diâmetro do túbulo seminífero em relação ao sham (204,3±20,02; 230,8±18,11; p<0,05). Quando submetidos à pneumoperitônio de 8mmHg durante três horas, mudanças estruturais são encontradas nos túbulos seminíferos em ratos.

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ANALISE ETIMOLÓGICA DE TERMOS E ESTRUTURAS ANATÔMICAS UTILIZADOS EM ANATOMIA HUMANA Santos IRS, Barros HP, Barros HMM, Santos JAB, Oliveira RL, Bezerra NN, Santos LA, Silva GDR

ANÁLISE HISTOLOGICA DO INTESTINO DO CARCARÁ (Caracara plancus, Miller, 1977) Almeida WM*, Silva TG, Silva EFA, Silva JWSB, Araújo MSP, Galvão APO, Fraga KB, Magalhães CP Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

Todas as áreas de atuação profissional necessitam de uma terminologia específica adequada às suas necessidades de comunicação e expressão. Para o leigo e para o estudante das áreas de saúde, que cursam a disciplina de anatomia humana esses termos mostram-se herméticos e de difícil memorização. Para facilitar o aprendizado, a análise etimológica dos termos e estruturas anatômicas torna mais simples o estudo da anatomia humana. O objetivo deste estudo foi buscar o significado e a origem etimológica de termos e estruturas de uso frequente na anatomia humana. Neste trabalho utilizamos a técnica de pesquisa bibliográfica em livros textos e atlas de anatomia humana e em dicionários de etimologia, verificando os termos e estruturas de uso habitual na prática clínica e no ensino da disciplina de anatomia humana, buscando sua origem idiomática e seu significado. Esses termos foram catalogados e tabulados, sendo dispostos em uma lista em que posteriormente foram acrescentadas as imagens que inspiraram os anatomistas a darem as nomenclaturas que esses termos possuem atualmente. Pôde-se observar que a maioria dos termos são formados a partir de radicais, prefixos ou sufixos do latim e do grego e que muitas das nomenclaturas tinham como inspiração objetos, utensílios e estruturas arquitetônicas de seu cotidiano. Conhecer o significado e visualizar a imagem que deu origem aos termos anatômicos torna a aprendizagem e a fixação deste conteúdo mais fácil e objetiva. PALAVRAS-CHAVES: Anatomia Humana, Etimologia, Nomenclatura Anatômica

O carcará (Caracara plancus, Miller, 1977) é uma ave de rapina onívora campestre da ordem Falconiformes, família Falconidae, que habita todo o território brasileiro desde campos abertos, cerrados e até margens de estradas e cidades. Possui distribuição neotropical, desde o Peru, sul da Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai se distribuindo também em todo o território brasileiro. Com hábito alimentar bem variado, o carcará alimenta-se de tudo o que encontra, desde as carcaças de cadáveres de animais comidos pelos urubus até insetos e lesmas. Seu sistema digestório é eficiente, sendo distinto das demais espécies de aves e outros animais. No presente projeto será realizada a análise histológica do intestino do carcará, com a descrição dos tecidos que compõe suas diversas porções, tais como intestino delgado, intestino grosso, cecos, reto e cloaca. Para isso, serão utilizados 10 carcarás provenientes do Centro de Triagem de Animais Silvestres, CETAS – IBAMA de Pernambuco. Esses animais não podem ser reinseridos na natureza, pois, se encontram mutilados nas asas ou nas patas. O trabalho será desenvolvido nos laboratórios de Anatomia Humana e Histologia, ambas, do Centro Acadêmico de Vitória – UFPE. O animal será sacrificado e retirado o seu intestino, onde será fixado. Depois passará pelo processamento histológico, onde, serão feitos cortes de cada parte do intestino da ave para posteriormente serem analisados. Espera-se observar e descrever a quantidade e os tipos de células presentes nas diversas partes do intestino do carcará, assim como, analisar todos os tecidos ali presentes.

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ANÁLISE HISTOLÓGICA DO PÂNCREAS DE CÁGADOS Trachemys scripta elegans Vieira ANS1, Ramos JU1, Souza WM2, Melo APF1,3, Rodrigues RF3* (rosangelafr_2@hotmail.com) 1 Curso de Medicina Veterinária - UNIRP São José do Rio Preto/SP; 2Departamento de Apoio, Produção e Saúde Animal. Faculdade de Medicina Veterinária UNESP Araçatuba/SP; 3Departamento de Anatomia. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - USP São Paulo/SP O trabalho utilizou 7 (sete) cagados Trachemys scripta elegans, fêmeas e machos entre jovens e adultos. Os animais utilizados sofrerão eutanásia nas dependências do Centro Universitário de Rio Preto, segundo Resolução nº 714, de 20 de junho de 2002 do CFMV. Foram coletados fragmentos do pâncreas em três porções: cranial, média e caudal para serem fixados em paraformaldeído 4% em tampão fosfato de sódio (0,1M, pH 7,4 a 4ºC) por 24 horas. Em seguida, os fragmentos das porções selecionadas foram processados na rotina de histologia para obtenção de laminas coradas com Hematoxilina-Eosina (HE), Reticulina, Tricrômico de Gomori e Hematoxilina crômica de Gomori. O pâncreas dos cagados são lobulado apresentando cápsulas fibrosas de tecido conjuntivo dispostas ao redor dos ácinos formando lobos individuais. Os ácinos pancreáticos são circundados por uma membrana basal e tecido conjuntivo composto por capilares e fibras nervosas. As Ilhotas foram mais observadas nos cortes caudais do órgão e definidas como regiões desprovidas de ácinos, apresentando um tecido seroso, difuso, de núcleo com cromatina hiperpigmentada e revestida de uma fina camada de tecido conjuntivo em sua periferia, com presença de algumas hemácias nucleadas (característica dos répteis) e próxima a artéria pancreática. Também foi possível detectar secreções glicoproteicas ao redor dos ácinos e no interior de ductos e túbulos. As artérias e arteríolas se apresentam com um epitélio pavimentoso e com presença de fibras elásticas além da presença de hemácias nucleadas em seu interior. Um grande número de capilares também margina as células acinares. Houve também a presença de um neutrófilo segmentado confirmando a presença de células sanguíneas leucocitárias nesta glândula. FINANCIAMENTO: IC/FAPESP - Processo: 2009/52799-7

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ANÁLISE HISTOMORFOLÓGICA DA LÍNGUA DO CARCARÁ (Polyborus plancus) Goloni AV1, Ramos AT1, Franzo VS2, Pires IC3*, Gradela A3 1 UFT- CAMUAR, Araguaína, TO; 2UFMT- FAMEV, Cuiabá, MT; 3 UNIVASF, Petrolina, PE O carcará é ave de rapina onívora campestre que habita todo o território brasileiro. A língua é músculo estriado esquelética revestida por mucosa cuja estrutura varia de acordo com a região. O objetivo da pesquisa é verificar a histomorfometria da língua do carcará e comparar com outras espécies avícolas. O experimento foi realizado na UFT em que foram utilizados oito exemplares de carcará de faixas etárias e sexos distintas (licença do IBAMA foi dada através do proc. IBAMA número 02027.000933/05-47). Os animais foram anestesiados com Zolazepam (10mg/Kg intramuscular no músculo peitoral) e, em seguida, utilizou-se cloreto de potássio (2mg/Kg intravenoso) para a eutanásia. Foram utilizados fragmentos de cerca de dois centímetros quadrados de língua para análise histológica, fixadas em solução de Bouin por 24 horas, desidratadas m uma serie de concentração crescente de álcoois e após isso, as amostras foram recortadas em fragmentos de 0,5 cm de comprimento, diafanizadas em xilol e incluídas em parafina e coradas com hematoxilina-eosina. As lâminas confeccionadas foram analisadas em microscópio e a documentação foi feita por captura de imagens em uma câmera digital. O epitélio encontrado nos cortes histológicos de língua das aves estudadas é do tipo pavimentoso estratificado e muito queratinizado, principalmente na região posterior da língua, com um número elevado de células. O epitélio observado na língua do carcará é semelhante ao pesquisado em perdizes (Rinchotus rufescens) e em marreco de Pequim (Anas platyrhyncos). Conclui-se que o carcará possui a língua constituída por epitélio pavimentoso estratificado semelhante a algumas espécies avícolas silvestres como o marreco de Pequim e a perdiz.

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ANÁLISE HISTOMORFOLÓGICA E HISTOMORFOMÉTRICA DO TECIDO ÓSSEO MADURO DE Glossophaga soricina (PHYLLOSTOMIDAE: CHIROPTERA)

ANÁLISE HISTOMORFOMÉTRICA DOS TECIDOS ERÉTEIS DO PÊNIS DE BOVINOS (Bos indicus) SUBMETIDOS À SUPRESSÃO HORMONAL POR CASTRAÇÃO

da Silva IMB*, da Costa CL, dos Santos JAA, Pedroso APO, Santos KRP, Aguiar Júnior FCA

Ribeiro CT ⃰ , Pereira-Sampaio MA, Chagas MA, Bagetti-Filho HJS

O tecido ósseo apresenta diferentes modelos de vascularização, distribuição celular, mineralização e remodelação entre as espécies de mamíferos. A variedade de hábito alimentar associado ao modo de locomoção e ao habitat, exigiu dos morcegos estabelecerem diferentes estilos de vôo e algumas adaptações esqueléticas. Este trabalho objetivou analisar as características microscópicas do tecido ósseo maduro de Glossophaga soricina (Phyllostomidae: Chiroptera). Foram utilizados 14 animais de ambos os gêneros, os quais os úmeros direitos foram dissecados, pesados, descalcificados e submetidos ao processamento histológico de rotina. Cortes semi-seriados de 5 micrômetros foram corados pela técnica de hematoxilina e eosina (H.E.), picrosírius red e nitrato de prata a 50%. Os preparados histológicos foram submetidos à análise histológica e histomorfométrica. A média da densidade lacunar foi significantemente maior nas amostras de úmero de fêmeas quando comparado as de machos (33,96 x 28,57, p=0,03). A análise microscópica indicou a presença de fibras colágenas distribuídas paralelamente na matriz óssea. As lacunas apresentavam formatos variados e canalículos bem distribuídos e individualizados. Poucos sistemas e canais de havers foram observados. O tecido ósseo maduro do úmero de Glossophaga soricina compartilha de características microscópicas com outros mamíferos, embora, diferenças na organização estrutural deste são peculiares à espécie.

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Faculdade de Medicina Veterinária – FESO

Os hormônios androgênios testiculares são de extrema importância para o desenvolvimento e para a manutenção da citoarquitetura dos tecidos eréteis (corpo cavernoso e corpo esponjoso) do pênis dos mamíferos. Estudo sobre os efeitos da supressão dos hormônios androgênios sobre os tecidos eréteis em pênis bovinos são escassos. O objetivo deste trabalho foi realizar o estudo histomorfométrico dos tecidos eréteis de pênis bovinos submetidos à privação desses hormônios pela castração. Foram utilizados seis pênis de bovinos mestiços não castrados e seis pênis de bovinos mestiços castrados, com idades variando de dois anos e meio a três anos, coletados em matadouro. Para a realização dos estudos de histomorfometria das áreas totais dos tecidos eréteis foram utilizados cortes transversais de 3 mm do terço médio das porções proximal e distal do corpo do pênis e do terço proximal, médio e distal da flexura sigmóide. A análise histomorfométrica revelou 256,55 mm2 de área média do corpo cavernoso no grupo não castrado e 128,52 mm2 de área média do corpo cavernoso no grupo castrado. A diferença entre as médias foi estatisticamente significativa para valor de p<0,05. No entanto, para o corpo esponjoso, a área média no grupo não castrado foi de 27,31 mm2 e a área média do grupo castrado foi de 23,33 mm2, não havendo diferença estatisticamente significativa entre as médias. Portanto, pode-se concluir que o grau de sensibilidade à privação hormonal por castração não é igual nos tecidos eréteis do pênis de bovinos, sendo o corpo cavernoso mais sensível do que o corpo esponjoso.

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ANÁLISE HISTÓRICA DA RELAÇÃO ENTRE A ANTROPOMETRIA DA FACE HUMANA COM O CONCEITO DE BELEZA Cunico C*, Santos JS, Bettega SG, Veronez DAL Universidade Federal do Paraná (UFPR)

ANÁLISE MACRO E MICROESTRUTURAL DOS TECIDOS NERVOSO E ÓSSEO EM CRÂNIOS DE CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À DESCALCIFICAÇÃO POR HCl E HNO3

A literatura apresenta pesquisas com tentativas de associar as medidas da face humana a um padrão universal que deveria traduzir uma face harmônica e bela. Se a beleza está nos olhos de quem vê, esse olhar é influenciado pelos padrões culturais do meio no qual está inserido o observador, padrões esses que variam conforme o momento histórico e de acordo com determinada cultura. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar a relação entre a antropometria da face humana e o conceito de beleza relatado na literatura. Foram utilizados como critério de busca, estudos indexados nas bases de dados LILACS, PubMed, periódicos CAPES, SciELO e MEDLINE. Segundo Aristóteles (384-322 a.C.) as propriedades do belo consistem em ordem, simetria e delimitação estando à beleza associada à harmonia e às suas perfeitas proporções. Pitágoras (570-497 a.C.) observou que padrões de beleza e harmonia estética poderiam ser descritos por proporções matemáticas. Euclides de Alexandria (365-300 a.C.) descreveu a teoria denominada “proporção divina”, preconizada na relação de 1:1,618, observada na natureza inclusive em segmentos do corpo humano. Segundo Ricketts (1982), estruturas que se encontram nesta proporção são mais estáveis, esteticamente mais agradáveis e funcionalmente eficientes. Ferraz (2004) afirma que a estrutura psicológica humana requer um conceito de ordenação e harmonia possível de obtenção por meio de sistemas de proporções. Os dados levantados permitiram concluir que desde os antigos há uma base matemática e geométrica para o entendimento e a percepção da beleza; que historicamente a simetria e a proporção estão coligadas ao belo e deste modo a percepção de uma face bela é baseada na harmonia e proporção craniofacial.

Fraga KB, Galvão APO, Magalhães CP

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Silva GO*, Santos AFS, Santos ABS, Silva LCN, Almeida WM,

Universidade Federal de Pernambuco – CAV

Para examinar o tecido ósseo ou outros tecidos contidos em áreas de calcificação, antes de incluir e cortar o tecido, precede-se a técnica de descalcificação, que consiste na remoção do cálcio tecidual, sem alterações na estrutura celular, através de substâncias ácidas. Um paradoxo que encontramos é descalcificar o osso, mantendo os tecidos adjacentes. Através deste trabalho, comparamos possíveis alterações no tecido nervoso de crânios de camundongo submetidos à descalcificação por HCl e HNO3. Retiramos as partes moles de 3 crânios de camundongos Swiss, os quais foram fixados em formol a 10% durante um dia. Um crânio foi colocado em HCl a 10%, outro em HNO3 a 10%, e o outro não passou por ácido (controle). Após 5 dias, os crânios foram lavados com água corrente, submetidos a processamento histológico, coloração com HE e análise ao microscópio. Em ambos os crânios, houve conservação macroscópica da estrutura da massa encefálica, sendo que a coloração observada foi branca no crânio tratado com HNO3 e castanho no tratado com HCl, semelhante ao tecido nervoso que não passou por ácido. Após processamento histológico, observamos que pequenos pontos de musculatura foram preservados por ambos os ácidos. O tecido nervoso do crânio tratado com HCl teve melhor conservação do padrão microscópico (núcleos de neurônios), quando comparado com o tratado com HNO3. Em relação ao tecido ósseo, ambos os ácidos retiraram a matriz mineralizada, preservando, porém, a matriz orgânica, osteócitos e suas lacunas. A técnica empregada permitiu-nos a análise macro e microscópica do tecido nervoso, além de detalhes especiais sobre o próprio tecido ósseo. É uma técnica de baixo custo e de fácil manipulação, importantes para o estudo da anatomia e histologia.

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ANÁLISE MÉTRICA DO ÂNGULO BASIESFENOIDAL EM CRÂNIOS DE HUMANOS ADULTOS Ruiz CR, Netto DS, Nascimento SRR, Wafae N, Silva JAA Centro Universitário São Camilo – SP – UNIFESP - EPM

ANÁLISE MACROSCÓPICA DE FÍGADO E BAÇO DE CÃES INFECTADOS POR LEISHMANIA CHAGASI Costa MAC, Cordeiro RPR*, Sobral FES, Freitas MRV, Maia CMAFG, Santos MK, Costa SEJ, Nogueira WBAG

A leishmaniose visceral (LV) é considerada o tipo mais grave dentre as leishmanioses. O agente etiológico é a Leishmania chagasi, transmitido entre hospedeiros vertebrados por meio do inseto Lutzomyia longipalpis, sendo os cães os principais reservatórios urbanos. As leishmanias são parasitas intracelulares obrigatórios que se reproduzem por divisão binária no interior das células do Sistema Fagocítico Mononuclear. O objetivo deste trabalho foi verificar as alterações morfológicas do baço e do fígado de cães acometidos pela LV. Esse trabalho foi realizado no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de João Pessoa Paraíba. Foram avaliados 30 cães, 25 com característica reagente para a imunofluorescência indireta e 05 não reagente, e agrupados em 03 grupos: sintomáticos, assintomáticos e controle. Após o procedimento eutanásico, foram tomadas as medidas externas das carcaças, feita a necropsias e as avaliações do baço e do fígado para à análise macroscópica destas vísceras: peso, coloração, textura e presença de lesões superficiais. A análise cadavérica evidenciou que o peso relativo do fígado e o escore corporal dos animais apresentaram diferença estatística significativa entre os grupos estudados. 75% do grupo dos reagentes apresentaram fígados normais, 17% fígados anêmicos e 8% um quadro de congestão ou hiperemia. No baço 15% apresentavam-se normais, 18% anêmicos com hemorragias, 33% exclusivamente anêmico e 34% congestos com hemorragias. De acordo com os resultados é possível concluir que mesmo os animais sem nenhuma sintomatologia aparente (assintomáticos) apresentaram comprometimento visceral. Além disso, o baço é o órgão que apresenta mais injúrias superficiais, como hemorragias, congestão e anemia.

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A platibasia resulta do aumento da obtusidade do ângulo basiesfenoidal do crânio, havendo tendência ao nivelamento dos andares anterior e posterior do crânio, na altura da sela turca com a fossa posterior do crânio tendo sua capacidade diminuída. Alguns autores afirmam que a platibasia tem caráter étnico e outros afirmam que há influência genética. De acordo com a literatura o ângulo basiesfenoidal varia de 103,5° à 152°, com média de 134°. Nosso objetivo foi analisar as variações do angulo basiesfenoidal em crânios de humanos adultos e sua relação com o gênero, idade, etnia e índice crânico horizontal (ICH). Os ângulos foram medidos em 160 crânios pertencentes ao Departamento de Morfologia da UNIFESP. Utilizamos duas réguas milimetradas flexíveis e um goniômetro, tendo como pontos de referência para a primeira régua a extremidade posterior da crista etmoidal e o dorso da sela turca, e para a segunda régua a margem anterior do forame magno e o clivo, medindo o ângulo na intersecção das duas. Em nossa amostra a média dos ângulos foi de 115,41°, não havendo correlação estatística entre o valor do ângulo e o gênero ou a idade. Há correlação estatística entre o valor do ângulo e a etnia (Qui²: 5,72) e entre o ângulo e o ICH (Qui²: 6,42). Concluímos pois que a distribuição do ângulo basiesfenoidal é a mesma entre os gêneros havendo correlação entre o ângulo e a etnia sendo a proporção de indivíduos não brancos com ângulo acima de 125° significativamente maior que a de indivíduos brancos com ângulo acima de 125°. Há também correlação entre o ângulo e o ICH, onde a tendência é a de que crânios com maior ICH possuam um ângulo basiesfenoidal maior.

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ANÁLISE MORFOLÓGICA DA CABEÇA DA MANDÍBULA POR TOMOGRAFIA DE FEIXE CÔNICO EM INDIVÍDUOS JOVENS COM OU SEM SÍNDROME DE DOWN Pereira AM, Batigália F, Costa BR*, Marcatto G Disciplina de Anatomia Clínica da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – SP (FAMERP)

A Articulação Temporomandibular (ATM) é considerada a mais complexa do corpo humano. Há escassos estudos referentes ao estudo da ATM em pacientes com Síndrome de Down (SD) ou trissomia do cromossomo 21. O objetivo do presente estudo foi analisar morfologicamente a cabeça da mandíbula por meio de Tomografia Computadorizada (TC) de Feixe Cônico em indivíduos jovens, portadores ou não, de SD. Após anuência ética, foram alocados 26 jovens (sexo masculino ou feminino e idade entre 18 e 20 anos), 13 portadores de SD (grupo de estudo) e 13 jovens sem SD (grupo controle). Avaliação morfológica (tamanho e forma) da cabeça da mandíbula foi determinada bilateralmente por tomógrafo i-CAT do tipo feixe cônico (cone beam®), pelas visibilizações nos planos coronal e sagital e distância entre os pontos mandibulares extremos anteroposterior, médio-lateral para estimativa de frequências de ocorrência, médias aritméticas e aplicação dos testes exato de Fisher e t de Student. Não houve diferença significante entre tamanho da cabeça da mandíbula, em análise sagital, nos lados direito e esquerdo, em ambos os grupos. Houve diferença significante entre os grupos (p=0,0402) entre a forma da cabeça da mandíbula, somente do lado esquerdo. TC de Feixe Cônico emprega menor quantidade de radiação, permite manipulação de imagens a partir de apenas uma tomada radiográfica e assim provê maior eficácia diagnóstica para afecções da cabeça da mandíbula. Pacientes com ou sem SD não apresentam diferenças morfológicas marcantes quanto à forma e tamanho da cabeça da mandíbula, provavelmente pela elevada capacidade de remodelação da cartilagem da cabeça da mandíbula.

ANÁLISE MORFOLÓGICA DAS GÔNADAS DE BICHO PREGUIÇA (Bradypus variegatus Schinz, 1825) Barretto MLM*, Falcão MVD, Freitas MFL, Amorim MJAAL Universidade Federal Rural de Pernambuco (Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal – Área de Anatomia), Recife, Pernambuco O bicho preguiça comum (Bradypus variegatus) é amplamente distribuído nas Américas Central e do Sul, desde a Costa Rica até o sul do Brasil. Sua biologia reprodutiva é pouco conhecida e existem poucas descrições anatômicas da espécie, defasando a literatura veterinária dos animais silvestres. O projeto destinase a estudar as características das gônadas de B. variegatus, sua vascularização, morfometria, sintopia e esqueletopia. 5 espécimes (1 fêmea e 4 machos) foram injetados com solução de formol a 10% e dissecados seguindo procedimentos usuais. Como resultados parciais, os testículos estão no interior da cavidade abdominopélvica, com formato ovalado, duas superfícies, duas bordas e duas extremidades. Há um ligamento de peritônio gônada-adrenal. A v. testicular desemboca no ramo cranial da v. renal, que possui ramos cranial e caudal, e a a. testicular surge da a. renal. Os ovários estão na cavidade abdominopélvica, sobre a parede uterina, em uma bolsa ovariana. Têm formato ovalado, duas extremidades, duas bordas e duas superfícies. Existe um plexo arteriovenoso que irriga e drena o útero, e ramificações deste atingem o ovário na borda mesovárica, irrigando-o e drenando-o. A sintopia testicular e ovariana coincidem em alguns órgãos como estômago, intestino delgado e reto. Particularmente, os testículos relacionam-se com bexiga urinária e ureteres e os ovários com mesovário, mesossalpinge e útero. A esqueletopia de ambos ocorre com o osso coxal. Morfometria testicular e ovariana (em cm): volume testicular 1,42 ± 1,21; espessura 0,98 ± 0,17; largura 1,23 ± 0,5; comprimento 1,45 ± 0,21; ovário direito, espessura 0,4, largura 0,7 e comprimento 0,8; ovário esquerdo, espessura 0,3, largura 0,6 e comprimento 0,8.

PALAVRAS-CHAVE: Anatomia; Morfologia; Mandíbula; Tomografia; Síndrome de Down.

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ANÁLISE MORFOLÓGICA E MORFOMÉTRICA DA TRAQUEIA DO HIPOPÓTAMO (Hippopotamus amphibius) Silva EFA*, Almeida WM, Barbosa MMB, Torres AS, Silva PMF, Neto ESL, Lira DBL, Magalhães CP Universidade Federal de Pernambuco – UFPE - CAV

ANÁLISE MORFOLÓGICA DE DENTES DE BICHOS-PREGUIÇA Bradypus variegatus (Shinz, 1825) Albuquerque PV*, Santos FC, Almeida WM, Galvão APO, Aguiar Júnior FCA, Freitas MFL Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

As preguiças pertencem à ordem Pilosa e estão distribuídas em dois gêneros. Podendo-se destacar a espécie Bradypus variegatus encontrada especialmente no nordeste brasileiro, caracterizada pela pelagem marrom na garganta e a presença de três dedos nos membros torácicos. Assim como os demais mamíferos folívoros, esses animais contam com um longo trato gastrointestinal combinado a músculos e dentes adaptados à trituração de vegetais. Diante da importância da estrutura dentária e da escassez de informações a cerca do sistema digestório de animais silvestres, objetivou-se descrever a morfologia dos dentes da preguiça. Para tal, utilizou-se quatro animais adultos da espécie Bradypus variegatus pertencentes ao acervo do Laboratório de Anatomia do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco. Os dentes após serem retirados das arcadas dentárias foram submetidos a duas técnicas de preparação histológica de tecido duro, desgaste e descalcificação. As lâminas obtidas foram analisadas em microscópio óptico. As preguiças têm fórmula dentária M 5/4 totalizando dezoito dentes molariformes com a presença de espaços interdentários. De acordo com a análise histológica, percebeu-se que os dentes não possuem esmalte, sendo compostos de uma camada espessa de cemento e duas de dentina, uma externa e outra interna. A polpa apresenta um aspecto semelhante à humana. Ainda pôde-se constatar a presença de ligamento periodontal espesso e vascularizado se interpondo entre o dente e o osso alveolar, este último com presença de ósteons facilmente identificados. Esse estudo é relevante, sobretudo por permitir uma análise comparada a outras espécies silvestres e domésticas.

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Os Hipopótamos são animais selvagens que costumam viver em bandos, próximos a rios ou lagos, e se alimentam de plantas. Eles apresentam um hábito anfíbio, pois durante o dia permanecem submersos na água, e à noite desempenham a maioria de suas atividades. Eles apresentam respiração pulmonar e com relação a esse sistema está presente a traqueia, um tubo cilindróide formado por cartilagens com a função de conduzir o ar para os pulmões e para o meio externo. O objetivo do trabalho foi analisar a morfologia e morfometria da traqueia do hipopótamo. Para a análise, foi utilizada a traqueia de um Hippopotamus amphibius, doado pelo Zoológico Municipal Mello Verçosa, da Vitória de Santo Antão PE. A traqueia passou por um processo de fixação em solução de formol a 10%, posteriormente foi realizada a dissecação, separando a traqueia de outras estruturas que estavam presentes na peça retirada do animal. Posteriormente foi feita uma análise sucinta de toda traqueia, e depois a morfometria, utilizando um paquímetro de aço inox 150 x 0,02mm e trena de aço 3,0×19m. Mediu-se o número total de anéis traqueais (NTA) e o comprimento total da traqueia (CT). De cada anel foi aferido à altura (HA), o diâmetro (DA) e a circunferência (CA). Resultou-se que, os anéis traqueais são abertos na região dorsal, onde uma extremidade se sobrepõe a outra, e os anéis inferiores se sobrepõem aos superiores, e apresentam uma membrana fina entre as extremidades dos anéis. Quanto aos dados obtidos observou-se que NTA (28), CT (57,70 cm), HA (2,14 ± 0,46), DA (6,57 ± 0,65) e CA (20,64 ± 1,30). Essa análise é de fundamental importância para estudos com o sistema respiratório do animal, visto que não são encontrados relatos em referências bibliográficas.

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ANÁLISE MORFOMÉTRICA DAS DIMENSÕES DO PROCESSO ESTILÓIDE NORMAL E ALONGADO Barbosa MMB*¹, Melo LB¹, Almeida WM¹, Silva EFA¹, Silva JWSB¹; Barreto MIO¹; Medeiros BF¹; Magalhães CP¹

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA TRAQUÉIA E DOS BRÔNQUIOS PRINCIPAIS DIREITO E ESQUERDO EM CADÁVERES BRASILEIROS Batista DCF*, Nagato AC, Benevides GP, Sousa LE, Bezerra FS

Com a necessidade cada vez maior de dados próprios da população brasileira para ajudar os clínicos a entenderem a etiologia de diversas doenças pulmonares e os cirurgiões durantes dissecações e reconstruções, foi feito um estudo morfométrico da traquéia e dos brônquios principais direito e esquerdo em cadáveres brasileiros. O presente estudo objetivou estratificar a morfometria traqueobrônquica de brasileiros de ambos os sexos. Para isso, foi realizada uma secção mediana no tórax de 12 cadáveres e dissecações até que a árvore traqueobrônquica fosse exposta; com o auxílio de um paquímetro digital, foram mensurados o diâmetro externo da traquéia (DET) a 30 mm de sua bifurcação comparando com o diâmetro externo da traquéia da literatura (DETL) e o diâmetro externo dos brônquios principais direito (BPD) e esquerdo (BPE). A normalidade de todos os dados foi testada por meio do teste de KolmogorvSmirnov. Os dados foram expressos em média ± o erro padrão da média e avaliados pelo software GraphPad Prism 5.0. Para os dados paramétricos foi utilizado o teste T-student e a diferenciação significativa foi considerada quando o valor de p<0,05. Houve diferença entre o DET (1,89±0,09 cm) e o DETL (2,26±0,09 cm; p=0,0228), bem como entre o BPD (1,77±0,11 cm) em relação ao BPE (1,31±0,08 cm; p=0,039). Os resultados indicam que o diâmetro externo da traquéia de brasileiros é menor do que o apresentado na literatura, além disso, o presente estudo se mostra como o pioneiro ao relatar o diâmetro externo de brônquios principais em brasileiros.

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¹Centro Acadêmico de Vitória- UFPE

O processo estilóide é uma projeção óssea de direção ântero-inferior localizado na base do crânio, situado lateralmente à fossa jugular. Possui morfologia variável de pessoa para pessoa, e entre os dois lados do mesmo indivíduo. Oscila em comprimento e normalmente alcança dois a três centímetros. Porém, a calcificação e/ou ossificação dos ligamentos estilo-hióideos pode ocasionar um alongamento desta estrutura. Apresentando implicações clínicas que prejudicam as funções do aparelho estomatognático, caracterizando a Síndrome de Eagle. O objetivo desse trabalho foi comparar as dimensões do processo estilóide através de análise morfométrica dessa estrutura em crânios humanos. Por meio do paquímetro de aço (0.05x150mm) realizaram-se as medições dos processos estilóides de crânios pertencentes ao acervo do Laboratório de Anatomia Humano do Centro Acadêmico de Vitória-UFPE. As dimensões analisadas foram o comprimento e a distância entre as extremidades distais dos dois processos. No crânio que apresentava esta estrutura de tamanho normal, encontramos o comprimento medindo 3,76cm (esquerdo) e 2,82cm (direito) e a distância entre eles era de 5,38cm. Enquanto o crânio com o processo estilóide alongado, seu comprimento media 6,48cm (esquerdo) e 5,30cm (direito) e a distância entre as suas extremidades era de 3,37cm. Portanto, este estudo contribui para o conhecimento da morfologia e da topografia dessa estrutura e suas variações. Onde a curta distância entre as duas extremidades dos processos alongados, explica a sintomatologia dolorosa na região cérvico-faríngea, podendo gerar consequências clínicas que devem ser conhecidas para favorecer o tratamento e o bem estar do indivíduo acometido pela Síndrome de Eagle.

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ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE NEURÔNIOS MIOENTÉRICOS NADH-DIAFORASE DO DUODENO DE RATOS APÓS A INGESTÃO DO 2,4-D Scotta D, Germano RM, Lima LL, Ribeiro AA, Diamante NA, Rovida AFS, Stabille SR, Miranda-Neto MH

Aplicado no controle de plantas infestantes em diversas culturas agrícolas, o ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D) é um herbicida de ampla utilização. A ingestão do 2,4-D acarreta vômito, náusea, diarréia e necrose da mucosa gastrintestinal. Assim, acredita-se que o 2,4-D tenha algum efeito sobre os neurônios entéricos. Objetivou-se avaliar a morfometria de neurônios mioentéricos NADH-diaforase positivos (NADH-dp) do duodeno de ratos que ingeriram 2,4-D. Dez ratos machos Wistar de 60 dias foram separados em dois grupos (n=5/grupo): controle (GC) com animais que não ingeriram 2,4-D; e experimental (GE) com animais submetidos à ingesta de 5 mg de 2,4-D/kg de peso corporal por 60 dias. Ao final do período experimental os animais foram eutanasiados, o jejuno foi coletado e processado pela histoquímica da NADH-diaforase. Preparados de membrana do duodeno foram obtidos. Com analisador de imagens foi mensurada a área do pericárdio (AP) em µm² de 100 neurônios por animal. Os neurônios foram distribuídos em intervalos de classes de 100 µm2 segundo as dimensões da AP. O GC apresentou 9,2%, 42,2%, 33,4%, 12%, 3%, 0,2% e 0% dos neurônios nos intervalos de 0 a 100 µm², 101 a 200 µm², 201 a 300 µm², 301 a 400 µm², 401 a 500 µm², 501 a 600 µm² e acima de 601 µm², respectivamente. O GE apresentou 2,6%, 49,2%, 39,4%, 7%, 1,8%, 0% e 0% dos neurônios incluídos nos intervalos de 0 a 100 µm², 101 a 200 µm², 201 a 300 µm², 301 a 400 µm², 401 a 500 µm², 501 a 600 µm² e acima de 600 µm², respectivamente. No GE aumentou a incidência de neurônios nos intervalos de 100 a 300 µm² e diminuiu a incidência para intervalos acima de 300µm² em relação ao GC. Conclui-se com os resultados que a ingesta de 5 mg de 2,4-D/kg de peso corpóreo por 60 dias acarreta hipotrofia nos neurônios NADH-dp.

ANALISE MORFOMÉTRICA DE NEURÔNIOS NITRÉRGICOS MIOENTÉRICOS DO JEJUNO DE RATOS DIABÉTICOS SUPLEMENTADOS COM QUERCETINA Zignani I*, Souza SRG, Frez FCV, Moreira EA, Martins JVCP, Zanoni JN Universidade Estadual de Maringá/DCM Av. Colombo, n. 5790, Maringá (PR), Cep: 87020-900. e-mail: isa_zig@hotmail.com Pesquisas demonstram que neurônios mioentéricos que produzem óxido nítrico (NO), apresentam-se prejudicados em ratos diabéticos. O objetivo desse trabalho foi avaliar, sob o aspecto morfométrico a subpopulação de neurônios nitrérgicos do plexo mioentérico de ratos diabéticos, induzido por estreptozootocina, suplementados com quercetina (200mg/kg). Foram utilizados 28 ratos machos Wistar, divididos em 4 grupos: controle (C), diabético (D), normoglicêmicos suplementados com quercetina (Q) e diabético suplementado com quercetina (DQ). Após 120 dias da indução do diabetes os animais foram mortos e os preparados totais da túnica muscular foram submetidos à técnica de imunohistoquímica para evidenciação de neurônios imunorreativos a enzima óxido nítrico sintase neuronal (nNOS) e DAPI (4',6-diamidino-2fenilindol) para marcação nuclear. Análises morfométricas foram realizadas em 800 núcleos e corpos celulares de neurônios por grupo. Foi observado um aumento significativo (p <0,0001) na área do núcleo e corpo celular dos neurônios nNOS positivos do grupo D (86,07 ± 1,18, núcleo) (296,28 ± 3,43, corpo) tanto em relação ao grupo C (80,88 ± 1,01, núcleo) (278,35 ± 3,11, corpo) quanto ao grupo DQ (81,59 ± 1,11, núcleo) (281,95 ± 3,36, corpo). A morfometria nuclear assim como a do corpo celular dos neurônios nitrérgicos do grupo DQ foi semelhante ao grupo C. Redução significativa (p <0,0001) na área do núcleo (68,54 ± 0,91) e corpo celular (251,75 ± 2,76) dos neurônios nitrérgicos foi observada entre o grupo Q em comparação ao grupo C. Os resultados mostram que a suplementação com quercetina preveniu o aumento da área do núcleo e corpo celular de neurônios nitrérgicos do plexo mioentérico do jejuno de animais diabéticos.

PALAVRAS CHAVES: ratos diabéticos, quercetina, enzima óxido nítrico sintase neuronal (nNOS), Análise morfométrica. APOIO: CNPq e Fundação Araucária de Apoio à Pesquisa do Estado do Paraná.

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ANÁLISE MORFOMÉTRICA DO URETER EM CADÁVERES ADULTOS

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DO FORAME MAGNO E SUA RELAÇÃO COM IDADE E DIMORFISMO SEXUAL

Almeida RA, Novaes HFF, Leite PCS, Sorte NCB, Júnior UB

Valério GE*, Matos FA, Souza OA, Paz CRA, Vieira MC

O estudo morfométrico da base do crânio tem importância na medicina forense, principalmente, quando outros parâmetros são insuficientes na determinação do gênero. Neste estudo, observamos 294 crânios do acervo da Disciplina de Anatomia Descritiva e Topográfica da UNIFESP, sendo 66,0% do gênero masculino e 34,0% do feminino. Foram feitas as seguintes mensurações no forame magno: 1. A sagital (S); 2. A menor distância entre os côndilos occipitais (distância intercondilar = I); e 3. A transversa (T). No gênero masculino, as menores e as maiores distâncias S, I e T foram, respectivamente, 28,03; 11,00; 25,00mm e 43,20; 24,06; 37,27mm; sendo a média de 36,35; 16,64; 30,83mm. No gênero feminino, as menores e as maiores distâncias S, I e T foram, respectivamente, 28,80; 12,00; 24,80mm e 42,29; 21,05; 34,10mm, sendo a média de 35,19; 16,23; 29,53mm. A média geral em ambos os gêneros foi de 35,96, 16,50 e 30,38mm, respectivamente nas distâncias S, I e T. Em relação à média geral do diâmetro S, 57,7% dos crânios masculinos estavam acima e 63,0% dos femininos abaixo; a distância I estava acima da média geral em 54,6% dos crânios masculinos e abaixo em 56,0% dos femininos, e em relação à média geral do diâmetro T, os crânios masculinos estavam acima em 55,7% e os femininos 63% abaixo. Em relação à idade, dos 13 crânios de mulheres idosas, observou-se que, 76,9% e 84,6% apresentaram, respectivamente, diâmetros S e T menores que a média do gênero feminino. Em pelo menos 100%, uma das medidas foi menor que a média feminina. De acordo com os resultados, podemos concluir que as medidas dos diâmetros S, T e I podem ser utilizadas para complementar o estudo na diferenciação do gênero. Quanto à avaliação pela idade, identificam-se alterações apenas em mulheres idosas.

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Os cateteres ureterais são indispensáveis no manejo de patologias obstrutivas do trato urinário superior. A morbidade associada ao uso do cateter pode ser minimizada com a escolha do comprimento adequado do mesmo. Assim, a predição do comprimento ureteral se faz de grande importância. O objetivo deste trabalho foi avaliar o comprimento ureteral em cadáveres e analisar suas correlações com determinadas medidas antropométricas. A metodologia adotada envolveu a dissecção e mensuração do comprimento ureteral de 115 cadáveres adultos, encaminhados para necropsia entre abril de 2009 e janeiro de 2012. Adicionalmente, foram coletadas as seguintes medidas: altura, distância ombro-punho, cotovelo-punho, apêndice xifóide-umbigo, distância umbigo-púbis, distância xifo-púbica e distância entre espinhas ilíacas. As correlações entre o comprimento ureteral e as demais medidas antropométricas foram analisadas e, nos resultados, não foram verificadas diferenças no comprimento ureteral médio na análise de subgrupos de acordo com o sexo, raça e altura. Também não foi encontrada correlação entre o comprimento ureteral e as medidas antropométricas pesquisadas na população geral analisada, bem como nos subgrupos analisados. Não foi verificada diferença significante entre as medidas dos ureteres direito e esquerdo. Concluímos que não há diferença no comprimento ureteral médio entre as diferentes faixas de altura e entre os gêneros masculino e feminino. Além disso, não há correlação significante entre o comprimento ureteral e as demais medidas antropométricas.

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ANÁLISE MORFOMÉTRICA DOS DIÂMETROS EXTERNOS DA ARTÉRIA AORTA ABDOMINAL E VASOS RENAIS DE RATOS Panzera LAS*, Gomes TAM, Zacarias AC, Alzamora AC, Lima WG, Benevides GP, Bezerra FS, Sousa LE Universidade Federal de Ouro Preto

ANÁLISE MORFOMÉTRICA E HISTOMORFOLÓGICA DAS PONTES DE MIOCÁRDIO EM CORAÇÕES DE CÃES Gomes FGFLR*, Farias ELP, Veronez DAL, Torres MFP Universidade Federal do Paraná

Modelos animais são usados para o estudo de doenças do sistema circulatório com objetivo de buscar novos benefícios para a saúde do homem. Duas doenças, que estão relacionadas, são aneurisma de aorta (AA) e a hipertensão arterial sistêmica (HAS), ambas com técnicas bem estabelecidas em animais. Diferentes modelos são usados para a promoção do AA e HAS, sendo que, os diâmetros externos das artérias aorta abdominal e renal são variáveis afetadas por várias técnicas experimentais. No modelo de AA, como conseqüência, há aumento do diâmetro externo da aorta. Enquanto no modelo de hipertensão arterial renovascular (HAR), o diâmetro da artéria renal deve ser parcialmente reduzido para o sucesso da técnica. O objetivo foi verificar a variabilidade dos diâmetros externos da artéria aorta abdominal (DAAA), artéria renal esquerda (DARE) e da veia renal esquerda (DVRE) de ratos anestesiados. Foi feita uma secção mediana no abdome para acessar os vasos. Com um paquímetro digital, foram mensurados os diâmetros externos da aorta abaixo da emergência das artérias renais, da veia e artéria renal esquerda próximo a sua origem. Os dados foram expressos em média ± erro padrão da média. Nos dados paramétricos foi usada análise de variância one-way ANOVA e pós-teste de Tukey e a diferença significativa com valor de P<0,05. Houve diferença entre o DAAA (1,31±0,07mm) e o DARE (0,46±0,06mm; P<0,0001), bem como entre o DARE (0,46±0,06mm) e o DVRE (1,55±0,17mm; P<0,0001). Nos modelos de HAR, a taxa de insucesso da técnica está associada a fatores fisiológicos ou inerentes ao método, porém não há dados sobre fatores morfológicos dos vasos renais que poderiam influenciar a técnica. O presente estudo fornece novos dados que possam colaborar no maior sucesso da técnica.

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O termo ponte de miocárdio é atribuído ao conjunto de fibras musculares cardíacas, que se sobrepõem a um segmento dos ramo das artérias coronárias. As pontes de miocárdio sobre as artérias coronárias têm sido consideradas fator etiológico de crises anginosas. Foram avaliados 30 corações de cães, adultos, buscando-se evidenciar a ocorrência das pontes de miocárdio. Os corações foram fixados em solução de formol à 10%, em seguida dissecados. As pontes de miocárdio foram dissecadas e mensuradas, tendo a largura registrada por meio de paquímetro digital com precisão centesimal. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística pelo software Statgraphics. Após a dissecção e as medidas das artérias coronárias, aquelas situadas imediatamente proximais e sob as pontes de miocárdio foram submetidas a exame histomorfológico, sendo processadas e coradas pela técnica de Hematoxilina & Eosina para avaliação de possíveis alterações que pudessem comprometer a luz arterial. Os resultados obtidos permitiram obter as seguintes conclusões: as pontes de miocárdio foram observadas em 23 (76,67%) dos corações caninos. No total, 32 pontes de miocárdio foram observadas, dentre essas, 4 localizaram-se sobre o ramo direito da artéria coronária (12,50%), enquanto 28 localizaram-se sobre ramo esquerdo (87,50%). A largura média das pontes de miocárdio foi de 6,092mm. A análise histomorfológica revelou redução da luz arterial em 88,23% dos corações avaliados, enquanto em 11,77% não ocorreu esse evento.Foi observado aumento de tecido conjuntivo no espaço perivascular sob a ponte de miocárdio. Nenhuma alteração de caracter degenerativo foi observada na análise histopatológica.

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ANÁLISE NEUROANATÔMICA DA OBRA “CRIAÇÃO DE ADÃO” DE MICHELANGELO Queiroga NG*; Netto AU; Carvalho AGMA; Félix ECC; Paiva TTB; Correia LGCB; Sampaio RCR; Neto EJS. Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE, João Pessoa-PB

ANÁLISE POR MICROSCOPIA DE LUZ, DE POLARIZAÇÃO E IMUNOHISTOQUÍMICA DA MEMBRANA SINOVIAL DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DE FETOS HUMANOS

INTRODUÇÃO: O brilhante pintor renascentista italiano Michelangelo Buonarotti pintou painéis magníficos no teto da Capela Sistina, no Vaticano, entre 1508 e 1512. A sua escultura e pintura reflete o grande conhecimento sobre anatomia que ele adquiriu realizando dissecções do corpo humano. Ele entendeu que sua habilidade estava em seu cérebro e não em suas mãos, e acreditava que a inteligência era um dom que o ser humano recebia de Deus. A pintura “Criação de Adão” mostra Adão e Deus estendendo as mãos um para o outro, com os dedos quase se tocando. Estudiosos admitem que a imagem em que Deus está rodeado por anjos tem a forma de um cérebro. OBJETIVOS: Apontar as semelhanças existentes entre a obra de Michelangelo e os acidentes anatômicos descritivos do cérebro humano, reforçando a tese de estudiosos que afirmam que o artista aplicava seu vasto conhecimento em anatomia nas suas pinturas de forma subliminar. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão da literatura a partir de estudos especializados no assunto e comparações entre imagens de atlas anatômicos, buscando semelhanças com os detalhes da pintura. RESULTADOS: A partir da análise, fica nítida a coincidência entre as imagens, como por exemplo, o sulco do cíngulo é representado por um limbo que se estende ao longo do quadril do anjo em frente a Deus, cruza Seus ombros, e vai até o final do braço esquerdo Dele, estendendo-se até a testa de Eva. CONCLUSÕES: De fato, é verdadeira a colocação que afirma que Michelangelo escondia em suas obras a paixão pela anatomia humana, o que não era bem aceito pela sociedade da época. O importante, porém, não é só identificar estruturas anatômicas na pintura, mas interpretar o fato de que Deus está presenteando o homem com o mais divino dos dons: a inteligência.

Universidade Federal de São Paulo

Moraes LOC*, Tedesco RC, Marques SR, Rodríguez-Vázquez JF, Mérida-Velasco JR, Alonso LG

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Avaliar a cronologia da formação, a dinâmica dos tipos celulares e verificar o padrão de distribuição de elastina e das fibras colágenas na membrana sinovial da articulação temporomandibular de fetos humanos, durante a gestação, por meio das técnicas de HE, Verhoeff e picrosirius red e; analisar a expressão imunohistoquímica dos marcadores CD68 e Hsp27 na camada íntima da membrana sinovial. Foram estudadas 62 articulações temporomandibulares de fetos humanos, com idades gestacionais entre a nona e décima sétima semanas, provenientes da Universidad Complutense de Madrid e da Associação de Incentivo à Pesquisa. Para a análise em microscopia de luz e microscopia polarizada foram utilizados os métodos de coloração em HE, Verhoeff e picrosirius red. O protocolo de imunohistoquímica com os marcadores CD68 e Hsp27 foi realizado para avaliar a cronologia e a dinâmica das células macrophage-like type A e fibroblast-like type B, respectivamente. As técnicas de coloração em HE, Verhoeff e picrosirius red demonstraram o desenvolvimento das cavidades articulares, superior e inferior, concomitantemente à formação da membrana sinovial, além de demonstrar as fibras presentes em sua matriz extracelular da membrana sinovial: elastina e colágeno (tipos I e III). A imunohistoquímica analisou qualitativamente a formação da camada íntima da membrana sinovial por meio da marcação das células macrophage-like type A e fibroblast-like type B. Assim, concluímos a presença de fibras elásticas e de fibras colágenas a partir da 10ª e 11ª semanas de idade gestacional, respectivamente e das células fibroblast-like type B entre a 9ª e a 10ª semanas e das células macrophage-like type A a partir da 10ª semana da morfogênese.

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ANÁLISE PRELIMINAR DA MORFOMETRIA CRANIANA EM Artibeus planirostris (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) Sousa IDD¹*, Arandas MJG¹, Arandas JKG¹, Marinho KSN², Lima Júnior NB², Alves ECBA², Antonio EA², Santos KRP² 1 UFRPE; 2UFPE

ANÁLISE QUANTITATIVA DO NERVO ISQUIÁTICO APÓS ESMAGAMENTO E APLICAÇÃO DA PROTEÍNA DO LÁTEX NATURAL E ÁCIDO HIALURÔNICO Barreiros VCP, Dias FJ, Iyomasa MM, Sousa LG, Calzzani RAJ, Muniz KL, Watanabe I, Issa JPM

Os morcegos do gênero Artibeus Leach 1821 (Phyllostomidae: Sternodermatinae) distribuem-se desde o México até o Norte da Argentina e Sul do Brasil. Apesar dessa ampla distribuição, a sistemática do gênero Artibeus gera grandes controvérsias, e as informações existentes são imprecisas, principalmente quando se relaciona aos caracteres cranianos de acordo com a distribuição geográfica. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi analisar as seguintes medidas morfométricas cranianas: comprimento total do crânio (CT) (mm), comprimento côndilo-basal (CB) (mm), comprimento da mandíbula (CM) (mm) e largura pós-orbitária (LP) (mm) de Artibeus planirostris. Para realização do estudo, foram utilizados 17 espécimes, onde foram 7 fêmeas e 10 machos coletados em Vitória de Santo Antão-PE. Os crânios foram retirados por abertura bucal através do afastamento da pele. Em seguida, dissecados com o uso de larvas Dermestes (Coleóptera: Dermestidae). Para a tomada das medidas cranianas foi utilizado paquímetro digital. Para análise estatística foi utilizado o teste t a 5% de significância. Os resultados morfométricos demonstraram que não houve diferenças significativas nas médias de todas as variáveis, porém as fêmeas apresentaram as maiores médias as variáveis CB (27.18+ 0.52), CM (19.69+ 0.49), LP (7.17+ 0.37), quando comparado aos machos CB (27.16+ 0.78), CM (19.56+ 0.66), LP (7.10+ 0.15). Os machos apresentaram apenas uma média maior para a variável CT (28.24+ 0.78), enquanto as fêmeas CT (28.21+ 0.58). Sabe-se que a variação intersexual em A. planirostris depende do bioma. Em áreas de Cerrado e Caatinga, os machos são maiores que as fêmeas nos caracteres cranianos, mas as fêmeas apresentam maiores larguras e comprimentos rostrais.

O tratamento de nervos periféricos ainda se apresenta como um desafio. Os hidrogéis a base de ácido hialurônico são cada vez mais utilizados como um carreador de substâncias e fatores na reparação do tecido nervoso, o látex natural também demonstrou efeitos positivos no tratamento de nervos periféricos. Esse estudo busca avaliar o efeito da proteína purificada do látex natural (F1) associado a um hidrogel de ácido hialurônico (HAH) em lesões de esmagamento do nervo isquiático (15Kgf, 5,2 MPa, 10 min) em ratos Wistar. Foram utilizados 20 ratos Wistar, machos (200-300g), divididos em 4 grupos (n=5): G1 - controle; G2 - nervo lesado sem tratamento; G3 - nervo lesado e tratado com o HAH (1%) e G4 - nervo lesado e tratado com a F1 (0,1%) carreado pelo HAH (1%). Após4 semanas da lesão, os animais foram sacrificados, o nervo isquiático esquerdo foi removido e processado para coloração de Suddan Black, fotomicrografadas e analisadas com o auxílio do software “ImageJ”, e aplicado a ANOVA (p=0,05). Os dados quantitativos (conteúdo de mielina/área de secção transversa do nervo) sugerem melhora na regeneração do nervo isquiático quando comparados ao grupo lesado (G2 – 20,47±1,62), tanto com a aplicação do HAH (G3 – 32,46±1,89) como da associação do HAH com a F1 (G4 -46,00±4,82), os melhores resultados foram observados na associação de ambas as substâncias, sendo comparáveis aos valores observados no grupo controle (G1 – 49,06±4,38).A comparação dos dados obtidos revela melhora após aplicação do HAH, porém é evidente a regeneração do nervo quando há associação entre HAH e F1,sugerindo que essa associação potencializaria a regeneração de nervos periféricos. APOIO FAPESP 2011/01983-2. CEUA/FMRP-USP 023/2011.

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ANATOMIA APLICADA: DISTINÇÃO SEXUAL A PARTIR DA AVALIAÇÃO DO CRÂNIO Ramos FRD1*, Nunes AF1, Carvalho MC1, Silva ANC1, Paulo DB1, Bernardes AM1, Ferreira CAA1, Soares MML1 1 – Universidade Federal do Piauí

ANÁLISES MACRO E MICROSCÓPICA DO FÍGADO DA BALEIA (Baleanoptera acutorostrata) Ferreira AO1*, Sarmento CAP1, Vasconcelos BG1, Rici REG1, Miglino MA1 1

Departamento de Cirurgia, Setor de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo

Os membros da ordem dos cetáceos são completamente dependentes do ambiente aquático e desenvolveram adaptações únicas que são fundamentais para a compreensão clínica. Dentre esses órgãos esta o fígado, uma glândula anexa ao intestino que assume a função central da digestão do alimento. Responsável, entre outras funções, pela desintoxicação do sangue, formação do glicogênio, fonte de calor e na hematopoese fetal. Dessa forma, procuramos descrever a macro e microscopia de um fígado de Baleia (Baleanoptera acutorostrata), adulto, macho, fixado em formol a 10%. Assim, primeiramente analisou-se macroscopia, para posterior retirada de amostras que foram processadas para análises histológicas, através das microscopias de luz e eletrônica de varredura. Macroscopicamente, o fígado apresentou os lobos: direito, esquerdo e quadrado, com a ausência da vesícula biliar. Microscopicamente, o órgão apresentou uma cápsula espessa de tecido conjuntivo denso, sendo bem vascularizada. Possuindo cordões de hepatócitos evidentes e não foram visualizadas as divisões de lóbulos. Encontrou-se poucas veias centrolobulares e muitos espaços porta por todo parênquima hepático, apresentando ducto, artéria e veia hepática. Assim, o fígado da Baleia apresenta estrutura semelhante a dos mamíferos, diferenciando-se apenas no fato de sua cápsula apresentar-se mais espessa que nos outros animais. Comparado com os outros cetáceos, apresenta morfologicamente a mesma falta de vesícula biliar.

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A determinação do sexo representa um importante estágio no exame antropológico forense. Os estudos para determinação são baseados no dimorfismo entre os sexos presentes na maioria dos ossos humanos. De uma forma geral, o crânio propicia elementos de presunção para tal. Já que por muitas vezes os médicos recebem apenas crânios, ou parte deles para análise pericial, e como ainda não existe uma padronização na maioria dos institutos legais brasileiros acerca da determinação sexual, o presente estudo objetivou demonstrar a importância da craniometria e da cranioscopia na determinação sexual. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases Scielo e PubMed, além de tratados e periódicos em Medicina Legal. Por meio destes, observou-se que as principais características qualitativas analisadas para diferenciação sexual foram: base do crânio, apófises mastóideas, glabela, arco zigomático, malares, côndilos occipitais, côndilos mandibulares e apófise estilóide. Na avaliação quantitativa, a área do triângulo mastóideo, a medida do arco frontal e a medida da apófise mastóidea foram significativamente superiores nos crânios masculinos, com níveis de confiança iguais ou superiores a 95%. Com as medidas desses dois últimos parâmetros foi possível a elaboração de uma fórmula para estabelecer o sexo com índices de acerto satisfatórios. Avaliar sobre o aspecto quantitativo é importante, pois não submete apenas ao julgamento individual do observador. Assim, esses aspectos reforçam a importância desse estudo, que possibilitou avaliar o crânio através de suas características morfológicas e métricas, contribuindo para a prática da Medicina Forense e da Antropologia.

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ANATOMIA CERVICAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA MEDICINA LEGAL: UMA REVISÃO Valente PVS, Silva LLA, UFOP, Andrade TP, UFOP, Prates Júnior AG, UFOP, Mendonça BPCK, UFOP, Bordoni LS, UFOP, Franco SSDR, UFOP O pescoço humano inclui estruturas de importância vital, como os grandes vasos, parte dos tratos respiratório e digestivo, além de troncos nervosos e medula espinhal. O conhecimento da anatomia cervical é imprescindível para entender, estimar e pesquisar lesões causadas por eventos médico-legais relacionados. O achado de lesões em estruturas do pescoço é de alta importância e um exame cuidadoso é necessário. Objetivamos reportar as principais estruturas cervicais lesionadas em condições médico-legais, bem como as particularidades que envolvem sua dissecação, como grande número de estruturas de alta complexidade morfológica em uma pequena área, além da presença de vasos congestos, entre outros fatores, que devem ser considerados para melhor autópsia. Realizamos revisão da anatomia cervical em livros texto de anatomia humana e pesquisa de artigos nas plataformas Pubmed e Scielo, utilizando-se como palavras-chave neck anatomy e forensic/legal medicine. Observa-se que mecanismos de lesão incluem compressão cervical, traumas indiretos, etc. Lesões na coluna cervical superior são consequências de séria carga traumática ao complexo devido a acidentes de trânsito, quedas de alturas e agressões; lesões no esôfago são geralmente causadas por iatrogenia e colisão de veiculo motor; mortes por asfixia são causadas por enforcamento, estrangulamento, etc. Entre as mortes devido à constrição do pescoço, lesão aos músculos cervicais, vasos, fratura de osso hióide e laringe foram observadas, para tanto técnicas específicas devem ser utilizadas. Portanto, o médico legista deve ter excelente conhecimento da anatomia do pescoço humano, bem como as variações anatômicas e particularidades da dissecação para otimização da autópsia.

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ANATOMIA CIRÚRGICA DA ORELHA MÉDIA HUMANA Rodrigues AC*, Shinohara AL, Ahmed FJ, Buchaim RL, Andreo JC Faculdade de Odontologia de Bauru/FOB-USP Esta pesquisa teve por objetivo contribuir para o estudo otológico prático do ouvido médio humano. A topografia de acesso à anatomia do ouvido médio foi descrita com enfoque especial para o procedimento de implante coclear. Foi conduzida numa tentativa de elucidar fatores que, em última análise, visam determinar a facilidade de inserção de uma matriz de eletrodo.Quinze ossos temporais direitos e doze esquerdos foram dissecados sob o microscópio cirúrgico. Após a realização de incisões adequadas, as distâncias entre o tendão do músculo estapédio, braço longo da bigorna e o promontório (local da cocleostomia) foram medido com o auxílio de um microscópio digital (DinoLite plus).Através da realização de análise estatística, observamos a forte correlação existente entre as distâncias aferidas.Estudos anatômicos mesoscópicos do osso temporal são essenciais para executar com segurança as intervenções cirúrgicas dentro do ouvido médio. Os resultados mostram que dados morfométricos sobre diferentes estruturas anatômicas no interior do ouvido médio, particularmente as distâncias, é uma contribuição importante para o planejamento seguro de procedimentos cirúrgicos na orelha média.

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ANATOMIA COMPARADA DO MÚSCULO GASTROCNÊMIO ENTRE FELINOS. RODRIGUES, P. F.; SILVA, R. P. M. Rodrigues PF *, Silva JCS, Silva FVA, Silva LB, Silva JL, Silva RPM Universidade Federal do Acre. UFAC

ANATOMIA COMPARADA DO TESTÍCULO DO MACACO MURIQUI Brachyteles arachnoides (Spix, 1823) (Primates, Atelidae) Labanca PC, Porto M*, Resende F, Pissinatti A. Centro de Primatologia do Rio de Janeiro / INEA (CPRJ)

Os músculos do gato (felis sylvestris catus) seguem o padrão de semelhança para a classe carnivora. Trata-se de um animal de pequeno porte, ao contrário do felino em comparação onça pintada (panthera onca), que está entre os grandes mamíferos existentes. Apesar de hábitos e comportamentos diferentes, observa-se anatomicamente semelhanças entre esses felinos, o que faz-se necessário mais estudos. Este estudo foi realizado no Laboratório de Anatomia da Universidade Federal do Acre – UFAC, utilizando dois felinos, uma onça pintada macho proveniente de morte natural pelo 61° Batalhão de Infantaria de Selva da cidade Cruzeiro do Sul – AC, e um gato vítima de atropelamento, para análise de semelhança muscular entre esses felinos. Para tal foi realizado dissecação de ambos os animais e observamos que ambos apresentaram o músculo gastrocnêmio em suas patas traseiras (músculo do membro pélvico). Tal músculo surge de duas porções nas tuberosidades supracondilares medial e lateral do fêmur, por grandes tendões que incorporam os ossos sesamóides (fabellae). As duas porções circundam o músculo flexor superficial dos dedos e distalmente, na perna; fundem-se um com o outro para formar a porção principal do tendão calcanear comum, que termina na tuberosidade calcânea. O músculo gastrocnêmio forma o enchimento caudal superficial da perna após emergir da área poplítea. Ele flexiona a articulação do joelho e estende o tarso. Sendo de grande semelhança esta musculatura estudada do felis sylvestris catus e panthera onça.

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Primatas que possuem comportamento promíscuo têm testículos volumosos, com grande produção de ejaculado, resultado da competição espermática entre machos. B. arachnoides é uma espécie promíscua, endêmica do Brasil, ameaçada de extinção que alcança 1.5 m e 15 kg. Neste trabalho apresentamos os resultados da descrição do testículo do muriqui com vistas a ampliar a compreensão do significado evolutivo das relações entre sua morfologia e comportamento reprodutor. Para a descrição anatômica foram utilizados três testículos de animais adultos preservados em formalina 10% (Coleção CPRJ). As medidas estão em mm. Os testículos apresentaram os seguintes valores crânio-caudal: 32-51 (n=3), x= 44, s= 10,44. O mediastino, os séptulos do testículo, a túnica dartos, a fáscia espermática interna e a túnica vaginal do testículo não apresentaram diferenças significativas em relação ao homem e ao chipanzé. A fáscia espermática externa é curta, estendendo-se até a metade cranial do testículo. A fáscia cremastérica apresenta alças de feixes musculares que são contínuas cranialmente, mas que divergem ligeiramente no sentido caudal. A maioria destas alças circunda completamente o testículo. O curto ligamento gubernáculo do testículo conecta a face caudal do escroto à túnica dartos. A face medial do testículo está aderida ao septo do escroto. A relação entre grande volume testicular e promiscuidade em primatas é confirmada para muriquis. O maior desenvolvimento da fáscia cremastérica está relacionado à necessidade de deslocar um testículo de tamanho avantajado. A aderência do testículo ao septo do escroto limita os deslocamentos do testículo no escroto. O significado funcional da fáscia espermática externa incompleta não é evidente.

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ANATOMIA COMPARATIVA DOS MÚSCULOS MÉDIO-CAUDAIS DA COXA DE CANÍDEOS (Chrysocyon brachyurus, Cerdocyon thous e Lycalopex vetulus) Ribeiro LA*¹, Silva Z ², Carvalho-Barros RA², Souza TAM¹, Gomes ARA¹, Morais FA³, Silva DCO4 e Silva FOC¹ ¹ Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia. ² Faculdade de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão. ³ Universidade Presidente Antônio Carlos, Uberlândia – Minas Gerais. 4 Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia.

ANATOMIA DAS ANOMALIAS CORONARIANAS: UM RETRATO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA Bordoni LS (leobordoni@yahoo.com.br); Do Vale RS (rafael_dv_666@hotmail.com); Andrade KF (k3illy@hotmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto

A Anatomia Comparativa é uma ciência capaz de fornecer informações que nos permitem verificar as relações entre a forma e função de estruturas similares presentes em diferentes animais. A análise morfológica dos músculos é importante para evidenciar e esclarecer algumas dúvidas sobre a evolução destas espécies e fornecer informações relevantes para áreas afins. Partindo deste pressuposto, objetivou-se realizar a caracterização anatômica dos músculos médio-caudais da coxa (grácil, pectíneo, adutores, semimembranáceo e semitendíneo) do Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), do Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e da Raposa-do-campo (Lycalopex vetulus), comparando os mesmos com dados literários já bem estabelecidos de humanos, primatas não humanos e do cão doméstico. Para realização deste estudo foram utilizados dois exemplares de cada espécie, os quais foram preparados segundo as técnicas usuais em Anatomia Macroscópica. As localizações, origens e inserções dos músculos médio-caudais da coxa nos animais mais complexos na escala evolutiva, demonstram uma individualização cada vez mais marcante, tendendo a uma maior especificidade da massa muscular em questão, bem como, uma migração parcial destes músculos adutores de caudal nos quadrúpedes para cranial nos bípedes, devido às alterações conforme a postura e a função. Os aspectos anatômicos dos músculos grácil, pectíneo, adutores, semimembranáceo e semitendíneo facilitaram a compreensão sobre a situação evolutiva intermediária entre os animais quadrúpedes e bípedes como tentativa de adaptação a nova postura. PALAVRAS CHAVE: Anatomia, canídeos, evolução, miologia

As anomalias das artérias coronárias podem ser graves, causando isquemia miocárdica, infarto e morte súbita; ou, não apresentarem sintomatologia relevante. Encontram-se artérias coronárias anômalas em 1% a 2% da população submetida a cateterismo cardíaco. Elas podem ser classificadas de acordo com o local específico em que ocorre a anomalia no vaso (anomalias de origem, curso ou terminação). Sabendo disso o objetivo do trabalho é fazer um estudo das anomalias coronarianas relacionados à isquemia miocárdica que já foram relatados na literatura brasileira, observando suas anatomias e prevalências. Para isso, foi feita pesquisa de artigos relacionados ao tema publicados no Brasil e disponíveis no CAPES. Dessa forma, encontramos sete casos da Síndrome de Bland-WhiteGarland (artéria coronária esquerda originando-se do tronco pulmonar), um caso da artéria coronária direita originando-se do seio aórtico esquerdo, um caso da artéria coronária esquerda originando-se do seio aórtico direito, dois casos da artéria interventricular anterior originando-se da coronária direita, um caso da coronária direita originando-se da interventricular anterior e um caso da artéria circunflexa originando-se da coronária direita. Em todos os casos relatados, as anomalias coronarianas levaram ao quadro de isquemia miocárdica, sendo necessário em alguns casos intervenção cirúrgica e em outros apenas intervenção medicamentosa. Apesar de ainda ser precária a publicação de relatos de casos sobre anomalias coronarianas no Brasil, observa-se uma nítida prevalência de anomalias de origem relacionadas à isquemia miocárdica.

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ANATOMIA DESCRITIVA COMPARATIVA DA TRAQUÉIA HUMANA, CARNIVOROS DOMÉSTICOS E DE MAMÍFEROS DO CERRADO Leonel LCPC1*, Carvalho-Barros RA1, Silva EM2, Pena DR¹, Lima TC¹, Carvalho-Barros JC¹, Sousa GC², Silva Z1 1 UFG – Catalão, 2UFU - Uberlândia

ANATOMIA DESCRITIVA COMPARATIVA DO MÚSCULO BÍCEPS DA COXA EM HUMANOS, CARNIVOROS DOMÉSTICOS E OUTROS MAMÍFEROS DO CERRADO Silva APA1*, Leonel LCPL¹, Rodrigues AC¹, Silva DCO¹, Felipe RL¹, Carvalho-Barros RA1, Silva EM², Silva Z1 1 UFG - Catalão, 2UFU - Uberlândia

O estudo comparativo descritivo da Anatomia de animais silvestres está em fase de franco crescimento, pois múltiplas agressões têm obrigando muitas espécies a migrarem para outros biomas ou colocando-as em risco de extinção. O cerrado é um bioma complexo que abriga uma grande variedade de espécies, incluindo mamíferos em risco de extinção. Conhecer a biologia desses animais faz parte das contribuições que norteiam a organização e implantação de programas de proteção e preservação. Para tanto, foram utilizados dois espécimes de Cebus apella cedidos pelo IBAMA – MG ou GO comparando os resultados encontrados com a literatura humana e veterinária, já bem estabelecidas. Uma vez no laboratório de Anatomia, foram fixadas em solução aquosa de formol a 10% e nesta conservados para posteriormente serem preparadas, sob técnicas usuais de dissecação utilizadas em Anatomia Macroscópica. Por último, foram analisadas descritas e fotografadas. Nossos resultados evidenciam uma traquéia, cuja extensão varia conforme a compleição física do animal. Igualmente é variável o número de anéis cartilaginosos. No entanto em todos os grupos, os anéis cartilaginosos constituintes da traquéia são incompletos dorsalmente, sendo o fechamento do tubo feito por uma membrana de natureza musculomembranosa. A largura desta membrana não é uniforme em toda a sua extensão, mas sim, apresenta maior largura no terço médio-cranial. Alguns dos anéis são incompletos, enquanto outros são bifurcados. Conclui-se, destarte, que a Anatomia da traquéia dos grupos estudados não diverge muito daquela verificada no homem e em animais domésticos, sendo as variações, aparentemente, relacionadas às adaptações relativas à compleição física do animal.

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Acrescentar à literatura, dados morfológicos comparativos a cerca de animais silvestres, principalmente, quando focados nas adaptações ligadas ao comportamento e na evolução, pode ser importante para melhorar o conhecimento biológico destes animais e contribuir para a organização e implantação de programas de proteção e preservação. O cerrado, um dos maiores biomas terrestres, é também um dos mais complexos e ameaçados, principalmente por se constituir, na principal fronteira agropecuária do País, conseqüentemente submetido à grande pressão antrópica, sobre a flora e a fauna. Essa mesma pressão certamente produzirá inevitável redução da biodiversidade. Nesse contexto este trabalho tem como foco a dissecação e estudo descritivo-comparativo do músculo bíceps femoral de mamíferos do cerrado, e a comparação com humanos e carnívoros domésticos, identificando e correlacionando possíveis semelhanças e diferenças em Macaco prego, Lobo-guará, Cachorro-do-mato e Raposa-do-campo, humanos e carnívoros domésticos uma vez que este músculo, como importante elemento do aparelho locomotor, certamente estará sujeito a variações adaptativas conforme o comportamento alimentar e reprodutivo Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados dois exemplares de cada grupo, cedidos pelo IBAMA-MG/GO ou que foram coletados mortos por atropelamento às margens de rodovias. Cada espécime foi fixado em solução aquosa de formol a 10% e nesta solução foi conservado. A preparação das peças anatômicas seguiu técnicas usuais de dissecação em Anatomia macroscópica Os resultados obtidos revelam similaridades estruturais entre os grupos, todavia, variações relativas, à postura e comportamento são verificadas.

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ANATOMIA DESCRITIVA COMPARATIVA DO MÚSCULO RETO DA COXA, NO HOMEM, CARNIVOROS DOMÉSTICOS E MAMÍFEROS DO CERRADO Ribeiro KAS¹*, Felipe RL¹, Mitri FF², Calixto BS¹, Rodrigues AC¹, Silva DCO² Silva Z¹,CarvalhoBarros RA¹ 1 UFG - Catalão, ²UFU - Uberlândia A anatomia comparativa, por si só, é uma modalidade de estudos que aborda os aspectos estruturais de diferentes táxons, não apenas no enfoque morfológico, mas também funcional podendo incluir ainda, considerações relativas às adaptações e assim contribuir para a melhor compreensão da biologia e dos caminhos percorridos por uma espécie ao longo dos processos evolutivos. O Cerrado é um bioma que abriga grande variedade de espécies, algumas nativas e bem adaptadas e outras endêmicas, em fase de adaptação, o que faz do bioma Cerrado um excelente Laboratório de estudos. O presente estudo tem como objetivo dissecar e descrever o músculo reto femoral do Macaco prego, do Cachorro do mato, do Lobo guará e da Raposa do campo e analisá-lo comparativamente entre si e com a Anatomia humana e de Carnívoros domésticos, uma vez que a Anatomia humana e dos Animais domésticos encontram-se bem definidas. Neste estudo foram utilizados dois espécimes de cada grupo, doados pelo IBAMA-MG/GO ou foram coletados mortos por atropelamentos às margens de rodovias. No Laboratório, foram fixados em solução aquosa de formol a 10% e nesta conservados. A preparação das peças anatômicas ocorreu sob técnicas usuais utilizadas em Anatomia Macroscópica. Nossos resultados evidenciam um padrão anatômico do M. Reto femoral que não difere muito, entre os diferentes grupos, já que todos são mamíferos terrestres, no entanto, diferenças relativas à postura e tamanho do corpo podem ser observadas.

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ANATOMIA DESCRITIVA COMPARATIVA DO MÚSCULO SARTÓRIO DE MAMÍFEROS DO CERRADO COM HUMANOS E ANIMAIS DOMÉSTICOS Calixto BS¹*, Ribeiro KAS¹, Lima MAC¹, Silva DCO², Mitri FF², Carvalho-Barros RA¹, Purcino JG1, Silva Z¹ 1 UFG - Catalão, 2UFU – Uberlândia Como o segundo maior bioma terrestre, o Cerrado representa uma das mais ricas floras mundiais. Atualmente essa imponência de riquezas vem sofrendo drástica intervenção humana inerente à expansão urbana, agrícola pecuarista e atividade mineradora O estudo do sistema muscular de um animal é eficaz para a construção de uma relação entre a fisiologia e morfologia da estrutura anatômica, especialmente dentro de uma escala evolutiva. Beneficiada pelas pesquisas relacionadas ao aparelho muscular de canídeos, primatas não humanos e o Homem, a Anatomia Comparativa influencia a interação e inter-relação entre o comparativo presente e o descritivo clássico, certamente somando subsídios para a compreensão da própria vida. O objetivo desta pesquisa é descrever e comparar a Anatomia do M. Sartório de mamíferos do cerrado com Animais domésticos e com o Homem, onde a Anatomia está bem estabelecida. São utilizados, neste trabalho, dois espécimes de cada grupo: Macaco prego, Raposa do campo, Cachorro do mato e Lobo guará, cedidos pelo IBAMA-MG/GO, ou coletados mortos, vitimas de atropelamentos em rodovias. As peças anatômicas foram preparadas segundo procedimentos usuais em Anatomia Macroscópica, sendo injetadas com látex corado e posteriormente fixadas em solução aquosa de formol a 10% e nela conservadas para dissecação. Como resultado observa-se que o músculo Sartório apresenta variações quanto à fixação, forma, espessura e tamanho, quando comparado nos diferentes grupos, todavia, há semelhanças consideráveis em grupos próximos, como os canídeos neotropicais ou entre primatas. Concluímos que as semelhanças e diferenças estão relacionadas com a forma e tamanho do corpo, assim como com a postura corporal de cada um.

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ANATOMIA DESCRITIVA E COMPARATIVA DO MÚSCULO BÍCEPS BRAQUIAL DE MAMIFEROS DO CERRADO, HOMEM E CARNÍVOROS DOMÉSTICOS Felipe RL*¹, Silva EM², Calixto BS¹, Pena DR¹, Leonel LCPC¹, Carvalho-Barros RA¹, Silva DCO², Silva Z¹ 1 UFG - Catalão, 2UFU - Uberlândia Discussões sobre a evolução das espécies perduram através dos tempos. Tais questionamentos convergem em pesquisas que tentam elucidar dúvidas inerentes às adaptações necessárias à sobrevivência. Além disso, procuram identificar uma linha de curso para os processos evolutivos. A Anatomia Comparativa do Sistema muscular é uma importante linha de pesquisa nessa temática, pois envolve a descrição e a comparação entre diferentes grupos taxonômicos. Além disso, o Sistema Muscular é de fundamental importância por possibilitar, a interação com o meio com vistas à alimentação, abrigo e reprodução. Analisar o sistema muscular de espécies que compartilham o mesmo bioma pode contribuir para elucidar dúvidas quanto aos processos adaptativos ao bioma. Desta forma, o objetivo desta pesquisa é descrever e comparar a Anatomia do M. Bíceps Braquial do Quati, da Irara e do Bugio com a Anatomia humana e de Carnívoros domésticos, na tentativa de estabelecer relações funcionais e evolutivas deste músculo entre as espécies. Na pesquisa foram utilizados dois espécimes de cada grupo, doados pelo IBAMA – MG / GO ou coletados mortos às margens de rodovias. Os espécimes foram injetados no sistema arterial e no venoso com látex corado e posteriormente fixados com solução de formaldeído 10%. A dissecação envolveu procedimentos usuais de técnicas em Anatomia macroscópica. Os resultados indicam semelhanças anatômicas e diferenças, relativamente aos hábitos e postura de cada animal.

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ANATOMIA DESCRIVA COMPARATIVA DAS CARTILAGENS DA LARINGE DE MAMÍFEROS DO CERRADO COM O HOMEM E ANIMAIS DOMÉSTICOS Leonel LCPC¹*, Lima TC¹, Carvalho-Barros RA¹, Silva Z¹, Souza TAM², Silva APA¹, Ribeiro LA², Silva DCO² 1

UFG - Catalão, 2UFU – Uberlândia

A Anatomia é a ciência que estuda sistematicamente a organização estrutural de um corpo, possibilita descrever a estrutura deste corpo, assim como, avaliar possíveis modificações no sentido de adaptá-lo ao meio quase sempre buscando o aprimoramento de estruturas já existentes. Além disso, o enfoque comparativo pode fornecer dados importantes para interpretações evolutivas. O presente estudo tem como objetivo, dissecar e descrever as cartilagens da laringe de mamíferos do cerrado com enfoque comparativo, com humanos e animais domésticos. Para tanto, foram utilizados dois espécimes de cada grupo: Cebus apella, Lobo-guará, Cachorro-do-mato,e Raposa-docampo, coletados mortos por atropelamento às margens de rodovias ou cedidos pelo IBAMA–GO/MG. No laboratório, foram injetados, com látex corado, nos sistemas venoso e arterial e fixados em solução aquosa de formol a 10% e nesta conservados. A preparação das peças anatômicas seguiu técnicas usuais de dissecação em Anatomia Macroscópica. Nossos resultados mostram que a laringe de todos os espécimes é formada por três cartilagens pares (cricóide, tireóide e epiglote) e três ímpares (aritenóides, corniculadas e cuneiformes), apresentando semelhanças e diferenças morfológicas específicas. É possível concluir que a estrutura geral do esqueleto laríngeo dos grupos estudados é semelhante, vez que todos são mamíferos, porém diferenças inerentes à forma do corpo e talvez à função (fonação) estão presentes.

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ANATOMIA DO LIGAMENTO PATELOFEMORAL MEDIAL: ESTUDO ATRAVÉS DA DISSECAÇÃO CADAVÉRICA *Andriola TS, Fonseca PAM, Severo LAM, Freire DP, Carvalho TMF, Caldeira EM, Silva DB, Soares EA Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS, Alfenas MG

ANATOMIA DIGITAL, FERRAMENTA DA CIDADANIA. Ferreira JR¹*, Rezende LC¹, Vomero VU¹, Damásio DA¹, Pacheco YG¹ ¹Área de Morfologia, Faculdade de Medicina/UNB, ²GrupoNT, Brasília-DF

Pode-se dizer que os humanos são providos de um fantástico equipamento biológico - o corpo humano – que desempenha uma série de funções como: respiração, alimentação, eliminação de resíduos, reprodução e percepção do mundo exterior. Ao funcionar os sistemas corporais trabalham inter-relacionados de forma que cada indivíduo representa fisiologicamente um conjunto, cuja saúde depende do equilíbrio das partes entre si. O ser humano deve ampliar a base de conhecimento sobre si e o outro. Este projeto teve como finalidade produzir material didático e popularizar o conhecimento. Foram utilizadas imagens de Tomografia Computadorizada de Múltiplos Detectores (16 a 64 canais) e Ressonância Nuclear Magnética (1,5T), manipuladas com a utilização de um computador MacBook. O software utilizado, Osirix®, possibilitou reformatar imagens com técnicas de Projeção de Máxima Intensidade (MIP), Projeção de Mínima Intensidade (MinIP), reconstruções Multiplanares nos três planos ortogonais (MPR) e imagens com Renderização de Volume (VR) em duas e três dimensões. A equipe de dissecadores do Laboratório de Morfologia da Faculdade de Medicina da UnB preparou peças glicerinadas para fins de complementar as imagens obtidas pelas técnicas acima citadas. O produto final deste trabalho de inovação tecnológica, fruto da parceria desenvolvida entre empresa e universidade gerou a produção de material didático disponibilizado em mídia digital e impresso. A equipe conseguiu obter boas imagens, fundamentais para a qualidade de ensino técnico ou superior de tal forma que os estudantes e pessoas não diretamente envolvidas nesta área, possam analisar a imagem gerada reforçando os saberes sobre o corpo humano.

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1. OBJETIVO - O Ligamento patelofemoral Medial (LPFM) durante muito tempo foi atribuído como parte do retináculo medial ganhando atualmente uma atenção especial dos estudiosos da anatomia e cirurgia. O presente estudo tem por objetivo descrever anatomicamente o LPFM por meio de dissecação anatômica de joelhos de 10 cadáveres do sexo masculino. 2. MATERIAL E MÉTODOS - O estudo foi realizado no Centro Anatômico da Faculdade de Ciências Médicas da UNIFENAS através da dissecação do joelho de 10 cadáveres adultos do sexo masculino. A área dissecada foi fotografada com auxilio de uma câmera digital Sony (10.1mpx) e em seguida realizada morfometria (comprimento e largura) do LPFM através de programa Imagelab (calibração métrica em mm). 3. RESULTADOS - Foram dissecados 20 joelhos, sendo possível observar a origem do ligamento, na borda medial superior e média da patela, caminhado para a medial e posterior para inserir no epicôndilo medial do fêmur próximo da à inserção do ligamento colateral medial. Através do software Imagelab obtiveram-se os valores referentes a comprimento do LPFM, 5,2±0,2 cm e a largura 2,7±0,4 mm. 4. CONCLUSÃO - A anatomia do ligamento patelofemoral Medial é de grande importância clínica, pois através do conhecimento anatômico é possível buscar estratégias de reparações cirúrgicas em casos de luxação da patela. Trata-se de um ligamento ainda pouco descrito na literatura anatômica.

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ANATOMIA DO PLEXO LOMBOSSACRAL DE Bradypus torquatus (Illiger, 1811) e Bradypus variegatus (Schinz, 1825): ORIGEM E NERVOS RESULTANTES

ANATOMIA E ARTE COMO MEIO DE DESMISTIFICAÇÃO DO USO DE CORPOS PARA O ENSINO Leotério ES, Rocha AO*, Bonatto Costa JA, Benelli JL, Comerlatto L, Melo TLB, Simionato IF

Almeida-Junior CHC*, Almeida AEFS, Faria MMMD, Adami M, Silva RDG, Pinto MGF, Arapiraca RP, Almeida GS

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Universidade Federal da Bahia

O bicho preguiça é um mamífero encontrado na fauna silvestre brasileira, pertencente ao filo Cordata, ordem Pilosa, sub-ordem Folívora e família Bradypodidae. O estudo comparativo da composição do plexo lombossacral, representativo da origem dos nervos que se dirigem aos membros posteriores, desperta particular interesse relativamente aos aspectos evolutivos de postura e locomoção. Esta pesquisa visa identificar a origem e os nervos resultantes do plexo lombossacral de preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) e de preguiça-de-garganta-marrom (Bradypus variegatus), estabelecendo uma base de dados para elaboração de novas técnicas de abordagem clínica e cirúrgica a estes animais, visando contribuir para a preservação destas espécies, ameaçadas de extinção. Foram utilizados, com autorização do SISBIO-IBAMA n°. 24669-1, sete animais, machos e fêmeas, de diferentes idades, sendo cinco exemplares da espécie Bradypus torquatus e dois da espécie Bradypus variegatus procedentes do Centro de Estudos de Bradypus da Reserva Zoobotânica da Matinha em Ilhéus – Bahia. Após dissecação de cada antímero, verificou-se que o plexo lombossacral é constituído, pelos ramos ventrais do segundo ao quarto nervos espinhais lombares e do primeiro ao quarto nervos espinhais sacrais, exceto em um exemplar da espécie Bradypus variegatus em que não ocorreu a participação do quarto nervo espinhal sacral. Os nervos originados do plexo lombossacral são o femoral, obturatório e isquiático.

O Museu de Anatomia Humana integra as atividades do Programa de Extensão em Anatomia. Neste, procura-se desmistificar o uso do corpo humano no ensino, através da realização, no laboratório de Anatomia, de uma mostra temporária, anual, desde 2009, com entrada franca e aberta a comunidade. Os alunos interessados em participar do projeto atuam como tutores, guiando a visitação, além de produzirem as peças anatômicas que são expostas. Durante sua trajetória, ocorreram mudanças significativas no enfoque do evento, no primeiro ano aberto apenas a comunidade acadêmica interna, a seguir ampliou-se a comunidade externa, sendo que na última edição, em 2012, escolas de ensino médio foram convidadas a visitação. Observou-se grande adesão, com um total de 720 visitantes nos 5 dias de exposição, sendo 38,9% de estudantes do ensino médio. Observamos aprimoramento da mostra, através elaboração de peças mais diferenciadas a cada ano e da maior divulgação, obtendo-se um crescimento no número de visitantes superior a 100% entre os anos de 2010 e 2012 e grande número de comentários positivos no livro de registro de visitantes. O Museu tornou-se uma alternativa viável para mostrar a comunidade, através da arte, como são utilizados para o ensino os corpos doados a esta universidade, desmistificando essa prática, além de ser benéfico para o aprendizado dos visitantes. Além disso, torna-se uma oportunidade para os estudantes que buscam escolher sua carreira profissional e tem a oportunidade de entrar em contato com a realidade dos cursos da área da saúde. Para os graduandos, desde a organização até a tutoria das visitas, proporciona a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos e habilidades cirúrgicas.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema nervoso, animais silvestres, Bradypus.

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ANATOMIA E HISTOLOGIA DA ATM: IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO PARA O FISIOTERAPEUTA Gomes LGP*, Santos JJ, Lopes PRR, Campos EJ, Martins GB Curso de Fisioterapia da Universidade Federal da Bahia/ UFBA

ANATOMIA E MORFOMETRIA DA ARTÉRIA BASILAR EM GATOS (Felis catus). Estruc *1TM, Gomes MS1, Dias GP1, Lima AM1, Silva MPSS1, Abidu- Figueiredo M1 1-Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

A articulação têmporo-mandibular (ATM) faz parte do sistema estomatognático e é uma articulação do tipo sinovial constituída pela cabeça da mandíbula, fossa mandibular do osso temporal, disco articular e cápsula articular. Participam deste sistema ainda os músculos mastigatórios e ligamentos que estabilizam a cabeça da mandíbula na fossa mandibular. O conhecimento da anatomia macro e microscópica deste sistema auxilia o fisioterapeuta em sua atuação, que prioriza a prevenção de agravos patomecânicos ou a recuperação da atividade musculoesquelética, em especial na presença do sintoma de dor. O objetivo deste trabalho é revisar a literatura sobre a anatomia e histologia da ATM, destacando seus aspectos relevantes para atuação do fisioterapeuta. A harmonia do sistema estomatognático e, em especial, da ATM depende da interrelação entre as estruturas constituintes. Dores na ATM têm diferentes causas e seu tratamento depende dos sintomas presentes e nível de complexidade. O conhecimento do tecido afetado facilita a indicação das técnicas a serem utilizadas no âmbito da Fisioterapia, que incluem: a eletroestimulação neuromuscular transcutânea (TENS), estimulação neural elétrica por microcorrente (MENS), terapia de resfriamento (crioterapia), terapia por ultrasson, terapia de infra-vermelho, cinesioterapia, mobilização do tecido mole e laserterapia. Além do conhecimento anatômico o fisioterapeuta também deve considerar o conhecimento da histologia como parte importante da sua formação acadêmica, visando um atendimento fundamentado, visto que as disfunções da ATM são complexas e exigem um tratamento multidisciplinar.

Pesquisas que esclareçam a organização, distribuição e possíveis variações dos vasos da base do encéfalo certamente contribuirão para o avanço na abordagem clinico – cirúrgica em animais domésticos. O objetivo desta pesquisa foi caracterizar a artéria basilar em gatos favorecendo o intercambio entre a área básica e aplicada. As dissecções foram realizadas em 30 cadáveres de gatos adultos, 15 machos e 15 fêmeas que após fixação com solução de formaldeído a 10% e preenchimento do sistema arterial com solução de látex corado tiveram os encéfalos removidos e dissecados. A artéria basilar foi dissecada e mensurada. A média e o desvio padrão do comprimento da ateria basilar nos machos foi de 2,06 ± 0,15 e na fêmea foi de 1,92 ± 0,22, não apresentando diferença estatística (P= 0,0156).A artéria basilar tanto nos machos quanto nas fêmeas se formou a partir da anastomose das artérias vertebrais direita e esquerda.A artéria basilar apresentou a forma retilínea em direção a base do encéfalo em 19 (76%) machos e de forma sinuosa em seis (24%). Nas fêmeas a artéria basilar apresentou a forma retilínea em direção a base do encéfalo em 12 (48%) fêmeas e de forma sinuosa em 13 (52%) Em relação ao número total de animais utilizados na presente pesquisa, em 62% dos animais a artéria basilar se apresentou de forma retilínea enquanto que em 38% essa artéria se apresentou de forma sinuosa. O comprimento da artéria basilar não difere nos dois sexos. Existe um predomínio da forma retilínea da artéria basilar nos machos e sinuosa nas fêmeas.

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ANATOMIA E VASCULARIZAÇÃO DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO DE CATETOS (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) Silva ACBN*, Oliveira REM, Figueredo WTX, Silva RSB, Bezerra FVF, Oliveira GB, Câmara RJF, Oliveira MF (moacir@ufersa.edu.br) Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

O presente trabalho objetivou a descrever a morfologia e a vascularização do aparelho reprodutor masculino de catetos. Oito animais provenientes do CEMAS/UFERSA, foram descongelados e após incisão da cavidade abdominal e acesso a aorta abdominal e a veia cava caudal, injetou-se látex de cores distintas no sentido crânio-caudal, nestas. As estruturas foram dissecadas e descritas. Foram identificados um par de testículos; um par de epidídimos e glândulas sexuais acessórias (glândulas vesiculares, bulbouretrais e próstata) e o pênis. Os testículos estão circundados por uma fáscia espermática fibrosa e sua forma é ovalada. O epidídimo possui porções, constituintes de uma cabeça, um corpo ou parte intermediária, e uma cauda. As glândulas vesiculares posicionam-se dorso-lateralmente à vesícula urinária e ureteres. As glândulas bulbouretrais apresentaram-se longas e posicionam-se dorso-lateralmente a uretra pélvica. A próstata consiste de duas porções, possui de cor esbranquiçada e está situada dorsalmente sobre a uretra pélvica já na sua junção com a bexiga urinária. O pênis é do tipo fibroelástico, possui uma flexura em forma de “S” situada na região pré-escrotal e a parte cranial é retorcida em espiral. A principal artéria responsável pela irrigação sanguínea do aparelho reprodutor é a ilíaca interna. Dela parte a artéria urogenital um ramo cranial e outro caudal. A artéria pudenda interna, um ramo terminal da artéria ilíaca interna no seu percurso, emite ramos para a uretra pélvica e a bulbouretral. A artéria do pênis se divide nos seguintes vasos: na artéria do bulbo do pênis, na artéria profunda do pênis e na artéria dorsal do pênis. Os testículos são irrigados, pelas das artérias testiculares, que surgem da artéria abdominal.

ANATOMIA HUMANA EM VÍDEOS DIDÁTICOS Souza CSV*, Melo ALFD, Evaristo DCS, Oliveira BEB, Costa BVB, Menezes TM, Santos AJCA, Brito VC Universidade Federal Rural de Pernambuco O ensino da disciplina de anatomia humana nas Instituições de Ensino Superior consta normalmente de aulas teóricas e de aulas práticas, onde estas são realizadas com a utilização de peças cadavéricas ou mesmo sintéticas. Sabendo-se que essa disciplina é muito extensa e, portanto, com elevada carga de informações, o objetivo do presente trabalho foi o de confeccionar mini vídeos-aula didáticas que abordassem o conteúdo anatômico da disciplina de anatomia humana para promover a compreensão e a melhor fixação do conteúdo por parte dos alunos da Universidade Federal Rural de Pernambuco. A atividade iniciou-se no 1º semestre de 2012 e contou com a participação dos monitores da disciplina orientados pelo professor da mesma. A 1ª etapa da atividade consistiu na escolha dos temas incluídos no conteúdo programático da disciplina, privilegiando os assuntos onde haviam sido percebidas dificuldades no aprendizado e/ou na obtenção de peças anatômicas para as aulas práticas. Em seguida, foram elaborados os roteiros para a confecção dos vídeos, as filmagens e arte-finalizações dos mesmos. Os recursos técnicos utilizados foram câmeras filmadoras amadoras e computadores. Foram produzidos 06 vídeo-aulas com duração em torno de 05 a 10 minutos cada. Os vídeos apresentaram o conteúdo teórico com base na literatura anatômica especializada, sendo utilizadas imagens de peças cadavéricas do acervo da UFRPE, figuras e desenhos esquemáticos do conteúdo anatômico estudado.Este trabalho favoreceu a criação de um acervo de apoio didático da disciplina oferecida pelo Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal – DMFA da UFRPE que pode ser utilizado por qualquer aluno que tenha alguma dificuldade quanto ao conteúdo estudado na disciplina.

PALAVRAS-CHAVE: Catetos, Macroscopia, Vascularização.

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ANATOMIA HUMANA NO MUSEU DE CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS (MCM) DA UFRN: UMA AVALIAÇÃO DE CADA NÍVEL ESCOLAR Dantas LA*, Fonseca EP, Silva NB, Moura CEB, Nascimento RSS, Gavilan Leandro SAC Universidade Federal do Rio Grande do Norte O Museu de Ciências Morfológicas (MCM) é um espaço de atividade de extensão que desperta a curiosidade do visitante, promovendo assim o interesse em aprofundar os temas expostos. Para isto, contamos com uma sala em que há exemplares reais das partes do corpo humano, o que desperta vários questionamentos por parte dos visitantes. O objetivo deste trabalho foi verificar se existe relação entre o nível de escolaridade dos visitantes e o interesse por determinado assunto, procurando avaliar a necessidade de aprofundamento em determinado tema de acordo com o nível do visitante. Para isso foram aplicados questionários em uma amostra de 20% dos alunos que visitaram o museu entre janeiro de 2011 a junho de 2012, somando assim 119 ao total. Foram abordadas questões referentes aos temas apresentados, obtendo-se os seguintes resultados: Os alunos do Ensino Fundamental I apresentaram maior interesse ao sistema esquelético (40%), demonstrando interesse em aprofundar mais os conhecimentos no sistema muscular (40%), resultado este semelhante ao do Ensino Fundamental II. A análise referente ao Ensino Profissionalizante e Médio nos permite verificar maior interesse nos sistema circulatório (29%) e esquelético (26%). Quanto ao interesse demonstrado por alunos do Ensino Superior, verifica-se que o tema em destaque é a Embriologia (29%) e 81% dos questionários avaliados indicaram como Ótima a contribuição da visita ao Museu para o seu aprendizado. Desta forma, conclui-se que existem diferentes interesses de acordo com o nível de escolaridade, estando esta afinidade provavelmente relacionada ao prévio contato com o tema estudado, na teoria. A análise permitiu constatar a satisfação dos visitantes ao MCM e ganho de conhecimento pelos mesmos.

ANATOMIA HUMANA, PENSAMENTO SISTÊMICO E SEMIÓTICA: PROPOSTA INÉDITA DE ESTRUTURAÇÃO DEPARTAMENTAL EM MEDICINA Batigália F, Somera EAS, Moreira RD, Marcatto G*, Marcatto G Assessoria Pedagógica e Departamento de Anatomia Humana da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – SP (FAMERP)

Tem havido crescente interesse, a partir da década de 1990, em rediscutir a condição hierárquica da Disciplina de Anatomia Humana nos cursos médicos em virtude da crise de manutenção de seu status sócio-curricular, e assim urge considerar a introdução de novas propostas de estruturação transdisciplinar, mais alinhadas à realidade clínica do futuro profissional médico. O objetivo do presente estudo é apresentar proposta de inserção da Disciplina de Anatomia Humana em nova estruturação departamental, focada no desenvolvimento do Pensamento Sistêmico e na aplicação da Semiótica Humana. Foram efetuadas reuniões entre Assessoria Pedagógica e Departamento de Anatomia Humana da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) para reflexão sobre a necessidade de reconfiguração e ampliação do campo de inserção da Disciplina de Anatomia Humana. Após aprovação pelas instâncias hierárquicas intra-institucionais criaram-se, para o Departamento de Anatomia Humana, as Disciplinas de Medicina da Pessoa (conteúdo baseado no aperfeiçoamento teórico-prático da relação aluno-professor-paciente pela aplicação do pensamento sistêmico) e de Semiótica Humana (foco em interpretar o sistema de símbolos e sinais presentes no ambiente médico), com elaboração de fluxograma interativo com atuações definidas e que contempla interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Criar e inserir as Disciplinas de Medicina da Pessoa e de Semiótica Humana no Departamento de Anatomia Humana da FAMERP possibilitarão redirecionar o “olhar” docente à desejável (e possível) integração entre avanço das tecnologias de imagem, relação Anatomia Ensinada – Anatomia Pesquisada e formação humanística do aluno. UNITERMOS: Anatomia Humana; Currículo; Medicina; Pensamento Sistêmico; Semiótica.

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ANATOMIA MICROSCÓPICA DA TRAQUÉIA DE NEONATO CANINO Cavalcante MMAS, Silva ABS, Pinheiro BC, Guerra SPL, Edlin ENS, Benigno MIM, Soares ITB, Conde Junior AM

ANATOMIA RELACIONADA AOS MÉTODOS DE BIÓPSIA PLEURAL Becker IP*, Braga LM, Oliveira LBF, Vieira MIR, Teixeira LC, Magalhães CM, Damasceno CB, Bordoni LS

A traquéia é um órgão tubular e flexível, que se inicia na laringe e se estende pelo plano mediano até a sua bifurcação em brônquios principais esquerdo e direito, na base do coração, na altura do quarto a sexto espaço intercostal (Dabanoglu et al., 2001). São poucas as pesquisas que comparam neonatos e adultos visando elucidar processos de diferenciação celular e desenvolvimento pós-natal. Utilizou-se três neonatos obtidos por doação do Hospital Veterinário Universitário da UFPI, após óbito e levados ao Departamento de Morfologia do Centro de Ciências da Saúde da UFPI. Houve a identificação e extração da traqueia por meio de dissecação a qual foi fragmentada e estes com cerca de 0,5cm foram fixados em formaldeído tamponado a 10% e submetido à rotina histológica para coloração por HE e posterior observação ao microscópio de luz. A mucosa da traquéia nos neonatos é formada por epitélio de revestimento colunar ciliado pseudoestratificado com células caliciformes. Possui lâmina própria adjacente à mucosa, de difícil visualização à microscopia de luz. Na submucosa, identificaram-se fibras elásticas e glândulas serosas sem projeção para o lúmen traqueal. Externamente à submucosa observa-se uma camada musculocartilaginosa constituída por tecido conjuntivo fribroelástico, pelos anéis cartilaginosos e músculo liso traqueal. A traquéia cervical do neonato canino é revestida externamente por uma adventícia rica em vasos sanguíneos. Existem, portanto, diferenças histológicas na traquéia do cão adulto e o neonato. Deve-se estimular estudos morfológicos comparativos devido á possibilidade de existirem relações funcionais, assim como, para que se tornem conhecidos os processos de diferenciação pós natal que ocorrem nesta espécie.

Os pulmões são envolvidos por um saco pleural seroso que consiste em duas membranas contínuas: a pleura visceral, e a pleura parietal. O espaço entre elas é denominado cavidade pleural, contendo pequena quantidade de líquido responsável pela lubrificação e deslizamento entre as superfícies. Em situações de tuberculose e neoplasias pleurais, o acúmulo excessivo de líquido nessa cavidade é uma condição comum da prática clínica. Através de revisão do periódico da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, complementada por consulta a artigos publicados de 2009 a 2011, esta pesquisa foi desenvolvida. O diagnóstico etiológico dos derrames pleurais pode ser realizado através de toracocentese, mas, muitas vezes, é necessária a amostra de tecido pleural para confirmação histológica. Em 1958, foi desenvolvida a técnica de biópsia pleural fechada às cegas. Na escolha do método de biópsia pleural a ser realizado, deve-se ponderar o rendimento diagnóstico, seu custo e disponibilidade e, principalmente, a complexidade anatômica de cada suspeita clínica, uma vez que a doença tuberculosa possui distribuição mais uniforme, enquanto as neoplasias são mais localizadas e comprometem regiões restritas a determinadas técnicas. A biópsia percutânea às cegas tem alto rendimento no diagnóstico da tuberculose pleural; A biópsia guiada por imagem tem uma melhor indicação na suspeita de derrame pleural maligno, enquanto a pleuroscopia ambulatorial possui bom rendimento no diagnóstico de doenças pleurais benignas e malignas. A anatomia das possíveis etiologias dos derrames pleurais é crucial para a escolha correta do método diagnóstico a ser realizado, o que pode se traduzir em uma intervenção terapêutica mais bem orientada.

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ANATOMIA REVELADA: MICHELANGELO EM “A CRIAÇÃO DE ADÃO” Rocha JB*, Sousa MM, Capanema KG, Oliveira RCL, Jácome ACP, Leão JLRD, Gomes MIB Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – FCMS/JF (SUPREMA)

ANATOMICAL CHARACTERISTICS OF VENTROGLUTEO, DORSOGLUTEO AND VAST LATERAL MUSCLES USED FOR ADMINISTRATION OF MEDICINES IN MUSCLES

A produção artística do Renascimento, época em que grandes pensadores lançaram mão de teorias conspiratórias contra os dogmas da Igreja, grande formadora de opiniões da época, ainda é estudada à finco pelos historiadores contemporâneos, tornando a importância dessas obras atemporal. Michelangelo Buonarroti (1475-1564) foi um dos grandes artistas renascentistas, sendo a pintura da capela Sistina, em Roma, um dos seus grandes feitos. Este estudo tem por objetivo analisar a obra “A criação de Adão” de Michelangelo, realizado na Capela Sistina, sob uma perspectiva neuroanatômica artística. Trata-se de uma revisão da literatura, feita nas bases indexadoras SciELO e MEDLINE com os seguintes descritores: Michelangelo e Anatomia, Michelangelo e Cérebro, Anatomia e Arte; sendo analisados estudos feitos a partir de 1990, além de livros-textos sobre o assunto. Foram encontrados 8 artigos sobre o tema, sendo selecionados 5 artigos para subsidiar a pesquisa. Observou-se que o manto esvoaçante com presença de querubins possui várias semelhanças impressionantes com o crânio em corte sagital. O sulco do cíngulo corresponde ao quadril do anjo em frente ao criador e continua ao longo dos ombros de Deus. A echarpe verde corresponde à artéria vertebral em seu curso ascendente. O cordão espinal é representado pelo quadril e pela perna esquerda do anjo. A perna e pé do anjo na base representam a haste e hipófise. Conclui-se através de críticas da obra “A criação de Adão” que Michelangelo teve com intenção representar Deus como fornecedor de intelecto a Adão.

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Godoy JR 1, Dias MB2*, Pádua AC 3, Sousa HA4, Rafael Neto P5, Moura CEM6, Silva Jr W7 1,3,5 FM/UNB, 2Anhanguera DF, 4UniCEUB, 6 Fac Alvorada, 7FACIPLAC

Administrating medicines is one of the most serious activities and with higher responsibility for the nursing team. For its execution it is necessary to apply the scientific-anatomical principles that serve as basis for nurse actions in a way to provide the necessary safety to the technique. The techniques knowledge for applications of medicines in muscular areas, as well as of the anatomical characteristics of these areas are highly important for the daily work of nursing professionals, and in spite of this fact, it is noticed a lack of works related to the theme, once these are restricted to the technique description. This study aims to describe the fibers orientation, the superficial vascularization and deep inervation of the involved muscles and to indicate the most reliable technique, describing the advantages and disadvantages presented by each area. This study was accomplished based in reviewing the available literature, regarding anatomy scientific articles and books from several authors and in the dissection of the studied segments. All the applied techniques for intramuscular direction do not consider the cutaneous nerves courses (subcostal, ilio-hypogastric, cluneal and cutaneous femoral). It is concluded that the lack of this practical knowledge may cause the lesion of the nerve on torso during the medicine administration procedure.

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ANATOMICAL STUDY OF THE MAIN SULCI AND GYRI OF THE LATERAL AND MEDIAL REGION OF THE Cebus’ BRAIN Abreu T*, Tomaz C, Aversi-Ferreira RF, Mendes CS, Pfrimer G, Gratão LH, Pereira-de-Paula J, Aversi-Ferreira TA Federal University of Uberlândia The purpose of this work was to study the brain of the Cebus genus in morphological terms to evidence the main gyri and sulci, the gyrenchepaly degree, the encephalization index and the measure of the main structures, to compare the results with literature data in humans, chimpanzees, baboons and others nonhuman primates. Four specimens of adult and healthy Cebus libidinosus were used. All animals, donated by IBAMA-GO, were sacrificed by lethal injection of sodium pentobarbital. The animals were conserved on 10% formaldehyde in closed opaque box and deposited in the anatomical collection from the Federal University of Goiás. Brains were removed from the skull, weighed and measured with a caliper and documented with digital camera. The gyri, sulci and other structures denomination were described according to descriptions from humans and other primates. Indeed, the Cebus’ encephalon convexity is practically smooth presenting few sulci, therefore few gyri, except in parietal region. The medial aspect present the cingullate gyrus and sulcus that not continue like subparietal sulcus, not present subparietal sulcus nor the paracentral, present an ascendent calcarine fissure and a little cuneus containing a deep internal sulcus. In fact, in the particular aspect, the Cebus’ brain not is similar to others primates studied here, but in general, morphologically is close to baboons than chimpanzees and humans.

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ANEMIA FALCIFORME: REPERCUSSÃO NA CAVIDADE BUCAL Mello SMF* (mello.sandra@hotmail.com); Araújo RPC Programa de Pós-graduação em Processos Interativos de Órgãos e Sistemas - Instituto de Ciências da Saúde - UFBA A anemia falciforme é uma doença hematológica hereditária, de caráter genético, com origem na mutação do cromossomo 11 pela substituição do ácido glutâmico pela valina na posição 6 da extremidade N-terminal da cadeia ß da globina, resultando na hemoglobina S, onde os eritrócitos assumem, em condições de hipóxia, forma semelhante à de uma foice determinando a redução da capacidade de transporte de O2 para os tecidos. Os eritrócitos falcizados podem ocluir a microvasculatura impedindo o fluxo sanguíneo e causando anóxia tecidual, infarto, necrose e dor. As crises álgicas se constituem na principal causa de internação em conseqüência do somatório de eventos relacionados à vasoclusão e à dificuldade de oxigenação tecidual, podendo vir a acometer qualquer órgão, inclusive as unidades dentárias, sem causas aparentes. As desordens e os sintomas sistêmicos causam manifestações e complicações orais, que, embora, não sejam consideradas como patognomônicas da doença, podem sugerir a condição. Dentre as manifestações bucais que mais se destacam estão: a palidez da mucosa, a coloração amarelada dos tecidos, as alterações radiográficas, o atraso na erupção dos dentes, os transtornos da mineralização do esmalte e da dentina, as alterações das células superficiais da língua, as maloclusões, a hipercementose e um grau de periodontite incomum em crianças. O conhecimento científico desta patologia pelos cirurgiões-dentistas permite a elaboração de programas educativos e preventivos como forma de manter os portadores da anemia falciforme com a saúde bucal equilibrada, adequando às suas necessidades, garantindo a sua integridade física e diminuindo os riscos de infecções odontogênicas que podem ser fatal.

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ANGIOARQUITETURA E TOPOGRAFIA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DO GAMBÁ. VIABILIDADE DE USO EM MODELO EXPERIMENTAL Iyomasa DM*, Minucci MS, Del Bel EA, Souza LG, Dias FJ, Issa JP, Watanabe I, Iyomasa MM FORP/USP

ANISOTROPIAS ÓPTICAS DAS FIBRAS COLÁGENAS EM PELE DE FETOS DE RATAS WISTAR TRATADAS COM ACETATO DE CHUMBO 1

Mendonça Neto PT *, 1Rocha RO*, 1Santos VS, 1Santos LV, 1 Bomfim KMS, 2Palmeira JAV, 2Reis FP, 1Feitosa VLC 1 Universidade Federal de Sergipe/UFS, 2 Universidade Tiradentes/UNIT

O gambá Monodelphis domestica, encontrado na América do Sul, é um animal muito usado em laboratório com pouca informação sobre a articulação temporomandibular (ATM). Disfunções temporomandibulares (DTM) acometem grande parte da população atualmente e requerem estudos para compreender sua fisiopatologia. Oobjetivo foi investigar a morfologia e a viabilidade do uso da ATM deste gambá, como modelo experimental para compreender a DTM. Foram usados 3 gambás, previamente anestesiados com associação de xilazina 4% (10 mg/kg) e cetamina 10% (75 mg/kg), i.p,pesando ± 100 g,que tiveram os vasos arteriais submetidos à repleção com látex corado após lavagem com soro fisiológico. Em seguida, foi realizada dissecçãoda vascularização e obtençãodos dados topográficos da ATM. Evidenciou-se a trajetória da artéria carótida comum e sua bifurcação em carótida interna e externa. Esta última emitiu sequencialmente os seguintes ramos: artéria tireóidea superior, artéria faríngea ascendente, artéria lingual, artéria occipital e artéria auricular posterior. Com o auxílio de um paquímetro observou-se os seguintes dados quanto à distância: a) margem ântero-lateral do côndilo à margem mais inferior do olho - 1,1mm; b) margem ântero-lateral do côndilo à margem mais anterior do meato acústico externo - 0,3mm; c) margem ântero-lateral do côndilo àmargem mais posterior do côndilo mandibular - 0,1mm.Concluiu-se que a distribuição dos ramos da artéria carótida externa é semelhante à do humano, respeitando as suas diferenças anatômicas. A topografia revelou a viabilidade de uso da ATM do Monodelphis domestica como modelo experimental para estudos de DTM. FAPESP – Processo Nº 2010/16501-0 CEUA – 153/2011

A matriz extracelular de pele é caracterizada principalmente pela presença de componentes fibrosos, representados pelas fibras elásticas e colágenas. As anisotropias ópticas do colágeno podem ser evidenciadas através da microscopia de polarização, que traz informações sobre a natureza micromorfológica desta glicoproteína, através de sua birrefringência intrínseca e textural. O objetivo deste trabalho foi estudar as anisotropias ópticas das fibras colágenas em pele de fetos de ratas tratadas com acetato de chumbo em diferentes concentrações, comparando-as com o material controle. Neste estudo, 20 ratas Wistar previamente tratadas com concentrações de 12,5, 25,0 e 50,0 mg/Kg de peso corpóreo de acetato de chumbo, durante a gestação tiveram os fetos fixados, dissecados, retalhos de pele incluídos em parafina e corados pelo picrosírius-hematoxilina. O grupo controle foi tratado apenas água destilada durante a gestação. As análises do material do grupo controle demonstraram que a região da derme apresentou uma rede formada por finas fibras de colágeno com intensa birrefringência, diferente do observado nos fetos cujas mães foram tratadas com acetato de chumbo em diferentes concentrações. Nestes, foi observado que as finas fibras de colágeno eram menos birrefringentes, formando uma rede tridimensional com pouca definição da sua organização. Foi constatado ainda que à medida que aumentava a concentração de acetato de chumbo, ocorreu uma desorgnização na camada da epiderme. Estes resultados mostraram que houve uma impregnação do acetato de chumbo e um comprometimento da matrix extracelular do tecido epitelial em estudo. APOIO: FAPITEC/SE. PALAVRAS-CHAVE: Colágeno, Birrefringência, Acetato de Chumbo.

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APLICABILIDADE DA ANATOMIA ARTÍSTICA COMO RECURSO DIDÁTICO

ANORMALIDADES NA FORMAÇÃO DA VEIA CAVA INFERIOR: IMPORTÂNCIAS ANATÔMICA E CLÍNICA Matos, DFB¹*; Baptista CAC²; Masuko, TS3(tsmasuko@uol.com.br)

Fernandes PRV, Silva Neto JF, Albuquerque DF, Davim ALS

¹FMB-UFBA; ²Depto Neurociências–UT-OH; 3Depto Biomorfologia-ICS-UFBA

Centro Universitário do Rio Grande do Norte – UNI-RN

As veias ilíacas comuns são as veias formadoras da veia cava inferior na altura da quinta vértebra lombar. São formadas em ambos os lados pela união das veias ilíacas interna e externa, anteriormente à articulação sacroilíaca. Variações da veia cava inferior são comuns e atribuíveis a erros na sua formação embrionária. Sendo assim, é de grande importância o conhecimento desta organização e da ocorrência de possíveis variações para a elaboração de um planejamento cirúrgico que vise à prevenção de acidentes graves relacionados a lesões destas grandes veias. Este trabalho tem como objetivo reportar um caso raro de variação na formação da veia cava inferior. Durante a dissecação de um cadáver adulto, do sexo masculino, com idade desconhecida, encontramos uma variação na formação da veia cava inferior (VCI) e na topografia e trajeto de ambas veias ilíacas. Constatamos que as veias ilíacas externas eram as únicas formadoras da VCI, na altura da quinta vértebra lombar, com ausência bilateral das veias ilíacas comuns. As veias ilíacas internas formavam uma veia comum (VC) que desembocava próximo a junção das duas veias ilíacas externas, em nível do promontório do sacro. Faz-se necessário o conhecimento dessas variações para a realização adequada de amostragens venosas, identificação de embolização da veia espermática e percepção da ocorrência de trombose venosa profunda da veia ilíaca. PALAVRAS-CHAVE: veia cava inferior, veia ilíaca comum, variação anatômica

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INTRODUÇÃO A arte e a anatomia se encontram em equilíbrio e tal relação origina uma forma singular de tornar o ensino cada vez mais prático e eficiente. A anatomia artística embora vista como um segmento recente, teve seu início nos primórdios da civilização humana com registros do homem pré-histórico gravado em paredes de cavernas e esculturas de diferentes formas ao qual fazia referência em função do que observava. Com o renascimento, os artistas transformaram sua arte em uma representação direta da natureza e procuraram estudar a fundo as formas humanas estreitando ainda mais a relação entre arte e ciência. Nessa época, Leonardo da Vinci, um dos primeiros artistas a considerar a anatomia mais do que meramente pictórica, fez com que suas obras fossem repassadas e eternizadas através de desenhos artísticos. Logo após, Andréas Versalius estabeleceu uma estreita relação entre as ilustrações e os textos a partir de representações gráficas em sua publicação “De Humani Corporis Fabrica”. Desde então, passaram a ser utilizadas ilustrações em publicações para auxiliar no entendimento do que o texto expressava de forma limitada. Atualmente, encontramos a anatomia artística inserida no contexto educacional e extensamente aplicada na área da saúde. Desta forma, através da arte, seja ela desenho, gravura, pintura, colagem, escultura e até mesmo a arte digital, é possível repassar conhecimentos anatômicos, pois possibilita a utilização de colorações diversas, aumento de tamanho, noções de profundidade e até mesmo movimentos. Atualmente, além da utilização de ilustrações cada vez mais reais e dos recursos computacionais disponíveis, a anatomia utiliza como fonte didática a pintura em corpos de pessoas in vivo, valorizando ainda mais a arte de ensinar anatomia. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo expor a aplicabilidade da anatomia artística como um recurso didático utilizado para dirigir e orientar a aprendizagem no ensino da Anatomia Humana. METODOLOGIA O estudo foi baseado na prática de pinturas em corpos de modelos in vivo explicitando de forma fiel músculos e anexos, além de órgãos dos diversos sistemas, facilitando assim o estudo da anatomia sistêmica e regional. RESULTADOS Após a utilização desse recurso em aulas práticas para alunos da graduação, verificou-se um melhor rendimento tanto dos monitores, que exercem a atividade artística, como dos alunos que cursaram a disciplina ao longo do semestre, pois de posse de um levantamento estatístico foi observado um aumento no rendimento dos alunos dos diversos cursos atingindo 76% de aprovação por média na disciplina. CONCLUSÃO Dessa forma, conclui-se que a utilização da anatomia artística como recurso didático vem corroborar a tendência de atualização no ensino da anatomia, a fim de melhorar a qualidade do ensino, bem como estimular o interesse pela docência, formar recursos humanos na área, além de massa crítica de interesse no estudo da anatomia artística.

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APLICABILIDADE DA TÉCNICA DE MOBILIZAÇÃO NEURAL EM LESÕES QUE ACOMETEM O NERVO FIBULAR PROFUNDO ACESSÓRIO Mesquita KN¹*, Agrelo HAL¹, Patrício BF¹, Fernandes RMP¹, Babinski MA¹, Paula RC¹, ² 1. Departamento de Morfologia / UFF; 2. Programa de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres / USP

APLICAÇÃO DA TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA ANÁLISE DA COMPREENSÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR SOBRE SISTEMA NERVOSO Melo DPCB*, Brasileiro PDMB, Almeida WM, Galvão APO, Magalhães CP, Neves RF Universidade Federal de Pernambuco-Centro Acadêmico de Vitória

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Um dos locais bem definidos onde temos grande probabilidade de sofrer traumas em membros inferiores é no 1/3 lateral da perna, justamente onde se encontra o leito do nervo fibular profundo acessório (NFPA). Este nervo, antes tido como anômalo, exerce inervação sobre estruturas fundamentais para estabilização e mobilização do tornozelo. A mobilização do sistema nervoso periférico (SNP) surge recentemente como um auxílio no tratamento de neuropatias. O uso dos testes de tensão neural é uma abordagem da mobilização do SNP. Estes testes têm o objetivo de estimular mecanicamente e mover os tecidos neurais para obter-se uma noção de sua mobilidade e sensibilidade. METODOLOGIA: A amostra foi obtida mediante entrevista com perguntas fechadas com fisioterapeutas especializados em terapias manuais. Os dados foram obtidos por meio de estatística descritiva. Foram entrevistados 16 profissionais que obtiveram resultados satisfatórios com a utilização dessa técnica em lesões traumáticas que apresentavam sintomas neuropáticos. RESULTADOS: Os resultados demonstraram que 84,61% associaram outras técnicas durante o tratamento contra 15,39% que utilizaram somente a técnica em questão. Dos que só utilizaram a mobilização neural como tratamento, 75% relataram sucesso na reabilitação, contra 93% de sucesso quando somada a outras condutas. CONCLUSÃO: Na análise dos resultados concluímos que a técnica quando associada às convencionais, comumente utilizadas, aperfeiçoa o sucesso do tratamento.

A pesquisa teve o objetivo de analisar o nível de compreensão de estudantes dos cursos de Enfermagem, Licenciatura em Ciências Biológicas e Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco- Centro Acadêmico de Vitória, sobre o Sistema Nervoso a partir da utilização de mapas conceituais. A teoria de David Paul Ausubel ou teoria da aprendizagem significativa é uma teoria cognitivista e procura explicar os mecanismos internos que ocorrem na mente humana com relação ao aprendizado e à estruturação do conhecimento. Um dos enfoques de sua teoria é a utilização de Mapas Conceituais, o qual foi utilizado como elemento na observação em termos estruturais, das conexões que podem ser estabelecidas para explicar determinados conceitos. Os resultados demonstraram que os alunos do ensino superior estabeleceram relações mais complexas, após uma intervenção didática, o que indica que os novos conceitos construídos não constituem informações soltas, mas, estão vinculadas entre si e com as concepções prévias do aluno, corroborando com a referida teoria. Em ambos os cursos foi observada, após a intervenção didática, melhora significativa na estruturação das ligações entre os conceitos, com várias bifurcações, bem como a introdução de novos termos. No entanto, a utilização de conectores entre os conceitos foi escassa. Todos os três cursos não realizaram ligações transversais, bem como, apresentaram erros de conexão entre alguns conceitos. Diante do exposto, faz-se necessário uma maior ênfase quanto a esse tipo de ferramenta, em sua execução e aplicabilidade no âmbito educacional, principalmente no ensino superior, pois, pode acarretar uma melhor perspectiva ao Ensino das Ciências da Saúde e Biológicas.

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APÓFISE PARAMASTÓIDE – RELATO DE CASO Oliveira JB*, Gatis MCQ, Tavares RMC, Lins CCSA, Amorim Júnior, AA. Departamento de Anatomia, UFPE, CCB

APRENDIZAGEM DA TÉCNICA CIRÚRGICA DE DRENAGEM TORÁCICA EM CADÁVERES HUMANOS *Rodrigues L, Araújo Junior N C, Araújo Filho JT, Bezerra LMRB, Carvalho KT, Silva MDB, Leal NMS, Mendes EMF

O osso occipital é um osso largo e ímpar, situado na porção posterior e inferior do crânio; dentre os seus acidentes anatômicos encontramos o processo jugular, onde inferiormente insere-se o músculo reto lateral da cabeça. Nesta região podemos encontrar uma variação anatômica que é o processo paramastóideo, o qual se projeta inferiormente com a possibilidade de articular-se com o processo transverso do atlas. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de apófise paramastóide em um crânio humano, obtido durante aulas de rotina do Curso de Graduação de Odontologia da Universidade Federal de Pernambuco, no Departamento de Anatomia. Esta estrutura estava presente apenas no lado direito, identificamos uma faceta articular como processo transverso do atlas e realizamos a sua medição utilizando-se de um paquímetro com acurácia de 0,05mm, obtendo-se um comprimento 18,10 mm. Com isso, queremos salientar a importância para os profissionais da área de saúde, do conhecimento anatômico, pois, a descrição das estruturas que se afastam das disposições normais decorrentes de distúrbios da organogênese: base hereditária ou não, tem um interesse prático pela modificação que imprime ao arranjo dos elementos constitutivos da região e possíveis alterações funcionais dela decorrente.

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A drenagem torácica é um procedimento de abordagem terapêutica ou diagnóstica que fornece acesso à cavidade pleural para remover, através de um dreno, coleções que venham a se acumular nesse espaço, objetivando o reestabelecimento e manutenção da pressão negativa do espaço pleural. O presente trabalho consiste em um relato de um workshop de Anatomia Clínica que teve como objetivos conhecer e realizar a técnica cirúrgica da drenagem pleural em cadáver humano, revisar as estruturas anatômicas relacionadas com o procedimento, bem como entender as indicações e contra-indicações do procedimento. A drenagem torácica foi realizada no Laboratório de Anatomia, utilizando-se cadáver humano do sexo masculino, simulando pneumotórax em ambos os lados. Inicialmente o cadáver foi posicionado em decúbito dorsal e os pontos anatômicos de referência foram localizados. A seguir foi realizada a incisão na pele, na região da linha axilar anterior, adjacente à borda superior da costela inferior, a fim de desviar-se do feixe vásculonervoso intercostal. Em seguida foi feita a divulsão dos demais tecidos, reconhecendo-se todos os planos atravessados, utilizando-se para isso uma pinça hemostática curva. Após essa etapa, procedeu-se a colocação do dreno. Com a realização desse workshop foi possível a integração dos conhecimentos obtidos na disciplina Anatomia Humana com a prática médica, possibilitando aos acadêmicos de medicina, uma oportunidade de adquirir habilidades de dissecação de cadáver humano, bem como a familiarização da técnica cirúrgica, o que facilitará a realização de tal procedimento em pacientes.

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APRENDIZAGEM DE MORFOLOGIA ATRAVÉS DO MUSEU ITINERANTE NA PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA DE GOIÂNIA Moreira SOL*, Girotto DL, Hidasi Neto J, Mesquita LP, Moreira PC, Cardoso JR, Silva VV, Alencar JMD Universidade Federal de Goiás

APRESENTAÇÃO DO MODELO PBL NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM APLICADO NA ANATOMIA HUMANA *Pires T.C, *Barros E.P

A educação constitui-se num enorme desafio. Propostas de interatividade e transversalidade têm alcance e retorno por vezes limitados. O espaço museal com suas diferentes atividades propõe-se a ativar as curiosidades nos alunos e promover crescimento através da prática vivenciada, familiaridade com os órgãos e sistemas, gerados pelo manuseio das peças e visualização direta, incitando a curiosidade e a descoberta pelo conhecimento. O objetivo desse trabalho foi disponibilizar o conhecimento anatômico básico teóricoprático para alunos do ensino médio, por vezes excluídos do processo de interação Universidade-Sociedade, através do Museu Itinerante de Morfologia. Alunos de graduação dos cursos de Medicina, Ciências Biológicas e Farmácia, orientados por Professores, realizaram apresentações em 36 de Goiânia, para 8635 alunos, com explanações sobre órgãos e sistemas e suas interações, enriquecidas com demonstrações lúdicas, peças teatrais, exposições de diapositivos e projeções animadas, peças glicerinadas de humanos e animais, ressaltando o vocabulário inerente às faixas etárias e de conhecimento atendidas. Aplicaram-se testes e questionários aos alunos antes da apresentação e 60 dias após. 76% dos tiveram aproveitamento acima da média, 12% obtiveram resultados semelhantes e 4% regrediram nos testes posteriores à apresentação. 4% não responderam. 90% responderam que as apresentações despertaram a vocação para áreas afins e melhoram a aprendizagem geral através do contato. Conclui-se que definição de um padrão de transmissão do conhecimento de Morfologia contribui efetivamente para a aprendizagem no ensino médio e, consequentemente, no 3º grau.

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O novo modelo pedagógico tem uma Matriz Curricular Integradora, flexível e dinâmica, baseada em competências e habilidades, de acordo com os objetivos de aprendizagem, e se desenvolve a partir de eixos temáticos que se integram e se articulam durante todo o semestre. Fundamenta-se no paradigma da integralidade e no primeiro momento, organiza-se na concepção pedagógica centrada no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como facilitador do processo de aprendizagem. É orientado para a comunidade, utilizando várias metodologias ativas, privilegiando a problematização e a aprendizagem baseada em problemas (tutoria). Pretende-se conjugar o enfoque pedagógico que melhor desenvolva os aspectos cognitivos da educação (aprender a aprender) como o foco que permite o melhor desenvolvimento das habilidades psicomotoras e de atitudes (aprender fazendo). O modelo pedagógico procura, ainda, integrar as dimensões biológicas, psicológicas e social. A aprendizagem baseada em Problemas pode ocorrer tanto de maneira individual como em pequenos grupos, porém é no grupo de tutoria que o pensamento crítico pode ser encorajado e argumentos levantados, idéias podem ser construídas de maneira criativa, novos caminhos podem ser estabelecidos, permitindo a análise coletiva de problemas que espelhem a prática profissional futura. O grupo de tutoria representa, portanto, um laboratório para aprendizagem sobre a interação e integração humana, onde estudantes podem desenvolver habilidades de comunicação e relacionamento interpessoal e a consciência de suas próprias reações no trabalho coletivo, constituindo uma oportunidade para aprender a ouvir, a receber e assimilar críticas, e por sua vez, oferecer análises e contribuições produtivas ao grupo. As conferências: são em menor número nessa forma de aprendizado, com frequência de uma por semana, sobre temas cuidadosamente escolhidos, sendo relacionadas ao problema abordado na tutoria, de modo que possibilite ao discente a integração de conhecimentos. Atividades Orientadas: consiste na realização de atividades práticas em laboratório da área básica (Anatomia humana, biologia celular, histologia, fisiologia humana e fisiologia do exercício) e clínica (hospitais, ambulatórios, etc), academias de ginásticas, reuniões multidisciplinares, visitas, sessões de filmes, etc. Sessões Tutoriais: O grupo de tutoria é constituído de um tutor (docente), podendo ter um co-tutor (docente) e 10 a 12 discentes, que irão se reunir duas vezes por semana, nos horários estabelecidos na semana padrão da série, para discutir os problemas planejados para o currículo de modo a facilitar a aprendizagem do aluno. Na sessão tutorial, a cada problema, deve ser escolhido, dentre os discentes, um coordenador e um secretário, oportunizando a todos os discentes o exercício dessas funções no módulo. No desenvolvimento da sessão tutorial, as atividades devem obedecer a uma dinâmica própria, os denominados 7 passos: ler atentamente o problema e esclarecer os termos desconhecidos; identificar as questões (problemas) propostas pelo enunciado; oferecer explicações para estas questões com base no conhecimento prévio que o grupo tem sobre o assunto; resumir estas explicações; estabelecer objetivos de apredizagem que levam o aluno ao aprofundamento e complementação destas explicações; estudo individual dos assuntos levantados nos objetivos de aprendizagem; rediscussão, no grupo tutorial, dos avanços do conhecimento obtidos pelo grupo.

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ÁREAS ENCEFÁLICAS ASSOCIADAS COM O CONTROLE DA FUNÇÃO CARDIOVASCULAR – UMA REVISÃO ATUALIZADA Nogueira RB*, Noronha G, Benevides GP, Bezerra FS, Sousa LE Universidade Federal de Ouro Preto

ARRANJOS CONFIGURADOS PELAS VEIAS HEPÁTICAS EM COELHOS Gomes BV1, Souza NTM1, Melo APF2, Rodrigues RF2, Souza WM1* 1 Departamento de Apoio, Produção e Saúde Animal. Faculdade de Medicina Veterinária UNESP Araçatuba/SP. e-mail: souzawm@fmva.unesp.br; 2Departamento de Anatomia. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – USP São Paulo/SP

O sistema nervoso controla o sistema circulatório principalmente através do sistema nervoso autônomo, porém, recentes estudos mostram que as vias simpáticas e parassimpáticas são moduladas por outras regiões encefálicas. O objetivo do trabalho foi realizar uma revisão de artigos científicos sobre o envolvimento de diferentes regiões encefálicas com o controle cardiovascular. Realizou-se uma busca no PubMed, utilizandose os descritores brain regions, brain areas, cerebellum, brain cortex, medulla, hypothalamus, cardiovascular function e cardiovascular control. As principais estruturas encontradas foram o núcleo do trato solitário, envolvido nas aferências viscerais; bulbo ventrolateral rostral, região dos neurônios préganglionares simpáticos; bulbo ventrolateral caudal que mantém sinapses com o bulbo rostral; área pressora caudal; núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo, envolvidos na secreção de vasopressina e ocitocina. No telencéfalo, o córtex da insula posterior esquerdo parece estar envolvido com bradicardia e hipotensão, já o córtex da insula posterior direito com taquicardia e hipertensão. Dados também mostram o envolvimento do giro do cíngulo e corpo amigdalóide. O núcleo fastigial do cerebelo pode estar envolvido com estimulação vagal. Outras regiões também têm sido descritas como moduladoras da função cardiovascular como núcleo parabraquial, lócus ceruleus, substância cinzenta periaquedutal, hipocampo e tálamo. Desta forma, diferentes agrupamentos de neurônios, trabalhando em conjunto como parte de uma vasta rede de circuitos neuronais, poderiam controlar e regular as funções do sistema circulatório mediante diferentes situações ambientais e fisiológicas.

Neste trabalho, foram utilizados 15 coelhos, adultos, machos e fêmeas de diversas e não conhecidas idades, remanescentes de outros experimentos, os quais depois de eutanaziados mediante inalação de éter anestésico foram eviscerados, identificados e separados o fígado e o trato correspondente da veia cava caudal, para onde afluem as veias hepáticas. Neste material, objetivando identificar a distribuição dos referidos vasos conforme a lobação do lóbulo, será injetado látex natural corado em azul. Em seguida, estas preparações foram identificadas e fixadas em solução de formol a 10%. Estes órgãos foram dissecados pela face visceral, para identificação do trajeto dos vasos em estudo. Ao examinarmos o fígado de coelhos, identificamos os lobos, lateral direito, medial direito, quadrado, lateral esquerdo, medial esquerdo e caudado, onde, neste ultimo é possível individualizar o processo papilar e o processo caudado. Em todas as peças examinadas o lobo quadrado encontra-se parcialmente fusionado aos lobos medial direto e esquerdo, apresentando apenas discretas fissuras na sua individualização. As veias oriundas dos diferentes lobos convergem para constituir um calibroso tronco relativo aos lobos lateral esquerdo, medial esquerdo e quadrado mais medial direito, após afluência deste componente à veia cava caudal esta recebe na sequencia os vasos procedentes do lobo lateral direito, do processo papilar e do processo caudado. FINANCIAMENTO: IC/FAPESP -Processo 2011/13044-0

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ARRANJOS CONFIGURADOS PELAS VEIAS PULMONARES NO SUÍNO (Sus scrofa domesticus) SOUZA LM1, Souza NTM2*, Rodrigues RF3, Souza WM2, Melo APF2,3 1 Departamento de Apoio, Produção e Saúde Animal. Faculdade de Medicina Veterinária UNESP Araçatuba/SP; 2 Curso de Medicina Veterinária – UNIRP São José do Rio Preto/SP; 3 Departamento de Anatomia. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - USP São Paulo/SP. e-mail: alanmelo@usp.br

ARTÉRIA LUSÓRIA E NERVO LARÍNGEO NÃO RECORRENTE – RELATO DE CASO Rocha MO *; Bezerra EC; Fernandes RMP; Bucci DA; Babinski MA; Cisne RP

Departamento de Morfologia da Universidade Federal Fluminense

Os suínos são mamíferos de alta conversão alimentar, exigindo para tanto dos aparelhos digestório e respiratório grande eficácia de funcional. Neste sentido as veias pulmonares representam a via de retorno do sangue arterializado dos pulmões para o coração, além de contribuírem para estática destes órgãos. Para a realização deste trabalho foram utilizados 30 pulmões retirados de suínos, machos e fêmeas, jovens, mestiços e abatidos em Frigorífico, após a abertura longitudinal do tórax foi retirado o conjunto coraçãopulmão e levado ao Laboratório de Anatomia do Curso de Medicina Veterinária, estas peças foram lavadas e identificadas os componentes do pedículo pulmonar para, a seguir, visualizar a disposição das veias pulmonares e suas relações com os diferentes lobos do pulmão; sendo conservadas em solução de formol a 10% e dissecadas. Os pulmões dos suínos são assimétricos, apresentando 4 lobos à direita (lobo cranial, com duas porções: cranial e caudal, lobo médio, lobo caudal e lobo acessório) e 2 lobos à esquerda (lobo cranial, com duas porções: cranial e caudal e lobo caudal). Vasos oriundos do pulmão direito, da porção cranial do lobo cranial: 1vaso- 3 vezes, 2 vasos- 6 vezes, 3 vasos- 4 vezes, 4 vasos- 2 vezes; vasos provenientes da porção caudal do lobo cranial : 1vaso- 2 vezes, 2 vasos- 8 vezes, 3 vasos- 5 vezes. Vasos confluentes do lobo médio: 2 vasos- 4 vezes, 3 vasos- 10 vezes, 4 vasos- 1 vez. Vasos convergentes do lobo caudal: 4 vasos- 4 vezes, 5 vasos- 11vezes.Vasos procedentes do lobo acessório: 1vaso- 1 vez, 2 vasos- 10 vezes, 3 vasos4vezes. Veias procedentes do pulmão esquerdo, porção cranial do lobo cranial: 2 vasos- 4 vezes, 3 vasos- 5 vezes, 4 vasos- 5 vezes, 5 vasos- 1vez. Vasos procedentes da porção caudal do lobo cranial: 2 vasos-11 vezes, 3 vasos- 2 vezes, 4 vasos - 2 vezes. Vasos confluentes do lobo caudal: 4 vasos- 7 vezes, 5 vasos- 8 vezes. FINANCIAMENTO: IC/FAPESP – Processo: 2009/54503-0

Variações na artéria subclávia são consideradas como variações do arco aórtico. A artéria subclávia direita pode emergir diretamente do arco aórtico ou de seus ramos. Quando este tem origem no primeiro ramo do arco, é conhecido usualmente como tronco braquiocefálico. Já quando emerge como ramo do último vaso, esta artéria pode atravessar um percurso posterior à traquéia (retrotraqueal), ou posterior à traquéia e ao esôfago (retroesofágico). Hommel (1737) foi o primeiro a descrever o caso supra-citado. Essa variação pode ser acompanhada pela presença de um tronco bicarótido em 0,5%, e é conhecida por suas condições clínicas como artéria Lusória. Durante dissecção de rotina no laboratório de anatomia, foi observado um trajeto anômalo da artéria subclávia direita, onde a mesma emergia da artéria subclávia esquerda, tendo trajeto retroesofágico para atingir a região contralateral. Neste caso também foi encontrado um nervo laríngeo não recorrente, pela ausência de cruzamento na subclávia. A artéria Lusória tem uma incidência em de 0,5% a 1,4% dos casos. É raramente sintomática, e quando sintomática comprime estruturas cervico-torácicas. Nestes casos pode causar disfagia, disfonia ou dificuldade respiratória. O tratamento depende dos sintomas e da eventual existência de alterações estruturais associadas, nomeadamente aneurisma ou divertículo de Kommerrell (dilatação do vaso aberrante na sua origem), sendo na maioria dos casos cirúrgico. PALAVRAS-CHAVE: artéria subclávia direita, artéria lusória, disfagia

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ÁRVORE BRONQUIAL: ARQUITETURA E POSTURA EM MAMÍFEROS DE MASSA CORPORAL DIVERSA Monteiro A, Smith RL

ARTÉRIA SUBCLÁVIA RETROESOFÁGICA ASSOCIADA A TRONCO BICAROTÍDEO: RELATO DE CASO Galvão JA*, Quintella TA, Ferreira IG, Nigro BF, Tammela CBC, Passos MARF, Cavalcante MLTMH, Vasconcellos HA Faculdade de Medicina de Petrópolis

INTRODUÇÃO: Sabe-se que desde o desenvolvimento embrionário até a vida adulta em sua conformação final, a maioria dos vasos passa por conformações e adaptações e falhas durante estes processos geram as chamadas variações anatômicas (VA). Muitas dessas variações podem passar despercebidas até que sejam descobertas no momento da realização de procedimentos não invasivos ou até mesmo invasivos, podendo complicá-los. O conhecimento destas variações pode facilitar a realização de procedimentos e o entendimento de alguns sinais e sintomas, tendo este fato como motivação para este trabalho que visa relatar a coexistência de duas VA no Arco da Aorta (AA). OBJETIVO: Relatar a presença de um tronco bicarotídeo (TBC) e da emergência da artéria subclávia direita (ASD) após a artéria subclávia esquerda (ASE) com um trajeto retroesofágico até sua posição normal do lado direito. MATERIAL E MÉTODOS: Após selecionar de forma aleatória um cadáver adulto, do sexo masculino, formolizado à 10%, foi realizada a dissecção por planos com posterior abertura do tórax e exposição do mediastino com posterior dissecção e demonstração do coração e vasos da base. RESULTADO: Foi encontrado no AA um TBC a presença da ASD emergindo após a ASD na porção final do AA e descrevendo um trajeto posterior ao esôfago e anterior aos corpos vertebrais em direção a sua posição normal no lado direito. CONCLUSÃO: O estudo da anatomia e de suas possíveis variações é de extrema importância para o conhecimento médico, visto que tais variações podem influenciar diretamente na avaliação clínica e na realização de procedimentos.

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A anatomia dos espaços aéreos dos pulmões de mamíferos constitui a arquitetura da árvore bronquial cuja disposição está associada à dinâmica do fluxo do ar. Para analisar as possíveis diferenças desta arquitetura em mamíferos de dimensões e postura diversas, foram estudados moldes da árvore brônquica obtidas de pulmões do ser humano, do porco e do rato. Os pulmões foram obtidos de acordo com procedimentos adequados à boa ética em pesquisa, o preenchimento dos espaços aéreos realizado com injeção de resina acrílica pela traquéia sob pressão controlada e após corrosão com ácido dos tecidos. Os brônquios foram denominados até a 3ª geração (segmentares) e os diâmetros da traquéia, brônquios principais e brônquios lobares mensurados. A árvore brônquica dos humanos tem disposição dicotômica e dos suínos e ratos monopodial (Patra, 1986). Existe correspondência entre os diâmetros e a massa corporal dos seres estudados verificado por alometria. A posição estação quadrúpede dos suínos e ratos está associada a horizontalizarão da via respiratória enquanto que a posição ereta, bípede dos seres humanos corresponde á verticalização da via. Discute-se então a relação entre eficiência do fluxo aéreo e a anatomia da árvore respiratória.

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AS CAPELAS DE OSSOS: ARTE, MORBIDEZ OU REFLEXÃO?

AS PIETÁS DE CÂNDIDO PORTINARI: LUTO E IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO AMADO

Oliveira AGF, Gomes MIB*, Capanema KG, Rodrigues RMC, Felipe AZCL, Ferreira AG, Chaves GM, Queiroz ACS

Vidigal TF, Capanema KG*, Rodrigues RMC, Chaves GM, Oliveira RXL, Gomes TPS, Carvalho IWB, Gomes, MIB

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – SUPREMA

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora- SUPREMA As capelas de ossos constituem objeto de turismo na Europa. Por mais únicas que nos pareçam, há várias na Europa e estão, em geral, integradas numa corrente de espiritualidade dos franciscanos que dá à morte um sentimento muito próprio, evidenciando uma mensagem de transitoriedade da vida. Foi feita uma revisão da literatura e consulta em sites de turismo. As capelas transmitem ao visitante um espetáculo artístico magnífico, embora muitos as considerem com aspecto macabro. Foram observadas as igrejas de São Francisco de Évora em Portugal, a capela de Todos os Santos de Kutna Hora na República Checa, a cripta dos Capuchinhos embaixo da Igreja Santa Maria della Concezione em Roma e a capela de Czermna na Polônia. Os ossos mais utilizados são, em geral, crânios, tíbias, fêmures e vértebras, embora seja observada também a presença de outros ossos. Em algumas delas há a utilização de esqueletos completos, com vestes franciscanas. Os detalhes arquitetônicos da utilização dos ossos na decoração das capelas tem maior evidência em algumas delas, onde podemos observar todos os ossos do corpo humano dispostos formando verdadeiras esculturas. Encontramos em nossa busca vários termos usados para definir o significado destas capelas tais como macabras, aterrorizantes, locais de culto satânico, mas, ao lado, citações como elementos de importantes reflexões sobre a vida e morte, verdadeiras capelas de reflexão contemplativa permanente. Conclui-se que as capelas de ossos, embora procuradas como elementos de turismo, representam local onde a frase observada no portal de entrada em Évora define: “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”.

Convencionou-se denominar Pietás as imagens de mães com o filho morto no colo, em alusão à grande obra Pietá de Michelangelo. Cândido Portinari utiliza em muitas de suas obras imagens de Pietás compondo suas telas ou painéis. Foi feita uma revisão da literatura nas bases de dados MEDLINE e SciELO e consulta em livros-textos que abordam as obras de Portinari, além da dissecção de peças. Na série Retirantes, pintada na década de 40, as figuras do conjunto “mãe-filho morto ao colo”, as Pietás, são pintadas sem a pele, o que nos possibilita identificar os detalhes anatômicos, a musculatura exposta em vários segmentos do corpo, tanto materno quanto do filho. No painel Guerra, pintado na década de 50 para ser colocado na sede da ONU, Portinari não mostra armas, apenas a dor que ele retratou no grande sofrimento do ser humano: várias, autênticas "Pietás". Pietá é uma metáfora da dor materna que não tem nome, a morfologia de um sofrimento agudo que nos retira a fala e que nos dificulta as respostas. Também nestas Pietás podemos identificar elementos anatômicos importantes. Estes elementos anatômicos observados foram relacionados com peças humanas dissecadas. Conclui-se que Portinari em sua obra traz presente a imagem de Pietás, procurando relacionar o maior sofrimento descrito na literatura: a inversão da ordem esperada no ciclo vital, ou seja, a perda de um filho para uma mãe. A anatomia, tão intensamente utilizada nas pinturas citadas, auxilia a compor a expressão que o pintor se propôs a retratar.

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ASPECTOS ANATÔMICOS DO INTESTINO DELGADO DE CATETOS (Tayassu tajacu, Linnaeus, 1758) Santos Filho JH, Santos LS, Moura LMS, Pessoa GT*, Almeida HM, Ferraz MS, Sousa FCA, Cavalcante Filho MF

ASPECTOS ANATÔMICOS DAS DISTOPIAS GENITAIS FEMININAS E SUA REPERCUSSÃO CLÍNICA Carvalho MC1, Bernardes AM1*, Nunes AF1 1 – Universidade Federal do Piauí A distopia genital, embora não seja fatal, é condição ginecológica que afeta sobremaneira a qualidade de vida das pacientes, pelo impacto psicológico, social e financeiro, incluindo o alto índice de cirurgias para sua correção, se mostrando, pois, ser um importante problema de saúde pública. Assim, objetivou-se descrever os principais aspectos anatômicos que caracterizam os prolapsos genitais femininos, desvendando sua etiologia e repercussão clínica, através de revisão da literatura nas bases da BVS, Scielo e PubMed. Por meio desta se observou que esta condição anômala é multifatorial, sendo que fatores como parto vaginal, tanto o sem complicações quanto o associado com macrossomia fetal, uso de fórcipe ou episiotomia, assim como o hipoestrogenismo, histerectomia e cirurgias prévias para correção de distopia genital contribuem para um quadro de inaptidão do assoalho pélvico em sustentar as estruturas genitais, desencadeando a herniação das mesmas. Conforme o sistema de avaliação atualmente mais utilizado, o Pelvic Organ Prolapse Quantification (POP-Q), os prolapsos genitais podem ser anatomicamente descritos como de parede vaginal anterior (cistocele), de parede vaginal posterior (retocele), do instestino delgado (enterocele), da uretra (uretrocele) e o prolapso uterino, que de maneira geral podem repercutir clinicamente com o aparecimento de incontinência urinária de esforço, que pode persistir após a correção cirúrgica do prolapso. Assim, foi possível descrever os principais aspectos anatômicos que caracterizam as distopias genitais femininas, em que a etiologia mais importante é o parto vaginal, e que pode manifestar-se clinicamente por pacientes incontinentes.

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O conhecimento da anatomia do intestino delgado de catetos (Tayassu tajacu) é de suma importância para o processo de conservação e criação desta espécie em cativeiro. Este trabalho teve por objetivo descrever as características anatômicas do intestino delgado de catetos. Para tanto, foram analisados oito machos fixados em formol a 10%, cedidos pelo Centro de Multiplicação de Animais Silvestres-CEMAS (Registro IBAMA n° 14.78912) localizado em Mossoró-RN, Brasil. O intestino delgado apresentou comprimento médio de 3,33±0,4m. A primeira porção do intestino delgado, o duodeno (0,2±0,03m), inicia-se pela região hipocondríaca direita da cavidade abdominal e recebe logo após sua origem, o ducto colédoco partindo do fígado. Esse segmento faz uma curvatura e dirige-se caudalmente sendo sustentado pelo mesoduodeno que, durante seu trajeto, pode sobrepor ou não à superfície visceral do rim direito. Ao nível da raiz do mesentério, caudalmente à região xifóide, o duodeno sofre uma curvatura caudal contornando essa raiz para continuar como jejuno acompanhado, medialmente, pelo colón transverso. O jejuno (3,02±0,4m) apresentou circunvoluções lateralmente à cavidade abdominal direita e, em alguns pontos, pode se distender ou ficar mais rígido. A prega ileocecal, que delimita o final do jejuno e início do íleo, projeta-se até encontrar-se com o corpo do ceco. O íleo (0,10±0,01), última e menor porção do intestino delgado, desemboca no ceco. O suprimento sanguíneo do intestino delgado é realizado pelas artérias gastroepiplóica direita que passa sobre o piloro e continua na borda do compartimento direito do estômago e pancreaticoduodenal cranial. O intestino delgado deste animal é semelhante a dos demais membros da família Tayassuidae.

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ASPECTOS ANATÔMICOS E HISTOLÓGICOS DA PRÓSTATA DE Artibeus lituratus (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) Marinho KSN¹*, Arandas MJG², Lima Júnior NB¹,Antonio EA, Silva FR¹, Santos KRP¹ 1 - UFPE; 2 – UFRPE

ASPECTOS CLÍNICOS DA CONDROMALÁCIA PATELAR: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA CLINICAL ASPECTS OF CHONDROMALACIA PATELLA: A REVIEW Miranda, MM¹ *, Duarte, LA² 1 Fisioterapeuta Graduado no Centro Universitário São Camilo-ES 2 Professor do Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo

As glândulas reprodutivas acessórias são órgãos essenciais na reprodução por secretarem produtos que garantem a sobrevivência, a viabilidade e a motilidade dos espermatozóides. Apesar da sua importância na reprodução, poucos trabalhos relatam a morfofisiologia dessas glândulas em morcegos. Diante disto, este trabalho caracterizou a anatomia e a histologia da próstata de Artibeus liturarus. Os 5 espécimes foram eutanasiados para remoção das próstatas, as quais foram fixadas em NBF (formalina a 10% neutra tamponada), posteriormente processadas seguindo a técnica histológica de rotina. Os blocos foram cortados com 5m de espessura e corados por hematoxilina e eosina. As análises macroscópicas permitiram distinguir duas regiões: uma ventral mais convexa, de coloração mais esbranquiçada, aparência compacta, delimitada pela uretra, e outra dorsal, retilínea e de aspecto translúcido. Histologicamente, a próstata é constituída por dois lóbulos, sendo estes separados na região ventral pela porção da uretra que penetra na próstata. Uma cápsula de tecido conjuntivo denso e de músculo liso envolve toda a próstata e penetra na porção que se encontram as glândulas, formando o estroma. Constituída por inúmeras glândulas túbulo-alveolares de distintos tamanhos, com alvéolos ativos e inativos. Entretanto, foi verificada uma maior concentração de alvéolos inativos na porção mais central da próstata em ambas as regiões (dorsal e ventral). Os alvéolos são formados por um epitélio que varia desde o simples cúbico a pseudo-estratificado. Fazem-se necessários maiores estudos histoquímicos para melhor elucidar a presença de alvéolos inativos, e verificar as possíveis relações com a sazonalidade.

INTRODUÇÃO: A condromalácia patelar é causada pelo amolecimento da cartilagem da face articular da patela, provocando sua degeneração, sendo a causa mais comum de dor na região anterior do joelho. O escopo desta pesquisa é revisar bibliograficamente os aspectos clínicos da condromalácia patelar. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram utilizados artigos científicos, periódicos e livros nos idiomas português, inglês e espanhol encontrados no banco de dados do Google Acadêmico, Scielo, Springer Link e Informa Healthcare e no acervo da Biblioteca do Centro Universitário São Camilo - Espírito Santo. RESULTADOS E DISCUSSÕES: A articulação do joelho é a mais complexa do corpo humano. Ela é composta por duas articulações localizadas dentro da mesma cápsula articular. Essa articulação é normalmente submetida a impactos, o que pode resultar em desgaste cartilagíneo, podendo causar condromalácia patelar. A incidência dessa patologia é alta e aumenta proporcionalmente à faixa etária. O diagnóstico é realizado por meio de vídeo artroscopia, contudo há a possibilidade da utilização do exame de Ressonância Magnética Nuclear. CONCLUSÃO: Com este estudo evidenciamos que o tratamento de um paciente com condromalácia patelar deve ser realizado de forma multidisciplinar, proporcionando-lhe a melhor qualidade de vida possível. Seu diagnóstico preciso é essencial para um tratamento eficaz. PALAVRAS CHAVES: condromalácia, patela, síndrome da dor femoropatelar

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ASPECTOS COMPARATIVOS ENTRE OS TIPOS DE VASCULARIZAÇÃO VENTRICULAR E DO NÓ SINOATRIAL EM CÃES Biasi C*, Borelli V, Castro MFS, Favaron PO, Sarmento CAP, Achôa Filho K, Bombonato PB

ASPECTOS COMPARATIVOS ENTRE OS TIPOS DE VASCULARIZAÇÃO VENTRICULAR E DO NÓ SINOATRIAL EM TAMANDUÁ BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla) Biasi C*, Borelli V, Vasconcelos BG, Noronha PB, Melo APF Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo

Universidade Paulista – UNIP

A possibilidade da existência de interdependência na nutrição de territórios atriais e ventriculares tem sido objeto de preocupação por partes dos cardiologistas, especialmente no que tange a vascularização do nó sinoatrial e sua dependência apenas de uma artéria coronária ou de ambas e de sua relação com o predomínio destes vasos na vascularização ventricular. Assim, este estudo objetivou avaliar a relação da irrigação do nó sinoatrial com a participaçãodas artérias coronárias na vascularização dos ventrículos. Para tanto utilizamos 40 corações de cães sem raça definida adultos, machos e fêmeas, de diferentes e não conhecidas idades, sem sinais de afecção cardíaca provenientes do Hospital Veterinário da Universidade Paulista campus São Paulo. Os corações, uma vez isolados, tiveram as artérias coronárias injetadas com Neoprene Latex 450, corados com pigmento vermelho e posteriormente dissecadas. Verificamos que todos os corações ora examinados apresentavam ocorrência da vascularização do tipo esquerda, isto é, predomínio da artéria coronária esquerda na vascularização ventricular, que o nó sinoatrial ficava na dependência do ramo proximal atrial esquerdo (42,5%), ou do ramo distal atrial direito (25%), ou da associação dos ramos proximal atrial esquerdo e distal atrial direito (20%), ou do ramo proximal atrial direito (7,5%), ou do ramo intermédio atrial direito (2,5%) ou ainda do ramo distal atrial esquerdo (2,5%). Estes resultados indicam nesta espécie que não existe nenhuma relação entre a irrigação do nó sinoatrial e o tipo de vascularização ventricular.

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O presente trabalho teve como objetivo avaliar a relação de interdependência entre a vascularização ventricular e do nó sinoatrial em corações de Tamanduás Bandeiras. Os animais utilizados neste estudo foram recebidos da polícia ambiental e IBAMA no HOVET do Centro Universitário de Rio Preto que chegaram após óbito, tendo sido necropsiados nesta instituição de ensino. Assim utilizamos 16 corações, de machos e fêmeas, de diferentes e não conhecidas idades sem qualquer tipo de afeção cardíaca. Os corações tiveram as artérias coronárias injetadas separadamente com Neoprene Latex 450, corados com pigmento vermelho e dissecados posteriormente. Verificamos quando da ocorrência de predomínio da artéria coronária esquerda (93,8%), a irrigação da área ocupada pelo nó sinoatrial ficava na dependência dos ramos proximal atrial direito (56,3%) ou do ramo proximal atrial esquerdo (43,7%). Já, em único caso (6,2%) as artérias coronárias esquerda e direita dividiam a vascularização dos ventrículos, ou seja vascularização cardíaca do tipo equilibrada, o tecido nodal era nutrido pelo ramo proximal atrial esquerdo, oriundo do ramo circunflexo esquerdo. Tais resultados mostram, que também no Tamanduá Bandeira, não existe nenhum tipo de relação entre a irrigação do nó sinoatrial e os tipos de vascularização dos ventrículos.

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ASPECTOS EMBRIOANATÔMICOS E CLÍNICOS DO ÚTERO SEPTADO Carvalho MC1, Bernardes AM1*, Nunes AF1 1 - Universidade Federal do Piauí

ASPECTOS ESTRUTURAIS DO MÚSCULO DIAFRAGMA DE MÃO-PELADA (Procyon cancrivorus – Cuvier 1798) Paranaíba JFFS*, Helrigle C, Pereira KF.

As malformações uterinas pertencem ao grupo das malformações genitais mais freqüentes, com incidência de 3 a 7,3% na população em geral, dentro das quais 50% correspondem ao útero septado (US), se mostrando, assim, de grande importância epidemiológica e clínica, o que justifica uma análise mais profunda do tema. Desse modo, esse trabalho objetivou descrever os principais aspectos anatômicos que caracterizam o útero septado, embasando embriologicamente a formação anômala e avaliando sua repercussão clínica, através de revisão sistemática da literatura nas bases da BVS, PubMed e Biblioteca Cochrane. Foi possível observar que as malformações uterinas decorrem de alterações na diferenciação dos ductos de Müller, em fases distintas da embriogênese feminina. Especificamente, os USs se devem a problemas na reabsorção do septo intermülleriano, no período entre a 13ª e 17ª semanas, se evidenciando anatomicamente com a formação de septos uterinos, os quais podem ser totais, parciais, corporais, cervicais ou assimétricos. A clínica pode variar desde pacientes assintomáticas e até o desenvolvimento reprodutivo pobre. Aproximadamente 40% das pacientes com essa anomalia tem falha reprodutiva, complicações obstétricas a aumento da incidência de abortos recorrentes. O diagnóstico é realizado de forma indireta por meio de ultrassonografia transvaginal e histerossalpingografia ou de forma direta por meio da histeroscopia. A ressecção realizada por histeroscopia é a conduta mais apropriada, podendo ser complementada por circlagem, sendo de grande importância o conhecimento anatômico de cada caso. Assim, este estudo possibilitou o conhecimento dos principais aspectos anatômicos do US, bem como sua origem embriológica.

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Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí/UFG, Brasil

O diafragma consiste em um músculo miotendinoso relativamente rotundo, poligástrico, onde o paquímero visceral – no plano vertical – compartimenta-o em porções torácica e abdominopélvica. A parte carnosa é periférica e os ventres exibem fibras paralelas conduzidas do centro tendíneo às paredes póstero-lateral e anterior do tronco, contornando os hiatos do esôfago, aorta e veia cava caudal. O objetivo do presente estudo foi realizar uma análise da composição estrutural do músculo diafragmático de Procyon cancrivorus. Os espécimes provieram de coleta acidental ou refugo, acatando-se os parâmetros éticos e a vigente legislação. O material foi fixado com de solução de formaldeído 10% e posteriormente documentado em Câmera Sony Cyber-Shot 8.1 MP. O músculo diafragma de Procyon cancrivorus consiste de uma lâmina tendínea central circundada por músculos irradiantes. O centro tendíneo é pequeno e identado dorsalmente pelos pilares. As fibras musculares da parte costal e esternal estão direcionadas no sentido do centro tendíneo. A lâmina tendínea esquerda é estreita e longa e a direita é maior, oblonga. O ventre muscular diafragmático é carnoso, apresentado grande volume, e envolve todo o centro tendíneo. A análise muscular específica é importante ao contribuir na discriminação de espécies e na descoberta de peculiaridades que podem nos remeter a determinados táxons, logo, contribuindo para a anatomia, taxonomia, morfologia, e demais áreas correlatas.

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ASPECTOS HISTOLÓGICOS DO ÓRGÃO VOMERONASAL DE COELHOS (Oryctolagus cuniculus) DA RAÇA NOVA ZELÂNDIA. Melo VEO*, Mahecha GAB, ALVES NETO, JBM, Benjamin LA, Grondona KEB. Universidade Federal da Paraíba Desde 1980, é amplamente aceito que o órgão vomeronasal encontra-se envolvido em respostas quimiosensoriais mediadas por feromônios e na regulação endócrina do comportamento sexual (Halpern e Marcos, 2003). Em vertebrados os conhecimentos deste órgão ainda são incipientes, inclusive na área morfológica e, especialmente, no campo da evolução e da anatomia comparativa. O presente estudo tem como objetivo descrever as características histológicas do órgão vomeronasal (OVN) em coelhos. Foram utilizados 16 coelhos, da raça Nova Zelândia, machos, com 120 e 180 dias de idade. Os animais foram eutanasiados de acordo com os procedimentos recomendados pelo comitê de ética da UFMG. Os septos nasais junto com os OVNs foram retirados das cabeças, descalcificados e seccionados transversalmente. Os segmentos foram desidratados em soluções crescentes de etanol, incluídos em resina autopolimerizavel ,cortados em secções de 4µm, corados em azul de toluidina-borato de sódio e fotografados em microscópio de luz . O OVN dos coelhos estudados apresenta comprimento de 12,2mm ± 0,42, é uma estrutura par, de conformação tubular, situado a cada lado da base do septo nasal. Este órgão encontra-se rodeado por uma cápsula de cartilagem hialina envolvida externamente por uma fina cápsula óssea. O OVN comunica-se rostralmente com o ducto incisivo, que desemboca lateral à papila incisiva, na cavidade oral. No interior do OVN, encontra-se a porção tubular que é formada pelos epitélios sensorial e respiratório. Na região dorsal e ventral da lâmina própria encontram-se glândulas túbulo-acinosas. O OVN é intensamente vascularizado. Também foi observada presença de um plexo sanguíneo externamente à cápsula óssea, na porção periférica lateral do órgão.

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ASPECTOS MACROSCÓPICOS DA DURA-MÁTER DO Cebus libidinosus Pereira KF*, Menezes VA Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí/UFG, Brasil O Cebus libidinosus é um primata do novo mundo popularmente conhecido como macaco-prego, geograficamente distribuído por todo território sul-americano, possui características de inquietude e curiosidade com a habilidade de manipulação de ferramentas para a obtenção de alimentos, dentre outras características cognitivas e comportamentais que o aproxima de primatas do velho mundo como os babuínos. Sua alta distribuição, entre outros fatores, como fácil manipulação e adaptação em cativeiro vem permitindo o aumento crescente da utilização deste animal em diversas áreas de conhecimento, dentre elas a neurociência. Este estudo teve por objetivo descrever a morfologia das meninges encefálicas de Cebus libidinosus, dando ênfase a dura-máter e aos seios meníngeos. Foram utilizados um total de 3 animais adultos e machos oriundos da Universidade Federal de Goiás e fixados em solução aquosa de formaldeído 10%. O encéfalo apresentou-se relativamente lisoencefálico no cérebro, contudo, os giros e sulcos estavam bem definidos, principalmente no lobo parietal. Nas meninges de Cebus nota-se a presença de um total de 8 seios, dentre eles o seios parietal, observados também em Saimiri sciureus. A organização das meninges e dos seios da dura-máter corresponde de modo geral às descrições para outros primatas como babuínos, chimpanzés e homem, sendo que tal semelhança anatômica pode estar correlacionada com as semelhanças comportamentais e cognitivas destes animais.

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ASPECTOS MORFOLÓGICOS DAS FIBRAS ELÁSTICAS EM PELE DE FETOS DE RATAS WISTAR TRATADAS COM ACETATO DE CHUMBO 1

Porto SC*, 1Corrêa EA, 1Santos VS, 1Santos LV, 1Arestides ASN, 1 De Lucca Junior W, 1Feitosa VLC, 2Reis FP. 1 Universidade Federal de Sergipe/UFS; 2 Universidade Tiradentes/UNIT A longa exposição ao chumbo e aos seus compostos é a forma mais frequente de intoxicação por esse metal, sendo o saturnismo uma das moléstias profissional conhecida há vários anos. Apesar da implantação de medidas de higiene industrial, o chumbo ainda é responsável pela alta incidência de intoxicação entre os trabalhadores no Brasil. O objetivo deste trabalho foi caracterizar os aspectos morfológicos das fibras elásticas em pele de fetos de ratas Wistar tratadas com acetato de chumbo em diferentes concentrações e comparar com o material controle. Para o estudo, 20 fetos a termo de ratas Wistar foram divididos em quatro grupos, cada um com cinco fetos. Três dos quatros grupos correspondem aos fetos de ratas tratadas com concentrações de acetato de chumbo de 12,5; 25,0 e 50,0 mg/Kg por peso corpóreo por um período médio de 28 dias, e o quarto grupo correspondeu aos fetos de ratas controle que receberam água destilada no lugar do chumbo. Os fetos foram fixados em uma solução de formol a 10%, dissecados e incluídos em parafina e submetidos à coloração com hematoxilina e eosina. Microscopicamente foi observado que nos fetos controle a derme era formada por fibrilas oxitalânicas bem anastomosadas. Enquanto isto nos fetos cujas mães foram tratadas com acetato de chumbo, ocorreu uma ampla desorganização de toda a epiderme quando comparada com a pele dos fetos controle. Foi constatado que à medida em que aumentava a concentração de acetato de chumbo, ocorria uma desorgnização do sistema de fibras elásticas da pele dos fetos cujas ratas tinham sido tratadas pelo metal pesado. Este quadro foi bem diferente quando comparado ao grupo controle. APOIO: PIBIC/VOL. PALAVRAS-CHAVE: Fibras elásticas, Acetato de Chumbo, ratas Wistar.

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ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO CECO DE COELHOS (Oryctolagus cuniculus) Rosa JAC*, Lima SH, Sousa CLY, Cipriano SS, Castro EO, Cavalcanti JN Universidade Cruzeiro do Sul O coelho é um animal herbivoro que possui um sistema digestório bem volumoso apresentando estômago e ceco bem desenvolvidos, tendo assim uma grande capacidade de aproveitar alimentos ricos em parede celular. O sistema digestório desses animais tem um importante papel devido ao trânsito digestivo rápido, grande atividade microbiana no ceco, excreção seletiva da fibra, fermentação cecal e a cecotrofia que melhora a utilização de proteina e matéria seca da dieta, pela excreção dos cecotrofos (fezes moles) que são deglutidos íntegros. O trabalho objetiva analisar, descrever e detalhar aspectos morfológicos do ceco de coelhos, uma vez que alguns aspectos anatômicos e histológicos ainda não foram descritos e detalhados na literatura, quanto ao sistema digestório de coelhos, especialmente o ceco, que constitui segmento de fundamental importância nestes animais. Dez coelhos domésticos adultos da raça Nova Zelândia, após eutanasiados, foram dissecados, com localização do ceco, estudo de sua sintopia, situação topográfica, morfometria e histologia. Os coelhos possuem o ceco volumoso, medindo cerca de 40 cm, dividido em três giros. A sua mucosa é bem vascularizada e rica em células muco secretoras e absortivas, sendo que sua porção distal apresenta um apêndice vermiforme contendo células linfóides, que estão relacionadas à tamponantes dos ácidos graxos voláteis, pressão arterial e secreção de íons bicarbonato que são produzidos durante a fermentação cecal. Foram elucidados e documentados aspectos relevantes quanto às peculiares características morfológicas relacionadas ao ceco de coelhos e, com isto, contribuir com conhecimentos relevantes em relação à anatomia do sistema digestório destes animais.

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ASPECTOS MORFOMÉTRICOS DA SUBNUTRIÇÃO E DA RENUTRIÇÃO PRECOCE E TARDIA SOB AS DIMENSÕES ENCEFÁLICAS DE RATOS WISTAR Matos RSB, Alves PHM, Bolina CS, Parada-Simão TR, Souza THS, Silva RE, Liberti EA

ASPECTOS MORFOMÉTRICOS DO FORAME PALATINO MAIOR EM CRÂNIOS MACERADOS Teixeira CS*, Souza VR, Silva Junior W, Pereira KF, Junior RB. Centro de Ensino Superior do Sudoeste Goiano – FAQUI

Deficiências nutricionais em uma dieta imposta em períodos de desenvolvimento estão associadas a alterações morfológicas nocivas, porém frequentemente reversíveis. O objetivo deste estudo foi avaliar morfometricamente os efeitos da desnutrição e da renutrição precoce e tardia sob as dimensões encefálicas. Foram utilizados 30 ratos Wistar machos formando 6 grupos: Nutridos e Subnutridos, ambos com 42 e 60 dias de idade (N42 e N60; S42 e S60), Renutrido precoce - tratado a partir do desmame até 42 dias idade (R42) e Renutrido tardio - tratado à partir dos 42 até 60 dias de idade (RT60). Durante a gestação, aleitamento e pós-desmame foi oferecida, para N42 e N60, uma dieta proteica (20% de caseína) e, para S42 e S60, uma dieta hipoproteica (5% de caseína). Para R42 e RT60, durante a gestação e o aleitamento foi oferecida uma dieta hipoproteica. A partir do desmame aos 21 dias, R42 recebeu dieta proteica. RT60 passou a receber dieta proteica somente a partir dos 42 dias. Foram avaliados parâmetros como: pesos coporal e encefálico, eixos crânio-caudal, látero-lateral e dorso-ventral e circunferências maior e menor do encéfalo. Observou-se que S42 e S60 apresentaram as menores médias em todos os parêmetros analisados, enquanto que N42 e N60 apresentaram as maiores médias. Os grupos R42 e RT60 apresentaram medidas intermediárias em todos os parâmetros. Ambos os grupos S e N, de 42 para 60 apresentaram aumento das médias, enquanto RT60, na maioreia dos parâmentros avaliados, apresentou médias menores que R42. Conclui-se que os efeitos da renutrição tanto precoce quanto tardia são apenas parcialmente revertidos, porém quanto maior o tempo de subnutrição, como naqueles renutridos tardiamente, mais graves são os efeitos e mais difícil a recuperação.

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O ponto de emergência do feixe vásculo nervoso que se distribui para o palato duro, é denominado forame palatino maior (FPM). É uma importante área da realização de técnicas anestésicas para dessensibilização do palato duro, e ainda por ser o ponto de entrada do canal palatino para que se alcance o gânglio pterigopalatino, torna-se fundamental em intervenções operatórias orais. O objetivo do presente estudo foi verificar os aspectos morfométricos e a topografia deste forame. Foram estudados 141 crânios humanos macerados, dos quais 82 crânios masculinos e 59 crânios femininos, cedidos pelas Universidades Federais de Uberlândia e de São Paulo. As medidas foram coletadas com um paquímetro de precisão e um compasso, entre os pontos de referência previamente padronizados. Os resultados desta pesquisa demonstraram que o FPM, na maior parte dos crânios estudados, estava localizado mais ao terceiro molar. Quando comparamos as distâncias dos antímeros do FPM em relação aos pontos de referência, só encontrou-se diferença significativa entre o FPM direito e o FPM esquerdo em relação à sutura interpalatina. Com exceção da distância entre o FPM esquerdo e o forame incisivo, todas as demais distâncias do FPM até os pontos tomados como referência (sutura interpalatina, túber maxilar direito, túber maxilar esquerdo, FPM direito até forame incisivo) podem ser consideradas para se estimar o sexo.

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ASPECTOS TRIDIMENSIONAIS DA MORFOLOGIA RENAL DE RATOS WISTAR ATRAVÉS DAS TÉCNICAS: CONVENCIONAL E MODELO DE CORROSÃO VASCULAR Alves PHM, Bolina-Matos RS, Bolina CS, Cury DP, Ciena AP, Watanabe I

A microscopia eletrônica de varredura (MEV), tem como principal característica, a capacidade de revelar os aspectos tridimensionais dos materiais analisados, tendo aplicações em materiais biológicos, assim como a associação com diversas técnicas de preparação. O objetivo deste estudo foi demonstrar, em aspectos tridimensionais, a morfologia interna e a angioarquitetura renal, empregando as técnicas convencional e modelo de corrosão vascular. Utilizou-se 10 ratos machos adultos da linhagem Wistar, com 3 meses de idade, organizados em 2 grupos de acordo com as técnicas: Convencional (grupo C) e Modelo de corrosão vascular (grupo M). Todos os animais foram anestesiados e, em seguida, perfundidos com solução Karnovsky modificada. No grupo C, os animais foram submetidos a técnica convencional de MEV que consistiu em remoção, secção coronal dos rins e pós-fixação em Tetróxido de ósmio 1%. No grupo M, os animais foram submetidos à técnica de modelo de corrosão vascular após injeção de resina acrílica (Mercox®). As amostras de ambos os grupos foram montadas em bases metálicas e examinadas ao MEV Leo 435. No grupo C foi possível a visualização da cápsula fibrosa revestindo intimamente o córtex. Este, por sua vez, apresenta uma organização tecidual distinta da região medular, assim como os glomérulos e túbulos contorcidos proximais e distais. No grupo M foi visualizado, após a corrosão, o molde do arranjo vascular que demonstrou aspecto morfológico dos capilares glomerulares, arteríolas aferentes e eferentes, artérias interlobares e capilares adjacentes. Conclui-se que ambas as técnicas demonstraram, em aspecto tridimensional, eficácia na investigação dos componentes estruturais e a angioarquitetura renal.

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ASPECTOS TRIDIMENSIONAIS E ULTRAESTRUTURAIS DA SUPERFÍCIE DORSAL DA LÍNGUA DE CUTIA (DASYPROCTA AGUTI) Almeida SRY*, Ciena AP, Bolina CS, Rici REG, Oliveira MF, Silva MCP, Miglino MA, Watanabe I Departamento de Anatomia Humana. Instituto de Ciências Biomédicas – ICB. Universidade de São Paulo, São Paulo; Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade de São Paulo, São Paulo A cutia é um mamífero roedor silvestre da família Dasyproctídae, presente em todo território nacional que se alimentam de frutos e sementes. O objetivo deste estudo foi descrever as características morfológicas através dos aspectos tridimensionais e a ultraestrutura epitelial da língua de cutia. As línguas (n=8) de cutia foram imersas em solução fixadora Karnovsky modificada, as amostras foram pós-fixadas e parte destas foram incluídas em resina Spurr. Foram realizados cortes ultrafinos e examinados ao microscópio eletrônico de transmissão Morgagni 268D. As demais amostras foram processadas e examinadas no microscópio eletrônico de varredura Leo 435 VP. Na superfície dorsal da língua observaram-se quatro tipos de papilas: filiformes, fungiformes, folhadas e valadas. As papilas filiformes estavam distribuídas em total extensão, as fungiformes apresentaram distribuição heterogênea nas regiões rostral e medial. As folhadas demonstraram desenvolvidas e distribuídas paralelamente nas margens laterais da região caudal e as valadas estavam presentes na região caudal, dispostas em V, com formatos entre alongadas e ovóides. Ultraestruturalmente evidenciaram-se as camadas epiteliais, entre a lamina própria e a camada basal, revelando projeções citoplasmáticas. Observaram nas células das camadas espinhosa e granular a presença de filamentos intermediários e desmossomos. As camadas queratinizadas apresentaram células sobrepostas paralelamente. Concluímos com os aspectos tridimensionais das papilas e a ultraestrutura do epitélio lingual que as características morfológicas da língua de cutia apresentam ser bem desenvolvidas em relação a diversos animais, principalmente entre os mamíferos roedores.

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ASSOCIAÇÃO ENTRE O TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL E LESÕES DO LOBO FRONTAL Silva TG*, Miguel RDS, Xavier JE, Barros JWSS, Andrade GS, Araújo MSP, Sougey EB, Ximenes RCC Os transtornos de personalidade psicossocial têm sido cada vez mais estudados nas últimas décadas, principalmente pelo grande aumento da criminalidade. Vários estudos relataram correlações existentes entre o lobo frontal e os transtornos de personalidade psicossocial. O lobo frontal é o lobo telencefálico que se relaciona com o osso frontal. Apresenta, em sua morfologia externa, quatro giros e três sulcos, sendo eles: giros frontal superior, médio e inferior e o giro pré-central; e os sulcos são os sulcos frontal superior e inferior e o sulco pré-central. Sabendo da morfologia e de uma das funções deste lobo, foi realizado este estudo bibliográfico sistematizado, baseado em artigos científicos que correlacionassem transtornos de comportamento psicossocial com o lobo frontal, com resumos disponíveis na Biblioteca Virtual de Saúde, que permite o acesso a outros bancos de dados (Medline, Scielo e Lilacs), tendo como descritores as palavras lobo frontal, lesão cerebral e personalidade antissocial, recorte cronológico de 2002 a 2012, nos idiomas inglês, português e espanhol. Após a análise dos textos, foi observado que os pacientes com maior grau de violência e transtornos de personalidade apresentavam algum tipo de anomalia no lobo frontal. Verificou-se que regiões límbico-orbital do lobo frontal levavam a explosões emocionais, por diminuição do autocontrole e aumento da impulsividade em indivíduos homicidas ou os que apresentavam transtorno de personalidade antissocial. Conclui-se, que, o lobo frontal desempenha um importante papel na modulação do comportamento animal, e que suas lesões devem ser tratadas com curto olhar, tendo por finalidade verificar as funções normais ou anômalas decorridas na lesão deste lobo.

ATIVIDADE DA MIELOPEROXIDASE EM MÚSCULO MASSETER DE RATOS COM HIPOFUNÇÃO MASTIGATÓRIA SUBMETIDOS AO ESTRESSE CRÔNICO VARIADO Fernandez RAR*, Pereira YCL, Iyomasa MM, Iyomasa DM, Calzzani RAJ, Meschiari CA, Gerlach RF, Novaes PD, FORP-USP

A degranulação dos neutrófilos e o aumento da atividade da mieloperoxidase (MPO) têm sido reportados durante o exercício físico intenso. O objetivo foi investigar se o estresse crônico variado e a maloclusão alteram os níveis de MPO em músculo masseter de Ratos Wistar (♂- 200g), que foram aleatoriamente divididos em grupos: GSM - sem maloclusão (n=10) e GM - maloclusão (n=10), e subgrupos (n=5): I - estresse crônico variado; II - sem estresse. GM-I e GSM-I foram submetidos aos protocolos de estresse crônico variado a partir do 14o dia, durante um tempo total de 10 dias consecutivos. No 23o dia após a exodontia, o músculo masseter ipsilateral foi dissecado e o feixe superficial congelado. Parte do fragmento foi triturado no polytron em tampão fosfato 50mM (pH 5.4) acrescido com 0,5% de hexadecyl trimethyl ammonium bromide (HTAB) para solubilizar MPO. Posteriormente as amostras foram centrifugadas (5.000 g, 10 minutos a 4ºC) e os sobrenadantes recolhidos. Em placas Costar de 96 poços foi adicionando 1.6 mM de tetrametil benzidina diluído em dimetil sulfóxido e 0.5 mM peróxido de hidrogênio. A colorimetria foi realizada em comprimento de onda de 450 nm após a adição de 4M H 2SO4. Uma curva de calibração foi preparada utilizando polimorfonucleares (PMNs) separados de sangue humano com kit Histopack. Os resultados são apresentados em PMNs por miligrama de tecido. A distribuição dos dados foi gausiana e a comparação dos grupos foi realizada por ANOVA de uma via seguida pelo post test de Tukey com p<0,05. Não houve diferença significantemente estatística entre os grupos. Concluiu-se que o estresse crônico variado e a maloclusão, neste modelo experimental não afetaram os níveis de MPO no músculo masseter. APOIO: FAPESP CEUA-11.1.130.53.5

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ATIVIDADE ESPERMÁTICA DE Carollia perspicillata DURANTE O CICLO REPRODUTIVO ANUAL EM ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA DO NORDESTE DO BRASIL

ATIVIDADE DA MIELOPEROXIDASE EM MÚSCULO MASSETER DE RATOS COM HIPOFUNÇÃO MASTIGATÓRIA SUBMETIDO AO ESTRESSE AGUDO

Marinho KSN1*, Arandas MJG², Lima Júnior NB¹, Alves ECBA¹, Teixeira AAC², Teixeira VW², Santos KRP¹ 1. UFPE; 2. UFRPE

Fernandes SF*, Pereira YCL, Iyomasa DM, Calzzani RHJ, Meschiari CA, Gerlach RF, Fernandez RAR, Iyomasa MM FORP USP

A enzima mieloperoxidase (MPO), presente em neutrófilos, tem importância na apresentação celular da resposta inflamatória no tecido muscular. Este trabalho avaliou se o músculo masseter, submetido ao estresse agudo e/ou à exodontia unilateral, alterou a quantidade de neutrófilos. Ratos machos Wistar foram divididos em grupos de Maloclusão GM (n=10) com animais submetidos à exodontia unilateral e, Sem Maloclusão GSM (n=10), animais sem exodontia. Em cada um dos grupos GM e GSM, havia um subgrupo de animais (n=5) que foi submetido ao protocolo de estresse agudo, mantido em restrição física por 2 horas, no 23o dia após a exodontia. Sob a anestesia, o músculo masseter esquerdo foi dissecado, e o feixe superficial congelado e avaliado por reação de mieloperoxidase. A amostra foi homogeneizada no polytron em tampão fosfato 50mM, com pH 5.4 acrescido de 0,5% de hexadecyl trimethyl ammonium bromide para solubilizar MPO e, em seguida, foi centrifugada (5.000 g, 10 minutos a 4ºC). O sobrenadante foi recolhido e em placas Costar de 96 poços adicionando-se 1.6 mM de tetrametil benzidina diluído em DMSO e 0.5mM peróxido de hidrogênio. A leitura colorimétrica realizada em um comprimento de onda de 450nm após a adição de 4M H2SO4 foi comparada com a curva de calibração preparada a partir de polimorfonucleares separados de sangue humano e, os resultados apresentados em polimorfonucleares por miligrama de tecido. A distribuição dos dados foi gausiana e a comparação dos grupos foi realizada por ANOVA de uma via, seguida pelo post test de Tukey com p<0,05, não revelando diferença significante entre os grupos. Concluiuse que a maloclusão e o estresse agudo não afetaram os níveis de MPO no músculo masseter.

Carollia perspicillata é um dos pequenos mamíferos mais comuns no Brasil, e são amplamente reconhecidos por desempenhar excelente papel na dispersão de sementes. Apesar dessa ampla distribuição e importância ecológica, os aspectos relacionados à biologia reprodutiva permanecem fragmentados. Sabe-se que as estratégias reprodutivas em morcegos estão intrinsicamente relacionadas aos fatores ambientais e ecológicos. Nessa perspectiva, os trabalhos relacionados à atividade espermática são de suma importância para maior compreensão das estratégias reprodutivas desenvolvidas por cada espécie em determinadas regiões. Diante disso, esse trabalho avaliou a atividade espermática de C. perspicillata em áreas de Mata Atlântica do Estado de Pernambuco na estação seca e chuvosa. Os 10 espécimes foram coletados por rede de neblina nos fragmentos de Mata Atlântica, e depois eutanasiados para remoção dos testículos e epidídimos, os quais foram fixados em NBF (formalina a 10% neutra tamponada), posteriormente processados seguindo a técnica histológica de rotina. Os blocos obtidos foram cortados em 5m de espessura e em seguida corados por hematoxilina e eosina. Os resultados demonstraram que todos os machos analisados no período seco e chuvoso apresentaram espermatogênese nos testículos e espermatozóides armazenados no epidídimo, sem nenhuma evidencia de regressão sexual ou latência reprodutiva. Apesar da atividade reprodutiva dos morcegos estarem intrinsicamente relacionadas aos fatores ambientais e ecológicos, nossos dados encontrados indicam que Carollia perspicillata tem alta eficiência espermatogênica independente desses fatores, ou seja, os machos estão aptos reprodutivamente durante todo o ano.

CEUA: 11.1.130.53.5; FAPESP: 2011/18889-9

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ATIVIDADES DE EXTENSÃO DE ANATOMIA EM CONGRESSOS DA UFRPE Pereira PL*, Silva, ATF, Mello SAX,França VM, Lima Filho EN, Batista NMR, Xavier GAA UFRPE

ATIVIDADES DE INICIAÇÃO À DOCENCIA DE ANATOMIA EM CONGRESSOS DA UFRPE Batista NMR*, Silva ATF, Silva TFPR, Andrade WWA, Pereira PL, Lima Filho EM, Xavier GAA UFRPE

A extensão universitária é o processo educativo, cultural e científico que amplia, desenvolve e realimenta o ensino e a pesquisa, estabelece a troca de saberes entre a sociedade e a universidade e tem como consequência a produção de conhecimento. Desde 2001 é realizado na UFRPE um evento de grande porte, a Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, onde são apresentados trabalhos em eventos de menor porte, como o de Iniciação Científica (CIC), de Iniciação a Docência (CONID) e de Extensão (CONEX).Alunos, técnicos e professores engajados em projetos apresentam e publicam, em forma de resumos, os resultados das atividades desenvolvidas para toda a comunidade acadêmica. Objetivou-se com esse estudo avaliar a frequência dos resultados de projetos de extensão, relacionados à Anatomia, publicados nos anais do CONEX da UFRPE. Para isso foi realizado um levantamento quantitativo dos resumos nos anais do evento, no período de 2001 a 2011. Observou-se que foi publicado um total de 40 resumos nesse período. Nos dois primeiros anos,o número de resumos manteve-se estável. No terceiro ano não houve publicação. O ano de 2006 destacou-se como sendo o de maior quantidade de trabalhos publicados, um total de 11 resumos. Os anos de 2008 e 2009 caracterizaram-se por uma redução desse número. Nos dois últimos anos observou-se que o quantitativo vem aumentando gradativamente, com sete trabalhos em 2011. De acordo com a análise, considera-se que as ações de extensão realizadas na área de Anatomia, na UFRPE, estão sendo desenvolvidas de forma descontínua, conforme indicou a grande variação do número de resumos publicados ao longo desses dez anos.

Além de promover o enriquecimento da vida acadêmica do educando, a atividade de monitoria possibilita, por meio da relação de cooperação existente entre docente e monitor, o aprimoramento da qualidade de ensino da disciplina, uma vez que favorece a adoção de novas metodologias de ensino, bem como impulsiona o exercício da pesquisa acadêmica, permitindo uma contínua associação entre teoria e prática. Em 2001, a UFRPE deu início à realização de um evento de grande porte, a Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão (JEPEX), que congrega eventos menores como o de Iniciação à Docência (CONID), de Iniciação Cientifica (CIC) e de Extensão (CONEX). No CONID, alunos e professores apresentam em forma de resumos os resultados das atividades de monitoria desenvolvidos para melhoria do processo de ensino aprendizagem. Objetivou-se com esse estudo avaliar a frequência de resumos de iniciação à docência, em Anatomia, publicados nos anais do CONID. Realizou-se levantamento quantitativo nos anais do evento de 2001 a 2011. Observou-se um total de 77 publicações durante este período. No segundo ano, o número de resumos triplicou e no terceiro não houve nenhuma publicação. De 2004 a 2008 o número de publicações variou de dois a nove trabalhos por ano. Em 2009 foi observado o maior número de publicações, 21 resumos. Em 2010 e 2011, ocorreu redução, com 13 e seis trabalhos publicados, respectivamente. De acordo com a análise, considera-se que as atividades de iniciação à docência em Anatomia na UFRPE, estão sendo desenvolvidas de forma descontínua, conforme indicou a variação do número de resumos publicados ao longo deste período.

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ATLAS DE PERNKOPF: A CONTROVERSA CONTRIBUIÇÃO DA ALEMANHA NAZISTA PARA A ANATOMIA HUMANA Barbosa BR*, Paulo DB, Sousa CEA, Matos JRF

ATLAS DIGITAL DO MOVIMENTO DE FLEXÃO DO COTOVELO E SUAS POSSÍVEIS VARIAÇÕES ANATÔMICAS Lira Neto ES*, Xavier JE, Oliveira LS, Melo DDCB, Braz GRF, Torres AS, Silva EFA, Magalhães CP

Em meio a toda destruição proporcionada durante a Segunda Guerra Mundial estavam experiências praticadas por pesquisadores seguidores do ideário nazista de Adolf Hitler. Alguns estudos em diversas áreas foram sistematizados, coletados e geraram informações que, além de inéditas na época, nunca mais foram reproduzidas em testes sérios. Outros trabalhos, como o do anatomista austríaco Eduard Pernkopf serviu para adicionar à literatura médica mundial um controverso aglomerado de ilustrações anatômicas. Neste sentido, objetivou-se questionar a importância e a legitimidade do uso do legado nazista pela comunidade científica atual, por meio da revisão bibliográfica sistemática nas bases PubMed, Scielo e CINAHL. Através desta busca encontrou-se que, durante quase sessenta anos o Topographische Anatomie des Menschen (Atlas de Anatomia Humana Topográfica e Aplicada) foi tido com livro padrão para a anatomia até que, em 1997, após discussão pública sobre a permanência da utilização do livro, foi criado um projeto de pesquisa, comandado pela Universidade de Viena, com o objetivo de resgatar informações dos humanos utilizados nas dissecações de Pernkopf. O atlas, destacado por mostrar múltiplas camadas de dissecção com ênfase na fáscia e por abordar a dissecação da camada superficial à profunda em detalhes fez uso da entrega de 1377 corpos de pessoas executadas para o Instituto de Anatomia vienense. Os cadáveres foram utilizados como modelos de pelo menos metade das 800 ilustrações do livro. Assim, diante de tamanha atrocidade, críticos questionam se seria possível abrir exceção ao uso do atlas de Penkopf como forma de tributo à memória dos que foram sacrificados para tal fim sem ofender os grupos afetados pelo sistema nazista.

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O atlas digital é um material de estudo onde o aluno visualiza estruturas anatômicas, através imagens fotográficas, identificando partes importantes do ser humano através de imagens reais. As estruturas e variações são identificadas através de fotos de cadáveres e ossos pertencentes ao acervo do Laboratório de Anatomia do Centro Acadêmico de Vitória (CAV), ilustrações retiradas de diversos atlas de anatomia humana e de voluntários do CAV auxiliando a visualização de estruturas externas e comparando-as com as internas. Para isso foi fotografado a região de diversos ângulos mostrando detalhes importantes para se analisar. O objetivo desse módulo digital focou na flexão do cotovelo identificando suas estruturas (músculos, tendões e inserções) e suas variações durante o movimento. Essas variações atuaram diretamente na classificação da musculatura envolvida durante a execução do movimento. A musculatura do antebraço auxiliou o movimento estabilizando o punho para que ele não altere o braço de alavanca e mantenha a posição da mão. As imagens identificaram que o tendão do bíceps sofre uma alteração significativa alterando sua classificação quanto à ação no movimento. Esse módulo pôde identificar e medir o braço de alavanca para determinados exercícios executados em academias, identificando qual exercício possui o maior braço de alavanca tendo um torque mais elevado. Essa tecnologia foi desenvolvida com a intenção de gerar um recurso diferenciado para o ensino da anatomia. Alem disso é inovadora e conta com recursos de multimídia que o aluno interaja com o atlas para visualizar a estrutura que ele deseja. A dificuldade de acesso a atlas de anatomia, devido ao custo elevado, as escolas podem adota-lo, aumentando a qualidade de ensino.

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ATLAS DIGITAL INTERATIVO EM ANATOMIA HUMANA: ESPAÇO DINÂMICO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Filho JMS¹, Almeida MG¹, Morais MM¹*, Moura LNM¹, Nunes AF¹, Carvalho MC¹, Silva ANC¹, Paulo DB¹ 1- Universidade Federal do Piauí

ATRESIA DAS VIAS BILIARES EXTRA-HEPÁTICAS: IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO ANATÔMICO Bastos IHA*, Silva LR, Martins GB, Campos EJ Universidade Federal da Bahia (UFBA)

A informática tem se inserido tem modificado de forma importante os espaços de ensino-aprendizagem de anatomia. Como ferramenta, os atlas digitais estão entre os mais utilizados em estudos de partes anatômicas. Nesse contexto, o presente trabalho visa abordar os atlas digitais como ferramenta de ensino-aprendizagem de anatomia humana. Trata-se de revisão bibliográfica integrativa nas bases de dados Scielo e Google Scholar através dos descritores Atlas digitais, Atlas Virtuais, Ensino, Educação, Formação, Saúde, Anatomia e Virtual, agrupados ou isoladamente, tendo como critério de inclusão/exclusão a proximidade/distanciamento com a pergunta norteadora “como os atlas digitais se inserem no contexto do ensino de anatomia humana?”. Observa-se crescente inserção de instrumentos extraclasse para a aprendizagem de anatomia médica, onde os atlas virtuais assumem destaque por seu baixo custo e permitirem interatividade e reprodutividade virtual das estruturas anatômicas reais, cada vez mais raras nos laboratórios de morfologia tendo em vista a expansão das escolas Universidades. Desse modo, os atlas assumem os papéis de ultrapassar os muros da universidade e de se somarem à prática em peças reais ou, em alguns casos, substituí-las. Do exposto, percebe-se a maior inserção de atlas digitais interativos como ferramenta de ensino de anatomia de forma a minimizar os problemas decorrentes de espaços de prática tradicionais, deterioração e baixo número de cadáveres frente a um grande número de estudantes e estruturas limitadas. Há, todavia, necessidade de maiores estudos de efetividade dessa ferramenta de ensino frente ao uso de cadáveres e peças anatômicas artificiais.

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O fígado humano está localizado no quadrante superior direito da cavidade abdominal estrategicamente interposto entre a circulação geral e o trato digestório. Metabolicamente ativo, o fígado exerce funções endócrinas, exócrinas, de armazenamento e de detoxificação, consistindo de duas partes funcionais e quatro lobos anatômicos contendo múltiplos lóbulos sinusóides. Recebe pela veia porta e artéria hepática o suprimento sanguíneo e excreta os metabólitos pela veia hepática. Uma das principais funções deste órgão é a produção da bile pelos hepatócitos, que é liberada através dos canalículos biliares para os ductos hepáticos direito e esquerdo que se unem para formar o ducto hepático comum. A bile é concentrada, armazenada e liberada pela vesícula biliar através do ducto biliar comum. A vesícula biliar é um órgão situado na região inferior do fígado formada pelo corpo e pelo colo, sendo este contínuo com o ducto cístico. A atresia biliar é uma doença que se inicia exclusivamente na infância e se caracteriza pela obstrução, parcial ou total, das vias biliares, sendo a causa da maioria dos tranplantes de fígado em crianças. O objetivo deste estudo é revisar a literatura visando discutir a anatomia macro e microscópica do sistema hepatobiliar correlacionando-a com a atresia das vias biliares extra-hepáticas (AVBEH). O conhecimento anatômico do sistema hepatobiliar é de fundamental importância para o diagnóstico precoce da AVBEH e para a indicação do tratamento. O prognóstico a longo prazo é dependente do restabelecimento do fluxo biliar e depende da idade do paciente à época da cirurgia e do tamanho dos ductos.

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ATUALIZAÇÕES SOBRE A ELABORAÇÃO 3D DE ESTRUTURAS ANATÔMICAS Marques JOSBV*, Coelho FCC, Meneses MS, Veronez DAL

A elaboração de modelos tridimensionais (3D) tem ocupado um espaço significativo na investigação de estruturas anatômicas complexas, auxiliando medições convencionais bidimensionais e relacionando de maneira mais clara estruturas e suas respectivas funções biológicas. O advento de inúmeras técnicas para a geração do produto final 3D, desde a microscopia confocal até a ressonância magnética, tem evidenciado a importância da análise 3D de elementos anatômicos, entretanto há limitações para o seu uso rotineiro. Neste sentido o objetivo deste trabalho foi desenvolver um levantamento criterioso dos métodos utilizados nas elaborações 3D que envolvem a anatomia. Foram utilizados 27 estudos indexados na base de dados do NCBI/PubMed, no período de 2000 a 2011, que efetuassem a elaboração de um modelo anatômico 3D. Foram identificadas em todos os artigos três etapas essenciais ao processo de elaboração: as fases de obtenção, de segmentação e de reconstrução. Os resultados obtidos permitiram concluir que 59,25% dos trabalhos analisados utilizaram processos invasivos para obtenção de dados e 40,74% empregaram métodos não invasivos. Para a segmentação, considerada por alguns autores como a etapa mais importante, 37,04% dos artigos analisados utilizaram métodos de segmentação manual, 40,74% automática e 22,22% semiautomática. Para a reconstrução 3D, 70,37% dos trabalhos empregaram métodos de superfície, e 29,63% métodos de volume, refletindo uma maior dificuldade de análise, compatibilidade e portabilidade de software para reconstruções 3D volumétricas.

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AUSÊNCIA BILATERAL DO NERVO MUSCULOCUTÂNEO: RELATO DE UMA VARIAÇÃO E POSSÍVEIS CORRELAÇÕES CLÍNICAS Netto AU*; Correia LGCB; Farias TF; Carvalho AGMA; Félix ECC; Queiroga NG; Paiva TTB; Diniz HF Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE, João Pessoa-PB. INTRODUÇÃO: A prevalência de variações envolvendo o plexo braquial – ao contrário do que se imagina – é comum, sendo encontradas em cerca de 13% das peças cadavéricas. Entretanto, a completa ausência de um nervo é rara e representa uma interessante variação anatômica, topográfica ou clinicamente. O N. musculocutâneo é um ramo terminal do fascículo lateral; inerva a musculatura anterior do braço e dá sensibilidade da face anterolateral do antebraço. Dificilmente varia em seu trajeto. A prevalência da sua ausência é desconhecida. OBJETIVOS: Relatar a ausência bilateral do N. musculocutâneo durante dissecção cadavérica no Laboratório de Anatomia da FAMENE, cuja área de inervação foi suprida pelo N. mediano. MATERIAIS E MÉTODOS: Utilizou-se um cadáver do sexo masculino fixado em formol a 70%. Foram dissecadas as regiões axilares, através de materiais cirúrgicos (pinças, bisturis, lâminas fixas e móveis, tesouras), para identificar o plexo braquial. RESULTADOS: Observou-se uma variação bilateral, caracterizada pela ausência do nervo. Quando o N. mediano torna-se responsável pela inervação dos músculos pertinentes ao musculocutâneo, logo lesões naquele podem gerar prejuízos motores e sensitivos nos Mm. anteriores do braço e na face anterolateral do antebraço, respectivamente. Haveria assim, provável convergência sintomatológica que equivaleria à simultânea lesão (na ausência de variação) dos dois nervos. CONCLUSÃO: A dissecção e o relato de variações acrescentam à literatura dados importantes para o conhecimento anatômico da região axilar e para o entendimento de síndromes neuromusculares. Há, assim, uma necessidade científica de desenvolver pesquisas e levantar estatísticas referentes à variação.

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AUSÊNCIA BILATERAL DO PROCESSO CONDILAR EM UMA MANDÍBULA HUMANA: UM RELATO DE CASO Gomes TCBS*,2 , Macedo MA2, Machado FA1,2 1 Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército, RJ, Brasil; 2Centro Universitário IBMR, RJ, Brasil INTRODUÇÃO: A mandíbula é um osso ímpar que desenvolve dentro do arco mandibular, formando a articulação temporomandibular (ATM) com o crânio. É originada a partir de ossificação intramembranosa no tecido fibroso mesenquimal ao redor da cartilagem de Meckel. O processo condilar, onde existe a cabeça e colo da mandíbula, são estruturas alargadas a partir do ramo. Estas partes da mandíbula são componentes importantes da ATM, e malformações ou traumas podem ser considerados como importantes implicações para disfunções temporomandibulares. OBJETIVO: Relatar anomalia morfológica encontrada no ramo de uma mandíbula humana seca. RELATO DO CASO: No aspecto global o corpo da mandíbula apresenta bilateralmente perda de massa óssea. O ramo apresenta apenas a metade anterior da incisura mandibular, devido à ausência bilateral do processo condilar. Quando observada lateralmente passa a impressão de que a cabeça condilar não está presente, principalmente no lado direito. No entanto, quando a observação é realizada pela face interna dos ramos, os côndilos podem ser visualizados. Na visão superior e posterior o posicionamento de ambos os côndilos apresenta acentuado desvio central em relação ao eixo do corpo da mandíbula. Além disso, na visão posterior ambos também apresentam uma inclinação inferior. Fato que pode explicar a incapacidade de ser observado lateralmente. No que se refere ao volume, o côndilo o esquerdo apresenta-se brevemente mais volumoso que o direito e as superfícies articulares apresentma sulcos acentuados e elevações irregulares que provavelmente limitavam os movimentos in vivo. CONCLUSÃO: A morfologia global da mandíbula é complexa e suporta um modelo multifatorial de variação estrutural na forma e tamanho.

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AUSÊNCIA DO NERVO MUSCULOCUTÂNEO – RELATO DE CASO Alexandre DC*, Fontes EB, Fernandes RMP, Babinski MA, De Paula RC Departamento de Morfologia, Instituto Biomédico – Universidade Federal Fluminense

O nervo musculocutâneo é um dos ramos terminais do fascículo lateral do plexo braquial, formado por raízes de C5 a C7, sendo responsável pela inervação motora da musculatura flexora do cotovelo e sensorial cutânea da face lateral de antebraço. Variações anatômicas na formação do plexo braquial são encontradas em 13 % dos casos, sendo as mais comuns associadas ao posicionamento de fascículos com a artéria axilar, anastomoses entre os ramos terminais e trajetos anômalos. Durante a dissecção de cadáver adulto do sexo masculino, fixado em formol a 10%, foi encontrada bilateralmente a ausência do nervo musculocutâneo. O seu território motor era inervado por fibras oriundas do nervo mediano. Esta variação possui uma incidência entre 1,7% a 8% dos casos. A comunicação entre o nervo musculocutâneo e o nervo mediano está presente em 22% dos casos. O conhecimento desta variação é de grande importância para cirurgias de reconstrução do plexo braquial ou qualquer outro procedimento cirúrgico que exija o conhecimento da anatomia e das relações destes nervos na axila e, ou, no braço. PALAVRAS-CHAVES: nervo musculocutâneo, variações anatômicas e braço.

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AVALIAÇÃO ANATÔMICA E MORFOMÉTRICA DO CORAÇÃO DE RATOS WISTAR Carvalho CAM*, Lachat JJ, Thomazini JA. Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo- USP INTRODUÇÃO: O rato é utilizado em experimentos desde antes de Cristo e, no século XIX, com a intensificação dos experimentos científicos, o uso desta espécie aumentou consideravelmente. Embora este fato seja uma realidade, principalmente na atualidade, a literatura sobre o coração destes animais além de escassa, é pouco detalhada e descritiva. OBJETIVO: avaliação anatômica e morfométrica do coração de ratos Wistar. METODOLOGIA: Trinta e seis animais (Rattus norvegicus) com peso entre 150-770 g foram divididos em 6 grupos experimentais com 6 animais em cada: grupo I-M (machos- 150-249g); grupo I-F (fêmeas 150-249g); grupo II-M (machos-250-350g); grupo II-F (fêmeas 250-350g); grupo III-M (machos com mais de 351g); grupo III-F (fêmeas com mais de 351g). As medidas realizadas foram: peso do coração em relação ao peso do animal, espessura da parede não septal dos átrios e ventrículos, espessura do septo interatrial e do septo interventricular. As mensurações e a análise das imagens nas lâminas foi feita através do Kontron Construir Analyse (Minimop). RESULTADOS: A relação entre a porcentagem do peso do coração em relação ao peso corporal foi entre 0,5-0,7% nos animais com peso corporal até 650g; a espessura da parede não septal do ventrículo esquerdo foi sempre menor para as fêmeas em todos os grupos, enquanto septo interatrial mostrou-se semelhante em machos e fêmeas de todos os grupos. Em relação a espessura do septo interventricular, houve semelhância com a espessura da parede não septal do ventrículo esquerdo. CONCLUSÕES: Além do dimorfismo sexual inerente a praticamente todas as espécies, foram observadas adaptações das estruturas mensuradas ao ganho de peso que ocorre durante o ciclo evolutivo destes animais. KEYWORDS: coração, ventrículo, átrio, rato

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AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA E MORFOQUANTITATIVA DOS RINS DE RATOS DIABÉTICOS SUBMETIDOS AO EXERCÍCIO FÍSICO E TERAPIA COM INSULINA Silva AAP1*, Ladd AABL1, Ladd FVL1, Moura APF2, Moreira AL3, Coppi AA3 1 Universidade Federal de São Paulo (Departamento de Biologia Estrutural e Funcional), São Paulo - São Paulo, Brasil; 2 Universidade de São Paulo – FM (Programa de Fisiopatologia Experimental), São Paulo São Paulo, Brasil; 3 Universidade de São Paulo – FMVZ (Departamento de Cirurgia), São Paulo - São Paulo, Brasil O Diabetes mellitus (DM) é uma disfunção metabólica complexa causada pela deficiência das ilhotas pancreáticas em secretar insulina ou pela redução da eficácia da ação da insulina sobre os tecidos-alvos. A Nefropatia é a maior causa de morbidade e mortalidade em pacientes com DM do tipo 1. Assim, o presente estudo objetiva realizar uma avaliação bioquímica e histoquantitativa dos componentes renais de ratos diabéticos submetidos a dois tratamentos: exercício físico e terapia com insulina. Para tanto foram delineados 4 grupos: Grupo I: Animais controle; Grupo II: Animais diabéticos não-tratados; Grupo III: Animais diabéticos e tratados com exercício físico; Grupo IV: Animais diabéticos e tratados com insulina. Foram colhidas amostras de sangue para testes laboratoriais e ao final da décima semana, os animais sofreram eutanásia, sendo os seus rins dissecados e isolados. Utilizando-se métodos microscópicos estereológicos foram estimados os seguintes parâmetros: volume renal, número total de glomérulos, densidade de volume glomerular e volume glomerular total. Foi observado que os níveis glicêmicos se mantiveram controlados no grupo IV quando comparados aos do grupo II. Foi observado ainda um aumento de 13% do volume glomerular no grupo II quando comparado ao grupo I. Os dois tratamentos reverteram esse aumento do volume glomerular. Os animais dos grupos III e IV apresentaram redução do volume glomerular de 10% e 9% respectivamente, quando comparados aos animais do grupo II. Parece, no entanto que ainda há uma carência de conhecimentos sobre este assunto. Assim análises adicionais serão necessárias para se entender os mecanismos de ação dos tratamentos nas alterações causadas pelo DM. PALAVRAS-CHAVE: Diabetes; Estereologia; Exercício Físico; Terapia com insulina; rim.

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AVALIAÇÃO CLÍNICO-DIAGNÓSTICA DE EPILEPSIA DE LOBO TEMPORAL ASSOCIADA À ESCLEROSE MESIAL HIPOCAMPAL POR MEIO DE NEUROIMAGENS Pereira ML*1, Vieira D2, Oliveira KM3, Rosa LA4, Ribeiro PRQ4, CAIXETA, ACC5 1 Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM; Hospital Regional Antônio Dias – HRAD; 2Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM; 3Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM/ Hospital Regional Antônio Dias – HRAD/ Hospital Vera Cruz; 4 Universidade Federal de Uberlândia – UFU; 5 Universidade Anhembi Morumbi – UAM

AVALIAÇÃO DA ANATOMIA E MORFOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR DE FELINOS (FELIS CATUS)

A epilepsia é caracterizada como sintoma ou sinal subjacente a uma desordem neurológica nem sempre identificada, manifestada por breves descargas elétricas neuronais, decorrentes de distúrbios nas funções elétricas cerebrais. As malformações do desenvolvimento cortical ou da desmielinização envolvem estruturas neocorticais, dentre estas alterações da forma e posicionamento do hipocampo, as crises originamse das estruturas mesiais temporais, sendo a lesão hipocampal a chave da epileptogenicidade. Este estudo objetivou promover a avaliação clínico-diagnóstica de epilepsia de lobo temporal associada à esclerose mesial hipocampal por meio de neuroimagens. Desse modo, a pesquisa foi descritiva do tipo exploratórioinvestigativa com abordagem qualitativa. A esclerose hipocampal é caracterizada por perda neuronal e gliose, especialmente das células do setor de Sommer (CA1 e prosubiculum) e dos neurônios da região hilar, com relativa preservação de CA2, subiculum, bem como da reorganização axonal, caracterizada por brotamentos axônicos das células granulares na região do giro denteado. Geralmente são descritas imagens em incidência coronal ponderada em STIR, apresentando redução volumétrica do hipocampo com perda parcial de ondulações habituais, sinal elevado e exuberância das fissuras coróideas correspondentes. Verificou-se que as RM têm maior capacidade de demonstrar diferentes estruturas no cérebro e têm facilidade em demonstrar mínimas alterações na maioria das doenças. Portanto, a esclerose mesial temporal é patologia que está associada frequentemente ao alto índice de refratariedade à terapia medicamentosa, mas o tratamento cirúrgico possibilita excelente controle das crises epilépticas. PALAVRAS-CHAVE: Epilepsia, Esclerose mesial, Hipocampo, Ressonância magnética, Tomografia computadorizada.

Projeto de pesquisa desenvolvido no Laboratório de anatomia da Universidade Castelo Branco em conjunto com a Clínica Escola Paulo Alfredo Gissoni nos últimos dois anos teve por objetivo procurar a caracterização biométrica do aparelho reprodutor feminino e masculino de felinos, correlacionando-os com a morfologia externa dos animais. Foram coletados os ovários e útero das fêmeas, testículos e epidídimos dos machos e então mensurados. Estes foram providos através de doação dos projetos sociais de ovariosalpingohisterectomia e orquiectomia, obtidos de 65 fêmeas e 40 machos respectivamente. Na clínica, no pré-operatório foram registrados dados dos animais, como: idade, peso e características relevantes do animal. Além de mensuração da distância longitudinal da extremidade rostral da nariz até crista nucal; da crista nucal até a junção lombossacra e a circunferência torácica no nível da cartilagem xifóide. Após o procedimento cirúrgico, os órgãos retirados foram imediatamente fixados em solução de formol a 5% em frascos individualizados. Posteriormente, aferições foram realizadas com paquímetro digital. As mensurações realizadas nas peças coletadas foram: distância longitudinal e transversal dos ovários, cornos uterinos, testículo e cauda do epidídimo, e transversal do corpo uterino. Os dados tabulados foram organizados em planilha do Excel 2007®, e através das análises estatísticas foram obtidos médias, mediana, moda, desvio padrão, coeficiente de variação e variância para posterior correlação com a anatomia corpórea. Foram utilizados o teste T e/ou covariância, comparando os antímeros esquerdo e direito de todas as medidas e a Correlação linear de Pearson.

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Correa LBN, Antunes R, Junior P de S, Junior LSP, Milhomem R*


AVALIAÇÃO DA DOMINÂNCIA DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS HUMANAS EM PEÇAS ANATÔMICAS POR INJEÇÃO DE GELATINA CORADA Barros HP, Barros HMM, Rodrigues RA, Costa RB, Tenorio TPA, Santos JAB

AVALIAÇÃO DA DOMINÂNCIA VASCULAR CORONARIANA ATRAVÉS DE EXAMES DE ANGIOTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA MULTISLICE Tenório TPA, Barros HP, Santos JAB, Costa RB, Santos LA, Gomes ALOL, Santos IRS , Rodrigues RA

O estudo da dominância arterial coronariana possibilita ao profissional associar este dado anatômico com a história clínica do paciente, permitindo um diagnóstico e tratamento mais precisos. o objetivo desse trabalho foi verificar a incidência da dominância coronariana e do número de ramos arteriais presentes em peças cadavéricas humanas existentes no laboratório de anatomia através da injeção de gelatina corada. para o experimento foram utilizados 18 corações integros, excluindo-se aqueles com lesões, cicatrizes ou dissecados. após a lavagem abundante dos vasos para remoção de sangue, coágulos ou trombos, foi injetada através de uma sonda de poliuretano, suturada com fio de algodão à artéria aorta, conectada à uma seringa de 50 ml com solução de gelatina no estado líquido misturada com corante vermelho. concluida a instilação, o coração era imerso em um becker com água gelada, pendurado pelo arco aórtico, sem que nenhuma de suas paredes tocassem as do vidro e conservados em geladeira por 24h. completado o tempo, eram verificados os ramos impregnados com a gelatina e realizada a contagem dos ramos principais e segmentares determinado a dominância coronariana. pôde-se verificar que a dominância direita ocorreu em 72,2% (74% apresentaram 2 ramos, 11% com 1 ramo, 11% com 3 ramos e 5% com 4 ramos), enquanto a esquerda apresentou 22,2% (67% com 1 ramo e 33% com 2 ramos) e a codominância em 5,6%. PALAVRAS-CHAVES: Anatomia Humana, Técnica Anatômica, Dominância Coronariana

As doenças cardiovasculares estão entre as patologias que mais matam no mundo todo e esse número é crescente a cada ano. realizar exames periódicos possibilita diagnósticos mais precoces e tratamentos menos invasivos e mais eficientes. os avanços tecnológicos também têm corroborado bastante na precisão e precocidade do diagnóstico das patologias cardíacas. o conhecimento anatômico da rede vascular coronariana tem grande valor para uma avaliação adequada da normalidade ou do comprometimento das estruturas cardíacas nos exames. este estudo epidemiológico, transversal, utilizou imagens de 45 angiotomografias computadorizadas multislice, avaliando a dominância vascular coronariana, o número de vasos segmentares e sua localização. observamos que a dominância direita foi majoritária com 88,9%, seguido pela dominância esquerda com 8,9% e da codominância com 2,2%, não apresentando diferenças significativas estatisticamente quanto ao sexo. parece-nos lícito afirmar que a anatomia vascular coronariana pode ser facilmente observada através desta técnica e que o conhecimento anatômico possibilita um diagnóstico mais preciso, além de quê e que a maioria dos indivíduos a dominância direita é o padrão mais frequente. PALAVRAS-CHAVES: anatomia humana, dominância coronariana, angiotomografia

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AVALIAÇÃO DA NEOFORMAÇÃO ÓSSEA EM CALVÁRIAS DE RATOS SOBRE O EFEITO DO ALCOOLISMO CRÔNICO ASSOCIADO DA rhBMP-2 Kotake BGS, Issa JPM, Salzedas LMP, Iyomasa MM, Carvalho AAF, Calzzani RAJ, Ervolino E, Trawitzki BF

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE MONITORIA EM ANATOMIA HUMANA PELA ÓTICA DOS DISCENTES Cavalcanti TRF*, Vieira DAF, Maia CMAF, Andrade WB, Costa MAJ, Oliveira LL, Lisboa HMF, Matos DC Faculdade de Enfermagem e Medicina Nova Esperança – FACENE/FAMENE, João Pessoa – PB O Programa de Monitoria tem fundamental importância no processo de implementação da qualidade do ensino ao buscar integrar as duas esferas acadêmicas, discentes e docentes, construindo competência e habilidade práticoteórica e estimulando a pesquisa e extensão. A dupla função da Monitoria permite que o discente aprofunde seus conhecimentos na disciplina e estreite as relações com o professor: o aluno auxilia o professor nas diversas atividades pedagógicas, e se prepara para docência, desenvolvendo aptidão, habilidade e competência na disciplina em que monitora. A eficácia do Programa de Monitoria é um desafio avaliativo que precisa ser, constantemente, mensurado, no processo contínuo de adequação dos serviços de monitoria às necessidades dos acadêmicos assistidos. A pesquisa se propôs a avaliar o Programa de Monitoria Acadêmica, buscando compreender o nível de satisfação dos discentes da disciplina Anatomia Humana e sua visão acerca da atividade de Monitoria. Para tanto, foi aplicado um questionário estruturado aos alunos cursando a disciplina de Anatomia Humana da FACENE/FAMENE. Dos pesquisados, 67% consideraram a Monitoria importante na construção do conhecimento, enquanto 26% apontaram que essa ajuda foi razoável; 67% expressaram que as estratégias de aprendizagem empregadas pelos Monitores conseguiram motivá-lo na construção de seu conhecimento em Anatomia; 30% avaliaram os conhecimentos apresentados pelos Monitores como ótimo e 65% como bom. Concluímos que, embora os discentes reconheçam a importância do Programa de Monitoria e se sintam motivados na construção do conhecimento em Anatomia Humana, importantes dimensões da qualidade dos serviços de monitoria precisam de investimentos para sua melhoria.

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O alcoolismo é considerado um redutor da formação óssea, podendo levar à distúrbios osteometabólicos, já a rhBMP-2 é uma proteína morfogenética conhecida por desempenhar um papel importante nos processos de reparação e indução da formação óssea. O objetivo deste estudo foi investigar a ação do alcoolismo e a resposta do reparo em defeitos ósseos (DO) na calvária de ratos, após a aplicação da rhBMP-2, pura e combinada a uma matriz de colágeno. Foram utilizados 40 ratos divididos em 8 grupos, cada um deles com um período de espera até o sacrifício de 4 semanas, após a criação cirúrgica do defeito ósseo na calvária de 5 mm. Os grupos foram divididos em G1) água “ad libitum” + DO, G2) álcool “ad libitum” + DO, G3) água + DO + 5µg rhBMP-2 pura, G4) álcool + DO + 5µg rhBMP-2 pura, G5) água + DO + carreador esponja de colágeno, G6) álcool + DO + carreador esponja de colágeno, G7) água e + DO + 5µg rhBMP- 2/esponja de colágeno, G8) álcool + DO + 5µg rhBMP-2/esponja de colágeno. Os dados radiográficos foram submetidos à análise estatística Kruskal-Wallis e Dunn's Multiple e os dados histológicos ao teste de análise de variância (ANOVA) e Tukey. O resultado encontrado para a análise radiográfica demonstrou que os grupos tratados com rhBMP-2 independente da utilização do carreador e do etanol apresentaram maior neoformação óssea (p<0,05). Estereologicamente o volume de tecido ósseo neoformado foi maior para os grupos tratados com rhBMP-2 pura ou associada ao carreador, porém para os grupos tratados com etanol houve maior neoformação óssea para o grupo tratado com rhBMP-2 associado ao carreador (p<0,001). Conclui-se neste modelo experimental que, o carreador foi efetivo na bioliberação da rhBMP-2 apenas nos grupos sob efeito do etanol. AGRADECIMENTO: FAPESP (2010/12452-5) e CNPq. PROTOCOLO CEUA: nº:10.1.1011.53.9

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AVALIAÇÃO DA OSTEINTEGRAÇÃO DA HIDROXIAPATITA EM DEFEITOS ÓSSEOS EM TÍBIA DE RATOS COM LESÃO DO NERVO ISQUIÁTICO Gonzaga MG, Issa JPM, Kotake BGS, Cunha MR, Laraia IO, Menezes FR O tecido ósseo é influenciado por diversos fatores e está sujeito a patologias como a osteoporose que pode ocorrer devido à alteração do metabolismo de cálcio em função do comprometimento da funcionalidade do sistema neuromuscular. Situações como lesões nervosas podem comprometer a fisiologia óssea devido à inatividade muscular. Assim sendo, esta pesquisa avaliou a capacidade de regeneração óssea de defeitos na tíbia preenchidos com hidroxiapatita, em ratos com nervo isquiático seccionado. Métodos: Foram utilizados 10 ratos Wistar divididos em dois grupos (G1 e G2) sendo o G1 com nervo isquiático intacto e G2 com nervo isquiático seccionado totalmente. Ambos os grupos foram submetidos à criação experimental de uma falha óssea na tíbia sendo preenchida com grânulos de hidroxiapatita. Após dois meses do implante, os animais foram sacrificados e as amostras processadas e submetidas às analises radiográfica e histológica qualitativa e quantitativa. De acordo com os resultados, radiograficamente notou-se a boa radiopacidade da hidroxiapatita bem como a definição radiográfica do defeito ósseo. Nos achados histológicos, observou a neoformação óssea adjacente aos grânulos de hidroxiapatita sendo menos acentuada nos animais do G2. Conclusão: Neste modelo experimental, pode-se observar que a formação de tecido ósseo pela hidroxiapatita na falha óssea pode ser obtida mesmo em animais com paralisia de membros em função da lesão nervosa, porém em menor quantidade e velocidade.

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO SOBRE A DOAÇÃO DE CORPOS PARA ESTUDO ENTRE ESTUDANTES E PROFESSORES DA ÁREA DE SAÚDE Boni RC*, Barreto, SF, Prosdócimi FC, Moreira, DM, Bonsi AB, Soares LT

INTRODUÇÃO O conhecimento da Anatomia Humana é essencial à formação profissional médica, para tal torna-se indispensável o uso de cadáveres no processo de aprendizado. As peças anatômicas permitem que o estudante médico obtenha uma visão tridimensional e uma percepção aproximada da dimensão e formato dos diversos órgãos humanos, essenciais também aos exames de imagem, e constituem um recurso didático essencial para o ensino de técnicas clínicas e cirúrgicas. Surge, portanto, uma reflexão acerca das limitações humanas e a morte como um fato da vida. O número de cadáveres que chegam às instituições de ensino está diminuindo, em parte porque essa aquisição ocorre quase que exclusivamente de corpos não reclamados, e considerando os trâmites necessários, pode ocorrer a impossibilidade da utilização destes corpos devido ao avanço do processo de putrefação. As doações espontâneas de corpos para estudo ou pesquisa funcionariam como uma estratégia para solucionar esse problema. OBJETIVO Com o objetivo de melhor entender os aspectos éticos relacionados a doação de cadáveres para estudo acadêmico, será aplicado um questionário para conhecer a opinião de professores e alunos do primeiro e último semestre do curso de Medicina da Universidade Nove de Julho - UNINOVE. Com base nos dados obtidos poderemos estabelecer políticas de doação mais adequadas para a obtenção de cadáveres, visando desse modo uma melhora acentuada do estudo básico.

AGRADECIMENTO: PIBIC/CNPq e NAPED/FMJ. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da Faculdade de Medicina de Jundiaí, protocolo 98/2010.

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE CADÁVERES ANIMAIS, CONSERVADOS EM SOLUÇÃO DE LARSSEN MODIFICADA, POR MEIO DE TÉCNICAS CIRÚRGICAS

AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE PONTE MIOCÁRDICA EM PEÇAS ANATÔMICAS E EM CINECORONARIOGRAFIAS

Santos BA (brunoalvarenga@gmail.com), Bastos AV*, Galera PD, Lima EMM, Santana MIS

Costa RB, Barros HP , Barros HMM, Rodrigues RA, Santos LS, Silva GDR, Bezerra NN, Tenório TPA

Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, UnB

A ponte miocárdica é uma alteração na qual uma artéria coronariana percorre um curso intramural sofrendo compressão, diminuindo seu calibre intraluminal, durante a sístole. Seu significado clínico é incerto, podendo causar arritmias, angina ou mesmo infarto e morte súbita. Entretanto, ainda é subdiagnosticada, tendo a maioria de seus portadores assintomáticos e com seus mecanismos fisiopatológicos e terapêuticos ainda pouco elucidados. O objetivo deste estudo foi investigar em peças anatômicas após injeção de resina acrílica e em exames de cinecoronariografias sua incidência, verificando também qual artéria coronária é mais acometida. Foram avaliados 18 corações humanos (G1) e 54 exames de cinecoronariografias (G2). No G1 observou-se a ocorrência de ponte miocárdica em 66,7%, sendo a artéria interventricular anterior acometida em 100% e em 25% das amostras o ramo diagonal esquerdo também apresentou a ponte miocárdica. O Grupo II apresentou ocorrência de 14,8%, destes 62,5% com uma única ponte, 25% duas pontes e 12,5% três pontes, sendo a artéria interventricular esquerda a mais frequente, seguida pelas artérias diagonal esquerda e a marginal esquerda. Podemos concluir que apesar da ponte miocárdica está presente na maioria da população, o grau de obstrução durante a sístole é pequeno, justificando a dificuldade de observação imageográfica e a assintomatologia clínica.

O uso de animais vivos para treinamento de técnicas cirúrgicas desnecessárias ao animal vem em oposição a questões éticas. Uma alternativa a esta conduta é a utilização de cadáveres para treinamentos cirúrgicos. Neste trabalho, foram avaliados dez cães conservados em solução de Larssen modificada e criopreservados por meio das técnicas cirúrgicas como: ovário-salpingo-histerectomia, cistotomia, enterectomia e enteroanastomose, mastectomia e osteotomia da cabeça do colo do fêmur. Ainda, dois animais foram utilizados em uma aula prática da disciplina de Técnica Cirúrgica onde, após a avaliação de questionário respondido pelos alunos, se constatou a aprovação de todos e apoio a utilização destes animais à rotina da disciplina. De forma geral, o uso da Solução de Larssen modificada se demonstrou eficiente para a conservação de cadáveres de forma muito semelhante aos animais vivos e anestesiados, pois preserva características dos tecidos orgânicos como textura e friabilidade, além da flexibilidade das articulações sinoviais. Apesar da boa aceitação do uso de animais conservados com a Solução de Larssen modificada por parte dos alunos, de forma geral, os tecidos se apresentaram pálidos, característica esta que pode criar um aspecto negativo para a utilização dos animais, além de não ser útil para o treinamento de hemostasias e verificação da eficácia de ligaduras, bem como de não estimular o uso das técnicas de assepsia e antissepsia cirúrgicas. Ainda, a utilização deste modelo de conservação permite a criação de um estoque de animais para utilização em aulas práticas de cirurgia e anatomia, além de ser uma excelente opção para aproveitamento dos animais eutanasiados pelo Centro de Controle de Zoonoses do Distrito Federal.

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AVALIAÇÃO DAS DIMENSÕES CEREBRAIS E DENSIDADE CELULAR NOCORTEX MOTOR DE RATOS INTOXICADOS CRONICAMENTE COM ETANOL Fernandes LMP, Teixeira FB, Santana LNS, Maia CSF, Lima RR* Universidade Federal do Pará

AVALIAÇÃO DAS TENSÕES MECÂNICAS CAUSADAS PELA DISTALIZAÇÃO DE MOLARES SUPERIORES Croci CS*; Prado FB; Caria PHF

Foram utilizados ratos Wistar, fêmeas (n= 30), que ao completarem 35 dias de idade, receberam por via intragástrica (gavagem) água destilada ou etanol (ETOH) na dose de 6,5 g/kg/dia (22,5% p/v) até completarem 90 dias. Após esse período, os animais foram anestesiados, perfundidos, os cérebros removidos da caixa craniana e mensurados usando paquímetro digital nas dimensões ântero-posterior, dorso-ventral e látero-lateral, com as mensurações em milímetros. Após as mensurações, os cérebros foram pós-fixados, incluidos em Tissuetek, congelados, cortados em secções de 50 μm de espessura, as quais foram coradas com violeta de cresila e utilizando-se microscópio óptico Olympus CX31 com gradícula de 0,00625 mm², avaliada a densidade celular no córtex motor em três regiões. Os dados foram tabulados com a média e erro padrão, sendo em seguida feita análise estatística nos dados obtidos com as mensurações e com as de densidade celular no córtex motor, nas quais se utilizou o teste T-student, considerando-se p<0,005. A partir da mensuração mesoscópica, observou-se que o tratamento com etanol induziu diminuição das dimensões cerebrais nos sentidos ântero-posterior (ETOH= 13.8±0,09; Controle= 15±0,04), látero-lateral (ETOH= 13.2±0.04; Controle= 14.4±0.04) e dorso-ventral (ETOH=7.8±0.4; Controle=8.7±0.4), todas estatisticamente significante. A densidade celular nos animais ETOH (2.832±180.5) foi menor que nos animais controle (3.604 ±120.3), também apresentando diferença estatisticamente significante. Assim, pode-se sugerir que há diminuição nas dimensões encefálicas e na densidade celular do córtex motor e cerebelo perante intoxicação crônica com ETOH da adolescência à fase adulta.

A tração da maxila é indicada na correção da má oclusão de Classe II com protrusão maxilar. A biomecânica deste movimento deve ser conhecida para minimizar seus efeitos colaterais. Por isso essa pesquisa avaliou tridimensionalmente as tensões mecânicas decorrentes da distalização de molares superiores com diferentes vetores de força. Para tal foi desenvolvido um modelo de uma maxila com os dentes posteriores, a partir de imagem tomográfica (0,3mm de espessura), que foi convertida em malha de elementos finitos (Ansys v14). Neste modelo foi simulada a aplicação de uma força sobre o primeiro molar de 450 gramas em três direções: alta (+15º), horizontal (0 o) e baixa (- 15º). A força aplicada provocou tensões de Von-mises concentradas na parte posterior maxila na tração alta, enquanto nas trações horizontal e média as forças se dissiparam em menor intensidade e para a parte anterior da maxila. Houve presença de tração nos dentes, processos alveolares e parte anterior da maxila na tração baixa e horizontal e na parte posterior da maxila para a tração alta. Os dentes e a maxila se deslocaram para baixo e para trás na tração horizontal e baixa. Na tração alta deslocaram-se para trás sem o componente de deslocamento inferior. Diante do exposto, os três tipos de tracionamento demonstraram efetividade no deslocamento dos molares superiores para distal, porém, com componente de deslocamento inferior para a tração horizontal e baixa e maior deslocamento distal do dente com a tração baixa. As trações horizontal e baixa promoveram deslocamento antero-inferior da maxila no sentido horário enquanto a alta restrição ao deslocamento inferior da maxila e dos molares.

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AVALIAÇÃO DAS VARIAÇÕES ANATÔMICAS DO DUCTO CÍSTICO POR MEIO DA COLANGIORRESSONÂNIA MAGNÉTICA Lopes CC*, Santos RAS Centro Universitário São Camilo O conhecimento das variações anatômicas do ducto cístico se faz necessária pois tais variantes podem gerar confusões na interpretação de exames de imagens e elevam a probabilidade de afecções e calculoses das vias biliares. Objetivou-se avaliar retrospectivamente as variações anatômicas do ducto cístico por meio de imagens de colangiorressonância magnética (colangio-RM). Foram avaliados os exames de colangio-RM de 44 pacientes utilizando o banco de dados da Clínica Ecoimagem Diagnósticos por Ultra-som Ltda. entre janeiro de 2010 a dezembro de 2011.Os exames foram realizados no aparelho Magnetom® Siemens Avanto 1.5 Tesla, com bobina Body 8 canais phased array. seguindo o mesmo protocolo ( T2 coronal, T2 Axial, T2 Axial Fat Sat, Axial In/Out Phase, T2 coronal Hasteir 3D e T2 Radial Hasteir 2D com reconstruções de projeções de intensidade máxima). Dos 44 exames (100%), 29 (65,9%) eram de pacientes do sexo feminino e 15 ( 34,1%) do sexo masculino, com idade média de 53 anos. No estudo das variações anatômicas da inserção do ducto cístico feito com a amostra de 44 exames ( 100,0 % ) podemos observar a seguinte distribuição : padrão habitual de inserção do ducto cístico 31 exames ( 70,5%); ducto cístico paralelo ao ducto hepático comum 6 exames ( 13,6%); inserção alta do ducto cístico 2 exames ( 4,5%); inserção baixa do ducto cístico 3 exames ( 6,8%); inserção medial no ducto hepático comum percorrendo um trajeto posterior ao ducto hepático comum 1caso (2,3 % ); inserção medial no ducto hepático comum percorrendo um trajeto anterior ao ducto hepático comum 1 exame (2,3%) e ducto cístico drenando no ducto setorial posterior direito 1 caso (2,3 %) .O ducto cístico com padrão normal ocorreu em 70,5% dos casos sendo sua maior variação o trajeto paralelo deste ducto em relação ao ducto hepático comum (13,6%).

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AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS DOCENTES DE ENFERMAGEM E MEDICINA SOBRE A TERMINOLOGIA ANATÔMICA ATUALIZADA Vieira DAF*, Maia CMAF, Cavalcanti TRF, Andrade WB, Costa MAJ, Oliveira LL, Lisboa HMF, Medeiros, LLS Faculdade de Enfermagem e Medicina Nova Esperança – FACENE/FAMENE, João Pessoa – PB A Anatomia Humana é a mais antiga das Ciências Médicas, tendo sido estudada de maneira formal, inicialmente, no Egito, e recebido status de Ciência a partir da civilização Grega. Como toda Ciência, possui sua linguagem própria com um conjunto de termos utilizados para nomear e descrever o corpo humano. A última revisão terminológica foi concluída pela Comissão Federativa da Terminologia em 1998, publicada em 2001 e válida até o momento atual. Apesar do tempo transcorrido desde a última revisão da terminologia, a prática profissional na área de saúde nos tem demonstrado que grande parte dos profissionais de saúde não utiliza essas denominações de forma apropriada, evidenciando a urgente necessidade de investimentos para atualização dos mesmos com relação ao assunto. Uma Pesquisa realizada em 2006, no município de João Pessoa-PB, em que se avaliou o grau de conhecimento dos docentes das Instituições privadas de Ensino Superior dos cursos de Enfermagem e Medicina sobre a denominação de órgãos e partes do corpo humano, a partir da Terminologia Anatômica Internacional, identificou desatualização na nomenclatura anatômica usada, provocando dificuldades para a compreensão do conhecimento ministrado nas disciplinas e divergência na comunicação entre os profissionais, em atuação nos campos de prática de assistência à saúde. Diante disso, pretende-se com esta pesquisa, avaliar o conhecimento da Terminologia Anatômica atualizada entre os docentes das Instituições de Ensino Superior privadas e públicas do município de João Pessoa-PB. A pesquisa será de campo, de natureza quanti-qualitativo, com aplicação de questionário estruturado a todo o corpo docente dessas Instituições, no período de Agosto a Dezembro/2012.

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AVALIAÇÃO DO EFEITO DO EXERCÍCIO EM PALTAFORMA VIBRATÓRIA SOBRE O CORPO DAS VERTEBRAS DE RATAS IDOSAS COM OSTEOPOROSE EXPERIMENTAL Anaruma, CA*1, Boaro, SN2, Teixeira, PSS3, Gonçalves, SR1, Anaruma, CP1, Ferraz, A1. 1 Departamento de Educação Física – IB – Unesp – RC, 2Departamento de Educação Física – FCT – Unesp – PP, 3Seção de Biotério Central da UNESP – BO A osteoporose é uma doença sistêmica caracterizada pela diminuição da massa e deterioração da microarquitetura do osso deixando-o frágil e susceptível a fraturas. Vários tratamentos têm sido propostos para a recuperação da massa óssea, dentre eles, a vibração. Assim, o objetivo deste trabalho foi testar a eficácia da plataforma vibratória sobre a recuperação da microarquitetura óssea em ratas idosas ovariectomizadas utilizando-se de Microscopia Eletrônica de Varredura de baixo vácuo (MEV). Para tal, foram utilizadas 20 ratas Wistar com 24 meses de idade, separadas em 4 grupos: Sedentário (S), Sedentário Ovariectomizado (SO), Treinado (T) e Treinado Ovariectomizado (TO). O exercício em plataforma constou de 15 minutos com frequência de 35 Hz e amplitude baixa (1 a 2mm) realizada em dias alternados, durante 8 semanas. Uma amostra do terço proximal da diáfise do fêmur foi fixada em solução de KARNOVSKY por 48 hs e desidratada em séries ascendentes de álcoois para ser observados em MEV de Baixo Vácuo de Bancada Hitachi 3000. Foram medidas as espessuras dos ossos cortical e esponjoso. Os dados foram submetidos à análise de Variância e teste “t”. Observou-se, nos grupos treinados, tanto nos ossos cortical, como esponjoso que constitui o corpo da vértebra, uma melhora qualitativa em comparação aos grupos sedentários. Ou seja, a espessura do osso cortical destes animais submetidos à vibração mediu em média 89,1±13µm no grupo T e 80,2±10µm no grupo TO, contra 66,2±10µm do grupo S e 63,3±9µm do grupo SO (p.0,05). Concluímos que, do ponto de vista morfológico, a vibração produzida pelo equipamento testado foi capaz de melhorar a microarquitetura do osso, podendo ser preconizado para o tratamento de osteoporose já instalada.

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AVALIAÇÃO DO VOLUME CEREBRAL GLOBAL EM ADOLESCENTES COM SINTOMATOLOGIA POSITIVA PARA BULIMIA NERVOSA Silva PMF*, Ximenes RCC, Melo MG, Lima RCA, Diniz PRB, Vasconcelos FMN, Almeida WM, Silva EFA Universidade Federal de Pernambuco – UFPE A bulimia nervosa (BN) consiste em um transtorno alimentar no qual o indivíduo faz ingestão compulsiva de grande quantidade de alimentos, seguido de vômito auto-induzido ou de abuso de laxantes, geralmente apresentando suas primeiras manifestações na adolescência. Com o surgimento de novas técnicas de neuroimagem, estudos com transtornos alimentares têm contribuído para o entendimento sobre parâmetros estruturais e funcionais do cérebro. A utilização dessas técnicas auxilia na prática clínica psiquiátrica para melhor entender a evolução, a gravidade e o prognóstico dos distúrbios. Objetiva-se determinar as principais alterações volumétricas cerebrais em adolescentes de 15 a 19 anos estudantes de escolas públicas estaduais com sintomatologia positiva para BN, através de Tomografia Computadorizada. Para esse rastreamento serão utilizadas as escalas EAT-26 (Teste de Atitudes Alimentares) e o BITE (Teste de Avaliação Bulímica de Edinburgh), e imagens de Tomografia Computadorizada. Esse estudo será desenvolvido na cidade do Recife e consistirá em dois grupos; grupo A: adolescentes com sintomatologia positiva para BN que não façam uso crônico de álcool ou psicotrópicos e grupo B: grupo controle - adolescentes saudáveis que não apresentam alterações neurológicas e/ou psiquiátricas e que não façam uso de drogas. Estima-se que a amostra será de 27 adolescentes em cada grupo, onde serão pareadas em relação a sexo e idade. Espera-se com esse estudo obter informações que ajudem a identificar as repercussões causadas por atitudes de compulsão/restrição ou compulsão/purgação em nível de volume cerebral global e quais as possíveis conseqüências cognitivas que esse adolescente possa vir a desenvolver durante sua vida.

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AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DOS EFEITOS DO ENVELHECIMENTO SOBRE AS FIBRAS COLÁGENAS DO GÂNGLIO TRIGEMINAL DE RATOS WISTAR Eustáquio-Silva R*, Baptista JS, Mayer WP, Bolina-Matos RS, Alves PHM, Liberti EA

O gânglio trigeminal (GT) é uma importante estrutura nervosa relacionada com a aferência da maioria das estruturas da cabeça. São descritas uma série de alterações morfológicas advindas do seu processo natural de envelhecimento, e assim, objetivou-se avaliar a arquitetura ganglionar representada pelo seu componente colágeno em animais da linhagem Wistar de diferentes idades. Utilizou-se 15 Rattus norvergicus machos separados nos grupos jovem (J), adulto (A) e idoso (I) com respectivamente, 2, 12 e 24 meses de vida. Foram utilizados os GT esquerdos submetidos às rotineiras técnicas histológicas para evidenciação das fibras colágenas e posterior diferenciação, sob luz polarizada, nos tipos I e III. Observou-se em todos os grupos (J, A, I) a presença de fibras colágenas do tipo I, contudo, a densidade não foi a mesma, uma vez que nos animais do grupo J predominaram as fibras colágenas do tipo III; um relativo equilíbrio entre as fibras colágenas dos tipos I e III no grupo A e um nítido predomínio das fibras do tipo I nos animais do grupo I. O aumento de fibras colágenas do tipo I nas estruturas ganglionares do sistema nervoso parece estar relacionado ao processo natural de envelhecimento, como também já relatado nos gânglios do plexo mioentérico, tanto do intestino delgado quanto do intestino grosso de humanos.

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AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO DA TARTARUGA DA AMAZÔNIA (Podocnemis expansa) Carvalho YK*1, Belfort AS1, Medeiros LS1, Cordeiro ALL1, Salas ER1, Bombonato PP2 1.Universidade Federal do Acre, 2.Universidade de São Paulo A tartaruga da Amazônia (Podocnemis expansa) é um animal com grande potencial zootécnico, sendo muito utilizada em criações comerciais no norte brasileiro. A principal dificuldade enfrentada na quelonicultura é a questão alimentar, visto que esses animais possuem uma alimentação diversificada a base de frutos, raízes, sementes e talos, além de pouco se conhecer sobre seu sistema digestório. O propósito do estudo foi descrever macroscopicamente a porção tubular do sistema digestório da Podocnemis expansa incluindo: Esôfago; Estômago; Intestinos (delgado e grosso) e Cloaca. O presente estudo utilizou cinco tartarugas da Amazônia (Podocnemis expansa) adultas de ambos os sexos. Após a eutanásia foi coletado o sistema digestório, os quais foram resfriados, dissecados, mensurados, analisados e fotodocumentados. Os valores obtidos (Média±DP) do comprimento (em centímetros) do sistema digestório foram: Esôfago 11,2±2,77; Estômago (curvatura maior) 19±6,44 e (curvatura menor) 18,8±2,59; Intestino Delgado 62,6±6,54; Intestino Grosso 21,2±4,32 (Ceco 10,8±2,59 e Cólon 11,4±1,34); Cloaca 3,7±1,3. O sistema digestório da Podocnemis expansa apresenta no terço inicial do esôfago papilas cônicas projetadas caudalmente, o que sugere auxílio na deglutição do alimento. O estômago apresenta-se em uma única cavidade e aspecto glandular. A mucosa do intestino delgado mostrou variação de coloração e aspecto, ao longo de seu trajeto, sugestivo das porções diferentes que o constituem. No intestino grosso notou-se um ceco exuberante. A tartaruga da Amazônia apresentou algumas particularidades no sistema digestório, o que reforça sua complexidade. Neste contexto, cabem maiores investigações quanto ao aspecto miscroscópico. PALAVRAS-CHAVE: Tartaruga da Amazônia, Podocnemis expansa

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AVALIAÇÃO MICROSCÓPICA E QUANTIFICAÇÃO DO FERRO ESPLÊNICO EM RATAS PINEALECTOMIZADAS Pedroso APO*1, Santos CP1, da Silva IMB1, Aguiar Júnior FCA1, Santos KRP1 1 UFPE A pinealectomia pode modular a resposta imunológica afetando inclusive as funções do baço. Grande parte do ferro do organismo é estocada nos macrófagos esplênicos sob a forma de ferritina e/ou hemossiderina.Neste estudo, objetivamos quantificar através de histomorfometria o ferro esplênico de ratas pinealectomizadas. Para tanto, foram utilizadas 12 ratas albinas Wistar separadas em GI (Ratas pinealectomizadas) e GII (Ratas Sham-pinealectomizadas). Após um período de 6 meses pós-cirúrgico, as ratas foram anestesiadas, eutanasiadas e necropsiadas para retirada dos baços, os quais foram preparados através de técnicas histológicas de rotina, cortados em 5 µm e corados por Perls. A análise histomorfométrica foi realizada através do software image J.Após a obtenção das mensurações, os valores obtidos foram analisados pelo teste t de student considerando estatisticamente significativos os valores de p<0,05. A quantidade de ferro encontrada foi normalizada para o controle. Os resultados obtidos mostraram que o GI apresentou 78,84% da quantidade total descrita para GII. Estes dados revelaram uma diminuição na quantidade do ferro no baço em cerca de 20%, sendo esta redução significativa estatisticamente (p=0,004). Este fato pode estar relacionado à diminuição do número de macrófagos existentes no baço dos animais pinealectomizados ou por uma ação direta da melatonina no metabolismo e estoque do ferro esplênico.

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AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DO OSSO ALVEOLAR MANDIBULAR DE INDIVÍDUOS DENTADOS E PARCIALMENTE DESDENTADOS EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS Almeida VL, Bregadioli T, Rossi AC, Freire AR, Caria PHF, Prado FB, Groppo FC

Sabe-se que a presença dos dentes tem efeito positivo sobre a morfologia das estruturas craniofaciais. O objetivo deste estudo foi avaliar as diferenças morfológicas do osso alveolar mandibular de indivíduos total e parcialmente dentados em radiografias panorâmicas. Foram selecionadas 200 radiografias panorâmicas de indivíduos de 20 a 70 anos de ambos os sexos (100 dentados totais e 100 dentados parciais). Foram excluídos indivíduos com história médica de hiperparatireoidismo, osteoporose, hipo/hipertireoidismo, diabetes, doença renal crônica, presença de disfunção temporomandibular e/ou hábitos parafuncionais. No software ImageLab2000 foram determinados 5 pontos para mensuração do osso alveolar mandibular: altura correspondente à linha mediana; linha correspondente às superfícies distais dos primeiros pré-molares, esquerdo e direito; linha correspondente às superfícies distais dos primeiros molares esquerdo e direito. A análise estatística realizada foi two-way ANOVA e teste de Tukey, no software Systat 13.0. Na altura correspondente à linha mediana, não houve influência do tipo de dentição (p=0.111), mas o sexo masculino mostrou maiores valores (p<0,0001). A linha direita correspondente às superfícies distais dos primeiros prémolares não apresentou influência do tipo de dentição (p=0.149), mas o sexo masculino mostrou maiores valores (p<0,0001). A medida da linha esquerda correspondente às superfícies distais dos primeiros prémolares foi influenciada pelos sexos (p<0,0001), mas não pelo tipo de dentição (p=0,504). As medidas das linhas direita e esquerda correspondentes às superfícies distais dos primeiros molares mostraram maiores valores (p<0,0001) para o sexo masculino e dentados.

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AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DO PROCESSO DIGESTIVO NO HEPATOPÂNCREAS DE JUVENIS DE Macrobrachium amazonicum Picolo JM*(janapicolo@hotmail.com), Ribeiro K, Papa LP, Silva RN, Siebert TH, Vicentini, C.A.; Franceschini-Vicentini IB * Mestranda em Aquicultura e Biologia Aquática – CAUNESP; Laboratório de Morfologia de Organismos Aquáticos, Faculdade de Ciências, UNESP – Bauru

AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DOS EFEITOS DO ENVELHECIMENTO SOBRE AS CÉLULAS SATÉLITES GLIAIS DO GÂNGLIO TRIGEMINAL DE RATOS WISTAR Eustáquio-Silva R*, Baptista JS, Mayer WP, Bolina-Matos RS, Oliveira BCC, Silva JB, Bandeira R, Liberti EA

A carcinicultura de água doce é uma forma de produção de crustáceos com baixo impacto ambiental. A espécie brasileira Macrobrachium amazonicum tem grande potencial de cultivo e alguns aspectos da sua biologia vêm sendo estudados na última década. O hepatopâncreas (HP) é um órgão chave na digestão de crustáceos. Este órgão está composto por túbulos hepatopancreáticos, cujo epitélio apresenta 5 tipos celulares envolvidos na digestão do alimento. Assim o objetivo deste estudo foi avaliar a dinâmica celular do epitélio hepatopancreático nos diferentes períodos pós alimentação (PA). Para tanto o hepatopâncreas de juvenis foram coletados nos tempos de PA de 1h, 7h, 13h, e assim sucessivamente somando-se 6 horas a cada intervalo de coleta, até 121h. O Índice Hepatossomático (IHS) foi aferido. Os fragmentos de HP foram fixados em Bouin, processados para rotina de inclusão em historresina, e corados com Hematoxilina/Eosina. Após análise, foram observados períodos com elevado IHS seguidos de períodos com baixo IHS ocorridos em todos os 5 dias de observação. Nos momentos que correspondem ao elevado IHS é possível observar grande acúmulo de células B, com extrema vacuolização, o que indica digestão intracelular segundo a literatura. Nos momentos com baixo IHS é evidente o grande número de células F que produzem enzimas digestivas, e células R que estocam reservas, sugerindo baixa atividade digestiva. Após 24 h de PA, provavelmente os restos não digeridos do HP que retornam ao estômago, voltem a ser distribuídos pelo HP novamente. Assim, as características morfológicas não diferem nos diferentes momentos de elevados IHS, e o mesmo ocorre para os baixos IHS .Este fato é corroborado pela ausência de fezes num período maior que 24h pós alimentação.

O gânglio trigeminal (GT) é uma importante estrutura nervosa relacionada com a aferência da maioria das estruturas da cabeça. São descritas uma série de alterações morfológicas advindas do seu processo natural de envelhecimento, e assim, objetivou-se avaliar o número e a distribuição das células satélites gliais (CSG) em animais da linhagem Wistar em diferentes idades. Utilizou-se 15 Rattus norvergicus machos separados nos grupos jovem (J), adulto (A) e idoso (I) com respectivamente, 2, 12 e 24 meses de vida. Foram utilizados os GT direitos, submetidos à técnica de coloração rotineira da hematoxilina e eosina (HE) com o objetivo de evidenciar e contabilizar as CSG. A análise estatística demonstrou uma menor população celular no grupo I, sem diferença entre os grupos J e A. Quanto à distribuição, observou-se, em todos os grupos, a formação de envelopes (bainhas) gliais ao redor dos corpos neuronais, sendo que nos grupos J e A, verificou-se a formação de envelopes envolvendo mais de um corpo neuronal. A redução nas CSG encontrada na presente pesquisa parece acompanhar a redução do volume na área do perfil neuronal, remetendo a uma diminuição na atividade metabólica dos corpos neuronais com uma consequente diminuição da bainha glial, uma vez que as CSG têm por função dar suporte às atividades neuronais.

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AVALIAÇÃO ODONTOMÉTRICA DA MODELAGEM DE CANAIS RADICULARES DE CÃES PREPARADOS COM INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS ROTATÓRIOS Torres MF, Veronez DAL, Santos JS, Prisco Farias EL, Leal Júnior AR, Crozetta B, Gomes FGL, Branche JAr

AVALIAÇÃO NA INTERFERÊNCIA DA SEDAÇÃO NA IMAGEM RADIOGRÁFICA DA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL DE CÃES Scherer PO, Dias BPS, Passos NC*, Lisboa PAV UFRRJ

A displasia coxofemoral constitui-se a má formação da articulação do quadril. A primeira citação em cães surgiu 1936, e acreditava-se ser uma alteração do crescimento onde ocorria uma insuficiência da estabilidade articular em consequência da má distribuição de forças sobre a articulação. Atualmente, a displasia coxofemoral continua sendo uma das principais e mais frequentes patologias ósseas em cães, onde o diagnóstico preciso desta enfermidade consiste na realização de estudos radiográficos criteriosos, precisos e específicos das articulações coxofemorais. A literatura vem mostrando os benefícios que a anestesia traz para a realização de um posicionamento adequado. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da sedação sobre o aspecto radiográfico das articulações coxofemorais. No presente trabalho foram utilizados 70 cães de grande porte, da raça Labrador. Os animais foram inicialmente radiografados sem sedação, seguindo as normas técnicas editadas pela ABRV, em seguida submetidos à sedação e novamente radiografados. Os resultados encontrados durante o experimento evidenciaram que houve uma variação significativa no aspecto radiográfico das articulações coxofemorais e na evidenciação do grau de displasia após o uso da sedação, Observou-se que à medida que aumentam os graus de displasia, aumentam também o número de animais classificados nestes níveis quando sedados.

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Doenças periodontais, traumas físicos e químicos por vezes podem causar alterações pulpares irreversíveis com consequente perda do dente. Diagnosticar e tratar dentes acometidos por doenças pulpares é um desafio para o cirurgião veterinário uma vez que são demorados, onerosos e devem ser realizados, na maioria das vezes, sob anestesia geral, o que causa estresse para o paciente. No caso de terapia endodôntica, o maior desafio é a limpeza e modelagem do canal radicular. A modelagem é convencionalmente realizada por limas, instrumentos manuais que permitem a obtenção de uma forma cônica e afunilada. Esta fase do tratamento é demorada. Recentemente, o desenvolvimento de ligas de níquel titânio (NiTi) revolucionaram a terapia endodôntica, uma vez que sua superelasticidade foi imediatamente aplicada ao desenvolvimento de instrumentos manuais e rotatórios. Neste sentido, o objetivo deste estudo é avaliar a eficiência de instrumentos rotatórios na modelagem de canais de dentes de cães. Para essa pesquisa, 30 dentes caninos maxilares de cadáveres de cães sem raça definida, provenientes do Laboratório de Anatomia Veterinária da UFPR serão modelados com instrumentos rotatórios ProTaper NiTi (Dentsply-Maillefer)® S1 e S2, F1 e F2. O preparo radicular seguirá a técnica coroa-ápice. Antes e depois da modelagem os dentes serão radiografados e as imagens obtidas serão analisadas pelo programa de captura e análise de imagem Image Lab®. Testes iniciais mostraram que a flexibilidade dos instrumentos rotatórios proporciona aumento da ampliação do terço radicular apical sem afetar a espessura das paredes dentinárias, mantendo a ampliação moderada dos terços radiculares cervical e médio.

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AVALIAÇÃO POR PARTE DOS ESTUDANTES DE MEDICINA EM RELAÇÃO À FORMA DE ABORDAGEM DA DISCIPLINA DE ANATOMIA HUMANA Cunha KL*, Aragão Júnior FES, Braga ABR, Marinho LB, Oliveira Filho FJ, Oliveira TA, Pereira Neto FA, Scafuri AG

AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DO DEFEITO ÓSSEO EM CALVÁRIA DE RATOS SUBMETIDOS A DIFERENTES ENXERTO ASSOCIADO OU NÃO A rhBMP-2 Issa JPM, Salzedas LMP, Carvalho AAF, Gonzaga MG, Kotake BGS, Vasconcelos FB, Saheb RC, Calzzani RAJ

O estudo da anatomia é fundamental importância para o conhecimento acerca das estruturas do ser humano, as quais podem ser vistas sem o auxilio do microscópio. Apesar de seu ensino ocorrer apenas durante o primeiro e o segundo semestres, seu aprendizado terá grande importância na prática médica. O estudo objetivou avaliar se os estudantes, no decorrer da disciplina de anatomia humana (DAH), têm gostado da forma que é abordada a anatomia na faculdade, no que se refere à carga horária para o ensino e ao tempo considerado realmente ideal para o aprendizado pelos estudantes. O trabalho teve como amostra 46 alunos do curso de medicina que concluíram a DAH, que responderam a questionários de opinião com questões de múltipla escolha. O esquema de amostragem empregado foi o não probabilístico por conveniência, sendo os dados analisados através de estatística descritiva, mediante distribuição de freqüências. Como resultados, observamos que, dos 46 entrevistados, 29(63%) relataram que consideram a carga horária boa e 17(37%) relataram que não consideram a carga horária boa, considerada pouco para o ensino da anatomia. No entanto, 28(60,9%) afirmaram que seriam ideais de 3 a 4 semestres para o estudo da anatomia, 14(30,4%) afirmaram que a quantidade atual é a ideal e 4(8,7%) afirmaram que a quantidade ideal seria de 5 a 6 semestres. Com base nesses resultados, os autores podem inferir que a maior parte dos entrevistados considera a carga horária boa, no entanto a maioria é a favor de uma maior quantidade de semestres para o ensino da anatomia. Isso mostra que, pela avaliação dos estudantes, deveria ser feita uma melhor distribuição da carga horária para que o aprendizado pudesse ser menos corrido e mais proveitoso, efetivo e concreto.

A proteína rhBMP-2 apresenta grande potencial osteogênico e com sua descoberta estudos vem sendo realizados objetivando avaliar os seus efeitos sobre o crescimento e diferenciação celular. Aliado a este material os enxertos ósseos são materiais comumente utilizados em procedimentos ortopédicos cirúrgicos, deste modo o presente trabalho tem como objetivo avaliar o processo de reparação óssea cicatricial em defeitos ósseos críticos em calvárias de ratos, utilizando diferentes tipos de enxertos ósseos e sua associação a proteína osteoindutora rhBMP-2 através de métodos radiográficos. Foram utilizados 56 ratos Wistar albinos, machos (250 g), divididos em 8 grupos, cada um deles com um período de espera até o sacrifício de 6 semanas. Os grupos foram divididos em: 1) enxerto ósseo autólogo; 2) enxerto ósseo homólogo; 3) enxerto ósseo heterólogo (osso bovino liofilizado); 4) enxerto ósseo autólogo + 5 μg rhBMP-2; 5) enxerto ósseo homólogo + 5 μg rhBMP-2; 6) enxerto ósseo heterólogo (osso bovino liofilizado) + 5 μg rhBMP-2; 7) 5 μg rhBMP-2; 8) defeito ósseo crítico apenas. As amostras foram obtidas no aparelho de raios-X GE-100 (General Eletric, Milwaukee, EUA), operando com 70 Kvp, 10 mA, 12 pulsos, e manipuladas pelo sistema digital Digora (Soredex, Orion Corporation, Helsinki, Finland), no software Digora for Windows 1.51. Os dados foram submetidos à análise estatística de Kruskal-Wallis e Dunn's Multiple Comparisons (p<0,05). Os resultados não apontaram diferença significante entre tratamentos, no entanto, foi observada maior densidade radiográfica nos grupos que receberam rhBMP-2. Pode-se concluir que radiograficamente o tratamento empregado não foi capaz de induzir alterações significantes neste modelo experimental. APOIO: FAPESP (N. 2011/01512-0) Protocolo CEUA: 98/2010.

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AVES TAXIDERMIZADAS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL Silva GO*, Silva JAC, Souza JCF, Oliveira RBC, Araújo MSP, Fraga KB, Galvão APO, Magalhães CP Universidade Federal de Pernambuco – CAV

AVALIAR A PRESENÇA DE FUNGOS EM PEÇAS CADAVÉRICAS 1

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Silva RN*, 2Tuschi JG, 2Lehn CS,1Garcia IP

Docentes da Diretoria da Saúde da Universidade Nove de Julho – UNINOVE/SP; 2Graduandos do curso de Biomedicina da Universidade Nove de Julho – UNINOVE/SP

INTRODUÇÃO: Os cadáveres utilizados para o ensino de anatomia humana devem ser conservados de forma que não ocorra a putrefação e a proliferação de microrganismos. Tais corpos podem ser fixados em formaldeído 10% e conservados em glicerina. Porém, as peças anatômicas contaminadas por fungos podem ser prejudiciais a saúde dos indivíduos que ficam expostas aos esporos fungicos, causando inúmeras enfermidades e até mesmo intoxicação. Por esse motivo a conservação das peças é importante, pois além de evitar a deterioração do material, evita a proliferação de fungos que poderão causar doenças. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é relatar a incidência de fungos em peças cadavéricas, com o intuito de propor, melhor forma de conservação das mesmas através de novo projeto de pesquisa. MÉTODO: A coleta do material a ser estudado será realizada nas peças cadavéricas dos laboratórios de Anatomia Humana de uma Universidade na cidade de São Paulo. O material cadavérico será coletado com swab estéril, e semeado em placas petri contendo Agar Mycosel, acondicionadas a temperatura ambiente (25°C) por 7 dias. As coletas serão realizadas durante 6 meses em diferentes intervalos de tempo. Após o crescimento dos fungos, os mesmos serão submetidos a técnica de microcultivo em Agar batata para a identificação de suas respectivas espécies. Para a análise estatística, será utilizada média e desvio padrão para as amostras coletadas com o intuito de verificar a existência ou não de diferenças significantes entre os percentuais de contaminação das mesmas. RESULTADOS ESPERADOS: Espera-se encontrar gêneros de fungos como Aspergillussp, Penicilliumsp, e demais fungos comumente encontrados no ambiente, assim como espécies incididas do manuseio humano.

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Taxidermia é um termo grego que significa “dar forma a pele”, trata-se da arte de montar ou reproduzir animais para exibição ou estudo. As aves são animais que não nos permitem um contato direto, e a aproximação dessas com os alunos é uma estratégia para modificar a relação do homem com a natureza, que é predominantemente agressiva para os animais em questão. A iniciativa tem como objetivo promover a educação ambiental em Escolas com o auxílio de aves taxidermizadas. Foram utilizadas seis aves de diferentes espécies, a Ara macao (arara tricolor), Columbia livia (pombo), Tyto alba (coruja da torre), Amazona aestiva (papagaio verdadeiro), Paroaria dominicana (galo de campina), Campephilus robustus (pica pau) e Egretta thula (garça). Todas adquiridas através de doação do IBAMA/PE e a realização da taxidermia das mesmas se deram no Laboratório de Anatomia da UFPE/CAV. A atividade foi praticada com alunos do 7º ano da Escola Estadual Antonio Dias Cardoso localizada no município de Vitória de Santo Antão/PE. Inicialmente os alunos responderam a um pré-teste que tinha como objetivos diagnosticar a concepção de ambiente e o conhecimento sobre as aves que os mesmos possuíam. Em seguida, os estudantes participaram de uma aula expositiva e dinâmica onde tiveram a oportunidade de observar de perto, animais antes visto apenas na natureza, livros ou zoológicos; bem como sua morfologia, ecologia e comportamento. Após a exposição, os alunos foram novamente avaliados e demonstraram uma nova visão sobre o tema supracitado. Pode-se concluir que a taxidermia é uma ferramenta eficaz para a educação ambiental, sendo um meio auxiliar que se utiliza de animais mortos que são reaproveitados para a nobre função de educar o próprio homem que destruiu.

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BASES ANATÔMICAS E EMBRIOLÓGICAS DA ECTOPIA CORDIS Rodrigues RMM¹*, Moura LNM¹, Almeida MG¹, Filho JMS¹, Nunes AF¹, Carvalho MC¹, Paulo DB¹, Bernardes AM¹ 1 – Universidade Federal do Piauí

BASES ANATÔMICAS PARA A TÉCNICA DE CATETERISMO UMBILICAL EM FETO FIXADO EM FORMOL Pereira KR1, Guimarães LR1; Cavalcante MLTMH2; Lima AMR3; Fortes MMP3 1-Acadêmicas do 7º período da Faculdade de Medicina do UNIFESO (Teresópolis- RJ); 2-Professora de Anatomia do UNIFESO e FMP/FASE (Petrópolis- RJ); 3- Professores de Anatomia do UNIFESO

A ectopia cordis (EC) é uma rara cardiopatia congênita, frequentemente associada a outras más formações intra e extra cardíacas. Caracteriza-se pelo mau posicionamento do coração para fora, total ou parcialmente do tórax. A elevada mortalidade faz dessa patologia merecedora de atenções e pesquisas, além de um importante desafio à Medicina. A bibliografia, mesmo escassa, é a única fonte ao planejamento cirúrgico adequado. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi abordar os tipos de EC e a possível origem embriológica desta. Para isso, realizou-se pesquisa na literatura com base em publicações do Scielo, BVS e PubMed. Por meio desses, observou-se que a EC é classificada a partir da localização do coração em quatro tipos: cervical,a qual pode haver ou não defeito; torácico,consequente a um defeito ou agenesia do esterno; tóracoabdominal, devido a um defeito na porção inferior do esterno, do diafragma e da parede abdominal; e abdominal, no qual o defeito está localizado no diafragma.Os tipos torácico e tóracoabdominal são mais frequentes. Segundo KAPLAN et al ,o mecanismo teratogênico constitui-se na compressão mecânica, resultante da rotura do córion e saco vitelínico por volta da 3ª semana de gestação, que impede a descida do coração da região cervical ao tórax e a fusão do esterno, responsáveis pelos três primeiros tipos. A EC toracoabdominal, por sua vez, resulta da compressão mecânica citada, combinada à compressão isquêmica necrótica, secundária a defeitos na região umbilical. A conduta de escolha é a intervenção cirúrgica, acomodando o coração dentro do tórax e cobrindo sua parte exposta com pele ou material sintético. Assim, o presente estudo possibilitou o conhecimento dos tipos de EC, bem como suas causas embriológicas.

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INTRODUÇÃO: A circulação fetal é planejada para suprir as necessidades pré-natais, onde o sangue altamente oxigenado retorna da placenta pela veia umbilical, dividindo -se ao se aproximar do fígado para chegar à veia cava inferior (VCI) em dois trajetos: ducto venoso (DV) e o pelos sinusóides e veias hepáticas. A maior parte do sangue que chega pela VCI ao átrio direito (AD) passa através do forame oval (FO) para o átrio esquerdo (AE), onde se mistura com o sangue proveniente dos pulmões pelas veias pulmonares, para então passar para o ventrículo esquerdo (VE) e deixar o coração pela aorta ascendente. O sangue restante do AD se mistura com o sangue da Veia Cava Superior e do seio coronariano e passa para o VD, deixando o coração pelo tronco pulmonar. Cerca de 10% desse sangue segue para os pulmões, o restante passa através do ducto arterial (DA) para aorta descendente e vai para o corpo fetal, retornando para placenta pelas artérias umbilicais (ramos das artérias ilíacas internas). O Cateterismo Umbilical (CU) nos recém-nascidos é um processo invasivo e estéril que visa o acesso venoso ou arterial, com múltiplas finalidades, sendo principal a ressuscitação na sala de parto. As principais complicações desse procedimento são vaso espasmos no CU arterial e trombose da veia umbilical . Para iniciar o procedimento é necessário identificar a presença de duas artérias e uma veia. No CU arterial deve-se abrir delicadamente a parede da artéria usando pinça íris e introduzir o cateter, preenchido com soro fisiológico, perpendicularmente até encontrar uma resistência distante 01 a 02 cm da entrada, retificar o coto em direção cranial e orientar o cateter caudalmente para evitar falso trajeto até a distância pré-determinada. No CU venoso a técnica se difere pela retificação do coto em direção caudal e orientação cranial. OBJETIVOS: revisar a circulação fetal e demonstrar o CU, arterial e venoso, evidenciando a anatomia do cordão umbilical. METODOLOGIA: através da dissecção de um feto, do 3º trimestre de gestação, fixado em solução de formol, pertencente ao acervo do Laboratório de Anatomia do UNIFESO, foram identificadas as estruturas que compõem o cordão umbilical, ou seja, duas artérias e uma veia umbilicais. Foi documentado o passo a passo das técnicas de CU arterial e venoso. RESULTADOS: Para a dissecção do feto foram necessários destreza manual e amplo conhecimento anatômico, para a identificação e acesso às estruturas que foram submetidas às intervenções do CU. CONCLUSÕES: O conhecimento da anatomia descritiva e topográfica da circulação fetal fornece segurança para o aprendizado e treinamento das técnicas de CU nos cursos de graduação em Medicina.

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BENEFÍCIOS DA DISSECAÇÃO NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE ANATOMIA HUMANA NA GRADUAÇÃO Lombardi LA, Ferreira VM, Moura MLA, Prates JC

BASES ANATÔMICAS PARA O MANUSEIO DA SÍNDROME DO MÚSCULO PIRIFORME E BLOQUEIO DO NERVO ISQUÍATICO EM NÍVEL DA FOSSA POPLÍTEA Gadelha VB, Neto VCB, Sena M, Santos BV, Sousa-Rodrigues CF, Bispo RFM Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas O nervo isquiático (NI) é originado das raízes de L4-S3 na forma de dois troncos nervosos: o nervo tibial (NT) e o nervo fibular comum (NFC). Os troncos são envoltos por uma única bainha epineural e dividem-se comumente a nível da fossa poplítea (FP). Estas divisões do NI ocorre em níveis variados acima da FP e podem ser responsáveis diretamente por uma determinada frequência de erros no bloqueio do NI. O NI está frequentemente associado a situações de dor e parestesia de membros inferiores (MMII). Uma possível causa é a estreita relação com o músculo piriforme (MP). Avaliaremos as características do NI e suas relações com o MP e o bloqueio do NI. Foram dissecados anatomicamente 8 MMII sendo feito um estudo detalhado do nível da divisão do NI até o epicôndilo medial e da relação dele com o MP. O NI foi invariavelmente formado por troncos independentes (NT e NFC) envoltos por uma bainha epineural comum. Quanto a relação com o MP uma análise saiu de uma forma diferente do usual, que é do recesso infrapiriforme e, a distância média da divisão do NI foi de 176 mm até o epicôndilo medial. A síndrome do piriforme está comumente associada a variações do NI, porém, a raridade de tais variações, tanto no presente estudo como em publicações por outros grupos, sugerem que a situação dolorosa possa ocorrer frequentemente sem que existam variações anatômicas. Quanto ao bloqueio do NI, os achados sugerem uma modificação do padrão técnico ensinado nele para um ponto acima.

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INTRODUÇÃO: A dissecção anatômica consiste na exploração sistemática de um cadáver humano preservado pela divisão sequencial de camadas de tecidos e a liberação de certas estruturas pela remoção do tecido conjuntivo e gordura regional com o objetivo de apoiar a aprendizagem de anatomia geral pela experiência visual e tátil. Com o advento de novas técnicas e ciência computadorizada surgiram métodos alternativos de ensino de anatomia, como a presença de sites e a ampla disponibilidade de programas de computador, estabelecendo um novo conceito de ensino de anatomia. Apesar de numerosos e variados métodos utilizados no ensino anatômico, ainda existe uma falta de consenso sobre o melhor, ou mais eficiente. Diante disso questionamos saber quais os benefícios, em termos de aprendizado em anatomia, que a dissecação anatômica proporciona aos alunos da área da saúde em geral. OBJETIVO: A pesquisa visou como objetivo geral avaliar os benefícios do método de dissecação no ensinoaprendizagem da anatomia humana na graduação por meio de uma revisão de literatura sistemática. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão sistemática a partir de pesquisas que avaliaram o método de dissecação na aprendizagem de alunos da graduação. Os artigos foram analisados sendo considerada a amostra, amostragem, abordagem, os objetivos, com seus resultados e conclusão. RESULTADOS: Foram encontrados mais de 400 artigos nas bases citadas a respeito do tema. Porém apenas 8 artigos de pesquisas empíricas entre os anos de 2001 a 2011 que tratam do ensino-aprendizado de alunos por meio da dissecação foram selecionados por conta dos objetivos propostos. Estudos que não tratavam a questão de ensino-aprendizado assim como os benefícios do método de dissecação no aprendizado de alunos de graduação foram excluídos. Pelo levantamento observamos que a dissecação anatômica utilizada como método de ensino melhora o aprendizado de estruturas anatômicas, a localização e visualização de estruturas em 3 dimensões, a capacidade de visualização de variações anatômicas, aprimora habilidades manuais, assim como habilidades para seguir instruções complexas e melhora a forma de lidar com questões relacionadas à morte. Notamos também que métodos de ensino em anatomia tais como recursos computadorizados, modelos anatômicos e aulas expositivas por si só não substituem o aprendizado anatômico e clínico, assim como a consolidação do conhecimento proporcionado pelo método de dissecação. CONCLUSÃO: A dissecação anatômica contribui para o ensino-aprendizagem de anatomia humana para os alunos da graduação. Também se constatamos que métodos de ensino em anatomia tais como recursos computadorizados, modelos anatômicos e aulas expositivas por si só não substituem os benefícios proporcionados pela dissecação anatômica. PALAVRAS-CHAVE: Dissecação, Anatomia, Ensino.

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BIOMETRIA DAS VÍSCERAS GASTROINTESTINAIS DO PREÁ (Galea spixii Wagler, 1831) Oliveira REM*, Oliveira GB, Júnior CMO, Figueredo WTX, Costa GD, Filho Rolim JRM, Rodrigues MN, Oliveira MF

BIOMETRIA DA CAVIDADE ACETABULAR E SUA IMPORTÂNCIA CLÍNICA Santos NVS*, Oliveira AM, Reis FP, Júnior EA, Santos AV, Silva JB, Moreira NA, Aragão, JA.

Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Universidade Federal de Sergipe e Universidade Tiradentes

INTRODUÇÃO: O acetábulo é uma cavidade localizada na face lateral da pelve, que acomoda a cabeça do fêmur na formação da articulação do quadril. Esta cavidade pode apresentar enorme variação quanto às suas dimensões e forma. O estudo anatômico e morfométrico do acetábulo são parâmetros essenciais na concepção e desenvolvimento de implante para substituição total do quadril, bem como ajuda na avaliação do grau de displasia acetabular. OBJETIVOS: Estudar a biometria da cavidade acetabular. METODOLOGIA: Foram estudadas 90 cavidades acetábulares de adultos, pertencentes ao Laboratório de Anatomia das Universidades Federal de Sergipe e Tiradentes. Os dados morfométricos, altura, largura e profundidade das cavidades foram obtidas com o auxilio de dois paquímetros digitais (Vonder e Digemess), com precisão de 0,01 milímetros. Excluiu-se do estudo, as cavidades acetábulares que apresentavam destruição ou alterações morfológicas de sua estrutura. RESULTADOS: Das 90 cavidades acetábulares examinadas, sem identificação de sexo e idade, 45 eram direitos e 45 esquerdos. A altura da cavidade variou de 40,18 mm a 56,67 mm com média de 47,88 mm, sendo que no dimídio direito a média foi de 56,67 mm e no esquerdo de 47,92. A largura variou de 39,64 mm a 56,61 mm e média de 46,78 mm, à direita esta média foi 46,51 mm e a esquerda de 47,05 mm. A profundidade da cavidade variou de 17,75 mm a 32,14 mm com média de 24,87 mm, sendo à direita 25,99 mm e a esquerda 24,34 mm. CONCLUSÃO: As dimensões altura e largura da cavidade acetabular foram discretamente maiores à esquerda em relação aos dados gerais, enquanto a profundidade foi maior à direita.

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O preá é um roedor silvestre, pertencente à família Caviidae e gênero Galea de grande importância socioeconômica. Considerando sua importância e diante da escassez de dados referentes ao sistema gastrointestinal, realizou-se este estudo com objetivo de fornecer dados de biometria das vísceras gastrointestinais da espécie. Foram utilizados 15 animais que vieram a óbito por causas naturais, os quais foram pesados e medidos da ponta da crista nucal até a base da cauda, foram eviscerados e logo mensurados cada órgão que compõe o sistema gastrointestinal. Foi realizada uma análise estatística simples dada pela média e desvio padrão. Verificou-se que os animais apresentaram um comprimento médio de 25,93cm ± 0,59cm. Quanto ao estômago este variou entre 9,0 e 11,0cm, com média de 9,6cm ± 0,63cm. O intestino delgado apresentou um comprimento médio de 116,16cm ± 11,87cm. Na medição fracionada do intestino delgado o jejuno apresentou comprimento médio de 89,26cm ± 11,58cm e se mostrou bem maior que o duodeno e o íleo que apresentaram médias de 13,3cm ± 1,72cm e 13,6cm ± 3,24cm respectivamente. Quando íntegro, o intestino grosso apresentou média de 110,74cm ± 8,79cm. O cólon descendente mostrouse maior que as demais porções do intestino grosso com uma média de 60,53cm ± 4,24cm, enquanto o ceco teve média de 9,86cm ± 1,67cm, o cólon ascendente 22,93cm ± 4,36cm, cólon transverso 15,23cm ± 2,42cm e o reto média de 2,18cm ± 0,53cm. PALAVRAS-CHAVES: Galea spixii, Biometria, Vísceras, Preá.

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BIOMETRIA DO FORAME JUGULAR Brito VAN*, Varjão RL, Júnior EA, Souza EC, Costa MPD, Reis FP, Aragão JA. Universidade Tiradentes e Universidade Federal de Sergipe

BIOMETRIA DO OSSO SACRO DO COELHO DOMÉSTICO (Oryctolagus cuniculus) Garrido LI1, Moura WRC1, Franzo VS1, Vulcani VAS2, Gradela A3, Pires IC3* ¹ UFMT- FAMEV, Cuiabá, MT; ² UFG- CAJ, Jataí, GO; 3UNIVASF, Petrolina, PE

INTRODUÇÃO: O forame jugular é uma abertura localizada na fossa posterior da base do crânio, formado pela união das incisuras jugular do occipital com a do temporal. O conhecimento da anatomia da região da base do crânio torna-se cada vez mais importante, em virtude de dificuldades técnicas cirúrgicas em acessar o forame jugular em decorrência da sua localização profunda e da relação com estruturas circunvizinhas, tais como: a artéria carótida, anteriormente; o nervo facial, lateralmente; o nervo hipoglosso, medialmente e a artéria vertebral, inferiormente. OBJETIVO: Estudar a biometria do forame jugular. METODOLOGIA: Foram avaliados 20 bases de crânios secos de humanos, pertencente ao Laboratório de Anatomia da Universidade Tiradentes. Os dados morfométricos das distâncias látero-medial e ântero-posterior do forame jugular foram obtidas com o auxílio de um paquímetro digital (Vonder), com precisão de 0,01 milímetros. RESULTADOS: Dos 40 forames jugulares de 20 bases de crânios secos de humanos estudados, 50% (10) eram do sexo masculino e 50% (10) do feminino, com idade que variou de 31 a 80 anos, e média de 55,05. A distância látero-medial do forame jugular no lado direito variou de 10,15 a 17,18 mm, com média de 13,09±2,06 mm e de 8,32 a 16,67 mm, com média de 12,23±2,24 mm no lado esquerdo. A distância média ântero-posterior do forame jugular foi de 6,84±1,83 mm, variando de 4,42 a 11,22 mm no lado direito; no esquerdo a média foi de 6,24±2,08 mm e variação de 2,65 mm a 10,56 mm. CONCLUSÃO: Em geral a média da distância látero-medial e ântero-posterior do forame jugular é discretamente maior do lado direito em relação ao esquerdo.

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A cunicultura é atividade econômica sustentável em plena expansão. O objetivo é relatar sobre biometria do sacro do coelho. Utilizou-se um exemplar de coelho da UFMT submetido à maceração e clarificação em água com água oxigenada. Com pinças anatômicas e tesouras procedeu-se a limpeza do osso lavado em água corrente e seco para análise. Para biometria, as vértebras sacrais foram medidas (em cm) com um paquímetro. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal da UFMT (número 23108.015949/11-70). O coelho possui 4 vértebras sacrais fusionadas com comprimento dos processos espinhosos do sacro constante de 0,7 cm (S1) a 0,6 cm (S4). A largura S1(0,2 cm) aumenta até S3 (0,4 cm), diminuindo em S4 (0,1 cm). A altura diminui de S1(1,2 cm) a S4 (0,3 cm). No equino, os processos espinhosos do sacro estão direcionados dorso e, caudalmente, exceto o primeiro que possui extremidade tuberosa, como no coelho. A asa do sacro é maior em comprimento (1,9 cm) que em altura (1,2 cm). A face articular cranial apresentou 2,8cm de largura e a face dorsal possui tubérculos que indicam os processos articulares das vértebras sacrais fusionadas, como em suínos. No bovino, o corpo da primeira vértebra sacral é largo, como no coelho (1,5cm), entretanto a largura reduz até a última vértebra sacral (0,5cm). O sacro do coelho apresenta 3 pares de forames dorsais sacrais e 3 pares ventrais, como em toupeiras. No coelho, os forames dorsais se localizam laterais aos processos espinhosos e, o primeiro par é mais desenvolvido do que o restante e, os últimos pares de forames ventrais são oblíquos. Conclui-se que o coelho possui 4 vértebras sacrais fusionadas e possui três pares de forames dorsais sacrais e três pares ventrais e ainda, a S1 é a mais comprida e a S3, mais larga.

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BIÓPSIA DE NERVOS PERIFÉRICOS EM CÃES: UMA METANÁLISE Torres MF, Brancher JA, Guimarães ATB, Farias ELP, Peres DCE, Copetti L, Gomes FGL

BIOMETRIA E ESTEREOLOGIA HEPÁTICA EM RATOS WISTAR INTOXICADOS COM CLORETO DE CÁDMIO Vieira CP*, Diamante MAS (ci.diamante@yahoo.com.br), Leite RP, Predes FS, Dolder H Departamento de Biologia Estrutural e Funcional / UNICAMP, Campinas, SP, Brasil

A poluição ambiental e exposição ocupacional a metais pesados contribui para as principais doenças crônicas e malignas. O cádmio (Cd) é um metal pesado e potencialmente tóxico para seres humanos e animais. Dados anteriores demonstraram que o fígado é o local de maior acumulação e de toxicidade por Cd no organismo. O presente estudo foi realizado para avaliar as mudanças estereológicas dos componentes hepáticos causadas por cloreto de cádmio (CdCl2). Foram utilizados dez ratos Wistar machos, com idade de 90 dias. Como líquido para beber, o grupo controle (C) recebeu solução de sacarose a 10%, e o grupo Cd uma solução de sacarose a 10%, mais de 75 mg / L de CdCl2. Após 30 dias, os animais foram eutanasiados e perfundidos em glutaraldeído 5% em tampão caccodilato de sódio 0,05 M (pH 7,4) durante 25-30 min. O fígado foi pesado, incluído em parafina, seccionado e corado com HE para realizar estereologia. O peso corporal dos animais do grupo C e Cd não se alterou durante o tratamento. Não houve diferença significativa no peso relativo do fígado entre os grupos. A análise histológica do grupo Cd mostrou discreta vacuolização no citoplasma dos hepatócitos. A proporção citoplasmática aumentou significativamente no grupo Cd em relação ao grupo C. A proporção de núcleos de hepatócitos reduziu significativamente no grupo Cd quando comparado ao grupo C. A proporção de sinusóides e células de Kuppfer mantiveram-se semelhantes entre os grupos C e Cd. Estes resultados são preliminares, mas sugerem que a dose administrada no período investigado, não foi capaz de afetar a saúde geral dos animais. No entanto, uma alteração importante no tecido hepático foi observada. Análises ultra-estruturais serão realizadas para confirmar estes resultados.

O diagnóstico de doenças neuromusculares pode ser um desafio mesmo para os clínicos experientes, tendo em vista a semelhança dos sinais clínicos de muitas doenças neuromusculares que dificilmente se distinguem apenas pelo exame físico. Técnicas de imunohistoquímica podem elucidar a base molecular de várias doenças neuromusculares, no entanto, requerem uma biópsia de tecido que pode causar algum tipo de complicação pós-operatória. A extração de um segmento do nervo periférico é, muitas vezes, um componente essencial no plano diagnóstico de doenças neuromusculares pois permite a análise direta de tecido e a classificação correta da doença indicando testes adicionais para a caracterização de doenças inflamatórias, necróticas ou distróficas. A confiabilidade dos resultados depende da correta seleção do local da biópsia que deve considerar a acessibilidade e as possíveis conseqüências causadas pelo procedimento. O objetivo desta pesquisa é realizar uma revisão sistemática da literatura avaliando, simultaneamente, um conjunto de informações obtidas a partir de estudos primários em biópsia de nervo periférico em cães. São formuladas questões em relação ao nervo escolhido para a biópsia, sequelas associadas, alterações histopatológicas observadas e o diagnóstico final. Resultados preliminares consideram 19 trabalhos científicos publicados em revistas indexadas nas bases de dados Pubmed (42%), Sage Journals (53%) e USDA (5%). Dentre esses, 39% avaliaram o N. fibular comum, 17% a medula espinhal, raízes espinhais dorsais, gânlios e N. ulnar, 11% avaliaram os Nn. isquiático, tibial, radial e trigêmio. Em 50% dos estudos, os cães foram eutanasiados após a biópsia, 44% não citaram a sequela e 6% foram realizados em cadáveres.

AGRADECIMENTOS: FAPESP, CAPES e CNPq.

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BRACHIAL PLEXUS IN BRAZILIAN COMMON OPOSSUM (Didelphis aurita)

BRACHIAL PLEXUS IN RABBIT

Senos R, Mattos MF*, Silva FF, Quaglio LS, Benedicto HG

Senos R, Mattos MF, Viana LP*, Silva FF, Quaglio LS

Universidade Federal Fluminense

Universidade Federal Fluminense

The Didelphis aurita is a small marsupial species spread in Brazil and regions of Paraguay and Argentina. Anatomical specific data can be useful in biodiversity, phylogeny and medicine. We described the nerves of brachial plexus of this species. We used 8 thoracic limbs from specimens donated by Niteroi Zoo after death. They were all fixed in 10% formalin. We dissected the muscles and nerves. The brachial plexus was originated from ventral branches of spinal nerves C7, C8 and T1. The brachial plexus sent 12 nerves. The suprascapular nerve supplied the supraspinatus and infraspinatus muscles; the subscapular nerve went to subscapular muscle; the pectoral cranial nerve and caudal pectoral nerve distributed branches to superficial and depp pectoral muscle, respectively; the musculocutaneous nerve sent branches to cranial muscles of the arm and also to coracobrachialis muscle; the axillary nerve was responsible for teres major and minor muscles and deltoideus muscle; the radial nerve supplied the caudal muscles of arm and cranial-lateral muscles of the forearm; the ulnar nerve sent branches to flexor carpi ulnaris, superficial digital flexor muscle and humeral head of deep digital flexor muscle; the median nerve distributed branches to pronator teres and quadratus, flexor carpi radialis and all heads of deep digital flexor; the thoracodorsal nerve was spread into the latissimus dorsus muscle; the lateral thoracic nerve supplied the cutaneous trunci muscle; finally, the long thoracic nerve supplied the serratus ventralis muscle. We also found the axillary loop made by median and muculocutaneous nerve. No significant difference was found in comparison to domestic species, except for ulnar head of the deep digital flexor muscle.

The rabbit (Oryctolagus cuniculus) is widely used in experimental studies involving animal model. Anatomical data of locomotor apparatus in this species can be useful in experimental orthopedics procedures. We described the nerves of brachial plexus of 10 thoracic limbs in rabbits. The specimens were used in other studies before death. Then, to best profit they were fixed in 10% formalin. We dissected the muscles and nerves. The brachial plexus was originated from ventral branches of spinal nerves C7, C8 and T1. The suprascapular nerve supplied the supraspinatus and infraspinatus muscles; the subscapular nerve went to subscapular muscle; the cranial pectoral nerve supplied both superficial and deep pectoral muscles while the caudal pectoral nerve distributed branches just to deep pectoral muscle; the musculocutaneous nerve sent branches to cranial muscles of the arm and also to coracobrachialis muscle; the axillary nerve was responsible for teres major and minor and deoltoideus muscle; the radial nerve supplied the caudal muscles of arm and cranial-lateral muscles of the forearm; the ulnar nerve sent branches to flexor carpi ulnaris and ulnar head of deep digital flexor muscle; the median nerve distributed branches to pronator teres and quadratus, flexor carpi radialis, humeral and radial heads of deep digital flexor muscle and superficial digital flexor muscle; the thoracodorsal nerve was spread into the latissimus dorsus muscle; the lateral thoracic nerve supplied the cutaneous trunci muscle; finally, the long thoracic nerve supplied the serratus ventralis muscle. No significant difference was found in comparison to the domestic species.

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BRINCANDO E APRENDENDO ANATOMIA HUMANA Oliveira VN*, Monte FS, Carchedi LC, Matos LX, Silva IS, Santiago JR, Cardoso JC, Couto NA, Silva RLS, Rezende AB. Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

CALCIFICAÇÃO DO LIGAMENTO ESTILO-HIÓIDEO: DISCUSSÃO DE SUA CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA Ruiz CR, Jesus AM, Wafae N Centro Universitário São Camilo – SP

O estudo da Anatomia Humana é imprescindível para o conhecimento das estruturas do corpo humano e compreensão da função atribuída a cada um dos órgãos. Tradicionalmente, a Anatomia é estudada com o auxílio de livros texto, atlas, cadáveres e peças sintéticas. Entretanto, os alunos apresentam grandes dificuldades no aprendizado e identificação das estruturas, assim como na memorização da ampla nomenclatura que lhes é apresentada. Diante desta realidade, percebemos a necessidade de buscarmos estratégias didáticas que auxiliem os alunos durante o estudo, mesmo longe do ambiente do anatômico. Sabemos que jogos são materiais didáticos valiosos, capazes de motivar o aluno na busca do conhecimento. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver jogos interativos como forma de aprimorar os recursos didáticos disponíveis para o estudo da Anatomia. O jogo foi dividido em sistemas e regiões conforme o método de estudo utilizado ou o interesse do aluno. À medida que os nomes das estruturas aparecem, o jogador deve clicar nas mesmas, e se a identificação estiver correta, outro nome de estrutura é apresentado. O jogo apresenta diferentes graus de dificuldade de acordo com o tempo e complexidade das estruturas identificadas. Ao final de cada fase é calculado o valor alcançado que é baseado no número de acertos e rapidez com que o aluno responde as questões. A programação do jogo foi feita em flash. Acreditamos que este jogo seja uma ferramenta que irá motivar o aluno na busca do conhecimento, além de promover um maior domínio do conteúdo apresentado.

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O processo estilóide é uma projeção óssea cilíndrica de aproximadamente 2,5cm que se origina na porção timpânica do osso temporal, anteromedialmente ao processo mastóideo, situando-se entre as artérias carótidas interna e externa, nervos regionais e serve de inserção de diversos músculos e ligamentos. Alterações morfológicas desta região são eventos comuns, sendo o alongamento do processo estilóide e a calcificação do ligamento estilo-hióideo as ocorrências mais freqüentes. Essas alterações podem estar relacionadas a quadros sintomatológicos na região de cabeça e pescoço, incluindo a cavidade bucal. Este trabalho tem por objetivo analisar a calcificação do ligamento estilo-hióideo, sua relação com as demais estruturas anatômicas da região da cabeça e do pescoço e avaliar sua classificação morfológica em relação à calcificação total deste ligamento. A partir de um relato de caso e dos artigos analisados foi possível perceber que apesar da existência concreta de uma calcificação total do ligamento estilo-hióideo, esse tipo de calcificação não é descrito na literatura. Sugere-se pois uma reclassificação das calcificações visto que o conhecimento preciso da anatomia desta região, da patologia e sua sintomatologia permitirá um diagnóstico mais rápido e preciso, conduzindo o paciente para o tratamento mais adequado.

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CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS DO INTESTINO GROSSO DE CATETOS (Tayassu tajacu, Linnaeus 1758) Santos Filho JH, Moura LMS, Sousa FCA, Pessoa GT*, Almeida HM, Oliveira SCR, Bezerra DO, Cavalcante Filho MF

CANAL MANDIBULAR: DETECÇÃO DE VARIAÇÕES ANATÔMICAS POR MEIO DE RADIOGRAFIA PANORÂMICA Leite CMC, Ferraz MAAL, Silva MFB, Leite DB, Sousa YTCS

O canal mandibular pode apresentar variações no seu trajeto que são de grande interesse para procedimentos operatórios que envolvem a mandíbula. O objetivo deste estudo foi descrever e classificar as variações anatômicas do canal mandibular, considerando a distância do canal mandibular ao ápice dos molares e à base da mandíbula, assim, como a presença de ramificações em radiografias panorâmicas, selecionadas ao acaso de prontuários de pacientes atendidos na clínica de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto. Foram analisadas 300 radiografias panorâmicas em negatoscópio, iluminado por duas lâmpadas fluorescentes de 20 watts cada, recoberto com máscara preta, com uma abertura central medindo 15x30cm onde o filme panorâmico foi fixado. As análises foram realizadas em ambiente escuro e, com o auxílio de lupa (aumento 2X) e interpretadas conjuntamente por dois observadores previamente calibrados. Em relação ao trajeto, observou-se canais mandibulares do Tipo 1 (55%), Tipo 2 (38%), Tipo 3 (5%) e do Tipo 4 (2%). Com relação à ramificação observou-se prevalência de 12,8% de bifurcações, sendo 1,3% do Tipo I, e 0,6% do Tipo II. Não foram observadas ramificações dos Tipos III e IV. Pode-se concluir que a maioria dos canais mandibulares apresentou trajeto próximo ao ápice dos molares e sem ramificações, e que a radiografia panorâmica é um recurso auxiliar importante no planejamento seguro de procedimentos operatórios na mandíbula, minimizando transtornos trans e pós-operatórios.

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Os catetos (Tayassu tajacu) são animais onívoros com grande potencial para criação em cativeiro. O conhecimento da anatomia do intestino grosso destes animais é relevante para a conservação e criação desta espécie. Com o intuito de caracterizar a anatomia do intestino grosso, utilizaram-se oito machos fixados em formol a 10%, cedidos pelo Centro de Multiplicação de Animais Silvestres-CEMAS (Registro IBAMA n° 14.78912) localizado na cidade de Mossoró-RN, Brasil. O intestino grosso apresentou comprimento médio de 1,73±0,2m. Observou-se que o ceco tem forma de dedo de luva, o qual marca o início do intestino grosso. Situado à esquerda, ao nível do flanco, é saculado com duas tênias bem definidas. O comprimento do ceco foi de cerca 0,05±0,01m. O comprimento total do cólon foi 1,42±0,2m. O cólon ascendente possui uma porção espiral constituída por duas alças espiraladas – alça centrípeta e alça centrifuga. A alça centrípeta (0,63±0,05m) organiza-se em 3,5 voltas em sentido horário e direcionadas ventrocranialmente, em torno da espiral centrífuga e de um eixo vasculonervoso. A alça centrífuga (0,52±0,1m), por sua vez, está distribuída em 4 voltas obedecendo ao sentido anti-horário. A alça centrífuga, após sair da espiral, segue cranialmente, até alcançar a curvatura menor do estômago, onde executa uma curva se dispondo perpendicular ao eixo mediano do corpo, com a denominação de cólon transverso, cujo comprimento médio foi 0,08±0,01m. Nesse ponto, dobra-se em sentido caudal e segue como cólon descendente (0,17±0,03m) sob o plano mediano à altura do pólo caudal do rim direito, onde logo adiante continua como reto (0,13±0,02m). O intestino grosso dos catetos é semelhante aos demais membros da família Tayassuidae.

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA PRÓSTATA DO TAMANDUÁ-BANDEIRA: Myrmecophaga tridactyla (Myrmecophagidae, Xenarthra, Linnaeus 1758) ¹Martins, F.F; ²Marques,V.B*; ¹Taboga, S.R ¹Departamento de Biologia.Universidade Estadual Paulista, Brasil – fabifef@yahoo.com.br; ²Universidade Camilo Castelo Branco, Brasil - vamarkes@hotmail.com

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DO CICLO DO EPITÉLIO SEMINÍFERO E EPIDÍDIMOS DE Phyllostomus discolor (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) Lima Júnior NB1*,Arandas MJG2, Marinho KSN1, Alves ECBA1, Antonio EA1, Santos, KRP1 1 UFPE; 2 UFRPE

A ordem Xenartha é constituída por 4 famílias, 13 gêneros e 30 espécies, onde as mais comuns são: tamanduá, bicho-preguiça e tatu. O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é um mamífero de porte médio e pertence à família Myrmecophagidae. Ascaracterísticas do sistema reprodutor desse animal são pouco estudadas, entretanto é relatado que os machos possuem testículos internos e glândulas reprodutivas acessórias que contribuem para a composição do ejaculado. Neste estudo foi descrita a morfologia da próstata do tamanduá-bandeira, utilizando as seguintes técnicas histológicas: Hematoxilina-eosina-H.E, PeriodicacidSchiff-PAS, Reticulina de Gomori-GR,Tricrômico de Gomori-GT e Picrossirius-PI. Pela técnica de H.E verificamosque a próstata é envolvidapor uma cápsula de tecido conjuntivo e possui duas regiões:uma periuretral, a qual envolve ventralmente a uretra; e outra dorsal, que exibe maior dimensão. A uretra possui posição ventral e nela são encontradas glândulas parauretrais que se abrem em pequenos ductos na sua luz. O estroma é constituído por vasos sanguíneos, nervos e vários ácinos que se ramificam, caracterizando glândulas túbulo-acinosas. Esses ácinos possuem epitélio estratificado colunar e quando corados com PAS apresentam secreção mista (PAS positivo e negativo). As análises com GR, GT e PI demonstraram que o estroma é fibromuscular, rico em fibras colágenas, reticulares e fibras musculares que variam em proporção de acordo com a região. Essas características revelam grandes semelhanças morfológicas e estruturais no estroma entre a próstata do tamanduá-bandeira e a próstata humana, mostrando que são necessários estudos detalhados sobre a morfofisiologia desta glândula nesses animais.

Phyllostomus discolor é uma espécie que pertence à ordem Chiroptera, possui hábitos alimentares generalistas e os dados referentes à biologia reprodutiva permanecem escassos, principalmente relacionados às características morfológicas do aparelho reprodutor. Dentro dessa perspectiva, o presente estudo visa caracterizar o ciclo do epitélio seminífero e epidídimos de P. discolor na estação seca em fragmentos de Mata Atlântica do litoral Sul de Pernambuco.Foramutilizados15 machos adultos, capturados nos meses de setembro a novembro de 2008.Através da análise da morfologia externa os espécimes foram agrupados em machos escrotados (n=10)e machos não-escrotados (n=5).Para as análises histológicas, os órgãos sexuais foram removidos e processados, seguindo a técnica histológica de rotina. As lâminas histológicas foram coradas por Hematoxilina e Eosina. Os resultados demonstraram que apesar da ocorrência de assimetria testicular, não houve diferenças nas células do epitélio espermatogênico. Tanto os espécimes escrotados quanto os não-escrotados (estação seca) apresentaram atividade espermatogênica e espermatozóides viáveis contidos nos epidídimos. Apenas um único indivíduo não-escrotado apresentou características de regressão do epitélio seminífero ou latência reprodutiva, com presença de apenas espermatogônias e ausência de espermatozóides nos epidídimos. É valido ressaltar que diversos trabalhos com reprodução de morcegos atribuem inatividade sexual aos morcegos não-escrotados, mas a partir de nossos resultados é possível constatar que esses animais apresentam atividade espermatogênica, ou seja, são aptos sexualmente.

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS ULTRAESTRUTURAIS DOS TENÓCITOS DO MÚSCULO TEMPORAL DE RATOS WISTAR ADULTOS Cury DP, Ciena AP, Watanabe I

CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DAS PAPILAS LINGUAIS DA CUTIA (Dasyprocta aguti) Matos RSB, Alves PHM, Bolina CS, Ciena AP, Righetti MMS, Oliveira MF, Liberti EA, Watanabe I

Tendões são constituídos de fibras colágenas, principalmente do tipo I e III, na matriz extracelular encontram-se os fibroblastos, chamados de tenócitos. O objetivo deste trabalho foi analisar as características morfológicas ultraestruturais dos tenócitos, empregando o método de microscopia eletrônica de transmissão em 5 ratos Wistar adultos machos. Os animais foram anestesiados e perfundidos com solução fixadora de Karnovsky modificado (glutaraldeído 2,5% e paraformoldeído 2% em solução fosfato de sódio a 0,1M). Em seguida as amostras foram pós-fixadas em tetróxido de ósmio 1%, desidratadas em séries crescentes de álcoois e embebidos em resina Spurr. Cortes ultrafinos de 60 nm foram realizados e coletados em telas de 200 “mesh” (Sigma), contrastados com acetato de uranila 4% e solução aquosa de citrato de chumbo a 0,4%, as telas foram examinadas no microscópio JEOL 1010. As análises ultraestruturais demonstraram a organização paralela das fibrilas colágenas, sendo as claras constituídas do tipo I e as escuras do tipo III e a disposição dos fibroblastos, com forma alongada e espessura média de seus núcleos de 1,129 µm, comprimento médio de 14,946 µm, foi observado comunicação entre tenócitos e suas diversas projeções, reticulo endoplasmático rugoso, vesículas e aparelho de Golgi. Conclui-se que os tenócitos são bem desenvolvidos, contendo núcleo alongado, intercomunicações e várias projeções com longos prolongamentos citoplasmáticos, sendo que seu comprimento varia em torno de 13 vezes sua espessura.

A cutia (Dasyprocta aguti) é um mamífero roedor de pequeno porte. São considerados animais herbívoros, que se alimentam de folhas, frutos, sementes e raízes. O objetivo deste estudo foi avaliar morfometricamente as características das papilas linguais destes animais. Foram examinadas 6 línguas de cutias machos adultos oriundas do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres, Mossoró-RN. Para a microscopia de luz, as amostras foram fixadas em formol 10% e incluídas em parafina histológica. Em seguida, foram seccionadas em plano transversal (7µm) e as secções coradas com HE. Parâmetros morfométricos como altura e largura das papilas, espessuras do epitélio de revestimento e da camada queratinizada foram mensurados. Observouse que a superfície dorsal da língua das cutias, incluindo as papilas linguais, é recoberta por epitélio estratificado pavimentoso e queratinizado. Todos os tipos de papilas linguais foram observadas: as papilas filiformes são mais numerosas e possuem a maior espessura epitelial, porém a menor largura. As papilas fungiformes, observadas na região rostral e média, apresentaram as maiores alturas, porém as menores espessuras epitelial e da camada queratinizada. Foram identificadas 12 pares de papilas folhadas localizadas na região látero-caudal e, estas possuem as maiores espessuras da camada queratinizada. Foram observadas, na região caudal, quatro papilas circunvaladas. Estas possuem forma oval, circundadas por um sulco profundo e possuem as maiores larguras dentre as demais papilas. Conclui-se que as papilas linguais parecem ser estruturas adaptativas, de acordo com os hábitos alimentares, uma vez que a renovação do epitélio de revestimento está relacionada à manutenção de sua integridade.

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CARACTERÍSTICAS ULTRAESTRUTURAIS DO DESENVOLVIMENTO DA JUNÇÃO MIOTENDÍNEA DO MÚSCULO MASSETER DE RATOS WISTAR Ciena AP*, Almeida SRY, Righetti MMS, Bolina CS, Watanabe I Departamento de Anatomia Humana. Instituto de Ciências Biomédicas – ICB. Universidade de São Paulo, São Paulo; Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade de São Paulo, São Paulo. A junção miotendínea (JMT) é a principal área de transmissão de força do sistema muscular esquelético, atuando no posicionamento e estabilidade articular. O objetivo do estudo foi descrever as características morfológicas ultraestruturais da JMT do músculo masseter de ratos Wistar recém-nascidos e adultos, empregando o método de microscopia eletrônica de transmissão. Foram utilizados dez ratos Wistar, organizados em dois grupos: Grupo Recém-nascido: (n=5) animais com 4 dias de vida e Grupo Adulto: (n=5) animais com 4 meses de idade. Os animais de ambos os grupos após anestesia foram perfundidos com solução Karnovsky modificada. Amostras (3mm) da JMT foram dissecadas e pós-fixadas em tetróxido de ósmio. Em seguida, as amostras foram desidratadas em séries crescentes de alcoóis e incluídas em resina Spurr. Cortes ultrafinos foram contrastados e examinados no microscópio eletrônico de transmissão - JEOL 1010. Características ultraestruturais da JMT do Grupo Recém-nascido revelaram o seu esboço durante o desenvolvimento, através da interação das células musculares e elementos da matriz extracelular, destacando delgadas dobras no sarcolema. No Grupo Adulto foram observadas características morfológicas clássicas da JMT em destaque às dobras do sarcolema formando longas projeções denominadas de “finger-like process” e invaginações sarcoplasmáticas. Conclui-se que a JMT apresenta intensa atividade muscular desde o seu desenvolvimento, através do seu esboço, até a sua completa formação na fase adulta, ao revelar características morfológicas clássicas.

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CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DIFERENCIADA DOS TIPOS DE PELVE E SUA CORRELAÇÃO CLÍNICO-OBSTÉTRICA Ramos FRD1*, Nunes AF1, Carvalho MC1, Silva ANC1, Paulo DB1, Bernardes AM1, Ferreira CAA1, Soares MML1 1 – Universidade Federal do Piauí A eficácia de um trabalho de parto eutócico depende do trabalho uterino, do feto, e do canal do parto, tanto no seu trajeto mole (colo, vagina e vulva) quanto no seu trajeto duro (pelve óssea). Assim, objetivou-se descrever os principais aspectos anatômicos que caracterizam cada tipo de pelve, permitindo correlação clínica com a ocorrência de parto vaginal, através de revisão da literatura nas bases da BVS, Scielo e PubMed, por meio da qual se observou quatro tipos pélvicos fundamentais, descritos adiante. A pelve ginecóide é a mais freqüente (50% dos casos), e possui estreito superior (ES) arredondado, diâmetro transverso máximo (DTM) afastado do promontório e do pube, e ângulo subpúbico (AS) médio, onde há bom prognóstico quanto ao parto vaginal, com menor risco de complicações na descida. Já a pelve antropóide (25%) possui ES elíptico, com diâmetro anteroposterior (DAP) aumentado, DTM diminuído e próximo do pube, e AS levemente estreitado. Na pelve andróide (20%) há ES levemente triangular, DTM perto do sacro, e AS estreitado. A pelve platipelóide (5%), possui ES ovalado com DAP reduzido, DTM aumentado e eqüidistante do pube e do sacro, e AS muito amplo. As demais pelves tem mau prognóstico, pela maior incidência de posteriores (oblíquas e diretas), no caso da antropóide e da andróide, onde naquela não havendo distócia no ES não haverá no resto da bacia, e nesta ocorre o inverso, como também ocorre na platipelóide. Assim, foi possível descrever os principais aspectos anatômicos que caracterizam cada tipo de pelve, permitindo correlação clínica com o processo de tocurgia baixa, em que a pelve ginecóide se mostra com melhor prognóstico, a despeito das demais pelves que dificultam a tocurgia vaginal.

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CARACTERIZAÇÃO DAS ORIENTAÇÕES RECEBIDAS POR MÃES DE PORTADORES DE DEFORMIDADES CRÂNIO-FACIAIS DURANTE O PERÍODO DE INTERNAÇÃO E PRÉ-ALTA HOSPITALAR *Pereira HP, Santos LS, Silva RF, Pelegrin TL, Macedo FRM, Andriola TS, Santinelli R, Soares EA Universidade Jose do Rosario Vellano – UNIFENAS

CARACTERIZAÇÃO DAS LESÕES DE GALLUS GALLUS PROVOCADAS EM RINHAS NO ESTADO DA PARAÍBA, BRASIL. Costa MAC*, Melo CFV, Sobral FES, Freitas MRV, Lopes WM, Costa SEJ, Maia CMAFG, Vieira DAF.

No Estado da Paraíba tem-se observado com frequência um grande número de animais utilizados para práticas julgadas esportistas como lutas até a morte em rinhas. Apesar do grande número de lesões observadas nos animais vítimas destes maus tratos, poucos trabalhos são verificados relatando estas ocorrências mais detalhadamente. Com objetivo de avaliar os traumas sofridos pelas aves da espécie Gallus gallus, vítima de maus tratos em rinhas, foram analisados 23 espécimes aprendidas pela polícia florestal no município de Santa Rita - PB, e atendidos pelo CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres). Dos vinte e três indivíduos de G. gallus apreendidos, 100% apresentaram ausência de penas no alto da cabeça (testa, vértice e nuca) e coxa, 78,2% exibiam lesões oculares com pelo menos um dos olhos cegos, 39% necrose auricular, 82,6% necrose da crista, 39% perfurações nas regiões peitoral e escapular, 34,7% perfurações na testa e 17,3% apresentavam fratura de mandíbula. A principal causa das lesões observadas ocorre devido o uso de instrumentos de metal como biqueiras e esporas colocados no animal para provocar maior dano ao adversário. Foi verificado ainda que algumas das lesões observadas provocam nos animais dificuldades de alimentação, comportamento de corte e vocalização.

OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo verificar a eficiência das orientações recebidas por mães de portadores de deformidades crânio-faciais durante o período de internação e pré-alta hospitalar, assim como realizar um levantamento referente aos profissionais que realizaram tais orientações. METODOLOGIA: O trabalho trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, com mães de crianças portadoras de fissura lábio-palatino, durante o período de agosto a outubro de 2010, no Centro Pró-Sorriso da UNIFENAS, Alfenas, MG, sendo o mesmo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). Todos os participantes do estudo foram informados sobre a pesquisa e aos mesmos foram solicitados assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido conforme a resolução 196/99 do Conselho Nacional de Pesquisa, sendo obtidos os dados e analisados estatisticamente, bem como representados graficamente. RESULTADOS: Os resultados apontam que as fissuras com maior incidência foram Transforame Unilateral. Observou-se que apenas 61,4% amamentaram seus filhos no seio sendo estas 47,1% nos primeiros três meses devido à realização de cirurgia corretiva. Após a cirurgia corretiva 100% receberam orientações de como deveria ser a alimentação da criança e 91,4% receberam orientações de como deveriam ser realizado a higiene do local operado. Constatamos que a maioria das orientações foram realizadas pelos médicos, tendo déficit de orientações dos enfermeiros, nutricionistas e fonoaudiólogos, sendo muitas orientadas por leigos. CONCLUSÃO: Conclui-se que são muitos os aspectos envolvidos no cuidado da alimentação da criança fissurada, que influencia na relação mãe-filho evidenciando uma dificuldade da mãe para alimentar e cuidar dessa criança. PALAVRAS-CHAVES: Fenda Labial; Fissura Palatina; Malformações congênitas.

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CARACTERIZAÇÃO HISTOLÓGICA DA LÍNGUA E CANAL DIGESTÓRIO DO GAVIÃO CARIJÓ (Rupornis magnirostris, GMELIN, 1788) Melo VEO*, Firmino MO, Siqueira RAS, Luna ACL, Cavalcanti TA, Guerra RR Universidade Federal da Paraíba, CCA/Areia-PB O Gavião-Carijó (Rupornis magnirostris) é pertencente à ordem dos Falconiformes, ao gênero dos Accipitriformes e a família Accipitridae. É uma das aves de rapina mais comumente encontrada do Nordeste brasileiro, sendo utilizado para a prática de falcoaria. Devido à falta de descrição morfológica e histológica do trato gastrointestinal (TGI) desta ave na literatura, que sirva como subsídio para abordagem clínica e nutricional desses animais, objetivou-se com este trabalho descrever a histologia da língua e o canal digestório do Gavião-Carijó. Foram utilizados cinco Gaviões-Carijó que vieram a óbito, oriundos de apreensão no Centro de Triagem de Animais Silvestres/IBAMA/Cabedelo-PB. As amostras biológicas de língua, esôfago, inglúvio, pró-ventrículo, ventrículo e intestino foram fixados em Metacarn, processando-as em técnica histológica padrão e coloração de hematoxilina-eosina. Notou-se na língua, derme com glândulas, cartilagem hialina, papilas dérmicas e musculatura estriada esquelética. Esôfago com glândulas na mucosa e submucosa e camada muscular com músculo esquelético estriado. Inglúvio análogo ao esôfago exceto pela ausência de glândulas. Pro-ventrículo com glândulas multilobulares na submucosa. Moela com cutícula e glândulas na lâmina própria. Intestino delgado com glândulas na lâmina própria. Intestino grosso similar ao intestino delgado apresentando apenas a muscular mais espessa e a ausência do feixe circular da camada muscular. O presente estudo descreveu histologicamente pela primeira vez o TGI do Gavião-Carijó. Os resultados servirão de subsídios para futuras abordagens clínicas, cirúrgicas, nutricionais e conservacionistas.

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CARACTERIZAÇÃO HISTOLÓGICA DA MATURAÇÃO OVARIANA NO CAMARÃO Artemesia longinaris Siebert TH* (t.siebert@hotmail.com), Picolo JM, Silva RN, Papa LP, Vicentini CA, Costa RC, Franceschini-Vicentini IB *Mestrando em Aquicultura e Biologia Aquática – CAUENSP; Lab. de Morfologia de Organismos Aquáticos, Dep. de Ciências Biológicas, UNESP - Bauru O camarão Artemesia longinaris é endêmico nas águas costeiras do Atlântico Sul Ocidental, e ocorre desde o litoral do Rio de Janeiro até Puerto Rawson, Argentina. Assim, considerando a exploração natural da espécie, faz-se necessário o estudo da dinâmica reprodutiva para a renovação do estoque natural da espécie, ou seja, contribuir para a adequação do período de defeso. O objetivo deste trabalho foi caracterizar histologicamente os diferentes estágios de maturação dos ovócitos de A. Longinaris ao longo do ano. Para as análises histológicas foram utilizados 6 animais de cada estágio de maturação gonadal, coletados na região de Macaé, RJ, e classificados macroscopicamente em rudimentar (RU), em desenvolvimento (ED) e desenvolvido (D), de acordo com Castilho et al. (2007). Após a coleta, os ovários foram fixados em solução de Bouin submetidos à rotina de inclusão em historesina, e corados com Hematoxilina/Eosina. Os ovários estão envolvidos por uma túnica conjuntiva e apresentam ovogônias, ovócitos em diferentes fases de maturação e células foliculares, independente da fase de maturação gonadal. No estágio RU as ovogônias e os ovócitos pré-vitelogênicos (PV) estão presentes. As ovogônias ocupam a região medular do ovário e se apresentam pequenas e ovaladas, com o núcleo esférico que ocupa quase todo o citoplasma da célula. Os ovócitos PV são maiores em tamanho. As gônadas ED apresentam ovócitos PV e ovócitos em vitelogênese inicial, que apresentam pequenos grânulos de vitelo no citoplasma e núcleo grande e esférico. Em ovários no estágio D os ovócitos atingem a vitelogênese avançada e se tornam maduros. Assim, os ovários nos estágios RU, ED e D são encontrados nas diferentes estações do ano e apresentam ciclos reprodutivos contínuos. BOLSISTA FAPESP ME Processo: 2011/04377-6

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CARACTERIZAÇÃO HISTOLÓGICA DO EPIDÍDIMO DE VEADO-CAMPEIRO (Ozotoceros bezoarticus) Edlin ENS, Pereira RDG, Cavalcante MMAS, Barros VJS, Soares ITB, Barros LAL, Souza FAL, Conde Junior AM

CARACTERIZAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA E DISTRIBUIÇÃO DE ÓSTEONS EM DIFERENTES ESPÉCIES DE MAMÍFEROS Pedroso APO*¹, dos Santos JAA¹, da Costa CL¹, da Silva IMB¹, Aguiar Júnior FCA¹ UFPE¹

O veado campeiro (Ozotoceros bezoarticus) encontra-se distribuído originalmente em ambientes abertos como savanas, campos e Pampas. Atualmente, está restrito a pequenas populações isoladas, sendo considerado um animal ameaçado de extinção. Conhecimentos relacionados à morfologia reprodutiva dessa espécie ainda são escassos, sendo os estudos existentes concentrados em ecologia e comportamento. Desse modo, o presente estudo visa descrever a morfologia do epidídimo por meio de cortes histológicos. O animal utilizado nesse estudo foi obtido por doação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – IBAMA-PI e encontrava-se em óbito. Foi encaminhado para o Laboratório de Patologia da Universidade Federal do Piauí para necropsia e retirada dos órgãos, os quais seguiram para o Laboratório de Histologia e Embriologia da mesma instituição, para processamento conforme rotina histológica. Os cortes foram corados com hematoxila-eosina e analisados à microscopia de luz. O ducto epididimário apresentou-se revestido por epitélio pseudo estratificado não sendo observados estereocílios. Entre os ductos, foi visualizada uma fina camada de músculo liso, tecido conjuntivo frouxo e vasos sanguíneos. As alterações morfológicas observadas podem estar relacionadas à idade ou processos fisiopatológicos não identificados pela técnica. Os dados obtidos servem como base para futuros estudos quanto à reprodução da espécie, podendo auxiliar no manejo da mesma de forma a evitar sua extinção.

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Os ósteons são a unidade morfofuncional do osso compacto. São estruturas cilíndricas e são encontradas nos ossos de diversos mamíferos. Cada ósteon é constituído por um cilindro longo e é formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas. No centro desse cilindro existe um canal revestido pelo endósteo, o canal de Havers. Embora compartilhem similaridades, generalizações à cerca da organização histológica e distribuição dos ósteons nas diversas espécies de mamíferos não são óbvias necessitando, portanto, de melhor elucidação. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e avaliar a distribuição dos ósteons através de análise histológica em 9 diferentes espécies de mamíferos. Para tanto, foram confeccionadas preparados histológicos por desgaste do osso cortical dos fêmures das seguintes espécies de mamíferos: Homem (Homo sapiens); Boi (Bos taurus); Coelho (Oryctalagus cuniculus); Morcego (Trachops cirrhosus); Porco (Sus domesticus); Carneiro (Ovis áries); Cavalo (Equus caballus); Bode (Capra hircus); Rato (Rattus norvegicus albinus). Os cortes histológicos foram analisados através de microscopia óptica, sob foco fixo e clareza de campo, com aumento final de 100x e 400x. Observou-se que a densidade e tamanho dos ósteons possui ampla variação entre as espécies analisadas. Espécies de pequeno tamanho, como rato e morcego, apresentaram uma baixa quantidade de ósteons. Os canais de Havers variam em tamanho e podem apresentar formatos arredondados a elípticos, e ocasionalmente em algumas espécies, formato piriforme. Concluímos que as espécies de mamíferos avaliadas possuem padrões próprios de distribuição dos ósteons e que os canais de Havers podem apresentar formatos diferentes.

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CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE CASO RARO DE LEIOMIOSSARCOMA GIGANTE PEDUNCULADO DA BEXIGA Dias MS*, Ribeiro JGA, Klojda CAB, De Paula RC, Bezerra EC, Fonseca Jr. A, Babinski MA

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE CISTITE GLANDULAR SIMULANDO TUMOR DE BEXIGA: RELATO DE UM CASO INCOMUM Dias MS*, Ribeiro JGA, Klojda CAB, De Paula RC, Bezerra EC, Fonseca Jr. A, Babinski MA

Departamento de Morfologia e Departamento de Urologia (HUAPE) Universidade Federal Fluminense

Departamento de Morfologia e Departamento de Urologia (HUAPE) Universidade Federal Fluminense

Os sarcomas representam as neoplasias malignas mesenquimais mais comuns da bexiga sendo o leiomiossarcoma o seu tipo mais prevalente, representando menos de 0,5% das neoplasias malignas. Este tumor é historicamente considerado agressivo e comumente apresenta pior prognóstico. Por ser um tumor relativamente raro, há uma falta de consenso sobre um tratamento padrão e pouco se sabe sobre a história natural e o prognóstico desta neoplasia. Portanto o nosso objetivo é relatar um caso de uma mulher de 31 anos, com um quadro de hematúria macroscópica associada a um quadro de polaciúria progressiva. Submetida a USG, complementada com TC onde demonstrou uma volumosa massa ocupando grande parte da bexiga. A cistoscopia com biópsia revelou tratar-se de um leiomiossarcoma de bexiga de baixo grau. A paciente evoluiu com hematúria maciça necessitando de reposição volêmica substancial e foi submetida a exenteração pélvica com derivação urinária através do conduto ileal de Bricker. Após o ato operatório, a bexiga foi aberta e constatamos uma volumosa tumoração branco-acinzentada “brain-like” que ocupava completamente a bexiga. Observou-se que a neoplasia era pedunculada à bexiga por uma única haste. O exame histopatológico confirmou tratar-se de um leiomiossarcoma infiltrando profundamente a musculatura lisa da bexiga e que o útero e anexos estavam livres de invasão neoplásica com margens cirúrgicas negativas. O pós-operatório transcorreu isento de complicações e a paciente recebeu alta hospitalar após 8º dia de internação. Os sarcomas devem ser considerados no diagnóstico diferencial dos tumores de bexiga e como são raros, representam um grande repto para os médicos e o seu tratamento deve ser adaptado individualmente.

Cistite glandular é um processo inflamatório proliferativo benigno e pouco comum da mucosa vesical, sendo caracterizada histologicamente por alterações inflamatórias na mucosa e proliferação do epitélio transicional, por vezes notando-se metaplasia intestinal e agregados linfóides. Relatamos o caso de um paciente masculino, 41 anos, assintomático em relação ao trato urinário, após ter sido submetido a USG abdominal para avaliação clínica, foram encontradas várias imagens vegetantes sitiadas no colo e trígono vesical. O paciente foi submetido a ressecção endoscópica da bexiga e durante o procedimento foram observadas várias lesões polipóides de tamanhos diversos, distribuídas pelos sítios supracitados. O exame histopatológico evidenciou cistite glandular do tipo intestinal. Normalmente, é um achado microscópico e muito raramente são diagnosticadas lesões macroscópicas. Geralmente, o diagnóstico é realizado acidentalmente ou durante a investigação de sintomas irritativos ou de hematúria. A etiologia desse tipo de cistite ainda não está bem estabelecida. Acredita-se que ela seja causada pela inflamação crônica da lâmina própria, possivelmente resultado da exposição prolongada a agentes irritativos. A maioria dos casos de cistite glandular é assintomática, sendo que os pacientes sintomáticos normalmente apresentam hematúria, sintomas urinários irritativos e típicos de cistite crônica No caso relatado o paciente apresentava-se assintomático e o achado foi incidental. Há controvérsias sobre o tratamento precoce agressivo, sendo que vários estudos propõem a ressecção transuretral e o acompanhamento com biópsias.

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CARACTERIZAÇÃO MORFOQUANTITATIVA DO PLEXO MIOENTÉRICO DO INTESTINO DELGADO DE CAMUNDONGOS MDX Beber EH, Mariotti VB, Martins GM, Seyfert CE,Liberti EA. Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo

CARACTERIZAÇÃO MORFOQUANTITATIVA DE TECIDO CONJUNTIVO E MUSCULO LISO DA GLANDE DE JOVENS Mesquita KM, Sabóia J*, Bezerra EC, De-Paula RC, Bastos AL, Cardoso GP, Babinski MA

O nosso objetivo foi verificar a densidade volumétrica (Vv) do tecido conjuntivo (TC) e músculo liso (ML) de tecido da glande peniana de indivíduos jovens. Para isso foram estudadas amostras da glande com secção da mucosa em sentido a uretra, obtidas de cinco jovens com média de 20 anos de idade, vítimas de morte violenta sem trauma em órgãos urogenitais. As amostras foram fixadas em solução de formol tamponado (ph 7.4) por 24h e processadas para inclusão em parafina. Para análise histológica e estereológica foi usada a técnica de Tricrômio de Masson para análise do Vv do TC e ML. Os parâmetros morfométricos foram determinados pela análise de 25 campos aleatórios (aumento final X400) de cada fragmento de glande usando um sistem teste M42. Os resultados do TC foram comparados com ML usando os testes Kolmogorov-Smirnov e Mann Whitney. O Vv (%médio±SD) no TC e ML foram respectivamente: 30.4± 1.1 e 34.1 ±.2.3 (p< 0.004). Na amostra analisada, verificamos que a densidade volumétrica é maior pata o tecido conjuntivo em relação ao ML. Esses dados podem servir de padrão para comparação em estudos de disfunção erétil, uma vez que os elementos histológicos analisados são importantes para a ereção e manutenção da mesma.

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma miopatia ligada ao cromossomo X causada pela ausência da distrofina. Além dos evidentes efeitos degenerativos no músculo esquelético, o liso também é afetado, provocando severas alterações morfofuncionais do trato gastrintestinal (TGI), no entanto as causas dessas alterações não são claras. As diversas atividades desempenhadas pelo TGI, são atribuídas a uma vasta rede nervosa organizada por plexos ganglionares entre suas túnicas, dentre os quais, destaca-se o plexo mioentérico. Uma vez que este plexo é afetado por fatores extrínsecos como a doença de Chagas e envelhecimento; e que os neurônios entéricos dependem de uma regulação trófica com o tecido alvo (neste caso o músculo liso), destaca-se a importância de estudos relacionando-o à DMD. Desta forma objetivou-se analisar, de maneira quantitativa e qualitativa, através da técnica histoquímica de evidenciação neuronal NADH-d, a morfologia do plexo mioentérico do intestino delgado de camundongos mdx (o modelo animal da DMD) e seus respectivos controles, camundongos C57BL/10, com 4 e 10 semanas de idade. Os grupos MDX4 e MDX10 apresentarem gânglios com espaços em seu interior, e neurônios com contornos e formatos irregulares, com nítida alteração da reatividade. Na análise quantitativa,o grupo MDX4 apresentou uma área total do intestino delgadomaior, e uma densidade neuronal menor que o grupo C4. Um gradiente crescente de densidade neuronal, no sentido oral-aboral, foi observado em todos os grupos estudados. Comparando-se as idades, os grupos de 10 semanas apresentaram densidades, e estimativas do número total de neurônios, inferiores aos grupos de 4 semanas. Concluiu-se que a DMD afeta a morfologia e função do plexo mioentérico.

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Departamento de Morfologia, Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ)


CARACTERIZAÇÃO MORFOQUANTITATIVA DOS COMPONENTES NITRÉRGICOS DO PLEXO MIOENTÉRICO DO INTESTINO DELGADO DE CAMUNDONGOS MDX Beber EH, Mariotti VB, Martins GM,Seyfert CE, Liberti EA Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma miopatia ligada ao cromossomo X causada pela ausência da distrofina. Além dos evidentes efeitos degenerativos no músculo esquelético, o liso também é afetado, provocando severas alterações morfofuncionais do trato gastrintestinal (TGI), no entanto as causas dessas alterações não são claras. As diversas atividades desempenhadas pelo TGI, são atribuídas a uma vasta rede nervosa organizada por plexos ganglionares entre suas túnicas, dentre os quais, destaca-se o plexo mioentérico. Uma vez que este plexo é afetado por fatores extrínsecos como a doença de Chagas, dieta,lesão térmica e envelhecimento; e que os neurônios entéricos dependem de uma regulação trófica com o tecido alvo (neste caso o músculo liso), destaca-se a importância de estudos relacionando-o à DMD. O presente trabalho objetivou analisar, de forma quantitativa e qualitativa, através da técnica histoquímica de evidenciação neuronal NADPH-d, a morfologia dos componentes nitrérgicos do plexo mioentérico do intestino delgado de camundongos mdx (o modelo animal da DMD)e seus respectivos controles, camundongos C57BL/10, com 4 e 10 semanas de idade. Aanálise qualitativa, não revelou diferenças entre os grupos, entretanto, na análise quantitativa o grupo MDX4 apresentou uma área total do intestino delgado e perfil neuronal maior que o grupo C4. Além disso, a densidade neuronal do grupo MDX4 foi menor que o grupo C4.Um gradiente crescente de densidade neuronal foi observado, no sentido oral-aboral, em todos os grupos estudados. Em relação à estimativa do número total de neurônios, nos grupos de 10 semanas esta apresentou-se superior à dos de 4 semanas. Concluiu-se que a DMD afeta os componentes nitrérgicos do plexo mioentérico.

CLASSIFICAÇÃO DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO NA VISÃO DE ANATOMISTAS E CINESIOLOGISTAS Toledo JD, Lombardi LA, Cruz RH, Pereira VR, Garbelotti Júnior SA, Prates JC INTRODUÇÃO: O complexo articular do joelho é constituído por três ossos: fêmur, tíbia e patela e didaticamente é dividido em duas articulações distintas: uma entre o fêmur e a patela denominada articulação fêmoro-patelar ou patelo-femoral e a outra entre o fêmur e tíbia denominada articulação tibiofemoral, comumente denominada como articulação do joelho. De forma geral essa articulação é classificada como sinovial, porém não há um consenso entre os autores com relação à sua classificação quando se considera a forma das superfícies articulares e sua biomecânica. Sabe-se que a articulação tibiofemoral possui 2 graus de liberdade, sendo assim uma articulação bi-axial possibilitando movimentos em 2 planos, lateral (flexão e extensão) e transversal (rotações) com a perna em flexão. O conhecimento da forma e biomecânica da articulação do joelho é imprescindível para a prática clínica e docente na área da saúde e de ciências morfológicas. No entanto, na literatura não há um consenso entre os autores com relação à sua classificação quando se considera a forma das superfícies articulares. OBJETIVOS: realizar um levantamento bibliográfico das principais obras de anatomia e cinesiologia quanto à classificação da articulação do joelho e comparar a opinião de autores anatomistas e cinesiologistas quanto à classificação desta articulação. METODOLOGIA foi realizado um levantamento bibliográfico de 36 obras, normalmente utilizados em salas de aula, publicadas entre o ano de 1929 a 2012 na área da anatomia, cinesiologia e biomecânica para o estudo da classificação da articulação do joelho. Cada obra foi analisada buscando a classificação da articulação do joelho de acordo com cada autor e área. RESULTADOS: Das 36 obras analisadas, 52,8% (n=19) classificaram a articulação do joelho como sinovial do tipo gínglimo, enquanto que em 30,6% (n=11) classificaram como do tipo bicondilar, 13,9% (n=5) como condilar e 2,7% (n=1) como elipsóidea. Dentre as obras de anatomia (n=16) analisadas, 75% (n=12) classificaram a articulação como do tipo sinovial gínglimo, 12,4% (n=2) classificaram como do tipo condilar, 6,3% (n=1) como bicondilar e 6,3% (n=1) como elipsóidea. Já em relação às obras de cinesiologia (n=20) analisadas, 50% (n=10) classificaram como sinovial do tipo bicondilar, 35% (n=7) classificaram como do tipo gínglimo, 15% (n=3) como condilar. CONCLUSÃO: Diferentes classificações para a articulação do joelho adotadas na literatura mostram que não há um consenso entre anatomistas e cinesiologistas. Sugerimos um melhor consenso e critério entre os autores ao classificar morfologicamente e biomecanicamente esta articulação, para que didaticamente houvesse uma classificação padrão sem contrassensos na literatura. PALAVRAS CHAVE: Joelho, Articulação, Classificação.

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CLASSIFICAÇÃO DA ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR NA VISÃO DE ANATOMISTAS E CINESIOLOGISTAS Toledo JD, Lombardi LA, Pereira VR, Suzuki CI, Garbelotti Júnior SA, Moura MLA INTRODUÇÃO: A articulação esternoclavicular é formada pela união entre a extremidade esternal da clavícula e a incisura clavicular do manúbrio do esterno juntamente com uma pequena parte da cartilagem da primeira costela e sua classificação morfológica é motivo de controvérsias. Está envolta por uma cápsula articular, reforçada por quatro ligamentos e apresenta um disco articular que tem a função de aumentar a congruência entre os ossos. Essa articulação é classificada como sinovial, porém não há consenso quanto à sua classificação quando consideradas as formas das superfícies articulares. O conhecimento da forma e função da articulação esternoclavicular é imprescindível para a prática clínica e docente na área da saúde. OBJETIVO: Revisar as principais obras de anatomia e cinesiologia e comparar à classificação da articulação e, se possível, sugerir uma classificação padrão. METODOLOGIA: foi realizado um levantamento bibliográficos de 51 obras, normalmente utilizadas em salas de aula, publicadas entre os anos de 1929 a 2011, sendo 36 livros de anatomia e 15 cinesiologia e biomecânica. Cada obra foi analisada buscando a classificação da articulação esternoclavicular de acordo com cada autor e sua área. RESULTADOS: Das 51 obras consultadas, 16 autores (31,4%) classificam a articulação esternoclavicular como sinovial selar, 15 (29,4%) como sinovial plana, 9 (17,7%) como sinovial esferóidea, 2 (3,9%) como sinovial elipsóidea, 1 (1,9%) como sinovial condilar, enquanto 8 autores (15,7%) não classificaram de forma precisa, utilizando mais de uma classificação ou classificaram apenas como sinovial. Entre os 36 autores anatomistas, 11 deles (30,6%) a classificaram como sinovial selar, 10 (27,8%) como sinovial plana, 6 (16,7%) como sinovial esferóidea, 2 (5,5%) como sinovial elipsóidea, 1 (2,7%) como sinovial condilar, enquanto 6 desses autores (7,6%) não classificaram de forma precisa. Entre os 15 autores cinesiologistas, 5 (33,3%), classificaram como selar, 5 (33,3%) como sinovial plana, 3 (20,5%) como sinovial esferóidea, enquanto 2 (13,3%) não a classificaram de forma precisa. CONCLUSÃO: A classificação mais frequente, considerando o total de obras bem como a utilizada por anatomistas e cinesiologistas separadamente foi sinovial selar, seguida pela classificação em sinovial plana. Os anatomistas tem maior divergência quanto a classificação morfológica utilizando 5 formas diferentes e vários deles não a classificam de forma precisa. Portanto sugerimos estudos morfológicos e biomecânicos mais descritivos com a intenção de padronizar a classificação da articulação esternoclavicular.

COLATERAIS CALIBROSOS DO ARCO AÓRTICO DO TUCANO TOCO (Ramphastos toco) Assis CK*, Guimarães GC, Lacreta Junior ACC, Alves LA, Rosa MCB, Lopes GC, Mota PS, Cruvinel AC Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras - UFLA O Ramphastos toco é uma ave encontrada na região Neotropical, sendo típica de florestas, sertões secos e cerrado. Objetivou-se neste estudo avaliar os ramos colaterais provenientes do arco aórtico a partir de um exemplar, fêmea, que veio a óbito por causas naturais. Canulou-se a artéria isquiática esquerda para injeção de Neoprene Látex 650, corado com pigmento vermelho e adicionado de contraste baritado para visualização dos vasos por meio de radiografias. O espécime foi fixado e conservado em solução aquosa de formaldeído a 10% e posteriormente radiografado e dissecado. Observou-se que a aorta surge da base do coração deslocada à direita do plano mediano formando neste ponto o arco aórtico. Dele se originam em sequência os troncos braquiocefálicos esquerdo e direito, continuando-se como aorta ascendente. Após curto trajeto o tronco braquiocefálico esquerdo bifurca-se formando a artéria carótida comum esquerda e um tronco comum que emite as artérias esternoclavicular, torácica interna, tronco peitoral e continua-se como artéria subclávia, destinada à asa esquerda. Da artéria carótida comum esquerda surge um tronco lateralmente, que se ramifica em artérias cervical superficial, vertebral e um ramo anastomótico para a aorta torácica, formando uma alça sobre a base do coração. O tronco braquiocefálico direito descreve um pequeno trajeto para ramificar-se em tronco peitoral, artéria subclávia (destinada à asa direita) e cervical superficial, sendo a subclávia a mais calibrosa. Neste mesmo ponto ocorre a emissão da artéria esternoclavicular direita, de calibre diminuto. O espécime analisado apresentou padrão de organização arterial dos colaterais do arco aórtico diferente daquele comumente descrito em aves domésticas.

PALAVRAS-CHAVE: Articulação Esternoclavicular. Classificação. Anatomia.

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COMPARAÇÃO DA ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM DA ONÇA PINTADA (Panthera onça) COM A DO GATO DOMÉSTICO (Felis silvestris catus) Silva LB*, Silva JCS, Silva FVA, Jeferson, Silva JL, Rodrigues PF, Silva RPM Universidade Federal do Acre. UFAC

COMPARAÇÃO ANATÔMICA ENTRE PULMÕES FORMOLIZADOS E IMAGENS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ALTA RESOLUÇÃO Coutinho AFAR*, Santana MMF, Santana AMF, Carvalho CAB FAMENE A Tomografia Computadorizada de Alta Resolução (TCAR) do Tórax tem suma importância para o diagnóstico de inúmeras patologias, e sua interpretação acurada depende de um conhecimento detalhado da anatomia pulmonar básica. Faz-se necessário uma abordagem anatômica detalhada macro e microscopicamente dos pulmões, no intuito de elucidar a comparação entre imagens bidimensionais e órgãos formolizados. A TCAR do tórax pode avaliar todo o volume pulmonar, através de cortes finos de 1 mm a 10 mm de espessura, possibilitando a observação das estruturas parenquimatosas como grandes brônquios, artérias, lóbulos pulmonares secundários e seus componentes, septos interlobulares , região centrolobular e estruturas centrolobulares. O trabalho objetiva aprimorar a visão anatômica das imagens tomográficas, através de um paralelo com pulmões formolizados. Foram utilizados pulmões fixados em formol a 10% da FAMENE/PB e imagens normais de TCAR do Centro de Diagnóstico em Radiologia e Ultrassonografia (CEDRUL/PB). Através de cortes axiais e coronais das imagens, identificaram-se facilmente os acidentes anatômicos e suas derivações, igualmente observadas na anatomia macroscópica. A TCAR possibilitou, também, a constatação detalhada de estruturas microscópicas, muito além do que pode ser visto na anatomia cadavérica. Diante do exposto, pode-se confirmar a necessidade do estudo anatômico básico dos órgãos em apreço para o entendimento dos mesmos através de imagens de TCAR.

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A onça pintada (Panthera onca), encontra-se na lista de animais ameaçados de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza. A principal ameaça a este grande felino é a perda constante de hábitat, associada à fragmentação destes. Devido á relativa escassez de dados disponíveis na literatura especializada, sobre estudos específicos da estrutura anatômica da artéria carótida comum da onça pintada, o presente estudo tem como objetivo a investigação e a comparação deste vaso da onça pintada (Panthera onça) com a do gato doméstico. Foram utilizados 04 exemplares para o estudo, sendo 01 da onça pintada e 03 de gatos domésticos. O primeiro, um animal jovem, macho, proveniente do 61º Batalhão de Infantaria e Selva situado na cidade de Cruzeiro do Sul - ACRE, doado após morte natural, à Universidade Federal do Acre – Campus Floresta, já os gatos foram trazidos à Universidade por acadêmicos, sendo estes vítimas de atropelamento. Para a fixação e conservação dos animais, utilizamos solução aquosa de formol a 10%, onde os mesmos foram mantidos submersos, na mesma solução, em recipiente adequado e posteriormente realizamos a dissecção das estruturas para o estudo. As artérias carótidas comum, esquerda e direita, assim como no gato doméstico, surgem do tronco braquicefálico. No pescoço a artéria carótida comum esquerda situa-se no esôfago ou entre este e a traqueia, enquanto a artéria direita está relacionada dorsalmente à traqueia. Ambas as artérias são acompanhadas pela veia jugular interna dentro da bainha carótida. O trajeto e a ramificação de ambas as carótidas são quase idênticos no pescoço. Eles terminam nas artérias carótidas interna e externa em ambos os animais. Concluindo que entre os dois animais referente as estruturas anatômicas estudadas não houve grandes diferenças.

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COMPARAÇÃO DA DISTÂNCIA E SIMETRIA DOS FORAMES MENTONIANOS OBTIDOS EM LOCO E EM IMAGENS RADIOGRÁFICAS Caria PHF*, Nejaim Y, Vespasiano AIS, Presotto AGC, Haiter-Neto F

COMPARAÇÃO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA SOB ESTÍMULO MUSICAL ENTRE HOMENS E MULHERES MUSICALIZADOS Seiji F, Quintão SH, Custódio Junior JS, Caetano AG, Novais LD, Smith RL

Devido à grande procura por reabilitações orais empregando a implantodontia,a localização precisa do forame mentonianos tornou-se uma necessidade premente para a execução de procedimentos que não afetem estruturas anatômicas nobres. Por essa razão houve aumento nas solicitações de radiografias panorâmicas, principalmente devido ao seu baixo custo e sua eficácia. Este trabalho teve como objetivo avaliar a distância entre os forames mentonianos e a sua relação com a base mandibular, a borda posterior do ramo da mandíbula e a relação entre os forames mandibulares bilateralmente. As morfometrias foram realizadas por três experientes avaliadores em Radiologia Odontológica, primeiramente em 58 mandíbulas humanas, com auxilio de paquímetro digital e depois nas respectivas radiográficas panorâmicas das mandíbulas, com software Image J, com e sem o auxílio de marcadores artificiais para delimitação das áreas de interesse. Após a análise estatística dos valores obtidos observou-se diferença estatisticamente significante nas medidas das peças anatômicas quando comparadas às medidas nas radiografias panorâmicas com e sem o auxílio de marcadores metálicos. Sendo assim é necessário utilizar imagens radiográficas que possibilitem acurácias nas mensurações lineares reduzindo as possibilidades de complicações durante os procedimentos operatórios.

A música é utilizada como recurso terapêutico porque considera-se que possua capacidade de reduzir o estresse, ansiedade, pressão arterial e frequência cardíaca. O córtex auditivo primário é mais ativado sob barulho ou estímulo musical, tanto em homens quanto em mulheres, porém as mulheres apresentam maior estimulação enquanto que os homens apresentam desativação do córtex pré-frontal direito. O objetivo do presente estudo foi comparar a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) entre homens e mulheres sob diferentes estímulos musicais. Foram estudados 26 homens e 18 mulheres, que estudavam em escola de música há mais de um ano. Foram executadas 4 músicas diferentes (Terceira Sinfonia de Beethoven, Day Ligth of Konoha, Bad Romance e Drum Solos) durante 20 minutos (5 minutos cada música) precedido de um período de repouso em silêncio de 5 minutos. Durante todo esse período os voluntários foram orientados a manter-se em repouso, com uma respiração tranqüila e evitando conversar com os avaliadores, enquanto foi feita a coleta dos dados de freqüência cardíaca (FC) por meio de um monitor de FC, da marca POLAR, modelo RS800CX. A análise dos dados foi feito no domínio do tempo, por meio dos índices RMSSD e pNN50, e no domínio da freqüência utilizando os índices de baixa freqüência - BF (atividade simpática), de alta freqüência - AF (atividade parassimpática) e a razão BF/AF (balanço simpato-vagal). Foi utilizado o Teste t não pareado para a comparação entre os grupos de homens e mulhres. Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes (p<0,05) nos índices do domínio do tempo durante a execução da música 4 (Drum Solos), evidenciando maior predomínio parassimpático nos homens musicalizados quando comparado às mulheres.

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COMPARAÇÃO DO USO DE GLICERINA PURA E DA GLICERINA SEMIPURIFICADA COPRODUTO DO BIODIESEL NA CONSERVAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS 1 Carvalho YK* , Cordeiro ALL1, Medeiros LS1, Belfort AS1, Salas ES1,Bombonato PP2 1.Universidade Federal do Acre, 2.Universidade de São Paulo

COMPARAÇÃO ENTRE DUAS METODOLOGIAS DE ENSINO PARA AULAS PRÁTICAS EM ANATOMIA Oliveira MBP, Oliveira MBP, Crispiniano EC, Andrade MB

O processo de glicerinização é uma alternativa na conservação de peças anatômicas, substituindo a técnica de formalização. O uso da glicerina pura é muito eficiente e não tóxica para os manipuladores, porém é extremamente cara e inviável para muitos laboratórios.O propósito do estudo foi comparar o uso da glicerina semipurificada coproduto do biodiesel com a glicerina pura na conservação de peças anatômicas. O presente estudo utilizou 20 sistemas genitais feminino de vaca (ovário, tuba uterina, cornos, corpo, cérvix, vagina e vulva) proveniente de frigorífico e a glicerina semipurificada foi adquirida em usina de biodiesel, cuja composição foi previamente conhecida. Os órgãos foram resfriados, dissecados, fixados, desidratados e glicerinizados. Nessas etapas os órgãos foram mensurados, analisados e fotodocumentados. As peças foram distribuídas randomicamente em dois grupos: Glicerina Pura e Glicerina Semipurificada. Os valores obtidos (Média±DP) da massa foram de1127,91±182,24 g (peças frescas); 1197,80±221,96 g (formol); 1193,56±213,16 g (álcool 70°); 1026,20±23,23 g (glicerina pura); 1188,83±244,05 g (glicerina semipurificada).Não foram observadas diferenças estatísticas na comparação entre os dois grupos.As peças fixadas na glicerina pura e na glicerina semipurificada apresentaram odor, flexibilidade e textura semelhantes, mimetizando as peças a fresco. Os órgãos fixados na glicerina semipurificada apresentaram coloração levemente amarelada, devido à constituição da solução. A glicerina semipurificada mostrou-se eficaz no processo de glicerinização, preservando as características morfológicas das peças anatômicas a baixo custo, sendo um substituto viável da glicerina pura. PALAVRAS-CHAVE: Peças anatômicas, conservação, glicerina purificada, glicerina semipurificada

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INTRODUÇÃO: Desde o inicio de uma educação mais aplicada se discute a relação de aprendizado versus metodologia de ensino em diversas áreas da ciência. A anatomia é uma das disciplinas mais complexas na grade curricular dos cursos de saúde e áreas afins onde, faz-se necessário elaborar estratégias que venham minimizar a dificuldade do aprendizado. OBJETIVO: Comparar o aprendizado dos alunos matriculados na disciplina de Anatomia, expostos a uma aula do tipo prática, com o uso de peças anatômicas formolizadas e outra pelo método expositivo com o uso de material multimídia. METODOLOGIA: Foram avaliados 46 discentes matriculados no primeiro módulo de um curso técnico de Farmácia, Radiologia, Saúde Bucal e Segurança do trabalho, selecionados mediante acessibilidade e subdivididos em dois grupos. O Grupo A (GA) foi submetido aula prática com peças anatômicas formolizadas, já o Grupo B (GB) foi exposto à aula prática com apresentação do mesmo conteúdo em imagens projetadas por uso de data show (Epson - S6). Foram utilizados os mesmos informes anatômicos aos dois grupos. Com término das aulas, aplicou-se um questionário estruturado e objetivo sobre variados aspectos do referido assunto como instrumento de coleta. Os dados foram analisados pelo software PASW Statistics 18.0, com margem de significância de 95%. RESULTADOS: Quanto ao número de acertos, o GA apresentou uma média de 8,9 (±2,4) e o GB de 7,2 (±2,2), ao compará-los não foi observada diferenças estatísticas (p>0,05). O tempo gasto para responder o questionário foi de 9,4 (±2,9) minutos para o GA e de 10,5 (±3,8) para o GB. CONCLUSÃO: Concluímos que ambas as técnicas de ensino contribuem para uma boa aprendizagem dos alunos, não existindo grandes lacunas entre os dois métodos.

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COMPARAÇÃO ENTRE PEÇAS ANATÔMICAS CONSERVADAS PELA TÉCNICA DE HIPOCÓRO-CONSERVAÇÃO COM PEÇAS FORMOLIZADAS Purificação NR*

COMPARATIVE ANATOMICAL STUDY OF THE NERVES OF THE PELVIS OF Cebus WITH HUMANS AND OTHER PRIMATES Figueredo-Silva S, Gratão LA, Mendes-Silva C, Garrido S, Cunha WD, Aversi-Ferreira RA, Aversi-Ferreira TA Federal Universityof Tocantins

Técnica de hipocóro-conservação para a conservação de peças anatômicas de animais racionais e/ou irracionais desenvolvida e patenteada por Natan Reyges, definida como um conjunto de procedimentos para a conservação de peças anatômicas utilizadas por estudantes de cursos da área biomédica. O objetivo da técnica de hipocóro-conservação é facilitar o estudo em Anatomia e prevenir a saúde do estudante, uma vez que as peças não apresentam odor de formol. A técnica de formolização é utilizada para a conservação de peça, porém além de ser cancerigeno causa irritações nos olhos e no aparelho respiratório (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC)). A Metodologia fez uso da pesquisa explorando a abordagem qualitativa, tendo como objetivo a observação participante. O lócus da pesquisa foi a disciplina de anatomia humana e Neuroanatomia, desenvolvida nos cursos de Enfermagem, Ciências Biológicas e Psicologia. A pesquisa comparou as técnicas de conservação hipocóro-conservação e formol, analisando duas situações: a) alergia e odor; b) conservação da peça. Como resultados, vimos que as peças hipocóro-conservadas apresentam algumas vantagens em relação ao formol, uma vez que não precisão ser conservadas em nenhum tipo de substância conservante, o que faz com que as instituições de ensino não precisem de tanques com formol nos laboratórios de acesso aos alunos. As peças apresentam uma coloração mais próxima da real. Conclui-se que a técnica hipocóro-conservação apresenta grandes vantagens para a conservação de peças anatômicas, uma vez que vai proporcionar mais qualidade no estudo e menos contaminação alérgica aos alunos, aos professores e aos demais funcionários que estão em contato diário com peças anatomicas conservadas. PALAVRAS-CHAVE: Técnica de hipocóro-conservação. Técnica de formolização. Conservação de peças anatômicas.

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The anatomical studies in relationship to Cebus generate information to help the knowledge about important aspects associated to its biology. In special, the analyzes of pelvis nerves, will incorporate more necessary data to understanding its anatomy to explain the intermittent bipedal position and movement linked to these primates. The main this work was study the pelvis nerves of Cebus gender indicating the origins, distribution and trajectory. The results were compared with data from literature to baboons, chimpanzees and modern humans. Were used 8 Cebus donated from IBAMA or that suffered accidents nearby Federal University of Goiás campus. In the majority specimens the sciatic nerve origins form L4 to S2 spinal segments, penetrate the sciatic foramen and in the thigh emerge undo gluteus medium muscle and follow its inferior marge on the gemulus, piriformis and quadratus femoris muscles. The posterior cutaneous thigh nerve follows the sciatic nerve, shared the same epineurium undo gluteus medium muscle and branched near superior third of gluteus minimus. The obturator nerve origins from L3 to L5, pass by ventral region undo internal obturator muscle, across the obturator foramen and penetrates the extern obturator muscle and innerves the gracilis muscle in the thigh. The inferior gluteus nerve emerges in the thigh undo piriformis muscle and innervates the gluteus maximus muscle. In the pelvis the femoral nerve is lateral to obturator nerve anteriorly. The distribution of pelvis nerves in Cebus keep relation closest to baboons than others studied primates.

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COMPARATIVE ANATOMY OF Cebus’ LEG Pfrimer G*, Abreu T, Garrido SD, Moreira DH, Aversi-Ferreira RMF, Figueredo SS, Aversi-Ferreira TA, Carneiro-Silva FO Federal University of Uberlândia

COMPARATIVE ANATOMY OF CEBUS VESSELS OF THE PELVIS GratĂŁo LA*, Aversi-Ferreira R, Figueredo-Silva S, Mendes-Silva C, Cunha W, Garrido S, Aversi-Ferreira, T Federal University of Tocantins

The Cebus have manual skills, cognitive and behavior similar to Old World primates. They move mainly in the quadrupedal form and can adopt the semi-bipedal position using the tail like support. Know of the anatomy of the pelvic limb of Cebus generates data for clinical and surgical procedures and could explain the semi-bipedal behavior that permit the hands free for handling tools. The aim of this work is to study the structures of the leg and compare them with those of humans, chimpanzees and baboons. For this dissection were performed in eight specimens previously approved by an institutional ethics committee. In general, the structures of the leg are quite similar with the other primates. Specifically, differences were found in relation to origin and insertion to the muscles of the fifth toe, fibular, tibial to other muscle of the leg. The arterial distribution of leg is more similar to baboons in relation the anatomy of the superficial peroneal and saphenous arteries. Regarding the pattern of innervation, the differences consist in the trajectory of the medial sural cutaneous nerve, and the final branch of the tibial nerve. The studied structures of the leg are very similar to others primates studied here, although the details reveal that these structures are closest to baboons, probably because the locomotors habits that is similar like Cebus.

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Many questions were performed in last 10 years about behavior, taxonomy, anatomy and phylogenetic position of Cebus. Whether to behavioral aspect many papers were published to others areas the literature is scarce yet. Indeed, the anatomical studies is the mainly tool to responses the answers about taxonomy, phylogeny, evolution and in some cases to behavior. An important aspect is the Cebus capacity to keep the erect position to perform tasks like broken nuts and looking for food. The main this work was study the anatomy of the pelvis of the Cebus and to this purpose were used eight specimens of Cebus and the project was approved previously by an institutional ethics committee. The pelvic arteries display high variability to primates, including between the right and left sides. Therefore in considering the general pattern descripted to humans, the artery iliac common origins the branches called internal and external iliac. In the pelvis the internal iliac artery immediately divide in two good visible branches called anterior (ventral) and posterior (dorsal) branches. The ramification from anterior branch supply inferior-anterior structures placed in the pelvis and the posterior branch supply the inferior-posterior structures. The external iliac artery presents anterior-inferior pathway toward to thigh. The testicular/ovarian artery across superior-inferiorly the pelvis originated from renal artery toward testiculus/ovarian.The division of iliac common artery and the iliac internal is similar to human, chimpanzee and baboons distribution, however, to the small branches not was possible follow each to verify the correct supplying.

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COMPARATIVE ANATOMY OF SHOULDER NERVES OF THE Cebus Pfrimer G*, Abreu T, Aversi-Ferreira RF, Mendes CDS, Nascimento GN, Gratão LH, Gobbo M, Aversi-Ferreira TA Federal University of Uberlândia

COMPARATIVE ANATOMY OF THE Cebus’ THIGH Vieira VS*, Pfrimer, GA, Abreu T, Gratão LHA, Aversi-Ferreira RAGMF, Aversi-Ferreira TA, Carneiro-e-Silva FO Federal University of Uberlândia

The comparative anatomical studies of Cebus with other primates clarify evolutionary, behavioral and phylogenetic aspects among primates of the Old and New World. The forelimb deserves special attention due to the dexterity of manipulation and its arboreal habits. Studies of the arteries of the shoulder showed that there is more irrigation area compared with baboons, chimpanzees and humans, because the intense movement of Cebus brachiation to move between the trees layers. Thus, this study aims to verify the anatomical distribution of nerves. We used eight specimens of Cebus preserved in formalin 10% for this work. Data were compared with the literature of humans, chimpanzees and baboons. We analyzed the axillary, suprascapular, subscapular superior and inferior nerves. The roots of these nerves in the brachial plexus - upper limit at fifth cervical vertebra and the lower limit at first thoracic vertebra – shown that are similar to humans and baboons, and different from chimpanzees. Specifically, we found a large ramification of the nerves in Cebus. The axillary nerve sends branches to the deltoid and teres minor. The suprascapular nerve innervates the supraspinatus and infraspinatus. The subscapularis muscle receives branches of the subscapular nerve. In general, comparison of the results indicates that the innervation of the muscles of the shoulder between the four primates is similar.

The Cebus has arboreal and terrestrial habits. Preferably move around in a quadrupedal and bipedal posture usually assumed to manipulate tools and obtaining food. This behavior requires high activity of the structures of the pelvic limb. The aim of this study is to perform a comparative analysis of the anatomical structures of the thigh. Six specimens were used to conduct this work. Data were compared with the literature of modern humans, chimpanzee and baboon. The origins of the sartorius, quadriceps, adductor longus, gracilis and semitendinosus are similar to the chimpanzees and baboons. The insertionsare similar to chimpanzee, baboon and human. The vastus intermedius muscle origin and insertion is similar to man. The origin of the pectineus muscle differs but the insertion is similar to others primates. Ischiofemoral and semimembranosus accessory muscles have the same origin and insertion than baboons. The adductor brevis muscle origin is analogous to the baboons. The femoral artery origin the saphen artery like in baboons.The deep femoral artery persists until the leg through the descending branch; this configuration differs from other primates observed in this study. In general, the anatomy of the thigh in Cebusis more similar to baboons.

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COMPARATIVE ANATOMY OF THE CEBUS’S HAND Aversi-Ferreira TA*, Aversi-Ferreira RAGMF, Maior RS, Nishijo H, Tavares MCH, Tomaz C *Federal University of Tocantins

COMPARATIVE STUDY OF GROSS INTESTINE OF SOME PISCIVOROUS AVIAN Senos R, Barbosa GL, Zeferino R, Tolezano FS, Dutra DFM*, Rici REG

The Cebus genus presents very high cognitive skills, evidenced by its widespread use of tools for obtaining food and complex social behaviour. Nevertheless, there are few studies showing the anatomical basis for Cebus’manipulatory skills. The purpose of the present study was evaluate Cebus’s hand anatomy and compare it with the existing data from human, chimpanzee and baboon, and also to associate these anatomical aspects with known and observed behaviors in these species. Eight Cebus specimens were dissected for analysis. From the comparative analysis of the muscles, the hand of Cebus is more similar to the baboon hand and less similar to the human hand. The analysis of the articular surfaces of the joint carpalmetacarpal I, indicates a joint seal that hinders the internal rotation of the metacarpal I in vivo. The analysis of the carpal bones and the movement of the thumb of Cebus indicate that these primates perform the lateral pincer, which has been referred to as opponency lateralized or pseudooponencyin the scientific literature. The dimensions of the bony hand of Cebus are dissimilar in relation to pongids and humans. In fact, its structure more closely resembles the hands in arboreal specialists with an added to the position of the thumb and limited flexion at the plane of the palm, which together indicates a type of hand with primitive characteristics. The corollary of the present findings is that the Cebus do not exhibit morphological characteristics to carry out thumb opponency movements. The phylogenetic and morphological data derived from DNA indicates Cebuss haring a distant ancestor withpongids. Therefore cognitive convergence between these taxa seems to be dependent on the high level of encephalization in Cebus, which may allow considerable hand skill despite primitive morphologic resourcesin the hand.

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Universidade Federal Fluminense

Avian species usually present many specific anatomical differences. Comparative studies can be useful to understanding the species particularities. Anatomical data of digestive system in piscivorous avian are rare. We studied the shape of gross intestine of Ardea alba, Fregata magnificens and Nycticorax nycticorax using the scanning electron microscopy method. The A. alba had long, straight, high, side by side villi. The F. magnificens had short, high, randomly spaced villi. The N. nycticorax had wavy, long, high villi with great space between them. Our results suggest that A. alba gross intestine mucosa have wider contact area in comparison to other species. It could represent higher needs of absorption of nutrients and water in this site of the digestive system. Probably the other species absorption system is more effective in other alimentary tract segments such as small intestine and stomach. There is no tendency of villi shape considering the phylogeny aspects. More data are necessary.

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COMPORTAMENTO DO CÍRCULO DE WILLIS NA IRRIGAÇÃO ENCEFÁLICA DE CUTIAS (Dasyprocta aguti Linnaeus, 1766)

COMPORTAMENTO DO SISTEMA VÉRTEBRO-BASILAR NA IRRIGAÇÃO ENCEFÁLICA DE CUTIAS (Dasyprocta aguti Linnaeus, 1766)

Câmara RJF*, Silva RSB, Oliveira GB, Oliveira REM, Júnior CMO, Figueredo WTX, Bezerra FVF, Oliveira MF.

Filho Rolim JRM*, Silva RSB, Oliveira REM, Júnior CMO, Figueredo WTX, Silva ACBN, Oliveira GB, Oliveira MF

Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

A cutia é uma espécie que tem sofrido significativa redução de suas populações, tanto pela caça predatória como pela destruição de seu hábitat. Com a escassez de informações acerca da vascularização encefálica das cutias, este trabalho teve como objetivo estudar o comportamento do circulo de Willis, descrevendo as principais artérias que o compõem. Foram utilizados 10 animais provenientes do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres (CEMASUFERSA), sendo a cavidade torácica aberta e a aorta canulada para injeção de látex neoprene com corante específico e em seguida aberto uma janela na calota craniana. Os encéfalos foram extraídos do crânio para que se pudesse analisar a superfície ventral e depois fixados em solução de formol 10%. O círculo de Willis, nesta espécie, apresentase normalmente completo e fechado, contornando o corpo mamilar, o túber cinéreo e o quiasma óptico. Apresenta a forma geométrica aproximada de um hexágono, alongado no sentido caudo-rostral. Seus seis vértices são determinados pelos pontos onde ocorrem: a bifurcação da artéria basilar, a emissão das cerebrais caudais direita e esquerda, as bifurcações que dão origem as cerebrais média e rostral e, por último, mais rostralmente, a anastomose dos ramos mediais do ramo comunicante rostral.

A cutia é um roedor pertencente à infraordem Caviomorpha. Considerando a inexistência de informações acerca de sua morfologia, em especial sobre a vascularização encefálica, realizou-se esta pesquisa utilizando 10 animais provenientes do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres (CEMAS-UFERSA), sendo feita uma incisão na cavidade torácica, seguida de injeção de látex neoprene corado na aorta e posterior abertura de uma janela na abóbada craniana. Os encéfalos foram extraídos para análise da sua superfície ventral e depois fixados em solução de formol 10%. A artéria vertebral mostrou-se um vaso de grande calibre que participa ativamente da vascularização encefálica, projetando-se latero-medianamente a partir do forame vertebral lateral, seguindo pela superfície ventral da medula com inclinação de aproximadamente 45º. Ao atingir a medula oblonga, anastomosou-se com seu homólogo contra-lateral dando origem a uma artéria basilar de grosso calibre, que segue em sentido caudo-rostral de forma retilínea através da linha mediana ventral do rombencéfalo até a extremidade rostral da ponte, a partir de onde se dividiu em seus dois ramos terminais, que divergiam latero-rostralmente num ângulo de aproximadamente 90º. A artéria basilar emitiu uma sequência de ramos em direção lateral para ambos os antímeros, responsáveis pela irrigação da medula oblonga, ponte e parte do cerebelo. Os ramos para medula oblonga e ponte foram sempre numerosos e de pequeno calibre, apresentando-se normalmente em pares contra-laterais, sendo os mais calibrosos, e presentes em todas as preparações, as artérias cerebelares caudais, artérias trigemiais e artérias cerebelares rostrais.

PALAVRAS-CHAVE: Cutia, Círculo de Willis, Artéria, Vascularização encefálica.

PALAVRAS-CHAVE: Roedor, Vascularização encefálica, Artéria basilar.

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COMPREENSÃO MORFOLÓGICA DO SISTEMA LÍMBICO A PARTIR DE RECURSO DIDÁTICO PARA AULAS PRÁTICAS DE NEUROANATOMIA Silva NA*, Filho AFS, Silva APS, Oliveira DS, Magalhães CP UFPE

CONFECÇÃO DE MODELO ANATÔMICO EM ACRÍLICO E CERA COMO MATERIAL DIDÁTICO NO ENSINO DA ANATOMIA MIOFACIAL

O sistema límbico corresponde à união de estruturas inter-relacionadas que juntas atuam promovendo e modulando aspectos damemória, comportamento e repostas emocionais. Entre outras estruturas, fazem parte desse sistema, o giro do cíngulo, o giro para-hipocampal, o hipocampo e o corpo amigdaloide. O estudo da anatomia desse sistema como um todo possui importância crescente principalmente para cursos voltados para a análise do comportamento humano, como psicologia. Devido a localização dos componentes deste sistema impossibilitar uma visualização clara e precisa dos mesmos. Objetivou-se, com esse estudo, descrever a elaboração de um modelo didático e analisar a sua capacidade de facilitar a compreensão do sistema límbico em aulas práticas de neuroanatomia. Este modelo foi confeccionado no Departamento de Anatomia do Centro de Ciências Biológicas/UFPE, para o qual foram utilizados: tinta acrílica, massa de biscuit, papel e cola. O modelo elaborado do sistema límbico permite a visualização dos seguintes componentes: giro do cíngulo, istmo do giro do cíngulo, giro denteado e para-hipocampal, corpo caloso, corpos mamilares, trato mamilo-talâmico, tálamo, fórnix e corpos amigdaloides. A ausência de peças para o estudo anatômico que apresentem estruturas do sistema nervoso, mostrando com clareza sua localização, distribuição e morfologia impossibilitam a ampliação do conhecimento dos alunos. A construção deste modelo permitiu que aulas práticas ocorressem de maneira dinâmica e didática auxiliando o professor a exercer o seu dever em propiciar aos alunos oportunidades de aprendizagem.

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Rangel-de-Oliveira J*, Dias MS, de Paula RC, Antunes ES, Machado FA, Babinski MA Departamento de Morfologia – Instituto Biomédico Universidade Federal Fluminense - UFF

O emprego de modelos anatômicos é um recurso que vem sendo utilizado há algum tempo a fim de facilitar o estudo de anatomia. Observa-se nas aulas práticas da disciplina de Anatomia, dificuldade na visualização e entendimento de determinadas estruturas, especialmente quando se trata dos músculos da mímica facial e sua estratificação. A partir da observação dessa dificuldade, foi confeccionada uma peça em cera odontológica, reproduzindo estas estruturas, bem como os ligamentos, cartilagens e tendões, utilizando como base um crânio seco com mandíbula. Os materiais e instrumentos utilizados são comuns à prática odontológica e são eles os Esculpidores, Espátulas e Mini-maçarico, além de Cera Odontológica n. 7, Cera Pegajosa e Resina Acrílica autopolimerizável branca. Sua escolha está relacionada à versatilidade do material e por admitir uma adequada mimetização das estruturas mencionadas. Utilizou-se uma metade do crânio, para reproduzir elementos questão no plano superficial tais como: Músculo temporal, Masseter, Músculos do complexo da cavidade oral, nasal e orbital, além da cápsula articular da articulação têmporo- mandibular com seus ligamentos acessórios. Para visualização dos músculos que estão inseridos no nariz, foi feita uma cópia em resina acrílica do disco articular. Os músculos pterigóideos, foram reproduzidos em cera, e para sua melhor visualização, foi feito um corte no processo coronóide da mandíbula. O presente trabalho trouxe boa aceitação pelos discentes e docentes, por promover assimilação da estratificação da face, em um modelo 3D, complementando assim, o estudo tradicionalmente utilizado

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CONFECÇÃO DE MODELOS ANATÔMICOS EM NEUROANATOMIA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O APRENDIZADO COMPARADO A OUTRAS FORMAS TRADICIONAIS DE ENSINO Santos GVBSS*, Malafaia N, Barbosa EPT

CONFECÇÃO DE MODELOS ANATÔMICOS PARA O ESTUDO DE VIAS NERVOSAS AFERENTES E EFERENTES Silva APS*, Melo Filho PJK, Silva NA, Oliveira JB Departamento de Anatomia, CCB, UFPE

INTRODUÇÃO: A maneira tradicional do ensino da anatomia perpassa nas linhas do conhecimento docente, das imagens dos atlas, dos livros textos e nas dissecções cadavéricas em laboratórios. As aprendizagens fundamentais recomendadas em torno da UNESCO de educação da qualidade para todos, no relatório de Jacques Delors são: aprender a ser, conhecer, viver juntos e fazer, onde reflete e estimula inovações pedagógicas na práxis em anatomia. OBJETIVOS: Comparar novas vivências de aprendizagem com elaboração de modelos anatômicos, apontando dificuldades e novos avanços no ensino-aprendizagem. MATERIAIS E MÉTODOS: A pesquisa é descritiva e analisa quantitativamente a confecção de modelos anatômicos em Neuroanatomia. Dados foram coletados a partir de questionários de 56 acadêmicos do curso de Fisioterapia, sendo 48 respondidos após confecção de 8 modelos anatômicos ao longo de um ciclo semestral de 4 meses no ano de 2011 com as seguintes variáveis: maquetes versus livros-didáticos, atlas e o uso de novas tecnologias. Na associação com o livro-didático, 29 discentes consideram melhor nível de aprendizagem sobre Neuroanatomia. Consideração idêntica ao atlas (29) sendo que, para 10, mantém o mesmo nível de aprendizagem. Quando comparada ao uso de novas tecnologias, 23 consideram um melhor nível de aprendizagem sobre Neuroanatomia; para 13 a elaboração dos modelos são superiores. CONCLUSÕES: A confecção de modelos anatômicos é um recurso alternativo para construção do conhecimento. Em associação com os recursos tradicionais e de novas tecnologias, aponta a condução do exercício docente ao ensino-aprendizagem promovendo maior interação com o corpo discente e possível substituição por peças cadavéricas.

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Anatomia é uma ciência básica, estando presente em todos os cursos da área das Ciências Biológicas e Saúde. Esta disciplina requer do aluno a aprendizagem de termos específicos, e, após embasamento teórico, é de suma importância a vivência das aulas práticas. Uma das grandes dificuldades encontradas por professores de anatomia é a obtenção de material didático adequado para realização das mesmas, de forma que assim o conteúdo seja melhor assimilado e aprendido pelos discentes. Como exemplo, temos o estudo das vias nervosas aferentes e eferentes, no qual a utilização de peças cadavéricas é de difícil visualização. Assim, o uso de modelos anatômicos, que são representações confeccionadas a partir de material concreto, torna-se uma opção viável e eficaz em detrimento das peças reais. Com o objetivo de buscar alternativas para uma melhora neste perfil, criou-se modelos ampliados dos segmentos do Sistema Nervoso onde estão localizados os corpos dos neurônios os quais dão passagem às fibras nervosas. Os modelos criados foram confeccionados com utilização dos mais diversos tipos de materiais que envolvem o uso de cola, folhas de isopor, tinta, gesso, massa de modelar, canudos, papel, massas de “biscuit”, resinas “epóxi”, fios de cobre entre outros. Os modelos confeccionados abrangem tanto as vias aferentes, quanto as eferentes. Os mesmos foram utilizados por alunos dos cursos de graduação da UFPE, obtendo boa aprovação. Diante da dificuldade na aquisição de determinadas peças para aulas práticas de anatomia, cabe ao professor, juntamente com monitores e alunos, buscar alternativas eficientes e utilizar-se de diversas ferramentas de ensino para atingir os objetivos das aulas práticas propiciando então maior aprendizado dos alunos.

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CONFECÇÕES DE MODELOS ANATÔMICOS CONTRIBUINDO NA APRENDIZAGEM DA ANATOMIA PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

CONHECIMENTO DO TÉCNICO EM ENFERMAGEM EM RELAÇÃO À PRÁTICA DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA INTRAMUSCULAR

Oliveira DS*, Lopes DHG, Ferreira IJC, Costa Sobrinho AV, Villarouco FM, Silveira MFG. Departamento de Anatomia, CCB UFPE, Recife-PE

Cabral LG*,Lizardo FB,Santos LA, Sousa GC. Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Para facilitar o aprendizado de ciências e trabalhar os conteúdos da anatomia e a fisiologia dos órgãos do corpo humano foram orientados alunos da 7ª série do ensino fundamental a confeccionar modelos anatômicos. As aulas tradicionais e o livro didático estão centrados em definições, e quando ocorrem às aulas práticas em laboratórios, estas são demonstrações que ilustram a teoria, dessa forma os alunos passam a investigar porque são instigados pela postura de curiosidade, mediada pelo professor a fim de que as informações adquiram sentido. Este trabalho foi desenvolvido no Departamento de Anatomia da UFPE por professores e monitores. As aulas práticas foram realizadas nos laboratórios do Departamento. Os modelos anatômicos foram confeccionados pelos monitores e alunos, usando argila, massa de biscuit e gesso, utilizando o modelo cadavérico como base. O contato com as peças e modelos anatômicos proporcionou aos estudantes do ensino fundamental um novo horizonte de informações, porque eles foram estimulados através dos seus próprios sentidos a conhecerem e construírem órgãos e estruturas do corpo humano de forma dinâmica e participativa, envolvendo-os no processo e na construção do aprendizado e melhorando o desempenho escolar. Para os monitores este projeto proporcionou uma ampliação da experiência em extensão, além de aumento no conhecimento anatômico com a confecção dos modelos em dimensões proporcionais as estruturas naturais. Portanto esta experiência constitui um recurso interessante para o estudo de ciências ao nível fundamental nas escolas e ao nível da graduação, pois estimula a compreensão da morfologia com atividades criativas, integradas e participativas.

A técnica de administração de medicamentos por via intramuscular era delegada aos profissionais médicos, na primeira metade deste século. Posteriormente, as enfermeiras também passaram a desenvolvê-la, e em um curto espaço de tempo, váriaspessoas iniciaram o exercício desta técnica, nem sempre com o preparo e conhecimento necessários. O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise do conhecimento de profissionais da área de enfermagem do nível médio de uma escola técnica em relação à prática de administração de medicamentos por via intramuscular.A amostra foi composta por 30 estudantes vinculados a uma Universidade Federal do Triângulo Mineiro e o instrumento de coleta de dados foi um questionário contendo sete perguntas abertas, no qual foram utilizados conceitos sobre Anatomia de superfície e acidentes anatômicos relacionando-os com a área segura para injeção dos medicamentos por via intramuscular. Quando questionados sobre anatomia de superfície e sua importância clínica, 30 (100%) discentes responderam incorretamente. O presente estudo permitiu identificar que os discentes revelaram falhas no conhecimento sobre “Anatomia de Superfície e os acidentes anatômicos ósseos utilizados para delimitar a área segura para administração de medicamentos por via intramuscular”. Os discentes demonstraram insatisfação com o grau de seu conhecimento sobre o assunto e considera que o aprendizado deste é importante para a formação do Técnico em Enfermagem. Acredita-se que trabalhando a educação permanente com estes profissionais é possível uma conscientização da necessidade destes procedimentos a fim de se obter qualidade da assistência na administração de medicamentos injetáveis por via intramuscular. PALAVRAS-CHAVE: Educação profissional, Técnico em Enfermagem, Injeção IM.

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CONSIDERAÇÕES BIOMÉTRICAS DAS VÉRTEBRAS SACRAIS DA CUTIA (Dasyprocta leporina) Campos TKM¹, Franzo VS¹, Moura WRC¹, Pajanoti AEG¹, Vieira Ds2, Gradela A2 ¹ UFMT- FAMEV, Cuiabá, MT; 2 UNIVASF, Petrolina, PE

CONSTRUÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS REPRESENTATIVOS DOS PLEXOS BRAQUIAL E LOMBOSSACRAL Silva SS*, Filho AFS, Silva PMF, Santos ITS, Galvão APO, Silva TG, Freitas MFL

A cutia é um mamífero roedor com bom desempenho zootécnico devido a sua grande capacidade de se reproduzir em cativeiro e longevidade, além da produção de carne branca saborosa e com potencial nutricional. Não há nada a ser compulsado sobre coluna vertebral da cutia, por isso o objetivo é elucidar sobre a biometria do sacro desta espécie animal. Utilizou-se um exemplar de esqueleto de cutia da UFMT submetido à maceração e clarificação em água com água oxigenada. Com pinças anatômicas e tesouras procedeu-se a limpeza do sacro lavado em água corrente e seco para análise. Para biometria, as vértebras sacrais foram medidas (em cm) com um paquímetro. A cutia possui quatro vértebras sacrais fusionadas, assim como suíno, ovelha e cabra. O sacro da cutia possui processos espinhosos diferentes do suíno, em que esses acidentes ósseos são ausentes ou pouco desenvolvidos. Em S1 (1,0 cm) e S2 (1,4 cm), o comprimento dos processos espinhosos são maiores, enquanto que, em S3 (0,7 cm) e S4 (0,8 cm). S4 (0,1 cm) possui a menor largura. A altura diminui gradativamente de S1 (1,6 cm) a S4 (0,5 cm). Em bovinos, a face dorsal dos processos espinhosos são fusionados, porém não há fusão nesta face na cutia. As asas do sacro apresentam 2,0 cm de comprimento e são quadrangulares semelhantes as do bovino e suíno. Observaram-se três pares de forames sacrais tanto dorsais como ventrais e o primeiro par de forames sacrais ventrais é mais desenvolvido, diminuindo seu diâmetro do primeiro ao último par como ocorre no equino. Conclui-se que o sacro da cutia é formado por 4 vértebras sacrais fusionadas e que segue padrão de acidentes ósseos como em animais domésticos, sendo que as primeiras vértebras sacrais são maiores em altura e comprimento do que as últimas.

Plexos nervosos são conjuntos de nervos ou fibras nervosas que se organizam e se distribuem a fim de promover a inervação de um dado segmento corporal. Dois plexos em especial, o plexo braquial e o lombossacral, originam-se na medula espinal e prolongam-se por entre as estruturas componentes dos membros superiores e inferiores, respectivamente. A produção de modelos didáticos fidedignos às diversas estruturas morfológicas surge como uma ferramenta de grande valia e que tem sido cada vez mais explorada nos laboratórios de anatomia. Devido à escassez de peças naturais ou artificiais que permitam a visualização dos plexos braquial e lombossacral e sua distribuição, o presente estudo teve por finalidade realizar a descrição da construção de modelos didáticos para cada um dos referidos plexos. Para a montagem do plexo braquial foram utilizados ossos humanos naturais do membro superior e vértebras cervicais (C3 a C7) e torácicas (T 1 a T12). Para o lombossacral ossos humanos do membro inferior, vértebras lombares, sacro e cóccix. Os ossos foram articulados através de osteotécnicas, utilizando arames, cola, hastes de metal, madeira e fios de diversos calibres na cor amarela representando os nervos. Os modelos didáticos proporcionaram um grande avanço no fenômeno de ensino-aprendizagem das aulas práticas de anatomia pelo fato de promoverem o esclarecimento referente às dúvidas de localização e trajeto dos principais nervos que suprem os músculos do membro superior e inferior, sendo modelos de baixo custo quando se dispõe de ossos naturais. A construção desses modelos exige conhecimentos de anatomia humana e proporcionam aos estudantes interessados a oportunidade de construir seus conhecimentos de maneira mais dinâmica e didática. PALAVRAS-CHAVE: plexo braquial, plexo lombossacral, modelo didático

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CONSUMO DE COFFEA ARÁBICA E SEUS EFEITOS SOBRE O TECIDO ÓSSEO: MODELO EXPERIMENTAL *Ferreira LVC, Marchi, KC, Mesquita G, Silva TD, Nakagaki WR, Camilli JA, Soares EA * Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO ANATÔMICO DOS RAMOS SACRAIS DA AORTA ABDOMINAL DO GATO (Felis catus) Pinto e Silva JRC*, Guazzelli Filho J, Geraldo B, Schimming BC, Filadelpho AL Departamento de Anatomia - Instituto de Biociências – Botucatu - Unesp

INTRODUÇÃO: O café é uma bebida de grande popularidade, consumida mundialmente e em vista disso, têm sido realizado estudos concernentes à sua segurança e às implicações a saúde. Tanto clinica como experimentalmente foi observado que o consumo crônico de café pode comprometer a integridade do tecido ósseo e, consequentemente, favorecer as fraturas e dificultar o reparo. OBJETIVO: Avaliar os efeitos do café (Coffea arábica) sobre a resistência mecânica do osso e a neoformação óssea em falha no osso parietal do rato. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram utilizados 14 ratos divididos em 02 grupos de 7 animais, grupo controle (CT) e grupo tratado (CA). Todos os animais receberam a mesma dieta sólida. O grupo CT recebeu água ad libitum e o grupo CA foi oferecido café como única opção de dieta líquida, preparado de forma convencional segunda às recomendações da ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café), ou seja, o uso de 100g de pó/L de água. Após quatro semanas de tratamento, uma falha de 3mm de diâmetro foi produzida no osso parietal direito de todos animais. Após a cirurgia os animais continuaram com suas respectivas dietas líquidas até completar 10 semanas. Após o sacrifício dos animais, amostras de sangue foram coletadas para verificação do cálcio sérico e os fêmures para ensaio mecânico. O osso parietal direito foi processado através técnicas de rotina para avaliação histomorfométrica do reparo da falha óssea. RESULTADOS: Nos animais do grupo CA foi encontrado menor volume de osso neoformado no interior da falha produzida no osso parietal. No teste mecânico, os fêmures dos animais tratados com café apresentaram menor resistência à célula de carga, diferindo estatisticamente dos animais controle. Foram encontrados menores níveis de cálcio plasmático nos animais tratados. CONCLUSÕES: O consumo de café produziu efeito negativo sobre a osteogênese no interior da falha óssea e a resistência mecânica do fêmur. Além disso, também interferiu no metabolismo do cálcio.

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Estudos anatômicos sobre o gato tem sido realizados por pesquisadores, empenhados em conhecer a anatomia deste animal. O objetivo de nosso trabalho foi o de esclarecer a distribuição macroscópica das artérias ilíacas e sacral, procedendo a sistematização de sua origem para compreensão de fatos que ocorrem nesta espécie e em outros animais domésticos e silvestres. Utilizamos 10 exemplares do departamento de Anatomia da Unesp-Botucatu. Injetamos o sistema arterial pela artéria carótida com neoprene látex, 450, e posteriormente fixamos com formol a 10% onde foram dissecados e examinados. Na dissecação observamos a aorta abdominal junto a superfície ventral do corpo das vértebras lombares e sacrais acompanhada pela veia cava caudal. Na região sacral em 100% dos casos encontramos a aorta abdominal emitindo ramos formando a artérias ilíacas externas direita e esquerda, as artérias ilíacas internas sempre paralelas em direção caudal emitindo ramos para a região pélvica. A artéria sacral mediana em 100% dos casos apresentava-se com calibre menor, caudalmente como continuação da aorta abdominal no ângulo da bifurcação das artérias ilíacas internas. Portanto o padrão arterial dos ramos sacrais da aorta do gato é semelhante como vimos em outras espécies.

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CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO RAMO INTERVENTRICULAR SUBSINUOSO EM TAMANDUÁ BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla) Borelli V, Biasi C, Vasconcelos BG*, Noronha PB, Melo APF

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO NERVO RETAL CAUDAL EM EQUINOS SEM RAÇA DEFINIDA Brito TR1, Ferreira AO2*, Vasconcelos BG2, Iglesias LP2, Santos AC 2, Miglino MA2, Silva FOC1 1

Setor de Morfologia, Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia; 2Departamento de Cirurgia, Setor de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo

Com o objetivo de contribuir para o estudo da anatomia dos equinos, particularmente ao conhecimento do Sistema Nervoso Periférico, e ainda com o intuito de fornecer dados ao estudo sistemático da anatomia comparada, propomos analisar o comportamento do nervo retal caudal, em especial atenção em sua origem, distribuição e frequência, posto que os Compêndios por nós consultados restringem em fazer considerações ligeiras e superficiais, divergindo até mesmo entre si. Assim, analisou-se 30 fetos de equinos sem raça definida, machos ou fêmeas, provenientes do Frigorífico Pomar, Araguari-MG, os quais foram fixados em formaldeído a 10% através da canulação da aorta descendente torácica e posteriormente o material foi mantido submerso na referida solução por um período mínimo de 48 horas, antes do início da dissecação. Para observação da origem do nervo citado efetuou-se: uma incisão longitudinal ao longo da linha mediana ventral, desde o processo xifóide do osso esterno, até a borda caudal da sínfise pélvica, e duas outras incisões verticais, uma em cada antímero, até alcançar a linha mediana dorsal. Dessa forma, desarticulou-se a sínfise pélvica até atingir a cavidade, da qual foram retirados todos os órgãos. Para análise da distribuição realizou-se incisões na pele: do terço médio da perna e na face medial da coxa, estendendo-a da raiz do membro pélvico até a primeira incisão. Em sequência, contornou-se a raiz da cauda, do ânus e os órgãos genitais externos, rebatendo a pele e as fáscias das regiões glútea, coxa e perna. Dessa forma, o nervo originou-se dos ramos ventrais dos nervos espinhais sacrais do 3º, 4º e 5º e distribuiu nos músculos coccígeo, levantador do ânus, sacrocaudal medial ventral e esfíncter externo do ânus.

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A vascularização cardíaca segundo Banchi (1904) pode ser classificada em três tipos: o esquerdo, o direito ou balanceado, segundo a participação de cada uma das artérias coronárias na nutrição dos ventrículos. No presente trabalho procuramos avaliar a vascularizaçãodo coração de Tamanduá Bandeira, segundo a concepção apresentada por Banchi, examinando 27 corações de animais, machos ou fêmeas, de diferentes e não conhecidas idades, que foram encaminhadas pela Polícia Ambiental Militar e IBAMA do estado de São Paulo, e que chegaram após óbito. Para tanto, uma vez isolados os órgãos injetamos as artérias coronárias, separadamente, com Neoprene Látex 450, corados em vermelho, e após fixação em formol a 10% por 72 horas procedemos a dissecção destes vasos. No material assim preparado, verificamos que na maioria dos corações, 24 casos (89%), a artéria coronária esquerda fornecia os ramos interventricular paraconal, o circunflexo esquerdo e o interventricular subsinuoso, caracterizando o tipo esquerdo de vascularização cardíaca. Já, com menor frequência, 3 preparações (11%), a vascularização ventricular era do tipo equilibrada, ou seja, a artéria coronária direita cedia os ramos circunflexo e interventricular subsinuoso, enquanto a esquerda emitia os ramos interventricular paraconal e o circunflexo. Os resultados ora identificados indicam que a vascularização cardíaca do Tamanduá Bandeira é predominantemente do tipo esquerdo, vale dizer que a artéria coronária esquerda fica responsável pela supremacia da irrigação arterial dos ventrículos, nesta espécie.

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CONTRIBUIÇÕES AO ESTUDO DOS SULCOS, GIROS E VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO DO Ovis aries, L., 1758, UMA FERRAMENTA DIDÁTICA 1 Pádua AC *; Neto PR2, Dornelas MHS3, Godoy JRP4 1, 2, 3, 4 FM/UNB A anatomia é uma disciplina importante a muitos cursos da área de saúde e seu correto conhecimento é essencial para a formação de um bom profissional. A anatomia não se torna completa apenas com aulas expositivas, se fazendo necessárias aulas práticas para o aproveitamento do aprendizado por parte do estudante. A dificuldade na obtenção de peças de neuroanatomia humanas devido às diversas implicações morais, legais e sociais nos faz enveredar por caminhos alternativos no ensino da anatomia. A anatomia comparada se mostra como importante ferramenta nessa empreitada. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo descrever a sistematização dos principais giros e sulcos e vascularização do encéfalo do Ovis Aries, L., 1758, na intenção de obter elementos que nos permitam conhecer o padrão de sua morfologia externa para que seja utilizado como modelo que apoie o ensino da neuroanatomia humana, além de demonstrar que este modelo também pode ser explorado como método de treinamento nas práticas de microdissecção neurocirúrgica. RESULTADOS: Com este estudo observamos que os giros e sulcos presentes na superfície cerebral do Ovis Aries, L., 1758, apresentam um padrão de simples descrição e de fácil percepção, no que tange o modelo vascular observamos um padrão similar ao humano, principalmente o circuito anastomótico da base do encéfalo (circulo arterial do cérebro). CONCLUSÕES: O espécime utilizado mostrou-se versátil para aulas praticas de neuroanatomia, pois os alunos tem a oportunidade de dissecar um encéfalo, sem preocupação, de danificar a peça acarretando algum prejuízo ao acervo da faculdade.

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CONTRIBUIÇÕES DO MUSEU ITINERANTE NA PREENSÃO CONHECIMENTO DE MORFOLOGIA POR PROFESSORES DE BIOLOGIA DA REDE PÚBLICA DE GOIÂNIA Moreira SOL*, Girotto DL, Hidasi Neto J, Mesquita LP, Moreira PC, Cardoso JR, Silva VV, Alencar JMD Universidade Federal de Goiás A extensão é um excelente mecanismo de capacitação e de reflexão profissional. Integra professores, comunidade e alunos, permitindo a formação de profissionais críticos acerca dos problemas sociais e cidadania. O espaço museal com suas diferentes atividades propõe-se a ativar as curiosidades e promover crescimento através da prática vivenciada, e do reviver com familiaridade com os órgãos e sistemas, gerados pelo manuseio das peças e visualização direta, incitando a curiosidade e descobertas pelo conhecimento. O objetivo desse trabalho foi servir como piloto para aperfeiçoamento e mecanismo de preensão para professores do ensino médio, professores esses que quase sempre não retornam à academia ou dela nunca participaram, para atualização e/ou troca de experiências educacionais, através do Museu Itinerante de Morfologia. Alunos de graduação dos cursos de Medicina, Ciências Biológicas e Farmácia, orientados por Professores, realizaram apresentações em 36 escolas de Goiânia, para 8635 alunos e 64 professores de biologia, com explanações sobre órgãos e sistemas e suas interações, enriquecidas com demonstrações lúdicas, peças teatrais, exposições de diapositivos e projeções animadas, peças glicerinadas de humanos e animais. Aplicaram-se testes e questionários aos professores antes das apresentações e 60 dias após. 98% dos professores tiveram aproveitamento superior no segundo teste. 2% não responderam. 100% responderam que as apresentações contribuíram para ampliação do conhecimento anatômico e inserção nos processos de interdisciplinaridade. Conclui-se que a socialização do conhecimento, presente no mecanismo do Museu Itinerante reforçou o caráter de extensão e de ensino para professores de biologia.

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CORDAS TENDÍNEAS ATÍPICAS DA VALVA ATRIOVENTRICULAR DIREITA DO CORAÇÃO DE BOVINOS Oliveira LPG*, Almeida ATS, Queiroz RB, Eirado CFA, Pinto KS, Gadelha AT Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA – Porto Velho - RO

CORRELAÇÃO DA DISSECAÇÃO DO MÚSCULO PLATISMA E AS LESÕES PERFUROCORTANTES DE PESCOÇO Lima F*, Lemes GA, Luiz CR, Benetti EJ, Fiuza, TS

Os corações normalmente apresentam em seu complexo valvar direito três músculos papilares, que dão origem às cordas tendíneas. As cordas tendíneas se ligam às cúspides atrioventriculares. Em alguns casos descreve-se a presença de cordas tendíneas que fogem ao padrão, sendo designadas cordas tendíneas atípicas (APPOLINÁRIO; COSTA; OLIVEIRA, 1999) e anômala (COSTA; MORAIS-PINTO; APPOLINÁRIO, 2000). O presente trabalho tem objetivo de verificar a existência das cordas tendíneas atípicas nos corações bovinos. Os corações (n=10) verificados no presente estudo eram hígidos e foram coletados de animais adultos após abate para consumo humano, em frigoríficos legalizados no município de Porto Velho - RO. O material foi fixado segundo Rodrigues (1998) e dissecados para a visualização dos elementos anatômicos a serem estudados. Observou-se que 40% dos corações apresentaram cordas tendíneas atípicas. Sua origem ocorreu no septo interventricular e sua inserção na cúspide em 100% dos corações observados. Conclui-se que a atipicidade das cordas tendíneas do estudo realizado ocorreu de forma considerável, e assim, devendose ser considerado no funcionamento do coração.

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O pescoço é uma região vulnerável a lesões que atingem principalmente indivíduos do sexo masculino na faixa etária entre 24 a 34 anos. Os ferimentos podem ser superficiais ou penetrantes, sendo que esses últimos ultrapassam o músculo platisma. Considerando as delimitações do pescoço e a incidência de lesões cervicais graves com perfuração do m. platisma, objetivou-se dissecar e identificar esse músculo e estruturas relacionadas na região ântero-lateral do pescoço e correlacionar com as lesões na região. Com auxílio de pinça anatômica, bisturi e tesoura gengival, foi dissecada a região ântero-lateral do pescoço de um cadáver masculino fixado em formol e conservado com glicerina. Dissecou-se o músculo platisma e verificou-se que suas fibras se estendem sobre a face anterior e lateral do pescoço, na tela subcutânea, seguem trajeto oblíquo em direção cranial e medial até a mandíbula, onde se inserem, apresentando-se como uma fina lâmina, corroborando com o descrito na literatura. Evidenciou-se o nervo auricular magno, o nervo occipital menor e a porção inicial da veia auricular posterior. A lesão do nervo auricular magno pode causar anestesia ou parestesia em área extensa da face. Ao rebater o platisma evidenciou-se o m. esternocleidomastóideo e a veia jugular externa, que podem ser alvos de lesões. A prática da dissecação se mostrou um excelente método de estudo das estruturas da região cérvico-mandibular ao nível do platisma, permitindo observar suas relações anatômicas e profundidade das camadas, além de desenvolver habilidades manuais exigidas no processo de reconstrução cirúrgica da área, transplantes e punções venosas. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia Humana, lesões cervicais, músculo platisma.

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CORRELAÇÃO ENTRE A MORFOLOGIA DO CANAL VERTEBRAL E A PERCEPÇÃO DE DOR EM PACIENTES COM ESTENOSE LOMBAR NOS PERÍODOS PRÉ E PÓS-ESFORÇO FÍSICO Garbelotti Jr. SA1,2 *, Lucareli PRG3, Ramalho Jr. A4, Godoy W4, Greve JMD2 1. Depto. de Fisioterapia, Centro Universitário São Camilo - SP; 2. Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo - SP; 3. Mestrado em Reabilitação, Universidade Nove de Julho - SP; 4. Laboratório de Estudo do Movimento, Hospital Israelita Albert Einsten – SP Dor lombar é uma queixa comum especialmente entre os idosos. O termo estenose espinal é baseado no fato de que um espaço mínimo do canal vertenbral é necessário para o funcionamento normal das estruturas nervosas e quando esse espaço torna-se estreito, resulta em sintomas como dor, dormência, fraqueza e claudicação neurogênica, que pioram com o esforço e melhoram com o repouso. Este estudo ter por objetivo correlacionar a percepção de dor, a morfologia e o grau de estenose do canal vertebral lombar obtido através do exame de ressonância nuclear magnética. Foram avaliados dez pacientes com diagnóstico de estenose do canal vertebral lombar, com idade média de 76,4 (10,1) anos. A percepção da dor foi colhida através da escala visual analógica (EVA) em dois momentos, antes e após caminhada em esteira durante um período máximo de 20 minutos ou interrupção forçada pelo efeito de dor ou fadiga. A partir destes dados, a percepção da dor de cada paciente obtida no inicio e ao final da tarefa foi comparada com a área transversal do saco dural medida em exames de ressonância nuclear magnética. Observamos que área transversal média do saco dural foi de 42,14 (37,46) mm2, e o formato dominante foi o triangular pelo crescimento signifivativo dos processos e faces articulares. Encontramos variações significantes da percepção da dor (Spearman; p=0,011) nos períodos pré e pós-esforço, porém não encontramos relação entre os dados de percepção da dor com a área transversal do saco dural (Spearman; p=0,875). Concluímos que as variações do estado sintomatológico entre os períodos pré e pós-esforço não ocorreram por influência da morfologia ou do tamanho da área transversal do canal vertebral.

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CORRELAÇÃO ENTRE ANÁLISE DE WITS, ESPAÇO AÉREO FARÍNGEO, ALTURA DO PALATO E ÁREAS DOS SEIOS MAXILAR E FRONTAL DE ADOLESCENTES Almeida VL, Caria PHF A morfologia de tecidos moles pode interferir no crescimento e no desenvolvimento das estruturas craniofaciais causando maloclusões. As avaliações dessas alterações durante o crescimento são de grande importância para a restauração do padrão do crescimento craniofacial. O objetivo deste estudo foi correlacionar a Análise de Wits (classificação esquelética) com o espaço aéreo faríngeo, a altura do palato e as áreas dos seios maxilar e frontal de adolescentes com média de idade de 11,64 anos e desvio padrão ±2,55. Para isso foram selecionadas 36 telerradiografias laterais (19 do gênero feminino e 17 do gênero masculino) de indivíduos entre 07 e 17 anos, com os primeiros molares permanentes. Foram excluídos os indivíduos com histórico de agenesia/extração dentária, cistos, sinusites, tumores, deformidades craniofaciais, tratamento ortodôntico, tonsilectomia e adenoidectomia. As telerradiografias foram digitalizadas e as aferições realizadas com o software Image J, versão 1.45. Foram medidas, por um mesmo pesquisador, a altura máxima do palato e o espaço aéreo faríngeo, em seis regiões no sentido ânteroposterior; também mensuradas as áreas do seio frontal e do seio maxilar esquerdo. Para a análise de erro utilizou-se o teste de Dahlberg. O teste de correlação de Pearson apresentou correlação entre a idade e a altura do palato (r=0,62); entre a idade e o seio maxilar (r=0,68); e entre os seios maxilar e frontal (r=0,75), com p<0,05. Os resultados indicam que o crescimento da face sofre influência da tensão mastigatória, porém a relação esquelética (dentária) não interfere nas dimensões do espaço aéreo faríngeo nesse estágio de crescimento.

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CORRELAÇÃO ENTRE CORAÇÃO E PULMÃO NA SÍNDROME DE EBSTEIN (RELATO DE UM CASO) Santana MMF*, Santana AMF, Sousa BVS, Queiroga CAS, Silva Neto EJ, Machado Junior JL, Alves Silva LA, Santana MN FAMENE A anomalia de Ebstein tem como principal alteração anatomopatológica a implantação anormal da valva atrioventricular direita, na qual os folhetos septal e posterior se implantam no septo ventricular, correspondendo a 1% das anomalias congênitas cardíacas. Pacientes acometidos por essa patologia apresentam uma insuficiência cardíaca expressiva, correlacionada a alterações pulmonares. O trabalho tem como objetivo relacionar as alterações pulmonares a Síndrome de Ebstein, apontando as causas e consequências anatômicas dessa correlação. Foi utilizado cadáver masculino adulto, pertencente à FAMENE/PB, fixado em formal a 10%, material usual de dissecação. Observamos no cadáver em apreço, que as medidas do comprimento pulmonar e cavidade torácica, apresentavam uma discrepância, quanto comparadas a cadáveres aparentemente normais. Dessa forma, foi visto que os pulmões do cadáver com a síndrome mediam 82,28% do tórax, já os normais estavam na média de 72,7%. Além disso, a relação entre a expressão torácica sobre e tronco do cadáver em estudo, constou de 66% enquanto o padrão, 56%. Concluise que o aumento pulmonar, provavelmente seja por conta da necessidade compensatória sobre a insuficiência cardíaca gerada pela síndrome, já que pacientes deste tipo possuem um fluxo sanguíneo cardiopulmonar mais lento, sendo preciso um maior suporte de ar, conferido pelos grandes pulmões.

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CORRELAÇÃO ENTRE ESPESSURA PLACENTÁRIA E ILA COM PARÂMETROS DE BIOMETRIA FETAL EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA DE ARACAJU/SE Rodrigues TMA*, Leao SC, Souto MJS, Dantas JEBB, Bezerra JCSG, Maciel DC, Queiroz AAF, Marçal AC Grupo de Anatomia Molecular (DMO/UFS), São Cristóvão/SE

Os parâmetros de biometria fetal (como a circunferência cefálica) são importantes preditores do desenvolvimento intrauterino do concepto. Por sua vez, variações de parâmetros materno-fetais (ILA e espessura placentária) geralmente estão associadas a um pior prognóstico obstétrico. O objetivo deste trabalho foi o de analisar a correlação entre a espessura placentária e ILA com as diferentes medidas de biometria fetal. Para isto foi realizado estudo descritivo transversal retrospectivo, baseado em dados secundários de 92 pacientes coletados em Serviço de Obstetrícia de Aracaju/SE durante o mês de junho/2011. Foram coletadas informações sobre a espessura da membrana placentária, ILA e os parâmetros de biometria fetal, a saber: diâmetro biparietal (DBP), circunferência abdominal (CA), comprimento do fêmur (CF) e circunferência cefálica (CC). Foram excluídas as pacientes cujas informações estavam incompletas. A análise estatística foi realizada através da correlação parcial de Pearson (r). Dos resultados, a correlação entre espessura placentária e os diversos parâmetros de biometria fetal foi respectivamente de 0,29 (DBP); 0,27 (CC); 0,12 (CF) e 0,28 (CA). Já a correlação entre o ILA e os parâmetros de biometria fetal foi à seguinte: -0,20 (DBP); -0,20 (CC); 0,06 (CF); -0,15 (CA). Conclui-se que a espessura placentária não deve ser utilizada como preditora de idade fetal, devido a sua fraca correlação com os critérios de biometria fetal. Observou-se também que o ILA possui fraca correlação inversa com as variáveis da biometria fetal, não podendo ser considerado o seu aumento (poliidramnia) como preditor seguro de retardo do crescimento intrauterino.

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CORRELAÇÕES ANATÔMICAS DA SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO Menezes Júnior JE*, Oliveira LC, Queiroz JC, Praxedes LTA Universidade Federal do Rio Grande do Norte

CORRELAÇÕES ENTRE MEDIDAS CORPORAIS E PARÂMETROS REPRODUTIVOS DE GARANHÕES PÔNEIS DE RAÇA BRASILEIRA Sousa TML, Silva GF*, Silva LT, Pereira DDSA, Maia JJA, Maia MS, Moura CEB Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Natal, RN

A Síndrome do Túnel do Carpo (STC) trata-se da mononeuropatia compressiva dos membros superiores mais prevalente na classe de trabalhadores que executam atividades de características repetitiva e forçada. A disposição anatômica das estruturas subjacentes ao nervo mediano favorece a ocorrência de alterações que ocasionem a compressão de tal nervo. A disposição dos ossos do carpais gera a formação de um canal por meio do retináculo dos flexores que, por sua vez, se liga medialmente no osso pisiforme e no hamato e lateralmente no osso escafóide e no trapézio. O nervo mediano, os tendões dos músculos flexor longo do polegar, flexor superficial e flexor profundo dos dedos percorrem o interior deste canal. A sintomatologia da STC está intimamente relacionada com a relação estabelecida entre tais estruturas anatômicas. O estudo objetiva compreender as correlações existentes entre os aspectos anatomofisiológicos e a clínica da Síndrome do Túnel do Carpo. A busca eletrônica fez-se por meio da utilização dos bancos de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) com os seguintes descritores: fisiopatologia da síndrome do túnel do carpo e síndrome do túnel do carpo e trabalho. Constatou-se uma estreita relação entre a sintomatologia da doença e as estruturas anatômicas da mesma região. O conhecimento dos aspectos morfofuncionais do túnel do carpo demonstra a relação existente entre a fisiopatologia e sintomatologia da STC, sendo de grande importância para o diagnóstico do mesmo. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia humana; Síndrome do túnel do carpo; fisiopatologia.

Com o aumento considerável do rebanho equino nacional surge à necessidade do melhoramento genético dos animais para incremento da produção, por meio de seleção e reprodução. Na seleção animal, existe uma busca por correlações significativas entre medidas corporais e produção espermática. Estudos nessa área, geralmente, envolvem equinos de grande porte, cujos resultados na maioria das vezes não podem ser aplicados aos pôneis. O presente trabalho objetivou verificar a existência de correlações significativas entre as medidas corporais e parâmetros reprodutivos em pôneis da raça Brasileira. Neste experimento foram utilizados 5 animais, criados no semi-árido nordestino, clinicamente sadios e em atividade reprodutiva, dos quais foram obtidos volume testicular (VolT), medidas lineares [largura de garupa (LGar), comprimento de garupa (CGar), altura de garupa (AGar) e altura de cernelha (ACer)] e realizadas, semanalmente, cinco coletas de sêmen, em cada animal, com uso de vagina artificial, para obtenção da concentração espermática (CE). Foram observadas correlações estatisticamente significativas entre LGar e VolT(r=-0,6468, P=0,0005), CGar e CE (r=-0,4035, P=0,0455), VolT e AGar (r=0,8721, P=0,00001) e para VolT e ACer (r=0,8000, P=0,0001). Conclui-se que, apesar de poucos animais analisados, observa-se uma tendência de correlações significativas entre as medidas lineares importantes na seleção animal e parâmetros reprodutivos nos pôneis da raça Brasileira, criados no semi-árido nordestino.

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CRESCIMENTO ANORMAL DA PROTUBERÂNCIA OCCIPITAL EXTERNA EM CRÂNIO HUMANO

CRITICA AOS TESTES DE FLEXIBILIDADE COM MEDIDA LINEARES DA COLUNA LOMBAR: DIFICULDADES NA VALIDAÇÃO

Moreira PC*, Oliveira KM, Cardoso JR, Moreira SOL, Benetti, EJ, Souza PR, Figueiredo ACR, Rebelo ACS Universidade Federal de Goiás

Achour Junior A, Dias SS*

Diversas patologias são descritas como calcificações em tendões e ligamentos, geralmente metaplasia dos tenócitos em condrócitos como fator predisponente à formação do corpo calcificado, com reabsorção do cálcio e aparecimento de fibras de colágeno tipo III, transformando o tecido do tendão em cartilagem e sua ossificação. Um crânio feminino, idade estimada 45 anos, formato ovóide, presença de dois ossos lambdáticos ou apicais em posição paramediana colateral abaixo da sutura lambdóide, esta parcialmente anquilosada, foi macerado em água corrente, infiltrado com poliacetato de vinila para preservar os ossos laminares e mais frágeis, mensurado e fotografado. Observou-se protuberância occipital externa elevada em formato de bico de águia, com ápice recurvado em direção crânio-caudal. A formação inicia-se em elevação cerca de 1,5 cm sobre a linha nucal superior bilateralmente até a linha mediana. Verificou-se a elevação cortante da crista occipital externa que termina antes do ápice da formação. O local corresponde à inserção do ligamento nucal e ponto de referência craniométrica Inion sobre a linha de referência antropológica. Não foram observadas formações globosas. O ligamento nucal era grandemente inervado pelas raízes C2 a C4 com ausência de vascularização abundante. Relata-se que a hipoxia está associada ao inicio do processo de calcificação e a postura de pessoas acima dos 40 anos ao encurtamento do ligamento nucal. Esta contração crônica causaria calcificações diversas, mas o esqueleto foi examinado e não apresentou outras ocorrências. Conclui-se que a ocorrência possa ser condição genética própria sem, contudo confirmação por história clínica.

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Dor na região lombar tem proporções epidemiológicas ligadas a fatores psicossomáticos. Há uma difícil identificação nos índices de flexibilidade na coluna lombar em populações por falta de testes válidos, com baixo custo operacional e fácil aplicabilidade. O objetivo foi verificar o comprimento da coluna lombar medida na radiografia em universitários para verificar uma das dificuldades em validar os testes de coluna lombar em medidas com marcas na pele e com palpação para localização de pontos anatômicos. Os testes mais usados são de MACRAE e WRIGHT (1969), ADRICHEM e KORST (1973), adaptados de SCHOBER (1937), mas não há validação. Nesse estudo usamos o de ADRICHEM e KORST que propõe uma distância de 15 cm acima da intersecção das espinhas ilíacas pósterosuperiores, verificando se representa o tamanho da coluna lombar. Para medir o tamanho nas chapas contou com o setor de arquivologia do Hospital da Universidade Estadual de Londrina. Na mensuração das radiografias da amostra (18 a 40 anos) com dor na coluna lombar, utilizou: negatoscópio, lápis dermatográfico e régua. Excluiu-se das 262 chapas: imagens pouco nítidas, presença de hérnia de disco e espondilolistese ou escoliose acentuada (>10°). O comprimento da coluna lombar nas chapas foi de 16,8 cm para mulheres e de 17,2 cm para homens, onde 70% e 45% alcançaram a T12, respectivamente. Em relação ao teste de ADRICHEM e KORST, 85% das mulheres e 95% dos homens não alcançaram a T12 e resultados encontrados de 5,7 e 6,2 cm para o sexo masculino e feminino, respectivamente estimados abaixo da L5, não incidiram na base S1. Conclui-se que o teste de coluna lombar mensura dois pontos localizado nesta região, mas não estabelece a medida do comprimento da mesma, no qual descaracteriza sua validade.

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DADOS PRELIMINARES DA MORFOMETRIA DO CORAÇÃO DO MACACO ARANHA - Ateles chamek (Humboldt, 1812) (Primates: Cebidae)

Pinto KS*, Almeida ATS, Carvalho RF, Grillo VTRS, Messias MR Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA – Porto Velho - RO Os princípios de construção do corpo dos primatas não humanos sul-americanos são semelhantes entre si, levando às semelhanças morfológicas. De forma geral, os estudos relacionados à anatomia dos órgãos das espécies pertencentes à ordem Primates não trazem o seu detalhamento. Com o objetivo de enriquecer o conhecimento da anatomia desses animais, apresentamos os dados da morfometria do coração do Macaco Aranha da espécie Ateles chamek. O material analisado foi proveniente da FLONA do Jamari, Itapuã do Oeste – RO, região norte do estado de Rondônia, com autorização SISBIO/ IBAMA, n.º 28115-1/2011. Coletou-se o coração inteiro de uma fêmea adulta de Ateles chamek. O órgão foi lavado e fixado em formol a 20% (RODRIGUES, 1998). Com a fixação, prosseguiu-se com sua morfometria com o auxílio de um paquímetro (Chuan Brand®), segundo Guimarães et al. (2011). No coração de A. chamek foi observado externamente aspecto globoso com o ápice cônico afilado, medindo 4.925 mm em seu eixo longitudinal direito e 4.700 mm em seu eixo longitudinal esquerdo. O diâmetro de base em plano látero-lateral mediu 3.500 mm e crânio-caudal com 4.500 mm, enquanto seu perímetro da base foi de 12.200 mm. O diâmetro do terço médio no eixo látero-lateral mediu 3.625 mm e o eixo crânio-caudal 3.980 mm. Os vasos da base formam-se pela a. aorta, a. pulmonar, v. cava cranial e caudal e Vv. pulmonares. A distância da origem da a. pulmonar ao ápice mediu 4.175 mm. Dessa forma, apresentou características básicas do coração dos mamíferos, com uma peculiaridade em sua silhueta, pois ele se apresenta com formato geral ao coração de cão, e em seu terço final ao coração de um ruminante, com seu ápice pontiagudo.

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DEFEITOS NA MINERALIZAÇÃO DO ESMALTE DENTÁRIO Bastos IHA*, Silva LR, Araújo RPC, Martins GB; Campos EJ Universidade Federal da Bahia (UFBA) O esmalte é originado do ectoderma, produzido pelos ameloblastos, sendo o tecido de origem biológica mais duro do corpo. É um material cristalino e birrefringente, que tem a hidroxiapatita como principal componente mineral, possuindo ainda material orgânico e água. A formação do esmalte dentário ocorre através de um processo de biomineralização mediado pela matriz orgânica, denominado amelogênese, que ocorre em dois estágios: estágio secretor e estágio da maturação. Esse processo acontece sob influencia genética e ambiental, podendo resultar no desenvolvimento de defeitos de esmalte por alterações ocorridas nesses estágios. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão crítica da literatura sobre os diferentes tipos de defeitos do esmalte, suas etiologias e principais aspectos clínicos. Defeitos do esmalte são descritos como alterações em sua estrutura caracterizados pela diminuição ou perda local de sua translucidez e incluem as hipoplasias, opacidades, fluorose, descolorações e amelogênse imperfeita, entre outros. O estudo da literatura demonstrou que o diagnóstico diferencial dos defeitos do esmalte é complexo, o que exige um conhecimento fundamentado dos eventos envolvidos na amelogênese.

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DEMONSTRAÇÃO DA TÉCNICA DE DERIVAÇÃO FEMOROPOPLÍTEA EM CADÁVER Quintella TA*; Brandão TRG*; Curado LA*, Louise Luz HL*; Sanzovo PS****; Sanzovo JE, MD **; Cavalcante MLTMH, CD, MS ***; Passos MARF MD, PhD*** *Acadêmicos da Faculdade de Medicina de Petrópolis; ** Médico Cirurgião Vascular; *** Professores de Anatomia da Faculdade de Medicina de Petrópolis; ****Acadêmica da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo

INTRODUÇÃO- A íntima relação entre território femoropoplíteo, aterosclerose e repercussões clínicas têm destaque entre as Doenças Arteriais Obliterantes Periféricas (DAOP). A alta prevalência da doença neste local de grande complexidade anatômica fomentou o interesse pela região e pela técnica de derivação femoropoplítea com uso de prótese exógena como minimizadora de sintomas. OBJETIVOS - Estudar as relações anatômicas do território femoropoplíteo através da dissecção e reprodução em cadáver da técnica de derivação. METODOLOGIA – Dissecou-se toda a extensão do segmento arterial femoropoplíteo de um cadáver adulto, do sexo masculino, fixado em formaldeído a 10%, proveniente do acervo do Laboratório de Anatomia da Faculdade de Medicina de Petrópolis e realizou-se a técnica de derivação femoropoplítea com uso de prótese exógena. RESULTADOS - Observou-se a viabilidade da técnica e a importância do procedimento em cadáver tendo em vista a ampliação e a aplicação do conhecimento anatômico para acadêmicos. CONCLUSÃO – Verificou-se que a anatomia da região posterior do joelho deve ser considerada no planejamento e execução da técnica de derivação femoropoplítea já que é uma região bastante acometida pela DAOP.

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DENSIDADE DE NEURÔNIOS MIOENTÉRICOS NADH-DP DO DUODENO DE RATOS SUBMETIDOS À INGESTÃO DO HERBICIDA ÁCIDO 2,4 DICLOROFENOXIACÉTICO Germano RM, Rovida AFS, Ribeiro AA, Diamante NA, Tibúrcio VG, Mari RB, Stabille SR, Miranda-Neto MH

O uso indiscriminado de herbicidas como o ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D) em monoculturas é polêmico, pois pode ocasionar benefícios à produtividade agrícola e danos aos animais e ao ambiente. Pesquisas sobre a neurotoxicidade do 2,4-D são voltadas para o sistema nervoso central e pouco se sabe sobre seus efeitos no sistema nervoso entérico (SNE). O SNE atua nos mecanismos da digestão e absorção de nutrientes e controla a motricidade gastrointestinal. Assim, objetivou-se avaliar os efeitos do 2,4-D sobre a densidade de neurônios mioentéricos. Dez ratos machos Wistar de 60 dias de idade foram distribuídos em dois grupos (n=5/grupo): grupo controle (GC) com animais que não receberam 2,4-D e serviram de controle para o grupo experimental (GE), em que os animais foram submetidos à ingestão de 5 mg de 2,4-D/Kg por 60 dias. Ao final do período experimental os animais foram eutanasiados, o duodeno foi coletado e processado para a técnica histoquímica da NADH-diaforase. O duodeno foi microdissecado para obtenção de preparados de membrana. Em microscopia de luz e analisador de imagens foram quantificados neurônios presentes em 80 campos microscópicos por preparado de membrana de cada rato. A quantificação de neurônios/mm² de duodeno foi expressa em média ± desvio padrão e analisada pelo teste t de Student em nível de significância de 5%. No GE ocorreu diminuição significativa (p˂0,05) na densidade neuronal (64,14±4,86/mm²) quando comparada com a densidade neuronal (84,3±18,30/mm²) do GC. Pode-se concluir que a ingestão de 5 mg de 2,4-D/kg de peso corpóreo por 60 dias interfere na atividade neuronal diminuindo a densidade de neurônios NADH-dp do duodeno, sugerindo um possível efeito tóxico do 2,4-D sobre estes neurônios.

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DENSIDADE VASCULAR E MORFOMETRIA DAS CAMADAS DO ESTÔMAGO DE COELHOS Abidu-Figueiredo M*¹, Oliveira MC¹, Santos CM², Chagas MA³ ¹Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; ²Universidade Federal da Bahia; ³ Universidade Federal Fluminense

DESCRIÇÃO ANATÔMICA DA ESCÁPULA EM TAMANDUÁ-MIRIM D'Emery MB*, Silva TS, Santos CB, Maciel MAS, Amorim Junior AA, Matoso MCS, Freitas MFL Universidade Federal de Pernambuco

É de grande importância a ramificação arterial nas diferentes regiões da parede gástrica, seja pela aplicação em estudos comparativos ou em pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de afecções em que a vascularização tenha valor potencial na ocorrência e/ou tratamento. O objetivo desta pesquisa foi caracterizar morfometricamente a túnica mucosa e muscular e a densidade de área vascular do estômago de coelhos. O estômago de 20 coelhos Nova Zelândia de ambos os sexos foram coletados e fixados em formaldeído a 10 %. Fragmentos das regiões do fundo, corpo e piloro foram processados para inclusão em parafina e corados em hematoxilina-eosina. A análise da densidade de área dos vasos sanguíneos e morfométrica foram obtidas através do software Image J. Nas fêmeas a região do fundo apresentou densidade vascular de 12,45 ± 0,7019, nos machos esta média foi de 9,46 ± 0,4686 (P = 0,0023). Na região do corpo o grupo das fêmeas apresentou média de 11,36 ± 0,4423 e nos machos de 11,68 ± 0,6384. Na região do piloro as fêmeas apresentaram média de 4,64 ± 0,2978 e os machos de 6,0 ± 0,2696 (P = 0,0033). A morfometria das túnicas mucosa e muscular (circular interna e longitudinal externa) nas fêmeas, em relação à espessura da região do corpo foram respectivamente 444,8 ± 33,02, 327,3 ± 48,01, 84,79 ± 13,58, nos machos foram 417,7 ± 25,90, 269,8 ± 30,73, 54,37 ± 6,016. Para a região do fundo em fêmeas foi de 490,3 ± 49,28, 195,5 ± 28,07, 111,6 ± 12,87 e para os machos 392,2 ± 31,16, 239,0 ± 22,49, 120,1 ± 18,63. No piloro em fêmeas as médias foram de 470,8 ± 50,50, 1,649 ± 0,1351, 0,4710 ± 0,03644, nos machos foram 366,4 ±34,14, 1,696 ± 0,2200, 0,6010 ± 0,06376. Houve diferença na densidade vascular (fundo e piloro) e não houve diferença entre a espessura das túnicas em ambos os sexos.

Tamandua tetradactyla popularmente conhecido como Tamanduá-Mirim ou tamanduá-de-colete, é um Xenarthra da família Myrmecophagidae, apresentam um crânio comprido e estreito, uma língua longa, cauda comprida e preênsil e membros craniais fortes, providos de garras longas e curvadas. Atualmente não se encontra na lista de animais em extinção, mas, os atropelamentos, ataques de cães domésticos, a forte caça e principalmente a destruição de habitats naturais são fatores que podem contribuir num futuro próximo para a sua extinção em algumas regiões. A descrição anatômica da escápula é de relevante importância, para médicos veterinários e biólogos, por permitir o conhecimento comparado a outras espécies silvestres e domésticas, pois cada espécie possui particularidades morfofuncionais. O objetivo desse estudo foi descrever a escápula, sendo utilizados dois tamanduás machos, um adulto e um jovem, e duas fêmeas, uma adulta e uma jovem, gentilmente cedidos pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS-PE) do IBAMA em Pernambuco. Os esqueletos foram preparados através de maceração e após este procedimento as escápulas foram observadas e descritas. A escápula de T. tetradactyla nos espécimes estudados mostrou como aspecto marcante, a presença de duas espinhas na face lateral. A primeira espinha (espinha escapular) é mais cranial, sai da metade da margem dorsal e termina na altura da metade da cavidade glenóide, apresentando uma tuberosidade, bem pontiaguda, na sua parte média e um acrômio bem desenvolvido e curvado. A segunda (espinha subescapular) é mais caudal, sai do ângulo caudal e termina próximo e cavidade glenóide, é constituída por uma linha fina de osso. A escápula possui uma margem cranial, uma caudal e uma dorsal convexa. Na margem cranial há uma incisura que nos indivíduos jovens se une ao processo coracóide por cartilagens e nos indivíduos adultos sofre sinostose com a escápula formando um forame que também está presente nas escápulas da preguiça, outro Xenarthra. Na face medial há uma depressão, com área triangular, chamada fossa subescapular. A cavidade glenóide é oval e apresenta um tubérculo chamado tubérculo supraglenoidal. Este estudo mostra a importância do conhecimento anatômico para profissionais que trabalham com animais silvestres, pois são distintas as características entre animais de diferentes grupos e de mesmos grupos como os Xenarthras.

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DESCRIÇÃO ANATÔMICA DA TRAQUEIA DO BICHO-PREGUIÇA COMUM (Bradipus variegatus) Silva EG1*, Santos JA1, Avelino AF1, Guerra RR1, Campos DB1 1 Centro de Ciências Agrárias, Campus II, Universidade Federal da Paraíba – UFPB

DESCRIÇÃO ANATÔMICA DA VEIA SUPRA RENAL ESQUERDA DUPLA E SUAS IMPLICAÇÕES CLÍNICA CIRÚRGICAS NO TRANSPLANTE RENAL Silva BRC*¹, Fernandes LS², Morais LKV², Assis TO¹² Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - FCM¹; Universidade Estadual da Paraíba - UEPB ²

Os bichos-preguiça são mamíferos que apresentam hábitos noturnos e são exclusivamente arbóreos, se alimentam de folhas. Atualmente correm risco de extinção. Este estudo teve como objetivo descrever anatomia da traqueia do bicho-preguiça comum (Bradipus variegatus). Foram utilizados 4 bichos-preguiça de diferentes idades, machos e fêmeas, provenientes do IBAMA (Processo nº 0201900129/2009/2/ licença 14/2010) e derivados de mortes naturais. Estas foram fixadas em solução de formol a 10% por 24 horas e dissecadas para análise macroscópica da traqueia. O comprimento médio do corpo dos animais foi de 41,3 ± 1,64 cm. Em 2 animais a traqueia mostrou-se retilínea e disposta em posição mediana ventral desde a laringe até a oitava costela, onde se desloca para o lado esquerdo, volta-se em sentido cranial passando para o lado direito e ao chegar à altura da quarta costela curva-se em sentido caudal, formando uma espécie de S. Nos outros 2 animais, a traqueia se desloca para esquerda na sétima costela formando um pequeno S e à altura da oitava costela desloca-se cranialmente, passando para o lado direito e formando outro S maior. As alças dos S ficam adjacentes às bordas dorsais dos pulmões. A bifurcação para formar os brônquios principais ocorre em nível da nona costela. Foram observados entre 110 e 117 anéis traqueais incompletos. A média do comprimento total da traqueia foi 27,4 ± 0,89 cm e a média de seu comprimento até a primeira curvatura foi 17,6 ± 0,58 cm. Conclui-se que a traqueia do bicho-preguiça comum não possui trajeto retilíneo, apresentando curvaturas dispostas de maneira a formar um único ou duplo S, característica não observada em outros mamíferos domésticos. PALAVRAS-CHAVE: anatomia, sistema respiratório, traqueia.

A veia supra renal (VSR) esquerda é tributária da veia renal esquerda em mais de 95% da população. Em estudo realizado por Mas et al. (1987) a VSR dupla apareceu em 2,7% das 110 nefrectomias realizadas. A VSR era única nos 34 cadáveres analisados por Duques et al. (2002). As variações anatômicas envolvendo a VSR esquerda, portanto são raras, porém o estudo das variações anatômicas da VSR é matéria de importância clinico cirúrgica para os transplantes renais. O objetivo deste trabalho foi Descrever a dissecação da VSR esquerda dupla e correlacionar com a clínica cirúrgica do transplante renal. Trata-se de um estudo descritivo realizado pela dissecação do rim e glândula supra renal esquerdos com ênfase na VSR dupla. Foi utilizado um paquímetro para mensuração do comprimento das veias estudadas. A dissecação do rim esquerdo e adrenal esquerda foi realizada conforme técnica habitual. Identificaram-se as origens diferentes e trajetos descendentes das VSR esquerda dupla (normal e variante), ambas tributárias da veia renal esquerda. A VSR esquerda normal media 3cm até chegar na veia renal enquanto que a VSR variante, com 7,5 cm de comprimento e mais delgada, partia da margem lateral da supra renal, descia adjacente a face renal para desembocar na veia renal esquerda cerca de 1,8 cm distal à primeira. A VSR variante apresentou um comprimento 2 vezes maior que a normal além de diâmetro menor e de difícil visualização in situ devido seu trajeto entre o polo superior do rim e face renal da glândula supra renal. A disposição desse trajeto sugere alguns cuidados durante os procedimentos cirúrgicos de transplante renal, sobretudo para evitar a hipotensão e hipovolemia após as ligaduras das VSR.

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DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO ESQUELETO DE CANÁRIOS-DA-TERRA (Sicalis flaveola) Figueiredo PO*, Da Silva RMN, Barbosa BCR, Araújo DML, Bastos AV, Gomes MVF, Lima EMM, Santana, MI FAV – Universidade de Brasília

DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO FÊMUR DE Tamandua tetradactyla Maciel MAS¹*, Demery MB², Santos CB², Santos TS², Villarouco FNO³, Silva NA³, Freitas MFL³ ¹’² Discentes do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da UFPE; ³Departamento de Anatomia – UFPE

O estudo pormenorizado do esqueleto de aves silvestres tem sido destacado atualmente principalmente pelo aumento do número de afecções relacionadas com o sistema esquelético. Foram utilizados 14 canários da terra adultos (10 machos e 4 fêmeas), doados pelo CETAS/DF, após óbito motivado por causa natural, que foram avaliados radiograficamente e anatomicamente após preparação dos esqueletos. No crânio, que mostrou extensa fusão entre os ossos, foi possível visualizar grandes órbitas circulares, e um maior espaço articular entre os ossos frontais e nasais, o que pode sugerir uma maior amplitude de movimentos, sendo portanto, possível classificados como pró-cinéticos, por apresentarem liberdade de movimentos em sua porção rostral, além da presença de apenas um côndilo no occipital para a inserção da primeira vértebra. Em todos os casos, a coluna vertebral apresentou 37 vértebras, dentre as quais 12 são cervicais, 7 torácicas livres, sinsacro (formado pela fusão das 2 últimas vértebras torácicas, 7 lombosacrais e uma caudal), 6 caudais livres, além de 2 caudais fusionadas formando o pigóstilo. A contagem dos pares de costelas de todas as aves resultou em 7, sendo que o primeiro não estava articulado ao corpo do osso esterno. Apesar de diferenças pontuais, o esqueleto apendicular torácico e pélvico se mostrou muito semelhante ao observado para outros gêneros de aves e, inclusive, não foi possível observar dimorfismo sexual através das características anatômicas dos esqueletos dos canários trabalhados.

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Tamandua tetradactyla, conhecido por tamanduá-mirim ou tamanduá-de-colete, é um mamífero da ordem Xenarthra (antes Edentada) da família Myrmecophagidae. Possui porte médio, coloração amarelada com uma mancha escura de tamanho variado que lembra um colete; é insetívoro. É escassa a literatura sobre a espécie e por se tratar de um animal silvestre com a qual é comum o atropelamento em estradas, sendo necessária amputação de membros, objetivou-se com o estudo realizar uma descrição anatômica do fêmur, sendo utilizados dois tamanduás machos, um adulto e um jovem, e duas fêmeas, uma adulta e uma jovem, gentilmente cedidos pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS-PE) do IBAMA em Pernambuco. Os esqueletos foram preparados através de maceração e após este procedimento o fêmur foi observado e descrito. O fêmur de T. tetradactyla distingue-se do de outros animais por apresentar um leve achatamento crânio-caudal, onde na extremidade proximal exibe os trocânteres maior e menor. Assim como no gato, o trocanter maior não ultrapassa a cabeça do fêmur. Esta possui forma circular. A fossa trocantérica, onde se insere a musculatura profunda da articulação coxofemoral, é relativamente mais rasa que em outras espécies. A ausência de um terceiro trocanter na extremidade proximal sugere que os movimentos dos membros pélvicos sejam livres. A extremidade distal apresenta côndilos e fossa intercondilar bem salientes, sendo o epicôndilo medial maior que o lateral. Cranialmente, a tróclea apresenta duas eminências arredondadas e baixas e um pequeno sulco intermediário separando-as, sendo a eminência medial maior que a lateral. Desta forma, o fêmur desta espécie apresenta diferenças peculiares adaptadas ao seu estilo de vida e defesa própria.

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DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO NERVO AXILAR E SEUS RAMOS NO TAMANDUÁ-BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla) Rosa, LA*, Silva, DCO, Santos, LA, Pereira, MP, Ferreira, CH, Santos, ALQ, Silva, FOC Universidade Federal de Uberlândia-UFU

DESCRIÇÃO ANATÔMICA DO PLEXO BRAQUIAL EM PAPAGAIOS VERDADEIROS (Amazona aestiva) Da Silva RMN*, Figueiredo PO, Barbosa BCR, Araújo DML, Bastos AV, Gomes MVF, Lima EMM, Santana, MI FAV – Universidade de Brasília

O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), mamífero pertencente à ordem Xenarthra, família Myrmecophagidae, esta entre as espécies ameaçadas de extinção. Partindo desse pressuposto, o conhecimento da sua anatomia é de extrema insigne, principalmente do membro torácico que desempenha funções importantes na sua alimentação e como único meio de defesa. Assim, objetivou-se estudar a origem e distribuição do nervo axilar em dois tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), um macho e uma fêmea, pertencentes ao Laboratório de Ensino e Pesquisa de Animais Silvestres (LAPAS). Esse material consta de cadáveres fixados e conservados em solução aquosa de formol a 10%. A dissecação foi realizada bilateralmente segundo os planos habituais de incisão, que partiram da pele, próximo ao esterno, até atingir o plexo braquial dos quatro antímeros. Após as incisões, o membro torácico foi afastado e os tecidos conjuntivo e adiposo da região axilar foram removidos, ocorrendo à individualização dos nervos que compõem o plexo braquial. Primeiramente, o nervo axilar foi dissecado no sentido proximal para a observação de sua origem. Posteriormente, realizou-se a dissecação do nervo axilar distalmente, observandose sua distribuição para os músculos das faces medial e lateral do ombro. O nervo axilar originou-se em 100% dos animais dos ramos ventrais do sexto (C6) e sétimo (C7) nervos espinhais cervicais. O referido nervo apresentou simetria em relação a sua origem em e emitiu ramos para os músculos redondo maior, redondo menor e deltóide em 100% dos espécimes. Em todos os animais o nervo axilar emitiu o ramo cutâneo cranial do antebraço. PALAVRAS-CHAVE: Sistema nervoso periférico. Plexo braquial. Nervos espinhais. Xenarthra.

A crescente popularidade dos psitacídeos como animais de estimação tem criado exigências quanto à obtenção de informações especializadas por parte dos médicos veterinários, sendo que o estudo anatômico da origem e distribuição do plexo braquial no papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) torna-se importante para o diagnóstico de disfunções neuromusculares e para procedimentos anestésicos locais e regionais. Foram utilizadas 10 aves adultas de ambos os sexos, doados pelo Laboratório de Patologia Veterinária da UnB, que após a fixação em solução aquosa de formol (10%), realizou-se a dissecação do plexo braquial nos antímeros direito e esquerdo. Verificou-se que o plexo braquial do papagaio-verdadeiro possui 4 troncos em 90% dos casos (9 animais) e 3 troncos em 10% dos casos (1 animal), os quais se originam dos ramos ventrais dos nervos espinhais cervicais nove (C9), dez (C10), onze (C11), doze (C12) e do ramo ventral do nervo espinhal torácico um (T1), apresentando variações dependendo da quantidade de vértebras cervicais que o animal possui. No animal que possui três troncos e onze vértebras cervicais, o primeiro tronco se origina na C10, o segundo tronco na C11 e o terceiro tronco na T1. Nos animais que possuem quatro troncos e onze vértebras cervicais, o primeiro tronco se origina na C9, o segundo tronco na C10, o terceiro tronco na C11 e o quarto tronco na T1.Nos animais que possuem quatro troncos e doze vértebras cervicais, o primeiro tronco se origina na C10, o segundo tronco na C11, o terceiro tronco na C12 e o quarto tronco na T1. Em 100 % dos casos tais troncos se uniram para formar dois cordões, um dorsal que dará origem aos nervos radial, axilar e anconeal é um ventral que dará origem aos nervos medianoulnar, cutâneo ventral do braço e peitorais.

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DESCRIÇÃO ANATÔMICA DOS MÚSCULOS DO MEMBRO PÉLVICO DO Mazama gouazoubira Martins TMM1*, Dourado EP1, Pereira, KF1, Lima FC1, Santos ALQ2, Malysz T 1 1 Universidade Federal de Goiás – CAJ; 2Universidade Federal de Uberlândia

DESCRIÇÃO ANATÔMICA DOS MÚSCULOS DA COXA DO QUATI (Nasua nasua, Linnaeus 1766) Benetti EJ*, Guimarães FR, Cardoso JR, Saddi TM, Miranda LB, Araújo EG, Santos FCA Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil

Pertencentes à família Procyonidae, os quatis (Nasua nasua) são os carnívoros mais encontrados nas florestas Sulamericanas. Alimentam-se tanto no solo quanto em árvores, sendo onívoros generalistas e grandes consumidores de frutos, o que os tornam importantes dispersores de sementes. Frente ao pequeno volume de informações sobre a morfologia dessa espécie e aos seus hábitos arbóreos, objetivou-se neste trabalho, analisar os músculos presentes na sua coxa, avaliando seus aspectos gerais, forma, localização, origem, inserção, sintopia e função. Para tanto, foram dissecados três exemplares adultos, cedidos pelo IBAMA-GO (Licença: 98/2011) e fixados com solução de formaldeído a 10%. Os músculos encontrados foram classificados em craniais (reto femoral, vasto medial, vasto intermédio, vasto lateral e sartório) mediais (grácil, pectíneo, obturador externo, adutor magno, adutor longo e adutor curto) e caudais (gluteofemoral, bíceps femoral, abdutor crural caudal, semitendinoso e semimembranoso) da coxa. Os músculos articulares do quadril e do joelho estão ausentes, o sartório não apresenta-se dividido e os três adutores encontram-se individualizados. O semitendinoso apresenta duas cabeças, lateral e medial, enquanto o semimembranoso é incompletamente dividido em partes cranial e caudal. Apesar dos procionídeos serem um ramo evolutivo dos canídeos, várias diferenças foram observadas entre a musculatura da coxa dos quatis e dos cães domésticos, com algumas delas, entretanto, encontrando similaridades nos gatos. As habilidades adquiridas pelos quatis na medida em que se afastaram dos canídeos, tornando-se escaladores, foram acompanhadas e permitidas por adaptações anatômicas na musculatura da coxa.

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O Mazama gouazoubira, também conhecido como veado-catingueiro, é um cervídeo abundante e amplamente distribuído pela América Central e do Sul. Considerando a necessidade de estudar o comportamento motor desta espécie, o presente estudo objetivou fornecer informações anatômicas referentes às fixações e localizações dos músculos do membro pélvico do M. gouazoubira. Foram utilizados dois animais obtidos post mortem por atropelamento em rodovia, fixados em formaldeído a 10%. Os membros pélvicos foram dissecados e observados macroscopicamente para fins de descrição de fixações e localizações dos músculos. As imagens digitais foram registradas através de máquina fotográfica Sony (DSLR-A200K). Na região lateral da coxa encontram-se os músculos tensor da fáscia lata, glúteo médio, gluteobíceps, glúteo acessório (maior e menor), glúteo profundo, quadrado femoral e gêmeo. Na região cranial da coxa, os músculos reto femoral, vasto medial, vasto lateral e vasto intermédio, compondo o músculo quadríceps femoral. Na região caudolateral do membro está localizado o músculo semitendinoso e na superfície caudal o músculo semimembranoso. Na região medial da coxa estão presentes os músculos sartório, grácil, adutor e pectíneo. Na região posterior da perna localizam-se os músculos gastrocnêmio (medial e lateral), sóleo, tibial caudal e flexor digital longo do dedo I. Lateralmente na perna, localizam-se os músculos extensor digital lateral e fibular longo e anteriormente, os músculos extensor digital longo, fibular terceiro e o tibial cranial. Em conclusão, os músculos do membro pélvico dos espécimes de M. gouazoubira estudados apresentam fixações e localizações muito similares às previamente descritas em outros ruminantes.

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DESCRIÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL DO Callithrix penicillata Gomes MVF, Figueiredo PO*, Oliveira LS, Neto RLALT, Lima EMM, Santana MIS Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – UnB, UnB Cerrado

DESCRIÇÃO ANÁTOMO-FUNCIONAL DA LÍNGUA E SUA CORRELAÇÃO COM AS ESTRUTURAS ADJACENTES Brito ACA*, Ramos AMC, Carvalho VWP, Lopes ECG, Souza TC, Fernandes IS Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

A língua é um órgão muscular que participa diretamente do sistema digestório, respiratório e do processo de formação da voz, além de apresentar influências importantes no desenvolvimento esquelético da cavidade bucal e posicionamento dos dentes nos arcos dentários. O objetivo do trabalho é realizar uma revisão de literatura acerca do tema, estudando a anatomia macroscópica da língua e sua relação anatômica com as demais estruturas adjacentes, abordando as principais alterações anatômicas decorrentes do posicionamento e funcionamento incorretos do órgão. A musculatura intrínseca e extrínseca provê forma, movimento e inserção da língua nas estruturas anatômicas adjacentes, além de apresentar em seu dorso botões gustatórios e tecido linfóide, posteriormente. O nervo hipoglosso – XII par craniano – responsabiliza-se pela inervação motora deste órgão, fundamental para o processo de deglutição e fonação, enquanto os nervos facial (VII par) e glossofaríngeo (IX par) propiciam a capacidade gustatória. A sensibilidade geral (tátil, térmica e dolorosa) é fornecida pelo ramo lingual da terceira divisão do V par craniano. A vascularização da língua é abundante, sendo de responsabilidade da artéria e veia lingual, principalmente. Em conclusão, a língua é o mais ágil, versátil e competente apêndice do corpo humano, apresentando uma anatomia complexa e seu conhecimento detalhado é de fundamental importância para a formação clínica de profissionais que atuam direta ou indiretamente com a fisiologia de cabeça e pescoço.

A descrição do esqueleto do Callithrix penicillata (sagui de tufo preto) pode colaborar para suprir uma carência de estudos básicos neste grupo de animais, bem como pode representar fator importante para sua preservação e proteção, além de servir de elo para comparação entre espécies semelhantes. Tendo por objetivo descrever a anatomia da coluna vertebral, foram analisados 6 esqueletos da espécie, todos fêmeas e sub-adultos, pertencentes ao acervo do Museu de Anatomia Veterinária da FAV UnB. Verificou-se que os primatas estudados apresentaram sete vértebras cervicais, doze ou treze vértebras torácicas, sete vértebras lombares, três vértebras sacrais e em média vinte e duas vértebras caudais. As vértebras cervicais apresentam um arco dorsal largo, porém curto, e o corpo dessas vértebras é estreito. A região torácica representa uma gradual diferenciação entre as vértebras cervicais e as lombares, sendo que as primeiras vértebras torácicas se assemelham às últimas cervicais, apresentam um corpo curto e achatado e um arco dorsal curto e largo. Enquanto que as últimas vértebras torácicas, por outro lado, tem o corpo comprido, largo e robusto, e um arco dorsal comprido e estreito. As vértebras lombares se destacam das demais, por apresentarem o corpo mais desenvolvido e os processos transversos mais compridos, e também pelo processo acessório bem desenvolvido. O sacro é formado pela fusão das três vértebras sacrais, contudo o processo transversal da última vértebra é livre. As três primeiras vértebras caudais apresentam processo transversal, as demais tem corpo cilíndrico e comprido.

PALAVRAS CHAVES: língua, anatomia lingual KEYWORDS: tongue, tongue anatomy

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DESCRIÇÃO DE VARIAÇÃO ANATÔMICA IDENTIFICADA EM CADÁVER: BIFURCAÇÃO ALTA DA ARTÉRIA BRAQUIAL Comerlatto L, Rocha AO*, Bonatto Costa JA, Simionato IF, Melo TLB, Benelli JL Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)

DESCRIÇÃO DE UMA HÉRNIA INGUINAL INDIRETA: UM RELATO DE CASO Ferreira, FCM*; Maia Segundo, LB; Freire, IB; Pazeto, JA; Carvalho, RBAC; Silva Neto, EJ; Franca, HA; Maia, AD.

Dentre as hérnias, as inguinais são as mais frequentes na prática clínica, representa cerca de 75% das hérnias abdominais. Ocorrem em ambos os sexos, porém em grande maioria nos homens, acometendo cerca de 86% dos casos, devido a passagem do funículo espermático através do canal inguinal, sendo dois terços dessas indiretas e um terço diretas. Descrever e analisar a hérnia inguinal indireta, com a utilização de um cadáver humano previamente necropsiado, pertencente à FAMENE, fixado em formol a 10% e material de dissecação para estudo. A hérnia inguinal indireta é caracterizada pela protrusão do peritônio parietal, com acompanhamento de vísceras, intestino delgado, através do canal inguinal direito, em direção à bolsa escrotal, onde há um acompanhamento de um meso que fixa o jejuno herniado à parede posterior da bolsa escrotal. A parte peritoneal do saco herniário de uma hérnia inguinal indireta estava formada pela persistência do processo vaginal, exceto a parte distal a qual formou a túnica vaginal do testículo. Quando há persistência de todo o pedículo do processo vaginal, a hérnia tende a se estender até o escroto, formando uma hérnia inguinal indireta completa

A divisão alta da artéria braquial é descrita na literatura com incidência que varia entre 10 a 12,5% na população. Por se tratar de uma estrutura freqüentemente utilizada em procedimentos como a palpação do pulso braquial, monitorização da pressão sanguínea, punção arterial e arteriografia, este trabalho se propõe a descrever um caso dessa variação anatômica identificada durante dissecação cadavérica. O reconhecimento dessa variante em contexto clínico e cirúrgico é fundamental e definidor do sucesso do procedimento. O cadáver utilizado é oriundo do programa institucional de doação de corpos e a variação anatômica identificada durante aula prática de Anatomia. Identificou-se a divisão da artéria braquial em radial e ulnar entre os terços superior e médio do braço esquerdo em cadáver do sexo masculino. A artéria radial formada a partir deste ponto, seguiu a borda medial do músculo bíceps braquial em seu trajeto no braço, mantendo relação de sintopia com o nervo mediano que localizava-se medialmente a artéria. Na fossa cubital, abaixo da aponeurose bicipital, a artéria radial seguiu lateral a borda do músculo braquial. A artéria ulnar, após sua origem, seguiu a borda medial do músculo braquial que neste nível se originava da diáfise do úmero, seguindo na fossa cubital medialmente a este músculo, também coberta pela aponeurose bicipital. A descrição detalhada da variação anatômica contribui com o conhecimento dessa conformação da artéria braquial e suas ramificações, de modo a disponibilizar conteúdo científico em anatomia aos profissionais que necessitam de um aprofundado conhecimento dessa estrutura na prática médica.

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Faculdade de Medicina Nova Esperança - FAMENE


DESCRIÇÃO DO ESTUDO ANÁTOMO-RADIOGRÁFICO DO JACARÉ-DO PAPO-AMARELO (Caiman latirostris, DAUDIN, 1802) Silva SRSB*, Negreiros RD, Lima TM, Schellin PC, Lacerda MAS, Santos RMB UFRPE

DESCRIÇÃO DO CORAÇÃO DO MACACO ARANHA - Ateles chamek (Humboldt, 1812) (Primates: Cebidae)

Queiroz RB*, Almeida ATS, Carvalho RF, Grillo VTRS, Messias MR Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA – Porto Velho - RO

Os símios sul-americanos guardam semelhança entre os seus grupos taxonômicos. Os estudos relacionados à morfologia dos taxa pertencentes à ordem Primates não trazem o seu detalhamento. Com o objetivo de enriquecer o conhecimento da anatomia desses animais, apresentamos a descrição do coração do Macaco Aranha da espécie Ateles chamek. O material analisado foi proveniente da FLONA do Jamari, Itapuã do Oeste – RO, região norte do estado de Rondônia, com autorização SISBIO/ IBAMA, n.º 28115-1/2011. Coletou-se o coração inteiro de uma fêmea adulta de A. chamek. O órgão foi lavado e fixado em formol a 20% (RODRIGUES, 1998). Os átrios apresentaram suas faces internas trabeculadas e as aurículas bem destacadas, tendo à direita uma posição mais cranial do que aquela contralateral, além desta ser mais livre. O ápice apresentou-se ligeiramente voltado para a esquerda, com base plana e paredes laterais irregulares. A parede ventricular esquerda mostrou-se abaulada próximo à base, enquanto àquela direita abaulada próximo ao ápice do coração. A superfície cranial apresentou-se com silhueta convexa e a caudal plana. Internamente observou-se o septo interventricular proporcional à soma das paredes dos ventrículos. A superfície ventricular interna apresentou-se trabeculada, de forma mais intensa do que nos átrios. No ventrículo esquerdo verificou-se a presença de dois músculos papilares emitindo cordas tendíneas para as duas cúspides – septal e parietal, e três músculos papilares originando cordas tendíneas para as cúspides da valva atrioventricular direita (três cúspides). A descrição do coração de A. chamek está em conformidade com aquela apresentada para os mamíferos (ALVES et al., 2008; KÖNIG; LIEBICH, 2004; SMODLAKA et al., 2008).

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Este estudo tem a importância de mostrar como utilizar os conhecimentos básicos anatômicos, para a identificação de estruturas em espécies não contempladas na Anatomia dos Animais Domésticos, como é o caso do Jacaré-do-papo-amarelo, que servirá de base para a análise do sistema esquelético e de tecidos moles visíveis na chapa radiográfica. Realizou-se o trabalho em uma fêmea jovem do (Caiman latirostris) pertencente à área de anatomia DMFA da UFRPE de aproximadamente 72,5 cm já devidamente conservado em formaldeído. Para o estudo das estruturas internas e tecidos moles foi feito uma incisão crânio-caudal com bisturi e auxilio de pinças anatômicas, após a avaliação, o espécime foi levado ao hospital veterinário da UFRPE para ser feita a radiografia, onde o animal foi posto em decúbito-ventral numa meditronix modelo BR-100, para melhor compreensão das estruturas do réptil utilizamos o livro Reptile Medicine and surgery, MADER, DOUGLAS R. 1996. No que se trata da fórmula vertebral, notamos que o réptil assim como os outros animais domésticos com exceção da galinha possui 7 cervicais, 6 lombares ( esta varia um pouco); mas mostrou um numero reduzido de vértebras torácicas, em relação aos outros animais estudados, apresentando 11 torácicas, apenas 2 vértebras sacrais e 33 caudais. No esqueleto apendicular foi possível analisar todas as formações ósseas, vimos que o animal possui 5 dedos nos membros torácicos e 4 nos pélvicos, assim como as diferenciações das falanges, adaptadas ao estilo de vida do animal. Assim sendo, concluímos que foi possível fazer avaliações do espécime a partir dos conhecimentos anatômicos adquiridos dos animais domésticos.

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DESCRIÇÃO DO MÚSCULO ILIOCAPSULAR. SUGESTÃO DE INCLUSÃO NA TERMINOLOGIA ANATÔMICA Cruz RH, Correia AFA, Lombardi LA, Simões RS, Prates JC

INTRODUÇÃO: Determinados músculos estão associados a grandes articulações sinoviais. Dentre eles destacamos o músculo articular do joelho e articular do cotovelo. Ambos inseridos na terminologia anatômica. No entanto alguns autores descrevem o músculo iliocapsular como um importante músculo associado à articulação do quadril. Também chamado de ilíaco menor ou iliotrocantérico, o músculo iliocapsular é pouco descrito na literatura. Segundo dados, possui inserção de origem na espinha ilíaca ântero-inferior (EIAI) e na cápsula ântero-medial da articulação do quadril com inserção terminal no trocânter menor do fêmur. Embora seu papel seja pouco discutido na literatura, alguns autores fazem menção à relevância clínica e cirúrgica deste músculo, especialmente em indivíduos com displasia acetabular. OBJETIVOS: Descrever morfologicamente e funcionalmente o músculo iliocapsular e sugerir a inclusão deste na terminologia anatômica. METODOLOGIA: Foram dissecados 3 quadris de cadáveres pertencentes ao laboratório de anatomia das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU (2) e UNIFESP/EPM (1), para análise e descrição morfológica do músculo iliocapsular. Associado a exames de imagem de ressonância magnética nuclear (RNM). RESULTADOS: Nas 3 peças dissecadas podemos observar o músculo iliocapsular. Situado na região do quadril lateralmente ao músculo iliopsoas, observamos sua inserção de origem na espinha ilíaca ântero-inferior (EIAI), com inserção terminal no trocânter menor e terço superior do lábio medial da linha áspera do fêmur. Notamos também que sua fáscia muscular é constituída por uma porção da fáscia do músculo iliopsoas e que parte dela encontra-se aderida a membrana fibrosa da cápsula articular da articulação do quadril anteriormente. Devido sua fixação e sentido das fibras musculares, acreditamos que o mesmo tenha a função de tracionar a cápsula anterior da articulação do quadril durante a flexão de coxa, atuando também como estabilizador complementar da articulação do quadril e auxiliar nos movimentos de flexão, adução e rotação lateral da coxa. CONCLUSÃO: O músculo iliocapsular esteve presente nas peças dissecadas e parece apresentar um importante papel funcional e biomecânico na articulação do quadril. Sugerimos que o mesmo seja incluído na terminologia anatômica como “Músculo iliocapsular”, “Músculo articular do quadril” ou “Porção iliocapsular do músculo iliopsoas”. PALAVRAS CHAVE: Músculo iliocapsular. Músculo iliopsoas. Músculo articular do quadril. Terminologia anatômica.

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DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS SUPERFÍCIES ARTICULARES DA PATELA Barros JFS*, Andrade MES, Vanderley ARQ, Xavier JE, Neto ESL, Ximenes RCC, Galvão RCS, Magalhães CP Universidade Federal de Pernambuco - CAV A patela é o maior osso sesamóide do corpo humano, apresenta-se em forma triangular, contendo um ápice, uma base e uma face anterior e posterior. Seu ápice dirige-se para baixo e a base para cima. A face anterior é uma superfície irregular e recebe a inserção do músculo quadríceps femoral. A face posterior apresenta duas superfícies articulares, contendo uma elevação discreta que separa a superfície articular medial da lateral. Objetivou-se caracterizar e classificar as superfícies articulares de patelas de acordo com sua forma e dimensão. Foram mensuradas as superfícies articulares mediais e laterais com um paquímetro de aço (0,05x150mm) de 70 patelas de esqueletos humanos de Vitória de Santo Antão provenientes do acervo do Laboratório de Anatomia do Centro Acadêmico de Vitória - UFPE, sendo 31 patelas direitas e 39 esquerdas. As patelas em estudo foram classificadas em quatro tipos distintos: semelhante, normal, hipoplásica ou chapéu de caçador, onde pôde ser observado uma maior quantidade de patelas normais, 16 direitas e 14 esquerdas, totalizando 30 patelas com esta característica. Em menor quantidade se encontravam as chapéu de caçador, 1 direita e 8 esquerdas. Foram encontradas 21 patelas classificadas como hipoplásicas, sendo 10 direitas e 11 esquerdas, e as semelhantes totalizaram 10 patelas, 4 direitas e 6 esquerdas. Com definição do tamanho e com a análise macroscópica da forma das superfícies articulares das patelas foi possível diferenciar os quatros tipos distintos deste osso sesamóide. A determinação da dimensão das faces articulares de patelas possibilitou a distinção da forma deste osso, para assim poder caracterizar os tipos de patelas existentes em determinadas ossadas de Vitória de Santo Antão – Pernambuco.

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DESCRIÇÃO E COMPARAÇÃO DE DUAS TÉCNICAS DE GLICERINAÇÃO: ANÁLISE DO PESO E ESTÉTICA DAS PEÇAS RESULTANTES Lima RF*, Silva T, Ferreira TRM, Bonfim RXM, Ludmilla, Spindola DML, SantosRA.

DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DA LÍNGUA DE NEONATO CANINO Cavalcante MMAS, Leite RB, Pinheiro BC, Silva ABS, Leite CMC, Torres CBB, Watanabe JMF, Conde Junior AM

No ensino da anatomia humana e animal há necessidade de preparar material biológico, conservando-o para o uso em aulas práticas. Com o passar do tempo às técnicas para preparação de peças anatômicas foram mudando e a conservação utilizando substâncias mais comuns com o formaldeído e a glicerina vêm sendo amplamente utilizadas. Dentre os fatores que levaram ao desuso do formol tem-se: a toxicidade e o peso que a peça adquire por ficar encharcada. Já a glicerinação proporciona uma melhor preservação das peças, tornando-as mais leves, menos tóxicas, facilitando o estudo prático, melhorando a plasticidade. O objetivo desse trabalho é comparar duas técnicas de glicerinação quanto ao resultado estético e o peso das peças processadas. Utilizaram-se órgãos suínos comprados no Mercado Municipal de Anápolis e os órgãos de cachorros obtidos no Centro de Zoonoses. As peças foram lavadas em solução salina10%, fixado em formol e passadas pelas baterias de glicerinação em três etapas: desidratação, clarificação e a glicerinação, sendo essa última utilizando uma solução aquosa de glicerina a 98% e outra solução de glicerina 98% e álcool etílico 100% na proporção 1:2. Em todas as etapas as peças foram deixadas escorrer, pesadas em balança de precisão e fotografadas. As peças processadas na glicerina/álcool tornaram-se mais leves e com melhor plasticidade em relação às peças processadas na glicerina pura. Notou-se também a necessidade de seguir corretamente a bateria de glicerinação, pois as peças não clarificadas tornam-se escuras e esteticamente inadequadas para o ensino. Conclui-se que a glicerinação utilizando a solução de glicerina e álcool tornou-se mais eficaz no processamento de peças anatômicas, deixando-as mais leves e maleáveis. PALAVRAS-CHAVE: Técnicas anatômicas, glicerinação, anatomia humana.

Em Canis familiaris, chama-se período neonatal o intervalo de tempo entre o nascimento e o décimo quarto dia de vida. Tal fase envolve processos adaptativos a vários fatores relacionados, em especial, à interação com o novo ambiente em que se situa. O trabalho busca uma descrição histológica e ultraestrutural da língua de neonatos caninos sem raça definida, comparando-a a dos adultos. Os neonatos utilizados foram obtidos mortos do Hospital Veterinário Universitário CCA/UFPI, e levados ao Laboratório de Histologia e Embriologia da Universidade Federal do Piauí, no Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Morfologia, para se efetuar a extração da língua. Após a obtenção de fragmentos com cerca de 0,5cm eles foram submetidos à rotina histológica, para coloração por HE e analisados ao microscópio de luz. A distribuição das papilas é regular, situando-se as papilas fungiformes na região lingual anterior, as valadas posteriormente, as foliáceas dorso-lateralmente e as filiformes no resto do dorso lingual. São formadas por epitélio escamoso estratificado cornificado. As papilas filiformes são desenvolvidas na base, as valadas estão em número de quatro na base lingual e as foliáceas dorsolateralmente. A estrutura em camadas conjuntivas e epiteliais no corpo lingual é a mesma para as papilas filiformes e fungiformes. No adulto, a forma das papilas é diferenciada, as filiformes em forma de foice e as fungiformes, de cogumelo. Assim, sugere-se uma diferenciação pós-natal que pode se relacionar a fatores vários, como mudança alimentar. As papilas nos neonatos apresentam todas as camadas bem definidas: epitelial, conjuntiva e muscular. A morfologia das papilas de neonatos é diferente da de cães adultos, no entanto, a disposição é igual.

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DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DAS PAPILAS FILIFORMES E FUNGIFORMES DO VEADO CAMPEIRO (Ozotoceros bezoarticus, Linnaeus, 1758) Pereira RDG, Soares ITB, Edlin ENS, Silva ABS, Barros VJS, Barros LAL, Souza FAL, Conde Junior AM

DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DO FÍGADO DO VEADO-CAMPEIRO (Ozotoceros bezoarticus , Linnaeus 1758) Soares ITB, Pereira RDG , Barros VJS, Edlin ENS, Barros LAL, Cavalcante MMAS, Souza FAL, Conde Junior AM

O veado campeiro (Ozotoceros bezoarticus) é um cervídeo pertencente à Ordem Artiodactyla e à Família Cervidae. É característico de ambientes abertos na América do Sul. Esta espécie está em declínio populacional contínuo devido principalmente à caça ilegal, propensão a doenças e avanço da prática agrícola. A prevalência das pesquisas realizadas sobre o veado campeiro diz respeito ao seu comportamento ecológico. Os estudos morfológicos auxiliarão na compreensão da anátomo-fisiologia dos órgãos, além de colaborar para trabalhos vindouros em animais silvestres. A presente pesquisa visa à descrição histológica das papilas filiformes e fungiformes da língua. O animal utilizado foi doado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – IBAMA-PI. Foi conduzido ao Laboratório de Patologia da Universidade Federal do Piauí, onde seus órgãos foram retirados e encaminhados ao Laboratório de Histologia e Embriologia, da mesma universidade. Em seguida, a língua foi fragmentada e submetida à rotina histológica. O método de coloração utilizado foi hematoxilina-eosina e as lâminas foram analisadas à microscopia de luz. A língua apresentou-se revestida por uma camada de tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado, com a presença de papilas fungiformes, têm formato de cogumelo e apresentam corpúsculos gustativos e filiformes, são alongadas e afiladas e não apresentam corpúsculos gustativos. Pela a análise realizada não se observou diferenças entre as papilas deste animal e de outros ruminantes.

O veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) é uma das espécies de cervídeo que ocorre no Brasil, típico das áreas abertas como campos e cerrados. Em todas suas áreas de ocorrência as populações encontram-se isoladas e em declínio, pela predação da maioria dos grandes mamiferos, pela caça indiscriminada e destruição de habitat. A maioria dos trabalhos feitos sobre o veado-campeiro relatam seu comportamento e seu modo de vida. A descrição histológica dos seus orgãos, facilita a compreensão sobre as estruturas e o funcionamento dos mesmos. Assim foi realizado o trabalho sobre a histologia do fígado do Ozotoceros bezoarticus. O animal utilizado foi obtido por doação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – IBAMAPI. Seus órgãos foram retirados no Departamento de Patologia da Universidade Federal do Piauí e levados ao Laboratório de Histologia e Embriologia da mesma instituição. O fígado foi fragmentado e submetido à rotina histológica, método de coloração por hematoxilina-eosina e analisado à microscopia de luz. Foi observado a cápsula, camada de tecido conjuntivo que envolve o órgão; os hepatócitos, que são a unidade básica e estrutural do fígado; sinusóides situados entre as placas de células hepáticas; veia centro-lobular, constituída basicamente por endotélio; lóbulos hepáticos separados entre si por uma camada de tecido conjuntivo; vasos linfáticos e vasos sanguíneos presentes nos espaços portas; ductos biliares, responsáveis pelo transporte da bile produzida nos hepatocitos. Os resultados obtidos com o estudo histológico do fígado desta espécie auxiliará numa melhor compreensão sobre suas células e suas estruturas, além de servir como fonte primária para futuras comparações no estudo de outros animais silvestres.

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DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DO INTESTINO GROSSO DE NEONATOS CANINOS Silva ABS, Lopes LO, Quessada AM, Cavalcante MMAS, Pinheiro BC, Fernandes HB, Fortes EAM , Conde Junior AM

DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DO TESTÍCULO DO VEADO CAMPEIRO (Ozotoceros bezoarticus, LINNAEUS, 1758) Barros VJS, Pereira RDG, Soares ITB, Edlin ENS, Barros LAL, Pinheiro BC, Souza FAL, Conde Junior AM

O sistema digestório, durante o período fetal, mantém-se paralisado e estéril. A evolução do trato intestinal em neonatologia consiste no aumento de enterócitos e células caliciformes (Santos, 2011). Objetivou-se relacionar a anatomia microscópica do intestino grosso de neonatos caninos, buscando uma interação entre forma e função além do estudo comparativo com o organismo adulto para elucidar processos de desenvolvimento e diferenciação celular. Os animais utilizados foram obtidos previamente mortos por doação do Hospital Veterinário Universitário CCA/UFPI, e levados ao Laboratório de Histologia e Embriologia da Universidade Federal do Piauí, no Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Morfologia, a cavidade abdominal foi acessada por incisão da linha alba para identificação e obtenção dos intestinos. Estes foram retirados, esvaziados e dispostos circularmente do delgado para o grosso, de modo a formar um rocambole, foi fixado em formaldeído tamponado a 10%, submetidos à rotina histológica e corados por hematoxilina-eosina. Os cortes foram observados ao microscópio de luz e fotografados em sistema fotográfico digital. O intestino grosso apresenta camada mucosa lisa constituída de epitélio colunar prismático com células absortivas ou enterócitos; glândulas intestinais longas revestidas de células caliciformes; lâmina própria e uma camada muscular lisa da mucosa. Adjacente a esta última, têm-se a submucosa rica em nódulos linfáticos e uma dupla camada muscular, uma interna com fibras dispostas circularmente e outra externa com fibras longitudinais. A mucosa do intestino grosso de neonatos caninos apresenta diferenças de maturação nas glândulas intestinais, em relação à mucosa de adultos.

Os animais silvestres, no Brasil, apresentam uma acentuada diminuição devido a diversos fatores, destacando-se à perda de habitat por ação antrópica e doenças. O interesse em desenvolver estudos sobre estas espécies vem aumentando com o intuito de possibilitar a sua manutenção em áreas naturais e também desenvolver técnicas de criação em cativeiro (Berndt, 2005). Objetivou-se caracterizar microscopicamente o testículo do veado campeiro com vistas à descrição da espermatogênese, ainda desconhecida, nestes animais. O animal em estudo foi obtido por doação do IBAMA-PI e encaminhado ao Departamento de Patologia da Universidade Federal do Piauí onde foi necropsiado e os fragmentos do testículo enviados ao Laboratório de Histologia e Embriologia no Departamento de Morfologia da UFPI onde foi submetido à técnica histológica clássica para coloração por HE. A análise foi feita em microscópio de luz e fotomicrografada em sistema digital. O corte de testículo evidenciou a presença de túbulos seminíferos compostos por uma cápsula de tecido conjuntivo, apresentando ainda células intersticiais (espaços entre túbulos) onde são encontradas as células de Leydig responsáveis pela secreção da testosterona. Verificou-se presença de células mióides, além de espermatogônias, espermátides e espematócitos em mitose os quais constituem a linhagem espermática desta espécie. A análise histológica do testículo possibilita uma maior abrangência do conhecimento das células encontradas com o intuito de obter semelhanças ou diferenças para com outras espécies de cervídeos ou outros ruminantes silvestres, podendo assim, servir como subsídio para futuras pesquisas em biotecnologia da reprodução de animais silvestres.

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DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DAS ESTRUTURAS ANEXAS DO OLHO DA BALEIAJUBARTE (Megaptera novaengliae) Rodrigues FM*¹,², Guimarães JP². ¹Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Pio Décimo. Campus III. Av. Tancredo Neves, 5655, Bairro Jabotiana, Aracaju, SE; ²Núcleo de Estudo dos Efeitos Antropogênicos nos Recursos Marinhos, Fundação Mamíferos Aquáticos. Av. Tancredo Neves, 5655, 1º Andar, Bairro Jabotiana, Aracaju, SE A baleia-Jubarte (Megaptera novaengliae) tem distribuição cosmopolita e apresenta hábitos costeiros e oceânicos, estando presente em águas polares e tropicais. O órgão da visão estabelece conexão com os estímulos luminosos recebidos do meio ambiente, que se transformam e originam a imagem. Nos mamíferos aquáticos a visão possui função importante na percepção de mudança de fotoperíodo. Devido à escassez de informações morfológicas sobre os misticetos, este trabalho tem como objetivo fazer uma descrição macroscópica das estruturas anexas do olho da baleia-Jubarte. Para tanto, utilizou-se o olho direito de uma fêmea, recém-nascida, encalhada no litoral de Sergipe, Brasil. A amostra foi fixada em formol a 10%, dissecada e suas estruturas fotografadas e armazenada no acervo da Fundação Mamíferos Aquáticos. Na análise externa do olho foi possível observar ausência de sobrancelhas e cílios, presente nos mamíferos terrestres; as pálpebras são caracterizadas por uma fenda palpebral, uma abertura palpebral e dois sulcos, dorsal e ventral. Os músculos extra-oculares (retos dorsal, ventral, medial e lateral; oblíquos dorsal e ventral; e retrator do olho) são bem desenvolvidos, quando comparados com outros mamíferos terrestres. Algumas

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DE GEMERALIDADE CONJUGADA TIPO ISQUIÓPAGOS EM BOVINO DA RAÇA NELORE (Bos taurus indicus) Rodrigues FM*¹,², Silva ÓP da¹, Santana FT de², Languidey PH¹, Barros SLB¹. ¹Faculdade Pio Décimo. Avenida Tancredo Neves, 5655, Campus III, Bairro Jabotiana, Aracaju – SE; ²Núcleo de Estudo dos Efeitos Antropogênicos nos Recursos Marinhos - Fundação Mamíferos Aquáticos. Av. Tancredo Neves, 5655, 1º Andar, Bairro Jabotiana, Aracaju, SE. A ocorrência de gemeralidade conjugada em bovinos está associada a abortamentos e morte neonatal que geram perdas reprodutivas importantes. Apesar da curiosidade por este tipo de aberração, existem poucos relatos científicos. Assim, o objetivo do presente trabalho foi relatar a ocorrência desta malformação nesta espécie animal. Um exemplar de gemeralidade isquiópaga em bovino nelore (Bos taurus indicus) natimorto, proveniente da cidade de Japaratuba-SE, foi doado ao acervo didático do Laboratório de Anatomia Veterinária. Ao exame externo, foi observada a fusão de um dos membros posteriores de cada indivíduo, dois ânus, um cordão umbilical e ausência de genitálias. Com a realização de radiografia simples foi constatada que a fusão dos referidos membros ocorrera na altura de tíbia e fêmur, demonstrando uma única articulação coxofemural. A dissecação do exemplar revelou que a união dos membros incluía a tuberosidade isquiática, notando-se o compartilhamento do músculo bíceps femural. Um dos animais não apresentava o músculo tensor da fáscia lata. Havia divisão do intestino a partir do jejuno, um dos cecos era bem desenvolvido, e apenas um ânus era funcional. Um maior diâmetro foi observado em um dos cordões umbilicais antes de sua união com o outro. Haviam dois corpos uterinos relacionados a um corno uterino, cada, e um destes fusionava-se com duas bexigas e duas uretras rudimentares. Diante do verificado e confrontando-se com outros casos encontrados na literatura, concluiu-se que descrições macroscópicas detalhadas semelhantes a esta são raras. É sugerido que fatores ambientais, ingestão de plantas tóxicas, defeitos congênitos da linhagem primitiva, dentre outros, estejam envolvidos na ocorrência desta monstruosidade.

fibras dos quatro músculos retos apresentam inserção palpebral e escleral. O músculo reto dorsal é o mais desenvolvido dos extraoculares. A glândula de Harderian é achatada e circunda as pálpebras superior e inferior. As artérias, envolvidas por uma espessa camada de gordura e tecido conjuntivo, perdem suas identificações quando se unem por uma considerável anastomose e irrigam a glândula de Harderian, as pálpebras e a esclera. A descrição anatômica do olho será concluída após análise histológica.

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DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO GLOBO OCULAR DE Glossophaga soricina (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) Antonio EA1*, Marinho KSN1, Lima Júnior NB1, Arandas MJG2, Alves ECBA1, Xavier JE1, Miguel RDS1, Santos KRP1 1 UFPE; 2UFRPE

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DOS MÚSCULOS DO MEMBRO PÉLVICO DO TAMANDUÁ MIRIM (Tamandua tetradactyla) Mota PS*, Guimarães GC, Cruvinel ACM, Rosa MCB, Assis CK, Lopes GC, Alves LA, Gomes NF. Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras - UFLA

A espécie Glossophaga soricina possui ampla distribuição por toda região neotropical. Capturada nos mais diversos hábitat, incluindo florestas, pomares e áreas urbanas de cidades. Alimentam-se principalmente do néctar de uma grande variedade de plantas, sendo excelente polinizador. No forrageio esses morcegos usam um sistema de ecolocalização e sendo de suma importância o uso da visão para detectar e diferenciar padrões de cor das flores. Assim, o presente estudo buscou descrever através de análise histológica o globo ocular de G. soricina, relacionando-o ao seu hábito noturno e alimentar. Para o estudo os olhos de oito espécimes foram preparados através da técnica histológica de rotina, cortados sequencialmente em 5µm e corados por hematoxilina e eosina. Os resultados revelaram que a córnea ocupa a metade anterior e a esclera a metade posterior da túnica fibrosa. A coróide apresentou altamente pigmentada com melanina, um corpo ciliar desenvolvido e um grande número de processos ciliares, que se faz necessário para acomodar o grande cristalino que ocupa aproximadamente metade do volume interior do olho, onde diminui a área preenchida pelo corpo vítreo. A íris pigmentada e longa acompanha a área da córnea, a câmara anterior e posterior com volumes equivalente ao tamanho da córnea e íris. A retina apresentou 09 das 10 camadas usualmente descritas. Onde na camada de fotorreceptores é possível identificar bastonetes e cones. Os globos oculares de Glossophaga soricina apresentam todos os componentes morfológicos observados no olho de mamíferos. No entanto, foi evidenciado que tais estruturas exibem adaptações morfológicas relacionadas ao hábito noturno e presença de cones na retina evidencia a capacidade para detectar cores.

O estudo morfológico do tamanduá mirim mostra-se importante tanto para o maior conhecimento quanto para a preservação da espécie, uma vez que grande número desses animais são mortos por atropelamentos e por queimadas que destroem seu ambiente natural. Objetivou-se neste estudo descrever os músculos do membro pélvico de três exemplares machos de Tamandua tetradactyla provenientes de atropelamentos. Os animais foram fixados em solução aquosa de formaldeído a 10% e posteriormente dissecados. Observaramse na região glútea os músculos: ilíaco, glúteo superficial, glúteo médio e glúteo profundo. Notaram-se na coxa os músculos: quadríceps femoral (reto femoral, vasto medial, vasto intermédio e vasto lateral), tensor da fáscia lata, bíceps femoral (com três cabeças e três ventres), gêmeo, quadrado femoral, semitendíneo, semimembranáceo (com dois ventres), grácil, adutor da coxa, pectíneo e sartório. Na perna observaram-se na face crânio-lateral os músculos: tibial cranial, extensor longo dos dedos, fibular longo, extensor lateral dos dedos e supinador do tarso; em sua face caudal os músculos: gastrocnêmio, flexor superficial dos dedos, flexor medial e lateral que juntos formam o flexor profundo dos dedos e poplíteo. Os músculos do membro pélvico do tamanduá mirim mostraram-se bem desenvolvidos, apresentando características que lhes permitem realizar movimentos de adução, abdução e rotação com grande facilidade, além de se ajustarem à construção óssea do membro que lhes permite adotar a posição de defesa, típica da espécie, quando se apoiam sobre os membros pélvicos e a cauda.

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DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DOS MÚSCULOS DO MEMBRO TORÁCICO DO TAMANDUÁ MIRIM (Tamandua tetradactyla) Cruvinel ACM*, Guimarães GC, Mota PS, Rosa MCB, Assis CK, Lopes GC, Alves LA, Gomes NF Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras - UFLA Descrições anatômicas mostram-se importantes para o conhecimento e preservação das espécies, principalmente das silvestres que ainda não foram amplamente estudadas. Objetivou-se neste estudo descrever os músculos do membro torácico de três exemplares machos de Tamandua tetradactyla provenientes de atropelamentos. Os animais foram fixados em solução aquosa de formaldeído a 10% e posteriormente dissecados. Observou-se os músculos toracoapendiculares: peitoral maior, peitoral menor, cleidobraquial, omotransverso, trapézio (cervical e torácico) e grande dorsal; na face lateral da cintura escapular notou-se os músculos: supra-espinhal, infra-espinhal, redondo menor, deltóide (acromial e escapular); já em sua face medial foram observados os músculos: subescapular e redondo maior. No braço encontrou-se os músculos: braquial, cabeça longa e curta do bíceps braquial, coracobraquial, cabeças medial, acessória, longa e lateral do tríceps braquial, tensor da fáscia do antebraço e ancôneo. No antebraço notou-se em sua face crânio-lateral os músculos: braquiorradial (superficial e profundo), extensor radial do carpo, supinador, extensor oblíquo do carpo, extensor comum dos dedos (ventre lateral, intermédio e medial), extensor longo dos dedos e extensor lateral do dedo; em sua face caudo-medial os músculos: pronador redondo, flexor radial do carpo, flexor superficial do dedo, cabeças ulnar e umeral do flexor ulnar do carpo e as cabeças radial, umerais e ulnar do flexor profundo dos dedos. Os músculos do membro torácico do tamanduá mirim mostraram-se bem desenvolvidos, apresentando características de força, principalmente os do antebraço, o que sugere uma adaptação ao hábito de abrir cupinzeiros para se alimentarem.

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DESCRIÇÃO PRELIMINAR DO MÚSCULO PAPILAR SUBARTERIOSO DO CORAÇÃO DE BOVINOS

Gadelha AT*, Almeida ATS, Queiroz RB, Eirado CFA, Pinto KS, Oliveira LPG Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA – Porto Velho - RO Os músculos papilares são elementos estruturais encontrados nos complexos valvares (NAV, 2005), possuindo a função de originar e tencionar as cordas tendíneas (GETTY, 1986; KÖNIG; LIEBICH; 2004). No complexo valvar direito há três músculos papilares, dentre eles o músculo subarterioso não possui descrição detalhada na literatura. Dessa forma, objetiva-se descrever em maior número de detalhes o músculo papilar citado. Os corações de bovinos (n=10) analisados no presente estudo estavam livres de doenças cardíacas e foram coletados de animais adultos após abate para consumo humano, em frigoríficos legalizados no município de Porto Velho - RO. O material foi fixado segundo Rodrigues (1998). A dissecação permitiu a visualização e análise dos elementos formadores do complexo valvar direito. O m. papilar subarterioso mostra-se sem projeção para a câmara ventricular, apresentando-se incorporado à parede daquele ventrículo, mostrando-se planificado em 80% dos casos e apenas 20% com discreta projeção. Observa-se, ainda, que as cordas tendíneas possuem sua origem em linha, desenhando uma letra J invertida e ligeiramente oblíqua em direção ao m. papilar maior. Sua apresentação difere dos demais músculos papilares do ventrículo direito, visto os outros dois serem normalmente projetados e suas cordas tendíneas emergirem de um ponto mais definido no ápice de seu aspecto cônico. Assim, conclui-se que o padrão encontrado para o m. papilar subarteriosos até o momento difere dos demais músculos papilares descritos na literatura.

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DESCRIÇÕES ANATÔMICAS EM ONÇA-PINTADA (CARNIVORA: FELIDAE) POR GEORGE MARCGRAVE (1648) E AUTORES ATUAIS Pereira PL*, Silva, ATF, Mello SAX, França VM, Lima Filho EN, Batista NMR, Xavier GAA UFRPE

DESCRIÇÕES ANATÔMICAS EM PREGUIÇA-DE-TRÊS-DEDOS (PILOSA: BRADYPODIDEA) POR GEORGE MARCGRAVE (1648) E AUTORES ATUAIS Xavier GAA*, Mello SAX, Silva ATF, França VM, Pereira, PL UFRPE

O segundo volume da Historia Naturalis Brasiliae, de autoria de George Marcgrave, intitulado Historiae rerum naturalium Brasiliae, conta com 303 páginas e 429 figuras, divididos em oito livros e um apêndice, a saber: Tres priores agunt de Plantis (sobre plantas), Quartus de Piscibus (sobre peixes e crustáceos), Quintus de Avibus (sobre as aves), Sextus de Quadrupedibus et Serpentibus (sobre quadrúpedes e répteis, com 46 e 19 descrições e 26 e 7 gravuras, respectivamente), Septimus de Insectis (sobre insetos) e Octavus de ipsa Regione, et illius Incolis (sobre a região, os índios e os atuais habitantes). A obra aglutina 429 figuras, sendo destas 222 de animais. Opinam naturalistas de mérito, que algumas espécies foram pela primeira vez desenhadas. Para a confecção do mesmo Marcgrave empregou os melhores dos seus esforços, durante os seis anos que permaneceu no Brasil, coligiu toda sorte de animais e plantas, e descreveu e figurou-os de forma a sarem facilmente reconhecidos; reuniu o que pode quanto a informações biológicas interessantes. Dentre os mamíferos da fauna brasileira, Marcgrave descreveu sobre a anatomia da Onça:tamanho, cabeça,pelos,barba, orelhas membros, coxins, garras, dentes, olhos,cauda, pele e pelos. Objetivou-se com esse trabalho traçar um paralelo sobre as descrições anatômicas de Marcgrave com as dos autores modernos em Onça. Após levantamento bibliográfico em literatura especializada sobre a espécie elaborou-se um quadro com as descrições anatômicas destes autores. Considerou-se assim, com o presente trabalho, a importância do trabalho de Marcgrave para a história das ciências naturais brasileira.

Publicado originalmente em 1648, o livro Historia Naturalis Brasiliae, conhecido como História Natural do Brasil, é uma dentre as obras seminais produzidas pelo encontro dos humanistas do Renascimento com a diversidade e a maravilha do Novo Mundo. Com pouco mais de 400 páginas, a obra inclui uma primeira parte, dividida em quatro livros, sobre medicina tropical, de autoria do médico holandês Willem Piso, e uma segunda, dividida em oito livros, sobre botânica, zoologia, além de comentários astronômicos, geográficos e etnográficos de autoria do naturalista alemão George Marcgrave. Para a confecção do mesmo Marcgrave empregou os melhores dos seus esforços durante os seis anos que permaneceu no Brasil, coligiu toda sorte de animais e plantas, e descreveu e figurou-os de forma a sarem facilmente reconhecidos; reuniu o que pode quanto a informações biológicas interessantes. Dentre os mamíferos da fauna brasileira, Marcgrave descreveu sobre a anatomia da Preguiça-de-três-dedos: tamanho do corpo, cabeça, olhos, boca, orelhas, membros, patas e garras; características dos pelos; formato e comprimento da cauda; através de dissecção de uma fêmea grávida descreveu características do coração, estômago, nervos, pele, da placenta, do feto. Objetivou-se com esse trabalho traçar um paralelo sobre as descrições anatômicas de Marcgrave com as dos autores modernos em Preguiça-de-três-dedos. Após levantamento bibliográfico em literatura especializada sobre a espécie elaborou-se um quadro com as descrições anatômicas destes autores. Considerou-se, com o presente trabalho, a necessidade de destaque referente à importância das contribuições anatômicas do primeiro naturalista a estudar a fauna do Brasil.

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DESCRIÇÕES ANATÔMICAS EM TAMANDUÁ-MIRIM (PILOSA: MYRMECOPHAGIDEA) POR GEORGE MARCGRAVE (1648) E AUTORES ATUAIS Mello SAX*, França VM, Pereira PL, Silva ATF, Xavier GAA UFRPE

DESCRIÇÕES ANATÔMICAS EM TATU-PEBA (CINGULATA: DASYPODIDAE) POR GEORGE MARCGRAVE (1648) E AUTORES ATUAIS Mello SAX*, França VM, Pereira PL, Silva ATF, Xavier GAA UFRPE

Publicado originalmente em 1648, o livro Historia Naturalis Brasiliae, conhecido como História Natural do Brasil, é uma dentre as obras seminais produzidas pelo encontro dos humanistas do Renascimento com a diversidade e a maravilha do Novo Mundo. Com pouco mais de 400 páginas, a obra inclui uma primeira parte, dividida em quatro livros, sobre medicina tropical, de autoria do médico holandês Willem Piso, e uma segunda, dividida em oito livros, sobre botânica, zoologia, além de comentários astronômicos, geográficos e etnográficos de autoria do naturalista alemão George Marcgrave. Para a confecção do mesmo Marcgrave empregou os melhores dos seus esforços durante os seis anos que permaneceu no Brasil, coligiu toda sorte de animais e plantas, e descreveu e figurou-os de forma a sarem facilmente reconhecidos; reuniu o que pode quanto a informações biológicas interessantes. Dentre os mamíferos da fauna brasileira, Marcgrave descreveu sobre a anatomia do Tamanduá-mirim: tamanho do corpo, cabeça, olhos, boca, orelhas, membros, patas e garras; características dos pelos; formato e comprimento da cauda; como também realizou dissecção de uma fêmea grávida com descrição das características do coração, estômago, nervos, pele, da placenta, do feto. Objetivou-se com esse trabalho traçar um paralelo sobre as descrições anatômicas de Marcgrave com as dos autores modernos em Tamanduá-mirim. Após levantamento bibliográfico em literatura especializada sobre a espécie elaborou-se um quadro com as descrições anatômicas destes autores. Considerou-se, com o presente trabalho, a necessidade de destaque referente à importância das contribuições anatômicas do primeiro naturalista a estudar a fauna do Brasil.

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Marcgrave, ou Marcgraf, nascido na Saxônia em 1610, veio para o Brasil em 1638, participando do plano de governo de Maurício de Nassau para o Brasil holandês. Veio como astrônomo: para ele fez Maurício construir o primeiro observatório do Novo Mundo. Marcgrave passou à posteridade por seu trabalho, para ele mesmo aparentemente secundário, de naturalista. Escreveu um dos volumes de uma História Natural do Brasil; o outro volume foi escrito por Willem Pies. O livro foi publicado pelo belga Johannes de Laet, sob o título Historia Naturalis Brasiliae, em Leiden e Amsterdã, em 1648. É uma lista de animais (245 espécies de vertebrados), contendo o nome vulgar em tupi ou português, ou ambos, uma descrição ao gosto da época e numerosas ilustrações. Para a confecção do mesmo Marcgrave empregou os melhores dos seus esforços durante os seis anos que permaneceu no Brasil, coligiu toda sorte de animais e plantas, e descreveu e figurou-os de forma a sarem facilmente reconhecidos; reuniu o que pode quanto a informações biológicas interessantes. Dentre os mamíferos da fauna brasileira, Marcgrave descreveu sobre a anatomia do Tatu-peba: descrição da pele, carapaça, pelos, cabeça, boca, olhos, língua, orelhas, dentes, extremidades dos membros, garras e genitália externa de alguns machos. Objetivou-se com esse trabalho traçar um paralelo sobre as descrições anatômicas de Marcgrave com as dos autores modernos em Tatu-peba. Após levantamento bibliográfico em literatura especializada sobre a espécie elaborou-se um quadro com as descrições anatômicas destes autores. Considerou-se, com o presente trabalho, a necessidade de destaque referente à importância das contribuições anatômicas do primeiro naturalista a estudar a fauna do Brasil.

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DESCRIÇÕES ANATÔMICAS EM TIMBU (DIDELPHIMORPHIA: DIDELPHIDAE) POR GEORGE MARCGRAVE (1648) E AUTORES ATUAIS França VM*, Mello SAX, Pereira PL, Silva ATF, Lima Filho EM, Xavier GAA* UFRPE

DESENVOLVIMENTO DA PLACENTA CORIOALANTÓIDE DE CUTIAS (Dasyprocta aguti Linnaeus, 1766)

Silva ACBN*, Oliveira GB, Oliveira REM, Vale AM, Figueredo WTX, Bezerra FVF, Rodrigues MN, Oliveira MF Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Dentre os estudos no Brasil holandês, realizados a serviço de Maurício de Nassau, merece destaque especial, pela importância de sua contribuição, a obra Historia Naturalis Brasiliae, de Willem Pies (Piso) e George Marcgrave. Esta obra foi considerada, por inúmeros pesquisadores, como a mais importante contribuição feita à História Natural mundial desde Aristóteles e Plínio. O livro foi publicado pelo belga Johannes de Laet, em Leiden e Amsterdã, em 1648. É uma lista de animais (245 espécies de vertebrados), contendo o nome vulgar em tupi ou português e numerosas ilustrações. Para a confecção do mesmo Marcgrave empregou os melhores dos seus esforços durante os seis anos que permaneceu no Brasil, coligiu toda sorte de animais e plantas, e descreveu e figurou-os de forma a sarem facilmente reconhecidos; reuniu o que pode quanto a informações biológicas interessantes. O conhecimento sobre os animais e plantas era adquirido através de uma descrição minuciosa, eram fornecidos detalhes sobre forma, tamanho e cor. Dentre os mamíferos da fauna brasileira, Marcgrave descreveu sobre a anatomia do Timbu: tamanho do corpo, descrição da cabeça, boca, língua, dentes, narinas, olhos, orelhas, pelos, cauda, membros, patas, garras, bolsa ou marsúpio, testículos e observações por meio de dissecção. Objetivou-se com esse trabalho traçar um paralelo sobre as descrições anatômicas de Marcgrave com as dos autores modernos em Timbu. Após levantamento bibliográfico em literatura especializada sobre a espécie elaborou-se um quadro com as descrições anatômicas destes autores. Considerou-se, com o presente trabalho, a necessidade de destaque referente à importância das contribuições anatômicas do primeiro naturalista a estudar a fauna do Brasil.

A cutia é um roedor silvestre, de pequeno porte pertencente à família Dasyproctidae. Considerando a ausência de informações acerca dos estágios inicias do desenvolvimento placentário da cutia, realizou-se este estudo, tendo como objetivo descrever a morfologia da placenta da espécie em estágios iniciais de gestação. Foram utilizadas 25 placentas entre o 14° e 28° dia de gestação, as quais foram fixadas em paraformoldeído 4% tamponado com fosfato de sódio 0,1M e pH 7,4 por 48 horas. Após fixação, o material foi submetido a técnicas histológicas de rotina para obtenção de lâminas de microscopia de luz, sendo desidratado, diafanizado em xilol, incluído em parafina histológica e depois obtidos cortes com 5μm que eram então corados com Hematoxilina-eosina. Verificou-se que a placenta ao longo de seu desenvolvimento assume várias formas desde o aspecto de um cone até a forma de meia esfera, possuindo muitos espaços repletos de sangue e trofoblasto, variando entre os tipos celulares e sinciciais; entre 14 e 19 dias a placenta apresenta-se totalmente desorganizada, de forma irregular e com duas longas projeções intensamente vascularizadas; aos 24 dias a placenta assume a forma de meia esfera, mas sem indícios de lobação; o processo de maturação da placenta de cutias inicia-se a partir dos 28 dias, período em que passa a ser observada a presença de lobação e consequente formação de região de labirinto. PALAVRAS-CHAVE: Placenta Principal, Terço inicial, Dasyprocta aguti.

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DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA CIRÚRGICA DE CORREÇÃO DE LÁBIO LEPORINO: TRATADO DE ANATOMIA HUMANA, BOURGERY, 1854

DESENVOLVIMENTO DE MODELOS DIDÁTICOS PARA DEFICIENTES VISUAIS (DV) Matheus SMM *1, Horta Júnior JAC1, Cesário MD2

Andreotti JDB*, Liquidato BM, Levy SF, Barros MD

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Depto de Anatomia/IB/Unesp/Botucatu 2 Depto de Morfologia/IB/Unesp/Botucatu

Departamento de Morfologia, Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo

Introdução O Tratado de Anatomia Humana de Bourgery (França,1854) é compêndio anatômico, cirúrgico, clínico, fisiológico e embriológico de 16 volumes com 726 pranchas coloridas litográficas. Baseado na experiência médica e anatômica de Bourgery, é uma enciclopédia da anatomia detalhada, com a descrição dos procedimentos cirúrgicos da época. Objetivo Apresentar o desenvolvimento da técnica cirúrgica de correção de lábio leporino, baseada no Tratado de Anatomia Humana. Material e Método Foi utilizada a coleção da Biblioteca da FCMSCSP para análise do Tomo VII e prancha 18 Atlas VII, intitulada “Becs de Lièvre”, estabelecendo correlação com a técnica atual de correção de lábio leporino. Resultado Há descrição do tratamento cirúrgico das fendas labiopalatinas, com incisão nas bordas da fenda, fratura por retropulsão de tubérculo incisivo e sutura de triplo retalho de pele, quando bilateral. No século XVI, havia o uso de substâncias cáusticas, antimônio e nitrato de prata para avivamento das bordas da fenda; no século XVIII, uso de incisões de bisturi e tesouras para a reconstrução cirúrgica e no século XIX, uso apenas de tesouras. A anatomia das fendas lábiopalatinas, os tempos cirúrgicos, as complicações, tratamentos e o aspecto final da lesão após cirurgia foram minuciosamente descritos. A técnica cirúrgica atual é semelhante, mas enfoca resultados funcionais e estéticos: 1. Millard I e II, para união dos lábios; 2.Veau-Wardill-Kilner-Braithwaite, para união em “V” ou “Y” do palato e 3. McComb, incisão ampliada até asa e sulco alar do nariz. Conclusão O Tratado de Anatomia Humana é fonte histórica da cirurgia de fenda lábio palatina até o século XIX, onde se resgata e apreende o desenvolvimento anatomo-cirúrgico até a atualidade.

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Para os DV o tato é via receptora de informações diversas e de tradução do ambiente. Levando-se em conta que o estudo em anatomia se fundamenta em referências visuais e envolve o estudo de materiais fixados em formaldeído, o qual exige o uso de luvas, as quais diminuem sensivelmente o tato, propomos a elaboração de modelos (sistema urinário e sistema genital) voltados à inclusão sócio-educacional. Foram utilizados materiais com diferentes texturas (DV) e com cores fortes e fluorescentes (visão subnormal). Foram confeccionados modelos bi e tridimensionais e pranchas em alto relevo, acompanhadas de texto transcrito em Braille, cujo conteúdo descrevia a anatomia das estruturas contidas nos modelos. A avaliação do material foi realizada com grupo de alunos DV com idade entre 17-20 anos no Museu de Anatomia/IBB, onde após a leitura do texto em Braille, os modelos foram apresentados aos alunos; os quais a seguir conseguiram identificar todas as estruturas anatômicas representadas e fizeram correlações com o conteúdo do texto descritivo. Temos consciência que se trata de trabalho que requer continuidade havendo muito por se fazer para que o conhecimento, em sua íntegra, seja transmitido a este público, fazendo com que o processo educativo se apresente de forma mais significativa, tornando o abstrato em algo mais concreto e assim possibilitando uma maior compreensão do tema por parte destes em ambiente escolar ou em outros espaços educativos.

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DESENVOLVIMENTO DE RECURSO DIDÁTICO DOS NÚCLEOS CEREBELARES COMO INSTRUMENTO ALTERNATIVO NO ENSINO- APRENDIZAGEM DA ANATOMIA HUMANA Silva APS*, Oliveira DS, Filho AFS, Magalhães CP, Silva NA UFPE Os núcleos cerebelares localizam-se no corpo medular do cerebelo. Em corte transversal, são observados quatro pares de núcleos que estão relacionados à modulação dos movimentos inconscientes e equilíbrio corpóreo. Devido à dificuldade na visualização destes núcleos, a utilização de um recurso com fins educativos, pode favorecer significativamente a compreensão a respeito do tema. Por isso, esse estudo tem por finalidade descrever a elaboração de um modelo didático dos núcleos do cerebelo e sua eficiência em aulas práticas de neuroanatomia. Este material foi confeccionado no Laboratório de Anatomia do Centro de Ciências Biológicas-UFPE, para os quais foram utilizados: tinta acrílica, verniz, massa de biscuit, papel e cola. Para analisar a eficiência do modelo na aprendizagem dos alunos, foi aplicado um questionário ao final da aula em duas turmas distintas, onde a primeira fez uso do modelo e a segunda não, totalizando 120 alunos. Os resultados demonstraram que na primeira turma 80% dos alunos apresentaram aprendizagem satisfatória enquanto que na segunda, apenas 65% alcançaram os objetivos esperados. O modelo didático de baixo custo confeccionado possibilitou a visualização da localização e distribuição dos núcleos do cerebelo, que não são encontrados com tanta clareza nas peças anatômicas reais, facilitando a compreensão e identificação destes núcleos no material didático produzido.

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DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICA ANATÔMICA PARA MELHOR CONSERVAÇÃO E APRIMORAMENTO DIDÁTICO DAS PEÇAS DE NEUROANATOMIA Pereira LA, Oliveira LA, Ruiz CR, Wafae N, Arduini LA, Suzuki CI Centro Universitário São Camilo

A utilização de peças anatômicas é um privilégio que nem todos os estudantes da graduação e pós-graduação tem, visto a enorme dificuldade de obtenção das mesmas e sua vida útil por conta do manuseio, o que tem aumentado a demanda de preparações que possibilitem uma maior durabilidade destas. De todas as peças anatômicas, as de neuroanatomia têm uma fragilidade maior e sua vida útil depende de bom acondicionamento e proteção. Normalmente essas peças após serem fixadas em formol são acondicionadas em cubas preservando de deterioração por parte de microorganismos, porém não as protege da manipulação pelos alunos, fato que é dirimido quando são acondicionadas em caixas de acrílico feitas sob medida aumentando sua vida útil. Além da preservação, a identificação da maior parte das estruturas visíveis, se revela um excelente recurso de ensino em comparação com as que não receberam este tratamento. Nosso objetivo foi desenvolver uma técnica para tornar mais auto-didáticas as peças de neuroanatomia que estejam acondicionadas em caixas de acrílico. Para tanto, utilizamos peças já fixadas e pertencentes ao laboratório de anatomia do Centro Universitário São Camilo além de materiais diversos para a marcação das estruturas anatômicas. É imprescindível a atuação de um anatomista para a precisão e coerência das marcações, onde barbantes serão inserido nos sulcos delimitando os mesmos e números colocados nas estruturas visíveis. As peças ficaram bastante didáticas até mesmo dispensando a utilização do atlas em determinadas situações. Os alunos relatam que esta técnica facilita a identificação das estruturas em comparação com o atlas no momento de estudá-las. Esta técnica mostrou-se altamente didática e teve grande aceitação pelos alunos.

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DESENVOLVIMENTO DO ESQUELETO DO MEMBRO TORÁCICO DE Podocnemis unifilis (Testudines: Podocnemididae)

Souza DR*, Rodrigues AP, Araujo PC, Santos ALQ, Pereira KF, Sarzenski TM, Lima FC. Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí/UFG, Brasil Estudos com enfoque no desenvolvimento ósseo dos Testudines vêm ganhando espaço no campo da anatomia animal e áreas afins, haja vista o conhecimento que antes parecia estar obsoleto tem sido moldado pelas novas pesquisas realizadas. O estudo dos processos ontogênicos que regem a formação destas características pode contribuir para elucidar o padrão de formação e evolução de algumas características insignes deste grupo. Objetivouse descrever a morfologia, sequência de formação e desenvolvimento dos ossos do membro torácico de Podocnemis unifilis, e a descrição de possíveis alterações morfológicas que ocorram durante todo o período embrionário. Coletaram-se 66 embriões que foram submetidos à técnica de diafanização para coloração dos ossos e cartilagens. No inicio do estagio 21 os ossos, úmero, rádio, ulna, os metacarpos do dedo II e III e as falanges distais do dedo I ao IV, apresentaram seu inicio de ossificação. Apenas no início do estágio 24 os carpos iniciam sua ossificação. Os ossos ulnar, intermédio, os distais e os centrais se ossificam simultaneamente nesse mesmo estágio e, apenas no estágio 25, o pisiforme apresenta seu centro de ossificação marcado. A cronologia dos eventos ontogênicos nas diferentes espécies de répteis pode diferir substancialmente, mas o padrão em P. unifilis é similar ao dos demais Testudines, outrora, com pequenas alterações na cronologia que podem ser oriundas de particularidades como o período de incubação, que pode ser influenciado por variações abióticas.

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DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DE JURARÁ (Kinosternon scorpioides, Linnaeus, 1766) ¹Anunciação ARA, ²Oliveira AS, ³Miglino MA, 6Costa AR, 4 Carvalho RC, 5Chaves LPFA, ²*Sousa AL ¹ Graduanda do Curso de Medicina Veterinária da UEMA/Bolsista IC da FAPEMA; ² Docentes do Departamento das Clínicas da UEMA/Docente Orientador; ³ Docente do Departamento de Cirurgia da FMVZ/USP; 4 Doutorando da FMVZ/USP; 5 Médica Veterinária, Mestre em Ciência Animal/UEMA; 6 Graduanda do Curso de Medicina Veterinária da UEMA O jurará (Kinosternon scorpioides) é uma pequena tartaruga de água doce, de hábito semi-aquático, integrante da fauna silvestre maranhense, onde ao longo dos anos vem sendo explorada e consumida como iguaria exótica da culinária local, sem um plano de manejo para a manutenção e sobrevivência da espécie. Dessa forma, com o intuito de subsidiar informações morfológicas da espécie, descreve-se o seu desenvolvimento embrionário. Foram utilizados 20 ovos de jurará provenientes do Criadouro Científico para Kinosternon scorpioides, autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisIBAMA-MA (Licença 1899339/2008) e pelo Comitê de Ética e Experimentação (CEEA/UEMA). Os ovos foram mantidos em uma chocadeira artificial com a temperatura controlada a 26°C, estes tiveram suas cascas removidas e suas estruturas analisadas. Aferiu-se o comprimento cefalocloacal dos embriões com 12, 29, 39, 57, 90 dias e juntamente com seus anexos foram fixados em solução de formaldeído a 10% para o processamento histológico. Constatou-se que a vesícula embrionária estava formada com 12 dias sendo envolvida pela membrana perivitelinica e coriônica. Para a microscopia de luz, o embrião com 29 dias, apresentava o intestino primitivo em forma tubular, no rim primitivo, encontrou-se formação de células cúbicas, possíveis remanescestes dos túbulos coletores. Aos 39 dias era visível no embrião a flexura cervical, o broto dos membros torácico e pélvico e a formação da cauda. Aos 57 dias o embrião apresentava início de pigmentação. Com 90 dias o embrião estava completamente formado, carapaça e plastrão bem desenvolvidos, membrana vitelínica vascularizada, âmnio bem transparente revestindo-o. PALAVRAS-CHAVE: desenvolvimento embrionário, morfologia, jurará, Kinosternon scorpioides. SUPORTE FINANCEIRO: Projeto Procad Amazônia/Capes

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DESENVOLVIMENTO OCULAR EM PEIXES Bettasplendens, REGAN 1909 Oliveira FF*, Silva SMS, Elias LS, Lira FJX, Souza EHLS, Almeida MS, Sá FB UFRPE O Bettasplendens é um peixe ornamental, que apresenta desenvolvimento embrionário rápido e fora do corpo materno, permitindo um acompanhamento do desenvolvimento de todos os órgãos e sistemas. O processo de desenvolvimento ocorre do momento da fertilização até a eclosão e fases posteriores. O desenvolvimento do sistema visual é rápido, os olhos surgem de evaginações do diencéfalo entre 11 e 12 horas pós-fertilização (hpf). O objetivo deste trabalho é descrever o desenvolvimento inicial da retina em Bettasplendens desde o momento da fertilização até o sexto dia pós-eclosão (dpf).Este estudo foi realizado no DMFA/UFRPE, com dois peixes adultos (macho e fêmea), que foram submetidos ao acasalamento. Os ovos oriundos desta desova foram coletados. Os embriões, larvas, alevinos e adultos, foram mantidos em aquários diferentes, de acordo com o estágio de vida, a uma temperatura de 28 a 30°C, em ciclo circadiano de 12/12 horas claro/escuro e receberam ração comercial apropriada, de acordo com o grau de desenvolvimento. Para eutanásia destes animais foi realizado o aprofundamento anestésico (Eugenol na proporção de 50ppm dissolvidos em 500 ml de água), observados e fotomicrografados em microscópio de luz. A partir das 16 hpf foi observada a presença do primórdio óptico, o qual tornou-se mais evidente 20 hpf, ao mesmo tempo foi possível observar o placóide do cristalino e a presença de cromatóforos na cabeça. Esses resultados concordam com os achados para zebrafish e Parauchenipterus, já no Indian Cat fish, Heteropneustes fossilis, o primórdio óptico surgiu entre 8-10 hpf. O desenvolvimento rápido é fundamental para existência da espécie e este se mostrou um ótimo animal para estudo embriológico e de manejo.

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DESENVOLVIMENTO PLACENTÁRIO EM PREÁS NA GESTAÇÃO INICIAL (Galea spixii, Rodentia, Hystricomorpha, Caviidae) Vale AM1*, Oliveira GB1, Silva RSB1, Paula, V.V1, Rodrigues. A.R1, Favaron PO2, Miglino MA2, Oliveira MF1 (moacir@ufersa.edu.br) 1 Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Departamento de Ciências Animais), Mossoró – Rio Grande do Norte, Brasil, 2Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (Departamento de Cirurgia), São Paulo, Brasil Galea spixii constitui espécie típica de roedor bastante difundida em regiões de clima semiárido e vegetação de caatinga, apresentando características reprodutivas diversificadas e padrão de desenvolvimento placentário constante o que favorece a utilização destes animais como modelos biológicos para estudos de placentação. O presente estudo teve como objetivo descrever o desenvolvimento placentário inicial em preás com base na análise macroscópica e técnicas de microscopia de luz. Para tanto, foram analisadas três placentas corioalantóides aos 12, 20 e 30 dias de gestação, obtidas de fêmeas prenhes submetidas à eutanásia. A placenta de preás foi classificada macroscopicamente como discoidal situada no lado antimesometrial do útero. Além disso, observou-se coloração vermelha desta placenta refletindo elevado número de vasos maternos e fetais. Na microscopia de luz, verificou-se, aos 12 dias de gestação, uma imatura placenta corioalantóide apresentando muitas áreas de sangue materno, espongiotrofoblasto, além do pedúnculo placentário que inseria a placenta no estroma decidualizado. Aos 20 dias de gestação, evidenciouse estrutura placentária com bordas deciduais definidas apresentando espongiotrofoblasto, labirinto e subplacenta. No trigésimo dia de gestação, a placenta se mostrou altamente lobulada, vilosa com o labirinto sendo a área mais proeminente das trocas materno fetais. Nesse momento, o espongiotrofoblasto e a subplacenta encontravam-se reduzidos de tamanho. Concluiu-se que a placentação em Galea exibe grande similaridade com outros roedores caviomorfos no que diz respeito à regionalização da placenta, processos de crescimento e invasão trofoblástica. PALAVRAS-CHAVE: Preá, Microscopia, Subplacenta.

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DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL DO EPIDÍDIMO DO GERBILO: MORFOLOGIA E IMUNOLOCALIZAÇÃO DA AQP2 Machado CM*, Scarano WR, Pinheiro PFF, Schimming BC, Beu CCL, Domeniconi RF. Instituto de Biociências de Botucatu- UNESP

DESNUTRIÇÃO PROTEICA INDUZ HIPERTROFIA DO NÚCLEO DE NEURÔNIOS MIENTÉRICOS NADPH-dp NO ESTÔMAGO DE RATOS Muniz E*, Gois MB*, Araújo EJA‡, Sant’Ana DMG† *

No epidídimo ocorre absorção de fluido testicular, resultando na concentração dos espermatozóides luminais. As aquaporinas (AQPs), proteínas expressas em células envolvidas no transporte de líquido, facilitam o movimento do fluido na via espermática, como parte dos processos de transporte, diferenciação e maturação espermática. A expressão das AQPs varia regional e temporalmente. Assim, este trabalho objetivou descrever a morfologia regional e a distribuição da AQP2 no epidídimo de gerbilos, durante fases do desenvolvimento pós-natal. Para tanto, foram utilizados 20 gerbilos, divididos em 4 grupos: 30, 60, 120 e 300 dias. Amostras de tecido foram coletadas e processadas para estudos histológicos, morfométricos e imunoistoquímicos. Nos animais de 30 dias, o epitélio epididimário pseudoestratificado apresentou células já diferenciadas, predominantemente células principais, com núcleos localizados no terço médio-basal. Também foram observadas células basais e apicais. A luz tubular mostrou-se desprovida de espermatozóides, com pregas epiteliais apenas na cauda epididimária. A morfologia observada nos animais de 60 dias foi semelhante à encontrada para 120 e 300 dias, padrão já descrito anteriormente. A altura do epitélio na cauda epididimária, dos animais de 30 dias, foi maior quando comparada às demais regiões. Comportamento oposto foi observado nos outros grupos, onde a altura do epitélio da cauda foi a mais baixa, característica particular dessa região, que passa ser o seguimento de estocagem de espermatozóides. A AQP2 não foi detectada nas idades estudadas. Aparentemente, esta AQP não tem papel nas fases do desenvolvimento do gerbilo, consideradas neste estudo, corroborando os achados para outros roedores.

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Universidade Paranaense; ‡ Universidade Estadual de Londrina; † Universidade Estadual de Maringá

A prevalência de desnutrição proteica ocorre em populações com baixa renda, tornando o problema uma questão social. No tubo digestório, de uma forma geral, a desnutrição proteica causa atrofia da mucosa gástrica e intestinal e diminuição das vilosidades e microvilosidades. Este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da desnutrição proteica sobre o núcleo dos neurônios NADPH-dp da porção glandular (PG) do estômago de ratos mantidos em dieta hipoproteica. Foram utilizados os estômagos de 10 Rattus norvegicus Wistar machos com 90 dias idade, com 283.90 ± 38.70 de massa corporal. Foram separados em grupo controle (GC; n=5) que recebeu dieta comercial para roedores (26% de proteínas) e grupo experimental (GE; n=5) recebeu dieta hipoproteica com 4% de proteína. Após 90 dias, foram submetidos à eutanásia. Os estômagos foram retirados e submetidos à técnica histoquímica NADPHdiaforase. Os preparados totais da porção glandular (PG) foram divididos em três regiões: curvatura gástrica menor (CE), curvatura gástrica intermediária (CI) e curvatura gástrica maior (CA). Foram mensuradas área do núcleo de 100 neurônios de cada animal a partir de imagens capturadas com objetiva de 40x. Na CE, a área média±desvio padrão do núcleo foi de 64.49±27.80 no GC e 75.75±31.39 no GE. Na CI, 60.92 ± 26.68 no GC e 104.81 ± 100.83 no GE. Já na CA, observou-se 62.56±23.87 no GC e 77.81±31.94 no GE. Houve hipertrofia nos neurônios NADPH-dp do GE, levando a um aumento de 38.4% no núcleo destes animais (p<0.05). Portanto, conclui-se que a dieta hipoproteica em ratos induz a hipertrofia no núcleo dos neurônios mientéricos NADPH-dp na PG do estômago.

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DETECÇÃO DE VARIAÇÕES ANATÔMICAS NAS VIAS BILIARES EM TRANSPLANTES HEPÁTICOS INTERVIVOS E EM EXAMES DE IMAGEM Carvalho IWB, Almada LN, Gomes MIB*, Carvalho LR, Oliveira JBR, Queiroz AP, Andrade WR Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – SUPREMA

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE ESPONGIÓCITOS DA ADRENAL DE RATOS PINEALECTOMIZADOS daSilva IMB*, Pedroso APO, Sousa IDD, Dias SMS, Aguiar Júnior FCA, Santos KRP

As variações anatômicas das vias biliares são um desafio aos cirurgiões. As mais comuns estão relacionadas à posição e implantação do ducto cístico nas vias biliares extra-hepáticas ou à presença de ductos biliares extra-hepáticos acessórios. Variações de vias biliares são significativas para receptores e doadores nos transplantes hepáticos intervivos e podem ser causa de complicações. O objetivo do estudo foi identificar as variações anatômicas nas vias biliares em doadores e receptores de transplantes hepáticos intervivos. Foi feita revisão da literatura nas bases de dados Scielo e Medline sendo levantados 10 artigos, com os descritores: variações anatômicas e vias biliares. Observaram-se variações, sendo a maioria reconhecida no momento da cirurgia e poucas nos exames de imagem pré-operatórios. As variações encontradas durante a cirurgia foram: ausência de ducto colédoco, com implantação baixa dos ductos hepáticos direito e esquerdo e implantação do ducto cístico no ducto hepático direito; ducto biliar posterior direito unindo-se ao ducto biliar esquerdo; ducto biliar direito trifurcado; ducto posterior direito como ramo do ducto hepático comum; ducto posterior e anterior direito unindo-se ao ducto esquerdo. As variações observadas nos exames de imagem pré-operatórios foram a junção dos ductos hepáticos direito, anterior e posterior, com o ducto esquerdo e também o ducto posterior direito como tributário do ducto hepático esquerdo. Conclui-se que a prevalência das variações nas vias biliares é elevada e frequentemente, não detectada em exames pré-operatórios. A segurança do cirurgião em relação a este conhecimento é de extrema importância na cirurgia, evitando complicações no pós-operatório.

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A melatonina é um hormônio principalmente produzido pela glândula pineal, cuja secreção é estimulada pelo escuro e inibida pela luz. Estudos indicam que melatonina exerce um efeito na celularidade do córtex da adrenal. Desta forma, o objetivo deste estudo foi verificar a influência da melatonina sobre a densidade de espongiócitos da adrenal de Rattus novergicus albinus. Para tanto, foram utilizados 20 ratos Wistar, divididos em quatro grupos:pinealectomizados e sham-pinealectomizados (5 machos e 5 fêmeas em cada grupo). Após 6meses do procedimento cirúrgico, os animais foram anestesiados, eutanasiados e removidas as adrenais, sendo fixadas em NBF a 10%. Posteriormente, estas foram processadas, seguindo a técnica histológica de rotina. Os blocos foram cortados em 3µm de espessura e corados por H.E. A densidade de espongiócitos foi determinada através do software de histomorfometria Image J. Após a obtenção das mensurações, os valores obtidos foram analisados pelo teste t de student considerando estatisticamente significativos os valores de p<0,05. Os resultados revelaram que as médias do número de espongiócitos entre os grupos pinealectomizados (Fêmeas = 89,5 ± 20,8; Machos = 106,1 ± 18,2) e sham-pinealectomizados (Fêmeas = 94,5 ± 18,2; Machos = 101,7 ± 24,1) não apresentaram diferenças significativas, p = 0,187 e p = 0,320 respectivamente. Concluímos que a pinealectomia não induz alterações na densidade de espongiócitos na adrenal de ratos.

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DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE HEPATÓCITOS DO FÍGADO DE RATAS PINEALECTOMIZADAS. Santos CP*¹, Pedroso APO¹, da Silva IMB¹, Aguiar Júnior FCA¹, Santos KRP¹. ¹Universidade Federal de Pernambuco/Centro Acadêmico de Vitoria

DHT (DIHIDROTESTOSTERONA) MODULA A IMUNORREATIVIDADE DA AQUAPORINA 9 NO EPIDÍDIMO DE GERBILOS CASTRADOS Domeniconi RF*, Pereira S, Felisbino SL, Martinez FE, Scarano WR, Machado CM, Fávaro WJ UNESP, Instituto de Biociências, Botucatu, SP

Diversos autores têm demonstrado que a melatonina atua como um potente protetor do fígado, regulando vários processos fisiológicos nesse órgão, prevenindo danos provenientes de agentes oxidantes, agindo como eliminador de radicais livres, além de inibir o crescimento de hepatocarcinomas. Diante dos aspectos acima apresentados, o presente estudo analisou a influência da pinealectomia sobre a densidade dos hepatócitos do fígado de ratas. Para tanto, foram utilizadas 12 ratas albinas da linhagem Wistar, com 60 dias de idade. Os animais foram divididos em dois grupos: ratas pinealectomizadas e ratas sham-pinealectomizadas. Após 6 meses dos procedimentos cirúrgicos, as fêmeas foram eutanasiadas e tiveram o fígado removido. Depois de fixados, fragmentos deste órgão foram processados, seguindo a técnica histológica de rotina, cortados em 4 µm de espessura e corados por Tricômico de Masson. A densidade de hepatócitos foi determinada através do software de histomorfometria Image J. Após a obtenção das mensurações, os valores obtidos foram analisados pelo teste t de student considerando estatisticamente significativos os valores de p <0,05. Os resultados revelaram que as médias do número de hepatócitos do grupo pinealectomizado (114,1 ± 16,6) foi significativamente maior que o sham-pinealectomizado (96,3 ± 15,3) com p = 0,001. Concluímos que a pinealectomia induz alterações na densidade de hepatócitos no fígado de ratas pinealectomizadas.

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As aquaporinas (AQPs) são canais de água que facilitam e regulam o transporte de fluidos através das membranas celulares. No sistema genital masculino, estão envolvidas na formação e manutenção do fluido luminal, sendo a AQP9 a principal AQP presente no epitélio epididimário. Este trabalho teve como objetivo estudar o comportamento da AQP9 no epitélio do epidídimo de gerbilos adultos, submetidos à orquidectomia com reposição hormonal ou não de diidrotestosterona (DHT) após a cirurgia. Assim, os roedores foram castrados e submetidos a injeções diárias de DHT ou de veículo. O segmento inicial, a cabeça, o corpo e a cauda do epidídimo foram coletados no 15° dia após a cirurgia. O grupo controle foi submetido à cirurgia, porém não foi realizada a castração. As amostras de tecido foram processadas, segundo rotinas das técnicas de imunoistoquímica, para estudos da AQP9 no epidídimo do gerbilo. A imunorreatividade para a AQP9 foi restrita a região apical de microvilos das células principais para todas as regiões epididimárias, semelhante ao encontrado em outros mamíferos. Houveram diferenças apenas na intensidade da reação, de acordo com a região considerada. Após castração, a expressão da AQP9 diminuiu, consideravelmente, ao longo do epidídimo e o tratamento com DHT restaurou a AQP9, aparentemente, próximo ao nível do controle. Relatos anteriores mostraram que a DHT é o principal mediador androgênico da expressão da AQP9 no segmento inicial. Nossos dados sugerem que este papel atribuído a DHT também se estende para as demais regiões epididimárias. Estes resultados acrescentam dados às discussões existentes acerca da regulação das AQPs, bem como, fornece informações inéditas sobre a biologia reprodutiva do gerbilo. APOIO FINANCEIRO: FAPESP

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DIAGNÓSTICO DA TERMINOLOGIA ANATÔMICA UTILIZADA NOS LIVROS DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA Santos AJCA*, Brito VC2, Oliveira BDR3, Silva ELA4 2,4 * Universidade Federal Rural de Pernambuco 3 Associação Caruaruense de Ensino Superior

DIAGNÓSTICO DE ANOMALIAS DENTÁRIAS EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS Leite CMC, Ferraz MAAL, Silva MFB, Sousa YTCS

Os livros didáticos constituem um recurso de essencial importância para os alunos e professores, pois, são, por vezes, os únicos materiais de apoio didático. A anatomia humana é a ciência que estuda a morfologia do corpo humano, estando encarregada de nomear e descrever suas estruturas constituintes no nível macroscópico e microscópico. Assim, o presente estudo visa analisar livros didáticos de ciências e biologia adotados por escolas públicas da cidade do Recife quanto à utilização correta da terminologia anatômica humana, avaliando os textos e imagens presentes nos livros. Foram avaliados os livros de ciências adotados no 8º ano do ensino fundamental e de biologia no 2º ano do ensino médio. Utilizou-se 08 livros, 04 do 8º ano e 04 do 2º ano. Os conteúdos anatômicos foram analisados a partir de leituras críticas confrontando a nomenclatura anatômica adotada nos livros com a terminologia anatômica atual. Os livros apresentaram divergências nos vários sistemas corporais, como: o sistema cardiovascular, sistema locomotor, sistema urinário, sistema genital masculino e o sistema digestório. Sendo o sistema cardiovascular, sistema locomotor e sistema genital masculino os que apresentaram uma maior quantidade de erros. Os erros foram encontrados tanto nas imagens quanto na parte que se destina ao conteúdo escrito, com termos incorretos e/ou desatualizados. Esses erros prejudicam a aprendizagem do aluno, pois termos incorretos em livros de referênciapodem ser levados para outras esferas de conhecimento, inclusiveà graduação. A identificação precoce destes erros pode proporcionar uma melhor compreensão por parte do aluno e facilitar o ensino do professor já que este não precisará desfazer uma concepção formada anteriormente. PALAVRAS-CHAVE: Nomenclatura anatômica, livros didáticos, Anatomia,

As alterações que ocorrem no processo de odontogênese são denominadas anomalias dentárias e são classificadas quanto à forma, como geminação, fusão, concrescência, dilaceração, cúspide em garra, dens in dente, taurodontia, micro e macrodontia, quanto ao número: dentes ou raízes supranumerários e agenesias e quanto posição, como transmigrações ou ectopias. Este estudo tem como objetivo determinar a prevalência das anomalias dentárias radiografias de prontuários de pacientes atendidos na clínica de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto. Foram analisadas 300 radiografias panorâmicas em negatoscópio, iluminado por duas lâmpadas fluorescentes de 20 watts cada, recoberto com máscara preta, com uma abertura central medindo 15x30cm onde o filme panorâmico foi fixado. As análises foram realizadas em ambiente escuro e, com o auxílio de lupa (aumento 2X) e interpretadas conjuntamente por dois observadores calibrados. Os achados radiográficos foram registrados em tabela própria, constando número prontuário, gênero, presença de alterações e anomalias dentárias de forma, número e posição. A análise estatística descritiva foi realizada pelo cálculo da frequência e percentual de acometimento e relações entre gênero e alterações dentárias encontradas. Houve ocorrência de dilacerações (3,32%), dentes cônicos (1%), taurodontia (0,66%), dens in dente (0,33%) e cúspide em garra (5,66%), em relação às anomalias de tamanho observaram-se microdontias (5,33%), nos distúrbios de posição ocorrência como erupção ectópica (0,33%) e em casos de alterações de número, dentes (4,32%) e raízes supranumerárias (0,66%).

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DIÂMETRO DA VEIA SAFENA MAGNA ATRAVÉS DO ECO-DOPPLER COLORIDO Sá CP*, Santos JV, Filho RX, Ximenes MSV, Reis FP, Aragão JA Universidade Tiradentes e Universidade Federal de Sergipe

DIETA HIPERLIPÍDICA PROMOVE ALTERAÇÕES MORFOMÉTRICAS NO ÍLEO DE CAMUNDONGOS Soares A1,2, Tironi LMT1*, Beraldi EJ2, Ferreira PEB2, Bazotte RB2, Buttow NC2 1 UNIOESTE, Cascavel, Paraná; 2UEM, Maringá, Paraná

INTRODUÇÃO: Com o avanço tecnológico, o mapeamento venoso, por meio do eco - Doppler vem se mostrando de grande utilidade no planejamento cirúrgico dos pacientes, bem como na avaliação do sistema venoso. OBJETIVO: Determinar o diâmetro da veia safena magna na coxa e perna. METODOLOGIA: O mapeamento venoso foi realizado com o paciente em ortostase, avaliando-se, detalhadamente, os diâmetros venosos das veias safenas a partir do ponto J, 10, 20 e 30 cm na coxa e 10, 20 e 30 cm na perna, com o aparelho Philips IU22, utilizando transdutores lineares de 4 a 10 MHz, no Laboratório Vascular Dr. Roberto Ximenes, Aracaju – SE. RESULTADO: Foram examinados 30 membros inferiores de 15 pacientes, 10 (66,67%) do sexo feminino e 05 (33,33%) masculino, com idade de 16 a 92 anos, e média de 50,02. O diâmetro da veia safena magna (VSM) no terço superior na coxa direita variou de 2,0 mm a 4,4 mm, com média de 2,89±0,58, na esquerda foi de 1,9 mm a 4,9 mm e média de 3,06±0,72. No terço médio esta variação foi de 1,7 a 4,1 mm com média de 2,81±0,56, a esquerda foi de 1,6 a 6,3 mm e média de 3,07±1,07. No terço inferior da coxa o diâmetro da VSM variou de 1,6 a 3,9 mm com média de 2,68±0,52. No terço superior da perna direita o diâmetro da VSM variou de 1,5 a 3,1 com média de 2,26±0,44, na esquerda foi de 1,5 a 3,4 com média de 2,34±0,49mm. No terço médio da perna direita variou de 1,4 a 3,0 com média de 2,16±0,49mm e na esquerda foi de 1,3 a 3,0 com média de 2,15±0,48mm. No terço inferior direito a variação foi de 1,3 a 2,9 com média de 2,07±0,42mm, a esquerda variou de 1,3 a 3,1 com média de 2,11±0,49 mm. CONCLUSÃO: O diâmetro médio da veia safena magna foi maior na coxa esquerda e foram equivalentes em ambas as pernas.

Dietas hiperlipídicas têm sido relacionadas com o desenvolvimento de obesidade e condições associadas, como distúrbios no metabolismo das lipoproteínas, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e alterações gastrintestinais, incluindo adaptações no comprimento do intestino delgado e na parede intestinal, que podem predispor ao ganho de peso. Assim, considerando a importância do intestino delgado no contexto da obesidade e sua elevada capacidade de adaptação, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a morfometria da parede intestinal do íleo de camundongos submetidos a uma dieta hiperlipídica. Camundongos Swiss machos com 6 semanas de idade foram alimentados com ração padrão para roedores (grupo controle) ou ração hiperlipídica rica em gordura saturada (31,2%) (grupo obeso), durante 8 semanas. Amostras do íleo foram submetidas a processamento histológico e coloração com Hematoxilina-Eosina para avaliação da espessura da parede intestinal e da túnica muscular, a altura dos vilos e a profundidade das criptas. Os animais do grupo obeso desenvolveram obesidade, sem efeitos no comprimento do intestino delgado, porém com diminuição significativa no diâmetro do íleo e em todos os parâmetros morfométricos intestinais avaliados. As alterações observadas na parede ileal provavelmente decorrem do fato da dieta hiperlipídica simular a dieta moderna, hipercalórica, pobre em elementos pouco digeríveis e de fácil absorção, ocasionando um pico absortivo nas porções proximais do intestino e com menores quantidades de alimento chegando ao intestino distal, promovendo redução nas atividades deste segmento intestinal, com consequência na sua morfometria.

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DIFERENÇAS ANATÔMICAS DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES AO LONGO DO DESENVOLVIMENTO E SUAS APLICAÇÕES CLÍNICAS Nogueira RB*,Cunha NM, Figueiredo LA, Koga TYF, Bordoni LS Universidade Federal de Ouro Preto

DIFERENÇA NO PROCESSO DE REPARO DE DEFEITO REALIZADO NA EPÍFISE E DIÁFISE DA TÍBIA DE COELHOS. ANÁLISE HISTOMORFOMÉTRICA. Oliveira TVZ, Ribeiro DA, Cestari TM, Garlet GP, Assis GF, Taga R

Os modelos de defeito ósseo criado na epífise ou diáfise de fêmur ou tíbia de coelhos são largamente utilizados para verificação da biocompatibilidade e da capacidade estimuladora de biomateriais ósseosubstitutos, sendo utilizados como comparáveis indistintamente de localização. Porém, as diferenças anatômicas e histo-fisiológicas existentes entre elas podem interferir na resposta biológica. Assim, o trabalho avaliou o processo de reparo ósseo de defeitos unicortical na epífise e diáfise da tíbia de 24 coelhos. Em cada animal realizou-se duas perfurações de 3 mm, uma na epífise e outra na diáfise. Após 7, 15, 30, e 60 dias (n=6/período) as tíbias foram coletadas, radiografadas e processadas histologicamente. O volume e espessura da cortical óssea neoformada de cada defeito foram avaliados histomorfometricamente. Os resultados mostraram que, na diáfise ocorreu uma intensa formação óssea centrípetamente, a partir da borda do defeito, com o completo fechamento aos 60 dias por tecido ósseo compacto (5,13mm3) com metade da espessura original (1,31mm) e recoberto pelo periósteo. Na epífise houve na superfície externa do defeito a formação de denso calo cartilaginoso que foi lentamente reabsorvido e substituído por tecido ósseo primário. Aos 60 dias, ocorreu o fechamento do defeito por tecido ósseo imaturo apenas na região periosteal, enquanto que, o espaço do defeito estava preenchido por medula óssea. O volume total de tecido ósseo neoformado na diáfise foi 77%, 25%, 50% e 45% maior, respectivamente, para os períodos de 7, 15, 30 e 60 dias em relação aos na epífise. Conclui-se que as vias de reparo ósseo de defeito unidecorticalizado na epífise e diáfise da tíbia de coelho são diferentes e não comparáveis entre si.

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O conhecimento das diferenças anatômicas nas vias aéreas superiores ao longo do desenvolvimento humano é fundamental para a prática clínica, uma vez que é necessário fazer a escolha do procedimento adequado para se obter acesso a essas vias. O objetivo do trabalho é realizar uma revisão literária sobre o tema, para isso, foi feito uma pesquisa na plataforma eletrônica PubMed utilizando as palavras-chave: airway, tracheostomy, tracheal intubation, cricothyroidotomy. Ao analisar a literatura recente, observa-se que cada faixa etária e biotipo possuem características anatômicas e fisiológicas específicas que influenciam na prática das principais técnicas de acesso às vias aéreas: intubação traqueal, traqueostomia, cricotireoidostomia. A análise anatômica da cavidade nasal, faringe, laringe e traquéia do adulto foi utilizada como parâmetro para as outras faixas etárias, relacionando-as com as condutas citadas anteriormente. As características mais relevantes do recém-nascido e da criança que tornam o acesso à via dificultado são, respectivamente, o fato do ápice da epiglote ficar acima do palato mole, e, das vias aéreas da criança serem mais estreitas que as do adulto (proporcionalmente a sua altura e ao seu peso). Nesse período, as estruturas faríngeas e laríngeas são mais delicadas, exigindo mais cautela em seu manuseio. Já no idoso, ocorre calcificação da traquéia e aumento do espaço morto, o que diminui o aporte de oxigênio no organismo, dentre outras. Em relação ao biotipo, como em grávidas e obesos, há também adaptações que auxiliam o acesso às vias aéreas. Então, é relevante esse estudo para diminuir o risco de complicações nos procedimentos em questão, tendo em vista as peculiaridades anatomoclínicas de cada idade.

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DIMORFISMO SEXUAL ATRAVÉS DA ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA PATELA Medeiros BF*, Almeida WM, Melo DDCB, Barros JFS, Barbosa MMB, Silva TG, Miguel RDS, Freitas MFL. Universidade Federal de Pernambuco – CAV A patela é um osso sesamóide localizada entre os tendões distais do músculo quadríceps femoral. Sabe-se hoje que o crânio e a pelve são os ossos mais utilizados para a determinação do sexo, porém, em alguns casos forenses, esses ossos não são encontrados ou estão danificados, havendo a necessidade de alternativas para determinar o sexo. Objetivou-se investigar se há diferenças morfométricas nas patelas que possam ser utilizadas na identificação do sexo. Foram analisados 15 pares de patelas femininas e 15 pares de masculinas, pertencentes ao Departamento de Anatomia da UFPE campus Recife e Vitória. Com o auxílio de paquímetro (150mm - 0,05mm) foram feitas as seguintes medidas: altura (AM), largura (LM) e espessura máxima (EM) da patela; altura e largura das faces articulares laterais (AFAL) (LFAL); altura e largura das faces articulares mediais (AFAM) (LFAM). A análise estatística foi realizada no programa GraphPad Prism 5.0, utilizando-se o teste T de student. Todas as características foram significativas com p < 0,05. Dentre estas características as médias das medidas e seu desvio padrão de homens e mulheres foram respectivamente: AM (4.20 ± 0.12) (3.66 ± 0.09); LM (4.27 ± 0.11) (3.95 ± 0.09); EM (2.02 ± 0.05) (1.81 ± 0.03); AFAL (3.08 ± 0.08) (2.83 ± 0.06); LFAL (2.56 ± 0.08) (2.34 ± 0.05); AFAM (2.69 ± 0.10) (2.45 ± 0.06); LFAM (2.13 ± 0.05) (1.92 ± 0.03). Esses resultados mostram que as patelas masculinas possuem dimensões maiores que as femininas, provavelmente devido à musculatura do membro inferior do homem ser mais volumosa. Portanto, a patela é uma peça importante na diagnose sexual em casos nos quais o crânio e a pelve estejam danificados ou ausentes, sendo de fácil utilização pela medicina forense.

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DIMORFISMO SEXUAL SECUNDÁRIO EM Anoura geoffroyi (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) EM ÁREAS DE CAATINGA DA PARAÍBA, NORDESTE DO BRASIL Silva FR¹*, Arandas MJG², Arandas JKG², Marinho KSN¹, Lima-Júnior NB¹, Antonio EA¹, Alves ECBA¹, Santos KRP¹ 1. UFPE; 2. UFRPE Anoura geoffroyi é uma espécie predominantemente nectarívora, possui ampla distribuição em todo território brasileiro ocorrendo em todos os biomas eapresentagrande importância na polinização de várias espécies. O dimorfismo sexual é característico pela ocorrência de indivíduos do sexo masculino e feminino de uma espécie com caracteres físicos, não sexuais, marcadamente distintas. Apesar da extrema importância ecológica desta espécie para a manutenção da biodiversidade, poucos estudos são relacionados às características morfológicas de A. geoffroyi. Diante disso, este trabalho avaliou a existência de dimorfismo sexual nas populações de A. geoffroyi em áreas de Caatinga do Estado da Paraíba. Os dados biométricos foram: tamanho do antebraço (mm) (ANTB) e peso (g) (P), medidos com auxilio de um paquímetro e pesola. Para avaliar as diferenças biométricas entre machos e fêmeas foi utilizado o teste t a 5% de significância (SAS, versão 1999). Foram capturados 30 espécimes, sendo 14 fêmeas e 16 machos, a razão sexual foi de 0,9 fêmeas por macho. Os resultados biométricos demonstraram que ocorreram diferenças significativas entre todas as variáveis, onde as fêmeas apresentaram as maiores proporções, ANTB (43.14 + 1.61) (F = 5,49, p = < 0.0265) e P (16.60 + 2.33) (F = 7.60, p = 0.0102), em comparação aos machos ANTB (42.12 + 0.61) e P (14.80 +1.11). Estudos têm demonstrado que as fêmeas são maiores que os machos em relação aos caracteres esqueléticos, onde provavelmente está relacionado às altas demandas energéticas e físicas maiores das fêmeas durante a gravidez e a lactação.

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DIMORFISMO SEXUAL SECUNDÁRIO EM Artibeus lituratus (MAMMALIA: CHIROPTERA) NO CENTRO DE ENDEMISMO PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL Sousa IDD¹*, Arandas MJG¹, Arandas JKG¹, Marinho KSN², Lima Júnior NB², Alves ECBA², Antonio EA², Santos KRP² 1. UFRPE; 2. UFPE

DIMORFISMO SEXUAL SECUNDÁRIO EM Artibeus planirostris (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) EM ÁREAS URBANAS DE PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL Silva RS¹*, Arandas MJG², Arandas JKG², Marinho KSN¹, Lima-Júnior NB¹ , Silva DF¹, Alves, ECBA¹, Santos KRP¹ 1 - UFPE; 2 - UFRPE

O dimorfismo sexual é considerado todas as diferenças morfológicas secundárias entre os machos e fêmeas maduros de uma mesma espécie. Morcegos da espécie Artibeus lituratus são amplamente distribuídos pelo Brasil e os dados biométricos são escassos para a maioria das regiões. Diante disso, o presente trabalho avaliou a existência de dimorfismo sexual nas populações de A. lituratus em áreas de Mata Atlântica de PE. Os dados biométricos considerados foram: comprimento total (mm) (CT), tamanho do antebraço (mm) (ANTB), peso (g) (P), medidos com auxilio de um paquímetro e pesola. Para avaliar as diferenças biométricas entre machos e fêmeas foi utilizado o testet a 5% de significância (SAS, versão 1999). Foram capturados 103 indivíduos de A. lituratus, sendo 60 fêmeas e 43 machos, resultando na razão sexual de 1,40 fêmeas por macho. Os dados biométricos revelaram que não houve diferenças significativas para as médias das variáveis CT e ANTB, enquanto para o peso a diferença foi significativa (F= 27,03 p = <.0001) entre os sexos. As fêmeas apresentaram as maiores médias para as variáveis ANTB (69,85+2,93) e P (66,36+8,50), enquanto os machos ANTB = (67,78 +7,82) e P(58,42+6,22). Os machos apresentaram apenas uma média maior para a variável CT (91,13+9,31), enquanto as fêmeas (91,00+7,56). A condição das fêmeas apresentarem maior comprimento do antebraço pode está relacionado a uma maior capacidade de carregar os filhotes nos meses iniciais após o nascimento, promovendo adequadamente o cuidado parental e o sucesso reprodutivo. Em áreas de Caatinga e Cerrado, A. lituratus não exibiu dimorfismo sexual secundário significativo, nem mesmo para os caracteres cranianos.

O dimorfismo sexual é toda diferença(características morfológicas) entre os sexos de uma espécie, que não seja diretamente envolvido no processo reprodutivo. Essas características são úteis para diversos aspectos taxonômicos e comportamentais de diversos táxons, inclusive os morcegos. Artibeus planirostris é uma espécie pertencente à ordem Chiroptera, preferencialmente frugívora, ocorre em quase todos os Estados do Brasil, está bem adaptada aos ambientes com alterações antrópicas e os dados biométricos são escassos, principalmente no Nordeste do Brasil. Diante disso, o objetivo do trabalho foi avaliar a existência de dimorfismo sexual nas populações de A. planirostris em áreas urbanas, Vitória de Santo Antão-PE. Os dados biométricos foram: comprimento total (mm) (CT), tamanho do antebraço (mm) (ANTB), peso (g) (P), medidos com auxilio de um paquímetro e pesola. Para avaliar as diferenças biométricas entre machos e fêmeas foi utilizado o testet a 5% de significância (SAS, versão 1999). Foram coletados 50 indivíduos, sendo 27 fêmeas e 23 machos, resultando na razão sexual de 1, 17 fêmeas por macho. Os dados biométricos revelaram que não houve diferenças significativas nas médias das variáveis CT, ANTB E P entre os sexos, entretanto as fêmeas apresentaram as maiores médias para todas as variáveis CT (76,80+4,42), ANTB (60,47+2,02) e P (44,76+3,88), quando comparado aos machos CT (75,50+5,29) ANTB (59,65+3,43) e P (43,13+4,67). Esses resultados discordam dos achados para áreas de caatinga e cerrado do Nordeste brasileiro, onde os machos de A. planirostris são maiores que as fêmeas.

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DIMORFISMO SEXUAL SECUNDÁRIO EM Carollia perspicillata (MAMMALIA: CHIROPTERA) NO CENTRO DE ENDEMISMO PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL Arandas MJG¹*, Arandas JKG¹, Alves ECBA², Marinho KSN², Lima Júnior NB², Antonio EA², Santos KRP² 1. UFPE; 2. UFRPE

DIMORFISMO SEXUAL SECUNDÁRIO EM Glossophaga soricina (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) EM ÁREAS URBANAS DE PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL Silva DF¹*, Arandas MJG², Arandas JKG², Lima-Júnior NB¹, Marinho KSN¹, Silva RS¹, Antonio EA¹, Santos KRP¹ 1 - UFPE; 2 – UFRPE

O dimorfismo sexual é definido como a ocorrência de diferenças morfológicas entre machos e fêmeas sexualmente maduros de uma espécie, que não seja relacionado aos órgãos sexuais. A identificação do sexo através das variações biométricas é uma ferramenta importante para estudos taxonômicos e comportamentais de morcegos. Carollia perspicillataé uma espécie que pertence à ordem Chiroptera, e está amplamente distribuída no Brasil, ocorrendo em quase todos os Estados e os dados biométricos são escassos, principalmente no Nordeste do Brasil. Diante disso, este trabalho investigou a existência de dimorfismo sexual secundário nas populações de Carollia perspicillata em áreas de Mata Atlântica do Litoral Sul de PE. Os dados biométricos considerados foram: comprimento total (mm) (CT), tamanho do antebraço (mm) (ANTB), massa corporal (g) (P), medido com auxilio de um paquímetro e pesola. Para avaliar as diferenças biométricas entre machos e fêmeas foi utilizado o testet a 5% de significância.Foram capturados 153 indivíduos, sendo 95 fêmeas e 60 machos, onde a razão sexual é de 1,59 fêmeas por macho. Os dados biométricos demonstraram que não houve diferenças significativas em relação às médias das variáveis CT, ANTB E P entre os sexos, entretanto as fêmeas apresentaram as maiores médias para todas as variáveis: CT (65,18+3,83), ANTB (42,34+2,93) e P (16,83+2,77), em comparação aos machos CT (64,61+3,67), ANTB (41,26+5,10) e P(16,73+1,82). Em morcegos, a reprodução (gestação e lactação) resulta um alto custo energético pela fêmea, por isso é necessário que as mesmas apresentem massas corpóreas adicionais para esse período, e isso possivelmente justifica as maiores proporções das fêmeas de Carollia perspicillata nesse estudo.

O dimorfismo sexual é definido através das condições em que machos e fêmeas de uma espécie podem se diferenciar na aparência, ou seja, a diferenciação morfológica entre machos e fêmeas sexualmente maduros. Os morcegos podem apresentar as mais diversas variedades morfológicas entre os sexos, estando atribuídas as regiões de sua ocorrência. Os dados sobre dimorfismo sexual do morcego nectarívoro Glossophaga soricina permanecem obscuros, principalmente no Nordeste do Brasil. Diante disso, este trabalho avaliou a existência de dimorfismo sexual nas populações de G. soricina em áreas urbanizadas em Vitória de Santo Antão, PE. Os dados biométricos foram: comprimento total (mm) (CT), tamanho do antebraço (mm) (ANTB) e peso (g) (P), medidos com auxilio de um paquímetro e pesola. Para avaliar as diferenças biométricas entre machos e fêmeas foi utilizado o teste t a 5% de significância (SAS, versão 1999). Foram capturados 37 espécimes, sendo 21 fêmeas e 16 machos, a razão sexual foi de 1,32 fêmeas por macho. Os dados biométricos demonstraram que não houve diferenças significativas em relação às médias das variáveis CT, ANTB entre os sexos, entretanto as fêmeas apresentaram as maiores médias CT (58,78+4,39) e ANTB (35,98+1,70) em comparação as dos machos CT(57,10+6,26) e ANTB (35,13+2,34). Foi evidenciada diferença significativa (p= 0.0123), onde as fêmeas (9,31+0,84) são mais pesadas que os machos (8,51+0,83). Desta forma, infere-se que as fêmeas são maiores que os machos, que pode ser explicado pela seleção adaptativa entre os machos e fêmeas, visto que fêmeas maiores estão mais aptas na produção de filhotes viáveis, enquanto os machos possivelmente não estariam sujeitos à seleção que necessite de maiores tamanhos.

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DINÂMICA DA INVERSÃO DO SACO VITELINO EM PREÁS (Galea spixii, Rodentia, Hystricomorpha, Caviidae) Vale AM1*, Oliveira GB1, Silva RSB1, Paula, V.V1, Rodrigues. A.R1, Favaron PO2,Miglino MA2, Oliveira MF1 (moacir@ufersa.edu.br) 1 Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Departamento de Ciências Animais), Mossoró – Rio Grande do Norte, Brasil, 2Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (Departamento de Cirurgia), São Paulo, Brasil A inversão do saco vitelino constitui uma característica marcante que ocorre em roedores sendo o seu mecanismo e período em que ocorre desconhecido para a maioria das espécies. Objetivou-se caracterizar o período de inversão do saco vitelino de preás bem como a dinâmica resultante deste processo utilizando-se de 30 fêmeas nos dias 6, 10, 11 a 15, 20, 25 e 30 de gestação. Os animais foram pré-medicados com associação de cetamina (15mg/kg) e xilazina (1mg/kg) seguida de sobredose anestésica de tiopental (150mg/kg). Após abertura da cavidade abdominal, realizou-se a coleta dos sacos gestacionais que foram fixados em paraformaldeído e glutaraldeído para análise em microscopia de luz e eletrônica de transmissão, respectivamente. Verificou-se o desenvolvimento dos endodermas parietal e visceral delimitando a cavidade do saco vitelino. O endoderma parietal revestia a superfície da placenta corioalantóide bem como o trofoblasto mural. Este apresentou formato prismático, núcleos localizados na posição basal e separados do trofoblasto pela membrana de Reichert. O endoderma visceral continha vasos vitelínicos e possuía vilosidades apenas em determinadas áreas. A inversão do saco vitelino ocorreu no décimo quarto dia de gestação, caracterizada pela degeneração do endoderma parietal, trofoblasto mural e membrana de Reichert. Como consequência deste fenômeno, o endoderma visceral passou a constituir interface com o útero além de demonstrar numerosas vilosidades apicais e vesículas eletrodensas. A inversão do saco vitelino representou uma disposição anatômica favorável ao desenvolvimento embrionário além de importante característica evolutiva nesta espécie de roedor. PALAVRAS-CHAVE: Preá, Placenta, Saco Vitelino.

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DISCUSSÃO: A UTILIZAÇÃO DE EPÔNIMOS NO ENSINO DE ANATOMIA E NA PRÁTICA MÉDICA Barros LV*, Lanças SHS, Dias VC, Lacerda WJT, Pereira R, Esperidião-Antonio V, Martins ICF

INTRODUÇÃO: Durante a graduação em medicina, é usual, principalmente em periódicos, termos cuja origem remete aos responsáveis pela descoberta de sinais clínicos, estruturas anatômicas ou doenças, tais como: sinal de Kernig, esfíncter de Oddi e doença de Paget. Há atualmente, orientação que procura substituir esses termos pela nomenclatura oficial, a fim de simplificar o estudo, a prática e a transmissão de informações no meio acadêmico e entre profissionais da área da saúde. Cabe, entretanto, refletir sobre essa orientação, suas repercussões no âmbito da prática e do ensino médico. OBJETIVOS: Análise do uso de epônimos e das perspectivas sobre a sua utilização no ensino e na prática médica. METODOLOGIA: Revisão de literatura utilizando-se do banco de dados Scielo, com o descritor eponimos. RESULTADOS: O incontável número de epônimos existentes tornaria mais difícil o aprendizado. Percebe-se que muitos deles geram confusão, como as trompas de Falópio e as de Eustáquio, ou são conhecidas e adotadas com destaque em alguns países. Isso tem dificultado seu emprego, levando os profissionais a utilizarem preferencialmente nomes atualizados, como reflexo cutâneo-plantar ao invés de sinal de Babinski. Porém, cabe discutir que os epônimos foram criados para homenagear pesquisadores e seu legado, que com dedicação incansável e pesquisas minuciosas descreveram diversas estruturas, técnicas e patologias, enriquecendo a cultura médica. CONCLUSÕES: a despeito destas ponderações, os epônimos compõem o jargão médico e destaca aqueles que se esforçaram para contribuir na construção do conhecimento médico.

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DISSECÇÃO E ESTUDO DA ARTICULAÇÃO DO OMBRO DE BOVINO (Bos taurus taurus) COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA ANATOMIA DESCRITIVA

DISPLASIA COXOFEMORAL EM GATO PERSA Dias BPS, Lisboa PAV, Bastos JR, Martinez LMS*, Scherer PO

Junior JCPS*, Lima TM, Martins TJV, Schellin PC, Ferreira APS, Oliveira YG, Santos RMB

UFRRJ

Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE

O termo displasia coxofemoral significa “quadril formado de modo anormal” e essa anormalidade causa debilidade das articulações coxofemorais resultando em instabilidade e doença articular degenerativa secundária. Radiograficamente observa-se incongruência articular, subluxação e ou luxação em grau variável, alterações morfológicas na cabeça e colo femorais e rasamento acetabular com presença de osteófitos em seus bordos. As características radiográficas da displasia coxofemoral não são frequentemente observadas em gatos, mas constituem geralmente achados acidentais, não associados com claudicação de membro posterior. Os felinos domésticos, principalmente os animais idosos podem apresentar, em maior ou menor grau, algum tipo de lesão articular. O animal apresentava-se com bom escore corporal, temperatura corporal de 39°C e discreta dificuldade de locomoção. Não foi observado no exame clínico outro comprometimento articular além das articulações coxo femorais. Os achados radiográficos evidenciaram presença de incongruência articular, proliferação óssea (osteófitos periarticulares), redução dos espaços articulares e esclerose subcondral compatível com displasia coxofemoral bilateral. O protocolo terapêutico foi instituído e composto por cetoprofeno na dose de 0,1mg/kg por via subcutânea e glicosaminoglicanos associado à condroitina na dose 60mg por dia. O paciente foi novamente submetido a estudo radiográfico simples das articulações coxo femorais. Os achados radiográficos mantiveram o mesmo padrão de imagem obtida anteriormente, comprovando a displasia bilateral.

A Anatomia é, em suma, o ramo biológico que estuda a estrutura dos seres. Seu estudo e utilização são fundamentais à Medicina Veterinária. A dissecção auxilia no sistema de ensino e aprendizagem, pois permite melhor compreensão das estruturas anatômicas. O objetivo desse trabalho é complementar o método de ensino, por apresentar maneiras adjuntas de estudo na disciplina (Anatomia Descritiva), concernentes à articulação do ombro e possibilitar ao discente a aquisição plausível do conteúdo, com auxílio, no procedimento, de instrumentos literários. Dissecou-se o membro torácico esquerdo de um bovino (Bos taurus taurus – fêmea, adulta, raça holandesa), doado ao setor de Anatomia (Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da UFRPE) e conservado em formaldeído a 10%. Retirou-se tegumento, vasos e musculatura (preservou-se a bolsa intertuberal do músculo bíceps braquial, responsável por estabilizar o ombro), observou-se a estrutura da cápsula articular, alguns elementos anexos à articulação, além do ligamento transverso do úmero. Após secção da cápsula articular, observou-se a região articular acomodada pelo lábio na cavidade glenoide e os ligamentos glenoumeral lateral e medial. Puderam-se compreender, também, as questões patológicas que podem sobrevir na área articular (há pouca literatura científica que viabilize depreender melhor o assunto em bovinos). Assim, a dissecção realizada pelo discente e aliada ao ensino, serve como fator essencial para o aprendizado, devido à junção da teoria e prática disciplinar.

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DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS MUSEUS DE ANATOMIA HUMANA NO BRASIL

DISTRIBUIÇÃO DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS EM COELHOS NOVA ZELÂNDIA (Oryctolagus cunniculus) Oliveira, MC*, Senra, IM, Roza, MS, Abidu-Figueiredo M

Rocha AS*, Diniz PKF, Moreira PS, Pereira PAP, Lima WJM, Matias EF, Medeiros ARC, Braga LS

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Universidade Federal da Paraíba O coração é irrigado pelas artérias coronárias direita (ACD) e esquerda (ACE) que se iniciam nos seios aórticos direito e esquerdo. Elas ocupam os sulcos coronários atrioventricular e interventricular, apresentando diferenças na distribuição e trajeto de acordo com a espécie. Os objetivos foram descrever os principais ramos das artérias coronárias em coelhos, fornecendo desta maneira subsídios para melhor compreensão da morfofuncionalidade cardíaca. Foram utilizados 30 coelhos, 15 machos e 15 fêmeas, já submetidos à eutanásia. Em decúbito lateral, o tórax foi aberto e a porção torácica da artéria aorta foi canulada. Os vasos foram preenchidos com solução de Petrolátex S65 corado com pigmento vermelho e fixados com formol 10%. Foi feita a dissecção e observação da distribuição das artérias coronárias e nomeação dos ramos de acordo com a NAV. Foram aferidas as medidas de altura, espessura e largura do coração de fêmeas e machos com auxílio de um paquímetro. A ramificação da ACE se dá em bifurcação (ramos interventricular paraconal- RIP e marginal ventricular esquerdo- RMVE) em 86,66% dos machos e 93,33% das fêmeas e em trifurcação (RIP, RMVE, circunflexo esquerdo- RCE) em 13,33% dos machos e 6,66% das fêmeas. O RIP coincidiu com o sulco de mesmo nome em 13,33% dos machos e 46,66% das fêmeas, não coincidindo em 86,66% dos machos e 54,44% das fêmeas. O RCE tem 13,33% dos machos e 6,66% das fêmeas origem da ACE e em 86,66% dos machos e 93,33% das fêmeas do RMVE. A ACD coincide com o sulco subsinuoso em 20% dos machos e 0% das fêmeas e não coincide em 80% dos machos e 100% das fêmeas. Na presente pesquisa não houve diferença estatística entre as medidas de altura, largura e espessura do coração entre ambos os sexos.

Apesar do expressivo avanço tecnológico em recursos áudio-visuais disponíveis para o desenvolvimento da educação do Brasil, os museus ainda têm relevância significativa no que se refere ao processo ensinoaprendizagem. Na disciplina de Anatomia Humana, este fato é incontestável, uma vez que são espaços em que há intensa correlação entre a teoria e a prática, propiciando um método interativo, experimental e lúdico de educar. Realizou-se um levantamento da quantidade de museus de Anatomia Humana que existem no Brasil a fim de identificar a distribuição geográfica dos mesmos no país. As informações foram coletadas por meio de consulta ao website da Sociedade Brasileira de Anatomia, onde foi encontrada uma publicação denominada “O Anatomista”, que, em seu volume 3, do ano 1 (Julho-Setembro de 2010) trouxe uma lista dos museus que se referem à Anatomia. Na lista, foram encontrados 14 museus desta disciplina, sendo 8 museus de Anatomia Humana, 2 de Anatomia Comparada, 3 de Ciências Morfológicas/Morfologia e apenas 1 de Anatomia Veterinária. Dos 8 museus dedicados totalmente à Anatomia Humana, 3 se encontram na região Sudeste, 2 no Nordeste, 2 no Sul e 1 no Centro-Oeste. Não foram encontradas outras publicações sobre o tema nos websites pesquisados. Diante da escassez de museus de anatomia humana e da sua importância na construção do conhecimento nesta área, sobretudo para a população em geral, infere-se que há necessidade da construção de mais museus de Anatomia Humana no Brasil, no sentido de realizar práticas pedagógicas inovadoras, favorecendo a aprendizagem dos indivíduos.

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DIVISÃO ALTA BILATERAL DO NERVO ISQUIÁTICO COM NOVA DIVISÃO DO NERVO FIBULAR COMUM DURANTE PERCURSO INTRAMUSCULAR DO M. PIRIFORME Meneghime RBM, Agrelo HL*, Bezerra EC, De-Paula RC, Fernandes RMP, Babinski MA Departamento de Morfologia, Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ) O nervo ciático (NC) normalmente deixa a pelve, passando através do forame isquiático maior (FIM) abaixo do músculo piriforme (MP). Após deixar a pelve, o NC é dividido em ramos terminais, nervo fibular comum (NFC) e nervo tibial (NT). A literatura descreve que em 12,2%, o NC sofre divisão alta antes de sair do FIM, onde o NFC através MP. Em 0,5% dos casos, o NFC pode surgir na margem superior do MP e percorrer sobre o músculo, onde é particularmente vulnerável a danos durante injeções intramusculares, provocar a “Síndrome do Piriforme”. Devido a importância clínico-cirurgica, nosso objetivo está consubstanciado na descrição de um caso raro. A observação dessa variação anatômica ocorreu durante as aulas regulares de dissecção de cadáveres no curso de Medicina da Universidade Federal Fluminense. A variação foi encontrada em um cadáver idoso, onde o NC sofre divisão alta e o NFC atravessa o MP bilateralmente. A literatura informa que essa variação é presente em 12,2% em hemipelve. Entretanto, encontramos somente dois relatos na literatura que corroboram o nosso achado que é bilateral. O diferencial de nosso relato referese o fato de que um dos lados (D), o NFC sofre nova divisão e atravessa o MP dividido em dois outros feixes nervosos independentes. A após atravessar o MP os feixes voltam a se unir e deixam a pelve como o NFC. O relato merece atenção no ensino da anatomia dessas variações nervosas na região glútea e ser lembrada pelos clínicos e cirurgiões.

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DIVULGANDO A ANATOMIA: MUSEU DIDÁTICO DO CORPO HUMANO - 1 ANO DE EXPERIÊNCIA Vieira MC, Galhardo MS, Braz M, Santos ALC, Rodrigues RP, Oliveira GD

O Museu Didático do Corpo Humano (MDCH) é um Projeto de Extensão vinculado à UNITAU, cuja finalidade é levar a Anatomia Humana além das fronteiras da Universidade, ampliando a população que acessa os conhecimentos do corpo humano. As atividades incluem exposições permanentes e/ou em praças públicas (foco no cidadão leigo); visitas monitoradas para o ensino básico e técnico-profissionalizante e educação continuada para grupos profissionais. A visita monitorada pode ser de 3 tipos: SIMPLES (S): guiada a todos os sistemas orgânicos; LÚDICA (L): visita S com atividade lúdica; COMPLETA (C): visita L com atividade de aula-tema específica. Neste primeiro ano, o MDCH recebeu 1696 visitantes não vinculados à graduação. Um total de 51 escolas de ensino fundamental (27,5%), médio (39,2%), pré-vestibulares (7,8%) e técnico-profissionalizantes (25,5%) frequentou as visitas, sendo 27 do tipo S, 23 do tipo C e 6 do tipo L. A visita S foi mais solicitada pelas escolas de ensino básico e pré-vestibulares e as técnico-profissionalizantes solicitaram quase que exclusivamente as do tipo C. Das 6 visitas L solicitadas, 4 foram para escolas de ensino fundamental e as demais para o médio. Os grupos profissionais foram 6% do total de visitantes e todos solicitaram visita C. Nas 8 atividades em praça pública, cerca de 1000 cidadãos leigos tiveram contato com os modelos anatômicos e receberam explanações sobre o foco de interesse. Assim, o objetivo de atividade de Extensão tem sido alcançado, com ampla difusão dos conhecimentos do corpo humano. Essa acessibilidade ao saber acadêmico aprimora bases conceituais que qualificam o ensino básico, capacitam grupos profissionais e podem vir a transformar os comportamentos dos cidadãos na busca ativa por sua saúde.

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DOAÇÃO DE CORPOS: UMA MUDANÇA DE PARADIGMA NO ENSINO DE ANATOMIA GUIADO PELA ÉTICA Melo TLB, Rocha AO, Bonatto Costa JA*, Benelli JL, Simionato IF, Comerlatto, L Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)

DOAÇÃO VOLUNTÁRIA DE ESQUELETO HUMANO E OSTEOTÉCNICAS Alves PHM, Parada-Simão TR, Silva JB, Bolina-Matos RS, Liberti EA

Embora na atualidade a anatomia tenha se beneficiado com o desenvolvimento de recursos tecnológicos, a história demonstra que estes métodos não substituem o aprendizado através da dissecação em cadáveres. Nota-se um real prejuízo no aprendizado e formação dos alunos que não utilizam o corpo para o ensino, pois através disto eles aprendem a respeitar o ser humano e a sua condição de vulnerabilidade, percebem e refletem sobre as limitações humanas e aprendem a lidar com a morte como fato da vida. Assim, visamos avaliar o impacto ético do Programa de Doação de Corpos para o Ensino e Pesquisa em Anatomia da UFCSPA em alunos do primeiro ano dos diversos cursos da área da saúde desta universidade. Como atividades de recepção aos calouros são organizadas palestras sobre a história da anatomia, utilização de corpos para o ensino e questões éticas a ela relacionada, além do funcionamento e resultados obtidos pelo Programa de Doação de Corpos. Ao final de cada ano letivo realiza-se o Culto Ecumênico em Homenagem aos Doadores de Corpos, sendo os familiares dos doadores dos corpos recebidos no ano, convidados a comparecer. No transcorrer do ano, observa-se uma mudança de paradigma que existe em relação a compreensão do aluno que utiliza o corpo doado, pois ele passa a ter um melhor entendimento de que o indivíduo que doou este corpo o fez voluntariamente para lhe proporcionar aprendizado, formação técnica melhor e qualificação adequada para o exercício profissional. Assim, de certa forma, o aluno passa a ter um compromisso com o seu aprendizado, além de maior cuidado e respeito com o material utilizado. A efetividade deste programa pode ser avaliada pelo envolvimento voluntário, em massa, dos alunos na organização e comparecimento ao Culto.

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A dificuldade de obtenção de material cadavérico para estudos anatômicos tem sido um problema para o ensino. A doação de ossos, pelos familiares subsidia o processo ensino aprendizagem. O objetivo deste é apresentar procedimentos de doação do esqueleto humano bem como as técnicas anatômicas utilizadas para preparação e montagem. O processo segue os passos: 1- Interesse do familiar em doar e autorização escrita dos parentes de primeiro grau (cônjuge, filhos e pais); 2- Pedir autorização por escrito para o proprietário do jazigo, para poder abri-lo; 3- Solicitar um documento de recepção da universidade para onde o material será destinado; 4- Encaminhar os dois documentos para a administração do cemitério, agendar o dia para a exumação e pagar a taxa administrativa do serviço; 5- Acompanhar a retirada, embalar o material e transportá-lo em veículo particular, juntamente com uma cópia do documento da universidade; 6- Receber o material em laboratório, lavá-lo em água corrente, com esponja e sabão, para a retirada de terra; 7Clareamento ósseo com água oxigenada; 8- Deixar secar ao sol; 9- Montagem do esqueleto com uso de máquina pequena de perfurar, brocas de diferentes calibres, fio de nylon, hastes metálicas, parafusos e arames de aço. Observou-se que a doação de esqueleto humano permitiu o ensino/aprendizagem de osteotécnicas apresentando-se como uma alternativa para obtenção de material.

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DOMINÂNCIA CARDÍACA: ASPECTOS ANATÔMICOS APLICADOS AO EXAME DE CINEANGIOCORONARIOGRAFIA. Carneiro DA*; Quintella TA*; Brandão TRG*; Ferreira IG*, Cavalcante MLTMH**; Passos MARF**, Vasconcellos HA**, Fortes MMP*** *Acadêmicos da Faculdade de Medicina de Petrópolis; ** Professores de Anatomia da Faculdade de Medicina de Petrópolis; ***Professor de Anatomia do Centro Universitário Serra dos Órgãos INTRODUÇÃO: O estudo da anatomia das Artérias Coronárias (ACs) pode definir a Dominância Cardíaca (DC) em direita (67%), esquerda (15%) ou codominância (18%). Na Doença Arterial Coronariana (DAC) podem ser observadas, através da Cineangiocoronariografia, lesões que acometem ramos das ACs, mais prevalentemente a artéria interventricular anterior com 43,6% dos casos. OBJETIVOS: Este estudo visa observar os padrões de DC em peças anatômicas e comparar com dados da literatura especializada. METODOLOGIA: Observou-se a morfologia das artérias coronárias de 44 corações fixados em formaldeído a 10%, e analisamos o padrão de distribuição arterial, identificando o ramo que cruza a crux cordis (CC) e emite o ramo interventricular posterior (IVP). DISCUSSÃO: Os resultados parciais demonstraram uma prevalência de 97,7% de dominância direita e 2,3% de dominância esquerda, divergindo dos resultados encontrados na literatura. CONCLUSÕES: O conhecimento da anatomia macroscópica das ACs e suas possíveis variações auxiliam na identificação e interpretação de exames utilizados no diagnóstico da Doença Arterial Coronariana (DAC), entre eles a Cineangiocoronariografia.

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DRAWING VETERINARY ANATOMY IN AID TO LEARNING Senos R, Desidério LS*, Martins KS, Ribeiro MS, Roberto-Rodrigues M Universidade Federal Fluminense Supporting methods to improve the learning of locomotor apparatus anatomy of the domestic animals have been used for decades. However, effectiveness and acceptance of many methods remains uncertain. We aimed evaluate these characteristics applying the drawing anatomy method in support of learning. Twenty students of Veterinary Anatomy I subject of the Veterinary Medicine undergraduate course from Universidade Federal Fluminense participated in this activity during 2012/1. They drew the muscles of the thoracic limb and respective bones. The method effectiveness was certified based on the examination grades and compared to other classes. The acceptance by the students was evaluated in anonymous form. The average grade in theoretical and practical test was 4 of maximum 10. Regarding the acceptance of the method, 5% of the students though the method was very good, 60% good, 30% ordinary and 5% bad. Nobody answered it was too bad. About the support in theoretical learning content, 20% believed that the method helped a lot, 70% helped in middle way and 10% small help. For practical content, 50% answered that helped a lot, 30% helped in middle way and 20% small help. When asked if the activity had any effect in the grade, 50% answered “yes”. In addition, 20% considered drawing anatomy relaxing while 30% stressfull and 50% neutral. Despite the low average grade, these students had better performance than those of previous semester who did not do the activity but same test. We consider that acceptance of the method is controversial. Students recognize the relevance of the method in their learning; however, they were not excited to do it. In addition, they tend to consider the efficiency as direct result of the grade.

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DUPLICAÇÃO RENO-URETERAL E URETEROCELE BILATERAL EM CRIANÇA: EMBRIOLOGIA, ANATOMIA E REPERCUSSÃO CLINICA Slaviero JV*, Tamada Horacio, Silva VER, Nunes VB, Aguiar AFC, França LCS Universidade Federal de Rondônia

EFEITO DA DEXAMETASONA E DO CETOPROFENO NA OSTEOGÊNESE E NA RESISTÊNCIA ÓSSEA EM RATOS Silva AC*; Gontijo G; Maier FGF; Abreu Junior CS; Modafferi FCS; Silva PCS; Garcia JAD; Soares. EA * Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS

Anomalias no processo de embriogênese do trato urinário podem gerar alterações dismórficas de grande importância clínica e requerem conhecimento anatômico para o diagnóstico e tratamento. O objetivo é relatar um caso de um pré-escolar do sexo masculino que apresentava recorrentes infecções urinárias provenientes de uma má formação do aparelho urinário, resultado da duplicação reno-ureteral bilateral e ureterocele. Os ureteres apresentavam implantação anômala e refluxo vesico ureteral. Foi realizada extensa revisão bibliográfica sobre a causa embriológica e das estruturas anatômicas envolvidas, fazendo-se possível compreender os mecanismos fisiopatológicos e, a partir disso, ser possível determinar uma conduta adequada para controle e correção das anomalias envolvidas. Salientamos que a ureterocele é uma das principais anomalias associadas à duplicação renal e ela predispõe a uma doença obstrutiva do trato urinário com repercussão tanto no trato urinário alto como no baixo. A determinação de conduta resolutiva seja da ureterocelectomia como da reconstrução do trato urinário e para que infecções e deterioração do trato urinário sejam evitadas exige conhecimento anatômico. A infecção urinaria tem sido a manifestação mais comum dessas anomalias e são particularmente graves nos recém-nascidos, pois podem se apresentar com quadro de septicemia. Estressamos a necessidade do conhecimento e reconhecimento das malformações como causa de doenças de graves repercussões clinicas.

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O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito do cetoprofeno e da dexametasona na osteogênese ao redor de implante de hidroxiapatita densa (HAD) na tíbia, no osso parietal, e na resistência óssea. Foram utilizados 15 ratos Wistar, pesando 250±30 g, com 50 dias de idade. Após a anestesia com quetamina/xilazina IM, foi produzido no osso parietal e na epífise proximal da tíbia uma cavidade de 3 mm, sendo implantada a HAD. Após a cirurgia os animais foram divididos em três grupos (n=5): controle (CT), antiinflamatório não esteroidal (AINES) e antiinflamatório esteroidal (AIES). O grupo AINES foram submetidos ao tratamento com cetoprofeno na dose de 12 mg/Kg/dia, e o AIES receberam doses de 0,10 mg/kg/dia de dexametasona e os do grupo CT receberam SF por via subcutânea durante 30 dias. Todos receberam a mesma dieta sólida e água ad libitum. Após 30 dias de experimento os animais sofreram eutanásia, os fêmures coletados, para teste mecânico, e os locais do implante das tíbias e o osso parietal, para análise histomorfométrica. O grupo AINES e AIES apresentaram menor volume de osso neoformado na falha óssea e ao redor do implante de HAD e menor força máxima para a ruptura completa dos fêmures quando comparados com o grupo CT. O uso do cetoprofeno e a dexametasona interferiram na osteogênese ao redor do implante de HAD e no osso parietal, diminuindo a resistência óssea principalmente pela inibição da COX2 e diminuição das prostaglandinas, comprometendo a estabilidade e manutenção do implante.

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EFEITO DA DIABETES MELLITUS NO CORAÇÃO DE COELHOS: MORFOMETRIA, ESTEREOLOGIA E HISTOQUÍMICA. Oliveira MC*¹, Santos CM², Chagas MA³, Abidu-Figueiredo M¹ ¹Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. ²Universidade Federal da Bahia. ³ Universidade Federal Fluminense.

EFEITO DA DIABETES MELLITUS NA MORFOLOGIA E MORFOMETRIA DA PORÇÃO TORÁCICA DA AORTA EM COELHOS. Abidu-Figueiredo M*¹, Oliveira MC¹, Santos CM², Chagas MA³ ¹Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. ²Universidade Federal da Bahia. ³ Universidade Federal Fluminense.

Existe uma associação entre Diabetes Mellitus (DM) e complicações cardiovasculares. Os objetivos foram estudar os possíveis efeitos da DM na morfologia e morfometria da porção torácica da aorta em coelhos. Foram estabelecidos dois grupos com seis animais cada (controle e diabético). Os seis coelhos do grupo diabético foram anestesiados com Xilazina (5mg/kg IM) e Ketamina (20mg/kg IM), e receberam haloxano na dose de 100mg/kg, via endovenosa. Decorridos 10 semanas do estabelecimento do DM, todos os animais (controle e diabético) foram mortos com tiopental sódico endovenoso e os fragmentos da aorta coletados e fixados em formol tamponado a 10 %. Os cortes foram processados para inclusão em parafina. Foram feitos 5 cortes de 5 µm de espessura com um intervalo de 50 µm e corados pela Fuscina-resorcina de Weigert com prévia oxidação e Picrosirius red com polarização. Foi aferida a espessura das túnicas íntima, média e adventícia bem como o número de lâminas elásticas de cada camada da porção torácica da aorta, utilizando-se o software Image J. Os valores foram expressos em média ± erro padrão da média. A espessura das túnicas íntima e média do grupo controle foi de 4,802 ± 0,05618 e de 4,548 ± 0,2569 no grupo diabético.(P= 0,3572). A espessura da túnica adventícia do grupo controle foi de 1,555 ± 0,1388 e no grupo diabético foi de 1,479 ± 0,1268( P = 0,6926). O número das laminas elásticas da túnica íntima e média da artéria aorta do grupo controle foi de 23,54 ± 0,4449 e do grupo diabético foi de 22,91 ± 0,5392(P=0,3862). Não houve diferenças na quantidade de laminas elásticas nem na espessura das túnicas da porção torácica da artéria aorta entre os grupos estudados.Também não houve mudança qualitativa do colágeno.

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A Diabetes Mellitus caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Existe uma associação entre diabetes e complicações cardiovasculares. Os objetivos foram estudar as alterações quantitativas e qualitativas das fibras colágenas entre coelhos sadios e diabéticos. Foram estabelecidos dois grupos com seis animais cada (controle e diabético). Os seis coelhos do grupo diabético foram anestesiados com Xilazina (5mg/kg IM) e Ketamina (20mg/kg IM), e receberam haloxano na dose de 100mg/kg, via endovenosa. Decorridos 10 semanas do estabelecimento do diabetes, todos os animais (controle e diabético) foram eutanasiados com tiopental sódico endovenoso e os corações foram coletados e fixados em formol tamponado a 10 %. Os cortes foram processados para inclusão em parafina, foram feitos cinco cortes de cinco µm de espessura com um intervalo de 50 µm. As colorações de Picrosirius Red sob luz polarizada e Tricrômico de Masson foram utilizadas. Cada corte foi analisado em cinco campos aleatórios perfazendo um total de 25 campos por coração estudado. Os dados foram obtidos pelo sistema teste M 42. Os resultados da densidade volumétrica de fibras colágenas foram expressos pela média ± erro padrão da média. O grupo controle apresentou 12,30% ± 0,4340%, já o grupo diabético apresentou 14,85% ± 0,2752%. A diferença entre as médias dos grupos foi de -2,548% ± 0,5139%. O valor de P foi igual a 0,0006. Houve diferenças significativas entre a densidade volumétrica de fibras colágenas no coração de coelhos entre os grupos estudados, onde o grupo diabético apresentou maior densidade volumétrica de fibras colágenas. Houve alteração qualitativa do colágeno entre os grupos estudados.

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EFEITO DA GENTAMICINA NA LESÃO DO MÚSCULO SÓLEO DE CAMUNDONGOS DISTRÓFICOS Perez PS*, Ferretti R, Marques MJ, Santo Neto, H. Departamento de Biologia Estrutural e Funcional, IB- UNICAMP, Campinas/SP

EFEITO DA LESÃO TÉRMICACORPORAL SOBRE OS COMPONENTES DO PLEXO MIOENTÉRICO DO JEJUNO DE RATOS ADULTOS

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é a mais frequente e devastadora miopatia que acomete 1 a cada 3.500 meninos nascidos vivos que caracteriza-se pela ausência da proteína distrofina (DIS) e necrose muscular. As fibras musculares do mdx – modelo experimental da doença - na ausência da distrofina têm a capacidade de se regenerarem após a degeneração. A gentamicina, antibiótico aminoglicosídeo, parece favorecer a transcrição da DIS e, como hipótese, a indução de ciclos de degeneração e regeneração associados à gentamicina poderia recuperar a expressão da proteína. O presente estudo teve como objetivo ampliar a recuperação de DIS em fibras distróficas de camundongos mdx através de lesão muscular associada a tratamento com gentamicina em curto prazo. A presença da proteína distrofina foi analisada através de imunohistoquímica dos músculos sóleos de camundongos mdx tratados com gentamicina durante 14 dias e submetidos a lesão intramuscular com xilocaína. A técnica de hematoxilina-eosina foi realizada para análise qualitativa e relação do número de fibras musculares com núcleo central e periférico, permitindo a análise do processo de regeneração. A imunohistoquímica revelou pequeno aumento do número de fibras positivas nos animais com associação do tratamento e lesão muscular quando comparados aos animais que somente receberam tratamento, o que foi confirmado também pelo número de fibras com núcleo central. Os resultados demonstram que a gentamicina recupera a expressão da proteína DIS em fibras musculares de camundongos mdx. Sugerimos que o tratamento prolongado poderia proteger as fibras musculares distróficas.

Seyfert CE1*, Araujo JEB1, Araújo LC1, Baptista, JS2, Beber EH1, Marega P1, Boldrini, SC3, Liberti EA3 1- Universidade Federal de Campina Grande – UFCG; 2- Universidade Federal do Espírito Santo – UFES; 3Universidade de São Paulo - USP

As lesões térmicas corporais (LTC) representam um sério problema de saúde. A extensão e profundidade da lesão determinam a alteração de várias estruturas, dentre elas o tecido muscular. Alterações no trato gastrintestinal são relatadas, principalmente a atrofia das mucosas gástrica e intestinal, promovendo o surgimento de ulcerações e a perda da barreira seletiva, a qual evita a invasão de endotoxinas. Na presente pesquisa avaliou-se através de técnicas histoquímicas e imunohistoquímicas, as alterações ocorridas sobre os componentes do plexo mioentérico do jejuno em três porções: oral (O), média (M) e aboral (A), de ratos adultos com 30% da superfície corpórea exposta ao escaldamento, 4 dias (q4) e 10 dias (q10) após a LTC. Relativamente à reação da NADPH, verificou-se nos grupos estudados (c4, q4, c10 e q10) a presença de gânglios distribuídos de maneira esparsa, com número variável de neurônios, de diferentes aspectos. Varicosidades foram observadas nos grupos q4 e q10, ao longo das malhas primárias e secundárias e também, no interior dos gânglios. Quanto à técnica da AChE, o plexo mioentérico não diferiu entre as partes O, M e A dos grupos. No interior dos gânglios, foram detectados corpos neuronais de diferentes tamanhos e diferentes reatividades à AChE. Com a imunomarcação pela Substância P e VIP, não foram detectadas diferenças significativas entre as partes O, M e A dos grupos. Varicosidades grandes destacaram-se nos grupos controle, com intensa imunorreatividade tanto no interior dos gânglios como nas malhas. As LTC promovem alterações morfológicas no plexo mioentérico do jejuno de ratos. PALAVRAS-CHAVE: Plexo mioentérico; Mucosa; Jejuno; Intestino delgado; Lesão térmica corporal.

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EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM PROBIÓTICOS SOBRE O NÚMERO DE LINFÓCITOS INTRA-EPITELIAIS NO DUODENO DE CODORNAS Zardo A*, Góis MB†, Otutumi LK‡ *Acadêmica do curso de Farmácia, PIC – UNIPAR; †Professor Adjunto da UNIPAR; ‡Professora Titular da UNIPAR O tubo digestório é um micro ecossistema cinético que abriga uma dinâmica população de micro organismos. Dentro desse grupo estão os probióticos, definidos como suplemento microbiano vivo, que administrados em quantidade adequada, afetam de forma benéfica seu receptor. Vários estudos demonstram que probióticos estimulam a proliferação de células do sistema imunológico associado à mucosa intestinal, dentre elas linfócitos intra-epiteliais (LIEs). Desta forma, objetivou-se avaliar os efeitos do probiótico sobre o número do LIEs no duodeno de codornas de corte. Foram utilizadas 16 codornas com 1 dia de idade, separadas em dois grupos experimentais: G1 (n=8) receberam ração comercial com 30% de proteína e G2 (n=8) receberam a mesma ração do G1 e foram suplementados com probióticos a base de Lactobacillus sp. 1.6x109 UFC. As codornas foram mantidas por 13 dias. Após, foram eutanasiadas, o duodeno removido e fixado em solução de Bouin. Cortes histológicos semi-seriados com 4μm foram obtidos e corados por H.E. Contou-se 2500 células do epitélio da túnica mucosa de cada animal, os LIEs presentes entre estas células e calculou-se a proporção de LIEs/100 células epiteliais. Para isso, capturou-se oito imagens da túnica mucosa de 16 lâminas com auxílio de microscópio trinocular e câmera digital de 2.0 mp na objetiva de 40x. Observou-se nos animais do G1 número médio±SE de 248.12±14.13 LIEs, no G2 média±SE de 281.12±20.84. Analisando a proporção destas células, verificou-se 4.50±0.46 e 5.46±0.31 respectivamente para G1 e G2. O aumento de 13.4% no G2 (p=0.2093) denota o efeito do probiótico estimulando a proliferação de LIEs. Contudo, concluiu-se que a suplementação com o probiótico não alterou a proporção de LIEs no duodeno de codornas de corte. PALAVRA CHAVE: tubo digestório, mucosa intestinal, microbiota intestinal, enterócitos.

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EFEITO DE DIFERENTES FONTES PROTEICAS NA DIETA ALIMENTAR SOBRE A AORTA DE RATAS OVARIECTOMIZADAS SUBMETIDAS AO TREINAMENTO RESISTIDO Lima N E A, Lopes I Z, Maifrino LBM Laboratório de Estudos Morfoquantitativo e Imunohistoquímico. Universidade São Judas Tadeu

Estudos têm demonstrado forte relação entre menopausa, dieta alimentar inatividade física e a presença de fatores causadores de lesões endoteliais e teciduais, que levam ao aumento do risco de desenvolver doenças coronarianas. O objetivo de nosso trabalho foi analisar os efeitos morfoquantitativos na aorta ascendente de ratas ovariectomizadas com diferentes dietas alimentares que realizaram exercícios resistidos. Foram utilizadas 25 ratas adultas da linhagem Wistar, divididas em 5 grupos: Controle de 14 meses (CO), dieta vegetal sedentárias (VOS), dieta vegetal treinadas (VOT), dieta animal sedentárias (AOS), dieta animal treinadas (AOT). Aos 14 meses de idade os animais foram submetidos ao protocolo de treinamento resistido e as diferentes dietas, durante 8 semanas. Ao final do treinamento os animais foram eutanasiados. As amostras da aorta foram confeccionadas através da técnica histológica convencional e as laminas coradas e examinadas ao microscópio de luz através de fotomicrografias, para os estudos morfométrico e estereológico. Observamos que o grupo VOS apresentou aumento na densidade de volume dos miócitos e das fibras colágenas, diminuição da densidade numérica de lamelas elásticas e densidade de volume de interstício, quando comparados com o CO. Quanto ao VOT houve aumento no volume nuclear médio, densidade de volume de interstício e diminuição na densidade de volume de miócitos. Os grupos AOS e AOT apresentaram hipertrofia dos miócitos, diminuição da densidade de volume do interstício, aumento no volume nuclear comparado aos grupos VOS e VOT. Ao comparar o grupo AOT com VOT observamos diminuição da densidade de volume de núcleo leva a maior rigidez e portanto diminuição da extensibilidade da aorta.

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EFEITO DO CHÁ VERDE E DA DIETA RICA EM GLICINA SOBRE A TENDINITE DO TENDÃO CALCANEAR DE RATOS Vieira CP*, Guerra FDR, Prado LO, Almeida MS, Pimentel ER Departamento de Biologia Estrutural e Funcional, IB -– UNICAMP

EFEITO DO COMPOSTO ESPINOSADE NA ANATOMIA DAS ASAS DE Drosophila melanogaster. Lima EP*, Verçosa CJ, Arandas JKG, Santos PF, Nascimento NG, Aciole EHP, Cunha KS, Rohde C Universidade Federal de Pernambuco

Nutrição terapêutica é a administração de alguns nutrientes, em doses maiores que as necessidades alimentares diárias que podem prevenir deficiências orgânicas e atuar como agentes farmacológicos. A glicina e o chá verde (Camellia sinensis) apresentam amplos efeitos biológicos, atuando na cascata inflamatória sistêmica. Não há estudos sobre o efeito desses elementos na tendinite no tendão calcanear. O objetivo desse estudo é investigar o efeito dessas dietas na tendinite de ratos wistar, eutanaziados após 7 e 21 dias. Os grupos experimentais são: tendão inflamado (G1), inflamado + chá verde (G2 e G5); inflamado + glicina (G3 e G6); inflamado+ chá verde e glicina (G4 e G8). Foram realizadas análises bioquímicas tais como quantificação de proteínas não colagênicas (PNC) e glicosaminoglicanos (GAGs); western blotting para colágeno tipo 1, zimografia para MMP-2 e 9. G3 apresentou uma maior concentração de PNC e GAGs, entretanto, G2 apresentou menor concentração desse último. G2, G3, G4 mostraram menor presença de colágeno I quando comparado a G1. Em G6, a presença de colágeno 1 foi maior em relação aos grupos em 21 dias. G3 e G7 apresentaram maior presença da isoforma ativa da MMP-9, em relação aos grupos em ambos os períodos. Maior presença da MMP-2 ativa foi encontrada em G3 e G4. Nossos resultados sugerem que o tratamento com glicina aumenta a concentração de alguns elementos incluindo metaloproteinases envolvidas em processos de remodelamento e degradação. Acreditamos que o chá verde atua na presença de colágeno tipo 1 no tecido inflamado pela menor concentração de GAGs encontrada em 7 dias. A glicina mostra efeitos em ambos os períodos, porém o chá verde aparentemente possui maior efeito na matriz extracelular no 7° dia de inflamação.

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Na família Drosophilidae (Insecta, Diptera) as asas dos adultos são estruturas de grande importância e essenciais no processo de reprodução. Estudos apontam que substâncias químicas afetam a anatomia da asa, e os insetos são um grupo particularmente sensível. O espinosade é um metabólito secundário produzido pela bactéria Saccharopolyspora spinosa, e tem propriedades inseticidas. Em teste realizado por nosso grupo, este composto apresentou efeito tóxico-genético sobre indivíduos de Drosophila melanogaster. No experimento feito, larvas foram expostas a duas concentrações do espinosade por 48h. Um grupo controle se constituiu de larvas sem qualquer contato com o espinosade. Após a eclosão dos adultos, os pelos de células das asas de indivíduos machos e fêmeas foram analisados. Os resultados mostraram que os indivíduos tratados com espinosade apresentaram número maior de pelos alterados, em relação ao controle. É nosso objetivo, neste trabalho, dar continuidade às análises de anatomia da asa, avaliando agora o papel do espinosade sobre o tamanho. Para isso, 30 pares de asas foram selecionados por grupo (tratamento 0,32 µg/mL, 1,6 µg/mL e controle). No total, 180 asas foram visualizadas ao microscópio para tomada de três medidas morfométricas. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey para comparação entre médias. Para todas as medidas as asas de indivíduos tratados foram significativamente maiores do que de indivíduos controle. O composto espinosade, além de apresentar efeito tóxico-genético em indivíduos de D. melanogaster, também foi capaz de alterar a anatomia das asas de adultos, causando aumento significativo das medidas de comprimento e largura aqui investigados. APOIO FINANCEIRO: FACEPE, PROACAD-UFPE.

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EFEITO DO ESTRESSE AGUDO E ALTERAÇÃO OCLUSAL NA PLASTICIDADE DO MÚSCULO MASSETER DE RATOS Iyomasa MM*, Fernandes FS, Leite-Panissi CRA, IssaJPM, Pereira YCL, Iyomasa DM, CalzzaniRAJ, FernandezRAR

EFEITO DO ESTRESSE CRÔNICO VARIADO NAATIVIDADE OXIDATIVA DE MÚSCULO MASSETER, COM E SEM HIPOFUNÇÃO MASTIGATÓRIA Pereira YCL*, Novaes PD, Iyomasa MM, Issa JPM, Iyomasa DM, Calzzani RHJ, Fernandez RAR,Borie E

FORP/USP

FOP UNICAMP O estresse emocional pode ser responsável por alterações fisiológicas e dores em músculos do sistema estomatognático. O mecanismo fisiopatológico das dores musculares ainda não é bem compreendido, portanto, o estudo da plasticidade muscular revelada por estudos experimentais poderiam contribuir na compreensão desses mecanismos, e da correlação do estado emocional com a função oral. O objetivo foi analisar a plasticidade do músculo masseter de ratos com e sem maloclusão, em situação de estresse agudo e sem estresse. Ratos machos pesando 200g em média foram aleatoriamente distribuídos em grupos com maloclusão (GM) por exodontia unilateral (n=10) e sem maloclusão (GSM) (n=10). Ambosos grupos tinham subgrupos submetidos ao estresse agudo (restrição física), ou não por 2 horas no 23o dia após a exodontia. O músculo masseter foi coletado, congelado, cortado em micrótomo criostato e submetido à reação para Succinatodesidrogenase (SDH), cuja reação revelou fibras claras, intermediárias e escuras. No grupo GM(3,5±1,43) a fibra escura diminuiu (p<0,05),em relação ao grupo GSM (11,6±1,82), na ausência do estresse agudo, mas adiferença não foi significante entre os grupos GSM(8,40±1,31) e GM (5,95±2,59) na presença do estresse. A quantidade de fibras claras e intermediárias não foi diferente entre os grupos GM e GSM, em ambas as situações: com e sem estresse, quando os dados foram submetidos às analises estatísticas ANOVA e Bonferroni. Concluiu-se que na ausência do estresse diminuiua atividade metabólica do músculo masseter no GM, devido à exodontia e, que o estresse agudo não alterou a atividade metabólica de forma significativa nos grupos GM e GSM. CEUA 11.1.130.53.5

O estresse pode influenciar na disfunção do sistema estomatognático e comprometer a função muscular, mas, ainda é pouco compreendido o efeito de estresses sobre a plasticidade muscular. O objetivo foi investigar o efeito do estresse crônico variado em músculo masseter de animais com ou sem maloclusão, por meio da reação Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo (NADH).Ratos machos Wistar, adultos jovens, pesando em média 200g, foram aleatoriamente divididos em grupos: Maloclusão- GM (n=10) com animais submetidos a exodontia unilateral e, Sem MaloclusãoGSM (n=10) animais sem exodontia. Em cada um dos grupos GM e GSM, um subgrupo de (n=5) foi submetido aos protocolos de estresse crônico variado a partir do 14o dia, durante um tempo total de 10 dias consecutivos. No 23o dia após a exodontia, o músculo masseter esquerdo foi dissecado, congelado e posteriormente cortado em criostato. Areação de NADH em cortes do músculo colados em lâminas revelou fibras musculares claras, intermediárias e escuras. As fibras claras diminuíram significativamente (p<0,05) no GM (24,46±3,09) e GSM (24,45±3,81) submetido ao estresse crônico variado, em relação ao GM sem estresse (39,95±3,07). Houve um aumento significativo de fibras intermediárias (p<0,05) no GM(33,87±2,65) na presença de estresse,quando comparado aos GM (19,99±1,14) e GSM (20,24±0,45) sem estresses. As fibras escuras não apresentaram diferenças significantes entre os grupos sob o estresse. O aumento das fibras intermediárias no GM e a tendência no GSM ocorreramem detrimento das fibras claras na presença de estresse. Concluiu-se que o estresse crônico variado aumentou a atividade oxidativa das fibras do músculo masseter no GM. FAPESP 2011/01507-6 e 2011/00856-7 CEUA 11.1.130.53.5

FAPESP no 2011/00856-7

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EFEITO DO HORMÔNIO TIREOIDEANO NO OSSO TRABECULAR E CORTICAL DE CAMUNDONGOS COM INATIVAÇÃO DO GENE ADRENOCEPTOR α2A Martins GM*, Teixeira MBCG, Costa CC, Gouveia CHA Lab Metabolismo Ósseo, Depto Anatomia, ICB, Universidade de São Paulo INTRODUÇÃO: Um dos mais importantes achados dos últimos anos foi o de que o remodelamento ósseo está sujeito ao controle do sistema nervoso central (SNC), com o sistema nervoso simpático (SNS) agindo como efetor periférico (DUCY et al., 1998; TOGARI, 2002). Uma série de estudos sugere que o SNS regula negativamente a massa óssea, agindo exclusivamente via receptor β2-adrenérgico (β2-AR), que é expresso em osteoblastos. Entretanto, um estudo recente do nosso grupo demonstrou que camundongos com dupla inativação dos genes dos receptores adrenérgicos α2A e o α2C (α2A/α2C-AR-/-) apresentam um fenótipo de alta massa óssea (AMO), apesar de apresentarem hiperatividade simpática crônica e β2-AR intacto (FONSECA et al., 2011). Além disso, foi demonstrado que esses camundongos knockouts (KO = com inativação gênica) são resistentes à osteopenia induzida pelo excesso de hormônio tiroideano (HT). Estes achados sugerem fortemente que: (i) β2-AR não é o único adrenoceptor envolvido no controle do metabolismo ósseo, (ii) o SNC interage com o HT para regular a massa óssea, (iii) que os receptores α2A e/ou α2C também possam apresentar um papel importante na mediação das ações do SNS no esqueleto, e que (iv) estes receptores estão envolvidos na interação do HT com o SNS para regular a massa e metabolismo ósseos. OBJETIVOS: Investigar se o receptor adrenérgico α2A (α2A -AR) está envolvido no mecanismo através do qual o hormônio tireoideano regula o metabolismo e estrutura óssea. MATERIAL E MÉTODOS: Animais selvagens fêmeas com 30 dias de idade (Selv; C57BL/6J) e 2A -AR-/- foram tratadas com doses suprafisiológicas de triiodotironina (T3; 7μg/100 g peso corporal/dia) por 90 dias. Ao final do período de tratamento, os animais foram sacrificados e os fêmures direito foram coletados para microtomografia computadorizada (µCT) e analisados usando o programa CT-Analyser (versão 1.10, SkyScan, Artselaar, Belgium). Parâmetros do osso cortical foram obtidos em duas dimensões (2D) analisando a região da diáfise femoral. Os parâmetros do osso trabecular foram analisados em três dimensões (3D) sendo analisados a metáfise distal dos fêmures. RESULTADOS: Análises em 3D demonstraram que o tratamento com T3 causou diminuição de 78% (p <0.001) no volume trabecular (BV/TV), de 76% (p <0.001) no número de trabéculas (Tb.N) e um aumento de 55% (p <0.01) na separação trabecular (Tb.Sp), 116% (p <0.01) no fator de padrão trabecular ósseo (Tb.Pf) e 8% (p <0.001) na porosidade total (Po[tot]) nos animais selvagens. Nos animais α2A -AR-/-, o T3 causou uma diminuição de 72% (p <0.01) no volume trabecular (BV/TV), 73% (p <0.01) no número de trabéculas (Tb.N),

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73% (p <0.01) na densidade mineral óssea (BMD), causou diminuição de 59% (p <0.01) in Tb.Sp, 105% (p <0.001) no Tb.Pf, 26% (p <0.01) no índice de modelo estrutural (SMI), 59% (p <0.05) no grau de anisotropia (DA) e 6% (p <0.001) na Po [tot]. Análises por uCT em 2D demostram que, os animais Selv+T3 tiveram maior perímetro do periósteo = T.Pm (6%, p <0.01), menor área da cortical = B.Ar (9%, p <0.05), área medular = T.Ar-B.Ar (42%, p <0.05), perímetro do endósteo = B.Pm-T.Pm (33%, p <0.05) e menor espessura da cortical = Ct.th (15%, p <0.05) quando comparado aos animais selvagens não tratados, enquanto os animais α2A -AR-/-+T3 mostraram apenas uma diminuição da área dentro do periósteo = T.Ar (8%, p <0.05) e B.Ar (8%, p <0.05), quando comparados aos animais α2A -AR-/- não tratados. CONCLUSÃO: Tanto o osso trabecular como o cortical dos animais selvagens e α2A -AR-/- foram afetados com o tratamento com T3. Entretanto, o osso trabecular dos animais α2A -AR-/- foi mais sensível aos efeitos deletérios do excesso do hormônio tireoideano, enquanto o osso cortical foi menos sensível quando comparados aos animais selvagens. Esses achados sugerem fortemente que α2A -AR isoladamente está envolvido nos mecanismos através do qual o hormônio tireodeano regula o metabolismo e estrutura óssea. REFERÊNCIAS: 1. Ducy, P.; Amling, M.; Takeda, S.; Priemel, M.; Schilling, A .F.; Beil, F. T.; Shen, J.; Vinson, C.; Rueger, J. M.; Karsenty, G. Leptin inhibits bone formation through a hypothalamic relay: a central control of bone mass. Cell v. 100, p. 197-207, 2000. 2. Togari, A. Adrenergic regulation of bone metabolism: possible involvement of sympathetic innervation of osteoblastic and osteoclastic cells. Microsc Res Tech v. 58, p.77-84, 2002. 3. Fonseca, T. L.; Jorgetti, V.; Costa, C. C.; Capelo, L. P.; Covarrubias, A. E.; Moulatlet, A. C.; Teixeira M. B. C. G.; Hesse, E.; Morethson, P.; Beber, E. H, Freitas, F. R. S.; Wang, C. C, Nonaka, K. O.; Oliveira, R.; Casarini, D. E.; Zorn, T. M.; Brum, P. C, Gouveia, C. H. A. Double disruption of alfa2A e alfa2c-adrenoreceptors results in sympathetic hyperactivity and high bone mass phenotype. Bone. v. 26, p. 591-603, 2011.

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EFEITO DO MATERIAL PARTICULADO SOBRE DIÂMETRO DO TÚBULO SEMINÍFERO, ALTURA DO EPITÉLIO SEMINÍFERO E LUME DE RATOS EXPOSTOS A PARTÍCULAS DE EXAUSTÃO DO DIESEL Siva PMP*, Maciel ACF, Neves SRS, Campos Jr. O, Neves, EM, Dias FCR UFPE

EFEITO DO MATERIAL PARTICULADO SOBRE O PESO CORPORAL, PESO TESTICULAR E IGS DE RATOS EXPOSTOS A PARTÍCULAS DE EXAUSTÃO DO DIESEL Maciel ACF*, Silva PMP, Melo TNT, Campos Jr O, Neves SRS, Melo ES UFPE

Uma variedade de poluentes presentes no ar provenientes principalmente de queima de combustíveis fósseis pelos veículos a motor, processos industriais e para geração de energia causam efeitos nocivos à saúde. Esses efeitos dependem diretamente de fatores como concentração dos poluentes, tempo de exposição e composição química. O objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos do pó da combustão do diesel sobre o diâmetro do túbulo seminífero, altura do epitélio seminífero e lume tubular de ratos Wistar. Os animais foram divididos em dois grupos (n=10): controle (GC=não exposto) e tratado (GT=exposto a 1mg de pó do diesel em 4 mL de solução salina). A exposição foi realizada durante 20 minutos diários por 3 meses, utilizando-se uma câmara de exposição artesanal de corpo inteiro. Após esse período, os animais foram anestesiados e orquiequitomizados. Cada testículo foi pesado, fixado por imersão em solução de Bouin, e encaminhado para processamento histológico com inclusão em parafina e coloração de hematoxilina e eosina. Como resultado foi observado que o tratamento com o pó do diesel desencadeou redução na altura do epitélio seminífero (GC=97,8±1,2µm; GT=57,3±5,0µm) (p<0,05), sem alteração do diâmetro tubular (GC=347±34µm; GT=309±5,0µm) e lume tubular (GC=230±36µm; GT=219±78µm). Os resultados sugerem que o pó do diesel desencadeia alterações no túbulo seminífero, sugerindo interferência na espermatogênese.

Partículas de exaustão do diesel contribuem substancialmente para a toxicidade crônica e aguda do material particulado inalado. Estudos investigam a possibilidade de que a exposição a poluentes possa estar relacionada com o aumento da ocorrência de distúrbios reprodutivos como redução da espermatogênese. Objetivamos investigar os efeitos do pó da combustão do diesel sobre os pesos corporal e testicular, e no índice gonadossomático (IGS) em ratos Wistar. Os animais foram divididos em três grupos (n=10): controle (GC=não exposto), veículo (GV=exposto à 4mL de solução salina) e tratado (GT=exposto a 1mg de pó do diesel em 4 mL de solução salina). A exposição foi realizada durante 20 minutos diários por 3 meses, utilizando-se uma câmara de exposição artesanal. Após esse período os animais foram anestesiados, pesados e orquiequitomizados. Cada testículo foi pesado, para obtenção do peso testicular médio, bem como para o cálculo do IGS (=peso testicular x 100/peso corporal). A análise estatística foi realizada pelo teste de ANOVA, post hoc de Newmann-Keuls para o peso testicular e o IGS, e os dados apresentados como média e EPM. Os valores de p<0,05 foram considerados significantes. Como resultado foi observado que o peso corporal não variou entre os grupos (GC=409±10g; GT=402±6g; GV=397±11g). Os animais do GT apresentaram redução no peso testicular médio (GC=1,83±0,03g; GT=1,67±0,03g; GV=1,77±0,05g) e no IGS (GC=0,91±0,03%; GT=0,83±0,009%; GV=0,90±0,02%) dos animais do GT ao GC (p<0,05). Os resultados indicam que o pó do diesel inspirado desencadeou redução do peso testicular e IGS, o que sugere acometimento do testículo dos animais, que pode repercutir na produção espermática, bem como na produção de testosterona.

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EFEITO DO Β-HIDROXI-Β-METILBUTIRATO SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL DE RATOS Daré LR, Dias DV, Rosa Junior GM, Bueno CRS, Buchaim RL, Rodrigues AC, Lauris JRP, Andreo JC

EFEITOS DA DESNUTRIÇÃO MATERNA DURANTE A LACTAÇÃO NA ANGIOGÊNESE, COLÁGENO ENDOMETRIAL E NÍVEIS SÉRICOS DE ESTRADIOL DA PROLE NA PUBERDADE Brasil FB*, Ramos CF1. 1

A procura por treinamento de musculação tem aumentado muito ultimamente, tanto para ganho de força e massa muscular, quanto para benefícios estéticos e redução de vários fatores de risco. Muitos praticantes de musculação são usuários de suplemento nutricional como, por exemplo, o β-hidroxi-β-metilbutirato (HMB) que tem se tornado muito popular, apesar de apresentar dados clínicos limitados e conflitantes. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi verificar se o uso de HMB provoca alterações no desenvolvimento e crescimento do esqueleto craniofacial e se esses efeitos são semelhantes nos indivíduos de ambos os gêneros. Foram utilizados 58 ratos, 29 animais de cada gênero, distribuídos nos seguintes grupos: Grupo Controle Inicial (GCI) sacrificados no inicio do experimento; Grupo Controle Placebo (GCP) que receberam o mesmo volume do veículo do grupo experimental e alimentação ad libitum; Grupo Experimental (GE) que receberam diariamente 0,3g/kg de HMB, por meio de gavagem e mesma quantidade de alimentos que o GCP consumiu no dia anterior; Grupo Experimental Ad libitum (GEA) que receberam a mesma dose da droga, porém tiveram alimentação ad libitum. Após o tratamento os animais foram eutanasiados e tiveram o esqueleto craniofacial retirado para tomada das nove medidas craniométricas. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística. Os resultados foram semelhantes em todas as medidas, com exceção da M3, sendo que as medidas do GCI foram menores do que os demais grupos e as medidas do gênero feminino foram sempre menores do que o masculino, inclusive na M3. Baseado nestes dados pode-se concluir que HMB na concentração usada, não interfere no desenvolvimento e no crescimento craniofacial de ratos de ambos os gêneros. PALAVRAS CHAVES – β-hidroxi-β-metilbutirato - esqueleto cefálico - ratos.

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Laboratório de Anatomia/UERJ; * Departamento Interdisciplinar/UFF

INTRODUÇÃO: Diversos trabalhos têm mostrado que o estado nutricional materno é crítico para determinar alterações morfológicas e metabólicas na prole que podem persistir por toda a vida (Ramos et al. 2000). OBJETIVO: Avaliar os efeitos da restrição alimentar materna durante o período de lactação no colágeno e vasos sanguíneos endometriais da prole na época da puberdade. METODOLOGIA: No dia do nascimento dos filhotes, as mães foram divididas nos seguintes grupos: controle (C), com livre acesso à ração comercial contendo 23% de proteína; restrição protéico-calórica (RPC), com livre acesso à ração contendo 8% de proteína e a mesma quantidade de calorias da dieta do grupo controle; e restrição calórica (RC), que recebeu ração comercial restrita às mesmas quantidades consumidas pelo grupo RPC, que corresponde a 60% do que foi consumido pelo grupo controle. Após a lactação, toda a prole fêmea teve livre acesso à ração comercial até a puberdade, quando foram sacrificadas na fase de diestro. RESULTADOS: O colágeno endometrial e os vasos sanguíneos foram quantificados por estereologia. A densidade volumétrica dos vasos sanguíneos (C = 70.7 ± 2.2; RPC = 29.2 ± 2.4; RC = 32.3 ± 3.6; P < 0.001) e do colágeno endometrial (C = 31.1 ± 1; RPC = 26.9 ± 1.0; RC = 26.5 ± 0.7; P < 0.05) foram significativamente reduzidas em ambos os grupos desnutridos. O grupo RC apresentou níveis séricos aumentados de estradiol quando comparado aos grupos C e RPC (C = 69.2 ± 6.4; RPC = 73.4 ± 5.5; CR = 101.0 ± 5.4; P < 0.01). CONCLUSÃO: a desnutrição materna durante a lactação altera a angiogênese, a síntese de colágeno endometrial e os níveis séricos de estradiol da prole na época da puberdade, o que poderia afetar a função reprodutiva destes animais.

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EFEITOS DA DESNUTRIÇÃO PERINATAL SOBRE A MORFOLOGIA DO MÚSCULO DIGÁSTRICO EM RATOS ADULTOS Moita L*, De Souza CT, Lacerda DC, Xavier TF, Pereira KNF, Toscano AE, Manhães de Castro R Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil

EFEITOS DA DESNUTRIÇÃO PROTÉICA SOBRE NEURONIÔS NADPH-dp DA PORÇÃO GLANDULAR DO ESTÔMAGO DE RATOS Muniz E*, Gois MB**, Araújo EJA‡, Sant’ana DMG† *,** Universidade Paranaense;‡ Universidade Estadual de Londrina; † Universidade Estadual de Maringá

INTRODUÇÃO: A deficiência de nutrientes durante o período crítico do desenvolvimento parece ter associações com a estrutura e função de tecidos na vida adulta. Na musculatura do sistema locomotor, a desnutrição perinatal pode levar alterações como diminuição do número de fibras musculares e mudanças nas proporções dos tipos de fibras. Assim, a desnutrição perinatal parece levar mudanças estruturais no músculo, contudo, ainda não se tem relato na literatura sobre esses efeitos no músculo digástrico. OBJETIVO: Avaliar efeitos da desnutrição perinatal sobre a morfologia do músculo digástrico em ratos adultos. METODOLOGIA: Ratos albinos machos da linhagem Wistar foram divididos em dois grupos de acordo com a dieta das mães durante a gestação e lactação: controle (caseína 17%, n=8) e desnutrido (caseína 8%, n=8). Após o desmame, todos os animais receberam dieta padrão do biotério. Aos 180 dias os animais foram sacrificados e o músculo digástrico foi dissecado e extraído para análise morfológica. Cortes transversais do ventre anterior do músculo foram corados em ATPase miofibrilar cálcio-ativada em pH 4,55 para classificação e contagem das fibras em tipo I e II de acordo com a intensidade de reação. A análise estatística foi realizada pelo programa GraphPad Prism 4.0. RESULTADOS: Os animais do grupo desnutrido apresentaram redução do peso corporal, mesmo após o consumo de dieta equilibrada (p<0.05). Não houve diferença estatística na morfologia muscular entre os dois grupos. CONCLUSÃO: A desnutrição durante o período perinatal pode induzir alteração nas fibras musculares do digástrico, porém sem alterações estruturais significativas. PALAVRAS CHAVES: Desnutrição, Músculo Digástrico, Histologia

A desnutrição proteico-calórica é o tipo mais comum de desnutrição e se apresenta como marasmo e kwashiorkor. Marasmo é levado pela redução na quantidade de alimento, enquanto o kawshiorkor é a deficiência de proteínas na dieta. No trato gastrintestinal, de forma geral, a desnutrição proteica causa atrofia da túnica mucosa e diminuição das vilosidades. Neste estudo, objetivou-se avaliar os efeitos da desnutrição proteica sobre os neurônios NADPH-dp da porção glandular do estômago de ratos. Foram utilizadas as porções glandulares do estômago de 10 Rattus norvegicus Wistar machos com 90 dias idade. Foram separados em grupo controle (GC; n=5) que recebeu dieta comercial para roedores (26% de proteínas) e grupo experimental (GE; n=5) que recebeu dieta hipoproteica a 4%. Após 90 dias foram submetidos à eutanásia. Os estômagos foram retirados e submetidos à técnica histoquímica da NADPH-diaforase. Os preparados totais da porção glandular (PG) foram divididos em três regiões: curvatura gástrica menor (CE), curvatura gástrica intermediária (CI) e curvatura gástrica maior (CA). Foram mensuradas a área do corpo celular de 100 neurônios de cada animal a partir de imagens capturadas com aumento de 400x. Na CE, a média ± desvio padrão da área do corpo celular foi de 216,02±103,12 µm2 no GC e 267,30±115,26 µm2 no GE. Na região CI, 217, 68±102, 70 µm2 no GC e 242, 67±120, 42 µm2 no GE. Já na CA, 235, 73±103, 60 µm2 no GC e de 296,34±117,63 µm2 no GE. A hipertrofia dos neurônios NADPH-dp do GE, levou a um aumento de 20,3% no corpo celular (p<0,05). Conclui-se que a dieta hipoproteica em ratos induz a hipertrofia de neurônios mientericos NADPH-dp na porção glandular do estômago.

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EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO DOLOROSA NO PERÍODO NEONATAL EM RATOS WISTAR FÊMEAS Gonçalves RG, Sanada LS, Machado NLB, Carmo EC, Fazan VPS* Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento. Em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, recém-nascidos submetidos a procedimentos dolorosos podem desenvolver alteração do limiar de dor na área de dano (hiperalgesia). No entanto, pouco se sabe em relação a essas alterações nas diferentes fases do desenvolvimento. O presente estudo objetiva analisar os efeitos da dor no período neonatal em ratos Wistar fêmeas a longo termo. Foram utilizados 48 ratos, separados em 8 grupos experimentais: I) grupo dor com 15 dias (n=6), II) grupo controle com 15 dias (n=6), III) grupo dor com 30 dias (n=6), IV) grupo controle com 30 dias (n=6), V) grupo dor com 90 dias (n=6), VI) grupo controle com 90 dias (n=6), VII) grupo dor com 180 dias (n=6) e VIII) grupo controle com 180 dias de vida (n=6). Os grupos que receberam estímulos dolorosos foram estimulados com uma agulha, enquanto que os grupos controle receberam estímulos através de um cotonete. Os estímulos foram realizados na pata traseira direita, duas vezes ao dia, durante 15 dias após o nascimento. Os animais foram pesados e em seguida foram submetidos ao teste de pressão da pata através do Calibrated Forceps. Testes estatísticos específicos foram realizados, e diferenças foram consideradas significantes quando p<0.05. O peso corporal aumentou significativamente com a idade em ambos os grupos mas não houve diferença entre os grupos com a mesma idade. Os animais do grupo dor apresentaram escores significativamente menores no teste de pressão da pata, quando comparados aos controles, em todos os tempos experimentais. Ao compararmos a pata direita com a pata esquerda, os grupos dor com 30 e 180 dias apresentaram diferenças significativas. Nossos dados sugerem que a dor no periodo neonatal pode acarretar hiperalgesia que se mantém a longo termo.

PALAVRAS CHAVE: Dor, Período Neonatal, Hiperalgesia, Rato Wistar, Fêmea. APOIO: FAPESP, CNPq

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EFEITOS DA INGESTÃO DO 2,4-D SOBRE A DIMENSÃO DA ÁREA DO PERICÁRIO DE NEURÔNIOS MIONTÉRICOS DO JEJUNO DE RATOS Diamante NA, Germano RM, Ribeiro AA, Rovida AFS, Tibúrcio VG, Stabille SR, Figueiredo AO, Mari RB O clorofenoxiherbicida mais utilizado no controle de pragas em monoculturas agrícolas é o herbicida 2,4-D. As pesquisas que verificam sua neurotoxicidade têm sido voltadas para o sistema nervoso central, e pouco se conhece dos seus efeitos no sistema nervoso entérico. Assim, objetivamos avaliar os efeitos da administração de 2,4-D sobre a área do pericário (AP) dos neurônios mioentéricos reativos à NADPHdiaforase (NADPH-dr) do jejuno de ratos. Utilizamos dez ratos machos Wistar de 60 dias de idade, separados em dois grupos (n=5/grupo): grupo controle (GC) que não ingeriu 2,4-D; e grupo experimental (GE) submetido, por 60 dias, à ingesta de 5 mg de 2,4-D/kg de peso corporal. Ao final do período experimental os animais foram eutanasiados, o jejuno foi obtido e processado para a histoquímica da NADPH-diaforase para evidenciar neurônios nitrérgicos. Após obtenção de preparados de membrana, a AP (µm2) de 100 neurônios de cada jejuno foi mensurada com analisador de imagens. A incidência de neurônios segundo as dimensões da AP foi distribuída em intervalos de classes de 100 µm2. Em relação ao GC, o grupo GE apresentou redução de 100%, 43% e 6,6% na frequência de neurônios com AP incluída nos intervalos de 0-100 µm2, 101-200 µm2 e 201-300 µm2, respectivamente. Também ocorreu no GE aumento de 22,7%, 26,6%, 53,34% e 50% na frequência de neurônios com AP incluída nos intervalos de 301-400 µm2, 401-500 µm2, 501-600 µm2 e acima de 600 µm2, respectivamente. A partir destes resultados preliminares, concluímos que o 2,4-D induziu hipertrofia dos neurônios NADPH-dr, provavelmente devido ao aumento na atividade das vias de síntese de óxido nítrico. Esse aumento pode representar a adaptação neuronal em resposta às situações de agressão.

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EFEITOS DA IRRADIAÇÃO ULTRA-SÔNICA PULSADA DE BAIXA INTENSIDADE SOBRE O PERIÓSTEO DA TÍBIA DE RATOS Batista JM, Nakagaki WR, Camilli JA*

O enxerto ósseo autógeno tem sido método de primeira escolha nas cirurgias reconstrutivas. No entanto, sua obtenção requer intervenção cirúrgica adicional, aumenta o tempo de morbidade pós-operatória e ainda podem ocorrer complicações como hemorragia, infecção e dor crônica. Em defeitos crânios-faciais, onde a resistência mecânica do enxerto não é fator determinante, o retalho periosteal pode ser uma alternativa ao enxerto ósseo. A vantagem da utilização do periósteo é que a morbidade sobre a área doadora é mínima. A terapia ultra-sônica é um método não invasivo que estimula osteoblastos e reduz o tempo de consolidação de fraturas. O ultra-som pulsado atinge o tecido ósseo como impulsos mecânicos que estimulam a osteogênese. Considerando a vantagem da utilização do retalho periosteal e que a irradiação ultra-sônica não é invasiva, nossa hipótese foi que o potencial osteogênico do retalho periosteal pode ser aumentado previamente à enxertia. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da irradiação ultra-sônica pulsada sobre o periósteo da tíbia de ratos. Foram utilizados 14 ratos machos Wistar com 8 semanas de idade, divididos em dois grupos. O grupo I recebeu irradiação ultra-sônica na tíbia esquerda por 7 dias e o grupo II, por 14 dias. A tíbia direita de cada animal foi utilizada como controle. Após eutanásia, as tíbias foram processadas histologicamente e foi realizado estudo histomorfométrico do periósteo. A quantidade de células periostais foi maior no grupo estimulado do que no controle aos 7 e 14 dias, mas a quantidade de vasos e a espessura do periósteo foram maiores somente aos 14 dias. A aplicação do ultra-som estimulou a proliferação de vasos e células periostais, sendo mais eficaz quando utilizado por 14 dias. APOIO FINANCEIRO: FAEPEX/UNICAMP - FAPESP (2010/08165-0)

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EFEITOS DA LEUCOANTOCIANIDINA DE UVA SOBRE A CAMADA SUBENDOTELIAL ARTERIAL EM COELHOS ALBINOS (Oryctolagus cuniculos) SUBMETIDOS À ARTERIOSCLEROSE EXPERIMENTAL Bispo RFM, *Almeida KDB, Sousa-Rodrigues CF Universidade Federal de Alagoas - UFAL Produtos vegetais antioxidantes auxiliam o corpo na resistência as várias condições patológicas, especialmente aquelas associadas com o envelhecimento, câncer e as doenças cardiovasculares, e por isso são classificados como agentes quimioprotetores. As propriedades antioxidantes de alguns compostos fenólicos como a leucoantocianidina já tem ação comprovada no que diz respeito na redução do colesterol, no entanto, na quantificação da redução da aterosclerose não encontramos relatos. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo analisar eficácia da leucoantocianidina de uva na redução de placa aterosclerótica experimental em coelhos. Foram utilizados coelhos da Nova Zelândia (n=27) adultos entre 7 a 8 meses de idade divididos em 3 grupos: grupo controle com ração 200 g e água ad libitum (G1); o grupo com ração 200g, 1,5 g de colesterol + 10mL de gema (G2); grupo com ração 200g, 1,5 g de colesterol + 10mL de gema e tratado com 50mg/kg da leucoantocianidina de uva (G3). Todos os grupos foram alimentados durante o período de 100 dias, tendo como objetivo reproduzir o modelo de indução de aterosclerose em coelhos albinos Nova Zelândia; Verificar os efeitos da leucoantocianidina de uva sobre o: colesterol total, LDL, HDL, VLDL, lipídios totais, triglicerídeos; Quantificar os efeitos da leucoantocianidina de uva sobre a camada subendotelial arterial utilizando o programa IMAGE-PRO-PLUS-4.5. A coleta de sangue para as dosagens do perfil lipídico dos animais aconteceram nos momentos 0, 33, 66 e 99 dias. Ao término do período experimental, os animais foram submetidos à eutanásia. Segmentos do arco aórtico, da artéria carótida e artéria femoral (direitas e esquerdas) foram coletados para análise histopatológica. Como esperado o grupo G1 não observou alteração, o grupo G2 verificamos um espessamento severo da camada subendotelial, o grupo G3 houve espessamento da camada subendoletial, no entanto, numa forma menos grave comparado com o grupo G2. Ao microscópio, foram observadas células espumosas no arco aórtico e sem alterações nas artérias: femoral e carótida e espessamento de endotélio no grupo G2 de forma significante comparando-os ao G1. A leucoantocianidina de uva foi capaz de reduzir 4,35 % do espessamento da camada subendotelial, foi capaz de reduzir forma significante a esteatose hepática (macrovesicular e microvesicular), bem como o tamanho dos xantomas que surgiram distribuídos nos corpo dos animais. A leucoantocianidina de uva não modifica, no presente modelo experimental de aterosclerose em coelhos, os níveis de colesterol total, LDL, VLDL, HDL, triglicerídeos e lipídeos totais de forma significante.

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EFEITOS DA RESTRIÇÃO PROTÉICA FETAL EM RATOS COM 21 E 365 DIAS Confortim HD1, Torrejais MM1, Jeronimo LC1, Ulsenheimer BH*1, 1 MaximoCC , Silva EAA1,Pinheiro PFF2, MatheusSMM2 1 UNIOESTE - Campus de Cascavel-PR, 2UNESP-Campus de Botucatu - SP

EFEITOS DA SINVASTATINA SOBRE AS PROPRIEDADES MECÂNICAS E MORFOLOGIA DO FÊMUR DE CAMUNDONGOS Soares EA, Nakagaki WR, Camilli, JA*

Quando ocorre um déficit na quantidade de proteínas no organismo, ele pode sofrer vários danos. Quando a restrição protéica ocorre durante a gestação pode causar consequências na vida adulta. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da restrição proteica fetal no músculo sóleo de ratos,aos 21 e 365 dias de idade. Ratos Wistar,foram divididos em dois grupos: Grupo Controle (GC): Mães alimentadas durante a gestação e lactação com dieta normoprotéica ad libitum (17% de proteina); Grupo Restrito (GR): Mães alimentadas durante a gestação e lactação com dieta hipoprotéica ad libitum (6% de proteina). Os filhotes foram mantidos com a mãe em caixas durante o período de lactação (21 dias). Após o desmame, cinco ratos machos de cada grupo foram sacrificados. Os demais ratos receberam dieta padrão ad libitum até a idade de 365 dias, onde, então, cinco ratos machos de cada grupo foram sacrificados. Foram mensurados o peso corpóreo, o peso e o comprimento do músculo sóleo de cada animal. As análises revelaram que a restrição provocouuma redução significativa no peso corpóreo dos ratos aos 21 dias (GC= 51,2g ± 7,64e GR= 20,8g± 2,52)e aos 365 dias (GC=563g ± 26,59 e GR=438g± 49,82). Com relação ao músculo sóleo, tanto o peso, quanto o comprimento mostraram-se menores no grupo restrito aos 21 dias (Peso- GC=0,0294g ± 0,0045 e GR= 0,0078g ± 0,0024 e Comprimento- GC=12,246mm ± 0,6495 e GR= 9,342mm ± 1,1349). Já aos 365 diassomente o peso do músculo apresentou dados significativamente menores no grupo restrito (GC=0,5376g ± 0,0400 e GR= 0,4186g ± 0,0564). A restrição proteica materna diminuiu o peso corpóreo e peso do músculo sóleo em ambos os períodos etambém provocou diminuiçãono comprimento do músculo somente aos 21 dias de idade.

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A sinvastatina é um medicamento do grupo das estatinas mais comumente utilizado para o tratamento da hiperlipidemia, reduzindo o nível de colesterol. No entanto, estudos com estatinas também têm demonstrado bons resultados na prevenção e tratamento da osteoporose. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da sinvastatina sobre as propriedades mecânicas e morfologia do tecido ósseo do fêmur de camundongos machos selvagens (Wild type), tratados com ração hipolipídica ou hiperlipidica. Os animais com três meses de idade foram divididos em quatro grupos (n=5): 1) W – Dieta Hipolipídica; 2) WH – Dieta Hiperlipidica; 3) WS - Dieta Hipolipídica + Sinvastatina via oral na dose de 20mg/Kg/dia; 4) WHS - Dieta hiperlipídica + Sinvastatina via oral na dose de 20mg/Kg/dia. Todos os animais foram alimentados com as respectivas dietas e receberam água ad libitum por 60 dias. Ao final do experimento, amostras de sangue foram coletadas para a análise laboratorial de cálcio, triglicérides, colesterol total e frações. Os fêmures foram dissecados e processados para ensaio mecânico e analise histomorfométrica. Os resultados demonstraram que os camundongos do grupo WH apresentaram alterações deletérias mais acentuadas nas propriedades mecânicas e espessura do osso trabecular do fêmur, em relação aos animais do grupo WHS. Portanto, foi concluído que a dieta hiperlipidêmica comprometeu a integridade óssea e que o uso da sinvastatina foi eficaz para manter as propriedades biomecânicas e a morfologia do osso trabecular do fêmur.

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EFEITOS DO ÁCIDO 2,4 DICLOROFENOXIACÉTICO SOBRE A DENSIDADE DE NEURÔNIOS MIOENTÉRICOS NADHDIAFORASE POSITIVOS DO JEJUNO DE RATOS Lima LL, Germano RM, Diamante NA, Ribeiro AA, Scotta D, Rovida AFS, Stabille SR, Miranda-Neto MH

EFEITOS DA TÉCNICA DE TUBULIZAÇÃO COM TUBO DE POLIETILENO POROSO E TECIDO ADIPOSO EM MÚSCULOS ESQUELÉTICOS DESNERVADOS Dias DV, Daré LR, Rosa Junior GM, Toledo GL, Favaretto Junior IA, Buchaim RL, Rodrigues AC, Andreo JC

A atividade neural é o principal estímulo para os músculos, regulando assim a sua massa, expressão gênica e atividades celulares. A desnervação causa atrofia muscular e incapacidades em seres humanos. Para reparar as lesões nervosas com perda de tecido nervoso, a técnica de tubulização apresenta vantagens relevantes. O objetivo deste trabalho foi verificar qual das técnicas de tubulização (com e sem preenchimento de tecido adiposo) promove melhor recuperação muscular, e se este efeito é semelhante em músculos de contração lenta (sóleo) e rápida (extensor longo dos dedos). Foram utilizados 45 ratos, divididos em cinco grupos, três controles e dois experimentais. Nos grupos experimentais os animais foram submetidos à tubulização com tubo de polietileno poroso no nervo isquiático com preenchimento ou não de tecido adiposo (GECP e GESP, respectivamente). Dois dos grupos controles não sofreram intervenção cirúrgica, denominados: inicial (GCI) e final (GCF). No grupo controle desnervado (GCD), os animais foram submetidos à secção do nervo. As amostras musculares foram submetidas à coloração de HE e Tricrômico de Masson. Os dados foram submetidos ao tratamento estatístico com índice de significância P<0,05. Os resultados, de ambos os músculos, mostraram que os grupos experimentais apresentaram as áreas das fibras musculares maiores que o GCD e GCI, e menores do que o GCF; em relação à quantidade de tecido conjuntivo, o GECP apresentou dados maiores dos que os grupos GCI, GCD e GESP, e semelhantes ao do GCF. Baseado nestes dados podese concluir que a técnica que proporcionou melhor recuperação muscular foi a tubulização com preenchimento de tecido adiposo, sendo que este efeito foi semelhante entre músculos de contração rápida e lenta. PALAVRAS-CHAVE: Técnica de tubulização; Polietileno; Músculo sóleo; Músculo extensor longo dos dedos; Regeneração; Ratos

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Nos últimos anos, houve crescimento no comércio e utilização de herbicidas devido à prática de monoculturas que são suscetíveis ao ataque de ervas daninhas. Entre os herbicidas destaca-se o ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D) cujo mecanismo de ação não está totalmente esclarecido. Entre os sintomas decorrentes da ingestão do 2,4-D estão anorexia, vômito, diarréia e irritação gastrointestinal. Assim, acredita-se que o 2,4-D tenha efeito tóxico sobre os neurônios entéricos. Objetivou-se avaliar o efeito do 2,4-D sobre a densidade de neurônios mioentéricos NADHdiaforase positivos (NADH-dp) do jejuno de ratos. Foram utilizados dez ratos machos Wistar de 60 dias de idade, distribuídos em dois grupos (n=5/grupo): grupo controle (GC) com animais que não receberam 2,4-D e serviram de controle para o grupo experimental (GE) cujos animais foram submetidos à ingestão de 2,4-D na dosagem de 5 mg/Kg de peso corpóreo por 60 dias. Ao final do período experimental, os animais foram eutanasiados sob anestesia e o jejuno foi coletado e processado pela técnica histoquímica da NADH-diaforase para evidenciar neurônios. Posteriormente foram obtidos preparados de membrana do jejuno. Para a análise quantitativa, no preparado de membrana do jejuno de cada animal, foram contados os neurônios presentes em 80 campos visualizados em microscopia de luz. A densidade neuronal/mm2 de jejuno foi expressa em média ± desvio padrão e analisada pelo teste t a 5%. No grupo GE, a densidade neuronal (68,90 ± 13,52/mm²) foi inferior (p<0,05) à densidade neuronal (91,43 ± 22,49/mm²) do grupo GC. Concluiu-se que a ingestão de 2,4-D (dose de 5 mg/kg de peso corpóreo) por 60 dias promove diminuição na densidade de neurônios mioentéricos NADH-dp do jejuno de ratos.

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EFEITOS DO CIGARRO E CONSUMO DE CAFÉ SOBRE A FORMAÇÃO ÓSSEA E INTEGRAÇÃO ÓSSEA DE IMPLANTES Modafferi FCS*, Gontijo G, Silva AC, Maier FGF, Abreu Junior CS, Pires GC, Silva TD, Soares EA * Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS

EFEITOS DO DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL DE PREÁS (Galea spixii, Wangler, 1831): RESULTADOS PRELIMINARES.

NO

GÂNGLIO

ESTRELADO

1

Moura APF*, 2Ladd AAL, 2Ladd FVL, 2Silva AAP, 4Oliveira MF, 3Coppi AA

1

O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do tabagismo e do consumo de café, isoladamente ou concomitantemente sobre a formação óssea e osseointegração de implantes hidroxiapatita densa. Foram utilizados vinte ratos machos, divididos em quatro grupos (n=5): grupo CT (controle), grupo CA (café), grupo CI (cigarro) e grupo CC (cigarro+café). Durante 16 semanas, os animais do grupo CI foram expostos à fumaça de seis cigarros/dia, os animais do grupo CA consumiram café como dieta liquida e os animais do grupo CC ambas as substâncias. Após seis semanas de exposição, uma falha óssea de 5mm foi produzida no osso parietal esquerdo e de 4mm na tíbia esquerda dos animais, a falha do parietal foi mantida aberta, enquanto na tíbia corpos cerâmicos de hidroxiapatita densa (HAD) foram implantados em cavidade produzida cirurgicamente. Após as cirurgias, os animais retornaram aos protocolos experimentais e, ao término de dez semanas, foram eutanasiados, as tíbias e parietais foram coletados para processamento histológico. A exposição à fumaça do cigarro e o consumo de café não interferiu no ganho de peso dos animais e os consumos de dieta líquida e sólida foram satisfatórios entre os grupos. Os animais do grupo CC apresentaram menor volume de osso neoformado ao redor do implante de HAD na tíbia (31,8±2,8) e menor osteogênese na falha produzida no osso parietal (28,6±2,2). O café e o cigarro consumidos isoladamente provocam a diminuição do volume de osso ao redor do implante e o atraso processo de reparação óssea. No entanto o consumo de café associado à exposição à fumaça do cigarro reduziu de forma acentuada o processo de reparação óssea no presente estudo. PALAVRAS CHAVES: Cigarro, Osso, Hidroxiapatita, Formação Óssea, Café.

Universidade de São Paulo – FM (Programa de Fisiopatologia Experimental), São Paulo, SP, Brasil; 2Universidade Federal de São Paulo (Departamento de Biologia Estrutural e Funcional), São Paulo, SP, Brasil; 3Universidade de São Paulo – FMVZ (Departamento de Cirurgia), São Paulo, SP, Brasil; 4Universidade Federal Rural do Semi-árido Nordestino (Departamento de Ciências Animais), Mossoró, RN, Brasil

O gânglio estrelado (GE) é o principal componente da inervação extrínseca cardíaca e está envolvido na gênese de diversas cardiomiopatias. Durante o envelhecimento, o controle neural do coração dos mamíferos é alterado ocasionando decremento da função cardíaca e uma maior propensão a doenças degenerativas. Espera-se que os resultados gerados por esta pesquisa possam esclarecer se há ou não proliferação neuronal e como se comporta a estrutura do GE durante o desenvolvimento pós-natal de preás. Neste estudo, para verificar o efeito do desenvolvimento pós-natal (maturação e envelhecimento), foi avaliada a microestrutura do GE de preás machos (Galea spixii), oriundos do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres (CEMAS) da Universidade Federal Rural do Semi-árido Nordestino (UFERSA), Mossoró – RN. Os animais foram subdivididos nos seguintes grupos etários: neonatos, jovens, adultos e senis. Após a eutanásia, os GEs esquerdos de 20 animais foram coletados e fixados em solução de formaldeído (4%) para estudo histológico. Com o uso de métodos estereológicos (Princípio de Cavalieri), o volume do gânglio foi estimado e obtiveram-se os seguintes resultados preliminares, expressos pela média e seguido do seu coeficiente de variação (CV): Neonato 0,83mm3 (0,42), Jovem 1,37mm3 (0,52), Adulto 2,36mm3 (0,31) e Senil 1,38mm3 (0,42). Na literatura há dados dissonantes quanto aos parâmetros morfoquantitativos durante o envelhecimento, porém até o momento verifica-se uma hipertrofia do GE de 84% entre os grupos Neonato e Adulto. PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento; Gânglio Estrelado; Roedores silvestres; Estereologia.

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EFEITOS DO ESTRESSE ALIMENTAR NA ZONA FASCICULADA DAS GLÂNDULAS SUPRARRENAIS DE RATOS WISTAR Xavier JE*, Miguel RDS, Silva TG, Antonio EA, Alves ECBA, Aguiar Júnior FCA, Oliveira LO, Santos KRP. Universidade Federal de Pernambuco – CAV

EFEITOS DO ENVELHECIMENTO NO TAMANHO DO NERVO FRÊNICO EM RATOS: MORFOMETRIA FASCICULAR Leone CFC, Bortolin BS, Fazan VPS*. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento Nos últimos anos, observa-se um aumento da utilização de animais de experimentação para estudos crônicos de sobrevivência aos efeitos da exposição a baixos níveis de substâncias tóxicas, na tentativa de se reproduzir doenças metabólicas humanas de desenvolvimento lento, ou para se estudar os efeitos do envelhecimento sobre o sistema nervoso periférico. Esses últimos requerem um entendimento detalhado dos nervos de animais controles de mesma idade, sexo e peso corporal, para que se possam separar as alterações adquiridas com o avançar da idade daquelas induzidas pelas lesões neuropatológicas. Pouco se sabe sobre os efeitos do envelhecimento no sistema nervoso periférico. Nosso objetivo foi investigar as alterações nos parâmetros morfométricos fasciculares do nervo frênico de ratos com o envelhecimento. Secções transversais semi-finas do nervo frênico de ratas Wistar com idade de 30, 90, 180 e 360 dias foram observadas ao microscópio de luz e morfometradas com auxílio de um programa computacional. Nossos resultados mostram que o peso corporal dos animais se estabilizou na idade de 180 dias, não havendo diferença entre esses animais e os com 360 dias de vida. O número de fibras mielínicas foi constante ao longo do período estudado, sem diferenças entre as idades. Entretanto, a densidade dessas fibras foi menor nos nervos dos animais com 180 e 360 dias de vida, comparados aos animais de 30 dias de vida. Esse resultado se deve ao crescimento fascicular significativo (área e diâmetro) com o envelhecimento, sem alteração do número de fibras. Concluímos que o nervo frênico cresce em tamanho, acompanhando o crescimento dos animais e que esse crescimento se estabiliza em torno dos 6 meses de idade.

PALAVRAS CHAVE: Nervo frênico, Rato Wistar, Fêmea, Envelheciento. APOIO: FAPESP, CNPq

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A glândula suprarrenal (SR) apresenta em sua morfologia interna, um córtex e uma medula (MD), onde o primeiro é subdividido em zona glomerulosa, zona fasciculada (ZF) e zona reticulada. Ela faz parte do sistema simpatoadreno-medular e do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal (HPA), que são responsáveis pela resposta ao estresse. Ao se passar por um período de estresse crônico, podem ser observadas alterações morfológicas nesta glândula, uma vez que ela libera os glicocorticóides, adrenalina e noradrenalina. Diante destas informações, este trabalho teve como finalidade analisar se o estresse alimentar crônico (EA) é capaz de alterar a morfologia do córtex da SR de ratos em específico a zona fasciculada. Foram utilizados 10 ratos Wistar provenientes do biotério da UFPE. Aos 58º dia de vida os ratos foram divididos em dois grupos, um controle (n=5) e um grupo estressado (n=5). Entre o 60º e 90º dia, os animais foram expostos ao EA. No 91º dia de vida, os animais foram anestesiados, sacrificados e tiveram suas SR removidas. As glândulas obtidas foram processadas histologicamente, cortadas a 4µm de espessura e coradas com Tricrômio de Masson. As lâminas tiveram a MD e a ZF fotografadas no aumento de 1000x, em seguida, foi realizada a contagem de células destas áreas e analisados através do teste t. Os resultados obtidos revelaram que houve uma hiperplasia da ZF do grupo estressado, visto que o número de células foi significativamente maior (98 ± 16) que o do grupo controle (57± 15) com p = 0,001. Já a MD não apresentou alterações significantes (p = 0,5). Esse estudo evidenciou que ao serem submetidos a stress alimentar, os ratos apresentaram uma hipertrofia da zona fasciculada das glândulas suprarrenais. PALAVRAS CHAVE: Suprarrenais, Estresse, Anatomia Microscópica.

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EFEITOS DO ESTRESSE SISTÊMICO CRÔNICO REPETIDO NO MÚSCULO PTERIGÓIDEO MEDIAL EM RATOS COM HIPOFUNÇÃO MASTIGATORIA Fernández RAR*, Leite Panissi CR,Kotake BGS, Pereira YCL, Iyomasa DM, Calzzani RAJ, Loyola BM, Iyomasa MM FORP/USP O músculo pterigóideo medial tem sido pouco estudado em condições de alterações oclusais e não tem sido relacionado ao estresse. Foi avaliado o efeito do estresse crônico repetido na atividade metabólica do músculo pterigóideo medial esquerdo de ratos, submetidos ou não à exodontia unilateral, utilizando a reação succinato deshidrogenase (SDH). Foram utilizados 20 ratos machos Wistar, distribuídos em 2 grandes grupos: Grupo com Maloclusão (GM:10) induzida pela exodontia unilateral dos molares superiores esquerdos e Grupo Sem Maloclusão (GS:10). Um sub-grupo (n=5) de cada grupo,foi submetido ao estresse crônico repetido que consistiu em restrição física 2 horas por dia, durante 10 dias em aparelho metálico, ajustado ao corpo. A histoquímica para SDH permitiu determinar os diferentes tipos de fibras musculares (escuras, intermediarias e claras). O número de fibras intermediarias (tipo IIa) aumentou significativamente (p<0,05) nos grupos GS (43,55 ±2,395) e GM (31,1 ±1,758), submetidos a estresse.Quando comparados os dois grupos submetidos a estresse o grupo GS apresentou um aumento estatisticamente significante (p<0,05).O número de fibras claras (tipo II b) aumentou significativamente (p<0,05),nos grupos GS (36,4 ± 1,927) e GM (35,6 ± 3,679)sem estresse e no grupo submetido a estresse GM (36,4 ± 3,854).Concluiu-se que o estresse crônico repetido aumentou e a hipofunção mastigatória diminuiu a atividade metabólica do músculo pterigóideo medial. APOIO FINANCEIRO: CNPq. Nº PROTOCOLO CEP: 12.1.418.53.0

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EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NAS FIBRAS ELÁSTICAS E COLÁGENO DA ARTÉRIA AORTA EM RATAS FÊMEAS LDL-KNOCKOUT OVARIECTOMIZADAS. Braggion G1*, Souza RR1,Gama EF1,Krause Neto W1, Ornelas E1, Cury J1, Maifrino LBM1,2 1

Laboratório de Estudos Morfoquantitativo e Imunohistoquímico, Universidade São Judas Tadeu e 2 Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Sabe-se que a menopausa traz conseqüências deletérias para a parede arterial e que o exercício pode minimizar esses efeitos. No entanto pouco se sabe sobre a influência do exercício sobre os efeitos da menopausa, na presença de dislipidemia. O objetivo deste estudo foi analisar a influência do treinamento aeróbico sobre os efeitos da privação de estrogênio no colágeno da aorta e tecido elástico em camundongos LDL Knockout. Um total de 30 camundongos fêmeas com 9 meses de idade, divididas em 6 grupos (n = 5): não-ovariectomizado sedentário controle (CS); controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT); LDL Knockout-nãoovariectomizado sedentário (LDL-KS), LDL-Knockout ovariectomizado sedentário (LDL-KOS) e LDL-Knockout ovariectomizado treinado (LDL-KOT). Os animais foram submetidos a um protocolo de treinamento físico por 4 semanas em uma esteira ergométrica com velocidade e carga progressiva (uma hora por dia / 5 dias por semana, 50 a 65% da velocidade máxima de corrida). A aorta ascendente foi preparada para análise histológica por técnica convencional, submetidos a secções de cortes corados pelos métodos de Picro-Sirius para colagéno e Verhoff-Van Gieson para fibras elásticas. Estereologia foi usado para analisar os componentes da matriz extracelular. Os resultados mostraram que: 1 - O treinamento físico foi eficaz para prevenir o aumento de fibras colágenas e elásticas na parede da aorta com restrição de estrógeno e 2 - Os animais com dislipidemia mostraram diminuição do colágeno e fibras elásticas na parede da aorta e os animais que realizaram exercício, foi observado diminuição acentuada do colagéno. O exercício não teve nenhum efeito sobre as fibras elásticas.

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EFEITOS DO PIFITHRIN-ALFA NA CARDIOMIOPATIA DE CAMUNDONGOS MDX, MODELO EXPERIMENTAL PARA DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE Barbin, ICC*, Marques, MJ, Pereira, JA, Matsumura, CY, Taniguti, APT, Santo Neto, H UNICAMP-IB, Campinas/SP

EFEITOS DO HMB SOBRE MUSCULATURA ESQUELÉTICA DE RATOS: UMA VISÃO MORFOMÉTRICA Andreo JC, Daré LR, Pereira M, Favaretto Junior IA, Bueno CRS, Rodrigues AC, Buchaim RL

Atualmente no mundo esportivo, a suplementação nutricional tem se tornado parte essencial dos treinamentos, sendo que dentre os suplementos que prometem ganho de força e massa muscular, o β-Hidroxi-β-Metilbutirato (HMB), tem sido apontado como potencial agente anti-catabólico. Contudo, seu efeito sobre o ganho de massa na ausência do exercício físico tem sido pouco evidenciado e controverso. O trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do HMB sobre a musculatura esquelética na ausência do exercício físico. Foram utilizados 29 ratos, divididos nos seguintes grupos: Grupo Controle Inicial (GCI) (n=5) sacrificado inicialmente; Grupo Controle Placebo (GCP) (n=8) receberam por meio de gavagem, o mesmo volume do veículo (soro fisiológico), mas sem droga, e alimentação ad libitum; Grupo Experimental (GE) (n=8) receberam diariamente 0,3g/kg de HMB e mesma quantidade de alimentos que o GCP consumiu no dia anterior; Grupo Experimental Ad libitum (GEA) (n=8) receberam a mesma dose da droga, porém tiveram alimentação ad libitum. Após 30 dias os animais foram eutanasiados. Retirou-se o músculo Sóleo para analise morfométrica e os dados obtidos foram submetidos à análise estatística. Os resultados mostraram :a-) com relação à área das fibras que as do GEA era maiores do que a GCI; b-) com relação ao diâmetro menor, os valores obtidos foram maiores nas fibras musculares dos animais GEA do que as dos grupos GCI e GCP. Baseado nestes dados pode-se concluir que o uso do HMB pode alterar o tamanho das fibras musculares em animais não submetidos ao esforço físico.

A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma miopatia caracterizada pela ausência da proteína distrofina o que causa alterações funcionais seguida de necrose das fibras musculares esqueléticas e cardíacas. A cardiomiopatia é a principal causa da morte devido à progressiva fibrose miocárdica (FM). Portanto, tratamentos que impeçam a mionecrose e a progressão da FM são de importância em pacientes com DMD. O camundongo mdx também apresenta progressiva FM e por isso tem servido de modelo experimental para a cardiomiopatia na DMD. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do tratamento do fármaco pifithrinalfa (PFT-α) sobre os processos de necrose da célula muscular e FM. Foram utilizados camundongos da linhagem mdx (n=28) com oito meses de idade, divididos em dois grupos experimentais: grupo mdx PFT-α (n=14) e grupo mdx controle (n=14). Também foram utilizados animais C57BL/10 (n=14) sem tratamento para controle dos animais mdx. Os animais do grupo mdx PFT-α receberam doses de 2,2 mg/kg através de injeções intraperitoneais duas vezes semanais por quinze semanas. Os animais sofreram eutanásia e o coração foi coletado e congelado para análise quantitativa das proteínas MMP-2, TGF-β1, TNFα e NF-kB através da técnica de western blotting. O sangue foi coletado e submetido à análise da enzima creatina-cinase (CK) cardíaca e total. A força de tração foi medida antes do início e ao final do tratamento. O tratamento com PFT-α reduziu os níveis das proteínas pró-inflamatórias MMP-2, TGF-β1, TNFα e NF-kB, diminuiu os níveis de CK cardíaca e total no plasma sanguíneo e melhorou a força muscular. Conclui-se que, o tratamento com PFT-α foi eficaz na redução das proteínas pró-inflamatórias podendo prevenir e ou amenizar a evolução da FM.

PALAVRAS-CHAVE: β-hidroxi-β-metilbutirato, suplementação, músculo-esqueletico.

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EFEITOS DO TRATAMENTO EM LONGO PRAZO COM CICLOSPORINA A E Heteropterys tomentosa NO FÍGADO DE RATOS WISTAR Freitas KM, Almeida MS*, Diamante MAS, Almeida JM, Cock NROS, Jorge MHA, Dolder H Departamento de Biologia Estrutural de Funcional, UNICAMP – Campinas, SP

A Ciclosporina A (CsA) é um imunossupressor amplamente utilizado, entretanto, está associado a diversos efeitos colaterais como nefrotoxicidade, hepatotoxicidade e desordens testiculares. Heteropterys tomentosa é uma planta medicinal brasileira que foi eficiente na redução de danos causados pela CsA nos testículos de ratos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do tratamento com CsA, H. tomentosa ou ambos no fígado de ratos. Vinte ratos Wistar (com oito semanas) foram separados em 4 grupos (n=5). O grupo controle recebeu 0,5mL de água, por gavagem. O grupo CsA recebeu 15/mg/kg/dia de CsA diluído em 0,5mL de água. O grupo Ht recebeu 0,5mL de infusão da planta e o grupo CsA+Ht a dose de CsA diluída em 0,5mL de infusão. Após 56 dias de tratamento, os animais foram pesados e eutanasiados. Fragmentos do fígado foram coletados, fixados, incluídos em parafina, seccionados e corados com hematoxilina eeosina. As proporções volumétricas de hepatócitos (núcleo e citoplasma), sinusóides e células de Kupffer foram estimadas. As médias foram comparadas entre os grupos utilizando-se teste de Duncan. O tratamento com CsA causou redução no peso final e ganho de peso dos animais no grupo CsA mas não no grupo CsA+Ht. O peso do fígado não apresentou variação entre os grupos experimentais. A infusão de Heteropterys tomentosa não causou alterações no fígado dos ratos Wistar. Apesar da hepatotoxicidade geralmente associada ao uso de CsA, não foram observadas alterações causadas por esta droga na proporção de elementos do parênquima hepático. Análise mais detalhada do tecido hepático deverá ser realizada posteriormente com maior tempo de exposição aos tratamentos, para confirmação ou não deste resultado.

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ELABORAÇÃO DE MODELO DIDÁTICO DOS NÚCLEOS DA BASE COMO MÉTODO ALTERNATIVO PARA O ENSINO DA NEUROANATOMIA Oliveira DS*, Silva APS, Filho AFS, Magalhães CP, Silva NA UFPE Os núcleos da base são formações de substância cinzenta no interior da substância branca do telencéfalo. Suas principais funções são: regulação da contração e força muscular, movimentos de múltiplas articulações, olfato, comportamento sexual e social. Recursos didáticos são ferramentas pedagógicas desenvolvidas para facilitar o processo de aquisição do conhecimento pelos estudantes. Devido à dificuldade apresentada por discentes de graduação nos cursos de ciências da saúde com relação à identificação morfológica dos núcleos da base em neuroanatomia, objetivamos descrever a construção de recursos didáticos acerca do tema e sua eficácia em aulas práticas do SNC. Este material foi confeccionado no Departamento de Anatomia do Centro de Ciências Biológicas/UFPE, para o qual foram utilizados: tinta acrílica, massa de biscuit, madeira, isopor, papel e cola. Para analisar a eficiência do modelo na aprendizagem dos alunos, foi aplicado um questionário ao final da aula em três turmas distintas, onde a primeira fez uso apenas das peças reais, a segunda apenas do modelo didático, e a terceira não utilizou nenhum recurso, totalizando 147 alunos. Os resultados demonstraram que na primeira turma 63% dos alunos apresentaram aprendizagem satisfatória, na segunda, 81% alcançaram os objetivos, enquanto que na terceira a porcentagem foi de 55%. Este modelo abrangeu de modo alternativo, a morfologia, disposição e localização dos núcleos da base, facilitando a construção do conhecimento dos alunos. O desenvolvimento de recursos didáticos de baixo custo permite que aulas práticas ocorram de maneira mais dinâmica, auxiliando o professor em sua tarefa na formação intelectual dos discentes.

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ELABORAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS COMO MEIO ALTERNATIVO PARA ESTUDO DA ANATOMIA CORPÓREA DOS ESCORPIÕES Lima, EP, Verçosa, CJ, Santos, PF, Moura, BL, Leite, JKS, Júnior, JHP, Martins, RD, Silva, NA Universidade Federal de Pernambuco

ELABORAÇÃO DO ATLAS DIGITAL DO SISTEMA ESQUELÉTICO COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DA ANATOMIA HUMANA

Os escorpiões são animais pertencentes ao filo Artrhopoda, carnívoros que, para sua defesa ou captura de presa, tem a capacidade de inocular peçonha através do ferrão. A anatomia de seu corpo apresenta diversas características e divisões únicas, sendo exclusivas para o grupo. Com o objetivo de aperfeiçoar a aprendizagem de discentes do curso de biologia e melhorar o entendimento acerca da forma corporal deste invertebrado, procurou-se criar modelos didáticos que melhor representassem os detalhes anatômicos do seu corpo em aulas práticas. A elaboração dos modelos ocorreu no Laboratório de Fisiologia e Farmacologia do Centro Acadêmico de Vitória, onde é realizada a criação destes animais para pesquisa. Escorpiões conservados em álcool 70% foram utilizados como informação base para a criação dos modelos, além de resina e conservantes para preservar sua estrutura. As diversas partes do animal foram recriadas com o auxílio de massa de biscuit em maior aumento para possibilitar uma melhor visualização e também dar ênfase a estruturas chaves como quelíceras, pedipalpos e ferrão, este que abriga as glândulas de peçonha. As mesmas foram apresentadas juntamente com as partes reais para que pudesse ser feita a conexão entre o animal real e o exemplar apresentado. A utilização dos modelos nas aulas de zoologia fez grande diferença e possibilitou o melhor entendimento sobre a anatomia dos escorpiões. Conclui-se afirmando que a utilização de modelos didáticos melhora a estrutura para um completo desenvolvimento do processo de ensinoaprendizagem. APOIO FINANCEIRO: PROACAD-UFPE.

Universidade Federal de Pernambuco CAV

Xavier JE*, Barbosa MMB, Vanderley ARQ, Barros JFS, Medeiros BF, Galvão RCS, Magalhães CP, Santos TR.

O sistema esquelético está associado aos sistemas muscular e articular correspondendo às alavancas do aparelho locomotor. É formado principalmente pelos ossos que no organismo têm funções como sustentação de partes moles, fixação muscular, proteção de órgãos e reservatório de íons. A relação dos ossos com os outros sistemas desenha em sua superfície acidentes anatômicos característicos como sulcos, forames e cristas. Sabendo-se da dificuldade dos discentes da área de saúde em estudar a anatomia óssea, esse trabalho objetivou elaborar um atlas digital desse sistema que servisse como material alternativo para o processo de ensino- aprendizagem desses estudantes. Para a elaboração do atlas digital foram fotografadas peças cadavéricas pertencentes ao laboratório de anatomia humana do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco (CAV-UFPE) com uma câmera de marca CANON modelo PowerShot A800. As fotos foram editadas nos programas Picasa3, Photo! Editor e ArcSoft PhotoImpression e inseridas no programa Microsoft Office PowerPoint 2007, onde foi feita toda a montagem do atlas. Finalizada a elaboração do atlas, foi realizada a aplicação de um questionário, com quinze perguntas, para discentes dos cursos de Enfermagem, Ciências Biológicas, Educação Física e Nutrição do CAV-UFPE, para avaliar a eficiência do atlas como ferramenta de ensino-aprendizagem. A análise qualitativa do questionário evidenciou a eficácia na construção do conhecimento dos discentes que estudaram por essa ferramenta. Obteve-se, dessa forma, um material didático que pode ser utilizado pelos alunos, facilitando seu aprendizado sobre a anatomia óssea, bem como suprindo a carência de livros para a disciplina. PALAVRAS-CHAVE: anatomia humana; atlas digital; ensino- aprendizagem

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ENDARTERECTOMIA VERSUS ANGIOPLASTIA CAROTÍDEA: UMA DEMONSTRAÇÃO EM CADÁVER Gonçalves PIRO*, Tasinaffo MC, Quintella TA, Luz LHL, Brandão TRG, Midão AM Faculdade de Medicina de Petrópolis

ENSINO A DISTÂNCIA COMO INSTRUMENTO COMPLEMENTAR AS AULAS PRESENCIAIS DE ANATOMIA HUMANA NO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Aguiar AVS, Caria PHF, Cunha GA, Leite GS, Fantazia E, Casarin CAS*.

INTRODUÇÃO: Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) são definidos por um início abrupto de déficit neurológico causados por redução do fluxo sanguíneo durante vários segundos. São a 2ª maior causa de mortalidade mundial e 3ª causa mais comum de morte no mundo industrializado. A estenose carotídea, responsável por 30 a 60% de todos os AVCs isquêmicos, ocorre mais frequentemente na bifurcação da artéria carótida comum e na origem da artéria carótida interna. Idade avançada, gênero masculino, hipertensão, tabagismo, diabetes melitus, hiperhomocisteinemia e hiperlipidemia são fatores de risco para seu desenvolvimento. Vários estudos relataram a efetividade da prevenção do AVC com tratamento clínico associado à endarterectomia da carótida em pacientes sintomáticos com estenose carotídea de moderada a severa. Outra alternativa de tratamento, menos invasiva, é a angioplastia com colocação de stent. OBJETIVOS: Reproduzir em cadáver as técnicas cirúrgicas de endarterectomia carotídea e angioplastia carotídea, com colocação de stent, demonstrando as relações anatômicas para o procedimento. MÉTODOS: Dissecou-se por planos a região do pescoço de um cadáver formolizado a 10%, proveniente do acervo do Instituto Anatômico Antonio de Souza Queiros da Faculdade de Medicina de Petrópolis. Posteriormente, demonstrou-se as técnicas cirúrgicas carotídeas. RESULTADO: Observou se a viabilidade da técnica cirúrgica e por conseguinte as diferenças técnicas na execução de ambas. CONCLUSÃO: Tendo em vista a prevalência e a morbi- mortalidade da doença aterosclerótica carotídea, os riscos intrínsecos do ato cirúrgico e o nível de complexidade da doença, são indispensáveis o conhecimento das relações anatômicas para uma intervenção cirúrgica efetiva e com menor risco de complicações.

A disciplina de anatomia humana, considerada fundamental na fase inicial para entendimento dos demais conteúdos que abordam o corpo. Pelo fato da composição corporal ser descrita por nomenclatura científica complexa, e devido à carga horária reduzida, não é possível a retomada de conteúdos já ministrados. A falta de consciência e preparo dos alunos torna a aquisição de tal conhecimento uma tarefa intensa de empenho e dedicação que normalmente não é cumprida com rigor, que resulta no baixo rendimento acadêmico e evasão discente. Fato que categoriza a disciplina de anatomia humana como a que mais reprova estudantes universitários na área da saúde. Com o intuito de revogar esta situação, e contribuir para os novos métodos de aprendizagem dos conhecimentos anatômicos, o presente estudo tem como objetivo avaliar a importância do conteúdo virtual de anatomia humana, acessado pela plataforma AVA como complemento didáticopedagógico nas aulas de anatomia humana. Serão avaliados 197 estudantes do curso de Educação Física da Universidade Nove de Julho, de ambos os gêneros, com idade média de 23 anos. Os dados foram coletados por meio da aplicação de questionário adaptado e analisados pelo teste estatístico Qui-Quadrado (χ²), com p≤0,05. 53,3% dominam o conteúdo virtual e relataram melhora significativa no rendimento acadêmico da disciplina, 45% apresentaram melhora considerada das notas em geral, 40% associam com clareza o conteúdo virtual com a prática, 98,3% consideraram o uso da plataforma como ferramenta essencial para o aprendizado e desenvolvimento acadêmico. A importância do uso dos conteúdos virtuais como complemente ao ensino presencial mostra ser um instrumento eficiente ao combate da evasão e o desestímulo de universitários.

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ENSINO-APRENDIZAGEM EM ANATOMIA HUMANA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NA ENFERMAGEM Brazão V*, Moreira BJ, Fagundes RJ, Godoy S, Silveira RCCP, Stabile AM,

EPIDEMIOLOGIA DE MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS NO BRASIL, 2010 Almeida MG¹, Morais MM¹*, Nunes AF¹, Carvalho MC¹, Moura LNM¹, Filho JMS¹, Bernardes AM¹, Ferreira CAA¹ ¹ Universidade Federal do Piauí

O processo de ensino-aprendizagem em anatomia aponta para a necessidade de aprimoramento dos recursos didáticos, uma vez que a disponibilidade de cadáveres tem sido cada vez mais escassa e limitada em função do estabelecido pela lei 8501/92 no Brasil. Na busca constante por aprimorar e qualificar a formação de profissionais enfermeiros, desde 2005 a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP) optou por investir recursos oferecendo uma disciplina de anatomia, cujo enfoque fundamental é a compreensão da organização morfológica dos diferentes sistemas do corpo humano, para compreender os meios propedêuticos necessários para desenvolver e consolidar ascompetências e habilidades para implementar as intervenções de enfermagem. O presente estudo é um relato de experiência que tem como objetivo descrever o modelo pedagógico adotado pela EERP-USP no ensino de anatomia. O relato abordará a evolução do ensino no âmbito do curso de bacharelado e bacharelado e licenciatura em Enfermagem da EERP-USP; o investimento na construção de laboratório multidisciplinar; a constituição de acervo com modelos anatômicos sintéticos em resina; o uso de peças anatômicascadavéricas conservadas por meio de formalização, bem como o modelo didático empregado atualmente. A experiência tem mostrado que os investimentos realizados trouxeram benefícios para o ensino-aprendizagem de anatomia para os alunos de enfermagem bem como indica a necessidade do desenvolvimento de pesquisas relacionadas à temática.

Apesar de existirem métodos de prevenção de anomalias congênitas, sobretudo baseados no conhecimento de seus fatores de risco, essa classe de agravos é causa frequente de morbi-mortalidade. Nesse contexto, o presente trabalho objetiva descrever a ocorrência de malformações congênitas no Brasil por meio de pesquisa epidemiológica descritiva em dados de tabulação do Sistema de Notificação de Nascidos Vivos (SINASC) referentes às anomalias congênitas no Brasil no ano de 2010. Registrou-se, no período em estudo, 0,79% de casos de anomalias congênitas no Brasil (N=2760987). Há correlação importante com a idade materna, sendo a relação afetados/não-afetados decrescente, a partir de 10-14 anos (0,79%) até 20-24 anos (0,75%), quando se eleva até o pico entre 45-49 anos (2,04%). A escolaridade não se mostrou bom indicativo de risco frente à idade materna. A maioria dos fetos malformados apresentou 37-41 semanas de gestação (77,00%), sendo 16,98% dos casos entre 32-36 semanas. Gestações únicas apresentaram risco menor de desenvolver anomalias congênitas (0,79 vezes), sendo maior em gestações triplas (1,83vezes). 64,36% dos fetos apresentaram Apgar entre 8 e 10 no primeiro minuto, correspondente ao intervalo de idade materna de 20 a 29 anos. Com base nos dados apresentados, a associação entre idade materna e sobrevida fetal é imperativa. Quando se considera a construção da identidade feminina contemporânea, a gestação antes de 30 anos de idade se torna desafio cada vez maior. Com efeito, o aumento na prevalência de malformações congênitas desponta para problemas reprodutivos futuros de grande impacto para a dinâmica das populações, merecendo destaque a epidemiologia do agravo por orientar a clínica, pesquisas e políticas em saúde.

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ESCÁPULA ALADA: CORRELAÇÃO ANÁTOMO-CLÍNICA COM A DISSECAÇÃO DOS MÚSCULOS ESCAPULOUMERAIS E DORSO

ESCOLA E UNIVERSIDADE: TROCANDO CONHECIMENTOS ANATÔMICOS

Lima WJM*, Moreira PS, Pereira PAP, Medeiros ARC, Diniz PKF, Rocha AS, Matias EF

Evaristo DCS*, Melo ALFD, Costa BVB, Oliveira BEB, Farias MCG, Souza CV, Santos MD, Brito VC

Universidade Federal da Paraíba Universidade Federal Rural de Pernambuco

O dorso compreende a face posterior do tronco e durante sua dissecação é possível identificar os mm. toracoapendiculares posteriores e os mm. escapuloumerais. A escápula faz parte do cíngulo do membro superior e serve de origem e inserção para vários músculos que mobilizam a escápula com relação ao tronco ou agem sobre o movimento do ombro. Deste modo a região escapular éricamente vascularizada e inervada, e pode ser acometida por patologias como a escapula alada. O objetivo é descrever a dissecação do dorso e as alterações anatômicas que se correlacionam clinicamente com a escápula alada. Para o estudo foi feita a dissecação de um dorso masculino no laboratório de anatomia da UFPB no período de março a maio de dois mil e doze, seguida de pesquisa bibliográfica sobre as alterações anatômicas presentes na escápula alada. Foi possível a identificação dos seguintes músculos: m.trapézio, m. latíssimo do dorso, m. redondo maior, m. redondo menor, m. infraespinal, m. supraespinal, m. serrátil anterior, m. rombóide maior, m. rombóide menor e m. levantador da escápula. A escápula alada é uma situação clínica em que a escápula toma a aparência de uma asa, em decorrência de lesão do n. torácico longo, na qual o m. serrátil anterior perde ou reduz sua capacidade de posicionar a escápula. A escápula move-se lateral e posteriormente, com proeminência da borda medial e rotação de seu ângulo inferior. A lesão do n. torácico longo é comum em traumas por arma branca ou de fogo acometendo a região torácica, por sua topografia superficial ao m. serrátil anterior. O uso da técnica de dissecação permitiu melhor identificação dos músculos envolvidos nos movimentos da escápula e compreensão da patogênese da escápula alada.

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As atividades de extensão realizadas nas Universidades são de extrema importância, pois permitem que haja um fluxo do conhecimento construído nestas instituições, direcionando-o para a sociedade na qual estão inseridas, permitindo que professores e alunos tenham contato com laboratórios e materiais que por muitas vezes não são encontrados no ambiente escolar. O Projeto “Anatomia Humana para todos” objetivou abrir as portas do Laboratório de Anatomia Humana, pertencente ao Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal (DMFA) da UFRPE, para toda a comunidade Pernambucana, com o intuito de contribuir no processo de ensino-aprendizagem, esclarecendo dúvidas e curiosidades, como também, permitir o contato de alunos e professores com material cadavérico humano. O projeto foi realizado por discentes da Universidade e coordenado por um docente do Departamento. Foram realizadas visitas às escolas, visando apresentar o projeto e convidá-las a participar do mesmo. Obtivemos a visita de 04 instituições do ensino fundamental e médio. Os conteúdos abordados foram os sistemas do corpo humano, apresentados através de aulas teóricas e aulas práticas. Após o término de cada aula foram aplicados questionários para avaliar se os objetivos traçados foram alcançados. A análise dos questionários mostrou que os participantes julgaram o projeto importante para as escolas, os conteúdos abordados são relevantes e estimulam a curiosidade, mostrando que este contribuiu para o esclarecimento de dúvidas relacionadas à Anatomia Humana. A aproximação que o projeto proporcionou com peças cadavéricas humanas, estimulou o interesse por parte de alguns alunos pela área de anatomia, podendo contribuir na futura escolha profissional destes alunos.

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ESPERMATOGÊNESE DE Artibeus lituratus (MAMMALIA: CHIROPTERA) NA ESTAÇÃO SECA E CHUVOSA EM ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA, NORDESTE DO BRASIL Arandas MJG¹*, Alves ECBA², Lima Júnior NB², Marinho KSN², Teixeira AAC¹, Teixeira VW¹, Santos KRP² ¹ UFRPE; ² UFPE Os morcegos apresentam estratégias reprodutivas amplamente complexas e diversas, variando de acordo com os fatores ambientais e ecológicos, dessa forma, uma mesma espécie pode apresentar diversos padrões reprodutivos. Artibeus lituratus é uma espécie abundante no Brasil, com grande porte, a dieta é preferencialmente frugívora e os dados referentes à biologia reprodutiva permanece escasso, principalmente acerca da atividade espermática. Nessa perspectiva, esse trabalho avaliou a atividade espermática de Artibeus lituratus em áreas de Mata Atlântica do Estado de PE na estação seca e chuvosa. Os 10 machos adultos foram coletados por rede de neblina (estação seca n=5 e estação chuvosa n=5) nos fragmentos de Mata Atlântica, e depois eutanasiados para remoção dos testículos e epidídimos, que foram fixados em NBF (formalina a 10% neutra tamponada), posteriormente processados seguindo a técnica histológica de rotina. Os blocos obtidos foram cortados com 5m de espessura e corados por hematoxilina e eosina. Os epidídimos são revestidos por epitélio pseudo-estratificado cilíndrico e com espermatozóides contidos no lúmen. Os túbulos seminíferos apresentaram as células de sertoli, as células espermatogênicas em diferentes fases do processo meiótico e o lúmen com presença de flagelos de espermatozóides. No espaço intersticial estão incluídas as células de leydig. Todos os machos analisados apresentaram espermatogênese nos testículos e espermatozóides no epidídimo, sem nenhuma evidência de regressão sexual. Esses resultados encontrados indicam que Artibeus lituratus tem alta eficiência espermatogênica independente do período seco e chuvoso em áreas de Mata Atlântica do estado de Pernambuco.

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ESPORÃO INTERBRAQUIOCEFÁLICO: DESCRIÇÃO DE UM CASO Simionato D*, Pereira LA, Pereira VR.

A ocorrência de fenômenos tromboembólicos no sistema venoso é causa bastante frequente de morbimortalidade, tendo como focos comuns de origem desses trombos as veias profundas dos MMII e MMSS. Sabe-se da existência de um esporão na junção das veias ilíacas comuns (esporão interilíaco) contribuindo para a gênese destes processos nos MMII. Entretanto, não há descrição homóloga no sistema cava superior (esporão interbraquiocefálico), considerando-se a similaridade da embriogênese das veias cava superior e inferior. Objetivamos neste estudo descrever um caso em que se constatou a presença do esporão interbraquicefálico em um cadáver humano, à dissecação. Observamos no ponto de confluência das veias braquiocefálicas direita e esquerda uma projeção intraluminal, o esporão interbraquiocefálico, que mediu 0,7cm de extensão, 0,3cm de comprimento e 0,1cm de espessura, formando um ângulo de 112º com a veia braquiocefálica esquerda e de 107º com a veia braquiocefálica direita, medidos com um goniômetro a partir do plano das referidas veias com o esporão. Este achado macroscópico indica a possibilidade de haver na população este esporão como normalidade e concluímos que é necessário o estudo detalhado de sua frequência e morfologia.

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ESTIMATIVA DO VOLUME RENAL DE RATOS APÓS A INGESTÃO DO CHÁ DE AYAHUASCA

ESTRATÉGIA DE ENSINO ANATÔMICO A VIOLONISTAS PARA PREVENÇÃO DE LESÕES DO APARELHO LOCOMOTOR Somera Júnior R, Batigália F, Costa BR*, Marcatto G

Palinkas M*, Machado FR, Siéssere S, Pitol DL, Coppi AA, Rosa MLM, Regalo SCH, Hallak JEC

Disciplina de Anatomia Clínica da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – SP (FAMERP)

A Ayahuasca é uma bebida com efeitos alucinógenos, de potente ação serotoninérgica da dimetiltriptamina (DMT) sobre o sistema nervoso central. Esta bebida é utilizada na medicina, especificamente no campo da saúde mental. Um dos campos da saúde mental que tem demonstrado interesse pela ayahuasca é o estudo do uso abusivo e dependência de álcool e outras substâncias, visto que indivíduos com passado de uso abusivo de álcool, nicotina, cocaína e anfetamina, abandonaram seu uso após iniciarem o uso religioso da bebida, sem episódios de recaída. O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da administração do chá de ayahuasca na dosagem de 0,48 (2mL/Kg) por quilo de peso de DMT por meio da análise estereológica do rim. Os animais (n=20) foram divididos em 4 grupos (n=5) sendo 2 tratados e 2 controles. Os animais dos grupos tratados receberam, via gavage, o chá de ayahuasca, em dose única (TA) e por 14 dias (TCr), enquanto que os animais dos grupos controles, receberam, também via gavage, 2mL/Kg de peso de água, também em dose única (CA) e por 14 dias (CCr). Após os tratamentos os animais foram anestesiados e perfundidos através do coração com PBS 0,1M para a lavagem dos tecidos e em seguida com PFA 4% em PBS 0,1M para a fixação dos mesmos. Os rins foram processados e embebidos em parafina. Foram realizados cortes de 5 µm de espessura e corados em HE. O volume global do órgão foi estimado microscopicamente por meio do princípio de Cavalieri. Para os grupos tratados foram obtidos os seguintes volumes: 588,28 mm3 (TA) e 403,63 mm3 (TCr) e para os controles: 513,12 mm3 (CA) e 523,75 mm3 (CCr), p<00,5. Os resultados evidenciam que a ayahuasca em forma de chá promoveu aumento do volume renal para TA e diminuição para TCr, provocando alterações no volume renal.

Violonistas representam a maioria dos instrumentistas e suas atividades envolvem esforços repetitivos ou postura estática, o que assim os torna prováveis candidatos a desenvolver doença laboral, a maioria das vezes por absoluta falta de informação. O objetivo deste estudo foi elaborar manual ilustrativo do aparelho locomotor, especificamente direcionado a violonistas, para prevenção de lesões. Foram considerados 61 violonistas (estudantes, docentes, semiprofissionais e profissionais) da cidade de São José do Rio Preto – SP, com aplicação de questionário a fim de estimar conhecimento referente a ossos, músculos e articulações intrinsecamente associados à práxis de execuções musicais de violão. Como resultados, 83,5% dos respondentes não tinham conhecimento anatômico específico, e 62,3% não receberam orientação sobre as melhores posturas físicas para executar o violão. Áreas corporais constantemente utilizadas durante a prática com o violão englobaram pulso direito (70,49%), pulso esquerdo (59,01%), mão direita (63,93%) e mão esquerda (50,81%). Correlação de Spearman para estimar relação entre desconforto e horas de prática diária do violão indicou correlação positiva de grau baixo nos pulsos direito (r=0,3536) e esquerdo (r=0,3226) e na mão esquerda (r=0,3431). Confecção de Manual Ilustrado de Anatomia Humana específica ao Aparelho Locomotor promove estratégia de ensino para prevenir lesões, traumas ou patologias de origem musculoesquelética a violonistas, desde iniciantes até instrumentistas veteranos. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia; Violonista; Aparelho Locomotor; Ensino; Pedagogia.

APOIO FINANCEIRO: CNPq

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ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Oliveira FS*, Bezerra FS, Souza LE, Benevides GP Universidade Federal de Ouro preto - UFOP

ESTRATÉGIAS DE ENSINO EM ANATOMIA HUMANA: EM BUSCA DE NOVAS PERSPECTIVAS Dias VC*, Lanças SHS, Barros LV, Lacerda WJT, Esperidião-Antonio V, Pereira R, Siqueira-Batista R, Correa CDS Universidade Federal de Viçosa (UFV) – MG

No processo de ensino e aprendizagem da anatomia humana é necessária uma introdução gradual dos conceitos, pois o assunto é vasto e a terminologia é incomum aos recém-ingressos na graduação. Na artrologia as classificações morfológicas e funcionais são cruciais para a assimilação e inter-relação prática das estruturas. Nesse sistema os discentes têm dificuldades em classificar as articulações sinoviais, uma vez que é necessário relacionar a morfologia das superfícies articulares com os planos e eixos de movimento. Uma pesquisa nas referências bibliográficas verificou se havia uma forma de explicação que relacionasse as classificações das articulações sinoviais com os seus movimentos e averiguou-se que não houve um texto que fizesse claramente essa relação morfo-funcional. Assim, todas as classificações foram compiladas em uma tabela. Além, foi desenvolvida uma nova estratégia metodológica, utilizando apenas a mão e antebraço, capaz de induzir o discente a lembrar das seis formas articulares e seus movimentos. As articulações intercarpais são classificadas como planas e realizam deslizamento; as interfalângicas e a umeroulnar são classificadas como gínglimo e realizam flexão e extensão; as metacarpofalângicas e a radiocarpal são elipsóideas e a articulação entre o trapézio e a base do metacarpal I é selar e essas (em planos diferentes) realizam flexão, extensão, abdução e adução; a radioulnar distal e proximal são trocóideas e realizam rotação; e a articulação umerorradial é esferóidea e realiza todos os movimentos (essa articulação é controversa na bibliografia). Assim, o movimento de cada articulação é perceptível no próprio membro superior do aluno, o que facilita a verificação dos planos e eixos de movimento.

INTRODUÇÃO: O conhecimento da anatomia humana, a compreensão dos aspectos morfofuncionais dos sistemas orgânicos, constitui um dos elementos essenciais no processo de formação médica, através de sua aplicação aos processos fisiopatológicos e ao raciocínio clínico. Dessa forma, a implementação de metodologias ativas e integradas de ensino – as quais permitam a construção do conhecimento na área de anatomia humana – faze-se extremamente necessária. OBJETIVOS: Descrever a experiência no uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem no curso de medicina, de modo a estimular a aplicação dos conhecimentos morfofuncionais à prática clínica. METODOLOGIA: Exposição dialogada de temas relacionados ao conteúdo programático integrando embriologia, histologia, anatomia, fisiologia e discussão de situações clínicas; apresentação de vídeos de dissecções e sessões de neuroanatomia em 3D. RESULTADOS: Com base nas observações de docentes e de monitores, podem ser apresentadas algumas conjecturas preliminares: a exposição dialogada contribui para a construção do aprendizado de forma integrada, possibilitando o diálogo entre docentes e discentes. As apresentações de vídeos didáticos de dissecção auxiliam a aprendizagem ao proporcionar uma maior qualidade de estudo das estruturas anatômicas. As sessões de NA em 3D são reconhecidas como estratégias válidas para a melhor compreensão do sistema nervoso, com aplicabilidade à prática clínica. CONCLUSÕES: O estudo da anatomia integrado a outros campos do conhecimento médico e implementado de uma forma mais atrativa, traz mais sentido à formação e à prática médica e maximiza o aprendizado, contribuindo dessa forma para a construção de um profissional diferenciado.

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ESTUDO ANATÔMICO COMPARATIVO DOS VASOS DA BASE DO CORAÇÃO DE BICHO PREGUIÇA (Bradypus variegatus Schinz, 1825) Barretto MLM*, Falcão MVD, Amorim MJAAL Universidade Federal Rural de Pernambuco (Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal – Área de Anatomia), Recife, Pernambuco

ESTUDO ANATÔMICO COMPARATIVO ENTRE PEÇAS ÓSSEAS DA BASE DO CRÂNIO E IMAGENS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA MULTIDETECTORES Barros, SS; Freitas, LS; Lacerda, WPM; Sousa, BA; Uchôa, FM* Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande.

O bicho preguiça comum (Bradypus variegatus) é um edentado amplamente distribuído no Brasil e possui características anatômicas peculiares, embora pouco estudadas e descritas. Este estudo visa descrever os vasos da base de B. variegatus e compará-los com o homem. Utilizou-se quatro espécimes, fixados em solução de formol a 10% e dois foram injetados com solução de látex e pigmento específico. Dissecou-se utilizando material e procedimentos de rotina. As artérias pulmonares originam-se do tronco pulmonar, o qual parte do ventrículo direito. A artéria pulmonar direita é mais longa e passa por baixo do coração, já no humano, por baixo da aorta. Observou-se a presença do ligamento arterioso entre o tronco pulmonar e a aorta descendente. A veia cava cranial surge da união das veias braquiocefálicas. Quanto à veia cava caudal, surge duplicada na região pélvica, e os ramos se unem na metade do abdome, cranialmente aos rins, formando apenas uma veia cava caudal, que desemboca no átrio direito. No humano, surge da união das veias ilíacas comuns. Não é observada veia ázigos em B. variegatus, mas há uma união de ramos vindos da região sacral, que entram no canal vertebral para juntar-se à outras veias. Estas unem-se em uma veia, a qual desemboca na junção das veias cavas. Existem duas a três veias pulmonares; no humano, existem quatro. A aorta surge do ventrículo esquerdo, emite as artérias coronárias e três ramos principais, o tronco braquiocefálico, a artéria carótida comum esquerda e a artéria subclávia esquerda, estruturas comuns às duas espécies. Em conclusão, existem muitas semelhanças entre o homem e o bicho preguiça no que se refere à anatomia dos vasos da base.

INTRODUÇÃO: No início da década de 60, o engenheiro inglês Hounsfield, juntamente com o físico norteamericano Cormack, descobriram um novo método diagnóstico de imagem, a Tomografia Computadorizada (TC), que revolucionou a medicina por permitir a reprodução de uma seção do corpo humano de forma não invasiva, através dos raios x transistorizados para o computador. Atualmente, em virtude do avanço tecnológico, com o desenvolvimento da tecnologia multidetectores (multislice), pode-se reproduzir em quaisquer uns dos três planos do espaço (3D) a imagem de uma seção do corpo e em alta definição. OBJETIVOS: Demonstrar a evolução do uso da tomografia computadorizada no estudo da base do crânio por meio de uma correlação entre peças ósseas e imagens tomográficas. Mostrar a possibilidade do estudo verossímil da anatomia a partir de imagens de tomografia computadorizada. MÉTODOS E MATERIAIS: Foi realizado um estudo descritivo-analítico através da comparação de peças ósseas de bases do crânio oriundas da Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG) e imagens tomográficas cedidas pela Clínica Campimagem de Campina Grande, observando-se os acidentes anatômicos, por meio de cortes axiais e reconstruções em 3D. CONCLUSÃO: O estudo da base do crânio por imagens de tomografia computadorizada permitiu identificar com fidedignidade todos os acidentes anatômicos da fossa anterior, média e posterior em sua visão interna e externa. Diante do exposto, deve-se considerar o estudo através da tomografia computadorizada importante para complementar o aprendizado da anatomia humana nos diversos cursos da área de saúde.

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ESTUDO ANATÔMICO DA ARTÉRIA CELÍACA EM CORUJA BURAQUEIRA (Athene cunicularia, Molina, 1782) Costa TN*, Souza KMS, Bandeira JM, Lima RCM, Lucena JEM, Nascimento HB, Silva ACJ Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

ESTUDO ANATÔMICO DA ARTÉRIA MESENTÉRICA CRANIAL EM CORUJA BURAQUEIRA (Athene cunicularia, Molina, 1782) Costa TN*, Souza KMS, Bandeira JM, Lima RCM, Lucena JEM, Nascimento HB, Silva ACJ Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

Estudos morfológicos são relevantes por subsidiar pesquisas de ordem clínica, zootécnica e conservacionista. Para tanto, objetivou-se estudar a artéria celíaca e suas respectivas ramificações em coruja buraqueira (Athene cunicularia). Utilizaram-se 05 animais adultos (03 machos) cedidos por óbito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) de Pernambuco. Para fixação do leito arterial injetou-se Neoprene Látex (corada em vermelho) e em seguida procedeu-se a fixação das aves por injeção de solução de formaldeído a 10%. A dissecação foi realizada após 48h. Utilizou-se como modelo de estudo o Gallus gallus domesticus. Após dissecação, observou-se que a artéria celíaca possui dois ramos (direito e esquerdo) que suprem as seguintes estruturas: segmento proximal do intestino delgado, fígado, baço, pâncreas e estômago, apresentando percurso caudodorsal ao pró-ventrículo. Em seu lado esquerdo emite a artéria pró-ventricular dorsal continuando-se como artéria gástrica dorsal nas superfícies do estômago glandular e muscular. O ramo esquerdo da artéria celíaca tem um trajeto no lado direito do pró-ventrículo, até sua junção com o estômago muscular, emitindo a artéria hepática esquerda e artéria pró-ventricular ventral cujo trajeto é cranial. As artérias gástricas ventrais seguem para o saco cranial e a margem ventral do ventrículo. A artéria pilórica segue para a junção entre o estômago e intestino delgado. O ramo direito da artéria celíaca estende-se entre o lobo direito do fígado e a borda direita do baço, dando origem respectivamente à artéria hepática direita e a artéria esplênica (com ramo cranial e caudal).

Estudos morfológicos são relevantes por subsidiar pesquisas de ordem clínica, zootécnica e conservacionista. Para tanto, objetivou-se estudar a artéria mesentérica cranial e sua ramificação em coruja buraqueira (Athene cunicularia). Utilizaram-se 05 animais adultos (03 machos) cedidos por óbito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) de Pernambuco. Para fixação do leito arterial injetou-se Neoprene Látex (corada em vermelho) e em seguida procedeu-se a fixação das aves por injeção de solução de formaldeído a 10%. A dissecação foi realizada após 48h. Utilizou-se como modelo de estudo o Gallus gallus domesticus. Após dissecação, observou-se que a artéria mesentérica cranial surge da artéria aorta descendente, posicionando-se caudalmente à raiz da artéria celíaca. A artéria segue caudodorsalmente ao baço e ao lobo direito do fígado suprindo o intestino, desde à flexura duodenojejunal até a região da junção ileorretal junto as raízes do ceco. A espécie estudada não apresentou anastomoses entre a artéria mesentérica cranial e ramos da artéria celíaca. A artéria mesentérica cranial emite, dorsalmente à junção das veias mesentéricas, um ou mais ramos ileocecais para o ceco e para o segmento distal do íleo. No mesentério, sua principal parte segue com a veia mesentérica cranial. Em seu lado direito emite cerca de quatro artérias jejunais com suas respectivas ramificações, terminando ao atingir o intestino.

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ESTUDO ANATÔMICO DA RAIZ LATERAL DO NERVO MEDIANO ENVOLVIDA POR BANDA MUSCULAR DO CORACOBRAQUIAL Gonçalves PM; Castro RF*, Sagata Y, Rodrigues Filho OA, Silva FS Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) INTRODUÇÃO: o plexo braquial é responsável pela inervação de membros superiores, e dentre seus ramos terminais há os nervos mediano e musculocutâneo. Originalmente o mediano segue na linha média do braço e caminha em direção à fossa cubital; o musculocutâneo atravessa o músculo coracobraquial. Há diversas variações descritas do plexo, entre elas as que envolvem os dois nervos citados. Em membro superior esquerdo de cadáver masculino da UFTM, a raiz lateral do nervo mediano atravessa fibras musculares do coracobraquial, de forma independe do musculocutâneo e medialmente a ele. As variações são de importância clínica e cirúrgica, e não apenas morfológica. OBJETIVO: revisão de literatura sobre variações anatômicas mais frequentes; descrição da variação encontrada e dissecação de membro superior contralateral em busca de possíveis variações no plexo braquial. METODOLOGIA: foi utilizada a técnica de dissecação clássica, em membro superior direito de cadáver formolizado. RESULTADOS: Sabe-se que a principal variação anatômica do plexo braquial são os ramos comunicantes entre os dois nervos, classificados em Tipos I, II e III. Podem ainda existir variações na formação e trajeto desses nervos. Em cadáver, o nervo mediano é envolvido por banda muscular do coracobraquial, caso ainda não relatado na literatura. Constatou-se em membro contralateral ramo comunicante entre o fascículo lateral e raiz medial do nervo mediano. CONCLUSÃO: é de extrema relevância a descrição de variações anatômicas inéditas, pois elas tem importância clínica e cirúrgica. Variações anatômicas podem explicar sintomatologias diferentes das esperadas na clínica ou nas lesões nervosas cirúrgicas. Ter em mente possíveis variações auxilia no diagnóstico. FONTE FINANCIADORA: BIC/FAPEMIG

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ESTUDO ANATÔMICO DO CRÂNIO DO TAMANDUÁ-BANDEIRA, Myrmecophaga tridactyla (Pilosa, Myrmecophagidae) Sousa SC*, Vieira LG, Santos ALQ, dos Santos LA, Silva DCO, Lizardo FB, Mitri FF Universidade Federal de Uberlândia O tamanduá-bandeira desperta interesse pelos profissionais da área biológica, devido aos hábitos alimentares e forma corporal incomum. Devido à dificuldade de obtenção desta espécie, típica do cerrado brasileiro, a sua anatomia é pouco conhecida e quase não há relatos na literatura mundial. Este trabalho objetivou a descrição da anatomia dos ossos do crânio do tamanduá-bandeira, suas estruturas específicas e morfologia geral. Foram utilizados dois espécimes, doados em óbito pelo IBAMA (MG). A preparação dos crânios foi realizada de acordo com o procedimento padrão do Laboratório de Anatomia Comparativa da Universidade Federal de Uberlândia. A descrição anatômica foi baseada na nomina anatômica veterinária. Os resultados revelaram que a forma geral do crânio do tamanduá-bandeira difere de outros mamíferos, possuindo um alongamento cranial, com maior diâmetro caudal, afilando em direção rostral, sendo edentado total. A fossa temporal é rasa com arco zigomático incompleto. Possui um alongado e plano osso palatino, largo caudal e estreito rostralmente, curvado em sentido ventral. A região occipital é bem marcada por rugosidades ósseas, com os côndilos occipitais projetados posteriormente. A fossa mandibular do osso temporal é plana e alongada em sentido rostrocaudal, congruente ao côndilo mandibular plano, de uma mandíbula com sínfise não-fusionada. Em conclusão, o tamanho do crânio é inversamente proporcional ao tamanho relativo do restante do corpo, diferente dos padrões gerais dos demais mamíferos. A forma especializada do crânio do tamanduá-bandeira está intimamente relacionada ao seu hábito alimentar, com um focinho alongado, sendo uma estrutura de captação do alimento constituído por pequenos insetos.

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ESTUDO ANATÔMICO DO PLEXO LOMBOSSACRAL DO TAMANDUÁ-BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla, Linnaeus, 1758)

ESTUDO ANATÔMICO DOS MÚSCULOS DA FACE DA IRARA (Eira barbara) Vitória LA1, Sousa DJS*1, dos Santos LA1, Barros RAC 2, Silva Z2, Silva DCO1, Mitri FF1

Benetti EJ*, Cruz VS, Cardoso JR, Souza PR, Miranda LB, Borges NC, Moreira, PC, Araújo EG. 1

Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

Universidade Federal de Uberlândia; 2 Universidade Federal de Goiás

Há uma carência de conhecimento morfológico acerca dos membros da superordem Xenarthra, portanto, este estudo teve como objetivo descrever a origem e composição dos nervos do plexo lombossacral do M. tridactyla. Para tanto, foram utilizados cinco cadáveres desta espécie, adultos, sendo três fêmeas e dois machos, fornecidos pelo IBAMA-GO (licença 99/2011, CEUA-UFG protocolo nº 015/11), fixados e conservados em solução de 10% de formaldeído. A face ventral das regiões torácica caudal, lombar e sacral foi dissecada para evidenciação dos ramos ventrais dos nervos espinhais, suas comunicações e nervos resultantes. Os animais deste estudo apresentaram 15 ou 16 vértebras torácicas, duas ou três lombares e cinco sacrais. O plexo lombossacral do M. tridactyla foi formado pelos ramos ventrais dos nervos espinhais de T16, L1, L2, S1-S4 em quatro antímeros (33,33%), T15, L1-L3, S1-S3 em três antímeros (25%), T15, L1, L2, S1-S4 em dois antímeros (16,66%) e L1-L3, S1-S3 em três antímeros (25%). Os nervos derivados do plexo com suas formações mais frequentes foram: genitofemoral e cutâneo femoral lateral (T15, L1-L2 ou T16-L1), femoral (T15, L1-L2 ou T16, L1-L2), obturador (T15, L1-L3), isquiático (L2, S1-S4 ou L3, S1S3), glúteo cranial (L2, S1-S2 ou L3, S1) e glúteo caudal (L2, S1-S3 ou L3, S1-S3). O M. tridactyla apresentou um plexo lombossacral propriamente dito, com o elo de ligação entre o plexo lombar e sacral representado L2 ou L3. A maior quantidade de variação na formação do plexo e nervos deve-se às variações do número de vértebras das respectivas regiões, e, a maior extensão cranial e caudal do plexo, que foge ao padrão estabelecido em outras espécies, se deve ao reduzido número de vértebras lombares do M. tridactyla.

Na literatura mundial não há relatos sobre a anatomia da irara, em especial os músculos da face. É um animal carnívoro da família dos mustelídeos, típico das florestas tropicais da América Central e do Sul. Possui a cabeça arredondada e robusta, em relação ao restante do corpo, e segue o padrão anatômico da maioria dos animais carnívoros silvestres, sendo assim, interessante o estudo da sua anatomia na área biológica. O trabalho tem como objetivo o estudo anatômico e morfológico dos músculos da face da irara. Foram utilizados dois deste espécime, doados em óbito pelo IBAMA (GO). O preparo foi realizado por meio de fixação com formaldeído, seguindo o procedimento padrão em anatomia macroscópica do Laboratório de Anatomia Comparativa da UFU. Os músculos da face foram, então, dissecados e identificados. A descrição anatômica foi baseada na nomina anatômica veterinária. Os resultados mostram que os músculos da face deste animal assemelham-se aos do cão, de pequeno e médio porte, tendo como principal característica o forte desenvolvimento dos músculos das regiões bucais, orbitais e auriculares. Os relacionamentos sociais e ambientais, somados aos hábitos alimentares, são fatores que influenciam na evolução e mobilidade facial dos carnívoros. Os músculos faciais da irara são amplamente desenvolvidos em tamanho e complexidade, seguindo o padrão dos demais carnívoros silvestres, caracterizados por uma ampla gama de expressões faciais. Concluímos que a forma geral e o tamanho dos músculos estão diretamente relacionados aos hábitos sociais e alimentares. O volume e a morfologia dos músculos da região bucal, auricular e orbital estão relacionados principalmente com a movimentação da pele da face e a busca por alimento na natureza.

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ESTUDO ANATÔMICO DOS MÚSCULOS DA FACE DO TAMANDUÁ-BANDEIRA, Myrmecophaga tridactyla (Pilosa, Myrmecophagidae) Santos DJS*¹, dos Santos LA1, Santos ALQ 1, Vieira LG1, Silva DCO1, Silva Z 2, Barros RAC2, Mitri FF1 1

Universidade Federal de Uberlândia; 2 Universidade Federal de Goiás

Os relatos da anatomia do tamanduá-bandeira são escassos na literatura mundial e pouco se sabe sobre seus músculos da face. A cabeça é bastante reduzida, em relação ao restante do corpo, com formato alongado e diferente do padrão dos mamíferos, que o torna interessante para estudo da sua anatomia. Este trabalho objetiva o estudo anatômico, bem como a morfologia geral, dos músculos da face do tamanduá-bandeira. Foram utilizados dois espécimes, doados em óbito pelo IBAMA (MG). O preparo foi realizado por meio de fixação com formaldeído, seguindo o procedimento padrão em anatomia macroscópica do Laboratório de Anatomia Comparativa da UFU. Os músculos da face foram dissecados e identificados. A descrição anatômica foi baseada na nomina anatômica veterinária. Os resultados mostraram que os músculos do focinho do animal são bem desenvolvidos e fortes, em relação aos músculos das demais regiões da face. Já os músculos da região orbital, infraorbital, zigomática e parotideomasseterica são menos desenvolvidos e, na maioria das vezes, extremamente delgados. Alguns destes músculos possuem sua origem e inserção na fáscia superficial (tela subcutânea). O relacionamento social no meio ambiente e os hábitos alimentares são fatores importantes que implicam na evolução da mobilidade facial dos mamíferos. Concluímos que a forma geral e o tamanho dos músculos estão diretamente relacionados aos hábitos sociais e alimentares deste espécime. O maior volume dos músculos do focinho, em relação aos outros músculos faciais, justifica seu uso como guia para locomoção e detecção do alimento. Os músculos faciais são amplamente reduzidos em tamanho e complexidade, diferentemente de outros mamíferos que possuem uma ampla gama de expressões faciais.

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ESTUDO ANATÔMICO DOS MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO DO TAMANDUÁ-BANDEIRA, Myrmecophaga tridactyla (Pilosa, Myrmecophagidae) Ferreira GR*1, Santos DJS1, Santos ALQ1, Vieira LG1, Silva DCO1, dos Santos LA1, Silva Z2, Mitri FF1 1 Universidade Federal de Uberlândia; 2Universidade Federal de Goiás Os músculos da mastigação possuem características específicas de acordo com a exigência mastigatória das espécies e fornecem informações sobre o hábito alimentar, força e comportamento individual. O tamanduábandeira é um animal silvestre ameaçado de extinção e com escassos relatos na literatura, devido à dificuldade de se obter exemplares. O objetivo do trabalho foi descrever a anatomia dos músculos da mastigação do tamanduá-bandeira, bem como suas fixações e ações relacionadas. Foram utilizados dois espécimes doados, em óbito, pelo IBAMA-MG. O preparo foi realizado por meio de fixação com formaldeído, seguindo o procedimento padrão em anatomia macroscópica do Laboratório de Anatomia Comparativa da Universidade Federal de Uberlândia (LABAC - UFU). Os músculos da mastigação foram dissecados e descritos morfologicamente, baseados na anatomia veterinária. O tamanduá-bandeira possui quatro músculos da mastigação, o temporal, masseter, pterigóideo medial e pterigóideo lateral. Estes músculos possuem inserção em diferentes pontos da mandíbula e, de acordo com a morfologia plana da sua articulação temporomandibular, não realizam movimentos mandibulares amplos. O músculo temporal e masseter realizam movimentos opostos de deslizamento da mandíbula, o pterigóideo medial aproxima medial e dorsalmente a mandíbula em direção à maxila e o pterigóideo lateral aproxima as extremidades da articulação temporomandibular entre si. Em conclusão, os músculos da mastigação do tamanduá-bandeira seguem a morfologia geral dos mamíferos e atuam na estabilização da mandíbula e movimentos de deslizamento mandibular durante seu processo alimentar, com discreta abertura e fechamento de boca, pois se trata de um animal edentado total.

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ESTUDO ANATÔMICO DOS MÚSCULOS INTERÓSSEOS DA MÃO Castro RF*, Furlan DAG,Rodrigues Filho OA, Freire AA,Sousa ECF Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM

ESTUDO ANATÔMICO DOS MÚSCULOS LUMBRICAIS DA MÃO Brandão YST*, Neves DF, Júnior GOS, Lima JSB, Gusmão LCB. Universidade Federal de Alagoas

INTRODUÇÃO: Os músculos interósseos são classificados como músculos curtos e intrínsecos da mão. Apresentam uma complexa anatomia e são de extrema importância em movimentos que requerem habilidades com as mãos, como datilografar, tocar um instrumento musical (como piano), dentre outros que realizam abdução e adução dos dedos. Há descrição por autores de livros de anatomia humana (NETTER, F.H, 2003; SOBOTTA, J. 1993, e YOKOCHI, C, 2002) que consideraram a presença de quatro interósseos dorsais e três palmares. Já, há outros autores (GARDNER, E. 1987; VAN DE GRAFF, M.K. 2003; DANGELO, J.G) que afirmam que existem quatro músculos interósseos dorsais e quatro palmares. OBJETIVO: O projeto buscou obter a confirmação numérica anatômica dos músculos interósseos palmares. Com a individualização dos músculos interósseos, das cabeças transversa e oblíqua do adutor do polegar e da cabeça profunda do flexor curto do polegar, poderia ser definida a existência ou não do quarto músculo interósseo. METODOLOGIA: Quatro mãos foram dissecadas de modo semelhante, e a disposição dos músculos para visualização foi a mesma: dos músculos tenares, as cabeças transversa e oblíqua do músculo adutor do polegar foram rebatidas na fixação proximal; dos músculos hipotenares, todos foram conservados; e, dos músculos curtos, apenas os interósseos foram conservados. RESULTADOS: Os músculos interósseos dorsais foram quantificados em quatro e os palmares, em três. O primeiro interósseo palmar tem sua fixação proximal na face medial do segundo metacarpo e sua fixação distal na expansão extensora do segundo dedo. O segundo na face lateral do quarto metacarpo e na expansão extensora do quarto dedo. O terceiro na face lateral do quinto metacarpo.

A mão possui músculos (extrínsecos) provenientes do antebraço e outros que lhe são próprios (intrínsecos) (Di Dio, 2002). Anexos aos tendões dos flexores profundos dos dedos existem quatro pequenos músculos cilíndricos, ou melhor, fusiformes, denominados lumbricais (Testut, 1956). O objetivo deste trabalho é realizar um estudo anatômico dos músculos lumbricais da mão para uma padronização das suas origens e inserções. Foram dissecadas 40 mãos de cadáveres adultos, sendo 20 do lado direito e 20 do lado esquerdo fixados em formaldeído a 10%, para a identificação dos locais de suas origens e inserções. Os resultados demonstram uma heterogeneidade em relação às afirmações dos autores na literatura pesquisada. Na maioria dos casos, o 1º músculo lumbrical origina-se na margem antero-lateral do 1º tendão do músculo flexor profundo dos dedos; o 2º músculo, na margem lateral do 2º tendão; o 3º músculo, nas margens medial e lateral do 2º e 3º tendões e o 4º músculo, nas margens medial e lateral do 3º e 4º tendões do músculo flexor profundo dos dedos. Na maioria dos casos, os músculos lumbricais se inserem na expansão tendínea do músculo extensor dos dedos. Portanto, durante o tratamento cirúrgico, o conhecimento das origens e inserções dos músculos lumbricais é de extrema necessidade para diminuir os riscos de lesões e evitar transtornos funcionais nos movimentos especializados da mão, influenciando nas atividades diárias do paciente e relacionados às suas atividades profissionais.

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ESTUDO ANATÔMICO DOS TRONCOS BRAQUIOCEFÁLICOS DIREITO E ESQUERDO EM CORUJA BURAQUEIRA (Athene cunicularia, Molina, 1782) Costa TN, Souza KMS*, Bandeira JM, Lima RCM, Lucena JEM, Nascimento HB, Silva ACJ Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Estudos morfológicos são relevantes por subsidiar pesquisas de ordem clínica, zootécnica e conservacionista. Para tanto, objetivou-se estudar os troncos braquiocefálicos e suas respectivas ramificações em coruja buraqueira (Athene cunicularia). Utilizaram-se 05 animais adultos (03 machos) cedidos por óbito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) de Pernambuco. Para fixação do leito arterial injetou-se Neoprene Látex (corada em vermelho) e em seguida procedeu-se a fixação das aves por injeção de solução de formaldeído a 10%. A dissecação foi realizada após 48h. Utilizou-se como modelo de estudo o Gallus gallus domesticus. Após dissecação, observou-se que os troncos braquiocefálicos direito e esquerdo são emitidos da artéria aorta ascendente em sentido craniolateral à mesma e seguem em trajeto reto. Situam-se ventrocaudalmente à veia jugular e emitem as artérias carótida comum, axilar e torácica externa, com ausência da artéria subclávia. A artéria carótida comum continua-se como artéria carótida interna em sentido craniomedial após a emissão dos ramos colaterais, artéria vertebral e artéria do vago. A artéria carótida interna esquerda está sobreposta à artéria carótida interna direita no terço médio do pescoço, mergulhando posteriormente na musculatura desta região. A artéria axilar apresenta percurso dorsocranial deixando a cavidade em direção ao membro torácico. A artéria torácica externa origina a artéria esternoclavicular e artéria torácica interna deixando a cavidade toracoabdominal e emitindo a artéria peitoral cranial e artéria peitoral caudal.

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ESTUDO ANÁTOMO – TOPOGRÁFICO E RADIOLÓGICO DA COBRA CASCAVEL (Crotalus durissus) Schellin PC*, Martins TJV, Lima TM, Aguiar MGAA, Júnior JCPS, Ferreira APS, Rocha MCP, Santos RMB

O presente trabalho objetiva o estudo anátomo – topográfico e radiológico do corpo de uma cascavel (Crotalus durissus), a fim de conhecer e localizar suas estruturas anatômicas, bem como reconhecer algumas dessas estruturas em filmes radiográficos. A serpente foi adquirida no Hospital Veterinário da UFRPE e levada à área de anatomia. Utilizaram-se os métodos de dissecção, formolização e radiografia. Para a realização do estudo radiológico, foram tiradas radiografias do animal no Hospital Veterinário da UFRPE, utilizando-se uma máquina de raios-x da marca Medritonix, modelo Br-100. A revelação foi elaborada em uma reveladora automática da marca Vision line, modelo LX-2. Foi possível comparar as chapas radiográficas com o cadáver da cascavel, e localizar os órgãos na imagem obtida. O coração foi observado entre a 68ª a 74ª vértebra; o fígado, entre a 73ª a 93ª vértebra; e os rins, entre a 150ª vértebra e a região proximal à cloaca. Quanto ao sistema digestório, percebeu-se que o esôfago se estende desde a boca até a 88ª vértebra; logo após o esôfago, começa o estômago, que se prolonga até a 104ª vértebra; e o final do estômago dá inicio ao intestino, que se estende até à cloaca, aproximadamente, na altura da 180ª vértebra. Os dezessete ovos, encontrados no animal em questão se localizavam da 115ª até aproximadamente a 145ª vértebra. Detectou-se, também, fratura na 140ª vértebra e luxação entre 146ª e 147ª vértebras. O estudo anátomo-topográfico prévio possibilitou a correta localização das estruturas anatômicas nas lâminas radiográficas, sendo, então, imprescindível ao estudo radiológico do corpo da cascavel.

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ESTUDO ANÁTOMO-RADIOGRÁFICO DA FORMULAÇÃO VERTEBRAL DE Trachemys scripta elegans (WEID, 1839) Souza VP*, Constantino AC, Lira NRC, Lopes IBL, Bandeira CGC, Milanelo L, Guedes JUB, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf

ESTUDO COMPARATIVO DA ANATOMIA DOS MÚSCULOS FIBULAR LONGO E FIBULAR CURTO DE HUMANOS, PRIMATAS NÃO HUMANOS E OUTROS MAMIFEROS DO CERRADO Silva APA.1; Mitri FF2; Purcino JG1: 1.Carvalho-Barros RA1; Silva DCO2: Silva Z1 1 UFG ; 2UFU

INTRODUÇÃO: Dentre os répteis criados como animais de estimação, o animal mais difundido é a tartaruga de orelha vermelha (Trachemys scripta elegans), originária do rio Mississipi, Estados Unidos da América. OBJETIVO: Determinar a formulação da coluna vertebral de Trachemys scripta elegans por intermédio de estudo radiográfico. METODOLOGIA: Foram utilizados 10 animais, dentre machos e fêmeas, previamente eutanasiados, provenientes do Parque Ecológico do Tietê (SP). Inicialmente, fora realizada a biometria corporal e, posteriormente, promovido exame radiográfico com projeção ventrodorsal, sendo o animal exposto à 70 mA por 1,2 segundos e as radiogradias impressas em revelador digital, analisando o número de vertebras cervicais, dorsais, sacrais e coccígeas. RESULTADO: O comprimento corporal dos animais teve média de 20,93cm±1,79, largura de 16,21cm±1,02, altura de 8,82cm±0,99, massa de 1287,21g±226. Com relação à formulação vertebral, os animais possuíam 07 vértebras cervicais ( 05 animais, 08 vértebras), 09 dorsais ( 05 animais com 10 vértebras), 03 sacrais e 18 (±2,57) coccígeas, verificando que existe correlação significativa entre o comprimento corporal e a quantidade de vertebras coccígeas. CONCLUSÃO: O exame radiográfico mostrou-se eficaz para estudo da coluna vertebral de quelônios, permitindo avaliar todas as vértebras, analisar seu tamanho e possíveis desvios de eixo.

O Cerrado brasileiro é um bioma complexo, cuja extensão supera os dois milhões de quilômetros quadrados, aonde na topografia predomina relevo plano, de terras férteis e ricas em água, abriga grande variedade de animais, nativos ou endêmicos Tanto uns como outros são submetidos à estresse em função da presença humana, cada vez mais patente, O estresse predispõe algumas espécies ao risco de extinção, por interferir em sua alimentação e reprodução. É dever do cidadão, envidar esforços no sentido de restaurar a fauna e a flora. Para tanto é preciso conhecer seus princípios. O objetivo deste trabalho é estudar a constituição anatômica de mamíferos que habitam o Cerrado, com enfoque Descritivo Comparativo com o Homem e animais domésticos, buscando acrescentar dados referentes à adaptações morfofuncionais que possam contribuir para o conhecimento da biologia destes grupos, assim como auxiliar na organização de programas de preservação. O enfoque comparativo é feito entre os grupos estudados e com a literatura humana e veterinária. Foram utilizados dois exemplares de cada grupo: Macaco-prego, Cachorro-do-mato, Raposado-campo, e Lobo-guará, cedidos pelo IBAMA-MG/GO ou coletados mortos às margens de rodovias. No laboratório de Anatomia, os espécimes foram fixados e conservados em solução aquosa de formol a 10%. Posteriormente foram submetidos à técnicas usuais em Anatomia Macroscópica. A análise e a descrição foram feitas com enfoque na localização, forma, tamanho, origem e inserção de cada músculo. Os resultados revelam semelhanças anatômicas dos referidos músculos entre os grupos estudados, assim como com os dados literários, e também apontam diferenças relativas à postura, porte físico, comportamento alimentar e reprodutivo.

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ESTUDO COMPARATIVO DA VEIA CAVA (CRANIAL E CAUDAL) DA ONÇA PINTADA (Panthera onca) COM O GATO DOMÉSTICO (Felis catus) Silva FVA*, Silva JCS, Silva JL, Silva LB, Rodrigues PF, Oliveira MAL, Silva RPM Universidade Federal do Acre - UFAC

ESTUDO COMPARATIVO DE DIFERENTES SOLUÇÕES CONSERVANTES DE PECAS ANATÔMICAS DE SISTEMA NERVOSO CENTRAL Petersen ML*, Freitas RS, Farias ELP, Fraga R, Veronez DAL Universidade Federal do Paraná

A onça pintada (Panthera onca) não só é o maior felino das Américas, como se trata de o terceiro de toda a família Felidae, sendo um exímio caçador- predador, alimentando-se principalmente de grande mamíferos, porem encontra-se na lista de animais ameaçados de extinção. Devido ao seu grande porte e por ser um animal bastante veloz necessita de um sistema cardiovascular complexo para realizar essa atividade. Com essas características torna-se importante um estudo anatômico detalhado para um melhor entendimento em estudos posteriores sobre suas verdadeiras funções fisiológicas. No referente estudo comparativo foi utilizado um exemplar de onça pintada (Panthera onca) adulta, sendo macho e três gatos domésticos (Felis catus), todos depositados no laboratório de Anatomia da Universidade Federal do Acre, onde os exemplares foram fixados em formaldeído a 10% e depois foi dissecado e também foto documentado para estudo morfoanatômico da veia cava cranial e caudal. Percebeu-se uma variação entre as espécies já que nos gatos a entrada no coração ocorre em diferentes pontos do átrio direito na parte superior em direções contrárias enquanto na onça pintada ocorreu uma união das veias antes de adentrarem no átrio direito. Porem as outras ramificações não apresentou variações significativas como é o exemplo da veia ázigo, das subclávias direita e esquerda e as jugulares internas e externas encontradas na veia cranial e demais encontradas na veia caudal não apresentaram variações muito relevante.

A preocupação e discussão referente à conservação de peças anatômicas são legítimas na maioria das instituições de ensino no Brasil. A técnica de conservação mais utilizada atualmente é a solução composta por formol a 10% e ácido fênico a 1%. O formaldeído é um produto químico de alta toxicidade e de comprovado potencial carcinogênico. Faz-se necessária a identificação de uma técnica de conservação de peças anatômicas de baixo custo e toxicidade, que ofereça resultado inodoro, esteticamente satisfatório e que forneça maior período de vida útil ao material anatômico de estudo prático. Neste sentido o objetivo deste trabalho foi desenvolver um estudo comparativo de diferentes soluções conservantes de peças anatômicas humanas de sistema nervoso central. Foram utilizados 100 cortes coronais de cérebros humanos fornecidos pelo Departamento de Anatomia da Universidade Federal do Paraná. O material foi dividido em 10 grupos iguais, aos quais foram aplicadas 10 técnicas de conservação diferentes: solução de tiossulfeto de sódio 5%, solução de Larssen, solução de glicerinação, solução de propilenoglicol, solução de álcool etílico 60%, solução de Lugol, solução de cloreto de sódio 30%, solução de Langer, Solução de formaldeído 10% e solução de clorofórmio a 10%. Após o período de conservação de um ano, cada uma das soluções foi avaliada quanto à eficácia de conservação, preservação das características anatômicas originais, menor toxicidade e viabilidade de custos. Os resultados obtidos na análise permitiram concluir que a solução de cloreto de sódio 30% apresenta grande capacidade de conservação, fidelidade de manutenção dos caracteres anatômicos, baixa toxicidade e baixo custo.

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ESTUDO DA ANATOMIA DO TRONCO ENCEFÁLICO EM ESCULTURAS DE BISCUIT COMO FERRAMENTA DE FIXAÇÃO DO APRENDIZADO Félix ECC*; Oliveira LP; Netto AU; Correia LGCB; Carvalho AGMA; Queiroga NG; Paiva TTB; Sarmento SA Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE, João Pessoa-PB INTRODUÇÃO: Partindo do pressuposto que o acesso a peças cadavéricas reais está restrito aos Laboratórios de Anatomia, o estudo prático por graduandos de medicina torna-se limitado a esse ambiente, o que dificulta, de certa forma, o aprendizado das estruturas descritivas do tronco encefálico. Há, então, a necessidade da elaboração de novas metodologias que facilitem a assimilação efetiva do conteúdo ministrado nas aulas práticas. Dentre as possíveis técnicas de ensino, citamos o uso de esculturas cerebrais de porcelana fria (biscuit) confeccionadas à mão, como alternativa. OBJETIVOS: Este trabalho tem por finalidade comparar a anatomia real do tronco encefálico e a anatomia artesanal, ressaltando esta como opção válida para fixação do conhecimento na disciplina em ambiente extraclasse. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram confeccionadas, manualmente, esculturas em porcelana fria com técnica de preparação específica, modelando, a partir do material, estruturas semelhantes aos componentes do tronco (bulbo, ponte e mesencéfalo); depois de preparadas, foram devidamente comparadas a peças cadavéricas reais do Laboratório de Anatomia da FAMENE, João Pessoa-PB. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se uma melhor assimilação do conteúdo, já que o estudante, além de ter acesso às peças encefálicas reais durante as monitorias, passa a contar também com esse material de apoio. CONCLUSÃO: A comparação direta entre as esculturas e imagens de peças cadavéricas reais deixa evidente a eficácia dessa metodologia de ensino, uma vez que a fidelidade anatômica das esculturas é relevante e, além disso, todo auxílio ao aprendizado deve ser considerado e incentivado pelas próprias Instituições de Ensino Superior.

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ESTUDO DA FORMAÇÃO DO PLEXO BRAQUIAL DE NERVOS DO Pseudalopex gymnocercus (“graxaim-do-campo”) Carvalho NC, Mattos K, Souza Junior P* Laboratório de Anatomia Animal da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) O Pseudalopex gymnocercus, conhecido por “graxaim-do-campo” ou “sorro”, é um mamífero da família canidae, que habita o cone Sul da América do Sul, especialmente o bioma Pampa, e que tem sido vítima de caça ilegal. A literatura é escassa em dados da anatomia desta espécie. O objetivo deste trabalho é fazer uma descrição preliminar do plexo braquial do “graxaim-do-campo”, contribuindo para estudos de anatomia comparada e na conservação da espécie. Foram utilizados quatro membros torácicos de duas fêmeas encontradas mortas em rodovias. Após fixação dos cadáveres em solução de formol a 10%, realizou-se a dissecção dos plexos, registrando-se os agrupamentos dos nervos por desenhos esquemáticos que ilustravam a origem e a ramificação dos mesmos. Constatou-se que o plexo braquial era formado pelas comunicações entre os ramos ventrais dos três últimos nervos espinhais cervicais (C6, C7 e C8) e do primeiro torácico (T1). Diferente de outros canídeos, não foi observada contribuição de C5 nem de T2 na formação do plexo. Entre os nervos com trajeto mais curto (até o nível da art. úmero-rádio-ulnar) o supraescapular, o axilar e o musculocutâneo foram formados pelos ramos de C6, C7 e C8, enquanto o n. subescapular foi formado apenas por C6 e C7. Entre os que atingem a extremidade distal do membro, ou seja, radial, mediano e ulnar, a formação se deu pelos ramos de C7, C8 e T1. O nervo tóracodorsal recebeu contribuição de C6, C7, C8 e T1 e o nervo torácico lateral de C7, C8 e T1. Esta análise preliminar mostrou que a formação do plexo braquial no “graxaim-do-campo” pode ter algumas diferenças em relação ao verificado nos demais canídeos, justificando a necessidade de um estudo em mais exemplares para estabelecer uma descrição definitiva.

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ESTUDO DA FORMAÇÃO DOS NERVOS DO PLEXO LOMBOSSACRAL QUE SUPREM O MEMBRO PÉLVICO DO Pseudalopex gymnocercus (graxaim-do-campo) Lugoch G, Souza Junior P* Laboratório de Anatomia Animal da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)

ESTUDO DA FUSÃO DA ARTICULAÇÃO CARTILAGINOSA SINCONDROSE ESFENOOCCIPITAL EM CRÂNIOS ADULTOS *Correia AC, Bispo RFM, Costa RT, Rocha AC, Medeiros JD, Ferreira AKB, Sousa-Rodrigues CF Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL

O Pseudalopex gymnocercus, conhecido por “graxaim-do-campo” ou “sorro”, é um carnívoro silvestre pertencente à família dos canídeos. Encontrado no Sul da América do Sul, especialmente no bioma Pampa, é solitário, possui hábitos noturnos crepusculares e vem sendo vítima da caça ilegal. Na literatura científica verifica-se escassez de dados sobre a anatomia desta espécie. O objetivo desse trabalho é fazer uma descrição preliminar da origem dos nervos do plexo lombossacral que suprem o membro pélvico do graxaim-do-campo. Após fixação em solução de formol a 10%, foram dissecados quatro membros pélvicos e regiões lombossacrais de duas fêmeas recolhidas mortas no município de Uruguaiana-RS. Durante a dissecção registraram-se os agrupamentos dos nervos com desenhos esquemáticos ilustrando a origem e a ramificação dos mesmos. Constatou-se que, igualmente a outros canídeos,os nervos originados do plexo lombossacral e que suprem o membro pélvico foram formados pelas comunicações entre os ramos ventrais dos quatro últimos nervos espinhais lombares (L4, L5, L6 e L7) e dos três primeiros sacrais (S1, S2 e S3). O n. femoral foi formado por L5 e L6, tendo contribuição discreta de L4. O n. obturador foi originado por L6 e por um ramo proveniente do n. femoral. O n. isquiático foi formado por L6, L7 e S1 e,ao nível do corpo do íleo, originou os ns.glúteos cranial e caudal. O n. pudendo originou-se de S1, S2 e S3. Esta análise preliminar constatou que existem muitas semelhanças na formação dos nervos que suprem o membro pélvico do P. gymnocercus em relação aos canídeos domésticos, porém há necessidade de um estudo mais abrangente para estabelecer uma descrição definitiva e suas aplicações.

A base do esfenóide e a base do occipital são separadas na vida fetal e formam uma articulação de duas cartilagens, a sincondrose esfeno-occipital, através da qual se dá o crescimento da base do crânio até a idade adulta jovem. Posteriormente há fusão dos dois ossos, que têm abundante tecido adiposo entre as trabéculas ósseas do seu interior.O crânio cresce sob a influência do crescimento cerebral, enquanto a face cresce segundo o crescimento do tipo geral (que representa o ritmo de crescimento do esqueleto, músculos, sistema respiratório, digestório e urinário). O crânio atinge quase todo seu tamanho adulto na primeira década enquanto a face cresce de forma intensa durante a segunda década de vida, com evidente surto de crescimento na puberdade. O crescimento da base do crânio se dá por ossificação cartilaginosa nas sincondroses esfenoetmoidal, intraesfenoidal, esfeno-occipital e intra-occipital. A articulação esfenooccipital possui variações quanto à idade de fusão. Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo verificar a idade de fusão da articulação esfeno-occipital em crânios pertencentes ao departamento de anatomia da escola paulista de medicina, cem como classificar as articulações em: aberta, semi-aberta e fechada. Foram utilizados 104 crânios adultos, sendo 98 crânios de zero a 25 anos e 6 de 30 a 80 anos. Os resultados mostraram que dos 98 crânios na faixa etária de zero a 25 anos 60 (61,22%) do crânios tinham a articulação esfeno-occipital aberta, 2 (2,04%) tinham a articulação esfeno-occipital semi-fechada e 36 (36,73%) tinham a articulação esfeno-occipital fechada e os 6 crânios na faixa etária entre 30 e 80 anos a articulação esfeno-occitpital estava fechada. Sendo assim, o estudo mostrou que a maioria dos crânios no presente estudo se fusiona até os 25 anos.

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ESTUDO DAS VARIAÇÕES DE POSIÇÃO DO NERVO ISQUIÁTICO EM RELAÇÃO AO MÚSCULO PIRIFORME

ESTUDO DAS PREVALÊNCIAS DO TRAJETO DO NERVO CUTÂNEO FEMORAL LATERAL E SUAS PRINCIPAIS RELAÇÕES TOPOGRÁFICAS

Souza PL*, Nazer MB, Bartholdy LM, Rosa JPC, Santos IP

Netto AU*, Rocha AB, Toscano MM, Pereira Neto NG, Peixoto GM, Santos RHP, Madruga Neto JCC, Holanda MMA

Universidade de Santa Cruz do Sul

Universidade Federal da Paraíba - UFPB, João Pessoa-PB O nervo isquiático é formado pelos ramos ventrais dos nervos espinais de L4 a S3. É responsável pela inervação dos músculos posteriores da coxa, todos os músculos da perna e pé, além da pele do pé e maior parte da perna. O músculo piriforme origina-se na face anterior do sacro, sai da pelve através do forame isquiático maior e insere-se na borda superior do trocanter maior. Ele produz abdução do quadril e, juntamente com os obturadores externo e interno, constitui o principal grupo de rotadores laterais da coxa. A literatura cita seis tipos de relações anatômicas do nervo isquiático relacionadas ao músculo piriforme. A forma mais comum é a que os ramos fibular comum e tibial passam inferiormente ao músculo unidos por uma bainha de tecido conjuntivo. Algumas podem provocar compressão do nervo isquiático e desenvolver o conjunto de sinais e sintomas da síndrome do piriforme, uma das causas de isquiatalgia. O estudo foi realizado no Laboratório de Anatomia Humana da Universidade de Santa Cruz do Sul. Foram estudadas as regiões glúteas de 20 cadáveres, 17 masculinos e três femininos, previamente dissecados, fixados em formol 10%. As relações topográficas do nervo isquiático com o músculo piriforme foram analisadas e fotografadas com câmera digital HP CB350 e os dados obtidos foram registrados segundo o tipo de variação anatômica. Os resultados encontrados foram submetidos à análise estatística descritiva, identificando-se a porcentagem de cada variação encontrada em relação ao número de total de casos, bem como o número de casos em cada antímero. Nas 40 regiões glúteas analisadas, foram encontrados apenas dois tipos de relação anatômica do nervo isquiático com o músculo piriforme. Foi identificada variação anatômica, em pelo menos um dos antímeros, em oito cadáveres. A relação do tipo I, em que ambos os ramos do nervo passam unidos inferiormente ao músculo, foi encontrada em 65% dos antímeros. A relação variante do tipo IV, em que o ramo fibular comum passa através do músculo enquanto o ramo tibial passa inferiormente, foi encontrada em 35% dos antímeros. Dos oito cadáveres com relação variante, seis apresentavam a variação em ambos os antímeros e dois apenas no antímero direito. A relação do nervo isquiático com o músculo piriforme no grupo estudado mostra que houve prevalência do tipo IV, diferente da maioria dos estudos já realizados com populações européias e asiáticas.

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INTRODUÇÃO: O Nervo Cutâneo Femoral Lateral (NCFL) é um nervo primariamente sensorial, mas também inclui fibras simpáticas eferentes que carreiam impulsos vasomotores, pilomotores e sudomotores. Ele se origina das porções dorsais dos ramos primários ventrais de L2 e L3, porém pode apresentar variações. A meralgia parestésica é uma disestesia relativamente comum em nosso meio, tendo como etiologia a lesão do NCFL. OBJETIVOS: Descrever a prevalência das variações anatômicas que são descritas na literatura sendo o conhecimento de sua anatomia e trajeto fundamental para evitar traumas e compressões desta estrutura. MATERIAIS E MÉTODOS: A metodologia do estudo consistiu em análise de 30 dimídios com as peças anatômicas do Serviço de Verificação de Óbitos da Paraíba (SVO-PB) e do departamento de morfologia da Universidade Federal da Paraíba. RESULTADOS: Em nossos resultados, observamos que, apesar da variação dos trajetos em sua origem e término, mais de 80% da amostra apresentava uma distância média de 1,5 cm medialmente à Espinha Ilíaca Antero Superior (EIAS), sendo este ponto topográfico o mais importante para referência clínica do NCFL. CONCLUSÃO: A amostra do nosso estudo mostrou-se compatível com outros autores internacionais, sendo importante ressaltar a topografia de referência da EIAS, provendo uma orientação importante para tratamentos cirúrgicos cuja via de acesso seja a região inguinal, onde a incisão deve obedecer a essa distância para provimento de uma margem de segurança adequada ao cirurgião para evitar o surgimento do quadro de meralgia parestésica.

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ESTUDO DAS VARIAÇÕES ANATÔMICAS NA CONFLUÊNCIA DO DUCTO HEPÀTICO COMUM POR MEIO DA COLANGIORRESSONÂNIA MAGNÉTICA Lopes CC*, Santos RAS Centro Universitário São Camilo

ESTUDO DAS VARIAÇÕES ANATÔMICAS NA POSIÇÃO DO NERVO ILIOINGUINAL NA REGIÃO INGUINAL Souza PL*, Nazer MB, Bartholdy LM, Campos D, Vieira FM, Rosa JPC, Santos IP, Trombini L Universidade de Santa Cruz do Sul

O conhecimento das variantes anatômicas na confluência do ducto hepático comum (DHC) é de suma importância para o sucesso de cirurgias hepatobiliopancreáticas, transplante hepático intervivos e no manejo de procedimentos videolaparoscópicos. Objetivou-se avaliar retrospectivamente as variações anatômicas na confluência do DHC por meio de imagens de colangiorressonância magnética (colangio-RM). Foram avaliados os exames de colangio-RM de 44 pacientes utilizando o banco de dados da Clínica Ecoimagem Diagnósticos por Ultra-som Ltda. entre janeiro de 2010 a dezembro de 2011.Os exames foram realizados no aparelho Magnetom® Siemens Avanto 1.5 Tesla, com bobina Body 8 canais phased array. Seguindo o mesmo protocolo ( T2 coronal, T2 Axial, T2 Axial Fat Sat, Axial In/Out Phase, T2 coronal Hasteir 3D e T2 Radial Hasteir 2D com reconstruções de projeções de intensidade máxima). Dos 44 exames (100%), 29 (65,9%) eram de pacientes do sexo feminino e 15 ( 34,1%) do sexo masculino, com idade média de 53 anos ( +- DP 18). O padrão das vias biliares na confluência do DHC é típico em 29 exames ( 65,9%), trifurcação ocorreu em 05 casos (11,4%), ducto setorial posterior direito (DSPD) drenando separadamente no ducto hepático esquerdo (DHE) em 6 casos ( 13,6%), DSPD e ducto setorial anterior direito drenando separadamente no ducto DHC ocorreu em 03 exames (6,8%) e ducto acessório drenando no DHE ocorreu em 1 caso (2,3%). As variações anatômicas na confluência do DHC são diversas e em quantidade expressiva sendo diagnosticadas com eficiência pela colangio-RM conforme refere a literatura estudada.

A região inguinal é sede de uma série de transformações morfológicas durante o seu desenvolvimento embriológico. Torna-se, por isso, propensa a sofrer desvios no seu rumo geneticamente determinado e apresentar variações anatômicas. Recebe três nervos mistos: o ilioinguinal, o ilio-hipogástrico e o genitofemoral. O ilioinguinal situa-se coberto pela aponeurose do músculo oblíquo externo na altura do anel inguinal profundo, percorre a totalidade do canal inguinal em posição anterolateral e em relação íntima com o funículo espermático. O ilio-hipogástrico em trajetória semelhante, se situa de um a dois centímetros acima. O ramo genital do nervo genitofemoral é identificado junto à origem do músculo cremaster, próximo ao anel inguinal superficial. KEHLET (2002) reporta a incidência de dor crônica após a correção da hérnia inguinal em 10 a 15% dos pacientes. A freqüência desses acidentes aumenta quando houver variação anatômica na distribuição neurológica. Nesse local o ilioinguinal é vulnerável à lesão por englobamento na sutura ou por secção, tendo como resultado um neuroma sintomático e desencadeia dor crônica, exarcebada pelos movimentos do corpo, incapacitante e irradiando-se para a base do pênis e escroto do lado adjacente. O estudo prospectivo de 80 pacientes adultos, masculinos, na faixa etária de 18 a 65 anos submetidos a correção cirúrgica de hérnia inguinal indireta primária, dos tipos 2 e 3b da classificação de Nyhus para hérnias ínguino-femorais teve o objetivo de identificar a distribuição anatômica do nervo ilioinguinal em seu trajeto no canal inguinal.Em todos os pacientes, procedeu-se a incisão cutânea na região inguinal do lado correspondente à hérnia, dois centímetros acima do ligamento inguinal. Aberta o tecido subcutâneo e suas fáscias. A partir da referência do anel inguinal superficial, identificou-se os nervos da região.Foi feita documentação fotográfica de todos os casos.A distribuição padronizada foi observada em 39 casos. Em nove pacientes obesos, o nervo ilioinguinal não foi identificado. Observou-se em 32 cirurgias variações anatômicas importantes do nervo ilioinguinal. A maior incidência, em 24 casos, estava em posição posterior ao funículo espermático, envolvido pelo músculo cremaster. Um tronco nervoso sensitivo aberrante que se unia ao ramo genital do nervo genitofemoral foi encontrado em 5 casos. Nos demais, havia uma comunicação entre o nervo ilioinguinal e o ílio-hipogástrico em sítios diferentes ao longo do canal inguinal. Ocorreu variação na distribuição do nervo ilioinguinal em 40% dos indivíduos da amostra.

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ESTUDO DAS VEIAS HEPÁTICAS E SUA APLICAÇÃO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO INTER-VIVOS Ribeiro, JCS, Sarmento APM, Silva LAMS, Jácomo AL, Chaib E O conhecimento da anatomia hepática é essencial para realização de cirurgias hepato-bilio-pancreáticas. O transplante de fígado, com uso do lobo hepático direito, veio para diminuir a falta de doadores nas listas de espera. O objetivo do estudo é analisar as possíveis variações da drenagem venosa hepática do fígado e suas relações com o transplante inter-vivo. Foram analisados 40 fígados frescos de cadáveres provenientes do SVO do HCFMUSP. 23 (57,5%) do sexo masculino e 17 (42,5%) do feminino; idade média: 62,6 anos ±16,3; peso médio: 67,87 kg ± 16,1; altura média: 1,64 m ± 0,1; IMC médio: 25,22 ±5,3. Veia hepática direita única 28 (70%); segmento posterior do lobo hepático (segmentos 6 e 7) com drenagem direta para a veia cava 11 (27,5%); segmento anterior do lobo hepático direito (segmentos 5 e 8) com 2 veias 1 (2,5%), Veia hepática média única 17 (42,5%), dupla 1 (2,5%) e dupla junto com veia hepática esquerda 2 (5%); veia hepática esquerda única 19 (47,5%); veia hepática média e esquerda juntas 18 (45%) e veia hepática média e direita juntas com veia hepática esquerda separada 1 (2,5%).

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ESTUDO DESCRITIVO COMPARATIVO DA ANATOMIA DAS VIAS BILÍFERAS EXTRAHEPÁTICAS DE MAMÍFEROS DO CERRADO COM O HOMEM E ANIMAIS DOMÉSTICOS Pena, DR¹*, Leonel LCPC¹, Paula KM¹, Ribeiro LA², Souza TAM², Silva DCO², Silva Z¹, Carvalho-Barros RA¹ 1 UFG – Catalão, ²UFU - Uberlândia O cerrado brasileiro é um bioma complexo que compreende uma área de cerca de dois milhões de Km², sendo constituído por diversas espécies nativas e endêmicas provenientes de biomas circunvizinhos. Estas espécies buscam no cerrado melhores condições de sobrevivência e reprodução, devido às drásticas e seguidas transformações impostas ao habitat natural, em geral, levadas a efeito pela ação humana. A Anatomia é uma ciência intrigantemente fantástica que nos possibilita conhecer a estruturação morfológica e filogenética de animais, através da nomeação e descrição de estruturas visíveis em nível macroscópico. O presente estudo visa descrever, comparativamente, com o Homem e Animais Domésticos, onde a Anatomia está bem definida, a organização das vias bilíferas extrahepáticas de alguns mamíferos do cerrado. Este trabalho foi desenvolvido com a utilização de dois espécimes de alguns grupos de mamíferos que vivem no Cerrado: Macaco prego, Raposa-do-campo, Cachorro-do-mato e Lobo-guará, que foram cedidos pelo IBAMA-GO/MG, ou foram coletados mortos às margens de rodovias. No laboratório de Anatomia foram, quando possível, injetados nas artérias e veias por látex corado respectivamente de vermelho e azul. Posteriormente foram fixados em solução aquosa de formol a 10% e nela conservados. A seguir, foram dissecados à luz de técnicas usuais em Anatomia Macroscópica. As peças anatômicas foram analisadas, descritas e fotografadas. Os resultados revelam semelhanças em um mesmo grupo taxonômico, todavia, entre grupos diversos, há diferenças inerentes à lobulação própria para cada grupo. Concluímos que, entre os grupos estudados, as diferenças são inerentes à conformação e divisão específica para cada espécie.

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ESTUDO DESCRITIVO COMPARATIVO DA ANATOMIA DO FÍGADO DE MAMÍFEROS DO CERRADO COM O HOMEM E MAMÍFEROS DOMÉSTICOS Pena DR¹*, Leonel LCPC¹, Mitri FF², Sousa GC², Silva RF¹, Ribeiro LA², Silva DCO², Carvalho-Barros RA¹ ¹UFG - Catalão, 2UFU – Uberlândia

ESTUDO DESCRITIVO COMPARATIVO DA ANATOMIA DO M. TRAPÉZIO EM HUMANOS, CARNIVOROS DOMÉSTICOS E MAMÍFEROS DO CERRADO Silva EM1*, Sousa TAM¹, Silva APA2, Mitri FF², Silva RF², Carvalho-Barros RA2, Silva DCO¹, Silva Z2 1 UFU – Uberlândia, 2UFG - Catalão

Estudos da Anatomia Descritiva Comparativa fornecem informações sobre a morfologia e evolução de espécies que ainda vivem, de modo a facilitar a compreensão de sua história, contribuindo para a identificação, e estabelecimento de diferenças e semelhanças que possam contribuir com a organização e implantação de programas de proteção e preservação de espécies em risco de extinção. O Cerrado é o segundo maior bioma neotropical, sendo considerado um dos mais importantes locais para a conservação da biodiversidade mundial. O estudo da Anatomia comparativa do Fígado permite compreender como são dispostas as partes anatômicas, do mesmo em diferentes grupos de mamíferos e, talvez, inferir considerações sobre a fisiologia deste importante órgão. Este estudo visa descrever, comparativamente, com o Homem e animais domésticos, nos quais a Anatomia está bem estabelecida, a estrutura macroscópica do Fígado de mamíferos do cerrado. Foram utilizados dois espécimes de cada grupo: Macaco prego, Raposa-do-campo, Cachorro-do-mato e Lobo guará, os quais foram coletados mortos às margens de rodovias ou cedidos pelo IBAMA-GO. No laboratório, foram, quando possível, injetados nas artérias e veias com látex corado para estudos dos referidos sistemas, a seguir, fixados em solução aquosa de formol 10% e nesta conservados. A preparação das peças anatômicas envolveu técnicas anatômicas usuais. Posteriormente foram analisados e descritos, enfatizando possíveis variações e ou diferenças. Os resultados revelam similaridades entre as espécies de canídeos, no entanto, mostram diferenças com outras espécies. Concluímos que as semelhanças e diferenças possam estar relacionadas com a forma do corpo, a alimentação e o modo de vida de cada grupo.

O estudo anatômico descritivo comparativo entre mamíferos domésticos, mamíferos silvestres e humanos é de fundamental importância quando o interesse é ampliar conhecimentos referentes à morfofisiologia de diferentes espécies, com enfoque nas semelhanças e diferenças anatomofuncionais. Estudos dessa natureza permitem compreender as relações evolutivas entre grupos taxonômicos diferentes que, todavia, habitam o mesmo bioma e desta forma tentar contribuir com organização e implantação de programas de preservação, uma vez que o Cerrado é um bioma complexo e altamente exposto às mais variadas formas de agressões. Essas agressões, em geral, colocam flora e fauna em risco, obrigando, muitas vezes animais a adotarem um ambiente que não é exatamente o seu, produzindo como resultado a necessidade de uma rápida adaptação ao novo ambiente, principalmente no que se refere à movimentação com vistas àalimentação e procriação. Neste trabalho foram utilizados dois espécimes de cada grupo: Macaco prego, Lobo guará, Cachorro do mato e Raposa do campo, os quais foram doados pelo IBAMA-MG/GO ou foram coletados mortos por atropelamentos às margens de rodovias. No Laboratório, foram fixados em solução aquosa de formol a 10% e nela conservados. A seguir foram dissecados à luz de técnicas usuais em Anatomia Macroscópica. Os resultados mostram semelhanças e diferenças inerentes à postura, ao porte e costumes de cada grupo, mormente no que se refere à locomoção.

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ESTUDO DO CLAREAMENTO DENTAL COM PERÓXIDO DE CARBAMIDA A 16% MANIPULADO E INDUSTRIALIZADO: AVALIAÇÃO DA MUDANÇA DE COR COM A ESCALA VITA Lira HM*, Alves DV (danytha_vieir@hotmail.com), Martins GB, Araujo RPC Universidade Federal da Bahia

ESTUDO DESCRITIVO COMPARATIVO DA GLÂNDULA SALIVAR PARÓTIDA DO HOMEM, CARNÍVOROS DOMÉSTICOS E MAMÍFEROS DO CERRADO Carvalho-Barros JC¹*, Pena DR¹, Silva EM², Silva RF¹, Chacur EP², Carvalho-Barros RA¹, Silva DCO², Silva Z¹ 1

UFG - Catalão, ²UFU – Uberlândia

As relações entre formas e funções das estruturas anatômicas de diferentes grupos taxonômicos podem ser determinadas através da Anatomia Comparativa, assim como é possível identificar os caminhos evolutivos percorridos por diferentes linhagens na evolução. Através de estruturas anatômicas é possível identificar aspectos gerais do modo de vida de um animal. A análise da Anatomia da glândula parótida pode contribuir para compreender o regime alimentar do individuo, fator importante quando o interesse é instituir programas de preservação e conservação. A Anatomia do Homem e de Carnívoros domésticos está bem estabelecida na literatura, enquanto a de animais silvestres encontra-se em fase incipiente. A família Canidae é representada por quatro espécies com ocorrência no Cerrado: o cachorro-do-mato-vinagre Speothos venaticus, o lobo-guará Chrysocyon brachyurus, a raposa-do-campo Pseudalopex vetulus e o cachorro-do-mato Cerdocyon thous, todos em risco de extinção porque o habitat primário experimenta um rápido processo de perdas de áreas naturais. O Cerrado está incluído entre as 25 áreas biologicamente mais ricas e altamente ameaçadas do mundo. O presente estudo descreve e analisa comparativamente, as glândulas parótidas de alguns mamíferos que vivem no Cerrado. Macaco prego Lobo-guará, a Raposa-do-campo e o Cachorro-do-mato. Foram utilizados dois espécimes de cada grupo, doados pelo IBAMA-MG/GO, ou coletados mortos às margens de rodovias. No Laboratório foram fixados em solução aquosa de formol a 10% e nela conservados. A dissecação seguiu protocolo usual em Anatomia. Os resultados mostram semelhanças e diferenças morfológicas inerentes a cada grupo.

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O clareamento dental pelo peróxido de carbamida tem se tornado cada vez mais frequentes nos tratamentos odontológicos por apresentar simplicidade e efetividade. O agente clareador peróxido de carbamida pode ser produzido em escala industrial ou dispensado em farmácias especializadas sob a forma gel, e sua aplicação na superfície dentária pode ser realizada em consultório pelo odontólogo ou auto aplicado pelo paciente. O objetivo deste trabalho foi estudar, in vitro, os efeitos resultantes da aplicação do gel clareador de uso caseiro à base de peróxido de carbamida a 16% preparado em farmácia de manipulação em comparação ao gel de peróxido de carbamida a 16% produzido, industrialmente, sobre as possíveis alterações de cor sofridas pelos espécimes, através da avaliação de imagens estereomicroscópicas digitalizadas da superfície do esmalte dental hígido, utilizando a escala Vita (Lumin® Vacuum-Farbskala). Foram confeccionados 30 corpos-deprova experimentais, divididos aleatoriamente em 3 grupos de estudos: Grupo Experimental I (G.E.I) com 10 espécimes tratados com o gel de Peróxido de Carbamida a 16% preparado na Farmácia “A Fórmula”, Grupo Experimental II (G.E.II) com 10 espécimes tratados com o gel de Peróxido de Carbamida a 16% fabricado pela FGM e Grupo Controle com 10 espécimes sem tratamento pelos géis clareadores. A média da variação de tonalidade na escala de cores, em 15 dias, do G.E.I foi de 3,8, e a do G.E.II foi de 2,1. Já em 20 dias, a média da variação de tonalidade na escala de cores do G.E.I foi de 4,2 e a do G.E.II foi de 5,9. Concluiu-se que houve comportamento diferenciado entre os agentes clareadores manipulado e industrializado e que ocorreu uma maior alteração da cor original no G.E.II comparado ao G.E.I.

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ESTUDO DO DIMORFISMO SEXUAL DE ESCÁPULAS HUMANAS EM VITÓRIA DE SANTO ANTÃO - PE COM MORFOMETRIA GEOMÉTRICA Santos TR* (tacianarocha.santos@gmail.com), Astúa D Departamento de Zoologia, Centro de Ciências Biológicas / UFPE O Dimorfismo Sexual (DS) é o conjunto de diferenças morfológicas entre indivíduos de sexos diferentes de uma mesma espécie não relacionadas às estruturas genitais e, em humanos, o conhecimento do DS é importante em investigações periciais. Neste trabalho testamos o DS nas vistas anterior (VA) e posterior (VP) de escápulas humanas, com técnicas de morfometria geométrica. Usamos 22 escápulas do cemitério público de Vitória de Santo Antão – PE (Mulheres=10; Homens=12) depositadas no Laboratório de Anatomia do Centro Acadêmico de Vitória/UFPE. As escápulas foram fotografadas na VA e VP e colocamos marcos anatômicos (VA=11; VP=10) em estruturas homólogas reconhecíveis em todas as escápulas. As coordenadas cartesianas destes marcos anatômicos são as variáveis usadas na análise morfométrica. Estas foram submetidas a uma Sobreposição de Procrustes, eliminando o efeito do tamanho, posição e orientação das escápulas no plano cartesiano, e mantendo apenas a informação da forma. Informado o sexo dos indivíduos, realizou-se uma análise discriminante para cada vista. Com as grades de deformações parciais foi possível perceber discreta variação da forma da escápula entre os sexos nas duas vistas. De uma forma geral, nas duas vista as escápulas masculinas mostram uma forma mais quadrangular (estreitada superiormente e alargada inferiormente) enquanto que as escápulas femininas têm formato triangular e na VP percebe-se que o ângulo superior da escápula é mais obtuso nos homens. A análise revelou DS apenas na VP (p=0,0385), mas não na VA (p=0,3465). No entanto, estes resultados devem ser confirmados com um tamanho amostral mais representativo. PALAVRAS-CHAVE: Dimorfismo sexual; Morfometria geométrica, escápulas humanas.

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ESTUDO DO PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO DA ARTÉRIA BRAQUIAL PROFUNDA E SUAS RELAÇÕES A PARTIR DA BORDA INFERIOR DO MÚSCULO PEITORAL MAIOR

Agrelo HAL 1,2, Alexandre DC 2, Fernandes RMP 2, Babinski MA 2, Paula RC 2,3 1. Hospital Universitário Antônio Pedro / HUAP; 2. Departamento de Morfologia / UFF; 3. Programa de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres / USP

A artéria braquial profunda(ABP) é ramo da artéria braquial, ao nível da borda inferior do músculo redondo menor, podendo não existir ou variar a altura de emergência. Objetivou-se analisar a origem e os ramos da ABP a fim de criar um padrão de variância a partir da borda inferior do músculo peitoral maior(MPM). Neste estudo foram dissecados e avaliados 15 membros superiores de cadáveres adultos do anatômico da UFF, fixados em formaldeído a 10%. As peças foram catalogadas para gerar um padrão de variações anatômicas. Verificou-se que em 1 braço (6,6%) havia ausência da artéria braquial profunda, estando em todos os demais presente. Nestes, foram observados 11 braços (73,3%) que se originaram abaixo do bordo inferior do MPM, sendo que em 5 casos (33,3%) a artéria braquial profunda se originou 3 cm abaixo deste limite; em 3 casos (20%) se originou a 2 cm; em 2 casos(13,3%) 4 cm e em 1 caso (6,6%) 5 cm abaixo. Verificou-se ainda 2 braços (13,3%) onde a ABP surgiu 2 cm acima do bordo inferior do MPM e em 1 braço (6,6%) era ramo da artéria subescapular. Estas possíveis variações tornam confuso o esclarecimento clínico e cirúrgico de lesões na axila, além do suprimento do cotovelo e do ombro. Ademais, desta diversidade, surge a necessidade de um aprofundado estudo da anatomia do membro superior, sobretudo de sua vascularização, utilizando-se peças anatômicas que permitam aos estudantes o entendimento de tais variações.

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ESTUDO DOS EFEITOS MORFO-HISTOPATOLÓGICOS DA GASTROTOMIA CIRCULAR EXTRAMUCOSA COM OMENTOGASTROPLASTIA CIRCULAR PEDICULADA EM RATOS Vasques LC*, Neves VJR, Sá RB, Siqueira SL Universidade Federal de Ouro Preto/MG

ESTUDO ESTRUTURAL DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DE RATOS SOB A INFLUÊNCIA DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A (BTX-A)

A obesidade vem apresentando aumento crescente de prevalência (13% da população brasileira), cujos grandes motivadores são os hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo, inerentes à sociedade contemporânea. A cirurgia bariátrica surgiu como possibilidade de tratamento em casos específicos (presença de comorbidades, por exemplo) e a técnica vem sendo aprimorada continuamente. Porém ainda apresenta riscos cirúrgicos maiores, podendo ocasionar infecções, fístulas, obstrução intestinal e abscessos. Proposta alternativa seria a utilização da omentogastroplastia, dada a capacidade do omento de gerar neovascularização em tecidos postos em seu leito (devido seu grande suprimento sanguíneo), prevenindo infecções, aumentando a resistência das anastomoses e promovendo aderências firmes. Portanto, este estudo objetiva avaliar a ação do omento maior envolvendo o estômago (e se essa técnica permite restrição alimentar), além de verificar sua ação cicatrizante. Para tal, serão realizados 30 experimentos em ratos submetidos à incisão na região pilórica, que será envolvida por segmento pediculado do omento maior (omentogastroplastia circular). Os animais serão observados em períodos de 30, 60 e 90 dias e os estômagos serão analisados quanto à anátomo-patologia e histologia seriadas, após necropsias. Os resultados permitirão observar as características morfofisiológicas experimentais da utilização do omento maior e analisar a eficácia da técnica no que diz respeito à restrição alimentar pelo próprio animal, representando, assim, uma alternativa vantajosa às cirurgias bariátricas. Os dados obtidos servirão de base para discutir o procedimento, incrementar o que já é conhecido e realizar futuros trabalhos

Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal (UFRPE) e Patologia (UFPE)

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Oliveira JB*, Evêncio NETO J, Bezerra MFV, Baratella-Evêncio L

O tratamento da hipersalivação ou sialorréia em pacientes com desordens neurológicas é necessário pelo constante risco de infecção pulmonar. Uma opção terapêutica surge com a aplicação da toxina botulínica em glândulas salivares, mas faltam dados quanto a sua segurança e eficácia no tecido glandular. Este trabalho objetivou observar aspectos histológicos de glândulas submandibulares de ratos tratadas com toxina botulínica do sorotipo A (PROSIGNE®) através da microscopia óptica. Foram utilizadas 42 ratos Wistar, pesando entre 300-360g, sendo 6 para o grupo controle; 18 para o grupo sham, (glândula direita recebeu injeção de 0,1 ml de solução salina fisiológica 0,9%); e 18 para o grupo tratado com BTX-A (recebeu injeção intraglandular de 2,5U de toxina botulínica tipo A). Os grupos sham e tratado foram divididos em subgrupos contendo 6 animais cada, sacrificados com 7, 14 e 28 dias após o tratamento. Os animais foram anestesiados e a glândula submandibular direita excisionada. O material coletado foi fixado em solução de formaldeído a 4% e glutaraldeído 4%, e encaminhado para processamento através da técnica histológica convencional, corados com HE, observados e fotografados. Não foram observadas diferenças nas estruturas parenquimatosas do grupo controle e grupos sham com 7, 14 e 28 dias. No grupo BTX-A, os ácinos serosos mostraram volume acinar diminuído, com pico máximo aos 14 dias após o tratamento. Ao 28º dia, os ácinos serosos aparentavam retornar ao estado original. Apesar da relevância do tema, são poucos os estudos presentes na literatura a este respeito. Com estes dados concluímos que a toxina botulínica BTX-A parece diminuir a secreção acinar, voltando ao seu volume normal à medida que vai se perdendo o efeito da droga.

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ESTUDO ESTRUTURAL DO URETER DE FETOS NORMAIS E ANENCÉFALOS, DURANTE O SEGUNDO TRIMESTRE DE GESTAÇÃO Costa SF*, Carvalho JP, Gomes JG, Pazos HF, Sampaio FJB, Favorito LA Unidade de Pesquisa Urogenital; UERJ

ESTUDO ESTRUTURAL DOS TESTÍCULOS E DA PRÓSTATA DE RATOS SUBMETIDOS A DIFERENTES TIPOS DE DIETAS HIPERLIPÍDICAS. Silva PC*, Furriel A, Gregório BM, Silva PCG, Silva NCS, Costa WS, Sampaio FJB Unidade de Pesquisa Urogenital - UERJ

INTRODUÇÃO: As anomalias do sistema urogenital são frequentes, acometendo cerca de 10% da população. OBJETIVO: Analisar a estrutura morfológica do ureter de fetos humanos sem anomalias congênitas e fetos anencéfalos. METODOLOGIA: Foram dissecados 8 fetos normais e 7 fetos anencéfalos com idade média de 19 semanas ( pós menstruação), retirado o ureter direito, colocado em formalina tamponada pH 7,4, processado e incluído em parafina. Foram feitos cortes de 5m de espessura, e submetidos as seguintes colorações: Tricrômico de Masson e Picrosirius Red. Analisamos o diâmetro lateromedial, diâmetro Antero –posterior, área da luz e espessura da parede com o software Image J. A analise estatística foi realizada pelo teste t de Student (p<0.05). RESULTADOS: Houve uma diminuição significativa no diâmetro latero-medial ( p<0,0024) , espessura da parede (p<0,0144) e área da luz (p< 0,0047). Não houve diferença estatística entre os grupos em relação ao diâmetro antero-posterior. Com relação ao colágeno o grupo normal apresenta uma coloração mais esverdeada enquanto o grupo anencéfalo apresenta uma coloração mais avermelhada. CONCLUSÃO: Fetos anencéfalos apresentaram alterações morfológicas em relação aos fetos sem anomalias congênitas.

INTRODUÇÃO: A obesidade e as suas complicações metabólicas afetam o sistema endócrino e múltiplos órgãos como a próstata e os testículos. OBJETIVO: Estudar a influência da quantidade e da qualidade do lipídio dietético na morfologia da próstata e dos testículos de ratos. METODOLOGIA: 29 ratos machos wistar com idade de 12 semanas foram divididos em três grupos experimentais: NL (Normolipídica; n=9), HF-Col (High Fat rica em colesterol; n=10), HF-Can (High Fat rica em óleo de canola; n=10). A ingestão alimentar e a massa corporal foram avaliadas. A glicemia de jejum foi verificada antes do recebimento da dieta e ao término do experimento. Na 28ª semana os animais foram sacrificados, o sangue foi coletado e a próstata e os testículos dissecados. Os dados foram analisados por One-way ANOVA e pós-teste de Bonferroni. RESULTADOS: A dieta hiperlipídica (HF-can e HF-col) promoveu aumento na massa corporal (p<0,0001), no entanto, apenas o grupo HF-Can mostrou-se hiperglicêmico ao final do experimento (p=0,04). Os níveis séricos de estradiol mostraram-se reduzidos nos grupos HF-Col e HF-Can (p=0,005), não havendo diferença nos valores plasmáticos de testosterona. O grupo HF-col apresentou redução da altura do epitélio seminífero (p=0,003), sem alterar o diâmetro dos túbulos seminíferos. Dados prostáticos revelaram um decréscimo na área acinar dos grupos HF-Col e HF-Can (p=0,003). Porém, não foram observadas diferenças na altura epitelial do ácino nos diferentes grupos. CONCLUSÃO: Os resultados preliminares sugerem que a dieta hiperlipídica, independente do tipo de lipídio, afetam negativamente a próstata e o testículo de ratos adultos.

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ESTUDO EXPERIMENTAL DE ENXERTO DE VEIA AUTÓLOGA PREENCHIDO COM CÉLULAS-TRONCO E PRP NO REPARO DE NERVOS PERIFÉRICOS Rosa Junior GM, Viterbo F, Moroz A, Deffune E, Rodrigues AC, Andreo JC, Buchaim RL, Rosa VC

ESTUDO HISTOLÓGICO DA MUCOSA GÁSTRICA DE CAMUNDONGOS SELVAGENS, P53 E MI/MI TRATADOS COM 5 FLUOROURACIL Conde Junior AM, Paiva CAM, Cavalcante MMAS, Silva ABS, Nogueira LT, Rizzo MS, Borges HL, Brito GAC

Enxertos de nervos periféricos são transplantados para promover a regeneração da via motora e sensitiva; no entanto, sempre deixam sequelas na área doadora. Com o advento da engenharia tecidual, a partir da diferenciação de células-tronco, surgiu uma nova alternativa terapêutica para a regeneração de nervos. O objetivo deste trabalho é estudar a regeneração de nervo mediante tubulização por enxerto de veia autóloga preenchida ou não com células-tronco retiradas de tecido adiposo autólogo. Os animais foram divididos em 5 grupos, sendo 3 controles e 3 experimentais. O G1 (n=10) representou o controle negativo. O G2 (n=10) representou o controle inicial, e o G3 (n=10) representou o controle final. O G4, G5 e G6 (n=20) receberam, após ressecção do segmento nervoso, enxerto de veia jugular externa de 20 mm tubulizando os dois cotos do nervo, sendo que o G4 não recebeu preenchimento, o G5 foi preenchimento com PRP e células tronco, e o G6 somente PRP. Foram realizados testes da marcha e testes eletrofisiológicos e ainda a análise morfométrica das fibras nervosas, observando o diâmetro mínimo da fibra (DMF), diâmetro mínimo do axônio (DMA), área das fibras (AF), área do axônio (AA), área da bainha de mielina (AB) e espessura da bainha de mielina (EB). Os resultados encontrados demonstram diferença estatisticamente significante entre todas as variáveis quando comparamos os grupos experimentais. Na análise morfométrica o G5 obteve melhores resultados atingindo a semelhança com o G3 em duas variáveis. Com os dados apresentados podemos concluir que a utilização de células-tronco com PRP auxilia positivamente no reparo de lesões nervosas periféricas utilizando a veia como tubo.

A mucosa gástrica é revestida por epitélio cubóide simples que sofre invaginações circulares na lâmina própria (Junqueira, 2010). Em pacientes submetidos a tratamento para câncer, o trato gastrointestinal sofre mudanças que resultam em inflamação crônica. A mucosite causada pela administração de drogas citotóxicas tais como 5-FU utilizados na quimioterapia é um efeito colateral frequente. (Loureiro, 2004). Conhecer os mecanismos moleculares e histofisiológicas envolvidos na mucosite permite buscar maneiras de minimizar os danos causados pela administração de quimioterápicos. Nove camundongos de três diferentes genótipos (selvagem, Mi / mi e p53) foram tratados com 5-FU por via intraperitoneal e eutanasiados após três dias. Os fragmentos foram obtidos a partir do estômago, fixados em paraformaldeído por 48h, submetidos a rotina histológica. Os cortes foram corados com hematoxilina e eosina e examinados por microscopia de luz. Foram identificadas alterações na mucosa estomacal dos três genótipos estudados. Nos animais tratados observou-se o desprendimento superficial da mucosa voltada para a região do lúmen e o maior afastamento das fossetas gástricas. Os danos da mucosa foram mais significativos nos animais selvagens , seguido dos genótipos p53 e Mi/mi. Estudos estão em andamento para elucidar o papel das proteínas e dos mecanismos envolvidos na mucosite causada pela 5-Fu, a fim de buscar alternativas para minimizar os danos.

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ESTUDO HISTOLÓGICO DA VASCULARIZAÇÃO DA BOLSA CLOACAL EM AVES DOMÉSTICAS (Gallus gallus domesticus) Da Silva RMN*, Borges LNPM, Figueiredo PO, Lima EMM, Costa LA, Santana MI Universidade de Brasília, FAV

ESTUDO IMAGINOLÓGICO DE LINHAS E ÂNGULOS OCCIPITOVERTEBRAIS EM CRÂNIOS HUMANOS PELA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Simionato D*, Nascimento SRR, Wafae N, Ruiz CR Centro Universitário São Camilo

A bolsa cloacal é um órgão linfoide primário exclusivo das aves, o qual involui naturalmente a medida que a ave envelhece e chega a maturidade sexual. No entanto, o estudo da bolsa também pode ajudar no diagnóstico de doenças infecciosas ou de má qualidade na criação de frangos, além de serem escassos estudos concernentes a sua morfologia e vascularização. O presente estudo foi feito com 7 bolsas cloacais provenientes de galinhas domésticas, com idade entre 8 e 12 semanas e as amostras foram clivadas e coradas com HE de rotina. A entrada dos vasos ocorre em sua maioria nas laterais e região ventral da bursa. Dentro do órgão, foram observados vasos sanguíneos de maior calibre na camada muscular lisa que recobre o órgão. Os vasos então se ramificam, e emitem ramos interfoliculares, entremeados por tecido conjuntivo. Esses vasos são responsáveis pela irrigação de cada vilosidade e emitem vasos menores, não distinguíveis se arteríolas ou vênulas nesta coloração, percorrendo os espaços interfoliculares menores, e emitem uma rede capilar que irriga o córtex do folículo e a região cortico-medular. Não há presença de vasos dentro da região medular. O epitélio luminal da bursa, por sua vez, é composto por epitélio pseudoestratificado, também de chamado de FAE (epitélio associado ao folículo) e por epitélio cuboidal simples, chamado de EIF (epitélio interfolicular). A irrigação do tecido epitelial é composta de vênulas e capilares que percorrem o tecido paralelamente. Há conexão entre a rede capilar dos folículos e os vasos que irrigam o epitélio luminal. No entanto, a maioria das vênulas e arteríolas periluminais observadas vêm da região interfolicular.

A TC e a RM são métodos de imagem fundamentais na elucidação de mal-formações occipitocervicais como a platibasia, impressão basilar e a síndrome de Arnold-Chiari, sendo que a RM vem contribuindo para o diagnóstico anatômico e funcional preciso além do desenvolvimento de novas pesquisas nesta área. As principais medidas utilizadas em diagnostico por imagem para a avaliação de deformidades na junção craniovertebral são a linha de Chamberlain, o ângulo de Mcgregor e o ângulo esfenoidal de Welcher. Nosso objetivo foi a mensuração de algumas destas linhas e ângulos com o intuito de determinar a média das mesmas em relação a idade e sexo. Utilizamos os programas ONIS e OSIRIX em imagens de RM do laboratório de imagem do Centro Universitário São Camilo. Foram estudados 82 exames de RM, sendo 32 homens e 50 mulheres, com idades variando de 1,5 a 89 anos (média de 49a). O ângulo basiesfenoidal variou de 96,5° a 141° (média de 115,61°, ±7,27°); o ângulo de Welcher de 120,21° a 158,6° (média de 138,53°, ±9,62°) e a linha de Chamberlain de 6,33cm a 10,94cm (média de 8,21cm, ±0,92cm). Aplicou-se o teste de Mann-Whitney e como resultado, podemos aceitar a hipótese de que os valores do ângulo basiesfenoidal (z: 0,004), do ângulo de Welcher (z: 0,28) e da medida da linha de Chamberlain (z: 0,86) possuem distribuição igual para ambos os sexos (α: 0,05). Estatisticamente, não há correlação significativa entre a idade e as medidas aferidas no estudo.

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ESTUDO MORFOFUNCIONAL DOS LIGAMENTOS CRUZADOS DURANTE OS MOVIMENTOS DE FLEXÃO E EXTENSÃO DO JOELHO ATRAVÉS DE EXAMES DE IMAGEM

ESTUDO MORFOLÓGICO DA VEIA INTERMÉDIA DO COTOVELO

Garbelotti Jr. SA1,3 *, Pereira VR1, Cyrillo FN1, Lombardi L3, Pelozo Jr., O3,4, Ramalho Jr. A2

Universidade de Rio Verde

1. Depto. de Fisioterapia, Centro Universitário São Camilo - SP; 2. Depto. de Morfologia Universidade Federal de São Paulo - SP; 3. Depto de Fisioterapia, Centro Universitário FMU – SP; 4. Depto. de Fisioterapia, Centro Universitário FIEO

A punção venosa periférica é uma das atividades freqüentemente executadas pelos profissionais da saúde, principalmente pelos trabalhadores de enfermagem e possui um alto nível de complexidade técnico-científico que exige conhecimentos anatômicos, além da habilidade e destreza manual. A veia intermédia do cotovelo é a principal veia utilizada para esse procedimento. O presente trabalho trata-se de um estudo descritivo macroscópico em quatro cadáveres humanos indigentes, onde foi possível identificar e descrever as diferenças morfológicas da veia intermédia do cotovelo. A classificação das veias é baseada em cinco tipos. Em nossa pesquisa, verificaram-se os tipos I (12,5%), II (37,5%), III (0%), IV (25%), V (25%), também foi observado que a veia intermédia do cotovelo possui em média 0,4 cm de calibre, 6,5 cm de comprimento e que se situa em sua maior porção (4,38 cm) acima da prega do cotovelo, em média 3,45 cm distante do epicôndilo medial e 3,92 cm do epicôndilo lateral no nível da fossa cubital, notando a sua estreita relação com o nervo mediano e artéria braquial. Conclui-se que a veia intermédia do cotovelo é assimétrica e não é a veia mais indicada do membro superior para realizar a punção venosa periférica. Recomenda-se aos profissionais da saúde realizar uma análise cautelosa das veias da fossa cubital, utilizar outra veia de calibre semelhante eque outros estudos sejam feitos a fim de descrever as formações venosas da fossa cubital.

Teixeira CS*, Silva KF, Souza VR, Pereira KF, Albuquerque, KP

O conhecimento da anatomia funcional dos feixes que formam os ligamentos cruzados é fundamental para execução de qualquer manobra clínica ou cirúrgica. O objetivo deste trabalho é estudar o comportamento dos feixes de fibras dos ligamentos cruzados através da variação do seu comprimento durante os movimentos de flexão e extensão do joelho. Foram estudados 18 joelhos de cadáveres humanos, que tiveram os ligamentos cruzados anterior e posterior divididos em três feixes de fibras cada. Foram submetidos a exames de radiografia em duas incidências (perfil e ântero-posterior). Calculamos o comprimento dos feixes através de uma rotina matemática de cálculo geométrico e obtivemos a projeção dos mesmos nos três planos reproduzindo o comportamento dos ligamentos no espaço. Observamos que os feixes medial e lateral dos ligamentos cruzados anterior e posterior, têm movimentação não significante (Fisher; P>0,05). Já os feixes centrais na articulação, representados pelo posterior do LCA e anterior do LCP alteraram seu comprimento, respectivamente 6,1 mm e 11,8 mm, alterações consideradas significantes (Fisher; p<0,05), sendo que o feixe posterior do ligamento cruzado anterior apresentou seu maior comprimento e em conseqüência seu maior estado de tensão na extensão a 0º, enquanto, o feixe anterior do ligamento cruzado posterior apresentou seu maior comprimento e em conseqüência seu maior estado de tensão na flexão a 90º. Concluímos que a pouca deformação dos feixes medial e lateral em ambos os ligamentos sugere a participação destes em toda amplitude do movimento garantindo a estabilidade, enquanto o comprimento dos feixes mais centrais variou de forma inversa sugerindo a função de guias do movimento.

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ESTUDO MORFOLÓGICO DO PLEXO MIENTERICO DE CUTIAS (Dasyprocta aguti, Linnaeus, 1766) Góis MB; Gonçalves DD, Cardeal C; Antiqueira FF 1 Universidade Paranaense

ESTUDO MORFOLOGICO DE DEMENCIAS RARAS DO BANCO DE CEREBROS DO CENTRO-OESTE Da Silva WG* ¹, Brasil MSL.², Brasil RRT3, Caixeta L. 4 Mota MS5 1. UFG; 2. UniEvangelica; 3. UFG; 4. UFG; 5. SVO. Anápolis – GO

INTRODUÇÃO: Neurociências têm tentado entender o cérebro humano através de inúmeras modalidades de investigações experimentais, estudos correlacionando achados clínicos com alterações morfológicas e recentemente estudos de materiais dos Bancos de Cérebros. Muito do recente progresso no entendimento das doenças degenerativas do SNC adveio da análise de tecido cerebral colhido de necropsias. OBJETIVOS: Observar as alterações morfológicas macroscópicas e microscópicas do encéfalo e correlacionar com as alterações clinicas e exames radiológicos no processo de envelhecimento normal e nas doenças degenerativas. METODOLOGIA: Os casos foram captados através do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), do SVO/IML de Goiânia e de Anápolis, mediante autorização da família através do termo de consentimento livre e esclarecido. Todos os casos disponham de prontuário médico. As peças foram processadas e armazenadas nas instalações do HC-UFG. RESULTADOS/CONCLUSÃO: foram realizados estudos em 12 casos: 5 com Degeneração Lobar Frontotemporal (DLFT), 1 com Atrofia Cortical Posterior, 1 com doença de Alzheimer, 1 com Demência com Corpos de Lewy, 1 com doença de Creutzfeldt-Jakob, 2 casos de demência na adolescência e 1 com pseudodemência associada à síndrome de Cotard. As amostras foram predominantemente pré-senil. Os casos em que a atrofia frontal era a característica mais marcante tinham história clínica com alterações de comportamento. Atrofia insular foi marcante nos casos de doença de Pick. Os casos de DLFT apresentaram Degeneração Córtico-Basal. O estudo anatômico post mortem proporciona correlações clínico-patológicas importantes.

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A busca pelo conhecimento dos aspectos morfológicos básicos de alguns animais silvestres tem despertado o interesse dos pesquisadores que objetivam a obtenção de novos modelos experimentais. As cutias (Dasyprocta aguti) são roedores da família Dasyproctidae; habitantes das matas brasileiras, são importantes como dispersores de sementes. O trato gastrintestinal (TGI) de herbívoros como estes, apresenta uma serie de adaptações ao meio, como por exemplo, o intestino anterior longo, no intestino posterior, a presença de ceco funcional. Na parede do TGI, é observado o sistema nervoso entérico (SNE), localizado entre a camada longitudinal e circular da túnica muscular, constituído por neurônios, organizados em gânglios intramurais formando o plexo mientérico. Considerando-se as características morfológicas, particularizando-se o SNE, as informações são escassas na literatura referente a cutias. Esta pesquisa destinou-se a avaliar características morfológicas do SNE de uma cutia, particularmente as a organização do plexo mioentérico.Neste estudo, foi utilizado um animal, doado a Universidade Paranaense, Umuarama, PR. pela polícia ambiental do Estado do Paraná. O animal foi submetido imediatamente à necropsia, o jejuno foi retirado, lavado com solução salina, preenchidos e imersos em solução fixadora de formol acético por 24 h. Foram obtidos preparados totais do plexo mientérico a partir da dissecção da túnica mucosa e da tela submucosa. Após, foram corados com solução corante de Giemsa em tampão fosfato Sorense e montados em lâmina e lamínula. Os demais órgãos foram mantidos em freezer a -20 °C, para estudos posteriores. Com base na metodologia, foi possível evidenciar neurônios do plexo mientérico da cutia. Observamos que a organização estrutural dos gânglios do plexo mioentérico, assemelha-se a outros roedores. Estes resultados são preliminares, novas marcações para avaliar a distribuição destes neurônios entéricos são necessárias.

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ESTUDO MORFOLÓGICO E MORFOMÉTRICO DA TRAQUEIA EM PAPAGAIOS VERDADEIROS (Amazona aestiva) Bastos AV*, Araujo DML, Damasceno MRS, Sousa RE, Gomes MVF, Lima EMM, Santana MI Laboratório de Anatomia Veterinária, FAV/UnB

ESTUDO MORFOMÉTRICO DA CLAVÍCULA PARA DETERMINAÇÃO DO SEXO Barreto MIO*, Almeida WM, Albuquerque PV, Silva PMF, Silva EFA, Anderley ARQ, Melo D’PCB, Freitas MFL Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Centro Acadêmico de Vitória (CAV)

Estudos demonstram que o papagaio verdadeiro (Amazona aestiva) é a ave com o 2º maior número de atendimentos em clínicas de animais silvestres, por isso o estudo de sua traqueia tem grande importância, principalmente quando relacionada com procedimentos clínico-cirúrgicos. Nesse estudo foram utilizados 34 papagaios-verdadeiros, sendo 13 machos e 21 fêmeas, doados pelo Laboratório de Patologia Veterinária da UnB. As traqueias foram dissecadas desde seu início, caudalmente à laringe, até sua bifurcação na cavidade celomática. Foram aferidos o número de anéis, o diâmetro da luz traqueal e os comprimentos das paredes dos anéis de três regiões: cranial, média e caudal. Os anéis cartilaginosos são completos, exceto os primeiros 3 a 6 anéis mais próximos à laringe. O comprimento traqueal médio foi de 10,03cm nos machos e de 9,59 cm nas fêmeas. A média do número de anéis foi de 69,54 variando de 64 a 77 nos machos, e de 67,95 variando de 57 a 75 nas fêmeas. O comprimento da parede de cada anel apresentou média de 1,12mm nos machos e 1,17mm nas fêmeas para os anéis craniais, 1,12mm nos machos e 1,11mm nas fêmeas para os médios e 0.98mm nos machos e 0,99mm nas fêmeas para os caudais. A luz da traqueia apresentou um achatamento dorso-ventral na região cranial, que se inverte na região média, e torna-se cilíndrica conforme se aproxima da siringe. A luz traqueal apresentou diâmetro médio de 7,46mm nos machos e 7,54mm nas fêmeas na região cranial, 4,43mm nos machos e 4,51mm nas fêmeas na região média e 3,65mm nos machos e 3,72mm nas fêmeas na região caudal. Os valores morfométricos obtidos para machos e fêmeas não mostraram diferenças estatísticas significativas (p<0,05), sugerindo que não existe dimorfismo sexual para as características analisadas.

A clavícula é um osso longo que juntamente com a escápula forma o cíngulo do membro superior. O dimorfismo sexual está relacionado a uma série de características morfológicas e métricas que são utilizadas na diferenciação entre homens e mulheres, constituindo-se uma etapa necessária na avaliação forense. Sabese hoje que o crânio e a pelve são os ossos mais utilizados para a determinação do sexo, porém, em alguns casos forenses, esses ossos não são encontrados ou estão danificados, havendo a necessidade de alternativas para determinar o sexo. Nesse contexto, foi realizado um estudo morfométrico visando verificar o potencial dimórfico da clavícula na diferenciação entre homem e mulheres. Para tanto, foram utilizados 30 pares de clavículas (15 masculinas e 15 femininas) pertencentes ao acervo do Departamento de Anatomia da UFPE, onde, foram medidas por meio de um paquímetro (150mm - 0,05mm), avaliando-se as seguintes medidas: comprimento máximo (CM), altura e largura da extremidade acromial (AEA e LEA), altura e largura da extremidade esternal (AEE e LEE) e circunferência da diáfise (CD). Através do teste T de Student no antímero direto houve diferença significativa em CM, CD, LEE e AEA todas com p<0,05, onde a média e desvio padrão entre homens e mulheres foram respectivamente: (15.04 ± 0.31) (13.91 ± 0.18); (3.89 ± 0.07) (3.32 ± 0.09); (2.54 ± 0.07) (2.27 ± 0.06); (1.46 ± 0.11) (1.20 ± 0.04). No antímero esquerdo além das medidas acima a LEA também foi significativa: (2.25 ± 0.08) (2.00 ± 0.07). A análise do dimorfismo sexual por meio da clavícula é de grande importância, pois, por meio de suas características morfológicas de rápida visualização e de seus dados métricos permite a diagnose do sexo na ausência de outros ossos como crânio, a pelve.

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ESTUDO MORFOMÉTRICO DA EPÍFISE PROXIMAL DO FÊMUR EM INDIVÍDUOS ADULTOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO Silva KC*, Salgado RFA, Tashiro T, Moraes SRA

ESTUDO MORFOMÉTRICO DA PRÓSTATA DE RATO APÓS ADMINISTRAÇÃO CRÔNICA DE ESTERÓIDE ANABÓLICO Silva MAS. Vargas RA *, De Sena ASM, Oliveira LP, Frankenfeld S, De Souza DB, Costa WS, Sampaio FJB

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Estudos prévios demonstraram que a anatomia proximal do fêmur pode ter valor preditivo no risco de fraturas do fêmur, podendo ainda ser utilizada para estabelecer o tamanho e forma adequados de próteses femorais. O objetivo desse estudo foi traçar um padrão biotipológico do fêmur de indivíduos adultos do estado de Pernambuco e analisar a possível correlação entre a morfometria femoral e o possível risco de fraturas. Foram analisados 90 fêmures (44 direitos e 46 esquerdos) do acervo de peças ósseas de três Instituições de Ensino Superior do Estado de Pernambuco. As mensurações realizadas foram: comprimento do fêmur; ângulo colo-diafisário, comprimento e largura do colo do fêmur e circunferência da cabeça do fêmur. Utilizou-se uma câmara digital (marca Canon) para a realização dos registros fotográficos, que foram posteriormente digitalizados e analisados com o auxílio de um software para realização da morfometria (KeyCAD versão 1.0 Windows). Obtiveram-se os seguintes valores: comprimento do fêmur (cm): D= 42,29 ±2,90 e E= 43,00 ±3,57; ângulo do colo do fêmur (º): D= 131,48 ±5,73 e E= 132,61 ± 4,57; comprimento do colo do fêmur (cm): D= 2,23 ±0,65 e E= 2,22 ±0,53; largura do colo do fêmur (cm): D= 2,55 ±0,64 e E = 2,50 ±0,54; circunferência da cabeça do fêmur (cm): D= 14,07 ±1,7 e E= 13,94 ±1,54. Aplicou-se o teste-t e não houve diferença com relação à lateralidade do fêmur (direito e esquerdo). Os resultados indicam haver diferenças morfológicas na epífise proximal do fêmur de indivíduos de diferentes regiões do Brasil. Desta forma, é necessário atenção para esta diversidade morfológica dos indivíduos com vistas a uma melhor compreensão dos mecanismos que podem desencadear a fratura nesta porção do osso.

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EAs têm sido usados por atletas com o objetivo de melhorar a massa muscular, sendo popularmente associado com distúrbios urogenitais. Contudo as alterações morfológicas da próstata decorrentes do uso de EA não foram descritas. Este estudo tem por objetivo avaliar as alterações da próstata de ratos cronicamente tratados com sobredoses de EA. Vinte e nove ratos foram divididos em quatro grupos: ratos controle, com 105 dias de idade (C105) e 65 dias de idade (C65), submetidos à injeção de veículo e, ratos tratados, com 105 (T105) dias de idade e 65 dias de idade (T65), submetidos à injeção de decanoato de nandrolona na dose de 10 mg.Kg-1 de peso corporal, uma vez por semana, durante oito semanas. Os ratos foram mortos e as próstatas foram coletadas, fixadas e processadas de maneira rotineira para histologia. Cortes de 5µm de espessura foram corados com HE e analisados em microscopia de luz. A altura do epitélio e as densidades do lúmen, epitélio e estroma foram calculadas pelo método de contagem de pontos sob aumento de 400X e 200X. As médias dos grupos foram comparadas pelo teste t de Student. Em todos os casos, a significância foi fixada em um valor de probabilidade de 0.05. A altura do epitélio teve um aumento de 4% no grupo T105 comparado ao grupo C105 (p=0.0011). A densidade do lúmen entre os grupos C65 e T65 apresentou uma diminuição de 7% (p=0.0019). Quanto à densidade do epitélio verificou-se que o tratamento promoveu um incremento de 15% no T105 comparado ao C105 (p=0.0012) e de 17% no T65 comparado ao C65 (p<0.0001). Em relação ao estroma, o uso da nandrolona acarretou uma redução de 18% entre o T105 e o C105 neste parâmetro (p=0.0045). O uso de altas doses de EA promove mudanças estruturais na próstata do rato.

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ESTUDO MORFOMÉTRICO DO ACRÔMIO: POSSÍVEL RELAÇÃO COM A SÍNDROME DO IMPACTO Malafaia N, Menezes O, Viana DES*, Santos GVBS

INTRODUÇÃO: A análise da morfologia do acrômio da escápula nas variações reto, curvo e ganchoso, e sua correlação com a redução do espaço subacromial, poderiam estar associados à maior predisposição ao desenvolvimento da Síndrome do Impacto. Assim, este projeto de pesquisa, visa estudar a morfometria deste segmento ósseo e a sua relevância com a patologia compressiva citada. MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa envolverá o estudo de 39 acrômios em escápulas disponibilizadas em um Laboratório de Anatomia Humana de uma Instituição de Ensino Superior da cidade de Salvador. Serão realizadas a identificação macroscópica do tipo de variação anatômica dos acrômios, bem como, análise morfométrica dos mesmos: maior largura (ML), distância do acrômio ao tubérculo supra-glenoidal (ES), acrômio-processo coracóide (APC) e projeção ântero-posterior (PAP). As medidas serão tomadas em milímetros, com a utilização do paquímetro de precisão 0,05mm. RESULTADOS PARCIAIS: Foram identificadas 18 escápulas esquerdas e 21 direitas. Entre estas, 6 consistiram em acrômios retos e 33 curvos ou ganchosos. Foram observados também 9 acrômios com formação esteofitária e 3 com processo degenerativo. A análise morfométrica de 6 acrômios retos da amostra total permitiram obter os seguintes valores médios: ML= 46,5mm; ES= 31,16mm; APC= 48,6mm e PAP = 41,3mm.

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ESTUDO MORFOMÉTRICO DO PÊNIS DE RATO APÓS ADMINISTRAÇÃO CRÔNICA DE ESTERÓIDE ANABÓLICO Silva MSA, De Sena ASM, Vargas RA*, Oliveira LP, Frankenfeld S, De Souza DB, Costa WS, Sampaio FJB

EAs têm sido usados por atletas com o objetivo de melhorar a massa muscular, sendo popularmente associado com distúrbios urogenitais, incluindo disfunção erétil. Contudo as alterações morfológicas penianas decorrentes do uso de EA não foram descritas. Este estudo tem por objetivo avaliar as alterações do pênis de ratos cronicamente tratados com sobredoses de EAs. Dez ratos foram divididos em dois grupos: ratos controle, com 105 dias de idade (Ctrl), submetidos à injeção de veículo e ratos tratados, com 105 (Trat) dias de idade, submetidos à injeção de decanoato de nandrolona na dose de 10 mg.Kg-1 de peso corporal, uma vez por semana, durante oito semanas. Com 161 dias de idade (Ctrl e Trat), os ratos foram mortos e os pênis foram coletados, fixados e processados de maneira rotineira para histologia. Cortes de 5µm de espessura foram corados com Tricrômico de Massom e analisados em microscopia de luz. As densidades do espaço sinusoidal, tecido conjuntivo e músculo liso do corpo cavernoso foram calculadas pelo método de contagem de pontos sob aumento de 400X. As médias dos grupos foram comparadas pelo teste t de Student. Em todos os casos, a significância foi fixada em um valor de probabilidade de 0,05. A densidade do espaço sinusoidal entre os grupos Ctrl e Trat apresentou um aumento de 21% (p=0.0006). Quanto à densidade do músculo liso verificou-se que o tratamento promoveu uma redução de 16% (p=0.0004). Em relação ao tecido cojuntivo o uso da nandrolona não acarretou difrença entre os grupos neste parâmetro. O uso de altas doses de EAs promove mudanças estruturais no pênis do rato que podem estar relacionadas com a disfunção erétil.

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ESTUDO MORFOMÉTRICO E MICROSCÓPICO DE GLÂNDULAS SALIVARES DE RATOS INTOXICADAS CRONICAMENTE COM ETANOL Fernandes LMP, Teixeira FB, Santana LNS, Maia CSF, Alves Junior SM, Pinheiro, JJV, Lima RR* Universidade Federal do Pará O uso crônico do álcool é crescente na população mundial e hoje já se destaca como um dos mais graves problemas de saúde pública. Seus efeitos têm sido estudados em diversos tecidos e órgãos evidenciando diversas anormalidades, inclusive nas glândulas salivares. Esta investigação tem o objetivo de analisar morfométrica e microscopicamente as alterações em glândulas salivares parótida e submandibular de ratos intoxicados cronicamente com etanol. Para tal, foi realizada intoxicação em ratos wistar, n=20, fêmeas, de 35 a 90 dias de vida, com etanol na concentração de 6,5 g/kg/dia de álcool no grupo denominado experimental, e solução salina no controle, via gavagem, durante 55 dias. Após esse período, as glândulas foram coletadas, mensuradas em comprimento e largura com paquímetro digital, processadas para histologia, cortadas em secções de 5µm e coradas em Hematoxilina/Eosina e Tricromo de Mallory e avaliadas quanto aos achados morfológicos mais significativos e quanto ao diâmetro dos ductos. Para análise estatística os testes usados foram o Teste t Student e Mann Whitney, considerando p< 0.05. Os resultados mostraram que tanto a glândula parótida como a submandibular apresentaram diferenças significantes nas mensurações de comprimento e largura. Microscopicamente, foi observado apenas na parótida redução no diâmetro do lúmen de ductos estriados. O uso crônico do álcool nessa janela de intoxicação mostrou ser capaz de provocar danos macro e microscópicos nas glândulas parótida e submandibular.

ESTUDO MORFOQUANTITATIVO DOS NEURÔNIOS MIOENTÉRICOS HuC/HuD, DO JEJUNO DE RATOS DIABÉTICOS APÓS SUPLEMENTAÇÃO COM QUERCETINA Souza SRG*, Frez FCV, Zignani I, Partyka LA, Perego LM, Martins JVCP, Zanoni JN *Universidade Estadual de Maringá/DCM A hiperglicemia, resultante do diabetes mellitus acarreta em complicações crônico-degenerativas como a neuropatia diabética com evidente perda neuronal. O objetivo desse trabalho foi avaliar, sob os aspectos morfométrico e quantitativo a população total de neurônios mioentéricos imunoreativos à proteína Hu (HuC/HuD) de ratos diabéticos, suplementados com quercetina (200mg/kg). Foram utilizados 28 ratos machos Wistar, divididos em 4 grupos: controle (C), diabético (D), normoglicêmicos suplementados com quercetina (Q) e diabético suplementado com quercetina (DQ). Após 120 dias da indução do diabetes, por estreptozootocina, os animais foram sacrificados e os preparados totais da túnica muscular foram submetidos à técnica de imunohistoquímica para evidenciação de neurônios imunorreativos a HuC/HuD, considerado um marcador paneural. Para a análise quantitativa foram contados todos os neurônios presentes em 30 imagens, capturadas em objetiva de 20X, enquanto que a analise morfométrica foi realizada em 800 corpos celulares de neurônios Hu mioentéricos. O diabetes causou redução significativa (p<0,0001) de 22,74% e 21,65% na população total de neurônios por amostragem tanto no grupo D quanto no grupo DQ, respectivamente, quando comparado ao grupo C. Por outro lado a suplementação com quercetina promoveu um aumento significativo (p<0,00001) de 16,08% na área do perfil celular de neurônios do grupo DQ em relação ao grupo C e 13,00% em relação ao grupo D. Os resultados mostram que a suplementação com quercetina não foi capaz de prevenir a redução da densidade neuronal ocasionada pelo diabetes, porém induziu um aumento na área do corpo de neurônios imunorreativos a Huc/HuD do plexo mioentérico do jejuno de animais diabéticos.

PALAVRAS

CHAVES:

diabetes

mellitus,

quercetina,

neurônios

mioentéricos, neurônios HuC/HuD imunoreativos. APOIO: CNPq e Fundação Araucária de Apoio à Pesquisa do Estado do Paraná.

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ESTUDO PRELIMINAR DA MORFOMETRIA CRANIANA EM Molossus molossus (CHIROPTERA: MOLOSSIDAE) Lima Júnior NB1*, Arandas MJG2, Arandas JKG2, Marinho KSN1, Antonio EA1, Alves ECBA1, Santos KRP1 1 UFPE; 2UFRPE

ESTUDO OBSERVACIONAL ANALÍTICO DA DIDÁTICA DAS MONITORIAS DE ANATOMIA HUMANA DAS FACULDADES DE MEDICINA DA UFTM E UFG Castro RF*; Gonçalves PM, Shiguenaga TS, Magalhães DP, Rodrigues Filho AO, Correa VLB Universidade Federal do Triângulo Mineiro

INTRODUÇÃO: é fato a existência de diferenças entre o ensino da Anatomia Humana por monitores de diferentes instituições. Cada meio de apresentar o conteúdo para os alunos tem seu aspecto positivo e revés. Discute-se sobre as divergências de técnicas de aprendizado utilizadas. OBJETIVOS: avaliar e comparar a didática de monitores de Anatomia Humana e a forma como o conteúdo é ministrado, sob a perspectiva de alunos de duas instituições: UFTM e UFG. METODOLOGIA: aplicou-se questionário em alunos da UFTM e UFG que cursaram a disciplina em 2011, avaliando: frequência de monitorias, acessibilidade ao monitor, domínio do conteúdo pelo monitor, acessibilidade às peças anatômicas, modalidade didática, correspondência entre assunto ministrado em monitoria e aulas. Aplicou-se o teste qui-quadrado de comparação entre proporções. RESULTADOS: dados com significância estatística são: frequência dos alunos nas monitorias, padrão de acesso às peças e disponibilidade dos monitores. Nota-se que na UFTM, 43,47% dos alunos frequentam de 21 a 30h mensais, carga horária mais elevada que da UFG (67,85% frequentam de 0 a 5h). Na UFG há maior acesso às peças: 20,23% refere ter livre acesso a todas elas; mas ambas as universidades declararam que há o predomínio de acesso restrito a certas peças (UFTM 75,36% e UFG 75%). Segundo os acadêmicos, na UFTM há predomínio de horários fixos de monitoria (60,86%), na UFG, horários arbitrários (52,38%). CONCLUSÕES: nota-se que na UFTM monitores oferecem horários pré-estabelecidos, contribuindo para maior adesão às monitorias. Na UFG os alunos pouco frequentam as monitorias, mas tem acesso à maior número de peças. Ambas as abordagens contribuem para o aprendizado, mas favorecem diferentes perfis de alunos.

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Molossus molossus é uma espécie de morcego que pertence a família Molossidae. O hábito alimentar é insetívoro e está amplamente distribuído pelo Brasil. Em relação às medidas morfométricas cranianas, notase que ocorrem diferenças entre machos e fêmeas, onde pode relaciona-se com a região de ocorrência. O objetivo desse trabalho é analisar as seguintes medidas morfométricas cranianas: comprimento total do crânio (CT) (mm), comprimento côndilo-basal (CB) (mm), comprimento da mandíbula (CM) (mm) e largura pós-orbitária (LP) (mm) de M. molossus em áreas do município de Vitória de Santo Antão, PE – Brasil. Foram utilizados 14 espécimes adultos, sendo 8 machos e 6 fêmeas. Os crânios foram retirados por abertura bucal através do afastamento da pele. Em seguida dissecados com o uso de larvas Dermestes (Coleóptera: Dermestidae). Para a tomada das medidas cranianas foi utilizado paquímetro digital. Para análise estatística foi utilizado o teste t a 5% de significância. Os resultados morfométricos demonstraram diferenças significativas (p<0,01) entre os sexos para as variáveis CT, CB e CM, os machos apresentaram as maiores médias para essas variáveis (CT = 18, OO + 0,24), (CB =17,41 + 039) e (CM = 12,52 + 0,30) em comparação as médias obtidas pelas fêmeas (CT =16,84 + 0,28), (CB=16,32 + 0,42) e (CM = 11,92 + 0,32). Não foi observada diferença significativa entre sexo para a variável LP, porém os machos apresentaram a maior média (LP = 3,64 + 0,15) em relação às fêmeas (3,50 + 0,22). Nossos resultados confirmam a existência de dimorfismo sexual em M. molossus. A literatura menciona a presença de dimorfismo sexual na espécie em questão em diversas regiões, tais como Guatemala, Colômbia, Paraguai e em áreas de Caatinga e Cerrado no Brasil.

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ESTUDO SOBRE A CALCIFICAÇÃO ENTRE OS CÔNDILOS OCCIPTAIS E FACE ARTICULAR SUPERIOR DA VÉRTEBRA C1

ESTUDO SOBRE AS TÉCNCAS DE CONSERVAÇÃO DE PEÇAS CADVÉRICAS PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE ANATOMIA HUMANA Santos AJCA*, Brito VC2, Silva ELA3 2 3 *, , UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

Prosdócimi FC, Boni RC*, Bonsi AB, Ottoni CEC, Schimdt AG, Soares LT, Pitombeira EM, Mascaro MB

RESUMO Calcificação discal é a deposição de cálcio em discos intervertebrais, frequentemente encontrado por acaso durante um exame para outro problema. Os depósitos de cálcio são um sinal de alterações degenerativas na estrutura do disco e, geralmente, não causam sintomas. Esse tipo de alteração pode ocorrer em indivíduos com 60 anos de idade ou mais e também em indivíduos menores de 20 anos de idade (sendo que nesse grupo os depósitos tendem a diminuir espontaneamente). É um processo degenerativo crônico, geralmente assintomático, se houver dor é aconselhável o uso de medicamentos analgésicos, incluindo o descanso das atividades, aplicação local de gelo ou calor e atividades de condicionamento geral. Fisioterapia pode ser usada para diminuir dor, aumentar força e melhorar a mecânica corporal. As restrições do paciente são determinadas pela condição que causa dor a esse individuo, sendo que a dor varia de acordo com o posicionamento da calcificação. OBJETIVO Pesquisar as modificações anatômicas e as conseqüências causadas pelas calcificações discais MATERIAL E MÉTODO A pesquisa será feita através da observação detalhada de peça cadavérica que apresenta calcificação entre os côndilos occipitais e a face articular superior da vértebra C1 (Universidade Paulista) através de análise macroscópica fotográfica e microscópica através de retirada de material da peça cadavérica e análise em laboratório de Patologia Cirúrgica da Universidade Paulista - UNIP. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cotias et al. Alcaptonúria (ocronose). J Br Patol Med Lab. 2006;42(6):437-40. Rodrigues et al. Análise comparativa e Histopatológica entre hérnia de disco contida e extrusa. Columna. 2011;10(1):55-7.

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A utilização de cadáveres humanos é um método de ensino muito utilizado nas universidades, ajudando no processo de interação e desenvolvimento de conceitos científicos. O objetivo das técnicas de conservação é manter as características morfológicas das peças o mais semelhante possível com as encontradas no individuo vivo.Avaliar as técnicas de Formolização e Glicerinação, procurando saber qual traria maiores benefícios ao processo de ensino-aprendizagem de anatomia humana. Foi realizada uma pesquisa descritiva através de um levantamento bibliográfico das bases de dados do SciELO, PubMed, sobre a temática da conservação de peças anatômicas pelos métodos de formolização e glicerinação.A conservação através do formaldeído é a mais utilizada, dado ao seu baixo custo e rápida penetração tecidual (6 milímetros em doze horas).Contudo, traz como contraponto um odor forte que irrita as mucosas, além do mais, é um produto volátil, e tóxico a humanos e é classificado como carcinogênico. Além disso, as peças formolizadas são pesadas e perdem a sua coloraçãoadquirindo uma coloração mais escura com o passar do tempo. Já a técnica da glicerinação mantém a integridade das peças, as mantem leves e atóxicas, e sem o odor desagradável como o das peças formolizadas, porem a técnica custa quatro vezes e meia mais que a formolização e leva quinze dias para a impregnação da glicerina. A formolização não deveria ser mais utilizada em preparação de peças anatômicas para estudo e ensino porque o formol é prejudicial à saúde daqueles que manuseiam as peças e a glicerinação é uma alternativa para laboratórios de Instituições de Ensino Superior por seus benefícios se comparada a formolização. PALAVRAS-CHAVE: Técnicas, conservação, formolização e glicerinação.

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ESTUDO SOBRE O CONHECIMENTO ANATÔMICO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DA CIDADE DE CUITÉ-PB ASPIRANTES AO INGRESSO NO CURSO SUPERIOR Baptista VIA, Medeiros LMA, Lima JM, Scardua A, Baptista JS* Universidade Federal de Campina Grande - UFCG *Universidade Federal do Espírito Santo - UFES A inserção de alunos no ensino superior com baixo rendimento e pequena informação acerca de assuntos biológicos e anatômicos, particularmente nos cursos da saúde, levou ao desenvolvimento desse estudo. Sendo assim, objetivou-se investigar o conhecimento sobre anatomia humana que os alunos do terceiro ano do ensino médio das escolas públicas (Pu) e privada (Pi) do município de Cuité-PB possuem, visto que são os aspirantes a uma vaga no ensino superior da UFCG. O instrumento de coleta de dados foi um questionário com questões de desenho de órgãos, descrição das suas respectivas funções e denominação de regiões do corpo, sendo as respostas posteriormente submetidas à análise descritivo-exploratória, e avaliações estatísticas descritivas (frequência e porcentagem), com apresentação dos resultados da escola Pu e Pi. O coração foi o órgão mais desenhado em ambas as escolas, seguido dos pulmões e o cérebro. Observou-se que os alunos frequentemente erraram as formas destes órgãos: O coração obteve 59% e 81%, o cérebro 54% e 60% e os pulmões 42% e 37%. Quanto à localização, o fígado obteve 60% de erros na Pu e 67% na Pi, sendo também a estrutura anatômica com maior porcentagem de funções denominadas erroneamente (88%). Na questão referente à identificação das regiões anatômicas ocorreram muitos equívocos e/ou utilização de terminologias populares. Esses resultados demonstram a insuficiência destes conceitos no ensino médio. Sendo assim, este resultado diagnostica margem para possíveis intervenções que visem reduzir estas deficiências nesta fase educacional, promovendo a formação pessoal de cada indivíduo e fornecendo suporte para a progressão do indivíduo na vida social e universitária, sobretudo, na área da saúde.

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ESTUDO TOPOGRÁFICO E MORFOMÉTRICO DAS PONTES DE MIOCÁRDIO EM CORAÇÕES BOVINOS Gomes FGFLR*, Farias ELP, Torres MFP, Schuh R, Veronez DAL Universidade Federal do Paraná

A ponte de miocárdio caracteriza-se pela presença de um ou mais feixes de fibras musculares estriadas cardíacas que se sobrepõem a um segmento de um determinado ramo das artérias coronárias: direita e esquerda. Funcionalmente, ocasiona um estado de vasoconstrição durante a sístole, com subseqüente normalização na diástole. A literatura apresenta-se rara e controversa em afirmar a associação entre a localização e extensão das pontes de miocárdio com eventos isquêmicos em corações bovinos. Considerando tais fatos, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um estudo topográfico e morfométrico das pontes de miocárdio em corações bovinos. Foram utilizados 80 corações bovinos, adultos, fornecidos pelo Departamento de Anatomia da Universidade Federal do Paraná. Todos os corações, previamente numerados e fixados em solução de formalina a 10%,foram dissecados para remoção criteriosa do pericárdio seroso visceral e exposição das pontes de miocárdio. Em seguida, foi feita a identificação topográfica das pontes de miocárdio e posteriormente a fotodocumentação dos corações acompanhados com escala métrica. Todas as imagens obtidas foram submetidas a um programa de análise biométrica das pontes de miocárdio (software Image J, versão 1.42i – National Institute of Health). Os resultados obtidos permitiram concluir que as pontes de miocárdio foram identificadas em 53,75% dos corações bovinos. A localização topográfica mais freqüente das pontes apresentouse sobre o ramo da artéria coronária esquerda, sendo 32,50% no terço médio, 18,75% na região proximal e 2,50% distal do seu ramo paraconal. Constatou-se na análise morfométrica que a largura média das pontes de miocárdio foi de 26,14mm, variando de 8,36mm a 58,38mm.

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ESTUDO ULTRAESTRUTURAL DO MÚSCULO GASTROCNÊMIO DE RATOS SUBMETIDOS A DIETA NORMO E HIPERCALÓRICA APÓS NATAÇÃO E LASER Matheus SMM1*, Aquino Junior AE2,3, Duarte FO4, Fiorese MS5, Duarte ACGO3,5,Parizotto NA2,6, Bagnato VS2,7 (1)*Departamento de Anatomia/IBB/Unesp/Botucatu micmath@ibb.unesp.br, (2)Programa de PósGraduação em Biotecnologia (UFSCar), (3)Departamento de Educação Física – Laboratório de Nutrição e Metabolismo Aplicado ao Exercício (UFSCar), (4)Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (UFSCar), (5)Universidade Camilo Castelo Branco – Unicastelo/ Descalvado, (6)Departamento de Fisioterapia (UFSCar), (7)Instituto de Física de São Carlos (USP), São Carlos/SP O laser de baixa intensidade (LLLT) pode promover alterações mitocondriais, podendo ser um fator auxiliar no controle de doenças cardiovasculares, do sobrepeso e obesidade, podendo contribuir para melhora do desempenho muscular. Com a finalidade de analisar o efeito do LLLT,32 ratos divididos em 2 grupos Normocalórico e hipercalórico, foram subdivididos em grupos sedentário, exercitado,com e sem aplicação de laser. O grupo exercitado realizou exercício aeróbio moderado (natação),05 vezes por semana( 08 semanas).Após o exercício foi realizada aplicação do LLLT, sobre o músculo gastrocnêmio. 24 horas após o último treino os animais foram eutanasiados e os músculos reduzidos, fixados em Karnovsky e preparados para microscopia eletrônica de transmissão. A ultraestrutura revelou sarcômeros íntegros contendo miofibrilas organizadas, no grupo sedentário com laser foi observada uma tendência de aumento no número e tamanho das mitocôndrias e de vasos sanguíneos. No grupo sedentário hipercalórico foram observadas algumas alterações focais: presença de núcleo central e vesículas dilatadas contendo material amorfo. As junções neuromusculares analisadas apresentaram morfologia normal das regiões pré e pós-sinápticas em todos os grupos estudados. Desse modo conclui-se que o laser não causou danos musculares, promoveu aumento de vasos sanguíneos e mitocôndrias, podendo ser utilizado como coadjuvante para melhora de desempenho físico ou após lesões.

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EVENTOS MORFOLÓGICOS E BIOMECÂNICOS NO TECIDO ÓSSEO FRENTE À DESINTOXICAÇÃO ALCOÓLICA *Ferreira LVC, Marchi, KC, Souza ALT, Horvath RO, Silva TD, Nakagaki WR, Camilli JA, Soares EA * Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS OBJETIVO: Avaliar os efeitos do consumo crônico de etanol e da desintoxicação alcoólica sobre a resistência mecânica do osso e neoformação óssea junto a implantes de hidroxiapatita densa (HAD) realizados em ratos. MÉTODOS: Foram utilizados 15 ratos divididos em três grupos, sendo controle (CT), alcoolista crônico (AC) e desintoxicado (DE). Após quatro semanas, foi realizada implantação de HAD na tíbia e produzida falha no osso parietal, em seguida o grupo AC continuaram a consumir etanol e o grupo DE iniciaram a desintoxicação. Ao completar 13 semanas os animais sofreram eutanásia, os ossos foram coletados para o processamento histomorfométrico e os fêmures encaminhados ao teste mecânico de resistência. RESULTADOS: Os animais do grupo AC apresentaram menores valores de neoformação óssea, de calcemia e resistência mecânica, quando comparado aos grupos CT e DE. Os animais dos grupos DE apresentaram valores superiores em todas as variáveis avaliadas em relação ao grupo AC. CONCLUSÃO: O consumo de etanol na interferiu na osteogênese ao redor de implante de HAD, nos níveis de cálcio e na resistência mecânica óssea. A desintoxicação alcoólica se mostrou eficaz, pois aumentou à osteogênese e osseointegração da HAD, a calcemia e resistência mecânica óssea. DESCRITORES: Etanol; Alcoolismo; Hidroxiapatita; Biomecânica.

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EVOLUÇÃO DA CARDIOMIOPATIA EM CAMUNDONGO MDX: ANÁLISE FUNCIONAL E MORFOLÓGICA Pereira JA*, Moreira DO, Maurício AF, Marques MJ, Santo Neto H Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP

EXAME RADIOLÓGICO REVELA VARIAÇÃO ANATÔMICA NA JUNÇÃO CRÂNIO-VERTEBRAL INCOMUM EM PACIENTE VÍTIMA DE POLITRAUMA Alexandre DC*, Agrelo HAL, De Paula RC, Dias MS, Rocha MO, Fernandes RMP, Babinski MA Departamento de Morfologia, Instituto Biomédico - Universidade Federal Fluminense

A fibrose e as alterações eletrocardiográficas são características patológicas observadas no coração de pacientes com distrofia muscular de Duchenne (DMD) e no camundongo mdx, modelo da DMD. Correlacionar a fibrose cardíaca com a mudança temporal nos parâmetros eletrocardiográficos e o nível da citocina pro-fibrótica (TGF-β1) na evolução da cardiomiopatia em camundongos mdx. Foram utilizados camundongos mdx de ambos os sexos, com idades de 11, 13 e 17 meses. A avaliação funcional foi realizada in vivo com eletrocardiógrafo na derivação DII. O músculo cardíaco foi dissecado para análise histopatológica com tricrômico de Masson e os níveis de TGF-1 foram avaliados por western blot. A análise histopatológica mostrou aumento progressivo da fibrose miocárdica com a idade. Aos 17 meses a fibrose cardíaca alcançou 13,1±3,9% um aumento significativo com as demais idades (mdx-11 meses 6,1±1,0%; mdx-13 meses 8,6±1,2% p<0,05ANOVA). Os níveis de TGF-1 estão aumentados nos estágios intermediários da cardiomiopatia, atingindo um pico aos 13 meses (3,0±0,7%) seguido de redução significativa aos 17 meses (1,8±0,3%p<0,01ANOVA). Os parâmetros eletrocardiográficos revelaram comprometimento da condução do impulso elétrico no coração distrófico com a progressão da fibrose. O índice de cardiomiopatia dado pela razão dos intervalos QT/PQ foi maior aos 17 meses (1,5±0,1) um aumento de 79% e 48% comparados com as idades de 11 e 13 meses respectivamente (p<0,01ANOVA). O traçado eletrocardiográfico demonstrou prolongamento do intervalo QRS, aprofundamento da onda Q e intervalo PR encurtado, em todas as idades. A fibrose miocárdica e as alterações no eletrocardiograma estão associadas com a evolução da cardiomiopatia em camundongos mdx. Os níveis do TGF-β1 podem não estar relacionados com a progressão temporal da fibrose.

As anomalias congênitas vertebrais da junção crânio-vertebral são relacionadas às Síndromes de Down ou de KlippelFeil, sendo nestas circunstâncias mandatória a pesquisa de anomalias na referida região. A presença de anomalias congênitas no atlas de indivíduos aparentemente normais, interpretados como achados acidentais em radiografias, é rara. Variações vertebrais são mais relacionadas à instabilidade do que à falta de segmentação ou formação de partes da vértebra. Muitas vezes, este achado representa uma dificuldade na abordagem ao politraumatizado, em que esta anomalia pode ser interpretada como fratura, ou na abordagem do paciente com fraturas cervicais associadas a estas anomalias. Descrevemos um caso de má formação do arco posterior do atlas em paciente vítima de acidente automobilístico. No momento do atendimento, a referida anomalia, notada nos exames de rotina, gerou dúvida quanto à relação com o trauma e a conduta. Paciente R.L.S., 33 anos, do sexo masculino, deu entrada no setor de emergência, trazido por paramédicos. Na rotina radiográfica foi notada alteração na região cervical, com descontinuidade entre a região anterior do atlas (massas laterais) e seu processo espinhoso. O paciente foi levado à tomografia computadorizada e à avaliação especializada para se estabelecer o diagnóstico diferencial entre a etiologia congênita e a relação com trauma ou tumores, como ocorrido e apresentado em alguns relatos, ou até estabelecer a associação entre alterações traumáticas em pacientes portadores de anomalias congênitas. No presente relato, a má formação da parte posterior do atlas foi inicialmente interpretada como relacionada ao trauma, só descartada após exame detalhado e avaliação multidisciplinar.

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FACILITAÇÃO DO ENSINO-APRENDIZAGEM EM ANATOMIA HUMANA ATRAVÉS DA PINTURA DE ACIDENTES ANATÔMICOS DE OSSOS Zoratti MTR1*, Abe R1, Rocha IR1, Borges RA1, Passos AEA1, Tampelini FS2. 1 Discente de graduação em Medicina; 2Docente de Anatomia Humana Universidade Federal de Mato Grosso –UFMT

EXPRESSÃO E LOCALIZAÇÃO DE AQUAPORINA 1 (AQP1) NO EPIDÍDIMO EM OVINOS ADULTOS Schimming BC*, Matteis R, Machado CM, Scarano WR, Fávaro WJ, Pinheiro PFF, Domeniconi RF Departamento de Anatomia, Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP e Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP

As aquaporinas (AQPs) são proteínas essenciais para a regulação do volume celular e transporte de água transepitelial, fornecendo um mecanismo para o rápido movimento de água através do epitélio com baixo gasto de energia. O transporte de água e soluto no epidídimo é necessário para se estabelecer um ambiente luminal próprio para a maturação e o armazenamento de espermatozóides. Com o objetivo de identificar a expressão da AQP1, usou-se epidídimos de cinco animais, os quais foram destinados à rotina de imunohistoquímica para identificação de AQP1. O ápice do epitélio de revestimento dos ductos eferentes epididimários mostrou intensa reatividade à AQP1, já a reação encontrada no citoplasma destas células foi fraca. Esta reatividade positiva também foi observada de modo moderado no citoplasma apical das células epiteliais do segmento inicial do epidídimo. Na região da cabeça epididimária, os estereocílios e os espermatozóides contidos no lúmen tubular, reagiram intensamente à AQP1. Esta expressão da AQP1 no segmento inicial e na cabeça epididimária foi diferente do relatado para os mesmos segmentos em outros mamíferos, como o rato e o cão. As regiões do corpo e cauda epididimários apresentaram o mesmo padrão de reação para a AQP1, onde a mesma foi positiva apenas nas células endoteliais de canais vasculares localizados no estroma peritubular e no interstício do ducto epididimário, corroborando os achados no epidídimo do rato e do cão. Baseado nos nossos resultados, pode-se inferir que nos ovinos, provavelmente, a reabsorção ativa de fluidos ocorre nos ductos eferentes e nas regiões proximais do epidídimo (segmento inicial e cabeça).

O estudo dos acidentes anatômicos dos ossos, durante as aulas práticas de anatomia, é dificultado por diversos fatores: ausência de pessoal qualificado, desgaste – ou até mesmo quebra – das peças, falta de material de boa qualidade e o obstáculo em localizar tais estruturas. Com o intuito de aperfeiçoar os estudos e aproximá-lo da metodologia ativa, utilizamos a pintura como mecanismo didático para destacar ossos, suas partes e acidentes ósseos. Utilizamos como material, ossos do acervo da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Em cada osso foram aplicadas duas camadas de verniz acrílico, a fim de proteger, melhorar a estética e facilitar a posterior pintura colorida das peças. Utilizando tinta acrílica fosca de diversas cores, foram aplicadas duas demãos nos diferentes ossos, partes e acidentes a serem destacadas. Por fim do processo de pintura, foram aplicadas mais duas demãos de verniz para proteger a tinta, permitindo o manuseio das peças pelos alunos. Após a conclusão da pintura, foi elaborado um roteiro de estudo relacionando a cor da parte pintada com a nomenclatura anatômica atual da região óssea. Como resultado da técnica, observamos maior frequência, interesse e participação em aulas práticas e em horários de estudo orientado, bem como um aumento da autonomia dos alunos com o estudo, uma vez que esse deixa de ser passivo do ensino e passa a ser ativo do mesmo. Concluímos que houve uma otimização do tempo despendido na preparação e execução das aulas práticas e do estudo orientado, sendo uma ferramenta didática importante como alternativa para o ensino da Anatomia Humana.

Figura 1- Vista posterior do sacro pintado com diferentes cores para evidenciar os acidentes anatômicos.

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Figura 2- Vista anterior do sacro pintado com diferentes cores para evidenciar os acidentes anatômicos.

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FATORES DE ESTRESSE NA DISCIPLINA DE ANATOMIA HUMANA Moreira*SM*, Matias KK, Melo MAO, Veras LGF, Moreira SMBP, Silva MFB, Roncato BB.

A disciplina de anatomia humana, oferecida nas entidades de ensino superior, compõe o rol das matérias de cunho básico, dos cursos da área de saúde; que talvez gere um alto índice de ansiedade, por parte dos ingressantes e já discentes. Com o intuito de elucidar as causas e talvez amenizar os possíveis fatores de estresse causados pela disciplina na trajetória acadêmica, foi realizada uma pesquisa com alunos de primeiro período da faculdade Estácio de Sá de Goiás. Na qual se obteve os seguintes resultados em relação ao fator de maior estresse na disciplina anatomia: Dos pesquisados 6,21% relataram que o contato com as peças anatômicas foi seu maior fator de estresse, seguidos por 8,96% , onde o quesito foi o odor característico, outros fatores 10,34%, avaliação 10,69% e linguagem anatômica 23,10%. Dentre os fatores pesquisados o de maior índice, ficou com a quantidade de conteúdo, a qual apresentou o percentual de 40,69% de apontamento por parte dos pesquisados. Onde chegou-se a conclusão que a quantidade de conteúdo a ser estudado, aliada a linguagem anatômica, reflexo talvez do nível de ensino básico e médio, fossem os maiores causadores deste distúrbio psicológico, sem contudo não salientarmos que o odor não característico de nosso dia-a-dia, e a relação que o mesmo faz com nosso emocional, ajude a transparecer nossa cultura e outras questões relacionadas ao contato como cadáver, o que intensifica ainda mais a necessidade de tal tema no meio acadêmico.

Figura 3- Vista posterior (dorsal) da escápula pintada com diferentes cores para evidenciar os acidentes anatômicos.

Figura 4- Vista anterior (costal) da escápula pintada com diferentes cores para evidenciar os acidentes anatômicos.

Figura 5- Vista da base interna do crânio pintada com diferentes cores para evidenciar os diferentes ossos que constituem o neurocrânio.

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FIBROSIS IS REDUCED IN EXPERIMENTAL TENDON LESION BY RADIOFREQUENCY

FEMORAL ARTERY IN CAPUCHIN MONKEY (Cebus negritus): CASE REPORT

Akamatsu FE, TeodoroW, Saleh S Sarmento APM, Andrade M, Jacomo AL

Senos R, Azeredo PC, Benedicto HG, Bombonato P Universidade Federal Fluminense

The Cebus nigritus is a Brazilian monkey species usually found in southeast and south region. The species is near threatened of extinction and data about it are necessary. We used two pelvic limbs of female C. nigritus fixed in 10% formaline. The arteries were injected with neoprene latex to facilitate the dissection. The dead specimen was donated from Niteroi Zoo. The femoral artery was dissected after exposure of the muscles. It arose from external iliac artery distally to the deep femoral artery origin. The first branch of the femoral artery was the proximal caudal femoral artery which entered in gracilis muscle. The second branch was the lateral circumflex femoral artery that supplied the tensor fasciae latae, sartorius and quadriceps femoris muscle. Distally, the big third branch appeared and ran caudal-laterally to middle third of the femur where it was divided in smaller branches to supply especially the adductor muscle. The fourth and fifth branches are small and went straightly to adductor and vastus medialis muscle. Other great branch was originated in sequence and supplied the same muscles. Then, we found the saphenous artery and the descending genicular artery as its branch. The middle caudal femoral artery was sent distally the saphenous and supplied the adductor muscle. Other small muscular branch was emitted and ran to vastus intermedius, vastus lateralis and popliteal region. The last branch was distal caudal femoral artery which supplied the caudal muscles of the leg, the semitendinosus and semimembranosus muscles. We underline the third branch and the very proximal origin of the proximal caudal femoral artery as the main differences in comparison to domestic species.

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Calcaneous tendon injuries are commonly seen as consequences of sports trauma. Ideal management should provide rapid healing so early mobilization can avoid tissue adhesions. Radiofrequency (RF) produces heat by molecular friction caused by polarity changes and its therapeutic use aims reduction of the local inflammatory response. We investigated the action of the RF on the fibrosis produced after experimental lesions of the calcaneous tendon in rats. Thirty adult male Wistar rats weighing 250 to 300 g were surgically submitted to bilateral partial transverse section of the calcaneous tendon. The right tendon was treated with RF whereas the left tendon served as control. On the third postoperative day, the rats were divided into three experimental groups consisting of ten rats each which were treated with monopolar RF (Tonederm™) adjusted to 650 kHz and 1-2W, for three minutes twice a week, until they were sacrificed on the 7th, 14th and 28th days, respectively. Tendons were weighed and histological specimens were studied for inflammatory cell content and fibrosis was evaluated by hidroxyprolin content. No difference was observed concerning inflammatory cells in all groups, but significant reduction in collagen content on day 14 was related to RF treatment, as well as tendon weight as compared to controls. RF treatment can reduce fibrosis in experimental tendons injuries healing and clinical studies may include RF among the therapeutic tools in tendinous lesion management.

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FISSURAS PULMONARES SUPRANUMERÁRIAS – RELATO DE CASO Saboia JS*1, Laviano HA1, Bezerra EC1, Babinski MA1, de Paula, RC1 (rafael.cisne@gmail.com) 1. Departamento de Morfologia / UFF

FÓRMULA DENTÁRIA DA CUTIA (Dasyprocta leporina) Franzo VS1, Vulcani VAS2, Gradela A3*, Pires IC3

¹ UFMT- FAMEV, Cuiabá, MT; ² UFG- CAJ, Jataí, GO; 3 UNIVASF, Petrolina-PE

INTRODUÇÃO: Os pulmões são estruturas bilaterais e lobuladas contidas no tórax. Cada lobo pulmonar encontra-se dividido através de fissuras pulmonares. Portanto, no pulmão direito encontra-se três lobos (superior, médio e inferior), que estão separados por duas fissuras: uma oblíqua - que divide os lobos superior e médio do inferior - e outra horizontal – dividindo o lobo médio do inferior. Variações anatômicas neste órgão não são encontradas facilmente. As fissuras supranumerárias têm maior destaque neste aspecto devido a maior incidência de casos. RELATO DE CASO: O presente relato tem por objetivo, descrever o achado de uma segmentação anômala em que o pulmão direito apresenta apenas dois lobos e o esquerdo apresenta quatro. Neste, observamos uma fissura ocasionada pela incisura cardíaca, conhecida como fissura de Renné e em seu ápice encontramos uma nova fissura ocasionada pela passagem dos vasos subclávios orientados de maneira oblíqua e incompleta. No pulmão direito encontra-se incompleta a fissura horizontal, dando o aspecto de apenas dois lobos. DISCUSSÃO: Na literatura, há conhecimento de diversas variações neste órgão. Um lobo acessório inferior é frequentemente encontrado em sua face inferior, se alargando sobre sua face medial anteriormente ao ligamento pulmonar. Há relatos que descrevem variações nas fissuras pulmonares, dentre estes, destacam-se a ausência da fissura horizontal; a existência de uma fissura irregular que pode subdividir o pulmão esquerdo em três lobos. Há ainda um estudo em que foi descrito um par de pulmões segmentados em onze lobos, separados por fissuras. PALAVRAS- CHAVE: Pulmão, variação anatômica, fissuras supranumerárias

A cutia é um mamífero roedor e, no Brasil há uma variedade de espécies silvestres com capacidade zootécnica como ela. Não há relatos sobre a fórmula dentária dela, por isso o objetivo é pesquisar sobre a fórmula dentária da cutia. Foi utilizado um exemplar adulto de cutia da UFMT-FAMEV. Após a remoção dos tecidos, o esqueleto foi macerado e clarificado em água com água oxigenada. Com pinças anatômicas e tesouras cirúrgicas limparam-se os ossos que foram lavados em água corrente e secos ao sol e o crânio e a mandíbula foram separados para analisar os dentes. Na arcada maxilar há 1 dente incisivo por antímero, diferentemente de todos os animais domésticos em que há mais de um dente incisivo, exceto ruminantes, em que estas estruturas estão ausentes no arco dental superior, por isso, o osso incisivo neles é desprovido de alvéolos dentários. Há ausência dos dentes caninos como em equinos fêmeas, em que é comum a ausência de dentes caninos. O roedor possui menor número de dentes molares e pré-molares do que as espécies animais de produção. Na arcada mandibular os dentes são iguais, em número, da arcada maxilar. Isso acontece em suínos e carnívoros em que os dentes das duas arcadas são similares. Os pré-molares são em menor número do que carnívoros, suínos, ovinos e caprinos. Em equinos, o primeiro pré-molar possui menor tamanho que outros dentes pré-molares e é o dente lupino o que não acontece na cutia. Os molares são em menor número que carnívoros, ovinos, bovinos, suínos e equinos. A morfologia do dente da cutia está relacionada aos hábitos alimentares, com dente incisivo bastante desenvolvido com comprimento da coroa do dente da arcada maxilar de 1,3 cm e o da arcada mandibular de 2,5 cm. A cutia possui a fórmula dentária:

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FREQUÊNCIA DAS CÚSPIDES ACESSÓRIAS DA VALVA ATRIOVENTRICULAR DIREITA DO CORAÇÃO DE BOVINOS

FREQUÊNCIA DAS CÚSPIDES ACESSÓRIAS DA VALVA ATRIOVENTRICULAR ESQUERDA DO CORAÇÃO DE BOVINOS

Queiroz RB*, Almeida ATS, Eirado CFA, Pinto KS, Gadelha AT, Oliveira LPG

Gadelha AT*, Almeida ATS, Eirado CFA, Pinto KS, Queiroz RB

Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA – Porto Velho – RO

Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA – Porto Velho – RO

Segundo a Nomina Anatômica Veterinária - NAV (2005) as estruturas indicadas na formação da valva atrioventricular direita (VAD) do coração dos animais são: as cúspides septal, angular e parietal, os músculos papilares subarterioso, menor e maior, as cordas tendíneas e outras estruturas anatômicas. Objetivou-se verificar a frequência das cúspides acessórias (CA) presente na VAD dos corações de bovinos. Os corações de bovinos (n=10) analisados no presente estudo estavam hígidos e foram coletados de animais adultos após abate para consumo humano, em frigoríficos legalizados no município de Porto Velho - RO. O material foi fixado segundo Rodrigues (1998) e dissecado para a observação das CA. Os corações observados apresentaram as três cúspides indicadas pela NAV (2005), e outras menores e supranumerárias, dispostas entre às três principais, sendo designada como CA, segundo Machado e Pedutti Neto (1991). O critério para delimitar uma cúspide foi à presença de uma corda comissural (MACHADO; PEDUTTI NETO, 1991; ALMEIDA et al., 2012). Observou-se, a partir do m. papilar subarterioso: 50% dos corações com CA única, 50% sem a presença CA; m. papilar maior observou-se que: 50% dos corações com CA única, 50% com duas CA – septal e parietal; e do m. papilar menor observou-se que: 30% dos corações com CA única, 50% com duas CA – septal e parietal e 10% com três CA (primeira observação dessa ocorrência). Desta forma, a frequência e a denominação apresentada permitem uma melhor interpretação e uma maior precisão na localização das cúspides acessórias, auxiliando a atuação profissional do Médico Veterinário. Sugere-se a universalização dos termos indicados para as cúspides acessórias.

Segundo a Nomina Anatômica Veterinária - NAV (2005) as estruturas indicadas na formação da valva atrioventricular esquerda do coração dos animais são: as cúspides parietal e septal, os músculos papilares subatrial e subauricular e as cordas tendíneas e outros elementos anatômicos. Objetivou-se verificar a frequência das cúspides acessórias (CA) presente nos corações de bovinos. Os corações de bovinos (n=20) analisados no presente estudo estavam livres de doenças cardíacas e foram coletados de animais adultos após abate para consumo humano, em frigoríficos legalizados no município de Porto Velho - RO. O material foi fixado segundo Rodrigues (1998) e dissecado pela técnica de Queiroz et al. (2009). Os corações observados apresentaram as duas cúspides indicadas pela NAV, e outras menores, dispostas entre às duas principais, sendo designada como CA, segundo Grillo, Almeida e Carvalho (2011). O critério para os limites de uma cúspide foi à presença de uma corda comissural (MACHADO; PEDUTTI NETO, 1991; ALMEIDA et al., 2012). Observou-se, a partir do músculo papilar subatrial: 25% dos corações com CA única, 65% com duas CA – septal e parietal, 5% com três – septal, média e parietal, 5% sem a presença de CA e 5% com quatro CA (primeira observação dessa ocorrência); e do músculo papilar subauricular observou-se que: 5% não apresentaram CA, 65% dos corações com CA única, 30% com CA duas – septal e parietal. Desta forma, a frequência e a denominação apresentada permitem uma melhor interpretação e uma maior precisão na localização das cúspides acessórias, auxiliandoa atuação profissional do Médico Veterinário. Sugere-se a universalização dos termos indicados para as cúspides acessórias.

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FREQUÊNCIA DAS CÚSPIDES ACESSÓRIAS DA VALVA ATRIOVENTRICULAR ESQUERDA DO CORAÇÃO DE CÃES

Eirado CFA*, Almeida ATS, Pinto KS, Queiroz RB,Gadelha AT

FREQÜÊNCIA DE VÁLVULAS EM VEIAS SAFENAS MAGNAS, PARA DETERMINAR A MELHOR PORÇÃO DA MESMA PARA SER USADA EM REVASCULARIZAÇÕES Ribeiro IL, Portugal IBM, Rocha AC, Monte-Bispo RF, Rodrigues CFS

O fluxo sanguíneo intracardíaco único é mantido pelas valvas cardíacas. A Nomina Anatômica Veterinária - NAV (2005) lista estruturas na formaçãoda valva atrioventricular esquerda do coração dos animais que são: as cúspides parietal e septal, os músculos papilares subatrial e subauricular e as cordas tendíneas e entre outros elementos. O presente trabalho tem por objetivo verificar a frequência das cúspides acessórias (CA) presente nos corações de cães. Os corações (n=10) verificados no presente estudo estavam livres de doenças cardíacas e foram coletados de animais adultos após eutanásia realizada pelo Departamento de Controle de Zoonoses do município de Porto Velho - RO. O material foi fixado segundo Rodrigues (1998) e dissecado pela técnica de Queiroz et al. (2009). Os corações estudados apresentaram as duas cúspides indicadas pela NAV, e outras menores, dispostas entre às duas principais. Sua designação como CA foi segundo Grillo, Almeida e Carvalho (2011). O critério para os limites de uma cúspide foi a presença de uma corda comissural (MACHADO; PEDUTTI NETO, 1991; ALMEIDA et al., 2012).Observou-se,a partir do músculo papilar subatrial:40% dos corações com CA única e 60% com duas CA – septal e parietal; e do músculo papilar subauricular observou-se que: 10% não apresentaram CA,40% dos corações com CA única, 50% com duas CA – septal e parietal.Com o presente estudo conclui-se que a frequência e a denominação apresentada permitem uma melhor interpretação, e uma maior precisão na localização das cúspides acessórias, auxiliando a atuação profissional do Médico Veterinário na cardiologia de pequenos animais. Sugere-se a utilização dos termos indicados para as cúspides acessórias.

INTRODUÇÃO: Dentre os diversos materiais utilizados para revascularização, as veias podem ser usadas em várias partes do corpo. Entre as veias, a safena magna (VSM) é a mais utilizada. A VSM possui 10-12 válvulas, que são mais numerosas na perna do que na coxa. Entretanto, o número de válvulas presente nela desde o hiato safeno até o epicôndilo medial do fêmur é descrito na literatura de uma forma ainda bastante imprecisa. O referente estudo é relevante por proporcionar uma melhor qualidade e eficácia nas cirurgias de revascularização. OBJETIVOS: Quantificar as válvulas da VSM desde o hiato safeno até o epicôndilo medial do fêmur, dividindo a VSM em três regiões, comparando o número de válvulas entre elas e indicando a porção com menor número de válvulas, a fim de determinar a melhor porção para a realização de cirurgias de revascularização. A hipótese é que o número total de válvulas seja 5. METODOLOGIA: Estudo transversal e observacional em que foram analisadas VSM extraídas de 16 cadáveres do Serviço de Verificação de Óbitos (AL). A análise estatística será realizada com ANOVA. RESULTADOS: A frequência de válvulas da veia safena contadas desde o epicôndilo medial do fêmur até o hiato safeno é de 4,75, sendo de 4,88 no membro inferior esquerdo e 4,63 no Direito. O número de válvulas da porção proximal esquerda é de 2,00 e o da direita 1,81. O número de válvulas da porção média esquerda é de 1,50 e o da direita 1,06. O número de válvulas da porção média esquerda é de 1,38 e o da direita 1,75. CONCLUSÕES: A frequência de válvulas da veia safena contadas desde o epicôndilo medial do fêmur até o hiato safeno encontrada foi de 4,75, compatível com a hipótese. Com o estudo, concluiu-se que a porção com a menor frequência de válvulas é a porção média direita (1,06).

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Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA – Porto Velho - RO


FREQUÊNCIA E LOCALIZAÇÃO DE DOR REFERIDA EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Ribeiro EC*, Sanches ML, Rosa VLM, Hoyuela CPS, Guimarães AS. Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Departamento de Morfologia e Genética. Ambulatório de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (EPM-UNIFESP/HSP)

FREQUÊNCIA E LOCALIZAÇÃO DE DOR REFERIDA EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Ribeiro EC*, Sanches ML, Rosa VLM, Hoyuela CPS, Guimarães AS. Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Departamento de Morfologia e Genética. Ambulatório de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (EPM-UNIFESP/HSP)

A dor miofascial é considerada um tipo de disfunção temporomandibular (DTM) e se caracteriza por um dolorimento muscular local e presença de pontos-gatilho, que são definidos como pontos hiper-irritáveis normalmente dentro de uma banda tensa de um músculo ou fáscia muscular, que geram dor referida característica. As áreas de dor referida são representadas por meio de desenhos esquemáticos. Porém, elas ainda não foram descritas com uma divisão anátomo-topográfica que permita a estandardização e reprodutibilidade desses locais com maior precisão. Esse trabalho teve por objetivo propor uma delimitação de regiões específicas da cabeça e do pescoço, baseada na identificação de pontos anatômicos de referência e linhas imaginárias pré-definidas, sendo abalizada por meio do levantamento de prontuários de pacientes com DTM que, ao exame de palpação, apresentaram dor referida. Baseados em dados da literatura que delimitam áreas específicas na cabeça e no pescoço, e que são tradicionalmente relacionadas à ocorrência de dor referida, além dos relatos dos pacientes avaliados, foram delimitadas novas regiões. Estas foram acrescentadas às pré-existentes na literatura. Foram confeccionados desenhos ilustrando todas as regiões e os correspondentes limites. Para a análise estatística foram utilizados o teste Q de Cochran e o coeficiente de concordância de Kendall. As novas regiões delimitadas foram: pré-auricular, facial lateral, temporoparietal, posterior da cabeça, cervicais posterior e lateral, cervical anterior e da calvária. A análise estatística mostrou diferença significante entre os músculos estudados e concordância entre as frequências de dor referida por ocasião da palpação dos mesmos.

A dor miofascial é considerada um tipo de disfunção temporomandibular (DTM) e se caracteriza por um dolorimento muscular local e presença de pontos-gatilho, que são definidos como pontos hiper-irritáveis normalmente dentro de uma banda tensa de um músculo ou fáscia muscular, que geram dor referida característica. As áreas de dor referida são representadas por meio de desenhos esquemáticos. Porém, elas ainda não foram descritas com uma divisão anátomo-topográfica que permita a estandardização e reprodutibilidade desses locais com maior precisão. Esse trabalho teve por objetivo propor uma delimitação de regiões específicas da cabeça e do pescoço, baseada na identificação de pontos anatômicos de referência e linhas imaginárias pré-definidas, sendo abalizada por meio do levantamento de prontuários de pacientes com DTM que, ao exame de palpação, apresentaram dor referida. Baseados em dados da literatura que delimitam áreas específicas na cabeça e no pescoço, e que são tradicionalmente relacionadas à ocorrência de dor referida, além dos relatos dos pacientes avaliados, foram delimitadas novas regiões. Estas foram acrescentadas às pré-existentes na literatura. Foram confeccionados desenhos ilustrando todas as regiões e os correspondentes limites. Para a análise estatística foram utilizados o teste Q de Cochran e o coeficiente de concordância de Kendall. As novas regiões delimitadas foram: pré-auricular, facial lateral, temporoparietal, posterior da cabeça, cervicais posterior e lateral, cervical anterior e da calvária. A análise estatística mostrou diferença significante entre os músculos estudados e concordância entre as frequências de dor referida por ocasião da palpação dos mesmos.

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GLÂNDULAS EXÓCRINAS DA CAMADA SUBMUCOSA DA TRAQUEIA: COMO CLASSIFICAR? Duarte ALA1, Landim AP1, Dobre ACM1, Andreotti JDB2, Barros MD2* 1 Centro Universitário São Camilo; 2 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo

GLYCOPROTEINS ARE EXPRESSED IN RESTRICTED AND DYNAMIC PATTERNS DURING CHONDROGENESIS Yano RN, Macellaro M*, Araújo CP, Seixas SIL, Queiroz GC, Pontes JCV, Nogueira LC, Sirotheau-Corrêa TJ

INTRODUÇÃO: Diferenças nas descrições morfológicas de tecidos e órgãos existem entre os livros didáticos que servem de bibliografia básica para cursos de ensino superior na área de saúde. Estas diferenças podem gerar dúvidas e falta de confiança entre alunos e professores. Este trabalho apresenta a análise sobre informações contidas em livros e atlas (virtuais ou não) de Histologia, referentes às glândulas exócrinas da camada submucosa da traqueia. MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisados 23 livros didáticos e 21 atlas de Histologia, sendo 17 atlas virtuais, quanto às informações referentes à presença e classificação das glândulas exócrinas da camada submucosa da traqueia. RESULTADOS: Todas as referências consultadas acusavam a presença de glândulas na camada submucosa da traqueia. Quanto à classificação do tipo glandular foi observado o seguinte: seromucosas (39,1%), mucosas e serosas (26,1%), mucosa com algum componente seroso (17,4%), mucosa e seromucosa (4,3%), mista (4,3%), mucosa, serosa e mista (2,2%), mucosa (2,2%), serosa (2,2%), sem referência do tipo (2,2%). Não há consenso em relação ao tipo glandular da camada submucosa da traqueia nas referências consultadas. Como não há consistência das informações, isto pode revelar problemas quanto à normatização da nomenclatura histológica e também uma diminuição da confiança não só no assunto específico apresentado aqui, como em toda a informação veiculada nos livros didáticos comumente utilizados.

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In contrast to many other extracellular matrix macromolecules, glycoproteins display highly restricted and dynamic patterns of expression in the embryo, particularly during chondrogenesis. Based on these premises, the distribution of fibronectin, tenascin-C and types II and IX collagen was studied in chick embryos at vertebral body development level, during the period from 2 to 21 days (stages 14-46) of incubation and of post-hatched animals, using immunohistochemical method which included biotinilated secondary antibody and ExtraAvidin peroxidase reagent (LAB method) on fixed paraffin-embedded specimens. In the beginning of the period (stages 17-22), the reactions for anti-fibronectin and anti-tenascin-C antibodies were very intense in the migrating mesenchyme extracellular matrix. During mesenchymal and chondroblastic condensations (stages 24-28), strong reactions to the anti-collagen II and anti-fibronectin antibodies were observed and weaker reactions to the anti-collagen IX antibody as well as to the anti-tenascin-C were evident. In the differentiated cartilage (stage 35), these extracellular matrix components vanish, being restricted to the perichondrium area, except type II collagen. During osteogenesis, very intense positivity was observed to the anti-collagen II and anti-fibronectin antibodies in the hypertrophic chondrocytes. In the bone trabeculae, positivity was limited to the anti-fibronectin and anti-collagen IX antibodies. This present research and others enlighten us to the real importance of the matrix components in the modulation of cell behavior during periods of active vertebral body modeling and plasticity. KEY WORDS: Glycoproteins, Chondrogenesis, Vertebral body

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HÉRNIA DE DISCO: EXPLICAÇÕES MORFOLÓGICAS

HERPESVIRUSES IN ASYMPTOMATIC APICAL PERIODONTITIS LESIONS: AN IMMUNOHISTOCHEMICAL APPROACH Yano RN*, Macellaro M, Araújo CP, Abreu LG, Seixas SIL, Contreiras EC, Sirotheau-Corrêa TJ, Saboia-Dantas CJ

Souza CSV*, Melo ALFD, Evaristo DCS, Brito VC Universidade Federal Rural de Pernambuco

A coluna vertebral é composta por uma série de ossos irregulares, as vértebras. Entre essas vértebras estão os discos intervertebrais, que correspondem a estruturas fibrocartilaginosas em forma de anel, constituídas por um anel mais externo, o ânulo fibroso, que circunda uma área central mais branda, o núcleo pulposo. Devido a sua constituição elástica os discos intervertebrais têm por função evitar o atrito entre uma vértebra e outra como também, amortecer impactos. A hérnia de disco ocorre quando há o deslocamento do núcleo pulposo, através ânulo fibroso, onde esse deslocamento geralmente ocorre em direção póstero-lateral. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica enfatizando as explicações morfológicas para que ocorra uma hérnia de disco. Esse estudo foi realizado utilizando artigos científicos nos bancos de dados da Scielo, Pubmed e Medline, assim como também, livros de Ortopedia e Patologia, para assim podermos avaliar e comparar as informações contidas na literatura e nos artigos científicos pesquisados. Analisando o material de estudo, foi constatado como possíveis causas do acometimento da hérnia de disco o fato de as fibras do disco serem mais delgadas posteriormente ou porque na região póstero-lateral do disco não tem proteção ligamentar. Devido a essa não proteção póstero-lateral, e ainda pelo fato de nessa região emergir os nervos espinhais, o principal sintoma neural é a compressão das raízes nervosas. Sendo assim, foi possível verificar que esta patologia é decorrente não apenas de predisposição genética ou condicionamentos físicos, mas que também está relacionada às condições morfológicas que associadas a esses ou outros fatores levam a ocorrência da hérnia de disco.

Human cytomegalovirus (HCMV) and Epstein–Barr virus (EBV) have been recently detected in samples from apical periodontitis lesions by means of molecular biology techniques and a role in the pathogenesis of this disease has been suggested. The present study was designed to survey asymptomatic primary apical periodontitis lesions for the presence of HCMV- and/or EBV-infected cells by means of immunohistochemistry. Apical periodontitis lesions were obtained from 35 patients [26 human immunodeficiency virus (HIV)-seronegative patients and nine HIV-seropositive patients] after tooth extraction and subjected to immunohistochemical analysis using monoclonal antibodies specific for HCMV and EBV. Fifteen of the 35 apical periodontitis lesions were positive for the target herpesviruses. Overall, EBV was found in 31% of the samples and HCMV in 23%, with 14% of the lesions showing EBV and HCMV dual infection. No association was found between HCMV or EBV with any particular histopathological type of apical periodontitis (P > 0.05). HCMV was significantly more frequent in apical periodontitis lesions from HIV-positive patients (67%) than in lesions from HIV-negative patients (8%) (P= 0.001). EBV was detected in 44% of lesions from HIV-positive patients and in 27% of lesions from HIVnegative patients, but this difference was not significant (P= 0.91). Our results showed that cells infected by HCMV and EBV can be found in apical periodontitis lesions, with a higher prevalence in HIV-positive patients. The specific role that these viruses play in the pathogenesis of apical periodontitis remains to be described. KEY WORDS: herpesviruses, apical periodontitis lesions, HIV

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HIPOPLASIA DO ARCO POSTERIOR DO ATLAS E IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Diniz SMCO*, Souza TGR, Ferreira AA, Cardoso ES, Silva TAFS, Reis FP, Aragão JA Universidade Tiradentes e Universidade Federal de Sergipe

HISTOLOGIA COMPARADA DO TESTÍCULO DE GALO DE BRIGA (Gallus gallus domesticus), RAÇA ASEEL Pinheiro BC, Rodrigues MC, Lima WC, Lima DASD, Fortes EAM, Silva ABS, Cavalcante MMAS, Conde Júnior AM

INTRODUÇÃO: Anomalias congênitas do arco posterior do atlas são raras. Elas variam de uma fissura parcial a uma agenesia total do arco posterior do atlas. São provenientes de defeitos na pré-formação cartilaginosa e não devido a alterações no processo de ossificação. O centro do arco posterior aparece durante o segundo ano de vida e os hemiarcos posteriores se unem entre o terceiro e o quarto anos. Geralmente, tais anomalias são assintomáticas, mas podem estar associadas a déficits neurológicos agudos, torcicolo crônico, dor de garganta e sinal de Lhermitt. OBJETIVO: Relatar a ocorrência de uma hipoplasia do arco posterior do atlas. METODOLOGIA: Foi um achado anatômico, observacional, encontrado na primeira vértebra cervical (C1), pertencente ao Laboratório de Anatomia da Universidade Tiradentes UNIT. O achado foi documentado através de fotografias obtidas por uma câmera digital (SONY DSLRA100K). RESULTADO: Na vista superior e inferior do atlas, observou-se que existia uma fenda unilateral na linha média do arco posterior de 1 mm, que separava o hemiarco direito do esquerdo, sendo este mais desenvolvido, e ausência do tubérculo posterior. O arco anterior tinha um comprimento de 1,5 cm e possuía tubérculo anterior proeminente. As massas laterais do atlas eram simétricas, bem como suas faces articulares superiores e inferiores. CONCLUSÃO: O conhecimento da diferenciação entre defeitos de desenvolvimento do atlas e as fraturas traumáticas do arco posterior do atlas é importante para se evitar uma intervenção médica desnecessária. Destaque deve ser dado aos casos em que a hipoplasia do arco posterior do atlas aparece associada a malformações, como a síndrome de Down, síndrome de Turner e a síndrome de KlippelFeil.

Objetivou-se caracterizar histologicamente o testículo de Gallus gallus domesticus, raça Aseel, animal de aptidão para briga. Foram obtidos 10 animais, provenientes de apreensão do IBAMA – PI de criadouros ilegais, encaminhados à UFPI (termo de doação número 111247) e submetidos à orquiectomia bilateral. Os testículos foram seccionados em cortes com cerca de 0,5 cm de espessura, fixados em formaldeído tamponado a 10% e, após 24h, submetidos a rotina histológica para coloração por HE. Os cortes foram observados ao microscópio de luz e fotomicrografados em sistema fotográfico digital. O testículo nestes animais encontra-se na cavidade abdominal, revestidos pelo peritônio. Não há septos desenvolvidos dividindo-os em lobos. O testículo é externamente revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo. O parênquima é preenchido por tubos adjacentes de formato irregular, pentagonal ou hexagonal, separados por septos de tecido conjuntivo. Não ocorrem associações celulares variadas no decorrer dos túbulos seminíferos, sendo estes revestidos internamente por colunas de células epiteliais que sofrem espermatogênese de forma independente, sendo identificadas espermatogônias, espermatócitos primários, espermatócitos secundários, espermátides, espermatozóides e células de Sertoli. Há pouca presença de tecido conjuntivo entre os túbulos seminíferos adjacentes, com presença de células intersticiais, ou células de Leydig. Contínuos aos túbulos seminíferos formam-se os túbulos retos. Não foram observadas diferenças entre a morfologia testicular dos animais estudados e a encontrada na literatura referente ao galo doméstico.

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HISTOLOGIA DO CÓRTEX CEREBRAL DO VEADO CAMPEIRO Ozotoceros bezoarticus Watanabe JMF, Lima DBC, Rizzo MS, Cavalcante MMAS, Gonçalves Júnior PCJ, Guerra SPL, Lima DASD, Conde Júnior AM

HISTOLOGIA DO ESTÔMAGO DE SAGUI DE TUFO BRANCO (Callithrix jacchus) Edlin ENS, Lopes LO, Rizzo MS, Leite CMC, Fortes EAM, Fernandes HB, Barros LAL, Conde Junior AM

A população de cervídeos silvestres no Brasil tem reduzido por conta de diversos fatores, dentre elas a perda de habitat natural e desenvolvimento de doenças. Deste modo, houve o crescente interesse em estudos sobre estas espécies com o intuito de possibilitar a manutenção das mesmas em áreas naturais e desenvolver técnicas de criação em cativeiro (Berndt, 2005). Nesta perspectiva, o objetivo deste trabalho foi o de realizar uma análise morfológica do córtex cerebral do Ozotoceros bezoarticus. O animal utilizado foi obtido morto por doação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – IBAMA-PI – CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres), sua utilização em pesquisa autorizada pelo SISBIO (Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade) sendo, posteriormente, levado ao Laboratório de Histologia e Embriologia do Departamento de Morfologia, no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Piauí, onde realizou-se extração do córtex cerebral. Fragmentos obtidos com cerca de 0,5 cm foram fixados em formaldeído tamponado à 10% e submetidos à rotina histológica e coloração H.E. para posterior análise por microscopia de luz. A análise histológica revelou a presença de células piramidais características do córtex cerebral, semelhante às encontradas em outros mamíferos ruminantes. Também se observou células granulosas, células da neuroglia e vasos sanguíneos de pequeno calibre. A identificação dos tipos celulares presentes no córtex cerebral permitirá uma melhor compreensão morfológica do sistema nervoso central desta família de animais silvestres, contribuindo para pesquisas morfológicas comparativas entre as diferentes espécies de cervídeos e estudos sobre evolução e conservação da fauna brasileira.

Espécies endêmicas da mata atlântica desaparecem junto com o desmatamento causado na área pela ação antrópica. Apesar de ainda não estar na lista de espécies em extinção, a espécie Callithrix jacchus sofre com o avanço da agricultura na região. Os conhecimentos ecológicos e morfológicos dos primatas associam-se em diferentes contextos, seja na utilização destes animais como modelos experimentais, seja em criadouros conservacionistas da espécie. Análises morfológicas são úteis para evidenciar as relações entre as espécies e aperfeiçoar o manejo deste animal. Esse trabalho objetiva a análise histológica do estômago de sagüi de tufo branco. O animal utilizado foi obtido morto por doação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Centro de Triagem de Animais Silvestres), sua utilização em pesquisa autorizada pelo Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (SISBIO) e levado ao Laboratório de Histologia e Embriologia da Universidade Federal do Piauí para realizar o procedimento de extração do estômago. O órgão foi fragmentado, submetido à rotina histológica, método de coloração por Tricômico de Masson e analisado à microscopia de luz. O estômago do sagui é formado uma camada mucosa constituída de um epitélio prismático simples, que se invagina em glândulas, e uma lâmina própria. Há células parietais, zimogênicas e células mucosas superficiais. Existe uma grande quantidade de células mucosas na base da glândula. Adjacente a mucosa há a camada muscular densa e circular e uma camada serosa. O estômago do sagüi de tufo branco difere do estômago do ser humano.

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HISTOLOGIA E MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) DO TRATO GASTROINTESTINAL (TGI) DE Sicalis flaveola braziliensis. Alves Neto JBM*, Siqueira RAS, Luna ACL, Firmino MO, Cavalcanti TA, Miglino MA, Guerra RR, Ricci REG Universidade Federal da Paraíba-Areia

HISTOMORFOMETRIA DE GLOMÉRULOS DE COELHOS SUBMETIDOS À DIETA HIPERLIPIDEMICA TRATADOS COM ATORVASTATINA E ÔMEGA 3

O canário-da-terra (Sicalis flaveola brasiliensis, Linnaeus, 1766), Passeriforme muito traficado na Paraíba, não possui morfologia descrita que auxiliaria em abordagens clínicas e nutricionais aplicadas em centros de triagem. Objetivou-se relatar a morfologia do trato digestivo de canários-da-terra. Utilizou-se 41 canáriosda-terra, que vieram a óbito, oriundos de apreensão no Centro de Triagem de Animais Silvestres/IBAMACabedelo/PB. Fixou-se amostras de língua, esôfago, inglúvio, pró-ventrículo, ventrículo (moela), porção inicial e final do intestino em Metacarn, processando-as em técnica histológica padrão e coloração de hematoxilina-eosina e em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Notou-se na língua derme com glândulas semilunares, cartilagem hialina e músculo estriado esquelético. Esôfago com glândulas circulares na mucosa e camada muscular de músculo esquelético estriado. Inglúvio similar ao esôfago exceto pelas glândulas. Pro-ventrículo com glândulas multilobulares na submucosa, conferida na MEV. Moela com camada quitinosa (cutícula) cobrindo a mucosa, na MEV espículas em filas paralelas entre si e figuras côncavas propondo serem aberturas de glândulas, muscular da mucosa e camada muscular lisa e espessa. Porção inicial do intestino (intestino delgado) com epitélio colunar simples e vilosidades numerosas, altas, filiformes e ramificadas; porção final (intestino grosso) com pregas longas ao invés de vilos, muscular da mucosa e submucosa escassa e apenas extrato circular interno na camada muscular. Os resultados demonstram pela primeira vez a morfologia do TGI do canário-da-terra, e os mesmos são indispensáveis e servem de subsídios á estudos clínicos, nutricionais e taxonômicos.

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Bezerra EC*, Scheikmam J, Bispo RFM, Martins JS, de Sousa Rodrigues CF, Abidu-Figueiredo M, Cardoso GP, Babinski MA Departamento Morfologia, Instituto Biomédico / Universidade Federal Fluminense - UFF

A aterosclerose é um fator de risco para a ocorrência de processo isquêmico. Sabe-se que a isquemia no fluxo renal constitui um importante fator na patogênese em respostas hemodinâmicas e é causa de lesões morfofuncionais características. O objetivo de nosso estudo foi verificar as prováveis alterações histomorfométricas nos glomérulos de coelhos submetidos à dieta hiperlipídica e tratados com Atorvastatina e Ômega 3. Foram estudadas amostras do tecido cortical renal, obtidas de 20 coelhos Nova Zelândia, adultos formando 4 grupos. G1: Grupo controle normal; G2: Grupo hiperlipídico; G3: Grupo hiperlipídico tratado com Atorvastatina e G4: Grupo hiperlipídico tratado com Ômega 3. As amostras foram fixadas em solução de formol tamponado (ph 7.4) por 24h e processadas para inclusão em parafina. Para análise histomorfométrica foi empregada a coloração de Hematoxilina e Eosina a fim de quantificar a densidade de glomérulos. Os parâmetros morfométricos foram determinados pela análise da densidade volumétrica (Vv) de 25 campos aleatórios (aumento X400) de cada fragmento de tecido cortical renal utilizando sistema teste M42. Os resultados foram expressos em % médio±SD e analisados pelo teste estatístico ANOVA considerando o p 0,05 como significativo. A análise estatística revelou que as diferenças entre os grupos são estatisticamente significativas (p>0,001). Quando os grupos foram comparados, observou-se que os dados do G1 vs G2; G2 vs G3; e G3 vs G4 foram significantemente alterados. Os resultados nos grupos estudados revelam que os grupos de coelhos hiperlipidêmicos tratados com Atorvastatina e Ômega 3 revertem o Vv dos glomérulos.

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HISTOMORFOMETRIA DO ÓRGÃO VOMERONASAL DE COELHOS (Oryctolagus cuniculus) DA RAÇA NOVA ZELÂNDIA COM 120 E 180 DIAS DE IDADE Alves Neto JBM*, Mahecha GAB, Melo VEO, Benjamin LA, Grondona KEB Universidade Federal da Paraíba

HISTOMORFOMETRIA DOS ELEMENTOS FIBROELÁSTICOS E MÚSCULO LISO DO URETER HUMANO COMPARANDO SEUS ESTADOS MORFOLÓGICOS, DILATADO E NORMAL

O órgão vomeronasal (OVN), na maioria dos mamíferos, é especializado na recepção de feromônios e está envolvido na comunicação química, particularmente em relação à atração sexual e reprodução (Wysoky, 1979). Em vertebrados os conhecimentos deste órgão ainda são incipientes, inclusive na área morfológica e, especialmente no campo da evolução e da anatomia comparativa. O presente estudo tem como objetivo descrever as características morfométricas do órgão vomeronasal em coelhos. Foram utilizados 16 coelhos, da raça Nova Zelândia, machos, com 120 e 180 dias de idade. Os animais foram eutanasiados de acordo com os procedimentos recomendados pelo Comitê de Ética da UFMG. Os septos nasais junto com os OVNs foram retirados das cabeças, descalcificados e seccionados transversalmente. Os segmentos foram desidratados em soluções crescentes de etanol, incluídos em historesina, cortados em secções de 4µm, corados com azul de toluidina-borato de sódio e fotografados em microscópio de luz. A histologia quantitativa do OVN foi realizada utilizando gradícula com 100 intersecções e 1mm de aresta. O OVN apresenta comprimento de 12,2 ± 0,42 mm. Nos animais jovens o lúmen ocupa 3,48 ±0,73%, enquanto os epitélios respiratório e sensorial ocupam 3,67±0,88% e 2,33±0,36% respectivamente. Nos adultos o lúmen ocupa 3,01±0,65% do órgão e os epitélios respiratório e sensorial 5,41±0,54% e 2,50±0,33% respectivamente. Os vasos sanguíneos ocupam 18,67±1,61 nos jovens e 30,54±1,58 nos adultos. As glândulas representam 6,84±1,28% nos animais jovens e 8,39±0,71% nos animais adultos. As cápsulas óssea e cartilaginosa ocupam 13,59±1,43% e 28,82±1,52% nos animais jovens e 12,48±2,20% e 28,36±0,76% nos animais adultos, respectivamente.

Departamento de Morfologia - Instituto Biomédico Universidade Federal Fluminense - UFF

Babinski MA*, Dias MS, De Paula RC, Abidu-Figueiredo M, Neves F, Costa WS, Sampaio FJB

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A determinação concisa dos elementos teciduais tais como Músculo Liso (ML), Colágeno (C) e Fibras do Sistema Elástico (FSE) podem contribuir para uma melhor compreensão dos mecanismos que regulam o transporte de urina dos rins para bexiga, como também oferecer subsídios ao cirurgião no ato de remover processos obstrutivos ou corrigir lesões. Sendo assim, objetivamos analisar através de métodos estereológicos esses elementos histológicos da parte pélvica do ureter adulto, comparando seus estados morfológicos, dilatado (ureteropielohidronefrose) e normal. O material controle consistiu de fragmentos com 5mm de extensão de 7 ureteres de pacientes adultos normais (média 36 anos) obtidos em nefrectomias de doadores para transplante renal. O grupo consistiu de fragmentos da mesma extensão obtidos de 7 ureteres dilatados de pacientes (média 46 anos) submetidos a reimplante ureteral por causas diversas com tempo médio de obstrução ureteral de 93 dias. Os fragmentos foram submetidos ao processamento histológico de rotina e coloração de Tricrômico de Massom E Fucsina/Resorcina de Weigert. A densidade volumétrica (Vv) das FSE foi determinado pela análise de 25 campos aleatórios de cada amostra empregando um sistema teste M-42. Os dados foram analisados no teste estatístico “T” de Student considerando um p≤0,05 como estatisticamente significativo (*ES). O Vv (%médio±SD) do ML, C e FSE no grupo controle e ureter dilatado foram respectivamente: 42.0±6.0 e 56.2±6.1 (≤0.001) para ML; 18.4± 1.2 e 24.6±5.4 (≤0.03) para FSE; 45.3± 6.1 e 40.8±6.9 (≤0.23) para o colágeno. As FSE e ML apresentaram aumento no Vv (*ES) e um decréscimo não significativo no Vv do Colágeno no grupo dilatado.

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HISTORIC AND TEACHING ASPECTS OF THE ANATOMY AND THE Cebus GENUS ROLE IN CONTEMPORARY ANATOMY

HISTOQUÍMICA DA LÍNGUA DE Artibeus planirostris (MAMMALIA – CHIROPTERA) Alves ECBA*, Arandas MJG, Antonio EA, Lima-Júnior NB, Xavier JE e Santos KRP Universidade Federal de Pernambuco-CAV, PE

Abreu T*, Pfrimer G, Vieira V, Aversi-Ferreira RF, Gratão LH, Nascimento GN, Nishijo H, Aversi-Ferreira TA

A família Phyllostomidae é conhecida como a mais diversificada dentre as famílias da Ordem Chiroptera e compreende diferentes guildas alimentares. Dentre as espécies, Artibeus planirostris, pertencente ao gênero Artibeus, apresenta hábito predominantemente frugivoro, embora possa incluir em sua dieta recursos florais e insetos. Esta família é conhecida por compreender espécies com morfologia linguais distintas relacionadas à sua dieta, os quais são utilizados para fins taxonômicos, sistemáticos e filogenéticos. Diante destas informações, este estudo caracterizou histológica e histoquimicamente a língua de A. planirostris, apontando os caracteres morfológicos especializados. Utilizamos cinco exemplares, coletados nos Municípios de Vitória de Santo Antão e Serinhaém/PE. As línguas foram submetidas a técnicas histológicas de rotina. Os cortes foram corados por H.E, P.A.S, Alcian Blue pH 2,5 e Fontana Masson. As análises evidenciaram o epitélio estratificado pavimento queratinizado, com presença de grânulos de melanina na camada basal, confirmados pela coloração Fontana Masson. Os botões gustativos, responsáveis pela percepção dos sabores, encontravam-se na camada basal das papilas gustativas. As glândulas salivares mucosas apresentaram coloração intensa nos cortes corados por P.A.S, já as glândulas serosas apresentaram resultado positivo na coloração Alcian Blue. A melanina encontrada na língua de A. planirostris, trata-se de um caráter taxonômico ainda não relatado em outras espécies de morcegos e nem em outros grupos de mamíferos e por isso, a função neste órgão, ainda é desconhecida. Visando a elucidação da característica evidenciada, faz-se necessário observar as demais espécies do gênero.

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Federal University of Uberlândia

The anatomy is the science that studies the body and a basic discipline in health and biological sciences indispensable to students that study this area, and play a important role in comparison of species. Nowadays the anatomy is falling into academic and scientific crisis. Recently, the number of papers and reviews on health science education have increased considerably. Pre-clinical disciplines are essential for all health and biological science courses; among them, anatomy is considered to be the basis of morphological sciences. For that reason, throughout the history, this discipline has been viewed as a factual knowledge base that must be learned in its entirety. History of the anatomy demonstrated that teaching in this area is facilitated by the use of dissection of both animal and human disciplines. In absence of human cadavers, it is possible to use the animals for dissection for the benefits of students. The aim of this paper is to remind the past to understand that the anatomy is the basis of current health science and to realize what is important in teaching of anatomy. It is also important to learn the anatomy since the researchers sometimes drew wrong conclusion because of lack of anatomical knowledge.

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I CURSO DE POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS ANATÔMICAS PARA DISCENTES E DOCENTES DO ENSINO MÉDIO EM ESCOLA DA REDE ESTADUAL DE PETROLINA (PE) Lira NRC*, Lopes IBL, Silva RS, Gradela A, Silva AEVN, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf

I JORNADA ACADÊMICA DE ANATOMIA CLÍNICA: ESTIMULO À PESQUISA E DEBATE CIENTÍFICO EM ANATOMIA HUMANA Valente PVS, Bordoni LS, UFOP, Prates Júnior AG, UFOP, Martins JC, UFOP , Faria LG, UFOP , Gersanti RC, UFOP , Neves AJB, UFOP , Silva DC, UFOP

INTRODUÇÃO: É notável deficiência no ensino das escolas públicas brasileiras, principalmente na qualidade e quantidade de aulas práticas ministradas, dificultando o aprendizado dos alunos. OBJETIVOS: Propagar técnicas de preservação de cadáveres de animais, popularizar o conhecimento sobre anatomia, expandir o acervo do Laboratório de Biologia e Ciências da Escola Estadual de Referência em Ensino Médio Clementino Coelho (EREMCC) de Petrolina (PE). METODOLOGIA: Os animais foram adquiridos junto ao Centro de Controle de Zoonoses de Petrolina (PE), Biotério Central da Univasf e Parque Ecológico do Tietê (SP). Os mini-cursos ocorreram no Laboratório de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres (LAADS) da Univasf, abordando temas relacionados à preservação de órgãos internos, criodesidratação, osteotécnicas e taxidermia. Foram realizados quatro encontros entre os dias 19 de novembro e 02 de dezembro do ano de 2011, com explanações teóricas seguidas de aulas práticas referentes aos assuntos abordados para elaboração do material. O curso teve a participação de 39 alunos e 04 docentes da EREMCC, 12 alunos de graduação da Univasf e 02 professores do LAADS coordenando o curso. RESULTADOS: Além da capacitação dos participantes, foram produzidas 25 peças anatômicas elaboradas pelas técnicas abordadas no transcorrer do curso, as quais passaram a integrar o acervo do Laboratório de Biologia e Ciências da EREMCC. CONCLUSÃO: Devido ao contato com técnicas anatômicas e a manipulação das peças disponíveis, foi possível verificar a melhor assimilação do conteúdo por parte dos participantes, evidenciando a importância do conhecimento tridimensional das estruturas como facilitador do processo de ensino-aprendizado.

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As jornadas acadêmicas são eventos científicos organizados com apoio discente, em que ocorrem apresentações de trabalhos e palestras. É uma importante metodologia de complementação da formação, oferecendo ao estudante a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos através da pesquisa e do debate científico. Há de se ressaltar o baixo custo do evento e a facilidade na participação, o que garante grande adesão estudantil. Os objetivos do evento são: incentivar a pesquisa e estimular a discussão em relação à Anatomia Clínica entre os acadêmicos da nossa instituição; promover o intercâmbio científico entre acadêmicos da nossa e de outras Instituições e viabilizar aos alunos experiências em eventos científicos, tanto com sua participação quanto em sua organização. O evento ocorre com palestras no 1º e 2º dias e apresentação de temas orientados e pôsteres pelos discentes no 2º dia. Nos temas orientados, o discente tem 10 minutos para sua apresentação, com 5 minutos seguintes para perguntas e comentários. Para os pôsteres, o discente tem 5 minutos, seguidos de 1 minuto para perguntas. Ao final do segundo dia, as melhores apresentações escolhidas pela banca avaliadora são premiadas. A I Jornada Acadêmica de Anatomia Clínica aconteceu em dezembro de 2011. O evento contou com mais de 200 participantes, entre estudantes e docentes da região. Participaram da organização do evento 16 acadêmicos. Foram apresentados 43 pôsteres e 8 temas orientados. Assim, foram alcançados os objetivos de estímulo à pesquisa e debate científico. Além disso, o evento contou com a participação de discentes e docentes de outras instituições, promovendo o intercâmbio científico regional.

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I OLIMPÍADA DE ANATOMIA HUMANA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA Santos IAM*, Galvão RCS, Galvão APO, Melo DDPCB, Toscano AE, Magalhães CP, Oliveira LS Centro Acadêmico de Vitória, UFPE

INTRODUÇÃO: A Olimpíada de Anatomia é uma competição entre alunos dos cursos do Centro Acadêmico de Vitória que visa à promoção da convivência entre os cursos das áreas da saúde e ciências biológicas e o entrosamento entre docentes, técnicos, monitores e discentes. OBJETIVO: A olimpíada teve como finalidade o incentivo à curiosidade e o estudo da Anatomia de uma forma lúdica, aprimorando os assuntos discutidos em aulas teóricas e práticas, desenvolvendo a capacidade de estudo e interação em equipe. METODOLOGIA: Formaram-se duas equipes pelos alunos dos cursos de Nutrição e Educação Física, cada equipe com dez integrantes de cada curso. Realizaram-se nove provas onde se exigia conhecimento anatômico e trabalho em equipe. A primeira e segunda prova foi de arrecadações de alimentos e materiais recicláveis, respectivamente. Da quarta a sétima prova exigia conhecimentos anatômicos. Houve a parte lúdica onde a equipe que tivesse a torcida mais animada e organizada recebia uma pontuação. As equipes criaram uma paródia envolvendo anatomia, exigindo conhecimento específico. Na prova de Body paint, os alunos tiveram que pintar em um membro da equipe, um órgão ou estrutura anatômica, utilizando tinta guache, pincel e um atlas de anatomia. RESULTADOS: Houveram duas equipes inscritas na competição. Os cursos de Nutrição e Educação Física mostraram um amplo conhecimento sobre Anatomia Humana e vivenciaram o trabalho em equipe.CONCLUSÃO: A Olimpíada de Anatomia proporcionou aos alunos um momento de conhecimento e descontração. A equipe formada pelos alunos de Educação Física foi à vencedora em pontuação, contudo, alunos, monitores, estagiários, técnicos e professores, foram os campeões, por proporcionar um momento de ciência e interação.

IDENTIFICAÇÃO DE UMA TÉCNICA DE CONSERVAÇÃO ALTERNATIVA PARA A SUBSTITUIÇÃO DA SOLUÇÃO CLÁSSICA DE FORMOL Petersen ML*, Freitas RS, Farias ELP, Fraga R, Veronez DAL Universidade Federal do Paraná A exposição de docentes, técnicos e estudantes de graduação nos laboratórios de anatomia ultrapassa 10 partículas por milhão (ppm), sendo uma ppm o limite tolerável, segundo a Associação Americana de Saúde Pública (APHA). Considerando a toxicidade do formol, este trabalho tem como objetivo sugerir uma técnica de conservação alternativa para a substituição da solução clássica de formaldeído nos laboratórios de anatomia. Para tanto, foram utilizados 100 cortes coronais de cérebros humanos fornecidos pelo Departamento de Anatomia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O material foi dividido em 10 grupos iguais, aos quais foram aplicadas 10 técnicas clássicas de conservação como: solução de tiossulfeto de sódio 5%, solução de Larssen, solução de glicerinação, solução de propilenoglicol, solução de álcool etílico 60%, solução de Lugol, solução de cloreto de sódio 30%, solução de Langer, Solução de formaldeído 10% e solução de clorofórmio a 10%. Após um ano de conservação, cada uma das soluções foi avaliada por 10 técnicos de anatomia, 10 docentes de morfologia e 80 alunos de graduação de diferentes cursos da área da saúde que assistem aulas no Departamento de Anatomia da UFPR. Cada solução foi avaliada com base nos parâmetros de odor, irritação de mucosa nasal e oral, coriza, lacrimejamento e irritação dos olhos. Os resultados obtidos permitiram concluir que a solução de cloreto de sódio 30% causou menor desconforto por apresentar odor mais leve e causar pouco lacrimejamento, corisa e irritação de mucosas, sendo apontada pelos avaliadores como a mais favorável técnica alternativa de conservação de peças anatômicas humanas.

PALAVRAS–CHAVE: Olimpíada de Anatomia, Conhecimento Anatômico, Trabalho em Equipe

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IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DA CABEÇA UMERAL DO MÚSCULO BÍCEPS BRAQUIAL NO LABORATÓRIO DE ANATOMIA DO UNIFOA Cunha MGS*, Almeida RS, Cunha GCSS, Gomes RMT UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda

III MOSTRA DE ANATOMIA HUMANA APLICADA: UMA METODOLOGIA INOVADORA E INTEGRADA NO ENSINO DA ANATOMIA

Variações anatômicas são os casos que diferem dos padrões mais comuns sem gerar prejuízo para a função e podem confundir os alunos ao comparar a peça anatômica com o atlas. A identificação e descrição de tais variações facilitam o aprendizado, registram as diferenças entre indivíduos da mesma espécie e estimulam novas pesquisas sobre anatomia funcional. O músculo bíceps braquial possui duas cabeças com inserções proximais diferentes e uma inserção distal. Porém, uma terceira cabeça, a umeral, é considerada uma variação anatômica desse músculo. Este trabalho tem como objetivo verificar a incidência da 3ª cabeça do bíceps braquial e descrever sua inserção proximal. Foram avaliadas todas as peças dissecadas para o estudo muscular dos membros superiores do Anatômico do UniFOA, no total de 15 peças. Foram excluídas as peças de outras regiões, as que não estavam preparadas para estudo muscular e as sem estado de conservação suficiente para análise visual dos músculos. Foi realizada análise visual das peças anatômicas, na região anterior do braço, buscando a cabeça umeral do músculo bíceps braquial. A peça foi identificada, fotografada e descrita sua relação com outras estruturas. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos, CAEE número 00948512.4.0000.5237. Foi encontrada uma peça apresentando a variação anatômica. A inserção proximal da cabeça umeral do músculo bíceps braquial localizou-se lateralmente à inserção do músculo coracobraquial, que está na face medial do terço médio do úmero. Baseado no estudo concluiu-se que uma peça apresentou a cabeça umeral do músculo bíceps braquial, o equivalente a 6,67% das amostras, e sua inserção proximal localizada na região medial do terço médio do úmero.

Faculdade de Enfermagem e Medicina Nova Esperança – FACENE/FAMENE, João Pessoa – PB

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Andrade WB*, Maia CMAF, Vieira DAF, Cavalcanti TRF, Costa MAJ, Oliveira LL, Lisboa HMF, Nascimento GL

A utilização de material cadavérico favorece o reconhecimento dos órgãos em sua posição anatômica diretamente nos compartimentos corpóreos, seus meios de sustentação e suas relações com outros órgãos. A disciplina Anatomia Humana lecionada nas Faculdades de Enfermagem e Medicina Nova Esperança vem realizando trabalhos envolvendo escolas de ensino médio e estreitando os vínculos da Instituição com a comunidade. O objetivo deste trabalho é motivar a iniciação científica e estimular a integração dos acadêmicos da Instituição, bem como promover para os alunos do ensino médio um espaço, onde os mesmos possam unir o conhecimento da Anatomia Humana, com os conteúdos de caráter clínico. A atividade é desenvolvida no laboratório de Anatomia Humana e tem como públicoalvo, jovens de 15 a 18 anos. Os discentes de Enfermagem e Medicina são divididos em grupos mistos e orientados a elaborar temas enfocando síndromes correlacionando-as com as estruturas anatômicas, a serem apresentadas aos alunos convidados. Estes são divididos em vários grupos e, durante todo o dia, realizam visitas aos diferentes trabalhos tendo conhecimento prévio sobre Anatomia. Desde a primeira edição da mostra, que ocorre semestralmente, a atividade faz parte da avaliação da disciplina e, ao final, cada aluno recebe certificado, sendo premiados os três melhores trabalhos. A integração entre os discentes de Enfermagem e Medicina mostrou-se benéfica, assim como a busca por trabalhos científicos aumentaram. Com relação aos alunos convidados, o evento proporcionou um maior conhecimento sobre a Anatomia Humana e sua correlação clínica, passando, assim, a ser procurado por mais escolas da região que encontram na referida atividade uma maneira diferente de ensino.

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ILUSTRANDO O CONHECIMENTO ANATÔMICO: UMA ESTRATÉGIA DE CONSOLIDAÇÃO DO APRENDIZADO E ENRIQUECIMENTO CULTURAL Lanças SHS*, Lacerda WJT, Dias VC, Barros LV, Esperidião-Antônio V, Siqueira-Batista R, Pereira R, Lopes VK Universidade Federal de Viçosa INTRODUÇÃO: O estudo da anatomia e da arte tem caminhado em íntimo compasso, destacando-se, nesse domínio, o pioneirismo dos estudiosos da Renascença. Grandes artistas – dentre os quais Andreas Vesalius, Leonardo da Vinci, Michelangelo e Frank Netter – têm contribuído decisivamente para o estudo e compreensão do corpo humano. A experiência de conjugação entre o estudo anatômico aprofundado e a produção artística, pelo aluno de medicina, utilizando-se particularmente da dissecção e representação por meio de ilustrações médicas, se mostra uma fecunda estratégia para a consolidação do aprendizado. Destacase ainda o enriquecimento cultural de sua formação. OBJETIVOS: Apresentar uma estratégia de aprofundamento no conhecimento anatômico e em suas aplicações na prática médica, articulando-o com a produção artística. METODOLOGIA: Realização de dissecções de peças anatômicas humanas, com seu estudo e, ato contínuo, representação através de ilustrações, em escala de cinza. RESULTADOS: Tanto a dissecção quanto a ilustração anatômico-artística implicam a utilização da percepção e memória visuais acuradas, desenvolvimento de destreza manual e de estudo minucioso. Acrescentados ao estudo anatômico convencional, tais práticas possibilitaram melhor compreensão das estruturas anatômicas. CONCLUSÕES: O conhecimento é construído de diversas formas. A vinculação do estudo à prática artística favorece ainda mais o aprendizado do discente, corroborando para a formação cultural, para a consolidação dos conhecimentos anatômicos e para o desenvolvimento de habilidades psicomotoras.

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IMPACTO DO INICIO DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO SOBRE OS MÚSCULOS SÓLEO E ELD DE RATOS WISTAR: ANÁLISE MORFOQUANTITATIVA. Krause Neto W*, Souza RR, Maifrino LBM, Gama EF. Lab. de Estudos Morfoquantitativos e Imunohistoquímicos Universidade São Judas Tadeu - SP Parece ser possível a ocorrência de diferença nas alterações induzidas pelo processo de envelhecimento sobre diferentes tipos de músculo. Poucos estudos descrevem as alterações morfológicas sobre diferentes músculos, relacionados ao inicio do processo de envelhecimento, sendo que dados recentes citam que os músculos Extensor longo dos dedos (ELD) e Sóleo (SL) podem ser afetados diferentemente de outros músculos. O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito do início processo de envelhecimento sobre a estrutura dos músculos SL e ELD de ratos Wistar. Os animais foram analisados aos 13 meses (G13, N=5) e aos 16 meses de idade (G16, N=6). Após o sacrifício foram retirados os músculos SL e ELD, em seguida preparados para microscopia de luz, e analisados por técnicas de morfometria e estereologia. Foi analisada a área de secção transversal de miócitos, densidade de volume ocupado por miócitos e capilares, e densidade numérica de miócitos. A análise morfométrica demonstrou aumento na área de secção transversal dos músculos SL e ELD no G16 (p<0,01). Através da estereologianão foi observado qualquer alteração na densidade de volume ocupado por miócitos nos músculos analisados em G16. Por outro lado a densidade numérica de miócitosdiminuiu decorrente ao envelhecimento somente em SL (p<0,01). Não houve diferença n densidade de volume ocupada pelos capilares entre os músculos. Os resultados do presente estudo demonstram que o músculo ELD sofre menor impacto do processo de envelhecimento quando comparado ao músculo SL.

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IMPLEMENTAÇÃO DE VÍDEO-AULAS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA AO ENSINO DA ANATOMIA HUMANA EM UM MODELO PEDAGÓGICO DE METODOLOGIA ATIVA Borges RA1, Zoratti MTR1*, Rocha IR1, Passos AEA1, Tampelini FS2 1 Discente de graduação em Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso -UFMT; 2Docente de Anatomia Humana da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT

IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE ESTÁGIO DOCÊNCIA PARA DISCENTES DE ENFERMAGEM E MEDICINA UTILIZANDO CADÁVERES

Vieira DAF*, Costa MAJ, Cavalcanti TRF, Maia CMAF, Andrade WB, Oliveira LL, Lisboa HMF, Matos DCM Faculdade de Enfermagem e Medicina Nova Esperança – FACENE/FAMENE, João Pessoa – PB

Embora seja crescente o uso de materiais didáticos artificiais, o cadáver ainda se impõe àqueles por proporcionar a identificação do padrão de normalidade em um órgão ou região, bem como o reconhecimento de variações anatômicas, condição que não pode ser reproduzida em peças artificiais. Nos últimos anos, além de desenvolver o conhecimento em nível acadêmico, vem sendo prática comum entre as Instituições de Ensino Superior, comprometidas com a formação e socialização do conhecimento, o envolvimento da sociedade dentro do processo de ensino-aprendizagem de seus estudantes. O objetivo deste trabalho é introduzir o estágio docência na formação dos discentes de Enfermagem e Medicina da FACENE/FAMENE e auxiliar na identificação profissional de estudantes do ensino médio. O trabalho é realizado por meio de aulas práticas no laboratório de Anatomia Humana, ministradas pelos acadêmicos aos alunos do ensino médio, acerca da Anatomia dos sistemas orgânicos e dinâmica morfofuncional dos diferentes órgãos, com a utilização do cadáver. Posteriormente, os projetistas relatam as atividades desenvolvidas, ressaltando as impressões produzidas nos participantes pelo contato com o corpo humano. Os resultados apontam que mais de 96% dos estudantes nunca haviam visitado um laboratório de Anatomia Humana e 63% já pretendia ingressar em cursos da área de saúde. Entre os extensionistas, 32% externaram desejo de atuar na docência concomitantemente à área de formação e 72% a ingressar na pósgraduação. Nesse contexto, concluímos que a utilização do cadáver é uma ferramenta indispensável para a tomada de decisão na escolha da profissão e como forma de contribuição para formação profissional dos alunos da Instituição.

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Nas últimas décadas, descobertas e transformações de diversas áreas do conhecimento abriram caminho para uma reflexão profunda sobre os processos de criação e de transmissão dos saberes e, também, das estratégias de ensino-aprendizagem. Vemos uma constante diminuição na carga horária de Anatomia nos cursos médicos, principalmente por uma adequação das novas diretrizes curriculares nacionais, baseada em metodologia ativa. Dessa forma, temos como objetivo inovar no ensino da Anatomia com a implantação de vídeo-aulas como modelo facilitador do ensino-aprendizagem em Anatomia Humana. Utilizamos para a realização das vídeo-aulas, o acervo de peças da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), sistema de filmagem e microfonia profissionais e um equipamento que nos permitia obter imagens em 3D para colocarmos na aula ministrada pelo docente. Todas as imagens e filmagens foram editadas em um programa de edição profissional (Adobe Premiere Pro). Após a conclusão das aulas, elas foram disponibilizadas no Laboratório Morfofuncional da UFMT como fonte complementar de aprendizado. Observamos que houve um aumento no número de alunos que frequentam o Laboratório Morfofuncional e as aulas teóricas de Anatomia Humana. Essas vídeo-aulas complementaram o ensino em sala de aula de uma maneira mais didática e tecnológica, facilitando a fixação da matéria, uma vez que o aluno pode rever a aula quantas vezes quiser. Concluímos que a utilização de tecnologia aliada ao conhecimento da Anatomia torna o processo de ensino-aprendizagem diferenciado e produtivo. A inovação diante da importância e relevância que a Anatomia vem perdendo ao longo dos anos é uma forma de mantermos acesa a chama dessa essencial disciplina.

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IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DE LESÃO NA CORONÁRIA ESQUERDA Sousa FP*, Igor TQ Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, Bahia, Brasil O infarto agudo do miocárdio e a angina do peito são manifestações patológicas da obstrução total ou parcial das artérias coronárias. Dentre as doenças cardiovasculares que, hoje, correspondem a principal causa de morte na população em geral, a doença arterial coronariana é a mais comum. Essa doença é um distúrbio no qual depósitos de gordura acumulam-se nas células que revestem a parede de uma artéria coronária e, consequentemente, obstruem o fluxo sanguíneo. A artéria aorta se ramifica na porção ascendente em duas artérias coronárias, uma esquerda e outra direita. A coronária esquerda passa entre a aurícula esquerda e o tronco pulmonar, dividindo-se em dois ramos. Daí a importância de se conhecer bem a anatomia externa do coração e darmos atenção ao acometimento do Tronco da artéria Coronária Esquerda. No estudo realizado, ressaltou se a necessidade de avaliar o IAM e a angina do peito em casos em que estes acontecimentos repercutem as condições morfofisiológicas da artéria coronária esquerda para, então, compreender melhor o processo de stress que ocorre no tecido cardíaco nos casos de obstrução dessa artéria coronária. Utilizou-se para tanto, o estudo da anatomia descritiva, clínica e imaginológica da artéria coronária esquerda e regiões irrigadas por este vaso através de revisão bibliográfica de artigos encontrados em bancos como o LILACS e SCIELO e com referências dos defensores da teoria miogênica. Constatou-se, então, que a lesão da coronária esquerda é a mais grave já que é responsável pela irrigação da maior parte do ventrículo esquerdo, sendo, portanto, essencial o diagnóstico precoce e acompanhamento dos pacientes portadores desse tipo de doença assim como tratamento eficaz e rápido.

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IMPORTÂNCIA CLÍNICA DA ANATOMIA NO TRATAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE PÉ DIABÉTICO – ATENÇÃO MULTIDISCIPLINAR Teixeira LOM*, Servidio L, Serafim FS, Sena ALF, Babinski MA, Leite TFO, Silva JG, Chagas CAA Hospital Policlínica Carmela Dutra, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Laboratório de Anatomia, Departamento de Morfologia, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil; Laboratório de Anatomia, Universidade Gama Filho (UGF), Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Universidade Salgado de Oliveira, Universo, Niterói, RJ, Brasil A Diabetes Mellitus (DM) tem importância mundial pela sua prevalência. Seu tratamento envolve gastos de milhões de dólares por ano, em especial as suas complicações. Entre essas destaca-se o pé diabético (PD). A vasculopatia isquêmica decorrente de aterosclerose e neuropatia periférica pelas alterações metabólicas da glicose com formação de sorbitol, estão associadas ao PD. O conhecimento da anatomia dos pés é de suma importância para avaliação, tratamento clínico e cirurgico, além do prognóstico das lesões apresentadas pelos pacientes portadores de DM. Atenção primária nestes casos é de vital importância para o salvamento do membro. Portanto, este trabalho tem por objetivo apresentar dados anatômicos de interesse multidisciplinar com relato de caso. Paciente de 72 anos, diabético, portador de insuficiência arterial crônica e neuropatia periférica, tratado com amputação de partes do pé, evoluiu com complicações diversas, entre elas úlcera isquêmica e infecção. Após amputação apresentou enorme deformidade no pé devido a linfedema secundário provocado por múltiplas infecções estafilocóccicas (erisipelóide). Entre os cuidados necessários esteve submetido a atendimento multidisciplinar na tentativa de melhora do seu quadro clínico. São discutidos os dados anatômicos de interesse multidisciplinar inerentes ao problema com destaque para os aspectos vasculares e neurológicos do pé.

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IMPORTÂNCIA DA ANATOMIA PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ENFERMEIRO DE ACORDO COM A OPINIÃO DE ACADÊMICOS DE TURMAS CONCLUINTES Adalmira BL*, Jalles DL, Francisco ORF, Gilderlan RM, Josefa LAL, Amanda SG Faculdades Integradas de Patos

IMPORTÂNCIA DA DISSECAÇÃO ANATÔMICA PARA O ENTENDIMENTO DA NEUROPATIA NA HANSENÍASE Silva PDO, Lemes GA, Araújo PCS, Benetti EJ, Luiz CR, Fiuza TS*

INTRODUÇÃO: Disciplina tradicional dos cursos da área biomédica, a Anatomia Humana é considerada básica para a formação de todo profissional da saúde. Sendo, portanto o estudo anatômico fundamental para possibilitar ao enfermeiro o reconhecimento dos órgãos do corpo humano, assim como, a morfologia, a localização, a função e a organização desses órgãos em sistemas. Oferecendo desta forma subsídios para construção do conhecimento do futuro profissional de enfermagem. OBJETIVO: Observar a opinião dos alunos concluintes de Enfermagem das Faculdades Integradas de Patos (FIP), acerca da importância do conhecimento anatômico para a sua prática profissional. METODOLOGIA: Estudo exploratório descritivo, quantiqualitativo. Para a realização deste estudo, foram aplicados questionários, com perguntas objetivas e subjetivas, a 36 alunos concluintes do Curso de Enfermagem das FIP, que aceitaram participar do estudo, mediante observações éticas da Resolução 196/96. RESULTADOS: Dos 36 acadêmicos entrevistados, 100% afirmaram que o conhecimento anatômico é de grande relevância para sua futura prática como Enfermeiro e, que pode ser o diferencial para um bom desempenho profissional. Observou-se ainda que, 14 (38,8%) dos alunos já enfrentaram alguma dificuldade com a realização de algum procedimento na fase de estágios devido à falta do conhecimento da Anatomia, o que os levaram a consultar o professor da disciplina e monitores, bem como, atlas fotográfico e livros. E, os entrevistados citaram como melhorias para o ensino na instituição: o aumento da carga horária, com a indicação da divisão da disciplina em dois momentos (períodos), como também, maior número de aulas práticas e atualizações na área ao longo do curso. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia Humana. Conhecimento anatômico. Prática profissional do Enfermeiro.

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A hanseníase é uma neurite periférica que resulta em perda sensitiva, causada pelo Mycobacterium leprae. Os objetivos deste trabalho foram: dissecar nervos superficiais do membro inferior, verificar suas relações anatômicas e correlacionar com a hanseníase. Para o estudo, utilizou-se um cadáver fixado em formol e conservado em glicerina. Realizaram-se incisões transversais aos níveis: do ligamento inguinal, da articulação do joelho, dos maléolos e das articulações metatarsofalangianas; e uma incisão longitudinal seguindo da espinha ilíaca ântero-superior, à patela e ao hálux. Retirou-se epiderme e derme, e foram dissecados os nervos fibular superficial, safeno e cutâneo anterior da coxa, retirando-se tecido fibroadiposo. Observou-se o nervo cutâneo anterior da coxa emergindo inferiormente ao canal inguinal, paralelo à veia safena magna, com ramos, intermédio e medial, respectivamente, anteriormente e posteriormente, ramificando-se para região cutânea. Verificou-se o nervo safeno emergindo na porção ínfero-medial do joelho, paralelo e anterior à veia safena magna até o terço proximal da perna, onde se observou um calo ósseo tibial. Diferentemente do que é descrito na literatura, esse nervo não acompanha toda extensão da veia safena magna, provavelmente devido à lesão encontrada. O nervo fibular superficial emerge do hiato crural, dividindo-se nos nervos cutâneos dorsais, medial e intermédio, e esses se subdividindo nos nervos digitais dorsais do pé. Os nervos dissecados podem ser lesados pelo M. leprae e, através deles, propagar-se para nervos profundos. Concluiu-se que a dissecação é importante para conhecer os nervos cutâneos e sua correlação com a hanseníase, e desenvolver habilidade manual.

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INCIDÊNCIA DE VARIAÇÕES NO HIATO SACRAL EM SACROS HUMANOS MACERADOS: DIFERENÇAS ENTRE GÊNEROS Silva JP*, Fazan VPS, Thomazini JA Departamento de Anatomia e Cirurgia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP

INCIDÊNCIA DE FRATURAS DE FÊMUR NO SEXO FEMININO Marçal AC, Santos VRL*, Ferreira FCL, Camporês JPG, Lima FB, Costa MJC, Aragão JA Universidade Federal de Sergipe e Universidade Tiradentes

INTRODUÇÃO: Estudos indicam que o número de fraturas osteoporóticas de membros inferiores no mundo, irá aumentar de 1,66 para 6,26 milhões até o ano de 2050, fazendo-se necessária a urgente implantação de medidas preventivas. Os indivíduos do sexo feminino são os mais afetados, devido a diversos fatores como envelhecimento, menopausa, histórico familiar de doença, deficiência na ingestão de cálcio, bem como a diminuição e/ou ausência de atividade física. OBJETIVO: Analisar a incidência de fratura de fêmur em indivíduos do sexo feminino. METODOLOGIA: Foram analisados 343 laudos de pacientes do sexo feminino que deram entrada na urgência da Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia na cidade de Aracaju – Sergipe, no período de Junho de 2008 a Junho de 2009. RESULTADOS: A incidência de fraturas de fêmur em mulheres aumentava de acordo com a faixa etária, apresentando 66,17 indivíduos para cada 10 mil habitantes (acima de 60 anos) – p<0,05. CONCLUSÃO: A incidência de fratura de fêmur no sexo feminino aumenta gradativamente com a idade, sendo preponderante em mulheres acima de 60 anos (p<0,05).

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O uso do hiato sacral em administração de corticóide para diminuição e eliminação da dor lombossacra, em anestesia peridural ou no posicionamento de cateteres é largamente preconizado (COCICOV, 2004). O hiato sacral é uma abertura ampla que surge pela ausência de fusão das lâminas de S5 na linha mediana posterior, 5 cm acima da extremidade distal do sacro (GANEN, HAMAJI, CARNEIRO, 2004). Existem variações anatômicas na formação do hiato sacral e o seu desconhecimento pode criar dificuldades nos procedimentos médicos descritos (NAJMAN et al, 2011). O objetivo desse trabalho é identificar variações na forma do hiato sacral em cadáveres humanos brasileiros de idade, etnia, e origem não conhecidas. Foram avaliados 110 hiatos sacrais pós-exumação, 57 do sexo masculino e 53 do sexo feminino classificando-os de acordo com formas já conhecidas: “U” invertido, “V” invertido, forma de sino, irregular, bífido, alongado e agenesia da parede dorsal do canal sacral (NAGAR, 2004). No sexo masculino identificamos 14% dos hiatos em forma de “U” invertido, 22,8% em forma de “V” invertido, 5,2% em forma de sino, 14% irregulares, 12,3% na forma bífida, 24,6% alongados e 7% com agenesia. No sexo feminino identificamos 24,5% na forma de “U” invertido, 24,5% em forma de “V” invertido, 3,8% na forma de sino, 7,5% irregulares, 11,3% bífidos, 22,6% alongados, e 5,7% com agenesia. Destacamos que há uma grande variedade de formas do hiato sacral com diferenças percentuais importantes entre gêneros, principalmente em ”U” invertido e irregular, sendo mais frequente em homens a formaalongada e em mulheres o “V” invertido. Fica evidente que uma avaliação morfométrica será necessária para a obtenção de dados de importância clínica, aplicáveis em anestesiologia.

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INCIDÊNCIA DO FORAME MASTÓIDE EM CRÂNIOS HUMANOS DE BRASILEIROS Botacin PR, Rossi AC, Freire AR, Manoel C, Prado GB, Caria PHF, Prado FB

INCIDÊNCIA DO PONTICULUS POSTICUS NO ARCO POSTERIOR DA VÉRTEBRA ATLAS DE BRASILEIROS Rolfini ECS, Rossi AC, Freire AR, Miguel BS, Botacin PR, Caria PHF, Prado GB, Prado FB

Variações anatômicas de forames do crânio têm sido interesse de neuroanatomistas devido às conseqüências clínicas que estas estruturas podem ocasionar. O forame mastóide se localiza na porção mastóide do osso temporal, próximo à sutura occipitomastóide. Este forame, quando presente, transmite uma veia emissária para o seio sigmóide. Pode ocorrer de forma única ou múltipla. A veia emissária mastóide pode atuar como mais uma via de disseminação de infecções ou de tumores com origem na face e na fossa infratemporal. Além disso, o forame mastóide é considerado um marco anatômico que auxilia na diferenciação das espécies. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a incidência do forame mastóide em crânios humanos de brasileiros e discutir os aspectos clínicos que a presença dessa variação anatômica pode ocasionar. A presença e o número de forame mastóide, nos lados direito e esquerdo foram avaliados em 121 crânios adultos de brasileiros com distinção de gênero. Dois examinadores realizaram a avaliação da incidência. Foram observadas concordâncias intra e interexaminadores para a presença do forame mastóide. Verificouse que nem o lado direito (qui-quadrado, p= 0.5726), nem o esquerdo (qui-quadrado, p= 0.1144) mostraram diferenças nas proporções entre os gêneros. Isso significa que os gêneros não influenciaram na distribuição do forame mastóide. Além disso, a comparação entre os lados e os gêneros (Kruskal-Wallis, p=0.0772) mostrou que não há diferenças estatisticamente significantes. Houve concordância da presença do forame da ordem de 49,6% (60 de 121) entre os lados.

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O ponticulus posticus é uma ponte óssea localizada no arco posterior da vértebra atlas e apresenta relação com a passagem da artéria vertebral. Quando completa, forma um forame que, se de tamanho reduzido, pode causar considerável compressão isquêmica da artéria vertebral com conseqüente redução do fluxo sanguíneo cerebral. O objetivo desse estudo foi avaliar a incidência do ponticulus posticus no arco posterior da vértebra atlas de brasileiros e discutir os aspectos clínicos que a presença dessa variação anatômica pode ocasionar. A presença do ponticulus posticus com ossificação completa ou incompleta, ou a presença de sulco (bilateral e unilateralmente), nos lados direito e esquerdo foram avaliados em quarenta vértebras atlas adultas de brasileiros sem distinção de gênero. Dois examinadores realizaram a avaliação da incidência. Foram observadas concordâncias intra e interexaminadores para a presença do ponticulus posticus. Verificou-se que 60% das vértebras apresentaram algum tipo de formação óssea, ou seja, sulco, ponticulus posticus incompleto ou ponticulus posticus completo. O ponticulus posticus esteve completo bilateralmente em 7,5% das vértebras. Unilateralmente esteve presente em 27,5%, sendo 17,5% no lado direito e 10% no lado esquerdo. Apenas 5% das vértebras apresentaram o ponticulus posticus de forma incompleta, sem formar o forame. Verificou-se que 37,5% das vértebras apresentaram unilateralmente apenas um sulco, sem formar a ponte óssea. Apenas 2,5% das vértebras apresentaram este sulco bilateralmente. A incidência desta variação anatômica é alta na população brasileira avaliada e o desenvolvimento desta estrutura está associado ao surgimento de dor cervical e distúrbios cerebrovasculares.

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ÍNDICE CARDIOTORÁCICO EM CATETOS (Tayassu tajacu) Pessoa GT, Diniz AN, Almeida HM, Oliveira SCR, Bezerra DO, Moura LS, Neves WC, Alves FR

INCISIVO INFERIOR PERMANENTE SUPRANUMERÁRIO EM MANDÍBULA HUMANA – RELATO DE CASO Rolfini ECS, Rossi AC, Freire AR, Caria PHF, Botacin PR, Prado FB

Um número de dentes maior que o normal no arco dental é conhecido como hiperdontia, sendo os dentes adicionais chamados de supranumerários. Os dentes supranumerários apresentam maior incidência na região anterior da maxila. Dentes supranumerários podem surgir em ambas as dentições, entretanto, são mais incidentes na permanente. A etiologia dos destes dentes ainda não está completamente elucidada e existem várias teorias para os diferentes tipos de dentes supranumerários. Uma das teorias mais aceitas sugere que os dentes supranumerários resultam de uma hiperatividade localizada e independente da lâmina dental. A hereditariedade pode ter um papel nesta anomalia. Assim, o objetivo deste estudo foi relatar um caso de um incisivo supranumerário encontrado em uma mandíbula humana. Foi encontrado um incisivo supranumerário em uma mandíbula humana seca, adulta, do gênero masculino. Verificou-se que este dente apresentou a localização e a anatomia de um incisivo lateral. O conhecimento da existência de dentes supranumerários apresenta importância na prática clínica em Odontologia. Os dentes supranumerários podem ser detectados ao exame clínico e/ou radiológico. O diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais para evitar ou minimizar complicações associadas.

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Os recursos para estudo de anatomia em medicina veterinária são muitos e entre eles está as imagens de raiox. Muitas espécies, principalmente silvestres são pouco estudadas quanto à anatomia cardíaca. O difícil acesso aos animais e dificuldades em sua contenção são alguns dos motivos que levam ao pouco estudo, contudo muitos desses animais são importantes modelos biológicos. O presente estudo visou definir o índice cardiotorácico de catetos (Tayassu tajacu) tendo este valor como mais um parâmetro de mensuração cardíaca nesses animais facilitando a detecção de quaisquer alterações no tamanho cardíaco. Foi realizada radiografia torácica de 4 suídeos da espécie Tayassu tajacu não anestesiados em posição ventro dorsal. As imagens foram avaliadas por um radiologista experiente e posteriormente foram feitas as mensurações na imagem da maior largura cardíaca e maior largura torácica. O valor médio encontrado para os animais avaliados foi de 1,78±0,13cm. Concluiu-se que a radiografia continua sendo um importante método de estudo anatômico nestas espécies animais. Os valores obtidos poderão contribuir para avaliação do tamanho cardíaco de outros animais, como valor de referência para avaliação de possível alteração do próprio animal futuramente.

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ÍNDICE CARDIOTORÁCICO EM CUTIAS (Dasyporocta prymnolopha, Wagler 1831) Almeida HM; Diniz AN, Sousa FCA, Moura LS, Carvalho MAM*, Neves WC, Sousa JM, Alves FR Atualmente são poucas as alternativas de avaliação cardíaca em medicina veterinária de animais silvestres. O índice cardiotorácico (ICT) é útil nesse caso por ser de mais fácil acesso que a ecocardiografia. Além disso, as informações sobre anatomia cardíaca da cutia são escassas, o que vai de encontro à importância desse animal como fonte de proteína alternativa e modelo biológico experimental. O presente estudo visou definir o ICT para essa espécie, criando subsídios necessários para avaliação posterior de possíveis alterações no tamanho cardíaco desses animais. Foram realizadas radiografias do tórax de 4 animais não anestesiados em posição ventro-dorsal. Foi realizada a correlação entre largura cardíaca e largura torácica. O valor médio encontrado foi de 1,79±0,13cm. Concluiu-se que a técnica radiográfica é bem tolerada pelos animais e bem acessível em medicina veterinária. Os valores encontrados podem ser utilizados posteriormente para detecção de alterações cardíacas nesta espécie.

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INFECÇÃO POR CISTOS DE Toxoplasma gondii SOBRE A PAREDE INTESTINAL E PLEXO MIENTÉRICO DE Gallus gallus Santana DMG*, Bonapaz RS, Hermes-Uliana C, Santos FN, da Silva AV, Araújo EJA Universidade Estadual de Maringá; Universidade Estadual de Feira de Santana; Universidade Estadual de Londrina O objetivo deste trabalho foi analisar os efeitos da infecção pelo Toxoplasma gondii sobre a parede intestinal e o plexo mientérico de Gallus gallus. Dez galinhas de 36 dias de idade separadas em dois grupos: controle e experimental inoculado com cistos da cepa ME-49 de T. gondii (genótipo II) pela via oral. Após 60 dias os animais foram submetidos à eutanásia e o duodeno coletado. Parte dos segmentos intestinais foi submetida à rotina histológica, coloração por HE e técnica histoquímica de PAS e Alcian Blue. Realizou-se uma avaliação qualitativa da parede intestinal e medidas comparativas entre os grupos da espessura da parede total, túnica muscular, muscular da mucosa e túnica mucosa. As células caliciformes foram quantificadas. Outra parte dos segmentos intestinais foi fixada em formol acético e dissecada retirando-se a túnica mucosa e a tela submucosa. Os neurônios foram corados pela técnica de Giemsa, contados e mensurados. Os animais do grupo experimental apresentaram uma redução de ~60% da densidade dos neurônios mientéricos e as células remanescentes não sofreram alteração na área do pericário e núcleo. A infecção crônica induzida por cistos de T. gondii levou a atrofia da parede intestinal, da muscular da mucosa e das túnicas muscular e mucosa. Observou-se ainda aumento da secreção de mucinas. TERMOS DE INDEXAÇÃO: Duodeno, galinhas, toxoplasmose, sistema nervoso entérico, intestino delgado.

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INFILTRAÇÃO EM POLIACETATO DE VINILA (PVAC) PARA CONSERVAÇÃO DE ESQUELETOS HUMANOS Moreira PC*, Oliveira KM, Cardoso JR, Moreira SOL, Benetti, EJ, Souza PR, Figueiredo ACR, Simões K Universidade Federal de Goiás

INFLUÊNCIA DA ANATOMIA MAXILAR NA DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES QUANDO SUBMETIDA A DIFERENTES OSTEOTOMIAS PARA EXPANSÃO TRANSVERSAL Abrantes GR*, Assis DSFR, Gonçales ES, Duarte BG, Xavier T

Peças ósseas provenientes de cemitérios são meios importantes para o estudo de osteologia em laboratórios de anatomia. Contudo tais ossos vêm com superfície saturada de restos da putrefação e terra abundante. No processo de limpeza diversos relevos anatômicos são destruídos, principalmente se forem usados químicos como o peróxido de hidrogênio ou outros clareadores. Necessita-se, pois, conservação extra para manutenção das peças. O PVAC é um polímero com ponto de fusão em torno de 50°C, atóxico e inodoro quando seco. Tais propriedades possibilitam o manuseio da peça evitando-se a infiltração de materiais como poeira e gordura na superfície porosa óssea. Além da proteção da peça e do usuário a principal vantagem é que a infiltração da solução provoca um endurecimento das estruturas mais finas com substancial aumento de resistência ao toque e conservação em caso de desarticulação e mesmo uso de serra anatômica para cortes com resistência suficiente para conservar septo nasal, conchas e outras porções. Estruturas anatômicas finas como cristas e tuberosidades não são alteradas. Utilizaram-se 36 esqueletos provenientes de cemitério público, que foram lavados delicadamente com água e sabão neutro, usando-se escova macia para remoção da terra e demais impurezas. Foram imersos numa solução aquosa de poliacetato de vinila (PVAC) a 50% por no mínimo 24 horas em temperatura ambiente, após o que foram colocados para secar à sombra por pelo menos três dias. O procedimento contribui significativamente para conservação e manutenção das peças. A infiltração com PVAC é vantajosa, barata e de fácil execução a ponto de justificar sua aplicação em todo acervo para proteção e integrar o protocolo básico de recepção de peças provenientes de cemitérios.

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Instituto Florence de Ensino Superior-IFES

A deficiência transversal de maxila é uma deformidade de origem genética ou ambiental, que pode ser tratada por procedimentos ortodônticos, ortopédicos, cirúrgicos ou pela combinação destes, levando em consideração, o grau de atresia, estágio de maturidade esquelética, idade do paciente e associação com outras deformidades. A expansão cirurgicamente assistida é um dos tipos de tratamento que visa à secção dos principais pilares de reforço maxilar seguido de expansão gradativa por meio de aparelhos ancorados em dentes com apoio palatino ou não. O objetivo deste trabalho é verificar a distribuição das tensões geradas nas maxilas submetidas à osteotomias tipo Le Fort I com 4 variações e expandidas em 1mm, por meio do método de elementos finitos. Foram construídos virtualmente 5 modelos de maxila: M1- modelo hígido; M2- Le Fort I com degrau zigomático; M3- Le Fort I com degrau zigomático e separação pterigóide; M4- Le Fort I descendente sem degrau e M5 – Le Fort I descendente sem degrau e separação pterigóide. A Tensão Máxima Principal (TMP) mostrou áreas de tração difundindo-se pela maxila e na região entre os dentes de suporte, localizada na união do rebordo com o palato e um ponto crítico na sutura mediana na altura posterior ao primeiro molar, para M2, M3, M4 e M5. Nos modelos M2 e M4 a TMP difundiu-se posteriormente em direção e sobre o processo pterigóide; diferentemente do quadro mostrado em M3 e M5. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que M3 teve desempenho superior aos demais modelos, pois apresentou menor deslocamento dentário em relação ao deslocamento ósseo; e teve a tensão de tração posterior interrompida pela osteotomia, evitando possíveis danos ao osso esfenóide.

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INFLUÊNCIA DA ELETROESTIMULAÇÃO NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS), APLICADA PRECOCEMENTE, NA REGENERAÇÃO NERVOSA PERIFÉRICA INFLUÊNCIA DA DIETA NA MANUTENÇÃO DOS NEURÔNIOS MIOENTÉRICOS NITRÉRGICOS NO ENVELHECIMENTO

Cavalcante DM*, Martins EL, Zugaib J, Goes BT, Baptista AF

Pereira JNB*, Gouvea TS, Bonfim-Neto AP, Mari RB Universidade Paranaense

O envelhecimento é responsável por diversas complicações morfofuncionais, causadas principalmente devido ao aumento na produção de radicais livres. Dentre os sistemas comprometidos com a idade, encontra-se o sistema nervoso entérico que coordena as atividades do trato gastrointestinal (TGI). O uso de dietas especiais e também de antioxidantes têm sido estudados na tentativa de minimizar os efeitos deletérios do envelhecimento. Desta forma, objetivou-se avaliar os efeitos do β-caroteno e da restrição alimentar (RA) sobre a densidade dos neurônios mioentéricos NADPH-dp do duodeno de ratos no envelhecimento. Para tanto, ratos machos Wistar de doze meses, foram distribuídos em cinco grupos (n=5): GCI e GCII - animais de doze e dezoito meses, respectivamente, alimentados com dieta normal; GB - animais alimentados com dieta normal e suplementados com β-caroteno até os 18 meses; GRA - animais submetidos à RA de 30% até os 18 meses; e GBRA: animais submetidos a RA e suplementação de β-caroteno até os 18 meses. Após período experimental os animais foram eutanasiados, o duodeno foi coletado e processado para a técnica de NADPH-d. Os preparados de membrana obtidos foram destinados à análise quantitativa (mm²) dos neurônios mioentéricos NADPH-dp. Os resultados foram expressos em média±desvio padrão e analisados pelo teste de Scott Knott. A densidade neuronal média (mm²) diminuiu significativamente (p>0,05), com o envelhecimento (GCI: 362,3±21,3 e GCII: 268±35,3) e com a utilização das terapias de forma isolada (GB: 285,6±8,9 e GRA: 259±32,1), o que não foi observado no GBRA (364,3±22,1). Portanto, concluise que, quando utilizadas em conjunto, a RA e β-caroteno mantêm a densidade de neurônios NADPH-dp no envelhecimento.

INTRODUÇÃO: Após uma lesão axonal ocorre extensa degeneração do segmento distal à lesão, conhecida por Degeneração Walleriana. O uso de correntes elétricas externas à lesão tem a finalidade de restabelecer o fluxo elétrico normal, aumentar a circulação local, aumentar o metabolismo celular e estimular a produção de fatores tróficos. OBJETIVO: Verificar se existe influência da TENS quando aplicada precocemente na regeneração nervosa periférica. MÉTODOS: Realizou-se um estudo experimental com 30 camundongos suíços. Os animais foram anestesiados e submetidos ao esmagamento do nervo ciático por 30 segundos. Os animais foram divididos em 3 grupos: controle (n=10), TENS convencional (n=10) e TENS acupuntura (n=10) . Os animais dos grupos Tens A e Tens C foram estimulados por 2h imediatamente após o procedimento cirúrgico com a modalidade do seu grupo e os do grupo controle apenas posicionados por 2h.Uma avaliação funcional foi feita semanalmente desde antes da cirurgia e durante o período experimental, no 7º, 14º, 21º, 28º e 35º dias através da aquisição de fotos seguindo o modelo para obtenção do Índice Estático do Ciático para Camundongos. Após última semana de avaliação funcional, os animais foram submetidos à perfusão transcardíaca e os nervos ciático dissecados bilateralmente para avaliação histomorfometrica, sendo analisada a densidade e diâmetro de fibras mielinizadas e não mielinizadas , coeficiente g e densidade do núcleo da célula de Schwann. RESULTADOS PARCIAIS: Não houve diferença significativa no grupo Tens A durante todo período de análise. Tens C, mostrou diferença (p=0,0072) no 7º dia comparado com todos os outros, exceto com o dia 0. No grupo C, o 7º dia foi diferente de todos os outros (p=0,0042), exceto do 14º dia.

INFLUÊNCIA DA MOBILIZAÇÃO NEURODINÂMICA NA REGENERAÇÃO NERVOSA PERIFÉRICA APÓS LESÃO POR ESMAGAMENTO DO NERVO CIÁTICO Martins EL*, Cavalcante DM, Abreu CAS, Carneiro P, Correa L, Baptista AF 534

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INTRODUÇÃO: O estiramento passivo, oscilado ou não, de determinados nervos periféricos têm sido descritas como Mobilização Neurodinâmica (MN). Estas manobras são utilizadas na tentativa de restabelecer a neurodinâmica normal do nervo, que está alterada em decorrência de compressões ou estiramento. OBJETIVO: Verificar a influência da MN na regeneração nervosa periférica, e fibrose decorrente da lesão. MÉTODOS: Trata-se de um estudo experimental em 10 ratos (Rattus norvegicus), todos submetidos ao procedimento cirúrgico para lesão por esmagamento do nervo ciático direito, divididos em 2 grupos, de acordo com o tratamento: experimental e controle. Grupo controle, animais anestesiados e posicionados; e experimental, animais anestesiados e submetidos a MN. A intervenção de ambos foi iniciada no 10º dia após a lesão, mobilização com duração de 1 minuto, repetida por 3vezes, com descanso de 30 segundos entre cada mobilização, realizado seis vezes por semana durante três semanas. Imediatamente antes da cirurgia, antes de iniciar a intervenção, sete, quatorze e vinte e um dias após, foi realizada a avaliação funcional através do Índice Estático do Ciático (IEC). Após o término da terceira semana de experimento, os animais foram submetidos à perfusão transcardíaca e tiveram seus nervos dissecados bilateralmente. Para microscopia eletrônica de transmissão, foram avaliados a densidade de fibras, o diâmetro dos axônios mielinizados e não-mielinizados e estimado o coeficiente g ratio, e na microscopia óptica avaliado colágeno (picrosirius) em ambos os grupos. RESULTADOS parciais: A análise estatística demonstrou que não houve diferença significante entre os grupos, durante o período de análise do teste funcional.

dermestário era constituído de uma caixa plástica de 2L, 20g de algodão,70 indivíduos (20 adultos e 50 larvas), ao qual era adicionado 150g de ração (carcaça seca de rato wistar, decapitado, eviscerado e sem pele).Para a secagem, as carcaças eram mantidas em álcool etílico 96º por 2h e depois permaneciam em estufa a 40ºC por 24h. Após a adição daração, as colônias eram mantidas em temperatura controlada: DM1 (17ºC), DM2 (20ºC)DM3 (25ºC)ouDM4 (30ºC), e monitoradas por 15 dias, quando então interrompia-se o processo para a pesagem das carcaças e posterior comparação dos pesos médios de tecido mole digerido nas diferentes temperaturas.Os pesos médios digeridos das carcaças foram:DM1=0g, DM2=0g,DM3=109g, eDM4=131g. No DM1 e DM2, houve uma drástica mortandade de larvas e adultos, com consequente inatividade da colônia. Comparado pelo Teste t de student, DM4 apresentou digestão 20,8% maior que DM3 (p=0,08).Os dados deste estudo concluíram que temperaturas baixas, menores que 20ºC, inviabilizam as colônias de dermestídeos, e temperaturas maiores, em torno de 30 ºC,se mostraram mais apropriadas, promovendo inclusive uma altíssima taxa de crescimento da colônia. APOIO FINANCEIRO: CNPq, FAPES, FACITEC e PROEX-UFES

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TEMPERATURAS NA LIMPEZA DE ESQUELETOS PELA DIGESTÃO DE DERMESTES Bacelar AC *, Ouverney TN, Sancio LB, Soares AAF, Bittencourt APSV, Bittencourt AS Dept. Morfologia, UFES A limpeza de ossos promovida pelos insetos do gênero Dermestes tem sido importante ferramenta na preparação de peças utilizadas para fins didáticos, expositivo e projetos de divulgação científica, promovidos pelo Museu de Ciências da Vida da UFES. De modo a fomentar a utilização desta técnica eficientemente, objetivamos, nesse estudo, avaliar a temperatura ideal para a manutenção e o bom funcionamento da colônia.Foram utilizados 28dermestários distribuídos em 4 grupos de 7: DM1, DM2, DM3 e DM4. Cada 536

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INFLUÊNCIA DO ANTI-INFLAMATÓRIO MELOXICAM DURANTE O REPARO ALVEOLAR EM RATOS. ANÁLISE RADIOGRÁFICA E HISTOMORFOMÉTRICA

INFLUÊNCIA DO ESTÍMULO NA INIBIÇÃO PRÉ-PULSO DO SOBRESSALTO E SUA IMPORTÂNCIA NO ESTUDO DAS AFERÊNCIAS AOS NEURÔNIOS DA RAIZ COCLEAR 1

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Martins MG*, Da Silva AV, Beduschi RS, Barioni NO, 2,3 Hormigo S, 2,3López DE, 1 Horta-Júnior JAC

Oliveira TVZ, Arantes RVN, Viscelli BA, Furlaneto DJ, Cestari TM, Assis GF, Garlet GP, Taga R

1-Departamento de Anatomia, Instituto de Biociências, UNESP, 18618-970; Botucatu, SP, Brasil; 2-Instituto de Neurociências de Castilla y León (INCYL), Universidad de Salamanca, 37007, Salamanca, Espanha; 3-Instituto de Investigación Biomédica de Salamanca (IBSAL). Universidad de Salamanca, 37007, Salamanca, Espanha.

A utilização dos anti-inflamatórios não esteroidais como tratamento da dor podem apresentar efeitos negativos na reparação óssea inicial, inibindo a atividade das células ósseas, bem como a reparação das fraturas. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar se o uso do Meloxicam altera o processo de reparo alveolar. A exodontia do incisivo superior direito foi realizada em 120 ratos. Durante 7 dias os animais do grupo controle (GC n=60) receberam injeção diária de 0,1 ml de 0,9% NaCl e no grupo tratado (GT n=60) 3mg/kg de Meloxicam. Os alvéolos foram coletados, radiografados e processados histologicamente nos períodos de 3, 7, 10, 14, 21 e 30 dias pós-cirúrgico. Para a determinação do volume total do alvéolo (VtA) e do tecido ósseo formado (VtO) pelo método de Cavalieri foram obtidos cortes transversais semi-seriados (250 μm de distância entre os cortes) de todo o alvéolo. Os dados foram analisados pela ANOVA e post-hoc teste de Tukey (p<0,05). Radiografica e morfologicamente no GC ocorreu reabsorção da cortical óssea e redução do alvéolo entre 7 e 30 dias. No GT a reabsorção alveolar ocorreu somente após os 14 dias. Aos 21 dias o VtA no GC foi 0,3 vezes menor em relação ao GT. No GT ocorreu atraso no reparo alveolar entre 3 e 21 dias em comparação ao GC devido a lenta reabsorção do coágulo sanguíneo e substituição por tecido conjuntivo/ósseo. Neste período o volume do coágulo no GT foi 0,95 vezes maior que no GC. Entre 3 e 14 dias, o Vto no GT foi 0,26 vezes menor em relação ao GC. Aos 30 dias o VtA e o VtO foram similar entre os grupos. Concluímos que o uso do Meloxicam atrasa, inicialmente, o reparo/remodelação alveolar.

Os neurônios da raiz coclear (CRN) estão localizados na parte coclear do nervo vestíbulococlear e conectam-se com centros de integração sensoriomotora do tronco encefálico. Fazem parte da via neural do reflexo auditivo de sobressalto (RAS), porém suas aferências são pouco conhecidas e ignoram-se suas funções no RAS e em uma de suas principais modulações, a inibição por estímulo prévio (PPI). Para estudar a origem e a função das aferências aos CRN realizamos experimentos de injeção de traçador neuronal retrógrado na raiz coclear para identificar as fontes de aferências aos CRN e padronizamos um protocolo de avaliação comportamental do RAS e da PPI. Estudamos a influência de 19 tipos de estímulos acústicos em 4 ratos wistar, de 250 a 290g, fêmeas e adultas. O estímulo utilizado para o desencadeamento do RAS foi um pulso de ruído branco de 113dB com 20 ms de duração. Para avaliação da PPI o pulso foi precedido de um pré-pulso de mesma duração com diferentes intensidades (de 65 dB a 90dB) e frequências (ruído branco, tons puros de 2kHz, 4kHz ou 18kHz). As respostas aos estímulos foram analisadas quanto à amplitude de sobressalto, o número de respostas válidas, o desencadeamento de sobressalto após apresentação do pré-pulso isolado e a porcentagem de PPI. Os resultados indicam que o pulso desencadeou respostas válidas de RAS em todas as estimulações com amplitude média de 1458,27g. Para avaliação da PPI, os pré-pulsos 2kHz-85dB e 4KHz-70dB desencadearam maior número de respostas válidas (72,5% e 87,5%), maior porcentagem de PPI (43,62% e 41,11%) e ausência resposta após apresentação de pré-estímulo isolado. Os resultados deste trabalho são fundamentais para avaliação do RAS e da PPI antes e após a lesão seletiva dos núcleos aferentes aos CRN.

APOIO FAPESP 2009/11333-5.

APOIO FINANCEIRO: Fapesp 2008/02771-6 e 2011/02214-2; MICINN #BFU2010-17754; PIBIC, CAPES

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INJEÇÃO INTRAMUSCULAR NO GLÚTEO: CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS Ribeiro DF*, Amorim Júnior AA; Calazans JCC, Lima VJM Universidade Federal de Pernambuco

INFLUÊNCIA DO ESTRESSE SOB OS NÍVEIS PRESSÓRICOS DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS *Pereira HP; Andriola TS; Silva MJ; Oliveira VN, Costa EI, Silva FG, Silva TD; Santinelli R, Soares EA Universidade Jose do Rosario Vellano – UNIFENAS

INTRODUÇÃO: O estresse é um dos fatores de risco para doenças cardiovasculares. No momento de estresse, o corpo se prepara para lutar ou para fugir de uma situação através uma de serie de mudanças, entre elas a vasoconstrição, aumento do batimento cardíaco e da resistência nos vasos sanguíneos periféricos, consequentemente o aumento da pressão arterial. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi verificar os valores pressóricos de jovens universitários antes e após da realização de uma avaliação bimestral de grande peso, condição esta considerada pelos alunos estressante. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado com 34 acadêmicos de ambos os sexos, com idade entre 17 e 27 anos, matriculados no primeiro período do Curso de Enfermagem cursando a disciplina de Anatomia Humana. Para a verificação dos valores pressóricos utilizou-se as recomendações da VI Diretriz Brasileira de Hipertensão. Os níveis tencionais foram obtidos em três momentos diferentes: Coleta 01) Valores da Pressão Arterial (PA) em dia letivo normal sem agendamento de avaliações (valor controle); Coleta 02) Valor da PA obtidos minutos antes de uma prova prática de anatomia; Coleta 03) Valor da PA obtidos minutos depois da prova prática de anatomia. RESULTADOS: Os valores da PA antes foram comparados aos valores normais da PA e 30 alunos apresentaram aumento da PA antes da avaliação, 02 alunos diminuição da PA e 02 a PA manteve-se normal. Dos 30 alunos com PA elevada 22 após a prova voltaram aos valores normais. CONCLUSÃO: O estresse nestas circunstâncias alterou significantemente os valores pressóricos.

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A injeção intramuscular data da década de 80 do século XIX. Por se tratar de um procedimento invasivo, deve-se observar tipo e irritabilidade do fármaco; atividade e idade do paciente/cliente; espessura do tecido adiposo; calibre e comprimento da agulha; compatibilidade entre estrutura muscular e volume a ser injetado. Com base nisto, a escolha do local da aplicação deve priorizar aquele onde há menor risco de eventuais complicações. A região ventro-glútea foi proposta, em 1954, pelo anatomista suíço Von Hochstetter, que junto aos seus colaboradores, realizou profunda investigação anatômica da região glútea. No presente trabalho foi realizada uma revisão integrativa na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) analisando publicações disponíveis nesse banco de dados sobre a prática e a técnica de injeção intramuscular na região glútea no que diz respeito aos aspectos anatômicos. Os textos indicam que quando do uso da técnica de injeção intramuscular na região glútea importantes fatores devem ser considerados: - distância em relação a vasos e nervos importantes; - musculatura desenvolvida para absorver o medicamento; - idade do paciente; e - a delimitação anatômica do sítio de punção deve ser feita de maneira apropriada.

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INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES COM SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Miranda MM¹*, Assis AALR², Aride RB³ ¹ Fisioterapeuta Graduado pelo Centro Universitário São Camilo-ES; ² Fisioterapeuta Graduada pelo Centro Universitário São Camilo-ES; ³ Professor do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo-ES e Orientador da Revisão Bibliográfica INTRODUÇÃO: A síndrome do impacto do ombro é causada pelo atrito dos tendões dos músculos supraespinal, infraespinal, redondo menor e subescapular e do tendão da cabeça longa do bíceps. O paciente relata dor no ombro que se irradia para as fibras superiores do trapézio e para a face lateral do braço homólogo. O objetivo dessa revisão bibliográfica é analisar a intervenção fisioterapêutica nessa patologia. METODOLOGIA: Foram utilizados artigos científicos da base de dados Scielo e Google Acadêmico, além de consultas em livros e periódicos do acervo da Biblioteca do Centro Universitário São Camilo - Espírito Santo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O manguito rotador é composto pelo o supra-espinal, infraespinal, subescapular e redondo menor, responsáveis pela movimentação e estabilidade da articulação glenoumeral. A etiologia da lesão do manguito rotador pode estar relacionada a fatores mecânicos e biológicos, sendo geralmente multifatorial. A síndrome do impacto do ombro é desencadeada por atividades da vida diária que produzem movimentos de abdução e rotação, interna e externa do braço, sendo mais comum na idade avançada. A intervenção fisioterapêutica abrange diversas técnicas com a principal finalidade de se estabilizar a musculatura do manguito rotador. CONCLUSÃO: Nessa revisão é possível destacar a importância da fisioterapia na assistência ao portador de síndrome do impacto do ombro, sendo o principal meio terapêutico dessa patologia o que por sua vez pode evitar o ato cirúrgico, reduzindo gastos e melhorando a qualidade de vida do indivíduo. PALAVRAS CHAVE: Manguito Rotador, Síndrome do Impacto do Ombro, Intervenção

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ISOLAMENTO E EXPANSÃO DE CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS DA MEDULA ÓSSEA DE CUTIA (Dasyprocta prymnolopha) Carvalho MAM, Rocha AR, Alves FR, Argolo Neto NM, Carvalho YKP, Bezerra DO, Almeida HM, Pessoa GT*

As células-tronco mesenquimais foram primeiramente isoladas a partir da medula óssea, sendo amplamente utilizadas nas pesquisas em todo mundo, em virtude da sua facilidade de obtenção, capacidade proliferativa e possibilidade de uso em transplantes autólogos. Considerando-se a importância das etapas que antecedem a infusão sistêmica ou local no tratamento de lesões ou doenças, assim como, a busca por novos modelos animais, este estudo teve como objetivo isolar e expandir as células-tronco mesenquimais da medula óssea de cutia (Dasyprocta prymnolopha). Aspirados medulares coletados da crista da tíbia de dois animais foram submetidos a protocolos de isolamento e expansão em cultivo celular. A concentração celular inicial correspondente ao halo de células mononucleares (1 x 108 células/mL) foi obtida de 6mL de aspirado medular, sendo semeadas 2,5.10 7 células/mL em placa de cultivo de seis poços, nos quais formaram-se aglomerados celulares constituídos de células aderentes de morfologia fibroblastóide, formando colônias que atingiram confluência de 80% dos poços ao longo de 18 dias, ocorrendo redução de células não aderentes durante as trocas de meio realizadas de três em três dias. Durante a expansão da monocamada celular por oito passagens em garrafas de cultura de 25cm2, haviam células frequentemente fusiformes orientadas paralelamente mantendo contato através de prolongamentos citoplasmáticos, cuja viabilidade celular média foi de 96,07%. Os progenitores aderentes ao plástico observados apresentam morfologia e comportamento celular in vitro de células-tronco mesenquimais, cuja elevada viabilidade celular, permite estudos posteriores visando à utilização da cutia como novo modelo experimental.

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JOGOS EM MORFOLOGIA: UMA PRÁTICA MOTIVADORA E EFICAZ NA CONSOLIDAÇÃO DOS CONTEÚDOS de Carvalho MCA1, Sousa LMF1, Marroig MAB1, Moreira IS1, Bastos AL*1 Universidade Federal Fluminense – UFF Atividades lúdicas propiciam prazer, motivam e favorecem a aprendizagem por exigirem mecanismos de atenção para a execução de tarefas de forma satisfatória e adequada. Ao resolver problemas o aluno utiliza estratégias mentais eficientes para combinar princípios já conhecidos, isto é, aprende a pensar. Assim, elaboramos jogos que abordaram conteúdos de morfologia com o objetivo de consolidar conhecimentos anteriormente ministrados em aulas teóricas. Foram desenvolvidos jogos como: “NAS PISTAS DA MORFOLOGIA”, “NAS TEIAS DA MORFOLOGIA”, “JOGO DA FECUNDAÇÃO (jogo de tabuleiro)”, “RABO NO BURRO”, “JOGOS DE MEMÓRIA” e a revista “PENSE!” (passatempos morfológicos). Cada jogo fez abordagens diferentes dos conteúdos, buscando uma integração entre a Anatomia, Histologia e Embriologia. Nos jogos de tabuleiro foram propostos casos clínicos que deveriam ser explicados com base nos conhecimentos de morfologia e também o preenchimento de legendas e questões de respostas diretas. A revista “PENSE” reuniu passatempos como palavras-cruzadas, caça palavras, silabox, sequências e traduzindo epônimos. Esses jogos foram aplicados nos cursos de medicina, biomedicina e nutrição. Em todos os jogos havia a interação entre professores, monitores e alunos para que o objetivo não fosse unicamente vencer os jogos, mas sim, aprender. Os alunos avaliaram os jogos como interessantes e didáticos e as principais críticas foram em relação à competição e, no curso de medicina, ao grande número de alunos que participou. A média de avaliação das atividades foi de 8,75 com a participação de 124 alunos. Jogos educativos constituem práticas de ensino que nossos resultados nos permitem concluir serem motivadores e efetivos na consolidação do aprendizado.

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LASER DE BAIXA POTÊNCIA ACELERA O REPARO E MELHORA AS CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS NA FASE INFLAMATÓRIA DE TENDÃO CALCANEAR SECCIONADO Guerra FD*, Ferreira AC, Simões GF, Vieira CP, Oliveira LP, Almeida, MS, Oliveira ALR, Pimentel ER UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas – Departamento de Biologia Estrutural e Funcional. Av. Bertrand Russel, s/no, Cx. Postal 6109, CEP: 13083-865 - Campinas, São Paulo O tendão calcanear (TC) é considerado o tendão mais resistente do corpo humano, porém é o mais acometido por ruptura. As injúrias de tendão causam instabilidade articular, induzindo ao dano outros tecidos e ao desenvolvimento de doença articular degenerativa. A cicatrização no tendão resulta em uma matriz extracelular menos organizada o que reduz sua resistência e torna-o mais vulnerável. Avaliamos os efeitos de diferentes terapias com o laser de baixa potência (LBP) em TC parcialmente seccionado. Foram utilizados ratos Wistar machos, distribuídos em 4 grupos: G1- intacto; G2-seccionado; G3- lesão + LBP (4J/cm2-contínuo); G4- lesão + LBP (4J/cm2-pulsado 20 Hz). A eutanasia ocorreu no 8º dia após lesão e foram realizadas análises de western blotting para colágeno I e III, dosagem de proteínas não colagênicas (PNC) e análise funcional por meio do cat walk. A densitometria das bandas do western blotting foi realizada pelo Scion Image software. A dosagem de PNC revelou que todos os grupos transeccionados apresentaram aumento do seu conteúdo em relação a G1. A análise de western blotting para colágeno I e III demonstrou que G4 apresentou um maior conteúdo em relação aos demais grupos. No cat walk foi analisada a intensidade de contato da pata submetida a cirurgia. Os resultados apontaram que, após a cirurgia o G4 conseguiu apoiar melhor a pata quando comparado aos demais grupos. Baseado em nossos resultados, podemos concluir que o LBP pulsado promoveu a síntese de colágeno, acelerando o processo de reparo e diminuiu a dor na região tratada. Desta maneira acreditamos que este protocolo de tratamento pode ser adaptado para o uso em clínicas de reabilitação de maneira a acelerar o reparo e melhorar as características funcionais deste tendão.

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LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO DO PADRÃO DE RAMIFICAÇÃO DA ARTÉRIA ILÍACA INTERNA

LESÃO DO NERVO ISQUIATICO RELACIONADO À SINDROME DO PIRIFORME Costa, MH*; Nogueira, WBA; Cavalcanti, TRF; Moreira, LSM;

Lombardi LA, Morais AT, Lombardi CC, Simões RS, Maganhin CC, Prates JC

INTRODUÇÃO: A lesão do nervo isquiático, geralmente esta relacionado ao músculo piriforme, devido seu trajeto desde o plexo sacral ao passar pela pelve através do forame isquiático maior, cuja estrutura emerge inferior ao músculo piriforme. A variação anatômica deste nervo leva a compreensão do mesmo quando ele passa abaixo ou entre as fibras do músculo, onde irá lesionar, inflamando e causando dores. O tema tem grande importância clínica, pois a dor isquiática pode ser facilmente confundida com outros sintomas, como hérnia de disco e ate mesmo com a síndrome do piriforme, ressaltando que a dor isquiática tem sintomatologia individualmente diferente da síndrome do piriforme. OBJETIVO: O objetivo deste estudo de revisão bibliográfica é analisar a relação anatômica do nervo isquiático com o músculo piriforme e comparar a sintomatologia entre síndrome do piriforme e dor isquiática, durante avaliação ao paciente ao relatar dor especifica. METODOLOGIA: O levantamento bibliográfico, por meio de livros, artigos científicos e sites de internet. RESULTADO: Os sintomas da síndrome do piriforme são dor profunda no quadril e nádega, irradiada para o membro inferior afetado, acentuando-se quando o paciente se deita. Os sintomas da dor isquiática são dor superficial e localizada na região lombar e/ou na nádega, irradiada para o membro inferior afetado. Esta dor melhora quando o indivíduo permanece deitado. CONCLUSÃO: A variação anatômica do nervo isquiático contribui para a síndrome do piriforme.

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INTRODUÇÃO: A artéria ilíaca interna consiste em um dos ramos terminais da artéria ilíaca comum. Com origem anterior a articulação sacro-ilíaca, possui comprimento em torno de 4 cm, e fornece a maior parte do suprimento sanguíneo à pelve. A disposição exata dos ramos da artéria ilíaca interna é variável. Geralmente se bifurca em duas divisões principais, anterior e posterior que emitem ramos parietais como a artéria iliolombar, sacral lateral, obturatória, glúteas (superior e inferior) e pudenda interna e ramos viscerais como artérias vesicais (superior e inferior), artéria retal média, vaginal, uterina e artéria do ducto deferente. OBJETIVOS: Avaliar o padrão de ramificação e a variação da artéria ilíaca interna de acordo com a literatura, assim como verificar o consenso entre autores em relação a este padrão. METODOLOGIA: foi realizado um levantamento bibliográfico de 16 obras de anatomia, normalmente utilizados em salas de aula, e publicadas entre os anos de 1979 a 2011 para o estudo da artéria ilíaca interna, bem como de seus ramos. Cada obra foi analisada buscando-se a descrição do padrão de ramificação da artéria ilíaca interna, bem como de suas divisões. RESULTADOS: das 16 obras analisadas 56,3% (n=9) descreveram uma bifurcação em duas divisões iniciais, anterior e posterior. Enquanto que em 43,7% (n=7) das obras analisadas seus ramos partiam de um tronco único. Os ramos da artéria ilíaca interna comumente descritos nas obras analisadas foram a a. obturatória, a. umbilical, a. vesical superior e inferior, a. pudenda interna, a. glútea superior e inferior, a. íliolombar e a. sacral lateral. No entanto somente as artérias glúteas (superior e inferior), pudenda interna e umbilical, foram representadas em todas as obras analisadas. A artéria glútea superior foi representada em 50% (n=8) das obras como ramo da divisão posterior da a. ilíaca interna, enquanto que nos 50% (n=8) restantes como ramo de um tronco comum. Já a artéria glútea inferior foi representada em 50% (n=8) das obras como ramo da divisão anterior da artéria ilíaca interna, em 43,8% (n=7) como ramo de um tronco comum e em 6,2% (n=1) como ramo da divisão posterior da artéria ilíaca interna. Em 62,5% (n=10) das obras analisadas as artérias vaginais e/ou uterinas foram representadas, sendo que destas, a maior parte como 3º ou 4º ramos da divisão anterior ou do tronco comum da artéria ilíaca interna. Já a artéria do ducto deferente foi representada em 37,5% (n=6) das obras analisadas, sendo que destas em 50% (n=3) apareceu como ramo da artéria umbilical e em 16,7% (n=1) foi descrita como 3º ramo de um tronco comum, em 16,7º (n=1) como 5º ramo de um tronco comum e em 16,7% (n=1) como 2º ramo da divisão anterior da artéria ilíaca interna. A artéria obturatória foi representada em 68,8% das obras (n=11), sendo que

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destas, em 45,5% (n=5) descrito como ramo da divisão anterior da a. ilíaca interna, em 45,5% (n=5) como ramo de um tronco comum e em 9% (n=1) como ramo da divisão posterior da artéria ilíaca interna. Em apenas 6,2% (n=1) das obras analisadas, encontramos a descrição de um padrão de percentagem de variações anatômicas dos ramos da artéria ilíaca interna. CONCLUSÃO: O padrão da ramificação, assim como a divisão da artéria ilíaca interna descrita nos livros didáticos é muito variável, no entanto, sugerimos que os autores incluíssem nas obras a percentagem de padrões de variação dos vasos sanguíneos. PALAVRAS-CHAVE: Artéria Ilíaca interna. Variação anatômica. Anatomia

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LEVANTAMENTO MORFOQUANTITATIVO DO NÚMERO DE CÚSPIDES DO SEGUNDO MOLAR SUPERIOR HUMANO Santos JS*, Weber A, Torres MFP, Brancher JA, Veronez DAL Universidade Federal do Paraná Classicamente, a quantidade de cúspides no segundo molar superior varia entre três e quatro. Porém, a literatura relata comumente dados quanto à variação morfológica, mas raramente levantamentos estatíscos sobre a predominância da variação. Possivelmente, a dificuldade de se levantar amostras de dentes hígidos e íntegros quando extraídos contribui com essa escassez de informações. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi obter um levantamento morfoquantitativo no número de cúspides do segundo molar superior humano. Foram analisados 957 dentes oriundos de modelos ortodônticos do acervo de pacientes atendidos em duas clínicas de atendimento odontológico da cidade de Curitiba e elementos coletados do acervo dentário do Departamento de Anatomia da Universidade Federal do Paraná. Foram aplicados dois critérios de escolha, para os modelos ortodônticos, aqueles que apresentassem pelo menos um dos homólogos com coroa íntegra e totalmente irrupcionado, e para os dentes naturais a integridade da coroa. Os resultados mostraram que dos 957 dentes estudados 569 apresentaram quatro cúspides e 388 três cúspides. No entanto, mesmo sendo a maior parte dos dentes com quatro cúspides nem todos os elementos antiméricos seguiram o mesmo padrão. Os resultados obtidos permitiram concluir que 59,45% dos dentes segundos molares superiores humanos apresentaram quatro cúspides e 40,55% três cúspides.

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LIGA ACADÊMICA DE ANATOMIA CLÍNICA: INSTRUMENTO DE COMPLEMENTAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM ANATOMIA HUMANA Prates Júnior AG, Mendonça BPCK, UFOP, Silva LLA, UFOP, Souza MCF, UFOP, Araújo MC, UFOP, Nascimento Filho RM, UFOP, Andrade TP, UFOP, Bordoni LS, UFOP A Liga Acadêmica de Anatomia Clínica foi fundada em agosto de 2011, sendo a primeira liga acadêmica criada em nossa instituição. A fundação surgiu da necessidade de aprofundamento das discussões iniciadas em sala de aula e do desejo de correlacionar a Anatomia Humana com as demais áreas do conhecimento, aproximando o estudante da prática. Os objetivos da liga são: complementar o ensino teórico na área, organizar eventos científicos, estimular e apoiar a pesquisa, atuar em projetos de extensão e buscar a melhoria do ensino em Anatomia na nossa instituição. Os membros da Liga são admitidos por meio de processo seletivo semestral. São atividades da Liga: Reuniões Científicas quinzenais, visitas técnicas ao Instituto Médico Legal (IML), pesquisa científica na área, organização anual da Jornada Acadêmica de Anatomia Clínica (JANAC) e execução do projeto de doação de corpos e projetos de educação em saúde. Por meio das Reuniões Científicas, é possível a discussão sobre a base anatômica em diversas situações. As visitas ao IML possibilitam a visualização de estruturas anatômicas mais próximas do vivo, formando uma melhor noção espacial, de cor e textura. Todos os membros estão envolvidos em algum projeto de pesquisa e estão sendo publicados os resultados em congressos e revistas científicas. A I JANAC contou com mais de 200 participantes, entre estudantes e professores da região, e apresentação de 50 trabalhos na área. O projeto de doação de corpos e os projetos de educação em saúde estão sendo implementados. A Liga tem cumprido seu papel na complementação da aprendizagem em Anatomia Humana para seus membros. Ainda existem muitos desafios na busca da melhoria do ensino em Anatomia na nossa instituição.

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LIGA ACADÊMICA DE ONCOLOGIA: A ESTRATÉGIA DE INTEGRAR O ENSINO E APRENDIZAGEM DA ANATOMIA NAS PRÁTICAS DE CIRURGIA ONCOLÓGICA Souto, C.A.¹*; Pereira, N.M.²; Bringel, P.H.C.³; Maia Júnior, R.4 1,2,3 Acadêmicos do Curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins; 4Cirurgião-geral e Professor do Curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins INTRODUÇÃO: A anatomia é de suma importância na oncologia, sendo seu conhecimento essencial para discernir a anatomia topográfica, da patológica. Também favorece identificar as características diferenciais constitutivas do câncer. A Liga de Oncologia do Curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins (Lion) associa a teoria com a prática. São realizados encontros quinzenais, em que aulas expositivas são dadas, com enfoque em anatomia topográfica e patológica. Os acadêmicos vivenciam na prática, em cirurgias oncológicas, o que foi exposto em sala. O estágio e as aulas são com foco em cabeça e pescoço. Dessa maneira o integrante da Liga consolida seus conhecimentos; discernindo, com clareza, a estrutura fisiológica da patológica. OBJETIVO: Elucidar a importância e efetividade de aliar a teoria da anatomia fisiológica e patológica com a prática em ligas acadêmicas. Relatar as experiências dos acadêmicos com o ensino e aprendizagem da anatomia nas cirurgias assistidas. METODOLOGIA: O ensino e aprendizagem de anatomia dentro da Liga advêm com a apresentação de seminários baseados em estudos sobre o tema abrangendo a área cabeça e pescoço. Os alunos que acompanharam a cirurgia apresentam o seminário com foco em anatomia patológica e topográfica para os demais integrantes da Lion. Os alunos apenas acompanham as práticas de cirurgia oncológica de cabeça e pescoço, sem participação deles nos procedimentos cirúrgicos. RESULTADOS: Maior competência por parte dos alunos durante as práticas de cirurgias de cabeça e pescoço, com várias experiências positivas relatadas durante os seminários. CONCLUSÃO: Foi perceptível que o aprofundamento nas estruturas anatômicas fisiológicas e patológicas favoreceu o desenvolvimento dos alunos durante o acompanhamento das práticas de cirurgia.

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“LINFÔNIO” UNIDADE MORFOFUNCIONAL DO SISTEMA LINFÁTICO Prates JC Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Departamento de Morfologia e Genética

LOBAÇÃO PULMONAR DE BICHO-PREGUIÇA COMUM (Bradipus variegatus) Silva EG1*, Santos JA1, Avelino AF1, Guerra RR1, Campos DB1 1 Centro de Ciências Agrárias, Campus II, Universidade Federal da Paraíba – UFPB

Os coletores linfáticos pré linfonodais, (aferentes) apresentam uma estrutura e funcionamento que os levam a ser considerados como bombas propulsoras entre os fatores da circulação da linfa. São extremamente valvulados, com valvas constituídas por duas válvulas do tipo semilunar cujas margens livres apontam na direção da corrente linfática, no caso em direção aos linfonodos e dão ao vaso linfático um aspecto mioliniforme com menor calibre ao nível da localização das válvulas. As válvulas ocorrem em intervalos menores ao longo do comprimento dos vasos linfáticos em relação ao das veias. Apresentam uma túnica média constituída por fibras musculares lisas dispostas de modo circular e longitudinal segundo alguns autores teriam disposição helicoidal. Esses vasos apresentam contrações regulares com frequência de 2 a 4 por minuto. A contratilidade espontânea desses segmentos intervalvulares pré linfonodais foram observados no mesentério de animais. Catecolaminas têm sido provadas promovendo a contratilidade dos vasos linfáticos que possuem nervos adrenérgicos e colinérgicos nas suas paredes. Segundo o Prof. Renato Locchi, (1896-1978) esses segmentos entre as válvulas dos vasos aferentes pré-nodais poderiam ser chamados linfônios.

Os bichos-preguiça são mamíferos pertencentes à ordem Xenathra.O desmatamento, a caça e a fisiologia reprodutivae nascimento de um filhote, faz com que estes se encontrem na lista dos animais ameaçados de extinção, sendo importante a realização de estudos para subsidiar dados da anatomia desses animais. Oobjetivo desse trabalho foi descrever a lobação do pulmão do bicho-preguiça comum (Bradipus variegatus). Foram utilizados 4bichos-preguiçade diferentes idades, machos e fêmeas, provenientes do IBAMA (Processo nº 0201900129/2009/2/ licença 14/2010) e derivados de mortes naturais. Foram fixados em solução de formola 10% e os pulmõesforam dissecados e caracterizados macroscopicamente.Observouse que a cúpula pleural não ultrapassa a primeira costela eque um ligamento,localizado deste a porção cranial do esterno atédiafragma, fixa o coração e separa completamente os pulmões direito e esquerdo ventralmente. Os pulmões são envoltos externamente por uma pleura espessa, que dificulta a visualização dos lobos pulmonares sem a dissecação. Em todos os animais o pulmão direito apresentou 4 lobos: lobo cranial,dividido em porções cranial e caudal; o lobo médio; lobo acessório; elobo caudal.O pulmão esquerdo apresentou2 lobos:lobo cranial e o lobo caudal.Conclui-se que o bicho-preguiça comum (Bradipus variegatus) possui a lobação do pulmão direito semelhante à dos bovinos e a lobação do pulmão esquerdo semelhante à dos equinos, com fissuras inter e intralobares pouco visíveis. Além disso, diferentedos outros animais domésticos, possui um ligamento que percorre toda extensão do esterno e chega ao diafragma, que além de fixar o coração separa os pulmões ventralmente. PALAVRAS-CHAVE: anatomia, sistema respiratório, pulmão.

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LOBAÇÃO PULMONAR E DISTRIBUIÇÃO BRÔNQUICA DA JARITATACA (Conepatus semistriatus, Boddaert, 1785) Mota PS*, Guimarães GC, Oliveira FS, Rosa MCB, Lopes GC, Cruvinel ACM, Assis CK, Alves LA Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras - UFLA

LOBAÇÃO PULMONAR E DISTRIBUIÇÃO BRÔNQUICA DO OURIÇO-CACHEIRO (Sphiggurus villosus) Cruvinel ACM*, Guimarães GC, Oliveira FS, Rosa MCB, Lopes GC, Mota PS, Assis CK, Alves LA Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras - UFLA

A jaritataca é um carnívoro que possui distribuição nas regiões sul do México, norte do Peru e dos Andes, e populações isoladas no Brasil. Objetivou-se neste trabalho descrever a lobação pulmonar e a distribuição brônquica da jaritataca, fornecendo base para estudos clínicos, além de contribuir com a anatomia comparada de carnívoros. Foram utilizados quatro espécimes provenientes de atropelamentos. Os animais foram fixados em solução aquosa de formaldeído a 10% e posteriormente dissecados. Os animais exibiram pulmões em forma de semicone, com o pulmão direito mais desenvolvido que o esquerdo. A lobação do pulmão direito foi semelhante àquela encontrada nos carnívoros domésticos, com lobos cranial, médio, caudal e acessório. O pulmão esquerdo exibiu lobos cranial e caudal, sem divisão do lobo cranial, diferentemente dos carnívoros domésticos, assemelhando-se ao pulmão esquerdo dos equinos. O brônquio principal direito se trifurcou em um brônquio para o lobo cranial, um para o médio e um para os lobos caudal e acessório. O brônquio lobar cranial direito se dividiu em três brônquios segmentares; o brônquio lobar acessório e o lobar médio direito originaram dois brônquios segmentares; o brônquio lobar caudal direito deu origem a seis brônquios segmentares. O brônquio principal esquerdo bifurcou-se em um brônquio para o lobo cranial e um para o lobo caudal. O brônquio lobar cranial esquerdo dividiu-se em seis brônquios segmentares, assim como o brônquio lobar caudal esquerdo. A distribuição brônquica e a lobação dos pulmões da jaritataca são diferentes das reportadas em carnívoros domésticos, sendo marcante a não divisão do lobo cranial esquerdo, como observado no mão-pelada e no equino.

O ouriço-cacheiro é um mamífero encontrado no Brasil, Venezuela, Guianas e Bolívia. Objetivou-se neste trabalho descrever a lobação pulmonar e a distribuição brônquica fornecendo base para pesquisas relacionadas à clínica médica, cirúrgica e morfologia comparada. Foram utilizados dois animais provenientes de atropelamento que foram fixados em solução aquosa de formaldeído a 10% e posteriormente dissecados. O pulmão direito é mais desenvolvido que o esquerdo, exibindo lobos cranial, médio, caudal e acessório, com o lobo cranial bilobado em partes cranial e caudal. O pulmão esquerdo apresentou lobos cranial e caudal, com o primeiro subdividido em partes cranial e caudal. O brônquio principal direito se trifurcou em um brônquio para o lobo cranial, um para o médio e um para os lobos caudal e acessório. O brônquio lobar cranial direito formou oito brônquios segmentares, sendo cinco para a parte cranial e três para a parte caudal; o brônquio lobar médio originou quatro brônquios segmentares; o brônquio lobar acessório se originou do lobo caudal direito dividindo-se em dois brônquios segmentares; o brônquio lobar caudal direito formou onze brônquios segmentares. O brônquio principal esquerdo bifurcou-se em um brônquio para o lobo cranial e um para o lobo caudal. O brônquio lobar cranial esquerdo dividiu-se em sete brônquios segmentares, cinco para a parte cranial e dois para a parte caudal; o lobo caudal esquerdo também se dividiu em onze brônquios segmentares. A distribuição brônquica e a lobação pulmonar do ouriço-cacheiro são diferentes das reportadas em carnívoros, equinos e roedores, sendo marcante a divisão dos lobos craniais esquerdo e direito, como observado nos ruminantes, dos quais difere pela ausência do brônquio traqueal.

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LUMBOSACRAL PLEXUS IN BRAZILIAN COMMON OPOSSUM Senos R, Ribeiro MS*, Benedicto HG Universidade Federal Fluminense

MACROANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO MASCULINO DE MICO-LEÃO-DE-CARA-DOURADA (Leontopithecus chrysomelas, Kuhl 1820)

The Didelphis aurita is a small marsupials species widely spread in Brazil some regions of Paraguay and Argentina. Information about this species anatomy can be useful to biodiversity, phylogeny and medical understandings. We aimed to describe the nerves of the lumbosacral plexus of this species and compare it to domestic animals. We used 6 pelvic limbs from dead specimens donated by Niteroi Zoo. They were all fixed in 10% formalin before the anatomical dissection of the limb muscles and nerves. From the lumbosacral plexus arose the femoral nerve to supply the quadriceps femoris; the saphenous nerve that penetrated the sartorius muscle before spreading into cutaneous tissue of the foot; the obturator nerve supplied muscles of the medial region of the thigh. Crossing the major sciatic foramen, we found the cranial gluteal nerve supplying the deep and middle gluteal muscles but not the tensor fasciae latae muscle; the caudal gluteal nerve penetrating into the middle gluteal, piriformis, biceps femoris and superficial gluteal muscle; while the sciatic nerve was distributed into the caudal-lateral muscles of the thigh and distally was divided in tibial and deep fibular nerve to supply respectively the caudal and cranial-lateral muscles of the leg; the pudendal nerve also arose from the major sciatic foramen and went to genital and perinea structures. In comparison to other domestic species we underline the absence of the tensor fasciae latae, the double innervation of the biceps femoris and finally the origin of the pudendal nerve in major sciatic foramen. This data fill some blanks around Brazilian Common Opossum anatomy and can be used as model for description of the lumbosacral plexus in other marsupial species.

Silva EAAC*, Faria MMMD, Almeida AEFS, Adami M, Silva RDG, Pinto MGF, Cruz GAM, Varjão NM Universidade Federal da Bahia

O mico- leão - de- cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) é um primata da família Callitrichidae e assim como os membros desta ordem e família tem sua anatomia pouco conhecida devido à escassez de estudos, em especial, do sistema urinário. Este trabalho objetiva descrever as características anatômicas do sistema urinário masculino de mico-leão-de-cara-dourada, estabelecendo um padrão anatômico para a espécie, colaborando com procedimentos clínicos e cirúrgicos, além de enriquecer o banco de dados morfológicos de uma espécie ameaçada de extinção. Foram utilizados dois machos adultos de Leontopithecus chrysomelas, doados pelo Planeta Zôo, Lauro de Freitas com autorização do SISBIO-IBAMA nº 23631-1. Foi realizada fixação em solução aquosa de formol a 10%, pelo ápice do coração através do ventrículo esquerdo e posteriormente, dissecação das peças. O sistema urinário está constituído de dois rins com formato de grão de feijão, unilobado, sendo o direito mais caudal que o esquerdo, dois ureteres, uma vesícula urinária com morfologia distinta entre os exemplares e uma uretra. PALAVRAS-CHAVE: Callitrichidae, primata, sistema urinário.

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MALFORMAÇÃO CONGÊNITA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR RELACIONADA AO ETILISMO MATERNO: REVISÃO DE LITERATURA CONGENITAL MALFORMATION OF ALCOHOLISM TEMPOROMANDIBULAR JOINT CONNECTION WITH THE MOTHER: LITERATURE REVIEW Santo Filho ASE*, Carmo NSC, Reis TLF

MANIPULAÇÃO NEONATAL DO SISTEMA SEROTONINÉRGICO MUDA IMUNORREATIVIDADE NEURONAL DO TRATO SOLITÁRIO EM RATOS ADULTOS? da Luz MDB *, Galindo LCM, Lira LA, Gomes EFW, de Freitas MFL, Pinheiro IL, Manhães-de-Castro R, de Souza SL UFPE

Diante dos índices que indicam o grande número de recém nascidos portadores de malformações congênitas e dos problemas que estas deformidades trazem para o desenvolvimento social, profissional e dos diversos outros setores da vida quando localizadas especificamente em região maxilar e mandibular envolvendo, portanto, a articulação temporomandibular, faz-se necessária uma revisão sistemática do assunto em busca da correlação entre o etilismo materno e as disfunções temporomandibulares e ainda de compilar conhecimentos e estudos em um único trabalho a fim de alternativas inovadoras para tratamentos resolutivos, propiciando qualidade de vida e cidadania. O objetivo é conhecer como e quanto o etilismo materno durante o período gestacional influencia na etiologia da malformação congênita da articulação temporomandibular. Foi realizado um levantamento em livros e artigos científicos para verificar o que há de mais novo sobre o tema e após essa etapa foi feita uma seleção de todo material relacionado na pré-seleção para facilitar a sistematização das informações a serem inseridas no trabalho. Tendo em vista os efeitos tóxicos que o álcool causa ao feto em desenvolvimento, conclui-se que o etilismo materno, possui caráter positivo na malformação congênita da articulação temporomandibular, tendo em vista, que a formação da mesma se da na vida intra-uterina, na décima primeira semana de gestação. PALAVRAS-CHAVE: Malformação congênita, articulação temporomandibular, etilismo materno. KEYWORDS: Congenital malformation, temporomandibular joint, maternal alcohol consumption.

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O núcleo do trato solitário (NTS) está envolvido no controle do comportamento alimentar por atuar na integração de informações viscerais a centros hipotalâmicos. Este trabalho avaliou se a aplicação neonatal de fluoxetina, um potente Inibitor Seletivo da Recaptação de Serotonina – ISRS, interfere na resposta dos neurônios do NTS à dieta padrão em ratos adultos. O tratamento farmacológico foi realizado durante período de lactação (21 dias) com a concentração de 10mg/Kg de peso corporal (via subcutânea) em ratos Wistar machos (Grupo Fluoxetina – F). O Grupo Controle – C foi tratado, no mesmo período, com solução salina (10ml/Kg peso corporal). Aos 180 dias de vida, os animais separados em gaiolas individuais foram submetidos a 3 horas de jejum. Em seguida, foram oferecidas aos animais 30g de dieta padrão e, observada a sequência comportamental de saciedade (SCS). 90 minutos depois, os ratos foram anestesiados, perfundidos transcardiacamente, e os encéfalos foram retirados e armazenados em solução crioprotetora para criossecção em cortes coronais de 40µm. Uma série de cortes coronais, por animal, foi submetida à imunohistoquímica contra proteína Fos segundo protocolo de rotina (DARCEL et al., 2005). O grupo F apresentou tendência a expressar menor velocidade de alimentação e ingeriu menos calorias em relação ao peso corporal (C, 4,8±0,4kcal/g, n=10 vs F, 3,6±0,3kcal/g, n=10) (p˂0,05). As alterações na SCS foram relacionadas à maior expressão de neurônios imunorreativos a c-Fos na região rostral do núcleo do trato solitário (C, 218,3±6,6, n=3 vs F, 367±25,9; n=4). Os resultados sugerem que a manipulação farmacológica neonatal do sistema serotoninérgico aumenta a imunorreatividade neuronal em resposta a estímulo alimentar.

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MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS DA ACRANIA COM ANENCEFALIA ASSOCIADA Silva BRC*¹, Assis TO¹, ² Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - FCM¹ Universidade Federal da Paraíba – UFPB²

MECANISMO FISIOPATOLÓGICO DA FALHA DO FECHAMENTO DO TUBO NEURAL DIANTE DE UMA HIPERVITAMINOSE A Costa SYL*¹, Santos ICS¹, Silva MAN¹, Santos MV¹, Assis TO¹² Universidade Estadual da Paraíba – UEPB¹; Universidade Federal da Paraíba – UFPB² O retinol (ácido retinóico) é um metabólito da vitamina A de grande importância para o desenvolvimento e preservação normal dos tecidos do corpo humano. Entretanto, estudos experimentais tem mostrado que o excesso dessa substância nos primeiros dias de gestação pode causar teratogenias resultantes de falha do fechamento do tubo neural em roedores. Frente à importância dessa substância e esses resultados experimentais atuais, torna-se importante uma discussão em torno desta temática. O objetivo deste trabalho é estudar o mecanismo de falha de indução do fechamento do tubo neural a partir de uma hipervitaminose A. Trata-se de uma revisão da literatura. Foram consultados livros e bases de dados como: Bireme, SciELO, MEDLINE e LILACS, com os descritores “Defeitos do tubo neural e fisiopatologia e hipervitaminose A” em português e em inglês. O fechamento do tubo neural é dependente do balanço entre proliferação e eliminação das células do tubo neural dependentes da ação do ácido retinóico. O ácido retinóico age como um modulador dos receptores de morte das células neuroepiteliais ativando a via extrínseca da apoptose e elevando a eliminação, esse imbalanço culmina com uma redução, em número, de células neuroepiteliais que provoca a falha do fechamento do tubo neural. O AR aumenta o índice apoptótico das células neuroepiteliais mostrando seu potencial teratogênico, entretanto, faz necessário estudos aprofundados do mecanismo de ação do AR na patogenia dos defeitos do tubo neural sobretudo no âmbito molecular devido ao papel crucial desempenhado pelo AR sobre seus receptores no curso do desenvolvimento do tubo neural e embrião.

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A acrania é um defeito do fechamento do tubo neural rostral que resulta na ausência do neurocrânio com exposição do tecido encefálico, o qual pode apresentar-se íntegro (exencefalia), reduzido (meroencefalia) ou ausente (anencefalia), acometendo 1:700 nascimentos no Brasil – cinco vezes mais gestantes diabéticas. Essa elevada incidência mostra a importância de se conhecer mais sobre os mecanismos fisiopatológicos dessa má formação com elevado índice de óbito. O objetivo deste trabalho foi o de estudar os mecanismos fisiopatológicos da acrania que cursam com a anencefalia. Para isso, faz-se necessária uma revisão da literatura, assim foram consultados livros e bases de dados como: Bireme, SciELO, MEDLINE e LILACS, com os descritores “Acrania e fisiopatologia” em português e em inglês. A partir dessas leituras, pode-se perceber que a acrania parece resultar de dois mecanismos diferentes: uma perturbação por bandas amnióticas ou uma falha da migração do mesênquima. Dessa forma, a dificuldade de deglutição do líquido amniótico pelo embrião aumenta a pressão na sua superfície, o que pode acometer o desenvolvimento do encéfalo. Alguns ensaios clínicos em camundongos sugerem que a supra expressão do gene NELL-1 leva a um aumento na expressão de Fas e Fas-L, como a ampliação da ação da caspase-8 em estados hiperglicêmicos provocados pelo aumento no tBID mitocondrial. Portanto, o aumento das funções dos receptores Fas e Fas-L bem como o aumento da ativação da caspase-8 aumenta o índice apoptótico das células do tubo neural, resultando na acrania. Então, a interrupção do processo de ossificação inibe o desenvolvimento encefálico que é dependente dele, ainda que o encéfalo venha a se desenvolver parcialmente, poderá sofrer erosão e necrose devido à exposição às toxicidades do líquido amniótico o que pode justificar o curso com a anencefalia.

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MEIOS DE FIXAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES DO PUNHO E DA MÃO: UMA NOVA ABORDAGEM NO ENSINO DAS AULAS PRÁTICAS DE ANATOMIA Silva, DM*, Araújo TM, Sousa JHT, Araújo GM, Nóbrega RC, Souza GG, Galindo LCM, Oliveira ASB. Faculdades Integradas de Patos (FIP)

A articulação do punho controla a relação comprimento-tensão dos músculos multiarticulares da mão à medida que se ajusta às diversas atividades e formas de preensão. A mão e suas articulações, por sua vez, é uma ferramenta valiosa que controla o ambiente e expressa idéias e talentos. A individualidade e os detalhes anatômicos dos meios de fixação que estabilizam essas articulações são muitas vezes difíceis de serem visualizados no material cadavérico nas aulas práticas de anatomia, devido à escassez de cadáveres para produção de novas peças. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi elaborar um modelo anatômico a fim de reproduzir com detalhes a disposição dos meios de fixação do punho e das articulações da mão, para ser utilizado como um recurso acessório nas aulas práticas de Anatomia. Foram utilizados para a elaboração do modelo anatômico: um rádio e uma ulna; 8 ossos do carpo, 5 metacarpos e 14 falanges da mão direita, provenientes do ossário do Laboratório de Anatomia das Faculdades Integradas de Patos (FIP). Os ossos do antebraço e da mão foram articulados através de fios de aço. A cápsula articular foi representada utilizando meia-calça branca em todas as articulações do punho e da mão. Os ligamentos foram representados por fitas elásticas acinzentadas. A partir do modelo confeccionado, obtivemos uma visualização mais clara dos detalhes anatômicos dos meios de fixação das articulações do punho e da mão, o que há vários semestres era alcançado apenas parcialmente devido à má qualidade do material que estava disponível. A associação do modelo confeccionado com as peças cadavéricas pode facilitar a abordagem prática do assunto na disciplina de Anatomia, permitindo uma melhor fixação do conteúdo pelos discentes.

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MELANOMA CONJUNTIVAL MULTIFOCAL RECIDIVADO ORIGINADO DE NEVUS PIGMENTADO PREEXISTENTE Pereira ML*1, Moreira-Júnior DB2, Rosa LA3, Ribeiro, PRQ3, CAIXETA, ACC4 1 Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM; Hospital Regional Antônio Dias – HRAD; 2 Hospital Regional Antônio Dias – HRAD; 3 Universidade Federal de Uberlândia – UFU; 4 Universidade Anhembi Morumbi – UAM A conjuntiva bulbar é um local que pode desenvolver inúmeras lesões, sejam elas de origem degenerativa, circulatória, inflamatória e do crescimento e desenvolvimento. O melanoma conjuntival, tumor maligno agressivo, embora raro, desenvolve a partir de uma melanose primária adquirida, um nevo melanocítico, tecido normal ou conjuntiva palpebral. Este estudo objetiva descrever um relato de caso de melanoma conjuntival multifocal recidivado proveniente de nevus pigmentado preexistente ocorrido em Patos de Minas, MG. É um estudo longitudinal, com abordagem descritiva exploratório-investigativa, com análise de caso e aspecto documental. Cumpre-se ressaltar que o melanoma conjuntival multifocal recidivado originado de nevus preexistente é extremamente raro, sendo que ocorre em uma pessoa para cinco milhões de habitantes, isto é, estatisticamente no Brasil, existem cerca de 40 casos. Seu estudo é de extrema relevância, devido sua potencial letalidade. O diagnóstico histopatológico e o estadiamento precoce da lesão conjuntival é de fundamental importância para designar a conduta frente ao paciente. Histologicamente, apresentam-se em mucosa revestida por epitélio escamoso estratificado não queratinizado, com ninhos celulares grandes com abundante pigmento de melanina, de aspecto infiltrativo que se estende para camadas profundas dos tecidos adjacentes. O procedimento terapêutico mais utilizado nos dias atuais é a excisão cirúrgica com crioterapia adjuvante associada à mitomicina C. O prognóstico deste tipo de tumor é o pior dentre todos os melanomas oculares, apresentando alta taxa de mortalidade, 12% a 20% em 5 anos e 30% em 10 anos de desenvolvimento patológico. PALAVRAS-CHAVE: Melanoma maligno, Neoplasia da conjuntiva, Nevo melanocítico, Recidiva.

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MEMBRO TORÁCICO DO Iguana iguana Arantes RC, Melo APF, Honorato AGO, Schmidt AB, Paula NM, Amaral ESD

MEMBRO TORÁCICO DO Iguana iguana Arantes RC, Melo APF, Honorato AGO, Schmidt AB, Paula NM, Amaral ESD

O membro torácico dos animais presta a locomoção e sustentação dos animais. Sendo formado nos mamíferos domésticos pela escápula, úmero, radio, ulna, ossos do carpo, ossos metacarpos e dígitos ou falanges. A anatomia dos animais domésticos é constantemente pesquisada, entretanto quando nos referimos aos animais silvestres observamos um vácuo enorme. E estas deficiências tomam uma proporção maior quando comparamos com a diversidade de animais silvestres existentes em nosso país. Em face desta situação, e no desenvolvimento da clínica e cirurgia dos animais silvestres realizamos a maceração do membro torácico de um espécime de Iguana iguana, doado após morte devido a lesões traumáticas, pela Companhia Independente de Polícia Militar Ambiental do Estado do Tocantins (CIPAMA). O membro torácico, de cada antímero, do Iguana iguana é constituído por: clavicula, escápula, epicoracoide, coracoide, úmero, radio, ulna, já os ossos do carpo estão constituídos por três fileiras, assim distribuídas: fileira proximal é composta pelos ossos: radial, ulnar e psiforme (acessório); já a fileira medial possui os ossos centrolateral e centromedial e a fileira distal tem os ossos carpais II, III, IV e V; também apresenta metacarpos I, II, III, IV e V. e os dígitos: o metacarpo I exibe uma falange; e nos metacarpos II e V haviam 2 falanges em cada; enquanto que nos metacarpos III e IV tinham quatro falanges cada um. O membro torácico do iguana (Iguana iguana) contempla alguns ossos que nos mamíferos domésticos estão ausentes. Pesquisas desta natureza devem ser complementadas por outras que envolvem, além da descrição da musculatura, os aspectos comparativos e evolutivos das espécies e as interelações existentes elas.

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O membro torácico dos animais presta a locomoção e sustentação dos animais. Sendo formado nos mamíferos domésticos pela escápula, úmero, rádio, ulna, ossos do carpo, ossos metacarpos e dígitos ou falanges. A anatomia dos animais domésticos é constantemente pesquisada, entretanto quando nos referimos aos animais silvestres observamos um vácuo enorme. E estas deficiências tomam uma proporção maior quando comparamos com a diversidade de animais silvestres existentes em nosso país. Em face desta situação, e no desenvolvimento da clínica e cirurgia dos animais silvestres realizamos a maceração do membro torácico de um espécime de Iguana iguana, doado após morte devido a lesões traumáticas, pela Companhia Independente de Polícia Militar Ambiental do Estado do Tocantins (CIPAMA). O membro torácico, de cada antímero, do Iguana iguana é constituído por: clavícula, escápula, epicoracoide, coracoide, úmero, radio, ulna, já os ossos do carpo estão constituídos por três fileiras, assim distribuídas: fileira proximal é composta pelos ossos: radial, ulnar e psiforme (acessório); já a fileira medial possui os ossos centrolateral e centromedial e a fileira distal tem os ossos carpais II, III, IV e V; também apresenta metacarpos I, II, III, IV e V. e os dígitos: o metacarpo I exibe uma falange; e nos metacarpos II e V haviam 2 falanges em cada; enquanto que nos metacarpos III e IV tinham quatro falanges cada um. O membro torácico do iguana (Iguana iguana) contempla alguns ossos que nos mamíferos domésticos estão ausentes. Pesquisas desta natureza devem ser complementadas por outras que envolvem, além da descrição da musculatura, os aspectos comparativos e evolutivos das espécies e as interelações existentes elas.

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MENSURAÇÃO CARDÍACA POR RADIOGRAFIA TORÁCICA EM CATETOS (Tayassu tajacu) Pessoa GT, Diniz AN, Carvalho MAM, Pessoa GT*, Bezerra DO, Sousa FCA, Moura LS, Alves FR O vertebral heart size (VHS) é um método útil na avaliação do tamanho cardíaco em animais. No entanto são escassos dados sobre anatomia torácica na maioria das espécies inclusive aquelas usadas como modelo biológico experimental. O grupo de animais silvestres é vasto e morfologicamente variado, sendo assim, valores de referência para características anatômicas são poucas em relação ao número de espécies existentes. O presente estudo visou definir o VHS de catetos (Tayassu tajacu) a fim de criar subsídios para posterior avaliação de alterações no tamanho cardíaco desses animais. Foram realizadas radiografias do tórax de 4 animais não anestesiados em posição lateral. Foi feita a relação entre o tamanho cardíaco em altura e largura com os corpos vertebrais a partir de T4 segundo metodologia descrita por Buchanan e Bucheler (1995). O valor médio de VHS encontrado para os animais foi de 8,32cv corpos vertebrais. Concluiu-se que a técnica é bem tolerada pelos animais e os valores encontrados contribuem como parâmetros iniciais para avaliação de alterações do tamanho do coração desses animais.

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MÉTODO PEDAGÓGICO TEÓRICO-PRÁTICO INOVADOR EM ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO PARA ALUNOS DE ENFERMAGEM Contreiras NC1*, Belém MPO2, Cardoso RG1, Baptista CAC3, Masuko TS (tsmasuko@uol.com.br)2 1 FMB – UFBA; 2 Dep de Biomorfologia – ICS – UFBA; 3 Dep de Neurociências – UT – OH Os ensinos teórico e prático da disciplina Anatomia Humana estão em geral dicotomizados. A parte prática é tradicionalmente desenvolvida através de prossecção e dissecação de cadáveres e/ou modelos anatômicos. Contudo, o uso dos modelos anatômicos em detrimento das peças formolizadas facilita o contato manual com as estruturas, a exposição e o transporte das peças. Este programa pedagógico inovador tem como objetivo não só a observação da peça, mas o aprendizado teórico e prático mútuos, facilitando a compreensão e a auto-aprendizagem de modo diferenciado e lúdico a alunos do ensino superior. O sistema genital feminino foi escolhido para tal estudo devido à sua riqueza estrutural e funcional, justificando a necessidade de maior interação entre teoria e prática. Trata-se de um ensaio clínico controlado com alunos de Enfermagem e Nutrição regularmente matriculados em 2012.1. Os alunos foram randomizados dentro de cada curso em dois grupos de aula teórico-prática, ambos com uso de modelos anatômicos de resina: grupocaneta, submetido à teoria gravada em “canetas inteligentes” e ouvida através da tecnologia Dot Positioning System (DPS)®; e grupo-texto, submetido à teoria com textos impressos. Todos os alunos realizaram pré e pós-testes. Em Nutrição (n=8), o grupo-caneta teve média de 6±2,16 (IC 4.37-7.29) antes e 7,59±2,75 (IC 7.24-9.10) após intervenção, enquanto o grupo-texto obteve média 5±1,41 (IC 3.81-6.99) antes e 7,5 ±1 (IC 6.04 - 7.96) após intervenção. Em Enfermagem (n=11), o grupo-caneta obteve 5.83±1,83 (IC 4.37-7.29) de média antes e 8.17±1,16 (IC 7.24-9.10) depois da intervenção, e o grupo-texto teve 5.4±1,81 (IC 3.81-6.99) antes e 7±1.09 (IC 6.04 - 7.96) após intervenção. Não houve significância estatística nos resultados devido à amostragem reduzida, visto que dificuldades pós-greve diminuíram a adesão dos alunos. Pretende-se estender tal metodologia de ensino-aprendizagem com peças plastinadas a alunos com deficiência visual, aos ensinos fundamental e médio e a outros cursos da graduação. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia, Ensino superior, Modelos anatômicos, Pedagogia APOIO FINANCEIRO: PROEXT/2011-SIGProj Nº 79628.394.34192.14042011

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METODOLOGIA DE APRENDIZAGEM PARA A COMPREENSÃO DOS ESTUDOS ENTRE ESTUDANTES DE NÍVEL TÉCNICO Klein GF; Nascimento EC Pontifícia Universidade Católica do Paraná

MÉTODOS DE APRENDIZAGEM NAS DISCIPLINAS DE ANATOMIA DESCRITIVA E ANATOMIA TOPOGRÁFICA PERTINENTES AO CÃO (Cannis familiares) Lima TM1*, Martins TJV1, Schellin PC1, Aguiar MGAA1, Pereira MLA1, Silva CJFL1, Silva SRSB1, Santos RMB2 1 Estudante do Curso de Medicina Veterinária da UFRPE; 2Professor da Disciplina de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos da Área de Anatomia do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal do Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco.

INTRODUÇÃO: Este trabalho tem como objetivo apresentar e analisar as metodologias desenvolvidas na disciplina de Fundamentos de Anatomia Humana, parte integrante da matriz curricular do Curso Técnico em Radiologia, de uma instituição de ensino em Curitiba, Paraná. JUSTIFICATIVA: A escassez de materiais didáticos específicos para o nível técnico, contemplando o que é efetivamente necessário para o desenvolvimento do profissional Técnico em Radiologia é uma realidade. Neste contexto, a elaboração de metodologias específicas para esta modalidade de ensino se faz necessária, uma vez que a profissão de Técnico em Radiologia é regida por diretrizes propostas pelo Cadastro Brasileiro de Ocupações e Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos. METODOLOGIA: As aulas oferecidas aos alunos são subdivididas em 4 etapas: Na primeira etapa, os alunos recebem os conhecimentos necessários através de aulas teóricas, e já preparam seus materiais para roteiro de aula pratica, utilizando-se de papel vegetal. Nas aulas práticas, os alunos estudam em peças cadavéricas e correlacionam a anatomia regional, com os Raios X disponibilizados. Na etapa 3, realizam um estudo detalhado das estruturas encontradas nos Raios X em questão. Por fim, realizam estudos de caso envolvendo pacientes em situação de trauma. RESULTADOS: Como resultados obtidos após avaliação institucional de 27 alunos, tem-se Que 92% dos entrevistados acham a didática muito boa e 7.4% aprovam. Nenhum aluno considerou a didática regular ou fraca.

Anatomia é o ramo do conhecimento que se ocupa com a forma, a disposição e a estrutura dos tecidos e órgãos que compõem o organismo. A anatomia descritiva dos animais domésticos é o estudo sistemático do corpo do animal, já a anatomia topográfica é o estudo regional das partes do corpo no qual é observada a interrelação dos órgãos em uma determinada região do corpo dos vertebrados. Esses estudos são altamente aplicáveis porque podemos estabelecer ligações com a patologia, a clínica e a técnica cirúrgica. Este trabalho tem como objetivo descrever os métodos de aprendizagem utilizada nas disciplinas de Anatomia Descritiva e Anatomia Topográfica dos Animais Domésticos no curso de Medicina Veterinária. No primeiro período é estudada a anatomia descritiva, para a melhor aprendizagem é usada a dissecação como principal meio de ajuda, assim obtendo o conhecimento de músculos, artérias, veias, nervos, e órgãos do corpo do referido animal. No segundo período é estudada a anatomia topográfica. Para esse estudo, utilizou-se os métodos de inspeção, palpação e auscultação de um cão vivo da raça Labrador Retriever. Na inspeção observou-se a mucosa bucal, nasal e conjuntiva, a perfusão tecidual do ápice da língua e os aspectos visuais da pele. Efetuou-se a palpação dos linfonodos, das principais veias e do abdome. E auscultou-se os focos pulmonar, aórtico e o mitral (antímero esquerdo), e o foco tricúspide (antímero direito). Desse modo, baseados nos conhecimentos que adquirimos no primeiro e segundo período, concluímos que o estudo da Anatomia Descritiva e Topográfica dos Animais Domésticos é de vital importância para a formação de um bom profissional. Este sistema de avaliação demonstrou-se eficaz, pois auxiliou os alunos a fixar melhor o conteúdo.

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MÉTODOS DE COLORAÇÃO DO PELO DE Bombyx mori Costa TRG, Colombelli KT*, Baggio MPD, Silva SAV, Ribeiro LFC, Torquato EFB, Brancalhão RMC Universidade Estadual do Oeste do Paraná

MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DO NERVO ISQUIÁTICO ESMAGADO APÓS LASERTERAPIA E APLICAÇÃO DA PROTEÍNA DO LÁTEX NATURAL Dias FJ, Issa JPM, Iyomasa MM, Coutinho-Netto J, Calzzani RAJ, Watanabe I

O pelo de Bombyx mori, como o de outros artrópodes, se localiza na camada epitelial do tegumento, abaixo da cutícula. Sua origem é ectodérmica e além da função de proteção pode atuar na percepção sensorial. Em ambos os casos há uma célula secretora do pelo, a tricógena, outra secretora de um alvéolo no qual este se insere, a tormógena e, para a função sensorial neurônios associados e células acessórias estarão presentes. O conhecimento da morfologia normal do pelo é importante, por exemplo, na identificação de alterações patológicas e em estudos taxonômicos. A técnica histológica de rotina da Hematoxilina e Eosina cora indistintamente as células do epitélio tegumentar e do pelo, incluindo o componente nervoso. Neste sentido, com o objetivo de diferenciar os componentes celulares do pelo do inseto das demais células do epitélio tegumentar foram avaliados três métodos de coloração. Segmentos do tegumento de lagartas de B. mori de 5° instar foram fixados em Bouin e seguiram o processamento histológico de rotina para a parafina. Os cortes foram corados em azul de metileno, ácido periódico de Schiff e prata. Os resultados mostraram que as técnicas utilizadas foram eficazes na diferenciação dos componentes do pelo de B. mori do restante do epitélio tegumentar, e, assim, se apresentam adequadas para este fim. Entretanto, a técnica de coloração pela prata revelou melhores resultados na definição precisa de seus componentes.

O tratamento de nervos periféricos ainda se apresenta como um desafio, havendo necessidade de novas terapias e materiais para auxiliar na sua recuperação. Experimentalmente o laser de baixa intensidade (LBI) e a proteína do látex natural (P1) tem mostrado resultados positivos no tratamento dessas lesões. O objetivo desse estudo é avaliar os efeitos do LBI e da proteína P1 em lesões de esmagamento do nervo isquiático (15Kgf, 5,2 MPa, 10 min) de ratos Wistar. Foram utilizados 20 ratos Wistar, machos (200-300g), divididos em 4 grupos (n=5): GI - controle; GII - nervo lesado; GIII - nervo lesado e irradiado com LBI (15J/cm2, 780nm); GIV - nervo lesado tratado com P1 (0,1%). Após 4 semanas da lesão, os animais foram sacrificados e as amostras de nervos isquiáticos foram fixadas e processados para a análise ao microscópio eletrônico de varredura. A análise quantitativa foi realizada com o auxílio do software Image J e análise estatística por ANOVA (p=0,05). Os dados obtidos revelaram diferenças entre os grupos. O GII apresentou a menor área de secção transversa das fibras nervosas (10,39±1,77), o GIII apresentou área maior (24,32±1,72) que o GII e por sua vez menor que o GIV (32,57±1,88), as maiores áreas das fibras nervosas foram observadas nos GIV e GI (controle) (37,66±1,68) que foram semelhantes estatisticamente. Conclui-se que tanto a aplicação do LBI como da proteína P1 levaram a melhora do quadro da lesão nervosa, no que diz respeito à área de secção transversa das fibras nervosas, porém nesse caso a aplicação da proteína foi mais efetiva. APOIO FAPESP 2010/12018-3. CEUA IBC/USP – 78/10.

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MODELO ANATÔMICO PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DA ANATOMIA DE SUPERFÍCIE DO TELENCÉFALO Rueff-Barroso CR*, Garcia KS, Peruzini KS. Departamento de Morfologia da Universidade Federal Fluminense

MICROSCOPIC ASPECTS IN ESOPHAGUS OF SOME PISCIVOROUS AVIAN Senos R, Barbosa GL, Zeferino R, Tolezano FS, Dutra DFM*, Rici REG Universidade Federal Fluminense

Avian species usually present many specific anatomical differences. Comparative studies can be useful to understanding the species particularities. Anatomical data of digestive system in piscivorous avian are rare. It is already known that these species do not have craw in esophagus. We analyzed the esophagus of Ardea alba, Nycticorax nycticorax and Fregata magnificens in scanning electron microscopy. Our results confirmed that this species has no expansion that could suggest the craw. The esophagus of all species had long folds in whole mucosa but not in layers above. They were straight in F. magnificens and A. alba but wavy in N. nycticorax. Regarding the mucosa surface, the F. magnificens was plane with many circular mucous glands. In the other hand, A. alba and N. nycticorax had reticular mucosa formed by uncountable polygonal shaped glands side by side. The muscular layer was relatively high in all species while the adventitia was thin. We believe that the absence of a craw in this species revealed the low need of food maceration in the esophagus. However, the huge amount of mucous glands suggests the importance of food humidification during the swallowing step. The differences in mucosa shape among the species could be explained because the different diets or maybe the phylogeny of the species in view that A. alba and N. nycticorax are both from Ardeidae family.

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A dificuldade para a obtenção de material cadavérico nas Universidades públicas e privadas tem sido tema de discussão constante nos congressos da área, tanto nacionais quanto internacionais. Sabemos que modelos não substituem o material cadavérico, entretanto, podemos pensar em alternativas para amenizar o problema. O objetivo desse trabalho foi propor a um grupo de monitores de nossa Universidade que desenvolvessem um modelo anatômico de telencéfalo que pudesse ser utilizado como material de apoio ao estudo da neuroanatomia. Foram utilizados massa de biscuit com amido de milho (1 kg), cola branca (1 L), veselina líquida (5 colheres) e creme hidratante sem silicone (1 colher de sopa). A massa foi levada ao forno e após o cozimento foi posta para descansar por 24 horas. Para a base estrutural foram utilizadas bolas de isopor de vários tamanhos unidas com alfinetes. Em seguida, a base foi coberta com a massa e os principais giros e sulcos foram cuidadosamente modelados. Utilizamos tintas acrílicas para pintar as diferentes áreas anatômicas do telencéfalo. Obtivemos um modelo capaz de servir de apoio às aulas de neuroanatomia onde foi possível identificar todos os principais giros, sulcos, lobos e áreas funcionais da face lateral do telencéfalo. Além de termos alcançado um modelo satisfatório, a confecção dos modelos foi uma atividade importante onde os monitores envolvidos puderam trabalhar suas habilidades manuais e artísticas associadas à pesquisa e ao estudo da neuroanatomia de forma lúdica e divertida. Consideramos que é possível desenvolver recursos didático-pedagógicos para auxílio e aplicação direta em sala de aula e em laboratórios de anatomia a partir de modelos anatômicos de biscuit.

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MODELO DIDÁTICO EM OSTEOLOGIA COMO FACILITADOR NA IDENTIFICAÇÃO DE ACIDENTES ANATÔMICOS EM OSSOS DO MEMBRO INFERIOR

MODELO EXPERIMENTAL DE INDUÇÃO DE ACRANIA FETAL POR USO DE ÁCIDO RETINÓICO Assis TO*¹, Melo AA², Brito GAC², Abreu JGR³ Universidade Federal da Paraíba – UFPB¹; Universidade Federal do Ceará – UFC²; Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ³

Diniz PKF*, Moreira PS, Pereira PAP, Lima WJM, Rocha AS, Matias EF, Medeiros ARC, Costa AOC Universidade Federal da Paraíba

A anatomia humana é de extrema importância na formação de profissionais de saúde, porém seu estudo por vezes é considerado extenso e difícil por alguns alunos, pela grande quantidade de estruturas a serem identificadas e memorizadas. A osteologia é conteúdo anatômico abordado por todos os cursos da área de saúde, já que se constitui como a base para o entendimento das demais estruturas corpóreas. Este trabalho objetivou a produção de material de apoio didático ao ensino de osteologia, como forma de estimular o interesse e aumentar o grau de entendimento e fixação do conteúdo. Elaborou-se modelo didático para identificação dos acidentes anatômicos, sendo utilizados ossos do membro inferior: osso do quadril, fêmur, patela, tíbia e fíbula. Os ossos foram previamente preparados, lavados, clareados e secos para que os acidentes ósseos pudessem ficar mais evidentes após a pintura. Foram selecionados os acidentes anatômicos mais abordados nas aulas de anatomia para serem identificados com pintura com esmalte sintético. Obtiveram-se ossos com aparência mais limpa que os disponíveis no laboratório. O modelo didático é de baixo custo, fácil reprodutibilidade e facilita o aprendizado inicial da osteologia, principalmente no primeiro contato dos estudantes com os ossos apresentados.

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A acrania é uma anomalia fetal que acomete cerca de 1:10000 nascimentos e sua etiologia é desconhecida. Dados da Organização mundial da saúde (OMS) aponta que o Brasil ocupa o quarto lugar na prevalência de acrania acometendo 1: 700 nascimentos que geralmente evoluem para o óbito. Caracteriza-se pela ausência total ou parcial do crânio (calota craniana). Com bastante frequência pode está associada com a exencefalia ou anencefalia. Estudos experimentais têm mostrado que a administração de ácido retinóico (AR) durante a gestação pode induzir várias más formações congênitas em fetos de roedores incluindo a acrania. O objetivo desse trabalho é identificar parâmetros de indução da acrania através da administração do AR em fetos de camundongos Swiss. Foram utilizados 12 camundongas Swiss fêmeas, prenhes, divididas em 4 grupos sendo 1 controle (C) e 3 experimentais (D7,5; D8; D8,5) com 3 animais cada. O grupo controle recebeu 0,2 mL de azeite de oliva (via oral) enquanto que os grupos experimentais receberam dose única de 70mg/Kg, via oral, de AR (all trans R2500, SIGMA, EUA) diluído em azeite nos tempos gestacionais D7,5, D8, D8,5. Foram encontrados acrania com exencefalia ou acrania com anencefalia (C: 0; D7,5: 0; D8: 27,2%; D8,5: 0). Nenhuma mal formação associada foi encontrada. O modelo experimental estudado no camundongo Swiss, apesar da baixa incidência, mostrou-se eficiente para indução da acrania no oitavo dia completo de gestação, uma vez que não foram verificadas más formações associadas. Esse modelo poderá servir para compreender melhor os fenômenos moleculares que cursam com a acrania e consequentemente exencefalia e anencefalia.

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MONITORIA DE ANATOMIA COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM E INSTIGAÇÃO À DOCÊNCIA Arduini L1, Suzuki C1, Ruiz CR1, Vidsiunas AK1*. MODELOS DE PROCEDIMENTOS CLÍNICOS EM PEÇAS CADAVÉRICAS

1-Centro Universitário São Camilo, São Paulo-SP, Brasil

Cavalcanti TRF*, Maia CMAF, Vieira DAF, Andrade WB, Nascimento AR, Melo DAC, Neto FBV, Souza DHT Faculdade de Enfermagem e Medicina Nova Esperança – FACENE/FAMENE, João Pessoa – PB

A atividade docente em Anatomia Humana e nas demais disciplinas de caráter clínico evidencia a dificuldade dos discentes quanto à identificação da localização e trajeto anatômico das estruturas, durante a realização de procedimentos clínicos, tais como sondagem vesical. Esse problema se estende, ainda, ao uso correto da terminologia anatômica das diferentes estruturas. O conhecimento das estruturas, trajetos e correta terminologia é fundamental para que os profissionais de saúde não cometam erros durante os procedimentos clínicos e auxilia na resolução ou minimização de possíveis problemas, como a localização de estruturas ectópicas. Este trabalho é uma nota-prévia que tem como objetivo produzir material didático permanente, em peças cadavéricas, de procedimentos técnicos, para as disciplinas de caráter clínico que constam nos conteúdos programáticos dos cursos de Enfermagem e Medicina. O trabalho é realizado no laboratório de Anatomia Humana da FACENE/FAMENE. O procedimento consta da dissecação do cadáver, em seguida são feitos cortes anatômicos específicos, a fim de visualizar e analisar a localização e trajeto dos instrumentos utilizados em diferentes procedimentos clínicos. Posteriormente, é inserido e fixado nas peças, de forma permanente, o material utilizado em procedimentos e exames clínicos. Até o presente momento, foram produzidas quatro peças permanentes: uma sondagem vesical masculina, uma sondagem vesical feminina, uma sondagem nasogástrica e um implante de DIU. Pelos resultados preliminares, verifica-se o maior aproveitamento no aprendizado dos discentes, observada através das avaliações, além do maior interesse dos mesmos, verificada pela assiduidade apresentada.

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A monitoria de anatomia é uma ferramenta valiosa na qual estão envolvidos alunos-monitorados, alunos-monitores e professores responsáveis pelo programa. Cada um dos envolvidos tem a possibilidade de aprender, aprimorar-se e aprofundar-se. Este trabalho objetivou levantar o número total e a média de atendimentos prestados pela monitoria ao longo do primeiro semestre de 2012 (fev-mai) com o intuito de verificar a assiduidade dos alunos quanto à participação em horário de monitoria. Os números de monitores envolvidos no programa de monitoria foram: 25 no Campus-1 e 15 no Campus-2. Em seguida, médias aritméticas simples foram obtidas para: a) atendimentos/mês/campus; b) atendimentos/mês/total; c) atendimentos/monitor/campus; d) atendimentos/monitor/total. O total de alunos atendidos pela monitoria de anatomia foi de 2698 alunos (1425 no Campus-1 e 1273 no Campus-2). No campus-1, a média de atendimentos/mês foi 356,26 e no Campus-2 foi 318,25. A média de atendimentos/mês total, nos dois campi, foi 674,5. Quanto à média de atendimentos/monitor, no Campus-1 foi 57 e no Campus-2 foi 84,87.A média de atendimentos/monitor/total foi 67,45 nos dois campi. Concluimos que o número de atendimentos aumentou com a proximidade das avaliações práticas, sendo que muitos dos alunosmonitorados relataram a qualidade de atendimento quanto ao conteúdo e à didática dos monitores, o que sugere uma potencial inclinação à docência por parte dos alunos-monitores. Esses são apenas resultados preliminares desse trabalho que visa, de uma forma mais ampla, aprimorar o programa de monitoria, melhorar o aprendizado, assiduidade e desenvolvimento de iniciação cientifica na disciplina em questão. PALAVRAS-CHAVE: monitoria, anatomia humana, aulas práticas.

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MONITORIA EM ANATOMIA HUMANA COMO RECURSO DE APRENDIZAGEM Malafaia N*, Santos GVBS.

MONITORIA INTERDISCIPLINAR EM ANATOMIA HUMANA E CINESIOLOGIA: INSTRUMENTO FUNDAMENTAL NO APRENDIZADO E DESEMPENHO ACADÊMICO DISCENTE Oliveira SC, Caria PHF, Cunha GA, Leite GS, Gomes SS, Casarin CAS*

INTRODUÇÃO: Anatomia Humana é uma disciplina básica e constitui parte importante na construção do conhecimento necessário ao desempenho profissional. O monitor contribui para o auxílio ao trabalho docente através de uma participação ativa no processo ensino-aprendizagem. Assim, o presente estudo visa observar a prática da monitoria em Anatomia como recurso para consolidação da aprendizagem no ensino superior em saúde. MÉTODOS E RESULTADOS: A pesquisa é descritiva e analisa quantitativamente a prática da monitoria em Instituições de Ensino Superior pública e privada. Participaram 12 monitores ou exmonitores. Foi aplicado questionário com questões objetivas sobre as seguintes variáveis: dificuldades no exercício da monitoria, auxílio ao trabalho docente, assistência teórico-prática, aprendizagem, motivação e construção do conhecimento. Dificuldades encontradas: 9 monitores consideram a falta de incentivo através de bolsas. Compreensão do papel do monitor: 10 pesquisados percebem como importante para auxiliar na aprendizagem dos alunos; oito, para auxiliar o trabalho do professor. Contribuição para a construção do conhecimento: 10 consideram que a monitoria propicia questionamentos e 8 identificam o monitor como intermediário na relação professor-aluno. Contribuições para o monitor: crescimento pessoal (9) e motivação para o estudo (8). CONCLUSÃO: A monitoria é um recurso para o auxílio ao trabalho docente e para construção e consolidação do conhecimento. Esta prática constrói ambiente de maior aproximação com o aluno, o que permite a identificação das dificuldades e sua solução. Além disso, o monitor experimenta vivências que lhe exigem ação participativa que poderá orientar uma futura carreira docente.

Pelo fato da disciplina de anatomia humana nas universidades brasileiras apresentar números significativos de reprovações relacionados diretamente ao baixo rendimento acadêmico e a evasão dos alunos, faz com que a busca de meios inovadores para evitar essas insuficiências seja prioridade dentre professores e universidades. Os programas de monitoria acadêmica vêm se destacando pela positividade de seus resultados, e de suma importância para a universidade na formação do egresso. A literatura não apresenta estudos especificamente para a disciplina de anatomia, o que motivou a realização desta pesquisa, com o objetivo avaliar a eficiência e a importância do programa interdisciplinar de monitoria em anatomia e cinesiologia. Foram avaliados 113 estudantes do primeiro ano do curso de Educação Física. Os dados foram coletados por meio da aplicação de questionário adaptado de acordo com a satisfação e vivências acadêmicas por um único examinador. Foi empregado o teste estatístico Qui-Quadrado (χ²) para predizer o grau de relação entre as variáveis obtidas, com p≤0,05. 58,4% portavam atlas, 68,1% melhora do rendimento acadêmico geral, 55,8% melhora considerada das notas em geral, 49,6% aumento de frequência na biblioteca, 95,6% indicaria a monitoria para um colega, 86,7% aumentaram as notas e o interesse nas disciplinas da monitoria. Todos os fatores apresentaram valores acima da média, apontando a monitoria como ferramenta essencial, destacando o estudo interdisciplinar aplicado da anatomia e cinesiologia fundamental para o aprendizado, melhor desempenho acadêmico e a qualidade das notas nas disciplinas do curso. E a importância da monitoria para as universidades como meio de revogar a evasão e o desestímulo dos alunos.

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MORFOLOGIA COMPARADA DO GLOBO OCULAR DE Phyllostomus discolor E Glossophaga soricina (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) Antonio EA1*, Alves ECBA1, Lima Júnior NB1, Marinho KSN1, Arandas MJG2, Silva FR1, Santos KRP1 1 UFPE; 2UFRPE O morcego Phyllostomus discolor apresenta hábito alimentar onívoro incluindo frutos, néctar e insetos, enquanto a dieta de Glossophaga soricina é nectarívora. Durante o forrageio, os morcegos utilizam o sistema de ecolocalização, e a visão pode ser de suma importância em diversas situações nesse contexto, principalmente para os morcegos frugívoros e nectarívoros, que podem fazer uso das diferenças no brilho e na composição espectral para encontrar os diferentes itens alimentares. O referido trabalho buscou comparar a morfologia do globo ocular de P. discolor e G. soricina a partir da análise histológica, relacionando adaptações morfológicas ao ambiente noturno e hábitos alimentares. Para isso, os olhos de 10 espécimes de P. discolor e 08 espécimes de G. soricina, foram preparados através da técnica histológica de rotina, cortados sequencialmente em 5m e corados por hematoxilina e eosina. Os resultados revelaram que os globos oculares de ambos apresentam as mesmas constituições morfológicas, onde mostram adaptações para o hábito noturno, com córnea ocupando metade da túnica fibrosa, íris acompanhando a área da córnea, aumento da área das câmaras anterior e posterior, cristalino grande e esférico ocupando metade do volume interno, redução do corpo vítreo, desenvolvimento do corpo ciliar com números de processos ciliares elevados e retina apresentando 09 das 10 camadas, estando ausente a membrana limitante interna. Esses dados indicam que apesar destas espécies estarem classificadas em guildas alimentares distintas, a morfologia do globo ocular de ambos são semelhantes e adaptadas ao hábito noturno.

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MORFOLOGIA COMPARADA DO HEMIPÊNIS DE Crotalus durissus terrificus (Laurent, 1768) (Serpentes, Squamata,Viperidae) Porto M*, Oliveira MA, Pissinatti L, Rojas-Moscoso JA, Cogo JC, Mónica FZT, De Nucci G Departamento de Farmacologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas

Répteis modernos e mamíferos têm o mesmo ancestral. Segundo a literatura, a organização do sistema reprodutor destes grupos apresenta um plano estrutural similar, reflexo do parentesco comum. O pênis de quelônios e crocodilianos repousa na cloaca e é formado por corpos cavernosos bilaterais de tecido conjuntivo, sem musculatura lisa na parede dos sinusóides. Este esqueleto fibroso é considerado homólogo ao dos mamíferos. Serpentes e lagartos (Squamatas) apresentam dois pênis funcionais e independentes um do outro, os hemipênises, que repousam invertidos na cauda. Neste trabalho a microestrutura do hemipênis é descrita e comparada à de outros répteis e mamíferos para testar a hipótese de homologia entre o pênis dos répteis e mamíferos. Foram utilizados 10 machos para preparos histológicos de microscopia eletrônica de varredura e microscopia de luz. O hemipênis da cascavel consiste de dois cilindros concêntricos cujas paredes são constituídas de tecido conjuntivo denso não modelado apoiado em tecido muscular liso. O hemipênis é revestido de tecido epitelial estratificado pavimentoso pobremente queratinizado composto por até cinco fileiras de células. O tecido conjuntivo subjacente ao epitélio apresenta um sistema de sinusóides abertos ao longo de todo seu comprimento. Não há sinusóides no interior de nenhum dos dois cilindros. Feixes radiais de músculo liso se estendem por todo o cilindro externo. No cilindro interno os feixes musculares radiais estão concentrados na sua extremidade cranial. A organização estrutural do hemipênis da cascavel não apresenta similaridades com os corpos cavernosos de outros Amniotas e deve ser considerado como de origem independente do pênis encontrado em outros répteis e dos mamíferos.

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MORFOLOGIA DA REGIÃO INICIAL DO EPITÉLIO DO INTESTINO MÉDIO DE Bombyx mori E SEU PAPEL NA SÍNTESE DA MATRIZ PERITRÓFICA Colombelli KT*, Costa TRG, Baggio MPD, Silva SAV, Ribeiro LFC, Torquato EFB, Brancalhão RMC Universidade Estadual do Oeste do Paraná. O intestino médio é a maior porção do trato digestório dos insetos, seu epitélio apresenta diversos tipos celulares, como as células colunares, responsáveis pela secreção de enzimas digestivas, absorção de produtos da digestão e produção da matriz peritrófica (MP). A MP é uma estrutura acelular multifuncional que atua na proteção do epitélio contra a ação abrasiva do alimento, como um filtro para enzimas e para produtos da digestão, e serve como barreira contra patógenos. Devido à importância da MP para a sobrevivência do inseto, o presente trabalho teve como objetivo descrever a morfologia da região inicial do epitélio do intestino médio e analisar seu papel na síntese da MP. Para tanto, segmentos do intestino médio (inicial, médio e posterior) e a transição intestino anterior e médio, de lagartas de Bombyx mori, de 5° idade, foram processados para estudos em microscopia de luz. As lâminas obtidas foram coradas em Hematoxilina e Eosina, para análise tecidual geral, ácido periódico de Schiff e Alcian Blue para polissacarídeos neutros e ácidos, respectivamente, ambos componentes da MP. Os resultados revelaram que o epitélio da região inicial do epitélio do intestino médio, adjacente a cárdia, é constituído por células colunares baixas que, gradativamente, tornam-se altas. As células são polarizadas com microvilosidades apicais, núcleo basal e se apóiam sobre a lâmina basal. Na coloração citoquímica apenas as células colunares da região inicial do epitélio apresentaram marcação citoplasmática positiva, indicando seu papel na síntese da MP. Lepidoptera apresenta diversidade na síntese da MP e em B. mori ela é produzida na região inicial do intestino médio, sendo classificada como tipo I.

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MORFOLOGIA DA REGIÃO PLANTAR DO METATARSO E CALCÂNEO, EM ESTÁGIO FETAL E ADULTO, DE CUTIAS (Dasyprocta prymnolopha) CRIADAS EM CATIVEIRO Carvalho MAM, Bezerra DO, Fortes EAM, Pessoa* GT, Ferraz MS, Oliveira SCR, Almeida HM, Carvalho YKP

A cutia apresenta como característica no seu comportamento alimentar o apoio sobre os tarsos e metatarsos, para maior equilíbrio corporal na manipulação de alimentos com os membros torácicos. É relatado na literatura que a calosidade plantar do calcâneo e metatarso destes animais se deve às lesões pelo contato abrasivo com superfícies rígidas. Dessa forma, comparamos a morfologia da calosidade de cutias criadas em cativeiro em estágio fetal, aos 100 dias pós-coito, e adultos, com idade de dois a três anos, para determinação da origem morfológica do tecido. Para tanto, foram coletados fragmentos de pele de quatro cutias oriundas do Núcleo de Estudos e Preservação de Animais Silvestres da Universidade Federal do Piauí, uma em estágio fetal, obtida por cesariana e três adultas que vieram a óbito. Em seguida, procedeu se à técnica histológica de rotina, corado por Hematoxilina-Eosina. O feto apresentou macroscopicamente a pele com coloração cinza, glabra, lisa, porém mais delgada, mais clara, e menos rígida que no adulto. Microscopicamente o fragmento de pele do feto apresentou epiderme, onde foi identificado mais externamente epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, e abaixo desta, derme, composta por tecido conjuntivo. Os animais adultos apresentaram os mesmos tipos teciduais, diferindo por maior espessura do estrato córneo e das camadas adjacentes. Este estudo indica que o estrato córneo existente na região plantar da cutia não ocorre devido à metaplasia, como é descrito, haja vista que tanto no estágio fetal quanto no animal adulto são verificados os mesmos aspectos teciduais, assim de acordo com a etologia da espécie silvestre, infere-se que o caráter morfológico desta região foi determinado por seleção natural.

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MORFOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO E FEMININO DE COELHOS (Oryctolagus cuniculus)

MORFOLOGIA DO ENCÉFALO DE CUTIAS (Dasyprocta aguti Linnaeus, 1766)

Figueredo WTX*, Bezerra FVF, Oliveira REM, Silva RSB, Câmara RJF, Oliveira GB, Rodrigues MN, Oliveira MF

Rosa JAC*, Sousa CLY, Cipriano SS, Lima SH, Castro EO, Cavalcanti JN

Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido Universidade Cruzeiro do Sul

Os coelhos reprodutores constituem principal suporte genético de um criatório e, por tratar-se de animal prolífero, grande parte do êxito da criação depende do conhecimento de seus aspectos reprodutivos. Este trabalho objetiva-se a descrever a anatomia e histologia do aparelho reprodutor masculino e feminino de coelhos, dado sua importância na reprodução e ao fato de que muitos aspectos morfológicos não foram ainda descritos e detalhados na literatura. Doze coelhos domésticos adultos da raça Nova Zelândia, após eutanasiados, foram dissecados, os órgãos dos aparelhos reprodutores foram localizados e descritos, com o estudo de sua sintopia e situação topográfica. Segmentos do sistema reprodutor foram coletados para análise histológica. Foram descritos, na fêmea: a genitália externa, útero com cornos longos, sinuosos e independentes formando útero duplo, com cérvix também dupla, projetando-se sobre o fundo da vagina, formando um fórnice vaginal ao redor dos dois óstios uterinos. Os ovários alongados e achatados, situados caudalmente aos rins. Os ovidutos são como prolongamento dos úteros. No macho: pênis, desprovido de glande, em ponta e dirigido para trás; testículos tubulares; canais excretores e glândulas acessórias: vesícula seminal dupla, próstata e glândulas prepuciais. Presença de bolsa escrotal individualizada para cada testículo, que se comunicam com o abdome através de amplo anel inguinal. Aspectos morfológicos do aparelho reprodutor de coelhos foram descritos e detalhados a fim de contribuir e favorecer com o conhecimento de aspectos reprodutivos na criação destes animais, o qual é um fator essencial para compreensão de sua reprodução complexa, por envolver indivíduos com caracteres e funções peculiares.

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A cutia é um roedor que tem capacidade de adaptação em climas frios ou quentes. Em roedores, não existe um padrão único de formação do encéfalo, fato que motivou o desenvolvimento deste estudo de forma a descrever as estruturas mais pronunciadas do ponto de vista macroscópico do encéfalo de cutias. Foram utilizados 15 animais provenientes do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres (CEMAS-UFERSA), sendo a cavidade torácica aberta e o arco aórtico canulado para injeção de solução de formol a 10%. Posteriormente, os encéfalos foram extraídos do crânio e logo, realizado a descrição morfológica. Para evidenciar a disposição das massas cinzenta e branca, alguns encéfalos foram fatiados e corados pelos métodos de Mainland e Mulligan. Observou-se de forma bem individualizada os dois lobos cerebrais, o bulbo olfatório bem distinto e bastante desenvolvido. O cerebelo mostrouse bem desenvolvido em relação ao telencéfalo, com hemisférios distintamente separados pelo vermis cerebelar. Em corte sagital destacou-se facilmente a substância branca da cinzenta, verificou-se os ventrículos cerebrais, o pedúnculo cerebral, ponte e medula oblonga, além do mesencéfalo. Em linhas gerais pode-se afirmar que o telencéfalo é bem desenvolvido, distinguindo-se os lobos cerebrais diante da presença de sulcos, assim como o cerebelo e bulbo olfatório. O desenvolvimento das duas primeiras estruturas provavelmente está associado ao desenvolvimento de ações especiais predominantemente olfativas, enquanto a do cerebelo associado possivelmente ao uso de forma especial dos membros para apreensão de alimentos, locomoção e defesa. PALAVRAS-CHAVE: Encéfalo; Cerebelo; Cutia.

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MORFOLOGIA DO TESTÍCULO DE JURARÁ (Kinosternon scorpioides) MORFOLOGIA DO FORAME MAGNO Pereira RO*, Moraes RZC, Oliveira ACL, Júnior EA, Lucca Júnior W, Reis FP, Santos AV, Aragão JA Universidade Federal de Sergipe e Universidade Tiradentes

¹Chaves LPFA, ²Miglino MA, ³Oliveira AS, ³Melo FA, ¹Chaves EP, 4 Anunciação ARA, 5Viana DC,³*Sousa AL ¹Médica Veterinária, Mestre em Ciência Animal/UEMA; ²Docente do Dept. Cirurgia da FMVZ/USP; ³Docentes da 5 UEMA/*Orientador; 4Graduandas do Curso de Medicina Veterinária/UEMA; Doutorando da FMVZ/USP

INTRODUÇÃO: O forame magno (FM) é uma formação anatômica única e complexa, localizada na região central do osso occipital. Trata-se de uma abertura tridimensional, através da qual atravessam estruturas vitais, como o bulbo e suas membranas, nervo acessório espinhal, artérias vertebrais, as artérias espinhais anterior e posterior, a membrana tentorial e ligamentos alares. Tendo em vista essa relação vital entre o FM e o seu conteúdo, tem sido importante o estudo de sua forma a partir de pontos descritivos e topográficos, para aplicação prática na clínica e na cirurgia. OBJETIVO: Determinar o tipo de forma do forame magno. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram analisadas as bases de 111 crânios secos humanos, identificados quanto ao sexo e idade, pertencentes ao acervo anatômico das Universidades Tiradentes (UNIT) e Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME). O estudo da forma do FM foi realizado a partir de imagens fotográficas obtidas por uma câmera digital (SONY DSLR-A100K) e com o auxílio do CorelDRAW Graphics Suite X5. RESULTADOS: Das 111 bases de crânios secos estudadas, 60,36% (67) eram do sexo masculino e 39,64% (44) do feminino, com idade que variou de 11 a 91 anos, e média de 58,01. De acordo com o aspecto de sua forma, os FM foram classificados em 10 tipos: pêra, 27,02% (30); arredondada 20,72% (23); tetragonal, 11,71% (13); ovo, 9,91% (11); biconvexo e hexagonal, 9,01% (10); oval, 3,60% (04); pentagonal e sinuoso, 2,70% (03), heptagonal, 1,8% (02) e em 1,8% (02) não foi possível definir a forma do forame magno. CONCLUSÕES: Em aproximadamente 60% dos casos houve predomínio do tipo de forame magno em forma de pêra, arredondadas e tetragonal.

O Kinosternon scorpioides, é uma tartaruga de água doce alvo de grande atividade exploratória, no Delta do Amazonas e no Estado do Maranhão na região da Baixada Maranhense. Não existem relatos na literatura sobre a densidade populacional da espécie em ambiente natural, embora se tenha observado um decréscimo significante nos últimos anos. Desta forma, em virtude da carência de informações sobre a reprodução desta espécie, esta pesquisa tem como objetivo caracterizar morfologicamente os testículos de jurará criados em cativeiro. 14 animais adultos tiveram seus tratos reprodutores analisados morfologicamente. Nesses animais os testículos estão situados na cavidade celomática em posição assimétrica, possuem formato ovoide, relacionando-se dorsalmente aos rins e glândulas adrenais e na sua fase medial aos epidídimos. A microscopia caracteriza o órgão envolvido pela túnica albugínea, constituída predominantemente de fibras colágenas. O parênquima testicular é dividido em túbulos seminíferos, estes possuem um epitélio germinativo estratificado constituído por células germinativas (espermatogônia, espermatócitos, espermátides arredondada e alongada e espermatozóides) e de sustentação (células de Sertoli). As células de Sertoli apresentam núcleo irregular, situadas na membrana basal dos túbulos entre as células germinativas. Os espermatozóides possuem cabeça em forma de vírgula, normalmente encontram-se soltos na luz tubular. No compartimento intertubular observa-se a presença do tecido conjuntivo frouxo contendo vasos sanguíneos, linfáticos, células de Leydig. Conclui-se que os constituintes dos testículos de jurará assemelham-se ao plano estrutural de outras espécies de quelônios e de mamíferos. PALAVRAS-CHAVE: Fauna Silvestre, Reprodução, Morfologia, Hormônio, Kinosternon scorpioides. SUPORTE FINANCEIRO: Projeto Procad Amazônia/Capes

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MORFOLOGIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS DO PUNARÉ (Thrichomys laurentius, Rodentia, Echimyidae) Filho Rolim JRM*, Figueredo WTX, Oliveira REM, Silva RSB, Bezerra FVF, Oliveira GB, Costa GD, Oliveira MF (moacir@ufersa.edu.br) Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

MORFOLOGIA E INVERSÃO DO SACO VITELINO DA CUTIA (Dasyprocta aguti Linnaeus, 1766) NO INÍCIO DA GESTAÇÃO

Costa GD*, Oliveira GB, Oliveira REM, Silva RSB, Júnior CMO, Figueredo WTX, Vale AM, Oliveira MF.

O punaré é um pequeno mamífero roedor de hábitos diurnos e noturnos, habitando principalmente áreas rochosas. Neste trabalho estudou-se microscopicamente as estruturas do aparelho genital masculino do punaré. Os animais foram sacrificados seguindo as recomendações bioéticas estabelecidas pela Instituição, onde se procedeu a coleta de testículos e demais estruturas genitais, que foram fixadas em solução aquosa de paraformaldeido 4% tamponado. Os testículos apresentaram túbulos seminíferos retos e contorcidos com as células de Sertoli aparentando forma arredondada com núcleo heterocromático pequeno e central. O epidídimo apresentou seus túbulos compostos por um epitélio pseudo-estratificado cilíndrico com estereocílios, composto por células basais e cilíndricas apoiadas em uma lâmina basal. O ducto deferente apresentou uma mucosa pregueada formada por um tecido epitelial cilíndrico simples e rico em fibras elásticas, apoiado em uma lâmina basal, onde em seguida observam-se duas camadas de músculo liso, uma interna circular e uma externa longitudinal, podendo-se observar ainda uma adventícia composta de tecido conjuntivo denso não-modelado. A próstata possui um parênquima que pode ser dividido em duas regiões, a primeira possui seus alvéolos glandulares apoiados em grande quantidade de músculo liso, e a segunda tendo seus alvéolos glandulares circundados também por músculo liso só que em menor quantidade e este estando apoiado em um tecido conjuntivo denso não-modelado. A glândula vesicular possui uma mucosa composta por um epitélio cúbico simples sendo formada por túbulos que podem ser retos ou tortuosos com secreção presente no interior do lúmen tubular. PALAVRAS-CHAVE: Punaré, Morfologia, Aparelho genital.

Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Pesquisas envolvendo estudos sobre placentação de cutias têm sido desenvolvidas, mas abordam aspectos da placenta e subplacenta, deixando a literatura carente de informações acerca do saco vitelino. Dessa forma, este estudo teve como objetivo descrever morfologicamente a placenta vitelina da cutia no terço inicial de gestação. Foram utilizadas 25 vesículas gestacionais entre 14° e 28° dia de gestação que foram fixadas em paraformoldeído 4% tamponado com fosfato de sódio 0,1M e pH 7,4 por 48 horas. Após fixação, o material foi submetido a técnicas histológicas de rotina para obtenção de lâminas de microscopia de luz que foram coradas com Hematoxilina-eosina. Verificou-se um saco vitelino parietal localizado nas margens da placenta principal, formado por epitélio simples cúbico a colunar, com núcleos dispostos na posição basal das células, estando a membrana de Reichert ausente. Já o saco vitelino visceral estava fixado à placenta principal e possuía um epitélio cúbico, avascular e com núcleos variando entre as posições apical e basal da célula. A partir do 18° dia observou-se o mesoderma extraembrionário com células pavimentosas e núcleos fusiformes que sustentavam o endoderma visceral, avascular nesta fase, sendo os vasos vitelinos observados somente aos 22 dias. Com 24 dias já se observava um saco vitelino visceral bastante pregueado, com epitélio pseudoestratificado cilíndrico, inúmeras inclusões citoplasmáticas, microvilosidades e células vacuoladas. A placenta vitelínica da cutia já se encontra invertida aos 14 dias de gestação, sugestivo da inversão nesta espécie ocorrer antes da implantação do blastocisto. PALAVRAS-CHAVE: Placenta vitelina, Inversão, Terço inicial, Dasyprocta aguti.

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MORFOLOGIA E MORFOMETRIA DO NERVO LARÍNGEO RECORRENTE DE RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS, MACHOS: COMPARAÇÃO ENTRE JOVENS E ADULTOS. 1

Silva GAR*; 2Salgado HC, 2Castania JA, 1Fazan VPS

MORFOLOGIA E MORFOMETRIA DO MÚSCULO PSOAS MENOR

Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamentos de 1Neurociências e Ciências do Comportamento e 2Fisiologia.

Melo ALFD*, Farias MCG, Souza CSV, Evaristo DCS, Brito VC Universidade Federal Rural de Pernambuco

O Músculo Psoas Menor (MPM), considerado um músculo inconstante,é constituído por curto tendão de origem nas faces laterais dos corpos da décima segunda vértebra torácica, primeira vértebra lombar e disco intervertebral correspondente, contínuo com um curto ventre muscular e umextenso tendão de inserção na linha pectínea do púbis e eminência iliopectínea.As descrições morfológicas e morfométricasdo MPMsão escassas, na maioria dos casos sendo apenas citado. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivos determinar a presença do MPM e descrever sua morfologia e morfometria. Para execução do estudo utilizouse 30 peças cadavéricas de membros inferiores pertencentes ao acervo de peças anatômicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco e Universidade Federal de Pernambuco. Foram avaliadas as seguintes variáveis: presença do músculo; comprimento total do músculo; comprimento do ventre muscular; comprimento dos tendões de inserção e origem; largura e espessura do ventre muscular; presença de alguma variação morfológica do músculo; presença de alguma variação anatômica nos tendões. Os dados foram coletados por meio de inspeção visual e registro fotográfico e os valores medidos com auxilio de Fita Métrica e Paquímetro Digital. Foi constatado um percentual de ausência do MPM de 73,33%. Os músculos analisados não exibiram variação anatômica e apresentaram um tendão de origem com comprimento médio de 18,11±11,06 mm, um ventre muscular com valor médio de 71,25 ± 17,79 mm e um tendão de inserção com média de 150,97 ± 7,96 mm. Os resultados corroboram com as descrições da literatura, demonstrando a inconstância do MPM e fornece informações importantes sobre a morfometria ao relatar suas variáveis de forma pioneira.

O nervo laríngeo recorrente (NLR) possui fibras motoras, sensitivas e autonômicas. No interior dos NLR podemos encontrar fibras barorreceptoras, que fazem parte da alça aferente do barorreflexo, responsáveis pela regulação da pressão arterial. Sabe-se que ratos espontaneamente hipertensos (SHR) apresentam alteração do barorreflexo. No entanto, há poucos relatos sobre alterações do NLR em SHR jovens e adultos. O objetivo do presente estudo foi comparar os aspectos morfológicos e morfométricos dos NLR de ratos SHR, em diferentes fases do seu desenvolvimento. Foram utilizados 14 animais, divididos em 3 grupos experimentais: SHR machos com 5 semanas de idade (n=4), 8 semanas de idade (n=5) e 20 semanas de idade (n=5). Os animais foram anestesiados para a medida direta da pressão arterial e perfundidos com solução fixadora. Os segmentos proximais e distais do NLR direito e esquerdo foram dissecados e preparados para análise em microscopia de luz e morfometria computacional. Nossos resultados mostram que o peso corporal aumentou significativamente com o envelhecimento. A pressão arterial média foi significativamente maior apenas nos animais com 20 semanas de idade em comparação com os de 5 semanas. A área e o diâmetro mínimo fascicular dos animais com 20 semanas de idade foi maior no segmento proximal comparado ao distal (lado esquerdo), bem como em relação aos animais de 5 e 8 semanas. Houve uma diminuição significativa do número de fibras mielínicas nos animais mais velhos, segmento proximal para distal (lado direito) e segmento distal esquerdo em relação ao direito. Concluímos que as possíveis alterações descritas foram mais evidentes na porção distal do nervo, podendo ser decorrentes da hipertensão. SUPORTE: CNPq, CAPES, FAPESP e FAEPA. PALAVRAS CHAVE: morfologia, morfometria, nervo laríngeo recorrente, ratos espontaneamente hipertensos.

MORFOLOGIA HIMENAL E ANOMALIAS CONGÊNITAS: UMA REVISÃO Prates Júnior AG, Mendonça BPCK, UFOP, Franco SSDR, UFOP, Andrade TP, UFOP, Silva LLA, UFOP, Valente PVS, UFOP, Bordoni LS, UFOP

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Ao nascimento, o hímen é uma membrana mucosa que recobre parcialmente o orifício vaginal, separando a vagina do vestíbulo. Origina-se do tecido endodérmico do seio urogenital e permanece fechado até a vida perinatal, quando usualmente se rompe e torna-se pérvio. Após a canalização perinatal, a membrana residual pode assumir várias conformações. O estudo da morfologia himenal é de grande importância em análises forenses, sendo imprescindível o conhecimento da sua morfologia normal. O objetivo do estudo foi realizar uma revisão da literatura sobre a morfologia himenal, frequência de cada forma e as suas malformações. Foi realizada revisão bibliográfica utilizando a base de dados PubMed, com as palavras-chave: hymen, morphology, appearance e development, limitando para artigos em inglês, sem limites de data. Selecionamos artigos que enfatizavam o hímen na morfologia e malformações. Foram excluídos artigos que enfocavam apenas infecções, exames e cirurgias. Foram consultados artigos apresentados como referências e os related articles, sendo igualmente selecionados os pertinentes ao tema. Constatamos que a configuração anular foi a mais comum em neonatos, seguida da forma fimbriado. A forma himenal muda em 65% das crianças até 3 anos, geralmente para a forma crescente, tornando-se essa, mais comum quanto mais velha a criança. As anomalias congênitas descritas são o hímen imperfurado, microperfurado, cribriforme e septado, não havendo relatos de ausência congênita de hímen em presença de vagina normal. Concluímos que está documentada na literatura o remodelamento da morfologia himenal durante a fase pré-puberal, com a forma anular mais frequente ao nascimento e a forma crescente mais frequente a partir dos 3 anos de idade.

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MORFOLOGIA INTERNA DO RÚMEN DO VEADO-CATINGUEIRO (Mazama gouazoubira; Fischer, 1814) Schafauser NS1*, Santos APS1, Martins TMM1, Pereira KF1, Lima FC1, Santos ALQ2, Malysz T 1 1

Universidade Federal de Goiás; 2Universidade Federal de Uberlândia

O estômago dos ruminantes ocupa a maior parte da cavidade abdominal e apresenta quatro compartimentos: o rúmen, o retículo, o omaso e o abomaso. O objetivo deste trabalho foi descrever a morfologia interna do rúmen do veado-catingueiro. Foram utilizados dois animais obtidos post mortem por atropelamento em rodovia, fixados em formaldeído (10%). Foram feitas incisões na região abdominal dos animais onde a pele e a musculatura foram rebatidas e a víscera identificada. O rúmen mostrou ser a maior parte do estômago e apresentou-se em contato com a parede abdominal esquerda e ocupando grande parte da região ventral do abdome. No interior do rúmen na extremidade cranial foi possível identificar o óstio ruminoreticular limitado pela prega ruminoreticular. O átrio do rúmen esteve localizado entre esta prega e o pilar cranial e apresentou-se contínuo com o saco dorsal (caudalmente) e com o retículo (cranialmente). O pilar longitudinal direito estendeu-se até o pilar caudal e o pilar longitudinal esquerdo (menor) não o atingiu. O saco ventral foi identificado como um compartimento do rúmen caudoventral ao pilar cranial e ventral aos pilares longitudinais. Na extremidade caudal do rúmen os sacos cegos dorsal e ventral são separados pelo pilar caudal e a extremidade direita deste dividiu-se em três ramos o pilar coronário dorsal, a continuação do pilar caudal dentro do pilar longitudinal direito e o pilar coronário ventral. A membrana mucosa apresentou papilas estreitas e pontiagudas (com cerca de 2-3 mm) que aparentaram ser mais numerosas no saco cego dorsal e no átrio. Em conclusão, o rúmen do veado-catingueiro mostrou ser semelhante ao descrito em caprinos.

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MORFOLOGIA MACROSCÓPICA DOS ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS DO TATU-PEBA (Euphractus sexcinctus) Rosa MCB*, Guimarães GC, Cruvinel AC, Mota PS, Assis CK, Lopes GC, Gomes NF, Alves LA Departamento de Medicina Veterinária - Universidade Federal de Lavras – UFLA

MORFOMETRIA DE CECO DE NEONATO CANINO Watanabe JMF, Fernandes HB, Lopes LO, Cavalcante MMAS, Barros LAL, Benigno IM, Fortes EAM, Conde Júnior AM

Este trabalho visa contribuir com a literatura e o enriquecimento da anatomia comparada, já que a bibliografia a respeito da espécie estudada é escassa. Ela é a única representante do gênero Euphractus sendo endêmica da região Neotropical. Utilizou-se dois machos que foram a óbito após atropelamento. Os cadáveres foram fixados em solução aquosa de formol a 10% e posteriormente dissecados. Os órgãos estudados foram mensurados com auxílio de paquímetro e todas as etapas foram fotodocumentadas. Os animais pesaram, respectivamente, 6,0 e 7,5 Kg. O pênis apresentou características do tipo fibroeslático e musculocavernoso, exibindo comprimento de 12,5 e 19,5 cm. O ápice é afilado, sendo altamente queratinizado em sua porção ventral. Na raiz do pênis foram observados os músculos isquiocavernosos e bulboesponjoso. O músculo retrator do pênis se exterioriza junto à margem cranial da sínfise púbica após se originar na transição lombossacral, descrevendo trajeto junto ao sulco dorsal até alcançar o ápice peniano. Os testículos são intracavitários, de conformação alongada, medindo o direito (29,22 e 51,77 mm) e o esquerdo (31,83 e 56,39 mm), respectivamente. Os epidídimos são longos e tortuosos, exibindo cabeça, corpo e cauda. O ducto deferente direciona-se para a uretra pélvica, sem glândula ampular evidente. A uretra pélvica é curta, estando presentes a próstata compacta, pouco desenvolvida, e as glândulas bulbouretrais e vesiculares, ambas bem desenvolvidas. Nota-se nitidamente maior desenvolvimento dos órgãos genitais do tatu com maior peso, diferenças que podem ser explicadas pelo tamanho dos animais, mas também, pelo fato de muitos animais silvestres e domésticos apresentarem sazonalidade e também maturidade sexual.

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O período neonatal compreende desde o nascimento até a segunda semana de vida. Cerca de 30% dos filhotes caninos vêm a óbito após a primeira semana de vida (Barreto, 2003), o que incita a necessidade de cuidados veterinários neste período. Alguns parâmetros devem ser considerados no intuito de se compreender o estado geral do animal e assim aplicar conduta terapêutica eficaz, levando em conta a idade (Hoskins, 1995). Dentre estes parâmetros, a alimentação tem grande importância uma vez que é através dela que o indivíduo obtém a energia para desenvolver-se. Através do sistema digestivo o recém-nato processa o alimento e absorve, alem de nutrientes, anticorpos pra sua proteção imunológica (Patitucci, 2001). Para o cuidado eficiente dos neonatos conhecer sua anatomia e fisiologia são essenciais. Assim, foi realizado o estudo morfométrico do ceco de neonatos caninos com o escopo de conhecer particularidades dos cães nesta fase ainda desconhecidas além de obter dados que contribuam para o manejo destes neste período. Os animais foram obtidos mortos de fêmeas com partos distócicos ou fêmeas gestantes que tiveram problemas durante o parto e/ou cesariana cujos filhotes tiveram óbito. Foram removidos os intestinos de 28 animais e realizados as medidas morfométricas. O intestino do neonato canino apresentou comprimento médio de 110,72 cm(±5,58); o ceco possui em média 2,55 cm (±0,21). Em animais adultos estes valores são de 400,0 cm e 12,5-15,0 cm, respectivamente (Sisson e Grossman, 1986). A proporção simples entre esse dois parâmetros é de 2,3% no neonato e 3,4% no animal adulto. Desta forma, a proporção do comprimento do ceco do neonato canino em relação ao intestino é semelhante ao mesmo parâmetro em adultos.

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MORFOMETRIA DO DUCTO ARTERIAL DE FETOS COM IDADE ESTIMADA DE 33 SEMANAS DE VIDA INTRAUTERINA Oliveira GFF*, Alves HCPC, Baptista JS, Eustáquio-Silva R, Mayer WP

MORFOMETRIA DO EPITÉLIO LINGUAL DA PACA (Cuniculus paca) Assis CK*, Guimarães GC, Alves LA, Teófilo TS, Costa SF, Miranda JR, Machado MRF, Rosa MCB Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras - UFLA

A persistência do canal arterial é, no entanto, um problema comum em prematuros, capaz de originar diversas alterações hemodinâmicas. O conhecimento específico da posição do ducto arterial e vasos sanguíneos associados nas diferentes idade fetais, se faz necessário, uma vez que o tratamento clínico e cirúrgico carecem de uma localização precisa para realização de exames de imagem ou exploração operatória. No presente estudo objetivou-se descrever e documentar os tipos de formação do ducto arterial em fetos de 33 semanas de vida intrauterina. Utilizou-se neste estudo 5 fetos de 33 semanas do acervo do laboratório de anatomia fixados em solução de formalina a 10%. A idade fetal foi estimada através da medida longitudinal vértice-nádegas conforme descrito por Boyd (1985). Após dissecção anatômica do mediastino médio, os ductos arteriais destes indivíduos apresentaram origem direta do tronco pulmonar e desembocadura na parte descendente da aorta no nível da V costela. Através da medida com um paquímetro universal com graduação de 0,05mm/1/128” obteve-se as seguintes médias: na largura da origem do ducto arterial 50mm. Largura na desembocadura 30mm. Média do comprimento do ducto arterial 122mm. Após a análise dos dados obtidos concluímos que o reconhecimento morfológico das dimensões do ducto arterial possam ajudar no entendimento e tratamento das condições patológicas relacionadas a persistência do canal arterial.

A paca é uma espécie de hábitos noturnos, encontrada em toda a América Latina. Vive em florestas tropicais, principalmente em áreas próximas a rios. Alimenta-se de raízes e frutos, sendo considerado um importante dispersor de sementes. Devido à escassez de informações sobre aspectos morfológicos desses animais, objetivou-se neste trabalho analisar morfometricamente o epitélio e a camada de queratina da língua da paca. Foram utilizados cinco animais adultos que vieram a óbito por causas naturais. Fragmentos da língua foram fixados em solução de formaldeído a 10% e processados rotineiramente para microscopia de luz. A língua da paca mostrou-se revestida por um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado alto, que repousa em uma lâmina própria, formada por tecido conjuntivo que varia de frouxo a denso não-modelado. A espessura do epitélio aumentou no sentido ápice-raiz, bem como a camada de queratina. Encontrou-se para a espessura (µ ± DP) do epitélio os seguintes valores para o ápice (593,7 ± 160,8), corpo (616,0 ± 149,3) e raiz (686,7 ± 214,0) da língua. A espessura da camada de queratina também variou entre as regiões analisadas, notando-se os seguintes valores para o ápice (188,8 ± 104,9), corpo (255,0 ± 109,4) e raiz (354,3 ± 175,9). O epitélio que cobre a superfície dorsal é irregular e apresenta várias papilas. A superfície ventral da região rostral da língua exibe uma mucosa lisa, desprovida de papilas. As papilas observadas apresentam funções mecânicas (filiformes e cônicas), gustativas (valadas e foliáceas) e mistas (fungiformes). Histologicamente a língua da paca se apresentou de forma semelhante àquela notada em outros animais domésticos e silvestres.

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MORFOMETRIA DO OVIDUTO DE MARRECAS DE ROUEN (Anas platyrynchus) Franzo VS1, Vulcani VAS2, Vieira DS3, Gradela A3 ¹UFMT- FAMEV, Cuiabá, MT; ²UFG- CAJ, Jataí, GO; 3UVIVASF, Petrolina, PE

MOTIVOS PARA NÃO AUTORIZAÇÃO DO EXAME DE NECROPSIA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO REGIONAL NORTE DO PARANÁ/UEL ENTRE 2001 E 2011. Bussmann AJC

O oviduto conduz o ovo fertilizado para cloaca e adiciona quantidades de nutrientes ao ovo, além de membranas e casca para a proteção do embrião. O objetivo do presente estudo é a avaliação biométrica do oviduto de marrecas de Rouen (Anas platyrynchus) visando fornecer dados biológicos factíveis para preservação e controle biológico desta ave. Utilizou-se 10 marrecas de Rouen adultas, com peso corpóreo de, aproximadamente, 2650 gramas, em fase reprodutiva proveniente do Departamento de Patologia Animal da Unesp, FCAV, campus Jaboticabal. As aves foram eutanasiadas, evisceradas e dissecadas e o oviduto foi retirado e pesado em uma balança de precisão e logo depois, estendido em uma superfície plana e sem sofrer estiramento, foi medido com uma fita métrica. Os segmentos anatômicos do oviduto foram separados e medidos individualmente. Posteriormente, contaram-se as pregas do magno e istmo. Os dados foram submetidos a teste de T de Student com o nível de significância p≤0,05. Os resultados foram: peso do oviduto (47,78 ± 3,47 gramas); 7,80 ± 0,40 cm de infundíbulo; 29,09 ± 4,34 cm de magno; 10,11 ± 0,34 cm; de istmo; 6,45 ± 2,26 cm de útero; 8,01 ± 2,71 cm de vagina; comprimento médio do oviduto (56,00 ± 3,60 cm); número médio de pregas do magno (de 15,00 ± 2,30 cm); número médio de pregas do istmo (13,00 ± 2,44) e, finalmente, vagina com média de oito anéis na porção inicial. Conclui-se que, o oviduto é mais leve do que os de peruas e galinhas domésticas, porém, seu comprimento é maior do que o de galinhas. O magno é a maior porção do oviduto de marrecas de Rouen. O istmo e o útero possuem comprimentos maiores do que em galinhas.

A necropsia é um exame interno feito no cadáver para determinar causa mortis através de uma sequência de procedimentos exploratórios realizados no corpo. A necropsia pode ser classificada em duas categorias: a necropsia forense e a anátomo – clínica, uma de cunho judicial e outra de cunho clínico. A necropsia clínica foi um procedimento muito valorizado como forma de diagnóstico até a década de 1960, porém atualmente o exame está em declínio no Hospital Universitário Regional Norte do Paraná (HURNP/UEL), onde foram registrados entre os anos de 2001 a 2011 7.270 óbitos, com solicitação de apenas 15,5% de necropsia e realização em apenas 10,1% dos casos. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar os motivos alegados pelos responsáveis legais dos pacientes para negarem a realização da necropsia. Para tal, utilizou-se a metodologia de pesquisa documental, com análise dos arquivos da Divisão Serviço do Social do HURNP/UEL. Foram levantados o número de óbitos, a quantidade de necropsias solicitadas, as autorizadas, as não autorizadas e os motivos alegados para a não autorização. As respostas foram elencadas em nove categorias. As três principais alegações foram: “família não quer que mexa no corpo” com 26,7%, seguido por “família acha desnecessário” com 23,9%, e “demora na liberação do corpo” com 20,6%. Os resultados permitem inferir que há uma desinformação sobre o exame, levando os responsáveis pelos pacientes a não autorizarem sua realização, colaborando para o declínio deste procedimento como método de investigação clínica. Mais estudos são necessários para melhor compreender este panorama.

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MUDI/ UEM: EXEMPLO PRÁTICO DE ABORDAGEM ANATÔMICA SEGUNDO O MOVIMENTO CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE (CTS) Santana DMG*, Miranda-Neto MH, Mello SM, Otofuji M Universidade Estadual de Maringá

MUCOSA DA GLANDE PENIANA DE HUMANOS SOFRE ALTERAÇÕES MORFOQUANTITATIVAS COM O ENVELHECIMENTO Meneghime RBM, Bezerra EC*, Bastos AL, Fosse Jr. AM, Ribeiro JGA, Cardoso GP, Babinski MA Departamento de Morfologia, Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ)

O objetivo de nosso estudo foi verificar as possíveis alterações morfológicas da mucosa da glande de indivíduos com o envelhecimento. Foram estudadas amostras da glande com secção da mucosa em sentido a uretra, obtidas de cinco jovens com média de 20 anos de idade, vítimas de morte violenta sem trauma em órgãos urogenitais. O outro grupo foi composto de cinco amostras do mesmo segmento glandar de indivíduos com idade média de 50 anos nas mesmas condições do grupo Jovem. As amostras foram fixadas em solução de formol tamponado (ph 7.4) por 24h e processadas para inclusão em parafina. Para análise histomorfométrica foi usada a técnica de Tricrômio de Masson para análise da altura epitelial da mucosa em m. Os parâmetros morfométricos foram determinados pela análise de 25 campos aleatórios (aumento X100) de cada fragmento de glande usando um software Image-Pro Plus. Os resultados foram expressos em média±SD e analisados pelo teste estatístico Mann-Whitney considerando o p 0,05 como significativo. A altura epitelial do grupo jovem e grupo adulto foram, respectivamente: 3.24±0.56; 6.12±1.46. A análise estatística mostrou que as diferenças entre os grupos são estatisticamente significativas (p>0,007). Os resultados nos grupos estudados revelam um aumento significativo na altura epitelial do grupo adulto.

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O objetivo deste trabalho foi analisar a exposição de Anatomia Humana do Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI) da UEM em relação a possibilidade de abordagem de temas contemporâneos segundo o recomendado pelo movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Foram analisadas as peças ósseas expostas na sala de anatomia do MUDI constituída de ossos isolados, esqueletos e ossadas. A análise foi feita observando aspectos visíveis das peças anatômicas e a possibilidade de relação com aspectos éticos, sociais, econômicos, ecológicos durante o processo de mediação. Os mediadores do MUDI recebem visitantes de diferentes origens, faixas etárias e níveis de escolaridade, predominando os grupos escolares. Verificou-se que durante o processo de mediação as peças ósseas podem ser amplamente abordadas no contexto CTS já que envolvem sinais claros de doenças/alterações como fraturas mal consolidadas, osteoporose, reabsorção, próteses, anquiloses, osteofitos entre outros. Ao abordar as doenças envolvidas e sua fisiopatologia os mediadores têm a oportunidade de relacioná-las aos problemas nutricionais, posturais, laborais e de acesso ao tratamento médico adequado temporal e qualitativamente durante a vida do indivíduo. Explicam ainda que os ossos possam indicar o contexto em que o indivíduo viveu bem como suas experiências e possíveis dificuldades. Concluiu-se que a visitação à exposição anatômica com abordagem segundo o movimento CTS torna-a mais interessante e significativa.

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MÚSCULO BÍCEPS BRAQUIAL COM QUATRO VENTRES MUSCULARES - RELATO DE CASO FOUR MUSCULAR BELLY BICEPS BRACHII MUSCLE- CASE REPORT Silva DA, GokeK, Silva JG, Pinto WC,Vieira AFM, Savedra CMS, Leite TFO, Chagas CAA* Laboratório de Anatomia, Departamento de Morfologia, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil Laboratório de Anatomia, Universidade Gama Filho (UGF), Rio de Janeiro, RJ, Brasil O músculo Bíceps Braquial (BB) possui duas cabeças ou duas origens com duas porções. Sua porção longa se origina do tubérculo supraglenoidal e a porção curta no processo coracoide da escápula. Seus dois ventres unidos inserem-se através de um tendão comum na tuberosidade do rádio e pela aponeurose bicipital a fáscia antebraquial. As variações na forma e nos pontos de fixação tem sido objeto de inúmeros estudos. Há relatos sobre uma terceira cabeça, porém, poucos descrevem as características de fixação e forma de uma quarta cabeça. Este trabalho descreve o padrão de incidência de variações do bíceps e a presença de origens supranumerárias do músculo BB em cadáveres de brasileiros, ressaltando-se um caso de músculo com 4 origens distintas. Foram analisados 66 cadáveres adultos de varias etnias. Na amostra foram identificados dez sujeitos (15,15%) com variação anatômica do BB, entre eles nove masculinos (90%) e um feminino (10%). Um espécime apresentou variação unilateral com quatro ventres musculares. As porções longa e curta originavam-se da forma habitual. A 3 a cabeça originava-se no 1/3 médio da face medial do úmero, inserindo-se no tendão distal do BB. Entre as porções longa e curta foi identificado um 4º ventre com fixação em comum com a porção longa no tubérculo supraglenoidal, suas fibras, orientadas em direção à porção curta do BB, se entrelaçaram. Esta variação pode provocar alterações no exame físico da região proximal do braço e alterar o ponto de torque muscular na flexão do braço e do antebraço. A presença da quarta cabeça do BB é uma variação rara, com poucos relatos. Entretanto, há necessidade de novas investigações acerca do tema, especialmente sobre os aspectos funcionais, anatomoclínicos e cirúrgico.

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MÚSCULO DELTÓIDE, ÁREA CONTRA-INDICADA À APLICAÇÃO DE INJETÁVEIS POR LESÃO DO NERVO AXILAR Carrocini JC, Pissulin CNA, Palhares RA, Araujo RM, Pissulin FDM

A aplicação de injetáveis no músculo deltóide tem sido contra-indicada devido a possibilidade de lesão do nervo axilar, acarretando comprometimentos motor e sensitivo do ombro. A literatura mostrou também que, mesmo nas áreas de segurança do músculo deltóide, pode ser encontrado variação anatômica do nervo axilar. O estudo visou averiguar a anatomia de distribuição do nervo axilar com as partes espinal, acromial e clavicular do músculo deltóide, definida por suas respectivas inserções ósseas. Para isso, foi dissecado o membro superior de um cadáver do laboratório de anatomia da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). Na dissecação, foi observado que a parte que requer mais atenção é a parte espinal, por ser nesta região, no espaço quadrangular, que o nervo axilar emite seus ramos anterior e posterior para inervação das demais partes do músculo deltóide, onde o paciente poderá perder movimentos de abdução, extensão e flexão da articulação do ombro, bem como a perda da sensibilidade pelo fato do ramo posterior do nervo axilar emitir ramos sensitivos para esta região. Concluímos que é necessário e fundamental que a aplicação de injetáveis seja efetuada em locais que evitem comprometimento motor e sensitivo, como mostra ser, na literatura, como área preferencial, a região glútea no seu quadrante súpero-lateral.

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MUSEU DE ANATOMIA COMO ESPAÇO EFETIVO E EFICAZ PARA O ENSINO DE ANATOMIA E ÁREAS CORRELATAS AOS ALUNOS DO ENSINO BÁSICO Duarte JCG*; Mosquini M; Colnago NA, Gonçalves FSS, Soares AAF, Bacelar AC, Bittencourt APSV, Bittencourt AS Dept. Morfologia, UFES

MUSCULO FASCINANTE: UMA ALTERNATIVA PARA O ENSINO E EXPOSIÇÃO DA ANATOMIA DO CORPO HUMANO Ferreira VA, Mello LGM, Mognato DA, Costa REC, Bacelar AC, Santos JWQ, Bittencourt APSV, Bittencourt AS* Dept. Morfologia, UFES A grande demanda por conhecimento da anatomia, seja pela academia ou pela população em geral, tem estimulado o surgimento de  muitos projetos educativos, como o Museu de Ciências da Vida da UFES, que recebeu 14 mil visitantes em 2011. Pelo mesmo motivo, há um aumento na necessidade de técnicas ou estratégias que permitam a acessibilidade a esta área do conhecimento, de uma forma lúdica, atrativa e ética, uma vez que a exibição de peças anatômicas de grande porte conservadas em formaldeído enfrenta dificuldades técnicas limitantes. Para garantir o acesso irrestrito ao conteúdo anatômico, este trabalho objetivou o desenvolvimento de uma montagem para apresentar um corpo inteiramente dissecado no plano muscular superficial.  Para isso, foi selecionado um cadáver com base em seu porte físico e robustez muscular (1,70m e 85kg). Para uma exibição em 360 graus, projetou-se uma cuba vertical de aço inox (210x70x40cm), com vidros temperados de 10mm, vedada com silicone, a qual abriga o cadáver em posição ereta, fixado à estrutura pela calota craniana com 4 parafusos. Com os pés tocando o chão da cuba, e o antebraço direito levemente flexionado, a peça foi posicionada para sugerir movimento e atenuar seu aspecto mórbido. A preparação consumiu 2 mil horas de dissecção e foi executado ao longo de quase 2 anos por uma equipe que teve a participação de  28 alunos do curso de medicina da UFES. Dentro do projeto,  cada aluno seguia um rigoroso planejamento de dissecção de uma região específica, sempre acompanhado pelo coordenador do projeto. O trabalho resultou uma peça que evidencia 289 estruturas anatômicas e pode ser vista de todos os ângulos.  APOIO FINANCEIRO: CNPq, FAPES, FACITEC e PROEX-UFES.

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O ensino da anatomia e correlatos não pode ser restringido apenas ao ambiente escolar. O Museu de Anatomia, como um espaço não formal de aprendizado, é um instrumento importante para o ensino das ciências morfológica, e nosso estudo visa avaliar o efetivo potencial deste espaço diferenciado na construção do ensino científico em sua área. O objetivo do estudo foi avaliar o aprendizado de anatomia humana e conteúdos correlatos no Museu de Anatomia da UFES. Este estudo contou com um grupo de 15 alunos da rede municipal de ensino fundamental de Vitória/ES, selecionados através do Centro para o Desenvolvimento do Potencial e Talento do Município de Vitória (CEDET). Ao longo de 6 meses, estes alunos participaram de 12 encontros com 2 horas de duração cada. Acompanhados por 2 monitoras estagiárias do CEDET, os alunos mantinham contato direto com as peças anatômicas do acervo. Com o intuito de mensurar o ganho de conteúdo, foram aplicados exercícios avaliativos sem prévio aviso (EA) em 2 momentos: no 1º encontro (M1) e ao fim do ciclo de encontros (M2). Cada EA continha 30 questões objetivas com 4 alternativas, sendo 1 correta. Os conjuntos de questões utilizados nos M1 e M2 foram escolhidos aleatoriamente por sorteio a partir de um banco com 45 questões, para evitar viés nos resultados. As médias de acertos de ambos os EA foram comparadas por Teste t de Student para medidas repetidas. Observou-se uma melhora no desempenho dos alunos no M2, (19,3 + 1,0) quando comparado ao M1 (15,7+ 0,9), correspondendo a um acréscimo de 22,9% no Nº de acertos (p<0,002). Estes resultados demonstram o quão efetivo e eficaz o Museu de Anatomia pode ser para o ensino da anatomia e conteúdos correlatos. APOIO FINANCEIRO: CNPq, FAPES, FACITEC e PROEX-UFES.

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MUSEU DE ANATOMIA COMPARADA DA UFRPE (MAC-RURAL) EM DEZ EXPOSIÇÕES NORDESTINAS DE ANIMAIS Lima Filho EN*, Pereira PL, Batista NMR, Silva ATF Xavier GAA UFRPE

MUSEU ITINERANTE DE ANATOMIA ANIMAL DA UNIVASF EXPÕE ACERVO NA VI EXPOVALE Vanderlei TIO*, Ferreira BWSS, Souza VPS, Bandeira CGC, Martins LFT, Granja LNS, Silva AEVN, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf

Popularização da ciência ou divulgação científica pode ser definida como o uso de processos e recursos técnicos para a comunicação da informação científica e tecnológica ao público em geral. Divulgação supõe a tradução de uma linguagem especializada para uma leiga, visando a atingir um público mais amplo. Fora os aficionados, os estudiosos e os pesquisadores, é a curiosidade que leva o público à visitação de exposições. A Exposição Nordestina de Animais e Produtos Derivados (ENAPD), realizada anualmente em Recife-PE, é o maior evento agropecuário do norte e nordeste. Foi em 1996, durante a 65 a edição, que o MAC-RURAL, como projeto de extensão, teve sua primeira participação no evento. O presente estudo objetivou traçar um retrospecto da participação do MAC-RURAL nas ENAPD’s. Analisaram-se as atividades e o acervo exposto dos dez anos, não consecutivos, de participação. Na primeira, no antigo stand da UFRPE, o esqueleto de equino foi o alvo de maior interesse do público. Das novidades, a de maior repercussão junto ao público até agora foi o esqueleto de leão, proveniente da tragédia do Circo Vostok. As dificuldades encontradas foram as relacionadas ao espaço reservado para os projetos expositores. Nas últimas exposições foi dado início ao um trabalho de análise da percepção do visitante para fins de avaliações. Nos anos em que o museu não participou das exposições o público procurou o seu acervo. As metas do trabalho foram atingidas mesmo em determinados horários onde o atendimento ao público foi quase impossível, quando a capacidade de ação dos monitores não mais conseguia alcançar o grande aporte de visitantes, estabeleceu-se tal comunicação, momentos nos quais a divulgação da Ciência Anatômica através da interface com a sociedade.

INTRODUÇÃO: O Museu Itinerante de Anatomia Animal (MIAA) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), a convite da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Sertão do São Francisco (ACCOSSF),participou da sexta edição da Feira de Exposição de Caprinos e Ovinos do Vale do São Francisco (EXPOVALE), realizada no Campus de Juazeiro (BA) da Univasf, levando conhecimento sobre morfologia de animais domésticos, silvestres e exóticos aos visitantes do evento.OBJETIVOS: Popularizar o conhecimento anatômico e despertar curiosidade pela ciência. METODOLOGIA: Em estande de exposição, o acervo de peças anatômicas do MIAA foi apresentado aos visitantes, sendo composto por animais criodesidratados, taxidermizados, esqueletos articulados e desarticulados e órgãos devidamente preservados e dissecados, totalizando, em média, 100 peças anatômicas, além de promover informações sócio-educativas e ambientais. RESULTADOS: Durante os quatro dias de participação do Museu Itinerante de Anatomia foram beneficiadas quatro mil, quinhentas e duas (4.502) pessoas, dentre as mais diversas faixas etárias, as quais receberam explanações acerca da anatomia e hábitos dos diferentes espécimes expostos. CONCLUSÃO: Através da parceria com a ACCOSSF e pela característica itinerante do projeto, foi possível atingir um público maior em apenas 04 dias de evento se comparado com alguns museus de acervo permanente, fixo. Além disso, a exposição foi uma excelente oportunidade de permitir o acesso da população ao acervo museológico, popularizando o conhecimento sobreanatomia animal e despertando a curiosidade pelo estudo e pela ciência.

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NERVO FRÊNICO, HIPERTENSÃO ARTERIAL E ENVELHECIMENTO

MUSEU ITINERANTE DE ANATOMIA ANIMAL: INCENTIVANDO A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA ATRAVÉS DE AÇÕES DESENVOLVIDAS JUNTO À SOCIEDADE Ferreira BWSS*, Granja LNS, Silva RS, Lopes IBL, Pimentel ASP, Bandeira CGC, Silva AEVN, Faria MD

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Rodrigues AR*, 2Castania JA, 2Salgado HC, 1,3Fazan VPS.

Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, 1

INTRODUÇÃO: Diante das dificuldades apresentadas por alunos de escolas públicas em relação às aulas práticas de biologia sobre conhecimentos gerais de anatomia, o Museu Itinerante de Anatomia Animal (MIAA) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) surgiu com a iniciativa de disponibilizar conhecimento aos estudantes escolas públicas e comunidades carentes. OBJETIVOS: Popularizar o conhecimento sobre anatomia animal utilizando acervo museológico próprio. METODOLOGIA: O acervo do MIAA é composto por mais de 400 peças anatômicas, dentre ossos, esqueletos articulados, taxidermias, criodesidratações, segmentos devidamente dissecados embebidos em solução aquosa de formaldeído a 10% e peças incrustadas em resina, as quais são preparadas no Laboratório de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres da Univasf para serem transportados até os locais de exposições, permitindo a visualização e a manipulação. RESULTADOS: Após cinco anos de fundado, o MIAA já beneficiou 106.887 espectadores de escolas públicas e comunidades carentes da região do SubMédio do Vale do São Francisco e de alguns outros municípios do Brasil, a exemplo de Porto Alegre (RS) e Recife (PE). Vale salientar, também, que além de promover a manutenção e a confecção de novas peças anatômicas, a equipe ainda proporciona uma série de eventos que levam à popularização da anatomia, como cursos de técnicas anatômicas para docentes de escolas públicas de ensino médio. CONCLUSÃO: Em cinco anos de existência, o MIAA tem proporcionado conhecimento referente à anatomia básica, despertando interesse de seus espectadores pela ciência, além de ter abrangido uma quantidade significativamente maior que diversos outros museus brasileiros de acervo fixo.

Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, 2Departamento de Fisiologia, 3Departamento de Cirurgia e Anatomia

Estudos de envelhecimento mostram que a função do sistema nervoso periférico é afetada pela idade, com déficit de condução nervosa e alterações de suas fibras. Nós registramos anteriormente importantes diferenças do nervo frênico entre ratos normotensos Wistar-Kyoto e espontaneamente hipertensos (SHR), entretanto, diferenças morfológicas e morfométricas durante o envelhecimento no nervo frênico nesse modelo de hipertensão arterial não são descritas. O objetivo do presente estudo foi investigar a associação dos efeitos da hipertensão e do envelhecimento no nervo frênico de SHR. A medida direta da pressão arterial e da frequência cardíaca de SHR machos (N=6 por grupo) com idades de 5, 8, 20, 40 e 50 semanas foi realizada. Em seguida, os nervos frênicos direito e esquerdo foram dissecados e preparados para inclusão em resina epóxi e estudo em microscopia de luz. O peso corporal aumentou significativamente com a idade, enquanto a pressão arterial aumentou até a idade de 20 semanas e depois diminuiu nos animais mais velhos. Os nervos dos animais de 40 e 50 semanas de idade se apresentaram assimétricos tanto lateral como longitudinalmente. Como esperado, o envelhecimento não alterou o número de fibras mielínicas, mas a densidade destas fibras diminuiu com a idade. O tamanho do axônio apresentou um aumento progressivo dos animais jovens em relação aos animais velhos e a razão G não apresentou diferenças significativas entre as idades. Porém, os valores dessa razão foram inferiores ao considerado ideal para condução nervosa, em todos os grupos experimentais, indicando que a hipertensão pode ter prejudicado a mielinização durante o desenvolvimento. PALAVRAS CHAVE: Nervo frênico, Rato espontaneamente hipertenso, Envelhecimento APOIO: FAPESP, CNPq

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NEUROGÊNESE ENDÓGENA NO CÉREBRO ADULTO DO PRIMATA AMAZÔNICO Cebus apella Guimarães Santos A*, Santos IRC, Santos DS, Souza RT, Gomes-Leal W

NEURALGIA DO NERVO TRIGÊMEO: REVISÃO DA LITERATURA Botacin PR, Santos MM, Freire AR, Rossi AC

O nervo trigêmeo, quinto par de nervo craniano, é considerado um nervo misto por possuir componentes motores e sensitivos. A porção sensitiva leva ao Sistema Nervoso Central informação somestésica da pele e mucosa de grande área da face, sendo acometido também por um quadro neurálgico, conhecido como neuralgia do trigêmeo. O objetivo deste trabalho foi identificar as características dessa neuralgia, ressaltar aspectos relevantes e discutir as diversas formas de tratamento descritas na literatura, desde procedimentos clínicos medicamentosos às neurocirurgias descompressivas do gânglio trigeminal. O levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados: PubMed, Scielo, Scopus e Lilacs, utilizando as palavraschave: neuralgia trigeminal, anatomia, dor. Os artigos avaliados foram do período de 1963 a 2010. Verificou-se que a neuralgia trigeminal é caracterizada por dores intensas e repentinas, semelhantes a choques elétricos, com duração de poucos segundos a dois minutos, na distribuição sensorial do nervo trigêmeo. A dor é desencadeada por leves toques em pontos específicos na pele da face ou por movimentos dos músculos faciais, pode ser ocasionada por seqüelas traumáticas ou processos degenerativos fisiológicos associados à compressão vascular. É mais prevalente na população idosa e em mulheres. De forma unilateral acomete mais os ramos maxilar e mandibular, raramente ocorrendo de forma simultânea nos três ramos do nervo trigêmeo.

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Tem sido mostrado que a Zona Subventricular (ZSV) de algumas espécies e o Giro Denteado do Hipocampo (GDH), de forma geral, contém faixas neurogênicas que produzem novas células durante toda a vida e, no caso dos precursores ventriculares, que tendem a migrar para o Bulbo Olfatório (BO). Neste trabalho, investigaremos a organização das regiões neurogênicas do encéfalo adulto do primata amazônico Cebus apella que ainda não teve realizados estudos sobre os seus padrões neurogênicos endógenos. Animais adultos (N= 3) receberam injeção diária (i.p) do marcador mitótico BrdU (100 mg/kg) por 14 dias; após esse tratamento, tendo em vista observar o intervalo de transformação celular e possíveis fenótipos adotados após incorporação do BrdU no patrimônio genético das novas células, os animais foram perfundidos 24h após a última aplicação. Para avaliação tanto dos fenótipos quanto à velocidade das transformações celular inicial, avaliamos por imuno-histoquímica a presença de neuroblastos DCX+/BrdU+ em diversas regiões do SNC do Cebus apella, traçando o assim o fenótipo do precursor neural em um tempo mais inicial. As marcações BrdU+ e DCX+, foram pouco encontradas na ZSV, contudo foram observadas células apenas DCX+ no córtex piriforme que recebe inputs do BO e envia outputs ao hipocampo, conectando assim 2 regiões neurogênicas, porém apresentando a ausência de BrdU+. Concluímos poder haver populações neurais com características de neuroblastos com período de vida mais extenso que durante a migração do GDH para o BO podem ter ali estacionado. Porém tanto tempos de sobrevida mais longos para investigar alguma taxa de renovação quanto uma DCX e anti-NeuN (marcador de neurônio maduro), devem ser realizados futuramente.

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NEURÔNIOS MIOENTÉRICOS DO INTESTINO DELGADO DE CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERLIPÍDICA Soares A1,2, Tironi LMT1*, Beraldi EJ2, Ferreira PEB2, Bazotte RB2, Buttow NC2 1 UNIOESTE, Cascavel, Paraná ; 2UEM, Maringá, Paraná

NEUROPATIA DIABÉTICA EXPERIMENTAL: AVALIAÇÃO DA DENSIDADE DOS NEURÒNIOS MIOENTÉRICOS nNOS IMUNOREATIVOS Zucoloto CN*, Galvanini P, Souza SRG, Frez FCV , Martins JVCP, Zanoni JN *Universidade Estadual de Maringá/DCM

O aumento no consumo de alimentos ricos em gordura e com elevada densidade energética constitui um fator causal da obesidade humana, de modo que a administração de dietas hiperlipídicas a animais experimentais têm sido empregada como modelo para o estudo da obesidade e condições associadas. Os estudos que investigam o consumo de dietas hiperlipídicas a relacionam com a manifestação de diversas alterações fisiológicas, particularmente gastrintestinais, incluindo distúrbios na atividade motora, porém há pouco conhecimento sobre seus efeitos na inervação intrínseca do trato gastrintestinal. Assim, este trabalho avaliou os efeitos da obesidade induzida por dieta hiperlipídica na população mioentérica total do intestino delgado de camundongos. Camundongos Swiss machos com 6 semanas de idade foram alimentados com ração padrão para roedores (grupo controle) ou ração hiperlipídica rica em gordura saturada (31,2%) (grupo obeso), durante 8 semanas. Preparados de membrana do duodeno, jejuno e íleo foram submetidos à técnica imunohistoquímica para miosina-V, e os neurônios imunoreativos foram quantificados com auxílio do programa Image Pró Plus 4.5. A dieta hiperlipídica promoveu aumento significativo no peso corporal e gordura visceral, manutenção no comprimento do intestino delgado e redução no diâmetro do íleo. A população neuronal total miosina-V-IR do duodeno e jejuno não variou significativamente entre os grupos, enquanto que no íleo apresentou-se aumentada no grupo obeso. A dieta não alterou a população mioentérica total do duodeno e jejuno, e as variações observadas no íleo podem ser consequência da diminuição no diâmetro deste segmento, ocasionando menor dispersão e maior concentração neuronal por área.

A neuropatia é uma das complicações crônicas características do diabetes mellitus (DM) que no trato gastrintestinal relaciona-se com alterações nos componentes do Sistema Nervoso Entérico (SNE), entre eles a subpopulação de neurônios nitrérgicos,

neurônios que liberam óxido nítrico (NO) em suas terminações nervosas e possuem uma função inibitória crucial no controle da motilidade do trato gastrintestinal. O objetivo do trabalho foi avaliar a subpopulação de neurônios nitrérgicos imunoreativos à enzima óxido nítrico sintase neuronal (nNOS) do jejuno de ratos diabéticos, induzidos por estreptozootocina, suplementados com quercetina (200mg/kg). Foram utilizados 28 ratos machos Wistar, divididos

em 4 grupos: controle (C), diabético (D), normoglicêmicos suplementados com quercetina (Q) e diabético suplementado com quercetina (DQ). Após 120 dias da indução do diabetes os animais foram mortos e os preparados totais da túnica muscular foram submetidos à técnica de imunohistoquímica para evidenciação de neurônios imunorreativos a nNOS. Para aa análises quantitativas foram contados todos os neurônios presentes em 30 imagens, capturadas em objetiva de 20X. O diabetes causou uma redução significativa (p<0,01) de 27,36% e 23,64% na subpopulação de neurônios nitrérgicos por amostragem tanto no grupo D quanto no grupo DQ, respectivamente, quando comparado ao grupo C. O Grupo Q não apresentou alteração em relação ao grupo C. Os resultados mostram que a suplementação com quercetina não foi capaz de prevenir a redução da densidade de neurônio nitrérgicos do plexo mioentérico do jejuno de animais diabéticos. PALAVRAS CHAVES: diabetes mellitus, querceitina, densidade de neurônios

nitrérgicos. APOIO: CNPq e Fundação Araucária de Apoio à Pesquisa do Estado do Paraná.

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NÍVEIS SÉRICOS DAS ENZIMAS E DAS FUNÇÕES HEPÁTICAS DE CARCARÁS (Caracara plancus) MANTIDOS EM CATIVEIRO. Silva EFA*, Barros JWSS, Almeida WM, Silva TG, Araújo MSP, Fraga KB, Galvão RCS, Magalhães CP Universidade Federal de Pernambuco – UFPE – CAV

NOVAS METODOLOGIAS DIDÁTICAS APLICADAS AO ESTUDO DA MIOLOGIA: PINTURA DE GRUPOS MUSCULARES Abe R1*, Zoratti MTR1, Rocha IR1, Borges RA1, Passos AEA1, Tampelini FS2. 1 Discente de graduação em Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso -UFMT; 2Docente de Anatomia Humana da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.

O carcará é uma ave de extrema importância biológica, pois contribui com o aproveitamento do lixo biológico, se alimentando de restos de animais mortos. Até o momento não existem relatos na literatura sobre os valores dos níveis séricos enzimáticos hepáticos do carcará. A identificação desses valores pode fornecer dados para uma avaliação mais precisa sobre o real estado de saúde deste animal, permitindo a sua reintrodução no habitat natural com maiores condições de sobrevivência. Objetiva-se determinar os valores de referência para indicadores bioquímicos em Carcarás mantidos em cativeiro. Para isso serão utilizados dez exemplares de carcará adulto machos, de pesos e faixas etárias diferentes, provenientes do Centro de Triagem de Animais Silvestres, CETAS – IBAMA-PE. Os animais ao chegarem ao Centro Acadêmico de Vitória, serão identificados com uma numeração e serão mantidos no Zoológico Municipal Mello Verçosa, da Vitória de Santo Antão - PE, onde passarão um período de duas semanas de adaptação ao ambiente do zoológico. Os animais serão anestesiados com zolazepam 10mg por peso de quilograma vivo, em seguida o sangue será coletado através da técnica transcardíaca com auxílio de uma seringa de 10 ml, inserida no ventrículo esquerdo. A alíquota de sangue será acondicionada em tubos sem anticoagulante para obtenção do soro por meio de centrifugação a 4.000 RPM durante 15min e dosagem dos parâmetros bioquímicos séricos enzimáticos hepáticos (TGO, TGP, GGT e fosfatase alcalina) com auxílio de kits bioquímicos comerciais (Labtest®) e leitura em espectrofotômetro semiautomático. Espera-se obter valores dos níveis séricos enzimáticos dos carcarás mantidos em cativeiros e estabelecer assim os valores de referências desta ave.

O grande contingente de músculos do corpo humano, assim como as diferentes funções exercidas por cada grupamento muscular, o precário grau de conservação das peças e a falta de pessoal qualificado para auxiliar as aulas práticas, torna o estudo prático pouco estimulante e cansativo para os alunos. Com o intuito de melhorar o acervo de peças anatômicas, bem como tornar o estudo da miologia mais fácil, utilizamos a pintura como mecanismo didático para destacar os diferentes grupos musculares. Essa técnica didáticopedagógica iniciou-se a partir da seleção e estudo das peças glicerinadas e dissecadas já existentes na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A análise permitiu a delimitação dos grupos musculares que seriam pintados, processo realizado mediante utilização de tintas acrílicas coloridas e verniz acrílico incolor. Foram aplicadas quatro demãos de tinta em diferentes cores, para que cada músculo tenha sua identificação dentro do respectivo grupamento muscular. Após a secagem da última demão, utilizou-se o verniz acrílico com a finalidade de proteger a tinta e evitar o ressecamento, as rachaduras na coloração, o desgaste e, assim, melhorar a estética da peça colorida. As peças, depois de prontas, facilitaram o estudo, tornando-o dinâmico, acessível e atraente para os alunos, pois permitiu melhor visualização muscular de forma tanto isolada quanto em grupos. Ainda, observamos um aumento no interesse e no estímulo dos alunos nas aulas práticas, refletindo positivamente nas notas de provas práticas. Dessa forma, concluímos que a pintura de músculos aperfeiçoou o aprendizado e o estudo individual, que é preconizado na metodologia ativa.

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NOVO FLUXOGRAMA PARA ENSINO DO FUNCIONAMENTO DOS NÚCLEOS DA BASE E DA FISIOPATOLOGIA DOS DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO EM NEUROANATOMIA Netto AU*; Oliveira JA; Quidute ASQ; Lisboa JBRM; Ramiro KRB; Eloy YL; Sarmento SA; Holanda MMA.

INTRODUÇÃO: Os núcleos da base são massas de corpos de neurônios imersos em substância branca na região da base do telencéfalo. Dentre os núcleos da base, destacamos o corpo estriado, que participa da etapa de programação do comando motor, auxiliando a função motora do cerebelo e a estimulação que os núcleos talâmicos realizam sobre o córtex motor primário para dar início à etapa de execução deste comando. A fisiopatologia dos principais distúrbios do movimento (sejam hipo ou hipercinéticos) está relacionada com alterações nesse mecanismo. Entretanto, a atual literatura disponível aos acadêmicos se mostra confusa ou muito complexa com relação ao tema. OBJETIVOS: Desenvolver um modelo de algoritmo que explique de maneira clara e objetiva o funcionamento dos núcleos da base, bem como a fisiopatologia dos seus principais distúrbios. METODOLOGIA: Foi desenvolvido um novo modelo esquemático, na forma de algoritmo do Microsoft Office® PowerPoint, mais simples e de fácil interpretação, baseando-se em novos estudos e artigos menos acessíveis a acadêmicos. RESULTADOS: O modelo elaborado é simples e efetivo, no que diz respeito ao seu objetivo principal: tornar mais didático o ensino e compreensão da fisiopatologia dos distúrbios do Movimento. CONCLUSÕES: O entendimento, por parte dos acadêmicos, da fisiopatologia de qualquer síndrome é essencial para compreensão do quadro clínico e do tratamento a ser instituído. Não diferentemente, as síndromes que caracterizam os distúrbios do movimento devem ser abordadas de forma mais simples e objetiva, facilitando a sua compreensão, através desse novo modelo.

Figura 1. Musculatura do dorso pintada com diferentes cores para evidenciação dos diferentes grupos musculares.

Figura 2. Musculatura do compartimento anterior da coxa pintada com diferentes cores para evidenciação dos diferentes músculos constituintes.

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Faculdades Integradas Aparício Carvalho - FIMCA - Porto Velho - RO NOVOS PARADIGMAS EM CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS: CONSERVAÇÃO DE CADÁVERES EM GLICERINA, UMA ROTINA TÉCNICA MAIS SUSTENTÁVEL Ferreira JR*, Carvalho P, Barbosa AS, Pacheco YG Área de Morfologia, Faculdade de Medicina/UNB

O progresso da ciência tem a obrigação de, ao tocar a natureza, geri-la sem provocar catástrofes”. Com base nesse pressuposto buscou-se diagnosticar qual a técnica mais conveniente para reaproveitar cadáveres já formolizados para fins de ensino, visto que as instituições tem tido dificuldade para a captação deste material. O método incluiu: utilização de material formolizado: hidratação, 15 dias; clareamento, água oxigenada 20 volumes; desidratação, série crescente de álcool, 30 dias; inclusão em glicerina bi-destilada, 60 dias. A solução para imersão da peça deve equivaler a três vezes o volume desta. Os resultados demonstraram que pode-se reutilizar peças já desidratadas. O propósito da fixação é preservar uma amostra de material biológico (tecidos ou células) o mais próximo ao seu estado natural possível. A conservação é o ato pelo qual preservamos tecidos biológicos evitando-se assim sua decomposição pelos agentes de putrefação. Neste sentido é preciso mudar paradigmas obsoletos, substituir o material biológico por outros materiais e introduzir outras tecnologias com fins educacionais sem perder a qualidade do ensino. A Técnica de Glicerinização utilizada foi adaptada a partir da Técnica de Giacominni. A experiência demonstrou que foi possível ampliar o nível de respeito aos bens imateriais como, o direito da terra, das plantas, das águas e dos seres vivos. Isto porque houve redução do descarte de resíduo químico e biológico produzido nos laboratórios, redução drástica da insalubridade no ambiente de trabalho. Outro aspecto importante foi detectar que as peças glicerinadas apresentaram esteticamente, maior aceitação do público, criando no laboratório ou nas ações de itinerância uma ambiência de estudo mais prazerosa.

A valva atrioventricular direita possui sua formação básica descrita na literatura (GETTY, 1986; KÖNIG; LIEBICH, 2004). Essa valva é formada por cúspides, músculos papilares, cordas tendíneas, entre outros elementos anatômicos (NAV, 2005). O presente trabalho tem por objetivo verificar a ocorrência dos tipos de cordas tendíneas comissurais (CTC) penada e palmada (ALMEIDA; CARVALHO; GRILLO, 2011) nos corações de bovinos. Os corações de bovinos (n=10) analisados no presente estudo estavam livres de doenças cardíacas e foram coletados de animais adultos após abate para consumo humano, em frigoríficos legalizados no município de Porto Velho - RO. O material foi fixado segundo Rodrigues (1998). A dissecação permitiu a visualização e análise dos elementos formadores do complexo valvar direito. Verificou-se nas peças estudadas que: do m. papilar maior foram originadas 90% de CTC penada tendo-se uma variação de 0-3 cordas, com maior frequência uma e duas CTC penada, e 60% de CTC palmada, tendo-se uma variação de 0-2 cordas, com maior frequência duas CTC palmada; do m. papilar menor 100% das CTC foram do tipo penada, tendo-se uma variação de 0-4 cordas, com maior frequência três CTC penada, com ausência de CTC palmada; e do m. papilar subarterioso 80% de CTC penada, tendo-se uma CTC com maior frequência, e 10% de CTC palmada, tendo-se uma variação de 0-1 corda, a ausência de cordas foi mais frequente. Conclui-se que há maior presença da CTC penada do que palmada na valva atrioventricular direita de bovinos.

NÚMERO DE CORDAS COMISSURAIS PRESENTE NA VALVA ATRIOVENTRICULAR DIREITA DO CORAÇÃO DE BOVINOS

Eirado CFA*, Almeida ATS, Oliveira LPG, Pinto KS, Queiroz RB,Gadelha AT

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O CADÁVER: BERÇO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM SAÚDE E DA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE Carvalho MC1, Freitas ICR1*, Ferreira CAA1, Nunes AF1, Paulo DB1, Ramos FRD1, Silva ANC1, Soares MML1 1 – Universidade Federal do Piauí

O DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA COMO ALIADA NO TRATAMENTO DA DOENÇA DE PARKINSON Assis G*, Ximenes ML, Vieira TS, Almeida-Filho DG, Ribeiro MPN, Fernandes VS, Fernandes IS

A anatomia é um ritual de iniciação do aluno na área de saúde. Seu processo de ensino é problemático, pois a memorização das estruturas e de nomes complexos surge como uma atividade monótona e desestimulante. Diante disso, é importante que os educadores busquem formas mais dinâmicas de abordagem, que repercutam positivamente no ensino-aprendizagem. Um instrumento milenar usado para esse fim é o cadáver, que mesmo diante de obstáculos e inovações tecnológicas, persiste como ferramenta indispensável no estudo da anatomia humana. Assim, a proposta deste trabalho foi avaliar a função do cadáver como objeto de ensino. Para isso, procedeu-se a uma revisão da literatura disponível sobre o assunto, aliando isso à realidade local da utilização do cadáver. Por meio desses, observou-se que a dissecação é um método que encoraja o conhecimento por mérito próprio, que põe o estudante diante de tecidos reais e ao mesmo tempo lhe apresenta a uma série de questões éticas que envolvem o corpo inerte, as quais também serão encontradas na relação médico-paciente. Permite a simulação de procedimentos cirúrgicos e a perca do medo na operação de protocolos terapêuticos, com possibilidade de correção de erros sem grandes consequências. Apresenta ainda ao aluno uma dupla lição, de individualidade, pelas variações anatômicas vistas, e ao mesmo de igualdade, pelo igual funcionamento dos sistemas nos diversos organismos. No entanto, os métodos de conservação e o desgaste pelo uso impõem barreiras ao aprendizado, além dos problemas para aquisição dos cadáveres e da deficiência de simulação do funcionamento in vivo. Apesar destas limitações, o cadáver ainda é amplamente usado e figura como meio de grande valia para a formação profissional na área da saúde.

O mal de Parkinson é uma enfermidade cada vez mais prevalente devido ao envelhecimento da população mundial. Descrita inicialmente em 1817 pelo médico inglês James Parkinson como “paralisia agitante”, a doença é caracterizada principalmente por tremores, aumento do tônus muscular e dificuldade para iniciar movimentos voluntários, devido à diminuição das concentrações de dopamina no mesencéfalo. Entretanto, outros distúrbios neurológicos apresentam sinais parkinsonianos secundários, como infecções, traumas crânio-encefálicos, aterosclerose cerebral, doenças degenerativas multisistêmicas (doença de Alzheimer) e parkinsonismo induzido por drogas, podendo representar fatores de confundimento no diagnóstico da doença primária por profissionais menos experientes. O objetivo deste trabalho é revisar a literatura a cerca da diferenciação dos tremores característicos do mal de Parkinson, correlacionando estes achados às novas tecnologias que se propõem a identificar, mapear e neutralizar estas alterações através do uso de hardwares e softwares especializados. Historicamente, a doença de Parkinson é tratada com uso de agentes colinérgicos contendo levodopa – forma levógera da dopamina – que atrevessem a barreira hemato-encefálica ou através da intervenção cirúrgica direta aos tecidos encefálicos. Contudo, o emprego de artefatos tecnológicos instalados externamente ao organismo humano pode contribuir na redução substancial do uso de drogas e eliminar a necessidade de procedimentos cirúrgicos, diminuindo portanto a morbidade do tratamento de pacientes acometidos pela doença.

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O DISMORFISMO DO MÚSCULO ADUTOR DO HÁLUX E O HALLUX VALGUS Maia MLTHC, CD, MS*/**, Vasconcellos HA, MD, PhD*, Ferreira IG*, Frango, AOR*, Siqueira CO*, Galvão JA* *Faculdade de Medicina de Petrópolis/FASE/RJ; **UNIFESO/Teresópolis/RJ O DESENVOLVIMENTO MANDIBULAR DA PROLE DE RATAS É ALTERADO PELA RESTRIÇÃO ALIMENTAR MATERNA NO PERÍODO DE LACTAÇÃO Flávia Brasil*, Hugo Degani1, Viviane Degani1, Cristiane Ramos2 * Departamento Interdisciplinar/ UFF; 1 Departamento de Morfologia/ UFF; 2Centro Biomédico/ UERJ

INTRODUÇÃO: Diversos estudos têm mostrado que a restrição alimentar materna no período de lactação determina alterações em diversos sistemas orgânicos da prole que podem persistir até a vida adulta (Passos et al. 2000). OBJETIVO: Investigar se a desnutrição materna no período de lactação afeta a morfologia da mandíbula da prole na idade adulta. METODOLOGIA: Ao nascimento dos filhotes, as mães foram separadas em três grupos: grupo controle (C), com livre acesso à ração comercial contendo 23% de proteína; grupo restrição protéico-calórica (RPC), com livre acesso à ração hipoprotéica e isocalórica contendo 8% de proteína; e grupo restrição calórica (RC), que recebeu ração comercial em quantidades restritas. Após o desmame, a prole teve livre acesso à ração comercial até 90 dias, quando foi sacrificada com dose letal de tiopental. A mandíbula foi retirada, dissecada e fixada em formol 10%. A morfometria macroscópica foi realizada utilizando paquímetro digital de alta precisão. Os parâmetros analisados foram: distâncias (mm) ântero-posterior do colo do côndilo mandibular e do processo coronóide; base do corpo mandibular-incisura mandibular e bordo superior da base do processo angular-junção ântero-superior do corpo com o ramo mandibular. RESULTADOS: As medidas dos parâmetros citados nos grupos C, RC, RPC foram respectivamente: 4,21 ± 0,06, 4,48 ± 0,24, 4,06 ± 0,24 (p=0,005); 3,42 ± 0,25, 3,11 ± 0,07, 2,77 ± 0,45, (p=0,03); 9,54 ± 0,46, 9,05 ± 1,18, 8,77 ± 0,60 (p=0,17) e 10,52 ± 0,33, 10,90 ± 0,92, 10,54 ± 1,03 (p=0,78). CONCLUSÃO: A restrição alimentar materna causou alteração no desenvolvimento mandibular da prole, que persistiu até a vida adulta, mesmo após a normalização da dieta.

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INTRODUÇÃO – O desempenho dos pés influi na postura, marcha e uso dos calçados. Observamos deformidades, como o Hallux Valgus (HV), causadas por alterações estruturais devido ao desequilíbrio muscular. O Músculo Adutor do Hálux (MAH) é apontado como participante desse desequilíbrio. OBJETIVOS – estudar a morfologia e analisar ação do MAH na dinâmica do hálux em pés com e sem deformidades. Metodologia - Dissecamos 28 pés isolados (3 com HV), fixados em formol para descrição da morfologia do MAH [cabeças transversa (CT) e oblíqua (CO)] e obtenção da morfometria: comprimento das cabeças (CCT; CCO); largura das cabeças (LCT; LCO) e ângulo entre as cabeças (Q). RESULTADOS Valores médios (mm) obtidos: Pés sem deformidades: CCT= 27.04; CCO= 51.45; LCT= 13.23; LCO= 17.58; Q(CT/CO)= 31º ; Pés com HV: CCT= 23.80; CCO= 48.25; LCT= 12.03; LCO= 16.89; Q (CT/CO)= 52°. CONCLUSÕES - A morfologia do MAH variou entre pés sem e com HV; ao fixar-se nas articulações metatarsofalângicas (CT) e sesamóide lateral do hálux (CT / CO) pode causar ou sofrer alterações do Q (CT/CO) provocando o valgismo do hálux. Amputação do hálux aplana o arco transverso anterior devido às variações da tensão muscular, dificultando as funções do pé, tanto no apoio como na marcha. PALAVRAS CHAVE: Músculo Adutor do Hálux; Hálux Valgus; Anatomia do Pé; Deformidade do Pé.

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O EFEITO DO CONTROLE DA PRONAÇÃO DO PÉ NO ÂNGULO Q EM INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO PATELO-FEMURAL Conceição CS, Daltro AFC, Oliveira LA*, Sa KN

As disfunções anatômicas que predispõem ao surgimento de dores musculoesqueléticas na região anterior do joelho são os principais motivos que levam pessoas a procurarem tratamento fisioterapêutico, dentre estas destaca-se a dor patelo-femural (DPF). Esta é uma das principais lesões por esforço repetitivo no membro inferior (MI) e pode estar presente entre 20 a 40% dos joelhos dolorosos de adolescentes e adultos jovens. O objetivo deste estudo é analisar o impacto cinético-funcional do uso de palmilhas em portadores de DPF. Será realizado um estudo descritivo quali-quantitativo do tipo ensaio clínico analítico em pacientes com diagnóstico clínico de DPF situados na cidade de Salvador-Ba. Serão incluídas mulheres com idade ≥14 e ≤45 anos, portadores de DPF, diagnóstico de pés pronados e que tenham assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados permitirão compreender o perfil da população e a associação das alterações morfológicas (ângulo Q e pronação do pé) mensurados pelo software CvMob 3.1 com a presença de dor através da escala visual da dor (EVA) e os efeitos da DPF na capacidade funcional através da Escala da Atividade de Vida Diária para Pesquisas no Joelho (EAVDPJ). A análise estatística dos resultados será através do programa SPSS versão 14.0, respostas significativas com p < 0,05 no teste T de Student para associação da variável categoria (palmilha) com as variáveis quantitativas como pronação do pé, ângulo Q, EAVDPJ e dor (EVA) além do teste de correlação e Pearson para associar as variáveis numéricas. Espera-se que após a coleta e análise dos dados seja possível observar melhora do ângulo Q e pronação do pé, redução da DPF que traduzirá em maior eficiência do MI e melhora da qualidade da atividade de vida diária.

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O ENSINO DA ANATOMIA HUMANA NO ESTADO DO PARÁ ATRAVÉS DA LIGA ACADÊMICA PARAENSE DE ANATOMIA HUMANA Raiol SEP, Novaes WPR, Pereira NAB, Barbosa TA, Domingues RJS, Esteves PSC, Real Junior MMF, Penha NEA

INTRODUÇÃO A Anatomia é essencial para a formação de todos os profissionais da área de saúde, além de ser a base para adquirem conhecimentos mais solidificados. Assim, essa disciplina torna-se essencial para toda a vida de qualquer profissional da área da saúde, principalmente para a Medicina, ao qual influenciou a formação da Liga Acadêmica Paraense de Anatomia Humana (LAPAH), no dia 18 de Maio de 2011, para obter o continuo ensino-aprendizagem desta disciplina. OBJETIVO Verificar a importância da LAPAH no processo de ensino-aprendizagem da disciplina Anatomia Humana no Curso de Medicina Estado do Pará. METODOLOGIA Analise retrospectiva dos dados referentes aos 1º ano de atividade da LAPAH. RESULTADO Verificou-se que a presença da LAPAH no cenário acadêmico do curso de medicina foi de extrema importância para obter-se uma maior valorização desta disciplina. Observou-se que a Liga foi fundamental para aumentar o interesse do estudo de anatomia pelos acadêmicos que fazem parte da LAPAH. Porém não foi tão efetiva no processo de ensino-aprendizagem, pois a dinâmica aplicada, através da metodologia que era utilizada, não agregava os acadêmicos para participarem de todas as aulas. Comprovouse que precisava intervir, assim começou-se a modificar a metodologia e a proposta para que nos próximos anos haja mais seminários, oficinas e palestras realizadas pela LAPAH, além dos encontros semanais. CONCLUSÃO A LAPAH é uma ferramenta muito importante para aumentar o estudo da anatomia no Curso de Medicina, formando profissionais mais embasados. Porém falta incentivo das instituições de ensino e um maior interesse dos acadêmicos para uma melhor intervenção do ensino de anatomia no curso de medicina do estado do Pará.

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O ESTUDO E A INFLUÊNCIA DAS DISSECAÇÕES NO PERÍODO RENASCENTISTA: A BUSCA PELA PERFEIÇÃO ANATÔMICA DO HOMEM NA ARTE Menezes TM*, Brito VC, Santos NF, Souza CSV, Melo ALFD Universidade Federal Rural de Pernambuco

O ENSINO DE ANATOMIA HUMANA EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO INTERIOR CEARENSE Freitas I1, Andrade S1, Freitas KM, de Freitas APF1, Brito JR 1, Cerqueira GS2 1

Acadêmicas de Enfermagem da Faculdade Vale do Salgado; 2 Docente da Faculdade Vale do Salgado

A prática pedagógica se encontra em um processo acelerado e irreversível de transformações técnicas e científicas, sendo indiscutível a necessidade de um planejamento minucioso para que a atividade educacional não esteja embasada em improvisos. A disciplina anatomia humana é uma disciplina presente em vários cursos das ciências da saúde, porém muitas vezes essas disciplina passam por dificuldade extrema como a falta de cadáver. Os anatomistas em geral defendem a necessidade da aula prática para o aprendizado em Anatomia. O objetivo desse trabalho foi o avaliar o processo de ensino aprendizagem de anatomia humana em uma instituição de ensino superior (IES) do interior do Ceará. Realizou-se um estudo exploratório descritivo transversal com abordagem quantitativa com a amostra de 94 alunos do primeiro ao quinto semestre do curso de enfermagem. Foi utilizado questionário semiestruturado composto por 20 questões. Para analises dos dados foi utilizado freqüência relativa e o teste do quiquadrado com auxilio do programa Graph Pad Prisma versão 5.0. Verificou-se que 79,34% dos entrevistados eram do sexo feminino, 70,65% eram casado com renda média de um salário mínimo. Observou-se que 28,26% dos entrevistados relataram que carga horária era insuficiente, enquanto que 65,21% relataram que o estudo com cadáver seria imprescindível para pratica anatômica. A principal prática de ensino utilizada foi à educação bancária 39,41%. Durante as aulas práticas a principal forma foi à utilização de manequim seguida de 93,4% de aulas praticas. Verificou-se que 83,69 relataram a importância da elaboração de um banco de imagem para estudo de anatomia. Constatou-se que o ensino de Anatomia Humana precisa ser repensado a fim de corresponder às expectativas deste novo e atual momento. Na tentativa de introduzir aulas práticas com cadáver e peças de anatômicas o que facilitariam o processo de ensino aprendizagem para disciplina de anatomia

O Renascimento foi um período caracterizado por uma intensa produção na arte e também por questões filosóficas e religiosas: humanismo, o homem como centro do Universo e do outro lado, dogmas da Igreja. A procura incessante pela perfeiçãonas obras e a preocupação com o rigor científico vigente na época fizeram com que despertasse o interesse dos artistas pela ciência anatômica,e consequentemente, pela prática de dissecação de cadáveres. Tal técnicase tornara um método importante, idealpara compreensãoda forma e função dos diferentes componentes anatômicos de um corpo, possibilitando aos artistas uma representaçãotridimensional em suas artes mais próxima da realidade.Assim sendo, este trabalho consiste em descrever o interesse e influência da técnica de dissecação pelos artistas no período renascentista. A busca de referências se fez através de dados disponíveis em banco de dados online (Scielo, Medline, PubMed). Com intuito de compreenderem as complexidades e movimentos que um corpo humano pode exercer, os artistas na época estudaram com obstinação a morfologia humana. Pintores e escultores frequentavam as dissecações públicas, realizadas “in natura”, dentro de teatros anatômicos, influenciando academias de arte a criarem cursos de anatomia, tornando-se comum nas escolas a presença de esqueletos e ilustrações técnicas. A aptidão do artista e sua participação em dissecações nos cursos fizeram com que os mesmos, em suas obras, retratassem a rigor as estruturas anatômicas, determinando assim, um novo padrão corporal. A dissecação do corpo humano que até então era utilizado, para fins médicos, passou a subsidiar, portanto, a arte e levaram a estabelecer padrões estéticos presentes até hoje.

DESCRITORES: Anatomia. Educação. Ensino

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O LÚDICO NO ENSINO DA ANATOMIA HUMANA Lemos GLC*, Mozart VGB, Almeida DS

“O JOGO DAS PLACAS” – UMA ALTERNATIVA LÚDICA E BARATA PARA O APRENDIZADO DA ANATOMIA EM COMPARAÇÃO AO USO DOS “CLICKERS” Rueff-Barroso CR*, Cazagrande GS, Pereira-Sampaio MA Departamento de Morfologia da Universidade Federal Fluminense O aprendizado de anatomia é trabalhoso e difícil para os alunos iniciantes das áreas da saúde. Atualmente muitos artigos discutem novas estratégias de ensino em anatomia para tornar essa disciplina mais interessante e dinâmica. O objetivo desse trabalho foi avaliar a eficácia do jogo como um método lúdico de revisão do conteúdo para a prova e alternativo ao uso do “Audience Response System (ARS)”, conhecido como “clickers”. Os alunos do primeiro ano do curso de Farmácia foram convidados a participar voluntariamente da atividade. Cada um dos 53 alunos recebeu quatro placas coloridas (amarela, azul, verde e vermelha). Em seguida o professor iniciou a apresentação de questões objetivas em PowerPoint onde cada resposta correspondia a uma cor. Os alunos tinham 30 segundos para responderem a questão levantando a placa, depois a resposta era discutida entre todos. Após a atividade, os alunos responderam a dois questionários. Entre os alunos, 92% classificaram a atividade como excelente; 64% acharam a atividade eficaz como método de revisão. Os adjetivos mais citados sobre a atividade foram: divertida (26%), estimulante (13%) e eficaz (9%). Houve diferença significativa entre as médias das notas da turma que realizou a atividade, 7,67 (± 0,25), e das turmas dos semestres anteriores, 6,579 (± 0,25) e 5,94 (± 0,30), que não realizaram (p<0,01; p<0,001). O jogo se mostrou uma atividade lúdica onde todos os alunos da turma puderam participar sem se sentirem expostos. A atividade foi divertida, estimulante e incentivou os alunos a estudarem para a prova. O rendimento da turma na prova foi maior do que as outras turmas que não fizeram essa atividade, o que demonstrou que o método aplicado foi efetivo. A atividade pode ser uma alternativa barata ao ARS.

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A Anatomia Humana, enquanto componente curricular caracteriza-se por apresentar um extenso conteúdo, demonstrando a necessidade de buscar formas mais descontraídas de aprendizagem. A metodologia de ensino que utiliza o lúdico como forma de aprendizado tem surtido bons resultados. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo contribuir para a fixação e interpretação de termos técnicos e estruturas anatômicas, que são por vezes, memorizadas pelos os discentes visando apenas de aprovação nas avaliações didáticas. Para execução desse trabalho, os discentes confeccionaram peças anatômicas representando as articulações do joelho, e uma réplica do músculo glúteo máximo, utilizando etil vinil acetato (EVA), isopor, pincel atômico, biscuit e cola quente. Os resultados obtidos demonstram que o ensino da Anatomia através da ludicidade é estimulante e prazeroso, além disso, auxilia na compreensão do conteúdo, propicia a aprendizagem do indivíduo, seu saber, sua criatividade, seu conhecimento e sua compreensão de mundo. Considerando que o método clássico de ensino por vezes torna-se entediante devido a sua extensão e complexidade, a utilização e o desenvolvimento de novos métodos de ensino proporcionam maior aprendizado aos alunos.

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O MARTÍRIO DE SÃO SEBASTIÃO DE PORTINARI: UM OLHAR ANATÔMICO SOBRE A LOCALIZAÇÃO DAS FLECHAS Gomes MIB, Cauneto LC, Capanema KG*, Andrade WR, Cerrone TNVP, Amaral RCS, Guedes RF, Braga LAM. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora - SUPREMA Cândido Portinari pintou a tela Martírio de São Sebastião em 1952 para decoração da Igreja do Senhor Bom Jesus da Cana Verde em Batatais (SP), próximo à sua cidade natal Brodoswski (SP). Analisando-se a figura de São Sebastião, observou-se que as flechas introduzidas em seu corpo coincidiam, em sua maioria, com locais anatômicos de importantes vasos. Objetivou-se com o presente estudo analisar os locais das flechas introduzidas, relacionando-os com vasos importantes dissecados, bem como comparar com imagens de São Sebastião realizadas por outros pintores. Realizada revisão da literatura crítica nas bases de dados MEDLINE e SciELO e consulta em livros-textos que abordam as obras de Portinari, além de disssecção de peças anatômicas. O artista retratou oito flechas fixadas ao corpo de São Sebastião, sendo quatro delas localizadas em pontos de vasos importantes como artérias axilar, braquial e femoral, fato bem identificado quando se comparou com as peças dissecadas. Quando se estabeleceu uma comparação com obras pintadas por outros autores, observou-se, em geral, número bem menor de flechas, sem uma correlação importante com estruturas anatômicas. Portinari realizou várias de suas pinturas de corpos sem a pele, demonstrando uma segurança anatômica muito grande. Este fato se traduz num rigor anatômico em suas obras, tal como o que se observa na pintura de São Sebastião. Conclui-se que as flechas pintadas por Portinari estão localizadas em pontos críticos de vasos importantes, podendo desencadear hemorragias de grande intensidade que contribuíram para o sofrimento atribuído a São Sebastião.

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O MÚSCULO ESTERNAL: CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA, IMPLICAÇÕES CLÍNICAS E RADIOLÓGICAS Pereira FCJ, Gabrielli C

O m. esternal representa uma variação anatômica encontrada em 2 a 8% da população geral. Quando presente, situa-se na parede anterior do tórax, constituído por feixes de fibras paraesternais subcutâneas, uni ou bilateralmente. Descrito originalmente por Cabrolio (séc. XVII), o m. esternal pode ser interpretado como um resquício evolutivo do panniculus carnosus, uma musculatura subcutânea típica dos quadrúpedes, cuja contração implica a retração centrípeta da pele e, com isso, colabora com a cicatrização de ferimentos dermoepidérmicos. O m. esternal, ainda que destituído de função nos humanos, tem relevância clínica e radiológica. De um total de 54 cadáveres dissecados em nossos laboratórios, entre 2001 e 2012, o m. esternal foi encontrado em um único indivíduo, do sexo masculino (1,85% dos casos), apresentando-se bilateral e assimetricamente, superficialmente aos mm. peitorais maiores, em situação paraesternal. A presença do m. esternal, quando incógnito, pode representar um achado preocupante em exames rotineiros de mamografia ou imageamento do tórax anterior. Estes podem acusar a presença de uma estrutura anormal com densidade de partes moles, sugerindo processo patológico. A caracterização deste achado, pelo radiologista, como resultante da presença do m. esternal pode otimizar a conduta clínica, poupando o paciente de intervenções subsequentes desnecessárias. Tal conhecimento também importa ao cirurgião – em especial o plástico, o oncológico e o mastologista –, que ao deparar-se com esta estrutura, saberá identificá-la com propriedade, devendo, inclusive, reportá-la no prontuário médico para que sejam evitadas futuras falsas interpretações no seguimento ao paciente.

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O OLHAR ANATOMISTA DE LEONARDO DA VINCI: UM DETERMINANTE NA REPRESENTAÇÃO FETAL Capanema KG*, Sousa MM, Rocha JB, Oliveira RCL, Jácome ACP, Leão JLRD, Gomes MIB. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – FCMS/JF (SUPREMA)

O PAPEL DO LABORATÓRIO MORFOFUNCIONAL COMO FACILITADOR DO ENSINO/APRENDIZAGEM DA ANATOMIA HUMANA EM UM MODELO DE METODOLOGIA ATIVA Abe R1 *, Zoratti MTR1, Rocha IR1, Tampelini FS2 1Discente de graduação em Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso -UFMT; 2Docente de Anatomia Humana da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT

A busca incessante pelo conhecimento científico associada à necessidade de adequação ao modelo artístico Renascentista mobilizou Leonardo da Vinci (1452-1519) rumo ao estudo anatômico, promovendo um elo entre ciência e arte. Dentre suas contribuições para a anatomia reprodutiva, destacam-se estudos sobre o útero, feto e anexos embrionários, além de representações do coito. Este estudo tem por objetivo analisar os aspectos anatômicos inerentes ao esboço da representação fetal de Leonardo da Vinci. A metodologia se ateve a uma revisão da literatura crítica nas bases de dados MEDLINE e SciELO, com base em artigos publicados nos últimos 15 anos. No engenho de da Vinci, anatomista e demonstrador, a representação de um feto humano no útero é sobrepujada. Transcendente à sua época, o estudo retrata a posição fetal no ventre durante a gravidez, provavelmente com base nas observações do artista ao exame de um útero gestante a termo. Destacam-se notas sobre anatomia da parede uterina, cordão umbilical e circulação maternoplacentária. As primeiras considerações anatômicas quanto às membranas fetais (córion, âmnio e alantóide) são notadas em esboço do artista. O desenho do feto no útero não foi superado por mais de dois séculos e, como obra científica, foi influente a estudos reprodutivos posteriores. Por ir além do conhecimento biológico que define a forma humana, da Vinci se destacou como anatomista, principalmente no que diz respeito à representação fetal. Seu esboço do feto dentro do útero foi inovador, trazendo os primeiros relatos de anexos embrionários e antecipando a descoberta da circulação placentária independente da materna, um marco na anatomia reprodutiva da época.

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As novas diretrizes curriculares dos cursos que utilizam a metodologia ativa ou a Aprendizagem Baseadas em Problemas (APB) preconizam a interdisciplinaridade e o estudo associado entre as disciplinas, onde o estudante desenvolve e utiliza o raciocínio crítico e suas habilidades. Para isso, implementamos em nossa instituição o Laboratório Morfofuncional, que é um espaço comum a diferentes disciplinas básicas, e é fundamental para que o método se torne efetivo. Em nossa instituição, a Anatomia Humana foi colocada dentro desse laboratório com uma visão inovadora, onde órgãos, ossos, músculos foram pintados para evidenciação de suas respectivas partes, sempre acompanhadas de um roteiro prático plastificado; biblioteca setorial, macromodelos diversos, vídeos anatômicos, ambientes virtuais e vídeo-aulas complementam o ambiente, sempre buscando tornar o ensino da Anatomia mais atraente, instigante e inovador. Nossa experiência mostrou uma grande aceitação por parte dos alunos, onde o Laboratório Morfofuncional foi o mais frequentado da Faculdade. Foi aplicado um questionário de perguntas e respostas, mostrando que a implantação desse laboratório foi a mais importante aquisição da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desde a implantação da metodologia ativa em 2009 e que, as ferramentas nele disponibilizadas para o estudo da Anatomia, tornou o aprendizado mais fácil e com menos monotonia e decoreba. Com essa experiência, concluímos que, acima de tudo, é preciso inovar e buscarmos novas ferramentas didáticas, novos ambientes de ensino para que consigamos estimular e atrair os alunos, bem como não deixar a Anatomia cair no ostracismo ou desaparecer.

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O PROCESSAMENTO DAS EMOÇÕES NO PERÍODO GALÊNICO Lanças SHS*, Lacerda WJT, Dias VC, Barros LV, Esperidião-Antônio V, Siqueira-Batista R, Pereira R, Reis CF Universidade Federal de Viçosa

O RESPEITO AO CADÁVER DESCONHECIDO NO ANFITEATRO DE ANATOMIA POR ACADÊMICOS DE MEDICINA. Oliveira TA*, Cavalcante ÁP, Oliveira Filho FJ, Marinho LB, Pinheiro KC, Scafuri AG, Pereira Neto FA, Elias VV

INTRODUÇÃO: Desde a Grécia Antiga, o enigma de como o organismo produz as emoções, inteligência e razão intriga a humanidade. Hoje, sabe-se que inúmeras estruturas encefálicas, compõem o sistema límbico. Para alcançarmos esse entendimento, várias teorias prévias precisaram ser criadas. Aristóteles acreditava ser o coração o centro das emoções e até hoje isso tem repercussões no nosso cotidiano. Com Galeno, e suas explicações baseadas em achados morfofuncionais, a compreensão das emoções alcançou o cérebro. Graças a Broca, Papez e colaboradores, as emoções, enfim, foram associadas ao atual Sistema Límbico. OBJETIVOS: Compreender a lógica da teoria das emoções no período galênico, tendo como base as repercussões da prática de dissecação que se tornaram vigentes nesta época. METODOLOGIA: Revisão Bibliográfica utilizando PubMed, a partir dos descritores limbic system e galen. RESULTADOS: Galeno acreditava ser o cérebro o centro das emoções. A partir de suas contribuições, desenvolveu-se a teoria das emoções baseadas nos ventrículos cerebrais. As informações sensitivas eram processadas nos ventrículos como sentidos comuns e então agrupados em percepções únicas. Logo, essas percepções eram interiorizadas como fatos subjetivos daquele indivíduo. CONCLUSÕES: A inter-relação emoção-cérebro se deu a partir da compreensão anatômica e funcional que foi possível graças à dissecação e a fisiologia experimental de Galeno. A teoria desenvolvida já possuía a característica dependente dos sentidos obtidos pelo contato com o mundo e do processo de subjetivação. Constituiu, portanto, primeiro passo para a correta localização encefálica do processamento das emoções.

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A utilização do cadáver é uma lição educativa no ensino da anatomia pelo meio do conhecimento da organização do corpo humano, precedendo ao estudo no vivo, pela riqueza e natureza do material de estudo e pelo método de aprendizado, a dissecação, que é experiência de construção do organismo humano. Avaliar se no decorrer da disciplina de Anatomia Humana (DAH) é instruído sobre o respeito ao cadáver desconhecido e se os alunos estão respeitando-o nas aulas práticas de anatomia. Aplicação de questionário de opinião com questões de múltipla escolha abordando o respeito ao cadáver e as atitudes dos alunos para com ele. Foram entrevistados 108 alunos do curso de medicina. O esquema de amostragem empregado foi o não-probabilístico por conveniência, sendo os dados analisados através de estatística descritiva, mediante distribuição de frequências. Dos 108 entrevistados, 48 (44,4%) relataram que o professor enfatizou bem o tema, 18 (16,7%) relataram que o professor falou algumas vezes, 30 (27,8%) relataram que o professor apenas citou o tema e 12 (11,1%) relataram que o professor nunca abordou. Quanto às atitudes dos colegas, 34 (31,5%) afirmaram ser de respeito, 48 (44,4%) afirmaram ser de indiferença, 7 (6,5%) afirmaram ser de deboche e 19 (17,6%) não repararam ou relataram outro comportamento. A instrução do professor quanto ao respeito ao cadáver desconhecido, mesmo que seja só citando o tema em poucos minutos de uma das muitas aulas, já pode se tornar um fator positivo quanto à conduta dos alunos em um laboratório de anatomia. A ausência de um comportamento de deboche ou situações jocosas criadas por alunos já pode ser vista como uma vantagem dessa forma de ensino.

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O TRATAMENTO DE DEFEITOS ÓSSEOS COM A MATRIZ ALOGÊNICA ÓSSEA REDUZ O PROCESSO DE REABSORÇÃO ÓSSEA EM RATOS DIABÉTICOS Assis GF, Bighetti BB, Ladeia BP, Ricardo Arantes VN, Cestari TM, Garlet GP, Taga R

Diabetes mellitus quando não controlada adequadamente pode causar várias complicações sistêmicas. No osso, promove a redução na atividade osteoblásticas e no grau de mineralização, tornando-o mais vulnerável a ocorrência de fraturas/lesões ósseas, sendo necessária a utilização de enxertos para potencializar o seu reparo. O trabalho avaliou a formação e a reabsorção óssea em defeitos no crânio de ratos diabéticos tratados com a matriz alogênica óssea desmineralizada (MAOD). Ratos (Rattus novergicus) foram divididos em dois grupos: Diabético (DIAB, n=50) induzidos experimentalmente com uma única injeção de 47mg/kg de estreptozotocina e Controle (CTL, n=50) que receberam 1ml de solução fisiológica. Defeito de 8mm de diâmetro foi realizado nos ossos parietais e preenchidos com MAOD nos subgrupos DIAB-MAOD (n=25) e CTL-MAOD (n=25) ou coágulo nos grupos DIAB-COAG (n=25) e CTL-COAG (n=25). Aos 7, 14, 21 e 42 dias, os defeitos foram avaliados histomorfometricamente quanto o volume de tecido ósseo (VTO), percentual e número de osteoclastos. O VTO aumentou em todos os grupos entre 7 e 42 dias. Aos 42 dias o VTO nos grupos DIAB foi em média 2,92 vezes menor em relação aos controles. O VTO nos defeitos tratados com a MAOD, CONT-MAOD e DIAB-MAOD foram 2,31 e 1,82 vezes maiores em relação aos respectivos subgrupos preenchidos com coágulo. Apenas no DIAB-COG ocorreu intensa reabsorção da borda óssea aos 14 e 21 dias, culminando com a maior percentual e número de osteoclasto em relação aos demais grupos. Conclui-se que embora o diabetes interfira negativamente no reparo ósseo, o tratamento de defeitos ósseos em ratos diabéticos com a MAOD estimula a formação óssea e diminui a atividade osteoclástica. APOIO FAPESP (processo:10/09934-8).

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O TÚNEL ULNAR E A SÍNDROME DA LOJA DE GUYON: ASPECTOS ANATÔMICOS APLICADOS A PATOLOGIA DO PUNHO Vasconcellos HA INTRODUÇÃO - Túnel Ulnar (TU), adjacente ao túnel do carpo, localiza-se entre o retináculo dos flexores, ligamento palmar do carpo, pisiforme e hámulo do hamato. Para alcançarem a palma da mão, passam pelo TU o Nervo Ulnar (NU)(C7, C8, T1) e Artéria Ulnar (AU). Descrevem-se compressões do NU causando hipoestesia no dedo mínimo, fraqueza muscular e mão em garra, constituindo a “SÍNDROME da LOJA (CANAL) de GUYON” (SLG). OBJETIVOS – revisar a morfologia do TU e analisar as relações dos NU e AU com paredes do túnel aplicadas às compressões sobre a região. METODOLOGIA – Usamos 25 punhos, 13(52%) direitos e 12(48%) esquerdos, de cadáveres adultos humanos fixados em formol. A dissecção analisou a morfologia do punho, do TU e as relações do NU e AU com as paredes do TU. RESULTADOS – encontramos em 10 punhos (44%) (4 direitos,40%; 6 esquerdos, 60%) variações de ramos da AU em relação ao NU e destes com o TU. CONCLUSÕES – a revisão da morfologia e do conteúdo do TU (Canal do Nervo Ulnar / Canal de Guyon) é oportuna devido a incidência de patologias, como a compressão do NU por cistos sinoviais das articulações carpianas, aumentando a precisão de diagnósticos e tratamentos da SLG.

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O USO DE PINTURA CORPORAL E DA DANÇA COMO FERRAMENTA DE APRENDIZADO DA ANATOMIA DOS MEMBROS SUPERIORES Moita L*, Oliveira JB, Coriolano MGWS Departamento de Anatomia, UFPE

INTRODUÇÃO: A pintura corporal é uma forma de expressão. Muitos usam como forma de demonstrar seus sentimentos por algo ou alguém e está presente na humanidade desde a antiguidade até os dias de hoje. A Anatomia Humana se faz presente não só nos cursos da área da saúde, mas também em outras áreas do conhecimento, como na Licenciatura e Bacharelado em Dança. Esta disciplina requer do aluno a aprendizagem de termos específicos até então desconhecidos e que guiarão a prática profissional. OBJETIVOS: Facilitar o aprendizado dos estudantes do 1º período do Curso de Graduação em Dança/Licenciatura da UFPE. Métodos: Através de maquiagem corporal feita com tintas aquarela silk® (várias cores), foram reproduzidas na superfície do corpo a disposição dos ossos e músculos, e ensaiadas coreografias que reproduziam os movimentos dos ossos em torno das articulações pela ação dos músculos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através dessa metodologia, os alunos puderam integrar os conhecimentos da Anatomia Humana a sua pratica na Dança, aumentando assim o interesse pelos conteúdos. Os estudantes puderam perceber a importância da disciplina em sua vida profissional e expressaram esses conhecimentos na perspectiva da arte e da Dança.

OCCIPITALIZAÇÃO DO ATLAS Oliveira ACL*, Pereira RO, Moraes RZC, Costa MPD, Souza EC, Júnior EA, Reis FP, Aragão JA Universidade Federal de Sergipe e Universidade Tiradentes INTRODUÇÃO: A occipitalização anatomicamente é a fusão entre o osso occipital com o atlas. É uma anomalia congênita comumente descoberta na infância em vista das repercussões que podem produzir ou está acompanhada das síndromes como Down e a da fíbula curta. Sua causa seria genética, resultante da assimilação atlanto-occipital decorrente da falha na segmentação da primeira vértebra cervical e a base do crânio. OBJETIVO: Descrever um caso de occipitalização. METODOLOGIA: No Laboratório de Anatomia da Universidade Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME) - Lauro de Freitas – BA, foi encontrado um crânio que apresentava uma fusão crânio-vertebral. O achado foi documentado através de fotografias obtidas por uma câmera digital (SONY DSLR-A100K). RESULTADO: O arco anterior e posterior do atlas fundiase completamente com a parte basilar e escamosa do osso occipital respectivamente. As facetas articulares superiores estavam fundidas completamente com os côndilos occipitais e nas inferiores as superfícies eram assimétricas, sendo a direita de forma alongada no sentido ântero-posterior e a esquerda arredondada. Ocorreu fusão do processo transverso direito com a escama do osso occipital e a esquerda encontrava-se livre. O forame transverso esteve ausente em ambos os lados do processo transverso, sendo que a direita fundia-se com a escama do osso occipital e a esquerda não ocorria esta fusão. Os canais do hipoglosso estavam presentes em ambos os lados, sendo maior à direita. CONCLUSÕES: Foi encontrada anatomicamente uma evidente fusão atlanto-occipital visto que não havia exposição das estruturas da base do osso occipital que estavam substituídas pelas estruturas anatômicas da primeira vértebra cervical.

DESCRITORES: Anatomia Artística, Pintura, Dança.

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OCORRÊNCIA DE CÚSPIDE INTRACORDONAL NA VALVA ATRIOVENTRICULAR ESQUERDA DO CORAÇÃO DE BOVINOS

OCORRÊNCIA DE FRATURAS EM MEMBROS INFERIORES

Oliveira LPG*, Almeida ATS, Eirado CFA, Pinto KS, Queiroz RB, Gadelha AT Faculdades Integradas Aparício Carvalho - FIMCA - Porto Velho - RO

Marçal AC, Santos VRL*, Dantas REA, Santos DM, Garcia RAP, Souza DN, Aragão JA

A valva atrioventricular esquerda é formada por cúspides parietal e septal, os músculos papilares subatrial e subauricular e as cordas tendíneas e entre outros elementos (NAV, 2005). O presente trabalho tem por objetivo indicar a ocorrência de cúspides presentes entre os ramos de cordas tendíneas observadas nos corações de bovinos. Os corações de bovinos (n=20) analisados no presente estudo estavam livres de doenças cardíacas e foram coletados de animais adultos após abate para consumo humano, em frigoríficos legalizados no município de Porto Velho - RO. O material foi fixado segundo Rodrigues (1998) e dissecado pela técnica de Queiroz et al. (2009). Verificou-se nas peças estudadas que houve a ocorrência de 40% de cúspides intracordonais em cordas originadas no músculo papilar subatrial. No músculo papilar subauricular a ocorrência foi menor, tendo sido encontrado em 25% dos corações analisados. A corda tendínea que apresentou a ocorrência relatada no presente estudo foi a corda tendínea comissural penada em todos os casos. Com o presente estudo conclui-se que a presença de cúspides intracordonais possui uma maior presença no complexo valvar esquerdo do que se supunha, vindo a auxiliar o entendimento de funcionamento do coração e assim subsidia o trabalho de cardiologia do Médico Veterinário.

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Universidade Federal de Sergipe e Universidade Tiradentes

INTRODUÇÃO: A incidência de fraturas ósseas de membro inferior causa grande impacto sobre o paciente, incluindo limitações físicas, além de causar ônus ao Serviço Público de Saúde. OBJETIVO: Determinar a ocorrência de fratura de membros inferiores entre homens e mulheres. METODOLOGIA: Foram analisados 1200 laudos de pacientes que deram entrada na urgência da Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia na cidade de Aracaju – Sergipe, no período de Junho de 2008 a Junho de 2009, e posteriormente, dividiu-os em dois grupos levando-se em consideração apenas a idade (30 – 50 anos e acima de 50 anos). RESULTADO: Dos 1200 prontuários examinados, 857 eram do sexo masculino e 343 femininos. A ocorrência de fraturas de membros inferiores foi maior no sexo masculino (p<0.05). A tíbia e a fíbula foram os ossos que sofreram mais fratura na faixa etária de 30 a 50 anos de idade (12.5/10.000 habitantes, p<0.05), seguida do fêmur (1.72/10.000 habitantes, p<0.05). No sexo feminino as fraturas de fêmur ocorreram mais frequentemente em pacientes acima dos 50 anos de idade (8.36/10.000 habitantes, p<0.05). CONCLUSÃO: A ocorrência de fraturas em membros inferiores foi maior no sexo masculino, sendo a tíbia e a fíbula os ossos mais acometidos.

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OFICINA PARA A RECUPERAÇÃO, PRESERVAÇÃO E REUTILIZAÇÃO DE ENCÉFALOS HUMANOS PARA AULAS PRÁTICAS DalPai J1, Gomes MMG1, Mendes E1, Vidsiunas AK*1 Universidade Nove de Julho, São Paulo-SP, Brasil

OCORRÊNCIA DO RAMO DIAGONAL EM TAMANDUÁ BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla) Borelli V, Vasconcelos BG*, Biasi C, Noronha PB, Melo APF

O estudo anatômico do comportamento dos vasos cardíacos, particularmente das artérias coronárias e de suas colaterais, representa ainda tema de grande interesse, na anatomia comparativa, devido ao atual progresso do diagnóstico e tratamento das cardiopatias. Assim, em especial atenção, tem sido dispensado ao ramo diagonal, que na concepção de Crainicianu (1922) representa a bissetriz do ângulo formado, pela emergência dos ramos interventricular paraconal e circunflexo. Motivados pelo tema, procuramos agora analisar a frequência e território de distribuição do ramo diagonal em 28 corações de Tamanduá Bandeira, machos ou fêmeas, de diferentes e não conhecidas idades, que foram encaminhados pela Polícia Ambiental Militar e IBAMA. Dessa forma, uma vez isolados os órgãos, injetamos as artérias coronárias separadamente, com Neoprene Látex 450, corados em vermelho, e após fixação em formol a 10% por 72 horas, procedemos a dissecação. Para a análise dos resultados consideramos a distribuição do ramo diagonal segundo três modalidades de arranjos vasculares, tipo I, II e III (Borelli Neto, 1995). Neste material, identificamos a presença do ramo diagonal em 4 órgãos, apresentado em 2 corações (7%) comportamento correspondente ao tipo I, isto é quando este vaso de pequeno calibre, encontrava-se contíguo a divisão da artéria coronária esquerda, e em outros 2 (7%) ao do tipo II, quando esse vaso percorria a face auricular do ventrículo esquerdo e atingia a margem caudal do coração. Nos outros, 24 (86%) animais, a região ocupada casualmente pelo ramo diagonal, fica na dependência de colaterais dos ramos interventricular paraconal e circunflexo esquerdo. Até o momento, não havia sido registrado nesta espécie a presença do ramo diagonal.

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O estudo prático das disciplinas de Anatomia e Neuroanatomia demanda peças cadavéricas em bom estado de preservação. Sabe-se que com o uso e o manuseio excessivos, essas peças deterioram-se e precisam ser repostas. Além disso, a captação de cadáveres em nosso país é um processo moroso, o que dificulta a sua reposição. Objetivou-se identificar encéfalos humanos danificados que estavam fora de uso das aulas práticas de Anatomia; dissecá-los; apontar suas estruturas; preservá-los no interior de caixas acrílicas e reutilizá-los. Foram selecionadas 20 peças danificadas e fora de uso, as quais foram catalogadas contendo as seguintes informações: tipo de peça (p. ex.: cérebro, cérebro com tronco encefálico, tronco encefálico com cerebelo e tronco encefálico), dimensões mensuradas (comprimento x largura x altura, em centímetros), aspecto de preservação (bom, razoável ou precário) e identificação numérica de cada peça. Foram utilizadas para neste trabalho tesouras, pinças anatômicas romba, cabos e lâminas de bisturi. Os acadêmicos envolvidos no projeto desenvolveram atividades práticas de identificação e dissecção das estruturas encefálicas. Todas peças obtidas foram fotografadas antes e após a dissecção. A realização desse trabalho foi importante para a reutilização de estruturas do sistema nervoso que se encontravam fora de uso e, sobretudo, para treinar alunos de graduação interessados em aprofundar o conhecimento em Neuroanatomia Humana e o aprendizado de neurotécnicas. PALAVRAS-CHAVE: neuroanatomia humana, peças cadavéricas, dissecção e reutilização.

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ONFALOCELE E ANOMALIAS ASSOCIADAS: APRESENTAÇÃO DE CINCO CASOS COM DISCUSSÃO DA ANATOMIA E EMBRIOLOGIA Silva VER*, Tamada H, Silva LR, Slaviero JV, Aguiar AFC, Gomes AO, Nunes VB Universidade Federal de Rondônia

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO ANTIMÉRICA DO NERVO FEMORAL EM CAPRINOS RECÉMNATOS DA RAÇA SAANEN Nascimento RM*, Estruc TM, Scherer PO, Alves-Pereira JL, Figueiredo-Abidu M Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Malformações representam a expressão da anomalia do desenvolvimento embriológico. Estudo de recémnascidos humanos malformados tem sido um grande desafio. Busca-se relações entre os fatores envolvendo hábitos maternos e genéticos com objetivo de clarear os processos envolvidos na evolução anormal do embrião. Relatamos 5 casos de onfalocele, associados a outras anomalias. O estudo constou de entrevistas com a genitora, revisão do prontuário e da literatura. Historia materna revelou 100% de mães adolescentes, sem evidencias de uso de teratogênicos e outros fatores de risco a gravidez. Predominou o sexo masculino, 3 casos. O diâmetro das onfaloceles variaram de 4cm a 14cm. As malformações cardíacas foram constatadas através de ecodoppler: comunicação interatrial, comunicação interventricular, anomalia de septação átrioventricular, dilatação cardíaca. Atresia intestinal em 2 casos, ausência da pele e musculatura da parede abdominal anterior a bexiga em 1, pés tortos congênitos em 1, malformação dos quirodáctilos em 1, diminuição da elasticidade da pele em 1. Observadas inserções lateralizadas dos músculos reto-abdominal junto as porções ósseas dos arcos costais e falta da musculatura abdominal anterior resultando em cavidade abdominal diminuída. São três as teorias prevalentes que explicam a patogenia dos defeitos da parede abdominal: bandas amnióticas, rupturas vasculares, e displasia embrionica. Harthwig et al aplica a última teoria à formação do mesoderma do anel umbilical. Esta, prove o mesoderma da parede do corpo e da parte anterior da genitália externa. A anomalia desta placa pode causar hipodesenvolvimento do meso e ectoderma abdominal. Patogenia das anomalias associadas e outras teorias são discutidas.

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O conhecimento da localização e distribuição dos principais nervos auxilia nas práticas cirúrgicas e anestésicas ao evitar a exposição desnecessária e permitir um eficaz bloqueio local. É determinante no diagnóstico clínico de paralisias ou ausência de sensibilidade, podendo apontar a localização exata da lesão. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a origem e as principais ramificações musculares dos nervos femorais em caprinos Saanen. Foram utilizados 33 caprinos recém-natos da raça Saanen, 22 machos e 11 fêmeas que, após morte natural, foram submetidos à fixação com solução de formaldeído a 10%. Nos machos, o nervo femoral se originou dos ramos ventrais do quarto e quinto nervos espinhais lombares em 8 animais, em 6 animais teve sua origem dos ramos ventrais do quinto e sexto nervos espinhais lombares, em 5 animais teve sua origem do ramo ventral do quinto nervo espinhal lombar, em 2 animais teve sua origem dos ramos ventrais do quarto, quinto e sexto nervos espinhais lombares e em 1 animal teve sua origem dos ramos ventrais do quinto e sexto nervos espinhais lombares e do ramo ventral do primeiro nervo espinhal sacral. Nas fêmeas, o nervo femoral teve sua origem dos ramos ventrais do quarto e quinto nervos espinhais lombares em 7 animais, em 3 animais teve sua origem dos ramos ventrais do quinto e sexto nervos espinhais lombares e em 1 animal teve sua origem dos ramos ventrais do quarto, quinto e sexto nervos espinhais lombares. Os nervos femorais emitiram em todos os animais, ramos variáveis para os músculos psoas maior, psoas menor, quadríceps femoral, sartórios e pectíneo. Não foram observadas diferenças significativas entre as frequências da origem e de ramos musculares dos nervos femorais em relação ao sexo e aos antímeros.

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ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DA VASCULARIZAÇÃO DO NÓ ATRIOVENTRICULAR EM SUÍNOS SEM RAÇA DEFINIDA Santos JW*, Teixeira E, Santos LA, França GLM

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO ANTIMÉRICA DO NERVO OBTURADOR EM CAPRINOS RECÉM-NATOS DA RAÇA SAANEN Nascimento RM*, Scherer PO, Alves-Pereira JL, Figueiredo-Abidu M. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro O conhecimento da localização e distribuição dos principais nervos é importante para evitar a exposição aos riscos desnecessários durante cirurgias e bloqueios anestésicos. O objetivo desta pesquisa foi caracterizar a origem e as ramificações musculares dos nervos obturadores em ambos os antímeros em caprinos recémnatos da raça Saanen. Foram usados 33 caprinos, 22 machos e 11 fêmeas que, após morte natural, foram submetidos à fixação em solução de formaldeído a 10%. Nos machos, o nervo obturador teve sua origem dos ramos ventrais do quinto e sexto nervos espinhais lombares em 13 animais, em 2 animais teve sua origem do ramo ventral do quinto nervo espinhal lombar, em 2 animais teve sua origem do ramo ventral do sexto nervo espinhal lombar, em 3 animais teve sua origem dos ramos ventrais do quarto e quinto nervos espinhais lombares, em 1 animal teve sua origem dos ramos ventrais do sexto nervo espinhal lombar e primeiro nervo espinhal sacral e em 1 animal teve sua origem dos ramos ventrais do quinto e sexto nervos espinhais lombares e primeiro nervo espinhal sacral. Nas fêmeas, o nervo obturador teve sua origem dos ramos ventrais do quinto e sexto nervos espinhais lombares em 5 animais, em 1 animal teve sua origem do ramo ventral do sexto nervo espinhal lombar, em 4 animais teve sua origem dos ramos ventrais do quarto e quinto nervos espinhais lombares e em 1 animal teve sua origem dos ramos ventrais do quarto, quinto e sexto nervos espinhais lombares. Os nervos obturadores cederam em todos os animais, ramos variáveis para os músculos adutores, pectíneos, grácis, obturadores internos e externos. Não foram observadas diferenças significativas entre as frequências da origem e de ramos musculares dos nervos obturadores em relação ao sexo e aos antímeros.

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O complexo estimulante do coração constitui-se por células musculares cardíacas e fibras de condução altamente especializadas em iniciar e propagar os estímulos elétricos. O nó atrioventricular, sendo importante componente desse complexo, é uma coleção de células diferenciadas que formam um elaborado sistema de tecido de condução. Dentre os modelos experimentais existentes, os suínos são os que mais se assemelham aos humanos quando se diz respeito às características anatômicas e funcionais. Este trabalho teve como objetivo descrever a origem e distribuição macroscópica das artérias responsáveis pela nutrição do nó AV em suínos e comparar os resultados com a literatura cardíaca humana. Para isso, foram utilizados doze corações de suínos, onde as artérias coronárias direita e esquerda foram canuladas e injetadas com solução de neoprene látex. Em seguida, os corações foram imersos em formol a 10% para serem fixados e posteriormente dissecados. Foi verificado que 100% da amostra apresentaram a irrigação do nó AV partir da artéria coronária direita, por dois ramos distintos e simultâneos. O primeiro ramo originou-se em 33,3% a partir artéria direita ventral do átrio; o segundo ramo originou-se, em 100% da amostra, da alça invertida entre o ramo circunflexo da artéria coronária direita e o ramo interventricular subsinuoso. Os resultados encontrados concordam em parte com o apresentado nos seres humanos, existindo a possibilidade de se encontrar um padrão de vascularização diferente a partir de uma amostra maior.

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ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DAS ARTÉRIAS MESENTÉRICAS CRANIAL E CAUDAL DO COELHO (Oryctolagus cuniculus) Pinto e Silva JRC*, Schimming BC, Guazzelli Filho J, Filadelpho AL Departamento de Anatomia-Instituto de Biociências-Unesp-Botucatu

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO NERVO ISQUIÁTICO EM FETOS DE SUÍNOS (Sus scrofa domesticus – LINNAEUS, 1758) DA LINHAGEN PEN AR LAN Santos LA*, Silva FOC, Lizardo FB, Cabral LG, Sousa GC, Silva DCO, Mitri FF, Rosa LA

Estudos anatômicos sobre o coelho tem sido realizados por pesquisadores, empenhados em conhecer a anatomia deste animal. Este trabalho permitiu estudar macroscópicamente as artérias mesentéricas cranial e caudal do coelho, procedendo a sistematização de sua origem e distribuição. Dissecamos 10 exemplares do departamento de Anatomia da Unesp-Botucatu, após injeção de Neoprene látex pela artéria carótida comum e fixadas com formol a 10%. Verificamos que a artéria mesentérica cranial tem origem na face ventral da aorta abdominal, caudal ao tronco celíaco. Da artéria mesentérica cranial tem origem as artérias pancreática duodenal caudal, cólica direita, jejunais e ileocecocólica. A artéria média irriga o cólon esquerdo e ceco e anastomosa-se com a artéria cólica esquerda. As artérias jejunais tem inúmeros ramos que atingem o jejuno anastomosando-se entre si. Já para artéria mesentérica caudal vimos a divisão em dois ramos, artéria retal cranial e artéria cólica esquerda. Observamos com este trabalho que há poucas diferenças anatômicas com relação aos animais domésticos e silvestres.

Universidade Federal de Uberlândia

A suinocultura mundial vem se desenvolvendo de maneira acentuada devido aos avanços no melhoramento genético que tem como objetivo a evolução na precocidade dos animais repercutindo assim, de maneira interativa na velocidade de crescimento, na vida produtiva e reprodutiva. Isso tem levado pesquisadores a investigarem, nas linhagens atuais, as variações anatômicas. Estudou-se a origem e distribuição do nervo isquiático em 31 fetos de suínos da linhagem Pen Ar Lan, sendo 22 machos e nove fêmeas, após serem fixado em solução aquosa de formaldeído a 10%. Nestes animais as vértebras lombares variaram de cinco a sete com predominância de seis, que contribuíram para variações na origem do referido nervo. O nervo isquiático originou-se em 80,64% dos antímeros do ramo ventral do quinto nervo espinhal lombar (L5); em 96,77% de (L6); em 6,45% de (L7); em 100% de (S1); e 64,51% de (S2). A composição do referido nervo ocorreu em 45,16% dos animais pela união de L5, L6, S1 e S2; em 32,25% de L6, L5 e S1; em 12,90% de L6, S1 e S2; em 6,45% de L6, L7 e S1 e 3,22% de L5, S1 e S2. Houve simétrica na origem do nervo isquiático em todos os espécimes estudados. Este nervo emitiu ramos para os músculos glúteos superficial, semitendíneo, semimembranáceo e bíceps femoral em todos os espécimes, em menor frequência, para os músculos gêmeos, quadrado femoral, adutores, aos glúteos médio, acessório e profundo. Em 74,19% da amostra, foi observado um ramo comunicante com nervo pudendo. Não foram constatadas diferenças significativas entre a frequência de ramos emitidos aos músculos de ambos os antímeros em machos e fêmeas. PALAVRAS CHAVE: Nervos espinhais, plexo lombossacral, sistema nervoso.

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ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO NERVO OBTURATÓRIO EM FETOS DE JAVALIS (Sus scrofa scrofa) Gomes ARA*, Silva FOC, Lucas AR, Tharlianne MAS Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Uberlândia

ORIGEM E NERVOS DO PLEXO BRAQUIAL DA JAGUATIRICA (Leopardus pardalis) Rosa MCB*, Guimarães GC, Peixoto JV, Cruvinel AC, Mota PS, Assis CK, Lopes GC, Alves LA Departamento de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Lavras – UFLA

O nervo obturatório é um dos mais importantes do plexo lombossacral, podendo originar do quarto ramo ventral do nervo lombar até o primeiro sacral, em todas as espécies. A lesão deste nervo pode gerar sinais de disfunção como incapacidade de adução da articulação do quadril. O membro afetado pode não sustentar efetivamente o peso, particularmente ao ser tentado o súbito movimento ou volteio. Nestes casos, há o perigo constante de séria ruptura dos músculos adutores ou de luxações coxofemorais pélvicas ou sacrais. Desta forma, a presente pesquisa visou descrever as origens, distribuição e ramificações do referido nervo em fetos de javalis fornecendo assim dados morfológicos para anatomia comparada, bem como para a clínica médica e cirúrgica de animais silvestres. Foram utilizados 19 fetos de javalis, fêmeas e machos, provenientes de doações do IBAMA e do Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres – UFU. Os animais foram fixados por meio de solução aquosa de formaldeído a 10% e submersos por 48 horas em formaldeído de mesma concentração. Logo após, foi realizado as dissecações sendo que a analise estatística foi descritiva. Os resultados permitiu afirmar que ramos ventrais de L4 a L6 contribuíram para a formação do nervo obturatório, sendo dois casos (10,52%) não foi constatado ramos ventrais de L6. Este apresentou uma variada ramificação para os músculos obturador externo (1 a 4 ramos), grácil (1 a 3), adutor (1 a 3) e pectíneo (1 a 2), em ambos antimeros. Pode-se concluir que tanto a origem como a distribuição do nervo obturatório em fetos de javalis se assemelham aos padrões já evidenciados nas raças de suínos domésticos.

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A jaguatirica pertence ao filo Chordata, classe Mammalia, ordem Carnivora e família Felidae. É encontrada nas Américas do Sul e Central e também nos Estados Unidos. Sua pelagem é pardo-amarelada na cabeça e dorso do tronco, a região ventral possui coloração branca com manchas negras dispostas em fileiras longitudinais por todo o corpo. Os estudos envolvendo a jaguatirica abordam principalmente sua ecologia visando sua preservação e conservação, sendo escassas informações sobre a sua morfologia. Objetivou-se no presente trabalho descrever a origem e os nervos que compõem o plexo-braquial da jaguatirica visando contribuir com procedimentos anestésicos e cirúrgicos a este nível. Foram utilizados dois exemplares de Leopardus pardalis, um macho e uma fêmea, que foram resgatados após atropelamento. Os animais foram fixados em solução aquosa de formaldeído a 10% e posteriormente dissecados. O plexo braquial formou-se a partir dos ramos ventrais dos nervos espinhais cervicais seis (C6), sete (C7) e oito (C8) e do ramo ventral do nervo espinhal torácico um (T1), sendo o C7 o que contribuiu com o ramo mais espesso, seguido por C8, T1 e C6. Notou-se três troncos a partir das raízes que formam o plexo braquial e a partir destes a formação dos nervos supra-escapular (cujas origens provêm de C6 ou de C6 e C7), subescapular (C7), peitoral cranial (C7), musculocutâneo (C6 e C7 ou C7), axilar (C6 ou C7), mediano (C7 ao T1 ou C7 e C8), radial (C7 ao T1 ou C7 e C8), ulnar (C8 e T1), toracodorsal (C6 e C7 ou C7), torácico lateral (C7 ou C8), torácico longo (C7) e peitoral caudal (C7 e C8 ou C8 e T1). O plexo braquial da jaguatirica apresentou características próprias, exibindo diferenças quando comparado às espécies domésticas e de outras espécies silvestres.

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ORIGEM E RAMIFICAÇÕES PRINCIPAIS DAS ARTÉRIAS MESENTÉRICAS CRANIAL E CAUDAL NO GATO (Felis catus) Estruc TM, Nascimento RM, Oliveira MC, Gomes MS, Palhano HB, Abidu-Figueiredo M O padrão de vascularização intestinal e possíveis variações são essenciais, pois o intestino pode ser acometido por diferentes patologias que requerem diagnóstico e intervenção cirúrgica rápida. O objetivo deste estudo foi descrever a origem e ramificações principais das artérias mesentérica cranial (amcr) e caudal (amcd) em gatos. Cadáveres de 32 gatos adultos tiveram o sistema arterial fixado com solução de formaldeído a 10% e preenchidos com solução de Petrolátex corado. A amcr nas fêmeas emergiu ao nível da 2ª vértebra lombar em 9 animais, entre 2a e 3a lombares em 3, ao nível da 3a lombar em 1 e entre a 3a e 4a vértebras lombares em 1 animal. A amcr nos machos emergiu ao nível da 1ª vértebra lombar em 1 animal, entre a 1ª e 2ª lombares em 3, ao nível da 2ª lombar em 6, entre 2ª e 3ª lombares em 5, ao nível da 3ª lombar em 2 e entre 3ª e 4ª vértebras lombares em 1 animal. A amcr originou as artérias pancreática duodenal caudal, cólica média e direita, jejunais, ileocecocólica, ileocólica e cecocólica. A amcd nas fêmeas se originou entre a 5a e 6a vértebras lombares em 2 animais, ao nível da 6a lombar em 7 , entre 6ª e 7ª lombares em 3 e ao nível da 7ª vértebra lombar em 1 animal. A amcd nos machos originou-se ao nível da 5 ª vértebra lombar em 2 animais, entre a 5a e 6a lombares em 3, ao nível da 6a lombar em 8, entre 6ª e 7ª vértebras lombares em 2 e entre 7ª vértebra lombar e 1a vértebra sacral em 1 animal. A amcd deu origem as artérias retal cranial e cólica esquerda. Não foi observada relação entre o comprimento da amcr e amcd em função do comprimento rostro-sacral. A origem da amcr e amcd independe do sexo.

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ORIGENS E DISTRIBUIÇÕES DAS ARTÉRIAS MESENTÉRICAS CRANIAL E CAUDAL EM FETOS DE JAVALIS (Sus scrofa scrofa) Gomes ARA*, Silva FOC, Tharlianne MAS, Lucas AR Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Uberlândia

A origem do javali (Sus scrofa scrofa) remota a milênios, sendo este o ancestral do porco doméstico o qual resultou através de cruzamentos no suíno domestico moderno. Comparada à carne do bovino, a do javali apresenta 85% menos calorias, 31% mais proteínas, 15% mais minerais, cinco vezes menos gorduras e um índice de colesterol tangendo a zero, o que é um chamativo para o cruzamento entre este e espécies domésticas. Esta pesquisa teve como objetivo estudar as origens e distribuições das artérias mesentéricas cranial e caudal em javalis, tento em vista subsidiar tanto o estudo anatômico comparativo como incremento em índices zootécnicos. Foram utilizados 21 fetos de javalis, fêmeas e machos, os quais foram injetados, através da aorta abdominal, solução de Neoprene Látex “450”, e fixados em solução de formol a 10%. Foi evidenciado o comportamento anatômico destas. A análise dos resultados permitiu afirmar que a artéria mesentérica cranial originou-se da aorta abdominal, caudalmente à artéria celíaca, emitiu inicialmente ramos adrenais direito (50%) e esquerdo (43%) e pancreáticos (71,4%). Houve variação do número de ramos das artérias pancreáticoduodenal caudal (3 a 5), jejunais (5 a 10), cólicas média (3 a 7) e direita (5 a 9) e ileocecocólica (1 a 3 anastomoses). A artéria mesentérica caudal surgiu da aorta abdominal de seu terço caudal e emitiu as artérias cólica esquerda e retal cranial. Verificaram-se anastomoses entre artérias jejunais, cólica esquerda e retal cranial; cólica esquerda e média. As informações da literatura referentes à distribuição dos ramos oriundos das artérias mesentéricas cranial e caudal em suínos domésticos mostraram-se semelhantes às encontradas neste trabalho.

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ORIGENS E DISTRIBUIÇÕES DOS NERVOS FEMORAIS EM FETOS DE SUÍNOS (Sus scrofa domesticus – LINNEAUS, 1758) DA LINHAGEM PEN AR LAN Rosa, LA*, Silva, DCO, Santos, LA, Pereira, ML, Silva, Z, Ferreira, CH, Silva, FOC Universidade Federal de Uberlândia – UFU Os suínos, animais historicamente domesticados pelas populações humanas, representam uma importante espécie do sistema produtivo na cadeia de agronegócios. Nesse contexto, os suínos da linhagem Pen Ar Lan, resultado do cruzamento do varrão P76 e a fêmea Naïma, são referidos na suinocultura, por não apresentarem o gene Halotano (ou gene do estresse) e o gene RN-, responsável pela carne ácida. O conhecimento da anatomia dessa espécie, especialmente de estruturas nervosas, torna-se importante para o tratamento de possíveis lesões, principalmente por ser um nervo que se destina a um segmento anatômico de considerável importância, como o membro pélvico. Assim, objetivou-se estudar em 30 fetos de suínos da linhagem Pen Ar Lan as origens e distribuições dos nervos femorais. Estes compõem o acervo de pesquisa do laboratório animal da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), onde se encontram fixados em solução aquosa de formaldeído a 10%. A dissecação dos nervos femorais seguiram os procedimentos usuais em anatomia. Houve uma variação no número de vértebras lombares nestes animais, que foram de cinco a sete, com predominância de seis. Os nervos femorais originaram-se em 6,66% dos antímeros do ramo ventral do terceiro nervo espinhal lombar (L3); em 56,66% do quarto (L4); em 100% do quinto (L5), em 90,00% do sexto (L6) e em 6,66% do sétimo (L7). Os referidos nervos apresentaram simetria em 86,66% dos antímeros e enviaram ramos para os músculos psoas maior em 85,00% dos casos, o pectíneo em 96,66% e para os vastos medial, lateral, intermédio e reto femoral em 100% dos antímeros. Em todos os espécimes o nervo femoral emitiu o nervo safeno que enviou ramos para o músculo sartório em 100% dos antímeros. PALAVRAS-CHAVE: Nervo femoral, Anatomia, plexo lombossacral, suidae

ORIGENS, DISTRIBUIÇÕES E RAMIFICAÇÕES DOS NERVOS FEMORAIS NO TAMANDUÁ BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla LINNAEUS, 1758) Souza TAM*¹, Silva FOC¹, Ribeiro LA¹, Ribeiro PRQ¹, Rosa LA¹, Iglesias LP², Carvalho-Barros RA³ e Silva Z³. ¹ Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia. ² Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo. ³ Faculdade de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão.

O Tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla) possui adaptações na forma de se alimentar que afetam o comportamento, as taxas metabólicas e as funções locomotoras. O estudo dos nervos constituintes do plexo lombossacral é considerado de extrema importância, uma vez que está relacionado aos aspectos evolutivos de postura e locomoção dos animais. Considerando que o nervo femoral é o maior nervo originado da parte cranial do plexo lombossacral, objetiva-se descrever as origens, distribuições e ramificações dos nervos femorais no M. tridactyla, comparando com os aspectos anatômicos descritos de animais domésticos e silvestres, estabelecendo correlações de similaridades morfológicas e fornecendo subsídios para as áreas afins. Utilizando três espécimes, preparados através da injeção de solução aquosa de formaldeído a 10% na artéria femoral para a conservação e posterior dissecação, as origens dos nervos femorais nos antímeros direito e esquerdo, ocorrem dos ramos ventrais dos nervos espinhais lombares um, dois e três. As distribuições e ramificações fornecem ramos para os músculos psoas maior e menor, ilíacos lateral e medial, pectíneo, adutor magno, sartório e quadríceps femoral. As origens anatômicas dos referidos nervos no M. tridactyla demonstram uma variação devido à diferença no número de vértebras lombares (L1, L2 e L3). Entretanto, apesar do número inusitado de vértebras lombares, uma similaridade morfológica parcial é mantida quanto às distribuições e ramificações dos nervos femorais, quando comparados aos animais domésticos (equinos, ruminantes e carnívoros) e silvestres (lobo-marinho Arctocephalus australis, mocó Keredon rupestris e porco-espinho Hystrix cristata) considerados neste estudo. PALAVRAS CHAVE: Inervação, ordem Pilosa, vértebras lombares

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ORIGENS, DISTRIBUIÇÕES E RAMIFICAÇÕES DOS NERVOS OBTURATÓRIOS NO TAMANDUÁ BANDEIRA

ORIGENS, DISTRIBUIÇÕES E RAMIFICAÇÕES DOS NERVOS ISQUIÁTICOS DO TAMANDUÁ BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758) Ribeiro LA*¹, Silva FOC¹, Souza TAM¹, Ribeiro PRQ¹, Santos LA², Silva DCO², Carvalho-Barros RA³ e Silva Z³. ¹ Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia; ² Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia; ³ Faculdade de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão

(Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758) Souza TAM*¹, Silva FOC¹, Ribeiro LA¹, Ribeiro PRQ¹, Gomes ARA¹, Santos LA², Carvalho-Barros RA³ e Silva Z³ ¹ Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia;

O Tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é um dos integrantes da superordem Xenarthra, representante da Ordem Pilosa e pertencente à Família Myrmecophagidae. Sabendo que o nervo isquiático é um dos constituintes do plexo lombossacral e considerado o maior nervo do corpo dos mamíferos, objetivouse descrever as origens, distribuições e ramificações dos nervos isquiáticos no Tamanduá bandeira, disponibilizando assim dados anatômicos que possam elucidar não só os aspectos evolutivos como também fornecer informações importantes para áreas afins. Foram utilizados três espécimes de M. tridactyla preparadas através da perfusão de formaldeído 10% via artéria femoral, para conservação e posterior dissecação. As origens dos nervos isquiáticos direito e esquerdo no Tamanduá bandeira, foram provenientes dos ramos ventrais dos nervos espinhais lombares três e sacrais um, dois e três, sendo simétricos em todos os animais estudados. As distribuições e ramificações ocorreram nos músculos glúteos superficial, médio e profundo; gêmeo; tensor da fáscia lata; abdutor crural caudal; bíceps femoral; semitendíneo; semimembranáceos cranial e caudal. Nota-se que houve uma migração caudal na localização deste nervo nos animais mais recentes na escala evolutiva, devido a uma reconfiguração do plexo lombossacral decorrente do aumento no número de vértebras lombares, e que não há uma homologia total quanto à inervação dos músculos, sendo mantida filogeneticamente nos diferentes grupos de animais considerados neste trabalho. PALAVRAS CHAVE: Evolução, inervação, Myrmecophagidae, ordem Pilosa

² Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia; ³ Faculdade de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão

O Tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla), maior representante da família Myrmecophagidae, possui adaptações na forma de se alimentar que afetam não só as estruturas de mastigação e digestórias, como também o comportamento, as taxas metabólicas e as funções locomotoras. O estudo dos nervos do plexo lombossacral é considerado de extrema importância, uma vez que está relacionado aos aspectos evolutivos de postura e locomoção dos animais. Considerando-se que o nervo obturatório é um dos nervos constituintes do plexo lombossacral, objetiva-se descrever as origens, distribuições e ramificações dos referidos nervos no Tamanduá bandeira, fornecendo subsídios às áreas afins. Utilizando três espécimes, preparados através da injeção de solução aquosa de formaldeído a 10% na artéria femoral para a conservação e posterior dissecação, as origens dos nervos obturatórios nos antímeros direito e esquerdo são provenientes dos ramos ventrais dos nervos espinhais lombares dois e três. As distribuições e as ramificações ocorrem nos músculos adutores magno, longo e curto, grácil e quadrado femoral. PALAVRAS CHAVE: Inervação, Myrmecophagidae, vértebras lombares

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OS ISQUIOCRURAIS E A FLEXIBILIDADE DA ARTICULAÇÃO DO QUADRIL Oliveira AGF*, Reis AM, Rezende HEP, Lopardi SZD, Porto FR, Gomes MIB Faculdade SUPREMA O encurtamento dos isquiocrurais pode acarretar problemas posturais significativos, afetar a marcha e causar dores musculares ou articulares nos membros inferiores. Objetivando conhecer melhor acerca da flexibilidade deste grupo muscular uma amostra de 21 indivíduos de ambos os sexos (8 homens) com idade média de 27,8 ± 9,2 anos, foi avaliada por meio do teste dedos ao chão. Os indivíduos foram solicitados a manter os joelhos completamente estendidos e, à partir desta postura, flexionarem o tronco em direção ao chão com os braços e a cabeça relaxados. No momento final da flexão foram registradas fotografias a 2,5m à partir da região lateral do pé direito do indivíduo. Serviu como parâmetro de base o ângulo formado pelas referências anatômicas trocânter maior do fêmur e espinha ilíaca ântero-superior do quadril, devidamente demarcadas com marcadores cutâneos para orientar as medidas nas imagens analisadas por computador. Para formar o ângulo foram traçadas duas linhas, uma entre os pontos demarcados e outra paralela ao solo passando sobre o ponto do trocânter maior do fêmur. Os homens apresentaram 36,9 ± 10,7 graus de flexão contra 35,7 ± 10,4 das mulheres, e este resultado se mostrou estatisticamente diferente (p=0,0175) apenas com relação à idade, com indivíduos acima dos 30 anos apresentando 27,0 ± 8,21 contra 39,1 ± 9,2 até os 30 anos. A diferença por faixa etária corrobora os achados da literatura que descrevem perda de flexibilidade ao envelhecimento, porém as diferenças entre os sexos não foram observadas, possivelmente pela amostra reduzida, por falha no controle da movimentação das articulações do joelho e tornozelo ou até mesmo pela grande variabilidade arquitetônica deste grupo muscular.

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OS PÉS DE PORTINARI: UMA ANATOMIA METAFÓRICA Gomes MIB, Capanema KG*, Rodrigues RMC, Chaves GM, Souza MM, Pereira VP, Melo TE, Netto HOC Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – SUPREMA Cândido Portinari nasceu em Brodoswski (SP) em 1903. Filho de imigrantes italianos foi criado numa fazenda de café. Essa vivência de infância marcou profundamente a sua produção artística. Para expressar o sofrimento dos personagens do mundo rural que são retratados nas obras “Lavrador de café” (1934) e “Café” (1934), o artista pintou os trabalhadores com mãos ossudas e os pés abrutalhados, numa alusão ao contato que eles têm com a terra. Objetivou-se com o presente estudo analisar anatomicamente os pés retratados nas obras citadas de Portinari, comparando-os com pés dissecados. Realizada revisão da literatura crítica nas bases de dados MEDLINE e SciELO e consulta em livros-textos que abordam as obras de Portinari. O artista retratou os pés dos trabalhadores das fazendas de cafés com certo expressionismo, sendo os mesmos disformes, semelhantes a “mapas”, com montes e vales, vincos como rio. Aparentemente sofridos, os pés se confundiam sobre a terra. Os pés e a terra tinham a mesma moldagem variada. Agarrados ao solo eram como alicerces, muitas vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente. Pés cheios de nós que expressavam alguma coisa de força, terríveis e pacientes. Pés que inspiravam piedade e respeito. Ao comparar-se com pés dissecados, esta intenção simbólica se tornou evidente. Conclui-se assim, que o artista produziu uma obra metafórica, cuja finalidade foi apontar o difícil trabalho nas lavouras de café através da estetização corporal fixada nos pés dos trabalhadores. A obra se mostra ainda com uma extensão universal, uma vez que estabelece uma continuidade crítica entre passado e presente, tendo como elemento comum a apresentação da atividade produtiva como alienação.

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Universidade federal de Sergipe e Universidade Tiradentes

PACIENTE INFANTIL COM AGENESIA DE INCISIVOS CENTRAIS INFERIORES PERMANENTES: RELATO DE CASO Vanderley ARQ*, Ximenes RCC, Melo MG, Lima RCA, Andrade MES, Barros JFS, Almeida WM, Silva PMF Universidade Federal de Pernambuco – CAV

INTRODUÇÃO: A ossificação do ligamento interclinóide é um achado anatômico raro, que pela sua proximidade com importantes estruturas neurovasculares pode produzir complicações graves. Sua presença aumenta o risco nos procedimentos cirúrgicos de aneurismas de carótida intracraniana e nos tumores desta região. OBJETIVO: Relatar a ocorrência da ossificação do ligamento interclinóide. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo anatômico, observacional, em dois crânios secos de humanos, sendo um do sexo masculino, idade de 38 anos e outro feminino de 45 anos, todos pertencentes ao Laboratório de Anatomia da Universidade Tiradentes. Os achados foram documentados através de fotografias obtidas por uma câmera digital (SONY DSLR-A100K) e a morfometria do ligamento interclinóide foi realizada com um paquímetro digital Vonder. RESULTADOS: Na base superior de dois crânios secos foi encontrada a ossificação de ligamento interclinóide. Em um deles a ossificação ocorreu de forma bilateral e completa, enquanto no outro a ossificação interclinóide se fez completa somente no lado direito e incompleta à esquerda. A média do comprimento, largura e espessura das ossificações foram respectivamente de 4,72 mm, 2,14 mm e 1,99 mm. CONCLUSÃO: O conhecimento detalhado acerca da ossificação do ligamento interclinóide, pode aumentar o sucesso na avaliação diagnóstica, bem como na abordagem cirúrgica de estruturas circunvizinhas à sela túrcica.

Hipodontia é a anomalia mais comum da dentição humana. Essa patologia é caracterizada pela falta de um até seis dentes, excluindo os terceiros molares. É diagnosticada quando um dente não está na cavidade oral e nem é visível em radiografias. Acontece mais em dentições permanentes, mas não se exclui as decíduas. A origem da doença está ligada a fatores ambientais, genéticos ou associada a síndromes. As prevalências, sem contar com os terceiros molares, são: incisivos laterais e os segundos pré-molares. A não erupção de incisivos centrais é estimada como caso raro. A doença pode levar a distúrbios psicológicos quando causa alterações estéticas por exemplo. Objetiva-se relatar um caso de hipodontia nos incisivos centrais inferiores, em uma criança. A paciente do sexo feminino, com sete anos de idade, esteve na clínica escola de Odontopediatria da UFPE, acompanhada da mãe. A queixa foi de um atraso da esfoliação de incisivos decíduos. No exame clínico observou dentição mista, todos os elementos rígidos e boa higiene. Radiografias revelaram a presença dos incisivos laterais permanentes esquerdos, em processo de erupção normal. A radiografia panorâmica confirmou a ausência do germe dos incisivos centrais inferiores e a presença dos demais dentes permanentes. A paciente foi encaminhada para o ortodontista. Em análise, optou-se por acompanhar a criança e intervir futuramente. As alterações de desenvolvimento dos dentes são relevantes ao cirurgião-dentista, pois podem exigir mudanças no plano do tratamento ou indicar problemas que não seriam diagnosticados normalmente. Nos casos de ausência congênita de dentes permanentes, é primordial a atuação de um corpo multidisciplinar no planejamento e tratamento dos indivíduos afetados.

OSSIFICAÇÃO DE LIGAMENTOS INTERCLINÓIDES E SUA IMPORTÂNCIA CLÍNICA. Fontes LM*, Aragão, JMR, Reis FP, Júnior EA, Silva JB, Santos AV, Aragão JA

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PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO DAS VEIAS SUPERFICIAIS DA FOSSA CUBITAL EM BRASILEIROS Cardoso J1; Galois C1; Cunha M1; Cabral C1; Babinski MA2; Paula RC2 1 Laboratório de Anatomia / UNIABEU; 2 Departamento de Morfologia / UFF

PADRONIZAÇÃO DA MEDIDA PARA A SECÇÃO DA REGIÃO MENOS DENSA DO LIGAMENTO APICAL DORSAL DO PÊNIS BOVINO Welser BN, Vandesteen JrCA, Calache SS, Martinez LMS, Scorza WRD*, Passos NC, Scherer PO UFRRJ

As disposições das veias superficiais da região cubital vêm sido estudada por diversos autores, demonstrando padrões de anastomose diferentes, destacando entre estes as diferenças antropológicas como fator especial. As veias superficiais da fossa cubital demonstram um padrão de anastomose em forma de “M” e “V” principalmente. Indivíduos sem histórico familiar de doença cardiovascular e normotensos foram analisados visualmente, após compressão cutânea da porção médio-proximal do braço, em seus padrões de anastomose da fossa cubital. As observações visuais foram catalogadas a partir de imagens fotográficas e distribuídas em três grupos: grupo “M” venoso (onde a veia intermédia do antebraço se divide em dois ramos, um basílico e outro cubital), um grupo “V” venoso (onde a veia intermédia do cotovelo termina em uma veia comunicante do cotovelo, que une a cefálica à basílica) e um padrão “indefinido” (onde não era possível visualizar o tipo de comunicação de forma clara). Foram observados 75 membros superiores masculinos e 19 femininos. O padrão “M” apresentou-se em 20 casos unilateralmente e 18 bilateralmente no sexo masculino, enquanto no sexo feminino 4 unilateralmente e 1 bilateralmente. O padrão “V” demonstrouse com 23 casos unilateral e 19 bilateral, enquanto o feminino 6 casos unilateral e 7 bilateral. Os demais casos foram categorizados como padrão “indefinido”. O acesso às veias superficiais da fossa cubital é bastante frequente, sendo estas um ponto utilizado para punção venosa, assim como outros procedimentos clínicos e cirúrgicos. PALAVRAS-CHAVE: veias basílica, veia cefálica, fossa cubital

A inseminação artificial é a biotécnica mais utilizada na pecuária bovina, porém as falhas na detecção de cio ainda representam seu fator limitante. Para minimizá-las utiliza-se a rufiação com machos (MIES FILHO, 1982). Diferentes técnicas cirúrgicas são empregadas na obtenção de rufiões, sendo priorizadas as que aliam eficiência, baixa complexidade e custo. Como na Técnica de Secção do Ligamento Apical Dorsal do Pênis (TSLADP). Foram coletadas aleatoriamente 30 peças de pênis bovino, entre 12 a 28 meses, em dois matadouros: Campo Grande-MS e Barra Mansa-RJ. Realizaram-se dissecções das peças, expondo o ligamento apical dorsal do pênis (LADP) em sua porção menos densa, com o auxilio de um paquímetro, mediu-se as distâncias da região proximal da glande à rafe do prepúcio e da rafe do prepúcio ao ponto de menor densidade do LADP, considerado o ponto ideal para a TSLADP, foi então aplicada correlação de Pearson (VIEIRA, 1991). Após empregadas as medidas das distâncias propostas, foi constatado que as distâncias referentes à porção proximal da glande até a rafe do prepúcio se mostraram exatamente iguais às distâncias entre a rafe do prepúcio e o local de menor densidade, corroborado ainda pelo cálculo de coeficiente de correlação. Estes resultados demonstram uma variação considerável entre os diferentes tamanhos, raças e idade dos animais, o que sugere ter diferença no local de incisão e extirpação do LADP. As medidas obtidas demonstraram exatamente o local de inserção do LADP. Neste estudo pode-se concluir que há correlação positiva entre a distância da região proximal da glande à rafe do prepúcio, e da rafe do prepúcio ao local de menor densidade do LADP. Obtém-se assim um local padronizado, ideal para a incisão cirúrgica e secção deste.

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PAPEL DO SITE DO MUSEU DE CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS DA UFRN NA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA Fonseca EP*, Dantas LA, Silva NB, Moura CEB, Nascimento RSS, Costa SAGL Universidade Federal do Rio Grande do Norte

PARÂMETROS ECOCARDIOGRÁFICOS DE PACIENTES COM DEFICIÊNCIA ISOLADA DE GH DA CIDADE DE ITABAIANINHA/SE Rodrigues TMA*, Leao SC, Rocha HMN, Teles ORLL,

O Museu de Ciências Morfológicas da UFRN abrange os grandes temas da morfologia, sob uma abordagem didático-pedagógica, atuando na área de popularização da ciência e tecnologia. Nesse sentido, recebe visitas de instituições de ensino, além da população em geral. Aliado a este serviço, o Museu dispõe ainda de um site, atuando assim como um instrumento para divulgar conhecimentos que ajudem ao desenvolvimento de atividades escolares de forma dinâmica. Diante disso, o objetivo deste trabalho é avaliar a utilização deste site, através de análises de variáveis como: a média de visitas ao site, o tempo médio de permanência na página virtual e quais são as palavras-chave mais utilizadas na ferramenta de busca ao site do museu. Para o desenvolvimento do trabalho, foram analisados relatórios feitos a cada 6 dias, no período de 18 de abril de 2011 a 03 de junho de 2012, onde constavam dados referentes aos acessos ao site do Museu de Ciências Morfológicas da UFRN (www.mcm.cb.ufrn.br). Verificou-se que houve uma média de 57visitas a cada intervalo de 6 dias. Em relação ao tempo de permanência no site, a média encontrada foi de 00:02:59, tempo este considerado pouco para se explorar assuntos voltados a parte didática. No que diz respeito às palavras chaves mais utilizadas, estas estavam relacionadas a área de embriologia humana e animal, destacando-se com aproximadamente 35% do total, o que leva a verificarmos o interesse dos visitantes ao tema. Ao término das análises concluiu-se que tecnologias voltadas para o ensino não formal levam informação e conhecimento quando adequadamente utilizadas, sendo, portanto uma ótima forma didática de expandir temas voltados à anatomia, nesse caso principalmente a embriologia, área mais requisitada na análise.

Souza WB, Andrade MS, Lima WFS, Santos NN Grupo de Anatomia Molecular (DMO/UFS), São Cristóvão/SE

Na cidade de Itabaianinha/SE, existe um grupo composto de 105 indivíduos afetados com deficiência isolada de hormônio do crescimento (GH), constituindo assim a maior coorte de pacientes descritos com esse distúrbio da produção de GH. O objetivo deste trabalho foi de analisar parâmetros ecocardiográficos de pacientes com deficiência isolada de GH oriundos da cidade de Itabaianinha/SE, comparando-os com grupo controle. Para isto, foi realizado um estudo descritivo transversal prospectivo com 15 indivíduos portadores de deficiência de GH durante o mês de novembro de 2011. Foram coletadas informações referentes a diâmetro de aorta (Ao), de átrio esquerdo (AE), diâmetros diastólico (DDVE) e sistólico (DSVE) final de ventrículo esquerdo, espessura final do septo (EFS) e parede posterior de ventrículo esquerdo (PPVE). Dez controles foram utilizados para a comparação de resultados. A análise estatística foi realizada através de medidas de tendência central e variância. Em relação aos resultados, no grupo de portadores da deficiência, a média de Ao foi de 25,4 ± 1,91mm; do AE foi de 32,13±4,74mm; do DDVE foi de 40,86±5,06mm; do DSVE foi de 21,50±2,82mm; da EFS foi de 6,8±1,37mm e do PPVE foi de 7±0,87mm. No grupo dos controles, a média de Ao foi de 29,1±2,92mm; do AE foi de 34,1±3,78mm; do DDVE foi de 47,8±5,55mm; do DSVE foi de 26,6±3,37mm; da EFS foi de 8,2±1,13mm e do PPVE foi de 7,8±1,39mm. Diferenças estatisticamente significantes entre os grupos não foram encontradas. Conclui-se, portanto, que a deficiência de GH não leva a mudanças significativas nos parâmetros ecocardiográficos. Porém novos estudos devem ser feitos, com amostras maiores, para ratificar (ou não) os resultados.

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PARTICIPAÇÃO DA ARTÉRIA CARÓTIDA NA VASCULARIZAÇÃO ENCEFÁLICA DE CUTIAS (Dasyprocta aguti Linnaeus, 1766)

Figueredo WTX*, Silva RSB, Filho Rolim JRM, Oliveira GB, Oliveira REM, Silva ACBN, Rodrigues MN, Oliveira MF. Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

A cutia é uma espécie de roedor pertencente à ordem Rodentia que se distribui por toda América Latina. Com o intuito de descrever a participação das artérias carótidas na irrigação sanguínea do encéfalo de cutias, foram utilizados 10 animais provenientes do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres (CEMAS-UFERSA). Foi realizada uma incisão na cavidade torácica para injeção de látex neoprene com corante específico e posterior abertura de uma janela na abóbada craniana. Os encéfalos foram extraídos do crânio para que se pudesse analisar a sua superfície ventral, sendo fixados em solução de formol 10%. O sistema carótico é responsável, na cutia, pela vascularização do cérebro anterior em quase sua totalidade. As carótidas cerebrais são vasos de calibre relativamente espesso e perfazem um trajeto sinuoso pelo seio cavernoso até atingir a dura-máter, penetrando-a e deixando o seio, próximo ao quiasma óptico. Ao atingir a superfície ventral do cérebro, a carótida cerebral divide-se em um ramo comunicante rostral e outro ramo comunicante caudal. Estes ramos correm por ambos os lados da hipófise, nas direções rostral e caudal, objetivando unirem-se aos correspondentes do lado oposto, constituindo o círculo arterioso cerebral. PALAVRAS-CHAVE: Cutia, Sistema Carótico, Artéria, Cérebro.

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PARTICIPAÇÃO DOS NERVOS INTERCOSTAIS NA INERVAÇÃO DO DIAFRAGMA DE COBAIAS (Cavia porcellus LINNEAUS, 1758) Lopes IBL*, Silva RS, Matos WCG, Bandeira CGC, Constantino AC, Souza VP, Silva AEVN, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) INTRODUÇÃO: Por tratar-se de uma espécie amplamente utilizada para fins experimentais e também na condição de animal de companhia, é de suma importância o conhecimento anatômico amplo de cobaias. OBJETIVOS: Verificar a existência de inervação colateral do diafragma a partir de nervos intercostais. METODOLOGIA: Para a realização do presente trabalho serão utilizados 30 animais (Cavia porcellus, LINNAEUS, 1758), dentre machos e fêmeas, adultos de diferentes idades. Entretanto, até o momento, foram utilizados somente 05 machos e 09 fêmeas. Após a ortotanásia, foi procedida a toracotomia sobre as articulações costo-condrais. Posteriormente, cada nervo intercostal foi dissecado, conservando suas ramificações, enfatizando as que seguiam em direção ao diafragma, sendo devidamente fotografados, tabulando-se as análises. RESULTADOS: Após a dissecação dos nervos intercostais em todo o seu trajeto, com relação ao antímero direito, foi possível verificar que o 6º nervo intercostal participava da inervação do diafragma em 57,14%; o 7º, em 78,57%; o 8º inervava-o em 92,85%; o 9º e o 10º, em 100%; o 11º, em 57,14%; e o 12º, em 28,57% dos casos. Já, com relação ao antímero esquerdo, o 6º nervo intercostal inervava o músculo diafragmático em 28,57%; o 7º, em 71,42%; o 8º inervava-o em 85,71%; o 9º, em 85,71%; o 10º participava em 85,71%; o 11º, em 57,14%; e o 12º, em 21,42%. Não houve diferenças significativas entre machos e fêmeas, exceto pelo fato do 12º nervo intercostal inervar o diafragma em 33,33% das fêmeas. CONCLUSÃO: Após o termino deste estudo, descrevendo a participação dos nervos intercostais na inervação do diafragma, será necessário verificar se o componente dos nervos intercostais de cobaias é motor, sensitivo ou misto.

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PARTICIPAÇÃO DOS NERVOS INTERCOSTAIS NA INERVAÇÃO DO DIAFRAGMA DE FETOS DE OVINOS SEM RAÇA DEFINIDA (Ovis aries LINNAEUS, 1758) Lopes IBL*, Bandeira CGC, Constantino AC, Souza VP, Silva RS, Ferreira BWSS, Silva AEVN, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)

PELE: ÓRGÃO SISTÊMICO PASSÍVEL DE ALTERAÇÕES DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL Vasconcelos CVB*, Baptista VIA, Guimarães KB, Silva AFM Universidade Federal de Campina Grande

INTRODUÇÃO: Em cada sulco costal percorrem estruturas vásculo-nervosas que, por estarem entre as costelas, são denominadas intercostais e são responsáveis por prover as necessidades dos músculos intercostais, podendo, entretanto, colaborar no suprimento de estruturas sintópicas, como o diafragma. OBJETIVO: Verificar a existência de inervação colateral do diafragma a partir de nervos intercostais. METODOLOGIA: Para a realização do presente trabalho serão utilizados 30 fetos de ovinos (Ovis aries LINNAEUS, 1758), dentre machos e fêmeas, sem raça definida, em diferentes estágios de desenvolvimento. Todavia, até o momento, foram utilizados 03 machos e 06 fêmeas. Os animais foram formolizados e submersos em solução aquosa de formaldeído a 20% por período superior a 72 horas. Após esse período, foi procedida a toracotomia através das articulações costo-condrais. Posteriormente, cada nervo intercostal foi dissecado em todo o seu trajeto, conservando suas ramificações, enfatizando as que seguiam em direção ao diafragma, sendo devidamente fotografados e tabulando-se os resultados. RESULTADOS: Com relação ao antímero direito, foi possível verificar que o 6º nervo intercostal participava da inervação do diafragma em 11,11%; do 7º ao 12º inervava-o em 100%; e o 13º, em 66,66% dos casos. Já, com relação ao antímero esquerdo, o 5º nervo intercostal inervava o músculo diafragmático em 11,11%; do 7º ao 12º inerva-o em 100%; e o 13º participa na inervação em 66,66% dos casos. CONCLUSÃO: Após o complemento deste estudo, descrevendo a participação dos nervos intercostais na inervação do diafragma de fetos de ovinos, será necessário verificar se o componente dos nervos intercostais é motor, sensitivo ou misto.

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A maior susceptibilidade das gestantes a alterações tegumentares, as implicações físicas e psicossociais que essas alterações provocam na vida dessas mulheres, a pouca difusão das medidas preventivas e custo elevado dos tratamentos estéticos, levaram ao desenvolvimento desta pesquisa. Sendo assim, objetivou-se analisar as alterações tegumentares de maior ocorrência em gestantes de uma Unidade Básica de Saúde no município de Campina Grande-PB. A pesquisa foi de tipo transversal, com abordagem quantitativa. O instrumento de coleta de dados foi um questionário que investigou a faixa etária, as alterações tegumentares existentes e sua relação com a raça e número de gestações, sendo as respostas posteriormente submetidas à análise descritivo-exploratória e avaliações estatísticas descritivas (frequência e porcentagem). A média de faixa etária das participantes foi de 26,3 anos. Todas as grávidas pesquisadas (100%) referiram sofrer algum tipo de alteração tegumentar, sendo estrias (70%) e melasma (50%) as mais citadas. As pacientes de raça branca foram as mais acometidas: 100% relataram presença de estrias e 75% de melasma. Há maior prevalência de alterações em multigestas, principalmente o fibroedemagelóide (100%), melasma (90%), estrias (85,7%) e varizes (80%). O resultado que demonstrou ser comum é a ocorrência de alterações tegumentares durante o período gravídico e que estas acometem mulheres jovens. Assim, o estudo cria margem para desenvolver intervenções que difundam os métodos preventivos, pois embora não totalmente eficazes, reduzem a gravidade das alterações contribuindo também para repensar uma maior acessibilidade aos tratamentos existentes e o desenvolvimento de novos métodos com baixo custo. PALAVRAS-CHAVE: pele, gestantes, alterações dermatológicas.

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PERFIL DO ACERVO CADAVÉRICO DO DEPARTAMENTO DE ANATOMIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DE 1991 À 2011 Melo TNT*, Elias LS, Neves EM

PERDAS AUDITIVAS BILATERAIS ASSIMÉTRICAS OU UNILATERAIS E ASSIMETRIA DE FACE COM POSSÍVEIS ALTERAÇÕES DE CABEÇA E PESCOÇO

UFPE - UFRPE

Alves RP, Nampo RLH, Judai MA

As definições de deficiência auditiva variam de modo amplo na literatura e dependem em grande extensão das suposições teóricas sobre a natureza das perdas auditivas. A etiologia da perda auditiva pode ser pré, peri ou pós natal. Pessoas com perdas auditivas unilaterais ou bilaterais assimétricas apresentam o hábito de aproximar-se da fonte sonora com a orelha normal ou melhor. Seria pertinente inferir que esse ato motor realizado repetidamente durante anos, poderia influenciar significativamente na simetria facial desses indivíduos? Com relação à anatomia facial, ainda não foi descrita uma face que tivesse um perfeito equilíbrio anatômico e geométrico, embora geralmente exista um equilíbrio funcional. Em decorrência desse questionamento o presente estudo tem como objetivo verificar a existência ou não de relação entre perdas auditivas, bilaterais assimétricas ou unilaterais, com assimetria significativa da face associada ou não com alterações posturais de cabeça e pescoço em sujeitos adultos. Foram avaliados 11 sujeitos com alterações auditivas e 21 sujeitos sem alterações auditivas. Para as avaliações, foram utilizados os seguintes instrumentos: paquímetro, para medir os terços da face, e um software, que mede ângulos e distâncias de alguns pontos da cabeça e do pescoço por intermédio de imagens fotográficas. Os resultados obtidos revelaram que os sujeitos pesquisados com deficiência auditiva apresentam uma diminuição significativa do ângulo entre acrômio – C7 – lóbulo, no plano posterior, provavelmente devido aos movimentos de inclinação e rotação lateral de cabeça e pescoço para o lado comprometido, levando ao possível encurtamento da musculatura cervical deste lado.

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A obtenção de cadáveres na história da anatomia sempre foi um grande problema. A implementação da Lei Federal nº 8.501 veio para regulamentar a utilização de cadáveres no ensino e pesquisa no Brasil. No estado de Pernambuco foi publicado o Provimento 28/2008, pelo TJPE/CCJ, que “dispõe sobre o registro de óbito dos cadáveres destinados às escolas de medicina, para fins de ensino e pesquisas de caráter científico”. O Objetivo deste trabalho foi traçar um perfil do acervo de cadáveres do Departamento de Anatomia da UFPE, bem como relacionar a implementação da Lei Federal 8.501 e o Provimento 28/2008, com o número de cadáveres. Com base nos registros do catálogo do Departamento de Anatomia, no período de 1991 à 2011, foram analisadas as seguintes variáveis: ano do óbito; número do registro; idade; sexo; procedência (hospital, serviço de verificação de óbito); cadáver não reclamado (identificado, não identificado); doação (doação em vida, doação da família). Como resultado foi observado que a UFPE recebeu 179 cadáveres, sendo 146 do sexo masculino e 33 femininos. Esse acervo foi constituído basicamente por cadáveres não reclamados e identificados. Em 1992, ano da implementação da Lei Federal nº 8.501, teve início uma queda na entrada de cadáveres, resultando em perda para as aulas práticas de anatomia. Em 2005 e 2007, não houve entrada de cadáveres no Departamento de Anatomia. A necessidade de ajustes na execução da legislação em vigor culminou na criação do Provimento 28/2008 pelo TJPE/CGJ, em setembro de 2008. A partir da publicação deste Provimento, iniciou um discreto aumento na entrada de corpos para estudo que foi progressivo até 2011, mostrando que o referido Provimento vem solucionando as dificuldades de interpretação da Lei 8.501. Trabalho de Conclusão do X Curso de Especialização em Morfologia – Depto. de Anatomia – UFPE, de Melo TNT.

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PERSISTÊNCIA DO TIMO EM CÃES (Canis familiaris LINNAEUS, 1758) ADULTOS NO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO (BA) Lira NRC*, Constantino AC, Lopes IBL, Bandeira CGC, Silva RS, Gradela A, Silva AEVN, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf

PESQUISAS ANATÔMICAS EM CONGRESSOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE Silva ATF*¹, Xavier GAA¹, Silva TFPR¹, Pereira PL¹, Andrade WWA¹ ¹Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

INTRODUÇÃO: O timo é um órgão bilobado, integrante do sistema imunológico do animal, situado no assoalho da porção cranial da cavidade torácica de cães, sobre o esterno, presente ao nascimento, tendendo a regredir conforme o desenvolvimento do indivíduo, sendo substituído por tecido adiposo no adulto. OBJETIVO: Verificar a incidência da persistência do timo em cães adultos no Município de Juazeiro (BA). METODOLOGIA: Foram utilizados 14 cadáveres de cães adultos sendo 10 fêmeas e 04 machos com idade variando entre 01 e 16 anos, dentre machos e fêmeas, sem raça definida, provenientes do Canil Municipal de Juazeiro (BA). Para verificar a persistência do timo, fora promovida a toracotomia na altura das articulações costocondrais, rebatendo completamente o esterno dos animais. RESULTADOS: Dos 14 cães utilizados, 07 deles apresentavam os dois lobos tímicos persistentes, ou seja, 50% do total de indivíduos estudados em que 06 eram fêmeas e 01 macho. CONCLUSÃO: Diversos autores descrevem o timo como um órgão vestigial na idade adulta - fato contrariado pelos resultados obtidos no presente trabalho. Isso demonstra a importância de serem realizados estudos epidemiológicos na região em questão, pois são fatores que podem ser determinantes no esclarecimento de possíveis causas da persistência do timo em cães adultos.

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A Iniciação Científica é um instrumento que permite introduzir os alunos no meio acadêmico, sendo uma forma de apoio teórico e metodológico à realização de um projeto que contribua na formação profissional do graduando. A UFRPE organizou o primeiro Congresso de Iniciação Científica (CIC) no ano de 1991. A partir de 2001, o mesmo vem sendo realizado em um evento maior, a Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão (JEPEX); momento em que os alunos engajados em projetos de pesquisas expõem os resultados de seus estudos para a comunidade acadêmica. Dentre estes, estão diversos resumos relacionados à Ciência Anatômica. Assim, resolveu-se avaliar a frequência dos resultados das pesquisas anatômicas publicados em anais dos CIC da UFRPE. Para isso foi realizado um levantamento quantitativo dos resumos nos anais dos 21 anos do Congresso, 1991 a 2011. Para cada ano foram coletados os dados referentes às pesquisas em Anatomia Macroscópica Animal - Domésticos e Silvestres - e Comparada. Observou-se um total de 108 resumos publicados nos21 anos. O ano de 2008 destacou-se como o de mais publicações, um total de 21. Em relação à Anatomia dos Animais Domésticos, as publicações foram iniciadas em 1994. Quanto aos Animais Silvestres, o maior número de publicações foi em 2008 e este tema teve mais destaque do que os demais durante todo o período de realização dos CIC. Quanto à Anatomia Comparada, esta começou a ser trabalhada em 2008; sendo 2010 o ano de mais publicações, contabilizando quatro. Segundo a análise, considera-se que os trabalhos de iniciação científica realizados na área de Anatomia, na UFRPE, estão sendo desenvolvidos descontinuamente; conforme indicou a grande variação no número de resumos publicados ao longo do período de realização do Congresso.

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PIERCING – COMPLICAÇÕES ANATÔMICAS NA CAVIDADE ORAL Araújo PCA*, Cavalcante AB, Sousa Filho GC Universidade Federal de Pernambuco O uso do piercing não teve sua origem recente. Verifica-se historicamente que desde o antigo Egito o piercing já vinha sendo usado. Atualmente, observa-se que o uso de jóias em locais não convencionais vem crescendo significativamente, em especial na população jovem. No que diz respeito à cavidade oral, os locais de uso mais freqüentes são: língua, lábios e bochechas. Na odontologia, o piercing intra-oral vem sendo motivo de grande preocupação e discussão, já que este constitui a causa de diversas patologias relacionadas com a cavidade oral. Pesquisas recentes nos mostram que as principais complicações provocadas pelo piercing são: (1) retrações gengivais; (2) fraturas dentárias; (3) perda de gustação; (4) interferência na mastigação; (5) dano pulpar por trauma crônico; (6) infecção lingual localizada e (7) alergia ao metal do piercing. As complicações relacionadas podem ou não ter origem infecciosa. O piercing, contudo, é um elemento estranho à cavidade oral, sendo natural que esta apresente alguma reação à sua presença, mesmo que a adaptação tenha sido adequada. É de fundamental importância que os cirurgiõesdentistas estejam preparados para lidar com situações novas. No caso do piercing, o dentista deve orientar seus pacientes a respeito das suas complicações e ensiná-los como realizar sua manutenção, contando para isso com o conhecimento anatômico da cabeça e pescoço.

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PINTURA CORPORAL: METODO ALTERNATIVO NO ENSINO/APRENDIZAGEM DA ANATOMIA Barros JWSS*, Braz GRF, Silva PMF, Barbosa MMB, Galvão RCS, Galvão APO, Oliveira LS; Magalhães CP UFPE/CAV O processo de ensino/aprendizagem da anatomia, sempre desafiou os docentes, exigindo-lhes grande esforço e conhecimento de novos métodos que pudessem ajudar na simplificação do estudo da anatomia e dar a ela um tom artístico remontando ao passado de sua história. O emprego da técnica body painting (pintura corporal)surge como alternativa ante o processo do uso e conservação de cadáveres e proporciona aos discentes um método mais simples de estudar e fixar o conteúdo anatômico. A pintura corporal consiste na expressão viva da união das artes plásticas com a anatomia humana. A partir disto, foi implementado na I Olimpíada de Anatomia Humana UFPE/CAV, que se trata de uma gincana voltada para os alunos das graduações do Campus Vitória, uma prova em que se aplicava a técnica body painting entre os alunos. O objetivo foi representar estruturas anatômicas por meio da pintura corporal, de modo que suas localizações e formas sejam retratadas de maneira mais próxima da realidade. Os alunos deveriam escolher um deles para servirem de “tela de pintura” para aplicação da pintura corporal, os mesmostiveramo apoio de um atlas de anatomia. Foramdisponibilizados materiais para técnica como pinceis e tintas, o tema era livre, qualquer sistema ou estrutura poderia ser representado, em qualquer parte do corpo com duração de 10 minutos.Foi possível representar 28 estruturas anatômicas conforme objetivado.O processo de representação das estruturas em pintura sobre a pele é ferramenta importante no ensino e estudo da anatomia, visto que o resultado alcançado esteve além do estimado.Essa ferramenta metodológica conferiu aos discentes um maior incentivo à aprendizagem da anatomia, ampliando o interesse do aluno pela disciplina.

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PONTE MIOCÁRDICA: UM ESTUDO ANATÔMICO Tasinaffo MC*, Curado LA, Curado AA, Fernandes PH, Luz LHL, Passos MAF Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP)

PLASTICIDADE DOS NEURÔNIOS MIOENTÉRICOS NADPH-DIAFORASE POSITIVOS DO DUODENO DE RATOS SUBMETIDOS À INGESTA DE 2,4-D Rovida AFS, Germano RM, Diamante NA, Ribeiro AA, Tibúrcio VG, Stabille SR, Lima LL, Scotta D

Desde sua utilização na guerra do Vietnã como agente desfolhante, o 2,4-D é o clorofenoxiherbicida mais empregado no controle de ervas daninhas em monoculturas. Pesquisas que verificam sua neurotoxicidade são voltadas para o sistema nervoso central, e pouco se sabe sobre seus efeitos no sistema nervoso entérico. Assim, objetivou-se avaliar por morfometria os neurônios mioentéricos NADPH-diaforase positivos (NADPH-dp) do duodeno de ratos que ingeriram 2,4-D. Dez ratos machos de 60 dias, foram separados em dois grupos (n=5/grupo): controle (GC) sem ingestão de 2,4-D e experimental (GE) com ingestão de 5 mg/kg de 2,4-D por 60 dias. Ao final, os animais foram eutanasiados, o jejuno foi coletado e processado pela histoquímica da NADPH-diaforase para evidenciar neurônios nitrérgicos. Após microdissecção do duodeno com obtenção de preparado de membrana, foi mensurada a área do pericário (AP) de 100 neurônios por rato, utilizando-se microscopia de luz e analisador de imagens. Os neurônios foram distribuídos em intervalos de classe de 100 µm2 segundo as dimensões da AP. No GC, as frequências relativas de neurônios nos intervalos <100 µm², 101 a 100 µm², 201 a 300 µm², 301 a 400 µm², 401 a 50 0µm², 501 a 600 µm² e >601 µm² foram 0,8%, 15,8%, 51,4%, 22,8%, 6,6%, 3% e 0,2%, respectivamente. As frequências neuronais no GE foram 0,0%, 8,4%, 44,2%, 31,2%, 10,8%, 4,2% e 1,2% nas classes <100 µm², 101 a 200 µm², 201 a 300 µm², 301 a 400 µm², 401 a 500 µm², 501 a 600 µm² e >600 µm², respectivamente. No GE houve incidência maior de neurônios com AP superior a 301µm² e diminuição de neurônios com AP inferior a 300µm² em comparação com GC. Concluiu-se que no GE ocorreu aumento na atividade dos neurônios NADPH-dp possivelmente como resposta adaptativa aos efeitos do 2,4-D.

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INTRODUÇÃO: A ponte miocárdica (PM) é uma anomalia congênita resultante da falha do desenvolvimento sincrônico do miocárdio e de ramos coronários, na qual um segmento de uma artéria coronária epicárdica é envolvido por um feixe de músculo cardíaco, apresentando um trajeto intramiocárdico. Geralmente a artéria acometida é a artéria interventricular anterior (IVA) ou descendente anterior, ramo da artéria coronária esquerda, entretanto pode se estender aos outros ramos sendo sua origem embriológica controversa. OBJETIVO: Estudar a ocorrência da ponte miocárdica no acervo do Departamento de Anatomia da FMP. MATERIAIS E MÉTODOS: 52 corações formolizados a 10% foram dissecados e observados. RESULTADO: 8 corações (15,3%) apresentavam PM, 5 (9,6%) apresentavam apenas uma PM, sendo todas na IVA; 2 (3,8%) apresentaram PM na IVA e na artéria marginal esquerda e 1 (1,9%) apresentou PM na IVA e na artéria interventricular posterior. DISCUSSÃO: As PM ocorrem em 30 a 50% dos pacientes com Miocardiopatia Hipertrófica (MH) e constituem um dos principais diagnósticos diferenciais de doença arterial coronariana (DAC), podendo manifestar-se como angina de peito típica ou atípica, IAM e morte súbita. A PM ainda é subdiagnosticada em virtude de apenas uma minoria dos pacientes apresentarem-se sintomáticos, da falta de disponibilidade e uso restrito de métodos diagnósticos de maior acurácia. CONCLUSÃO: Com base em nosso estudo podemos concluir que as PM ocorrem mais freqüentemente no ramo IVA da coronária esquerda. Contudo seus mecanismos fisiopatológicos e terapêutica não estão completamente elucidados.

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PONTES DE MIOCÁRDIO EM CORAÇÕES DE SUÍNOS LANDRACE

PONTES DE MIOCÁRDIO EM CORAÇÕES DE SUINOS E A INFLUÊNCIA SOBRE AS LESÕES ATEROSCLERÓTICAS CORONARIANAS

Oliveira LA, Alves JSS, Silva IAC, Wafae N, Ruiz CR FACIPLAC Faculdades Integradas do Planalto Central

Santos JW, Beletti ME, Castro GFA*, Narciso AS, Rodrigues RS Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG A influência que a ponte miocárdica exerce sobre o fluxo sanguíneo durante o segmento arterial sob a ponte tem sidodiscutida por mais de 40 anos. Buscou-se, portanto, analisar em suínos jovens e adultos,sob microscopia de luz, as características morfológicas dos ramosarteriais coronarianos sob as pontes de miocárdio, bem como dos segmentos pré-pontino e pós-pontino, na tentativa de estabelecer correlações morfofuncionais entre estes.Utilizou-separa a pesquisa 40 corações de suínos, todas fêmeas sem raça definida, sendo 20 jovens e 20 adultos,todos portadores de pontes de miocárdio, dos quais foram retirados fragmentos pré-pontino, pontino, pós-pontino de ramosdasartérias coronárias, juntamente com o tecido circunjacente. Os segmentos foram submetidos às técnicas habituais da microscopia de luze corados pela hematoxina-eosina. Realizou–se análise histomorfométrica. Observou-se alterações da íntima tais como espessamentos, células com citoplasma claro, ruptura e/ou duplicação da lâmina limitante elástica interna.O teste estatístico se mostrou significativo para posição em suínos adultos, confirmando que existe uma maior freqüência de lesões no segmento pré-pontino da túnica íntima das artérias coronárias quando comparado com o segmento pontino e pós-pontino. O teste estatístico não se mostrou significativo para posição em suínos jovens entre nenhum dos segmentos comparados entre si. Não observou-se diferenças significativas no grau de lesão entre os vários segmentos com relação ao fator idade.Concluiu-se estatisticamente uma maior ocorrência de lesões ateroscleróticas nos segmentos arteriais que antecedem a ponte de miocárdio em relação aos demais segmentos estudados.

Pontes de miocárdio são segmentos subepicárdicos de artérias coronárias envolvidos por miocárdio e descritas inicialmente por Reyman em 1737. Desde então, pontes de miocárdio tem sido pesquisadas em diversos mamíferos. Neste trabalho estudamos frequência, número, localização, morfometria e o calibre da artéria antes, e após a ponte. Nosso material consta de 30 corações de suínos da raça Landrace adquiridos em frigoríficos e fixados em formaldeído a 10%. Pontes de miocárdio estiveram presentes em 6/30 corações (20%) localizadas no ramo interventricular paraconal 4/30 (13,3%) e no ramo interventricular subsinuoso 3/30 (10%) e sempre únicas. Em 5/30 dos corações (16,7%) encontramos uma única ponte localizada no ramo interventricular paraconal, em 3/30 (10%) ou no ramo interventricular subsinuoso – 2/30 (6,7%), uma única peça 1/30 (3,3%) apresentou 2 pontes, uma em cada ramo. A morfometria apresentou os seguintes resultados: no ramo interventricular paraconal, extensão da ponte em mm, a maior 18,6, menor 8,2, média 13,1; parte da artéria encoberta: maior 23,7%, menor 9,3%, média 16,0%; no ramo interventricular subsinuoso, extensão da ponte em mm, maior 9,8, menor 1,4, média 9,2; parte da artéria encoberta: maior 16%, menor 1%, média 9,2%. Distância em mm entre o início da ponte e a origem do ramo a) paraconal: maior 54, menor 21, média 37,8 todas localizadas no terço médio da artéria. B) subsinuoso: maior 20, menor 13,2, média 16,6, todas localizadas no terço proximal. Variação do calibre médio em mm da artéria antes e depois da ponte. Ramo paraconal: antes 0,36, depois 0,29, redução de 28%. Ramo subsinuoso: antes 0,29, depois 0,24, redução 37%.

PALAVRAS-CHAVE: Pontes de miocárdio, aterosclerose, coronárias, suíno.

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POTENCIAL ANTIINFLAMATÓRIO DE CATEQUINAS EM MODELO EXPERIMENTAL DE LESÃO MUSCULAR Frazão DT*, Neto LO, Medeiros MT, Nascimento DF, Fernandes PRV Orientador: Profº. André Luiz Silva Davim Centro Universitário do Rio Grande do Norte – UNI-RN [INTRODUÇÃO] Estudos apontam benefícios à saúde associados ao consumo diário do chá verde devido a presença de catequinas em sua composição, que apresentam atividades biológicas como a antioxidante e antiinflamatória. Assim, o estudo tem como objetivo avaliar o potencial antiinflamatório de catequinas do chá verde em ensaio de lesão muscular. [METODOLOGIA] Foram utilizados dois grupos, sendo um grupo controle positivo e um experimental. Os animais do grupo experimental foram pré-tratados por um período de 10 dias com solução de chá verde contendo uma concentração de 85% de catequinas. Após o décimo dia, foi induzida a lesão muscular inoculando-se formalina à 10% no ventre muscular do gastrocnêmio dos animais. Para conferir a extensão dos edemas foi utilizado um paquímetro onde se avaliou o edema nos intervalos de 5 minutos, 1, 2, 3, 4, 5, 24 horas após a indução da lesão. Após as avaliações dos edemas, os músculos gastrocnêmios foram dissecados e retirados para análise histológica. [RESULTADOS] Na avaliação dos edemas musculares não foram observadas diferenças estatisticamente significantes (p>0,05) entre os grupos. Quando realizada a análise histológica foi observada no grupo experimental redução do edema intramuscular e diminuição do recrutamento de células inflamatórias para o sítio da lesão. [CONCLUSÃO] Conclui-se que as catequinas presentes no chá verde apresentam bom potencial antiinflamatório, reduzindo de forma eficiente a lesão tecidual possivelmente por modular a resposta inflamatória em modelos de lesão muscular.

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PREPARAÇÃO DE PEÇAS OSTEOLÓGICAS COMO ETAPA DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM ANATOMIA VETERINÁRIA NA UNICENTRO-PR Souza RAM * * Professor de Anatomia Veterinária, Universidade Estadual do Centro-oeste UNICENTRO-PR Escolas anatômicas estão fortemente alicerçadas em seus métodos clássicos, com a dissecção, a constatação e a descrição como principais meios de iniciação. No entanto, devido às mudanças culturais, éticas e tecnológicas, alguns cursos iniciaram adoção de meios alternativos ao uso maciço de cadáveres, tais como o emprego de modelos anatômicos e estereoscopia. De modo bastante conspícuo no âmbito Osteologia, o processo de ensino-aprendizagem parte da conceituação teórica e perpassa o emprego de esqueletos e ossos em aulas práticas. Tal conhecimento é quintessencial à práxis veterinária, uma vez que emerge nas disciplinas de escopo profissionalizante, gerando interação das áreas básicas com as clínicas. No Laboratório de Anatomia Veterinária da Universidade Estadual do Centro-oeste, o processo ensino-aprendizagem em Osteologia segue estes padrões, contudo se diagnosticou que as influências da cultura da transitoriedade e do relativismo estavam trazendo algumas dificuldades, especialmente insensibilidade em relação às peças e esqueletos. Com objetivo de incrementar o ensino, se ministraram cursos de Osteotécnicas aos acadêmicos e, como etapas de aprendizagem, ensino e avaliação, se propôs a preparação de peças osteológicas, enfatizando pontos que ficaram aquém do desejável nas avaliações ou nas aulas práticas. Os alunos, em grupos, planejaram a execução da técnica, a exposição da peça, didatismo, proteção e valorização, por meio de base, redomas, legendas e identificação dos autores. Os resultados em notas acima da média não fazem jus às verdadeiras obras de arte que surgiram, mas aponta para a compreensão dos temas trabalhados, tais como ossículos auditivos, ossos hioides, mãos e pés de várias espécies domésticas.

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PREPARO E CONSERVAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS POR DESIDRATAÇÃO E IMPREGNAÇÃO EM ÁLCOOL E RESSECAMENTO EM TEMPERATURA AMBIENTE Pádua AC1*; 2Neto PR2, Silva Jr W3, Godoy JRP4 1,2,4 FM/UNB, 3FACIPLAC

PRESBIFONIA E PRESBILARINGE: UMA ABORDAGEM ANATÔMICA Capanema KG*, Sousa MM, Rocha JB, Oliveira RCL, Jácome ACP, Leão JLRD, Gomes MIB

INTRODUÇÃO: O estudo da anatomia depende da utilização de peças anatômicas provenientes de cadáveres. O preparo destas peças ainda é uma prática artesanal, que demanda tempo e gastos com o material utilizado no preparo de soluções para conservação do cadáver. Existe também a necessidade de evidenciar as estruturas que serão estudadas. Várias técnicas se mostram eficientes para a produção de peças anatômicas, porém demandam custos financeiros relativamente altos, além da pouca durabilidade dessas. A modificação de soluções de conservação de cadáveres para o preparo de peças anatômicas tem o cunho de produzir material durável a um baixo custo financeiro. OBJETIVO: apresentar o resultado final da utilização da técnica de desidratação e ressecamento por impregnação em álcool na produção e conservação de peças anatômicas para ensino pesquisa e extensão, visando baixo custo, durabilidade e baixa toxidade. MÉTODO: foi utilizada uma mão conservada em glicerina, pertencente ao acervo anatômico da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília-UnB a qual foi dissecada a artéria radial, arco palmar e outras estruturas de importância. Em seguida a mão foi mergulhada em uma solução de Peróxido de Hidrogênio, para clarear, após esta etapa, a mesma é imersa em solução de álcool etílico com diferentes graduações, iniciando a 50% até 98%. O último passo é a secagem da peça em temperatura ambiente. RESULTADOS: obtivemos peças similares às criodesidratadas, inodora, rígida e com boa visibilidade das estruturas dissecadas. CONCLUSÕES: esta técnica permite a produção de peças anatômicas duráveis sem a necessidade de estarem submersas em qualquer solução fixadora, é simples de ser aplicada e extremamente econômica, pois os produtos utilizados na formula são de custo baixo e fácil acesso.

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Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – FCMS/JF (SUPREMA)

A fonação resulta da interação entre os músculos e as cartilagens laríngeas juntamente com a vibração das cordas vocais durante a expiração. Com o passar dos anos, a ossificação e calcificação das cartilagens laríngeas, bem como a diminuição do tônus muscular e da mucosa de revestimento da área prejudicam o movimento vibratório das cordas vocais. Esse quadro recebe o nome de presbilaringe que ocasiona o envelhecimento das cordas vocais, a presbifonia. Objetivou-se com o presente estudo investigar a epidemiologia das variações anatômicas inerentes ao envelhecimento vocal dos idosos, bem como a importância da voz na qualidade de vida dos mesmos. Foram feitas revisão da literatura nas bases de dados MEDLINE e SciELO publicados nos últimos 10 anos e consulta em livrostextos nas áreas de otorrinolaringologia e fonoaudiologia. Como variações anatômicas adjacentes à presbifonia e presbilaringe foram encontradas alterações na musculatura intrínseca, cartilagem, articulações, no epitélio e na inervação das pregas vocais e estruturas circunvizinhas. Em estudo com 200 pacientes acima de 60 anos, utilizando imagens laringoscópicas e correlações clínicas, o arqueamento de pregas vocais ocorreu em 23,81%, a saliência dos processos vocais ocorreu em 29,52% e a fenda fusiforme membranácea em 37,62%. Além disso, a presença de lesões em pregas vocais ocorreu em 42,38%, sendo o aumento de massa de pregas vocais a alteração de cobertura mais comum em mulheres e a leucoplasia mais comum em homens. Conclui-se assim, que é de suma importância o conhecimento das variações anatômicas da laringe no processo de envelhecimento, a fim de garantir o sucesso da saúde vocal e diminuir as complicações provenientes da presbilaringe e presbifonia.

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PRESENÇA DA TRABÉCULA SEPTOMARGINAL EM ATENÇÃO AO MÚSCULO PAPILAR SUBARTERIOSO DO CORAÇÃO DE BOVINOS Pinto KS*, Almeida ATS, Gadelha AT, Eirado CFA, Queiroz RB, Oliveira LPG Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA – Porto Velho - RO O ventrículo direito possui a presença de vários elementos anatômicos em sua formação, a trabécula septomarginal (TSM) é um deles. Sua origem ocorre no septo interventricular e direciona-se à parede daquele ventrículo. Proporciona um caminho mais curto para um feixe do tecido condutor, assegurando uma contração de caráter simultânea de todo o miocárdio de ventrículo direito (DYCE; SACK; WENSING, 1997). No ventrículo direito a TSM é bem evidente e estende-se obliquamente da base do músculo papilar à parte ventral da parede cranial (GETTY, 1986). Objetiva-se verificar a frequência de TSM presentes no ventrículo direito com atendimento exclusivo ao m. papilar subarterioso. Os corações de bovinos (n=10) analisados no presente estudo estavam livres de doenças cardíacas e foram coletados de animais adultos após abate para consumo humano, em frigoríficos legalizados no município de Porto Velho - RO. O material foi fixado segundo Rodrigues (1998). A dissecação permitiu a visualização e análise da TSM e dos elementos formadores do complexo valvar direito. Verificou-se que 90% das peças analisadas apresentaram a TSM com atendimento exclusivo ao m. papilar subarterioso. Verificou-se uma variação em sua espessura. Desta forma, conclui-se que há a ocorrência da TSM no ventrículo direito de forma exclusiva para o m. papilar subarterioso em observação macroscópica. Indicando, assim, uma importância na contração do miocárdio do lado direito e em especial do m. papilar citado.

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PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO GÁSTRICA POR H. PYLORI EM PACIENTES DE UM HOSPITAL PÚBLICO EM RECIFE-PE Elias LS*, Silva SMS, Oliveira FB E Calado DS UFRPE O Helicobacter pylori é uma bactéria Gram negativa, microaerófila e espiralada, em forma de S ou em bastonete curvo, tem parede celular externa lisa e possui de quatro a seis flagelos unipolares. É provavelmente o agente de infecção crônica mais comum em seres humanos, coloniza especificamente a mucosa gástrica e as microvilosidades gástricas das células epiteliais e acredita-se que contribua diretamente na destruição da célula gástrica por produção de uma citotoxina vacuolizante e enzimas, desregulando os fatores defensivos do epitélio. A infecção pelo H. pylori provoca grande desconforto em milhares de pessoas e leva à morte pelo menos 1 milhão de indivíduos ao ano. Mesmo com estes dados, especialistas em doenças infecciosas e autoridades da saúde pública denotam pouco caso a estes fatos. Assim, este trabalho teve por objetivo realizar uma análise de prevalência da Bactéria H. pylori, entre os pacientes que realizaram endoscopia digestiva no Hospital das Clínicas- Recife-PE no período de janeiro a dezembro de 2011. Para isso, foram analisados 431 laudos histopatológicos de biópsias endoscópicas recebidas na unidade de anatomia. Nossos resultados demonstraram que dos 431 laudos analisados, 198 laudos mostraram positividade para a H. pylori, correspondendo a 45,93%. Desses 198 laudos positivos, 50, 67 e 81 laudos apresentaram-se H. pylori na escala 1+, 2+ e 3+, respectivamente. O fato desse patógeno está associado a um espectro diversificado de doenças gastrointestinais, inclusive ao adenocarcinoma gástrico, permite que esse agente infeccioso seja visto como um risco a saúde pública. Sendo assim, percebemos a grande importância do estudo de prevalência na caracterização epidemiológica da patologia Helicobacter pylori.

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PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES POSTURAIS ENTRE ADOLESCENTES NA CIDADE DO RECIFE E SUA RELAÇÃO COM A DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Borges FDS*, Ximenes RCC, Oliveira DA, Siqueira G, Aroucha J, Costa CNB

PREVALÊNCIA DO FORAME ESTERNAL EM PACIENTES SUBMETIDOS À TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA MULTI-SLICE DO TÓRAX Babinski MA*, Lemos L, Dias MS, Lazolli JK, De Paula RC, RMP Fernandes Departamento de Morfologia, Instituto Biomédico - Universidade Federal Fluminense

Pesquisas mostraram que a adolescência é um período crítico para o desenvolvimento de alterações posturais. Sendo assim, há alterações biomecânicas em diversas articulações, dentre elas, as articulações temporomandibulares. A má postura em adolescentes é uma das principais causas da chamada disfunção temporomandibular (DTMs). Dessa forma, o objetivo deste estudo foi identificar a prevalência de adolescentes de 10 a 19 anos, estudantes de escolas públicas estaduais da cidade do Recife, portadores de alterações posturais e disfunção temporomandibular. Para a elaboração dessa pesquisa serão utilizados os questionários de Avaliação Postural – o Sistema Fisiometer de Avaliação (Software Biométrico de Avaliação Postural) – Posturograma 3.0 e os Critérios de Diagnóstico das Desordens Temporomandibulares (RDC/TMD). Será realizado o registro fotográfico, com o paciente na postura de pé (frontal, de costas e perfil direito e esquerdo), através uma máquina Câmera Digital Sony W330 - 14.1 megapixels - ZOOM 4X. As imagens obtidas serão processadas pelo programa Fisiometer e os resultados numéricos serão tabulados no Microsoft Office Excel 2007. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos da UFPE e se encontra na fase de coleta de dados.

O forame esternal (FE) é uma das variações no terço distal do osso esterno, bem descrita sob os aspectos: morfológicos, associação de riscos do uso inadvertido de acupuntura e suas complicações. Uma das mais temidas complicações da prática de acupuntura no tórax é, sem sombra de dúvida, a punção do pericárdio pela agulha, podendo cursar com tamponamento pericárdico que, se não for tratado a tempo, pode ter um desfecho fatal. Tal complicação é possível devido a uma variação da normalidade presente em algumas pessoas: o FE. O objetivo do trabalho foi verificar a incidência do FE em pacientes submetidos a investigação por tomografia computadorizada (TC) do tórax. O estudo realizado foi retrospectivo de 100 TC do tórax, sem levar em consideração a indicação clínica do exame, bem como os dados da anamnese. O aparelho usado foi Multi-Slice de 16 canais, com reconstrução 3D, onde a avaliação constava da presença ou ausência do FE, bem como da morfometria (cm) através da variação - da superfície da pele à superfície do pericárdio (pele-pericárdio). Do total de TC avaliados, encontramos 12 pacientes (12%) com o FE, onde 7 eram pacientes masculinos e 5 femininos; de idade média de 60 anos. Os resultados (média) morfométricos da pele-pericárdio foram de 3.39cm para o sexo masculino e 4.16cm para o sexo feminino, tendo como média geral 3.41cm. Trabalhos investigativos imaginológicos vs morfológicos revelam variabilidade nas incidências que podem ser explicadas pela relação FE/número total de casos em cada pesquisa. Para que os profissionais da acupuntura não sejam traídos pelas variações anatômicas naturais do ser humano, o que vale ainda é o bom senso, i.e., conhecer a anatomia e suas variações, bem como os procedimentos técnicos da acupuntura.

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PRIMEIRA DOAÇÃO VOLUNTÁRIA DE CORPO PARA O DEPARTAMENTO DE ANATOMIA ICB/USP Simão TRP, Alves PHM, Bolina-Matos RS, Silva JB, Liberti EA

PREVALÊNCIA DO PONTICULUS POSTICUS EM CRIANÇAS NA DENTIÇÃO MISTA Pissulin CNA, Osipi J*, Perondi LGMS, Pissulin FDM, MeiraDolfini MI, Neves CDTT

O ponticulus posticus é uma variação anatômica comum da 1ª vértebra cervical (atlas), e tem sido relacionado como coadjuvante no aparecimento de dores cervicais, vertigem e distúrbios cerebrovasculares. A relação da idade com o desenvolvimento do ponticulus posticus não se mostra definida, já que estudos mostraram que fetos e crianças de 1 ano podem apresentar esta ossificação parcial . O objetivo do estudo foi de comparar a prevalência e características morfológicas do ponticulus posticus em telerradiografias de crianças na dentição mista e relacionar com o sexo. Foram observadas 44 telerradiografias de crianças com idade entre 6 a 13 anos, todas classe II de Angle. Os dados foram anotados em uma tabela de acordo com o sexo e a presença ou não da ponte óssea, e as telerradiografias foram fotografadas. Os ponticulus posticus estavam presentes em 88,63%, sendo 86,36% com ponte parcial e 2,27% completo. A maior prevalência foi para o sexo masculino com 58,97% em relação ao sexo feminino que apresentou o ponticulus posticus em 41,03%. De acordo com os resultados obtidos podemos concluir que o sexo masculino é o de maior prevalência, e que já nesta idade (6 a 13 anos), pode-se observar uma porcentagem significativa desta variação anatômica. A alta porcentagem de ponticulus posticus (88.63%) nesta amostra sugere que este acidente anatômico, em crianças na dentição mista e classe II de Angle, possa ser considerado como um acidente comum. Os dados deste trabalho são importantes para futuros diagnósticos craniocervicais e demonstram que mais pesquisas em crianças, nas diferentes idades, devem ser realizadas.

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A doação voluntária de corpo para estudo anatômico apresenta-se para alguns indivíduos como uma opção de morrer com dignidade, de continuar vivo, auxiliando a academia no aprimoramento de conhecimentos técnicos. É permitida pela lei brasileira e efetivada, somente se os familiares tiverem conhecimento do procedimento e consentirem a opção. O objetivo deste é apresentar procedimentos de doação do corpo bem como as técnicas anatômicas utilizadas para ensino/aprendizagem. O processo seguiu os passos: 1- Interesse da doadora em 1978; 2- Elaboração do documento, a próprio punho, com reconhecimento de firma em cartório da assinatura, inclusive das testemunhas em 1978; 3- Conscientização e informação aos familiares sobre a opção; 4- Encaminhamento do corpo para Serviço de Verificação de óbito para formolização e conservação em geladeira em julho de 2008; 5- Reformulação e atualização pelos familiares vivos do termo de doação; 6- Obtenção da certidão de óbito em cartório; 7- Encaminhamento do corpo para o departamento de Anatomia ICB/ USP em setembro de 2008; 8- Conservação do cadáver em glicerina; 9- Dissecção de plexo braquial.Notou-se que a doação voluntária foi concretizada, pois os familiares estavam informados e respeitaram a decisão da doadora, sendo esta estabelecida trinta anos antes do óbito. E permitiu a efetivação do processo ensino/aprendizagem de técnicas anatômicas de conservação e dissecção.

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PROBIÓTICOS ASSOCIADO A DIFERENTES NÍVEIS DE PROTEÍNA BRUTA SOBRE O NÚMERO DE LINFÓCITOS INTRA-EPITELIAIS NO DUODENO DE CODORNAS Zardo A*, Góis MB†, Otutumi LK‡ *Acadêmica do curso de Farmácia, PIC – UNIPAR; †Professor Adjunto da UNIPAR; ‡Professora Titular da UNIPAR O epitélio intestinal das aves é constituído por enterócitos, linfócitos intra-epiteliais (LIEs) e células caliciformes, que formam a interface entre o lúmen e a mucosa. Os LIEs estão em “close contact” com os enterócitos, encontrados em grande número no intestino delgado e são ativados em resposta a microorganismos presentes na microbiota intestinal. Os probióticos são definidos como bactérias não-patogênicas presentes na microbiota intestinal. Seus efeitos são reportados em muitos trabalhos e ultimamente tem sido uma alternativa na suplementação alimentar. O trabalho objetivou avaliar o efeito do probiótico associado a diferentes níveis de proteína bruta (PB) sobre o número de LIEs presentes no duodeno de codornas. O delineamento experimental foi em esquema fatorial 2 x 4 (com e sem probiótico e quatro níveis de proteína 15, 20, 25 e 30%) com duas repetições de 90 aves. Após 13 dias, duas aves de cada grupo experimental foram eutanasiadas, o duodeno removido e fixado em solução de Bouin. Em seguida, foram obtidos cortes histológicos e semi-seriados com 4μm corados por H.E. Contou-se 2500 células do epitélio da túnica mucosa de cada animal, os LIEs presentes entre estas células e calculou-se a proporção de LIEs/100 células epiteliais. Para isso capturou-se oito imagens da túnica mucosa de 16 lâminas com auxílio de microscópio trinocular e câmera digital de 2.0 mp na objetiva de 40x. Não foram verificados efeitos do nível de proteína e da suplementação de probiótico sobre o número de LIEs (P>0.05). A média±SE e o percentual de LIEs em relação aos enterócitos foi respectivamente de 200.19±10.09 e 4.81±0.25. Concluiu-se que o uso de probiótico associado à suplementação com PB não alterou a proporção de LIEs no duodeno de codornas. PALAVRAS CHAVE: mucosa intestinal; enterócitos; intestino delgado; aves.

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PROCESSO ESPINHOSO BÍFIDO: RELATO DE CASO Santos NF*, Amorim MJAAL, Rocha MCP , Junior AAA, Menezes TM, Silva SRSB Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE A coluna vertebral é formada por uma série de ossos denominados de vertebras, que são classificadas cervicais, torácicas, lombares, sacrais e caudais. A fórmula vertebral para o cavalo é C7, T18,L6,CA(5-2). A partir de vértebras torácicas de equinos encontradas no acervo de ossos do Departamento de Morfologia e fisiologia Animal (DMFA) da Universidade Federal Rural de Pernambuco, observamos que as vertebras torácicas apresentam uma característica incomum na espécie estudada. Essa característica faz referência ao processo espinhoso das vértebras pesquisadas, que apresentam processo espinhoso bífido. Sendo normal em vertebras cervicais Humana. De acordo com essas informações formularam-se algumas hipóteses para explicar essa variação anatômica. A primeira hipótese defende que à causa do aparecimento do processo espinhoso bífido seja a Malformação congênita, podendo ser definidas como "todo defeito na constituição de algum órgão ou conjunto de órgãos, abrangendo todos os desvios em relação à forma, tamanho, posição, número e coloração; que determine uma anomalia morfológica estrutural presente no nascimento devido à causa genética, ambiental ou mista" (OPAS, 1984). Outra hipótese diz respeito ao estresse mecânico do osso que causa microfraturas , que são pequenas partículas de fraturas no interior do osso estas por sua vez, tendem-se a modificar o osso de acordo com a carga sofrida (TRAÇÃO).Esse estresse mecânico poderia ter ocasionado o pressionamento dos processos espinhosos por parte do ligamento espinhoso , causando a bifurcação desses processos , afim de garantir uma melhor conformidade e fixação desse ligamento , sendo ,nesse segundo caso, a idade um aspecto relevante para a formação da variação anatômica.

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PROCESSO ESTILÓIDE ALONGADO E IMPLICAÇÃO CLÍNICA

PROFESSOR DR HORST ERICH KOENIG

Moraes RZC*, Pereira RO, Oliveira ACL, Júnior EA, Reis FP, Santos AV, Silva JB, Aragão JA

Mattos MF*, Senos R

Universidade federal de Sergipe e Universidade Tiradentes

Universidade Federal Fluminense

INTRODUÇÃO: O processo estilóide (PE) é uma projeção óssea delgada, localizada na face inferior da porção petrosa do osso temporal. Seu comprimento varia de 25-30 mm, sendo considerado alongado quando ultrapassa a 30 mm. As causas do alongamento do processo estilóide não são bem definidas e várias teorias têm sido propostas, como: o alongamento congênito decorrente da persistência de um folheto embrionário cartilaginoso, a calcificação do ligamento estilo-hióideo, resultando na aparência de um processo estilóide alongado, e a formação de tecido ósseo na inserção do ligamento estilo-hióideo. OBJETIVO: Relatar a ocorrência de um processo estilóide alongado. MATERIAL E MÉTODOS: Foi um achado anatômico, observacional, em um crânio seco, pertencente ao Laboratório de Anatomia da Universidade União Metropolitana de Educação e Cultura - UNIME. O achado foi documentado através fotografias obtidas por uma câmera digital (SONY DSLR-A100K) e a morfometria do processo estilóide foi realizada com um paquímetro digital Vonder. RESULTADOS: Na base inferior de um crânio seco de humano foi encontrado um processo estilóide alongado, com uma linha de soldadura de sua projeção ântero-posterior sugerindo tratar-se da divisão estiloial e ceratoial do aparelho hióideo. O processo estilóide tinha um comprimento de 55,84 mm e espessura proximal, médio e distal de 6,59mm, 4,44mm e 2,12mm, respectivamente. CONCLUSÕES: A presença de processo estilóide alongado acima de 40 mm de comprimento, associada à dor cervicofacial, sensação de corpo estranho na garganta, náuseas, diminuição da salivação e dificuldade de deglutir pode ser um indicativo para o diagnóstico de Síndrome de Eagle.

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We are living the end of an era which great veterinary anatomists made important contribution to not only veterinary medicine but also to science at all. This short biographic sketch is based in data given by Prof. Koenig himself. Horst Erich Koenig was born in 1940, in Talmesch, Romania. In 1962, he was graduated in Veterinary Medicine in University of Agronomical Sciences and Veterinary Medicine in Bucharest. Since then and until 67 he worked with field animals in Dingeni. In this year, he joined into the Anatomy and Surgery subject of the Veterinary Medicine Faculty of Jassy to act as assistant. In 72, he immigrated to Germany to also work as assistant in University of Ludwig-Maximillian of Munich. After eight year, he was promoted to professor status. During this period he obtained the PhD title (78). In 87, he left Europe in German academic exchange service to teach as chair professor in Facultad de Medicina Veterinaria de la Universidad de Concepción, Chile where he was awarded with the best professor prize (88) and honour professor title (89). In 89, he came back to University of Munich. Later (92), he moved again to assume the chair professor position of the University of Veterinary Medicine of Vienna, leading the Institute of Anatomy until 2008 when he got the emeritus professor title. In 2010/11, he was back to Germany once more to teach at Leipzig University. He is author of many books in 10 different languages, including Portuguese. Among them, we underline The Anatomy of Domestic Mammals. In addition, he published 128 scientific articles and still. From his advised students, 9 Doctors became professors. Actually, Professor Konig is retired. He lives in Austria with his wife and sons.

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PROFESSOR DR. NANI GOPAL GHOSHAL Viana LP*, Senos R Universidade Federal Fluminense Last century, masters of veterinary anatomy made great contribution to development of domestic animals medicine. Nani Gopal Ghoshal was born in 1934 in Dhaka, former British India, known as Bangladesh nowadays. In 1955, he graduated veterinarian with honors in Bengal Veterinary College. In the first instance, he remained in India and served as assistant surgeon in National Extension Service of the Government of West Bengal, assumed the position of Instructor in Veterinary Comparative Anatomy at Bengal Veterinary College and acted as Research Assistant at College of Veterinary Science and Animal Husbandry in Mhow. Later, he immigrated and continued the academic journey in Royal (Dick) School of Veterinary Studies (Scotland, 1961) and in University of Veterinary Medicine Hannover (Germany, 1962) where he obtained the postgraduate titles of D.T.V.M. and Dr. Med. Vet., respectively. In 1963, he left Europe and went to USA. At Iowa State University of Science & Technology he became PhD (1966) and joined an impressive long career. For over 52 years of professional experience, Prof Ghoshal had 71 refereed published articles and 32 non-refereed. He collaborated in editorial board to several scientific journals including the Science. He also made significant contribution to classic tittles of veterinary anatomy in partnership with professors Koch, Nickel, H. Evans, Popesko and Robert Getty. He won several honored awards like the "American Men and Women in Science" (93/94 95/96 02 and 04), "Great minds of the century (07)'' and" Man of the Year "(95 and 07) by the American Biographical Institute. Certainly, it is not easy to compile a summary of the inspiring career of Prof Dr Nani Ghoshal. This is our small tribute to this caring gentleman.

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PROGRAMA DE DOAÇÃO VOLUNTÁRIA DE CORPO PARA O DEPARTAMENTO DE ANATOMIA ICB/USP Simão TRP, Liberti EA Departamento de Anatomia ICB/USP A disponibilidade de cadáveres utilizados para estudo da Anatomia, na Universidade de São Paulo, tem decrescido, em parte pela escassez de corpos não reclamados oriundos do Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC), e também, pelo texto estabelecido na lei 8501/92 que, dentre as suas determinações, exige a publicação em jornais de grande circulação de dados referentes aos cadáveres, originando custos elevados. A regressão da quantidade deste material humano apresenta-se como fator preocupante para a qualidade da formação de alunos que se dedicam às profissões da área da saúde. O objetivo do presente estudo foi criar o programa de doação voluntária no Departamento de Anatomia ICB/USP, o qual é responsável pelo ensino da disciplina para doze cursos da Universidade de São Paulo, assim uma maneira de resolver a escassez de cadáveres a médio prazo. O programa exige o interesse do doador, o preenchimento de formulários e principalmente informar e conscientizar os familiares para que estes respeitem e efetivem a decisão. A campanha atingiu estâncias maiores, o que resultou em uma parceria com o Serviço Funerário da Prefeitura de São Paulo. Notou-se que a doação voluntária encontra-se como um tema surpreendente que ocasiona opiniões partidárias. No entanto, observou-se que o programa não convence indivíduos, mas sim esclarece aos altruístas. PALAVRAS-CHAVE: Doação voluntária de corpo, Ensino/Aprendizagem, Programa de doação.

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PROGRAMA PEDAGÓGICO INOVADOR EM ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL MASCULINO PARA ALUNOS DE ENFERMAGEM Marques_Silva TS1; Costa_Neto JM2; Souza_Machado, A4; Luedy FA1; Masuko TS (tsmasuko@uol.com.br)4 1 FMB-UFBA; 2EMV-UFBA; 3Depto Biomorfologia-ICS–UFBA

PROGRAMA PEDAGÓGICO INOVADOR EM ANATOMIA NO CURSO DE ENFERMAGEM – SISTEMA RESPIRATÓRIO Vendruscolo OC¹, Machado_Souza A², Sobrinho LMA¹*, Baptista CAC3, MASUKO TS (tsmasuko@uol.com.br)²* ¹FMB-UFBA; ²Depto Biomorfologia-ICS-UFBA; 3Depto Neurociências–UT-OH

A Anatomia é componente curricular de quase todos os cursos da área de saúde, e tem extrema importância na compreensão da organização morfológica e funcional do organismo humano. Basicamente, é ensinada através de componentes teóricos e práticos. Nas apresentações práticas, são utilizados desde peças anatômicas provenientes de dissecação de cadáveres, a diversos modelos estruturais de substâncias diversas como gesso e resina. Essa dicotomia entre teoria e prática acaba criando dificuldade para o aprendizado dos estudantes, surgindo à necessidade de desenvolver outros métodos que facilitem a assimilação do conteúdo. Com a implementação de um método pedagógico inovador, que utiliza a tecnologia Dot Positioning System (DPS), os estudantes podem manusear os modelos anatômicos e ao tocar com a “caneta inteligente” (DPS) na estrutura desejada, escutará o texto com informações referentes à mesma. Com este novo método, podemos apresentar uma nova opção frente aos textos transcritos e facilitar o ensino da anatomia. Metodologia: Uma turma de 17 alunos regularmente matriculados em Anatomia Básica da Universidade Federal da Bahia, foi randomizada e distribuída em dois grupos. Os alunos foram informados a respeito dos objetivos e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e submeteram-se ao seguinte procedimento: Grupo Experimental: Pré-teste, seguido de aula prática com uso de peças de resina marcadas com a tecnologia DPS e uso da caneta inteligente, e pós teste. Grupo Controle: Pré-teste, seguido de aula prática com peças em resina marcadas e testo didático com informações a respeito das estruturas marcadas, e pós teste. Os testes continham as mesmas proposições em ambos os grupos. As notas obtidas foram catalogadas e tabuladas para avaliação dos resultados. Resultados: Grupo COM Tecnologia DPS: média pré = 6,37±0,74; média pós = 6,5±1,6. Grupo SEM Tecnologia DPS: média pré = 7,11±1,76; média pós = 8±1,75. Intervalo de confiança da variação: (p = 0,282). Não foi encontrada significância estatística, a amostra disponível foi muito reduzida em função da greve dos professores federais e as consequentes reorganizações do calendário acadêmico. Este material será utilizado em uma segunda etapa com deficientes visuais utilizando peças plastinadas e modelos anatômicos. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia, Ensino superior, Modelos anatômicos, Pedagogia.

A anatomia é a ciência que estuda o corpo humano e faz parte do currículo da maioria dos cursos de Saúde. A sua frente de ensino prática consiste em maior dificuldade de aprendizado para os alunos, a qual é feita em geral de forma tradicional com dissecções de cadáveres utilizando o formol, substância tóxica. Surge então a necessidade de se complementar o estudo, evitando essa exposição, como modelos anatômicos de resina. Além disso, há a dificuldade dos alunos em associar as frentes de ensino práticas e teóricas e por isso, em adição ao uso dos modelos anatômicos em resina, sugere-se o uso de um sistema de ensino inovador: o Dot Positioning System (DPS) utilizando a “caneta inteligente”. O DPS é uma tecnologia que permite o acesso a áudios gravados com conteúdos diversos, como anatomia, fisiologia e correlação clínica a partir do toque com a “caneta inteligente” na estrutura desejada presente nos modelos anatômicos. O objetivo deste trabalho é avaliar se o método pedagógico referido melhora o desempenho e aprendizado dos alunos. Para fazer essa avaliação, dividiu-se uma turma prática de enfermagem (20 alunos) em dois grupos aleatoriamente: O primeiro utilizou modelos anatômicos de resina do sistema respiratório associados à caneta inteligente com a tecnologia DPS e o segundo utilizou os mesmos modelos, porém sem a referida tecnologia. Foram aplicados pré e pós-testes idênticos nos dois grupos. O resultado obtido a partir da avaliação das médias das notas dos testes foi: Grupo com caneta: Pré – 2,0 e Pós- 6,25 e Grupo sem caneta: Pré – 2,44 e Pós- 2,875. Conclui-se que o desempenho foi muito maior no grupo que utilizou a tecnologia DPS com a caneta inteligente associada aos modelos anatômicos em resina comparado ao grupo que não a utilizou. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia, Ensino superior, Modelos anatômicos, Pedagogia APOIO FINACEIRO: PROEXT/2011-SIGProj N0 79628.394.34192.14042011

APOIO FINANCEIRO: PROEXT/2011-SIGProj. N0 79628.394.34192.14042011

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PROGRAMA PREVENTIVO DE TREINAMENTO FÍSICO AERÓBICO EM CAMUNDONGOS HIPERCOLESTEROLÊMICOS: IMPACTO SOBRE O COMPRIMENTO ÓSSEO Cardinot T*, Siqueira P, Correia C, Xavier J, Moniz-de-Aragão A, Leporace G, Oliveira L Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

PROGRAMA TERAPÊUTICO DE TREINAMENTO FÍSICO AERÓBICO EM CAMUNDONGOS HIPERCOLESTEROLÊMICOS: IMPACTO SOBRE O COMPRIMENTO ÓSSEO Cardinot T*, Correia C, Siqueira P, Xavier J, Moniz-de-Aragão A, Leporace G, Oliveira L Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ

Dislipidemia tem sido implicada em redução de densidade mineral óssea e risco de osteoporose/fraturas, enquanto exercício físico tem sido relacionado a efeito oposto. No entanto, não há menção da influência do exercício e dislipidemia sobre comprimento ósseo. Objetivo foi investigar se programa preventivo de treinamento físico altera crescimento ósseo em camundongos LDLr-/- hipercolesterolêmicos. Com 16 semanas de vida e níveis normais de colesterol, foram divididos em grupos que receberam dieta normal ou hiperlipídica por 14 semanas. Treinamento físico iniciado concomitante a início da dieta. Treinamento físico aeróbico moderado realizado em esteira rolante, por 60 min, 5 dias/sem, por 14 semanas. Colesterol total dosado por métodos enzimáticos. Comprimento fêmur e tíbia do membro posterior esquerdo medido com paquímetro digital. Estatística com Anova two way. Treinamento físico nos animais que receberam dieta normal diminuiu níveis plasmáticos de colesterol quando comparado ao grupo sedentário de mesma dieta (174±11 vs 279±38 mg/dL) e não influenciou no comprimento ósseo (fêmur: 15,44±0,12 vs 15,52±0,10 mm; tíbia: 18,22±0,12 vs 18,09±014 mm). Consumo de dieta hiperlipídica provocou aumento significativo dos níveis plasmáticos de colesterol nos animais sedentários e treinamento físico inibiu parcialmente esse aumento (1009±148 vs 549±50 mg/dL), mas não influenciou no comprimento ósseo (fêmur: 15,97±0,09 vs 15,77±0,15 mm; tíbia: 18,17±0,14 vs 17,80±0,28 mm). Apenas animais sedentários hipercolesterolêmicos apresentaram fêmur maior que animais sedentários dieta normal (p<0.002). Programa preventivo de treinamento físico aeróbico não alterou comprimento ósseo em camundongos hipercolesterolêmicos.

Dislipidemia tem sido implicada em redução de densidade mineral óssea e maior risco de osteoporose/fraturas, enquanto exercício físico tem sido relacionado a efeito oposto. No entanto, não há menção da influência do exercício físico e dislipidemia sobre comprimento ósseo. Objetivo foi investigar se programa terapêutico de treinamento físico altera crescimento ósseo em camundongos LDLr-/hipercolesterolêmicos. Com 16 semanas de vida e níveis normais de colesterol, foram divididos em grupos que receberam dieta normal ou hiperlipídica por 28 semanas. Treinamento físico iniciado após 14 semanas do início da dieta, quando camundongos já se encontravam hipercolesterolêmicos. Treinamento físico aeróbico moderado realizado em esteira rolante, por 60 min, 5 dias/sem, por 14 semanas. Colesterol total dosado por métodos enzimáticos. Comprimento fêmur e tíbia do membro posterior esquerdo medido com paquímetro digital. Estatística com Anova two way. Dieta hiperlipídica provocou aumento significativo nos níveis plasmáticos de colesterol nos grupos sedentário (864±56 mg/dL) e exercitado (706±80 mg/dL); quando comparados aos grupos de dieta normal, sedentário (212±25 mg/dL) e exercitado (255±26 mg/dL); e treinamento físico aeróbico não foi capaz de reduzir esse aumento. Do mesmo modo, o treinamento físico não influenciou no comprimento ósseo dos animais de dieta normal (fêmur: 15,77±0,12 vs 15,55±013 mm; tíbia: 18,11±0,08 vs 17,86±0,07 mm; exercitado vs sedentário) e dieta hiperlipídica (fêmur: 15,75±0,14 vs 15,64±0,13 mm; tíbia: 18,03±0,08 vs 18,16±0,11 mm; exercitado vs sedentário). Programa terapêutico de treinamento físico aeróbico não alterou comprimento ósseo em camundongos hipercolesterolêmicos.

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PROJEÇÕES DA HABÊNULA LATERAL E NÚCLEO TEGMENTAL ROSTROMEDIAL PARA A ÁREA TEGMENTAL VENTRAL E NÚCLEO DORSAL DA RAFE NO RATO Gonçalves L*1, Sego C 2, Bittencourt JC2, Metzger M3 1

Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM, Disciplina da Anatomia Humana; 2 Universidade de São Paulo USP, Departamento de Anatomia; 3Universidade de São Paulo - USP, Departamento de Fisiologia e Biofísica

A habênula lateral (LHb) dá origem a diferentes vias de processamentos de informações para os grupos de células monoaminérgicas. Está claro que a LHb está envolvida no processamento de estímulos aversivos e que a sua estimulação resulta em uma poderosa supressão dos neurônios monoaminérgicos na área tegmental ventral (VTA) e núcleo dorsal da rafe (DR). Entretanto, não está claro se este efeito é modulado diretamente ou indiretamente via uma estrutura intermediária. Um candidato para este rele é o núcleo tegmental rostromedial (RMTg). O RMTg recebe projeções glutamatérgicas da LHb e além de inervar o complexo VTA-negra, também projeta para o núcleo DR. Para melhor caracterizar as projeções da LHb para o DR e VTA e explorar um possível papel de rele do RMTg, primeiramente comparamos por mapeamento anterógrado em ratos Wistar machos a extensão das projeções diretas da LHb com as projeções do RMTg para o DR e VTA. Investigamos por mapeamento retrógrado a posição topográfica dos neurônios marcados no RMTg resultante de injeções no DR e VTA e comparamos a origem subnuclear das projeções da LHb para o DR com aquelas para a VTA. Estes mapeamentos revelaram que houve apenas moderadas projeções diretas da LHb medial para o DR e VTA e que no DR foram principalmente direcionadas para a sua região caudal. Por outro lado, a LHb lateral massivamente inervou o RMTg, que por sua vez oferece projeções difusas para todas as subdivisões da VTA e uma densa projeção local para a parte central do DR. No geral, nossos achados apontam uma importante função rele do RMTg. Além disso, ele especifica que projeções diretas e supostas indiretas para o DR via o RMTg, principalmente origina em diferentes subdivisões da LHb e são direcionadas para diferentes partes do DR.

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PROPOSTA ANATÔMICA PARA UM MÚSCULO EXTRÍNSECO DA LÍNGUA DO TAMANDUÁ MIRIM (Tamanduá tetradactila) Conde Junior AM, Guerra SPL, Leite RB, Fortes EAM, Moura SMS, Cavalcante MMAS, Nascimento DSC, Leie CMC O Tamanduá mirim (Tamanduá tetradactila) é um mamífero pertencente a ordem Edentada, encontrado em todo território brasileiro. Poucos estudos são observados nesta espécie. Estudos morfológicos comparativos podem elucidar processos fisiopatológicos. Nesta perspectiva, o objetivo deste trabalho foi caracterizar uma nova estrutura muscular associada a língua do tamanduá mirim. Foram utilizados dois animais obtidos mortos, por doação do IBAMA-PI e sua utilização em pesquisa autorizada pelo SISBIO Os animais foram levados ao Laboratório de Histologia e Embriologia da Universidade Federal do Piauí, no Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Morfologia, onde foram fixados com formaldeído a 10% e a região cervical dissecada. A língua do tamanduá mirim é longa e estreita, com papilas filiformes e fungiformes em toda a sua extensão. Ventralmente a língua observa-se uma estrutura muscular ainda não descrita na literatura. Esta estrutura tem origem dorsal ao processo xifóide seguindo dorsalmente às esternébras e lateralmente ao corpo do esterno, de onde surge uma bifurcação e partem dois feixes musculares, no sentido caudo-cranial às esternébras. Este músculo segue na região cervical ventralmente a traquéia e ao adentrar a faringe, na raiz da língua, os pares se unem formando um feixe delgado, que se insere na região mentoniana da mandíbula, da raiz da língua a sua extremidade. Possibilita a protrusão e retração da língua nesta espécie, podendo está envolvido no movimento da língua durante o ato da caça. A esta estrutura, considerando-se a função e topografia, propõe-se a denominação de músculo esternohioglosso. O tamanduá mirim possui um músculo extrínseco, o esternohioglosso, não descrito em outras espécies animais.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA INOVADORA DO ESTUDO DO SISTEMA URINÁRIO PARA ESTUDANTES DE ENFERMAGEM UTILIZANDO MODELOS DE RESINA E PEÇAS PLASTINADAS Pereira PCM1, Baptista CACS2, Mariana ANB, Sobrinho LMA1, Masuko TS (tsmasuko@uol.com.br)4 1 FMB – UFBA; 2 Depto Neurociências - The University of Toledo; 3 Depto Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres - FMVZ – USP; 4 Depto de Biomorfologia - Instituto de Ciências da Saúde - UFBA

PROPOSTA DE ESTRATÉGIA PARA O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM ANATOMIA HUMANA Santos JW, Bernardino Júnior R, Castro GFA*, Narciso AS Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG

Nos cursos da área de saúde onde a formação pedagógica não é uma possibilidade, aqueles que buscam a carreira docente, primam suas atividades pelo uso de estratégias conservadoras. Este trabalho fundamentouse em dar uma nova roupagem ao processo de ensino-aprendizagem de Anatomia Humana, salientando a importância de uma disciplina da área básica em sua formação profissional e permitindo que o aluno tornese sujeito do seu aprendizado. Para tal, foi proposto a 28 alunos do curso de biomedicina da UFU que, para execução do projeto seriam organizados em 2 grupos de 14 componentes. Após a aula teórica (expositiva), os grupos de forma alternada em cada assunto, reunir-se-iam para preparação da aula prática com o auxilio e orientação de docentes e tutoras. Posteriormente conduziriam a mesma com a presença dos citados orientadores e ainda de monitores. Em último momento responderiam a 5 perguntas sobre a prática desenvolvida. Colhendo as respostas e considerando as abordagens pedagógicas das questões apresentadas para análise, vê-se que das respostas obtidas 40% demonstram que os voluntários desconhecem os conceitos de construção, transmissão e mediação do conhecimento; 52% indicam entender que a função docente é transmitir o conhecimento e 93% sugerem desconhecer o que seria um aprendizado significativo. Conclui-se que momentos no início do curso de graduação que abordassem conceitos vinculados ao processo ensino aprendizagem, em muito favoreceria o entendimento do aluno sobre seu papel no trabalho de auto construção e ainda colaboraria para adequar e reconstruir a visão e noção da função da universidade, dos docentes e do aprendizado mutuo.

Os modelos pedagógicos para o ensino de Anatomia permitem uma melhor correlação do conhecimento teórico e prático, resultando em melhor qualidade do aprendizado. Os avanços tecnológicos resultaram no surgimento de inúmeros modelos com diferentes níveis de criatividade e sofisticação, dando novo rumo ao aprendizado desta disciplina. Este trabalho tem o objetivo de avaliar o aprendizado de estudantes de Enfermagem regularmente matriculados no primeiro semestre de 2012 da Universidade Federal da Bahia, comparando o modelo de leitura textual durante as aulas práticas de Anatomia e a aplicação da “caneta inteligente” sobre modelos anatômicos de resina e peças plastinadas de órgãos constituintes do Sistema Urinário. Devido às dificuldades encontradas com a greve de professores da UFBA e a baixa adesão dos estudantes do curso de enfermagem, o trabalho foi desenvolvido em uma turma 15 alunos do curso de odontologia. Para tanto, a turma foi dividida aleatoriamente em dois grupos. A primeira metade utilizou a “caneta inteligente” que apresentava o texto gravado sobre as estruturas, que seria reproduzido quando a mesma tocasse uma estrutura anatômica referente ao modelo ou peça plastinada. A “caneta inteligente” utiliza o DPS (Dot-Positioning System), tecnologia baseada em pontos, que utiliza um papel especial, permitindo a gravação do texto associado aos pontos no papel. A segunda metade utilizou o mesmo texto impresso que foi utilizado como referência para observação dos modelos durante as aulas práticas. Foram aplicados testes antes e após cada aula, sendo utilizado o mesmo questionário em ambos os momentos. Os resultados foram obtidos a partir das médias das notas do pré e pós-teste. O grupo que utilizou a tecnologia DPS obteve média pré-teste 4,57 com desvio padrão (DP) de ± 1,39 e média pós-teste 5,42 com DP ±0,53. O Grupo sem DPS obteve média pré-teste 5,25 com DP±1,48 e média pós-teste 5,37 com DP±0,91. Devido ao tamanho reduzido da amostra, não foi observada significância estatística. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia, Ensino superior, Modelos anatômicos, Plastinação, Pedagogia APOIO FINANCEIRO: PROEXT/2011 - SIGProj-No79628.394.34192.14042011

PALAVRAS-CHAVE: Anatomia Humana, metodologia, ensino-aprendizagem, tutoria.

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PROTÓTIPO DE JOGO DE APRENDIZAGEM EM ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR Santos CO, Nascimento DGR*, Silva SS, Araújo EO, Santana LS

QUANTIFICAÇÃO DAS CORDAS TENDÍNEAS EM RELAÇÃO ÀS CÚSPIDES DA VALVA ATRIOVENTRICULAR ESQUERDA DE BOVINOS França TC*, Palhano HB, Silva ALB, Mattos CCR, Soares JR, Pestana FM UFRRJ

INTRODUÇÃO: A abordagem teórico-prática da anatomia humana muitas vezes não é suficiente para que os discentes possam construir o aprendizado dos conteúdos da disciplina, o que torna necessária a utilização de diferentes estratégias de ensino. Dentre essas estratégias, os jogos podem ser ferramentas instrucionais eficientes. OBJETIVO: Construir e verificar a aplicabilidade de um jogo de aprendizagem de anatomia do aparelho locomotor, bem como avaliar o desempenho do aluno submetido ao jogo. METODOLOGIA: Construção de jogo contendo tabuleiro com casas, cartas com conteúdo sobre músculos, nervos, ossos e articulações, 2 dados e 4 pinos. As regras são: 4 alunos por sessão, cada um representado por um pino e eles lançam os 2 dados nas suas respectivas rodadas. Parando na casa sorteada deve-se responder a pergunta de acordo com a carta presente na casa onde o pino parou. Cada resposta correta soma 2 pontos ao jogador, tornando vencedor do jogo aquele que chegar aos 30 pontos primeiro. O jogo será utilizado pelos discentes da disciplina anatomia do aparelho locomotor, durante o período da monitoria da matéria, após seleção aleatória. A aplicabilidade do jogo será avaliada através de questionário estruturado não tendencioso baseado nas instruções de Carnevalli et al., fornecido aos alunos após jogarem, com itens sobre a avaliação da qualidade do jogo e como este pode ser utilizado como instrumento de motivação para o estudo. Alem disso serão comparadas as notas obtidas na disciplina dos alunos que foram submetidos ao jogo. RESULTADOS ESPERADOS: Espera-se que o jogo possa tornar o aprendizado em anatomia humana prazeroso e mais eficiente, permitindo ao discente maior êxito na construção do conhecimento exposto na disciplina.

A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes, sendo o Brasil um importante produtor de carne bovina. Por vezes, a área médica está relacionada ao conhecimento anatômico. A cardiologia veterinária conseguiu avançar cientificamente, mostrando estudos para conhecer as estruturas anatômicas cardíacas. A complexidade das valvas atrioventriculares motiva pesquisar cada estrutura envolvida para determinar uma resposta adequada. A funcionalidade das valvas cardíacas está relacionada às válvulas e cordas tendíneas (CT) que as compõem. O objetivo foi estudar a frequência de CT nas cúspides septal e parietal da valva atrioventricular esquerda de bovinos. Utilizou-se, cinco corações de bovinos adultos (três machos/duas fêmeas). Estes foram lavados com água corrente, injetando solução de formol a 10% e imersos nesta solução para completar a fixação. Realizaram-se cortes longitudinais, possibilitando a distribuição das CT em relação à válvula atrioventricular esquerda. Comparando machos e fêmeas, com grupos distintos de 0 a 2, de 3 a 5 e de 6 a 10 CT para cada valva, septal ou parietal. Em relação à cúspide septal esquerda, nos machos foram de 6 a 10 CT partindo dos músculos papilares e nas fêmeas de 3 a 5 CT para a válvula septal. Em relação à cúspide parietal esquerda, nos machos foram de 3 a 5 CT e nas fêmeas de 6 a 10 CT para a válvula parietal esquerda. Não houve diferença significativa entre os sexos, embora a amostra seja pequena, quanto à quantidade de CT e na frequência em relação á valva septal quanto à parietal. Concluiu-se que a distribuição das CT em relação às válvulas septal e parietal é variável entre bovinos. Sugere-se que as CT direcionadas às comissuras entre válvulas denominam-se cordas tendíneas comissurais.

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QUANTIFICAÇÃO DAS CORDAS TENDÍNEAS EM RELAÇÃO ÀS CÚSPIDES DA VALVA ÁTRIOVENTRICULAR ESQUERDA DE SUÍNOS Lima CD*, Palhano HB, Mattos CCR, Soares JR, Passos NC, Scherer PO, Pestana FM UFRRJ

QUANTIFICAÇÃO MIELÍNICA DO NERVO ISQUIÁTICO ESMAGADO APÓS A APLICAÇÃO DA LASERTERAPIA E DA PROTEÍNA DO LÁTEX NATURAL Dias FJ, Cury DP, Iyomasa MM, Issa JPM, Almeida SRY, Watanabe I

As doenças cardiovasculares são reconhecidas como causa de morte, destacando-se as afecções da válvula mitral (VM). A plástica ou reparação da VM é realizada há anos e técnicas são utilizadas, como a substituição das VM por próteses. As próteses mecânicas apresentam a desvantagem da alta incidência à tromboembolia. A bioprótese (de suínos), com menor durabilidade, é atualmente base para o tratamento de válvulopatias, tornando-se cada vez mais viável com novos fármacos anti-rejeição. O objetivo foi estudara anatomia da valva átrio ventricular esquerda de suínos. Utilizou-se dez corações de suínos (quatro machos/seis fêmeas). Estes foram lavados com água corrente, injetando solução de formol a 10% e imersos nesta solução para completar a fixação. Realizaram-se cortes longitudinais, possibilitando a distribuição das cordas tendíneas (CT) em relação à VM. Comparando machos e fêmeas, com grupos distintos, de 0 a 2, de 3 a 5 e de 6 a 10 CT dos músculos papilares para cada valva, septal ou parietal. Em relação à cúspide septal esquerda, nos machos foram de 0 a 2 CT partindo dos músculos papilares e nas fêmeas foram de 0 a 2 CT para válvula septal. Em relação à cúspide parietal esquerda, nos machos e fêmeas, foram de 6 a 10 CT para a válvula parietal esquerda. Não ocorreu diferença significativa entre os sexos, quanto à quantidade de CT e na frequência tanto em relação á valva septal quanto à parietal. Conclui-se que a distribuição das CT em relação às válvulas septal e parietal é variável entre os suínos. Não houve diferença significativa quanto à distribuição das CT entre os sexos dos animais. Sugere-se que as CT direcionadas às comissuras entre as válvulas denominam-se cordas tendíneas comissurais.

A irradiação do laser de baixa intensidade (LBI) e a aplicação da proteína purificada do látex natural (P1) tem ajudado na recuperação de lesões de nervos periféricos. Esse estudo analisa os efeitos do LBI e associado à proteína P1 sobre os nervos isquiáticos de ratos Wistar esmagado (15Kgf, 5,2 MPa, 10 min). Trinta ratos Wistar (♂, 200-300g) foram alocados em 6 grupos (n=5): G1 - controle; G2 - nervo exposto; G3 - nervo lesado; G4 - nervo lesado e LBI (15J/cm2, 780nm); G5 - nervo lesado e proteína P1 (0,1%); e G6 – nervo lesado tratado com a P1 (0,1%) e LBI (15J/cm2, 780nm). Passados 28 dias da lesão, o nervo isquiático foi coletado e processado para a a análise quantitativa ao microscópio de luz, por meio da coloração de Suddan Black com auxílio do software ImageJ e análise estatística ANOVA (p=0,05). Os dados quantitativos (conteúdo de mielina/ área de secção transversa do nervo) sugerem recuperação nos grupos tratados (G4 – 36,65±6,88; G5 – 57,11±4,73 e G6 – 34,81±3,70) em comparação ao grupo lesado (G3 – 29,17±1,18), porém os animais do G5 apresentaram os melhores resultados sendo esses comparáveis ao grupo controle (GI – 55,31±2,59). Os tratamentos com o LBI e a proteína P1 revelam melhora na recuperação de nervos periféricos esmagados. Porém o uso apenas da proteína P1 foi mais efetiva, sugerindo que a associação do LBI com a proteína P1 não foi significativa, ou ainda que os parâmetros utilizados no LBI não foram ideias para a recuperação do nervo isquiático esmagado. APOIO FAPESP 2010/12018-3. CEUA IBC/USP – 78/10.

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RADICAIS LIVRES COMO UMA POSSÍVEL FONTE DE PATOLOGIAS IDIOPÁTICAS: CORRELAÇÃO COM EXPOSIÇÃO AO CÁDMIO AMBIENTAL Guerra FD, Leite RP, Gadelha FR, Ribeiro LHG, Dolder H. 1 UNICAMP – State University of Campinas. Depto. de Biologia Estrutural e Funcional - Instituto de Biologia. Av. Bertrand Russel, s/no, Cx. Postal 6109, Cep: 13083-865. Campinas, São Paulo. 2 UNICAMP – State University of Campinas. Depto. de Bioquímica – Instituto de Biologia. Rua Monteiro Lobato, s/no, Cx. Postal 6109, Cep: 13083-970. Campinas, São Paulo. E-mail: rpleite@gmail.com. Phone: (19) 25216114. O cádmio é um metal pesado que tem sido cada vez mais introduzido no meio ambiente devido à atividade antropogênica. Os fertilizantes fosfatados aumentam a concentração de cádmio no solo em níveis alarmantes, aumentando portanto, a absorção de cádmio pelas plantas e legumes cultivados para consumo humano. Portanto, a comida é a principal fonte de exposição de cádmio para os seres humanos. Os inquéritos populacionais têm ligado a ingestão de alimentos contaminados com cádmio ao aumento de diversas patologias, como câncer de mama na Suécia e pressão arterial elevada na Coréia do Sul. No presente estudo nós investigamos se a exposição oral de uma dose ambientalmente realista de cádmio poderia perturbar o status oxidativo celular no testículo de ratos. Ratos Wistar machos com 70 dias de idade, foram divididos em dois grupos: controle (n = 5) e Cd (n = 5). Animais receberam ou água de beber (controle) ou uma solução de cádmio (Cd) (75 mg / L) ad libitum durante trinta dias consecutivos. No final do tratamento os animais foram anestesiados e os testículos removidos para análises bioquímicas (método TBA). Um aumento significativo na peroxidação lipídica, aproximadamente 71%, foi observado nos animais expostos ao cádmio (106,97 ± 34,65 [MDH] nm) comparado ao grupo controle (62,5 ± 8,46 [MDH] nM ). A peroxidação lipídica é muitas vezes um processo mediado por radicais livres, geralmente ocorrendo após a oxidação do DNA e proteínas, já que estes são moléculas mais vulneráveis. Os nossos resultados mostram portanto que o cádmio a um nível ambiental é capaz de promover desequilíbrio do estado oxidativo nos testículos, que por sua vez é susceptível de desempenhar um papel importante no desenvolvimento de várias patologias idiopáticas. Cadmium is a heavy metal that has increasingly been introduced into the environment due to anthropogenic activity. Phosphate fertilizers increase cadmium concentration in the soil at alarming levels, hence rising cadmium uptake by crops and vegetables grown for human consumption. Therefore, food is the major source of cadmium exposure to humans. Population surveys have recently linked increased food-cadmium intake to several pathologies, such as breast cancer in Sweden and high blood pressure in South

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Korea. In the present study we have investigated whether oral exposure to an environmentally realistic dose of cadmium could disturb the cellular oxidative status in Wistar rat testis. Ten 70-days-old male Wistar rats were divided into two groups: control (n=5) and Cd (n=5). Animals were given either drinking water (Control) or a cadmium solution (Cd) (75 mg/L) ad libitum for thirty consecutive days. At the end of the treatment the animals were anesthetized and testes collected for biochemical analyses (TBA method). A significant increase in lipid peroxidation, approximately 71%, was observed in the animals exposed to cadmium (106,97 ± 34,65 [MDH] nM) with respect to the control group (62,5 ± 8,46 [MDH] nM). Lipid peroxidation is often a free-radical mediated process, usually taking place after the oxidation of DNA and proteins, as these are more vulnerable molecules. Our results show therefore that cadmium at an environmental level is able to unbalance the oxidative status in the testis, which in turn is likely to play an important role in the development of several idiopathic pathologies. RESEARCH FUNDING: São Paulo Research Foundation (FAPESP), Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES), National Counsel of Technological and Scientific Development (CNPQ).

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REDUÇÃO DAS PAPILAS GUSTATIVAS E SUAS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Menezes Júnior JE*, Oliveira LC, Queiroz JC, Praxedes LTA Universidade Federal do Rio Grande do Norte

O envelhecer é um processo gradual que ocorre ao longo de muitas décadas, relacionado com a replicação prejudicada do DNA e a perda da viabilidade da célula. Dessa forma, os idosos apresentam uma diminuição das papilas gustativas o que interfere no seu estado nutricional, tendo em vista que essa perda causa alterações sensoriais como a redução da sensibilidade para os sabores. Avaliar a percepção sensorial dos alimentos em idosos. O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva mediante pesquisa bibliográfica nos bancos de dados eletrônicos disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SCIELO e LILACS, utilizando os seguintes descritores: idoso, papilas gustativas. A coleta de dados ocorreu em janeiro a julho de 2011. Foi realizada uma pesquisa, primeiramente com cada um dos descritores separadamente, e em seguida associados. Desse modo, após a leitura dos resumos aqueles que se adequavam aos critérios de inclusão foram selecionados e seus textos lidos na íntegra, totalizando 37 artigos. Os estudos mostram que nos jovens, o número de papilas gustativas linguais corresponde a mais de 250 para cada papila, enquanto as pessoas acima de 70 anos apresentam menos de 100 papilas. Essa perda faz com que o idoso apresenta dificuldade para detectar os sabores dos alimentos predispondo-o a ingestão de alimentos com excesso de glicose e/ou cloreto de sódio, entre outros, o que pode agravar as patologias de base a que esses indivíduos são acometidos. Dessa forma, percebe-se a importância em se conhecer as bases anatômicas/fisiológicas do processo saúde/doença dos indivíduos e assim direcionar de forma mais específica a assistência. PALAVRAS-CHAVE: Idoso; Papilas gustativas.

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REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA ANATOMIA HUMANA EM CURSO TÉCNICO PROFISSIONALIZANTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Nascimento LAD1, Silva DJ2, Barros DMG3 ¹Fisioterapeuta, Especialista em Anatomia e Biomecânica do Sistema Locomotor, Técnico em Anatomia e Necropsia (UFRJ), Professor da Escola Técnica de Radiologia Cultural (ETRC/RJ); 2Fisioterapeuta, Especialista em Anatomia e Biomecânica do Aparelho Locomotor, Mestrando em Ciências da Reabilitação, Professor Auxiliar do Centro Universitário Celso Lisboa (UCL/RJ); 3Fisioterapeuta, Acadêmico do curso de Bacharelado em Educação Física, Especialista em Anatomia e Biomecânica do Sistema Locomotor, Pós-Graduando em Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfofuncional, Mestrando em Ciências da Reabilitação, Professor Auxiliar do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM/RJ). O processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Anatomia Humana vêm se mostrando muito complexo uma vez que a apresentação de diversas nomenclaturas nunca antes vistas e o contato com peças cadavéricas torna o processo muito complexo para os alunos ingressantes nos cursos profissionalizantes. Diversos recursos devem ser explorados afim de que seja garantido uma exposição mais dinâmica e agradável do conteúdo a ser lecionado, bem como devemos nos preocupar com a garantia de que tal conteúdo seja condizente com as expectativas do futuro profissional, além de adequá-lo a uma carga horária capaz de absorver todas as etapas necessárias para uma aprendizagem satisfatória. O presente estudo foi realizado através de levantamento de dados obtidos por questionário fechado de 10 (dez) perguntas sobre reflexões acerca do ensino da disciplina de Anatomia Humana. Fizeram parte do estudo 100 acadêmicos de um curso técnico profissionalizante do Estado do Rio de Janeiro, onde 70 acadêmicos eram do sexo feminino e 30 do sexo masculino. Verificou-se que porcentagem significativa dos acadêmicos, cerca de 68%, julgam importante a utilização de recursos audiovisuais nas aulas de anatomia; 70% acreditam que o contato manual com peças cadavéricas seja imprescindível para a aprendizagem. Para 66% dos acadêmicos o conteúdo da disciplina é de fundamental importância para sua vida profissional. Quanto a carga horária da disciplina ser adequada as necessidades do aluno, 49% concordam com a carga horária da disciplina em seu curso, porém 26% demonstraram discordar dessa mesma variável. A utilização de recursos tecnológicos audiovisuais mostra-se, cada vez mais, de suma importância para uma exposição de mais qualidade, porém o contato manual com as peças cadavéricas continua se destacando como a principal ferramenta para exposições práticas. Para garantir uma aprendizagem adequada desta disciplina, que é fundamental para a formação dos profissionais da saúde, devemos sempre adequar a carga horária das aulas de anatomia humana ao necessário para uma aprendizagem de qualidade. PALAVRAS CHAVES: Ensino, Anatomia.

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REGENERAÇÃO AXONAL EM ENXERTO NERVOSO TÉRMINOLATERAL COM UTILIZAÇÃO DE ADESIVO DE FIBRINA DERIVADO DO VENENO DE SERPENTE Buchaim RL, Ferreira Júnior RS, Barraviera B, Buchaim DB, Daré LR, Rosa Júnior GM, Dias DV, Rodrigues AC

O adesivo de fibrina, derivado do veneno de serpente, produzido no CEVAP - Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (UNESP/Botucatu – SP), é um selante biológico e biodegradável, não produz reações adversas, não contém sangue humano, apresenta uma boa capacidade adesiva e não transmite doenças infecciosas. Nossa proposta foi avaliar se o adesivo permite brotamento colateral de axônios oriundos de um nervo intacto (n. vago) para o interior de um segmento de enxerto nervoso autólogo (n. sural). Foram utilizados 20 ratos machos separados em 2 grupos: Controle (GC; n=8), onde os nervos sural e vago foram coletados; Experimental (GE; n=12), onde uma das extremidades do enxerto autólogo do n. sural foi coaptada ao nervo vago com o adesivo de fibrina, e a outra extremidade suturada na tela subcutânea. Em todos os procedimentos cirúrgicos nenhuma janela epineural foi realizada no nervo vago. Decorridas 10 semanas pós-cirurgia, os animais foram eutanasiados e análise morfológica por meio de microscopia óptica e eletrônica, além de morfometria das fibras regeneradas (área e diâmetro das fibras, área e diâmetro do axônio, área e espessura da bainha de mielina), foram empregadas para avaliação dos resultados. No GE foi observado brotamento axonal do n. vago para o interior do enxerto, sendo que no GC todas as dimensões mensuradas foram maiores e com diferença estatisticamente significante em relação ao GE, exceto na espessura da bainha de mielina (GC: 1,2±0,16; GE: 1,46±0,11µm). Concluiu-se que o adesivo de fibrina auxiliou no brotamento axonal, sendo um método eficiente para recuperação de nervos cranianos lesados através da utilização de nervos espinhais como enxertos. SUPORTE FINANCEIRO: FAPESP (Proc. 2010/16883-0).

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RELAÇÃO DAS FERRAMENTAS VISUAIS 3D NO APRENDIZADO DE ANATOMIA HUMANA Sabóia, JS*1,Bucci, DA1, Bezerra EC 1, Babinski MA1 , Pacheco, RM1 ,de Paula RC1 (rafael.cisne@gmail.com) 1. Departamento de Morfologia / UFF INTRODUÇÃO: Atualmente o ensino da anatomia é realizado com os métodos construídos historicamente, como o ensino expositivo e praticadas em peças cadavéricas e/ou figuras em livros de anatomia. Mas inúmeros problemas podem ser citados, como os desgastes dos cadáveres por uso intenso, a dificuldade de obtenção dos corpos e pouco detalhamento e diferenças nas figuras ilustrativas. Somando a revolução tecnológica e as novas técnicas pedagógicas, tem-se a criação de um método que vem ampliar e complementar o ensino e aprendizado da anatomia, vencendo todos os limites da construção do conhecimento. OBJETIVO: Quantificar e qualificar os benefícios decorrentes da lição de neuroanatomia com uso de multimídia 3D, analisando os resultados a partir de um questionário subjetivo e uma prova abordando o conteúdo. MATERIAL E MÉTODOS: Neste estudo foram lecionados conteúdos de neuroanatomia a partir de recursos visuais em 3D e posteriormente quantificado o resultado qualitativo do poder desta ferramenta a partir de questionário que observou a capacidade de aprendizado do aluno. RESULTADOS E DISCUSSÃO : Grupo controle: (aulas com imagens convencionais): grau de satisfação (74% ótima; 20% bom; 4% regular) e valor da média da nota do grupo (4,35). Grupo experimento I: (aulas com imagens 3D): grau de satisfação (91 % ótima. 7% boa; 2% regular) e valor da nota do grupo (8,11). Grupo experimento II: (aulas com imagens convencionais e 3D): grau de satisfação (94% ótima, 6 % boa e 0% regular) e valor da nota (8.40). CONCLUSÃO: O uso de multimídias 3D é a revolução das práticas de ensino, por ter sido testado em algumas universidades, dando sinais positivos no âmbito pedagógico e institucional, sendo um método barato, prático e maleável de ensino. PALAVRAS-CHAVES: Pedagogia, Anatomia, Recursos 3D

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RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES ANATÔMICAS DO CRISTALINO E A BAIXA ACUIDADE VISUAL EM PACIENTE COM SÍNDROME DE ALPORT Guedes DAW(1), Guedes BAW, Guedes GACR*, Coutinho AFAR, Pimenta MBF, de Melo GPF Faculdade de Medicina Nova Esperança - FAMENE

RELAÇÃO ENTRE O CENTRO DE ROTAÇÃO DO MOLAR SUPERIOR E A DIREÇÃO DO MOVIMENTO DENTÁRIO Croci CS*; Freire AR; Prado FP; Caria PHF

O olho está frequentemente envolvido em doenças sistêmicas. A nefrite hereditária ou Síndrome de Alport é a forma progressiva de doença glomerular, comumente associada a alterações do cristalino e perda da audição. O diagnóstico da síndrome é suspeitado em familiares com história de insuficiência renal, surdez e perda visual. A alteração ocular patognomônica da síndrome é o lentecone, que corresponde a uma protusão da estrutura do cristalino em forma cônica, alterando de forma marcante a sua anatomia. O objetivo do presente estudo foi avaliar e descrever alterações anatômicas no cristalino em paciente com Síndrome de Alport e sua relação com a baixa acuidade visual apresentada. Realização de exame oftalmológico e biomicroscopia com estudo detalhado do cristalino e o impacto na qualidade visual relacionado a anormalidades encontradas no cristalino. Foram encontrados lentecone anterior e posterior em ambos os olhos. Os achados foram semelhantes àqueles descritos na literatura. A Síndrome de Alport é uma doença progressiva, em que a anormalidade no cristalino é rara, mas patognomônica, levando a baixa acuidade visual incapacitante. A deterioração visual guarda relação com a função renal. As manifestações oftalmológicas na síndrome de Alport podem envolver a córnea, a retina ou o cristalino. No cristalino foram descritos esferofacia, catarata e coloboma, no entanto o lenticone anterior é a alteração mais comum, e foi o achado encontrado em nosso paciente. DESCRITORES: Síndrome de Alport, cristalino, lentecone, baixa acuidade visual.

O centro de rotação (CRot) de um dente é o ponto sobre o qual o dente gira quando submetido à tensão aplicada na sua coroa. Nos dentes multiradiculares esse ponto sofre alterações na sua localização, de acordo com a direção da aplicação da força. Esse trabalho avaliou tridimensionalmente a relação entre o CRot do molar superior e os movimentos mesiodistal (MD) e vestibulolingual (VL) aplicados à coroa dentária em modelos com e sem ligamento periodontal (LP). Para tal, foram desenvolvidos 2 modelos de elementos finitos (Ansys 14), a partir de imagens tomográficas (0,3mm de espessura) de 2 molares superiores, com LP e sem LP e, aplicados sobre eles uma força de 1N no sentido MD e VL. No movimento VL (com LP), o molar superior girou ao redor de um eixo mesiodistal, perpendicular ao longo eixo do dente, localizado no terço médio das raízes mesio e disto vestibular tocando as faces palatinas destas raízes; no movimento MD (com LP), o molar superior girou ao redor de um eixo vestíbulolingual, perpendicular ao longo eixo do dente, no terço cervical da raíz palatina, passando pelo centro desta raíz e entre as raízes mésio e disto vestibulares. No modelo sem o LP, o eixo de rotação no movimento VL foi deslocado para cervical e no movimento MD o eixo de rotação foi deslocado para apical. A movimentação dentária foi perpendicular ao eixo do movimento realizado e localizado nos terços cervical e médio das raízes do molar superior. A presença do LP na modelagem deslocou o eixo de rotação do movimento MD para cervical, e o eixo de rotação do movimento VL para apical, e sua presença na modelagem aumentou os valores de deslocamento para ambos os movimentos.

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RELAÇÃO ENTRE O HÁBITO ALIMENTAR E O DESENVOLVIMENTO DOS MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO Barbosa MBB¹*, Torres AS¹, Melo LB¹, Silva TG¹, Xavier JE¹, Lima DB¹, Araújo MSP¹, Ximenes RCC¹ ¹ Centro Acadêmico de Vitória- UFPE

RELAÇÃO ENTRE SITUS INVERSUS E A DINÂMICA DA DEGLUTIÇÃO Soares LT, Boni RC*, Bonsi AB, Prosdócimi FC, Lederman HM, Chiari BM, Gonçalves MIR

A mastigação é o processo de preparação do bolo alimentar para deglutição. O processo de degradação do alimento ocorre em três etapas: incisão, trituração e pulverização. Para a execução deste processo, é necessário que vários grupos musculares se contraiam coordenadamente: são eles, os músculos masseteres, temporais, pterigóideo medial e lateral. O desenvolvimento desses músculos depende de vários fatores, dentre eles equilíbrio de oclusão, tônus muscular, e saúde dentária. O hábito alimentar vem sendo apontado como fator determinante no padrão mastigatório. O objetivo deste trabalho é avaliar as mudanças de desenvolvimento ocorridas nesse grupo muscular relacionadas ao hábito alimentar. Foi feita uma pesquisa bibliográfica nas bibliotecas virtuais em busca de artigos que abordam esse assunto, publicadas de 2000 a 2011, segundo os descritores “hábito alimentar”, “mastigação” e “sistema estomatognático”. Com base nos artigos estudados, pode-se observar que a consistência dos alimentos preferencialmente consumidos pelo indivíduo tem influência em fatores importantes para a mastigação. Pessoas que preferem alimentos duros têm a musculatura orofacial mais hipertrofiada e maior força e tônus muscular que pessoas que preferem alimentos moles. A coordenação e simetria dessa musculatura dependem do equilíbrio de lateralidade da mastigação. A consistência e a frequência de consumo dos alimentos são bastante influentes em aspectos importantes para a plena execução do processo da mastigação, assim como no desenvolvimento da musculatura destinada para esse fim. Diante disto, é necessário ressaltar a importância de uma alimentação balanceada para a saúde mastigatória.

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INTRODUÇÃO O termo situs inversus é uma forma abreviada do Latin "situs inversus viscerum", que significa posição invertida dos órgãos internos. A maioria das pessoas com situs inversus não têm queixas relacionadas à deglutição e por isso a literatura a respeito é escassa. Quando ocorre, está associada à síndrome de Kartagener, na qual o situs inversus pode ser visto em cerca de 50% dos casos, ou à presença de tumores esofágicos. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi demonstrar por meio da videofluoroscopia da deglutição a relação entre situs inversus e a dinâmica da deglutição. MATERIAL E MÉTODO A amostra foi constituída de 1 indivíduo, 83 anos de idade, sexo masculino, com queixa de que o alimento deglutido voltava para boca. O método foi baseado na anamnese e avaliação objetiva da deglutição, por meio da videofluoroscopia, realizada no Departamento de Diagnóstico por Imagem de um Hospital Público. RESULTADOS Na videofluoroscopia da deglutição, observou-se que órgãos torácicos e abdominais estavam invertidos de suas posições normais, quadro este conhecido como situs inversus (figuras1-3). O exame demonstrou ainda que as fases oral e faríngea da deglutição não apresentaram alterações significativas, enquanto que na fase esofágica foi observado refluxo esôfago-esofágico, lentidão no esvaziamento esofágico, hérnia hiatal e presença de ondas terciárias. DISCUSSÃO e Conclusão Não há estudos que relacionam à dinâmica de deglutição com situs inversus. No caso descrito, apenas a fase esofágica da deglutição apresentou alterações, condizentes com a queixa do paciente e que podem estar relacionadas ao envelhecimento. Sendo assim, o presente estudo sugere que a fase esofágica da deglutição seja investigada em indivíduos mais jovens com situs inversus e queixa de refluxo, com o objetivo de verificar se estas variações anatômicas podem acarretar em modificações nesta fase da deglutição. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Nettesheim O, Höffken G, Gahr M, Breidert M. Haematemesis and dysphagia in a 20-year-old woman with congenital spine malformation and situs inversus partialis. Z Gastroenterol. 2003;41(4):319-24. Hoang CD, Bakman YG, Ikramuddin S, Maddaus MA. Situs inversus totalis: giant hiatal hernia repair by laparoscopic Collis gastroplasty and Nissen fundoplication. Surg Endosc. 2004;18(2):345-9. Mimae T, Nozaki I, Kurita A, Takashima S. Esophagectomy via left thoracotomy for esophageal cancer with situs inversus totalis: report of a case. Surg Today. 2008;38(11):1044-7. Skeik N, Jabr FI. Kartagener syndrome. Int J Gen Med. 2011;12(4):41-3.

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RELATO DE CASO - VARIAÇÃO SINTÓPICA DO APÊNDICE VERMIFORME

RELATO DE CASO - VARIAÇÃO DA ARTÉRIA HEPÁTICA DIREITA Soares TRS*, Ferezini J, Konagai J, Saguti LY

Soares TRS*, Villas-Bôas GL, Nakano DY, Orathes BM. Universidade Estadual de Maringá (Ciências Morfológicas), Maringá - Paraná, Brasil Universidade Estadual de Maringá (Ciências Morfológicas), Maringá - Paraná, Brasil Foi encontrada durante dissecção de rotina de um cadáver masculino uma variação na irrigação do abdome, na qual a artéria hepática direita origina-se da artéria mesentérica superior. O objetivo do presente relato é descrever a variação anatômica em relação a origem da a. hepática direita e suas relações. De acordo com a descrição tradicional, o tronco celíaco dá origem às seguintes artérias: artéria esplênica, artéria gástrica esquerda e artéria hepática comum. Esta última tem como um de seus ramos a artéria hepática própria, que por sua vez origina a artéria hepática direita e a artéria hepática esquerda. Na presente dissecção foi observado que a artéria hepática direita origina-se da artéria mesentérica superior ao nível do colo do pâncreas ascendendo em um trajeto oblíquo até o fígado. Em seu percurso, a artéria hepática direita passa posteriormente à veia mesentérica superior, à veia porta-hepática e também à confluência bilífera inferior e, passa anteriormente à veia cava inferior e ao lobo caudado do fígado. O conhecimento acerca de variações anatômicas no padrão de irrigação das vísceras é importante em diversas situações clínicas, especialmente no caso de cirurgias, tais como o transplante de fígado. O aprofundamento do estudo anatômico das estruturas hepáticas viabilizou nos últimos anos desenvolvimento de técnicas alternativas de transplante hepático, como o transplante de fígado reduzido e o transplante intervivos.

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Segundo a descrição tradicional, o apêndice vermiforme em 25% dos casos é retrocecal e retrocólico; não se relacionando com a flexura cólica direita e rim direito. O objetivo deste trabalho é relatar a variação sintópica do apêndice vermiforme. Foi encontrada durante a dissecção de rotina de um cadáver masculino do departamento de Ciências Morfológicas da Universidade Estadual de Maringá, uma variação sintópica do apêndice vermiforme. Este se encontrava retrocecal e retrocólico, sendo que seu terço distal fazia relação anterior com a flexura cólica direita e posterior com o rim ipsilateral. Apesar de outras alterações gastrointestinais terem sido encontradas, tais como megacólo, fígado cirrótico e Doença de Chilaiditi, o apêndice não se apresentava patológico. Um bom conhecimento das variações do apêndice vermiforme e das suas relações, é importante para o cirurgião e para o clínico na medida que pode influenciar no diagnóstico diferencial de manifestações típicas e atípicas de apendicite, evitando complicações cirúrgicas. PALAVRAS-CHAVE: apêndice vermiforme; sintopia; apendicite.

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RELATO DE UM CASO DE SÍNDROME DE EBSTEIN Santana MN *, Sousa BVS, Queiroga CAS, Silva Neto EJ, Vieira IIF, Machado Junior JL, Alves Silva LA, Santana MMF FAMENE

RELATO DE UM CASO RARO DE ADENOCARCINOMA EM RIM REJEITADO APÓS TRANSPLANTE RENAL

O estudo do caso possibilita o aprofundamento em um tema pouco explorado na fase acadêmica, por se tratar de cardiopatia rara (incidência de 1:200.000), onde 20% destes podem apresentar malformações no sistema de condução elétrica cardíaca (1/1.000.000) do tipo feixe anômalo oculto ou síndrome de WolffParkinson-White, associados ao risco de morte súbita. É portanto relato de importância significativa para o meio acadêmico. O trabalho visa observar e descrever o coração de um cadáver acometido pela síndrome de Ebstein pertencente ao laboratório de anatomia da Faculdade de Medicina Nova Esperança/ PB.Utilizou-se como metodologia a dissecação de cadáver masculino adulto fixado em formol a 10% e revisão da literatura a cerca do assunto. Observou-se que o coração acometido pela síndrome apresentava aderência dos folhetos septal e posterior do miocárdio, dilatação da junção atrioventricular direita, atrialização da via de entrada do ventrículo direito, verticalização do órgão e menor diâmetro em relação a um coração normal, bem como feixes musculares que se estendiam da porção atrializada da parede livre do ventrículo direito criando um “curto circuito elétrico” natural ao esqueleto fibroso do coração. Ressaltamos a idade avançado deste indivíduo, contrariando a história natural de óbito em idade precoce.

Departamento de Morfologia e Departamento de Urologia (HUAP) Universidade Federal Fluminense

Rocha MO*, Dias MS, Ribeiro JGA, Fosse Jr. AM, Klojda CAB, De Paula RC, Fonseca Jr.A, Babinski MA

Carcinoma de células renais (RCC) apresenta risco de morte de 1,43%, caracterizada pela ausência de sintomatologia, sendo o mais letal das neoplasias malignas primárias urológicas. Pacientes pós-transplante renal apresentam risco aumentado de desenvolver neoplasias diversas. Portanto, o nosso objetivo é relatar um caso raro de carcinoma renal rejeitado após transplante renal (TR). CSS, feminino, 40 anos, submetida à TR em 1974, cujo doador foi o irmão. Após 25 anos engravidou e deu à luz uma menina sadia. Em 2004 apresentou nefropatia crônica do enxerto à direita por rejeição, retornando ao regime dialítico no ano seguinte. Apresentou infecções de repetição do trato urinário e durante a investigação diagnosticou-se, através de tomografia computadorizada (TC), neoplasia do polo inferior do enxerto renal. A paciente foi submetida em 04/06/2010 à transplantectomia radical com abordagem exclusivamente retroperitoneal. Após um ano, nova TC evidenciou doença metastática. Realizou-se exérese completa da lesão sem sucesso, visto que houve comprometimento peritoneal. A paciente encontra-se em tratamento oncológico. Considera-se que células neoplásicas transplantadas com o enxerto é uma situação rara e pode ser a causa de neoplasia maligna no receptor. O TR com tumor maligno não diagnosticado previamente pode acarretar a disseminação tumoral no pós-transplante, passível de controle com a retirada do enxerto e a imunossupressão. Assim, a vigilância de ambos os rins nativos e transplantados para o aparecimento de um câncer após o transplante não é rotineiramente realizada a não ser que os pacientes tenham fatores de risco para o desenvolvimento de neoplasias. Embora raro, deve-se pensar na possibilidade do seu aparecimento. PALAVRAS-CHAVE: Transplante renal, carcinoma e enxerto

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RELATO DE UM WORKSHOP DE ANATOMIA CLÍNICA: PUNÇÃO DA VEIA JUGULAR INTERNA PARA ACESSO VENOSO CENTRAL EM CADÁVER HUMANO Gondinho BRC*, Leal NMS, Mendes EMF, Neves JBV, Soares RBV, Rodrigues L, Vasconcelos Neto SA, Sampaio CVA Faculdade Integral Diferencial, Teresina

RELAXINA E AS ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS ARTICULARES Evaristo DCS*, Brito VC, Souza CV, Melo ALFD. Universidade Federal Rural de Pernambuco

A punção é um método que se baseia na inserção de agulha, bisturi ou outros instrumentos em cavidades para práticas cirúrgicas. O conhecimento da punção venosa como via de acesso central é de fundamental importância nos procedimentos operatórios, já que esse é um método rotineiro na prática médica. A punção da veia jugular interna é um procedimento bastante utilizada como via de acesso central, estando associada a altas taxas de sucesso, por apresentar baixos índices de complicações graves como lesões na pleura e no ducto torácico, quando comparada à veia subclávia. O presente estudo teve por objetivo correlacionar o conhecimento teórico e prático de anatomia humana com a técnica cirúrgica da punção da veia jugular, facilitando a visualização dos marcos anatômicos para uma posterior realização do procedimento em viventes. A prática foi realizada no laboratório de Anatomia Humana, em cadáver adulto do sexo masculino, de acordo com a técnica de Seldinger. Inicialmente a artéria carótida comum foi localizada e palpada, e a agulha foi introduzida lateralmente a essa artéria, e avançada em direção ao mamilo ipsilateral. Em seguida a seringa foi desconectada, o fio-guia foi inserido no vaso e a agulha foi retirada. Por fim, o fio-guia foi envolto pelo dilatador, e após a retirada do mesmo, foi realizada a colocação do cateter. Através deste workshop pode-se concluir que a correlação entre a prática e a teoria é indispensável para a realização da técnica cirúrgica de forma segura e correta, minimizando a ocorrência de complicações que podem ser evitadas através do conhecimento da anatomia topográfica das estruturas. PALAVRAS- CHAVE: Punção. Aprendizagem. Veia Jugular Interna.

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No período gestacional, a mulher sofre transformações fisiológicas e comportamentais devido aos hormônios. Um hormônio importante é a relaxina produzida inicialmente pelo corpo lúteo e depois pela placenta. Proporciona uma frouxidão maior nos ligamentos, uma maior flexibilidade e aumenta a amplitude dos movimentos das articulações, especialmente na região pélvica, preparando para a passagem do feto durante o parto. O presente trabalho teve o objetivo de analisar através de uma revisão na literatura especializada (Scielo, Pubmed e Medline) quais as articulações mais acometidas pela atuação deste hormônio e os possíveis problemas que isto pode acarretar na gestante. As articulações sínfise púbica, sacroilíaca e sacrococcígea são as mais acometidas. Na sínfise púbica ocorre o aumento do espaço articular de 3 a 4 mm, proporcionando uma instabilidade articular, podendo acarretar luxações. Na articulação sacro-ilíaca, dentre outras alterações, ocorre o afrouxamento dos ligamentos sacrilíacos posteriores, ampliando a cavidade sinovial. Tal fato, leva à instabilidade articular, notadamente, durante a marcha anserina assumida pela gestante e também como um dos fatores indutores do aumento da lordose lombar por propiciar maior amplitude no movimento de anteversão pélvica. Na articulação sacrococcígea, o aumento da mobilidade é fundamental para uma adaptação do estreito inferior da pelve durante o parto. Como os ligamentos se encontram mais frouxo, também pode acarretar no aparecimento de eventuais luxações nesta articulação. O hormônio relaxina, ao mesmo tempo, que proporciona uma adaptação das articulações pélvicas para o parto, também pode ser um fator indutor de lesões articulares, como as luxações.

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REPERCUSSÕES MORFOLÓGICAS DA LESÃO TÉRMICA CORPORAL NOS COMPONENTES DO PLEXO MIOENTÉRICO DO ÍLEO DE RATOS ADULTOS Marega P1, Araujo JEB1, Araújo LC1, Seyfert CE1*, Baptista, JS2, Beber EH1, Boldrini, SC3, Liberti EA3 1- Universidade Federal de Campina Grande – UFCG; 2- Universidade Federal do Espírito Santo – UFES; 3- Universidade de São Paulo - USP Os estudos sobre a incidência de queimaduras ainda são bastante escassos. Nas últimas décadas, no mundo, a frequência de queimaduras graves foi de cerca de 11 milhões. No Brasil, as lesões térmicas corporais (LTC) representam um sério problema de saúde, principalmente em crianças e idosos. A extensão e a profundidade da lesão são fatores determinantes para a alteração de várias estruturas, dentre elas o trato gastrintestinal. A atrofia das mucosas gástrica e intestinal promove o surgimento de ulcerações e a perda da barreira seletiva, responsável por evitar a invasão de endotoxinas. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a disposição e o arranjo dos gânglios e feixes nervosos no plexo mioentérico do íleo de ratos adultos submetidos à LTC. Para tanto, por meio da técnica histoquímica de NADPH-diaphorase, foram avaliadas as alterações ocorridas sobre os neurônios nitrérgicos do plexo mioentérico do íleo de ratos adultos submetidos a LTC por escaldamento em 30% da superfície corpórea, 10 dias após a lesão. No que diz respeito ao arranjo da malha do plexo mioentérico, não foram observadas diferenças entre os grupos estudados. Foi verificado, o aumento tanto da quantidade quanto da reatividade das vesículas varicosas nos animais do grupo queimado, principalmente junto aos feixes da malha terciária do plexo estudado. Corpos celulares de neurônios com bordas crenadas se apresentaram frequentes nos animais queimados. Em ambos os grupos foram observados corpos celulares de neurônios com diferentes conformações e também, diferentes intensidades de marcação. Conclui-se assim, que a LTC provocam alterações no plexo mioentérico do íleo de ratos. PALAVRAS-CHAVE: Plexo mioentérico; Mucosa; Íleo; Intestino; Lesão térmica corporal.

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REPRESENTAÇÃO DE ESTRUTURAS ANATÔMICAS POR MEIO DA PINTURA CORPORAL Sousa GC*, França GLM, Vieira LM, Sousa LR, Martins LR, Frota GC, Santos LA, Lizardo FB Universidade Federal de Uberlândia – UFU Embora o foco da Anatomia esteja na estrutura, a função também deve ser considerada. Na anatomia de superfície deve-se dar ênfase ao corpo vivente. Esta por sua vez é o ramo da anatomia que estuda sem dissecar o corpo as estruturas que dão forma ao corpo e fornecem pontos de referências na superfície da pele. Desta maneira foi incorporada a este trabalho a pintura corporal, que é a expressão viva da união das artes plásticas com a anatomia humana, proporcionando assim vida e cor aos pontos de referência anatômicos e aos órgãos internos. O objetivo do trabalho foi representar estruturas anatômicas por meio da pintura corporal, de modo que suas localizações e formas sejam evidenciadas de maneira mais próxima à realidade. Primeiramente foram definidas as estruturas, a serem marcadas e desenhadas no corpo do voluntário, utilizando caneta hidrocor não tóxica. Em seguida com o auxílio de um atlas anatômico, tintas específicas, professores e monitores da disciplina de Anatomia Humana e do Instituto de Artes, foram realizadas as pinturas das estruturas anatômicas selecionadas. O voluntário foi hidratado e recebeu alimentação durante o tempo de execução da pintura corporal. Ao final foi possível representar todas as estruturas desejadas. Vale salientar que o tempo e a habilidade necessária para esta atividade devem ser considerados como fatores limitantes, em função da duração do procedimento que foi de aproximadamente dez horas, levando o voluntário a um estresse físico e psicológico. O processo de representação de estruturas corporais em pintura sobre a pele e o seu produto final pode ser considerado importantes ferramentas de ensino e estudo da anatomia, tendo em vista que os desenhos reproduziram de maneira fiel as estruturas anatômicas.

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REPRODUTIBILIDADE DA MORFOMETRIA SEMI-AUTOMÁTICA DE FIBRAS MIELÍNICAS REALIZADA ENTRE DIFERENTES OBSERVADORES. Bilego Neto APC, Silva GAR*, Silveira FBC, Sanada LS, Fazan VPS Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS VIAS AFERENTES E EFERENTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: UMA NOVA ABORDAGEM NO ENSINO DAS AULAS DE ANATOMIA Santana RVC*, Oliveira ASB, Oliveira LN, Eloy TA, Barros MLD, Sousa SL, Villarouco FMO, Galindo LCM. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

O sistema nervoso central (SNC) necessita de um mecanismo que o conecte ao sistema nervoso periférico (SNP). Este mecanismo ocorre através das vias aferentes e eferentes. As vias aferentes são divididas em vias exteroceptivas e proprioceptivas. Já as vias eferentes, são divididas, didaticamente, em piramidais e extrapiramidais. A individualidade e os detalhes anatômicos dessas vias são muitas vezes de difícil compreensão pelos alunos utilizando apenas o recurso das aulas teóricas da disciplina de Anatomia. Portanto, o objetivo deste estudo foi elaborar modelos anatômicos a fim de reproduzir com detalhes as vias aferentes e eferentes do SNC, para serem utilizados como um recurso acessório nas aulas práticas da disciplina de Anatomia. Foram utilizados suportes horizontais de madeira empilhados e modelados para representar os vários níveis do SNC. Uma haste vertical, de ferro, fixada a uma base do mesmo material, foi utilizada para estruturar os modelos. Barbantes coloridos representaram as vias aferentes e eferentes. Botões e miçangas foram utilizados para representar as sinapses entre os neurônios participantes das vias. A partir dos modelos confeccionados, foi obtida uma visualização mais clara dos detalhes anatômicos das vias aferentes: exteroceptivas tronco e membros tipo térmico-dolorosa e tato-pressão; via exteroceptiva da cabeça; vias proprioceptivas consciente e inconsciente. Foram representadas também as vias eferentes córtico-espinhal e córtico-nuclear. A associação do modelo confeccionado com o conteúdo ministrado nas aulas teóricas parece facilitar a abordagem do assunto na disciplina de Anatomia Humana, permitindo uma melhor fixação do conteúdo pelos discentes.

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Em condições experimentais, a recuperação de lesões nervosas é estudada através de técnicas eletrofisiológicas, histologia e morfometria. Porém, a avaliação morfométrica de nervos apresenta aspectos controversos, particularmente porque nem sempre é possível estabelecer uma comparação entre os parâmetros medidos por meio de diferentes técnicas. Ainda, a utilização de um mesmo método, empregado em investigações diferentes, conduzida por diversos pesquisadores, pode estar sujeita a variabilidade intrínseca do método: quanto mais interativo, maior a chance da introdução de um viés derivado do observador. O objetivo do presente estudo foi investigar a reprodutibilidade do método semi-automático de morfometria de nervos, entre três observadores. Secções transversais semi-finas do nervo sural de ratas Wistar (n=5) com 90 dias de idade foram observadas em microscopia de luz. A morfometria semiautomática das fibras mielínicas foi realizada por três observadores independentes e levou em consideração: área e diâmetro mínimo das fibras e seus respectivos axônios, área da bainha de mielina, razão G, o número de fibras contadas e o número de fibras medidas. Testes estatísticos específicos foram realizados e diferenças foram considerações significativas quando p < 0,05. Nossos resultados mostram que a área da bainha de mielina foi menor com o avaliador menos experimente, resultado que se refletiu na razão G. Nos outros parâmetros estudados não houve diferenças entre os avaliadores. Concluímos que a reprodutibilidade do método semi-automático parece ser satisfatória, uma vez que não houve diferença significativa entre os avaliadores na maioria dos parâmetros investigados. APOIO: FAPESP, CNPq, FAEPA PALAVRA CHAVE: Morfometria, fibra mielínica, reprodutibilidade,

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RESGATANDO A HISTÓRIA DA ANATOMIA: POSSIBILIDADES PRÁTICAS PARA A CONSCIENTIZAÇÃO DOS ALUNOS NO MANUSEIO DAS PEÇAS CADAVÉRICAS 1 Zanato LE *, 2 Barbosa BG, 2 Guimarães PS, 2 Lopes JRG, 2 Oliveira PC, 2 Silva LR, 2 Felix KC, 1 Silva RN 1 Docentes da Diretoria da Saúde da Universidade Nove de Julho – UNINOVE/SP; 2Graduandos do curso de Biomedicina da Universidade Nove de Julho – UNINOVE/SP INTRODUÇÃO: A Anatomia é uma das mais antigas ciências básicas e sua história entrelaça com a da humanidade. Seu ensino é realizado nas universidades por meio de métodos de dissecação de peças cadavéricas, sendo esta metodologia consagrada no meio acadêmico. OBJETIVO: Realizar uma revisão bibliográfica da história da anatomia, com finalidade de resgatar a conscientização do manuseio e conservação das peças cadavéricas pelos alunos. MÉTODO: Pesquisa exploratória, realizada por meio de revisão da literatura junto a periódicos indexados em bases nacionais e internacionais. Para seleção dos artigos revisados foram utilizados como descritores: anatomia humana, história da anatomia, cadáver e ensino em anatomia. Discussão: Equipamentos modernos auxiliam o processo pedagógico, como os programas computacionais, mas sem sombra de dúvidas o mais importante é a observação das peças anatômicas, pois nenhum outro método de estudo é capaz de substituir o aprendizado pela dissecação. Único capaz de fornecer ao estudante uma visão tridimensional das estruturas do corpo. Mas, ao longo dos tempos e com o avanço da informática este valor tem sido esquecido. Diversas universidades nunca atentaram para a real necessidade de cultivar disciplinas como História da Anatomia e outras cujo acervo histórico poderia ensinar aos alunos, na sua parte formativa para melhor valorização do ser humano, no seu contexto sóciocultural, pois independentemente das profissões, o ser humano deve estar acima dos objetivos que os levam até ele. Assim, resgatar a história da anatomia e sua importância como ciência básica poderá auxiliar na conscientização dos alunos no melhor manuseio e consequentemente melhor conservação das peças cadavéricas.

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RESISTÊNCIA DA CÁPSULA UNGUEAL DE ASININOS (Equus asinus LINNAEUS, 1758) Pereira ER, Bandeira CGC, Lopes IBL, Silva RS, Pimentel ASP, Constantino AC, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) INTRODUÇÃO: A cápsula ungueal é o envoltório córneo do órgão digital dos asininos, conferindo proteção, principalmente à falange distal, ao osso sesamóide distal e à porção distal da falange média, representando a via de apoio sobre o solo. OBJETIVO: Determinar a resistência da cápsula ungueal de asininos. METODOLOGIA: Foram coletadas 10 unidades de cápsulas ungueais de asininos, dentre machos e fêmeas, adultos de diferentes idades, sendo devidamente dissecadas e maceradas, as quais foram submetidas à Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos, sofrendo ação compressiva em diferentes planos, com o intuito fim de determinar a sua resistência. RESULTADOS: CONCLUSÃO: Após a finalização do presente trabalho, estudando 60 unidades de cápsulas ungueais, dentre torácicas e pélvicas, e realizando a análise estatística refinada, será possível desenvolver um material que possua a resistência similar à da cápsula ungueal, com a finalidade de promover a re-estruturação ou a substituição da mesma.

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RESISTÊNCIA DA MANDÍBULA DE CÃES (Canis familiaris LINNAEUS, 1758) Faria MD, Bandeira CGC, Ferreira BWSS, Lopes IBL*, Silva AEVN, Pereira ER, Olivier NC Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

RESISTÊNCIA DAS COSTELAS DA ESPÉCIE BOVINA (Bos taurus GRAY, 1821) Bandeira CGC, Lira NCR, Macedo IGS, Granja LNS, Lopes IBL, Machado CAL*, Olivier NC, Faria MD. Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

INTRODUÇÃO: Os traumas mandibulares em cães ocorrem, geralmente, em consequência de brigas e acidentes automobilísticos, gerando, normalmente, lesões abertas e contaminadas (PIERMATEI e FLO,1999; LEGENDRE, 2005; LOPES et al., 2005). Todavia, Gomes et al. (2010) estudaram o implante de mini-placas de titânio na redução de fratura de mandíbula de cães, as quais, em alguns casos, apresentaram quebra da placa e parafusos utilizados, além de complicações no processo cicatricial. OBJETIVO: Determinar a resistência da mandíbula de cães. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 cães adultos de diferentes idades, dentre machos e fêmeas de porte médio, sem raça definida. Contudo, até o momento, foram utilizadas 12 mandíbulas de cães com idade, gênero sexual e porte diversificados, provenientes do Centro de Controle de Zoonoses de Petrolina (PE). Após descarne e maceração, as peças foram submetidas ao ensaio de flexibilidade, sendo dispostas na posição horizontal sobre o anteparo com distância entra as bases de 8 cm. O segundo dispositivo incute uma força vertical no terço médio do corpo da mandíbula, no sentido lateromedial do osso, auxiliado pela Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos (EMIC®). RESULTADO: Nas hemi-mandíbulas direitas a média da força máxima de resistência foi de 2.007,49N±1.026,61 e a deformação de 2,32mm±0,58. Nas hemi-mandíbulas esquerdas a força máxima de resistência foi de 1.752,75N±1.148,18 e a deformação de 2,36mm±0,55. CONCLUSÃO: Ao término do presente estudo, será possível desenvolver tecido ou técnica que mimetizem a resistência da mandíbula de cães em casos de fratura ou degeneração.

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INTRODUÇÃO: O gradil costal de bovinos é composto por 13 costelas em cada antímero. As fraturas costais são bastante incidentes em bovinos, principalmente oriundas de traumas durante o manejo. OBJETIVO: Determinar a resistência das costelas de bovinos. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 animais da espécie bovina, dentre machos e fêmeas adultos de diferentes idades. Contudo, até o momento, foram utilizadas 20 costelas de cada antímero de animais diferentes e submetidas às forças de compressão em diferentes planos em Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos. RESULTADOS: Nas costelas do antímero direito, o resultado da força máxima aplicada no sentido dorsoventral apresentou média de 611,15N±197,3 e a média de deformação de 64,79mm±23,22. Em relação às costelas do antímero esquerdo, a média da força máxima resultou em 515,0N± 214,9 e a deformação de 70,87mm±39,62. CONCLUSÃO: Após o término do trabalho e respectiva análise estatística, os dados subsidiarão pesquisas da área de ciência dos materiais, permitindo o desenvolvimento de técnicas e tecidos sintéticos que possam reparar ou substituir o tecido natural.

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RESISTÊNCIA DAS VÉRTEBRAS CERVICAIS EM CÃES (Canis familiaris LINNAEUS, 1758) Ferreira EF*, Bandeira CGC, Granja LNS, Silva RS, Ferreira BWSS, Coelho VG, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

RESISTÊNCIA DAS VÉRTEBRAS COCCÍGEAS DE BOVINOS (Bos taurus GRAY, 1821) Ferreira EF*, Bandeira CGC, Granja LNS, Silva RS, Ferreira BWSS, Silva AEVN, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

INTRODUÇÃO: Em cães, a coluna cervical é constituída por sete vértebras, que, quando movimentadas, conferem movimento ao pescoço e à cabeça, além de servir de arcabouço ósseo de proteção à medula espinhal e fixação de diversos músculos. OBJETIVO: Determinar a resistência das vértebras cervicais de cães. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 cães, dentre machos e fêmeas, adultos de diferentes Idades, sem raça definida, com massa corporal variando entre 10 e 20 quilogramas, provenientes do Centro de Controle de Zoonoses de Petrolina (PE). Todavia, até o momento, foram utilizadas 10 vértebras cervicais de diferentes indivíduos, devidamente dissecadas e maceradas, submetidas à compressão pela Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos (EMIC®) para determinação de sua resistência, no Laboratório de Engenharia Mecânica Experimental do Campus de Juazeiro da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). RESULTADOS: No plano laterolateral, a média da deformação (DEF) foi de 5,24mm±2,33 e a média da força máxima de resistência (FMR) foi de 658,31N±359,10. No plano dorsoventral, a DEF atingiu 5,47mm±3,00 e a FMR foi de 1.697,13N±943,23. Já, no plano craniocaudal, a DEF foi de 7,46mm±3,68 e a da FMR foi 5.307,55N±2.890,79. CONCLUSÕES: Ao concluir o presente estudo, será possível desenvolver técnica ou tecido sintético com características semelhantes ao tecido natural em estado de degeneração ou fraturado.

INTRODUÇÃO: Na região Nordeste do Brasil, um esporte bastante difundido é a vaquejada, na qual dois vaqueiros têm de perseguir um bovino em pista reta até emparelhá-lo entre os cavalos e conduzi-lo ao local onde deve ser derrubado, podendo gerar diversos traumas, principalmente, fraturas de vértebras coccígeas, uma vez que o animal é tracionado pela cauda. OBJETIVO: Verificar a resistência das vértebras coccígeas de bovinos. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 bovinos, adultos de diferentes idades, dentre machos e fêmeas, sem raça definida, provenientes do Abatedouro Municipal de Petrolina (PE). Contudo, até o momento, foram utilizadas as primeiras vértebras coccígeas de 10 animais diferentes, devidamente descarnadas, maceradas e submetidas ao ensaio de compressão laterolateral para determinação da resistência em Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos (EMIC), localizada no Laboratório de Engenharia Mecânica Experimental do Campus de Juazeiro da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). RESULTADO: A média da força máxima de resistência foi de 764,69N±337,01, enquanto a deformação foi de 2,40mm±1,08. CONCLUSÃO: Com a exposição do resultado obtido, verifica-se que a resistência das vértebras coccígeas é baixa, devendo-se evitar a prática do esporte através da aplicação de força sobre a cauda, uma vez que pode induzir a fraturas.

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RESISTÊNCIA DAS VÉRTEBRAS TORÁCICAS DE ASININOS (Equus asinus LINNAEUS, 1758) Ferreira BWSS*, Granja LNS, Ferreira EF, Bandeira CGC, Lopes IBL, Silva RS, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF

RESISTÊNCIA DAS VÉRTEBRAS TORÁCICAS DE CÃES (Canis familiaris LINNAEUS, 1758) Granja LNS*, Bandeira CGC, Ferreira BWSS, Silva RS, Gradela A, Silva AEVN, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

INTRODUÇÃO: Em virtude do trabalho de tração e do manejo incorreto a que são submetidos, além dos traumas decorrentes de acidentes automobilísticos, diversas patologias são desenvolvidas em asininos, principalmente incidentes no aparelho locomotor e coluna vertebral. OBJETIVO: Determinar a resistência das vértebras torácicas de asininos da região de Petrolina (PE). METODOLOGIA: Serão empregados 60 animais da espécie asinina, dentre machos e fêmeas, adultos de diferentes idades. Todavia, até o momento, foram utilizadas 10 vértebras torácicas devidamente desarticuladas e maceradas, oriundas de diferentes animais, as quais foram submetidas a ensaio de compressão com o auxílio da Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos, atuando sobre os planos dorsoventral e craniocaudal, avaliando a força máxima de resistência (FMR) e a deformação (DEF). RESULTADO: A média da FMR sob a compressão atuante no plano dorsoventral foi de 1.013N±366,3, enquanto a média da DEF foi de 8,19mm±5,01. Já, quando as vértebras torácicas eram submetidas à atuação da força de compressão com incidência craniocaudal, a média da FMR e da DEF foram de 7.221N±1.800 e 6,89mm±2,142, respectivamente. CONCLUSÃO: A partir dos resultados finais obtidos ao término deste trabalho e de sua refinada análise estatística, profissionais da área de ciência dos materiais poderão desenvolver técnicas ou tecidos sintéticos que venham a substituir o tecido natural no caso de degenerações e/ou fraturas vertebrais torácicas.

INTRODUÇÃO: Na espécie canina, a coluna vertebral torácica é composta por 13 ossos. Os traumas sobre esta região, geralmente de origem automobilística, desencadeiam uma sequência de eventos vasculares, bioquímicos e inflamatórios, gerando quadro clínico neurológico e necessitando de intervenção cirúrgica imediata. Se houver lesão medular completa, exige-se somente estabilização vertebral; se incompleta, optase pela descompressão do tecido nervoso, correção do alinhamento e estabilização da coluna. Na maioria dos casos, a opção é a eutanásia. OBJETIVOS: Determinar a resistência das vértebras torácicas de cães. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 animais da espécie canina, dentre machos e fêmeas, adultos de diferentes idades, sem raça definida. Até o momento, foram utilizadas 10 vértebras torácicas de indivíduos distintos, previamente desarticuladas e maceradas, submetidas à compressão pela Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos, no intuito de determinar a resistência nos planos dorso-ventral e crâniocaudal. RESULTADO: No plano dorso-ventral, a média da deformação foi de 6,430mm±3,197 e a força máxima de resistência foi de 529,4N±157,5. Já, no plano crânio-caudal, a média da deformação atingiu 4,081mm±1,883, enquanto a força máxima de resistência foi de 3.614N±1.161. CONCLUSÃO: Ao finalizar o presente trabalho e promover a análise estatística pormenorizada, será possível subsidiar informações aos profissionais das áreas de cirurgia e ciência dos materiais, para que desenvolvam técnicas e tecidos sintéticos que venham a substituir a tecido natural degenerado ou fraturado.

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RESISTÊNCIA DE VÉRTEBRAS LOMBARES DA ESPÉCIE CAPRINA (Capra hircus LINNAEUS, 1758) Granja LNS*, Ferreira BWSS, Bandeira CGC, Ferreira EF, Macedo IGS, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

RESISTÊNCIA DE VÉRTEBRAS LOMBARES DE CÃES (Canis familiaris LINNAEUS, 1758) Bandeira CGC, Lira NRC, Macedo IGS, Lopes IBL, Vanderlei TIO* Olivier NC, Faria MD. Universidade Federal do Vale do São Francisco -UNIVASF

INTRODUÇÃO: A coluna vertebral lombar de caprinos é composta por 6 ou 7 ossos. Por envolver a medula espinhal e as raízes dos nervos espinhais, os traumas vertebrais em medicina veterinária geralmente são debilitantes e podem gerar consequências irreversíveis. OBJETIVOS: Determinar a resistência da vértebra lombar L3 de caprinos. METODOLOGIA: Serão utilizados 30 animais. Entretanto, até o momento foram empregadas 09 vértebras lombares L3 da espécie caprina, previamente dissecadas e maceradas, submetidas ao método de compressão em Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos para determinar a resistência nos planos laterolateral, dorsoventral e craniocaudal. RESULTADO: No plano laterolateral, a média da força máxima de resistência compreendeu 84,74N±51,76 e a deformação foi de 4,74mm±2,79. No plano dorsoventral, a média da força máxima de resistência atingiu 738,60N±250,40 e a deformação foi de 3,98mm±2,00. Por fim, no plano craniocaudal, a média da força máxima de resistência foi de 4.040N±1.472,00 e a média da deformação, 3,61mm±0,93. CONCLUSÃO: Ao término deste trabalho, será possível fornecer os dados sobre a resistência das vértebras lombares L3 de caprinos aos profissionais da área de ciência dos materiais para o desenvolvimento de material sintético que possa substituir o tecido natural.

INTRODUÇÃO: Fighera et al., (2008) descreveram aspectos patológicos de 155 casos fatais em cães, gerados por atropelamentos de veículos automotivos, dentre eles, lesões traumáticas na medula-espinhal. Todavia, Tudury et al. (1997), estudaram a imobilização interna da coluna vertebral lombar com placas de cloreto de polivinila, em cães, sendo que sua resistência deixou a desejar, pois romperam-se em 40% dos casos. OBJETIVO: O presente trabalho teve o objetivo de verificar a resistência das vértebras lombares de cães. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 cães de porte médio, dentre machos e fêmeas, adultos de diferentes idades, sem raça definida. Entretanto, até o momento, foram utilizadas 10 vértebras lombares de cães de porte médio, devidamente desarticuladas e maceradas, determinando sua resistência quando submetidas a uma força de compressão nos planos laterolateral, dorsoventral e craniocaudal, através da Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos. RESULTADOS: No plano laterolateral, a média da força máxima aplicada foi de 570,25N±851,42 e a deformação foi de 6,33mm±2,460. No plano dorsoventral, a média da força máxima aplicada foi de 1.614,59N±614,15 e a deformação de 12,04mm±3,761. No plano craniocaudal, atingiram a média da força máxima de 6.899,46N±2.013,87 e a deformação de 3,73mm±0,431. CONCLUSÃO: Com o término deste trabalho, após avaliar 60 animais e promover análise estatística refinada, será possível fornecer subsídios aos profissionais da ciência dos materiais, auxiliando no desenvolvimento de tecidos sintéticos substitutos às vértebras lombares.

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RESISTÊNCIA DE VÉRTEBRAS LOMBARES DE CÃES (Canis familiaris LINNAEUS, 1758) Vanderlei OIT*, Bandeira CGC, Lira CRN, Macedo SGI, Faria DM, Olivier CN. Universidade Federal do Vale do São Francisco -UNIVASF

RESISTÊNCIA DE VÉRTEBRAS LOMBARES NA ESPÉCIE BOVINA (Bos taurus GRAY, 1821) Bandeira CGC, Lira NRC, Macedo IGS, Lopes IBL, Machado CAL*, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco -UNIVASF

INTRODUÇÃO: Fighera et al., (2008) descreveram aspectos patológicos de 155 casos fatais em cães, gerados por atropelamentos de veículos automotivos, dentre eles, lesões traumáticas na medula-espinhal. Todavia, Tudury et al. (1997), estudaram a imobilização interna da coluna vertebral lombarcom placas de cloreto de polivinila, em cães, sendo que sua resistência deixou a desejar, pois romperam-se em 40% dos casos. Objetivo:O presente trabalho teve o objetivo de verificar a resistência das vértebras lombares de cães. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 cães de porte médio, dentre machos e fêmeas, adultos de diferentes idades, sem raça definida. Entretanto, até o momento, foram utilizadas 10 vértebras lombares de cães de porte médio, devidamente desarticuladas e maceradas, determinando sua resistência quando submetidas a uma força de compressão nos planos laterolateral, dorsoventral e craniocaudal, através da Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos. RESULTADOS: No plano laterolateral, a média da força máxima aplicada foi de 570,25N±851,42 e a deformação foi de 6,33mm±2,460. No plano dorsoventral, a média da força máxima aplicada foi de 1.614,59N±614,15 e a deformação de 12,04mm±3,761. No plano craniocaudal, atingiram a média da força máxima de 6.899,46N±2.013,87 e a deformação de 3,73mm±0,431. CONCLUSÃO: Com o término deste trabalho, após avaliar 60 animais e promover análise estatística refinada, será possível fornecer subsídios aos profissionais da ciência dos materiais, auxiliando no desenvolvimento de tecidos sintéticos substitutos às vértebras lombares.

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INTRODUÇÃO: A coluna vertebral lombar de bovinos é composta por 5 ossos. Fraturas destes ossos são bastante freqüentes em rodeios de monta e vaquejadas decorrentes de quedas provocadas ou acidentais durante a prática da atividade, tornando assim necessário o conhecimento para o desenvolvimento de técnicas de reparo desses ossos e compreensão de limites de procedimentos envolvendo-os. OBJETIVO: Determinar a resistência das vértebras lombares de bovinos. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 animais da espécie bovina, dentre machos e fêmeas adultos de diferentes idades. Todavia, até o momento foram utilizadas 10 vértebras lombares de diferentes animais, as quais apresentavam-se desarticuladas e maceradas, submetendo-as às forças de compressão em planos diferentes, determinando a resistência e a deformação das mesmas em Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos. RESULTADOS: No plano laterolateral, estabelecido entre as apófises ósseas dos processos transversos, a média da força máxima foi 7.018,65N±1.996,92 e a deformação de 12,42mm±11,97. Em relação ao plano dorsoventral, estabelecido entre a apófise óssea do processo espinhoso e a crista ventral, a aplicação da força de compressão parte do processo espinhoso em direção ao canal medular, apresentando média da força máxima de 4.441,50N±1.206,50 e a deformação foi 11,90mm±4,70. No plano craniocaudal, sendo a força máxima de compressão de 26.449,09N±5.544,49, houve deformação de 9,09mm±1,23. CONCLUSÃO: Ao término do presente trabalho, os dados poderão subsidiar pesquisas da área de ciências dos materiais para o desenvolvimento de tecido ósseo substitutivo ao natural para enxertia no caso de degenerações ou fraturas.

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RESISTÊNCIA DO BULBO OCULAR DE OVINOS (Ovis ariesLINNAEUS, 1758) Souza VP*, Constantino AC, Bandeira CGC, Lira NRC, Lopes IBL, Pimentel ASP, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf

RESISTÊNCIA DO BULBO OCULAR NA ESPÉCIE BOVINA (Bos taurus GRAY, 1821) Pereira ER, Bandeira CGC, Lira NRC, Lopes IBL, Pimentel ASP, Souza VP, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco -UNIVASF

INTRODUÇÃO: A estratigrafia do bulbo ocular é constituída por três túnicas - a externa, fibrosa e protetora, representada pela esclera e pela córnea; a média, vascular, constituída pela úvea, que divide-se em íris, corpo ciliar e coróide; e a interna, nervosa, com a retina, disco óptico e nervo óptico. O humor aquoso, o cristalino e o corpo vítreo preenchem o bulbo ocular. OBJETIVO: Determinar a resistência da túnica fibrosa do bulbo ocular de ovinos. METODOLOGIA: Foram utilizados 10 pares de globos oculares de ovinos, coletados no Abatedouro Municipal de Petrolina (PE). Para determinação da massa e do volume foi utilizado o Método de Scherle (1970). Após a biometria dos órgãos, promovida com o auxílio de paquímetro, foi realizado o ensaio mecânico de compressão na Máquina Universal de Ensaio digital line. RESULTADOS: Os globos oculares apresentaram largura média de 2,67cm±015; altura de 2,59cm±018; comprimento de 2,65cm±015; massa de 10,91g±2,04; e volume de 11,5cm³±1,76. A força máxima média necessária para que houvesse o rompimento da túnica fibrosa dos olhos foi de 168,18N±64,67 com deformação média de 7,23mm±1,04. Não houve diferença significativa entre os antímeros direito e esquerdo, tampouco entre os gêneros sexuais. CONCLUSÃO:Após a conclusão do presente trabalho, os resultados subsidiarão estudos da área de ciência dos materiais para o desenvolvimento de técnicas e tecidos sintéticos que possam restabelecer o órgão traumatizado ou degenerado.

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INTRODUÇÃO: O bulbo ocular é formado por três camadas ou túnicas. A mais externa é a fibrosa, compreendidapela córnea e pela esclera; a média é a túnica vascular; e a mais interna é a túnica nervosa. OBJETIVO: Verificar a resistência do bulbo ocular na espécie bovina. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 animais da espécie bovina, dentre machos e fêmeas, adultos de diferentes idades, sem raça definida. Todavia, até o momento, foram utilizados 10 pares de olhos, coletados no Abatedouro Municipal de Petrolina (PE). Posteriormente à coleta e dissecação, determinaram-se a largura, altura e comprimento ocular com auxílio de paquímetro, bem como volume e massa do órgão através do Método de Scherle (1970), sendo, em seguida, submetidos ao método de ensaio compressivo, no sentido rostrocaudal, utilizando a Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos para determinar sua resistência. RESULTADOS: Nos bulbos oculares do antímero esquerdo as médias de altura (A), largura (L) e comprimento (C) foram, respectivamente, 3,74mm±0,16, 3,78mm±0,09, 3,1mm±0,10, enquanto o volume (V)foi de 24,6±1,17cm³, a massa (M)24,05±2,3g e a resistência (R) de 400,9N±178,1com deformação(D) de 7,44mm±1,52. Já, no antímero direito apresentaram A=3,64mm±0,09; L=3,73mm±0,12; C=3,11mm±0,11; V=24,4cm³±1,79; M=24,7g±2,21; R=407,08N±161,01; e D=7,58mm±1,05. Não foi realizada análise estatística refinada para verificar diferenças entre antímeros ou gêneros sexuais. CONCLUSÃO: Ao concluir este trabalho, será possível subsidiar estudos da área de ciência dos materiais, no intuito de desenvolver técnicas e tecidos sintéticos que possam substituir a túnica fibrosa em caso de trauma ou degeneração da mesma.

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RESISTÊNCIA DO FÊMUR DE GATOS (Felis catus domesticus LINNAEUS, 1758) Bandeira CGC, Lopes IBL*, Ferreira BWSS, Olivier NC, Silva AEVN, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

RESISTÊNCIA DO LIGAMENTO CRUZADO CRANIAL E LIGAMENTO CRUZADO CAUDAL EM CÃES (Canis familiaris LINNAEUS, 1758) Constantino AC*, Lopes IBL, Lira NRC, Olivier NC, Bandeira CGC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf

INTRODUÇÃO: Segundo Franczuski et al. (1986), a maior parte das fraturas de fêmur em cães e gatos ocorrem no terço médio e as fraturas proximais e distais acometem, em sua maioria, animais com menos de 6 meses de idade (MILTON et al., 1980). Gilmore (1996) relata falhas no método de reparação da fratura diafisária, utilizando pino intramedular, devido à falta de estabilidade rotacional. OBJETIVO: Determinar a flexibilidade e a resistência do terço médio da diáfise do fêmur de gatos. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 gatos adultos de diferentes idades, dentre machos e fêmeas, sem raça definida, provenientes do Centro de Controle de Zoonoses de Petrolina (PE). No entanto, até o momento, foram utilizados somente 04 pares de fêmures de gatos. Após descarne e maceração, o fêmur era posicionado horizontalmente sobre o anteparo da Máquina Universal de Ensaios Mecânicos Destrutivos com as bases separadas a 8cm de distância, enquanto o segundo dispositivo, que era móvel e atuava de forma vertical sobre o osso, pressionava o terço médio da diáfise femoral no sentido lateromedial, resultando na fratura deste e determinando, assim, a resistência máxima e a flexibilidade. RESULTADO: No antímero direito, a média da força máxima de resistência foi de 492,64N±237,55 com deformação de 3,14mm±0,26. Já, no antímero esquerdo, a força máxima de resistência foi de 416,39N±109,29 com deformação de 1,35mm±0,13. CONCLUSÃO: Ao término do presente trabalho, será fornecido subsídio aos profissionais da ciência dos materiais, no intuito de produzir técnicas e tecidos sintéticos com resistência similar ao da diáfise femoral de gatos que permita substituição em casos de fratura ou degeneração.

INTRODUÇÃO: Diante da alta incidência de ruptura dos ligamentos cruzados, torna-se necessário o estudo mecânico e biológico destes, gerando subsídios às pesquisas de biomateriais com características mecânicas compatíveis, para reparação ou substituição destes. OBJETIVOS: Determinar resistência e deformação do ligamento cruzado cranial (LCC) e ligamento cruzado caudal (LCCA). METODOLOGIA: Foram utilizados 51 cães, adultos, machos e fêmeas, determinando biometria e massa corporais. Os membros pélvicos foram desarticulados e dissecados. Foram aferidas espessura e largura dos ligamentos, sendo as articulações submetidas ao teste de tração na Máquina Universal de Ensaios. RESULTADOS: Os cães apresentaram massa corporal de 12,83kg ±4,21, altura de 54,88cm ±6,37, comprimento de 67,64cm ±8,26, cintura escapular de 50,24cm ±9,62, cintura pélvica de 41,79cm ±9,67, altura tórax de 28,22cm ±3,45, altura do abdome de 24,51cm ±4,02, comprimento nasal de 8,03cm ±1,02, comprimento da cabeça de 12,18cm ±1,47, largura da cabeça de 16,1cm ±2,11, altura da cabeça de 12,75cm ±2,01. A média de espessura do LCC direito foi 2,35mm ±0,79 e o esquerdo 2,4mm ±0,73. A largura direita foi 3,37mm ±1,08 e a esquerda 3,59mm ±0,91. O LCCA direito e esquerdo apresentaram espessura de 2,11mm ±0,77 e 2,14mm ±0,87, enquanto a largura foi de 2,95mm ±0,73 e 3,02mm ±0,6, respectivamente. A resistência e deformação do LCC direito e esquerdo foram 1482,9N ±1315,93, 1258,11N ±683, 14,45mm ±10,9 e 13,4mm ±7,26, respectivamente. Já, o LCCA direito e esquerdo 1672,57N ±1354,95, 1523,5N ±799,27, 17,9mm ±11,37 e 17,5mm ±8,37, respectivamente. CONCLUSÃO: Após análise estatística refinada, os dados contribuirão no desenvolvimento de biomateriais substitutivos.

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RESISTÊNCIA DO OSSO METACARPO DE CAPRINOS (Capra hircus LINNAEUS, 1758) Pimentel ASP, Pereira ER, Bandeira CGC, Souza VP, Souza RS, Lopes IBL, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf

RESISTÊNCIA DO OSSO METATARSO DE CAPRINOS (Capra hircus LINNAEUS, 1758) Pimentel ASP, Pereira ER, Bandeira CGC, Souza VP, Souza RS, Lopes IBL, Olivier NC, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf

INTRODUÇÃO: Os ossos metacarpos estão compreendidos nas extremidades dos membros torácicos, sendo um osso único no caso de caprinos, o qual articula-se com a fileira distal de ossos do carpo, proximalmente; e com as falanges proximais e os ossos sesamóides proximais, distalmente. OBJETIVO: Determinar a resistência do osso metacarpo de caprinos. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 ossos metacárpicos de caprinos adultos de diferentes idades, dentre machos e fêmeas, sem raça definida, provenientes do Abatedouro Municipal de Petrolina (PE). Entretanto, até o momento, foram utilizados 07 ossos metacarpos macerados, sendo 02 do antímero direito e 05 do antímero esquerdo, os quais foram submetidos à ação compressiva destrutiva em plano dorsoventral na Máquina Universal de Ensaios Mecânicos para testar sua resistência. RESULTADOS: Os metacarpos apresentaram média de força máxima de compressão de 3.839N±2.394 e média de deformação de 4,63mm±2,1. Não foi promovida análise estatística refinada para verificar diferenças significativas entre antímeros e gêneros sexuais. CONCLUSÃO: Após a conclusão deste trabalho, os resultados subsidiarão estudos na área de ciência dos materiais, sendo possível desenvolver técnica ou material sintético com características similares às do osso metacarpo, permitindo reconstrução tecidual no caso de fraturas ou degenerações.

INTRODUÇÃO: Os ossos metatarsos estão dispostos nas extremidades dos membros pélvicos, sendo um osso único no caso de caprinos, articulando-se, proximalmente, com ossos társicos; e, distalmente, com as falanges proximais e ossos sesamóides proximais. OBJETIVO: Determinar a resistência do osso metatársico de caprinos. METODOLOGIA: Serão utilizados 60 osso metatársicos de caprinos, dentre machos e fêmeas, adultos de diferentes idades, provenientes do Abatedouro Municipal de Petrolina (PE). Todavia, até o presente momento, foram utilizados 07 ossos metatársicos, devidamente macerados, sendo 02 do antímero direito e 05 do antímero esquerdo, os quais foram submetidos a ação compressiva destrutiva em plano dorsoventral na Máquina Universal de Ensaios Mecânicos, com o intuito de avaliar sua resistência. RESULTADOS: Os metatarsos apresentaram média de força máxima de compressão de 2.304N±1.365 e média de deformação de 4,89mm±2,73. CONCLUSÃO: Após a conclusão deste trabalho, os resultados subsidiarão estudos na área de ciência dos materiais, sendo possível desenvolver técnica ou material sintético com características similares às do osso metatarso, permitindo reconstrução tecidual no caso de fraturas ou degenerações.

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RESPOSTA MORFOLÓGICA AO ESTRESSE NAS GLÂNDULAS MUCOSAS E GRANULARES DA PELE DA RÃ-TOURO Lithobates catesbeianus Siebert TH4*, Teixeira PC1 (pa_co75@yahoo.com.br), Ferreira CM2, Ranzani-Paiva MJT2, Silva RN4, Picolo JM4, Franceschini-Vicentini IB3 1 - Doutoranda CAUNESP/UNESP/Jaboticabal/SP – Bolsista CAPES/CNPq; 2 – PqC Instituto de Pesca/SP; 3 - Docente UNESP/Bauru/SP; 4 – Mestrando CAUNESP/UNESP/Jaboticabal/SP (*Bolsista FAPESP ME Processo: 2011/04377-6)

A rã-touro (Lithobates catesbeianus) é a única espécie utilizada para produção em ranários comerciais brasileiros, devido às suas características zootécnicas. Este estudo teve por objetivo avaliar a resposta morfológica ao estresse nas glândulas mucosas (GM) e granulares (GG) da pele da rã-touro logo após a metamorfose, quando submetida a diferentes estresses de triagens (seleção por tamanho). Foram utilizados imagos na fase de pós metamorfose com peso médio de 8,0 g. O experimento foi conduzido, na densidade de 100 animais/m2 , em três tratamentos: sem triagem (ST); triagem parcial (TP) e triagem total (TT) e com quatro réplicas simultâneas. Três organismos de cada réplica foram amostrados nos tempos 15 e 30 dias. Os animais foram anestesiados por benzocaína e, posteriormente mortos através do espinhalamento. Secções da pele (região dorsal ± 0,5 cm2) dos animais foram retiradas e fixadas em solução de Karvovsky, submetidas à rotina de inclusão em Historesina, e coradas com Hematoxilina/Eosina (H/E) e reação com o Ácido Periódico de Shiff (PAS). Em todos os tratamentos, aos 15 dias foi observado maior número de GM em relação às GG. Aos 30 dias as GM se tornaram escassas nos tratamentos com triagem, o que corrobora o encontrado para outras espécies (HAYES e GILL, 1995). Nos tratamentos TP e TT, as GM mostraram maior intensidade ao PAS, indicando maior acúmulo de mucina em relação ao tratamento ST. Fato semelhante foi descrito para outras espécies (DENT et al. ,1973; LILLYWHITE e LICCHT, 1975). Já as glândulas granulares (PAS-negativas) se tornaram mais freqüentes e repletas de grânulos ao término do experimento, para os tratamentos TP e TT em quase toda a extensão do tegumento, apesar do estresse provocado pela triagem. Este fato indicou que a triagem não configurou estresse suficiente para a resposta imediata. Assim conclui-se que a rã-touro não apresentou estresse expressivo na triagem dos animais.

REVASCULARIZAÇÃO CIRÚRGICA DO MIOCÁRDIO (RM): DEMONSTRAÇÃO EM CADÁVER Cavalcante MLTMH*; Brandão TRG**; Coutinho TS**; Pita VRP**; Andreotti T**; Tasinaffo M**; Silva RS***; Martins TL**** *Professora Assistente dos Laboratórios de Anatomia da FMP/FASE (Petrópolis-RJ) e UNIFESO (Teresópolis-RJ); ** Acadêmicos de Medicina da FMP; *** Médico Cirurgião Cardíaco; **** Professora Assistente de Semiologia Médica da FMP INTRODUÇÃO - A Doença Arterial Coronariana (DAC) é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como a principal causa de mortalidade no mundo. Seu tratamento pode ser clínico, por angioplastia transluminal coronariana percutânea (ATC) ou por revascularização cirúrgica do miocárdio (RM). OBJETIVOS - Reproduzir em cadáver a técnica cirúrgica de RM e os variáveis tipos de enxertos autógenos, demonstrando as relações anatômicas para o procedimento. MÉTODOS - Um cadáver adulto, do sexo masculino, fixado em formaldeído a 10%, proveniente do acervo do Instituto Anatômico da Faculdade de Medicina de Petrópolis, foi dissecado, por planos, na região do mediastino, e das artérias radial e torácica interna, que foram usadas como enxertos. As anastomoses foram feitas com fio polipropileno em sutura contínua. RESULTADOS - Observou-se a viabilidade da técnica cirúrgica e a facilidade anatômica de extração dos enxertos autógenos, em concordância com as orientações bibliográficas. CONCLUSÃO - O conhecimento anatômico topográfico e descritivo do mediastino médio e das regiões doadoras de enxerto é fundamental para a realização da técnica cirúrgica de RM.

AGÊNCIAS FINANCIADORAS: FAPESP, CNPq e CAPES

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RIM EM FERRADURA ENCONTRADO DURANTE DISSECÇÃO NO IBMR: UM RELATO DE CASO Gomes TCBS*, Rangel-de-Oliveira J, Leal SC, Silva CEA. Centro Universitário IBMR, Rio de Janeiro, Brasil. É extremamente importante para cirurgiões da região retroperitonial, docentes e discentes de anatomia humana o conhecimento de variações anatômicas renais. O rim em ferradura (horseshoe) é uma anomalia de fusão de pólos inferiores dos rins, que ocorre em 0,25% da população. Objetivamos relatar um caso de variação renal, onde o rim direito e esquerdo encontram-se unidos pelos pólos inferiores. Durante as aulas de dissecção do módulo de abdome do curso de pós graduação, Lato Sensu em Anatomia Humana: aspectos evolutivos e funcionais do Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR), observou-se em um cadáver adulto do sexo masculino, que o rim direito e esquerdo estavam unidos pelos pólos inferiores, em nível de quarta vértebra lombar e estava inferior a artéria mesentérica inferior, o rim esquerdo recebia vascularização tradicional de veia e artéria renal, oriundas das faces laterais respectivamente de veia cava inferior e artéria aorta abdominal, o rim direito, além de sua vascularização tradicional, existia a presença de uma artéria polar superior, ramo da artéria renal direita, apresentava ainda na fusão dos pólos inferiores, uma vascularização anômala proveniente da face anterior de aorta abdominal e veia ilíaca comum esquerda. Os ureteres direito e esquerdo apresentavam-se normalmente. Concluímos, ser de grande importância o conhecimento das variações renais para os profissionais da área da saúde que lidam com a região retroperitonial, docentes e discentes que manipulam cadáveres para estudo dos órgãos.

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RISCO FETAL EM DOENÇA CONGÊNITA ESTRUTURAL DO CORAÇÃO: UMA PROPOSTA INTEGRATIVA Almeida MG¹, Morais MM¹*, Nunes AF¹, Carvalho MC¹, Moura LNM¹, Filho JMS¹, Bernardes AM¹, Ferreira CAA¹ 1- Universidade Federal do Piauí Cardiopatias congênitas estruturais graves têm aumentado consideravelmente em vários países, variando de 2% a 2,5% do total de nascimentos. Representam 33,33% das malformações fetais, sendo responsáveis por 50% dos óbitos totais da classe, tendo sido registrados 145 mortes no Brasil em 2010. Tento em vista sua letalidade, o presente trabalho objetiva abordar os fatores de risco fetal relativos à cardiopatia congênita por meio de revisão integrativa como metodologia nas bases Scielo e Lilacs através dos descritores Risco, Cardiopatia Congênita, Doença Congênita, Coração e Fetal, agrupados ou isoladamente; foram selecionados artigos completos em língua portuguesa segundo a proximidade com a pergunta norteadora “quais os preditores de risco fetal relativo à cardiopatia congênita?”. A literatura aponta o aborto espontâneo (50%), parto prematuro (30%-50%) e baixo peso ao nascer como principais complicações decorrentes de cardiopatias congênitas. Como fatores de risco fetal, apontam-se classe funcional (NYHA III e IV) e cianose maternas como determinantes de morbi-mortalidade. Fatores que predispõe às malformações cardíacas são diabetes, uso de drogas teratogênicas, lúpus, rubéola e outras infecções. Convém ressaltar que mais de 90% das malformações cardíacas ocorrem sem fatores de risco associados. Tendo por base conhecimentos epidemiológicos dos fatores de risco de cardiopatia congênita, é possível, dentro de certos limites, iniciar maiores investigações com o uso de ECO fetal. Conhecer o risco de morte fetal por doença congênita do coração assume papel importante por possibilitar intervenções prematuras, seja por cirurgia paliativa préparto, seja por monitoração mais pormenorizada.

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RISCOS NAS INJEÇÕES NO MÚSCULO DELTÓIDE: CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS Calazans JCC*, Amorim Júnior AA, Ribeiro DF, Lima VJM, Carvalho PC Universidade Federal de Pernambuco- UFPE

SEGMENTAÇÃO PULMONAR DE COBAIAS (Cavia porcellus LINNAEUS, 1758) Coelho VG*, Lopes IBL, Silva RS, Bandeira CGC, Constantino AC, Souza VP, Silva AEVN, Faria MD Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)

A administração de medicamentos e imunobiológicos pela via intramuscular já faz parte da rotina de muitos profissionais de saúde, que para executá-la de forma correta e segura devem apresentar conhecimentos fundamentais de anatomia, fisiologia e farmacologia. Para evitar riscos de lesões a estruturas vasculonervosas, o músculo deverá possuir, principalmente, corpo desenvolvido, ausência de grandes vasos e nervos superficiais, e fácil acessibilidade. Por conseguinte, dentre as regiões mais utilizadas para injeções, o músculo deltóide deveria ser considerado como última opção. Este trabalho objetivou, por meio de uma revisão integrativa, identificar topograficamente as regiões mais utilizadas para aplicação de injeção no deltóide e apresentar os riscos de lesões a estruturas vasculonervosas citados pela mesma. Utilizando do banco de dados da BVS, de artigos completos, publicados em periódicos nacionais, no período de 2002 a 2012. Dos artigos encontrados, foi relatado o uso frequente da porção inferior e posterior da região deltoidea para aplicação de injeções, esta localização é referida como inadequada devido aos riscos de lesões ao nervo radial, ao nervo circunflexo, e as ramificações de vasos, dos quais, se concentram na porção inferior do músculo. Dentre as complicações, foram citadas desde formação de hematoma, edema e celulite, até dor e impotência funcional do membro. Assim, torna-se de extrema relevância a capacitação dos profissionais quanto ao uso da via intramuscular.

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INTRODUÇÃO: Cobaias têm sido utilizadas como animal de estimação e também para fins experimentais, sendo fundamental seu conhecimento anatômico. Objetivos: Determinar a segmentação pulmonar de cobaias, conforme a ramificação de seus brônquios. METODOLOGIA: Serão utilizadas trinta cobaias (Cavia porcellus LINNAEUS, 1758), dentre machos e fêmeas, adultos de diferentes idades. Entretanto, até o momento, foram utilizados 06 machos e 05 fêmeas. Após ortotanásia, procedia-se a toracotomia sobre as articulações costocondrais, rebatendo o aparelho respiratório, formolizando e submergindo-o em solução aquosa de formaldeído a 20%, por período superior a 72 horas. Previamente à dissecação do parênquima pulmonar, removiam-se tecidos adjacentes, identificando o hilo e o comportamento dos brônquios desde a carina traqueal, evidenciando os segmentos pulmonares conforme sua lobação e ramificações de seus brônquios. RESULTADOS: Não foram observadas diferenças anatômicas na segmentação pulmonar entre machos e fêmeas. No antímero direito, foi notado que o brônquio cranial ramificava-se em brônquios craniocranial e craniocaudal; o brônquio médio, em brônquios mediocranial e mediocaudal; o brônquio caudal, em brônquios caudocranial e caudocaudal; e o brônquio acessório, em brônquios acessoriocranial e acessoriocaudal. No pulmão esquerdo foram observados os brônquios cranial e caudal, que se ramificavam, respectivamente, em craniocranial e craniocaudal e caudocranial e caudocaudal. Assim como no pulmão direito, foi observado um brônquio acessório, mas sem segmentação. CONCLUSÃO: Ao término deste trabalho, com a descrição das ramificações bronquiais, será possível descrever a segmentação pulmonar de cobaias.

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SIMULADORES VIRTUAIS NO ENSINO DE ANATOMIA MÉDICA APLICADA A TÉCNICA CIRÚRGICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Filho JMS¹, Almeida MG¹, Morais MM¹*, Moura LNM¹, Nunes AF¹, Carvalho MC¹, Silva ANC¹, Paulo DB¹ 1- Universidade Federal do Piauí Simuladores virtuais são ferramentas que buscam imitar uma situação real, tornando-a reprodutível. No campo da saúde, têm assumido destaque por facilitar o desenvolvimento técnico e a aprendizagem,sobretudo em disciplinas como anatomia e cirurgia, possibilitando aos, estudantes o desenvolvimento de habilidades antes da aplicação em seres humanos. Nesse contexto, o presente trabalho visa abordar o uso de simuladores virtuais como ferramenta de ensino-aprendizagem de anatomia médica aplicada a técnicas cirúrgicas. Para tanto, baseia-se em revisão bibliográfica integrativa nas bases Scielo, Lilacs e Google Scholar, onde foram selecionados artigos completos publicados entre 2000 e 2012 por meio dos descritores Simuladores, Software, Programas, Anatomia, Virtual, Ensino, Aprendizagem, Ferramenta pedagógica. Como critério de inclusão/exclusão, fora considerada a proximidade com a pergunta-base: quais as vantagens e desvantagens da utilização de simuladores virtuais no ensino de anatomia aplicada à técnica cirúrgica? A repetição da técnica com o uso de simuladores até seu domínio aparece como aspecto positivo em todos os artigos selecionados. São apontados também como ferramenta de substituição às peças naturais humanas e de animais, cujo uso tem incitado protestos. No entanto, o alto custo e baixa adesão dos estudantes têm limitado sua distribuição pelas Escolas Médicas do País, dificultando o uso massivo dessa tecnologia. As diversas habilidades técnicas e teóricas que o estudante de medicina deve adquirir podem ser facilitadas através da utilização de simuladores virtuais. Apesar dos entraves reacionados ao custo e adesão por parte dos estudantes e profissionais, seu uso é crescente em todo o país, representando ponto de inflexão nas metodologias de ensino-aprendizagem de anatomia.

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SÍNDROME DE CAPGRAS: A CARACTERIZAÇÃO DE UM DISTÚRBIO POUCO CONHECIDO Vasques LC*, Sá RB, Neves VJR, Cruz LHC Universidade Federal de Ouro Preto/MG A Síndrome de Capgras é uma doença rara e de difícil diagnóstico, em que uma pessoa sofre da crença ilusória de que um conhecido, normalmente o cônjuge, foi substituído por um impostor idêntico, um “sósia”. Com o estudo, procurou-se identificar a síndrome, sua etiologia, conseqüências e, deste modo, determinar a importância de sua devida caracterização, a partir de revisão bibliográfica não sistemática de artigos recentes (2007 em diante) em bancos de dados – Scielo, BVS e PubMed. A síndrome trata-se da mais freqüente das doenças que se enquadram no conjunto dos Distúrbios de Má-Identificação, apresentando causas multifatoriais, como influência hereditária e, para as pessoas com suscetibilidade genética, fatores orgânicos como alcoolismo e má nutrição podem influenciar sua ocorrência. Verificam-se, nessa enfermidade, aspectos neurais modificados, pois se percebem alterações funcionais no hemisfério cerebral direito com comprometimento da via lobo-parietal inferior, prejudicando a interação entre córtex visual e áreas límbicas subcorticais, responsáveis pela interpretação da imagem captada. Inicialmente, utilizou-se como forma de tratamento a mesma terapêutica da esquizofrenia, porém, percebeu-se, com a ampliação do conhecimento sobre a síndrome, que os quadros clínicos tinham cursos diferentes. Hoje, portanto, prioriza-se o acompanhamento do paciente, visando à melhor relação com os “sósias”, já que não há medicação específica para a enfermidade. A importância do estudo reside no fato de a síndrome ser pouco conhecida e bastante confundida com outros Distúrbios de Má Identificação (além da esquizofrenia), necessitando ser devidamente caracterizada para que possa ser tratada de maneira correta e específica.

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SÍNDROME DE EAGLE OU SÍNDROME ESTILÓIDE-ESTILOHIÓIDE: RELATO DE CASO CLÍNICO Matias EF*, Trindade AKF, Lucena LBS, Sousa EMD, Pereira BC, Rocha AS, Pereira PAP, Diniz PKF Universidade Federal da Paraíba Descrita em 1937 por Watt W. Eagle, a Síndrome de Eagle ou Síndrome Estilóide-estilohióide é caracterizada pelo alongamento do processo estilóide ou ossificação do ligamento estilo-hióideo, e está associada a uma vasta sintomatologia: cefaléia, disfagia, odinofagia, otalgia e dor facial vaga. O processo estilóide é uma projeção óssea fina que se origina na face inferior da parte petrosa do osso temporal, medial e anteriormente ao forame estilomastóideo e mede aproximadamente 2,5 cm de comprimento. Nele inseremse os ligamentos estilomandibular e estilo-hióideo, além de prestar fixação aos músculos estilo-hióideo, estilofaríngeo e estiloglosso. Este trabalho objetiva relatar um caso clínico de paciente portadora de Síndrome de Eagle. Paciente do gênero feminino, 46 anos, procurou o Serviço de Odontologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley, queixando-se de dor cervical há mais de 10 anos, dificuldade de realizar rotação lateral da cabeça e disfagia. A paciente negou história de trauma cervical ou tonsilectomia. Ao exame físico, detectou-se uma projeção de consistência endurecida na fossa tonsilar bilateral. Solicitou-se uma radiografia panorâmica, a qual foi detectada processos estilóides e calcificação dos ligamentos estilohióideo medindo à direita 5,5 cm, e à esquerda 5,0 cm. A paciente foi encaminhada para avaliação do cirurgião de cabeça e pescoço do mesmo Hospital, e este indicou a remoção das partes excedentes dos processos. Espera-se que após a cirurgia ocorra a remissão completa dos sintomas. Com este trabalho, observou-se que a atuação do cirurgião-dentista é imprescindível para o diagnóstico da Síndrome de Eagle, o qual é realizado, basicamente, por meio do exame clínico diferencial e radiográfico.

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SÍNDROME DE LERICHE UMA ABORDAGEM ANATOMICA E CLÍNICA Vieira IIF*, Souza GRS, Santana AMF, Cordeiro EFC, Dantas BPA, Santana MMF, Silva LAA, Neto EJS

A aterosclerose é caracterizada por lesões na camada íntima do vaso, sendo esta a forma mais grave, os ateromas ou placas fibroadiposas ou ateromatosa se projetam para o interior do vaso, obstruem o lúmen vascular e enfraquecem a média subjacente. Um caso relacionado à fisiopatologia da aterosclerose é a Síndrome de Leriche, que consiste no agravo vascular, geralmente associado a uma arteriosclerose sistêmica, que acomete principalmente as artérias ilíacas,as quais ocorrem obstrução parcial ou completa, comprometendo assim a irrigação dos membros inferiores e da pelve. Com a deficiência de vascularização há hipóxia das regiões afetadas podendo levar a necrose tecidual e conseqüentemente perda de função como impotência e infertilidade.A claudicação intermitente, presente em pacientes que sofrem deste mal, geralmente ocorre como dor na panturrilha, em obstruções mais altas, esta dor se estenderá para a região glútea e para a parte superior das coxas. Tem-se por objetivo expor do ponto de vista anatômico as características ateroscleróticas sistêmica da Sindrome de Leriche.O estudo foi realizado a partir da dissecação de um cadáver adulto do sexo masculinono laboratório de anatomia da Faculdade de Medicina Nova Esperança, utilizando materiais habituais de dissecação.Com a dissecação pôde ser observada uma espécie de canalização que atravessava a região inguinal de um lado a outro, comunicando duas artérias femorais. Esta anastomose foi realizada com o intuito de restabelecer a irrigação da artéria ilíaca direita, que apresentava obstrução em seu terço medial. Diante desta situação, procurou-seinvestigar as Aa. coronárias, Aa. Renais e a Aorta deflagrando placas de ateroma na parede destes vasos, confirmando a arteriosclerose sistêmica. As evidências mostraram que o cadáver em questão sofria da síndrome de Leriche, por conta da obstrução apresentada e pela anastomose femoro-femoral feita com Dácron, material utilizado para este fim. O pé direito do cadáver em questão foi amputado indicando a circulação deficiente deste membro. Esta síndrome afirma a importância da anatomia na clínica tanto do ponto de vista do diagnóstico, quanto para tratamentos cirúrgicos.

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SOBRE A DISSECAÇÃO E POSTERIOR GLICERINAÇÃO DA MAMA NO CADÁVER DO LABORATÓRIO DE ANATOMIA HUMANA Fragoso Neto RA*, Silva EAL, Martin IAV FCT/UNESP, Campus de Presidente Prudente, SP, Brasil

SÍNDROME DE MAYER-ROKITANSKY-KUSTER-HAUSER: CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS Bernardes AM1*, Carvalho MC1, Nunes AF1, Silva ANC1, Moura LNM1, Almeida MG1, Filho JMS1, Freitas ICR1 1- Universidade Federal do Piauí A Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser é a segunda causa mais freqüente de amenorréia primária e se caracteriza por aplasia congênita do útero e dos dois terços superiores da vagina e pode estar associada a outras anomalias, principalmente vertebral e renal e em menor extensão, auditiva e cardíaca. Dessa forma, o presente estudo objetivou identificar as principais alterações anatômicas envolvidas na Síndrome de Rokitansky, correlacionando-as com as respectivas conseqüências fisiopatológicas, assim como elucidar as correções cirúrgicas com foco anatômico. Para tal, foi realizada uma revisão bibliográfica, baseada em publicações nas bases BVS, Scielo e PubMed. Por meio deles, pode-se afirmar que a portadora dessa síndrome apresenta como primeiro sinal amenorréia primária. A síndrome típica é representada por alterações restritas ao sistema reprodutor, mas também pode ocorrer outro tipo, denominado MURCS, que envolve hipoplasia ou aplasia uterovaginal, malformações renais, ósseas e cardíacas. As malformações renais ocorrem em 1/3 dos casos e pode ser encontrada agenesia unilateral, rim em ferradura, hipoplasia renal, rins ectópicos e hidronefrose. As malformações ósseas ocorrem em 12% dos casos afetando principalmente a coluna vertebral. As alterações cardíacas auditivas e digitais, como sindactilia e polidactilia, são mais raras. A correção cirúrgica consiste na criação da neovagina permitindo que a paciente tenha uma vida sexual normal. Assim, o presente estudo possibilitou o entendimento das principais alterações anatômicas da Síndrome de Rokitansky e de suas conseqüências clínicas que são de suma importância para o tratamento cirúrgico e melhor qualidade de vida das pacientes.

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É de capital importância o conhecimento da arquitetura da mama na mulher, englobando sua aplicação na clínica médica e afins. Esta pesquisa intentou aprofundar o conhecimento da anatomia da mama e dum método de glicerinação modificado, como inicialmente justificado. No cadáver formolizado de duas mulheres adultas, foram ambas mamas dissecadas. Para tanto, foi realizada uma prévia revisão bibliográfica, onde podia se constatar que, a despeito do desenvolvimento de cirurgias e métodos de exame sofisticados e modernos, nada se descreveu nos compêndios de técnicas anatômicas sobre a dissecação mais precisa da mama feminina. Aliada à importância de se obter peças anatômicas conservadas pela glicerina, a literatura evoca o método de glicerinação proposto por Carlo Giacomini, modificado ao excluir-se a adição de peróxido de hidrogênio, inclusive na conservação das glândulas mamárias. Portanto, os materiais desta pesquisa foram dissecados por meio de incisões na pele da região peitoral. Foram rebatidas as fáscias peitorais superficial e profunda, seguidas do isolamento da gordura mamária e dos ligamentos suspensores até se poderem notar o sistema ductal mamário e seus correspondentes lobos. Antes de se mergulharem as preparações em glicerina, os tecidos fibroso e adiposo mamários foram removidos ao máximo para facilitar a penetração deste líquido. As preparações foram mantidas no mesmo, sendo renovado apenas uma vez, até que afundassem completamente dentro do citado líquido. Decorridos 90 dias, as mamas foram retiradas e, sem o excesso da glicerina, guardadas em caixas acrílicas. As peças obtidas mantiveram-se em boas condições de estudo e a dissecação foi, sem dúvida, eficaz no tema proposto.

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SOBRE A ORIGEM LATERAL E MEDIAL DO MÚSCULO GASTROCNÊMIO Silva Neto EJ, Ramos RM, Ximenes AMG, Nascimento JJC*, Ribeiro ACO, Meneses JAL, Figueiredo DA UFPB

SUBPLACENTA DA CUTIA (Dasyprocta aguti Linnaeus, 1766) EM ESTÁGIOS INICIAIS DE GESTAÇÃO

O músculo Gastrocnêmio está localizado no compartimento superficial da parte posterior da perna, formando juntamente com o M. Sóleo o tríceps da perna. Ele tem origem por duas cabeças, uma medial e outra lateral, nos côndilos do fêmur; e se insere no calcâneo por meio do tendão do calcâneo juntamente com o M. Sóleo. Descrever a cabeça lateral e a cabeça medial do músculo gastrocnêmio. Foram utilizados 10 cadáveres, previamente fixados em formol a 20%, pertencentes ao Laboratório de Anatomia da UFPB. Estes foram dissecados com material usual de dissecação. A cabeça lateral do M. Gastrocnêmio tem dois grupamentos de fibras, formando duas inserções. A porção principal, profunda e lateral apresenta fibras no sentido ínfero-superior. Algumas fibras partem do ventre do músculo e tomam uma direção oblíqua indo de inferior e medial para superior e lateral. Esta última porção se insere por meio de uma terminação carnosa superior à cabeça da porção longitudinal. Na cabeça medial temos também duas inserções: uma longitudinal, tendínea, e outra oblíqua, carnosa; só que nesta as fibras vão de inferior e lateral para superior e medial. Em algumas peças a parte carnosa da cabeça medial estava ausente. Observamos que a ausência da inserção carnosa na cabeça medial sempre estava relacionada a uma diminuição considerável da parte carnosa da cabeça lateral. Na inserção principal lateral há formação de uma fibrocartilagem dentro do tendão. Isto provavelmente está relacionado ao contato entre este tendão e a parte póstero-superior do côndilo lateral do fêmur.

Câmara RJF*, Oliveira GB, Figueredo WTX, Bezerra FVF, Silva RSB, Oliveira REM, Vale AM, Oliveira MF. Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA A cutia é um roedor silvestre, de pequeno porte pertencente à família Dasyproctidae. Apresenta grande importância sócio-econômica, sendo sua carne utilizada como fonte de proteína animal pela população da região. Considerando a importância ecológica e a ausência de informações acerca dos estágios iniciais da subplacenta da cutia, realizou-se este estudo, tendo como objetivo descrever a morfologia da subplacenta da espécie entre 14 e 28 dias de gestação. Para isto foram utilizadas 15 vesículas gestacionais entre o 14° e 28° dia de gestação, as quais foram fixadas em paraformoldeído 4% tamponado com fosfato de sódio 0,1M e pH 7,4 por 48 horas. Após fixação, o material foi submetido a técnicas histológicas de rotina para obtenção de lâminas de microscopia de luz, sendo desidratado, diafanizado em xilol, incluído em parafina histológica e depois obtidos cortes com 5μm que eram então corados com Hematoxilina-eosina. A subplacenta aos 14 dias de gestação apresenta-se septada e formada por um epitélio pseudoestratificado colunar com células de natureza sincicial; ainda nesta fase verifica-se circundando toda a subplacenta a presença de uma grande quantidade de células trofoblásticas gigantes; a partir do 16° dia o epitélio subplacentário torna-se estratificado com duas a três camadas celulares; no 28° dia a subplacenta mostra-se bastante septada e circundada por grandes lacunas maternas; em seu interior observa-se células de origem do mesênquima fetal. PALAVRAS-CHAVE: Subplacenta, Terço inicial, Dasyprocta aguti.

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TEACHING EMBRYOLOGY USING MODELS CONSTRUCTION IN PRACTICAL CLASSES Gratão LA*, Silva NC, Brandão LD, Abreu T, Pfrimer G, Nascimento GL, Aversi-Ferreira RF, Aversi-Ferreira TA Federal University of Tocantins

SUPRIMENTO ARTERIAL DA CÁPSULA INTERNA: ANÁLISE CRÍTICA DA LITERATURA E PROPOSTA DE UM NOVO PADRÃO ANATÔMICO DE VASCULARIZAÇÃO Paiva TTB*, Netto AU, Correia LGCB, Carvalho AGMA, Félix ECC, Queiroga NG, Holanda MMA Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE, João Pessoa-PB

INTRODUÇÃO: A cápsula interna é um feixe de fibras inserido no centro branco medular do cérebro, no qual cursa a maioria das fibras de projeção que partem para as demais estruturas do sistema nervoso. Do ponto de vista anatômico, distinguem-se as seguintes partes: a perna anterior, a perna posterior e o joelho. Conhecer o padrão de irrigação da cápsula é fundamental para entender quadros clínicos relacionados com doenças cerebrovasculares. Entretanto, a literatura disponível aos acadêmicos de medicina é extremamente divergente quanto a esse tema. OBJETIVOS: Expor, através de uma revisão bibliográfica, a divergência entre autores de fontes da neuroanatomia, neurologia e neurocirurgia disponíveis para acadêmicos, além de propor um padrão de irrigação mais lógico e funcional, sugerido a partir de análises anatômicas e clínicas. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um levantamento bibliográfico a partir de livros e artigos conceituados no intuito de promover uma análise crítica dos dados referentes ao assunto, frisando as divergências relacionadas. RESULTADOS: A partir dessa análise e da observação anatomoclínica de pacientes com lesão vascular da cápsula interna, sugerimos um novo padrão esquemático de suprimento arterial desse conjunto de fibras, de modo que esse modelo apresente uma correlação clara e direta entre a “região acometida” e o “quadro clínico”, representando um esquema mais didático e fiel à estrutura anatômica e funcional da cápsula interna. CONCLUSÃO: A partir desse estudo, fica clara a importância da realização de novos esboços angiográficos voltados para essa região, ratificando o modelo proposto ou sugerindo dados estatísticos que apontem o padrão de vascularização a ser considerado normal.

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Recently, the curriculum and the educational methodologies associated to the health sciences courses are being reviewed and adapted. Pre-clinical sciences, such as anatomy and embryology are as well subjected to those changes. In human embryology courses it is common to use models to represent the different phases of development to facilitate learning, since the students can see and touch the models, obtaining knowledge by analogies. The purpose of the present study was to investigate if the construction of models by the students during practical embryology classes would improve or facilitate their learning. One year after the classes, 60 students answered a questionnaire with nine objective questions, including spaces for suggestions and observations. According to the student’s responses, the construction of models contributed to their learning.

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TÉCNICA ANATÔMICA ARTESANAL: CONFECÇÃO DE MODELOS DE OSSOS HUMANOS EM RESINA POLIMERIZÁVEL Pereira R*, Esperidião-Antonio V, Fattini CA, Lanças SHS, Dias VC, Vasconcelos LB, Siqueira-Batista R Universidade Federal de Viçosa (UFV) – MG INTRODUÇÃO: A dificuldade de aquisição de peças anatômicas tem sido um óbice para o ensino e a pesquisa das ciências morfológicas nos cursos da área de saúde. No caso das estruturas ósseas, díspares técnicas anatômicas têm sido empregadas para conservação das peças anatômicas, com a finalidade de preservar a forma, cor, aparência e dimensões. Descrevem-se, ainda, métodos de confecção de moldes empregando gesso, borracha de silicone, argila, resinas e PVC. OBJETIVOS: Apresentar procedimentos para confecção de material didático– modelos resinados de estruturas ósseas – com vistas ao estudo da Anatomia humana. METODOLOGIA: O processo segue os seguintes passos: (1) confecção de moldes em gesso e/ou silicone das estruturas que se deseja preparar; (2) aplicação da resina no interior deste molde para se obter a cópia da estrutura; (3) Uso de pigmentos de várias tonalidades para serem misturados junto com a resina polimerizável. RESULTADOS: É possível confeccionar quaisquer estruturas ósseas, tendo em vista a facilidade oferecida pela técnica, o baixo custo e a qualidade dos modelos. CONCLUSÕES: A preparação desse material didático pode contribuir de forma expressiva para o ensino da Anatomia nos cursos da área de saúde. Além disso, corrobora para o aumento do acervo de peças anatômicas, bem como, para a minoração dos problemas advindos da dificuldade de aquisição de peças humanas.

TÉCNICA DE INJEÇÃO DE LÁTEX ASSOCIADA AO USO DE FERRAMENTA VISUAL NO APRIMORAMENTO DO APRENDIZADO DA SEGMENTAÇÃO HEPÁTICA Silva JB¹ *, Laviano Agrelo HA¹, Mesquita KN1, Chagas CAA1, de Paula RC1, 2 , Babinski MA1 1. Departamento de Morfologia / UFF; 2. Programa de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres / UFF

INTRODUÇÃO: O ensino da segmentação hepática baseada na divisão provida pela distribuição vascular e biliar intraparenquimatosa é falho porque livros tradicionalmente utilizados como referência bibliográfica não apresentam o padrão segmentar exigido aos estudantes de medicina. A bibliografia usada para esse aprendizado específico é a de artigos de Couinaud que datam por volta de 1950 e que são contraditórios ou de difícil acesso. Esse padrão é levado em consideração em técnicas cirúrgicas para retirada de segmentos hepáticos e deve, portanto, ser bem fixado por acadêmicos. OBJETIVOS: O material objetivou complementar o ensino da segmentação hepática baseada no padrão de distribuição vascular e dos ductos biliares. MATERIAL E MÉTODOS: Um fígado não dissecado do laboratório de anatomia da Universidade Federal Fluminense foi preparado, sendo a artéria e ducto hepáticos localizados e cateterizados. Injetada solução aquosa pelos cateteres para limpeza das vias, foi adicionado látex de coloração verde no ducto hepático comum e vermelha na artéria hepática. O fígado foi mantido por uma semana em solução de álcool, xilol e formol. Após esse tempo, realizou-se a segmentação, sendo observados, nos pontos descritos pelas técnicas cirúrgicas, toda a base vascular para a divisão. Além disso, foi feito material em vídeo expondo a segmentação realizada, juntamente com a narração de como é feita e em que se baseia essa divisão. Esse vídeo será disponibilizado no site do departamento de morfologia da UFF e sua produção visa ser mais uma ferramenta facilitadora da aprendizagem da anatomia humana. CONCLUSÃO: A apresentação se propõe a consolidação do conteúdo, facilitando o processo de aprendizagem da disciplina. PALAVRAS-CHAVES: Segmentação hepática; Couinaud; Distribuição vascular.

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TÉCNICAL ANATÔMICA ARTESANAL: PRODUÇÃO DE MODELOS ANATÔMICOS DE CRÂNIOS HUMANOS COMO RECURSO PARA O ENSINO DA ANATOMIA HUMANA Pereira R*, Esperidião-Antonio V, Kuwae L, Ferreira NF, Pires HJ, Fonseca JO, Soares RR, Siqueira-Batista R Universidade Federal de Viçosa (UFV) /Univiçosa -MG

TÉCNICAS DE NEURORRAFIA: ESTUDO EXPERIMENTAL ESTEREOLÓGICO AXONAL COMPARATIVO Boer NP, Batigália F, Toyonaga LE*, Marcatto G

INTRODUÇÃO: O crânio forma uma caixa óssea destinada, funcionalmente, a abrigar e a proteger o encéfalo. Entretanto, tem também outras funções importantes, destacando-se: a) apresenta cavidades para órgãos dos sentidos (visão, audição, equilíbrio, olfato e gustação); b) apresenta aberturas para passagem de ar e do alimento; e c) apresenta maxilas, mandíbula e dentes, que são necessários para a mastigação. O crânio é dividido em duas porções: neurocrânio e viscerocrânio. O primeiro, superior e posterior, maior, abriga o encéfalo; o segundo, anterior e inferior, menor, está relacionado com órgãos dos sistemas digestório e respiratório. O crânio pode ser estudado como um todo ou desarticulado. OBJETIVOS: Apresentar a técnica anatômica artesanal, como um meio alternativo para a produção de réplicas de crânios humanos em resina com finalidade didática para o ensino da anatomia. MÉTODOS: Foram utilizados, para a preparação, modelos de crânios humanos e imagens de atlas anatômicos. A seguir seguiram-se os seguintes passos: (1) confecção de moldes em silicone das estruturas; (2) aplicação da resina no interior deste molde para se obter a cópia da estrutura; (3) pintura dos acidentes ósseos do crânio. RESULTADOS: As possibilidades para preparação de crânios humanos com esta técnica são bastante amplas, destacando-se a confecção da estrutura fechada ou aberta. CONCLUSÕES: A preparação desse material didático pode contribuir para o ensino da morfologia nos cursos da área de saúde, além de contribuir para a ampliação do acervo de peças anatômicas nos laboratórios de Anatomia Humana.

Disciplina de Anatomia Clínica da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – SP (FAMERP)

Lesões que acometem nervos periféricos podem ser reparadas por meio de neurorrafias (ou suturas entre nervos ou partes de um mesmo nervo). Opções cirúrgicas mais indicadas para reconstrução nervosa incluem anastomose término-lateral ou látero-lateral. Inexistem, até o momento, estudos que correlacionem Estereologia (procedimentos geométricos estatísticos para obter informações de estruturas tridimensionais a partir de imagens bidimensionais) e neurorrafias. O objetivo do presente estudo foi perfazer estudo experimental estereológico axonal comparativo entre neurorrafias término-lateral e látero-lateral. Após aprovação ética, foram estudados 20 ratos machos Wistar, divididos em 04 grupos de 05 ratos cada, para realização de anastomose entre os nervos fibular e tibial (G1=Neurorrafia término-lateral; G2=Neurorrafia látero-lateral com rafia de 0,25 cm; G3=Neurorrafia látero-lateral com rafia de 0,5 cm; e G4=Controle de Desnervação). Fragmentos de nervos foram fixados em formaldeído a 10%, incluídos em parafina e corados com Tricômico de Masson para determinação da densidade de volume de axônios, em cada grupo, por meio do Programa Image Pro Plus versão 6.0 e aplicação do teste não paramétrico de MannWhitney. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos, mas sim de todos os 04 grupos de estudo em relação ao grupo controle. Por meio de análise estereológica pode-se recomendar, como opções de reparo cirúrgico, tanto a neurorrafia término-lateral (que recupera e previne a atrofia de placa motora) quanto a látero-lateral (que independe da distância entre os cotos nervosos). PALAVRAS-CHAVE: Anatomia; Nervo; Neurorrafia; Estereologia.

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TELEAULA MUSCULAÇÃO: UMA ANÁLISE ANATÔMICA DOS MOVIMENTOS DE ADUÇÃO DO BRAÇO COM EXTENSÃO DO COTOVELO Lira Neto ES*1, Torres AS1, Xavier JE1, Silva TG1, Silva PMF1, Galvão APO1; Ximenes RCC1; Magalhães CP1 1 Universidade Federal de Pernambuco/Centro Acadêmico de Vitória A teleaula é um mecanismo ensino-aprendizagem que visa ampliar o acervo didático acadêmico facilitando a visualização de estruturas anatômicas e diversificando os métodos do ensino da anatomia. Objetivou-se, através da teleaula, analisar o movimento de adução do braço com uma extensão do cotovelo, em três amplitudes diferentes (90º, 135º e 60º) mostrando como as estruturas musculares (tendões, fibras e articulações) ficaram dispostas durante a ação muscular. Essa teleaula foi realizada numa parceira entre UFPE/CAV em uma academia da cidade de Vitória de Santo Antão - PE. Com o auxilio de um voluntário, três tipos de exercícios foi selecionado. Foi utilizado um banco para exercício de supino reto, supino inclinado e declinado. Para medição da angulação do braço usou-se um Goniômetro de plástico transparente com duas réguas para mensuração de amplitude articular, modelo CARCI. Analisando a execução de movimentos, constatou-se que existem quatro tipos de músculos: os agonistas, antagonistas, sinergistas e estabilizadores. Durante a execução do exercício, a ação agonista foi do músculo peitoral maior, de três sinergistas, tríceps braquial, deltoide porção anterior e o coracobraquial e varias musculaturas estabilizadoras que estão dispostas entre a articulação do punho, do cotovelo e do ombro. A teleaula consistiu de uma inovação tecnológica à prática pedagógica auxiliando diversos segmentos da educação, desde o ensino fundamental ao ensino superior. Os recursos visuais disponíveis na teleaula são bastante ampliados, pois ela compara o movimento partindo de uma visão do esqueleto humano, um cadáver dissecado chegando ate o ser humano.

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TERCEIRO TROCÂNTER EM HUMANOS Moraes JVC*, Dolfini MIM, Wafae N

O Terceiro Trocânter é uma saliência óssea, presente em alguns fêmures, na face posterior da epífise proximal na região de tuberosidade glútea. A literatura consultada apresenta divergências quanto à causa da sua incidência, que é amplamente variável. Por esta razão, a incidência do Terceiro Trocânter foi verificada, assim como, sua morfometria absoluta e comparativa ao tamanho do fêmur, buscando-se assim, acrescentar dados que favoreçam a identificação de fatores que justifiquem o seu aparecimento. Foram utilizados 80 fêmures, com integridade altamente preservada, pertencentes ao Laboratório de Anatomia da Universidade do Oeste Paulista. Os procedimentos foram feitos com a utilização de um paquímetro digital, fita métrica e software para medição dos ângulos. Os dados, até no momento, permitem afirmar que o Terceiro Trocânter está presente em 30% dos ossos analisados, em fêmures com diáfise média de 29mm de diâmetro e comprimento (eixo anatômico) próximo dos 41 cm (414,1mm).

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TETRALOGIA DE FALLOT: CORRELAÇÕES ANÁTOMO-CLÍNICAS Ferreira CAA1*, Nunes AF1, Junior EFP1, Lima SKAR1, Morais MM1, Nogueira ALS1, Furtado LB1, Leite CMC1 1 – Universidade Federal do Piauí

THE COMPARATIVE ANATOMY HOW BASIS TO EVOLUTION ANALYSIS Aversi-Ferreira TA*

A cardiopatia congênita é um dos problemas mais comuns ao nascimento acometendo 1 a 1,5 em cada 10.000 nascidos vivos, a exemplo da tetralogia de Fallot (TF), que representa cerca de 7% dos defeitos cardíacos congênitos, apresentando-se como a cardiopatia congênita cianótica mais comum. Nesse sentido, objetivou-se a descrição dos principais aspectos anatômicos que caracterizam a patologia, bem como das possíveis variações e sua correlação com o quadro clínico, através de revisão sistemática da literatura nas bases da BVS, Scielo e PubMed. Por meio desta, observou-se que a apresentação anatômica básica envolve uma tétrade: defeito de septo ventricular, estenose pulmonar, dextroposição de aorta e hipertrofia do ventrículo direito, secundários a um defeito embrionário no fechamento do septo infundibular que não se funde com o septo muscular. Apesar disso, a anatomia pode ser bastante variável, especialmente quanto à arborização arterial pulmonar e à morfologia valvar, cujo grau de comprometimento influi na gravidade da TF. O defeito anatômico se reflete clinicamente desde indivíduos assintomáticos até aqueles com sintomas típicos, como cianose, não frequente ao nascimento, baixo desenvolvimento pondo-estatural, baqueteamento digital, policitemia e baixa tolerância a exercícios físicos. A conduta é essencialmente cirúrgica, sendo de extrema importância o conhecimento morfológico de cada caso. Para tanto, o diagnóstico envolve exames por imagem minuciosos e, ainda assim, não raro ocorrem surpresas no intra-operatório. Assim, esse estudo possibilitou o conhecimento das possíveis apresentações anatômicas na TF e como estas influem na apresentação clínica, sendo substrato para a abordagem cirúrgica resolutiva.

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*Federal University of Tocantins

Recently new data from Cebus, a New World primate, associated with behavioral aspects demonstrated thatits present memory, social behavior and tolerance, thumb opponency and manipulatory skills similar to chimpanzee. However, no anatomical data until now are enough to support these affirmations. According data from molecular genetics, the Cebus are closest to prosimians and New World primates, notwithstanding its present cognition aspects closest to chimpanzee. The lack studies of Cebus anatomy, putatively, generated the use of expressions like lateral opponency and/or pseudoopponency by behavioral scientists to indicate the high manual skills seen in Cebus. Despite, our studies have indicated that thoracic member anatomy of Cebusis more similar to baboons than chimpanzees and humans, and that the Cebus hand present primitive morphology and the thumb opponency not is performed by these primates. Indeed, Cebus not can perform the thumb opponency because the trapezium-metacarpal I joint nor permit the rotation of thumb to found others fingers, and the frontal plane that across thumb is around parallel relation others fingers. To the facts cited up, the molecular biology not has enough resources to verify the phylogenetic proximity between species, because nor all genes of the species were discovered nor the discovered genes were correctly associated to specifics morphological characteristics. The case of Cebus anatomy had indicating the importance of comparative anatomy how important tool to indicate correct phylogenetic position and taxonomy of species.

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THE SEMITENDINOSUS IN BRAZILIAN COMMON OPOSSUM

THE STOMACH OF GREAT EGRET (Ardea alba)

Senos R, Ribeirto MS*, Benedicto HG

Senos R, Barbosa GL, Zeferino R, Tolezano FS*, Dutra DFM, Rici REG

Universidade Federal Fluminense

Universidade Federal Fluminense

The Brazilian Common Opossum is a marsupial species with interesting anatomical characteristics around its locomotor apparatus. We studied the semitendinosus muscle in 8 limbs of Didelphis aurita. The specimens were donated from Niteroi Zoo after death. All the limbs were fixed in 10% formalin before the anatomical dissection. The semitendinosus had two points of origin: (1) a short fasciae from transverse processes of the third and fourth caudal vertebra in common to biceps femoris origin; (2) lateral surface of the ischiatic tuberosity. These two parts of the muscle got together in an oblique tendon in the middle third of the muscle. From this tendon, different portions generated three insertions: (1) in the medial surface of the proximal tibia; (2) distinct point distally to the previous one in the proximal third of the medial tibia; (3) in the crural fascia. The semitendinosus muscle in D. aurita is a biceps polycaudate muscle that acts extending the hip and flexing the knee joint. It is supplied by the ischiatic nerve. In comparison to domestic species, relevant differences are noticed such as the tendon connecting origins and insertions portions, the three insertions in tibia and no insertion in common calcaneal tendon. Our study brings data to zoological information and possible medical procedures.

The A. Alba is an avian piscivorous species commonly found in most parts of the world. Despite that, little information about the digestive system of this species is available. It is already known the proventriculus and ventriculus of A. alba are united in a single organ. Aborally to it, a pyloric chamber is also described. We analyzed the stomach of this species using scanning electron microscopy technique. The specimen was donated by the Niteroi Zoo after death. The mucosa of proventriculus had a bath towel aspect with multiple villi surrounding the gastric papillae. The gastric glands were best observed in transverse views. Thin muscular and adventitia layers were noticed. Where the ventriculus began, the mucosa of the stomach changed to polygonal shaped villi in reticular aspect. The saccus caudalis presented wide muscular layer reaching over 1mm width. The adventitia in this site was also higher in comparison to the rest of the organ. We believe that the stomach of the A. alba follows other piscivorous’ stomach whose proventriculus region has great gastric juice production to melt the food while the ventriculus is required to mix the juice into the food. The absence of cuticula gastris also suggests that the food in this organ is soft enough as to not harm the mucosa layer. Different mucosa of the stomach of each piscivorous species could be explained because of the different phylogeny or specific diet.

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THE STOMACH OF MAGELLANIC PENGUIN UNDER SCANNING ELECTRON MICROSCOPY LENS

THE TONGUE OF MAGELLANIC PENGUIN (Spheniscus magellanicus) Senos R, Barbosa GL*, Zeferino R, Rici REG, Miglino MA, Bombonato PP

Senos R, Barbosa GL*, Zeferino R, Rici REG, Miglino MA, Bombonato PP

Universidade de S達o Paulo

Universidade de S達o Paulo

The S. magellanicus is a penguin species near threatened of extinction usually found in Pacific and Atlantic Ocean in the south of Brazil, Argentina, Chile and Uruguay. Few data are available about the anatomy of the digestive system of this species. The piscivorous avian stomach is different in comparison to the domestic species because the chemical and mechanical chambers are united in single organ. We analyzed this organ in scanning electron microscopy. The specimens were donated from Niteroi Zoo after death. The proventriculus (chemical stomach) presented huge glands (1,2mm diameter) organized in equal lines. Their opening was easily found in epithelial layer which had bath towel aspect. Thin muscular and adventitia layers were also found. A notable fold limited the proventriculus and ventriculus (mechanic stomach). The ventriculus, had similar mucosa in comparison to proventriculus. No epidermal free layer was found. The muscular layer, above the previous one, was higher in saccus caudalis. No glands were found. The stomach ended in ostium pyloricoduodenale. It seems that the digestive physiology in S. magellanicus requires abundant quantity of gastric juice provided by proventriculus. The ventriculus probably just facilitates the mix between gastric juice and food when contracting its muscle layer. The absence of epidermal free layer (cuticula gastric) represents that the food storage in mechanical chamber is soft and does not hurt the mucosa.

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The S. magellanicus is a penguin species near threatened of extinction usually found in Pacific and Atlantic Ocean in the south of Brazil, Argentina, Chile and Uruguay. Few data are available about the anatomy of the digestive system of this species. We used two tongues of S. magellanicus and analyzed them in scanning electron microscopy. The specimens were donated from Niteroi Zoo after death. The tongues were relatively high in width. The dorsal surface had two parallel lines of long conic caudal orientated papillae. Five vessels with almost 1mm of diameter surrounded by connective tissue were found just below the previous layer. Ventrally, we found the muscles layer and a central vessel between right and left muscle. The ventral mucosa was not notable. We believe the conic papillae have important function in making the deglutition easier and the regurgitation hard, maybe because the predatory specific habit of the penguin. Other piscivorous avian do not have this long type of papillae. The sense of taste in this species stills mysterious as well as the influence of the conic papillae in the process.

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THREE DIMENSIONAL STRUCTURE OF THE PURKINJE NETWORK VISUALIZED AND DEMONSTRATED BY COMPUTED TOMOGRAPHY IN BOVINE HEART De Almeida MC*, Barra F, Guimarães RP Genética e Morfologia. Instituto de Biologia - Universidade de Brasília. DF. Brasil

TOPOGRAFIA DO CONE MEDULAR DO Mazama gouazoubira (VEADO-CATINGUEIRO) Martins TMM1*, Lima FC1, Pereira KF1, Santos ALQ2, Malysz T 1 1 Universidade Federal de Goiás – CAJ; 2Universidade Federal de Uberlândia

Only recently, an incomplete three dimensional demonstration of the Purkinje network was achieved in small mammals (Stephenson et al.2012. Plos one, 7,1). Previously, Truex et al (1954. The Anat. Rec. 118, 723) were able to radiologically demonstrate only the main trunks of the His bundle in bovine hearts. We overcame these difficulties using a 2% solution of lead nitrate in aqueous0,02% methyl blue and following the india ink injection in the bovine heart model as described by De Almeida et al (2012.O Anatomista. Ano3, 1, 40).The endocardium surface was washed with 1% aqueous sodium hydroxide at the moment the solution spilled. To achieve the three dimensional structure of the network similar to the intact heart, the injected hearts were reconstituted with Superbond™glue. A GE BrightSpeed 16 channels tomograph was used with a matrix 512x512, FOV (visual field) between 23 and 25 cm, 120 kVp (peak kilo voltage), maximum of 100 mAs, performing slices of 0,625 cm and using, for volume reconstitution, the osseous parameters (filters). Five bovine hearts were injected and the images gave a full visualization of the main trunks and subendocardial network on both ventricles. We found intra myocardial rami inside the septum and ventricular walls. The perforating rami in the left wall showed perpendicular orientation to the ventricular surface cavity with frequent inter anastomoses.On the right side, the myocardial plexus was almost parallel to the subendocardial plexus, having between them communicating branches. The septal branches coming from both sides occasionally reach the opposite musculature. Our data are in agreement with the classical dissection studies of Cardwell and Abramson (1931. Amer. J. Anat. 49, 2, 197).

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O conhecimento da topografia do cone medular tem fundamental importância no sentido de fornecer embasamento morfológico que contribua para procedimentos anestésicos, cirúrgicos e clínicos veterinários realizados em uma determinada espécie. Objetivamos com este trabalho determinar a topografia do cone medular do veado-catingueiro. Foram utilizados dois animais obtidos post mortem por atropelamento em rodovia, fixados em formaldeído a 10%. Através da dissecação da região dorsal da coluna vertebral, com rebatimento de pele, tela subcutânea e musculatura, foi realizada a laminectomia das vértebras lombares e sacrais. Após a individualização do cone medular, as imagens foram registradas através de máquina fotográfica digital Sony (DSLR-A200K) e os parâmetros topográficos foram analisados. Na região de acesso visualizou-se intumescência lombar, o cone medular e a cauda equina. Localizando estas estruturas de acordo com as vértebras, a intumescência lombar esteve posicionada em alinhamento com a vértebra L5, a base do cone medular com L6, o ápice do cone medular em S2 e o filamento terminal com seu início em S3, o restante da cauda equina acompanhou as vértebras subseqüentes no sentido caudal. O cone medular dos espécimes de veado-catingueiro estudados localizou-se entre as vértebras L6 e S2. Em conclusão, a topografia do cone medular do veado-catingueiro é semelhante com a descrita em bovinos.

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TOPOGRAFIA E MORFOLOGIA RENAL DO Mazama gouazoubira (Fischer, 1814) Malysz T1*, Martins TMM1, Schafauser NS1, Santos APS1, Pereira, KF1, Lima FC1, Santos ALQ2 1 Universidade Federal de Goiás; 2Universidade Federal de Uberlândia

TOPOGRAFIA DO CONE MEDULAR Procyon cancrivorus Souza DR*, Ferreira LS, Helrigle C, Pereira KF. Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí/UFG, Brasil O Procyon crancrivorus é um animal adaptado em vários biomas, desde florestas tropicais até regiões semiáridas, tendo médio porte, farta pelagem, cauda longa, com anéis escuros e máscara facial, pertencente ao filo Chordata, a classe Mammalia, ordem Carnívora e agrupado a família Procyonidae. O cone medular é uma leve dilatação situada no final da medula espinal, de onde partem vários nervos espinais em desnível com os espaços intervertebrais, chamado de cauda equina, região esta importante para procedimentos de técnicas anestésicas regionais. O objetivo do presente estudo foi descrever a topografia do cone medular de Procyon cancrivorus, subsidiando a realização de técnicas anestésicas nesta espécie de carnívoro silvestre. Utilizamos dois animais procedentes de coleta em rodovias (mortos por acidente), submetidos à fixação em solução aquosa a 20% de formaldeído. As dissecações foram feitas para observação da intumescência lombar, cone medular e a cauda equina e a documentação fotográfica em câmera Sony α200 10.2 mpx. Observamos que a coluna vertebral do Procyon apresenta a divisão em 7 cervicais, 13 torácicas, 7 lombares e 3 sacrais fundidas. Retiramos as vértebras, visualizamos a medula espinal e verificamos a localização da intumescência lombar entre a vértebra L3 e L4 com comprimento de 1,8 cm, o cone medular tem sua base na L4 e ápice na L7, e com comprimento variando entre 5,1 cm e 5,6 cm e a cauda eqüina entre L7 e S3. A disponibilização deste estudo tem um importante papel que serve de base para a prática das anestesias epidurais, e sobre a topografia do cone medular em Procyon crancrivorus.

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Conhecido como veado-catingueiro, o Mazama Gouazoubira é uma das oito espécies de ruminantes da família Cervidae que vivem no Brasil. O objetivo deste trabalho foi descrever a topografia e morfologia macroscópica dos rins do veado-catingueiro. Foram utilizados dois animais obtidos post mortem por atropelamento em rodovia, fixado em formaldeído (10%) e mantidos na mesma solução em cuba opaca com tampa. Através de um acesso ventral por meio da dissecação, foi possível observar, fotografar e descrever a topografia e morfologia macroscópica dos rins. O rim direito, localizado posteriormente ao fígado, apresentou-se localizado ao nível das vértebras L1-L3 e o rim esquerdo ao nível das vértebras L2-L4. Os rins apresentaram-se envolvidos por uma cápsula fibrosa (aderida ao parênquima renal), cápsula adiposa e fáscia renal, a qual se conectou com a parede abdominal posterior ao nível do hilo renal. As glândulas adrenais, também envolvidas pelo peritônio, apresentaram-se separada dos rins e localizada medialmente à extremidade cranial do rim esquerdo e mais próxima do hilo renal do rim direito. Os rins apresentaram extremidades (cranial e caudal) arredondadas e faces (dorsal e ventral) lisas sem lobação e convexas. Na região do hilo renal foi possível identificar a veia renal, a artéria renal e o ureter. Em um corte sagital foi possível identificar o parênquima renal apresentando córtex e medula renal, pelve e seio renal. Em conclusão, os resultados corroboram com dados previamente descritos em outros ruminantes, especialmente os ovinos.

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Toxoplasma gondii INDUZ HIPOPLASIA EM CÉLULAS ENTEROGLIAIS DO PLEXO MIENTÉRICO DO JEJUNO DE RATOS 1 Góis MB; 2Da Silva AV; 3Araújo EJA; 4Zanoni JN;4Sant’ana DMG 1 2 Universidade Paranaense; Universidade Estadual de Feira de Santana; 3Universidade Estadual de Londrina; 4 Universidade Estadual de Maringá

TOPOGRAFIA, MORFOLOGIA E VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL CARDÍACA DO VEADO-CATINGUEIRO (Mazama gouazoubira; Fischer, 1814) Schafauser NS1*, Martins TMM1, Santos APS1, Pereira KF1, Lima FC1, Santos ALQ 2, Malysz T 1 1

Univeridade Federal de Goiás; 2Universidade Federal de Uberlândia

Atualmente ainda existe muita carência no que se refere à morfologia do veado-catingueiro, uma das oito espécies de ruminantes da família Cervidae que vivem no Brasil. O objetivo deste trabalho foi descrever a topografia, morfologia e vascularização arterial cardíaca do veado-catingueiro. Foram utilizados dois animais obtidos post mortem por atropelamento em rodovia, fixados em formaldeído (10%), e dissecados para identificação do órgão. O coração apresentou-se localizado no mediastino médio, com suas margens ventriculares encobertas pelos pulmões e o ápice direcionado para a esquerda. O pericárdio apresentou-se inserido na base e vasos da base do órgão. No átrio esquerdo desembocam conjuntamente as veias pulmonares e no átrio direito as veias cavas caudal e cranial e o seio coronário. As aurículas dos átrios apresentaram mm. pectíneos. Nos ventrículos foram identificadas trabéculas cárneas e valvas atrioventriculares com suas cúspides (três na direita e duas na esquerda) unidas às cordas tendíneas e mm. papilares. O ventrículo direito apresentou banda septo marginal e mostrou-se mais cranial e com paredes mais finas que o esquerdo. Deste ventrículo partiu a artéria tronco pulmonar a qual apresentou a valva tronco pulmonar e do ventrículo esquerdo teve origem a artéria aorta a qual apresentou valva aórtica, sendo ambas as valvas formadas por três válvulas de formato semilunar. De sua porção ascendente partiram duas artérias coronárias, sendo que a direita forneceu o ramo interventricular subsinuoso e a esquerda forneceu o ramo interventricular paraconal e o ramo circunflexo. Em conclusão a topografia, morfologia e vascularização arterial do coração do veado-catingueiro são semelhantes às descritas em caprinos e ovinos.

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INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O sistema nervoso entérico (SNE) é formado por nove plexos, dentre eles o plexo mientérico, localizado entre a camada longitudinal e circular da túnica muscular. O plexo mientérico é constituído por gânglios contendo de três a trezentos neurônios e células enterogliais (CEGs) cujo número proporcional a neurônios não é completamente elucidado. As CEGs são morfologicamente similares aos astrócitos do sistema nervoso central e compartilham funções como o apoio estrutural, metabólico, trófico e de proteção para os neurônios entéricos, principalmente pela interação com sistema imune da mucosa. Neste estudo, objetivamos analisar quantitativamente as CEGs S-100-IR do jejuno de ratos infectados com oocistos de Toxoplasma gondii. METODOLOGIA:Dez 10 ratos (Rattus norvegicus) Wistar foram distribuição em dois grupos: GC controle e GI infectado por via oral com 500 oocistos esporulados de T. gondii ressuspendidos em um mL de solução salina, enquanto os animais do GC receberam apenas solução salina. Trinta e seis dias após a infecção os ratos foram submetidos à eutanásia. Na necropsia pela linha média, o jejuno foi retirado, lavado e fixado. Preparados totais da túnica muscular foram submetidos à técnica imunohistoquímica para S-100. RESULTADOS: Os animais do GC apresentaram 1537±38.72 e os do GI 1227±60.77 células enterogliais S-100-IR em 20 campos microscópicos (1.52mm2). A infecção toxoplásmica reduziu (p<0.05) a população de CEGs S-100-IR+em 25.3% nos animais do GI no plexo mientérico. CONCLUSÃO: Nossos resultados sugerem que CEGs S-100-IR+ participam da resposta inflamatória induzida por T. gondii. Novos estudos são necessários para elucidar os mecanismos envolvidos na morte destas células. PALAVRAS CHAVE: sistema nervoso entérico, glia entérica, S-100-IR, imunohistoquímica

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TRACTOGRAFIA: PERSPECTIVAS NO ESTUDO NEUROANATÔMICO ATRAVÉS DA IMAGINOLOGIA Barros LV*, Lanças SHS, Dias VC, Lacerda WJT, Pereira R, Esperidião-Antonio V, Sousa GAN

TRAJETO E AFLUÊNCIA VARIANTE DA VEIA CEFÁLICA EM CADAVER ADULTO – RELATO DE CASO Bezerra EC*, Bastos JS, Bezz LEMM, de Araújo RC, de Paula RC, Chagas CAA, Babinski MA

INTRODUÇÃO: O uso do diagnóstico por imagem tem se afirmado como um instrumento essencial na avaliação de diversos processos fisiopatológicos. A tractografia, um avanço no uso da ressonância magnética (RM) com tensor de difusão, utiliza contrastes sensíveis ao movimento aleatório das moléculas de água e a propriedade anisotrópica conferida pelos tratos nervosos. Permite avaliar o trajeto, a extensão e integridade dos tratos contidos na substância branca subcortical. OBJETIVOS: Abordar o panorama atual de utilização da tractografia e seus benefícios tanto para os estudos em neuroanatomia quanto para a avaliação clínica do SNC. METODOLOGIA: Revisão de literatura nacional e estrangeira sobre as perspectivas do uso da tractografia entre profissionais da área de saúde, utilizando os seguintes descritores: imagem por tensor de difusão e tractografia. RESULTADOS: Esta técnica, ao mensurar o movimento aleatório da água no tecido nervoso, surge como uma alternativa de método radiológico no estadiamento e na avaliação pré-operatória de lesões do sistema nervoso central (SNC). A perspectiva é que essas imagens sejam utilizadas na avaliação e conduta terapêutica em várias doenças neurológicas como: Alzheimer, acidente vascular encefálico, esclerose múltipla e tumores. Cabe destaque o uso dessa técnica para estudos neuroanatômicos e neurofisiológicos. CONCLUSÃO: Apesar de gerar uma imagem tridimensional dos tratos no SNC, os poucos trabalhos já publicados a respeito da eficácia desse novo método radiológico não chegaram a um consenso sobre a melhor utilidade em relação à RM convencional.

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Departamento de Morfologia – Instituto Biomédico – Universidade Federal Fluminense - UFF

A topografia do sistema venoso superficial apresenta vários padrões de variações anatômicas em várias partes do corpo, muitos já descritos e conhecidos e outros nunca antes cogitados. A veia cefálica normalmente perpassa pelo sulco deltopeitoral, presente entre os músculos peitoral maior e deltoide e desemboca na veia subclávia, apresentando diversas aplicações clínico-cirurgicas, e.g., cateterismo cardíaco, dispositivo de marca-passo e, portanto, o conhecimento das possibilidades de alterações anatômicas é de suma importância para abordagem médica da mesma. O presente trabalho visa relatar uma variação de percurso e desembocadura em cadáver masculino. A variação foi encontrada durante procedimento regular de dissecção no curso de graduação da Escola de Medicina Souza Marques – EMSM. Ao dissecar a região deltopeitoral observou-se que o trajeto da veia cefálica era variante, a qual foi encontrada promovendo um sulcamento entre os fascículos anterior e médio do músculo deltóide. Ao mesmo tempo, observou-se que tal veia variava também em relação à sua desembocadura, pois não drenava para a veia subclávia, seu destino comum, mas para a veia jugular externa, na região cervical. Após a identificação da variação, foi estabelecida uma ampla revisão na literatura sobre o assunto, na busca de anomalias semelhantes. Não foram encontrados relatos semelhantes no trajeto anômalo. Vale ressaltar que também não foi encontrada citação a qualquer trajeto desta veia que não seja pelo sulco deltopeitoral, independente do seu destino tributário.

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TRAPEZIUS MUSCLE RELATED TO MYOFASCIAL TRIGGER POINTS Jacomo AL. Saleh S, Pinesi HT, Rodrigues KR , Zandoná CB , Andrade M, Akamatsu FE

TREINAMENTO EM CIRURGIA ORTOPÉDICA UTILIZANDO CADÁVER: ACESSO PALMAR AO NERVO ULNAR Comerlatto L, Rocha AO*, Bonatto Costa JA, Vianna PRR, Simionato IF, Melo TLB, Benelli JL Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA

Myofascial pain syndrome (MPS) is a common cause of chronic musculoskeletal pain and is characterized by myofascial trigger points (MTPs), limited range of motion in joints, referred pain and local twitch response during mechanical stimulation of MTPs. MTPs are clinically identified by palpation of a taut band of muscle or fascia. Physiopathology of MPS remains unclear and it has been suggested that MTPs occur when a nociceptor and a muscular motor endplate coincide. Seven different MTP are clinically described for the trapezius muscle, but anatomical correlation is still lacking. Trapezius muscles from two adult male cadavers were carefully dissected from their origins in order to observe the exact point where branches of the spinal accessory nerve entered the muscle belly. Four points were identified: (1) Mid portion of the superior margin, into the vertical fibers that reach the clavicle, (2) Caudal and lateral to the first point, located into the transverse fibers of the muscle; (3) Medial fibers near to the inferior margin of the muscle; (4) Central part of the muscle belly, between C7-T3 levels. These locations correspond to the clinically described MTPs. Anatomical correlation of the MTPs may be useful for a better understanding of the physiopathology of these disorders and provide basis for their treatment.

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É tendência atual que procedimentos cirúrgicos sejam treinados em modelos que prepararem os estudantes para realizá-los em situações reais. O uso de cadáveres mostra-se alternativa viável para a aquisição de competências em ambiente controlado e não-crítico. Este trabalho se propõe a relatar a utilização do acesso palmar ao nervo ulnar em cadáver como forma de treinamento de monitores de Anatomia de Humana, sob orientação de professores cirurgiões. Uma vez que a síndrome do canal de Guyon (encarceramento do nervo ulnar no punho) é a segunda causa de compressão de nervo periférico mais freqüente na população, o correto acesso cirúrgico a este nervo é fundamental para o sucesso do tratamento dessa doença, sendo o acesso palmar a via cirúrgica freqüentemente empregada. Com a mão em supinação e a face palmar para cima, incisou-se a pele em curva acompanhando a margem radial da eminência hipotenar, cruzando a articulação do punho obliquamente até o antebraço distal. Seguiu-se a incisão do ligamento carpal palmar e identificouse o tendão do músculo flexor ulnar do carpo inserindo-se no osso pisiforme. O tendão foi rebatido de modo a expor o nervo e a artéria ulnar. Após, foi incisado o tecido fibroso que envolve tais estruturas, sendo o nervo ulnar corretamente exposto e isolado. O treinamento foi avaliado como excelente ferramenta de aprendizado cirúrgico tanto pelos professores, quanto pelos estudantes. A realização do procedimento em cadáver promoveu experiência valiosa, permitindo aos estudantes obter maior compreensão da anatomia cirúrgica além de aprendizado e treinamento em ambiente sem riscos e sem tempo pré-determinado.

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TRONCO TÍBIO-FIBULAR ANTERIOR (de Dubreuil-Chambardel) – RELATO DE CASO Silva JB*¹, Cerqueira D¹, Fernandes RMP¹, Babinski MA¹, De Paula RC¹, Chagas CAA¹ 1. Departamento de Morfologia - UFF

TRONCO ARTERIAL COMUM PARA ARTÉRIA BRAQUIAL PROFUNDA, CIRCUNFLEXA POSTERIOR DE HÚMERO E SUBESCAPULAR – RELATO DE CASO Fontes EB¹, Laviano HA1, Chagas CAA¹, Fernandes RMP¹, Babinski MA1, de Paula RC1,2 (rafael.cisne@gmail.com) 1. Departamento de Morfologia / UFF; 2. Programa de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres / USP

INTRODUÇÃO: Variações anatômicas na formação de artérias e veias são comuns, ocasionadas principalmente durante o desenvolvimento embriológico dos mesmos. Diversos autores descrevem variações interessantes em vasos do membro superior, dos quais se destacam as variações da terceira parte da artéria axilar. RELATO DE CASO: Durante uma dissecção de rotina no Departamento de Anatomia da Universidade Federal Fluminense, um cadáver do sexo masculino de um adulto (idade aproximada entre 45 e 55 anos), fixado em formol 10% (pH 7,2) apresentou uma origem comum para as artérias: circunflexa posterior do úmero, braquial profunda e subescapular. No presente trabalho, a artéria axilar atravessa normalmente entre as raízes lateral e medial do nervo mediano e logo após, emite este largo tronco arterial, do qual emerge a artéria braquial profunda primeiro, e logo depois, a circunflexa posterior, dando continuidade distal a artéria subescapular. Este trabalho está de acordo com a declaração de Helsinki de 1995 (revisada em Edinburgh, 2000) Não havia outras variações anatômicas na região axilar deste cadáver. As relações descritas acima são comuns aos dois membros (bilateral). DISCUSSÃO: Variações anatômicas nos principais troncos arteriais do membro superior vêm sendo descritas com incidência de 20% em adultos. A artéria braquial profunda pode surgir como ramo direto da terceira parte da artéria axilar em 8 % dos casos. A artéria circunflexa posterior do úmero pode surgir como tronco comum com a artéria subescapular em 15 %, ou ser um ramo desta em 10% ou ainda ramo da braquial profunda em 2% dos casos. Estas variações são importantes ferramentas para o cirurgião que aborda a região da axila.

INTRODUÇÃO: Ao nível do arco tendíneo do músculo sóleo, a artéria poplítea divide-se em seus ramos terminais, embora o ponto de divisão possa variar, fornecendo a artéria tibial anterior e o tronco tibiofibular, o qual emite as artérias tibial posterior e fibular. Esta divisão sofre discussão quanto a nomenclatura dos ramos terminais, sendo também descrita como ramos terminais as artérias tibial e tibial posterior, ou ainda tibial anterior e tibial posterior. As principais variações de terminação da artéria poplitea são: divisão alta da artéria, ou ainda mais rara uma divisão baixa; trifurcação em artéria tibial anterior, posterior e fibular ; e tronco tibiofibular anterior quando a artéria fibular é emitida pela artéria tibial anterior (tronco de Dubreuil-Chambardel). RELATO DE CASO: Durante a dissecção de cadáver do sexo masculino, fixado em formol a 10%, foi encontrada uma trifurcação da artéria poplítea, emitindo seus ramos terminais (artéria tibial anterior, tibial posterior e fibular) no mesmo ponto (proximal ao arco tendíneo do músculo sóleo). O território de vascularização colateral da artéria poplítea mantevese inalterado. DISCUSSÃO: Day e Orme (2006) observaram por angiografia 1037 membros inferiores dos quais 9,3% apresentaram variações na artéria poplítea, sendo nestes 4,5% dos casos uma divisão alta e 3,2% a trifurcação da artéria foi encontrada. Kil e Jung (2009) estudaram 1242 membros inferiores onde 10,8% dos casos demonstraram variações na terminação da artéria. Destas variações destacam-se 1,2% para divisão alta, 1,5% para trifurcação e 0,1% para formação do tronco tibiofibular anterior. Esta variação anatômica deve fazer parte do conhecimento necessário para a abordagem cirúrgica da artéria poplítea. PALAVRAS-CHAVES: artéria poplítea, tronco tíbio-fibular anterior, variações anatômicas

PALAVRAS- CHAVE: artéria axilar, variação anatômica, artéria subescapular.

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ULTRAESTRUTURA E MORFOMETRIA DO NERVO SIMPÁTICO RENAL: COMPARAÇÃO ENTRE CAMUNDONGOS E RATOS ADULTOS Carvalho CS1*, Sato KL1, Castania JA2, Salgado HC2, Fazan VPS3 Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto *1 Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento; 2Departamento de Fisiologia; 3 Departamento de Cirurgia e Anatomia

UMA ABORDAGEM ARTÍSTICA E HISTÓRICA DA ANATOMIA NO RENASCIMENTO CULTURAL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO ATUAL Cavalcante DC1, Carvalho MC1, Ferreira CAA1, FREITAS ICR*1, 1 Nunes AF , Soares MML1, Furtado LB1, Leite CMC1 1. Universidade Federal do Piauí

Os nervos renais apresentam fibras eferentes e aferentes simpáticas que são cruciais na regulação da função renal e na transmissão de informações sensitivas dos rins para o sistema nervoso central, respectivamente. A inervação intrínseca renal foi amplamente descrita na literatura, principalmente em ratos. Porém, são poucos os relatos da inervação extrínseca renal em ratos e camundongos, e estudos comparativos entre as espécies ainda não foram relatados. O objetivo do presente estudo foi comparar os achados ultraestruturais e morfométricos dos nervos extrínsecos renais de ratos e camundongos adultos. Foram utilizados 15 nervos renais esquerdos, sendo 5 de camundongos C57BL/6 adultos machos e 10 de ratos Wistar adultos machos. Os nervos renais foram dissecados e preparados com técnicas histológicas de rotina para inclusão em resina epóxi, sendo posteriormente analisados em microscopia de luz e eletrônica. Como esperado, a diferença do diâmetro mínimo e da área fascicular do nervo renal dos grupos experimentais estudados foram significativos com p<0.05, sendo os nervos de camundongos menores que dos ratos. As fibras mielínicas dos ratos foram maiores (área e diâmetro) comparadas aos camundongos, mas o número e a densidade das mesmas não foram diferentes entre as espécies. Não foram observadas diferenças morfométricas (número, área, diâmetro e distribuição do tamanho) das fibras amielínicas entre as espécies. Nossos resultados indicam que o tamanho do fascículo e das fibras mielínicas acompanha o tamanho do animal, como esperado. As fibras amielínicas, principais responsáveis pela função simpática do nervo renal, não diferem morfometricamente entre as espécies, sugerindo ausência de diferenças funcionais. SUPORTE: FAPESP, CNPq, CAPES e FAEPA. PALAVRAS-CHAVE: morfometria, nervo renal, ratos Wistar, camundongos C57BL/6.

A Anatomia humana é motivo de interesse dos estudiosos desde a Antiguidade e, ao contrário do que se acredite, não apenas cientista-médicos constituíam esse grupo de interessados, mas também artistas. Enquanto o grupo científico buscava no estudo anatômico um entendimento da vida, dos mecanismos que a governam e de como a organização do corpo interfere em seu funcionamento, os artistas buscavam o entendimento da proporção humana e da beleza exata como um vínculo do humano com o divino. Até a Idade Média o artista e o cientista eram personas inconciliáveis. Contudo durante o Renascimento Cultural, que ocorreu na Europa do século XIV ao século XVI, iniciou-se uma espécie de união entre ambas as perspectivas. Andreas Vesálio é um exemplo deste fenômeno. Em 1543 ele lança De lumini corporis fabrica uma obra inédita em conteúdo literário e artístico. Conciliando conhecimento médico acadêmico com desenhos detalhadíssimos, sua obra representa a inestimável relação da ciência e da arte. Diante da importância desse legado artístico no âmbito anatômico durante o Renascimento objetiva-se relatar as personalidades, acontecimentos e produções mais notáveis desse período e relacioná-los com o estudo atual, através de uma revisão da literatura acerca desse tema, com base em dados da BVS, Scielo e Bireme, além de livros que englobam o assunto. Dessa maneira, amplifica-se a compreensão do processo de obtenção do conhecimento da anatomia humana ao longo da história e da forma como isso contribuiu para o estágio de conhecimento atual. Este estudo favorece uma ampliação dos conhecimentos sobre anatomia englobando aspectos que tangem o tema e que, contudo, são pouco explorados.

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UMA ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ALZHEIMER POR IMAGEM

UNIFORMIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO COMPUTACIONAL DOS DERMÁTOMOS HUMANOS

Santos NF*, Amorim MJAAL, Junior AAA, Vanderley SRS, Silva CMG, Melo PJK, Menezes TM, Silva SRSB

Silva NLS, Batigália F, Toyonaga LE*, Marcatto G

Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE

Disciplina de Anatomia Clínica da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – SP (FAMERP)

A doença de Alzheimer é a principal causa de demência no idoso. É descrita como uma doença que proporciona uma redução no número de neurônios, com a diminuição da síntese dos neurotransmissores de uma forma lenta, progressiva e irreversível, ou seja transtornos mentais orgânicos. A partir de pesquisas bibliográficas nas bases de dados de revistas eletrônicas, observamos que contribuiríamos para o conhecimento mais preciso de como caminham os diagnósticos por neuroimagens da doença de Alzheimer através de uma atualização. A grande dificuldade na resolução definitiva desta questão prende-se, essencialmente, com a complexidade do diagnóstico clínico e com a ambiguidade dos critérios de diagnósticos correntes. Com o aparecimento das técnicas de aquisição de imagem por ressonância magnética (RM), atingiu-se o "padrão-ouro" dos exames de imagem, que fornecem informações sobre a estrutura do cérebro. A RM é mais sensível que a tomografia computadorizada (TC) para identificar tumores, infartos, áreas de desmielinização e edema cerebral. Não utiliza radiação ionizante e fornece imagens em, pelo menos, três planos diferentes (Besson, 1990) e a grande vantagem da RM é permitir a quantificação do volume de estruturas cerebrais específicas, utilizando uma reconstrução computadorizada tridimensional das imagens obtidas (Besson, 1990). Os métodos volumétricos, para a análise de determinadas regiões cerebrais nas imagens por RM, começaram a ser empregados para investigar doenças psiquiátricas. Inovações tecnológicas servindo-se de métodos de neuroimagem estrutural e funcional têm apresentado perspectivas para o diagnóstico precoce das demências, particularmente da doença de Alzheimer.

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Dermátomo é o território cutâneo inervado pelos ramos primários (raízes) dorsais de um segmento espinal simples, recebendo o nome da raiz que o inerva. Mapas de representação dermatomérica humana são discordantes em alguns aspectos e de limites imprecisos. Computação gráfica oferece recursos para obtenção da dinâmica tridimensional natural do corpo humano. O objetivo do presente estudo foi promover uniformização anatômica e representação tridimensional dos dermátomos humanos por meio de programa computacional. Foi realizado levantamento na biblioteca da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), sendo selecionadas 75 referências da área da saúde. A partir dessa seleção, imagens da inervação cutânea, sob diversos campos de visibilizações, foram digitalizadas e, em seguida, analisadas por meio de programa computacional para obtenção da área de cada dermátomo. Foram calculados média aritmética, erro padrão da média, desvio padrão e valores mínimo e máximo de cada dermátomo sob as diversas visibilizações, com obtenção de imagens uniformizadas da representação dermatomérica humana. Programas computacionais permitem obtenção de imagem uniformizada e representação tridimensional dos dermátomos humanos, com aplicabilidade e confiabilidade no processo de ensino e aprendizagem, assim como na prática clínica. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia; Dermátomos; Informática; Computação.

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USO DA VIDEOCIRURGIA COMO AUXÍLIO AO ENSINO DE ANATOMIA HUMANA PARA ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Leite RP*, Lôbo CFT, AA Santos, Melo-Filho AA

UNIFORMIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO COMPUTACIONAL DOS DERMÁTOMOS HUMANOS Silva NLS, Batigália F, Toyonaga LE*, Marcatto G Disciplina de Anatomia Clínica da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – SP (FAMERP)

Dermátomo é o território cutâneo inervado pelos ramos primários (raízes) dorsais de um segmento espinal simples, recebendo o nome da raiz que o inerva. Mapas de representação dermatomérica humana são discordantes em alguns aspectos e de limites imprecisos. Computação gráfica oferece recursos para obtenção da dinâmica tridimensional natural do corpo humano. O objetivo do presente estudo foi promover uniformização anatômica e representação tridimensional dos dermátomos humanos por meio de programa computacional. Foi realizado levantamento na biblioteca da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), sendo selecionadas 75 referências da área da saúde. A partir dessa seleção, imagens da inervação cutânea, sob diversos campos de visibilizações, foram digitalizadas e, em seguida, analisadas por meio de programa computacional para obtenção da área de cada dermátomo. Foram calculados média aritmética, erro padrão da média, desvio padrão e valores mínimo e máximo de cada dermátomo sob as diversas visibilizações, com obtenção de imagens uniformizadas da representação dermatomérica humana. Programas computacionais permitem obtenção de imagem uniformizada e representação tridimensional dos dermátomos humanos, com aplicabilidade e confiabilidade no processo de ensino e aprendizagem, assim como na prática clínica. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia; Dermátomos; Informática; Computação.

Novas metodologias de ensino e intensificação da correlação básico-clínica são propostas atuais para fortalecer o ensino de Anatomia Humana. Como nova proposta de ensino, portanto, o estudo sugere a inserção de aula utilizando videocirurgia no ensino de Anatomia Humana na graduação, com avaliação do grau de satisfação dos alunos e qualidade de visualização de estruturas. Assim, ministrou-se aula teórica sobre o histórico da videocirurgia e suas bases técnicas com duração de 40 minutos, para alunos do segundo semestre do curso de Medicina. Foram apresentados vídeos editados mostrando colecistectomia, fundoplicatura e colectomia por vídeo-laparoscopia, com pausas para mostrar estruturas específicas para realizar correlações anatômicas e sanar dúvidas dos alunos. Por fim, foi aplicado um questionário em que os alunos puderam quantificar (escala de 1 a 5), o nível de satisfação e interesse suscitados e a qualidade de visualização de estruturas. A percepção de que a aula havia tornado a anatomia do trato digestório mais interessante obteve média de 4,77 e de que a mesma havia ampliado o seu conhecimento sobre o tema, 4,52. O entendimento de que a aula melhorou a qualidade do módulo obteve média de 4,49 e o apoio à realização de demonstrações deste tipo em maior número para alunos de semestres iniciais do curso, 4,68. A média de avaliação da visualização das 16 estruturas apresentadas foi de 4,30. A introdução de aula utilizando videocirurgia foi avaliada de forma bastante positiva pelos alunos, acrescentando-lhes motivação e ampliando seu conhecimento sobre anatomia do trato digestório. Tal instrumento pode ser utilizado de forma mais ampla em outros módulos, com o mesmo intuito.

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USO DE SUBSTÂNCIAS TERATOGÊNICAS POR GESTANTES ASSISTIDAS EM UNIDADES DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA *Andriola TS, Bortoli ATH, Michelan DD, Ferreira PRSC, Pinheiro APA, Rodrigues CR, Marcolino JM, Soares EA Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS, Alfenas MG

OBJETIVO: Verificar o uso de substâncias teratogênicas por gestantes assistidas em unidades do PSF. Diversas substâncias são classificadas como teratogênicas, no entanto, muitas mães fazem uso destas, pois não conhecem o seu perigo. Durante o acompanhamento de pré-natal, a gestante deve ser informada que várias drogas farmacológicas e demais devem ser evitadas durante a gestação, ou se necessário, o uso de alguns medicamentos devem ser prescritos pelo médico em dosagens que não comprometa o desenvolvimento fetal, nem tão pouco a saúde materna. METODOLOGIA: Tratou-se de um estudo descritivo que privilegiou o método quantitativo, utilizando instrumentos os quais foram coletados dados referentes ao uso de substâncias teratogênicas por 50 gestantes assistidas pelo PSF (Programa Saúde da Família) do bairro Pinheirinho do município de Alfenas MG, cidade sul mineira de médio porte. RESULTADOS: 44% das gestantes apresentaram idade entre 20 e 29 anos, 36% possuem o segundo grau completo e 96% são residentes da zona urbana. 34% relataram ser a primeira gestação e 98% não planejou a gravidez. Quando questionadas sobre condições de saúde e uso de medicamentos 100% das mães relataram nunca terem apresentado crises convulsivas, nunca fizeram uso de medicamentos anticonvulsivantes e também negaram distúrbios de glândula tireóide. Entre as entrevistadas 12% relataram ser hipertensas e fazerem o tratamento medicamentoso da doença, mesmo durante a gestação. Com relação ao diabetes apenas uma gestante (2%) afirmou ter a doença e ainda se manter em tratamento. Todas as entrevistas afirmaram não terem feito uso de antibióticos, corticóides e/ou anticoagulantes durante a gestação. Com relação ao uso de medicamentos 36% das gestantes alegaram fazer uso de algum tipo de antieméticos. 72% das gestantes referiram o hábito tabagista e/ou etilista mesmo durante a gestação. CONCLUSÃO: As gestantes estudadas não relataram o uso de fármacos teratogênicos, no entanto, mesmo no período da gestação ainda continuam com hábitos de vida inadequados, consumindo bebidas alcoólicas e fumando, sendo o etanol e os componentes do cigarro considerados teratogênicos. Tornam-se fundamentais medidas educativas e orientações a este grupo de gestante, visando minimizar os riscos de uma malformação congênita.

USO DO LASER AlGaInP (785nm) NO TRATAMENTO DA REGENERAÇÃO DO MÚSCULO TIBIAL ANTERIOR DE RATOS LESADOS CIRURGICAMENTE. FASE AGUDA Anaruma, CA*1, Boaro, SN2, Cressoni, MDC1, Gonçalves, SR1, Anaruma, CP1 1 Departamento de Educação Física – IB – Unesp – RC; 2Departamento de Educação Física – FCT – Unesp – PP Por agir como agente bioestimulante, o uso do raio Laser terapêutico vem sendo utilizado para acelerar o processo de cicatrização. Com o objetivo de descrever o efeito deste tipo de emissão na regeneração do tecido muscular utilizamos 12 ratos machos Wistar divididos em 2 grupos: um com lesão (L) e outro com lesão submetido ao tratamento com Laser (LT). A lesão cirúrgica foi realizada no músculo tibial anterior. O tratamento iniciou-se 24 horas após a cirurgia, com Laser AlGaInP 785nm, 75mW, potência contínua, densidade de energia de 6J/cm² aplicado pelo método pontual. Os animais foram sacrificados após a realização de 1, 2, e 4 aplicações. As lâminas foram coradas por H/E e Tricrômio de Masson para procederse à análise morfoquantitativa, onde se contou o número de leucócitos e fibroblastos por campo microscópico. Os dados foram comparados estatisticamente pela análise de Variância e Bonferroni T-test. No infiltrado inflamatório da região lesada, o número de leucócitos, tanto polimorfonucleares como mononucleares, nos animais do grupo irradiado (LT1, LT2 e LT4) foi menor se comparados aos grupos controles (L1, L2 e L4), tanto com 1, 2 ou 4 aplicações (P<0,05). Já os fibroblastos, começaram a aparecer, nos dois grupos, com maior frequência, a partir da quarta aplicação (P<0,05). Sobre a regeneração das fibras musculares, após o quarto dia (LT 4), foi possível observar os mioblastos e alguns miotubos. Concluímos que na fase aguda da inflamação, o Laser produziu efeito antiinflamatório, já que diminuiu o número de leucócitos na área lesada no transcorrer do tratamento, e ao mesmo tempo foi capaz de atrair os fibroblastos e acelerar o processo de formação de tecido conjuntivo, o que sugere sua eficácia sobre o processo de regeneração.

PALAVRAS-CHAVE: Teratologia; Malformação; Gestação; Medicamentos.

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USO DO MODELO ANATÔMICO DO PLEXO DO MEMBRO SUPERIOR EM AULAS PRÁTICAS DE ANATOMIA DO SISTEMA LOCOMOTOR Lima ILMNF, Melo DDCB, Silva JAC, Galvão RCS, Cintra JDS, Vanderley ARQ, Braz GRF

UTILIZAÇÃO DA ANTROPOMETRIA COMO INSTRUMENTO DE PREDIÇÃO DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR Carvalho PC*, Oliveira LMFT, Lima PFM, Calazans JCC Universidade de Pernambuco – ESEF/UPE

O plexo braquial é responsável pela inervação do membro superior e é formado pelos nervos espinais C5, C6, C7, C8 e T1. Essas cinco raízes nervosas misturam-se entre si, formando todos os nervos do braço. Esses nervos são responsáveis pelo fluxo de informações sensoriais do braço e por sua movimentação, logo, é componente do estudo da anatomia do sistema locomotor. Por ser uma estrutura complexa, onde diferentes nervos unem-se para a composição de um novo nervo, torna-se de difícil compreensão quando não visualizado. A técnica didática mais comum em aulas práticas de anatomia é a visualização de peças (humanas ou animais) conservadas em formol, mas a dificuldade de adquirir corpos para dissecação impede a construção de peças adequadas para aulas de todos os sistemas. Como alternativa para mostrar a estrutura em três dimensões, utilizou-se a construção de um modelo didático, representando a raiz e distribuição do plexo braquial ao longo do membro superior. A construção do modelo anatômico permite a melhor visualização e compreensão das estruturas e da sua organização, de maneira tridimensional. O modelo também é utilizado como instrumento de estudo pelos alunos da disciplina no horário de monitoria. Apesar de ser apenas uma representação, o modelo anatômico permite que o aluno tenha o poder de manipular a peça, e assim, ter um melhor aproveitamento da aula, compreendendo melhor a importância dos nervos dessa região, a sua localização e as funções que eles desempenham no sistema locomotor.

As doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por 1/3 das mortes no Brasil. No qual sua ocorrência está relacionada a fatores que perpassam desde a genética ao estilo de vida do indivíduo. Sendo assim, o controle de tais fatores, pode reduzir a morbidade e mortalidade relacionadas à DCV. As medidas antropométricas são utilizadas pelos profissionais de saúde como meio de avaliação desses fatores de risco. Nesta perspectiva, este trabalho teve como objetivo analisar, por meio de uma revisão sistemática, as contribuições da antropometria na predição dos fatores de risco cardiovascular. As buscas foram realizadas nos bancos de dados SCIELO E LILACS, para isto, foram utilizados os seguintes descritores: Antropometria, fatores de risco e doenças cardiovasculares, presentes no DeCS - Descritores em Ciências da Saúde. Para seleção dos artigos foram adotados como critérios de inclusão artigos originais, publicados em periódicos nacionais até o ano de 2012. De um total de 42 artigos compilados, 10 foram elegíveis para o estudo. Observou-se que os dados antropométricos, tais como: Índice de Massa Corporal (IMC), Índice de Conicidade, Circunferência de Cintura, Relação Cintura Estatura, Razão Circunferência-Cintura-Quadril, independente das características e situações distintas das populações estudadas, por si só, demonstraram-se importantes instrumentos para a detecção de risco cardiovascular e outras doenças associadas. Concluiu-se, então, que as medidas antropométricas relatadas oferecem informações relevantes na predição de risco cardiovascular, além de serem menos dispendiosas para obtenção de dados epidemiológicos, porém, são mais confiáveis quando associadas a outros instrumentos de avaliação.

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UTILIZAÇÃO DA FERRAMENTA VIDEO-AULA NO ENSINO DE ANATOMIA HUMANA Agrelo HAL¹, Alexandre DC¹, Chagas CAA¹, Babisnki MA¹, Paula RC¹ ² 1. Departamento de Morfologia / UFF; 2. Programa de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres / USP A anatomia deve ser exaustivamente estudada tanto na questão teórica quanto prática. Isso se faz por meio da utilização de diversas fontes de informações com referências consagradas no meio da saúde, por exploração de peças anatômicas ou ainda pelo ato da dissecção que, basicamente, perpassa esses fatores supra-citados. O escopo desse trabalho foi a facilitação do aprendizado da anatomia teórico-prática humana por meio de videoaulas. A temática escolhida se baseou na importância médico-cirúrgica do assunto e outrossim na escassez de produção desse estilo de abordagem docente. Utilizou-se um cadáver do Instituto de Morfologia da UFF formolizado. As filmagens foram realizadas no laboratório de anatomia à luz ambiente, por meio de câmera digital com resolução de 16.2 mp. O método utilizado no projeto é consagrado no meio virtual do ensino. É esperado um embasamento teórico-prático para o estudo nos laboratórios de anatomia, não se objetivando substituir essa conduta mediante a confecção de tal produto virtual. O trabalho visa atingir, ainda, diversos estratos da sociedade científica, tanto alunos da graduação quanto profissionais da área de saúde que, por motivos diversos, apresentam um déficit em sua formação nessa porção do ensino e que desejam e/ou necessitam revisar a disciplina. A obra contempla uma necessidade acadêmica atrelada a um auxilio discente, de modo a aperfeiçoar o ensino da disciplina.

UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DA ANATOMIA DO TELENCÉFALO HUMANO: ELABORAÇÃO DE UM ATLAS DIGITAL Borges FDS*, Xavier JS, Miguel RDS, Silva TG, Magalhães CP, Oliveira LS Universidade Federal de Pernambuco-UFPE CAV

INTRODUÇÃO: O estudo da anatomia do telencéfalo humano é bastante complexo estruturalmente, necessitando da utilização de diferentes recursos que possam facilitar as estratégias de ensino. OBJETIVO: Introduzir a tecnologia no ensino público através da elaboração de um atlas digital que possa servir como material alternativo para o processo de ensino- aprendizagem da anatomia humana. METODOLOGIA: Para a elaboração do atlas digital foram fotografadas peças cadavéricas e sintéticas pertencentes ao laboratório de anatomia humana do CAV – UFPE com uma câmera de marca CANON modelo PowerShot A490. As fotos foram editadas nos programas Picasa3, Photo! Editor e ArcSoft PhotoImpression e inseridas no programa Microsoft Office PowerPoint 2007, onde foi feita toda a montagem do atlas. RESULTADOS: Finalizada a elaboração do atlas, foi realizada a aplicação de um questionário com discentes do curso de Enfermagem do CAV-UFPE, para avaliar a eficiência do atlas como ferramenta de ensinoaprendizagem. Foi realizada uma análise de questionário onde apresentou-se aproximadamente, 90% de eficácia na construção do conhecimento dos discentes. CONCLUSÃO: Obteve-se, dessa forma, um recurso didático que pode ser utilizado pelos alunos, facilitando seu aprendizado sobre a anatomia do telencéfalo humano, bem como suprindo a carência de livros para a disciplina. PALAVRAS–CHAVE: anatomia humana; atlas digital; ensino- aprendizagem.

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UTILIZAÇÃO DE ANIMAIS EM PESQUISAS: ANÁLISE DE CONTEXTO E DOCENTES/PESQUISADORES DAS ÁREAS DE SAÚDE E BIÓLOGICAS DA UFPE Silva MG*, França NA UFPE

UTILIZAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS DA MANDÍBULA PARA ANÁLISE DO DIMORFISMO SEXUAL Melo DDCB*, Brasileiro PDMB, Galvão APO, Magalhães CP, Freitas MFL Universidade Federal de Pernambuco

As investigações na área de saúde são realizadas a mais de dois mil anos. E a utilização de animais em pesquisa iniciou-se a fim de auxiliar estudos anatômicos, contraditoriamente, com intuito de melhor compreender o corpo humano. A utilização de animais como instrumento é classificada em duas categorias: Educação e Pesquisa. Atualmente, essa utilização vem sendo discutida pela sociedade protetora de animais e instituições de ensino e pesquisa de todo o mundo, uma vez que o número de pesquisas vem crescendo rapidamente, e os resultados obtidos são questionáveis. As fontes de obtenção dos animais são diversas: captura em floresta ou ambientes urbanos, aquisição em abrigos, roubo, criação em estabelecimentos especiais ou compra em abatedouros, e diferentes espécies de ratos são mais frequentes nas universidades por apresentar baixo custo e rápido desenvolvimento. Assim, o conhecimento do número de pesquisadores da área de saúde e biológicas da Universidade Federal de Pernambuco que utilizam animais e sua percepção acerca do tema faz-se necessário, e foram avaliados através de um questionário objetivo. E os resultados encontrados foram: 16% das pesquisas são realizadas com animais mortos e 84% não usam animais mortos em pesquisas; 94% dos pesquisadores afirmam não poder substituir os animais por outros métodos, dizendo comprometer os resultados. Muitos dos experimentos realizados podem ser substituídos por alternativas tecnológicas que envolvem simulações em computadores. Esses métodos alternativos buscam fortalecer o aprendizado do estudante evitando sofrimento, morte e demais restrições aos animais. Os conflitos morais inerentes ao uso de animais em pesquisa e ensino devem ser discutidos de forma plural.

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O dimorfismo sexual pode ser realizado pela observação e mensuração da mandíbula. Para melhor caracterização sexual é necessário associar os caracteres descritivos aos métricos. Este estudo visou analisar a eficácia das características quantitativas da mandíbula na determinação do sexo. Foram analisadas as seguintes características quantitativas: distância entre as apófises goniônicas (DEAG), distância ânguloforame mentual (DEAFM), espessura do processo coronóide (EPC), distância entre os forames mentuais (DEFM), largura do ramo (LR), altura do corpo (AC), espessura do côndilo (EC) e Largura da incisura da mandíbula (LIM). Para tanto, foram analisadas 30 mandíbulas femininas e 30 masculinas, coletadas no cemitério São Sebastião na cidade de Vitória de Santo Antão – Pernambuco, Brasil, utilizando-se para as medições um paquímetro de aço (150 mm/0.02mm). As características quantitativas foram analisadas pelo teste T de Student com p≤0,05, utilizando o Softwares SPSS 13.0 comparando os antímeros direito e esquerdo dos respectivos sexos. Constatou-se que cinco variáveis quantitativas mostraram-se maior no sexo masculino quando comparado ao sexo feminino: DEAG, LIM esquerda, LR direito e esquerdo e EC direito. A LR direita foi a característica mais dimórfica com valores de média ± DP de 3,15 ± 0,32 nos homens e de 2,86 ± 0,37 nas mulheres. A menos dimórfica foi a LIM esquerda com valores de média ± desvio padrão de 2,67 ± 0,41 e 2,46 ± 0,32 dos homens e mulheres respectivamente. Os resultados comprovaram que o dimorfismo sexual através da mandíbula é relevante para a medicina e antropologia forense, pois, por meio de suas características qualitativas e quantitativas permite a determinação do sexo.

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UTILIZAÇÃO DE MODELOS ANATÔMICOS ARTESANAIS DE ARTICULAÇÕES NO ENSINO DE ANATOMIA HUMANA Melo ALFD*, Santos AJCA, Oliveira BEB, Costa BVB, Souza CSV, Evaristo DCS, Menezes TM, Brito VC Universidade Federal Rural de Pernambuco Uma articulação é o local de união entre dois ossos ou entre osso e cartilagem, constituindo conexões entre as partes do esqueleto e permitindo a sua mobilidade. Para seu estudo prático é necessário à utilização de peças cadavéricas, que muitas vezes se encontram escassas nas universidades. Devido a essa escassez de peças cadavéricas para demonstrar a composição e localização das principais articulações em aulas práticas de anatomia humana da Universidade Federal Rural de Pernambuco, tornou-se necessário à utilização de um novo recurso, surgindo a partir de então a criação de modelos anatômicos artesanais dessas articulações. Inicialmente foram elaborados moldes dos ossos utilizando Alginato para impressões com Clorexidina presa normal tipo II e depois de secos, os moldes foram preenchidos com Gesso Diamante tipo IV. Em seguida os ossos foram fixados conforme a disposição anatômica da articulação por meio da cola Super Bonder. Após a construção do molde ósseo da articulação foram artesanalmente evidenciados os meios de fixação desta articulação, dentre eles a cápsula articular com o auxílio de tecido branco envolvendo as superfícies articulares e os ligamentos com auxilio de elásticos coloridos. A partir dos procedimentos foi possível confeccionar as articulações do ombro, cotovelo, punho, quadril, joelho e tornozelo. Os modelos artesanais permitem uma simulação da articulação evidenciando seus principais meios de fixação, tornando-se um importante material didático no processo de ensino aprendizagem do conteúdo.

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UTILIZAÇÃO DE MODELOS CADAVÉRICOS PARA TREINAMENTO DE LAPAROTOMIA EXPLORADORA NO LABORATÓRIO DE ANATOMIA DA FAMENE Netto AU*; Escorel Neto E; Duarte Júnior GM; Ciraulo Neto RC; De Oliveira GU; Neto EJS; Ciraulo Júnior RC Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE, João Pessoa-PB INTRODUÇÃO: A laparotomia é o procedimento cirúrgico mais utilizado para ter acesso ao conteúdo abdominal e permite a realização de procedimentos exploratórios ou terapêuticos nos seres humanos. Para isso, faz-se uma delimitação dos planos anatômicos do abdome e uma incisão vertical no plano mediano, possibilitando a abertura da cavidade abdominal. Tal procedimento terapêutico é importante em pacientes que apresentam causas desconhecidas de doenças abdominais ou causas diagnosticadas. É essencial ao médico conhecer a anatomia e situação das estruturas envolvidas com tal procedimento, bem como o domínio dessa técnica. OBJETIVOS: Realizar a aplicação das técnicas utilizadas na laparotomia exploradora de forma experimental em cadáveres no Laboratório da FAMENE, ressaltando, detalhes anatômicos envolvidos no processo. METODOLOGIA: Para realização do treinamento da laparotomia exploradora, foram selecionados 20 modelos cadavéricos do sexo masculino fixados em formalina a 10% do Laboratório de Anatomia da FAMENE. Foram utilizados materiais cirúrgicos adequados (pinças variadas, fios de sutura, lâminas e cabos de bisturi, etc.). RESULTADOS: Toda a propedêutica do procedimento foi obedecida, através da incisão craniocaudal do processo xifoide até a sínfise púbica, que permite amplo acesso a todo conteúdo abdominal e a realização de procedimentos exploratórios. O modelo experimental cadavérico de laparotomia mostrou-se bastante fiel e prático para o treinamento dessa técnica. CONCLUSÕES: Diante desse estudo anatômico e do treinamento da laparotomia em cadáveres, reafirma-se a importância do aprimoramento dessa técnica, contribuindo para a redução das suas taxas de complicações e mortalidade.

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UTILIZAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS COMO FERRAMENTAS DE ENSINOAPRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE ANATOMIA HUMANA Almeida WM*, Silva JWSB, Barbosa MMB, Barreto MIO, Silva PMF, Medeiros BF, Galvão APO, Melo DDCB Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

UTILIZAÇÃO DE MODELOS CADAVÉRICOS PARA TREINAMENTO DE TRAQUEOSTOMIANO LABORATÓRIO DE ANATOMIA DA FAMENE Netto AU*; Escorel Neto E; Duarte Júnior GM; Ciraulo Neto RC; De Oliveira GU; Neto EJS; Ciraulo Júnior RC Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE, João Pessoa-PB Introdução: A traqueostomia é um procedimento cirúrgico muito utilizado na terapia intensiva onde, estabelece-se uma comunicação direta da via aérea com o meio externo. Faz-se a dissecação dos planos anatômicos do pescoço e uma incisão nos anéis traqueais, possibilitando a inserção de um tubo acoplado a um sistema de ventilação. Várias são as indicações para realização da traqueostomia, como, intubação orotraqueal por tempo prolongado e/ou traumatismo facial. Trata-se de um procedimento de urgência, apresentando mortalidade estimada entre 2 e 3%, valores altos ressaltando que a traqueostomia é um procedimento básico. É essencial ao médico o conhecimento anatômico, bem como da técnica usada. Objetivos: Realizar uma breve revisão da literatura quanto os principais aspectos do procedimento, relatando o treinamento da traqueostomia em cadáveres ressaltando os detalhes anatômicos envolvidos no processo. Para realização dessa técnica, utilizou-se 20 cadáveres do sexo masculino fixados em formol a 10% do Laboratório de Anatomia da FAMENE. Utilizaram-se materiais cirúrgicos (cânulas de traqueostomia, lâminas e cabos de bisturi, etc.). Toda a propedêutica literária foi obedecida, através da retração lateral dos músculos infra-hiodeos e divisão do istmo da glândula tireóide para realizar uma incisão entre o primeiro e o segundo anel traqueal, sendo fixado o tubo de respiração. Resultados: O modelo experimental cadavérico mostrou-se bastante fiel e prático para o treinamento da técnica. Conclusões: O conhecimento anatômico e o treinamento da traqueostomia em cadáveres aprimoram essa técnica tão importante e utilizada, contribuindo, na redução das taxas de complicações e mortalidade.

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Uma das grandes dificuldades encontradas pelo professor de anatomia é o planejamento e a execução de aulas, principalmente acerca de músculos e nervos, devido a falta de materiais sintéticos ou de cadáveres. Hoje, sabemos que recursos visuais, assim como, modelos didáticos são muito importantes para facilitar o processo de ensino-apredizagem. Esses modelos se apresentam em três dimensões, sendo de baixo custo e confeccionados com materiais sintéticos ou biológicos. A partir disso, objetivou-se construir modelos didáticos que facilitem o processo de ensino- aprendizagem dos alunos do ensino superior na disciplina de anatomia humana. Foram feitos três modelos didáticos: um demonstrando o trajeto dos doze pares de nervos cranianos e suas áreas de inervação, o segundo que representa o plexo lombossacral e o terceiro, um modelo dos músculos profundo do antebraço. Para a confecção do primeiro modelo utilizou-se três crânios humanos e fios branco para representar os nervos. No segundo, foi utilizado um membro inferior humano completo e articulado e fios amarelo para representar os nervos e o terceiro, foi utilizado um membro superior humano completo e articulado e elástico vermelho para representar os músculos. Estes foram apresentados aos alunos do curso de Enfermagem e Educação Física do Centro Acadêmico de Vitória (CAV – UFPE), onde, eles observavam estruturas que não via em peças molhadas nas aulas práticas de anatomia humana, obtendo bons resultados e facilitando o aprendizado. Diante disto, a utilização de modelos didáticos é uma prática bastante viável devido ao baixo custo e a grande durabilidade, que pode ser aplicado pelo professor de anatomia em aulas práticas, facilitando assim, o processo de ensino-aprendizagem.

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VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM REPOUSO E DIFERENTES TIPOS DE MÚSICA EM INDIVÍDUOS MUSICALIZADOS Seiji F, Quintão SH, Custódio Junior JS, Caetano AG, Novais LD, Smith RL

UTILIZAÇÃO DOS CARACTERES DIAGNÓSTICOS PARA CRÂNIOS MASCULINOS E FEMININOS: CLASSIFICAÇÃO POR GÊNERO DE CRÂNIOS HUMANOS ISOLADOS 1 Santos K, 1 Borges A A, 2 Silva S C, Barnabé3A S,3 Fonari J V, 3 Silva RN, 3 Zanato LE*, 3 Ferraz RRN 1 Graduandas em Ciências Biológicas pela UNINOVE. 2 Enfermeira pela UNINOVE. Docentes do Departamento de Saúde da UNINOVE. INTRODUÇÃO: A análise do dimorfismo sexual de esqueletos humanos em adultos já é consenso na literatura. Essa avaliação é executada em diferentes ossos do esqueleto. Para a Antropologia Forense, é possível tal identificação com diferentes finalidades. OBJETIVO: Realizar a estimativa do gênero em espécimes de crânios humanos isolados. MÉTODO: A avaliação foi realiza nos crânios do laboratório de Anatomia Humana de uma Universidade particular de São Paulo – SP, para isso foi utilizado um roteiro que contemplassem as características apontadas pela literatura. As estruturas selecionadas para essa análise foram: glabela, arcos superciliares, processo mastóide, processo estilóide e côndilos do occipital. RESULTADOS: Foram avaliados 96 crânios, com relação à glabela está foi classificada como proeminente em 70% da amostra, na avaliação do arco superciliar, este se apresentou rombos e proeminentes em 68% referente já processo estilóide 8 % apresentavam espessos,8% eram delgados em 84% não foi possível observar, pois tais acidentes encontravam-se ausentes ou danificados. Ao observar os côndilos do occipital, estes mostraram largos em 28% ,côndilos maiores e estreitos foram vistos em 30% da amostra e maiores e largos 36% do total. Com relação ao processo mastóide, 41% de crânios possuíam tal acidente curto, porém espesso. Tais achados nos levam a estimar que 68% da amostra pertenciam ao sexo masculino 32% avaliadas pertenciam ao sexo feminino. CONCLUSÕES: Acreditamos que o treinamento de indivíduos para classificação de crânios por gênero deve se iniciar ainda no período de Graduação, contribuindo assim para o ensino aplicado da Anatomia Humana, e gerando conhecimentos que podem ser diretamente aplicados, em especial à Ciência Forense. PALAVRAS-CHAVE: osteologia forense, crânios, suturas, ossificação, estimativa, idade de morte

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Músicas meditativas e lentas podem induzir a um efeito relaxante enquanto que música de ritmo mais rápido pode aumentar o estado de atenção. Tais alterações podem se refletir sobre a modulação autonômica da frequência cardíaca (FC). O objetivo deste estudo foi comparar a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em repouso e sob diferentes tipos de música. Foram estudados 26 homens e 18 mulheres, que estudavam música há mais de um ano. Foram executadas 4 músicas (Terceira Sinfonia de Beethoven, Day Ligth of Konoha, Bad Romance e Drum Solos) durante 20 minutos (5 minutos cada) precedido de silêncio de 5 minutos. Durante todo esse período foi coletado os dados de FC por meio de monitor cardíaco, marca POLAR, modelo RS800CX. Análise dos dados foi feito no domínio do tempo, por meio dos índices RMSSD e pNN50, e no domínio da freqüência com os índices de baixa freqüência - BF (ação simpática), alta freqüência - AF (ação parassimpática) e a razão BF/AF (balanço simpato-vagal). Foi utilizado estatística paramétrica (ANOVA com pos hoc de Tukey) e nível de significância de 5%. No grupo masculino foram encontradas diferenças significativas dos índices RMSSD, pNN50, AF e razão BF/AF (músicas 2, 3 e 4 em relação ao repouso), No grupo feminino foram encontras diferenças estatisticamente significantes do índice RMSSD (músicas 1, 2 e 4 em relação ao repouso), pNN50 (músicas 1, 2, 3 e 4 em relação ao repouso) e BF (música 3 em relação ao repouso e música 4 em relação à música 3). Tais resultados sugerem redução da ação do componente parassimpático durante a execução das músicas para ambos os grupos e aumento da ação do simpático, somente no grupo feminino, principalmente durante a execução da música 3, que tinha um ritmo mais rápido.

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VARIAÇÃO ANATÔMICA BILATERAL DO MÚSCULO QUADRADO DO LOMBO Monteiro A; Rocha PR, Pereira A, Prates JC, Smith RL

VARIAÇÃO ANATÔMICA DA ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM ESQUERDA COM ORIGEM NO TRONCO BRAQUIOCEFÁLICO Bonsi AB, Prosdócimi FC, Boni RC, Oliveira E, Vargas OR, Soares LT, Souza NS; Souza MP

A descrição da variação anatômica de músculo estriado esquelético é importante, pois variações podem esclarecer alguns aspectos do desenvolvimento embriológicos e também importância clínica na formação de ramos incomuns de nervos que sofrem alteração do comprimento, curso e trajeto. O presente estudo tem o objetivo de descrever a variação anatômica encontrada no músculo quadrado do lombo bi lateral que foram observadas durante a dissecação de um cadáver masculino pertencente ao laboratório de Anatomia Descritiva e Topográfica da Universidade Federal de São Paulo -UNIFESP. Tal variação ainda não tinha sido observada neste laboratório onde já foram dissecados centenas de cadáveres. O relato e divulgação das variações anatômicas encontradas são de importância epistêmica para clínica médica, cirurgia e a própria anatomia humana.

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O coração inicia sua formação como um simples tubo, que mais tarde irá se desenvolver até se transformar em um órgão valvulado, dividido em quatro câmaras (PATTEN, 1946). Do ventrículo esquerdo parte a principal artéria do corpo, que apresenta ramificações ao se curvar para a esquerda, formando o arco da aorta. Na anatomia esses ramos são denominados, da direita para a esquerda: tronco braquiocefálico, artéria carótida comum e subclávia esquerdas. Do tronco braquiocefálico partem as artérias subclávia e carótida comum direitas. Malformações desses ramos (ou do próprio arco) podem causar obstruções respiratórias na infância devido à possibilidade da formação de um anel vascular que pode envolver tanto o esôfago como as vias aéreas (STARK, 1985; BERTOLINI, 1987). Variações na disposição topográfica de artérias são relativamente freqüentes e podem determinar ou não alterações fisiológicas, como aumento da pressão capilar. Esse estudo relata o caso de uma artéria carótida comum esquerda originada do tronco braquiocefálico, observado apenas em aproximadamente 7% dos indivíduos. PATTEN, B. M. Embryology Human, York: The Maple Press Company, USA, 1946. DRAKE, R. L.; VOGL, W.; MITCHELL, A. W. M. Gray’s para Estudantes, Rio de Janeiro: Elsevier, Brasil, 2005; SHIVA KUMAR GL et al. Anomalous branching pattern of the aortic arch and its clinical applications. Singapore Med J 2010; 51(11):e182. Traduccion: Dr. Ronald Vargas Orellana (Vargas OR)

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VARIAÇÃO ANATÔMICA DE ORIGEM DA ARTÉRIA TESTICULAR

VARIAÇÃO ANATÔMICA DAS RAMIFICAÇÕES DO ARCO AÓRTICO EM CADÁVERES ADULTOS

Pissulin CNA, Teixeira LDS*, Estrella MPS, Palhares RA, Wafae N, Carrocini JC

Pereira KF*1, Silva KF2, Albuquerque KP2, Teixeira CS2 1

Universidade Federal de Goiás – Campus Jataí; 2Universidade de Rio Verde

A partir do aórtico originam-se três vasos, sendo estes a artéria tronco braquiocefálica, a artéria carótida comum esquerda e a artéria subclávia esquerda, respectivamente. Dentre essas ramificações existem as variações anatômicas as quais são frequentes e podem surgir de diversas maneiras, e serão descritas em sete tipos. Este trabalho trata-se de um estudo descritivo macroscópico com abordagem quantitativa através da análise de dezenove arcos aórtico provenientes de cadáveres humanos adultos indigentes e formolizados a 10% pertencentes ao Laboratório de Anatomia Humana (LAH) da Universidade de Rio Verde – Fesurv, propondo a identificação dos ramos do arco aórtico e a verificação do índice das variações anatômicas dos mesmos. Observou-se que quinze dos arcos apresentaram o padrão comum tipo A (78,9%), e em quatro arcos eram variações anatômicas (21,1%). Dentre essas variações, duas eram do tipo B (10,5%), uma do tipo C (5,3%) e uma do tipo D (5,3%). O conhecimento anatômico destas variações de arco aórtico é de grande importância clínica e cirúrgica para profissionais e estudantes da área da saúde, podendo contribuir para realizar procedimentos na região anterior do pescoço minimizando lesões dessas estruturas.

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O estudo das variações anatômicas se faz necessário para complementar e ampliar, com segurança, os procedimentos cirúrgicos. Este estudo foi realizado em 2 cadáveres, do sexo masculino, pertencentes ao laboratório de anatomia humana da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), já dissecados, apresentando uma variação anatômica da origem da artéria testicular à partir da artéria renal polar inferior. Os dados foram coletados através de fichas de anotações, verificando: o lado da variação; o calibre das artérias renal polar inferior e testicular, e a distância da emergência da artéria testicular até a aorta descendente abdominal. As medidas foram realizadas através do uso do paquímetro digital da marca Mitutoyo, e expressas em milímetros. Foi observado um cadáver com a variação anatômica bilateral e o outro unilateral direito. A média do calibre da artéria renal polar inferior foi de 5,2mm, e o calibre da artéria testicular de 2,59mm. A distância média da emergência da artéria testicular foi de 26,53 mm para os dois lados direitos e do lado esquerdo o valor achado foi de 34,78mm. O conhecimento amplo das variações anatômicas e suas relações com as estruturas vizinhas é de suma importância para se evitar complicações cirúrgicas, visto que em 12% dos casos de lesões vasculares iatrogênicas, requer transfusão sanguínea.

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VARIAÇÃO ANATÔMICA ENTRE O MÚSCULO PIRIFORME E O NERVO ISQUIÁTICO EM ALAGOAS Silva IN*1 , Ramalho AJC2, Santos JAB2, Fernandes KJM2 , 3 Joca MT , Moreira EM3, Bispo RFM4, Rodrigues CFS5 1 Universidade Federal de Alagoas e Faculdade Raimundo Marinho; 2Centro Universitário CESMAC; 3 Faculdade Raimundo Marinho; 4Faculdade Integrada Tiradentes e Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas; 5Universidade Federal de Alagoas e Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas O nervo isquiático, o maior do corpo humano, é responsável por grande parte da inervação das estruturas musculares, cutâneas e articulares do membro inferior. Muitos autores descrevem as relações topográficas entre o músculo piriforme e este nervo. Segundo a literatura, a presença de variações nesta topografia pode estar relacionada com o surgimento da síndrome do piriforme. O objetivo deste trabalho foi determinar a incidência das variações anatômicas entre o nervo isquiático e o músculo piriforme em Alagoas. Foram utilizadas 90 regiões glúteas previamente dissecadas de indivíduos adultos, de ambos os lados e de ambos os gêneros, pertencentes aos laboratórios de anatomia das instituições de ensino superior de Alagoas. Foram encontrados dois tipos de variação entre o piriforme e isquiático: o nervo fibular perfurando o piriforme e o nervo tibial emergindo inferiormente (6.6% dos casos); e o nervo fibular emergindo superiormente ao músculo e o tibial por baixo (2,2% dos casos). Contudo, apesar da baixa incidência encontrada o seu conhecimento é importante clinicamente, visto a forte relação existente entre as variações anatômicas com uma maior probabilidade de manifestação da síndrome do piriforme, principalmente quando houver déficits motores e/ou sensitivos.

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VARIAÇÃO ANATÔMICA NA IMPLANTAÇÃO DO DUCTO CÍSTICO: IMPORTÂNCIA DO SEU RECONHECIMENTO E O PAPEL DA COLANGIOGRAFIA PEROPERATÓRIA Vidigal TF, Vidigal FM, Furtado MCV, Gomes MIB Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora FCMS/JF - SUPREMA As variações anatômicas no pedículo hepático, seja nos vasos ou nas vias biliares, são frequentes e de grande importância como causa de complicações cirúrgicas. A lesão cirúrgica da via biliar principal constitui uma complicação grave da colecistectomia, frequentemente causada por variação anatômica não identificada no momento da cirurgia. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de variação das vias biliares, com implantação do ducto cístico no ducto hepático direito, ressaltando a importância do reconhecimento anatômico e suas variações durante o ato cirúrgico. Foi realizada uma revisão em bases de dados Medline e em livros de Anatomia e Cirurgia. Paciente do sexo masculino, 40 anos de idade, portador de colecistolitíase sintomática, submetido a colecistectomia laparoscópica. Durante a cirurgia houve dúvida na interpretação das estruturas biliares. Optou-se pela realização de colangiografia peroperatória, que mostrou implantação anômala do ducto cístico no ducto hepático direito. A partir do reconhecimento desta variação anatômica o procedimento cirúrgico transcorreu sem intercorrências. Conclui-se que a prevenção da lesão da via biliar durante a colecistectomia depende da identificação detalhada das estruturas e do conhecimento de possíveis variações anatômicas. A colangiografia peroperatória pode desempenhar um importante papel neste cenário.

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VARIAÇÃO ANATÔMICA NA INSERÇÃO DA PAPILA DUODENAL MAIOR Franco SSDR*, Mendes LFM, Siqueira SL, Fortes LHS

VARIAÇÃO DA ARTÉRIA BRAQUIAL – RELATO DE CASO Oliveira LA, Pereira LA, Ruiz CR, Arduini LA Centro Universitário São Camilo

INTRODUÇÃO: A papila duodenal maior geralmente se localiza na porção descendente do duodeno, recebendo os ductos colédoco e pancreático principal (ducto de Wirsung) em cerca de metade da população. Entretanto, sabe-se que ocorrem variações anatômicas importantes cirurgicamente. OBJETIVO: Relatar a localização ectópica da papila duodenal maior em duas peças cadavéricas e discutir aspectos relevantes à variação. METODOLOGIA: Ambas peças cadavéricas foram formolizadas e dissecadas em laboratório autorizado e dentro de condições de temperatura e atmosfera controladas. Após a dissecação e visualização do caráter anômalo das estruturas, foi realizada uma revisão bibliográfica de prevalência, não sistemática, e um estudo de importância cirúrgica. RESULTADOS: Nas peças cadavéricas a papila foi percebida a 5,2cm e 6,7cm do óstio pilórico, encontrando-se na flexura duodenal superior, póstero medialmente. CONCLUSÃO: As estruturas visualizadas apresentaram caráter ectópico com relevância anatômica, cirúrgica e para exames de imagem contrastados da árvore biliar e ductos pancreáticos. A abordagem isolada dessa estrutura pode lesar estruturas relacionadas, aumentar chance de falha do procedimento, e resultar em possível aumento da morbimortalidade nesses casos.

A artéria braquial é a maior artéria do braço e encontra-se no compartimento anterior sendo uma continuação da artéria axilar a partir da margem mais inferior do músculo redondo maior; tem seu trajeto paralelo ao nervo mediano e geralmente termina na fossa cubital, bifurcando-se em duas artérias principais: radial e ulnar. Ela pode apresentar variações em suas ramificações, na altura do seu término, dentre outras variações. Na clínica o seu uso mais frequente é para aferição da pressão arterial. O estudo de suas variações é importante para procedimentos cirúrgicos e diagnósticos. Nosso objetivo é descrever o relato de um caso de variação do local de término da artéria braquial e verificar a prevalência de lateralidade. Para este trabalho observamos o início e término da artéria braquial em ambos os membros superiores de 23 cadáveres dissecados pertencentes ao acervo do laboratório de anatomia do Centro Universitário São Camilo. Encontramos em um dos cadáveres do sexo masculino, etnia branca, com idade presumida de 57 anos, uma variação unilateral da bifurcação da artéria braquial em radial e ulnar no membro superior direito; a bifurcação ocorre 16,5 cm acima do ponto médio da fossa cubital, tendo a artéria comprimento de 3 cm. No membro superior esquerdo onde o padrão de bifurcação segue o normal descrito na literatura, a artéria braquial tem 22,5 cm de comprimento a partir da borda inferior do músculo redondo maior. Considera-se pois que a artéria braquial pode bifurcar acima da articulação do cotovelo e pode variar unilateralmente num indivíduo.

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VARIAÇÃO DO DIÂMETRO DA ARTÉRIA RADIAL EM PEÇAS ANATÔMICAS DO LABORATÓRIO DE ANATOMIA DA UFPB Diniz PKF*, Moreira PS, Pereira PAP, Lima WJM, Rocha AS, Matias EF, Medeiros ARC Instituição: Universidade Federal da Paraíba

VARIAÇÃO DA ARTÉRIA HEPÁTICA MÉDIA EXTRA-HEPÁTICA EM CADÁVERES DISSECADOS Ferreira FCM*; Franca HA; Negromonte GRP; Maia AD; Rolim RL; Pedrosa N; Dantas Junior JP; Silva Neto EJ Universidade Federal da Paraíba - UFPB

A existência da artéria hepática média extra-hepática é discutida em alguns livros e artigos. No livro texto de anatomia Moore, 2007 e atlas Prometheus, 2007, a artéria hepática média não é citada, contudo no livro texto Gray, 1977 e em artigo da literatura, a artéria hepática média é definida como ramo da artéria hepática própria, tripartição, ramo da artéria hepática direita ou ramo da artéria hepática esquerda e comumente irriga o lobo quadrado do fígado, segmento IV funcional, penetrando no fígado pela fissura do ligamento redondo. Relatar a variação dos ramos da artéria hepática média extra-hepática e classifica-los como ramo da artéria hepática direita, ramo da artéria hepática esquerda, ramo da artéria hepática própria, trifurcação, e artéria hepática média intrahepática. O presente estudo foi realizado no Departamento de Morfologia da UFPB com cadáveres previamente fixados a formol 10 %. Vinte corpos parcialmente dissecados foram escolhidos para amostra e desses nove foram descartados devido à deterioração. As peças restantes passaram por processo de dissecação com bisturis cabo três e quatro, pinças de dissecção sem dente e as tesouras fina-fina e romba-fina, a fim de expor a ramificação terminal da artéria hepática própria extra-hepática. A artéria hepática média se originou da artéria hepática direita em 45,45%, n=5, da artéria hepática esquerda em 18,18%, n=2, em tronco comum, tripartição, 9,09%, n=1, e ocorreu de maneira intra-hepática em 27, 27%, n=3. A artéria hepática média foi visualizada em 72,73%, n=8, e sua distribuição terminal foi compatível o livro Gray, 1977; e com artigos da literatura como Bertevello, 2002.

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A artéria radial tem importância relevante na realização de procedimentos clínico-cirúrgicos, por apresentar fácil acesso e possibilidade de ser dissecada sem comprometimento significante da circulação da mão. Sua utilização em procedimentos cardiovasculares, como revascularização miocárdica, tem sido descrita por diversos autores. Porém, para que essa artéria esteja adequada para uso em tais procedimentos, deve apresentar um diâmetro mínimo de 2,5mm. O estudo teve por objetivo avaliar o diâmetro da artéria radial em peças cadavéricas disponíveis em laboratório de anatomia, a fim de identificar a prevalência de artérias com diâmetro igual ou superior a 2,5mm, ou seja, potencialmente utilizáveis em procedimentos cardiovasculares. Foram selecionados 89 membros superiores, sendo 28 excluídos da amostra pela condição desfavorável para a análise. A amostra foi constituída, portanto, por 61 membros superiores, sendo 30 esquerdos e 31 direitos. Utilizou-se um paquímetro para aferição do diâmetro externo da artéria na porção distal do antebraço, 2 cm proximais à prega distal do punho. Dos membros observados, notou-se que 37 apresentaram artéria radial com diâmetro igual ou superior a 2,5mm, destes 14 eram do lado direito e 23 do lado esquerdo. Entre os 24 membros com diâmetro menor que 2,5mm, 7 eram esquerdos e 17 direitos. Conclui-se que a artéria radial apresentou diâmetro igual ou superior a 2,5mm na maior parte (60,6%) das peças cadavéricas presentes no laboratório de anatomia, corroborando a possibilidade de sua utilização em procedimentos de revascularização miocárdica.

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VARIAÇÕES ANATÔMICAS DA CAVIDADE NASAL E SEIOS PARANASAIS E SINUSOPATIAS Rocha JB*,Oliveira RCL,Capanema KG,Sousa MM, Jácome ACP, Leão JLRD, Gomes MIB. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – FCMS/JF (SUPREMA)

VARIAÇÃO NA DESEMBOCADURA DA VEIA JUGULAR EXTERNA: UM RELATO DE CASO. Maia Segundo, LB*; Ferreira, FCM; Freire, IB; Pazeto, JA; Carvalho, RBAC; Silva Neto, EJ; Franca, HA; Maia, AD. Faculdade de Medicina Nova Esperança - FAMENE

A Veia Jugular Externa (VJE) tem início, geralmente, no parênquima da glândula parótida, próximo ao ângulo da mandíbula, inferiormente à orelha, pela junção da veia auricular posterior com a divisão posterior da veia retromandibular; cruza o músculo esternocleidomastóideo obliquamente, profundamente ao músculo platisma, e penetra na parte anteroinferior da região cervical lateral. Perfura a lâmina superficial da fáscia cervical, terminando na veia subclávia, lateral ou ventralmente ao músculo escaleno anterior. Essa veia tem importante função na drenagem da maior parte da superfície do crânio e partes profundas da face. Descrever e analisar a variação da veia jugular externa com a utilização de um cadáver humano adulto pertencente ao laboratório de Anatomia da FAMENE, fixado em formol a 10% e material de dissecação para estudo. Na variação observada, constatou-se que a origem e o trajeto eram semelhantes aos descritos na literatura, porém sua desembocadura sofreu uma variação, passando a referida veia anteriormente ao terço médio da clavícula direita e desembocando na veia Axilar homolateral.

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As variações anatômicas da cavidade nasal e dos seios paranasais têm sido atribuídas à etiologia das sinusites crônicas e recorrentes, sendo mandatório seu estudo para melhor compreensão dessas afecções. A tomografia computadorizada (TC) constitui técnica de escolha para avaliação das sinusopatias, sendo de grande auxílio no planejamento de tratamento cirúrgico. Objetivou-se avaliar as variações anatômicas da cavidade nasal e dos seios paranasais e suas relações com a etiologia de sinusopatias. Realizou-se revisão da Literatura Crítica nas bases de dados SciELO e MedLine, com base em artigos publicados nos últimos 10 anos.As principais variações anatômicas tidas como predisponentes às sinusites incluem a concha média bolhosa,o desvio do septo nasal, a bolha etmoidal hiperpneumatizada, a concha média paradoxal e o desvio medial ou lateral do processo uncinado. Menos freqüentes são as variações etmoidais (células de Haller, bulla etmoidal gigante, células nasais de Agger), entre outras. O papel das variações anatômicas na gênese da sinusite é controverso. Em tese, elas poderiam desviar e comprimir estruturas do complexo ostiomeatal, determinando obstrução a drenagem de muco e a ventilação dos seios da face. Entretanto, podem também ser assintomáticas. Os estudos avaliados não apresentaram um consenso em dados de prevalência das variações em indivíduos com doença sinusal e assintomáticos. Conclui-se que somente a detecção de variações anatômicas não indica a origem de uma sinusopatia. Essa deve ser avaliada em âmbito multifatorial. Recomenda-se também busca de consenso em parâmetros objetivos que sejam referência para indicação cirúrgica.

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VARIAÇÕES ANATÔMICAS DO ARCO DA AORTA Júnior EFP*, Amaral EA, Ferreira CAA, Furtado LB, Lima SKAR, Morais MM, Nogueira ALS, Leite CMC Universidade Federal do Piauí O arco da aorta (AA) é uma continuação da aorta ascendente e geralmente origina três ramos: tronco braquiocefálico, carótida comum esquerda e subclávia esquerda. Estes ramos, direta ou indiretamente fornecem a principal fonte de suprimento sanguíneo para o encéfalo, face, região cervical e membros superiores, sendo de grande importância clínica e cirúrgica. Entretanto, as variações de seus ramos não são incomuns, podendo estar presentes em 35% da população e devem ser de conhecimento dos profissionais, pois fornecem subsídios para o planejamento mais seguro de procedimentos cirúrgicos vasculares na região do tórax, cabeça e pescoço. Assim, o objetivo deste estudo foi descrever variações anatômicas do AA através de uma revisão de literatura com base em dados da BVS, Scielo e Bireme, ilustrando dissecações em cadáveres e figuras anatômicas. Inúmeras variações foram descritas: a origem comum da artéria carótida comum esquerda e do tronco braquiocefálico (em 27,1% dos casos), a presença da artéria vertebral esquerda na constituição do AA (2,5% dos casos), a origem em separado das duas carótidas comuns e das subclávias (0,5% dos casos), ou mesmo a dextroposição da aorta com incidência de 0,1% na população. Estas variações assumem grande importância na realização de exames complementares, nas lesões traumáticas destes ramos e em procedimentos cirúrgicos na região cervical e no mediastino superior, onde sua suspeição pode orientar o planejamento cirúrgico, evitando dúvidas diagnósticas ou mesmo sua lesão inadvertida.

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VARIAÇÕES ANATÔMICAS DO NERVO FRÊNICO E SUAS REPERCUSSÕES CLÍNICOCIRÚRGICAS: UMA REVISÃO Andrade TP, Prates Júnior AG, UFOP, Valente PVS, UFOP, Ciarlariello VB, UFOP, Neves VJR, UFOP, Bordoni LS, UFOP, Mendes LFM, UFOP O nervo frênico (NF) é um nervo espinal originado normalmente dos segmentos medulares C3, C4 e C5. Ele supre o músculo (m.) diafragma de fibras motoras e sensitivas e a pleura mediastinal e pericárdio de fibras sensitivas. Na região cervical, tem trajeto descendente anteriormente ao m. escaleno anterior, encoberto pela fáscia pré-vertebral. O NF entra no tórax passando anteriormente à artéria subclávia e posteriormente à veia subclávia. No tórax, segue entre o pericárdio fibroso e a pleura mediastinal até o m. diafragma. Em todo o seu trajeto, o NF pode apresentar muitas variações anatômicas com importantes repercussões. Objetivamos fazer uma revisão da literatura dos últimos 20 anos acerca das variações anatômicas do NF e suas repercussões clínicas e cirúrgicas. Para tal, foi realizada revisão bibliográfica em livros texto e nas bases PubMed e Scielo, com as palavras-chave phrenic nerve e variation/anomaly. Constatamos que as variações anatômicas relatadas na literatura podem ser agrupadas em: variações no trajeto e presença de nervo frênico acessório (NFA), associadas ou não. A frequência de NFA variou entre 22,2 e 65% em estudos cadavéricos. As origens relatadas do NFA são: nervo para o subclávio, nervos supraclaviculares, alça cervical, C3, C4, C5, nervo para o esterno-hióideo, nervo acessório e nervo hipoglosso. Em relação ao trajeto, há relatos do NF passando anteriormente à veia subclávia e também formando laços com o NFA, envolvendo ou não estruturas vasculares, entre outras variações. Pela complexidade dessa região, é necessário ter um conhecimento aprofundado da anatomia e variações do NF para a prática segura de punção da veia subclávia, bloqueios anestésicos regionais e cirurgias nas regiões cervical e torácica.

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VARIAÇÕES ANATÔMICAS DO POLÍGONO DE WILLIS E IMPORTÂNCIA CLÍNICO CIRÚRGICA Carvalho MC1, Freitas ICR1, Ferreira CAA1, Nunes AF1, Paulo DB1, Ramos FRD1, Silva ANC1, Soares MML1*. 1 – Universidade Federal do Piauí O círculo arterial do cérebro (Polígono de Willis) é uma estrutura anelar de vasos sanguíneos encontrados embaixo do hipotálamo, na base do cérebro. Sua principal função é distribuir sangue arterial, rico em oxigênio para os hemisférios cerebrais. Variações anatômicas nos ramos que constituem o Polígono de Willis (PW) são freqüentes e estudos têm apontado que elas podem aumentar o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e formação de aneurismas cerebrais. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi observar as variações anatômicas do PW, bem como a distribuição destas em diferentes grupos étnicos ou raciais destacando sua importância para a prática médica. Para isso, foi realizado uma revisão sistemática da literatura nas bases BVS, Scielo e PubMed. Por meio desses, foi visto que mais de 50% da população saudável tem variações anatômicas no PW. São mais comuns variações na parte posterior do polígono. As variações ocorrem mais freqüentemente nas artérias cerebrais posteriores. Estas incluíam agenesias, hipoplasias uni e bilaterais, vasos supranumerários, dentre outros. As verdadeiras anomalias são mais raras, como a origem infra-óptica de artéria cerebral anterior e artéria cerebral anterior ázigo. Apenas um dos artigos pesquisados mostrou diferença significativa da distribuição de variações do PW em diferentes populações. Assim, esse estudo possibilitou o conhecimento da anatomia do PW, substrato importante para planejar o acesso cirúrgico, além da identificação das suas variantes anatômicas que tem potencial para aumentar o risco de doenças cerebrovasculares.

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VARIAÇÕES ANATÔMICAS DO PULMÃO ESQUERDO Santos FV*, Mota JCN, Júnior WL, Felix FB, Mota SG, Santos CA, Silva MB Universidade Federal de Sergipe O aspecto morfológico dos pulmões não tem sido investigado, sendo o seu conhecimento essencial para o esclarecimento do assunto para acadêmicos da área da saúde, além de sua possível aplicação em diagnósticos e tratamentos clínico-cirúgico de doenças crônicas degenerativas pulmonares. Através deste trabalho, foi analisada a ocorrência de variações anatômicas no pulmão esquerdo, previstas ou não na literatura. Foram analisados 50 indivíduos no Instituto Médico Legal Dr. Augusto Leite–SE, os quais foram submetidos à secção longitudinal do tórax onde foram retirados os pulmões e observados os aspectos morfológicos do órgão, frisando a incidência das fissuras, número e tamanho de lobos. Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística utilizando-se calculadora científica e software GraphPad e adotandose como significante p<0,05. Dentre o total de indivíduos analisados, 9/50 apresentaram variações anatômicas, sejam elas ocasionadas pela presença de um lobo acessório 1/50, ausência de fissuras 1/50, ou ainda outras variações 7/50, onde se encaixam fissuras incompletas e segmentação de lobos. No presente estudo ficou constatado que a média de tamanhos foi 23,06 cm para o comprimento total do órgão (ápice à base), 11,60 cm para o lobo superior (ápice à região medial da fissura oblíqua) e 11,45 cm para o lobo inferior (porção medial da fissura oblíqua à base diafragmática). Contudo, pôde-se observar que os pulmões não apresentam apenas os lobos e fissuras preestabelecidas no desenvolvimento do órgão, mas que existem graus de variações dos quais podem apresentar lobos e fissuras pulmonares em menor ou maior número. PALAVRAS-CHAVE: Pulmão esquerdo, variações anatômicas, fissuras pulmonares.

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VARIAÇÕES ANATÔMICAS DO RAMO MOTOR DO NERVO MEDIANO NO TÚNEL DO CARPO: UM ESTUDO EM 20 MÃOS CADAVÉRICAS Maia Segundo, LB*;Saraiva, MG; Soares, RS;Franca, HA; Negromonte, GRP; Maia, AD;Trindade, AKF.

VARIAÇÕES ANATÔMICAS DOS ACRÔMIOS EM ESCÁPULAS DE CADÁVERES BRASILEIROS E CORRELAÇÕES CLÍNICAS Leite LP, Rodrigues R*, Amancio G, Andrade R, Almeida-Leite CM, Da Silva JH. Universidade Federal de Minas Gerais: Depto de Morfologia/ICB

Universidade Federal da Paraíba - UFPB

A Síndrome do Túnel do Carpo, causada pela compressão do nervo mediano, é a neuropatia mais comum. O tratamento conservador tem bom prognóstico em apenas 50% dos casos, sendo ainda 60% destes possuindo recorrência. Assim, a cirurgia é o tratamento de escolha para a maioria dos casos. Entre os ramos do nervo mediano, o ramo motor é o que possui maior variação. O estudo tem por objetivo observar a variação do ramo motor do nervo mediano, classificá-lo como extraligamentar, subligamentar ou transligamentar e se há duplicações do ramo a fim minimizar possíveis iatrogenias durante o ato cirúrgico.Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva com análise das variações do ramo motor do nervo mediano de 20 mãos, 10 direitas e 10 esquerdas, que foram preparados previamente por injeção de formol a 10%. Realizou-se uma incisão longitudinal mediana na face anterior da mão, estendendo-se da prega da articulação metacarpofalângica à prega de flexão principal do punho. A seguir, fez-se uma incisão transversa abrangendo toda a prega articulação metacarpofalângica. Rebateu-se toda a pele, tecido subcutâneo e fáscia muscular. Fez-se uma incisão longitudinal no ligamento carpal a fim de evidenciar o trajeto do ramo motor. Todas as peças foram numeradas e fotografadas. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética e faz parte do projeto de iniciação científica. Das mãos esquerdas foram encontradas 9 situações extraligamentares, onde 1 delas estava duplicada, e 1 subligamentar. Das direitas, 9 extraligamentares e 1 subligamentar. Não houve situação transligamentar.Em 90% dos casos observou-se a situação extraligamentar e em 10% subligamentar, que são compatíveis com os dados da Literatura que se comportam em torno desses valores.

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A morfologia do acrômio está relacionada a uma grande variedade de desordens articulares do ombro. A síndrome do manguito rotador tem como um dos fatores etiológicos anatômicos e funcionais um dos fatores morfológicos inclui a forma e o ângulo do acrômio. De acordo com a morfologia da ponta do acrômio, o mesmo pode ser classificado em três tipos: (I) plano, (II) curvado e (III) em gancho. Diversos estudos mostraram correlação positiva entre o tipo III e patologias do manguito rotador. A classificação morfológica do acrômio é relevante no diagnóstico e na terapêutica das patologias do ombro. Dentro desse contexto, o objetivo deste trabalho foi analisar a morfologia do acrômio em escápulas de cadáveres brasileiros, estabelecendo possíveis correlações morfofuncionais com achados da literatura. Cinquenta e cinco escápulas dos Laboratórios de Anatomia Humana da Universidade Federal de Minas Gerais foram selecionadas, sendo 26 do lado direito e 29 do lado esquerdo. Os ossos foram agrupados de acordo com o tipo morfológico do acrômio. Cada escápula foi fotografada e os ângulos subacromiais foram medidos. A distribuição dos tipos de acrômio dentre as escápulas analisadas foi 14,05% para o tipo I, 63,15% para o tipo II e 22,8% para o tipo III. O ângulo subacromial médio obtido para o tipo I foi de 13,12°, 23,58° para o tipo II e 37° para o tipo III. O tipo II foi, portanto, o mais freqüente dentre os acrômios analisados, conforme descrições para outras amostras populacionais. A análise da freqüência dos tipos morfológicos em uma amostra de cadáveres brasileiros faz-se importante para correlações clínicas e epidemiológicas, permitindo comparações com variações da escápula e da ocorrência de patologias do ombro em outras regiões geográficas.

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VARIAÇÕES ANATÔMICAS ENCONTRADAS EM FÍGADOS DE Sus scrofa domesticus DURANTE AULAS PRÁTICAS DE ANATOMIA DESCRITIVA Schellin PC*, Martins TJV, Lima TM, Aguiar MGAA, Júnior JCPS, Ferreira APS, Rocha MCP, Santos RMB

VARIAÇÕES ANATÔMICAS NO POSICIONAMENTO E COMPRIMENTO DO APÊNDICE VERMIFORME EM UM ESTUDO POST-MORTEM Nogueira RB, Mendonça BPC, UFOP, Silva LLA, UFOP, Souza IKF, UFOP, Siqueira SL, UFOP, Andrade TP, UFOP, Nascimento RGS, UFOP, Silva SC, UFOP

O porco doméstico, Sus scrofa domesticus, compartilha com o ser humano algumas características anatômicas e fisiológicas, que o torna modelo de estudo para pesquisas biomédicas. Seu fígado possui seis lobos: dois laterais, dois mediais, um caudado e um quadrado. Objetivou-se neste trabalho apresentar achados de variações anatômicas hepáticas encontradas durante as aulas práticas de anatomia descritiva, sobre o sistema digestório. Para tanto, utilizouse três fígados do acervo da área de Anatomia do DMFA. Usaram-se atlas de anatomia, e artigos científicos. Obtiveram-se fotos para documentação. Em dois fígados, o lobo hepático medial esquerdo estava aderido e fusionado ao lobo hepático lateral esquerdo, o que representou inicialmente certa dificuldade no seu reconhecimento. Já, o terceiro fígado, apresentava o lobo hepático medial esquerdo apenas atrofiado, não ocorrendo fusão com outro lobo. De forma geral, o aspecto morfológico dos demais lobos estudados apresentou-se padronizado. O presente trabalho descreveu as alterações hepáticas encontradas durante a aula prática de anatomia, que contribuíram para a fixação do aprendizado e alertou os alunos acerca de possíveis variações anatômicas que podem ser encontradas nas diferentes estruturas e órgãos no decorrer do estudo. Tais alterações devem ser, portanto, publicadas e registradas, de modo que podem instigar novas descobertas não só na saúde animal, mas também na humana, uma vez que essa espécie é amplamente utilizada como base para estudos de doenças que acometem seres humanos.

O apêndice vermiforme (AV) encontra-se sob a forma de um pequeno tubo cilíndrico, muitas vezes tortuoso, com suas raízes profundas no ceco, notavelmente em sua parede póstero-medial. Trata-se de um divertículo intestinal cego que contém massas de tecido linfóide. O AV é uma estrutura anatômica que apresenta uma grande diversidade no que diz respeito ao posicionamento e comprimento e embora seja considerado um órgão vestigial, ele está relacionado com várias síndromes retro-peritoneais, o que torna importante o conhecimento de sua anatomia. O objetivo do trabalho era avaliar as variações anatômicas apresentadas pelo AV e comparar estes dados com as informações presentes na literatura. Realizamos a avaliação de 104 cadáveres e classificamos os apêndices quanto ao tamanho e posicionamento. As análises foram realizadas nos Laboratórios de Anatomia Humana da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e da Universidade Federal de Ouro Preto. Foi feita uma revisão bibliográfica acerca do tema na base de dados Pubmed e pesquisa em livros texto. No que diz respeito ao posicionamento, foram observados 32 (30,76%) AV retrocecais. O restante, 72 (69,24%), encontrava-se em posições determinadas como livres – retro-ileal; ântero-ileal; pélvico; ilíaco; paracecal medial; paracecal lateral. Em relação ao comprimento, o tamanho mais freqüente - 78,84% - foi de 8 cm. Em menor freqüência – 1,92% - estão os apêndices de 2 cm, 12 cm e de 25 cm. Em função de a apendicite ser uma condição clínica recorrente na prática clínica, o conhecimento acerca das variações morfológicas e posicionais do AV é de grande importância devido à sobreposição de sintomas entre síndromes retro-peritoneais e apendicite, o que pode afetar a conduta médica.

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VARIAÇÕES ANATÔMICAS NO POSICIONAMENTO E COMPRIMENTO DO APÊNDICE VERMIFORME EM UM ESTUDO POST-MORTEM Mendonça BPCK, Silva LLA, Siqueira SL, Souza IKF, Andrade TP, Nascimento RGS, Silva SC

VARIAÇÕES DO 2º 3º E 4º GÂNGLIOS SIMPÁTICO TORÁCICOS E SUAS IMPLICAÇÕES NA SIMPATECTOMIA POR VÍDEO NO TRATAMENTO DA HIPERIDROSE. Gomes Neto A, Soares JV*, Sousa-Rodrigues CF

O apêndice vermiforme (AV) encontra-se sob a forma de um pequeno tubo cilíndrico, muitas vezes tortuoso, com suas raízes profundas no ceco, notavelmente em sua parede póstero-medial. Trata-se de um divertículo intestinal cego que contém massas de tecido linfóide. O AV é uma estrutura anatômica que apresenta uma grande diversidade no que diz respeito ao posicionamento e comprimento e embora seja considerado um órgão vestigial, ele está relacionado com várias síndromes retro-peritoneais, o que torna importante o conhecimento de sua anatomia. O objetivo do trabalho era avaliar as variações anatômicas apresentadas pelo AV e comparar estes dados com as informações presentes na literatura. Realizamos a avaliação de 104 cadáveres e classificamos os apêndices quanto ao tamanho e posicionamento. As análises foram realizadas nos Laboratórios de Anatomia Humana da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e da Universidade Federal de Ouro Preto. Foi feita uma revisão bibliográfica acerca do tema na base de dados Pubmed e pesquisa em livros texto. No que diz respeito ao posicionamento, foram observados 32 (30,76%) AV retrocecais. O restante, 72 (69,24%), encontrava-se em posições determinadas como livres – retro-ileal; ântero-ileal; pélvico; ilíaco; paracecal medial; paracecal lateral. Em relação ao comprimento, o tamanho mais freqüente - 78,84% - foi de 8 cm. Em menor freqüência – 1,92% - estão os apêndices de 2 cm, 12 cm e de 25 cm. Em função de a apendicite ser uma condição clínica recorrente na prática clínica, o conhecimento acerca das variações morfológicas e posicionais do AV é de grande importância devido à sobreposição de sintomas entre síndromes retro-peritoneais e apendicite, o que pode afetar a conduta médica.

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INTRODUÇÃO: A simpatectomia do G2,G3 ou G4 torácicos é o tratamento para a hiperidrose palmar, axilar e facial. Os resultados não são uniformes quando avaliamos a anidrose das regiões acometidas no pré-operatório, a intensidade da sudorese compensatória e a simetria da resposta quando comparados os dimídios no pós-operatório. Para tentar entender essas discrepâncias analisamos a anatomia do tronco simpático e suas variações. OBJETIVOS: Identificar as variações anatômicas do 2º 3º e 4° gânglios do tronco simpático torácico. METODOLOGIA: Foram dissecados os troncos simpáticos torácicos de 62 cadáveres. 50 tinham os hemitórax preservados, enquanto que em 12 havia apenas um dos lados preservado, totalizando 112 hemitórax dissecados. RESULTADOS: O segundo gânglio torácico (G2) estava isolado em 87 casos, fundido em 25, sendo que em 7 casos a fusão era com o gânglio estrelado. G3 estava isolado em 96 e fundido em 16, sendo que em 4 casos a fusão era com o G2. G4 estava isolado em 96 hemitórax e fundido em 16. Em 12 cadáveres a fusão era com o G3. Quando comparamos ambos os antímeros nos 44 cadáveres, observamos a mesma anatomia em 64% de G2, 72% em G3 e 70% em G4. CONCLUSÕES: As alterações anatômicas do tronco simpático sugerem que a referência do arco costal para a realização de uma simpatectomia torácica em G2, G3 ou G4 pode não ter correspondência anatômica do gânglio simpático a ser isolado ou ressecado. Isso explicaria algumas falhas do procedimento, diferenças de temperatura entre ambos os lados e a intensidade da sudorese compensatória entre os pacientes operados num mesmo nível.

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VARIAÇÕES MORFOMÉTRICAS DO TESTÍCULO E COBAIAS (Cavia porcellus) DURANTE O DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL

VARIAÇÕES MORFOMÉTRICAS DO TIMO DE COBAIOS (Cavia porcellus) DURANTE O DESENVOLVIMENTO PÓSNATAL

Nunes AKR1*, Martins LFT1, Santos JM1, Franzo VS2, Faria MD1, Gradela A1

Gradela A1, Santos JM1, Nunes AKR 1, Martins LFT1, Faria MD1, Franzo VS2

1

UNIVASF, Petrolina-PE; 2UFMT, Cuiabá-MT

1

A despeito dos conhecimentos sobre o desenvolvimento testicular e espermatogênese, muitos aspectos permanecem desconhecidos. Contudo, para que cobaias (Cavia porcellus) possam vir a contribuir cientificamente, estudos morfométricos e morfológicos são necessários. Avaliou-se a morfométria corporal (MFc) (massa (MC), comprimento (CC) e altura (AC)) e testicular (MFt) (massa (MT), comprimento (CT), largura (LT) e espessura (ET)) de 55 cobaias da primeira (S1) a décima - primeira (S11) semana de idade (N= 5/grupo etário), objetivando-se contribuir com dados científicos sobre o desenvolvimento testicular durante a vida pós-natal (Aprovado pelo CEDEP no. 22041019). As médias + SD foram comparadas pelo Teste de Tukey (P<0,05) e coeficientes de correlação (r) entre idade, MFc e MFt estabelecidos (Assistat 7,6 beta). A MFc diferiu (P<0,05) da S1 a S11, particularmente na S3, S6 e S9. A MFt foi semelhante entre os antímeros e diferiu (P<0,05), principalmente, na S3; S5; S6 e S9. Forte correlação (P<0,01) foi observada entre a idade e MFc (r>0,95); idade e MFt (r>0,78); parâmetros corporais (r>0,94) entre si; MFc e MFt (r>0,84) e entre os parâmetros testiculares (r>0,78) entre si. Correlação moderada (P<0,05) foi observada entre MT e ET (r= 0,64) e VT e ET (r= 0,72). Em conclusão, o desenvolvimento corporal e testicular de cobaias foi contínuo e relacionado à idade, tendo sido identificadas quatro fases: da S1 a S2, da S3 a S5, da S6 a S8 e após a S9 de idade.

UNIVASF, Petrolina-PE; 2UFMT, Cuiabá-MT

Embora fundamental para o desenvolvimento pós-natal e estabelecimento da competência imunológica, informações sobre o desenvolvimento e regressão do timo e sua influência sobre a marcação imunológica são escassas. Objetivando-se contribuir com dados científicos sobre o desenvolvimento tímico durante a vida pós-natal avaliou-se a morfometria corporal (MFc) (massa (MC), comprimento (CC) e altura (AC)) e do timo (MFti) (massa (MTi), comprimento e largura do lobo direito (CLd e LLd, respectivamente) e esquerdo (CLe e LLe) e espessura (ETi)) de 44 cobaios (Cavia porcellus) da primeira (S1) a décima - primeira (S11) semana de idade (N= 4/grupo etário) (Aprovado pelo CEDEP no. 27091068). Médias + SD foram comparadas pelo Teste de Tukey (P<0,05) e coeficientes de correlação (r) entre idade, MFc e MFti estabelecidos (Assistat 7,6 beta). A MFc diferiu (P<0,05) na S3, S5, S6, S7 e S9 e a MTi, CLd, LLe e ETi foram máximos (P<0,05) na S6 (puberdade) e da S8 a S11 (fase pós-púbere) diminuíram discretamente (P>0,05), com exceção da MTi que diminuiu significativamente (P<0,05). Idade teve correlação (r) forte (P<0,01) com MFc (r>0,94) e moderada com (P<0,05) MTi (r=0,65), CLe (r=0,66) e ETi (r=0,66). Houve (r) forte entre MFc (r>0,91) e em diferentes graus entre MFc e MFti e MFti entre si. Em conclusão, o timo de cobaias desenvolve-se continuamente até a puberdade e sua massa involui na fase pós-púbere. AGRADECIMENTOS: CNPq

AGRADECIMENTOS: CNPq, UNIVASF

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VARIAÇÕES NA ANATOMIA DAS ARTÉRIAS HEPÁTICAS EM TRANSPLANTES HEPÁTICOS INTERVIVOS Carvalho IWB, Almada LN, Gomes MIB*, Carvalho LR, Oliveira JBR, Queiroz AP, Andrade WR Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – SUPREMA

VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DA BASE DO ENCÉFALO DE CUTIAS (Dasyprocta aguti Linnaeus, 1766)

Oliveira REM*, Silva RSB, Bezerra FVF, Oliveira GB, Júnior CMO, Figueredo WTX, Costa GD, Oliveira MF. Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

O transplante hepático intervivos é a terapêutica definitiva para muitos pacientes em fase avançada de diversas doenças hepáticas. Variações anatômicas nos elementos vasculares hepáticos são frequentes e seu reconhecimento e correto manejo são essenciais no transplante. Muitas complicações são devidas a falha no reconhecimento de variações anatômicas. Em relação à artéria hepática, estas ocorrem em aproximadamente 45% da população e podem influenciar a captação e o implante nos transplantes hepáticos. O objetivo foi avaliar a anatomia da artéria hepática e suas possíveis variações nos doadores e receptores do transplante hepático intervivos. O trabalho baseou-se numa revisão de literatura na base de dados SciELO a partir da análise de 11 artigos publicados nos últimos10 anos. Os descritores utilizados foram artéria hepática, variações anatômicas e transplantes. A apresentação anatômica normal da artéria hepática comum proveniente do tronco celíaco, subdividindo-se em seus respectivos ramos, as artérias gastroduodenal e hepática própria, e esta em artérias hepática direita e esquerda, prevaleceu em 51,8 a 76,82% dos artigos estudados. As variações prevalentes foram: artéria hepática direita ramo da artéria mesentérica superior, artéria hepática esquerda ramo da artéria gástrica esquerda e artéria hepática comum ramo da artéria mesentérica superior.Conclui-se que a prevalência de variações anatômicas da artéria hepática é elevada, havendo necessidade de cautela nas dissecções cirúrgicas, principalmente nas captações de enxerto dos transplantes de fígado, para se evitar comprometimento do suprimento sanguíneo hepático, possibilitando o sucesso do procedimento.

A cutia é um roedor, que se distribui geograficamente por quase toda América Latina, sendo apreciada pelo sabor da sua carne. Neste trabalho objetivou-se descrever a vascularização da base do encéfalo das cutias, com especial atenção para o círculo de Willis. Foram utilizados 10 animais provenientes do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres (CEMAS-UFERSA), sendo realizada uma incisão na cavidade torácica, a aorta canulada para injeção de látex neoprene com corante específico. Em seguida foi feita uma janela na calota craniana para remoção dos encéfalos do crânio para análise da sua superfície ventral, sendo depois fixados em solução de formol a 10%. Foi visto que, o sistema carótico é responsável, na cutia, pela vascularização do cérebro anterior em quase sua totalidade. O sistema vértebro-basilar é responsável pela vascularização do cérebro posterior – medula oblonga, pirâmide, corpo trapezóide, cerebelo e ponte – e parte do terço caudal do cérebro anterior, através das artérias cerebrais caudais, originárias dos ramos terminais da artéria basilar. As principais artérias presentes na superfície do encéfalo incluem a basilar que é ímpar, e as pares: vertebral, cerebelar caudal, trigemial, cerebelar rostral, ramo terminal da basilar, cerebral caudal, ramo comunicante caudal da carótida cerebral, corióidea rostral, carótida cerebral, ramo comunicante rostral da carótida cerebral, oftálmica interna, ramo medial do ramo comunicante rostral, cerebral média e cerebral rostral. Conclui-se que a vascularização arterial do encéfalo da cutia apresenta contribuição tanto do complexo vértebro-basilar quanto do sistema carótico, de forma relativamente equivalente. PALAVRAS-CHAVE: Roedor, Vascularização, Artéria.

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VERIFICAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE UTILIZAÇÃO DO JALECO POR USUÁRIOS DO LABORATÓRIO DE ANATOMIA DAS FIP - PB Oliveira MBP, Oliveira MBP, Crispiniano EC, Andrade MB

VIAS BILIARES EXTRA-HEPÁTICAS: VARIAÇÕES ANATÔMICAS E ENFOQUE CIRÚRGICO Bernardes AM1, Carvalho MC1, Ferreira CAA1, Nunes AF1, Paulo DB1, Ramos FRD1, Silva ANC1, Soares MML1*. 1- Universidade Federal do Piauí

INTRODUÇÃO: A biossegurança consiste na aplicação de conhecimentos em equipamentos específicos com o objetivo de prevenir a exposição do trabalhador e ambiente de trabalho a agentes patogênicos. É necessária a orientação aos riscos eminentes nos locais de trabalho e a utilização de equipamentos de proteção individual, onde os jalecos recebem destaque. OBJETIVO: Identificar o nível de conhecimento sobre a utilização dos jalecos por parte dos discentes que utilizam os laboratórios de anatomia das Faculdades Integradas de Patos (FIP). METODOLOGIA: O estudo foi realizado com 50 alunos matriculados no primeiro período de cinco cursos de ciências da saúde, numa amostragem de 10 indivíduos por curso, abordados mediante acessibilidade e através de um questionário contendo cinco questões sobre utilização e manuseio do jaleco. Os dados coletados foram analisados pelo software PASW Statistics 18.0, com margem de significância de 95%. RESULTADOS: Quanto à utilização do jaleco, 92,8% acreditam que são transportadores de microorganismos e por esse motivo, apenas 2% retira-se do laboratório trajando o jaleco. Já 7,8% não acreditam que microorganismos sejam transportados no jaleco. Cerca de 88% dos usuários sempre utilizam o jaleco nas aulas práticas de anatomia; 54% o lavam uma vez por semana, enquanto 26% o lavam duas vezes por semana e 12% três vezes na semana. A maioria da amostra (60,8%) higienizam seu jaleco com água, sabão e hipoclorito de sódio. Quanto ao manuseio, 38% o guardam na bolsa; 36% em um saco plástico e 26% o levam livremente na mão. CONCLUSÃO: Concluiu-se que a maioria dos usuários do laboratório reconhecem a importância da utilização do jaleco nesse ambiente, porém ainda existem falhas quanto ao seu manuseio pós utilização.

A via biliar extra-hepática é sede frequente de variações anatômicas. Um profundo conhecimento da sua anatomia e das alterações dela é essencial para o desempenho de procedimentos cirúrgicos, devido principalmente à frequência cada vez maior de cirurgias realizadas com mínimas incisões nessa região. Dessa forma, o presente estudo objetivou estudar a morfologia das vias biliares extra-hepáticas, verificando a presença de variações, assim como elucidar o papel de exames de imagem em detectá-las. Para isso, realizou-se uma revisão sistemática nos bancos de dados científicos BVS, Scielo, PubMed. Por meio destes, observou-se que a disposição da via biliar normal é composta por ductos hepáticos direito e esquerdo de confluência alta, pela presença de um ducto hepático comum de 2 a 3 cm de comprimento e pela inserção do ducto cístico em ângulo agudo, originando o ducto colédoco. Essa conformação ocorre em cerca de 24-57% da população. As variações anatômicas mais comuns estão relacionadas à posição e implantação do ducto cístico e com o aparecimento de ductos biliares extra-hepáticos acessórios paralelos à vesícula biliar. O ducto cístico sofre o maior número de variações, relacionados com seu comprimento, diâmetro e desembocadura. A Colangiografia por Ressonância Magnética teve valores de sensibilidade e especificidade que variaram respectivamente em 43-92% e 97-100%. Assim, esse estudo possibilitou o conhecimento da alta prevalência das variações anatômicas na árvore biliar extra-hepática bem como da importância dos exames de imagem para sua detecção. Isso é um fator importante para o sucesso dos procedimentos cirúrgicos nessa região, reduzindo assim, o risco de lesões.

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VIVÊNCIA DA ANATOMIA HUMANA VOLTADA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Ferreira IJC, Lins CCSA, Menezes VG, Villarouco FMO

VIDEO RECORDING: SUPPORTING METHOD IN VETERINARY ANATOMY LEARNING Senos R*, Penha JCQ, Roberto-Rodrigues M Universidade Federal Fluminense

While teaching veterinary anatomy, one great difficulty is providing methods to keep the content fresh in students mind, especially the official names. Evaluations of these methods are important as their application. Our study aimed to conduct an alternative didactic activity by recording videos about veterinary anatomy and check it acceptance and effectiveness. We randomly selected 19 students of Veterinary Anatomy subject from Universidade Federal Fluminense in 2010/2 and grouped them in 4 themes about locomotor apparatus: neck, caudal-lateral and cranial-medial region of the thigh and leg. Each group recorded a video about the theme using digital camera and routine specimens in our Department. They were tested twice, firstly before the video recording (P1) and secondly after the process (P2) to evaluate the efficiency of the method by answering 4 non-repeated random questions about the practical content of respective theme in surprise tests. The acceptance by the students was evaluated using an anonymous form. The average grade in P1 and P2 for all groups were respectively 30,3% and 68,4%. We have no doubt about efficiency increase using the alternative method. When students answered about how good was the activity, 94,7% rated very good or good. In addition, 89,5% believed that the activity had great influence in their learning process. The results reflected the positive acceptance by the students to the method. Comparing to our previous studies, this active use of the video-lesson method had higher efficiency in comparison to the passive one. However, the passive method had little advantage in acceptance concern. More data are necessary for corroborate the method usefulness.

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Atualmente novas tecnologias e técnicas estão sendo incorporadas na prática diária do estudo da anatomia humana. Pesquisas demonstram que aulas meramente expositivas, nas quais os alunos apenas veem e ouvem, são menos eficientes quando comparadas às que o aluno vê, ouve, interage e executa. Assim, o uso de métodos alternativos de ensino torna-se cada vez mais útil, procurando ser um recurso adicional, de forma a tornar a disciplina mais interativa. O objetivo deste trabalho foi descrever uma atividade desenvolvida pelos alunos do Curso de Licenciatura em Educação Física (PAFOR) da Universidade Federal de Pernambuco na construção de partes do corpo humano em escolas da rede pública de ensino fundamental e médio. Inicialmente a turma foi dividida em grupos e cada um escolheu o tema que iria abordar com seus alunos em classe: ouvido, olho, sistema muscular, esquelético, digestório, circulatório e respiratório. Na escola, cada grupo teve inicialmente uma conversa informal com seus alunos buscando identificar os conhecimentos prévios do assunto; em seguida, o tema foi discutido através de uma aula expositiva identificando a estrutura e o seu funcionamento no corpo; depois eles foram convidados a se dividirem em grupos para a construção prática do tema abordado. Utilizaram como materiais: cola, massa biscuit, massa de modelar, velcro, emborrachado, cartolina, papel, papelão, hidrocor, fitas adesivas, isopor, palitos de churrasco, tinta. A culminância do projeto se deu quando os grupos tiverem a possibilidade de apresentar e comparar as estruturas anatômicas confeccionadas manualmente. Verificamos com isso que a participação ativa do aluno no processo ensino-aprendizagem foi um método eficaz para a compreensão das estruturas estudadas auxiliando-os a desenvolver conceitos e memória, além da capacidade para comparar e diferenciar o objeto de estudo.

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WORKSHOP DE ANATOMIA CLÍNICA: PUNÇÃO DA VEIA SUBCLÁVIA PARA ACESSO VENOSO CENTRAL EM CADÁVER HUMANO Soares RBV *, Leal MNS, Mendes EMF, Neves JBV, Gondinho BRC, Rodrigues L, Neto SAV, Sampaio CVA Faculdade Integral Diferencial

WORKSHOP DE ANATOMIA CLÍNICA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA Leal MNS*, Mendes EMF, Neves JBV, Silva JL, Benigno, MIM Faculdade Integral Diferencial

A punção da veia subclávia é um procedimento rotineiro na prática médica recomendado para pacientes com necessidade de nutrição parenteral prolongada, monitorização hemodinâmica, hemodiálise e infusão de medicamentos. O objetivo deste trabalho foi correlacionar os conhecimentos de anatomia humana com a técnica cirúrgica para acesso venoso central através da punção da veia subclávia por via infraclavicular, assim como conheceras possíveis complicações da cirurgia e ainda aperfeiçoar as habilidades de dissecação humana. A prática foi realizada no Laboratório de Anatomia Humana de uma Faculdade de Medicina, utilizando-se cadáver humano adulto do gênero masculino. Realizou-se o procedimento conforme a técnica preconizada por Seldinger. Inicialmente procedeu-se a palpação da clavícula e localização do seu terço médio. Em seguida a pele foi puncionada 2 a 3 cm distais a esse ponto.Após a introdução da agulha, esta foi avançada em direção à fúrcula esternal até que a sua ponta viesse a atingir a transição entre os pontos médio e proximal da clavícula. Depois disso a seringa foi desconectada, o fio-guia foi inserido no vaso e a agulha foi retirada. Em seguida, o fio-guia foi revestido pelo dilatador, e após a retirada deste, foi realizada a introdução do cateter. Através deste workshop,foi possível conhecer e realizar o procedimento de acesso central por punção venosa em cadáver humano,correlacionando a anatomia topográfica da região torácica com a técnica cirúrgica.Dessa forma, pode-se concluir que é de suma importância a integração de diferentes áreas do conhecimento visando o sucesso na prática operatória. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia; Veia Subclávia; Punção Venosa.

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As disciplinas de Anatomia Humana são de fundamental importância para o curso de Medicina, pois fornecem conhecimentos indispensáveis para a prática médico-cirúrgica dos futuros profissionais. O presente trabalho consiste em um relato sobre o Workshop de Anatomia Clínica realizado na Faculdade Integral Diferencial com alunos do 2o ao 10o período do curso de Medicina. O evento teve como objetivos demonstrar as técnicas cirúrgicas de procedimentos de pequeno porte realizados em cirurgia torácica e punções venosas, despertar nos alunos habilidades de dissecação humana, além de sedimentar os conhecimentos acerca da anatomia topográfica dos órgãos envolvidos em tais procedimentos. Inicialmente, os alunos foram divididos em grupos a fim de que cada um apresentasse um seminário correlacionando a anatomia do órgão e a técnica cirúrgica. Os procedimentos selecionados foram traqueostomia, pericardiocentese, drenagem torácica, punção para acesso venoso central e punção venosa periférica. Após a apresentação dos seminários, aconteceu ampla discussão envolvendo alunos e professores a respeito do conteúdo. Numa terceira etapa, no Laboratório de Anatomia da IES, foram realizados os procedimentos cirúrgicos em cadáveres humanos, onde o cirurgião torácico demonstrava as técnicas cirúrgicas,que em seguida eram realizadas pelos alunos.Para finalizar os estudos, aconteceram as reuniões de apresentação e discussão dos resultados finais.Através deste workshop pode-se concluir que a correlação entre a prática e a teoria é imprescindível para a realização da técnica cirúrgica de forma segura e correta, minimizando a ocorrência de complicações, as quais podem ser evitadas através do conhecimento da anatomia topográfica.

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