RELAÇÃO ENTRE A DOENÇA DE CROHN E MANIFESTAÇÕES BUCAIS: REVISÃO DE LITERATURA
Introdução A Doença de Crohn é considerada uma doença de etiologia auto-imune e de caráter inflamatório crônico, que pode afetar qualquer parte do trato gastrintestinal de maneira descontínua e diferente para cada indivíduo.Existem alguns fatores considerados predisponentes para sua ocorrência, que são fatores ambientais, alimentares, genéticos, imunológicos, infecciosos e raciais.Dentre as manifestações sistêmicas, as mais frequentes são: diarreia, perda de peso e dor abdominal. Em mucosa bucal, as úlceras traumáticas, a pioestomatite vegetante, o edema gengival e a periodontite são descritas na literatura como as manifestações mais frequentemente encontradas, além de hiperplasias e uma alta prevalência de cáries. O tratamento de algumas destas lesões deve ser feito com o uso de corticoides.
Revisão de Literatura “Atualmente, está bem estabelecido que as manifestações da doença de Crohn podem ocorrer em qualquer localização do trato gastrintestinal, desde a boca até o ânus. [...] As lesões orais são significativas, porque podem preceder as lesões gastrintestinais em até 30% dos casos que apresentem tanto o acometimento oral como o gastrintestinal”, é o que afirma Neville et al. (1998). Segundo Roriz (2008), diversas lesões bucais são descritas em pacientes com Doença de Crohn. Estas incluem inchaço difuso do lábio e mucosa bucal, úlceras na língua, no lábio com ou queilite angular e fissuras da semimucos labial. Presença de hiperplasia tecidual na região de vestíbulo bucal, hiperplasia polipoide, pioestomatite vegetante, e granulomas epitelióides não caseosos difusos podem ser encontrados. As lesões mais comuns ocorrem nos lábios, seguidas pelo envolvimento da mucosa gengival, sulco vestibular e mucosa jugal. Além disto, de acordo com Pincelli (2010), as possíveis manifestações bucais desta doença se dividem, basicamente, em lesões orais específicas (úlceras lineares e lesões polipoides, hiperplasia da mucosa com aspecto em paralelepípedo e queilite granulomatosa) e lesões orais não-específicas (aftas, edema labial, edema gengival e pioestomatite vegetante). Estas lesões estão em função do comprometimento imunológico, associado aos medicamentos administrados para seu tratamento, como a diminuição do fluxo salivar e do pH da região, que propicia o surgimento de úlceras (Figuras 1 e 2).
Figura 1 – Úlceras na superfície ventral da língua em paciente com doença de Crohn. Fonte: FIELD e ALLAN, 2003 apud RORIZ, 2008.
Figura 2 – Úlceras em fundo de vestíbulo na mucosa bucal em paciente com doença de Crohn. Fonte: FIELD e ALLAN, 2003 apud RORIZ, 2008.
Conclusão
Referências Bibliográficas BRITO, F. et al. Inter-relação entre a doença periodontal e a doença de Chron. Rev. Ciênc. Méd. Biol. Salvador: v.5, n.3, p. 261-267, set.-dez./2006. Disponível em: <http://www.portalseer.ufba.br/index.php/cmbio/article/view/4134/3021>. Acesso em: 21/06/2012. NEVILLE, B.W. et al. Patologia Oral & Maxilofacial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. 705 p. PINCELLI, T.P.H. Manifestações orais da doença inflamatória intestinal: estudo clínico-patológico retrospectivo. 2010. 110 folhas. Dissertação (Mestrado em Dermatologia) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo. RORIZ, J.V. Manifestações bucais em pacientes com doenças gastrointestinais inflamatórias. 2008. 83 folhas. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília. TOLEDO, M.F. et al. Manifestações clínicas intrabucais da doença de Chron – Relato de caso clínico. Rev. Comum. Ciên. Saúde. São Paulo, v. 17, n.3, p. 309-313, 2006. Disponível em: <http://www.fepecs.edu.br/revista/Vol17_4Art06.pdf>.Acesso em: 21/06/2012. WOLFF, C.H.; SEGAL, F.; WOLFF, F. Doença de Chron. Disponível em: <http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?152>. Acesso em: 21/06/2012.