Ir. Meri: há 25 anos vivendo e trabalhando junto aos pobres
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Jornal da
Arquidiocese “De graça recebestes, de graça dai”
(Mt 10,8)
Florianópolis, Abril de 2011 Nº 166 - Ano XV
Dom Murilo assume Salvador Celebração na Catedral Basílica, no Centro Histórico de Salvador, marcou a posse do novo arcebispo Foi com grande alegria e em clima de festa que o povo baiano recebeu Dom Murilo Krieger como o seu novo arcebispo. Isso pôde ser evidenciado tanto na recepção que fizeram para ele no aeroporto, quanto na Celebração Euca-rística em que tomou posse da Arquidiocese mais antiga do Brasil.
Acompanhe como foi a celebração, como os baianos receberam a sua eleição e quais os maiores desafios que irá enfrentar. Também veja os eventos realizados na Arquidiocese de Florianópolis por ocasião da despedida de Dom Murilo. PÁGINAS 08 e 09
Padre Salm é o administrador diocesano de Florianópolis Seguindo o que determina o Código de Direito Canônico, no dia 29 de março, o Colégio de Consultores esteve reunido e elegeu o Pe. João Francisco Salm como o administrador diocesano. Ele terá a missão de governar a Arquidiocese de Florianópolis até que seja nomeado e tome posse o futuro arcebispo. Conheça um pouco da sua história e o
que achou da sua eleição. PÁGINA 04
Dom Murilo sentou-se na Cadeira Episcopal, que nos últimos 12 anos pertenceu a Dom Geraldo
Padres recebem homenagem em Florianópolis. PÁGINA 03
Participe do Jornal da Arquidiocese
Tema do Mês reflete sobre Ecologia e Páscoa
Arquidiocese ganha novo diácono permanente
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Jurerê Internacional terá uma igreja católica PÁGINA 15
Joinville realizará Mutirão Regional de Comunicação PÁGINA 16
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Opinião
Abril 2011
Palavra do Coordenador
Pe. Vitor Galdino Feller
Jornal da Arquidiocese
Coordenador Arquidiocesano de Pastoral
Agradecimento e Votos a Dom Murilo! Dom Murilo, Nesta Missa de Ação de Graças, manifestamos a Deus nossa gratidão pela presença do senhor em nosso meio e à nossa frente, nestes nove anos. O senhor foi um fiel servidor de Cristo, pastor e esposo da Igreja, nas três mesas com as quais Ele nos alimenta: a mesa da Palavra, a mesa da Liturgia e a mesa da Caridade. Na mesa da Palavra, o senhor nos ensinou a buscar a palavra exata e clara, para que a Palavra de Deus não se perdesse em nossos palavrórios humanos. Foi um homem voltado para o anúncio da Palavra de Deus; foi enxuto e direto em suas homilias; frequentou os meios de comunicação, dentro e fora da Arquidiocese, no intuito de evangelizar; aproveitou-se de todos os meios possíveis, no rádio, na TV e na internet, para levar a Palavra de Deus a todos, ciente e crente de que ela tem uma força própria e que não cabe a nós controlá-la; apoiou, discreta mas decididamente, os Grupos Bíblicos em Família, como prioridade de nossa ação evangeliza-
Reflexão
dora, as atividades da Pastoral Catequética, as diversas expressões da espiritualidade cristã presentes nos movimentos leigos. Por ter sido entre nós homem da Palavra, obrigado, Dom Murilo. Na mesa da Liturgia, o senhor nos ensinou que a celebração dos sacramentos, sobretudo da Eucaristia, tem uma longa Tradição, é um dom de Deus e da Igreja, que não pode ser deturpado por intromissões humanas. Com seus gestos comedidos, com seus paramentos belos e sóbrios, com suas palavras concentradas, nenhuma palavra e nenhum gesto a mais ou fora de lugar, o senhor nos mostrou, como diz Adélia Prado, que “a missa é um poema”, nos fez ver que na presidência da celebração eucarística é o próprio Cristo quem se oferece ao Pai por nós. Insistiu com a reforma arquitetônica e decorativa de muitos de nossos templos, sempre na busca da beleza sóbria e alegre que deixasse aparecer só o Cristo Crucificado e Ressuscitado. Dom Murilo, por ter sido entre nós homem da Liturgia, muito obrigado.
Na mesa da Caridade, o senhor nos ensinou que, como diz o seu lema, “Deus é Amor” e que esse amor vem a nós no cotidiano das coisas simples. O senhor vai direto ao assunto, não usa de meias palavras, serve-se de palavras bem escolhidas e medidas, para não ofender o interlocutor e chegar ao objetivo da conversa; por isso não é necessário servir-se de circun-lóquios para apresentar-lhe um pedido, um problema, uma sugestão. O senhor angariou a simpatia de seus colaboradores imediatos nos serviços da Cúria e da Mitra Metropolitana. Na relação com os padres, foi paciente com nossos defeitos, sabendo ser também exigente quando necessário, mas sem perder a postura evangélica; sempre nos brindou com sua presença amiga nos encontros das segundas-feiras, na APAZ, a nossa associação de presbíteros. Nunca perdeu a oportunidade para ajudar pessoalmente e movimentar a Arquidiocese no auxílio de pessoas necessitadas, sobretudo nas calamidades e catástrofes, ultimamente tão comuns em nosso estado e em nosso país. No
senhor, em suas palavras e atos, pudemos verificar que, de fato, “Deus é Amor”. Por ter sido entre nós homem da Caridade, Dom Murilo, muito obrigado. Além de agradecer, pedimos ao Espírito Santo, que na pessoa do papa o escolheu para presidir a Igreja Primaz do Brasil, para que o abençoe e o acompanhe neste grande passo que tem a dar, no enfrentamento desta mudança que se configura bastante desafiadora, em seus termos culturais, religiosos e pastorais. Que Nossa Senhora do Desterro, nossa padroeira, e seu esposo São José, patrono da Igreja, migrantes como tantos na imensa história da salvação, assim como carregaram o Menino Jesus no caminho de ida e volta do Egito, também o acompanhem neste seu êxodo rumo à nova missão. Dom Murilo, vá com Deus, fique em nossos corações! Texto lido durante a celebração de despedida de Dom Murilo, no dia 18 de março, na Catedral de Florianópolis
“
O senhor foi um fiel servidor de Cristo, pastor e esposo da Igreja, nas três mesas com as quais Ele nos alimenta”
Tudo está consumado – A Eucaristia
“Tudo está consumado” (Jo 19,30): estava completa a obra da criação ao se revelar o Cordeiro imolado desde a criação do mundo! (Apc 13,8). Horas antes, o Senhor oferecera o pão e o vinho com a palavra decisiva a fim de que a história humana tivesse alimento no caminhar: “Tomai e comei, isto é o meu Corpo; bebei dele todos, este é o cálice da aliança no meu Sangue que é derramado por vós” (cf. Lc 22, 14-20). Quando o Senhor proclamou que tudo estava consumado, tornou possível a Eucaristia da Igreja, pois seu Corpo era oferecido como Pão e seu Sangue derramado como Vida, até a Parusia. A Eucaristia é afirmação da dignidade e beleza da criação, do amor do Senhor pela criatura, pois tudo ele assumiu em sua encarnação e em tudo penetrou sua divindade, pois a humanidade foi elevada à divindade: "Se o Senhor tivesse desprezado o corpo como algo de sujo, odioso, loucura, então o Pão e o Cálice da Salvação deveriam ser também algo de odioso ou de sujo. Como Cristo desprezaria o corpo e se revestiria do Pão?", pergunta
Irineu de Lyon contra os gnósticos, que desprezavam a matéria (cf. Adv. Haer. 47,2). Pela Eucaristia, o Senhor restaura a integridade da obra divina da criação, pois o pão e o vinho ofertados são fruto da terra e do trabalho humano, simbolizando toda a realidade. A Eucaristia é o sacramento “da” Igreja, não na Igreja. Não é um dos sete sacramentos, mas “o” Sacramento, pois, sem ela não há ressurreição, não há sinal sacramental. Quando Paulo fala em reunirse num mesmo lugar, dirigindo-se à Igreja que está aqui ou ali, refere-se à Eucaristia, à Assembléia que celebra o Ressuscitado: “O cálice que bebemos é comunhão com o sangue de Cristo; o pão que repartimos é comunhão com o corpo de Cristo. Há um só pão e nós, sendo muitos, somos um só corpo, pois participamos do único pão” (cf. 1Cor 10,16-17). Desse modo, a Igreja faz-se realidade. Não uma Igreja alienada, uma Eucaristia festeira, mas Ceia de santidade e de justiça, da qual participa indignamente quem não reparte, quem consome o alimento que pertence ao irmão. O
moralismo anti-sacramental define o “indignamente” como estar “cheio de pecados”, quando o Apóstolo se refere àqueles privilegiados que na Ceia eucarística comiam os alimentos antes da chegada dos pobres, dos outros convidados. Quem não reparte o pão, não pode repartir o Pão, pois está se apossando da criação em seu benefício individual.
“
Pela Eucaristia, o Senhor restaura a integridade da obra divina da criação, pois o pão e o vinho, ofertados, simbolizam toda a realidade”. Eucaristia Páscoa eterna
Na Liturgia eucarística, após o Hino do Santo, o presidente da celebração, em nome do povo, pede ao Pai que envie o Espírito Santo para tornar o pão e o vinho Corpo e Sangue de Cristo e, através deles, incluir-nos no Corpo de
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Cristo. A palavra da epíclese é “tornar-se” Corpo e Sangue, mas, o uso patrístico do verbo “integrar” para o mesmo mistério expressa com muita intensidade a realidade sacramental, pois o pão permanece pão, mas está oculto dentro do Corpo do Senhor, e o Corpo do Senhor se oculta no pão. Desse modo, ao comermos o Pão e bebermos do Cálice, penetramos na vida divina e a vida divina penetra em nós: nasce a Igreja, Corpo de Cristo, forma-se o Povo “de” Deus. Os fiéis participantes, incorporados a Cristo, se tornam consangüíneos com Cristo, raça divina (cf. At 17,28), participantes da natureza divina (cf. 2Pd 1,4). A Eucaristia é a manducação da Carne e do Sangue do Filho do Homem e, quem dele não come, não terá a vida (cf. Jo 6,53). O capítulo 6º de João - multiplicação dos pães - é claro ao afirmar que quem come desse pão permanece para sempre, pois o pão verdadeiro descido do céu é o Filho do Homem. A Eucaristia é memória da Paixão do Senhor: sua humanidade crucificada inclui também as mi-
sérias, os sofrimentos da história humana; nela ressoa o grito na cruz “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27,46) como grito de desespero da humanidade. Na Eucaristia, o fogo do Espírito Santo preenche o abismo do abandono criado pelo pecado e Jesus pode dizer: “Tudo está consumado”, o Espírito uniu o Filho ao Pai, e nós ao Pai. Com a Ressurreição-Ascensão, a humanidade do Senhor tecida de nossa carne e de toda a carne da terra se encontra presente no seio da Trindade, com as feridas do Senhor. Dessas feridas luminosas nos vem a vida. Com o Pentecostes, nossa humanidade divinizada e divinizante se enche do fogo do Espírito que nos dá a graça da Eucaristia: “A Eucaristia nos incorpora nesse Corpo de Deus”, dizem os Pais, e os comungantes participam da natureza divina. Sem o Espírito que realiza a Eucaristia, a Igreja é um corpo social; o cristão, um agente religioso. Com ela, realizada pelo Espírito, somos Povo de Deus, existimos em Deus. Pe. José Artulino Besen
Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Pe. João Francisco Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Leda Cassol Vendrúscolo, Daniel Casas, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Gráfica GrafiNorte
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Pe. Salm é o novo administrador diocesano Ele terá a missão de governar a Arquidiocese de Florianópolis até a vinda do novo arcebispo
Em entrevista, ele comenta como recebeu a notícia, como vai conciliar esse compromisso com as atividades que já tem, e como suas experiências anteriores contribuirão para assumir essa nova missão. Diz também o que muda na Arquidiocese com a sua eleição. Os sete padres que compõem o Colégio de Consultores elegeram o presbítero que assumiu o governo temporário da Arquidiocese Alcântara, Pe. João Francisco Salm nasceu em 11 de outubro de 1952. Aos 12 anos ingressou no Pré-Seminário de Antônio Carlos. No ano seguinte, foi para o Seminário de Azambuja, em Busque, saindo de lá em 1976 para cursar Teologia no ITESC. Sua ordenação presbiteral foi no dia 30 de junho de 1979, no Santuário Nossa Senhora de Azambuja, em Brusque. No ano seguinte, iniciou suas atividades presbiterais como formador do Seminário de Azambuja. A partir de 1984, foi nomeado rei-
tor do Seminário, acumulando as funções de Reitor do Santuário e Regente do Coral, e Diretor do Museu Dom Joaquim. Em 1992 foi transferido para Florianópolis, assumindo a reitoria do Seminário Teológico Convívio Emaús e, também, a coordenação arquidiocesana da Pastoral Vocacional, cargos que ocupou até 2009. Em duas ocasiões, 2006 e 2008, assumiu a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral. Atualmente, desde 2009, é pároco de Santa Teresinha, em Brusque.
Administrador Apostólico X Administrador Diocesano Na Igreja Católica, Administrador Apostólico é um bispo ou presbítero designado pelo Papa através de um decreto, para administrar uma diocese que se encontre vacante, ou seja, sem bispo ou arcebispo no cargo. Já
32 anos de vida religiosa ordenada
Administrador Diocesano é um bispo ou padre escolhido pelo Colégio de Consultores, dentro de oito dias após a diocese entrar em vacância. Tanto um como outro tem a missão de dirigir os trabalhos da diocese interina-
mente, até que o Papa eleja um novo bispo e ele tome posse. O Administrador Diocesano, em nosso caso, não tem a ordem episcopal, mas tem a autoridade de governar a diocese até a chegada do novo bispo.
Jornal da Arquidiocese Como o senhor recebeu a sua eleição? Pe. Salm - Com naturalidade, disposição de servir e contando com a colaboração dos colegas padres do Colégio de Consultores. JA - O senhor é pároco de Santa Teresinha, em Brusque. Como vai conciliar esse trabalho com o de pároco? Pe. Salm - Precisarei ter conhecimento melhor das minhas novas obrigações para ver se conseguirei conciliar os compromissos da paróquia com os da Arquidiocese. A partir daí, tomaremos as medidas que se fizerem necessárias. JA - Em 2006 o senhor foi o coordenador de Pastoral. Isso favorece a realização dessa nova missão? Pe. Salm - Sim. Com esse trabalho tive um envolvimento que, com certeza, mui-
to me ajudará. JA - Após 32 anos de ordenação, a maior parte como formador, o senhor vive sua primeira experiência como pároco. Issa traz algum benefício para a missão que agora assume? Pe. Salm - De toda experiência se tiram lições. Certamente a formação e a paróquia ensinam muito qualquer padre. JA - O que muda na Arquidiocese até a nomeação e posse do futuro Arcebispo? Pe. Salm - Nada muda. O esforço será no sentido de ajudar a Arquidiocese a continuar fazendo o seu caminho e prepará-la para a melhor acolhida possível do novo Arcebispo. Foto JA
Currículo Natural de São Pedro de
Foto JA
Foto JA
O Colégio de Consultores da Arquidiocese de Florianópolis esteve reunido na manhã de 29-03, e elegeu Pe. João Francisco Salm como o administrador diocesano. Ele tem a missão de governar a Arquidiocese até que seja nomeado e tome posse o futuro Arcebispo. A nomeação de Dom Murilo para a Arquidiocese de Salvador foi realizada no dia 12 de janeiro. A partir da sua posse naquela Sé, no dia 25 de março, ele permaneceu entre nós como Administrador Apostólico. A partir dessa data, a Arquidiocese de Florianópolis passou a ser vacante. De acordo com o Código de Direito Canônico, o Colégio de Consultores tem um prazo de oito dias para se reunir e escolher um presbítero que assuma a administração da arquidiocese até que o Papa escolha e tome posse o novo pastor da diocese. Em nossa Arquidiocese, o Colégio de Consultores é constituído pelos seguintes presbíteros: Pe. Francisco José Gesser, Pe. Hélio da Cunha, Pe. José Henrique Gazaniga, Pe. Sérgio Giacomelli, Pe. Siro Manoel de Oliveira, Pe. Vilson Groh e Pe. Vitor Galdino Feller
Pe. Salm: uma vida dedicada à formação de novos presbíteros
Padres são homenageados no aniversário de Florianópolis No dia em que Florianópolis comemorou 285 anos, cinco padres e um colégio católico foram homenageados Foto JA
Cinco padres e o Colégio N.Sra. de Fátima receberam os títulos de Mérito do Município e de Cidadão Honorário de Florianópolis
No dia 23 de março, a cidade de Florianópolis comemorou 285 anos de emancipação política. Para marcar a data, a Câmara de Vereadores realizou sessão solene para homenagear pessoas que contribuíram para a sua história. No auditório do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, no centro de Florianópolis, o evento homenageou 34 personalidades. A homenagem é dividida em três categorias: Mérito Francisco Dias Velho, Mérito do Município e Título de Cidadão Honorário. Entre os agraciados, estavam cinco padres e o Colégio Nossa Senhora de Fátima. Três padres receberam o Mérito do Município e
dois o de Cidadão Honorário. Pe. João Cardoso, Pe. Mário José Raimondi, Pe. Paulo De Coppi e o Colégio NSra de Fátima, representado pela diretora Irmã Inez Bösing, receberam a medalha e diploma de Mérito do Município. A honraria busca homenagear aqueles que, por serviços relevantes, concorreram para o engrandecimento do Município. O Colégio e Pe. Cardoso foram indicados pelo ex-vereador Ivan dos Santos, que lhes entregou o título. Já Pe. Paulo foi indicado e recebeu a homenagem do vereador Edinon Manoel da Rosa. O vereador Dalmo Menezes pas-
sou ao Pe. Mário José Raimondi, o título e a medalha. Em seguida, foi entregue o título de Cidadão Honorário. Entre os agraciados, Pe. Marcio Vignoli e Pe. Nildo Dubiella, que receberam o título do vereador Ivan dos Santos. O título é destinado a homenagear pessoas ou entidades, não florianopolitanos que, reconhecidamente, tenham prestado serviços relevantes ao Município, Estado, União ou à Humanidade. Mais fotos no site da Arquidiocese - www.arquifln.org. br, clicar em “Álbum de fotos”, no alto da página à direita.
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Tema do Mês
Ecologia e Páscoa O próprio Espírito intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis.
AS DORES DO PARTO A citação da Carta aos Romanos tem um fundo pascal. Depois das dores do parto, vem a alegria pelo nascimento da criança. Depois da tempestade, a bonança. Da cruz vem a ressurreição. Jesus consolou os discípulos ante a aproximação de sua Páscoa, lembrando as dores do parto: “Ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria. A mulher, quando vai dar à luz, fica angustiada, porque chegou a sua hora. Mas depois que a criança nasceu, já não se lembra mais das dores, pela alegria de um ser humano ter vindo ao mundo” (Jo 16,20-21). A expressão bíblica dores do parto, citada em diversas passagens (por ex.: Gl 4,19; 1 Tes 5,3; Ap 12,2; Gl 4,27, citando Is 54,1; Jr 13,21; Is 66,7-8) designa, ao mesmo tempo, um doloroso estado atual e a espera de um futuro estado glorioso. Enquanto estivermos neste mundo, morte e vida caminham juntas. Mas a esperança da vida plena é sempre maior. Na Carta aos Romanos 8,19-22, Paulo faz uma profissão de fé pascal e afirma que o mundo material será associado à glorificação do corpo humano no Cristo ressuscitado. Ele ensina que, como o ser humano passa pela morte para ressuscitar em Cristo, também a natureza, que sofre as dores de parto, ressuscitará, será transfigurada e glorificada no corpo cósmico de Cristo. A natureza participa da páscoa de Cristo e do ser humano. Enquanto a filosofia grega queria libertar o espírito da relação com a matéria, considerada má, o cristianismo prega a libertação da própria matéria. Não só o espírito, mas também o corpo humano e, com ele, a natureza, são chamados à participação da glória de Cristo. Todo o universo, criado pela Palavra de Deus (Jo 1,3) que em Jesus Cristo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), é chamado a participar da reconciliação final de todas as coisas em Cristo (Col 1,20).
OS GEMIDOS DA NATUREZA O mundo material, criado para
o ser humano, participa do nosso destino. Amaldiçoada por causa do pecado humano (“maldito será o solo por tua causa”: Gn 3,17), a natureza se encontra em estado de tensão: “submetida à vaidade”, espera ser liberta da “escravidão da corrupção” (Rm 8,20-21). A fé cristã entende que a origem para os males no mundo se concentra em duas vertentes, entre si indissociáveis: a dimensão frágil de nossa criaturidade, e o pecado humano. Como criaturas, o ser humano e as coisas que existem são frágeis, mortais. Não é preciso muita atenção para perceber os gemidos de dor da criação: terremotos, enchentes, furacões, tsunamis etc. A criação sofre e, com ela, também o ser humano, a começar com os mais pobres, os primeiros a padecer com os flagelos da natureza. É claro que muitos desses gemidos e sofrimentos não têm causa direta na ação humana; fazem parte da
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Como o ser humano passa pela morte para ressuscitar em Cristo, também a natureza, que sofre as dores de parto, ressuscitará, será transfigurada e glorificada no corpo cósmico de Cristo ”.
própria condição criatural, frágil e caduca do mundo; explicam-se pelas leis internas da própria condição natural: surgir e desaparecer. Mas também é claro que muitos gemidos vêm, sim, de causas humanas, da ganância, do consumismo, do desrespeito e da depredação da natureza. O peca-
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físicas compõem e regem a natureza e o corpo humano. Por isso, na concepção cristã, assim como o pecado humano teve como consequência a maldição da terra, também a libertação e glorificação do ser humano se dão em conjunto com a libertação e glorificação da natureza.
Divulgação/JA
Diversas pessoas têm manifestado certa perplexidade com o lema da Campanha da Fraternidade deste ano: “a criação geme em dores de parto”. Acham a frase inconveniente, pessimista, exagerada. Há também fiéis que consideram inadequado à Igreja meter-se nesses assuntos muito científicos, políticos e econômicos. A meu ver, uns e outros não percebem a relação entre a fé cristã em Deus criador e as atuais questões ecológicas.
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do humano introduziu em nossa condição criatural o vírus da violência e da agressão. O ser humano passa a usar e abusar da natureza, que lhe foi dada para ser transformada; em vez de acolhê-la como um ninho em que o Criador o colocou, a degrada e depreda; em vez de ser co-criador, julga-se dono prepotente, excluindo Deus das decisões no que concerne ao conhecimento e ao uso dos bens do mundo. A natureza espera ser libertada desse uso egoísta e consumista e predatório que dela fazemos, a fim de ser partilhada e colocada ao serviço de todos. Criada por Deus para o bem comum dos seres humanos, a natureza geme esperando que aconteça o parto pascal da vida para todos. Há uma relação intersubjetiva entre o ser humano e os outros seres vivos e inanimados. Somos feitos da mesma matéria do mundo. Os mesmos elementos químicos e leis
OS GEMIDOS DO ESPÍRITO Mas não é só a criação que geme. Também nós “gememos em nosso íntimo, esperando a condição filial e a redenção de nosso corpo” (Rm 8,23). A criação geme à espera de ser libertada do cativeiro em que o ser humano a colocou. O ser humano geme à espera de sua redenção física, de sua salvação espiritual e sua confirmação como filho de Deus em Cristo. Mas os gemidos da criação e do ser humano não fariam sentido e se perderiam em lamentações infindas e sem solução, se não fosse o próprio Deus a gemer conosco, em nós e por nós. Por isso, mais adiante, São Paulo diz: “é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inenarráveis” (Rm 8,26). Gemer é um verbo atribuído ao Espírito Santo, que tudo cria e renova a face da terra (Sl 104,30), que geme e sofre, em todo o percurso da evolução, a fim de que as coisas venham à existência. E agora, geme ainda mais, à espera de que o ser humano se converta e não destrua a obra que ele criou. O Espírito Santo, que geme dentro de nós e pelo qual clamamos Abbá, Pai (Rm 8,15), nos deu uma nova lei: a lei do amor e da partilha. O próprio Espírito, derramado em nossos corações, habita em nós e nos impede de seguir instintos egoístas (Rm 8,9). O Espírito Santo é o grande dom da Páscoa de Cristo. Ao morrer, “inclinando a cabeça, Jesus entregou o Espírito” (Jo 19,30) e como ressuscitado soprou sobre os discípulos e lhes deu o Espírito Santo (Jo 20,22). Os cristãos não vivem na lei dos instintos, segundo a carne e os ídolos do mundo, na preocupação de ter mais, poder mais, gastar mais, comprar mais e, com isso, depredar mais a natureza. Ao contrário, a partir da Páscoa de Cristo, vivem na lei do Espírito que dá vida, vivem na sobriedade e na solidariedade. Assim, na vida segundo o Espírito não só são refeitas as relações sociais entre as pessoas e classes, mas também as relações ecológicas entre o ser humano e a natureza. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br
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Arquidiocese ganha novo diácono permanente Com a ordenação de Roberto da Costa, a Arquidiocese passa a ter 116 diáconos Foto JA
Vai acontencer...
Corais cantam a Páscoa
Ordenação de Beto foi a última presidida por Dom Murilo, que no seu episcopado na Arquidiocese ordenou outros 36 diáconos Florianópolis, reside na comunidade da Vargem do Bom Jesus. Coordena os Grupos Bíblicos em Família na Comarca da Ilha, e há 14 anos é voluntário do Lar Recanto da Esperança, que atende dependentes químicos. Beto concluiu a sua formação na Escola Diaconal São Francisco de Assis, em 2002, junto com a 12ª turma. Com a sua ordenação, a Arquidiocese passa a ter 116 diáconos permanentes, incluindo quatro de outras dioceses e ainda não incardinados, e se firmando como a diocese brasileira com o maior número de diáconos.
todos que contribuíram para que esse momento acontecesse, em especial a Dom Murilo, e explicou a escolha do lema de ordenação. “Assim como a argila necessita da água e das habilidades das mãos, para ir se transformando até chegar a ser o que o oleiro planejou, Tu, Senhor, me tomaste como uma porção de argila e me colocaste a ser modelado nas três grandes olarias da minha vida: a família, a comunidade e a escola diaconal”, disse Beto. Ele é casado com Maria Goreti há 16 anos e pai de dois filhos, Ernesto e Letícia. Natural de
Procissão do Senhor Jesus dos Passos A mais tradicional manifestação religiosa do Estado busca envolver os jovens para garantir a continuidade da tradição A Mesa Administrativa da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, em Florianópolis, promoverá, nos dias 09 e 10 de abril, sábado e domingo, pelo 245º ano consecutivo, a Procissão do Senhor dos Passos. A solenidade inicia no dia 03, com a investidura dos novos irmãos e irmãs, com eventos todos os dias, e segue até o dia 11 de abril com a missa de ação de graças.
Divulgação/JA
Uma celebração eucarística realizada no Santuário Sagrado Coração de Jesus, em Ingleses, Florianópolis, no dia 12 de março, às 16h, marcou a ordenação diaconal de Roberto Guilherme da Costa. Presidida por Dom Murilo Krieger, até então Administrador Apostólico da Arquidiocese de Florianópolis, a celebração marcou a última ordenação diaconal presidida por ele, que em seus nove anos de episcopado ordenou outros 36 diáconos permanentes. A celebração contou com a presença de padres e diáconos da Arquidiocese, lideranças da paróquia, fiéis e familiares do ordenando. Beto, como é conhecido, adotou como lema de ordenação: “Modelai-me, Senhor, para que eu possa fazer tudo o que quereis” (cf. Jr 18,1-6). Com a ordenação, ele passa a ser o quinto diácono permanente da Paróquia. Em sua homilia, Dom Murilo lembrou que tudo depende de Deus e que, com a Sua graça, poderemos fazer o que Ele quer de nós. Sobre a vocação do Diácono, Dom Murilo advertiu: “Não se trata de uma missão fácil. Fácil é cada um seguir as próprias tendências”, disse. Ao final da celebração, o neo diácono permanente agradeceu a
Os dois pontos fortes são a procissão de translado e a do encontro das duas imagens. No dia 09, sábado, a partir das 20h, translado da Imagem do Senhor dos Passos e, às 21h, o da imagem de Nossa Senhora das Dores, para a Catedral. No dia 10, domingo, às 16h terá início a procissão do Encontro, que culmina na frente da Catedral. Após o Encontro, e termi-
nado o sermão alusivo, as imagens, carregadas pelos Irmãos, retornam para a Capela do Menino Deus, junto ao Hospital de Caridade. A Irmandade do Senhor dos Passos conta atualmente com cerca de 900 irmãos que, através do pagamento de anuidade, mantêm a administração do Imperial Hospital de Caridade.
Participação dos Jovens Foto JA
Realizada há 245 anos, procissão reúne milhares de fiéis. Investimento na participação dos jovens é garatia de que a tradição vai continuar
A comissão organizadora da Procissão busca envolver os jovens cada vez mais. Segundo a equipe, grupos e movimentos estão sendo visitados, para incentivá-los a participar do evento. É através da participação deles que a tradição da Procissão, mais que bicentenária, será garantida para as gerações futuras. Mais informações com Rita Peruchi, pelo fone (48) 32217588 ou pelo email rita@ hospitaldecaridade.com.br, ou no site www.hospitalde caridade.com.br, clicar em “Irmandade”.
O Coral Santa Cecília da Catedral está promovendo, no dia 27 de abril, às 20h, na própria Catedral Metropolitana, em Florianópolis, o 26º CONESPA - Concerto Espiritual da Páscoa. O evento contará novamente com a presença de mais nove corais da Grande Florianópolis. Durante o conceto, cada coral apresentará três músicas do seu repertório, preferencialmente sacro. Ao final, todos formarão um grande coro. Acompanhado por um quarteto de metais e regido pelo Pe. Ney
Brasil Pereira, regente do coral anfitrião, o grande coro executará o “Aleluia” de Haendel. A apresentação será no seu local tradicional. As pessoas não puderem se fazer presentes, podem acompanhar as apresentações através do site www.catedralflorianopolis.com. Aliás, o Coral está admitindo novos cantores. Mais informações com Dauth Emmendörfer, novo presidente do Coral Santa Cecília, pelo e-mail: dauthemmendorfer@ ig.com.br.
Ordenação presbiteral de Pedro Paulo A Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Leoberto Leal, convida a todos para participar da celebração de ordenação presbiteral do diácono Pedro Paulo Alexandre. A celebração eucarística, presidida por Dom José Negri, bispo de Blumenau, será realizada no dia 30 de abril, sábado, às 9h30min. da manhã. Seu lema de ordenação presbiteral é “Que todos sejam um, para que o mundo creia” (Jo 17,21) Pedro Paulo foi ordenado diácono no dia 12 de fevereiro, na paróquia São Joaquim, em Garopaba, junto com outros dois colegas: Elisandro Scarsi, e Pedro Alcido Philipe, pela imposição das mãos de Dom Murilo Krieger, então nosso Administrador Apostólico. Desde então, ele exerce seu ministério na Catedral de Florianópolis. Com 25 anos, e natural de Leoberto Leal, sua vocação foi despertada quando estava na
sétima série. Na época, Pe. Pedro Schlichting, também natural do município, era seminarista e foi à escola onde Pedro Paulo estudava. Vendo o interesse do menino, Pe. Pedro o chamou para uma conversa. A partir daí, Pedro Paulo iniciou o acompanhamento vocacional por correspondência. Quando concluiu o segundo grau, passou a dar catequese e percebeu o chamado de Deus, e então decidiu entrar no Seminário Propedêutico.
Formação para os casais em Segunda União A Paróquia São Vicente de Paulo, em Itajaí, estará sediando nos dias 09 e 10 de abril um encontro de formação para casais em segunda união. Promovido pela Pastoral Familiar, através do Setor Casos Especiais, o evento contará com a assessoria do Pe. Roberto Agripe, mais conhecido como Pe. Chiru, da diocese de São Leopoldo, RS, e sua equipe. Ele é o criador da metodologia “O Senhor é o meu Pastor”, que orienta os casais em segunda união. A paróquia é a pioneira na Arquidiocese na realização do
evento, que está em sua décima edição. O objetivo é acolher os casais em segunda união e trazê-los de volta à vida na Igreja, para que se sintam participantes como todo cristão. Todos os casais da Arquidiocese são convidados a participar. Os interessados devem entrar em contato com a paróquia São Vicente de Paulo pelo fone (47) 3241-2742 ou com o casal referencial Liege e Rogério, pelos fones (47) 32412455 ou 9967-8589, ou pelo e-mail: smbconteiner@ br turbo.com.br.
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Bíblia
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Jornal da Arquidiocese
Conhecendo o livro dos Salmos (36)
Salmo 50 (49): O verdadeiro sacrifício
Aparece o Juiz 1. Fala o Senhor, o Deus dos deuses, / Ele convoca a terra do nascer ao pôr do sol. 2. De Sião, beleza perfeita, Deus resplandece. 3. Chega o nosso Deus, e não se calará. / Um fogo devorador o precede, / e ao seu redor, tempestade furiosa. 4. Chama do alto os céus e a terra, / pois vai julgar o seu povo: 5. “Congregai à minha frente os meus consagrados, / que celebraram comigo a Aliança, com sangue de sacrifício!” 6. E os céus anunciam a sua justiça, / pois Deus vai julgar.
Divulgação/JA
Neste salmo poderoso, a cena descrita é uma teofania, manifestação do próprio Deus no meio do fogo e da tempestade, a fim de conclamar o mundo inteiro para o seu julgamento. Os olhos de todos estão sobre Ele, e os olhos dEle estão sobre Israel. O salmo inteiro se dirige ao povo da Aliança, falando em primeiro lugar às pessoas aparentemente religiosas, e depois às descaradamente ímpias, urgindo uma tomada de posição. E o que o Senhor quer do seu povo, como já o alertaram Oseias e Amós, Isaías e Miqueias, desde a segunda metade do século VIII antes de Cristo, não são mais sacrifícios rituais, nem mais empenho no aparato sacrificial do Templo, e sim, segundo Os 6,6, a “misericórdia”, a solidariedade interumana. Segundo este salmo, o sacrifício que Deus quer é a “confissão” (vv. 14 e 23), ou seja, o reconhecimento eficaz da pecaminosidade da conduta opressora e/ou não solidária. E isso, proclamado, cantado, rezado, no próprio Templo, isto é, no mesmo local onde, apesar de tudo, continuavam os sacrifícios... As alusões ao monte Sinai e à Aliança (vv. 1-5), as referências aos mandamentos do Decálogo (vv. 7 e 18-20) e à recitação pública dos preceitos (v. 16), tudo contribui para evocar uma provável liturgia de comemoração e renovação da Aliança. A teofania poderia ser representação litúrgica ou atualização, através da memória, da experiência fundacional do Sinai.
No julgamento anunciado, Deus e o povo são as duas partes, ligadas pelo compromisso da Aliança. “Céus e terra” são as testemunhas notariais do processo. A pessoa que pronuncia o salmo na presença da comunidade representa Deus, e fica fora do texto. Descreve-se a chegada do Senhor, que vem com majestade. E vem para “falar”, de tal modo que “não se calará” (v. 3), apesar do pedido do povo, no Sinai, para que o Senhor não lhes falasse: “senão, morreremos!” (Ex 20,19).
Ouve, meu povo! 7. “Ouve, meu povo, eu vou falar! / Israel, vou testemunhar contra ti: / Eu sou Deus, o teu Deus”. O início da fala divina começa com a exigência fundamental do Shemá (Dt 6,4-5): “Ouve, Israel”, aqui interpelado como “meu povo”. Diferente, portanto, da interpelação de rejeição expressa em oráculos que se referem a “esse povo”, como em Is 29,13: “Esse povo me procura só com palavras... mas seu coração está longe de mim!” Quanto à identificação daquele que fala, é semelhante à do início do Decálogo: “Eu sou o Senhor, teu Deus...” Quanto ao objetivo da fala, é o “testemunho”, ou seja, o depoimento severo, do próprio Deus, diante dos céus e da terra (v. 4), contra o seu povo.
Não quero sacrifícios! 8. Não vou censurar-te por teus sacrifícios, / pois teus holocaustos estão sempre à minha frente. 9. Não tomarei bezerros de tua casa, / nem cabritos de teus rebanhos. 10. Pois são minhas todas as feras da floresta, /e também os animais dos montes, aos milhares; 11. Conheço todas as aves do céu, / e é meu tudo o que se move nos campos. 12. Se eu tivesse fome, não iria falar contigo, / pois é meu todo o universo e o que nele existe. 13. Por acaso, comerei carne de touros, / ou beberei sangue de cabritos? São seis versículos apaixonados que retomam, para que não haja dúvida alguma, aquela verdade que Oseias já expressara num único hemistíquio, ou seja, em meio versículo: Eu quero a solidariedade, e não a imolação de animais... (Os 6,6). Portanto, Deus não aceita um culto com injustiça, mas sim o que o Senhor Jesus vai expressar no evangelho de João: um culto “em espírito e verdade” (Jo 4, 23-24).
Confessa o teu pecado! 14. Oferece a Deus o sacrifício da confissão, / e depois
cumpre tuas promessas ao Altíssimo. 15. Invoca-me no dia da angústia, / e eu te livrarei e tu me glorificarás.” Depois de mostrar, sem paliativos, o que Deus não quer, vem agora, surpreendentemente, a revelação: o que Deus quer do seu povo é, apenas, o “sacrifício” da “confissão”, termo que, no hebraico (tôdâ), pode significar também “louvor”. É o que vai ser explicitado com clareza no salmo seguinte (Sl 51), o famoso salmo da “confissão” de Davi: “Tem piedade de mim, ó Deus... no teu grande amor, apaga o meu pecado!” Ainda no mesmo salmo: “Pois não te agrada o sacrifício de animais e, se ofereço holocaustos, não os aceitas. Sacrifício para Deus é um espírito contrito...” (Sl 51,18-19). Quanto às “promessas” a cumprir, que elas o sejam depois da “confissão”: “depois, cumpre tuas promessas ao Altíssimo” (Sl 50,14b). Então, sim, Israel poderá “invocar o Senhor no dia da angústia” e, efetivamente libertado, o “glorificará” (v. 15)
Eu te acuso! 16. Ao ímpio, porém, Deus diz: / por que te preocupas em proclamar meus preceitos, / e recitar minha Aliança com a boca? 17. Pois tu odeias a disciplina / e jogas para trás as minhas palavras! 18. Quando vês um ladrão, andas com ele, / e tomas parte com os adúlteros! 19. Abres tua boca para o mal, / e tua língua trama a falsidade! 20. Sentado, falas contra teu irmão / e cobres de calúnia o filho de tua mãe. 21. É isto o que fizeste, e Eu me calaria? / Pensas que sou como tu? / Eu te acuso, e te lanço tudo em face! Deus agora se dirige ao “ímpio”, que se preocupa em “declamar os preceitos da Lei” (cf. v. 16), mas “odeia a disciplina” e procura “jogar para trás as palavras” do Senhor, como se fossem um peso do qual se desfazer. A prova disso são os roubos, adultérios, calúnias, injúrias, não contra Deus mas contra o próximo,
O ITESC - INSTITUTO TEOLÓGICO DE SANTA CATARINA, além dos cursos noturnos de extensão para leigos/as, nas segundas feiras à noite (19h30 - 22h), mantém o curso matutino de graduação em Teologia, em 4 anos, 8 semestres, aberto também a leigos/as com formação universitária ou pelo menos 2o grau completo. A matrícula pode ser feita por disciplinas, com 2 ou 3 ou 4 créditos por semestre. Informações pelo fone (48) 3234-0400 ou o e-mail: secretaria@itesc.org.br
numa constante infração da segunda tábua da Lei. Diante dessa prática, incoerente com a recitação dos preceitos da Aliança, Deus não pode calar-se (v. 21) e o desmascara e acusa. É o que fará Jesus perante as autoridades religiosas do seu tempo, denunciando-lhes a hipocrisia (cf Mt 23).
A opção: morte, ou vida 22. Compreendei isto, vós que vos esqueceis de Deus, / para que Eu não vos massacre, sem que ninguém vos possa livrar! 23. Quem me oferece em sacrifício a confissão, esse me honra: / quem caminha retamente, eu lhe mostrarei a salvação de Deus. A conclusão do salmo é clara: urge tomar a decisão, fazer a escolha. Há ainda tempo, mas não é possível continuar “esquecendo-se de Deus”, fabricando para si um “deus” à própria imagem e semelhança, um “deus” que se contente com palavras hipócritas e sacrifícios rituais. Deus está disposto a “libertar”, mas pode também “massacrar”, como o predador que surpreende a presa e não a solta mais (cf v. 22). A resposta que ele espera é a de quem “oferece em sacrifício a confissão” (v. 23), isto é, reconhece o seu pecado, e em conseqüência “caminha retamente”, a saber, pratica a justiça. A esse, Deus lhe “mostrará a salvação” (v. 23), isto é, o fará desfrutar da salvação divina. As últimas palavras deste salmo apaixonado são “salvação de Deus” (v. 23). Toca ao ser humano, agora, responder. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br
Para refletir: 1) Afinal, Deus quer, ou não quer, sacrifícios rituais? 2) Quais os indícios de que este salmo se refere à celebração da Aliança entre Deus e seu povo? 3) Como você entende o "sacrifício da confissão", mencionado nos vv. 14 e 23, e do qual Deus faz questão? 4) De que é que Deus acusa seu povo? 5) Como você entende a conclusão do salmo?
Jornal da Arquidiocese
Juventude 7
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PJ realizou Retiro para Coordenadores de Grupos 30 jovens coordenadores de grupos participaram da formação, realizada em Palhoça Foto Gislene Saad
O Retiro, para Coordenadores paroquiais de Grupos de Jovens, foi realizado nos dias 25 e 26 de março, na Casa “Caminhos de Nazaré”, Enseada do Brito, em Palhoça. Eram 30 jovens, de várias Paróquias da Arquidiocese. O assessor foi Rafael Rodrigo de Melo, que refletiu sobre o tema “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10, 11), e o lema “Jesus teve o seu retiro. Você, coordenador, deve ter o seu”. Os participantes foram convidados a pensar a pessoa do Coordenador de grupo de jovens a partir de Jesus Cristo e sua missão. Houve momentos de di-
Jovens se encontraram na Casa de Retiros “Caminho de Nazaré” nâmicas, trabalhos em grupo, orações em comum e reflexão
pessoal, além, de trocas de experiências.
Juventude em ação
Travessia III No dia 19 de março aconteceu o retiro dos grupos de jovens JUCRI e VIDA, o “Travessia III”. Foi realizado no Morro das Pedras, na casa de retiros “Vila Fátima”, e reuniu cerca de 30 jovens. Dentre os palestrantes, que abordaram o tema FAMÍLIA, estava o pároco, Pe. Hélio da Cunha, que insistiu na necessidade de superar o orgulho e saber pedir perdão, num conflito dentro da família; é nosso dever, como seguidores de Cristo, sempre o amor, a
começar da família. Ana Paula Panichi, uma das retirantes, deu o seu comentário: “Eu realmente saí do retiro pensando diferente sobre a minha família. Acho que tocou a todos, de tal modo que nossas famílias serão transformadas pela graça desse maravilhoso e iluminado retiro”. O retiro ainda contou com a participação da banda AUJ (Amigos Unidos por Jesus), que mais uma vez deram um show de animação. Divulgação/JA
Eventos de Carnaval Retiros e encontros são alternativa para o período festivo Carnaval é um feriado para celebrar a alegria de viver, mas muitas vezes torna-se ocasião de preocupação para os pais de família. As opções de diversão e alegria com princípios e valores cristãos são escassas. Pensando em promover uma opção diferente de Carnaval para os jovens, a juventude da Arquidiocese, através de sua Pastoral da Juventude, promoveu alguns eventos. A Paróquia São Judas Ta-
deu realizou, em seu quinto ano, o ENCA (Encontro de Carnaval). Desde sábado até Quarta-feira de Cinzas, em um sítio em Biguaçu, os jovens foram convidados a partilhar, confraternizar e evangelizar, num clima de muita descontração e alegria. “Neste ano, tivemos conosco 35 jovens de quatro grupos da paróquia, mais a equipe de assessoria. A cada ano, mais jovens participam. Inclusive, chegou a se formar um novo grupo, cujo ‘batiDivulgação/JA
Pelo quinto ano consecutivo, a Paróquia São Judas realizou o ENCA
zado’ já está marcado”, comentou Sabrina Fermiano Campos, uma das assessoras. A ideia não era de se fazer propriamente um retiro, mas um “carnaval alternativo”. O jovem, ao se inscrever, passa a fazer parte de equipes de trabalho, para a preparação de refeições, limpeza e arrumação. Gincanas, momentos de reflexão, assessoria, orações, missa, tudo num clima muito des-contraído. “Realizar este encontro exigiu muito de todos nós, mas valeu a pena. Temos muito orgulho e carinho pelo ENCA”, dizem Luís Paulo e Guilherme Amaral, coordenadores do evento. A juventude da Paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro, de Guabiruba, promoveu o “Carnaval com Cristo”, que reuniu jovens de toda a cidade. O grupo de jovens JALC, que organizou o evento, não esperava um número tão grande de participantes. Segundo a coordenadora Maiara Cristina, o evento foi um sucesso, mostrando que é possível ser feliz e brincar de maneira cristã.
Encontro reuniu 30 participantes de dois grupos de jovens
Pastoral da Juventude do Estado realiza Pré Missão Jovem Nos dias 19 e 20 de março, a PJ de Santa Catarina - Regional Sul4 da CNBB, realizou o “Pré Missão Jovem”, encontro para formação e planejamento dos 30 missionários que atuarão como líderes da III “Missão Jovem”. Os
jovens da comunidade São Domingos de Gusmão, comarca de Navegantes, diocese de Blumenau, acolheram com muita alegria, afeto e esperança, companheiros de ideal que vieram de diversas dioceses do Estado. Divulgação/JA
Domingo de Ramos - Dia mundial da Juventude Por iniciativa de João Paulo II, o Domingo de Ramos vem sendo celebrado como “Dia Mundial da Juventude”. De quatro em quatro anos, numa cidade determinada, como o será Madrid este ano, mas cada ano, a começar de Roma, em cada diocese. Aqui em Florianópolis
será feita pela segunda vez a comemoração do DMJ na Catedral, no sábado, 16 de abril, véspera do Domingo de Ramos, em forma de Vigília, na Catedral, a começar das 20h. A coordenação do evento está com o Pe. Wilson Groh e Pe. Ney Brasil. Na mesma noite, realizar-se-á o
“Hosana ao Rei”, no Centro de Evangelização Angelino Rosa, CEAR, em Governador Celso Ramos, promovido pela Comunidade Divino Oleiro. Todos os jovens estão convidados. Na Vigília, se refletirá sobre a mensagem do Papa Bento XVI para esse Dia. Compareçam!
Participantes do encontro atuarão como líderes da III Missão Jovem
CONTATOS COM A PASTORAL DA JUVENTUDE Twitter - www.twitter.com/pjarquifloripa Orkut - PJ ARQUIFLORIPA MSN - pjnomsn@hotmail.com Youtube - www.youtube.com/pjarquifloripa Skype - pjarquifloripa
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Geral
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Jornal da Arquidiocese
Celebrações marcaram a despedida Fiéis tiveram a oportunidade de se despedir de Dom Murilo no CEAR e na Catedral de Florianópolis Foto JA
Desde a nomeação de Dom Murilo Krieger como o novo arcebispo da Arquidiocese de Salvador, na Bahia, publicada em 12 de janeiro, muitos foram os eventos que o homenagearam. Mas dois marcaram a despedida dele da Arquidiocese de Florianópolis.
O primeiro foi a Celebração Eucarística realizada no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos, no dia 16 de março. Outro foi na Catedral, no dia 18 de março. Saiba um pouco mais sobre cada um desses eventos.
Mais de quatro mil no CEAR Mais de quatro mil fiéis de toda a Arquidiocese de Florianópolis estiveram reunidos na noite do dia 16 de março para se despedir de Dom Murilo. Promovida pela Comunidade Divino Oleiro (CDO), a celebração foi realizada no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos. A celebração contou com a presença de padres, diáconos e fiéis que foram dar adeus a Dom Murilo e agradecer pelos seus nove ano de episcopado. Mais de 60 ônibus e vans transportaram os fiéis que se organizaram em caravanas. A sua homilia, Dom Murilo não a fez em tom de reflexão bíblica, mas ‘uma conversa entre amigos’, como frisou. “Sentia-me bem aqui na Arquidiocese de Florianópolis. Esta é a minha casa. Nem sempre consegui fazer o que deveria ou queria fazer.
Tenho confiança que Deus, em sua bondade e misericórdia, suprirá o que é fruto de minhas limitações”, disse. Ele ainda falou sobre o que deixa na Arquidiocese, os problemas e desafios que serão enfrentados pelo futuro arcebispo. Entre eles, investimento nas vocações, preocupação com o crescimento populacional e atenção renovada aos Grupos Bíblicos em Família.“Deixo uma Arquidiocese sumamente complexa, rica de iniciativas, de frentes de trabalho: ela será um grande desafio para o meu sucessor”, acrescentou Dom Murilo Durante a celebração, ele recebeu flores de 66 crianças, representando cada uma das paróquias da Arquidiocese. A cada uma delas deu um beijo, um abraço e a sua bênção. Emocionado, Dom Murilo disse que ficou
ALESC realiza sessão especial para a CF-2011 Durante solenidade, Dom Murilo foi homenageado pelo seu episcopado em Florianópolis A Assembléia Legislativa de símbolos, outro jovem declamaSanta Catarina - ALESC, realizou va o “Cântico das Criaturas”, de na noite do dia 14 de março ses- São Francisco de Assis. são especial alusiva à CampaDurante o evento, o depunha da Fraternidade de 2011. O tado Pe. Pedro Baldissera pasevento, já tradicional, é uma pro- sou às mãos de Adelir Raupp, posição da equipe de coordena- coordenadora da CF na ção da CF através do deputado Arquidiocese, para que a entrePadre Pedro Baldissera. gasse a Dom Murilo, uma plaA solenidade contou com a ca comemorativa dos seus presença do Coral Santa Ce- nove anos como Arcebispo de cília da Catedral. Na abertu- Florianópolis. Foto JA ra do evento, jovens do grupo Juventude Franciscana, da Paróquia Santo Antônio, em Florianópolis, realizaram uma encenação, mostrando as riquezas do planeta. Enquanto os jovens apre- Dom Murilo recebeu uma placa comemorativa sentavam seus do seu episcopado em Florianópolis
Celebração realizada no Centro de Evangelização Angelino Rosa - CEAR, reuniu mais de quatro mil fiéis surpreso com a presença das crianças, que representam todas aquelas que encontrou em seu episcopado, e por quem dedicou carinho e atenção constantes.
Ao final da celebração, na saída, Dom Murilo zelosamente atendeu a todos os fiéis. Ficou no local até que a última pessoa, que desejava cumprimentá-lo e
receber a sua bênção ou apenas fotografar com ele, fosse atendida. Um carinho sempre especial foi com as crianças. A essas, a atenção era redobrada.
Na Catedral, missa marcou dedicação do altar A Catedral de Florianópolis recebeu na noite do dia 18 de março, padres, diáconos, lideranças públicas federais, estaduais e municipais, e fiéis para participar da celebração que marcou a despedida de Dom Murilo. A celebração incluiu também a Dedicação do novo Altar, e a bênção do ambão e da cadeira presidencial, que fazem parte do trabalho de restauração da Catedral, iniciado há cinco anos. Projeto do artista sacro Cláudio Pastro. A solenidade também marcou os 50 anos de vida presbiteral do Pe. Paulo De Coppi, missionário do PIME, que dedicou a maior parte desse tempo ao trabalho em Florianópolis, onde fundou o Jornal Missão Jovem. Ainda foi inaugurado o “Espaço Museal”. Durante a celebração, na homilia, Dom Murilo lembrou que, em 1985, quando ficou bispo, e nosso bispo-auxiliar, adotou o lema episcopal “Deus é amor”. Ele estava convicto de que sua missão consistiria em anunciar a cada pessoa, a cada família, a cada comunidade, que é da essência de Deus nos querer bem, nos perdoar e nos acolher como filhos. Ele lembrou os dois bispos auxiliares que acompanharam o seu episcopado, Dom Vito e Dom José, os padres, diáconos e seminaristas, e os leigos. “Como
agradecer a cada pessoa que reforçou em mim a convicção de que Deus é amor? Quando digo “cada pessoa” penso em autoridades constituídas e em comunicadores, em agricultores e operários, em donas de casa e executivas... Peço que seja Deus a recompensar-lhes por tudo”, acrescentou Dom Murilo. Ao final da celebração, Pe. Vitor Galdino Feller, coordenador de Pastoral, falou em nome da Arquidiocese (leia o texto completo na página 02).
Garibaldi. A medalha é a maior honraria concedida pelo Estado a pessoas que se destacaram em ações que trouxeram benefícios para o Estado. Durante a solenidade, Dom Murilo agradeceu o recebimento da medalha e lembrou que, dos seus 67 anos de vida, 30 foram fora do Estado, estudando e exercendo sua missão como religioso. “Onde estive, sempre me identifiquei como catarinense. Estou indo para a Bahia, mas continuarei falando da minha terra com muita alegria”, disse.
Medalha Anita Garibaldi Na mesma noite, antes da celebração, Dom Murilo recebeu do governador do Estado, Raimundo Colombo, a medalha Anita
Mais fotos no site da Arquidiocese - www.arquifln.org. br, clicar em “Álbum de fotos”, no alto da página à direita. Foto JA
Na Catedral, Dom Murilo fez a dedicação do novo altar
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Dom Murilo inicia ministério em Salvador Passando-lhe o báculo, Dom Geraldo entregou-lhe a administração da Arquidiocese Arquivo/JA
Uma grande festa! Foi assim que o povo alegre e acolhedor da Bahia recebeu Dom Murilo Krieger, seu novo arcebispo. O clima festivo pôde ser evidenciado já na recepção de chegada no aeroporto, na noite de 22 de março, e especialmente na celebração da tomada de posse, dia 25, solenidade da Anunciação. Dom Murilo é o 27º arcebispo de Salvador, a diocese primaz do Brasil. A celebração foi realizada na Catedral Basílica, no Centro Histórico da capital baiana. Estavam presentes quatro cardeais e mais de 60 bispos, além de padres e diáconos de todos os cantos do Brasil. Autoridades políticas da Bahia e de Santa Catarina também estiveram presentes. Destaque especial para os governadores dos dois Estados. Fiéis lotaram a igreja e também puderam assistir à celebração por telões em frente à catedral. Emissoras de TV católicas também transmitiram ao vivo toda a celebração. Cada momento foi intensamente registrado por dezenas de cinegrafistas, fotógrafos e repórteres, que se acotovelaram no pequeno espaço entre o altar e as autoridades, padres e convidados. No início da solenidade, o cardeal Dom Geraldo Agnello, agora Arcebispo Emérito de Salvador, fez a saudação a Dom Murilo. Emocionado, afirmou que deixa o cargo com a sensação de missão cumprida. “O que deveria ter feito, acredito que fiz com todo o respeito, amor e dedicação”, disse. Em seguida, Dom Lorenzo Baldisseri, Núncio Apostólico no Brasil, tomou a palavra. Ele falou do legado de Dom Geraldo e dos desafios que esperam Dom Murilo.
Acima Dom Murilo saúda os fiéis diante da Catedral. Ao lado, após receber o báculo, ele senta na cadeira episcopal tormando posse na Arquidiocese
Pai, irmão e amigo Na sequência, Dom Murilo recebeu de Dom Geraldo e de Dom Lorenzo o báculo, símbolo da posse da Arquidiocese, e sentouse na cátedra episcopal. Em sua homilia, referiu-se elogiosamente a seu antecessor: “Em sua pessoa, sempre me impressionaram a bondade e o senso de equilíbrio. Sua permanência em Salvador, após deixar o governo da Arquidiocese, assegura-me que terei, perto de mim, o apoio de um amigo e a ajuda de um colaborador especial”.
Desafios da nova missão Foto JA
Para Dom Geraldo Magela Agnello, o Arcebispo emérito, os grandes desafios no campo social - pobreza, miséria, falta de emprego e a moradia deficiente - a serem enfrentados em parceria com o Estado, contam com a capacidade de Dom Murilo de articular as forças vivas do clero e laicato de Salvador. Quanto ao sincretismo religioso, Dom Geraldo não acredita que haverá grande problema. “É uma realidade bastante diferente para
quem vem do sul, mas como eu também vim e me adaptei, Dom Murilo, como homem de comunicação, terá ainda mais facilidade de consegui-lo”, acrescentou.
Dom Murilo também falou dos bispos e arcebispos que o antecederam, e daqueles com os quais conviverá no Regional Nordeste 3 da CNBB. Dirigiu-se especialmente aos presbíteros, diáconos e religiosos de Salvador. Lembrou que a maior parte do que um Bispo consegue realizar em uma Diocese, é por meio de seus padres. “Procurarei ser seu pai, seu irmão mais velho, seu amigo”. “É com emoção que assumo o pastoreio da cidade que, além de ser a primeira diocese do Brasil, presta em seu nome uma homenagem ao Salvador Jesus Cristo”. Ao final, confiou o seu ministério episcopal ao Senhor do Bonfim e a N.Sra. da Conceição da Praia, as duas devoções mais queridas dos baianos, e foi ovacionado.
Homenagens Após a comunhão, uma leiga fez a saudação ao novo arcebispo em nome de todos os leigos da Arquidiocese. Falou da disposição deles em auxiliá-los em seu episcopado. Cônego Edson Menezes da Silva, reitor do Santuário do Bonfim, falou em nome dos padres. “Sintase acolhido e já muito amado por cada um de nós”, disse. A recepção aos convidados foi no Centro de Eventos da Cúria Metropolitana. Lá, receberam toda a atenção de Dom Murilo. O coquetel foi oferecido pela Arquidiocese de Salvador. Mais fotos no site da Arquidiocese - www.arquifln.org. br, clicar em “Álbum de fotos”, no alto da página à direita.
Mais distante da família Um misto de tristeza e alegria. É assim que pode ser traduzido o sentimento da família de Dom Murilo. Tristeza, porque ele agora estará bem mais longe de seus familiares, que, em sua maioria, residem em Florianópolis e Brusque, sua terra natal. Mas alegria, pelo desafiador ministério que está assumindo. “Quando recebi a informação, tive uma reação de espanto, incredulidade e tristeza, que afinal são atitudes egoístas. Agora, ele estará bem mais longe, mas é para o bem da Igreja”, disse Maria Teresinha Merico,
uma das três irmãs e um irmão de Dom Murilo, todos presentes à celebração. “O baiano é um povo bom e merece atenção. Com certeza Dom Murilo vai realizar o seu trabalho com amor, carinho e a dedicação que eles merecem”, acrescentou. A saudade será sentida, porque a família já estava acostumada com a sua presença. Eram freqüentes os encontros familiares, que agora certamente serão raros. “Já passamos por isso antes. Agora, vamos valorizar ainda mais os momentos que passarmos juntos”, disse Teresinha.
Como o povo baiano recebe o novo Arcebispo?
“Com alegria, por saber que é um bispo com longa experiência; e expectativa, por ele vir para uma realidade bastante diversa do sul. Mas, pelo pouco que li e ouvi dele, inspira-nos grande confiança. Anima-nos também a certeza de que é um eleito do Senhor, enviado por Aquele que é o supremo pastor do rebanho”, Elenita França, leiga consagrada da Comunidade Verbo de Vida.
“Como uma graça, um presente de Deus para a nossa Arquidiocese. Já no primeiro momento, percebi que se trata de um mimo de Deus para nós. Sabemos que fará um excelente trabalho e o nosso desejo é colaborar para que ele exerça com fruto o seu ministério entre nós”, Dom Gregório Paixão, bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador.
“Com muita felicidade, sobretudo por ser um homem do povo e da comunicação. Certamente estará bastante aberto ao diálogo, a conhecer, entender e apoiar as muitas espiritualidades presentes na Arquidiocese”, Irmã Rita Maria da Sagrada Paixão, da Fraternidade Arca de Maria.
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Ação Social
Abril 2011
Jornal da Arquidiocese
FAS apoiou 17 projetos sociais em 2010 Recursos do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade foram investidos em projetos no valor de R$ 82,6 mil Nos dias 27 e 28 de março de 2010, as Paróquias da Arquidiocese se mobilizaram para a realização da Coleta da Solidariedade. A resposta, como sempre, foi muito boa. Nos dois dias, foram arrecadados R$ 166.781,49. Desse dinheiro, 60% (R$ 100.068,89) compuseram o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade. O valor restante (40% - R$ 66.712,60), foram encaminhados para o Fundo Nacional de Solidariedade. Os recursos apoiaram 17 projetos. Eles, 03 foram para programas de Geração de Trabalho e Renda, 03 foram destinados para capa-citação profissional, 03 foram para programas com crianças e adolescentes, 05 para o fortalecimento dos trabalhos sociais nas paróquias, 02 projetos de apoio à Missão em Guiné-Bissau e 01 de formação sobre temática da CF 2010.
Coleta da Solidariedade da CF 2011 No final de semana do Domingo de Ramos, que será dias 16 e 17 de abril, far-se-á a Coleta da Solidariedade. Esta coleta, como é sabido, tem como objetivo apoiar projetos a fim de restabelecer a esperança entre os menos favorecidos, combatendo as discriminações e caminhando, junto com os excluídos, na busca dos caminhos da vida em abundância para todos. Este ano, preferencialmente, projetos em defesa da Vida no planeta. Sua contribuição nesta coleta fará a diferença para muitos irmãos/ãs. Participe!!
Relação dos projetos apoiados em 2010 Projeto
Proponente
Valor
Seminário Economia e Vida
Coord. da Campanha da Fraternidade
Designer Gráfico Alternativo
José Valmeci de Souza
3.000,00
Conexão - Educação e Tecnologia
Ação Social Paroquial dos Ingleses
3.250,00
Curso Profissionalizante de Cozinheiro
Ação Social e Cultural de Paulo Lopes
4.955,00
Acabamento da Cancha de Esporte
Ação Social de Barreiros
5.000,00
Construir um espaço para Pastoral da Criança e Clube de Mães
Comunidade Jardim Dourado - Porto Belo
4.950,00
Casa da Comunidade das Areias
Associação João Paulo II
5.000,00
Mãos Solidárias
Ação Social e Cultural Nossa Senhora da Glória
4.600,00
Qualificação Profissional às Ação Social da Ponte do Mulheres da Comunidade da Imaruim Praia
1.000,00
Caminhando no Processo de Sociedade de Promoção Reordenamento a partir da Social e Cultural Santa PNAS Terezinha
1.300,00
ASA 50 Anos de História
Ação Social Arquidiocesana
5.000,00
Apoio à Missão em GuinéBissau
Paróquia de Empada Diocese de Bafatá
Visita Missionária na África
Comunidade Divino Oleiro
5.000,00
Grupo de Convivência Familiar
Fundação Fé e Alegria do Brasil
3.000,00
Tecendo Relações
Grupo Tecendo Relações Itajaí
2.000,00
Inclusão Digital
Casa São José Florianópolis
4.500,00
Fortalecimento de iniciativas Ação Social e Cultural de locais para produção de pequenas frutas na Bacia do Enseada de Brito Rio Maciambu Total de Investimentos Sociais
499,99
Rede de Ações Sociais realizam primeira reunião No mês de fevereiro, as Redes de Ações Sociais dos municípios de Brusque, Itajaí, São José e Palhoça reuniram-se para planejamento e debate sobre o processo de reordenamento das entidades de Assistência Social. O espaço das Redes Municipais é constituído pelas Ações Sociais que desenvolvem trabalhos nos municípios e têm por objetivo o fortalecimento do trabalho, as trocas de experiências, espaço de formação para as Ações Sociais e um desafio constante que é o enredamento com outros atores sociais. Para efetivar seus objetivos para o ano de 2011, os temas para formação serão: Desenvol-
vimento Solidário e Sustentável DSS; Políticas de Emergência; e a Semana da Solidariedade, que mantém a proposta de realização nas comunidades e municípios. Sobre o processo de reordenamento das entidades de Assistência Social, conforme orientação do Conselho Nacional de AS, todas as entidades deverão rever suas Ações, a partir do Estatuto e do que determina a Tipificação dos Serviços de Assistência Social e, ainda, debater seus objetivos e os trabalhos que realizam, no intuito de promoção e transformação da realidade dos seus usuários. Para isso, a ASA intensificará o assessoramento às entidades sobre essa questão. Divulgação/JA
25.000,00
4.550,00
82.604,99
Articulação em Rede de Ações Sociais pretende fortalecer os trabalhos desenvolvidos em conjunto com o que acontece nos municípios
Cáritas realiza sua 6ª assembléia regional Encontro serviu para avaliar os quatro anos da Cáritas Regional e definir os caminhos futuros Divulgação/JA
Realizado em Lages, a 6ª assembleia regional reuniu 37 participantes e elegeu os membros do Conselho Regional da Cáritas
Com o objetivo de avaliar e celebrar a caminhada, eleger novos membros para o conselho regional e para secretário/a regional, aprovar relatórios e definir atividades para 2011, as entidades membros da Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina reuniram-se entre os dias 28 de fevereiro e 01 de março em Lages, na sua 6ª assembléia regional. A rede Cáritas de Santa Catarina é composta por nove entidades-membro, sendo que somente a Diocese de Joaçaba não tem Cáritas Diocesana constituída. No total, participaram 37 pessoas, quatro das quais representaram a Ação Social Arquidiocesana
(ASA), que é membro da Cáritas Brasileira desde 2004. Um dos assuntos abordados foi a avaliação dos últimos quatros anos das Cáritas Diocesanas, onde percebeu-se o avanço da ação Cáritas, com forte atuação nas emergências a partir das catástrofes ambientais e com os grupos de economia popular solidária, através do apoio do fundo solidário da Cáritas. Outro elemento positivo da avaliação foi a participação e fortalecimento das entidadesmembro e das pastorais sociais. Para compor o Conselho Regional da Cáritas foram eleitos dois novos membros titulares:
Luiz Azzi, da Cáritas de Lages, e Ana Maria, da Cáritas de Rio do Sul, além de um membro suplente: Pe. Moacir Caetano, da Cáritas de Caçador. A ASA, de nossa Arquidiocese, é representada por Carla Guimarães como membro titular do conselho, com mandato até 2013. Na continuidade, Pe. Roque Favarin foi reeleito Secretário Executivo da Cáritas para os próximos quatro anos. Por último, foi aprovada uma moção contra a instalação da fosfateira em Anitápolis, tendo em vista o grande processo de degradação ambiental que ocasionará nos municípios do entorno da indústria.
Jornal da Arquidiocese
GBF 11
Abril 2011
Ampliada Regiona dos GBFs e das CEBs Encontro reuniu representantes de todas as dez dioceses do Regional na sua primeira Ampliada Aconteceu em Rio do Oeste/ SC, nos dias 18 a 20 de março, a primeira Ampliada Regional do ano, das CEBs e Grupos de Reflexão/Famílias (GR/F) do Regional Sul 4, nossa Igreja de Santa Catarina. Motivados(as) pelo Espírito de Deus, fizeram-se presentes todas as 10 dioceses, representadas por 32 pessoas: coordenadores diocesanos, pessoas convidadas das dioceses e coordenações diocesanas de Pastoral. Foi um fim de semana de muito trabalho, definições e encaminhamentos. Nosso objetivo este ano é trabalhar a preparação, organização e metodologia do 11º Encontro Estadual das CEBs, cujo tema é: JUSTIÇA E PROFECIA A SERVIÇO DA VIDA. Nessa reunião foram revisados e finalizados roteiros que ajudarão na reflexão desse tema, do Encontro estadual. Os conteúdos vindos das dioceses foram de grande riqueza de conhecimentos e
realidades diferenciadas, e isso nos empenhou num árduo trabalho de revisão coletiva, em clima de alegria, compromisso e unidade. Os textos escritos, resultantes da revisão, ficaram sob a responsabilidade de Maria Glória da Silva, que os encaminhará para uma revisão geral redacional pela Ir. Clea Fuck e uma revisão teológica pelo Pe. Vitor Galdino Feller.
Prepararção para o 11º Encontro Estadual das CEBs Além desse primeiro trabalho coletivo, tivemos outros assuntos importantes a serem discutidos, a saber: a) Repasse da Ampliada Nacional das CEBs, que aconteceu em janeiro deste ano, informando os conteúdos e matérias que servirão para a divulgação e a preparação dos delegados(as) que participarão
do 13º Intereclesial das CEBs, em 2014, na cidade de Juazeiro do Norte, diocese de Crato - CE. b) Preparação para o Seminário das CEBs e dos GBF em preparação das coordenações diocesanas que animarão a participação e a formação dos animadores(as) para o 11º Encontro Estadual das CEBs e dos GBF, que acontecerá nos dias 20 a 22 de abril do próximo ano de 2012, em nossa Arquidiocese. Nesse Seminário, que se realizará no mês de junho, será elaborado um subsídio de linguagem popular para formação, norteado pelo tema: JUSTIÇA E PROFECIA A SERVIÇO DA VIDA, e pelo lema que a equipe responsável ainda vai propor. Com alegria e entusiasmo finalizamos nossa Ampliada Regional, com o compromisso de caminharmos juntos para a construção do Reino a serviço da vida plena em todo o nosso Estado. Divulgação/JA
Encontro reuniu 32 participantes das dez dioceses do Estado, que nos três dias trabalharam nos encaminhamentos para o 11º Encontro Estadual das CEBs, que será realizado em abril de 2012, em Florianópolis
Escola Bíblica do CEBI O Centro de Estudos Bíblicos - CEBI, está promovendo a IX Escola Bíblica na cidade de Jaraguá do Sul. É mais uma turma que se encontra para estudar a Bíblia num campo ecumênico, cuja vontade é conhecer a Palavra de Deus “num jeito diferente”, sempre a partir da realidade do povo empobrecido, numa prática transformadora. A vontade de conhecer a Bíblia estimula muita gente a
uma leitura mais frequente, e, na medida em que a Palavra de Deus começa a ser conhecida, ela começa a agir e a produzir frutos. Alguns membros da equipe de redação dos GBFs se inscreveram e estão participando. Começamos os estudos nos
dias 26 e 27 de abril. Toda a Escola será feita em oito etapas, distribuídas num espaço de dois anos. Nesta primeira etapa participaram 35 pessoas de várias partes do Estado cata-rinense e de vários credos, sendo cristãos católicos, luteranos e presbiterianos. Mais informçaões no site www.cebi.org.br
CEBs
De mãos dadas por uma sociedade mais justa e solidária Seguindo os ensinamentos de Jesus, que envia seus discípulos em companhia um do outro, e não cada um sozinho, os GBFs e as CEBs traçam seu caminho em unidade, colaborando na construção do Reino de Deus, já pensando no 11º Encontro Estadual das CEBs em 2012. Nossa caminhada conjunta vem desde 2008, no 10º Estadual das CEBs em Lages, quando nossa Arquidiocese assumiu o 11º Estadual; desde então, os GBF e as CEBs vêm colocando em comum seus trabalhos. Nesse período pudemos perceber o quanto nossas comunidades se motivaram ainda mais para trabalhar coletivamente na busca de uma vida mais digna e fraterna para todos. A possibilidade de trocar experiências e dialogar à luz da Palavra de Deus, escutando e opinando a respeito da maneira como cada comunidade busca vivenciar os ensinamentos de Jesus no cotidiano, relacionando fé e vida, oração - reflexão - ação, tem contribuído muito para o anúncio evangélico com nossos trabalhos desenvolvidos na comunidade. Por isso, ousamos dizer que, na relação CEBs e GBF de nossa arquidiocese, vivenciamos uma realidade até 2008 e outra, muito mais orgânica, no momento atual, onde percebemos, cada vez mais, que o caminho da evangelização é dar-nos as mãos, respeitar as diferenças e características de cada um, sem perder a própria identidade. Partilhamos e trabalhamos coletivamente, na unidade, construindo um Reino que não é meu, nem é teu, mas é o REINO de DEUS, justo, fraterno e de paz.
Testemunho Vejamos que testemunho a D. Tereza, moradora do Mont Serrat e animadora de um dos grupos GBF tem a dizer: “Sou Tereza Ribeiro, meu trabalho na comunidade começou desde 1982, com uma experiência em um acampamento do Movimento Sem Terra, em Palmeiras das Missões, no Rio Grande do Sul. Lá eu participava, ajudando os padres, freis e enfermeiras a cuidar das crianças desnutridas e no que fosse
preciso. Isso foi uma lição, tudo fiz, com muito amor e carinho; fiquei um ano no acampamento e nunca mais desisti dos trabalhos comunitários. Voltei para casa e comecei a trabalhar na Igreja, nas CEBs de minha comunidade, fiz cursos de formação na Diocese de Frederico Westphalen, participei na Pastoral da Criança, da Catequese e dos Grupos de Reflexão em família. Em 1999, vim para Florianópolis, fiquei poucos meses sem servir na igreja, até que fui falar com Pe. Vilson. Ele me integrou na comunidade do Alto da Caeira, onde estou participando e ajudando até os dias de hoje. Primeiro construímos o Barraco de Lona. Bem no dia da 1ª Eucaristia com 22 crianças, e a crisma de 18 adolescentes, lembro como se fosse hoje, duas horas antes caiu uma tormenta e derrubou tudo o que tínhamos preparado. Então Dona Jandira sugeriu irmos para a oficina mecânica da comunidade e ali reorganizamos tudo. Ao final da celebração, decidimos levantar uma igreja, nem que fosse de madeira. Com o tempo, ampliamos o grupo, vimos também a necessidade de um lugar para as crianças ficarem quando não estavam na escola. Então, através do Pe. Vilson, num projeto com os Maristas, foi construído o Centro Social Marista Ir. Celso Conte, que atende 200 crianças e adolescentes; e seguiu-se a construção da nossa Capela Nossa Senhora Aparecida. Os Grupos de Reflexão me ajudaram muito em minha vida, pois ali é que nós conhecemos e partilhamos o que diz Jesus Cristo, entendemos o que Ele está dizendo para nossa comunidade, e tentamos fazer aquilo que Ele ensina e nos pede. Rezando e conversando sobre os ensinamentos de Jesus é que nós sempre conseguimos fortalecer nossa luta por mais justiça em nossa comunidade, fazendo valer a vida comunitária. Hoje, mesmo com a dificuldade do tráfico, que traz muita violência, as reflexões nos dão força para continuar perseverantes na luta por nossos jovens e famílias da comunidade. Eu sou muito feliz em poder olhar para as crianças e vê-las sorrindo, e olhar para cada pedacinho da comunidade e saber que o construímos juntos”.
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Artigos
Abril 2011
Jornal da Arquidiocese
C entenário
Dom Felício Vasconcellos OFM – Missionário da Cruz
Um Frade bispo – Penedo Os planos de Deus eram outros e, em 4 de abril de 1949 Frei Felício foi eleito 3º bispo diocesano de Penedo, Alagoas, diocese às margens e na foz do rio São Francisco. Em 29 de junho de 1949, recebeu a ordenação episcopal na Catedral de Florianópolis, sendo ordenante Dom Joaquim Domingues de Oli-
veira, e concelebrantes Dom Um frade arcebispo Daniel Hostin e Dom e a defesa dos direitos humanos – Henrique Golland Trindade, Ribeirão Preto dois bispos franciscanos. A Para suceder a Dom posse em Penedo deu-se na Agnelo Rossi, em 25 de marFesta da Assunção, em 15 de ço de 1965 Dom Felício foi agosto de 1949. transferido para Ribeirão No dia 28 de agosto, mePreto, SP, assumindo a imnos de duas semanas depois, portante arquidiocese em 19 consagrou a Diocese ao Imaculado Coração de Maria. de junho. Já enfermo, dediSua grande preocupação focou todo o seu zelo pastoral ram a formação do clero e as muito mais na oração em vocações presbiterais. Em felongas vigílias diante do vereiro de 1950, pregou o priSantíssimo Sacramento, na meiro retiro ao seu Clero, deiCapela da Residência episxando a mais profunda admicopal; mas fez, também, ração pela sua palavra. Conmuitas Visitas pastorais, Crisvencia por sua pessoa e pamas e Pregações nas ParóDom Felício Vasconcellos lavra, por seu sorriso impregquias da Arquidiocese. em 1957 foi nomeado Arcebispo Por motivo de sua saúde nado de simplicidade e de fé. Coadjuntor de Florianópolis, com a função abalada, solicitou logo ao Ainda em 1950 criou o Semide ser o nosso primeiro bispo auxiliar nário Nossa Senhora de FátiPapa Paulo VI a nomeação de ma, do qual foi o primeiro reitor. auxiliar. Ter um franciscano como um Coadjutor e foi atendido pronNo meio das privações, falta de coadjutor não foi o mais espera- tamente. Ali chegou no dia 3 de recursos, sua inabalável confian- do por ele. Dom Felício fixou resi- abril de 1967 o seu Coadjutor, ça em Nossa Senhora nunca teve dência no Convento Santo Antô- Dom Bernardo José Bueno desilusão: quando tudo parecia nio, no centro da capital. Rece- Miele. Ambos trabalharam com impossível, Nossa Senhora provi- bendo poucos encargos, fez o muito zelo apostólico, numa condenciava. que mais lhe trazia felicidade: ser vivência fraternal edificante, com convidado pelos padres a pregar humildade, harmonia de pensamentos, deixando verdadeiro tesUm Frade missionário – missões. arcebispo coadjutor de Os padres gostavam de Dom temunho de unidade. Sempre se Florianópolis Felício, pois descomplicava a so- mostrou Dom Felício muito amigo Em 14 de junho de 1957 Dom lução de problemas e era de fácil dos padres; o mesmo aconteceu Felício foi nomeado Arcebispo acesso, e seus ouvidos estavam com seu Coadjutor e depois ArceCoadjutor de Florianópolis. Arce- abertos para confidências sacer- bispo Metropolitano, Dom Miele. bispo desde 1914, Dom Joaquim dotais. Havia críticas pela Dom Felício soube ser profeta Domingues de Oliveira necessita- marginalização a que o relegava diante da violência praticada pelo va, mesmo não querendo, de um o Arcebispo Metropolitano. regime militar a partir de 1968. Divulgação/JA
César da Cunha Vasconcellos nasceu em 25 de maio de 1904 em Dores de Camacuã, RS, e foi ordenado presbítero em Porto Alegre em 1º de janeiro de 1933. Como padre diocesano, foi pároco de São Sebastião, Porto Alegre, de 1934 a 1940. Em Pe. César ardia um coração franciscano e missionário. Realizou sua verdadeira vocação em 1941, quando foi recebido na Ordem Franciscana com o nome de Frei Felício. Será, desde então, Frei Felício César da Cunha Vasconcellos, OFM. Após os anos de formação e noviciado, integrou a equipe missionária franciscana, sendo zeloso missionário nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, de 1945 a 1949. Tinha o dom da palavra, palavra ungida por sua espiritualidade e também pela voz harmoniosa, forte e profunda. Uma leve rouquidão a tornava envolvente, emocionando os ouvintes.
Sabia distinguir entre o combate ao “comunismo”, e a violação dos direitos humanos. No referido ano, em protesto contra o AI-5, os estudantes da Faculdade de Direito promoveram uma passeata de protesto na Praça central. A Cavalaria veio para prendê-los e eles se refugiaram na Catedral. Dom Felício segurou o comandante com firmeza e proibiu-o de entrarem na Catedral. E não entraram. No caso da Irmã Maurina Borges da Silveira, Dom Felício excomungou os delegados Renato Ribeiro Soares e Miguel Lamano que a prenderam, gesto que teve repercussão internacional. O Cardeal Dom Paulo Evaristo recorda que foi a prisão e subseqüente tortura da Irmã Maurina que o motivou a iniciar a sua própria “luta pela justiça social”. Sempre mais sofrendo devido a um câncer, Dom Felício governava a arquidiocese a partir do leito de dor, oferecendo-se como vítima expiatória pela sua Igreja diocesana. Cercado pelo respeito e veneração de todos, com justa fama de santidade e exemplo heróico no sofrimento, Dom Felício faleceu no dia 11 de julho de 1972, aos 68 anos. Seus restos mortais jazem na Catedral de Ribeirão Preto. Pe. José Artulino Besen (acesse o texto na íntegra no blog: pebesen.wordpress.com)
Ecumenismo No dia 24 de abril, as comunidades cristãs celebram a festa da Páscoa. A partir da tradição de fé judaica, aplicamos o sentido desta celebração à memória da ressurreição de Jesus. É uma festa muito antiga, radicada na profunda aspiração do ser humano por uma vida de dignidade, de alegria, de plena realização. O sentido original da festa da Páscoa tem relação com o ritual de passagem do inverno para a primavera, promovido pelos antigos nômades e seminômades. Sacrificavam à divindade um animal novo, para obter a fecundidade do rebanho. O sangue colocado sobre as armações da tenda tinha a finalidade de afastar os poderes do mal. Entre os agricultores era celebrada a festa dos Ázimos ou dos pães sem fermento, marcando o início da colheita da cevada. Os pães para esta celebração (entre os israelitas durava uma semana) eram feitos com grãos novos, sem fermento
Páscoa - Vida digna sem exclusão e sem a mistura com grãos da colheita anterior. Representa um novo começo com a disposição de vida nova. Os primeiros frutos eram oferecidos à divindade evocando a bênção para a fertilidade da terra. Mais tarde, essas duas festas foram unidas numa única celebração: a Páscoa. Com a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito, a Páscoa vai ser celebrada em memória do Êxodo, a “passagem” para a liberdade, fruto da intervenção divina. Conforme o relato em Êxodo 12,1-14, o ritual mantém os elementos tradicionais dos seminômades e é feito num clima de urgência, com a disposição de caminhar pelo deserto rumo à Terra Prometida. Cada família sente-se intimamente solidária com as demais, manifestando a igualdade de condições e um só ideal. Unidas na mesma fé em Deus, liberta-
dor dos escravos, organizam o movimento do Êxodo. Os 40 anos de caminhada pelo deserto tornou-se o paradigma do processo de aprendizagem em vista de uma sociedade justa e fraterna. As comunidades cristãs primitivas fizeram a releitura da celebração pascal judaica, sob o prisma da fé em Jesus Cristo morto e ressuscitado. A Páscoa agora é a festa da vitória definitiva da vida sobre a morte. Mais do que um tempo novo, é tempo de plenitude. Unindo-nos a todos os “celebrantes” da festa da Páscoa, das famílias dos pastores seminômades às comunidades cristãs, com alegria e gratidão, atualizamos a memória dos grandes acontecimentos fundacionais de nossa fé (Êxodo e Morte/Ressurreição do Senhor) e assumimos o apelo lançado pela Campanha da Fraternidade.
A celebração da Páscoa, desde as suas origens, como constatamos acima, está intimamente relacionada com o ciclo da natureza. A dimensão sagrada do espaço e do tempo interpela-nos a viver conscientes de que tudo vem de Deus e de que todos somos dependentes uns dos outros, pois fazemos parte do grande corpo do universo. Manifestamos também a nossa confiança em Deus, criador de todas as coisas, que nos estabeleceu mordomos da criação e que, em sua infinita misericórdia, nos li-
berta de todas as formas de egoísmo que mata e exclui. Acreditamos que a séria crise pela qual estamos atravessando, relacionada com os inúmeros sinais de “dores de parto da natureza” e com a paixão e morte de uma significativa parcela da humanidade, seja “passagem” para um tempo novo – Páscoa de Ressurreição -, onde o princípio da vida digna sem exclusão seja a luz orientadora de todas as nossas ações. Celso Loraschi Professor no ITESC e Coord. Comissão Arquid. para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso - CADEIR
AGRADECIMENTO ESPECIAL: a CADEIR (Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e Diálogo Interreligioso) carinhosamente agradece a Dom Murilo Krieger pela sua atenção, orientação e sincero empenho pela caminhada ecumênica na Arquidiocese de Florianópolis, e deseja que o Espírito de Unidade o ilumine e fortaleça na missão de Arcebispo Primaz do Brasil.
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Missão 13
Abril 2011
Japão, uma nação de espírito forte O povo habituado a superar desafios, como a bomba atômica e terremotos, tem um novo à sua frente dizer que o problema maior não foi o terremoto em si, mas o fato de ter provocado o tsunami. Lamentamos e choramos as vítimas, elevamos as vozes a Deus e rezamos, pedindo paz e consolação, um coração sensível e muita solidariedade. O povo japonês é uma nação de espírito forte. Eles já enfrentaram muitos desafios, como o das vítimas das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Com a nossa ajuda e orações, eles vão superar este difícil momento também! As imagens da tragédia japonesa continuam, há dias, questionando-nos e preocupando-nos. Em poucos dias, a atenção do mundo não está mais focada na onda destrutiva, mas no desastre das usinas nucleares. No sábado passado, porém, o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, Graham Andrews, não excluindo todos os fatores de risco, afirmou que “a situação está se desenvolvendo na direção certa. No entanto, o progresso tecnológico japonês também demonstrou, no presente caso, um ponto fraco, de alguma forma inesperada”.
Divulgação/JA
Nestes dias, o mundo inteiro está sendo solidário com o Japão. Em 11 de março, um terremoto de magnitude 9 na escala Richter atingiu o nordeste desse país, com seu epicentro na costa de Sendai, provocando um tsunami com ondas de até 10 metros de altura, que devastaram 650 km de costa. Cada dia que passa, aumenta o número de vítimas. Representantes de várias entidades nipo-brasileiras realizam reuniões de emergência para tratarem sobre alguma maneira de prestar assistência às vitimas, entre elas também brasileiros. Morei quatro anos no Japão, e já tinha sentido vários terremotos, mas este foi o mais arrasador. Escrevi para todos os meus amigos das paróquias por onde trabalhei, para obter notícias deles. Ainda bem que todos estão bem, graças a Deus. Os japoneses têm demonstrado que aprenderam a lidar com previsão com os riscos dos terremotos, de forma admirável, construindo edifícios capazes de suportar os tremores mais fortes. Em outros países, tremores semelhantes causariam um número indeterminado de mortos. Por isso, podemos
dica a direção a seguir. É a mesma direção do caminho com Jesus até a Páscoa. Pe. Francisco Gomes, PIME Diretor do Jornal Missão Jovem e por quatro anos missionário no Japão
PARA
Aviões e carros transformados em entulho após o terremoto e tsunami no nordeste do Japão. Milhares de pessoas foram vitimadas to e adequado voltar a refletir sobre o uso correto do poder tecnológico, seus riscos, seus custos humanos” recomenda o Papa Bento XVI com insistência. Hoje, na central enlouquecida, um grupo de heróis está generosamente dando a vida para a salvação de muitos. Como os bombeiros de 11 de setembro - concluiu o Papa. Como então, o amor solidário pelos outros, mesmo arriscando a própria vida, é a verdadeira luz na escuridão da tragédia! In-
“A energia nuclear é um recurso natural enorme, que o homem procura colocar ao seu serviço, mas, se perde o controle, pode voltar-se contra ele - comentou Pe. Lombardi, atual Diretor da Rádio e TV Vaticana. E ninguém sabe melhor do que os japoneses, quais os efeitos da energia liberada a partir do coração da matéria, dirigida contra o homem. A segurança das usinas e a proteção dos resíduos radioativos nunca poderá ser absoluta. “É jus-
REFLEXÃO
“As leis da natureza não abrem exceções para os bons ou para as pessoas úteis. Um terremoto é um ato da natureza. A natureza é cega moralmente, sem valores. Ela vai em frente, seguindo suas próprias leis, pouco se importando com quem ou com o que encontra em seu caminho. Para mim, um terremoto não é um ato de Deus. Ato de Deus é a coragem das pessoas na reconstrução de suas vidas depois de um terremoto, e a solidariedade dos demais que as ajudam naquilo que podem”. Do livro “Quando coisas ruins acontecem às pessoas boas”, de Harold Kushner, Edit. Nobel, São Paulo, 2008, cit. na “coluna do Cacau”, DC, 23-03, pág. 51
Pe. Iseldo: nosso missionário na Bahia Há poucos dias na missão, ele fala dos desafios e alegrias no trabalho em Oliveira dos Brejinhos to, e assim realizamos um trabalho mais completo.
O que fazemos nas comunidades? De terça a sábado, visitamos duas comunidades por dia, uma pela manhã e outra à tarde. O trajeto, na sua maioria, leva de uma hora a duas, para chegar. As estradas de chão batido, nem sempre conservadas, fazem a viagem demorar mais do que o normal. Mas, à nossa chegada,o povo todo, as famílias que moram próximas ao local e as que moram longe
- as casas são longe uma das outras - comparecem. Tem gente que caminha mais de duas horas para chegar à igreja. Isto me impressionou muito. Alguns poucos têm moto, mas a maioria anda a pé. Eu rezo a santa missa, depois da missa visito os doentes e idosos que não podem mais vir à igreja e levo para eles a comunhão, as irmãs fazem reunião com os catequistas e jovens, e depois fazemos a reunião do Conselho de Pastoral da Comunidade. Muitas vezes, a comunidade toda almoça junto conosco. Divulgação/JA
Neste início de trabalho missionário aqui em Oliveira dos Brejinhos, desejo partilhar um pouco as atividades pastorais por aqui. Eu cheguei na manhã do dia 25 de fevereiro e, no domingo, dia 27, foi a missa de posse. Esteve presente Dom Luiz Cappio e dois padres de paróquias vizinhas, Pe. Claudio e Frei Moisés. Também muitos representantes das 65 comunidades que fazem parte desta paróquia. A comunidade “Divino Oleiro”, que está aqui no Muquém do São Francisco, e mais algumas pessoas de Florianópolis e Brusque, que todo ano vêm fazer as santas missões populares aqui, estavam presentes também. O povo, pelo que pude sentir, está animado com a chegada do padre e também porque as irmãs franciscanas de Siessen, que moram aqui na paróquia, estão realizando um bom trabalho junto às nossas lideranças. Graças a Deus, temos uma equipe para realizar o trabalho pastoral: eu e as três irmãs, mais um leigo liberado, que ajuda três dias durante a semana e também nos finais de semana. Quando vou fazer visitas nas comunidades do interior, que são a maioria, a equipe vai jun-
Ao lado da igreja tem uma casa que eles chamam de “casa do povo”. Ali nos reunimos e também servem o almoço que é partilhado. Quando não há o almoço comunitário, uma família o oferece para toda a equipe. Dali partimos para outra comunidade, e assim passo o dia e a semana nas comunidades: nem vejo o tempo passar. Aos domingos visito duas comunidades: uma pela manhã, outra à tarde. À noite, sempre tenho missa na matriz, às 19h30. A segunda-feira é o dia para a equipe sentar e planejar a semana. Celebro a missa na casa das irmãs já pela manhã e, assim, durante o dia podemos planejar as tarefas, e também tiramos um tempo para a equipe fazer um pouco de lazer.
Alegrias e desafios da missão
Comunidade lotou a Igreja Matriz para participar da celebração de posse do Pe. Iseldo
Estou muito contente em poder servir e realizar este trabalho missionário aqui em Oliveira dos Brejinhos. Há algumas dificuldades: as distâncias, o povo que sofre com as secas, e a escassez de recursos quase em todos os sentidos da vida humana. Mas, sinto que tudo isso é que me motiva ainda mais a trabalhar como padre aqui no sertão,
levando a Palavra de Deus e organizando as comunidades para que se fortaleçam cada vez mais na fé e na esperança, e assim tenham condições de resistir e se manter firmes, apesar da realidade sofrida em que vivem. Isso posso testemunhar, nos poucos dias que estou aqui. As pessoas daqui encontram na Igreja a sua força e, na organização da comunidade, uma voz que ajuda muito a cada um deles viver melhor a vida no seu dia a dia. No município de Oliveira dos Brejinhos há a Rádio Comunitária CRISTAL FM 89,7. Todos os dias, a paróquia tem um programa de meia hora, das 18h às 18h30, em que se apresenta a Ave-Maria e o Evangelho do dia. No sábado, temos uma hora, das 10h às 11h. Abro o programa apresentando a liturgia do final de semana e depois falo de um tema da atualidade. Nestes dias, estou apresentando a Campanha da Fraternidade 2011. Assim, temos a oportunidade de entrar nos meios de comunicação social, tão necessários hoje para uma evangelização eficaz. Pe. Iseldo Scherer Missionário em Oliveira dos Brejinhos-BA
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Geral
Abril 2011
Foto JA
Irmã Mari Hammes Uma freira dedicada a viver e trabalhar nas comunidades empobrecidas No dia 05 de março, a comunidade de Monte Alegre, em Camboriú, celebrou os 25 anos de vida religiosa da Ir. Mari Luzia Hammes, das Irmãs Catequistas Franciscanas. Uma consagrada que escolheu viver e trabalhar com as comunidades empobrecidas. Primogênita, de três filhos (os outros dois já casados), teve sua vocação despertada aos 18 anos, em Blumenau, enquanto cursava a faculdade de Letras. Ela conheceu as Irmãs Catequistas Franciscanas e se apaixonou pelo seu carisma. A família era bastante religiosa e participativa da Igreja. Menos de dois anos depois, ingressou na congregação. Em entrevista, ela fala sobre o seu despertar vocacional, a escolha da congregação, a importância de ser presença da Igreja em comunidades de periferia, fala do seu trabalho nos Grupos Bíblicos em Família, da tendência de vocações amadurecidas e do despertar da vocação religiosa num mundo com tantos atrativos. JA - Como sentiu o chamado para a vida consagrada? Irmã Mari - Antes dos 18 anos de idade, jamais pensara em ser religiosa. Após ser crismada, fui convidada para ser catequista. A partir de então me engajei pra valer na comunidade: catequese, liturgia, grupo de jovens, e formei com meus pais um dos primeiros Grupos de Reflexão da paróquia. Em 1980, as Irmãs Catequistas
Franciscanas vieram morar e atuar na comunidade São Francisco de Assis, bairro Fortaleza, em Blumenau, onde eu residia. Surpreendeu-me a forma, a espontaneidade, a alegria, a simplicidade no vestir e no ser da Irmã que estava chegando e da forma como os catequizandos corriam ao seu encontro, e por ela eram acolhidos e abraçados. Sem perceber, meses depois comecei a sentir atração para a vida religiosa. Lutei nos primeiros meses contra, mas ao mesmo tempo pedia a Deus que não fosse feita a minha vontade, mas a sua. À medida que o tempo foi passando, a vocação se confirmou. JA - As Catequistas Franciscanas têm como carisma acompanhar e viver em comunidades empobrecidas. Como a senhora vive esse carisma? Irmã Mari - Todos temos dons e temos limites. Mas procuro viver de forma simples, buscando viver os valores de Francisco e Clara de Assis no seguimento de Jesus Cristo. Exceto no primeiro ano de consagração, quando atuei em Rodeio/SC, berço da nossa Congregação , a maioria dos demais anos sempre foram vividos em comunidades mais empobrecidas: sete em Rondônia; sete na Comunidade do Roçado, em São José; sete nas Comunidades Chico Mendes e Novo Horizonte, em Florianópolis, onde por um ano e quatro meses
Irmã Mari com as três fundadoras da Congregação e São Francisco
“
Os GBFs são pupilas de Deus e brotos da expansão da Sua Palavra”
moramos com 62 famílias num abrigo provisório; após um ano como secretária provincial em Blumenau, estou morando noutra realidade desafiante, mas cujo povo é muito querido: a paróquia de Monte Alegre, em Camboriú-SC. Sinto que, morando nessas realidades e compartilhando minha vida com o povo mais sofrido e injustiçado, sintome feliz e realizada e, apesar das minhas limitações, procuro ser um pouco da presença de Deus e seu rosto para as pessoas. JA - Qual a importância de ser presença da Igreja nas comunidades empobrecidas? Irmã Mari - Tenho como princípio viver cada dia como se fosse o último. Isso é desafiador, pois exige diariamente procurar configurar o nosso ser, agir e falar com o de Jesus. As comunidades empobrecidas são as que mais
Retalhos do Cotidiano Há silêncios que elevam a alma e existem silêncios que a fazem descer bem baixo, porque cheios de raiva contida, ciúmes não manifestados, pensamentos ruins que não podem ser verbalizados. Há silêncios que falam a Deus e há silêncios que falam adeus.
Luz Quem quer caminhar na luz, sofre a perseguição das trevas. E essa perseguição vem disfarçada, às vezes, de ‘não sei se vale a pena’!
JA - Sua vocação foi despertada aos quase 19 anos. Hoje há uma tendência para vocações amadurecidas. A que se deve isso? Irmã Mari - Acredito poder atribuir essa tendência a dois motivos: a) Hoje a grande maioria dos adolescentes e jovens tem acesso e facilidade aos estudos, o que uma vez era mais difícil. O número de filhos também é menor, o que facilita aos pais possibilitarem o estudo aos filhos. b) Um segundo motivo é que a sociedade oferece tantas possibilidades boas e ruins ao mesmo tempo, que só com mais amadurecimento cronológico a pessoa, entre acertos e desacertos, vai aos poucos percebendo e definindo sua opção de vida e abraçando sua vocação. Além disso, há 40 anos ou mais, a maioria de nós, ainda sendo crianças, já tínhamos certas responsabilidades. JA - Num mundo em que são tantos os atrativos para os jovens, como despertar neles o desejo pela vida religiosa? Irmã Mari - Eis o grande desafio! Mas estou convicta de que nós religiosas/os precisamos ser testemunhas do “Vinde e vede!”. Cada um/a de nós religiosos deveria ser, onde e com quem quer que seja, diariamente, o rosto de Jesus de Nazaré. Impossível não é, pois o Espírito de Deus está com cada um de nós. Rezar pelas vocações é necessário e fácil. Porém, viver o testemunho e a coerência evangélica é o que sinaliza o ser cristão e entusiasma os jovens.
Esquecimento Com o passar dos dias, a memória vai enfraquecendo e há coisas que começam a ficar esquecidas. Mas isso não acontece contigo, Senhor do tempo e Criador de todas as coisas. Por isso, peço como o salmista: “Não me esqueçais nem me deixeis abandonado” (Sl 26[27],9). E ajudai-me, pois eu não quero esquecer-me de Ti nem Te abandonar.
Hospitalidade 1
Água A água que corre sobre as pedras do rio nunca lhes pergunta se estão molhadas suficientemente. Nem se desespera porque eles, por dentro, continuam secos. Ela cumpre o seu papel. Assim deve ser a nossa vida, cumprindo a vontade do Pai.
JA - A senhora presta assessoria para os Grupos Bíblicos em Família. Como a senhora vê a importância desses Grupos? Irmã Mari - Vejo os GBFs como pupilas de Deus e como brotos da expansão da Palavra de Deus. Explico: os GBFs são os pés da Igreja, lá onde muitas vezes ela ainda não está presente. São também o espaço para reviver a experiência da igreja doméstica da primeira geração das comunidades cristãs. Portanto, os GBFs, além de serem lugar de catequese da família, de reflexão da Palavra de Deus e sua aplicação para os fatos da realidade atual, também muitas vezes são o espaço único de participação de alguns cristãos. Para poder assessorá-los melhor,
tive a oportunidade de fazer todo o curso da graduação em Teologia no ITESC.
Carlos Martendal Divulgação/JA
Silêncio
precisam de nossa presença e compaixão, pois aí estão os "pobres, viúvas e órfãos" de hoje.
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Trigo O grão de trigo, quando é semeado, não se preocupa com o dia em que será colhido nem com o dia em que será triturado. Tornado trigo para alimentar o homem, não fica pensando que parte tomará no pão: se a de dentro, a de fora, se ficará como resto grudado na vasilha em que o pão foi amassado, se, participando do pão, sobrará como farelo e será jogado no lixo. Sabe que, sem ele, e sem outros tantos grãos, não existiria pão na terra. E, assim, contentase com a parte que lhe cabe. Quanta lição de despreocupação, de entrega, de serviço sem esperar recompensa. A alegria de servir!
“Há muitos filhos que, bem mais que um palácio, gostariam do carinho e do abraço dos seus pais” (Pe. Zezinho). São filhos que querem corações que os acolham e não coisas que os distraiam, que querem o bem que dura e, não, coisas que passam.
Hospitalidade 2 Não precisas bater: entra, fica à vontade, encontrarás o que precisares. Me encontrarás! Se precisares de mim, estarei a teu dispor, para te servir.
Quantas vezes não percebi que padeces necessidade... Necessidade de afeto, de atenção, de um sorriso amigo, de compreensão, de uma palavra de encorajamento, de um abraço que te estimule, que te faça ter de novo a alegria de viver. Vem, vem, és dos meus!
Hospitalidade 3 São Paulo escreve: “Não vos esqueçais da hospitalidade, pela qual alguns, sem o saberem, hospedaram anjos” (Hb 13,2). Esses ‘anjos’ sem asas... Quantos ‘anjos’ brincando, comendo, dormindo em nossas casas!
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Capela da Residência Episcopal Uma das últimas ações de Dom Murilo foi a dedicação do altar da capela da residência episcopal
Adaptada a um espaço já existente, o próprio espaço definiu a estética do lugar. Não quisemos camuflar o espaço mas, sim, dar- lhe sobriedade com tons bem claros. O piso, belíssimo, permaneceu. Como a função da Capela é definida, também e sobretudo, pela liturgia e espiritualidade aí celebradas, buscamos ser fiéis à essência da fé cristã: o Mistério Pascal. 1. O despojamento e vazio desse lugar (o menos vale mais) é para que “não as nossas coisas” mas sim o Mistério fale por si. No vazio, ficamos, eu e o Mistério, face a face, um só e nada mais. O desejo foi dar
Foto JA
Na véspera de sua viagem a Salvador, onde se prepararia para a posse, Dom Murilo realizou no dia 21 de março a celebração de dedicação do altar e inauguração da reforma da capela da residência episcopal da Arquidiocese de Florianópolis. Um trabalho realizado pelo artista plástico Cláudio Pastro e pela Arquiteta Miriam Reichert, especialistas em arte sacra e espaço celebrativo. Durante a celebração, Dom Murilo lembrou que vivemos um momento histórico, não apenas pela sua nomeação para Salvador, mas provavelmente por ser a primeira vez que um bispo inaugura a capela de sua residência às vésperas de sua saída, brincou. “Foi uma obra que fiz com alegria e que ficará para a residência episcopal, para quem vier a residir nela”, acrescentou. Atendendo ao pedido dele, publicamos a explicação do Cláudio Pastro para a capela.
Vitral, em tons azuis para turquesa, apresenta Jesus Cruscificado mas também lembra a logo do 15º Congresso Eucarístico Nacional, momento marcante que a Arquidiocese sediou em 2006. espaço ao Mistério aí celebrado. 2. A Liturgia pós Vaticano II pedenos a centralidade do Altar e do Ambão (=Cristo) e, assim, os bancos envolvem esse centro. Nesse centro o Mistério sempre é reatualizado (Eucaristia): então, um pequeno “baldaquino” (teto rebaixado) ajuda-nos a fixar a atenção n’Ele (o Deus Vivo) e, ainda, marca a celebração como espaço nupcial (as núpcias do Cordeiro Pascal com sua Amada, a Igreja). 3. Todas as peças são em madeira maciça (Angelim). O Altar, quadrado, indica- nos o Cristo como centro do Universo (os quatro lados: norte,
sul, nascente e poente). O Altar, quadrado, passa a ser novamente (como no primeiro Milênio), comum no Ocidente, graças ao Concílio Ecumênico e à contribuição da Igreja Oriental, sempre fiel às nossas fontes. Sobre o Altar há a pedra-mármore que nos lembra Cristo, a rocha sobre a qual somos edificados em Igreja (1Pe 2,410). O Ambão, da mesma maneira, é símbolo da pedra tumular onde Cristo Ressuscitado, pela Palavra, testemunha a respeito de Si mesmo. A sédia é o lugar do que preside, o Cristo Ressuscitado, presente entre nós. Por ser a Capela da Residência Epis-
copal, temos duas sedias, para o uso do Arcebispo e seu bispo auxiliar. Entre elas, umas discreta credência. 4. Nos ângulos: à esquerda ,um azulejo da Mãe de Deus refere-se ao Mistério da Encarnação, de onde nasceu o Novo Povo de Deus. À direita, o Tabernáculo (“tenda”), com a Reserva Eucarística, indicandonos esse lugar como de Adoração, pela permanência do Cristo entre nós (Comunhão com a Igreja). A forma circular é em aço escovado com a incisão de uma cruz partilhada (alimento de todos) entre as letras gregas Alfa e Ômega, Cristo princípio e
fim de tudo. A lâmpada do Santíssimo é de luz natural (fogo) e não luz elétrica (produzida pelo homem); o fogo é sinal da presença do Deus Vivo, Cristo Ressuscitado. 5. O belo Vitral em tons azuis para turquesa apresenta-nos o Cristo totalmente entregue por nós e por nossa salvação. Cinco chagas vermelhas sobressaindo, o Coração ferido indica-nos o lugar de nascimento da Igreja (instituição divina e não humana), lugar da Misericórdia (coração mísero para os míseros). Em Cristo, com Cristo e por Cristo, somos “mergulhados” nas águas batismais que nos fazem homens novos, refeitos, renascidos em Cristo, Novo Adão, de onde nasce a sua companheira e esposa, nova Eva - a Igreja, Mãe da nova humanidade. As águas em movimento indicam esse lugar como o da ação do Espírito Santo (Epiclese). Ainda, a forma da água faz referência a Florianópolis, cidade à beira-mar. Ainda mais, essas águas dão-nos a conotação de Igreja Missionária, que sai de si para pregar Cristo, luz e vida do mundo. Enfim, percebemos que a Capela é Cristo. Todos os materiais aí são sinais, símbolos, da presença do Invisível entre nós; soleira de Jerusalém Celeste (Nova), onde céu e terra celebram, aqui e agora, a única e definitiva morada. Este é o lugar da passagem (Páscoa) no meio do “Mar Vermelho - Mundo” por onde somos conduzidos, em segurança, por Aquele a quem seguimos.
Mais fotos no site da Arquidiocese - www.arquifln.org. br, clicar em “Álbum de fotos”, no alto da página à direita.
Jurerê Internacional terá a igreja de São Francisco de Assis Missa da bênção do terreno da futura igreja foi presidida por Dom Murilo e marca nova etapa A comunidade de Jurerê Internacional, em Florianópolis, realizou no dia 12 de março uma celebração eucarística para marcar a aquisição de dois terrenos onde será edificada a igreja São Francisco de Assis. A missa campal, realizada onde ela será construída, foi presidida por Dom Murilo Krieger, então administrador arquidio-cesano de Florianópolis, e concele-brada pelo Pe. Anésio Dalcastagner, pároco de Canasvieiras, à qual a comunidade está vinculada, e pelo Pe. Márcio Vignolli, que foi pároco na comunidade. Apesar da forte chuva que se abateu no dia, vários fiéis participaram da celebração amparados por uma cobertura de lona. Durante a celebração, em sua homilia, Dom Murilo disse que nos últimos dez anos a Arquidiocese teve um
crescimento populacional de mais 400 mil pessoas e que a Igreja não teve condições de dar resposta adequada a esse crescimento. “Incentivei e dei meu apoio à Comunidade de Jurerê Internacional, porque via a necessidade de todos pensarem longe; mas via também que essa Comunidade tinha condições de dar uma resposta à sua necessidade de ter, um dia, uma paróquia neste bairro”, disse Dom Murilo. Ao final da celebração, Severino Soares Silva, coordenador do Conselho de Pastoral da Comunidade, falou sobre toda a história da comunidade São Francisco de Assis e, emocionado, agradeceu a Dom Murilo pelo apoio recebido. “Agradecemos pela sua disposição em orientar, dirigir e estimular no trabalho como verdadeiro pastor”, disse.
Foto JA
Um desejo antigo A idéia da construção da igreja na comunidade vem de longe. Teve início na década de 90. Equivocadamente um grupo de pessoas liderou a construção de um templo ecumênico. Com os anos, viu-se que isso não funcionou, entre outras coisas por diferenças religiosas. As dificuldades da comunidade foram levadas ao conhecimento do então arcebispo Dom Murilo. Ele sugeriu a aquisição de um terreno para a construção da igreja São Francisco de Assis. Assim, no dia 13 de dezembro de 2010 foram adquiridos dois lotes somando 1.500 m2. Os terrenos ainda estão sendo pagos, mas a comunidade já está preparando o projeto de construção da igreja. A obra está a cargo da arquiteta Miriam
Dom Murilo presidiu a missa em tenda montada sobre os terrenos. Ele acredita que a comunidade poderá vir a ser sede de uma paróquia Reichert em parceria com o artista plástico Cláudio Pastro, especialistas em arte sacra e espaço celebrativo. Ela terá capacidade
para 300 pessoas sentadas. Mais informações no site www.igrejasaofranciscodeassis. org.br.
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Geral
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Jornal da Arquidiocese
Encontro dos comunicadores da Arquidiocese Realizado em Biguaçu, evento reuniu lideranças dos mais variados segmentos da comunicação Foto JA
Comunicadores de toda a Arquidiocese estiveram reunidos na manhã do dia 19 de março, na paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, para participar do Encontro da Pastoral da Comunicação. Promovido pela coordenação arquidiocesana da PASCOM, o evento teve como objetivo mostrar a proposta da Pastoral e partilhar experiências. A oração inicial foi conduzida pelo Pe. Mário Sérgio do Nascimento, pároco da Paróquia Santo Antônio, em Itapema. Em seguida, foi apresentada a equipe de coordenação arquidiocesana, promotora do evento. Jean Severino apresentou a proposta da Pastoral da Comunicação, seguindo as orientações da CNBB. Os participantes foram divididos em grupos e realizaram uma dinâmica. Foi apresentada uma paróquia fictícia, com toda a estrutura, mas com falta de lideranças e articulação entre elas. As equipes teriam que sugerir formas de solucionar esses problemas,
que foram apresentados por um relator aos demais participantes. Na sequência, houve uma pausa para o lanche,quando os participantes puderam trocar experiências e partilhar os seus trabalhos impressos.
Empreendedorismo
Partilha de experiências No retorno, convidados falaram de suas experiências em redes sociais, internet, rádio e jornal paroquial. Frei Cácio Petekov, OFMCap, da paróquia Santíssima Trindade, em Florianópolis, relatou a sua experiência no uso do Facebook. “É uma ferramenta que exige ao menos 30 minutos de dedicação diária, mas com ótimos resultados”, disse. Segundo ele, a Paróquia é formada por muitos universitários. O fato de verem a Igreja utilizando as redes sociais e podendo interagir, os aproxima da paróquia. Pe. Mário Sérgio do Nasci-
Participantes conheceram a proposta da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese e partilharam experiências mento falou da utilização da internet. Ele criou um site para a sua paróquia e mês a mês viu crescer o número de acessos. Hoje a paróquia tem mais de 10 mil acessos/mês e um número sempre maior de visitantes novos. “Há muitos pedidos de orações de pessoas da comunidade
e de todo o Brasil. E serve como fonte de informação para as nossas lideranças”, acrescentou. O boletim informativo da Catedral, publicado semanalmente, foi apresentado por Jaércio Bento, jornalista da Catedral. Em sua 358ª edição, o informativo é publicado há oito anos em formato
Joinville sediará o 1º Mutirão Regional de Comunicação “Comunicação na vida da Igreja". Esse é o tema do 1º Mutirão de Comunicação Regional (Muticom/SC), que será realizado em Joinville, entre os dias 13 e 15 de maio. A intenção é ajudar os agentes de Pastoral no uso adequado dos meios de comunicação, para fortalecer a ação evangelizadora da Igreja em Santa Catarina. Serão oferecidos quatro seminários: Comunicação e Novas Tecnologias, Pastoral da Comunicação, Comunicação
na Liturgia e Comunicação na Catequese; e sete oficinas: Comunicação na Catequese, oratória, rádio, fotografia, jornal impresso, dança sacra e comunicação na liturgia. Para se inscrever, bas-
inovador. “Ele eliminou as mensagens no final das celebrações e ajudou na integração das pastorais e movimentos”, disse.
ta acessar www. muticomsc.com e preencher o formulário online, ou pegar o folder de inscrição, disponível nas paróquias. A noite de abertura, na sexta-feira (13/05), contará com a participação do Pe. Zezinho, que palestrará sobre “Comunicação na vida da Igreja”. Além da palestra, esse primeiro dia do evento será reservado para o credenciamento,
cerimonial de abertura e coquetel. Os seminários e oficinas ocorrerão no sábado. Uma missa, no domingo, marcará o encerramento do mutirão. A Arquidiocese de Florianópolis, através da Pastoral da Comunicação, vai organizar o envio de um grupo de participantes. Temos direito a 70 vagas. Será locado um ônibus para levar e trazer os interessados em participar. Mais informações pelo e-mail: pascom_arquifloripa @yahoogrupos.com.br.
Pe. Francisco de Assis Wloch, pároco da Catedral, falou sobre suas idéias inovadoras em comunicação. Ele explicou que, como padre, sua missão é evangelizar, e que tudo o que realiza se direciona a promover a integração das 14 comunidades que envolvem a Catedral. Disse que a comunicação é a melhor forma de atingir o povo. Por isso, a Catedral contratou dois jornalistas, que trabalham das 6h às 20h, instalou um mural eletrônico com uma tv de 55 polegadas e dois quiosques multimídia. “Muito se pode fazer com nenhum ou pouco investimento, e por muito tempo agimos assim. Com o trabalho, novas necessidades vão surgindo e os resultados se multiplicam", disse Pe. Chico. Segundo ele, o desafio maior é planejar a ação. "Se não há um planejamento, não se sabe onde se pretende chegar. Com objetivos, clareza, se consegue o que quer”, acrescentou. O encontro foi encerrado com a apresentação dos próximos passos da Pastoral da Comunicação e dos eventos realizado no decorrer do ano. O próximo encontro será no dia quatro de junho, sábado, quando será realizada a oficina sobre Comunicação na Liturgia. Mais informações pelo email pascom_arquifloripa@ yahoogrupos.com.br. Mais fotos no site da Arquidiocese - www.arquifln.org.br, clicar no link “Álbum de fotos”.