Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Julho/2011

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Pe. Pedro Alcido Philippe: terceiro padre ordenado este ano

PÁGINAS 08 e 14

Jornal da

Arquidiocese “De graça recebestes, de graça dai”

(Mt 10,8)

Florianópolis, Julho de 2011 Nº 169 - Ano XV

Assembleia em ritmo de planejamento Cerca de 340 lideranças participaram da 26a Assembleia Arquidiocesana, que deu passo decisivo rumo ao Plano de Pastoral Realizada na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José, Assembleia reuniu padres, diáconos e agentes de pastoral. Durante o evento, os participantes refletiram sobre os diagnósticos pastoral e social, elaborados ao longo dos últimos meses. Os textos foram apresentados pelo

Pe. Vitor Feller e por Fernando Batista respectivamente. Divididos em 20 grupos, os participantes deram sugestões aos textos. Elas serão acrescentadas e o resultado vai compor o “ver” do Plano de Pastoral. Acompanhe uma síntese dos dois documentos. PÁGINA 09

Evangelização da Cidade Participantes ficaram atentos às apresentações que mostraram a realidade da nossa Arquidiocese

Instituto reúne sete trabalhos sociais Pe. Vilson Groh, que há mais de 30 trabalha entre os pobres, é o homenageado Criação do Instituto Vilson Gror integrou sete trabalhos sociais que o religioso criou e que prestam assistência a comunidades empobrecidas da periferia de Florianópolis e

Itapema promove peregrinação a Santa Paulina PÁGINA 03

Participe do Jornal da Arquidiocese

São José. Há mais de 30 anos, o religioso vive e trabalha nessas comunidades. Conheça um pouco sobre cada um dos trabalhos que fazem parte do Instituto. Em en-

Jovens realizam missão em Navegantes PÁGINA 07

trevista, Pe. Vilson Groh fala dos motivos para a criação do Instituto e dos benefícios que isso trará para os projetos. PÁGINA 16

69 candidatos a diácono fazem formação PÁGINA 08

O cristianismo nasceu na cidade, mas evoluiu no campo. Agora, volta (ou: é obrigado a voltar) para a cidade. Nossa mentalidade conservadora, tradicional, teme a cidade, a competição da cidade. Somos feitos para administrar o que já está dado, não para criar, conquistar, avançar. O exemplo de Paulo é fascinante. Agiu com desenvoltura no mundo das cidades, exatamente por ser um campo livre e aberto, re-

Missionários participam de retiro para ir a Bahia PÁGINA 13

ceptivo e acolhedor. Tinha a certeza de que o seu evangelho teria mais dinamismo do que as mensagens de todas as religiões que competiam nas cidades de então. É verdade que hoje o cristianismo não é mais uma religião nova. Mas tem que (e pode) se renovar constantemente: volta às fontes, anúncio sempre novo, novos métodos, expressões. PÁGINA 04

Pastoral Carcerária inaugura consultório odontológico PÁGINA 15

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Opinião

Julho 2011

Palavra do Administrador

Pe. João Francisco Salm

Jornal da Arquidiocese

Administrador Diocesano da Arquidiocese de Florianópolis

Colaboradores humildes, inteligentes e responsáveis Há dois anos, a Arquidiocese de Florianópolis vem se empenhando num processo de planejamento da sua ação pastoral e evangelizadora. Uma tarefa árdua;mais ainda para qualquer pessoa ou grupo que tenha o hábito de improvisar, ou para quem sente rejeição a planejamento e organização. Neste caso as razões para justificativas normalmente são diversas e variadas: vão desde o não saber como fazer até a falta de vontade para agir; e desde a falta de perceber seu valor até a pouca sabedoria em aproveitar a prática de planejar como oportunidade em vista de objetivos. Há também o perigo de se cair em extremos: pôr no planejamento todas as esperanças, como se isso bastasse, a ponto de subestimar a necessidade e a primazia

da Graça; ou simplesmente atribuir tudo à Providência Divina, numa atitude passiva e cômoda, ficando de braços cruzados, sem assumirse como colaborador de Deus. O Evangelho lembra que Jesus, referindo-se às iniciativas daquele administrador astuto, elogiou sua habilidade e advertiu: “Os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz” (Lc 16,8). Deus nos dotou de inteligência, liberdade e vontade para que, capazes de planejar e organizar, criemos condições que abram espaço à ação divina. Sejamos evangelicamente astutos!. Assim, para correspondermos com a ajuda que Deus nos concede, é necessário que preparemos bem qualquer uma de nossas atividades: uma reunião, mesmo que corriqueira, uma celebração, uma

Palavra do Papa

Bento XVI

palestra, uma festa, etc. Como, por exemplo, é diferente uma Eucaristia bem preparada! A Sagrada Escritura sugere, a cada passo, que o plano de Deus de nos libertar e salvar, e de implantar o seu Reino, requer nossa participação humilde, inteligente e responsável.Se, de um lado, Jesus afirmou que sem Ele nada podemos, de outro, quis nossa participação na realização dos seus planos. EmProvérbios se lê: “Que teus olhos olhem sempre em frente e teu olhar siga reto para diante. Traça um trilho para os teus pés e sejam seguros os teus caminhos. Não te desvies nem à esquerda, nem à direita. Afasta teus pés do mal” (Pr 4,25-27).Também poderíamos dizer assim: Olha longe, elabora teus objetivos, define o que

dade primária da oração é a conversão: o fogo de Deus transforma o nosso coração e nos torna capazes de ver Deus e, assim, de viver segundo Deus e de viver para o próximo. E o terceiro ponto: os Pais da Igreja dizem-nos que também esta história de um profeta é profética, é sombra do porvir, do futuro Cristo. E dizem-nos que aqui vemos o verdadeiro fogo de Deus: o amor que orienta o Senhor até à Cruz, até ao dom total de si mesmo. Então, a autêntica adoração de Deus consiste em dar-se a Deus e aos irmãos, a verdadeira adoração é o amor. E a autêntica adoração de Deus não destrói, mas renova e transforma. Sem dúvida, o fogo de Deus, o fogo do amor consome, transforma e purifica, volta a criar o nosso coração. E assim, realmente vivos pela graça do fogo do Espírito Santo, do amor de Deus, somos adoradores em espírito e em verdade.

O verdadeiro fogo de Deus: o amor que orienta o Senhor até à Cruz, até ao dom total de si mesmo”.

Se, de um lado, Jesus afirmou que sem Ele nada podemos, de outro, quis nossa participação na realização dos seus planos”.

Reflexão

Pentecostes Na catequese de 15-6, depois de falar sobre o ministério profético de Elias, e tendo focalizado o sacrifício no monte Carmelo, assim concluiu o Papa: É isto que acontece: «O fogo do Senhor baixou do céu e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, a poeira e até mesmo a água do sulco. Vendo isso, o povo prostrou-se com o rosto por terra, exclamando: “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!”» (vv. 38-39). O fogo, este elemento necessário e ao mesmo tempo terrível, ligado às manifestações divinas da sarça ardente e do Sinai, agora serve para assinalar o amor de Deus, que responde à oração e se revela ao seu povo. Baal, o deus mudo e impotente, não tinha respondido às invocações dos seus profetas; o Senhor, ao contrário, responde, e de modo inequívoco, à súplica de Elias, não só consumindo o holocausto, mas até secando toda a água que tinha sido derramada em volta do altar. Israel já não pode ter dúvidas; a misericórdia divina veio ao encontro da sua debilidade, das suas dúvidas e da sua falta de fé. Estimados irmãos e irmãs, o que nos diz, a nós, esta história do passado? Qual é o presente desta história? Em primeiro lugar está em questão a prioridade do primeiro mandamento: adorar unicamente a Deus. Onde Deus desaparece, o homem cai na escravidão das idolatrias. Em segundo lugar, a finali-

desejas; empenha-te inteiro, de mente, de coração e com todas as forças na realização do teu ideal; conscientiza-te de tua situação, vê onde andas, conhece tua realidade, pondera tuas condições; decide-te pelos melhores caminhos e escolhe os meios ou estratégias mais adequadas; não deixes que motivações secundárias ou enganosas te desviem; persevera na trilha da Vontade de Deuse sê fiel. Que nosso planejamento tenha as marcas de quem sabe que depende de Deus; de quem precisa dEle e sabe que pode contar com sua participação atuante. Que nosso planejamento seja a expressão de quem sabe que é chamado a participar como colaborador de Deus na execução do Seu Plano de Salvação do mundo.

Comunhão Espiritual - Devoção e Eucaristia Há intuições do devocionário popular que, confrontadas com a Liturgia, podem ganhar um significado profundo e ser símbolos de uma verdade maior. É o caso da “comunhão espiritual”: era e é recomendada para quem não pode participar da Missa, ou por não haver a Celebração pela ausência do padre, ou por impedimento de consciência, como viver situação irregular. Na piedade popular estimulada nos seminários, conventos e associações religiosas, avultava a “oração do desejo de comungar”, de onde “comunhão espiritual”, não real, como se o espiritual pudesse ser não real. Encontramos no Profeta Malaquias (480/460AC), o último na lista dos profetas bíblicos, uma profecia messiânica que nos insere no caminho da Comunhão espiritual: “De onde nasce o sol até onde ele se põe, o meu nome é glorificado entre as nações, e em todo lugar se oferece a meu nome um sacrifício puro, porque meu nome é glorificado entre as nações – diz o Senhor” (Ml 1, 11). Malaquias fala de um sacrifício puro de louvor celebrado ininterruptamente em todas as nações. Não há momento ou lugar em que Deus não esteja recebendo esse sacrifício verdadeiro. No tempo e na eternidade Ora, o drama da redenção pela Cruz é situado historicamente: em Jerusalém, numa sexta-feira, na

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primavera do ano 30. Com isso podemos dizer que, nessa data, há um antes e um depois da Cruz, mas, no momento da Morte (tempo)-Ressurreição (eternidade) se revela a divindade do Senhor e a Eucaristia sai do tempo histórico e penetra na eternidade divina. Por quê? Deus é eterno, sem passado ou futuro e a Liturgia, nesse sentido, extrapola o tempo. Nossa vida humana transcorre nos fragmentos do tempo histórico, é verdade, mas nossa redenção situa-se no eterno de Deus. Assim, permanece até o final da história a Liturgia revelada no Apocalipse, em que o Cordeiro imolado desde a fundação do mundo assume o trono donde jorra a água redentora para o perdão dos pecados, (cf. Ap 21, 22-25): Cristo, o Cordeiro, é o templo onde se realiza a história. Cristo continua crucificado e ressuscitado, pois disse: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que EU SOU” (cf. Jo 8, 24.28). EU SOU é o nome de Deus, é a afirmação da divindade e eternidade de Jesus, o Cristo. Seguindo a palavra de João, Deus está crucificado, e é na Cruz que se revela o Filho eterno. Desse modo o sacrifício redentor – a Eucaristia - se estende a todos os tempos e lugares, do nascer ao pôr-do-sol. Se cremos no Crucificado, temos continuamente o perdão de nossos pecados, continuamente Cristo se oferece

ao Pai por nós, na força do Espírito Santo. Esse gesto redentor não comporta datas e tempos, porque é obra divina, eterna. Cada comunidade eucarística intercede por toda a criação. A Comunhão espiritual eucarística Assim, não há instante ou lugar em que não seja oferecido o sacrifício perfeito anunciado por Malaquias e proclamado na Liturgia. Todo o cosmo é transformado e santificado pela Eucaristia, pois o Messias crucificado e ressuscitado a tudo consagra, e sempre, e em todo lugar. Desse modo, a Comunhão espiritual pode ir muito além de um piedoso desejo de receber a Comunhão, de ser ato individual de alguém que não pode participar da Missa. A Comunhão espiritual é eucarística, é redentora, pois é participação real do mistério do Cordeiro imolado, cujo fruto é a remissão de nossos pecados. A cada comunhão espiritual eucarística, somos o filho pródigo sendo recebido pelo Pai e recriado pela sua misericórdia. Na Comunhão espiritual podemos e devemos rezar: “Nós vos louvamos e glorificamos, Senhor nosso Pai, e estamos unidos à Eucaristia que vossos filhos celebram neste momento em todos os lugares do mundo”. Pe. José Artulino Besen

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Pe. João Francisco Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Daniel Casas, Carlos Martendal - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 84056578 - Coor. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense


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Encontro Regional da Pastoral Familiar Curso preparou agentes para trabalhar com casais que buscam o sacramento do matrimônio Foto JA

A Diocese de Rio do Sul sediou, nos dias 10 a 12 de junho, o Encontro Regional da Pastoral Familiar. Realizado no Centro Diocesano Dom José Balestieri, antigo seminário São Francisco Xavier, em Rio do Oeste, o evento dedicou-se à formação de agentes da Pastoral que atuam na preparação dos noivos para o sacramento: setor pré-matrimonial. O encontro contou com a participação de 70 lideranças, representando oito das dez dioceses do Regional. A Arquidiocese de Florianópolis foi representada por Nestor e Vilma Fetter, casal coordenador da Pastoral Familiar na Arquidiocese, e pelo casal Luiz e Marilea Fontanella, da Paróquia Santíssima Trindade, em Florianópolis. Durante os três dias, os participantes contaram com a assessoria do casal André e Rita Kawahala, do Regional Sul I (SP). Eles trataram dos temas: o sacramento do matrimônio, a vida conjugal e a necessidade humana; planejamento natural da família;

Semana Missionária em Garopaba

Realizada em Rio do Oeste, formação reuniu mais de 70 casais de oito das dez dioceses da CNBB - Regional Sul IV sexualidade e vida matrimonial. Todas as palestras foram amparadas nos documentos da Igreja. Num momento do encontro, reuniram-se os coordenadores e assessores diocesanos da Comissão Regional Sul 4 da Pastoral Familiar. Entre as deliberações, ficou definido que o 7º Congresso Regional Sul 4 da Pastoral Familiar será realizado em Lages(SC),

nos dias 21, 22 e 23 de setembro de 2012, com o tema: “Família, Pessoa e Sociedade”. Para Vilma Fetter, que com seu esposo Nestor, coordenam a Pastoral na Arquidiocese, o conteúdo abordado é sumamente importante para qualquer casal, tendo em vista “o grande número de casais com dificuldades nos relacionamentos”, disse.

Itapema realiza peregrinação a Santa Paulina Evento reunirá 300 fiéis que caminharão 64km em dois dias Pela oitava vez, a Paróquia Santo Antônio, em Itapema, promove a peregrinação “Peregrinando queremos ver Jesus”, até o Santuário de Santa Paulina, em Nova Trento. O evento será realizado nos dias 30 e 31 de julho. A participação é limitada a 300 participantes, por conta da estrutura de segurança e suporte aos participantes, que precisarão realizar inscrição. Os participantes realizarão a caminhada de 64 km em dois dias. A caminhada inicia às 5h da

Vai acontecer...

manhã do dia 30, após a celebração na Igreja Matriz, para todos os caminhantes, familiares e a comunidade. A expectativa é chegar no mesmo dia, por volta das 18h, em Canelinha. Lá será montada uma estrutura no salão da Igreja Matriz da Paróquia Sant’Ana, onde pernoitarão. No dia seguinte, às 6h, será realizada uma Celebração Eucarística, e segue a caminhada. A expectativa é chegar ao Santuário de Santa Paulina às 17h, quando os

peregrinos participarão de uma celebração de ação de graças. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 22 de julho, devendo ser realizadas no site da paróquia: www.santoantonio paroquia.com, a um custo de R$ 25,00, que dará direito a toda a estrutura de alimentação, segurança, boné e camiseta de identificação. Mais informações pelos fones (47) 3368-4890, com a Coordenação Geral, ou 3368-2185, na Secretaria Paroquial.

A Paróquia São Joaquim, em Garopaba, estará realizando nos dias 16 a 23 de julho a Semana Vocacional Missionária. Com o lema “Vão! Estou enviando vocês... Em qualquer lugar onde entrarem, digam primeiro: A paz esteja nesta casa!” (Lc 10:3,5), o evento reunirá padres, diácono, religiosas e seminaristas que visitarão as 20 comunidades da paróquia. Já estão confirmados seis padres e 21 irmãs de seis congregações religiosas. “Muitos leigos também confirmaram presença nesta atividade que é muito importante para a Paróquia de Garopaba”, destacou Pe. Alceoni Berkenbrock,

o pároco. A programação inicia na noite do dia 16 de julho, sextafeira, com a acolhida dos missionários e vocacionados, seguindose a celebração eucarística. Na seqüência, haverá o envio missionários para as comunidades. Durante os oito dias, os missionários realizarão visitas a todas as casas, em especial aos doentes e idosos, e também serão realizadas palestras e encontros com as lideranças. Dependendo do número de padres, haverá mais celebrações eucarísticas nas comunidades. Outras pelo fone (48) 32543140 ou pelo e-mail paroquia saojoaquim@gsurf.com.br.

Formação para os agentes do Dízimo A Coordenação Arquidiocesana do Dízimo estará realizando no dia 30 de julho o encontro arquidiocesano de formação. Programado para Tijucas, das 8h às 11h30, o evento contará com a assessoria do Pe. Vitor Feller, que falará sobre o documento da Arquidiocese que traz as orientações para o Dízimo. Além de prestar formação às lideranças, o evento visa dar unidade na caminhada

arquidiocesana. Durante o encontro, os participantes também terão a oportunidade de trocar experiências e informações. O encontro destina-se aos agentes paroquiais da Pastoral do Dízimo, mas é aberto a todos os que queiram participar. Mais informações pelo fone (48) 9185-3003, com o diácono João Flávio Vendrúsculo, coordenador, ou pelo e-mail jflaviol@gmail.com.

Formação para a Pastoral da Criança A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral Vocacional promoverá no segundo semestre três encontros de formação para lideranças que já atuam na pastoral vocacional e para aqueles que desejam formar equipes paroquiais em suas comunidades. Para facilitar a participação, os encontros acontecerão sempre aos sábados, em três diferentes locais:

no dia 06 de agosto, na Paróquia São João Batista de Itajaí para as comarcas de Itajaí, Brusque e Tijucas; no dia 03 de setembro, na Paróquia de Santo Amaro da Imperatriz para as comarcas de Santo Amaro e São José; e no dia 01 de outubro, na Catedral para as comarcas da Ilha, Estreito e Biguaçu. Os encontros acontecerão das 13h30 às 17h30.


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Tema do Mês

ROSTOS DA CIDADE ATUAL Como viver e anunciar o cristianismo diante das características que o jesuíta Pe. Libânio vê na cidade de hoje? Na cidade-espetáculo, o cristianismo não deve entrar no jogo da mídia espetacular, do triunfalismo soberbo, mas oferece um espetáculo diverso: a cruz, a sobriedade e a simplicidade da vida no seguimento de Cristo, caminho seguro para a liberdade de novas criaturas, ressuscitadas. Na cidade-en-

Evangelização da Cidade É preciso voltar sempre de novo a Jesus de Nazaré, à sua pessoa e prática. Divulgação/JA

Vivemos numa aldeia global, na era da globalização, da urbanização plena. Como o mundo urbano mexe com nossa ação pastoral e evangelizadora? A cidade é lugar de espetáculo e constantes novidades, de liberdade das dependências tradicionais (naturais ou sociais, tabus, etc.), de liberdade para inventar a vida, é lugar de desejos e frustrações. Como vivemos isso? O cristianismo nasceu na cidade, mas evoluiu no campo. Agora volta (ou é obrigado a voltar) para a cidade. Em termos práticos, é como que uma volta às fontes, para a busca de novos métodos e expressões no anúncio sempre novo do Evangelho. A aspiração à liberdade foi percebida e exaltada por São Paulo como fator favorável ao cristianismo. Havia no ar um anseio por liberdade, que podia ser respondido pelo Evangelho. Longe de opor fé e liberdade individual, Paulo destaca os elementos de convergência. O Evangelho emancipa de tabus, de autoridades opressoras, de tradições desumanas. O Evangelho humaniza, liberta, torna a pessoa adulta. Hoje, é preciso apresentar um cristianismo adulto, liberto de satanizações, magias, infantilismos, alienações, devocionismos baratos. Um cristianismo adulto, que não seja passivo no mundo da cidade, que aprenda a situarse nesses novos tempos, que faça parcerias com os movimentos associativos urbanos (por segurança, educação, saúde, cultura etc.). Um cristianismo que não se prenda às estruturas paroquiais, nem amarre os fiéis às tarefas paroquiais. Um cristianismo não paroquialista, isto é, não fixo num âmbito restrito, em pequenos grupos ou guetos. Um cristianismo que não tema o mergulho numa sociedade urbana, diversa e múltipla, que não tema perder o controle sobre os fiéis, que se despoje de sua linguagem eclesiástica, que forme redes de solidariedade com pessoas de outras igrejas, religiões, associações, ongs etc., em vista da realização do grande sonho humano de liberdade e vida digna para todos.

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de não tomar distância para ver a realidade com mais clareza, fica surfando na pastoral, vai na onda, muda a toda hora e todo instante, com o sabor do vento, não se aprofunda. É o imediatismo, o ativismo, a religião de resultados (imediatos, sem profundidade). O cristianismo deve marcar diferença. Nosso jogo é outro. É hora de profundidade, não de superficialidade. Nossa diferença está em sermos profundos. Só pela mística, chegaremos à profundidade que permanece apesar das mudanças; pois ela conduz ao mergulho na vida, morte e ressurreição de Cristo. É preciso voltar às fontes: lectio divina, catequese mistagógica, iniciação cristã. Uma das grandes fontes onde os cristãos católicos poderiam abeirar-se para saber posicionar-se diante dos desafios do mundo atual são os documentos conciliares do Vaticano II. No mundo da cidade, não faz mais sentido caracterizar os cristãos (pastores e fiéis) como “conservadores ou progressistas”, mas como “preguiçosos ou zelosos”, “funcionários ou místicos”, “medrosos ou criativos”.

O FASCÍNIO DO PODER

Fiéis da Comarca da Ilha participam da Procissão de Corpus Christi em frente a Catedral,

contro, o cristianismo não precisa retirar-se medroso, com complexo de vítima, mas deve abrirse ao diálogo e ao anúncio, definindo sua identidade pelo serviço aos fracos e pelo testemunho da comunhão fraterna. Na cidade-expressão, o cristianismo deve ajudar as pessoas a vencerem o medo de se expressar, para formarem opinião pública e marcarem presença pública. Na cidade-sofrimento, o cristianismo precisa pôr-se do lado dos fracos (hospitais, prisões, asilos), na luta pela sobrevivência dos pobres (alimentação, moradia, saúde etc.), como Igreja samaritana, misericordiosa, sensível, através de meios eficazes de libertação. Na cidade-liberdade, o cristianismo deve tornar-se capaz de motivar uma verdadeira conversão das pessoas, que, não aceitando sem mais o argumento da autoridade, introjetem o Evangelho de modo criativo e personalizado.

Só pela mística, chegaremos à profundidade que permanece apesar das mudanças; pois ela conduz ao mergulho na vida, morte e ressurreição de Cristo”. ATITUDES CRISTÃS E NÃO CRISTÃS

No mundo da cidade somos atingidos em cheio em nossa missão. Como reagir? Há três respostas inconvenientes, inadequadas, não bíblicas, não cristãs: a) misantropos, que fogem da realidade, se apegam ao passa-

do, não vêem as mudanças, têm aversão às pessoas e à sociedade; b) mágicos, que entram de tal modo na realidade que se tornam iguais àqueles que se pretende atacar: religião de resultados, milagrismos, terapias; c) mercadores, que tratam a religião como um bem de consumo, a ser tratado como mercadoria, segundo a lei de oferta e procura. Duas respostas são bíblicas, evangélicas: a) místicos, que se posicionam no seguimento de Jesus Cristo, portadores do Espírito Santo, anunciadores e praticantes da Palavra, santos; b) mistagogos, como Jesus Cristo, auxiliadores dos irmãos na experiência de Deus, na iniciação dos mistérios divinos. Não é hora de entrar no jogo puro e simples da mercantilização da religião. Não podemos jogar o jogo do adversário, da religião neoliberal, da teologia da prosperidade. Quem entra nesse jogo, torna-se espetáculo, corre o risco

O mundo da cidade busca status, autoridade, prestígio, cargos etc. No anúncio e na prática da fé cristã somos atingidos de cheio no modo como exercemos nosso poder. Como nós, cristãos - pastores e fiéis - administramos a autoridade que, nos mais diversos campos, todos temos? Há diversas respostas: a) grande parte de burocratas, que ficam apenas no nível operacional de cumprir rotina de celebrações, administrar sacramentos, resolver problemas, atender pessoas, garantir equilíbrio econômico-financeiro da paróquia ou diocese, enfim, a chamada pastoral de manutenção; b) poucos são reflexivos, com habilidades estratégicas, refletem com equipes, fazem leituras de cenário, formam e acompanham lideranças, pensam a missão da comunidade eclesial a médio e longo; c) muito poucos são místicos, aprofundam a dimensão místico-espiritual de sua missão, sabem trabalhar a relação entre a pastoral, a teologia e a espiritualidade (como os Pais da Igreja: santos, pastores, teólogos), confrontam as motivações do coração, descem até a raiz de onde brotam seu ser e agir: o mistério de Deus encarnado, morto e ressuscitado. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


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Catedral fica lotada na Festa de Corpus Christi Apesar do tempo ruim, houve grande participação nas quatro celebrações realizadas durante o dia Divulgação/JA

Nem o tempo ruim que se abateu por Florianópolis no dia 23 de junho impediu que os fiéis participassem da festa de Corpus Christi na Catedral. As chuvas impediram a confecção dos tapetes, mas ainda assim as quatro celebrações programadas para o dia ficaram lotadas de fiéis. A celebração principal foi realizada às 15h, presidida por Dom Vito Schlickmann, bispo emérito de Florianópolis. Após a proclamação do evangelho de São João, Dom Vito destacou durante a homilia que este é um “momento de oração, adoração, de se colocar diante de Deus e dizer ‘obrigado, Jesus’”. Um coro de 180 vozes, composto pelo Coral Encantos, Coral do Movimento de Irmãos de Capoeiras e Coral Nova Direção, sob a regência de Robson Medeiros Vicente, animou a celebração. Segundo o Pe. Pedro Paulo Alexandre, organizador da celebração, este ano em que se comemoram os 60 anos de ordenação presbiteral do Papa Bento XVI, seriam confeccionados 60 tapetes seguindo esse tema. “Apesar da

Jubileu Diaconal

Durante celebração foi realizada a bênção e procissão do Santíssimo ausência dos tapetes, a festa não perdeu o brilho. O rito permaneceu o mesmo e os fiéis vieram marcaram presença”, disse. Além de participar das celebrações, os fiéis foram convidados a levar roupas e alimentos. O resultado foi bastante positivo. Os donativos foram repassados para a Ação Social da Catedral, que possui um cadastro com várias famílias empobrecidas da região central de Florianópolis.

Reforma As celebrações de Corpus Christi foram realizadas com a Catedral em tamanho reduzido. Isso porque os altares estão em processo de recuperação. Assim, o Altar-Mor, com toda a ábside, as capelas do Santíssimo e de N.Sra. das Dores, além dos altares laterais, estão isolados. Isso fez com que boa parte da igreja ficasse sem acesso. Nesse trabalho, mais de 20 imagens sacras que ficavam nesses altares já foram retiradas para restauração.

Mais de três mil participam do Cenáculo de Pentecostes Mais de três mil pessoas estiveram reunidas no dia Ginásio de Esportes de Campinas, em São José, para participar do primeiro Cenáculo de Pentecostes Arquidio-cesano. Com o tema “Sede um só corpo e um só espírito”, o evento reuniu participantes de 30 paróquias. O encontro contou com a pregação de Maria Francisca, conhecida como Chica, da Comunidade Oásis, do Rio Grande do Sul, que já é bastante conhecida na Arquidiocese pelas pregações que já realizou em vários eventos. A pregação foi divi-

Vai acontecer...

dida em três momentos tendo como centro o tema do evento. Essa foi a primeira vez que o Cenáculo de Pentecostes foi concentrado em um evento arquidiocesano. Nos outros anos, ele era realizado por comarca. “Decidimos realizar em nível arquidiocesano pela própria palavra dos Atos dos Apóstolos ‘Estavam todos reunidos no mesmo lugar’ (At 2:1). Não fazer apenas comarcal, mas também arquidiocesana”, disse Luiz Carlos Santana Filho, coordenador da RCC na Arquidiocese.

Segundo ele, a intenção é que o evento seja alternado com um ano arquidiocesano e outro comarcal e a cada edição em uma comarca diferente. Para o Pe. Hélio da Cunha, pároco anfitrião, a realização de um evento como esse reunindo um grande público é importante para mostrar o avivamento da Igreja. “Demonstra a nossa força e traz avivamento na fé”, disse. Mais informações, acesse o blog: http://cenaculode pentecostes.blogspot.com

A Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, estará em festa no dia 20 de julho. Nesse dia, às 19h, o diácono Onézimo João Fonseca estará celebrando o seu jubileu de 25 anos de ordenação diaconal. Realizada na comunidade São Sebastião, a celebração será presidida pelo pároco Pe. Francisco Rohling. Após a celebração, será oferecido um coquetel no salão.

Com 66 anos, diácono Onézimo é o mais antigo em atividade na paróquia. Ele fez parte da 3ª Turma da Escolha Diaconal São Francisco de Assis, que concluiu a formação em 1985. É viúvo há três anos. Com sua esposa, Rozeli Iracema Fonseca, teve seis filhos e seis netos. Seu lema de ordenação: “Se serves a Deus, serás recompensado”.

Roteiro para celebrar o Mês Vocacional O mês de agosto é tradicionalmente dedicado às vocações. Este ano, a Pastoral Vocacional da Arquidiocese elaborou um roteiro especial. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, propôs como tema do mês: “Anunciar a Palavra que gera vida”. O roteiro, com comentários, preces, pistas homiléticas e outras sugestões para as missas dominicais, foi elaborado pelos seminaristas de Teologia, Marcos e Wellington, membros da equipe da Pastoral Vocacional, com o au-

xílio da Irmã Clea Fuck. Em cada domingo de agosto celebramos,como é sabido, uma vocação especial: do padre; dos pais; dos consagrados e consagradas; e dos leigos, com homenagem especial para os catequistas. O roteiro foi elaborado seguindo essa dinâmica. Os interessados em utilizar o roteiro devem acessar o site da Arquidio-cese de Florianópolis (www.arquifln. org.br) ou o site da Pastoral Vocacional (www.vocacao sacerdotal.org.br).

Pintura do Seminário de Azambuja A Associação dos Ex-Alunos do Seminário de Azambuja – AESA, está promovendo uma campanha de arrecadação de recursos para a pintura externa do Seminário de Azambuja. Iniciado no início de abril, durante o encontro dos ex-alunos do seminário, até o momento já foram arrecadados 20% dos recursos. Todos aqueles que quiserem contribuir, podem depositar qual-

quer importância na conta: Banco Bradesco, agência 3308, conta poupança 1.000.650-3, em nome da AESA, CNPJ 11.086.884/0001-65. Pede-se que, após realizar a contribuição, o doador entre em contato com o sr. Ernesto José de Souza, presidente da AESA, por telefone ou mensagem para o número (48) 9915-4132 ou pelo e-mail aesa-1975@hotmail.com.


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Bíblia

Julho 2011

Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (39)

Salmos 53 e 54: Denúncia e Súplica Divulgação/JA

São dois pequenos salmos, que podemos comentar juntos. O primeiro, caracterizado pela denúncia profética e a preocupação coletiva, é irmão gêmeo do Salmo 14(13), com texto quase idêntico. O segundo, é uma súplica individual, na qual o salmista expressa a sua necessidade urgente de socorro e de justiça.

A invocação 3. Ó Deus, pelo teu nome, salva-me, / pelo teu poder, faze-me justiça! 4. Ó Deus, ouve a minha oração, / presta ouvidos às palavras da minha boca.

SALMO 53(52): TODOS SE CORROMPERAM Este salmo é uma denúncia, severa e generalizante, que nada vê de bom na sociedade: “não há quem pratique o bem” (v. 2). “Denúncia”, aliás, é a característica do movimento profético, que em Israel se estendeu desde o início da monarquia até pouco tempo após o exílio na Babilônia. “Profecia”, nesse sentido, nada tem a ver com previsão do futuro, mas é essencialmente “anúncio-denúncia”: proclamação do projeto de Deus e denúncia de tudo o que contraria esse projeto, a começar do ateísmo prático e das conseqüentes injustiças sociais.

“Deus não existe” 2. Diz o insensato em seu coração: “Deus não existe!” / Corromperam-se, fazem coisas abomináveis; / não há quem pratique o bem. Este é o caso típico de uma afirmação bíblica – “Deus não existe!” – que, isolada do seu contexto, diz o contrário do que seu autor quer dizer. Naturalmente, a Bíblia, da primeira à última página, supõe e afirma a existência de Deus. E não só a sua “existência”, mas a sua atuação efetiva no mundo e na história, atuação negada pelo “insensato”. Este, aliás, não tem a coragem de dizê-lo em público, mas só o pensa consigo, “no seu coração” (v.2, como também o “insensato” do Sl 14/13,1). Não se trata, pois, do ateísmo “militante” dos nossos dias, mas do ateísmo prático, também dos nossos dias, de quem não crê num Deus que faça justiça, que defenda os pobres etc. Conse-quência disso é a corrupção generalizada, que continua entre nós: “Corromperamse, fazem coisas abomináveis; / não há quem pratique o bem” (v.2). “Coisas abomináveis” são, para o salmista, as práticas idolátricas, não apenas as cultuais, mas tudo aquilo que se adora em lugar de Deus: o ter, o prazer, o poder, com as injustiças que daí resultam.

queremos escutar, na pobreza poética, a autenticidade do sentimento nele expresso. O orante pede a Deus que “escute suas palavras”, sem se preocupar em enfeitá-las. Nesse sentido, é modelo de simplicidade e espontaneidade.

Procura-se um justo 3. Do céu Deus se inclina sobre os filhos de Adão, / para ver se existe alguém sensato, / alguém que procure a Deus. 4. Todos se extraviaram, são todos corruptos, / ninguém mais faz o bem, nem um sequer. Diz-se que Diógenes, um filósofo grego do IV século antes de Cristo, pôs-se a andar com a lamparina acesa em pleno dia, procurando uma pessoa honesta... Aqui, o salmista apresenta o próprio Deus, inclinando-se do céu e, com o olhar, percorrendo a terra, em busca de alguém sensato (v. 3), e não o encontra: “Todos se extraviaram, são todos corruptos, / ninguém mais faz o bem, nem um sequer” (v.4). É a constatação amarga, totalmente negativa, de uma sociedade corrupta e opressora, onde “ninguém mais faz o bem”... Semelhante constatação lemos em Miquéias, em tom de lamento (Mq 7,1-7), e também em Jeremias, a respeito de Jerusalém (Jr 5,1). E o nosso Brasil, Santa Catarina, hoje? Quantos brados na imprensa, quanta denúncia, sem resultado! Por outro lado, essa constatação negativa, por mais realista que seja, não pode nos imobilizar, absolutamente. Pois a bondade e o poder de Deus superam, sem dúvida, a maldade humana.

Não entendem nada! 5. Não entendem nada esses malfeitores, / que devoram meu povo como se fosse pão? / Eles não invocam a Deus! Não concordando com esse estado de coisas, o salmista-profeta ainda qualifica esses ateus de “malfeitores que nada entendem”, e de predadores que “devoram o povo”, um povo cuja pro-

priedade e responsabilidade o Senhor reclama, chamando-o de “meu povo”. Quanto aos “predadores”, como não lembrar aqui a denúncia de Jesus contra os escribas, que “devoram as casas das viúvas, enquanto ostentam longas orações” (Mc 12,40)?

Tremerão de pavor 6. Por isso, tremerão de pavor, onde não haveria o que temer. / Pois Deus dispersa os ossos dos que te atacavam: / ficarão envergonhados, porque Deus os rejeitou.

São dois pedidos, de socorro e de justiça (v.3), reforçados pela insistência em que Deus os escute. A súplica é judicial, o orante apelando ao julgamento de Deus. O segundo imperativo, “faze-me justiça”, denuncia a culpa dos seus adversários, e reclama sanção e execução. Das duas motivações iniciais (v. 3), o “nome” evoca a condição divina de “juiz”, e o “poder”, a sua autoridade e competência judicial.

Levantam-se contra mim 5. Pois levantam-se contra mim insolentes, / e violentos espreitam a minha vida, / sem se importarem com Deus.

A segunda parte deste versículo, à diferença do versículo correspondente no Sl 14/13, fala na “dispersão” de um exército atacante. Supõe, portanto, um conflito militar, o ataque de um exército inimigo: seriam os assírios de Senaquerib, tentando tomar Jerusalém (cf. 2Rs 18,17-37) e “devorar o povo”, impondo-lhe seus tributos? Historicamente, de fato, o grande exército assírio se dispersou, em 701 aC, deixando “envergonhados” os seus chefes.

O salmo revela um conflito entre o salmista e pessoas de um grupo, que ele qualifica de “insolentes e violentos”. Eles, sem razão, levantam-se contra o justo e o espreitam para matá-lo: foi o caso de Caim, “levantando-se” contra Abel (Gn 4,8). Não temem a Deus, que ordenou “não matarás” (Ex 20,13). Por isso não têm escrúpulos em eliminar uma vida, sobretudo a dos que, por um motivo ou outro, os incomodam.

A salvação de Israel

Deus é meu auxílio

7. Vem de Sião a salvação de Israel! / Quando o Senhor mudar a sorte do seu povo, / exultará Jacó e Israel se alegrará.

6. Mas Deus é meu auxílio, / o Senhor é quem sustenta a minha vida! 7. Que o mal recaia sobre meus adversários, / aniquila-os na tua fidelidade.

Num detalhe nacionalista e cultual, o salmo termina expressando a certeza da salvação/libertação de Israel, pela intervenção daquele que, no Templo, no monte Sião, mora em Jerusalém. Ele é o Senhor da História. É Ele quem guarda e defende seu povo.

SALMO 54 (53): FAZE-ME JUSTIÇA Este salmo é simples, de valor literário modesto, mas tem sido rezado por muitas gerações, e nós

Neste terceiro momento do salmo, o orante proclama que seu “auxílio”, ou “socorro”, é o próprio Deus, só Ele. Não prevalecerão, portanto, os adversários, sobre os quais, numa inexorável aplicação da “lei do talião”, recairá o mal que planejaram. Mais ainda, a “fidelidade” de Deus não permitirá que eles continuem agindo, e os destruirá totalmente, isto é, os “aniquilará”... Não é preciso lembrar

que a oração de Jesus não incluiria este v. 7, pois sua primeira palavra na cruz, segundo Lucas, foi: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34). Por outro lado, por nossos parâmetros humanos, como se manifestaria a justiça, sem a punição dos malvados?

O agradecimento 8. E eu te oferecerei um sacrifício voluntário, / e agradecerei ao teu Nome, porque és bom. 9.De toda angústia me livraste / e me deixaste contemplar a derrota dos meus inimigos. Na certeza de ser libertado, o salmista faz um voto, uma promessa: oferecerá “um sacrifício voluntário”, isto é, espontâneo, não prescrito pela Lei, mas expressando antecipadamente seu agradecimento. E isso, porque o Senhor “é bom” e o “livrou de toda angústia”. Mais ainda, “deixou-o contemplar a derrota” dos seus inimigos (v. 9)... Os Pais da Igreja viram esse “sacrifício voluntário” realizado na morte sacrifical dAquele que disse: “O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10,11) e que, embora ameaçado, encaminhou-se conscientemente para a Paixão: “Ninguém tira de mim a minha vida, eu a dou livremente” (Jo 10,18). Por outro lado, a segunda parte do último versículo não cabe no coração dAquele que se apresentou a nós como “manso e humilde” (Mt 11,29) e nos ensinou, pelo exemplo e pela palavra, a amar os inimigos. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no Instituto Teológico de SC - ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Como entender a afirmação do “insensato”, no Sl 53,2: “Deus não existe”? 2) Se “todos se corromperam” (Sl 53,4), não há mais nada a fazer? 3) Quais são os dois pedidos, no início do Salmo 54? 4) Por que a oração de Jesus não incluiria o v. 7 do Salmo 54? 5) Que significa o “sacrifício voluntário” do orante, no Sl 54,8?


Jornal da Arquidiocese

Juventude 7

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PJ realiza Missão Jovem em Navegantes Evento reuniu jovens de dez dioceses de todo o Estado, que visitaram as residências da paróquia Divulgação/JA

Mais de 250 jovens das 10 dioceses do Estado participaram, nos dias 23 a 26 de junho, da 3ª Missão Jovem Regional, promovida pela Pastoral da Juventude de Santa Catarina, que aconteceu na paróquia São Domingos de Gusmão, em Navegantes, Diocese de Blumenau. Com o objetivo de tecer relações mais fraternas, justas, solidárias e igualitárias, sinais do Reino de Deus, os/as jovens missionários/as trabalharam nas cinco comunidades da paróquia, fazendo visitas às casas (para escuta, orações e bênçãos), encontros (com jovens, crianças e lideranças) e animando a caminhada de cada comunidade eclesial. O encerramento da Missão, no domingo, foi marcado por uma celebração presidida pelo bispo diocesano Dom José Negri, bem como com um ato pela vida da juventude, em sintonia com a Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens. O encer-

Mais de 500 jovens participaram do encerramento realizada na Igreja Matriz da Paróquia São Domingos Gusmão, em Navegantes ramento foi com show do grupo musical “Mensageiros de Cristo”, de Araranguá-SC. Estava prevista uma grande manifestação, mas o evento teve que ser cancelado por conta das chuvas.

“O evento foi muito marcante, pois fortalece a dimensão missionária da juventude. Com certeza cada jovem volta para sua diocese com muito mais entusiasmo para seguir sua missão de batizado, para

para a realização de missões jovens nas dioceses. “Hoje 70% das dioceses do estado têm sua Missão Jovem, principalmente por conta do projeto missionário da PJ Regional”, acrescentou.

RCC promove Kairós da Juventude

Juventude em ação

Escola da Juventude conclui 2ª etapa Assessoria ficou por conta de jovens da equipe de coordenação Foi realizada nos dias 23 a 26 de junho de 2011, na Casa de Retiros Caminho de Nazaré, em Enseada de Brito, Palhoça, a 2ª Etapa da Escola da Juventude 2011. Organizada pela Coordenação Arquidiocesana da PJ,

contribuir na construção do Reino de Deus a cada dia”, salienta Rodrigo da Silva, Secretário Regional da Pastoral da Juventude. Além disso, segundo ele, a Missão Jovem Regional contribuiu

a Escola é uma formação fundamental para os líderes de grupos de jovens e formação de novas lideranças jovens em nossa Arquidiocese. Os jovens escoleiros aproveitaram o feriadão para investir na Divulgação/JA

Jovens aproveitaram o feriado prolongado para investir na sua formação

sua formação e principalmente avaliar, entender a caminhada dos grupos de Jovens, a fim de que consigam sempre mais caminhar de acordo com os ensinamentos de Jesus Cristo e lutando pela nossa Juventude. Durante os quatro dias, os participantes contaram com momentos de reflexão sobre seu envolvimento na Igreja e na sociedade, mística e intensidade da oração, a militância na PJ, além da Celebração Eucarística. A cada dia foi abordado um tema, tendo a assessoria de um jovem da Arquidiocese. Segundo avaliação dos próprios escoleiros e assessores, esta etapa da Escola superou as expectativas em todos os sentidos. Agora aguardamos ansiosos a próxima e última etapa, a realizarse nos dias 27, 28 e 29 de agosto, no mesmo local.

No dia 17 de julho, em Antônio Carlos, a Renovação Carismática Católica (RCC) estará realizando a 22ª edição do Kairós da Juventude. O evento reunirá jovens a partir dos 15 anos, que já participam de Grupos de Oração Jovem, os quais refletirão sobre o tema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Cl 2,7). É o mesmo tema da Jornada Mundial da Juventude, a ser realizada de 16 a 21 de agosto, em Madri, na Espanha. O Kairós contará com a pregação de Juninho, da Missão “Ide”, de São Paulo. O evento anual já se tornou tradição na Arquidiocese. A cada edição é superado o número de participantes, com uma média de mil jovens. O Kairós é uma oportunidade para a Juventude da Arquidiocese avivar sua experiência de Oração e ter uma formação para esse Ministério. Este ano, o diferencial é que o evento será realizado em um só dia e a entrada é gratuita. “Nossa paróquia sente-se honrada em sediar o Kairós. Nossa juventude tem sede e fome da Pala-

vra de Deus. Quero receber na cidade do Coração de Jesus, todos os corações de jovens e adultos sedentos em beber da Fonte que jorra para a Vida. Venham de onde vier, sejam bem vindos”, acolhe Pe. Silvano Valdemiro de Oliveira, pároco de Antônio Carlos. Mais informações pelos fones (48) 3263-0973, na secretaria da RCC em Tijucas, ou pelo fone (48) 3272-1110, na Paróquia de Antônio Carlos.


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Geral

Julho 2011

Jornal da Arquidiocese

Pedro Alcido é o novo padre da Arquidiocese Ordenação foi realizada em Antônio Carlos, a paróquia com maior número de vocações da Arquidiocese Foto JA

tários sobre o grande número de vocações na comunidade. No início do rito de ordenação, o diácono Leonilo da Cunha fez o chamado ao ordenando. Pe. Silvano fez o pedido de ordenação e chamou o diácono Francisco Roque Guesser, que acompanhou a vocação de Pedro Alcido, para que desse o seu testemunho. “É um homem de Deus, uma vocação amadurecida e digno de ser ordenado presbítero”, disse. Dom Wilson aceitou os argumentos e deu-se prosseguimento ao rito de ordenação.

Relacionamento com Deus Durante sua homilia, Dom Wilson falou da escolha do lema de ordenação de Pedro Alcido. Também lembrou que o mais importante na vida do padre é o seu relacionamento com Deus. “Não é fácil, mas o caminho é a vida em oração. Também é muito importante o amor à Igreja, não só à instituição mas ao povo”, disse. Em seguida, o ordenando manifestou o seu propósito para a ordenação presbiteral. Depois, foi cantada a ladainha, seguindo-se a imposição das mãos do Bispo e dos presbíteros presentes. Ao final da celebração, Pe. João Francisco Salm, administrador diocesano, em nome da Arquidiocese, agradeceu a Dom Wilson Tadeu Jönck pela

Igreja Matriz ficou lotada de fiéis que lá estiveram para acompanhar a ordenação presbiteral de Pedro Alcido Philippe (esq.) presidência da ordenação, enquanto aguardamos o novo Arcebispo.

Missão Pastoral Pe. Salm entregou ao Pe. Pedro Alcido a provisão com a sua nomeação como vigário paroquial da Paróquia São Joaquim, em Garopaba. Pe. Alceoni Berkenbrock, o pároco, também recebeu uma cópia do documento. Ao final, Pe. Pedro fez os seus agradecimentos. “Agradeço a todos, de perto ou de longe, que de alguma forma contribuíram para a minha formação”. Seus cinco irmãos entregaram orquídeas ao bispo e padres.

Ao final, o novo padre foi cumprimentado por todos os fiéis. Os que estavam na rua tiveram uma surpresa: houve uma bela queima de fogos. Todos se dirigiram para o salão paroquial, onde foi oferecido churrasco, com refrigerantes e bolo de aniversário. O bolo, em homenagem também ao pároco, Pe. Silvano, que estava comemorando seu 36º aniversário natalício.

Novo Diácono Permanente A Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José, estará em festa no dia 09 de julho. Nesse dia, às 18h, pela imposição de mãos de Dom Irineu Andreassa, bispo de Lages, Djalma Lemes será ordenado diácono permanente da Arquidiocese. Seu lema de ordenação “Eu, porém, vim como aquele que serve” (Lc 22,27). Djalma fez parte da 13º Turma da Escola Diaconal São Francisco de Assis, que concluiu a formação em julho de 2008 junto com outros 20 diaconandos, mas pediu um tempo para a sua ordenação. “Resolvi fazer um discernimento maior. Assim, creio que poderei servir melhor a Igreja como consagrado”, disse. Foto JA

A Igreja Matriz da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Antônio Carlos, se encheu de festa na tarde do dia 18 de junho. Centenas de pessoas lotaram a igreja às 16h para acompanhar a celebração da ordenação presbiteral de Pedro Alcido Philippe, 34 anos. A paróquia é conhecida por ter o maior número de vocações religiosas da Arquidiocese. A celebração foi presidida por Dom Wilson Tadeu Jönck, bispo de Tubarão, e concelebrada por dezenas de padres e diáconos da Arquidiocese. A igreja ainda contou com a presença de familiares, amigos, fiéis da comunidade local, de origem do ordenando, e das comunidades por onde Pedro Alcido realizou atividade pastoral, sobretudo da Paróquia São Joaquim, em Garopaba. Lá Pedro Alvido realizou atividade pastoral como seminarista e seu ministério diaconal desde o dia 12 de fevereiro, quando foi ordenado diácono. Pedro Alcido escolheu como lema de ordenação “Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo!” (Mt. 28,19). A celebração teve início com a saudação inicial do Pe. Silvano Valdemiro de Oliveira, pároco local. Dom Wilson também saudou os participantes. Ele falou que já tinha ouvido comen-

Para mais fotos, acesse o site da Arquidiocese (www. arquifln.org.br) e clique em “Álbum de Fotos”.

Escola forma novos diáconos permanentes 69 candidatos a diácono, distribuídos em duas turmas participaram da formação

35 candidatos estão prestes a concluir a 14ª turma e 34 iniciaram nova

Nos dias 17 a 26 de junho, a Escola Diaconal São Francisco de Assis realizou mais uma etapa de formação de novos diáconos. Nesses dias, foi realizada a primeira etapa da 15ª turma, e a 10ª etapa da 14ª turma. A formação reuniu os 69 candidatos a diácono. A partir da 14ª, a Escola Diaconal passou a ser desenvolvida em 12 etapas de formação. Nas três últimas etapas, os candidatos realizam a formação juntos, mas em sa-

las e com professores diferentes. “A Escola Diaconal foi ampliada em duas etapas para acrescentar os conteúdos exigidos pela Santa Sé e pela CNBB”, disse Pe. Valter Maurício Goedert, diretor da Escola. A 15ª turma iniciou a formação com 34 candidatos a diácono: 20 da Arquidiocese; 08 de Tubarão; 05 de Joinville; e 01 de Caçador. Já a 14ª Turma conta com 35 candidatos a diácono: 25 da Arquidiocese e 10 de Joinville.

Djalma será ordenado diácono permanente no dia 09 de julho Ele foi catequista, ministro e participou de vários trabalhos pastorais na Paróquia. É casado com Lígia Maria dos Santos Lemes, coordenadora paroquial da catequese de 1ª Eucaristia, sua maior incen-tivadora. Têm quatro filhos, todos com forte vivência na Igreja: uma das filhas, Patrícia, é consagrada da Comunidade Divino Oleiro realizando missão na Bahia.


Jornal da Arquidiocese

Geral 9

Julho 2011

Assembleia avalia situação da Arquidiocese Mais de 300 lideranças participaram do evento que analisou os resultados das pesquisas Foto JA

Cerca de 340 lideranças, entre padres, diáconos e agentes de pastoral, estiveram reunidos no dia 25 de junho, sábado, para participar da 26ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral. O evento foi realizado na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José. Os participantes refletiram sobre os diagnósticos pastoral e social, elaborados ao longo dos últimos meses, e deram suas contribuições. O diagnóstico pastoral foi apresentado pelo Pe. Vitor Feller, coordenador arquidiocesano. O texto foi realizado com dados de pesquisa encaminhada aos padres, diáconos, forças vivas da Arquidiocese e de pesquisa aplicada pelo Instituto MAPA e dados do Censo. Já o diagnóstico social foi apresentado por Fernando Anísio Batista, da Ação Social Arquidiocesana. Após as exposições, os participantes foram divididos em 20 grupos, sendo que os 14 primeiros refletiram sobre o diagnóstico pastoral, e os outros seis grupos sobre o diagnóstico social, cada grupo com

Opinião

Por que é importante a Arquidiocese ter um Plano de Pastoral?

Lideranças ficaram atentas às apresentações e deram valiosas contribuições que serão incluídas no texto o seu coordenador e secretário. À tarde, após o almoço, realizado no local, foram apresentados os resultados dos grupos. As contribuições serão incluídas no

texto e comporão o “ver” do Plano Arquidiocesano de Pastoral. Ao final, Pe. João Francisco Salm, administrador arquidiocesano, fez uma avaliação do en-

contro, agradecendo a participação de todos e, de modo especial, a carinhosa acolhida da paróquia, na pessoa do pároco, Pe. Hélio da Cunha.

Alguns dados do Diagnóstico Pastoral CENÁRIO DOS PADRES - Envelhecimento do Presbitério - 54,3% dos Padres têm entre 50 e 80 anos. E é muito pequena (5,7%) a estimativa de crescimento. CENÁRIO DOS DIÁCONOS - Há 117 diáconos permanentes na arquidiocese, sendo a diocese com maior número de diáconos no Brasil. - A maior faixa etária está entre 60 e 69 anos; há necessidade de escolher candidatos mais jovens. Há também necessidade de mais empenho no campo social, sem deixar a atuação no múnus da Palavra e da Liturgia. CENÁRIO DOS AGENTES DE PASTORAL - Os catequistas são uma grande força. A

maioria está entre 36 a 55 anos, mas precisam de formação continuada. Há necessidade de investir mais fortemente na catequese com adultos. - 67% dos ministros se concentra na distribuição da Sagrada Comunhão, sendo pouca a atuação nos outros ministérios. CENÁRIO DOS FIÉIS Assíduos - Pessoas com maior escolaridade tendem a ser mais engajadas. - 87% disseram não freqüentar outras crenças. Não Assíduos - 50% têm entre 36 a 60 anos. É grande o número de jovens (24%) e adolescentes (17%) não assíduos, o que leva a crer que no futuro teremos ainda mais católicos não frequentadores.

Ex-Católicos - 69% tem idade acima de 35 anos. - Maior número está entre os espíritas (21%), que em sua grande maioria receberam os sacramentos na Igreja Católica. CENÁRIO DAS FORÇAS VIVAS - Apenas 47% participa dos quatro encontros anuais: em conseqüência, questiona-se a necessidade desses encontros. CENÁRIO DAS PARÓQUIAS - Há 1.746 grupos bíblicos em família (GBF) na Arquidiocese. São muito poucos em proporção com a população. Mas estão presentes em 95% das paróquias. Se são prioridade, por que tão poucos?

Alguns dados do Diagnóstico Social POPULAÇÃO: - O índice de crescimento populacional da Arquidiocese foi de 29,29% em 10 anos, concentrando cerca de ¼ da população do Estado. - Dentre as 20 cidades mais populosas do Estado 07 são da Arquidiocese. - O município que mais cresceu na Arquidiocese nos últimos dez anos foi São João Batista: 77,70%. Os que tiveram maior decréscimo populacional foram: Leoberto Leal (-10%), Angelina (-9,11%) e São Bonifácio.

- O percentual de mulheres é superior ao de homens na Arquidiocese, com 51% de mulheres e 49% de homens. ECONOMIA: O setor de serviços é o que mais emprega na Arquidiocese, com 34,47% da população. APELOS SOCIAIS: - População Indígena: Presença de 09 comunidades na Arquidiocese com uma População média de 500 pessoas, sendo 50% crianças; - População Carcerária: existem 16 unidades

prisionais, num total de 5.625 presos – equivalente a 35.91% da população total carcerária de SC; - Municípios com maior índice de pobreza: Angelina (75,8%); Leoberto Leal (67,1%); Anitápolis (63,1%); Garopaba (56,9%); Rancho Queimado (56,4%); - IDH: Santa Catarina tem um Índice de Desenvolvimento Humano superior ao do Brasil (BR, 0,699 – SC, 0,840) e cinco municípios da Arquidiocese têm índice superior ao do Estado

“A Arquidiocese já caminha bastante bem. Com um Plano de Pastoral, porém, visaremos melhor os objetivos. O Plano ajudará a trabalharmos com mais unidade”, Maria da Graça Vicente, Paróquia São Vicente, Itajaí. “Todo esse processo de planejamento, e a montagem de um plano de pastoral, leva a uma melhor comunhão. A Igreja se fortalece e sabe por onde caminhar. Com o Plano, a Arquidiocese saberá onde melhor investir forças e energias para melhor evangelizar”, Pe. Alceoni Berkenbrock, Paróquia São Joaquim, Garopaba. “É importante para um melhor rendimento em conjunto e para apoiar, orientar e qualificar nossa ação evangelizadora. Sem um bom planejamento, não alcançaremos o objetivo da evangelização segundo o projeto de Jesus”, Irmã Cecília Luft, Irmãs Escolares de Nossa Senhora, Santo Amaro da Imperatriz.

Os textos do Diagnóstico Pastoral e Social estão disponíveis no site da Arquidiocese. Acesse www.arquifln.org.br e clique em “Download”, a esquerda da página.


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Ação Social

Julho 2011

Jornal da Arquidiocese

Seminário Arquidiocesano de Pastorais Sociais Participantes refletiram e aprofundaram a sua missão social. Encontro foi realizado em Biguaçu Divulgação/JA

A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, em parceria com a Ação Social Arquidiocesana - ASA, promoveu na manhã do dia 11 de junho, o Seminário Arquidiocesano de Pastorais Sociais. Realizado na Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, o encontro reuniu 35 participantes, representando as ações sociais paroquiais e as pastorais sociais da Arquidiocese. O objetivo foi refletir e aprofundar a missão e atuação das Pastorais Sociais na Arquidiocese, a partir da realidade social diocesana. O evento contou com a assessoria de Fernando Anísio Batista, representando a ASA, que fez o diagnóstico da realidade social na Arquidiocese. A partir de dados do Censo, da Epagri, IPEA, secretaria de governo e das próprias pastorais sociais, ele fez um levantamento da realidade: população, problemática ambiental, étnica, economia entre outros. Esses dados serviram para provocar nos participantes uma reflexão sobre suas ações. Pe. Vitor Galdino Feller, Coordenador Arquidiocesano de Pastoral, também assessorou o

Desenvolvimento Solidário Sustentável e Territorial Sementes de um Projeto Popular

Pe.Vitor assessorou o encontro realizado na Paróquia São João Evangelista encontro. Ele falou sobre a “Mística e Identidade das Pastorais Sociais”. Segundo ele, a caridade é o centro da vida cristã, e nós cristãos nos alimentamos da mesa da Palavra e da Eucaristia para depois servir na mesa da Caridade. Em seguida, os participantes foram divididos em seis grupos. Eles trouxeram sugestões para duas perguntas: qual a missão pastoral da Igreja diante dos desafios sociais que vimos e que deveriam ser assumidos pelo governo?; que

compromissos efetivos e práticos podemos agendar? Após alguns minutos de reflexão, as sugestões foram apresentadas por um representante de cada equipe. Ao final, foi solicitado que os participantes encaminhassem à Ação Social Arquidiocesana um relatório estatístico de suas ações. Ele serviu para complementar o diagnóstico social apresentado na 26º Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, realizada no dia 25 de junho, na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José.

Gestão de Risco e Desastre Encontros com a rede de ações sociais da Arquidiocese pretende sensibilizá-las para a importância da atuação nessa área A Ação Social Arquidiocesana iniciou no último mês um projeto voltado para “Gestão de Risco e Desastres naturais”. A primeira ação do projeto é a sensibilização da rede de ações sociais da Arquidiocese para a importância da atuação nesta área, sendo que é cada vez mais comum a ocorrên-

Rede de Ações Sociais em preparação para o IV Congresso e XVIII Assembleia da Cáritas Brasileira

cia de catástrofes ambientais. Para isso, no mês de junho foi realizada uma série de encontros com as redes municipais de ações sociais, para debater o tema. O Primeiro encontro ocorreu em Brusque dia 13/06, com a participação também do município de Guabiruba. O segundo, no

Encontros também contaram com a participação da Defesa Civil de alguns dos municípios e ajudaram na formação

dia 17/06 em São José, junto com o município de Biguaçu, foi seguido pelos encontros do dia 27/06, em Florianópolis, dia 28/ 06 em Itajaí e 30/06 em Palhoça. A maioria dos encontros teve a participação da Defesa Civil Municipal, que auxiliou na reflexão sobre a relevância do tema, incluindo outros assuntos: as vulnerabilidades sociais, política, econômica e temas ambientais como as catástrofes, que abrangem a todos os municípios. Nesses encontros sentiu-se a necessidade de ter uma capacitação específica na área de gestão de risco e desastre para atender às demandas que já existem. No município de Brusque foi marcada uma capacitação que acontecerá através de três oficinas, nos dias 08, 15 e 22 de Agosto. Já no município de São José, a capacitação acontecerá nos dias 14, 21 e 28 de setembro. Mais informações , na Ação Social Arquidiocesana, pelo fone (48) 3224-8776, ou pelo e-mail asa@arquifln.org.br.

Entre os dias 09 e 12 de novembro de 2011, todas as 173 entidades-membro da Cáritas Brasileira estarão em Passo Fundo, RS. para avaliar e construir o Plano Plurianual 2012-2015, além de celebrar a caminhada de todas as Cáritas do Brasil. A ASA como entidade membro da Cáritas Brasileira reuniu-se com sua Diretoria e Ações Sociais que atuam na área de Desenvolvimento Solidário e Sustentável para avaliar o Plano de 20082011, onde a partir da filiação à Cáritas Brasileira em 2004 passou a assumir sua missão e prioridades de atuação. A avaliação foi realizada a partir de uma análise da caminhada da Cáritas e da conjuntura, na qual se constatou que “dar o peixe” (emergências), “ensinar a pescar” (formação, promoção humana) e “pescar juntos” (construir juntos o projeto de sociedade) podem ser integrados numa única perspectiva: mística e caridade libertadora. Ali, os excluídos e excluídas são sujeitos e protagonistas em qualquer situação. Nessa perspectiva de transformação social, no período de 2008-

2011, os destaques foram: participação nos fóruns de políticas públicas e economia solidária; incentivo e assessoria aos empreendimentos de economia solidária; produção de cartilha sobre Desenvolvimento Solidário e Sustentável; Hortas Comunitárias; Gestão de Risco e Desastre; formação em políticas públicas – assistência social; envolvimento nas mobilizações sociais; fortalecimento das Redes Locais, Municipais e Arquidiocesana; Rede Cáritas. Na continuidade do processo de preparação para o Congresso e Assembleia, foi realizada a Oficina Regional com todas as Cáritas de Santa Catarina em junho. Haverá também a Oficina Interregional (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul) em agosto, e a Oficina Nacional em data próxima da Assembleia. Assim, destaca-se a participação da rede ASA/Cáritas nesse processo de construção coletiva, com a participação das Ações Sociais. Queremos proporcionar maior integração com essa rede de solidariedade, fortalecendo o sentimento de pertença, e reafirmando que na Arquidiocese de Florianópolis nós “Somos Cáritas”.

Grupos de Economia Solidária fazem exposição Evento será relizado no Shopping Iguatemi, em Florianópolis Entre os dias 18 e 31 de julho, os oito grupos de economia solidária que participam do projeto “Fortalecendo as Experiências em Economia Solidária” da Cáritas Regional SC, irão expor seus trabalhos no Shopping Iguatemi, em Florianópolis. A exposição contribui com o objetivo principal do projeto que é proporcionar maior viabilidade econômica aos empreendimentos de economia solidária, gerando trabalho e renda, e protagonismo social e político. As pessoas que visitarem a exposição terão a oportunidade de conhecer as linhas de produtos dos grupos, que são: artigos de cama, mesa e banho, artesanato indígena guarani, ecos-pro-

dutos (eco-bijuteria, eco-bags, óleos e essências orgânicos, sabão ecológico, entre outros). A exposição acontecerá de segunda a sábado das 15h às 21h e domingo das 14h às 20h. Mais informações podem ser obtidas na Ação Social Arquidio-cesana pelo fone (48) 3224-8776 ou pelo e-mail: asa@arquifln.org.br.


Jornal da Arquidiocese

GBF 11

Julho 2011

Rumo ao 11º Encontro Estadual das CEBs Seminário dos Grupos de Reflexão/Família, GBF, e das Comunidades Eclesiais de Base – Regional Sul IV

O Trem das CEBs continua seguindo... As CEBs continuam em pauta, mesmo se em muitos ambientes sociais e eclesiais elas não tenham ganhado visibilidade. Mas estão presentes na história da Igreja latino-americanda desde os anos 60, construindo um modo de ser e agir da Igreja que vincula a profissão da fé com os esforços de construção de uma sociedade onde haja “vida em abundância” (Jo 10,10) para todos. Elas são incentivadas no Documento de Aparecida, na Missão Continental e, finalmente, na mensagem da Assembléia da CNBB de 2010. O Documento de Aparecida nos assegura: “As comunidades eclesiais de base, no seguimento missionário de Jesus, têm a Palavra de Deus como fonte de sua espiritualidade, e a orientação de seus pastores como guia que assegura a comunhão eclesial. Demonstram seu compromisso evangelizador e missionário entre os mais simples e afastados, e são expressão visível da opção preferencial pelos pobres. São fonte e semente de variados serviços e ministérios

a favor da vida na sociedade e na Igreja. Mantendo-se em comunhão com seu bispo e inserindo-se no projeto de pastoral diocesano, as CEBs se convertem em sinal de vitalidade na Igreja particular. Atuando dessa forma, juntamente com os grupos paroquiais, associações e movimentos eclesiais, podem contribuir para revitalizar as paróquias, fazendo delas uma comunidade de comunidades” (DAp 179). Na conclusão de sua Mensagem ao Povo de Deus sobre as Comunidades Eclesiais de Base (CNBB, Doc. 92), de 2010, nossos Bispos sugerem “que este novo modo de ser Igreja vá se tornando sempre mais fermento de renovação em nossa sociedade”.

O Seminário Regional, em Lages A temática que permeou o seminário, “Justiça e profecia a serviço da vida”, foi apresentada por três assessores: Neusa Mafra, de Criciúma, Pe. Vilson Groh, de Florianópolis, e Pe. Elias Wolff, de Lages. Algumas amostras do texto-base discutido e construído no seminário:

VER A realidade social do estado de Santa Catarina nos leva a ouvirmos cinco gritos: 1. O grito que brota do chão da nossa cultura, marcada pela diversidade e profundas transformações. 2. O grito que brota do chão da nossa economia: dinâmica e diversi-ficada, voltada para a exportação. É um modelo econômico que gera progresso, porém não para todos, persistindo o sub-emprego e a concentração de renda. 3. O grito que brota do nosso

Divulgação/JA

Em comunhão com todas as dioceses do nosso Estado, os Grupos Bíblicos em Família fazem caminhada junto com as Comunidades Eclesiais de Base, preparando para o 11º Encontro Estadual na nossa Arquidiocese em 2012. Por isso participamos, entre os dias 17 a 19 de junho, em Lages, do Seminário regional dos Grupos Bíblicos Família (GBF) e das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Havia 70 participantes de 09 dioceses do Regional Sul IV, a Igreja em Santa Catarina: Chapecó, Caçador, Lages, Rio do Sul, Blumenau, Joinville, Florianópolis, Tubarão e Criciúma.

70 lideranças de nove dioceses participaram do evento em preparação para o 11º Encontro Estadual, que será realizado em Florianópolis chão político: enquanto em âmbito nacional, segmentos da classe trabalhadora chegaram ao poder, em nosso Estado formou-se um bloco único, chamado “tríplice aliança”, tendendo a inviabilizar alguma reação política ligada aos trabalhadores e às classes populares. Por outro lado, diminui o interesse pela política na população, enquanto mediação de mudanças. 4. O grito que brota do nosso chão ecológico: Santa Catarina, por situar-se no que os meteorologistas chamam de “zona de convergência”, tem sofrido alterações climáticas nos últimos anos, com uma freqüência significativa. Muitas delas, no entanto, agravadas pela ação humana irresponsável, deixando vítimas em várias regiões. 5. O grito que brota do nosso chão eclesial/ religioso: em nosso Estado cresce o pluralismo religioso, é rica a presença da religiosidade popular, mas a mentalidade individualista, alimentada pela teologia da prosperidade, alastrou-se, inclusive nos meios de comunicação.

Profetas do Reino Saímos do Tempo Pascal e iniciamos a segunda etapa do Tempo Comum, que nos levará até o Advento, com a ordem de Jesus de sermos também hoje, em toda parte, seus missionários, profetas como Ele, procla-madores do seu Reino de Justiça, Amor e Paz. O título do novo livreto “Profetas do Reino” é a nossa grande motivação para a multiplicação dos Grupos Bíblicos em Família. Jesus Cristo nos convoca a um aprofundamento de nosso viver cristão para chegarmos à santidade, numa abertura em favor dos

outros, sobretudo os mais frágeis, empobrecidos e injustiça-dos, refletindo junto com as Comunidades Eclesiais de Base o tema: Justiça e Profecia a serviço da Vida e o lema: “Eu ponho as minhas palavras na tua boca” (Jr 1,9a). Unidos a Ele, fazemos comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs, assumindo nossa Missão, integrados na família, na comunidade e na Igreja, partilhando a mesma fé, fazendo o exercício do amor, da caridade e da solidariedade, a serviço da vida plena, em abundância (cf Jo 10.10).

as: 1) Para a Igreja - exige um repensamento de suas estruturas e instituições, e a coragem de abandonar os fardos institucionais que não mais correspondem à dinamicidade da evangelização. 2) Para a missão – precisamos de uma Igreja em “permanente estado de missão”, missionariedade que impregne a Igreja inteira: estruturas, planos, níveis (DAp 365). 3) Para a espiritualidade – a raiz da nossa espiritualidade é a experiência de Deus na história humana. Nessa experiência fazemos a nossa celebração e oração, recolhendo o clamor dos que sofrem injustamente. Essa espiritualidade sustenta a “razão da nossa esperança” (1Pd 3,21).

JULGAR O “julgamento” dessa realidade, na perspectiva da fé em Jesus Cristo e no seu Reino, não é de acusação ou condenação, mas de discernimento. A questão orientadora desse “julgar” é a seguinte: o que significa e como anunciar Jesus Cristo como “caminho, verdade e vida” (Jo 14,6) hoje? Para responder, é preciso: 1) Olhar a realidade e nela discernir o Deus da nossa fé. Não basta dizer que cremos em Deus. É preciso dizer em que Deus acreditamos, como Ele se manifesta, qual é o seu projeto. Olhamos a realidade à luz da Palavra de Deus, que recupera em nós a profecia, tendo Jesus e o seu Evangelho do Reino como critério para o ser e agir como cristãos. Ele apresenta a Boa Nova aos pobres e denuncia as estruturas injustas e o egoísmo dos ricos (Lc 6,20-26). 2 - Entender qual deve ser a missão da Igreja hoje. Os nossos Grupos de Família/Reflexão (GBF) propõem a Igreja “fermento na massa”, com uma pastoral da encarnação que enfrenta as interpelações da realidade, sobretudo no contexto urbano. Essa Igreja assume como modelo as Comunidades Eclesiais de Base, como “escolas que têm ajudado a formar cristãos comprometidos com sua fé, discípulos e missionários do Senhor” (DAp 178). Nas CEBs e nos GBF, vive-se a Palavra de Deus, o compromisso social em nome do Evangelho, a ministerialidade leiga, a opção preferencial pelos pobres (DAp 178). Trata-se de uma Igreja profética, celebrativa, ministerial, de comunhão, comprometida socialmente; uma Igreja “família de famílias” (DAp 119), onde “uma família se faz evangelizadora de muitas outras famílias e do ambiente em que ela vive” (DAp 204). Isso tem exigências e urgênci-

AGIR Para isso, alguns caminhos se fazem necessários, em sintonia com as atuais Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, 2011-2015 (nn. 25-72): a) Organizar a Igreja em estado permanente de missão (DAp): b) Fazer da Igreja uma casa da iniciação à vida cristã (DAp 289). c) Fazer da Igreja o lugar de animação bíblica da vida e da pastoral. d) Fazer da Igreja uma comunidade de comunidades, acolhedora, formadora e transformadora. e) Fazer da Igreja um serviço à vida plena para todos. Os Grupos de Reflexão/Família (GBF), na perspectiva das CEBs, são meios privilegiados para vivermos a nossa fé eclesial hoje. Eles fortalecem: 1) os três âmbitos que orientam a ação pastoral em “um único processo”: ser pessoa que vive na comunidade e a partir daí formar uma sociedade justa e solidária; 2) o diálogo ecumênico e interreligioso, como proposta para o mundo plural em que vivemos; 3) a pastoral de conjunto, que possibilite a cooperação e corresponsabilidade de todos, a integração entre pastorais e movimentos, em um único projeto de missão que anuncia o Reino. Concluímos o seminário refletindo e conversando sobre outros assuntos que faziam parte da pauta, como: a escolha do cartaz, oração e cantos do 11º Estadual das CEBs e a articulação dos representantes das dioceses que participarão do Sulão das CEBs nos dias 14 a 16 de outubro, em Londrina/PR. Colaboração: Coordenação Arquidiocesana dos GBF, Equipe regional das CEBs e GR/F e assessores do seminário.


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Artigos

Julho 2011

Jornal da Arquidiocese

C entenário

Padre Adams - Sacerdote Generoso

Em Lages Dom Daniel sentia a falta, na cidade de Lages, de um bom colégio católico. Em março de 1930, fundou o Ginásio Diocesano, que funcionou, a princípio, nas dependências da Escola Paroquial São José. Confiou a tarefa ao Pe. Adams e assim, de 1930 a 1937, este dirigiu o Colégio Diocesano de Lages. Em 1931, Dom Daniel iniciou a construção do prédio próprio do

Ginásio Diocesano. Para haver maior tranqüilidade administrativa, em 28 de fevereiro de 1938, a direção do Ginásio foi entregue aos francis-canos. Em 29 de abril de 1933 Pe. Adams foi nomeado vigário paroquial da Catedral de Lages. Continuava sendo professor no Colégio Diocesano, mas gostava de visitar as famílias e as comunidades da imensa paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres. A pé ou a cavalo, de carroça ou de charrete, nada o impedia de entrar em contato com as famílias. De 31 de janeiro de 1954 a 1957 foi Reitor do Seminário Diocesano de Lages. Um período difícil, pois faltavam professores, os padres formadores desistiam rapidamente das funções. Pe. Adams fez o possível, especialmente no cuidado pedagógico. Mas, preferia a pastoral paroquial. Significativa sua relação com a Família Imperial brasileira. O motivo inicial da amizade foi seu trabalho na diocese de Barra do Piraí, a cujo território estava ligada a cidade de Vassouras, onde a Família Imperial Bragança possuía fazenda de café e residência de verão. São freqüentes as correspondências entre ele e os príncipes e princesas residentes no Palácio Grão Pará, em Petrópolis: comunicações de nascimentos, agradecimentos por visitas, convites para casamentos.

Divulgação/JA

Filho de Eduardo Henrique Adams e de Alvina Boedecker, Luiz Gonzaga Adams nasceu em Brakel, na Westfália, em 16 de novembro de 1893. Vocação missionária, chegou ao Brasil em 1912, com o nome de Frei Joaquim, acompanhando um grupo de seminaristas franciscanos. Os frades preferiam completar os estudos no Brasil, em Blumenau, e, desse modo, se introduzir na cultura e na língua. Nesse período, Frei Joaquim sentiu que sua vocação era de padre diocesano e foi recebido na recém-criada diocese de Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. Foi ordenado presbítero na catedral de Florianópolis em 25 de dezembro de 1922. De 1923 a 1929 passou os primeiros anos de vida pastoral em Barra do Piraí (hoje Barra do Piraí-Volta Redonda). Devido ao calor, desejava retornar a Santa Catarina. Por já conhecer Dom Daniel Hostin, franciscano, em 1930 foi recebido e incardinado na Diocese de Lages.

Pe. Luiz Gonzaga Adams: na Missa de 50 anos de ordenação, no dia 25-12-1972, em Azambuja Em 8 de dezembro de 1957, Pe. Adams foi nomeado primeiro Pároco de Bom Jardim da Serra, paróquia pobre, extensa, entre São Joaquim da Costa da Serra e os costões da Serra do Rio do Rastro. Sofrido do clima muito frio e não gozando mais de saúde para esse campo pastoral, em 1959 solicitou a excardinação da Diocese de Lages, com a incardinação na Arquidiocese de Florianópolis.

Em Florianópolis Nos anos 1960-1961 aceitou, com alegria, ser Capelão do Hospital Nereu Ramos, de Florianópolis, que internava doentes infecto-contagiosos, especialmente de tuberculose. De 1962-1967 foi pároco do

Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, sendo o primeiro padre diocesano a atender a essas comunidades após décadas de trabalho franciscano. O território paroquial incluía as antigas paróquias de Enseada de Brito e Garopaba. O grande número de comunidades, distâncias, as dificuldades de locomoção minaram a saúde do Pe. Adams. Surgiam os primeiros sintomas do Mal de Parkinson e de surdez. Vendo essa dificuldade, Dom Afonso Niehues o transferiu para a paróquia de São José, com residência no Preventório. Situado à entrada do Roçado, acolhia os filhos de casais com hanseníase, da Colônia Santa Teresa. Celebrava na capela do Roçado e gostava de alugar uma Kombi e sair a passeio com as crianças, que ele apresentava como coroinhas a fim de evitar a rejeição das pessoas se as apresentasse como filhos de leprosos.

Últimos anos A partir de 18 de fevereiro de 1972, já impossibilitado de presidir a Eucaristia devido ao Mal de Parkinson, morou no Hospital de Azambuja, Brusque. Ali dava um belo testemunho do “padre doente” e perseverante, aos seminaristas que gostavam de visitá-lo. Foi muito bem cuidado pelo atual diácono Antônio Camilo dos Santos, então seminarista. Semanalmente

vestia a batina para participar da Missa no Santuário de Azambuja. Para-mentado e sentado, no dia 25 de dezembro de 1972 celebrou seu Jubileu de Ouro Sacerdotal. Um exemplo de fidelidade e de fé olhar o ancião impossibilitado de presidir sua Missa Jubilar. Piedoso, vivia em constante oração. A cada final do dia se preparava para a hora da morte. Sem dramas, quando sentia muito a fragilidade física ou era vítima de achaques, pedia a Unção dos Enfermos. Sofria a distância dos amigos, a solidão de padre doente. Mais vezes Pe. Adams manifestou o desejo de retornar à Alemanha: desejava morrer em sua Pátria. Assim, acompanhado do enfermeiro Antônio Camilo, em 20 de julho de 1973 retornou definitivamente à terra alemã, indo residir em Paderborn, numa Casa de Saúde administrada por religiosas, onde também estava sua irmã Maria. Ali, com muito conforto e a solidão própria imposta aos velhos nos países ricos, entregou a Deus sua alma sacerdotal em 19 de janeiro de 1976. Podemos imaginar esses últimos anos de vida, sozinho, vivendo as dores da doença e a saudade do povo. Não temos notícias de seus últimos dias. Queremos conservar, aqui, a memória desse nosso presbítero e missionário silencioso e dedicado. Pe. José Artulino Besen (acesse o texto na íntegra no blog: pebesen.wordpress.com)

Ecumenismo No dia 21 de maio, na Paróquia Santo Antônio de Campinas – São José, aconteceu o IV Encontro Arquidiocesano de Representantes Paroquiais para o Ecumenismo e o Diálogo Interrreligioso. Esses encontros são uma das atividades assumidas pela CADEIR, no esforço de efetivar o seu principal objetivo que é “desenvolver a dimensão diocesana do Ecumenismo e do Diálogo Interreligioso, motivando a organização de Comissões Paroquiais e incentivando os encontros para estudos, celebrações, partilha de experiências e outras iniciativas que expressem a unidade e a busca comum de um mundo justo e fraterno”. Dezoito Paróquias da Arquidiocese fizeram-se representar nesses quatro encontros que buscaram oferecer uma formação básica sobre o significado do movimento ecumênico e sua efetivação nas comunidades eclesiais. Neste último encontro, o estudo centrou-se sobre o histó-

Eclesiologia de Comunhão rico das Semanas de Oração pela Unidade dos Cristãos e o aprofundamento do tema da SOUC deste ano de 2011 (05 a 12 de junho): “Unidos no ensinamento dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42). O atual presidente do CONIC, Dom Manoel João Francisco (Bispo de Chapecó), através de email, parabenizou a iniciativa da Arquidiocese e enfatizou que “é nas bases que acontecem as coisas”. Essa é a diretriz fundamental que motiva o movimento ecumê-nico no Brasil. A unidade cristã acontece a partir do local onde moram os discípulos de Jesus. Ela acontece quando cristãos conscientes do sonho de Jesus “para que todos sejam um”, se mobilizam de alguma forma para que ele se torne realidade. Esta

convocação evangélica foi lançada pelo Concílio Vaticano II que assumiu “a reintegração da unidade entre todos os cristãos como um dos seus objetivos principais”, conforme declara já no início do Decreto sobre o Ecumenismo Unitatis Redintegratio (Reintegração da Unidade). Reconhece a divisão entre os cristãos como uma realidade que “contradiz abertamente a vontade de Cristo e se constitui em escândalo para o mundo”. Não podemos esquecer, no entanto, que a unidade é dom de Cristo e, por isso mesmo, ele não nos abandona. O Decreto conciliar lembra que o Senhor Jesus, “sábia e pacientemente continua realizando o propósito de sua graça” que é restaurar a união de todos os cristãos. Quem deve participar deste movimento em prol do ecumenis-mo? O Concílio respon-

de: “Dele participam os que invocam o Deus Trino e confessam a Jesus como Senhor e Salvador, não só individualmente, mas também reunidos em assembléias” (UR, 1). Com que disposição interior devemos participar do movimento? Com a mesma disposição com que nos empenhamos para cuidar de todos os membros do nosso corpo a fim de que a saúde seja integral. A saúde do Corpo de Cristo precisa ser resgatada. Nós provocamos as feridas. Tomamos consciência do mal que fizemos. E procuramos colaborar para a integridade da Igreja de Cristo. O Corpo de Cristo não pode permanecer esfacelado. A Paróquia orienta-se pela “eclesiologia de comunhão”. Isso não significa somente o cuidado de promover a unidade entre as comunidades católicas. A

eclesiologia da comunhão, expressão do Corpo de Cristo, necessariamente precisa incluir o projeto ecumênico. As Comissões Paroquiais para o Ecumenismo organizam-se com o objetivo de animar esse projeto. O Catecismo da Igreja Católica (n. 820) nos interpela: “Cristo dá sempre à Igreja o dom da unidade, mas a Igreja deve sempre orar e trabalhar para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade que Cristo quer para ela”. Para orientar este serviço integrante da ação evangelizadora da Igreja, o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos elaborou o “Diretório para a Aplicação dos Princípios e Normas sobre o Ecumenismo”. Encontra-se nas livrarias católicas. Celso Loraschi Professor no ITESC e Coord. da Comissão Arquid. para o Ecumenismo e o Diálogo Interreligioso CADEIR


Jornal da Arquidiocese

Missão 13

Julho 2011

Missão Jovem: 25 anos a serviço da missão Criado como subsídio aos missionários, Jornal continua se renovando, mesmo com o passar do tempo Divulgação/JA

Em agosto de 2011 o jornal Missão Jovem, que nasceu aqui na nossa amada Florianópolis, completa 25 anos de existência. Esta é uma alegria que temos o imenso prazer de compartilhar com vocês. Mas, como tudo começou? Em meados de 1986, Pe. Paulo De Coppi inquietavase em descobrir uma forma de atuar de maneira mais ampla e eficaz com a juventude e com a animação missionária, que constituíam seu carisma sacerdotal. Pe. Paulo foi-se convencendo de que um jornal seria o melhor veículo para realizar a animação e formação missionária de maneira constante e mais abrangente. Na visão de Pe. Paulo, deveria ser um jornal decididamente missionário. Seus conteúdos, além disso, deveriam calar concretamente no dia a dia das pessoas, comprometendoas, como cidadãs e cristãs, com a construção da própria comunidade e na evangelização do mundo.

46 missionários realizarão o seu trabalho em paróquia da Diocese de Barra na Bahia

Jornal criado por Pe. Paulo Di Coppi (esq.) em Florianópolis ganhou o mundo. Ele traz temas polêmicos e de interesse dos missionários, dos jovens e das famílias

Um pequeno milagre

A história em si O Missão Jovem nasceu em Florianópolis, no mês de Agosto de 1986. Embora com breve existência, o Jornal está presente em todo o Brasil e em outros 50 países. Mas, o que foi que motivou o surgimento do Jornal? Depois de ordenado, Pe. Paulo trabalhou no Amapá e na Itália, e em 1985 foi chamado a coordenar a Pastoral Missionária na

Arquidiocese de Florianópolis. Depois de visitar dezenas de Paróquias, grupos de jovens e muitas escolas, Pe. Paulo começou a se questionar sobre a validade desse corre-corre que, embora feito com muita disposição, deixavalhe a clara impressão de estar realizando um trabalho sem continuidade. Diante disso, buscou outras formas de se comunicar com as comunidades e, em particular, com os jovens. Por isso, lançou o jornal.

Um subsídio No Jornal, os jovens encontravam propostas de reuniões, debates e atividades. Em abril de 1993, o “Missão Jovem” deu um grande salto de qualidade quando, com a participação da Equipe Catequética Arquidiocesana, começou a incluir o encarte denominado “Catequese Caminhando”. Atualmente, milhares de catequistas, em todo o Brasil, assinam e usam o Jornal MJ, atraídos pela sua riqueza de conteúdos e simplicidade de linguagem. A missão só pode ser uma paixão! Paixão sempre jovem, genuína, atualizada, corajosa, contagiosa. Um veículo para quem é jovem na idade ou conserva o espírito jovem. Muitos de seus leitores afirmam que é um jornal que

“não deixa parar”. De fato, a Equipe do Jornal MJ persegue um único objetivo: Fazer de cada cristão um missionário!

Jornal com emoção A Equipe do “Missão Jovem” é viva e está em constante renovação. Além do jornal, ela já organizou diversas atividades ligadas à vida dos jovens: concursos, gincanas, cursos, e semanas de conscientização missionárias. Sem falar no jornal “O Transcendente” e a Web Rádio “Missão Jovem”, que são as últimas duas “invenções”. Acrescente-se a isso o envolvimento de toda Equipe do Jornal na animação missionária da Arquidiocese de Florianópolis. Pe. Paulo costuma dizer que, toda vez que sai uma nova edição do jornal, é um momento de muita emoção. Percebe-se, assim, que o Jornal é fruto do carinho, esforço, amor e de muito ardor missionário. Todos da Equipe do Jornal MJ se sentem comprometidos com o sucesso do jornal. Tudo isto nos faz pensar que estamos no caminho certo. Obrigado pelo imenso carinho que vocês têm demonstrado pelo jornal. Deus abençoe a todos, pois a missão continua!

A jovem Zenir Gelsleichter sempre teve o interesse em realizar uma atividade missionária. Liderança atuante na Igreja, há seis anos conheceu o projeto que todos os anos encaminha missionários leigos para a Diocese de Barra, na Bahia. Realizou a formação, e desde 2006 todos os anos participa da missão. “Depois que participamos pela primeira vez, não conseguimos deixar de repetir no ano seguinte”, declarou, tanto que fez coincidirem as férias do seu trabalho com o período da missão, para ficar mais tranqüila. Ela foi uma das 53 pessoas que nos dias 17 a 19 de junho participaram do retiro de formação para as pessoas interessadas em participar da missão na Diocese de Barra, na Bahia. Promovido pelo Conselho Missionário Diocesano – COMIDI, o retiro foi assessorado pelo Pe. João Panazzolo, da Diocese de Caxias do Sul, RS, e que há mais de 30 anos se dedica ao trabalho missionário. Ele tratou do tema “Por Jesus Cristo somos chamados e enviados para a Missão”. Dos participantes do retiro, apenas 46 - um ônibus - sairão de Florianópolis no dia 15 de ju-

lho, com destino à Paróquia de Mor Pará, na Bahia. Lá permanecerão por sete dias, quando realizarão visitas e bênção das casas, proclamação do Evangelho, formação para catequistas e lideranças leigas. Retornarão no dia 25 de julho. Nos últimos anos a Arquidiocese tem levado até três ônibus com missionários. “Este ano o número é reduzido por conta do tamanho da paróquia, que não tem estrutura para receber um número maior de missionários”, disse Domingos Francisco Pereira, organizador da missão. Segundo ele, a própria diocese é quem define os locais a serem visitados e são incluídos na programação diocesana. Tanto que sabem onde realizarão a missão em 2012 e 2013. Para o Pe. Josemar Silva, que por oito anos foi missionário em Oliveira dos Brejinhos, pertencente a Diocese de Barra, na Bahia, o trabalho missionário é muito importante. “Reacende a esperança, suscita novas lideranças, traz um novo impulso à pastoral na paróquia”, disse. Segundo ele, na paróquia onde trabalhou, até foi criada uma nova comunidade. Foto JA

Não é fácil encontrar uma publicação religiosa que, em tão pouco tempo, tenha se tornado o principal subsídio de milhares de agentes de pastoral de um país. Como se conseguiu isso em tão pouco tempo? Podemos afirmar que o segredo está em apresentar conteúdos profundos e sempre atualizados, associados a um estilo direto e ao alcance de todos. É o segredo do sucesso dos meios de comunicação modernos! Outro fator que torna o “Missão Jovem” apreciado pelos padres e lideranças pastorais é o entusiasmo e otimismo que o Jornal transmite a um mundo tão deprimido pelo materialismo e consumismo, bem como aos cristãos em geral e àqueles que se encontram descompromissados com a construção do Reino, com a vinha do Senhor.

Retiro prepara lideranças para missão na Bahia

Pe. João Panazzolo animou o retiro para os missionários Pe. Francisco Gomes - PIME


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Geral

Julho 2011

Foto JA

Pe. Pedro Alcido Uma vocação amadurecida de Antônio Carlos, o município mais vocacional da Arquidiocese No dia 18 de junho, a Arquidiocese de Florianópolis recebeu um novo presbítero. Realizada na Igreja Matriz da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Antônio Carlos, uma celebração marcou a ordenação presbiteral de Pedro Alcido Philippi. Presidida por Dom Wilson Tadeu Jönck, bispo de Tubarão, a celebração reuniu dezenas de padres e diáconos. Natural de Antônio Carlos, mais precisamente na comunidade Vila Doze, Pedro Alcido entrou para o Seminário já com 23 anos, uma “vocação tardia”. Caçula de nove irmãos (seis homens e três mulheres), a família vive da agricultura e tem uma vida religiosa bastante presente na Igreja. Em entrevista, Pe. Pedro Alcido fala do seu despertar vocacional, do “clima vocacional” do município, das contribuições da comunidade para a sua vocação, da tendência da Igreja em receber vocações adultas, da escolha do seu lema presbiteral e do que é preciso para despertar nos jovens a vocação para vida religiosa ordenada. Jornal da Arquidiocese Como foi despertada a sua

vocação? Pe. Pedro Alcido Philippe - O meu despertar vocacional começou cedo. Todas as noites, com minha família, rezávamos o terço, e aos domingos participávamos nas celebrações da Palavra ou da Santa Missa. Desde pequeno, existia uma inquietação dentro de mim e busquei discerni-la. Quando freqüentei os primeiros dias de aula, a professora perguntou para cada aluno o que gostaria de ser no futuro. Respondi que queria ser padre. Mas, com o passar do tempo, este chamado ficou um pouco obscuro, pois as situações de vida mudaram de rumo. Comecei a trabalhar fora, e pude encontrar pessoas de muita oração que continuavam me incentivando. JA - Você é natural da Paróquia mais “vocacional” da Arquidiocese. A que se deve isso? Pe. Pedro Alcido - Creio que a alguns fatores: nosso povo é de origem alemã e trouxe uma marca muito forte de fé. As famílias, em geral, eram numerosas, de muita oração, envolvidas na Igreja. O ambiente, portanto, era propício a um despertar vocacional.

Dom Wilson, bispo de Tubarão, unge as mãos de Pe. Pedro Alcido com o Óleo do Crisma durante a celebração de sua ordenação presbiteral

É preciso fazer com que os jovens percebam que vale a pena dedicar a vida a uma causa maior”

JA - Antes de entrar no Seminário, você foi catequista e participou do grupo de jovens. Que contribuições isso trouxe para sua vocação? Pe. Pedro Alcido - Como catequista, participando do grupo de jovens, da equipe de liturgia e do coral da comunidade, pude perceber que amadurecia o chamado de Deus na minha vida. JA - Sua comunidade de origem é Nossa Senhora Aparecida, na Vila Doze. De

Retalhos do Cotidiano Faze quanto podes e, tanto quanto podes, faze tudo bem feito para assim amar a Deus e servir o irmão.

Deus “Deus não é um Deus firme lá em cima, dizendo a cada um o que deve fazer, mas um Deus em agonia pedindo amor” (Pe. Henri Nouwen). Quem já esteve à cabeceira de um agonizante é capaz de entender, pelo menos um pouco, a beleza e a profundidade deste pensamento. Nosso Deus é um Deus em agonia pedindo amor!

Dor Porque se dá, sem esperar retribuição, o amor dói. Como a semente — que porta a vida — morre para que a vida surja bela e faceira na flor que encanta os olhos, assim o amor — que porta Deus — deixa-se machucar, para que Deus surja aos olhos de quem não crê.

JA - Você entrou para o Seminário com 23 anos. Comparando com os tempos passados, é uma vocação amadurecida. Por que hoje isso é uma tendência? Pe. Pedro Alcido - Embora

Grandeza O sol não se entristece porque um graveto lhe fez sombra. Nem o graveto se envaidece porque impediu o sol de propagar sua luz naquele espaço. Cada um faz o que tem que fazer, cumprindo sua missão por inteiro. Bela lição para quem não permite que ninguém lhe faça sombra e precioso ensinamento para quem se alegra quando tira o brilho da vida do próximo.

Mágica Que coisa mágica é essa que pode alegrar seu dia e o dia das pessoas à sua volta sem lhe custar qua-

Joelhos O casal que reza ajoelhado consegue ficar de pé pela vida afora; filhos que vêem pais de joelhos mantêm-se no rumo certo até o fim de seus dias. Bem-aventuradas as

eu tenha ingressado no Seminário com 23 anos, vejo que as vocações precisam ser despertadas e cultivadas desde cedo. Percebo que as vocações adultas são uma realidade muito comum. Contudo, a vocação surge na infância, “adormece”, e apenas necessita ser despertada. JA - Você escolheu como lema de ordenação: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19). O que representa esta passagem bíblica para você? Pe. Pedro Alcido - Essa passagem representa para mim, pessoalmente, um chamado a anunciar em toda parte o Caminho a Verdade e a Vida, que é o próprio Jesus, sendo instrumento fiel de seu amor à humanidade. JA - A realidade da Arquidiocese, atualmente, é de poucas vocações para a vida religiosa. O que é preciso para despertar nos jovens esse chamado? Pe. Pedro Alcido - Antes de tudo, muita oração e confiança em Deus, lembrados da recomendação que o próprio Jesus nos fez: Pedi ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita (Mt 9,38 e Lc 10,2). Por outro lado, é preciso dinamizar a pastoral da juventude: fazer que os jovens percebam que vale a pena dedicar a vida a uma causa maior...

Carlos Martendal

Divulgação/JA

Fazer

que forma ela contribuiu para sua formação? Pe. Pedro Alcido - Minha Comunidade, na Vila Doze, contribuiu muito, desde o despertar vocacional até hoje, com as orações, a ajuda material e o acompanhamento ao longo da caminhada do Seminário.

Jornal da Arquidiocese

mães, e bem-aventurados os pais que os filhos enxergam ajoelhados. São pais que revelam Deus aos filhos e são filhos que conseguem fotografar Deus nos pais!

se nada? Um sorriso! No trânsito, nas lojas, nas filas, nas salas de espera, por onde você passar, semeie sorrisos. Você vai se surpreender ao ver um rosto fechado iluminar-se e abrirse. E mesmo que não haja retribuição, não se importe: o seu sorriso faz bem a você!

Nunca Nunca alguém perdeu alguma coisa importante por amar, mas muitos já perderam o mais importante por não terem amado... O amor machuca, é verdade, mas também cicatriza; o desamor machuca de outra forma, e muito mais, mas não funciona como cicatrizante...

Ressurreição Há quanto tempo estamos mortos, no sepulcro, apodrecendo em nossos pecados? São os vermes da raiva e do ódio a corroer nossa alma, os vermes da impureza, do falar mal dos outros, da falta de amor, que nos deixam num

deserto terrível, onde de dia o calor das paixões asfixia e, de noite, o frio rigoroso da indiferença maltrata. Deixemo-nos tocar pela graça. Então também nós ressurgiremos. E a alegria voltará a ser hóspede do nosso coração!


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Presos ganham atendimento odontológico Com a construção de consultório odontológico, mais de 300 detentos do Presídio serão beneficiados Foto JA

A Pastoral Carcerária (PCr) da Arquidiocese realizou, no dia 15/ 06, às 15h, a inauguração de um consultório odontológico no Presídio Masculino de Florianópolis. A obra é resultado de seis meses de trabalho e vai beneficiar cerca de 320 detentos, distribuídos em cinco galerias, num investimento de R$ 40 mil, em recursos próprios e de projeto. O evento contou com a participação de representantes da direção e de vários setores do Complexo Penitenciário de Florianópolis, da OAB-Cidadã, do Conselho da Comunidade, e de voluntários da PCr. Pe. Ney Brasil Pereira, coordenador arquidiocesano da PCr, falou da importância simbólica da obra: "É um setor da saúde que em si compete ao Estado, mas de modo supletivo a PCr está oferecendo o equipamento. Naturalmente, contamos com a colaboração do presídio no sentido de encaminhar os apenados para receberem esse benefício, solicitado pelos próprios detentos", disse. Os atendimentos serão realizados pela dentista Teresinha Ribeiro Modi, nas tardes de terças e quintas-feiras, das 14h às 17h30. Com experiência de 20 anos na profissão e especialização em periodontia, ela afirma que o consultório está equipado para a realização de todos os procedimentos necessários para um bom atendimento.

Conhecendo as Forças Vivas da Arquidiocese

Pastoral da Saúde

Representantes da Pastoral Carcerária, responsável pela obra. Consultório dispõe dos equipamentos necessários para o atendimento completo reta uma série de problemas. “É claro que a atividade própria da PCr é a visita evangelizadora, cada semana, aos presos. No entanto, constatada, exatamente nas visitas, a carência desse tipo de serviço, empenhamo-nos em realizar a obra”, disse Leila T. M. Pivatto, presidente da “Associação Beneficente São Dimas” ASBEDIM, braço social da Pastoral. Segundo ela, a próxima obra da ASBEDIM já está em andamento e com prazo para inauguração. Trata-se da construção de uma sala de 75 m2, onde serão montadas oficinas de confecção. A obra tem um custo aproximado de R$ 30 mil. A inauguração deve acontecer nos próximos quatro meses.

Origem dos recursos

Outras contribuições

A obra foi realizada com recursos de projeto aprovado pela 2ª Vara Crime Federal e do bazar permanente realizado através de doações da Fundação Nova Vida. Na falta de um consultório interno, o atendimento odontológico tem demandado, até agora, escolta policial para clínicas fora dos muros, o que evidentemente acar-

Esta é a terceira obra realizada pela PCr no Presídio Masculino de Florianópolis. A primeira foi a construção de um pátio beneficiando 60 presos da Galeria “C”, inaugurado em 14 de dezembro de 2009. Um investimento de mais de R$ 50 mil. A segunda, foi a construção de duas salas para uso laboral e edu-

cacional. A obra, inaugurada em 24 de junho de 2010, beneficiou 35 presos da Galeria "B" do presídio. Um investimento de mais de R$ 25 mil em recursos próprios. No local há turmas de alfabetização, ensino fundamental e ensino médio, além de outras atividades educacionais. A PCr, através da ASBEDIM, mantém uma secretaria na Capela "São Dimas", dentro do Complexo. Ela conta com uma assistente social e uma advogada, contratadas para prestar auxÍlio aos presos e, eventualmente, a suas famílias. Ela também realiza campanhas de doações de material de higiene e limpeza, roupas e calçados, roupas de cama e cobertores, e até colchões... Além disso, no terreno da Capela, que é de propriedade da Mitra, ainda existe uma oficina de estamparia e confecção. O projeto “Estampa Livre” foi criado há cinco anos (2006) e atualmente gera emprego e renda a nove presos da Galeria “D”. Mais informações pelos fones (48) 3879-2168 ou 2107-2323, ou pelo email estampalivre@yahoo.com.br

É a ação evangelizadora de todo o povo de Deus comprometido em promover, preservar, defender, cuidar e celebrar a vida, tornando presente no mundo da saúde a ação libertadora de Jesus. Engajar-se na Pastoral da Saúde é optar por participar em promover a saúde integral do ser humano e evitar a doença. É estar presente na defesa da VIDA! A Pastoral da Saúde tem seu objetivo maior defender a vida, e para isso trabalha nas comunidades com a formação de lideranças Agentes da pastoral da Saúde. São pessoas das comunidades que atuam na prevenção, promoção e recuperação da saúde. A Pastoral da Saúde desenvolve suas atividades em três dimensões: Dimensão Solidária Vivência e presença samaritana junto aos doentes e sofredores nas instituições de saúde, na família na comunidade. Visa atender a pessoa integralmente, nas dimensões física, psíquica, social e espiritual. Dimensão Político Institucional - Atuação junto aos Órgãos e Instituições, públicas e privadas que prestam serviço e formam pro-

fissionais na área da saúde. Zela para que haja reflexão bioética, formação ética e uma política de saúde sadia. Dimensão Comunitária Visa a promoção e educação para a saúde. Resgatar e valorizar a sabedoria e a religiosidade popular, relacionadas com a utilização dos dons da mãe natureza e conservação do meio ambiente. A Pastoral da Saúde da Arquidiocese trabalha há mais de vinte anos, com a proposta de Plantas Medicinais, contanto com grupos localizados em comunidades urbanas e rurais. Esses grupos são formados por pessoas da comunidade que atuam voluntariamente, trabalhando com as plantas medicinais de forma caseira e artesanal.

Como atuamos:

em saúde, promovendo uma melhor qualidade de vida, aumentando a solidariedade nas comunidades. “O Senhor fez a terra produzir os medicamentos, o homem sensato não os despreza” Eclesiástico 38,4.

Os interessados nas Paróquias que queiram uma Pastoral da Saúde, é só montar um grupo que a equipe executiva irá e dará todas as informações necessárias, ajudando na sua constituição. Temos material didático disponível para os interessados. O projeto desenvolvido pela Pastoral da Saúde busca fortalecer a organização e valorização dos grupos no processo de educação

Curso de formação

Mais informações pelos fones (48) 3225-5032, 991-0753 ou 3224-8776, com Jaci Helena Perottoni, coordenadora da Pastoral da Saúde, ou pelo blog http:/ /cnbbsul4.org.br/sites/saude/


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Geral

Julho 2011

Jornal da Arquidiocese

Pe. Vilson Groh dá nome a Instituto Sete obras sociais que atendem mais de nove mil pessoas empobrecidas se concentram no IVG

CCEA (Centro Cultural Escrava Anastácia) - Criado em 1994, na comunidade do Mont Serrat, tem uma atuação educativa, em rede, junto a comunidades empobrecidas. Atende 7.434 crianças, jovens e adultos, articulados em 16 projetos, na faixa etária de 6 anos à Terceira idade. A CAM – Casa da Criança e Adolescente do Morro do Mocotó - foi criada em 1994, no Morro do Mocotó, com o propósito de sistematizar ações sociais até então desenvolvidas sem projeto de intervenção. Atende 200 crianças e adolescentes, na faixa etária de 5 até 15 anos e meio de idade, com um custo mensal, por atendido, de R$ 199,00. O CEDEP – Centro de Educação e Evangelização Popular – localizado no Monte Cristo, foi criado em 1987, visando apoiar e fortalecer iniciativas dos movimentos populares que emergiram principalmente da leva migratória originada do interior do Estado. Atende 300 crianças e adolescentes na faixa etária de 5 a 15 anos, a um custo médio de R$ 166,78 Centro Elisabeth Zarkamp – localizado no Alto da Caieira do Saco dos Limões, tem o objetivo de empoderar sujeitos individuais e coletivos das comunidades de periferia e sua inserção social e profissional. Realiza oficina de Artesanato, Grupo de Mu-

Monte Serrat e Irmão Celso Conte, do Centro Social Marista. Todas são instituições criadas pelo Pe. Vilson Groh e que atendem pessoas da periferia de Florianópolis, mas atingindo os municípios vizinhos. Elas são o resultado de um trabalho de mais de 30 anos. A criação do Instituto visa facilitar o trabalho em rede entre as instituições, reduzindo custos operacionais e fortalecendo sua sustentabilidade. Todas continuarão com sua autonomia, para garantir as particularidades de seus trabalhos. Conheça um pouco sobre cada uma das organizações que compõem o Instituto: lheres, Grupo Jovem, Batismo, Primeira Eucaristia e Crisma, e Assessoria Jurídica. O CENTRO SOCIAL MARISTA IRMÃO CELSO CONTE – localizado, também, no Alto da Caieira do Saco dos Limões, é resultado de uma parceria do Instituto dos Irmãos Maristas, através da União Catari-nense de Educação, realizada em 2007 com o Centro Social Elizabeth Sarkamp, “Futuro das Crianças”. Atende 200 crianças e adolescentes na Faixa etária de 06 a 15 anos, a um custo médio de R$ 214,38. O CENTRO SOCIAL MARISTA MONT SERRAT – localizado na Comunidade do Mont Serrat, nasceu com o Projeto Travessia no ano de 1999, buscando uma ocupação para as crianças e adolescentes da comunidade. Atende 180 crianças e adolescentes na faixa etária de 06 a 15 anos, com um custo médio de R$ 233,86 por atendido. O CENTRO SOCIAL MARISTA SÃO JOSÉ – localizado em Serraria, São José, tem o objetivo de promover uma educação fundamentada nos princípios da Missão Educativa Marista. É uma visão socioeducativa, oportunizando a emancipação dos sujeitos no sentido individual e coletivo. Atende 890 educandos de 1º ano à 8ª série na faixa etária de 06 a 17 anos, a um custo médio de R$ 176,98.

Foto JA

Uma cerimônia realizada na manhã do dia 07 de junho, no auditório da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, ACIF, marcou a criação do Instituto Padre Vilson Groh, IVG. O evento contou com a presença de empresários, autoridades públicas, religiosos (as) e representantes de ongs. O ato formalizou a integração de uma rede composta pelo Centro Cultural Escrava Anastácia, a Associação dos Amigos da Casa da Criança e do Adolescente do Morro do Mocotó, o Centro de Educação e Evangelização Popular, o Centro Social Elizabeth Zarcamp e as unidades São José,

Crianças recebem acompanhamento pedagógico em um dos projetos

“Criação do Instituto vai trazer sinergia para os trabalhos” Jornal da Arquidiocese Como surgiu a ideia de transformar em Instituto as obras que o senhor coordena? Pe. Vilson Groh – A ideia surgir a partir de uma avaliação de uma consultora internacional que fez um olhar sobre os nossos trabalhos e verificou que seria necessário criar uma sinergia entre todas as entidades. Há muito tempo já havíamos pensando nisso, por várias razões: deixar todo esse legado que construímos para que vá a frente de forma organizada e que continue sendo espaços de acesso de inclusão social; para captação de recursos e cada vez mais

poder levar os trabalhos para a frente; e para continuar criando condições de tornar também viável a relação Estado/sociedade civil frente ao que hoje fazemos. JA - Com a criação do Instituto, que benefícios isso traz para as obras? Pe. Vilson - Vai trazer maior visibilidade, captação de recursos, transparência de contas, profissionalização e competência do próprio trabalho. JA - O senhor tem um nome de prestígio e que passa credibilidade. A criação do Instituto com o seu nome agrega valor a essas obras? Pe. Vilson - Na verdade não queria que o meu nome fosse dado ao Instituto. Mas na reunião dos conselhos das organizações nossas, as pessoas fizeram ma avaliação de que o meu nome tem, digamos assim, capital social e ajudaria a agregar sinergia, capitação de recursos e levar a frente esse legado do nosso trabalho.

Dom José celebração 25 anos de ordenação presbiteral A Diocese de Blumenau celebrou na noite do dia 07 de junho o Jubileu de Prata de Ordenação Presbiteral do seu bispo, Dom José Negri. Realizada às 19h na Catedral São Paulo Apóstolo, a celebração de ação de graças reuniu o clero local, os bispos do Regional, além de padres e diáconos da Arquidiocese de Florianópolis. Também contou com a presença especial de Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador, na Bahia. Dom José Negri nasceu em Milão no dia 18 de setembro de 1959. Após cursar o ensino fundamental, médio, e filosofia e teologia em Milão, Itália, licenciou-se em Psicologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Foi ordenado presbítero pelo Cardeal Carlo Maria Martini em 7 junho de 1986, na Catedral de Milão. Chegou ao Brasil no dia 25 de janeiro de 1987. Nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Florianópolis pelo Papa Bento XVI, em 14 de dezembro de 2005, foi ordenado bispo no dia 5 de março de 2006, em Brusque. Escolheu como lema de vida episcopal “Sufficit tibi gratia” (Basta-te a minha graça). Em 18 de fevereiro de 2009 foi nomeado pelo Papa ao pastoreio da diocese de Blumenau.


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