Pe. Siro é o novo administrador da Catedral de Florianópolis
PÁGINAS 14
Florianópolis, Setembro de 2011 Nº 171 - Ano XV
Jornada une a juventude Jornada Arquidiocesana da Juventude reuniu mais de mil jovens de 12 diferentes segmentos Promovido pelo Setor Juventude da Arquidiocese, evento buscou unir as diferentes espiritualidades da juventude aqui presentes. Inspirados pelo tema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Cl 2,7), o evento foi considera-
do um sucesso pela número de participantes e de segmentos
da juventude representados. O que motiva a equipe a já pensar em um novo evento para o próximo ano. Durante o dia, houve celebração, shows de evangelização, entrada da Cruz da Jornada e do ícone de Maria, e apresentações dos segmentos presentes ao evento. PÁGINA 07
Animação Bíblica Jovens que participaram da Jornada Mundial da Juventude entraram com a Cruz e o Ícone de Maria
Leigo é o Secretário Executivo do Regional Ademir Freitas, de Imbituba, realizará os trabalhos pelos próximos quatro anos. Em 41 anos do Regional, é a primeira vez que um leigo assume a função Casado, pai de três filhos (todos casados), oficial da reserva da Aeronáutica e com 61 anos de idade. Esse é Ademir Freitas, o novo Secretário Executivo da CNBB - Regional Sul 4 (SC). A posse no cargo foi realizada
Carmelo promove tarde de Espiritualidade PÁGINA 03
Participe do Jornal da Arquidiocese
em uma celebração no dia 15 de agosto, na sede da instituição. Com formação e experiência na área de planejamento e coordenação de equipes de trabalho, nos próximos quatro anos ele terá
Comunicação é o tema da Semana Teológica no ITESC PÁGINA 05
a missão de acompanhar e motivar os trabalhos nas pastorais, organismos e serviços do Regional. Em entrevista, ele fala desse novo desafio em sua vida.
A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor, já que, principalmente na Sagrada Liturgia, sem cessar toma da mesa, tanto da Palavra de Deus quanto do Corpo de Cristo, o pão da vida e o distribui aos fiéis. O Concílio Vaticano II (1962-1965) insistiu na presença de Cristo nas palavras das Escrituras. Desde então a Igreja passou a colocar a
Palavra de Deus no centro da vida cristã. Surgiram os círculos bíblicos, grupos bíblicos em família, cursos de formação bíblica, retiros espirituais. Toda a ação pastoral e evangelizadora começou a centrar-se na leitura, meditação e prática da Palavra de Deus. Estamos vivendo uma revolução espiritual. Os frutos hão de se colher mais adiante. PÁGINA 04
PÁGINA 08
Conheça a vida no Seminário Menor da Arquidiocese PÁGINA 09
GBF traz reflexão sobre o dia da Independência PÁGINA 11
Missionários avaliam missão realizada na Bahia PÁGINA 13
P O R C A R TA
POR E-MAIL
PELO SITE
Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis
jornal@arquifln.org.br
www.arquifln.org.br
2
Opinião
Setembro 2011
Palavra do Administrador
Pe. João Francisco Salm
Jornal da Arquidiocese
Administrador Diocesano da Arquidiocese de Florianópolis
A Palavra de Deus - Coração de toda a Vida Eclesial A Palavra de Deus sempre foi fundamental na vida e nas atividades da Igreja. Assim tem sido desde o início da missão do próprio Jesus Cristo (Mc 1,15), ao longo dos séculos e ainda hoje; a Igreja existe por causa da Palavra e para a Palavra. Na Exortação Apostólica PósSinodal Verbum Domini, o Papa Bento XVI afirma: “A Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela. Ao longo de todos os séculos da sua história, o Povo de Deus encontrou sempre nela a sua força; e também hoje a comunidade eclesial cresce na escuta, na celebração e no estudo da Palavra de Deus” (VD 3). Neste mesmo documento, o Papa indica “linhas fundamentais” para que a “Palavra divina [...]se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial” (VD 1).
Mediante a animação bíblica da Pastoral, as diferentes ações pastorais e evangelizadoras de nossas comunidades promovem o encontro pessoal com Cristo e um conhecimento maior de sua pessoa, mensagem e missão. Esta experiência é decisiva para alguém começar a ser cristão, afirma Bento XVI. Oportunidade especial para levar à descoberta da centralidade da Palavra de Deus, a catequese, em todas as formas e fases, impregna-se do pensamento, espírito e atitudes bíblicas e do Evangelho de Jesus. Ao ritmo do Ano Litúrgico, a Sagrada Escritura se distribui no tempo, tendo no centro o Mistério Pascal. Nossas celebrações litúrgicas buscam na Bíblia as leituras que se explicam nas homilias e os salmos que se reci-
Palavra do Papa
Bento XVI
Jornada Mundial da Juventude 2011 A cultura atual, nalgumas áreas do mundo, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um fato privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho, como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família. Por este motivo, queridos amigos, (...) gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: “Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé” (cf. Cl 2, 7). A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes. Quando entramos em relação pessoal com Cristo, Ele nos revela a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e se realiza em plenitude. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo, como uma casa é construída sobre os fundamentos. Como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obtevenos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o ca-
minho da vida eterna. Queridos jovens, aprendei a “ver”, a “encontrar” Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda. Amados jovens, a Igreja conta convosco! Precisa da vossa fé viva, da vossa caridade e do dinamismo da vossa esperança. A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e confere-lhe renovado impulso. Por isso, as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não só para vós, mas para todo o Povo de Deus.
“
Quando entramos em relação pessoal com Cristo, Ele nos revela a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e se realiza em plenitude”.
tam e cantam. Ali Deus fala e o povo escuta e responde. Quando se ministram os Sacramentos, a Palavra de Deus é elemento decisivo: realiza o que diz. Assim como na História da Salvação, não há separação entre o que Deus diz e faz. Na Liturgia das Horas entra-se em contato com a Sagrada Escritura e com a riqueza da Tradição viva da Igreja. Também quando se dão Bênçãos, a Palavra que se proclama lhes confere sentido e eficácia. “A Palavra de Deus é indispensável para formar o coração de um bom pastor” (DV 78). “Antes de mais nada, o sacerdote é ministro da Palavra de Deus” (João Paulo II). E a Vida Consagrada nasce da escuta da Palavra de Deus e acolhe o Evangelho como sua norma de vida.A vida
monástica sempre teve como fator constitutivo da própria espiritualidade a meditação da Sagada Escritura, particularmente na forma da Leitura Orante da Palavra. Os leigos e as leigas, no meio do mundo, inseridos nas realidades temporais, aprendem a discernir a Vontade de Deus e difundem o Evangelho nos vários âmbitos da vida diária na medida em que se familiarizam com a Palavra. A Palavra de Deus está no fundamento da vida espiritual. Sua leitura orante e fiel aprofunda a familiaridade e o amor com a própria pessoa de Jesus. Assim, mais facilmente nos damos conta do chamamento que Ele nos faz para que sejamos santos e nos coloquemos a seu serviço em sua Igreja e no meio do mundo.
“
Ao ritmo do Ano Litúrgico, a Sagrada Escritura se distribui no tempo, tendo no centro o Mistério Pascal”.
Reflexão
O valor maior é não ter preço – o Perdão Místico cristão, filósofo, médico, poeta, jurista, Ângelo Silesius (16241667) é autor de comoventes e ternos versos dirigidos à gratuidade de Deus: “A rosa não tem porquê. Floresce porque floresce. Não cuida de si mesma. Nunca se pergunta: Alguém me olha?...”. Se cada flor, individualmente, é um hino à gratuidade divina, somemos todas as obras da criação e teremos uma pálida imagem do amor divino. Nenhuma flor é igual a outra. Nenhuma pessoa é igual. O amor não repete dons, zela pela originalidade de cada um. E tudo gratuitamente, sem esperar recompensas. Nós, pelo contrário, somos marcados pelo olhar do preço, da utilidade, do descartável, da comparação. Deus prefere o desperdício da beleza. Ou não é um desperdício um jardim, um bosque, a variedade das aves, frutas? Não bastaria uma rosa para encantar a natureza? Nosso Deus prefere o desperdício do amor, do belo. As flores são colocadas além do útil ou inútil. Elas existem, e isso basta para alegrar uma existência. Não bastaria o sorriso de uma única criança para encantar nossa existência, rejuvenescer nosso olhar? E são tantas as crianças, tão esplêndidos os olhos de cada uma que nos damos ao luxo de nem percebê-las ao nosso lado. “Hoje sabemos o preço de tudo e o valor de nada”, escreveu Oscar Wilde. Medimos cada gesto pelo pre-
Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799 E-mail: jornal@arquifln.org.br - Site: www.arquifln.org.br 24 mil exemplares mensais
ço e, desse modo, lhe tiramos o valor. A generosidade se caracteriza não pelo preço, mas pelo valor do gesto amoroso, amigo. Até crianças estão perdendo a alegria de receber gestos generosos: elas logo querem definir para que serve o presente. Se não serve, reclamam e jogam fora. Como seria importante recuperarmos o olhar da admiração, do deslumbramento, do encanto, o olhar divino! Isso tem consequências em nossa vida de fé: “O olho com que vejo Deus é o mesmo com que ele me vê” (M. Eckhart). Isso, do nosso ponto de vista: se somos desprovidos de sentimentos, julgamos que Deus também o é. Ele, porém, me vê com desperdício de admiração, pois sou obra de suas mãos. “Que maravilha, meu Senhor, sou eu!” (cf. Sl 138), seria nossa resposta verdadeira ao nos contemplarmos diante de nosso Criador. A ciência, de tanto buscar a composição de cada ser em seus núcleos, moléculas, DNA, corre o perigo de perder a capacidade de admirar, de ver o conjunto. Mas, ao poder contemplar a incrível complexidade de um átomo, também exclamará: “Que maravilha!”.
A ingratidão humana e a criação do perdão Deus não se cansa em ser criativo. Nunca subestimemos a capacidade do Espírito Santo, que inventa os santos, as crianças, os
gestos generosos, os mártires, os artistas, as mães e os pais. O mistério da salvação é o mistério do amor pessoal divino por cada um de nós expresso pela vida de Jesus. Ele, em seu testamento, no último dia terreno, escreveu com a escultura do Lava-pés: Deus veio ao mundo para nos lavar os pés. E continuará lavando nossos pés, mas, a pedido de Pedro, nos lava totalmente pelo perdão. Perdoar é a obra-prima do Deus Uno e Trino: perdoar sempre, pedir licença para perdoar, reconciliarnos com ele. Ele perdoa o inimigo, sempre, pois o mal e o ódio quebram a harmonia da criação. Ele não vê inimigos, mas filhos. O perdão gemido pelo Senhor no alto da Cruz: “Pai, perdoai-lhes, não sabem o que fazem” pode não ter sentido a nossos ouvidos, mas é natural na gratuidade divina. O perdão ao inimigo tem sentido como per-doar: eu acompanho a palavra, “eu perdoo”, eu me doo a quem me ofendeu. É a mais preciosa herança entregue pelo Senhor aos cristãos: perdoar sem dizer por que, perdoar grátis. Do mesmo modo que tudo em Deus é gratuito, tudo o que oferecemos de reconciliação também seja gratuidade. A humanidade reconciliada é nossa retribuição ao desperdício da beleza divina semeada na criação. Pe. José Artulino Besen
Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Pe. João Francisco Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Daniel Casas, Carlos Martendal - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 84056578 - Coor. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Irmã Clea Fuck - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense
Jornal da Arquidiocese
Geral 3
Setembro 2011
Formação para convivência entre pais e filhos Escola de Relacionamento Abbá Pai foi realizada pela primeira vez em instituição de ensino Foto/JA
A Comunidade Católica Abbá Pai promoveu, na noite do dia 18 de agosto, mais uma etapa da Escola de Relacionamento Abbá Pai. Realizada no Educandário Imaculada Conceição, o evento buscou auxiliar os pais a ter um melhor relacionamento com os seus filhos. A escola tem como objetivo ajudar os pais nas suas dúvidas de relacionamento conjugal e no relacionamento com os filhos, à luz da psicologia cristã. A formação contou com a assessoria da psicóloga Sandra Ribeiro de Abreu, 43 anos, mestre em psicologia, consagrada da Comunidade Abbá Pai e com 21 anos de experiência na área de cuidados parentais (pais e filhos). “Os encontros são divididos em dois momentos: no primeiro, realizamos a exposição do tema; no segundo, é aberto para colocarem a sua sensibilidade e dificuldade em relação àquele momento da vida que os filhos estão vivendo”, disse Sandra. O casal André Fernando e Valéria Wagner Aguiar foram uns dos participantes. Segundo eles, o encontro ajudou bastante a compreender as necessidades e anseios dos seus filhos. “Ela explicou que é importante que levemos em conta as suas opiniões”, disse Valéria. A Escola de Relacionamento Abbá Pai já existe há oito anos. Ela
19º Encontro Estadual da Pastoral Carcerária
Formação foi ministrada por psicóloga com 21 anos de experiência possui um núcleo permanente em que as pessoas se reúnem toda segunda terça-feira do mês, às 19h, na Igreja São Cristóvão, pertencente à Paróquia N.Sra. do Rosário, em São José. “Há pessoas que participam desde o início, mas qualquer pessoa pode participar”, convida Simone Pereira, uma das fundadoras da Abbá Pai. A ideia de realizar a formação no colégio partiu da própria instituição. Irmã Sueli Teresinha Gambeta, diretora do Centro Educacional Imaculada Conceição, conheceu a Comunidade Abbá Pai a partir de uma visita da fundadora da instituição. Convidou para prestar uma
formação sobre o carisma do amor e houve uma boa aceitação. Depois disso, houve uma nova formação e agora a Escola de Relacionamento. “Sentíamos a necessidade de ter formação voltada à família. Sabendo da experiência da Abbá Pai nessa área, realizamos essa parceria”, disse Irmã Sueli. Segundo ela, a intenção é dar continuidade à formação, mas para o próximo ano. Mais informações, pelos fones (48) 3034-2417, 3035-7897 ou 9963-7939, ou pelo e-mail abbapai@abbapai.org ou ou pelo site www.abbapai.org
Carmelo promove tarde de Espiritualidade Carmelitana As Monjas do Carmelo Cristo Redentor estarão promovendo uma tarde de Espiritualidade Carmelitana. Realizada no dia 02 de outubro, às 14h, no Carmelo Cristo Redentor, Rua Monte Carmelo, 89, em Picadas do Sul, São José, o evento contará com a assessoria do Padre Evaristo Debiasi e terá como tema: “Caminho da Infância Espiritual de Santa Teresinha”. Esta é a primeira vez que o Carmelo realiza uma tarde de espi-ritualidade aberta a todos. Antes, era voltado a um público
Vai acontecer...
específico que solicitava ajuda no caminho espiritual e era ministrado pelas próprias Irmãs. A escolha de Pe. Evaristo foi por ele ter muito amor à vida contemplativa e de oração, e devoção a Santa Teresinha do Menino Jesus. A formação será realizada na Igreja do Carmelo. Durante o evento, além da palestra, haverá a apresentação do Teatro “Pequena Via”, com integrantes da Ordem Carmelita Secular, e ainda um momento de partilha com as Irmãs. O evento será encerrado com
a celebração Eucarística às 18h. A Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo está presente na Arquidiocese com duas casas: o Carmelo Cristo Redentor, em Picadas do Sul, em São José; e o Carmelo Santa Teresa, em Cabeçudas, Itajaí. As Monjas seguem a vida contemplativa de oração pela Igreja. Mais informações pelo fone (48) 3257-0413, ou pelo e-mail: carmelo_cristoredentor@ yahoo.com.br, ou ainda pelo site www.carmelocristoredentor.com.br
A Pastoral Carcerária da CNBB - Regional Sul 4 estará promovendo, nos dias 16 a 18 de setembro, o seu 19º Encontro Estadual. Realizado anualmente, o evento reunirá representantes da Pastoral das dez dioceses do Estado na Casa de Encontros Irmã Jandira Bettoni, em Lages. Durante o evento, os participantes refletirão sobre a “Evolução Histórica do Código de Pro-
cesso Penal no Brasil”, com a assessoria do Padre Célio Ribeiro, Coordenador Regional da Pastoral. Também contarão com a assessoria de Manoel Feio da Silva, coordenador da Macro Região Sul da PC, que abordará o tema: “Experiências e Perspectivas da Pastoral Carcerária no Brasil”. Mais informações com o Padre Célio Ribeiro, pelo e-mail pastoralcarceraria.sc@gmail.com.
RCC promove Dia de Avivamento A Renovação Carismática Católica - RCC, da Arquidiocese de Florianópolis e a Comunidade Católica Divino Oleiro promovem, no dia 11 de setembro, um dia de avivamento espiritual. Realizado no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), em Governador Celso Ramos, o evento terá a presença já confirmada dos missionários Tom Edwards e John Mathe, dos Estados Unidos. Eles pregarão sobre o tema: “Avivamento no Poder do Espírito”. O evento terá início às 7h45 com a oração do Terço e encerramento às 16h com a Santa Missa. A entrada é franca. Serão oferecidos almoço e lanches no
local a preços convidativos. Tom Edwards é fundador da Associação Missionária que leva o seu nome e membro do Renewal Ministries, obra missionária fundada por Ralph Martin, um dos pioneiros da RCC no mundo. Há 30 anos abandonou a carreira de executivo para trabalhar em tempo integral na pregação do Evangelho. Faz missões em todo o mundo. John Mathe é fundador da Associação Living Water, que ajuda a levar água potável às populações da África. Todos estão convidados a participar. Mais informações no site da Comunidade Divino Oleiro: www.divinooleiro.com.br.
Retiro do Apostolado da Oração A Coordenação Arquidiocesana do Apostolado da Oração promove, nos dias 16 a 18 de setembro, o seu Retiro Espiritual arquidiocesano anual. Realizado na Casa de Retiros Provincialado Coração de Jesus, em Florianópolis, o evento contará com a assessoria do Pe. Roque Schneider, SJ. O evento é uma oportunidade
de formação, reflexão, meditação e realimentação espiritual. O retiro terá início às 17h do dia 16, e será encerrado às 15h do dia 18, com a Santa Missa. Mais informações pelos fones (48) 3245-2208, 3034-6235 ou 9912-5870, com Tânia Zimmermann, coordenadora, ou ainda pelo e-mail taniarzmeurer@hotmail.com
4
Tema do Mês
ANIMAÇÃO BÍBLICA A nova evangelização deve despir-se de toda retórica triunfalista e de toda neurose de reconquista. Foto/JA
O terceiro milênio começou sob o signo da Palavra. Mil anos atrás, no início do segundo milênio, a Eucaristia é que estava em voga. Devoções eucarísticas, procissões e adorações do Santíssimo Sacramento ressaltavam a presença real de Cristo no sacramento da Eucaristia. Eram comuns os “milagres eucarísticos”, fenômenos extraordinários da transformação da hóstia em carne e do vinho consagrado em sangue, como que provas externas de uma realidade misteriosa: realmente o Senhor se faz presente no pão e no vinho eucaristizados. Agora, no início do terceiro milênio, salienta-se a presença de Cristo na Palavra: ele é a eterna Palavra divina que se fez carne humana em Jesus de Nazaré (Jo 1,14).
Setembro 2011
UMA REVOLUÇÃO ESPIRITUAL O Concílio Vaticano II (19621965) deu o pontapé inicial nessa consideração sobre a presença de Cristo nas palavras das Escrituras. A constituição Sacrosanctum Concilium sobre a sagrada liturgia, ao falar das diversas presenças de Cristo nas ações litúrgicas - nos sacramentos, nas espécies eucarísticas, no ministro, na comunidade reunida etc. afirma: “Ele está presente na sua Palavra, pois é ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura” (SC 7). A constituição dogmática Dei Verbum, sobre a revelação divina, diz: “A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor, já que, principalmente na Sagrada Liturgia, sem cessar toma da mesa, tanto da Palavra de Deus quanto do Corpo de Cristo, o pão da vida e o distribui aos fiéis” (DV 21). Desde então a Igreja passou a colocar a Palavra de Deus no centro da vida cristã. Surgiram os círculos bíblicos, grupos bíblicos em família, cursos de formação bíblica, retiros espirituais. A Bíblia ganhou espaço nas casas dos católicos fervorosos. A Palavra de Deus ganhou realce na celebração litúrgica e passou a ser inspiradora da catequese, do canto e da música, dos movimentos apostólicos, das pastorais sociais. Toda a ação pastoral e evangelizadora começou a centrar-se na leitura, meditação e prática da Palavra de Deus. Pode-se dizer que vivemos uma
Pe. Vitor fez uma reflexão sobre a Palavra de Deus na primeira Jornada Arquidiocesana da Juventude. revolução espiritual no cristianismo atual. Os frutos hão de se colher mais adiante.
A LEITURA ORANTE DA BÍBLIA Grande fenômeno da animação bíblica de toda a ação pastoral e evangelizadora é a valorização da leitura orante da Bíblia, um método antigo e sempre novo de aproximação à Palavra de Deus. Na exortação apostólica Verbum Domini, o papa Bento XVI apresenta os seus cinco passos: “Começa com a leitura (lectio) do texto, que suscita a interrogação sobre um autêntico conhecimento do seu conteúdo: o que diz o texto bíblico em si? Sem este momento, corre-se o risco que o texto se torne somente um pretexto para nunca ultrapassar os nossos pensamentos. Segue-se depois a meditação (meditatio), durante a qual nos perguntamos: o que nos diz o texto bíblico? Aqui cada um deve deixar-se sensibilizar e questionar, porque não se trata de considerar palavras pronunciadas no passado, mas no presente. Chega-se então ao momento da ora-
“
A verdadeira religião leva as pessoas ao profundo de si mesmas, ao encontro real e afetivo com o Senhor Jesus Cristo”.
lectio divina não está concluída enquanto não chegar à ação (actio), que impele a existência do fiel a doar-se aos outros na caridade” (VD 87). Nos momentos de oração pessoal e comunitária, encontros de catequese, reuniões das pastorais, movimentos, organismos, cursos de formação do clero, retiros espirituais etc., precisamos dar mais espaço à Palavra de Deus.
ção (oratio), que supõe a pergunta: o que dizemos ao Senhor, em resposta à sua Palavra? A oração enquanto pedido, intercessão, ação de graças e louvor é o primeiro modo como a Palavra nos transforma. Depois vem a contemplação (contemplatio), durante a qual assumimos como dom de Deus o seu próprio olhar e nos interrogamos: qual é a conversão da mente, do coração e da vida que o Senhor nos pede? A contemplação tende a criar em nós uma visão sapiencial da realidade segundo Deus e a formar em nós o pensamento de Cristo. A
O mundo atual tem muita carência de Deus. Responde-se a essa busca com ofertas que não saciam: devocionismos, milagrismos, religiões terapêuticas, teologias da prosperidade. Isso leva as pessoas a surfarem na existência religiosa, pulando de galho em galho na busca de soluções imediatas para seus problemas imediatos. A verdadeira religião leva as pessoas ao profundo de si mesmas, ao encontro real e afetivo com o Senhor Jesus Cristo. Isto só é possível com a conversão à Palavra de Deus. Isto se dá de modo simples, sóbrio, se-
EVANGELIZAÇÃO PELA PALAVRA
Jornal da Arquidiocese
reno, demorado. Em dezembro de 2000, num encontro de catequistas e professores de ensino religioso, o cardeal Ratzinger delineou o caminho da ação evangelizadora da Igreja no novo milênio. Inspirado na parábola da semente de mostarda (Mt 13,31-32), disse que é preciso evitar a “tentação da impaciência, a tentação de procurar logo o grande sucesso, de buscar os grandes números”. Esse “não é o método de Deus”. Nova evangelização não significa “atrair logo, com métodos novos e mais refinados, as grandes massas que se afastaram da Igreja”. A história da Igreja ensina que “as grandes coisas sempre começam a partir do pequeno grão, e os movimentos de massa sempre são efêmeros”. Lembrando o modo singelo do agir de Deus na história - “Não te escolhi porque és grande; ao contrário, tu és o menor dos povos. Escolhi-te, porque te amo” (Dt 7,7-8) -, ele afirma: “Deus não conta com os grandes números. O poder exterior não é o sinal da sua presença. Grande parte das parábolas de Jesus indica essa estrutura do agir divino e responde assim às preocupações dos discípulos, que esperavam sucessos e sinais bem diferentes do Messias, sucessos do tipo oferecido por Satanás ao Senhor”. Ratzinger recorda que a fenomenal expansão do cristianismo na época apostólica se explica pela humildade e aparente marginalidade: “Certamente, Paulo, no final da sua vida, teve a impressão de ter levado o Evangelho até os confins da terra, mas os cristãos eram pequenas comunidades dispersas pelo mundo, insignificantes segundo os critérios seculares. Na realidade, foram o germe que penetra a massa a partir de dentro e traziam consigo o futuro do mundo”. Segundo Ratzinger, a nova evangelização deve despir-se de toda retórica triunfalista e de toda neurose de reconquista. “Não buscamos escuta para nós, não queremos aumentar o poder e a extensão das nossas instituições, mas queremos servir ao bem das pessoas e da humanidade, dando espaço Àquele que é a Vida”. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br
Jornal da Arquidiocese
Geral 5
Setembro 2011
Encontro reúne vocações femininas Realizado pela terceira vez, encontro proporcionou às jovens conhecer melhor a vocação religiosa Foto/JA
A Pastoral de Coroinhas promoveu no dia 27 de agosto um Encontro Vocacional para meninas coroinhas e outras adolescentes e jovens. Realizado no Provincialado das Irmãs da Divina Providência, o encontro reuniu 45 participantes. Durante o dia, elas puderam conhecer um pouco da vocação religiosa e da vida das Irmãs. As jovens representavam cinco paróquias, de quatro comarcas da Arquidiocese. As jovens participaram da Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Flávio Feler, pároco da Paróquia Santo Antônio, na Coloninha, Florianópolis. Em sua homilia, ele falou dos talentos que Deus nos dá, uma reflexão sobre o Evangelho do dia. “A cada um de nós Deus dá talentos, dons diferentes. Nem todas vocês serão religiosas, mas não devem ter medo de seguir sua vocação”, disse. Leandra Pauli e Cleonice Richartz, ambas de 14 anos, participaram do encontro pela segunda vez. Elas tinham curiosidade em conhecer a vida religiosa. “Temos uma ideia errada de como é a vida delas. Aqui sabemos exatamente qual a sua função dentro da Igreja”, disse Leandra. Daiany Rothstein, também de 14 anos, participou do encontro
Comunicação é tema da Semana Teológica
Participantes representavam cinco paróquias de quatro comarcas pela primeira vez. Ela era coroinha e hoje participa da Liturgia e do Canto Litúrgico em sua comunidade, em Antônio Carlos. Sente iniciar a chama vocacional e participou para conhecer. “Pensei que a vida delas fosse bem mais monótona. Vi que é cheia de compromissos e responsabilidades. Gostei”, disse.
Religiosas para a Igreja Segundo Irmã Clea Fuck, coordenadora arquidiocesana da Pastoral dos Coroinhas, não se trata de uma promoção para buscar vocações para uma Congregação específica, mas para qualquer carisma
de religiosas. “No encontro, elas conhecem a vocação. Depois, podem buscar a congregação com que mais se identificam”, disse. Esta foi a terceira vez que o encontro foi realizado. Ele surgiu a partir dos encontros de coroinhas, em que Irmã Clea costuma perguntar quem sente o chamado vocacional. Segundo Irmã Clea, dos dois encontros anteriores algumas jovens sentiram o despertar vocacional e estão recebendo acompanhamento. Mais fotos no site da arquidiocese: www.arquifln.org.br, clicar em “Álbum de Fotos”.
CNBB lança campanha SOS ÁFRICA A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira deram início à Campanha SOS África de ajuda às vítimas da seca na região nordeste do continente, conhecida como Chifre da África, que envolve os países: Somália, Uganda, Etiópia, Quênia, Djibuti e Eritreia. A região, principalmente a Somália, passa pela seca mais intensa dos últimos 60 anos. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimen-
Vai acontecer...
tação (FAO) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cerca de 12 milhões de pessoas estão sentindo os efeitos da fome na região. Ainda segundo os dados, a região africana vem sofrendo nos últimos meses, além da seca, com a fome, conflitos e a alta dos preços dos alimentos. A crise na Somália já matou 30 mil crianças de fome. A cada 11 semanas, dez por cento das crianças somalis com menos de cinco anos perdem a vida.
Você pode contribuir com a campanha da CNBB e Cáritas, em favor das vítimas no Chifre da África, através de doações de qualquer valor. Banco do Brasil: AG. 34754, C/C 26.116-5; Caixa Econômica Federal: AG. 1041, OP. 003, C/C 1751-6; Banco Bradesco: AG. 0606-8, C/C 187587-6 Para DOC e TED o CNPJ é: 33.654.419/0001-16 Mais informações: http:// www.caritas.org.br
O Instituto Teológico de Santa Catarina - ITESC promove nos dias 26 a 30 de setembro a Semana Teológica. Neste ano, o evento terá como tema “Comunicação: teologia e pastoral”. A assessoria será do Pe. Gilberto Gomes, próreitor da UNISINOS e um dos pioneiros da Leitura Crítica da Comunicação no Brasil. Realizado todos os anos, a novidade é que as conferências serão, em sua maioria, à noite, e o evento contará com várias oficinas de comunicação. O custo será de R$ 20,00. As inscrições podem ser realizadas pelo site www. facasc.edu.br. Durante os cinco dias, haverá conferências, principalmente à noite, a partir das 19h30, oficinas pela manhã, a partir das 8h, e um cinefórum na noite de quarta-feira. As tardes serão livres. A Conferência de abertura será na segunda-feira, às 8h, com o tema: “A realidade do fenômeno comunicacional na atualidade”, com o Dr. Fausto Neto, membro do Comitê Científico do CNPq (comunicação), professor titular da UNISINOS. No mesmo dia, à noite, a partir das 19h30, haverá a conferên-
cia: “Teologia da Comunicação”. Na terça, também à noite, a conferência será sobre o tema: “Da sociedade dos mídias à midiatização da sociedade”. Na quarta-feira à noite haverá o Cinefórum. Na quinta-feira haverá a conferência: “Internet e espiritualidade”. O evento de encerramento será a conferência: “O pensamento das Igrejas sobre a comunicação”, realizada pela manhã, a partir das 8h. As manhãs dos dias 27, 28 e 29 serão destinadas para as oficinas. Na terça-feira, pela manhã e tarde, será oferecida a oficina de “Fonoaudiologia: orientações e triagem”, ministrada por três profissionais da área. No mesmo dia, à tarde, será oferecida a oficina de fotografia. No dia seguinte, pela manhã, os opções serão: mídias sociais, blog, texto jornalístico ou comunicação pedagógica. Todas as oficinas serão ministradas por profissionais qualificados na área. Todos os eventos serão realizados na sede do ITESC, em Florianópolis. Maiores informações no site: www.facasc. edu.br, ou pelo fone (48) 3234-0400.
Assembleia da PJ A Pastoral da Juventude da Arquidiocese realizará, nos dias 23, 24 e 25 de setembro, a sua Assembleia Arquidiocesana na Casa de Retiros Caminho de Nazaré, em Enseada de Brito, Palhoça. O evento terá como finalidade discutir o Plano de Pastoral da PJ para os próximos três anos.
Antes, os jovens receberam um questionário de avaliação da caminhada dos grupos de jovens. As respostas devem ser encaminhadas para a secretaria da Pastoral até o dia 08 de setembro. Aqueles que não receberam, podem encontrá-lo no site da PJ: www.pjarquifloripa.org.br.
6
Bíblia
Setembro 2011
Jornal da Arquidiocese
Conhecendo o livro dos Salmos (41)
Salmo 56 (55): em Deus confio! Divulgação/JA
É uma súplica individual, permeada de confiança: o autor repete por três vezes “eu confio” (vv. 4, 5, 12), apesar do perigo em que se encontra. Há no salmo uma espécie de estribilho, ou refrão, que divide o texto em três partes: a introdução (vv. 2-3), o núcleo (vv. 6-10), e a conclusão (vv. 13-14). Quanto ao estribilho, é um recurso poético raro na poesia bíblica, e normalmente condensa o essencial do poema. Neste caso, o estribilho repete três elementos: o louvor da Palavra, a confiança em Deus, a superação do medo. O louvor transforma-se, no final, em ação de graças; a confiança, oposta ao medo, antecipase no v. 4 e no v. 10.
Tem piedade! 2. Tem piedade de mim, ó Deus, pois um homem me persegue; / o dia todo, o agressor me oprime. 3. Meus adversários me humilham o dia todo, / são muitos os que me atacam, ó Altíssimo! O salmo começa imediatamente com o pedido de compaixão, pois o salmista vê-se perseguido e oprimido “o dia todo”, quer dizer, sem trégua, sem descanso. Quem o persegue e oprime, no v. 2, é “um homem”, logo qualificado de “agressor”, no singular, sem outras características mais concretas. No v. 3, porém, “o agressor” se multiplica: são “muitos”, os “adversários” que o atacam e humilham, e isso, novamente, como no v. 2, “o dia todo”, sem descanso. Há, pois, razões para o pedido de socorro a Deus, chamado a reprimir as investidas humanas, quer de “um”, quer de “muitos”.
Eu confio! 4. Mesmo com medo, em ti confio; / em ti, ó Deus, cuja palavra eu louvo. 5. Em Deus confio, não temo: / o que pode fazer-me um ser de carne? Nestes dois versículos, que serão repetidos antes do fim do salmo, o orante reafirma, apesar do medo, a sua confiança. É mais dra-
De repente, duas imagens, simples mas tão sugestivas, do carinho de Deus, do seu cuidado por cada um de nós. Os “passos errantes” do salmista estão todos “contados”, e nenhuma de suas lágrimas caiu por terra: pelo contrário, Deus as recolheu no seu odre, e as registrou no seu livro! Andanças e lágrimas, soma da vida de cada ser humano. Nem os “passos errantes”, nem as “lágrimas derramadas”, se perdem para Deus. Porque Cristo caminhou conosco e orou “com gemidos e lágrimas” (cf Hb 5,7), Ele consagrou nossas andanças e lágrimas, dando-lhes valor perene.
Vão recuar! mática, e mais humana, essa atitude, que a do profeta Isaías, que afirma não ter medo, justamente pelo fato de confiar: “Eu confio, e nada temo” (Is 12,2). Aliás, o salmista se expressará também assim, no v. 5. Aqui, no v. 4, ele não nega o medo, mas sobrepõe-lhe a confiança. Aliás, se não houvesse temor, haveria que apelar para a confiança? Entretanto, da confiança ele passa imediatamente ao louvor, e louvor da “Palavra”, isto é, da palavra da promessa de Deus. Notar o contraste entre ação e palavra: enquanto o homem age, atacando, Deus oferece a sua palavra, prometendo. Quem pode mais: a ação do homem, ou a palavra de Deus? No fim do v. 5, o salmista conforta-se a si mesmo, argumentando: “O que poderia fazer-me um ser de carne”, isto é, um mortal, diante do poder de Deus? No entanto, foi essa “carne”, mortal e passível, que o Filho de Deus, por uma condescendência infinita, quis assumir, como o afirma o prólogo de João: “A Palavra, o Filho, se fez carne...” (Jo 1,14)
O que eles fazem 6. O dia todo retorcem minhas palavras, / e não pensam senão em fazer-me o mal. 7. Conjuram, armam ciladas, / observam meus passos, atentam contra a minha vida. Nestes dois versículos, o salmista resume a febril atividade
maligna dos seus adversários. É um conflito declarado, portanto. Temos aí seis ações dos ímpios/injustos, a maioria delas na surdina, visando a eliminar o justo. Ora, essa tática, exatamente por não ser aberta, por ser encoberta, é a que mais mete medo. Afinal, por que tanto ódio contra o salmista, e tantos planos para eliminá-lo? O salmo não responde. Deixa claro, porém, que é uma luta desigual, muitos contra um. Eles, os injustos, bem organizados e com planos definidos; o salmista, inerme, apenas confiando na palavra/promessa de Deus.
Castiga-os! 8. Por tanta iniquidade, retribui-lhes; / na tua ira, humilha os povos, ó Deus. O salmista formula agora uma imprecação, invocando sobre seus adversários injustos, “por tanta iniquidade”, a punição divina. É o clamor do oprimido, que anseia pela manifestação da justiça retributiva de Deus, segundo a “lei do talião”. Mais ainda: na sua justa ira, Deus não deixará de humilhar “os povos”, que ousarem levantar-se contra Ele.
Livro e odre, andanças e lágrimas 9. Contaste os passos da minha caminhada errante, / minhas lágrimas recolhes no teu odre; / acaso não estão escritas no teu livro?
10. Então, vão recuar meus inimigos: / quando eu te invocar, sei que Deus está do meu lado. Depois da bela afirmação do cuidado de Deus para com ele, no v. 9, o salmista volta de novo o pensamento para os “inimigos”. Agora tranquilo, não impreca mais contra eles, como no v. 8, mas simplesmente afirma a certeza de que hão de “recuar”. Pois ele agora “sabe”, isto é, tem certeza e experiência, de que Deus “está do meu lado”, como fiel parceiro da Aliança.
Não temerei! 11. Em Deus, cuja palavra eu louvo, / no Senhor, cuja palavra eu louvo, 12. em Deus confio, não temerei: / o que pode fazer-me um ser humano? Estes dois versículos retomam, com pequenas modificações, os vv. 4 e 5, constituindo, como dissemos, o “refrão” do salmo. Com eles, o salmista reafirma a razão da sua confiança, agora inabalável. São Paulo o dirá de outra maneira: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8,31). Ainda quanto à Palavra, como fundamento da confiança do salmista, nós, cristãos, podemos louvá-la de modo especial, pela certeza de que, desde a encarnação do Lógos , a Palavra “se fez carne” (Jo 1,14) e tornou Deus presente entre nós. Nele se apoia nossa confiança, apesar da “carne” alheia que nos
ataca, e da “carne” própria que nos insidia e enfraquece. Por sua ressurreição, porém, sabemos que Ele está conosco, e por Ele podemos esperar a vitória definitiva da vida sobre a morte.
Vou agradecer-te! 13. Mantenho, ó Deus, os votos que te fiz: / vou te render ações de graças. 14. Pois me livraste da morte, / preservaste meus pés da queda, / para que eu caminhe na presença de Deus, na luz dos vivos. O epílogo, ou seja, a conclusão do salmo, é a ação de graças prometida. O orante deve ter feito uma promessa, um “voto”, ao qual Deus respondeu com a sua palavra. Nela o salmista acreditou, proclamando já a sua libertação integral, num primeiro momento interina, em relação ao perigo de morte antecipada e violenta. Isso, porém, sem excluir a libertação como superação definitiva. De fato, preservado da “queda”, do perigo de tropeçar e cair, o salmista pode agora caminhar com segurança, “na presença de Deus, na luz dos vivos”. Andanças e lágrimas (v. 9), luz e companhia de Deus (v.14): as duas parelhas definem a nossa vida, a experiência espiritual do salmista e a de cada um de nós. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no Instituto Teológico de SC - ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br
Para refletir: 1) De que se queixa o orante, neste salmo? 2) Apesar do medo, qual o motivo de sua confiança? 3) O Senhor Jesus rezaria a imprecação do v. 8? 4) O que lhe chama a atenção no v. 9, com as imagens do livro e do odre? 5) Como o salmista conclui este salmo? Com qual perspectiva?
Jornal da Arquidiocese
Juventude 7
Setembro 2011
Jornada reúne segmentos da juventude Mais de mil jovens de doze segmentos participaram da Jornada Arquidiocesana da Juventude Inspirados pelo tema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Cl 2,7), mais de mil jovens de todos os cantos da Arquidiocese estiveram reunidos no dia 28 de agosto. Eles participaram da primeira Jornada Arquidiocesana da Juventude - JAJ. Promovido pelo Setor Juventude da Arquidiocese, o evento foi realizado no CEAR (Centro de Evangelização Angelino Rosa), em Governador Celso Ramos. Estiveram reunidos doze segmentos que trabalham com a juventude na Arquidiocese. O grande encontro iniciou às 8h30, com a acolhida. Em seguida, começou um show de evangelização animado pelo Ministério de Música da Comunidade Shalom. Às 9h, teve início a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Pedro Paulo Alexandre, de 25 anos. A celebração contou ainda com a presença de outros padres. A homilia foi conduzida de forma diferente. Em vez de fazer uma reflexão do Evangelho do Dia, Pe. Pedro Paulo respondeu a perguntas formuladas pelos jovens por meio do Twitter, Facebook e Orkut. Delas, foram selecionadas três, que foram lidas por jovens de diferentes espiritualidades. As perguntas versavam sobre vocação, desafios da juventude e sobre os planos de Deus para os jovens.
A Cruz da Jornada Após a celebração, houve alguns momentos de show musical, seguido de uma pausa para o almoço. À tarde, a partir das 13h30min, tiveram início as outras atividades. Os
Por que é importante um evento que reúne as diferentes espiritualidades da juventude?
A bênção de encerramento foi dada pelos representantes dos segmentos da Juventude da Arquidiocese que Jesus foi um jovem que se deixou seduzir pelo amor do Pai. Em seguida, representantes de cada segmento da juventude da Arquidiocese que participou da Jornada em Madri deram o seu testemunho. “Poder participar da Jornada Mundial da Juventude e auxiliar a CNBB através da delegação oficial foi uma experiência inesquecível. Estar em todos os eventos e os avaliando para a próxima jornada, que será no Rio de Janeiro, ficou marcado para cada um de nós”, disse Guilherme Pontes, seminarista de Filosofia e delegado arquidiocesano da JMJ.
jovens da Arquidiocese que participaram da Jornada Mundial da Juventude, realizada nos dias 16 a 21 de agosto, em Madri, Espanha, conduziram até o altar a Cruz e o ícone de Maria. Tendo esses símbolos como referência, Pe. Vitor Feller fez a reflexão bíblica sobre o tema da Jornada Arquidiocesana da Juventude. Segundo ele, não existe felicidade sem fidelidade. Também não existe ressurreição sem cruz. “É na cruz de Cristo que devemos enraizar-nos para viver a vida plena”, disse. Pe. João Francisco Salm, Administrador Diocesano da Arquidiocese, também se fez presente. Ele disse que a cruz não é sinal de sofrimento, mas de alguém que se deixou seduzir. Lembrou
Diferentes segmentos Foto/JA
Cada um dos segmentos de jovens representados no evento teve a oportunidade de realizar uma atividade cultural. Pe. Lúcio Espíndola, missionário da Arquidiocese na Guiné-Bissau, África, falou do trabalho realizado lá. Jovens da Comunidade Divino Oleiro também deram um testemunho de sua presença missionária, tanto na África, quanto na Bahia. O jovem Mário dos Santos, seminarista de Teologia da Guiné-Bissau, falou das dificuldades do seu país e da importância dos missionários.
Bênção e avaliação Encontro representou a união das diferentes espiritualidades da juventude
Ao final do encontro, Pe. Josemar Silva, referencial do
Setor Juventude na Arquidiocese e um dos promotores do evento, chamou até o palco um representante de cada segmento da juventude. Eles se mantiveram de mãos dadas, mostrando a sua união. Pe. Josemar agradeceu a todos que tornaram o evento possível. Pe. Pedro Paulo Alexandre, utilizando um smartphone, fez a leitura de um texto bíblico. Todos os representantes dos segmentos da juventude, com a imposição de mãos sobre os participantes, deram a bênção de encerramento. Para o Pe. Josemar, os objetivos do encontro foram alcançados, tanto pelo expressivo número de participantes quanto pelos segmentos representados. “Foi um momento importante de comunhão, partilha, integração e troca de experiências, que certamente vai fortalecer o setor juventude na Arquidiocese”, disse. Ele destacou três momentos como os mais representativos do encontro: a Celebração Eucarística; a entrada dos símbolos da Jornada (a Cruz e o ícone de N.Sra.); e a partilha dos jovens que participaram da JMJ, em Madri, Espanha. Ele disse ainda que essa primeira experiência motiva a equipe a já pensar o próximo evento para o ano que vem. Mais fotos no site da arquidiocese: www.arquifln.org.br, clicar em “Álbum de Fotos”.
“Graças a ele, conhecemos que somos diferentes, mas temos a mesma finalidade, que é anunciar Jesus, ainda que de formas diferentes. O encontro é importante para que tenhamos unidade, mas mantendo as nossas individualidades”, João Barbosa Movimento dos Focolares.
“É importante, porque muitas vezes nos julgamos pequenos nos trabalhos que realizamos. Mas reunidos, como aqui, percebemos que somos muitos e que, com o pouco que fazemos, ainda que com métodos diversos, fazemos a diferença. Unidos sempre seremos mais fortes”, Letícia Espíndola Pastoral da Juventude.
“A grande importância é perceber que todos nós nos sentimos Igreja. A RCC tem muitos eventos, mas hoje conseguimos perceber que a unidade produz a santidade. As diversidades somadas tornam a Igreja mais forte, com objetivos concretos”, Samir Samuel de Andrade Renovação Carismática
8
Geral
Setembro 2011
Jornal da Arquidiocese
Leigo assume Secretaria Executiva do Regional Em 41 anos da CNBB - Regional Sul IV (SC), é a primeira vez que um leigo assume essa função como titular
Posse de Ademir materializa o protagonismo leigo no nosso Regional nha chegada materializa o que a Igreja fala muito agora, que é o protagonismo do leigo. JA - O senhor já tinha conhecimento da sua missão no Regional? Ademir - Nenhum. Quando recebi o convite, perguntei a Dom Wilson qual seria o meu trabalho. Ele recomendou que lesse o Documento 70 da CNBB, e clareou o que faria. Nessa fase inicial, ainda contarei com o auxílio do Pe. Francisco de Assis Wloch, meu antecessor. JA - Qual será esse trabalho? Ademir - Devo ajudar as dioceses, sem impor nada. Estar a serviço delas. Fazer com que as diretrizes e orientações da CNBB cheguem às dioceses do nosso Regional. Há ainda atividades que são exclusivas do Regional. Temos a Assembleia do Regional, a aprovação do Plano Regional de Pastoral, o anuário e o cronograma do Regional. JA - Como sua esposa recebeu a indicação? Ademar - Muito bem. Ela já é a secretária na nossa fraternidade franciscana em Tubarão. É, como eu, uma pessoa bem participativa das atividades da Igreja e continuará atuando comigo nessa nova missão.
JA - O senhor mora em Imbituba. Como fará para estar em Florianópolis, e com sua esposa? Ademir - Até pouco tempo atrás, residíamos em Florianópolis. Minha filha reside em Campinas, São José. Por enquanto estamos ficando na casa dela. Enquanto estiver no Regional, minha esposa ficará lá. É uma oportunidade para também estar junto com nossa neta. Nas viagens, sempre que possível, pretendo levar minha esposa. Claro que por nossa conta, sem onerar o Regional. Na minha atividade profissional, trabalhei em diferentes regiões do país e também em outros países, e ela sempre me acompanhou. JA - A experiência na carreira militar vai favorecer o seu trabalho no Regional? Ademir - Certamente que sim. Embora a carreira militar seja diferente, tanto a minha prática, como a minha formação acadêmica facilitarão o meu novo trabalho. O controlador de tráfego aéreo é um tomador de decisões. É ele quem decide qual o caminho que uma aeronave deve seguir para evitar choques. Meu trabalho era preparar a pessoa que teria essa incumbência e me certificar de que ela é capaz de exercê-la.
Paróquia promove encontro da Infância e Adolescência Missionária A Paróquia São Francisco de Assis, em Aririú, Palhoça, promoveu, no dia 13 de agosto, o encontro paroquial da Pastoral da Infância e Adolescência Missionária. Realizado na comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, na Barra do Aririú, o evento reuniu mais de 80 participantes, representando as quatro comunidades em que a Pastoral está presente. O evento teve início às 14h com a Liturgia da Palavra presidida pelo seminarista Júlio César Hames e término às 17h30. O pároco Pe. Marcelo Henrique Fraga fez-se presente no evento durante a Celebração e fez uso da palavra, falando de forma descontraída sobre a importância das vocações e a importância de existirem os padres, irmãs, catequistas. Também houve a presença da missionária Leka. O objetivo do encontro foi falar às crianças e adolescentes missionários sobre os vários tipos de vocação, através de teatros e dinâmicas que foram preparados
pelos assessores. Durante o encontro, cada assessor/coordenador da Pastoral em sua comunidade falou sobre uma vocação específica. A animação ficou por conta do ministério de música banda Deus Vivo da igreja anfitriã. A paróquia costuma realizar encontros paroquiais da Pastoral da Infância e Adolescência Missionária. Os encontros começaram a acontecer nas comunidades em que já existem os grupos, para divulgação da importância do trabalho da Pastoral da Infância e Adolescência Missionária, bem como para o fortalecimento dos grupos. O evento foi realizado pela equipe de coordenação paroquial da Pastoral da Criança e Adolescência Missionária, formada por Fernanda da Silva, Queila Hinckel, Lurdinha e Cristiane. Para Fernanda Silva, o encontro foi uma experiência bastante positiva. “As crianças e adolescentes puderam conhecer um pouco mais das vocações específicas da Igreja”, disse. Divulgação/JA
Jornal da Arquidiocese - É a primeira vez que essa função é assumida por um leigo. Isso é uma responsabilidade maior para o senhor? Ademir - Causa uma expectativa de não frustrar principalmente Dom Wilson, que tomou a decisão de escolher o meu nome. A mi-
Foto JA
Ademir Freitas, 61 anos, é o novo Secretário Executivo da CNBB - Regional Sul 4 (SC). A posse foi realizada no dia 15 de agosto, em celebração realizada na instituição, com as presenças de Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ, bispo de Tubarão e presidente do Regional, e Dom Frei Mário Marquez, bispo de Joaçaba, entre outros participantes. Natural e residente em Imbituba, Ademir é casado com Janete Plaisant Freitas, há 39 anos; tem três filhos, todos casados, e tem duas netas. É oficial da reserva da Aeronáutica, onde atuou na área de controle de tráfego aéreo e sobretudo na implantação de sistemas. É especialista em Análise de Sistemas, tem formação em Administração, com enfoque em Organização e Métodos. Faz parte da Ordem Franciscana Secular e é ministro da Fraternidade de Tubarão, atuando também como secretário regional da entidade. É leigo atuante na paróquia N.Sra. Imaculada Conceição, em Imbituba. Também atua como secretário do Conselho Paroquial de Pastoral e coordena a Catequese na comunidade da Vila Nova. Através desse Conselho, foi convidado a participar da equipe de elaboração do Plano Diocesano de Pastoral de Tubarão. A partir desse trabalho, Dom Wilson conheceu o seu trabalho e, como presidente do Regional Sul 4, o convidou para participar da Secretaria Executiva. Nos próximos quatro anos, ele terá a missão de acompanhar e motivar os trabalhos nas pastorais, organismos e serviços do Regional. Conheça um pouco de seu trabalho.
Encontro reuniu mais de 80 participantes de toda a paróquia.
Jornal da Arquidiocese
Geral 9
Setembro 2011
Rede Sanar chega à Arquidiocese Entidade fundada na Argentina busca atender pessoas que sintomas que possam levar ao suicídio Foto JA
Conhecendo a vida nos Seminários
Vivenciando o Seminário Menor
Voluntários ou apenas interessados em conhecer participaram da formação
Foto JA
funcionária da Livraria Paulus, que se aprofundou sobre o trabalho na sua origem. Durante o encontro, os participantes conheceram como foi criada e o método terapêutico adotado, que é presencial e com testemunhos. Já foi marcado um próximo encontro para o dia 10 de setembro, às 14h, no mesmo local, quando será aprofundado o método. Todos os interessados são convidados a participar. Maria Luiza Nogueira, coordenadora arquidiocesana da Pastoral dos Enfermos, foi uma das participantes do evento. Para ela, o serviço prestado pela Rede Sanar é importante, porque há uma carência afetiva muito grande. No seu trabalho como visitadora dos enfermos, percebe que há muitas pessoas com ne-
Atendimentos, ainda que poucos, já estão sendo realizados
cessidade, mas principalmente ocasionados por problemas mentais que interferem no físico. “As pessoas não têm tempo para o outro. A grande caridade está na escuta. O nosso papel é facilitar que a pessoa encontre a solução, e isso fazemos ouvindo”, disse. Miriam Helena Sega foi voluntária do Centro de Valorização da Vida – CVV, que tem como finalidade a prevenção ao suicídio através de atendimentos telefônicos. Ela soube do evento e participou, para conhecer a proposta. “Necessitamos desse tipo de serviço. A angústia e a depressão são males que atingem a nossa sociedade, mas aparece pouco na mídia”, disse. Para Zenir, promotora do evento, o encontro foi bastante proveitoso, e os participantes demonstraram interesse em participar do trabalho. “A perspectiva é que, com mais divulgação, mais pessoas participem da formação e também outras pessoas procurem pelo atendimento”, disse. Mais informações pelo fone (48) 9635-9315, pelo e-mail redsanarbrasil@gmail.com, ou no site www.redsanar.org (em espanhol).
A caminhada do Seminário Menor é percorrida pelos jovens que, ao terminarem o ensino fundamental, se sentiram chamados a discernir sua vocação. Eles iniciam suas jornadas no Seminário cursando o ensino médio, em preparação para a Faculdade de Filosofia. O cotidiano dos Menores é um tanto quanto distinto em relação ao dia a dia vivenciado pelos seminaristas das outras etapas da formação. Os horários são distribuídos tendo em vista o estudo, o esporte, as orações comunitárias, o trabalho e as refeições. Além daquelas oferecidas pelo ensino médio, há aulas internas de latim, música, português, religião, etiqueta, teatro, educação física, dentre outras opcionais. O ensino médio é cursado na escola Dom João Becker, localizada nas proximidades do Seminário. O fato de frequentarem um colégio fora das dependências do Seminário constitui uma oportunidade saudável, pois podem interagir com outros jovens. Também participam dos encontros dos Grupos Bíblicos em
Família, nas casas dos paroquianos do Santuário de Nossa Senhora de Azambuja, no qual frequentam a Santa Missa diariamente. Enfim, o Seminário Menor é formado por jovens corajosos, que, desde cedo, deixaram suas famílias, suas casas e seus amigos para adentrar em águas mais profundas, rumo a Cristo. CONVITE: Jovem, venha ser um instrumento de Deus na vida e na história de nossa Igreja Diocesana de Florianópolis. Seja um padre diocesano. É Jesus quem o chama para o ministério sacerdotal. Se você ainda não pensou nisso, pense agora! Se tiver uma inquietação vocacional, procure seu Pároco. Cristo conta com você para trabalhar na sua messe. CONTATO: Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes, Rua Azambuja, 1076 Azambuja, CEP 88353-460 Brusque – SC - Fone: (47) 33966276, ou pelo e-mail carlospaixao3@hotmail.com Divulgação/JA
Maria de Lourdes (nome fictício) é natural de Recife, em Pernambuco. Em 2001, a convite do irmão, veio com sua mãe já idosa para Florianópolis. Ela queria ficar mais próxima do filho. Algum tempo depois, sua mãe adoeceu, e Maria de Lourdes deixou o emprego para cuidar dela. Ela faleceu em outubro de 2008. Distante de sua terra natal, com poucos amigos, problemas de convivência com o irmão, por disputa da herança, e a dor pela falta da mãe, caiu em depressão e chegou a ser internada três vezes. Isso a levou a tentar contra a própria vida por algumas vezes. Ela é uma das pessoas que já estão recebendo atendimento da Rede Sanar, que tem como finalidade atender pessoas com problemas de estresse, ansiedade, fobia, tristeza, pânico, depressão, angústia e crises, que podem levar ao suicídio. Criada na Argentina, a entidade está chegando à Arquidiocese de Florianópolis. Na tarde do dia 20 de agosto, foi promovida a primeira formação para as pessoas interessadas em conhecer e se voluntariar para o serviço. Realizada no Educandário Imaculada Conceição, no centro, em Florianópolis, a formação foi ministrada por Zenir Gelsleichter, missionária leiga e
Pe. Carlos André Paixão com os seminaristas do Seminário Menor
10
Ação Social
Setembro 2011
Jornal da Arquidiocese
Rede Cáritas da Região Sul realiza encontro Realizado em Florianópolis, encontro reuniu representantes das dioceses dos três Estados do Sul de, nos aspectos sociais, políticos e eclesiais, que contou com a contribuição de Carlos Eduardo - Che, professor da Universidade de Chapecó (UNOCHAPECÓ), do Pe. Vilmar Adelino Vicente, professor do ITESC, e da Professora Vera Herweg Westphal, da UFSC. Além disso, refletiu-se sobre o modelo de desenvolvimento atual, que gera exclusão, pobreza, desigualdade e devastação ambiental. Como contraproposta a esse modelo que impera, a Cáritas Brasileira incentiva a construção de um modelo sustentável e solidário, gerador de vida, inclusão, coletividade e respeito ao meio ambiente. Esse modelo aos poucos vem ganhando espaço em nossas comunidades e Dioceses.
Divulgação/JA
Aconteceu nos dias 16, 17 e 18 de agosto, em Florianópolis, o Encontro Inter Sul da Cáritas Brasileira, com representantes das Cáritas Diocesanas, Secretariados Regionais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Secretariado Nacional. O referido encontro é parte do processo de preparação para o IV Congresso Nacional. Da mesma forma que as Dioceses e os Estados realizaram suas oficinas, a região sul do país e demais regiões também realizaram seus momentos preparatórios. Tendo como tema central o Desenvolvimento Solidário Sustentável e Territorial (DSS-T), a oficina buscou, num primeiro momento, trazer alguns elementos da realida-
Representantes das Cáritas Diocesanas da Região Sul do Brasil se reuniram em Florianópolis para preparar o IV Congresso Nacional
Rede de Ações Sociais de Brusque inicia Capacitação em Gestão de Risco
Datas
Local
Hora
São José e Biguaçu
14, 21 e 28/09
Paróquia Sagrados Corações Barreiros/S.José
14:00 às 17:30 hs
Itajaí
08, 15 e 22/09
Paróquia São Cristovão Cordeiros/ Itajaí
14:00 às 17:00 hs
Os interessados poderão fazer sua inscrição através do telefone (48)3224-8776 ou e-mail asa@arquifln.org.br
A Ação Social Arquidiocesana - ASA, em parceria com a Cáritas Brasileira Regional de Santa Catarina e a Pastoral da Saúde, promoveu uma Oficina sobre Plantas Medicinais, com o tema: “Plantas Medicinais: do Cultivo ao Uso”. A oficina foi realizada no dia 22 de agosto, em Biguaçu, com a participação de 36 pessoas. Inicialmente foi feita uma breve apresentação do Projeto “Fortalecendo Experiências de Economia Solidária em Santa Catarina”, da Cáritas em parceria com a Petrobrás, que, dentre seus objetivos, busca “resgatar e valorizar o conhecimento cultural e popular sobre o cultivo e uso das plantas medicinais”. A assessoria teórica da oficina foi de Cecília Cipriano Osaida, que é vice-presidente da Associação Catarinense de Plantas Medicinais e Produtora de plantas no
Sítio Harmonia Natural, em Canelinha. Ela discorreu sobre a importância da denominação botânica e popular das plantas. Em inúmeras utilizações, o uso incorreto pode levar a intoxicações e, em casos mais sérios, a óbito. O período da tarde foi assessorado por Renan Kendy, que é técnico da Alive – Associação Linha Verde e transmitiu conhecimentos de forma prática sobre a produção de sabonetes, xampus e pomadas. Kendy ensinou a fazer um chá de ervas concentrado, para ser utilizado como base (princípio ativo das plantas medicinais) nos produtos. No final da oficina, todos os participantes receberam um sabonete, xampu e pomada, artigos que foram produzidos durante a prática. Para Jaci Perottoni, Coordenadora Arquidiocesana da Pastoral da Saúde, a oficina foi extremamente válida, pois aprofundou os conhecimentos técnicos e científicos sobre a utilização de plantas medicinais, aliados aos conhecimentos populares trazidos pelos participantes. Divulgação/JA
Município
Oficina de Plantas Medicinais Divulgação/JA
A Capacitação em Gestão de Risco e Desastre, promovida pela Ação Social Arquidiocesana, teve seu início no município de Brusque, com a Rede de Ações Sociais desse município e representantes de Botuverá e Guabiruba. Estão se capacitando 27 lideranças das ações sociais e comunidades. Destacamos a participação de representantes das Defesas Civis de Guabiruba e Botuverá. Nos três primeiros en- Formação reuniu lideranças e representantes da Defesa Civil contros realizados foram trabalhados: Introdução ao tema e apresenApós a conclusão das Oficinas está pretação da Defesa Civil de Brusque; Preven- vista a construção dos Planos Preventivos da ção, Preparação, Resposta e Reconstrução; Rede de Ações Sociais e o debate com oue Abordagem com Famílias, ocasiões pro- tras entidades para a constituição dos Núclepícias para discutir a atuação em 2008 e os Comunitários de Defesa Civil. conhecer mais sobre essa temática. Para o Nos demais municípios da Arquidiocese, último encontro está previsto o tema: Ges- a Capacitação também estará acontecentão de Abrigos e Comunicação. do, conforme cronograma abaixo:
Prova disso foram as experiências comunitárias que conhecemos durante o encontro, três das quais serão socializadas no Congresso Nacional: Projetos de Sementes Crioulas de Anchieta (Santa Catarina), Escola de Economia Solidária (Paraná), Prevenção de Emergências de Santa Margarida do Sul (Rio Grande do Sul). O encontro também possibilitou olharmos a caminhada da Cáritas Brasileira nos últimos quatro anos, tendo sido feitas avaliações do Planejamento Estratégico 20082011, e apresentados indicativos de ações para o próximo quadriênio 2012-2015. O IV Congresso ocorrerá nos dias 09 a 12 de novembro em Passo Fundo/RS.
Realizado em Biguaçu, formação reuniu 36 participantes
Jornal da Arquidiocese
GBF 11
Setembro 2011
O Grito por uma Independência A independência do Brasil foi representada por um grito, mas passados 189 anos ainda não estamos livres Divulgação/JA
Testemunho
Fazendo a diferença na comunidade
Grito dos Excluídos é uma oportunidade de nos manifestarmos contra tudo o que nos oprime, o que fere os nossos direitos para um projeto social suprirem a escassez; quando a fome for saciada plenamente e a partilha feita por igual, onde sobrarão “doze cestos cheios” (cf Mt 14, 20); tivermos tratamentos suficientes para os nossos males; não precisarmos de outros planos de saúde, porque o plano público poderia suprir todas as necessidades do cidadão; quando tivermos educação e saúde de qualidade e forem prioridades para todos e tivermos liberdade de ir e vir sem nos preocuparmos com ladrões e assaltantes. Sabemos que uma parcela de pessoas de boa vontade trabalha em busca de vida melhor para amenizar o sofrimento do próximo, porém outras pessoas, em grande parcela, impedem o andamento de projetos sociais que visem a uma melhoria populacional, atravancando o projeto de construção do Reino de Deus.
Grito de Independência Que a “Independência do Brasil” aconteceu através de um “grito” a história nos conta, porém é necessário que haja mais gritos. Gritemos, para que o nosso trabalhador tenha salário digno, gritemos pelo salário melhor de nossos professores da rede pública e dos servidores da área da saúde; gritemos para que sejamos livres da corrupção e dos corruptos, e de outros males que afligem a nossa sociedade. Gritemos, pois, para que todos nós, brasileiros, sejamos iguais perante a lei e por sermos irmãos e irmãs, filhos e
filhas do mesmo Criador: Deus. Gritemos, gritemos, gritemos! Estes dias que antecedem o 07 de setembro, e durante a semana, será um momento propício para refletir e anunciar nossas ações nos espaços de discussão na sociedade, a fim de animar nossos irmãos e irmãs que se organizam e vão à luta nos diversos locais e esferas (comunidades, municípios e Estados) em prol de vida digna para todos. Como cristãos, temos a missão de sermos protagonistas de uma sociedade mais justa, fraterna, solidária e sem exclusões... Unidos a Cristo Ressuscitado, vivenciamos este grande momento em que a Igreja se mobiliza em alguns Estados, e em algumas Dioceses de Santa Catarina, na certeza de que queremos ecoar exclamando: “PELA VIDA GRITA A TERRA... POR DIREITOS TODOS NÓS”, o Grito dos Excluídos, sendo uma atividade social da Igreja e dos movimentos sociais de mobilizações em defesa dos Projetos Populares, políticas públicas por melhores condições de vida para os trabalhadores, trabalhadoras e para todo o povo brasileiro, Você pensará que tudo isso é um sonho. Até pode ser, porém o sonho deve acontecer para ser sonhado, na esperança de novas realizações. “Sonho que se sonha só é só um sonho. Mas sonho que se sonha junto torna-se realidade” (D. Hélder Câmara). Diác. Wilson de Castro Membro da equipe redação dos GBF
O casal morou por 21 anos no Rio Tavares, bairro pertencente à Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem. Lá, tiveram e criaram os quatro filhos, que também se tornaram atuantes na vida da Igreja. Eles participavam da Pastoral Familiar. Realizavam uma série de atividades que envolviam toda a paróquia. O trabalho era promovido por 32 casais, responsáveis por organizar a celebração dos sacramentos. Em 2002, o casal se mudou para as proximidades da Igreja Matriz da Paróquia São Luiz, na Agronômica, um bairro também de Florianópolis. O local era mais próximo para o trabalho e estudo dos filhos. Inicialmente, pretendiam ‘dar um tempo’ na vida comunitária e apenas participar da missa. Mas não foi possível. “Quando estamos inseridos nesse meio, não tem jeito: querendo ou não, a gente sempre acaba se envolvendo”, disse Dionísio.
Envolvimento comunitário Foram reconhecidos como importantes lideranças e convidados a atuar na Matriz. Recusaram. A intenção era trabalhar na capela São José, uma área em que as pessoas tinham até algum receio de participar por conta da violência. Aldair criou um grupo de mães na capela. Lá, um grupo de senhoras aprende artes manuais, como costura, crochê, bordado... A produção é comercializada em bazares. Juntos, o casal começou a articular a Pastoral Fa-
O casal Dionísio e Aldair dá testemunho de trabalho pelos irmãos e em favor da Igreja
miliar na comunidade e a envolver os vizinhos. Antes, as pessoas não costumavam circular pelo bairro com receio da violência. Chegavam em casa e se trancavam. Não participavam da missa na igreja da comunidade. Com os trabalhos, passaram a se conhecer melhor, se cumprimentar e a sair de casa para conversar com os vizinhos. “Eles começaram a se conhecer. Teve pessoas que disseram morar aqui há mais de 20 anos e sequer sabiam o nome do seu vizinho”, disse Aldair. Também formaram uma equipe de segurança no bairro. Os vizinhos trocaram telefones e em situações de emergência se comunicam. Roubos já foram evitados, graças a essa iniciativa. Hoje, além de participar da missa, realizam os encontros dos Grupos Bíblicos em Família e priorizam a realização na casa dos doentes. Antes, a igreja reunia no máximo nove pessoas. Agora está sempre lotada. A Paróquia conta com 15 Grupos Bíblicos em Família. Só na comunidade São José são quatro grupos. A cada fechamento do livreto, realizam confraternizações e chegam a reunir mais de 60 pessoas na casa do casal. Também realizam uma missa mensal, sempre na segunda quarta-feira do mês, às 19h. A ideia foi colocada em prática há dois anos e cada vez reúne mais fiéis. Foto JA
Quando estudamos lá no início do ensino fundamental, ao qual chamávamos de primário, dizia a disciplina de História que Portugal explorava todos os recursos do Brasil, indo para lá todas as nossas riquezas, colaborando, por isso, no desenvolvimento daquele país. Continua a história dizendo que o governo do Brasil da época, neste caso, regido pela monarquia, saturado dessa exploração desmedida e vergonhosa, um dia declarou que o Brasil se tornaria independente da “pátria mãe”. Diz, ainda, que foi através de um gesto do imperador da época a que a história denominou “Independência ou morte”. Isto em 1822. Antes disso, lá pelos anos de 1789, havia bravos patriotas que já lutavam contra aquela grande exploração. Esse movimento levou o nome de “Inconfidência mineira”, cujo lema era “Liberdade ainda que tardia”. O sentimento nacionalista de muitos daqueles compatriotas, o desejo de querer uma pátria livre da opressão, da exploração e da injustiça teve um fim amargo, como a história nos conta, mas despertando, certamente, para as gerações futuras, o espírito de luta por uma pátria sem males, e que não podemos viver presos às amarras da escravidão, seja ela branca ou negra; não podemos viver presos às ideias de um povo que nos provoca opressão, que nos explora. Acreditamos que, em determinado momento, precisamos dar um grito de basta. Se temos fé em Deus, cremos na sua justiça, cremos numa liberdade que, mesmo que tardia, virá, e é crendo na justiça plena, que iremos ao encontro da promessa de Jesus, que é vida plena para todos: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10) Neste mês de setembro, vamos lembrar o dia da “independência” do Brasil daquele país. Tudo isso até pode ser possível, numa área diplomática e política. No aspecto social, porém, ainda este tempo está por vir. Somos e seremos independentes completamente, quando todo o nosso povo viver plenamente a vida com dignidade; quando o amor superar o ódio; recursos suficientes
12
Artigos
Setembro 2011
Jornal da Arquidiocese
C entenário
Padre Antônio Gublielmi - um estudioso
Vida religiosa Em 1946 teve o desejo de ser padre jesuíta, no que foi desaconselhado pelo pai. Em abril do mesmo ano solicitou a Dom Joaquim a permissão de estudar mais um ano em Roma, licença concedida prontamente. Era o desejo de fazer o Curso de Sagrada Escritura no Bíblico. Em 12 de outubro de 1955, Dom Joaquim o incardina na Arquidiocese de Florianópolis, onde pouco residiu: somente em 1956, como professor no Seminário de Azambuja. De 1961 até a morte viveu na arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, sempre incardinado em Florianópolis. Após a breve estadia em Azambuja, retorna a Roma e, de
1956 a 1960, obteve a graduação no Pontifício Instituto Bíblico de Roma.
No Concílio Vaticano II Pe. Guglielmi teve a grande oportunidade de viver de perto a experiência única do Concílio, que se estendeu de 1962 a 1965. Em 1962, foi Teólogo perito de Dom Joaquim na primeira fase do Concílio Vaticano II, nomeado por João XXIII. Para a segunda Sessão, da qual Dom Joaquim não participou, Dom Afonso Niehues, bispo coadjutor de Lages, foi nomeado Procurador de Dom Joaquim (com o pedido de apresentar suas duas teses não apresentadas na primeira Sessão) e Pe. Guglielmi perito do mesmo. Em 30 de setembro de 1963, no dia seguinte ao início da segunda Sessão, reuniu-se na Domus Mariae, onde se hospedavam os bispos brasileiros, a Comissão Teológica brasileira com mais dois assessores, ambos catarinenses: Frei Guilherme Baraúna OFM, da Academia Mariana Internacional, e Pe. Antônio Guglielmi, como especialista no setor bíblico. Foi eleito pelos bispos brasileiros perito do Episcopado brasileiro, no contexto sendo o único padre diocesano brasileiro. Causou ótima impressão nos bispos, especialmente por seus conhecimentos bíblicos e de grandes teólogos do tempo. Dom Helder Câmara o recomendou e aceitou. Ao final da Sessão, Pe. Guglielmi retorna ao Rio de Janeiro, onde assume como professor
Divulgação/JA
Antônio Pedro Guglielmi, filho de Pedro e Orandina Guglielmi, nasceu em Içara, SC em 27 de setembro de 1927. Fez o primário em apenas um ano. Indo para Azambuja, foi o primeiro da classe ginasial. Sempre manifestou profunda e perspicaz inteligência. De 1948 a 1955 cursou Filosofia e Teologia na Universidade Gregoriana, em Roma, com todos os estudos custeados por familiares. Seu grande prazer era a Filosofia. Enquanto cursava Teologia na Gregoriana, aproveitava os tempos livres para estudar as línguas bíblicas no Pontifício Instituto Bíblico. Conhecia 23 línguas entre as antigas e modernas, e falava e escrevia corretamente sete. Foi ordenado presbítero em Roma em 08 de dezembro de 1954, com outros 17 companheiros brasileiros.
1964 a 1970 - professor de Sagrada Escritura e de Antropologia no Instituto Superior de Pastoral Catequética (ISPAC) e no Instituto de Pastoral (INP) da CNBB. Em 1970 morreu seu padrinho e protetor, o Cardeal Jaime de Barros Câmara. De 1965 a 1976 - professor da Escola Mater Ecclesiae, do Regional Leste-1 da CNBB, fundada por Dom Jaime em 1964, com o objetivo de formar professores de educação religiosa e leigos atuantes. Lecionava Ciências bíblicas e Antropologia científica. De 1968 a 1975 - professor associado da Pontifícia Padre Antônio Gublielmi: Universidade Católica do Rio de perito pessoal, perito do episcopado, Janeiro. De 1974 a 1990 - professor adjunto da Universidade perito do Concílio Federal de Juiz de Fora, MG, do Seminário. Era forte seu víncu- onde se aposentou em 21 de marlo com o Cardeal Dom Jaime de ço de 1990. Barros Câmara, que sempre o Demissões e processo apoiou. Pôde retornar a Roma Surgiram problemas entre Pe. para a Terceira Sessão do Concílio, com aprovação do Cardeal Antônio Guglielmi e o novo ArcebisCâmara. Em 18 de setembro de po do Rio, Dom Eugênio de Araú1964, a Secretaria de Estado do jo Sales. Pe. Guglielmi era entusiVaticano comunicou que o Papa asta da ciência bíblica naquilo que Paulo VI o incluíra entre os “Peri- tinha de mais moderno. O Cardeal tos do Concílio”. Um meritoso ca- Sales mostrou-se preocupado com minho: perito pessoal, perito do os caminhos pelos quais enveredava Pe. Guglielmi e tomou as deciepiscopado, perito do Concílio. sões que achava pertinentes: em Professor no Rio 25 de agosto de 1975 foi dispene Juiz de Fora sado da PUC do Rio. Em 1976, o Concílio terminado, retornou Cardeal Sales o exclui do corpo de ao Brasil, acolhido pelo Cardeal professores da Escola Mater Câmara. Será sempre professor. Ecclesiae. Sentindo-se injustiçado, De 1964 a 1970 - professor no ingressou com ação na justiça. Seminário Maior do Rio de JaneiEm 19 de maio de 1978 sai ro, lecionando Exegese do AT e do Comunicação da Cúria do Rio de NT e História das Religiões. De Janeiro, dirigida a Dom Afonso, de
que Pe. Guglielmi não teve o Uso de Ordens renovado. Em 19 de setembro de 1978, nova carta a Dom Afonso, comunicando que Pe. Guglielmi deu entrada a novo processo judicial. A situação se deteriora, e em 19 de março de 1984, Dom Eugênio comunica a Dom Afonso o Edital publicado na Revista do Clero, proibindo-lhe conferências, pregações e suspensão do Uso de Ordens. O processo (no Recurso, Processo no. 1.012/78) arrastou-se de 1976 a 1988. Em 28 de junho de 1988, o STF deu-lhe ganho de causa. Foi a primeira vez que o Supremo deu ganho de causa contra a Mitra em mais de 400 anos. O Cardeal Sales renovou-lhe o Uso de Ordens. Muito conhecido, Pe. Guglielmi oferecia cursos e conferências pelo Brasil, para dioceses e entidades laicas, inclusive reunindo pequenos grupos de cristãos que queriam ouvi-lo.
Os últimos dias de um trabalhador incansável Pe. Guglielmi foi padre de estudos, não foi um padre pastor, ligado à vida sacramental e ao mistério cristão. Um homem entusiasmado pela ciência bíblica e pouco para a teologia bíblica. Foi fiel a seu sacerdócio até o fim. Em outubro de 1997 sofreu um AVC que o deixou impossibilitado para o trabalho. Retornando à sua terra natal, aos 72 anos descansou em 12 de junho de 1999, em Vila Nova, Içara. Pe. José Artulino Besen (acesse o texto na íntegra no blog: pebesen.wordpress.com)
Ecumenismo
Uniformidade ou Unidade? A Igreja Evangélica Luterana do Brasil em Balneário/Estreito celebra o seu cinquentenário e convida a todos os cristãos a participar da celebração comemorativa que se realizará no dia 09 de setembro na Igreja Paroquial Nossa Senhora da Glória (R. Sérgio Gil, 792). O Pastor Daltro G. Tomm é um dos líderes cristãos de Florianópolis inserido no movimento ecumênico. Abaixo a síntese da sua pregação no templo ecumênico da UFSC, numa das celebrações ecumênicas realizadas durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Consta que existem atualmente no mundo cerca de 33 mil igrejas. Isto significa 33 mil grupos religiosos com doutrinas e convicções diferentes. Se lembrarmos que cada uma destas igrejas possui milhares ou milhões de adeptos, podemos imaginar a imensurável babel religiosa em que se tornou o cristianismo (sem contar as religiões não cristãs). Esta divisão é considerada um escândalo para o cristianismo e, efetivamente, o é. Mas, se aceitamos que o Espírito Santo é o agente unificador dos cristãos, também podemos considerá-lo o iniciador desta diversidade existente. Reflitamos sobre os acontecimentos do dia de Pentecostes relatados
em Atos 2.1-14. O dom de línguas tem o claro objetivo de proclamar a mensagem evangélica aos mais diversos grupos de pessoas, nações e culturas. As pessoas que estavam em Jerusalém nesse dia, “vindos de todas as nações do mundo”, voltaram para seus países, e lá, dentro de sua cultura e de acordo com seus costumes e tradições, anunciaram a mensagem e formaram grupos de cristãos (igrejas). Estas igrejas precisavam se adaptar às peculiaridades culturais de cada grupo étnico, formando assim suas próprias liturgias. Era a diversidade mediada pelo poder do Espírito Santo. O escândalo do cristianismo não está, necessariamente, no fato de haver tantas
igrejas, mas no fato de confundir unidade com uniformidade: a intenção exclusivista de impor sua tradição, doutrina e liturgia, condenando todos os que são diferentes. Observemos no relato da ação do Espírito Santo (Atos 2), especialmente no versículo 11: “estamos ouvindo esta gente falar em nossa própria língua”, isto é, na nossa própria maneira de entender e viver. Não havia uniformidade na ação de proclamar, mas havia uniformidade no conteúdo da mensagem: divulgar “as grandes coisas que Deus tem feito”. Permaneçamos no essencial, isto é, anunciar as maravilhosas coisas que Deus fez e faz: a salvação pela fé em Jesus Cris-
to. Há muitas maneiras de anunciar o Evangelho. O importante é que este Evangelho da salvação não seja deturpado. Pr. Daltro G. Tomm Igreja Luterana
Jornal da Arquidiocese
Missão 13
Setembro 2011
Missionários avaliam missão na Bahia Voluntários que realizaram missão na Bahia falaram das experiências e participaram de confraternização Fernando Ventura foi um dos missionários. Essa foi a primeira vez que ele participou, mas gostou tanto que já se colocou à disposição para o próximo ano. “Na celebração de envio, Dom Luiz Cappi, bispo local, mostrou-nos um Cristo sem face. Disse que as pessoas veriam em nós a face de Cristo. Isso foi um grande aprendizado e uma responsabilidade”, avaliou. Mais experiente, Leonora Cardoso participou do encontro da missão pela quarta vez. Segundo ela, há uma força que deixa os missionários muito bem para realizar o seu trabalho. “Ao nos depararmos com a situação em que vivem, esquecemos dos nossos problemas, que são tão pequenos em relação ao deles, e só queremos ajudar”, disse. Para Domingos Francisco Pereira, organizador da missão, o trabalho foi mais uma vez muito provei-
Divulgação/JA
Um encontro realizado no dia 21 de agosto reuniu os missionários da Arquidiocese que nos dias 15 a 25 de julho realizaram missão na Paróquia de Morpará, pertencente à Diocese de Barra, na Bahia. Durante a manhã, eles avaliaram o trabalho missionário, falando de suas experiências, e realizaram um momento de confraternização com almoço festivo. A missão foi uma promoção do Conselho Missionário Diocesano COMIDI, e contou com o trabalho de 49 missionários, entre padres, religiosas e leigos. O número foi menor que nas edições anteriores, porque a paróquia não poderia acolher mais pessoas. Durante os sete dias, eles visitaram 30 comunidades da paróquia. Nesses dias, realizaram visitas e bênção das casas, proclamação do Evangelho, formação para catequistas e lideranças leigas.
Missionários participaram do encontro de avaliação e confraternização toso e comemorado pela comunidade de Morpará. Segundo ele, o povo recebeu muito bem os missionários, que realizaram um excelente trabalho. “Muitas das comu-
nidades visitadas chegam a ficar dois anos sem a visita de um padre. Quando recebem a visita dos missionários, renovam-se as esperanças neles”, disse.
CELEBRAÇÃO O Conselho Missionário Diocesano – COMIDI, convida todos os missionários que já realizaram missão na Bahia a participar de um encontro. O evento será realizado no dia 09 de outubro, a partir das 9h, na Igreja Matriz da Paróquia São Sebastião, em Tijucas. Durante a manhã, os participantes falarão sobre suas experiências missionárias. “Será uma oportunidade de reencontro, já que perdemos contato com alguns deles”, disse Domingos Francisco Pereira. Mais informações pelos fones (48) 8477-3552 ou 9619-9244.
Na missão, o primado do Evangelho Enviai, Senhor, Missionários... Caros amigos e amigas do Jornal Arquidiocesano, Durante o próximo mês, iremos ouvir muito a palavra missão. Mas, o que tem a missão de tão importante que fez com que milhares de homens e mulheres deixassem tudo e partissem para uma terra distante? Quando falamos de missão, uma espécie de curiosidade toma conta da nossa mente: afinal, o que é essa tal de missão? O que se pretende com ela? Tem ainda cabimento hoje em dia falar de Jesus assim “na cara” das pessoas? Realidades como a promoção humana, formação de comunidades, voluntariado, solidariedade... são entendidas hoje como missão. Como sabemos, evangelização é outro termo que indica missão. A Igreja afirma a importância da evangelização como prioridade absoluta de sua missão: “A evangelização conterá sempre uma proclamação clara de que em Jesus Cristo a salvação é oferecida a cada pessoa, como dom de graça e de misericórdia do próprio Deus” (Paulo VI, EN n° 27).
É bem verdade que essa evangelização se expressa em algumas exigências básicas, como o serviço, o diálogo, o anúncio e o testemunho de comunhão. O mês de setembro é considerado o mês da Bíblia! Não podemos esquecer que pregar o Evangelho é, para todos os cristãos, um mandamento de Jesus e não apenas um bom propósito ou uma prática piedosa. Por isso, a Igreja faz próprias as palavras do apóstolo Paulo: “Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!” (1 Cor 9, 16). Na missão, seja ela ad gentes, de cuidados pastorais ou nova
evangelização, é prioritário o anúncio do Evangelho. Não se trata, portanto, de algo facultativo, condicionado às situações ou à mentalidade dos ouvintes. É um mandamento que tem valor absoluto para todos os tempos e lugares. Anunciar o Evangelho é uma necessidade que se impõe ao anunciador e ao interlocutor, porque é condição necessária para o acesso à fé. Como nos exorta o Papa Paulo VI: não podemos ir dormir sossegados, sabendo que mais da metade da população mundial ainda não conhece Jesus Cristo em termos de fé. Precisamos de testemunhas e missionários para levar a Boa Nova às nossas irmãs e irmãos não-cristãos. Quero terminar este artigo com uma correspondência do Pe. Paulo De Coppi. Da Itália ele nos envia uma mensagem com aquele ardor missionário típico da sua personalidade. Boa leitura! Pe. Francisco Gomes - PIME
Desta vez escrevo-lhes da Itália. Após 50 anos de ação missionária no Amapá e em Santa Catarina, voltei para celebrar o jubileu de ouro sacerdotal na minha terra natal. Nada mais justo que os cristãos de minha cidade natal agradeçam comigo a Deus por essa extraordinária vocação e pelo bem que pude fazer com a sua graça. Ainda este mês estou voltando ao Brasil. Acho esse retorno natural, pois tenho certeza de que Deus me chamou para isso, e acredito ser o que de melhor posso fazer na vida. Através dos últimos artigos que escrevi, vocês ficaram conhecendo as minhas andanças pelas comunidades ribeirinhas do Amapá e o meu empenho na animação missionária, seja na Itália ou no Sul do Brasil. Fiz essa animação em paróquias de longa tradição cristã, comunidades que chegaram a enviar missionários a países não-cristãos, mas que, por diversos motivos, infelizmente haviam perdido aquele entusiasmo missionário que deve caracterizar os discípulos de Cristo. A Igreja, preocupada com essa indiferença que vem se alastrando nos países de tradição cristã,
vem como nunca trabalhando para que os cristãos recuperem o espírito missionário que levava São Paulo a exclamar: “Ai de mim, se não evangelizar!” É isso que precisa acontecer no Brasil, particularmente no próximo mês de outubro. Cada grupo, cada comunidade, desde já, prepare uma programação que seja capaz de motivar e despertar o espírito missionário em todos os cristãos da paróquia. As Pontifícias Obras Missionárias - POM já prepararam bons subsídios para isso. Onde não existirem, fundem grupos de Infância, Adolescência (IAM) e Juventude Missionária. Realizem campanhas de assinaturas das revistas, jornais e livros missionários. Sobretudo, peçam ao Senhor da messe que mande muitos e bons missionários para evangelizar os que ainda não O conhecem. Um grande abraço do amigo, Pe. Paulo De Coppi - PIME
14
Geral
Setembro 2011
Foto JA
Pe. Siro de Oliveira Com 32 anos de vida presbiteral, ele assume o desafio de administrar a Catedral A Catedral de Florianópolis recebeu, no dia 07 de agosto, o seu novo administrador paroquial: Pe. Siro Manoel de Oliveira. Ele substitui o Pe. Francisco de Assis Wloch, que esteve à frente da paróquia nos últimos dez anos. Natural de Garopaba, onde nasceu a 22 de agosto de 1951, aos 11 anos seguiu para o seminário, sendo ordenado presbítero em Garopaba, em 29 de setembro de 1979. Mais tarde, fez mestrado em Ciências Bíblicas, em Roma, e há 22 anos é professor do Instituto Teológico de Santa Catarina (ITESC). Foi pároco, vigário paroquial e formador no Seminário N.Sra. de Azambuja e formador no Seminário Teológico Convívio Emaús. Sempre conciliou as atividades de pároco com as de formador e de professor. Nessa sua missão, Pe. Siro terá uma série de desafios pela frente: uma igreja em processo de restauração; a celebração de 300 anos de paróquia no próximo ano. Em entrevista, ele fala como enfrentará esses desafios. Jornal da Arquidiocese - O senhor está assumindo como pároco da Catedral de Florianópolis, que é a IgrejaMãe da Arquidiocese. Isso é um desafio maior? Pe. Siro Manoel de Oliveira - Assumo com muito respeito e muita confiança. Respeito, não
só por uma questão de boas maneiras, mas também porque é a Igreja-Mãe da Arquidiocese, porque tem, em termos de Brasil, uma longa tradição e, ainda, respeito pelo trabalho e empenho do Pe. Francisco de Assis Wloch. Confiança, porque encontro aqui um belo grupo de padres: o Pe. Pedro Martendal com a sua experiência e doação, o Pe. Pedro Paulo Alexandre com a sua juventude e esperança, o Pe. Dirceu Danetti com seu trabalho muito interessante e necessário com a mobilidade humana. São companheiros maravilhosos, que vão como que me tomando pela mão e me introduzindo nos diversos ambientes e serviços. A gente vai aprendendo... JA - A Catedral dispõe de um moderno sistema de segurança e comunicação. O senhor pretende continuar investindo nisso? Pe. Siro - Sim, o que foi começado com tanto amor e esforço não se joga fora, e precisamos estar antenados com os tempos atuais. Mas a evangelização é algo sempre muito encarnado, passa de pessoa a pessoa, como Jesus, que anunciou o Reino tocando, encostando em cada pessoa concreta... JA - A restauração da Catedral foi iniciada em 1995 e ainda está distante de ser
Pe. Siro diante da imagem original de N.Sra. do Desterrro, padroeira da Catedral. Intenção é colocar a imagem em seu local de origem.
Assumo esse novo desafio com muito respeito e confiança. Amo a vida paroquial e os desafios que ela traz”
“
concluída. Como o senhor pretende tocar esse projeto? Pe. Siro - Temos como que duas realidades numa só. A Catedral e a Paróquia da Catedral. A Catedral tem o seu patrimônio histórico e cultural. São obras tombadas pelo poder público. O que até aqui foi feito pelo Pe. Chico e sua equipe foi fundamental, providencial, com muita visão e tirocínio. A meta já foi traçada, a equipe continua com as velas enfunadas. A Catedral está criando seu espaço museal, muito importante para a nossa história. Já a Paróquia da Catedral cuida das questões pastorais - pensar hoje como evangelizar a cidade e na cidade. Este centro tão urbanizado, de pessoas que vão e vêm, que aqui trabalham, mas não moram, pessoas que pas-
Retalhos do Cotidiano Maria se postou junto à cruz de Jesus; eu, às vezes, sou tentado a posar junto a ela. Livra-me, Senhor, de toda pose; ajuda-me a me postar junto a Ti e aos meus irmãos, como a Mãe.
Amor O amor, mesmo ferido, não sabe deixar de ser bom. O amor é vida. E a vida, sempre que é amor, é vida em abundância. O amor vai ao encontro. Sempre!
Vingança Santo Tomás de Aquino louvava a Deus “por vossa doçura que foi vossa vingança”. Quando o maligno se esforça tanto para colocar a vingança em nosso coração, por que não pedir a Deus que nos dê força e coragem para imitálO, fazendo, também nós, da doçura a nossa vingança?
Distração As vozes do mundo são tantas e tão atraentes que, se não cuidarmos, nos tornarão surdos à única voz que vale a pena ouvir. A TV distrai, a internet distrai e até escraviza, o shopping dis-
trai... Quanta coisa que, se não tiver medida, pode fazer-nos mal... Sem medida deveria ser tão somente nosso amor a Deus e à voz com que nos fala: Sua Palavra!
JA - Como está sendo pensada a celebração dos 300 anos da Paróquia Catedral? Pe. Siro - Já foram realizadas reuniões e formada uma equipe de trabalho que está se articulando para isso. Estamos pensando uma série de eventos. Sabemos que já estamos atrasados. Creio que o espaço museal contribuirá bastante para manter viva a lembrança do passado. Mas não devemos ficar apenas no passado.
É preciso pensar no presente e planejar o futuro. JA - O senhor está habituado a assumir missões em momentos de crise - não é o caso agora. Isso favorece para desempenhar o trabalho que assume na Catedral? Pe. Siro - Sempre estamos em crise, hoje estamos bem, amanhã nem tanto. A Igreja não é uma realidade pronta, acabada. Ecclesia semper reformanda, diziam os Padres da Igreja. Estamos a caminho, em processo de construção, a cada dia recomeçamos... JA - O senhor é padre há 32 anos e professor no ITESC há 22 anos. Sempre conciliou a atividade de pároco com a de formador. Como pretende conciliar a atividade acadêmica com o trabalho de pároco em uma paróquia com tantas responsabilidades? Pe. Siro - É verdade. De um lado, sou padre diocesano, amo a vida paroquial, os desafios que ela traz, a concretude das pessoas, a prontidão que exige, a surpresa que de vez em quando bate à porta. A vida acadêmica, por outro lado, me atrai e muito. E então, quando, por causa do envolvimento paroquial, um tema não vem a ser lido, aprofundado, um debate não é acompanhado, isso me dói. Corre-se o risco da superficialidade nos dois lados: falta de maior inserção na vida paroquial ou mergulho mais profundo e atualização na minha área de estudos. Faço o que posso. A minha sorte agora são os meus colegas padres que sempre me safam a barra.
Carlos Martendal Divulgação/JA
Pose
sam, transeuntes... Aliás, no próximo ano, nossa Catedral celebra seus 300 anos... A Paróquia da Catedral tem que dialogar com o hoje, com o presente que está aí. Não pode ter saudades do passado, de um tempo que passou. O hoje, esta pós-modernidade líquida nos desafia e muito.
Jornal da Arquidiocese
Homenagem Como é belo os pais receberem homenagem dos filhos; cai bem a homenagem que uma instituição faz a alguém que prestou serviços à comunidade. São homenagens gratuitas, não exigíveis. Só Deus pode exigir homenagem. E nós podemos homenageá-lO com a gratidão, com
o colocar os dons a serviço, com o amor. Também com o amor aos irmãos, o perdão que pedimos e o que concedemos. Se nos empenhássemos em homenagear cada pessoa colocada em nossa vida, por certo um novo céu e uma nova terra se veriam na terra dos homens.
Perder e ganhar
Insultos
Também na família, quem quiser ganhar a vida, perdê-la-á, e quem a entregar ao marido, à mulher, aos filhos, aos pais, aos irmãos, irá ganhá-la. Quem quiser viver no bem bom, preferindo ser servido a servir, preferindo gozar a vida a seu modo em vez de dá-la ao modo como os outros precisam, um dia descobrirá, com imensa tristeza, que viveu sem viver!
Na cruz, em meio a dores terríveis, Jesus é insultado até a morte: pelos transeuntes, pelos sumos sacerdotes e escribas, pelos ladrões. A um destes, que se arrepende e lhe faz um pedido, Ele promete o Paraíso. Se você e eu tivéssemos estado no Calvário, teríamos visto que quem ama não se ofende: esquece-se de si para só pensar no outro!
Bondade A bondade abre as portas da vida!
Jornal da Arquidiocese
Geral 15
Setembro 2011
PJ conclui Escola da Juventude Formação é realizada há oito anos e prepara jovens líderes da Pastoral para atuar nas comunidades Divulgação/JA
Nos dias 26, 27 e 28 de agosto foi realizada a terceira e última etapa da Escola da Juventude 2011. Promovida pela Pastoral da Juventude da Arquidiocese, esta foi a VIII edição do evento. O evento foi realizado na Casa de Retiros Caminho de Nazaré, em Palhoça, e reuniu lideranças jovens. A Escola da Juventude é um evento que possibilita a formação e o amadurecimento dos líderes e coordenadores jovens em vista de uma PJ mais atuante em todos os níveis da Igreja e da sociedade brasileira. Durante o evento, várias atividades foram programadas. Na sexta-feira, a etapa iniciou com a oração baseada no ofício divino e preparada pelos próprios escoleiros. Em seguida aconteceu fechamento dos trabalhos a respeito do Projeto de Vida, no qual os jovens já vinham trabalhando desde a primeira etapa. Este trabalho foi de grande valia, visto que a realidade da Juventude é bastante difícil e precisa ser acompanhada, planejada para que possamos cada vez mais, contar com jovens líderes em nossa diocese. Já no sábado pela manhã, os jovens puderam conversar, buscar entendimento a respeito da Assembleia Arquidiocesana da PJ que será realizada nos dias 23, 24 e 25 de setembro, também na
Jovens participaram de dinâmicas e se prepararam para a Assembleia da PJ Casa de Retiros Caminho de Nazaré. Por se tratar de um espaço formado por lideranças vindas de todos os cantos da Diocese o trabalho foi fundamental para a realização da Assembleia. Na tarde de sábado e manhã de domingo os jovens contaram com a assessoria de Paulo Francisco Júnior, que fez uma reflexão sobre o Planejamento de Pastoral da PJ e puderam olhar com mais atenção, de uma maneira muito dinâmica, o que certamente contribuirá para a participação dos jovens na Assembleia. Eduardo Franchini foi um dos participantes da Escola. Segundo
ele, a formação deixou um marco em seu coração. “Propiciou a nós crescer como seres humanos e como filhos de Deus através de aprendizados simples e concretos. Criando amizades pela fé e pelo amor, me fazem crer em um mundo de esperança onde a juventude pode e deve criar meios de melhorar a vida através dos planos de Deus”, refletiu. Para o escoleiro Maurício Luís Alves Júnior quando se fala em escola, muitos pensam em algo chato, algo que devemos decorar para passar em alguma prova. A escola da juventude vem para quebrar com isso. “Nela estudamos algo por quem somos apaixonados através de palestras e debates, dinâmicas e animação”, Em clima místico e emocionante a VIII edição da Escola da Juventude foi encerrada com o convite ao compromisso e a luta por um mundo mais jovem e humano. Os jovens que se sentiram prontos e dispostos receberam seu anel de tucum. O clima encantou quem estava presente, via-se no olhar, no sorriso, na expressão de cada jovem a vontade de lutar pelo que acreditam, lutar por um mundo mais justo.
Conhecendo as Forças Vivas da Arquidiocese
Movimento de Cursilhos de Cristandade O Movimento de Cursilhos de Cristandade - MCC, é um movimento Eclésia que, mediante um método próprio, possibilita a vivência e a convivência do fundamental cristão, ajuda a descobrir e a realizar a vocação pessoa, criando núcleos de cristãos, que irão fermentar de Evangelho os ambientes. Em outras palavras, todo cursilhista é um testemunha a fé e é um evangelizado no ambientes em que está inserido. O MCC possui três finalidades: Imediata - vivência do fundamental cristão – que significa viver a Graça, a Vida Divina em nós, realizando o Plano de Deus, anunciando seu Reino e seguindo a Cristo; Mediata - convivência em núcleos / grupos / pequenas comunidades de fé presentes nos ambientes, procurando neles introduzir o fermento do amor, da fraternidade, da justiça, do perdão...; Específica - evangelização ambiental, com a qual se procura levar os cursilhistas a ser fermento dos valores do Evangelho nos seus próprios ambientes. O método do Cursilho passa por três etapas: Pré-Cursilho na seleção de ambientes e candidatos; Cursilho - no fomento de uma conversão autêntica e progressiva dos cursilhistas; PósCursilho - na volta dos que viveram o Cursilho ao lugar de onde saíram, seu acompanhamento nas tarefas de fermentar seus ambientes e sua vinculação vital com os outros cristãos comprometidos. Os três métodos juntos constituem um todo indivisível. Para que o Movimento seja autêntico e para que sua finalidade seja alcançada, o Método deve ser aplicado na sua totalidade; em coerência com a finalidade con-
creta de cada um de seus tempos. História - O Movimento de Cursilhos ou “a obra dos Cursilhos”, como se dizia, teve seu início no contexto social, político e religioso da Espanha nas décadas de 19301940. Coube a iniciativa à Juventude da Ação Católica Espanhola (JACE) da Diocese de Palma de Maiorca. Participando de peregrinações promovidas pela JACE aos Santuários nacionais e, especialmente da preparação e realização da grande Peregrinação levando 80 mil jovens a Santiago de Compostela, em agosto de 1948, intuíram eles a “obra dos Cursilhos”. Aqueles “cursillos” ou pequenos cursos preparatórios à peregrinação, ministrados a milhares de jovens por toda a Espanha, durante vários anos, poderiam continuar a ser desenvolvidos, agora com outro direcionamento. Assim, surgiu o Movimento. No Brasil, ele está desde 1962. Na Arquidiocese, o movimento é dividido em três setores: Itajaí, Brusque e Florianópolis. Juntos, eles compõem o Grupo Executivo Diocesano (GED).
Mais informações, com Dulce Maria Fontelles Ternes, coodenadora, pelos fones (47) 33663773/9136-1060, ou pelo e-mail ternes@redel.com.br, ou ainda pelo site www.cursilho.org.br.
16
Geral
Setembro 2011
Jornal da Arquidiocese
Paróquias realizam Semana da Família Em cada uma delas, foram realizadas atividades que procuraram refletir sobre a importância da família Divulgação/JA
No dias 14 a 20 de agosto, foi celebrada a Semana Nacional da Família. Na Arquidiocese, as paróquias realizaram programações, sobretudo nos horários das missas, para cada um dos dias da Semana. Destacamos aqui alguns dos eventos realizados nesses dias. A Paróquia N.Sra. do Carmo, em Coqueiros, Florianópolis, encerrou a Semana com uma missa campal. Os fiéis saíram da Igreja Matriz em caravana até o Parque do bairro, onde foi celebrada a missa campal. Durante a missa, crianças soltaram mais de 800 balões, e foram distribuídos ímãs de geladeira com a imagem e oração da Sagrada Família. A Catedral concentrou as celebrações da Semana da Família de toda a Comarca da Ilha. Realizada na manhã de sábado, 20, a celebração de encerramento foi realizada nas escadarias da igreja. Presidida pelo Frei Cácio Roberto, da Paróquia da Trindade, a celebração contou com a participação de outros seis padres. A missa foi animada pela cantora católica Simone Medeiros e pela Banda Amados do Eterno. A Paróquia Santa Cruz, de
Na Paróquia N.Sra. do Carmo, fiéis realizaram peregrinação com a imagem da Sagrada Família e com balões que depois foram lançados ao ar Barreiros, São José, encerrou a programação da Semana com uma carreata, casamento comunitário e almoço de confraternização, que reuniu mais de 400 pessoas. A Paróquia Santo Antônio, em Capinas, São José, realizou o já tradicional Almoço da Família, que contou com a participação de mais de 380 pessoas. A Paróquia N.Sra. da Boa Viagem, em Florianópolis, promoveu três noites de conferências sobre a família. Realizado nos dias 18, 19 e 20, os temas versaram so-
bre situações que afetam a família. O evento proporcionou uma integração das Pastorais e Movimentos da paróquia.
Congresso Nacional A Arquidiocese de Florianópolis esteve representada nos dias 19 a 21 de agosto no XIII Congresso Nacional de Pastoral Familiar, realizado em Belo Horizonte - MG. O casal Nestor e Vilma Fetter, coordenadores da Pastoral Familiar, se somaou a outros mais de mil agentes da pastoral de todo o Brasil.
Pe. Ney participa de Congresso Internacional da Pastoral Carcerária As Pastorais Carcerárias de todo o mundo estiveram reunidas no XIII Congresso Mundial da ICCPPC (Comissão Internacional de Pastoral Penitenciária Católica). O congresso foi realizado entre os dias 27 de agosto e 1º de setembro de 2011, em Yaoundé, Camarões, na Universidade Católica África Central (UCAC). O Brasil esteve representado no evento com seis participantes. Entre ele, Pe. Ney Brasil Perei-
ra, coordenador arquidiocesano da Pastoral Carcerária e que atua no atendimento aos encarcerados há quase 40 anos. Durante os cinco dias, os participantes refletiram sobre o tema: “Los Ministros Carcelarios Católicos trabajarán sobre Justicia, Reconciliación y Paz”. O congresso também teve como objetivo apoiar e fortalecer a Pastoral Carcerária Africana. Além disso, foram discutidos temas, como assistência aos familiares
dos presos e projetos que complementem a educação de seus filhos, e partilhas de boas práticas como modelos para as pastorais carcerárias espalhadas no mundo. As oficinas desenvolveram estratégias e programas para as regiões que são prioridades para o trabalho em um futuro próximo na ICCPPC: África, Europa Central e Oriental, América Latina, Ásia. Os idiomas oficiais do congresso foram Inglês, Espanhol e Francês.
Notícias da Bahia
Pe. Iseldo assume coordenação de área Nos dias 22 a 24 de agosto, o Conselho Diocesano de Pastoral esteve reunido na sede da dio-cese, com todos os padres e religiosas que têm coordenação de pastorais sob sua responsabilidade, assim também alguns leigos e leigas, com nosso bispo Dom Frei Luiz Flávio Cappio, OFM. Durante o encontro, foi realizada a avaliação das Santas Missões Populares, acontecidas no mês de julho, na paróquia São Pedro, em Morpará, onde tivemos a benéfica e sempre muito enriquecedora presença de leigos e leigas missionários, com Pe. Josemar, diáconos permanentes, seminaristas e religiosas da Arquidiocese de Florianópolis. "A presença deles é sempre uma grande ajuda e manifestação desta irmandade que há muitos anos existe concretamente entre a diocese de Barra, na Bahia, e a Arquidiocese de Florianópolis", disse Pe. Iseldo Scherer, que desde fevereiro deste ano é o nosso representante na Diocese de Barra, na Bahia, atuando como pároco na Paró-
Pe Iseldo é nosso representante na Diocese de Barra, na Bahia, desde fevereiro deste ano
quia N.Sra. de Oliveira, em Oliveira dos Brejinhos, Bahia. Depois, entre outros assuntos discutidos em pauta, tratou-se sobre a eleição da Coordenação de Pastoral da diocese. Segundo Dom Luiz, por conta da extensão territorial da diocese, o ideal seria dividi-la em duas áreas. A partir disto, o Conselho Diocesano de Pastoral estudou, refletiu, rezou, e depois Dom Luiz conduziu o momento em que todos puderam se manifestar. Foram indicados dois nomes para assumir a coordenação em cada área. Depois de muito refletir, ficou estabelecido que o Pe. José Romero Felix Cabral, diocesano local, assumirá a área 1, e Pe. Iseldo Scherer, da Arquidiocese de Florianópolis, assumirá a área 2. “Para esta nova missão contamos com as orações e o apoio de todos os fiéis da Diocese de Barra e também da Arquidiocese de Florianópolis. Assim prosseguimos rumo à meta que desejamos com todos vocês alcançar", disse Pe. Iseldo.