Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Fevereiro/2012

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Irmão Joaquim, missionário da antiga Desterro, dedicou sua vida à caridade

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Florianópolis, Jan/Fev de 2012 Nº 175 - Ano XVI

MEC aprova Faculdade de Teologia de Santa Catarina No ano em que o ITESC comemora seus 40 anos, curso de Teologia recebe aprovação. Matrículas para processo seletivo já estão abertas O Ministério da Educação e Cultura (MEC) credenciou a Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC, e reconheceu o curso de bacharelado em Teologia. A instituição está abrindo o processo seletivo para os interessados, leigos e leigas. As matrículas vão de 01 a 10 de fevereiro, para 50 va-

gas no turno da manhã. A prova de seleção será realizada no dia 12 de fevereiro, domingo, e as aulas já iniciam no dia seguinte. Saiba mais sobre o processo de reconhecimento, onde obter mais informações e uma breve história dos 40 anos do ITESC. PÁGINA 03

Tema do Mês Os 25 candidatos da Arquidiocese formados na 14ª turma posam para foto com o arcebispo Dom Wilson. “Os diáconos são um importante auxílio no trabalho apostólico nas comunidades”, disse nosso Arcebispo.

Arquidiocese terá 25 novos diáconos Escola Diaconal concluiu a 14ª turma com a formatura de 35 candidatos a diácono A Escola Diaconal São Francisco de Assis realizou no dia 28 de janeiro a formatura dos 35 candidatos a diácono que concluíram a 14ª turma: 25 de Florianó-

Veja a lista das transferências dos padres PÁGINA 05

Participe do Jornal da Arquidiocese

polis e 10 de Joinville. O evento contou com a presença de nosso arcebispo Dom Wilson, vários padres e diáconos, e familiares dos formandos. Essa foi a maior turma for-

Encontro Nacional reúne Pastoral da Juventude PÁGINA 07

mada pela Escola em seus 40 anos de existência. Os candidatos a diácono agora aguardam a definição da data para a ordenação. PÁGINA 09

ASA lança cartilha sobre Gestão de Risco e Desastres PÁGINA 10

SAÚDE PARA TODOS A Igreja Católica põe-se ao lado do povo em seu empenho pela saúde. Não é a primeira vez que a saúde e, por extensão, a vida, tem-se tornado tema de uma Campanha da Fraternidade. Neste ano, o objetivo é refletir sobre a saúde pública no Brasil. Para que todos tenham uma vida sau-

Evento de evangelização reúne 4 mil em Camboriú PÁGINA 14

dável, é preciso contar com o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e na mobilização geral para a melhoria do sistema público de saúde. Com um dos melhores sistemas públicos de saúde do mundo, o Brasil tem ainda muito a avançar. PÁGINA 04

Instituto de leigas consagradas celebra 40 anos PÁGINA 15

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Opinião

Janeiro/Fevereiro 2012

Palavra do Bispo

Dom Wilson Tadeu Jönck

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

Dom Lorenzo Baldisseri No dia 11 de janeiro último foi publicada a nomeação de D. Lorenzo Baldisseri como secretário da Congregação para os Bispos, na Santa Sé. Desde dezembro de 2002 tem ocupado a função de Núncio Apostólico no Brasil. Anteriormente, havia sido Núncio no Haiti, no Paraguai, na Índia e Nepal. Nunciatura Apostólica – O Núncio Apostólico é o representante diplomático do Papa junto ao Estado Brasileiro, e também junto a Igreja no Brasil. Para quem não está acostumado com esta terminologia, o Núncio faz a função do embaixador. É responsável por todo o contato diplomático entre o Estado do Vaticano e o Estado brasileiro. Pelo fato de ser o maior país católico, a nunciatura do Brasil ganha importância e tem um considerável volume de trabalho. Durante o período em que D. Lorenzo esteve no Brasil aconteceu a visita do Papa Bento XVI, a canonização de Santo Antônio Galvão, foi anunciada a realização da Jornada Mundial da Juventude no Brasil (2013). Em todos

estes eventos o papel do Núncio Apostólico foi decisivo. Nomeação dos Bispos – Uma das atividades da Nunciatura ao interno da Igreja no Brasil é a de conduzir o processo de nomeação dos novos bispos. Encarrega-se de levantar nomes de candidatos, proceder às consultas e depois envia o resultado destas pesquisas para a Santa Sé que nomeia os novos bispos. No Brasil, a cada ano, são nomeados de dez a vinte novos bispos. Além disso, D. Lorenzo tinha uma grande disposição de fazer-se presente nos acontecimentos da vida das dioceses pelo Brasil a fora. Buscou com muito esforço manter contato pessoal com os Bispos e atender as suas necessidades. Acordo Brasil-Santa Sé – Talvez a obra de maior relevância na passagem pela Nunciatura do Brasil foi a assinatura do Acordo entre Brasil e Santa Sé sobre o ordenamento jurídico da Igreja católica no Brasil. Empenhou-se com forte determinação para conseguir este objetivo. Pode-se dizer que foi o grande

Palavra do Papa Bento XVI Unidade dos Cristãos: “Que todos sejam um” Na verdade, quando imploramos o dom da unidade dos discípulos, fazemos nosso o desejo expresso pelo Senhor Jesus na sua oração ao Pai: “Que todos sejam um” (Jo 17,21). Por este motivo, a oração pela unidade dos cristãos não é nada mais do que a participação na realização do plano divino para a Igreja, e o empenho decidido na restauração da unidade é um dever e uma grande responsabilidade para todos nós. Mesmo sofrendo ainda a situação dolorosa da divisão, nós, cristãos, podemos e devemos olhar para o futuro com esperança, pois a vitória de Cristo, que cantamos, significa a superação de tudo o que nos impede de compartilhar a plenitude da vida com Ele e com os outros. Unidos em Cristo, somos chamados a partilhar a sua missão, que é a de levar esperança onde domina a injustiça, o ódio e o desespero. Nossas divisões tornam menos brilhante o nosso testemunho de Cristo. A meta da plena unidade, que aguardamos com esperança ativa e pela qual rezamos com confiança, é uma vitória não secundária, mas importante para o bem da família humana. Embora tenha irrompido definitivamente na história com a ressurreição de Jesus, o Reino de Deus

não está ainda plenamente realizado. A vitória final só virá com a segunda vinda do Senhor, que aguardamos com esperança paciente. Também a nossa espera da unidade visível da Igreja deve ser paciente e confiante. Só assim encontram seu sentido pleno as nossas orações e o nosso compromisso diário com a unidade dos cristãos. A atitude de espera paciente não significa passividade ou resignação, mas uma resposta pronta e alerta para qualquer possibilidade de comunhão e de fraternidade, que o próprio Senhor nos dá. Tudo isso é motivo de grande esperança e alegria e deve encorajar-nos a continuar nosso compromisso de alcançar a linha de chegada juntos, sabendo que nosso trabalho não é vão no Senhor (cf. 1 Cor 15,58). Amém.

O empenho decidido na restauração da unidade é um dever e uma grande responsabilidade para todos nós”.

Bento XVI, 25/01/2012

articulador deste acordo. É a obra que marcará definitivamente a sua passagem pela Nunciatura do Brasil. Por este documento o Brasil reconhece oficialmente a presença da Igreja Católica no Brasil e a aceita como entidade que colabora com o governo brasileiro em tantos setores da vida da sociedade brasileira. Sobre o Acordo, ele próprio afirmou: “A assinatura do Tratado Internacional entre Brasil e Santa Sé constitui a reafirmação das relações existente entre o Brasil e a Santa Sé e a adequada e clara regulamentação da significativa presença e contribuição da Igreja Católica para o progresso, a harmonia e o bem comum da Sociedade Brasileira”. Secretário da Sagrada Congregação para os Bispos – D. Lorenzo foi nomeado secretário da Congregação para os Bispos. Esta Congregação é o órgão da Santa Sé que acompanha o trabalho dos bispos nas dioceses pelo mundo. É responsável pela criação de novas dioceses, pela nomeação e transferência dos bispos. Também

Reflexão

O batismo – o Pai nos chama de filhos O Pai se dirige ao Senhor como Filho, pois esse é seu nome:”Esse é o meu Filho amado” (Mt 3,17: Batismo), “Este é o meu Filho amado. Escutai-o” (Mc 9,7: Transfiguração). Também nós, que participamos da vida de Cristo, somos chamados de filho: “Esse meu filho voltou”; “Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é

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Dom Lorenzo fez muito pela Igreja no Brasil. Teve atuação intensa tanto ao interno da Igreja como no relacionamento com o governo brasileiro”.

O Bom Pastor chama suas ovelhas pelo nome

“O Bom Pastor chama suas ovelhas, cada uma pelo nome, e as conduz para fora” (Jo 10,3). A chamada pelo nome é um raio de luz que ilumina as profundidades e as extensões desconhecidas da existência humana (Basílio de Iviron, Pai do Deserto). Mesmo na experiência humana, quando a pessoa amada nos chama pelo nome, todo o nosso ser se revolve em alegria, emoção e confiança. Quando Deus nos chama pelo nome, as profundidades de nosso ser conseguem captar toda a beleza da existência, todos os sons e cores do universo, a beleza de cada ser também chamado pelo nome. Nosso nome, na boca divina, nos liberta do mal à medida em que nos torna capazes de ver nosso valor. O demônio não conhece nosso nome, razão pela qual não atinge aqueles que ouvem a voz do Senhor.

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segue de perto as atividades desenvolvidas pelas Conferências Episcopais e organiza a “visita ad limina” dos bispos. Trata-se da visita aos túmulos dos apóstolos e ao Santo Padre o Papa que os bispos realizam a cada cinco anos. Reconhecimento – D. Lorenzo fez muito pela Igreja no Brasil. Teve atuação intensa tanto ao interno da Igreja como no relacionamento com o governo brasileiro. A aprovação do Acordo Brasil-Santa Sé foi um marco na vida da Igreja do Brasil e da relação entre os dois países. D. Lorenzo era também o decano entre os embaixadores credenciados junto ao governo brasileiro. Cabia a ele em tantos momentos representar os embaixadores em momentos oficiais junto ao governo brasileiro. Cabia também ao decano organizar encontros entre embaixadores, tais como a recepção ou despedida de um embaixador. Pelo serviço prestado a Igreja do Brasil expressamos o nosso agradecimento. Pedimos que Deus o cubra com suas bênçãos na sua nova atividade.

meu é teu” (Lc 15, 24.31). A liturgia batismal, que é pascal, tem início com a pergunta: “Que nome escolhestes para vosso filho?”. Ao ser dado o nome, pede-se o batismo que iluminará esse nome. Eternamente Deus nos chamará pelo nome de “filho”. Mesmo que o abandonemos, o íntimo de nosso ser sofrerá a dor da saudade: ouve o próprio nome pronunciado por Deus, revolvem-se suas vísceras, mas fecha-se ao amor que é dado, pois escuta o Pai chamando-o de “filho”, mas não responde. Após o batismo, com a veste batismal, a vela acesa, segue o gesto do “Éfeta”, abre-te. São tocados os ouvidos e a boca do batizado e se proferem as palavras: “O Senhor Jesus, que fez os surdos ouvirem e os mudos falarem, te conceda que possas logo ouvir a sua palavra e professar a tua fé para louvor e glória de Deus Pai”. Pede-se que nossos ouvidos sejam abertos para que possamos distinguir, entre tantas, a voz amorosa de Deus que nos chama pelo nome. Pede-se que nossa boca seja aberta para que saiba pronunciar o nome de Deus e o nome dos filhos de Deus. O batismo é o sacramento da identidade e da filiação. Quanta ternura nessa palavra “filho”, quando escutada na hora do

pecado, da infidelidade. E quanta privação vedarmos nossos ouvidos com a cera do orgulho para não escutarmos mais a voz terna de quem nos está chamando de “filho”.

A solidão de uma sociedade sem nome Apesar de denominarmos cada cidade, lugarejo e povoado como “comunidade”, não deixam de ser povoados anônimos, onde a cada dia se implanta mais a solidão. Há pouco interesse em conhecermos as pessoas pelo nome, porque não temos interesse real em amá-las. É grande a alegria de um velhinho, de uma criança, quando o padre-bom pastor os chama pelo nome. Também na Igreja (palavra que significa assembléia, casa) se estabelece o anonimato e ironicamente atingimos a perfeição de criar filhos e irmãos anônimos. Um doente a quem o médico carinhosamente chama pelo nome se sente confiante, ingressa no processo de cura, pois o médico “sabe meu nome”. Talvez devido a essas multidões com rostos e sem nomes, nas quais nos incluímos, temos dificuldade de escutar o Bom Pastor nos chamando pelo nome, acabando por não conhecer a sua voz (cf. Jo 10, 3-4). Pe. José Artulino Besen

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Pe. João Francisco Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Carlos Martendal - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense


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Geral 3

Janeiro/Fevereiro 2012

FACASC é reconhecida pelo MEC Inscrições para processo seletivo de 2012 já estão abertas e vão até o dia 10 de fevereiro Foto JA

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) credenciou, no dia 30 de dezembro, a Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC, e no dia 24 de janeiro reconheceu o curso de bacharelado em Teologia. O reconhecimento premia o Instituto Teológico de Santa Catarina ITESC, que agora passa a chamarse de FACASC, no ano em que inicia o 40ª ano acadêmico. A instituição está abrindo o processo seletivo para os interessados em cursar Teologia (bacharelado). As matrículas vão de 01 a 10 de fevereiro, para 50 vagas no turno da manhã. A prova de seleção será realizada no dia 12 de fevereiro, domingo, e as aulas já iniciam no dia 13. O Processo de Seleção irá constar de uma Prova Dissertativa (Redação) e da apresentação de documentação à escolha do candidato: ou Boletim Individual de Resultado do ENEM; ou Histórico Escolar do Ensino Médio; ou Histórico Escolar de Curso Superior de Graduação concluído, reconhecido pelo MEC. Informações mais detalhadas sobre o processo de seleção encontram-se no portal da instituição www.facasc.edu.br ou pelo telefone: (48)3234-0400 Ramal 203.

Vai acontecer...

Celebração abre CF-2012

Reconhecimento do curso de teologia premia a instituição que há 40 anos é a encarregada de formar o clero catarinense O Curso de Teologia (Bacharelado) que será praticado na FACASC seguirá, ao menos no cerne de sua matriz curricular, os parâmetros do curso livre de Teologia praticado pelo ITESC desde 1973. Nestes 40 anos, o ITESC foi ganhando visibilidade regional e nacional com seus professores, seus ex-alunos, e sua revista quadrimestral “Encontros Teológicos”. Até o final de 2011, haviam-se matriculado no curso livre de Teo-

logia do ITESC um total de 1190 alunos. Em vista desse curso, o ITESC investiu na qualificação do corpo docente, que atualmente chega a aproximadamente 20 professores, sendo que mais da metade deles têm o doutorado. O reconhecimento do curso de Teologia estava sendo aguardado desde setembro de 2010, quando três técnicos do MEC realizaram visita técnica para o processo de credenciamento.

Uma Celebração Eucarística, no dia 22 de fevereiro, às 18h15min, na Catedral de Florianópolis, marcará a abertura da Campanha da Fraternidade de 2012, que tem como tema “Fraternidade e Saúde Pública”, e lema “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8). A celebração será presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Ao final, será realizada a imposição das Cinzas. Antes, no mesmo dia, Dom Wilson concederá entrevista coletiva à imprensa no Auditório da Cúria Metropolitana, para falar sobre a campanha. Com a CF-2012, a CNBB pretende “refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos, e mobilizar

por melhorias no sistema público de saúde” (Texto-Base). Esta não é a primeira vez que a Campanha da Fraternidade aborda a saúde pública. Já em 1984, com o lema “Saúde para todos”, suscitou a criação do Sistema Único de Saúde, o SUS, que é teoricamente o melhor sistema público de saúde do mundo, mas que pode e deve ser melhorado.

Foto JA

Pe Salm é o novo ecônomo da Arquidiocese Desde o dia 25 de novembro o Pe. João Francisco Salm é “Coordenador da Cúria Metropolitana”, encarregado da organização e articulação dos diversos departamentos da Cúria, ga-

Pe. Salm (dir.) assume o cargo de Ecônomo em substituição do Diácono Renato Ghellere, que esteve a frente do trabalho no último ano

rantindo a ordem estrutural e funcional do organismo; também “Ecônomo Arquidiocesano”, com a responsabilidade de administrar os bens da Mitra Arquidiocesana. Ele assumiu a função de ecônomo no lugar do Diácono Renato Ghellere, que esteve à frente do trabalho no último ano. Com 59 anos, Pe. Salm é presbítero há 32. Nesse tempo, ele atuou no Seminário de Azambuja e no Santuário, em

Brusque, por 12 anos, como formador e reitor. Depois assumiu o Seminário Teológico Convívio Emaús, onde permaneceu por 17 anos. Desde janeiro de 2009 até inícios de fevereiro de 2012, atuava como pároco da Paróquia Santa Teresinha, em Brusque. Em 2011, com a posse de Dom Murilo em Salvador, foi eleito Administrador Arquidiocesano, a partir do dia 29 de março, conciliando as atividades de Pároco e Administrador.


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Tema do Mês

SAÚDE PARA TODOS Vida feliz é a satisfação de todas as dimensões humanas. Arquivo JA

“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Foi para trazer vida para todos que Jesus veio ao mundo. Esse é o projeto de DeusPai: saúde e vida plena para todos. Já na Primeira Aliança, os sábios de Israel haviam percebido que a saúde faz parte do projeto de Deus, e que os médicos, farmacêuticos e enfermeiros devem colocar sua ciência e habilidade a serviço da cura e da vida, “para que todos tenham saúde”. Por isso, o sábio Jesus Ben Sirá, por volta de 190 aC, escreveu “que as obras de Deus não têm fim, e dele vem o bem-estar para a terra”. Dessa frase, a Igreja Católica no Brasil tirou o lema da Campanha da Fraternidade deste ano: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8).

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UMA OBRA PERMANENTE No dizer do sábio, as obras de Deus nunca terminam. Através das obras humanas da ciência e da técnica, a criação continua desenvolvendo os efeitos da obra de Deus. “Deus providencia e coloca à disposição da humanidade todos esses dons e por meio deles ‘a saúde se espalha sobre a terra’. O autor sagrado sugere que há colaboração entre Deus e a humanidade. Por isso não se deve renunciar, nem menosprezar as conquistas alcançadas pela inteligência humana, pois elas são obra de Deus e meios pelos quais o Criador continua sua ação no mundo” (Texto-base, n. 164). A criação de Deus só terminará quando todos os seres humanos tiverem alcançado a vida plena prometida por Jesus, quando a saúde e a vida se tiverem difundido por toda a terra. A vida que Jesus trouxe é a vida plena e perpétua, como participação da vida divina. O ser humano, por suas próprias forças, não tem como alcançar a vida divina. Ela é dom de Deus-Pai, que nos faz seus filhos adotivos em seu Filho unigênito Jesus Cristo, pela força e poder do Espírito Santo. Somos chamados a ser “participantes da natureza divina” (2 Pd 1,4). Essa é nossa vocação. Mas isso só é possível porque, por primeiro e por pura iniciativa, Deus a partilhou conosco em Jesus Cristo, no anúncio e início do seu Reino. O Reino de Deus é a realização dos sonhos divinos, transformados em sonhos humanos, em suas três grandes condições. Há uma condição mínima, que se sintetiza no cuidado com a vida física, o bem-estar do corpo, a posse dos bens materiais necessários à integridade da existência: comida, casa, trabalho, segurança, saúde etc. Sem essa condição mínima, o Reino de Deus fica sem base, sem chão. Como

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tenham saúde e consigam, à luz da morte e da ressurreição do Senhor Jesus, “a harmonia física, psíquica, social e espiritual” (DAp 418). Vida feliz é a satisfação de todas as dimensões humanas. Os bispos latino-americanos reconhecem e denunciam que “a saúde é um tema que move grandes interesses no mundo”. O Evangelho do Senhor quer trazer para o mundo da saúde um respiro mais humano, aberto ao transcendente. Por causa da fé no Cristo morto e ressuscitado, a história do cristianismo e, de certo modo, também a do Ocidente, só pode ser contada fazendo memória dos bons samaritanos que nestes dois mil anos vieram ao encontro dos necessitados, trazendo saúde para todos. O texto-base da Campanha da Fraternidade deste ano diz: “Desde os primórdios da Igreja, a caridade inspirou suas comunidades ao serviço dos adoecidos, pois a caridade como tarefa da Igreja encontra uma prática especialmente significativa no cuidado dos doentes. É bom frisar, no entanto, que a inspiração para este serviço é o próprio Cristo” (Textobase, n. 211).

SAÚDE PÚBLICA

ser feliz sem as condições mínimas de vida digna? Mas isso não é suficiente. Há uma condição média, que se realiza no cultivo do espírito: diversão e arte, cultura e lazer, liberdade de comunicação e locomoção, promoção dos direitos humanos, pessoais e sociais, construção da cidadania, organização democrática, segurança e paz. De fato, de que adianta ter comida, se não há tranquilidade e paz? Mas, a posse de bens materiais e espirituais ainda é pouco para a felicidade humana. O ser humano tem dentro de si um desejo de absoluto, um vazio que só será preenchido no encontro definitivo com Deus. Há, por isso, uma condição máxima e última para a realização do Reino de Deus: a ressurreição final, a posse dos bens eternos, a vida eterna, a convivência

A opção pela vida indica o empenho para que todos tenham saúde e consigam “a harmonia física, psíquica, social e espiritual”.

feliz no céu. A participação na vida divina é o sonho de todo ser humano. Mesmo que muitos neguem conscientemente sua dimensão religiosa e sua abertura para o infinito, todos vivem buscando a maior felicidade que só

pode vir de Deus.

OPÇÃO PELA VIDA Todo o projeto de Deus sintetiza-se na palavra vida. Essa é a obra permanente de Deus. Essa atração que Deus exerce sobre nós, para levar-nos ao absoluto, à plenitude, ao céu, vai realizando-se nas lutas e conquistas dos direitos humanos em todas as suas dimensões. Por isso, a Igreja na América Latina fez opção pela vida. O Documento de Aparecida fez da vida a palavraeixo de todas as suas reflexões e decisões. A opção pela vida “nos projeta necessariamente para as periferias mais profundas da existência: o nascer e o morrer, a criança e o idoso, o sadio e o enfermo” (DAp 417). A opção pela vida indica o empenho para que todos

A Igreja Católica põe-se ao lado do povo em seu empenho pela saúde. Não é a primeira vez que a saúde e, por extensão, a vida, tem-se tornado tema de uma Campanha da Fraternidade. Neste ano, o objetivo é refletir sobre a saúde pública no Brasil. Para que todos tenham uma vida saudável, é preciso contar com o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e na mobilização geral para a melhoria do sistema público de saúde. Com um dos melhores sistemas públicos de saúde do mundo, o Brasil tem ainda muito a avançar. A experiência de qualquer cidadão brasileiro mostra como é complicado o acesso público à saúde. Rola muito dinheiro no mundo da saúde, mas nem sempre em favor dos verdadeiros necessitados. Corrupção política, desvios de verba, omissão do poder público, entre outros fatores, impedem que a população possa viver tranqüila nesse campo. Ficar doente é um risco. Por isso, “é necessário fortalecer canais de participação efetiva da sociedade e de suas entidades representativas na formulação, implantação e controle das políticas públicas de saúde” (Texto-base, n. 256). Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arquidiocese, Prof. de Teologia e Diretor da FACASC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


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Janeiro/Fevereiro 2012

Seminaristas concluem curso de Teologia 15 seminaristas concluíram a graduação em Teologia e aguardam avaliação para posterior ordenação

Arquidiocese de Florianópolis Transferências para 2012 Eis a relação de transferências dos Padres da Arquidiocese neste início do ano: NOME

NOVA FUNÇÃO

FUNÇÃO ANTERIOR

Vigário Geral

Coordenador de Pastoral

Pe. João Francisco Salm

Administrador Econômico

Pároco SantaTeresinha, Brusque

Pe. Revelino Seidler

Coordenador de Pastoral

Pároco Porto Belo

Pároco Santa Teresinha, Brusque

Pároco São João Batista, Itajaí

Pároco São João Batista - Itajaí

Vigário Tijucas

Pároco Porto Belo

Formador Seminário Azambuja

Pe. Alcides Albony Amaral

Formador Seminário Azambuja

Pároco Monte Verde, Florianópolis

Pe. Pedro Paulo Alexandre

Administrador Paroquial Monte Verde - Florianópolis

Vigário Catedral - Florianópolis

Pe. Hélio Tadeu Luciano de Oliveira

Vigário na Paróquia São João Batista, Tijucas

Fazendo Doutorado em Bioética, em Roma

Pe. Vitor Galdino Feller

Pe. José Henrique Gazaniga Pe. Valmir Debarbi Pe. Carlos André Paixão

O Instituto Teológico de Santa Catarina realizou na manhã do dia 08 de dezembro uma Celebração Eucarística de ação de graças pelo encerramento do ano letivo de 2011. A missa, iniciada às 8h, foi presidida pelo Pe. Vitor Galdino Feller, diretor, e concelebrada por padres professores do Instituto, e contou com a presença de parentes e amigos dos estudantes. Durante sua homilia, Pe. Vitor lembrou que naquele dia estávamos celebrando a Imaculada Conceição de Maria. Segundo ele, nas entrelinhas dos Evangelhos, a Igreja captou a grandeza do mistério de Maria. Após a Celebração, teve início o ato de formatura dos acadêmicos de Teologia. Pe. Vitor, como diretor do ITESC, presidiu o ato. O seminarista Marlon Malacoski, da Diocese de Caçador, conduziu o juramento. Já o seminarista Kelvin Konz, da Arquidiocese, em nome dos demais, fez o

pedido do certificado de conclusão do curso, o que foi concedido pelo Diretor. Cada um dos formandos recebeu o certificado das mãos de um dos professores. Na sequência, Kelvin, como orador, fez o discurso. Ele lembrou os colegas que iniciaram o curso, 38, dos quais estavam concluindo. Também fez memória dos dois professores que faleceram no decorrer da formação: Pe. Sérgio Maykot e Pe. Carlos Rogério Groh. No seu discurso de paraninfo da turma, Pe. Vitor alertou para os desafios que esperam os novos bacharéis em Teologia. Nesse sentido, discorreu sobre a ética da vida, o diálogo entre as religiões e a libertação dos pobres. “Cultiva-se uma Igreja de resultados, não de provações, de cruzes. Estamos no século XXI, urgindo empenharnos por uma Igreja cada vez mais a serviço do Reino de Deus”, disse. Foto JA

Párocos Religiosos que assumem missão em 2012 na Arquidiocese de Florianópolis: PÁROCO

PARÓQUIA

FUNÇÃO ANTERIOR

Pe. Frei João Maria dos Santos, OFM

Paróquia Santo Antônio

Florianópolis

Pe. Jair Rodrigues Costa, SCJ

Paróquia S.Luís Gonzaga

Brusque

Pe. Isidoro Paula da Silva, SDB

Paróquia São João Bosco

Itajaí

Vigários Paroquiais Religiosos que assumem missão em 2012 na Arquidiocese de Florianópolis: VIGÁRIO Pe. Elói Comper, SCJ

PARÓQUIA

FUNÇÃO ANTERIOR

Paróquia S.Luís Gonzaga

Brusque

Paróquia de São José

São José

Pe. Frei Luiz Roberto Silvestre Portela, OFMCap

Paróquia Santíssima Trindade

Florianópolis

Pe. Frei Carlos Alberto David, OFMCap

Paróquia Santíssima Trindade

Florianópolis

Pe. Wanderley Calça, FDP

Pe.Vitor, diretor do ITESC e paraninfo dos bacharelandos, falou dos desafios que enfrentarão

Uso de Ordens e a Faculdade para Ouvir Confissões USO DE ORDENS Pe. André Borges da Silva, SCJ Pe. Geraldo Pereira D’Ávila, SDB Pe. Edvaldo Nogueira da Silva, SDB Diác. Frei Vanderley Grassi, OFM

PARÓQUIA

LOCAL./MUNICÍPIO

Casa Padre Dehon

Brusque

Colégio Salesiano

Itajaí

Parque Dom Bosco

Itajaí

Paróquia Santo Antônio

Florianópolis

Três são da Arquidiocese Os formandos da Arquidiocese são: Kelvin Konz, 23 anos, Ewerton Martins Gerent, 24 anos; e Marcos Decker, 24 anos. A ordenação diaconal e, posteriormente, presbiteral depende ainda do escrutínio, processo em que é avaliada a conduta dos candidatos. Eles aguardam, do Sr. Arcebispo Dom Wilson, a indicação da data da ordenação diaconal, provavelmente conjunta.

Até a ordenação presbiteral, eles realizarão estágio nas paróquias. Everton ficará na Catedral; Kelvin na Paróquia Santa Cruz, em São José; e Marcos na Paróquia São Joaquim, em Garopaba. Mais fotos no site da Arquidiocese (www.arquifln.org.br), clicar em “Álgum de Fotos”. Foto JA

Marcos, Ewerton e Kelvin aguardam o resultado dos escrutínios para depois marcarem a data da ordenação diaconal possivelmente conjunta, e depois a presbiteral


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Bíblia

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Conhecendo o livro dos Salmos (45)

Salmos 60 e 61 (59 e 60) Divulgação/JA

SALMO 60(59): SÚPLICA COLETIVA Este salmo tem uma estrutura bastante clara, como súplica apaixonada de um profeta, de um rei, que não temos como identificar. O salmo não antecipa a ação de graças, mas, em compensação, é marcado por um oráculo vigoroso (vv. 8-10), que encontraremos também no centro de outro salmo, o Sl 107 (106). No oráculo, Deus se apresenta como o verdadeiro senhor do país devastado. Afinal, essa terra tem dono, e Ele, o Senhor, garante a confiança expressa no final.

O salmista está passando por uma situação extrema, e por isso pede por si: “ouve”, “eu te invoco” (vv. 2 e 3), e pede também pelo rei (vv. 7 e 8). No final, reconfortado, agradece e compromete-se a “cumprir as promessas” (v. 9)

Dos confins da terra 2. Ouve, ó Deus, o meu grito, / fica atento à minha oração. 3. Dos confins da terra eu te invoco, / de coração abatido.

Tu nos rejeitaste! 3. Ó Deus, tu nos rejeitaste, dispersaste nossas fileiras; / estavas irado, volta para nós. 4. Sacudiste a terra e a fendeste: / repara as suas fendas, pois ela desmorona. 5. Infligiste ao teu povo duras provas, / fizeste-nos beber vinho atordoante. Sob os efeitos de uma derrota militar, o salmista começa com uma acusação direta a Deus, no v. 3, acusação que é também uma queixa e se encerra com o pedido: volta para nós! A derrota, devastadora, é comparada a um terremoto (v. 4), real ou simbólico, como elemento teofânico da ação de Deus. E esse povo, a quem Ele infligiu duras provas (v.5), é o “teu povo”, teu parceiro, teu aliado, não teu inimigo! O “vinho atordoante” é o do “cálice da ira” que aparece em outros textos como Is 51,17: “Bebestes da mão do Senhor o cálice da sua ira”...

Salva-nos! 6. Aos que te temem, porém, deste um sinal, / para escaparem dos arcos. 7. Para que teus amigos sejam libertados, / salva-nos com a mão direita e respondenos. Numa transição para o oráculo a seguir, o salmista alude a um “sinal”, como a uma bandeira para congregar “os que te temem”, e eles poderem “escapar dos arcos” do inimigo. Numa leitura cristoló-gica, poderíamos ver aí a “bandeira” de Is 11,10 ou o tau, a cruz, dos assinalados de Ez 9,4 (e Ap 7,3; 9,4). O v. 7 termina com o pedido de uma resposta, “responde-nos”, pedido logo atendido no oráculo a seguir.

SALMO 61 (60): SÚPLICA PESSOAL

A situação dolorosa em causa talvez seja a fuga, ou o exílio, ao qual alude o lugar de onde fala o salmista: “dos confins da terra” (v.3). Seria um sacerdote ou levita desterrado, como o orante do Sl 42-43 (41-42), que anela voltar para o Templo?

A resposta de Deus 8. Deus falou no seu santuário: / “Em triunfo repartirei Siquém / e vou medir o vale de Sucot. 9. É minha a terra de Galaad, é minha a terra de Manassés; / Efraim é o capacete da minha cabeça, / Judá é o meu cetro de comando. 10. Moab é a bacia em que me lavo, / sobre a Idumeia lançarei minhas sandálias, / sobre a Filisteia cantarei vitória!” Em três versículos apenas, o salmista assume o papel de profeta, expressando em primeira pessoa o domínio de Deus sobre a “sua” terra. São nove nomes geográficos, cuja lista corresponde praticamente aos domínios de Davi (cf 2Sm 8) antes da sua entrada em Jerusalém: seis nomes ligados ao povo escolhido (Siquém, Sucot, Galaad, Manassés, Efraim e Judá), e três nomes de países subjugados limítrofes (Moab, Idumeia, Filisteia). Deus é apresentado como um guerreiro dominando a terra prometida, e os lugares ou povos são como objetos de seu uso pessoal: Judá, a tribo de Davi, é seu cetro de comando; Efraim é o capacete de sua cabeça; Moab, com o mar Morto, é a bacia em que lava os pés; ele reparte Siquém, no centro, e mede o vale de Sucot, do outro lado do Jordão, além de dispor de Galaad e Manassés; enfim, sobre a Idumeia lança as

sandálias, e canta vitória sobre a Filisteia.

Quem me conduzirá? 11. Quem me conduzirá à cidade fortificada? / Quem me guiará até Edom, 12. a não ser tu, ó Deus, que nos rejeitaste, / e já não sais, ó Deus, com nossas fileiras? 13. Vem em nosso auxílio na tribulação, / porque é vão todo socorro humano. No entanto, após um oráculo tão reconfortante, ainda uma dúvida, expressa talvez pelo rei. Se Deus “nos rejeitou”, e já “não sai com nossas fileiras” (v. 12), como é que poderemos ter sucesso numa expedição contra Bosra, ou Petra, a “cidade fortificada”, capital de Edom? Apesar de tudo, ele invoca o auxílio divino (v. 13), com a justificativa de que “é vão todo socorro humano”.

Faremos prodígios! 14. Com Deus, porém, faremos prodígios, / Ele pisoteará nossos inimigos. O salmo termina com a confiança restabelecida: “Com Deus, faremos prodígios”, isto é, nós, com sua ajuda. De resto, é a Ele, não a nós, que caberá a vingança, o “pisoteamento” dos inimigos. “Pisoteamento”, aliás, que não combina com a palavra e o exemplo daquele que nos ensinou a “amar os inimigos” (cf Mt 5,44).

Rochedo, refúgio, torre 4. Leva-me a um rochedo inacessível,/ pois tu és para mim o refúgio, / a torre fortificada perante o inimigo. Em outros salmos, o próprio Deus é a “rocha de refúgio”, p. ex. Sl 18,3 ou 19,15. Aqui, perseguido, o orante pede que Deus o esconda, o abrigue num “rochedo inacessível”, sem deixar de reconhecer que o próprio Senhor é seu “refúgio” e “torre fortificada”. Notese a concretude das comparações: severas, fortes, nada floridas.

Na tua tenda 5. Vou morar na tua tenda para sempre, / à sombra de tuas asas encontrar abrigo! 6. Sim, ó Deus, aceitaste minhas promessas, / deste-me a herança dos que temem o teu nome. Num lampejo de esperança e certeza, as comparações se enternecem: “rochedo” e “torre” são agora “tenda”, a própria morada pastoril do Senhor, enquanto, com maior intimidade ainda, o salmista se sente abrigado “à sombra de tuas asas” (v.5; cf Sl 57,2). No v. 6, a certeza se confirma: “aceitaste minhas promessas” e “me deste a herança...” Aqui, um termo típico da posse da Terra Prometida, p. ex. no Sl 16,6: “Para

mim, tocou-me um lote maravilhoso, e é esplêndida a minha herança”.

Longa vida ao Rei 7. Aos dias do rei acrescenta muitos dias, / como os de muitas gerações sejam os seus anos. 8. Reine para sempre diante de Deus; / graça e fidelidade o protejam. Estes dois versículos, referentes ao rei, parecem acrescentados posteriormente, na leitura litúrgica, no Templo. Deseja-se que o longo reinado prossiga sob o olhar e a proteção de Deus, marcado pela “graça e fidelidade”, ou seja, pela “misericórdia e verdade”, que, segundo o Sl 89,15, são a base da monarquia legítima. Não o deveriam ser também de um governo democrático?

Quero cantar 9. Assim, quero cantar hinos ao teu nome, sempre, / cumprindo minhas promessas dia após dia. Este versículo final, como dissemos acima, poderia ser lido logo depois do v. 6, do qual é a continuação lógica. O salmista, sentindose desde já atendido, promete uma gratidão perene, “quero cantar sempre”, e se compromete a pagar suas promessas “dia após dia”, provavelmente sendo fiel às suas obrigações diárias no Templo. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia de SC - FACASC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Que diz você do modo de o salmista dirigir-se a Deus, nos vv. Iniciais do Sl 60(59)? 2) De que modo se expressa a resposta de Deus, nos vv. 8-10 e o que significa? 3) Que diz da conclusão deste Sl 60: “Ele pisoteará nossos inimigos”? 4) Que significam as comparações dos vv. 4-6, do Sl 61(60)? 5) Como rezar, em nossos tempos secularizados e de “governo do povo”, os vv. 7-8?


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Juventude 7

Janeiro/Fevereiro 2012

Encontro nacional reúne Pastoral da Juventude Realizado em Maringá, evento definiu mais de 130 ações a serem desenvolvidas nos grupos de jovens Divulgação/JA

Mais de 700 jovens de todo o país estiveram reunidos nos dias 08 a 15 de janeiro na Arquidiocese de Maringá, no Paraná, para participar do 10º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ). O encontro é realizado a cada três anos e foi a primeira vez que a região sul do Brasil sediou o evento juvenil. Neste ano, os jovens refletiram sobre o tema “Somos Igreja Jovem”. O Regional Sul IV da CNBB (SC) esteve representado por 40 participantes, cinco deles da Arquidiocese, como delegados. O Encontro Nacional é um momento em que a Pastoral da Juventude (PJ) se reúne em uma diocese para refletir, partilhar e celebrar a vida e a caminhada dos grupos de jovens. Realizado no Centro de Formação Bom Pastor, no Seminário Arquidiocesano, em Maringá, durante os oito dias, os jovens participaram de palestras e trabalhos em grupos. O encontro também reuniu vários bispos do Brasil, especialistas e autoridades que trabalham com o público juvenil. O evento teve início com a celebração eucarística presidida por Dom Eduardo Pinheiro da Silva, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, na Catedral de Maringá.

Seminaristas que tem projeto de evangelização nas redes sociais sobre o Catecismo Jovem lançaram o site do projeto.

Regional Sul IV (SC) esteve presente com 40 jovens, cinco da Arquidiocese No decorrer da semana, assessores e especialistas conduziram com os jovens atividades contemplando temas como o Concílio Vaticano II, o projeto de revitalização da Pastoral Juvenil na América Latina, políticas públicas e direitos para a juventude, as diretrizes da ação evangelizadora da Igreja do Brasil, a Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens, entre outros. Durante o ENPJ, os participante realizaram missões nas comunidades da Arquidiocese de Maringá e participaram de marcha pelas ruas da cidade, inspirados pela campanha nacional con-

tra a violência e o extermínio de jovens. Os jovens ainda elaboraram mais de 130 ações diretas que serão desenvolvidas nos grupos de jovens. A partir do encontro, será criado um documento com essas propostas de ações. Felipe Candim, membro da equipe de coordenação da Pastoral da Juventude, foi um dos delegados da Arquidiocese de Florianópolis no evento. Segundo ele, o encontro foi muito positivo, sobretudo para animar o trabalho realizado aqui. “Foi bom ver que há tanta gente que luta pela causa da juventude no Brasil e nos auxiliou na troca de experiências”, disse.

Jovens promovem o “Jesus no Litoral” Cerca de 400 jovens se reúnem em Balneário Arroio do Silva para evangelizar O Balneário Arroio do Silva, no litoral sul catarinense, foi tomado por cerca de 400 jovens missionários do Movimento Jovem da Renovação Carismática Católica, para a terceira edição catarinense do projeto “Jesus no Litoral”. Desde quinta-feira (29-12), até o domingo (01-01) os jovens participaram de uma programação extensa de formação, oração e missão. No primeiro dia aconteceu um “arrastão” na praia, quando os missionários cantaram e evangelizaram nas ruas e na areia da praia. No fim do dia, na missa com Dom Jacinto Flach, bispo diocesano de Criciúma, foi feito o envio para a missão, que teve ini-

Catecismo Jovem ganha site

cio na sexta-feira. Os missionários fizeram missões nas casas na parte da manhã, e na praia durante a tarde. Durante o dia, também aconteceu o “Cristo Fitness”, com alongamento e dança, na beira da praia. Por sua vez, o sábado também foi dia de missão, na praia e nas casas dos moradores do município, sendo que durante a noite houve a “Missa da Virada”, na praia, e o “Evangeliza Show”. Já no domingo (01-01), os missionários seguiram para o Balneário Rincão, onde realizou-se um arrastão e o encerramento do evento. Segundo o coordenador do Ministério Jovem da RCC de Santa

Catarina, Maikel Ronqui, foi um grande desafio evangelizar em Arroio do Silva, pois boa parte da comunidade ainda não conhece o projeto. “A cidade é pequena e, nesta época do ano, fica cheia de veranistas, o que torna a responsabilidade ainda maior”, afirma. Segundo Dom Jacinto, a juventude é de grande importância para Deus e a Igreja olha os jovens com todo carinho, valorizando toda essa criatividade. “No evangelho temos uma passagem que conta como Jesus olhou para um jovem e pediu-lhe que O seguisse, porém ele teve medo. Hoje, eles não temem, e se entregam à causa de Deus”, disse o Bispo.

Cinco seminaristas da Arquidiocese de Florianópolis, ao ter o primeiro contato com o YouCat entusiasmaram-se com o novo material de evangelização, dado como um presente do Papa Bento XVI aos jovens. Algumas palavras do Santo Padre chamaram a atenção em especial: “Formai grupos de estudo nas redes sociais, partilhai-o entre vós na internet. Permanecei deste modo num diálogo sobre a vossa fé”. Atendendo a este convite e ordem do Papa, resolveram criar um blog www.catecismojovem. blogspot.com), twitter (@Cate cismoJovem), facebook (www. facebook.com/catecismo jovem),e orkut, para divulgar e motivar estudos do Catecismo Jovem na internet, como pediu o Papa. Se contarmos os números, o que era um simples projeto, já surpreende. Os acessos ao blog superam as expectativas, assim como os seguidores no twitter e facebook e a interação possibilitada em todos estes espaços. O projeto cresceu e hoje conta com quarenta colaboradores de todo o Brasil, que auxiliam na divulgação de matérias, na produção dos conteúdos e na parte

operacional das redes sociais. E durante o “Revolução Jesus”, acampamento de férias organizado pela Canção Nova, a equipe do Catecismo Jovem foi convidada para conduzir um módulo, chamado de Pope2You, de três pregações sobre o YouCat, que trabalhou a estrutura do documento, além de possibilidades de evangelização. E durante o encontro, que reuniu cerca de 15 mil jovens, foi lançado o site www.catecismo jovem.com.br, que busca convergir as demais redes sociais e espaços do Catecismo Jovem, já utilizados. O blog traz diariamente temas de formação curtos, baseados no YouCat e isso será mantido. Já o site trará matérias sobre a utilização do YouCat, informações sobre a Igreja, além de todas as redes sociais do projeto. Durante o dia, a equipe alegrouse especialmente com uma mensagem, recebida via twitter, do Cardeal Dom Odilo Scherer, que acompanha o trabalho desenvolvido. “Parabéns turma do Catecismo Jovem. Gosto do que vocês fazem. Continuem firmes! A boa semente, um dia, brotará”, afirmou o Cardeal Arcebispo de São Paulo. Divulgação/JA

Nossos cinco seminaristas criaram o site atendendo apelo do Papa


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Geral

Janeiro/Fevereiro 2012

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ITESC forma turmas de Teologia para leigos 110 pessoas receberam certificado de participação nos seis cursos. Já estão abertas as novas matrículas Foto JA

O Instituto Teológico de Santa Catarina realizou na noite do dia 05 de dezembro, às 19h30min, uma Celebração Eucarística de encerramento dos Cursos de Extensão para Formação de Lideranças Leigas. Durante o evento, na sede do Instituto, 110 pessoas receberam os certificados de participação em um dos cinco cursos de Teologia e o curso especial de Aprofundamento Bíblico. Durante o ano, de fevereiro a dezembro, todas as noites das segundas-feiras, os alunos participaram dos seguintes cursos: Teologia Sistemática; Bíblia - Primeiro Testamento; Teologia Bíblica - Fundamental; Teologia Litúrgica - Sacramental; e Teologia Catequética - Metodológica. Todos os cursos têm duração de dois anos. Esse foi o segundo ano dos cursos, mas como as disciplinas são independentes, nem todos realizaram a primeira etapa. No segundo semestre do ano, iniciou-se um curso especial de Aprofundamento Bíblico. A celebração foi presidida pelo Pe. Vitor Galdino Feller, diretor do ITESC. Após a celebração, foi realizado o ato da formatura. A aluna Maria Madalena falou em nome dos demais formandos. Em seu discurso, ela disse que o ITESC mais uma vez “cumpre o seu papel de curar da cegueira”. “Embora há muito tempo trabalhe na Igreja, só agora percebi minha missão como cristã. Para que nossa fé seja profícua, precisamos de formação”, disse. O professor Celso Loraschi, coordenador geral dos Cursos de Extensão, também tomou a palavra. Ele fez um agradecimento aos alunos e professores que tanto se dedicaram ao trabalho. “Quantos sacrifícios todos fizeram para poder participar dos cursos

Formandos concluíram os cursos realizados em dois anos e ministrados, em sua maioria, por professores do ITESC nas noites de segunda-feira. Tendo que sacrificar e até driblar os compromissos familiares e profissionais para estar aqui”, disse. Na avaliação dele, o ITESC está evoluindo nos cursos de extensão em relação ao conteúdo, levando em conta as sugestões dos alunos. “Também percebemos um crescente interesse dos alunos em se aprofundar. Não querem ser cristãos sem consciência do que significa sua fé no mundo de hoje”, disse Loraschi.

Inscrições para 2012 No próximo ano, o ITESC continuará com os mesmos Cursos de Extensão. As inscrições serão realizadas de 01 a 27 de fevereiro, das 8h às 16h, pelo fone (48) 3234-0400, com Crisleine, ou pe-

los e-mails recepcionista@ itesc.org.br, ou extensao@ itesc.org.br. A ficha de inscrição está no site

www.itesc.org.br ou www. facasc.org.br. As aulas iniciam no dia 27 de fevereiro, segundafeira, às 19h30. A taxa de inscri-

ção tem um custo de R$ 40,00, e um investimento mensal de R$ 45,00 para os oito meses de formação. No próximo ano serão oferecidos cinco cursos: Teologia Fundamental;Bíblia - Primeiro Testamento; Teologia Bíblica Fundamental;Teologia Litúrgica Sacramental; e Teologia Catequética - Metodológica. Os cursos são ministrados em sua maioria por professores do ITESC e convidados, e destinamse a leigos e leigas, também religiosos e religiosas, membros de comunidades cristãs, interessados em formação bíblico-teológico-pastoral. Os cursos de formação para lideranças leigas são oferecidos pelo ITESC desde a sua fundação, em 1973. De 2005 a 2009, eles foram mantidos em convênio com o Centro Loyola Amar e Servir. Em 2010, o ITESC reassumiu a administração dos cursos. Mais fotos no site da Arquidiocese (www.arquifln. org.br), clicar em “Álbum de fotos”.

Red Sanar altera dia e horário de atendimento A Red Sanar, entidade que atua na prevenção ao suicídio, está alterando os dias e horários de atendimento. Os interessados em se beneficiar dos seus serviços, devem comparecer no Educandário Imaculada Conceição, no centro, em Florianópolis, às terças-feiras, das 19h às 22h. A entidade também está disponível para prestar formação às comunidades interessadas em promover esse trabalho. A capacitação é ministrada por

Zenir Gelsleichter, missionária leiga e funcionária da Livraria Paulus. Desde o início de 2011 ela já realiza atendimento às pessoas que a procuram. O trabalho teve início na Argentina, criado por um médico psiquiatra. Depois foi levado ao Chile e Bolívia. Agora está chegando ao Brasil.

A finalidade é atender pessoas com problemas de estresse, ansiedade, fobia, tristeza, pânico, depressão, angústia e crises, que podem levar ao suicídio. Mais informações no site www.redsanar.org. ou pelo e-mail redsanarbrasil@ gmail.com.


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Janeiro/Fevereiro 2012

Candidatos a diácono concluem Escola Com 40 anos de criação, escola diaconal formou mais 35 candidatos, 25 desses da Arquidiocese Foto JA

A Escola Diaconal São Francisco de Assis realizou no dia 28 de janeiro a formatura dos 35 candidatos a diácono que concluíram a 14ª turma: 25 de Florianópolis e 10 de Joinville. Realizada na Casa de Encontros e Retiros Divina Providência, em Florianópolis, a formatura foi precedida por uma Celebração Eucarística. Presidida pelo arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, a missa contou com a presença de um grande número de padres e diáconos, além de familiares e amigos, além dos candidatos a diácono da 15ª turma, que realizavam a formação no mesmo período, mas em salas e com professores diferentes. Em sua homilia, Dom Wilson falou sobre a importância, missão e desafios que os futuros diáconos terão pela frente, sempre contando com o apoio da esposa e família. “A escolha da diaconia não é de vocês. Foi Deus que os escolheu para assumir essa missão. Vocês concluíram uma etapa da formação, mas o aprendizado será contínuo, com a própria vivência do diaconato”, disse. Após a celebração, teve início a formatura propriamente dita. Pe. Valter Maurício Goedert, diretor da Escola Diaconal, agradeceu a todas as pessoas que colaboram permanentemente com a Escola e que contribuíram para a formação dos candidatos. “Sei que é a concretização de um sonho para eles e sonhar sempre nos faz felizes”, disse.

Lino Dalpiaz, formando da Diocese de Joinville, discursou em nome dos seus colegas. Em seguida, os formandos, acompanhados de suas esposas, receberam os certificados de formatura.

40 anos de formação A Escola Diaconal São Francisco de Assis foi criada em 1971, com a finalidade de preparar futuros diáconos a serviço do povo da Arquidiocese de Florianópolis, mas outras dioceses do Estado e também fora dele aproveitaram essa mesma estrutura. Esta foi a primeira turma da Escola em que a formação foi realizada em 12 fases (antes eram 10). Eles se encontram três vezes ao ano, em regime de internato de dez dias, para a formação. O resultado é que a Arquidiocese de Florianópolis é a diocese com mais diáconos no Brasil: 110 em atividade. Para Pe. Valter, a diaconia está crescendo e as comunidades estão percebendo a importância deste ministério. “Percebemos que os candidatos estão vindo melhor preparados, mais maduros e mais conscientes da vocação. Isso mostra a consolidação do diaconato permanente”, disse. Dom Wilson destacou que a Arquidiocese de Florianópolis é uma referência nacional no diaconato, tanto assim que Pe. Valter é convidado para ministrar palestras em todo o Brasil. E os diáconos são uma importantes Foto JA

Os 35 candidatos a diácono formados comemoram a conclusão da 14ª turma da Escola Diaconal força para nós. “São um importante auxílio no trabalho apostólico nas comunidades. São uma vocação, um ministério e uma grande graça para a Arquidiocese”, disse.

também foi realizada a terceira etapa de formação da 15ª turma da Escola Diaconal. Igualmente realizada na Casa de Encontros e Retiros Divina Providência, em Florianópolis, esta etapa contou com a participação de 34 candidatos a diácono: 19 da Arquidiocese; 09 da Diocese de Tubarão;

15ª Turma de Formação Nos dias 20 a 28 de janeiro

Mais informações sobre a Escola Diaconal no site www.diaconos.com.br. Mais fotos da formatura no site da Arquidiocese (www.arquifln. org.br), clicar em “Álbum de fotos”.

Falecem dois diáconos da Arquidiocese Com pesar informamos o falecimento de dois diáconos permanentes: Manoel Vidal Pereira, 83 anos, da Catedral de Florianópolis, falecido no dia 09/ 12/11; e Onézimo João Fonseca, 66 anos, da Paróquia SeArquivo/JA

Solenidade teve grande presença de padres, diáconos e familiares

05 de Joinville e 01 de Caçador.

Diácono Maneca

nhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, falecido no dia 09/01/12. O Diácono Manoel havia sido internado no Hospital de Caridade, na quarta-feira, dia 08/12, com insuficiência cardíaca. No dia seguinte seu quadro clínico agravou-se e ele entrou em coma irreversível. O falecimento foi por volta das 13h. Natural de Palhoça, Maneca como era conhecido - veio morar em Florianópolis aos 17 anos. Casou-se com Célia Francisca Pereira, vivendo com ela por 62 anos. Tiveram sete filhos, 14 netos e nove bisnetos. Ordenado diácono em 1988, exerceu o ministério diaconal durante 23 anos. Diácono Onézimo fez parte da

Diácono Onézimo terceira turma da Escola Diaconal São Francisco de Assis. Era o mais antigo dos quatro diáconos da paróquia. Em 20 de julho de 2011, comemorou as bodas de prata diaconal. Era viúvo de Rozeli Iracema Fonseca.


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Ação Social

Janeiro/Fevereiro 2012

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ASA lança cartilha sobre Gestão de Risco e Desastres Cartilha é o resultado da primeira etapa e busca potencializar o trabalho já iniciado em 2011 Divulgação/JA

O projeto Gestão de Risco e Desastre, iniciado em 2011, finalizou sua primeira etapa com um balanço muito positivo. A partir das capacitações realizadas nos municípios de Brusque, São José Palhoça e Florianópolis, com desdobramentos para os municípios de Botuverá, Guabiruba, Porto Belo e Biguaçu, foi possível uma grande troca de experiências entre os mais diversos profissionais da Defesa Civil, Secretarias de Habitação, Corpo de Bombeiros, profissionais das áreas de direito e geologia, lideranças comunitárias, além das ações sociais paroquiais e seus voluntários. Para 2012 persiste-se no objetivo do Projeto que é a construção de comunidades mais seguras nos municípios da Arquidiocese, através da formação e capacitação das entidades sociais e lideranças comunitárias para atuarem em situação de risco e desastre. As Ações propostas visam: • Fortalecer os vínculos da população com a Defesa Civil nos municípios; • Difundir a temática para lideranças comunitárias e a população vulnerável; • Capacitar entidades sociais e lideranças comunitárias sobre o tema; • Fomentar o surgimento dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil – NUDEC´s e Núcleos Comunitários de Gestão de Risco e Desastres; • Fomentar a elaboração do Plano Preventivo aos eventos climáticos; • Desenvolver eventos espe-

Curso de Gestão e Viabilidade Econômica para Empreendimentos de Economia Solidária O projeto FORTEES – Fortalecendo Experiências de Economia Solidária realizará no dia 06 de março, na Arquidiocese, a terceira etapa do Curso de Gestão e Viabilidade Econômica para os 10 empreendimentos de economia solidária acompanhados pelo projeto. A Ação Social Arquidiocesana,

Cáritas Brasileira Regional SC e Projeto FORTEES fazem a chamada para os Empreendimentos irem se organizando para participar desta terceira etapa, trazendo consigo muita animação e sede de conhecimento para partilharem suas experiências e fazerem mais um dia inesquecível para a sua caminhada.

Oficina de Catadores reúne representantes de cooperativas

Capa da cartilha cíficos sobre gestão de risco e desastres. Além dessas ações, a publicação da cartilha sobre Gestão de Risco e Desastres “Construindo Comunidades mais Seguras” visa a aproximação das organizações comunitárias e o protagonismo das pessoas em situações adver-

sas da natureza, com orientações para a execução das quatro etapas que compreendem a administração de um desastre: prevenção; preparação; resposta e reconstrução. A proposta da ASA para 2012 é que ocorra a adesão de novas ações sociais, paróquias, pastorais e movimentos, ao projeto.

Mensagem aos Voluntários das Ações Sociais Todas as pessoas precisam de encorajamento. Por isso, queridos(as) voluntários(as) das Ações Sociais, precisamos encorajar-nos, porque há dias em que tudo parece sombrio. As pessoas enfrentam ciclos diferentes de vida, ou seja, existem dias de montanha e dias de vale! A vida impõe muitas pressões sobre as pessoas, a carga fica pesada e o desânimo pode dominar os corações. O desafio do trabalho a ser feito parece grande demais, e a vontade de desistir e sair de cena sempre surge como uma opção. Não devemos ser pessoas que, diante de um belo dia de sol, só enxergam a pequena nuvem

escura do horizonte! Pelo contrário, devemos ser daqueles que, mesmo perante as tempestades, nos lembramos que sobre as nuvens escuras o sol nunca deixa de brilhar... Não desanimem nos seus trabalhos das Ações Sociais, tenham coragem, acreditem e lutem por seus projetos. Sejam ousados(as), corajosos(as) e audaciosos(as) neste ano. Deus abençoe a todos(as) vocês. Pe. Mário Sérgio do Nascimento Presidente da ASA

O Projeto FORTEES encerrou as atividades em 2011 com a realização, em Florianópolis, no dia 03 de dezembro, da Oficina de Catadores de Material Reciclado. Compareceram 17 catadores. A oficina contou com a assessoria dos representantes do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, Júlio e Dorival, que debateram sobre a importância e a riqueza do trabalho dos catadores em relação à vida e ao meio ambiente, além dos desafios e as conquistas de um movimento organizado. A oficina teve um resultado muito positivo, com a motivação dos presentes e o interesse de estarem se inserindo nesses espaços de organização dos catadores que hoje trabalham individualmente. A partir desse interesse já temos o indicativo de organização de mais dois empreendimentos de catadores: um em Biguaçu e outro na Costeira do Pirajubaé, em Florianópolis. A oficina foi tão bem aceita, que foram solicitados mais encon-

tros como esses. No momento da avaliação, Paulo, que é catador de materiais recicláveis de Biguaçu, disse que “gostaria de agradecer a partilha das idéias. Adorou conhecer esse pessoal, viu que a coisa é séria, pois existem catadores em todo o lugar e a organização é em âmbito nacional. Pensar nas soluções e dificuldades é muito bom. No entanto, gostaria de ter mais tempo para discutir”. Para Dorival, que é representante do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, a oficina proporcionou um momento de fortalecimento dos catadores, suprindo uma lacuna da organização dos catadores na região da Grande Florianópolis. “Agora, com a parceria da ASA e Cáritas, tentaremos viabilizar outros encontros como este”, disse. Com isso, a ASA buscará fortalecer, neste ano, a organização dos catadores que ainda estão trabalhando sozinhos, por meio de um espaço comum de formação, debates e ações comuns. Divulgação/JA

Grupo participante do debate sobre a importância do trabalho dos catadores em relação à vida e ao meio ambiente.


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Janeiro/Fevereiro 2012

GBF e CEBs caminham rumo ao III Interdiocesano Arquiocese de Florianópolis sediará o evento que reunirá também as dioceses de Tubarão e Criciúma Arquivo/JA

Lembramos que neste ano acontecerá um grandioso momento dos GBF e das CEBs, o III Encontro Interdiocesano. O Interdiocesano é uma atividade regional que acontece de dois em dois anos, organizado em 04 blocos, reunindo as dioceses que compõem a Igreja em Santa Catarina – CNBB Regional Sul IV, por aproximação: Chapecó, Caçador e Joaçaba (1º bloco); Rio do Sul e Lages (2º bloco); Joinville e Blumenau (3º bloco); Criciúma, Tubarão e Florianópolis (4º bloco). O III Encontro Interdiocesano acontecerá no dia 20 de maio, domingo, no Centro de Evangelização Angelino Rosa (CEAR), com início às 9 horas e termino às 16 horas com a celebração presidida por D. Wilson, nosso Arcebispo. O tema que permeará o encontro é: Justiça e profecia a serviço da vida; e o lema

Última edição do Interdiocesano foi realizado em 2010 em Criciúma. Arquidiocese contou com 250 participantes

GBF e CEBs - Nossa missão continua Terminadas as férias, retomamos as atividades com vigor renovado Caros leitores e leitoras, “Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria, segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher” (DAp 18). Depois de um bom descanso e das férias, retornamos com entusiasmo e vigor às atividades dos GBF e das CEBs. Em 2011 foram momentos bem celebrados: as experiências vivenciadas nos grupos e os compromissos assumidos na comunidade; as atividades de formação e as reuniões periódicas; os momentos de confraternização e os celebrativos, todos reafirmam nossa identidade de “Igreja nas casas” e sustentam a nossa caminhada de evangelização, para que nossa

Igreja arquidiocesana seja a casa habitada pela Palavra de Deus e tenha sua raiz sustentada no chão de nossas famílias, na realidade de nossas comunidades. Iniciamos o ano com uma nova jornada de trabalho, o Livreto da Quaresma e Páscoa: “Jesus, caminho, verdade e vida”. Os 12 encontros deste livreto nos levam a refletir o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Também nos levam a refletir sobre a Campanha da Fraternidade, um apelo que a Igreja no Brasil faz para vivermos mais intensamente o tempo da Quaresma, assumindo com responsabilidade de filhos e filhas de Deus, de maneira convertida, a interpelação expressa no tema: “Fra-

ternidade e Saúde Pública” e no lema “Que a Saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8). A Quaresma é o caminho que nos leva ao encontro do Crucificado-Ressuscitado. Jesus nos convida à conversão. Este apelo é parte essencial do anúncio do Reino: “Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Mc 1, 15). Queremos neste tempo quaresmal fazer uma caminhada de oração mais intensa e de penitência, de conversão e de perdão, de reconciliação com Deus e com os irmãos e irmãs. Com o coração voltado para Cristo, vencedor da morte e do pecado, vivamos intensamente o período santo e santificador da Quaresma, preparando-nos para celebrar bem a Páscoa do Senhor.

iluminador é: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a todos os povos” (Mc 16,15). Nossa Igreja Arquidiocesana acolherá com alegria todos os animadores e animadoras dos GBF e das CEBs, que representarão as suas dioceses: Florianópolis, Tubarão e Criciúma. Portanto, divulguem e organizem caravanas, para que os GBF e as CEBs marquem presença com um número expressivo que represente bem a nossa Arquidiocese. Entrem em contato com os coordenadores (as) paroquiais e comarcais dos grupos, para preencher sua ficha de inscrição e reservar seu lugar nos ônibus. Com convicção e alegria continuaremos nossa missão com renovado ardor missionário, no valioso serviço de evangelização da nossa Igreja Arquidiocesana.


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Artigos

Janeiro/Fevereiro 2012

Jornal da Arquidiocese

C entenário

Cônego Dr. Cesar Rossi a ser assistida por ele, assumindo como vigário Interino em 4 de maio de 1918, excluído o 2º Distrito de Paulo Lopes, anexado à Paróquia de Santo Amaro. Em 02 de fevereiro de 1922 foi nomeado pároco de São Joaquim de Garopaba, e encarregado de Santana do Mirim e Santana de Vila Nova. A partir de 1925 foi nomeado pároco de Santana do Mirim, sendo Garopaba e Vila Nova anexadas a esta Paróquia. Devido à vasta seara que lhe foi confiada, com poucos recursos financeiros e escassos meios de transporte, não se poderia esperar dele uma assistência mais assídua. Seu primeiro trabalho foi realizar a reforma da igreja matriz de São Joaquim de Garopaba, inaugurada em dezembro de 1922, com a festa do Sagrado Coração de Jesus. Mas, seu grande desejo era construir uma torre para a igreja matriz, pois achava a existente, adequada ao estilo colonial, muito pequena e sem beleza. Construiu também a escadaria que leva à igreja, a mesma hoje existente, pois o acesso anterior era por trás da igreja. A inauguração da torre e da reforma geral da matriz deu-se no Natal de 1937: novo assoalho, vidraças, porta lateral, nova pintura a óleo da Capelamor, forro e altares, púlpito, confessionário e escada de coro.

Divulgação/JA

O Padre Doutor Cesar Rossi nasceu em Subiaco, Itália, em 9 de janeiro de 1879. Oriundo da Abadia Nullius de Subiaco, estava incardinado na Diocese suburbicária de Tívoli, onde foi ordenado presbítero em 19 de dezembro de 1902. Chegou ao Brasil em 1908. Sua missão não foi entre os colonos italianos, atendidos pelos bons padres do Norte da Itália, e que não viam com bons olhos um padre do Sul. Dedicou sua vida sacerdotal ao povo açoriano. Ao chegar, em 1908, foi nomeado vigário paroquial da Catedral de Florianópolis, sua primeira escola da língua portuguesa. Em 16 de novembro de 1910, assumiu como vigário paroquial de Santo Antônio dos Anjos de Laguna e encarregado de Nossa Senhora das Dores de Jaguaruna. Fez o exame canônico na Casa Paroquial de Tubarão, no dia 13 de fevereiro de 1911, perante os padres Frederico Tombrock, Francisco Xavier Giesberts e João Francisco Bertero. Aprovado pelo profundo conhecimento de Teologia Moral. Em 14 de fevereiro de 1911 foi provisionado pároco de São João Batista do Imaruí e encarregado do Senhor Bom Jesus do Socorro de Pescaria Brava. Em 1º de dezembro de 1917 ficou pároco de Santana do Mirim e encarregado de Santana de Vila Nova. Com a saída do Pe. João Antônio Fidalgo, Garopaba passou

da Irmandade de Nossa Senhora dos Navegantes. Nesse ano, pela primeira vez, realizou-se a Festa. Pe. Rossi queixa-se da “desorganização do pessoal do mar”.

Pe. César Rossi e seu temperamento

Cônego Dr. Cesar Rossi dedicou sua vida ao povo açoriano

Do mesmo modo praticamente reformou e deu novo aspecto à igreja matriz de Santana do Mirim. Sempre havia a dificuldade dos recursos humanos e financeiros, mas não faltava a perseverança.

Os trabalhos pastorais em Garopaba Não era fácil para o Pe. Rossi, homem de formação monástica, canonística e romana, adaptar-se ao mundo religioso açoriano. Houve conflitos, aqui e em outros lugares. Levou adiante a recomendação da Igreja e instituiu o Apostolado da Oração e a Pia União das Filhas de Maria. Em 1921 projetou a criação

Ponto importante, não esquecido por aqueles que o conheceram: Côn. Dr. César Rossi era defensor dos pobres em questões de terra. O Confessionário era um verdadeiro consultório para questões judiciais. Chegou a aconselhar aos pobres que ocupassem terras ociosas. Em tempos tão remotos, usou sua formação jurídica para a defesa do povo sofrido e maltratado pelos chefetes políticos. Bem é verdade que o Pe. Rossi viveu continuamente em atritos com alguém das três paróquias a que atendia (Mirim, Garopaba, Vila Nova). Abundam os abaixoassinados pedindo sua retirada de alguma de suas Paróquias. Natural que a um abaixo-assinado pedindo a retirada se-guiase outro pedindo a permanência. O Arcebispo equilibrava-se o melhor possível entre um e outro. O povo, em geral, reconhecia a dedicação do padre, e perdoava seus nervosismos e uma fala com forte sotaque italiano, nem sempre bem entendida.

O longo sofrimento de um padre dedicado Pe. Rossi visitou a Itália em 1921 e 1938. Em 21 de dezembro de 1940 foi nomeado Cônego honorário do Cabido Metropolitano de Florianópolis. Sua saúde entrou em declínio a partir de 1940. Surgiram sintomas de arteriosclerose, doença que o levou a uma velhice triste e deprimente, acompanhando-o até o túmulo. Nem sempre pôde contar com a caridade cristã para ampará-lo, pois, preocupações curiais fizeram desse velho doente um incômodo. Não tendo para onde ir, passou os 4 derradeiros anos da existência terrena internado no Hospital de Laguna, pagando as despesas com a entrega de seus bens pessoais. Ali, pobre e solitário, faleceu a 11 de março de 1953. Pe. Gregório Locks ministrara-lhe, na véspera, a Unção dos Enfermos. Pouco antes havia completado 74 anos de idade e 51 de sacerdócio e 45 de missão no Brasil. Está sepultado no cemitério da Igreja de Sant’Ana de Mirim. Assim se expressou um velhinho da Encantada, interior de Garopaba: “Ele morreu pobre, abandonado, com saudade de alguém para conversar!” Pe. José Artulino Besen (acesse o texto na íntegra no blog: pebesen.wordpress.com)

Opinião O que nós, aqui em Santa Catarina, temos a ver com as notícias sobre a crise na Europa e sobre o baixo crescimento da economia dos Estados Unidos, que não saíram do noticiário no final de 2011 e que, provavelmente, seguirão na pauta em 2012? Mais do que, talvez, grande parte dos leitores deste artigo imagina. A perspectiva de menor crescimento da economia, especialmente no setor industrial, tem direta relação com os postos de trabalho que são gerados e, dessa forma, com o bem-estar social e o desenvolvimento do Estado. A indústria catarinense é composta por 42 mil empresas, que são responsáveis por um terço de toda a riqueza gerada em Santa Catarina e que empregam 735 mil trabalhadores. Assim, quase um em cada três trabalhadores com carteira assinada está no setor industrial. Costumo dizer que quando a indústria vai bem, a economia vai bem, o que significa mais postos de trabalho para os jovens que estão chegando ao mercado de trabalho ou para aqueles

A indústria e as oportunidades de trabalho que precisam se recolocar. 2011 foi um ano desafiador para a indústria, especialmente a catarinense. Nossas fábricas têm tradição de vender parcela expressiva de sua produção no exterior. Junto com questões como as deficiências de infraestrutura do País e a alta carga de tributos, a cotação do dólar tem sido um fator que encarece os produtos feitos no Brasil em comparação com a concorrência com similares feitos na China ou em outros países. Em outras palavras, mesmo que os empresários e os trabalhadores catarinenses sejam extremamente eficientes, em muitas situações nossos produtos não são competitivos. O perfil do parque fabril catarinense também contribuiu para que os nossos números ficassem abaixo da média nacional, já que o Estado não possui montadoras de automóveis, nem é produtor de bens como minério de ferro e petróleo, segmentos que

favorecem os dados nacionais. Em função disso, na média, a indústria catarinense fechou 2011 com redução próxima de 4% na produção, enquanto as vendas ficaram praticamente estagnadas. A diferença nesses dois indicadores sinaliza que os empresários começaram o ano passado otimistas, com formação de estoques, ao mesmo tempo em que aponta a importação de insumos e produtos por parte da própria indústria, obrigada a buscar alternativas para fazer frente ao acirramento da concorrência. Afinal, ao mesmo tempo em que vender fora do Brasil está cada vez mais difícil, as empresas internacionais se fazem cada vez mais presentes com seus produtos no Brasil. Entre as estatísticas da indústria catarinense em 2011, o dado positivo ficou por conta da geração de emprego, que cresceu cerca de 4% na indústria de transformação e 16% na indústria da construção

civil. Produzir menos com mais trabalhadores pode parecer uma contradição, mas o dado mostra que os empresários estavam confiantes na economia no ano que findou. Evidencia também que os industriais postergam o quanto podem as demissões, inclusive em função do investimento feito na qualificação dos seus trabalhadores. O que preocupa com relação ao ano de 2012 é que agora as empresas industriais terão dificuldade para seguir contratando, já que o cenário para o ano não difere muito daquele vivido no ano passado. Nesse contexto, o setor empresarial tem insistido na necessidade de a indústria local ter um ambiente de negócios similar ao de seus concorrentes. De outro lado, por meio do Sistema FIESC, os empresários buscam estimular a inovação como estratégia cada vez mais importante. Nesse sentido, a qualificação dos trabalhadores é uma das questões-chave. Por isso

o Sistema FIESC vai investir nos próximos três anos R$ 300 milhões na expansão do atendimento aos trabalhadores e suas famílias. O SENAI, que já realiza cerca de 85 mil matrículas por ano em formação profissional, pretende dobrar esse número até 2014. E o SESI, que atua no atendimento ao trabalhador e suas famílias, planeja triplicar as cerca de 10 mil matrículas anuais na Educação de Jovens e Adultos, mecanismo que oportuniza o retorno de trabalhadores aos bancos escolares. A FIESC e a indústria estão preparadas para enfrentar os desafios de mais um ano de incertezas econômicas, através do aumento de investimentos em educação e inovação para a competitividade, com vistas ao desenvolvimento sustentável do Estado e a ampliação da melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e de suas famílias. Glauco José Côrte Presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina– FIESC


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Missão 13

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Irmão Joaquim - 250 anos do Apóstolo da Caridade Missionário da capital catarinense que criou obras assistenciais para os jovens de norte a sul do Brasil Divulgação/JA

Há 250 anos nasceu no Desterro, hoje Florianópolis, o Irmão leigo Joaquim Francisco do Livramento (1761-1829), Joaquim Francisco da Costa de nascimento - e “Livramento” pela devoção a Nossa Senhora do Livramento. Irmão Joaquim era filho de um casal açoriano da Ilha do Faial, tendo nascido em 20 de março de 1761. Sua espiritualidade era centrada na devoção ao Santíssimo Sacramento e na consagração aos pobres. Sua grande alegria era cuidar da igreja matriz de sua terra, limpá-la, ajudar o padre. Desde a adolescência se dirigia diariamente à igreja – hoje Catedral – para ajudar na limpeza e servir de coroinha. Trabalhou muito para instaurar no Brasil a Congregação do Desagravo do Santíssimo Sacramento, fundada em Portugal no século XVII por Sóror Maria Joana, do Convento de Louriçal, e assim estabelecer nas igrejas a Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento. Irmão Joaquim professou nas Irmandades de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, do Senhor dos Passos e na Ordem Terceira da Penitência do Desterro em 1784, conseguindo permissão para usar o hábito franciscano descoberto, isto é, sem capuz. Tinha 23 anos. Não quis ser padre nem frade conventual, pois ser peregrino era a sua vocação. Queria, por todo o Brasil, propagar a Adoração ao Santíssimo e o cuidado com a infân-

Casa Pia e Colégio dos Órfãos de São Joaquim, em Salvador, Bahia, com 212 anos de existência, ainda permanece em franca atividade dimento aos pobres, especialmente à infância desvalida. Sua primeira iniciativa foi sair pelo litoral catarinense, angariando recursos para o Hospital Caridade dos Pobres. Foi enviado um requerimento à rainha Dona Maria I, solicitando recursos para a construção do Hospital. Paralelamente, o Irmão Joaquim, jovem de 21 anos, empenhou-se na arrecadação de esmolas, conseguindo metade dos recursos gastos com a sua construção. O terreno foi doado ao lado da Capela do Menino Deus, da Beata Joana de Gusmão. A obra foi inaugurada no dia 1º de janeiro de 1789. A partir de 1854, o Caridade dos Pobres passou a chamar-se de Imperial Hospital de Caridade. Divulgação/JA

Casa Pia e Colégio dos Órfãos em Salvador

Peregrino da caridade, indo para a Europa esmolar, percebeu pelas ruas de Salvador numerosas crianças abandonadas e sem o que fazer. Conseguiu da Rainha a autorização para esmolar e, com tão grande recomendação, todos procuravam ajudálo. Assim fundou a Casa Pia e Colégio dos Órfãos de São Joaquim em 1799. Irmão Joaquim, filho de ricos comercianFoi a primeira instituites, que dedicou a vida à caridade, sendo ção no Brasil a ter projeto recebido por reis e rainhas pedagógico e profissional cia desvalida. Tornou-se de tal modo no triângulo escola-profissão-trabaconhecido e respeitado, que em Lis- lho. A formação profissional ofereboa foi recebido pela Rainha Dona cida pela obra de Irmão Joaquim Maria I, no Rio foi recebido por Dom fez nascer em Salvador uma geraJoão VI e Dom Pedro I. As portas da ção de bem formados pequenos artesãos, contribuindo para o deCorte estavam abertas para ele. senvolvimento da cidade. Ali se ensinava alfaiataria, contabilidade, Hospital Caridade marcenaria, tecelagem, sapataria dos Pobres Conseguiu reunir grupos de e tipografia, conforme desejo dos mulheres adoradoras do Santíssi- benfeitores. A Casa Pia atuou mo. Mas sua grande obra centrou- como fornecedora de trabalhadose na criação de obras para o aten- res especializados para a cidade

em expansão. O orfanato teve atuação importante na transição que se seguiu entre o trabalho escravo e o assalariado. Ainda em franca atividade, neste ano de 2012 está com 150 meninos internos, que permanecem no estabelecimento de segunda à sexta à tarde, quando retornam ao convívio familiar.

Santa Casa de Misericórdia em Porto Alegre Chegando à província do Rio Grande, o Irmão Joaquim associouse a dois benfeitores, a fim de criar em Porto Alegre instituição semelhante ao Caridade dos Pobres do Desterro. A necessária aprovação real chegou em 1803. No final desse ano teve início a construção da sede. Houve a tentativa de alterar a designação do hospital para atender os doentes militares, o que trouxe conflitos. Em maio de 1822, porém, o Príncipe Dom Pedro confirmou à Irmandade da Santa Casa as prerrogativas comuns às outras Misericórdias. Concluídas as primeiras enfermarias, a cozinha e a capela, os primeiros doentes foram admitidos em 1º de janeiro de 1826, e em 1837 a Santa Casa passou a cuidar das crianças expostas, passando a receber subvenção governamental e a posse de todos os terrenos devolutos e aforados da cidade, com as respectivas rendas.

doenças, por um tempo a Casa Pia funcionou no velho convento Carmelita de Angra. Foi a obra que mais estava no coração de Irmão Joaquim. Era um verdadeiro Seminário onde se rezava, se obedecia a severa disciplina e se estudava muito. Atestando a qualidade do ensino, um de seus ex-alunos foi o primeiro bispo de Fortaleza, Dom Luís Antônio dos Santos (1817-1891), Marquês de Monte Pascoal e depois arcebispo de Salvador. O Seminário-Casa Pia foi extinto em 1858.

Seminários em Itu e São Paulo Em 1822, Irmão Joaquim fundou em Itu, SP, o Seminário Nossa Senhora do Bom Conselho que, em 1867, passou aos padres jesuítas. O Pe. José de Campos Lara deixou, em seu Testamento, um legado para o Irmão Joaquim do Livramento, com a incumbência de fundar este Seminário. O Pe. Manoel Ferraz de Sampaio Botelho foi nomeado primeiro diretor pelo Irmão Joaquim, que logo se retirou para São Paulo, a fim de fundar outro Seminário: o Seminário Santana, em 1824, que se destinava aos meninos desamparados. Tanto em Salvador como em São Paulo conseguiu do governo a cessão de antigos seminários dos jesuítas, que tinham passado ao Estado por ocasião de sua expulsão em 1759.

Morte do Peregrino da Caridade Irmão Joaquim, insistente peregrino da caridade, foi recebido por reis, vice-reis, governadores e autoridades eclesiásticas. Tentou igualmente promover a missão entre os índios, não o permitindo a burocracia. Para garantir a manutenção e a continuidade de suas obras, diversas vezes viajou para Portugal. Em maio de 1826 dirigiu-se novamente a Portugal

para conseguir padres das Congregações da Missão e de São Filipe Néri para a educação da juventude. Em 1829 morreu na cidade francesa de Marselha, antes de embarcar para o Brasil. Irmão Joaquim vestia as crianças e jovens com batina e capuz, tendo ao lado direito do peito as figuras de um cálice encimado pela Hóstia, lembrando sempre o dever da Adoração ao Santíssimo. Em dias próprios, as crianças saíam pelas ruas de Salvador, e das outras cidades, a pedir esmolas, e o faziam cantando este verso, costume que talvez tenha levado das Folias de Reis e do Divino de sua Desterro: Dae aos orphaõs d’esta casa / Do vosso-ainda um vintém: Deos, ao ver o feito, empraza / Dar-vos-um premio também. A seu respeito escreveu o Servo de Deus e grande amigo Dom Antônio Ferreira Viçoso, bispo de Mariana, MG: “O Irmão Joaquim, conquanto tivesse fundado quase ao mesmo tempo os seminários de Itu e Santana, em São Paulo, visitava com mais freqüência o de Jacuecanga. Enquanto aqui estava, todas as suas ações eram outros tantos exemplos de virtude para a daqueles ditosos discípulos. Um só momento não estava ocioso: mas orando, ou tratando do asseio dos meninos, ou incitando-os a acostumarem-se aos ofícios domésticos, por isso que nunca comprava escravos para seus estabelecimentos. Era muito parco em seu sustento; velava muito em orações; nunca dizia mal de pessoa alguma, antes em todos supunha as boas intenções de que era ornada sua alma”. Dele se afirmou: “nasceu rico, viveu mendigando e expirou na miséria!”. Foi o Servo de Deus Dom Viçoso, que deu a Irmão Joaquim o justo título de “Vicente de Paulo Brasileiro”. Pe. José Artulino Besen Divulgação/JA

Casa Pia em Jacuecanga, Rio de Janeiro Em Jacuecanga, Angra dos Reis, Irmão Joaquim em 1809 fundou a Casa Pia da Santíssima Trindade. Nessa Casa, também chamada de Seminário, conseguiu de Dom João VI precioso auxílio para dar-lhe orientação e continuidade: o padre lazarista Antônio Ferreira Viçoso, que a dirigiu por 15 anos e que, antes de ser eleito bispo de Mariana, foi professor no Caraça, MG. Devido à falta de espaço e a

Casa Pia em Jacuecanga, Rio de Janeiro, era a preferida de Irmão Joaquim


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Geral

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Louvor de Verão reúne 4 mil em Camboriú Em sua 21ª edição, evento trouxe pregador de reconhecimento internacional Foto JA

A Renovação Carismática Católica (RCC) da Arquidiocese promoveu, no dia 22 de janeiro, o XXI Louvor de Verão. Realizado no Ginásio de Esportes de Camboriú, o evento reuniu mais de quatro mil participantes da Arquidiocese, de outras dioceses e de turistas que veraneavam. Eles refletiram sobre o tema “Apascenta minhas ovelhas” (Jo 21,25), o mesmo adotado pela RCC no Brasil para este ano. Um dos destaques do evento foi a grande participação dos padres que durante todo o dia compareceram ao evento ou lá permaneceram. O “Louvor” contou com a pregação de José Prado Flores, do México, formador de conceito internacional e que desde a década de 70 se dedica exclusivamente à pregação. Tem cerca de 35 livros publicados sobre evangelização e RCC traduzidos para várias línguas. A animação ficou com a banda Missionários Shalom, de Fortaleza. José Prado Flores, acompanhado de uma interprete, dividiu a sua pregação em dois momentos: no primeiro, pela manhã, ele falou sobre o tema do evento; à tarde, a partir das 14h30, ele abordou o tema “Louvor à Santíssima Trindade”. O evento teve ainda a pregação do casal Rose e Romeu Mendes, no final da manhã. Eles falaram sobre “Jesus, o bom pastor”, enfatizando o pastoreio dentro da família. “É tempo de ser di-

ferente, de testemunhar com a vida, de dar frutos”, insistiu Romeu durante a pregação.

Celebração Eucarística Um dos momentos fortes do Louvor de Verão foi a celebração Eucarística final, presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Em sua homilia, ele falou sobre a importância da evangelização na família. “Sejamos evangelizadores para que tenhamos uma família onde Jesus seja louvado”, disse. Segundo ele, agindo assim, transformaremos não só a nossa família, como também toda a sociedade. Para o Arcebispo, o Louvor de Verão é uma grande iniciativa que deve ser estimulada. “A Igreja precisa desses grandes eventos. É um momento de catequese e fortalecimento expressivo da unidade eclesial. Sempre renova nas pessoas a disposição de prosseguir na caminhada”, disse Dom Wilson. Ao final do evento, Luiz Carlos Santana Filho, reeleito coordenador da Renovação Carismática da Arquidiocese para mais dois anos, fez os agradecimentos e entregou lembranças às pessoas homenageadas. Dom Wilson ainda convidou todos os jovens a participarem da Jornada Mundial da Juventude, a ser realizada de 23 a 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro. Para Luiz Carlos, o Louvor de Verão cresce a cada ano, graças também à qualidade dos pregadores e animadores. “Sempre

Dom Wilson presidiu a Celebração Eucarística para os fiéis de toda a Arquidiocese, que lotaram o Ginásio de Esportes de Camboriú buscamos trazer o que há de melhor para as pessoas e, sabendo disso, a cada ano elas vêm. E saem cada vez mais motivadas continuar o trabalho em suas comunidades”, disse.

21 anos de história O “Louvor” teve início em 1990, a partir de um pequeno grupo de oração de Camboriú, formado por 12 pessoas, entre eles, Pe. Márcio Vignoli, ainda seminarista. A primeira edição foi realizada no Clube Palmeiras, em Camboriú, com a presença de pouco mais de 100 pessoas. No ano seguinte, foi repetido, mas já com o nome de “Louvor de Verão”. Com a expectativa de reunir um número bem maior de participantes, foi realizado no Ginásio

Retalhos do Cotidiano Queda Cristo não se alegra ao ver-nos cair, mas ao ver-nos cair e, em seguida, levantar, se rejubila!

Mundo O mundo não compreende como um casal se ama para encontrar o Amor!

Altura O jardineiro trabalhou na cerca viva. Os galhos que se salientavam foram cortados e todos ficaram iguais. Também nós, membros do corpo de Cristo, somos podados para, embora diferentes, nos tornarmos iguais: ninguém é mais que ninguém. E quem é convidado pelo Cabeça do corpo para subir, subirá com Ele e não se julgará superior. Todos somos convidados a nos inclinar diante da dignidade do irmão, e quanto mais

de Esportes de Camboriú, de onde nunca mais saiu, e contou com a participação de Dom Murilo, na época nosso bispo auxiliar e grande apoiador do evento. Para Pe. Márcio, o evento cresce a cada ano e contribui para o crescimento da Renovação Carismática na Arquidiocese. “Percebemos também que a cada ano cresce o número de participantes jovens, o que evidencia que o Louvor continuará animando a juventude. A nova evangelização tem tudo a ver com a juventude”, disse. Mais informações no site http://rccarquiflorianopolis. blogspot.com, mais fotos no site da Arquidiocese (www. arquifln.org.br), clicar no link “Álbum de fotos”.

A recuperação se deu após denúncia do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – IPHAN. A imagem tombada, de valor inestimável, foi apreendida em uma loja especializada em leilões de objetos de arte, em um shopping na zona sul do Rio de Janeiro. Com um metro de altura, talhada em madeira, a estátua de São Miguel Arcanjo estava desaparecida havia 32 anos, desde que fora roubada da histórica igreja de São Miguel Arcanjo, em Biguaçu, em maio de 1979. O Pe. José Luiz de Souza, pároco de Biguaçu, recebeu a confirmação da recuperação da imagem na tarde do dia 10/12 através do IPHAN de Florianópolis. Segundo ele, o Instituto entrou em contato com o mesmo órgão no Rio de Janeiro e foi providenciada a documentação necessária para que ela retorne a Santa Catarina. Antes ela ainda será periciada pelos técnicos da Polícia Federal. Por determinação da PF, a igreja deverá passar por adaptações e receber algum sistema de segurança antes de a imagem voltar para o seu local de origem. A comunidade está se organizando para comprir as exigências e logo que possível receber de volta o seu padroeiro.

Carlos Martendal

Ninho 3

baixo nos pusermos mais o Mestre nos tornará iguais.

O passarinho não cansa nem desiste até terminar o trabalho. O apóstolo o imita. O passarinho escolhe fiapos flexíveis, para modelá-los; o Senhor também. Que Ele nos dê a graça da flexibilidade, para que possa modelar-nos. Então, diremos: “Fizemos o que devíamos fazer! “ (cf. Lc 17,10).

Roda Tudo que recebe, ela doa. Vive para acolher e distribuir. Nada retém para si. O despojamento da roda d’água: que exemplo a imitar!

Roda 2 Somos como a roda: ela só gira se recebe água; nós só vamos para a frente se recebemos a Fonte da água, a água viva. Não nos assustemos se, às vezes, parecer que estamos parando: é que então estaremos quase vazios e a Água cairá com força e nos encherá de novo para um novo recomeço: com mais vigor, mais alegria, mais disponibilidade. Sejamos dóceis como a roda. A água não depende dela; ela é que depende da água!

Polícia Federal recupera imagem roubada de Biguaçu há 32 anos

Pouso Ninho

Ninho 2

O fiapo que o passarinho leva para construir o ninho é escolhido. Também nós somos escolhidos por Deus para a construção do Reino. Esse fiapo é um fiapo provado: não é verde, mas temperado pelo rigor do tempo. O Senhor também trabalha com os que temperou ou está temperando.

Na construção do ninho, há fiapos que se perdem, levados pelo vento. Também na construção do Reino há ventos (os das tentações) que podem fazer perder-nos. No ninho, todo fiapo é importante; no Reino, também. Do Evangelho, adaptando: “Somos fiapos como quaisquer outros” (cf. Lc 17,10).

Certa vez, Jesus pediu que olhássemos as aves do céu: quem as sustenta? Não é Ele mesmo? Que passarinho já errou o pouso? Então, como que é que o discípulo vai errar o pouso no coração do irmão se a mão do Mestre guiar seus passos, suas palavras?


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Geral 15

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Igreja Matriz de Biguaçu é consagrada Dom Wilson presidiu o solene rito de consagração do altar, que marcou os 70 anos de criação da paróquia Foto JA

A Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, presenciou, à noite do dia 21 de dezembro, a consagração da sua Igreja Matriz. A Eucaristia, presidida pelo arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, foi concelebrada por vários padres e diáconos, com grande afluência da comunidade. A data também marcava os 70 anos de criação da paróquia. A celebração iniciou com o Arcebispo procedendo à bênção da água e, depois, aspergindo toda a extensão da igreja. Em sua homilia, Dom Wilson lembrou todas as pessoas que ajudaram a construir a comunidade paroquial. O rito de consagração começou com a ladainha de Todos os Santos, seguida da unção do altar. Também foram ungidas, pelo Arcebispo e pelo pároco, Pe. José Luiz de Souza, as 12 cruzes afixadas às paredes da igreja. Depois, foram acesas as 12 velas colocadas junto às cruzes. Para esse momento, foram convidadas 12 lideranças da paróquia. Ao final da celebração eucarística, Pe. José Luiz tomou a palavra e lembrou um pouco da história da comunidade. “Em 21 de dezembro de 1941, Dom Joaquim Domingues de Oliveira criava esta paróquia. 70 anos se passaram e estamos aqui para

Criado na Catedral, em 1972, Instituto hoje está presente em 12 municípios do Brasil

Durante a celebração, foram homenageadas as pessoas que contribuiram com a Paróquia ao logo dos seus 70 anos de história agradecer a Deus e louvá-lo por todo bem realizado no meio do seu povo. Nossa gratidão a cada uma das 27 comunidades que fazem parte desses 70 anos de história”, disse Pe. José Luiz. Ele ainda presenteou Dom Wilson com um exemplar do esboço do livro que marca os 70 anos da paróquia, elaborado por Joaquim dos Santos Gonçalves, com a colaboração de José Ricardo Petry. Como não houve tempo hábil para a impressão, foi entregue um esboço do livro.

O evento foi encerrado com o descerramento de uma placa comemorativa por Dom Wilson, Pe. José Luiz e pelo prefeito do município. Em seguida, todos foram convidados a participar de um jantar por adesão. A solenidade marcou o trabalho de restauração da igreja e readequação do altar às novas normas litúrgicas. Todo o trabalho foi acompanhado pela Comissão Arquidiocesana de Liturgia, sem que se precisasse alterar a programação normal da paróquia.

Pastoral da Saúde recebe homenagem na ALESC Por indicação do deputado estadual Padre Pedro Baldissera, a Pastoral da Saúde estadual recebeu, dia 12 de dezembro, a medalha Comenda do Legislativo Catarinense. Conferida pela Assembleia Legislativa de Santa

Instituto de leigas consagradas celebra 40 anos de fundação

Catarina, a Pastoral foi uma das 40 instituições do Estado a receber a homenagem. A Pastoral da Saúde foi escolhida em reconhecimento à atuação voluntária na prevenção de doenças e promoção da saúde Divulgação/JA

Pe. Baldissera (esq.) entregou a homenagem a Jaci e ao Pe. Zanella

com orientação alimentar, cultivo de hortas e o resgate da cultura popular das Plantas Medicinais. As atividades são em beneficio das pessoas mais pobres e excluídas. Também porque, em 2012, o tema da Campanha da Fraternidade “Fraternidade e Saúde Pública”, e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8), deverão contar com a participação da Pastoral da Saúde na sua dinamização. Jaci Helena Perottoni, coordenadora da Arquidiocese de Florianópolis e integrante da equipe executiva da Pastoral da Saúde de SC, e Padre José Avelino Zanella, psicólogo, que atua na Diocese de Chapecó, onde iniciou a caminhada da Pastoral da Saúde, em 1975, por iniciativa do Bispo Dom José Gomes, receberam a comenda representando a instituição.

Uma Celebração Eucarística, na manhã de 29 de janeiro, na Catedral de Florianópolis, marcou os 40 anos do instituto de vida consagrada “Comunidade Lúmen”. Foi presidida pelo Pe. Vilmar Vicente, que há mais de 30 anos acompanha o instituto, e concelebrada pelo Pe. João Cardoso e Pe. Pedro Adolino Martendal. Durante a celebração, em sua homilia, Pe. Vilmar falou da missão profética vivida pelas leigas consagradas. “O profeta é alguém que vem do meio do povo para falar em nome Deus. É isso que essas mulheres fazem. Vivem no meio do povo, dedicam sua vida a Deus e à Igreja e dão testemunho de fé”, disse. A comunidade foi criada no dia 30 de janeiro de 1972, na Catedral de Florianópolis. Em 30 de janeiro de 2007, recebeu a aprovação diocesana. Atualmente são 110 consagradas, atentas aos clamores da realidade onde vivem. Ao longo dos anos, a Comunidade cresceu e rompeu fronteiras. Hoje está presente em paróquias de: Florianópolis, São José, Brusque, Balneário Camboriú, Blumenau, Joinville, Laguna, Rio do Campo, Armazém, Tubarão, Brasília e Barros, no Piauí. O modo de a Comunidade testemunhar Jesus Cristo está expres-

so no Carisma: “Leigas consagradas, atentas aos clamores da realidade onde vivem”. Suas integrantes vivem sua consagração fora do convento, no meio do povo, onde discretamente dão testemunho de vida cristã. Participam de formação permanente, através de retiro e encontro fraterno anual, reunião mensal, participação em cursos, palestras e similares, para crescerem na fé, na unidade, na fraternidade. A “Comunidade Lumen” tem como essencial na vida consagrada: Palavra de Deus, Eucaristia, Evangelização, Oração, e a vivência do Carisma e dos Conselhos Evangélicos de pobreza, castidade e obediência. A pessoa que manifestar o desejo de ser membro da Comunidade, inicia sua preparação por um período de dois anos. Após esse tempo, se for de sua livre vontade, e não houver nenhum impedimento, fará a primeira consagração, colocando-se a serviço da Igreja e dos irmãos. Mais informações pelos fones (48) 3233- 2172 ou 3222- 1225, ou pelos e-mails: archer lourdes@hotmail.com, ou vilfloripa@bol.com.br. Mais fotos no site da Arquidiocese (www.arquifln.org.br) Foto JA

Leigas consagradas dão testemunho de vida de fé no meio do mundo


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Geral

Janeiro/Fevereiro 2012

Jornal da Arquidiocese

Jurerê lança projeto de construção de igreja Evento contou com a presença do nosso arcebispo Dom Wilson, que celebrou na comunidade Foto JA

A Comunidade Católica de São Francisco de Assis, em Jurerê Internacional, Florianópolis, realizou, na noite do dia 15 de dezembro, o lançamento do projeto de construção da igreja. Realizado no Centro de Eventos Il Campanario, o ato reuniu mais de 250 membros da comunidade e convidados, entre os quais, nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Durante o evento, Flávio Augusto, da agência de comunicação Marcca, apresentou os projetos de mídia de conscientização e de levantamento de fundos. Entre as peças publicitárias, foram mostrados os outdoors, materiais impressos e o site: http://igreja saofranciscodeassis.org.br. A arquiteta Mirian Reichert, especializada em espaço celebrativo e responsável pela obra, apresentou o projeto arquitetônico, que conta com a assessoria do artista sacro Cláudio Pastro, encarregado da parte artística interna. Para Severino Soares Silva, coordenador do Conselho de Pastoral da Comunidade, o evento teve também como finalidade acolher Dom Wilson. “Quisemos conciliar o lançamento do projeto, com a aco-

Arquidiocese implanta novo sistema informatizado Treinamentos foram realizados e sistema já está sendo implantado

Dom Wilson presidiu Celebração Eucarística na tenda montada no terreno onde será construída a igreja. Missas acontecem aos sábados, 19h lhida ao nosso arcebispo, que nesse dia comemorava um mês de sua posse em Florianópolis”, disse. Ele e a arquiteta repassaram a Dom Wilson uma cópia do projeto de construção. Nosso arcebispo disse que estava feliz com a iniciativa da comunidade. “A comunidade de Jurerê precisa de uma igreja para que os católicos possam aqui celebrar a sua fé. Desejo que em breve o projeto se

torne realidade”, afirmou. Foi ainda apresentado um vídeo sobre as obras da Igreja Católica pelo mundo e houve a apresentação de estreia do “Coral São Francisco”, sob a regência do maestro Miguel Felipe. Em seguida, todos foram convidados a se servir no jantar por adesão.

equipe de funcionários da cúria e pessoas interessadas, visando apresentar e introduzir os principais conceitos de utilização do novo sistema. Outras etapas foram cumpridas, contando sempre com o apoio da empresa contratada. Para o Pe. João Francisco Salm, ecônomo da Arquidiocese, é importante que as paróquias assimilem o novo sistema. “As exigências legais vão se tornando sempre maiores e temos de nos adequar. Haverá algum incômodo até tudo se normalizar. Tempos de mudança geram algum desconforto. A Arquidiocese é grande, são quase setenta paróquias, o que torna o processo da mudança e adaptação um pouco mais complexo. A participação e o empenho de todos garantirão o sucesso. Vale a pena”, afirmou. As paróquias estão tendo as orientações e o suporte necessários.

Celebração Eucarística Divulgação/JA

Igreja terá 600m2 de área construída e capacidade para 300 pessoas

Visando modernizar e agilizar suas atividades, processos administrativos e pastorais, bem como de suas paróquias, desde novembro de 2011 a Arquidiocese de Florianópolis vem implantando um novo sistema informatizado. O trabalho conta com o auxílio da empresa Maistre Informática, que possui o “Sistema Pastoral”, utilizado por grande número de dioceses no Brasil. A empresa presta serviços na área administrativa à Igreja há mais de 25 anos. Foram adquiridos modernos servidores para acesso e utilização do sistema e todas as medidas e rotinas de segurança foram implantadas. Logo após o evento da nomeação e posse do novo Arcebispo, já em dezembro de 2011, foram realizados treinamentos com párocos, secretárias(os) de paróquias,

Dois dias depois, no sábado, 1712, Dom Wilson presidiu a Celebração Eucarística na tenda montada nos dois terrenos adquiridos para a construção da igreja. A celebração foi realizada às 19h e contou com ampla participação da comunidade. Em sua homilia, nosso arcebispo lembrou que “a tenda tem muito a ver com a caminhada dos cristãos. Ela é provisória, como o foi a tenda do povo eleito no deserto, até a construção do Templo na terra prometida”, disse. Desde maio de 2011, são realizadas celebrações aos sábados às 19h durante a temporada, e 18h no resto do ano. Ainda durante a temporada, também aos domingos, às 20h.

Logo oficial da JMJ Rio-2013 será no dia 7 de fevereiro Confirmada a nova data do lançamento da Logomarca da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013: dia 7 de fevereiro de 2012. A cerimônia será às 20h no auditório do Edifício João Paulo II, na Glória, onde fica a sede do Comitê, e contará com a presença de mais de 100 bispos de todo o Brasil, além de autoridades e representantes da sociedade. A expectativa é grande em torno da divulgação do símbolo de um dos maiores eventos que o Brasil irá sediar. Para aumentar a

ansiedade e curiosidade, na véspera do evento, dia 6, o Cristo Redentor será iluminado com as cores de 150 países que deverão participar da jornada. O lançamento, previsto anteriormente para o dia 1º de fevereiro, foi adiado em atenção e solidariedade a todos os familiares das vítimas do desabamento dos três prédios no Centro do Rio, na última quarta-feira, dia 25 de janeiro. Mais informações no site www.rio2013.com


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