Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Março/2012

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Maria Aurora: vida dedicada à Igreja na oração e na ação.

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Florianópolis, Março de 2012 Nº 176 - Ano XVI

Jovens da Arquidiocese mobilizam-se para a JMJ-2013 Encontro com Pe. Sávio deu início aos preparativos para a Jornada Mundial da Juventude na Arquidiocese Pe. Sávio Ribeiro, Assessor do Setor Juventude da CNBB, esteve em Florianópolis no dia 27 de fevereiro. Nesse dia, participou de reunião com a equipe organizadora do “Bote Fé”, evento de evangelização que antecede a JMJ-2013, na recepção da Cruz e do Ícone que estão seguindo por todas as dioceses do Brasil. Na oportunidade, ele orientou sobre a realização dos eventos preparativos para a Jornada. Ele disse que o “Bote Fé”, não é apenas um show, mas um projeto de evan-

Pe. Sávio participou de encontro com os jovens na Catedral e falou da articulação local para o evento

Celebração abre a CF-2012 Campanha pretende contribuir para melhorar a saúde pública no país Uma Celebração Eucarística, realizada na Catedral, marcou a abertura da Campanha da Fraternidade de 2012 na Arquidiocese. Presidida por Dom Wilson, durante a missa foi realizada a bênção

Procissão do Senhor dos Passos em Florianópolis PÁGINA 03

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e imposição das cinzas. Com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, a CF-2012 pretende contribuir para o aperfeiçoamento do sistema de saúde no Brasil. Além disso, segundo Dom

Pe. Revelino assume a Coordenação de Pastoral

Wilson, a Campanha também promoverá práticas de vida saudável. “Isso passa por uma alimentação adequada e políticas de prevenção”, afirmou. PÁGINA 0 5 05

Setor Juventude promove Jornada Arquidiocesana

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gelização. “Além das ativi-dades celebrativas, há a parte social e educativa, que vai chamar a atenção para os problemas sociais da região”, disse. Ele destacou o entusiasmo dos nossos jovens na realização desse evento. PÁGINA 07

Tema do Mês

Desintoxicação Quaresmal Temos necessidade de uma vida desintoxicada, livre, desimpedida das amarras, apegos e toxinas materiais e espirituais que nos impedem a vida saudável que Deus projetou ao nos criar. Cuidando para não cair em exageros perigosos à saúde e à comunhão com os outros, é bom considerar que as práticas

48 jovens iniciam ano letivo nos quatro seminários PÁGINA 09

quaresmais são saudáveis, não somente ao espírito, mas também ao corpo. Vida saudável! Esse era o objetivo do povo de Israel ao viver os três atos de piedade do bom judeu: o jejum, a esmola e a oração. Buscava-se uma vida austera, simples, sóbria, livre do pecado e de todo o mal. PÁGINA 04

Pe. Paulo De Coppi assume nova missão em São Paulo PÁGINA 13

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Opinião

Março 2012

Palavra do Bispo

Dom Wilson TTadeu adeu Jönck

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

Espírito da Quaresma Uma das dificuldades do cristão na caminhada da fé é a tendência ao relaxamento. Muitas vezes deixa-se tomar pela tibieza, esquecese de colocar os talentos para render. A quaresma é tempo de revisão da vida cristã, de retomada na caminhada da fé. Na quaresma o cristão é convidado a fortalecer as práticas concretas da fé: oração, jejum, penitência, frequência aos sacramentos, prática da caridade. A propósito, recomendo a leitura da mensagem do Papa Bento XVI para a quaresma deste ano. Vida de oração – A oração é a prática central da vida do cristão. A oração é antes de tudo relacionamento com Deus, diálogo com Deus. São momentos de escutar e de falar com Deus. Durante a vida, sempre se é tentado a rezar menos e com menos fervor. A quaresma é tempo em que se é convidado a retomar com maior intensidade a vida de oração diária. A prática da oração pessoal, a oração em família e a

frequência à santa missa, são como o combustível para o automóvel. Sem o combustível o automóvel não anda. Da mesma forma, o cristão: se não há uma vida de oração perseverante, não cresce na vida de fé. Vale lembrar a lição dos mestres de espiritualidade: na vida de fé, quem não avança, recua. Tem po de penitência – O empo Evangelho afirma que quem quiser seguir a Cristo deve renunciar a si mesmo e tomar todos os dias a sua cruz. Não se pode seguir Cristo sem uma vida de sacrifício, sem mortificação. Muitas vezes o fazer a vontade de Deus implica enfrentar uma luta, vencer-se a si mesmo. A vida cristã é exigente para todo aquele que a quiser seguir. Adotar uma certa austeridade e a prática perseverante de enfrentar alguns sacrifícios é próprio da vida cristã. Muitas vezes, a vivência cristã será a correção de erros, a conversão da direção da caminhada. Com freqüência, deve-se pedir perdão dos pró-

Palavra do Papa Bento XVI Quaresma é o momento para renovar o relacionamento com Deus Neste primeiro domingo de Quaresma, encontramos Jesus que, depois de ter recebido o batismo no rio Jordão, por meio de João Batista (cfr Mc 1,9), é tentado no deserto (cf Mc 1,12-13). A narração de São Marcos é concisa, sem os detalhes que lemos nos outros dois evangelhos de Mateus e de Lucas. O deserto do qual fala tem diversos significados: pode indicar o estado de abandono e de solidão, ou seja, o “lugar” da fraqueza humana, onde não há apoios e seguranças, onde a tentação se faz mais forte. Mas pode indicar também um lugar de refúgio e abrigo, como o foi para o povo de Israel ao escapar da escravidão egípcia, experimentando, de modo particular, a presença de Deus. Jesus, no deserto, “esteve quarenta dias, tentado pelo demônio” (Mc 1,13). O que pode nos ensinar este episódio? Como lemos no livro “Imitação de Cristo”, “o homem nunca é totalmente livre da tentação, até o fim da vida... Mas com paciência e verdadeira humildade, se tornará mais forte do que qualquer inimigo”: é a paciência e a humildade de seguir todos os dias o Senhor, aprendendo a construir a nossa vida não sem Ele ou como se Ele não existisse, mas Nele e com Ele, porque é a fonte da verdadeira vida. A tentação de remover Deus da condução das coisas no mundo, contando apenas com

as nossas habilidades, está sempre presente na história humana. Jesus proclama que “o tempo se cumpriu” (Mc 1,15), anunciando que Nele acontece algo novo: Deus se fez homem, de modo inesperado, com uma proximidade única e concreta, plena de amor; Deus se encarna e entra no mundo como homem e assume o pecado, para vencer o mal e reconduzir o ser humano a Deus. Mas este anúncio é acompanhado por uma exigência. Jesus, de fato, acrescenta: “convertei-vos e crede no evangelho” (Mc 1,15); é o convite a ter fé em Deus e a converter todos os dias nossa vida à Sua vontade, orientando, para o bem, cada ação nossa e cada pensamento. O tempo da Quaresma é um momento propício para renovar e melhorar o equilíbrio do nosso relacionamento com Deus, por meio da oração cotidiana, os gestos de penitência e as obras de caridade fraterna.

É um tempo propício para renovar e melhorar o equilíbrio do nosso relacionamento com Deus”.

Bento XVI, 26/02/2012

prios pecados. Por isso, uma das práticas centrais da quaresma é uma confissão geral dos pecados pessoais. Naquilo que for preciso, mudar com decisão o rumo da vida. Prática da caridade – Na sua mensagem para a quaresma, o Papa Bento XVI serve-se da Parábola do Bom Samaritano para enfatizar que a quaresma é tempo de redobrar a atitude de solidariedade com os outros, sobretudo os mais necessitados. A quaresma é tempo de intensificar a prática da caridade. O cristão é chamado todo o dia a superar as atitudes de indiferença, de desinteresse pelo outro. Elas nascem do egoísmo e tornam o mundo doente. O maior mal do nosso mundo é a falta de fraternidade, dizia Paulo VI. A Sagrada Escritura mostra que Caim é condenado quando diz: “Por acaso sou o guarda do meu irmão”? (Gn 4,9) Também são reprovadas as atitudes do levita e do sacerdote, que passaram pelo homem caído à beira do

Reflexão

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A quaresma é tempo de redobrar a atitude de solidariedade com os outros, sobretudo os mais necessitados”.

Tempo de recuperar as lágrimas

Durante 40 anos o povo judeu se preparou, no deserto, para entrar na Terra prometida, numa história de fidelidade e infidelidade, de obediência e desobediência, mas sempre contando com a fidelidade divina. Simbolicamente, nosso caminho para a Páscoa da Ressurreição percorre os 40 dias da Quaresma. E toda a nossa existência é um caminhar que desemboca na eternidade, na Terra prometida aos que permaneceram fiéis. O momento final, porém, nos colocará diante do Senhor, a quem apresentaremos nossa vida. A morte, escreveu o filósofo M. Heidegger, é a plenitude de nossa vida. Em nossas mãos estará nossa existência e, nelas, Deus contemplará como vivemos concretamente o Capítulo 25 de Mateus – o Juízo final – se fomos ovelhas ou cabras. E ouviremos as palavras “Vinde, benditos”, ou “Afastai-vos, malditos”. Seremos julgados pela lei da misericórdia, seremos pesados na balança da compaixão e, ainda nesse instante, nos será oferecida a possibilidade da reconciliação. A Igreja propõe, como caminho de vida neste Vale de Lágrimas, a vivência das Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais. Tudo muito claro e, surpreendentemente, simples. Nos antigos Catecismos, as crianças aprendiam a decorá-las para depois vivê-las. Com o tempo, per-

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caminho e não o atenderam. A quaresma lembra que a atitude do Bom Samaritano deve ser imitada. Aprender a olhar com interesse o irmão, todos os irmãos, é que faz surgir a solidariedade, a justiça, a misericórdia, a compaixão, a comunhão. O Papa lembra que o outro me pertence. Sua vida de salvação tem a ver com minha vida de salvação. É preciso afirmar, sempre de novo, que o bem existe e vence o mal. Grupo Bíblico e m Família – em Já se tornou costume, e bom costume, a reflexão e partilha do tema da Campanha da Fraternidade nos Grupos Bíblicos em Família. Quero incentivar vivamente a participação na reflexão sobre a Saúde Pública. Que o estudo deste problema social, iluminado pela Palavra de Deus, possa ajudar a encontrar caminhos concretos para que se possa transformar esta realidade tão preocupante em nossa sociedade. Algo precisa ser feito, e somos chamados a dar nossa colaboração.

deu-se o sentido da simplicidade da fé cristã, e certa generalidade verbosa faz escapar o singelo caminho das lágrimas das misericórdias. Como deixamos de ser dualistas, que separam o “corporal” do “espiritual”, é melhor que simplesmente falemos nas “Obras de Misericórdia”. Hoje, delas poderíamos desdobrar outras obras de misericórdia, como: proteger os pais idosos e doentes, não condenar os aidéticos, não expulsar bêbados ou doentes da igreja, acolher os migrantes, respeitar a fé dos simples, proteger as crianças e jovens, socorrer os desempregados, lutar pela justiça etc. Para simplificar: agir como Jesus agiu.

As lágrimas e o Vale da Misericórdia

Assim, nosso Vale de Lágrimas não é o Vale do Exílio, mas é o Vale da Misericórdia, das lágrimas derramadas diante do sofrimento de nosso próximo. É o Vale formado pelo rio das lágrimas que foram refrigério para o ardor do sofrimento daqueles que passaram pelo nosso caminho. E seremos surpreendidos pelas lágrimas derramadas por tanta gente, que nem percebemos. Na terra, o Filho chorou pela morte do amigo Lázaro e pelo sofrimento de Marta e Maria. Seremos também surpreendidos pelas lágrimas de Deus Pai, pois tam-

bém ele chora: “Se não quiserdes obedecer, em segredo minha alma vai chorar: por causa do vosso orgulho, estarão meus olhos chorando sem parar, derramando lágrimas” (Jr 13, 17). Quanta ternura contemplamos em nosso Abbá num cantinho, chorando, de esguelha olhando para nós para ver se nos decidimos por ele! Não somos conduzidos pelo pessimismo, pois nenhuma lágrima será perdida: “Contaste os passos da minha caminhada errante, minhas lágrimas recolhes no teu odre; acaso não estão escritas no teu livro?” (Sl 56, 9). Deus é quem nos dá a graça de não mandarmos nosso próximo seguir adiante, por estarmos ocupados ou incapacitados. Nada justifica a omissão: “Quando estiveres extasiado junto de Deus, se um doente te pedir uma tigela de caldo, desce do sétimo céu e dá-lhe o que pede” (Ruysbroeck). O amor é simples, como Deus é simples: quem é humano de verdade chora diante de quem sofre, guarda as lágrimas para apresentá-las ao Pai no instante final. E, no dia em que o mundo formar um vale de lágrimas de misericórdia, encontrou a salvação. Toda a criação estará transfigurada e a humanidade será imagem e semelhança de Deus. Pe. José Artulino Besen

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Pe. João Francisco Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Carlos Martendal - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 e visão: Pe. Ney Brasil Pereira - Edit oração e - Coor Coor.. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - R Re Editoração Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense


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Março 2012

Nova Congregação Religiosa na Arquidiocese Irmãs do Instituto N.Sra. do Bom Conselho, fundado no Brasil, atenderá à residência episcopal Foto JA

Desde a vinda de Dom Wilson, a Arquidiocese de Florianópolis conta com o Instituto das Irmãs de Nossa Senhora do Bom Conselho. São três irmãs que se encarregam dos cuidados da residência episcopal, onde mora o Arcebispo e outros três padres. Esse serviço foi realizado por 20 anos pelas Irmãs do Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, nos tempos de Dom Eusébio e Dom Murilo. Agora, estão na Residência as Irmãs: Geisa Campos dos Santos, 27 anos e nove como religiosa; Geralda Eduardo da Cruz, 31 anos e 14 de consagrada; e Irmã Neilyane Alves Pinto, 29 anos e seis de vida religiosa. Embora jovens, as irmãs são experientes nesse serviço. Todas elas já trabalharam em residência episcopal. Irmã Geralda trabalhou na casa de encontros e seminário em Natal-RN e Diocese de Petropólis no Seminário. Irmã Geisa trabalhou na Arquidiocese do Rio de Janeiro no Palácio São Joaquim, foi lá que conheceu Dom Wilson, quando era bispo auxiliar. E Irmã Neilyane trabalhou na residência episcopal de Petrópolis, também na residência episcopal da Diocese de Campina Grande, na Paraíba. O Instituto das Irmãs de Nossa Senhora do Bom Conselho surgiu em 1963, no ardor do Concílio Vati-

Escola de Multiplicadores

Irmãs Geralda, Neilyane e Geisa serão responsáveis pelos cuidados da residência arquiepiscopal. Elas já têm experiência nesse trabalho cano II, com o carisma de consagrar-se pela Igreja, de modo especial pela santificação dos Sacerdotes. Nasceu no Brasil, por inspiração da Irmã Maria Bernadete Bernadete, que aos 19 anos ingressara no Carmelo. Ela não tinha a intenção de fundar uma nova Congregação. Mas, depois de consultas a Roma, as coisas foram-se encaminhando para a fundação. Quatro carmelitas a acompanharam nesse processo. Elas foram acolhidas por Dom Jaime de Barros Câmara Câmara, arcebispo do Rio de Janeiro, onde está a casa mãe do Instituto. Mais tarde, orientadas por Dom Jaime, passa-

ram a ser dirigidas espiritualmente pelos padres jesuítas. Hoje, o Instituto conta com cerca de 70 irmãs, espalhadas por todo o Brasil. Mais de 80% das irmãs são jovens, com menos de 40 anos. Neste ano, nove postulantes ingressaram no Instituto. As irmãs realizam serviços diversos para a Igreja. Além de cuidar das residências episcopais, trabalham em hospitais, casas de retiro, obras sociais, colégios, casa de acolhida a padres idosos e estudantes, administração de Santuário na Diocese de Colatina-ES, trabalhos pastorais e trabalham com os jovens.

Procissão do Senhor Jesus dos Passos A mais tradicional manifestação religiosa do Estado será realizada nos dias 24 e 25 de março março, sábado e domingo, pelo 246º ano consecutivo. Mas a programação já inicia no dia 18, com a investidura dos novos irmãos e irmãs, com eventos todos os dias, e segue até o dia 26 de março, com a missa de ação de graças. Os dois pontos fortes, que envolvem uma multidão de fiéis, são

Vai acontecer...

a procissão de translado e a do encontro das duas imagens. No dia 24, sábado, às 20h, translado da Imagem do Senhor dos Passos e, às 21h30, o da imagem de Nossa Senhora das Dores, do Hospital de Caridade para a Catedral. No dia 25, domingo, às 16h, será realizada a procissão das imagens pelo centro de Florianópolis, culminando com o encontro na frente da Catedral. O mo-

mento de maior emoção. A celebração será presidida pelo nosso adeu arcebispo Dom Wilson TTadeu Jönck Jönck, que fará também o “Sermão do Encontro”. Logo depois, as imagens, levadas pelos Irmãos, retornam para a Capela do Menino Deus, junto ao Hospital de Caridade. Mais informações pelo site www.hospitaldecaridade. com.br com.br, clicar em “Irmandade”.

A Coordenação Arquidiocesana de Catequese estará realizando, a partir do dia 25 de março, a Escola de Formação Catequética para Multiplicadores cadores. Criada há 12 anos, desta vez a Escola conta com uma novidade: todas as sete etapas de formação serão realizadas na Paróquia Santa Inês, em Balneário Camboriú. Segundo Irmã Marlene Ber-toldi Ber-toldi, coordenadora de Cate-quese, a mudança atendeu a uma reivindicação dos padres

da região norte da Arquidiocese, que reclamavam da distância. “Como nos anos anteriores sempre foi na região próxima de Florianópolis, neste ano decidimos beneficiar a região norte. Mas todos podem participar da formação”, disse. Para participar, os interessados devem procurar a coordenação de catequese de sua paróquia, que já dispõe do folder de inscrição. Mais informações no site www .cat eq uesefloripa.org.br www.cat .cateq equesefloripa.org.br uesefloripa.org.br, ou pelo fone (48) 3224-4799.

Retiro Feminino do Emaús O Movimento de Emaús realizará nos dias 29 de março a 01 de abril, o “90º Retiro de Emaús Feminino”. Como sempre, o retiro será realizado na Casa de Encontros Vila Fátima, no Morro das Pedras, em Florianópolis. O Retiro abordará temas relacionados aos valores humanos e cristãos, estimulando as jovens a se tornarem mais participativas na sua comunidade, trabalho, faculdade e, especialmente, na sua própria família.

Para participar, as jovens devem ser maiores de 18 anos e preencher a ficha de inscrição no site do Emaús - www.emaus. org.br/florianopolis org.br/florianopolis. Após preencher a ficha, a candidata participará de uma entrevista, que acontecerá no Centro Arquidiocesano de Pastoral (CAP), localizado no Largo São Sebastião, na Beira-Mar, em Florianópolis. Mais informações pelo site ou pelo e-mail preemausfloripa@ gmail.com gmail.com.

Dia de Penitência e Reconciliação A Renovação Carismática Católica realizará, no dia 18 de março, o Dia de Penitência e Reconciliação. Com o tema “Toma teu leito e anda” (Jo 15), o evento será realizado em Brusque, a partir das 8h, em local a ser definido. Durante todo o dia, contará com a assessoria do Pe. Markus Prim Prim, de Campo Mourão, PR, assessor da juventude da RCC da diocese,

Sell de Camboriú, coe Umberto Sell, ordenador estadual do Ministério de Pregação da RCC. O evento tem como objetivo levar as pessoas a um encontro pessoal com Jesus, refletir sobre sua vida e buscar uma reconciliação com Deus e com os irmãos. Mais informações no site www.rccarquifloripa.com ou pelo e-mail (48) 3263-0973.


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Tema do Mês

DESINTOXICAÇÃO QUARESMAL Temos necessidade de uma vida livre das amarras e toxinas materiais e espirituais.

Divulgação/JA

Muita gente aproveita o Tempo da Quaresma para viver radicalmente a penitência, o jejum, a abstinência de carne. Há até quem nesse tempo não come nada de carne, não toma bebida alcoólica, não assiste TV. Todos temos necessidade de uma vida desintoxicada, livre, desimpedida das amarras, apegos e toxinas materiais e espirituais que nos impedem a vida saudável que Deus projetou ao nos criar. Cuidando para não cair em exageros perigosos à saúde e à comunhão com os outros, é bom considerar que as práticas quares-mais são saudáveis, não somente ao espírito, mas também ao corpo. Vida saudável! Esse era o objetivo do povo de Israel ao viver os três atos de piedade do bom judeu: o jejum, a esmola e a oração. Buscava-se uma vida austera, simples, sóbria, livre do pecado e de todo o mal.

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DESINTOXICAÇÃO PELO JEJUM

Na relação consigo mesmo, o judeu fiel sabe que o jejum dos sentidos, não só do comer e beber, mas também o controle do olhar e do escutar, dos desejos e paixões, serve para o domínio dos vícios e manias e instintos animalescos. É possível viver melhor com menos. Diversos movimentos ecológicos e anti-capitalistas propõem que o único meio de salvar o planeta, a vida da humanidade e, portanto, nossa própria vida, é a redução drástica do consumo pela vivência da sobriedade e da solidariedade. Consumir menos e partilhar mais! Vai-se na contramão da ganância concentradora do mundo atual. Em vez da posse de bens, busca-se a posse do bem, do grande bem que é a saúde espiritual e física das pessoas e dos povos. Na sociedade consumista, vive-se a contradição diária: gasta-se para engordar e, depois, gasta-se para emagrecer. A obesidade é um dos graves problemas da saúde pública. É saudável partir de tanto em tanto para uma dieta, um SPA, um regime de redução de calorias. Isso também se aplica à redução e à abstinência de práticas de calúnia e inveja, raiva e ressentimento, corrupção e mentira, prostituição e promiscuidade.

DESINTOXICAÇÃO PELA ESMOLA

A caridade cristã, o cuidado dos necessitados, o socorro aos pobres, o amor a todos, a começar com os que mais precisam, é par-

te essencial da mensagem evangélica. O cristianismo amplia a prática da esmola para um sentido mais amplo da caridade. Não basta dar esmola. Diante dos necessitados é preciso dar o coração, abrir espaço na agenda, defender os direitos sociais, lutar por uma sociedade justa e igualitária. O papa Pio XII dizia que a política é a forma mais sublime da caridade. A caridade cristã vai além das relações interpessoais. Ela é pública, política. Também aqui, quando amamos o próximo, entramos num caminho de desintoxicação. Libertamo-nos do egoísmo, do fechamento em nossos próprios interesses e problemas. Esvaziamonos de atitudes mesquinhas e desumanas. Tornamo-nos mais livres para ser humanos. Nesse sentido, a Campanha da Fraternidade deste ano tem tudo a ver com a caridade como virtude quaresmal. Em sua mensagem à Igreja do Brasil, o papa Bento XVI inicia dizendo: “De bom grado me

É boa ocasião para voltarmos a ouvir o convite à conversão, à mudança de vida, à percepção de que são necessárias transformações profundas”.

associo à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que lança uma nova Campanha da Fraternidade, sob o lema “que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38, 8), com o objetivo de suscitar, a partir de uma reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil, um maior espírito fraterno e comunitário na atenção aos enfermos e levar a socie-

dade a garantir a mais pessoas o direito de ter acesso aos meios necessários para uma vida saudável. Para os cristãos, de modo particular, o lema bíblico é uma lembrança de que a saúde vai muito além de um simples bem estar corporal”. E mais adiante ensina: “Com efeito, as palavras saúde e salvação têm origem no mesmo termo latino sálus e, não por outra razão, nos Evangelhos, vemos a ação do Salvador da humanidade associada a diversas curas. Com o seu exemplo diante dos olhos, segundo o verdadeiro espírito quaresmal, possa esta Campanha inspirar no coração dos fiéis e das pessoas de boa vontade uma solidariedade cada vez mais profunda para com os enfermos, tantas vezes sofrendo mais pela solidão e abandono do que pela doença”.

DESINTOXICAÇÃO PELA ORAÇÃO

A Constituição Sacrossanctum Concilium sobre a sagrada liturgia,

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do Concílio Vaticano II nos alerta: “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica, esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais fre-quência a Palavra de Deus e entregaremse à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal” (SC 109). A vida cristã, fundamentada no Batismo, alicerçada na Eucaristia e renovada na Penitência, nos ajuda a perceber que não podemos deixar-nos levar pela ilusão de um corpo saudável, como exigem a moda, a mídia e o mercado, sem buscar também um espírito saudável. O Tempo da Quaresma é o momento forte de preparação para a Páscoa. Na Bíblia, o número 40 significa preparação, caminhada, aprendizado. Na caminhada pelo deserto, o povo de Israel aprendeu, durante quarenta anos, a largar todas as pretensões de orgulho e poder para abandonar-se somente ao Senhor. No monte das tentações, Jesus aprendeu, durante quarenta dias, a deixar-se possuir pelo Espírito Santo, vencendo as três tentações de pão, prestígio e poder, para tornar-se livre e capaz de assumir o ministério do anúncio do Reino. Como Israel e Jesus, também nós, seguindo o mesmo caminho, somos convidados a libertar-nos das amarras que nos impedem de ser felizes, dos apegos que nos atrapalham na busca do essencial. Querendo muito, não possuímos nada! Despojando-nos de tudo, alcançamos o que realmente conta: Deus, e a vida saudável que ele projetou para nós. A oração também nos ajuda no processo da desinto-xicação. Quanto mais aprendermos a confiar só em Deus, mais livres nos tornamos para buscar os valores que realmente contam e que nos tornam mais humanos. O Tempo da Quaresma é boa ocasião para voltarmos a ouvir o convite à conversão, à mudança de vida, à percepção de que são necessárias transformações profundas, que nos levem a reorientar a vida para o essencial, a mudar de direção, a deixar de caminhar numa estrada equivocada, para seguir os passos de Jesus e a vida em comunidade, para aderir radicalmente ao projeto de Deus – o Reino de Deus – o único que satisfaz plenamente nossas aspirações mais profundas. Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arq., Prof. de Teologia e Diretor da FACASC e do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


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Saúde Publica é o tema da CF-2012 Com a Campanha da Fraternidade, a Igreja pretende contribuir para o sistema de saúde no Brasil a nossa contribuição para a Campanha. Uma delas é debruçar-nos sobre essa realidade e vê-la com os olhos da fé. “Devemos ver se as pessoas estão sendo tratadas com a dignidade que lhes é devida. Se não, ver concretamente o que se pode fazer para que o direito seja garantido. Se assim agirmos, muito será feito para melhorar o atendimento à saúde”, acredita. Outra forma é através dos conselhos municipais, estaduais e federal de Saúde. São eles que definem a aplicação do orçamento nessa área. “É um espaço a que temos direito e que devemos ocupar. Infelizmente, é pequena, ou nenhuma, a participação nesses conselhos”, disse Dom Wilson.

Imprensa

No mesmo dia à tarde, Dom Wilson concedera entrevista cole-

Foto JA

A Catedral de Florianópolis esteve lotada de fiéis no dia 22 de fevereiro, para participar da Celebração Eucarística que abriu oficialmente a Campanha da Fraternidade. Realizada às 18h15min, a celebração foi presidida pelo nosadeu so arcebispo Dom Wilson TTadeu Jönck Jönck. Durante a solenidade, houve a bênção e imposição das cinzas aos fiéis. A CF-2012 tem como tema “Fraternidade e Saúde Pública”, e lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”. Durante sua homilia, Dom Wilson falou da importância da preocupação com a saúde, incluindo a situação econômica. “Para cuidar da saúde, a primeira coisa que se deve ter em mente é uma prática de vida saudável, que passa pela alimentação e políticas de prevenção”. Segundo ele, todos podemos dar

tindo elogiosamente pelo mundo. No entanto, o Sistema não foi implantado em sua plenitude. “Se é bom, devemos trabalhar para que seja de fato implementado em sua totalidade. E essa é uma das metas da CF-2012. Certamente, assim, muitos dos problemas que vemos, filas nos hospitais, falta de atendimento e de profissionais, serão minimizados ou resolvidos”, disse.

Sessão Solene na ALESC

Durante celebração, Dom Wilson fez a imposição das cinzas aos fiéis. Ele pediu uma participação efetiva dos fiéis para que a Campanha aconteça tiva à imprensa no auditório da Cúria Metropolitana. Também concedeu entrevista ao vivo e por telefone para programas de TV,

Rádio e jornais. Durante a entrevista coletiva, Dom Wilson falou dos benefícios que o SUS trouxe para a saúde no Brasil, repercu-

Uma sessão especial na Assembleia Legislativa - ALESC, em Florianópolis, no dia 19 de março, segunda-feira, às 19h, celebrará a Campanha da Fraternidade de 2012. O evento é uma proposição da equipe de coordenação da CF com a ALESC, através do deputado Pe. Pedro Baldissera. O evento será realizado no Plenário da Assembleia e todos são convidados a participar.

Pe. Revelino é o novo coordenador de Pastoral Desde o dia primeiro de fevereiro a Arquidiocese de Florianópolis tem um novo Coordenador de Pastoral. Trata-se do Pe. Revelino Seidler Seidler, 40 anos. Ele assumiu no lugar do Pe. Vitor Galdino Feller. Mas o trabalho não é novidade para ele, uma vez que já participava da equipe de apoio da coordenação de pastoral. Natural de Leoberto Leal, onde nasceu a 25 de maio de 1971, em uma numerosa família de dez irmãos. O despertar vocacional veio da vivência cristã da família e da comunidade. Participava da catequese, grupo de jovens e da liturgia. Teve o apoio dos padres, seminaristas da paróquia e que por lá passaram e aos 18 anos ingressou no Seminário. A ordenação foi no dia 02 de junho de 2001. Depois, trabalhou por seis meses colaborando na formação dos seminaristas do Propedêutico, em Azambuja, Brusque. Em seguida, foi vigário paroquial em Biguaçu. Nos últimos oito anos, foi pá-

da paróquia de Bombinhas. No seu trabalho como Coordenador de Pastoral, Pe. Revelino contará com o apoio de uma equipe, formado por padres, além de Leda Cassol Vendrúsculo e Lenice Nascimento Nascimento, que já fazem parte da equipe de coordenação. Em entrevista, ele fala sobre o novo desafio, sua experiência e o Plano Arquidiocesano de Pastoral.

NOVO DESAFIO

Apesar de jovem, com 10 anos de ordenação, Pe. Revelino acumula boa experiência roco de Senhor Bom Jesus dos Aflitos, em Porto Belo. Durante esse período, ajudou no trabalho de preparação para a criação

As mudanças sempre provocam sentimentos de insegurança e medo, mas ao mesmo tempo são oportunidades para o crescimento. Portanto, enfrento este novo desafio como uma oportunidade de conhecer melhor a Arquidiocese e também colaborar com a evangelização, consciente de que isso exige muito empenho, pois muitos são os apelos.

EXPERIÊNCIA

Sou padre há dez anos. Minha experi-

ência sempre foi de trabalhar em paróquias, mas ao longo desse tempo sempre procurei acompanhar e participar da caminhada pastoral da Arquidiocese. Nos últimos anos fiz parte da equipe de apoio à coordenação de pastoral e tenho certeza de que todas essas experiências me ajudarão muito na nova missão.

PLANO ARQUIDIOCESANO DE PASTORAL

A Arquidiocese está num processo de Planejamento Pastoral, e isso resultará num Plano de Pastoral. Ao assumir a coordenação de Pastoral, também assumo esse trabalho e pretendo colaborar para que o resultado seja o melhor para todos. Lembro, porém que o Pe. Vitor Feller, que foi coordenador de pastoral nos últimos anos, continuará assessorando e coordenando esse trabalho até a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, que deverá acontecer no segundo semestre.


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Bíblia

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Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (46)

Salmos 62 e 63 (61 e 62) Divulgação/JA

SALMO 62(61): SÓ EM DEUS Este salmo exalta a confiança somente em Deus, ampliada por uma reflexão sobre os motivos dessa confiança e um convite a confiar, dirigido a um grupo de amigos. A proclamação da confiança é pronunciada em momento dramático de ameaça, que faz entrar no horizonte um grupo anônimo de agressores; os mesmos que, mais adiante, darão exemplo de confianças vãs.

Estes dois versículos, repetidos nos vv. 6-7, após a descrição da ameaça de “muitos” contra um só (vv. 4-5), funcionam como um refrão, que depois vai ser retomado e sintetizado no v. 8, insistindo na automotivação à confiança. Semelhante motivação, embora com outra imagem, é a que expressa o orante do Sl 131(130),2: Eu me acalmo e permaneço tranqüilo, como criança desmamada no colo da mãe. Aqui, o salmista recorre às imagens tradicionais de rochedo e baluarte, que expressam a firmeza e segurança que, em contraste com a instabilidade humana, só Deus nos dá.

Até quando? 4. Até quando vos lançareis contra um homem, / para abatêlo todos juntos, / como uma parede que está caindo, / como um muro que desmorona? 5. Tramam só de precipitar-me do alto, / acham gosto na mentira; com a boca bendizem, / mas no coração amaldiçoam. De repente, o orante interpela os adversários na 2ª pessoa, censurando-os por quererem, “todos juntos”, derrubá-lo, como a uma parede ou muro “que desmorona” (v.4). A seguir, refere-se a eles na 3ª pessoa, qualificando-os de “mentirosos”, que fingem “bendizer” mas de fato “amaldiçoam” (v.5). Ora, a mentira vicia a convivência social, constitutiva da existência humana. Usá-la como instrumento de difamação, ou de exploração, é desvirtuar totalmente a comunicação interpessoal.

Tenho sede de ti! 2. Ó Deus, tu és o meu Deus, / desde a aurora ansioso te busco. De ti minha alma tem sede, / anela por ti minha carne, como terra deserta, / seca, sem água. 3. Assim no Santuário te busquei, / para contemplar teu poder e tua glória.

Por que “só em Deus”? 2. Só em Deus repousa minha alma; / dele vem minha salvação. 3. Só Ele é meu rochedo e minha salvação, / meu baluarte: não vacilarei.

do sua situação presente com a do passado e do futuro.

De ti minha alma tem sede, como terra deserta, seca, sem água!

Só em Deus! 6. Só em Deus repousa, ó minha alma, / pois dele vem minha esperança. 7. Só Ele é meu rochedo e minha salvação;/ meu baluarte: não vacilarei. 8. Em Deus está minha salvação e minha glória; / meu refúgio seguro, minha defesa está em Deus. O refrão vem aqui ligeiramente modificado: se no v. 2 tínhamos uma afirmação, aqui (v.6), temos uma autoexortação. E o salmista multiplica os motivos, alguns, muito concretos, da sua confiança inabalável: pois Deus é “rochedo” e “baluarte” (v. 7); “refúgio” e “defesa” (v.8); nele está a “salvação e a glória” de quem nele confia.

Confiar em Deus, não na violência 9. Confia sempre nele, ó povo, / diante dele derrama teu coração, / nosso refúgio é Deus. 10. Sim, são um sopro os filhos de Adão, / uma mentira todos os homens, / juntos, na balança, são menos que um sopro. 11. Não confieis na violência, / não vos iludais com a rapina; Às riquezas, mesmo se abundantes, / não apegueis o coração. Depois de automotivar-se, o salmista se volta agora para o “povo”, a assembleia de fiéis, exortando e advertindo com firmeza profética: o ser humano é um “so-

pro”, uma “mentira”, que não contra-pesa na balança. É uma ilusão confiar na violência, na rapina, nas riquezas, as quais não merecem o nosso apego (v.11). Aliás, no sermão da Montanha, Jesus nos alerta: “Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro!” (Mt 6,24).

Deus retribui 12. Uma palavra Deus disse, duas ouvi: / o poder pertence a Deus, 13. e tua, Senhor, é a bondade; / pois segundo as suas obras, retribuis a cada um. Nestes versículos finais, o salmista se vale do recurso numérico (1+2), bastante comum na Bíblia, p. ex. em Provérbios, e estranho para nós. Depois da advertência feita aos ouvintes, volta-se novamente para Deus, de quem recebe um oráculo desdobrado: a Deus pertence o poder e a bondade, e Ele é também justo, pois “retribui”. Note-se como a revelação recebida se transforma de repente em “confissão”, dirigida a Deus em segunda pessoa: “tua é a bondade”, “retribuis a cada um” (v.13)

SALMO 63(62): DESDE A AURORA Este salmo expressa uma grande intimidade com Deus, num exemplo notável da relação eu— tu. Com exceção dos versículos finais, 10-12, que revelam o conflito enfrentado, todo o poema é um colóquio fervoroso e amoroso com Deus, a quem o salmista se dirige com ansiedade, envolven-

O salmista começa expressando sua “busca” atual de Deus, desde a aurora, um anseio ardente como a sede da terra seca, sem água. Recorda também o passado, quando “buscava” a Deus no Templo – estando agora, talvez, impedido de fazê-lo – podendo ali contemplar seu “poder e glória”, traduzidos, quem sabe, também nos ritos e sacrifícios.

Teu amor, mais que a vida! 4. Pois teu amor vale mais do que a vida, / meus lábios proclamarão o teu louvor. 5. Assim te bendirei enquanto eu for vivo, / no teu nome eu erguerei as minhas mãos. 6. Eu me saciarei como num farto banquete / e com vozes de alegria te louvará minha boca. Essa relação tão íntima, do salmista com Deus, poderíamos chamá-la, evidentemente, de “espiritual”. Por isso mesmo, chamanos a atenção a densidade corpórea desse relacionamento: desde o “madrugar” e a sede ardente (v.2), até os lábios e as mãos (vv. 4-5), a saciedade no banquete e a boca prorrompendo em vozes de alegria (v.6)... Quanto ao amor de Deus, expresso aqui, na sua dimensão vertical, de maneira tão bela – e é o “primeiro mandamento”! – o Senhor Jesus nos adverte que ele se completa na sua dimensão vertical, o “segundo mandamento”, o amor do próximo (cf Mt 22,34-40).

Também à noite 7. No meu leito te recordo, / penso em ti nas vigílias noturnas, 8. pois tu foste meu auxílio; / exulto de alegria à sombra de tuas asas. 9. A ti está apegada minha alma, / a tua mão direita me sustenta.

A lembrança de Deus não deixa o salmista nem à noite, “nas vigílias noturnas” (v.7). A imagem das asas protetoras, já vista em outros salmos (p.ex. 61,5), expressa a ternura maternal do Senhor (v.8). O orante sente-se intimamente unido, “apegado” a Deus, cuja “mão direita” – outro detalhe concreto – o ampara e lhe dá segurança (v.9).

O fim dos inimigos e a alegria do rei 10. Quanto aos que querem me fazer mal, / irão para as profundezas da terra; 11. serão entregues ao poder da espada / e acabarão sendo pasto dos chacais. 12. Mas o rei se alegrará em Deus / e vão gloriar-se todos os que juram por Ele, / pois será tapada a boca dos mentirosos. O salmo poderia ter terminado no v. 9. Mas estes últimos versículos se abrem para o futuro, aliás próximo, anunciando, de maneira contundente, o fim trágico dos que pretendiam “fazer mal” ao salmista. Sem contemporização, ele anuncia-lhes a morte (as profundezas da terra), e morte violenta (ao poder da espada), e privação da sepultura (pasto dos chacais). A menção ainda da alegria do rei e do “povo fiel”, os que juram por Ele (v.12), é provavelmente um acréscimo litúrgico. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia de SC - FACASC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Por que “só em Deus” o ser humano repousa? (Sl 62,2-3) 2) Como a mentira vicia a convivência social? (Sl 62,5) 3) Que significa o oráculo recebido pelo salmista, na conclusão do Sl 62 (vv.12-13)? 4) Que mais o tocou no Sl 63? Como o salmista exprime a sua intimidade com Deus? 5) Como é que se completa o “amor de Deus”, que vale mais do que a vida” (Sl 63,4)


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Juventude 7

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Florianópolis inicia preparativos para a JMJ Visita do Pe. Sávio, assessor nacional do setor juventude, deu novo impulso aos trabalhos Divulgação/JA

Os primeiros passos para receber a Cruz e o ícone de Maria, símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Florianópolis, começaram com a visita do Assessor do Setor Juventude da CNBB, Pe. Sávio Ribeiro. Ribeiro Ele esteve em Florianópolis no dia 27 de fevereiro e participou de encontros com a equipe responsável por receber a Cruz e o Ícone da Jornada, que no dia 01 de janeiro de 2013 iniciam a peregrinação no Regional Sul IV (SC) da CNBB. Pela tarde, Pe. Sávio esteve reunido no auditório da Cúria Metropolitana com nove lideranças da Arquidiocese, entre as quais, Dom Wilson e representantes do Setor Juventude. No encontro, ele falou sobre o “Bote Fé”, show de evangelização que recebe a Cruz e o Ícone, e explicou toda a estrutura necessária para a realização do evento. Segundo ele, o “Bote Fé”, evento que recebe os símbolos da Jornada, não é apenas um show, mas um projeto de evangelização. “Além das atividades celebrativas, há a parte social e educativa. São ações que vão chamar as pessoas para os problemas sociais da região”, disse.

Evento realizado em Florianópolis, no dia 01/04, e contará com celebração e show de evangelização

Em encontro com os jovens na Catedral, Pe. Sávio orientou sobre a importância e como realizar os eventos preparatórios para a Jornada À noite, ele participou de um encontro com a juventude da Arquidiocese. Realizado no auditório da Catedral, o evento reuniu mais de 50 jovens de vários segmentos da juventude. Ele apresentou um pouco dos trabalhos da CNBB em relação à JMJ. Em especial a pré-jornada, que no Brasil ganhará a forma de uma “semana missionária”, no estilo das missões populares. “É uma alegria ver que aqui também existem jovens entusiasmados

para seguir a Jesus Cristo, por meio deste grande caminho que é a JMJ”, disse Pe. Sávio, ao lembrar que a Jornada é um projeto de fé e adesão incondicional a Deus através da evangelização e missionariedade. No final, os jovens puderam esclarecer uma série de dúvidas sobre a estrutura, programação e voluntariado. Ele ainda informou que as inscrições para o evento estarão abertas a partir de julho. Mais informações estão disponíveis no site www.rio2013.com

Setor Juventude ganha coordenação Seguimento ganha estrutura com sala e jovem liberado Arquivo/JA

Felipe Candin Candin, 22 anos, assume a coordenação Arquidiocesana do Setor Juventude. O local antes ocupado pela Pastoral da Juventude passa agora a ser destinado a todos os segmentos da juventude da Arquidiocese. Ele contará com o apoio de uma equipe arquidiocesana composta por representantes dos movimentos, comunidades novas, da Pastoral da Juventude e demais segmentos que trabalham com juventude. E mais o Pe. Josemar Silva Silva, que é o referencial da Juventude da Arquidiocese. Entre as atribuições conferidas ao coordenador, estão: coordenar, em conjunto com a equipe, todas as atividades que envolvam o Setor Juventude na Arquidiocese. Entre eles: os encontros ampliados do Setor; a Jornada Arquidiocesana da Juventude, no dia 01 de abril de

Jornada Arquidiocesana será no Domingo de Ramos

Felipe assumiu a coordenação 2012; Festival de Música Jovem, com as etapas comarcais e a vem Arquidiocesana (no dia 25/11), com as bandas selecionas; “Bote Fé”, em 12 de janeiro de 2013; e toda a motivação para que os jovens da Arquidiocese participem da Jornada Mundial da Juventude.

Felipe havia sido eleito novo coordenador da Pastoral da Juventude durante a assembleia realizada em setembro de 2011. Como Dom Wilson definiu que o espaço antes ocupado pela PJ deve ser destinado a todos os segmentos da juventude, ele foi designado coordenador do Setor Juventude. Felipe nasceu em Moscou, na Rússia, onde a mãe, brasileira, e o pai, cubano, foram estudar. Mas aos dois anos voltou para o Brasil, passando a residir em Florianópolis. Desde muito jovem participa de grupos de jovens. Com a criação do Setor Juventude, participava dos encontros representando a PJ. “Tenho conhecimento dessa realidade e vejo como um desafio por serem várias realidades, mas que trabalham com o mesmo objetivo”, disse Felipe.

Mais 30 lideranças juvenis, representando 11 segmentos da juventude presentes na Arquidiocese, estiveram reunidos no dia 26 de fevereiro, na Igreja Matriz da Paróquia São Sebastião, em Tijucas, para participar do encontro do Setor Juventude. Entre os assuntos discutidos, estava a preparação para a Jornada Arquidiocesana da Juventude, a ser realizada no dia 01 de abril, em Florianópolis. Pela manhã, os segmentos puderam apresentar a sua espiritualidade e ação pastoral. Essa parte do encontro contou com a presença do nosso arcebispo Dom Wilson. Ele fortaleceu a importância de os segmentos se reunirem. Também falou que se deve evangelizar os jovens sem se preocupar com o setor que ele vai seguir. “Sabendo da importância em ter uma aproximação maior com Jesus, o jovem vai escolher o segmento juvenil mais próximo da sua realidade”, disse. A tarde, os participantes acertaram os detalhes da realização da

Jornada Arquidiocesana da Juventude. O evento terá como tema “Ide e fazei discípulos todos os povos” (Mt 28,19), e será realizado pela manhã, em frente à Catedral, em Florianópolis. A celebração será presidida por Dom Wilson. A tarde, os jovens seguem em peregrinação até o Ginásio de Esportes do Colégio Catarinense. Lá, será realizado um show com bandas locais e os segmentos terão espaço para se apresentar. “Esse encontro foi bastante positivo porque possibilitou o diálogo entre as diferentes espiritualidades da juventude e permitiu avançarmos na organização da Jornada Arquidiocesana”, disse Pe. Josemar Silva Silva, referencial do Setor na Arquidiocese. Divulgação/JA

Encontro reuniu mais de 30 participantes, representando 11 segmentos juvenis, e teve a presença de Dom Wilson, que animou a caminhada


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Geral

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Jornal da Arquidiocese

Celebração inicia ano letivo na FACASC Aula Inaugural marcou início do 1º ano letivo da FACASC e 40º do ITESC, que conta com um total de 75 alunos ria da instituição e motivou estudantes e professores para a fidelidade ao Concílio Vaticano II. Durante a conferencia, houve dois momentos místicos de silêncio: o primeiro em memória de Dom Afonso Niehues Niehues, fundador do ITESC, e o segundo, em memória de Pe. Paulo Bratti Bratti, seu primeiro diretor. No final da explanação, os participantes puderam sabatinar o palestrante.

Foto JA

O dia 13 de fevereiro de 2012 marcou o início do primeiro ano letivo da Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC e, ao mesmo tempo, o do 40º ano letivo do Instituto Teológico de Santa Catarina – ITESC. O evento foi marcado pela aula inaugural proferida pelo Pe. Dr Dr.. Edinei da Rosa Cândido Cândido, professor da instituição, que proferiu a palestra “ITESC 40 anos: momentos e modelos de Igreja”. Pe. Edinei relacionou a criação do ITESC com outros três fatos marcantes para o Estado em uma abordagem eclesiológica: a criação da Paróquia da Catedral N.Sra. do Desterro, há 300 anos; os 100 anos da Guerra do Contestado; os 50 anos do início do Concílio Vaticano II. A cada um deles fez uma referência especial. Numa abordagem eclesiológica, Pe. Edinei recordou a trajetó-

CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

FACASC/ITESC

Durante o evento, Pe. Vitor Galdino FFeller eller eller, diretor do ITESC e da FACASC, pediu que os 25 acadêmicos do primeiro ano se apresentassem. Eles participaram do processo seletivo, realizado no dia 12 de fevereiro, que envolveu prova dissertativa e a média geral do histórico escolar, sendo todos aprovados.

ristas que, além do TCC, prestarem o exame “de universa Theologia”. Já a FACASC emitirá o diploma com o reconhecimento do Ministério da Educação”, disse.

A FACASC/ITESC realizou processo seletivo e 25 candidatos, entre leigos e seminaristas, foram aprovados e já iniciaram as aulas Pe. Vitor ainda explicou o que muda com a criação da FACASC. “O ITESC não deixará de existir. Ele

será o responsável por emitir o título com reconhecimento pontifício, destinado aos semina-

A solenidade de início das atividades letivas foi encerrada com a Celebração Eucarística presidida adeu Jönck por Dom Wilson TTadeu Jönck, arcebispo de Florianópolis e presidente do Regional Sul IV da CNBB e da Fundação Dom Jaime Câmara, responsável pela Faculdade de Teologia, e com a presença de padres e professores da instituição. No início da missa, Dom Wilson falou da satisfação em poder celebrar a Eucaristia no primeiro dia de aula da FACASC e no início do 40º ano letivo do ITESC. “Iniciamos agora um novo ciclo na Igreja em Santa Catarina”, disse.

Pe. Vitor fala sobre a Faculdade Católica de Santa Catarina No dia 30 de dezembro de 2011 o MEC credenciou a Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), que havia sido fundada pelo episcopado catarinense em julho de 2009 com o objetivo primeiro de oferecer o curso de bacharelado civil em teologia, o qual foi por sua vez autorizado pelo MEC em 24 de janeiro pasor Galdino FFeller eller sado. Pe. Vit Vitor eller, recém-nomeado Vigário Geral de nossa Arquidiocese, que era e continua sendo diretor do ITESC, acumulará também o cargo de primeiro diretor da Faculdade Católica de Santa Catarina. Acompanhe abaixo trechos da entrevista que ele concedeu ao Jornal da Arquidiocese. Jornal da Arquidiocese - Neste ano em que se comemora o 40º ano letivo do ITESC, o que representa o credenciamento da FACASC e a

autorização do curso de teologia? Pe. Vitor - O ITESC foi fundado pelo episcopado catarinense em 10 de janeiro de 1973, para manter o curso de teologia, última etapa da formação dos presbíteros das dioceses catarinenses. Como naquele mesmo ano iniciaram-se as aulas, neste ano de 2012 estamos celebrando o 40º ano letivo do ITESC. Nestes 40 anos, o ITESC formou a maior parte do atual clero das dioceses catarinenses, que prestaram relevantes serviços à Igreja de Santa Catarina e do Brasil, diversos professores que se tornaram bispos, enfim, cresceu em qualidade e conceituação tanto aqui quanto fora do Estado. O credenciamento da Faculdade Católica de Santa Catarina e a autorização de seu curso de teologia são como que um prêmio pelo quadragésimo ano do ITESC e um passo à frente no ministério da formação teológica

dos futuros presbíteros e agentes de pastoral da Igreja catarinense. JA - Isso é a conquista de anos de luta. Todas as etapas foram cumpridas? Pe. Vitor - A Faculdade Católica de Santa Catarina é fundada sobre as bases históricas e pedagógicas do ITESC, e o curso de bacharelado civil em teologia se baseia no curso livre, eclesiástico, que o ITESC vem oferecendo desde 1973. Já em meados de fevereiro, começamos o primeiro ano de teologia no regime civil, autorizado pelo MEC e seguindo suas exigências. Após dois anos de andamento, devemos pedir o reconhecimento do curso. E, a cada quatro anos, o recredenciamento da Faculdade. São recursos impostos pelo MEC, com vistas ao controle de qualidade das instituições de ensino superior e dos cursos de graduação. De agora em di-

ante, portanto, devemos estar sempre atentos para manter nosso nível primeiro de aprovação. Alcançamos nota 4 (na graduação de 1 a 5) tanto no plano de desenvolvimento da instituição e na infraes-trutura quanto no projeto pedagógico do curso de teologia e na qualificação do corpo docente. Um nível que precisamos manter e até melhorar. JA - Com a criação da FACASC o ITESC deixa de existir? Pe. Vitor - O ITESC continua a existir, porque é uma instituição de caráter eclesiástico. Por meio dele os seminaristas poderão alcançar, além do bacharelado com efeito civil, também o bacharelado eclesiástico, graças a um convênio com o Centro de Estudos Superiores, dos jesuítas de Belo Horizonte, chancelado pela Santa Sé. JA - As aulas são matutinas, o

que dificulta a participação de quem trabalha. Há a possibilidade da criação de um curso noturno ou à distância? Pe. Vitor - Por enquanto não pensamos nem em curso noturno nem em curso à distância. Mas consideramos que há, sim, muitas lideranças leigas com as manhãs livres, sobretudo aposentados, nas quais nossas paróquias, pastorais e movimentos poderiam investir, em vista de boa qualificação teológica e pastoral. Afinal, a Igreja do futuro está nas mãos do laicato, do protagonismo dos leigos, como dizia o Documento de Santo Domingo. O Documento de Aparecida insiste em que, para fazer frente aos grandes desafios da nova evangelização, a Igreja da América Latina deve fazer uma clara e decidida opção pela formação de suas lideranças, sobretudo dos cristãos leigos e leigas!


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Arquidiocese começa ano com 48 seminaristas Dos que ingressaram este ano, 11 são os que iniciam agora a formação no Seminário Menor e Propedêutico Foto JA

Os quatro seminários da Arquidiocese iniciaram o ano com 48 seminaristas, 14 deles iniciando a sua formação neste ano: oito no Menor e seis no Propedêutico. Dos 25 alunos da FACASC/ITESC que iniciaram o primeiro ano, três são da Arquidiocese. Eles realizam sua formação com outros oito seminaristas: 05 no segundo ano; e 03 no quarto ano, completando os 11 que residem no Seminário Teológico Convívio Emaús, em Florianópolis. O Seminário Nossa Senhora de Lourdes, em Azambuja, Brusque, iniciou o ano letivo no dia 12 de fevereiro com 24 seminaristas: 11 no Menor, voltado àqueles que estão realizando o segundo grau; e 17 na Filosofia. Pe. Pedro Schlich Schlich-ting ting, reitor do Seminário, avaliou como bastante positivo o início do ano. Ressaltou a vinda do Pe. Alcides Albony Amaral, Amaral para o acompanhamento dos “menores”. Segundo Pe. Pedro, as 11 novas vocações são fruto do serviço de animação vocacional realizado no decorrer do ano. Em setembro de 2011, foi realizado o Convívio Vocacional, em novembro o Encontrão e em janeiro o Estágio Vocacional com uma semana de

Seminário Convívio Emaús

Seminário Propedêutico Monsenhor Valentim Loch iniciou o ano com seis novos candidatos ao discernimento vocacional formação, havendo este ano um encontro com os pais. “Essas atividades permitiram um maior conhecimento do seminário e da vida do padre diocesano, contribuindo para um ingresso mais consciente”, disse Pe. Pedro. Ele ainda falou da presença de Dom Wilson como grande motivador vocacional No Seminário Propedêutico “Monsenhor Valentim Loch”, em Camboriú, seis jovens ingressaram

neste ano. O início das atividades dos jovens, que já têm o segundo grau, ou formação superior, foi no dia 15 de fevereiro. Para o Pe. Josemar Silva Silva, reitor do Seminário, o número se deve também à motivação da equipe vocacional nas paróquias e comarcas. “Havia ainda outros candidatos ao seminário. Eles receberão acompanhamento vocacional à distância e na própria comunidade”, disse.

Pe. Elinton faz parte da congregação do Sagrado Coração de Jesus mente para a paróquia local que, neste ano, celebra 100 anos de criação. Uma história rica em vocações. Nesse tempo, foram ordena-

dos cerca de 22 padres aí nascidos. No dia seguinte, a primeira Missa do novo padre. A homilia ficou sob a responsabilidade de Pe. Vicente, da comunidade Betânia, que foi durante muito tempo diretor espiritual do neo sacerdote. Em suas palavras, Pe. Vicente fez todos sentirem o amor de Deus e a alegria dos que deixam Deus ter a primazia em suas vidas. Fez muitos se emocionarem e provocou muitos jovens ao seguimento de Jesus Cristo. Ao final, Pe. Elinton Costa se consagrou a Deus por intermédio de Maria e rogou a benção sobre o povo presente.

O seminário é, de um modo geral, uma etapa onde o vocacionado aprende a vocação sacerdotal num contexto global de discípulo missionário de Jesus Cristo. O Seminário de Teologia Convívio Emaús é a etapa formativa dos seminaristas que concluíram a filosofia e buscam de uma forma mais responsável, madura e decidida a vocação sacerdotal. Esta é a última etapa formativa antes da ordenação sacerdotal. Este estágio, do seminário de teologia, visa a formação integral do candidato, inserindo-o numa dinâmica cujas ênfases são as dimensões: espiritual, pastoral, comunitária, humano-afetiva e intelectual. Nesta etapa o seminarista é oficialmente admitido como candidato às Ordens Sacras, aos ministérios do Leitorado e do Acolitado, reforçando o caráter público e eclesial da vocação sacerdotal. O nome de nosso seminário chama-se Convívio Emaús Emaús, pois busca, como os discípulos de Emaús, estar junto com Cristo, no Caminho, na Palavra, na

Casa e na Eucaristia. O Convívio Emaús é a casa onde residem os seminaristas, o lugar do nosso diaa-dia em comunidade e estudam no Instituto Teológico de Santa Catarina (ITESC). Este ano a casa terá onze seminaristas residentes junto com o reitor Pe. Vânio da Silva Silva. Moram na casa Pe. Valter Mauricio Goedert e Per Ney Brasil Pereira, nossos professores do ITESC. Colaboram na formação, como diretores espirituais Pe. Siro Emanuel de Oliveira e Pe. Pedro Martendhal. É responsabilidade de todos os fiéis cristãos, leigos e padres, orar pelas vocações, incentiválas, orientá-las e também ajudar a manter os seminários com auxílios espirituais e materiais. Para conhecer mais o nosso seminário, visite-nos em uma de nossas Missas pelas vocações sacerdotais, nas terças-feiras às 20 horas e acesse o nosso blog: www.convivioemaus. blogspot.com blogspot.com. Lá você pode conferir nosso dia-a-dia, como também as demais atividades que realizamos durante o ano. Foto JA

Jovem de Botuverá é ordenado presbítero A comunidade de Botuverá se vestiu de festa no dia 11 de fevereiro, para participar da celebração em que um filho seu foi ordenado presbítero. Com a imposição de mãos de Dom Wilson Tadeu Jönck, Elinton Costa, SCJ SCJ, foi admitido ao presbitério. A celebração foi acompanhada por 31 padres, dois diáconos, religiosos(as), seminaristas, vocacionados e muitas outras pessoas de vários locais do Estado e de São Paulo, além da comunidade local. O rito da ordenação foi um momento vocacional muito especial para todos os presentes, especial-

C onhecendo a vida nos Seminários

Os 11 seminaristas com os formadores e padres residentes do Convívio


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Ação Social

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Jornal da Arquidiocese

FAS aprovou 28 projetos em 2011 O dia 1º de Abril é destinado à Coleta da Solidariedade 2012. Faça a sua oferta Todos os anos a Igreja do Brasil realiza no Domingo de Ramos a Coleta da Solidariedade. Os recursos são utilizados para apoiar projetos sociais e de geração de renda nas comunidades e paróquias. Em nos-

sa Arquidiocese, o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (F.A.S.) existe desde 1999. Desde então, potencializa iniciativas locais das ações sociais e gestos concretos relativos às temáticas da Arquivo/JA

Recursos do FAS apoiaram projetos de geração de trabalho e renda, além de projetos sociais, capacitação e cursos de formação

Campanha de cada ano. Cada pessoa poderá participar livremente da Coleta, pegando seu envelope junto à Paróquia. Salientamos que, do total arrecadado ano passado, no valor de R$ 181.317,18, foram encaminhados ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) R$ 72.526,87, equivalentes a 40%, e permaneceram em nossa Arquidiocese R$ 108.790,31, ou seja, 60% do valor total. Convocamos a todos/as para que, nesta Quaresma, como um gesto concreto de solidariedade, participem da Coleta, contribuindo com o desenvolvimento social de nossas comunidades eclesiais. Confira na tabela ao lado os projetos sociais e de geração de renda que foram apoiados com os recursos da Coleta da Solidariedade de 2011. Sua doação colaborou na mudança de muitas realidades na Arquidiocese.

Relação dos projetos apoiados em 2011

Botuverá e Guabiruba iniciam capacitação em Gestão de Risco Divulgação/JA

No mês de fevereiro começou o processo de formação de Núcleos Comunitários de Defesa Civil (NUDECs) nos municípios de Botuverá e Guabiruba, através do Plano Arquidiocesano de Gestão de Risco e Desastre, executado pela Ação Social Arquidiocesana. No município de Guabiruba, juntamente com a Defesa Civil, trabalham-se diretamente os Núcleos Comunitários, através da Ação Social N. Sra. do Perpétuo Socorro, visando fortalecer a capacidade de resposta diante dos eventos adversos. A ação social, já vem fazendo frente aos eventos, hoje busca capacitar-se para potencializar suas ações. A cidade de Botuverá, atingida pelas cheias de 2008 e recentemente pela de setembro de 2011, também sofre com deslizamentos devi-

Voluntários da Ação Social de Guabiruba, capacitando-se para atuação em Gestão de Risco e Desastre do a instabilidade do solo. Nessa perspectiva, a ASA, juntamente com a Defesa Civil do município, iniciou a formação dos NUDECs que visam fortalecer a capacidade de resposta Divulgação/JA

Em Botuverá, além das lideranças comunitárias e voluntários da Ação Social, a capacitação contou com a presença dos gestores municipais

do município com o auxílio de uma população preparada para o reconhecimento dos riscos e atuante na sua minimização. Nesse município, os encontros acontecem semanalmente: lideranças municipais como Prefeito, vereadores, advogados, engenheiros, assistentes sociais, lideres comunitários e a população vulnerável aos desastres, reúnem-se para pensarem juntos medidas preventivas. Essa etapa da formação dos NUDECs conta com oficinas temáticas sobre: Política Nacional de Defesa Civil, Administração de Desastres, Noções sobre percepção do risco (saída a campo) e Planejamento Anual do Núcleo Comunitário de Defesa civil. Após essa etapa, os encontros acontecerão conforme o planejamento específico de cada NUDEC.

T OTAL * o F.A.S. utilizou-se também do saldo remanescentes de 2010.

112.202,7 6 12.202,76


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GBF e CEBs em atividades arquidiocesanas, no Estado e no país Equipe da Arquidiocese e de Tubarão e Criciúma trabalham na preparação do III Interdiocesano Os GBF e as CEBs são um espaço de vivência da fé cristã e do amor fraterno promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, participando da construção de uma sociedade justa e solidária. Caminhamos com entusiasmo para alcançar as metas do planejamento de nossas atividades arquidiocesanas: encontros de formação nas paróquias e comarcas, e atividades em nível regional. Nosso objetivo é atingir todos os animadores/as, para que se sintam motivados e fortalecidos no compromisso de dinamizar a missão que o Senhor nos confiou. Em comunhão com os momentos celebrativos no lança-

mento do Livreto da Quaresma e Páscoa nas paróquias e comunidades, no dia 25 de fevereiro alguns membros das coordenações comarcais, equipe de redação, a coord. arquidiocesana dos GBF e das CEBs e o Pe. Revelino Seidler coordenador Arequidiocesano de Pastoral reuniram-se com as dioceses de Tubarão e Criciúma para discutirem a organização e metodologia do III Interdiocesano dos GBF e CEBs, que acontecerá em maio, no CEAR. Nesse dia visitamos o CEAR e, depois, fizemos a reunião na paróquia de Biguaçu, onde refletimos sobre o Objetivo geral: Celebrar a caminhada dos GBF e CEBs e fortalecer a missão dos

Divulgação/JA

animadores e animadoras, e sobre os específicos: a) Intensificar e vivenciar a identidade da vida cristã; b) Reavivar o espirito de comunidade à luz da Palavra de Deus; c) Despertar para o compromisso social diante os desafios da evangelização no meio urbano e rural. Também definimos outros assuntos: assessoria e os serviços que cada diocese assumirá na preparação dos animadores/as para o III Interdiocesano (a metodologia será mais bem definida junto com o assessor convidado). Finalizamos pedindo as bênçãos de Deus para nós, para os GBF/ CEBs e toda a Igreja arquidiocesana.

18 pessoas das três dioceses estiveram reunidas em Florianópolis para definir a organização do III Interdiocesano, que será realizado em maio

Seminário e Ampliada Nacional das CEBs Realizado na Diocese de Crato, no Ceará, encontro foi mais uma etapa de preparação do 13º Intereclesial zação na afirmação do seu valor humano, social e eclesial. E na medida do crescimento da sua consciência crítica e das suas ações de solidariedade, tornamse o espaço do anúncio da Boa Nova para os excluídos e oprimidos da nossa sociedade.” No segundo dia, 24-01, os estudos do seminário iniciaram com um alerta ecológico do Roberto Malvezzi Malvezzi, que luta pela preservação do Rio São Francisco na CPT da Bahia. Na tarde desse dia,

a professora Alba Carvalho e o Pe. Manfredo Oliveira fizeram a análise de conjuntura, falando da crise de valores inerente à cultura urbana, que se espalha também no campo. No dia 25, Padre José Marins e a Irmã Teolide Trevisan, partilharam a presença das CEBs no continente Latino americano e Caribenho. A última apresentação do dia foi feita pela Irmã Mercedes e Rafael, ambos do CEBI, que resgataram a caminhada profética do Divulgação/JA

No dia 23 de janeiro, fomos acolhidos/as carinhosamente no Centro de Expansão Educacional Dom Vicente Matos, no Cariri, na Diocese de Crato. Mais uma vez o Cariri acolhe 19 padres, 6 bispos, 4 religiosas e mais de 60 membros da Ampliada Nacional e assessores/as de todos os Regionais do Brasil, para participarem do Seminário e da 3ª Ampliada Nacional, em preparação do 13º Encontro Intereclesial das CEBs. O Regional Sul4 foi representado por dois assessores: Pe. Vilson Groh (Arquidiocese) e Neuza Mafra (Criciúma) e dois membros da Ampliada regional: Edson Luiz Mendes e Maria Glória da Silva (Arquidiocese). O período da noite ficou por conta da apresentação Cultural do Projeto SOLARI (Comunidade do Chico Gomes), com a dança Cultural do côco. Dom Fernando Panico, Panico bispo da Diocese de Crato, afirmou que “as CEBs desenvolveram uma sensibilidade social para os desafios reais da comunidade, exigindo um esforço de mobili-

Encontro reuniu mais de 80 participantes de todos os Regionais do Brasil. O Regional Sul 4 esteve representado por quatro lideranças

Antigo Testamento, modelo para nossa ação na realidade. Em cada tema, a plenária participava com intervenções e reflexões. Dia 26 de janeiro fomos conhecer o Caldeirão, lugar onde muitas famílias viveram uma experiência transformadora, caracterizada pelo trabalho, oração e abundância, que trouxe esperanças para os deserdados sofredores da seca. O Caldeirão significou para nós um mergulho na espiritualidade do Beato Zé Lourenço e daquele povo empobrecido. Nesse mesmo dia, no início da noite, a Ampliada Nacional e os/as assessores/as das CEBs deixaram-se encantar pela vida romeira, assistindo ao filme “Nos caminhos do Juazeiro”. Nos outros dias, até 30/01, nos debruçamos sobre o planejamento, organização e metodologia do 13º Intereclesial, apresentados pelo Pe. Vileci, em vários aspectos: conhecemos o planejamento de preparação das comunidades da diocese de Crato e sua execução para acolher bem em 2014 todos os delegados e os convidados que

participarem, também apresentamos sugestões para a programação, e estudamos e refletimos os textos encaminhados pelos/as assessores/as, que irão compor o Texto Base. Mesmo longe de casa, não ficamos desligados das notícias que nortearam nossos Estados, como: o diálogo da Articulação do Semi Árido (ASA) com o Ministério do Desenvolvimento Social, criando perspectivas para a continuidade do “Programa Construção de um milhão de Cisternas” no Nordeste; o apoio solidário da Igreja, na voz de Dom Moacir Silva Silva, às vitimas desapropriadas, atingidas pela violência da polícia em Pinheirinhos, São José dos Campos/SP, entre outras... Irmãos e Irmãs romeiros/as do Reino, motivados, despedimo-nos, incentivando todas as comunidades a continuarem na luta profética em busca do Reino da Justiça, acompanhadas com as bênçâos de Nossa Senhora das Candeias e do exemplo incansável de Pe. Cícero Romão Batista.


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Artigos

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C entenário

Padre Doutor Itamar Luiz da Costa

Os anos vividos em Roma

A conselho da direção do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, matriculou-se no 3º ano de teologia podendo, assim, obter a licenciatura no 4º ano e logo prosseguir com o doutorado. Gostava de enviar livros de presente a Dom Joaquim Domingues de Oliveira e de sugerir compras, geralmente aceitas. Em 9 de julho de 1945, Dom Joaquim o consultou para adquirir toda a coleção da Civiltà Cattolica, idéia concretizada nos anos seguintes ao custo de 100 mil liras. A coleção dos 161 anos da Civiltà engrandece a Biblioteca do Arcebispado de Florianópolis.

Doutorado e retorno ao Brasil

Em 24 de junho de 1948, Pe Itamar defendeu sua Tese de Doutorado com o tema “A idéia mariológica nas obras de Vieira”. Foram 300 páginas datilografadas, no breve espaço de um ano. Obteve nota 10, “summa cum laude”. O título de “Doutor” foi muito apreciado pelo Pe. Itamar, tomando como ofensa a seu patrimônio intelectual ser chamado de “Padre Itamar”: “Padre Doutor Itamar”, corrigia. Em 15 de outubro de 1948, Dom Joaquim, no jornal A GAZETA, dá notícia da chegada do Pe. Dr. Itamar Luiz da Costa, com muita ênfase na sua aprovação “summa cum laude”. Feliz com seu jovem e competente padre, em 30 de dezembro de 1948 Dom Joaquim nomeou-o vigário ecônomo da Catedral de Florianópolis, ou seja, Cura da Catedral. Na paróquia Nossa Senhora do Desterro, desenvolveu um exemplar programa voltado à assistência social, em especial, a jovens e crianças que habitavam os morros da capital.

Estranha e inesperada transferência

Em 16 de dezembro de 1949, Pe. Itamar escreveu a Dom Joaquim: por cansaço, pouca saúde, colocava nas mãos de Dom Joaquim o cargo de Cura da Catedral. Em 19 de dezembro, pediu a paróquia de Imaruí, pedido aceito em

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Filho único do casal Luiz Eduardo Costa e Dolvina Lucinda Costa, Padre Itamar Luiz da Costa nasceu em Laranjeiras, Laguna, SC, em 23 de julho de 1921. Sentindo-se chamado a ser padre, ingressou no Seminário de Azambuja, Brusque e depois, para os cursos de filosofia e teologia, estudou em São Leopoldo, RS, com os padres jesuítas. Por onde passou, manifestava forte liderança e capacidade de estudo. Em São Leopoldo foi Diretor da revista “O Seminário”, dos seminaristas diocesanos, revista essa que deu muito o que falar na década de 60, no período pré e pós-Concílio Vaticano II. Em setembro de 1945 recebeu o comunicado de que iria estudar em Roma, onde completaria o curso de Teologia.

Padre Doutor Itamar vida breve e movimentada 23 de dezembro. E aqui tem início um drama de contra-informações que dura até os dias de hoje: centro é o boato de que Dom Joaquim, enciumado pelo sucesso do Pe. Dr. Itamar, o teria transferido. Infelizmente a verdade foi comprometida e Pe. Itamar nunca desmentiu, deixando claro que ele mesmo pedira a transferência. A verdade é que sua passagem pela Catedral não chegou a um ano.

Religiosidade e poder em Imaruí

De 23 de dezembro de 1949 a julho de 1957, Pe. Itamar foi pároco de São João Batista do Imaruí e coadjutor de Senhor Bom Jesus de Pescaria Brava. Pe. Dr. Itamar assumiu Imaruí com muita alegria. Lagunense que era, conhecia muita gente da terra. A

Festa e Procissão do Senhor Bom Jesus dos Passos chamava a região litorânea desde meados do século XIX. Com sua oratória que a todos emocionava, Pe. Itamar tornou-se o grande pregador da solenidade. Comentava-se que só não chorava quem não estivesse lá, tal o impacto de suas palavras e gestos. Havia décadas o município era comandado pela família Bittencourt e, no tempo de Pe. Dr. Itamar, por Pedro Bittencourt. Pe. Itamar colocou-se do lado da política dos Bittencourt, a PSD.

Primeiro pároco de Imbituba

Criada em 28 de dezembro de 1954 e instalada em 15 de agosto de 1955, a diocese de Tubarão teve como primeiro bispo Dom Anselmo Pietrulla,OFM. Em 15 de novembro de 1956, Dom Anselmo criou a paróquia de Imbituba, designando o Pe. Dr. Itamar para seu primeiro pároco. Chegou a Imbituba em 29 de janeiro de 1956, continuando, entretanto, como Vigário de Imaruí até julho de 1957, quando se transferiu definitivamente para Imbituba. Foi grande sua dedicação à nova paróquia, preocupado tanto com a vida religiosa como também empenhando-se no desenvolvimento social e cultural. Por sua qualidade intelectual, Pe. Dr. Itamar ocupou a cadeira de

filosofia na FESSC-Fundação Educacional do Sul de Santa Catarina, fundada em 1967 e transformada na Universidade do Sul de Santa Catarina-UNISUL em 1989. Em sua homenagem, os alunos deram a seu grêmio o nome de “Diretório Acadêmico Padre Doutor Itamar Luiz da Costa".

Breve jornada de uma vida

Enquanto a lei determinava, Pe. Itamar vestiu a batina. Para susto dos paroquianos, acostumados com seu talhe clerical, no dia seguinte à liberação da batina, em 1966, apareceu envergando elegante terno e gravata. Infelizmente, sofreu um infarto, no dia 3 de abril de 1970. Era primeira sexta-feira do mês. Pe. Itamar celebrara a Missa às 7h e depois iria a Tubarão para a Aula Inaugural na FEESC, que aconteceria às 10h. Entrou na casa paroquial e pouco depois, às 10 horas, foi encontrado morto. Foi sepultado em sua terra natal, Laranjeiras. Atento à memória histórica do primeiro pároco, em 30 de novembro de 2008 o pároco atual, Pe. José Eduardo Bittencourt trasladou seus restos mortais para Imbituba e criou, na igreja Matriz, o “Memorial Pe. Dr. Itamar Luiz da Costa”. Padre Itamar da Costa viveu apenas 49 anos, dos quais 24 como presbítero. Pe. José Artulino Besen (acesse o texto na íntegra no blog: pebesen.wordpress.com pebesen.wordpress.com)

Opinião Na encosta do morro, uma linda igreja. Acabara a Santa Missa e os fieis voltavam apressados para as suas casas. Lá em baixo, no começo da passarela, esperava-os um repórter da grande mídia, para uma “gostosa” entrevista. A pergunta era mais ou menos esta: O senhor ou a senhora concorda com aborto em caso de estupro? 98 % dos igrejeiros entrevistados responderam que aceitavam o aborto em caso de estupro. A esta altura escurece tudo diante de mim, e procuro algum bastão ou uma parede de arrimo para não cair no chão. Pois bem, para essas pessoas é que quero contar uma triste história e peço que cada um e cada uma, com cabeça fria, tire as suas conclusões. Em um obscuro lugarejo deste imenso Brasil, vivia um casal, que apesar de sua pobreza era feliz. Ambos eram filhos de agricultores e não tinham grandes ambições. Compartilhavam suas tarefas domésticas e atividades do campo.

Ignorância - Hipocrisia - Crueldade O dia amanhecera carrancudo, com um céu carregado de espessas nuvens. Jordelino resolveu ir sozinho para o campo e deixar a sua amada em casa, com os afazeres do lar. Aos poucos as densas nuvens foram cedendo lugar ao sol nascente. Apesar de tudo, nosso amigo continuava com o rosto sombrio e o olhar tristonho e indagador. Finalmente, dispôsse ao trabalho, quando ouviu a saudação alegre de seu amigo, Zeferino, que lhe pareceu um tanto estranho. Uma breve conversa entre os dois amigos trouxe um pouco de conforto para ambos. - Meu compadre, você veio mesmo sozinho? Sua esposa, que sempre o acompanha no campo, não quis vir hoje? - Até que ela queria, mas o tempo estava para chuva e preferi deixá-la em casa. Estou com pressa, meu compa-

dre. Até mais! - Até mais! Jordelino o acompanhou com um olhar inseguro e indagador, sentindo ao mesmo tempo, um grande vazio, acompanhado de uma profunda tristeza, e um misterioso mal estar. E cabisbaixo balbuciou: - Ah, não vivo sem ela!... Por que fui me apaixonar por uma mulher?... Ela merece a minha total entrega. Sim, ela merece. Jordelino recobrou o ânimo e aos poucos sentia-se bem. No entanto, um misterioso vazio voltava a envolvê-lo novamente, quando finalmente resolveu voltar para casa. Chegando em seu casebre notou que o trinco de madeira estava manchado de sangue. Sua cabeça parecia girar e seu coração ameaçava saltar do peito, quando viu no chão um bilhete inacabado com letras mal

traçadas, cujo conteúdo dizia: - Amado, deixo-te o meu coração, com mil beijos... Quem me matou foi o Zeferino. Jordelino não conseguiu resistir ao impacto e caiu ali desmaiado. Recobrando os sentidos foi até ao quarto onde encontrou sua amada banhada em sangue e morta. Espumando de raiva uivava como uma fera e jurou vingança. Enfurecido, tresloucado, chegou à casa de Zeferino. Bateu à porta, chamou, e ninguém. Começou a sentir calafrios e renovou seu juramento de vingança, repetindo constantemente: - Voltar para casa sem matar esse assassino? Não, jamais! Entrou pelo portão do quintal e deparou-se com um lindo menino que aparentava ter uns 5 aninhos e que, despreocupado, brincava com seus carrinhos so-

bre um montinho de areia. Era a imagem e semelhança de Zeferino. Jordelino gritou: - Guri, onde está teu pai?! - Tio, “não sei”! Pois vais saber agora... E tirando a faca da bainha feriu de morte o menino. O sangue inocente ensopou a areia, enquanto os olhinhos azuis do menino pareciam se espelhar no azul do firmamento. Suas mãozinhas se ajuntaram como em oração ao Deus que vinga o sangue dos inocentes. A morte de Julita estava vingada. O inocente pagara pelo crime de seu pai estuprador e assassino... Fico por aqui. Todos aqueles que acham justo matar um inocentinho no lugar de seu pai estuprador, tirem as suas próprias conclusões... Sabino Werlich Fundador da Assoc. Gianna Beretta Molla, que luta contra o aborto


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Missão 13

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Pe. Paulo se despede da Arquidiocese Após 27 anos de trabalho aqui, ele assume nova missão de animador missionário em São Paulo dos meus 77 anos, tenho o que contribuir”, disse Pe. Paulo. Ainda durante a celebração, algumas pessoas tomaram a palavra. Uma delas foi Olga Teresinha de Oliv eira Oliveira eira, que por dez anos foi missionária graças ao exemplo do Pe. Paulo. “Hoje queremos dizer obrigado! Somos gratos pelo dom de sua vida a serviço do Reino de Deus, a serviço da Arquidiocese de Florianópolis. Obrigado pela amizade construída”, disse. Maria Gorete Isidoro Peixoto xoto, coordenadora Arquidiocesana da Infância Missionária, enalteceu as virtudes do Pe. Paulo como animador missionário. “Com seu entusiasmo nos sentimos mais cheios de coragem e animados. O seu jeito simples, humilde e corajoso se assemelha ao do Bom Pastor, que busca e resgata as ovelhas dispersas”, disse. Pe. Siro Manoel de Oliveira ra, pároco da Catedral, falou em nome dos padres presentes. Ele lembrou o espírito incansável e di-

Foto JA

Emoção! Foi o que marcou a Celebração Eucarística de despedida do Pe Pe. Paulo De Coppi Coppi. Após 27 anos na Arquidiocese de Florianópolis, trabalhando na animação missionária, ele parte para a Diocese de Santo Amaro, em São Paulo, onde está o Pe. Marcelo Rossi e onde funciona a sede do Pontifício Instituto Missões Exteriores – PIME, do qual Pe. Paulo faz parte. Celebrada na Catedral, às 18h15min, do dia 24 de fevereiro, a missa contou com a presença de oito padres e dois diáconos, além de muitos fiéis e missionários leigos que tiveram no Pe. Paulo inspiração para o trabalho. Em sua homilia, ele lembrou um pouco do que fez e falou do trabalho vai realizar. Segundo ele, vai continuar em São Paulo o que fazia em Florianópolis. “Saio daqui com a alegria pelos amigos que fiz, as pessoas que conheci e com quem convivi. E parto para um novo desafio na certeza de que, apesar

Nessas mais de duas décadas na Arquidiocese, Pe. Paulo animou muitos missionários e criou o Jornal Missão Jovem nâmico do Pe. Paulo, que todos os dias acorda com uma ideia nova e disposição para colocá-la em prática. “Foi estimulante para os outros padres a sua inquietação missionária”, disse.

Nova Missão

Pe. Paulo vai trabalhar no serviço de animação missionária da Diocese de Santo Amaro, em São Paulo. É lá que o PIME nasceu no Brasil e lá está a Vila Missionária.

Ele conhece pouco da sua nova missão, mas se sente estimulado para o novo desafio. “Estou aqui há 27 anos. Creio que já estava na hora de dar uma sacudida na vida. Dizem que, mudando, a gente se renova”, disse. Natural do Veneto, na Itália, na época em que João Paulo I era bispo da Diocese, teve o despertar vocacional ainda em tenra idade. Logo após a sua ordenação, veio para o Brasil. Foi destinado ao Amapá, onde permaneceu por 15 anos. Voltou para a Itália por oito anos e, aos 50 anos, tinha duas opções: Costa do Marfim, na África, ou Florianópolis, no Brasil. Veio para cá. Aqui, além de trabalhar fortemente na animação missionária, sendo responsável por enviar inúmeras pessoas para terras de missão no Brasil e no mundo, criou o Jornal Missão Jovem Jovem, editado há 25 anos, e o Jornal O Transcendente cendente, há 5 anos. Em março de 2011, celebrou o seu jubileu de ouro de ordenação presbiteral aqui na Arquidiocese.

Discipulado Missionário: do Brasil para um mundo pluricultural Quero partilhar com vocês a alegria que sinto ao ver a Igreja do Brasil cada vez mais madura e comprometida com as missões ad gentes. Isto, para um missionário que volta, depois de 14 anos fora da Pátria, é motivo de muita alegria. Estamos cada vez mais perto do 3º Congresso Missionário Nacional, cujo tema é “Discipulado missionário: do Brasil para um Mundo secularizado e pluricultural, à luz do Vaticano II”. O evento acontecerá em Palmas (TO) nos dias 12 a 15 de julho, com o objetivo de re-

fletir sobre a missão ad gentes e além-fronteiras.

Discipulado missionário

Que palavras de peso! Participei recentemente de um retiro com o clero da Arquidiocese de Florianópolis, onde o Irmão Henrique, “Peregrino da Trindade” (Salvador, BA), enfatizou muito sobre o nosso ser discípulo de Jesus. O que mais me tocou no testemunho do Henrique foi a sua mística trinitária. Isto, porque a SS. Trindade tem tudo a ver com o nosso discipulado missionário. Arquivo/JA

Pe. Lúcio é o representante da Arquidiocese e do Brasil na Guinné-Bissau, África

Pois o primeiro missionário é o Filho, enviado pelo Pai, e ungido pelo Espírito. Como nos emociona contemplar Jesus que, vindo a nós, assume com clareza a sua missionariedade, o seu ser enviado! Ele sabe que não pode enviar a si mesmo, que não tem mensagem própria nem palavras próprias, mas a sua missão é anunciar tudo o que ele ouve do Pai. No Mistério Pascal, contemplamos Jesus que vence a morte, e agora, vivo e glorioso, faz surgir do seu amor os apóstolos e discípulos que, fortalecidos no Espírito Santo, abandonando todo medo, com coragem, vão enfrentando os perigos, para comunicar não mais uma mensagem, mas sim, o próprio Cristo ressuscitado (At 3, 12-26). De fato, antes de subir ao céu, Jesus deu esta ordem a todos: “Ide!” Ninguém mais poderá esquecer este comando! E não é qualquer um que nos envia: é o próprio Filho de Deus! O envio não é para os que estão perto, que precisam da mesma forma, mas sim, para todas as nações e todos os povos. Muitos

missionários foram enviados, mas é preciso fazer ainda muito mais. Mais da metade da população mundial ainda não conhece Jesus em termos de fé.

Do Brasil para um mundo pluricultural

Eis a nossa missão! A Igreja do Brasil sempre recebeu missionários que vieram de fora, mas, há mais de 30 anos, após a Conferência de Puebla em 79, os bispos da América Latina decidiram que tinha chegado a hora para que esta Igreja também se abrisse às missões no exterior. Conforme o lema “devemos dar de nossa pobreza”, a Igreja da América Latina e, portanto do Brasil, doa aquilo de que ela mesma precisa: missionários. Hoje, podemos dizer que, somos convidados a dar da nossa riqueza. A Igreja do Brasil amadureceu e tem cada vez mais consciência da sua missão. Quando eu fui ordenado, esta foi uma das palavras proferidas pelo meu bispo, Dom Reinaldo Pünder: “Você vai ser a expressão da missionarie-

dade da nossa Igreja local”. Assim, eu me senti a expressão missionária da Igreja brasileira, tanto no Japão como na Itália. A Igreja do Brasil, depois do encontro em Aparecida, está preocupada, mais do que nunca, com a missionariedade. Os cristãos precisam se comprometer mais fortemente com o anúncio do Evangelho. Ser missionário é algo fascinante! O ser missionário é também cada um de nós lutar com a palavra e especialmente com o nosso testemunho de vida. Além disso, precisamos abandonar as seduções do mundo secularizado, a fome do prazer, do ter e do poder, para vivermos a nossa consagração batismal ao Deus Uno e Trino, anunciado pelo Cristo ressuscitado: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Isto, na certeza de que Ele caminha conosco e nos anima: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 19-20). Pe. Francisco Gomes - PIME


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Foto JA

Maria Aurora Uma mulher que dedica sua vida à oração, leitura bíblica, vivência do Evangelho e ação Como nascem os santos? Se olharmos a trajetória de cada um deles, veremos que tiveram uma vida de oração, seguimento do evangelho e ação. Todos foram exemplo de conduta e buscavam agir com simplicidade. Levando isso em conta, Maria Aurora da Silva, 86 anos, é um exemplo de santidade. A idade não reflete o espírito. É uma mulher forte, determinada e muito disposta. Leiga consagrada da Comunidade Lúmen há 32 anos, dedica a sua vida ao seguimento de Jesus. Natural do Roçado, em São José, era a mais jovem de uma família de 10 filhos, todos já falecidos, o que lhe causa grande dor. Não quis se casar para não ter nada que a impedisse de ter uma vida de oração e ação. A oração ela a vive diariamente, rezando em casa ou na igreja, e isso desde jovem. Desde os 15 anos participa do Apostolado da Oração. Mas tarde, aos 18 anos, passou a ser catequista. E uma série de outras vivências que teve ao longo dos anos. A ação também sempre esteve associada à oração. Hoje ainda, com o coração acolhedor, busca atender pessoas empobrecidas. Em entrevista, ela fala da sua vida na Igreja, da evolução dos encontros de reflexão bíblica, das alegrias como catequista e analisa a vivência dos jovens na Igreja hoje. Jornal da Arquidiocese - A senhora é consagrada da Comunidade Lumen. Como surgiu essa vocação?

Maria Aurora - Era catequista e fui participar de um retiro. O pregador era o Pe. João Cardoso. Ele fez o convite e, como eu gostava muito das pregações dele, aceitei. Isso foi há 32 anos. Conhecia uma pessoa que fazia parte da Comunidade, a Maria Angelina. Ela é pouco conhecida porque, quando começou, seguia o carisma da Comunidade das Leigas Consagradas, que não podiam divulgar o trabalho. Mas Dom Afonso Niehues sugeriu que fosse criada a Comunidade Lumen. JA - Hoje são poucas as pessoas que se dispõem a seguir a vida religiosa. Por que isso acontece ? acontece? Maria Aurora – Acho que as pessoas devem ter vida de oração, leitura bíblica, vivência do Evangelho e ação. A minha mãe nos encaminhou para uma vida na Igreja e nunca mais saí. Hoje, os pais não vão à missa, assim não encaminham seus filhos para isso. Dessa forma, os jovens passam a seguir outros caminhos. JA - A senhora foi cate cate-quista por 55 anos e professora primária por 36 anos. Fale um pouco sobre isso isso.. Maria Aurora - Ainda hoje tenho ex-alunos que me procuram. Há pouco, um deles me informou que já era bisavô e estava feliz por me ver assim, viva e disposta. Lembro que um deles, natural de São Pedro de Alcântara, se tornou padre. É missionário e trabalha na Bahia. Dei aula numa época em que o povo de lá não falava o por-

Mesmo com a idade avançada, Maria Aurora é muito ativa, se mantém dedicada inteiramente à Igreja e à disposição de ajudar o próximo

Hoje os jovens não tem tanta vida de Igreja, mas por culpa dos pais que não os encaminham para isso”

Divulgação/JA

São Paulo perguntou a Jesus: “O que queres que eu faça?”. Jesus perguntou a Bartimeu, o cego: “Que queres que eu te faça?”. E Maria simplesmente disse: “Façase em mim”!

Catador É bonito e valioso o trabalho daqueles que recolhem papelão e todo tipo de papel, vidro, ferro e plástico. Hoje esses homens me

fizeram lembrar do Senhor, que, “naquele dia, vai bater as espigas e catar um a um os filhos de Israel” (cf. Is 27,12).

Encosto Quantos angustiados por causa dos ‘encostos’; quantos felizes

guíamos reunir um bom número de pessoas da comunidade. Hoje o bairro tem bem mais gente, mas elas ficam trancadas em casa. Os prédios impedem ou dificultam o acesso. JA - A senhora realiza um trabalho de ajuda a pessoas empobrecidas. Como funciona isso? Maria Aurora - Comecei há mais de 30 anos, com o Monsenhor Vendelino Hobold, quando ele chegou em Campinas. Na época, Roçado fazia parte da paróquia. Tínhamos a Ação Social Paroquial. Quando me mudei pra cá, deixei a ação social da paróquia, mas continuei com o trabalho. Hoje atendo seis famílias, mas já cheguei a ter 15 ao mesmo tempo. E funciona assim, quando uma família consegue se reerguer, eu a deixo e pego outra família que precisa. As pessoas vêm até mim pedindo ajuda, mas antes vou até o local e vejo se de fato estão precisando. Depois vou em busca de recursos. Tem um bom número de pessoas que me ajudam nesse trabalho. E não me envergonho de pedir. JA - Como vê a participação dos jovens na Igreja? Maria Aurora - No passado, os jovens estudavam ou trabalhavam na roça, e à noite iam para casa. Não tínhamos tantas distrações, liberdade e atrativos. Se eles não têm vida de oração, se os pais não seguem a Igreja, os jovens são atraídos por outras influências, e seguem o caminho errado. Naquela época, a palavra dos pais era lei e nós respeitávamos. Hoje eles perderam o respeito e fazem o que querem. Como gostávamos de nos reunir com os mais velhos, para ouvilos falar das coisas do passado!

Carlos Martendal

Poste

Fazer

JA - A senhora participa de encontros de reflexão bíblica há muito tempo. Como vê os Grupos Bíblicos em Família hoje? Maria Aurora – Comecei a participar há 35 anos, bem antes de haver os Grupos Bíblicos em Família. Quando comecei, era outra estrutura. Melhorou muito. Antes tínhamos que procurar alguém para nos orientar e tirar as dúvidas. Hoje, temos os livretes que trazem tudo bem claro. E ainda temos os encontros de formação paroquial, comarcal e diocesano. O que tem hoje é uma grande evolução do que houve no passado. Pena que haja pouca gente participando. No passado, conse-

JA - A senhora faz parte do olado da Oração há 7 1 Apostolado 71 Apost anos, não é? Maria Aurora - Foi minha mãe que me inscreveu no Aposto-lado da Oração. Eu tinha 15 anos de idade. Hoje tenho 71 anos de Apostolado. Sempre estive entrosada no espírito de oração. Só peço uma coisa a Ele, que me

Retalhos do Cotidiano Vejo os fios, o transformador, as tantas peças que ele suporta, sem saber quanto bem faz a uma imensa multidão. A energia que move as fábricas, ilumina as noites, dá força às máquinas para produzir do alfinete ao avião, de algum modo passa por ele. E ninguém vê a ‘substância’ que ajuda a carregar. Tão forte e tão escondida, a energia depende dele. Nós, vasos de barro, carregamos o próprio Deus, nosso tesouro. Sejamos como o poste: humildemente, sem nos fazermos notar, levemos o Bem a quantos pudermos!

dê forças. Quem ingressa no Apostado, deve seguir a vida dos Apóstolos. Tem que evangelizar.

tuguês. Eu que tive que ensinar a eles. Naquele tempo, dava aula e catequese. Depois de aposentada, continuei na catequese. Mesmo hoje, pessoas me procuram para ministrar a catequese para jovens ou adultos. Na minha época, os pais e os filhos respeitavam muito os professores. Éramos amigos. Fico abismada quando vejo situações em que professores são agredidos. Quando eu era jovem, isso era impensável.

Jornal da Arquidiocese

porque se encostaram em Deus e não querem mais deixá-lo!

Provocação As provocações mexem conosco. No trânsito, podem causar acidentes; em casa, separações. E, no entanto, é preciso deixar-se provocar: por Jesus! Ou por aque-

les em quem Ele está. Ou que O perderam. Os santos se deixaram provocar. E provocaram mudanças, algumas repercutindo ainda séculos depois.

Esposos

Rosa

Que alta vocação, a dos esposos: a de se tornarem um como Jesus e o Pai são um. E a de contribuírem para a glorificação de Deus, gerando-se no amor e, pelo amor, gerando filhos para o Amor!

Pétalas furadas que já perderam a maciez; pétalas sem brilho, das quais o perfume evaporou. E ela se sente bem no meio das rosas cheias de viço, de um odor que chega a penetrar a alma de quem as cheira. Há um tempo para cada coisa. Agora prepara-se para cair e adubar a terra que a fecundou. Recebeu de graça, de graça dará (cf. Mt 10,8).

Desamor O desamor machuca. Machuca quem não ama e fere quem não é amado. Se o amor liberta, o desamor aprisiona; se o amor alegra, o desamor entristece; se o amor nos dá paz, o desamor nos tira o sossego do coração. É preferível amar, é mais inteligente amar!

Anjos Quantos anjos o Senhor coloca em nossas vidas! E quantas vezes nos tornamos anjos para os outros, ajudando-os nas pequenas coisas de cada dia!


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Santa Hildegarda, nova Doutora da Igreja Para o Papa Bento XVI, ela é exemplo para as mulheres de hoje pela coragem e fidelidade a Deus Divulgação/JA

Pouco antes do Natal, o Papa quis dar à Igreja, nestes tempos difíceis e controvertidos, uma figura referencial: Santa Hildegarda de Bingen Bingen, mística alemã do século XII que deverá ser proclamada Doutora da Igreja nos próximos meses. Hildegarda será assim a quarta mulher a fazer parte do círculo das “Doutoras da Igreja” Igreja”, depois de Santa Catarina de Sena, Santa Teresa d’Ávila e Santa Teresinha de Lisieux. Esse título solene, que será conferido à “ profetiza do Reno”, é o ponto alto de um percurso marcado pela grande atenção que o Papa Bento XVI lhe reservou desde o início do seu pontificado. Parece oportuno, portanto, conhecermos melhor a figura desta grande Santa. A cada mês procuraremos penetrar na sua vida, no seu pensamento, na sua obra e nos temas que se relacionam ao seu testemunho teológico e profético. Neste primeiro artigo, que abre o nosso caminho hildegardiano, queremos recordar as palavras que o Papa reservou à Santa, nas audiências a ela dedicadas. Em 01/09 de 2010, Bento XVI iniciou seu discurso dizendo que muitas mulheres do passado, que viveram em séculos distantes de nós, podem e devem ser uma referência à “santidade da vida e à riqueza do ensinamento”. Dentre essas, ele propunha por primeiro exatamente Hildegarda de Bingen, nascida na Renânia em 1098. Nessa primeira catequese, Bento XVI traçou um breve perfil biográfico da Santa e concluiu com palavras importantíssimas, que revelam a profundida-

C onhecendo as Forças Vivas da Arquidiocese

Pastoral dos Enfermos “Estive doente e cuidaste de mim” (Mt 25,36)

Santa que viveu há quase mil anos é exemplo para as mulheres de hoje de cristã da Santa. Eis a conclusão do Papa: “É esta, meus caros amigos, a marca de uma experiência autêntica do Espírito Santo, fonte de todos os carismas: a pessoa depositária de dons sobrenaturais jamais se exalta, não os ostenta e, sobretudo, mostra total obediência à autoridade eclesial. Com efeito, todo dom concedido pelo Espírito Santo é destinado à edificação da Igreja, e a Igreja através de seus pastores lhe reconhece a autenticidade [...] Esta grande mulher “profetisa”, que fala com grande atualidade também para nós hoje, com a sua corajosa capacidade de discernir os sinais dos tempos, com o seu cuidado pela criação, a sua medicina, a sua poesia, a sua música [...] o seu amor por Cristo e pela Igreja, sofredora também naquele tempo, ferida também naquele tempo pelos pecados de padres e de leigos, e muito mais amada como corpo de Cristo”. Na segunda catequese, 08/09 de 2010, Bento XVI concentrou sua

atenção nas profecias de Hildegarda, comparando-as às contidas no Antigo Testamento. Para Bento XVI, Hildegarda de Bingen, corajosa pregadora, mulher num mundo prevalentemente hostil e surdo às mulheres, abadessa que, usando constantemente palavras severas e de condenação, falou ao imperador Frederico Barbarroxa, aos papas, ao clero, ao povo, sem jamais subtrair-se ao anúncio da verdade que Deus lhe revelava, deve servir de exemplo às mulheres do nosso tempo: “Invoquemos sempre o Espírito Santo, a fim de que suscite na Igreja mulheres santas e corajosas, como Santa Hildegarda de Bingen, que, valorizando os dons recebidos por Deus, dêem a sua preciosa e peculiar contribuição para o crescimento espiritual das nossas comunidades e da Igreja no nosso tempo”. [artigo de Annarita Zazzaroni, traduzido do italiano pelo Pe. Edinei da Rosa Cândido]

A Pastoral da Saúde é formada por três dimensões: Dimensão solidária, que vivencia a presença samaritana junto os doentes; Dimensão comunitária, que promove a educação para a saúde, continuação do trabalho do próprio Jesus; e Dimensão políticoinstitucional, junto aos Órgãos e Instituições Públicas e Privadas que prestam serviço e formam profissionais na área da saúde. Como forma de melhor trabalhar a Dimensão Solidária, foi criada a Pastoral dos Enfermos, que tem uma grande importância para a comunidade, pois ela cumpre o papel do cristão que aproxima o doente de Jesus Cristo, dando um novo sentido para a dor. Também é seu papel humanizar e cristanizar os ambientes de tratamento dos doentes, lembrando ao corpo médico a sua vocação. Na Arquidiocese de Florianópolis, a Pastoral dos Enfermos nasceu na década de 90, pela necessidade de um melhor atendimento aos doentes e acompanhamento de seus familiares. Na impossibilidade de formar equipes de Pastoral dos Enfermos em todas as paróquias, hospitais e asilos, optamos por convidar sacerdotes e profissionais de diversas áreas a oferecer formação através de cursos e palestras des-

tinados a grupos de voluntários, para membros da pastoral ou de outras pastorais e movimentos eclesiais atuantes no atendimento aos doentes. Dentre as preocupações da Pastoral, destacamos algumas: garantir o atendimento religioso ao doente; motivar uma atitude de fé diante da dor; compreender o sentido cristão do sofrimento; defender a vida humana em todos os seus aspectos. Portanto, devemos nos aproximar de cada irmão necessitado para ajudá-lo a carregar a sua cruz. Colocamo-nos à disposição para esclarecimentos e/ou orientações sobre a organização dessa pastoral. Neste ano, em que a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e Saúde Pública”, a Pastoral dos Enfermos é convidada a ter uma participação especial. Só aqueles que viven-ciam as situações que passam nossos doentes, que dependem do sistema público de saúde, sabem o quanto se faz necessária uma reflexão da funcionalidade do SUS. Mais informações pelo fone (48) 3225-3469 ou pelo E-mail mluiza0506@gmail.com Maria Luíza de S. Nogueira Coordenadora arquidiocesana da Pastoral dos Enfermos Divulgação/JA

Dia de Nossa Senhora do Desterro “Foi aos pés de Nossa Senhora do Desterro que Florianópolis deu os primeiros passos. Foi entorno dela que aos poucos a cidade foi ganhando forma”. Com essas palavras Dom Wilson Jönck nosso arcebispo Tadeu Jönck, resumiu a ação da padroeira da capital catarinense e da Arquidiocese. Ele presidiu a Celebração Eucarística pelo dia da padroeira,

17 de fevereiro. Em sua homilia, falou das forças do mundo que tentam matar o Menino e, a exemplo de José e Maria, precisamos defendê-lo. Em nossos dias, muitas coisas simbolizam Herodes, que conspiram contra a Vida. “Como Maria e José defenderam o Menino, sofrendo o desterro, assim nós temos de empenhar-nos em defender a Vida, onde quer que esteja em perigo”, afirmou.

Dom Wilson lembrou as pessoas que saem de seus locais de origem para buscar uma vida melhor. “O nosso compromisso cristão nos leva a ocupar-nos em proporcionar o melhor ambiente possível para essas pessoas que chegam”, afirmou. Segundo nosso arcebispo, nisso a Arquidiocese conta com o serviço da Pastoral do Migrante, Migrante que lhes dá o apoio necessário.

Lideranças preparadas para realizar visita aos doentes de hospital


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Jornal da Arquidiocese

Santa Paulina: 10 anos de canonização Celebração deu início às comemorações do evento que ocorrerá no dia 19 de maio Com a abertura oficial do 10º Ano da Canonização, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição prossegue na realização de diversas atividades e eventos especiais – até fevereiro de 2013, tendo como tema: Santa Paulina, missionária da vida, e lema: De olhos fixos em Jesus, passo a passo, sempre em frente. Entre os principais eventos está a 10ª Peregrinação “Santa Paulina”, com saída de Itajaí, sendo realizada nos dias 4 e 5 de maio; a Missa da Festa Litúrgica de Santa Paulina, no dia 8 de julho, às 10 horas; e a Peregrinação em homenagem aos 10 anos de Canonização de Santa Paulina, que perpassará diversas cidades da Europa, no mês de maio. Para o Arcebispo de Florianópolis, Santa Paulina é um exemplo no processo de evangelização. “Aquilo que falamos em palavras, ela viveu na sua vida, dando testemunho heroico de fé, caridade, obediência, amor à Igreja e fideli-

Divulgação/JA

Uma Celebração Eucarística, presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson TTadeu adeu Jonck Jonck, no dia 19 de fevereiro, no Santuário Santa Paulina, em Nova Trento, marcou o início das comemorações do 10º aniversário de canonização da primeira santa do Brasil. Milhares de fieis acompanharam a celebração, que foi transmitida pela TV Século 21, pela Rádio Cultura, de Florianópolis e pela Rádio Verde Vale, de Joinville. Na oportunidade, foi apresentado pela primeira vez o hino para comemorar a data, que será celebrada no dia 19 de maio, composição do Pe. Ney Brasil Pereira. Durante toda a celebração, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e os padres celebrantes ressaltaram as virtudes heróicas de Amábile Lúcia Visintainer, Santa Paulina – virtudes que a tornaram Santa: caridade, esperança, fé, pobreza, humildade, castidade, fortaleza, obediência, justiça e serviço.

Dom Wilson presidiu a Celebração que iniciou as comemorações, lotou o Santuário e foi transmitida ao vivo através da TV Século 21 dade”, afirmou Dom Wilson. Segundo ele, Santa Paulina é um modelo de vida cristã e de santidade. “Ao recordarmos a história, todos os passos e tantas graças alcançadas ao longo desses 10 anos, isso fortalece a fé

de tantas pessoas que buscam este Santuário”, frisou nosso arcebispo. Mais informações no site www.santuariosantapaulina. org.br

Arquidiocese tem nova rádio Comunidade Divino Oleiro assume a Rádio Católica AM 1500, que abrange região norte da Arquidiocese O Projeto Mais Feliz com Jesus têm a imensa alegria de anunciar uma grande novidade! Em 1º de Março, estreamos uma programação 100% católica na AM 1500, que vai abranger Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, Itapema, Porto Belo, Navegantes e região: está no ar, a Rádio Católica AM 1500 – Mais Feliz com Jesus! A Rádio Católica será dirigida e administrada pela Comunidade Divino Oleiro, que conta também com uma fraternidade residindo em Balneário Camboriú. São quatro leigos consagrados: Elaine Vier da Silva,

Domingos Ribeiro da Silva, Patrícia Lemes e Valter Brandão. A Comunidade está em Balneário Camboriú desde 2006, e atua em diversas frentes de Evangelização: Casa de Oração, Evangelismo, Discipulados, Movimento de Ca-

sais, Programa diário de TV, e agora também a Rádio Católica 24h evangelizando. A Rádio transmitirá diariamente uma programação local, com apresentadores(as) da região, das paróquias, movimentos e pastorais e alguns programas serão em rede com a Rádio Cultura 1110 AM, Rede Aparecida e Rede Milícia SAT. O projeto de evangelização através do Rádio existe há 11 anos. Tudo começou com a loca-

ção da Rádio Santa Catarina, em março de 2001. Mais tarde, em fevereiro de 2004, foi adquirida a Rádio Cultura 1.110 AM “Mais Feliz com Jesus”, o que certamente deu novo impulso ao trabalho. Hoje mais de 140 pessoas atuam no trabalho de evangelização pelas ondas do rádio em Florianópolis. “São padres e lideranças leigas que utilizam a estrutura buscando alongar suas vozes para levar a mensagem de Deus a todas as pessoas”, disse Pe. Márcio Alexandre Vignoli Vignoli, fundador da Comunidade Divino Oleiro.

Pe. Vilson realiza missão na GuinéBissau, África Entre os dias 14 de fevereiro e 12 de março, o Pe. Vilson Groh estará realizando atividade missionária na Paróquia de Empada, Diocese de Bafatá, na GuinéBissáu, África. Nessa comunidade, há cinco anos o Pe. Lúcio Espín Espín-dola dola, da nossa Arquidiocese, realiza trabalho missionário, representando o Brasil. Nesses dias, Pe. Vilson, acompanhado de quatro jovens, filhos de empresários de Florianópolis, conversará com estudantes, jovens universitários da paróquia de Empada, para apresentar o “Projeto Intercessão”, em que povos de diferentes culturas se visitam para trocar experiência. Há 15 anos Pe. Vilson realiza esse projeto trazendo jovens da Europa e da América do Norte para conhecerem a realidade dos morros de Florianópolis. “A proposta é que os jovens da GuinéBissau possam conhecer a realidade de outros povos, mas também apresentar a sua realidade a eles”, disse. Segundo ele, a ideia é criar uma cidadania cosmopolita, com jovens cidadãos do mundo. “Pretendemos criar caminhos de solidariedade com as diferentes realidades para possibilitar a vinda deles para cá e para outros países, e a ida de jovens daqui para lá”, afirmou Pe. Vilson. Esta é a segunda vez que Pe. Vilson visita a Guiné-Bissau. Ele já esteve lá em fevereiro de 2011, quando pregou retiro espiritual para os 34 padres da Diocese de Bafatá. Foi justamente graças a essa sua primeira visita que surgiu a idéia de alongar o “Projeto Intercessão”.


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