Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Julho/2012

Page 1

Pe. Luiz Prim: a dependência química como questão de saúde pública.

PÁGINA 14

Florianópolis, Julho de 2012 Nº 180 - Ano XVI

Orientações sobre a Gripe A Arquidiocese publica orientações sobre como evitar o contágio pela Gripe A no ambiente religioso Por conta da grande incidência de pessoas contagiadas pela Gripe A (vírus H1N1), nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck reeditou as orientações para os fiéis evitarem o contágio no espaço religioso. O documento traz 11 orientações sobre como os padres, diáconos e lideranças leigas devem se portar em relação aos fiéis. O texto é uma adaptação das recomenda-

ções do Ministério da Saúde à realidade da Igreja Católica. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde do Estado, somente este ano 38 pessoas já morreram vítimas da Gripe A em Santa Catarina e, desde que o surto teve início em 2009, já foram 480 casos confirmados apenas no Estado. PÁGINA 08

Tema do Mês

Prioridade da Palavra Encontro, realizado no auditório da Catedral, reuniu músicos que atuam na animação litúrgica

Festival promove formação para músicos Encontro orientou para técnicas de composição e de como proceder no espaço litúrgico ou religioso. Outras duas formações serão realizadas ainda este ano “Compondo e Ministrando Música”, foi o tema do curso de formação realizado no dia 24 de junho, na Catedral. Promovido pelo Setor Juventude e o Jornal Missão Jovem, o evento faz parte dos preparativos para o Festi-

Irmãs Carmelitas dão “sim” à vida religiosa PÁGINA 05

Participe do Jornal da Arquidiocese

val de Música Jovem, que está realizando etapas comarcais e será finalizado com um evento arquidiocesano em 25 de novembro, no CEAR. A formação foi ministrada por Patrícia Lemes e Simone Medei-

Mutirão atende presos de Florianópolis

ros e contou com a presença de mais de 50 pessoas que atuam na animação litúrgica das celebrações. O evento teve ainda a presença do Pe. Paulo De Coppi Coppi, idealizador do Festival. PÁGINA 0 7 07

Missionários visitarão comunidades na Bahia

PÁGINA 09

PÁGINA 13

Vivemos hoje diante de uma diversidade de palavras, que formam, informam ou deformam nosso caráter. É preciso que nos perguntemos: qual palavra tem vez em nosso coração? Qual palavra está formando ou deformando nosso caráter? A Palavra de Deus é para muitos uma palavra dispersa entre palavras. É o palavrório do mundo, evidenciado nos discursos políticos, na publicidade, nas

Dom Wilson recebe do Papa o pálio arquiepiscopal PÁGINA 15

propostas do mercado, nas opiniões de todos sobre tudo, no noticiário etc. Pior é quando a Palavra de Deus se perde até mesmo dentro de nossas igrejas: no turbilhão de homenagens, gritos, estridências, opiniões, estrelismos, gestos e coisas enfiados nas celebrações, penduricalhos pretensamente litúrgicos, coisas que sufocam a Palavra de Deus. PÁGINA 04

Paróquia motiva trabalho com os surdos PÁGINA 16

P O R C A R TA

POR E-MAIL

PELO SITE

Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis

jornal@arquifln.org.br

www.arquifln.org.br


2

Opinião

Julho 2012

Palavra do Bispo

Dom Wilson TTadeu adeu Jönck

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

PLANO ARQUIDIOCESANO DE PASTORAL O processo de elaboração do Plano de Pastoral da Arquidiocese de Florianópolis está chegando aos momentos finais. Durante este primeiro semestre, as comunidades e os vários segmentos pastorais se reuniram para discutir e apresentar sugestões. Se o “Ver” e o “Julgar” já tinham uma boa formulação, as linhas do “Agir” começam a ser costuradas. Houve a participação de muita gente, e agora o secretariado de pastoral está montando o texto final que será apresentado para a aprovação na Assembleia de Pastoral no mês de agosto. A Igreja existe para evangelizar. Tudo na Igreja é organizado para que a Boa Nova chegue a todos os corações, para que,”tendo ouvido, creiam e, crendo, se salvem”. O Plano de Pastoral da Arquidiocese quer ser uma resposta eficaz de como viver a fé nas condições do

mundo de hoje em nossa Igreja Particular. Pretende dar indicações concretas, apresentar objetivos e métodos de trabalho, formar agentes para anunciar o Evangelho de tal forma que atinja o coração das pessoas,faça crescer as comunidades e incida positivamente sobre a sociedade e a cultura. O documento de Aparecida afirma que é preciso haver uma conversão pastoral pastoral. É preciso encontrar novas formas de anunciar o Evangelho de Cristo e, antes ainda, a pessoa de Jesus. É a iniciação cristã. É necessário superar a pastoral dos cursos, necessários sim, mas adotar o método do catecumenato. A iniciação cristã visa apresentar Cristo até mesmo para quem já recebeu os sacramentos da iniciação, mas não mantém mais vínculo, nem com Cristo, nem com a comunidade.

Palavra do Papa

Bento XVI

Comunhão com Cristo epátriaentre nós e espalharam a Boa Nova do

Com grande afeto no Senhor, saúdo a todos vós que estais reunidos no 50º Congresso Eucarístico Internacional em Dublin (...). O tema do Congresso – Comunhão com Cristo e entre nós – leva-nos a refletir sobre a Igreja como mistério de comunhão com o Senhor e com todos os membros do seu Corpo. Desde os primeiros tempos da Igreja, a noção de koinonía ou communio esteve no centro da compreensão que ela tem de si mesma, no centro da sua relação com Cristo, seu fundador, e dos sacramentos que celebra, sobretudo a Eucaristia (...). Pela nossa participação na Eucaristia, entramos em comunhão com Cristo e entre nós, de maneira visível, aqui na terra e recebemos também a promessa da vida eterna que virá. O Congresso realiza-se num período em que a Igreja se prepara, em todo o mundo, para celebrar o Ano da Fé, que assinalará o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, evento que lançou a mais extensa renovação que o Rito Romano já conheceu. Com base numa apreciação cada vez mais profunda das fontes da Liturgia, o Concílio promoveu a participação plena e activa dos fiéis no Sacrifício Eucarístico (...). A Irlanda foi plasmada, no nível mais profundo, por séculos e séculos de celebração da Santa Missa; e, pelo poder e a graça da Eucaristia, gerações de monges, mártires e missionários viveram heroicamente a fé na

amor e perdão de Deus muito para além das suas praias (...). Os vossos antepassados na Igreja da Irlanda souberam como lutar pela santidade e a coerência na vida pessoal, como proclamar a alegria que vem do Evangelho, como promover a importância de pertencer à Igreja universal em comunhão com a Sé de Pedro, e como transmitir às gerações seguintes o amor pela fé e as virtudes cristãs (...). Amados irmãos e irmãs, rezo para que o Congresso possa ser para cada um de vós uma frutuosa experiência espiritual de comunhão com Cristo e com a sua Igreja. Ao mesmo tempo, desejo convidar-vos a implorar comigo a bênção de Deus para o próximo Congresso Eucarístico Internacional, que terá lugar em 2016 na cidade de Cebu, nas Filipinas (...).

Pelo poder e a graça da Eucaristia, gerações de monges, mártires e missionários viveram heroicamente a fé na pátria e muito para além das suas praias”.

Bento XVI XVI, no encerramento do Congresso Eucarístico Internacional, em Dublin, Irlanda, domingo, 17-06

Outra característica da Igreja apresentada pelo documento de Aparecida é a missionariedade missionariedade. Diz o texto que é preciso passar de uma Igreja de manutenção para uma Igreja missionária. O centro da missionariedade consiste em ir até aqueles que não mais vêm até nós. Também estes têm o direito de conhecer Cristo e seu Evangelho. Como conseguirão fazer este caminho, se não há quem vá até eles? Quem descobre Cristo se deixa fascinar por Ele. Tem o desejo de se reunir com outros que fizeram a mesma experiência. Assim se constrói a comunidade. Descobrem a alegria de viver como irmãos e passam a viver uma vida de fraternidade, de solidariedade, de partilha, de perdão. Esta é a grande novidade do Evangelho para um mundo marcado pelo individualismo.

Opinião

É possível que as paróquias tenham assumido, ao longo do tempo, um modo de ser distante da vida das pessoas. O Documento de Aparecida propõe que a paróquia não seja apenas uma prestadora de serviços, uma repartição burocrática, uma administradora de sacramentos. Propõe também que se criem pequenas comunidades territoriais ou por interesses comuns em torno da palavra de Deus. Assim a paróquia se tornará sempre mais uma comunidade de comunidades. E sempre mais um lugar privilegiado para evangelizar. O plano de pastoral da arquidiocese terá a marca da conversão pastoral. Jesus Cristo é “o mesmo ontem,hoje e sempre”. O modo de anunciá-lo tem mudado através dos tempos. A busca de novos métodos para evangelizar é caminho de fidelidade.

O Plano de Pastoral da Arquidiocese terá, com a busca de novos métodos, a marca da conversão pastoral”.

Como você está participando do Plano de Pastoral? E o que espera dele?

Tenho uma grande expectativa em relação ao planejamento. Todos estão envolvidos e, a seu modo, contribuíram com as “pistas de ação”, pois acreditam que o planejamento vai reunir as forças da Igreja da Arquidiocese em torno dos mesmos objetivos. Planejamento muito bem elaborado, seguindo o método ver-julgar-agir. No “Ver”, nossa Igreja conheceu como está a realidade que a envolve. No “Agir”, depois do “Julgar”, foram apresentadas propostas de ação relacionadas aos três múnus: Palavra, Liturgia e Caridade, tudo

centrado nas cinco urgências da ação evangelizadora. Contamos com a graça iluminadora de Deus, com o desejo de deixar-nos agir, de ser simples operários de um Reino que não é nosso. O Plano certamente vai contribuir para um trabalho pastoral conjunto, na busca da comunhão.

Vivenciei a discussão do plano de pastoral arquidiocesano a partir da pesquisa de campo retratando o perfil atual de nossa Igreja. Discuti esse “Ver”, na última Assembléia Arquidiocesana. Ouvi, depois, a explanação de Pe. Vitor Feller do “Julgar”, e, por fim, na última reunião das “Forças Vivas”, em 16/06, participei da votação na “filtragem” das pistas que serão encaminhadas à próxima Assembléia. O Mo-

vimento Familiar Cristão, que represento, reuniu-se num domingo, estudou os subsídios, e encaminhou pistas do “Agir” às “Forças Vivas”. Estou otimista quanto ao sucesso desse trabalho, pois creio que o Plano de Pastoral, oriundo desse processo, será de enorme valia para direcionar ações evangelizadoras condizentes com a realidade de nossa Arquidiocese.

Como coordenador do CPP da minha paróquia, participo desde 2010 dos encontros arquidiocesanos para o Planejamento Pastoral. Tivemos a oportunidade de identificar a realidade, “o rosto”, de nossa Igreja, e agora, estamos sendo chamados a pensar e planejar a Igreja que Deus quer, e que precisa fazer-se viva e atuante no meio do mundo, entre nós. Seguindo as orientações oficiais da Coordenação de Pastoral, todos os membros do CPP receberam o livreto do Planejamento com o “VER” e o “JULGAR” e realizamos na Paróquia o período de leitura, reflexão e registro das sugestões. Espero que o Plano possa conter os grandes objetivos e as estratégias da ação evangelizadora, que farão de nós a verdadeiramente Igreja dos discípulos missionários de Jesus Cristo.

FFernando ernando TTristão ristão Coordenador Arquidiocesano do Movimento Familiar Cristão - MFC

Ricardo Marques Coordenador do CPP da Paróquia N.S. da Glória, em Florianópolis

Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis 4-4 799 Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 322 3224-4 4-4799 E-mail: jornal@arquifln.org.br - Site: www.arquifln.org.br 24 mil e plares mensais exx em emplares

Tânia R. Zimermann Meurer Coordenadora Arquidiocesana Apostolado da Oração

Dire orial: Dom Wilson Tadeu Jönck, Pe. João Francisco Dirett or: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Edit Editorial: Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Carlos Martendal, Felipe Candin - Jornalista R esponsáv el: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor esponsável: Coor.. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense


Jornal da Arquidiocese

Geral 3

Julho 2012

Frio não impediu fiéis no Corpus Christi Fiéis participaram da confecção dos tapetes e procissão de Corpus Christi na Catedral mesmo com o frio Foto JA

O frio de 11 graus, com sensação térmica que beirava a zero, e o vento sul cortante, não foram suficientes para impedir que centenas de pessoas acordassem bem cedo na manhã do dia 07 de junho. Munidos de serragem, areia, pétalas de rosa e vários outros apetrechos, crianças, jovens, adultos e idosos, se debruçaram no piso gelado da Praça XV para confeccionar os tapetes de Corpus Christi. Na Catedral de Florianópolis foram formadas 36 equipes de trabalho. Cada uma, encarregada de confeccionar um tapete e 11 metros de trilhos, que saiam das escadarias da Catedral e circundaram a Praça XV. No total, eram 560 metros de um caminho ricamente ornamentado. Tatiane TTramontin ramontin da Silv a Silva Nunes Nunes, 26 anos, era a responsável por uma das equipes. O dia mal havia clareado e ela já estava com um grupo de jovens a postos para iniciar a confecção. É uma herança de família, que ela leva adiante desde os 10 anos, quando entrou na Catequese, e não largou mais. “É um trabalho que realizamos por amor à Eucaristia e por ser um momento de integração e partilha com os irmãos dos diferentes grupos presentes na Igreja”, disse. O frio da tarde não foi diferente do da manhã. Para amenizar o sofrimento dos fiéis, a Celebração Eucarística, que habitualmente é realizada nas escadarias da Catedral, foi transferida para a igreja. O templo ficou repleto de fiéis, que buscavam a custo encontrar um espaço no seu interior. Toda a celebração foi

Formação para a Pastoral do Dízimo

Dom Wilson presidiu a procissão eucarística, acompanhado por padres e ministros, e por muitos fiéis que enfrentaram o frio e o vento animada pelo Coral Santa Cecília, reforçado pelos fiéis presentes. A Celebração foi presidida pelo anosso arcebispo Dom Wilson TTadeu Jönck Jönck. Após a Missa, Dom Wilson deu início à procissão, conduzindo o ostensório com o pão consagrado. À sua frente iam os padres e diáconos. Ao lado e atrás, centenas de fiéis. Os passos de Dom Wilson percorriam as ruas ricamente ornadas com os tapetes confeccionados para aquele fim. Em dois momentos durante o trajeto, nosso arcebispo parou para dar a bênção aos que o acompanhavam. A procissão foi encerrada com a bênção final, dessa vez nas escadarias. Pe. Siro Manoel de Oliveira Oliveira, pároco da Catedral, agradeceu a todos que de alguma forma tornaram esse momento mais uma vez tão especial.

De pai para filho

Márcio Santana Gomes Gomes, 50 anos, foi um dos que também colaborou na confecção dos tapetes. Com a experiência de quem há 43 anos realiza essa atividade, auxiliou no trabalho de três equipes. “É um momento em que nos congregamos, ajudamos um ao outro e mostramos a nossa devoção à sagrada Eucaristia”, disse. Ele lembra que desde a infância sua mãe guardava a borra de café durante o ano inteiro para que nessa data confeccionassem os tapetes. “Isso ajudava a tornar essa data tão especial”, disse. Hoje é ele que ensina a seus filhos o que aprendeu com sua mãe. Mais fotos no site da Arquiorg.br),, diocese (www.arquifln. org.br) clicar em “Álbum de fotos”.

Tríduo Bíblico reflete sobre a Animação Bíblica A Faculdade Católica de Santa Catarina - FACASC, através do Núcleo de Estudos Bíblicos, promoveu o Tríduo Bíblico sobre a Animação Bíblica da Pastoral – ABP. Realizado nos dias nos dias 04 a 06 de junho, o evento contou com a participação de todos os alunos, da maioria dos professores e de várias lideranças de comunidades eclesiais do Regional Sul IV. As reflexões foram orientadas por alguns representantes diocesanos que participaram do I Congresso Nacional de Animação Bíblica da Pastoral, na cidade de

Vai acontecer...

Goiânia, em outubro de 2011: Dom Jacinto Inácio Flach e Pe. Antônio Mendes (Diocese de Criciúma), Pe. Osmar Debatin (Diocese de Rio do Sul), Pe. Márcio Martins Rosa (Diocese de Caçador), Profª Sílvia Togneri e Ir. Marlene Bertoldi (Diocese de Florianópolis). Cada Conferência foi complementada pela intervenção de alguns professores da FACASC, provocando bons debates na assembleia. Na manhã do dia 06, com a apresença de Dom Wilson TTadeu Jönck Jönck, Arcebispo de Floria-

nópolis, a reflexão girou em torno da necessidade de promover a Animação Bíblica da Vida e da Pastoral em todas as comunidades. Dom Wilson lançou o desafio, especialmente aos seminaristas e padres, de participarem dos Grupos Bíblicos em Família e tornarem-se aprendizes e animadores da Palavra de Deus, caminhando junto com o povo como fez Jesus. As Conferências que serviram de base para as reflexões nesses dias estão disponíveis no site da www .f acasc.edu.br FACASC (www www.f .facasc.edu.br acasc.edu.br).

A Pastoral do Dízimo da Arquidiocese promoverá no dia 28 de julho, na Paróquia São Sebastião, em Tijucas, um encontro de formação bíblica e pastoral destinado a todos os agentes da Pastoral do Dízimo, padres e diáconos, e demais interessados. O evento contará com a assessoria do Ênio Filipin Filipin, membro da MEAC – Missionários

para a Evangelização e Animação de Comunidades, do Rio Grande do Sul. O objetivo do encontro é aprofundar o estudo sobre a dimensão bíblica do dízimo e dinamizar este trabalho nas paróquias a partir das Diretrizes da Arquidiocese. Mais informações, pelo fone (48) 3224-4799, com a Coordenação de Pastoral, ou pelo email jflaviol@gmail.com jflaviol@gmail.com.

Ovisa promove Assembleia Geral Dos dias 13 a 15 de julho, Brusque será sede da 19ª Assembleia Geral do OVISA – Orientação para Vivência Sacramental. O evento está sendo organizado pelo regional 6 (Brusque) da Ovisa. A expectativa é receber cerca de 200 casais do movimento, vindos do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraíba. Durante os três dias, os participantes viverão a festividade e unidade alegre e descontraída de famílias de diferentes realidades, mas que se unem num só objetivo: vivenciar o matrimônio de acordo com os sacramentos. O evento contará com a participação da fundadora da Ovisa, Nely Torres orres, de 84 anos. Também a presença do Bispo de Lins (SP), Dom Irineu Danelon Danelon, cofundador do movimento palestrando com o tema: “O Carisma, a Mística e a Missão do Ovisa segundo o Documento de Aparecida”; e com a presença do arce-

bispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, com a palestra: “A Eclesiologia do Documento de Aparecida”. O encerramento será no domingo, dia 15/07, no santuário Santa Paulina, na missa das 10 horas, cuja celebração será presidida por Dom Irineu Danelon. A Assembleia Geral do OVISA acontece a cada três anos e participam somente casais ovisistas e convidados. O evento é destinado apenas a casais ovisistas, mas os interessados em conhecer, podem participar fazendo inscrição pelo fone (47) 9146-7444 ou pelo email regional.6.sulbrusquesc@hotmail.com sc@hotmail.com. Mais informações sobre o Movimento no .o visa.org.br site www www.o .ovisa.org.br visa.org.br.

Vocações Femininas A Pastoral dos Coroinhas promove no dia 28 de julho, o Encontro Vocacional com as adolescentes e jovens, coroinhas e outras. Realizado pelo quarto ano consecutivo, o evento mais uma vez terá como sede o Provincialado das Irmãs da Divina Providência, em Florianópo-

lis, e tem como objetivo apresentar às jovens a vocação religiosa feminina. A cada ano, o encontro de formação reúne mais jovens interessadas em conhecer a vida das religiosas. Mais informações pelos fones (48) 32630979 e 9986-3339, ou pelo e.clea@gmail.com mail: ir ir.clea@gmail.com .clea@gmail.com.


4

Tema do Mês

A eficácia da Palavra

Não há evangelização sem anúncio da palavra, sem leitura e prática da Palavra. Como vimos no versículo acima, da carta aos Hebreus, trata-se de acreditar no próprio Deus que assegura a eficácia de sua Palavra: ela penetra em todos os ambientes, ela separa o bem do mal, ela discerne os pensamentos e as intenções dos corações, ela fortalece os ânimos, ela liberta e transforma. Cada um de nós foi educado pela palavra. Pais, professores, padres, catequistas, comunicadores, colaboraram, com a força de sua palavra, para a construção de nossa personalidade. O cristão se constrói, sobretudo, pela eficácia da Palavra de Deus. Ela faz acontecer o que proclama; não é somente fala, é também e sobretudo ação, gesto, movimento, dinamis-

Prioridade da Palavra Sem a Palavra encarnada, Jesus de Nazaré se torna personagem do passado. Divulgação/JA

“A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração” (Hb 4,12). Este versículo da Carta aos Hebreus é o fio condutor da animação bíblica da vida e da ação pastoral da Igreja no Brasil. Esta é uma das cinco urgências pastorais das atuais Diretrizes Básicas da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Fala-se muito, hoje, da crise da Igreja. Mas também da crise do mundo, das sociedades, das famílias, do casamento, da educação etc. Vivemos um período de crise permanente em todos os âmbitos da vida. Esta é uma boa ocasião para tomarmos decisões importantes em vista de mudança, de construção de novos valores e novos modos de viver. Ficando no campo da Igreja e da ação evangelizadora, é preciso que tomemos cada vez mais consciência de que o caminho para a nova evangelização passa pela Palavra. Essa Palavra de Deus sai da boca dos profetas, de Jesus de Nazaré e dos apóstolos e, hoje, dos pregadores do Evangelho. Ela não é palavra humana, mas Palavra de Deus. É por isso que o profeta Isaías diz que Deus tornou a sua boca como “uma espada afiada”, ou uma “uma seta penetrante” (Is 49,2). As imagens utilizadas aludem à força da Palavra de Deus, que penetra nos corações e que não pode ser detida.

Julho 2012

Jornal da Arquidiocese

tos obscuros da cruz, ele fala no mistério do seu silêncio” (VD 21). Na sua mensagem Silêncio e palavra: caminho de evangelização, para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, o mesmo papa atesta: “O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias”. Por isso ele nos sugere: “Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus”.

A Palavra na evangelização

mo. Ela penetra no coração do fiel e o transforma a partir de dentro em um novo ser humano, renovado em Cristo, a Palavra do Pai. Acontece, porém, que vivemos hoje diante de uma diversidade de palavras, que formam, informam ou deformam nosso caráter. É preciso que nos perguntemos a todo instante: qual palavra tem vez em nosso coração? Qual palavra está formando ou deformando nosso caráter? A Palavra de Deus é para muitos uma palavra dispersa entre palavras. É o palavrório do mundo, evidenciado nos discursos políticos, na publicidade, nas propostas do mercado, nas opiniões de todos sobre tudo, no noticiário etc. Pior é quando a Palavra de Deus se perde até mesmo dentro de nossas igrejas: no turbilhão de homenagens, gritos, estridências, opiniões, estrelismos, gestos e coisas enfiados nas celebrações, penduricalhos pretensamente litúrgicos, coisas que sufocam a Palavra de Deus. Num ambiente assim não há lugar para a simplicidade da Palavra. Deus humildemente se re-

O cristão se constrói, sobretudo, pela eficácia da Palavra de Deus. Ela faz acontecer o que proclama; não é somente fala, é também e sobretudo ação”.

tira. Ele nem ousa competir com nosso orgulho, ele não entra no nível de nossa mediocridade. Sua Palavra é simples e vulnerável, não se casa com a pretensa força humana. É a Palavra da cruz, forte na fraqueza, sábia na humilhação.

Silêncio, Palavra e Ação

Para ouvir a Palavra é preciso Silêncio. O Pai é o Silêncio eter-

no, no qual é gerada a Palavra eterna. De ambos vem a Ação eterna, que é o Espírito Santo. Angelus Silesius, místico alemão do século XVII, dizia: “Ninguém fala menos do que Deus, sem tempo e lugar: desde a eternidade pronuncia uma só Palavra”. Talvez tenhamos que aprender com Deus a falar menos, para pronunciarmos uma só Palavra, a Palavra de Deus! Sem o Silêncio do Pai não há a Palavra do Filho nem a Ação do Espírito Santo. O silêncio se alcança quando fazemos vazio interior, quando nos dispomos à contemplação, à escuta. Sem o silêncio, a Palavra se perde, se degenera. Em Jesus de Nazaré o Verbo se fez carne, a Palavra se fez ação e, por fim, a Palavra se fez silêncio na cruz. Na Exortação Apostólica Verbum Domini, o papa Bento XVI ensina: “Como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Onipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus. Nesses momen-

Fala-se muito hoje de nova evangelização. Este é o tema do Sínodo dos Bispos, a realizar-se no próximo mês de outubro. É bom lembrar que não há evangelização sem o anúncio explícito da Palavra, sem a sua leitura e prática, sem o silêncio para a sua escuta. Há, porém, em nossa Igreja atual muitas estruturas e instituições que não vêm da Palavra e não refletem a Palavra. Há muito devocionismo, sacramentalismo, moralismo, que não vêm da Palavra e nem a refletem. Para haver nova evangelização, considerando os três múnus de todo cristão – ensinar pela Palavra, santificar pelos Sacramentos e servir pela Caridade – é preciso dar prioridade à Palavra. É a Palavra que prepara e confirma os sacramentos; sem a Palavra, o sacramento vira magia, superstição. É a Palavra que leva à caridade e a justifica; sem a Palavra a caridade vira ação social, assistencialismo, ativismo. Sem a Palavra encarnada, Jesus de Nazaré se torna personagem do passado. Sem a Palavra, a Igreja vira uma simples agência de serviços. Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arq., Prof. de Teologia e Diretor da FACASC/ITESC Email: vigariogeral@arquifln.org.br


Jornal da Arquidiocese

Geral 5

Julho 2012

Pastoral forma equipes vocacionais Encontro intercomarcal teve como objetivo formar a Pastoral Vocacional nas paróquias da Arquidiocese Divulgação/JA

A Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Florianópolis promoveu, na tarde do dia 23 de junho, um encontro para lideranças. Realizado na Igreja Matriz da Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, na Ponte de Imaruim, Palhoça, o evento reuniu 25 lideranças que já atuam ou que pretendem atuar na Pastoral, representando as comarcas do Estreito, Ilha e São José. Assessorado pelo Pe. Vânio da Silva Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional, durante o encontro os participantes refletiram sobre como formar uma equipe vocacional paroquial, a mensagem do Papa para o 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações e a preparação para o mês vocacional. Este foi o segundo ano que a Pastoral promoveu o encontro. O objetivo principal é formar equipes paroquiais de Pastoral Vocacional. “As pessoas que participaram, vieram com disposição e interesse. Vemos que a cada ano o

Canto e Música Litúrgica

Realizado na Paróquia São Judas Tadeu, em Palhoça, encontro reuniu 25 lideranças que representaram as comarcas da Ilha, Estreito e São José trabalho está evoluindo e novas equipes vocacionais estão surgindo”, disse Pe. Vânio. Segundo ele, das oito comarcas da Arquidiocese, sete estiveram representadas nas formações. Os outros dois encontros foram

realizados no dia 21 de abril, na Paróquia São Luiz Gonzaga, em Brusque, com representantes das Comarcas de Brusque e Itajaí; e no dia 12 de maio, no Santuário de Santa Paulina, com as Comarcas de Tijucas e Brusque.

Saúde é qualidade de vida O Regional Sul IV da CNBB promoveu nos dias 19 e 20 de junho o Encontro Regional da Pastoral da Saúde. Realizado na Casa de

Vai acontecer...

Retiros Vila Fátima, em Florianópolis, o encontro reuniu 20 participantes, representando a coordenação de oito dioceses do EsDivulgação/JA

Encontro Regional teve a presença de representantes de oito dioceses

tado. O evento contou com a presença de nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Políticas Públicas, Sistema Único de Saúde (SUS) e voto consciente foram temas norteadores do evento, tratados em conferência, debates e propostas de ação a ser levadas a efeito nos grupos de base. A qualidade de vida é um dos conceitos fundamentais da Pastoral da Saúde. É preciso renovar o entusiasmo e a esperança de que a saúde, geradora da qualidade de VIDA, se difunda sobre a terra. É isso que impele os membros da Pastoral da Saúde a cultivar sua mística, reunir-se, rezar, refletir, estudar, dialogar, avaliar e planejar ações concretas e somá-las às demais pastorais e movimentos da Igreja.

A Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC, promove o curso de extensão em Canto e Música Litúrgica. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 15 de julho de 2012. O curso é destinado a cantores, salmistas, instrumentistas, regentes, coralistas e demais participantes tanto do Ministério de Música quanto de Equipes de Liturgia atuantes nas comunidades cristãs. As aulas serão realizadas na FACASC. O curso acontecerá to-

das as segundas-feiras, na FACASC, das 19h30 às 22h00, nos meses de agosto a novembro de 2012. As disciplinas serão ministradas por professores da instituição e por professores convidados. Inscrições e informações pelo fone (48) 3234-0400, com Mariana, ou pelos e-mails recepcionista@it esc.org.br recepcionista@itesc.org.br esc.org.br, extensao@itesc.org.br e f acasc@f acasc.edu.br acasc@facasc.edu.br acasc.edu.br, ou ainda pelo site www. facasc.edu.br

Irmãs Camelitas dão sim definitivo à vida religiosa Duas jovens farão no dia 15 de julho os votos solenes, dando o seu sim definitivo à vida religiosa. A celebração será realizada no Carmelo Santa Teresa, em Cabeçudas, Itajaí, e será presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, às 9h. Ir. Verônica Maria da Sagrada face (Fabiana Dal Pozzo), 27 anos, é caçula de quatro irmãs. Começou a ter uma maior vivência na Igreja graças à sua madrinha e a uma amiga. Cantava no coral, participava do grupo de oração e do grupo de jovens. Aos 15 anos sentiu o chamado para a vida religiosa. Teve experiência com outra congregação, mas em 2004 conheceu o Carmelo Cristo Redentor e se apaixonou. No mesmo ano ingressou e desde então iniciou a sua preparação para este momento solene. Ir. Lúcia Maria da Santíssima

Trindade (Monike Pereira Santo), 26 anos, desde pequenina visita o Carmelo com o seu pai, que ia buscar escapulários. Certa vez, quando estava com 16 anos, viu uma jovem vocacionada que se preparava para ingressar no Carmelo e isso a comoveu muito, nascendo em seu coração uma reflexão interior. Entretanto, não compreendia o chamado do Senhor. Após algumas experiências e acontecimentos em sua vida, ela compreendeu a sua vocação. Com determinação, entusiasmo e muita alegria ingressou no Carmelo em 2005. O Carmelo está localizado na Rua Benjamin Constant, 425, em Cabeçudas, Itajaí. Mais informações pelo fone (47) 3348-7343 ou pelo e-mail: carmelosantateresa@ y ahoo.com.br ahoo.com.br.


6

Bíblia

Julho 2012

Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (50)

Salmos 69 (68): Angústia e Esperança Divulgação/JA

À semelhança do Sl 22 (“Meu Deus, por que me abandonaste?”), o qual começa com uma queixa dramática e termina com a certeza da libertação e da vitória, também este salmo tem início com uma situação desesperadora, que impele ao grito inicial de socorro (v.2), mas conclui com uma promessa de agradecimento que ultrapassa o nível individual e se expande até o louvor “do céu e da terra” (vv. 31-35).

Atolado no lodo

2. Salva-me, ó Deus, pois a água sobe até o pescoço. 3. Estou atolado no lodo profundo, onde não posso ficar de pé; / caí nas águas profun-das e as ondas me arrastam. 4. Cansei-me de gritar, minha voz ficou rouca, / meus olhos se consomem de esperar pelo meu Deus. 5. Os que me odeiam sem motivo são mais numerosos que os meus cabelos; / são poderosos os que querem me arruinar, perseguindo-me sem razão; / o que não tirei, tenho eu de restituir? Este início do salmo remete-nos ao cap. 38 do livro de Jeremias, à cena em que o profeta é abandonado por seus inimigos dentro de uma cisterna vazia, sentindo afundar-se no lodo (Jr 38,6). Verbalizando a angústia, o lodo transforma-se em água que chega “até o pescoço” (v.2) e se movimenta em “ondas que arrastam” (v.3). Várias circuns-tâncias, descritas pelo salmista a seguir, coincidem com as do profeta: o ódio sofrido “sem motivo” (v.5, citado por Jo 15,2425 em relação a Jesus), a multidão dos inimigos, “mais numerosos que os cabelos” (v.5), as acusações gratuitas , as perseguições (v.5).

Por tua causa

6. Ó Deus, tu conheces minha ignorância, / e meus pecados não te estão ocultos. 7. Não sejam envergonhados por minha causa os que esperam em ti, Senhor, Senhor dos exércitos; / não se envergonhem de mim os que te buscam, Deus de Israel. 8. Pois por tua causa padeci insultos, / a ignomínia cobriu-me o rosto. 9. Tornei-me um estranho para meus irmãos, / um estrangeiro para os filhos de minha mãe. 10. Pois o zelo por tua casa me devora, / os insultos dos que te insultam caíram sobre mim. Logo depois de um reconhecimento da sua “ignorância” e dos seus pecados (v.6), os do próprio

nos vv. 8-13. Concretamente, de que “afronta” se trata? Seria a calúnia mortal, mencionada no v. 5? No entanto, além da “afronta” dos inimigos, o salmista se queixa do abandono dos amigos, sofrido também por Jesus no jardim das Oliveiras: “Não pudestes vigiar ao menos uma hora comigo?” (Mt 26,40). Além do abandono, ainda a hostilidade perversa do fel e do vinagre (v.22), que encontramos igualmente na Paixão do Senhor (cf Mt 27,34.48). O evangelista João fala da sede de Jesus em termos de “cumprimento da Escritura” (Jo 19,28).

Imprecação

salmista, a preocupação com aqueles que poderiam “escandalizar-se com os seus sofrimentos” (v.7), caso ele mesmo, o orante, não seja salvo. Pois é “pela causa” do Senhor que ele está padecendo, “devorado pelo zelo da sua Casa”, isto é, do seu Templo (cf Jo 2,17 em relação a Jesus). Mais: ele está sendo um anteparo da Santidade divina, quando atingido “pelos insultos dos que te insultam” (cf Rm 15,3 também referido a Jesus).

Zombam de mim

11. Se me mortifico com o jejum, eles zombam de mim. 12. Se me visto com traje de luto, sou alvo de sarcasmo. 13. Falam mal de mim os que se sentam à porta da cidade, / e os que bebem vinho cantarolam escárnios contra mim. O verdadeiro profeta não vem para agradar. Sabe que corre o risco de ser ridicularizado em qualquer posição que tome. Foi o que observou o Senhor Jesus a respeito dos contemporâneos, seus e de João Batista: “São como crianças nas praças...” (Mt 11,16-19) Assim mesmo, sua sensibilidade humana reclama dos ultrajes recebidos.

Tira-me do lodo!

14. Mas minha prece suba a ti, Senhor, no tempo favorável. / Atende-me segundo tua grande bondade, / com tua fidelidade que salva. 15. Tira-me do lodo, para que não me afunde, / que eu seja livre dos que me odeiam e da água profunda. 16. Que a correnteza não me arraste, / que o pântano não me devore, / e o abismo não feche a boca sobre mim. Voltando-se novamente para o Senhor, o salmista lembra-lhe o “tempo favorável” de atendê-lo – tempo que, afinal, é de Deus, não nosso – e apela para os mais belos atributos divinos: sua “bondade” e

“fidelidade”, revelados a Moisés em Ex 34,6. E de repente retorna para a situação desesperadora do início do salmo: o lodo, a água profunda, a correnteza, o abismo, com pedidos cada vez mais insistentes. Inclusive para que o Senhor o liberte “da boca do abismo”, que ameaça fechar-se sobre o profeta.

Resgata-me!

17. Ouve-me, Senhor, pois tua bondade é benigna; / por tua imensa misericórdia olha para mim. 18. Não escondas de teu servo a tua face, / pois estou em perigo, depressa, atende-me! 19. Chega perto de minha alma, defende-a; / resgata-me dos meus inimigos. Depois de recordar mais uma vez as características divinas da bondade e da misericórdia, o salmista multiplica os pedidos com sempre novas motivações, insistindo em que Deus “não se esconda”, “chegue perto”, “defenda-o dos inimigos”, e isso “depressa”. Quanto ao “resgatar”, ou “redimir”, é o verbo que se liga ao dever do parente mais próximo em relação à pessoa necessitada, p. ex. comprando de volta suas terras ou sua liberdade (cf Lv 25,25.48). Aqui, o orante quer lembrar a Deus, seu aliado, desse seu “dever”.

A afronta que parte o coração

20. Conheces a afronta, a vergonha e a desonra que padeço. / Na tua presença estão todos os que me afligem. 21. A afronta deles partiu meu coração e eu vacilo. / Esperei em vão quem tivesse pena de mim, / procurei quem me consolasse, mas não encontrei. 22. Na minha comida puseram fel; / na minha sede, deram-me vinagre. Há poucas feridas tão profundas como as que se expressam com as palavras afronta, vergonha, desonra, já aludidas pelo salmista

23. Que a sua mesa seja um laço para eles, / e o banquete deles, uma armadilha. 24. Que seus olhos fiquem escuros e não enxerguem; / e que seus rins fiquem sempre ardendo. 25. Derrama sobre eles tua ira, / e o furor da tua cólera os persiga. 26. Que a morada deles fique deserta, / não haja quem more em suas tendas. 27. Pois perseguiram a quem tu feriste, / aumentando a dor de quem tu provaste. 28. À culpa deles junta mais culpa, / e diante de ti não sejam declarados justos. 29. Sejam riscados do livro dos vivos / e entre os justos não sejam inscritos. De repente, em borbotões, explode a “imprecação”, ou seja, “maldição”, contra os perseguidores (cf v. 27). Brotando da dignidade ferida e do clamor pela justiça, não pela “justiça das próprias mãos”, a vingança pessoal, mas pela justiça retributiva de Deus, a imprecação se volta contra “a mesa, os olhos, os rins, a morada, a tenda”, dos inimigos. Até contra um possível perdão divino (v.28). Como contrasta com essa imprecação a súplica de Jesus em favor dos que o estavam torturando e matando: “Pai, perdoalhes, não sabem o que fazem!” (Lc 23,34) Isto, em coerência com o seu constante ensinamento de perdão e misericórdia, expresso com tanta clareza no sermão da Montanha: “Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem! (Mt 5,44)

E eu louvarei

30. Quanto a mim, pobre e dolorido, / o teu auxílio, ó Deus, me proteja. 31. E eu louvarei com um cântico o nome de Deus / e o exaltarei com ações de graças. 32. Isto agradará ao Senhor mais do que um touro, / mais que um novilho com chifres e cascos. Tendo conseguido desabafar

diante do Senhor, verbalizando os vários detalhes da sua angústia, o salmista, declarando-se “pobre e dolorido”, faz ainda um pedido humilde de proteção. E expressa enfim a certeza de ser atendido, prometendo louvar e agradecer, consciente de que isto agrada mais a Deus que o sacrifício dispendioso de “touros e novilhos” (v. 32, cf Sl 50,13-14).

Humildes, alegrai-vos

33. Olhai, humildes, e alegrai-vos! / Vós, que buscais a Deus, vosso coração reviva! 34. Pois o Senhor atende os pobres, / e não despreza os seus cativos. 35. Que o louvem o céu e a terra, / os mares e tudo o que neles se move. Reconfortado, o salmista agora expande seu louvor pessoal. Convida os “humildes” a se alegrarem (v.33) e declara o motivo, a partir da sua própria experiência: “pois o Senhor atende os pobres e não despreza os cativos!” Notar, porém, que essa ação “do Senhor” não dispensa a nossa: é através de nós que Ele quer “atender os pobres” e “dar atenção a seus presos”.

Deus salvará Sião

36. Pois Deus salvará Sião / e reedificará as cidades de Judá; / habitarão lá e a possuirão. 37. E a descendência de seus servos a herdará, / e nela habitarão os que amam o seu nome. O salmo poderia ter terminado no v. 35. Estes dois últimos versículos alargam o horizonte individual para o coletivo, no contexto histórico talvez do Exílio, expressando a esperança da restauração de Jerusalém e das cidades de Judá. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia de SC - FACASC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Verifique as semelhanças, e as diferenças, entre este salmo e o Sl 22. 2) Como o salmista descreve sua situação aflitiva, seus sentimentos? 3) Destaque alguns dos motivos que fazem sofrer o salmista, e os argumentos a seu favor. 4) Como conciliar, com o ensino e a prática de Jesus, a “imprecação” violenta dos vv. 23-29?5) De que modo o Senhor “atende os pobres” e “não despreza os seus cativos”?


Jornal da Arquidiocese

Juventude 7

Julho 2012

Músicos participam de curso de formação Encontro orientou para técnicas de composição e de como proceder no espaço litúrgico ou religioso O Setor Juventude e o Jornal Missão Jovem promoveram na tarde do dia 24 de junho, no auditório da Catedral, o curso de formação “Compondo e Ministrando Música”. O evento faz parte dos preparativos para o Festival de Música Jovem, que está realizando etapas comarcais e será finalizado com um evento arquidiocesano em 25 de novembro, no CEAR. Evento contou com a presença do Pe. Paulo De Coppi Coppi, criador do evento, que agora está na Diocese de Santo Amaro, em São Paulo. Ministrado pelas musicistas Patrícia Lemes e Simone Me Me-deiros deiros, os mais de 50 participantes tiveram noções básicas de teoria musical para compor (letra, melodia, campo harmônico), de técnica vocal, e de como proceder no espaço litúrgico ou religioso. Patrícia Lemes, formada em

música, abordou questões técnicas de harmonia e voz para composição, e percepção musical. Segundo ela, a Igreja tem muitas pessoas que auxiliam na animação litúrgica, mas falta formação. “Muitas pessoas aprendem a tocar e fazem isso com boa vontade e até bem, mas falta oportunidade de se aperfeiçoarem”, disse. Simone Medeiros é cantora e tem um CD gravado com composições próprias. Ela apresentou a palestra “Ministrando a Música”, em que falou sobre o gestual, roupa, estética e as formas de ministração da música. “Cantar na Igreja é diferente de fazer um show. O centro não é o músico, mas a liturgia”, disse. Há dez anos, Rafael Wagner da Rosa começou a atuar na animação litúrgica da Paróquia NSra. Aparecida, na Procasa, São José. Ele aprendeu a tocar violão com

Formação reuniu mais de 50 músicos da Arquidiocese e foi ministrado pelas musicistas Patrícia Lemes e Simone Medeiros (foto) amigos do grupo de jovens. Ele reconhece a falta de formação nessa área. “Não basta saber algumas notas musicais, temos que nos aperfeiçoar. E isso falta bastante”, disse. Segundo ele, há um curso

de formação litúrgica musical em São José, do qual participa. eresinha de Segundo Olga TTeresinha Oliveira Oliveira, membro da equipe de coordenação do Festival de Música Jovem, essa é a primeira de

outras duas etapas de formação que ainda serão realizadas antes da realização do evento. As datas e locais ainda não estão definidos, mas serão em diferentes regiões da Arquidiocese. “Isso vai possibilitar que mais pessoas participem”, disse. Ela informou que cinco comarcas já estão organizadas para a realização das etapas comarcais do Festival. Nas outras três, a equipe de coordenação está auxiliando na organização. As etapas comarcais serão realizadas de setembro a outubro. As bandas classificadas participam da final no dia 25 de novembro no CEAR. As inscrições para os participantes do Festival já estão abertas. Elas podem ser feitas no site: www. festivaldemusicajovem.blogspot. com com, ou no site da Arquidiocese, www .ar q uifln.org.br .arq uifln.org.br. www.ar

A Pastoral da Juventude da Paróquia São Joaquim, em Garopaba, promoveu no dia 16 de junho, sábado, as “Missões Jovens”. Cerca de 50 jovens da paróquia visitaram quatro comunidades com o objetivo de levar até elas, especialmente aos outros jovens, a palavra da Evangelização. Nas visitas, os jovens refletiram sobre a passagem bíblica Uma parte dos jovens, liderados pelo Diácono Marcos Decker, “Ide, pois, e fazei dis- realizaram as missões visitando as residências das comunidades cípulos meus todos os povos” (Mt 28,19). Também deram a com o depoimento da sua experiência nas bênção nas casas, e explicaram a impor- missões. “Missão é mais que um desafio, tância da Jornada Mundial da Juventude, é atender a um pedido do próprio Jesus”, Paz, secretário que será realizada em 2013, no Rio de disse Daniel Machado Paz Janeiro. Antes da realização do evento, os Paroquial da Juventude. Para Pe. Alceoni, as Missões Jovens jovens participaram de um dia de motivação missionária com o Conselho Missio- foram uma graça para a Paróquia. “Com certeza, a ação desta Missão perdurará nário Paroquial. A missa de encerramento foi na Igreja nos corações das pessoas visitadas e de Matriz, às 16h, do dia 17 de junho, presidi- suas famílias. Deus seja louvado pelos da pelo pároco Pe. Alceoni Berken- jovens que abraçaram esta causa tão bela brock brock. A Celebração Eucarística contou que é ser discípulo missionário de Jesus”, com a participação dos jovens na liturgia e afirmou.

Divulgação/JA

Missões Jovens em Garopaba Pastoral da Juventude realiza Pós-Missões Jovens Nos dias 16 e 17 de junho, na Paróquia de todas as pessoas que participaram desNossa Senhora da Imaculada Conceição, te momento inesquecível”, completou. Daniel Casas nos municípios de Angelina e Rancho QueiCasas, um dos coordenadores, mado, a Pastoral da Juventude da Arqui- acredita que a grande missão continua agodiocese realizou as pós-missões jovens, ra em cada uma das comunidades. “De encerrando o processo iniciado em 2011, modo geral criamos boas perspectivas na quando aconteceu a pré-missão e também continuidade do trabalho de evangelização as Missões Jovens, que reuniram mais de da juventude e na animação da vida comu170 jovens na sua realização. nitária”, acredita. Na pós-missão, os jovens líderes missioA Pastoral da Juventude irá continuar o nários/as voltaram às localidades da paró- trabalho de acompanhamento à juventuquia em que estiveram no ano passado, onde de, através de formações e encontros para conversaram com as lideranças, reuniram a os jovens de toda a paróquia. Divulgação/JA comunidade e os jovens, além de participarem das celebrações comunitárias. Os jovens hospedaram-se em casas de família, onde foram recebidos com muito carinho. Para Regina Schappo Schappo, liderança da comunidade Nossa Senhora das Dores no Garcia, todo o processo das pré-missões, missões e pós-missões jovens na Paróquia foi uma bênção. “É um sonho que se tornou re- Jovens visitaram as comunidades onde realizaram as alidade no coração e na vida Missões em 2011. Intenção é formar grupo articulados


8

Geral

Julho 2012

Jornal da Arquidiocese

Prevenção à Gripe A nas paróquias Por conta da incidência do vírus, Igreja orienta como os fiéis devem se portar no espaço religioso Em função do número de casos de pessoas vitimadas pela “Gripe A” (H1N1), o arcebispo de aFlorianópolis, Dom Wilson TTadeu Jönck Jönck, decidiu reeditar as orientações que contribuem para os fiéis evitarem o contágio no espaço religioso. O documento traz 11 orientações de como os padres, diáconos e lideranças leigas devem se portar em relação aos fiéis. O texto é uma adaptação das recomendações do Ministério da Saúde à realidade da Igreja Católica. No texto, Dom Wilson ainda orienta quanto a se comportar diante dessa situação. “Sabemos que, em momentos como este, o pânico é um comportamento prejudicial e ineficaz. Não se pode, por outro lado, deixar de tomar medidas que,

embora simples, são de grande eficácia para impedir a difusão de um vírus como o H1N1”, informou o arcebispo. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde do Estado, somente este ano pelo menos 38 pessoas já morreram vítimas da Gripe A em Santa Catarina. Desde que o surto teve início em 2009, o Estado já contabilizou 480 casos de infecção por Gripe A confirmados em laboratório. As orientações haviam sido publicadas em agosto de 2009, quando houve o primeiro surto do vírus. Na época, vários eventos religiosos em Santa Catarina, que envolviam grande número de fiéis, foram adiados ou até mesmo cancelados em função da possibilidade do contágio.

Orientações para evitar o contágio pela gripe 1º) aproveitar as reuniões, os encontros e outros contatos com paroquianos, a fim de esclarecê-los sobre as medidas preventivas indicadas pelas autoridades competentes para se evitar o contágio com a doença e, se for o caso, para se verificar o modo de tratá-la (cf. www.saude.gov.br);

7º) evitar a distribuição da sagrada Comunhão sob as duas espécies;

2º) manter os ambientes da igreja (salões paroquiais e salas de reuniões) sempre bem arejados;

9º) mais do que nunca, os Ministros devem observar a norma de lavar as mãos antes e depois da distribuição da sagrada Comunhão;

3º) desativar a pia de Água Benta na entrada das igrejas; 4º) evitar apertos de mão dos Ministros da Acolhida, na entrada do povo para as celebrações; 5º) nas celebrações, evitar tanto o gesto de dar as mãos durante a oração do Pai Nosso, como a saudação da Paz; 6º) a sagrada Comunhão deve ser distribuída nas mãos dos comungantes;

8º) Ministros da Comunhão que estiverem gripados ou resfriados não devem auxiliar na distribuição da Sagrada Comunhão, enquanto se encontrarem doentes;

10º) colaborar com a difusão de cartazes, folders e folhetos orientativos sobre os cuidados essenciais com a saúde e de prevenção contra a nova gripe e expô-los de forma visível, em locais de circulação dos fiéis; 11°) recomendar aos paroquianos que estiverem gripados ou resfriados que evitem participar das reuniões promovidas pelas pastorais paroquiais, até que estejam curados da doença.

Palhoça promove retiro para casais em segunda união Encontro realizado pela quinta vez busca conscientizar casais do que podem realizar na Igreja

Encontro Regional da Pastoral Familiar A Pastoral Familiar da CNBB - Regional Sul IV (SC) promoveu, nos dias 01 a 03 de junho, um encontro de formação e reunião do Conselho Regional da Pastoral. Realizado no Morro da Fumaça, na diocese de Criciúma, o evento reuniu representantes de nove dioceses do Estado. Foram apresentadas as Metas de Ação para 2012 a 2015. Entre elas: a) Investimento na Formação e preparação dos agentes de Pastoral Familiar; b) Im-

plantação e Assessoria da Pastoral Familiar nas Paróquias; c) Organização do Setor Família e vida no Regional, integrando pastorais, organismos e serviços. Com assessoria do casal Formador do Regional Sul I, André e Rita, os trabalhos de grupo foram de grande proveito para os participantes de nossa Arquidiocese: Diácono Roberto Costa, da Comarca da Ilha e o casal Nestor e Vilma Fetter, coordenadores da Pastoral Familiar na Arquidiocese. Divulgação/JA

Encontro reuniu representantes de nove dioceses do Regional

A Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, acolheu nos dias 09 e 10 de abril mais um retiro para casais em segunda união. Promovido pelo setor Casos Especiais da Pastoral Familiar, o retiro acolheu 23 casais em segunda união da Comarca de São José e de Santo Amaro. E envolveu outras 160 pessoas, entre ex-retirantes e muitos jovens, filhos dos ex e atuais. O evento foi assessorado pelo Pe. Roberto Aripe (Padre Chiru), da diocese de São Leopoldo, RS, e sua equipe. Ele é o criador da metodologia “O Senhor é o meu Pastor”, que orienta os casais em segunda união. Pe. Francisco Rohling, o pároco, ministrou a palestra “Maravilhoso plano do Pai”, em que falou que os casais em segunda união são também filhos amados e que a salvação é também para eles. Mas que a espiritualidade deles vai na linha da vivência da palavra, da oração e da caridade, não sacramental. “Dentro do trabalho evangelizador da Igreja, são convidados a participar da caridade social, em especial dos Grupos Bíblicos em Família”, disse Pe. Chico.

Retiro reuniu mais de 200 pessoas, entre equipe de trabalho e participantes

Mudança de vida

Segundo Roseli Gorges da Silva, o retiro mudou a sua vida. Ela participou com o seu esposo, Silvério. É liderança na comunidade: coordena um GBF e é vice-coordenadora do CPC. Mas sempre se sentiu receosa em seu trabalho. Ela é viúva, mas seu marido é separado. “A Igreja sempre me acolheu, mas algumas pessoas criticavam minha situação. Agora sei o que posso ou não fazer e me sinto confiante para a minha ação pastoral”, disse. Esta foi a quinta vez que o evento foi realizado em Palhoça. Segundo Neuzeli Wisentainer Wisentainer, que

com seu esposo, Vicente, coordenam o setor Casos Especiais na paróquia, a participação foi muito boa. “A maioria dos casais já participa da vida da igreja, e com o encontro tiveram souberam que podem fazer muito mais”, disse. Ela acredita que, a partir do retiro, a Igreja ganhará 23 novas lideranças. A partir de agora, os casais continuarão se encontrando mensalmente. Serão encontros de formação e partilha, em que eles poderão falar sobre o que aprenderam no retiro, de que forma estão aplicando e como isso está mudando a vida do casal.


Jornal da Arquidiocese

Geral 9

Julho 2012

Mutirão atende presos de Florianópolis Parceria entre a Pastoral Carcerária e OAB vai atender mais de 200 presos e presas de Florianópolis Foto JA

A Pastoral Carcerária, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil, através do OAB Cidadã, e outras entidades associadas, está promovendo o Mutirão Multidisciplinar Multidisciplinar, com os privados de liberdade do presídio masculino e feminino de Florianópolis. O evento teve início no dia 12 de junho e deve ir até 27 de julho. Durante toda a semana, de segunda a sábado, voluntários oferecem os mais variados serviços aos encarcerados. Há corte de cabelo, confecção de documentos, conversas motivacionais, palestras, orientações de saúde (doenças sexualmente transmissíveis e infecto contagiosas), e atendimento jurídico. O levantamento para a realização do serviço foi realizado pela Pastoral Carcerária, através do serviço de assistência social que realiza há quatros anos com os encarcerados em Florianópolis. “Esses atendimentos são importantes pela valorização da auto estima, da cidadania e da efetivação dos direitos dos encarcerados e encarceradas”, disse Taise Zano tt o , assistente sociZanott tto al da Pastoral. Um grupo de advogados voluntários está analisando os processos dos presos provisórios das cinco alas do presídio masculino,

Você está participando?

Nos meses de junho e julho, mais de 200 presos e presas do presídio de Florianópolis receberão atendimento pelo Mutirão Multidisciplinar e de todas as presas do presídio feminino. No total serão 130 presos do masculino e 119 do feminino, que podem ser atendidos. Mas o atendimento é espontâneo. Só o recebe quem quer. Os atendimentos são realizados sempre nas sextas-feiras e sábados pela manhã. Durante o atendimento, os advogados verificam os processos, têm uma conversa com o preso e depois vão ao Fórum para fazer uma consulta processual. Após 15 dias, eles retornam para uma nova conversa com o preso. “Caso já

tenham advogado, apenas se passa a informação do andamento do processo. Se não tiverem, o juiz pode designar o advogado que o atendeu pela defensoria dativa”, aula TTra ra visani disse Ana P Paula ravisani visani, coordenadora do projeto. Essa é a segunda vez que o Mutirão é realizado. A primeira foi em 2010 e atendeu apenas as 120 presas do presídio feminino. “A intenção é já na próxima vez estender o atendimento também aos presos com condenação”, disse Júlio dos Santos Neto Neto, coordenador do OAB Cidadã.

Retiro para coordenadores de Catequese A Pastoral Catequética da Arquidiocese promoveu, dos dias 1º a 3 de junho, retiro para catequistas coordenadores de comunidade. Realizado na Casa Padre Dehon, em Brusque, o evento reuniu mais de 80 participantes, representando as paróquias da Arquidiocese.

Planejamento Arquidiocesano de Pastoral

Durante o retiro, os/as catequistas contaram com a assessoria do Pe. Vanildo de Paiva Paiva, membro da equipe nacional de Catequese. Durante os três dias, o assessor levou os participantes a realizarem a leitura orante da Bíblia. Suas reflexões foram divididas em cinco meditações a par-

Arquivo/JA

Divulgação/JA

Realizado na Casa Pe. Dehon, em Brusque, retiro reuniu 80 participantes

tir dos textos bíblicos de João. Após cada um deles, os participantes eram convidados a meditar sozinhos ou em grupos. Na avaliação da Irmã Marlene Bertoldi Bertoldi, coordenadora arquidiocesana da Pastoral Cate-quética, o retiro ajudou os participantes a fazer uma profunda experiência com Jesus, a valorizar o uso da Biblia para meditar, rezar e encontrar os valores, para o sustento de uma vida espiritual em meio à realidade descente de nossa sociedade. “A leitura Orante nos permitiu um confronto entre a fé e a vida, tornando oração as lutas e as conquistas, os sofrimentos e as alegrias,as sombras e as luzes diárias, as incoerências e o esforço de bem cumprir a missão”, disse.

Por ocasião do Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965, a Igreja do Brasil convocou os bispos e suas respectivas dioceses para planejar a pastoral. Esta proposta se concretizou através dos Planos de Pastoral de Emergência, logo após a realização do Concílio. O objetivo principal era acolher e implantar as propostas pastorais do Concílio nas Dioceses. Ao longo desses cinquenta anos, a Arquidiocese de Florianópolis elaborou diversos Planos de Pastoral Pastoral, com o intuito de responder aos apelos conciliares e aos desafios pastorais de cada época. O método verjulgar-agir serviu como instrumento de trabalho no processo de planejamento pastoral. Nas últimas décadas, porém, as Dioceses do Brasil, também a nossa, não elaboraram mais planos de pastoral e sim “Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora”. Mas, tendo em vista a retomada dos documentos do Concílio Vaticano II e as conclusões da Conferência de Aparecida (2007), nossa Arquidiocese decidiu, na Assembleia de Pastoral de 2009, fazer novamente um processo de planejamento e elaborar um Plano de Pastoral. Sempre, é claro, sob a inspiração das Diretrizes Gerais da CNBB. O processo de planejamento iniciou-se em 2010 com a etapa do “ver” a realidade, através das pesquisas realizadas pelo Instituto MAPA, dos questionários feitos com os padres, diáconos, lideranças leigas, católicos participantes

Lideranças participam de votação da Assembleia de 2009

nas comunidades, católicos afastados, e pessoas que deixaram a Igreja Católica. A segunda etapa, o “julgar” a realidade, a partir dos valores da Palavra de Deus e dos documentos da Igreja, aconteceu durante o segundo semestre do ano de 2011 e o início de 2012. Nos últimos meses, com a participação das paróquias, das pastorais, movimentos, serviços, organismos e demais forças vivas, estamos realizando a terceira etapa do planejamento, que consiste em elaborar as propostas de ação para transformar a realidade. O processo de planejamento vai culminar com a realização da Assembleia Arquidiocesana de Pastoral nos dias 24 e 25 de agosto de 2012, quando deveremos aprovar o Plano de Pastoral da Arquidiocese para os próximos anos. Você participou desse trabalho? Se a resposta for sim, a nossa gratidão pela colaboração. Se a resposta for não, fica o convite para você participar. Procure conversar com as lideranças de sua paróquia, conheça os materiais (textos e vídeo) que estão disponíveis no site da Arquidiocese www.arquifln.org.br www.arquifln.org.br), reze (www.arquifln.org.br pelos que estão coordenando este trabalho, especialmente pela Assembleia de Pastoral. A sua participação também é importante para que o Plano de Pastoral se concretize. Do Concílio Vaticano II aos nossos dias, cinquenta anos se passaram. Do “Plano de Emergência” queremos passar para o Plano das Urgências “Plano Urgências”. Urgência de uma Igreja em estado permanente de missão (Mc 16,15); Igreja, casa de iniciação à vida cristã (At 16,32s); Igreja, lugar de animação bíblica da vida e da pastoral (2Tm 3,16); Igreja, comunidade de comunidades (Gl 1,2s); Igreja a serviço da vida plena para todos (Jo 10,10). Assim estaremos nos tornando discípulos missionários de Jesus Cristo e juntos construiremos o Reino de Deus anunciado por Ele. Participe!


10

Ação Social

Julho 2012

Coleta da CF-2012 73 entidades contribuiram para a arrecadação de R$ 225.094,02. Desse valor, 60% vai compor o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade A Coleta da Solidariedade, ou seja, da Campanha da Fraternidade, realizada anualmente no Domingo de Ramos, vem crescendo gradualmente na Arquidiocese a cada ano que passa.

Com mais de dez anos de existência, o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (F.A.S.), já apoiou mais de 120 projetos sociais comunitários e de geração de renda, o que foi possível graças ao

gesto de solidariedade que as pessoas vêm demonstrando a cada ano. Ao lado, acompanhe a relação dos valores da Coleta da CF-2012, enviada pelas Paróquias e outras entidades.

NUDEC de Guabiruba realiza evento prol Rio + 20 Dois eventos organizados pelo NUDEC debateram a destinação do lixo na cidade Divulgação/JA

O Núcleo Comunitário de Defesa Civil (NUDEC) de Guabiruba, composto na sua maioria por voluntários da Promoção Social Nossa Senhora do Perpétuo Socorro realizou mobilização na cidade para discussão da Coleta de Resíduos Sólidos do Município. A discussão sobre os resíduos ocorreu com um momento formativo na escola municipal, no dia 13 de junho, onde o Sr. Dorival Rodrigues da Silva, catador e representante do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, apresentou para as crianças o trabalho que desenvolve enquanto catador e orientou sobre as formas de separação para reciclagem. Seguindo a proposta do debate da Rio + 20, no dia 20 de junho, Dia de Mobilização Internacional das Comunidades em prol da Conferência, o NUDEC de Guabiruba organizou uma caminhada pelo centro da cidade, juntamente com um dos 3 catadores do município, em direção à Prefeitura Municipal e, num encontro com o Secretá-

Na escola de Guabiruba as crianças apreenderam mais sobre a reciclagem de lixo rio do Meio Ambiente e Coordenador da Defesa Civil, pôde apresentar a organização do Núcleo e discutir a Lei de Resíduos Sólidos (12.305) e o apoio aos catadores do município. O surgimento do NUDEC de Guabiruba se deu a partir do desenvolvimento do Projeto Gestão de Risco e Desastre

executado pela ASA e apoiado pelo Instituto HSBC de Solidariedade. Na avaliação de Simone de Jesus, técnica do projeto, “as atividades realizadas despertam o olhar da comunidade para o Núcleo Comunitário, como também a atenção do poder público local para a gestão de risco e desastre.”

5ª Semana Social Brasileira: Parte II – Definição de Estado Desde a Idade Média, diversos pensadores dedicaram boa parte de suas vidas, na análise e proposição de definições consistentes sobre o que é o Estado. Abaixo seguem algumas definições clássicas: 7): a prinMaq uia 469-1 52 Maquia uiavvel (1 (1469-1 469-152 527): cipal preocupação de todo bom estadista é governar, simplesmente. O bom governante é aquele que sabe manterse no poder, e não o que contempla as demandas sociais. Thomas Hobbes (1588-1679): o ponto de partida da estruturação do Estado é a necessidade de manter a propriedade privada. O Estado, ao ser constituído, adquire poderes absolutos para agir junto à coletividade quando a propriedade é ameaçada.

John Lock e (1 632-1 704): expõe Locke (1632-1 632-1704): a teoria de que a ação governamental encontra seu sentido na proteção do proprietário, mas sem força suficiente para que possa restringir sua liberdade. Para Locke, a propriedade se constitui como expressão de liberdade e o exercício desta liberdade é essencial num Estado Natural. Os dois pensadores (Hobbes e Locke) compreendem o Estado como fruto de um contrato entre as pessoas em vista do cuidado dos seus bens, sem necessidade de concessão divina. Nessas correntes de pensamento, o Estado Moderno não nasceu com a perspectiva da igualdade e da justiça social. O objetivo fundamental é a pro-

teção da propriedade e a garantia da atividade mercantil por meio de alguns princípios de segurança institucional para as classes burguesas. A 5ª Semana Social Brasileira, atividade proposta pela CNBB com realização de seminários em todas as dioceses do Brasil entre os anos de 2011 e 2013, propõe a reflexão crítica e coerente a partir da base teológico-pastoral sobre o papel do Estado na promoção e defesa da vida. Ora, um Estado efetivamente democrático, é aquele que é regido pela justiça e pela distribuição de riqueza e da renda. Fernando Anísio Batista Sociólogo/Coordenador Ação Social Arquidiocesana

Jornal da Arquidiocese

PARÓQUIA VALOR Angelina 2.600,00 Anitápolis 580,00 Antônio Carlos 4.504,00 Balneário Camboriú – Santa Inês 4.800,00 Balneário Camboriú – São Sebastião 4.116,25 Balneário Camboriú – Vila Real 2.734,00 Biguaçu 7.478,60 Bombinhas 2.800,20 Botuverá 1.445,00 Brusque – Águas Claras 2.779,00 Brusque – Azambuja 5.519,00 Brusque – Dom Joaquim 2.680,00 Brusque – Santa Teresinha 4.715,00 Brusque – São Luís Gonzaga 11.417,50 Camboriú – Divino Espírito Santo 3.244,55 Camboriú – Monte Alegre 1.464,35 Canelinha 429,00 Florianópolis – Agronômica 1.538,00 Florianópolis – Agronômica – N.S.I.C 4.007,00 Florianópolis – Balneário 2.009,05 Florianópolis – Canasvieiras 0,00 Florianópolis – Capoeiras 2.923,30 Florianópolis – Catedral 5.700,00 Florianópolis – Coloninha 1.025,00 Florianópolis – Coqueiros 2.687,00 Florianópolis – Estreito 3.909,70 Florianópolis – Ingleses 1.987,25 Florianópolis – Jardim Atlântico 2.039,45 Florianópolis – Lagoa 2.328,75 Florianópolis – Monte Verde 2.686,70 Florianópolis – Prainha 250,00 Florianópolis – Ribeirão da Ilha 2.601,10 Florianópolis – Saco dos Limões 1.983,25 Florianópolis – S. C. DE Alexandria 2.000,00 Florianópolis – Santo Antônio 3.851,50 Florianópolis - Trindade 3.250,00 Garopaba 870,00 Governador Celso Ramos 1.200,00 Guabiruba 5.803,95 Itajaí – Cordeiros 4.070,66 Itajaí – Dom Bosco 1.399,90 Itajaí – Fazenda 1.995,00 Itajaí – Itaipava 2.297,70 Itajaí – Santíssimo Sacramento 8.178,81 Itajaí – São João 2.000,00 Itajaí – São Vicente 3.821,15 Itapema 6.358,75 Leoberto Leal 1.232,75 Major Gercino 612,00 Nova Trento 4.025,79 Palhoça – Aririú 4.355,00 Palhoça – Centro 6.162,90 Palhoça – Enseada de Brito 525,00 Palhoça – Ponte do Imaruim 3.653,35 Paulo Lopes 547,30 Porto Belo 2.871,05 Santo Amaro da Imperatriz 6.995,00 São Bonifácio 2.148,00 São João Batista 1.676,00 São José – Campinas 7.376,00 São José – Centro Histórico 6.516,25 São José – Colônia Sant’Ana 1.728,00 São José – Forquilhinhas 5.200,00 São José – Procasa 1.221,30 São José – Rosário 3.461,46 São José – Sagrados Corações 2.358,00 São José – Santa Cruz 3.588,65 São José – São Judas Tadeu 1.105,00 São Pedro de Alcântara 860,00 Tijucas 2.608,00 Santuário Santa Paulina 5.100,00 Carmelo Cristo Redentor 700,00 Convívio Emaús 387,80 T O TA L

225.094,02


Jornal da Arquidiocese

GBF 11

Julho 2012

Tempo Comum: Filho de Deus, o Salvador Livreto reflete sobre o Evangelho de São Marcos, que apresenta a identidade de Jesus com Filho de Deus Divulgação/JA

Neste mês de junho, no começo de uma nova jornada de trabalho, a Equipe de Redação dos livretos dos GBF está empenhando-se com alegria nas assessorias dos cincos encontros comarcais voltados ao “Tempo Comum” do ano litúrgico. Isto, para levar os animadores/as a sentirem o entusiasmo de apresentar o Filho de Deus, o Salvador a partir do Evangelho segundo Marcos, a todas as pessoas das nossas comunidades. Comprometidos com esse valioso trabalho no anúncio da Palavra, acolhemos com alegria as expressões de motivação que Dom Wilson TTadeu adeu Jönck dirige a todos participantes dos GBF. “Estes são os roteiros dos Grupos Bíblicos em Família, para o tempo depois da Festa de Pentecostes. Os textos bíblicos do tempo comum, neste ano, são do Evangelho de São Marcos. Em linhas gerais, São Marcos faz uma apresentação

Reunião da equipe de redação e revisão dos livretos dos GBFs da identidade de Jesus como Filho de Deus. O Batismo e as tentações de Jesus no deserto marcam o início de sua vida apostólica. Sua pregação é acolhida com entusiasmo, mas logo depois aparece o crescimento de uma reação contrária, que culmina com a crucifixão de Jesus. A declaração da identidade de Jesus vem pela boca do centurião que presenciou sua morte na cruz: “Na verdade, este homem era Filho de Deus” (Mc 27,54). Dois acontecimentos devem marcar a caminhada neste segundo se-mestre. O primeiro é a proclamação do “Ano da Fé”, com início no dia 11 de outubro de 2012 (ver anexo 4). Esta data é o início da celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II. O segundo acontecimento é o lançamento do Documento 97 da

CNBB: “Discípulos e Servidores da Palavra de Deus na Missão da Igreja”. Foi aprovado na última Assembleia dos Bispos do Brasil. É uma reflexão sobre a Verbum Domini, o documento do Papa Bento XVI com as conclusões do Sínodo sobre a Palavra de Deus. “Faça-se em mim, segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). Com Maria, queremos renovar a convicção de que alimentar-se da Palavra é o primeiro e fundamental dever da Igreja. Que os roteiros dos encontros dos Grupos Bíblicos em Família possam ajudar a tornar realidade a terceira urgência das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: Igreja: lugar de animação Bíblica da vida e da pastoral” Dom Wilson TTadeu Jönck,, SCJ adeu Jönck Arcebispo de Florianópolis

Encontro arquidiocesano das CEBs e GBF O encontro arquidiocesano é um momento de preparação para as pessoas que querem participar do 11º Encontro Estadual das CEBs em setembro. Setembro será um tempo de primavera e de graça na celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II, verdadeira primavera na vida da Igreja. Tempo também de fazer memória dos 100 anos do Contestado, recordando a luta dos camponeses caboclos por terra e justiça. Convidamos as lideranças para participar, pois nesse encontro serão escolhidos os represen-

tantes (delegados) das Paróquias e Forças Vivas da arquidiocese que participarão junto aos outros “delegados” que vierem representando as 10 dioceses de Santa Catarina. O encontro arquidiocesano acontecerá no dia 15 de julho, domingo, na paróquia São Francisco Xavier, Rodovia Virgilio Várzea, 538, Monte Verde, das 8h:30 às 16h:30, com assessoria de Pe. Vilson Groh e Neuza Mafra Mafra, refletindo e aprofundando o tema: Justiça e Profecia a serviço da vida e o Lema: Eu ponho minhas pala-

Encontro comarcal dos GBF da Comarca da Ilha No dia 24 de junho, festa da natividade de São João Batista, os integrantes dos GBF da comarca da Ilha, impulsionados pela mesma chama do Espírito Santo que levou São João a ser o precursor de Jesus, reuniram-se para um encontro de espiritualidade, formação e partilha, na Sede dos Servidores do Tribunal de Contas em Sambaqui, uma das comunidades da Paróquia do Monte Verde. Celebrar São João Batista é retornar ao essencial da fé cristã anunciada por ele (Mc 1,7-8). O encontro teve início com a oração feita pela paróquia do Ribeirão da Ilha, destacando o encanto das festas de junho. Após a oração, Jupira da Costa, membro dos GBF e da Equipe de Redação, apresentou o livreto do Tempo Comum, subsidio que estará nas mãos de muitas pessoas para viverem a fé comprometida em reconhecer Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador, a partir do Evangelho segundo Marcos. Pela manhã, a assessoria foi com Manoel pároco da Cao Pe. Siro Manoel, tedral, que conduziu os participantes a uma reflexão sobre o ano da fé, e fez com que os presentes percebessem a importância dos GBF no anúncio da Palavra de Deus. Deus se revela a nós na Palavra e fortalece nossa fé e nossa missão. A fé “é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os

sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo” (Bento XVI, Carta Ap. Porta Fidei, n. 15). A tarde, a assessoria ficou com o Sr Pedro, membro dos GBF da paróquia dos Ingleses e o Ten. Ramon (PM/SC), que falaram aos participantes sobre o Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG), sua importância e missão na comunidade. Os assessores nos levaram a refletir, à luz da Palavra de Deus, a nossa responsabilidade em zelar pela segurança nossa e a dos vizinhos. Por isso, a importância da integração da comunidade no CONSEG. Esse momento de reflexão sobre segurança nos mostra que participar dos GBF é mais que rezar, é interagir fé e vida, oração, reflexão e ação, na construção do Reino de Deus. O encontro encerrou com a missa presidida pelo Pe. Pedro Paulo lo, pároco da paróquia do Monte Verde. Depois desse dia de sol, banhados pela beleza do local, nós os 69 animadores/as e membros dos GBF, voltamos para as nossas comunidades e famílias entusiasmados e com ardor renovado para permanecer no seguimento dos passos do Divino Mestre, prontos a respondermos à sua interpelação: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mc 8,29). Diác. Roberto G G.. da Costa Coord. GBF comarca da Ilha. Divulgação/JA

vras na tua boca (Jr 1,9b). Quem quiser participar, faça contato com o pároco e com as coordenações diocesanas das Pastorais, Movimentos, Organismos, Serviços... Lembramos que o custo do almoço será de R$ 10,00 e os lanches (cafés) serão partilhados: “Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (Atos 2,42). Edson Luiz Mendes Coordenador arquidiocesano das Comunidades Eclesiais de Base - CEBs

Realizado na Paróquia do Monte Verde, encontro reuniu 69 participantes

em a té no cart ão

ƌĞŝĂ͕ ƟũŽůŽƐ͕ ďƌŝƚĂ͕ ĐŝŵĞŶƚŽ͕ ĨĞƌƌŽ Ğ ƚĞůŚĂƐ WŝƐŽƐ͕ ƌĞǀĞƐƟŵĞŶƚŽƐ͕ ƟŶƚĂƐ͕ ƚƵďŽƐ Ğ ĐŽŶĞdžƁĞƐ dƵĚŽ ĚŽ ĂůŝĐĞƌĐĞ ĂŽ ĂĐĂďĂŵĞŶƚŽ

www.uniaoguarezi.com.br Rua Gerôncio Thives, 635 - Barreiros - São José


12

Artigos

Jornal da Arquidiocese

Julho 2012

O frutuoso ministério em Braço do Norte

Feliz por retornar ao sacerdócio, em seis de fevereiro de 1926 foi nomeado vigário paroquial do Quadro, depois Braço do Norte, e Gravatal. Pe. Nebel tendia a tomar partido em confusões políticas, o que acarretava problemas e cartas de reclamação. Mas era um padre zeloso e incansável. Por conta de sua origem sueva, era capaz de explodir em gritos e logo depois trabalhar calmamente. Em 7 de fevereiro de 1931 foi nomeado pároco de Nosso Senhor do Bom Fim, Braço do Norte, vasta paróquia que abrangia Braço do Norte, Armazém, Aiurê, Gravatal e Grão Pará. Com os anos, esses centros se transformaram em paróquias. Pe. Jacob Nebel, como um bom pároco, empenhou-se no atendimento às capelas, doentes,

Padre Jacob João Luiz Nebel crianças, famílias. Mas também encontrou energias para enfrentar a construção da nova igreja matriz de Braço do Norte, obra que empenhou o povo entre 1932 e 1951. Em 30 de setembro de 1951 foi benta a nova matriz, sem a presença do Pe. Nebel.

Divulgação/JA

Jacob João Luiz Nebel nasceu no Estado de Würtenberg, Alemanha, em 4 de janeiro de 1887. Ingressou na Província alemã da Companhia de Jesus em 2 de outubro de 1908 e nela foi ordenado presbítero em 20 de junho de 1920. Seis meses depois, 20 de fevereiro de 1921, Pe. Jacob escreveu a Dom Joaquim, ainda como jesuíta, pedindo incardinação em Florianópolis, pedido aceito. Sua primeira provisão no Brasil foi a de vigário de São Pedro de Alcântara (12 de setembro de 1921), auxiliando a Côn. Francisco Giesberts, que o descreveu como bom, sensível, que atende a todos. Em 8 de outubro de 1922, assumiu como pároco, tendo como primeira iniciativa a construção da capela do Sagrado Coração de Jesus, em Biguaçu do Meio, hoje Antônio Carlos. Em março de 1925, de repente, abandonou o ministério sacerdotal e foi para o interior de São Paulo, onde comprou uma fazendinha, nela residindo com um empregado. Menos de um ano depois, arrependido, pediu que Dom Joaquim o recebesse de volta, mesmo com a devida penitência.

C entenário

Nacionalização e política

Em 1937, o Presidente Getúlio Vargas decretou a ditadura, chamada de Estado Novo, que foi até 1945. Dr. Nereu Ramos foi nomeado Interventor do Estado de SC. Uma das decisões do Interventor foi a “nacionalização”, isto é, um projeto pedagógico e político que obrigou alemães, italianos e poloneses a se assumirem como brasileiros e com a obrigação do uso da língua pátria, o que trouxe grande sofrimento às comunidades das várias etnias. Em 15 de outubro de 1942, Pe. Nebel recebeu carta da Cúria em que se lhe pedia “não só nutrir, mas manifestar sentimentos de brasilidade, pelo menos sempre que oportuno... Nenhuma palavra, pois, nem em público, nem em particular, que não seja a vernácula, a nacional, a portuguesa. O Brasil acima de tudo”.

Drama da vida

O ano de 1947 foi doloroso para Pe. Nebel. Em 7 de abril de 1947 foi mordido na nuca e nos cotovelos por um jovem louco, resultando graves consequências. No meio tempo começaram a surgir boatos sobre sua conduta. Em 28 de junho, Dom Joaquim pede-lhe que fale a verdade, “tanquam filius ad patrem” (de filho para pai). Em 4 de julho, Pe. Nebel escreveu a Dom Joaquim uma carta “de filho para pai”, expondo suas fraquezas, num espírito de muita humildade: “Não

Padre Jacob João Luiz Nebel dedicação e peripécias tenho coragem de beijar seu sagrado anel, mas confio que V. Excia. compreenderá melhor do que os outros padres a minha situação”. Incrivelmente compreensivo diante desses fatos, Dom Joaquim respondeu em 16 de julho de 1947: lamenta que os boatos sejam verdade, como Pe. Jacob mesmo escreveu, e se preocupa com seus sacrilégios e a salvação de sua alma. Como Pe. Nebel está doente e pedira um tempo para se tratar, o Arcebispo aconselha que usasse esse motivo para deixar a paróquia. Sugere que passe a outros a gestão de seus bens e procure se confessar, e depois ir a um Hospital, e buscar regularizar o estado de sua alma, para poder celebrar dignamente. Em 3 de agosto de 1947, Mons. Giesberts escreveu a Dom Joaquim e expôs: Pe. Nebel ficou satisfeito com a nomeação do Pe. Borgert, que já assumiu; pediu-lhe licença para celebrar depois de se recolher ao Hospital de Tubarão. No dia 1º de agosto, Pe. Jacob foi a Porto Alegre. Em 6 de agosto Dom Joaquim responde, satisfeito que Pe. Nebel

tenha se retirado e espera que fique longe. “Se regressar, continuará como “doente”: Mas creio no bom senso do Pe. Jacob e, convicto que está de nossa boa vontade e que só não podemos fazer o que não podemos”; e, “desde que não se pode, não se pode mesmo”. Com a situação cada vez mais delicada, no final de agosto de 1947 Pe. Jacob Nebel abandonou o ministério sacerdotal. Foi residir em Pirabeiraba, Joinville, numa pequena propriedade rural,com uma mulher e três filhos adotados. Estava doente e emocionalmente abalado. Tudo isso explica a crise de fé que vivenciou, mas superou. Viveu isolado de todos.

A doença e o retorno

Em 7 de novembro de 1953 Pe. Nebel escreve a Mons. Giesberts, narrando seus últimos passos, especialmente o encontro com o Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, no Rio, e seu desejo de reconciliar-se com a Igreja. No dia em que escreveu a carta, em grande aflição, chegou ao Hospital São José de Joinville. Tinha ido ao Rio, tão longe, e a solução estava tão perto: a paternidade de Dom Joaquim, seu arcebispo, que o acolheu em Azambuja e o readmitiu ao ministério em 9 de dezembro de 1953, com residência no Seminário de Azambuja.

Um homem perdoado, um homem renovado

Quem foi o Pe. Jacob Nebel? Como padre, foi de uma caridade notável, principalmente em relação ao atendimento de chamados a doentes. De dia ou de noite, perto ou longe, com sol ou chuva, fizesse calor ou frio, a pé, a cavalo, de charrete, bicicleta, motocicleta

ou automóvel, sempre que chamado a um enfermo, ia pressuroso. Sua simplicidade com o povo, a tolerância, seu desapego ao dinheiro, não foram esquecidos. Teve de Braço do Norte uma antevisão ampla, o que é demonstrado pela grande e imponente igreja matriz numa situação topográfica das mais invejáveis. A partir de 1931, a construção da nova igreja centralizou-lhe as atenções, sem prejuízo da atividade pastoral. Organizou o trabalho por turmas de voluntários: turma para confecção e carreto de tijolos, areia, saibros de praia e ferro. Havia ainda turmas para serventes de pedreiro e limpeza. Cada qual trazia seu lanche, ração para o boi e trabalhava de sol a sol. O escalonamento era feito aos domingos, por ocasião do sermão da Missa. Foi assim que conseguiu erguer a Matriz de Braço do Norte. Pe. Nebel deixou sua visão de beleza inscrita na Igreja Matriz Nosso Senhor do Bom Fim. O povo a quem amou e pelo qual se consumiu, perdoou-lhe as fraquezas. Sua memória é sagrada em Braço do Norte.

Na Luz perpétua

Pe. Nebel esteve em Azambuja sete meses. Com grande piedade celebrava diariamente a Missa. Teve a graça e a emoção de ter celebrado na manhã de 14 de julho de 1954, dia em que veio a falecer, aos 67 anos de idade. Pequena procissão acompanhou seus restos mortais até o Cemitério local. Um de seus últimos pedidos fora ser sepultado na sua paróquia, o que na época não foi possível. Seus despojos foram enfim trasladados para Braço do Norte em 22 de novembro de 1970. O povo recebeu-os emocionado e com gratidão. Vivera 67 anos, 34 como padre. Pe. José Artulino Besen (acesse o texto na íntegra no blog: pebesen.wordpress.com pebesen.wordpress.com)

Opinião

A Igreja e defesa da Saúde Pública A Campanha da Fraternidade de 2012 vem diretamente ao encontro de inúmeras coerências e incoerências relacionadas ao bem-estar físico e mental das pessoas. A Igreja, como explica o texto-base, sempre esteve envolvida com a preservação e promoção da saúde. Hospitais renomados nasceram de iniciativas de congregações e ordens religiosas, surgindo então serviços médicohospitalares para atendimento da população, vale lembrar as Santas Casas e as Casas de Misericórdia. Ainda hoje, hospitais e clínicas de referência são frutos destas iniciativas de épocas em que

o governo constituído não estava tão atento às políticas de saúde pública. Vale lembrar a notável atuação da Dra. Zilda Ars Neumann , na década de 70, na cidade de Curitiba. Na época havia escassez de postos de Saúde da rede pública para atendimento primário à saúde da população. Tomando para si a responsabilidade de promover a saúde pública da população menos favorecida de Curitiba, ela montou, em Salões Paroquiais das diversas igrejas católicas espalhadas na cidade, pequenos postos de saúde, que ofereciam atendimento médico à Maternida-

de e à Infância. Isso gerou a criação da Pastoral da Criança. Poderíamos mencionar diversas ações transformadoras no mundo da saúde, como as da Dra. Zilda e outros. Por outro lado, vejo um completo descaso com alguns fiéis, sobretudo com os deficientes físicos, p.ex. em cadeiras de roda. A falta de acessibilidade impede esses cadeirantes, e outras pessoas com dificuldade de locomoção, de adentrar nas Igrejas para participar da Liturgia e testemunhar sua fé. Idêntica dificuldade nas casas de retiros. Nesse sentido é importante mencionar o Santuário de Lourdes,

na França, lugar escolhido por Maria para manifestar sua solicitude pelos enfermos. É muito comovente ver a procissão de dezenas de cadeirantes em busca de conforto e bênção, devidamente acolhidos. É preciso abrir bem os olhos para exercer a caridade fraterna com todos sem exceção. Todos que integram a Igreja: clero e leigos, deveríamos ter consciência de nosso papel na promoção, organização e assistência efetiva aos doentes e necessitados em geral. Despertar também o senso crítico na escolha de governantes comprometidos com a saúde pública e com o cumprimento das

leis que a garantem. A Igreja Católica, contando com as políticas de saúde do próprio Governo, envolve-se bem menos nesse campo que outrora. Não seria esta a hora de repensar como devemos agir? Cabe a nós, cristãos, ter uma atuação digna de fiéis seguidores de Cristo, o qual, conforme lembra a Carta Apostólica Salvífici Doloris, de João Paulo II, “ensinou-nos, ao mesmo tempo, a fazer o bem com o sofrimento e fazer o bem a quem sofre”. Dra. Cecília Motta Böing Médica especialista em Obstetrícia e Ginecologia


Jornal da Arquidiocese

Missão 13

Julho 2012

Missionários visitarão comunidade na Bahia Missão será realizada pela 10ª vez. Formação preparou as 46 pessoas que realizarão a visita participado da formação, apenas 46 irão para a Bahia – um ônibus. Isto, porque a região visitada não tem estrutura para receber um número maior de missionários. “Se houvesse condições de receber mais missionários, certamente conseguiríamos levar pelo menos dois ônibus”, disse Domingos. Segundo ele, esta será a 10ª visita missionária realizada pelo grupo, que a organiza mais sistematicamente desde o ano 2000. Essa visita já é esperada na Diocese de Barra, onde as paróquias visitadas são definidas na Assembleia de Pastoral. Além de ser um trabalho de doação, as visitas missionárias também trazem retorno para quem as faz. Assim foi com Fernando Ventura, que está indo pela segunda vez. “Sentimos o compromisso de ser missionários a cada dia, no ambiente familiar,

Foto JA

O Conselho MissionáriO Diocesano – COMIDI, promoveu, no dia 24 de junho, formação para os missionários da Arquidiocese que realizarão missão na Diocese de Barra, na Bahia. Realizado em Tijucas, o evento reuniu 58 participantes. Dos dias 16 a 21 de julho, os missionários visitarão a próparóquia de Cocal, no município de Brotas de Macaúba. Durante o dia, receberam orientações práticas sobre o trabalho missionário que realizarão na Bahia, assessorados por Domingos Francisco Pereira Pereira, organizador da missão, e por Pe. Josemar Silva Silva, que refletiu sobre “Jesus missionário no Evangelho de Marcos”. A formação foi encerrada com a Celebração Eucarística presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Embora 58 pessoas tenham

cano. Por seis anos, Zenir acompanhou os missionários nas visitas às comunidades da Bahia, e agora representa nossa Arquidiocese na África.

Diocese Irmã

Formação contou com a presença de 58 participantes, mas apenas 46 irão para a Bahia. Eles receberam orientação sobre o trabalho que vão realizar no trabalho e onde que que estejamos inseridos, não só na Bahia”, disse. Durante o encontro, foi lem-

brada a jovem Zenir Gelsleier chter er, que desde o início do mês cht está em Moçambique, como missionária leiga naquele país afri-

A Arquidiocese de Florianópolis mantém com a Diocese de Barra, na Bahia, o projeto Igrejas Irmãs. De acordo com o projeto, há 40 anos a Arquidiocese mantém um padre na Bahia. Há dois anos está lá o nosso Pe Pe. Iseldo Scherer Scherer, na Paróquia Nossa Senhora da Oliveira, em Oliveira dos Brejinhos. Segundo ele, a comunidade está animada para receber os missionários. Já realizaram até uma pré-missão na região para preparar o trabalho que será desenvolvido em julho. “O povo é muito acolhedor e hospitaleiro”, disse Pe. Iseldo.

“Nossa Igreja é essencialmente missionária” Recentemente, Dom Sérgio Braschi, responsável na CNBB pela Ação Missionária da Igreja, reafirmou o que jamais deveríamos esquecer: “Nossa Igreja é essencialmente missionária”. Ele falou sobre o 3º Congresso Missionário Nacional, que acontece este mês de julho em Palmas, Tocantins, nos dias 12 a 15. Aproveitando a ocasião, quero expor o tema da Espiritualidade Missionária, tão importante para nós, discípulos missionários de Jesus Cristo. Como lembra o Concílio, “os missionários do Evangelho, para não negligenciarem a graça que neles está, renovem dia a dia espiritualmente a sua mentalidade” (AG 24c). Ninguém dá aquilo que não tem. Isso é verdade sempre,

sobretudo na vida missionária. Não podemos falar com convicção e entusiasmo de Deus, se não vivermos com Aquele que nos enche o coração e a alma. A vida espiritual, portanto, é o suporte da vida missionária, é a água que rega todo o trabalho de evangelização e o leva a florescer.

lidade buscam seguir a Cristo e ser fermento evangélico. Continuam surgindo espiritualidades que enriquecem a vida cristã.

CARATERÍSTICAS DA ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA

Dom Sérgio Braschi, responsável na CNBB pela Ação Missionária da Igreja

ESPIRITUALIDADE: O QUE É ISSO?

É realizar a vontade de Deus em nossa vida, atendendo ao apelo de Jesus: “Sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu” (Mt 5, 48). A santidade é única: a do Batismo, que nos consagrou totalmente a Ele. Mas, para chegarmos lá, há diversos caminhos que chamamos de “espiritualidades”, maneiras peculiares de viver o Evangelho. As principais espiritualidades: 1 . Monacal: Voltada à oração e à contemplação, vivida geralmente em regime de clausura;

2 . Religiosa: Voltada a viver e a testemunhar os conselhos evangélicos; 3 . Apostólica: Voltada ao apostolado da pregação e promoção humana; 4 . Laical: Centrada mais no trabalho, família, inserção no mundo; 5 . Missionária: Está em todas as outras, mas tem algo específico, pois ela é vivida sobretudo por aqueles, consagrados ou leigos, que evangelizam em outros países. São os missionários além-fronteiras. Os diversos tipos de espiritua-

1 . Vida de comunhão profunda com o mistério do Cristo Missionário - A vocação missionária pressupõe um chamado íntimo e radical por parte do Mestre a uma pessoa, transformando a sua vida e empenhando-a na Missão. “A minha vida é Cristo” dizia São Paulo (Fl 1,21). 2 . Amor e sintonia com a Igreja - O missionário sabe sofrer por ela. “Até agora passamos fome e sede, frio e maus tratos” (1Cor 4, 11-14). Todo missionário deve estar disposto a doar a própria vida. 3. Caridade apostólica - O missionário imita o Bom Pastor: na ternura, na disponibilidade, no perdão, no serviço...

4 . Amor universal - O missionário não faz distinção entre bons e maus, entre os de perto e os de longe: é um Irmão Universal, respeitador das diferentes culturas e religiões. Pe. Francisco Gomes gomesjf@yahoo.com

PARA REFLETIR E AGIR 1. O que entendemos por espiritualidade? 2. Que tipo de espiritualidade devem ter os missionários? 3. E nós: vivenciamos uma sólida espiritualidade missionária?


14

Geral

Julho 2012

Foto JA

Pe. Luiz Prim O consumo de drogas como uma questão de saúde pública A Campanha da Fraternidade de 2012, que tem como tema Fraternidade e Saúde Pública, adverte que a dependência química é uma das cinco preocupações na saúde pública. Um relatório do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes – UNODC, mencionou que cerca de 5% da população mundial (208 milhões de pessoas) já fez uso de drogas ao menos uma vez. Segundo o Ministério da Saúde, o crack poderá tirar a vida de, pelo menos, 25 mil jovens por ano no Brasil. A estimativa é que mais de 1,2 milhão de pessoas sejam usuárias de crack no país e cerca de 600 mil pessoas façam uso frequente da droga. Para debater esse tema, entrevistamos o Pe. Luiz Prim, coordenador da Pastoral da Sobriedade, que dirige o Instituto Kairós de Estudos, Prevenção e Recuperação em Dependência Química. Ele administra duas casas de recuperação, e presta orientação espiritual a várias outras na Arquidiocese. Jornal da Arquidiocese Este ano a CF está refletindo sobre a Saúde Pública. A questão das drogas é uma situação de saúde pública? Pe. Luiz Prim - Sim. A questão do uso abusivo de drogas é, sem dúvidas, uma questão de saúde pública, desde que se considere, como classifica a Organização Mundial de Saúde (OMS), a dependência química como doença,doença crônica. Portanto, incurável, progressiva e fatal. Situa-se que 30% de qualquer grupamento humano, in-

dependente de qualquer nota característica de cultura, religião, condição social ou gênero, experimentam essa condição. JA - O texto-base da CFass drogas como 2012 coloca a uma das cinco preocupações na saúde pública e traz índices. O que pode ser feito para reduzir esses números? Qual a participação do Estado? Pe. Luiz - A dependência química deve ser considerada e, seu enfrentamento, contextualizado nas chamadas doenças sistêmicas. São doenças que mostram sua face mais agressiva e merecedora de atenção em seus portadores/as. Porém, como sistêmicas, atingem também os ambientes (ou sistemas) que eles/as frequentam ou, onde interagem. Aqui se incluem igualmente: família, escola, igreja, e outros grupos sociais.A redução destes índices será mais eficiente se puder interagir com os sistemas em que o portador/a de dependência química estiver inserido. É, porém, interessante que se pense, em primeiríssimo lugar, em ações de prevenção. Essas estão relacionadas a conteúdos formativos, seja na família, na escola, na igreja... Quanto ao Estado, ele faz o que pode, infelizmente com muita lentidão. As Políticas Públicas, nesta e em outras áreas, são morosas. Os recursos, nem sempre chegam onde deveriam e, muitas vezes, atrasam. Ainda assim, há iniciativas interessantes. Aqui, em nosso Estado, a Polícia Militar de Santa Catarina desenvolve o PROERD, dirigido para alunos do En-

Pe. Luiz Prim coordena a Pastoral da Sobriedade há 20 anos e dirige o Instituto Kairós, dedicado ao tratamento da dependência química

A dependência química é uma doença crônica e uma questão de saúde pública, que devemos enfrentar enquanto Igreja”

sino Fundamental. De qualquer forma, os programas de enfrentamento da dependência química não dispõem de vagas suficientes para a alta demanda.

JA - As drogas exercem atração sobretudo nos jovens. A que se deve isso? Como a Igreja pode combater i ss o? sso Pe. Luiz - É claro que o foco principal da reflexão e das ações se concentra na juventude. Mas não são somente os jovens que estão expostos a esta condição. Quando se faz o comparativo de padrão de uso, por faixa etária, não se percebe variação significativa. A atração pelo uso abusivo de qualquer substância é multifatorial. Entre os jovens, se percebe como fatores determinantes a falta de perspectivas de futuro, a necessidade de satisfação das solicitações de consumo da realidade atual, a desestruturação do ambiente familiar, a falta de limites e a educação permissiva. Para os adultos,

Retalhos do Cotidiano

Rota Nos oceanos, os navios navegam em linha reta e não podem sair da rota que lhes foi marcada, sob pena de baterem em outro barco e afundar. Nós também: se saímos da linha, do caminho traçado pelo Caminho, não podemos permanecer na superfície, afundando, então, nas coisas do mundo.

Flor Até as melhores sementes das mais belas flores podem morrer sufocadas pelas ervas daninhas, se o terreno não for cuidado... Como é importante a educação de um filho!

Mar

Tão grande, imenso mesmo, o mar. E, contudo, se não fossem as pequenas, escondidas e humildes fontes que o alimentam, não poderia ser o viveiro “dos grandes monstros marinhos e de todos os seres vivos que nadam fervilhando nas águas” (Gn 1,21), nem ofe-

JA - Como as casas de recuperação sobrevivem e são suficientes para atender a demanda? Pe. Luiz - As casas de recuperação existentes na Arquidiocese sobrevivem cada uma a seu modo. A maioria delas têm caráter filantrópico e sem fins lucrativos. Algumas realizam convênios com o poder público. Ainda assim, não há condição de atendimento da demanda, que tem sido crescente. JA – Há diferença entre as lícitass e ilícitas? drogas lícita Pe. Luiz - A questão das drogas não pode ficar restrita a substâncias que no inconsciente coleti-

vo chamamos de drogas. Droga pode ser aquele remedinho inocente com que nos automedicamos. Pode até ser o segundo copo de água, quando o primeiro já nos saciou a sede. O problema da droga não é, unicamente, uma substância. O problema maior é o usuário. Esse precisa ser cobrado pelo corpo social por suas ações insanas. Inegavelmente, do ponto de vista dos males sociais, o álcool provoca maiores prejuízos do que qualquer outra substância de uso abusivo. O álcool, comprovadamente, provoca dependência física. Maconha e cocaína, com seus subprodutos, embora causem dependência psicológica e provoquem desconforto físico nas crises de abstinência, não provocam dependência física. Isso significa que a desintoxicação de um usuário abusivo de álcool exige maiores cuidados, em relação aos riscos à vida, do que a de usuários abusivos de outras substâncias. JA - Como a CF-2012 pode contribuir com o trabalho da Pastoral da Sobriedade? Pe. Luiz -Em 2001 a CF teve como lema “Vida Sim – Drogas Não”. Isso foi importante para a Igreja trazer para o seu ambiente a reflexão crítica da problemática das drogas.E, com essa reflexão, o aprofundamento e maior visualização das iniciativas da Igreja neste universo. A sociedade respondeu de forma positiva, especialmente no reconhecimento dos Programas de Tratamento mantidos ou inspirados na Igreja.A CF2012, elencando a dependência química como uma das grandes preocupações da saúde pública no Brasil, mantém o foco neste desafio. Passados 11 anos da CF2001, o problema não só permanece atual, como se acentuou drasticamente.

Carlos Martendal Divulgação/JA

Dom Se me faço dom para ti, esqueço-me de mim; se me preocupo só comigo, esqueço-me de ti. Sozinho morro, mesmo estando vivo; contigo, vivo verdadeiramente, mesmo morrendo!

se detecta a frustração por expectativas não cumpridas, especialmente no que se refere ao mundo do trabalho e às frustrações afetivas e emocionais. A igreja pode e deve ser um ambiente de acolhimento e de orientação.

Jornal da Arquidiocese

recer sal para a humanidade, nem alimento para multidões. Nem mais seria mar. Nós também, sem a Eucaristia, tão majestosa e ao mesmo tempo tão escondida num simples pedacinho de pão, nem mais seríamos o que, ainda que pobremente, somos!

Aparências As grades da frente do palácio se vestiam de belas molduras douradas. Quem se aproximasse, veria, no entanto, sob a capa do ouro, as marcas da ferrugem e da má conservação. Jesus já chamara atenção para os sepulcros caiados, bonitos por

fora, mas cheios de podridão por dentro.Teresa, em Calcutá, tão feiinha; Teresinha, em Lisieux, tão linda. O exterior não importa; o que conta é transparecer o Deus vivo que nos habita, arca de ouro que desfaz a ferrugem do pecador.

Beleza

Porto

Santo Agostinho pergunta: “De que maneira seremos belos?”. E responde: “Amando a Ele, que é sempre belo. Quando o amor cresce em ti, na mesma medida cresce a beleza”. Quanta gente bonita por aí...

Quando o navio chega ao porto, muda a posição em que vinha e revolve as águas para ancorar. Então, as gaivotas aproveitam para alimentar-se dos muitos peixes que sobem do fundo do mar. Quando nós nos convertemos de verdade, mudamos a vida que vivíamos e das águas profundas emergem peixes que não são nossos, mas da Água Viva, e que podemos dar aos que se aproximam de nós.

Gaivotas Assim como não se encontram gaivotas longe da terra firme, assim também não se encontram santos longe da oração.


Jornal da Arquidiocese

Geral 15

Julho 2012

Dom Wilson recebe o pálio arquiepiscopal

Pastoral Familiar

L’Osservatore Romano

Nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck participou, no dia 29 de junho, das festividades do São Pedro e São Paulo, em Roma. Na oportunidade, ele, acompanhado de outros 40 arcebispos do mundo, recebera o pálio arquiepiscopal. A insígnia representa a missão do metropolita, isto é, o bispo que preside a um conjunto de mais dioceses. Essa foi a primeira vez que Dom Wilson recebeu o pálio e o seu segundo encontro com o Papa em Roma. “O Pálio expressa o assumir o ministério dentro da Igreja. Ele tem dois aspectos: união do bispo com o Santo Padre; e um serviço pela unidade. Receber o Pálio é um modo de estar mais unido à Igreja”, disse Dom Wilson. O pálio é recebido pelo bispo sempre que assume uma arquidiocese. O pálio tem cerca de 5 cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas, com 6 cruzes bordadas ao seu longo, expressando a unidade

C onhecendo as Forças Vivas da Arquidiocese

Durante a solenidade realizada em Roma, Dom Wilson recebeu das mãos do Papa a insígnia que representa a missão do metropolita com o sucessor de Pedro. Confeccionados com lã de cordeiros ofertados por jovens romanas ao papa no dia 21 de janeiro, festa de Santa Inês, o pálio é produzido pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma. Os pálios novos, antes de serem entregues aos bispos são abençoados pelo Papa e guardados numa

arca junto às relíquias, no túmulo do Apóstolo São Pedro. No dia 29 de junho seguem para a celebração Eucarística e são colocados nos ombros dos novos arcebispos. Antes de receber esta insígnia, cada arcebispo profere um juramento, no qual se compromete a ser “sempre fiel e obediente” à Igreja Católica, ao Papa e aos seus sucessores.

Abbá Pai realizou o Avivamento da Esperança No dia 24 de junho, a Comunidade Católica “Abbá Pai” promoveu o 5° Avivamento de Dons e Carismas, este ano enfocando o Dom da Esperança. Foi conduzido pelo Pe Pe.. Ev arist o Debiasi Evarist aristo Debiasi, Amigo “Abbá Pai”, pregador nacional e internacional e apresentador do programa de TV Ajuda à Igreja que Sofre, transmitido pela Rede Vida. O evento ocorreu na Igreja São Francisco de Assis e Santa Rita de Cássia, no Kobrasol,

das 9 às 18 horas, sendo encerrado com a Santa Missa, celebrada pelos padres Evaristo e Hélio da Cunha, Amigo “Abbá Pai” e Pároco da Paróquia Santo Antônio, de Campinas. A animação ficou por conta do Ministério de Música “Abbá Pai”. Na parte da manhã, Padre Evaristo ressaltou a suma importância da Esperança como base para o real sentido da vida. Na parte da tarde, o ministrante deu especial ênfaFoto JA

A Igreja São Francisco de Assis, no Kobrasol, ficou repleta de participantes

se à fé que devemos ter na Vida Eterna, a partir da Ressurreição de Jesus Cristo. Para Padre Evaristo, “assim com uma rosa é uma nova dimensão da semente, a Eternidade é uma posterior dimensão de nossa vida terrestre”. Segundo o fundador e coordenador da Abbá Pai, Ivano Alves Pereira Pereira, a proclamação do amor do Pai (carisma da Comunidade) passa pela proclamação da esperança. “Vivemos num tempo em que a esperança está calcada em coisas perenes e temporais. É necessário proclamarmos a verdadeira esperança, revelada em Cristo”, ressalta Ivano. Ele conta que o próximo Avivamento, a ser realizado em 2013, será sobre o dom da fé. Entre os próximos encontros promovidos pela Abbá Pai, está agendado o Vocacional 2012 e o curso de autoconhecimento das personalidades estudadas pelo Eneagrama. Mais informações podem ser obtidas pelo site www.abbapai.org e pelo email com.abbapai@gmail.com

Pastoral é uma palavra derivada de Pastor, indica ação de cuidar, conduzir, orientar, vigiar o rebanho. A Pastoral Familiar é a ação que se realiza na Igreja, com a Igreja e pela Igreja, de forma organizada, planejada, revisada, através de agentes específicos, com metodologia própria, tendo como objetivo a proclamação da Boa Nova do matrimônio e da família, oferecendo instrumentos pastorais a todas as famílias, visando a transformação da sociedade e a conversão das pessoas. Os objetivos da Pastoral Familiar consistem, inicialmente, na preparação dos candidatos para a vida matrimonial e familiar, bem como na evangelização e promoção humana, social e espiritual das famílias já constituídas. A Pastoral Familiar parte da família real para a família possível possível, sem perder de vista a proposta da família ideal ideal, que é a família cristã, gerada a partir do sacramento do matrimônio e vivendo em forte unidade, harmonia e na gratuita e generosa solidariedade. A Pastoral Familiar está constituída por Diretório próprio, que vem responder ao apelo do Papa João Paulo II na Familiaris Con-sórtio. Mas o grande impulso veio a partir da Conferência de Santo Domingo. No documento conclusivo, falou-se da “prioridade e centralidade da pastoral familiar na Igreja diocesana” (nº 222). O Papa João Paulo II assim falou aos Bispos do Brasil: “em cada diocese – vasta ou pequena, rica ou pobre, dotada ou não de clero – o Bispo estará agindo com sabedoria pastoral, estará fazendo investimento altamente compensador, estará construindo, a médio prazo, a sua Igreja particular, à medida que der o máximo a uma Pas-

toral Familiar efetiva”. Na Arquidiocese de Florianópolis, a Pastoral Familiar está devidamente organizada há 20 anos. Aqui, a Pastoral Familiar trabalha dando ênfase a três setores: 1- Setor Pré matrimônio Inicia com o batismo da criança, ela é inserida na Igreja com sua família, pais e padrinhos. A criança prepara-se para a eucaristia, crisma, o grupo de jovens paroquial e finalmente prepara-se para o casamento. 2- Setor Pós Matrimônio diz respeito ao empenho da Igreja local em ajudar o casal a descobrir e a viver a nova vocação e missão de maneira alegre e frutuosa. Neste setor, a Pastoral conta com grandes parceiros, como os Movimentos: Encontro Matrimonial Mundial; Equipes de Nossa Senhora, Movimento de Irmãos, Cursilho de Cristandade, Oficinas de Oração e Vida, e outros; 3- Casos Especiais - onde a Pastoral Familiar, guiada pelos princípios da verdade e da misericórdia, procura ser “um empenho pastoral ainda mais generoso, inteligente e prudente, na linha do exemplo do Bom Pastor, àquelas famílias que - muitas vezes, independentemente da própria vontade ou pressionadas por outras exigências de natureza diversa, se encontram em situações difíceis”. Todos os anos a Igreja celebra a Semana Nacional da Família com início no Dia dos Pais (domingo), neste ano será de 12 a 18 de agosto.

Mais informações com o casal coordenador da Pastoral Familiar na Arquidiocese, Nest or e Vilma FFe ett er Nestor tter er,, pelo email vilmafetter@terra.com.br Divulgação/JA

Encontro de formação da Pastoral Familiar na Paróquia de Itapema


16

Geral

Julho 2012

Jornal da Arquidiocese

Apostolado celebrou o Sagrado Coração de Jesus Eventos nacionais, regionais e locais celebraram a caminhada do Apostolado da Oração Divulgação/JA

O Apostolado da Oração da Arquidiocese participou de várias atividades em junho celebrativas ao mês do Sagrado Coração de Jesus. Os associados do Apostolado realizaram Romaria ao Santuário de Aparecida, em São Paulo, celebraram o Dia do Sagrado Coração de Jesus nas comunidades e participaram da Concentração Interdiocesana do Apostolado da Oração, em Gravatal, Diocese de Tubarão. Nos dias 09 e 10 de junho, mais de 100 mil fiéis participaram da 35ª Romaria Anual do Apostolado da Oração. A Arquidiocese de Florianópolis participou do encontro com mais de 30 ônibus de diversas cidades e paróquias. Nos dois dias, os devotos participaram de atividades de romaria e de uma missa, no dia 09, às 18h, e no dia 10, às 10h, presidida pelo bispo de Guarapuava, no Paraná, Dom Antonio Wagner da Silva, bispo referencial do Movimento do Apostolado no Brasil. Pe. Sereno Boesing Boesing, diretor espiritual do movimento na Arquidiocese, também esteve presen-

Concentração lotou o Santuário do Sagrado Coração de Jesus, em Gravatal. Arquidiocese foi representada por mais de 500 associados te no evento e ressaltou a importância do encontro. “Este grande encontro nacional ajuda a animar o movimento. Você percebe em todos os recantos, mesmo onde há mais dificuldade, a presença forte do movimento. O Apostolado é muito dinâmico, é fervoroso e cumpre um papel muito importante nas paróquias onde esta presente”, declarou. Foto JA

A Escola Diaconal São Francisco de Assis realizou, nos dias 20 a 30 de junho, a 4ª etapa da 15ª Turma de formação dos candidatos a diácono. Nesses dias, 32 candidatos estiveram reunidos na Casa de Encontros do Provincialado das Irmãs da Divina Providência, em Florianópolis, para participar de mais um passo do processo de formação.

Interdiocesano

No dia 17 de junho, o Santuário do Sagrado Coração de Jesus, em Gravatal, Diocese de Tubarão, acolheu os milhares de fiéis associados do Apostolado da Oração de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Eles participaram da Concentração Interdiocesana do Apostolado da Oração. Estivemos representados por mais de 500 participantes, que se deslocaram em cerca de 15 ônibus. Durante o dia, os associados contaram com Celebração Eucarística, momento mariano com a oração do terço, palestra, coroação da imagem do Sagrado Coração de Jesus e procissão pelo centro da cidade, com mais de 150 bandeiras do Apostolado. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Pe. Sérgio Jeremias de Souza Souza, administrador diocesano de Tubarão. “Foi um encontro muito animado e um momento para celebrarmos a caminhada do Apostolado”, disse Tânia Zimmermann Meurer, coordenadora arquidiocesana do Apostolado da Oração. O evento é realizado há 35 anos, sempre no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, em Gravatal.

Paróquia de Itapema motiva trabalho com surdos A Paróquia Santo Antônio, em Itapema iniciou um trabalho de inclusão social, promovendo o Encontro Regional para os Surdos. O evento ocorreu no dia 16 de junho e reuniu pessoas de Camboriú, Itajaí, Itapema, Florianópolis e Penha, no salão paroquial da Igreja Matriz . Organizado pelas religiosas da Congregação da Pequena Missão para os Surdos, e conduzido pela Irmã Luzia Barbosa Barbosa, o encontro teve como tema o “Bom Pastor”. Estavam presentes, além dos deficientes auditivos, pais e outros interessados na linguagem dos sinais, a “Libras”. A intérprete do evento veio de Camboriú, Sany Regina, 31 anos. A palestra foi um momento de reflexão, mas também foi interativa. Todos puderam expressar-se, muitos pais contaram como os filhos sentem-se reprimidos por não poderem participar da Santa Missa. Durante o encontro foi constatada a necessidade de incentivar a participação dos deficientes auditivos na comunidade. Foi verificada a necessidade de criar uma Pastoral dos Surdos em Itapema.

Com apenas 16 anos, a jovem Yasmin de Camargo Martins saiu de Itajaí para participar do encontro e ficou encantada. “Nunca havia participado de um encontro como esse, eu adorei. Gostaria de participar de outros encontros assim para aprender ainda mais”, ressalta. Quem também participou foi o professor de libras Charles Giovani Foqueti, que atua na Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e na Prefeitura de Camboriú. “É muito importante ter esses encontros, pois não só os surdos podem participar, mas também os familiares e amigos, e catequistas. Assim, os que não têm deficiência auditiva podem aprendem um pouco a comunicação de libras e ajudar a criar outros grupos”, destaca. A Congregação da Pequena Missão para os Surdos, do Paraná, está presente na Paróquia de Itapema desde fevereiro deste ano. A convite do pároco, Pe. Mário Sérgio do Nascimento Nascimento, duas irmãs estão residindo na cidade e atuam nas diferentes frentes atendendo os deficientes auditivos. Divulgação/JA

Encontro reuniu 25 participantes de quatro municípios e deu indicativos para um próximo encontro e a criação da Pastoral dos Surdos

31 DE JULHO

DIA DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA, SJ FUNDADOR DA COMPANHIA DE JESUS

INÁCIO DE LOYOLA É O MODELO, VOCÊ É O VOCACIONADO. ASSUMA A MISSÃO DE TRANSFORMAR O MUNDO EM SUA OBRA-PRIMA.

Arrojado, determinado, livre para amar e servir. Uma vida transformada pelo encontro com o amor de Deus, no seguimento de Jesus Cristo, que nos inspira para uma das mais belas missões: agir por um mundo melhor.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.