Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 07/09

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Pe. Josemar: experiência de 7 anos como miossionário na Bahia

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Jornal da

Arquidiocese

“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)

Florianópolis, Julho 2009 Nº 147 - Ano XIII

Assembleia aprova novas Diretrizes Mais de 300 lideranças estiveram reunidas para estudar, propor mudanças e aprovar o texto final das novas diretrizes da Arquidiocese Realizada na paróquia Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, a Assembléia Arquidiocesana de Pastoral reuniu lideranças de todos os seguimentos da Arquidiocese, que aprovaram o texto final das diretrizes. No encontro também foi dado início ao processo

do planejamento pastoral. O desafio agora é colocar em prática as diretrizes. “Como todos participaram de todas as etapas do texto final, agora sentimo-nos coparticipantes dos resultados e motivados a colocá-los em prática”, disse nosso arcebispo Dom Murilo.

No rumo do Planejamento Pastoral

Representantes das forças vivas da Arquidiocese votam nas propostas de mudança do texto-base das diretrizes

Paróquias participaram de nova etapa da campanha da enchente Nos dias 05 e 09 de junho, a Ação Social Arquidiocesana deu início a terceira etapa da campanha em favor dos atingidos pelas enchentes. A proposta é reunir as paróquias que sofreram com as chuvas para desenvolver projetos de atendimento às vitimas através

Catequistas participam de Encontro Regional PÁGINA 03

Participe do Jornal da Arquidiocese

da prevenção e do desenvolvimento comunitário. R$ 500 mil estão disponíveis para esta etapa. Confira os depoimentos de algumas das mais de 300 pessoas beneficiadas pelos recursos da campanha. PÁGINAS 08

São José abre celebrações comarcais do Ano Catequético PÁGINA 05

Arquidiocese repassa R$ 210 mil para campanha “SOS Norte/ Nordeste” Capelania atende população universitária PÁGINA 10

No planejamento pastoral, somos convidados a ver a realidade do mesmo jeito de Deus. Um olhar que se direciona à ação salvadora, com o objetivo transformar a realidade. O agente de pastoral analisa a realidade com a Palavra de Deus, não com critérios humanos. Para o agente de pastoral, julgar a realidade é perguntar-se: O que Deus diria de nossa realidade? O que nela está de acordo ou é contrário ao plano de salvação de Deus? Por sua vez, o olhar e

a análise direcionam a ação. Para descobrir o que devemos fazer, é importante contar com a graça iluminadora de Deus, deixar-se possuir pelo desejo de agir como Deus age, de fazer o que Deus quer. Somos operários de um Reino que não é nosso, mas de Deus. Muitas vezes, já sabemos antes o que fazer. Assim, não obedecemos nem à realidade nem ao Espírito de Deus! Planejar a pastoral é deixar-se guiar por Deus e por seu plano de salvação.

PÁGINAS 04 E 08

Convívio Vocacional busca despertar novas vocações Os jovens que cursam a 7ª série ou níveis acima são convidados a participar do Convívio Vocacional, a se realizar nos dias

17 entidades sociais receberam recursos do FAS PÁGINA 11

31 de julho, 01 e 02 agosto, no Seminário de Azambuja. PÁGINA 05

Celebração abriu o Ano Sacerdotal na Arquidiocese PÁGINA 16

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Opinião

Julho 2009

Palavra do Bispo

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

Um Coração para o nosso tempo Quando ouvem expressões e invocações como: “Sagrado Coração de Jesus”, “Jesus manso e humilde de coração” ou “Coração de Jesus, eu confio em vós”, há os que se perguntam se ainda tem sentido essa devoção. E vão além: “Não será ela uma forma ultrapassada de expressão religiosa, própria de outras épocas e culturas? Para o cristão do terceiro milênio, não seria melhor procurar formas mais adequadas para falar de Jesus Cristo, o enviado do Pai?” Perguntas como essas são oportunas. Afinal, o homem relaciona-se com seu Senhor utilizando-se de palavras, expressões e gestos tirados de seu mundo, de seu tempo e de sua realidade. Sabemos, assim, que muitas manifestações religiosas, largamente

difundidas em outras épocas, caíram aos poucos em desuso, transformando-se em lembranças que os livros de História da Igreja tiveram o cuidado de conservar. Não terá acontecido o mesmo com a devoção ao Coração de Jesus? Diria que depende. Depende do modo como vemos essa devoção e da maneira como a entendemos. Se nossas expressões de fé tiverem uma base bíblica, elas conseguirão ultrapassar culturas, épocas e costumes. Ora, na linguagem bíblica a palavra “coração” tem um sentido muito profundo. Mais do que se referir ao órgão físico, sintetiza a interioridade da pessoa, sua intimidade, o mais profundo do seu ser.

Palavra do Papa

Por isso mesmo não deve ter sido difícil para os contemporâneos de Jesus intuir a profundidade de seu convite e de sua auto-apresentação: “Vinde a mim vós todos que estais cansados sob o peso de vosso fardo e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 28-29). O apóstolo Paulo penetrou nesse Coração e dele saiu transformado. Dedicou sua vida para anunciar a todos o Cristo que, através de sua experiência de fé, conhecera tão bem. Por isso mesmo, pôde dizer aos filipenses: “Deus me é testemunha de que eu vos amo a todos com a ternura de Cristo Jesus” (Fl 1,8). Também nós somos convida-

Bento XVI

O Ano Sacerdotal O Ano Sacerdotal "pretende contribuir para fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um seu testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo (...). "O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus": costumava dizer o Santo Cura d'Ars. Essa tocante afirmação permite-nos, antes de mais nada, evocar com ternura e gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja mas também para a própria humanidade. Penso em todos os presbíteros que propõem, humilde e cotidianamente, aos fiéis cristãos e ao mundo inteiro, as palavras e os gestos de Cristo, procurando aderir a Ele com os pensamentos, a vontade, os sentimentos e o estilo de toda a sua existência. Como não sublinhar suas fadigas apostólicas, seu serviço incansável e escondido, sua caridade tendencialmente universal? E o que dizer da fidelidade corajosa de tantos sacerdotes que, não obstante dificuldades e incompreensões, continuam fiéis à sua vocação: a de "amigos de Cristo", por Ele de modo particular chamados, escolhidos e enviados? Eu mesmo guardo ainda no coração a recordação do primeiro pároco junto de quem exerci meu ministério de jovem sacerdote: deixou-me o exemplo de uma dedicação sem reservas ao próprio serviço sacerdotal, a ponto de encontrar a morte durante o próprio ato

de levar o viático a um doente grave. Depois repasso na memória os inumeráveis irmãos que encontrei e encontro, inclusive durante minhas viagens pastorais às diversas nações, generosamente empenhados no exercício diário do seu ministério sacerdotal. Mas a expressão utilizada pelo Santo Cura d'Ars evoca também o Coração traspassado de Cristo com a coroa de espinhos que O envolve. E isso leva o pensamento a deter-se nas inumeráveis situações de sofrimento em que se encontram imersos muitos sacerdotes, ou porque participantes da experiência humana da dor na multiplicidade das suas manifestações, ou porque incompreendidos pelos próprios destinatários de seu ministério: como não recordar tantos sacerdotes ofendidos na sua dignidade, impedidos na sua missão e, às vezes, mesmo perseguidos até o supremo testemunho do sangue?

Evocar com ternura e gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja mas também para a própria humanidade”

Bento XVI, 16.06.09

Se nossas expressões de fé tiverem uma base bíblica, elas conseguirão ultrapassar culturas, épocas e costumes”

Reflexão

A Dimensão Sacramental da Coleta Eucarística A Ceia cristã teve seu início inserida na Ceia judaica. Foi durante a Ceia pascal, sua última Ceia, ardentemente por ele esperada, que Jesus tomou o pão e o cálice, por eles deu graças, transfigurou-os em seu Corpo e Sangue e ofereceu-os em alimento. A comunidade primitiva levou muito a sério a dimensão fraternal da Ceia, celebrada em casas de família, pois não havia, ainda, igrejas construídas. O chefe da casa convidava os irmãos na fé, oferecia-lhes um jantar e, no final, se dava graças pelo pão e o vinho. A liturgia eucarística era antecedida pelo ágape, banquete de amor, ceia fraterna e pela meditação da Palavra de Deus. Houve abusos, como Paulo denuncia em sua Carta aos Coríntios (cf. 1Cor 11, 17-34): alguns convidados chegavam antes, comiam e bebiam tudo e, quando os pobres chegavam, não lhes restava alimento: “enquanto um passa fome, o outro se embriaga” (cf. 1Cor 11, 18-22). É esse o contexto do "comungar indignamente": encher a própria barriga às custas da barriga vazia do irmão pobre. Infelizmente o moralismo cristão preferiu interpretar o “indignamente” (= desprezando seu irmão pobre) como estar com a “alma suja”, ter pecado contra a castidade, na maioria das vezes. É muito fácil ser casto: desafiante é ser justo. E assim se anuncia a dignidade para comungar identificada com o não ter atos pecaminosos, esquecendo-se do aspecto bí-

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dos a fazer uma profunda experiência da bondade do Coração de Cristo. Compreenderemos então o porquê de sua predileção pelos mais pobres, pelos doentes e aflitos. Seremos tocados pelo seu ardente amor pelo Pai. E entenderemos um pouco melhor seu amor infinito, esse amor que nos conduzirá, por fim, ao dom total de nós mesmos, fazendo-nos penetrar no mistério de Deus. A espiritualidade do Coração de Jesus é sumamente adequada ao nosso tempo. Nossos contemporâneos sofrem, vivem dispersos e não se sentem amados justamente porque não fizeram ainda aquela experiência que Paulo fez e traduziu de forma admirável: “O Filho de Deus me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20).

blico do ágape, do banquete fraterno. Essa admoestação de Paulo é o prólogo de sua narração da Ceia do Senhor (1Cor 11, 23-25). Quando o número de cristãos tornou inviável o banquete, a ceia antes da liturgia eucarística, introduziu-se a procissão das oferen-das: ninguém se aproximava da Mesa eucarística sem ter trazido dons, alimentos, para a mesa do irmão. Junto com o pão e o vinho apresentava-se a Deus azeite, trigo e outros gêneros alimentícios, que em seguida eram levados à casa dos irmãos pobres. Louvava-se a Deus pelos frutos da terra e a ação de graças era reparti-los. (Atualmente esse gesto foi transformado num tedioso enfeite de cachos de uva com espigas de trigo em Missas mais solenes) A multiplicação do número de cristãos infelizmente tornou difícil também esse gesto. E introduziuse a coleta, a doação financeira. O produto oferecido era transformado em alimento para a caridade cristã. Não se imaginava alguém não ofertar no recolhimento das ofertas, parte indissolúvel da Ceia fraterna. Numa perspectiva bíblica, não se pode separar a eucaristia do ágape fraterno, da ceia fraterna, do ato de oferta. Está em jogo o fundamento material, substancial do ato sacramental. Certo maniqueísmo prefere separar as realidades “sagradas” das realidades “materiais”. É a negação da sacramentalidade de toda a criação, pois todo

Sacramento supõe a matéria que, pela ação do Espírito Santo, é consagrada: a água batismal, o óleo consagrado, o pão e o vinho, os noivos, a imposição das mãos. São dois momentos, sendo a coleta até mais significativa e necessária. Em toda celebração eucarística deve haver coleta, em toda celebração eucarística devemos oferecer o óbolo, não simbólico de nossa ganância ou desleixo, mas símbolo de nossa generosidade e compromisso fraterno. A Liturgia da Igreja anglicana recuperou e preserva a integridade desse gesto: durante a apresentação das oferendas o presidente da Celebração aguarda até que todos tenham dado a oferta. Colocada numa bandeja digna, é feito o tríplice Bendito sejais, Deus do Universo: ergue o pão, ergue o vinho, ergue a bandeja com as ofertas. Tudo é oferecido, tudo é consagrado. Entende-se que há certa timidez em falar isso nas igrejas católicas. O dinheiro, sempre bem-vindo, é melhor chegar escondido e não estimulado, pois se ignora seu aspecto sacramental. É sacramento da comunhão, é gesto concreto da fraternidade. Podemos, com a coleta, tornar real a doutrina de São João Crisóstomo: “o sacramento do altar é o sacramento do irmão”. A oferta nos dá dignidade para comungar o Corpo e Sangue do Senhor. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul


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Retiro reúne casais em segunda união 25 casais participaram do encontro que pela segunda vez é realizado na Comarca de São José

Perseverança Após cada encontro, os participantes foram divididos em grupos e realizam encontros periódicos, chamados de encontros de perseverança. Mensalmente, eles refletem sobre um tema bíblico específico. “A partir desses encontros, muitos casais que estavam afastados da Igreja voltam

Foto JA

A Paróquia São Francisco de Assis, em Aririú, Palhoça, realizou nos dias 13 e 14 de junho o “Retiro para Casais em Segunda União”. Participaram do evento 25 casais, de nove paróquias e quatro comarcas. Promovido pela Pastoral Familiar da Arquidiocese - Setor Casos Especiais, o encontro teve como objetivo acolher os casais nessa situação e trazê-los para a comunidade, para que se sintam Igreja como todo cristão. Durante os dois dias, os casais participaram de dinâmicas, palestras, e ouviram testemunhos de casais que já fizeram o encontro. No final, houve uma espiritualidade com dinâmica que emocionou os participantes, mas é sempre uma surpresa a cada evento. A assessoria ficou a cargo do Pe. Roberto Arripe (Pe. Chiru), orientador espiritual da Pastoral Familiar da Diocese de Novo Hamburgo, RS, que há oito anos assessora o encontro na Arquidiocese. Ele é o criador da metodologia “O Senhor é o meu Pastor”, que orienta os casais em segunda união. A equipe de apoio contou com 125 pessoas. Desses, 45 jovens que fizeram a animação do evento, recreação e ajudaram a servir os alimentos. Um dos pontos forte do Retiro é que os filhos dos casais, mesmo pequenos, puderam acompanhar os pais. Foi montado um espaço de recreação para que as crianças tivessem atividades, uma espécie de creche. Os participantes ainda contaram com médico, psicólogo e fisioterapeuta.

Encontro, realizado na Paróquia de Aririú, Palhoça, reuniu 25 casais, mas contou com o apoio de 125 pessos, entre eles 25 jovens a participar e se tornam importantes lideranças", disse Maria Aparecida Vieira Schneider, que com seu esposo Gervásio, coordena os Casos Especiais da Pastoral Familiar na Arquidiocese. Este foi também o segundo encontro comarcal realizado este ano. O próximo será nos dias 07 e 08 de novembro na Comarca de Brusque, organizado pela Pastoral

Familiar da Paróquia São Luiz Gonzaga, em local a ser definido. Mais informações com o casal Gervásio e Maria Aparecida Schneider, casal coordenador dos Casos Especiais da Pastoral Familiar na Arquidiocese, pelo fone (48) 3240-8064 ou 9972-2484, ou pelo e-mail familiaschneider@ brturbo.com.br.

Padres se reúnem por tempo de ministério Os padres ordenados entre 1980 e 1994 estiveram reunidos no dia 16 de junho na Associação Padre Augusto Zucco - APAZ, em Barreiros, São José, para participar do “Encontro Generacional” dos presbíteros da Arquidiocese. Durante todo o dia, 11 padres participaram de momentos de reflexão e partilha. Este foi o segundo encontro do ano. A assessoria ficou por conta do Pe. Luiz Bertotti, vigário da Catedral, que falou sobre o tema “A personalidade e a identidade do presbítero diocesano”. Após a conferência, os participantes foram divididos em grupos. À tarde, todos se

reuniram para refletir sobre o que discutiram. Para o Pe. Alceoni Berkenbrock, ordenado há 16 anos e pároco de Garopaba, que participou do encontro pela primeira vez, o evento foi bastante positivo e de grande importância para os padres e para a Arquidiocese. “A partilha de experiências enriquece a vida sacerdotal e pastoral dos padres. Também foi muito bom o testemunho de vida do assessor”, disse. No primeiro encontro deste ano, participaram 21 padres, ordenados até 1995. O próximo, será realizado no dia 07 de julho, com os padres ordenados entre 1950 e 1979.

Catequistas realizam Encontro Regional em Florianópolis A Arquidiocese sediará no dia 19 de julho a Concentração Regional de Catequese. Realizada no Colégio Catarinense, em Florianópolis, o evento acontecerá a partir das 8h. Durante o dia, eles contarão com três conferências que tratarão de temas relacionados com o Ano Catequético. A primeira, será do Pe. Vitor Galdino Feller, coordenador arquidiocesano de Pastoral e diretor do ITESC. Seu tema: “A Escola de Catequese do Regional Sul 4 diante dos desafios do nosso tempo”. Em seguida, Dom Ja-

cinto Bergmann, bispo de Tubarão, proporá “Uma iluminação em torno do Ano Catequético”. Por fim, Pe. Agenor Brighenti apresentará o tema: “Perspectivas futuras da Catequese”. A Concentração é voltada às lideranças que participaram das oito escolas de Catequese do Regional, realizadas entre 1993 e 2008, mas também são convidados a participar todos os catequistas. Para isso, basta se inscrever através do fone (48) 3224-4799 ou pelo e-mail catequese@arquifloripa.org.br.

Padres focolarinos participam de encontro Padres dos três Estados do Sul, que vivem a espiritualidade focolarina, estiveram reunidos nos dias 15 a 17 de junho na Casa de Retiros Vila Fátima, em Florianópolis, para participar do seu encontro anual. Com o tema “Santificar-se juntos no reencantamento da missão”, o encontro reuniu 30 padres. Durante os três dias, eles aprofundaram como santificarse a partir da fraternidade espiritual, onde devem ser os primeiros a testemunhar o mandamento de Jesus “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Também partilharam vivências e experiências, e a presença do padre no mundo globalizado de

hoje, à luz da presença do Senhor: “Onde dois ou mais estiverem unidos em meu nome, eu estarei no meio deles”. No último dia, meditaram sobre Jesus crucificado e abandonado como chave de entrada da vida e do olhar sobre o mundo. Esta foi a quinta edição do encontro. A cada ano em um Estado. Na avaliação do Pe. Vilson Groh, um dos participantes e organizadores, o encontro foi bastante positivo. “Ele nos permitiu refazer e aprofun-dar a opção fundamental da vida: escolher Deus e não as próprias obras. E reconsagrar-se a Jesus Cristo abandonado, como único bem da nossa missão”.

Encontro das secretarias paroquiais O encontro das secretarias e funcionárias de casas paroquiais, que estava previsto para se realizar nos dias 30/06, 01 e 02/07, foi transferido para os dias 14, 15 e 16 de julho. A alteração aconteceu por falta de local para acolher o evento nes-

sa data. O Retiro de Espiritualidade e Formação será realizado na Casa de Retiros Padre Dehon, em Brusque, e contará com a assessoria do nosso arcebispo Dom Murilo Krieger. Mais informações com o Pe. Adão pelo fone (47) 3351-0765.


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Tema do Mês

PLANEJAR PARA EVANGELIZAR MELHOR Estamos, portanto, no início do Planejamento Arquidiocesano de Pastoral. Planejamento é uma palavra e uma atitude que, à primeira vista, nada têm de teológico e pastoral. Parece coisa que pertence ao domínio da ciência, onde pouco espaço haveria para as coisas espirituais e as luzes do Espírito Santo. Quando, porém se trata de ação pastoral, o planejamento é a atitude de quem crê, de quem ouve o que Deus tem a dizer, de quem se dispõe a ser instrumento do projeto de Deus, de quem olha a realidade com o olhar de Deus, para julgá-la e transformála segundo seu divino projeto. Na obra da evangelização, planejar é deixar-se guiar pelos sinais dos tempos, pelos desafios e exigên-

No rumo do Planejamento Pastoral Planejar a pastoral é deixar-se guiar por Deus e por seu plano de salvação. Foto JA

Nossa Arquidiocese aprovou na 25ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, nos dias 26 e 27 de junho passado, em Palhoça, as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora. Seguindo os mesmos rumos da Igreja no Brasil e em Santa Catarina, nossa Igreja diocesana pretende pôr em prática o seguinte objetivo: Evangelizar, a partir do encontro com Jesus Cristo, como discípulos missionários, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, participando da construção de uma sociedade justa e solidária, “para que todos tenham Vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Na mesma assembleia jubilar, foi decidido iniciar o Planejamento Arquidiocesano de Pastoral. De agosto a novembro deste ano, todos os segmentos são convidados a estudar as novas diretrizes e a aprofundar-se no sentido e na importância do planejamento de pastoral. Depois, seguindo a metodologia ver-julgar-agir, nos moldes da ação pastoral latino-americana, confirmada no Documento de Aparecida, haveremos de buscar um conhecimento mais profundo de nossa realidade social e eclesial, para analisá-la à luz da Palavra de Deus e dos documentos da Igreja, para, enfim, tomarmos as linhas de ação que deverão transformar essa realidade, de modo a torná-la sinal do Reino de Deus entre nós. Todo esse processo deverá culminar com um Plano Arquidiocesano de Pastoral, a ser estudado e aprovado na Assembleia Arquidiocesana de 2011.

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turas e leis, nos cargos e funções. Mas, nos últimos anos, graças ao Concílio Vaticano II, muitas coisas começaram a mudar. A leitura e escuta da Palavra de Deus, feita pelos grupos e comunidades, nos faz perceber que o próprio Deus planejou o seu projeto de revelarse a nós e nos salvar. Começamos a entender e a anunciar o plano de Deus. O retorno à Bíblia faz com que a Igreja reaprenda, com Jesus e com as primeiras comunidades, a planejar a obra da evangelização. Como Deus, seja no Antigo seja no Novo Testamento, planejou sua obra salvífica em comunhão com o povo, assim também o planejamento da ação pastoral deverá ser feito na comunhão entre os pastores e o povo, entre a diocese e as paróquias, entre as comunidades e as pastorais. Planejar é um ato de amor e comunhão. É um ato de respeito a todas as pessoas com quem se atua no campo da evangelização. Não planejar ou não entrar no processo de planejamento da diocese, a Igreja encarnada em nosso chão, é um ato de divisão, desunião e discórdia; atos incompatíveis com o seguimento de Cristo.

VER, JULGAR E AGIR COMO DEUS

cias da realidade, onde fala o Espírito Santo. Planejar é relacionar a reflexão e a ação. Tudo o que fazemos poderia ser feito de modo diferente. Muitas vezes, tomamos decisões e fazemos coisas de maneira improvisada, sem refletir muito sobre o que se faz. Não se reflete bastante, nem antes, nem durante, nem depois. Na verdade, nunca agimos sem planejar. A diferença é que às vezes pensamos mais e outras menos. Não existe improvisação total. Sempre haverá o imprevisível, mesmo quando pensarmos bem e bastante. Por isso mesmo, é preciso garantir um bom espaço para a reflexão e o planejamento da ação: antes, durante e depois. Quando preparamos a ação, começamos a fazer coisas diferentes, fazemos melhor o que temos que fazer, fazemos coisas que nem imaginávamos ter condições de fazer.

DO JEITO DE JESUS Antes de partir para o céu, Jesus nos deixou seu mandato missionário (Mt 28, 18-20; Mc

Planejar é um ato de amor e comunhão. É um ato de respeito a todas as pessoas com quem se atua no campo da evangelização”.

16, 15). Desde então, a Igreja se faz no próprio ato de evangelizar. Por sua vez, a evangelização acontece também no ato do planejamento comum. Planejar a evangelização já é evangelizar! Nesse sentido, temos muito a aprender com o Mestre. Ele nos ensinou que toda a nossa ação evangelizadora deve ser pensada, organizada e avaliada. Nossa pastoral deve ser pensada. Nas parábolas do homem que vai construir uma torre e do rei que vai fazer uma guerra (Lc 14, 25-33), Jesus nos adverte que nossa ação tem que ser pensada, temos que ponderar sobre

o investimento a ser feito, para não acontecer de ter que deixar as coisas pelo caminho, de fazer as coisas pela metade, de não ser fiel no seu seguimento até o fim. Nossa ação pastoral deve ser organizada. O próprio Jesus organizou a ação pastoral dos 72 discípulos (Lc 9, 1-6; 10, 1-12; Mc 6, 7-13). Chamou-os, enviouos de dois a dois, mostrou-lhes aonde ir, ensinou-lhes o que dizer e fazer, indicou-lhes as atitudes a tomar diante da rejeição, confiou-lhes o anúncio do Reino que era o específico de sua própria missão. Nossa pastoral deve ser avaliada. No retorno dos discípulos (Mc 6, 30-32; Lc 9, 10; 10, 17), Jesus chamou-os à parte, retirou-se com eles para um lugar deserto, para descansar, para ouvi-los contar o que haviam feito e ensinado.

O JEITO DE SER IGREJA O planejamento pastoral depende do jeito de ser Igreja. Nos últimos séculos, a Igreja havia perdido o sentido do planejamento. Começou a confiar mais nas coisas prontas, nas instituições, estru-

No planejamento pastoral, somos convidados a olhar a realidade do mesmo jeito de Deus. Um olhar que se direciona à ação salvadora, que tem como objetivo transformar a realidade. O agente de pastoral analisa e julga a realidade com os olhos de Deus, não com os nossos critérios, para condenar ou absolver. Para nós, julgar a realidade é analisá-la à luz da fé, iluminá-la com a Palavra de Deus. É perguntar-se: O que Deus diria de nossa realidade? O que nela está de acordo ou é contrário ao plano de salvação de Deus? O olhar e a análise direcionam nossa ação. Para descobrir o que devemos fazer, é importante contar com a graça iluminadora de Deus. É preciso deixar-se possuir pelo desejo de agir como Deus age, de fazer o que Deus quer. Somos operários de um Reino que não é nosso, mas de Deus. Muitas vezes, já sabemos antes o que fazer. Assim, não obedecemos nem à realidade nem ao Espírito de Deus! Planejar a pastoral é deixar-se guiar por Deus e seu plano. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


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Comarca celebrou o Ano Catequético São José foi a primeira a realizar o encontro. Até setembro, as outras sete comarcas também o farão Foto JA

Realizado em Palhoça, encontro reuniu mais de 400 pessoas das dez paróquias da comarca. Com o tema “Catequese, caminho para o discipulado”, mais de 400 catequistas e lideranças paroquiais estiveram reunidos no dia 21 de junho, na Paróquia Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, para celebrar o Ano Catequético. Foi a primeira comarca a realizar o evento. Até setembro, as outras sete comarcas da Arquidiocese também se concentrarão. Durante o dia, os participantes contaram com a assessoria do Pe. André Luiz Ouriques, vigário na Paróquia São Judas Tadeu, na Ponte do Imaruim, em Palhoça. Ele trabalhou quatro temas que compõem o texto-base do Ano Catequético: Jesus Cristo; a Palavra de Deus; a Eucaristia; e o ser e a missão do Catequista. Cada momento do encontro foi encenado por uma paróquia. Um dos pontos fortes da concentração foi a celebração eucarística. Os participantes saíram, dois em dois, em procissão, do auditório onde estavam concentrados até a igreja, simbolizando o caminho feito por Jesus com os discípulos. Lá, participaram da Eucaristia, presidida pelo Pe. Francisco Rohling, pároco anfitrião. A celebração ainda con-

Irmã Marlene conduziu a Concentração, que reuniu em Palhoça mais de 400 catequistas e lideranças das dez paróquias tou com a presença do Pe. Iseldo Scherer, Pe. Hélio da Cunha, Pe. Alvino Milani e Pe. José Elias Antero, todos da comarca.

Compromissos assumidos Durante a concentração, os participantes assumiram alguns compromissos: atingir a família, para que se insira na caminhada como primeira educadora e promotora da fé; assumir uma formação continuada para os cate-quistas, tendo como base a iniciação para a vida cristã; promover e privilegiar a Palavra de Deus como fonte, inspiração e fundamentação para o processo da fé; aprofundar o sen-

tido do domingo, valorizando a celebração da Eucaristia. Em dois momentos da celebração houve a “fila do povo”, em que os participantes puderam partilhar as suas reflexões em torno do tema apresentado. Os próximos encontros seguirão a mesma dinâmica, mas com um assessor diferente por comarca. “A concentração foi uma tomada de consciência de que a Igreja só evangeliza se também catequiza”, avaliou Irmã Marlene Bertoldi, coordenadora arquidiocesana de Catequese. Mais fotos no site www. arquifln.org.br, clicar em “Galerias”

Coroinhas promovem encontros comarcais A Pastoral dos Coroinhas da Arquidiocese está promovendo os encontros comarcais deste ano tendo como inspiração o Ano Sacerdotal, em parceria com a Pastoral Vocacional. Dois encontros já foram realizados. Até novembro deste ano os encontros acontecerão em todas as comarcas da Arquidiocese. O primeiro foi no dia 16 de maio, na Paróquia N.Sra. da Imaculada Conceição, em Angelina, na Comarca de Santo Amaro. Cerca de 250 coroinhas participaram do belo encontro. O segundo foi no dia 20 de junho, na comunidade Brilhante I, Paróquia Santa Teresinha, envolvendo cerca de 350 coroinhas das sete paróquias da Comarca de Brusque. Nos dois encontros, durante o dia, das 8h30 às 16h,

os adolescentes participaram de momentos de oração e reflexão vocacionais e confraternização. Os encontros tiveram início com a acolhida, em seguida houve a celebração. Em Angelina, a celebração foi presidida pelo Pe. Vânio da Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional, e animação da equipe de articulação da Pastoral. Em Brusque, a celebração foi presidida pelo Pe. Pedro Schlichting, reitor do Seminário de Azambuja, com grande participação dos seminaristas.

Pesquisa vocacional Como motivação para o encontro, inspirada no Ano Sacerdotal, os grupos de coroinhas de cada paróquia deveriam fazer uma pesquisa respondendo à questão: “A sua comunidade já deu algum padre,

diácono, religioso(a) para a Igreja ou tem algum seminarista?”. À tarde, cada uma das paróquias apresentou o resultado da sua pesquisa. A paróquia de Guabiruba surpreendeu com um dado interessante: segundo a pesquisa, a comunidade conta com 104 ex-seminaristas, sem contar as ordenações e as vocações religiosas, sendo que a maioria é hoje importante liderança na Igreja, entre eles um diácono permanente. “Nosso objetivo é valorizar o trabalho vocacional do passado e despertar para a realidade das vocações específicas hoje", disse Irmã Clea Fuck, coordenadora da Pastoral dos Coroinhas na Arquidiocese. Ela destacou o excelente trabalho de parceria realizado com a Pastoral Vocacional nos encontros deste ano.

Garopaba realiza Semana Vocacional Missionária A Paróquia São Joaquim, em Garopaba, estará promovendo nos dias 15 a 20 de julho a Semana Vocacional Missionária. Com o tema “Somos discípulos de Jesus”, o evento reunirá padres, diácono, religiosas e seminaristas que visitarão as 20 comunidades. A programação inicia na noite do dia 15 de julho, quarta-feira, com a acolhida dos missionários e vocacionados, seguindo-se a celebração eucarística, presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger. Em conclu-

são, haverá o envio dos missionários para as comunidades. Em cada uma das comunidades haverá celebrações e missas, de acordo com o número de padres participantes. “Já temos muitas pessoas confirmadas para as visitas, mas fica aberto o convite a todos os que quiserem se engajar nesse trabalho, inclusive os leigos”, disse Pe. Alceoni Berkenbrock, o pároco. Mais informações pelo fone (48) 3254-3140 ou pelo e-mail paroquiasaojoaquim@gsurf. com.br.

Formação para o Dízimo A Pastoral do Dízimo estará promovendo em julho dois momentos de formação. Na região norte, o encontro será realizado no dia 04 de julho, na paróquia N.Sra de Lourdes, na Fazenda, em Itajaí, e contará com a assessoria de Odilmar de Oliveira Franco, agente da Pastoral em Curitiba. Na região sul, no dia 25 de julho, na Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, com a assessoria do Pe. Siro Manoel de Oliveira, professor do ITESC. Os dois encontros têm a mes-

ma dinâmica. Eles serão realizados das 8h às 11h30. Para participar basta que os interessados compareçam aos encontros. A formação é voltada aos participantes das equipes de Dízimo nas paróquias, mas todos os interessados são convidadas a participar. “Pedimos que todos participem para ajudar no crescimento e entendimento do trabalho da pastoral”, disse o diácono João Flávio Vendrúsculo, coordenador da Pastoral do Dízimo na Arquidiocese.

Convívio Vocacional busca despertar vocações O Seminário de Azambuja estará realizando nos dias 31 de julho, 01 e 02 agosto o Convívio Vocacional. O encontro é destinado aos jovens que cursam a 7ª série ou níveis acima. O encontro terá início às 18h de sexta-feira e o término no domingo, às 16h. É realizado anualmente para oportunizar aos jovens vocacionados conhecerem o Seminário e discernirem melhor a vocação à qual são chamados. Este ano o evento tem inspiração no “Ano Sacerdotal”. Durante os dois dias do Convívio, os participantes terão momentos de reflexão, oração e lazer. “Esperamos criar laços de amizade entre os vocacio-nados e os formadores, além da convivência com nos-

sos seminaristas”, disse Pe. Pedro Schlichting, reitor do Seminário de Azambuja. “Esperamos poder acolher bem aqueles que desejarem participar conosco nestes dias, em que juntos cresceremos mais no conhecimento do chamado de Deus em nossa vida. Certamente, nosso encontro se tornará mais frutuoso se outros padres puderem pelo menos em alguns momentos fazer parte desse Convívio. Será uma imensa alegria poder acolhê-los em nosso Seminário”, convida a equipe de animação do Seminário. Mais informações pelo fone (47) 3396-6276, com o Pe. Pedro ou com o Pe. Gercíno Atílio Piazza.


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Bíblia

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Conhecendo o livro dos Salmos (17)

Salmos 28(27) e 29(28): O silêncio e a voz de Deus Chamou-me a atenção o fato de que, no saltério, estes dois salmos, o 28 e o 29, se encontrem juntos: o primeiro, em que o salmista começa queixando-se do "silêncio" de Deus (Sl 28,1), e o segundo, em que o orante-poeta prorrompe num hino exatamente ao contrário do silêncio: à "voz" até tonitroante, avassaladora, do Senhor (Sl 29,3-9). O "silêncio de Deus": quantas vezes o experimentamos na vida? Quantas vezes nos impacientamos, como o profeta Habacuc, e reclamamos: Até quando, Senhor, ficarei clamando, sem que me dês atenção? (Hab 1,2) Por outro lado, quantas vezes e "de quantos modos" (cf Hb 1,1), Deus nos fala, e não percebemos, ou recusamos ouvir (Ne 9,17)? Mas vejamos, com mais detalhes, cada um dos dois salmos.

da sua “voz”. O convite inicial, entusiástico, é dirigido aos “filhos de Deus”. Quem são eles? Na linguagem bíblica do Antigo Testamento, eram originalmente os anjos, convidados ao louvor no templo celeste. Rezando-o ou cantandoo hoje, sentimos que os “convidados” somos nós.

A voz... que voz?

SALMO 28(27): NÃO FIQUES EM SILÊNCIO! 1. Clamo a ti, Senhor, meu rochedo: não fiques em silêncio, meu Deus! / Pois, se não me falas, / sou como quem desceu à sepultura. 2. Escuta a voz da minha súplica, quando te peço ajuda, / Quando elevo as mãos para o teu santo Templo! O salmista encontra-se numa situação-limite, talvez uma longa enfermidade, em que, apesar de tanto ter orado, pedido, suplicado, tem a impressão de que Deus não o escuta, e se mantém em silêncio (v.1), a ponto de ele sentir-se como quem desceu à sepultura (v.1). Apesar de tudo, a esperança ainda não morreu de todo, nesse morto-vivo, que continua insistindo: Escuta a voz da minha súplica, e materializa sua oração no gesto suplicante: elevo as mãos para o teu santo Templo! (v.2)

Não me arrastes com os ímpios! 3. Não me arrastes com os ímpios, com os que fazem o mal. / Eles falam de paz com seu próximo, mas têm a maldade no coração. 4. Trata-os conforme suas obras, e conforme a malícia dos seus crimes. / Dá-lhes a paga de seus atos, retribuilhes o salário devido. 5. Pois não atendem aos atos do Senhor, nem às obras de suas mãos. / Destrói-os, e não mais se reergam! Além de gravemente enfermo, o salmista sente-se ameaçado,

oprimido, e faz uma veemente imprecação contra os “ímpios”, os que fazem o mal, os que falsamente falam de paz mas têm a maldade no coração (v. 3). Quem são esses “ímpios”: pagãos, invasores, ou ricos à custa dos pobres? O salmista não entra em detalhes mais concretos, mas multiplica os pedidos para que Deus os trate conforme suas obras, lhes dê a paga de seus atos, lhes retribua o salário devido (v. 4). Justificando sua imprecação, ele argumenta que esses “ímpios” não atendem aos atos do Senhor (v. 5), retomando a censura de Isaías aos que não têm olhos para ver as obras de suas mãos (cf Is 5,12). Por isso mesmo, que Deus os “destrua”, e eles não mais se reergam (v.5)! Naturalmente, esse tipo de oração não combina bem com o que nosso Mestre, o Senhor Jesus, ensinou e praticou.

Ele ouviu a minha súplica! 6. Bendito seja o Senhor, que deu ouvido à voz da minha súplica. 7. O Senhor é minha força e meu escudo,/ pus nele a minha confiança. / Atendeu-me, e por isso exulta meu coração / com meu canto dou-lhe graças. De repente, um lampejo de mudança: Deus, apesar de tudo, estava ali, perto do salmista, como “força” de ataque e “escudo” de

defesa (v. 7). "Tardou" - ao menos foi essa a sensação do salmista! mas não falhou, não deixou de dar-lhe ouvido (v. 6). Pelo contrário, atendeu-o, e por isso o coração exulta e o canto de ação de graças é entoado (v. 7).

Salva teu povo! 8. O Senhor é a força do seu povo, baluarte de salvação para seu Ungido. 9. Salva teu povo e abençoa a tua herança! /Apascenta-os e conduze-os para sempre! Num acréscimo talvez litúrgico ou, melhor, num transbordamento da gratidão, o salmista pede agora não mais por si mesmo mas por seu povo, e pelo Ungido, o rei (v. 8). Ele argumenta que seu povo é a “herança”, o “rebanho” do Senhor. Que Ele, portanto, o salve, abençoe, apascente, conduza (v.9).

SALMO 29(28): A VOZ DO SENHOR 1. Tributai ao Senhor, filhos de Deus, / tributai ao Senhor glória e poder! 2. Tributai ao Senhor a glória do seu nome / adorai o Senhor no seu átrio sagrado! Em visível contraste com o salmo anterior, que começa, como vimos, com uma sentida queixa a Deus por causa do seu “silêncio” (Sl 28,1), temos aqui um breve e poderoso hino, que proclama exatamente o poder e a retumbância

3. Eis a voz do Senhor sobre as águas! / O Deus glorioso troveja, / o Senhor, sobre as águas torrenciais. 4. A voz do Senhor se faz ouvir com força, / com majestade ressoa a voz do Senhor! Na cosmologia bíblica, além das águas “inferiores”, dos mares, temos as águas “superiores”, acima do firmamento (cf Gn 1,7), de onde desce a chuva ou se derramam os temporais. Esses, muitas vezes, assumem proporções de tempestades, iluminadas de raios e somorizadas pelos trovões. Se ainda hoje o estampido do trovão nos impressiona, quanto mais naqueles tempos antigos, quando nada se sabia de meteorologia. Por isso, é natural que o trovão represente a “voz” de Deus, e que raios e trovões façam parte constante das “teofanias”, isto é, das manifestações divinas, como no monte Sinai, por ocasião da outorga da Lei a Moisés (cf Ex. 19,16-19)

A voz e a palavra Ao comentar a missão de João Batista em relação a Jesus, Santo Agostinho repetidamente nos chama a atenção para a diferença entre a “voz”, o som, que atinge apenas o ouvido, e a “palavra”, que é o som articulado, portador de uma idéia ou mensagem, que chega ao coração. Assim, a “voz” de Deus é aquela que nos vem da natureza constantemente, de tantos modos, sendo o mais impressionante deles o estampido do trovão. Acontece que temos necessidade da “palavra”, que nos fale e nos responda, e isso Ele o fez desde que falou a Adão, aos patriarcas, aos profetas e, desde a Encarnação, nos fala por seu Filho, sua “palavra”, a “Palavra” por excelência, que se fez carne e habitou entre nós (cf Jo 1,14).

Efeitos da “voz” de Deus 5. A voz do Senhor quebra os cedros, / o Senhor desgalha os cedros do Líbano. 6. Faz o Líbano saltar como um bezerro / e o Sárion, como

Faça como Salvador Bissoli, de Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.br

um búfalo novo. 7. A voz do Senhor espalha chispas de fogo. 8. A voz do Senhor sacode o deserto / o Senhor sacode o deserto de Cades. 9. A voz do Senhor contorce os carvalhos, / desnuda as florestas, / e em seu Templo todos bradam: Glória! Segue a descrição poética impressionante dos efeitos da "voz" de Deus na natureza: os cedros do Líbano são quebrados, desgalhados (v. 5); as próprias montanhas, do Líbano e do Sárion, saltam como um bezerro, como um búfalo novo (v. 6); os relâmpagos são chispas de fogo (v. 7), e o deserto, de norte a sul, até Cades, é “sacudido” como num terremoto arrasador(v. 8); os carvalhos se contorcem e as florestas são desnudadas...: enquanto no seu Templo, celeste e terrestre, todos bradam: Glória! (v. 9) Como não associarmos o “glória” de nossas liturgias, ainda mais quando ao canto uníssono da assembléia se une o coral e o esplendor dos instrumentos?

O Rei que abençoa 10. O Senhor tem seu trono na tempestade / o Senhor se assenta / como Rei para sempre. 11. É o Senhor quem dá força a seu povo, / o Senhor abençoa o seu povo com a paz. Esse “Rei” poderoso, que tem seu trono na tempestade e reina para sempre (v. 10), e cujo Reino terrestre foi inaugurado por seu Filho e que, também com o nosso empenho, deve “vir a nós” em plenitude, é um “Rei” que é também "Pai". Por isso, o Hino grandioso conclui com humilde confiança: é Ele quem dá força a seu povo, é Ele quem abençoa o seu povo com a paz (v. 11) Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Você já experimentou, em sua vida, o “silêncio” de Deus? 2) Um cristão pode rezar essa imprecação contra os “ímpios”? 3) Você sabe, como aconselha o Eclesiástico (2,3), “suportar as demoras” de Deus? 4) E a “voz” do Senhor? Você a escuta na natureza, no recôndito do coração? 5) Quando essa “voz” se tornou “palavra”?


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Assembléia Arquidiocesana da Juventude Evento teve como objetivos definir os caminhos e rearticular o trabalho com a juventude na Arquidiocese Ao término da assembléia, o Secretário Estadual das PJs, que esteve presente durante o final de semana, declarou: “Fiquei animado. Bastantes paróquias presentes, juventude empolgada e sonhos a mil!! Passo a passo, pouco a pouco, o caminho se faz... Certamente esta assembléia, aliada ao trabalho dedicado de todos e todas, irá gerar bons frutos na caminhada da PJ na Arquidiocese!”. A assembléia também pôde contar com a presença de Pe. Vânio da Silva, representando a Equipe de Apoio da Coordenação de Pastoral e o Frei José Lino, Pároco de Angelina, que se mostraram entusiasmados com os caminhos definidos pelos jovens. Segundo o Secretário Arquidiocesano da Pastoral da Juventude, Guilherme Pontes, a Assembléia foi um momento importante na rearticulação da juventude, iniciada no início deste ano. “Avaliar, pensar e montar os planos juntos é parte integrante do desejo de trabalhar juntos, e é isso que temos feito desde que iniciamos nosso trabalho”, disse.

Batendo um papo sobre...

Juventude e Vocação Cada um de nós é chamado a uma missão específica na vida da Igreja. Dentre as diversas vocações, sublinho aqui a vocação ao sacerdócio ministerial. O sacerdócio ministerial, do presbítero, está a serviço do sacerdócio comum dos fiéis. O grande desafio de ser sacerdote hoje é ser diferente, ou seja, ir na contramão de ideologias confusas e sem rumo. É necessário ter fidelidade ao Senhor em meio a uma sociedade carente de autênticos valores. Jovens com princípios regidos por uma conduta idônea, alimentados e fascinados por Cristo e sua palavra, foram feitos para grandes ideais e não para a mediocridade. Eis o desafio para a juventude de hoje. Jesus Cristo não cessa de chamar jovens para o seguirem como sacerdotes, como chamou os apóstolos. E a necessidade de padres cresce cada vez mais. É preciso que cada jovem se interrogue sobre o chamado que Deus lhe está fazendo, distinguindo os sinais dos tempos

em sua vida. Não podemos ter medo de dar nossa resposta ao chamado do Senhor, pois dela depende muita coisa de hoje e amanhã. Precisamos ter generosidade na resposta ao chamado que Deus nos faz. Não somos nós que escolhemos Cristo. É ele que nos escolhe, capacita e envia, a fim de que produzamos muitos frutos. Não escolhe por nossos merecimentos, tudo se dá graças a Ele, por sua graça. O sacerdócio é de Cristo, que chama o sacerdote para partilhar de seu dom. Num mundo confuso e hostil à Palavra de Deus, é grande a necessidade que as pessoas têm de pastores que os animem, confortem e encorajem, indicando o caminho de esperança e vida plena. Impulsionados pelo amor de Cristo, devemos deixar nossas próprias seguranças, para nos lançarmos sem medo à obra do Reino de Deus. Kelvin Borges Konz, Seminarista do 2° ano de Teologia

Divulgação/JA

Entre os dias 19 e 21 de junho, jovens representantes de diversas paróquias da Arquidiocese se reuniram em Santa Isabel, Águas Mornas, com o objetivo de avaliar a caminhada da juventude, ouvir seus clamores e planejar os rumos que serão seguidos nos próximos anos. Iluminados pela leitura de Tiago 1, 19-27, a assembléia foi iniciada com um debate acerca do estudo realizado através de questionários, aplicados nos grupos. Foi possível levantar as necessidades, angústias e sonhos da juventude. Frente à nossa realidade, o assessor, Diego Nunes, apresentou a proposta da PJ, sua metodologia e opções pedagógicas. Durante a noite, foi celebrada a Missa, presidida por Dom Vito Schlickmann. No domingo, os jovens foram divididos em grupos de trabalho (Formação, Organização, Articulação e Eventos), sendo feitos debates e levantadas propostas. As propostas foram levadas para a plenária que as discutiu, modificou e aprovou.

Você pergunta... Como dar continuidade aos encontros do grupo de jovens se os participantes normalmente não são os mesmos? Regiane Francieli Gonçalves Coordenadora do Grupo “Jovens Unidos pela Fé”, de Caldas da Imperatriz

Realizado na comunidade Santa Isabel, em Águas Mornas, Assembléia significou um momento importante na articulação da Pastoral da Juventude

Formação Documento 85:

Evangelização da Juventude Após dois anos de reflexão e duas Assembléias, a CNBB lançou em 2007 o documento 85, conhecido como Documento da Juventude, que é produto de questionários e longos debates feitos pela juventude em todo o Brasil. O documento assume a metodologia do Ver, Julgar e Agir. O primeiro capítulo traz o debate das transformações culturais vividas pelos jovens, o perfil socioeconômico, participação social e religiosa. Em cima dessa realidade, são apresentadas as experiências acumuladas pela Igreja ao longo dos anos. O segundo capítulo trabalha a realidade a partir da palavra de Deus e do Magistério. É trazido o modelo e seguimento de Jesus como "Caminho, Verdade e Vida", além da apresentação da Igreja como comunidade dos discípulos

de Jesus. São trabalhados os documentos e pronunciamentos da Igreja sobre a juventude, como a opção preferencial da Igreja pelos jovens. Na parte final do documento, com base na análise da realidade e o perfil da juventude, sendo confrontados com os princípios da fé, são apresentadas oito linhas de ação, que são desafios, princípios orientadores. As linhas de ação são as seguintes: Formação Integral do(a) discípulo(a); Espiritualidade; Pedagogia da Formação; Discípulos e Missionários para a Missão; Estruturas de Acompanhamento; Ministério da Assessoria; Diálogo Fé e Razão, e Direito à Vida. O Documento 85 deve ser um livro de cabeceira para aqueles que trabalham com a juventude. Nele encontramos um retrato de nossos jovens e linhas de ações claras para o trabalho nos grupos de jovens.

Movimento “Água Viva Jovem” promove 22º Retiro de Aspirantes O Movimento "Água Viva Jovem" realizará entre os dias 17 e 19 de julho o seu 22º Retiro de Aspirantes, que acontecerá em Nova Trento. Podem participar jovens solteiros que tenham entre 17 e 35 anos, e que estejam buscando um sentido para suas vidas. Os participantes terão um custo de R$ 40,00, que poderá

ser abatido por meio de uma rifa que será vendida pelo próprio jovem, para custear o valor. As inscrições podem ser feitas até o dia 06 de julho, através do site www.mavj.com.br/retiro. Para entrar em contato e saber maiores informações, através do email retiros@mavj.com.br, ou pelo telefone (48) 8424-6821.

Pe. Hilário Dick, em seu livro “O Divino no jovem”, diz que o jovem gosta do bar, do grupo de amigos e da festa. O jovem não gosta de estar só. É falso dizer que o jovem não gosta de “grupo”. O que importa é que esse grupo seja agradável, possibilitando relacionamento verdadeiro. Continua ainda: “O jovem experimenta, com toda a força, a beleza do grupo. [...] Vaise experienciando o mais comum que ouvimos falar, isto é, que Deus não é solidão, mas é, ao mesmo tempo, ‘comunhão’: Pai, Filho e Espírito Santo. O que a juventude sonha é uma Igreja que celebre a vida, que seja um povo de irmãos, que seja comunhão e participação, que tenha preferência pelos pobres, que seja profética e libertadora, que seja solidária e evangelizadora, que seja capaz de confiar e desafiar, isto é, que seja comunitária. O Grupo é o lugar da felicidade do jovem; o grupo é uma necessidade biológica, psicológica, sociológica e teológica. “O jovem é capaz de ficar a noite inteira sem dormir, para conversar da vida”. Cleber de Oliveira Assessor da Pastoral da Juventude

Mande você também sua pergunta, idéia, sugestão ou dica para a Pastoral da Juventude pelo email pjuv@arquifln.org.br e concorra este mês a uma Bíblia.


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Geral

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Iniciada nova etapa da campanha da enchente Terceira etapa da campanha da enchente ajuda paróquias a atuarem na prevenção e desenvolvimento comunitário Campanha “Fui Atingido pelas Enchentes e me socorreste”. Esses recursos serão aplicados na promoção do desenvolvimento comunitário, voltados para a prevenção de novas catástrofes, buscando a inclusão produtiva e a emancipação social das famílias atingidas. Segundo Fernando Anísio Batista, da equipe de articulação da Ação social Arquidiocesana, 11 (onze) paroquias atingidas demonstraram interesse em participar desta fase, mas outras paróquias poderão ser incluídas até o final do mês. “Nesta fase serão atendidas todas as regiões da Arquidiocese, mas com um investimento maior em Itajaí e vizinhanças, onde a catástrofe foi maior”, disse Carla. Dessa forma, os projetos dependerão da realidade social e da organização de cada paróquia, mas a equipe da ASA estará a disposição para auxiliar na elaboração e execução dos projetos. Mais informações, pelo fone (48) 3224-8776, ou pelo e-mail asa@arquifln.org.br.

Prestação de Contas Campanha Flagelados pelas Enchentes Valor 38.015,00 266.793,00 26.754,82 28.084,18 9.161,00 5.800,00 2.684,00 2.000,00 9.443,81 8.349,70 2.528,60 100.000,00 800,00 3.000,00 200.000,00 500,00 1.200,00 4.085,02 709.199,13

Doralina perdeu a casa e tudo que havia dentro, mas reconstruiu. Ela recolhe lixo reciclável e ganhou um carrinho para auxiliar no trabalho.

Depoimentos de quem recuperou um pouco do que perdeu Mais de 300 pessoas foram vés campanha, recebeu três cabeneficiadas com os recursos mas, colchões, geladeira e uma da campanha em favor aos atin- máquina de lavar roupas, além gidos pelas enchentes. Todas de roupas, alimentos, material elas foram cadastradas e rece- de higiene e limpeza. “Fiquei beram, material de higiene e muito faceira com o que recebi”, limpeza, móveis, eletrodomésti- declarou Eliane. cos, material de construção e Doralina Pereira, 53 anos, equipamentos de trabalho. Mui- coleta lixo reciclável. Com as tas delas já estavam desacredi- chuvas, perdeu tudo, até a casa. tadas. Já que outras entidades Reconstruiu a residência recotambém fizeram cadastros, lhendo as madeiras que enconmas nada chegou até elas. trou. Ganhou um carrinho para Leonina Alexsandravios res- auxiliar no seu trabalho. “Vai ajupondeu a quatro questionários dar bastante porque vou poder de entidades diferentes, mas coletar mais material e ganhar não havia recebido nada. “A úni- mais dinheiro”, disse. ca entidade que de fato nos ajudou foi a Igreja Católica”, disse. Na sua casa, que divide com cinco filhos, as chuvas alcançaram 1,5 metros. Perdeu tudo o que conquistou em anos de trabalho. Eliane Rosa Gonçalves Dias mora com o esposo e cinco filhos, o mais velho com 12 anos, em uma casa de madeira com 25 metros quadrados. Com as chuvas Eliane perdeu tudo. Recuperou apenas al- Na casa de Eliane, a água alcançou 1,6m guns poucos pertences. Atra- como mostra a marca que fez na parede

Foto JA

Materiais adquiridos e doados Material de construção Móveis e eletrodomésticos Cama, mesa, banho: Colchões Material de higiene e limpeza Frete Conserto máquinas de costuras diversas Vigilância Equipe de trabalho (assistentes sociais para levantamento das necessidades em Itajaí) Serviço de terraplanagem e recuperação de encostas Alimentos Auxilio reconstrução Asilo Santa Ana - Diocese de Blumenau Paróquia São Vicente - Itajai Paróquia São João - Itajai Doação SOS Norte e Nordeste (atingidos pelas enchentes) Carrinho para coleta material reciclável Assessoria OUTROS: (embalagens, correios, combustível, materiais de escritório, refeições, etc.) Total

Foto JA

Como continuidade na campanha em favor aos atingidos pelas enchentes, a Arquidiocese através da Ação Social Arquidiocesana está mobilizando as paróquias atingidas para atuarem no atendimento às vitimas através da prevenção e do desenvolvimento comunitário. Essa etapa teve início no mês passado. Todas as paróquias atingidas pelas chuvas do último ano foram convidadas para participarem de reuniões de apresentação da proposta. As reuniões aconteceram em Itajaí, Santo Amaro, Estreito e Canelinha, nos dias 05 e 09 de junho, com a participação de 43 lideranças. Cada paróquia que aderiu à proposta elaborará um projeto de desenvolvimento comunitário até o final deste mês. Esses projetos paroquiais constituirão o Plano Arquidiocesano de Apoio às Vitimas das Chuvas e Fomento ao Desenvolvimento Comunitário. Para a execução do Plano Arquidiocesano serão disponibilizados R$ 500 mil arrecadados na

Arquidiocese apoia campanha da enchente no Norte e Nordeste As Regiões Norte e Nordeste do Brasil sofrem fortemente, desde abril, com as chuvas que atingem 12 Estados das duas regiões. São 585 municípios afetados. Até o dia 10 de junho havia 316 mil pessoas desalojadas e outras 135 mil desabrigadas. Dados das defesas civis dos Estados registram a ocorrência de 65 mortes em decorrência das enchentes. Sensibilizado com essa situação, nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, em nome da Arquidiocese, fez a doação de R$ 210 mil para a campanha SOS Norte/Nordeste. Desse valor, R$ 200 mil foi um retorno do que recebemos na campanha das enxurradas do ano passado aqui. Os outros R$ 10 mil são recursos do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade. “Quando sofremos com a enchente tivemos uma boa resposta, porque temos boa visibilidade. No norte e nordeste, ainda que a situação tenha sido pior, sobretudo no interior, os meios de comunicação não deram a mesma cobertura. Se temos necessidades, a deles são ainda maiores”, justificou Dom Murilo. Segundo ele, a opção de fazer a doação em vez de uma campanha de arrecadação de donativos surgiu porque, se encaminhássemos roupas e alimentos, haveria o problema do transporte e o custo operacional seria muito alto. A Cáritas Brasileira está administrando o dinheiro e coordenando as doações. A campanha vai até o dia 10 de setembro. Contas para doações: - Banco do Brasil: Agência 34754, c/c: 23091-X - Banco Bradesco: Agência 606, c/c: 68000-1 - Caixa Econômica Federal: Agência 1041, operação 003, c/c: 935-1 (Para DOC, o CNPJ da Cáritas é: 33.654.419/0001-16)


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Assembleia define as novas diretrizes Além de aprovar as novas diretrizes, os mais de 300 participantes deram início ao processo do planejamento pastoral Foto JA

A Arquidiocese de Florianópolis realizou nos dias 26 e 27 de junho a sua Assembleia de Pastoral, a 25ª, um Jubileu! Nos dois dias do encontro, mais de 300 pessoas entre padres, diáconos e lideranças leigas, representando as paróquias, pastorais, movimentos, organismos, além da participação das congregações religiosas e dos seminaristas, todos se concentraram na Paróquia Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça. A Assembleia foi aberta às 8h30min pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger. Ele apresentou os objetivos da Assembleia, a saber: fortalecer a unidade de nossa caminhada pastoral, aprovar as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora e o encaminhar o cronograma do plano arquidiocesano de Pastoral. Em seguida, os participantes foram divididos em 21 grupos, para estudar o projeto das Diretrizes. À tarde, formaram três miniplenários, divididos entre o ver, o julgar e o agir, em que as reflexões dos grupos foram incluídas no projeto. Ao final do dia, houve o trabalho das secretarias de cada mini-plenária. No sábado, todos os participantes se concentraram na plenária e votaram as propostas levantadas nas mini-plenárias. O projeto do texto já havia sido enviado a todas as paróquias, pastorais, organismos e serviços. Todos tiveram a oportunidade de conhecer, refletir e enviar emendas.

De que forma as nova diretrizes vão contribuir para a ação evangelizadora na Arquidiocese e na sua comunidade? Lideranças participantes da Assembleia falam das suas expectativas para o texto aprovado. “Vão tornar prático aquilo que é teórico. É um texto muito rico na parte teórica, mas agora temos o desafio de torná-lo prática em nossas comunidades. A participação da comunidade em todas as etapas, contribuindo na construção do texto, é o primeiro passo para que isso seja possível”, Fernando Wolf, Paróquia NSra. da Imac. Conceição da Lagoa, Florianópolis.

Dom Murilo fala às lideranças. “A participação de todos em todas as etapas favoreceu para que as diretrizes sejam colocadas em prática”, avaliou. “Construímos um pré-texto, que foi enviado às lideranças, recebemos as emendas, compusemos o segundo texto, que foi estudado e aprovado na Assembleia, sendo este o terceiro texto”, disse Pe. Vitor Feller, coordenador de Pastoral. Agora o texto final sofrerá as alterações aprovadas, feita a correção ortográfica, colocados os anexos, editado e publicado. A expectativa é que esteja impresso até o final de julho, quando estará à disposição dos interessado. Para isso, basta que façam a solicitação na Coordenação de Pastoral.

Plano de Pastoral Foto JA

Após aprovadas as Diretrizes, os participantes voltaram a ser divididos em 21 grupos para estudar, melhorar ou substituir itens

Participantes foram divididos em grupos para refletir sobre o texto-base das diretrizes e do planejamento pastoral

das propostas para a realização do Planejamento Pastoral, que tem em vista a criação do Plano Arquidiocesano de Pastoral, a ser aprovado na Assembleia em 2011. As manifestações dos grupos foram encaminhadas à secretaria e serão levadas em conta pelo Secretariado Arquidiocesano e seu Grupo de Apoio, que se reunirá em agosto. Depois, as propostas voltarão a ser tema da Reunião Geral do Clero, das reuniões de comarca e das forças vivas, para estudo, reflexão, cortes e acréscimos. Avaliação - Segundo nosso arcebispo Dom Murilo, a Assembleia foi muito boa, com vários segmentos da Arquidiocese bem representados. Depois de fazer memória do Pe. Carlos Rogério Groh, que coordenou a Assembléia de 2007 e faleceu prematuramente em dezembro do ano passado, Dom Murilo concluiu: “Como todos participaram de todas as etapas do texto final, agora sentimo-nos coparticipantes dos resultados e motivados a colocá-los em prática”. Mais fotos no site www. arquifln.org.br, clicar em “Galerias”.

“As novas diretrizes são expressão da necessidade de mudança na ação da Igreja na Arquidiocese. Elas vão nos ajudar principalmente porque nos impulsionam a uma maior organização e direção na ação evangelizadora iniciando a caminhada do planejamento pastoral”, diácono Francisco Assis Schwinden, Paróquia NSra. da Imaculada Conceição, Angelina. “Vão tornar mais claras e evidentes as necessidades próprias de evangelização na nossa realidade. Uma assembléia torna mais nítido o sentido de comunhão, de que juntos percebemos a vontade de Deus para a Arquidiocese", Irmã Ana Lúcia Carvalho de Souza, carmelita do Divino Coração de Jesus, Palhoça. “As novas diretrizes vão direcionar o nosso planejamento paroquial. Vamos nos basear no texto aprovado para planejar e fazer a nossa caminhada para alcançar os objetivos. Por sermos nós quem aprova as diretrizes representando nossas comunidades, temos a obrigação de colocá-las em prática”, Nilse Benvenutti Dalago, Paróquia Santa Teresinha, Brusque. “As novas diretrizes vão fornecer luzes e direção para os nossos trabalhos pastorais nas comunidades. Elas nos convidam a mais uma vez reconhecer Jesus como centro de nossa vida e como centro do nosso ministério pastoral”, Pedro Paulo Alexandre, seminarista de Teologia. “Primeiro, incentivando as pessoas a trabalhar em comunhão e ajudando a planejar os trabalhos de cada pastoral ou grupo. Segundo, pela própria motivação que a Assembléia traz, pelas novidades, por saber que na Arquidiocese está sendo dada atenção aos trabalhos realizados”, Pe. Isaltino Dias, Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Porto Belo.


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Paróquia

Julho 2009

Jornal da Arquidiocese

Capelania universitária Spiritus Veritatis Uma comunidade para atender a população universitária da Univali com quase 30 mil pessoas uma população de 29.850 pessoas. Maior que muitas paróquias. Boa parte delas, afastadas de suas residências e do convívio em comunidade, que encontram refúgio e acolhida na capelania. “Mais do que ação de pastorais, como acontece nas paróquias, nosso trabalho busca ser presença da Igreja no meio universitário”, disse Pe. Alvino. Os resultados desse trabalho são sentidos nos depoimentos da comunidade universitária. Um deles é o de Jean Ricardo, que no período em que estudou na Univali participou ativamente do trabalho pastoral: “Foram anos de muita graça, numa terra de missão muitas vezes esquecida por nós católicos”, disse. O trabalho conta com o total apoio da diretoria da Univali. “O envolvimento da Pastoral Universitária em várias celebrações acadêmicas, para uma inspirada fala do Pe. Alvino, ampliada às vezes pelo ministério da música e suas oportunas manifestações em atos acadêmicos, nos conforta na expectativa de, pelo menos, criarmos as condições para que a religiosidade possa estar no convívio e ter lugar na academia”, disse o Prof. Mário Cesar dos Santos,

Divulgação/JA

Na edição passada tratamos nesta página da Reitoria Santa Catarina de Alexandria, no Colégio Catarinense, em Florianópolis. A Capelania “Spiritus Veritatis”, que atende à comunidade universitária da Universidade do Vale do Itajaí - Univali, tem características semelhantes. Ambas atendem um público específico, mas sem uma área territorial determinada. Seus fiéis são os funcionários, professores e alunos das respectivas instituições. Criada em 30 de outubro de 2003, a Capelania atendeu a uma solicitação antiga da instituição universitária e se tornou a única em uma instituição universitária particular no Brasil. Desde a sua criação, o trabalho é coordenado pelo Pe. Alvino Broering. Uma continuidade do trabalho que já realizava desde 1998, quando assumiu como pároco da Paróquia Santíssimo Sacramento, em Itajaí. “A importância desse trabalho está em conjugar fé e razão”, disse. A Univali possui seis campus universitários: Balneário Camboriú, Biguaçu, Itajaí, São José, Tijucas e Piçarras, todos, exceto o de Piçarras, na área de abrangência da Arquidiocese. Somando funcionários, professores e alunos, é

Celebrações especiais, realizadas no auditório da universidade, contam com um bom público de participantes da comunidade universitária Vice-Reitor da Univali.

ta com o “Grupo de Oração Universitário”. Ele faz parte do projeto universidades renovadas, um braço da Renovação Carismática Católica para as universidades. São aproximadamente 20 estudantes, professores e funcionários que se reúnem duas vezes por semana para orar. Eles também organizam eventos de evangelização, chamando a comunidade universitária à participação nas missas e no grupo. Grupo de Canto “Univida” - A

Atividades pastorais A capelania não tem igreja, e conta com espaço próprio para celebrações só no Campus de Itajaí. Um outro espaço está sendo preparado no Campus de Balneário Camboriú, que deve ficar pronto ainda este mês. Nem por isso a capelania deixa de ter atividades pastorais. Conheça algumas: GOU - O Campus de Itajaí con-

História

Falta de uma capela compromete o trabalho Divulgação/JA

Um dos maiores desafios da Capelania Spiritus Veritatis é a falta de uma igreja, sobretudo no Campus de Itajaí, o maior dos seis. A proposta é antiga. Desde a criação da Univali, há 20 anos, já se tinha a idéia da construção de uma capela universitária. Pela falta do espaço adequado, não há catequese, mesmo a universidade tendo um colégio de aplicação para crianças e adolescentes, e por isso não há um trabalho continuado. “Com a igreja teríamos trabalho pastoral de fim de semana para envolver também os familiares. A igreja traria uma maturidade maior para o trabalho pastoral”, disse Pe. Alvino. Embora tenha a jurisdição de realizar casamentos dentro do espaço da capelania e por várias vezes tenha sido requisitado para isso, Pe. Alvino nunca o fez na universidade. Quando solicitado, procura fazê-lo em uma igreja próxima. Apesar disso, ele celebra semanalmente às quintas-feiras, às

Pe. Alvino preside a missa na capela do Campus de Itajaí. O espaço mal comporta 20 pessoas nas celebrações semanais, às quinta-feiras. 18h15, no Campus de Itajaí, em uma sala de aproximadamente 30m2, transformada em capela. Pequena, mas bonita e aconchegante. Um espaço bastante apreciado pelos fiéis para os seus momentos de oração. Nos even-

tos maiores, utilizam o auditório. Nos outros campus não há espaço determinado. As celebrações são mensais mas sem uma data específica. Quando acontecem, são amplamente divulgadas e contam com um bom público.

Com a criação da Universidade do Vale do Itajaí - Univali, há 20 anos, já se planejava a edificação de uma Capela no campus originário. Havia louváveis iniciativas que infelizmente não vingaram, de desenvolver-se uma atividade pastoral organizada, contando com a participação de líderes religiosos. A solenidade de instalação da universidade, a 21 de março de 1989, contou, num ato ecumê-nico, com a presença do então arcebispo de Florianópolis, Dom Afonso Niehues. Na oportunidade foi dada a Bênção da Pedra Fundamental da futura Capela, infelizmente não levada adiante. Ao assumir como pároco do Santíssimo Sacramento, em Itajaí, em 1998, em cujas abrangências situava-se a sede da Univali, Pe. Alvino Broering procurou desenvolver a pastoral universitária. Com o passar do tempo, as atividades pastorais

Univali proporciona curso superior voltado a pessoas da terceira idade. Com esses alunos, foi formado o Grupo de Canto “Univida”. São cerca de 40 pessoas que animam as celebrações e ajudam na divulgação do trabalho da pastoral universitária. Visitas aos doentes - Um grupo de jovens da pastoral universitária realiza periodicamente visitas aos hospitais Marieta Konder Bornhausen e Hospital Pequeno Anjo e ao Parque Dom Bosco. Durante as visitas, são promovidas atividades de recreação e animação. Pe. Alvino celebra nos hospitais todos os sábados e segundasfeiras, e realiza visitas aos doentes. Também é bastante requisitado para a celebração de exéquias. Coral “Luz Divina” - Esse Coral é formado por um grupo de 35 crianças empobrecidas do município de Barra Velha, que se reúnem semanalmente para os ensaios de canto. O trabalho é uma extensão das atividades da pastoral universitária e busca elevar a auto-estima e promover a cidadania, pela inclusão social através da formação musical. Estima-se que além das crianças, o trabalho também atinja os familiares e a comunidade em geral.

foram se firmando e conquistando espaço e corações, de modo que a Universidade requereu repetidas vezes ao Arcebispo Metropolitano a liberação de Pe. Alvino como Capelão, com a conseqüente criação de uma Capelania canônica. O apelo foi atendido em 30 de outubro de 2003, quando nosso arcebispo Dom Murilo S. R. Krieger criou a Capelania Especial sob o título “Capelania Spiritus Veritatis” para a Universidade do Vale do Itajaí. Ao mesmo tempo nomeou Pe. Alvino Broering como seu Capelão. “À Comunidade da Univali, com a criação desta Capelania, queremos expressar nossa sensibilidade e consciência de pastor diante dos variados e urgentes desafios inerentes à vida universitária. Estamos conscientes de que a proposta do Evangelho de Jesus Cristo é a resposta adequada ao inquieto coração humano”, disse Dom Murilo no ato de criação da Capelania.


Jornal da Arquidiocese

Ação Social 11

Julho 2009

Entidades recebem recursos do FAS

Coleta da Solidariedade - 2009

Neste ano, 17 projetos foram aprovados e já receberam o dinheiro

Música no morro A Ação Social da Trindade, pertencente a Paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis, foi uma das que teve seu projeto aprovado. Ela solicitou recursos para desenvolver um projeto musical na comunidade NSra. de Guadalupe, no Morro do Quilombo.

Foto JA

O Conselho do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS) esteve reunido no dia 17 de junho para realizar o repasse dos recursos a 12 projetos aprovados de entidades sociais da Arquidiocese. O evento foi realizado pela manhã no auditório da Cúria Metropolitana. Neste ano, outros 05 projetos também já foram aprovados, somando 17 entidades beneficiadas pelos recursos. Segundo Fernando Anísio Batista, membro do Conselho, surpreende o número de projetos encaminhados. "Normalmente recebemos 15 projetos por ano e até agora esse número já foi superado", disse. Para ele, isso significa que as ações sociais estão tendo maior conhecimento do trabalho do FAS e estão mais organizadas para acessar os seus recursos. “Observamos que hoje os projetos estão mais organizados e isso é conseqüência da estruturação dos trabalhos nas comunidades”, disse.

Representantes das entidades estiveram reunidos no auditório da Cúria Na comunidade existe um projeto “Crescer com amor”, que atende a 55 crianças, jovens e adultos, com recreação, espiritualidade, aulas de artesanato e música. A partir disso, com o objetivo de ampliar o trabalho musical, foi criado o projeto “Orquestra”, que busca melhor desenvolver o trabalho musical. “Atualmente atendemos 20 crianças. Pretendemos dobrar o número de atendidos”, disse Neseia Souza Silva, coordenadora do projeto. Segundo ela, com os recursos de R$ 4.215,35, serão adquiridos instrumentos musicais: violão, te-

clado, flautas e camisetas. A comunidade é empobrecida e com altos riscos sociais. O projeto pretende criar oportunidades para os jovens fora do mundo das drogas. “A música cria algo diferente nos jovens, melhora a convivência em família e o desempenho escolar”, disse Karina Porto, assistente social da paróquia. O Conselho do FAS ainda está recebendo projetos. Para mais informações entre em contato pelo fone 3224-8776 ou e-mail: fernando@arquifln.org.br

Coleta da Solidariedade arrecada R$ 144 mil Todos os anos a Igreja no Brasil realiza, no Domingo de Ramos, este ano dia 05 de abril, a Coleta da Solidariedade, como um gesto concreto da Campanha da Fraternidade. O dinheiro arrecadado nas paróquias e outras entidades da Igreja que realizam a campanha, é repassado à Arquidiocese. Desse valor, 60% compõem o Fundo Arquidiocesano de Solida-

riedade (FAS), e serve para financiar projetos sociais, os outros 40% são repassados para a Cáritas Nacional, que tem a mesma finalidade em âmbito nacional. Este ano, a Arquidiocese arrecadou R$ 144.099,59. Desse valor, R$ 57.639,84 serão repassado à Cáritas e R$ 86.459,75 ficarão para o FAS. (Veja na tabela ao lado o valor arrecadado por paróquia e outras entidades).

Curso de Elaboração de Projetos Com o objetivo de formar lideranças das Ações Sociais Paroquiais, Movimentos, Pastorais e Entidades vinculadas às paroquiais, a Ação Social Arquidiocesana promoverá no próximo dia 16 de julho um Curso sobre Curso de Sustentabilidade Política e Financeira para entidades e projetos sociais. O curso acontecerá na Paróquia São João Evangelista em

Biguaçu, com início às 08:30 e término às 17:30 horas. Por ser um curso de abrangência arquidiocesana, o número de vagas é limitado em duas por ação social paroquial e uma vaga por movimento, pastoral ou entidade. Os interessados poderão se inscrever diretamente na ASA pelo telefone (48) 3224-8776 ou e-mail: asa@ arquifln.org.br.

Gesto solidário O Colégio NSra. de Fátima, em Florianópolis foi uma das entidades da Arquidiocese que realizou a coleta. Todos os anos, a instituição de ensino trabalha a Campanha da Fraternidade com os alunos. Este ano, adotaram como gesto concreto participar da Coleta da Solidariedade. As crianças e adolescentes levaram o envelope para casa, com um pequeno texto motivacional. Na segunda-feira trouxeram a sua oferta, que foi entregue no ginásio do colégio em um momento de oração, presidido pelo Pe. Vânio da Silva, que representou a Arquidiocese. “Pedimos que o dinheiro fosse um gesto solidário deles. Fruto de algo que deixaram de consumir para beneficiar alguém mais necessitado”, disse Ricardo Marques, coordenador do setor de pastoral do colégio. Segundo ele, a resposta dos participantes foi muito boa. A idéia será repetida no próximo ano.

PARÓQUIAS Angelina Anitápolis Antônio Carlos Balneário Camboriú Balneário Camboriú - Vila Real Balneário Camboriú - São Sebastião Biguaçu Botuverá Brusque - Águas Claras Brusque - Dom Joaquim Brusque - Santa Teresinha Brusque - S. Luiz Gonzaga Camboriú Camboriú - Monte Alegre Canelinha Florianópolis - Agronômica Florianópolis - Balneário Florianópolis - Canasvieiras Florianópolis - Capoeiras Florianópolis - Catedral Florianópolis - Coloninha Florianópolis - Coqueiros Florianópolis - Estreito Florianópolis - Ingleses Florianópolis - Jardim Atlântico Florianópolis - Lagoa Florianópolis - Monte Verde Florianópolis - Prainha Florianópolis - Ribeirão da Ilha Florianópolis - Saco dos Limões Florianópolis - Santo Antônio Florianópolis - Trindade Garopaba Governador Celso Ramos Guabiruba Itajaí - Cordeiros Itajaí - Fazenda Itajaí - P. Dom Bosco Itajaí - Ssmo. Sacramento Itajaí - São João Itajaí - São Vicente Itapema Leoberto Leal Major Gercino Nova Trento Palhoça Palhoça - Aririú Palhoça - Enseada de Brito Palhoça - Ponte do Imaruim Paulo Lopes Porto Belo Santo Amaro da Imperatriz São Bonifácio São João Batista São José - Barreiros São José - Campinas São José - Forquilhinha São José - Procasa São José - Rosário São José - Sant´Ana São José - Santa Cruz São José - São José São José - São Judas Tadeu São José - São Pedro de Alcântara Tijucas Igreja Sta. Cat. de Alexandria Santuário de Azambuja Santuário Santa Paulina Carmelo Cristo Redentor Colégio N. Sra. de Fátima ITESC Orionópolis Catarinense Total

Valor 2.664,30 447,85 3.404,40 3.462,00 2.420,00 2.554,00 7.779,20 850,00 1.842,89 1.449,00 1.988,60 6.681,45 2.755,83 270,00 450,00 4.426,00 1.870,00 1.723,20 300,00 --R$ 531,00 R$ 1.246,00 R$ 1.840,20 R$ 1.051,89 R$ 1.055,00 R$ 1.566,00 R$ 1.410,25 --R$ 2.070,21 R$ 638,50 R$ 3.820,00 R$ 2.201,00 R$ 640,00 R$ 210,00 R$ 4.413,60 R$ 1.085,00 R$ 2.945,45 R$ 1.000,00 R$ 2.813,70 R$ 2.808,00 R$ 2.950,44 R$ 3.000,00 R$ 1.733,00 R$ 384,00 R$ 3.535,52 R$ 5.995,88 R$ 1.470,00 R$ 825,05 R$ 1.584,45 R$ 305,30 R$ 1.943,95 R$ 5.150,00 R$ 1.463,25 R$ 3.001,80 R$ 1.960,00 R$ 2.225,00 R$ 3.640,00 R$ 611,00 R$ 1.210,00 R$ 485,00 R$ 3.511,00 R$ 2.960,90 R$ 800,00 R$ 1.013,60 R$ 800,00 R$ 2.950,85 R$ 3.664,00 R$ 2.345,98 R$ 600,00 R$ 819,00 R$ 326,10 R$ 150,00 R$ 144.099,59 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

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Artigos

Julho 2009

Jornal da Arquidiocese

Centenário

Pastoral Familiar

Padre Francisco Chylinski - missão junto aos poloneses

Família Missionária

Desde o século XVIII a Polônia foi um território mártir, disputado, anulado, dividido, fragmentando entre a Prússia e a Rússia. Quando em final do século XIX o Império brasileiro favoreceu de todos os modos a imigração, muitos poloneses nela viram uma ocasião de redenção humana e social, pois, sendo lavradores sem terra, eram submetidos a trabalho servil. A partir de 1876 chegam a Santa Catarina, instalando-se em colônias no Rio Negro, Nova Trento, Mafra, Itaiópolis, São Bento, Massaranduba e no Sul (Criciúma, Cocal, Linha Batista), a partir de 1890. Graças ao trabalho da Igreja católica (ser polonês era ser católico) esses pobres imigrantes puderam manter seus valores familiares, culturais. Os Padres da Missão (Vicentinos), Salesianos e diocesanos, todos vindos da Polônia, deram-lhes atendimento humano e espiritual. Entre 1848 e 1918 a província polonesa de Posnanska, berço da nação polaca, foi anexada à Prússia com o nome de Posen. A Prússia protestante dominava uma Província 90% católica e procurava protestantizá-la. Berlim instituiu até uma Comissão de Liquidação, para comprar terrenos dos poloneses e torná-los acessíveis aos alemães. É essa a razão pela qual em 1895 o Pe. Francisco Boleslau Chylinski chega ao Brasil como de nacionalidade “prussiana”. Foi ele o grande missionário dos poloneses do sul catarinense, notada-

mente de Cocal. A fluência nas línguas alemã, polonesa e italiana favoreceu o seu apostolado no mosaico de colônias catarinenses.

Vocação missionária Francisco nasceu na Polônia em 14 de setembro de 1864 e foi ordenado presbítero em Cracóvia em 01 de julho de 1888, recebendo o nome de Frei Boleslau. Pertencia à “Ordem de São Paulo Primeiro Eremita” ou “Eremitas de São Paulo”, comunidade do século XIII que, no início do terceiro milênio, ainda permanece viva e conhecida, pois é responsável pelo Santuário de Jasna Gora de Czestochowa, berço do catolicismo e da nação polonesa. Chegou ao Brasil em 1895. Em quatro de setembro de 1894 recebe o Indulto de Secularização temporária pela Sagrada Congregação para a Disciplina Regular, e o Perpétuo em 21 de janeiro de 1896. Em dois de abril de 1895 recebeu o Uso de Ordens na Diocese de Curitiba, seguido da nomeação para Vigário paroquial de Nossa Senhora da Piedade, Tubarão, com residência em São Ludgero. Seguindo a lei, em 1º de julho de 1896 prestou o Juramento de Compatriação e de permanência no Bispado de Curitiba. Em 1º de julho de 1896 é incardinado na diocese de Curitiba. Entre 18961897 é vigário encarregado de São João Batista, Imaruí, de 1898 a 1910, pároco de Nossa Senhora Mãe dos Homens, Araranguá.

Pe. Francisco Chylinski - missionário entre os poloneses

Padre a serviço de poloneses, alemães e italianos Os colonos poloneses necessitam de um padre e assim em 1º de junho de 1910 é nomeado pároco de Araranguá e cura do Curato da Natividade de Nossa Senhora, Cocal. Finalmente. de 1912 a 1931 é o cura e pároco de Cocal. A colonização de Cocal do Sul está ligada à chegada dos primeiros colonos poloneses a outros lugares do Sul Catarinense Seu raio de ação é imenso, pois se desdobra entre as colônias polacas, alemãs e italianas, tenta apaziguar conflitos de nacionalidades e de devoções. Pe. Chylinski, um contemplativo mergulhado na ação, sabe esquecer as dores por sua Pátria dominada pela Prússia, a todos atendendo com o mesmo afeto pastoral. Granjeou a confiança dos padres alemães e italianos,

pois o eixo da unidade era a fé e não a nacionalidade. Em oito de janeiro de 1930, reconhecendo o conhecimento que o Pe. Chylinski tem do sul do Estado e sua competência em cartografia, Dom Joaquim lhe pede que faça um mapa da região com os limites das possíveis paróquias de Pedras Grandes, Turvo e Retiro da União (Sombrio, paróquia 31 de abril de 1938)), Passo do Sertão (São João do Sul, paróquia em 17 de janeiro de 1953), etc, e de Orleães, que não tinha instituição canônica. O mapa, muito exato, está guardado no Arquivo da Arquidiocese de Florianópolis. Em 14 de março de 1930, Dom Joaquim lhe agradece o trabalho e mais, pede um mapa com os limites da possível paróquia de Cocal. A saúde do incansável missionário dá sinais de esgotamento. Em 27 de fevereiro de 1931, Pe. Luiz Gilli comunica a Frei Evaristo, Vigário Geral, que Pe. Chylinski teve um infarto e ficou 12 dias sem poder celebrar. Nesta data celebra, mas lhe é recomendado repouso absoluto. Pe. Chylinski faleceu repentinamente em 14 de março de 1931, sábado, aos 67 anos. Naquele domingo, dia 15, receberia a dignidade de Monsenhor. Não precisava disso: seu trabalho é sua honra. Foi sepultado na segunda-feira, banhado pelas lágrimas de todo um povo que não poderia se imaginar sem sua presença santa e dedicada. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Ecumenismo

O que pensar do Movimento Ecumênico? Participamos de uma celebração que é uma pedra no mosaico formado pelas celebrações que acontecem em nossa Arquidiocese e em todo o Brasil nesta Semana de Orações pela Unidade dos Cristãos. Acentuo minha afirmação: “em todo o Brasil”, pois na maioria dos países essa Semana se realiza de 18 a 25 de janeiro - uma data que não é adequada a nós brasileiros e, menos ainda, para nós de uma região litorânea, marcada pelo turismo de verão. A Semana de Orações é uma resposta ao pedido de Jesus ao Pai: “Que eles sejam UM” (Jo 17,21). Desse pedido nasceu o Movimento Ecumênico, hoje, no Brasil, liderado pelo CONIC: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil. Mas, o que pensar desse movimento ecumênico? A resposta pode ser dada a partir de dois pontos de vista. O primeiro, é o ponto de vista humano. Desse ponto, a resposta é clara: o movimento ecumênico é difícil; diria mesmo, impossível. E dou as razões: as Igrejas Cristãs têm

grandes diferenças históricas; há mágoas e ressentimento nos corações; há feridas, abertas ou à flor da pele; há diferenças teológicas de todos os tipos; há diferentes maneiras de ler a Bíblia; essa lista poderia ir longe. A resposta à pergunta “o que pensar desse movimento ecumênico” pode também ser dada a partir do ponto de vista da fé. A Palavra de Deus é clara: “A Deus nada é impossível”, disse o Anjo a Maria, por ocasião da Anun-ciação (Lc 1,37). “Se tiverdes fé”, disse Jesus, “nada vos será impossível” (Mt 17,21). Disse também, depois de ter feito uma afirmação sobre a dificuldade de os ricos entrarem no Reino dos Céus, e de ter ouvido os discípulos perguntarem: “Quem, pois, poderá salvar-se?”: “Humanamente isso é impossível, mas para Deus tudo é possível” (Mt 19,26). O Profeta Ezequiel, conforme ouvimos na primeira leitura, nos afirmou que Deus tem um sonho: unir em suas mãos (daí o título desta Semana de 2009: Unidos

na tua mão - Ez 37,17) as tribos de Judá e de José; fazer delas uma única nação,com um só rei, um só pastor; uma nação não mais dividida. Há o desejo de formar um só povo, purificado, um povo que guarde seus preceitos e leis, pondo-os em prática. Quer fazer uma aliança eterna com esse seu povo, uma aliança de paz. Aí, estabelecerá sua morada no meio desse povo. “Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. O Salmista (Salmo 133) nos antecipou o resultado de nossa união: “Como é bom, como é agradável os irmãos morarem juntos!” Sim, morar juntos no santuário de que Deus nos falou por meio de Ezequiel. Jesus, com sua parábola sobre o fariseu e o publicano, nos convidou a nos colocarmos no lugar do publicano, e imitar sua humildade: “Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador!” (Lc 18, 13). Somos pecadores, necessitados da misericórdia de Deus. Concretamente, que passos dar? Estamos dando um, concre-

tamente: colocando-nos lado a lado, para rezar. Esse nosso gesto é uma demonstração clara: acreditamos que a união pretendida por Jesus é fruto de sua graça; é fruto, pois, da oração. Comecemos a nos olhar como irmãos, não para ver nossas diferenças, mas para ver o que temos em comum. Sejamos mais autênticos, pois de nada adiantaria uma união de medíocres. Procuremos conhecer melhor nossa própria fé, para atender ao pedido do apóstolo Pedro: “Estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir” (1Pe 3,15). E, enfim, voltemos nosso olhar para Sião, para a Jerusalém celeste, uma vez que, como canta o Salmista: “é lá que o SENHOR dá a bênção e a vida para sempre”. Amém. Dom Murilo S. R. Krieger, durante a celebração ecumênica na Igreja Anglicana - Ingleses Florianópolis, no dia 28 de maio de 2009, participando da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

O Documento de Aparecida é o resultado da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, ocorrida entre 13 e 31 de maio de 2007. Seu tema nos desafia a sermos discípulos e missionários de Jesus Cristo. De fato, Jesus disse aos discípulos “Não tenhais medo” (Mt 28,5). Disse também: “Ide e evangelizai o mundo todo”. Antes, enviara os discípulos a pregar sua palavra, de dois em dois. Na família, o casal tem essa missão de evangelizar, pelo menos seus filhos. A educação e ensinamentos religiosos devem começar no lar, em casa, com a prática da oração, da partilha, do perdão. O perdão cura aquelas mágoas profundas que ficam quando há ofensas pessoais. Nós temos um tesouro muito grande que é o Evangelho, e devemos mostrar a todos esse tesouro. Ser cristão é um dom. Ao recebermos o Batismo, nos tornamos verdadeiramente filhos de Deus, quando nossos padrinhos fizeram em nosso nome as promessas da Fé. Lembro com muito carinho uma breve estória. Certo dia uma mãe estava sentada à mesa, escrevendo uma carta, quando seu filho ainda criança perguntou: Mamãe, o que você está escrevendo? A mãe respondeu: - Escrevo pra você! - Pra mim? e o que é você está escrevendo? Estou escrevendo que, quando você crescer, meu desejo é que seja como este lápis! - Como um lápis, mamãe? O menino ficou espantado. - Sim, meu filho, como um lápis. E explicou: 1°) para escrever, o lápis precisa ser conduzido por uma mão. Ora, mamãe deseja que você seja conduzido pela mão de Deus. 2°) Quando olhamos um lápis, vemos sua forma, sua beleza, sua cor, porém sabemos que o mais importante do lápis está no seu interior. Assim, o que temos de mais importante é nosso interior, nossa consciência. 3°) Com o tempo, a ponta do lápis acaba. Então precisamos usar o apontador para refazer a ponta. Isso acontece com você: de vez em quando precisa reciclar-se, para acompanhar a evolução do mundo e entender melhor as pessoas. 4°) As vezes escrevemos errado. Por isso, o lápis tem uma borracha na ponta superior. Quando você errar na vida, apague seu erro com o perdão, e perdoe-se também, levante-se e siga adiante. 5°) Por fim, meu filho, quando escrevemos com lápis, precisamos de certa pressão, força, para que a escrita apareça legível. Por isso, o lápis deixa marcas por onde passa, nas outras folhas embaixo. Filho, quando você crescer e for um homem bom, viva de forma que, por onde você passar, deixe marcas profundas. Vilma Acordi Fetter Membros da Comissão Arquidiocesana da Pastoral Familiar


Jornal da Arquidiocese

Missão 13

Julho 2009

Ano Paulino

Uma carta de Cristo Para melhor encerrarmos o Ano Paulino Vocação para um mundo novo

Aos representantes de diversas famílias de vida consagrada, que refletiam sobre a missão, o cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, em Roma, falou sobre: “Mudanças geográficas e culturais na vida da Igreja, desafios e perspectivas”. Ele realizou um sintético percurso pelas mudanças que acontecem no mundo e na Igreja, para sublinhar a necessidade de homens e mulheres que se consagrem ao apostolado e à oração. Trago aqui alguns dos seus pensamentos.

A vocação missionária da Igreja O cardeal de Honduras começou afirmando que a história da Igreja é a história de sua expansão missionária. Por isso “não se pode entender a Igreja, nem sua história, sem seu compromisso permanente de ultrapassar fronteiras e passar a outros lugares”. Em seguida, passou a apresentar os desafios evangelizadores nos diversos lugares do mundo. Assinalou o contraste entre “a África, continente esquecido, mas que contempla um crescimento sem precedentes para a fé católica. e a Europa, que padece um inverno demográfico

com conseqüências na escassez de vocações sacerdotais e religiosas”. “A Ásia, com suas tradições milenares e suas grandes religiões, desafia a missão, enquanto o continente americano, com suas enormes desigualdades, corre o perigo de deixar de ser o continente da esperança”. O cardeal concluiu essa análise assegurando que “há muito tempo, os cristãos vivem com uma imagem fortemente marcada pela geografia. Essa imagem mudou no sentido de que o centro de gravidade da Igreja não está mais no Norte, mas no Sul, pois 75% dos cristãos vivem na Ásia, África e América”.

Após essa análise, o cardeal indicou que, nas mudanças geradas pela globalização e pelo multiculturalismo, os consagrados devem ajudar os homens de hoje a refletirem “para se tornarem testemunhas vivas, capazes de proclamar o evangelho da vida em situações de fronteira e em novos areópagos”. Recordou o convite do Papa Bento XVI a sermos minoria, mas uma minoria significativa: “Nós o somos quando experimentamos a alegria do dom recebido, desfrutando a nossa consagração e não somente suportando-a”.

Como ajudar a África O Papa Bento XVI enviou uma carta ao presidente alemão Köhler em resposta a uma missiva enviada por este um dia antes do início da viagem do Papa à África. O presidente Köhler havia compartilhado com o Papa suas “idéias sobre o desenvolvimento da África” e suas “perspectivas sobre o porvir desse continente”. O pontífice lhe respondeu: “Suas reflexões me acompanharam durante minha viagem. Hoje, após meu regresso, pude confirmar suas experiências com plena convicção”. “A África, escreve o papa, é um continente jovem, repleto de alegria de viver e de confiança, com um grande potencial de criatividade. Certamente, os interesses estrangeiros e as tensões de sua

própria história ainda pesam sobre o presente e ameaçam seu futuro. No entanto, a fé viva, a força moral jovem e a competência intelectual crescente criam um clima de esperança que resiste aos desafios e permite superá-los”. Bento XVI continuou dizendo: “Que os africanos, como protagonistas do desenvolvimento de seus países, utilizem seus dons a favor da construção da sociedade e da paz”. E conclui: “Nesse sentido, animei a Igreja africana para que continue ajudando as vítimas da violência e de doenças, como a AIDS, lutando eficazmente contra esses terríveis males. Pude dizer que a Igreja, suscitando o amor pelas pessoas que sofrem e a disponibilidade para ajudar, faz muito mais que muitas outras instituições”. Divulgação/JA

“Cartas de Cristo” Assinalou também que “essa vocação se forja na unidade do coração, na vida compartilhada com o próximo, na entrega generosa à missão e na liberdade frente a toda tentação de poder”. “O nosso papel já não é apenas trabalhar pelos fracos, mas o de viver com eles, pertencer-lhes, porque, insistiu, o caminho do ‘apequenamento’ é um testemunho a ser oferecido para esta nossa geração. É sermos a carta de cristo onde Ele continua escrevendo aos que não crêem”. Nada é impossível para quem ama! Bento XVI recebe uma flor de menina em sua visita a Angola, na África

Mensagem da Célia Bafatá, 20 de junho de 2009, Caro amigo Padre Paulo! Saudações - aqui se fala “mantenhas”! O tempo passa rápido e já faz três meses que estou aqui. Sintome bem! Moro na casa do bispo com mais missionários brasileiros e, às vezes, até esquecemos que estamos na África. Depois de longa estiagem, já iniciou a temporada de chuvas. Já está tudo verde e a ve-

getação cresce diante dos olhos. Já compreendo bastante o “crioulo” e começo a falar um pouco. Daqui pra frente vai mais rápido. Às vezes me encontro com Padre Lúcio. Ele está sempre animado e alegre. Ainda não tive oportunidade de ir até a Missão de Empada, onde ele trabalha. Quanto aos trabalhos, estou ajudando na catequese. Já visitei algumas famílias. Devagar-

Congresso dos Adolescentes Missionários Os grupos dos Adolescentes Missionários estão preparando seu VIII Congresso Diocesano. A data de 24 a 26 de Julho foi adiada para outra data, que será comunicada nas próximas edições. Contudo, não deixo de exortar a todos os assessores e respectivos grupos a se pre-

pararem da forma melhor possível, pois todos os congressos já realizados foram realmente interessantes e deram nova vida a esse movimento missionário que tanto vem contribuindo para a formação e perseverança dos adolescentes em seus compromissos cristãos.

Voluntários realizam missão na Bahia

zinho, vamos indo. Em outro país, temos que conhecer o ambiente e dar tempo para sermos aceitos. Eles têm costumes, tradições e rituais muito fortes e próprios. Estou tranqüila e feliz de poder passar este tempo na missão. Padre Paulo! Obrigada pela força e pela torcida. Saudações a todos do “Missão Jovem”. Recebemos mensalmente o Jornal. Mandarei mais notícias. Um grande abraço! Célia Bertoldo Sartori Missionária leiga na Diocese de Batatá, na Guiné-Bissau, África celiabertoldo@hotmail.com

Missionários da Arquidiocese de Florianópolis estarão realizando entre os dias 13 e 28 de julho visita missionária no município de Brotas de Macaúba, na Bahia. Estimulada pelo Conselho Missionário Diocesano - Comidi, esta é a primeira vez que a comunidade recebe a visita dos missionários da Arquidiocese. A comunidade faz parte da diocese de Barra, que há mais de 30 anos é mantido o projeto Diocese Irmã, em que a Arquidiocese disponibiliza padres para o serviço pastoral. As visitas missionárias são realizadas sistematicamente desde 2000. Nesse período, mais de 200 missionários já participaram. A maioria deles mais de uma vez. A expectativa é que 69 missionários participem dessa visita. Dois ônibus sairão de Florianópolis. Este ano haverá uma no-

vidade: Antes da missaão de Brotas, acontecerá dois dias de pós missão na Paróquia de Ipúpiara onde as missões aconteceram em 2005, disse Pe. Darcísio Schappo, coordenador do Comidi. Durante a visita, pela manhã os missionários, sempre em duplas, realizarão visitas e bênção das casas, além de conversa com as famílias visitadas. À tarde, realizam trabalhos especiais com os idosos, crianças, jovens e nas escolas. À noite há celebração com pregação sobre o tema do dia em todas as comunidades visitadas. Durante a missão, Todos os Padres e missionárs da Diocese de Barra, participam juntos na missão. Os interessados em saber mais ou que queiram participar em póximas missões, devem entrar em contato com o Pe. Darcísio, pelo fone (48) 3273-1103 ou pelo email: pdschappo@hotmail.com.


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Vida Presbiteral

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Pe. Josemar Silva

A experiência missionária é muito importante para um padre recém ordenado. Faz com que a gente assuma como uma necessidade a dimensão missionária que é a vida da Igreja.”

Um jovem padre com a experiência de sete anos de missão na Bahia Em 07 de maio de 2001, dois dias após ter sido ordenado aqui em nossa Arquidiocese, Pe. Josemar Silva iniciou seu ministério presbiteral longe daqui. Nesses sete anos, ele dedicou seu sacerdócio a atender a Paróquia N.Sra. de Oliveira, em Oliveira dos Brejinhos, na diocese de Barra, na Bahia. A Arquidiocese realiza o projeto “Dioceses irmãs”, com a diocese de Barra e há 26 anos mantém pelo menos um padre missionário na Bahia. De volta à Arquidiocese, e auxiliando na Paróquia São Vicente, em Itajaí, Pe. Josemar fala da experiência missionária, da realidade de Oliveira dos Brejinhos, da importância de um padre realizar um trabalho missionário, e alude também à possibilidade de uma missão no Exterior. JA - O senhor foi missionário em Oliveira dos Brejinhos, na Bahia, desde maio de 2001, quando foi ordenado padre, até o ano passado. Como surgiu a sua vocação para a vida missionária? Pe. Josemar - No ano de 1986, por intermédio do seminarista Hélio Albano, conheci o seminário do PIME e a grande necessidade de pessoas para evangelizar, também em outras terras. Com o passar o tempo, o ressoar do chamado de Deus para a vocação presbiteral me levou a um contato maior com o PIME e fez ficar

mais forte o desejo de ser missionário. Mesmo tendo ingressado no seminário Arquidiocesano, esse desejo permaneceu e se fortaleceu, especialmente na Teologia, com o estudo das cartas de São Paulo. Como havia a necessidade de padres para a missão na Diocese irmã de Barra na Bahia, D. Eusébio me fez o convite e eu aceitei, concretizando-se assim, não só um desejo, mas uma verdadeira vocação. JA - Fale-nos um pouco da realidade de Oliveira dos Brejinhos. Pe. Josemar - A paróquia Nossa Senhora da Oliveira abrange todo o município de Oliveira dos Brejinhos, com uma área de 3.400Km² e está situada na região brasileira do “semi-árido”, isto é, uma região muito sofrida pela seca. É um povo marcado pelo sofrimento, devido ao clima e às injustiças, principalmente pela falta de vontade política. Há uma forte carência nas áreas da educação, saúde, emprego, o que dificulta a permanência sobretudo dos jovens. A fé é vivida com bastante fervor, apoiada em fortes tradições populares que fazem com que ela se torne uma prática muito ligada à cultura local. Porém, há também muitas comunidades organizadas, verdadeiras CEBs, que apresentam uma bonita e exemplar vivência da fé encarnada na realidade, e

Pe. Josemar teve a vocação despertada a partir dos padres do PIME promovem a luta por melhores condições de vida. Foi uma experiência muito gratificante e muito diferente do “nosso mundo” do sul, desde o clima, os costumes, as dificuldades, as distâncias, o número de padres. Tudo isso me dá forças e confirma minha vocação de padre e missionário. JA - Em entrevista, Pe. Valdir Staëhelin disse que “todo padre recém ordenado deveria passar por uma experiência missionária de ao menos um ano”. O senhor concorda com ele? Pe. Josemar - A partir da minha experiência penso que sim, pois faz com que a gente perceba e assuma como uma necessidade a dimensão missionária que é a vida da Igreja. Porém, para que isso aconteça como algo salutar para a pessoa do

Retalhos do Cotidiano Pobre

Sucesso

Que graça poder ser "como pobre, mas enriquecer muitos" (cf. 2Cor 6,10). Quanta riqueza pode estar na pobreza: a riqueza que vem de Cristo, escondendose na pobreza daquele que a recebe e faz ricos os que encontra!

Como pode alcançar sucesso verdadeiro quem não consegue vencer-se a si próprio?

É belo cantar "que o meu cansaço a outros descanse"; mais belo ainda, é transformar isso em vida. Quando o cansaço quiser nos abater, lembremo-nos de quanto bem poderemos levar aos que recebem o fruto do que fazemos. Mas evitemos sempre os cansaços da preguiça, que nos afastam do bem.

Deixar Nem sempre é fácil deixar. A alguns custa mais deixar um ponto de vista; a outros, custa deixar de lado o orgulho, a comodidade, o julgamento. Contudo, talvez o mais difícil seja deixar a mim mesmo. Cada vez que me deixo encontro o outro e, nele, o Outro!

Amar Quem ama tem tempo, e muitas vezes quem tem tempo não ama!

Moeda Há uma moeda que na cara traz estampado o tempo; na coroa, o amor. Tempo e amor, amor e tempo, duas faces da mesma moeda: a moeda da vida!

Paciência É preferível viver num casebre em que a paciência se hospeda, a morar num palácio em que a impaciência é a rainha que se senta no trono.

JA - Há 26 anos a diocese de Barra se tornou Diocese Irmã da Arquidiocese de Florianópolis. Que contribuições esse projeto trouxe para as duas dioceses? Pe. Josemar - Sem sombra de dúvida é uma experiência positiva para as duas dioceses. Para Barra podemos dizer que a maior contribuição é poder contar com a ajuda de padres da Arquidiocese no serviço de animação pastoral em uma paróquia e em algum serviço em nível diocesano. Para Florianópolis, por ter a oportunidade de viver a primeira e grande vocação da Igreja, que é a missão. JA - No próximo mês o COMIDI realizará mais uma mis-

são popular na Bahia. De que forma esse trabalho contribui para a evangelização nos locais visitados? Pe. Josemar - A grande contribuição se dá na animação e no incentivo à participação na vida e nos vários serviços de uma comunidade missionária. Apesar de ser um tempo curto, quando bem preparadas, as Santas Missões fazem acontecer um renovado ardor no desejo de evangelizar. JA - Que contribuições a sua experiência missionária trouxe para a sua formação como padre? Pe. Josemar - Entre as muitas contribuições que recebi, destaco: o fato de que ser padre é ir ao encontro das pessoas e ser uma presença de fé nos vários setores da sociedade; a necessidade da comunidade em nossa vida; o aprendizado da administração paroquial; a inculturação; o trabalho em equipe; a convivência no presbitério; o conhecimento de uma região impar de nosso país que é o semi-árido. Sou muito grato à diocese de Barra, em especial à Paróquia N. Sra. da Oliveira pela paciência e pelo apoio dado no início do meu ministério. JA - A Arquidiocese tem o Pe. Lúcio Espíndola realizando trabalho missionário na Guiné-Bissau. Está em seus planos realizar missão em terra estrangeira? Pe. Josemar - Outras vezes já fui questionado sobre este tema e respondo o seguinte: não quero fazer as coisas somente por vontade própria, mas se a oportunidade aparecer e eu estiver em condições de ir, minha resposta será com certeza sim.

Carlos Martendal

Tempo

Dar-se A vida vale na medida em que dou vida a ti. Nessa medida se vive a vida. Quanto mais me reservo para mim, menos sou; quanto mais me dou para

O tempo é questão de amor: sempre se tem tempo para o que se ama!

ti, mais sou, em ti, o que Deus quer que eu seja: uma hóstia agradável, uma imagem sua, um reflexo do seu amor e da sua bondade.

Guardar-se Divulgação/JA

Cansaço

Futuro O futuro se constroi com o hoje, e nada restará do hoje se ele não apontar para o Eterno.

padre, é preciso que já no tempo da formação seja algo bem trabalhado.

Jornal da Arquidiocese

Quem guarda a vida para si, já morreu e nem sabe. Como é vazia a vida que não se dá! Como é sem propósito a vida que, sendo semente, não se deixa morrer para gerar vida nos que o Senhor põe em seu caminho. Tristes vidas, as vidas tristes de quem não encontra a alegria da doação!

Perdida Perdida é toda vida que não se dá!

Palavras Palavras boas, suaves, com recheio de mansidão, de paciência conquistada, conseguem mais que palavras cheias de pressa, de urgência, que revelam, no fundo, a turbulência em que está o coração de quem fala.


Jornal da Arquidiocese

GBF 15

Julho 2009

GBFs transformam comunidade Com os trabalhos dos GBFs, os jovens participam da Igreja e reduz-se a violência no bairro ção significativa do valor pago pelos reciclados, muitos ficaram sem sua fonte de renda. Assim, passaram a receber o auxílio dos Grupos Bíblicos em Família até que se recuperem. “Através de campanhas com os outros 28 Grupos presentes na paróquia, recebem 70 cestas básicas, que são repassadas a pessoas empobrecidas da comunidade”, disse Maria da Glória Agassi, coordenadora paroquial dos GBFs e grande incentivadora do trabalho. Quem recebe as doações é identificado, depois de verificada a carência, e é acompanhado. Além da doação de alimentos, foram já construídas quatro casas. Graças à mobilização comunitária, foram realizadas promoções que cobriram os custos. Outras três famílias empobrecidas também receberão as suas casas. A comunidade solicita que, os que tiverem madeira disponível, entrem em contato.

Jovens voltam a estudar Antes eram constantes as trocas de tiros e a violência imperava. Hoje houve redução significa-

Foto JA

O Bairro Ipiranga, em São José, já foi muito conhecido pelas situações de violência que o envolviam. Hoje, o bairro ainda ocupa espaço nas páginas policiais, mas com bem menos freqüência. Isso graças à ação da Igreja, que passou a se aproximar dos jovens. A ação surgiu a partir dos Grupos Bíblicos em Família. Através de formação oferecida pela Coordenação Paroquial dos GBFs da paróquia Sagrados Corações, em Barreiros, São José, à qual a comunidade pertence, há três anos foram formados seis grupos. Dois deixaram de existir, mas quatro se mantêm firmes. Além de realizarem os encontros semanais, nas segundas-feiras, os participantes buscam aproximar-se dos jovens e ser presença de Igreja. Nos encontros, reservam espaço para falar da realidade do bairro, discutem os problemas de cada um e dos vizinhos, seguindo a orientação “Compromissos”, contida nos livretos dos GBFs. Boa parte da camada empobrecida vive da coleta de lixo reciclado. Como houve uma redu-

Trabalho com as crianças

Participantes do GBF se reúnem na casa de Jane, que se tornou uma extensão da capela da comunidade, unindo crianças e adultos tiva da violência. “Nós conversamos com os jovens e somos ouvidos. Sabemos dos seus problemas, buscamos dar conselhos para afastá-los da marginalidade ou apenas falamos sobre assuntos gerais. Isso fez com que nos aproximássemos e, com a presença da Igreja, a violência diminuiu”, disse Maria Janice dos Santos, conhecida como Jane,

Intereclesial das CEBs será em Porto Velho A Igreja da Amazônia clama por conversão e nos chama a uma mudança de estilo de vida. Convida-nos a sermos evangelizadores e evangelizadoras, na perspectiva de ouvir o clamor daquele povo. Escutar - Aprender - Anunciar. Nos dias 21 a 25 de julho realizar-se-á, em Porto Velho Rondônia, o 12º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), com o tema “CEBs, Ecologia e Missão” e o lema “Do ventre da Terra o grito que vem da Amazônia”. A Arquidiocese de Porto Velho acolhe com alegria e entusiasmo os representantes de todos os Regionais do nosso Brasil e da América Latina. Unindose na mesma alegria, o Regional Sul 4 enviará 90 delegados representando oito Dioceses: Chapecó, Caçador, Lages, Rio do Sul, Joinville, Criciúma, Tubarão e Florianópolis. Da Arquidiocese foram designados, como delegados, 12 leigos e dois pa-

dres: Pe. Vilson Groh e pe. Vitor Feller. O objetivo do 12º Intereclesial é levar as comunidades a refletirem sobre as constantes ameaças à vida, à terra, à água e à biodiversidade na região amazônica, o maior desafio para a humanidade em todos os tempos na dimensão ecológica, social e missionária. Em Aparecida, os Bispos afirmaram a necessidade de se “criar na América do Sul a consciência sobre a importância da Amazônia para toda a humanidade”, o que é também nossa missão. As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) são comunidades de vizinhanças, onde as pessoas se reúnem com o objetivo de se co-

vam nas ruas, sujeitos às ilusões e perigos do tráfico.

nhecerem, discutirem as necessidades comuns, fazendo a experiência da vida comunitária à luz da Palavra de Deus, unindo fé e vida. Vivendo a comum-união, e inserindo-se no projeto do plano pastoral dio-cesano, os nossos Grupos Bíblicos em Família e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), seguem a missão de Jesus, convertendo-se em sinal de vitalidade na Igreja particular (Arquidiocese). Convidamos todos (as) a participarem conosco dia 17 de julho, na Catedral, às 18h15,da Missa de Envio presidida por Dom Murilo Krieger. Maria Glória da Silva Luz Coord. Arquid. dos GBFs

animadora dos GBF e uma importante liderança na comunidade. Os jovens já tiveram uma participação bastante ativa nos Grupos Bíblicos, hoje menos. Mas isso tem uma explicação positiva. A ausência é porque, a partir da participação nos grupos, eles decidiram retomar os estudos. Todos estudam à noite e trabalham durante o dia. Antes, fica-

Além de trabalhar com os jovens, a comunidade busca envolver os mais novos. Todas as tardes de sábado, as crianças e adolescentes da comunidade são convidados a participar de uma catequese. O ponto de encontro é às 16h, na varanda da casa de Jane. O espaço é pequeno, mas consegue acomodar até 70 crianças por encontro. Lá elas ouvem a Palavra de Deus, fazem alguns momentos de meditação e aprendem a rezar. O objetivo é uma catequese interativa, sem muita preocupação com métodos. Após o encontro, os participantes recebem um lanche com refrigerante, doação da própria comunidade. A varanda da casa de Jane é quase uma extensão da Igreja. Embora a comunidade conte com a igreja Nossa Senhora Aparecida, muitas pessoas não se dispõem a descer o morro para participar dos eventos na igreja. Como sua casa está localizada no meio da comunidade, é para lá que os encontros são direcionados.

Experiência paroquial dos GBFs A Paróquia Sagrado Coração de Jesus - Ingleses, tem 18 Grupos Bíblicos em Família, com uma média de 10 a 12 participantes em cada grupo. Ao formarem os grupos, escolhem o nome e usam a casinha, simbolizando a Igreja nas casas, tendo a Palavra de Deus como centro das reflexões e o livreto conforme o tempo litúrgico. Organizam-se com reuniões bimestrais, celebração Eucarística sempre no 1º domingo de cada mês, e Retiro uma vez por ano. O Retiro se realizou no final de abril, com a participação dos animadores (as) e membros dos GBF, organizados pelo casal Lúcia e Mário, e com a presença do pároco Pe. Mário José Raimondi. O Retiro levou os participantes a firmarem sua espiritualidade no seguimento de Jesus, em seu exemplo de serviço, e em seu ardor missionário. Alguns depoimentos: - Os animadores(as) sentemse responsáveis pelo anúncio e se interessam em fazer os encontros nas casas. Nos grupos, cada pessoa é valorizada na sua indi-

vidualidade e é conhecida pelo nome. Os participantes sentem que o Grupo é um espaço onde, em comum união, se conhece a Bíblia e se amadurece a fé; - No grupo as pessoas formam laços fortes de amizade, fraternidade e solidariedade; - Os participantes sentem que esse é o caminho para formar comunidades vivas, parti-cipativas, comprometidas, oran-tes, que se ajudam mutuamente. Temos o exemplo da creche “Madre Teresa de Calcutá”, que diariamente atende cerca de 60 crianças carentes, para onde os GBF direcionam as doações recebidas; - É um momento em que as pessoas se encontram, rezam juntas, refletem suas necessidades, se confraternizam e partem para a ação; - Os Grupos Bíblicos em Família em nossa Paróquia são uma prioridade que tem o apoio do Pároco, o que nos motiva a convidar outras pessoas para participar e formar mais grupos. Mário e Lúcia Andricópolo Coordenação paroquial


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Geral

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Jornal da Arquidiocese

Padres celebram abertura do Ano Sacerdotal Além do encontro, abertura também contou com Adoração do Santíssimo e celebração nas paróquias Foto JA

Mais de 70 padres da Arquidiocese e de congregações religiosas estiveram reunidos dia 19 de junho, solenidade do Coração de Jesus, para um encontro de oração no Santuário de Azambuja, marcando a abertura do Ano Sacerdotal. Além da celebração em Azambuja, outros dois eventos marcaram a abertura do evento. Durante o dia houve a adoração ao Santíssimo em todas as paróquias da Arquidiocese. À noite todas as igrejas matrizes realizaram missa especial. No encontro de Azambuja, após a oração das Laudes e a conferência do nosso arcebispo Dom Murilo, houve celebração da reconciliação entre os próprios padres. Seguiu-se a Adoração ao Santíssimo e o almoço fraterno com os seminaristas do Seminário Menor, Propedêutico e Filosofia. Em sua conferência, Dom Murilo iniciou citando três fragmentos de textos do Papa Bento XVI, motivando o Ano Sacerdotal. De-

A escolha do local do encontro foi uma forma de retorno dos padres às suas raízes, já que a maioria deles fez sua formação em Azambuja, e porque é o coração mariano da nossa Arquidiocese. Para o Pe. Vânio da Silva, coordenador do Ano Vocacional, o encontro foi muito positivo. “Ficamos muito satisfeitos com o bom número de padres participantes”, disse.

Ano Sacerdotal ganha site

Padre rezam no Santuário de Azambuja durante a Adoração ao Santíssimo conduzida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger pois seguiu refletindo sobre o pecado. “Além de arrepender-nos (os padres) de nossos pecados e de pedir perdão por eles, devemos pedir perdão pelos pecados da humanidade”, disse Dom Murilo. “A mensagem mais importante da Bíblia não é que somos pecadores. Mais importante é a cer-

teza que nos dá: temos um Deus que perdoa nosso pecado; perdoanos porque é de sua essência ser misericordioso; perdoa-nos porque é Pai. Uma vez perdoado, o pecado está cancelado. Passamos a ser novas criaturas, convidadas a proclamar a misericórdia de Deus”, lembrou nosso Arcebispo.

Já está em funcionamento o site do Ano Sacerdotal. Através do endereço www.anosacerdotal. org.br, os internautas terão acesso a notícias, artigos, subsídios, material de divulgação, entre outros. O site pretende servir como ponto de referência para o Ano Sacerdotal, iniciado no dia 19 de junho e devendo finalizar em 11 de junho de 2010. “O site será uma ferramenta de divulgação dos eventos alusivos ao ano Sacerdotal”, disse Pe. Vânio. Mais fotos no site www. anosacerdotal.org.br

Romaria dos Padres a Aparecida Os padres da Arquidiocese realizarão no dias 03 a 05 de agosto uma Romaria até o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Eles sairão em um ônibus com capacidade para 40 pessoas. Nosso arcebispo Dom Murilo Krieger e o bispo emérito Dom Vito Schlickmann os acompanharão. O evento quer celebrar o Ano Sacerdotal, proporcionar uma maior fraternidade entre os padres e agradecer o dom da vocação. Em Aparecida, haverá missa no Santuário, presidida por Dom Murilo, palestra sobre o Ano Sacerdotal, visita ao Santuário, guiada pelo artista sacro Cláudio Pastro, responsável pela decoração. Os padres ainda visitarão a igreja de Santo Antônio Galvão e a Fazenda Esperança, em Guaratinguetá.

Corpus Christi reúne quatro paróquias em Florianópolis Foto JA

Mais de cinco mil pessoas estiveram reunidas no dia 11 de junho na Catedral de Florianópolis para participar da Celebração do Corpus Christi. Neste ano, pela primeira vez, as quatro paróquias do centro da capital fizeram a comemoração juntas. Além da paróquia anfitriã, estiveram reunidas as paróquias Nossa Senhora de Lourdes, na Agronômica, Santa Teresinha do Menino Jesus, na Prainha, Santo Antônio, no Centro. A idéia surgiu porque há dificuldades da realização da celebração externa nessas comunidades, por conta da necessidade de interdição de ruas e dos transtornos causados ao trânsito. A celebração teve início às 15h, presidida pelo nosso arcebis-

po Dom Murilo, em um altar montado em frente à Catedral. Mas desde as 6h da manhã, quando o dia nem bem havia amanhecido, os voluntários das quatro paróquias já trabalhavam na confecção de 55 tapetes e trilhos, ornamentando os 830 metros do trajeto.

Bênção às crianças, doentes e sacerdotes Após a celebração, Dom Murilo percorreu os tapetes e trilhos conduzindo o Santíssimo. Ele estava acompanhado dos padres, diáconos e dos milhares de fiéis. No decorrer dos 830 metros, foram posicionados três altares. Em cada um deles, o arcebispo fez uma parada e destinou

uma bênção especial. Na primeira, em frente à Praça Fernando Machado, a bênção foi voltada às crianças. Na segunda, em frente ao posto policial, a bênção foi direcionada aos idosos, doentes e aqueles que não puderam estar presentes à procissão. No último altar, em frente ao Teatro Álvaro de Carvalho a bênção especial foi dirigida aos Sacerdotes, lembrando que este ano celebramos o Ano Sacerdotal. A procissão seguiu para a rua Arcipreste Paiva e retornou para o altar montado em frente à Catedral, quando a celebração foi encerrada. Mais fotos no site www. arquifln.org.br, clicar em “Galerias”

Dom Murilo presidiu a celebração e conduziu o Santíssimo pelos tapetes


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