Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 09/09

Page 1

Pe Lúcio: nossa presença missionária na Guiné-Bissau, África

PÁGINAS 12 e 14

Arquidiocese Jornal da

“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)

Florianópolis, Setembro de 2009 Nº 149 - Ano XIII

Arquidiocese ganha novo padre Celebração realizada na Catedral, marcou a ordenação presbiteral de Hélio Tadeu Luciano de Oliveira. Formação foi realizada na Espanha

“Sua ordenação é realizada em um momento privilegiado: o Ano Sacerdotal”, disse Dom Murilo, em sua homilia, diante de Hélio, da igreja lotada de padres, diáconos e fiéis leigos.

Mãe Peregrina busca terreno para construção de Santuário Realizada na Catedral, celebração marcou a coroação da “Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt” Lideranças de cinco dioceses do Estado estiveram reunidas para a solenidade. A celebração de coroação, presidida por Dom Murilo, foi realizada às 16h. Com a coroação, pretende-se conseguir um terreno na região próxima a Florianópolis, de bom acesso e com tamanho adequado à construção do Santuário. Apesar de ter mais de 7 mil imagens que peregrinam cada uma em 30 famílias, Estado é o único do Sul que ainda não tem um santuário próprio. PÁGINA 16

96 jovens participaram do Convívio Vocacional PÁGINA 05

Participe do Jornal da Arquidiocese

A ordenação foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger e contou com a presença de padres, diáconos, familiares e amigos do Pe. Hélio Luciano. Fazia já 19 anos que não se realizava uma ordenação presbiteral na Catedral.

Orientações sobre a Gripe A nas Paróquias

PÁGINA 07

PÁGINA 09

Texto traz 11 formas de evitar o contágio pela vírus H1N1, causador da Gripe Suína, nas paróquias. PÁGINA 03

CF-2010: A Religião do Deus-Mercado Depois de o mercado ter cooptado os diversos campos da atividade humana, chegou também à religião. Deus foi posto no mercado. Tornou-se um bem de consumo, de compra e venda. A religião tornou-se terapia, como meio de superar os riscos que a sociedade consumista e competitiva nos impõe. A religião voltou a tornar-se ópio do povo, alienação, projeção do ser humano que não consegue realizar-se a si mesmo. Todas as religiões passam a ser usadas, com objetivos de resultados: milagres, consolo, terapia.

Imagem coroada ficará no futuro santuário

PJ prepara o Dia Nacional da Juventude-2009

Vocação foi despertada durante a participação no Movimento Emaús, sob a orientação de Mons. Bianchini, que acompanhou emocionado a celebração. Formação foi realizada no Seminário Internacional de Navarra, na Espanha.

Santa Paulina: Santuário acolhe bem os peregrinos PÁGINA 08

PÁGINA 04

Ação Social de Nova Trento atende aos novos migrantes PÁGINA 10

GBF - Mês dedicado à Palavra de Deus PÁGINA 11

P O R C A R TA

POR E-MAIL

PELO SITE

Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis

jornal@arquifln.org.br

www.arquifln.org.br


2

Opinião

Julho 2009

Palavra do Bispo

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

As TVs católicas Para se revelar, Deus primeiramente falou pelos profetas; porém, “agora, nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho” (Hb 1-2). Jesus, para ter continuadores de sua missão evangelizadora, escolheu apóstolos e os enviou ao mundo. Cabelhes - cabe-nos! - ser sua voz, para que o Evangelho chegue a todos os recantos da terra. “Hoje, se o Mestre fosse conduzido ao deserto das tentações, possivelmente o Tentador já não lhe ofereceria anacrônicos e decadentes reinos, para que o adorasse, mas o espetacular e tremendo poder da moderna máquina de comunicação, mais sutil e, por isso mesmo, imensamente mais eficaz para dominar povos e nações. São grandes os desafios para tornar visível e presente o

Projeto do Reino, sinônimo na história de uma cultura da vida, como contraponto de uma sempre mais presente cultura da morte” (CNBB - Setor de Comunicação Social). Todos admitem que cresce, em nossa sociedade, o poder da televisão. É notória sua influência na criação de mentalidades e nos comportamentos pessoais. Se é verdade que ela é um grande desafio, é, também, uma oportunidade, pois tem o poder de criar laços de solidariedade e ser um precioso instrumento a serviço da evangelização vale dizer, da salvação. Não tenhamos ilusões: para os detentores dos poderosos canais de televisão, a Igreja Católica interessa como notícia apenas quando nela ocorre algum fato impactante. Nossos congressos eucarísticos, nossos documentos com análises

Palavra do Papa

críticas sobre a sociedade e as oportunas notas da CNBB na defesa de determinados valores morais servem, quando muito, para uma breve e superficial informação. Para bem exercer sua missão, e ser a voz dos que não têm voz, a Igreja necessita possuir canais próprios de televisão. Nossos jornais e boletins atingem especialmente nossas comunidades, e nossas emissoras de rádio são de alcance limitado. É verdade que os canais de televisão nas mãos da Igreja estão longe de ser uma potência. Não deixam de ser, contudo, uma opção para os interessados. Há, ainda, um grande caminho a percorrer para que nossas T Vs católicas assegurem a intercomunicação e o diálogo da Igreja com o mundo. Mas, como não reconhecer o bem que já fi-

Bento XVI

A Pastoral Vocacional É com verdadeiro prazer que me encontro convosco, pensando no precioso serviço pastoral que desempenhais no âmbito da promoção, da animação e do discernimento das vocações. (...) A atenção às vocações constitui para cada diocese uma das prioridades pastorais. (...) Sede semeadores de confiança e esperança! Efetivamente, é profundo o sentido de confusão em que muitas vezes vive a juventude contemporânea. Não raro, as palavras humanas são desprovidas de futuro e perspectiva, despojadas também de sentido e sabedoria. Difundem-se uma atitude de impaciência frenética e uma incapacidade de viver o tempo da expectativa. E, no entanto, esta pode ser a hora de Deus: sua chamada, mediada pela força e eficácia da Palavra, gera um caminho de esperança rumo à plenitude da vida. A Palavra de Deus pode tornar-se verdadeiramente luz e força, nascente de esperança, pode traçar um caminho que passa através de Jesus, "caminho" e "porta"; através da sua Cruz, que é plenitude de amor. Esta é a mensagem que nos vem do (...) Ano sacerdotal, há pouco iniciado: o Santo Cura d'Ars, João Maria Vianney - que constitui o "farol" deste novo itinerário espiritual - foi um sacerdote que dedicou a sua

vida à orientação espiritual das pessoas, com humildade e simplicidade, "saboreando e vendo" a bondade de Deus nas situações ordinárias. Assim, ele demonstrou-se um verdadeiro mestre do ministério da consolação e do acompanhamento vocacional. Por conseguinte, o Ano sacerdotal oferece uma bela oportunidade para reencontrar o sentido profundo da pastoral vocacional, assim como suas escolhas fundamentais de método: o testemunho, simples e credível; a comunhão, com itinerários concertados e compartilhados na Igreja particular; a cotidianidade, que educa a seguir o Senhor na vida de todos os dias; a escuta, guiada pelo Espírito Santo, para orientar os jovens na busca de Deus e da verdadeira felicidade; e, finalmente, a verdade, a única que pode gerar a liberdade interior.

O Ano sacerdotal oferece uma bela oportunidade para reencontrar o sentido profundo da pastoral vocacional ”

Bento XVI, 04.07.09

Reflexão

Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799 E-mail: jornal@arquifln.org.br - Site: www.arquifln.org.br 22 mil exemplares mensais

Há, ainda, um grande caminho a percorrer para que nossas TVs católicas assegurem o diálogo da Igreja com o mundo”

Moisés, o amigo de Deus

No dia 4 de setembro tanto o calendário maronita como o ortodoxo e greco-católico celebram Moisés, a quem a Torá se refere como "amigo de Deus". Quando, neste mês, de modo particular refletimos a Palavra de Deus, faz bem recordar essa figura central da Antiga Aliança. É nos montes que se revela sua amizade e intimidade com Deus, é lá que Deus se lhe revela face a face. É nos montes Horeb, Sinai, Rafidim, Nebo que os dois amigos trocam confidências e falam de si e do Povo eleito. Viveu no século XIII AC e morreu antes de entrar na Terra da Promessa. Na Transfiguração do Senhor é ele e Elias que ladeiam Jesus, confirmando-o como o novo Moisés e o novo Profeta. Pela mão do Senhor ele deu ao povo pão e água no deserto: Jesus, o novo Moisés é a Água viva e o Pão da vida. Criado no palácio do faraó do Egito, Moisés se revolta com o sofrimento de seu povo. Num primeiro momento, age sem credenciais: matando um opressor egípcio, julga que o povo o seguiria numa revolta pela libertação (cf. 2, 11-14). Teve de fugir para Madiã, onde se casou e tornou-se pastor de ovelhas. Num dia subiu o Horeb e ali viu uma sarça em chamas, mas que não se consumia. Moisés quis se aproximar para ver a maravilha, mas a voz do Senhor clamou: “Moisés, não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos pés, porque este lugar é sagrado. Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó. ...

Jornal da Arquidiocese de Florianópolis

zeram? Graças à sua atuação, irmãos e irmãs que vivem em lugares isolados escutam a voz de seus pastores; pessoas idosas ou doentes se unem, em momentos de oração, a multidões; e pessoas que não têm o hábito de ler são sustentadas em sua fé e têm melhores condições de dar, aos que lhes pedirem, as razões de sua esperança (cf.1Pe 3,15). Faço votos de que cresça sempre mais o apoio de nosso povo às TVs católicas, já que não basta sabermos que Jesus Cristo é "o único salvador de todos, o único capaz de nos revelar Deus e de nos conduzir a Ele" (João Paulo II). É preciso levar em consideração a multidão de pessoas que não fez ainda essa descoberta e que não é atingida pela nossa ação pastoral tradicional.

Eu vi a opressão de meu povo, ouvi o grito de aflição dele. Vai! Eu te envio ao faraó para que faças sair o meu povo do Egito!” (cf. Ex 3, 114). Nessa teofania Moisés tem a experiência do Deus vivo: ele é a frágil sarça tomada pelo fogo divino, que o queima, mas não o destrói. Deus assume sua fragilidade fortalecendo-o e lhe revela que está com ele: “Eu sou aquele que é, que está sempre presente” (Ex 3,14). Agora, sim, recebe as credenciais, e Deus o conduzirá com o povo. Quando resolve voltar ao Egito, Moisés sente-se impotente e tem a tentação de desistir. Deus vai-lhe ao encontro e ameaça matá-lo (Ex 4,12). Texto estranho, mas que lembra a luta de Deus com Jacó: a luta com Deus o fortalece e lhe demonstra que essa luta é mais difícil do que todas as outras: quem poderá resistir ao Deus vivo? É a “noite do espírito” dos místicos.

Moisés, libertador e intercessor Após atravessar o Mar Vermelho, Moisés canta, grato e exultante: “Minha força e meu canto é o Senhor, ele me salvou” (Ex 15,2). Moisés sempre mais se sente instrumento de Deus. Antes confortara o povo, garantindo-lhe que o Senhor o salvaria, combateria por ele. Podiam agora caminhar tranqüilos. Quando o povo, faminto, bate continuamente à tenda, reclamando da falta de comida, Deus se irou. Moisés reclamou: “Por que tratas assim o teu servo? Acaso fui eu quem concebeu e deu à luz este

povo, para que me digas: ‘carregao ao colo, como se fosse uma babá a levar uma criança...?’” (Nm 11, 11-12). E Deus assumiu sua responsabilidade e alimentou o povo com o maná e as codornizes. Na guerra contra os amalecitas, em Rafidim, enquanto os soldados lutavam, Moisés subiu ao topo da colina e ficou de braços erguidos, invocando a proteção do Senhor. Era o orante. Enquanto os braços estavam erguidos, Israel vencia. Como se cansasse, um homem de cada lado sustentava-lhe os braços até o por do sol, quando Israel venceu (cf. Ex 17, 8-16). No monte Sinai recebe a Aliança. Ao descer, a decepção com o povo adorando um bezerro de ouro. Após um pecado tão grave, Deus se revela a Moisés como bondade, ternura, misericórdia: “Deus de ternura e de piedade, lento para a cólera, rico em amor e fidelidade; que guarda o seu amor a milhares, tolera a falta, a transgressão e o pecado” (cf. Ex 33, 6-7). Moisés não entrou na Terra da Promessa. A obra é divina, não humana. Seu testamento espiritual, após realizar a missão de libertar, orientar e salvar o povo de Israel é um hino de bênção e de amor ao povo: “Feliz és tu, Israel! Quem é semelhante a ti, povo salvo pelo Senhor?” (Dt 33,29). Feliz, Moisés demonstra todo o amor pelo povo que o consumira, mas que era o Povo do Senhor. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz,Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - E ditoração e F otos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul


Jornal da Arquidiocese

Geral 3

Setembro 2009

Prevenção à Gripe Suína nas paróquias Texto traz 11 orientações de como as lideranças devem se portar para evitar a difusão do vírus Por orientação da Secretaria Estadual de Saúde e das secretarias de saúde de alguns municípios, vários eventos tiveram que ser cancelados. Isso por conta da difusão do vírus H1N1, responsável pela “Gripe Suína”. Outros eventos foram transferidos para um período do ano mais quente e, portanto, menos propício às pessoas contraírem gripe. O objetivo das autoridades sanitárias é evitar a concentração de muitas pessoas em ambientes fechados. Por isso, visando à preservação da saúde de nosso povo e, enquanto o surto dessa doença não estiver sob controle, nosso arcebispo Dom Murilo Krieger encaminhou a todas as paróquias e lideranças o documento “Orientações da Arquidiocese de Florianópolis para as Paróquias enquanto perdurar o surto da Gripe A (H1N1)”. O texto, enviado por e-mail no dia 07 de agosto, traz 11 orientações de como as lideranças devem se portar em relação aos fiéis. O documento é uma adaptação das recomendações do Ministério da Saúde à realidade da Igreja Católica. “Sabemos que, em momentos

Romaria da Terra é adiada pela Gripe A

Orientações para evitar o contágio pela gripe 1º) aproveitar as reuniões, os encontros e outros contatos com paroquianos, a fim de esclarecêlos sobre as medidas preventivas indicadas pelas autoridades competentes para se evitar o contágio com a doença e, se for o caso, para se verificar o modo de tratá-la (cf. www.saude.gov.br);

7º) evitar a distribuição da sagrada Comunhão sob as duas espécies;

2º) manter os ambientes da igreja (salões paroquiais e salas de reuniões) sempre bem arejados;

9º) mais do que nunca, os Ministros devem observar a norma de lavar as mãos antes e depois da distribuição da sagrada Comunhão;

3º) desativar a pia de Água Benta na entrada das igrejas; 4º) evitar apertos de mão dos Ministros da Acolhida, na entrada do povo para as celebrações; 5º) nas celebrações, evitar tanto o gesto de dar as mãos durante a oração do Pai Nosso, como a saudação da Paz; 6º) a sagrada Comunhão deve ser distribuída nas mãos dos comungantes;

como este que nossa sociedade está vivendo, o pânico é um comportamento prejudicial e ineficaz. Não se pode, por outro lado, deixar de tomar medidas que, embora simples, são de grande eficácia para impedir a difusão de um vírus como

8º) Ministros da Comunhão que estiverem gripados ou resfriados não devem auxiliar na distribuição da Sagrada Comunhão, enquanto se encontrarem doentes;

Evento foi transferido para novembro, quando é mais quente e com menos riscos Uma reunião realizada no dia 24 de agosto decidiu pela transferência da 21ª Romaria da Terra e da Água. Prevista para ser realizada no dia 13 de setembro, no Braço do Baú, em Ilhota, na Diocese de Blumenau, o evento foi transferido para o dia 15 de novembro no mesmo local. O motivo da transferência foi a preocupação com a Gripe A (H1N1), que vem atingindo sempre mais pessoas em Santa Catarina. O encontro está sendo promovido pela Comissão Pastoral da Terra e da Água (CPT), na Cúria de Blumenau, com lideranças da Diocese e Comunidades, da secretarias estadual e municipal (de Ilhota, município da Romaria), e com o Bispo Diocesano, Dom José Negri.

10º) colaborar com a difusão de cartazes, folders e folhetos orientativos sobre os cuidados essenciais com a saúde e de prevenção contra a nova gripe e expô-los de forma visível, em locais de circulação dos fiéis; 11°) recomendar aos paroquianos que estiverem gripados ou resfriados que evitem participar das reuniões promovidas pelas pastorais paroquiais, até que estejam curados da doença.

o H1N1”, disse Dom Murilo. Segundo ele, “Jesus Cristo deixou claro que a cura dos doentes é um sinal da chegada do Reino de Deus (cf. Lc 10,9). Lembrados da atenção que os enfermos receberam do Senhor, que

sempre lhes demonstrou a importância da preservação da saúde, tenhamos, nós também, uma atenção especial pelos doentes. ‘Feliz o homem que cuida do fraco, no dia da desgraça o SENHOR o libertará’” (Salmo 41/40,2).

Mais duas Comarcas celebram o Ano Catequético Divulgação/JA

Duas comarcas cancelaram o evento, em prevenção à Gripe A. Celebração ainda será realizada As Comarcas do Estreito e Santo Amaro realizaram no mês de agosto as celebrações do Ano Catequético. Com o tema “Catequese, caminho para o discipulado”, cada comarca contou com um assessor que trabalhou os quatro temas que compõem o texto-base do Ano: Jesus Cristo; a Palavra de Deus; a Eucaristia; e o ser e a missão do Catequista. Na Comarca do Estreito, o encontro reuniu mais de 120 participantes, no dia 02 de agosto, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em São José. Todas as nove paróquias da comarca estiveram representadas e realizaram apresentação com base no tema do Ano Catequético. O evento foi assessorado pelo Pe. Elias Wolff. Mais de 300 lideranças da Comarca de Santo Amaro participaram do encontro no dia 22 de agosto. O evento reuniu represen-

tantes das seis paróquias da Comarca em Santo Amaro. A assessoria ficou com a Irmã Meri Hammes, catequista franciscana. O destaque foi a participação forte de muitas lideranças, sobretudo do CPP e dos CPCs. “Os encontros tiveram apresentações bastante criativas e trouxe uma boa reflexão em torno do Ano Catequético”, disse Irmã Marlene Bertoldi, coordenadora arquidiocesana de Catequese. O próximo encontro será o da Comarca da Ilha, a ser realizado na paróquia da Trindade no dia 13 de setembro.

Celebrações Canceladas A celebrações previstas para serem realizadas no dia 16 de agosto, em Brusque, e no dia 30 de agosto, em Tijucas, foram canceladas por orientação das secretarias de saúde dos municípios. O motivo foi a preocupação com a Gripe A.

Participantes realizam encenação durante o encontro celebrativo A pesar da não realização na data prevista, Irmã Marlene pretende realizar os dois eventos em outras datas. Na Comarca de Tijucas, será ainda este ano, em data a ser confirmada. Na Comarca de Brusque, o evento será em abril do próximo ano.

“Para que a celebração não passe em branco nessas importantes Comarcas, já que em todas as outras eles aconteceram, pretendemos realizá-los em períodos do ano mais quentes, quando os riscos com a Gripe A serão menores”, esclarece Irmã Marlene.

Defesa da Vida A decisão foi tomada após acaloradas discussões. Pesou a recomendação dos órgãos de saúde do Estado de Santa Catarina, que têm orientado pela não realização de eventos, concentrações e aglomerações, como uma das formas de prevenção da Gripe A. Também a própria espiritualidade da Romaria, que é o cuidado e a defesa da vida. Os participantes do encontro foram unânimes em assumir e recomendar que o ânimo e o entusiasmo continuem, em vista de vivenciarmos juntos o esperado momento de, como Igreja de Jesus Cristo, na esperança, solidarizar-nos com as famílias da região do Morro do Baú, município de Ilhota, tragicamente atingidos pelas enxurradas de novembro do ano passado.


4

Tema do Mês

A Campanha da Fraternidade do ano próximo tratará de um tema quente: economia. É uma campanha que, além de mexer com nosso coração, vai mexer no nosso bolso. O deus-mercado é a raiz de todos os problemas postos hoje ao cristianismo e também às outras religiões. Trata-se de uma religião poderosa, com dinheiro e marketing, patrimônio e povo. É a bestafera do Apocalipse atualizada. Exige vítimas e adoradores, conta com templos e rituais. Serve-se de uma linguagem pseudo-religiosa, roubando as palavras próprias do mundo religioso: deuses do esporte, deusas-modelos da moda, sacrifício do ajuste fiscal, missão da empresa, carisma para ser empresário, templo do sexo, santuário do turismo, sacerdotes da internet. Há quem use no peito uma corrente com o cifrão $, como substituto da cruz. O domingo, em vez de dia do Senhor, tornou-se dia do mercado, do comércio, do turismo. Esta religião adota um acentuado corte sacrificialista. A morte de tanta gente em “acidentes” de trânsito e trabalho, de doenças crônicas e criadas, a morte em guerras, até preventivas, mortes de miséria e de fome, mortes no narcotráfico, são mortes que só se explicam como sacrifício de vítimas ao deus-dinheiro, que, não tendo vida própria, sobrevive com a vida dessas vítimas. Conseqüência da religião do deus-mercado é a sociedade de risco, uma sociedade de violência onde as pessoas não se sentem tranquilas. O individualismo gera competição, inveja, exclusão. O risco gera insegurança, que é, por sua vez, resolvida pela busca do divino: um círculo vicioso entre mercado e religião.

DEUS OU O DINHEIRO Depois de o mercado ter cooptado os diversos campos da atividade humana (política, comércio, arte, sexualidade, etc.), até chegar à ciência (ecologia, biotecnologia...), chegou também à religião. Deus foi posto no mercado. Tornou-se um bem de consumo, de compra e venda. A religião tornou-se terapia, como meio de superar os riscos que a sociedade consumista e competitiva nos impõe. Deus voltou a servir de quebra-galhos, tapa-buracos, pronto-socorro. A religião voltou a tornar-se ópio do povo, alienação, projeção do ser humano que não consegue realizar-se a si mesmo. Todas as religiões passam a ser usadas, com objetivos de resultados: milagres, consolo, terapia. Daí o crescimento delas. Mas também seu descrédito. A começar com o descrédito das religiões

Setembro 2009

A RELIGIÃO DO DEUS-MERCADO A realização humana se dá no mistério pascal, na ressurreição que passa pela cruz.

Jornal da Arquidiocese

bam a quem estão se entregando, quem é que lhes está sugando a fé do espírito e o sangue do corpo. Uma religião que já sugou o sangue dos operários e agora suga a fé dos jovens e dos pobres. Há igrejas que são verdadeiras empresas, fundadas na teologia da prosperidade, justificadoras de uma religião excludente, servidoras do mercado, que em nada é globalizante, mas excludente, que é difícil, senão impossível, que se torne solidário.

PRÁTICA DA SOLIDARIEDADE

institucionalizadas. No mercado se encontra a salvação para todos os problemas do mundo. O abandono da fé, na forma de apostasia ou de cisma branco, também se explica pela força dessa religião, por sua fascinante dinâmica de arrebanhamento. Como situar-se diante dessa religião? Se puséssemos de um lado o deus-dinheiro e de outro o Deus dos pobres, seguindo a distinção clara que o próprio Jesus de Nazaré fez ao analisar a estrutura teologal-idolátrica de seu tempo (“não se pode servir a Deus e ao Dinheiro”: Lc 16,13), poderíamos perceber melhor de que lado nos situamos. Será necessário criar uma escala que sirva de critério para cada pessoa e cada grupo situar-se e discernir sobre o ponto em que se encontra e que atitudes toma diante do deus-dinheiro.

O risco gera insegurança, que é, por sua vez, resolvida pela busca do divino: um círculo vicioso entre mercado e religião.

DENÚNCIA EVANGÉLICA Urge denunciá-la, como fez Jesus com a estrutura idolátrica de seu tempo, concentrada precisamente no templo, usado pelos sacerdotes como meio de enriquecimento pessoal. Aqui entra, junto com a opção pelos pobres, a opção pela pobreza. Uma

vida sóbria, austera, não consumista, respeitosa da simplicidade e da beleza do próprio corpo e da natureza. Outro modo de enfrentar esta religião mercantilista é a partilha do dízimo, como contribuição para a comunidade, a qual poderia criar mecanismos de apoio a necessitados. A reação ao deus-mercado é a comunhão, sobretudo, dos bens materiais, ainda que poucos. Portanto: viver a comunhão evangélica. Continua valendo, hoje mais que nos primeiros séculos do cristianismo, a pergunta da Carta de São Barnabé: por que é tão fácil pôr em comum os bens espirituais, que são de valor eterno, e é tão difícil pôr em comum os bens materiais, que são passageiros? É preciso denunciar a fundamentação religiosa desse deusmercado, para que os fiéis sai-

A pregação social de Bento XVI, em sua última encíclica sobre a caridade na verdade, propõe a globalização da solidariedade, aponta para outro modelo econômico, condena enfaticamente este modelo produtor de tantas mortes. Nesse ponto, têm importância as pastorais sociais, os conselhos comunitários, a economia solidária, o profetismo das comunidades, as celebrações de nossos mártires, as campanhas da fraternidade, os gritos dos excluídos, os mutirões contra a fome, o empenho pela defesa da Amazônia etc... Urge voltar ao valor da religião como pertença a uma comunidade, relação com o Absoluto. Religião como capacidade de opção por valores, ética, compromisso com os outros e com a ética. Religião como hermenêutica, capacidade de interpretar os sonhos, os fatos, a vida. Para isso, é preciso tirar a religião do braço do mercado. A solução não está em entrar no jogo do mercado,como sugerem muitas práticas apressadas de religiosos. É preciso abandonar o jogo, sair do jogo do mercado, para pregar e testemunhar outro Deus, o Deus vivo, o Cristo crucificado e, por isso, Ressuscitado! Em nosso caso, como cristãos, urge trabalhar a religião cristã naquilo que ela tem de específico: o amor de Deus-Pai, o reino de Deus-Pai, a cruz e a ressurreição de Jesus, a força do Espírito Santo. É importante ressaltar a cruz de Jesus, como reação ao medo da modernidade diante do sofrimento, ao fascínio da felicidade a todo custo, à busca da felicidade com facilidade sem fidelidade. O cristianismo prega que a realização humana se dá em Cristo (GS 22), no mistério pascal, na ressurreição que passa pela cruz. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


Jornal da Arquidiocese

Geral 5

Setembro 2009

“Convívio” apresentou Seminário a vocacionados Dos 96 participantes do Convívio Vocacional, 35 devem ingressar no Seminário no próximo ano Divulgação/JA

O Seminário de Azambuja, em Brusque, nos dias 31 de julho, 01 e 02 de agosto, realizou o Convívio Vocacional. O evento reuniu 96 jovens, representando 26 paróquias da nossa Arquidiocese. Boa parte deles já são acompanhados pela equipe de animação vocacional de suas paróquias. O encontro teve início na sexta-feira, com celebração presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger. Na sequência, ele também participou do momento de confraternização com os vocacionados e com os padres e leigos que os acompanharam até Azambuja. Nos três dias de encontro, eles tiveram momentos de reflexão, oração e lazer (futebol, tênis de mesa, jogos...), tudo para estreitar os laços com o seminário. O Convívio Vocacional é destinado a jovens que cursam a partir da 7ª série e que manifestam interesse em conhecerem a vida presbiteral mais de perto. Dos 96 participantes, 35 manifestaram interesse em entrar para o Seminário no próximo ano: 10 para o Curso do Propedêutico e 25 para o Seminário Menor. Eles tiveram um momento dife-

renciado no encontro. Os jovens que já concluíram o primeiro grau e manifestaram interesse em entrar no Seminário, tiveram um encontro com o Pe. Pedro Schlichting, reitor do Seminário. Já os jovens que concluíram o segundo grau, participaram de um encontro com o Pe. Gercino Atílio Piazza, reitor do Propedêutico. Os demais, participaram de encontro com os seminaristas.

Um seminarista por paróquia

Lideranças do Estado estarão reunidas em Mafra para avaliar a caminhada deste ano e planejar próximos passos

Participantes do “Convívio” posam para foto no final da experiência vocacional. Expectativa é que muitos deles ingressem no Seminário para o próximo ano

Os jovens que manifestaram o interesse em entrar no Seminário no próximo ano, juntamente com outros jovens que tiverem formação escolar suficiente (primeiro grau completo), participarão do Estágio e do Encontrão Vocacional, que acontecerá nos dias 10, 11 e 12 de outubro deste ano. Os outros jovens, mesmo que já tenham formação escolar suficiente, receberão acompanhamento das equipes de animação

participação bem maior que nos últimos encontros”, disse. As paróquias continuarão a ter a oportunidade de atender ao apelo, encaminhando vocacionados para o Encontrão e Estágio Vocacional. Ele agradeceu ao nosso arcebispo Dom Murilo “o carinho, estima e consideração pelo trabalho no Seminário, visitando-o mais de uma vez por mês, o que se torna uma motivação a mais para os nossos seminaristas”, completou Pe. Pedro.

vocacional em suas paróquias e farão o Curso Vocacional por correspondência, até terem o preparo suficiente para ingressarem no Seminário. Na avaliação do Pe. Pedro, reitor do Seminário, a participação foi bastante boa. Ele acredita que isso se deva ao apelo de nosso Arcebispo, neste “Ano Sacerdotal”, para que cada paróquia tenha ao menos um seminarista. “Esse objetivo ainda não foi alcançado, mas já tivemos uma

Espiritualidade e formação para as atendentes paroquiais Secretárias e funcionárias das casas paroquiais participaram de encontro arquidiocesano Divulgação/JA

A Casa de Retiros Padre Dehon, em Brusque, nos dias 14 a 16 de agosto, sediou o encontro de espiritualidade e de formação para secretárias paroquiais e funcionárias das casas paroquiais. Esta é a primeira vez que o encontro de espiritualidade é realizado, e a primeira vez que as funcionárias das casas paroquiais participam. O evento reuniu 84 pessoas, 64 secretárias e 20 funcionárias de casas paroquiais, de 60 paróquias da Arquidiocese. Durante os três dias, elas tiveram formação específica sobre suas áreas, participaram de celebração e momentos de espiri-tualidade. O encontro teve início na noite de sexta-feira, com dinâmicas de entrosamento. No sábado, pela manhã, nosso arcebispo Dom Murilo conduziu a espiritualidade falando sobre o

Pastoral Carcerária avalia CF-2009

No total, 84 secretárias(os) e funcionárias de casas paroquiais participaram do primeiro encontro de espiritualidade oferecido a esses colaboradores Documento de Aparecida. À tarde, elas receberam formação geral, sobre o atendimento na casa e atendimento na secretaria. No domingo, as participantes

foram divididas em duas turmas. As secretárias tiveram formação sobre o Sistema de Gestão Canônico Pastoral - CGCP, composto por softwares que concentrarão

todas as informações econômicas e pastorais para a Cúria e as paróquias e proporcionam a integração da Arquidiocese. O curso foi ministrado por um técnico da empresa que desenvolveu o sistema. Já as funcionárias das casas paroquiais receberam formação de uma nutricionista. Foi a primeira vez que elas estiveram reunidas. “É importante que elas tenham formação específica para melhor preparar os alimentos”, disse Pe. Adão Carlos Marcelino, coordenador do encontro. Segundo ele, o encontro é também importante para promover a integração, troca de informações e experiências. “Muitas delas só se conhecem por telefone. Esse momento é importante para que se conheçam melhor e tenham alguns momentos de lazer fora do ambiente de trabalho”, acrescentou.

Lideranças da Pastoral Carcerária no Regional Sul IV estarão reunidas nos dias 11 a 13 de setembro, em Mafra, no “Centro de Formação São Lourenço”, para participar do seu 17° Encontro Estadual. O evento terá como temas “O Feminino no Cárcere”, “Trabalho do preso", o “Projeto Defensoria Pública em Santa Catarina” e “Lectio divina: presos na Bíblia”, e contarão com a assessoria de Heidi An Cerneka, da Pastoral Carcerária Nacional, o Padre Zanella, de Chapecó, a Dra Maria Ap Caovilla da Unochapeco e do Pe. Ney Brasil, coordenador da Pastoral na Arquidiocese de Florianópolis. Na oportunidade os agentes da Pastoral que atuam no Estado estarão avaliando os trabalhos realizados a partir da Campanha da Fraternidade 2009, com o tema “Fraternidade e Segurança Pública”, que abordou a problemática presente no atual modelo de Segurança Pública. Durante o encontro, as lideranças da Pastoral das 10 dioceses do Regional partilharão breves relatórios apontando alegrias e tristezas na CF 2009 na sua região, além das atividades, desafios e conquistas do ano de 2009. Eles também apresentarão os trabalhos manuais realizados pelos encarcerados. Coordenará o Encontro o Pe. Célio Ribeiro, da diocese de Blumenau, que desde fins do ano passado assumiu a coordenação da Pastoral Carcerária no Regional. Além do Pe. Ney, a Arquidiocese de Florianópolis estará representada por lideranças da Pastoral Carcerária que atuam nos presídios de São Pedro de Alcântara, Itajaí, Tijucas, Balneário Camboriú, Biguaçu, Brusque e Florianópolis.


6

Bíblia

Setembro 2009

Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (19)

Salmo 31(20): Pai, em Tuas mãos! Típico salmo de súplica, rezado por Jesus na sua paixão, segundo nos informa o evangelista Lucas. De fato, o texto do v. 6 foi a última prece do Senhor na cruz. É sabido como essas últimas palavras são diversificadas, nos quatro evange-listas. Assim, Marcos e Mateus registram, como um brado do Senhor, e até na língua original, o início do Sl 22 (21): Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Já Lucas registra três últimas palavras. A primeira, de perdão: Pai, perdoai-lhes! Eles não sabem o que fazem! (Lc 23,34) A segunda, também de perdão, dirigida a um dos companheiros de suplício: Hoje mesmo estarás comigo no paraíso. (Lc 23,43) Finalmente, a terceira, é a prece de confiança e obediência perfeitas: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito (Lc 23,46). O conteúdo desta prece, já foi dito, é uma citação do v. 6 deste salmo. Só que com uma grande novidade. O salmista invoca a Deus com seu nome oficial, YHWH, Adonay, “Senhor”, enquanto Jesus, segundo seu costume e ensinamento pessoal, o chama de “Pai”. O salmo é relativamente longo, e poderia ser dividido em duas partes, se levarmos em conta que os vv. 8-9, de ação de graças, correspondem às súplicas dos vv. 2-7; da mesma forma, os vv. 20-25, de agradecimento, correspondem aos pedidos dos vv. 10-19.

Em ti, Senhor, me refugio! 2. Em ti, Senhor, me refugio: / jamais eu fique desiludido, / Salva-me por tua justiça! 3. Inclina para mim teu ouvido, / vem depressa livrar-me. / Sê para mim um rochedo que me abrigue, / refúgio seguro, para a minha salvação. 4. Pois tu és minha rocha e meu baluarte, / pelo teu nome me diriges e me guias. 5. Livra-me do laço que me armaram, / pois tu és a minha força. Nestes cinco versículos iniciais concentram-se os pedidos urgentes do salmista, que se encontra numa situação aflitiva, cujos detalhes ele vai descrever na segunda parte. Por enquanto, fala apenas do laço que me armaram (v. 5), indício de um conflito, um perigo. Invocando a “justiça” de Deus, aqui considerada no seu aspecto de justiça

morto”, “uma coisa inútil” (v. 13), descartável... e, apesar de tudo, ainda “tramam para acabar com minha vida” (v.14b)

Em ti espero, Senhor

salvadora, ele multiplica os pedidos: “salva-me”, “inclina teu ouvido”, “vem depressa”, “sê para mim”, “livra-me”... Pois Deus é para o orante “rochedo”, “refúgio”, “rocha”, “baluarte”, “força”, dirigindo-o e guiando-o “pelo seu nome”, o nome dAquele que liberta e salva, como no Êxodo.

expressa o seu júbilo porque Deus, na sua “bondade” (hebr. hesed, “amor”, “misericórdia”), não o entregou “nas mãos do inimigo”. De que “inimigo” se trata? Do “Inimigo” com maiúscula? O fato é que o orante, livre das “angústias”, sente-se agora “em lugar seguro”.

Nas tuas mãos

Angústia e desprezo

6. Nas tuas mãos entrego o meu espírito, / tu me resgatas, Deus fiel! 7. Odeias os que seguem ídolos vãos: / quanto a mim, é no Senhor que espero. Após a urgência dos pedidos iniciais, segue agora a certeza de que Deus não vai abandoná-lo, pois o salmista não é como os que seguem ídolos vãos (v. 7). Pelo contrário, “esperando no Senhor”, que é “fiel”, sabe que será “resgatado”. Por isso mesmo, recupera a calma, “entregando-se nas mãos” divinas, confiando que o perigo passará. Outro é o sentido que Jesus dará a essa “entrega nas mãos” do Pai: não para que o livrasse da morte, mas com a certeza da ressurreição.

10. Piedade de mim, Senhor, pois estou angustiado, / definham de tristeza / meus olhos, o corpo e a alma. 11. Pois minha vida se consome entre aflições / e meus anos entre gemidos; / decaiu pela miséria minha força, / meus ossos se consomem. 12. De meus adversários me tornei o opróbrio, / alvo de zombaria para os vizinhos, / de terror para meus conhecidos: / quem me vê pela rua foge de mim. 13. Caí no esquecimento como um morto, sem vida: / não sou mais que uma coisa inútil. 14. Pois ouvi, dominado pelo terror, / o falar perverso de muitos: / reuniram-se contra mim, / tramaram para acabar com minha vida. De repente, como se fosse um novo salmo, o orante descreve a Deus pormenorizadamente o que sentira ou está sentindo. À semelhança de Jó (ver o livro), ele definha fisicamente (v. 10), geme, se consome, é escarnecido pelos adversários e também pelos vizinhos (v. 12), “quem o vê pela rua sai fugindo” (v. 12b), é “como um

Em lugar seguro 8. Possa eu alegrar-me e exultar pela tua bondade / por teres olhado / para minha miséria / e acudido às angústias de minha alma. 9. Não me entregaste nas mãos do inimigo / mas colocaste meus pés em lugar seguro. Tendo entregue seu espírito “nas mãos” divinas, o salmista já

15. Mas em ti espero, Senhor, / repito: tu és o meu Deus. 16. Em tua mão está o meu destino; / livra-me dos inimigos e dos que me perseguem. 17. Mostra a teu servo a tua face, / salva-me, por teu amor. 18. Senhor, que eu não seja confundido depois de te invocar; / confundidos sejam os ímpios, e se calem no abismo. 19. Emudeçam as bocas mentirosas, / que falam contra o justo / com insolência, soberba e desprezo. Após a descrição angustiada, novamente sucedem-se os pedidos, um após o outro, como nos vv. 2-5. Antes, apesar de tudo, a reafirmação da confiança, porque “tu és o meu Deus” e “em tua mão está o meu destino” (vv. 15-16). “Destino”, literalmente, “sorte”: não num sentido fatalista, mas, com todo o mistério que isso implica, resultado da ação de Deus e da responsabilidade humana. No v. 19 o orante se qualifica como “justo”, sinal de que considera “injustos” os seus caluniadores, a respeito dos quais pede que eles “emudeçam” e enfim, mortos, se calem (v. 18)

Amor maravilhoso 20. Como é grande a tua bondade, / que reservaste para os que te temem / e que demonstras para os que em ti buscam refúgio, / diante dos filhos dos homens. 21. Tu os escondes no segredo da tua face, / longe das intrigas humanas, / tu os ocultas como numa tenda, / longe das línguas maldosas. 22. Bendito seja o Senhor! / Ele mostrou seu amor maravilhoso para comigo, / numa cidade fortificada. 23. Na minha prostração eu dizia: “Fui expulso da tua presença!” / Mas ouviste a voz da minha súplica, / quando clamei a ti. Agora, sentindo-se reanimado e confortado, depois de ter passado pela dura experiência de sentir-se “expulso da presença divina” (v. 23), o salmista se derrama em agradecimentos. Enaltece a “grandeza da bondade de Deus”, “reservada para os

Faça como Zenildo Gonçalves, de Ingleses, Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões dest a página e p articipe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.br

que O temem” (v. 20). Exalta o carinho com que Deus os abriga no segredo da sua face, e os oculta como numa tenda, protegendo-os das intrigas e da maledicência (v. 21). Enfim, bendiz o Senhor por seu amor maravilhoso, acolhendo o orante como numa cidade fortificada, que inimigo algum pode tomar (v.22).

Coragem e firmeza 24. Amai o Senhor, vós todos, seus fiéis! / O Senhor defende os que lhe são leais, / mas trata com rigor os que agem com soberba. 25. Tende coragem e um coração firme, / vós todos que esperais no Senhor. O salmo termina com uma exortação a todos os que são “fiéis” e “leais” ao Senhor, isto é, à sua Aliança, reafirmando-lhes o primeiro mandamento (v. 24). Onde estavam eles, quando o salmista sentia-se abandonado e derrotado? Escondidos, omissos? Após ainda uma advertência aos autossufi-cientes, porque o Senhor “trata com rigor os soberbos” (v. 24b), o orante conclui com uma palavra de estímulo: “Tende coragem e um coração firme”. Encontramos exortação semelhante na despedida de Moisés ao seu povo: “Sede fortes e corajosos” (Dt 31,6), ou na de Matatias, pai dos Maca-beus, a seus filhos: “Sede fortes e agi valentemente segundo a Lei” (1Mc 2,64). Também Paulo, na conclusão da sua primeira carta aos coríntios: “Per-manecei firmes na fé, sede corajosos, sede fortes, e o vosso proceder seja todo inspirado no amor” (1Cor 16,13). Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Como Jesus rezou as palavras do v. 6 deste salmo? Santo Estevão também nelas se inspirou, dirigindose a quem? (cf At 7,59) 2) De que maneira o salmista descreve sua situação, nos vv. 10-14? 3) Que significa, no v. 16, o “destino”? como entender o nosso "destino"? 4) Feita a experiência da recuperação, como o salmista descreve o “amor maravilhoso” de Deus? 5) Onde estavam os "fiéis" do Senhor, na solidão e sofrimento do orante?


Jornal da Arquidiocese

Juventude 7

Setembro 2009

Dia Nacional da Juventude 2009 O maior encontro de jovens católicos, grupos de jovens e crismandos realizado na Arquidiocese Divulgação/JA

Há mais de 20 anos a CNBB nacional motiva a realização e participação dos jovens católicos neste grande evento. O Dia Nacional da Juventude (DNJ) 2009, seguindo o tema da Campanha da Fraternidade, terá como tema “Contra o extermínio da juventude” e lema: “Juventude em marcha contra a violência”. A equipe de organização do DNJ está preparando varias novidades e atrações especiais neste ano. Segundo o secretario da pastoral da juventude, “Será um momento de oração, reflexão, partilha de experiências, debates, diversão, musica, esporte, cultura e arte”. Com certeza, os jovens que participarão, terão um dia cheio de atrações e atividades. Neste ano também está se in-

Espiritualidade da Juventude

Na foto acima, jovens realizam a celebração do DNJ de 2008. Na foto abaixo, participantes encenam as tentações que afastam os jovens de Deus os jovens poderão praticar. A música também terá grande destaque. Serão três bandas católicas (Conversão Continua, AUJ e Sopro de Vida) e a participação especial do Gazu da Banda Dazaranha. Os grupos de jovens e as turmas de Crisma já podem começar a organizar os ônibus para participar do Dia Nacional da Juventude. Será no dia 25 de outubro de 2009, no Colégio Catarinense (Centro de Florianópolis), a partir das 8 horas da manhã.

Divulgação/JA

vestindo na tecnologia do evento. Serão várias ferramentas que transformarão o evento mais digital e próximo da juventude. Desde o começo do DNJ haverá cobertura ao vivo através do twitter, com fotos e vídeo. A organização também está preparando uma atração especial que será surpresa até o dia do evento. Pode-se adiantar que se trata de um esporte radical que

Juventude em ação

Gincana da Lagoa Nos dias 18 e 19 de Julho de 2009, foi realizada a Gincana Paroquial de Jovens na Paróquia Imaculada Conceição da Lagoa. O evento reuniu 61 jovens dividi-

Batendo um papo sobre...

dos em quatro equipes: Anjos da Fé, BOCRI (Batalhão de Operações de Cristo), Guerreiros do Apocalipse e Jovens de Deus. Dentre as provas desenvolviDivulgação/JA

Jovens mostram alimentos arrecadados em uma das atividades da gincana

das, as que mais chamaram a atenção, pelo excelente desempenho das equipes, foram: “catando pra Jesus”, na qual as equipes deveriam criar uma música inédita ou uma paródia de uma música conhecida (destaque para Anjos da Fé e BOCRI); “Nossas Raízes”, na qual deveria se procurar o casal mais idoso de nossa comunidade (destaque para Jovens de Deus, que encontrou uma senhora nascida em 1904); e “Show livre”. Também deve-se dar destaque à grande arrecadação de alimentos. O Coordenador da Pastoral da Juventude da Paróquia Imaculada Conceição da Lagoa, Anderson Silveira da Cunha, avaliou que “independentemente de quem tenha sido o campeão, todos os jovens estão de parabéns, pois ajudaram a arrecadar 15 cestas básicas a serem doadas a entidades carentes de Florianópolis”.

Queridos Jovens da Pastoral da Juventude, Mando para toda essa tribo apostólica, que é a Pastoral da Juventude de Florianópolis, um forte abraço de comunhão, de compromisso, de esperança. Como corresponde a um velho, mando também uns conselhos que vocês não necessitam talvez... Estamos dentro desta espécie de ano jubilar que nos trouxe Aparecida e bem recentemente o XII Intereclesial das CEBs. Há algumas palavras maiores que definem nossa espiritualidade, nossa vida: Coerência, que é a verdade vivida. Que é testemunho de credibilidade. Que é contestação a um certo cristianismo de atos dispersos e mais ou menos superficiais, quando deveria ser a totalidade e a continuidade da própria vida. Na família, no trabalho, na Igreja, na sociedade, no lazer, no namoro... Conscientização: crítica e autocrítica, a partir de uma fé adulta e co-responsável. A leitura, o estudo, a meditação, sobretudo na fase da juventude, devem ser intensos e quotidianos. Comunidade. A comunitariedade em tudo e sempre.

A comunidade eclesial e a comunidade social, política também. Frente a tanta política corrupta, a juventude deve gritar um BASTA e assumir a vocação política como a "alta expressão do amor fraterno coletivo", no dizer do papa Paulo VI. Paixão por Jesus Cristo. No seu seguimento, sendo testemunhas e missionários e missionárias da causa do Pai de Jesus, que é o Reino. Na autêntica profecia evangélica, que é denúncia, anúncio, compaixão, acolhida, Na opção pelos pobres, na civilização da austeridade contra o consumismo, contra o capitalismo neoliberal, contra a mercantilização da vida humana. Numa vivência e numa pastoral e numa política de ecologia integral. Na caridade fraterna pública, social, política, que hoje tem a solidariedade como versão urgente e mundial. Para toda essa juventude catarinense um abraço forte mesmo na Paz subversiva do Evangelho. Quem falou em medo, havendo Páscoa? Dom Pedro Casaldáliga Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia


8

Paróquia

Setembro 2009

Jornal da Arquidiocese

Santuário de Santa Paulina Cerca de 30 mil pessoas visitam o santuário por mês. A preocupação é bem atendê-los Foto JA

A comunidade de Vígolo, em Nova Trento, há mais tempo tem recebido a visita de peregrinos buscando conhecer a terra onde viveu "Madre" Paulina e apelando para sua intercessão. O local passou a receber mais visitas a partir de 1991, quando em 18 de outubro o Papa João Paulo II presidiu em Florianópolis a celebração de sua beatificação. Novo e maior impulso ocorreu a par tir de 2002, quando em 19 de maio ela foi canonizada em Roma, pelo mesmo Papa, tornando-se a primeira Santa no Brasil. Finalmente, o terceiro grande impulso veio com a inauguração do novo Santuário, em janeiro de 2006. Por semana, fora da temporada, o Santuário chega a receber cinco mil pessoas. Durante o verão, esse número triplica. São pes-

Uma Santa para o nosso tempo

Inaugurado em janeiro de 2006, após 25 meses de trabalho, o Santuário tem 6,9 mil metros quadrados e abriga três pessoas sentadas soas de todo o Brasil, da América e da Europa. Durante a semana vêm grupos ou associações bem

Dedicação à obra cais e auxiliar na limpeza e na ornamentação. “Faço de tudo um pouco, desde o banheiro até o Altar”, brinca. Irmã Lígia não conheceu Santa Paulina em vida, mas usa em seu trabalho diário uma frase dita pela santa: “Tornar Cristo conhecido por todos em todo o mundo”. Foto JA

Irmã Lígia Ana Mora, 76 anos, está no Santuário desde 1989. Saiu apenas por um curto período de tempo para um trabalho missionário na África. É uma das mais antigas e acompanhou toda a evolução que o local teve nos últimos 20 anos. “No início, não havia quase nada. Mas já recebíamos peregrinos e procurávamos dar toda a acolhida a eles”, disse. Ela estava lá, em 2002, quando Madre Paulina foi canonizada. “Ficamos aqui a madrugada inteira, atendendo os peregrinos que assistiram à canonização em Roma através de telões”, lembra. Ainda hoje, apesar da idade, se desdobra para organizar os lo-

História

organizados e informados, na maioria da terceira idade. Nos fins de semana, são famílias, jovens e crianças. Vêm em busca de uma graça ou para pagar promessa. “As pessoas buscam o Santuário por ser um local de paz e tranqüilidade, envolto na natureza. Isso as ajuda a sair do estresse do dia-a-dia”, disse Irmã Egnalda Rocha, uma das responsáveis pela acolhida.

Atendimento ao público Durante a semana, de terça a sábado, são duas celebrações diárias, às 11h e às 15h. Nos domingos, as missas são realizadas a cada duas horas, a partir das 8h e até às 16h. As confissões estão abertas de terça a domingo. Todo o trabalho é realizado por dois padres, 14 Irmãzinhas e 70 colaboradores. Uma equipe suficiente para manter a estrutura. Em épocas festivas ou períodos de maior afluência, a equipe pode ser reforçada. Quando preciso, a paróquia de Nova Trento disponibiliza mais padres para o atendimento.

Imigrante italiana radicada no Brasil desde os nove anos de idade, Santa Paulina adotou o Brasil como sua pátria e os brasileiros como irmãos... Nascida no dia 16 de dezembro de 1865, em Vígolo Vattaro, Trento, norte da Itália recebeu o nome de Amábile Lucia Visintainer. Imigrou para o Brasil com 9 anos de idade, juntamente com seus pais e irmãos e outras famílias da região Trentina, no ano de 1875. Desde pequena começou a ajudar nas atividades da Igreja. Aos 12 de julho de 1890, com uma amiga, Virginia Rosa Nicolodi, deu início à Congregação das Irmãzinhas da Imacu-lada Conceição, cuidando de Angela Viviani,

doente terminal de câncer. Novas companheiras foram vindo e a obra foi crescendo.

Rumo ao desconhecido Em 1903, deixou Nova Trento para cuidar dos ex-escravos idosos e crianças órfãs, no bairro Ipiranga, em São Paulo. Recebeu apoio do Pe. Luiz Maria Rossi e ajuda de Benfeitores. Em 1909 foi destituída do cargo de Superiora, mas continuou o seu trabalho, enquanto a Congregação crescia. Aos 77 anos, no dia 9 de julho de 1942, faleceu na Casa Geral em São Paulo, com fama de santidade, logo reconhecida pela Igreja com a beatificação em 1991 e a canonização em 2002.

O Santuário A construção de um Santuário foi logo cogitada. Com a beatificação, o projeto começou a ser colocado em prática. A bênção da pedra fundamental foi realizada em 1999, por Dom Eusébio Oscar Scheid, então arcebispo de Florianópolis. Vários projetos foram apresentados. Enfim, iniciada efetivamente a construção em outubro de 2003, já em 22 de janeiro de 2006 o Santuário foi solenemente inaugurado, o que só foi possível graças às generosas doações dos devotos e peregrinos. O Santuário conta com de 6.900m² mil metros quadrados de área construída. A nave central comporta três mil pessoas sentadas, e mais 100 na capela Santa Paulina e outras 150 na capela do Santíssimo. A obra conta ainda com uma rampa de

acesso, escadarias, banheiros e confessionários climatizados. Há amplos estacionamentos, com espaços reservados para ônibus e carros menores. Há um restaurante da Congregação, com capacidade de atender milhares de fiéis, e outros restaurantes à sua volta. Há, ainda, um pequeno shopping de comercialização de artigos religiosos. O que visitar: O complexo do Santuário tem vários espaços de visitação: uma réplica do casebre onde Santa Paulina cuidou de Angela Viviani; a Igreja construída na época da Santa e que tem a imagem que ela ajudou a adquirir; o marco lembrando o local da casa de seus pais; obras, lembrando o centenário da Congregação, a beatificação e a canonização.


Jornal da Arquidiocese

Geral 9

Setembro 2009

Hélio Luciano é o novo padre da Arquidiocese Após 19 anos, Catedral presencia uma ordenação presbiteral. Formação foi realizada na Espanha

Foto JA

Na sua homilia, Dom Murilo disse que a ordenação presbiteral de Hélio é marcada pelo privilégio de ser realizada no Ano Sacerdotal. “Sua ordenação, além de ser uma graça para você mesmo, para seus familiares, para seus amigos e amigas do Movimento de Emaús, e um dom que nossa Igreja Particular recebe, sua ordenação é também uma graça para nós, sacerdotes, que já recebemos esse dom”, disse Dom Murilo. Após a comunhão, Pe. Francisco Wloch, pároco da Catedral, agradeceu a Hélio por ter escolhido a Catedral para a sua ordenação presbiteral. Depois, falou Pe. Flávio Sampaio, representante do Seminário Internacional de Bidassoa e da Universidade de Navarra, onde Hélio realizou seus estudos. Ele leu uma mensagem de seus colegas do seminário. “Pedimos a Deus que te acompanhe em teu trabalho e a todos que desfrutarem dele”, disse. Em seguida, o agora já ordenado Pe. Hélio agradeceu a todos que o ajudaram tanto no discernimento da vocação, quanto nos estudos. “Agradeço aos meus pais, que mesmo às vezes sem entender, aceitaram minha opção”, disse. Ele fez um agradecimento especial a Mons. Bianchini. “Obrigado pela ajuda que me deu e pelo que representa em minha vida”, acrescentou. Mais fotos no site www. arquifln.org.br/ galerias. Emocionado, Mons. Bianchini impõe as mãos sobre a cabeça do ordenando Hélio Luciano. Vocação foi despertada no Movimento de Jovens Emaús, do qual Mons. Bianchini foi orientador espiritual por muitos anos.

Foto JA

Celebração realizada na noite do dia 29 de agosto, na Catedral Metropolitana de Florianópolis, marcou a ordenação presbiteral do diácono Hélio Tadeu Luciano de Oliveira. Presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, a celebração teve início às 18h15, e contou com a presença de padres, diáconos, familiares e amigos de Hélio. Esta é a primeira ordenação na Catedral após 19 anos, desde que em 30/06/1990, Pe. Vilmar Adelino Vicente foi aí ordenado. Durante a solenidade, Pe. João Francisco Salm, que acompanhou Hélio no discernimento de sua vocação quando era reitor do Seminário Convívio Emaús, deu o seu testemunho positivo. “Com base no seu testemunho e de outras pessoas, confirmo a ordenação, com a graça de Deus”, disse Dom Murilo. Após o rito de ordenação, Hélio foi cumprimentado pelos padres e diáconos, em especial pelo Mons. Francisco de Sales Bianchini, emocionado. Foi com Mons. Bianchini que a vocação de Hélio foi despertada quando ele participava do Movimento de Jovens Emaús.

Dom Murilo apresenta ao neo-sacerdote, Pe Hélio Luciano, o Cálice e a patena que o acompanharão durante sua vida presbiteral

Padre odontólogo Formado em Odontologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Hélio, de 29 anos, fez parte do Movimento Jovem Emaús por cinco anos. O despertar para a vocação presbi-teral surgiu durante o retiro de iniciação para o Movimento, quando cursava odontologia na Universidade Federal de Santa Catarina, curso concluído em 2002. Mais tarde, procurou o Seminário e por três anos recebeu acompanhamento vocacional no Seminário Teológico Convívio Emaús. Enquanto participava de um retiro promovido pelo

movimento Opus Dei, foi convidado a estudar no Seminário Internacional de Bidasoa, na Espanha. Em 2004 iniciou os estudos eclesiásticos na Universidade de Navarra. Após cinco anos, foi ordenado diácono no dia 25 de abril, na Paróquia San Nicolás, em Pamplona, Espanha. Enquanto cursava filosofia e teologia, Hélio ainda realizou mestrado em Bioética. Agora, deve retornar para a Europa, onde nos próximos anos concluirá o curso de doutorado em Bioética, em Roma, Itália.

Dom Jacinto toma posse em Pelotas Um celebração realizada no dia 27 de setembro na Catedral São Francisco de Paula, marcará a posse de Dom Jacinto Bergmann como o novo bispo de Pelotas. Ele sucede a Dom Jayme Henrique Chemello, ex-presidente da CNBB, prestes a completar 77 anos, de quem já foi bispo-auxiliar.A celebração contará com a presença de nosso arcebispo Dom Murilo Krieger.

Dom Jacinto, 57, nasceu em Alto Feliz (RS). Ele foi ordenado padre em 1976. Em 2002 foi nomeado bispo-auxiliar de Pelotas, lá permanecendo por dois anos, trabalhando com Dom Jayme. Em 2004, foi transferido para a Diocese de Tubarão, onde, entre outros trabalhos, empenhou-se pela beatificação de Albertina Berkenbrock (2007). Agora retorna às suas origens.

300 mil assinaturas em 30 dias Após alcançar a marca de 1 milhão de assinaturas, o projeto “Campanha Ficha Limpa” está promovendo um esforço conjunto para coletar as últimas 300 mil assinaturas. Elas são necessárias para que o projeto seja encaminhado ao Congresso Nacional como um Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PL). O esforço, denominado “300 em 30”,propõe uma ampla coleta de assinaturas que iniciou em 7 de agosto e vai até 7 de setembro, em todo o Brasil. O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) está promovendo mobilizações na expectativa de finalizar a coleta e encaminhar o Projeto de Lei à Câmara dos Deputados em setembro. Atualmente, o MCCE contabiliza cerca de 1 milhão de assinaturas, coletadas em todas as regiões do país. Mais de 1% do eleitorado já aderiu à campanha. Em todo o país, as 42 entidades que compõem o Comitê Nacional do Movimento, os mais de 280 Comitês 9840, além de apoiadores e voluntários, lutam para atingir a meta de arrecadação. A Campanha Ficha Limpa foi lançada em abril de 2008, na Assembléia Geral da CNBB, e desde então conta com um apoio crescente de diversos segmentos da sociedade que aderiram ao longo deste ano. O envolvimento da sociedade na “Campanha Ficha Limpa” se deve ao interesse em melhorar o cenário político e eleitoral do país. A ficha para coleta de assinaturas pode ser adquirida acessando o site www.mcce. org.br.


10

ASA

Setembro 2009

Jornal da Arquidiocese

Arquidiocese apoia iniciativas comunitárias Entidades beneficiadas com os recursos da campanha da Enchente participaram de reunião de orientação

... ensinar a pescar

Foto JA

A partir das catástrofes que abateram nosso Estado em novembro e dezembro de 2008, muitas coisas precisam ser reconstruídas, muitas vidas precisam ser retomadas. Com o apoio dado às famílias atingidas pelas chuvas a partir da campanha “Fui atingido pelas enchentes e me socorreste” centenas de pessoas atenderam ao apelo do nosso Arcebispo Dom Murilo, e fizeram doações em alimentos, roupas, móveis e dinheiro. As necessidades mais emergenciais de muitas famílias foram atendidas. Agora é hora de atender as pessoas de forma mais detalhada, de possibilitar que as pessoas recuperem os seus vínculos comunitários, por meio da inserção em projetos sociais. Segundo Dom Murilo, as necessidades dessas famílias são muitas, mas estamos buscando formas de atendê-las sempre no espírito e na finalidade da campanha. Serão apoiadas oito paróquias com projetos de Desenvolvimento Comunitário até o final do ano,

Vai acontecer ...

Oficina de Sustentabilidade e Captação de Recursos A “Oficina” acontecerá no dia 15 de setembro, terça-feira, na Paróquia de Biguaçu, a partir das 8:30 até às 17:30. Na oportunidade serão abordados temas relacionados à elaboração de projetos, for-

mas de captação de recursos, entidades financiadoras, entre outros. A oficina é destinada para as lideranças das ações sociais paroquiais e outras lideranças das paróquias interessadas no tema.

Formação para o Clero Promovida pela ASA, oito entidades estiveram reunidas em Tijucas envolvendo as famílias atingidas, gerando trabalho e renda, conscientização ambiental, formação e organização comunitária. No dia 21 de agosto, na Paróquia de Tijucas, houve a primeira reunião onde foram repassadas as orientações sobre esta nova etapa da campanha, seus objetivos e es-

tratégias. Nessa reunião houve uma partilha da proposta de cada projeto, seus público, área de atuação e como serão desenvolvidos os trabalhos. Nas próximas edições do Jornal da Arquidiocese apresentaremos os trabalhos que cada projeto aprovado está desenvolvendo nas comunidades respectivas.

Será realizado no dia 24 de setembro, quinta-feira, das 14 às 17h30min, uma formação sobre a Política de Assistência Social, destinada especialmente para os párocos

e vigários paroquiais. A formação contará com a assessoria da Profª Dra. Dalila Maria Pedrini, ex-presidente do Conselho Nacional de Assistência Social.

Participe. Mais informações com a Ação Social Arquidiocesana (48) 3224 8776 ou asa@arquifln.org.br

Nova Trento: Oportunidades aos empobrecidos Divulgação/JA

Através dos recursos do FAS, a Ação Social gera trabalho e renda aos novos migrantes Nova Trento é um município de colonização italiana, com pouco mais de 11 mil habitantes. Até poucos anos, uma população pacata e que pouco crescia. A canonização de Santa Paulina, sua filha mais ilustre, mudou a rotina da cidade. Hoje recebe diariamente centenas de peregrinos. Mas o impacto maior foi a mudança da vocação agrícola para a industrial. São João Batista e Canelinha, municípios vizinhos, se tornaram importantes pólos calçadistas e têxteis. Isso se refletiu em Nova Trento, que também passou a abrigar indústrias. Bom para os

Foto JA

moradores locais, que tiveram mais oportunidade de emprego. Mas a oferta de emprego trouxe pessoas de outras regiões do Estado, além de pessoas do Paraná e do Rio Grande do Sul. Assim como os primeiros imigrantes italianos, que ocuparam a localidade no final do século XIX, eles também vieram em busca de melhores condições de vida às suas famílias. Eles formaram comunidades dentro do município com vários problemas, mas estão sendo acolhidos e são criadas condições de trabalho para eles. São mais de 100 famílias em risco social. A Ação Social Neotrentina, braço social da Paróquia São Virgílio, preocupada em dar condições a essas famílias, entrou com projeto para receber os recursos do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS) e recebeu R$ 1.182,25. O dinheiro é para a aquisição de duas máquinas de costura, tesouras e Com os recursos do FAS, foram adqui- outros utensílios de costuridas duas máquinas de costura. A ra. O objetivo é criar cursos Paróquia contribuiu com mais uma. de corte e costura, e quali-

ficar as pessoas empobrecidas da comunidade para trabalhar nas indústrias. Em princípio, os participantes vão trabalhar com as roupas que não são doadas por não estarem em condições. Vão transformálas em estopas e confeccionar colchas de retalhos. Isso até que tenham aprendido a manusear adequadamente a máquina e aprendam a costurar. Depois, o projeto ganhará um novo rumo. Às duas máquinas adquiridas pelos recursos do FAS, juntou-se uma outra, doada pela paróquia. Elas serão instaladas em uma sala cedida pela Prefeitura de Nova Trento, com quem a Ação Social mantém várias parcerias. A sala está em reforma, mas o projeto será colocado em prática em meados deste mês.

Promoção Humana Além de corte e costura, a Ação Social Neotrentina promove vários outros cursos. Iniciou há três meses os cursos de tricô, crochê, remendos, pintura em tecido e confecção de sabão com óleo de cozinha. São mais

Há três meses iniciaram-se cursos de artes manuais com 50 participantes de 50 mulheres que participam dos cursos. Antes, o trabalho estava mais concentrado no atendimento emer-gencial. Agora está focado na geração de trabalho e renda. Mas a Ação Social ainda realiza outros trabalhos de auxílio aos necessitados. Ela doa móveis, roupas, passagens de ônibus e, em casos de extrema necessidade, cestas básicas, doações da comunidade. Todas as

pessoas que batem às portas da paróquia são cadastradas e é verificada a sua situação. “Nosso objetivo não é o assistencialismo, mas a promoção humana e formação da cidadania”, disse Eunice Cadorin Bittencourt, coordenadora da Ação Social Neotrentina. Ela, sobrinha neta de Santa Paulina, se empenha em repassar aos novos migrantes um pouco daquilo que seus antepassados nos legaram.


Jornal da Arquidiocese

GBF 11

Setembro 2009

Mês dedicado à Palavra de Deus Nesta edição, os Grupos Bíblicos em Família dedicam sua página a refletir sobre a Bíblia Divulgação/JA

que é de Deus estará capacitada para toda boa obra” (2Tm 3,1617). É a voz viva de Deus que ressoou no passado, na história do antigo povo de Israel, e continua a ressoar hoje na nossa história, pela transmissão do nosso anúncio e de nosso testemunho. Hoje podemos fazer a experiência do encontro pessoal com o Senhor, morto e ressuscitado, por meio de sua Palavra: ela continua a ecoar em nosso coração, em nossa vida, na vida da Igreja e no mundo atual. Fazemos votos que os animadores e animadoras e todos os membros dos GBF se sirvam destes subsídios para se sentirem animados e fortalecidos no empenho de consolidar e multiplicar os pequenos grupos em suas comunidades.

Divulgação/JA

Neste mês, é importante focalizar esta pergunta: Qual é a importância da Palavra de Deus em nossa vida de animadores e animadoras, na caminhada dos Grupos Bíblicos em Família? Por isso, como “Igreja nas casas”, a nossa tarefa deste mês de setembro é, mais do que nunca, tornar a Palavra de Deus ainda mais conhecida, acolhida e vivida como fonte de liberdade e alegria. A Palavra de Deus não se reduz à Bíblia, mas é nessa “coleção de livros sagrados” que a encontramos de modo especial. A Palavra é a revelação da vontade de Deus à humanidade. “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça; assim, a pessoa

A Bíblia em nossa casa!

Grupo Bíblico em Família se reúne para o seu encontro semanal: a Palavra de Deus está sempre no centro dos encontros

A Bíblia e os Grupos Bíblicos em Família “Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68b) A Bíblia é uma das principais fontes de trabalho dos Grupos Bíblicos em Família. Uma outra fonte é a Vida. Por meio de uma maior aproximação aos textos bíblicos nos seus encontros, os GBF identificam características da sua vida com as da vida do povo da Bíblia. É essa identificação que os ajuda a interpretar melhor a vida e a procurar respostas para os problemas que enfrentam. Como a Bíblia, que aos poucos foi sendo escrita, os GBF também escrevem pouco a pouco sua história nas comunidades onde estão inseridos. Na Bíblia encontramos registrada a revelação da ação de Deus na história da humanidade, e a missão que os seres humanos recebem de Deus. É também para procurar conhecer melhor a Deus e a missão que d'Ele recebemos, que os GBF realizam seus encontros. À semelhança da ação dos Profetas, que se tornaram a boca de Deus; no seguimento de Jesus Cristo, o Verbo de Deus encarnado; e na imitação do discipulado das primeiras comunidades cristãs, os GBF também afirmam que só em Jesus Cristo, o Verbo encarnado, encontramos “palavras de vida eterna”. São essas “palavras de vida eterna” que os GBF procuram conhecer e, conhecendo melhor, amar e, amando, realizar ações para efetivamente

praticá-la e anunciá-la aos que ainda não a conhecem. Dessa forma, um encontro dos Grupos Bíblicos em Família é uma oportunidade para que a Palavra de Deus chegue a muitas pessoas, que muitas vezes não entendem nem compreendem a Vida Eterna que Deus, por meio de Jesus, nos oferece gratuitamente. Nos GBF é a Palavra de Deus sendo anunciada, acolhida, refletida, rezada e vivida pelo povo.

Bíblia e Vida. Deus e a Humanidade. Parceria que não se separa. Uma complementa a outra. Uma não tem sentido sem a outra. A respeito das Escrituras, ou melhor, da Bíblia, são Pedro nos lembra na sua segunda carta: “Deveis saber que nenhuma profecia da Escritura é objeto de interpretação pessoal, pois jamais uma profecia foi proferida por vontade humana. Ao contrário, foi sob o impulso do Espírito Santo que pesso-

Para Refletir

as humanas falaram da parte de Deus” (2 Pd 1,20-21). A Bíblia nos apresenta os ensinamentos para viver como Deus nos pede. Um exemplo encontramos na síntese que o próprio Jesus apresenta: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12), pois Deus é amor e fomos criados por amor e para o amor. Muitos outros ensinamentos importantes encontramse nos dez mandamentos (Ex 20 e Dt 5), os quais oferecem o caminho de vida plena para uma vivência harmoniosa com Deus e com a humanidade. Na Bíblia encontramos também os argumentos que alicerçam nossas convicções e posições de fidelidade a Deus, pois é Ele quem nos amou primeiro e por isso nos quer sempre junto dele: “Quando Israel era criança, eu já o amava, e do Egito chamei o meu filho...Eu os enlacei com laços de amizade, eu os amarrei com cordas de amor, fazia com eles como quem pega uma criança ao colo e a traz até junto ao rosto. Para darlhes de comer, eu me abaixava até eles” (Os 11,1.4). Deus é justo e modelo de toda justiça: “Ele é o Rochedo! Perfeita é sua obra, e justos todos os seus caminhos! È o Deus fiel sem falsi-

dade! Ele é justo e reto” (Dt 32,4). Por isso, a Bíblia contém todas as orientações para que as pessoas se mantenham justas e também para ajudar as que estão afastadas do caminho da justiça, para se corrigirem e encontrarem a realização da vida plena: “Não deturpes o direito, não faças discriminação de pessoas, nem aceites suborno, pois o suborno cega os olhos dos sábios e corrompe as palavras dos justos. Segue estritamente a justiça, e assim viverás e possuirás a terra que o Senhor teu Deus te dá” ( Dt 16,19-20). Dessa forma, toda pessoa que é de Deus, que medita seus ensinamentos, que procura conhecer e viver sua Palavra, que aceita Jesus Cristo como o Verbo de Deus Encarnado, estará preparada para toda boa obra e assim conseguirá a salvação pela fé no Cristo Jesus. Este é o objetivo do uso da Bíblia nos GBF: oferecer às pessoas o conhecimento da Palavra de Deus, que é Palavra de Vida Eterna, “que tem o poder de comunicar a sabedoria que conduz à salvação” (2Tm 3,15b). Enfim, como discípulos e discípulas de Jesus, queremos também dizer, como São Pedro: Só Tu tens palavras de vida eterna (Jo 6,68). Silvia Togneri Membro da equipe de revisão dos livretos.

O terceiro milênio já vai completando a sua primeira década. Esse é um bom motivo para refletir nossa caminhada de Grupos Bíblicos nas famílias. “Havia um pote rachado. Pela rachadura vertia a água que nele era colocada. Todos os dias, seu dono colocava numa vara, sobre os ombros, dois potes: um à direita e outro à esquerda, e levava para seu patrão. Envergonhado, o dono dos potes disse ao seu patrão: - Todos os dias chego com um dos potes pela metade... Apesar do meu esforço em caminhar mais rápido, estou lhe dando prejuízo! O patrão lhe disse: - Eu sei que você tem um problema e perde parte da água todos os dias. Mas, olhe para a margem esquerda da estrada. Ela não está cheia de flores belas e coloridas? Veja a margem da direita, ela não tem flores. O que você acha disso?" Essa história de Pe. Ferdinando Mancilio, publicada na revista de Aparecida, nos convida a uma reflexão sobre nossa trajetória dos GBFs: A partilha da palavra é como a água que escorria pela rachadura do pote, fez a vida surgir bela e colorida. As portas das famílias que se abrem à visita de um GBF estão provando e conhecendo a consequência dos pingos de água viva que todas as terças-feiras jorram da palavra que faz brotar a vida. É a partilha silenciosa, calada e humilde dos missionários e missionárias, anunciadores e anunciadoras da Boa Nova de Jesus Cristo, que faz a vida surgir e florir, mesmo diante da aridez do comodismo e dos falsos ídolos que se colocam à direita da estrada. Por isso, se o seu Grupo Bíblico não puder ser um mar, um rio, que seja como os pingos d'água que regam a flor da beira da estrada. Pingos d'água que se juntam, formam rios, formam mares! Que a cada visita possamos deixar na família o perfume das flores exalado da Palavra que ali irá permanecer. A Bíblia em nossa casa seja a força, o caminho, a verdade e a vida, no nosso cotidiano. Colaboração: Gloria Maria Dal Castel - Comarca de Itajaí

TUDO EM 5 X SEM JUROS = Jóias - Relógios - Óculos = = Diversas Marcas =

Florianópolis - Fone Centro, Shopping Itaguaçu e Shopping Iguatemi Santa Catarina (48)

3222-8680


12

Artigos

Setembro 2009

Jornal da Arquidiocese

Centenário

Padre Guilherme Roer - Apóstolo e Fundador de Comunidades

A serviço dos imigrantes alemães de Teresópolis Nos anos 1860-1863 chegaram a Santa Catarina famílias de agricultores vestfalianos e foram assentados em Teresópolis e na sua extensa região serrana. Posteriormente 12 famílias mudaram-se para Blumenau, no vale fértil do Testo, onde construíram a capela de São Ludgero e ali foi visitá-los o Pe. Roer. A região de Teresópolis e de Vargem Grande, como a de São Pedro de Alcântara, não era de terra fértil. A chegada do Pe. Roer

animou esses colonos espiritual e economicamente. Introduziu o Culto dominical dirigido por leigos, criando a tradição dos Capelães que dirigiam o Culto, celebravam sepultamentos, organizavam o coral. Para garantia do bom atendimento, nomeava os melhores homens para a Diretoria das igrejas. Procurou logo organizar escolas paroquiais cujos professores eram colonos mais instruídos. Algumas visitas aos enfermos demandavam dias a cavalo: nunca se omitia. Algumas vezes por anos visitava os colonos alemães de São Pedro e Biguaçu, numa viagem de 8 a 10 horas a cavalo. Fadiga não era argumento para omissão.

Colonizador de horizontes largos Em 1870, Pe Guilherme Roer foi chamado a um doente no quase despovoado Braço do Norte, da paróquia de Tubarão, com dois dias de viagem pela mata, através de veredas. No regresso percebeu como aquela terra era fértil. No primeiro encontro com os colonos em Teresópolis falou-lhes com entusiasmo das terras que vira. Formou uma comissão de ordem prática, para preparar uma possível migração dessa comunidade para o Braço do Norte. Sob a direção de Bernardo Schlikmann, um pequeno grupo dirigiu-se àquela terra, retornando cheio de entusiasmo, quase reproduzindo a bíblica inspe-

Divulgação/JA

Guilherme Roer nasceu em Warendorf, Alemanha, em 1821, numa família de relojoeiros e joalheiros. Mais tarde seus pais mudaram-se para Münster. Foi ordenado presbítero em Hildesheim, em 1857. Querendo consagrar-se aos compatriotas emigrados, chegou ao Brasil em 1860, sendo encaminhado pelo bispo do Rio de Janeiro ao Pe. Carlos Boegershausen, recém chegado em Joinville. Em 1860 dirige-se a Vargem Grande, e fixa residência em Teresópolis, donde será Cura desde seis de março de 1862 até 1889. Mesmo com todo o trabalho nessa grande e difícil região, em 1870 foi vigário encarregado de São Pedro Apóstolo de Gaspar, ofereceu atendimento pastoral aos colonos alemães de Blumenau de 1869 a 1872 e, de 1872 a 1883, foi vigário encarregado de São Pedro de Alcântara.

Padre Guilherme Roer - em foto de 1880. ção dos judeus às portas de Jericó. Houve muitas adesões. Pe. Roer, prático e organizado, visitou Pe. Boegershausen em Joinville, de quem recebeu o consentimento para a nova migração e uma carta de recomendação dirigida às autoridades da Província. Em seguida foi a Desterro (Florianópolis) e obteve êxito junto aos Ministérios. A colonização do Braço do Norte efetuouse nos anos 1873-1875. O Governo provincial fez o traçado das estradas principais, a construção de pontes, a preparação dos centros urbanos para igrejas, escolas e medições de lotes.Os colonos, por sua vez, deveriam procurar nos mapas dos agrimensores sua futura propriedade. No terreno de Bernardo Schlickmann, sob uma frondosa figueira, foi erguido um altar, or-

namentado por Ana Füchter (mãe do Pe. Nicolau Gesing, primeiro padre de Braço do Norte). Pe. Roer, em meio ao júbilo de todos, celebrou a primeira Missa. Pediu que preservassem a fé, os costumes e a língua alemã. E que participassem do Culto dominical. Duas vezes por ano Pe. Roer passava algumas semanas com seus vestfalianos em Braço do Norte, garantindo que a fé conservasse a união dessas famílias lançadas num ambiente promissor, e ainda difícil, um ambiente também ocupado por índios, que enfrentaram os invasores: eram pobres diante de pobres.

O zelo pastoral, o cansaço e a doença Um colono observou que Pe. Roer passava a maior parte do ano encima de uma sela de montaria. Viagens difíceis, com doenças, acidentes, para celebrar Missas, confessar doentes, catequizar. Dores reumáticas e gota minavam o já enfraquecido corpo do velho cura. Apesar disso, queria sempre levar os Sacramentos aos doentes, mas já necessitava de dois homens cavalgando em apoio para evitar quedas. Na última viagem a Braço do Norte, em 1887, a doença o prostrou. Reunindo as últimas forças, ainda enfrentou três dias para a viagem de retorno a Teresópolis. Então persuadiu o amigo Ber-nardo Steen a escrever ao bispo de Münster, expondo a situação dos colonos católicos e pedindo um sucessor. A carta, publicada no Jornal

da diocese de Münster, teve resultado imediato: candida-tou-se o jovem padre Francisco Xavier Topp, que viajou para o Brasil em 1889. Foi o grande presente de Deus para a Igreja catarinense, que por mais de 30 anos nele encontrará um animador e organizador apostólico. Pe. Topp não teve a graça de encontrar-se com seu antecessor. Em 1889, Pe. Guilherme Roer foi internado no ao Hospital São Francisco de Porto Alegre, recebendo as melhores atenções.Foi ali que esse ardoroso apóstolo entregou a alma a Deus em oito de outubro de 1891, sendo sepultado no Cemitério São José. Os colonos de Teresópolis não o esqueceram. No Cemitério local foi-lhe erguido um monumento, onde se lê, em alemão: “Em memória do 1º Vigário de Teresópolis, Pe. Guilherme Roer. Nascido em Warendorf, Vestfália, em 1821. Morreu no Hospital São Francisco de Porto Alegre, Aos 8 de outubro de 1891. Sacrificou-se pela Salvação das Almas de seus Paroquianos.” Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Obs.: Leia-se um ótimo texto em: Schätte, Estanislau, OFM. Padre Guilherme Roer - 1860/ 1889. Revista Blumenau em Cadernos, Tomo XLVIII, N.05-06 - maio/junho de 2007. Tradução de Pe. Dorvalino Koch, SCJ.

Ecumenismo

Bíblia e Ecumenismo - A unidade em meio a conflitos A Bíblia manifesta-se como caminho de importância fundamental na busca da unidade das igrejas. Na verdade, ela é uma realidade ecumênica em si mesma. Nela existem muitas tradições entrelaçadas, grupos diversos de redatores com intenções diferentes, contextos político-religiosos variados, maneiras originais de expressar-se, mensagens com pluralidade de sentidos... Na multiplicidade de livros que formam a Bíblia encontramos um fio condutor, do começo ao fim: a revelação de Deus como Criador e Libertador. Fonte de toda a vida, Ele se revela extremamente amoroso com todos os seus filhos e filhas. Busca incessantemente reunir todos os povos como uma só família. Ele mesmo revela-se como Deus Uno e Trino, em perfeita comunhão entre o Pai, Filho e Espírito Santo.

A unidade, porém, não é caminho isento de dificuldades. A Bíblia não esconde os numerosos conflitos. Eles se dão no próprio interior do povo de Deus. As instituições de poder deixam marcas profundas que contradizem o plano de amor de Deus. Em nome de Deus, grupos se dividem e desencadeiam perseguições e guerras. Expressões religiosas populares foram desrespeitadas e seus santuários destruídos pela oficialidade. Milhares de pessoas justas foram eliminadas... No entanto, o sonho de um mundo justo e fraterno perpassa nas entrelinhas da Bíblia. Movimentos diversos de resistência, em contextos históricos diferentes, brilham pela fidelidade à Aliança que Deus estabeleceu com os Pais e Mães na fé. Surgem os profetas e as profetisas que, em nome de Deus, tomam partido

em favor das pessoas vítimas dos sistemas de exclusão e morte. Surgem os sábios e as sábias que num contexto de forte legalismo político-religioso, abrem caminhos alternativos para as pessoas marginalizadas, dando-lhes voz e vez. A motivação profunda que anima as pessoas justas é Deus, mas não é o mesmo deus dos poderosos. A Bíblia nos revela a grandeza do amor de Deus, através da apresentação de Jesus Cristo que veio “para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Nele, de forma plena, constatamos o projeto de inclusão à vida digna, gratuitamente dada por Deus, a todos. Jesus, em total intimidade com o Pai, conduzido pelo Espírito Santo, manteve-se no caminho da justiça e do amor. Enfrentou conflitos de toda ordem até ser morto na

cruz. Seus seguidores e seguidoras, organizados em comunidades, buscam viver segundo o modelo do Mestre de Nazaré, na pluralidade de expressões. Localizadas em contextos culturais diferentes, sentem-se unidas na fé em Jesus, o Salvador. As lideranças religiosas buscam congregar os fiéis em Cristo numa comunhão, buscando administrar os conflitos de modo a eliminar todas as divisões que, por motivos diversos, aconteciam nas comunidades. Os conflitos fazem parte da caminhada ecumênica. Como enfrentá-los? Pe. Elias Wolf, em seu livro “Caminhos do Ecumenismo no Brasil”, página 205, escreve: “É fundamental compreender como a Bíblia trabalha os conflitos: a) colocando-os às claras, nas suas causas e conseqüências, de modo que a unidade não admite a negação das tensões, o

que incorreria num falso irenismo, uma unidade sem consistência; b) definindo qual é o real fundamento da unidade: o projeto de Deus e a vida humana; c) afirmando qual é o lugar, o espaço e o horizonte teológico da unidade. No 'lugar' situam-se Deus, seus ensinamentos, a vida humana - sobretudo aquela sofrida e empobrecida injustamente. O 'espaço' da unidade é ali onde Deus, seus ensinamentos e a vida por Ele criada são afirmados. O 'horizonte' da unidade é a verdade (o entendimento da vontade de Deus), a caridade (a vivência do amor de justiça) e o serviço (a verdade e a caridade a serviço dos excluídos)". Celso Loraschi Professor no ITESC e Coordenador da Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e o Diálogo InterReligioso - CADEIR


Jornal da Arquidiocese

Missão 13

Setembro 2009

A experiência do Pe. Lúcio na África Após três anos de missão na Guiné-Bissau, Pe. Lúcio, do presbitério da nossa Arquidiocese, voltou para umas breves férias de descanso e nos conta um pouco da sua experiência missionária. “Parti contente, confiante e decidido para a missão além fronteiras, no outro lado do Oceano. Estou aqui de passagem para logo retornar, com a mesma disposição, ao trabalho na Guiné-Bissau, por mais dois anos. Depois… veremos”, disse Pe. Lúcio.

Outubro Missionário esta aí! Como preparar? “Enviados para anunciar a Boa Nova”

VOCAÇÃO A vocação, intuída no seminário, em 1964 e despertada no Vº Congresso Missionário LatinoAmericano, em Belo Horizonte, em 1995, deslanchou-se no final do ano 2005 com a oportunidade que o PIME (Pontifício Instituto das Missões Exteriores) nos dava, de que um Padre diocesano se associasse ao Instituto. Era o caminho mais viável para que nos lançássemos logo à missão.

CHEGADA À GUINÉ-BISSAU Logo pensei em mergulhar dentro da comunidade, como acontecia com os missionários de tempos passados, partilhando o dia a dia com as pessoas. Mas o que acontece é bem diferente, pois logo a gente se preocupa em construir uma base para o trabalho, organizar um esquema de atividades e, nessa preocupação, fica-se um pouco distante da comunidade e a sonhada inserção na realidade do povo fica prejudicada. Também a língua crioula, mesmo que parecida com a portuguesa, é de difícil aprendizado e deve ser aprendida bem para sermos entendidos pelo povo. A própria situação de pobreza e fome nos consome diariamente. Bom, sem dúvida, é o fato de começar a conhecer outro povo e iniciar um processo de comunhão, de maneira a sentir-se um com ele. Outro aspecto interessante é a possibilidade que tive de encontrar-me mais frente a frente comigo mesmo, perceber com mais clareza a presença e a ação de Deus no meu dia a dia. O missionário é aquele que partilha e transborda do que tem. Diariamente somos muito procurados para o atendimento social em questões de alimento, saúde, água e escola. No entanto, nessa situação de pobreza, corre-se também o perigo de segurar sempre algo mais para si próprio, mantendo-se, dessa forma, distante das pessoas. Daí a dificuldade e a quase a impossi-

Pe. Lúcio realiza batismo em Empada, na Guiné-Bissau, seu local de missão bilidade de uma total inserção de um ocidental na crua realidade dos países mais pobres do mundo.

a razão mais profunda e inquestionável que nos leva à missão.

DESENVOLVIMENTO DA MISSÃO

A missão não está relacionada tanto à região geográfica, mas às pessoas, grupos e ambientes que não conhecem Jesus Cristo. A missão deve acontecer já aqui, em nossa paróquia, mas não podemos ignorar a missão além fronteiras, em países onde mais de noventa por cento das pessoas não conhece a Jesus Cristo como Salvador. Estou convicto de que a abertura da Arquidiocese à missão além fronteiras torna a nossa Igreja mais amadurecida, trazendo um ar a mais, de vida e saúde, para as pastorais e para as paróquias de nossa Arquidiocese. Mas, para sermos de fato uma Igreja missionária, é necessário que nós, Leigos, Diáconos e Padres, tenhamos um forte espírito missionário. Afinal, o Arcebispo não pode enviar missionários se não tiver a quem enviar. E se isso acontecer, sem dúvida é um triste sinal. Aproveito a oportunidade pra agradecer toda a confiança, apoio e carinho que recebo de nossa Arquidiocese. Que a missão ajude a alimentar a exuberante vida evangélica que temos em nossa Arquidiocese. A missão é um revitalizante indispensável para a vida pastoral de uma Igreja.

REFLETINDO ALTO Foi muito importante, para mim, realizar essa experiência missionária como associado ao PIME. Com os padres desse Instituto participo de uma experiência missionária centenária, e isso me ajuda a entrar mais facilmente na realidade local. Logo que cheguei, senti-me já inserido nas reflexões e problemáticas das missões vividas pelos Padres do PIME. Isso me deu segurança, conhecimento e apoio para o trabalho. Nesses três anos trabalhei numa missão ao sul da GuinéBissau, Empada. Comigo trabalha uma comunidade de três irmãs do Instituto da Consolada. Era a primeira vez que um Padre morava nessa missão. Estou sozinho, mas já percebo que não é bom estar só. Nossa Missão tem uma comunidade central em Bafatá, onde mora o Bispo D. Pedro Zilli - PIME, o único bispo missionário brasileiro fora do Brasil. Na diocese de Bafatá temos alguns Leigos Missionários: a Célia, de Florianópolis, duas jovens e um casal, esses do Paraná. Em Bafatá se encontra a maioria dos católicos da diocese. Os outros estão espalhados em outras seis comunidades. A minha paróquia abrange uma vasta região com quinze mil habitantes, mas só um por cento são cristãos. Por que abracei esta vida? Sempre me senti orientado pelo mandato de Jesus “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). Esta é

Unidos, Pe. Lúcio. Contatos com o Pe. Lúcio, na Guiné-Bissau, África, pelo fone 00xx245-613-6503 ou pelo e-mail: espindola.lucio@ pime.org.

O Mês de outubro esta ai, e mais uma vez nos convida a celebrar com entusiasmo e alegria. A Campanha Missionária é promovida pela Pontifícia Obra da Propagação da Fé, em Roma, e é realizada em todas as dioceses e paróquias do mundo inteiro. Seu ponto alto é o Dia Mundial das Missões, que este ano será no dia 18 de Outubro. São Paulo afirmou: “Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se eu não evangelizar” (1Cor 9,16). Por isso, não fique de braços cruzados. Envolva sua comunidade, para juntos celebrarmos a Missão.

de se preocupa com o mundo ainda a ser evangelizado? Como? d) Já enviou e se preocupa com o envio de missionários(as)? 2) Gincana Missionária: envolvendo pastorais, movimentos e povo em geral. 3) Terço Missionário: organizado pela catequese e a Infância Missionária. 4) Mural Missionário: com ilustrações, estatísticas e frases missionárias. 5) Promover a Infância, Adolescência e Juventude Missionária.

Propostas para animar as comunidades. 1) Promover debates sobre: a) Como vai a nossa ação evangelizadora? b) A quem estamos atingindo? c) A nossa comunida-

Atividades da Animação Missionária: Continuam os encontros de formação para assessores da Infância e Adolescência missionária com a participação, em média, de 50 participantes.

O último encontro deste ano será no dia 11/10. Congresso Arquidiocesano da IAM será em Capoeiras, dia 27/09, com início as 08.30h.

Telefones para informações Dalva Melo - Coord. Arquidiocesana da IAM - (48) 8411-3896

Mª Aparecida Campos Sec. Arquidiocesana da IAM - (48) 3342-1886


14

Vida Presbiteral

Setembro 2009

Foto JA

Missionário além fronteiras Pe. Lúcio Espíndola representa a Arquidiocese e o Brasil em missão na África Durante a celebração de encerramento do 15º Congresso Eucarístico Nacional, realizado em Florianópolis, de 18 a 21 de maio de 2006, foi feito o envio missionário de Pe. Lúcio Espíndola dos Santos para colaborar na Diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau, África. Passados mais de três anos, Pe. Lúcio retorna para “recarregar as baterias” e depois prosseguir o seu trabalho. Em sua visita a Arquidiocese, ele concedeu esta entrevista ao Jornal da Arquidiocese. Jornal da Arquidiocese - O senhor está na Guiné-Bissau desde novembro de 2006. De que forma o seu trabalho contribuiu para a evangelização naquele país? Pe. Lúcio - Meu trabalho é a integração numa missão que estava sem padre, onde pude garantir a celebração da Eucaristia e colaborar na evangelização, inclusive iniciando novas comunidades. Participamos também nos conselhos locais. JA - O senhor assumiu a paróquia de Empada, pertencente à diocese de Bafatá. Como é concretamente esse trabalho? Pe. Lúcio - O início da missão, há dezessete anos, deu-se com doze casais que foram formados longamente, por uma boa catequese de catecumenato dada pe-

las Irmãs. Até hoje, valorizamos muito a formação dos casais. Um outro “veio” é o da catequese dos jovens, sobretudo depois que se abriu a escola de ensino médio. De acordo com a capacidade de atendimento da equipe missionária, desenvolveu-se, desde os primeiros anos, a formação de seis comunidades do interior do território da missão. Com a chegada do Padre, estamos atingindo mais comunidades. O ponto mais forte da evangelização é a catequese. São dois anos ou períodos de pré-catecumenato, e dois períodos de catecumenato a fim de preparar o candidato para o batismo. A crisma é celebrada após outros dois anos de preparação. Desenvolvem-se também manhãs de retiro com os jovens e os casais, no advento e na quaresma. O trabalho social é de grande valor na evangelização. Ele é uma resposta aos problemas da comunidade e um testemunho evangélico que a missão dá. É assim que estamos envolvidos nas escolas, na saúde, na ajuda alimentar e no melhoramento de acesso à água potável. O maior desafio é a formação de catequistas. Outro desafio é o da carência de meios de transporte para os catequistas. Os animadores de liturgia e os animadores de canto são acompanhados com cursos de formação que realizamos na sede

Há três anos Pe. Lúcio desenvolve seu trabalho missionário na Guiné-Bissau

Creio que há uma disposição de padres da Arquidiocese de irem para uma missão exterior. Isso é uma questão de tempo”

da missão. Existem também as reuniões de setor onde as várias equipes se encontram para organizarem um trabalho de conjunto. JA - Diz-se que os africanos são bastante religiosos, mas a grande maioria não são cristãos. Como enfrenta o desafio de evangelizar? Pe. Lúcio - O africano é muito religioso no sentido em que a vida está bem relacionada ao espiritual. Prestam culto aos antepassados e aos espíritos (irans). Na tradição, existem muitos valores que vão bem com o Evangelho. Mas há tradições que não ajudam a pessoa e contradizem a fé cristã. Ao mesmo tempo, as pessoas têm uma vida social em que a família e o povo de sua etnia têm uma força muito grande de influência. Depen-

Retalhos do Cotidiano DIFICULDADE Às vezes, para dar um passo decisivo, é necessária alguma dificuldade mais séria. Quem caminha sempre com muita facilidade, um dia poderá tropeçar e cair. E, desacostumado de enfrentar combates, terá pouco ânimo para levantar e andar de novo pelas estradas da vida.

CORUJA A coruja sabe esperar o dia terminar, para entoar seu canto na escuridão da noite.

EU Dai-me, Senhor, a graça de mirar-me no exemplo da primavera e da coruja, para saber esperar passarem os invernos e as noites da vida. Assim, fortificado pelas provações, cantarei tuas maravilhas para sempre!

ESCOLA Lá em alto mar, as águas que agora visitam a praia não eram melhores nem mais importantes. E há quem, ocupando posição mais elevada, se ache mais digno e importante do que aquele que limpa a sala em que trabalha! Que bom se essas pessoas ‘importantes’ se matriculassem na escola do mar, que ensina às suas águas que só se vale pelo que se é diante de quem nos criou...

PENSAMENTO Há quem pense alto e viva baixo. Pena, porque quem pensa baixo dificilmente vive alto!

VIAGEM Que conversão, a de Paulo! Precisou ficar cego, para ver. A Jonas, o Senhor deixou três dias no ventre da baleia; a Paulo, três dias nos braços da escuridão. Três dias. Para ressuscitar. E Paulo não estava descansando no sofá quando o Senhor o chamou: foi “durante a viagem” (cf. At 9,3). Devo pôr-me a caminho. E esperar: Ele vai passar. Então, por três dias ficarei “sem ver, sem comer nem beber” (cf. At 9,9), até que sua graça me liberte da escravidão.

JA - Temos vários padres da Arquidiocese que já realizaram trabalhos missionários. O senhor acha que sua experiência poderá motiválos a assumir uma missão exterior? Pe. Lúcio - Eu não colocaria a pergunta nestes termos, mas simplesmente, se existe esta disposição de padres da Arquidiocese de

irem para uma missão exterior. Eu digo que sim. Que é apenas uma questão de chegar a hora. É uma questão de ter uma proposta concreta, objetiva. Uma missão não deve ser uma aventura, nem pode acontecer sem o apoio, compromisso e envio de toda a Igreja Local. Por isso, há uma responsabilidade eclesial, envolvendo a todos nós, inclusive a todos os Leigos. Toda a Igreja deve preocupar-se concretamente com essa realidade missionária. JA - O acordo é que o senhor permanecerá na Guiné-Bissau por cinco anos. Após concluir a sua missão na África, o que o senhor pretende fazer? Pe. Lúcio - O mais importante é manter a presença missionária além-fronteira da Arquidiocese. O que vou fazer depois, dependerá do sr. Arcebispo. Pessoalmente, onde quer que estiver, terei sempre este espirito missionário. Este espírito é mais importante do que o proprio trabalho. Quanto à GuinéBissau, ou outro país, vejo três possibilidades mais prováveis: outro missionário e eu partirmos juntos para a missão; ficar aqui para que outro possa ir, ou retornar sozinho por mais um período. JA - Fala-se que, ao realizarmos um trabalho missionário, mais se ganha do que se dá. O senhor concorda? O que ganhou até agora? Pe. Lúcio - Sim. Ganhamos em entusiasmo, em experiência espiritual e pastoral, em fé, em amadurecimento e crescimento que a convivência com uma nova cultura nos dá. Agradeço o amor da Arquidiocese e lembro que estamos juntos na missão.

Carlos Martendal

GRIFE

Divulgação/JA

PRIMAVERA A primavera sabe esperar o inverno passar, para oferecer a beleza das flores.

de-se muito da famíla e do seu grupo étnico. Os grandes momentos da vida são celebrados com a participação da comunidade e parentes que vêm até de longe. E isso quase sempre envolve cerimônias religiosas de que um cristão convicto não pode participar. Este é o desafio, o de, contra a tradição local, não participar das cerimônias que, geralmente, envolvem sacrifícios de animais e culto aos “irans”.

Jornal da Arquidiocese

A quantas pessoas a realização está em usar uma roupa de marca famosa. Sentem-se bem, melhores, até, que as outras. Há crianças que desde pequenininhas aprendem dos pais a viver assim. Num Retiro, encontrei um pequeno cartaz: "Na convivência, a roupa do cristão tem 'grife' especial: compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência, perdão".

GRIFE 2 Ano passado, por essa época, eu a vi com a mesma roupa azul. E como esquecer dele, que já conheço há tanto tempo? Como é belo nas suas vestes multicores: o amarelo, o preto e um leve toque de vermelho fazem uma combinação original e perfeita. Tanto ela quanto ele só lavam o que lhes cobre o corpo quando chove. E continuam lindos, a gralha e o tucano!

GRIFE 3 Ele só tinha uma túnica. Toda desbotada e remendada. Porque não devia levar duas (cf. Mt 10,10)! Ainda hoje o mundo a contempla e se admira e se alegra com a simplicidade e a santidade do Pobrezinho de Assis! Será que, daqui a 800 anos, haverá alguma peça da Dior, ou da Versace, ou da Chanel, ou da Prada, que causará admiração e alegria a alguém?

FOTOGRAFIA Não há nenhum mal se não temos a fotografia de um pobre em nossa casa, mas é um grande bem se a nossa fotografia está no coração de um pobre!


Jornal da Arquidiocese

Geral 15

Setembro 2009

Com o tema "Por uma política ética com o serviço à vida e dignidade humana e ao bem comum", o Congresso das Comissões Diocesanas em Defesa da Vida do Regional Sul 1, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), apresentou a proposta de levar aos órgãos legislativos a defesa da vida e dignidade humana. Um dos principais projetos do Congresso, realizado em Atibaia, SP, dias 15 e 16-08, é a instituição das Comissões de Acompanhamento Político Permanente (CAPPs), nas esferas municipais, estadual e federal. Como esclarece a coordenadora da Comissão Regional em Defesa da Vida e organizadora do evento, Drª. Dolly Guimarães, estas CAPPs serão formadas por equipes voluntárias das dioceses e poderão acompanhar o trabalho dos legisladores e a votação de leis. “Precisamos desse tipo de abordagem porque são os políticos e governantes que decidem a nossa vida, e é nessas casas da Lei, que se tem decidido, como em vários países, a questão da vida humana”, declara. Além de temas ligados à vida, como o aborto, eutanásia e células-tronco, o congresso tratou de assuntos que ferem a dignidade humana e da família, como as recentes discussões sobre o divórcio instantâneo, que está em tramitação através de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende acabar com qualquer requisito constitucional para que um matrimônio seja desfeito. A proposta, originária na Câmara, está para ser aprovada no Senado, onde recebeu o número PEC 28/2009. Ao falar sobre a participação das comissões do estado de São Paulo, Drª. Dolly Guimarães explica que o objetivo “é reunir todas as dioceses do Regional Sul 1 e, a partir de então, fazer uma formação sobre essa questão da vida e a questão política que a envolve e, assim, traçar modos de ação para que possamos mudar essa realidade e fazer o Reino de Deus acontecer”, declara.

Igrejas na África e Brasil buscam parceria em projeto missionário Um novo projeto missionário será promovido na África em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Embora os trabalhos ainda não tenham data para iniciar, o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, Padre José Altevir da Silva e o diretor das Pontifícias Obras Missionárias, Padre Daniel Lagni, estiveram em Luanda, capital da Angola, em meados de agosto, para conhecer o trabalho desenvolvido no país. A visita foi um convite da Igreja de Angola, feita por meio da Congregação dos Salesianos à Igreja do Brasil. “Vamos conhecer o projeto missionário angolano e desenvolver uma parceria no envio de missionários brasileiros leigos (ad gentes), que devem atuar em áreas específicas daquele país, como o combate ao analfabetismo, a pobreza, entre

O povos da África precisam do apoio dos missionários para a evangelização outros”, afirmou padre Altevir. Segundo Pe. Bantu Mendonça, angolano que mora no Brasil, a realidade da evangelização na África é bem parecida com a do Brasil. A maior diferença seria a própria cultura e a dificuldade por não ter os

meios necessários para evangelizar. “Esses projetos missonários são bem vindos, porque a África é um país que tem a receber e a oferecer. É importante que as pessoas conheçam como é a verdadeira realidade africana”, explicou.

Capela em shopping incentiva fiéis a prática da confissão Recentes estatísticas nos Estados Unidos demonstram que o número das confissões entre os católicos está em constante diminuição, mas o clero tem procurado novos caminhos para aproximar os fiéis à prática. A diocese de Colorado Springs procurou resolver esse problema abrindo uma capela nos ambientes de um centro comercial, onde os vi-

sitantes podem se recolher em oração, participar da Missa e se confessar. A capela do shopping é administrada por cinco freis franciscanos capuchinhos, que acolhem os visitantes. Já passaram pela capela milhares de fiéis durante os oito anos de atividades. Outra iniciativa para levar os fiéis norteamericanos à prática do Sacramento da Reconciliação foi inicia-

da em Illinois e intitulada “24h de Graça”. Trata-se de manter abertas algumas paróquias vinte quatro horas ao dia. Essa iniciativa, que se realiza em determinado período do ano, tem início no tempo pascal e convida os católicos a frequentarem as paróquias em qualquer momento, durante o dia ou à noite, a se confessarem e participarem da Missa.

Cardeal Hummes: a riqueza do diaconato permanente O prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Cláudio Hummes, enviou uma carta aos diáconos permanentes de todo o mundo, sublinhando a “inestimável riqueza” deste serviço que foi restabelecido pelo Concílio Vaticano II. “A Igreja agradece e reconhece a vossa dedicação e o vosso qualificado trabalho ministerial. Ao mesmo tempo, quer encorajar-vos na estrada da santificação pessoal, da vida de oração e da espiritualidade diaconal”, escre-

CNBB encerra seminário sobre Novas Comunidades Divulgação/JA

Políticos serão acompanhados de perto em temas referentes à vida

ve o Cardeal brasileiro. Em pleno ano sacerdotal, Dom Cláudio pede “um esforço constante para estudar a Palavra e fazê-la sua”. “Ao mesmo tempo, a formação intelectual, teológica e pastoral apresenta-se como desafio para toda a vida. Um qualificado e atualizado ministério da Palavra depende muito dessa formação aprofundada”, acrescenta. O cardeal recorda também que as características próprias do trabalho do diácono são ajudar e

estar perto dos pobres: “Os diáconos se identificam especialmente com a caridade. Os pobres constituem um de seus ambientes cotidianos e objeto de sua incansável solicitude. Não se compreenderia um Diácono que não se envolvesse pessoalmente na caridade e na solidariedade para com os pobres, que hoje de novo se multiplicam”. “A recente carta encíclica de Bento XVI, Caritas in veritate (Caridade na verdade), seja nosso guia”, concluiu.

No dia 22-08 foi concluído, em Brasília, o seminário sobre as Novas Comunidades, com o objetivo de conhecer e estudar com profundidade as comunidades eclesiais que surgem no Brasil e passam a viver o seu carisma próprio.O encontro foi realizado pela Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, em parceria com a Comissão para o Laicato da CNBB.Segundo o presidente da Comissão, Dom Esmeraldo Barreto de Farias, o encontro foi uma oportunidade para se conhecer as comunidades eclesiais e seu modo de evangelizar. “Queremos estudar essas comunidades, entender como elas surgem, seus objetivos, quem as coordena, seus princípios básicos, a comunhão que mantêm com as dioceses e seus carismas”. O bispo lembrou que essas comunidades têm um valor “imensurável” para a Igreja Católica e que por isso é preciso estudar seus passos e seu modo particular de evangelização.

Deputados aprovam o Estatuto da Igreja Católica O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, no dia 2608, o Projeto de Decreto Legislativo 1736/09, que trata do acordo entre o Brasil e a Santa Sé, relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, assinado em novembro de 2008 pelo Papa Bento XVI e o presidente Luís Inácio Lula da Silva. O texto ratifica normas já cumpridas no país sobre o ensino religioso, o casamento e a prestação de assistência espiritual em presídios e hospitais. O projeto segue agora para o Senado. O tratado menciona o respeito à importância do ensino religioso, seja católico ou de outra religião. Porém, é feita a ressalva de que a matrícula nessa disciplina é facultativa nas escolas públicas.


16

Geral

Setembro 2009

Jornal da Arquidiocese

Celebração Coroa Mãe Peregrina Participantes de cinco dioceses do Estado rezaram para conseguir o terreno para a construção do santuário Foto JA

Uma celebração realizada no dia 16 de agosto, na Catedral de Florianópolis, marcou a coroação da Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt, a Mãe Peregrina, com o pedido de um terreno para o futuro santuário de Schoenstatt em Santa Catarina. Presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, a celebração contou com a presença de coordenadores e missionários e famílias de cinco dioceses do Estado. Com a coroação, pretende-se conseguir um terreno na região próxima a Florianópolis, de bom acesso e com tamanho adequado à construção do Santuário. Ele será o primeiro em Santa Catarina. A celebração contou com a presença de padres e diáconos. A animação ficou por conta de dois corais: do Movimento de Irmãos, de Capoeiras, Florianópolis; e de Nova Direção, de Ponta de Imaruím, Palhoça, sob a regência de Robson Medeiros Vicente. A celebração foi realizada às 16h. Antes, a partir das 14h, houve uma vivência com a oração do terço. Uma coroa de isopor dourada foi-se completando durante a oração. A cada Pai Nosso e Ave Maria, uma pedrinha era colocada. No final, os participantes puderam contemplar a coroa da Rainha da Filialidade Heróica. A partir das 15h, Irmã Maria Eliane Cu-

nha proferiu a palestra: “Com o pedido do Santuário, coroamos a Mãe Três Vezes Admirável”, e preparou as pessoas presentes para a solenidade da coroação.

Coroa com 12 estrelas Em seguida, foi realizada a celebração. Durante a missa, Dom Murilo proferiu a homilia explicando as doze estrelas que compõem a Coroa. Elas representam 12 mistérios do evangelho relacionados a Maria”, disse Dom Murilo (a homi-lia completa pode ser lida no site www.tabormta .org). Após a homilia, iniciou-se o rito da coroação. Ao som do canto: ‘Te coroamos, ó Mãe’, entraram anjinhos trazendo as 12 estrelas, e a coordenadora Cely Marilda Ceollin (sobrinha de João Pozzobon) com a preciosa coroa. Após terem contornado a imagem, todo o povo rezou a oração da coroação. Após a Santa Missa, foi oferecido um coquetel com bolo e bolachas em forma de coroa, confeccionadas com arte e bom gosto. “Por tudo só podemos agradecer. Foi um momento de graças especiais e agora acreditamos que, na hora certa, a Mãe nos dará o terreno para o futuro Santuário em Santa Catarina. Mas, não sem a nossa fiel colaboração”, disse Irmã Mírian Rozana Fuck, coorde-

Durante a celebração, Dom Murilo coroa a imagem da Mãe Peregrina, que será colocada no santuário a ser construído em Santa Catarina nadora estadual do Movimento de Schoenstatt.

Presença no Estado No Estado existem atualmente cerca de sete mil imagens da Mãe Peregrina. São grupos, pastorais ou famílias que recebem as capelinhas de Nossa Senhora para rezar em família. São 180 santuários espalhados pelo mundo. No Brasil, há 22 santuários: seis deles no Rio Grande do Sul; outros seis no Paraná, e nenhum

Divulgação/JA

Antes da celebração, participantes ouviram a palestra da Ir. Maria Eliane

DATA HORA

Crismas Setembro 2009

no Estado de Santa Catarina, apesar de aqui já contarmos com mais de 7.000 imagens que peregrinam cada uma em 30 famílias. Até que se consiga o Santuário, a imagem coroada ficará em uma capelinha na residência da Irmã Mirian. Os interessados em colaborar com a Mãe Peregrina, podem entrar em contato pelos fones (48) 3348-9900 e 9953-3205, ou pelo e-mail: irmãs_de_maria@yahoo.com.br. LOCAL

06

9h30 Itajaí - Cordeiros

06

9h30

Camboriú - Bom Jesus Monte Alegre

12

18h Brusque - Santa Catarina

19

18h Palhoça - Aririú

CELEBRANTE Dom Vito Dom Murilo Dom Murilo Dom Vito

19

19h30 Fpolis - Santuário de Fátima

Dom Murilo

20

8h30 Guabiruba

Dom Murilo

20

9h

Palhoça - Alto Aririú

Dom Vito

20

16h Fpolis - Ingleses

26

18h São José - Campinas

Dom Vito

26

18h Brusque - São Luiz Gonzaga

Pe. Milani

27

9h Brusque - São Luiz Gonzaga 16h

Pe. Milani

Dom Murilo

Padres realizam Romaria a Aparecida Os padres da Arquidiocese realizaram no dias 03 a 05 de agosto uma Romaria até o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Participaram 32 padres e os dois bispos, Dom Murilo Krieger e Dom Vito Schlickmann. O evento já estava programado por conta da celebração do “Ano Vocacional”, que a Arquidiocese havia se preparado para celebrar este ano. Como o Papa instituiu este ano como o “Ano Sacerdotal”, a Romaria foi incluída na programação. A Romaria iniciou com a saída de Florianópolis na manhã do dia 03, às 6h30min. No dia seguinte, a programação iniciou com celebração no Santuário Nacional, às 9h, presidida por Dom Murilo e concelebrada por Dom Vito e pelos padres. Em seguida, eles participaram de uma visita ao Santuário, guiada pelo artista sacro Cláudio Pastro, responsável pela decoração. A tarde, eles realizaram visita à Canção Nova e à igreja de Santo Antônio Galvão. No dia 05, celebraram no Santuário e tiveram o resto da manhã livre. À tarde, retornaram para a Arquidiocese, chegando aqui na madrugada do dia seguinte. “Foi um momento importante de integração, amizade e crescimento na unidade. Pena que apenas um terço dos padres da Arquidiocese tenham participado”, disse Pe. Vitor Feller, coordenador de Pastoral.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.