Violência: advogado reflete sobre os ataques a ônibus e diz que vão continuar
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Florianópolis, Março de 2013 Nº 187 - Ano XVII
Juventude é o tema da CF-2013 A Campanha da Fraternidade deste ano busca formas de fazer com que os jovens tenham uma presença mais efetiva na Igreja e na sociedade Celebração realizada na Catedral, no dia 13 de fevereiro, marcou a abertura da Campanha da Faternidade que este ano reflete sobre a Juventude. Durante a missa, que foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, ele falou que precisamos ser criativos para trazer os jovens para a vivência na Igreja.
Na mesma oportunidade, Dom Wilson fez o envio missionário de uma jovem que vai trabalhar como voluntária na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Segundo ele, a atitude de Fabíola Goulart é um gesto concreto da Arquidiocese para a CF-2013 e para a JMJ. PÁGINA 03
Tema do Mês
QUARESMA:
Tempo de Reconciliação Os bispos das dez dioceses da CNBB - Regional Sul IV participaram de celebração pelos 300 anos da Catedral. Esta foi uma das celebrações alusivas ao jubileu. O ponto alto será o dia 05/03. PÁGINA 16
Procissão do Senhor dos Passos A mais tradicional manifestação religiosa do Estado será realizada dos dias 10 a 17 de março Pelo 247º ano consecutivo, a Irmandade promove a Procissão do Senhor dos Passos. Principais momentos serão nos dias 16 e 17 de março, que costumam reunir grande número de
Artigos refletem sobre a renúncia do Papa PÁGINAS 02 E 12
Participe do Jornal da Arquidiocese
fiéis. Neste ano, mais uma vez, a equipe de coordenação está se empenhando em trazer mais jovens para participar da Procissão. PÁGINA 08
Paróquia de Guabiruba celebra 50 anos
FACASC abre cursos de Teologia para leigos
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A Quaresma é o período de quarenta dias em que os fiéis cristãos se preparam para a Páscoa, a festa mais importante do cristianismo. Começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-feira santa à tarde, antes da Missa da Ceia do Senhor, que já faz parte do Tríduo Pascal, centro da liturgia e da piedade cristã, a celebração da paixão e da ressurreição do Senhor. O melhor da festa é a preparação. Festa não preparada, vira bagunça e desordem e pode acabar em briga e violência. Em
Seminários iniciam o ano com 42 seminaristas PÁGINA 09
vez de servir para a confraternização, serve para divisão. Se não nos prepararmos, a Páscoa vem, a Páscoa vai, e nada de novo acontece em nossa vida cristã. Entre tantos números simbólicos da Bíblia, quarenta é um dos mais importantes e recorrentes. Indica um longo período de tempo, necessário para a reconciliação com Deus e a conversão pessoal e comunitária, em vista da realização de alguma promessa divina ou de algum evento salvador. PÁGINA 04
Ícones da JMJ vão percorrer paróquias e comunidades PÁGINA 16
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Opinião
Março 2013
Palavra do Bispo
Dom Wilson Tadeu Jönck
Jornal da Arquidiocese
Arcebispo de Florianópolis
A Renúncia do Papa Bento XVI A notícia da renúncia do Papa surgiu de forma surpreendente. Atônito, o mundo recebia o comunicado, jamais esperado, de que o Papa tinha decidido renunciar ao governo da Igreja. Nos primeiros instantes, sentimos dificuldade para articular o pensamento. Já refeitos do susto, começamos a acolher a novidade. Primeiro, buscar analisar o alcance de tal decisão; depois, procurar visualizar os caminhos da escolha do novo Papa. Hoje, alguns dias depois da comunicação oficial, se pode afirmar que a renúncia foi um ato corajoso, tomado com lucidez e manifesta grande humildade. Na contramão da tendência humana de querer segurar o poder, o Papa renuncia, para que a Igreja possa exercer com mais eficiência a missão recebida do próprio Cristo. Bento XVI deixa um importante legado. Dotado de uma inteligência privilegiada, escreveu mui-
to como cardeal e continuou a escrever quando Papa. Debruçou-se sobre os principais temas da atualidade. Deu respostas a muitas posições ideológicas que distorcem a percepção que se tem de si, do ser humano e de Deus. Diante da fragmentação do pensamento teológico, uma das características do nosso tempo, Bento XVI devolveu à Igreja um discurso denso e coerente sobre as principais verdades da fé. Combateu a ditadura do relativismo e o materialismo. Denunciou a mentalidade dominada pelos interesses econômicos. Chegou a dizer que o clima intelectual que se respira nem sempre é saudável. O mundo está poluído por uma mentalidade que não é cristã, e também não é humana, porque está preocupada demais com os interesses terrestres e privada de uma dimensão espiritual. Nesse ambiente, não só se marginali-
Palavra do Papa
Bento XVI
O último Angelus de Bento XVI Queridos irmãos e irmãs, Obrigado pelo vosso afeto! Hoje, segundo domingo da Quaresma, temos um Evangelho particularmente belo, o da Transfiguração do Senhor. O Evangelista Lucas dá especial ênfase ao fato de que Jesus se transfigurou enquanto rezava... Meditando sobre esta passagem do Evangelho, podemos aprender um ensinamento muito importante. Antes de tudo, o primado da oração, sem a qual todo o empenho do apostolado e da caridade se reduz ao ativismo. Na Quaresma aprendemos a dar o tempo certo à oração, pessoal e comunitária, que dá fôlego à nossa vida espiritual. Além disso, a oração não é um isolar-se do mundo e das suas contradições, como no Tabor queria fazer Pedro, mas a oração reconduz ao caminho, à ação. “A existência cristã – escrevi na Mensagem para esta Quaresma – consiste em um contínuo subir ao monte do encontro com Deus, e depois voltar a descer trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus” (n. 3). Queridos irmãos e irmãs, esta
Palavra de Deus a sinto de modo particular dirigida a mim, neste momento da minha vida. Obrigado! O Senhor me chama a ‘subir o monte’, a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja. Ao contrário, se Deus me pede isto, é para que eu possa continuar a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual tenho buscado fazê-lo até agora, mas de modo mais adequado à minha idade e às minhas forças. Invoquemos a intercessão da Virgem Maria: ela nos ajude a todos a seguir sempre o Senhor Jesus, na oração e nas obras de caridade.
za Deus, mas também o próximo. O tempo do seu governo foi de tensões e crises. Houve muitos ataques à Igreja católica, contra as suas posturas doutrinais. Falar mal da Igreja católica estava na ordem do dia. Houve ainda os escândalos dentro da Igreja. Bento XVI enfrentou cada uma das situações com muita coragem e transparência. Não relutou em aplicar o amargo remédio da correção aos que se tinham desviado do caminho. Também na área da administração econômica, sempre exigiu esclarecimento da cada procedimento. Passou por momentos de grande sofrimento. A administração das crises e o confronto com as denúncias e ataques frequentes na imprensa coincidiram com a diminuição das suas forças físicas. Acentuava-se a sua dificuldade de caminhar, sua voz se tornava sempre mais fraca. Os sinais da sua idade avançada eram cada vez
mais visíveis. Soube aprender com o sofrimento. Dizia que não é a fuga da dor que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer. Mais que ser lembrado como o Papa que renunciou, Bento XVI passará para a história como quem deixou uma marca profunda na vida da Igreja. Seus ensinamentos fornecem respostas a tantas interrogações do nosso tempo. Desvendou algumas falácias do pensamento atual, que tanto mal têm causado. Sua mensagem direta e clara tem repercutido com força surpreendente, tanto no meio da intelectualidade quanto no meio da juventude. Deus suscita a presença de pessoas certas na hora exata. Bento XVI marcou nosso tempo e realizou uma grande obra. Somos agradecidos por tudo que recebemos deste homem que viveu para a Igreja. Deus lhe pague!
“
Mais que ser lembrado como o Papa que renunciou, Bento XVI passará para a história como quem deixou uma marca profunda na vida da Igreja”.
Opinião
Como você está vivenciando a CF-2013? Buscando envolver os jovens para viverem mais próximos da Igreja. Procurando formas de trazê-los para os seus talentos a serviço da evangelização. Estou buscando que eles se envolvam com a música, com as artes e outras formas de expressão, dentro daquilo que gostam de fazer. A Igreja precisa ter um rosto jovem e isso só será possível se permitirmos que eles tenham uma ação própria deles, com a forma que eles se expressam. Assim, serão protagonistas das suas ações.
A CF 2013 vem motivar toda a Igreja a se voltar para a juventude, buscando formas de acolhê-la e animá-la na vida da
“
O Senhor me chama a ‘subir o monte’, a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação”.
Bento XVI, 24 de fevereiro
fé. Para viver esta CF com profundidade, durante todo o ano de 2013 pretendo firmar os pés na oração e no serviço pastoral para ser também uma força dentro da Igreja a apoiar a Juventude. A Jornada Mundial da Juventude será outro grande momento de demonstração de nossa fé Católica e unidade entre os jovens na busca do nosso grande ideal, Jesus Cristo.
Gisele Azevedo Paróquia São Francisco Xavier, Florianópolis
Valeska Maddalozzo Pivatto Paroquia Nossa Senhora do Carmo, Coqueiros, Florianópolis
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Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799 E-mail: jornal@arquifln.org.br - Site: www.arquifln.org.br 24 mil exemplares mensais
Fabrízio Lucisano Leigo consagrado do Movimento Focolares
Sou catequista de crisma e estamos recebendo formação para trabalhar esse tema com os jovens. É um tema muito interessante. Devemos nos converter aos jovens, mudar o nosso olhar para eles e, sobretudo, acolhêlos. Uma Igreja mais acolhedora vai atrair esses jovens. Sair da nossa área de conforto e ir até eles com a maneira que eles se expressam e ver o que tem a contribuir. Devemos ouvi-los e, junto com eles, buscar respostas para o crescimento deles e da comunidade onde estão inseridos.
Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Wilson Tadeu Jönck, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Carlos Martendal, Felipe Candin Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil / Ir. Clea Fuck - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense
Jornal da Arquidiocese
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Março 2013
Jovens são o tema da CF-2013 A presença dos jovens na Igreja e na sociedade é o tema da Campanha Divulgação/JA
Dom Wilson presidiu na Catedral à Celebração de abertura da CF-2013 que será realizada dos dias 23 a 28 de julho. “Recebi um chamado de Deus para a JMJ e não poderia dar outra resposta que não o lema da CF-2013, ‘eis-me aqui, enviame’. Conto com a oração de vocês nessa minha nova missão”, disse. Natural de Criciúma, Fabíola tem 26 anos e é jornalista. Veio para Florianópolis para trabalhar na sua profissão. Aqui, trabalhou em agências de comunicação e era
Envio missionário Durante a celebração, Dom Wilson fez o envio missionário da jovem Fabíola Goulart, que foi para o Rio de Janeiro para ser voluntária na equipe de comunicação da Jornada Mundial da Juventude,
Fabíola vai representar a Arquidiocese como voluntária na JMJ
assessora de comunicação da Renovação Carismática Católica do Regional.
Coletiva Na manhã do mesmo dia, Dom Wilson concedeu entrevista coletiva à imprensa no auditório da Cúria Metropolitana. Também concedeu entrevista ao vivo e por telefone para programas de TV, Rádio e jornais. Durante as entrevistas, Dom Wilson afirmou que hoje se vive no Brasil como se não precisássemos do jovem. Ele não tem envolvimento social e na política. “Os jovens demonstram interesse no mundo do entretenimento. Isso também tem reflexos na Igreja. Eles têm pouca presença. Querem participar, mas de uma forma diferente. Eles têm um modo de pensar diferente. E a Igreja não tem correspondido aos seus anseios”, disse o arcebispo de Florianópolis. Segundo ele, a CF-2013 busca envolver os jovens e torná-los protagonistas da sua história.
Paróquia de Guabiruba celebra 50 anos A Paróquia N.Sra. do Perpétuo Socorro, em Guabiruba, estará em festa no dia 19 de março. Nesse dia serão comemorados os 50 anos de criação da paróquia. A missa de ação de graças, às 19h, será presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. O evento contará com a presença dos padres que ajudaram a construir os 50 anos de história da comunidade. Haverá uma home-
Vai acontecer...
Formação para catequistas
Foto JA
Uma Celebração Eucarística realizada no dia 13 de fevereiro, às 18h15, na Catedral, marcou a abertura da Campanha da Fraternidade em Florianópolis. Presidida pelo nosso arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, e concelebrada por padres e diácono, durante a missa foi realizada a imposição das Cinzas. Com o tema “Fraternidade e Juventude” e lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8), a CF-2013 tem como objetivo “acolher os jovens no contexto atual, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção da vida, da justiça e da paz”. Em sua homilia, Dom Wilson falou da importância do jovem para a Igreja. “O jovem é merecedor da nossa atenção, traz a nossa confiança em coisas diferentes e melhores. Precisamos ser criativos para trazê-los para a Igreja. Eles não gostam muito de ordem e imposição, querem participar e se sentir incluídos”, disse. Segundo ele, todos somos convidados a refletir sobre o papel do jovem na Igreja e na sociedade, e mostrar que queremos caminhar com eles. “São os jovens os protagonistas dos modernos meios de comunicação, através das mídias sociais. Eles precisam nos ensinar a utilizar essas mídias para anunciar o Evangelho”, acrescentou.
nagem especial ao Pe. Pedro Mathias Engel, o primeiro pároco, com a fixação de uma placa. Lideranças da comunidade também serão homenageadas. Também será lançado um livro, escrito pelo seminarista de Teologia da Arquidiocese, Eder Claudio Celva, resgatando a história da Paróquia. Ao final, será oferecido um jantar a todos os participantes. Para celebrar a data, a comu-
nidade já está se preparando desde julho de 2012. Toda primeira terça-feira de cada mês está sendo realizada uma novena de preparação em cada comunidade. A última será no dia 12 de março, na Igreja Matriz, às 19h. Ainda antes do evento principal, haverá o tríduo. Mais informações pelo fone (47) 3354-0115, ou pelo email igrejaguabiruba@terra. com.br.
A Coordenação Arquidiocesana de Catequese promove, a partir do dia 24 de março, a Escola de Formação Catequética para Multiplicadores. Criada há 15 anos, pelo segundo ano consecutivo as sete etapas de formação da Escola serão realizadas na Paróquia Santa Inês, em Balneário Camboriú. Mas todos podem participar da formação, independente da região onde estejam. A Escola Ca-
tequética tem a duração de três anos. A cada ano com uma temática diferente, sequencial, mas se pode ingressar na formação a qualquer momento. Para participar, os interessados devem procurar a coordenação de catequese de sua paróquia, que já dispõe do folder de inscrição. Mais informações no site www.catequesefloripa.org.br, ou na coordenação de catequese pelo fone (48) 3224-4799.
Dia de Penitência e Reconciliação A Renovação Carismática da Arquidiocese promoverá, no dia 10 de março, o 22º Dia de Penitência e Reconciliação. Será no Colégio São Luiz, em Brusque, e terá como tema “Sede sóbrios e vigiai, resisti firmes na fé” (1Pe 5,8). A pregação estará a cargo de Onazir Conceição, secretário geral da RCC Brasil. Durante todo o dia, outros convidados refletirão sobre aspectos da Quaresma, e haverá atendimento às confissões. A Celebração Eucarística de encerramento será presidida pelo
nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Segundo Luiz Carlos Santana Filho, coordenador da RCC na Arquidiocese, o evento tem como finalidade levar os participantes a um aprofundamento do objetivo da Quaresma. “Ele foi criado para unir as pastorais, movimentos e organismos da Igreja na mesma caminhada, em espírito de unidade, rumo à Páscoa”, informou. Mais informações, no site www.rccarquifloripa.com ou pelo fone (48) 3263-6347.
Paróquia oferece cursos de formação para leigos A Escola da Fé Redemptoris Mater Gloriosa, da Paróquia Nossa Senhora da Glória, em Florianópolis, em parceria com a Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC, promove o Curso de Teologia para Leigos. Neste ano, a Escola dará continuidade ao estudo do Novo Testamento, iniciado no ano passado, com o estudo dos livros dos Atos dos Apóstolos, as Cartas Paulinas, o Evangelho de São João e o Apocalipse de São João. As aulas serão ministradas pela teóloga Silvia Togneri, professora da FACASC. A novidade é que neste ano a Escola da Fé está iniciando a
Schola Cantorum Nossa Senhora da Glória, que oferecerá o Curso de Extensão em Música e Canto Litúrgico. Ele tem por objetivo propiciar aos fiéis cristãos formação litúrgico-musical (teórica e prática), visando à preparação dos agentes de pastoral litúrgica para que possam, em suas comunidades de fé, desempenhar o seu ministério litúrgico-musical, de acordo com os princípios e normas teológicos, litúrgicos, pastorais, musicais e estéticos. As inscrições já estão abertas. Mais informações pelo site www.pnsg.org.br, ou pelo fone (48) 3304-8014.
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Tema do Mês
Reconciliação com Deus Num mundo que cada vez mais se esquece de Deus e vive como se Deus não existisse, os cristãos são chamados a afirmar sua
QUARESMA: Tempo de Reconciliação Quaresma é tempo de reconciliação com Deus, com o próximo, com a natureza e com nós mesmos. Divulgação/JA
Quaresma é o período de quarenta dias em que os cristãos preparam a Páscoa, a festa mais importante do cristianismo. Começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-feira santa à tarde, antes da Missa da Ceia do Senhor. Esta, já faz parte do Tríduo Pascal, centro da liturgia e da piedade cristã, que celebra a paixão e a ressurreição do Senhor. Diz o ditado: “o melhor da festa é a preparação”. Festa mal preparada vira bagunça e desordem, e pode acabar em briga e violência. Em vez de servir para a confraternização, serve para divisão. Se não nos prepararmos, a Páscoa vem, a Páscoa vai, e nada de novo acontece em nossa vida cristã. Entre tantos números simbólicos da Bíblia, “quarenta” é um dos mais importantes e recorrentes. Indica um longo período de tempo, necessário para a reconciliação com Deus e a conversão pessoal e comunitária, em vista da realização de alguma promessa divina ou de algum evento salvador. Alguns exemplos: Noé e sua família ficaram 40 dias na arca à espera do fim do dilúvio; Isaac e seu irmão Esaú casaram-se aos 40 anos; após reprimir um egípcio e fugir da fúria do faraó, Moisés viveu por 40 anos no deserto de Madiã; o povo de Israel caminhou durante 40 anos pelo deserto rumo à terra prometida; Moisés passou 40 dias no monte Sinai onde se entreteve na amizade com Deus; os espiões de Israel visitaram a terra de Canaã durante 40 dias, antes da entrada do povo; tanto Saul como Davi reinaram por 40 anos; Elias viveu no deserto por 40 dias; com a pregação de Jonas, Deus deu a Nínive 40 dias para se arrepender; no início de seu ministério público, Jesus jejuou durante 40 dias no monte das tentações; após a ressurreição, Jesus continuou manifestando-se aos discípulos durante 40 dias, preparandoos para a sua ascensão e para a vinda do Espírito Santo. O tempo da Quaresma é um verdadeiro sacramento, tempo propício para nossa reconciliação com Deus, com o próximo e com a natureza. Assim, seremos pessoas renovadas e poderemos celebrar a vida nova do Cristo ressuscitado.
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relação íntima e amorosa com aquele que reconhecemos como o sentido de nossas vidas, a luz de nosso caminho, a meta de nossos desejos mais profundos. Como seguidores de Jesus, os cristãos são interpelados a fazer uma real experiência de Deus. O Documento de Aparecida insiste que é preciso favorecer a todas as pessoas uma verdadeira experiência religiosa. “Em nossa Igreja devemos oferecer a todos os nossos fiéis um encontro pessoal com Jesus Cristo, uma experiência religiosa profunda e intensa, um anúncio querigmático e o testemunho pessoal dos evangelizadores, que leve a uma conversão pessoal e a uma mudança de vida integral” (DAp 226). Com frequência apresentamos o Evangelho pelo lado da lei e da norma, das exigências e até das intransigências, tornando-o um fardo para o povo simples. Evangelizar ao modo de Jesus é voltar ao anúncio feliz da boa notícia do amor misericordioso de Deus-Pai. Se os evangelizadores – sejam bispos, padres e diáconos, sejam
“
O jejum quaresmal nos convida à bemaventurança da pobreza evangélica, da austeridade, da sobriedade. “A natureza agradece!” dizem os ecologistas crentes. ”
catequistas, ministros e lideranças – não tivermos uma experiência profunda de Deus, se não vivermos na amizade afetiva com ele, se não formos reconciliados com ele…, não conseguiremos mais falar de Deus ao nosso tempo, tão carente de sua presença e de seu amor. Além da amizade, a reconciliação com Deus só é possível através da oração. Trata-se de uma relação que carece de cuidado e atenção.
Tempo para o diálogo com Deus, para entregar-se e confiar-se a ele, para agradecer-lhe as maravilhas da vida, para louvá-lo pela beleza da natureza, para adorá-lo e reconhecê-lo como único Senhor.
Reconciliação com o próximo A Quaresma é também tempo de rever nossa relação com o próximo, com as pessoas de nosso cotidiano, na família, na vizinhança, no estudo, no trabalho, no círculo de amizade. É tempo de verificar o tipo e a quantia de esmola que doamos aos irmãos. A esmola da companhia, da ajuda, do conselho, do consolo, da visita. Num mundo cada vez mais individualista, a fé cristã apela sempre para a dimensão da comunitariedade. Não existe fé cristã sem comunhão, sem vida comunitária, sem abertura para reconhecer as riquezas da diversidade de dons e talentos, para suportar os defeitos dos outros, para ajudar as pessoas a enfrentar e superar suas dificuldades. Cria-se, assim, a vida de comu-
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Jornal da Arquidiocese
nidade. O Documento de Aparecida ensina que a vivência comunitária é um dos eixos da nova evangelização. “Nossos fiéis procuram comunidades cristãs, onde sejam acolhidos fraternalmente e se sintam valorizados, visíveis e eclesialmente incluídos. É necessário que nossos fiéis se sintam realmente membros de uma comunidade eclesial e co-responsáveis em seu desenvolvimento. Isso permitirá um maior compromisso e entrega em e pela Igreja” (DAp 226).
Reconciliação com a natureza Também com a natureza é preciso reconciliar-se. Num mundo em que as exigências do mercado nos levam à depredação da natureza, à poluição das águas, ao acúmulo do lixo, ao desmatamento das florestas, a Quaresma nos ensina o sentido atual do jejum. Não basta ficarmos algumas horas sem comer e beber. É preciso aprender a ter uma vida simples e sóbria. O consumismo materialista de nossos tempos, que enche nossas despensas e armários, é o responsável pela destruição da natureza. Todas as coisas que compramos não para o consumo sustentável, mas para o supérfluo e o desperdício, são extraídas do mundo mineral, vegetal e animal. O jejum quaresmal nos convida à bem-aventurança da pobreza evangélica, da austeridade, da sobriedade. “A natureza agradece!” dizem os ecologistas crentes. O Documento de Aparecida nos adverte sobre a herança da criação. “Esta herança muitas vezes se manifesta frágil e indefesa diante dos poderes econômicos e tecnológicos. Por isso, como profetas da vida, queremos insistir que, nas intervenções sobre os recursos naturais, não predominem os interesses de grupos econômicos que arrasam irracionalmente as fontes de vida, em prejuízo de nações inteiras e da própria humanidade. As gerações que nos sucederão têm direito a receber um mundo habitável e não um planeta com ar contaminado. Felizmente, em algumas escolas católicas, começou-se a introduzir entre as disciplinas uma educação em relação à responsabilidade ecológica” (DAp 471). Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arq., Prof. de Teologia e Diretor da FACASC/ITESC Email: vigariogeral@arquifln.org.br
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Leigos recebem formação em Teologia FACASC abre cursos de Teologia para leigos. Este ano são oferecidos seis cursos Foto JA
A Faculdade Católica de Santa Catarina promoveu, na noite do dia 25 de fevereiro, a abertura dos Cursos de Teologia para Leigos. No primeiro dia, todos os participantes dos cinco cursos oferecidos pela FACASC ficaram concentrados no auditório da instituição para a aula inaugural. Pe. Josemar Silva, referencial da juventude na Arquidiocese, apresentou a CF-2013, que tem como tema “Fraternidade e Juventude”. Em sua explanação, ele fez um apanhado geral sobre a CF focando a juventude diante da Igreja e da sociedade. “Precisamos nos aproximar da juventude. Os jovens devem ser tratados como protagonistas de sua história”, disse. Em seguida, Silvia Togneri, coordenadora dos Cursos de Teologia para Leigos, deu orientações gerais sobre o funcionamento dos cursos aos alunos e fez memória dos cursos oferecidos no último ano. Também respondeu aos questionamentos dos alunos. Segundo ela, os cursos são ofereci-
Formação para casais em Segunda União
Alunos participaram da aula inaugural dos cursos de Teologia dos há mais de 20 anos. “Para esse, estamos oferecendo seis cursos. Quem ainda não se inscreveu, ainda pode fazer direto na secretaria da FACASC”, convidou. Este ano, a FACASC oferece os cursos de extensão em Teologia Sistemática, Bíblia - Segundo Testamento, Teologia Bíblica - Pastoral, Teologia Litúrgica - Fundamen-
tal, Teologia Catequética – Pastoral, e Curso de Canto e Música Litúrgica II. Todos os cursos são realizados às segundas-feiras, das 19h30min às 22h, na sede da FACASC, em Florianópolis. Mais informações pelo fone (48) 3234-0400, ou pelo site www. facasc.edu.br, ou ainda pelo e-mail extensao@facasc.edu.br
Catequistas se preparam para atividades Paróquias realizam formação para os catequistas antes do início dos encontros Como forma de preparar os catequistas para o ano, muitas paróquias da Arquidiocese promo-
Vai acontecer...
veram no mês de fevereiro uma semana de formação catequética. As formações foram ministradas Divulgação/JA
Paróquia da Meia Praia, em Itapema, foi uma das que promoveu formação
por professores da Faculdade Católica de Santa Catarina, seminaristas, e lideranças da Catequese. Os temas adotados foram diversificados: Ano da Fé; o Credo; novo método de formação para catequistas em forma de cartas; documento do Papa “A Porta da Fé”; Espiritualidade Bíblica; e Leitura Orante da Bíblia. Segundo Irmã Marlene Bertoldi, coordenadora arquidiocesana da Pastoral Catequética, em fevereiro há a preocupação das paróquias em preparar as lideranças antes do início da Catequese. “A formação é de suma importância. O catequista deve estar em constante atualização”, afirmou.
O setor Casos Especiais da Pastoral Familiar promove, nos dias 13 e 14 de abril, na Paróquia São Vicente, em Itajaí, formação para casais em segunda união. Neste ano em que a formação completa 10 anos sendo realizado na paróquia, o evento mais uma vez contará com a assessoria do Pe. Roberto Aripe (Padre Chiru), da Diocese de São Leopoldo, RS, e sua equipe. Ele é o criador da metodologia “O Senhor é o meu Pastor”, que orienta os casais em segunda união. A formação tem como objetivo acolher os casais nessa situação e trazê-los para a Igreja, para que se sintam membros da comunidade como todo cristão.
Todos os casais da Arquidiocese são convidados a participar. Os filhos, independente da idade, também podem ir. Os participantes de outras cidades serão acolhidos para pernoitar em casas de família. Os interessados devem entrar em contato com a paróquia pelo fone (47) 3241-2742 ou com o casal referencial Lieje e Rogério, pelos fones (47) 3241-2455 ou 9983-2556, ou ainda pelo e-mail liejeg@hotmail.com.
Seminário sobre Ecumenismo O Conselho de Igrejas para Estudo e Reflexão-CIER convida todas as lideranças para participarem do Seminário sobre a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, a ser realizada de 12 a 19 de maio, a semana de preparação para Pentecostes. O Seminário será nos dias 18 e 19 de março, no Centro de Eventos Rodeio 12, na cidade de Rodeio, perto de Blumenau. O evento contará com a assessoria de Merce-
des Brancher, doutora em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo, atuante em Blumenau. Para participar, os interessados devem adquirir a ficha de inscrição e confirmar até o dia 12 de março. O custo com hospedagem e alimentação é de R$ 85,00. Mais informações pelo fone (48) 8426-5058, ou pelos e-mails stelamdg@ hotmail.com e stelamdg@ gmail.com
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Bíblia
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Jornal da Arquidiocese
Conhecendo o livro dos Salmos (57)
Salmo 78 (77): Nossos pais nos contaram Foto/JA
Este é um salmo “histórico”, no sentido de que recorda a história, o passado do povo de Deus. Por isso, é bastante longo, como o são também os salmos 105 e 106. Sendo uma síntese, não conta toda a história, mas apresenta-a parcialmente, desde o Êxodo até a escolha do rei Davi, segundo determinado ponto de vista. Na detalhada introdução (vv. 1-8), o salmista insiste em que é preciso refletir bem sobre os fatos passados, para não incorrer nos erros cometidos.Um povo sem memória é um perigo. Por isso, a necessidade de acolher, com discernimento, “o que nossos pais nos contaram”.
Escuta, meu povo! 1. Escuta, meu povo, a instrução; / presta atenção às palavras da minha boca. 2. Vou abrir a boca em parábolas, / expor os enigmas do passado. 3. O que nós ouvimos e aprendemos, / o que nossos pais nos contaram, 4. não o ocultaremos a seus filhos; / e à geração seguinte o contaremos: as glórias do Senhor, o seu poder / e os prodígios que realizou. 5. Ele estabeleceu uma norma para Jacó, / promulgou uma lei em Israel; / ordenou a nossos pais que a ensinassem a seus filhos, 6. para que a conhecesse a geração seguinte, / a dos filhos que vão nascer. / Eles, por sua vez, ensinarão a seus filhos 7. a deporem em Deus sua confiança, / a não esquecerem as obras de Deus, / e a observarem seus mandamentos. 8. Para que não sejam, como seus pais, uma geração indócil e rebelde, / cujo coração foi inconstante / e cujo espírito foi infiel a Deus.
O salmista, com autoridade semelhante à de Moisés no livro do Deuteronômio (cfDt 32), fala em “parábolas” e “enigmas”, referindose aos fatos do passado, que devem ser bem compreendidos. Por isso mesmo, ele passa logo da 1ª pessoa singular para o plural: “O que nós ouvimos, não o ocultaremos à geração seguinte”. Entre o que deve ser transmitido, ele menciona: a confiança em Deus, a memória de suas obras, a observância dos seus mandamentos (v.7)
Os filhos de Efraím 9. Os filhos de Efraím, arqueiros equipados, / bateram em retirada no dia do combate. 10. Pois não guardaram a aliança de Deus, / não quiseram seguir sua Lei; 11. esqueceram suas grandes obras / e os prodígios que lhes tinha mostrado.
O salmo, escrito em Judá, no reino do Sul, começa denunciando “Efraím”, o reino doNorte, separado de Judá desde a morte de Salomão e, finalmente, destruído pelos assírios em 722 aC. Não se sabe exatamente a que “retirada” o autor se refere.
sua ira, / a cólera, a indignação, a desgraça, / todo um exército de anjos do mal. 50. Deixou agir livremente seu furor, / não os preservou da morte, / entregou a sua vida à peste. 51. Enfim, matou todos os primogênitos do Egito, / as primícias do seu vigor na terra de Cam.
Nesta altura, o salmista faz seus ouvintes ou leitores retrocederem aos tempos da escravidão no Egito, da qual o Senhor os livrou ferindo os egípcios com “pragas”, aqui mencionadas em número de sete, enquanto o livro do Êxodo fala em dez.
Na terra do Egito 12. De fato, diante de seus pais, Ele fizera maravilhas / na terra do Egito, no campo de Tânis. 13. Abriu o mar para fazê-los passar, / segurou as águas em pé como num dique; 14. guiou-os de dia com a nuvem, / e de noite,com o clarão do fogo. 15. Fendeu os rochedos no deserto, / e deu-lhes a beber água em abundância. 16. Do rochedo fez brotar riachos / e fez correr água como rios. 17. Mas continuaram pecando contra Ele, / revoltando-se contra o Altíssimo no deserto. 18. Tentaram a Deus no seu coração, / pedindo comida segundo seu capricho. 19. Falaram contra Deus, dizendo: “Será que Deus pode pôr-nos a mesa no deserto? 20. Ele bateu na rocha, escorreram águas / e as torrentes transbordaram. / Acaso poderá também dar-nos pão, ou fornecer carne para seu povo?” 21. Quando o Senhor ouviu, enfureceu-se / e um fogo se acendeu contra Jacó / e a cólera explodiu contra Israel. 22. Pois não acreditaram em Deus / e não confiaram no seu socorro.
Condescendendo com as reclamações do seu povo, o Senhor os sacia de pão e de carne. Quando, porém, não era mais a fome, mas a gula que os movia, a condescendência termina e vem o castigo.
A misericórdia que perdoa 32. Ainda assim, tornaram a pecar, / pois não tiveram fé nos seus prodígios. 33. Então dissipou seus dias como um sopro / e seus anos com um terror repentino. 34. Quando os fazia morrer, então O buscavam: / convertiam-se a Ele para reencontrá-lo, 35. lembrando-se de que Deus era seu rochedo, / e o Deus Altíssimo, o seu libertador. 36. Mas o adulavam com as suas palavras / e com a língua lhe mentiam; 37. seu coração não era sincero com Ele / e não eram fiéis à sua Aliança. 38. Ele, na sua misericórdia, / perdoava o pecado e não os destruía. / Muitas vezes refreou sua ira / e não deixava agir todo o seu furor. 39. Lembrava-se de que eram apenas carne, / um sopro que se vai e não volta.
“No campo de Tânis” é a localização da residência dos Faraós no delta do rio Nilo, no tempo de Moisés. O autor, porém, já começa falando da travessia do mar e dos prodígios e rebeliões no deserto.
Deus não pode deixar de ser justo, mas a sua justiça é sempre temperada pela misericórdia, o amor compassivo que não deixa de levar em conta a fragilidade humana
Ingratidão e castigo
As pragas do Egito
23. Apesar de tudo, ordenou às nuvens do alto / e abriu as comportas do céu: 24. fez chover sobre eles o maná, para nutri-los, / e deu-lhes o trigo do céu. 25. Pão de anjos os homens comeram, / pão com fartura lhes enviou. 26. Fez soprar no céu o vento do Oriente, / e trouxe com seu poder o vento do Sul; 27. Fez chover sobre eles carne, como poeira, / e aves, como areia da praia. 28. Fê-las cair no meio do acampamento, / ao redor de suas tendas. 29. Comeram, e ficaram saciados; / foi satisfeita a sua avidez. 30. Mal haviam saciado a gula, / e a comida estava ainda na sua boca, 31. quando a ira de Deus se acendeu contra eles; / castigou com a morte os mais vigorosos, / abateu os jovens de Israel.
40. Quantas vezes se revoltaram contra Ele no deserto / e o irritaram na solidão! 41. Recomeçaram a tentar a Deus / e ofenderam o Santo de Israel. 42. Não mais se lembraram do seu poder, / do dia em que os libertou do opressor, 43. quando realizou seus prodígios no Egito / e seus milagres no campo de Tânis. 44. De fato, mudou em sangue os rios e riachos dos egípcios, / para impedi-los de beber. 45. Enviou contra eles moscas para os picarem / e rãs para os afligirem. 46. Entregou às pragas suas colheitas, / ao gafanhoto o fruto de seus trabalhos. 47. Destruiu suas vinhas com o granizo, / seus sicômoros com a geada. 48. Entregou seu gado à peste, / seus rebanhos ao raio. 49. Lançou contra eles o fogo da
O êxodo e a entrada em Canaã 52. Ao seu povo,porém, fez sair como ovelhas, / conduziu-os como um rebanho no deserto. 53. Guiouos com segurança, e não temeram, / enquanto o mar recobria seus inimigos. 54. Conduziu-os ao seu domínio santo, / ao Monte que a sua mão direita conquistara. 55. Expulsou diante deles as nações / e repartiu-lhes por sorte a herança / fazendo morar nas suas tendas as tribos de Israel.
Em contraste com a ruína dos egípcios, a libertação de Israel, conduzido por Deus como o pastor que guia seu rebanho para pastagens e apriscos seguros, aqui, a terra de Canaã. Nas tendas dos canaanitas passam a morar, agora, os hebreus.
Mesmo agraciados, ainda infiéis 56. Apesar disso, provocaram, com suas revoltas, o Deus Altíssimo, / não observando seus preceitos. 57. Desviaram-se e foram infiéis como seus pais, / voltaram-se para trás como um arco traiçoeiro. 58. Com seus lugares altos o provocaram /e com seus ídolos excitaram seu ciúme.
Repete-se a sina da rebeldia e da provocação de um povo tão abençoado, e no entanto reiteradamente infiel.
Os filisteus se apoderam da Arca 59. Deus o viu e se enfureceu, / e rejeitou Israel completamente. 60. Abandonou a morada de Silo, / a tenda onde morava entre os homens. 61. Entregou ao cativeiro sua Força / e às mãos do inimigo a sua Glória. 62. Abandonou seu povo à espada, / e se indignou contra a sua herança. 63. O fogo devorou seus jovens, / e suas virgens não ouviram o canto nupcial. 64. Seus sacerdotes caíram vítimas da espada / e suas viúvas não puderam chorar.
O salmista aqui se refere aos fatos narrados no 1º livro de Samuel, capítulos 4 e 5, culminan-
do na destruição do santuário de Silo e na captura da Arca da Aliança pelos filisteus.
Derrota dos filisteus e repúdio de Efraím 65. Entretanto, o Senhor despertou como de um sono, / como um guerreiro dominado pelo vinho. 66. Golpeou os inimigos pelas costas, / infligindo-lhes eterna ignomínia. 67. Repudiou a tenda de José, / não escolheu a tribo de Efraim.
Aplicado o castigo, Deus volta a salvar o seu povo, golpeando de surpresa os inimigos. A destruição do santuário de Silo (a “tenda de José”) é o sinal do repúdio de Efraím, o reino do Norte, mencionado com censura no início do salmo (v. 9).
Escolha de Judá e de Davi 68. Mas designou a tribo de Judá, / a montanha de Sião, sua preferida. 69. Exaltou, como o céu, seu santuário, /firmando-o como a terra, para sempre. 70. E escolheu Davi, seu servo, / tirando-o do aprisco das ovelhas; 71. do meio das ovelhas o chamou, / para apascentar Jacó, seu povo, / e Israel, a sua herança. 72. Ele os apascentou com um coração íntegro, / e com a habilidade de suas mãos o conduziu.
O final do salmo conclui positivamente um balanço tão negativo do passado, apresentando a escolha de Davi, da tribo de Judá, e de Sião, local do novo santuário da Arca e da Presença do Senhor. Nada comenta sobre a história posterior, dos sucessores de Davi, que também pecaram. Deixa, assim, em aberto, o surgimento de um novo Davi, o qual, para nós, cristãos, é o Senhor Jesus. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia de SC - FACASC email: ney.brasil@itesc.org.br
Para refletir: 1) Em que sentido este salmo é “histórico”? 2) Por que é necessário recordar os fatos do passado, também do nosso país, da nossa comunidade, refletindo sobre eles? 3) Por que o autor insiste tanto nas constantes rebeliões e infidelidades do seu povo? 4) Que nos diz, em relação à liberdade de Deus, o seu repúdio de Efraím e a escolha de Judá? 5) Davi correspondeu às esperanças nele depositadas pelo salmista?
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Pós-graduação reflete sobre a juventude 38 alunos de todo o Estado participaram da primeira etapa da pós-graduação oferecida pela FACASC e teológicos da juventude e, Jovens e o diálogo inter-religioso: matrizes culturais e religiosas do Brasil. Os estudantes desse curso retornarão, na segunda etapa, durante a primeira quinzena de julho para tratar sobre Psicopedagogia e metodologia do trabalho com a juventude, Direitos humanos e direitos da juventude, Sociologia da Religião e da Juventude, Organizações e Movimentos Juvenis. A curso é coordenado pelo Pe. Gilberto Tomasi, Doutor e Mestre em Ciências da Religião pela PUC, São Paulo. Segundo ele, o curso foi concebido com o objetivo de “capacitar jovens para o exercício da
Divulgação/JA
A Faculdade Católica de Santa Catarina - FACASC, em parceria com a Coordenação de Pastoral da CNBB - Regional Sul IV, promoveu, dos dias 01 a 08 de fevereiro, a primeira etapa do curso de pós-graduação (especialização lato sensu) em “Juventude, religião e cidadania”. Participam do curso 38 alunos, a maioria jovens, de todo o Estado catarinense e de outras partes do país. Esta foi a primeira de quatro etapas, sempre realizadas no período de ferias. Na primeira etapa, os participantes trataram sobre Metodologia da Pesquisa, Teologia da Libertação, Aspectos históricos, socioculturais
Promovido pela FACASC, primeira etapa reuniu jovens de todo o Estado
cidadania, para a proposição e defesa de políticas públicas em favor da juventude, para a urgência de reunir jovens em grupos e em redes de comunhão e de comunicação, na busca de solução para seus problemas cotidianos e estruturais. Pretende-se, ainda, buscar o aperfeiçoamento da compreensão da realidade juvenil em suas várias dimensões: sóciocultural, política, psico-afetiva, religiosa e organizacional. Sendo assim, este curso quer ser um espaço privilegiado de reflexão e pesquisa sobre juventude, capaz de alavancar ações qualificadas junto aos jovens catarinenses.
Segmentos da juventude presentes na Arquidiocese A Campanha da Fraternidade de 2013, que tem como tema a Juventude, se preocupa com a baixa participação dos jovens na Igreja e na sociedade. Na Arquidiocese de Florianópolis, temos presentes 17 segmentos juvenis, movimentos que buscam envolver os jovens. Cada um deles possui um
carisma próprio, ação pastoral na Igreja e busca envolver os jovens. Como forma de contribuir para que os jovens conheçam e tenham uma participação mais efetiva na Igreja, a partir dessa edição iremos apresentar dois segmentos presentes na Arquidiocese.
Pastoral da Juventude
Movimento dos Focolares
A Pastoral da Juventude é um dos únicos segmentos juvenis composto essencialmente por jovens, organizado em quase todas as dioceses do Brasil. Há registros de que em meados de 1970 já existia esta atividade pastoral em nossa Arquidiocese. Segundo o livro “Civilização do Amor: Tarefa e Esperança”, “a Pastoral da Juventude é a ação organizada da Igreja para acompanhar os jovens a descobrir, seguir, e comprometer-se com Jesus Cristo e sua mensagem, a fim de que, transformados em homens novos, e integrando sua fé e sua vida, se convertam em protagonistas da civilização do amor”. Para tanto, encontramo-nos em pequenos grupos para partilhar e celebrar a vida,
as lutas, os sofrimentos, e cultivar a amizade, com uma mística própria. Nossa espiritualidade é encarnada na realidade, e voltada às comunidades nas quais estamos inseridos. Em comunhão com a PJ Nacional, assumimos para a Arquidiocese três projetos nacionais, fundamentais para os jovens das paróquias, voltados à formação, mística e comunicação. Com eles desejamos dar nova força e impulso para o trabalho de evangelização dos grupos de jovens. Para nos conhecer melhor, visite-nos nas redes sociais: Blog: http://pjarqui floripa.blogspot.com.br ou Email: pastoraldajuventude.floripa@gmail.com; Fanpage: PJ Arquifloripa
O Movimento dos Focolares nasceu em Trento (Itália) no dia 7 de dezembro de 1943, data em que Chiara Lubich – a sua fundadora, então com 23 anos – consagrou a sua vida a Deus, como resposta à descoberta fulgurante do Seu amor que se revelou precisamente no clima de ódio da Segunda Guerra Mundial. Quando corria para os refúgios, para proteger-se dos bombardeios, Chiara e suas primeiras companheiras levavam unicamente o Evangelho: “Aquelas palavras pareciam iluminar-se com uma luz nova”. Desde o início do Movimento, os jovens estiveram presentes como protagonistas. A sua fisionomia específica começou a se delinear a partir de 1967, quando Chiara Lubich, com o lema “Jovens de todo o mundo, uni-vos!”, colocou as bases para a constituição dos movimentos juvenis. Os gen (Geração Nova), jovens radical-
mente comprometidos na espiritualidade da unidade, responderam àquele chamado, e ainda hoje continuam a responder: jovens entre os 17 e 30 anos, espalhados por toda parte, nos cinco continentes, de diferentes etnias, nacionalidades e culturas. Pertencem a diversas denominações cristãs, a várias religiões, ou não professam nenhuma crença religiosa, mas são todos ligados pelo desejo de construir o mundo unido, fazer com que a humanidade seja, cada vez mais, uma só família, no respeito pela identidade de cada um. Sabem que a unidade na qual acreditam, e pela qual se empenham, não é apenas um projeto humano, mas o desígnio de Deus sobre a humanidade: “Para que todos sejam uma coisa só” (Jo 17,21). Mais informações no site www. focolares.org.br, ou pelo fone (48) (48) 3244-4190 ou pelo e-mail focfflorianopolis@focolares.org.br
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Geral
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Jornal da Arquidiocese
Procissão do Senhor Jesus dos Passos A mais tradicional manifestação religiosa do Estado busca envolver cada vez mais os jovens Arquivo/JA
A Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, em Florianópolis, promoverá, nos dias 16 e 17 de março, pelo 247º ano consecutivo, a Procissão do Senhor dos Passos. As festividades iniciam no dia 10, com a investidura dos novos irmãos e irmãs, com eventos todos os dias, e seguem até o dia 17, 5º domingo da quaresma. Os dois pontos altos são: a procissão de transladação das imagens, no dia 16, sábado: a partir das 20h, translado da Imagem do Senhor dos Passos, seguida da imagem de Nossa Senhora das Dores, para a Catedral. No dia 17, domingo, às 16h terá início a procissão do Encontro, em que as imagens circulam pelas principais ruas de Florianópolis e se encontram em frente à Catedral. Um fato marcante neste ano é que o “Sermão do Encontro” será proferido por Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador, Bahia, e ex-arcebispo de Florianópolis. Depois, as imagens, carregadas pelos Irmãos, retornam para a Capela do Menino Deus, junto ao Hospital de Caridade. A Irmandade do Senhor dos Passos conta atualmente com cerca de 900 irmãos que, através do paga-
Plano Arquidiocesano de Pastoral Conselhos de Pastoral: um meio privilegiado para promover a comunhão e participação na Igreja
Encontro das duas imagens diante da Catedral é o ponto alto que costuma emocionar os milhares de fiéis que participam da solenidade mento de anuidade, mantêm a administração do Imperial Hospital de Caridade.
Participação dos Jovens A comissão organizadora da Procissão busca envolver os jovens, de modo especial neste ano, quando a Campanha da Fraternidade focaliza a Juventude. Com esse objetivo, o Setor Juventude da Arquidiocese se reuniu com a Irmandade e está organizando a
participação especial dos jovens, para incentivá-los a participar dessa celebração. “É através da participação deles que a tradição da Procissão, mais que bicentenária, será garantida para as gerações futuras”, disse José Carlos Pacheco, provedor da Irmandade. Mais informações com Rita Peruchi, pelo fone (48) 32217588 ou pelo email rita@ hospital decaridade.com.br, ou no site www.hospitaldecaridade. com.br, clicar em “Irmandade”.
Uma história com 247 anos A devoção ao Senhor Jesus dos Passos começou aqui a partir da chegada da imagem, talhada em madeira por Francisco Chagas, escultor baiano. Os registros dizem que, em 1764, uma embarcação levava a imagem para o Rio Grande, RS. Após três tentativas frustradas de atravessar a Barra do Rio Grande, por causa das fortes tempestades, a nave atracou definitivamente na então Desterro.
O povo interpretou a dificuldade de a imagem chegar ao seu destino inicial como um sinal do céu. E assim o capitão do barco e os moradores acertaram as despesas da confecção da imagem e seu transporte. A partir de então, a imagem foi colocada na Capela Menino Deus, construída pela beata Joana de Gusmão, e ali foi criada a Irmandade do Senhor Jesus dos Passos.
Tendo elaborado, aprovado e publicado o Plano Arquidiocesano de Pastoral, no período de 2010-2012, queremos dar continuidade ao trabalho desenvolvendo as pistas de ação e os projetos pastorais aprovados. Nesse contexto queremos refletir sobre a importância que os Conselhos de Pastoral têm para a Igreja. A Bíblia nos apresenta várias passagens que ressaltam duas características fundamentais da Igreja: Comunhão e participação. A Palavra de Deus nos ensina que devemos planejar, organizar, avaliar e realizar toda ação pastoral na unidade. O Concilio Vaticano II (19621965), cujo jubileu estamos celebrando no período de 2012-2015, nos mostra que a Igreja assumiu um rosto novo. Ela foi definida como Povo de Deus. Insiste-se mais na dimensão da Igreja-comunhão. É o novo jeito de ser Igreja-família, Igreja-participação, Igreja-comunidade, Igreja-povo. Nela, todos os fiéis são co-responsáveis pela vida cristã e pela missão evangelizadora. Os Conselhos de Pastoral são a expressão organizacional da Igreja, que pretende ser mais participativa e comunitária. Quanto mais conselhos houver, mais a Igreja será participativa. O Documento de Aparecida nos diz que: “Não pode existir vida cristã fora da comunidade” (DAp 278d). Sendo assim, a Igreja serve-se dos Conselhos de Pastoral, presentes em todas as instâncias da vida e da organização eclesial, como uma forma de exercício da cidadania cristã e espaço privilegiado da participação do povo de Deus no poder hierárquico. “Os Conselhos de Pastoral, nos seus diversos níveis – diocesano, paroquial e comunitário – são o órgão que ajuda a pensar e realizar a ação missionária e pastoral da Igre-
ja, em vista de uma evangelização adequada aos desafios do mundo e da cultura moderna” (Plano Arquidiocesano de Pastoral, 2012-2022, n. 266). Portanto, podemos dizer que a diocese deve ter os Conselhos de Pastoral organizados em nível comunitário, paroquial, comarcal e diocesano porque somos uma Igreja-comunhão, que tem sua fonte na Santíssima Trindade. Com o intuito de promover, organizar, formar e dinamizar os Conselhos de Pastoral em nossas comunidades e paróquias, a Arquidiocese estará realizando encontros com todos os coordenadores de CPCs, CPPs e Administradores Econômicos nas oito comarcas no período de fevereiro-abril (as datas estão no cronograma). Nesses encontros estaremos estudando o Plano de Pastoral e encaminhando os projetos pastorais previstos e possibilitando formação e informação sobre a dimensão administrativa da Igreja. Vamos juntos fazer com que nossa Igreja se torne cada vez mais espaço de comunhão e participação. Pe. Revelino Seidler - Coordenador Arquidiocesano de Pastoral
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Arquidiocese inicia ano com 42 seminaristas Reitores dos seminários avaliam o início do ano letivo nos nossos quatro seminários Foto JA
Os quatro seminários da Arquidiocese iniciam o ano com 42 seminaristas. Desses, 10 ingressaram no seminário neste ano. Apenas o Seminário Propedêutico ainda não iniciou as atividades: tem abertura prevista para o dia 04/03. O Seminário Teológico Convívio Emaús iniciou o ano com 10 seminaristas; dois são novos. As aulas iniciaram no dia 14 de fevereiro na FACASC/ITESC. Pe. Vânio da Silva, reitor do Seminário, assim se expressa: “Esses jovens são sinais de alegria e esperança para a Arquidiocese, porque demonstram generosidade, boa vontade, e muita seriedade, neste caminho de preparação para a vida presbiteral”. O Seminário Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes, em Azambuja, Brusque, iniciou com 26 seminaristas: 10 no Menor; e 16 na Filosofia. O início do ano letivo foi em datas diferentes: para o Menor foi o dia 10 e para a Filosofia o dia 17 de fevereiro. Dos seminaristas do Menor, sete são novos. Na Filosofia, oito ingressaram neste ano. Pe. Pedro Schlichting, reitor
Faculdade inicia o ano com 27 alunos novos e 81 distribuídos nos quatro anos da Teologia
10 seminaristas realizam a formação teológica, última etapa em vista da ordenação presbiteral, acompanhados dos formadores de Azambuja, avaliou como bastante promissor o grupo de novos seminaristas. “Todos participaram dos encontros vocacionais e eram acompanhados pelas equipes de animação vocacional arquidiocesana e nas comunidades”, informou. No Seminário Propedêutico, as atividades iniciarão no dia quatro de março. Estão previstos seis prope-
deutas. O seminário terá algumas novidades. Antes, funcionava em Camboriú. A partir deste ano será na Casa Santa Maria, na Ponta de Baixo, em São José (fone 48 32595591). “São jovens entusiasmados, com bom tempo de acompanhamento vocacional e amadurecidos na vocação”, disse Pe. Josemar Silva, reitor do Propedêutico.
Irmã celebra jubileu de vida religiosa Foto JA
Uma Celebração Eucarística realizada na manhã do dia 24 de fevereiro marcou o Jubileu de Prata de vida religiosa da Irmã Luzia Koch, das Irmãs da Divina Providência. Realizada no Provincialado, em Florianópolis, a celebração foi presidida pelo Pe. Vânio da Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional, e concelebrada pelo Pe. Valter Goedert, Pe. Silvano Valdemiro de Oliveira e pelo diácono Francisco Roque Guesser. A celebração contou com a presença dos seus pais, Maria e Ildefonso Koch, parentes e amigos, e as irmãs da Congregação. Durante a solenidade, Irmã Luzia renovou a sua disposição de continuar nesse caminho de seguimento de Je-
FACASC inicia ano letivo
sus e renovou os votos perpétuos. “Confio minha vida e renovo meu sim, os Votos Perpétuos que fiz de servir a Deus em pobreza, castidade, obediência, por toda a minha vida, na Congregação das Irmãs da
Divina Providência”, disse. Depois ela recebeu das mãos da Ir. Maria Eliza De Brida, provincial – também em nome da Coordenação Geral, Irmã Lurdes Lüke, e da Província Coração de Jesus - a aliança, símbolo de que sua vida pertence a Deus. “É com alegria que acolhemos mais uma vez os seus votos perpétuos”, disse Ir. Maria Eliza. História: Natural de Rachadel, em Antônio Carlos, Irmã Luzia Koch teve a vocação religiosa despertada na juventude. Aos 17 anos ingressou na Congregação das Irmãs da Divina Providência. Depois de três anos de aspirantado, ingressou na Congregação,com o lema: “Tudo posso naquele que me fortalece”.
Aula inaugural e Celebração Eucarística, realizada na manhã do dia 14 de fevereiro, marcaram o início do ano letivo na Faculdade Católica de Santa Catarina FACASC. Evento reuniu alunos, professores, formadores e funcionários da instituição. A aula inaugural abordou o tema “Juventude e Igreja em Santa Catarina”, a cargo dos jovens Uilian Dalpiaz e Rodrigo Szymanski, membros da Coordenação da Pastoral da Juventude da CNBB-Regional Sul IV. Durante a exposição,eles fizeram um resgate histórico da evangelização da juventude no Estado, dos documentos do CELAM e da CNBB sobre os jovens, da opção da Igreja pelos Jovens, a necessidade de se ouvir o jovem na Igreja e na Sociedade, aproveitando especialmente, neste ano, a Campanha da Fraternidade e a Jornada Mundial da Juventude. Depois da exposição, responderam a perguntas dos participantes. A Celebração Eucarística foi pre-
sidida pelo Pe. Vitor Galdino Feller, Diretor da instituição e Vigário Geral da Arquidiocese, e concelebrada por outros nove padres. Em sua homilia, Pe. Vitor refletiu sobre a marca do tempo quaresmal, a conversão. “Devemos ser pessoas convertidas para Deus e para o próximo. Muitas vezes cedemos espaço a outros deuses, aos ídolos deste mundo, às tentações. O Senhor nos convida a renunciar a tudo, até a nós mesmos, assumindo a cruz de cada dia”.
27 novos alunos A FACASC inicia o ano com 81 alunos: 27 no primeiro ano; 21 no segundo; 15 no terceiro; e 18 no quarto. Dos 27 que iniciam o curso, 21 são seminaristas, um diácono e cinco são leigos. No conjunto, a FACASC tem 68 alunos seminaristas, dez leigos e três diáconos. Da Arquidiocese, são 10 seminaristas: dois no primeiro ano; três no segundo; e cinco no terceiro. Não temos alunos no quarto ano. Foto JA
Professores, alunos e funcionários da FACASC participaram da aula inaugural que tratou o tema da CF-2013 e foi proferida por dois jovens
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Ação Social
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Coleta da Solidariedade: como seu gesto se concretiza? Em 2012 foram 24 projetos sociais apoiados, mais de 4 mil pessoas envolvidas e quase R$ 100 mil investidos Divulgação/JA
O Fundo Arquidiocesano de Solidariedade – FAS é formado pela Coleta da Solidariedade realizada anualmente no Domingos de Ramos. Essa coleta no ano de 2012 arrecadou R$ 225.094,02 (duzentos e vinte e cinco mil, noventa e quatro reais e dois centavos), sendo que 60%, R$ 135.056,42 (centro e trinta e cinco mil, cinquenta e seis reais e quarenta e dois centavos), compõem o Fundo Arquidiocesano e 40%, R$ 90.037,60 (noventa mil, trinta e sete reais e sessenta centavos), vão para o Fundo Nacional de Solidariedade. No âmbito da Arquidiocese foram beneficiados 24 projetos, ou seja, mais de 4 mil pessoas beneficiadas. Já o Fundo Nacional apoiou 245 projetos em todo o Brasil. Os Fundos Solidários têm por objeti-
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Construção do banheiro comunitário Caminhada da Juventude – em prol de uma saúde pública mais digna Justiça e Profecia a Serviço da Vida: Rumo ao 11º Estadual das CEB’s e GBF Manutenção e Pintura da Capela do Lar Santa Maria da Paz Saúde e Vida Kit para Capacitação Criar e Costumar Curso de Garçom
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Pequenos Encantos
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Música para Crianças Carentes Dom Joaquim te quero bem
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Grupo Saúde e Vida de Biguaçu foi um dos 24 projetos apoiados em 2012 vo apoiar projetos a fim de estabelecer a esperança entre os menos favorecidos, combatendo discriminações e caminhando, junto com os excluídos, na busca
dos caminhos da vida em abundância para todos. Acompanhe ao lado os projetos e comunidades apoiados com os recuros em 2012.
Guabiruba e Botuverá terão seminário de Gestão de Risco e Desastres Maior participação da sociedade é o tema do seminário Dando continuidade aos trabalhos realizados através do projeto Gestão de Risco e Desastre em alguns municípios do Vale do Itajaí, a Ação Social Arquidiocesana de Florianópolis – ASA e a Proteção e Defesa Civil Municipal, com a parceria do Instituto HSBC de Solidariedade convidam todas as comunidades do município de Botuverá e Guabiruba a participarem do Seminário municipal que tem como tema “Gestão de Risco e Desastre e a participação da sociedade por meio dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil - NUDEC”. Será um momento em que o NUDEC poderá fazer uma reflexão
Relação dos projetos apoiados em 2012
sobre a sua participação na Gestão de risco e desastre local, e, buscar-se-á ampliar a participação da sociedade com este tema. O Seminário contará com a
assessoria de Marcos Ferreira, Psicólogo com experiência em Psicologia Social e Ambiental. As inscrições poderão ser feitas no local ou por telefone.
Botuverá
Guabiruba Data 23/03/2013 Hora 08h às 12h Local Salão Paroquial Cristo Rei Inscrições (47) 9606-0252 (47) 3354-4511 (47) 3354-2725 c/ Claudio Correa
Data 16/03/2013 Hora 08h às 12h Local Salão da Paróquia São José Inscrições (47) 3359-1170 (47) 84235398c/ Fabiana
PARTICIPE! VALORIZE O CONHECIMENTO E EXPERIENCIA DE PESSOAS QUE LUTAM PELO BEM VIVER DE TODOS.
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Grupo Indígena Guarani Mby’a 4.984,66 - Palhoça Pastoral da Juventude da Pa- 3.000,00 róquia dos Sagrados Corações – São José Coordenação Arquidiocesana 5.000,00 de Pastoral Lar Santa Maria da Paz - 3.894,00 Tijucas Grupo Saúde e Vida - Biguaçu Pastoral da Criança Arquid. Ação Social Barreiros – São José Associação Cultural, Social e desportiva Capicuys - Fpolis Ação Social e Cultural Padre Afonso Staehelin - Anitápolis Ação Social Paroquial São João – Itajaí Ação Social Paroquial de Santa Catarina - Brusque Lar Sta. Maria da Paz - Tijucas Assoc. João Paulo II - Palhoça Ação Social e Cultural Cristo Rei - Camboriú
4.995,00 624,00 4.250,00 4.991,00
Grupo Doces do Fortunato Garopaba Ação Social e Cultural Cristo Rei - Camboriú Ação Social e Cultural Padre Afonso Staehelin - Anitápolis Feira de Economia Solidária Ação Social Arquidiocesana Associação Beneficente São Bordar Dimas (ASBEDIM) - Fpolis Seminário Regional Sul do Centro Cultural Escrava Movimento População de Anastácia – Florianópolis Rua AFAGO – Mulheres em prol Associação das Fazendeiras, da saúde e meio ambiente Amigas, Guerreiras e Otimistas (AFAGO) - Biguaçu Nhemityrõ – Produção de Aldeia Indígena Yynn Moroti Wherá - Palhoça abelhas Casa da Comunidade das Associação João Paulo II Palhoça Areias Casa da Criança do Morro da Projeto Parquinho Penitenciária - Florianópolis
4.012,00
Reforma da Lavanderia Reformar para Manter Curso de capacitação de trabalhador em jardinagem e busca da inclusão para o trabalho e geração de renda Etiquetas para Grupo de Doces Trabalhadora em manicure e pedicure Transformando lã em renda
Total de Recursos Aplicados em 2012
1.782,00 4.083,40 2.134,00 4.950,00 5.000,00 3.212,00
3.459,24 5.000,00 5.000,00 4.980,00 5.000,00
4.829,00
4.980,00 5.000,00 3.820,00
98.980,30
Divulgação/JA
Arquidiocese debate criação da Pastoral da População em Situação de Rua Criação da Pastoral enfrenta desafio presente em toda a Arquidiocese
Projeto desenvolvido pelas Comunidades Eclesiais de Base - CEBs alimenta em média 70 pessoas por domingo em Florianópolis
Aconteceu no dia 20/02/ 2013, na Cúria Metropolitana, reunião para formação da Pastoral da População em Situação de Rua. Estiveram presentes a Ação Social Arquidiocesana - ASA, Coordenação de Pastoral, Movimento População de Rua e Centro Cultural Escrava Anastácia - CCEA. Levantouse a necessidade de organização desta pastoral na Arquidiocese, haja vista que este não é um desafio exclusivo de Florianópolis, mas
de toda a Arquidiocese, sendo fruto das desigualdades sociais e falta de efetivação de Políticas Públicas em âmbito municipal. Nesse processo de organização, algumas iniciativas se destacam como é o caso da criação do Comitê Intersetorial de Populações em Situação de Rua em Florianópolis, com representação da sociedade civil e do poder público municipal que visará a problematizar estas questões e a abertura das gestões
municipais para o diálogo, buscado propor medidas para intervenção, considerando as realidades locais. Uma nova reunião está prevista para continuação do debate e criação da Pastoral da População em Situação de Rua. Esta acontecerá: Data Hora Local
21/03/2013 15:00 hs Senadinho - Rua Esteves Júnior- 447Centro - Fpolis/SC
Jornal da Arquidiocese
GBF 11
Março 2013
GBFs contam a sua história Desde o mês de fevereiro começamos a divulgar as histórias do GBF, relatadas pelas animadoras dos grupos da paróquia de Azambuja – Comarca de Brusque.
Fiquem atentos: Divulgação/JA
Paróquia Azambuja – Brusque Caminhada do grupo de oração Rainha da paz - do bairro Azambuja. Rua Carlos Ristow. Por volta dos anos 1960 já acontecia nas casas a união das famílias para a oração do terço; abrangia todo o bairro Rainha. Não havia uma pessoa que coordenava. Era um grupo de pessoas que se ajudavam na oração. Em 1970 foi construída uma pequena capela com a ajuda da comunidade, no terreno da Senhora Valentina Batista. Na capela foi colocada a imagem de Nossa Senhora Aparecida. As orações eram feitas então na capela, a 1ª missa na capela foi celebrada pelo Pe. Valentim Loch. Passou algum tempo, a família vendeu a propriedade, e a capela foi destruída, a comunidade voltou a se unir novamente nas casas. Por volta de 1980, Maria Azevedo assumiu a coordenação do grupo, com a ajuda dos padres de Azambuja, que orientavam e faziam bênção nas casas. Em 1988, o Seminarista Jorge Gelatti começou um trabalho de pastoral na comunidade e acompanhava o grupo, visitava os doentes e levava a Eucaristia. Foi acompanhando o trabalho dele que despertou em mim o desejo de participar. Outros seminaristas também passaram pelo grupo, alguns hoje são sacerdotes: Pe. Jorge, Pe. Iseldo, Pe. Antônio, Pe. Revelino. Eles preparavam as novenas de Natal e Páscoa. No tempo comum se rezava o terço. Trabalhávamos com livrinhos (centro de pastoral popular). As novenas eram feitas domingo à noite, reuniam muita gente, e nos alegrava a participação das crianças. Em 1993, Maria Azevedo passou a coordenação para Elza Bosio (eu). Continuei o trabalho com a ajuda da comunidade e dos seminaristas. Durante alguns anos, Geraldo Zem, um senhor idoso que gostava de participar no grupo, organizava com a ajuda da comunidade o Natal para as crianças, e Pe. Lúcio abençoava as crianças. Em 1996, Pe. Iseldo celebrou missa na comunidade e abençoou uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, que visitou todas as casas da co-
munidade. A imagem foi doada para a Marinês Bosio e tornou-se padroeira de um grupo que ela começou no bairro Cedrinho. Em 2001, o nosso grupo foi registrado com o nome Nossa Senhora Rainha da Paz. Não tínhamos a imagem. Uma mulher participante do grupo esteve em Aparecida e nos trouxe a imagem e doou para o grupo. No grupo todos contribuíam, faziam seu trabalho com amor. Em 2008, eu, Elza, passei a coordenação para Chirle Clemer, que faz um bom trabalho. O grupo passou por muitas dificuldades, tristezas e perdas. Mas a oração e a união do grupo foi mais forte, perseveramos e superamos os desafios. Realizamos muitos gestos concretos de solidariedade para famílias da nossa comunidade que precisavam de ajuda, também ajudamos nas coletas de alimentos para a ação social da paróquia, tivemos momentos de lazer, realizamos alguns bingos em prol das necessidades que iam aparecendo. Além dos GBF, também costumamos fazer momentos de oração nas casas das famílias enlutadas, que perdem seus entes queridos, durante uma semana (nestes momentos usamos os livrinhos de celebração, orações de consolo e de esperança). Uma vez por ano temos missa no grupo, na qual sempre convidamos todos os vizinhos. Fazemos uma caixinha com valor mensal e utilizamos para homenagear cada ani-
versariante do grupo com um mimo (flores...). Houve uma grande mudança, quase todos os participantes usam a Bíblia, quando alguém tem dificuldade de encontrar o texto bíblico, um ajuda o outro a procurar. Usamos os livretos dos GBF e fazemos durante todo o ano, os três tempos litúrgicos: Natal/Quaresma/Tempo Comum. A participação no GBF aproxima as vizinhanças. Se não existisse o grupo, ficaríamos muito tempo sem ter contato com os vizinhos. O grupo acolhe todos(as) e caminha sempre, atuando de forma firme e forte a dimensão social em prol das famílias da comunidade, como: enxoval, alimentação, remédio, e em busca de melhoria de infraestrutura para a comunidade. Através dos GBF, os participantes foram adquirindo uma consciência de que o mundo e a ecologia é nossa casa: na economia, preservação da água, reciclagem de óleo, agrotóxico e tantas outras atitudes pequenas, mas de grande valor. Em 2011 tivemos a alegria de celebrar as bênçãos e graças que aconteceram durante 50 anos de caminhada do grupo Rainha da Paz. Tenho certeza de que a oração de mãos dadas no final de cada encontro revigora as famílias e faz o grupo permanecer unido, cultivando a amizade. Elza Bosio – coordenadora paroquial dos GBF
Encontro arquidiocesano das coordenações comarcais e paroquiais dos Grupos Bíblicos em Família Neste ano, especialmente celebrado como ‘Ano da Fé’, os Grupos Bíblicos em Família/ CEBs planejam e organizam suas atividades em comunhão com o Planejamento Pastoral Arquidiocesano. Promovem formação em nível arquidiocesano sobre dois temas fundamentais para a evangelização nas casas: Leitura Orante da Bíblia e Catecismo da Igreja Católica. Todas as coordenações paroquias dos GBF são convidados a participarem junto com as coordenações comarcais da reunião ampliada, que acontecerá em duas regiões: Sul, no dia 06 de abril, às 14horas na igreja do Kobrasol (São Francisco de Assis e Santa Rita de Cassia), para todas as paróquias das comarcas: Santo Amaro, São José, Ilha, Estreito e Biguaçu;
Norte, no dia 13 de abril, às 14horas, na igreja matriz de Itapema (Santo Antônio), para todas as paróquias das comarcas: Brusque, Itajaí, Tijucas, como também podem participar as paróquias da comarca de Biguaçu que ficarem mais próximo do local. Certos de “fazer acontecer a ‘Igreja nas casas’, nas bases, no chão da vida, garantir a presença do Evangelho na vida do povo, favorecer ao povo católico a participação em um grupo de vivência da fé e do amor cristão, ajudar a pessoa a fazer a experiência do encontro com Jesus Cristo, promover uma aproximação cada vez mais explícita entre a Igreja de hoje e a Igreja das primeiras comunidades cristãs”, alegramo-nos com a presença de todos e todas.
Grupo Nossa Senhora de Lourdes – Bairro Azambuja Faz 32 anos que, um belo dia de tarde, veio um seminarista na minha casa, e este seminarista hoje é o Pe. Francisco Rohling. A proposta dele era começar as novenas do Natal e Páscoa nas casas, e eu aceitei, marcamos o dia e a hora e ele liderava os encontros. Meus filhos eram pequenos e participavam comigo, naquele tempo os encontros eram na Páscoa e Natal. Um dia, um menino sofreu acidente grave (hoje adulto é meu
vizinho), ficou alguns dias na UTI e aos poucos foi melhorando. Nós rezamos muito pela recuperação dele, quando voltou para casa ele mesmo pediu pra continuarmos com as orações, seus pais ficaram muito gratos pelo grupo. Muitos seminaristas passaram no nosso grupo, muitos hoje são sacerdotes. Um deles era nosso parente, que hoje já está com Deus, nosso Pai celestial, o Pe. Carlos Guesser, uma pessoa de muita espiritualidade, muito que-
rido por todos no grupo, fez muita falta para nós e algumas pessoas de Brusque que ficaram muito tristes com essa fatalidade, e já são 12 anos do seu falecimento. Nosso grupo foi até 1992 e então parou por falta de animador. Recomeçou em 2000, com a motivação de Pe. Lúcio. Ele pediu para eu assumir o grupo como animadora, mas eu achei que não estava preparada, cheguei até a participar do grupo da Sandra. Quando a Marli era nossa orientadora, ela
mesma pediu muito que eu voltasse a coordenar o grupo (as novenas) aqui. Então meu cunhado sofreu um derrame cerebral, quando melhorou fez a promessa de dar a casinha e a imagem de Nossa Senhora de Lourdes para o nosso grupo. Hoje a padroeira é Nossa Senhora de Lourdes e pretendo continuar seguindo em frente com o grupo. Inês Heflen Schweitzer - Animadora de grupo
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Artigos
Março 2013
Encontro reúne padres e religiosos novos na Arquidiocese
Bento XVI - o homem que renunciou ao Papado pela Igreja
Participantes receberam orientações gerais sobre o funcionamento da Arquidiocese e dos serviços oferecidos Foto JA
A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral promoveu, na manhã do dia 23 de fevereiro, encontro com os padres, religiosos e religiosas que iniciaram sua missão pastoral na Arquidiocese em 2013. Realizado no Centro Arquidiocesano de Pastoral, o evento reuniu 18 participantes e contou com a presença do nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, o ecônomo da Arquidiocese, Pe. Leandro José Rech, e a coordenação de Pastoral. O encontro teve início com a acolhida de Dom Wilson aos participantes. Ele falou da importância da vinda deles e o quanto têm a contribuir com as experiências que trazem para a Arquidiocese. “Eles, com os seus carismas e obras, enriquecem a caminhada da Igreja local”, disse Dom Wilson. Depois, Pe. Revelino Seidler, coordenador de Pastoral, falou sobre a Arquidiocese: apresentou um pouco da sua história, governo e administração, setores que funcionam na Cúria. Também trouxe informações gerais sobre as paróquias, santuários, comunidades, sobre os presbíteros e diáconos permanentes, casas e institutos religiosos, mapa dos municípios e comarcas, população por município e crescimento de cada um.
Encontro reuniu 18 padres e religiosos/as que inciam missão aqui neste ano Ele ainda falou sobre as pastorais, movimentos, organismos, serviços, colégios, associações e meios de comunicação existentes na Arquidiocese. Depois, apresentou os materiais que são disponibilizados e a organização pastoral, os conselhos pastorais em todos os níveis. Também apresentou o Plano Arquidiocesano de Pastoral e o cronograma de atividades. Pe. Leandro Rech, ecônomo da Arquidiocese, deu orientações sobre a questão administrativa da Arquidiocese. Falou sobre a importância em manter as contas da paróquia pagas em dia e as impli-
cações que isso acarreta em toda a Arquidiocese. “Como temos um CNPJ único, uma conta não paga bloqueia as contas de todas as comunidades da Arquidiocese”, disse. Também apresentou o Sistema Pastoral e os incentivou a utilizá-los. Além de outros serviços oferecidos pela Arquidiocese às paróquias e comunidades. Durante o encontro, cada participante teve a oportunidade de se apresentar, falar sobre o trabalho que realizava antes e a experiência pastoral anterior. Eles também puderam esclarecer dúvidas sobre a Arquidiocese.
Formação para a agentes da Pastoral da Pessoa Idosa A Pastoral da Pessoa Idosa estará promovendo no mês de março dois encontros de formação e aprofundamento. O primeiro será o Encontro Arquidiocesano realizado no dia 09 de março, no Santuário de Fátima, em Florianópolis. Ele terá como objetivo promover, articular, sensibilizar e implantar a Pastoral nas paróquias da Arquidiocese. São convidados a participar um representante por comarca e um representante por paróquia. O
evento contará com a palestra de Osvaldina Zucco Weber, membro da equipe arquidiocesana da Pastoral da Pessoa Idosa, que tratará
os temas: Quem somos? Onde estamos? E o que queremos?; metas para 2013. Já nos dias 16 e 17 de março, também no Santuário de Fátima, a Pastoral estará realizando capacitação para novos agentes. Os interessados em participar, podem entrar em contato com Carmen Souto, Coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa, pelos fones (48) 32076200 ou 9119-8029, ou pelo e-mail carmensouto58@ yahoo.com.br.
Jornal da Arquidiocese
Em 2005, após a morte do Beato João Paulo II, foi eleito Papa um venerável cardeal, de 78 anos, que provavelmente era mais conhecido pelo seu nome que pela sua face – Joseph Ratzinger. Seu nome era muito conhecido no mundo acadêmico por seus escritos e, na Igreja, pela função desempenhada, de Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Com mais de 600 publicações nos mais diferentes campos da teologia, Joseph Ratzinger constitui-se um dos últimos teólogos que considera a teologia desse modo, contribuindo para a teologia como um todo e influenciando inclusive outras áreas do conhecimento. Vale a pena mencionar a Encíclica Caritas in Veritate, que escreveu junto com alguns colaboradores, e que é elogiada por vários economistas de renome mundial. Na outra vertente de seu renome antes de ser Papa, encontra-se o fato de Ratzinger ter sido, por quase 24 anos, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. O Papa João Paulo II, conhecendo a sua capacidade teológica, reconhecida desde a sua participação no Concílio Vaticano II como perito, chamou-o para ser seu colaborador já no início de seu pontificado. Ratzinger, que era um apaixonado pela vida acadêmica, mesmo já Arcebispo de Munich, não aceitou o primeiro convite, com o objetivo de poder continuar suas investigações teológicas. Pressionado novamente pelo jovem Papa polonês, Ratzinger aceitou, com a condição de poder continuar publicando obras de cunho teológico. A partir de então, surgiu uma simbiose quase perfeita entre o Papa João Paulo II e o cardeal Ratzinger. Ambos dinamizaram a vida da Igreja com vários textos de cunho pastoral e teológico – seja nos documentos magisteriais, seja na produção filosófico-teológica de ambos. Formaram um pontificado sui generis, adaptado ao seu tempo, mas sem reduzir a verdade do Evangelho. Ambos tinham a missão de viver o pós-Concílio, de encontrar, em meio a tantas opiniões, qual era a posição real da Igreja de Cristo, de orientar e inclusive corrigir os excessos, as
falsas interpretações. Neste âmbito, para Ratzinger, devido à função que ocupava, ficou a parte mais antipática, a de corrigir. Sem querer tornar-se um homem midiático – sempre foi extremamente tímido – mas com a agilidade de quem sabia que trabalhava pela Igreja e consequentemente para Deus, com uma humildade profunda e uma competência profissional invejável, fez aquilo que João Paulo II e a Igreja esperavam dele. Com a morte de João Paulo II, Ratzinger esperava voltar para casa e dedicar-se à Teologia, como já havia expressado em sua autobiografia “Minha Vida”, em 1998. A força da união de Ratzinger com o Papa anterior – e por que não dizer, a própria vontade de Deus – fez com que ele renunciasse a seus planos pessoais e viesse a ser o 265º sucessor de São Pedro, com toda a carga – mas também a graça – que implica este cargo. Suas Encíclicas e demais docu-
“
Creio que recordaremos Bento XVI como santo, que consumiu a sua vida em fazer a vontade de Deus”.
mentos, discursos, cartas, todos de uma claridade e objetividade únicas, com certeza serão norteadoras por muito tempo de vários âmbitos da vida da Igreja. São dignos de menção os três livros que escreveu sobre “Jesus de Nazaré”, solucionando polêmicas que duravam décadas e norteando novos caminhos de especulação teológica e exegética. Por fim, creio que não recordaremos Bento XVI por seu trabalho com o Papa João Paulo II, nem por seu próprio pontificado, nem por sua genialidade acadêmica, nem por sua profunda vida de oração, mas nos recordaremos dele como santo, que consumiu a sua vida em fazer a vontade de Deus. Pe. Hélio Tadeu L. Oliveira Mestre em Moral e Bioética, e doutorando em Bioética
Jornal da Arquidiocese
Geral 13
Março 2013
Conhecendo as Forças Vivas da Arquidiocese
Coroinhas participam de encontros comarcais
Pastoral Universitária
Formação para coordenadores/as e encontros comarcais de coroinhas estão programados para o ano de 2013 Arquivo/JA
A Pastoral de Coroinhas da Arquidiocese estará promovendo, dos dias 08 a 10 de março, o Retiro Arquidiocesano para coordenadores e coordenadoras de coroinhas. Realizado no Provincialado das Irmãs da Divina Providência, em Florianópolis, o Retiro contará com a assessoria do Pe. Vânio da Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional e reitor do Seminário Teológico Convívio Emaús. Todas as coordenações paroquiais e de comunidades, não importa a idade, são convidadas a participar. As inscrições estão abertas e podem ser feitas com a coordenação comarcal, ou diretamente com a Irmã Clea Fuck pelos fones: (48) 3263 0979 - 9986 3339 (TIM), ou pelo e-mail ir.clea@gmail.com. O custo é de R$ 160,00, com hospedagem completa. Além do retiro, a Pastoral de
Coroinhas estão presentes nas celebração, são peça importante na liturgia e local de onde surgem muitas das vocações para a Igreja Coroinhas também programou os encontros comarcais de coroinhas. Esses encontros iniciam a partir de maio e vão até outubro, e na maior parte serão realizados em comunidades da própria co-
marca (veja programação abaixo). Neste ano, os encontros têm como inspiração o Plano de Pastoral da Arquidiocese, o Ano da Fé e o eixo transversal de Pastoral Família.
Vocações Femininas
Veja a programação: 08-10/03: Retiro arquidiocesano p/coordenadores/as – Provincialado 25/05: Comarca de São José – Campinas/Kobrasol 15/06: Comarca de Brusque – Guabiruba/Guabiruba sul 22/06: Comarca da Ilha - Local a definir 24/08: Encontro Vocacional Feminino (coroinhas e outras) - Provincialado 14/09: Comarca de Tijucas - Azambuja 15/09: Comarca de Itajaí – Paróquia do Santíssimo (Coroinhas e Pais) 21/09: Comarca do Estreito - Colégio N.S.Fátima (Coroinhas e Pais) 05/10: Comarca de S. Amaro – Angelina/Rancho Queimado 19/10: Comarca de Biguaçu - Santa Cruz/ Areias
A Pastoral promove ainda este ano o Encontro Vocacional com as adolescentes e jovens, coroinhas e outras. Realizado no 24 de agosto, é o quinto ano consecutivo do evento que mais uma vez terá como sede o Provincialado das Irmãs da Divina Providência, em Florianópolis, e tem como objetivo apresentar às jovens a vocação religiosa feminina. A cada ano, o encontro de formação reúne mais jovens interessadas em conhecer a vida das religiosas. Mais informações pelos fones (48) 3263-0979 e 9986-3339, ou pelo email: ir.clea@gmail.com.
A Pastoral Universitária possui desafios próprios, pois está inserida num contexto de formação acadêmica, cientifica e tecnológica, dentre outras características particulares. A CNBB (Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil) lança em 2013 na Coleção “Estudos” o documento “Seguimento de Jesus Cristo e a missão evangelizadora no âmbito universitário”. O documento vem dar um rumo ao trabalho pastoral, pois busca ser uma resposta às questões que encontramos nas universidades. Na Arquidiocese, a Paróquia da Trindade de Florianópolis desenvolve um trabalho na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e, segundo o Frei Luiz Antônio Frigo, OFM Cap., Coordenador da Pastoral Universitária, ela tem uma longa e respeitada história. O frei destaca que há vários grupos católicos que atuam, seja dentro da própria UFSC ou na redondeza com as seguintes programações: Missa no Templo Ecumênico às sextas-feiras 12h15; Grupo de música litúrgica; Programa de educação quanto ao uso de álcool; Retiros para jovens universitários; Oficina de Oração e Vida; Apoio psicológico; Integração e acompanhamento dos jovens haitianos; Grupos de oração e debate sobre temas relevantes como Fé e Cultura; Engajamento em trabalhos sociais e de preparação para a Jornada Mundial da Juventude. A partir do segundo semestre de 2012, o Arcebispo de Floria-
nópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj tem se empenhado na ampliação da Pastoral Universitária na Arquidiocese. Promoveu dois encontros com lideranças e pessoas envolvidas, seguido pela Coordenação Arquidiocesana de Pastoral que promoveu um encontro no CAP (Centro Arquidiocesano de Pastoral) em 27 de Outubro de 2012. Como resultado do encontro no CAP definiu-se: a) a criação de um grupo no Facebook para Pastoral Universitária da UFSC; b) a promoção do Curso Alpha em Florianópolis para formação de lideranças; c) a realização de um encontro entre os padres dispostos a atuar e iniciar uma experiência consorciada na Pastoral Universitária da UFSC. Em 2013 haverá atendimento espiritual na UFSC às terças e uma nova Missa cuja animação litúrgica será feita pelo Seminário de Teologia às terças 17h45. Haverá ainda a Iniciação Cristã por meio do Catecumenato Juvenil em preparação ao Batismo, Crisma e Eucaristia, proposta do Curso Alpha e Retiros. A ampliação dessa experiência buscará alcançar outras Instituições de Ensino Superior, tal como a UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) que será a próxima instituição a contar com a presença de assessor para Pastoral Universitária. Mais informações pelo email rede_pu@hotmail.com ou wpwilliam@hotmail.com
Jovens universitários participam de um dos eventos da Pastoral
Geral Os presos e os ataques aos ônibus
Março 2013
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Foto JA
Advogado fala sobre as motivações para os ataques aos ônibus e critica ações do governo Nos últimos meses, Santa Catarina tem ocupado quase que diariamente as manchetes nacionais. Não mais pelas suas belezas naturais, que encantam a todos, mas pela violência. Quase que diariamente ônibus, veículos públicos, particulares e até prédios têm sido incendiados. Grande parte desses atentados, em nossa Arquidiocese. Tudo indica que é represália dos presos à situação humilhante e degradante com que são tratados no sistema prisional. Tanto que, afinal, a Força Nacional foi chamada e sua principal função foi transferir os presos. Mas nenhuma ação foi desenvolvida para resolver o problema. Para discutir o tema, conversamos com o advogado João Moacir Correa de Andrade. Especialista em Direito Penal e Processo Penal, conselheiro federal da Associação dos Advogados Criminalistas de Santa Catarina - AACRIMESC, participou por nove anos da comissão de assuntos prisionais da OAB, sendo nos últimos três anos como presidente, e é um dos fundadores da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado – APAC, de Florianópolis. Em entrevista, ele pinta com tintas fortes o sistema prisional de Santa Catarina e critica as ações desenvolvidas pelo governo, acreditando que a violência vai continuar, mas aponta soluções para o problema. Jornal da Arquidiocese - A que se deve a violência que tem acontecido no Estado, es-
pecialmente em Florianópolis? Dr. João Moacir - Várias entidades e pessoas vêm há alguns anos denunciando os maus tratos e abandono dentro do sistema prisional, onde seres humanos são “jogados” e desligados do mundo, seus direitos mais elementares são desrespeitados, como o direito a uma alimentação básica e suficiente em quantidade, nem se fale de qualidade. Algumas acomodações demonstram que valor algum é dado ao reeducando. JA - Então, esses ataques têm relação com a forma como os presos são tratados? Dr. Moacir - Certamente. Assim, além do acima mencionado, aliado a todas as outras deficiências de saúde, assistência jurídica, social, etc... mais os espancamentos gratuitos que, em que pese a negativa dos gestores do sistema, são uma constante, não resta dúvida de que esses fatores efetivamente são e foram determinantes para o desfecho das duas últimas séries de atentados em nosso Estado e principalmente na Capital. JA - As ações promovidas pelos órgãos públicos têm sido suficientes para responder a essa situação? Dr. Moacir – Lamentavelmente, os milhões que estão sendo gastos para “abafar” os efeitos dos atentados, acabam saindo do bolso de todos. Assim, os cidadãos perdem duas vezes: uma, ao terem a rotina alterada, e outra, por arcarem indi-
Dr. Moacir, advogado criminalista, critica as ações dos órgãos governamentais para combater as ações de violência ocorridas no Estado
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Os ataques a ônibus vão continuar, porque a violência contra os presos também vai continuar acontecendo”.
retamente com as custas através dos impostos que pagam. E ainda, sem medo de errar, tudo não passa de um “paliativo”. As ações que momentaneamente são realizadas e com certa maestria pela nossa Polícia são insuficientes. Enquanto as autoridades “competentes” não envidarem esforços para combater as causas, a sociedade continuará refém de uma politicagem onde todos sabem qual é a solução para resolvê-la e não o fazem.
JA - O que ganham os autores ou mandantes dos atentados? Dr. Moacir - Nada! A não ser o aumento de seus históricos criminais e um aumento também em suas penas. Assim, fica fácil deduzir que estes movimentos não passam de um “grito de desesperados”, que de forma não convencional e “ilegal” buscam chamar a atenção para seus reclamos.
JA - A vinda da Força Nacional é a forma de resolver o problema? Dr. Moacir - Estamos assistindo à pirotecnia governamental acerca da vinda da Força Nacional, muitos, inclusive, aplaudindo. O problema não é e nunca foi falta de polícia. O problema está encravado no sistema prisional, ou seja, está exatamente naquelas pessoas que a
Retalhos do Cotidiano
JA - A transferência de pre-
Divulgação/JA
Semeemos, semeemos o bem e a bondade, a paciência e a compreensão, o perdão... Há tantas sementes e, às vezes, poucos semeadores; há tantas sementes e, às vezes, poucos que acreditam que elas serão capazes de germinar e dar frutos; há tantas sementes e, às vezes, poucos que acreditam ser participantes da lavoura de Deus...
Semente 2 Semente 3 O bom semeador sabe, como ensinam os chineses, que “a se-
Vontade
mente nunca vê a flor”. Saiu o semeador a semear...
Se entregamos nossa vontade ao Senhor, o coração se abre e os joelhos se dobram.
sos para outras regiões do Estado e para a Polícia Federal é a alternativa correta? Dr. Moacir - Esta é mais uma medida paliativa e que não resolve o problema dos atentados, pois presos que já estiveram nos Presídios Federais falam que preferem voltar para lá a continuarem sendo tratados pior que animais ali onde estão. Considerando que a mentalidade de alguns agentes não evolui e continuam achando que tudo se resolve com “porrada” e maus tratos, fica fácil prever que tudo pode começar de novo em breve. Os presos, maltratados, não precisaram de lideres específicos para pedirem apoio dos “irmãos” aqui de fora para cometerem os ataques que já vivenciamos. Até mesmo porque é sabido que, após uma primeira movimentação como a que já fora feita, fica fácil retomá-la. JA – Quais as alternativas para recuperar o falido sistema carcerário? Dr. Moacir - É triste saber que existem alternativas para a efetiva ressocialização de presos e que custam muito menos aos cofres públicos, porém, não estão recebendo a devida atenção do Governo. Exemplo disso é o sistema APAC - Associação de Proteção e Assistência ao Condenado - praticado com êxito em Minas Gerais e que vem sendo trabalhado por um grupo de voluntários e liderados pela Pastoral Carcerária. Estatísticas confiáveis comprovam uma eficiência na ressocialização em torno de 90%, por esse sistema, fazendo com que a sociedade ganhe duas vezes: pois cada preso ressocializado é menos um a voltar à criminalidade, o que, somado ao baixo custo do método, culmina com dupla vantagem para a sociedade.
Carlos Martendal
Semente 1
Deus sabe o que podemos semear e nos dá as sementes; Ele também conhece os terrenos que receberão a semeadura e não se preocupa, porque sabe qual será o resultado. Quer que confiemos nEle como Ele confia em nós. Se confiarmos, semearemos com Ele, e as sementes produzirão fruto: “cem por um, sessenta por um, trinta por um” (cf. Mt 13,23).
polícia já prendeu. A polícia já fez a sua parte. No entanto, quem não vem cumprindo a sua função é a administração prisional. A Força Nacional passa a ser mera cortina de fumaça, com o condão de mascarar o real problema, dando margem a que políticos posem de heróis ao lado de uma pseudo solução do caos instalado.
Jornal da Arquidiocese
Alto Um filme interessante: “Up! Altas Aventuras”. Entre as boas cenas, aquela em que o personagem começa a jogar fora móveis e utensílios para que a casa consiga subir ao espaço. Quanta coi-
sa inútil que nos aprisiona à terra também nós guardamos... A Páscoa nos lembra: “Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus” (Cl 3,1)!
Desarmamento
Esquecido
Um coração desarmado é um coração em que o Senhor pode armar sua tenda, é um coração em que não pode habitar a injustiça (Cf. Jó 11,14), é um coração que louva o Senhor e ama e serve os irmãos.
Deus é um grande ‘esquecido’, e não é por causa da ‘idade’, que Ele, sendo eterno, não tem. Ele não se esquece de mim e de ti, mas se esquece das nossas ofensas, dos nossos pecados, quando, na Confissão, arrependidos, lhe pedimos perdão.
Vida
Ofensa
Viver bem consiste em dar-se tanto e tão inteiramente a Deus e aos outros que a gente acaba se esquecendo de si.
Se sou ofendido e fico remoendo a ofensa, sofro de novo cada vez que da ofensa me lembro. Nem sempre ‘recordar é viver’...
Jornal da Arquidiocese
Brasil e Mundo 15 Em Roma, Dom Orani agradecerá ao Subsídio Hora Família 2013 Papa pela escolha do Rio para a JMJ da será apresenta-
Março 2013
O Cardeal de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer fez a inauguração oficial da exposição “A Cátedra de Pedro: As Medalhas contam a História”, no dia 22-02. A mostra, um acervo de medalhas papais, tem curadoria de Maria Inês Lopes Coutinho e consultoria de padre José Arnaldo Juliano e acontece no Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS/SP). As medalhas selecionadas para a mostra fazem parte de uma coleção de mais de mil medalhas papais, que, por sua vez, pertencem à coleção de numismática do MAS, com aproximadamente nove mil peças. Por definição, essas medalhas são cunhadas anualmente desde o século XV e exibem eventos e efemérides relativos ao Papa em questão, além de prestar homenagem a Papas do passado e destacar acontecimentos históricos, servindo como uma espécie de linha do tempo que marca pontos cruciais da história da humanidade. A exposição apresenta ao público uma grande variedade de peças, a mais antiga datando do século III: desde o papa Antero (que ocupou o cargo em 235 e faleceu no ano seguinte, apenas um mês e dez dias após ter assumido) até Paulo VI (que assumiu em 1963 e permaneceu até 1978, ano de sua morte). Além da variedade dos papas e eventos representados e dos metais de cunhagem, a exposição ainda apresenta uma diversidade nas dimensões das medalhas, visto que algumas delas são de uma época em que ainda não havia um tamanho padrão. Na mostra são exibidas moedas com diâmetro de 1,4 cm a 16,5 cm.
No dia 27, um dia antes da oficialização da renúncia do Papa Bento XVI, o arcebispo do Rio e presidente do Comitê Organizador Local (COL), Dom Orani João Tempesta viajou para Roma, a fim de agradecer ao Papa pelo seu trabalho à frente da Igreja, e pela escolha do Rio de Janeiro como sede da próxima JMJ. Em entrevista, o Arcebispo falou que o sentimento é de gratidão a Bento XVI, por ter conduzido a Igreja com fé e racionalidade em momentos difíceis. Quanto às comparações entre Bento XVI e João Paulo II, Dom Orani destacou que não cabe nem julgar, nem comparar, mas perceber e valorizar a obediência e resposta de cada um ao serviço pela Igreja Católica e o trabalho de evangelização realizado mundialmente. Esclarecendo dúvidas sobre a JMJ, Dom Orani assegurou que todos os trabalhos em preparação para o encontro mundial de jovens
Divulgação/JA
Museu de Arte Sacra inaugura exposição de medalhas papais
Dom Orani agradecerá ao Papa pela escolha do Rio para sede da JMJ continuam normalmente, tendo em vista que Bento XVI já havia dito que, caso ele não pudesse participar da Jornada, seu sucessor iria em seu lugar. As únicas possíveis mudanças serão efetuadas na agenda do novo Pontífice, como os lugares por onde ele passará. “Esta será uma jornada de dois papas, um que
estará em oração pelo encontro e outro que presidirá as celebrações”, disse o arcebispo. Sobre a possibilidade de ser o primeiro anfitrião do novo Papa, o arcebispo do Rio diz que a apresentação do pontífice ao mundo durante a JMJ será um belo sinal de novos tempos para a juventude católica, com muita alegria de todos.
O Cardeal de Aparecida fala sobre o Conclave A eleição de um novo Papa é um momento raro, único, na vida da Igreja, necessitando de muita oração, sublinhou Dom Raimundo Damascendo, Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB. Para a escolha do novo Papa, o Cardeal acredita não serem observados critérios como nacionalidade, cor ou popularidade. “Penso que o espírito que anima os Cardeais eleitores é de muita humildade, serviço e
abertura à vontade de Deus.” “Olhamos alguns critérios como experiência pastoral, o conhecimento da Santa Sé. Precisa ser uma pessoa com facilidade para o diálogo e a comunicação, logo, as línguas são importantes. É observada a vida da própria pessoa, sua espiritualidade, sua santidade de vida, sua capacidade de liderar a Igreja nos tempos de hoje. Mas, é na abertura ao Espíri-
to que Deus nos levará a eleger o Papa”, esclareceu. Do Brasil, cinco Cardeais irão participar do Conclave: Dom João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Religiosos; Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo; Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo; Dom Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo Emérito de Salvador e Dom Raymundo Damasceno, Arcebispo de Aparecida.
Celebração em Natal marcou 50 anos da CF Cerca de duas mil pessoas lotaram o Centro de Convenções na Via Costeira de Natal (RN), no dia 15-02, para o lançamento nacional da CF-2013. Um seminário marcou as comemorações alusivas ao jubileu de ouro da Campanha, que teve origem na Arquidiocese de Natal, na comunidade de Timbó, município de Nisia Floresta.
A solenidade de lançamento contou com a participação do secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner; do presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, Dom Eduardo Pinheiro; do arcebispo metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha; e diversos bispos do Regional Nordeste 2. Durante a solenidade, foi lida
uma carta do Núncio Apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello, na qual ele ressaltou: “Este é um momento celebrativo, e também um momento de revisão da Campanha da Fraternidade, reconhecendo a necessidade de um aprimoramento do conteúdo da Campanha, para que esta possa ser sempre mais um forte poder de evangelização”.
do aos Bispos Na próxima reunião do Conselho Permanente, que será realizada entre os dias 6 e 8 de março, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família (CEPVF), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), apresentará o subsídio “Hora da Família” para 2013. O texto, cujo tema de 2013 é “A Transmissão e Educação da Fé Cristã na Família”, é utilizado em todo o Brasil para encontros e reflexões. “O tema deste ano é um dos mais importantes para a família, que quer ver os filhos crescendo em sabedoria, estatura e graça, como o evangelho fala de Jesus (cf Lc 2, 52)”, menciona o presidente da CEPVF, e bispo de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini. Ainda de acordo com dom Petrini, esta é mais uma edição do subsídio “Hora da Família”, especialmente preparado para a Semana da Família, que acontece no mês de agosto. “A Hora da Família 2013, no Ano da Fé e em sintonia com a Jornada Mundial da Juventude, espera ser um valioso instrumento para o relacionamento pais e filhos, principalmente na transmissão e educação da fé cristã”, destacou o assessor da CEPVF, padre Wladimir.
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Geral
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Jornal da Arquidiocese
Bispos celebram 300 anos da Catedral Reunidos para encontro regional, bispos celebraram o aniversário da Igreja-Mãe do Estado Foto JA
Dos dias 25 a 27 de fevereiro, os bispos das dez dioceses do Estado estiveram reunidos em Florianópolis para participar do seu encontro. Aproveitando a sua permanência aqui, eles celebraram na noite do dia 26 na Catedral, como parte integrante das comemorações dos 300 anos da Catedral. A Celebração Eucarística foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, que é também presidente da CNBB - Regional Sul IV. Durante a solenidade, Dom Wilson falou que temos muito a agradecer e fazer memória do local onde começou todo o Estado de Santa Catarina. Em sua homilia, ele lembrou a história da Catedral e a sua ligação com o crescimento da cidade e do Estado. “Isso não é só um aglomerado de pessoas. São cristãos batizados e que vivem a sua fé”, disse. Ele também lembrou a devoção a Nossa Senhora do Desterro, padroeira da Catedral, e falou da sua devoção. Ao final, Pe. David Antônio Coelho, pároco da Catedral, agradeceu a presença de todos e lembrou que essa era uma das celebrações alusivas ao jubileu. Outras ainda serão realizadas no decorrer do ano.
Ícones da JMJ pretendem envolver jovens da Arquidiocese Réplicas dos ícones foram encaminhadas às paróquias para peregrinar pelas comunidades
Dom Wilson presidiu à celebração que comemorou os 300 anos da Catedral e que reuniu os bispos das 10 dioceses do Estado
Data Jubilar Uma Missa de Ação de Graças, realizada às 19h30min do dia 05 de março, marcará os 300 anos da Catedral de Florianópolis. A Celebração Eucarística será presidida pelo Vigário Geral da Arquidiocese, Pe. Vitor Galdino Feller, com a presença de padres e diáconos da Arquidiocese. Nessa data, há exatamente 300 anos uma pequena igreja uniu os primeiros moradores da então Desterro.
Após a Celebração, todos são convidados a verem a exposição que estará terminando neste dia. Também haverá um coquetel comemorativo ao aniversário da Catedral, oferecido a todos os presentes. Durante todo o ano, no dia 17 de cada mês, será realizada uma missa em honra de N.Sra. do Desterro, com apresentações culturais após a missa. “A ideia é revitalizar a devoção à padroeira da Igreja Mãe da Arquidiocese”, disse Pe. Ewerton Gerent, vigário da Catedral.
Com a finalidade de preparar as comunidades para a Jornada Mundial da Juventude e motiválas para a Campanha da Fraternidade, a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral confeccionou réplicas do Ícone de Nossa Senhora e da beata Albertina Berkenbrock e os distribuiu a todas as paróquias da Arquidiocese. “A intenção é que as paróquias confeccionem uma Cruz e, junto com os dois símbolos, façam com que eles peregrinem por todas as comunidades, além dos colégios, associações de moradores e outros espaços para envolver os jovens nesse ano em que a Igreja adotou a juventude como tema da Campanha da Fraternidade e que o Brasil sediará a Jornada Mundial da Juventude”, disse Pe. Revelino Seidler, coordenador arquidiocesano de Pastoral.
Os ícones de Nossa Senhora e da beata Albertina estiveram em todas as comarcas da Arquidiocese entre os dias 10 e 13 de janeiro, acompanhadas da Cruz Peregrina. O objetivo é que o envolvimento que os ícones tiveram naquele momento seja repetido com atividades mensais em todas as comunidades da Arquidiocese. “Os jovens devem ser envolvidos de forma que eles se sintam bem e do jeito deles”, acrescentou Pe. Revelino. Ele ainda informou que a Coordenação de Pastoral tem disponível o livreto “Cruz Peregrina”, que orienta quanto à celebração da passagem da Cruz pela Arquidiocese, e que pode ser adotado pelas comunidades. Mais informações pelo fone (48) 3224-4799, ou pelo e-mail pastoral@arquifln.org.br.
Encontro busca criar a APAC em Florianópolis A Associação de Proteção e Assistência ao Condenado - APAC - de Florianópolis promoveu, na manhã do dia 07 de fevereiro, um encontro com a desembargadora Salete Silva Sommariva, responsável pela Coordenadoria de Execução Penal e da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Cepevid). O objetivo foi apresentar a APAC como método de ressocialização do condenado e conseguir apoio para a sua efetiva instalação em Florianópolis. Realizado no Tribunal de Justi-
ça, o encontro contou com a presença de representantes do Ministério Público, do Tribunal da Justiça, do Juizado de Execuções Penais, da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado e da Pastoral Carcerária. Durante o encontro, ficou conhecendo o trabalho que a Pastoral realiza e considerou a APAC como uma extensão do trabalho que hoje já é realizado pela Pastoral Carcerária no presídio de Florianópolis. A desembargadora indagou cada um dos presentes se apoiavam a iniciati-
va, o que foi confirmado por todos eles. Ainda se prontificou a marcar uma reunião com o governador para tratar sobre a APAC. Segundo Leila Pivatto, o encontro foi muito produtivo. “Ele serviu para reafirmar o nosso ideal da instalação da APAC em Florianópolis e para fortalecer o compromisso dos demais membros com esse objetivo. Creio que demos mais um paço rumo ao nosso propósito”, disse. Mais informações sobre a APAC, pelo fone (48) 3879-2168/21072323, na Pastoral Carcerária.
Réplicas da imagem de Nossa Senhora e da beata Albertina Berkembrock, ícones da JMJ, foram encaminhadas a todas as paróquias