Pe. Ney: uma vida dedicada ao estudo, ensino e tradução da Palavra de Deus
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Florianópolis, Setembro de 2013 Nº 193 - Ano XVII
Nossos missionários na Bahia 120 missionários da Arquidiocese realizaram missão na Diocese de Barra, na Bahia. Dom Wilson também visitou a Diocese Irmã Neste ano, a Diocese de Barra, na Bahia, está celebrando o seu centenário de existência. Como parte das comemorações, dos dias 06 a 09 de agosto, nosso arcebispo Dom Wilson visitou a diocese. Dias depois, dos dias 18 a 24 de agosto, 120 missionários da Arquidiocese realizaram visitas missionárias às 92 comunidades da Paróquia de Bar-
ra, sede da Diocese. Na diocese estão o Pe. Iseldo Scherer, na Paróquia N.Sra. da Oliveira, em Oliveira dos Brejinhos, e três missionários da Comunidade Divino Oleiro. Barra se beneficia do projeto Igrejas Irmãs, pelo qual há 40 anos a Arquidiocese de Florianópolis mantém um padre no sertão baiano. PÁGINA 16
Tema do Mês
Voluntários da Arquidiocese realizaram visitas missionárias às 92 comunidades da Paróquia de Barra, na Bahia
Igreja centenária é interditada Queda do forro levanta a questão dos custos e dificuldade em restaurar igrejas tombadas Na manhã do dia 18 de agosto (domingo), ao chegarem para a missa, os fiéis da igreja Imaculada Conceição, em Itajaí, construída em 1826, foram surpreendidos com parte do forro caído sobre o altar. A queda ocorreu na madrugada. Por conta disso, os órgãos públicos interditaram a igreja até que seja completamente restaurada.
Formação refletiu sobre a importância do leigo na Igreja PÁGINA 03
Participe do Jornal da Arquidiocese
A Arquidiocese tem 98 igrejas centenárias. Pe. Luiz Chang explica o porquê dos custos tão elevados para restaurar igrejas tombadas e das dificuldades em conseguir as liberações dos órgãos públicos. A Arquidiocese possui uma comissão de restauração, que hoje trabalha com quatro igrejas. PÁGINA 11
Pastoral da Pessoa Idosa tem nova coordenadora PÁGINA 05
Pastoral Litúrgica realiza seminário arquidiocesano PÁGINA 08
Por um Estado democrático Como princípio unificador da vida em sociedade, o Estado responde à necessidade natural de os grupos sociais terem um mínimo de organização para resolver seus entraves em relação à vida coletiva. O problema aparece quando algumas pessoas ou grupos se servem do Estado para impor-se aos demais. Em vez de princípio de unificação social, o Estado torna-se instituição garantidora da dominação de uns sobre os outros. Muitas vezes esse desejo de domina-
ção se dá em vista de benefícios econômicos, obtenção e acúmulo de riquezas e manutenção de privilégios. O Estado não serve mais para garantir o bem comum de todos, mas para proteger os privilégios de alguns. As elites econômicas passam a dominar as instituições políticas e jurídicas. Daí a necessidade de os cidadãos engajarem-se na luta pela democratização do Estado, em vista do bem comum.
GBF/CEBs promovem encontro de formação
Jovens conhecem a vocação religiosa feminina
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Opinião
Setembro 2013
Palavra do Bispo
Dom Wilson Tadeu Jönck
Jornal da Arquidiocese
Arcebispo de Florianópolis
O Cultivador de Sicômoros O fruto do sicômoro não tem sabor. Ao colhê-lo, o cultivador de sicômoro dever dar-lhe um corte para que perca a acidez. Dessa forma, em pouco tempo amadurece e torna-se fruto saboroso. O profeta Amós se apresenta como plantador de sicômoros. A metáfora do cultivador de sicômoro é descrita por São Basílio (+379) e retomada pelo Papa Bento XVI em um discurso sobre informática em 2011. Os frutos do sicômoro são imagem da cultura pagã, do passado e também do nosso tempo. Quando a pregação do Evangelho de Cristo atinge o centro de uma cultura, esta se transforma e adquire um sabor apreciável. A cultura do nosso tempo apresenta-se com largueza, riqueza, mas é insípida.
Deixa a vida sem sentido, vazia, sem sabor. Precisa de uma mudança. É o corte do Evangelho, que não a destrói, mas confere-lhe a qualidade que lhe falta. Esta metáfora permite algumas considerações. A perda da acidez, quando o fruto é ferido, indica que a cultura precisa de um tempo de purificação. A transformação não se dá por uma propriedade da árvore. Acontece através de um ferimento a partir de fora. Esta intervenção precisa de servidores. Supõe competência, conhecimento dos frutos e de seu processo de maturação. A incisão deve ser feita de modo correto e no tempo indicado. Os frutos do Evangelho sempre
Palavra do Papa
Francisco
se apresentam como expressão de uma cultura, mas transformada pela fé. O Espírito Santo, protagonista da inculturação, faz com que a Palavra de Deus corresponda a todas as interrogações humanas e realiza a unidade na multiplicidade dos costumes. O mesmo Espírito faz com que o Evangelho seja capaz de impregnar todas as culturas sem se deixar dominar por nenhuma. A intervenção é exterior, mas o que transforma a cultura já está no seu interior. As verdades do Evangelho já estão no seu interior. O evangelho ajuda a cultura a atingir o esplendor da própria beleza. O processo de Evangelização não se dá de forma decorativa, mas em profundidade. A “Evangelii Nuntiandi” explica como se dá esse processo. A
Opinião
A Porta Estreita O Evangelho de hoje nos convida a refletir sobre o tema da salvação. Jesus está dirigindo-se a Jerusalém, e ao longo do caminho alguém lhe pergunta: “Senhor, são poucos os que se salvam?” (13:23). Jesus não respondeu diretamente ao curioso, mas falou sobre a “porta estreita”, pela qual muitos procurarão entrar, mas não conseguirão... O que Jesus quer dizer? Que “porta” é essa? A imagem da porta aparece várias vezes no Evangelho, e é uma reminiscência da casa, do lar, onde encontramos segurança, amor e carinho. Jesus diz-nos que há uma porta que nos permite entrar na família de Deus, no calor da casa de Deus, da comunhão com Ele. Essa porta é o próprio Jesus (Jo 10,9). Ele é a porta para a salvação. Ele nos conduz ao Pai. Ele é a porta que nunca está fechada, que está sempre aberta a todos, sem distinção, sem exclusões, sem privilégios.[...] Eu gostaria de dizer enfaticamente: não tenhamos medo de atravessar a porta da fé em Jesus, de deixá-lo entrar mais e mais em nossas vidas, de sair de nossos egoísmos, nossos fechamentos, nossas indiferenças para com os outros. Por que Jesus ilumina a nossa vida com uma luz que não se apaga mais. Não é um fogo de artifício, não é um flash! Não, é uma luz tranquila que dura sempre e nos dá paz. Claro que a de Jesus é uma porta estreita, mas não é para uma câ-
mara de tortura, isso não! O que Ele nos pede é que abramos os nossos corações a Ele, que nos reconheçamos pecadores, necessitados da sua salvação, do seu perdão, do seu amor, com a humildade de aceitar a Sua misericórdia e deixar-nos renovar por Ele. Jesus no Evangelho nos diz que ser cristão não é ter uma “etiqueta”’! Eu lhes pergunto: Vocês são cristãos “de etiqueta” ou de verdade? E cada um responda para si: Jamais ser cristão “de etiqueta”! Ser cristão é viver e testemunhar a fé na oração, nas obras de caridade, na promoção da justiça, na realização do bem. Pela porta estreita que é Cristo deve passar toda a nossa vida! À Virgem Maria, Porta do Céu, peçamos que nos ajude a passar pela porta da fé, a deixar que seu Filho transforme a nossa existência como transformou a dela, para levar a todos a alegria do Evangelho.
Procuro meditar e refletir sobre os textos bíblicos, e aplicá-los
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Angelus, 25 de agosto
Quando a pregação do Evangelho de Cristo atinge o centro de uma cultura, esta se transforma e adquire um sabor apreciável”.
Terezinha Spezia Berci, Paróquia São João Batista, Itajaí
no meu dia a dia. Desta forma, consigo perceber o que cada ensinamento bíblico traz de novo para os dias atuais e, em especial, procuro praticar esses ensinamentos no convívio familiar, no trabalho, na comunidade e com os amigos. Em cada atitude cotidiana, procuro pensar como Cristo faria nos dias de hoje e busco agir como ele agiria.
Como esposa, mãe, profissional, em casa, no trabalho, na comunidade, vivo numa grande correria, e perceber e optar por valores cristãos neste mundo é um constante desafio. A leitura da Bíblia me dá o referencial de vida. É a luz para o meu caminho. Assim como o alimento nos dá a força física, a leitura da Bíblia é o alimento da alma, que nutre e sustenta para que eu possa levar para o dia a dia, através das escolhas e ações, um pouco da construção do Reino de Deus. Tatiana Góes Mendonça, Paróquia Santíssima Trindade, Florianópolis
Valdemir de Souza Espíndola, Paróquia Santo Antônio e Santa Maria Goretti, Coloninha, Florianópolis.
Caso queira compartilhar conosco algo que deseje ser refletido nesse espaço, envie sua sugestão para jornal@arquifln.org.br. As sugestões serão analisadas pela equipe.
Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799 E-mail: jornal@arquifln.org.br - Site: www.arquifln.org.br 24 mil exemplares mensais
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A Jornada Mundial da Juventude foi um momento em que, através das palavras e atitudes do Papa Francisco, o Evangelho tocou o coração dos jovens e de tantas pessoas pelo mundo. Todos nós que vivenciamos a Jornada Mundial da Juventude somos chamados a ser portadores dos valores do Evangelho na cultura pagã do mundo de hoje. Assim o cristão se torna sal da terra, luz do mundo e fermento na massa.
Como a leitura da Bíblia influencia na sua vida?
Compreendendo mais as situações do dia a dia, e conhecendo melhor os fundamentos da nossa religião. Embora seja formada por textos muito antigos, de antes de Cristo (Antigo Testamento) e durante e depois de Cristo (Novo Testamento), a Bíblia diz muito dos dias de hoje, e a cada leitura podemos utilizar os ensinamentos para compreender mais a fundo a nossa sociedade e orientar a nossa forma de agir.
Essa porta é o próprio Jesus. Ele nos conduz ao Pai. Ele é a porta que nunca está fechada, que está sempre aberta a todos”
presença do Espírito Santo atinge e modifica os critérios de julgamento, mostra os valores que realmente contam. Transforma o centro de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida que se apresentam em contraste com os desígnios de salvação.
Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Wilson Tadeu Jönck, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Carlos Martendal, Felipe Candin Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil / Ir. Clea Fuck - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense
Jornal da Arquidiocese
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Setembro 2013
Leigos refletem sobre sua presença na Igreja Formação orientou para a criação dos conselhos de leigos e sua importância como órgão representativo Foto/JA
Mais de 150 lideranças da Arquidiocese estiveram reunidas na tarde do dia 17 de agosto, no salão da Paróquia Sagrados Corações, em Barreiros, São José para participar de um encontro de formação sobre a importância do leigo para a Igreja e dos conselhos de leigos. Com o tema “Vocação, identidade e missão dos cristãos leigos e leigas na Igreja a luz do Concilio Vaticano II”, o evento teve a assessoria de Laudelino Augusto dos Santos Azevedo, vice-presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil - CNLB. O encontro contou com a presença do nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, que fez a apresentação do palestrante. Informou que ele foi convidado para assessorar o encontro de formação dos presbíteros e se disponibilizou a também falar aos leigos da Arquidiocese. “É uma formação para nos dar o gostinho da importância do leigo para a Igreja”, disse. Durante sua explanação, Laudelino disse que os cristãos leigos, como membros da Igreja, povo de Deus, têm como vocação e missão tanto trabalhar no âmbito eclesial, como especialmente nas realidades do mundo onde estão envolvidos. Ele disse que, quando um cristão leigo for convidado a assumir, deve aceitar. “Um cristão vai agir com
Formação em Música e Canto Litúrgico
Laudelino (dir.) falou sobre vocação, identidade e missão do leigo na Igreja ética e compromisso nos cargos em que atuar e vai entusiasmar os outros”, disse. Laudelino é exemplo disso. Foi vereador por duas vezes, deputado estadual e vice-prefeito de Itajubá, Minas Gerais. Ainda falou sobre a importância dos conselhos para os leigos. “Os conselhos incentivam a participação dos leigos na Igreja e na sociedade”, acrescentou. O encontro ainda contou com a presença de Ademir Freitas, secretário executivo da CNBB - Regional Sul IV (SC). Ele disse que é o primeiro leigo a assumir esse cargo no Regional e falou do andamento do laicato no Estado. Informou que Dom Severino Classen, bispo de Caçador, é o bispo referencial do laicato no Bra-
sil e é um grande incentivador da criação de conselhos nas dioceses. “Para ter uma representação no Regional, é necessário que haja conselhos de leigos em ao menos cinco dioceses do Estado, por isso é importante que as diocese se organizem para isso”, acrescentou. Para o Pe. Revelino Seidler, coordenador arquidiocesano de Pastoral, o encontro foi importante para refletir sobre a importância do Leigo na missão da Igreja. “A Igreja é como um corpo e todos os membros são importantes”, disse. Segundo ele, o encontro é um momento propício para organizar o conselho de leigos na Arquidiocese. Esse conselho já funcionou por algum tempo, mas interrompeu sua atuação.
Facasc sedia congresso nacional “A Mulher na Antiguidade Cristã”, é o tema do Congresso e III Encontro Nacional de Estudos Patrísticos. Realizado pelas Associação Brasileira de Estudos Patrísticos, em parceria com a Faculdade Católica de Santa Catarina e a Revista Cadernos Patrísticos, o evento acontecerá entre os dias 16 a 19 de setembro, segunda a quin-
Vai acontecer...
ta, em Florianópolis, nas dependências da FACASC. Estão previstas conferências, mesas redondas e um seminário aberto para a discussão de gênero em geral. Nesse mesmo período acontece na UFSC a 10ª edição do Seminário Internacional “Fazendo Gênero”, estendendo-se até o dia 20 de setembro. Para que os inte-
ressados no Congresso Patrístico possam acompanhar algumas atividades desse evento paralelo, os dados e informações respectivos serão disponibilizados mensalmente com chamadas nos sites: www.facasc.edu.br e http:// p a t r i s t i c a s c . b l o g s p o t . c o m. Mais informações pelo fone (48) 3234-0400.
O Setor de Música e Canto Litúrgico promove no dia 15 de setembro, domingo, um curso de formação destinado a todas as pessoas que atuam nas celebrações litúrgicas nas comunidades da Arquidiocese. A formação, na Igreja Matriz da Paróquia Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, será realizada das 8h às 16h30. Durante o dia, haverá Oração das Laudes, estudo sobre o Ordinário da Missa, assessorado pelo Pe. Tarcísio Pedro Vieira, ensaio de cantos litúrgicos e quatro opções de oficina: Ministério do
Salmista; Critérios para escolha de repertório litúrgico - O próprio da Missa; A prática coral e a função do regente na celebração litúrgica; e Técnica Vocal. Os interessados devem inscrever-se até o dia 11 de setembro por meio da ficha de inscrição no site da Arquidiocese (www.arquifln.org.br). Mais informações pelo e-mail semuarfloripa@gmail.com ou pelo fone (48) 9980-0535 (manhã), com Najla Elisângela dos Santos, coordenadora do Setor Música e Canto Litúrgico.
Infância Missionária A Pastoral da Infância e Adolescência Missionária (IAM) promove no dia 22 de setembro o seu Congresso Arquidiocesano. O evento a ser realizado na Igreja Matriz da Paróquia São Francisco Xavier, em Florianópolis, terá como tema “IAM da América Latina à serviço da Missão”, e lema “Vocês são meus amigos” (Jo 15,13). A assessoria do Congresso fi-
cará a cargo do Pe. Gervásio Fuck, pároco anfitrião. Neste ano, a IAM está festejando os seus 170 anos de existência e é o ano que as crianças do mundo inteiro são convidadas a rezar pelas crianças da América. “São bons motivos para nos reunirmos e festejar nosso trabalho e missão”, disse Matilde Broering Ferreira, coordenadora arquidiocesana da IAM na Arquidiocese.
Cursos de pós-graduação A Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC, reabriu as inscrições para dois cursos de pós-graduação lato sensu (especialização): em Bioética e em Estudos Bíblicos. Os cursos iniciam em outubro, mas antes os interessados devem encaminhar fichas de inscrição para o
processo seletivo. As disciplinas serão ministradas por professores da FACASC e por professores convidados. Mais informações no site www.facasc.edu.br, ou pelo email secretaria@facasc. edu.br ou ainda pelo fone (48) 3234-0400.
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Tema do Mês
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Jornal da Arquidiocese
Por um Estado democrático O engajamento por um Estado democrático é consequência prática do seguimento de nosso Mestre e Salvador.
A Doutrina Social da Igreja No seguimento de Jesus Cristo e na pregação de seu Evangelho, a Igreja não pode furtar-se a essas questões. De fato, a Doutrina Social da Igreja ensina que o Estado não pode colocar-se acima da vida das pessoas e das organizações intermediárias, como a família, a comunidade, as organizações sociais. O Estado está a serviço da vida, da liberdade e da dignidade de todas as pessoas. Não pode tornar-se um instrumento de repressão das manifestações populares, de favorecimento de algumas classes, de institucionalização da violência. Desde 1891, com a encíclica social Rerum Novarum, do papa Leão XIII, a Igreja vem se posicionando em favor de um Estado que se ponha ao serviço do bem comum, da construção de uma sociedade justa, democrática, solidária. Por isso, a Igreja tem um posicionamento crítico e conflitivo com o atual regime neoliberal que, em sua lógica de acumular a riqueza e o poder em mãos de poucos, acentua os contrastes entre as classes sociais, entre favelas e condomínios de luxo, entre agropecuaristas e
Divulgação/JA
A 5ª. Semana Social Brasileira coloca no centro do debate a questão: Estado: para que e para quem? É um convite a refletirmos sobre o tema: Participação no processo de democratização do Estado brasileiro. E sobre o lema: Bem viver: caminho para uma nova sociedade com um novo Estado. O que é o Estado? Para que serve? Em favor de quem ele se coloca? Por que os neoliberais pregam o “Estado mínimo”? Um “Estado mínimo”, que se ocupe menos com a saúde, a educação e a segurança do povo, e que deixe a infraestrutura por conta da iniciativa privada, vai interessar a quem? Será que beneficia a população? Ou, na verdade, protege as elites políticas e empresariais do país? Qual o papel da sociedade civil no processo de organização do Estado, de modo que haja mudanças que venham a favorecer a grande massa dos cidadãos?
povos indígenas. Não condiz com a prática e a pregação de Jesus de Nazaré um Estado que permita e até favoreça o fato brutal, frequentemente denunciado pelo papa João Paulo II, de ricos ficando cada vez mais ricos às custas de pobres cada vez mais pobres.
Semana Social Brasileira Em consonância com o ensinamento de Jesus e a doutrina da Igreja, são realizadas no Brasil as semanas sociais brasileiras. Acontecem de tempos em tempos, e seguem o modelo de outras, realizadas em países europeus. A França já celebrou o centenário de suas semanas sociais. A 46ª. semana social italiana, em 2010, foi elogiada pelo papa Bento XVI por sua agenda positiva quanto à proposta de soluções para a pobreza da região sul do país. A primeira semana social do Brasil aconteceu em 1991. Promovidas pela CNBB, as semanas sociais fazem parte da ação evangelizadora no campo social e político. Favorecem espaço participativo de discussão sobre os rumos do país. Articulam a participação das forças populares e intelectuais, dos movimentos sociais e partidos políticos, dos sindicatos e das ONGs. Debatem questões so-
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Com a sociedade civil assumindo uma atitude mais protagonista e a irrupção de novos atores sociais, fica fortalecida a democracia participativa”
ciais, políticas e econômicas relevantes para o futuro do país, levando sempre em conta a Doutrina Social da Igreja. Encaixam-se no grande projeto de evangelização da sociedade. Através delas, a Igreja potencializa o protagonismo dos diferentes agentes sociais, com especial atenção aos novos sujeitos que estão emergindo na sociedade. O Documento de Aparecida, cuja redação foi presidida pelo cardeal Bergoglio, hoje papa Francisco, constata: “Com a presença da sociedade civil assumindo uma atitude mais protagonista e a irrupção de novos atores sociais como são os indígenas, os afro-americanos,
as mulheres, os profissionais, uma extensa classe média e os setores marginalizados organizados, está se fortalecendo a democracia participativa e estão se criando maiores espaços de participação política. Estes grupos estão tomando consciência do poder que têm em suas mãos e da possibilidade de gerarem mudanças importantes para a conquista de políticas públicas mais justas, que revertam sua situação de exclusão” (DAp 75).
A Democratização do Estado Entende-se o Estado como o conjunto das instituições que administram política e juridicamente um território. Princípio unificador da vida em sociedade, ele responde à necessidade natural de os grupos sociais terem um mínimo de organização para resolver seus entraves em relação à vida coletiva. O problema aparece quando algumas pessoas ou grupos pretendem servir-se do Estado para impor-se aos demais; então, em vez de ser princípio de unificação social, o Estado torna-se instituição garantidora da dominação de uns sobre os outros. Muitas vezes esse desejo de dominação se dá em vista de benefícios econômicos, obtenção e acúmulo de riquezas e
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manutenção de privilégios; aí, o Estado não serve mais para garantir o bem comum de todos os cidadãos, mas para proteger os privilégios de alguns. As elites econômicas passam a dominar as instituições políticas e jurídicas. Por sua vez, governantes, parlamentares e juristas são comprados pelo poder empresarial e deixam-se manipular pelos interesses econômicos. Meios de comunicação e instituições educacionais também se vendem ao poder do mercado. Pode acontecer que até mesmo igrejas se devem levar pela onda do deus dinheiro. Fala-se, então, em manutenção da ordem social, em defesa da propriedade, em produção de bens, mas sempre em favor dos donos do poder. Daí a necessidade de os cidadãos engajarem-se na luta pela democratização do Estado, em vista do bem comum. Essa é uma das finalidades essenciais e irrenunciáveis da autoridade política e jurídica. É claro que isso não se dará sem conflitos, por causa da pluralidade de atores sociais, com suas necessidades e reivindicações. O estado democrático deveria pôr-se do lado dos menos favorecidos, das pessoas e classes que ficam sem assistência e defesa. A crítica que se faz ao Estado mínimo, de orientação neoliberal, devese ao fato de que ele se submete aos objetivos do mercado e se omite diante das demandas vitais da população, como a saúde, a educação e a segurança, para citar só as mais importantes. O Deus cristão põe-se do lado dos pequenos. Muitas vezes precisa confrontar-se com os donos do poder. Como Moisés diante do faraó do Egito, como Jesus diante de Pilatos e dos sacerdotes do Templo, também hoje os discípulos de Cristo são convidados a confrontar-se com os ídolos do mundo e seus adoradores. O engajamento por um Estado democrático é consequência prática do seguimento de nosso Mestre e Salvador. Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arq., Prof. de Teologia e Diretor da FACASC/ITESC Email: vigariogeral@arquifln.org.br
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Assembleia da PPI elege nova coordenação Encontro de formação reuniu quatro dioceses e elegeu nova coordenadora da Arquidiocese Foto JA
A Pastoral da Pessoa Idosa - PPI da CNBB - Regional Sul IV (SC) promoveu dos dias 22 a 24 de agosto um encontro de formação envolvendo as dioceses de Lages, Caçador, Rio do Sul e Florianópolis. Durante o encontro foi realizada a assembleia que elegeu Marinês Schmidt, de Garopaba, a nova coordenadora da Pastoral na Arquidiocese. Realizada na Casa de Encontro Vila Fátima, em Florianópolis, a formação reuniu 34 líderes das quatro dioceses. Durante o encontro, elas receberam capacitação para a utilização dos materiais educativos. “Há dois novos indicadores que precisam ser preenchidos na ficha. Essas informações são importantes para que possam lutar por políticas públicas que atendam às necessidades do idoso”, disse Leonilda Gonçalves, membro da coordenação regional da PPI.
RCC promove o Kairós da Juventude
Líderes da PPI Arquidiocesana avaliaram a caminhada nos últimos 6 anos
Foto JA
coordena a PPI em Garopaba desde que foi criada há cinco anos, ela terá a missão de estender esse trabalho à Arquidiocese pelos próximos três anos, podendo ser reeleita por mais um mandato. O interesse em ajudar os idosos Nova coordenadora Após a formação, as líderes da surgiu ainda na infância, mas teve Arquidiocese realizaram uma um despertar maior quando foi conassembleia que escolheu Marinês vidada pelo então pároco Pe. Schmidt como a nossa nova coor- Alceoni Berkenbrock para partidenadora da Pastoral da Pessoa cipar da oficina da PPI. Em Garopaba, Idosa. Com a experiência de quem ela foi uma das responsáveis pelo trabalho que hoje atinge as 20 comunidades da paróquia, com 29 líderes e 250 idosos atendidos. “É um grande desafio, mas vou enfrentá-lo, contando com o apoio das nossas líderes”, disse. Segundo Marinês, o seu principal objetivo é trabalhar na implantação da PPI onde ela não está.”No Brasil está crescendo a popuCarmen (esq.) se despede depois de seis lação idosa e precisamos anos e Marinês assume o trabalho pelos dar assistência a essas próximos três anos, podendo ser reeleita pessoas”, informou.
Seis anos de trabalho Com a posse de Marinês, encerram-se os seis anos trabalho de Carmen Mary de Souza Souto à frente da Pastoral da Pessoa Idosa. Trabalho desafiante, com muitos obstáculos, mas que foram vencidos com muito trabalho, dedicação e insistência. Quando assumiu, a PPI estava presente em apenas uma paróquia e já se acabando. Hoje está presente em três comarcas, 10 paróquias e 48 comunidades. O trabalho é realizado por 87 líderes, que atendem 418 idosos. Esse é o legado dessa guerreira. “Esse é o legado que deixo para a Arquidiocese após esses seis anos de intenso trabalho”, disse. Agora ela descansará um pouco, mas ainda permanecerá como líder da Pastoral na sua paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis, como representante da PPI no Conselho Municipal do Idoso de Florianópolis, e auxiliará a coordenação arquidiocesana na formação.
Avalie a comunicação na Arquidiocese Com o objetivo de saber como a Arquidiocese está se comunicando, foi elaborado um questionário com o qual as lideranças podem colaborar nessa avaliação. A avaliação foi lançada em parceria com a equipe editorial do Jornal da Arquidiocese, a Coordenação de Pastoral e a Pastoral da Comunicação. O 13º Plano Pastoral, aprovado na Assembleia Arquidiocesa-
Vai acontecer...
na de 2012, propõe como ações na comunicação: fortalecer e ampliar a Pastoral da Comunicação; promover jornadas formativas de comunicação para os agentes de pastoral; promover cursos de formação sobre Comunicação, em parceria com a Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC); assessorar a Pastoral da Comunicação em nível comarcal e paroquial.
A pesquisa pretende conhecer melhor a realidade sobre os meios de comunicação da Arquidiocese e alcançar as metas propostas. Sua colaboração, leitor do JA, é fundamental nesse trabalho. Acesse o questionário por meio do site da Arquidiocese (www. arquifln.org.br) ou pelo link www.arquifln.org.br/ questionariomeios. Leva apenas poucos minutos.
A Renovação Carismática Católica da Arquidiocese promove dos dias 13 a 15 de setembro, o XXIV Kairós Missionário. Com o tema “Eis-me aqui, envia-me” (Is. 6,8), o evento será realizado na Paróquia São Sebastião, em Tijucas, e contará com pregação da Banda Bom Pastor, do Rio de Janeiro, e de Rodrigo Laufer, coordenador do Ministério Jovem da RCC da Arquidiocese. Desta vez o Kairós será dividido em dois momentos: nos primeiros dois dias, os cerca de 500 jovens previstos realizarão visita às casas das 14 comunidades do município; no último dia, domingo, será o grande en-
contro. “O Kairós tem por inspiração a Campanha da Fraternidade deste ano e a Jornada Mundial da Juventude. Por isso, realizaremos as visitas missionárias”, disse Luiz Carlos Santana, coordenador da RCC na Arquidiocese. O encerramento será às 16h, com Celebração Eucarística presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. As inscrições para o último dia têm um custo de R$ 10,00, com almoço incluso, e podem ser feitas no local. Mais informações pelo fone (48) 3263-0973 (Tijucas) ou pelo e-mail luizcarlos-santana@bol. com.br.
Encontro Pós-Jornada Os jovens da Arquidiocese que participaram da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, e todos aqueles que viveram a JMJ em suas comunidades, são convidados a participar de um encontro a ser realizado no dia 29 de setembro, domingo, das 9h às 16h, no Centro de Evangelização Angelino Rosa – CEAR, em Governador Celso Ramos.
O encontro contará com a presença do nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, que presidirá a Celebração Eucarística. “Precisamos realizar esse encontro para encaminhar os passos que serão dados como resultado da Jornada”, disse. O encontro havia sido previsto para o dia 01 de setembro, em Tijucas, mas, como visto, foi alterada a data e local.
Retiro dos diáconos A Comissão Arquidiocesana do Diaconato Permanente CADIP, realizará nos dias 13 a 15 de setembro o retiro para diáconos e esposas das cinco comarcas da região sul da Arquidiocese (São José, Santo Amaro, Biguaçu, Estreito e Florianópolis). O evento, na Casa de Retiros Divina Providência, em Florianópolis, contará com a assessoria do Pe. Cláudio José Zimermann, pároco de N.Sra. de Lourdes e São Luiz, Florianópolis.
Os diáconos e esposas das três comarcas da regiãonorte da Arquidiocese realizarão o seu retiro nos dias 25 a 27 de outubro, na Casa Padre Dehon, em Brusque. Eles também contarão com a assessoria do Pe. Cláudio. Mais informações pelo fone (48) 3265-4415 ou 99231117, ou pelo e-mail ideraldobth@hotmail.com, com o diácono Ideraldo Luiz Paloschi, coordenador da CADIP.
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Bíblia
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Jornal da Arquidiocese
Conhecendo o livro dos Salmos (63)
Salmos 86 e 87 (85 e 86) SALMO 86(85): SALVA TEU SERVO! Este salmo é um exemplo típico de súplica individual. A motivação, como de costume, é tríplice: tribulação do orante, perseguição dos inimigos, bondade e fidelidade de Deus. Concretizando um pouco mais, percebese claramente o conflito entre uma pessoa, caracterizada como “pobre e infeliz”, mas que se considera fiel a Deus, e seus adversários, ímpios e violentos. Quanto à estrutura, parece ter havido uma transposição no texto, porque o tema da súplica (vv. 1-7 e 14-17), é interrompido pelo tema do agradecimento, que se encontra nos vv. 8 a 13. Por isso, aceitando a sugestão de alguns comentaristas, restauramos a ordem lógica, tratando primeiro do tema da súplica, para abordar o agradecimento no fim.
Pobre e infeliz, mas fiel 1. Inclina, Senhor, teu ouvido, e responde-me, / pois sou pobre e infeliz. 2. Protege minha vida, pois sou fiel a ti; / salva teu servo, que em ti espera. O salmo começa com vários pedidos, o primeiro deles muito concreto: que Deus como que se abaixe e “incline o ouvido”, para
escutar melhor o que o salmista, no seu desamparo, tem a dizer. Ele alega que tem sido “fiel” ao Senhor, que é seu “servo” e que nele “espera”, merecendo, pois, ser atendido.
está sempre pronto a perdoar e é “cheio de misericórdia”. Por isso, repete a súplica inicial: que Deus lhe “dê ouvido”, “esteja atento”, especialmente “na hora da angústia”. Apesar de tudo, não perde a certeza de que Deus o “ouve”.
Tu és o meu Deus Os soberbos
3. Tu és o meu Deus; tem piedade de mim, meu Senhor, / a ti eu clamo o dia todo. 4. Levanta o ânimo do teu servo, / porque a ti elevo a minha alma. Insistindo na relação interpessoal, o salmista não esquece os possessivos: meu Deus, meu Senhor, teu servo. Notar a correspondência entre o pedido para que Deus “levante” o ânimo do orante, e a atitude de “elevar” a Deus a própria alma.
14. Ó Deus, os soberbos me assaltam, / um bando de violentos atenta à minha vida, / e não te põem ante seus olhos. Só agora, o salmista concretiza o perigo, a angústia pela qual está passando. Sente-se ameaçado, e não por um adversário individual, mas por “um bando de violentos” e “soberbos”, caracterizados como “ímpios”, que não temem a Deus, pois “não o põem ante seus olhos”.
Tu és bom
Mas tu, meu Senhor
5. Tu és bom, meu Senhor, e perdoas; / és cheio de misericórdia para os que te invocam. 6. Dá ouvido, Senhor, à minha súplica; / sê atento à voz da minha prece. 7. Na hora da angústia levanto a ti o meu clamor, / pois sei que me ouves. Entre os atributos divinos, o salmista não evoca aqui o poder de Deus, mas a sua bondade: Ele é “bom”. Mesmo sem confessarse pecador, ele sabe que Deus
15. Mas tu, meu Senhor, Deus de piedade, compassivo, / lento para a ira e rico em amor e fidelidade, 16. Volta-te para mim e tem piedade; dá tua força a teu servo; / salva o filho da tua serva. 17. Dá-me um sinal de benevolência, / para que meus inimigos vejam e fiquem envergonhados. / Porque tu, Senhor, me socorres e confortas. Contrapondo-se aos “soberbos”, o salmista proclama a sua
SIÃO, MÃE DOS POVOS
Coisas gloriosas 1. Seus fundamentos, no monte santo. 2. O Senhor ama as portas de Sião / mais que todas as moradas de Jacó.
Só tu és Deus! 8. Entre os deuses nenhum é como tu, Senhor, / e nada há que se iguale às tuas obras. 9. Todos os povos que criaste virão / e se prostrarão diante de ti, meu Senhor / para dar glória ao teu nome; 10. Pois tu és grande e realizas maravilhas; / só tu és Deus. Já libertado do medo e reconfortado, o orante, nestes três versículos, remonta da sua tribulação presente a uma visão gloriosa e universal, antecipando um futuro em que seu Deus será reconhecido por todos os povos, porque todos são obra sua. Quanto aos outros “deuses”, o Deus de Israel é incomparável, como o proclamam outros salmos, e especialmente Ex 15,11, no “cântico de Moisés”. Entre as “maravilhas”, certamente a mais evidente, porque paradigma das outras libertações e salvações na história, foi a libertação dos hebreus no Êxodo.
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SALMO 87(86): Como os salmos 46, 48, 84, e 122, este salmo é um dos “cânticos de Sião”, isto é, salmos que focalizam, de um modo ou de outro, Jerusalém, a “cidade santa”. Salmo breve, mas de grande densidade poética, é uma das peças mais extraordinárias do Antigo Testamento. Ao mesmo tempo que celebra o amor divino de predileção para com esta cidade, proclama-a também a “cidade-mãe” de todos os povos, num movimento contrário ao particularismo de Esdras e Neemias. Jerusalém parece o feminino de Abraão, pai não só do seu povo mas patriarca de muitas nações. Assim a cidade de Sião é “matriarca” das nações, que, dançando, vêm beber nas suas fontes.
confiança em Deus, cujos mais belos atributos ele confessa, citando a fórmula de Ex 34,6, revelada a Moisés no Sinai. E lhe pede um “sinal”, como Gedeão pediu, ao aceitar sua missão (Jz 6,17). Contando já com a vitória, não pede o esmagamento dos inimigos, mas sim que eles reconheçam, afinal, que é Deus quem liberta e salva.
É o próprio Deus que declara: Egito e Babilônia, as duas potências opressoras, já estão vindo a Jerusalém! Mas não para atacála, como outrora, e sim para adorar o Senhor, e aí receberem cidadania. Da mesma forma acorre a Filistéia, como também Tiro, do norte e, do extremo sul, a Etiópia.
Sião, mãe dos povos
3. De ti se dizem coisas gloriosas, ó cidade de Deus! O salmista começa ressaltando a solidez dos fundamentos de Jerusalém, construída sobre o monte Sião, que é “santo”, por ser o lugar do Templo. E logo destaca o amor preferencial do Senhor, que a ama “mais que” às outras cidades de Jacó-Israel. Entretan-
to, alguém dirige à “cidade de Deus” um “anúncio glorioso”. Quem será?
Oráculo divino 4. “Contarei o Egito e a Babilônia entre os que me reconhecem: / eis também a Filistéia, Tiro e a Etiópia: estes, aí nasceram.”
5. De Sião, enfim, se dirá: “Um por um aí nasceu, / e o Altíssimo em pessoa a consolidou!” 6. O Senhor escreverá no livro dos povos: “Ali, este nasceu”. Agora, as próprias nações confirmam o que o Senhor declarou, e o que Ele registra no seu livro: “Todos aí nasceram”, na cidade “consolidada” pelo Senhor.
A festa das nações 7. E, dançando, cantarão: “Em ti, as minhas fontes todas”. Encontrada a mãe comum, as nações cantam e dançam. Rejubilam-se, por nela encontrarem a fonte das fontes da vida, cuja alusão temos em Ez 47,1: a
Mostra-me o caminho! 11. Mostra-me, Senhor, o teu caminho, / para eu caminhar na tua verdade: / faze que meu coração tema só o teu nome. O “caminho”, aqui, é o da “verdade”, ou seja, da fidelidade ao Deus único, a quem é preciso amar “de todo o coração”, como lembra mais vezes o Deuteronômio, por exemplo, na fórmula do “Escuta, Israel”: Dt 6,4. O “temor”, que é o respeito, complementa o amor. Ainda quanto ao “caminho”, nós cristãos o encontramos concretizado, encarnado, em Jesus, que se revelou a nós como Caminho, Verdade, Vida (Jo 14,6)
Darei graças! 12. E eu te darei graças, meu Senhor, meu Deus, de todo o coração / e darei glória ao teu nome para sempre. 13. Porque é grande para comigo a tua misericórdia; do fundo do abismo livraste a minha vida. Agora, já plenamente seguro de ser libertado, o salmista se compromete em agradecer e dar glória a Deus, “ao seu nome”, para sempre. Que “nome”? Jesus no-lo revelou como “Pai”. Desse “Pai”, é imensa a misericórdia. É Ele quem livra “do mais fundo abismo” a vida do salmista, a nossa vida.
fonte que jorra do altar do Templo e cujas águas fecundam toda a terra. Bela imagem, para nós, cristãos, da própria Igreja. E também, numa leitura mariológica, símbolo da Mãe do Senhor, de quem um texto litúrgico diz: “Coisas gloriosas se dizem de ti, ó Maria!” Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia de SC - FACASC email: ney.brasil@itesc.org.br
Para refletir: 1) Qual o perigo que ameaça o orante do Sl 86? Da parte de quem? 2) Como o salmista expressa a sua fé, nos versículos 8 a 10? 3) Que são os “cânticos de Sião”, dos quais faz parte o Sl 87? 4) Quais são as “coisas gloriosas” que se dizem de Sião/Jerusalém? 5) Em que sentido Sião/Jerusalém é imagem da Igreja e, também, de Maria?
Jornal da Arquidiocese
Juventude 7
Setembro 2013
Coordenador se despede do Setor Juventude Felipe Candin vai trabalhar na Cáritas de Santa Catarina e Setor Juventude terá novo coordenador
JA -Por que você está deixando a coordenação do Setor Juventude da Arquidiocese? Felipe Candin - Fui convidado para fazer parte da equipe da Cáritas de Santa Catarina, e antes de aceitar busquei conversar com o Pe. Josemar, referencial de juventude na Arquidiocese, com o Pe. Revelino, coordenador de pastoral e com Dom Wilson. Todos foram muito compreensivos e inclusive me apoiaram na minha decisão. Penso que durante o tempo que estive à frente do Setor cumpri minha função na medida do possível e da melhor maneira que pude. Mas agora devo avançar “para águas mais profundas”, sinto que é isso que Deus quer de mim.
JA - Como você avalia esse período que esteve na coordenação do Setor Juventude? Felipe Candin - Penso que foi um ano e nove meses de muito trabalho, desafios e alegrias. Trabalho, porque o ritmo é bem acelerado, são várias as atividades que fazem parte desta função: desde reuniões de secretariado e visita a grupos de jovens, até grandes planejamentos e trabalhos administrativos. Desafios, pois trabalhar com os jovens é sempre um desafio: trabalhar ‘com’ é diferente de trabalhar ‘para’ os jovens, e muitas vezes essa compreensão falta até mesmo para nós jovens. Alegrias, porque juventude é sinônimo de alegria. Além de muitas atividades, risadas e orações que permearam este período. JA - Neste tempo em que você esteve à frente do Setor Juventude, aconteceu a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Como você avalia o processo da JMJ na Arquidiocese de Florianópolis? Felipe Candin: Foi um perí-
Foto JA
O atual coordenador do Setor Juventude da Arquidiocese, Felipe Candin, 23 anos, deixa a coordenação do Setor depois de um ano e nove meses de trabalho. O Jornal da Arquidiocese conversou com ele para saber como se deu este processo.
Felipe (dir.) no lançamento da Semana Missionária. Em um ano e nove meses trabalhou na organização do “Bote Fé”, Semana Missionária e a JMJ odo repleto de desafios, até posso dizer que foi o que mais tomou o tempo do Setor Juventude, o foco durante todo o tempo em que exerci a coordenação. É bom lembrar que, desde o inicio da articulação para a Jornada Mundial, aqui na Arquidiocese, tomamos uma decisão muito importante: fazer as bases, comunidades, grupos de jovens e segmentos juve-
nis serem os verdadeiros protagonistas desse processo, o que de fato aconteceu. Grande exemplo disso foi a peregrinação dos símbolos da JMJ por todas as Comarcas, o “Bote Fé”, a Jornada Arquidiocesana da Juventude, o Festival de Música, a Semana Missionária, a Ação Evangelizadora “Rio que Cresce Entre Nós”, os fóruns da juventude, os encontros
Santo Amaro avalia participação na Jornada Mundial da Juventude Divulgação/JA
Encontro reuniu mais de 30 jovens dispostos ao “pós-Jornada”
A Paróquia de Santo Amaro, em Santo Amaro da Imperatriz, realizou no dia 24 de agosto um encontro de avaliação da participação dos seus jovens na Jornada Mundial da Juventude. Durante o dia, mais de 30 jovens que viveram os momentos da JMJ na comunidade e no Rio de Janeiro, sob a coordenação do pároco Frei Daniel Dellandrea, OFM, reuniram-se para relembrar os principais momentos, partilhar aquilo que mais lhe chamou atenção durante a JMJ, e ainda traçar as ações missionárias que serão realizadas na Paróquia a partir de agora.
Todos os participantes puderam dar o seu testemunho de participação na Jornada. Nem todos os participantes foram para o Rio de Janeiro, mas participaram dos eventos pré-JMJ e a acompanharam pelos meios de comunicação. Eles também falaram da sua experiência. No encontro, ficou definido que vão trabalhar com os jovens que se preparam para a Crisma, vão promover missas da juventude e missões pela periferia da paróquia. Também como ação a longo prazo pretendem formar grupos de jovens nas comunidades da paróquia que ainda não os têm.
com os segmentos juvenis, todas as atividades realizadas pelas bases e a presença de mais de dois mil jovens da arquidiocese na JMJRio 2013, além da criação de um fundo para a evangelização da juventude. Resumindo, o saldo foi positivo. JA - Com a sua saída da coordenação, como será o processo para a escolha do novo coordenador? Felipe Candin: Será da seguinte maneira: os segmentos juvenis vão se encontrar e, depois, cada segmento pode indicar nomes para a função, lembrando que esses nomes precisam se enquadrar no que chamamos de ‘perfil do coordenador’. Depois da indicação dos segmentos, haverá uma votação em reunião do Setor Juventude, e o nome mais votado será levado ao Arcebispo para a nomeação. Em suma, são três etapas: indicação, votação e nomeação. Este processo pode levar algum tempo, mas é a forma mais processual que temos e a melhor maneira pensada junto com a equipe que compõe o Setor Juventude da Arquidiocese. JA - Qual a sua última mensagem como coordenador do Setor Juventude para os jovens da arquidiocese? Felipe Candin: Sejamos protagonistas de nossa história. E quando escutarmos que somos o “futuro”, lembremos que não somos apenas o futuro, mas sim o presente e como tal queremos ser acolhidos, ter voz, vez e lugar, tanto na Igreja, quanto na sociedade como um todo. E que nossos passos sejam sempre guiados por Jesus Cristo, em um caminho fundamentado na paz e na justiça, rumo à Civilização do Amor. Que assim seja!
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Geral
Setembro 2013
Jornal da Arquidiocese
Agentes participam de Seminário de Liturgia Realizado em Santo Amaro, evento reuniu agentes das comarcas da região sul da Arquidiocese Foto JA
A Comissão Arquidiocesana de Liturgia, por meio do Setor de Pastoral Litúrgica, promoveu no dia 25 de agosto, o Seminário Arquidiocesano de Liturgia. Realizado na Igreja Matriz da Paróquia Santo Amaro, em Santo Amaro da Imperatriz, o evento envolveu as cinco comarcas da região sul da Arquidiocese: São José, Biguaçu, Estreito, Florianópolis e Santo Amaro. O Seminário contou com a presença de 60 agentes da Pastoral Litúrgica. Durante o dia, eles refletiram sobre o tema “50 anos da Constituição Sacrosanctum Concilium”, em referência ao jubileu do Concílio Vaticano II. O evento teve início com a conferência do seminarista de Teologia, Luiz Gustavo Eccel, que fez a apresentação da Constituição. Depois, Pe. Ewerton Martins Gerent, vigário paroquial da Catedral, falou da recepção da reforma no Brasil e como ela foi aplicado nesses 50 anos. Ainda pela manhã, foi realizada a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Tarcísio Pedro Vieira, coordenador geral da Comissão Arquidiocesana de Liturgia. À tarde, os participantes foram
Fraiburgo sediará Seminário Estadual sobre a 5ª Semana Social Brasileira Durante evento, também será realizado o 1°PASCOM - feira de comunicação
Semirário Arquidiocesano refletiu os 50 anos do Concílio Vaticano II divididos em grupos e refletiram sobre o texto “Pastoral Litúrgica”, extraído do livro “A Constituição Litúrgica do Concílio Vaticano II”, de autoria do Pe. Valter Maurício Goedert, professor da Facasc/ Itesc. Foram convidados, também, a refletir sobre a organização da Pastoral Litúrgica em suas comarcas. “A Pastoral Litúrgica não está presente em todas as comarcas e queremos implantá-las para facilitar o nosso contato com as lideranças”, disse o seminarista Luiz Gustavo, Assessor da Comissão de Liturgia. Foto JA
Pe. Ewerton Gerent foi um dos assessores do Seminário. Ele falou da recepção da reforma no Brasil e sua aplicação nesses 50 anos
Disse, ainda: “Com a constituição das coordenações comarcais ficará mais fácil promover a formação litúrgica e articular as ações em comum”, completou.
Próximo encontro No dia 08 de setembro, domingo, será a vez das três comarcas da região norte da Arquidiocese (Brusque, Tijucas e Itajaí) receber o Seminário Arquidiocesano de Liturgia. Será realizado na Paróquia Santo Antônio, em Itapema. O evento terá início às 8h e término previsto para as 17h. Durante o dia, os participantes refletirão sobre as propostas aprovadas na Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, a comemoração dos 50 anos do início do Concílio Vaticano II, e a necessidade de dar um novo impulso à vida litúrgica em nossa Arquidiocese. As inscrições devem ser feitas até o dia 04 de setembro pelo site da Arquidiocese (www.arquifln. org.br). Mais informações pelo fone (48) 9943-9366, ou pelo email santkarla@hotmail.com, com Karla Colombi, coordenadora do Setor Pastoral Litúrgica da Arquidiocese.
Dos dias 06 a 08 de setembro, a Diocese de Caçador sediará o Seminário Estadual da 5ª Semana Social Brasileira. Realizado na Paróquia de Fraiburgo, comunidade de Taquaras, terra da Guerra do Contestado, o Seminário marcará o encerramento do Centenário da Guerra do Contestado em Santa Catarina. O seminário terá a participação de aproximadamente 500 pessoas, sendo que 200 pessoas representarão as dioceses e pastorais sociais, 100 representantes da juventude e 200 representantes dos movimentos sociais. Cada diocese poderá ser representada por até 30 participantes. A 5ª Semana Social Brasileira (SSB) tem como proposta a reflexão sobre o papel do Estado na vida dos brasileiros, em uma perspectiva crítica e propositiva. Pretende promover o debate sobre o Estado brasileiro e articular diversas forças da sociedade buscando construir alternativas de transformação. Durante seu processo
de realização, entre os anos de 2011 e 2013, várias atividades foram realizadas nas paróquias, dioceses, regionais e no nacional.
Feira de Comunicação Durante a 5ª Semana Social Brasileira, a Pastoral da Comunicação da CNBB - Regional Sul IV (SC) promove o 1ºPASCOM – Feira de Pastorais e Movimentos em Comunhão. Trata-se de um evento de uma feira de trabalhos em comunicação para vivenciar concretamente uma das missões desta Pastoral, que é estar a serviço, de todas as pastorais. O 1ºPASCOM será realizado numa das tendas da 5ªSSB. Todas as pastorais de comunicação das dioceses e paróquias do Regional são convidados a participar do evento e levar materiais com suas experiências em comunicação. Eles serão expostos no local. Mais informações http:// www.primeiropascomregional sul4.blogspot.com.br/
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Queda do forro interdita igreja centenária Igreja de Itajaí, construída em 1826, está fechada até que seja completamente restaurada Divulgação/JA
Os fiéis que se dirigiram para a Igreja Imaculada Conceição, em Itajaí, a mais antiga do município, na manhã do dia 18 de agosto (domingo), levaram um susto. Naquela madrugada, parte do forro caiu sobre o presbitério. Por conta disso, a igreja foi interditada até que ela seja completamente restaurada, o que pode levar até dois anos. Com capacidade para cerca de 150 pessoas sentadas e 200 em pé, a igreja é muito procurada para casamentos e formaturas. “Foi sorte que não havia ninguém na igreja no momento da queda. Se fosse durante a missa, certamente o presidente da celebração e quem mais estivesse diante do altar seriam atingidos”, disse Pe. Sérgio de Souza, da Paróquia do Santíssimo Sacramento, da qual a igreja faz parte. Ele foi um dos primeiros a chegar ao local, onde presidiria a Missa das 8h.
A igreja estava recebendo melhorias desde algumas semanas. A parte elétrica estava concluída, as imagens também já haviam sido restauradas e estavam sendo entregues conforme ficavam prontas. A padroeira havia sido entregue há duas semanas e estava no altar durante a queda do forro. Ela teve a coroa danificada. Por ser muito procurada, a igreja estava com a agenda lotada de eventos para este ano. Por conta do acidente, os eventos deverão ser assumidos pelas outras igrejas da paróquia. O acidente também comprometeu a agenda para o próximo ano. Em 2014 celebram-se os 180 anos da proclamação do dogma da Imaculada Conceição de Maria, e a paróquia já estava programando as atividades para celebrar essa data. A igreja seria o principal centro das celebrações paroquiais.
Igreja nunca foi restaurada
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Restauração Dois dias após o acidente, uma equipe da paróquia esteve reunida com autoridades municipais para definir
Igreja construída em 1826 é muito procurada para casamentos e formaturas
Queda do forro afetou altar e imagens que já estavam restauradas os rumos da igreja. No encontro, ficou estabelecido que a Prefeitura vai arcar com as despesas de um diagnóstico sobre as condições gerais do templo em caráter emergencial, com custo estimado
Comissão trabalha na restauração de igrejas Três igrejas estão sendo restauradas com o seu auxílio Foto JA
Em 2005, após queda em parte do gesso da Catedral de Florianópolis, foi formada a Comissão Especial de Restauração da Arquidiocese. Hoje a equipe, liderada por Roberto A. Bentes de Sá, responde pela restauração da Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora da Lapa e igreja São Francisco, em Florianópolis, e da Igreja Matriz da Paróquia São José, em São José. A comissão tem como finalidade intermediar o contato com os órgãos públicos, acompanhar a obra e realizar a prestação de contas dos recursos públicos que são empregados. “As obras são feitas em etapas, para facilitar a liberação de recursos. Se a prestação de contas de uma etapa não é bem feita, não há a liberação de verba para a etapa seguinte”, disse Roberto Bentes. Nesses oito anos de obras na Igreja Mãe da Arquidiocese e do Estado, foram realizadas cinco eta-
Igreja São Francisco, no calçadão do centro de Florianópolis, é uma das que estão em processo de restauração com o auxílio da comissão pas. Agora aguardam-se recursos para a última etapa, que vai fazer a recuperação do órgão, portas, sinos e restauração das imagens. Segundo Roberto, a igreja N.Sra. da Lapa e de São José es-
Carlos Henrique Medeiros, coordenador do Conselho de Pastoral Paroquial - CPP. Os recursos poderão vir do Governo, já que se trata de uma construção tombada pelo Patrimônio Histórico, ou de empresários por meio da Lei Rouanet, de incentivo à cultura.
tão na terceira fase das obras e a restauração deve estar concluída em abril de 2014. Já na igreja São Francisco, no calçadão do centro da capital, acaba de ser concluída a primeira de três etapas.
em R$ 130 mil. “Com esse levantamento será possível ter ideia da situação geral da igreja, dos custos da restauração e poderemos buscar parcerias para cobrir os custos”, disse
A Igreja da Imaculada Conceição foi construída em 1824 e de lá para cá não há registro de que tenha recebido algum tipo de restauração mais profunda. “Sabemos que, no final do século XIX, teve apenas o acréscimo da torre e do batistério, e abertas as arcadas e acrescentadas duas naves, mas nenhuma restauração mais substancial”, disse Edison D’Ávila, professor, historiador e secretário municipal de Educação. Ele lembra que, no final da década de 60, após o Concílio Vaticano II, a igreja sofreu intervenções no forro, mas nada substancial na estrutura. Alegaram que não havia profissionais no município capacitados para esse serviço. Há cerca de cinco anos a igreja passou por uma reforma, mas era estética. “Não foi mexido no estuque (estrutura que segura o forro), pois isso dependeria de liberação do Instituto do Patrimônio Histórico, que é muito complicado de se conseguir”, informou D’Ávila.
Mais de 100 igrejas da Arquidiocese são tombadas Em levantamento realizado no Anuário, constatou-se que a Arquidiocese de Florianópolis tem 98 igrejas centenárias. Todas elas são tombadas pelos municípios e algumas pelo Estado, mais de um terço já bicentenárias, e praticamente todas precisando de algum tipo de restauração. Trabalho que envolve profissionais especializados e dificuldades na liberação dos órgãos públicos. Segundo Pe. Luiz Harding Chang, SJ, coordenador do Setor de Espaço Litúrgico, arquiteto e especialista em Patrimônio Arquitetônico na França, o tombamento de construções é realizado pelo município, Estado ou país, quando elas são reconhecidas como patrimônio artístico. “Nesses casos, pode receber recursos públicos para a sua restauração ou por meio da Lei Rouanet, que apoia projetos culturais”, disse.
Quanto a dificuldades na restauração dos bens tombados, informa que são etapas que devem ser seguidas. Lembra que há muita coisa envolvida: o próprio patrimônio histórico, que o Estado tem o dever de proteger; deve-se provar a necessidade da restauração e mostrar as técnicas que serão empregadas; garantir que não haverá alteração na estrutura. Cada etapa envolve levantamentos, laudos mostrando as técnicas, tempo de trabalho e orçamento. Sobre os custos, ele também informa que é sempre mais caro restaurar do que construir. No caso dos imóveis tombados, ele é mais elevado por conta dos materiais utilizados, que não são os mesmos de uma construção atual, a técnica é realizada por profissionais específicos e é uma mão de obra especializada. “Tudo isso eleva o custo da obra”, acrescentou.
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Ação Social
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ASA participa de Encontro Interregional Sul da Cáritas Brasileira Cáritas Diocesanas do Sul do Brasil refletiram sobre o tema da Segurança Alimentar e Nutricional De 13 a 15 de agosto aconteceu em Curitiba – PR, o Encontro Interregional Sul da Cáritas Brasileira, com a participação de 23 Cáritas Diocesanas dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Encontro, cada Regional partilhou as experiências realizadas na área de Segurança Alimentar e Nutricional: a atuação das Cáritas Diocesanas em determinados Conselhos de Direitos; participação em Conferências relacionadas ao tema; desenvolvimento de projetos que visam o fortalecimento da agricultura familiar; fomento a hortas comunitárias; padarias comunitárias e criação de espaços de comercialização, tendo destaque para as Feiras de Economia Solidária. Foi discutida, no decorrer do encontro, a questão social da fome no país e no mundo, em virtude do lançamento da Campanha Mundial da Cáritas “Uma família humana – sem fome, sem pobreza”, Campanha a ser lançada em outubro. Com ela, pretende-se ge-
“Fazendeiras, Amigas, Guerreiras e Otimistas” recebem a visita do FAS Grupo de Biguaçu recebeu apoio do Fundo em junho deste ano ASA esteve presente no Interregional, com a participação de Luciano Leite, membro da Equipe Executiva rar uma sensibilização na Igreja e na sociedade sobre a fome, a pobreza e a desigualdade no mundo e no Brasil, mobilizando Igreja e sociedade para um diálogo sobre a pobreza e a desigualdade no país, a fim de colaborar para uma mudança efetiva da situação. Pretende-se também evidenciar as ações da Igreja no enfrentamento da fome, pobreza e desigualdades
sociais, e promover um gesto concreto em favor dos pobres. Para Luciano Leite, que representou a Ação Social Arquidiocesana nesse encontro, “o interregional possibilitou um momento de avaliação dos trabalhos pelas entidades filiadas à Cáritas, buscando potencializar e dinamizar a dimensão social em cada diocese participante”.
Cáritas Regional de Santa Catarina retoma Projeto de Fortalecimento da Economia Solidária O Projeto “Fortalecendo Experiências de Economia Solidária” – FORTEES, patrocinado pelo Programa “Petrobras Desenvolvimento & Cidadania”, inicia sua segunda fase
em Santa Catarina com a participação das 07 Dioceses que compõem a Rede Cáritas em Santa Catarina. O projeto visa o acompanhamento de Empreendimentos de Foto: Felipe Candin
Representantes das Dioceses e Articuladores do Projeto em Rio d´Oeste
Economia Solidária através de assessoramento, formação em viabilidade econômica e o incentivo à comercialização através de Feiras. A ASA faz parte desse grupo. Na Arquidiocese de Florianópolis serão acompanhados 12 grupos, sendo alguns já assessorados na Fase I do Projeto, iniciado em 2011. Nos dias 19 e 20 de agosto, em Rio d´Oeste, estiveram presentes na Reunião de Planejamento a Articuladora que atuará na ASA, Laura Neitsch, e a Assistente Social Maria Antonia Carioni Carsten, da Equipe Executiva da ASA, que acompanhará o projeto. A atividade reuniu todas as Dioceses envolvidas para definições de cronograma e estudo sobre a Economia Solidária.
No dia 14 de agosto, a ASA realizou visita de acompanhamento à Associação das “Fazendeiras, Amigas, Guerreiras e Otimistas” (AFAGO), a qual tem sede no bairro Fazenda de Dentro, Biguaçu. A Associação está em funcionamento há sete anos e é formada majoritariamente por mulheres agricultoras, com o objetivo de aumentar a renda familiar e a autoestima das associadas. O grupo tem duas linhas de trabalho: uma, com papel reciclado, produzindo blocos de anotação, agendas, álbuns de fotografias, entre outros produtos; e uma segunda, com a confecção de sacolas, bolsas, pastas retornáveis, avental, estopa. A AFAGO recebeu apoio do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade – FAS para aquisição de equipamento, visando o aprimoramento dos trabalhos que rea-
liza. A entidade, desde sua fundação, conta com assessoria técnica da EPAGRI, que sistematicamente acompanha o processo de organização do grupo e busca espaços de capacitação para o aprimoramento também das técnicas utilizadas para os trabalhos. A visita também foi para apresentar à AFAGO o Projeto “Fortalecendo a Rede de Economia Solidária” em Santa Catarina, que tem como objetivo dar suporte e visibilidade aos empreendimentos de Economia Solidária, buscando fortalecer e ampliar os espaços de participação desses empreendimentos. O projeto, que teve sua primeira fase em 2011, iniciou sua segunda edição no começo do mês de agosto de 2013, com previsão de encerramento para 2015. Foto: Felipe Candin
Mulheres da Comunidade Fazenda de Dentro, de Biguaçu, buscam aprimorar o trabalho para geração de renda.
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GBF/CEBs - Encontro arquidiocesano de formação Evento reuniu 63 lideranças, representando 20 paróquias de cinco comarcas da Arquidiocese dor do mundo. Temos duas principais razões que inspiram o Ano da Fé: a celebração dos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II e os 20 anos de publicação do Catecismo da Igreja Católica. Inspirados por esses dois grandes acontecimentos, fazemos nosso o desejo de Bento XVI: “que este Ano suscite, em cada fiel, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, confiança e esperança” (Porta da Fé). O desenvolvimento dos trabalhos sobre o Catecismo ocorreu com a divisão dos presentes em 6 grupos temáticos, com o relato, ao final, das conclusões extraídas dos debates de cada grupo. Grupo I: A vida do homem é conhecer e amar a Deus; Grupo II: Transmitir a fé – a catequese; Grupo III: Objetivo e destinatários do Catecismo; Grupo IV: Estrutura do Catecismo: a) a profissão da fé, b) os Sacramentos da fé, c) a vida de fé, e d) a oração na vida; Grupo V: Indicações práticas para o
Divulgação/JA
No sábado, 3 de agosto, animadores e animadoras dos Grupos Bíblicos em Família(GBF), e das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Arquidiocese, participaram de um Encontro de formação no salão paroquial de Santo Antônio, em Campinas, São José, promovido pela coordenação arquidiocesana dos GBF e coordenação arquidiocesana de Pastoral. O evento contou com a presença de 63 pessoas, representando 20 paróquias de 5 comarcas. O tema principal do Encontro foi a Introdução ao Catecismo da Igreja Católica, apresentado pelo Pe. Isaltino Dias, formador no Seminário Propedêutico e vigário da Paróquia de Imaruim. Os trabalhos foram abertos pela Maria Glória, com a acolhida, apresentação das pessoas, oração e cânticos iniciais. O assessor iniciou relembrando que estamos vivendo um ano de graça: “O Ano da Fé é um convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salva-
Lideranças refletiram sobre a Introdução ao Catecismo da Igreja uso do Catecismo; e Grupo VI: As adaptações necessárias ao espírito e à inteligência dos ouvintes e estudiosos do Catecismo. Os temas, cujas conclusões foram relatadas pelos grupos, trouxeram à tônica a Fé em suas quatro dimensões: a Fé professada, a Fé celebrada, a Fé vivida e a Fé rezada. Esses temas são propostos em cada encontro do
livreto do Tempo Comum “Ano da Fé”, que está sendo utilizado pelos GBF. Neste Ano da Fé, a Igreja convida todos os seus fieis a conhecerem melhor a Bíblia, o Catecismo e os documentos do Concílio Vaticano II. O assessor, Pe. Isaltino, aproveitou o ensejo para motivar a nossa caminhada de fé, e lembrou que o Catecismo está disponível também pela
internet nos seguintes endereços: www.catequista.net/catecismo (Brasil); www.ecclesia.pt/ catecismo (Portugal); www. vatican.va/phome_po.htm (Vaticano). O Coordenador Arquidiocesano de Pastoral, Pe. Revelino Seidler também esteve presente. Com seu testemunho de fé nos motivou a vivermos com intensidade a nossa missão de evangelizar nas casas, indo ao encontro de todas as pessoas. Também com alegria lembrou as palavras do papa Francisco na sua vinda ao Brasil, “Não tenham medo! Tenham sempre no coração esta certeza: Deus caminha conosco!”, incentivando ainda mais a nossa caminhada de fé. Assim, continuaremos com esperança e confiança a missão que o Senhor nos confiou. Clara Pellegrinello Mosimann, Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Ingleses.
CEBs/GRF caminham rumo ao 13 Intereclesial em Juazeiro do Norte - CE que ia se formando. Uma verdadeira comunidade de comunidades, como nos propõe a CNBB. A comunidade de São Miguel fez uma acolhida muito calorosa. Na oração inicial, foram entregues a cada um algumas sementes com a seguinte motivação: “Quem semeia a Justiça, Vitória alcançará!” Depois dos encaminhamentos para o encontro, todos foram acolhidos pelas famílias do bairro. Na manhã
seguinte, a diocese de Tubarão fez a motivação para a mística que está sendo preparada para o 13º Intereclesial. Em seguida, foram ouvidas algumas sugestões e organizou-se a agenda para 2014. No curso sobre “Princípios do Evangelho e Pastoral da Libertação”, assessorado pelo Fr. Luiz Carlos Susin, OfmCap, a Pastoral da Juventude (PJ) da diocese fez um momento muito profundo Divulgação/JA
Com essa meta, as Comunidades Eclesiais de Base e os Grupos de Reflexão/Família das dioceses do Regional Sul4-SC marcam a sua trajetória com um rasto de fé e libertação no dinamismo da “Justiça e da profecia a serviço da vida”. Com muita confiança, assim se unem em oração: “Deus, Pai e Mãe, pela força do Ressuscitado, e pelas luzes do teu Espírito, faze com que nossa fé se faça ação profética e transformadora, rasgando as noites escuras das tempestades. Faze despontar a aurora de uma nova Páscoa, onde a Justiça e a Profecia estejam a serviço da Vida” (Pe. Luiz Fachini). “Fortalecer o nosso espírito de comunidade; fortalecer a nossa caminhada!” Esse foi o lema de motivação da última reunião ampliada das CEBs/GRF, que aconteceu nos dias 16 e 17 de agosto deste ano, em São Miguel do Oeste, diocese de Chapecó. Na medida em que os companheiros e companheiras das dioceses iam chegando, era bonito ver o espírito de fraternidade
Lideranças reunidas em São Miguel do Oeste refletiram sobre lema “Fortalecer o nosso espírito de comunidade; fortalecer a nossa caminhada!”
de mística, utilizando o texto das Bem-Aventuranças. “Bem-aventurados aqueles que lutam pela justiça!” – diziam eles, apresentando outras formas de bemaventuranças relacionadas à caminhada de luta. Frei Luiz Carlos, em seguida, lembrou-nos que é preciso examinar os contextos nos quais estamos inseridos e, em cada realidade, atentar para o nosso chamado do ponto de vista da fé. Segundo ele, o “princípio Libertação” deve estar ligado a outros dois princípios: o da Esperança (para não perdermos o horizonte nas caminhadas e lutas) e o da Misericórdia (que nos permite olhar ao redor e não deixar ninguém caído; não se conformar com a miséria). O Concílio Vaticano II, lembrado na exposição de Frei Susin, busca oferecer um “remédio de misericórdia” para o mundo, revelando o rosto de uma Igreja mais servidora e pobre. É preciso fazer com que as pessoas passem de uma condição de vida menos humana para
uma vida mais digna. Em outras palavras, pôr em prática o “princípio Libertação”. Isso será alcançado quando atentarmos para as necessidades dos mais pobres, sem criar rivalidades internas. Como dizia Dom Hélder Câmara: “Unidade sim, unicidade não!”. É caminhando juntos na luta pela dignidade e justiça, respeitando-nos reciprocamente em nossos movimentos, pastorais, organismos e serviços, que revelaremos o verdadeiro rosto da Igreja de Jesus Cristo. “Uma Igreja profética, humilde e corajosa, capaz de anunciar e fazer acontecer o Reino: no pão repartido, na lágrima enxugada, na conquista da vida, na dignidade de todos os filhos e filhas de Deus, de todos os povos e nações. Uma nova Ressurreição, de alegria e de paz abundante para todas as pessoas do mundo. Amém, axé, auerê, aleluia!”(Pe. Luiz Fachini). Fr. Tiago Evaristo, O. Carm. Participante da Ampliada Regional e do Curso de Formação Popular
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RCC realizou o seu XIV Congresso Estadual Realizado em Concórdia, evento reuniu mais de quatro mil pessoas nos três dias de realização Divulgação/JA
A Renovação Carismática Católica da CNBB - Regional Sul IV (SC), realizou dos dias 16 a 18 de agosto, no Centro de Eventos de Concórdia, Diocese de Joaçaba, o seu XIV Congresso Estadual. Durante os três dias, mais de quatro mil pessoas das dez dioceses do Estado participaram do evento. Eles refletiram sobre o tema “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé!”, inspirado em 1 Jo 5.4b. O Congresso seguiu o mesmo esquema da Jornada Mundial das Juventude, com os participantes sendo acolhidos em ginásios, colégios, paróquias e casas de famílias. A programação teve início na noite de sexta-feira (16) com a Celebração Eucarística presidida pelo presidente da CNBB – Regional Sul IV, Dom Wilson Tadeu Jönck. Durante a celebração, o Conselho Estadual da Renovação Carismática Católica de Santa Catarina prestou homenagem a Dom Wilson pela passagem de seus 10 anos de ordenação episcopal. Ele foi presenteado com um Ícone de Nossa Senhora de Pentecostes. No sábado, a oração do Santo
Celebração Eucarística, presidida por Dom Wilson, abriu o Congresso Terço às 7h30 deu a largada para o segundo dia. Depois, Lázaro Praxedes, pregador nacional da RCC, Kátia Zavaris, presidente do Conselho Nacional da RCC, Onazir Conceição, secretário geral da RCC, Adriano José Mendes, presidente do Conselho Estadual da RCC, e o padre Thiago de Moliner Eufrásio, assessor espiritual da RCC, foram os pregadores do Congresso. O segundo foi encerrado Divulgação/JA
A Adoração ao Santíssimo foi um dos pontos fortes do Congresso
com a Celebração Eucarística presidida por Dom Severino Clasen, bispo de Caçador. No domingo, Congresso reservou um momento especial e íntimo com Jesus Eucarístico. Foi realizada a adoração ao Santíssimo Sacramento. Pe. Leandro Rech, orientador espiritual da RCC da Arquidiocese, conduziu o Santíssimo Sacramento em meio ao povo. O encerramento foi realizado às 11h30, após a Santa Missa presidida por Dom Mário Marquez, bispo anfitrião. “A diocese de Joaçaba celebra, com grande festa, este momento de amadurecimento na fé, de reviver da Renovação Carismática Católica”, disse o bispo em sua homilia. Adriano José Mendes, presidente do conselho estadual da RCC SC, em nome de todo o conselho, agradeceu a todas as pessoas que tornaram o Congresso possível. “Que o XIV Congresso seja uma plataforma de lançamento para que nossos grupos de oração alcancem o céu”, disse.
Criado o Curso de Extensão em Família Com o objetivo de difundir o pensamento de João Paulo II sobre a pessoa, a família e o matrimônio, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB e o Pontifício Instituto João Paulo II de estudos sobre matrimônio e família de Roma (PIJPII), realizaram no dia 26 de agosto,
na casa das Irmãs da Caridade, em Guarulhos (SP), um encontro com pós-graduados e especialistas em família. A finalidade do encontro foi organizar um corpo de docentes com especialização e pós-graduação em família, para prestarem um serviço a Igreja através de um
Curso de Extensão em Família, chancelado pelo Pontifício Instituto de Roma. O curso será oferecido as Pontifícias Universidades Católicas (PUCs) do Brasil e depois aos institutos e dioceses que tiveram interesse pelo estudo. Mais informações pelo e-mail familia@cnbb.org.br
Mês da Bíblia 2013 A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética lançou recentemente o livro “Mês da Bíblia 2013 – Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Lucas”. O livro é um subsídio que motiva para vivenciar com intensidade o mês da Bíblia e direciona com profundidade o Evangelho de Lucas, ensinando e fortificando quem almeja se tornar verdadeiramente um discípulo missionário. Os interessados neste aprofundamento podem encontrar o
livro nas Edições CNBB, no endereço www.edicoescnbb. com.br.
Grito dos Excluídos 2013 convoca jovens ao protagonismo social A Juventude está no centro da manifestação do Grito dos Excluídos que será realizado em 07 de setembro. “Juventude que ousa lutar, constrói o projeto popular” é o lema do 19º Grito dos Excluídos definido pela a coordenação do Grito que acolheu sugestões de vários grupos, comunidades, dioceses, movimentos, sindicatos, para a escolha. O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. É realizado em um conjunto de manifestações realizadas no Dia da Pátria, 7 de setem-
Cartaz do Grito dos Excluídos 2013, que reflete sobre os jovens
bro, tentando chamar a atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira. O Grito é parte do processo da 5ª Semana Social Brasileira e no ano passado trouxe o lema: Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda a população!
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Encontro reuniu os diáconos e suas famílias
Conhecendo as Forças Vivas da Arquidiocese
Movimento de Emaús
Realizado no Santuário Santa Paulina, encontro celebrou o Dia do Diácono Foto JA
Os diáconos da Arquidiocese e suas famílias estiveram reunidos na manhã do dia 10 de agosto para participar do Dia de Oração e Confraternização Diaconal. Realizado no Santuário de Santa Paulina, o encontrou reuniu mais de 90 diáconos. No dia seguinte, domingo, era celebrado o Dia dos Pais, e, no Mês Vocacional, o Dia do Diácono. O evento também contou com a presença do nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, do Pe. Hélio Tadeu Luciano de Oliveira, coordenador da Comissão Arquidiocesana para Vida e a Família - CAVF, e do Pe. Valter Maurício Goedert, coordenador da Escola Diaconal São Francisco de Assis. Durante o encontro, Pe. Hélio Luciano falou da reestruturação que está sendo feita da Pastoral Familiar, explicou o que é a Comissão Vida e Família, e solicitou que os diáconos assumam os trabalhos da comissão em suas comunidades. Em seguida, Dom Wilson proferiu uma palestra para os participantes. Ele falou dos problemas do mundo moderno e que somos chamados a lutar contra eles. “Vivemos na cultura do individualismo e do acúmulo de bens. O mais importante são os valores familiares. Devemos fazer a cultura do encontro, para que as pessoas se aproximem uma das outras”, disse.
Encontro reuniu mais de 90 diáconos acompanhados de suas famílias Segundo Dom Wilson, devemos também quebrar em nós a cultura do acúmulo de bens. “A cultura do encontro busca formas de se envolver com as pessoas. É também quebrar a resistência que temos de não querer estar com alguém”, acrescentou. Após a palestra, todos os participantes se dirigiram para o Santuário, onde Dom Wilson presidiu a Celebração Eucarística. Em sua homilia, nosso arcebispo lembrou que naquele dias era celebrado o Dia de São Lourenço, padroeiro dos diáconos. “São Lourenço realizou um relevante trabalho para a Igreja. Um trabalho silencioso. Nós também somos chamados a realizar nosso trabalho na comu-
nidade sem aparecer, para que Deus apareça”, disse. Após a celebração, todos os diáconos receberam um exemplar do livro “25 minutos - a vida de Chiara Luce Baldano”, jovem focolarina italiana que está em processo de canonização. Segundo o diácono Ideraldo Luiz Paloschi, presidente da Comissão Arquidiocesana do Diaconato Permanente - CADIP, desde que tomou posse na Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson tinha o desejo de um encontro com os diáconos e suas famílias, mas ainda não tinha havido a possibilidade. “Foi um ótimo encontro pelo bom número de participantes e pela reunião com as famílias”, avaliou.
Clero reflete sobre a importância do leigo “Identidade, vocação e missão do leigo e sua relação com os ministros ordenados e vida religiosa à luz do Concílio Ecumênico Vaticano II”. Este foi o tema do Curso do Clero. Realizado nos dias 20 e 21 de agosto, na Casa de Retiros Divina Providência, em Florianópolis, o encontro de formação reuniu 40 padres e diáconos da Arquidiocese. Assessorado por Laudelino Augusto dos Santos Azevedo, vice-presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB, o Curso teve como base os documentos da Igreja: “Lúmen Gentium” (Concílio Vaticano II); “Apostolicam Actuositatem” (Apos-tolado dos lei-
gos); “Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo” - Exortação Apostólica de João Paulo II; “Missão e Ministérios dos Leigos na Igreja”, documento 62 da CNBB. “Foram estudados os textos principalmente refletindo sobre a importância do acompanhamento e formação do leigo na Arquidiocese para que possam exercer sua vocação e missão”, disse Laudelino. Segundo ele, também foi refletido sobre a importância da criação dos conselhos de leigos, tanto nas esferas paroquiais, quanto na diocesana e no regional. “Há poucos locais com conselhos paroquiais formados, mas já é uma realidade”, disse. Para o Pe. Pedro Paulo Ale-
xandre, pároco de São Sebastião, em Anitápolis, o encontro ajudou a perceber a beleza da vocação e da identidade da vocação leiga na Igreja. “Também fez perceber a grande missão que a Igreja confia aos leigos no nosso tempo”, acrescentou. Segundo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, o leigo é um tema recorrente no Concílio Vaticano II e é um dos temas centrais das comemorações dos 50 anos do seu início, celebrado neste ano. “Hoje os leigos assumem um papel importante na Igreja. Foi superada a mentalidade de que ele só escuta. Ele tem participação ativa nas decisões e isso tem sido muito positivo”, disse.
Em agosto deste ano comemorou-se o 39º aniversário do Movimento de Emaús em nossa Arquidiocese. Evangelizar jovens e formá-los para que se tornem líderes cristãos é o carisma deste Movimento, que está presente em seis estados brasileiros e foi trazido para Florianópolis pelo Pe. Francisco de Sales Bianchini, hoje falecido. Aqui, desde 1974, o Movimento realiza o Curso de Valores Humanos e Cristãos, uma oportunidade de profunda reflexão sobre o valor da vida, da família e da Igreja. Ao todo, já foram realizados 173 desses cursos em Florianópolis, 92 femininos e 81 masculinos, totalizando quase nove mil jovens que já passaram pelo Movimento. Jovens a partir dos 18 anos desde aqueles que estão iniciando sua caminhada na fé, até aqueles que já estão inseridos na Igreja - são convidados a participar dos cursos. Após os cursos, os jovens têm a oportunidade de aprofundar sua vivência de fé e perseverar junto à comunidade, para que assim possam ser instrumentos de evangelização da juventude. Além dos Cursos de Valores Humanos e Cristãos, o Movimento proporciona diversas oportunidades de integração, crescimento espiritual e ação, como reuniões semanais de estudo e de partilha, palestras, adorações ao Santíssimo Sacramento, retiros de aprofundamento, encontros de integração e voluntariado. O Emaús também é responsável pela celebração da missa
realizada aos sábados, às 19h, na Igreja Imaculada Conceição (localizada na Rua Vitor Konder, no Centro de Florianpólis). Há alguns anos, também realiza em Florianópolis a encenação da Paixão e Morte de Jesus Cristo na sexta-feira Santa. Já foram realizadas 22 edições da encenação, que recria a Jerusalém de mais de dois mil anos atrás, em um espetáculo de fé e de emoção, reunindo crianças, jovens e adultos, tanto no palco quanto na plateia. No mês de dezembro, o movimento realiza também as Serenatas de Natal, percorrendo hospitais e asilos com cantos e mensagens de fé e esperança. Os jovens do Movimento são também convidados a participarem da “Casa Lar Emaús”, um abrigo modelo fundado nos anos 90 por jovens do Movimento, para acolhida de crianças encaminhadas pelo Conselho Tutelar de Florianópolis. De 03 a 06 de outubro o Movimento realizará o 82º Emaús Masculino, na casa de retiros Vila Fátima, no Morro das Pedras, no sul da Ilha. As inscrições ocorrem nos dias 19 e 24 de setembro, das 19h30 às 21h30, e no dia 21 de setembro das 10h às 12h30, no Centro Arquidiocesano de Pastoral (CAP), localizado no Largo São Sebastião, em Florianópolis. Interessados em conhecer mais sobre o Movimento de Emaús podem acessar o site www. emaus.org.br/florianopolis e o perfil do facebook www. facebook.com/EmausFloripa Foto: Renata Andrada Ferla
Parte dos 72 peregrinos do Movimento Emaús de Florianópolis que participaram da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro
Geral Setembro - Mês da Bíblia
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Foto/Montagem JA
Pe. Ney Brasil Pereira há 40 anos se dedica ao estudo, ensino e tradução da Sagrada Escritura Setembro é o Mês da Bíblia. Para falar sobre o tema, o Jornal da Arquidiocese entrevistou Pe. Ney Brasil Pereira, professor de Exegese Bíblica na Facasc/Itesc. Ele atua na instituição desde que foi criada em 1973. Mestre em Ciências Bíblicas, em Roma, colaborou com as traduções da Bíblia que têm sido publicadas desde a década de 70 no Brasil: a Bíblia da Vozes; a Bíblia de Jerusalém, da Paulus; a Tradução Ecumênica da Bíblia, da Loyola; e com a Bíblia da CNBB, lançada em 2001, mas com a qual continua colaborando na revisão dos textos. Ainda participou de 2001 a 2012 da Pontifícia Comissão Bíblica, do Vaticano, em Roma. No JA, há 16 anos responde pela página bíblica, o que significa, no total, até agora, mais de 170 artigos. Com uma bagagem como essa, aos 82 anos e ainda com todo o vigor, em entrevista, Pe. Ney nos fala sobre o seu trabalho como estudioso, professor e tradutor da Palavra de Deus, e suas contribuições em nível nacional e mundial. O senhor sempre teve um amor muito grande pela Bíblia. Conte-nos o que significa dedicar a vida à Palavra de Deus? Pe. Ney Brasil Pereira - É um privilégio poder doar a vida pela Palavra de Deus, no meu caso, no trabalho de tradução e de ensino no ITESC, trabalho que se multiplica em todos aqueles a quem atingi com as aulas, traduções, e publicações.
O senhor já ajudou a traduzir a Bíblia para o português. Como o senhor avalia o fato de a Bíblia possuir várias traduções? Pe. Ney - É também um privilégio ajudar a traduzir a Bíblia. Trabalho não fácil, e praticamente interminável, razão por que as traduções da Bíblia continuam a ser produzidas, sem jamais chegar-se a uma tradução definitiva. O maior problema está em conciliar uma tradução que seja compreensível, mas ao mesmo tempo fiel ao texto original. O que o senhor pode dizer sobre a Bíblia da CNBB? Pe. Ney - Sou suspeito para avaliar essa tradução, pois colaborei com grande parte dela. O Novo Testamento está bastante bem traduzido. Quanto ao Antigo, especialmente os livros proféticos precisam de uma revisão cuidadosa. Nessa Bíblia, são muito valiosas as breves introduções a cada livro. O senhor leciona Bíblia no ITESC desde que foi criado em 1973, e grande parte dos padres do Estado foram seus alunos. Como avalia a formação bíblica do clero catarinense? Pe. Ney - O currículo do ITESC, desde seu início, valorizou e incentivou o estudo da Bíblia, a qual, segundo a Dei Verbum, do Concílio Vaticano II, é a “alma da Teologia”. Essa formação bíblica no Instituto Teológico, porém, é apenas uma introdução: o estudo da Bíblia deverá continuar a vida toda,
Pe. Ney escreve a coluna Bíblia no Jornal da Arquidiocese há 16 anos
“
Sem dúvida, a Bíblia é um livro difícil. Por outro lado, Jesus nos assegura que “o Pai se revela aos humildes, não aos sabidos...”.
a cada preparação da homilia dominical. Sinto-me feliz porque vários ex-alunos e uma ex-aluna do ITESC continuaram a sua formação bíblica, conseguindo até o Mestrado, dois deles trabalhando agora no Doutorado. Na atualidade existem muitos líderes cristãos que proclamam a Palavra de Deus mesmo sem estudo aprofundado. Que critérios o senhor julga necessários para ser um bom anunciador da Palavra de Deus? Pe. Ney - O princípio fundamental é a fidelidade ao texto bíblico, não introjetando nele ideologias pessoais ou de grupo, mas deixando-se julgar pela “espada afiada” (cf Hb 4,12) da Palavra de Deus. E isso, em comunhão com a Tradição e o Magistério da Igreja, da qual todos nós recebemos a Bíblia.
Retalhos do Cotidiano O amor é a carteira de identidade do cristão.
Santidade Muitos santos aparentemente vivem na periferia, mas, na verdade, são o centro; vivem no anonimato, para fazer um Outro conhecido e amado; deixam-se esquecer para que o irmão, o próximo, seja lembrado!
Muitas pessoas leigas têm grande interesse pelas Sagradas Escrituras, mas boa parte delas manifestam dificuldade de compreender a Bíblia. Qual a sua sugestão para que possam compreender melhor a Palavra de Deus e viver de acordo com ela? Pe. Ney - Sem dúvida, a Bíblia é um livro difícil. Em certo sentido, requer-se muito estudo e perseverança para entendê-la, eu diria, intelectualmente. Por outro lado, o Senhor Jesus nos assegura que “o Pai se revela aos humildes, não aos sabidos...” (cf Mt 11,25) Portanto, com as pessoas simples e humildes, é preciso descer até elas, ao seu nível de compreensão, com paciência, partilhando com elas, sem pretensão, o pouco que sabemos. Pois, “Deus é maior...” (1Jo 3,20).
Semente Com a semente, vou aprender a dar-me aos que o Senhor coloca no meu caminho, a morrer para mim e para minhas opiniões, a fim
de que Deus possa se manifestar. Eu sou a semente que Ele semeou; o mundo é a terra, a vida dos que fazem parte da minha jornada.
Semente 2
Preocupações Disse alguém que “a preocupação é como a cadeira de balanço: nos mantém ocupados, porém não nos leva a lugar algum”... É verdade: a preocupação é como uma estaca que, tendo perfurado nossas vestes, nos mantém no lugar em que estamos. E nos enfraquece, porque dali não saímos, às vezes, nem para nos alimentar direito.
Observando os questionamentos que neste novo milênio vêm sendo feitos sobre temas bíblicos, quais deles o senhor considera de maior interesse do povo? Nas décadas anteriores, os interesses sobre temas bíblicos eram outros? Pe. Ney - Considerando-se o fato da “mudança de época” e da secularização crescente, os questionamentos multiplicam-se. Naturalmente, em relação à curiosidade, as questões apocalípticas sempre despertam a atenção, mas não são as mais importantes. O essencial é relativamente simples. Os questionamentos vêm muitas vezes da nossa dificuldade, e mesmo recusa, de aceitar hoje, agora, a “boa notícia” de Jesus. Para isso, há um só caminho, já indicado na primeira palavra de Jesus no evangelho de Marcos: “converter-se”, e “acreditar” (cf Mc 1,15)
Carlos Martendal Divulgação/JA
Identidade
O senhor foi membro da Pontifícia Comissão Bíblica. Quais as dificuldades e os avanços da Igreja na atualidade em relação ao estudo bíblico, ao anúncio e ao conhecimento da Palavra de Deus? Pe. Ney - As maiores dificuldades estão na prática dessa Palavra, dos que a proclamam, mas não a vivem, como Jesus denunciaou em relação aos mestres da Lei: “Dizem, e não fazem” (cf Mt 23,23). Os avanços em relação aos estudos bíblicos são inegáveis, especialmente desde a encíclica bíblica de Leão XIII, Providentíssimus, de 1893 e, cinqüenta anos depois, a Divino afflante, de Pio XII. Quanto aos avanços meramente acadêmicos, é preciso lembrar a palavra de Paulo: “A ciência incha... o amor é que constrói” (1Cor 8,1).
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Cansaço Quando o cansaço quiser nos prostrar, quando a exaustão manifestar vontade de ser hóspede de nossa vida, quando o vigor de cada dia parecer ter se despedi-
do de nós, encostemos nossa cabeça e nossa vida cansadas no Coração de Jesus e pensemos: “Tão bom que aconteça a gente sentir cansaço!”.
Deus me incentiva: “Coragem, meu filho! Coragem, minha filha! És mais que uma semente que morre, pois eu te plantei para a vida eterna! És mais que a flor que murcha, pois eu te contemplarei pelos séculos sem fim! És infinitamente mais belo que o beija-flor, também ele minha criatura, objeto dos meus cuidados, mas tu és minha imagem e se-
Bem
melhança! És criado não para ser gavião, mas águia que voa alto, que voa para o encontro que desde sempre marquei contigo! Coragem! Eu te criei para mim, eu te criei para seres feliz. Para sempre! Ajuda aqueles que entreguei aos teus cuidados a chegarem a mim, para também eles serem o que quero que sejam: meus para sempre!
Não nos cansemos de fazer o bem (cf. Gl 6,9), pois quanto mais o fizermos, mais bem faremos a nós mesmos. O bem afasta o cansaço, traz a alegria, e recobre-nos com o manto da paz. Que os bons não se cansem, para que os maus não se aticem.
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Jovens conhecem a vocação religiosa feminina Promovido pela Pastoral dos Coroinhas, encontro busca despertar vocações religiosas Foto JA
Conhecer a vocação religiosa feminina, esse foi o objetivo de um encontro realizado no dia 24 de agosto, na Casa de Encontros Divina Providência, em Florianópolis. Promovido pela Pastoral dos Coroinhas, o encontro reuniu 64 jovens e adolescentes de 10 a 19 anos. Este é o quinto ano que o evento é promovido e a cada edição trazendo mais participantes. Pela manhã, elas tiveram momentos de animação e puderam conhecer o Provincialado, local de residência das Irmãs da Divida Providência. Também refletiram sobre a parábola do semeador, que focaliza as diferentes sementes para os variados tipos de terreno. Depois participaram da Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Vânio da Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional. Em sua homilia, Pe. Vânio refletiu sobre a prática de Jesus, que utilizava dois verbos importantes: ver e chamar. Jesus via as pessoas e as chamava, às vezes por meio de outras pessoas. “Assim são vocês, que estão sen-
Realizado pelo 5º ano consecutivo, evento já despertou em moças a vocação religiosa e hoje estão em acompanhamento vocacional do chamadas a seguir a vocação religiosa por intermédio das Irmãs neste encontro”, disse. À tarde, depois do almoço, as jovens tiveram mais momentos de animação e participaram de gincana vocacional.
Despertar de vocações Segundo Irmã Clea Fuck, coordenadora da Pastoral dos Foto JA
Jovens participam de uma das atividades da gincana vocacional
Coroinhas e promotora do evento, o encontro tem a finalidade de plantar sementes. Os frutos virão com o tempo. “Mas já vemos que as sementes estão germinando”, disse. Há jovens que tiveram o despertar a partir dos encontros e hoje recebem acompanhamento vocacional. Michele Paiva de Oliveira é uma dessas. Este ano ela participou do encontro pela segunda vez e trouxe mais três colegas, para também conhecerem a vida das religiosas. “As pessoas muitas vezes têm a visão de que a vida das religiosas é só rezar. Mas elas têm também uma vida normal de trabalho, estudo, família e atividade pastoral”, disse. No ano passado, Michele participou do encontro e, a partir de então, sentiu o chamado à vida religiosa. Hoje é uma vocacionada acompanhada pelas Irmãs da Divina Providência, mas é prudente em relação à sua escolha. “Pretendo conhecer outras congregações para depois tomar a minha decisão”, disse.
Encontros Comarcais de Coroinhas No mês de setembro serão retomados os Encontros Comarcais de Coroinhas. O próximo será a da Comarca do Estreito, realizado dia 14 (sábado), no Santuário de Azambuja, o evento pretende reunir os auxiliares do altar das nove paróquias da comarca. Já na semana seguinte, dia 28 (sábado), será a vez da Co-
marca de Tijucas. Os coroinhas das dez paróquias da comarca se encontrarão no Santuário de Azambuja. Durante o dia, os/as jovens e adolescentes terão momentos de animação, celebração e confraternização. Neste ano já foram realizados três encontro comarcais de coroinhas: São José, 25/05, em
Kobrasol; Brusque, 15/06, em Guabiruba; e Ilha, 22/06, em Canasvieiras. Ainda faltará as comarcas de Santo Amaro, que realizará no dia 05/10 em Rancho Queimado; Biguaçu, dia 26/ 10, em Serraria, São José. Mais informações pelos fones (48) 3263-0979/9986-3339, ou pelo e-mail ir.clea@gmail.com
Uma carta de amor para você Sempre ficamos felizes quando alguém especial nos escreve. Já pensou receber uma carta de Deus? Quero lhe dar uma boa notícia: Deus deixou para você uma carta muito especial: a Sagrada Escritura. Vamos conhecer um pouquinho dela? Deus, ao longo da história, revelou-se à humanidade. Primeiramente manifestou-se ao povo de Israel. Este povo aos poucos foi-se dando conta de que Deus se revela na história... Deus se revelou pedagogicamente. Podemos conhecer esta história lendo a primeira parte da Bíblia, conhecida tradicionalmente como Antigo Testamento. Na plenitude dos tempos, Deus se revelou de uma forma especial e definitiva: Ele enviou seu Filho Eterno ao nosso mundo. O Senhor Jesus veio ao nosso encontro e viveu entre nós, por volta de trinta e três anos. Do anúncio do Anjo Gabriel até a morte do último Apóstolo, João, encontramos o momento mais alto da revelação de Deus. Esse tempo (100 anos aproximadamente) constitui o chamado Depósito da Fé (Depositum Fidei). Os cristãos católicos creem que esta revelação nos foi transmitida fielmente pela Tradição Apostólica. Os Apóstolos receberam de Deus uma assistência especial do Espírito Santo (cf. Jo 16,12-13; At 1,8; 2,1-4). Como esta revelação chegou até nós? Chegou-nos por dois meios: pela Sagrada Tradição (de forma oral) e pelas Sagradas Escrituras (de forma escrita), a Bíblia. São dois grandes rios que transmitem a água viva de Deus à sua Igreja (cf. Ap 22,1-2).
Sagrada Tradição A própria Bíblia nos aponta para a Sagrada Tradição (cf.: Lc 1,2; Jo 21,24-25; At 1,3; 1Cor 11,2.23; 15,3; 2Jo 12; 3Jo 1314; 2Ts 2,15; Jd 3). A Sagrada Tradição diz-nos de modo complementar como a Igreja sempre entendeu a Palavra de Deus (não doutrinas novas, mas o verdadeiro sentido e interpretação das Sagradas Escrituras);
também nos mostra como os primeiros cristãos celebravam; como a Igreja se organizava...
Sagradas Escrituras Como surgiram as Sagradas Escrituras, ou seja, a Bíblia? A palavra “Bíblia” significa “livros”, pois, na verdade, são 73 livros reunidos num só e que trazem os dois Testamentos. Ela não caiu pronta do céu, com zíper e tudo, como algumas pessoas pensam. Antes de existir o Novo Testamento, existia a Igreja. A Igreja é quem nos deu a Bíblia. Por isso, o Apóstolo Paulo nos recorda que “A Igreja é coluna e custentáculo da Verdade” (1Tm 3,15). O Concílio Vaticano II nos lembrou algo muito importante nesse sentido: “A Igreja, na sua doutrina, na sua vida e no seu culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo que ela é, tudo aquilo no qual ela acredita” (Dei Verbum, 8). Por isso, é importante participarmos da vida da Igreja: aí encontramos um ambiente seguro para podermos nos aprofundar e crescer na fé. A Igreja é a continuidade do Corpo de Cristo, vivo ao longo da história. Hoje a teologia tem insistido muito em que a Palavra de Deus não é um livro, é uma Pessoa: Jesus! Dessa forma, o cristianismo não é a religião de um livro, é a religião de uma Pessoa: Jesus! Neste mês de setembro, conhecido como o mês da Bíblia, possamos conhecer melhor este precioso tesouro da nossa fé cristã, a Palavra de Deus. Deus nos fala como a amigos. E é por meio da Sua Palavra que o nosso coração se abre à fé (cf. Rm 10,17), e temos a realização daquele desejo infinito de plenitude que habita no mais profundo do nosso ser. Nas Sagradas Escrituras encontramos a grande carta de amor de um Deus apaixonado. Esta carta é um presente especial de Deus para você. Pe. Pedro Paulo Alexandre, pároco na Paróquia São Sebastião, em Anitápolis
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Geral
Setembro 2013
Jornal da Arquidiocese
Missionários visitam famílias no Sertão Baiano 120 lideranças da Arquidiocese realizaram Santas Missões Populares na Diocese de Barra, na Bahia Divulgação/JA
De 18 a 24 de agosto, 120 missionários da Arquidiocese de Florianópolis, entre eles padres, diáconos, religiosos, seminaristas e leigos, integrantes das mais diversas pastorais e movimentos, participaram das Santas Missões na Diocese irmã, Barra, na Bahia. Este ano as missões foram realizadas na Paróquia de Barra, por ser sede da Diocese que celebra seu centenário. Foram 92 comunidades visitadas pelos missionários de nos-
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sa Arquidiocese e pelos 200 missionários da Diocese anfitriã. Os missionários foram acolhidos pelo Pároco da Catedral, Pe Antônio Pereira (ex-aluno do ITESC) e pelo bispo diocesano, Dom Luiz Flávio Cappio, OFM, que os motivou com as Palavras de Mt 28: “Ide e anunciai, o Senhor vos acompanhará”. “Há mais de vinte anos realizamos as Santas Missões e elas são, hoje, um dos momentos mais importantes na vida de nossa diocese”, disse Dom Luiz. Durante a semana, os missionários promoveram encontros de formação, momentos de oração, celebrações da Palavra, Santas Missas, e ajudaram a organizar os CPCs nas Missionários com a bandeira da diocese centenária comunidades, a
Celebração de encerramento das Santa Missões presidida por Dom Luiz catequese, grupos de jovens e de casais. O dia iniciava às cinco da manhã, com as caminhadas penitenciais, e terminava por volta das nove da noite, com a celebração da Palavra ou a Missa. Dom Luiz visitou, em compa-
nhia do Pe. Antonio, quase todas as 92 comunidades, e em todas elas fez questão de agradecer aos missionários da Arquidiocese por sua ajuda no “anúncio do Evangelho ao povo de Deus que está no sertão baiano”. O Município de
Barra é o quarto maior em extensão territorial do Estado da Bahia: algumas comunidades estão a mais de 120 km da sede, e sofre a maior seca dos últimos sessenta anos. Na celebração de encerramento das Santas Missões, como é de costume, a Paróquia-sede entrega o estandarte das Missões para a Paróquia-sede no ano seguinte, que será a Pró Paróquia de São Francisco de Assis. A comunidade está sob os cuidados dos missionários da Comunidade Divino Oleiro CDO, que mantém sua Casa de Missão desde o ano de 2007. “Para nós é uma grande alegria. Vamos nos empenhar para receber o maior número possível de missionários, e esperamos nossos irmãos da Arquidiocese ano que vem, aqui no Muquém”, disse o missionário Sedemir Melo, da CDO, que desde 2010 está na Casa de Missão no Muquém.
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Dom Wilson visita Diocese de Barra na Bahia Visita fez parte das comemorações do centenário da Diocese Irmã de Florianópolis O arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, realizou entre os dias 06 e 09 de agosto visita à Diocese de Barra, na Bahia. A visita fez parte das comemorações dos 100 anos de criação da diocese. Nesses dias, ele aproveitou para conhecer as duas frentes de trabalho missionário que a Arquidiocese mantém na diocese centenária. No dia 06 de agosto, logo que chegou, Dom Wilson foi conhecer a Pró Paróquia São Francisco de Assis, em Muquém do São Francisco, que desde 2007 é assistida pelos missionários da Comunidade Divino Oleiro. Lá ele foi acolhido pela comunidade da sede e pôde
conhecer um pouco da realidade local e dos trabalhos desenvolvidos pelos missionários. Depois, Dom Wilson foi para a sede da Diocese, em Barra, onde participou, ao lado de Dom Luiz Flávio Cappio, OFM, bispo anfitrião, da tradicional Festa do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, que neste ano incluiu a intenção do centenário. No dia seguinte, foi visitar a Paróquia de Nossa Senhora da Oliveira, no município de Oliveira dos Brejinhos, que há mais de 40 anos é assistida por padres da Arquidiocese de Florianópolis, no projeto chamado Dioceses Irmãs, e que nos últimos dois anos e meio está sob os
cuidados do Pe. Iseldo Scherer. A visita do arcebispo de Florianópolis já era aguardada há tempo pelo bispo local, Dom Luiz. Durante o encontro, ele demonstrou sua alegria pela presença de Dom Wilson e toda a gratidão com a Arquidiocese. “Com o envio de missionários para cá, Florianópolis colabora na evangelização desta diocese centenária e ajuda a construir história nas terras sagradas do sertão”, disse. Dom Wilson havia recebido convite para ir em outubro, quando será celebrado o centenário da Diocese. Como não poderia, resolveu antecipar sua ida e participar da celebração festiva do Bom Jesus, muito
Dom Wilson posa para foto na Pró Paróquia São Francisco de Assis popular em Barra. “Visitar essas duas frentes de missão e conhecer um pouco dos trabalhos que a Arquidiocese, através de seus padres e leigos missionários, realiza aqui na
Bahia, foi muito bom. Assim, pude avaliar a dimensão dos benefícios que eles trazem à comunidade sofrida do sertão baiano e à Igreja como um todo”, disse nosso Arcebispo.