Silvia Togneri: participação da Igreja no processo democrático e eleições.
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Florianópolis, Setembro de 2012 Nº 182 - Ano XVI
Ordenado novo padre Ordenação presbiteral de Marcos Decker é a segunda deste ano. Em setebro teremos nova ordenação PÁGINA 5
Assembleia aprova Plano Arquidiocesano de Pastoral Documento dará as diretrizes da ação evangelizadora da Igreja na Arquidiocese para os próximos dez anos Mais de 300 lideranças, entre padres, diáconos, religiosos (as) e lideranças leigas da Arquidiocese, estiveram reunidos nos dias 24 e 25 de agosto, na Paróquia de Santo Amaro da Imperatriz, participando da 27ª Assem-
bleia Arquidiocesana de Pastoral. Durante os dois dias, os presentes refletiram sobre a realidade eclesial e social da Arquidiocese à luz do Concílio Vaticano II, e concluíram o processo de planejamento. Veja o que foi aprovado, o que
algumas lideranças disseram sobre a sua aplicabilidade nas comunidades da Arquidiocese e conheça o processo até chegarmos a esse momento. PÁGINA S 0 8 e 09 PÁGINAS 08
Paróquia de Botuverá celebra 100 anos de fundação PÁGINA 03
A serviço da vida A opção preferencial pelos pobres, disse o papa Bento XVI em Aparecida, “é implícita à fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza”. É uma opção que deverá atravessar todas as estruturas e prioridades pastorais e manifestar-se em gestos concretos. É um convite que a Igreja faz para que todos os católicos, também os que não são pobres, se debrucem com amor na direção das pessoas necessitadas. Num mundo com tantos sinais de morte e inúmeras formas de exclusão, a Igreja, em todos os seus grupos, movimentos e associações, animados por uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral, tem a importante missão de defender, cuidar e promover a vida, em todas as suas expressões. PÁGINA 04
Florianópolis sediará evento preparatório para a JMJ-2013
Arquidiocese sedia Encontro Estadual das CEBs
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Comunidade indígena recebe recursos do FAS PÁGINA 10
Conheça a Pastoral da Pessoa Idosa
Lideranças concluíram o processo iniciado há três anos, envolvendo todas as paróquias e comarcas
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Comunidade Divino Oleiro inaugura Centro de Comunicação PÁGINA 16
Participe do Jornal da Arquidiocese
Apostolado promove Concentração Arquidiocesana Evento reunirá todas as associações do Apostolado da Oração da Arquidiocese Concentração será realizada no dia 30 de setembro, no Centro de Evangelização Angelino Rosa – CEAR, em Governador Celso Ramos. Na última edição, realizada
em 2010, Concentração reuniu mais de quatro mil participantes. Realizada a cada dois anos, encontro terá como inspiração o Mês da Palavra e a preparação espiritual
para o Ano da Fé. O tema será: “Coração de Jesus, fonte de vida e motivação para viver a Palavra e a Fé!”. PÁGINA 0 03 3
Dos dias 07 a 09 de setembro, a Arquidiocese sediará o 11º Encontro Estadual das CEBs. Evento reunirá representantes das dez dioceses do Regional Sul IV. A abertura, no dia 07/09, às 15h30, será em frente a Catedral com Celebração Eucarística presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. PÁGINA 11
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Artigos
Setembro 2012
Palavra do Bispo
Dom Wilson TTadeu adeu Jönck
Jornal da Arquidiocese
Arcebispo de Florianópolis
NOVA EVANGELIZAÇÃO No dia 11 de outubro próximo, terá início o Sínodo dos Bispos. O tema será a “Nova Evangelização”. Com este apelo a Igreja abre a celebração dos 50 anos do início do Concílio Vaticano II. Evangelizar o mundo contemporâneo foi a principal razão da convocação do Concílio. Passados 50 anos, a evangelização continua sendo a preocupação central da Igreja do nosso tempo. A expressão “Nova Evangelização” apareceu pela primeira vez no Documento de Puebla em 1979. “Situações novas que nascem das mudanças sócio-culturais e requerem uma outra evangelização: os que emigram para outros países;grandes aglomerados urbanos no próprio país; camadas de todos os estratos sociais em precária situação de fé; grupos expostos ao influxo das seitas e das ideologias que não
respeitam a identidade, confundem e provocam divisões” (DP366). E Puebla completa esta lista dos “grupos cuja evangelização é urgente, mas muitas vezes adiada: universitários, militares, operários, jovens, mundo da comunicação social”. Alguns meses mais tarde, ainda em 1979, na sua visita à Polônia, o Papa João Paulo II usou a expressão. Assim, no discurso em Nova Huta: “Nesta nova época, nas novas condições de vida torna a ser anunciado o Evangelho. Deu-se início a uma nova evangelização, como se fosse um segundo anúncio, mas na realidade é sempre o mesmo”. Ainda na passagem do milênio, o mesmo Papa retomou várias vezes a expressão para dizer que é preciso anunciar o Evangelho “com novo ardor e com novos métodos”. Dez anos depois da conclusão
Palavra do Papa
Bento XVI
do Concílio, o Papa Paulo VI convocou o Sínodo dos Bispos para refletir sobre o tema da evangelização. Como conclusão, publicou a Exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi” (1975). Paulo VI insistiu em que os objetivos do Concílio se resumem em um só: “fazer a Igreja cada vez mais apta para anunciar o Evangelho para a humanidade do século XX”. Disse ainda que a Igreja tem o dever de preservar o patrimônio da fé, mas tem também a obrigação de apresentá-lo aos homens de nosso tempo, com os meios ao nosso alcance, de um modo compreensivo e persuasivo (EN 2 e 3). No número 20 do mesmo documento, Paulo VI dirá ainda que o principal drama do nosso tempo é “a ruptura entre o Evangelho e a cultura”. O Concílio Vaticano II já enfatizara na vida da Igreja a ne-
Opinião
“Eu sou o Pão Vivo” Nos domingos anteriores, meditamos o discurso sobre o “pão da vida” que Jesus pronunciou na sinagoga de Cafarnaum, depois de alimentar milhares de pessoas com cinco pães e dois peixes. Hoje, o Evangelho apresenta a reação dos discípulos àquele discurso, uma reação que o próprio Cristo provocou: “muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele.” (Jo 6, 66). Por quê? Porque não acreditaram nas palavras de Jesus, quando disse: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente” (cf. Jo 6,51-54). Vendo que muitos se retiravam, Jesus perguntou aos Apóstolos: “Também vós quereis ir embora?” (Jo 6, 67). Como em outros casos, é Pedro, quem responde em nome dos Doze: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus “(Jo 6, 68-69). Sobre esta passagem, temos um belo comentário de Santo Agostinho: “Vejam como Pedro, pela graça de Deus, e a inspiração do Espírito Santo, compreende! Por que compreendeu? Porque acreditou. Tu tens palavras de vida eterna. Tu nos dás a vida eterna, oferecendo o teu corpo [ressuscitado] e o teu sangue [Tu mesmo]. E nós acreditamos e conhecemos. Não diz: “conhecemos e acreditamos”, mas “acreditamos e conhecemos”. Acreditamos para poder
conhecer, pois, se quiséssemos conhecer antes de acreditar, não seríamos capazes nem de conhecer e nem de acreditar. O que acreditamos e o que conhecemos? Que Tu és Cristo Filho de Deus, isto é, que Tu és a vida eterna e, através da tua carne e do teu sangue, nos dás aquilo que tu próprio és.” Entretanto, Jesus sabia que, entre os Doze havia um que não acreditava: Judas. [...] Era provavelmente um zelota, e queria um Messias vencedor, para guiar uma revolta contra os romanos. Jesus estava decepcionando essas expectativas. O problema é que Judas não foi embora, e a sua culpa mais grave foi a falsidade, que é a marca do diabo. É por isso que Jesus disse aos Doze: “Um de vós é um diabo” (Jo 6,70). Oremos à Virgem Maria, para que nos ajude a crer em Jesus, como São Pedro, e a sermos sempre sinceros com Ele e com todos.
Busco primeiro saber se é uma pessoa que tem compromisso com a família, também se tem princípios firmes e se é co-
“
Bento XVI XVI, em Castel Galdolfo, no dia 26/08
Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis 4-4 799 Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 322 3224-4 4-4799 E-mail: jornal@arquifln.org.br - Site: www.arquifln.org.br 24 mil e plares mensais exx em emplares
“
A assembleia reunida, expressão de toda a Igreja Arquidiocesana buscando caminhos para anunciar o Evangelho de sempre”.
Quais critérios você usa para escolher o seu candidato?
Primeiro procuro conhecer a história do candidato, qual o tipo de envolvimento político anterior e sua participação na sociedade. Também busco saber se tem algum projeto social, se tem alguma ligação com a Igreja, se apresenta propostas que tenham base nos princípios em que acredito, de valorização da vida, participação social e respeito à pluralidade. Também levo em consideração o partido, sem me concentrar em uma sigla especificamente, mas que tenha história e propostas de lutas sociais.
Se quiséssemos conhecer antes de acreditar, não seríamos capazes nem de conhecer e nem de acreditar”.
cessidade da evangelização, recorrendo a novos meios para anunciar o Evangelho ao mundo contemporâneo. Disso foi sinal a criação do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, certamente um dos frutos mais maduros do Concílio. O Plano de Pastoral que a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral acaba de aprovar, há poucos dias, quer ser uma continuação ao mandato de evangelizar, emitido de forma tão forte pelo Concílio. A Assembleia reunida era a expressão de toda a Igreja Arquidiocesana buscando caminhos para anunciar o mesmo Evangelho de sempre. Mais do que nunca, constatamos que a relação do homem contemporâneo com Deus está mudada, também entre nós, e requer formas mais adequadas de anunciar a Boa Nova do Reino.
Marcio Murilo Martins Martins, Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, Florianópolis - Comarca da Ilha.
rajoso suficiente para assumir as propostas que apresentou para mudar a situação atual. Busco ainda conhecer bem o seu plano de ação e se ele é condizentes com a realidade do município e da minha comunidade. Também busco conhecer o material disponibilizado pela Igreja, que nos orienta quanto ao voto consciente, e procuro orientar outras pessoas seguindo esse mesmo documento.
Antes de tudo, procuro conhecer a ideologia do candidato, depois os projetos de ação que apresenta e se estão de acordo com as minhas crenças. Também busco seguir as orientações da Igreja quanto ao voto consciente. Ainda levo em consideração o que o candidato já realizou em benefício do povo, os seus projetos sociais. A postura de vida e o relacionamento com a sociedade também são fatores importantes. Procuro ver seus projetos, mas também se suas ações condizem com o que se propõe a realizar depois de eleito. Irmã Neiva Falcin Falcin, Paróquia São João Batista, em São João Batista Comarca de Tijucas
Manoel Antônio Vieira Vieira, Paróquia São João Evangelista, Biguaçu – Comarca de Biguaçu Dire orial: Dom Wilson Tadeu Jönck, Pe. João Francisco Direttor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Edit Editorial: Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Carlos Martendal, Felipe Candin - Jornalista R esponsáv el: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor esponsável: Coor.. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense
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Setembro 2012
Meia Praia será elevada a paróquia Paróquia de Itapema será desmembrada e nova paróquia contará com cinco comunidades Foto JA
Uma Celebração Eucarística no dia 16 de setembro, às 9h30, marcará a criação da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Meia Praia, Itapema. A celebração será presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck e será a primeira paróquia criada por ele desde sua posse em novembro de 2011. Durante a solenidade, será empossado Pe. Francisco José Gesser como o primeiro pároco. A criação da nova paróquia foi uma reivindicação da comunidade feita ao então arcebispo Dom Murilo Krieger, quando da sua Visita Pastoral na Paróquia Santo Antonio, em Itapema. Desde então, a comunidade se mobilizou para estruturar a nova paróquia. Totalmente desmembrada da Paróquia Santo Antônio, ela será composta por cinco comunidades: a matriz, Sagrado Coração de Jesus, em Meia Praia; Cristo Rei, em Morretes; Nossa Senhora das Gra-
Diácono celebra 25 anos de ordenação
Comunidade Sagrado Coração de Jesus, em Meia Praia, Itapema, criada em 1964, será a Matriz da nova paróquia da Arquidiocese. ças, Jardim Praiamar; São João Batista, em Sertão do Trombudo; e São Francisco de Assis, em Meia Praia. O município de Itapema é um dos que mais cresce em popula-
ção no Estado. Município litorâneo e rico em belezas naturais, possui uma população de 46 mil habitantes (Censo 2010), mas que chega a triplicar durante o verão.
Concentração Arquidiocesana Apostolado da Oração Realizada a cada dois anos, Concentração deve reunir mais de quatro mil pessoas de todas as associações do Apostolado O Apostolado da Oração da Arquidiocese de Florianópolis promoverá no dia 30 de setembro a sua Concentração Arquidiocesana. Será no dia 30 de setembro, no Centro de Evangelização Angelino Rosa – CEAR, em Governador Cel-
Vai acontecer...
so Ramos, e pretende reunir todas as associações do Apostolado presentes na Arquidiocese. Prevista para cada dois anos, a última edição foi realizada em 2010 e reuniu mais de quatro mil no CEAR. Desta vez, a inspiração é Arquivo/JA
Em 2010, mais de quatro mil participaram da Concentração no CEAR
o Mês da Palavra e a preparação espiritual para o Ano da Fé. A Concentração terá como tema “Coração de Jesus, fonte de vida e motivação para viver a Palavra e a Fé!” e lema “Vinde a mim todos vós que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11, 28). A assessoria ficará por conta do Pe. Sereno Boesing SJ SJ, Diretor Espiritual Arquidiocesano AO, colaborando também Pe. Otmar J. Schw engber engber, SJ, Secretário NaciSchwengber evelino Seidler onal do AO, Pe. R Seidler, Re coordenador arquidiocesano de Pastoral, e Pe. Márcio Vignolli Vignolli, diretor espiritual da Comunidade Divino Oleiro. O ponto alto do encontro será a Santa Missa, às 16h, presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jonck. Mais informações pelo fone (48) (48) 3245-2208 ou 9912taniarzz 5870, ou pelo e-mail taniar meurer@hotmail.com meurer@hotmail.com.
A Comunidade Santa Luzia, da Paróquia de Santo Amaro, estará em festa no dia 09 de setembro. Nesse dia, às 10h30min, uma Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Frei Carlos Ignácio, o pároco, marcará o jubileu de 25 anos da ordenação do diácono José Lino de Pinho Pinho. O diácono fez parte da 3ª turma da Escola Diaconal São Francisco de Assis da Arquidiocese.
Diácono José Lino faz parte da 3ª turma da Escola Diaconal
100 anos de Botuverá A Paróquia de São José, em Botuverá, estará comemorando 100 anos de fundação. Para comemorar a data, será realizada uma Celebração Eucarística comemorativa no dia 30 de setembro, presidida pelo nosso arcebisadeu Jönck po Dom Wilson TTadeu Jönck. Durante o dia, ainda haverá almoço festivo, corte do bolo e tarde dançante comemorativa. A Paróquia São José de Porto Franco, foi criada por Decreto de Dom João Becker, datado de 31 de julho de 1912, com território totalmente desmembrado da Paróquia São Luís Gonzaga, de Brusque, “compreendendo toda a bacia da parte superior do Rio Itajai-mirim”, hoje os municípios de Botuverá e Vidal Ramos.
Em janeiro de 1951 foram desmembradas de Botuverá algumas Capelas que compuseram a Paróquia São Sebastião de Vidal Ramos, hoje pertencente à Diocese de Rio do Sul, ficando Botuverá com mais ou menos 700 famílias. A 6 de agosto de 1961, após a bênção da pedra fundamental, por Dom Joaquim Domingues de Oliveira, foi iniciada a construção da nova Casa Paroquial. Sua inauguração aconteceu em 1962, por ocasião dos festejos comemorativos do cinqüentenário de criação da Paróquia. Pela Lei nº 821, de 7 de maio de 1962, Botuverá foi desmembrada de Brusque e elevada à categoria de Município.
Arquidiocese de Florianópolis Transferências para 2012 Relação de transferências dos Padres no mês de setembro: Pe. Marcos Decker - Administrador Paroquial da Paróquia São Joaquim - Garopaba - 08.09.2012 Pe. João Elias Antero - Vigário Paroquial da Paróquia São Joaquim - Garopaba - 08.09.2012 Pe. Francisco José Gesser - Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus - Meia Praia - 16.09.2012 e Criação da Nova Paróquia. Pe. Alceoni Berkenbrock - Pároco da Paróquia Sagrados Corações - Barreiros - 23.09.2012
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Tema do Mês
A serviço da vida O centro da fé cristã é o mandamento novo do amor Arquivo/JA
Entre as cinco urgências pastorais das atuais Diretrizes Básicas da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, temos: Igreja a serviço da vida plena para todos. O Documento de Aparecida escolheu a palavra “vida” como eixo da ação evangelizadora da Igreja para as próximas décadas. Desde o início, no ventre materno, até o seu término natural e, mais ainda, ultrapassando os limites terrenos, até o céu, a vida humana é dom de Deus. A vontade de Deus é que todos tenham vida em abundância (Jo 10,10), com todas as condições para uma vida digna: acesso à alimentação e à moradia, à educação e à saúde, ao emprego e à subsistência, à segurança e à justiça social e, enfim, à santidade e à felicidade eterna.
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Os níveis da vida Vida é a palavra-chave para o projeto de Deus consubstanciado no anúncio e na prática do Reino de Deus, como propôs Jesus de Nazaré. Vida é a realização dos sonhos divinos, transformados em sonhos humanos, em seus três grandes níveis. Há um nível mínimo, que se faz no cuidado com a vida física, o bem-estar do corpo, a posse dos bens materiais necessários à integridade da existência: comida, casa, trabalho, segurança etc. Sem essa condição mínima, o Reino de Deus fica sem base, sem chão. O povo diz que “saco vazio não fica em pé”. Como falar de felicidade eterna se não se experimenta a felicidade na vida neste mundo? Como ser feliz, sem as condições mínimas de vida digna? Mas, isso não é suficiente. A felicidade humana aponta para algo mais. O ser humano não quer só comida. Há, então, um nível médio, que se realiza no cultivo do espírito, na liberdade de locomoção e de comunicação, nas expressões artísticas, esportivas, culturais, na promoção dos direitos humanos, pessoais e sociais, na construção da cidadania, na organização democrática, na segurança e na paz. De fato, de que adianta ter comida, se não há tranquilidade e paz? É o espaço da beleza e da arte. Os romanos diriam: pão e circo! Ainda assim, a vida humana não encontra sua felicidade. A posse de bens materiais e espirituais ainda é pouco para a felicidade humana. O ser humano é feito para
algo mais. Melhor, para Alguém mais. Há nele um desejo de infinito, de Absoluto! Um vazio, que só será preenchido no encontro definitivo com Deus. Há, por isso, um nível máximo e último para a realização do Reino de Deus: a ressurreição final, a posse dos bens eternos, a convivência feliz no céu. É a vida plena, que pressupõe, portanto, todas as dimensões: física, moral, mental e espiritual; pessoal, familiar, social e cultural; política, econômica e ecológica.
A cultura da vida É estranha a expressão “cultura da morte”, cunhada pelo papa João Paulo II. Ninguém cultiva a morte! Mas o papa a usava muitas vezes, precisamente para denunciar o sistema ideológico em que vivemos, no qual a morte é como que buscada, querida e cultivada. As guerras, a matança de inocentes, o genocídio, o narcotráfico, a violência urbana e rural, a fome brutal, a depredação da natureza, são expressões dessa cultura que
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A pregação da vida plena em Cristo pressupõe, evidentemente, a luta pela vida terrena e a denúncia de todas as formas de degradação e exploração da vida”.
se opõe à vida. A Igreja não pode cruzar os braços diante dessa realidade, pois “o Evangelho da vida está no centro da mensagem de Jesus”, diz o papa João Paulo II na encíclica Evangelium vitae (n. 1). A pregação da vida plena em Cristo, o anúncio do Reino definitivo no céu, pressupõe, evidentemente, a luta pela vida terrena e a denúncia de todas as formas de degradação e exploração da vida. O Documen-
to de Aparecida constata: “As condições de vida de muitos abandonados, excluídos e ignorados em sua miséria e dor, contradizem o projeto do Pai e desafiam os discípulos missionários a maior compromisso a favor da cultura da vida” (DAp 358). A Igreja deve tornar-se solidária e comprometida com as incontáveis vítimas das inúmeras formas de destruição da vida. Em seu empenho pela cultura da vida, a Igreja não trata os pobres como objeto de sua caridade. “Os pobres e excluídos são sujeitos da evangelização e da promoção humana integral” (Diretrizes, 71). A Igreja os convida a se organizarem nas comunidades eclesiais, nas pastorais sociais, a participarem dos conselhos paritários de direitos, das políticas públicas, na busca de um mundo mais justo, fraterno e solidário.
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vítimas da violência, deslocados e refugiados, vítimas do tráfico de pessoas e sequestros, desaparecidos, doentes de HIV e enfermidades endêmicas, tóxico-dependentes, crianças vítimas da prostituição e do trabalho infantil, mulheres maltratadas, vítimas da exploração sexual, desempregados, presos em condições desumanas, jovens sem futuro, moradores de rua, mendigos etc. “Com os olhos fixos em Jesus” (Hb 12,2) e nos novos pobres em quem somos chamados a ver o Cristo pobre e servo, chagado, destroçado e flagelado (Is 52,13ss), a Igreja há de realizar sua missão de samaritana. Esse novo olhar faz com que o discípulo missionário reconheça “que seu sonho por vida eterna leva-o a ser, já nesta vida, parceiro da vida e vida em plenitude” (Diretrizes, 69). Por isso, deverá “ratificar e potencializar a opção preferencial pelos pobres” (DAp 396), que, como disse o papa Bento XVI no discurso inaugural em Aparecida, “é implícita à fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza” (DI 3). Uma opção preferencial que deverá atravessar todas as estruturas e prioridades pastorais e manifestar-se em gestos concretos. A opção preferencial pelos pobres é um convite que a Igreja faz, fundada na ação do Senhor e de Jesus de Nazaré, um convite bíblico, portanto, para que todos os católicos, também os que não são ricos, se debrucem com zelo e amor na direção das pessoas necessitadas. “Em meio a um mundo marcado por tantos sinais de morte e inúmeras formas de exclusão, a Igreja, em todos os seus grupos, movimentos e associações, animados por uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral, tem a importante missão de defender, cuidar e promover a vida, em todas as suas expressões” (Diretrizes, 106). Afinal, o centro da fé cristã é o mandamento novo do amor. E o critério do último juízo será o amor ao próximo: “Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).
Novo olhar, nova ação As Diretrizes da Igreja no Brasil fixam o olhar nos novos rostos pobres, produzidos pelo mercado global excludente: migrantes,
Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arq., Prof. de Teologia e Diretor da FACASC/ITESC Email: vigariogeral@arquifln.org.br
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Arquidiocese ganha novo padre Marcos Decker, 25 anos, é o 27º presbítero nascido no município de Antônio Carlos Divulgação/JA
A Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Antônio Carlos, esteve em festa no dia 11 de agosto. Nesse dia, pela imposição de mãos de nosso arcebispo Dom Wilson TTaadeu Jönck Jönck, o Diácono Marcos Decker , nascido na paróquia, foi ordenado presbítero para a Arquidiocese de Florianópolis. Realizada na Igreja Matriz, a celebração foi concelebrada por Dom Vito Schlickmann Schlickmann, bispo auxiliar emérito de Florianópolis, e por 40 padres e 20 diáconos. Como lema de ordenação, Marcos escolheu a passagem bíblica “Dei-vos o exemplo, para que façais assim como eu fiz para vós” (Jo 13,15). Com a ordenação, Marcos assume como vigário paroquial na Paróquia São Joaquim, em Garopaba, onde já vinha atuando como diácono. A Celebração teve início com a Valde-acolhida pelo Pe. Silvano Valde miro de Oliveira Oliveira, pároco anfitrião, que falou da alegria da comunidade com a ordenação presbiteral de mais um paroquiano. Em seguida, Dom Wilson saudou a todos e falou da satisfação de estar pela primeira vez na comunidade como Arcebispo. Iniciando o rito de ordenação, Mannes, o Diácono José Nali Mannes
Presidida por Dom Wilson, ordenação presbiteral de Marcos Decker foi a vigésima sétima de um paroquiano de Antônio Carlos da comunidade Nossa Senhora Aparecida, Vila Doze, a mesma de origem do ordenando, pediu que se apresentasse o candidato a presbítero, que até então estava ao lado dos seus pais. Na sequência, Pe. Pedro Schlichting Schlichting, Reitor do Seminário de Azambuja, em Brusque, pediu a ordenação. “Acompanhei todo o seu processo de formação e dou testemunho de que é considerado digno”, disse. Em sua homilia, Dom Wilson falou da alegria em presidir mais
Nova ordenação presbiteral A ordenação do Pe. Marcos Decker foi a segunda das três ordenações presbiterais previstas para este ano. A primeira foi do
Pe. Kelvin Konz. A próxima será do diácono Ewerton Martins Gerent Gerent, no dia 15 de setembro, sábado, às 15h, na Paróquia de Santo Amaro da Imperatriz. Os três jovens, todos com 25 anos, são colegas de seminário e participaram de todas as etapas de formação juntos. Eles foram ordenados diáconos transitórios em uma celebração conjunta, presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson, no dia 28 de abril, na Paróquia do Santíssimo Sacramento, em Itajaí.
uma ordenação presbiteral. “Porque somos frágeis, precisamos de Alguém que nos revigore. É na Eucaristia que nos fortalecemos como Igreja”, disse.
Ordenação Em seguida, Dom Wilson interrogou o ordenando, que manifestou a sua prontidão para o ministério presbiteral. Depois, foi cantada a ladainha de todos os Santos. A seguir, veio a imposição das mãos de nosso Arcebispo, gesto seguido por todos os padres presentes à celebração, em sinal de unidade com o novo presbítero. Marcos recebeu então de seus padrinhos de ordenação a Estola e a Casula. Depois, teve as mãos ungidas com o Óleo do Crisma e as mostrou aos presentes. Ao final da missa, Pe. Marcos, muito emocionado, agradeceu a todas as pessoas que contribuíram para a sua formação, em especial aos seus pais. Em seguida, ele pediu que todos os seminaristas da Arquidiocese fossem até diante do altar, para que fossem conhecidos e que, com eles e por eles, se rezasse a oração vocacional. Mais fotos no site da Arquidiowww.arquifln.org.br www.arquifln.org.br), cese (www.arquifln.org.br clicar em “Álbum de fotos”.
Vai acontecer...
Congresso Teológico marca os 40 anos do ITESC O Instituto Teológico de Santa Catarina (ITESC), com sede em Florianópolis (SC), está celebrando os seus 40 anos de fundação. Para celebrar a data, estão sendo programadas várias atividades. Dentre elas, o Congresso Teológico com o tema “Concílio Vaticano II – memórias e perspectivas” perspectivas”, de 3 a 6 de setembro. A programação inclui ainda a apresentação teatral “O CONTES CONTEST TA DO” – com o grupo UNOESC sobre os 100 anos do Contestado, no teatro Pedro Ivo Campos, também no dia 06. A Missa de Ação de Graças e Almoço de Confraternização dos ex-alunos, acontecerá em outubro. Nestes 40 anos, o ITESC adquiriu reconhecimento regional e nacional com seu curso de teologia. Na esteira do Instituto, foi criada a Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), creden-
ciada pelo MEC este ano. Até o final de 2011, haviam se matriculado no curso livre de teologia do ITESC um total de 1.190 alunos, cerca de 500 dos quais foram ordenados presbíteros. Informações e inscrições para o Congresso Teológico no site www.itesc.org.br ou pelo telefone (48) 3234-0400.
Programação do Congresso Teológico Dia 03/09 (segunda-feira) 08h – Conferência: Da Apostolicam Actuositatem aos ministérios leigos - Dra. Maria Clara Bingemer Bingemer. 20h 20h– Reflexão Temática: Lumen Gentium – Pilar Eclesiológico do Concílio Vaticano II - Pe. or Galdino FFeller eller Vit eller.. Vitor
Dia 05/09 (quarta-feira) 08h – Conferência: Formação Presbiteral na Igreja Atual Pe. João Batista Libânio Libânio, SJ. 20h – Conferência: Gaudium et Spes – Pilar Teológico-Pastoral do Concílio Vaticano II - Dr Dr.. Daniel Ramada Piendibene Piendibene, Embaixador do Uruguai junto à Santa Sé.
Dia 04/09 (terça-feira) 08h - Conferência: 50 anos do Concílio Vaticano II - Esperanças e Desafios - Dom Luiz Demétrio Valentin alentin, Bispo de Jales – SP. 20h - Conferência: Igreja, Sociedade e Juventude - Pe. João Batista Libânio, SJ SJ.
Dia 06/09 (quinta-feira) 08h - Conferência: 40 Anos da Caminhada do ITESC - Pe. José Artulino Besen Besen. 20h - Apresentação Teatral “O Cont estado” Contestado” estado”, no Teatro Pedro Ivo Campos - Grupo TOCA de Teatro Universitário, UNOESC - Joaçaba.
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Bíblia
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Conhecendo o livro dos Salmos (52)
Salmo 72 (71): O Reinado do Messias
Direito e Justiça 1. Ó Deus, dá ao rei teu julgamento, / ao filho do rei a tua justiça; 2. para que governe teu povo com justiça / e, com o direito, teus pobres. Surpreende o primeiro pedido, como surpreende também o pedido do jovem rei Salomão no início do seu reinado, no santuário de Gabaon (1Rs 3,3-9). Salomão não pediu “longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte dos inimigos”, mas, sim, “sabedoria para praticar a justiça” no governo do seu povo (1Rs 3,11). E isso agradou a Deus. Também é isso o que aconselha, aos governantes, o início do livro da Sabedoria: “Amai a justiça, vós que governais a terra” (Sb 1,1). De que “justiça” se trata? Não a meramente retributiva, não a dos “meus direitos adquiridos”, mas a justiça que se orienta pelo “direito”, que é o conjunto das normas que realizam a “justiça”. Notar que são “teus” isto é, de Deus, tanto o “julgamento” como a “justiça” – a justiça salvífica de Deus – como também são de Deus o “teu povo” e, lembrados expressamente, os “teus pobres”.
Montanhas e colinas 3. As montanhas tragam a paz ao povo / e as colinas, a justiça. 4. Aos pobres do seu povo fará justiça, / salvará os filhos dos pobres / e abaterá o opressor. A geografia acidentada de Judá inspira ao poeta a imagem das montanhas e colinas que, administradas por um rei justo, trazem “paz”, isto é, prosperidade, a qual, segundo Isaías, é “fruto da justiça” (Is 32,17). São mencionados expressamente os “filhos dos pobres”, diríamos, os proletários, que, pela ação do rei justo, são salvos do “opressor”. A propósito, também Isaías menciona esse aspecto “repressivo” – desagradá-
Divulgação/JA
Como o Sl 2 e o Sl 110, temos aqui um salmo explicitamente “real”, dedicado ao jovem rei, provavelmente no dia da sua entronização ou nalgum outro momento festivo. A pessoa do rei é o centro das atenções. Fazem-se votos e pede-se que Deus lhe conceda a capacidade de governar com justiça, dando especial atenção aos pobres. A situação aqui não é a de uma boda real, como no Sl 45, nem a de uma rebelião de vassalos, como no Sl 2, nem a de uma sujeição de inimigos a um reisacerdote, como no Sl 110. O ambiente é de tranqüila esperança. As congratulações e votos, porém, são tão entusiasmados, que ultrapassam a medida humana e sugerem a leitura messiânica: um reino assim, só o do Messias Jesus, reino, porém, que, mesmo estando “no mundo”, “não é deste mundo” (cf Jo 18,36).
Isso, então, porque a sociedade está dividida entre ricos e pobres, poderosos e fracos. Os poderosos são astutos e violentos (v.14) e, se o rei não fizer justiça, o sangue dos indigentes continuará a ser derramado sem que ninguém faça coisa alguma. Por isso mesmo, a grande esperança, manifestada com entusiasmo, pelo salmista.
Será bendito
vel, mas necessário – do bom governo: os malfeitores não podem agir e ficar impunes (cf Is 11,4: “Ele ferirá o opressor com a vara de sua boca, e o ímpio, com o sopro de seus lábios”).
Quanto o sol, como a chuva 5. Seu reino durará quanto o sol, / quanto a lua, por todos os séculos. 6. Descerá como a chuva sobre a relva, / como o chuvisco que irriga a terra. 7. Nos seus dias florescerá a justiça / e haverá paz em abundância, enquanto existir a lua. O entusiasmo do salmista multiplica as comparações, e mesmo não receia ultrapassar as medidas humanas. Assim, deseja que esse reinado, justo e benéfico, não tenha limites de tempo: dure “quanto o sol e a lua”, isto é, para sempre. Essa comparação retornará no Sl 89,37, aí referindo-se à duração, no tempo, da dinastia davídica, a descendência real. Temos, porém, ainda, na dimensão do espaço, o efeito miraculoso da chuva, tão expressivo numa região que sofre longos meses de seca, mas experimenta, a cada ano, o milagre da renovação da natureza. Resultado feliz é o “florescimento da justiça”, com a conseqüente “abundância da paz”: de fato, autoridade política comprometida com a justiça é fator de fecundidade e vida para o povo.
De mar a mar 8. E dominará de um mar a outro mar, / do rio até os confins da terra. 9. Diante dele se curvarão os habitantes do deserto, / seus inimigos beijarão o pó da terra. 10. Os reis de Társis e das ilhas vão trazer-lhe ofertas, / os reis da Arábia e de Sabá vão pagar-lhe tributo. 11. Que o adorem todos os reis da terra, / e o sirvam todas as nações. Amplia-se mais ainda o horizonte do salmo, agora numa visão imperialista de domínio e desfrute universal, inclusive sobre povos subju-
gados, a começar dos “habitantes do deserto” (v.9). Literalmente, é claro que esse imperialismo não cabe no “Reino” anunciado e instaurado por Jesus, que veio “não para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45). Cabe, porém, alegoricamente, no sentido expresso por Mateus no episódio dos “reis magos”, que vieram espontaneamente do Oriente, com presentes, “para adorar o Senhor”: cf Mt 2,1-2.1112. É ainda Mateus que refere as palavras da missão universal: Ide e ensinai (cf Mt 28,19-20), tão diferentes da instrução atribuída a Maomé: “Ide e combatei”.
Libertar e defender 12. Ele libertará o pobre que invoca / e o indigente, que não tem quem o ajude; 13. Terá piedade do fraco e do pobre, / e salvará a vida de seus indigentes. 14. Vai defendê-los da opressão e da violência, / será precioso o sangue deles aos seus olhos. Três belos versículos, dedicados à “opção pelos pobres”: não apenas teórica, mas efetiva. Este rei livra o “pobre que clama”, “o indigente, que não tem quem o ajude”. Para o rei messiânico, a vida dos humildes é prioridade, isto é, o “sangue” deles – sua vida – é “precioso aos seus olhos”. Tanto assim, que, sobrepondo-os a qualquer outro interesse, ele os defende de quem se atreva a querer “oprimi-los” ou “fazer-lhes violência”. Essa, a violência ativa. Que dizer, porém, da violência passiva, menos evidente, mas ainda mais perniciosa, da omissão? Com que espírito nossos políticos se elegem e governam?
Conflito subjacente? O salmo dá a entender que a situação social, na posse do novo rei, parece dramática. De fato, há pobres, cujos direitos estão sendo pisados; há indigentes, com seus filhos, sendo oprimidos (v.4), sinal de que não há justiça verdadeira no país. Os indigentes clamam, e os pobres não têm “quem os ajude” (v.12); há fracos e indigentes que precisam ser salvos (v.13)...
15. Viverá e lhe será dado ouro da Arábia; / todo o dia vão orar por ele, / será bendito para sempre. Uma das aclamações mais comuns e expressivas em relação ao governante é a que lhe augura longa vida – “viva o Rei!” – e riqueza abundante, na certeza de que essa riqueza beneficiará a todos. Os votos se expressam também em oração por ele, como aliás recomenda o apóstolo Paulo: “Antes de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões, ação de graças, por todas as pessoas, pelos reis e pelas autoridades...” (1Tm 2,1-2) Assim, esse rei benfazejo será “bendito”, isto é, abençoado, favorecido por Deus.
Fartura de trigo 16. No país haverá fartura de trigo, ondulando sobre o alto dos montes; / seu fruto seja viçoso como o do Líbano, / suas espigas, como a erva da terra. De novo, o entusiasmo do salmista recorre a comparações ousadas. Normalmente, não é “no alto das montanhas” que ondulam os trigais, nem são árvores frutíferas que vicejam no Líbano, famoso pela beleza dos seus cedros... O que importa para o orante, porém, é ressaltar que toda essa abundância é conseqüência: do governo justo, com certeza, resulta a prosperidade, a paz.
Seu nome, como o de Abraão 17. Seu nome dure para sempre; / diante do sol permaneça o seu nome. 18. Nele serão abençoadas todas as famílias da terra / e todos os povos vão proclamálo feliz. O “nome” é a pessoa, por ele designada, com todas as suas qualidades e características: é também a sua fama, o “bom nome” desse rei e, ainda, a sua descendência, que deve “durar para sempre” e “permanecer como o sol”. No v. 5, acima, já se disse que o seu “reino” durará “quanto o sol”. Isso, porém, vale não só para o seu povo, mas “para todas as famílias da terra”, que “nele serão abençoadas” como em Abraão (cf Gn 12,3). Por isso mesmo,”todos os povos o proclamarão feliz”. Notar expressão semelhante no Magníficat de Maria: “Todas as gerações, de agora em
diante, me proclamarão feliz” (Lc 1,48). Quanto ao “nome” de Jesus, recordar a afirmação de Paulo, na carta aos filipenses; “Ao nome de Jesus todo joelho se dobre, no céu, na terra e nos abismos, e toda língua proclame, para a glória do Pai, que Jesus é o Senhor!” (Fl 2,10).
Doxologia 19. Bendito o Senhor, Deus de Israel, o único que faz prodígios! 20. E bendito o seu nome glorioso para sempre, / da sua glória se encha toda a terra. Amém, amém. “Doxologia” quer dizer glorificação, fórmula de louvor. A mais conhecida delas é o “Glória ao Pai”, que conclui cada salmo, na recitação da Liturgia das Horas. Aqui temos uma doxologia em forma de “bendito”, ou “bênção”, em hebraico “beraká”, que na piedade judaica costuma iniciar as orações, por exemplo, a oração da mesa, antes de cada refeição. É a oração que fez Jesus ao “pronunciar a bênção” antes da multiplicação dos pães (Mc 6,41) e antes da instituição da Eucaristia (Mc 14,22). Entre outros “benditos”, no Novo Testamento, temos o de Zacarias, pai de João Batista, ao ver-se curado da sua mudez, em Lc 1,68-79; e o de Paulo, no começo da carta aos efésios, exaltando a Deus pela nossa eleição no Cristo Senhor: Ef 1,3-10. Aqui, o “bendito” reconhece que é Deus quem “faz prodígios” no meio do seu povo, especialmente através desse novo rei que vai governar com justiça. E é por isso também que “o seu Nome é glorioso para sempre” e “da sua glória se encherá toda a terra”. Estes versículos são considerados também a conclusão do segundo dos “cinco livros” dos salmos (Sl 1-41; 42-72 42-72; 73-89; 90-106; 107-150). Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia de SC - FACASC email: ney.brasil@itesc.org.br
Para refletir: 1) Qual é a agradável surpresa do início deste salmo? 2) Qual a relação entre o “reinado” do Messias e o “reino de Deus”, anunciado e iniciado por Jesus? 3) Como está, em nossa comunidade, a “opção pelos pobres”, expressa nos vv. 12-14? 4) Num salmo tão entusiasmante, nota-se algum “conflito subjacente”? 5) Que designa o “nome” no v. 17 e, depois, no v. 19? 6) Que é uma “doxologia”? e uma “bênção”?
Jornal da Arquidiocese
Juventude 7
Setembro 2012
Arquidiocese prepara-se para a JMJ-2013 “Bote Fé Floripa” é o evento preparatório da Jornada Mundial da Juventude e será realizado em Florianópolis No dia doze de janeiro de 2013 acontecerá o “BOTE FÉ FLORIPA”, evento que prepara os Regionais da CNBB para a Jornada Mundial da Juventude. Em Santa Catarina, o evento será realizado em Florianópolis e envolverá as dez dioceses do Regional Sul IV. Para sediar esse importante evento, uma equipe arquidiocesana já está se reunindo há alguns meses. Nesse meio tempo, toda a parte estrutural já foi definida e encaminhada. A concentração será realizada na Praça Nevves (em frente à Tancredo Ne Assembleia Legislativa), em Florianópolis. No local, a partir das 16 hora do dia 12 de janeiro, haverá shows musicais com bandas católicas do Regional e nacionais, e a acolhida da Cruz e do ícone da Jornada Mundial da Juventude. A Missa, às 19h, será presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck e concelebrada pelos bispos do Regional, além de padres e diáconos. Seguirão ainda apresentações culturais. Além do local de realização do Bote Fé, outras iniciativas foram tomadas. Já está no ar o site .bo www efloripa.com.br www.bo .bott ef efefloripa.com.br efloripa.com.br, a logo do evento, a camiseta, que é
Eleições: de quem é a culpa?
Logo oficial produzido pela equipe da Arquidiocese
comercializada através do site, além de adesivos e bótons. Também já está no ar a página do “Bote Fé Floripa” no Facebook: www.facebook.com/ BoteFeFloripa BoteFeFloripa. Segundo Pe. Leandro José Rech Rech, coordenador da equipe de
estrutura do “Bote Fé Floripa”, as providências já estão bem encaminhadas. “Falta ainda um pouco mais de divulgação das paróquias e movimentos, mas acreditamos que, com o site e a proximidade do evento, isso ocorra de forma mais intensa”, disse.
Abertas as inscrições para a JMJ O anúncio foi feito pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, em uma coletiva de imprensa realizada no dia 29 de agosto. A inscrição é fundamental para o peregrino que participará da Jornada Mundial da Juventude de, a ser realizada em 2013, no Rio de Janeiro. É através desse ato que o jovem passará a fazer parte dos dois milhões que virão ao Rio de Janeiro para um grande encontro de fé e esperança. As inscrições estão disponíveis no site oficial da Jornada Mundial da Juventude: www.rio2013. com com. Para facilitar todo o processo, foi criado um vídeo com tutorial e um FAQ (perguntas freqüentes) para ajudar na inscrição. A JMJ espera receber em seu site a inscrição de 1 milhão de pessoas
- e avisa só se responsabilizar pelos grupos que comprarem os pacotes de estadia por meio deste canal oficial. “Já estamos vivendo o clima da JMJ, com os vários passos que vão acontecendo. Estamos muito felizes, com o coração batendo forte. Sabemos que é um momento importantíssimo para a história do
Rio e para o Brasil. Sabemos da necessidade que temos de valores para a juventude, nessa construção para uma sociedade mais unida, mais justa e de jovens que possam fazer a diferença para o futuro”, afirmou Dom Orani. Em menos de 24 horas do início das inscrições, mais de 220 grupos dos cinco continentes garantiram a presença no evento que marcará a vida de tantos fiéis. O Papa Bento XVI foi o primeiro a se inscrever. Além dos peregrinos, a expectativa é de que mais de 60 mil voluntários atuem na Jornada Mundial da Juventude - Rio 2013. Até o momento, os voluntários inscritos chegam a 50 mil. As inscrições dos voluntários também pode ser realizada através do site da Jornada.
Em outubro deste ano de 2012 teremos as eleições municipais. Nós, eleitores, escolheremos nossos representantes, os vereadores e o prefeito. Muito mais que um evento democrático, este processo político comporta um fato que se tornou consenso entre os principais líderes políticos de Santa Catarina: a falta de interesse do eleitor. Numa matéria publicada pelo jornalista Moacir Pereira, do Diário Catarinense, lideranças como o presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio, destacaram que consideram esta campanha estranha, por conta da falta de interesse do eleitor. O senador Paulo Bauer defende a ideia de que as redes sociais substituíram a função do “cabo eleitoral”. Então, devido ao maior número de informações, o eleitorado Catarinense, principalmente os mais jovens, possui maior conhecimento dos candidatos. Curiosamente, há um ano aproximadamente o mesmo jornal publicou uma matéria sobre a nova geração e o desinteresse pela política. Citaram eventos históricos no Brasil, como as elei-
ções de 1989 e o “fora Collor”, que mobilizaram a juventude. Comparando com esses eventos, temos hoje uma juventude apática a questões políticas. Novamente, políticos afirmaram que a internet é a grande culpada. Será mesmo? Realmente não temos apenas uma juventude apática. Pesquisas do IBOPE em períodos eleitorais demonstram que 69% da população pouco se importa com as eleições. E o grande culpado? Fatos e circunstâncias políticas. Partidos políticos perderam suas ideologias, inimigos políticos de ontem se unem por interesses próprios e pela ascensão ao poder hoje. Sem contar as inúmeras acusações de corrupção. O povo brasileiro perdeu a referência em lideranças políticas. É difícil encontrar pessoas realmente interessadas em representar o povo. Diante disso, a juventude que tanto se uniu em eventos políticos no passado, encontra-se desanimada. A internet não parece ser a única culpada. Rodrigo Cunha Seminarista Propedeuta
RCC promove Kairós da Juventude A Paróquia Sagrado Coração de Jesus, nos Ingleses, em Florianópolis, sediará no dia 16 de setembro, o Kairós da Juventude. Promovido pela Renovação Carismática Católica, o evento reunirá jovens a partir dos 15 anos, que já participam de Grupos de Oração Jovem, os quais refletirão sobre o tema “#Eucaristia, #Castidade e #Santidade #Santidade”. O Kairós contará com a pregação de Edilson Edilson, da Comunidade Javé Chamma, de São Paulo, e do Pe. Vânio da Silva Silva, coordenador
da Pastoral Vocacional da Arquidiocese. A animação ficará com o Ministério de Música Nova Unção, de Balneário Camboriú. O Kairós é uma oportunidade para a Juventude da Arquidiocese avivar sua experiência de Oração e ter uma formação para esse Ministério. Este ano, como no ano passado, o evento será realizado em um só dia e a entrada é gratuita. Mais informações pelos fones (48) 3263-0973, na secretaria da RCC em Tijucas, ou pelo fone (48) 3207-4692, na Paróquia.
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Geral
Jornal da Arquidiocese
A caminhada do planejamento arquidiocesano de pastoral
Foto JA
Documento foi construído por todas as comunidades e orienta ação evangelizadora da Arquidiocese pelos próximos dez anos
Em 2007, sob a coordenação Pe. Carlos Rogéde pastoral de Pe rio Groh Groh, lançou-se a semente de um processo de planejamento pastoral. Falecido no final de 2008, coube à coordenação de Pe. Vitor Galdino Feller, num segundo momento, levar adiante a proposta. Em 2011, com a sede vacante, sob a administração diocesana de Pe. João Francisco Salm Salm, o processo de planejamento pastoral continuou a ritmo lento, fazendo coletas de sugestões para a elaboração do “julgar”. No começo de 2012, já sob adeu o governo de Dom Wilson TTadeu Jönck e sob a coordenação pastoral evelino Seidler de Pe. R Re Seidler, foi elaborada a parte do “julgar”, o rosto de nossa Igreja, a Igreja que Deus quer, com indicações do Concílio Vaticano II e do Documento de Aparecida. Ainda no primeiro semestre de 2012, foram feitas coletas de sugestões para o “agir”, seguindo as cinco urgências, os três múnus de ação pastoral e as três instâncias: arquidiocese, comarcas, paróquias. Foi em cima do conjunto dessas sugestões que trabalhou a recente 27ª. Assembleia Ar q uidioce Arq uidioce-sana de P ast oral Past astoral oral, em 24 e 25 de agosto, para escolher as pistas de ação e elaborar projetos de pastoral e, assim concluir o processo de planejamento e definir o Plano Arquidiocesano de Pastoral, que vai nos guiar nos próximos 10 anos.
Realizada nos dias 24 e 25 de agosto, na Paróquia de Santo Amaro da Imperatriz, a 27ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral reuniu mais de 300 pessoas, entre bispos, padres, diáconos, religiosas(os) e lideranças leigas, da Arquidiocese de Florianópolis. O Plano de Pastoral aprovado é resultado de três anos de intenso trabalho com a participação de todas as comunidades da
Arquidiocese, realizado através de pesquisas e estudos da ação evangelizadora da Igreja. Durante os dois dias, os participantes refletiram sobre a realidade eclesial e social da Arquidiocese à luz do Concílio Vaticano II e concluíram o processo de planejamento: definiram o objetivo geral, as pistas de ação e seu eixo transversal, e elaboraram projetos para a nossa Ação Evangelizadora. A Assembleia teve início na manhã do dia 24/08, com a acolhida a todos os participantes. Durante a abertura dos trabalhos, Dom Wilson TTaadeu Jönck Jönck, arcebispo de Florianópolis, falou da imDom Wilson e Dom Vito conduzem os trabalhos portância da As-
sembleia e do desafio que os participantes tinham nesse momento. “Iremos aprovar o resultado de três anos de estudos. Ainda teremos a missão de fazer com que o que aqui for decidido seja aplicado plenamente em nossas comunidades pelos próximos anos”, disse. Em seguida, houve contextualização eclesial e social da Assembleia à luz do Concílio Vaticano II, do Documento de Aparecida e das Diretrizes da CNBB, com a assessoria do Pe. Antônio José de Almeida Almeida, da Diocese de Apucarana, no Paraná. Na tarde, os participantes foram distribuídos em cinco blocos e participaram de plenárias para aprovação. O primeiro dia foi encerrado com a Celebração Eucarística presidida pelo nosso Arcebispo e com a presença da comunidade local.
Aprovação das propostas No sábado, pela manhã, a Assembleia retomou os trabalhos, com os participantes novamente distribuídos em cinco blocos. Num segundo momento, cada um dos blocos foi subdividido em seis grupos. Depois, todos eles foram reunidos na plenária, quando foram apresentadas e aprovadas as propostas. O momento alto foi a aprovação total do Plano Arquidiocesano de Pastoral. evelino Seidler Segundo Pe. R Re Seidler, coordenador Arquidiocesano de Pastoral, houve boa participação no processo de planejamento nas paróquias e comarcas e, durante a Assembleia, no processo de aprovação do Plano. “Agora, o mais importante é o envolvimento das pessoas na sua execução”, disse. Na avaliação de nosso arcebispo Dom Wilson, todo o trabalho de
preparação para o Plano foi muito bem organizado e conseguiu atingir as comunidades, que se envolveram e deram sua contribuição local. “A Assembleia foi uma ima-
gem da Arquidiocese, com representações de todos os seus organismos. O Plano mostra que não somos uma Igreja pronta, mas que dá passos adiante”, disse. Foto/JA
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Em 2007, sob a coordenação do Pe. Carlos Rogério Groh, lançou-se a semente de um processo de planejamento pastoral
Como o Plano de Pastoral vai contribuir para o trabalho na comunidade?
Assembleia aprova o Plano Arquidiocesano de Pastoral
Foto JA
Nosso último Plano Arquidiocesano de Pastoral foi feito nos inícios dos anos 90, no começo do governo de Dom Eusébio Oscar Scheid Scheid, com a coordenação de pastoral de Pe. Francisco de Assis Wloch Wloch. Foi um plano com diversos livretos, contendo observações sobre a história e a realidade da Arquidiocese e sugestões para a prática pastoral. No final dos anos 90 entramos no projeto de pastoral da CNBB “Rumo ao Novo Milênio”, quando cada ano orientava para refletir sobre um evangelho, uma pessoa divina, um dos sacramentos da iniciação, um dos direitos humanos. Em todos esses anos, nossa Igreja diocesana reuniu-se no Estádio Orlando Scarpelli em grandes comemorações festivas. No começo do milênio, sob a coordenação de Pe. Vitor Galdino Feller eller, em vez de um novo processo de planejamento pastoral, seguido de um novo plano, optou-se pela elaboração de Diretrizes da ação evangelizadora da Igreja na Arquidiocese de Florianópolis. Para pô-las em prática, foi elaborado um subsídio para ajuda do planejamento pastoral das paróquias: Planejamento paroquial de pastoral: orientações e roteiro. Nesse tempo também foram elaborados os Regimentos dos conselhos e assembleias de pastoral e as Orientações pastorais para os sacramentos.
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Queremos que ele faça com que a Igreja caminhe em unidade. Vemos que cada um puxa para um lado, realizando trabalhos à sua maneira. Com a Assembleia, sairemos com um Plano de Pastoral que será levado às comarcas e paróquias. Teremos uma linha mestra a seguir. Marileni Melo Melo, Paróquia Divino Espírito Santo, em Camboriú, Comarca de Itajaí.
Vai orientar as comunidades para que as ações evangelizadoras sejam executadas segundo as diretrizes da Arquidiocese. Apontará um caminho para as paróquias trabalharem em unidade. Muitas paróquias não possuem plano de pastoral próprio. Elas poderão adotá-lo como modelo para a construção dos seus. Paulo Elias de Souza Souza, Paróquia Santo Antônio, Campinas, Comarca de São José.
As mais de 300 lideranças aprovaram o Plano de Plastoral e várias ações para os próximos anos
O que foi aprovado? O documento trata das cinco urgências da Igreja na Evangelização: Igreja em estado permanente de missão; Igreja - casa de iniciação à vida cristã; Igreja lugar de animação bíblica da vida e da Pastoral; Igreja - comunidade de comunidades; Igreja a serviço da vida
Objetivo Geral - EVANGELIZAR EVANGELIZAR, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (Jo10,10), rumo ao Reino definitivo.
plena para todos. Em cada urgência foram elaboradas pistas de ações para os três múnus: Palavra (Bíblia); Liturgia (Celebração); e Caridade (ação social da Igreja nas comunidades). E cada um deles foi refletido em três instâncias: Arquidiocese; comarcas e paróquias.
Linha Transversal da Ação Evangelizadora Família – assim toda ação evangelizadora da Igreja deve ser perpassada tendo a família como linha mestra de trabalho.
Projetos Pastorais Durante a Assembleia foram elaborados 30 projetos pastorais
O texto aprovado é o grande instrumento de trabalho que orientará e promoverá unidade na ação evangelizadora da Arquidiocese de Florianópolis pelos próximos dez anos. O documento Participantes foram divididos em 30 grupos e levantaram 90 pistas de ação
Lideranças da Arquidiocese que participaram do processo de elaboração do Plano de Pastoral nas Paróquias, Comarca e na Arquidiocese falam sobre o que esperam dele.
Pistas de Ação Os grupos propuseram e foram aprovadas 90 pistas de ação nos três múnus (Palavra, Liturgia e Caridade) e com ações nas três esferas: Arquidiocese, comarcas e paróquias.
Tempo de vigência do Plano 10 anos – de 2013 a 2022
será revisado, editado, publicado e disponibilizado a todas as lideranças da Arquidiocese. A expectativa é que o material esteja pronto até outubro deste ano.
Auxiliará no processo de evangelização e deixará as pessoas conhecendo cada vez melhor as necessidades da Arquidiocese e as propostas de ação. Todas as etapas do Plano foram amplamente discutidas nas comunidades, o que causa comprometimento e a garantia de que será colocado em prática. Sabrina Pavesi Pavesi, Paróquia/Santuário Nossa Senhora de Azambuja, Comarca de Brusque
Vai contribuir muito para a Igreja e a sociedade como um todo, se for colocado em prática. Ele foi muito bem construído e com excelentes propostas, mas o maior desafio será esse. Por ter sido construído por todos nós, estamos comprometidos em fazer com que ele funcione em nossas comunidades. Diácono Osvaldo Prim Prim, Paróquia de Santo Amaro da Imperatriz, Comarca de Santo Amaro.
Vai organizar e dar uma linha de Evangelização para os próximos dez anos. É a concretização de um planejamento iniciado há três anos, desenvolvido nas paróquias e comarcas e construído nessas várias instâncias. Como teve a participação de todos, garante que vai funcionar. Sonali Lehmkuhl Lehmkuhl, Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Procasa, Comarca do Estreito.
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Ação Social
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Jornal da Arquidiocese
FAS apoia construção de Centro Cultural Indígena Novo espaço vem viabilizar produção e comercialização de artesanatos produzidos pela comunidade Foto JA
A comunidade indígena Guarani do Morro dos Cavalos, em Palhoça, foi uma das beneficiadas com os recursos do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade FAS. Com o repasse de R$ 4.800,00, está sendo concluída a construção de um Centro Cultural que favorecerá todos os mais de 200 moradores da comunidade. Trata-se da construção de uma casa com seis metros de largura por quatro de cumprimento de área fechada, e uma fachada de dois por seis metros para exposição. Os recursos contemplaram todos os materiais necessários para a construção. A comunidade entrou com a mão de obra. A construção ainda não está concluída por conta de problemas com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte - DNIT,
encarregado da duplicação da BR101. “Faltam apenas alguns acabamentos. Pretendemos concluíla no próximo mês”, disse a cacique Eunice Paraí. O projeto foi criado por cinco jovens estudantes do segundo grau. Entre as disciplinas, há a de Projetos de Sustentabilidade para a comunidade. Os jovens perceberam que careciam de um espaço que pudesse sediar reuniões, acolher pessoas de outras comunidades, fazer o artesanato e comercializá-lo. “Antes isso era feito na escola e, por conta disso, muitas vezes não tínhamos aula”, disse Eliezer Vera Antunes Antunes, 18 anos, um dos desenvolvedores do projeto. O artesanato é a principal fonte de renda da comunidade: antes, não havia um local onde eles pudessem
desenvolvê-lo, ensinar os mais jovens, armazenar, comercializar e guardar os materiais de trabalho. Segundo Eunice, que é professora da disciplina, esse foi o primeiro projeto de maior expressão desenvolvido pelos estudantes, com reais benefícios para a comunidade. “Os jovens se envolveram em todo o processo: fizeram levantamento de custos, orçamento, captação de recursos e ajudaram na obra”, disse. O sucesso do projeto incentivou a criação de outros. Assim, um projeto de inclusão digital, que foi apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina e aprovado. Por conta dele, receberam computadores, cursos de informática e hoje estão aprendendo a utilizar a internet e as mídias sociais para contar a sua história.
Construção de madeira, com 36 m2, vai beneficiar todos os mais de 200 moradores da comunidade indígena do Morro dos Cavalos, em Palhoça
5ª Semana Social Brasileira parte IV
Conquistas contra a corrupção
ASA participa do Encontro Inter Regional Sul da Cáritas Brasileira Desafios do Mundo Urbano e Monitoramento das Ações são debatidos no Encontro Divulgação/JA
Aconteceu nos dias 07 e 08/ 08 em Porto Alegre/RS, o Encontro Inter Regional Sul da Cáritas Brasileira, espaço onde 60 agentes das Cáritas Diocesanas e Secretariados Regionais estiveram presentes. Este ano o encontro teve como tema central os Desafios do Mundo Urbano. Na primeira parte do encontro os três estados apresentaram experiências de ações que estão sendo executadas no meio urbano, apontando os seus desafios frente à realidade, mas também vislumbrando possibilidades positivas para a ação Cáritas. A temática foi apresentada por José Rogério Lopes, professor da UNISINOS. Para ele, a segmentação do mundo em diversas áreas de desenvolvimento (inovação, semiperiferias e periferias) é reflexo direto da distribuição desigual dos benefícios e malefícios do modelo capitalista. Na perspectiva de superação das perversidades do capitalismo, a Cáritas procura por meio de suas ações comunitárias apresentar novas possibilidades de ação,
A mística e a espiritualidade que fortalece a ação da Cáritas. que se contrapõem ao modelo atual de sociedade. Mesmo diante das perplexidades do mundo urbano e dos desafios que assolam as comunidades, em especial as mais pobres, o assessor José Rogério argumentou que é possível construir uma vida comunitária na cidade. No segundo dia de trabalho, os participantes se debruçaram
sobre o Plano Operacional 2012, realizando o monitoramento das ações, apontando estratégias de continuidade e de avaliação da ação realizada. Da Arquidiocese de Florianópolis, Carla de Oliveira Guimarães e Maria Antonia Carioni Carsten participaram do encontro, compartilhando as ações realizadas pela ASA no espaço urbano da Arquidiocese.
A democracia no Brasil ainda está em processo de solidificação. No decorrer da história, após anos de regime ditatorial, surgiram algumas iniciativas populares que buscaram uma nova reorganização do Estado Brasileiro, buscando combater a corrupção. Nestas eleições, é importante conhecermos quais as leis que buscam combater a corrupção eleitoral, conforme descrição abaixo: Lei 9840: (Contra a corrupção eleitoral) criada em 1999 com a força da população brasileira, com a coleta de mais de um milhão de assinaturas, tornou-se a primeira lei de iniciativa popular da história do Brasil. Ela visa combater a compra de votos e o uso da máquina administrativa durante o período eleitoral. Lei da Ficha Limpa: em 2010, a CNBB e outras entidades conseguiram aprovar no Congresso Nacional outro projeto de iniciativa popular, que torna inelegíveis candidatos com passado sujo, com improbidades, crimes, etc., é a famosa Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010). Por isso é
essencial conhecer e discutir abertamente com os candidatos aos cargos em disputa, seus nomes, seu passado. O momento das eleições é muito importante para conhecer a ficha dos candidatos. Ficha suja não merece crédito e nem voto! Lei de Acesso à Informa7/20 12.527/20 7/201 ção Pública 12.52 1 1: aprovada em novembro de 2011, que obrigou a União, Estados, Distrito Federal e Municípios a divulgarem, em tempo real e na internet, informações detalhadas sobre a execução orçamentária e financeira, o que representa um avanço na transparência ativa no Brasil. A 5ª Semana Social Brasileira, atividade proposta pela CNBB, nos convida a aprofundarmos o debate sobre uma nova configuração do Estado Brasileiro, que busca atender as necessidades das cidades, inclusive de propostas para uma reforma política no país. Acesse o site: www.semanasocial brasileira.org.br saiba mais sobre a proposta. Fernando Anísio Batista Sociólogo/Coordenador Ação Social Arquidiocesana
Jornal da Arquidiocese
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11º Encontro Estadual das CEBs Tema: “Justiça e profecia a serviço da vida”, lema: “Eu ponho minhas palavras na tua boca” (Jr 1,9b). Às vésperas do grande Encontro Estadual das CEBs, queremos nos alegrar com a presença de todo o povo da nossa Igreja 7 de se diocesana no dia 0 07 settembro, 6ª feira, na missa de abertura em frente à Catedral Metropolitana, para acolhermos os representantes vindos das dioceses de nosso Estado. Lembramos que a Missa na abertura e no encerramento do encontro será presidida por Dom Wilson Tadeu Jönck, nosso Arcebispo. Os dias 0 7 a 09 de se 07 settembro serão um forte momento em que a Igreja se reunirá para fortalecer a caminhada das CEBs no Estado. O encontro contará com a participação de representantes do clero, religiosos e religiosas, lideranças leigas da Igreja Católica, de outras denominações religiosas, e de movimentos sociais e populares de Santa Catarina. Em unidade com a CNBB Regional Sul4, estamos empenhados na organização do Encontro. Por isso, comentamos um pouco sobre sua preparação e programação. Com muito empenho e entusiasmo formamos comissões de trabalho, para que o Encontro seja realizado de modo participativo e coletivo. Queremos oferecer aos participantes bem-estar, alimentação, segurança e acolhida, com a colaboração das paróquias e das lideranças de nossa Igreja, e também a colaboração dos órgãos públicos e de empresas da grande Florianópolis. Por ser um evento de âmbito estadual, voltado para a formação e motivação de lideranças em nível eclesial e social, apresentamos
a metodologia a ser desenvolvida. Realizando-se o Encontro na Ilha, usaremos a simbologia do litoral para identificar a grande plenária e vários blocos ou miniplenárias, que construiremos para as reflexões, discussões e oficinas. Esses locais serão identificados como: MAR (Plenária Central), RANCHO (bloco ou miniplenária) e BARCOS (as oficinas). No dia 08 de setembro iniciaremos o encontro no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), na Plenária Central chamada MAR, onde estarão os 800 participantes. Nessa grande plenária teremos a fala do assessor geral, Pe. Benedito Ferraro, que abordará o tema: ‘Justiça e profecia a serviço da vida’ e conduzirá todos a uma reflexão sobre o contexto eclesial e social atual à luz do lema: “Eu ponho minhas palavras na tua boca” (Jr 1,9b). Na tarde desse dia, 8-9, os participantes serão divididos em blocos de 200 e irão para os RANCHOS (miniplenários), onde refletirão com seus assessores sobre os cenários da missão de Jesus: Galileia, Samaria, Deserto e Jerusalém, aprofundando a temática “Justiça e Profecia”, e também a nossa missão a partir dos ensinamentos de Jesus, no contexto da realidade em que vivemos. No RANCHO, os participantes serão subdivididos em pequenos grupos, os BARCOS, onde os coordenadores conduzirão o grupo a perceberem a relação entre a missão de Jesus de Nazaré e a missão das CEBs na Igreja e na sociedade, para ver como podemos nos comprometer Foto JA
Delegados da Arquidiocese no Encontro Estadual das CEBs participaram de evento preparatório realizado em julho
com o projeto d’Ele, colaborando na construção do Reino Deus. Nos BARCOS, também haverá oficinas com assessores de pintura, música, poesia e teatro. Eles orientarão e ajudarão os participantes a prepararem uma maneira de apresentar no RANCHO um compromisso em defesa da vida, dentro da referida temática. Após esse dia de trabalho, os participantes serão encaminhados para as paróquias e comunidades, onde acontecerá um momento de troca de experiência, vivência e conhecimentos, entre os visitantes e os residentes. Um momento que será de imensa riqueza, o povo da arquidiocese falando e mostrando seus trabalhos e rica experiência de vida em comunidade e o povo das outras dioceses partilhando também seus trabalhos e experiências. No dia 09 de setembro, domingo, pela manhã, todos voltam para o IFSC no MAR (Plenária Central), para apresentarem os trabalhos dos RANCHOS e o compro-
misso assumido sobre os cenários relacionados com a missão de Jesus e a nossa, em forma de pintura, música, poesia e teatro. Após as apresentações, o assessor geral Pe. Benedito Ferraro fará a conclusão da reflexão do tema: Justiça e profecia a serviço da vida e do lema: “Eu ponho minhas palavras na tua boca” (Jr 1,9b). À tarde desse dia, 9-9, às 13h30min, se encerrará o grande 11º Encontro Estadual das CEBs com uma caminhada celebrando a vida dos Mártires e a nossa vida em comunidade, saindo do IFSC e subindo em direção à Igreja de Nossa Senhora do Monte Serrat, e depois finalizando com a missa presidida por Dom Wilson Tadeu Jönck na Igreja de Nossa Senhora Aparecida, no morro do Alto da Caeira. ‘A equipe de coordenação do 11º Encontro Estadual das CEBs agradece as pessoas que assumiram os trabalhos das comissões, doando-se na gratuidade e na intenção de fazer o melhor para que
todos os participantes sintam-se bem acolhidos. Queremos destacar com carinho o valioso trabalho desenvolvido nas comunidades preparando as famílias para hospedar os participantes do encontro, “Acolhei-vos uns aos outros, como Cristo nos acolheu para a glória do Pai” (Rm 15,7). As famílias das paróquias que serão hospedeiras, algumas vivem nas comunidades localizadas na periferia da grande Florianópolis outras nem tanto, mas todas testemunham de sua fé em comunhão com o Deus da vida na mesa da partilha, do pão e da justiça, proporcionando a todos um encontro fraterno no sentido amplo de “comunidade”, como se diz no provérbio africano: “Pessoas pequenas, em lugares pequenos, fazendo pequenas coisas, provocam grandes transformações”. É na experiência de vida em comunidade que fazemos o encontro pessoal e comunitário com o Cristo. Ele nos interpela e nos convoca para a missão, a sermos presença solidária nos meio dos pobres:”Eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa...” (Mt 25, 35-36). Reforçamos o convite convite, pois queremos ter a alegria de contar com o povo de nossa Igreja diocesana para acolher com entusiasmo os participantes inscritos para o Encontro, vindos das 7/09 (se xtadioceses no dia 0 07/09 (sextafeira, feriado), às 15h., na frente da Catedral Metropolitana. Também no dia 09/09 (domingo) contamos com todos e todas na participação da caminhada celebrativa saindo do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC – antiga Escola Técnica) e subindo até a comunidade do Alto da Caeira. Participe conosco com sua inestimável presença. Na unidade, continuamos convictos da missão, fortalecidos pela Palavra e pela Eucaristia, comprometidos com o projeto de Jesus. Maria Gloria da Silva-GBF/EdMendes-CEBs son Luiz Mendes Secretaria arquidiocesana do 11º Enc. Estadual das CEBs
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Geral
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Pastoral da Pessoa Idosa forma novas capacitadoras levar fé, vida e dignidade às pessoas idosas visitadas, assegurando o respeito e a valorização integral dessas pessoas. Parabéns às novas capacitadoras por abraçarem
Eleições: compromisso com o bem comum
esta missão”, disse Osvaldina. Mais informações pelos f ones 48 3233 5 792 ou 48 5792 9992 1 872, ou pelo e-mail 18 dinazucco@gmail.com dinazucco@gmail.com..
Encontrou formou quatro novas capacitadoras para três paróquias
Santa Hildegarda e a música A música e o canto para Hildegarda foram sempre uma maneira privilegiada para rezar e elevar louvores a Deus. Ela mesma foi compositora (a primeira mulher compositora do medioevo) de palavras e música, e os seus mosteiros eram caracterizados exatamente pela beleza e pelo cuidado dedicado ao canto litúrgico. Pelo final de sua vida, quando sua comunidade, por motivos equívocos, foi atingida pelo interdito eclesiástico, uma das proibições recebidas com maior dor foi exatamente a de não poder cantar o ofício. Hildegarda escreveu, então, uma carta aos prelados de Mogúncia (Mainz), onde explicava as suas razões e sobretudo contava como em uma visão lhe aparecera claramente o papel fundamental da música no culto divino. Isso para nós é interessante, porque nos ajuda a entender o que movia Hildegarda na composição dos seus cantos. Para a Santa é inexplicável que se possa proibir o canto litúrgico, porque agindo assim impede-se de fazer uma coisa agradável a Deus e de honrá-
Opinião
Divulgação/JA
A Pastoral da Pessoa Idosa realizou no dia 11 de agosto, na Paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis, um curso de formação para novos capacitadores. Promovido pela coordenação arquidiocesana, o evento formou quatro novas voluntárias: duas da Paróquia da Trindade, uma da Paróquia do Campeche, e uma de Garopaba. O curso tem como finalidade formar capacitadores que são responsáveis por orientar voluntários para fazerem a visitação e acompanhamento das pessoas idosas. O curso foi ministrado por Araí Casagrande Klein e também Osvaldina Zucco eber, coordenadora estadual da Weber Pastoral da Pessoa Idosa, eleita para a missão em abril deste ano. “A Coordenação Estadual dá pleno apoio na preparação de novos lideres que têm como objetivo
lo. Ela relaciona a música e o canto à condição do homem antes do pecado original, isto é, quando a sua voz era semelhante à dos anjos e assim ele podia cantar hinos a Deus. De jeito nenhum isso é comparável ao canto que se pode perceber na terra, pois “a força e a sonoridade” da voz de Adão “eram tais que a fragilidade
do homem mortal não teria podido de modo algum suportar”1. Entretanto, Deus não quis privar o homem da beleza do canto e da possibilidade de tributar-lhe louvor com a música. Por isso – diz Hildegarda – inspirou profetas e homens guiados pelo Espírito Santo, que compuseram salmos e cânticos e que inventaram instrumentos apro-
priados para acompanhá-los. Hildegarda recorda também a invenção das notas musicais por Guido D’Arezzo. Para facilitar aos cantores a lembrança da nota para a salmodia, Guido e seus alunos inventaram o sistema da mão harmônica, segundo o qual a sucessão dos sons da escala musical corresponde às falanges e às pontas dos dedos da mão. Hildegarda vê essa invenção como um convite preciso do Espírito Santo, conforme uma simbo-logia que ela explica deste modo: “cantavam seguindo as notas que indicavam com os movimentos dos dedos, como para recordar que Adão fora formado pelo ‘dedo de Deus’, ou seja, pelo Espírito Santo”. Exatamente pela profunda espiritualidade que os inspira, os cantos compostos pela Santa, recolhidos na Symphonia e no drama sacro Ordo virtutum, apresentam-se musical e textualmente muito significativos e ricos para serem ouvidos também em nossos dias. Annarita Zazzaroni Universidade de Bolonha Trad. Pe. Edinei da Rosa Cândido
Jornal da Arquidiocese
Nos anos de eleição sempre surgem perguntas sobre o posicionamento do católico em relação à política. Para responder a tais questionamentos, fazse necessário antes abordar alguns princípios gerais, que foram consolidando-se ao longo da história da Igreja e são conhecidos hoje como “Doutrina Social da Igreja”.O principal desses princípios é a relação da política com o chamado “bem comum”. É necessário que tenhamos uma autoridade política para guiar a população em direção ao bem comum da sociedade. Este bem comum não é o bem da sociedade em si mesma, considerando-a como um organismo vivo – este era o bem comum buscado pelos totalitarismos, como o nazismo, o fascismo e o comunismo, que eliminavam, injustamente, o bem de inocentes em busca do bem do organismo social. Ao contrário, o bem comum, tal como entende a Igreja, é a busca do bem de cada ser humano, considerando os seres humanos seres sociais por natureza. Se somos todos irmãos, o bem comum deve ser a busca da harmonia dessa convivência fraterna, corrigindo, com firmeza, as pessoas que lesem esta harmonia e estimulando tudo aquilo que contribua para o bem dos indivíduos, principalmente dos mais necessitados.
Posicionamento Católico A partir do entendimento do que significa o bem comum, temos elementos para responder sobre o posicionamento do católico diante da política. O Papa Bento XVI afirma ser dever próprio e imediato dos leigos trabalhar por uma ordem social justa. É lógico que devemos ter católicos bem formados que possam dedicar-se à política, mas, neste campo, o importante é que seja uma pessoa capaz de buscar o bem comum. Antes da confissão religiosa, deve haver uma percepção da capacidade de governar dessa pessoa – avaliando a capacidade técnica de administrar, os valores bem fundados, a honestidade, a preocupação real pelas pessoas a quem deve go-
vernar etc.. Enfim, há bons católicos que podem ser bons políticos, assim como também há bons católicos que jamais serão capazes de governar. O papel da Igreja deve ser bem entendido. Em primeiro lugar, entenda-se que Igreja não é o clero, mas sim todos os batizados. Sendo assim, cada membro tem uma função específica. Alguns leigos têm o dever de formar-se e participar ativamente da política partidária, mas sem jamais identificar a Igreja com a sua proposta política que, sendo humana, é sempre limitada.
Dever dos Leigos Já os leigos que não participam diretamente da política partidária, têm o dever de conhecer bem os candidatos e de votar conscientemente em busca daquele que mais promova o bem comum. A ideia de que o católico deve estar ausente da política é contrária ao ensinamento evangélico – o Senhor não nos mandou formar cistos dentro da sociedade, mas enviou-nos a ser fermento na massa e responsáveis pela vida dos nossos irmãos. Por fim, a Igreja, em seus pastores, deve orientar os fiéis – independentemente de partido – para que votem conscientemente em direção à promoção do bem comum. O Papa Bento XVI nos lembra que os pastores devem “contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna.” Sendo assim, em algumas situações de injustiça ou de desrespeito a elementos fundamentais da vida humana, os pastores “têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”, ou seja, devem dizer que não se vote em candidatos que defendam tais situações. Votar com consciência, buscando o bem comum e não as vantagens pessoais, é dever de todo católico diante de Deus, que é Pai de todos nós. P e. Hélio TTadeu adeu L. Oliv Pe. Oliveira eira Mestre em Moral e Bioética, e doutorando em Bioética
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A Palavra de Deus se revela Setembro é o mês da Bíblia em razão da comemoração, neste mês, de São Mateus e São Jerônimo Divulgação/JA
Olá, amigos e amigas do Jornal da Arquidiocese, que a paz de Cristo esteja com todos vocês! Estamos em setembro. Este mês foi escolhido pelos Bispos do Brasil como o Mês da Bíblia em razão da comemoração de São Mateus, o primeiro evangelista, no dia 21, e de São Jerônimo, o grande exegeta bíblico, no dia 30. “Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que diz: Dáme de beber...” (Jo 4, 10). Jesus não se demora em responder à Samaritana a respeito dos litígios que existiam entre judeus e samaritanos. É uma linguagem que impressiona, que encanta e que eleva da terra ao céu. Parece que o seu coração lhe saía do peito pelo desejo de dar aquilo que de melhor Ele trazia para a terra: Deus. o dom de Deus Chiara Lubich disse que duas são as coisas que desejava dar às pessoas: a graça e o conhecimento d’Aquele que dá essa “água viva”. Já imaginaram? Uma água vivificante! Assim é a graça de Deus: é a vida da alma (Jo 4,542). Jesus é fantástico! Quão pouco O conhecemos, se não lemos com amor o Evangelho. Muitas
vezes formamos uma imagem Dele, segundo alguma decadente piedade tradicional. No Evangelho, porém, aparece como é: Ele é Deus. Revela-nos continuamente Deus. Um Deus que fala, que se cansa, que caminha, que tem discípulos. Um Deus-Homem! E mais adiante aquela resposta: “Sou Eu, quem fala contigo” (Jo 4, 26). A Palavra de Deus se revela em palavras humanas graças à ação misteriosa do Espírito Santo. Por isso, São Jerônimo afirma categoricamente: “Não podemos chegar a compreender a Sagrada Escritura sem a ajuda do Espírito Santo que a inspirou inspirou”. Antigamente, antecedia a proclamação das leituras uma oração ao Espírito Santo: “Mandai o Vosso Espírito Santo Paráclito às nossas almas e fazei-nos compreender as Escrituras por Ele inspiradas; e concedei-me interpretá-las de maneira digna, para que os fiéis aqui reunidos delas tirem proveito”. É a resposta humana a Deus que fala. O Homem, para compreender a Si mesmo e realizar-se plenamente como ser humano, deve abrir-se ao diálogo com Deus, e este diálogo realizaDivulgação/JA
Jovens e padres missionários: proclamadores do Evangelho
Liderança leiga faz a Proclamação do Evangelho durante celebração no 3º Congresso Nacional Missionário se a partir da Palavra. Através da Bíblia, Deus responde à sede que está no coração de cada um. Pois é Deus quem escuta o ser humano e responde às suas perguntas. No diálogo com Deus, compreendemo-nos a nós mesmos e encontramos resposta para as perguntas mais profundas que habitam o coração. Dentre as reflexões de Bento XVI sobre a interpretação da Bíblia na Igreja, chama a atenção para a interpretação da Escritura pelos santos. O primeiro a ser lembrado pelo Papa é Santo Antão Abade, que decidiu sua vocação ao ouvir a Palavra de Cristo: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que possuíres, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro nos céus; depois vem e segue-Me” (Mt 19, 21). E São Basílio Magno se interroga: O que é próprio da fé? E responde: A certeza plena e segura da verdade
das palavras inspiradas por Deus. Por ocasião do 3º Congresso Missionário Nacional realizado em julho, Dom Pedro Brito Guimarães, Arcebispo de Palmas, disse: “Além de painéis temáticos que refletiram o tema central do Congresso – discipulado missionário: do Brasil para um mundo secularizado e pluricultural, à luz do Vaticano II – o evento deu voz às crianças e jovens, aos leigos, à vida religiosa consagrada e aos ministros ordenados, que são os protagonistas da evangelização em frentes missionárias no Brasil e além-fronteiras”. O Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), bispo auxiliar de Brasília, Dom Leonardo Steiner, também fez seu apelo para que a Igreja seja mais missionária e comunicou alguns eventos da Igreja, a serem realizados proxi-
Fé, mamente. Assim, o Ano da Fé proclamado pelo papa Bento XVI, para o período entre 11 de outubro de 2012 e 24 de novembro de 2013, e o Sínodo sobre a Nova Evangelização Evangelização, em Roma, no próximo mês de outubro. Também a Infância e a Adolescência Missionária puderam relatar suas experiências aos mais de 600 participantes e pôr em evidência a Jornada Mundial da Juventude e o Ano da Infância Missionária Missionária, a serem realizados em 2013. A Palavra de Deus se revela como luz para os nossos passos e fonte de água viva para a missão. Vamos em frente, queridos irmãos e irmãs, pois a missão continua! Pe. Francisco Gomes–PIME gomesjf@yahoo.com
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Voto consciente A teóloga Silvia Togneri orienta como se prevenir de maus políticos No dia 03 de outubro, todos os eleitores brasileiros são convocados a fazer mais um exercício de cidadania. Votaremos nas pessoas responsáveis por administrar os nossos municípios pelos próximos quatro anos. Como forma de dirimir algumas dúvidas sobre o processo eleitoral, entrevistamos Silvia Regina Nunes R osa TTogneri ogneri Rosa ogneri. Assessora da área bíblica nas diversas escolas da CNBB – Regional Sul IV, Silvia é professora e coordena os cursos de extensão na FACASC, faz parte da equipe de redação dos livretos dos Grupos Bíblicos em Família, e é mestre em Teologia na Escola Superior de Teologia - EST, em São Leopoldo, na Linha de Pesquisa e Ensino da Bíblia. Na entrevista que segue, ela fala sobre a importância da participação da Igreja no processo democrático, das campanhas de conscientização que promoveu, de como se prevenir em relação aos maus candidatos e sobre o material de orientação publicado pela Arquidiocese. Jornal da Arquidiocese - Há críticas quanto à participação da Igreja na Política. Qual a diferença de a Igreja se manifestar quanto à política e membros da Igreja se candidatarem a cargos eletivos? Silvia TTogneri ogneri - Penso que toda pessoa, independente da religião que professe, por viver em sociedade, é uma pessoa de relações e isso exige dela um comportamento relacional. A Igreja, que somos todos nós, não pode ficar indiferente à situação em que as pessoas vivem.
Daí, a necessidade de sua manifestação quanto às políticas que nos governam. Temos, porém, que fazer uma diferenciação quanto à manifestação frente às injustiças e o modo de como estamos sendo governados, principalmente quando não há a busca do bem comum, e o fazer campanha político-partidária, a partir do púlpito da Igreja, para qualquer candidato. Membros da nossa Igreja que se candidatam, muitas vezes são orientados pelos princípios cristãos, mas a Igreja não é um partido político. Pela legislação eleitoral vigente, qualquer candidato, para ter sua candidatura aceita, precisa fazer parte de um partido político. Assim, o candidato, embora pertencendo a uma determinada Igreja, está representando o partido político ao qual está filiado. JA - Qual a importância da participação da Igreja no processo democrático? ogneri - Lembro que, Silvia TTogneri na época da ditadura militar, muitos líderes de nossa Igreja abrigaram e protegeram quem estava sendo perseguido por exigir um governo democrático e a restauração dos direitos das pessoas. A Igreja, e todos nós cristãos, seguindo o anúncio de Jesus Cristo, de que o Reino de Deus é para todos, a começar pelos mais injustiçados, não pode ficar omissa na luta contra as injustiças que acontecem, oportunizando uma conscientização para todos a respeito dos seus direitos e da dignidade da pessoa humana. Assim, ela precisa ajudar as pessoas a terem elementos para discernir, de acordo com os prin-
Em 03 de outubro daremos importante paço para os próximo quatro anos
“
Devemos acompanhar o exercício do mandato de nossos representantes, comparando as propostas apresentadas”.
cípios e valores cristãos, a sua participação no processo democrático, através das eleições. JA - A Igreja teve participação decisiva na criação da Lei 9840, contra a corrupção eleitoral, na Lei da Ficha Limpa e em outras campanhas. É por aí o caminho? ogneri - Sim, porque a Silvia TTogneri partir da conscientização que oferece aos seus fiéis, sempre seguindo os valores e princípios cristãos, eles poderão responder de forma afirmativa, também em suas vidas, procurando viver honestamente e não aceitando qualquer tipo de corrupção na sociedade. JA - Qual a importância em consider o partido na votação? ogneri - Como já menSilvia TTogneri cionei, os candidatos representam a sociedade através de um partido político. Ora, todos os partidos têm
Retalhos do Cotidiano Um bando de elefantes não incomoda um mosquito, mas um bando de mosquitos é capaz de irritar profundamente o animal de tromba. O forte torna-se fraco e o fraco mostra sua força. Cada um com seus dons...
Dar-se Nunca sou tão eu quanto quando me faço tu. Dou-me para que possas ser, dou-me para que possas ter vida. Dou-me: é o que posso fazer para que sejas feliz!
Como é difícil amar! Talvez seja por isso que o amor é bom... Ele implica renúncias e, até, morte: morro para o que gostaria que fosse diferente no outro,
Há pessoas que devemos suportar e amar, porque não nos suportam nem nos amam!
Colo Inclinar-se Os que se inclinam para levantar os outros, com eles se levantam também; os que se inclinam para levantar os outros, um dia serão levantados pelo próprio Deus, a Quem ninguém vence em generosidade, em bondade, em solidariedade. Bem-aventurados os solidários, porque deles, que ajudam a dar vida a seus irmãos, é, por certo, o Reino dos Céus!
ndo que deJA - C onsidera onsiderando terminado candidato segue as orientações da Igreja e é um bom político, podemos indicálo a outros eleitores? Silvia TTogneri ogneri – Sem dúvida, pois infelizmente muitas pessoas ainda não dedicam tempo para examinar atentamente todos os candidatos, suas propostas e o partido ao qual pertencem. Deveríamos fazer como S. Paulo nos pede: “Examinai tudo e ficai com o que for bom” (1Ts 5,21). Também porque muitas pessoas, às vezes, por acharem que “nenhum candidato é bom”, não se interessam em buscar maiores orientações a respeito deles. Se tivermos o nome de um candidato que acreditamos que exercerá um bom mandato, nossa opinião poderá ser partilhada com outras pessoas, para que depois elas tenham mais elementos para realizar a sua escolha. JA - Neste ano, a Arquidiocese lançou folder que orienta os eleitores a votarem conscientemente. Qual a importância dessa iniciativa? ogneri - Muito grande, Silvia TTogneri porque apresenta as razões da necessidade de uma conscientização efetiva de todo eleitor ou eleitora na escolha de seu candidato, e para que a eleição seja mais democrática, justa e participativa. Também por ser um material de fácil entendimento, que procura mostrar porque todas as pessoas precisam se interessar pela política, e contém os principais elementos que ajudam no voto consciente.
Difícil
Suportar
Conta Às vezes, a conta da água vem salgada. E a da luz também. E as contas do vento, do sol e da lua, da chuva, do frio e do calor? De tão baixas, nem os maiores santos conseguiram pagá-las. E o fornecimento nunca foi cortado...
JA - Muitos candidatos prometem e não cumprem. Como se prevenir quanto a isso? Silvia TTogneri ogneri - Todos nós eleitores precisamos acompanhar efetivamente o exercício do mandato dos nossos representantes, comparando com as propostas apresentadas por eles ou elas na sua campanha eleitoral. Quanto às suas promessas, verifique-se criticamente se elas podem de fato ser cumpri-
das. Outra indicação poderá ser a observação da coerência de vida dos candidatos com os valores cristãos, o histórico de suas ações em prol da comunidade, sempre levando em consideração o programa do partido ao qual pertence.
Carlos Martendal Divulgação/JA
Elefante
uma plataforma e programa de políticas determinadas para o desempenho de suas ações, as quais seus filiados devem seguir. Por esse motivo, ao votar em um candidato estamos votando também na plataforma ou programa político do partido ao qual ele pertence. Desta forma, ao escolhermos o candidato, além de analisar sua pessoa e suas propostas, também precisamos levar em consideração o que o partido apresenta em sua plataforma.
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“Tem gente que tem cheiro do colo de Deus. Ao lado delas,
morro para aquilo de que não gosto, morro para o que me irrita, morro para o que me mata. Então me sepulto e, com Cristo, ressurjo! a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza”! (Ana Jácomo)
Beijo Jesus se alegra, quando o beijamos na cruz. E nós, tantas vezes ficamos tristes quando da cruz Ele nos beija...
Tu e eu Cada vez que o tu se antepõe ao eu eu, aí está o amor. Que me liberta da escravidão de mim mesmo, que me tira da escuri-
dão do egoísmo para a luz do viver para o outro, que desterra a tristeza e acolhe a alegria. Amemos. É tudo!
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Pastoral promove Encontro de Orientação Vocacional
Realizado em Azambuja, encontro reuniu mais 68 participantes Os próximos encontros serão realizados nos dias 22 de setembro, 20 e 21 de outubro e 15 a 18 de novembro, no Seminário de Azambuja. Os que desejarem participar a partir da segunda etapa devem entrar em contato com o Pe. Vânio, pelo e-mail pe.vanio@ hotmail.com ou pelo fone (48) 3234-4443. Mais informações no .pvflorianopolis.org.br site www www.pvflorianopolis.org.br .pvflorianopolis.org.br.
aprofundamento da relação com Jesus Cristo e de discernimento vocacional no âmbito das diversas vocações. Ele é destinado a jovens de no mínimo 12 anos, que buscam fazer um caminho de discernimento vocacional. Trata-se de um acompanhamento espiritual, que abrange o âmbito das várias vocações (laical, matrimonial, presbiteral, diaconal e religiosa).
Movimento de Irmãos realiza IX CONAMI Mais de 1,7 mil pessoas estiveram reunidas dos dias 17 a 19 de agosto no Centro de Eventos José Ijair Conti, em Criciúma, para participar do IX Congresso Nacional do Movimento de Irmãos - IX CONAMI. A Arquidiocese de Florianópolis esteve representada por mais de 100 casais das cinco regiões. Com o tema “A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Família” e o lema “Quanto a mim e a minha família, serviremos ao Senhor” (Js 24,15b), o Congresso contou com a presença dos bispos Dom Jacinto
Pastoral da Pessoa Idosa Divulgaão/JA
A Pastoral Vocacional da Arquidiocese promoveu no dia 26 de agosto, sábado, das 9h às 17h, o primeiro encontro do Grupo de Orientação Vocacional João Paulo II para rapazes. Realizado no Seminário de Azambuja, o encontro reuniu 68 adolescentes, jovens e adultos de diversas paróquias da Arquidiocese. Durante o encontro o grupo foi subdividido em grupos menores de acordo com a faixa etária dos participantes e receberam orientação dos padres formadores da Arquidio-cese. “O número de participantes foi muito bom. Todos se envolveram nas atividades com muita alegria. O empenho das equipes vocacionais paroquiais, bem como, dos padres formadores dos seminários da arquidiocese, foi decisivo para a realização desta primeira etapa do GOV JPII”, disse Pe. Vânio da Silva Silva, coordenador da Pastoral vocacional. O Grupo de Orientação Vocacional tem a finalidade de proporcionar uma experiência de
C onhecendo as Forças Vivas da Arquidiocese
Inacio Flach (Criciúma), Dom Augustinho Petry (Rio do Sul/SC), Dom Paulo Antonio de Conto (Montenegro/RS) e Dom Pedro Fedalto (Curitiba/PR), além do administrador diocesano de Tubarão (SC), padre Sérgio Jeremias. O encerramento do encontro se deu com a escolha da Arquidiocese de Curitiba, como sede da próxima edição, o X CONAMI, em agosto de 2015. Junto à escolha da próxima sede do evento, foram eleitos os coordenadores da décima edição do congresso, o casal Divulgaão/JA
Congresso reuniu mais de 1,7 mil participantes, 200 deles da Arquidiocese
paranaense Maria da Graça e José Luiz Costa. “Aceitamos a função de coordenadores pelo triênio 2013-2015, na certeza de que seremos guiados pela vontade divina e pela cooperação incondicional de todos os integrantes deste movimento”, disse José Luiz Costa Costa, o novo coordenador. O casal coordenador recebeu a benção do Movimento, conduzida pelos bispos Dom Jacinto e Dom Pedro. Ao final, o grande grupo participou da Celebração de Envio, conduzida pelo padre José Benjamin Cipriano, assessor do movimento. A Diocese de Criciúma entregou a imagem da padroeira Nossa Senhora de Guadalupe à Arquidiocese de Curitiba, com a qual permanecerá nos próximos três anos. Segundo Luiz Carlos Pereira, que com sua esposa, Elza Catarina, coordenam o Movimento de Irmãos na Arquidiocese, o IX CONAMI contou com a presença de representantes das quatro áreas do Movimento na Arquidiocese. “Nossos casais participaram e buscaram a integração com outras dioceses, fortalecendo a amizade, revendo e conhecendo novos membros do Movimento de Irmãos”, disse.
A ideia da Pastoral da Pessoa Idosa começou a ser concretizada em 1993, a partir do contato da Dra. Zilda Arns Arns, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, com o Dr. João Batista Lima Filho, médico geriatra e, na época, Presidente da SBGG - Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, seção Paraná. Embora o trabalho tivesse início no Paraná e já estivesse presente em 53 dioceses do Brasil como uma ação da Pastoral da Criança, a Pastoral da Pessoa Idosa foi criada em 2004, pela Assembleia dos Bispos do Brasil, em Itaici, São Paulo, e Dra. Zilda Arns foi convidada a coor-dená-la. Quando criada, já passou a ser um organismo de ação social da CNBB e usa a mesma metodologia da Pastoral da Criança, que é a visita domiciliar, acrescentando a Leitura Orante da Bíblia. Naquele mesmo ano, conseguiu-se a aprovação do Estatuto da Pessoa Idosa. Até setembro de 2011, a entidade acompanhava 195 mil idosos em mais de 700 cidades, com o auxílio de 18 mil voluntários. Para o desenvolvimento do trabalho são capacitadas pessoas voluntárias. Cada líder comunitário acompanha em média 10 pessoas idosas de sua comunidade através de visita domiciliar mensal, registrando-as com indicadores próprios. Todos os meses os líderes de cada comunidade se reúnem para refletir e avaliar as ações daquele mês, e elaboram a Folha de Acompanhamento Domiciliar do Idoso – FADI, que são os dados coletados nas visitas. Todo líder comunitário recebe o Guia e o Caderno do Líder Comunitário.
Na Arquidiocese, a Pastoral da Pessoa Idosa foi criada em 2006. Muitas pessoas plantaram as sementes no caminho, mas só em 2010 as sementes começam dar frutos. Com o trabalho árduo de algumas líderes, especialmente com a confiança e perseverança da coordenadora arquidiocesana Carmen Mary de Souza Souto Souto. Atualmente, a Pastoral está atuando bem em quatro paróquias: Sagrado Coração de Jesus (Ingleses), Santíssima Trindade e Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Lagoa, todas em Florianópolis; e Paróquia São Joaquim, em Garopaba. Além disso, está em fase de andamento, com formação de lideranças, em outras oito paróquias. A Pastoral ainda participa e tem representante no Conselho Estadual dos Direitos do Idoso, no Conselho Municipal do Idoso de Florianópolis, e em conselhos locais de saúde de Florianópolis e Garopaba. “Somos presença da Igreja nesses conselhos e representamos os idosos na busca efetiva por políticas públicas”, disse Carmen. Aqui, a Pastoral conta com 12 capacitadoras e três multiplicadoras. O trabalho está presente em 31 comunidades, conta com 102 líderes capacitadas, que visitam mensalmente 471 idosos e 380 famílias. A equipe arquidiocesana da Pastoral está disponível para ministrar palestra ou formação para todos os interessados. Mais informações no site www.pastoralda pessoaidosa.org.br pessoaidosa.org.br, ou pelos fones (48) 3207-6200, ou pelo e-mail da coordenadora carmen sout o58@y ahoo.com.br souto58@y o58@yahoo.com.br ahoo.com.br. Divulgação/JA
Encontro de formação da Pastoral Familiar na Paróquia de Itapema
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Geral
Setembro 2012
Jornal da Arquidiocese
Comunidade inaugura Centro de Comunicação O CAP, Centro Arquidiocesano de Pastoral, sedia a Rádio Cultura e outros serviços de comunicação Divulgação/JA
A Comunidade Católica Divino Oleiro inaugurou no dia sete de agosto, às 20h, o seu novo Centro de Comunicação. Está situado no CAP, Centro Arquidiocesano de Pastoral, rente à Beira-Mar, em Florianópolis. A solenidade contou com a bênção de nosso arcebispo Dom Wilson TTadeu adeu Jönck Jönck. No segundo andar do prédio, está localizada a Rádio Cultura 1110 AM, com dois estúdios e com equipamentos novos e modernos, estúdio de TV, internet, revista e setor material gráfico. Em contrapartida, a Comunidade realizou a reforma completa do prédio e se tornou responsável pela sua administração. A construção, já bastante antiga, recebeu reforma na estrutura, na instalação elétrica e hidráulica, na cobertura e readequação dos espaços. O auditório também foi totalmente reformado e recebeu o nome de “Monsenhor Francisco de Sales Bianchini”, falecido em outubro de 2010. A recepção do prédio agora ficará aberta das 7h às 23h, o que possibilitará melhor utilização do espaço. Vignoli, Segundo Pe. Márcio Vignoli administrador do CAP, o espaço também trouxe benefício para a
Rádio Cultura ganhou dois estúdios modernos e totalmente equipados Comunidade. “O local melhorou as condições de trabalho por ter espaço físico adequado, ser mais central e favorecer a interação com as pastorais e serviços da Arquidiocese”, disse.
Rádio Católica em Balneário Camboriú Seguindo a mesma tendência, a Rádio Católica 1500 AM, de Balneário Camboriú, que também faz parte de projeto de evangelização da Comunidade Divino Oleiro, ganhou novo estú-
dio e foi inaugurado o Espaço Católico Divino Oleiro. O evento foi realizado na noite do dia 13 de agosto e a missa de inauguração e bênção foi celebrada pelo nosso arcebispo Dom Wilson. A rádio também recebeu equipamentos novos e modernos. A sede agora está localizada na Rua 2.550, em Balneário Camboriú, que fica entre a 3ª e 4ª Avenidas. Além de ter um espaço mais apropriado para a rádio, o local possibilita a realização de celebrações e de eventos.
VI Festival Vocacional une Comarca de Biguaçu A Comarca de Biguaçu promoveu no dia 19 de agosto VI edição do Festival. Realizado na Igreja Bom Jesus, em Rachadel, Antônio Carlos, o evento reuniu crianças, jovens, adultos, casais, catequistas e religiosas, das cinco paróquias da Comarca. Durante o dia, eles refletiram sobre o “Chamados a cuidar da Vida”, e lema “Chegou perto dele, viu e teve compaixão” (Lc10,33). O evento teve início às 8h, com a missa presidida pelo Pe. Vânio da Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional. Pela manhã, o Festival foi voltado às crianças e adolescentes, com a presença de mais de 380 deles. Cada paróquia fez uma apresentação musical, cênica ou teatro de fantoches abordando o tema do encontro aliado com as vocações específicas: chamados a cuidar da vida como... leigo, religioso, ordenado e missionário. À tarde, o Festival foi voltado aos jovens. Mais de 200 estiveram presentes. A programação foi a mesma, mas com uma linguagem apropriada ao público. O en-
cerramento foi realizado com a Celebração Eucarística presidida pelo pároco anfitrião Pe. Silvano Valdemiro de Oliveira. O Festival Vocacional é realizado desde 2005. Nas quatro primeiras edições foi realizado anualmente, depois passou a ser a cada dois anos. O objetivo é celebrar o Mês Vocacional e conscientizar os cristãos batizados de que todos somos chamados por Deus a nos colocarmos a serviço do próximo, engajando-nos na missão que nos foi confiada. Na avaliação de Sérgio Weber, membro da equipe de coordenação comarcal do Serviço de Animação Vocacional, o Festival foi bastante positivo. “Tivemos a presença forte das crianças, adolescentes e jovens. Vieram com vontade de participar. É um encontro que mobilizou as paróquias e animou as famílias, que é o berço das vocações”, disse. Mais informações pelo fone (48) 3258-6935, ou pelo e-mail sa savv.santacruz@gmail.com .santacruz@gmail.com. Foto JA
Prorrogadas inscrições para o Festival de Música Jovem As inscrições para as etapas comarcais do Festival de Música Jovem foram prorrogadas até o dia 20 de outubro. Agora elas serão realizadas em quatro comarcas da Arquidiocese: Comarca da Ilha - 23/ 09/2012; Comarca do Estreito 13/10/2012; Comarca de Tijucas - 20/10/2012; e Comarca de Itajaí - 20/10/2012. As etapas são prérequisito para a etapa final, que será realizada no dia 25 de novembro, no Centro de Evangelização Angelino Rosa - CEAR, em Governa-
dor Celso Ramos. O Festival de Música Jovem é uma promoção do Setor Juventude da Arquidiocese em parceria com o
Jornal Missão Jovem. Os grupos interessados, devem fazer as inscrições pelo site www.festivalde musicajovem.blogspot.com musicajovem.blogspot.com. Para participar, cada pessoa ou grupo pode inscrever duas músicas. As letras devem ser pautadas na CF2013 (TEMA “Evangelização e Juventude”, - LEMA “Eis-me aqui, enviame”) ou na Jornada Mundial da Juventude 2013 (tema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” lema: “Ide e fazei discípulos entre todos os povos”).
Crianças participam de momento de descontração durante o Festival