Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 04/09

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Celebrações paroquiais abrem o Ano Catequético

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Jornal da

Arquidiocese

“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)

Florianópolis, Abril 2009 Nº 144 - Ano XIII

Catedral é inaugurada Solenidade contou com a participação de mais de 10 mil pessoas que acompanharam a Celebração através de telões

Dom José se despede da Arquidiocese

Após quase cinco anos de trabalhos, a Catedral é entregue à comunidade, restaurada em sua estrutura. Solenidade contou com celebração eucarística presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, descerramento de placa comemorativa, apresentação de coro de 500 vozes, do Ballet Bolshoi e show pirotécnico. “Nos últimos quatro anos descobri que, para nosso povo, a Catedral é muito mais impor-

Após três anos como bispo-auxiliar na Ar quidioArq cese, Dom José assume no novva missão. A posse em Blumenau será no dia 04 de abril, às 1 0h, na Cat e10h, Catedral São P aulo Apóst olo. Paulo Apóstolo. PÁGINA 09

CONESPA reúne oito corais para cantar a Páscoa

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Paróquia NSra. do Rosário

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Seminarista é ordenado diácono na Espanha PÁGINA 05

Além da restauração, Catedral ganhou iluminação especial

Igreja celebra em abril o Dia Mundial da Juventude PÁGINA 0 7 07

Fundo de Solidariedade completa 10 anos PÁGINA 1 0 10

Pe. Gercino: experiência de vida em terra de missão PÁGINA 1 4 14

Participe do Jornal da Arquidiocese

tante do que se imaginava”, disse Dom Murilo. Apesar de inaugurada, as obras continuam. Além de restaurar as obras sacras e altares, pintura e restauração dos bancos da igreja, o projeto pretende alcançar o complexo Catedral. “Contamos com o apoio das autoridades e dos empresários para levar adiante o trabalho”, disse Pe. Chico, pároco da Catedral. Projeto vai captar os recursos necessários.

Com apenas quatro anos de existência, a paróquia é uma das mais novas da Arquidiocese. Apesar disso, conta com uma boa estrutura. A força da paróquia está na

formação oferecida às suas lideranças. O maior desafio é atender aos mais de 30 mil habitante, distribuídos em quatro comunidades. PÁGINA 08

Caminho para o Discipulado Azambuja é elevada a paróquia A Igreja dos primeiros tempos tiona, pois não está de acordo com usava a palavra "Caminho" para falar de Jesus. Estar "no caminho" era viver em comunidade, partir do pão, ouvir e praticar a Palavra, anunciar o Evangelho aos povos, formar novas comunidades, manter-se fiel à doutrina dos Apóstolos. Viver “no caminho”, hoje, é assumir a realidade em que vivemos: a realidade pessoal de sofrimento, crise, provações, dúvidas etc., e a realidade social de injustiça, corrupção, exclusão, pobreza, fome etc. É uma realidade que nos ques-

o projeto de Deus para a humanidade. É uma realidade que contradiz o Reino da Vida proposto por Jesus de Nazaré. Ser discípulo de Cristo, hoje, é estar no caminho, para encontrar-se com o Mestre presente nos irmãos sofredores, no povo da rua, nos migrantes, nos enfermos, nos dependentes de drogas, nos presidiários, nos excluídos, nos desempregados. E deixarse questionar por eles. PÁGINA 04

A celebração, realizada no dia 07 de março, foi um marco histórico para a Arquidiocese. Azambuja é o local onde a maioria dos nossos padres fez a sua formação. A paróquia terá como primeiro pároedr o Schlichting edro Schlichting, que co Pe. P Pedr também é o reitor do Seminário e do Santuário. Ele contará com o auxílio dos padres do Seminário e do Hospital. PÁGINA 09

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Opinião

Abril 2009

Palavra do Bispo

Dom Murilo S. R. Krieger Krieger,, SCJ

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

Discípulos missionários do Ressuscitado A Conferência de Aparecida fez de Jesus Cristo o tema principal de seus debates e do documento final. Ensina-nos, assim, que o melhor que podemos fazer para os homens e as mulheres de nosso tempo é testemunhar que Ele ressuscitou, está vivo e presente em nosso meio. “Se Cristo não ressuscitou, é sem valor a nossa fé”, proclamava Paulo. E, com muita propriedade, acrescentava: “Se é somente para esta vida que esperamos em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Cor 15,1718). As primeiras comunidades cristãs acreditaram que a mensagem de Cristo era verdadeira, pela convicção de que o Ressuscitado havia vencido a morte. “Se ressuscitastes com Cristo,

procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus” (Cl 3,1). O Ressuscitado continua vivo entre nós, acolhe-nos e convida-nos à doação: através de nós, quer acabar com toda forma de escravidão (e o pecado é a primeira delas!) e criar um novo tipo de relacionamento entre as pessoas. Não fomos nós que o escolhemos como nosso Salvador e Mestre, Irmão e Amigo: ele é que nos escolheu e nos chama (cf Jo 15,16), para sermos seus discípulos missionários. Essa escolha amorosa nos dá força para seguilo. Ser fiéis a Jesus Cristo exige de nós um renovado exame de consciência sobre nossa vida, nossas celebrações litúrgicas, nosso trabalho catequético, nossa ação

Palavra do Papa

social e solidária, perguntandonos se elas levam as pessoas ao encontro vivo com Cristo, se o celebram, se o prolongam e se o anunciam aos que não o conhecem - enfim, se estamos anunciando o Evangelho como uma mensagem de esperança e alegria. Se encontrar Cristo é o primeiro passo para alguém dar um novo sentido à sua vida, ser seu discípulo comporta outros passos: escutar sua Palavra, contemplá-lo e procurar “amar como ele amou”. Mais: aderir tão profundamente à sua Pessoa, que tudo o mais seja considerado “lixo” (cf. Fl 3,8). Em seguida, é necessário integrar-se numa comunidade de outros discípulos de Jesus e ali alimentar-se da oração e dos sacramentos, prin-

Bent o XVI Bento

Deus é Pai Na oração do Pai-nosso, “rezamos a Deus com palavras dadas por Deus para Deus... O Pai- nosso surge da oração de Jesus, do diálogo do Filho com o Pai... O Painosso é sempre uma oração de Jesus e que se descobre a partir da comunhão com Ele... O Pai-nosso é uma oração trinitária: nós rezamos com Cristo ao Pai pelo Espírito Santo” (pp. 123-127) Na Bíblia, “Deus nunca é designado como mãe, e ninguém se dirige a Ele com essa invocação, nem no Antigo nem no Novo Testamento. ‘Mãe’ não é na Bíblia um título divino. Por quê? Só podemos tentar compreender isso às apalpadelas. Naturalmente, Deus não é nem homem nem mulher, mas precisamente Deus, o criador do homem e da mulher. As divindades maternas, que habitavam nos espaços ao redor, tanto do povo de Israel como da Igreja do Novo Testamento, mostram uma imagem da relação entre Deus e o mundo que é inteiramente oposta à imagem bíblica de Deus. Elas incluem sempre, e mesmo inevitavelmente, concepções panteístas, nas quais desaparece a distinção entre o Criador e a criatura. O ser das coisas e dos homens aparece desse ponto de partida necessariamente como uma emanação do seio materno do ser, o qual se temporaliza na pluralidade dos entes.

Em contraste com essa concepção, a imagem do pai era e é adequada para exprimir a alteridade entre Criador e criatura, a soberania do ato criador. Somente por meio da exclusão das divindades maternas podia o Antigo Testamento levar à maturidade sua imagem de Deus, a pura transcendência de Deus. Mas mesmo se não podemos oferecer absolutas nem concludentes fundamentações, para nós permanece normativa a linguagem da oração de toda a Bíblia, na qual, como dissemos, apesar de todas as grandes imagens do amor materno, ‘mãe’ não é nenhum título divino, não é nenhuma alocução para Deus. Nós rezamos como Jesus no horizonte da Sagrada Escritura nos ensinou a rezar, não como nos agrada. Só assim é que rezamos corretamente.”

Na Bíblia, Deus nunca é designado como mãe, e ninguém se dirige a Ele com essa invocação”.

Bent o XVI Bento XVI, Jesus de Nazaré, pp. 130-131)

Se o primeiro passo para alguém dar um novo sentido à sua vida é encontrar Cristo, ser seu discípulo comporta outros passos”

Reflexão

O Ósculo Fraterno e a Comunhão Cristãs Diversos textos de Paulo e de Pedro recomendam aos cristãos “Saudai-vos mutuamente com o ósculo santo” (Rm 13,12), “Saudai-vos uns aos outros com um ósculo santo” (Cf. Rm 16,16; 1Cor 16,20; 2Cor 13,12; 1Tes 5,26); “Saudai-vos uns aos outros com o ósculo fraterno” (1Pd 5,14). Como as Cartas eram lidas na Celebração da Eucaristia, nela encontra-se o sentido desse “ósculo santo”: é o ósculo litúrgico, símbolo de união. “É o ‘ósculo de caridade’ ou ‘beijo de amor” (1Pe 5.14). Para situarmos a profundidade e o compromisso desse “ósculo santo” devemos nos remontar ao gesto da liturgia da Igreja apostólica, que prevaleceu até o século IV, sendo depois substituído por uma saudação fraterna que poderia consistir no aperto de mão, no olhar sorridente, no beijo na face. Todas as liturgias da Igreja conservam esse ósculo santo, o abraço da paz antes da comunhão. A palavra ósculo vem do latim “os”, que quer dizer boca. O “ósculo santo” era o beijo da paz que os cristãos de trocavam antes da comunhão e consistia no beijo na boca. Esse hoje estranho beijo na boca recebia o nome de “conspiratio” (respirar com), conspiração. Conspiratio é trocar entre si a respiração, o espírito, a vida. No momento do “ósculo santo”,

Jornal da Ar quidiocese de Florianópolis Arq Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis 4-4 799 Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 322 3224-4 4-4799 quifln.org.br - Site: www .ar quifln.org.br E-mail: jornal@ar jornal@arq www.ar .arq 22 mil exemplares mensais

cipalmente da Eucaristia; cultivar uma atenção especial aos necessitados, com os quais Cristo tanto se identifica; estar unido aos sucessores dos Apóstolos; imitá-lo, colocando em prática os princípios da moral cristã. Cheio de entusiasmo, o discípulo sente necessidade de dar ainda outros passos: torna-se, então, missionário, pois deseja que outros tenham a possibilidade de viver a experiência de fé que ele está vivendo; e procura imprimir na sociedade em que vive os valores do Evangelho. Aos poucos descobre que alguém viveu plenamente o que está procurando viver: Maria, a Mãe de Jesus. Por isso, aproxima-se dela, para aprender como ser “discípulo missionário” do Ressuscitado.

através do beijo na boca os fiéis que iriam comungar se davam a vida, a respiração, o espírito-Espírito Santo. Assim como Deus soprou sobre o homem e ele tornouse um ser vivente, cada um recebe esse mesmo sopro divino e depois faz o outro dele participante. A comunhão das respirações unifica todos e, ao mesmo tempo, distingue: eu me torno “nós”, e o “nós” se torna “eu”. A união do espírito vital identifica a pessoa e, com ela, forma a comunidade. Era um gesto revolucionário: pobres e ricos, homens e mulheres, judeus e gregos, escravos e livres, todos participavam de um e mesmo espírito, com o beijo santo derrubando todos os muros de separação. O “ósculo santo” criava a “comunhão”, a comunidade, a ekklesía-Igreja. Na seqüência, preparando a comunhão, o que presidia a Eucaristia partia um pedaço do Pão e o mergulhava no Cálice: assim como o Corpo e o Sangue do Senhor estão unidos, os que receberiam a comunhão se tornavam um só Corpo no Corpo do Senhor: Cristo em todos e todos em Cristo. Seguia-se a comunhão: os que haviam realizado a conspiratio/ósculo agora “conspiravam” com Cristo, por ação do Espírito Santo. Os irmãos que trocaram a respiração, a vida, pelo poder do Espírito trocavam a respiração e

a vida com o Senhor ressuscitado. Retornando a seus lares, os cristãos viviam a comunhão eclesial, dispunham-se a trocar o respiro, a vida, com todos, especialmente os mais pobres.. O Senhor ressuscitado soprava sobre os discípulos ao se lhes manifestar. Comunicava-lhes o Espírito vital para que depois, entre si, se dessem o ósculo santo. O "ósculo santo" não se constituía em problema nos costumes semitas. Ainda hoje os árabes se saúdam com um beijo, às vezes na boca: com o sinal estão trocando a paz. Na cultura greco-romana o costume foi desaparecendo, mas não o rito: era impossível a comunhão sem a conspiratio: o “ósculo santo” foi substituído pelo abraço da paz, pelo encontro de faces. Sempre no sentido de comunhão de vida. A reforma litúrgica do Vaticano II reintroduziu o rito do abraço da paz, antes reservado aos presbíteros e diáconos concelebrantes. Corre-se o risco de abuso transformando-o num momento festivo de amigos, sem a comunhão dos diferentes, sem o significado profundo e sagrado da comunhão de respiração, da convocação para a comunhão de irmãos. O abraço da paz é rito penitencial e de compromisso fraterno. É a condição para fazermos comunhão com o Senhor. Pe. José Ar tulino Besen Artulino

Diretor e revisor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Dom José Negri, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul


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Abril 2009

Celebrações abrem o Ano Catequético Durante o ano, a partir de junho, serão realizadas concentrações em todas as comarcas da Arquidiocese róquias. Todas as comunidades e lideranças são convidadas a participar para que assumam uma fé mais convicta. A data será celebrada com liturgia eucarís-tica, procissões, símbolos e ban-ners. Em algumas paróquias serão realizadas encenações teatrais. “A criatividade fica por conta de cada paróquia e comunidade”, disse Irmã Marlene Bertoldi, coordenadora Arquidiocesana de Catequese e promotora do evento. Segundo o Documento Catequese Renovada “A Catequese é um processo de educação comunitária, permanente, progressiva, ordenada, orgânica e sistemática da fé, da esperança e do amor. Portanto, este evento não é exclusivo para os catequistas, nem crianças e adolescentes, mas de toda a comunidade, especialmente dos adultos”, informa Ir. Marlene.

Comarcas realizarão concentrações Para celebrar o Ano Catequético, desde fevereiro a coordenação realizou formação com as lideranças em todas as comarcas da Arquidiocese. Elas se comprometeram a realizar estudos nas paróquias com as demais lideranças. Também serão realizadas concentrações em todas as comarcas.

Dia

Comarca

21/06

São José

05/07

Biguaçu

12/07

Itajaí

02/08

Estreito

16/08

Tijucas

22/08

Santo Amaro

30/08

Brusque

13/09

Ilha

Nessas concentrações, serão desenvolvidos quatro temas: seguir Jesus sendo seus discípulos; a palavra de Deus, fonte da Catequese; Eucaristia, fonte da caminhada; ser catequista, sua vocação e missão. Seguindo o lema do Ano Catequético, “Nosso coração arde quando Ele fala, explica as escrituras e parte o pão” (cf. Lc 24, 32-35), se inspira todo no texto-base do Ano Catequético, que está dividido em três partes. A primeira traz presente o encontro com o ressuscitado: “Aprender, caminhando com o Mestre”; a segunda parte tem como fundamento a Palavra do ressuscitado: “Aprender ouvindo o Mestre”; e a terceira parte enfatiza a Missão: “Aprender agindo com o Mestre”.

Movimento Focolares prepara Mariápolis Com o tema “Uma nova cultura: resposta aos desafios de hoje”, o Movimento Focolares realizará, nos dias 18 a 21 de abril, a Mariápolis 2009. O evento será em Joinville e terá como sede a casa de retiros Recanto da Paz, no bairro Itinga. O encontro é promovido anualmente e tem como objetivo fazer com que as pessoas conheçam o Movimento e pratiquem a espiritualidade focolarina. A Mariápolis pretende testemunhar uma sociedade

renovada pelo amor evangélico, onde cada um é valorizado, o amor e a justiça reinam entre os irmãos, as culturas e as classes sociais se integram como um dom recíproco. A participação é recomendada a adultos e jovens acima de 17 anos. Os interessados devem entrar em contato através dos fones (48) 3244-0970 ou 3244-4199, ou pelo e-mail focmflorianopolis@f ocolares. ocmflorianopolis@focolares. com.br com.br..

Arquivo/JA

Para celebrar os 50 anos desde que em 1959 foi realizado o primeiro Ano Catequético, a 44ª Assembléia dos Bispos do Brasil, de 2006, aprovou que o evento seria repetido neste ano em todo o Brasil. A celebração de abertura será realizada no dia 19 de abril, primeiro domingo após a Páscoa. O Ano Catequético tem como tema “Catequese, caminho para o discipulado”, que se insere no espírito do Documento de Aparecida. O lema “Nosso coração arde quando Ele fala, explica as escrituras e parte o pão” (cf. Lc 24, 13-35), é tirado do texto de Emaús. Na Arquidiocese, a abertura será realizada no dia 19 de abril, com celebrações em todas as pa-

Em 2007, Concentração Catequética, realizada em Florianópolis, reuniu três mil participantes de todas as comarcas da Arquidiocese

Oito Corais cantam a Páscoa No dia 15 de abril, quarta, às 20h, na Catedral de Florianópolis, será realizada mais uma edição do CONESPA, o “Concerto Espiritual da Páscoa”. Promovido pelo Coral Santa Cecília da Catedral Metropolitana, esta será a XXIV edição do evento, que mais uma vez reunirá Corais da Grande Florianópolis para cantarem a Páscoa do Senhor. Neste ano, além do Coral Santa Cecília da Catedral, estarão apresentando-se a Associação Coral de Florianópolis, o Coral “Encantos”, o Coral Lírico da OSSCA, o Coral Cidade de São José, o Coral de Antônio Carlos, o Coral São Sebastião, de Sul do Rio, Santo Amaro, e

o “Polyphonia Chorus”. Como de praxe, cada Coral se apresentará individualmente, unindo-se todos no final para o canto do Aleluia de Haendel, com acompanhamento de um quarteto de metais, e eregidos pelo Pe. Ne Neyy Brasil P Pereira reira, regente do coral anfitrião e organizador do evento. Após cinco anos sendo realizado fora da Catedral, desde que foi fechada para os trabalhos de restauração, o evento volta a ser realizado no mesmo local onde há 24 anos aconteceu a primeira edição. “Convidamos todos a participar desta importante apresentação de música sacra”, convida Pe. Ney.

Padres participam de encontro por tempo de ministério Os padres da Arquidiocese ordenados de 1995 até agora, estarão reunidos no dia 14 de abril, na sede da APAZ, Associação Pe. Augusto Zucco, em Barreiros, das 8h30 às 15h. Este será o primeiro “Encontro Generacional” dos presbíteros da Arquidiocese. Ainda serão realizados dois outros neste ano. Em todos eles, os participantes refletirão sobre “O presbítero no Concílio Vaticano II", assessorado uiz Ber pelo Pe. LLuiz Berttotti tti, vigário da Catedral. Em seguida, eles serão reunidos em pequenos grupos para partilha de vida: sofrimentos,

alegrias, expectativas, etc. À tarde, depois do almoço, se fará um encontro geral, para partilha da conversa dos pequenos grupos. A proposta foi levantada no ano passado, como forma de celebrar o Centenário da Diocese. “Nos três encontros, os participantes avaliaram como bastante positiva a iniciativa e solicitaram que o encontro fosse repetido este ano”, disse Pe. Vit or FFeller eller Vitor eller, coordenador da Pastoral Presbiteral, promotora do evento. Os próximos encontros serão realizados no dia 16 de junho e no dia 07 de julho.

ITESC oferece pós-graduação em Arte Sacra O Instituto Teológico de Santa Catarina (ITESC) estará proso de Pós-Gradumovendo o Cur Curso ação Lat o Sensu em Espaço Lato Celebrativ o-Litúrgico e Ar Celebrativo-Litúrgico Artte Sacra cra. O curso é divididoo em três etapas. A primeira será de 20 de julho a 1º de agosto; a segunda, de 1º a 13 de fevereiro de 2010, e a terceira, de 19 a 31 de julho de 2010. Cada fase tem 120 horas/aula. A Especialização nasceu do desejo de o ITESC, tendo presente as necessidades atuais da Igreja, em comunhão com a Comissão Arquidiocesana de Liturgia (Comissão de Arte Sacra) de Florianópolis, oferecer uma formação interdisciplinar especializada sobre Arte Sacra, particularmente, sobre o Espaço Celebrativo-Litúrgico. Há mais de 45 anos a Igreja vivenciava um dos momentos mais significativos dos últimos tempos: o Concílio Vaticano II, acontecimento memorável, que grandes transformações trouxe para a vida e a missão da Igreja. Indubitavelmente, a “reforma litúrgica”, através da Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium, representa uma das maiores riquezas desse Concílio. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 15 de maio. São 60 vagas. Para se candidatar, os interessado devem apresentar comprovante de graduação reconhecido pelo MEC em Teologia, ou Ciências da Religião, Arquitetura, Artes Plásticas, Arte Sacra, Engenharia, Bens Culturais e Patrimônio Histórico e áreas afins. Os candidatos passarão por processo seletivo. A inscrição tem uma taxa de R$ 150,00 e o mesmo valor será pago mensalmente durante a realização do curso. Ao final do curso, o aluno deverá elaborar uma monografia conclusiva. As inscrições sejam feitas preenchendo a ficha apropriada, que pode ser conseguida pelo fone (48) 32340400 ou pelo e-mail: secre taria@it esc.org.br secretaria@it taria@itesc.org.br esc.org.br.


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Tema do Mês

A CNBB instituiu este ano de 2009 como Ano Catequético. Diversos motivos levaram a esta indicação: comemorar o cinquentenário do primeiro Ano Catequético, de 1959; incentivar a acolhida do Diretório Catequético Nacional, publicado em 2005; receber as propostas pastorais e evangelizadoras do Documento de Aparecida, de 2007; celebrar os 30 anos do Documento de Puebla e da Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, de João Paulo II, ambos de 1979; ecoar as reflexões e decisões do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, do ano passado; aprofundar o conhecimento do ensino de São Paulo, no Ano Paulino instituído pelo papa Bento XVI. O tema escolhido para o Ano Catequético é: Catequese, caminho para o discipulado. E o lema, tirado do relato da aparição do Ressuscitado aos dois discípulos de Emaús: “Nosso coração arde quando ele fala, explica as Escrituras e parte o pão” (cf. Lc 24,32.35). Na esteira do Documento de Aparecida, o Ano Catequético pretende incentivar os católicos a assumirem a própria catequese como um compromisso permanente da sua formação de discípulos missionários. No campo do conhecimento da fé e do seguimento de Jesus Cristo não há limites. Ninguém pode afirmar ter chegado ao topo. Não há diplomas para a catequese. Há muitos católicos que ainda usam sua roupinha de primeira comunhão. Não se atualizaram, não leram mais nada, não estudaram mais, ficaram por fora dos grandes avanços da teologia, não conhecem os desafios atuais a serem enfrentados pela fé. Quem foi batizado na comunhão da Santíssima Trindade, na comunhão da Igreja Católica, é convidado a manter-se formado e informado como discípulo de Cristo. A catequese é um caminho para esta formação.

O ENCONTRO COM O MESTRE

Como os discípulos de Emaús, os católicos de hoje devem fazer a experiência de deixar-se encontrar pelo Mestre no caminho da própria existência. Os evangelhos mostram Jesus constantemente no caminho. Ele caminha com os discípulos entre a Galiléia, a Samaria e a Judéia em direção a Jerusalém. No caminho, ele instrui os discípulos, anuncia o Reino, cura doentes, aproxima-se dos leprosos, valoriza as mulheres, ensina o povo, critica o legalismo dos fariseus, revela o amor do Pai. A Igreja dos primeiros tempos usava a palavra “Caminho” para falar de Jesus. Estar “no ca-

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Caminho para o Discipulado

Como discípulos de Cristo, precisamos deixar-nos guiar e formar pela Palavra de Cristo.

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Igreja veio dando às diversas passagens bíblicas. Ler a Bíblia na Igreja, com a Igreja, é sentir-se membro de uma comunidade mantida pela Palavra. É deixar-se formar pela Palavra. Todos somos formados pela palavra. Resta perguntar: qual palavra nos forma? Ou nos deforma? Frequentemente acontece, hoje, que muitas pessoas são deformadas em seu caráter e personalidade pela palavra do mundo, pela idolatria do dinheiro, da moda, da mídia, do status. Os católicos, como discípulos de Cristo, precisam deixarse guiar e formar pela Palavra de seu Mestre.

A MISSÃO DO MESTRE

minho” era viver em comunidade, partir o pão, ouvir e praticar a Palavra, anunciar o Evangelho aos povos, formar novas comunidades, manter-se fiel à doutrina dos Apóstolos. Viver “no caminho”, hoje, é assumir a realidade em que vivemos. Tanto a realidade pessoal de sofrimento, crise, provações, dúvidas etc., como a realidade social de injustiça, corrupção, exclusão, pobreza, fome etc. É uma realidade que nos questiona, pois não está de acordo com o projeto de Deus para a humanidade. É uma realidade que contradiz o Reino da Vida proposto por Jesus de Nazaré. Ser discípulo de Cristo, hoje, é estar no caminho, para encontrar-se com o Mestre presente nos irmãos sofredores, no povo da rua, nos migrantes, nos enfermos, nos dependentes de drogas, nos presidiários, nos excluídos, nos desempregados. E deixar-se questionar por eles.

O Hoje os católicos aprenderam a amar e ler a Bíblia. Mas falta ainda muito”.

A PALAVRA DO MESTRE

Como os discípulos de Emaús, os católicos de hoje devem escutar a Palavra do Mestre. Sua Palavra vem das perguntas que brotam da vida e ajuda a iluminar e entender os grandes problemas humanos. É a Palavra que ouvimos quando lemos e ouvimos as Escrituras na família, nos grupos bíblicos, nas celebrações da comunidade, nos encontros

de catequese, nas reuniões pastorais e, sobretudo, na Missa. Hoje os católicos aprenderam a amar e ler a Bíblia. Mas falta ainda muito. É preciso facilitar não só a leitura, mas a compreensão da Bíblia. Há diversos cursos de teologia bíblica que ensinam a conhecer a geografia e a história da salvação, os personagens, os gêneros literários, os autores, o contexto e a intenção de cada livro bíblico. Ensinam que a Bíblia é um livro sempre aberto, quer dizer, que possibilita muitas interpretações. Não se pode lê-la com interesses ideológicos, ao pé da letra, de modo individualista e subjetivo. É a Palavra de Deus dada à Igreja, para que nela possamos permanecer sempre com o Mestre. Por isso, a leitura da Bíblia deve ser feita sempre em comunhão com a Igreja, de acordo com os seus ensinamentos, no respeito à interpretação que a

Como os discípulos de Emaús, os católicos de hoje devem partir em missão. Quem fez a experiência do encontro com o Mestre, quem ouviu a sua Palavra de salvação, quem o recebeu no Pão eucarístico, quem o experimentou presente na comunidade, não pode ficar parado. Os discípulos de Cristo sentem-se impelidos a sair pelas ruas, a ir de casa em casa, a todos os ambientes e espaços, públicos ou privados, a retomar o caminho, para fazer o Reino de Cristo acontecer. Partir em missão é sentir-se entusiasmado, possuído pelo Espírito Santo, para anunciar a alegria de ser seguidor de um Mestre que fascina multidões, que dá a vida na cruz e ressuscita para abrir a todos o caminho da vida em plenitude. Todos os católicos são chamados a ser missionários, a descobrir os carismas que o Espírito Santo lhes deu, para tornarse servidores de Cristo e de seu povo. Há muitos ministérios que os católicos podem exercer a serviço da Igreja e da sociedade: a acolhida de novos moradores do bairro; a preparação de jovens para o casamento; o aconselhamento a casais em crise; a solidariedade com os enlutados; a visita a doentes e a presidiários; a visitação e a bênção de casas e famílias; o amparo a idosos; a pertença a conselhos paritários de direito; o cuidado com os sofredores de rua etc. Desse modo, no caminho da missão o católico é chamado a fazer e refazer continuamente a experiência do encontro com Cristo, a viver em comunidade, a manter-se permanentemente no itinerário formativo, sem jamais cansar de ser aprendiz do Mestre Jesus. P e. Vit or Galdino FFeller eller Pe. Vitor Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC or quifln.org.br Email: vit vitor orffeller@ar eller@arq


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Azambuja é elevada a paróquia Celebração é um evento histórico para a Arquidiocese. Paróquia contará com três comunidades e mais duas em processo de formação Foto JA

Celebração presidida pelo nosso Arcebispo Dom Murilo Krieger, com a presença maciça de padres, diácono e fiéis da comunidade, marcou a elevação do Santuário Nossa Senhora de Azam Azam-buja buja, em Brusque, à condição de Paróquia. A celebração foi realizada no dia 07 de março, às 19h. No início da celebração, Dom Murilo falou que se tratava de um momento histórico não só para a comunidade, mas também para toda a Arquidiocese. Lembrou que para ele, pessoalmente, era também um momento especial. “Foi aqui que fui batizado em 17 de outubro de 1943”, disse. Feita a leitura do decreto de criação da Paróquia, informando os limites territoriais, foi lida a provisão do pároco e dos vigários paroedr o Schlichting quiais. Pe. P Pedr edro Schlichting, reitor do Seminário e do Santuário, foi nomeado pároco. Ele contará com o auxílio do Pe. Gercino Atílio Piazza, formador do Seminário, e do Pe. Alvino Milani, reitor do Propedêu-tico, e do Pe. Nélio Roberto Schwanke, Diretor do Hospital Arquidiocesano e administrador da Fazenda do Brilhante. Durante o ofertório, duas lideranças da paróquia levaram até o altar o quadro original de Nossa Senhora do Caravaggio, vindo com

Dom Murilo presidi a celebração no Santuário Nossa Senhora de Azambuja, a nova Igreja Matriz onde ele há 65 anos foi batizado os primeiros imigrantes italianos que habitaram o vale. Ao final da celebração, Pe. Pedro agradeceu a presença de Dom Murilo, dos padres e diáconos e de todos os fiéis. Lembrou que muitas pessoas foram beneficiadas pelo Seminário, pelo Hospital e que milhares têm visitado o Santuário, desde a primeira capelinha de 1885. O reconhecimento como “Santuário Episcopal” data de 1905, antes da criação da diocese. Após a missa, todos os pre-

sentes foram convidados a participar de um coquetel realizado no salão paroquial, que ocupa o andar térreo do Seminário. Enquanto degustavam os salgadinhos, regado a refrigerantes, as pessoas puderam acompanhar a apresentação de um vídeo que mostrava a história do complexo de Azambuja (Santuário, Seminário, Hospital e Museu). Veja mais ffo o t os no sit e site www .ar quifln.org.br e cliq ue em www.ar .arq clique “Galerias”.

Perdemos Pe. Sérgio Maykot Na noite do dia seis de março, às 23h30min, faleceu, de infarto, Pe. Sérgio Maykot. Ele tinha 60 anos e desde janeiro era o pároco da Paróquia São José. Tinha 35 anos de vida presbiteral, marcada pela dedicação às várias paróquias onde atuou como vigário e pároco. Seu corpo foi velado na Matriz de São José, e contou com a presença de inúmeras pessoas das várias paróquias onde atuou. A celebração de corpo presente contou com a presença de um grande número de seus colegas presbíteros e diáconos. Após, foi realizado o enterro no Cemitério de Coqueiros, em Florianópolis, onde encontram-se os seus familiares falecidos. Natural de Florianópolis, onde nasceu a 01 de maio de 1948, Pe. Sérgio era de tradicional família de comerciantes do Estreito, bairro da capital. Ainda bastante jovem teve despertada a vocação para a vida presbiteral. Ingressou no Seminá-

rio de Azambuja e lá concluiu o ensino fundamental, médio e a Filosofia. A Teologia foi realizada de 1970 a 1973, em Curitiba. Em 03 de maio de 1973, foi ordenado diácono, e em 12 de dezembro do mesmo ano foi ordenado presbítero. Ainda realizou o curso superior de Psicologia, em Roma. A maior parte de sua trajetória pastoral foi dedicada ao trabalho paroquial. Trabalhou nas paróquias de Tijucas (73-74), Camboriú (75-79), Santíssimo Sacramento (80-85), Cordeiros(80), Fazenda (81), todas em Itajaí, Piçaras (85), São Francisco Xavier, Florianópolis (86-93), vigário paroquial da Catedral, em Florianópolis (98) e depois pároco (99-2001). Em 22 de junho de 2001 foi nomeado reitor do extinto Seminário Filosófico Edith Stein, em São José. Em 09 de dezembro de 2003, assumiu a paróquia N.Sra. Aparecida, na Procasa, Florianópolis. Este ano, em 01 de feverei-

ro, assumiu a paróquia São José. Também era professor no ITESC, onde lecionava Psicologia Pastoral. Pe. Sérgio teve fundamental trabalho na organização do Congresso Eucarístico Nacional, realizado na Arquidiocese, de 18 a 21 de maio de 2006. Também nas celebrações comemorativas do centenário da Diocese de Florianópolis, realizado no ano passado. Era muito querido por todos. Isso fica evidenciado nos depoimentos publicados no site da Arquidiocese, junto com a notícia de seu falecimento. Deixa muitas saudades!

Seminarista de Florianópolis é ordenado diácono na Espanha Hélio LLuciano uciano de Oliv Oliveira eira será ordenado diácono transitório no dia 25 de abril, na Paróquia San Nicolás, no centro de Pamplona, na Espanha. A celebração será presidida por Dom Mario Busquets, bispo-prelado de Chuquibamba-Camaná (Peru). Durante a solenidade, serão ordenados diáconos 12 seminaristas do Peru, El Salvador, outro do Brasil, do Chile e Filipinas. A Arquidiocese de Florianópolis será representada pelo Pe. Vânio da Silv a, reitor do SemiSilva nário Teológico Convívio Emaús. Após cinco anos de estudos no Seminário Internacional de Bidasoa, na Província de Navarra, na Espanha, Hélio está na última fase do curso de teologia, que concluirá em junho deste ano. Depois, virá para a Arquidiocese, onde será marcada sua ordenação presbiteral em Florianópolis, em local e data a serem definidos. Hélio, de 29 anos, é formado em Odontologia pela UFSC. A oportunidade de estudar na Espanha surgiu depois que participou de um retiro promovido pela prelazia do Opus Dei, criado nesse país. Em entrevista, ele fala sobre a experiência da formação no exterior, a relação com o Opus Dei, os projetos futuros e a decisão de seguir a vida presbiteral. Jornal da Ar Arq quidiocese Após cinco anos de estudos no Seminário Internacional Bidasoa, na Província de Navarra, na Espanha, você concluiu seus estudos. Que diz dessa experiência de formação no exterior? Hélio - A primeira, creio, é conhecer experencialmente que o mundo é mais do que a nossa casa. Nesses cinco anos vivi com pessoas de mais de 20 países e culturas totalmente diferentes. Apesar da dificuldade inicial, aprendemos a respeitar mais as diferenças, a valorar mais as amizades (provavelmente nunca mais verei a vários deles), a conhecer mais os problemas do mundo. JA - Sua formação foi reali-

zada no Seminário Internacional confiado ao Opus Dei. Qual a sua relação com a Obra? Hélio - Vivo em um Colégio Eclesiástico Internacional confiado à Prelazia do Opus Dei, mas voltado à formação de seminaristas diocesanos de todo o mundo. Não somos e nem estudamos com os seminaristas do Opus Dei. Tenho um real afeto pela "Obra" (Opus Dei) e pela sua espiritualidade, mas meu vínculo é com a nossa Arquidiocese. Divulgação/JA

Após cinco anos de estudos, Hélio será ordenado diácono JA - Nesses cinco anos em que está na Espanha, como fez para se manter atualizado quanto ao Brasil e a Arquidiocese? Hélio - Sempre busquei estar em contato com o Brasil. Recebi mensalmente o Jornal da Arquidiocese nesses cinco anos, além de conectar com freqüência com os meios de informação do Brasil e de Florianópolis. Assim acompanhei o Congresso Eucarístico Nacional, o Centenário da nossa Arquidiocese e ultimamente o falecimento de alguns de nossos padres. Posso dizer que nesses anos estive, de certo modo, presente aí. JA - Após a sua ordenação presbiteral, você permanecerá na Arquidiocese? Hélio - De acordo com D. Murilo, de julho a setembro estarei em Florianópolis. Depois irei a Roma continuar um doutorado em bioética que já comecei em janeiro deste ano. Terminarei o doutorado em 2011, quando regressarei definitivamente a Florianópolis.


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Bíblia

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Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (14)

Salmos 25(24): Mostra-me Teus Caminhos! De fácil compreensão e grande beleza, este salmo une a súplica individual a temas dos salmos sapienciais, isto é, os que se debruçam sobre o sentido da vida. Predomina, porém, a súplica. Uma pessoa, já com certa idade, pede especialmente a Deus o perdão dos pecados (desvios) da juventude (v. 7), e a libertação das ameaças de seus adversários (vv. 2 e 19) A forma literária é a alfabética: cada versículo inicia com uma letra do alfabeto hebraico, que tem vinte e duas letras: daí, as vinte e duas estrofes. O último versículo (v. 22) é um acréscimo litúrgico, comunitário. Como está, o salmo pode ser dividido em três momentos: no primeiro (vv. 1-7), o salmista expressa a sua confiança; no segundo (vv. 8-15), faz uma reflexão sapiencial, centrada no "temor" de Deus; e no terceiro (vv. 16-21), descreve a situação difícil pela qual está passando, reafirmando, porém, a sua esperança.

11. Por teu nome, Senhor, perdoa meu pecado, / por maior que seja. Aqui, o salmista faz uma restrição à bondade do Senhor, afirmando que ela é "só" para quem observa a sua aliança (v. 10) Por isso, mais que depressa, pede perdão pelo seu "pecado", por maior que seja (v. 11). Ele não esclarece de que "pecado" se trata, embora reconheça que pode ter sido grave. Como quer que seja, confia no perdão.

O temor de Deus

A ti, Senhor, a minha alma

1. A ti, Senhor, elevo a minha alma, / meu Deus, em ti me refugio: 2. Que eu não fique envergonhado, / não triunfem sobre mim meus inimigos! 3. Não fiquem desiludidos os que em ti esperam; / fique confuso quem levianamente falta à sua palavra. Os versículos iniciais do salmo constituem o texto da. antiga antífona de entrada da Missa do primeiro domingo do Advento: A ti, Senhor, elevo a minha alma (v. 1). É a "elevação" do espírito humano a Deus, cuja vinda, cujo Advento, é ansiosamente esperado. Esse Deus, que "vem", é o "refúgio" do salmista. É a garantia de que ele "não ficará envergonhado", nem "desiludido" na sua esperança. Pelo contrário, "fiquem "confusos" os traidores, e "não triunfem" sobre ele seus "inimigos",

Mostra-me os teus caminhos!

4. Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, / ensina-me tuas veredas. 5. Faz-me caminhar na tua verdade e instrui-me, / porque és o Deus que me salva, e em ti sempre esperei.

Há uma famosa passagem do livro do Êxodo, que nos apresenta Moisés pedindo ao Senhor: Mostra-me a tua glória! (Ex 34,6) No evangelho de João, é o apóstolo Filipe quem pede a Jesus: Mostra-nos o Pai! (Jo 14,4) E recebe a resposta: Filipe, quem me vê, vê o Pai (Jo 14,9). Da mesma forma, a Tomé, que lhe perguntava pelo "caminho", Jesus responde: Eu sou o Caminho... (Jo 14,6) Em outra passagem do mesmo evangelho, Jesus assegura: Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos. Então conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará! (Jo 8,32)

Lembra-te, Senhor!

6. Lembra-te, Senhor, do teu amor, / e da tua fidelidade desde sempre. 7. Não recordes os pecados da minha juventude, e as minhas transgressões, / lembrate de mim na tua misericórdia, pela tua bondade, Senhor. Nesses dois versículos, o salmista pede que o Senhor "se lembre", e ao mesmo tempo "não se lembre": que Ele "não se lembre" dos "pecados" e "transgressões" do orante, mas "se lembre",

antes, do seu divino "amor", da sua "fidelidade", da sua "misericórdia", da sua "bondade", infinitamente maiores que qualquer pecado.

Bom é o Senhor

8. Bom e reto é o Senhor, / por isso indica aos pecadores o caminho certo; 9. guia os humildes na sua justiça, / aos pobres ensina seus caminhos. Muitas vezes se reafirma, na Bíblia, a "bondade" de Deus. E Jesus, ao jovem que o chamava de "Bom Mestre", adverte: Só Deus é bom, e mais ninguém (Mc10,18). No entanto, ensinounos a emular a bondade do Pai, que faz nascer o sol sobre maus e bons (Mt 5,45), e cuja misericórdia devemos imitar: Sereis misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso" (Lc 6,36). Aliás, aqui, no salmo, a bondade divina se estende aos "pecadores", como aos "humildes" e aos "pobres".

Todas as veredas

10. Todas as veredas do Senhor são amor e bondade / para quem observa sua aliança e seus preceitos.

12. Qual é o homem que teme o Senhor? / Indica-lhe o caminho a seguir. 13. Ele viverá feliz, / sua descendência possuirá a terra. 14. O Senhor se faz íntimo de quem o teme, / dá-lhe a conhecer sua aliança. Várias vezes na Bíblia se afirma que "o temor do Senhor é o princípio da sabedoria" (p.ex. Sl 111,10), isto é, não da erudição, mas do "saber fazer" que agrada a Deus e leva à felicidade. Não é, portanto, o "medo", que não pode coexistir com o amor, pois o amor exclui o medo (1Jo 4,18). É o "respeito", sem o qual não existe o amor, razão por que, no rito do casamento, os cônjuges prometem mutuamente "amar-se e respeitar-se". Esse "respeito amoroso" de Deus traz "felicidade" e garante a "posse da terra" (v.13).

Olhos fixos no Senhor

15. Tenho os olhos fixos no Senhor, / pois ele livra do laço os meus pés. 16. Volta-se para mim e tem misericórdia, / porque sou só e infeliz. 17. Alivia as angústias do meu coração, / livra-me das aflições. Desse olhar voltado "fixamente" para o Senhor, brotam as certezas do salmista. Apesar de sentir-se "só e infeliz", está seguro de que Deus, voltando-se para ele, cheio de misericórdia, o livrará das armadilhas, aliviará as angústias do seu coração, há de libertá-lo de suas aflições.

Minha miséria e meus inimigos 18. Vê minha miséria e minha fadiga / e perdoa todos os meus pecados. 19. Olha os meus inimigos:

Faça como Elson Goedert, de Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.br

são tantos! / E me detestam com ódio violento... Numa súplica humilde, o orante pede que o Senhor volte seu olhar para ele, para a sua "miséria e fadiga", e perdoe "todos os seus pecados". Ao mesmo tempo, olhe também para os "inimigos", numerosos, que o odeiam, na certeza de que o Senhor os reprimirá. O salmista, porém, não pede que Deus os castigue.

Conclusão confiante

20. Protege-me, dá-me a salvação: / sob a tua proteção eu não fique desiludido. 21. Integridade e retidão me protejam, / pois em ti confiei. Concluindo sua súplica, o salmista insiste em que o Senhor o proteja e salve, e não permita que ele algum dia se frustre ou se desiluda. Garantia da proteção divina é agora a sua "integridade e retidão", que, apesar das "transgressões" passadas (v. 7), o Senhor bem conhece,

Alargamento da súplica

22. Ó Deus, livra Israel de todas as suas aflições! Um acréscimo litúrgico leva o salmo a expandir-se, fazendo o orante superar a visão individualista da sua situação, Assim, ele assume as "aflições" do seu povo, por quem agora intercede. Possa também a nossa oração pessoal nunca esquecer a dimensão comunitária, incluindo em nossa intercessão os sofrimentos dos outros, muitas vezes maiores que os nossos. Essa inclusão.não diminui, mas pelo contrário reforça a nossa própria oração. Pe. Ne ereira Neyy Brasil P Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Cono o salmista começa a sua oração, e que significa este "elevar-se" da alma? 2) Quem nos revela "os caminhos" de Deus? Quem no-los mostra? 3) Em que sentido "só Deus é bom"? Isso exclui ou inclui que também nós sejamos bons.? 4) Como você vê a diferença entre o "temor" e o "medo" de Deus? 5) Que diz do alargamento da súplica no v. 22?


Jornal da Arquidiocese

Juventude 7

Abril 2009

Caravana da Pastoral da Juventude Divulgação/JA

Nos dias 28 e 29 de março realizaram-se as três primeiras visitas da Caravana da Pastoral da Juventude, nas comarcas do Estreito, São José e Ilha. Foi um momento importante, neste início do trabalho da nova coordenação arquidiocesana, propiciandolhe conhecer os jovens das paróquias e iniciar a articulação do trabalho em conjunto. Também foi possível iniciar o processo da Assembléia Arquidiocesana da Pastoral da Juventude, que acontecerá dias 20 e 21 de junho, quando será construído o plano de ações da PJ para os próximos três anos. Foi distribuído o material preparatório, que será levado a todos os grupos, com o objetivo de conhecê-los e saber

Sessão solene na Assembléia homenageou a CF-2009

Jovens reunidos na Comarca do Estreito. Caravana busca conhecer os jovens das paróquias e articular trabalho em conjunto suas necessidades. As próximas etapas acontecerão em Abril (Comarcas de

Biguaçu e Santo Amaro) e em Maio (Comarcas de Brusque, Itajaí e Tijucas).

Batendo um papo sobre...

Dia Mundial da Juventude cessidade da esperança, não de uma esperança qualquer, mas de uma esperança firme e confiável”, afirma o Pontífice. A juventude, em especial, é o tempo de esperanças, porque olha para o futuro com várias expectativas. Os questionamentos que permeiam a adolescência fazem com que os jovens se perguntem onde buscar e como manter viva no coração a chama da esperança. Conclui o Santo Padre, os jovens devem dar espaço à oração: “A Igreja conta com

vocês para esta exigente missão: que as dificuldades e as provas que encontrarem não os desencorajem. Sejam pacientes e perseverantes, vencendo a natural tendência dos jovens à pressa, a querer tudo e já”. O Dia Mundial da Juventude é celebrado "em nível mundial" a cada três anos em um grande encontro dos jovens do mundo inteiro. O próximo deverá acontecer em 2011, em Madrid, capital da Espanha.

AAssembléia Legislativa de Santa Catarina realizou na noite do dia 16 de março uma Sessão Especial em homenagem à Campanha da Fraternidade de 2009, que tem como tema “Fraternidade e Segurança Pública” e, como lema, “A paz é fruto da justiça”. Após a apresentação das pessoas que compuseram a mesa, foi mostrado um vídeo institucional fazendo alusão ao tema da Campanha. Compuseram a mesa: os deputados Pe. Pedro Baldissera (proponente da sessão) e Sargento Amauri Soares, o secretário arquidiocesano da Pastoral da Juventude, Guilherme Pontes, a coordenadora arquidiocesana da Campanha da Fraternidade, Adelir Raupp, o superintendente da Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina, Luiz Ademar Paes, o secretário executivo da CNBB - Regional Sul 4, Pe. Francisco de Assis Wloch, o coordenador da Pastoral Carcerá-

ria em Santa Catarina, Pe. Célio Ribeiro, e o Arcebispo Metropolitano, Dom Murilo Krieger. Ao falar para uma platéia repleta, o deputado Pe. Pedro Baldissera, referiu-se à sessão como um espaço para a reflexão e destacou que o grande mérito da Campanha está em trazer à tona problemas que afetam a todos: fraternidade, segurança pública, paz e justiça. Dom Murilo afirmou que numa sociedade justa e solidária a paz nasce da justiça (Is 32,17). “Precisa-se de uma nova concepção de sociedade, que aprenda a conjugar o verbo repartir", disse Dom Murilo. Ele acredita que essa nova concepção de sociedade deve ser obra de todos, já que, quando o medo domina, a paz desaparece. Ora, numa sociedade justa e solidária, é essencial que a justiça seja efetiva. Mais fotos no site www.arquifln.org.br, clique em "Galeria". Foto JA

O Papa Bento XVI divulgou uma mensagem aos jovens para a celebração do Dia MUNDIAL DA JUVENTUDE, no dia 5 de abril (Domingo de Ramos). O tema da mensagem é extraído da Primeira carta de S.Paulo a Timóteo: “Colocamos a nossa esperança no Deus vivo” (1 Tm 4,10). “A questão da esperança está, na verdade, no centro da nossa vida de seres humanos e da nossa missão de cristãos, sobretudo na época contemporânea. Todos sentimos a ne-

CF-2009

Jovens marcham em defesa da paz toral da Juventude foi convidada a participar de uma maneira diferenciada da procissão, com a preocupação da continuidade desta tradição da fé católica. Foram cerca de 80 jovens, que estiveram Jovens do Grupo Jovem da Paróquia Santo Antonio usando uma participaram da procissão camiseta da procissão, identificados com a em defesa da paz”, aludindo à frase “Juventude em marcha campanha da fraternidade.

Divulgação/JA

A Procissão do Senhor Jesus dos Passos, é um símbolo da cidade de Florianópolis, é a maior e mais antiga manifestação religiosa de Santa Catarina. Essa Procissão representa um momento de profunda religiosidade popular, particularmente visível nos símbolos e rituais da preparação e celebração. Há 243 anos a Procissão do Senhor dos Passos mantém-se como uma das maiores festas de fé e de religiosidade de Santa Catarina. Neste ano, a convite da Irmandade do Senhor dos Passos, na pessoa do seu Provedor, Valter Brasil Konell, a Pas-

Dom Murilo fala aos participantes durante a Sessão Solene na AL

Shalom realiza acampamento para jovens Para quem gosta de aproveitar o feriado e acampar com os amigos, chegou o que faltava. A 5ª edição do Acampamento de Jovens Shalom Acamp's ocorre de 17 a 21 (Tiradentes) de abril. A Cascata do Encanto na cidade de Camboriú será o ponto para reunir as barracas. Com o

tema “Radicalidade, aqui começa a nossa alegria”, os jovens vão participar de momentos de intensa descontração e amizade. Mais informações pelo fone (48) 3223-7801, a partir das 14h. Ou entre em contato pelo e-mail eventosflorianopolis @comshalom.org.


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Paróquia

Abril 2009

Jornal da Arquidiocese

Paróquia Nossa Senhora do Rosário Crescimento é o maior desafio que é enfrentado graças ao apoio das lideranças que recebem formação continuada

Dízimo - Há uma coordenação paroquial e uma equipe do Dízimo em todas as quatro comunidades. Eles realizam um trabalho de conscientização e de evangelização. O trabalho caminha muito bem, mas o valor arrecadado cobre apenas 50% dos custos da paróquia. O restante depende

das festas e promoções. “Se considerarmos que a paróquia tem apenas quatro anos, nosso trabalho caminha muito bem. Esperamos que em mais alguns anos o dízimo cubra todas as despesas”, disse Pe. André. GBF - Os Grupos Bíblicos em Família são assumidos como verdadeira prioridade pastoral. Segunda-feira é o dia destinado ao encontro dos cerca de 40 grupos da paróquia. Há uma equipe de coordenação paroquial e cada comunidade também conta com uma coordenação. Os grupos participam de formação continuada, oferecida pela paróquia e pela Arquidiocese. O trabalho é favorecido porque duas lideranças da Paróquia fazem parte da equipe de elaboração dos livretes dos GBF e ajudam a dinamizar os encontros na paróquia. Cat eq uese - É uma das forças Cateq equese da paróquia. Quando foi criada a paróquia, a coordenação paroquial conseguiu articular muito bem o trabalho entre as comunidades. A paróquia conta com a précatequese, catequese de primeira eucaristia, crisma e com adul-

Foto/JA

Com apenas quatro anos de existência, desde que foi criada em 30 de janeiro de 2005, a paróquia Nossa Senhora do Rosário tem o desafio de atender mais de 30 mil pessoas, em quatro comunidades. Uma população bastante numerosa e que cresce rapidamente. Para atender essa população crescente, Pe. André Gonzaga Gonzaga, o pároco, se empenha o mais que pode. Para esse trabalho, ele conta com o auxílio dos diáconos os e WilVilson Manoel dos Sant Santos son Fábio de Castr o, e das núCastro mero de lideranças espalhadas pelas quatro comunidades. Apesar de ter apenas quatro anos, a paróquia conta com um bom número de pastorais fortes e atuantes e uma equipe de lideranças formadas e ativas. Conheça alguns dos trabalhos pastorais realizados na paróquia.

Inaugurada em 1995, Igreja Matriz é o centro de uma comunidade que cresce e que cada vez exige um atendimento mais próximo aos fiéis tos, e pastoral da adolescência. Ano passado teve início a pré-catequese, que todo sábado recebe cerca de 30 crianças a partir de cinco anos em preparação para a Catequese. A paróquia também conta com a Pastoral da Adolescência, destinada àqueles que fizeram a Primeira Eucaristia e aguardam para participar da Crisma. O trabalho está presente em três comunidades e os encontros são

realizados aos sábados. Juv entude - Após a Crisma, Juventude os jovens são convidados a participar da Pastoral da Juventude em um dos quatro grupos da paróquia, um em cada comunidade. São mais de cem jovens que realizam importantes trabalhos na paróquia. Eles participam da Liturgia e Catequese, realizam trabalhos sociais e de evangelização.

Formação é o ponto forte da paróquia Arquivo JA

Pe. André ministra uma das formações oferecidas às lideranças da paróquia

Durante o ano, a Paróquia cria várias oportunidades de formação para as suas lideranças. O ano já inicia com uma semana inteira de formação. Sempre em fevereiro ou março, de segunda a sexta-feira, as lideranças são reunidas na Igreja Matriz. Cada dia é estudado um tema. Os assuntos são variados, mas giram entorno da Campanha da Fraternidade, da espiritualidade e da liturgia. Mais de 100 lideranças costumam participar das formações que são normalmente ministradas por pessoas da paróquia. A Paróquia conta também com dois núcleos de Escolas de

Formação Bíblica: um na Matriz e outro na comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Roçado. Em média 25 lideranças participam das formações bíblicas que costumam ser conduzidas por lideranças da paróquia. Os retiros espirituais também são bastante valorizados. Todos os anos são realizados retiros para os ministros, os catequistas e catequisandos, os jovens e o Apostolado da Oração. São realizados em casas de retiro na proximidade e contam com um bom número de participantes. As pregações normalmente ficam por conta de convidados.

HIS TÓRIA - Até o início do séHISTÓRIA culo XX eram poucas as famílias que moravam na comunidade, então denominada de Alto Roçado. Na década de 50 começou a movimentação para a construir uma capela. O projeto foi levado ao conhecimento do Frei Albano Marciniszya, então pároco de São José, paróquia à qual a comunidade estava ligada. Foi formada uma comissão que, juntamente com o Frei, escolheu o local. Um morador fez a doação de uma propriedade de quatro mil metros quadrados, onde a capela foi cons-truída. A primeira capelinha de madeira foi inaugurada no dia 29 de março de 1959. No altar foi colocada a Imagem de N.Sra. do Rosário de Pompéia, doação de uma família e imediatamente se tornou a padroeira do Bairro. Em 1979, a Câmara de Vereadores aprovou o nome do bairro como Nossa Senhora do Rosário. Com o crescimento, foi preciso construir uma igreja maior. Em 12 de outubro de 1981, por ocasião da festa da Padroeira, foi realizado a benção da pedra fundamental, presidida por Dom Afonso Niehues. A obra foi concluída em 1995. Em 1994 foi ordenado o Diácono Vilson dos Santos, filho da comunidade. E em 1999, Dom Eusébio Oscar Scheid reconheceu a rápida expansão do Bairro e elevou à categoria de Capelania Especial a igreja de Nossa Senhora do Rosário, nomeando como cauiz Carlos R odrigues pelão o Pe. LLuiz Rodrigues odrigues. E em 30 de janeiro de 2005, foi criada a Paróquia, que tem como pároco o Pe. André Gonzaga Gonzaga. Além da Matriz, a paróquia conta com as comunidades de Nossa Senhora Aparecida, no Roçado, São Cristóvão, em Bela Vista I, e Nossa Senhora Aparecida, em São Luiz. Com a criação da paróquia, a comunidade ganhou o reforço do diácono Wilson Fábio de Castro. Este ano foi concluída a obra de construção da casa paroquial, antigo sonho da comunidade.


Jornal da Arquidiocese

Geral 9

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Dom José se despede da Arquidiocese Nomeado para Blumenau, Dom José iniciará seu ministério de bispo titular no dia 04 de abril diáconos, religiosas e religiosos, e aos leigos. Fez um agradecimento especial a Dom Murilo. “Dom Murilo foi meu pai em minha ordenação episcopal. Senti-me muito próximo a ele no tempo em que estive aqui”, disse Dom José. Em sua homilia, Dom José lembrou que há 22 anos, quando chegou ao Brasil, tudo o encantou. “Aqui é uma Igreja verdadeiramente viva”, disse. Ele também falou sobre a nova missão. “Diante desse novo desafio, sinto um temor pela responsabilidade que tenho que assumir. É um grande desafio. Levo comigo a amizade e o carinho de todos da Arquidiocese”, disse. Ao final da celebração, Leda Vendrúsculo Cassol fez os agradecimentos a Dom José em nome dos leigos da Arquidiocese. “Agradecemos pelos três fecundos anos de seu ministério de bispoauxiliar. Mesmo sendo pouco tempo, foi suficiente para deixar a imagem de um pastor junto ao seu rebanho, fortalecendo o espírito missionário em nossa Arquidiocese”, disse Dona Leda. Na sequência, Pe. Francisco de Assis Wloch, através de duas lideranças da Catedral, ofereceu

Apostolado da Oração reinicia encontros arquidiocesanos Os diretores paroquiais do Apostolado da Oração realizaram no dia 28 de fevereiro o seu encontro arquidiocesano. Esse foi o primeiro encontro do ano, sempre realizado na Catedral, no último sábado do mês, a partir das 14h. Participaram 61 lideranças, representando 32 paróquias das comarcas de Biguaçu, Estreito, Ilha, São José e Santo Amaro. “Durante a tarde, partilhamos a caminhada de evangelização da Arquidiocese, a CF-2009 e a devoção ao Sagrado Coração de Jesus”, osa informou Teresinha Nair da R Rosa osa,

responsável leiga pelo Apostolado. O Apostolado da Oração está presente em 60 paróquias da Arquidiocese. Conta com 14.765 associados, divididos em 182 núcleos (grupos), distribuídos entre as paróquias e capelas. São pessoas que se reúnem uma vez por semana, geralmente às sextasfeiras, para rezar. O destaque fica para a primeira sexta-feira do mês, quando fazem a adoração ao Santíssimo. Além disso, a partir do Apostolado, formam-se importantes lideranças que atuam nas pastorais.

Foto JA

Uma celebração eucarística realizada no dia 28 de março, às 18h15min, na Catedral, marcou a despedida da Arquidiocese de Florianópolis de Dom José Negri (PIME), nosso ex-bispo auxiliar. O evento contou com a presença de padres, diáconos e leigos que foram dar o seu abraço a nosso exbispo auxiliar. No início da celebração, após a procissão de entrada, Dom Murilo fez questão de justificar sua ausência na celebração. Tinha um compromisso inadiável marcado antes mesmo da nomeação de Dom José. Em suas palavras, Dom Murilo falou que foi uma graça especial termos Dom José em nosso meio nestes três anos. Dom Murilo disse que Dom José tem muitas qualidades, mas ressaltou três marcas especiais: a primeira é o sentido da unidade. “Sempre muito unido ao Papa, à Igreja e unido a mim. É muito fraterno, companheiro e amigo”. A segunda é a alegria, que é um dom do Espírito Santo e que faz bem a quem o rodeia. A terceira é o entusiasmo para o trabalho pastoral, que contagia a todos. Iniciando a celebração, Dom José agradeceu aos padres,

Na celebração, Dom José agradeceu aos padres, religiosos(as) e leigos(as) que o acompanharam nesses três anos como nosso bispo-auxiliar duas lembranças da Arquidiocese,. Uma delas foi uma foto da Catedral já restaurada, e a segunda, um buquê de flores.

Bispo de Blumenau

Dom José, 49 anos, foi nomeado no dia 18 de fevereiro, pelo Papa Bento XVI, bispo titular da Diocese de Blumenau, sucedendo a Dom Angélico Sândalo Bernar dino Bernardino dino, 76, que solicitou a renúncia canônica

(obrigatória no ano em que o bispo completa 75 anos). A celebração de posse será no dia 04 de abril de 2009, às 10h, na Catedral São Paulo Apóstolo, no centro da cidade. Dom José será o segundo bispo de Blumenau, diocese criada em junho de 2000. Mais ffo o t os no sit e site ue www.ar .arq uifln.org.br,, cliq clique www .ar quifln.org.br em “Galerias”.z

Retiro acolhe casais em segunda união A Paróquia São Vicente, em Itajaí, estará promovendo nos dias 17 e 18 de abril, o “Retiro para Casais em Segunda União”. O evento está em sua oitava edição. O objetivo é acolher os casais nesta situação e trazê-los para a comunidade, para que se sintam Igreja como todo cristão. O Retiro contará com a assesober soria do Pe. R Rober obertto Arripe (Pe. Chiru), orientador espiritual da Pastoral Familiar da Diocese de Novo Hamburgo, RS, que desde a primeira edição assessora o encontro. Ele é o criador da metodologia “O Senhor é o meu Pastor”, que orienta os casais em

segunda união que, embora impedidos de receberem os sacramentos, são aceitos na comunidade eclesial, onde podem desenvolver muitos trabalhos. Para os casais com filhos, serão criados espaços de recreação. Os casais de comunidades distantes serão hospedados na residência de pessoas da comunidade. As inscrições custam R$ 60,00. Mais informações com o casal Gervásio e Maria Aparecida Vieira Schneider, casal coordenador dos Casos Especiais da Pastoral Familiar na Arquidiocese, pelo fone (48) 3240-8064 ou 9972-2484.

Celebração lembra um ano do falecimento de Chiara Lubich Uma celebração eucarística realizada na Catedral, no dia 14 de março, às 18h15min, celebrou um ano da morte de Chiara Lubich, fundadora do Movimento Focolares. Presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, celebração contou com a presença de leigos consagrados e simpatizantes do movimento. Durante a homilia, Dom Murilo lembrou as palavras proferidas pelo Papa Bento XVI na ocasião de sua morte. “Uma generosa testemunha de Cristo, que entregouse sem reservas para anunciar o evangelho”, disse. Ele ainda informou que ela é fundadora de uma grande obra evangelizadora, presente em 182 países com mais de dois milhões de simpatizantes. Ao final da celebração, foi apresentado um vídeo que resgata a vida e obra de Chiara. O documentário fala do surgimento da obra na II Guerra Mundial, na Itália, o seu crescimento e avanço para os outros países, o diálogo com as outras religiões, até os tempos atuais. Na sequência, algumas pessoas convidadas deram o seu testemunho. Entre ela, Irmã Clea Fuck, que falou sobre o seu contato com Chiara em certa ocasião na Itália. Lá teve a oportunidade de conversar com ela e rezar em sua capela particular. “Depois que a conheci, passei a seguir a Congregação das Irmãs da Divina Providência com mais convicção”, disse. Chiara Lubich nasceu em 1920 em Trento, na Itália. Durante a II Guerra Mundial, aos 23 anos, com algumas companheiras, criou o Movimento Focolares, que hoje se espalhou pelo mundo. Na Arquidiocese, o movimento conta com uma casa masculina e outra feminina.


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ASA

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Jornal da Arquidiocese

Fundo de Solidariedade completa 10 anos Em uma década de existência na Arquidiocese, Fundo aprovou 97 projetos beneficiando mais de 100 mil pessoas Arquivo/JA

O Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS) completa 10 anos de sua instituição, nesta coleta da solidariedade no domingo de Ramos (dia 05/04). Em 1998, na 36ª Assembléia da CNBB, foi definido que a Coleta da Campanha da Fraternidade seria destinada para o apoio a projetos, principalmente os relacionados com a temática da CF de cada ano. Desde a coleta de 1999, os recursos arrecadados formam dois fundos: o Fundo Nacional de Solidariedade e o Fundo Arqui-diocesano de Solidariedade, com a distribuição de 40% e 60% dos recursos arrecadados. Ambos apóiam diversas iniciativas sociais da Igreja e de organizações da sociedade civil. A Arquidiocese de Florianópolis organizou o FAS assim que foi aprovado pela CNBB. Desde então, tem apoiado vários projetos sociais e de geração de trabalho e renda. Nestes 10 (dez) anos foram apoiados 97 projetos, sendo que foram atingidas 107.509 pessoas. Foram projetos que apoiaram as tribos indigenas, os programas sócioeducativos para crianças e adoles-

Na CF-2004, os recursos do FAS foram repassados para a Diocese de Barra, na Bahia, e possibilitaram a construção de 70 cisternas centes, a organização de grupos de produção, as casas de acolhimento aos dependentes químicos, as oficinas de fitoterapia, os cursos de informática e profissionalizantes, a construção de cisternas, a reforma da Orionópolis Catarinense, os cursos e encontros de formação para lideranças sociais presentes na Arquidiocese. Neste ano, o Conselho do FAS

lançou um edital para recebimento de projetos sociais e de geração de trabalho e renda relativos à temática da Campanha da Fraternidade, “Fraternidade e Segurança Pública”. O prazo para recebimento de projetos encerra no dia 20 de maio de 2009. Mais informações, no site da .ar q uifln. Arquidiocese: www www.ar .arq org.br org.br, no link Ação Social.

Encontro Arquidiocesano da Rede de Ações Sociais “Chegar per perativ o... pertto é im imperativ perativo... É condição e xigida para poder exigida poder-mos estar entre os humanos. Não há outra alt ernativ a para alternativ ernativa quem caminha... Chegar per pertto! A cada instant e, a cada passo, instante, a cada hora, a cada cur curvva o cenário está aí e xpost o, gritando expost xposto, em seu silêncio ensur decedor ...” ensurdecedor decedor...” A Rede de Ações Sociais da Arquidiocese reuniu-se no dia 26 de março, na paróquia São João Evangelista em Biguaçu, com o

objetivo de avaliar a caminhada e discutir o fortalecimento dos trabalhos que são realizados nas comunidades, e a proposta de organização enquanto rede. O Encontro contou com a presença de 18 Ações Sociais Paroquiais e com a assessoria da Irmã Luzia Pereira, que trabalhou de forma celebrativa. Na dinâmica utilizada, Ir. Luzia falou sobre as travessias que são necessárias para o avançar dos trabalhos sociais, buscando a iluminação bíblica a partir do Divulgação/JA

Realizado em Biguaçu, encontro reuniu 18 Ações Sociais paroquiais

evangelho de Lc 8, 22-26. Foram ressaltados a missão, princípios e objetivos da Rede ASA, com enfoque na “defesa e promoção da vida humana”, através de ações que promovam os excluídos e excluídas, e a cultura da solidariedade. Nos trabalhos em grupo, as Ações Sociais partilharam suas experiências, seus trabalhos, além de discutir e apontar ações que possam reafirmar e fortalecer o pertencimento à rede ASA. No final do encontro, as Ações Sociais assumiram compromissos para 2009, entre eles: o de avançar no processo de reordenamento da Política de Assistência Social, apoiar e incentivar a rede ASA na luta pela implantação da Defensoria Pública, ampliar a discussão sobre sustentabilidade, fortalecer os espaços da rede municipal, Semana da solidariedade, comemoração do dia dos voluntários, e elaboração de planejamento das ações social paroquiais. Os próximos passos para essa travessia acontecerão nas reuniões das redes municipais a partir de abril e na continuidade da formação em políticas públicas.

PNAS e a responsabilidade das Ações Sociais

Com o objetivo de fornecer elementos teóricos e práticos para as Ações Sociais Paroquiais em relação à Política Nacional de Assistência Social e Sistema Único da Assistência Social - PNAS/SUAS e a resolução 191/05 do Conselho Nacional de Assistência Social, a Ação Social Arquidiocesana estará realizando CURSO EM POLÍTICAS PÚBLICAS a partir de abril deste ano. Em 2008 o curso foi desenvolvido em dois grandes grupos (região Sul e Norte).. Buscando oportunizar a participação de todas as Ações Sociais, a etapa de 2009 ocorrerá por município, especialmente nos municípios com um número maior de Ações Sociais Paroquiais, como é o caso de: Florianópolis, São José, Palhoça, Brusque e Itajaí. No entanto, a proposta objetiva possibilitar a participação de todas as Ações Sociais. Por isso, a participação dos demais municípios será discutida e planejada com as Ações Sociais.

Por que participar?

1 - As Ações Sociais estão juridicamente constituídas e registradas nos CMAS (Conselhos Municipais de Assistência Social), e em seus objetivos se comprome-

tem com a execução de Projetos e Programas relacionados às Políticas Públicas (Assistência Social, Criança e Adolescente, Famílias, Idosos...); 2 - O curso trará elementos teóricos e práticos para que possamos adequar nossas ações com vistas ao reordenamento previsto na Política Nacional de Assistência Social. Os Conselhos Municipais têm por competência orientar e fiscalizar as entidades para essas adequações; 3 - A proposta do curso é, com os elementos teóricos obtidos e as atividades práticas, fazer o processo de reordenamento com as ações sociais paroquiais (Planejamento, Plano de Trabalho, Projetos etc).

Como participar?

Os municípios de Florianópolis, São José, Brusque, Palhoça, Itajaí e Itapema já estão se organizando para a primeira etapa do curso nos meses de abril e maio. Cada município tem uma programação específica (data e horários). Estão sendo disponibilizadas até três vagas por Ação Social. As inscrições deverão ser feitas na quifln. ASA pelo e-mail: asa@ar asa@arq org.br ou pelo telefone: 32248776 até o dia 20/04.

Movimento reivindica criação da Defensoria Pública

Com o tema: “Fraternidade e Segurança Pública”, a Campanha da Fraternidade de 2009 tem como objetivo desenvolver nas pessoas a capacidade de reconhecer a violência na realidade social e pessoal, percebendo as causas e conseqüências que surgem no cotidiano das pessoas, e como modificar essa situação. Todo cidadão, sem condições de pagar um advogado, deve ter garantido pelo Estado esse direito, sendo que a Defensoria Pública é um órgão Público que garante às pessoas o acesso à justiça. Em Santa Catarina, esse direito está prejudicado, pois ainda não foi criada a Defensoria Pública. O que existe hoje é o modelo de Defensoria Dativa, que atende apenas alguns aspectos da assistência judicial. Dessa forma, no

inicio deste ano foi organizado o Movimento pela criação da Defensoria Pública. A CNBB Sul 4, através das Pastorais Sociais, Cáritas, grupos e movimentos, integrou-se nesse movimento. O Movimento pretende organizar audiências públicas em várias regiões do Estado, dinamizando o debate público sobre a temática e coletando assinaturas, para encaminhar para a Assembléia Legislativa o projeto de lei de iniciativa popular. Para consegui-lo, são necessárias muitas assinaturas. É de fundamental importância nossa participação nesse Movimento, coletando assinaturas. A audiência pública da região de Florianópolis acon9 de maio tecerá no dia 1 19 maio, na Assembléia Legislativa, com horário a definir.


Jornal da Arquidiocese

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Evangelizar em Comunhão com o Regional Encontro buscou partilhar experiências dos GBF com as Comunidades Eclesiais de Base do Estado contro, refletimos a partir do Documento de Aparecida a caminhada das CEBs e dos GR/F, com assessoria do Pe. Elias Wolff, do ITESC, junto com Pe. Vilson Groh. Na reflexão percebemos que a finalidade da missão é anunciar a vida, anunciar o Reino de Deus, tendo como ponto de partida a realidade que interpela, e como ponto de chegada a vida plena em Deus Jesus Cristo. O primeiro passo é reconhecer a Deus nas suas diversas manifestações, nos diversos rostos da humanidade. Assim, os GR/F e as CEBs enriquecem sua espiritualidade com atitudes de escuta, ternura, gratuidade, acolhida, justiça, igualdade, fraternidade, solidariedade e comunhão, fieis ao Evangelho e à igreja. Os Grupos de Reflexão e Família e as Comunidades Eclesiais de Base evangelizam pela palavra e pelo testemunho, comprometidos com o projeto de Deus, de vida para todos: “…todos tenham vida e vida em abundância” (Jo10,10). Temos a grande missão de anunciar em nossas dioceses o Reino de Deus de maneira concreta, através do dia-a-dia do povo e em favor do povo, fazendo parcerias e trabalhando juntos. Além das propostas da agenda comum, os representantes das dioceses assumiram caminhar juntos no processo de preparação para o 11° Encontro Estadual de CEBs,

Divulgação/JA

Em comunhão com a Igreja de Santa Catarina - Regional Sul 4, iniciamos nossa caminhada de 2009 animados e comprometidos em articular e fortalecer os Grupos de Reflexão e Família (GR/F) e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), partilhando as experiências vividas nas Dioceses. Nos dias 27 e 28 de fevereiro e 01 de março, as Equipes de coordenação regional das CEBs e dos GR/F do Regional Sul4 foram carinhosamente recepcionadas pela Arquidiocese de Florianópolis na comunidade do Monte Serrat Igreja Nossa Senhora do Monte Serrat e comunidade do Alto da Caieira - Igreja Nossa Senhora Aparecida, atendidas pelo Pe. Vilson Groh e membros da coordenação dos Grupos Bíblicos em Família (GBF). Participaram da reunião representantes dos GR/F e das CEBs das Dioceses: Lages, Rio do Sul, Joaçaba, Chapecó, Caçador, Criciúma, Tubarão, Joinville, e das comunidades locais da Arquidiocese, aproximadamente 50 pessoas. Estamos animados desde o 10º Encontro Estadual das CEBs, realizado em Lages (2008), os Interdiocesanos dos Grupos de Reflexão em Família, realizados por regiões, para iniciarmos a preparação do 11º Encontro Estadual das CEBs, em 2012, que será sediado na Arquidiocese de Florianópolis. Durante os três dias de en-

A Igreja voltando às suas origens

Realizado em Florianópolis, encontrou contou com a participação de 50 pessoas representando nove dioceses do Regional em 2012, com a seguinte proposta: o encontro será sediado nas comunidades empobrecidas pela questão social e falta de oportunidades da grande Florianópolis. São 17 áreas no Maciço do Morro da Cruz, Campeche, Saco Grande, também algumas áreas no continente, Ponte do Maruim, Procasa e outras. Nosso objetivo é apresentar calorosamente as comunidades comprometidas com a luta pela vida, o direito de ir e vir com dignidade e respeito, fé e vida e oração/ação. Venha você também fazer parte dessa linda missão. As comunidades dos morros agradecem e se sentem honradas. Após ter refletido sobre o Do-

cumento de Aparecida, e ter encaminhado o Intereclesial (21 a 25/07/2009 em Rondônia), e tendo encaminhado os compromissos da agenda comum deste ano, percebeu-se na avaliação final o quanto o Regional está confiante e esperançoso, tanto com a preparação quanto com o Encontro Estadual de 2012, no intuito da construção do Reino de Deus, através da luta pela VIDA. No momento da avaliação, um dos participantes falou: “Nos alegramos com a rica experiência de ser hospedados pelas famílias das comunidades, conhecendo, sentindo e convivendo um pouco do seu dia-adia”. Finalizamos o encontro com muita satisfação e alegria.

Paróquia colhe os frutos de uma ação conjunta Divulgação/JA

Na Paróquia São Judas Tadeu, Barreiros,São José, as coordenações dos Grupos Bíblicos em Família, da Catequese da 1ª Eucaristia e do Apostolado da Oração, assumem juntas a organização dos encontros de formação durante o ano para seus membros, pastorais, movimentos e toda a comunidade. Essa ação conjunta, além de levar formação para todos e todas, possibilita a integração e a comunhão entre comunidade e lideranças engajadas, fortalecendo e animando a caminhada da Igreja. A integração das três coordenações leva ao conhecimento da comunidade o talento de uma catequista da 1ª Eucaristia, tam-

bém participante do GBF, que se empenha na evangelização não só com palavras, mas com arte. Adélia Raimundo de Souza, artista plástica, cria e confecciona maquetes e paineis, envolven-

Para Refletir

“Cidade da paz” é a obra de uma liderança, resultado da integração entre os GBF, Catequese da 1ª Eucaristia e Apostolado da Oração da paróquia

do temas da Campanha da Fraternidade conforme o ano, auxiliando na reflexão nos momentos de formação e nos encontros de catequese. Neste ano, ela criou “a cidade da paz, da jus-

tiça e da fraternidade, onde não há muros, medos e injustiças”. É uma utopia para o nosso tempo, mas é o sonho de Deus e também nosso, no qual Jesus nos chama e convoca a vivermos em segurança na sua justiça e paz. “Eu vos deixo a paz, Eu vos dou a minha paz!” (cf. J0 14, 27). Conhecemos nossa realidade em termos de justiça social, paz e segurança. Também sabemos que a fé, a esperança, o amor são instrumentos de evangelização que darão outro sentido e direção á construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, no compromisso com o projeto de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).

“Igreja nas casas” - É uma prática desde o início da Igreja. Os primeiros cristãos se reuniam nas casas com os Apóstolos (Atos 2,42). O tempo passou, a Igreja fez uma longa caminhada de evangelização. O Concílio Vaticano II apresentou a Igreja como povo de Deus em comunhão, sinal e instrumento do Reino, pequeno rebanho no meio da sociedade. Incentivou a leitura e o estudo da Bíblia, como alimento para a fé e o compromisso dos fiéis. A Palavra de Deus é colocada nas mãos do povo. Inicia a prática dos Círculos Bíblicos, as novenas de Natal e tantas outras experiências. Para pôr em prática esse novo modo de ser e viver a fé, a Igreja de Santa Catarina incentivou a criação dos Grupos de Reflexão e Família, com o propósito de reunir pessoas para rezar e refletir a Palavra de Deus e, à sua luz, colaborar com a transformação da sociedade. Hoje temos no Regional Sul4 - Igreja de Santa Catarina os GR/F como prioridade nas Diretrizes da Ação Evangelizadora, assumidos pelas Dioceses. A nossa Arquidiocese entende que os Grupos Bíblicos em Família (GBF) são a Igreja na base, nas casas, no chão da vida. Neles é possível concentrar diversas ações evangelizadoras e pastorais da Igreja, como a leitura refletida e orante da Bíblia, a catequese com adultos, o aprofundamento da fé, o despertar de vocações e ministérios, a formação de lideranças, a prática concreta do amor, a solução de conflitos pessoais e grupais. Entende também que os GBF formam comunidades concretas de fé, porque manifestam a presença de Jesus no meio do povo (Mt 18,20) e testemunham a mensagem de esperança de Jesus Ressuscitado, que prometeu permanecer conosco até o fim dos tempos (Mt 28,20).

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Artigos

Abril 2009

Jornal da Arquidiocese

Centenário

Monsenhor Frederico Tombrock - uma vida por São Ludgero São Ludgero

São Ludgero foi fundado no ano de 1873 por imigrantes vestfalianos, que se fixaram no vale do rio Braço do Norte, onde havia bom solo arável. A primeira capela de pau-a-pique recebeu por padroeiro São Lourenço, que mais tarde foi mudado para São Ludgero, venerado em Warendorf, terra do Pe. Roer e do Pe. Topp. Os colonos logo se preocuparam com a igreja e a escola. No início, as aulas eram na própria capela. O primeiro professor foi Henrique Buss. Ótimos professores vindos da Alemanha foram Germano Beiering e José Grunding. O Pe. Frederico Tombrock chegou em março de 1896 e também ministrava lições. Em 1899 a escola foi entregue às Irmãs da Divina Providência, que ali desenvolveram notável trabalho de educadoras e promotoras vocacionais. Junto à capela foi construído o internato, funcionando desde 1900. O internato surgiu para possibilitar a aprendizagem da doutrina às crianças do interior. Ficavam ali dois ou três meses, até estarem prontas para a primeira comunhão. Somente em 1905 começaram as aulas em português,

Divulgação/JA

Filho de Fritz Tombrock e Anna Ramert, Frederico nasceu em Roxel, Westfália, Alemanha, em 14 de abril de 1864. Ordenado presbítero pela diocese de Münster em 18 de março de 1893, veio para o Brasil no ano seguinte, atendendo a convite de Pe. Topp. Em 1895 foi Vigário paroquial de São Luiz Gonzaga, Brusque e, a partir de 31 de março de 1896, sua vida esteve ligada a São Ludgero do Braço do Norte: em 1896 e 1897, respectivamente, foi Vigário paroquial de Nossa Senhora da Piedade, Tubarão, com residência em São Ludgero do Braço do Norte, e Vigário paroquial de Nossa Senhora da Piedade de Tubarão, Nossa Senhora Mãe dos Homens de Araranguá e Bom Jesus do Socorro de Pescaria Brava, sempre residindo em São Ludgero. Os padres alemães chegaram com a finalidade de atender somente aos colonos alemães, mas a necessidade fez com que estendessem as mãos sacerdotais ao povo brasileiro desassistido. Finalmente, de 31 de dezembro de 1901 a 27 de dezembro de 1957, Pe. Tombrock foi Pároco de São Ludgero, São Ludgero.

casamento com “brasileiros”. Das viagens que empreendeu à Alemanha trouxe dinheiro para obras paroquiais e arados de ferro e outros instrumentos agrícolas. Unia a preocupação do crescimento espiritual com a do desenvolvimento. Os valores da fé, da oração no lar, da obediência, da autoridade, da família, eram inculcados através de suas pregações e conversas. Conhecia a todos.

Promotor vocacional

Mons. Frederico Tombrock, uma vida dedicada a atender os imigrantes alemães isso por insistência dos pais dos alunos. Em 1912, pelo número crescente de alunos, deu-se início a mais construções, que convergiram na Escola paroquial Santana. Como primeiro pároco, Pe. Tombrock foi o centro e o animador da comunidade. Nada se fazia sem seu conselho e consentimento. Seu projeto era uma colônia católica habitada por alemães. Era contrário a que se vendessem terras para gente “de fora” e ao

Pe. Tombrock percebia a necessidade urgente de mais padres. Os que vinham da Alemanha não eram suficientes. As colônias se multiplicavam. Surgiu um problema em sua consciência: achava que os “brasileiros” não tinham condições para serem padres, pois nascer num clima tropical não favorecia o celibato. Depois convenceu-se de que aos menos os filhos de alemães e seus descendentes seriam aptos para o ministério. Em 1907, com o auxílio do Pe. Kloecker, iniciou um Seminário na Casa paroquial. Devido a problemas financeiros, os alunos foram enviados para São Leopoldo. Outra tentativa, com a direção do Pe. Sundrup, foi em 1919. Experiência

breve. Finalmente, em 1927 era criado o Seminário Menor em Azambuja. Pe. Tombrock gostava que os seminaristas passassem as férias na Casa paroquial. Era sua alegria no futuro acompanhar no altar esses meninos que vira nascer, batizara e instruíra. No seu Jubileu de Ouro Sacerdotal, em 19 de março de 1946, podia mostrar os frutos de seu empenho: 21 padres, 35 religiosas e 20 seminaristas. A obra continuou e São Ludgero tornou-se celeiro de vocações. Teve a alegria de ver a fundação do Pré-Seminário de São Ludgero em 1946, dele sendo reitor um dos seus “meninos”, Pe. Afonso Niehues. De 1919 a 1940 Pe. Frederico Tombrock teve o auxílio precioso de outro grande sacerdote, Mons. Huberto Ohters. Uma paróquia privilegiada. Sempre atento a tudo e a todos, protegendo e contemplando o crescimento de sua São Ludgero, Mons. Frederico Tombrock foi recolhido por Deus em 27 de dezembro de 1957: 93 anos de vida, 64 de padre e 61 em São Ludgero. Sua fé e a firmeza de caráter marcaram gerações do sul catarinense. Pe. José Ar tulino Besen Artulino

Opinião O Brasil é um país de expressiva maioria católica. A informação de religião, portanto, merece atenção especial. A quantidade da informação religiosa, em geral, é bastante razoável. Alguns riscos, no entanto, ameaçam a qualidade da cobertura jornalística. Cite-se, por exemplo, o amadorismo, o despreparo e a falta de transparência da comunicação eclesiástica. Recentes episódios, lamentáveis, evidenciam a urgente necessidade de profissionalização da comunicação institucional da Igreja. A Igreja Católica, instituição de grande presença e influência na agenda pública brasileira, é sempre notícia. Trabalhar a informação religiosa com rigor e isenção é um desafio. Muitas vezes ganhamos. Outras, perdemos. Em sua primeira viagem à África, o papa Bento XVI reafirmou a oposição da Igreja ao uso dos preservativos. Os jornais afirmaram que Bento XVI teria dito que "a camisinha agrava a aids". Errado. O que o papa disse e tem repetido é que a verdadeira luta contra a aids passa pela "humanização da sexualidade". A mera distribuição de preservativos é, segundo a Igreja, uma estratégia equivocada. A Igreja prega abertamente que a fidelidade dentro do casamento heterossexual, a castidade e a abstinência são a melhor maneira de combater a aids. Tal

Jornais, Igreja e Estado postura não decorre de uma histeria conservadora. Resulta, na verdade, de conceitos antropológicos profundos, embora, reconheço, politicamente incorretos. Podemos concordar ou discordar, podemos achar que se trata de uma exigência excessiva, mas não podemos desqualificar por baixo.

A Igreja é sempre notícia A mídia dá foco absoluto ao que a Igreja faz ou fará. Gente de todas as denominações cristãs (e até mesmo sem qualquer profissão religiosa) dá opiniões sobre os caminhos que a Igreja Católica deve adotar. Se a Igreja estivesse de fato fora do tempo, anacrônica e ultrapassada, poucos se dariam a esse trabalho. A eleição de Bento XVI, por exemplo, foi um case jornalístico interessante. A cobertura, lá fora e aqui, foi quantitativamente exuberante. Do ponto de vista da qualidade, no entanto, ficou bastante aquém do que poderíamos ter feito. Ficaram, alguns jornais, reféns de declarações de reduzidos e conhecidos desafetos do então cardeal Ratzinger. Criouse, assim, uma falsa imagem do novo papa. Bento XVI seria um eclesiástico duro, quase intratável. Quem o conhece, e nós o

vimos de perto aqui no Brasil, sabe que se trata de um brilhante intelectual, mas também de um homem simples, cordial, com uma ponta de timidez que desarma e cativa. Agora, como papa, por óbvio, defende o núcleo fundamental da fé católica. Sem essa defesa, muitas vezes na contramão dos modismos de ocasião, a Igreja perderia sua identidade. Se os papas procurassem o "sucesso" - que parece ser a medida suprema da realização para os que tudo medem pelos ibopes -, bastaria que, esquecendo-se da verdade que custodiam, se tivessem bandeado pouco a pouco, como fazem certos "teólogos", para os "novos valores" (em linguagem cristã, contravalores) que cada vez mais tentam dominar o mundo. É patente que, na hora atual, vivemos uma encruzilhada histórica em que são incontáveis os que parecem andar pela vida sem norte nem rumo, entre as areias movediças do niilismo. O papa teve sempre plena consciência dessa situação e, em vez de sentir a tentação daqueles teólogos que aspiram aos afagos do mundo para dele receberem diploma de “modernos” e “progressistas”, ele dá, diariamente, a vida por uma verdade que

pode resgatar este mundo, sem se importar com que o chamem de retrógrado, conservador ou desatualizado. Ou será que se espera um papa que deixe de ser cristão para ser mais bem aceito?

O Estado é laico, mas não ateu Pretende-se que, perante este deslizamento do mundo para baixo, com a glorificação de todo nonsense moral, o papa exerça a sua missão acompanhando a descida, cedendo a tudo e se limitando a um vago programa socioecológico, a belos discursos de paz e amor e a um ecumenismo em que todos os equívocos se podem abraçar e congraçar, porque ninguém acredita mais em coisa alguma, a não ser em viver bem? Mas a coerência doutrinal da Igreja, por vezes conflitante com certas posturas comportamentais, tem sido um fator de defesa e elevação ética das sociedades. O crescimento da Igreja, como salientou Bento XVI, dáse “muito mais por atração”, nunca por imposição. Entre uma pessoa de fé e um fanático existe uma fronteira nítida: o apreço pela liberdade. O sectário assume a sua convicção com intolerância. O fanático

impõe. A pessoa de fé, ao contrário, assenta serenamente em seus valores. Por isso, a sua convicção não a move a impor, mas a estimula a propor, a expor à livre aceitação dos outros as ideias que acredita dignas de serem compartilhadas. A correta informação sobre a Igreja passa pelo reconhecimento de seu papel na sociedade e pelo seu direito de transitar no espaço público. Caso contrário, cairíamos no laicismo antidemocrático. O Estado é laico, mas não é ateu. O laicismo militante pretende ser a “única verdade” racional, a única digna de ser levada em consideração na cultura, na política, na legislação, no ensino, etc. Por outras palavras, o laicismo é um dogmatismo secular, algo tão pernicioso quanto o clericalismo do passado. Tentar expulsar a Igreja do debate em defesa da vida, por exemplo, é arbítrio laicista. A independência é um bem para a Igreja e para o Estado. Mas não significa ruptura e, muito menos, virar as costas para o Brasil real, uma nação de raízes culturais cristãs. Informar com isenção é um desafio. E é aí que mora o fascínio da nossa profissão. Carlos Alberto Di Franco doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra e professor de Ética - E-mail: difranco@iics.org.br


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Missão 13

Abril 2009

O Anjo de Molokai Em outubro o Pe. Damião de Veuster será canonizado

Missão 2009 na Bahia

“Quem quiser salvar a sua vida deve doá-la” (Jo 12,25): este foi o testemunho de Pe. Damião de Veuster, pouco conhecido entre nós, mas, sem dúvida, um dos maiores missionários da história das missões. Nascido em três de janeiro de 1840, na Bélgica, Josef De Veuster é, sem dúvida, um dos mais impressionantes exemplos de missionário que o mundo já conheceu. Isto se deve ao fato de que Pe. Damião chegou a doar totalmente sua vida para ajudar os hansenianos na “ilha maldita” de Molokai, no Havaí, destinada pelo governo para ser local onde seriam abandonados os portadores de hanseníase, privando-os do convívio social.

A Grande Decisão

Motivado por um bispo havaiano, Pe. Damião deixa o porto de Bremen, na Alemanha, em 1863, e parte para a “Ilha maldita” onde conviverá com os hansenianos que, abandonados à própria sorte e sem condições de trabalhar, se pervertiam entregando-se aos roubos, assaltos e assassinatos. É nessa situação que Ele escolhe viver e doar sua vida. Para a missão que lhe estava sendo confiada, o missionário leva apenas um crucifixo, seu eterno companheiro, até o dia 15 de abril de 1889, quando veio a morrer, com apenas 49 anos de idade.

Doação pelos Rejeitados O heróico missionário alimenta sua força através da Adoração: “Aos pés do altar - escrevia em 1881 a seu irmão - é onde encontro a força necessária em minha solidão. É aí que me encontro todos os dias contigo. Sem Ele seria insustentável uma situação como a minha. Mas, tendo o Senhor a meu lado, estou sempre alegre e contente”. Damião de

Julho é o mês em que as nossas lideranças realizam anualmente uma semana missionária na diocese irmã de Barra - BA. Para quem não souber, a Diocese de Barra é a nossa Igreja-Irmã, no sentido de desenvolver uma efetiva entre-ajuda no que cada uma mais necessita. Infelizmente, até agora, isso aconteceu em sentido único: de Florianópolis para Barra. É para se pensar seriamente em nossa capacidade de abertura para receber também ajudas das lideranças, por sinal muito criativas, da Igreja da Barra.

Molokai continua suscitando uma profunda admiração e perguntas sobre a radicalidade de sua entrega. Qual o motivo de tamanha dedicação, que fez Damião trabalhar obstinadamente em prol daqueles rejeitados pela sociedade? Ele jamais hesitou em tocar, de modo afetivo e caloroso, aqueles hansenianos, caracterizandose como um deles, a ponto de se considerar um hanseniano antes mesmo de contrair a doença. Dessa forma, era como se ele lhes dissesse: “Estou entre vocês e sou um de vocês, partilhando de suas experiências e dificuldades”. E os doentes da “ilha maldita” o tinham como sua única esperança e conforto.

Preparação

“Nós, os leprosos!”

Pe. Damião auxilia-os, seja no tratamento de feridas, seja no apoio psicológico-espiritual, estando junto com eles em todos os momentos. Ele os organiza em comunidade, para que tivessem ao menos um mínimo de dignidade. Compartilhando a vida daqueles excluídos, o missionário lutou para que não vivessem como animais. Pe. Damião começava sempre seus discursos com as palavras: “nós, os leprosos”. Ainda não sabia que, mais tarde, isso seria realidade também para ele. Certa noite, ao realizar sua higiene pessoal, Pe. Damião percebe que perdera sua sensibilidade nos pés. O heróico missionário, que bem conhecia a doença, percebe que agora ele também é um hanseniano, tendo a doença que sempre combatera. Desde o início de suas atividades naquele local, Pe. Damião tinha consciência de que poderia ser contagiado e que nunca mais voltaria a ver seus amigos de infância e parentes. Portanto, o serviço a Jesus nos hansenianos, isolados e desumanizados, da ilha de Molokai, foi feito pelo Pe. Damião com a dedicação total de suas forças e sem reservas.

Doação Radical

A missão é um projeto de vida

Pe. Damião: uma vida dedicada aos hanseníacos doada para sempre e totalmente. A fonte para tal heroísmo pode ser expressa nestes termos: A vida adquire seu maior significado quando é doada aos pobres, sem reservas, por amor a Jesus e ao seu Reino. A figura de Pe. Damião de Molokai é tão significativa na história missionária e na vida do povo do Havaí que, quando se tratou de indicar um símbolo do novo Estado, que estava para nascer, sua pessoa foi lembrada. Em 1965, o Estado das ilhas do Havaí, tornando-se o qüinquagésimo Estado da Federação

norte-americana, escolheu ser representado pela estátua de Damião de Molokai no Statuary Hall do Capitólio de Washington. Essa estátua encontra-se lá desde 1969. Gandhi chegará a dizer que o mundo político e jornalístico não tem figuras do tamanho e do valor da pessoa de Pe. Damião de Molokai. É o legado de Damião: A missão se realiza verdadeiramente quando a gente abraça, sem reserva, a causa daqueles que necessitam de nossa ajuda, vendo neles o próprio Cristo a ser amado e servido.

Encontro Vocacional Missionário Con vidados: adolescentes Convidados: e jovens acima de 16 anos Se você quiser refletir sobre a possibilidade de oferecer a vida a Deus como sacerdote missionário, nos dias 9 e 10 de maio você está convidado a fazer essa experiência . Lugar: Sítio PIME em Brusque

Horário: Inicio do encontro: às 10 hs de Sábado. Conclusão: às 17 horas do Domingo. Mais inf ormações: Pe. Gianinformações: vianello@ franco - gianfranco gianfrancovianello@ terra.com.br - tel. (47) 3351-9614 Inscrições: Até o dia 4 de maio com Domingos - Fone 9968-8654

Já houve, em Itapema, a primeira preparação dos missionários. Os 40 que participaram gostaram muito e voltaram animados. A gente se pergunta: por que será que, após 10 missões, anualmente realizadas, muitas de nossas paróquias ainda não despertaram para a oportunidade de enviar, nesta missão, alguma de suas melhores lideranças? Não seria uma injeção de novo entusiasmo para a paróquia que envia? Trata-se, naturalmente, de fazer uma boa escolha. O candidato poderia ser escolhido entre as lideranças e pelas próprias lideranças. O escolhido participaria das preparações; a paróquia prepararia um envio significativo e, na volta, o missionário daria seu testemunho para os paroquianos. Entre outras razões, isso poderia ser uma ajuda para a realização da Missão Continental nas Paróquias. Portanto, todas as paróquias estão convidadas a escolher seu (sua) candidato (a).

Futuras preparações 18 de A bril: em Biguaçu Abril: 16 de Maio: em Itapema 20 de Junho: em Biguaçu


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Foto JA

Pe. Gercino Ele fala dos cinco anos de experiência como missionário no Mato Grosso cino Desde de jovem, Pe. Ger Gercino Atílio Piazza teve um desejo forte de realizar um trabalho missionário. O incentivo veio através de um retiro quando ainda participava da Pastoral da Juventude, em Nova Trento, sua paróquia natal. Nele, através de slides do Nordeste, pôde conhecer aquela realidade, a questão da seca, da fome, da miséria. Mais tarde, quando seminarista, teve duas oportunidades de conhecer a Bahia em duas visitas missionárias: na primeira por quarenta dias, a segunda por 11 meses. Mas a experiência mais profunda de vida missionária foi realizada a partir de janeiro de 2004, quando assumiu missão dim pastoral na diocese de Jar Jardim dim, no Mat o Gr osso Mato Grosso osso. Após cinco anos em missão, Pe. Gercino retornou e atualmente é formador no Seminário Menor de Azambuja. Na entrevista que segue, ele nos fala da sua experiência como padre missionário, do que recebeu nesses cinco anos em terra de missão, dos projetos futuros, e deixa uma mensagem para quem deseja seguir a vida missionária. Jornal da Ar quidiocese - O seArq nhor está retornando a Arquidiocese depois de cinco anos na diocese de Jardim, no Mato Grosso. Fale-nos um pouco sobre essa experiência.

Pe. Ger cino - Os 5 anos em Gercino Bodoquena, na Paróquia N.Sra. do Perpétuo Socorro, Diocese de Jardim, foram marcantes em diversos aspectos da caminhada. Dentre eles, a alegria de estar junto a uma comunidade paroquial sedenta de Deus e sua Palavra. Em todas as comunidades e localidades aonde íamos chegando, a recepção era calorosa e aberta. Havia nos olhos das crianças, jovens e adultos uma grande esperança e confiança de que poderíamos ser felizes. Como realização pastoral, marcou-me a visita a todas as comunidades para o primeiro contato e depois a visita a todas as famílias; a realização das Santas Missões Populares (SMP), que aconteceram no período de fevereiro de 2006 a 2008, concluindo com o Ano Bíblico. JA - Diz-se que, quando realizamos um trabalho missionário, mais recebemos do que damos. O que o senhor recebeu nesses cinco anos de trabalho? Pe. Ger cino - Tive muita aleGercino gria interior e contentamento. Aprendi a viver mais na simplicidade e desprendimento. Como muitos diziam por lá: “o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada”. Aprendi a ser mais paciente, pois o povo das comunidades e localidades daquela região vive mais sem a “hora

Sempre tive o desejo de ir para o nordeste. Mas não vou me antecipara à vontade de Deus”.

Aprendi a viver mais na simplicidade e desprendimento. marcada”. Aprendi a ser maleável povo de Deus que caminha. com a programação planejada e JA - O senhor sempre sentiu assim, viver mais o momento presente, confiando mais em Deus um chamado forte para a missão. do que nos planos e programas. Essa primeira experiência o inspira a assumir novas missões? JA - Desde fevereiro deste ano Pe. Ger cino - O dia de amaGercino o senhor atua como formador no nhã, a Deus caberá, diz um ditaSeminário Menor, em Azambuja. do do povo. Por isso, se for de sua Pretende passar aos jovens essa Divina Vontade que algum dia eu sua experiência para que seja volte a novas experiências despertado neles o interesse pela missionárias em terras distantes, missão? creio que Ele mesmo me enviaPe. Ger cino - Creio ser impor- rá. Contudo, quero deixar claro Gercino tante transmiti-la na convivência que, o estar aqui nesta realidado dia a dia, porém sem preten- de, hoje, é também Missão. são alguma. Contudo, espero poJA - Quando seminarista o seder contribuir no despertar para a missionariedade do ser Igreja, nhor teve duas experiências de

JA - Que mensagem o senhor deixa para as pessoas que pensam em realizar um trabalho missionário? Pe. Ger cino - Não deixe para Gercino amanhã, o que pode ser decidido hoje. Todo chamado missionário é correspondido pela Graça de Deus. Se você sente este chamado, procure orientação espiritual junto ao padre da paróquia. Envolva-se em algum grupo de missão e antes faça verdadeira experiência de missão em sua comunidade local, paróquia e diocese, para então, depois, ser encaminhado à missão em regiões distantes. Seja pessoa de oração fervorosa, esperança alegre e caridade ativa.

A vocação missionária despertada na infância foi colocada em prática

Consciência

Quantas vezes sufocamos sua voz... E então, a desarmonia nem pede licença e se instala em nossa vida: desarmonia com Deus, contigo, comigo. Como é triste quando a harmonia vai embora!

Perigo

"Sobre cofres de moedas, Jesus teria escrito: "Perigo de morte", como os engenheiros nas torres de transformadores elétricos." (Bernanos)

Renunciar a si mesmo é condição para estar contigo, Senhor. É renunciar-se, tomar a cruz de cada dia e seguir-te. Quem renuncia a si mesmo se encontra e encontra a vida, quem não renuncia a si mesmo se perde e encontra a morte.

Carlos Martendal

Recarga O cartaz na loja convida: “Recarregue aqui seu celular!”. E as pessoas vão entrando... Na vida, onde recarregamos as forças? Je-

sus nos deixou a Eucaristia, sua Palavra, a Confissão, a família... Tantos aproveitam. E tantos andam com a ‘bateria’ fraca... Por quê?

Renúncia 2

Renunciar-se é sempre opção livre, pessoal. Eu me renuncio para ser, para ser mais. Na medida em que renuncio a mim mesmo, torno-me verdadeiramente eu e, então, já não vivo para mim, mas para ti, em quem encontro Deus.

Foto/JA

Quantas vidas desgraçadas por causa das vozes duras, quantas vidas construídas por causa das vozes animadoras. As vozes dos tiranos amedrontaram multidões; as dos santos, ajudaram a salvar imensidão de almas. Nas casas, quantas vozes tristemente abafadas; nos lares, quantas vozes alegremente recheadas de amor. Com a voz podemos construir o céu na vida de muitos, mas também podemos erguer o inferno. Podemos ser dóceis ou violentos. Sejamos construtores da paz que vem do Alto!

Renúncia

Escravidão O livro das Crônicas relata o exílio na Babilônia, a escravidão de um povo. O Brasil foi manchado por longo período de abominável escravidão, desfeita por quem tinha Deus no coração. Essas foram escravidões externas; há outras mais danosas: as que me aprisionam em mim mesmo, as que me põem nos ferros da inveja, da impureza, da indiferença... Libertar-nos delas depende só de nós e da graça de Deus, que não falta. Por que continuar escravos, se podemos ser livres?

Cerzir

Luz

A respeito de João Batista, Jesus disse aos judeus: “Ele era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com sua luz” (Jo 5,35). Fomos criados para ser luz: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14). Ah, que bom se, quando morrermos, e se for verdadeiro, a lembrança que ficar de nós seja esta: “Nós nos alegramos por um tempo com sua luz”!

trabalhos missionários na Bahia. O senhor pretende assumir algum trabalho lá? cino - Quando ingressei Pe. Ger Gercino no seminário em 1987, havia em meu coração um grande desejo de ir para alguma região do sertão do nordeste brasileiro e sinto que isto não morreu. Porém, não tenho pretensão alguma de me antecipar à vontade de Deus. JA - Desde 2006, Pe. Lúcio Espíndola realiza trabalho missionário na Guiné-Bissau. A missão além-fronteiras está em seus planos? Pe. Ger cino - Sempre que leio Gercino as revistas missionárias, sinto que tocam em meu coração os testemunhos e realidades, do Brasil e além-fronteira, mas não tenho isso em meus planos. Contudo, se esses forem os planos de Deus, poderia eu negá-los?

Retalhos do Cotidiano Voz

Jornal da Arquidiocese

Sorriso Meu rosto não me pertence, ele pertence ao meu irmão. O que meu rosto revela de mim? Nele carrego fechamento e tristeza ou porto ternura e alegria? Manifesto mágoa ou estampo um sorriso? "Cada dia

sorriam uns para os outros", dizia Madre Teresa de Calcutá. Por uns dias - só por uns dias acompanhei a página policial dos jornais. Vi fotos de bandidos e de assassinos. Nenhum deles sorria...

Como vovó cerzia bem. Era artista da restauração das roupas rasgadas. Depois do trabalho feito, para perceber por onde haviam andado agulha e linha não era fácil. Também na vida nos rasgamos e sempre de novo é necessário cerzi-la. Somos nós mesmos os mestres do cerzimento ou deixamos que outros nos ajudem a reparar o que está estragado? Cuidemos para não confiar demais nas próprias forças...


Jornal da Arquidiocese

Mundo 15

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Angola completa 500 anos de evangelização com visita do Papa

O XXIV Dia Mundial da Juventude será celebrado, em nível diocesano, em todas as dioceses do mundo, no Domingo de Ramos, 5 de abril. O tema da mensagem deste ano é extraído da Primeira Epístola de Timóteo: “Colocamos a nossa esperança no Deus vivo” (1 Tm 4,10). E é justamente a esperança o foco desta mensagem de Bento XVI. No texto, o Papa recorda o “encontro inesquecível” em Sidney, na Austrália, no ano passado, e convida para o próximo, em 2011, em Madri, capital espanhola. “A esperança está no centro da nossa vida e da nossa missão de cristãos, sobretudo na época contemporânea. Todos sentimos a necessidade de uma esperança firme e confiável”, afirma o Pontífice. A juventude, em especial, é o tempo de esperanças, porque olha para o futuro com várias expectativas. Os questionamentos que permeiam a adolescência fazem com que os jovens se perguntem onde buscar e como manter viva no coração a chama da esperança. A experiência - escreve o Papa - demonstra que as qualidades pessoais e os bens materiais não bastam para garantir aquela esperança da qual o ser humano está em busca constante. A crise da esperança atinge mais facilmente as novas gerações que, em contextos socioculturais sem certezas, sem valores e sem sólidos pontos de referência, enfrentam dificuldades que parecem superiores a suas forças. O Santo Padre conclui dizendo que os jovens devem dar espaço à oração: “A Igreja conta com vocês para esta exigente missão: que as dificuldades e as provas que encontrarem não os desencorajem. Sejam pacientes e perseverantes, vencendo a natural tendência dos jovens à pressa, a querer tudo e já”.

A Angola é um dos países com maior percentual de católicos da África central, entre 60 e 70% dos 17 milhões de habitantes. Esse foi um dos fatores pelo qual Bento XVI escolheu o país como parte de seu itinerário pelo continente africano. Além disso, Angola está completando 500 anos de evangelização. O país está localizado na costa ocidental da África, e tem como capital Luanda, sua maior cidade. Tem como idioma oficial o português, mas possui mais de 20 línguas nacionais. A Angola saiu de um longo período de instabilidade e quase 30 anos de conflitos armados, mas agora procura trilhar com êxito o cami-

Por onde passou na África, Bento XVI foi saudado pelos fiéis com fervor nho da reconciliação e estabilidade. Apesar de a maior parte da população viver na pobreza,

o país é o segundo maior produtor de petróleo e exportador de diamante da região.

Balanço da Campanha Ficha Limpa Após dez meses da Campanha "Ficha Limpa", a coleta de assinaturas continua acontecendo em todo o país para que seja alcançado 1,3 milhão de assinaturas necessárias ao envio do Projeto de Lei de iniciativa popular ao Congresso Nacional. Dioceses, paróquias e entidades da Igreja Católica de todo o país têm sido importantes parceiros nesse sentido. Para reforçar esse apoio e incentivar a coleta de assinaturas nos Estados, foram apresentadas aos Bispos do Conselho Episcopal Permanente da CNBB, em 11-03, as ações de-

senvolvidas e as dificuldades enfrentadas. Participaram da apresentação, o diretor da Secretaria Executiva do Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Carlos Alves Moura; a secretária executiva do Comitê Nacional do MCCE, Suylan Midlej, e o representante da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP/ CNBB), Gilberto Sousa. Foi lembrada a participação da CNBB na campanha da Lei 9840, quando foi feita uma grande mobilização para coleta de um milhão de assinaturas. Com

a Campanha Ficha Limpa, os bispos foram chamados novamente a estimular a coleta em suas dioceses, com o objetivo de atingir mais rapidamente a meta de 1,3 milhão de assinaturas. A secretária do MCCE apresentou aos bispos o desenvolvimento da Campanha e o número de assinaturas enviadas pelas dioceses, paróquias e entidades da Igreja Católica. os bispos reafirmaram o compromisso de intensificar os trabalhos de coleta de assinaturas em suas dioceses. Mais informações no site www.lei9840.org.br.

Vaticano acompanha V Fórum Mundial sobre a Água O Vaticano marcou presença no V Fórum Mundial sobre a Água, em Istambul, de 16 a 22 de Março, com uma nota intitulada “Água, elemento essencial para a vida”. O documento foi preparado pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), retomando posições que foram anteriormente apresentadas em Quioto (2003) e na Cidade do México (2006).

Conferência no Vaticano sobre a mulher Divulgação/JA

Mensagem para o Dia Mundial da Juventude: Domingo de Ramos

Para o Vaticano, é essencial que exista uma compreensão ética e religiosa dos “vários e complexos” problemas ligados à questão do acesso à água. O documento analisa a água como um bem social, econômico e ambiental. O CPJP defende o acesso universal a “uma água limpa e a um saneamento seguro”, con-

centrando a sua posição no reconhecimento do acesso à água como um direito humano, o que não é aplicado a mais de 1,5 bilhão de pessoas. O Vaticano lembra que todos os anos morrem quase cinco milhões de pessoas, sobretudo crianças, por causa das doenças associadas ao consumo de água não potável ou a carências hídricas.

Nos dias 21 e 22 de março, foi realizada em Roma a I Conferência Internacional sobre o tema “Mulher, desenvolvimento e trabalho: o papel feminino na dimensão social e econômica”. O evento contou com a participação de especialistas e representantes de organizações e associações femininas de todo o mundo. Na conclusão do encontro, o presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Renato Martino, destacou a promoção de “um novo feminismo repleto de amor pela vida, pela família e pelos outros”. O Papa Bento XVI, na sua mensagem aos participantes, saudou o evento como uma “exemplar resposta ao pedido de João Paulo II de um ‘novo humanismo’, com o poder de transformar a cultura, elevando-a com um decisivo respeito pela vida”.

Bento XVI anuncia um Ano Sacerdotal Relembrando os 150 anos da morte do Santo Cura de Ars, SãoJoão Maria Vianney, Bento XVI anunciou que, de 19 de junho de 2009 a 19 de junho de 2010, se realizará um especial Ano Sacerdotal, que terá como tema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”. O Santo Padre abrirá esse Ano presidindo a celebração das Vésperas, em 19 de junho, na presença da relíquia do Cura de Ars, trazida pelo Bispo de Belley-Ars. Bento XVI encerrará o Ano em 19 de junho de 2010, participando de um “Encontro Mundial Sacerdotal” na Praça de São Pedro. Durante esse Ano jubilar, Bento XVI proclamará São João Maria Vianney “Padroeiro de todos os sacerdotes do mundo”. Além disso, será publicado o “Diretório para os Confessores e os Diretores Espirituais”, junto a uma coletânea de textos do Santo Padre sobre temas essenciais da vida e da missão sacerdotal na época atual.


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Geral

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Jornal da Arquidiocese

Celebração marca restauração da Catedral Após quatro anos de restauração, Catedral foi entregue aos fiéis, completamente restaurada em sua estrutura de de tudo o que ainda falta fazer no complexo Catedral, que compreende: auditório, salas de encontros, Centro sócio-cultural e residência dos padres. Ele conta com o apoio das autoridades e dos empresários para levar adiante o trabalho.

Foto/JA

Mais de 10 mil pessoas se concentraram dentro e fora da igreja para participar da celebração que inaugurou a restauração da Catedral de Florianópolis. Realizada no dia 22 de março, às 19h, a celebração eucarística foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger e concelebrada pelo bispoauxiliar emérito Dom Vito Schlickmann e pelo pároco da Catedral, Pe. FFrancisco rancisco de Assis Wloch. A celebração ainda contou com a presença do governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira, do prefeito de Florianópolis, Dário Elias Berger, além de outras autoridades do Estado e do município. A igreja foi pequena para acolher os fiéis que participaram da celebração. Por isso, dois telões foram colocados no lado de fora. Também foram instaladas arquibancadas. Ao final da celebração, Pe. Francisco Wloch lembrou momentos vividos na Catedral nesse tempo em que a igreja ficou em reforma. “Depois de quatro anos e um mês, com emoção e alegria, estamos devolvendo à comunidade a Catedral recuperada, restaurada, segura, modernizada e adequada às necessidades atuais”, disse Pe. Chico visivelmente emocionado. Ele advertiu, porém, que o trabalho inaugurado é apenas meta-

Átrio

Apresentação musical e show

Foto/JA

Após a celebração, que contou com a participação do Coral Santa Cecília com o histórico órgão, todos se concentraram no lado de fora da Catedral, onde foi descerrada uma placa comemorativa a restauração. Os sinos, há muito silenciados por receio de que sua vibração comprometesse ainda mais a abalada estrutura da igreja, voltaram a tocar. Roberto Alvares Bentes de Sá, presidente da Comissão de Restauração da Catedral, agradeceu a todos os que contribuíram. Em seguida várias autoridades fizeram o seu pronunciamento. Por volta das 21h, houve a apresentação de um Grande Coro, formado por nove corais da Grande Florianópolis, e regido pelo maestro Robson Medeiros Vicente. Na sequência, foi realizado o show do ballet Bolshoi, de Joinville. A cerimônia foi encerrada com a queima de fogos. Foram mais de 20 minutos de show pirotécnico que iluminaram a noite e abrilhantou ainda mais a bela, restaurada e segura Catedral. Mais de 10 mil pessoas acompanharam a Celebração através de telões e, após a missa, a apresentação do coro de 500 vozes, do Ballet Bolshoi e a queima de fogos

Arte Sacra

Catedral ficou lotada de fiéis que participaram da celebração eucarística

Templo e monumento histórico Para nosso arcebispo Dom Murilo, a importância da Catedral é divida em dois momentos: um por ser templo voltado à fé dos fiéis católicos; o outro por ser um monumento histórico situado no coração da cidade. “Nos últimos quatro anos, por causa de tudo o que vivenciamos com sua restauração, descobri que, para nosso povo, ela é muito mais importante do que eu imaginava que fosse”, disse Dom Murilo. Segundo ele, do ponto de vis-

ta histórico, ela tem uma importância única, pois não se pode fazer referência a Florianópolis ou ao nosso Estado sem mencionar nossa Catedral. Por isso ela foi tombada pelo poder público e passou a obedecer às complexas exigências a que estão sujeitos os prédios históricos. “Tais exigências tornam caríssima qualquer restauração, mas, já que foi tombada, é justo que tais despesas, ao menos em parte, sejam assumidas por quem tem a obrigação de preservá-la”, disse.

O que foi feito e o que falta fazer Nesses três anos e meio de trabalhos de restauração, muita coisa foi feita. Mas ainda falta muito por fazer. “As obras que faltam serão realizadas, mas dependem de recursos. Empresas estão sendo contatadas, afim de que invistam nas obras”, disse Pe. Chico. Todo o trabalho foi concentrado na reforma e restauração do prédio da igreja. Mas o projeto total contempla outros espaços. As obras ainda devem continuar neste ano e nos próximos. Além de restaurar as obras sacras e altares, pintura e restauração dos

bancos da igreja, o projeto pretende alcançar o complexo Catedral. Ele compreende a construção de uma nova secretaria paroquial, readaptação dos espaços para novas salas de atendimento, recuperação da casa paroquial e do auditório, restauração do Centro Social da Catedral e instalação de câmeras de segurança. As obras não têm prazo para serem iniciadas, nem para serem concluídas. Vai depender da disponibilidade de recursos. As empresas dispostas a apoiar esta obra, podem fazê-lo através da Lei Rouanet.

O Átrio é o lugar que dá sentido á missão. É o lugar da acolhida, de receber o outro, espaço para o cristão e para o não cristão, lugar onde se pode estar à vontade. Por isso deve ser belo, pois é lugar de transição, de passagem entre dois mundos, Transição entre o mundo exterior e o local da celebração comunirtária. Esse espaço deve ser vazio, para as pessoas reunirem-se a seu modo antes e depois da celebração. Espaço para a festa do encontro e para o silencio profundo da preparação, do sinal da cruz, da água benta, ou seja, purificar-se para entrar no espaço sagrado. A pia de água benta nesse lugar poderia ser a própria fonte batismal. É de antiga tradição da Igreja o lugar da preparação para o ingresso no Corpo Místico. O Átrio é o lugar da porta de entrada, e essa porta é o próprio Cristo. Não se pode ter aí uma porta qualquer: é preciso que ela receba um tratamento diferenciado das demais, sendo maior e mais nobre. É aconselhável que receba um símbolo ou desenhos, em alto ou baixo relevo. Em especial no interior de nossas cidades barulhentas, o Átrio deve ser previsto desde a concepção do projeto. O Átrio, tão comum em nossa melhor tradição arquitetônica, deve ser revisto, evidentemente seguindo esse espírito, utilizando os conceitos novos criados pela evolução da arquitetura e beneficiados pelo progresso nos processos construtivos. “Para entrar em uma casa de Deus, é preciso atravessar um limiar, símbolo da passagem do mundo ferido pelo pecado para o mundo da vida nova, ao qual todos são chamados”. Informações pelo fone (48) 8439-4004 ou pelo e-mail: arquiteto@sidneimachado.com.br


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