Jornal da Arquidiocese de Florianópolis 03/09

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Dom José é o novo bispo de Blumenau. Posse será em abril

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Jornal da

Arquidiocese

“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)

Florianópolis, Março 2009 Nº 143 - Ano XIII

Santuário de Azambuja será elevado a paróquia Com a criação, paróquia contará com três comunidades já constituídas e duas em formação. Celebração será presidida por Dom Murilo. A celebração que elevará o Santuário Nossa Senhora de Azambuja (criado em 1905) a paróquia será realizada no dia 07 de março, às 19h. A comunidade já conta com uma boa estrutura, fruto do trabalho realizado nos últimos dois anos com esse objetivo. Com a criação, Pe. Pedro Schlichting, Reitor do Santuário, será o novo pároco. Nessa missão, ele contará com o apoio dos padres do Seminário.

Dom Murilo presidiu a celebração de abertura da CF e fez a Bênção das Cinzas

Celebração abre CF-2009 na Arquidiocese Como continuidade do lançamento da CF, Assembléia Legislativa fará Sessão Solene Uma celebração realizada na Catedral, no dia 25 de fevereiro, marcou a abertura da Campanha da Fraternidade de 2009 na Arquidiocese.

Mais de 200 lideranças participaram dos três encontros de formação da CF2009. Sessão Solene será realizada no dia 16 de março na Assembléia.

“A segurança é fruto da justiça” É o que afirma em entrevista Pe. Vilson Groh, que há 27 anos realiza trabalhos de inclusão para jovens de comunidades empobrecidas de Floria-

nópolis. “Um jovem preso chega a custar oito vezes mais para o poder público do que em uma instituição que cria oportunidades para ele”, afirma.

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PJ mostra como celebrar a Semana da Cidadania PÁGINA 0 7 07

Participe do Jornal da Arquidiocese

FAS apresenta projetos apoiados em 2008 PÁGINA 08

Catedral será inaugurada Evento será marcado por extensa programação Após quase quatro anos de reformas, desde que foi fechada em 2005, restauração da Catedral será inaugu-

rada. Solenidade contará com celebração, show pirotécnico, coro de 500 vozes e apresentação do Balet Bolshoi.

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Quaresma: Tempo da Graça Na Quaresma os fieis se voltam à reflexão, à oração, à penitência, na busca de verdadeira conversão. Através da prática dos princípios essenciais de sua fé, querem ser santos diante de Deus, misericordiosos com os irmãos, responsáveis com o cuidado da natureza, enfim, pessoas íntegras e integradas, no modelo de Jesus de Nazaré, que passou na terra fazendo o bem, morreu na fidelidade ao amor do Pai e ao anúncio do Reino, e ressuscitou para nos abrir o

Agronômica: trabalho com os ricos e os pobres PÁGINA 1 0 10

caminho da vida plena. Pela oração crescemos no amor a Deus. Pela esmola e pela caridade fraterna amadurecem nossos relacionamentos com os irmãos, sobretudo os mais necessitados. Pelo jejum aprendem a controlar-se em suas necessidades físicas, para perceberem os desejos mais profundos e buscarem as coisas que realmente saciam a profundidade de seu ser.

Comunidade muda situação a partir dos GBFs PÁGINA 1 1 11

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Fazenda da Esperança inicia trabalho com mulheres PÁGINA 1 4 14

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Opinião

Março 2009

Palavra do Bispo Na tarde do dia 5 de março de 2006, na Matriz S. Luiz Gonzaga, em Brusque, em nome da Igreja, antes do momento da ordenação propriamente dita, coube-me fazer algumas perguntas ao sacerdote que estava diante de mim, Pe. José Negri, missionário do PIME (Pontifício Instituto das Missões). A Bula Papal, lida pouco antes, anunciava, pública e oficialmente, que o Papa Bento XVI o havia nomeado Bispo Auxiliar de Florianópolis. Dentre as perguntas que lhe fiz, destaco uma: “Queres edificar a Igreja, corpo de Cristo, e permanecer na sua unidade com o Colégio dos Bispos, sob a autoridade do sucessor do Apóstolo Pedro?” A resposta saiu firme: “Quero”. No dia 18 de fevereiro de 2009 essa unidade com o Colégio Episcopal manifestou-se de forma especial. Pois, em resposta a uma explícita manifestação do Bispo de Roma e nosso Papa, Dom José passava a ser o novo Bispo de Blumenau.

Dom Murilo S. R. Krieger Krieger,, SCJ

Palavra do Papa

isso Dom José fez muito bem entre nós, nesses três anos de trabalho e convivência; o dom do encontro com Jesus Cristo: sem dúvida, a maior herança que ele nos deixa é seu entusiasmo pelo Filho de Deus, nosso Irmão e Salvador. O que Dom José leva de Florianópolis? Sua nomeação ocorreu um pouco antes da realização do 15° Congresso Eucarístico Nacional (maio de 2006). Com sua ajuda, convidamos o Brasil a voltar seu olhar para nossa sede metropolitana (Vinde e vede!) e proclamamos: Ele [Jesus Cristo] está no meio de nós. Dom José leva consigo, pois, o desejo que temos de fazer de Cristo Eucarístico o centro de nossa vida e, portanto, de todas as iniciativas pastorais. Leva consigo, também, a experiência de uma diocese centenária. Precisamos reconhecer que somos privilegiados, pois nos be-

Bent o XVI Bento

Voltar aos braços do Pai Hoje, Quarta-Feira de Cinzas, (...) entramos num tempo litúrgico "forte" que (...) nos convida, aliás, poderíamos dizer, nos provoca a imprimir um impulso mais decisivo à nossa existência cristã. Uma vez que os compromissos, as inquietações e as preocupações nos fazem voltar ao hábito, expondonos ao risco de esquecermos como é extraordinária a aventura para a qual Jesus nos interpelou, temos necessidade de recomeçar todos os dias nosso exigente itinerário de vida evangélica, voltando a nós mesmos mediante pausas fortalecedoras do espírito. Com o antigo rito da imposição das cinzas, a Igreja introduz-nos na Quaresma como num grande retiro espiritual que dura quarenta dias. Portanto, entramos no clima quaresmal, que nos ajuda a redescobrir o dom da fé recebida com o Batismo e nos impele a aproximar-nos do sacramento da Reconciliação, pondo o nosso compromisso de conversão sob o sinal da misericórdia divina. Originariamente, na Igreja primitiva, a Quaresma era o tempo privilegiado em que os catecúmenos se preparavam para os sacramentos do Batismo e da Eucaristia, que eram celebrados na Vigília da Páscoa. A Quaresma era considerada como um tempo do "tornar-se" cristão, que não se realizava num único momento, mas exi-

Arcebispo de Florianópolis

Obrigado, Dom José! Para a Arquidiocese de Florianópolis, a nomeação de Dom José foi o anúncio de uma notícia esperada. Sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, isso aconteceria - isto é, que ele nos deixaria. Por ser um missionário, pensávamos que seria nomeado para longe, para uma Prelazia ou uma Diocese da Amazônia. Esquecemo-nos facilmente de que as missões não são somente regiões geográficas, mas, acima de tudo, situações, conforme nos lembra a Conferência de Apare-cida: “Aqui está o desafio fundamental que afrontamos: mostrar a capacidade da Igreja para promover e formar discípulos e missionários que respondam à vocação recebida e comuniquem por toda parte, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo” (DA 14). ...comuniquem por toda parte: também, pois, em Blumenau; transbordando de gratidão e alegria:

gia um longo percurso de conversão e renovação. (...) Quando proclama a sua autonomia total de Deus, o homem contemporâneo torna-se escravo de si mesmo e encontra-se muitas vezes numa solidão desconsolada. Então, o convite à conversão é um impulso a voltarmos aos braços de Deus, Pai terno e misericordioso, a termos confiança nele e a confiarmo-nos a Ele como filhos adotivos, regenerados pelo seu amor. Com pedagogia sábia, a Igreja repete que a conversão é antes de tudo uma graça, uma dádiva que abre o coração à infinita bondade de Deus. É Ele mesmo quem antecipa, com a sua graça, nosso desejo de conversão e acompanha nossos esforços em vista da plena adesão à sua vontade salvífica. Então, converter-se significa deixarse conquistar por Jesus (cf. Fl 3, 12) e, com Ele, “voltar” ao Pai.

Converter-se significa deixarse conquistar por Jesus e, com Ele, ‘voltar’ ao Pai”.

Bent o XVI Bento XVI, 25.02.2009

neficiamos com o que foi feito pelos que nos antecederam. Leva, ainda, as mil lembranças das Visitas Pastorais, das numerosas reuniões, das celebrações com um povo atento, dos contatos com os seminaristas e dos encontros com numerosos leigos e leigas. “De graça recebestes, de graça dai!” (Mt 10,8) foi o lema do centenário da “Diocese” de Florianópolis (1908 - 2008). Durante vários anos tivemos Dom José em nosso meio primeiramente como presbítero, trabalhando no Seminário de seu Instituto e em paróquias; depois, como Bispo Auxiliar. Nada fizemos para têlo, nem para merecê-lo. Só nos resta, pois, agradecer ao Senhor da messe, que quis enriquecer nossa Arquidiocese com a presença desse nosso irmão. E agradecer, também, ao próprio Dom José, por ter feito de todos nós membros de sua família. Em seu novo desafio, cabenos acompanhá-lo com nossa oração e nossa amizade. Obrigado, Dom José! Blumenau te espera!

Só nos resta agradecer ao Senhor da messe, que quis enriquecer nossa Arquidiocese com a presença desse nosso irmão”.

Reflexão

O Senhor dos Passos - um encontro Com a cruz às costas subindo o Calvário, Jesus viveu diversos encontros: com um grupo de mulheres, com sua Mãe, com Verônica, com João. Nesses encontros o Senhor não permitiu que chorassem por ele, mas que o aceitassem derramando lágrimas por todos. Não permitiu que o consolassem, porque a Cruz era a Palavra única naquele caminho de dor e de amor. Nesse caminho redentor os gregos pediam sabedoria, os judeus milagres, mas Jesus tinha a oferecer somente o escândalo e a loucura da Cruz (cf. 1Coríntios 1, 18.23). Ela seria o trono da dor e glória supremas: manifestou-se “o amor do Pai que crucifica, o amor do Filho que é crucificado, o amor do Espírito que triunfa pelo poder da cruz. Assim Deus amou o mundo! Todo e somente o amor de Deus: este é o princípio, o meio e o fim da cruz” (Filarete de Moscou). “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único” (João 3,16); “O Filho do Homem será entregue; ... eles o condenarão à morte” (cf. Marcos 10, 33). O caminho da cruz e o desenlace final são prenúncio da liturgia cristã: o Corpo chagado, dilacerado, e o sangue derramado serão, por toda a história, o Corpo partido e repartido e o Sangue derramado e bebido pelo Povo que celebra a ação de graças, a Eucaristia, na expectativa da ressurreição.

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Quem se encontra com o Senhor carregando a cruz tem a experiência da libertação, enquanto que a dor e a paixão de Jesus aumentam, porque escolheu como missão de amor carregar por nós nossa cruz e assumir como seus os nossos pecados. O Pai, o Filho e o Espírito unem-se numa única dor, dor amorosa. A palavra não convence, somente a dor tem a força de atrair nosso olhar ao Homem das dores e em sua face contemplar as lágrimas derramadas por nós: "Não chorem por mim! Eu choro por vocês!", é a súplica do Senhor que carrega a cruz. Se algum de nós, como as mulheres que o encontram, chorar, estará tirando do Senhor a escolha de derramar, definitivamente, todas as lágrimas que nos redimem. As lágrimas lavam os olhos de Jesus, e assim Ele nos contempla, regenerados pelo amor do Pai que o crucifica, e o seu, que se deixa crucificar. Nunca alguém conseguirá imaginar a beleza daquele olhar que encerra todo o Amor, e também jamais conseguirá suportar a força redentora do Deus Trindade que desce até as profundezas do homem, da mulher, da criação. Somente quem descer misticamente a esse abismo profundo será capaz de uma oração verdadeira: “Das profundezas, Senhor, a vós eu clamo!” (Salmo 129/130, 1). Minutos depois, longos minutos, ele está crucificado. Sua Mãe

prende a garganta para não soltar nenhum grito, João contempla o infinito, buscando a explicação possível para tamanha dor. Mais tarde ele compreenderá e terá a palavra total: o Amor. Deus é Amor (1João 4, 8b). Apenas os que forem capazes de mergulhar na profundidade do Amor contemplarão Aquele que o Pai crucificou, sempre por amor. Jesus oferece, a todo aquele que sofre inocentemente, carregar também, na sua inocência, os pecados do mundo. Todo o sofrimento inocente das vítimas do pecado do mundo é também sinal e manifestação da glória de Deus. Nenhum santo pediu para ser livre do sofrimento, pois sabia que era esse o caminho perfeito de união redentora com Cristo. Muitos santos pediram o dom das lágrimas, não lágrimas de remorso ou de buscar consolação, mas lágrimas que lhes lavassem os olhos e assim fossem capazes de olhar cada pessoa como Jesus a olhou no caminho do Calvário e do alto da cruz: na mediação única do amor. O encontro com Verônica, a caridosa mulher que a tradição faz enxugar o rosto do Senhor, é transfigurado: “Vede se há dor semelhante à minha dor!” (cf. Lamentações 1, 12). Como a nós, a ela Jesus diz: “Não chorem. Eu e o Pai choramos por vocês. Deixem-se lavar por nossas lágrimas de amor”. Pe. José Ar tulino Besen Artulino

Diretor e revisor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Dom José Negri, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul


Jornal da Arquidiocese

Geral 3

Março 2009

Dom José é o novo bispo de Blumenau Posse será realizada no dia 04 de abril de 2009, na Catedral São Paulo Apóstolo

Jornal da Ar q uidiocese Arq Como o senhor recebeu a notícia da sua nomeação para a diocese de Blumenau? Dom José - Na realidade, eu estava esperando por uma transferência, mas como eu pertenço ao PIME (Pontifício Instituto das Missões), ficou clara para mim a

idéia de que a próxima diocese seria missionária. Quando escutei o nome “Blumenau” fiquei surpreso, e ao mesmo tempo percebi que aquela só poderia ser a vontade de Deus. JA - O que o senhor conhece da nova diocese? Dom José - Conheço-a por meio dos contatos que tive no Regional da CNBB, com padres, leigos e religiosas. Em vários encontros aconteceram trocas de experiência entre as várias pastorais, e neles deu para perceber o trabalho bonito que estava sendo realizado na Diocese de Blumenau. No ano passado tive a graça de pregar o retiro para o clero de lá. JA - A Diocese foi muito castigada pelas enxurradas no último ano e muitas famílias ainda dependem de ajuda. Como o senhor enfrentará esse desafio? Dom José - Conversando com Dom Angélico, meu predecessor, pude perceber que esta, agora, é a fase da reconstrução. Ele mesmo me garantiu que existem entidades e organizações ligadas à Pastoral Social, que já fizeram muito nesse sentido. Procurarei, portanto, dar continuidade ao trabalho que já existe, sempre com um olhar atento e sensível. Estou disposto a me fazer solidário, naquilo que puder, para que todos os nossos irmãos e irmãs voltem, quanto antes, a ter uma moradia digna. Foto/JA

Dom José diante da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na Cúria

Foto/JA

A nomeação foi divulgada no dia 18 de fevereiro pelo Papa Bento XVI. Dom José Negri Negri, 49 anos, assumirá como bispo titular da Diocese de Blumenau, sucedendo a Dom Angélico Sândalo Bernar dino Bernardino dino, 76, que solicitou a renúncia canônica (obrigatória no ano em que o bispo completa 75 anos), agora aceita. A celebração de posse será no dia 04 de abril de 2009, às 10h, na Catedral São Paulo Apóstolo, no centro da cidade. Até lá, Dom Angélico, que está na diocese desde junho de 2000, permanecerá atuando como Administrador Apostólico. Dom José será o segundo bispo da Diocese, criada em 19 de abril de 2000, com território desmembrado das dioceses de Joinville e Rio do Sul, e da Arquidiocese de Florianópolis Ele já participou de um encontro com os seminaristas de Teologia de Blumenau no mesmo dia de sua nomeação, e realizou uma visita à Diocese dois dias depois. Em entrevista, Dom José fala da surpresa da nomeação, do desafio desse novo trabalho e deixa uma mensagem para os fiéis da Arquidiocese.

JA - De que forma sua experiência como bispo-auxiliar na Arquidiocese contribuirá para a nova missão? Dom José - As experiências ricas e profundas do Congresso Eucarístico e do Centenário, as visitas pastorais das quais tenho uma lembrança muito bonita, e outros encontros com movimentos e pastorais da Arquidiocese, deixaram marcas na minha vida e me ajudarão a assumir a nova missão com mais segurança. JA - O que o senhor leva como missionário do PIME? Dom José - Graças à alma missionária que Deus

Após a sua nomeação, no mesmo dia, Dom José participa de encontro com os seminaristas de Teologia da Diocese de Blumenau

Como Dom José encontrará a Diocese 507.332 habitantes (IBGE 2000) 13 municípios 39 paróquias e similares 280 Capelas 05 Comarcas 02 Santuários 46 padres diocesanos 15 padres religiosos me deu, quando me chamou a entrar para o Instituto PIME, sinto no fundo do meu coração o desejo de trabalhar para que, na futura diocese, se fortaleça sempre mais o espírito missionário, levando adiante com alegria e, com afinco, a “nova evangelização”. JA - Na Arquidiocese o senhor é conhecido pelo seu estilo acolhedor, amigo, e de estar próximo dos fiéis. Que estilo pretende adotar no trabalho em Blumenau? Dom José - Desde o dia em que fui consagrado Bispo, prometi na minha vida seguir o exemplo de santidade de Cristo, o Bom Pastor, que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28). É sob essa ótica que desejo desenvolver a minha nova missão. Que Deus me ajude! JA - O senhor gostaria de deixar alguma mensagem? Dom José - Quero agradecer a esta Igreja de Florianópolis por terme acolhido calorosamente, por tudo o que pude aprender ao lon-

64 diáconos 08 Institutos Femininos 90 freiras (irmãs) 22 pastorais 11 Movimentos e associações leigas 04 Colégios católicos Anuário da Diocese 2009

go desses três anos, pela atenção, o carinho de tantas e tantas pessoas que aqui encontrei. Sinceramente, posso dizer com o coração que me senti amado no meio de vocês. Peço desculpas se, involuntariamente, ofendi ou decepcionei alguém. O amor e a misericórdia do Senhor possam preencher essas minhas lacunas. Comecei a minha missão episcopal com as palavras de Paulo: “Basta-te a minha graça”. Quero terminar esta etapa relembrando e gritando em alta voz o que Deus falou ao coração do Apóstolo. Mais uma vez quero confiar na graça de Deus, que me trouxe até aqui e que com certeza irá acompanhar-me na Diocese de Blumenau. Gostaria de agradecer a Dom Murilo e Dom Vito, meus irmãos no Episcopado, por me terem ajudado neste aprendizado da vida episcopal. A experiência de comunhão vivida com eles e com todo o clero será um ponto muito importante que eu desejo viver também na futura Diocese.

Uma história construída na Arquidiocese Natural de Milão, na Itália, onde nasceu em 18 de setembro de 1959, Pe. Giuseppe Negri (nome de batismo) fez todos os seus estudos na Itália. Sua formação presbiteral foi realizada no Seminário do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME). Em sete de junho de 1986 foi ordenado padre pelo Cardeal Martini, e alguns meses depois (25/01/1987) desembarcava no Brasil para a sua primeira missão. A maior parte de sua vida pastoral transcorreu em nossa Arquidiocese. Quando veio da Itália, trabalhou alguns meses como vigário na Paróquia NSra do Carmo, em Frutal, MG. Mas no mesmo ano veio para cá. Foi diretor espiritual do Seminário do PIME, em Palhoça, por dois anos, acumulando a função de pároco de São Judas Tadeu, na Ponte do Imaruim. Em 1990 assumiu o cargo de reitor do Seminário de Filosofia do PIME, em Brusque. De 1992 a 1995 foi Conselheiro Regional da Região Brasil Sul, no mesmo período acumulando a função de Diretor Espiritual do mesmo Seminário. De 1995 a 1999 graduou-se em Psicologia na Universidade Gregoriana em Roma, Itália. Lá permaneceu por mais três anos. Em 2002 retornou à nossa Arquidiocese. Aqui reassumiu a direção Espiritual no Seminário do PIME, em Brusque e, entre outros encargos, em 2004 foi nomeado pároco da recém criada paróquia de São Judas Tadeu em Águas Claras, Brusque. No dia 14 de dezembro de 2005 foi nomeado bispo-auxiliar da Ar q uidiocese de Arq Florianópolis Florianópolis. A sua ordenação episcopal realizou-se no dia 05 de março de 2006, na Igreja matriz de São Luiz Gonzaga, em Brusque, a mesma em que, 21 anos antes, Dom Murilo Krieger, nosso arcebispo, fora sagrado bispo.


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Tema do Mês

A palavra Quaresma vem do latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que preparam a Páscoa, a festa solene da ressurreição de Jesus Cristo, momento central da liturgia e da piedade cristã. O tempo da Quaresma não tem sentido em si mesmo, porque está sempre referido à Páscoa. Com efeito, a festa da Páscoa começou a ser celebrada pelos cristãos pelos anos 30 de nossa era, logo nos primeiros anos depois da morte e da ressurreição de Cristo. Nas primeiras comunidades cristãs, celebrava-se semanalmente a Eucaristia, no domingo, dia do Senhor, como ação de graças pela salvação que, em Cristo e no Espírito Santo, Deus Pai havia ofertado à humanidade. Uns trezentos anos depois, é que se começou a celebrar a Quaresma, como tempo necessário para preparar os catecúmenos - os novos fieis - para o batismo, o qual só era administrado na noite pascal. Assim, com a preparação dos catecúmenos, toda a comunidade cristã também se preparava para a Páscoa do Senhor. A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-feira santa à tarde, antes da Missa da Ceia do Senhor. É bom lembrar que a Missa da Ceia do Senhor, também conhecida como Missa do Lava-pés, já faz parte do Tríduo Pascal, o centro da liturgia cristã, que celebra a paixão e a ressurreição do Senhor. É a partir da festa da Páscoa que se definem todas as grandes festas do cristianismo. Para frente, definem-se a Ascensão, o Pentecostes, Santíssima Trindade e Corpus Christi. Para trás, define-se a Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma.

TEMPO DE PREPARAÇÃO

Na Bíblia, o número quatro aponta para todos os cantos do mundo e simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. O número 40 é sempre tempo de preparação, em vista de uma grande revelação de Deus, um grande evento de salvação, uma impactante manifestação da aliança de Deus com a humanidade. Os 40 dias do dilúvio, os 40 anos de peregrinação do povo hebreu pelo deserto, os 40 dias de Moisés e, depois, de Elias na montanha, os 40 dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública etc. são todos períodos que antecedem e preparam fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração

Março 2009

QUARESMA: TEMPO DE GRAÇA

A Quaresma é um grande retiro espiritual, na busca de verdadeira conversão.

Jornal da Arquidiocese

Assim, o período quaresmal é um grande retiro espiritual. Nele os fieis se voltam à reflexão, à oração, à penitência, na busca de verdadeira conversão. Buscam reaproximar-se de Deus, através da prática dos princípios essenciais de sua fé, com o objetivo de serem santos diante de Deus, misericordiosos com os irmãos, responsáveis com o cuidado da natureza, enfim, pessoas íntegras e integradas, no modelo de Jesus de Nazaré, que passou na terra fazendo o bem, morreu na fidelidade ao amor do Pai e ao anúncio do Reino, e ressuscitou para nos abrir o caminho da vida plena.

TEMPO DE FRATERNIDADE

para algo que vai acontecer. A Quaresma cristã não é tempo de tristeza e depressão. Nem tempo de extravagâncias pessoais e doentias, como jejuns forçados que só exaltam o esbaldar-se que vem em seguida. É tempo de alegria contida, pois já sabemos que o Senhor morreu e ressuscitou. Os domingos da Quaresma já são pascais. As missas da Quaresma, dos dias de semana ou dos domingos, já são celebrações eucarísticas pascais. Nelas se celebra o Mistério Pascal, isto é, a morte e a ressurreição do Senhor. A alegria da Quaresma é alegria contida, enquanto serve para lembrar-nos da paixão do Senhor, para percorremos o seu caminho - a viasacra - rumo ao Calvário, para reconhecermos nossos pecados e buscarmos a conversão.

TEMPO DE ASCESE

A palavra ascese vem do gre-

A Quaresma cristã não é tempo de tristeza e depressão. É tempo de alegria contida, pois já sabemos que o Senhor morreu e ressuscitou”.

go e indica todo exercício prático que leva à efetiva realização da virtude, à plenitude da vida moral. Uma vida ascética é uma vida disciplinar, austera, marcada por sacrifícios e penitências, mortificações e jejuns, esmolas e orações e outras atitudes e gestos que visam o amadurecimento es-

piritual. Pelo controle das paixões desordenadas, como a gula, a luxúria e a preguiça, os fieis vão disciplinando seu corpo e espírito e fortalecendo-se no caminho de Cristo. Esses exercícios ascéticos não têm sentido em si mesmos; só servem enquanto são meios de santificação, de aperfeiçoamento na vida cristã. No Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, Jesus retoma os três grandes atos de piedade do bom judeu: a oração, a esmola e o jejum. Pela oração crescemos no amor a Deus. Pela esmola e pela caridade fraterna amadurecemos nossos relacionamentos com os irmãos, sobretudo os mais necessitados. Pelo jejum aprendemos a controlar-nos em nossas necessidades físicas, para percebemos nossos desejos mais profundos e buscarmos as coisas que realmente saciam a profundidade de nosso ser.

É claro que, não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que haja justiça, paz e solidariedade entre os seres humanos e, até mesmo, com os outros seres vivos. É por isso que a Igreja Católica do Brasil instituiu que o percurso da Quaresma seja acompanhado pela realização da Campanha da Fraternidade. Trata-se de um complexo de atividades, momentos de estudo, gestos concretos etc., numa ampla campanha de evangelização que ajuda os cristãos e as pessoas de boa vontade a concretizarem, na reflexão e na prática, a transformação da sociedade a partir de um problema específico, que exige a participação de todos na sua solução. A Campanha da Fraternidade, pelos objetivos tão ousados de transformação da sociedade, tornou-se tão importante que veio a pôr na sombra a Quaresma. Percebe-se, agora, que é necessário retomar o impacto e a beleza do tempo quaresmal, inserindo nele, isso sim, as idéias e os ideais da Campanha da Fraternidade. Os objetivos da Campanha da Fraternidade, plenamente inseridos na caminhada quaresmal, são: despertar o espírito comunitário, comprometendo os cristãos na busca do bem comum; educar para a fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; provocar a responsabilidade de todos na promoção humana. A Quaresma reencontra, assim, seu sentido: promover a santificação dos fieis, a renovação das comunidades cristãs e da vida da igreja e ao mesmo a construção de uma sociedade solidária. P e. Vit or Galdino FFeller eller Pe. Vitor Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC or quifloripa.org.br Email: vit vitor orffeller@ar eller@arq


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CF-2009 5

Março 2009

Formação prepara lideranças para a CF-2009 Seminários realizados em três comarcais formaram mais de 200 lideranças para trabalhar a Campanha da Fraternidade A equipe de coordenação da Campanha da Fraternidade de 2009, que tem como tema “Fraternidade e Segurança Pública” e lema “A paz é fruto da justiça”, realizou três seminários de preparação para as lideranças. Os seminários foram realizados em três pontos da Arquidiocese para facilitar a participação das lideranças paroquiais. O primeiro foi feito na tarde do dia sete de fevereiro, a partir das 13h30, na Paróquia Divino Espírito Santo, em Camboriú. Mais de 80 lideranças de cinco paróquias da Comarca de Itajaí participaram do encontro. A assessoria ficou por conta de Márcio Murilo Martins, Maria Glória da Silva Luz e Moacir Albuquerque. “O encontro foi bastante participativo, com boas manifestações sobre a questão da segurança”, disse Márcio Martins. No dia 28 de fevereiro foram realizados dois seminários. Pela manhã a comunidade da Imaculada Conceição, em Rancho Queimado, recebeu 103 lideranças de quatro paróquias e duas comarcas participaram da formação. O encontro foi assessorado por Adelir Raupp, coordenadora da CF-2009, Ionara da Cunha, da equipe da Ação Social Arquidiocesana, e Márcio Murilo Martins. “O encontro foi muito participativo. As lideranças participaram de trabalhos de grupo e levantaram propostas de ação”, disse Adelir.

“A insegurança é fruto de uma estrutura injusta”

Com a experiência de quem há 27 anos vive e trabalha com as comunidades empobrecidas de Florianópolis, Pe. Vilson Gr oh pode afirmar que só há Groh violência quando não há justiça social. O Padre é responsável por coordenar seis projetos, que criam oportunidades a cinco mil crianças, adolescentes e jovens, dos seis aos 24 anos.

Mais de 80 lideranças participaram do encontro de formação para a CF-2009, realizado na Paróquia da Agronômica, em Florianópolis No mesmo dia, à tarde, a paróquia São Luiz Gonzaga, na Agronômica, em Florianópolis, foi sede do encontro. Mais de 80 participantes de três comarcas participaram do encontro. O evento foi assessorado por Moacir Albuquerque e Silvia Togneri. O encontro

contou com a presença de Fernando Anísio Batista, da ASA, que falou de como acessar os recursos do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade, e de Luiz Senna, da Pastoral Carcerária, que falou da realidade dos presos e como a pastoral está organizada.

Assembléia realiza Sessão Solene a reA Assembléia Legislativ Legislativa 6 de março, às aliza no dia 1 16 19h 9h, uma Sessão Solene de lançamento da Campanha da Fraternidade. O evento é uma proposição da equipe de coordena-

ção da CF-2009 e será realizado no Plenário da Assembléia. Todas as lideranças são convidadas para esse evento, que será filmado e, posteriormente, retransmitido para todo o Estado.

Jornal da Ar Arq quidiocese Qual a importância de se refletir sobre a Segurança Pública? Pe. Vilson - A importância está em retrabalhar a Segurança na compreensão das políticas públicas. Temos que olhar a estrutura que produz segurança ou insegurança, para depois discutir a violência, que é fruto de uma estrutura injusta. Quando falamos em segurança, pensamos em aumentar o número de policiais, viaturas e alarmes, enquanto que segurança está ligada ao bem comum e à redistribuição da riqueza. Foto JA

Celebração abriu a CF na Arquidiocese Celebração realizada no dia 25 de fevereiro, às 18h15min, na Catedral, marcou a abertura da Campanha da Fraternidade de 2009 na Arquidiocese. A missa foi presidida pelo nosso arcebis-

Krieger e contou po Dom Murilo Krieger, com a presença de padres e diáconos. Durante a celebração, Dom Murilo falou que tudo o que diz respeito à vida humana, diz resFoto JA

Durante coletiva de abertura da CF-2009, Dom Murilo concedeu entrevista a emissoras de TV

peito à Igreja. “A CF-2009 quer fazer uma grande reflexão sobre a questão da segurança”, disse ele. Dom Murilo ainda afirmou que o poder público tem a sua responsabilidade, mas todos somos chamados a assumir o nosso papel. No mesmo dia, a partir das 14h, Dom Murilo recebeu os jornalistas no Auditório da Cúria Metropolitana para a coletiva de imprensa. Durante a coletiva, os jornalistas procuraram saber como a Igreja vai trabalhar esse tema. “A CF está sendo discutida em todas as paróquias e, sobretudo, nos Grupos Bíblicos em Família presentes na Arquidiocese”, informou.

Pe.Vilson trabalha há 27 anos com comunidades empobrecidas JA - A insegurança é fruto da falta de oportunidades? Pe. Vilson - Quando se fala de segurança ou violência, temos que discutir se as periferias da cidade têm as condições mínimas de sobrevivência. A partir daí, perguntar o que é violência, para romper com a visão de que os pobres é que são violentos. Quando se discute a insegurança a partir desse conceito, recuperamos o conceito de seguran-

ça como fruto da justiça social. JA - Coloca-se a segurança como responsabilidade do poder público. Como podemos contribuir? Pe. Vilson - Criando mecanismos de controle. Existem muitos dispositivos legais aos quais a sociedade civil pode ter acesso. Os fóruns, audiências populares e plebiscitos são formas da sociedade contribuir no controle e redefinição do papel do Estado, criando políticas estatais a partir de políticas públicas. JA - O senhor coordena trabalhos que criam oportunidades aos jovens. O caminho é esse? Pe. Vilson - Uma pessoa na cadeia pública tem um custo mensal para o Estado de R$ 1.700,00. Um jovem em uma instituição correcional, como o São Lucas, custa R$ 3 mil. Já um jovem até 24 anos em um projeto social, tem um custo de R$ 400,00 por mês. Pesquisas mostram que nos locais em que o Projeto Aroeira foi implantado, houve redução de 36% na violência. Isso comprova que o instrumento social é o único caminho no combate da escalada da violência. Hoje, em nossas organizações, temos projetos alternativos ao mundo da violência que envolvem mais de cinco mil pessoas ao ano, atendidas diretamente entre 6 a 24 anos, distribuídas em seis organizações sociais. JA - A prisão é o modelo utilizado na reeducação de quem cometeu um delito, mas não funciona. Qual a forma ideal de reeducação? Pe. Vilson - A primeira concepção é não vitimar a vítima. É ver o jovem não como um criminoso, mas como alguém que cometeu uma infração e a partir da prática dessa infração, como ele pode restaurar socialmente o dano causado. Não é com o sistema de punição, mas com uma concepção sócio-educativa que gere a oportunidade de reinseri-lo socialmente na construção de uma cultura de valores. Por isso, devemos atuar antes que ele cometa um ato infracional, com espaços de formação com qualidade.


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Bíblia

Março 2009

Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (13)

Salmos 22(21): Por que me abandonaste? Sem dúvida, um dos salmos mais impressionantes de todo o saltério, cujas palavras iniciais são literalmente colocadas, por Marcos e Mateus, na boca do Crucificado, inclusive na língua original: Elî, Elî, lama sabactáni? Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste? (v. 2, cf Mt 27,46 e Mc 15,34). Expressão de profundo abandono, esse início do salmo pode enganar. Não é um desesperado que está falando. Pelo contrário, é alguém que, no limite das forças, é ainda capaz de invocar a Deus, chamando-o de "meu" Deus e que, depois de uma queixa torrencial, termina reanimandose, com a certeza de que será libertado. Daí as duas partes do salmo: a parte mais longa, vv. 2 a 22, expressando a queixa individual, e a segunda parte, mais breve, expressando o agradecimento, que se expande em público e se desdobra sem limites no tempo e no espaço. Com o Sl 69(68) , este salmo é o que melhor exprime os sentimentos do Inocente perseguido por excelência, o Senhor Jesus.

Eu te chamo, e não respondes!

2. Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? / Ficas longe, apesar do meu grito, das palavras do meu lamento? 3. Meu Deus, te chamo de dia e não respondes, / grito de noite, e não encontro repouso. Quantas vezes nós, pessoalmente, uma comunidade, uma cidade, uma região, um povo, não tem essa sensação de um Deus distante, "longe", insensível aos gritos e lamentos que, apesar de tudo, lhe são dirigidos? A sensação é, literalmente, de abandono, e foi o que o Senhor experimentou na agionia da cruz

Em ti confiaram os nossos pais...

4. Tu, porém, és o Santo / e habitas entre os louvores de Israel! 5. Em ti confiaram os nossos pais, / confiaram e tu os libertaste. 6. A ti gritaram e foram salvos, / esperando em ti não ficaram desiludidos. Um lampejo de esperança vem da memória, especialmente da memória do Êxodo: Em ti confiaram os nossos pais, e tu os libertaste (v. 5), a ti gritaram, e foram salvos! (v. 6)

o atacam e torturam, o salmista compara-os a cachorros e assaltantes, que lhe traspassam as mãos e os pés (v. 17), o esfolam e arrancam a carne a ponto de ele poder contar os ossos (v. 18), e ainda o despojam de suas vestes (v. 19). São detalhes que os evangelistas ressaltaram, no seu relato da paixão do Senhor.

Mas tu, não fiques longe!

Mas eu sou um verme!

7. Mas eu sou um verme, e não um homem, / escárnio da gente, desprezo do povo! 8. Zombam de mim todos os que me vêem, / torcem os lábios, sacodem a cabeça: 9. “Confiou no Senhor, que Ele o salve; / que o livre, se é que o ama!” Novamente a sensação do abandono, de perda até da dignidade humana: Eu sou um verme, não um homem (v.7). E a humilhação sofrida, pelos escárnios e zombarias, inclusive com o desafio lançado ao próprio Deus: Que Ele o salve e o livre, se é que o ama! (v. 9)

Desde o seio materno

10. Sim, foste tu que me tiraste do ventre materno, / me fizeste aquietar sobre o peito de minha mãe. 11. Quando nasci, me acolheste, / desde o seio materno tu és meu Deus! 12. Não fiques longe de mim, pois o perigo está perto / e não há quem me ajude! O salmista novamente se volta para Deus, recordando-lhe que foi Ele, como uma parteira, quem o tirou do ventre materno (v. 10), dando-lhe a vida e acolhendo-o desde o seu nascimento (v. 11). Que Ele, pois, não fique longe, pois o perigo está perto! (v.12)

Homens priores que animais

13. Rodeiam-me touros numerosos, / cercam-me touros de Basã. 14. Escancaram contra

mim sua boca, / como o leão que dilacera e ruge. É incrível o que pode fazer um ser humano, por maldade, contra outro. As páginas policiais constantemente reportam crimes sádicos, horríveis, que nem um animal faria. Porque os animais, quanto atacam, não é para torturar, mas para se alimentar, pois são por instinto predadores. O ser humano, dotado de razão, é tantas vezes pior que touros numerosos, pior do que leões que dilaceram e rugem (vv. 13-14).

No extremo das forças

15. Como água sou derramado, deslocam-se todos os meus ossos. / Meu coração se tornou como de cera, derretendo-se dentro do meu peito. 16. Está seca a minha garganta, como um caco de telha, / minha língua ficou colada ao paladar, / sinto o pó da morte nos lábios. Com imagens de desfalecimento, o salmista se compara a água derramada, a cera derretida (v. 15). Tortura-o uma sede atroz, como ao Senhor na cruz, e já sente, nos lábios, o pó da morte (v. 16)

À mercê dos inimigos

17. Um bando de cachorros me rodeia, assalta-me uma corja de marginais. / Traspassaram minhas mãos e meus pés, 18. posso contar todos os meus ossos. / Eles me olham, me observam, 19. repartem entre si as minhas vestes, / sobre a minha túnica tiram a sorte. Tornando a considerar os que

20. Mas tu, Senhor, não fiques longe, / minha força, vem logo em meu socorro! 21. Livra-me da espada, / das garras do cão salva a minha vida. 22. Da boca do leão e dos chifres dos búfalos / salva este pobre que sou eu. Num último, e decisivo, lampejo de esperança, o salmista insiste: Vem logo em meu socorro, livra-me da espada, salva este pobre que sou eu (vv. 20-22). E torna a comparar as armas dos inimigos, deshumanos, às garras, à boca, aos chifres, dos animais.

AINDA VOU LOUVAR-TE!

23. Então anunciarei teu nome aos meus irmãos, / vou te louvar no meio da assembléia: 24. “Louvai o Senhor, vós que o temeis, / que toda a descendência de Jacó lhe dê glória, / que o tema toda a estirpe de Israel. 25. Pois Ele não desprezou nem desdenhou a aflição do pobre, / não lhe ocultou a sua face, / mas ao gritar por socorro o atendeu.” De repente, muda o tom do salmo. A experiência do abandono, e do quase desespero, desaparece. Agora, é a certeza de que o Senhor vem libertá-lo, aliás, já o libertou: Ele não desprezou a aflição do pobre, não lhe ocultou a sua face, mas ao contrário o atendeu (v. 25).

Cumprirei minhas promessas

26. Tu és o meu louvor na grande assembléia, / cumprirei minhas promessas diante dos teus fiéis. 27. Os pobres comerão e ficarão fartos, / louvarão o Senhor os que O procuram: “Reanimese para sempre o seu coração!” Agora, a súplica cede lugar ao louvor, à certeza de cumprir as promessas feitas, incluindo sacrifícios de ação de graças, dos quais os pobres poderão partici-

Faça como Elson Goedert, de Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.br

par e se fartar. O louvor agora não admite exceção: todos os que procuram o Senhor (v. 27), reconhecendo-se atendidos, e reanimados, o louvarão.

Todos os confins da terra

28. Recordarão e voltarão ao Senhor todos os confins da terra, / diante dele se prostrarão todas as famílias dos povos. 29. Pois o reino pertence ao Senhor, / Ele domina sobre as nações. 30. Só diante dele se prostrarão os que dormem debaixo do chão; / diante dele se curvarão os que descem ao pó. A visão do salmista, experimentando agora a salvação, se alarga e toma proporções universais: todos os confins da terra, todas as famílias dos povos (v. 28). E ele reconhece que a realeza, o reino, pertence ao Senhor, e é Ele que domina as nações (v. 29). Mais ainda, também os mortos se prostrarão diante dele!

Eis o que fez o Senhor!

31. Quanto a mim, para Ele viverei, / a Ele servirá a minha descendência. / Do Senhor se falará à geração futura, 32. anunciando a sua justiça ao povo que vai nascer: “Eis o que fez o Senhor!” Triunfante, e com a gratidão incontida, o salmista reafirma que sua vida pertence ao Senhor (v. 31), mais do que nunca. Não só ele, mas a sua descendência há de servi-lo e proclamar, incessantemente: Eis o que fez - e faz - o Senhor! (v. 32) E o que o Senhor faz é sempre bom, embora tantas vezes não entendamos o sofrimento, em nós e/ou nos outros, e perguntemos insistentemente: Por quê, Senhor? Este belíssimo salmo ajuda a entender. Pe. Ne ereira Neyy Brasil P Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) O grito de Jesus, na Cruz, foi um grito de desespero? 2) Somos nós que nos afastamos de Deus, ou Ele também pode afastar-se de nós? 3) No meio da angústia, que efeito traz a memória do Êxodo? 4) Que fazer, para que não aconteça mais, que seres humanos ajam como feras? 5) Como o salmista expressa a sua gratidão, e como você a expressa?


Jornal da Arquidiocese

Juventude 7

Março 2009

Nada se cria...

Jovens participam de Encontro de Carnaval Divulgação/JA

Carnaval para a juventude é significado de muita festa em bailes públicos, escolas de samba e na rua. Mas, para a juventude da Paróquia São Judas Tadeu, em São José, há três anos, a festa de carnaval acontece de outro jeito e em outro lugar. A localização é de difícil acesso: um sítio. E a festa também acontece em outro estilo: a juventude se diverte e confraterniza-se segundo princípios de direitos, deveres e da fé cristã. De sábado até quarta-feira os jovens são convidados pela Pastoral da Juventude Paroquial para participar de espaços de reflexão, oração, assessoria e estudo, além de momentos de convivência, diversão, integração e amizade. A idéia não é um retiro, mas sim um encontro, no qual, além de participar das atividades, os jovens também compõem equipes de trabalho, que atuam no

Batendo um papo sobre...

Juventude e Segurança

Durante os cinco dias de Carnaval, 23 jovens da Paróquia São Judas Tadeu se divertiram e confraternizaram seguindo princípios cristãos preparo das refeições, limpeza e arrumação do sítio. “Só o fato de nos retirarmos das festas de carnaval em que os valores cristãos não são respeitados, conseguimos passar a

mensagem de Cristo, que é a tranqüilidade, a paz e harmonia entre as pessoas, e essa é a nossa principal proposta”, afirma João P aulo Paulo aulo, coordenador da PJ da Paróquia São Judas Tadeu.

Sem dúvida, os jovens representam o grupo social mais vulnerável tanto em termos de dificuldades de acesso ao emprego e à cidadania, quanto em termos de vitimização da violência. Os jovens têm uma presença significativa nas estatísticas de mortalidade por causas externas, particularmente morte provocada pelo tráfico de drogas. Eles são um grupo muito vulnerável em relação ao contato prematuro com organizações criminosas, com o cigarro, a bebida alcoólica e as drogas. Os jovens também se envolvem muito em acidentes de trânsito e parcela importante deles está fora do ensino público. Não bastasse esse quadro, os jovens, sobretudo os morado-

res das periferias das nossas cidades, são eleitos como alvo preferencial para a ação policial, sendo assim, vítimas da violência policial e de maus-tratos dentro do sistema sócio-educativo. Nesse sentido, é urgente que as políticas de segurança pública concebam projetos e ações voltados para a inclusão dos jovens. Essa inclusão pode ser contemplada através de inúmeras iniciativas. Essas políticas precisam ser integradas e expandidas para que o poder público e a sociedade civil tenham condições de dar aos jovens a esperança de um futuro melhor. Dados retirados do Observatório da Segurança.

Semana da Cidadania - 14 a 21 de abril

“Juventude em marcha contra a violência” A Semana da Cidadania é uma proposta de reflexão e atividades, a serem realizadas entre os dias 14 e 21 de abril de todos os anos, com temas ligados à campanha da Fraternidade. Neste ano, em que a Campanha trabalhará a temática da Seguran-

ça Pública, a PJ propõe aos jovens a discussão sob o seguinte tema: “Juventude e Criminalização” e o lema: “Juventude em marcha contra a violência”.

Material de apoio Temos vários materiais de apoio para você levar estas discussões para o seu grupo de jovens. A PJ elaborou car tazes e livreto sobre o tema. Temos também outros materiais, que podem ser conseguidos na Secretaria da PJ, como DVD, textos e outros. Em especial destacamos quatro vídeos feitos de massinha de modelar, recortes, voltados para a juventude.

Materiais que você pode utilizar * Filme “Cidade dos homens”; * Filme “Falcão, meninos do tráfico”; * Música “Até quando?” de Grabriel o Pensador; * Música “Cidadão” de Zé Ramalho;

Atividades para o seu grupo * Debates sobre a violência no meio da juventude; * Procurar jornais e revistas e fazer murais que mostrem a criminalização da juventude pela sociedade; * Organizar um ato, pedindo o fim da violência contra os jovens; * Fazer um dia em que os jovens "excluídos" possam ter acesso a atividades, palestras, fazer documentos, diversão; * Fazer teatros sobre a criminalização da juventude e apresentá-los nas missas, para a comunidade.

Reuniões Comarcais dos Coordenadores de Grupos As reuniões dos coordenadores dos grupos de jovens das comarcas têm o objetivo de articular as atividades em nível arquidiocesano e permitir um momento de vivência e troca de experiências.

Março

28 - Comarca de São José (15h na Paróquia Bom Jesus de Nazaré, Palhoça) 29 - Comarca de Ilha (14h na Catedral Metropolitana, Florianópolis) 29 - Comarca do Estreito (15h na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Estreito)

Abril

18 - Comarca de Biguaçu (15h na Paróquia São João Evangelista, Biguaçu)

19 - Comarca De Santo Amaro (15h na Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Angelina)

Maio

16 - Comarca de Brusque (15h na Paróquia São Luís Gonzaga, Brusque) 17 - Comarca de Itajaí (14h na Paróquia Santíssimo Sacramento, Itajaí) 17 - Comarca de Tijucas (16h na Paróquia São Sebastião, Tijucas)

AGENDA DE MARÇO Reunião dos Assessores da Arquidiocese Dia 12, na Paróquia Santo Antonio, Centro de Fpolis, 19h30m.

AGENDA DE ABRIL Escola da Juventude (Primeira Etapa) Dias 03, 04 e 05, na Paróquia São Judas, Barreiros, 19h00m.

Fé e Trabalho.

Assim construiremos um mundo melhor.

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ASA

Março 2009

Jornal da Arquidiocese

FAS apoiou nove projetos em 2008 Arquivo/JA

Recursos do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade apoiaram projetos que beneficiaram 4.336 pessoas A Coleta da Solidariedade de 2008 arrecadou R$ 117.604,50, sendo que R$ 47.041,80 (40%) foram encaminhados para o Fundo Nacional de Solidariedade, administrado pela Cáritas Brasileira, e o restante R$ 70.562,70 (60%) compôs o FAS. Os nove projetos abrangeram as seguintes áreas de apoio: formação e mobilização, geração de trabalho e renda e projetos sociais. Ao todo foram atendidas 4.336 pessoas e aplicado um valor total de R$ 26.737,11. Abaixo segue a relação dos projetos apoiados em 2008.

Formação de agentes em Políticas Públicas foi um dos projetos aprovados Nos dias 04 e 05 de abril, contribua com a Coleta da Solidariedade em sua paróquia ou comunidade. Você estará colaborando com ações concretas relacionadas com o tema da CF

Formação e Mobilização Mobilização, sensibilização CF 2008 "Manifesto pela Vida" Formação em Políticas Públicas

Coordenação ArquiFlorianópolis diocesana da CF Ação Social Arquidiocesana

Florianópolis e Itajaí

Oficina de Elaboração Ação Social de Projetos e Captação Arquidiocesana de Recursos

Florianópolis e Itajaí

Resgatando a Sabedoria Pastoral da Saúde Popular em Plantas Arquidiocesana Medicinais

Florianópolis

2009 “Fraternidade e Segurança Pública”, além de diversos outros projetos sociais desenvolvidos pelas paróquias e comunidades da Arquidiocese de Florianópolis.

Geração de Trabalho e Renda Apoio a Grupo de Mulheres

Ação Social Par. NSa. da Lapa

Tapera Florianópolis

Estampa Livre Confecção

ASBEDIM

Trindade Florianópolis

Arte Solidária

Grupo Esperança e Vida

Biguaçu

Projetos Sociais Inclusão Digital

Ação Social da paróquia

Jardim Atlântico

Aquisição de um computador

Ação Social Neotrentina

Nova Trento

Banco de dados facilitará as informações do FAS A partir deste mês, todos os projetos apoiados pelo FAS podem ser encontrados na página da Arquidiocese na internet. Com o acesso a esse banco de dados é possível encontrar quem são os proponentes dos projetos, endereços, telefones, além de seu resumo, a destinação dos recursos, a quantidade de pessoas atendidas

e o valor total do apoio, explica Fernando Anísio Batista, coordenador da Ação Social Arquidiocesana e responsável pela organização do banco de dados. A idéia de organizar um banco de dados surgiu a partir da necessidade de as pessoas terem acesso aos projetos apoiados pelo FAS, além de auxiliar e

incentivar a elaboração de novos projetos, sendo que a idéia motivadora dos projetos encontra-se em seu resumo. Outra utilidade do banco de dados destina-se principalmente às pessoas que contribuem com a Coleta da Solidariedade, que poderão obter informações quanto à aplicação dos recursos.

Nova fase da Campanha em prol dos atingidos pelas enchentes Como já é de conhecimento de todos os leitores, desde 25/ 11/2008 foi iniciada a Campanha em favor das famílias atingidas pelas enchentes. Desde Janeiro/2009 a ASA está organizando e elaborando o Plano de Aplicação dos recursos arrecadados com a proposta de um atendimento diferenciado e individualizado para cada família que será atendida. Nesta fase da Campanha uma Equipe de Trabalho foi composta e iniciou as visitas às famílias para verificar a situação pós-enchente. A Equipe é composta por 02 assistentes soci-

ais e 03 auxiliares, sendo estes representantes das comunidades atingidas e de Paróquias que serviram de abrigamento. Até o final de fevereiro 90 famílias foram visitas e a partir deste mês serão realizadas as compras dos produtos apresentados por estas. Além disso, com a presença do Assistente Social encaminhamentos e esclarecimentos sobre outras necessidades (saúde, benefícios, previdência, etc.) também estão sendo realizados. Na próxima edição traremos mais informações sobre o andamento da Campanha.

Encontro Arquidiocesano de Ações Sociais Convidar todas as Entidadesmembro para o Encontro Arquidiocesano da Rede de Ações Sociais. Será um momento de avaliação da caminhada de 2008, e construção do Planejamento para 2009. Será um momento importante, pois estaremos fazendo memória de tudo o que foi positivo, discutindo sobre aquilo que ainda é desafio e também reafirmando algumas ações conjuntas com a Rede de Ações Sociais. Todos

são convidados: diretoria, associados, voluntários e grupos. Confirme a presença de sua Ação Social pelo telefone (48) 3224-8776 ou pelo e-mail: asa@arquifln.org.br Carla C. de Oliv eira Guimarães Oliveira Equipe da ASA

Data: 26 de março de 2009 Local: P aróq uia São João Paróq aróquia Ev angelista Evangelista - Biguaçu Hora: 1 3h30m - 1 8h 13h30m 18h

ASA articula encontros das Redes Municipais de Ações Sociais A ASA, juntamente com as Ações Sociais, organizadas através das Redes Municipais, está retomando as atividades. Para tanto, estarão sendo realizadas durante este mês de março as primeiras reuniões das Redes de Ações Sociais dos Municípios de: Florianópolis (12/03), São José (13/03), Itajaí (10/03), Brusque (19/03) e Palhoça (14/03). As Redes Municipais estão sendo constituídas com o objetivo de

fortalecer os espaços de troca de experiências e saberes; construção de ações e práticas coletivas e possibilitar maior integra-ção dos trabalhos no contexto municipal. Os municípios que possuem apenas uma ação social também estão se organizando em redes, integrando as Pastorais Sociais e demais grupos organizados na Paróquia, bem como outros segmentos da sociedade civil. Agende-se.


Jornal da Arquidiocese

Geral 9

Março 2009

Paróquia do Monte Verde celebra 25 anos Celebração, realizada no dia 19/02, contou com a presença de padres que já trabalharam na comunidade A Paróquia São Francisco Xavier, em Florianópolis, celebrou na noite do dia 19 de fevereiro, 25 anos desde que, através de um decreto assinado por Dom Afonso Niehues, nosso Arcebispo na época, foi elevada a paróquia. A celebração foi realizada às 20h e presidida pelo nosso Arcebispo Dom Murilo Krieger. Também contou com a presença de oito padres que já trabalharam na paróquia como párocos ou vigários ao logo desses 25 anos. Entre os padres, merece destaque o Pe. Mauri Costa de Jesus, único filho da paróquia, que foi ordenado em 31/05/ 2003. E o Pe. Francisco Rohling, que era seminarista e exercia atividade pastoral na comunidade, quando foi elevada a paróquia. Na abertura da celebração, foram homenageados os padres que trabalharam na comunidade e que contribuíram para que ela se tornasse paróquia. Foram enaltecidos os trabalhos de Frei Tito e do Irmão Celso. Além de lideranças que também contribuíram para a comunidade e já faleceram Durante sua homilia, Dom

Murilo refletiu sobre os compromisso que nascem a partir do jubileu. “Destaco quatro: cultivar a presença de Jesus Cristo na comunidade; conhecê-lo mais; servi-lo melhor - como esta paróquia recebe muitas pessoas de fora, é preciso acolhê-las, vendo Cristo nelas; e anunciá-lo, como o fez o padroeiro desta Comunidade, São Francisco Xavier”. Ainda durante a celebração, os padres presentes foram homenageados pelas lideranças da paróquia e receberam lembranças. Na sequência foi apresentada uma retrospectiva da paróquia com os padres que nela trabalharam, a antiga igreja e os passos da construção da nova e momentos que marcaram os 25 anos. Ao final, Pe. Alcides Albon Albonyy Amaral Amaral, o pároco, falou das conquistas e desafios da paróquia. E convidou a todos os presentes a saborear um coquetel com bolo, salgadinhos e refrigerantes. As comemorações do jubileu iniciaram no dia 10 de fevereiro. Todos os dias, sempre na Matriz e a partir das 20h, houve novena alusiva ao Jubileu.

Solidariedade com os atingidos pela enchente Como se sabe, no final de 2008, muitas famílias do nosso Estado foram atingidas pelas chuvas e perderam tudo ou quase tudo o que tinham, inclusive familiares e amigos. Para tentar amenizar um pouco o sofrimento dessas pessoas, o Movimento Água Viva Jovens, da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem Viagem, Limões em Floriano Saco dos Limões, nópolis, assim como toda a paróquia, deu a sua contribuição. No dia 21/12/08 os jovens e seus familiares foram até a cidade de Ilhota levar um pouco de

alegria aos desabrigados por meio de música, brincadeiras e descontração. O papai-noel e os palhaços fizeram a festa com as crianças, e devolveram o sorriso a muitos pequenos que há tempo não se divertiam. Mas não foram apenas as crianças que tiveram um momento diferente. Os adultos também riram, choraram e sentiram a presença de Jesus e do espírito do Natal. Que neste ano de 2009 continuemos estendendo a mão aos que clamam pelo nosso socorro.

Pastoral Carcerária tem novo Coordenador Regional

Celebração reuniu fiéis das 11 comunidades da paróquia

O Presidente do Uruguai responde a Dom Murilo No final do ano passado, nosso Arcebispo Metropolitano escreveu ao Presidente do Uruguai, Doutor Tabaré Vázquez. Depois de fazer referência a dois laços especiais que unem a Arquidiocese de Florianópolis ao Uruguai - uma ligada ao turismo, pois nossa região recebe, anualmente, milhares de uruguaios que escolhem nossas praias para nelas passar suas férias; e outra, de fundo religioso: o primeiro Bispo de Montevidéu, e do próprio Uruguai, Mons. Jacinto Vera, foi batizado em nossa Catedral Metropolitana, no dia 2 de agosto de 1813, pois nascera próximo de Santa Catarina, a bordo de um navio que levava seus pais da Espanha para o Uruguai - cumprimentou-o pelo veto à lei que isentaria de pena a prática do aborto em seu país. Trata-se da lei que permitiria que a mulher pudesse decidir a interrupção de sua gravidez durante as primeiras doze semanas de gestação, em caso de penúria econômica e circunstâncias sociais ou familiares. “Asseguro-lhe”, escreveu Dom Murilo,

“que não se trata de um problema interno do Uruguai, que interessaria somente a seus cidadãos. No mundo globalizado em que vivemos, certos tipos de lei têm um poder que transcende os limites do próprio país, pois fortalecem o ponto de vista daqueles que não reconhecem o valor da vida desde o primeiro momento da concepção. Os que defendem essa tese sabem disso. Por essa razão, de forma sutil ou não, trabalham para verem aprovadas leis sempre mais de acordo com sua mentalidade, para que sirvam de incentivo a quem, em outros países, pensa como eles”. E completou: “Sua decisão clara, firme e corajosa, Senhor Presidente, será, certamente, de incentivo a todos os que trabalham a favor da vida”. Na resposta que deu a 26 de dezembro p.p., o Presidente Tabaré Vázquez, entre outras coisas, escreveu: “Agradezco el apoyo expresado em suas líneas sobre un tema tan controvertido y sobre el que siempre mantuvimos una posición acorde con nuestros princípios”.

O XVI Encontro Regional da Pastoral Carcerária, realizado em novembro, em Lages, além de outras atividades, elegeu o novo coordenador regional da Pastoral. o, da Diocese É o Pe. Célio Ribeir Ribeiro de Blumenau. O encontro reuniu 89 lideranças e agentes das dez dioceses. Pe. Célio tem 38 anos. É natural de Campo Bonito, em São Paulo. Seu trabalho na Pastoral Carcerária iniciou por obra do Pe. Francisco Reardon, ex-Coordenador Nacional, falecido em 1999, organizador da CF-1997, sobre os presos. Pe. Célio trabalhou por nove anos visitando a Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, e por um ano no Complexo Penitenciário Bangu I, no Rio de Janeiro. Atuou com detentos primários e também com presos jurados de morte no presídio paulista. Há quatro anos está em Blumenau, onde foi ordenado padre em 08 de dezembro de 2006. Neste ano em que a Campanha da Fraternidade reflete sobre a Segurança Pública, Pe. Célio acredita que um objetivo importante é a criação da Defensoria Pública, que garante os direitos do preso. “Somos o único Estado do Brasil que não possui a Defensoria Pública”, disse. Divulgação/JA

Pe. Célio Ribeiro


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Paróquia

Março 2009

Jornal da Arquidiocese

Paróquia da Agronômica, NSra de Lourdes e São Luiz O desafio trabalha com duas realidades: de um lado os ricos, do outro os pobres. Todos se encontram na Matriz

Três dimensões pastorais

No aspecto pastoral, a paró-

quia conta com um bom número de pastorais, organismos e serviços. Para organizar esse trabalho, elas foram divididas em três dimensões: “Kerigma”, “Catequese” e “Koinonia”. “Foi a forma que encontramos de melhor agilizar os trabalhos no campo do anúncio, da formação inicial e permanente da fé e da comunhão fraterna e promoção humana”, disse Pe. Márcio. Segundo ele, na Dimensão do Kerigma estão inseridos todos os movimentos de espiritualidade. São promovidos durante o ano muitos retiros para jovens, casais, homens e mulheres. Retiros kerigmáticos, que envolvem a todos, sem separação por movimento ou pastoral, com o objetivo de anunciar, promover um encontro pessoal com Cristo. Nessa dimensão estão incluídos os Grupos de Oração, presentes em todas as oito comunidades, as campanhas e eventos de evangelização, e o uso dos meios de comunicação, a Rádio Cultura (com sua sede na própria paróquia), programas na TVBV, o jornal mensal e o site, que está em formação. Na Dimensão da Cat Cateq equese uese, eq uese está inserida a formação permanente aos agentes de pastoral. Como o Centro Loyola, junto ao ITESC, oferece cursos de formação para leigos, a paróquia optou por estimular os fiéis a fazerem esses cursos, em vez de oferecê-lo na paróquia. Segundo o próprio Centro Loyola, é

História construída por 12 párocos A Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz foi criada a 25 de novembro de 1950, por Decreto de Dom Joaquim Domingues de Oliveira, no território do então bairro da Pedra Grande - Agronômica. A administração paroquial ficou sob a incumbência da Congregação dos Padres dos Sagrados Corações. 1º pároco: Pe. Evaristo Poelmann (1950-1956); 2º pároco: Pe. Ambrosio Smits (1956-1960); 3º pároco: Pe. Justino Corstjens (1960-1961); 4º pároco: Pe. Antonio Oudhuis (1961-1966); 5º pároco: Pe. Teodosio Grondhuis (1966-1982). A congregação religiosa permaneceu até agosto de 1982. A partir dessa data foi nomeado o 7º pároco, Pe. Siro Manoel de Oliveira (1982-1983);

8º pároco: Pe. Roberto Fritzen (1983-1985); 9º pároco: Pe. Nildo Dubiela (1985-1999) - que construiu a nova Matriz, 10º pároco: Pe. Sandro Luis de Oliveira (1999-2000); 11º pároco: Pe. José Artulino Besen (20002004) e 12º pároco: Pe. Marcio Alexandre Vignoli (desde 2004). A Paróquia contava somente com a Igreja Matriz. A partir de 1954 foi criada a comunidade de São João Batista (Morro da Penitenciária); 1959 - Senhor Bom Jesus (Morro do Céu); 1976 - Igreja Imaculada Conceição; 1999 Santa Cruz e N. Sra. Aparecida (Morro do Horácio); 2000 - São José (Morro do 25); 2005 - Nossa Senhora das Vitórias (Morro Santa Vitória) e Santa Rosa de Lima (Vila Santa Rosa).

Foto/JA

Com uma população aproximada de 20 mil habitantes, distribuídos em oito comunidades, e localizada na região central de Florianópolis, a paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz tem como desafio trabalhar com duas realidades bastante distintas: de um lado a classe média alta que reside nos prédios de apartamentos da Beira-Mar; de outro as pessoas empobrecidas que moram nos morros. Embora aos olhos de uns pareça uma paróquia elitizada, por atender às pessoas de nível financeiro privilegiado da Beira-Mar, apenas duas comunidades estão nessa condição. As outras seis estão nos morros e atendem as famílias empobrecidas, que são a grande maioria da paróquia. Todos se encontram na Matriz, independente do nível social, sobretudo nas celebrações de terças e quintas-feiras, que têm espiritualidade carismática, nas quais a igreja fica completamente lotada de fiéis de todos os cantos de Florianópolis e de municípios vizinhos. “É um convívio fraterno e sem preconceitos”, disse P e. Már cio Ale xandre Vignolli Márcio Alexandre Vignolli, o pároco desde janeiro de 2003, que conta agora com serviço evangelizador e pastoral do Pe. Domingos Nandi, vigário paroquial, das Irmãs Franciscanas Angelinas e da Comunidade Divino Oleiro.

Pe. Márcio preside celebração na Igreja Matriz. Missas são sempre lotadas e participativas, com a comunidade local e de outras regiões a paróquia que tem maior número de participantes. A paróquia investe também na formação, realizando encontros e retiros de aprofundamento durante três a quatro dias, para as lideranças de todos os grupos e pastorais. São chamados de “Retiros de Lideranças”. Ainda nessa dimensão, estão inseridos os Grupos Bíblicos em Família. Eles estão presentes em todas as comunidades. São mais de 20 grupos espalhados nas seis comunidades dos morros. Há ainda os movimentos e pastorais que em seus grupos e discipulado se servem do material dos GBFs, somando um total aproximado de 82 grupos que perseveram na “Palavra e na Doutrina”. Na catequese de iniciação cristã, 78 catequistas acompanham mais de 600 crianças e adolescentes para receber os sacramentos da primeira eucaristia e crisma. Há ainda a Catequese com Adultos. Um acompanhamento pessoal que no último ano resultou em 50 adultos que receberam os sacramentos da iniciação cristã. A catequese em nossa paróquia é assessorada pelas Irmãs Franciscanas Angelinas. Na Dimensão da K Koinonia oinonia, oinonia estão inseridos os trabalhos de comunhão fraterna, assistência e promoção humana. Entre eles, o “Projeto Esperança”, em que 120 crianças, divididas entre manhã e tarde, de segunda a sexta-feira, recebem apoio pedagógico, participam de atividades esportivas, religiosas e culturais. As crianças fazem duas refeições e recebem roupas e mantimentos. O trabalho é realizado há cinco anos e é mantido através de

convênio com a Prefeitura de Florianópolis, que disponibiliza três professores. A paróquia entra com o espaço, material pedagógico, alimentação e mantém três professores que ministram as oficinas, a assistente social e a coordenadora pedagógica. Há também o projeto de inclusão digital. Uma sala com 12 computadores fica disponível para crianças, jovens e adultos darem os primeiros paços rumo à informática. Dois professores contratados pela paróquia ministram as aulas nos três turnos. Os cursos duram quatro meses, com duas aulas por semana. No último ano, 150 se formaram no curso. Na Dimensão da Comunhão, há ainda a doações de cestas-básicas. Por mês são 320 famílias beneficiadas. As cestas são doadas pela Matriz e pela Igreja da Imaculada Conceição. Os necessitados são encaminhadas à assistente social da paróquia pela Pastoral da Criança, que está presente em todas as comunidades. Todas são cadastradas, acompanhadas, e monitoradas pela pastoral. Todo esse trabalho só é possí-

vel graças à Pastoral do Dízimo, que está presente em todas as comunidades. Graças ao excelente trabalho não há festas, bingos ou rifas. São em torno de 1.300 dizimistas cadastrados. Através das ofertas e dízimos são promovidas as construções e reformas das igrejas, pagamse os projetos sociais e mantêm-se as despesas da paróquia. “Com uma espiritua-lidade forte do ‘porquê ofertar’, as pessoas participam”, disse Pe. Márcio. Pe. Marcio destaca ainda a celebração dominical, vivida intensamente na Matriz, com cinco Missas aos domingos, na Igreja Imaculada Conceição, com quatro Missas, e nas comunidades, onde os paroquianos na “divina liturgia celebram a alegria de pertencer a Cristo e à sua Igreja!” A Missa Dominical é o ápice de toda ação kerigmática, catequética e de promoção humana. As liturgias são "simples e nobres", e assim todos se sentem bem, acolhidos e incluídos. Todas as semanas são realizadas diversas atividades e celebrações em toda a paróquia: Sábado e Domingo: Missas e Celebrações Dominicais, Encontros da Juventude; Segunda-feira: Encontro dos Grupos Bíblicos em Família; Terça-feira: Celebrações da Palavra de Deus; Quarta-feira: Grupos de Orações da RCC; Quinta-feira: Oração Mariana (terço); Sexta-feira: Dia de Adoração Eucarística na Matriz e Comunidades. “Fazemos assim para que sempre haja atividades nas igrejas. Nas comunidades é importante manter as igrejas sempre abertas e com atividades, sendo um sinal e presença de acolhida e evangelização”, disse Pe. Márcio. “Nossa paróquia, principalmente nas comunidades, tem como lema: ‘Uma Igreja de portas abertas!’, acrescentou. Foto JA

Crianças do Projeto Esperança participam de atividade na Matriz. São 120 crianças atendidas no entreturno.


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GBF 11

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Realidade em processo de mudança Graças a ação dos GBF, a realidade da comunidade marginalizada e violenta começa a se transformar Foto/JA

Uma comunidade com mais de duas mil famílias que vivem sem dignidade, marginalizadas e abandonadas pelo poder público. As ruas são esburacadas, não há calçamento, nem saneamento básico. As casas são bastante simples, e boa parte dos moradores vive da coleta de material reciclado, o que lhes dá uma renda que mal supre as necessidades básicas. Esta é a realidade rei Damião da Comunidade FFrei Damião, pertencente à paróquia S. Judas Tadeu e S. João Batista, na Ponte do Imaruim, em Palhoça. A situação vem aos poucos sendo transformada, graças à ação dos Grupos Bíblicos em Família, que há um ano atuam na comunidade. Há três anos os moradores católicos se uniram para a construção de uma igreja. As celebrações iniciaram no pátio do colégio, depois foram transferidas para espaços cedidos pelos moradores. Há um ano, num esforço conjunto, foi adquirido um terreno com casa onde as celebrações são realizadas. Em seguida foi adquirido outro terreno nos fundos, ampliando a área. “Depois que houve uma maior participação na Igreja, mudou a visão que as pessoas tinham da comunidade, e os próprios moradores perceberam isso”, informou Jairo Guesser, conhecido como Alemão, coordenador do GBF na comunidade e um dos seus maiores incentivadores. Antes a violência imperava. Diariamente havia tiroteios, e poucos tinham coragem de se aventurar pelas vielas. Segundo Alemão, no último ano, isso diminuiu

Aquisição de casa com terreno para a igreja e construção de casa para pessoa pobre são ações da presença da Igreja na comunidade bastante. “Mais de 90%”, afirma. Parte disso se deve à ação do Pe. Luiz Ribellato, o pároco, e aos Grupos Bíblicos em Família. “O padre valoriza muito o trabalho da comunidade e sempre está presente. Eles se sentem estimulados a continuar”, afirma Alemão. O primeiro GBF da comunidade foi formado há um ano. No início eram apenas cinco participantes. Hoje são mais de 20, que se encontram todas as segundasfeiras. Em breve haverá outros. A partir dos encontros, os participantes se comprometeram a ajudar a comunidade. Levam pessoas ao hospital e auxiliam jovens que querem sair da dependência de drogas. Alguns jovens já estão auxiliando até mesmo na Liturgia. Eles começaram a participar do Grupo Bíblico em Família e passaram a fazer leituras. Hoje lêem nas ceFoto JA

Ruas esburacadas, enlameadas, sem saneamento: eis o retrato da comunidade

lebrações da comunidade. Também a partir da ação dos GBF, foi feita uma rifa e, com o dinheiro arrecadado, iniciaram a construção de uma casa para uma família, que antes morava num barraco, em condições precárias.

GBF - uma nova jornada Na quarta-feira de cinzas a Igreja Matriz de São João Bosco - Itajaí foi abrigo e altar que congregou os GBF das onze comunidades da paróquia, na tradicional “Missa de Envio” presidida pelo pároco, Pe. José Edemar Rauber, e concelebrada pelo Pe. Alvino Bortolini, com mais a presença dos diáconos, ministros (as) da Eucaristia e membros dos grupos junto a todos os fiéis, iniciando uma nova missão no tempo quaresmal. Na igreja lotada de fiéis, a missa foi um marco singelo, mas forte, que introduziu os GBFs no tema da Campanha da Fraternidade: “Fraternidade e Segurança Pública” e no lema: “A paz é fruto da justiça”, frases proferidas várias vezes e em alta voz pelos presentes. Na ocasião, Pe. Rauber exortou os fiéis a colaborarem de ma-

neira firme para o estabelecimento da paz no seio da família, no ambiente de trabalho, na comunidade, além de estimular a participação de todos com ideias e atos que possam transformar a sociedade quanto às questões relacionadas com a Segurança Pública. Momento tocante foi a dramatização realizada pelas crianças da Capela N. Sra. do Perpétuo Socorro, que mostrou situações do cotidiano em que rejeitamos a presença de Jesus em nossos lares e em nossa vida. O grupo sensibilizou toda a igreja e foi muito aplaudido. A equipe de canto priorizou as músicas da atual Campanha da Fraternidade, a missa foi encerrada com a distribuição das cinzas e a frase: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. Divulgação/JA

Solidariedade na enchente Por ocasião das enxurradas que atingiram o Estado em novembro de 2008, a paróquia mobilizou-se para a ajuda aos atingidos. A idéia inicial era encaminhar as doações para as paróquias afetadas de Itajaí. Através de reunião com os Coordenadores dos GBFs, descobriu-se que bem perto havia pessoas atingidas. A campanha foi intensificada e foram conseguidos colchões, roupas, cestas-básicas, beneficiando mais de 120 famílias. "A cada dois meses realizamos encontros dos GBF da paróquia e discutimos os problemas das comunidades. A comunidade Frei Damião é a mais empobrecida. Sempre ajudamos", disse Cláudia Jordão Orelo, coordenadora dos GBFs na Paróquia. A Comunidade Frei Damião é o maior exemplo de que “a paz é fruto da justiça”, lema da CF2009, pois justiça é justamente o que eles não têm. O poder público é completamente omisso na comunidade. O engajamento das lideranças numa ação conjunta está modificando a situação, para que essas famílias possam viver com dignidade.

GBF da Paróquia NSra do Rosário estimulam a formação de agentes

Articulação dos GBFs na Paróquia Com o objetivo de oferecer mais formação, possibilitar a partilha, incentivar a caminhada e favorecer a articulação entre os Grupos Bíblicos em Família, na comunidade N. S. Aparecida/Roçado, os animadores(as) se reúnem mensalmente. Para que não haja sobrecarga de reuniões e compromissos, as reuniões são realizadas na última 2ª feira de cada mês. Nesse dia, os Grupos não se reúnem nas casas. Segunda-feira é o dia reservado na paróquia para os encontros semanais dos GBF. Destaca-se, também, a integra-

ção dos GBF com o Grupo Jovem da Comunidade. Na época do Advento/Natal, este Grupo foi incentivado a realizar os encontros nas casas dos próprios membros. A sugestão foi aceita. Realizaram os encontros, participaram da celebração final com os GBF e prepararam o enxoval que enviaram para a maternidade do Hospital Universitário. Em 2009, as reuniões serão ampliadas, contando com a presença das coordenações das demais comunidades. Buscamos assim maior integração entre as comunidades da Paróquia Nossa Senhora do Rosário/São José.

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Artigos

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Dízimo

Padre Antônio Nobrega - um vigário sãofrancisquense

A importância da missa do Dízimo

Padre Antônio Francisco da Nóbrega nasceu em São Francisco do Sul, SC em 30 de janeiro de 1839, filho do Capitão Antônio Francisco Nóbrega (filho ilegítimo de José da Silveira Dutra com Isabel Joaquina, ambos da Ilha do Faial-Açores) e de Maria Teresa de Jesus. De família com bons recursos, foi estudar no Seminário São José do Rio Comprido, no Rio de Janeiro, onde foi ordenado presbítero por Dom Manoel do Monte Rodrigues de Araújo, Conde de Irajá, em 29 de dezembro de 1861. O Seminário do Rio Comprido formava a elite religiosa e administrativa do Império. Ali, além do cultivo das ciências naturais, das línguas latina e portuguesa, se ensinava o regalismo, doutrina que definia a Igreja Católica como órgão do Estado. A Freguesia de Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco (São Francisco do Sul) foi seu berço e também sua vida. Excluindo os anos de 1864-1867 (Vigário do Santíssimo em Itajaí) e encarregado de Nossa Senhora da Penha (1865-1867; 18731875), foi Vigário paroquial de São Francisco como neopresbítero (1862-1864) e Vigário colado (vitalício) de 29 de junho de 1867 a janeiro de 1915, acumulando Paraty (Araquari) entre

Divulgação/JA

Centenário

Pe. Antonio Francisco Nobrega, no Retiro do Clero em Florianópolis, em 1905 1886-1905. Em 9 de junho de 1896 foi nomeado Vigário da Vara de São Francisco do Sul.

Um vigário zeloso e amado

Foi um pastor zeloso, respeitado pelos paroquianos e autoridades locais. A pastoral da época se dividia entre o Vigário que administrava os Sacramentos e as Irmandades que conduziam a vida religiosa. Em 1881 conseguiu renovar num espírito mais eclesial o Compromisso (Estatutos) da Irmandade do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora da

Graça, aprovada pela Assembléia Legislativa com a Resolução No. 335 de 10 de maio de 1851. Havia também as Irmandades do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora do Rosário. Foi capelão da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, cujas origens se confundem com a própria cidade. Atento às necessidades da população, em 1909 conseguiu autorização, da referida Ordem, para a venda de notável parte do seu patrimônio para a construção de um novo Hospital. Pe. Nóbrega esmerou-se para receber bem o bispo diocesano Dom José de Camargo Barros, de Curitiba, na Visita Pastoral acontecida em setembro de 1895. Trouxe até a banda de música de Joinville. Deixou ótima impressão em Dom José, que nem era muito dado a isso: admirou-se da perfeita ordem dos Livros paroquiais e das alfaias. Foram ministradas 1.015 Crismas e 20 casamentos. De 5 a 11 de julho de 1905, pela primeira vez em 48 anos de padre, participou de um Retiro espiritual. Foi na Igreja de São Francisco, em Florianópolis, com a presença de Dom Duarte Leopoldo e Silva e de 30 padres.

Novas exigências pastorais

Em 1908 foi criada a diocese

de Florianópolis e Dom João Becker, primeiro bispo, procurou colocar em prática o novo espírito pastoral do Concílio Plenário de 1899, que significou passar de uma Igreja de Padroado para a Igreja tridentina. O Vigário devia agora enviar anualmente um Relatório da vida paroquial, ocupando parte importante a Catequese ministrada por ele. Obediente, em 1909 Pe. Nóbrega ministrou 168 aulas de catecismo para 43 alunos. Em 1912 deu início às obras de construção da capela de Nossa Senhora de Glória no Sahy, no "outro lado" da baía Babitonga. As forças declinavam e, por motivo de doença, em 1915 retirou-se para a vida privada, sendo cuidado pela esposa e filhos. O retirar-se à vida privada fazia parte da estratégia de marginalizar os velhos padres nascidos no Império. Em 5 de fevereiro de 1923, tendo recebido os Sacramentos, Pe. Nóbrega faleceu, e foi sepultado na Igreja matriz onde fora batizado e na qual vivera o ministério. Foram 84 anos de vida e 61 de ministério presbiteral. É nome de Rua e do Museu de Arte Sacra local, inaugurado em 2004. Pe. José Ar tulino Besen Artulino

Espaço do Leitor Passadas as festas de final de ano, gozadas as férias e terminada a festa orgiástica do Carnaval, eis que começa a vida real no Brasil! Nada mais apropriado para assumir a realidade do que a volta às aulas e ao trabalho, mas também a reflexão objetiva, contundente. O tema deste ano é “Fraternidade e Segurança Pública”. Nada mais pedagógico do que humanizar os conceitos, tornando-os visíveis, usando-se uma metáfora. Quem já não jogou uma pequena pedra numa lagoa? Quando fazemos isso, centenas de pequenos círculos concêntricos se formam na água, tendo por centro o local onde a pedra tocou. Imaginemos que a água seja a sociedade, a pedra seja a Segurança, e cada círculo formado que se afasta do centro sejam os níveis da problemática da Segurança (pessoal, familiar, comunitária, social,etc...). Pode um pai fumante pedir

As drogas e a CF-2009 para que seu filho não fume? Pode um avô que bebe pedir que seu neto jamais beba? Pode um tio que anda sempre armado de revólver exigir que seu sobrinho jamais use arma? Como esperar que a sociedade (conjunto de indivíduos) seja pacífica, se seus componentes não o são? Judeus e palestinos com sua sanguinária luta milenar, torcidas organizadas que se agridem e chegam a tirotear nas saídas de jogos de futebol, gangues juvenis que se agridem nas portas das escolas, trotes violentos contra calouros universitários, violência no trânsito, vizinhos que são inimigos dentro do mesmo condomínio... Tudo isso merece nossa crítica dura e reprovação. Mas a mesma pessoa que reprova essas condutas, logo a seguir grita com a mulher, bate no filho, espanca seu animal de estimação.

Durante mais de 15 anos trabalhei (e ainda trabalho) na “Pastoral da Sobriedade”. A nossa Igreja mantém comunidades terapêuticas para a ressocialização de dependentes químicos, com forte ênfase na oração, trabalho e disciplina. Como pode um voluntário ou profissional liberal que trabalha numa dessas comunidades fumar o cigarro comum ou beber, mesmo que socialmente, na frente dos dependentes? (lembrar que quem bebe social...MENTE). Como exigir do dependente uma coisa que eles mesmos não conseguem fazer? Qualquer estudante de enfermagem ou medicina, em seus estágios, já presenciou a agressividade que toma conta do cérebro de um dependente, fazendo-se às vezes necessário contê-lo policialmente. Esse tipo de desvario comportamental, fruto da droga-

dicção (que é uma doença tipificada no CID-Código Internacional de Doenças), leva às agressões, à destruição do patrimônio, aos acidentes de carro, roubos, etc... No problema da dependência química temos bem claro o exemplo de que uma conduta INDIVIDUAL interfere na conduta da FAMÍLIA, gerando a insegurança de todos, a doença, a destruição, a ruína física, patrimonial e moral, o caos. Que Deus, na sua infinita misericórdia, possa tocar nossos corações e que de nossa parte façamos uma profunda transformação individual, contendo nossa arrogância, ódio, ira, desamor, para que possamos semear a Justiça e a Paz ao nosso redor. James Pizarr o Pizarro Ministro da Comunhão e agente da Pastoral da Sobriedade na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, Canasvieiras, Florianópolis

Nas diretrizes para a pastoral do dizimo, a Arquidiocese de Florianópolis determina que cada comunidade deva instituir mensalmente uma missa do dizimo, de preferência todas as missas de um final de semana, onde a temática dízimo deve ser lembrada. Determina também a diretriz que se deve rezar uma oração pelos dizimistas. Essa celebração deve ser preparada com zelo, começando por uma decoração apropriada para o tema, com baners, cartazes, etc, uma urna ou cesto para receber os envelopes com o dizimo da comunidade, ou um local próprio para se receber os carnês, se esse for o sistema de recebimento. A presença de pessoas da pastoral do dízimo para esclarecer duvidas e receber novas inscrições é o mínimo necessário nessa celebração.

Participação da Equipe de Liturgia A equipe de liturgia deve estar com o tema presente nos comentários, cantos etc. O ministro presidente deve destinar alguns minutos da homilia, ou outro momento que achar oportuno, para evangelizar sobre o tema dízimo: a importância do dízimo como partilha, a superação do egoísmo natural do ser humano, a sustentação econômico-financeira da comunidade, as obras materiais e espirituais que a contribuição ao dizimo permite e permitiu à comunidade. É o momento apropriado para se entregar ao povo uma prestação de contas, o mais detalhada possível, deixando clara a lisura com que o dinheiro da comunidade é aplicado. Essa prestação de contas está também prevista nas diretrizes arquidiocesanas do dízimo. É um incentivo para quem é dizimista e para quem quer ser, pois vê claramente o destino de sua contribuição e a lisura de agir da Igreja. Eq uipe Ar quidiocesana de Dizimo Equipe Arq


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Missão 13

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O Amor de Cristo nos impulsiona

como o fez Paulo: “.. fui flagelado três vezes, uma vez fui apedrejado; três vezes naufraguei....” (2Cor 11,24-25). A ação da Igreja se torna crível e eficaz, sobretudo quando os seus missionários, nas mais variadas e difíceis situações, forem capazes de demonstrar sua fidelidade a Cristo. Só então eles poderão afirmar, como Paulo: “combati o bom combati, terminei a minha corrida, conservei a fé. Agora só me resta a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz, me entregará naquele dia...” (2Tm. 4, 6-7). Esse é o nosso Paulo! Se as suas comunidades aderiam ao projeto e depois claudicavam, ele era duro. Chamava a atenção. Falava como um profeta. Mas se as comunidades colocavam o projeto em prática, ele era carinhoso, afetuoso e se entusiasmava como um jovem. Paulo era um apóstolo autêntico, que exigia coerência, e sempre por causa de Jesus Cristo. As nossas comunidades são chamadas a formar muitos missionários que, na difícil situação atual, a exemplo do Apóstolo, não arredem o pé, não se intimidem, mas, com fé e amor enfrentem os desafiadores areópagos da sociedade moderna.

No decorrer do Ano Paulino, o apóstolo dos gentios continua questionando a nossa pertença a Cristo e a nossa capacidade de nos entregar ao seu serviço Após o encontro com Jesus, na estrada de Damasco, Paulo se converte e, com um ardor e fascínio extraordinários, passa a comunicar a todos a sua grande descoberta. Aquele a quem perseguia, tornara-se o Senhor de sua vida, a ponto de dizer: “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. Esta vida que agora vivo, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20) A exigência de comunicar a todos a grande descoberta lhe veio de sua identificação com Cristo, que se havia tornado o centro de sua vida! Em seus escritos, Paulo repete continuamente outra sua profunda convicção que se tornaria sei objetivo e anseio pessoal: “A mim foi confiada a evangelização dos não circuncidados” (Gl 2,7) “...onde o nome de Cristo ainda não havia sido anunciado” (Rm 15,20).

Comunidades Missionárias Dede quando Paulo e seus

2Cor 4 2Cor.. 5, 1 14

companheiros da comunidade de Antioquia, convocados pelo Espírito, deixando sua comunidade, partiram em missão, nunca mais se apagou o espírito missionário da Igreja. E quando esse ardor missionário enfraquecia, uma grande preocupação invadia a Igreja: faltava-lhe algo essencial! Em 2007, reunidos em Aparecida, nossos Bispos advertiram fortes sintomas de que isso novamente estava acontecendo. Havia, portanto, a urgente necessidade de reavivar o espírito missionário, isto é, de transformar todos os batizados em discípulos e missionários de Cristo. E acabou sendo esta a escolha prioritária de Aparecida neste momento histórico das igrejas da América Latina. Todos os outros empenhos, embora importantes, devem ser subordinados a este: tornar missionárias as nossas comunidades. Todos e todas devem experimentar a angústia do Apóstolo Paulo: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho”. (1 Cor. 9,6), ainda que, para isso, seja necessário pagar o preço,

Há sempre quem parta para seguir o trabalho missionário Talvez bem poucos conheçam as nossas missionárias, sejam elas religiosas ou leigas. Desta vez, apresentamos duas delas que viajaram para a missão de Guiné Bissau.

Divulgação/JA

Irmã Bete

gregação que trabalham naquele país. Quem teve a sorte de conversar como ela, sem dúvida ficou admirado pelo entusiasmo e amor que ela tem pela missão, com também pela riqueza e profundidade de sua experiência junto ao povo pobre daquela nação. Ela merece que seu povo de Palhoça a ajude em seu grande trabalho de promoção humana. Seu endereço endereço: comunidade Bim Djube - Apsartado 226 - 1021 BISSAU - Codex tmoara@ho tmail.com E - mail: be betmoara@ho tmoara@hotmail.com Célia Ber Berttoldo Sar Sarttor - Uma grande fé e uma imensa experiência da dor marcou a vida dessa Senhora, levando-a a fazer a escolha de doar-se totalmente, como leiga voluntária missionária. Antes de partir para a missão, Célia foi catequista na paró-

quia da Trindade e funcionária da CEF em Florianópolis. Há poucos dias, Célia completou 5 anos de missão em Porto Murtinho-MS, junto com o Pe. Giancarlo Vecchiatto do PIME. Suas atividades religiosas e sociais a tornaram muito estimada e amada por aquele povo, que a recorda com saudade. Mas o ardor missionário da Célia não parou aí, pois surgiu o sonho africano. E o sonho se realizou! No dia 2 de narço, junto com Dom P edr o Zilli do PIME, bispo de Pedr edro Bafatá, Célia viajou para a Guiné Bissau, onde trabalha também o nosso Pe. Lúcio Espíndola Espíndola. Isso é muito honroso para a nossa igreja arquidiocesana, que vê seus filhos e filhas atenderem ao convite de Jesus: “Ide pelo mundo inteiro, evangelizai...”. Parabéns Célia! Que seu exemplo suscite

Divulgação/JA

Ir odrigues Ir.. Elisabe Elisabett e R Rodrigues Missionária da Imaculada do PIME. A popular Ir. Bete é missionária, há já 18 anos, na Guiné Bissau. Seus pais moram na comunidade do Alto Aririú, Paróquia de São Francisco de Assis - Palhoça. Atualmente ela é superiora das irmãs de sua con-

Célia Sar Sarttor novas vocações missionárias. Nós a acompanharemos com nossas orações e ajudas concretas, pois sabemos que desenvolverá seu trabalho numa das nações mais pobres do mundo. Seu endereço -Cúria Diocesana de Bafatá - apartado 17 - Bafatá - Guiné Bissauozilli@mail.gt elecom.gw E-mail: pedr pedrozilli@mail.gt ozilli@mail.gtelecom.gw

INFÂNCIA MISSIONÁRIA Aló, assessores e coordenadores. Dia 07 de Março, sábado, os grupos da IM iniciam suas atividades 2009. Os pequenos missionários estão esperando ansiosamente. Bom trabalho! P e. P aulo Di Coppi Pe. Paulo Pontifício Instituto das Missões Exteriores - PIME


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Geral

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Fazenda da Esperança inaugura trabalho com mulheres Após trabalhar com a recuperação de homens dependentes químicos por nove anos, em Florianópolis, desde fevereiro a Fazenda da Esperança passou a atender as mulheres são de transformar o espaço que por nove anos funcionou como centro de recuperação masculino, em um espaço feminino. O trabalho iniciou no dia 17 de fevereiro. Esta é a única casa feminina no Estado. Localizada no bairro Pantanal, em Florianópolis, em meio à natureza, a Fazenda da Esperança iniciou seu trabalho em 18 de dezembro de 1999. Nesses nove anos atuou na recuperação de homens com dependência química. Agora, além da dependência química, o local também vai atender casos de bulimia, anorexia, depressão e rebeldia. Outra diferença é que as assistidas que tenham filhos, também são acolhidas na casa. “Foi doado um terreno bem maior em Garuva, mais adequado ao atendimento dos homens, e o atendimento masculino foi transferido para lá”, disse Lorena Del V alle Lopez Valle Lopez, a outra coordenadora, com seu esposo e um casal de filhos, que também decidiu dedicar a sua vida à causa. A casa tem capacidade para 22 pessoas, mas no momento conta com apenas três internas. Nos próximos dias, mais mulheres devem chegar. Normalmente as casas permutam os internos.

Foto JA

Aos 12 anos de idade, Emanuelle Garrido Cordeiro foi apresentada ao mundo das drogas. Dois anos depois conheceu a cocaína e ficou viciada. Nesse tempo viveu as piores experiências: traficou, roubou, fez aborto e presenciou assassinatos. Perdeu amigos, a infância, a juventude e se distanciou da família. Sua vida começou a mudar a partir dos 20 anos. Foi encaminhada para uma delegacia em São José dos Campos, SP, sua cidade natal. Graças à mediação dos seus pais, livrou-se da cadeia. Teve que se refugiar para não ser mais uma vítima do tráfico. “Quando se está nesta , só há três caminhos: cadeia, caixão ou Fazenda da Esperança”, disse Emauelle. No retorno para casa, sua mãe recomendou que se internasse na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá, SP. Aceitou. Um ano e três meses depois, estava completamente recuperada. Passou a trabalhar e a estudar. Mas sentia que alguma coisa faltava em sua vida. Voltou para a Fazenda da Esperança, dessa vez como voluntária, dando de graça o que de graça recebeu. Ela é agora uma das coordenadoras da Fazenda da Esperança eme Florianópolis, com a mis-

História de sucesso

Internas trabalham na preparação do espaço para cultivo de ortaliças Um catarinense vai se tratar em outro Estado, e pessoas de outro Estado se tratam aqui. Durante o mês de fevereiro, 20 voluntárias se somaram às duas coordenadoras e às três internas para realizar a limpeza, manutenção e ajustar o espaço.

Oração, trabalho e convivência O método de tratamento é o mesmo que consagrou as Fazendas da Esperança, hoje presentes em nove países, com mais de 60 casas (15 fora do Brasil). É o méto-

Retalhos do Cotidiano Imitação

Humildade 3

Quando o orgulho me assedia, eu sinto em mim o que em mim não tenho; quando o desejo de aparecer, de ser considerado pelos outros quer colocar-me lá na frente, a humildade humildemente se desculpa e vai embora, à procura de outros corações em que possa habitar; quando quero ser tido em conta mais alta que mereço - e, por acaso, mereço? -, os outros riem de mim, porque me torno ridículo!

Humildade

São João Maria Vianney, o humilde Cura de Ars, dizia: “A humildade é como uma balança: quanto mais nos abaixamos de um lado, tanto mais seremos elevados do outro”! Bela imagem, a da balança: quanto mais peso se põe em um dos pratos, o meu, mais tu te levantas; quanto mais quero estar ‘no alto’, mais para baixo te ponho. Grave desgraça, essa em que o eu se antepõe ao tu; grande graça, essa em que o tu se antepõe ao eu!

Humildade 2

Amor

No Magnificat, Maria “glorifica ao Senhor (...) porque olhou para

O amor não reserva nada para si; entrega tudo ao outro, no Outro!

do: espiritualidade; trabalho e a convivência. Durante todo o dia, os internos têm momentos de oração, meditação sobre uma passagem bíblica, participam de celebrações e fazem Adoração ao Santíssimo. O trabalho é uma parte importante do tratamento, e é através dele que a casa se mantém. O espaço está sendo estruturado, mas pretendem logo iniciar o cultivo de flores e comercializá-las na região. Também pretendem realizar trabalhos manuais com tricô, crochê, bordados, pinturas e costuras. Tudo é feito em grupo, o que favorece a convivência e o tratamento.

A obra da Fazenda da Esperança já existe há 26 anos. A idéia começou com o Frei Hans Stapel e o leigo Nelson Gio Giovvani dos Santos os. A primeira casa de recuperação foi aberta em Guaratinguetá, em São Paulo. Em Florianópolis, a Fazenda da Esperança ocupa o mesmo espaço em que, na década de 90, por cinco anos, funcionou o Centro de Recuperação do Movimento “Porta Aberta”. Esse trabalho parou por falta de estrutura financeira e administrativa, e de voluntários que pudessem levá-lo adiante. Para auxiliar no trabalho, as pessoas podem ffazer azer qualq uer doação para a Obra ualquer Social Nossa Senhora da Glória, atra vés de depósit o na através depósito Caixa Econômica FFederal, ederal, agência 1 011, conta 1 70410 17040, operação 003. Ou atra vés através do ffone one (48) 3234-0825.

Carlos Martendal

Choro

Barraco É muito pobre o barraco de Célia. Mas há pobrezas piores: a indiferença, o ódio, a desconfiança, o olhar frio, a voz dura, o silêncio demolidor... É muito pobre o barraco de Célia: pequeno, sem água encanada, geladeira que não funciona, fogão de uma só boca. E, no entanto, naquela pobreza o coração enxerga um palácio. A riqueza da

doação, do amor que une aquela viúva aos filhos, da alegria que vem de dentro, do Terço que rezam ajoelhados. Há tantas mansões por aí, tão ricas, tão ricas, que vivem na miséria mais extrema... O Hóspede teve que sair, é cada um por si, as vozes emitem gritos, estranhos irmãos reunidos sem união. Mil vezes o barraco de Célia! Foto/JA

O Senhor quis 'imitar-nos': quando esteve na terra, foi igual a nós em tudo, menos no pecado (cf. Hb 4,15). O apóstolo Paulo afirmou o que todo cristão deveria ter a coragem e a alegria de repetir: “Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1Cor 11,1). Em uma de suas cartas, São João da Cruz escreveu: “Nada vale esta vida, quando não empregada em imitar a Cristo”. Louvemos a Deus por todos aqueles que procuram viver imitando o seu Senhor!

sua pobre serva” (Lc 1,46.48). E afirma que Ele “derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes” (Lc 1,52). Não nos sentemos nas cadeiras dos poderosos, para não acontecer conosco a mesma coisa. Até na própria casa, quanto marido ‘poderoso’, quantos pais ‘poderosos’, quantos filhos ‘poderosos’: um dia serão derrubados! Na própria casa, quanto marido humilde, quantos pais humildes, quantos filhos humildes: um dia serão exaltados!

Além dos trabalhos das internas, a Casa ainda depende de doações. Sobretudo neste momento, que está se reestruturando. Qualquer tipo de doação é benvinda. Tanto em material, como em voluntariado.

Quando cheguei perto, vi que estava chorando. E havia motivo: a cebola! Mas seu olhar irradiava tanta doçura que perguntei: "O que tens?". Respondeu-me que pela primeira vez na vida fazia do cortar cebola uma oração e um ato de amor: a Deus e à família que comeria aquela gostosa maionese! Quanto vale a intenção, quanta paz e felicidade pode trazer...

Rolo

Quando criança, via meus pais girarem o rolo e dele tirar o tanto de papel de que precisavam. Então surgia um belo pacote de presente. Aquela bobina me impressionava. Vinha gorda, bem gorda, e ia emagrecendo aos poucos, ficando cada vez mais fininha, até acabar. Havia cumprido sua missão! Se meus pais tivessem tido 'pena' de desenrolar o papel, deixando-o ficar lá, na velha venda, do que teria adiantado comprá-lo? Quanta semelhança com a vida: devemos esvaziar-nos e, quando já não tivermos mais nada, porque tudo demos, poderemos nos apresentar de mãos vazias Àquele que nos comprou por um alto preço e nos deu ao mundo como presente. Que nós mesmos desembrulhamos!


Jornal da Arquidiocese

Mundo 15

Março 2009

De 15 de abril a 22 de maio de 2010 será exposto, na Catedral de Turim, o Santo Sudário, quando o Papa Bento XVI celebrará uma Missa no adro da catedral, conforme noticiado pela comissão organizadora. Esta aliás foi a promessa que o Santo Padre fez, a cerca de 7 mil fiéis de Turim, em peregrinação a Roma, acompanhados pelo Cardeal Arcebispo, Severino Poletto. Durante a audiência, no Vaticano, em junho de 2008, Bento XVI expressou seu desejo de visitar Turim, por ocasião da exposição do Santo Sudário.

“Acabar com a pobreza não é utopia, mas obrigação”

O Estado da Cidade do Vaticano completou, no dia 1102, 80 anos de criação. O Tratado de Latrão, entre a Itália e a Santa Sé, foi assinado em 11 de fevereiro de 1929, entre o Papa Pio XI e Benito Mussolini. Esse Tratado acabou com o conflito que os Papas (exilados no Vaticano) mantiveram com o Reino da Itália desde 1870, quando as tropas de Giuseppe Garibaldi, entrando em Roma, liquidaram os antigos Estados Pontifícios. O atual Estado da Cidade do Vaticano está encravado na cidade de Roma, à direita do Rio Tibre, com uma superfície de 440.000 metros quadrados. Considerado como o menor Estado do mundo, esse território assegura a liberdade da Sé Apostólica e a independência do Papa para poder realizar sua missão. Mas como se pode explicar hoje a necessidade de um Estado soberano para exercer uma autoridade espiritual sobre os católicos espalhados no mundo? Foi o que a Rádio Vaticano perguntou ao presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, Cardeal Giovanni Lajolo, o qual assim respondeu: “Todo o

O Vaticano é considerado o menor Estado do mundo significado do Estado soberano da Cidade do Vaticano é preservar o Papa de qualquer ingerência política na condução da Igreja e no seu magistério evangélico, que é dirigido não somente à Igreja, mas a toda a humanidade. O vigário de Cristo deve ser independente e livre, não deve responder a nenhuma autoridade terrena, mas somente a Deus. A história, sobretudo da Europa, demonstrou por di-

versas vezes, no decorrer dos séculos, e também no século passado, a inclinação de alguns regimes e de alguns governos a aprisionar a voz do papa. Ainda hoje, não poucos políticos gostariam que o papa não se pronunciasse sobre temas morais, desagradáveis a eles. O Estado da Cidade do Vaticano, por menor que seja, garante ao papa a plena independência de qualquer influência política externa.”

Dom Orani é o novo Arcebispo do Rio de Janeiro O Papa Bento XVI nomeou em pesta empesta pesta, ArceDom Orani João TTem bispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, transferindo-o da arquidiocese de Belém, no Pará, onde está desde dezembro de 2004. Ele vai suceder o Cardeal Dom Eusébio Oscar Scheid Scheid, que renunciou ao governo da Arquidiocese do Rio conforme o cânon 401, parágrafo 1º do Código de Direto Canônico, que prescreve a renúncia do bispo ao completar 75 anos. A nomeação foi anunciada no dia 27-02, sexta-feira. Normalmente, as nomeações para bispos no Brasil são anunciadas nas quartas-feiras.

Divulgação/JA

O Papa recebeu, na manhã de 20-02, os participantes da reunião do Conselho dos Governadores do IFAD, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, por ocasião do 30° Aniversário dessa agência das Nações Unidas. Bento XVI ressaltou que o “objetivo de exterminar a pobreza e a fome no mundo não é uma utopia, mas uma obrigação de toda a comunidade internacional”. Além disso, o pontífice reconheceu o trabalho do IFAD na promoção do desenvolvimento agrícola, sobretudo neste momento em que a insegurança alimentar e a instabilidade de preços afetam as populações rurais. O Santo Padre pediu à agência da ONU novas estratégias a fim de combater a pobreza e a fome, que hoje afetam quase 1 bilhão de pessoas. “Num mundo sempre mais interdependente, a cooperação entre países ricos e pobres é necessária por meio de processos de decisões comuns. É preciso promover novas oportunidades de trabalho dentro das comunidades rurais, a fim de que elas se tornem independentes”, afirmou o Papa. O pontífice ressaltou que os projetos de crédito rural "destinados à assistência de pequenos agricultores e camponeses sem terra podem gerar uma maior segurança alimentar para todos”. E concluiu: “Combater a pobreza extrema e a fome, promover a segurança alimentar e o desenvolvimento rural, se tornam um imperativo que vincula toda a comunidade internacional”.

Vaticano completa 80 anos Divulgação/JA

Papa visitará Turim para exposição do Santo Sudário

História

Nasceu em São José do Rio Pardo (SP), religioso da Ordem Cisterciense, foi ordenado padre

em 1974 e bispo de São José do Rio Preto (SP) em 1997, Sete anos depois, em 2004, foi transferido para a Arquidiocese de Belém, PA. Atual vice-presidente do Regional Norte 2 da CNBB (Pará e Amapá), Dom Orani é presidente, pela segunda vez consecutiva, da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação, Cultura e Comunicação da CNBB. É membro dos Conselhos Permanente, Episcopal de Pastoral e Econômico da CNBB. No Rio de Janeiro, Dom Orani contará com a colaboração de seis bispos auxiliares, entre os quais o secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa.

Vaticano prepara novo portal de informação católica Depois do Youtube, agora é a vez de um “Wikipédia” da informação católica. Este é o projeto do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, em parceria com o Conselho Episcopal Latinoamericano (CELAM) e organismos internacionais de comunicação (Signis e Cameco). Segundo o Padre Justo Ariel Beramendi, responsável pelo proje-

to, trata-se de um diretório de todas as obras católicas de comunicação, que pode ser atualizado constantemente pelos usuários. O sacerdote explica que será possível acessar como visitante ou como editor. O visitante poderá consultar todas as informações publicadas, enquanto o editor poderá enviar atualizações ou comentários, que serão filtrados por um moderador.

Por enquanto, o portal ainda está em fase de teste, e pode ser consultado somente em espanhol, pois, de acordo com o Padre Beramendi, o projeto foi iniciado somente na América Latina e na Espanha. Além do espanhol, o site poderá ser consultado em inglês e em francês. Para mais informações, acesse o endereço www .int ermirif ica.ne www.int .intermirif ermirifica.ne ica.nett.

Mensagem do Papa por ocasião da CF-2009 O Papa Bento XVI enviou uma mensagem ao Presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG), por ocasião da Campanha da Fraternidade 2009. Na carta, ele fala: “Ao iniciar o itinerário espiritual da Quaresma, desejo uma vez mais aderir à CF que, em 2009, está destinada a considerar o lema “A paz é fruto da justiça”. É um tempo de conversão e de reconciliação de todos os cristãos, para que as mais nobres aspirações do coração humano possam ser satisfeitas, e prevaleça a verdadeira paz entre os povos e as comunidades. Meu Venerável predecessor, o Papa João Paulo II, no Dia Mundial da Paz de 2002, ao ressaltar precisamente que a verdadeira paz é fruto da justiça, fazia notar que “a justiça humana é sempre frágil e imperfeita” devendo ser “exercida e de certa maneira completada com o perdão, que cura as feridas e restabelece em profundidade as relações humanas transtornadas”.

Cartas pessoais do Papa João Paulo II serão publicadas

As cartas pessoais que o Papa João Paulo II escrevia a Wanda Poltawska, sua amiga de Cracóvia, serão publicadas em breve. O anúncio foi feito pelo jornal polonês Gazeta Wyborcza, que revela também que quatro dias após a eleição à Sé Pontifícia (16 de outubro de 1978) Karol Wojtyla enviou, do Vaticano, a Poltawska uma carta assinada “BR” (significando brother, irmão). Wojtyla definia a amiga como “irmã”. Wojtyla conheceu Poltawska, que hoje tem 87 anos, na década de 50, e ficou muito amigo dela e do marido. Durante a guerra, ela foi prisioneira no campo de concentração de Ravensbruck, na Alemanha, tendo sido submetida a experimentos médicos pelos nazistas. Já em Cracóvia, como médica, se empenhou na assistência à vida. Fundou o Instituto de Teologia da Família e as primeiras casas de ajuda a mães solteiras. Em 1962, Wojtyla escreveu a Padre Pio (canonizado por ele, em 2002), pedindo graças para a amiga Poltawska, doente de câncer. Ela não chegou a ser operada, pois ficou curada antes. Poltawska perguntara a seu amigo se deveria destruir sua correspondência, e Wojtyla teria respondido que não.


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Geral

Março 2009

Jornal da Arquidiocese

Azambuja será elevada a Paróquia Antigo Santuário contará com três comunidades já constituídas e outras duas que serão criadas em breve Arquivo/JA

O Culto dos Santos e Imagens Sagradas

Santuário é um dos principais locais de visitação da Arquidiocese haverá uma melhor definição dos limites e melhor atendimento às famílias”, disse Pe. Pedro, o novo pároco, que acumulará as funções de reitor do Santuário e do Seminário, e Diretor do Museu. Ele contará com o auxílio do Pe. Gercino Atílio Piazza, formador do Seminário, e do Pe. Alvino Milani, reitor do Propedêutico.

Encontro dos Ex-Alunos

A Associação dos ExAluEx-Alunos do Seminário de Azambuja, AESA vida seus inAESA,, con convida tegrant es para mais um enegrantes o no dia 1º de maio, contr contro xta-f eira, em Azambuja. se sexta-f xta-feira,

Restauração da Catedral será inaugurada Após ser fechada há quatro anos por motivo de falta de segurança e ter iniciado os trabalhos de restauração, a Catedral será “inaugurada” no dia 22 de março. A celebração será realizada às 19.30h, presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger Krieger, com a presença do clero arquidiocesano, lideranças políticas e dos fiéis, e a participação do Coral Santa Cecília. Na sequência, haverá a inauguração da iluminação artística externa e descerramento da placa inaugural. Durante o evento have-

Arte Sacra

rá show pirotécnico e pronunciamento das autoridades. Às 21h está previsto a apresentação de um coro com 500 vozes, composto por Corais da Grande-Florianópolis. O encerramento será com a apresentação do Ballet Bolshoi. A restauração é resultado de trabalho iniciado em agosto de 2005, com a contratação da empresa Concrejato. De lá para cá, foram investidos mais de R$ 7 milhões. Desses, R$ 6,7 milhões vieram do poder público: Governo do Estado e uma peque-

na participação da Prefeitura de Florianópolis. O trabalho ainda não terminou. “Agora entraremos na terceira fase das obras”, disse Roberto Alvares Bentes de Sá, presidente da Comissão de Restauração da Catedral. Segundo ele, falta a restauração dos sete altares, das portas, recuperação das obras sacras e ativação do museu, a um custo aproximado de R$ 3,8 milhões. O dinheiro será captado de algumas empresas, que farão o repasse através da Lei Rouanet.

Entrando na igreja e vendo as imagens de nosso Senhor, de sua santa Mãe e dos santos, o fiel deveria logo recordar a união de Cristo com Sua Igreja, a unidade da Cabeça com os membros no ‘Corpo místico’. A fé do crente na vida eterna é reforçada, sua esperança confirmada, sua caridade solicitada pela lembrança dos exemplos dos santos. As vidas dos santos são autênticas lições para nossa edificação espiritual, e suas imagens têm a finalidade de recordar as características proeminentes de sua existência. O uso de imagens e símbolos com finalidade devocional e didática remonta aos séculos II e III, como se pode ver nas catacumbas de Roma e em outros lugares. A partir da segunda metade do século IV começou-se a pintar sobre as paredes das igrejas cenas inspiradas nas Sagradas Escrituras. Houve períodos na história da Divulgação/JA

Nosso Arcebispo Dom Murilo preside celebração no dia 07 de março, às 19h, elevando o Santuário Nossa Senhora de Azambuja, ue (criado em 1905), à em Brusq Brusque condição de paróquia. A preparação da nova paróquia iniciou há dois anos. Ela contará com três coedr o Schlichting munidades. Pe. P Pedr edro Schlichting, atual Reitor do Seminário, será o primeiro pároco. Além do Santuário-Matriz, a paróquia contará com a capela do Cemitério Municipal Parque da Saudade, que pertencia à Paróquia São Luiz Gonzaga, e a igreja São Sebastião, do bairro Cedrinho, que pertencia à Paróquia Santa Catarina, de Dom Joaquim, mas já era atendida pelo Santuário há dois anos. Em breve, duas outras comunidades devem ser criadas. Uma já está nascendo, na rua Nova Trento. O terreno já foi comprado, mas ainda não há igreja, e as celebrações acontecem na Gruta Santa Luzia. “Agora as celebrações serão mensais”, disse Pe. Pedro. A paróquia já conta com um bom número de Grupos Bíblicos em Família. Catequese e dízimo já foram implantados para criar o espírito de paróquia. O trabalho social também já existe, mas ainda se precisa constituir a Ação Social, com estatuto e diretoria. “Com a criação da paróquia,

Igreja nos quais retornava a oposição às imagens ou nos quais foi preciso frear os excessos de seu culto. Sabe-se que as imagens não devem desviar a atenção dos membros da assembléia durante a realização da liturgia. As Igrejas não são galerias de arte, portanto o número das imagens não deve ultrapassar os limites da razão. A redução das imagens acontecida depois do Concílio Vaticano II encontrou algumas oposições. Isso não teria acontecido se as palavras do papa Pio XII na Mediátor Dei (n. 201) e as Instruções sobre a arte sacra publicadas pelo Santo Ofício em junho de 1952 (n. 19) fossem seguidas. Em ambos os documentos já tinha sido proibida a multiplicação de imagens e a produção de imagens de baixa qualidade artística ou executadas em material ruim. A imagem é o sinal da presença do invisível. O programa iconográfico de um edifício cristão terá como centro o Cristo e seus mistérios na sagrada liturgia. Por exemplo, se a igreja for dedicada a Santa Rita, jamais ela será o centro, pois também para essa santa o centro de tudo foi o Cristo. O que define a arte cristã (com suas figuras) é o Mistério da Encarnação (Deus se fez humano), Portanto, a arte deve estar a serviço da Palavra e celebração e não pode ser criação pessoal, fora de circunstância eclesial. O uso de imagens e símbolos com finalidade devocional é importante, mas deve ser feito sem exageros


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