Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Out/09

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Pe. Raju: um indiano exercendo seu ministério no Brasil

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Jornal da

Arquidiocese

“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)

Florianópolis, Outubro de 2009 Nº 150 - Ano XIV

Catedral: nossa Igreja-Mãe Desde 2003, o Jornal da Arquidiocese tem dedicado, mensalmente, uma página para apresentar as paróquias e santuários da Arquidiocese. Com a página dedicada nesta edição à Catedral - Paróquia Nossa Senhora do Desterro -, encerra-se essa apresentação.

Azambuja: Encontrão e Estágio reúnem vocacionados em encontro.

Por trás da beleza da igreja recém-restaurada, encontram-se os desafios de uma paróquia urbana: muitos de seus frequen-tadores não são paroquianos, o que dificuldade a unidade de suas 12 comunidades; seus líderes são atuantes, mesmo que, em sua maioria, não morem em sua área de abrangência. Apenar dos desafios, a Paróquia situada no coração da Capital conta com um bom núme-

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Casais em 2ª união participam de retiro em Brusque. PÁGINA 03

Pós-graduação em Juventude tem inscrições abertas.

Duas Comarcas realizam encontros com Coroinhas

DNJ-2009 será realizado no dia 25 de outubro. Com 250 anos de existência, igreja Catedral já passou por muitas reformas e restaurações, a última recém-concluída, até chegar como está hoje

Equipamentos de fisioterapia adquiridos pelo FAS beneficiam cegos. PÁGINA 09

Retiro reúne diáconos, esposas e viúvas. PÁGINA 16

Participe do Jornal da Arquidiocese

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Ano Vocacional

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ro de pastorais. São mais de 30 apenas na Matriz, mas, se contarmos os serviços realizados nas comunidades, deve-se multiplicar esse número por três. O trabalho social é um diferencial. Há vários grupos, cada um atuando em uma área diferente e alguns já centenários. Conheça também um pouco da história da paróquia que em 2012 celebrará 300 anos de sua criação como paróquia.

Luz dos Povos O cristianismo herdou do povo de Israel a consciência de que, como povo eleito, como novo povo messiânico, deve ser luz para as nações. Melhor, em sua face deve resplandecer a única luz das nações, que é o Cristo Senhor. No livro do profeta Isaías, nos cânticos do Servo sofredor, o Servo pode ser uma pessoa ou um povo. Como pessoa ou como povo, ele será

As Comarcas de Biguaçu e Tijucas realizaram os encontros reunindo mais de 600 Coroinhas. Promovido pela Pastoral dos Coroinhas, em parceria com a Pastoral Vocacional, os encontros têm como inspiração o Ano Sacerdotal.

Nos encontros, participam de Celebração Eucarística, se envolvendo na Liturgia, e apresentam uma pesquisa vocacional. Meninos e meninas participarão de encontros em que poderão ter uma experiência vocacional. PÁGINA 16

pobre e fiel, escolhido para fazer surgir uma sociedade marcada pelo direito e pela justiça, será “luz para as nações” (Is 42,6; 49,6; 51,4). Os evangelhos aplicam a Jesus a figura do Servo (Mt 12,17-21). O Concílio Vaticano II começa sua doutrina sobre a essência da Igreja com a referência a Jesus Cristo, luz dos povos: Lumen gentium. PÁGINA 04

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Opinião

Outubro 2009

Palavra do Bispo

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

No coração da Igreja, eu serei o amor “Segue-me!” (Mt 9,9). Aceitar o convite que Jesus nos faz para segui-lo é caminhar pela estrada da santidade. Variam as épocas, as regiões e as pessoas; são também diferentes os modos de seguir a Jesus. Do que nenhum cristão está dispensado é da obrigação de acompanhar seus passos. A palavra obrigação lembra facilmente um peso desagradável, desses de que cada um procura se livrar na primeira oportunidade. Não é o que vemos quando nos debruçamos sobre a vida daqueles que aceitaram o convite do Senhor e o seguiram. Há alguém mais livre do que um santo? A liberdade e a alegria, a disponibilidade e a confiança são encontradas em todos os discípulos de Cristo - em Santa Teresinha do Menino Jesus, por exemplo.

Passados mais de cem anos de sua morte, ela continua ensinando que o Evangelho não só é possível como é fonte da mais profunda realização. Impressionam a atualidade e a universalidade de seu testemunho. Ela é admirada por religiosas contemplativas e por jovens que se preparam para o casamento; por executivos de multinacionais e por estudantes universitários; por sacerdotes e donas de casa. Todos percebem que o que se destaca na vida dessa carmelita é sua busca de Deus, sua intimidade com Jesus e sua confiança inabalável na Providência. Há os que procuram ir a Lisieux para visitar a casa de Teresinha ou conhecer o Carmelo onde viveu os últimos oito anos de sua vida;

Palavra do Papa

há os que adquirem suas obras de espiritualidade; outros fazem teses sobre suas intuições originais. É lendo seus próprios escritos que se conhece melhor a intimidade de seu coração. Não por acaso, o “Catecismo da Igreja Católica” traz seis pensamentos seus. Um deles é um testemunho a respeito do Evangelho: “Nele encontro tudo o que é necessário para a minha pobre alma” (nº 127). Quando o “Catecismo” trata da caridade é que apresenta a melhor síntese da vida de Santa Teresinha do Menino Jesus - síntese que deveria ser assumida por nós como um programa de vida: “Compreendi que se a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros, não lhe faltava o membro mais nobre e necessário. Com-

Bento XVI

Sede de transcendência “Nos decênios sucessivos ao Concílio Vaticano II, alguns interpretaram a abertura ao mundo não como uma exigência do ardor missionário do Coração de Cristo, mas como uma passagem à secularização, vislumbrando nesta alguns valores de grande densidade cristã como igualdade, liberdade, solidariedade, mostrando-se disponíveis a fazer concessões e descobrir campos de cooperação. Assistiu-se assim a intervenções de alguns responsáveis eclesiais em debates éticos, correspondendo às expectativas da opinião pública, mas deixou-se de falar de certas verdades fundamentais da fé, como do pecado, da graça, da vida teologal e dos novíssimos. Insensivelmente caiu-se na auto-secularização de muitas comunidades eclesiais; estas, esperando agradar aos que não vinham, viram partir, defraudados e desiludidos, muitos daqueles que tinham: os nossos contemporâneos, quando vêm ter conosco, querem ver aquilo que não veem em parte alguma, ou seja, a alegria e a esperança que brotam do fato de estarmos com o Senhor ressuscitado. Atualmente há uma nova geração já nascida neste ambiente eclesial secularizado que, em vez de registrar abertura e consensos, vê na sociedade o fosso das diferenças e contraposições ao Magistério da Igreja, sobretudo

em campo ético, alargar-se cada vez mais. Neste deserto de Deus, a nova geração sente uma grande sede de transcendência. São os jovens desta nova geração que batem hoje à porta do Seminário e que necessitam encontrar formadores que sejam verdadeiros homens de Deus, sacerdotes totalmente dedicados à formação, que testemunhem o dom de si à Igreja, através do celibato e da vida austera, segundo o modelo do Cristo Bom Pastor. Assim esses jovens aprenderão a ser sensíveis ao encontro com o Senhor, na participação diária da Eucaristia, amando o silêncio e a oração, procurando, em primeiro lugar, a glória de Deus e a salvação das almas.”

Os nossos contemporâneos querem ver a alegria e a esperança que brotam do fato de estarmos com o Senhor ressuscitado ”

Bento XVI, 07.09.09 Aos Bispos dos Regionais Oeste 1 e 2 do Brasil

A liberdade e a alegria, a disponibilidade e a confiança são encontradas em todos os discípulos de Cristo”

Reflexão

A Missão Cristã, anúncio da humildade de Deus No ano de 1938, um grupo de Monges trapistas franceses fundou a comunidade monástica de Nossa Senhora do Monte Atlas, em Tibherine, Argélia. Situados num país muçulmano, sem permissão de realizar conversões, esses homens de Deus tinham como sentido de sua presença estar junto dos muçulmanos, acolhê-los, conversar, colocar em comum os dons. E a oração comunitária, tanto na intimidade monástica como com os irmãos que invocavam Alá. No dia 23 de maio de 1996, após dois meses sequestrados, os sete Monges trapistas foram assassinados. Sobraram os edifícios brancos no Monte Atlas, cheios da presença espiritual desses homens de Deus. A Ordem trapista francesa logo se empenhou em enviar novos monges, pois a Missão não poderia terminar por causa da morte, do medo. Tudo isso não encontra explicações aos olhos do mundo, e nem de muitos cristãos. O martírio dos missionários, porém, é um dom, uma experiência concreta do projeto de amor que Deus tem pela humanidade. O sangue que penetrou na terra argelina dela fará brotarem flores de paz. O sangue dos missionários é esperança de paz para o mundo. Durante os dias de sequestro, o Irmão Cristiano de Chergé, Prior do Mosteiro, redigiu seu Testamento e, nele, lembrou com carinho aquele que o mataria: “Também a ti, amigo do último minuto, que não sabias o que estavas fazendo, sim, também para ti quero dizer um muito obrigado e um a-Deus conti-

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preendi que a Igreja tinha um Coração, e que este Coração ardia de amor. Compreendi que só o amor fazia os membros da Igreja agirem, que se o Amor viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar seu sangue... Compreendi que o amor encerrava todas as vocações, que o amor era tudo, que ele abraçava todos os tempos e todos os lugares... em uma palavra, que ele é eterno!” Depois dessa constatação, Teresinha de Lisieux conclui sua reflexão com palavras que cedo se tornariam clássicas: “Sim, achei meu lugar na Igreja, e esse lugar, meu Deus, fostes vós que o destes para mim... no Coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o Amor!”

go. E que nos seja dado reencontrar-nos, ladrões bem-aventurados, no paraíso, se agradar a Deus, Pai nosso, de nós dois”. Três anos depois, em maio de 1999, coube a Dom Pierre Claverie, bispo de Oran, também na Argélia, sofrer o martírio. Entusiasta do diálogo cristãomuçulmano, fecundou com sangue, como os sete trapistas, o solo amado que um dia foi também de Santo Agostinho e de Charles de Foucauld. As missões da Igreja obedecem à palavra do Senhor: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). O Evangelho não é uma doutrina, uma estrutura, concentrações, organizações: o Evangelho é uma pessoa, Jesus. Jesus que nos trouxe a Boa Notícia de que seu Pai é nosso Pai, e é Pai dos humildes, dos doentes, dos pecadores, dos perseguidos e perseguidores. Jesus é o narrador do Pai, o missionário é outro Jesus narrando o Pai. Aqueles missionários frágeis e fragilizados pelo ambiente eram a narração viva do Evangelho para os muçulmanos: "Querem conhecer aquele em quem nós cremos? Olhem nossa vida!". Jesus, o pobre da Galiléia, não pode ser anunciado coerentemente com meios ricos. Sua vida que narra o Pai somente é compreendida através dos meios pobres que são marcados pela cruz: a dor, o joelho dobrado em adoração, o silêncio, a oração, a contemplação, o jejum, a obediência, o sofrimento. Não permitem medições estatísticas, não dão manchetes, são marcados pelo silêncio humil-

de; são os meios preferidos de Deus, são os meios que tocam o coração de Deus (cf. J. Maritain, Filosofia da História, 1957). Há sete séculos afirmava Santo Tomás de Aquino: "O fruto da vida ativa é proporcional à plenitude da vida contemplativa". Em outras palavras: sem a retaguarda da oração, a mais pobre dos meios pobres, a ação pastoral e evangelizadora nos deixará felizes, com a sensação do dever cumprido, mas não implantará no mundo o Reino de Deus. Se a missão da Igreja se apoiar nos meios ricos da persuasão, da palavra bem falada, da autoridade impositiva, como já foi em outros tempos, causará impressão, será motivo de congratulações aos olhos do mundo, mas estará ocultando o Pobre de Nazaré, estará ocultando o Pobre Deus. Será inútil. Talvez o Senhor não nos tenha concedido a graça da missão, do testemunho em terras distantes, mas nos dá sempre uma graça imensa: viver o Evangelho, ser Jesus em meio aos de Jesus, revelar a face do Pai aos que nos cercam. Como cristãos e cidadãos, viver a missão da paz e da reconciliação. Retornando ao Mosteiro do Monte Atlas, uma palavra escrita pelo Irmão Lucas às vésperas do sequestro: “Não penso que a violência possa extirpar a violência. A morte injusta de Cristo rompe a espiral infernal do ódio e dá vida a uma nova humanidade, animada pelo sopro do Espírito”. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Revisão: Ir. Clea Fuck - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul


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Encontro debate Defensoria Pública Lideranças da Pastoral Carcerária do Estado participaram do encontro realizado em Mafra Diante da explanação da advogada, Pe. Célio Ribeiro, coordenador regional da pastoral, lançou a questão: um Estado tem a faculdade de escolher ou não o que está previsto na Constituição Federal, nossa Carta Magna? “A Defensoria Pública em Santa Catarina deve ser uma instituição inovadora, democrática, autônoma e transparente. Os profissionais envolvidos deverão ser compromissados com a proteção e promoção dos direitos humanos”, disse. Segundo ele, os defensores, habilitados, concursados e com dedicação integral, poderão defender os interesses difusos e coletivos das pessoas; e assessorar grupos e entidades não governamentais que estão a serviço da defesa dos direitos da criança, do adolescente, das mulheres, dos idosos, dos encarcerados e menos favorecidos. “No entanto, isso não significa que a Defensoria Dativa seja extinta, ao contrário, poderá somar-se ao trabalho do Ministério Público e da Defensoria Pública, para que todos, principalmente os empobrecidos, tenham acesso à Justiça”, completou Pe. Célio.

Azambuja reúne vocacionados Encontro reunirá jovens interessados em conhecer a vida no Seminário O Seminário Menor da Arquidiocese, em Azambuja, Brusque, estará abrindo suas portas para acolher os jovens interessados em conhecer a vida na instituição. Nos dias 10 a 12 de outubro será realizado o Estágio Vocacional, e ainda no dia 12 também será realizado o Encontrão Vocacional. O Estágio Vocacional é destinado aos jovens que são acompanhados pela Pastoral Vocacional paroquial ou que, mesmo não acompanhados, tenham interesse em abraçar a vida presbiteral, mas que no mínimo estejam no segundo grau. Já o “Encontrão” é destinado a todos os jovens interessados em conhecer a vida no Seminário, independente de idade e de escolaridade. A expectativa é reunir mais de cem participantes de todas as paróquias da Arquidiocese. Isso por conta do apelo que nosso Arcebispo fez neste “Ano Sacerdotal”,

para que todas as paróquias tenham ao menos um seminarista em Azambuja. “Com o esforço concentrado de todo o povo de Deus, cada paróquia procurará garantir o envio de ao menos um seminarista por ano para o Seminário”, disse Dom Murilo na convocação. Em parte, a solicitação já teve uma resposta com os 96 jovens, representando 26 paróquias, que participaram do Convívio Vocacional, realizado nos dias 31/07, 01 e 02/08. Desses, 35 participarão do Estágio e Encontrão Vocacionais, e devem ingressar no seminário no próximo ano. A expectativa é de que as outras 24 paróquias administradas por padres diocesanos também enviem candidatos ao Seminário. Mais informações podem ser obtidas no Seminário, pelo fone (47) 3396-6276, ou pelo site: www.azambuja.org.br.

Divulgação/JA

Lideranças da Pastoral Carcerária de todo o Estado estiveram reunidas nos dias 11 a 13 de setembro, no "Centro de Formação São Lourenço", em Mafra, para participar do seu 17º Encontro Estadual. O evento reuniu 52 agentes. A Arquidiocese esteve representada por 22 voluntários que atuam nos presídios de Itajaí, Balneário Camboriú, Biguaçu, Brusque e Florianópolis. No primeiro dia, à noite, após acolhida e Celebração da Eucaristia, os presentes começaram a partilhar as "alegrias e tristezas" da Campanha da Fraternidade 2009. A seguir, a Prof. Maria Aparecida Caovilla abordou o tema “Defensoria Pública: um direito sonegado em Santa Catarina”. Em sua explanação, ressaltou que, equivocadamente, a Constituição do Estado de Santa Catarina regulou a Defensoria Pública como sendo a exercida pela Defensoria Dativa e Assistência Judiciária gratuita. "Todavia, a Defensoria Dativa existe a partir de um 'convênio' entre o Estado e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que por meio de advogados particulares, exercem assistência judiciária", disse Maria Aparecida.

Nomeado novo bispo para Criciúma Dom Jacinto Flach é nomeado para a diocese de Criciúma, que esteve 12 meses sem bispo titular.

Pe. Célio Ribeiro, coordenador da Pastoral Carcerária no Estado, reuniu os participantes para uma celebração no presídio de Mafra No sábado, continuou a partilha sobre os resultados da CF 2009, sobre a Segurança Pública, com os compromissos respectivos. Entre outros assuntos, Pe. José Zanella expôs a experiência de trabalho e formação na Penitenciária de Chapecó (no semi-aberto), com a construção, em andamento, de uma capela ecumênica multiuso. Projeto semelhante, no Presídio regional de Blumenau.

No último dia, após intenso debate, a Pastoral Carcerária assumiu alguns compromissos para 2010: intensificar a coleta de assinaturas para o abaixo-assinado; projetar uma ação civil pública, a partir dos encarcerados, para implantação da Defensoria Pública no Estado e popularizar o assunto através de seminários nas dioceses com a temática.

Retiro acolhe casais em 2ª união A Comarca de Brusque sediará nos dias 07 e 08 de novembro o “Retiro para Casais em Segunda União”. O evento será realizado na Casa de Encontros Pe. Dehon. O objetivo é acolher os casais nessa situação e trazê-los para a comunidade, para que se sintam Igreja como todo cristão. Todos são convidados a participar, independente da comarca de domicílio. O Retiro contará com a assessoria do Pe. Roberto Arripe (Pe. Chiru), orientador espiritual da Pastoral Familiar da Diocese de Novo Hamburgo, RS, que desde a primeira edição assessora o encontro. Ele é o criador da metodologia “O Senhor é o meu Pastor”, que orienta os casais em segunda união que, embora impedidos de receberem os sacramentos, são aceitos na comunidade eclesial, onde podem desenvolver muitos trabalhos. Esta é a terceira edição do evento em Brusque, mas os encontros já são realizados na Arquidiocese há oito anos. Será também o terceiro realizado este ano: o primeiro foi nos dias

17 e 18 de abril, na Paróquia São Vicente, em Itajaí, e reuniu 41 casais cursistas, envolvendo 178 pessoas, contando com a equipe de trabalho; o segundo foi na Paróquia São Francisco de Assis, em Aririú, Palhoça, e envolveu 25 casais, somando 125 pessoas com a equipe de apoio. Para o próximo ano, espera-se realizar o mesmo trabalho na Comarca da Ilha. “Já recebemos muitas manifestações de interesse em receber o trabalho e estamos estudando a possibilidade de realizar o encontro na Ilha já no próximo ano”, disse Maria Aparecida Vieira Schneider, que com seu esposo Gervásio, coordena os Casos Especiais da Pastoral Familiar na Arquidiocese. Os casais de comunidades distantes serão hospedados na residência de pessoas da comunidade. As inscrições custam R$ 70,00. Mais informações com o casal Gervásio e Maria Aparecida, pelos fones (48) 3240-8064 ou 9924-0255 ou pelo e-mail: familiaschneider@brturbo.com.br.

O anúncio foi feito na manhã do dia 16 de setembro, através da Rádio Vaticano. Dom Jacinto Inácio Flach, 57 anos, era bispo auxiliar na Arquidiocese de Porto Alegre. A celebração de posse será realizada no dia 13 de novembro, em local a ser definido. Nos 12 meses que Criciúma ficou sem um bispo titular, desde 08 de setembro de 2008, quando Dom Paulo de Conto foi nomeado bispo da Diocese de Montenegro (RS), a Diocese ficou aos cuidados do Pe. Wilson Buss, eleito Administrador Diocesano durante o período em que ela ficou vacante. História - Natural do município de Bom Princípio (RS), Dom Jacinto nasceu em 26 de fevereiro de 1952. Realizou os estudos primários na cidade natal e os secundários no Seminário Maior N.Sra. da Conceição, em Viamão (RS), onde também cursou Filosofia. A Teologia, cursou-a na Faculdade da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Foi ordenado presbítero no dia 07 de maio de 1988. No dia 12 de novembro de 2003, foi nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre, pelo Papa João Paulo II, escolhendo como lema episcopal: “Anuncio-vos a misericórdia do Senhor”.


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Tema do Mês

Com o lema “As nações caminharão à sua luz” (Ap 21, 24), o papa Bento XVI sugere que neste mês de outubro dediquemos nossa oração e reflexão ao importante tema da missão, isto é, do anúncio do Evangelho a todos os povos. Diz ele: “O objetivo da missão da Igreja é iluminar com a luz do Evangelho todos os povos em seu caminhar na história rumo a Deus, pois nele encontramos a sua plena realização. Devemos sentir o anseio e a paixão de iluminar todos os povos, com a luz de Cristo, que resplandece no rosto da Igreja, para que todos se reúnam na única família humana, sob a amável paternidade de Deus”. Se o objetivo da missão é levar o Evangelho a todos os povos, que dizer então do anúncio do Evangelho aos nossos familiares, vizinhos, parentes, ao povo de nosso bairro e de nossa cidade? Num mundo em que as pessoas se fecham cada vez mais sobre seus próprios interesses e problemas, o convite à missão se torna um desafio. No entanto, nós, cristãos, não podemos fechar-nos em nossos problemas pessoais, nem mesmo nos grandes problemas de nossas comunidades e de nossa Igreja. O cristianismo herdou do povo de Israel a consciência de que, como povo eleito, como novo povo messiânico, deve ser luz para as nações. Melhor, deve resplandecer em sua face a única luz das nações, que é o Cristo Senhor. No livro do profeta Isaías, nos cânticos do Servo sofredor, o Servo pode ser uma pessoa ou um povo. Como pessoa ou povo, ele será pobre e fiel, escolhido para fazer surgir uma sociedade marcada pelo direito e pela justiça, será “luz para as nações” (Is 42,6; 49,6; 51,4). Os evangelhos aplicam a Jesus a figura do Servo (Mt 12,17-21). O Concílio Vaticano II começa sua doutrina sobre a essência da Igreja com a referência a Jesus Cristo, luz dos povos: Lumen gentium.

A MISSÃO EM NOSSA ARQUIDIOCESE Seguindo o objetivo geral da Igreja no Brasil, que começa sempre com o verbo evangelizar, também nós na Arquidiocese queremos evangelizar, isto é, queremos anunciar a todas as pessoas que moram no território diocesano a luz do Evangelho de Cristo. Por isso, não podemos nos deter nos projetos pastorais de nossas comunidades e paróquias. Temos de ir além: a todas as pessoas! Paroquianos não são só os que pertencem à nossa paróquia, só os que são ca-

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LUZ DOS POVOS A Igreja existe para evangelizar, para anunciar ao mundo a luz de Cristo.

tólicos. Todas as pessoas, independentemente de igreja ou religião, idade ou classe social, são destinatários da Boa-Nova: Deus é Pai, que nos iluminou a vida com o envio de seu Filho amado e derramou em nós o seu Espírito! E mais, devemos ter em mente o desafio de enviarmos missionários a outros povos. A missão faz parte da identidade do ser cristão. Quem fez, verdadeiramente, a experiência do encontro com o Cristo crucificado e ressuscitado, não pode esconder para si esta graça, deve sentir o apelo de sair de si e levar essa boa notícia a outros.

EVANGELIZAR O objetivo geral das diretrizes da Igreja no Brasil, no Estado e em nossa Arquidiocese se inicia sempre com o verbo evangelizar. É este o objetivo específico da Igreja. Essa é a missão da Igreja como um todo e de cada cristão em particular. A Igreja não existe

A Igreja não existe para aumentar o número de fieis, nem para resolver os problemas sociais ou religiosos das pessoas, nem para agradar multidões”.

para aumentar o número de seus fiéis, nem para salvar os infiéis, nem para resolver os problemas religiosos e sociais das pessoas, nem para agradar as multidões. A Igreja existe somente para evangelizar, isto é, para anunciar a Boa-Nova do amor de Deus-Pai, da salvação oferecida em Cristo e da presença e ação do Espírito Santo no mundo e no coração das pessoas. É na base e em de-

corrência dessa Boa-Nova, que a Igreja realiza toda a sua obra. Nesse sentido, a missão de evangelizar é primeiramente um convite a ser santos. Essa é nossa vocação primeira: ser santos. A santidade é uma vocação que nos interpela a descobrir no Batismo a fonte de todas as vocações e a lançar as redes para águas mais profundas. É, portanto, na base da vocação à santidade, por sua vez fundada na graça do batismo, que se encontra a origem, o sentido e a orientação de nossa missão de evangelizadores. O convite à santidade perpassa toda a Sagrada Escritura (ver Lv 20,7.26; Mt 5,48; 1Ts 4,3; 1Pd 1,15). Não pode evangelizar quem não é santo, quem não se deixou tocar pela luz da Palavra e pelo Espírito de Deus, quem não foi separado para a obra de Deus. Somente quem fez a experiência da santidade, como graça de Deus e como compromisso humano, pode se sentir encoraja-

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do para a missão. Nosso ministério se fundamenta no mistério. Nosso agir missionário se funda no nosso ser cristão.

OPÇÃO PELOS POBRES Elemento permanente e central do objetivo geral é a opção pelos pobres. A Igreja do Brasil reconhece que o anúncio do Evangelho aos pobres é constitutivo da obra de Jesus de Nazaré (Lc 4,18). No seguimento de seu mestre, a Igreja não pode agir de modo diverso. Os pobres, doentes, marginalizados, viúvas, enfim, os necessitados de toda sorte fazem parte do ministério de Jesus, formam a companhia de Jesus, são seus parceiros, seus interlocutores, sujeitos e destinatários do seu Evangelho. Isso não significa deixar de fora os ricos. Ao contrário, significa convidá-los a também fazerem a mesma opção de Deus que permeia toda a história da salvação. Javé, no Antigo Testamento, e Jesus, no Novo Testamento, sempre fizeram do pobre o eixo de suas relações. Em toda a Bíblia, Deus é sempre Deus dos pobres. Se o projeto de salvação de Deus começasse pelo topo, seguiria o mesmo estilo dos projetos humanos: começaria de cima e nunca atingiria a base, seriam de novo os mesmos a usufruírem das benesses da proteção e da aliança de Deus. Mas não! Deus quis fazer diferente, quis começar da base, a fim de atingir a todos, também os que estão no topo. Mas, é evidente que um projeto destes não agrada aos grandes e poderosos. Os que sempre são os primeiros não aceitam tornarem-se os últimos! No projeto de Deus, o amor é atento às necessidades reais das pessoas, especialmente das mais pobres. Estão em jogo questões que implicam vida ou morte: comida, moradia, segurança, acesso à saúde, ao emprego, à educação. O grande escândalo de nossa época é que, apesar da disponibilidade de grandes recursos econômicos e tecnológicos, persistam a concentração de uma enorme riqueza nas mãos de poucos e a insensibilidade ética e a falta de vontade política de nossa sociedade de acabar com a fome, de prevenir as doenças comuns, de alfabetizar e educar a todos. Sem opção pelos pobres não há verdadeira evangelização, não há seguimento de Jesus. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


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Assembleia reúne líderes do Regional Evento de formação confrontou as diretrizes aprovadas no ano passado com a realidade atual seguiu aos recentes vendavais e inundações que atingiram em especial o oeste do estado. Para ele, os gestos de apoio e doação estão sendo decisivos para que as famílias atingidas possam recuperar-se mais rapidamente. A discussão sobre o tema central iniciou ainda pela manhã, quando Pe. Vitor Feller falou sobre os desafios para a evangelização nesta realidade plural, marcada por profundas mudanças. Ele apontou que grande parte das práticas pastorais não sacia a sede de Deus presente nas pessoas, porque estão ainda centradas no anúncio de uma doutrina e não de uma pessoa. "É necessário, portanto, voltar às fontes do cristianismo, valorizando mais a pessoa, a prática e as opções de Jesus de Nazaré. Temos uma proposta a oferecer:

Comunidade realiza Dia de Cura no Amor A Comunidade Católica Abbá Pai realizará, no dia 18 de outubro, o 2º Dia de Cura no Amor. O evento terá como sede a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em São José, e contará com o apoio de lideranças locais e das equipes comarcais e arquidiocesana da Renovação Carismática Católica. Durante todo o dia, a partir das 8h, os participantes contarão com a assessoria do Pe. Eduardo Dougherty, idealizador da TV Século XXI, São Paulo, precursor da Renovação Carismática Católica no Brasil e pregador de renome nacional e internacional. O evento será encerrado às 16h30, com a missa presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger.

Esta é a segunda edição do evento. Na primeira, realizada em novembro de 2008, mais de 1.500 pessoas se reuniram na Paróquia de Santo Antônio em Capinas, São José. O encontro é itinerante, ou seja, a cada ano em uma paróquia. “O Dia de Cura no Amor também celebra os 10 anos da Comunidade Católica Abbá Pai, presenteando os participantes com a oportunidade de reavivarem sua fé e sua esperança no amor misericordioso do Pai”, disse Ivano Alves Pereira, Coordenador do evento. Inscrições e mais informações pelos fones (48) 3034-2417 e 9963-7939 ou pelos e-mails com.abbapai@yahoo.com.br e com.abbapai@gmail.com. Arquivo/JA

Em 2008, mais de 1.500 pessoas participaram do evento realizado na Paróquia de Campinas, São José

Divulgação/JA

O Regional Sul IV da CNBB promoveu nos dias 25 e 26 de setembro a sua 42ª Assembleia Regional de Pastoral. Realizada no Centro de Formação Católica, em Lages, o evento reuniu 80 participantes, entre coordenadores de pastoral e representantes das dioceses. A Assembleia teve como finalidade a formação dos participantes. Com o tema "A evangelização numa realidade de mudanças", o evento foi assessorado pelo Pe. Vitor Galdino Feller, coordenador de Pastoral da Arquidiocese. Na abertura, a oração inicial lembrou momentos marcantes desde a última assembleia, entre eles os eventos climáticos que atingiram Santa Catarina. Em sua intervenção Dom Manoel João Francisco, bispo de Chapecó, destacou a solidariedade que se

Realizado em Lages, evento reuniu participantes das dioceses do Estado a pessoa e a práxis de Jesus”, disse Pe. Vitor. “Através da Assembleia, buscamos confrontar as diretrizes

aprovadas no ano passado com a realidade atual”, disse Pe. Francisco de Assis Wloch, sub-secretário do Regional.

Pastoral forma novas lideranças As coordenações paroquiais da Pastoral Familiar e demais lideranças são convidadas a participar nos dias 23 a 25 de outubro do curso de Formação. Realizado na Casa de Encontros Pe Dehon, em Brusque, o evento tem como objetivo mostrar o trabalho que a Pastoral Familiar realiza e sua importância na Igreja. “A intenção é prestar formação para os agentes atuais e formar

novos, para que outras paróquias também contem com o nosso trabalho”, disse Maria Aparecida Vieira Schneider, já citada acima. A formação terá a assessoria da equipe de coordenação da Pastoral Familiar na Arquidiocese. Mais informações pelos fones (48) 3240-8064 ou 9924-0255 ou pelo e-mail: familiaschneider @brturbo.com.br.

Pólen promove retiro básico para jovens O movimento de jovens da Catedral de Florianópolis, Movimento Pólen, promove, nos dias 16 a 18 de outubro, o seu 52º Retiro Básico. O evento anual será realizado, como é tradição, na Casa de Retiros Vila Fátima, no Morro das Pedras, em Florianópolis. Ele funciona como porta de entrada para os jovens ingressarem no movimento. Durante os três dias, os participantes terão palestras com casais e jovens do movimento, e com o diretor espiritual, Pe. Pedro Martendal. O Movimento Pólen nasceu em 1971, como resposta aos anseios de um grupo de jovens da 4º série

do curso ginasial do Instituto Estadual de Educação, por iniciativa do seu então professor de ensino religioso, Pe. Pedro Martendal. Hoje, já passaram pelo movimento mais de três mil jovens. Desses, cerca de 250 são membros ativos que participam do Pólen Casais e de outras pastorais. Para participar do retiro, os jovens devem ter no mínimo 15 anos e fazer entrevista com o diretor espiritual. A ficha de inscrição está disponível no site www. movimentopolen.com.br. Mais informações no site ou pelo e-mail contato@movimentopolen. com.br, ou ainda pelo fone (48) 3733-5030.

ITESC promove pós-graduação em Juventude “Juventude, Religião e Cidadania”: este é o tema do curso de pós-graduação Latu Sensu que pela segunda vez o Instituto Teológico de Santa Catarina-ITESC está oferecendo. São 50 vagas. As inscrições já estão abertas e vão até 30 de novembro. Os candidatos passarão por teste de seleção. O resultado será publicado no dia 15 de dezembro O curso inicia em janeiro de 2010. O curso é uma parceria com a Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia-FAJE, de Belo Horizonte - MG, com a Coordenação Regional de Pastoral (Sul IV da CNBB) e a Coordenação Regional das PJs. O objetivo é o de capacitar pessoas para trabalhar com adolescentes e jovens numa perspectiva multidisciplinar. Com um total de 360 horas, o curso é dividido em três etapas, funcionando de forma intensiva: a primeira, de 18 a 31 de janeiro de 2010; a segunda, de 12 a 24 de julho de 2010; a terceira, de 17 a 31 de janeiro de 2011. Os participantes terão até julho para entregar suas monografias. Este é o segundo curso de “Juventude, Religião e Cidadania”. No primeiro, realizado de julho de 2007 a janeiro deste ano, dos 23 participantes, 17 concluíram o curso, quatro deles da Arquidiocese. “Foi uma experiência inovadora e muito produtiva. Tivemos bons formadores e com uma visão bastante ampla da juventude, não apenas católica”, avaliou Cleber Rodrigues, um dos cursistas representantes da Arquidiocese. Os interessados devem entrar em contato pelo fone (48) 3234-0400, ou pelo email: secretaria@itesc. org.br. Mais informações no site: www.itesc.org.br, ou pelo email: giltom3@gmail.com.


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Bíblia

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Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (20)

Salmo 32 (31): A alegria do perdão Como o Sl 30 (29) expressa a “alegria da cura”, este é o salmo da “alegria do perdão”. Por sinal, é um dos assim chamados “salmos penitenciais”, em número de sete, conhecidos como tais pelo menos desde Santo Agostinho. São eles: o Sl 6, este Sl 32, o Sl 38 (37), o Sl 51 (50), o Sl 102 (101), o Sl 130 (129) e, ainda, o Sl 143 (142). Sentir-se, ou melhor, saber-se perdoado, é sem dúvida uma das maiores alegrias humanas, quer em relação aos que convivem conosco, a quem possamos ter ofendido, quer em relação a Deus. E é muito significativa a maneira como o salmista chega à experiência do perdão. Simplesmente, através da “confissão”. Antes de confessar, isto é, de reconhecer a culpa, dominava-o a angústia, o “peso da mão de Deus”. Depois do reconhecimento humilde e sincero, reencontra enfim a paz e, inclusive, a capacidade de ensinar, anunciar, mostrar aos outros esse caminho.

lhante à sua, Jesus lhes disse: “Recebei o Espírito Santo: a quem perdoardes os pecados, serão perdoados, e a quem os retiverdes, serão retidos” (Jo 20,22-23). Ele, o “Cordeiro que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29), quis associar os apóstolos, a Igreja, que é sua continuação na história, à sua própria luta contra o pecado. O “sacramento” é, pois, o sinal de uma realidade que o ultrapassa. É um ato de humildade, de quem se confessa, recompensado pela certeza sacramental do perdão.

O júbilo da salvação

1. Feliz aquele cuja culpa foi cancelada / e cujo pecado foi perdoado. 2. Feliz o homem a quem o Senhor não atribui nenhum delito / e em cujo espírito não há falsidade. O salmo começa com duas bem-aventuranças paralelas, que se equivalem perfeitamente, proclamando a felicidade daquele cuja culpa foi cancelada, cujo pecado foi perdoado, e a quem o Senhor não atribui nenhum delito, isto é, não lhe imputa crime algum. A sinceridade dessa pessoa, em cujo espírito não há falsidade (v. 2), mais que mérito próprio, é antes graça, dom, como o próprio perdão. São Paulo, argumentando para a sua tese de que “não são as obras da Lei que nos salvam, mas a fé”, cita esses versículos na sua carta aos romanos, introduzindo-os com estas palavras: “É assim que Davi declara feliz aquele a quem Deus atribui a justiça, independentemente das obras” (Rm 4,6).

salmista recorre a várias imagens. Em primeiro lugar, seus ossos se consumiam (v.3). Em que sentido? Os ossos são como a estrutura da pessoa. Sem perdão, ela está desestruturada, perde o equilíbrio e o sentido da vida. Depois, a imagem da mão de Deus pesando sobre o pecador (v. 4). Em si, não é a mão de Deus que pesa, mas o próprio pecado, não perdoado porque não confessado. E então, sem perdão, fazemos uma imagem distorcida de Deus, um Deus que oprime. Outra comparação ainda é a do calor ardente que tudo resseca, inclusive por dentro (v. 4), enquanto o pecador continua gemendo, o dia inteiro (v.3). E tudo por que? Porque não consegue, ou não quer, abrir-se à misericórdia de Deus, reconhecendo seu erro. A propósito, é iluminador o que afirma o Discípulo Amado, na sua primeira carta: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecermos nossos pecados, então Deus se mostra fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1, 8-9).

O peso do silêncio

Confissão e perdão

3. Enquanto eu me calava, meus ossos se consumiam, / eu gemia o dia inteiro. 4. Pois dia e noite sobre mim pesava tua mão: / como pelo calor do estio, / ia secando o meu vigor. Descrevendo sua situação anterior, de silêncio obstinado e de recusa a reconhecer a culpa, o

5. Revelei-te o meu pecado, / o meu erro não escondi. / Eu disse: ‘Confessarei ao Senhor as minhas culpas’ / e tu perdoaste / a malícia do meu pecado. Aqui está o centro do salmo: é o momento, antecipado pela decisão de confessar, com o resultado imediato do perdão. Neste ponto, vale a pena refletir sobre o próprio

Feliz, bem-aventurado!

conceito de “pecado”. Afinal, o que é “pecado”? E os sinônimos se multiplicam: “delito”, “culpa”, “crime”, “falta”... Em relação a Deus, “pecado” é fundamentalmente desobediência, não cumprimento da sua vontade, não aceitação dos limites que sua Lei nos impõe. Aliás, esse foi o “pecado original”: não o simples "comer da maçã”, mas ultrapassar o limite apontado. E o pecado, como resume a fórmula do “Eu pecador”, pode ser por “pensamentos”, “palavras”, “atos” e, tantas vezes gravemente, sem que o percebamos, por “omissão”. Mas então, o que é “confessar”? É revelar o pecado, não esconder o erro (v.5) e, consequentemente, estar decidido a mudar de vida. Dando mostras dessa humildade e desse propósito, o pecador tem a certeza de que Deus perdoa, que já o perdoou: E tu perdoaste a malícia do meu pecado (v. 5b)

Confissão e sacramento Como fica, então, o “sacramento” da confissão, que ultrapassa o horizonte do salmo? Se Deus perdoa, e perdoa sempre, quando o arrependimento é sincero, que sentido tem o sacramento? Por que confessar-se ao ministro do sacramento, um ser humano também pecador, se posso confessar-me diretamente a Deus? Resumindo a explicação, que deveria ser mais longa, é porque assim o dispôs o próprio Senhor Jesus. Foi o seu “presente de Páscoa”, segundo o evangelho de João. Na primeira aparição do Ressuscitado, ao enviar os apóstolos em missão seme-

6. Por isso, a ti recorre todo fiel no tempo da angústia. / Quando irromperem / águas caudalosas, não o poderão atingir. 7. Tu és meu refúgio, / me preservas do perigo, / me envolves no júbilo / da salvação. Dando agora largas à alegria recuperada, o salmista afirma que é a certeza de ser atendido que leva o fiel, no tempo da angústia (v.6), a recorrer ao Senhor. Seguem-se várias imagens para expressar essa certeza: mesmo se irromperem águas caudalosas, como numa enxurrada, não o poderão atingir (v. 6b), porque Deus é o seu refúgio, e o preserva do perigo. Mais ainda: Deus o envolve, como com uma veste, ou com recinto protetor, no júbilo da salvação (v. 7)

Conselho de amigo 8. Eu te farei sábio, eu te indicarei o caminho a seguir; / com os olhos sobre ti / te darei conselho: 9. Não sejas como o cavalo ou o jumento, sem inteligência: / se não os domares com freio e rédea, de ti não se aproximam. Não guardando para si a experiência feita, o salmista se torna agora conselheiro. A quem o ouve, ou o lê, promete fazê-lo “sábio”, não no sentido de “erudito”, mas no de quem “sabe fazer as coisas” segundo Deus. Por isso, fixando nele os olhos, dá-lhe “conselho”, indicando-lhe o “caminho”, isto é, a conduta a seguir. Nós, cristãos, lendo essas palavras, não podemos deixar de lembrar-nos dAquele que não só “indica” o caminho, mas é o Caminho, a Verdade, a Vida (cf Jo 14,6). O conselho, por sinal, é muito simples: não ser como os animais irracionais, que só entendem a linguagem do freio e do cabresto. Infelizmente, quantas vezes, é só a linguagem

Faça como Inês Weber Francisco, Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.br

da provação, do sofrimento, do fracasso, que nos faz entender.

Justos e injustos 10. Serão muitas as dores do ímpio, / mas a graça envolve quem confia no Senhor. 11. Alegrai-vos no Senhor, e exultai, ó justos; / jubilai, vós todos, / os de reto coração. A conclusão opõe justos e injustos. Os justos sabem pedir perdão, e por isso a graça os envolve (v. 10). Os injustos não o sabem, e por isso sofrerão muitas dores, como as que vimos acima: ossos que se consomem, mão pesada do Senhor, vigor que se esvai, arrastados pelas enchentes, estupidez como a dos irracionais... Notar que o justo também peca, como o injusto. A diferença é esta: o primeiro sabe pedir perdão e é feliz; o segundo não pede perdão, vive em pecado, e paga o preço da sua insensatez.

Ser perdoado, e perdoar Uma das grandes novidades do Evangelho, não expressa no salmo, é o ensinamento constante de Jesus sobre a necessidade de perdoar-nos. Não só pedir perdão a Deus, mas pedi-lo, e dá-lo, aos nossos irmãos e irmãs. Tanto assim, que Ele “amarrou-nos” à sua lógica ao ensinar-nos a orar, no Painosso: Perdoai-nos... assim como nós perdoamos... (Mt 6,:12) E insistiu: Se não perdoardes aos outros, também vosso Pai não perdoará as vossas faltas (Mt 6,15). É sabido, na nossa convivência diária, a começar da família, quão necessária, mesmo se difícil, é a prática do perdão. Que este salmo, da “alegria do perdão”, nos ajude a viver, diariamente, a alegria de perdoar e de ser perdoado. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Que significam as duas bem-aventuranças do início deste salmo? 2) Quais as consequências da demora em reconhecer o pecado? 3) Qual a relação entre a confissão e o perdão? Que é “pecado”? 4) Qual o sentido do sacramento da confissão, ou seja, da reconciliação? 5) Você percebe que, sem perdão, não há paz? Por que é preciso perdoar?


Jornal da Arquidiocese

Juventude 7

Outubro 2009

Tudo pronto para o DNJ 2009 Expectativa é reunir jovens de toda a Arquidiocese no maior encontro de jovens católicos Divulgação/JA

O Dia Nacional da Juventude está chegando! Estamos todos ansiosos esperando a chegada do dia 25 de outubro, quando, a partir das 8 horas da manhã, jovens vindos de todos os municípios desta nossa grande arquidiocese se encontrarão e juntos terão um dia inesquecível. A organização do Dia Nacional da Juventude está te esperando com muita música, esportes, jogos, brinquedos, oração e debates. Vamos encontrar-nos no Colégio Catarinense, na Rua Esteves Júnior, 711, em Florianópolis, a partir das 8 horas.

A Redução da Maioridade Penal A redução não soluciona o problema da violência e penaliza os mais pobres

“Espero que seja um dia em que a juventude possa ser ouvida. Que a amizade, o respeito e a paz sejam palavras e gestos presentes no DNJ 2009. Com certeza este evento tem tudo para ser o melhor de todos os anos!” Jean Ricardo, Paróquia Dom Joaquim, Garopaba. Mensagem enviada pelo twitter (www.twitter.com/jeanricardo11)

“Nesse dia espero me divertir e ao mesmo tempo estar com pessoas que busquem os mesmos princípios que eu. Abraço a todos”. Angélica Bonomini, Paróquia São Judas Tadeu, Brusque Mensagem enviada pelo orkut

“Acredito que o DNJ será uma experiência marcante, um momento de encontro, celebração de "Nosso jeito de Ser, Crer e Viver" e discussão temática de todas as tribos

Batendo um papo sobre...

Cartaz do DNJ deste ano com as principais atrações em juventude. Mobilize sua galera, chame o seu grupo, reúna os amigos, e vamos todos nos encontrar dia 25 de outubro a partir das 8 horas. Um forte abraço!” João Sartori, Paróquia Sagrados Corações, Barreiros Mensagem enviada pelo orkut

“A proposta da Banda AUJ para o DNJ 2009 é estar com alegria, fé e muita animação, junto de todos os jovens que lá estarão

e mostrar o quanto é bom ser jovem de Deus! Nossa! Queremos fazer novas amizades, trocar experiências, nos divertir, enfim, viver intensamente este dia e todos os momentos que acontecerão! Você não pode ficar de fora! Venha conosco no dia 25 de outubro sentir a alegria de ser AUJ Amigos Unidos por Jesus!” Banda Amigos Unidos por Jesus Mensagem enviada pelo e-mail (julmala@hotmail.com)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma carta em que reafirma a posição da Igreja contrária à proposta de redução da maioridade penal. Os bispos entendem que a simples redução da maioridade penal não soluciona o problema da violência e consideram que a proposta “violenta e penaliza ainda mais os adolescentes, sobretudo os mais pobres, negros e moradores de periferias”. “Importa ir a suas verdadeiras causas, que se encontram, sobretudo, na desagregação familiar, na falta de oportunidades, nas desigualdades sociais, na insuficiência de políticas públicas sociais, na perda dos valores éticos e religiosos, na banalização da vida e no recrutamento feito pelo narcotráfico”, enfatiza a nota. Segundo o bispo auxiliar de São Paulo e presidente da Comissão das pastorais sociais, dom Pedro Luiz Stringhini, apenas 0,14% dos 24 milhões de

crianças, jovens e adolescentes no Brasil se envolve em algum tipo de crime. Dom Pedro também criticou o sistema prisional brasileiro que, para ele, está “falido”. “O sistema hoje, ao invés de reeducar, transforma os jovens, muitas vezes induzidos por adultos, em criminosos potencialmente perigosos”. “Queremos a reforma prisional, como foi feita no estado de São Paulo, por exemplo, com a destituição da FEBEM e a criação da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA). Assim entendemos que os jovens infratores terão uma oportunidade de tornarem-se adultos trabalhadores, pais de família conscientes de seu papel na sociedade, totalmente integrados à atual situação social em que vivemos”, argumentou. Matéria retirada do Site da PJ de Maringá www.pjmaringa.com.br

Juventude em ação Divulgação/JA

Participação social no grupo de jovens No dia 13 de setembro aconteceu o II Encontro de Coordenadores da Juventude, onde participaram jovens de inúmeras paróquias de nossa arquidiocese, em um dia de formação, partilha e definições. O tema abordado neste II Encontro de Coordenadores foi a “dimensão social da igreja e do grupo de jovens”. Em um primeiro momento, o Pe. Alceoni Berkenbrock trabalhou o tema com base no texto de Mateus 19, 16-22: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá o dinheiro aos pobres...”. Trouxe a

passagem bíblica para os dias de hoje e o significado de vender os bens, como partilha, solidariedade, responsabilidade social. No segundo momento, os jovens se reuniram em pequenos grupos e debateram o que tem sido feito pelos grupos de jovens e como pode ser mais bem trabalhado, para se atingirem os objetivos esperados. Pode-se perceber que os grupos vêm trabalhando muito através de doações de cestas básicas, visitas a orfanatos e asilos, participação efetiva nas ações sociais, trabalho

contra drogas e álcool. Pe. Alceoni concluiu motivando que “podemos fazer pouco ou achar que não fazemos nada. Mas pelo menos estamos fazendo. Devemos fazer devagar e buscar entender o que estamos fazendo”. Para trabalhar melhor este tema no seu grupo de jovens, a Pastoral da Juventude indica o livro “Como desenvolver a participação social no grupo de jovens”, da editora CCJ. Entre em contato conosco e podemos passar materiais sobre a temática.

Participantes do II Encontro de Coordenadores da Juventude


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Ações Sociais

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Jornal da Arquidiocese

Encontro reuniu agentes da Pastoral da Saúde Realizado em Florianópolis, evento reuniu 90 agentes de 12 grupos da Pastoral na Arquidiocese Foto JA

A Pastoral da Saúde realizou, no dia 26 de setembro, na Paróquia São João Batista e Santa Luzia, em Capoeiras, Florianópolis, o seu encontro Arquidiocesano. O evento reuniu 90 agentes de 12 grupos da Pastoral. Durante o dia, os participantes trabalharam as três dimensões da Pastoral: comunitária, solidaria e político-institucional. Pela manhã, eles contaram com duas assessorias: Elsita Andrade, Conselheira de Saúde de Garopaba, falou sobre Políticas Públicas e Controle Social. Em seguida, Tânia Mendes Nunes, extensionista social da EPAGRI, falou sobre a utilização das plantas na alimentação. À tarde, após o almoço, houve a troca de experiências entre os grupos. Cada um deles falou sobre as novidades em suas experiências com as plantas medicinais, e trocaram receitas. “O encontro é importante por

Durante o encontro, que é realizado uma vez ao ano, os participantes trabalharam as três dimensões da Pastoral da Saúde reunir todos os agentes da Pastoral da Saúde da Arquidiocese e por ser uma oportunidade de formação”, disse Jaci Helena Perotoni,

membro da equipe executiva da Pastoral da Saúde da Arquidiocese e uma das organizadoras do evento.

Ações Sociais participam de Oficina de Sustentabilidade e Captação de Recursos à sua gestão, onde a entidade deve dominar diversas ferramentas de gestão, tais como: planejamento, comunicação, gestão de pessoal e de voluntários, transparência, divulgação, para ser eficaz na captação de recursos.

O curso foi avaliado positivamente pelos participantes, com a sugestão de ter continuidade, com aumento da carga horária, e de relacionar a teoria do curso com a prática de elaboração de projetos sociais.

Diante da necessidade de adequação dos trabalhos desenvolvidos pelas entidades de assistência social, a partir dos preceitos da Política Nacional da Assistência Social (PNAS) e do Sistema Único da Assistência Social, a Ação Social Arquidiocesana (ASA) está desenvolvendo cursos de formação nos municípiospolos da Arquidiocese. Neste processo de formação estão envolvidas mais de 100 lideranças das Ações Sociais Paroquiais. O Poder Público Municipal, juntamente com as Entidades de Assistência Social, a partir do SUAS, passa a compor a rede socio-assistencial de prestação de serviços de proteção social, como sujeitos ativos na concretização da política. No decorrer das etapas dos cursos, evidenciou-se a necessidade de oportunizar esta formação aos padres da Arquidiocese, sendo que a grande maioria das ações sociais são presididas por eles. Desta forma, no dia 24 de setembro de 2009, foi realizado o encontro de Formação sobre a

Política Nacional de Assistência Social para os párocos e vigários da Arquidiocese. O encontro aconteceu na Paróquia de Santo Antônio, em Campinas - São José, no período vespertino, onde estiveram presentes 38 representantes das paróquias. O curso foi assessorado pela Dra Dalila Maria Pedrini, que enfocou a contextualização, o processo histórico que marcou um novo sistema de gestão políticoadministrativo da esfera das políticas públicas, assumindo o compromisso com o reordenamento das ações sociais em relação à PNAS e à Resolução 191. Segundo a assessora, houve ótimo envolvimento dos padres no debate e surgiram diversos indicativos de reorganização dos trabalhos das ações sociais, seguindo as orientações da política. No final do encontro foram feitas diversas propostas de ações para maior qualificação dos trabalhos, que serão debatidas no encontro de avaliação e planejamento da ASA, realizado em 17 de novembro. Divulgação/JA

O Curso aconteceu na Paróquia São João Evangelista em Biguaçu, no dia 15 de setembro de 2009, com a presença de 39 pessoas de diversas ações sociais paroquiais da Arquidiocese. O objetivo do curso foi o de dinamizar os trabalhos sociais das paróquias da Arquidiocese de Florianópolis a partir de projetos sociais e captação de recursos, além de orientar sobre as fontes de financiamentos existentes, motivando ações sociais e elaboração de projetos. A assessora do curso foi a Professora Juliana Gligori, que atua na UFSC na parte de captação de recursos. Ela motivou os participantes a perceberem que a captação de recursos de uma entidade social está inteiramente ligada

ASA promove formação para os padres da Arquidiocese

Feira da Semana da Solidariedade A Ação Social Arquidiocesana - ASA está com as inscrições abertas para grupos, ações sociais e projetos sociais que queiram participar da Feira da Semana da Solidariedade, que acontecerá nos dias 19 e 20 de novembro no Largo da Alfândega Centro - Florianópolis. Haverá três possibilidades de participação: grupos de geração de tra-

balho e renda, para comercializarem seus produtos; grupos para apresentações artístico-culturais; Ações Sociais Paroquiais que queiram realizar mostras dos seus trabalhos. As inscrições estarão abertas até o dia 23 de outubro diretamente na ASA. Maiores informações pelo Fone: (48) 3224 8776 ou pelo e-mail: asa@arquifln.org.br.

Encontro reuniu padres que representaram 38 paróquias


Jornal da Arquidiocese

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FAS melhora a vida dos cegos Através do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade, foram adquiridos equipamentos para a Fisioterapia ca de 40 pessoas serão beneficiadas com o serviço. No futuro, a intenção é estender a todos os associados que possam vir a necessitar de tal serviço. Atualmente o trabalho, que existe há alguns anos, é realizado em parceria com a Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Antes os alunos eram encaminhados ou tinham que se deslocar até a universidade. “Há três anos, através de alunos voluntários, o trabalho passou a ser realizado na Associação”, disse Marcilene Aparecida Ghisi Chaves, coordenadora pedagógica das áreas de habilitação e reabilitação.

Qualidade de Vida Graziela Morgana Silva Tavares é estudante de Mestrado da UDESC e desenvolve sua dissertação em Ciências do Movimento Humano. Sua tese está sendo realizada junto com o trabalho voluntário que realiza na ACIC. No último ano, quatro alunos receberam o tratamento. Neste semestre, ela está avaliando e realizará o trabalho fisioterápico em 11 alunos. Cada um deles terá pelo menos oito sessões de 40 minutos a uma hora cada.

Foto JA

“Promover a cidadania e a inclusão social da pessoa cega e de baixa visão, contribuindo para sua efetiva participação na sociedade”. Esta é a missão da Associação Catarinense para Integração do Cego (ACIC), que há 32 anos atende as pessoas com deficiência visual. Criada em 18 de junho de 1977, a entidade realiza trabalhos de habilitação, reabilitação e profissionalização de pessoas cegas, de baixa visão, ou com deficiências associadas. Tem em seu quadro mais de 700 associados, e atualmente 164 alunos em processo de reabilitação, de 0 anos à 3ª idade. A ACIC foi uma das entidades beneficiadas com os recursos do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade - FAS. É a terceira vez que ela recebe os recursos. Na primeira, ganhou um software que verbaliza as informações do computador, para que os cegos possam acessá-lo. Na segunda, uma impressora braile. Esta instituição entrou com um projeto no valor de R$ 4.985,25 para aquisição de equipamentos para a sala de fisioterapia. No primeiro momento, cer-

Associada da ACIC recebe o atendimento da voluntária na sala da fisioterapia. Ela é uma das 11 beneficiadas pelo trabalho neste ano “Verificamos a postura, equilíbrio e a caminhada de cada um deles, e buscamos melhorar com as sessões de fisioterapia”, disse. Segundo ela, muitos deles, por não verem, mantêm a cabeça abaixada, e tomam essa sua postura como forma de se proteger da batida de objetos. Com o tempo, essa posição provoca problemas nas articulações e na coluna vertebral, o que costuma provocar dores. “As sessões vão melhorar a qualidade de vida deles”, promete Graziela.

Uma das beneficiadas com a fisioterapia é Lourdes de Fátima Alves Bueno. Em sua primeira sessão, já sentiu o quanto de benefícios isso trará em sua vida. "Espero que a fisioterapia acabe com as minhas dores nas costas", disse ela, que no passado teve sessões de fisioterapia, mas teve que interromper. Mais informações sobre a ACIC, no site www.acic.org.br ou pelo telefone (48) 3238-0169.

Congresso Nacional reúne Movimento de Irmãos A Arquidiocese de Florianópolis sediará, nos dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro, o VIII Congresso Nacional do Movimento de Irmãos - CONAMI. O encontro será realizado no Centro de Eventos, em Itajaí, berço do Movimento em Santa Catarina. Realizado a cada três anos, nesta edição ele terá como tema: “Discípulos e Missionários de Jesus Luz do Mundo!”, e como lema: “Alegrai-vos sempre no Senhor!” O CONAMI contará com a presença de nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, Supervisor Geral do

Movimento de Irmãos e do VIII CONAMI. A expectativa da organização é reunir 498 casais e 28 viúvos(as), encontristas de 112 paróquias, 63 municípios, 21 áreas de sete dioceses/arquidioceses do Sul do País, além da presença significativa de representantes do clero, somando em torno de 50 diáconos, presbíteros, bispos e arcebispos. Na abertura, os participantes contarão com a mensagem teológica de Dom Murilo explicitando o tema: Pedro e Paulo - Colunas da Igreja. Em seguida, seguirão em

Procissão Luminosa até a paróquia Santíssimo Sacramento, onde será realizado o Lucernário. Durante todo o VIII CONAMI, o Santíssimo Sacramento ficará em exposição na Capela de Adoração, instalada em ambiente liturgicamente preparado no próprio local do evento, sob vigília permanente, tendo como guardiãos os membros da secular Irmandade do Santíssimo Sacramento da própria paróquia, muitos deles encontristas do Movimento de Irmãos. O VIII CONAMI culminará com a Celebração Eucarística, às

11h30 do domingo, presidida por Dom Pedro Antônio Marcheti Fedalto, Arcebispo Emérito de Curitiba, contemporâneo de Monsenhor Bernardo, fundador do Movimento de Irmãos naquela Arquidiocese, com a presença de Dom Murilo, além de outros bispos, padres e diáconos de diversas Dioceses especialmente convidados. Mais informações pelos fones (48) 3243-3287 ou 9971-9325, ou pelo e-mail ozildojp@ terra.com.br.

Formação para os Ministros da Palavra Dando continuidade ao programa de estudos de aprofundamento para Ministros e Ministras da Palavra da Arquidiocese de Florianópolis, a Escola de Ministérios da Arquidiocese EMAR, promoveu nos meses de agosto e setembro encontros nas Comarcas de Tijucas, Santo Amaro e São José. Assessorados por Silvia Togneri, os momentos de formação basearam-se no livro “A comunicação pela Homilia”, da CNBB. Nos encontros o livro foi estudado, refletido e discutido à luz da realidade dos participantes. Um destaque dado aos encontros das Comarcas de Tijucas, no dia 15/08/09, em Nova Trento, e ao da Comarca de Santo Amaro, no dia 12/09/09, em Angelina, foi a participação também de Ministros e Ministras Extraordinários da Sagrada Comunhão. “Esta experiência foi muito gratificante e importante para o desempenho das atividades destes ministérios, uma vez que muitas vezes ambos exercem a mesma função na presidência das Celebrações da Palavra em suas comunidades”, disse Silvia. O encontro da Comarca de São José contou também com a participação de alunos da EMAR que estão se preparando para o exercício do Ministério da Palavra. Uma constatação a cada encontro é a resposta positiva dada pelos participantes em agradecerem pela formação oferecida e por sentirem-se valorizados no desempenho de suas atividades. Os próximos encontros serão na Comarca de Biguaçu, no dia 03/10/09, na Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, e na Comarca da Ilha, no dia 17/10/09, na Igreja São Judas Tadeu, da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus.


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Paróquia

Outubro 2009

Jornal da Arquidiocese

Catedral, Igreja-Mãe da Arquidiocese A Igreja-Mãe da Arquidiocese foi restaurada e está bonita, mas tem alguns desafios pastorais. Desde a edição de junho de 2003, o Jornal da Arquidiocese vem dedicando uma página a uma das paróquias da Arquidiocese. A intenção é mostrar a riqueza do trabalho pastoral e da História das nossas igrejas. Foram 67 paróquias que tiveram uma página inteiramente sua. Nesta edição, publicamos a última matéria de paróquia. E para fechar com chave de ouro deixamos por último a nossa Igreja-Mãe: a Paróquia de Nossa Senhora do Desterro (Catedral). No coração da Capital Catarinense está a paróquia Nossa Senhora do Desterro, mais conhecida como Catedral. Por ser uma paróquia de centro, sua vida gira em torno do horário comercial. As celebrações diárias são realizadas em horários que favoreçam a participação das pessoas que vêm ao centro para estudar ou trabalhar: às 6h30, 12h15 e 18h15. Durante as celebrações, um padre fica à disposição para atender a confissões. Na igreja Matriz são cinco padres, mas outros cinco ajudam atendendo as capelas. O trabalho conta ainda com o auxílio de um diácono. Por trás da beleza da igreja recém-restaurada há os desafios de uma paróquia do Centro. Na constatação do Pe. Francisco de Assis Wloch, o pároco, os três dos principais são: falta de unidade entre as comunidades; lideranças que não moram na paróquia; e ter mais frequentadores que paroquianos. A Catedral conta com 12 comunidades. Dessas, cinco são de irmandades, com um padre capelão, que responde pelo serviço sacramental, mas não pastoral. As irmandades têm vida própria e não se integram, nem participam da vida paroquial. A maior parte das lideranças

Movimento e é atendida. Pastoral do Batismo: Todos os domingos, após a missa das 9h30, a Catedral realiza batizados. Há uma média de 40 batizados por mês. Os pais e padrinhos devem participar de dois encontros de formação, realizados mensalmente nas últimas segundas e terças-feiras do mês, à noite, por membros do Movimento de Irmãos. Participam mais de 100 pessoas, a maioria de outras comunidades.

Localizada no cento da Capital, com mais comércios e centros administrativo que residências, Catedral tem mais frequentadores que paroquianos pertence a outras paróquias de Florianópolis e até de outros municípios. “São pessoas que participam aqui, porque a história familiar os liga à Catedral. Os pais ou avós moravam aqui, mas se mudaram para outros locais por conta da especulação imobiliária”, disse Pe. Chico. Por ser uma igreja de Centro, onde há mais comércio e espaços administrativos do que residenciais, a Catedral tem poucos paroquianos. A maioria das pessoas que participam das celebrações são frequentadores. Por ser uma igreja histórica e muito bela, a Catedral é bastante visitada por turistas de diferentes regiões do país. Sabendo disso, foi criada a linha de ação: acolher com paixão, isto é, com afeto e carinho; e atender com compaixão, misericordiosamente, com compreensão. Esta linha de ação é adotada pelos funcionários que trabalham na Catedral e chega às lideranças que atuam nos trabalhos pastorais.

Pastorais, movimentos e serviços A Catedral conta com 30 pastorais, movimentos e serviços existentes na Igreja Matriz. Com as comunidades, os trabalhos chegam a 100. Na Matriz, destacam-se: Movimento de Irmãos: Conta atualmente com 40 casais que se reúnem quinzenalmente, intercalando reuniões de formação e de serviço. Um dia no mês eles distribuem o sopão a moradores de rua. Também são divididos em subgrupos, que formam Grupos Bíblicos em Família, com encontros semanais. O Movimento é responsável pela Pastoral do Batismo, e está inserido em outros trabalhos na Paróquia. “São pau pra toda obra. Sempre que precisamos de alguém, é o Movimento de Irmãos que vem em nosso socorro”, disse Pe. Chico. Segundo ele, a Catedral tem muitas atividades extras e não previstas. Nesses casos sempre recorre ao

Movimento Pólen - É um Movimento de espiritualidade e evangelização. Surgiu a partir de um retiro espiritual de adolescentes e jovens em 1971. Nesses 38 anos passou por muitas transformações. No processo de formação conta atualmente com 8 comunidades de casais com 64 casais e 9 comunidades com cerca de 50 jovens. Prepara atualmente o 52º Retiro Básico, para jovens de 15 a 21 anos que se realizará na Casa de Retiros no Morro das Pedras, nos dias 16, 17 e 18 de outubro. Além da ação evangelizadora no meio em que cada um vive, sempre houve a participação na vida paroquial como missas jovens, catecumenato crismal e eventos. Coral Santa Cecília - Fundado em 1950, é um dos mais antigos do Estado. Acredita-se que, antes disso, a Catedral já tenha tido outros grupos corais, mas não há registros. O Coral tem o objetivo de solenizar as celebrações litúrgicas na Catedral, sobretudo as solenes. De 1953 a 1973, a regência do Coral ficou a cargo de Pe. Agostinho Staehelin. De 1973 até hoje, o Coral tem como regente o Pe. Ney Brasil Pereira. Alguns dos membros fundadores continuam ainda hoje no Coral, quase 60 anos depois.

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Ação Social evita assistencialismo Embora alguns trabalhos sociais realizados na Catedral já sejam centenários, a Ação Social e Cultural da Catedral foi criada apenas em março de 1994. Há muitos trabalhos realizados na área de abrangência da Catedral, mas apenas cinco se denominam Obra Social da Catedral, e apenas dois ocupam espaços da igreja. Os trabalhos sociais ligados à Catedral são: Damas de Caridade; Associação das Vicentinas - confeccionam acolchoados e arrecadam roupas e as doam uma vez ao mês; Associação de Proteção ao Berço confeccionam enxovais para recém-nascidos; Associação Santa Zita - acolhe e hospeda empregadas domésticas. São entidades muito antigas, com autonomia jurídica, diretoria e estatuto próprios, que atendem pessoas da mais tenra idade aos mais idosos.

A Ação Social e Cultural da Catedral é especialmente atendida por Maria Inês Clasen, sua vice-presidente e Assistente Social aposentada. Duas vezes por semana, às quartas e quintas-feiras, das 13h30 às 17h, ela atende as pessoas que buscam ajuda, verifica a necessidade e, quando comprovada a carência, concede o benefício. São mais de 100 atendimentos ao mês. As solicitações vão desde medicamentos com receita, auxílio para transporte local a fotos para documentos. Também há muitas solicitações de cestas básicas. “Como metade dos atendimentos são para pessoas fora da Catedral, procuramos encaminhar as solicitações de cestas básicas para a paróquia de origem, onde a pessoa poderá ser acompanhada. Não queremos ser meramente assistencialistas”, disse Maria Inês. O

HISTÓRIA - O povoamento da Ilha de Santa Catarina, como foi batizada pelos primeiros desbravadores, em 1526, começou em 1673. Em 1679, Francisco Dias Velho erigiu uma igreja em honra de N.Sra. do Desterro, no centro onde hoje é a Praça XV de Novembro. Em 05 de março de 1712, foi criada a paróquia N.Sra do Desterro. Já antes, Padres Jesuítas, Franciscanos e Carmelitas prestavam assistência religiosa aos moradores da Ilha. Aos 23 de março de 1726, a povoação foi elevada à categoria de Município. Em 1748, uma provisão expedida ao Brigadeiro José da Silva Paes mandava levantar um edifício para servir de Igreja Matriz da Paróquia. A pedra fundamental foi lançada em 1753 e a inauguração deu-se em 1773. Em 1º de outubro de 1894, no primeiro governo de Hercílio Luz, Desterro passou a chamar-se Florianópolis, em homenagem ao presidente da república Floriano Peixoto. Em 30 de maio de 1902, foi bento o grupo de imagens Fuga para o Egito. Em 19 de julho de 1908, com a criação da diocese de Florianópolis, a igreja matriz foi elevada à condição de Catedral. Em 1922 foram bentos os sinos encomendados da Alemanha por Dom Joaquim Domingues de Oliveira, o maior conjunto de sinos da América Latina.

Voluntárias da Obra do Berço confeccionam enxovais para recém-nascidos serviço ainda oferece cursos de trabalhos manuais, assistência jurídica e palestras educativas. A Ação Social é ainda a responsável pela captação de recursos para as obras de restauração da

Catedral. Através dela foram recebidos os produtos da Receita Federal e realizados os bazares. Também é através dela que foram recebidas as doações do Governo do Estado e da Prefeitura.

Reformas e restaurações Ao longo dos seus quase 250 anos de construção, a Catedral já passou por várias reformas e restaurações. A primeira, e mais significativa, foi realizada em 1922, quando recebeu uma ampla reforma e ampliação, ganhando as duas torres e o transepto. Outra reforma foi realizada em 1975, quando foram cobertas as pinturas internas da igreja, e ela voltou a ter as cores originais. Em 1995, quando já era tombada pelo Patrimônio Artístico e Cultural, passou por um restauração interna. Cinco anos depois, foi inaugurada a restauração externa. Em 2005, após constatados vários problemas estruturais na igreja, que culminaram com a sua interdição, teve início uma profunda restauração. O trabalho na igreja foi concluído este ano, mas continua no Complexo Catedral. 300 anos de paróquia Em pouco mais de três anos, nossa paróquia Nossa Senhora do Desterro, criada no dia 05 de março de 1712, estará celebrando 300 anos de criação. Para celebrar a data, a partir de janeiro, quando o informativo semanal da Catedral chega ao número 300, serão criados eventos em preparação ao tricentenário.


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GBF 11

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Encontros Comarcais

Duas Comarcas realizam encontros dos GBF Estreito e Biguaçu foram as Comarcas que reuniram suas lideranças para celebrar a caminhada

Mais de 120 lideranças dos GBFs estiveram reunidas na Paróquia São Judas Tadeu para celebrar a caminhada na Comarca do Estreito Jesus. Queremos agradecer a visita de nossos párocos, da coordenadora Margarete e de sua equipe auxiliadora que nos promoveu uma tarde agradável. Após a Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Eugênio Kinceski, voltamos para nossas comunidades entusiasmados e confiantes, a fim de continuarmos nossa missão de Igreja seguidora de Jesus Cristo.

COMARCA DE BIGUAÇÚ No domingo, dia 20 de setembro, aconteceu o Encontro Comarcal dos GBF da Comarca de Biguaçu. A Paróquia São João Evangelista acolheu-nos com entusiasmo e alegria. O encontro iniciou com a Celebração Eucarística junto à comunidade, presidida pelo Pe. José Luiz, e com a participação representativa das paróquias de mais de 200 animadores e animadoras e membros dos GBF. A Equipe de coordenação comarcal e da paróquia organizaram muito bem o encontro, convidando para assessoria a Ir. Luzia Pereira, a qual conduziu muito bem o encontro e nos falou com entusiasmo, com o coração ardendo pela Palavra de

Deus. A reflexão do texto bíblico inspirador do Ano Catequético, a experiência dos Discípulos de Emaús (Lc 24, 32-35), aponta para a dimensão da experiência do encontro com Jesus Cristo: mostranos a metodologia pedagógica e catequética de Jesus com os Discípulos de Emaús e também conosco, animadores(as) dos GBF, quando nos abrimos para acolhêlo em nossa vida e em nossa caminhada. Nos GBF acontece a catequese permanente com adultos de forma diferenciada e baseada nos passos do texto bíblico inspirador (Lc 24, 32-35), que leva as pessoas a alimentarem sua fé em Jesus Cristo, assumindo o compromisso do Batismo, como cristãos e cristãs a serviço dos irmãos e irmãs, testemunhando os ensinamentos de Jesus Cristo na missão que ele nos confiou. Foi um dia alegre, animado e muito produtivo, que nos entusiasmou e nos fortaleceu, para continuarmos assumindo o compromisso de anunciar o amor libertador de Jesus, dando continuidade à sua missão com a certeza de que Ele caminha conosco.

A história do Grupo Bíblico em Família na Vila Reitz Na década de 1960, as famílias da Paróquia de São Pedro de Alcântara reuniam-se nos Grupos de Reflexão para celebrar e rezar as novenas de Natal e depois também no Tempo da Quaresma. Os Grupos de Reflexão continuaram encontrandose durante todo o ano, conforme as orientações da Arquidiocese de Florianópolis. Atualmente, como Grupos Bíblicos em Família, acompanham todos os Tempos Litúrgicos, usando o livreto elaborado pela Equipe de Redação da Arquidiocese. Em setembro de 2008, a Paróquia de São Pedro de Alcântara enviou cinco representantes da Paróquia, membros do grupo Vila Reitz, e de outro grupo, para o Encontro Interdiocesano, atividade do Regional Sul4, em Tubarão. A participação naquela grande Concentração de GBF em nível Regional reavivou e motivou o propósito de continuarmos a caminhada da Igreja nas casas com novo ardor. O trabalho na comunidade se

desenvolveu na busca das famílias que estavam afastadas dos grupos e da Igreja, focando nas crianças e jovens, e hoje tem a alegria de contar com 20 famílias, das 31 que moram na área de abrangência do Grupo. A participação no Interdiocesano foi mais uma forma de fortalecer o compromisso da pessoa com a comunidade, com os excluídos e afastados de Deus. Hoje, a preocupação é despertar novas lideranças. O trabalho missionário é empenhar-se mais no compromisso social, em prol de uma sociedade mais justa e solidária, na busca da inclusão social, assim como nos primór-dios da Igreja cristã (Atos 2, 42). Os membros do grupo continuam firmes na fé e no compromisso de promover a união nas famílias e nas vizinhanças, contribuindo na organização da vida de comunidade e de Igreja na transformação da sociedade. Fernando Santana, coordenador do grupo Divulgação/JA

A Comarca do Estreito realizou na tarde de 19 de setembro o Encontro Comarcal dos GBF. Todos e todas foram bem acolhidos na paróquia São Judas Tadeu (Barreiros) por uma equipe de animadores (as) da paróquia Nossa Senhora da Glória (Balneário Estreito). O Encontro foi organizado pela coordenação comarcal, com a contribuição de todas as paróquias que, com alegria e compromisso, se empenharam nas tarefas e na participação dos membros e animadores(as) dos GBF, que somaram mais de 120 pessoas. Foi uma tarde de sol bem animada, em que o Pe. Alcione, com simplicidade e sabedoria, nos conduziu a uma reflexão sobre a importância dos GBF e a nossa missão na igreja e na comunidade, enquanto animadores(as) dos pequenos grupos. Pe. Alceoni nos fez ver a importância de sermos uma Igreja acolhedora, ("Eis que estou à porta e bato"), de sermos Igreja doméstica, que caminha em comunhão com toda a comunidade eclesial e que tem como modelo de unidade a Santíssima Trindade. Uma Igreja comunidade (Atos 2, 42), que reflete a realidade das famílias, do povo, nas diversas necessidades e desafios que se encontram no dia-a-dia. Uma Igreja que serve Jesus, que mostra seu amor e sua ação com gestos de acolhida, solidariedade, entre-ajuda, amizade, caridade, enfim tantos outros serviços. Uma Igreja que promove a vida em todas as situações e dimensões, respeitando a dignidade dos irmãos e irmãs e de toda a Criação divina. Foi uma tarde de encontro que nos fortaleceu e animou nossa caminhada de Igreja nas casas, como discípulos e missionários de

Divulgação/JA

COMARCA DO ESTREITO

Participantes do GBF na Vila Reitz, em São Pedro de Alcântara

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Artigos

Outubro 2009

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Centenário

Monsenhor Dr. Gercino de Santana e Oliveira

Em Goiás e Uberaba Sentindo-se com “direitos” sobre o afilhado Pe. Gercino, Dom Eduardo quis levá-lo consigo para Goiás. Durante audiência com o Papa Leão XIII, levou-o consigo e fez o pedido, ao que o Papa logo aquiesceu: “Quero que acompanhe o Bispo a Goiás”. E assim foi. Retornando ao Brasil, Pe. Gercino foi Secretário da Diocese de Goiás de 1891 a 1901. Monarquis-

ta, e devido à amizade com Dom Pedro II, Dom Eduardo sofreu em Goiás, tendo o Comandante militar local ocupado e desapropriado o Seminário diocesano. Sabendo que podia residir em qualquer cidade da diocese, Dom Eduardo iniciou uma viagem de 34 dias até Uberaba, onde chegou triunfalmente em 10 de agosto de 1896. Ali, além de Secretário, Pe. Gercino foi nomeado Vice-reitor e professor do Seminário. A diocese de Goiás se estendia até a Diocese de Mariana, com 94 paróquias, 54 sem padre. Em 29 de setembro de 1907 foi criada a Diocese de Uberaba, e Dom Eduardo eleito seu primeiro bispo.

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Nasceu em Florianópolis em 07 de fevereiro de 1868, filho do Major do Exército Cândido Francisco de Santana e Oliveira e de Infância Cândida Oliveira. Seu padrinho de batismo foi o ilhéu Pe. Eduardo Duarte Silva, futuro bispo de Goiás e Uberaba. Dom Manoel Araújo de Monte Alegre, bispo do Rio de Janeiro, deixara em testamento uma verba para custear os estudos de quatro seminaristas em Roma. Aproveitando a oportunidade, Pe. Eduardo encaminhou seu afilhado Gercino para Roma, onde concluiu os Cursos de Filosofia, Teologia e Direito Canônico, com doutorado em Teologia e Filosofia e Mestrado em Direito Canônico na Universidade Gregoriana, entre 1879 e 1890. Ordenado presbítero em Roma em 20 de dezembro de 1890, ali permaneceu para completar os estudos. Em 1890, Pe. Eduardo viajou para Roma a fim de participar da ordenação episcopal de Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, que fora eleito bispo de Goiás. Ordenado em 27 de setembro de 1890, ainda em Roma renunciou à sede de Goiás, por achála muito retirada. Então o papa Leão XIII aproveitou a presença do Pe. Eduardo e o nomeou Bispo de Goiás, ordenado em 22 de janeiro de 1891. Foi o primeiro catarinense eleito bispo.

neroso sacerdote, o Pe. Gercino. Será um “brasileiro” no meio de alemães, e conquistará a todos, a começar pelas autoridades civis. Pe. Gercino, porém, era homem de Igreja, não de grupos. Quando, em 25 de fevereiro de 1919, foi-lhe comunicada ordem de fechamento da Escola Paroquial de São Bento do Sul (dirigida desde 1909 pelas Irmãs da Divina Providência), pois se julgava falta de patriotismo haver ali mais matrículas do que nas Escolas Reunidas, logo protestou junto a Dom Joaquim e ao Governador Dr. Hercílio Luz. Também em Joinville, numa ausência de Pe. Gercino, Dr. José Boiteux fez o possível para prejudicar o Colégio Paroquial, dirigido pelas mesmas Irmãs desde 1909. Motivo: tinha mais matrículas do que a Escola Pública. Assim, determinou que, enquanto as matrículas da Escola pública não estivessem completas, o Colégio paroquial não poderia receber novas. Isso era inconstitucional, e as Escolas readquiriram a liberdade de ação. O próprio Juiz de Direito, Dr. Heráclito Ribeiro, tinha três filhos matriculados no Colégio católico. Logo se percebe que as autoridades passam a respeitar o Padre Doutor e a temer sua capacidade de arregimentar o povo em torno de uma causa. Prova de seu prestígio: entre 1919 e 1921 foi 2º substituto Superintendente Municipal (prefeito) em Exercício do município de Joinville. Foi por insistência do Prefeito Abdon Batista, mas sem o consentimento antecedente de Dom Joaquim, o que trouxe problemas, logo solucionados por uma boa correspondência. Assumiu o governo municipal em agosto de 1919 e, com licença de Dom

Joaquim, após consulta à Nunciatura Apostólica, reassumiu a Prefeitura em janeiro de 1920. Em 1922 foi nomeado Chefe escolar do Município de Joinville, permanecendo no posto até 1927, quando foi exonerado pelo governador Adolfo Konder.

Paróquia: lugar de Missão Ecumênica

Sardagna Santos, Edna Maria Niero e Celso Loraschi); Nossa Senhora de Fátima - Estreito (Elsa Maria Di Bernardi, Tânia Maria Stimamiglio e Therezinha B. Machado); Santo Antônio - São José/ Campinas (Djalma Lemes); São João Batista - Capoeiras (Domingos Bergamin e Jana Mara Bergamin); Sagrado Coração de Jesus - Antônio Carlos (Diác. Leonilo da Cunha); São João Batista - Itajaí (Eno Manoel da Costa e Edson da Rosa); Nossa Senhora Imaculada Conceição - Angelina (Renato Jesuíno Fuck, Maria da Glória Bastos e Anselmo Exterkoetter); São Joaquim - Garopaba (Pe. Alceoni Berkenbrock e Pr. Donald Nelson).

Em Santa Catarina e Curitiba Chamado por Dom Duarte, bispo de Curitiba, em 1º de maio de 1901, Pe. Gercino foi nomeado pároco de São Sebastião de Tijucas, e vigário encarregado de São João Batista, a partir de maio de 1902. Em 06 de dezembro de 1904, Dom Duarte lhe responde à carta de 25 de novembro com elogios: “Fiquei muito satisfeito de ver o belíssimo movimento de sua Paróquia, fruto do zelo inteligente e piedoso com que inaugurou V. Revma. os seus lavores sacerdotais”. Em 1905, Dom Duarte Leopoldo e Silva visitou pastoralmente Santa Catarina e daqui levou, como secretário particular, o Pe. Dr. Gercino de Santana e Oliveira. Dedicado e competente, mereceu toda a confiança do exigente Dom Duarte e, em seguida, de Dom João Braga. De 15 de agosto de 1905 a 1º de dezembro de 1917 foi Secretário geral do Bispado de Curitiba.

Joinville - ação pastoral e política Em 1908 tinha sido criada a

Monsenhor Gercino no dia de seu Jubileu de Ouro sacerdotal em 1940 diocese de Florianópolis, e Pe. Gercino optou por nela incardinarse. E assim, em 12 de dezembro de 1917, Dom Joaquim Domingues de Oliveira o chamou para Santa Catarina e nomeou-o pároco de São Francisco Xavier, de Joinville, onde ficou até 19 de outubro de 1953. Era o final da primeira Grande Guerra (1914-1918), e Joinville vivia um anti-germanismo doentio. A grande vítima foi o santo e bondoso pároco Pe. José Sundrup, fundador da Santa Casa de Misericórdia de Azambuja, do Seminário de São Ludgero, e impulsionador do ensino em Joinville. Foi difamado, acusado de traidor da Pátria, teve a casa apedrejada, ameaçado de prisão, sem uma palavra em sua defesa da parte de Dom Joaquim. Ferido, mas não derrotado, Pe. Sundrup, após um ano na Alemanha, veio para o Rio de Janeiro e em 1926 foi para Resende, onde morreu, idolatrado e respeitado pelo povo, em 1951. É nesse ambiente que vai exercer o ministério outro grande e ge-

A criação da diocese de Joinville Organizou a criação da diocese de Joinville, o que ocorreu em 17 de janeiro de 1927, sendo instalada em 1929 com a nomeação do primeiro bispo Dom Pio de Freitas, CM, asceta e santo. Em 18 de agosto de 1929, Pe. Gercino foi nomeado 1º Vigário Geral. Em 03 de outubro de 1940 recebeu o título de Monsenhor. Dali em diante, era o Monsenhor, desaparecendo seu nome. Generoso, calmo, piedoso, firme, era por todos respeitado. Foram apoteóticos os festejos de seu Áureo Jubileu sacerdotal em 1940. Residia na Rua do Príncipe. Após as refeições, e no final da vida, quase cego, gostava de sentar-se na velha cadeira de descanso na varanda, ainda conservada, para ver o movimento da rua. Era saudado carinhosamente pelos passantes: “A bênção, Monsenhor!” Para o povo era um santo. Faleceu em Joinville em 19 de outubro de 1953, 24 horas após completar 86 anos. Consternação geral daquele povo que por 36 anos dele recebera o afeto e a bênção. Todos choraram sua despedida. Em 1981, seus restos mortais, inteiramente conservados, foram trasladados para a Catedral. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Ecumenismo Todo discípulo missionário de Jesus busca, em sua vida, irradiar o sonho de seu Mestre. A metodologia pastoral de Jesus visa a acolher a todos, sem discriminação. Ele cuida de todas as ovelhas; conhece a cada uma delas; não permite que alguma se extravie. A ovelha que se encontra em situação de necessidade é a que deve ter atenção prioritária. A todas são oferecidas a proteção e a segurança junto ao aprisco. O "aprisco" de Deus é a comunidade - casa acolhedora -, onde as relações justas e fraternas são cultivadas cotidianamente. Sabemos que o termo "casa" provém do grego "oikós", de onde se origina a palavra "ecumenismo". São Paulo soube aproveitar do "oikós" para fazer dele o espaço de organização e vivência da Igreja: comunidade de pessoas que acreditam em Jesus

como Salvador e colocam em prática o Mandamento do Amor. O sistema escravagista é substituído por um novo modo de relacionar-se: como irmãos amados (cf. Fm 16). As barreiras sociais, sexuais e raciais são superadas por uma nova concepção de sociedade: "Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; pois todos são um só em Cristo Jesus" (Gl 3,28). Este novo modo de organizar o "oikós" foi motivado pela certeza de que a salvação de Deus foi dada gratuitamente a todos através da morte de Jesus. Portanto, nenhum sistema tem o poder de excluir alguma pessoa desta graça. Isso nos leva a reconhecer a dignidade intrínseca de cada ser humano e a ir ao seu encontro

para dialogar, conhecer e contemplar a originalidade e a criatividade da graça divina em cada pessoa, igreja ou religião... Inspiradas no exemplo de Jesus e no testemunho de Paulo e das primeiras comunidades cristãs, as Paróquias da Arquidiocese de Florianópolis buscam assumir a dimensão ecumênica como parte integrante de toda a ação pastoral. Em vista disso, pouco a pouco, organizam-se as Comissões Paroquiais para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso. Com esta finalidade realizaram-se dois encontros diocesanos com representantes paroquiais, em Biguaçú, no mês de agosto de 2008 e 2009. As paróquias que já possuem seus representantes são as seguintes: Paróquia São Francisco Xavier -

Fpolis (Paulo Köpe, Maria de Lourdes Schwambach Costa e Melita Buss); São João Evangelista - Biguaçu (Manoel Antônio Vieira e Diác. Nilson Dagostin); Nossa Senhora de Guadalupe - Fpolis (Gilberto José Salvato, Márcia Colombo e Aldo Colombo); Paróquia Santo Antônio - Fpolis (Adelir da Silva Raupp, Maria José da S. Gomes e Valdete Maria Milanese); São José e Santa Rita de Cássia Jardim Atlântico (Huldemar César dos Reis e Elísio M. Finato); Nossa Senhora do Desterro - Catedral (Maria da Graça Dutra); Nossa Senhora da Boa Viagem - Fpolis (Márcio Murilo); Paróquia da Santíssima Trindade - Fpolis (Racilba de Freitas, Pedro Camacho, Magda Copetti, Carmen Mary de Souza Souto, Iracema

Celso Loraschi Professor no ITESC e Coordenador da Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e o Diálogo InterReligioso - CADEIR


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Missão 13

Outubro 2009

Igreja não busca poder! Bento XVI envia Mensagem para o dia missionário mundial 2009 que, este ano, tem como tema “As nações caminharão à sua luz” (Ap 21, 24). Afirma o papa: “A Igreja não age para ampliar o seu poder ou reforçar o seu domínio, mas para levar a todos Cristo, salvação do mundo, colocando-nos a serviço da humanidade, sobretudo daquela sofredora e marginalizada, porque acreditamos que o compromisso de anunciar o Evangelho às pessoas de nosso tempo é, sem dúvida alguma, um serviço prestado também a toda a humanidade” (EN,1). “De fato”, sublinha o Papa, “a humanidade, apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido último das coisas e de sua própria existência”. Por este motivo, segundo o pontífice, “a missão da Igreja é ‘contagiar’ de esperança todos os povos. Por isto, Cristo chama, justifica, santifica e envia os seus discípulos para anunciar o Reino de Deus, a fim de que todas as nações se tornem Povo de Deus”. “Às Igrejas antigas, como às de recente fundação, recordo que são colocadas pelo Senhor como sal da terra e luz do mundo, chamadas a irradiar Cristo, Luz do mundo, até os extremos confins da terra. A missão ad gentes deve ser a prioridade de seus planos pastorais”.

Mudanças na sociedade “Desejo novamente confirmar que a tarefa de evangelizar todas as pessoas constitui a missão

essencial da Igreja, tarefa e missão que as vastas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes", escreve o bispo de Roma. "O que está em questão é a salvação eterna das pessoas, o fim e a plenitude da história humana e do universo", recalca. Em sua mensagem, Bento XVI recorda em particular "os missionários e missionárias que testemunham e propagam o Reino de Deus em situações de perseguição, com formas de opressão que vão desde a discriminação social até a prisão, a tortura e a morte".

Apelo para a Missão em Xique Xique na Bahia

Paixão pela missão Por este motivo, a mensagem do Papa faz duas petições aos católicos do mundo. Em primeiro lugar, anima-os a que "peçam ao Espírito Santo que aumente na Igreja a paixão pela missão de proclamar o Reino de Deus e ajudar os missionários, as missionárias e as comunidades cristãs empenhadas nesta missão, muitas vezes em ambientes hostis de perseguição". Em segundo lugar, convida "todos a darem um sinal crível da comunhão entre as Igrejas, com uma ajuda econômica, especialmente neste período de crise que a humanidade está vivendo, a fim de colocar as jovens Igrejas em condições de iluminar as pessoas com o Evangelho da caridade”.

Notícias da Missão

Concluiu o Papa:”Guie-nos em nossa ação missionária a Virgem Maria, Estrela da Evangelização, que deu ao mundo Cristo, luz das nações, para que leve a salvação “até os extremos da

terra” (At. 13,47). A todos, a minha bênção. Cidade do Vaticano, 29 de junho de 2009 BENEDICTUS PP. XVI

Protesto cristão no Sudão

Uganda: seminários se tornaram pequenos

Cerca de vinte mil cristãos caminharam descalços cerca de três quilômetros no sul do Sudão, em um protesto silencioso pela incapacidade ou falta de vontade do Governo para proteger a região dos conflitos tribais que produziram derramamento de sangue. A oração-protesto de três dias foi convocada por Dom Edward Hiiboro Kussala, bispo de Tombura-Yambio. Os cristãos marcharam em protesto por uma série de atentados mortais e atrozes em agosto. Um grupo do Exército irrompeu na igreja de N.Sra da Paz e profanou o edifício antes de sequestrar 17 pessoas, a maioria delas adolescentes e jovens. Uma semana depois deste atentado, seis pessoas foram objeto de uma cilada em um bosque e cravadas com pedaços de madeira à terra. Quem descobriu os corpos, dias mais tarde, os comparou a uma grotesca cena de crucifixão.

O seminário para vocações tardias, de Campala, já não consegue acolher os numerosos candidatos ao sacerdócio, segundo informou o reitor do mesmo, Pe. Joseph Serunjogi. Alguns escritórios foram transformados em quartos, mas, apesar de uma situação tão difícil, o reitor indica que não é fácil rejeitar vocações por falta de espaço. Para o ano acadêmico que começa em setembro, 38 homens solicitaram o ingresso. O seminário para vocações tardias foi inaugurado em 1976. Neste momento, 155 homens se preparam para o sacerdócio neste seminário. Antes de ingressar, muitos eram professores, policiais, veterinários etc. Trata-se de homens “mais maduros”, que tomaram sua decisão de forma independente e consciente. O número de vocações na Uganda cresce a cada ano. Segundo dados do Vaticano, 1 de cada 5 seminaristas do mundo é africano.

Após a última missão realizada em nossa Igreja-irmã de Barra - BA, o Sr. Domingo F. Pereira, coordenador do grupo de Missionários da Arquidiocese, que anualmente colabora com as SS. Missões naquela diocese, anuncia que a próxima missão será na paróquia de Xique Xique, uma das maiores da diocese. Os padres franciscanos daquela paróquia, devido ao tamanho da mesma, solicitaram que, desta vez, vá um número bem maior. O Sr Domingo está planejando completar três ônibus - cerca de 130 missionários(as). Esperamos que, desta vez, todas as paróquias de nossa Arquidiocese enviem pelo menos um missionário, escolhido(a) entre os que mais se destacaram na atuação da paróquia durante o ano de 2009-2010. As próprias lideranças poderiam escolher seu candidato ou candidata. Isso muito servirá para o crescimento do espírito missionário na comunidade.

Testemunhas do massacre no Paquistão Pe. John Flynn compartilhou com Zenit o drama da perseguição. O sacerdote explicou: “O Paquistão é uma república islâmica, onde tudo se faz com uma concepção muçulmana. Neste ambiente, o maior problema que os cristãos têm deve-se às leis contra a blasfêmia. Qualquer insulto ao Alcorão constitui uma ofensa que deve ser castigada com a prisão, enquanto está prevista a pena de morte para aqueles que insultam o profeta Maomé. “No dia 1º de agosto, 8 cristãos foram queimados vivos. Saquearam e queimaram 70 casas cristãs. Os fanáticos religiosos destruíram Bíblias e outros livros sagrados, destruíram as cruzes, devastaram e queimaram tudo. A polícia interveio quando já havia acabado tudo, e era tarde demais”. Diante disso, a Igreja Católica criou um comitê composto por dois bispos, três sacerdotes e vários conselheiros, que estão se reunindo com políticos e clérigos muçulmanos para abrir o diálogo inter-religioso e parar qualquer ulterior violência.


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Vida Presbiteral

Outubro 2009

Um padre indiano em terras ocidentais Nascido numa família de agricultores, com três irmãos e uma irmã, Pe. Vandanam Raju Koppula teve a vocação despertada ainda jovem, apesar de ser de família católica há apenas duas gerações. Mas, atendendo ao apelo da mãe, não seguiu seu desejo. Mais tarde, já na faculdade, abandonou os estudos e foi para o seminário. Pouco depois de concluir os estudos e ser ordenado padre pelo Pontifício Instituto das Missões Exteriores - PIME, desembarcou na Arquidiocese. Na entrevista que segue, ele fala de como foi despertada a sua vocação para a vida presbiteral, fala um pouco da cultura indiana, e do que ocidentais e orientais podem trocar de experiências. JA - Como um indiano se tornou cristão e padre? Pe. Raju - Minha família é formada por católicos há duas gerações. Desde pequeno tinha vontade de ser padre. Quando terminei a quinta série, optei por uma escola católica. Gostava de servir como coroinha na Missa. Na oitava série, a professora perguntou a todos: o que você gostaria de ser no futuro? Respondi que queria ser padre. Os outros riram. No meu país isto é estranho, já que a maioria dos padres vinha de outro país. Meu pai me deixou livre para fazer a minha escolha, mas a minha mãe não concordou, porque os missionários vão para longe e ela queria que eu cuidasse deles quando fossem idosos. Por isso, continuei os meus estudos,

normalmente, até o segundo ano da universidade onde cursava história. Mas o desejo foi amadurecendo. Abandonei o curso e entrei no seminário e me tornei padre. JA - Sendo a Índia um país em que o hinduísmo tem 80% de praticantes, e o cristianismo apenas 2,5%, como os católicos lidam com isso? Pe. Raju - Na Índia, a maioria da população é hinduísta. Mas há a presença de outras religiões, como Jainismo, Sikhismo e Budismo, que se originaram na Índia. Já o Zoroastrismo, o Judaismo, o Cristianismo e o Islamismo chegaram no primeiro milênio da era cristã e deram forma à diversidade cultural da região. Como o hinduísta é politeísta, Jesus Cristo é mais um desses deuses. Nunca existiu problema de convívio da religião Católica com o Hinduísmo. JA - O senhor é um padre missionário vindo de uma terra de missão. Como é a presença de missionários na Índia? E qual a importância deles? Pe. Raju - Nos últimos dez anos, o governo indiano não tem permitido a entrada dos missionários estrangeiros, pois antigamente converteram grande número de pessoas ao Cristianismo. Na Índia, os missionários, além do trabalho religioso, sempre procuraram desenvolver trabalhos sociais voltados para áreas como educação, saúde e treinamento profissional. Atualmente ainda existem muitas escolas dirigidas pelos missionári-

Divulgação/JA

Pe. Raju

O ser humano precisa de um ponto de equilíbrio entre materialismo e espiritualidade para poder realizar uma vida plena”.

Pe. Raju durante a celebração da sua ordenação presbiteral na Índia

os e que também servem como grandes centros de evangelização. Hoje, a grande maioria desses missionários é indiana. JA - Por que um missionário indiano decidiu vir para o Brasil, já que a Índia necessita de padres? Pe. Raju - O carisma do Pime é trabalhar fora da própria pátria. Então, desde os meus anos do seminário, sempre sonhei em ir para Papua Nova Guiné, porque ouvia muitos testemunhos e histórias de missionários que vinham de lá. Entre os três primeiros enviados do Pime para esse país, um foi mártir lá. Ao terminar o último ano de teologia, o superior me comunicou que gostaria de me enviar para o Brasil. Como eu aprendi que a voz do superior é a voz de Deus, aceitei a proposta e aqui estou. JA - A novela “Caminho das Índias” mostrou um pouco da cultura indiana. Muitas coisas nos chocaram. É assim mesmo como

Retalhos do Cotidiano LUA CHEIA

Os que passam por nossas vidas levam, mais do que as informações, o testemunho. E guardam para sempre a forma como os amamos!

Na vida espiritual e na vida afetiva, ou se progride ou se regride; não há meio termo. “Como a lua cheia, quando paramos de crescer, começamos a diminuir”!

VIDA Se “a vida é a arte do encontro” (Carlos D. de Andrade), a vida a dois é a arte do encontro para se tornarem um!

MISÉRIA Quando a miséria vai ao encontro da Misericórdia, já não está só. Como isso me impressiona!

URUBU Ontem, alguns deles estavam planando lá em cima, a quilômetros da terra. Hoje, voam a poucos metros do mar. Raramente batem as asas. Deixamse levar pelo vento. O que os encanta tanto que suas asas nem se mexem?

JA - O filme “Quem quer ser um milionário”, vencedor de oito Oscars, mostrou uma população indiana sofrendo com o empobrecimento e a influência da cultura ocidental. Quais serão as consequências disso?

Na vida, todos somos semeadores. Uns semeiam flores e descobrem belezas e perfumes, deixando o mundo mais bonito;

outros semeiam espinhos e se ferem nas suas pontas agudas. Ninguém vive sem semear, seja o bem, seja o mal.

Faceiro, ele aproximou-se, olhou-a e beijou-a lá dentro do coração. Quando ele se foi, uma brisa suave balançou a flor e, como que agradecida, ela inclinou-se. Lembrei-me tanto do Cântico dos Cânticos!

Os pássaros voam e cantam, as flores se mostram com vestes que não se repetem, as borboletas colorem o espaço, o céu está azul, o mar acende o verde e, alteando-se, logo desce e se tinge de branco, o vento balança as folhas, as formigas conversam um pouco e trabalham muito. Que contínua multiplicação dos pães, a natureza!

SEMENTE

CRUCIFIXO Há casas em que não falta, em cada quarto, uma televisão, mas falta o crucifixo... Muitas vezes, quanto do mundo, e até do luxo e do lixo do mundo, trazemos para dentro de nossas casas e, consciente ou inconscientemente, nos recusamos a trazer o céu!

JA - O que nós ocidentais temos que aprender com os indianos e agregar â nossa cultura, e o que os indianos podem aprender conosco? Pe. Raju - Cada cultura tem seus valores dignos e desvios também. A meu ver, agora é hora de fazer acontecer um encontro harmônico entre cultura ocidental e oriental em geral. O ser humano precisa de um ponto de equilíbrio entre materialismo e espiritualidade para poder realizar uma vida plena. O ocidente ensinou pra gente grandes valores democráticos, liberdade, igualdade, categorias filosóficas e científicas etc. O oriente também tem sua riqueza cultural. Muita riqueza espiritual está acumulada na cultura indiana. O ocidente precisa aprender a dimensão transcendente, o misticismo.

MULTIPLICAÇÃO

SEMEADOR

BEIJA-FLOR

Pe. Raju - A Índia é a maior democracia do mundo, um dos países emergentes no cenário da economia global. A tecnologia da informática, a indústria do ocidente, procura mão de obra barata e qualificada nos países emergentes, como a Índia. Nunca tivemos tamanha influência da cultura ocidental como está tendo agora. Isso trouxe alguns benefícios: uma vida melhor economicamente, aumento na população de classe média, qualidade na educação e saúde etc. Por outro lado, está aumentando o espaço entre ricos e pobres, a identidade da cultura indiana está comprometida, os valores humanos e espirituais estão sendo deixados de lado. Hoje a Índia precisa de bons líderes capazes de governar com serenidade, sem violar a dignidade humana, sempre conservando os valores humanos e espirituais.

Carlos Martendal

Divulgação/JA

PROFESSOR

foi mostrado? Pe. Raju - O que foi mostrado na novela é a figura feminina na sociedade tradicional indiana, onde ela é considerada como de segunda categoria e oprimida. A sociedade indiana é praticamente patriarcal, mas, apesar de tudo, a figura feminina ocupa um papel muito importante: na religião existem várias deusas, na família a figura de mãe é sagrada, na política da época moderna existem vários membros parlamentares que são mulheres. Existem desvios sociológicos, como pagar dote ao marido no casamento, mas a concepção sobre a mulher está mudando muito. Aquilo é novela, a realidade é bem mais complexa.

Jornal da Arquidiocese

PASSO

Mesmo imobilizado numa cadeira de rodas, ou na cama, cada dia posso dar mais um passo: na humildade, na paciência, no serviço, na oração...

Toda a vida está na semente e, no entanto, ela precisa morrer para que a vida se manifeste. Como me lembra São Paulo escrevendo aos Colossenses: "Pois morrestes, e vossa vida está escondida em Cristo com Deus" (3,3). Quando alguém consegue dizer com a vida: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20), esse alguém morre para si, e sua vida está "escondida em Cristo", como a semente morre, e sua vida está escondida na terra!


Jornal da Arquidiocese

Geral 15

Outubro 2009

Dois bispos brasileiros vão participar do Sínodo da África

O Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais divulgou a aprovação, por parte de Bento XVI, do tema e da data do próximo Congresso Eucarístico Internacional. O encontro acontecerá em Dublin, na Irlanda, de 10 a 17 de junho de 2012, e terá como tema: “A Eucaristia: Comunhão com Cristo e entre nós”. A aprovação foi feita durante a audiência concedida ao secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, no dia 22 de junho. Para o arcebispo da capital irlandesa, Dom Diarmuid Martin, a formulação do tema nasce da coincidência da celebração do 50° Congresso com os 50 anos da inauguração do Concílio Vaticano II, que, segundo ele, “foi um momento de renovação e de aprofundamento do ensinamento da Igreja e da sua autocompreensão como Corpo de Cristo e Povo de Deus”. Na capital irlandesa já foi instalado o Comitê local que se ocupará da elaboração do texto teológico de base e da preparação do evento. Para mais informações, acesse o site: www.iec2012.ie.

A Igreja na África está em contagem regressiva para o início da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos, de 4 a 26 de outubro, no Vaticano. Nesta quarta-feira, 23, foram divulgados, através do boletim da Santa Sé, os nomes dos membros, peritos e auditores nomeados pelo Papa Bento XVI para o Sínodo. Entre eles, figuram dois brasileiros: o Bispo de Lorena (SP), Dom Benedito Beni dos Santos, e o Arcebispo de Aparecida (SP) e presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), Dom Raymundo Damasceno Assis, que já havia sido nomeado no dia 18/10. Com esta nomeação,eles terão todos os direitos e deveres

Mortalidade infantil diminui no mundo Diminuiu, mas está cada vez mais concentrada nos países pobres, disse o Fundo da ONU para a Infância (Unicef). O estudo disse que as mortes entre crianças menores de cinco anos caíram de 12,5 milhões em 1990 para 8,8 milhões em 2009, graças aos melhores métodos de prevenção contra a malária e a transmissão vertical (de mãe para filho) do vírus da Aids. Mas 99% das mortes ainda ocorrem em países pobres. Uma das chamadas Metas de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidas pela ONU, prevê uma redução de dois terços na mortalidade infantil até 2015, em comparação com 1990. Para isso, seria necessária uma redução anual de 4,4 %, bem superior ao resultado obtido, uma redução de 1,8% ao ano. A África Subsaariana teve metade das 8,8 milhões de mortes de crianças menores de 5 anos em 2008, e o Sul da Ásia teve 32%. Especialistas dizem que há uma urgente necessidade de que a comunidade internacional de saúde volte seus esforços para o combate à pneumonia e diarreia, que estão entre as principais causas da mortalidade infantil.

Dom Damasceno será um dos representantes do Brasil no Sínodo que competem aos outros bispos que participarão da assembleia,

como o direito de expressar sua opinião e votar.

Papa recebe bispos brasileiros do Nordeste O Papa Bento XVI recebeu no mês de setembro, em Castel Gandolfo, os bispos do Regional Nordeste 2, que corresponde aos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, e Regionais Nordeste 1 e 4, Ceará e Piauí, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em visita “Ad Limina Apostolorum”. A Visita ad limina é feita por todos os bispos diocesanos a cada 5 anos. O discurso de Bento XVI foi centralizado no papel específico dos sacerdotes e dos leigos na comunidade eclesial. O Papa recordou que a Igreja é organicamente estrutu-rada como Corpo de Cristo; portanto, os membros não têm todos a mesma função: “É isto que constitui a beleza e a vida do corpo”. Nessa perspectiva, afirmou o Santo Padre, é necessário evitar a secularização dos sacerdotes e a clericalização dos leigos, explicando a função específica de cada um: “Os fieis leigos devem empenhar-se em exprimir na re-

alidade, inclusive através do empenho político, a visão antropológica cristã e a doutrina social da Igreja. Diversamente, os sacerdotes devem permanecer afastados de um engajamento pessoal na política, a fim de favorecerem a unidade e a comunhão de todos os fieis e, assim, poderem ser uma referência para todos”. Para o Papa, a relação entre sacerdócio comum e ministerial constitui atualmente um dos pontos mais delicados do ser e da vida da Igreja. A falta de presbíteros, afirmou, não justifica uma participação mais ativa e numerosa dos leigos. “Na realidade, quanto mais os fieis se tornam conscientes das suas responsabilidades na Igreja, tanto mais sobressaem a identidade específica e o papel insubstituível do sacerdote como pastor do conjunto da comunidade, como testemunha da autenticidade da fé e dispensador, em nome de Cristo-Cabeça, dos mistérios da salvação”. Assim, acrescentou Bento XVI,

a função do presbítero é essencial e insubstituível para o anúncio da Palavra e a celebração dos Sacramentos, sobretudo da Eucaristia: “Por isso, urge pedir ao Senhor que envie operários à sua Messe; além disso, é preciso que os sacerdotes manifestem a alegria da fidelidade à própria identidade com o entusiasmo da missão”. O Papa disse aos bispos que a carência de presbíteros não pode ser considerada normal ou típica do futuro, mas eles devem se esforçar para despertar novas vocações sacerdotais e encontrar os pastores indispensáveis às dioceses. Aqueles já ordenados devem viver com coerência e em plenitude a graça e os compromissos do batismo. Mais uma vez, neste período em que a Igreja celebra o Ano Sacerdotal, Bento XVI propôs o Santo Cura d’Ars e Frei Galvão como modelos para os presbíteros, pois ambos procuraram imitar Jesus Cristo, fazendo-se não só sacerdote, mas também vítima e oblação como Jesus.

Porta-voz do Vaticano destaca o papel da Assessoria de Imprensa O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, participou, no dia 10/09, em Fátima, Portugal, das Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais, sobre o tema “Assessoria de Imprensa: luxo ou necessidade?”. Padre Lombardi falou sobre o papel da assessoria de imprensa nas estruturas da Igreja, a partir da sua experiência a serviço do Papa Bento XVI. “Nós não

Dom Jacinto Bergmann toma posse da diocese de Pelotas Divulgação/JA

Papa aprova tema do próximo Congresso Eucarístico Internacional

somos propagandistas políticos, defensores de interesses particulares ou simples profissionais do jornalismo. Somos, em primeiro lugar, fieis e cristãos. O que mais nos interessa é que o Evangelho de Jesus Cristo seja conhecido e compreendido através da palavra e do testemunho da Igreja. Se isso não acontece, perdemos tempo”, disse padre Lombardi. O sacerdote jesuíta dividiu a

sua palestra em dez tópicos. Sobre as características que este serviço deve ter, o sacerdote salientou que nunca se deve deixar de insistir no uso de uma linguagem clara, simples e compreensível, acrescentando que o assessor de imprensa na Igreja é “um animador e promotor de comunicação”, um profissional que ajuda o Evangelho a chegar de modo novo às pessoas.

Aproximadamente 2 mil pessoas marcaram presença, no dia 27/09, na posse de Dom Jacinto Bergmann como novo bispo da diocese de Pelotas (RS). Participaram da solenidade bispos do Regional Sul 3, Rio Grande do Sul, e Sul 4, Santa Catarina, além de padres, diáconos, religiosos(as), lideranças leigas, representantes de outras confissões cristãs, autoridades civis, militares e familiares do bispo e o núncio apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri. Nosso arcebispo Dom Murilo Kriger, representando o Regional Sul 4 da CNBB, do qual é presidente. A tradicional cerimônia de posse episcopal teve a apresentação da leitura da Bula Papal, a entrega do báculo e cátedra (símbolos episcopais que representam a condução da diocese) pelas mãos de seu antecessor, Dom Jayme Chemello e a bênção do novo bispo aos fieis presentes. A CNBB se fez presente através de uma nota de seu secretário geral, Dom Dimas Lara Barbosa, desejando um profícuo apostolado a Dom Jacinto, e exaltou com gratidão os 40 anos de episcopado de Dom Jayme Chemello, que partilhou sua atividade de bispo diocesano, inclusive sendo presidente da CNBB.

Brasil terá missão em Angola “Nunca no Brasil falamos tanto em missão, então é o momento de unir a fala ao agir”. Essa é a afirmação do assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, padre José Altevir da Silva, a respeito de um novo projeto missionário entre Brasil e Angola. O sacerdote acredita que os missionários brasileiros podem colaborar na vida social e de forma mais profunda na evangelização dos angolanos. Ele esteve no país africano em agosto, onde visitou a capital Luanda, além de 8 dioceses. O projeto ainda está em andamento e assim que estiver pronto será apresentado para a CNBB e para o Conselho Missionário Nacional (Comina). Atualmente existem dois projetos missionários mantidos pela CNBB em parceria com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB): um na Ásia e outro em Guiné Bissau. Este pode ser o terceiro. Segundo Padre Altevir, existem atualmente cerca de 1860 missionários brasileiros fora do país.


16

Geral

Outubro 2009

Jornal da Arquidiocese

Encontros Comarcais reúnem Coroinhas Biguaçu e Tijucas foram mais duas comarcas da Arquidiocese que realizaram o seu encontro anual as da comarca. A celebração foi presidida pelo pároco anfitrião, Pe. Silvano Valdemiro de Oliveira, e concelebrada por padres das outras paróquias. No final da celebração, os coroinhas e a comunidade cantaram parabéns ao nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, que nesse dia celebrava seus 66 anos de aniversário natalício. A Comarca de Tijucas reuniu 315 coroinhas no Seminário de Azambuja, no dia 26. A celebração no Santuário foi presidida pelo Pe. Isaltino Dias, vigário da Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, de Porto Belo, e concelebrada pelo Pe. Pedro Schlichting, pároco anfitrião. No final da celebração, houDivulgação/JA

Futuras vocações 315 Coroinhas da Comarca de Tijucas estiveram reunidos em Azambuja DATA HORA

Crismas Outubro 2009

LOCAL

02

19h

Paulo Lopes (adultos)

03

19h

Fpolis - Santo Estevão (Rib. Ilha)

03 04 04

19h30 Itajaí - São Vicente 8h

Itajaí - Capela N.Sra. Aparecida (S.Vicente)

8h30 Antônio Carlos - Rachadel

Foto JA

Mais de 600 coroinhas estiveram reunidos nos dois encontros realizados no mês de setembro. Promovidos pela Pastoral dos Coroinhas da Arquidiocese, em parceria com a Pastoral Vocacional, os encontros têm como inspiração o Ano Sacerdotal. Os encontros iniciam com o café da acolhida. Ponto alto da manhã é a Celebração Eucarística, com a participação de coroinhas das várias paróquias na liturgia. Na Comarca de Biguaçu, o encontro foi realizado no dia 19, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Antônio Carlos. Participaram mais de 300 crianças e adolescentes das cinco paróqui-

Pe. Silvano, pároco anfitrião, falou aos coroinhas após a celebração realizada na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Antônio Carlos ve uma forte motivação vocacional, feita pelos padres e seminaristas, sobretudo lembrando seu tempo de coroinhas. De tarde, na capela do Seminário, as paróquias apresentaram o resultado de sua pesquisa vocacional, e os seminaristas, um belo vídeo mostrando a vida no Seminário. Tudo isso foi motivação para que os meninos e jovens participem nos dias 10 a 12 de outu-

CELEBRANTE

DATA HORA

19h30 São José - Rosário 20h30 Baln. Camb. - Santa Inês

Dom Murilo

24

18h

Palhoça - S.B.J.Nazaré

Pe. Milani

Dom Murilo

25

8h e 19h

Palhoça - S.B.J.Nazaré

Pe. Milani

Dom Vito

25 25

10

18h

Canelinha

Pe. Vânio

25

10

19h

São João Batista - S.J.Batista

Dom Vito

25

17

18h

São José - Kobrasol

Dom Vito

25

18

9h

18 18 18 24

Pe. Vânio

Porto Belo (Capela)

Dom Murilo

Porto Belo

Dom Murilo

20h

Fpolis - Prainha

Dom Murilo

9h

Itajaí - Itaipava

Pe. Vânio

9h

Botuverá

Palhoça - Capela Pinheira 19h30 (Enseada Brito)

CELEBRANTE

24

Dom Vito

19h

LOCAL

24

Fpolis - S.João Maria Vianney (Rib. Ilha)

19h30 Itajaí - Dom Bosco

Para todos os encontros deste ano, os coroinhas foram motivados a realizar uma pesquisa vocacional em suas comunidades. Inspirados

Dom Vito

19h

17

Pesquisa vocacional

Dom Murilo

04

17

bro do Estágio e Encontrão Vocacionais em Azambuja. Para as meninas e jovens será realizado um Encontro Vocacional no dia 08 de novembro, no Provincialado, em Florianópolis.

30

8h

Antônio Carlos

19h30 Palhoça - Par. Enseada do Brito 9h

Camboriú - Div. Espírito Santo

19h30 Itajaí - SSmo. Sacramento 9h 16h

Serraria São José - Santa Cruz

19h30 Fpolis - Colégio Catarinense

Dom Vito Dom Murilo

Dom Vito Dom Vito Dom Murilo Dom Murilo Pe. Vânio Pe. Vitor Dom Murilo

30

20h

Fpolis - Lagoa da Conceição

31

18h

Baln. Camb. - N.Sra. Aparecida

Dom Murilo

31

18h

São José - São Judas Tadeu

Frei Gunther

Dom Vito

31

15h 19h

São José - Forquilhinhas

Pe. Vânio

31

19h30 São José - PROCASA

Dom Vito

Dom Vito Pe. Franc. Wloch

pelo Ano Sacerdotal, deveriam responder à pergunta: “A sua comunidade já deu algum padre, diácono, religioso ou religiosa para a Igreja ou tem algum seminarista?”. Na Comarca de Biguaçu, o destaque ficou para a Paróquia de Antônio Carlos. O levantamento apontou que deu à Igreja 23 padres, sete diáconos, sete religiosos, 65 religiosas e tem três seminaristas. Cada um deles foi representado por uma criança ou adolescente, coroinhas da paróquia, que se posicionaram no palco, que ficou pequeno para receber todos. Na Comarca de Tijucas também foram lembrados, com carinho e detalhes, padres, diáconos e religiosas de algumas paróquias.

Diáconos participam de retiro Os diáconos, esposas e viúvas estiveram reunidos nos dias 18 a 20 de setembro para participar do seu retiro anual. Realizado no Provincialado das Irmãs da Divina Providência, em Florianópolis, o encontro contou com a presença de 46 diáconos, 21 esposas e uma viúva, somando 68 participantes. Assessorado por Dom Oneres Marchiori, bispo de Lages, o retiro teve como tema “O Diácono - criador e animador de comunidades como Discípulo e Missionário de Jesus Cristo”, inspirado no Documento de Aparecida. Este foi o primeiro encontro, que é realizado anualmente e dividido por etapas: uma, envolvendo a região sul da Arquidiocese, e outra, a região norte. O próximo encontro será realizado nos dias 23 a 25 de outubro, na Casa de Encontros das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, em Nova Trento, com o mesmo assessor e tema. A expectativa é reunir mais de 80 participantes.


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