Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Nov/09

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Arquidiocese Jornal da

“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)

Florianópolis, Novembro de 2009 Nº 151 - Ano XIV

DNJ reúne jovens de toda a Arquidiocese Realizado no Colégio Catarinense, o Dia Nacional da Juventude reuniu mais de 1,5 mil jovens, superando as expectativas da comissão organizadora

Pe Mário Sérgio: 25 anos de dedicação à vida prestiberal

Durante todo o dia, os jovens assistiram a shows de bandas católicas, apresentações culturais, atividades recreativas e esportivas. Mas também tiveram um momen-

to para refletir sobre o problema da violência, que foi o tema do DNJ deste ano. Eles também participaram da celebração presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger.

A partir das reflexões dos jovens, foi elaborada a “Carta Aberta da Juventude da Arquidiocese de Florianópolis”. O documento será encaminhado PÁGINA 09 às autoridades.

Em entrevista ele fala da sua vinda para a Arquidiocese e do ingresso no nosso Clero, dos 23 anos que vive na Arquidiocese e, tendo sido radialista, como vê a comunicação na Igreja.

Exaustão Pastoral O final do ano se aproxima, trazendo o clima de exaustão, de correria e de cansaço. É oportunidade para nos perguntarmos: por que nos cansamos no trabalho da evangelização? Aquilo que deveria ser experimentado como graça, encantamento e entusiasmo, tem-se tornado motivo de exaustão, fadiga e fardo. Já se tornou comum reclamar da sobrecarga dos agentes de pastoral, do ativismo da obra evangelizadora. Há estudos pelo mundo afora que comprovam estarem os padres em estado de exaustão pastoral. É bom perguntar-se: por que a obra evangelizadora produz exaustão? PÁGINA 04

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ASA realiza II Semana da Solidariedade

Movimento de Emaús realiza “Campanha Ilumine uma Vida” PÁGINA 03

Vocacionadas conhecem vida das religiosas Nosso arcebispo, Dom Murilo Krieger, presidiu a Celebração Eucarística, que concentrou os jovens no Ginásio de Esportes. Um dos momentos marcantes do Dia Nacional da Juventude

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Dom Murilo realiza Visita ad limina PÁGINA 02 E 08

Equipe prepara CFE-2010 na Arquidiocese Lideranças da Arquidiocese participaram, nos dias 09 a 11 de outubro, do Seminário de Preparação da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010 (CFE-2010), realizado em Lages. Dias depois (22/10), uma equipe de 15 pessoas esteve reunida para definir como a Campanha será dinamizada na Arquidiocese. Vários eventos já estão definidos. Entres eles: Seminário de Preparação, a ser realizado em Biguaçu; celebrações ecumênicas; e a abertura oficial, na Quarta-Feira de Cinzas, dia 17 de fevereiro.

GBF apresenta o livreto do Advento/Natal. PÁGINA 11

Urna com as relíquias de Dom Bosco visita Itajaí PÁGINA 16

Participe do Jornal da Arquidiocese

A Ação Social Arquidiocesana estará promovendo, nos dias 17 a 21 de novembro, a II Semana da Solidariedade. O evento celebrará os 49 anos da ASA. Durante a semana, haverá atividades em paróquias e a Feira Regional de Economia Solidária. Realizada no Largo da Alfândega, a Feira contará com exposição e comercializa-ção de produtos, seminários e oficinas, e apresentações culturais. A realização do evento possibilitará que as organizações, grupos e ações sociais apresentem seus trabalhos. PÁGINA 10

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Opinião

Novembro 2009

Palavra do Bispo

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ

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Arcebispo de Florianópolis

A visita a Bento XVI No final deste mês de novembro, com meus irmãos bispos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, irei a Roma, visitar o Papa Bento XVI. Essa visita é oficial, prescrita para ser repetida a cada cinco anos. Seu nome - Visita ad limina - tem uma interessante história. Nos primeiros séculos do cristianismo, quando um bispo de qualquer parte do mundo ia a Roma para visitar o sucessor de Pedro, ao chegar aos limites da cidade mandava emissários dizer ao Bispo de Roma que desejava vê-lo, para manifestar-lhe unidade e obediência. Agia assim, lembrado da observação de Jesus a Pedro: “Confirma teus irmãos!” (Lc 22,32). Então, o Papa, nome com o qual o Bispo de Roma passou a ser conhecido, introduzia o visitante na cidade e ambos iam rezar nos

túmulos de S. Pedro e S. Paulo, colunas da Igreja. Ainda hoje, momentos essenciais dessas visitas, além do encontro com o Papa, são as celebrações nas quatro principais basílicas romanas: S. Pedro, S. Paulo, S. João de Latrão (Catedral do Bispo de Roma) e Santa Maria Maior. Visitam-se, também, os chamados “dicastérios romanos” (congregações e conselhos pontifícios), que são os órgãos que ajudam o Papa a governar a Igreja. Nesta visita de 2009, o que levarei comigo? Levarei a Arquidiocese de Florianópolis, com suas alegrias, esperanças e desafios. Levarei comigo o desejo de, com o Bispo de Roma, rezar por esta Igreja Particular, na certeza de que nossa oração será particularmente benéfica para os que aqui vivem. Leva-

Palavra do Papa

rei, igualmente, minha gratidão pela maneira como Bento XVI vem desempenhando sua missão. O pontificado de Bento XVI está marcado, e outros já o disseram antes, mais pela palavra do que por gestos. Nosso Papa apresenta, “oportuna e inoportunamente” (2Tm 4,2), aquilo em que acredita. Suas encíclicas, homilias, alocuções aos domingos ou às quartasfeiras nos falam de Deus, da vida eterna, da esperança e da felicidade. Bento XVI afirma, sob mil formas, que Jesus Cristo é o caminho para o Pai, o único salvador, o fundamento da nossa fé. Apresenta-nos com clareza a Igreja, chamada a mostrar, a todos, os caminhos para Deus. Lembra-nos o valor da liberdade, sem deixar de nos advertir que, para ser autêntica, ela deve levar-nos a

Bento XVI

Menino Jesus de Praga Exprimo a alegria de visitar esta igreja, dedicada a Santa Maria da Vitória, onde é venerada a imagem do Menino Jesus, conhecida em toda a parte como o “Menino Jesus de Praga”. (...) A imagem do Menino Jesus nos faz pensar imediatamente no mistério da Encarnação, no Deus TodoPoderoso que se fez homem e viveu, por trinta anos, na humilde família de Nazaré, confiado pela Providência aos cuidados atenciosos de Maria e de José. Dirijo o pensamento às vossas famílias e a todas as famílias do mundo, às suas alegrias e às suas dificuldades. À reflexão, unamos a oração, invocando do Menino Jesus o dom da unidade e da concórdia para todas as famílias. Pensemos, de maneira especial, nas famílias jovens, que devem fazer muitos esforços para dar aos filhos segurança e um futuro digno. Rezemos pelas famílias em dificuldade, provadas pela enfermidade e pela dor, por aquelas que estão em crise, desunidas ou dilaceradas pela discórdia e pela infidelidade. Confiemos todas elas ao Menino Jesus de Praga, conscientes de quão importante é a estabilidade e a concórdia das famílias para o verdadeiro progresso da sociedade e para o futuro da humanidade. A imagem do Menino Jesus, com a ternura de sua infância, faz-nos também sentir a proximi-

dade de Deus e seu amor. Compreendemos como somos preciosos a seus olhos porque, precisamente graças a Ele, nos tornamos por nossa vez filhos de Deus. (...) No Menino Jesus de Praga contemplamos a beleza da infância e a predileção que Jesus Cristo sempre manifestou para com os pequeninos, como lemos no Evangelho (cf. Mc 10,13-16). E, no entanto, quantas crianças não são amadas, nem acolhidas, nem respeitadas! Quantas são vítimas da violência e de todas as formas de exploração por parte de pessoas sem escrúpulos! Possam ser reservados aos menores o respeito e a atenção que lhes são devidos: as crianças constituem o futuro e a esperança da humanidade!

A imagem do Menino Jesus, com a ternura de sua infância, faz-nos também sentir a proximidade de Deus e seu amor ”

Bento XVI, Praga, 26.09.09

O pontificado de Bento XVI está marcado, e outros já o disseram antes, mais pela palavra do que por gestos”.

Reflexão

Nossos Mortos - Memórias e Cinzas Em dois de novembro, dia de Finados, Comemoração dos Fiéis Defuntos, nos dirigimos aos cemitérios e com carinho depositamos flores e acendemos velas nos túmulos das pessoas queridas. Pais recordam filhos que partiram, filhos recordam pais, esposos lembram os cônjuges, amigos pranteiam amigos: todos agora igualados pela morte, na expectativa da feliz ressurreição. É a casa da memória, da gratidão, da reconciliação. Geralmente visitamos o cemitério e ornamentamos os túmulos na véspera dos Finados, no dia de Todos os Santos. Uma visão da fragilidade humana e um desafio à santidade a que somos chamados por nossa imagem e semelhança de Deus. Gostaria,porém, de apresentar uma breve reflexão sobre um costume que está se impondo: a cremação de cadáveres, iniciada no século XIX no ardor do ateísmo/ panteísmo/materialismo e hoje muito especialmente em países secularizados. Decide-se por túmulos sem nenhuma identificação ou por espalhar as cinzas ao vento. Iniciamos dizendo que o Código de Direito Canônico, o Catecismo da Igreja Católica (n. 2301) e o Diretório sobre a Piedade popular não opõem obstáculos à cremação em si, mas quanto à motivação e ao destino das cinzas. A cremação surge como um caminho breve. Mas, será que a cremação respeita o desejo dos parentes e amigos que gostariam de visitar a sepultura? Não

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assumir nossas responsabilidades para com os outros, já que não se pode falar em liberdade quando não há respeito à vida, à paz, à justiça e à solidariedade. Nosso grupo será o quarto grupo de bispos do Brasil a visitar Bento XVI - no total, serão treze. Sabemos, antecipadamente, que a mensagem que nos dirigirá será não somente para nós, mas para todo o Brasil, assim como as mensagens que já deu ou dará aos demais grupos serão também para nós. Nós o ouviremos, porém, com redobrada atenção, na certeza de que, ao nos falar, o sucessor de Pedro estará pensando particularmente nestes dois Estados do sul do país, que muito já receberam da Igreja e que, portanto, muito lhe devem retribuir.

estaria subjacente a negação da dignidade do corpo, em vida comunicador de vida, de afeto, de trabalho, de alegria? A face mais delicada é a possibilidade interrompida da memória dos que nos precederam, negando aos descendentes a memória dos antepassados. Por que hoje se dá tanta importância à busca dos restos mortais das vítimas das guerras, dos genocídios, das vítimas da violência da Ditadura do Brasil? É o desejo sagrado de dar-lhes uma sepultura, um lugar de descanso. Veja-se a dor dos parentes das vítimas de acidentes aéreos: como dói não poder contemplar e sepultar os restos mortais de pessoas queridas! Após o ato da cremação - geralmente feito com grande respeito - espera-se em casa a urna com as cinzas. Alguns as dispersam no mar, outros em um jardim, outros as guardam em casa. Psicólogos e sociólogos advertem: o rito da cremação quebra o rito do luto com a entrega dos restos mortais a uma empresa. Guardar as cinzas em casa cria um ambiente onde não se faz a distinção do lugar dos vivos e dos mortos, com um clima doentio de luto sem fim. Talvez o lado mais grave do dispersar as cinzas ou conservá-las em casa seria o negar a memória pública dos que nos precederam. Uma sociedade caminha olhando os caminhos traçados pelos antepassados. O corpo de nossos mortos é relíquia

venerável ou incômoda? Uma solução apresentada é haver nas igrejas, capelas de cemitérios, espaços onde colocálas por algum tempo, até a superação natural do rito da saudade. E depois depositá-las nos locais públicos onde são inumados muitos falecidos. Outro perigo é a transferência do rito do sepultamento para empresas que lucram com ofertas de cerimônias sofisticadas, mas que tiram o envolvimento dos familiares. Já existe mercado de luxo para velório, cremação de pessoas (e de animais de estimação). Aqui e ali se denunciam abusos: cremação de diversos corpos ao mesmo tempo, revenda das vestes, dos ornamentos e da própria urna. Se o morto é parte de um negócio, nada impede o mergulho no mundo da esperteza. Nas orações diante de um morto lembramos a alegria trazida por aquele corpo, sua purificação pela água batismal, sua unção com o óleo do Crisma, sua alimentação pelo Pão eucarístico, agradecemos a Deus pelo instrumento de amor que foi e pedimos perdão se foi instrumento de ódio, violência, ou se foi maltratado pela fome, pelas misérias de nosso egoísmo. Como é bom que aprendamos a lembrar, com Simone Weil, que a maior graça que nos é dada é saber que os outros existiram. E que continuam a existir. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz,Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - E ditoração e F otos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul


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Novembro 2009

Movimento de Emaús realiza Campanha Campanha pretende angariar fundos para projeto social mantido pelo Movimento há 16 anos Divulgação/JA

Os jovens do Movimento de Emaús da Arquidiocese de Florianópolis lançaram, no dia 17 de outubro, a “Campanha Ilumine uma Vida”. A idéia foi semeada e acolhida pelos jovens participantes do último Retiro de Aprofundamento, com Pe. Vitor Feller, Orientador Espiritual do Movimento. A Campanha visa angariar fundos para a “Casa-Lar Emaús”, um abrigo para crianças e jovens mantido pelo Movimento. Com o projeto “Ilumine uma Vida”, serão vendidas camisetas e poderão ser feitas contribuições mensais através de autorização de débito automático na conta de luz a partir de R$2,00, sendo que tais contribuições caem diretamente na conta da “Casa-Lar”. Trata-se de um projeto social do Movimento, iniciado há 16 anos. Na “Casa-Lar Emaús”, oito crianças e adolescentes do sexo masculino, encaminhados pelo Conselho Tutelar, recebem moradia, alimentação, educação, mé-

dico, dentista, psicólogo, psicopedagogo, e atividades de lazer e cultura. Nesse tempo, mais de 50 já passaram pela “Casa”. Alguns foram adotados por famílias substitutas e outros permaneceram até que tivessem condições de se manter sozinhos, mas continuaram sendo acompanhados pelo Movimento.

Manutenção da Casa-Lar “A Campanha foi lançada para ajudar na manutenção da ‘Casa’, tendo em vista os elevados custos operacionais. Nosso objetivo é conscientizar a todos de que é possível, com um pouco de seu tempo ou com um pequeno investimento, ajudar aos pequeninos que tanto precisam de nós”, disse Rafael Gil, que com sua esposa Sabrina são secretários do Movimento de Emaús. A “Casa-Lar Emaús” está localizada na rua Eurico Hosterno, 321, Santa Mônica, Florianópolis. Para maiores informações sobre

Jovens participantes do Emaús e voluntários da CasaLar diante da sede a Campanha, ligar para Pedro Reis da Silva no telefone 30286761 ou 8432-9595, e para informações relativas à “Casa” ligar na própria casa no telefone 3233-4915 ou entrar no site www.casalaremaus.org.br. O formulário de autorização de débito na conta de luz está dis-

ponível no site www.emaus. org.br/florianopolis e poderá ser entregue na própria “CasaLar” ou ser encaminhado para o Movimento de Emaús, no Largo São Sebastião, 88, Sala 18, Florianópolis/SC, CEP 88.015-530, email: florianopolis@emaus. org.br.

Assembléia prepara Jubileu do Movimento de Cursilhos Cursilhistas aprovaram a realização de Triênio que preparará 50 anos do Movimento no Brasil O Movimento de Cursilhos de Cristandade da Arquidiocese foi anfitrião da 25ª Assembléia Regional Sul IV do Movimento. Realizado nos dias 02 a 04 de outubro, na Casa Dehon, em Brusque, o evento teve como lema “Que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé” (Cf Ef 4,1213), e temas: “Peregrinos Rumo ao Jubileu” e “Relançamento do

MCC no Brasil”. O evento reuniu mais de 100 cursilhistas, dos Grupos Executivos Diocesanos de Florianópolis, Rio do Sul, Joinville, Tubarão, Criciúma, Blumenau e Caçador. A Assembléia contou com a presença do Pe. Francisco de Assis Wloch, Secretário Executivo do Regional Sul IV da CNB, e do Pe. José Gilberto Beraldo, Assessor Divulgação/JA

Encontro, realizado na Casa Pe. Dehon, em Brusque, encontro reuniu mais de 100 participantes de todo o Estado.

Nacional do MCC, durante todo o evento. “Além da avaliação da caminhada e do planejamento das atividades, a Assembléia tratou da proposta de relançamento do Movimento de Cursilhos de Cristandade, à luz do Documento de Aparecida, seguindo um projeto que culmina com a comemoração do Jubileu de Ouro do MCC no Brasil, em 2012”, disse Cesconetto, um dos cursilhistas participantes da Assembléia. A intenção é realizar um triênio preparatório utilizando o método “Ver, Julgar, Agir e Avaliar”, seguindo as orientações do Documento de Aparecida e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, sob o nome de: “Triênio para o Jubileu de Ouro do MCC do Brasil”. Neste ano, será realizado o “Ver”. O Movimento estará avaliando a caminhada no Brasil para conhecer o seu verdadeiro rosto, anseios, dificuldades, pontos negativos e positivos, acertos e er-

ros. Em 2010 se enfocará o “Julgar” os dados de nossa realidade, com os modelos a serem seguidos. Em 2011, passar-se-á ao “Agir”, quando será criado um Plano de Evangelização Participativo, buscando eficácia na aplicação do carisma do MCC, que é o de evangelizar os ambientes onde o cursilhista transita. Em 2012 viveremos o Ano Jubilar, com a realização do I Congresso do MCC do Brasil, celebrando e avaliando todo o processo de preparação.

FORMAÇÃO O Setor de Florianópolis do Movimento de Cursilhos de Cristandade realizou, nos dias 08 a 11/10, o 197° Cursilho para Homens. Foram mais de 80 homens envolvidos entre néos e responsáveis, que viveram a experiência do seu encontro pessoal com Cristo e com os irmãos, nos três dias passados na casa de Retiro Vila Fátima, em Florianópolis.

ITESC abre inscrições para duas Pós-Graduações O Instituto Teológico de Santa Catarina - ITESC, está abrindo inscrições para a segunda edição do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Estudos Bíblicos. As inscrições já estão abertas e devem ser feitas até o dia 20 de dezembro. São 45 vagas. Realizado em parceria com a Faculdade Jesuíta de Teologia e Filosofia de Belo Horizonte - FAJE, o curso visa capacitar agentes animadores de pastorais e de escolas de formação bíblica, bem como professores e estudantes universitários, com enfoque teológico-pastoral, de caráter ecumênico e ecológico. A Pós-Graduação em Estudos Bíblicos pretende contribuir na formação de pessoas que buscam aprofundar a cultura bíblica e/ou que assumem a missão de organizar e animar comunidades cristãs à luz da palavra de Deus. É realizada em quatro etapas, cada uma com duração de 12 dias: duas semanas seguidas, de segunda-feira a sábado, das 8h às 17h40. Os interessados devem entrar em contato pelo fone (48) 3234-0400, ou pelo e-mail: secretaria@itesc.org.br. Mais informações no site: www.itesc. org.br, ou pelo e-mail: loraschi@ itesc,org.br.

Juventude “Juventude, Religião e Cidadania”: este é o tema do curso de pós-graduação que pela segunda vez o ITESC está oferecendo. São 50 vagas. As inscrições já estão abertas e vão até 30 de novembro. O objetivo é capacitar pessoas para trabalhar com adolescentes e jovens numa perspectiva multidisciplinar. Com um total de 360 horas, o curso é dividido em três etapas, funcionando de forma intensiva: a primeira, de 18 a 31 de janeiro de 2010. Os interessados devem entrar em contato pelo fone (48) 3234-0400, ou pelo e-mail: secretaria@itesc.org.br. Mais informações no site: www.itesc.org.br, ou pelo email: giltom3@gmail.com.s


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Tema do Mês

O final do ano se aproxima, trazendo o clima de exaustão, de correria e de cansaço. Há também no ar perspectivas de férias e descanso. É oportunidade para nos perguntarmos, a título de avaliação da caminhada pastoral: por que nos cansamos no trabalho da evangelização? Aquilo que deveria ser experimentado como graça, encantamento e entusiasmo, tem se tornado motivo de exaustão, fadiga e fardo. Já se tornou comum reclamar da sobrecarga dos agentes de pastoral, do ativismo da obra evangelizadora. Uma pesquisa feita em 2006, com 1600 profissionais de todo o país, mostrava que os padres e freiras católicos eram o grupo mais estressado entre cinco categorias de profissionais que se dedicam ao atendimento e acolhimento de pessoas em dificuldades espirituais, de saúde, sociais e de vida. Vinham à frente de policiais, executivos, motoristas e atendentes de telemarketing. É vem verdade que a mesma pesquisa revelava que os padres e freiras eram a categoria profissional que, com maior freqüência, se diz feliz e mais raramente se sente sem esperança. Trata-se de um paradoxo, uma aparente contradição, com final feliz: exaustão e felicidade, sobrecarga e esperança. Há estudos pelo mundo afora que comprovam estarem os padres em estado de exaustão pastoral. Mas, volta a pergunta: por que a obra evangelizadora produz exaustão?

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EXAUSTÃO PASTORAL Nossa ação pastoral está sempre enraizada na graça de ser discípulo do Senhor.

O evangelho da graça O cristianismo atual tornou-se uma religião da obrigação, do peso, da ação, do compromisso, da ética. Isso se reflete tanto na ação social e política, quanto na liturgia e nos sacramentos, e na catequese. A liturgia se encheu de coisas, palavrórios, comentários, espetáculos, teatros, shows. Os sacramentos são dados na medida em que houver contrapartida humana, participação, empenho, cursos de formação, etc. A catequese encheu-se de metodologia, didatismo, etc. Nosso cristianismo, assim como o praticamos e propomos, corre o risco de perder a graça; nos dois sentidos. No sentido divino, perde a graça, o dom de Deus; no sentido humano, perde o humor, a beleza e a alegria. Em ligação com esse tema, temos a questão da força, do poder, do triunfo. O cristianismo que pregamos hoje se tornou religião da lei, da norma, do que pode ou não pode. Pregamos na base do cálculo humano, da quantidade, do

empenho, do sucesso. Também tornou-se religião da presença humana, do discurso, do espetáculo. Não há mais, ou transparece muito pouco ou dificilmente, a boa-nova da graça de Deus, da salvação como oferta, da vinda gratuita de Deus. Onde o homem, o cristão, ocupa muito espaço, Deus humildemente se oculta. Perdeu-se o sentido da cruz, da quênose, da fraqueza da cruz. Há muita força humana (instituições, ritos, mandamentos, cargos, títulos, funções, setores, pastorais, etc.) e pouco espaço para a beleza, o encanto, a alegria, a graça divina.

A fraqueza da cruz Diferentemente de Paulo, que pregava na base da fraqueza, hoje se pretende pregar na base da correria, do triunfo, da força, da eficácia. A palavra 'fraqueza' aparece 21 vezes em toda a Bíblia; destas, 17 vezes aparece nas cartas paulinas! Isso revela

Muito ministério, pouco mistério. Muita ação, pouca essência. Muita correria, pouco coração, Muita cobrança, pouca oferta”.

de onde vinha a força de Paulo: seu ministério fundava-se no mistério divino, na quênose da cruz de Cristo. Hoje, constata-se entre nós um forte acento no poder humano, naquilo que fazemos, podemos, falamos, propomos. Sobra pouco tempo para estar com Deus; sobra pouco espaço para a ação de Deus. Enquanto o homem de hoje tem sede de Deus, ainda que mui-

tas vezes o mascare, com medo de ir à profundidade de si, nós, agentes de pastoral, entramos na onda do mundo, da moda, da mídia, do mercado, e insistimos na ação, no ministério, no homem. Vamos logo ao agir, com pouco espaço para o ser. Muito ministério, pouco mistério. Muita ação, pouca essência. Muita correria, pouco coração, Muita cobrança, pouca oferta. Não entramos na profundidade, não vamos às águas mais profundas, apenas surfamos na superfície dos problemas imediatos e aparentes. Está claro que o cristianismo é religião da ação - “Vai e faze tu o mesmo”, disse Jesus ao fariseu após a parábola do bom samaritano (Lc 10, 25-37) - mas a ação cristã só pode ser verdadeira se provier do ser cristão, ser em Cristo, permanecer em Cristo. Muitas vezes é preciso estar com Cristo na cruz, simplesmente, sofrendo e orando com o Senhor. Afinal, é Ele quem age através de nossas pobres palavras e ações.

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Muita cobrança, pouca oferta Descontando o anacronismo, podemos ver como nos evangelhos há diferença entre as propostas religiosas da época e a gratuidade do Evangelho de Jesus. Quem cobra? João Batista, com sua ameaça e ira; os fariseus, escribas e doutores da lei, com seu legalismo; os sacerdotes, com seu sacrificialismo; os zelotas, com sua luta armada e propostas guerrilheiras; os essênios, com sua pureza ritual. Quem oferece? O Pai, com a oferta e entrega de seu Filho. O próprio Filho se oferece como graça, na acolhida e no perdão aos pecadores, na predileção pelos pobres, na inclusão das mulheres e dos marginalizados, no amor aos discípulos até o fim, na entrega de sua vida na cruz, O Espírito Santo se oferece a nós, enquanto é entregue aos fiéis e derramado sobre a Igreja. Nossa pastoral se tornou por demais cobrança, correria, sobrecarga. Isso produz exaustão. É preciso trabalhar, sim, correr, agir, estar presente a todas as situações em que o Evangelho deve ser anunciado e praticado. Mas pondo sempre uma boa dose de alegria, de encantamento. De modo que as pessoas percebam, em nossas palavras e ações, a oferta da graça do evangelho. Para isso, é preciso ir ao ser, ao cerne, ao mistério de Cristo, para poder ajudar as pessoas a fazerem, também elas, a experiência da graça da fé. É claro que precisamos usar na ação pastoral os grandes valores das ciências do século XX: planejamento, foco em objetivos claros e métodos bem definidos, administração de recursos, fidelização dos clientes, transparência na prestação de contas. É claro que precisamos descobrir quais são nossas forças (para as usarmos com eficácia), as oportunidades que o mundo nos apresenta (para as inserirmos em nossa ação), as nossas fraquezas (para as minimizarmos) e as ameaças que pesam sobre nós (para as enfrentarmos corajosamente). Mas não podemos cair nem na ganância mercantilista de querer dominar tudo nem na preguiça passivista e alienante. Pois nossa ação está sempre enraizada na graça de ser discípulo do Senhor. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


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Novembro 2009

Jovens conhecem a vida no Seminário Estágio e Encontrão Vocacional reuniram 71 jovens de 25 paróquias e fazia parte do Ano Sacerdotal

Encontrão No dia 12, as portas do Seminário foram abertas para o “Encontrão Vocacional”. Voltado a

Divulgação/JA

No dias 09 a 12 de outubro, o Seminário Menor da Arquidiocese, em Azambuja, Brusque, promoveu o Estágio e Encontrão Vocacionais. No total, 71 jovens, representando 25 paróquias da Arquidiocese, participaram do evento já tradicional, mas que neste ano fez parte do calendário do Ano Sacerdotal. O evento teve início na tarde do dia 09 com a acolhida dos participantes do Estágio Vocacional, voltado aos jovens que são acompanhados pela Pastoral Vocacional paroquial ou que, mesmo não acompanhados, tenham interesse em abraçar a vida presbiteral, mas que no mínimo estejam na oitava série do Ensino Fundamental. Participaram 26 jovens. Nos três dias, eles tiveram momentos de reflexão, esclarecimento vocacional, esportes, recreação, espiritualidade e estudo em grupo. Dos participantes, 16 confirmaram o ingresso no Seminário no próximo ano: 12 para o menor e 4 para o propedêutico.

Dos 71 jovens, 16 confirmaram a entrada no Seminário no próximo ano todos os jovens interessados em conhecer a vida no Seminário, independente de idade e de escolaridade, o evento reuniu 45 participantes, que se somaram aos outros 26 que estavam no Estágio. Durante o dia, os 71 jovens assistiram a um vídeo sobre o itinerário vocacional, e participaram de uma celebração presidida pelo nosso bispo-emérito Dom Vito Schlickmann. À tarde, ouviram as palestras do Pe. Lúcio Espíndola, nosso missionário na Guiné-Bissau, África, e do Pe. Vânio da Silva, coordenador da

Pastoral Vocacional. Depois, os jovens foram divididos em grupos por faixa etária e refletiram sobre o discernimento vocacional. “Tanto o Estágio quanto o Encontrão foram bastante positivos. Vimos o entusiasmo cada vez maior dos jovens e acreditamos que para o próximo ano teremos novos bons seminaristas”, disse Pe. Pedro Schlichting, reitor do Seminário de Azambuja. Segundo ele, mesmo aqueles que não ingressarem no Seminário no próximo ano, serão acompanhados pelas equipes vocacionais.

Crismandos realizam visitas missionárias A Paróquia Divino Espírito Santo, em Camboriú, todos os anos realizava um Retiro de encerramento para os jovens participantes da Catequese de Crisma. Este ano, a equipe resolveu inovar. Em vez do Retiro, os jovens realizaram visitas missionárias a uma comunidade empobrecida. As visitas foram realizadas no dia 03 de outubro, com a partici-

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pação de 130 crismandos. Eles foram divididos em 65 duplas e visitaram 1.300 famílias da comunidade Nossa Senhora da Glória, no Cedro. Antes de realizar as visitas, os jovens passaram por um mês de formação específica com base no texto de Lucas 19, 1-10, que trata da visita de Jesus a Zaqueu. Também foi elaborado um questionário de orientações sobre as visitas missionárias, para esclarecer quaisquer dúvidas dos crismandos. “O Retiro não tinha uma ação concreta. Queríamos que vissem a realidade das comunidades. Muitos deles vivem o seu mundo sem conhecer a realidade à sua volta. Com as visitas, pretendeu-se que eles se conscientizem Jovens realizam visita às famílias. Experiência foi bastante elogiada e deve repetir-se nos próximos anos

das dificuldades enfrentadas pelas outras pessoas e trabalhem para modificá-las”, disse Rosangela Aparecida Benassi, coordenadora paroquial de Catequese. A comunidade já havia sido informada com antecedência da realização do evento. Nas visitas, os jovens se apresentavam, faziam a leitura de um texto-bíblico, rezavam e deixavam material de divulgação da Arquidiocese. Também pediam que as pessoas falassem sobre a sua realidade. “Havia o receio de que eles não fossem bem recebidos, mas aconteceu o contrário, mesmo por parte de pessoas de outras religiões”, disse Rosangela. Segundo ela, o sucesso da primeira edição estimula para que ela seja repetida nos próximos anos. “A comunidade gostou e os jovens pediram que essa experiência seja realizada outras vezes”, acrescentou. No final das visitas missionárias houve a celebração eucarística na igreja da comunidade com os jovens crismandos, os pais, os catequistas e a comunidade.

Jovens têm experiência com as religiosas A Pastoral de Coroinhas estará promovendo no dia 08 de novembro um Encontro Vocacional com as adolescentes e jovens, coroinhas e outras, que queiram conhecer um pouco a vida das religiosas. O evento será realizado em Florianópolis, no Provincialado das Irmãs da Divina Providência, e faz parte da programação do Ano Vocacional. Durante o dia, as interessadas contarão com acolhida, momentos de confraternização, dinâmicas e data-show, para conhecer as outras jovens, as Irmãs, a vocação religiosa. Às 11h haverá a Missa dominical, presidida pelo Pe. Vânio da Silva, coordenador da Pastoral Vocacional.

Esta é a primeira vez que o evento é realizado. Assim como existem encontros para os rapazes conhecerem a vida no Seminário, pretendemos realizar algo semelhante para proporcionar o conhecimento das meninas sobre a vocação das irmãs, disse Ir. Clea Fuck, coordenadora da Pastoral dos Coroinhas da Arquidiocese. Para participar, as jovens devem se inscrever preenchendo a ficha disponível em sua paróquia. Mais informações pelos fones (48) 3263-0979 e 9986-3339 (como os fones ficam em Tijucas, mesmo quem mora em Florianópolis ou região, precisa discar o 48), ou pelo e-mail: ir.clea@gmail.com.

Braço do Baú receberá a Romaria da Terra e da Água A comunidade de Braço do Baú, em Ilhota, receberá os peregrinos de todo o Estado no dia 15 de novembro, para a 21ª Romaria da Terra e da Água. Nem mesmo as últimas chuvas, que mais uma vez castigaram a região, desmotivou a comissão organizadora do evento. Com o tema “Cuidar da Terra. Garantir a Vida”, a Romaria será realizada na Paróquia Nossa Senhora da Glória, no Braço do Baú, em Ilhota. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, uma das organizadoras da Romaria, o local simboliza a luta corajosa das pessoas que lá vivem e que sofrem as conseqüências do desastre ambiental ocorrido em 2008, com muitas perdas humanas e materiais, mas que, mesmo assim, seguem com firmeza e esperança teimosa na recuperação e reorganização de sua comunidade e de suas vidas. Nesta Romaria, o objetivo é fortalecer o compromisso de cuidar da vida, acreditando que cuidar da Terra é garantir a vida. Pede-se que os participantes levem lanche para ser partilhado, água, prato, talheres, copo, proteção para o sol e/ou chuva, bandeiras, muita animação e vontade de participar.

“Caso tenhamos previsão de chuva nos dias que antecederem a Romaria, para não comprometer a segurança do evento, ele será realizado na comunidade Baú Baixo. Isso não complica nada para os romeiros, uma vez que é acesso para chegar ao Braço do Baú”, disse Elena Casagrande, da Comissão Pastoral da Terra-SC, uma das promotoras do evento. Na Arquidiocese, a Ação Social do Saco dos Limões está organizando um ônibus para levar as pessoas para a Romaria. Os interessados devem entrar em contato pelos fones (48) 3322-4351 e 9157-7067, com Daiana. As vagas são limitadas.


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Bíblia

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Conhecendo o livro dos Salmos (21)

Salmo 33 (32): Louvar é preciso

Convite ao louvor 1. Exultai, ó justos, no Senhor / aos retos convém o louvor. 2. Louvai o Senhor com a cítara / tocai para Ele com a harpa de dez cordas. 3. Cantai para Ele um cântico novo, / tocai a lira com arte, na hora da ovação. O convite é feito aos “justos” e “retos”, a fim de que “exultem no Senhor”, e o louvem e celebrem (v.1). O clima é de alegria e celebração, animadas por instrumentos musicais (cítara, harpa “de dez cordas”, lira). O cântico a ser cantado é um “cântico novo” (v.3), acompanhado de música “na hora da ovação”, enquanto acontecem as aclamações dos presentes. Cântico “novo”, por quê? Pelos novos motivos de louvar, que vão se sucedendo na história, e que serão a seguir explicitados, até que chegue o “cântico novo” do Apocalipse (p. ex. Ap 5,9), quando então o louvor será perfeito, porque definitivo.

Justiça e misericórdia 4. Pois reta é a palavra do Senhor / e fiel, toda a sua obra. 5. Ele ama o direito e a justiça / de sua misericórdia está cheia a terra. Iniciando a motivação do louvor, o salmista celebra a “Palavra” do Senhor, isto é, a expressão do seu ser, que é “reta”, garantindo a “fidelidade”, a verdade/bondade “de toda a sua obra” (v. 4). Para nós, cristãos, essa “Palavra” não é apenas uma personificação literária,

Arquivo/JA

Este salmo é um hino de louvor, como o são os salmos 8, 19, 29, que já comentamos. Sendo “hino”, é um convite a louvar a Deus, com novas motivações. O número de suas estrofes, 22, recorda o número das letras do alfabeto hebraico, embora não seja um salmo estritamente “alfabético” no sentido de que cada versículo comece pelas letras sucessivas. “Louvar é preciso”, não porque Deus precise de nossos louvores, mas porque Ele nos dá imensos motivos de louvá-lo, tanto na sua obra criadora, como Criador, quanto pela sua ação na história, como Senhor. A referência insistente, no início, aos instrumentos musicais, denota a ambientação litúrgica, no Templo. É clara a estrutura do poema, que abarca grandes unidades, totalidades, multidões: depois do convite ao louvor, na introdução (vv. 1-3), temos a dupla motivação, no corpo do salmo (vv. 4-9 e 10-19) e, por fim, a conclusão (vv. 20-22), reforçando o tema da esperança e confiança no Senhor.

mas é concreta, histórica: fez-se carne e habitou entre nós (Jo 1,14), é o Filho, o Senhor Jesus. A seguir, uma síntese do ser de Deus, de quem se afirma que Ele “ama o direito e a justiça”, e “de sua misericórdia está cheia a terra”. “Justiça”, pois, acompanhada de “misericórdia”, graças à qual a justiça não é sem piedade nem implacável. É o que, audaciosamente, afirma São Tiago, na sua carta: A misericórdia triunfa sobre o julgamento (Tg 2,13b). Isso, porém, com uma condição, expressa no início do versículo: a de sermos nós também misericordiosos, pois o julgamento vai ser sem misericórdia para quem não praticou misericórdia (Tg 2,13a)

Palavra e Espírito 6. Pela palavra do Senhor foram feitos os céus / pelo sopro de sua boca, todo o seu exército. 7. Como num dique recolheu as águas do mar / encerrou em comportas os oceanos. Nesses dois versículos, o salmista concentra o que o primeiro capítulo do Gênesis descreve passo a passo, desde a primeira obra criadora, o “faça-se a luz” (Gn 1,3). Numa afirmação decidida contra a idolatria dos astros, praticada pelos babilônios, ele proclama que “os céus”, e também “o exército dos céus” (sol, lua, estrelas), são criaturas de Deus, não deuses, porque produzidos “pela palavra” do Senhor e “pelo sopro” de sua boca (v. 6). Por que, também “pelo sopro”, alento, espírito? É que toda palavra precisa do sopro articulado, para que possa ser ouvida, entendida, cum-

prida. Daí, aliás, nasce a expressão teológica “palavra inspirada”. A seguir, o salmista-poeta recorre a duas belas metáforas sobre a criação ordenada do mar, vencendo a sua rebeldia: o “dique”, que represa as águas, e as comportas, que as recolhem e delimitam.

Temor reverencial 8. Que toda a terra tema o Senhor, / tremam diante dele todos os habitantes do mundo. 9. Pois ele falou, e tudo se fez; / ordenou, e tudo começou a existir. Diante desse domínio do Criador sobre suas criaturas, a única atitude sensata de “toda a terra”, e de “todos os habitantes do mundo”, é o “temor do Senhor”, temor, aliás, concretizado pelo “tremor” (v. 8). Diferente do medo, esse temor reverencial é “o princípio da sabedoria”, como tantas vezes nos lembra a Escritura (cf Pr 9,10). “Temor e tremor” diante dAquele cuja Palavra é soberana e eficaz: “Ele falou e tudo se fez; ordenou, e tudo começou a existir” (v. 9)

Plano e planos 10. O Senhor anula os desígnios das nações, / frustra os projetos dos povos. 11. Mas o plano do Senhor é estável para sempre / os pensamentos do seu coração, por todas as gerações. 12. Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, / o povo que escolheu para si como herança. Após ter exaltado a Palavra criadora (vv. 4-9), o salmista passa

agora a refletir sobre a ação de Deus na história (vv. 10-19). Impressiona o decidido contraste entre os planos das nações e o plano de Deus. Sem hesitação alguma, o salmista afirma que “o Senhor anula os desígnios das nações, e frustra os projetos dos povos” (v. 10), enquanto o plano divino se cumpre sempre: “é estável para sempre” (v. 11). Mais ainda, seu projeto, ou seja, “os pensamentos do seu coração” - expressão que a liturgia aplica ao Coração de Jesus - permanecem por todas as gerações (v. 11). O profeta Isaías várias vezes, no seu livro, proclama a eficácia e irresistibilidade do plano divino: O Senhor dos exércitos tomou uma decisão, quem a anulará? Sua mão está estendida, quem a fará recuar? (Is 14,27). Em compensação, o salmista expressa a bem-aventurança da “nação” que acata esse plano, sua Lei, seu projeto, nação cujo Deus é o Senhor, o povo que Ele escolheu como herança” (v. 12).

O olhar de Deus 13. Do céu o Senhor está olhando, / Ele vê a humanidade inteira. 14. Do lugar onde mora, observa / todos os habitantes da terra. 15. Foi Ele quem lhes formou o coração, / e conhece tudo o que fazem. A soberania de Deus se comprova pela sua onividência e onisciência: Ele vê tudo, sabe tudo, e isso ontem, hoje, sempre. Para Ele, que formou o coração humano (v. 15), isto é, “modelou-o”, como o oleiro à argila, tudo é claro, incluindo a motivação profunda que leva a pessoa a agir. Por isso mesmo, o julgamento pertence a Ele, que “conhece o ser humano por dentro” (cf Jo 2,25).

Recursos humanos 16. O rei não se salva por um forte exército, / nem o herói por seu grande vigor. 17. O cavalo não ajuda a vencer, / com toda a sua força, não pode salvar. O hino da CF-2009 fazia a pergunta: “Onde pões tua confiança? Segurança, quem te traz?” Para o salmista, é evidente que a segurança não está no “forte exército” do rei, nem no “grande vigor” do herói, nem em “toda a força” do cavalo (vv. 16-17). São recursos humanos importantes, mas que, não sustentados pelo Senhor, não fazem a diferença, isto é, não salvam. É, aliás, o que nos lembra o Senhor Jesus, no evangelho, ao

Faça como Silvério Costa, Florianópolis, escreva p ara o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada porCRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.bre

advertir-nos: Sem mim, nada podeis fazer! (Jo 15,5)

O cuidado divino 18. O olhar do Senhor vigia sobre quem o teme,/sobre quem espera na sua misericórdia, 19. para livrá-lo da morte / e alimentá-lo no tempo da fome. Onde, então, a salvação? Não em recursos humanos, mas na perseverança de quem espera na misericórdia do Senhor, que vigia sobre quem O teme (v. 18), isto é, dele cuida. De que maneira? Livrando-o da morte e alimentandoo em tempo de penúria (v. 19). Entretanto, como conciliar essas certezas da fé do salmista com a realidade de tantos excluídos, de tantas vítimas da penúria e da fome? Se não são os alimentos que faltam, por que essa penúria?

Esperança e confiança 20. Nossa alma espera no Senhor, / é Ele nosso auxílio e escudo. 21. Nele se alegra o nosso coração / e confiamos no seu santo nome. 22. Senhor, esteja sobre nós a tua misericórdia, / do modo como em ti nós esperamos. A conclusão do hino é um pedido, precedido por duas constatações exortativas: nossa alma espera no Senhor, isto é, persevere esperando (v. 20); e “nele se alegra o nosso coração”, isto é, “nele continue alegrando-se”. Por quê? Porque Ele é “nosso auxílio e escudo”, ou seja, proteção, e por isso “no seu santo nome”, isto é, nele, no seu plano, no seu poder misericordioso, confiamos (v. 21). A súplica do v. 22 se canta pelo final do Te Deum, o grande hino de louvor da liturgia católica: que a nossa esperança seja coroada pela divina misericórdia. E isso nas circunstâncias concretas, tantas vezes adversas, em que vivemos. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Por que “louvar é preciso”, mesmo nas circunstâncias adversas? 2) Como o salmista resume, em dois versículos, o primeiro capítulo do Gênesis? 3) Se amamos a Deus, não podemos ter “medo” dele (cf 1Jo 4,18). Que significa, então, o “temor de Deus”? 4) Se Deus frustra os projetos humanos, como deve ser o nosso planejamento? 5) Qual a relação entre os recursos humanos e o cuidado divino?


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Seminário prepara lideranças para a CF-2010 Desde que foi criada em 1964, esta será a terceira Campanha da Fraternidade Ecumênica Foto JA

“Economia e Vida”, este é o tema escolhido para a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2010, que tem como lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). Para se aprofundar nesta iniciativa, mais de 100 pessoas de todo o Estado estiveram reunidas nos dias 09 a 11 de outubro, no Centro de Formação Católica, em Lages, para participar do Seminário Regional de Preparação para a CFE2010. A Arquidiocese esteve representada por 12 lideranças. Além da Igreja Católica, estiveram representadas no seminário a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - IECLB, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil - IEAB, Igreja Evangélica Assembléia de Deus - IEAD, e entidades do Fórum Catarinense de Economia Solidária. Na abertura, Dom Manoel João Francisco, Presidente do Conselho de Igrejas para Estudo e Reflexão (CIER) e bispo de Chapecó, enfatizou que os participantes do Seminário são os pri-

Mais de 100 lideranças de todo o Estado participaram do Seminário meiros responsáveis pela dinamização da Campanha no decorrer de 2010 nas comunidades. Na sequência, Pe. José Adalberto Vanzella, secretário-executivo da Campanha da Fraternidade, fez a introdução ao tema.

Economia Solidária No dia seguinte, falou o Prof. Valmor Schiochet, da Universidade Regional de Blumenau - FURB, que fez a reflexão sócio-políticotécnica. Durante a sua apresentação, houve um momento para três representantes do Fórum Catarinense de Economia Solidária apresentarem um panorama da Economia Solidária em Santa Catarina. À tarde, falou o Prof. Dr. Valério Guilherme Schaper, pastor da IECLB e integrante da equipe de elaboração do texto-base, que fez a reflexão bíblico-pastoral.

À noite, após o jantar, houve a troca de experiências. Alguns empreendimentos de Economia Solidária ficaram expostos durante todo o evento em uma sala. São grupos apoiados pelo Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor - CAPA, e pela Cáritas. Um representante de cada empreendimento apresentou o seu produto, como comercializa e o apoio que recebe. No último dia do encontro, os participantes sugeriram propostas para dinamizar a CF-2010 em suas regiões. Na sequência, fizeram a avaliação do Seminário. O encontro foi encerrado com uma Celebração Ecumênica sugerida no subsídio do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC. O relatório completo do encontro e outras informações sobre a CFE 2010 você encontra no site www.itesc.ecumenismo.com.

Vários eventos serão promovidos na Arquidiocese No dia 22 de outubro, a Comissão Arquidiocesana do Diálogo Ecumênico e Inter-Religioso CADEIR, e a Comissão de Preparação da Campanha da Fraternidade Ecumênica promoveram um encontro com as pessoas que participaram do Seminário de Preparação da CFE-2010, realizado em Lages, e outras lideranças que participam do Diálogo Ecumênico. Realizado na residência de Adelir Raupp, coordenadora arquidiocesana da CF, em Florianópolis, o encontro contou com a presença de 15 participantes, representando a Igreja Católica, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e a Igreja Presbiteriana Independente. Esse foi o terceiro encontro promovido pela CADEIR com a finalidade de pensar a promoção da CFE-2010. Durante o encontro, os participantes foram informados do que houve no Seminário Regional da CFE, do que já foi discutido nas outras reuniões e propuseram a realização de vários eventos para a Campanha. Um deles é o Seminário Arquidiocesano de Preparação da CFE, que será realizado no dia 28 de novembro, na Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, a partir das 8h. No encontro, ficou definida a participação de cada

“A CFE propõe a criação de iniciativas de trabalho e renda” Durante o Seminário Regional de Preparação para a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010, Pe. José Adalberto Vanzella, secretário-executivo da Campanha da Fraternidade, nos concedeu a entrevista que segue. Jornal da Arquidiocese - Que reflexão se pretende fazer com o lema da CFE-2010? Pe. Vanzella - Mostrar a contradição que existe entre os valores do Reino de Deus, que coloca a pessoa humana e a sua dignidade no topo da pirâmide da hierarquia de valores que marca a existência humana, e os valores que fundamentam a

atual visão econômica. JA - De que forma as Igrejas que compõem o CONIC vão contribuir na dinamização da CFE? Pe. Vanzella - Cada Igreja, a seu modo, de acordo com a sua condição, irá desenvolver atividades em vista da realização do objetivo geral e dos objetivos específicos da CFE-2010. Mas todas vão unir-se para atingir esses objetivos a partir do planejamento e realização de atividades comuns, tanto no âmbito religioso como no social. JA - Quais alternativas a CFE propõe ao atual modelo econômico? Pe. Vanzella - As principais

alternativas são: Promoção da economia solidária; Bancos populares comunitários de microcrédito; Superação do individualismo e do consumismo; Responsabilidade ecológica; Projetos de geração de emprego e renda; Criação de redes de solidariedade. JA - A questão do consumo traz reflexos diretos no meio ambiente. Como a CF-2010 tratará isso? Pe. Vanzella - A CFE-2010 discute a responsabilidade de todos diante dos graves problemas que a economia traz para o meio ambiente, mas essa questão será aprofundada na CF-2011, que tem como tema: A frater-

pessoa no Seminário. Entre os eventos previstos para serem realizados ainda este ano, haverá celebração ecumênica no Santuário de Fátima, no dia 04/11, às 20h, e na Paróquia Santíssima Trindade, no dia 07/12, às 19h30. No próximo ano, em março e abril, a celebração será realizada na Igreja Presbiteriana Independente e no Templo Ecumênico em Jurerê, todas em Florianópolis.

ABERTURA OFICIAL Na Quarta-Feira de Cinzas, dia 17 de fevereiro, quando acontece o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade, o evento será realizado no Templo Ecumênico da Universidade Federal de Santa Catarina. A partir das 14h, será realizada a entrevista coletiva para a imprensa e depois, às 15h, haverá uma Celebração Ecumênica. As igrejas participantes do Diálogo Ecumênico serão convidadas ao evento. Vários eventos ainda serão programados para próximo ano, como: Solenidade na Assembléia Legislativa do Estado, em data a ser definida; o Dia Mundial de Oração pela Unidade dos Cristãos, no dia 05 de março, no ITESC; a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, nos dias 16 a 23 de maio de 2010.

Foto JA

nidade e a vida no planeta. JA - Algumas igrejas pregam a "Teologia da Prosperidade". Como a CF-2010 pretende alertar para esse tipo de prática? Pe. Vanzella - A Teologia da Prosperidade faz com que Deus deixe de ser Deus para ser instrumentalizado pelo ser humano, tornando-se servo do homem. Deus é apresentado como um ser corrupto, que se vende por dinheiro, e a religião torna-se simplesmente um meio de utilização de Deus para a satisfação de necessidades temporais. O Reino definitivo não possui destaque na teologia da prosperidade.

Pe. Vanzella, secretário-executivo da Campanha da Fraternidade, fez a introdução ao tema durante o Seminário, em Lages


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Geral

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Dia de “Cura no Amor” reúne fiéis Evento celebrou os dez anos da Comunidade Abbá Pai e teve a pregação do Pe. Eduardo Dougherty Foto JA

Quase mil pessoas estiveram reunidas no dia 18 de outubro na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em São José, para participar do 2º Dia de "Cura no Amor". Promovido pela Comunidade Católica Abbá Pai, o evento celebrou os dez anos de criação da comunidade. O Dia contou com a pregação do Pe. Eduardo Dougherty, precursor da Renovação Carismática Católica no Brasil e pregador de renome internacional, realizando pregações constantes em 39 países. Durante todo o dia ele fez pregações que relacionaram a experiência do amor de Deus nas pessoas da Santíssima Trindade com a cura física, afetiva e espiritual. O evento teve início às 8h da manhã com a acolhida dos participantes. Pela manhã, Pe. Eduardo falou sobre “Deus, que é amor, cura-nos e liberta-nos de todos os males”, centrando na pessoa de Deus Pai. Depois focou na “Cura em Jesus”. Em seguida houve a Adoração e passagem do Santíssimo Sacramento. À tarde, ele falou sobre “Curados pela Efusão do Batismo no Espírito Santo”, e na sequência foi feito um cenáculo de oração. O evento foi encerrado com a Celebração Eucarística, a partir das 16h30, pre-

Coral Santa Cecília celebra 59 anos O Coral Santa Cecília da Catedral está celebrando os seus 59 anos de fundação. A data será comemorada com o seu Concerto Anual no dia 24 de novembro, às 20h30, na Catedral. Será na véspera do Dia de Santa Catarina. Como é tradição, a segunda parte do Concerto contará com acompanhamento de Orquestra: desta vez, a “Came-

rata Florianópolis”. Do programa, sob a regência do Pe. Ney Brasil Pereira, consta, entre outras peças, a “Missa Brevis em Si bemol”, de Josef Haydn, celebrando os 200 anos do seu falecimento, além da “Ode para o dia de Santa Cecília”, de Haendel, celebrando também os 250 anos do falecimento desse outro notável compositor.

Dom Murilo visita o Papa Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em São José, ficou lotada de fiéis, que durante todo o dia participaram do encontro

Foto JA

sidida pelo nosso Arcebispo Dom Murilo Krieger, concelebrada pelo Pe. Eduardo, Pe. André Gonzaga, pároco anfitrião, e pelo Pe. Ney Brasil, orientador espiritual da Abbá Pai. “Foi um momento histórico pela presença de Pe. Eduardo Dougherty, que na década de 70 plantou as primeiras sementes da Renovação Carismática no Brasil, e que há mais de dez anos não vinha à Arquidiocese”, disse Simone Pereira, uma das fundadoras da Comunidade Abbá Pai. Segundo ela, a Abbá Pai celebra os dez anos, mas quem ganhou o presente foi a comunidade. Esta foi a segunda edição do evento. Na primeira, realizada em novembro de 2008, na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José, mais de 1.500 pessoas participaram.

10 anos de trabalho

Pe Eduardo conduziu o Santíssimo entre os fiéis. Ele retornou a Arquidiocese depois de dez anos

Criada em 1997 e oficializada em 1999, a Comunidade Católica Abbá Pai (“Abbá”

em aramaico significa “paizinho querido”) é formada por leigos consagrados, em regime de aliança. Ela nasceu junto ao movimento da Renovação Carismática Católica, na igreja São Cristóvão, da Paróquia N.Sra. do Rosário, em São José. Seu carisma é “Proclamar o amor e a misericórdia do Pai, pela santificação das famílias”. Formada de fiéis de todas as idades, a Comunidade é uma grande família na fé e na esperança do Amor do Abbá. Nesse espírito, atualmente, caminham com ela cerca de 40 famílias, ligadas a seus vocacio-nados, amigos e voluntários. A Comunidade organiza, periodicamente, eventos de evangelização e formação cristã, com especial destaque para a família; visitas semanais a hospitais e asilos. Tem atuação na Orionópolis Catarinense e presta auxílio a várias instituições públicas como o Presídio de Florianópolis. Na Igreja, a Comunidade tem atuação na RCC, na Pastoral Carcerária e em várias paróquias, em especial na Paróquia NSra. do Rosário. Mais informações, entre em contato pelos fones (48) 30342417 e 9963-7939 ou pelos emails: com.abbapai@yahoo.com.br e com.abbapai@gmail.com.

A partir do dia 27 de novembro, nosso arcebispo Dom Murilo Krieger estará em Roma para realizar a Visita ad limina. Ele acompanhará outros 31 bispos do Sul 4 da CNBB (Santa Catarina) e do Sul 3 (Rio Grande do Sul). O grupo será o quarto de uma série de 13 grupos do Brasil que visitarão o Papa Bento XVI. Esta visita é oficial e deve ser realizada pelos bispos do mundo inteiro a cada cinco anos. Nela, os bispos seguem uma programação específica (veja artigo de Dom Murilo na página 02) e têm um encontro com o Papa. A visita é precedida por um relatório sobre a vida da diocese desde a última visita. Esta é a segunda vez que Dom Murilo realiza a Visita ad limina en-

quanto arcebispo de Florianópolis. A primeira foi de 31 de janeiro a 07 de fevereiro de 2003, junto com os bispos do Regional Centro Oeste (Goiás e Tocantins). Isso porque, dias antes de realizar a visita, prevista para novembro de 2002, descobriu um problema cardíaco e teve que passar por cirurgia. Desde a última visita já se passaram sete anos, dois anos a mais que o normal. Isso porque nesse tempo perdemos João Paulo II. “Assim, várias visitas que tinham sido programadas para aqueles que foram os últimos meses de João Paulo II foram canceladas e só bem mais tarde remarcadas com o novo Papa, assim que pôde começar a receber os bispos para esta visita oficial”, explicou Dom Murilo. Arquivo/JA

Esta é a segunda vez que Dom Murilo realiza a visita como arcebispo de Florianópolis. A primeira foi em 2003, feita a João Paulo II

Encontro reuniu padres que representaram 38 paróquias


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Jovens debatem sobre a violência Mais de 1,5 mil participam do DNJ, que neste ano refletiu sobre a violência que afeta sobretudo os jovens

A partir das 12h, foram libe-

O sucesso do evento representou a retomada do trabalho da juventude e a sua disposição de estar a serviço da Igreja radas as práticas esportivas e de recreação. Às 15h30, todos os jovens voltaram a se concentrar no Ginásio de Esportes e participaram da Celebração Eucarística, presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, e concelebrada por 14 padres e um diácono. Em sua homilia, Dom Murilo falou do papel dos jovens na Igreja. “Cabe a vocês dizer aos outros jovens que Jesus lhes chama. Ele vem como um amigo ao seu encontro. Há muitas pessoas precisando que alguém lhes diga: Coragem, Jesus te chama! E esse é o papel de vocês”, disse Dom Murilo. No final do encontro, houve sorteio de prêmios para os jovens. Camisetas, celulares, assinatura de jornal e uma bicicleta foram oferecidos por parceiros do evento.

Avaliação “O DNJ, como atividade, foi muito positivo. Foi um dia em que conseguimos reunir mais de 1.500 jovens e juntos tivemos a oportunidade de celebrar esta data tão especial para nós. Todos os jovens presentes debateram, divertiram-se e celebraram”, disse Guilherme Pontes, coordena-

dor da Pastoral da Juventude na Arquidiocese. Mas, segundo ele, o DNJ não pode ser visto somente como uma atividade. “Ele representa para nós da PJ um recomeço, a disposição que temos para o serviço. O DNJ demonstrou que nosso trabalho está dando certo e que estamos a serviço de quem precisa: os grupos de jovens e as lideranças que fazem o trabalho acontecer nas comunidades”, acrescentou.

CARTA ABERTA DA JUVENTUDE DA ARQUIDIOCESE DE FLORIANÓPOLIS Nós, jovens participantes de diversos grupos na arquidiocese de Florianópolis, reunidos no Dia Nacional da Juventude, manifestamonos por meio desta carta nossa opção pela paz e pela vida. Apontamos a desestruturação das famílias, a falta de oportunidades para trabalho e estudo, os valores individualistas e a omissão de muitos governantes, como as maiores ameaças a nossa integridade. Apesar da insegurança que a violência dessa sociedade nos causa, mantemo-nos firmes na convicção de que todos merecem "viver em plenitude", e por isso nos colocamos em marcha pela paz. Por mais que nos digam que “o sol deixou de brilhar”, que nada mais pode ser feito, não nos calamos. Afirmamos antes que “paz sem voz, não é paz, é medo”, e por isso, como nossos profetas, proclamamos que, para além do combate à violência, construiremos “um novo céu e uma nova terra”: a civilização do amor. Para isso, não fazemos questão de cargos ou honrarias, queremos sim é companhia: uma nova juventude, bem como uma nova sociedade, tarefa de todos. A esperança, inerente ao jovem, que traz o novo, será a lâmpada que iluminará nossos passos. Nossa fé em Jesus Cristo será a razão para lutarmos por tudo isso. Colégio Catarinense, Florianópolis, 25 de outubro de 2009. Foto JA

Celebração Eucarística

Foto JA

Mais de 1.500 jovens, dos 30 municípios da Arquidiocese, estiveram presentes no Colégio Catarinense, em Florianópolis, no dia 25 de outubro, para participar do Dia Nacional da Juventude (DNJ). Promovido pela Pastoral da Juventude da Arquidiocese, o evento contou com a colaboração e participação de várias espiritualidades da juventude presentes na Igreja. Este ano, o DNJ teve como tema “Contra extermínio da Juventude, na luta pela vida", e lema "Juventude em marcha contra a violência”. O encontro, no Ginásio de Esportes do Colégio, teve início às 8h, com a recepção e identificação dos participantes. Depois seguiram-se shows de bandas católicas. Às 10h, os jovens foram divididos em 60 grupos, cada um com um monitor, para refletir sobre a questão da violência. Eles leram um breve texto e apontaram sugestões para a redução da violência. O resultado dos debates em grupos foi encaminhado à coordenação do evento que, a seguir, elaborou a "Carta da Juventude sobre a Violência". O documento posteriormente será encaminhado às autoridades municipais, estadual e federal, e a entidades da sociedade civil. Em seguida, a partir da 11h30min, houve uma palestra com o Pe. Vilson Groh, que falou sobre a sua experiência de 25 anos vivendo nas comunidades de periferia. Segundo ele, entre os anos de 2002 e 2003, assistiu a 80 funerais de jovens e adolescentes vítimas das drogas e da violência. “Diante de tantas situações de mudança social, a única que funciona é seguir Jesus”, disse. Em seguida falou a Major Edenice Fraga, especialista em atendimento à criança e adolescente em situação de risco, da Polícia Militar.

Competições esportivas Durante o encontro, os jovens puderam participar de várias práticas esportivas e de lazer. Havia touro mecânico, cama elástica, escalada, surf mecânico, além de competições esportivas de futebol de salão e vôlei. Também apresentação de capoeira, boi-de-mamão e encenações teatrais. No total, 36 equipes de futebol de salão e 14 equipes de vôlei se inscreveram. Elas competiram em confronto direto, e no final as três finalistas receberam troféu e medalha. “Foi um importante momento de confraternização entre os jovens. Uma oportunidade de se conhecerem melhor e trocarem idéias”, disse Guilherme.

Os jovens formaram pequenos grupos para refletir sobre o tema

Transmissão ao vivo As pessoas que não puderam participar do DNJ, tiveram a oportunidade de acompanhar todo o evento através da transmissão ao vivo pelo site www.dnjaovivo.com. A transmissão foi realizada por três câmeras, que eram operadas por um computador.

Além de assistir e ouvir o que estava acontecendo, os participantes ainda podiam emitir sua opinião através do Twitter. Todo o sistema foi operado por voluntários do Movimento de Jovens Água Viva. As fotos do evento estão disponíveis no site.


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Geral

Novembro 2009

Jornal da Arquidiocese

ASA realiza II Semana da Solidariedade Programação contará com atividades em algumas paróquias e no Largo da Alfândega, em Florianópolis

A Semana da Solidariedade terá as seguintes atividades: 17/11/2009 - Encontro Arquidiocesano e Comemoração dos 49 anos da ASA: encontro com as Ações Sociais para refletir sobre a Solidariedade, momento de avaliação da caminhada e encerramento da Formação em Políticas Públicas - Assistência Social. Local: Paróquia São João Evangelista Biguaçu - 13h as 18h. 19 e 20/11/2009 - II Feira Regional de Economia Solidária: comercialização dos produtos e serviços de grupos, associações, empresas autogestionárias e/ou cooperativas com base nos princípios da economia solidária. Local: Largo da Alfândega.

Arquivo/JA

Com o intuito de discutir a solidariedade na Arquidiocese de Florianópolis, a Ação Social Arquidiocesana-ASA, realizou em 2008 a Semana da Solidariedade, sendo esta uma atividade proposta pela Cáritas Brasileira (organismo da CNBB). Tendo como tema central a Solidariedade, a Semana quis mostrar como ela se manifesta e como se organiza, identificando as possibilidades de torná-la concreta. Além de promover o debate da temática nos espaços das Ações Sociais, a II Semana da Solidariedade tem a perspectiva de ampliar a proposta, realizando de um evento englobando uma mostra dos trabalhos realizados pelas Ações Sociais, apresentações culturais e Feira de Economia Solidária.

Arquidiocese inicia Planejamento de Pastoral Trabalho é uma continuidade do que havia sido definido na Assembléia Arquidiocesana

Na primeira edição, realizada em janeiro de 2008, participaram 43 empreendimentos de economia solidária da região. A Feira engloba: 1- Mostra dos Trabalhos Sociais da Arquidiocese: espaço para exposição de produções artísticas desenvolvidas por pessoas e/ou grupos, trazendo o resgate de técnicas artísticas e culturais próprias da região de Florianópolis, a fim de demonstrar a diversidade cultural presente na região. Local: Largo da Alfândega. 2- Seminário e Oficinas: voltadas para temáticas específicas, tais como: comércio justo e solidário, desenvolvimento social e sustentável, alternativas e projetos ambientais, sociais e culturais. Programação durante a II Feira de Economia Solidária. 3-Apresentações Culturais: serão realizadas diversas apresentações culturais de grupos e

artistas locais, priorizando projetos e programas sociais da grande Florianópolis e de artistas populares. 21/11/2009 - I Seminário de Agricultura Urbana - Itajaí: com o objetivo de proporcionar um espaço para troca de experiências, saberes, partilhas e conhecimento, além de resgatar o sentido místico da vida, a criação, o respeito pela Terra. Local: paróquia São Vicente - Itajaí - Horário: 08:30 hs. A realização do evento possibilitará que as organizações, grupos e ações sociais saiam de seus espaços habituais (nem sempre reconhecidos pela população em geral) para se apresentar ao grande público, valorizando seus trabalhos e expressões culturais.

Aconteceu a 3ª Semana Brasileira de Catequese Desde 2006, quando foi aprovado o Ano Catequético Nacional pelos bispos, foi-se pensando em realizar a 3ª Semana Brasileira de Catequese. O tema, fundamentado na experiência dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35), que tem como base o encontro com o Senhor, quer chamar a atenção para uma catequese gradual e permanente. Por isso, a 3ª Semana focalizou a Iniciação à Vida Cristã, mostrando que não podemos mais centrar nossa educação da fé em apenas crianças e adolescentes. Toda a comunidade é convidada a entender que catequese, sendo uma dimensão, permeia todas as pastorais, movimentos, organismos, isto é, todos os cristãos batizados. Toda a Semana foi um espaço de celebração, partilha, reflexão, mas, sobretudo, de compromissos diante de uma catequese que responda aos novos tempos de hoje. Do Regional Sul 4, 16 participantes das diversas dioceses se fizeram presentes. De Florianópolis, a Coordenadora Arquidiocesana

Na última Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, em junho passado, foi definido que nossa Arquidiocese iniciaria um planejamento arquidiocesano de pastoral. Foram aprovadas as Diretrizes da Ação Evangeli-zadora da Arquidiocese de Florianópolis, nas quais, juntamente com análises e propostas de ação pastoral, são colocadas as pistas a seguir no decorrer do planejamento. O Conselho Arquidiocesano de Pastoral, que é composto pelos coordenadores de pastorais e organismos e por três membros de cada comarca, e se reúne três vezes ao ano, será o responsável geral pelo planejamento. O Secretariado Arquidiocesano de Pastoral (dez pessoas) e o Grupo de Apoio à Coordenação (cinco padres) passaram a reunir-se mensalmente desde agosto, para assumirem a missão de órgão pensante do planejamento. A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, órgão executivo do planejamento, além de encaminhar a publicação, divulgação e estudo das Diretrizes nas comarcas e paróquias, reuniu-se neste mês de outubro (nos dias 3 e 17) com representantes paroquiais para dar os primeiros passos do planejamento. Nos dois encontros, houve participação de representantes de cinquenta (entre setenta) paróquias. Além de estudar o que é planejamento diocesano de pastoral (natureza, importância, objetivos e métodos), foi apresentado e revisado o questionário a ser enviado às paróquias para levantamento de nossa realidade eclesial.

Questionários Representantes da Arquidiocese no evento de Catequese, Ir. Marlene Bertoldi (centro), e os catequistas Marcio Murilo Martins e Miriane Paim estiveram presentes neste evento.

No momento, está sendo elaborado o questionário institucional, cujo objetivo é levantar dados estatísticos de nossa situação eclesial: ofertas de sa-

cramentos, serviços ecle-siais e pastorais, cursos de formação, número de agentes (ministros, catequistas etc.), tipos de pastoral etc. Outro questionário será elaborado para ser respondido pelos agentes de pastoral a fim de verificar seu parecer a respeito da Igreja, nossas forças e fraquezas, bem como as oportunidades e ameaças que nos vêm do mundo social. Outro ainda deverá ser elaborado para ser respondido por católicos não praticantes e por católicos que deixaram a Igreja, a fim de verificar nossos limites e vazios pastorais. Pretende-se que todos esses questionários sejam respondidos até abril ou maio do próximo ano, para que suas respostas sejam tabuladas e analisadas nos meses seguintes. Além disso, de agosto a novembro do ano próximo haverá o Censo Demográfico Nacional, cujos resultados passarão a ser publicados no primeiro semestre de 2011. Com esses resultados, se poderá fazer uma análise de nossa realidade social.

Aprovação em 2012 Com esses dados eclesiais e sociais em mão, há de se fazer uma análise bíblico-teológica e apontar pistas de ação que irão compor o Plano Arquidiocesano de Pastoral. Para podermos aproveitar-nos do resultado do Censo Demográfico, julgou-se mais oportuno que o estudo e aprovação do Plano de Pastoral sejam adiados de 2011 (como havia proposto a Assembleia) para 2012. A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral conta com o apoio de todos os agentes de pastoral para a realização do planejamento, afim de que se percorra o caminho eclesial da unidade e nele se possa ouvir o que o Espírito Santo diz à nossa Igreja de Florianópolis (Ap 2,7).

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GBF 11

Novembro 2009

Livreto do Advento/Natal está disponível Livreto prepara para a grande festa do Natal do Senhor Estamos nos aproximando do Advento, tempo forte de preparação para celebrar a grande festa do Natal do Senhor. É um tempo propício para renovar o nosso encontro com Jesus de Nazaré, o Emanuel, Deus conosco. O livreto compreende duas celebrações, inicial e final, e três encontros que refletem o tempo do Advento/Natal. Há mais três encontros, sugeridos para a celebração do Ano Sacerdotal. Deus nos convida a dar continuidade à missão. Esses encontros relacionados ao Ano Sacerdotal poderão ser rezados e refletidos pelos Grupos Bíblicos em Família, que queiram continuar a encontrar-se depois do Natal, ou mesmo em algum momento oportuno, com a família, com os amigos, ou na oração particular. O livreto do Advento/Natal nos ajudará a refletir sobre a revelação do amor e da graça de Deus

na nossa vida e no mundo. Queremos mostrar às pessoas que este nosso mundo, com tantos desafios, injustiças e violências, com tudo o que temos e somos, é a manifestação da graça e do amor gratuito de um Deus que nos ama ao ponto de dar-nos o seu Filho, feito gente como nós, para nos salvar. Quando tivermos em mãos o livreto, para rezar e refletir sobre o tema “Natal: revelação do amor de Deus”, sentiremos a alegria de anunciar com urgência na comunidade e ao mundo o amor bondoso e misericordioso. Lembramos a recomendação de Paulo aos Filipenses: "Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus" (Fl 2,5). Esta é a nossa missão de Igreja seguidora de Jesus Cristo: estar sempre a serviço, anunciando a todos e todas que Deus nos amou e assumiu a condição humana, para construir entre nós o

seu Reino de amor, paz, justiça e fraternidade. A revelação do amor de Deus, na pessoa de Jesus Cristo, a boa notícia dada aos pastores, continua sendo, hoje e sempre, a melhor mensagem a cada qual de nós. É preciso ter o coração aberto para sentir o amor de Deus de modo especial, seja na família, no local de trabalho, ou nos momentos reunidos com os amigos, enfim por toda parte onde andarmos. O Advento deve ser para nós um momento oportuno de reconciliação uns com os outros, para melhor acolher Jesus na alegria, na simplicidade e na gratuidade. Espera-se que cada um de nós seja neste Advento o mensageiro e a mensageira que irá levar às casas das famílias e à comunidade a mensagem do amor incondicional de Deus. Maria Glória da S. Luz Coord. Arquidiocesana dos GBF

Escola Bíblica dos GBF - Comarca de Tijucas No dia 28 de outubro, às 19h30m, aconteceu a Missa de ação de graças, a entrega dos certificados e o encerramento do Curso Bíblico para Animadores e Animadoras dos GBF da Co-marca de Tijucas. Essa turma completou a segunda etapa e contou com a participação de, em média, sessenta pessoas das Paróquias da Comarca. Os encontros tiveram início no dia quinze de abril e aconteciam todas as quartas à noite, até o dia

vinte e um de outubro. A seguir, quatro participantes relatam suas experiências pessoais. “O Curso Bíblico ministrado na Paróquia São Sebastião de Tijucas foi de valiosa contribuição para minha vida pessoal - aprendi a entender melhor os textos sagrados, a compreender o significado de símbolos, figuras e palavras, e principalmente a interpretar os textos. Fiquei feliz por ter oportunidade de participar de um Curso Bíblico. Foi muito importante para

Alguns dos participantes da Escola Bíblica de Tijucas

mim. Agradeço aos ministrantes do curso, que foram muito competentes e dedicados”, Lourdes Maria Pozzi Floriani - Tijucas. “Trouxe maior conhecimento em minha vida e me levou a ser Animadora do Grupo Bíblico em Família”, Valésia Coelho - São João Batista. “Fez-me sentir vontade de ler a Bíblia com muita frequência e viver a Palavra de Deus no dia-adia com alegria”, Palmira Cadorin - Nova Trento. “O estudo no Curso Bíblico em Tijucas foi uma grande oportunidade para se apaixonar pela Palavra de Deus e pelos GBF. Teve gosto de ‘quero mais’, pois a Palavra de Deus seduz, basta deixarse seduzir! Quem participou ficou boquiaberto, esperando sempre mais daquela ‘bebida’, tal qual filhote de pássaro esfomeado!”, Luiz Irineu Volpato - Itapema. Agradeço ao Conselho Comarcal de Pastoral, à Comissão Coordenadora, aos Assessores, aos Padres da Comarca, aos participantes e aos colaboradores. Padre Isaltino Dias Coord. da Escola Bíblica

Ação Pastoral dos GBF Coordenadores (as): Nos encontros dos GBF, reunidos nas casas, nos prédios, nos condomínios, com todos os irmãos e irmãs, transparece a beleza da vida de Igreja que se experimenta no cotidiano de nossa fé. As pequenas comunidades, iluminadas pela Palavra de Deus, geram gestos de partilha, solidariedade, amizade, fraternidade e comunhão. Para tornar visíveis os frutos do nosso trabalho, é necessário avaliar nossas atividades e nossa caminhada de “Igreja nas casas”, isto é, de pequenas comunidades inseridas na caminhada paroquial. Ao planejar o ano de 2010, será muito importante ter presente a avaliação feita, para poder traçar as atividades, os temas de estudo, as datas de reuniões periódicas, as celebrações e outros serviços, nos quais os grupos estão engajados. Para isso, é bom lembrar: ter conhecimento das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese; seguir as orientações do livreto “Igreja nas casas”; ter sempre em vista o objetivo de evangelizar nas casas.

Tudo isso deve ser feito a partir da reflexão da palavra da vida iluminada pela Palavra de Deus, da oração comunitária e do encontro com Jesus Cristo, e da ação transfor-madora da pessoa, da comunidade e da sociedade. A organização das equipes de coordenações na paróquia e na comunidade por determinado tempo é de grande importância para o bom funcionamento dos Grupos Bíblicos em Família; para isso, podem ser úteis também para nós as orientações dos regimentos dos Conselhos Pastorais. Portanto, orientamos que é necessário estar sempre atento às novas lideranças, acompanhando sua formação, para assumirem a frente dos grupos, a fim de renovar, reavivar e fortalecer a caminhada. Com essa organização, os grupos atingirão o objetivo de levar as pessoas a uma melhor participação na Ação Evangelizadora, com convicção da importância dos GBF na vida da Igreja e da comunidade. Coordenação Arquidiocesana dos GBF.


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Artigos

Novembro 2009

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Centenário

Padre Alberto Gattone - Apóstolo de Blumenau, Gaspar e Brusque

Animador e orientador de comunidades O povoamento de Gaspar antecedeu o progresso da Colônia Blumenau, pois nas áreas de Pocinho, Belchior e no atual centro urbano tinham-se instalado

65 famílias, 17 sendo alemãs, provenientes de São Pedro de Alcântara. Além disso, havia os brasileiros natos, italianos para ali transferidos e os belgas da Ilhota. A primeira capela foi construída a quatro quilômetros a oeste da atual Gaspar, na margem esquerda do Itajaí-açu. Pelo fato de a colonização do Dr. Hermann Blumenau se prolongar por Gaspar, Garcia e Velha, as comunicações passaram a ser à margem direita do rio Itajaí e, por isso, foi requerido um terreno para a futura igreja matriz na nova área urbana, e essa ali foi edificada em 1867. Em 1885, novo templo é inaugurado, construído no morro onde hoje se acha a igreja matriz. Demolido em 1942, cedeu lugar à atual igreja, símbolo maior da cidade de Gaspar, com projeto arquitetônico de Simão Gramlich. Pe. Gattone procurou atender, com zelo, aos primeiros núcleos católicos da Colônia Blumenau, estimulando a construção da primeira igreja, dedicada a São Paulo Apóstolo, cuja festa foi celebrada pela primeira vez em 25 de janeiro de 1865. Acompanhado de um sacristão, Pe. Gattone visitava a imensa região pastoral de Brusque, Pocinho, Gaspar, Blumenau, Garcia e Testo, a maior parte das viagens feitas por via fluvial. Depois, penetrava pelas picadas, a cavalo ou a pé, recebido pelos católicos espalhados por aqueles sertões e que encontravam na assistência religiosa forças

Divulgação/JA

Alberto Francisco Maximiliano Gattone nasceu em Schladen, Baixa Saxônia , Alemanha, em 9 de outubro de 1834. Em Hildesheim foi colega do Pe. Carlos Boegershausen que, em 1857, veio para a região de Joinville. Ordenado presbítero em Hannover, em novembro 1858, ali consagrou as primícias de seu ministério sacerdotal. Sentindo o chamado missionário, em 20 de outubro de 1860 requereu permissão para vir ao Brasil e em Joinville foi recebido pelo amigo Pe. Carlos, que o encaminhou para a Colônia São Pedro Apóstolo (Gaspar). Foi o primeiro vigário de Gaspar, instalando-se no Belchior de 1860 a 1867, quando foi transferido para Brusque. Mas é importante citar que já em 1860, quando o Barão von Schneeburg deu início à colonização da Colônia Itajaí-Brusque, chamou-o para atender ao crescente número de famílias católicas. Também celebrou a primeira Missa na capela dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Guabiruba, na verdade uma choça coberta de palhas. Blumenau, Gaspar e Brusque foram seu campo de apostolado.

Pe. Gattone: Blumenau, Gaspar e Brusque foram seu extenso campo de apostolado para continuar a vida de desbravadores. Quando da criação da Freguesia de Gaspar, em 25 de abril de 1861, uma de suas preocupações foi bem delimitá-la, para não haver contestações da Colônia protestante de Blumenau. Não mantinha relações amigáveis com o Dr. Blumenau. Em 13 de agosto do mesmo ano, estando no Desterro, escreveu ao Governo Provincial para que comunicasse ao Dr. Blumenau que Gaspar nada mais tinha a ver com a Colônia Blumenau. Os dois grandes homens tiveram diversos atritos. Também conflitos com o Pastor Osvaldo Hesse por ter realizado casamentos mistos (carta de 16 de fevereiro de 1863). Padre Gattone atuou em Gaspar de 1860 a 1867. Abriu também uma escola, de curta duração, pois estava

fraco e doente e o excesso de trabalho provocou-lhe hemorragias. Sua vida de penitência também o enfraqueceu: muitas vezes dormia no assoalho e um livro lhe servia de travesseiro. Pe. Gattone era muito amado pelo povo católico e suas pregações animavam e orientavam a vida das nascentes comunidades. Conseguia dirigir-se aos adultos e crianças, transmitindo alegria e firmeza na fé. A isso se somava o principal: o exemplo de sua vida. Era homem de oração, mortificação e grande amor ao próximo. Após as celebrações, entretinha-se com as pessoas para animá-las e consolá-las.

Em Brusque e no Rio de Janeiro Em 21 de maio de 1867, Pe. Gattone fixou-se definitivamente em Brusque, aí permanecendo até 1882. Também foi vigário encarregado de Itajaí em 1871-1872. A 31 de julho de 1873, era criada a Freguesia São Luís Gonzaga, formada pelos distritos de Colônia Itajaí (Brusque) e Colônia Príncipe Dom Pedro, sendo nomeado seu primeiro Pároco Pe. Alberto Gattone. Na Colônia Príncipe Dom Pedro, hoje Nova Trento, ministrou a Primeira Comunhão a Amábile Visintainer, hoje Santa Paulina. Brusque possuía uma pequena e humilde capela que, ameaçando ruir, foi substituída por outra, grandiosa para a época, com pedra fundamental lançada

em 1873 e inaugurada em 1877. Em 1882, cansado e doente, Pe. Alberto Gattone retirou-se para o Rio de Janeiro, sede da diocese (nesse tempo Santa Catarina pertencia canonicamente ao Rio). Estimado e respeitado, ainda trabalhou na Paróquia da Glória e na Santa Casa de Misericórdia, residindo no Convento Franciscano de Santo Antônio. Mais tarde, doente, residiu no Hospital Gamboa. Faleceu no Rio de Janeiro em 28 de janeiro de 1901, aos 67 anos. Dele afirmou Frei Crisólogo Kampmann, OFM, que lhe ministrou os últimos sacramentos: "Pe. Gattone foi um sacerdote segundo o Coração de Deus". Nenhum de nós pode imaginar o que significava em doação, generosidade, cansaço, privações, atender a uma região imensa, tendo como referência de comunicação um rio e espalhados pelos sertões de Blumenau, Gaspar e Brusque seus paroquianos que falavam português, alemão, italiano, flamengo e polonês. Foi consumido pelo zelo pastoral e pelo Evangelho da caridade. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com (Nota: leia-se o texto de Frei Estanislau Schaette, traduzido pelo Pe. Eloy Dorvalino Koch, SCJ: Padre Alberto Francisco Gattone, in BLUMENAU EM CADERNOS, Tomo XLVII, no.07/08, 2006)

Ecumenismo Nascemos e crescemos em família. Aí aprendemos a nos relacionar mutuamente, respeitando o modo original de ser de cada um dos seus membros. Aí nos educamos para o diálogo, vivemos a partilha de bens, dividimos as tarefas a fim de que a casa se torne o espaço de vida digna, de paz e alegria para todos. Aí conhecemos o rosto de Deus com quem, pela fé, podemos nos relacionar cotidianamente. Aí descobrimos e iniciamos a desenvolver as nossas capacidades que, com a ajuda da escola e da sociedade mais ampla, serão aperfeiçoadas e aplicadas para a realização pessoal e para o bem comum. Entramos em contato com pessoas e grupos que possuem modos diferentes de pensar, concepções variadas a respeito de todos os aspectos que fazem parte do nosso cotidiano: política, religião, esporte etc. Vamos tomando consciência de que o outro não é propriamente algo separa-

Ecumenismo e Fraternidade no Mundo do de nós mesmos, mas é a nossa própria extensão. Queiramos ou não, necessitamos uns dos outros. Constatamos que, na verdade, pertencemos à grande família humana e moramos na mesma casa. Somos irmãos e irmãs, não importa a raça, o sexo, a condição social, a cultura ou a religião. Numa casa, a fim de que possa ser lugar de convivência pacífica e alegre, há necessidade de atitudes honestas e transparentes entre seus participantes. Colocar na mesa, com sinceridade, o que cada um pensa com a disposição de acolher o pensamento do outro ou entender a sua atitude, é a maneira adequada para a manutenção ou o restabelecimento da unidade familiar. Se alguém esconde o jogo ou coloca-se superior aos demais, centralizando a palavra e as deci-

sões, dificultará a mútua compreensão e o necessário entendimento. Quebramos a fraternidade quando permitimos que o egoísmo, em qualquer uma de suas facetas, nos domine. O ecumenismo e o diálogo inter-religioso é a atitude necessária para o restabelecimento da paz e da fraternidade no mundo. Aprendemos a nos tornar mais humanos e mais humildes. Reconhecemos, com gratidão, a criatividade divina, presente nas culturas e povos. Descobrimos que a fraternidade é o valor maior, possível de ser vivida quando sabemos ouvir e expor nossas concepções religiosas com transparência e honestidade. Na vivência da fraternidade não há lugar para estratégias a fim de induzir os demais para que aceitem e adiram às minhas verdades. A busca da unidade não passa pelo de-

sejo de convencer os outros, mas pela valorização da diversidade. A unidade se faz na acolhida do diferente, em recíproca partilha do que move a nossa vida de fé em Deus e de amor ao próximo. Sim, porque há um modo de viver que nos torna plenamente realizados e o mundo será verdadeiramente justo: o amor a Deus e ao próximo. Na tradição judaico-cristã constitui-se no maior mandamento. Quando nos dispomos, de todo o coração, a nos relacionar como irmãos e irmãs, tudo se torna possível: as necessidades de cada pessoa serão satisfeitas porque ninguém vai acumular bens só para si mesmo; as culturas diversas serão respeitadas e todas buscarão defender e promover a vida digna; as religiões serão consideradas caminhos de testemunho e anúncio da presença viva de Deus, de sua

bondade, da sua gratuidade, da sua libertação e da sua salvação para todos os povos; todas as formas de vida que Deus suscitou em sua criação serão cuidadas com carinho, a fim de que beneficiem a todas as pessoas, garantindo um bom futuro para as novas gerações; as pessoas idosas, as crianças, as que estão doentes, enfraquecidas, empobrecidas, presas ou oprimidas são atendidas de forma preferencial; o perdão, o diálogo e a reconciliação são atitudes permanentes entre os irmãos e irmãs... Não há problemas que não possam ser superados numa sociedade fraterna, pois aí ninguém se deixa levar pelo egoísmo que impede a graça de Deus de produzir frutos de justiça e de paz. Celso Loraschi Professor no ITESC e Coordenador da Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso - CADEIR


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Missão 13

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2º Sínodo Africano

“Temos de aprender a dizer toda a verdade sobre a África, com respeito e amor” Divulgação/JA

Começou no domingo, dia 410, em Roma e contou com a presença de 244 Padres sinodais. Era a II Assembléia especial do Sínodo dos bispos africanos. Na escolha dos Padres sinodais foi seguido o critério de se ter a presença de pelo menos um Bispo de cada um dos 53 Países que compõem o continente Africano. Os outros quatro continentes estavam também representados. O tema central do sínodo foi: “A Igreja da África no serviço de reconciliação, justiça e paz: ‘vós sois o sal da terra...vós sois a luz do mundo’ (Mt 5,13-14)”. A escolha desse tema foi para destacar a importância de se consolidar a estabilidade e a paz no continente, ferido por vários conflitos.

Assuntos debatidos 1. A violência contra a mulher, que causou comoção nos participantes. Em muitos países africanos a mulher é vitima de abusos,

violência domestica, práticas e costumes culturais discriminantes e leis que expressam claramente preconceitos em relação a elas. 2. As crianças soldados, recrutadas a força, principalmente os meninos, muitas vezes se tornando algozes de sua própria família. Qual o futuro dessas crianças, se não forem resgatadas deste ciclo de violência... 3. Crescimento da violência, partindo da sua principal causa que é a crise de liderança que se manifesta com as guerras, as rivalidades tribais, os saques e a exploração sem controle dos recursos naturais, a circulação das armas, a manutenção das milícias, a ausência de um exército regular etc.

Propostas apresentadas 1. Promoção da Mulher, valorizando sua integração nas estruturas eclesiais, com papéis de responsabilidade, de decisão e de projeção;

2. Envolvimento direto das mulheres nas Comissões 'Justiça e Paz', para que elas promovam a paz e lutem contra as idéias que as desvalorizam, veiculadas pela nova ética mundial e por certas tradições culturais.

Divulgação/JA

Redescobrindo a dignidade da África

Bento XVI em sua visita à África

O Sínodo da África ajudou a contrapor a imagem redutiva que os meios de comunicação oferecem desse continente, deixando na sombra sua dignidade e grandeza. Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, arcebispo de Cape Coast (Gana), advertiu que "a África foi acusada durante muito tempo pelos meios de comunicação de tudo o que prejudica a humanidade; chegou a hora de dizer a verdade sobre a África com amor, promovendo o desenvolvimento

Pe. Lúcio - Missionário Além-Fronteiras Pe. Lúcio, o que mais lhe chamou a atenção neste período de férias aqui na arquidiocese? Chamou-me a atenção a vitalidade de nossa Igreja; muitos leigos participando das pastorais; padres dedicados à Igreja, buscando responder aos inúmeros desafios que a sociedade de hoje apresenta. A gratuidade e o voluntariado como a grande marca de nossa Igreja. E a Missão além-fronteiras? Percebo na Arquidiocese um terreno propício para a missão alémfronteiras. A missão está presente também nas diversas pastorais. Há uma preocupação de que Jesus Cristo seja conhecido e amado por todos. Isso é missão. Um exemplo

bonito desta missionariedade é a doação da Comunidade Divino Oleiro, que está enviando três jovens para uma experiência de seis meses de missão na Guiné-Bissau, juntos formando uma pequena comunidade. O clero e o seminário também demonstram sensibilidade para com a missão. Depois de três anos o senhor foi orientado a voltar ao Brasil para descansar. Como foi esse descanso? O descanso consistiu principalmente em concentrar-me na animação missionária aqui na arquidiocese, assim libertandome de um início de stress. Tive oportunidade de divulgar a mis-

são na Guiné-Bissau nas paróquias, nos seminários, em reuniões e, sobretudo, junto aos colegas sacerdotes. Tive o carinho de todos com quem me encontrei. O senhor está voltando para Guiné-Bissau? Sim, dia 3 de novembro. Em 2011 acaba o contrato da Arquidiocese com o PIME (Pontifício Instituto de Missões Exteriores). Então, veremos como dar continuidade ao trabalho iniciado. O que fiz nesses cinco anos é de participação em uma missão já existente. Se houver garantia de continuidade por um período maior do que cinco anos, poderemos até pensar em iniciar uma missão própria.

do continente, o que redundará no bem-estar de todo o mundo".

O problema da AIDS A AIDS está dizimando a população e um dos maiores desafios consiste em dar a entender às pessoas que a pandemia não é bruxaria. A riqueza de matériasprimas atrai trabalhadores de outras regiões que, ao chegarem, estendem a epidemia ainda mais. Muitos ainda não acreditam que é uma pandemia e que podem ser contaminados. O que a Igreja diz ajuda muito. Mas a falta de informação que existe sobre a AIDS também afeta o que a Igreja diz.

Papa fala aos jovens africanos No discurso que proferiu em vários idiomas, o Papa sublinhou que o futuro da África depende

em boa parte da formação de seus jovens, em particular de seus universitários. “Queridos universitários da África - exortou Bento XVI -, peço-vos que sejais, na Igreja e na sociedade, operadores da caridade intelectual, necessária para enfrentar os grandes desafios da história contemporânea. A vós, queridos estudantes africanos, dirijo-vos um convite especial para viver o tempo do estudo como uma preparação a desempenhar um serviço de animação cultural em vossos países”, concluiu.

Conclusão Mesmo diante de tantos obstáculos, a Igreja na África está otimista de que a reconciliação é possível. É um desafio a ser vivenciado como Igreja, não somente na África, mas em todo o mundo.

Mas o importante é garantir que haja sempre pessoas dispostas a darem continuidade à missão, seja colocando-se a serviço do PIME, seja colocando-se diretamente a serviço de uma diocese em terras de missão. Gostaria de dizer algo mais? Gostaria de esclarecer que, mesmo realizando um bonito trabalho social de ajuda ao povo de Guiné-Bissau, que é pobre e sofrido, nossa missão é a de evangelizar. Por isso, todos os que ajudam as missões, estejam conscientes de colaborar no anúncio de Jesus Cristo Salvador, o maior bem que se pode fazer a um povo. Fico muito agradecido pelo carinho e atenção que recebi nestes dois meses. Devemos nos alegrar por nossa Arquidiocese estar pre-

Pe. Lúcio Espíndola: nossa presença missionária na África sente na missão além-fronteiras. Contamos com a oração de nossa Igreja que envia seus missionários. Pe. Lúcio Espíndola Santos e-mail: espindola.lucio@pime.org


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Vida Presbiteral

Novembro 2009

Foto JA

Pe. Mário Sérgio Ex-locutor de rádio, dedicou especial atenção à Pastoral Familiar na Arquidiocese No mês de dezembro, três padres da Arquidiocese estarão celebrando seu jubileu de ordenação presbiteral: Pe. João Cardoso (no dia 06/12) e Pe. Egídio Alberto Bertotti (08/12), ambos celebrando o Jubileu de Ouro; e Pe. Mário Sérgio Silva Baptistim, que celebrará o Jubileu de Prata, 25 anos de vida presbiteral, no dia 16 de dezembro. Para conhecer um pouco da vida desses homens que dedicaram suas vidas a serviço da Igreja, faremos entrevistas com eles. O primeiro é o Pe. Mário Sérgio. Jornal da Arquidiocese - Como foi despertada a sua vocação religiosa? Por que escolheu a congregação dos padres Orionitas? Pe. Mário Sérgio - Eu não era habituado a freqüentar a igreja e não participava de grupos até os primeiros anos da adolescência. Mas quando mudei de bairro, em Curitiba, conheci jovens que participavam do grupo “Você é meu irmão”, na paróquia daquela comunidade, orientada por padres Orionitas, e comecei a aderir. Conheci muitas pessoas, especialmente uma religiosa franciscana, a irmã Maria Eugênia, muito alegre e entusiasta. Com o passar do tempo, fui assumindo e participando de vários grupos e movimentos na paróquia, o que me possibilitou maior contato com os padres e religiosos de dom Orione. Pude sentir um pouco melhor o dinamismo de suas obras, de tudo o que caracterizava o seu trabalho. O apoio

e a orientação dos padres Orionitas, especialmente do padre Geraldo e da irmã Maria Eugênia, foram básicos para eu ir descobrindo o chamado do Senhor, e decidi fazer parte da família Orionita. Participei de um encontro com jovens que queriam entrar para a Congregação e, em fevereiro de 1975, fui para o noviciado em Juiz de Fora. Saí direto de casa para o noviciado, sem qualquer outra experiência. Dos 25 anos de ordenação, 23 deles foram vividos na Arquidiocese JA - Em 1985 o senhor veio trabalhar na Arquidiocese e depois optou em ingressar no Clero Arquidiocesano. Por quê? Pe. Mário Sérgio - Eu cheguei aqui na Arquidiocese em 16 de julho de 1985, para ser o vigário paroquial na Paróquia São João Batista e Santa Luzia, em Capoeiras, confiada aos Orionitas. Ainda estava bem no início do meu sacerdócio, cheio de entusiasmo e de vigor apostólico. Nessa paróquia é que aprendi a ser padre de fato. Nesse tempo todo conheci muitos colegas aqui da Arquidiocese, conheci a vida pastoral de nossa Igreja, assumi serviços em nível comarcal e até arquidiocesano (na Pastoral Familiar). Fui percebendo que eu seria mais feliz e mais verdadeiro ao chamado que o Senhor me fez tornando-me padre diocesano. Decidi então falar com o Arcebispo, na época, Dom Eusébio. Após essa conversa, tudo foi encaminhado como pede o Direito Canônico e hoje estou encardinado na Arquidiocese. Aliás, destes meus 25 anos de sacerdócio, mais de 23 foram aqui e

Nesses 25 anos, fiz coisas que não imaginava poder realizar, vivi emoções as mais lindas e, às vezes, as mais desafiadoras”

a serviço desta Igreja particular. E estou muito feliz com tudo isso. JA - Antes de ser padre trabalhou em rádio. Como o senhor vê a comunicação na Arquidiocese? Pe. Mário Sérgio - Nos dias de hoje é absolutamente necessário usar bem os meios de comunicação, pois eles chegam onde nós não podemos chegar, e com a rapidez que caracteriza o nosso momento social e cultural. Graças a Deus, a nossa rádio “Cultura AM 1110” está totalmente dedicada a evangelizar e atinge parte muito abrangente da nossa população. A Missa na TV todos os domingos é também muito boa, inclusive é um dos programas de maior audiência daquela emissora na semana. O nosso Jornal é outro ótimo veículo de informação e de formação para o nosso povo.

Retalhos do Cotidiano NAVIO Das coisas que se movem, o navio é a maior ‘criatura’ visível dos homens. Grande como um campo de futebol, carrega centenas de toneladas de carga e pode transportar milhares de pessoas. Das invisíveis criaturas de Deus, o vento é das mais fortes e balança o navio como se fosse uma caixa de fósforos vazia. Tão grande e, no entanto, tão fraco, o navio! Das coisas que se movem, o homem não é a maior criatura de Deus, mas é a mais forte. Os ventos da vida podem derrubá-lo, as tempestades podem destroçá-lo, a doença matá-lo e, contudo, é morrendo que ele viverá. Bela criatura, a criatura humana. Feita com dedos de artista, quase igual aos anjos, e coroada de glória e honra (cf. Sl 8).

INCLINAÇÃO A inclinada torre de Pisa assim ficará pelo resto dos seus dias. Mas, se vemos um quadro inclinado, a tendência é endireitálo. A inclinação - também a nossa - chama atenção. “Nega teus desejos - diz São João da Cruz - e acharás o que teu coração deseja. Sabes lá se tua inclinação é segundo Deus?”.

LOUVOR “Deus detesta quem se louva.” (S. Clemente Romano)

JA - No dia 16 de dezembro o senhor estará completando o Jubileu de Prata presbiteral. Tem algo de que se arrependa ou gostaria de ter feito diferente nesse tempo? Pe. Mário Sérgio - São 25 anos de ministério. É um bom tempo onde pude aprender tanta coisa na vida comum e na vida sacerdotal e pastoral. Aqui na Arquidiocese trabalhei em quatro comunidades: Capoeiras, Estreito (Santuário), Saco dos Limões, Jardim Atlântico, e agora estou atuando na paróquia da Santa Cruz, aqui em Areias. Fiz coisas que não imaginava poder realizar, vivi emoções as mais lindas e, às vezes, as mais desafiadoras. Cometi alguns erros que me ensinaram a não criar os mesmos problemas. JA - Percebe-se que com o tempo tem diminuído o número de vocações. Para o senhor, o que tem contribuído para isso? O que deve ser feito para reverter esse quadro? Pe. Mário Sérgio - Realmente, o número de vocacionados é pequeno e é preciso fazer rapidamente algo pra inverter esse quadro. O nosso mundo e a nossa sociedade passam por uma secularização muito forte. O sagrado perde seu espaço e a sua força. Isso, sem dúvida, é o fator que mais concorre para a escassez de vocações. O que fazer? É preciso criatividade para levar as pessoas a se encontrarem com Jesus, num encontro vivo, forte e alegre. Só um encontro assim pode levar alguém a descobrir o chamado que Ele pode estar fazendo. Também é preciso que nós, padres, mostremos no dia a dia que somos felizes, que gostamos do que fazemos, que é bom ser padre, que é realizador fazer da vida uma constante experiência de serviço, de amor, de libertação.

Carlos Martendal

SAPATO Deu-se tanto, o sapato, que se acabou. E, no entanto, foi quando já estava para ser descar tado que começou a mais bela etapa da vida: a de dar flores!

Divulgação/JA

NOITE Bem aos poucos, Ele vestiu a terra com as vestes da noite. As cores foram se apagando suavemente e o horizonte tingiu-se de um vermelho que foi esmaecendo, se apagando lentamente, até tornar-se cinza. Artista competente, teria agido assim para não entristecer o dia que partia e, ao mesmo tempo, para alegrar o coração dos filhos que contemplavam mais esse ato do Seu amor?

JA - Por 12 anos o senhor foi Orientador Espiritual da Pastoral Familiar e ajudou na sua organização. Como vê o trabalho que a pastoral realiza hoje? Pe. Mário Sérgio - Foi um trabalho interessante, desafiador e intenso, o de ir organizando e criando a Pastoral da Família aqui na Arquidiocese. Em Capoeiras, havia formado um grupo pequeno de casais para atender casais em crise. Isso ficou conhecido e fui chamado para ajudar a organizar a pastoral familiar em nível arquidiocesano. Sou grato ao Senhor e às pessoas que me ajudaram nesse serviço, e peço que se mantenha viva, criativa e eficaz essa dinâmica de apostolado que precisa ser verdadeiramente uma “pastoral eixo”, no dia a dia de todas as comunidades.

Jornal da Arquidiocese

CATARATAS As cataratas refletem o amor com que Deus faz todas as coisas. Quem delas se aproxima sai respingado e, se abrir a boca, beberá água refrescante. Santa Maria Madalena de Pazzi fala de outras cataratas: as do céu. E diz que elas “estão sempre abertas a jorrar para nós a graça, mas não conservamos aberta a boca do desejo para recebê-la”!

BARQUEIRO

SOL

SEPULTURA

Tudo passa. Também a noite. Logo será dia. E viveremos com o Sol!

Quando o dia a dia nos quiser sepultar com a rotina que tudo engessa, quando a rabugice qui-

ser nos enterrar, quando o eu quiser se antepor ao tu desterrando o que há de mais belo em nós, façamos a sepultura abrir-se: chamemos o amor!

O homem esforçou-se tanto para chegar à outra margem, nadou tanto, que chegou exausto. Poderia, por apenas dois reais, ter sido levado pelo barqueiro, que desde cedo o aguardava. Sim, o Senhor quer nosso esforço, mas não nossa exaustão. O “vinde a mim” é tão pouco ouvido... Por isso, tantos nadam, nadam, e, cansados demais, não têm sequer tempo de enxergar o Barqueiro que os espera!


Jornal da Arquidiocese

Mundo 15

Novembro 2009

CNBB participa de encontro com líderes de outras religiões

Lançado novo diretório online da mídia católica O Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, juntamente com o CELAM e o Signis, lançaram o novo portal católico onde os próprios usuários podem completar ou atualizar a página voluntariamente, baseados na estrutura do sistema wiki. O site “www. intermirifica.net” funciona como um pesquisador de rádio, televisões ou produtoras, em diferentes idiomas e países. Os usuários podem colocar dentro do diretório os dados principais dos meios de comunicação: país, idioma, número telefônico, e-mail e página web. O objetivo principal de Intermirifica. net é que todos os meios de comunicação católicos se comuniquem entre si, trocando ideias e projetos comuns. Atualmente o diretório está em espanhol, porém em breve será traduzido para o inglês, francês e português. O diretório católico “www. intermirifica.net”, que faz referência ao primeiro e único documento do Concílio Vaticano II dedicado às comunicações sociais, tem como objetivo converter-se nas “páginas amarelas dos meios de comunicação da Igreja”.

A Mensagem final da II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a África para foi apresentada no dia 23-10, no Vaticano, na presença do Papa Bento XVI. O documento pede que a comunidade internacional trate o continente africano com “respeito” e altere as regras do jogo econômico, com referência especial para a dívida externa. A exploração das multinacionais e interesses por trás das ajudas às populações carentes também estão na mira dos padres sinodais. A Mensagem destaca que, em relação à pandemia da AIDS, a Igreja não fica atrás de ninguém na luta contra a difusão do HIV e no cuidado dos doentes. À imagem do que já foi afirmado pelo Papa, sublinha-se que esta questão não se resolve com a distribuição de preservativos. Uma palavra especial é dedicada às relações com o Islã, assegurando que o diálogo é possível, mas que é impor-

Bento XVI presidiu a Celebração Eucarística de abertura do Sínodo tante dizer “não” ao fanatismo. “África, levanta-te e anda!” é o forte apelo deixado pelos Bispos, que repetem o pedido aos sacerdotes, para que respeitem o celibato, às famílias, aos jovens e às crianças. Em comum, o pe-

dido de que todos se empenhem em favor da reconciliação e que exista discernimento no confronto com o mundo ocidental. O esboço do texto havia sido apresentado à Assembleia no dia 17, em diversas línguas.

Encontro reuniu catequistas de todo o Brasil Atenta à evangelização dos católicos adultos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove, nos dias 6 a 1110, em Itaici (SP), a 3ª Semana Brasileira de Catequese, com o tema “Iniciação à vida cristã”. O evento reuniu especialistas e coordenadores de catequese das 271 dioceses do país. O prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Cláudio Hummes, discorreu sobre o tema “Discípulos-missionários hoje”. De acordo com o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para

a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Dom Eugênio Rixen, o encontro propôs uma reflexão conjunta sobre a iniciação à vida cristã. “Diante da descristianização galopante, da fragilidade que sentem muitos católicos frente aos desafios da realidade atual, diante de um mercado religioso cada vez mais diversificado, precisamos anunciar e testemunhar que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida” afirmou. A 3ª Semana Brasileira de Catequese deu continuidade à caminhada catequética no Brasil,

que teve como marco o Documento “Catequese Renovada”, inspirado na Conferência de Medelín (1968). “Esse documento despertou-nos para uma catequese mais cristocêntrica, bíblica e transformadora”, explicou a assessora da Comissão, Irmã Zélia Maria Batista. O evento faz parte da programação do Ano Catequético Nacional, proclamado pela CNBB no mês de abril. O texto base intitulado “Catequese, caminho para o discipulado” foi amplamente estudado nas bases.

Santa Sé dá novos passos para comunhão com anglicanos A Santa Sé publicou, no dia 20-10, uma nota informativa da Congregação para a Doutrina da Fé sobre os decretos pessoais para os anglicanos que desejam entrar em comunhão com a Igreja Católica. O texto fala da preparação de uma Constituição Apostólica, em que a Igreja vai responder às muitas questões que foram apresentadas à Santa Sé por grupos do clero anglicano e seus fiéis de diversas partes do mundo, que desejam se integrar à Igreja Católica. Nessa Constituição Apostólica,

1º Congresso Nacional de Planejamento Familiar Divulgação/JA

Judeus, muçulmanos, cristãos, hindus, budistas e representantes de religiões africanas e indígenas estiveram reunidos, em Brasília (DF), para discutir pontos convergentes entre as crenças e definir estratégias para a paz. Entre os líderes religiosos participantes estava o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Interreligioso da CNBB, Dom José Alberto Moura, o grão rabino Yona Metzgero, o Xeique Armando Saleh, da Mesquita Brasil, de São Paulo, o representante do Budismo Tibetano na América do Sul, Lama Rinchen, e o embaixador de Israel, Giora Becher. O encontro, que terminou no dia 20-10, debateu ainda temas como família, ciência, comunicação, identidades e globalização. “Queremos criar um terreno comum, para saber como as religiões pensam, o que mudou e o que têm em comum para que haja fomento do respeito e da tolerância, valores fundamentais para a paz”, afirmou a diretora da Organização não Governamental Amisrael e organizadora da reunião, Kélita Machado.

Sínodo para a África apresenta mensagem final

o Papa Bento XVI introduz uma estrutura canônica que fornece para tal união o "Ordinário Pessoal", que permitirá aos anglicanos entrar em comunhão plena com a Igreja católica, conservando elementos do patrimônio litúrgico e espiritual da Igreja Anglicana. Em Londres, o primaz da Igreja Católica na Inglaterra e Gales, Arcebispo Vincent Gerard Nicholso, e o primaz da Comunhão Anglicana e Arcebispo de Cantuária, Rowan Williams, participaram de uma coletiva de imprensa sobre a nova estrutura da

Igreja para os anglicanos. O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal William Levada, ressalta o interesse da Congregação em responder aos pedidos dos anglicanos em diferentes partes do mundo: "Temos procurado atender as solicitações para a comunhão plena que vieram até nós de anglicanos de diferentes partes do mundo. Com esta proposta, a Igreja quer responder às aspirações legítimas desses grupos anglicanos para a unidade plena e visível com o Bispo de Roma, sucessor de Pedro".

O evento realizou-se em Curitiba (PR), tendo como tema “Gerar a vida com responsabilidade”. Refletiu sobre a visão da Igreja quanto ao planejamento familiar, a fundamentação científica dos métodos naturais e a espiritua-lidade dentro da sexualidade do casal. De acordo com o presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, Dom Orlando Brandes, no congresso vários casais deram seu testemunho, além de médicos e instrutores que trabalham no Centro de Planejamento Natural da Família (Cenplafam) para que, dentro da ciência e da vivência dessas pessoas, os métodos naturais sejam conhecidos. O Arcebispo explica que o planejamento familiar e o conhecimento dos métodos naturais devem ser vistos dentro de uma “educação para o amor”, contrapondose à influência da sociedade de priorizar os bens materiais e colocar os filhos em último plano. “A educação para o amor é eliminar todas essas ditaduras em relação à mulher e levar o casal a decidir pela vida, de ter mais de um filho, com a consciência de que quem engravida não é só a mulher, mas o casal”, destacou Dom Orlando.

Aparições de Fátima vão ao cinema com efeitos especiais O milagre do sol e as aparições de Fátima em 1917 são recriados com efeitos especiais digitais no filme britânico “O 13º Dia”, que estreou no dia 13-10, em Portugal e nos Estados Unidos. O filme de produção independente é baseado na história das aparições de Nossa Senhora em Fátima, com especial destaque para o dia 13 de Outubro de 1917. De acordo com os diretores, a recriação dos dois episódios foi o maior desafio da produção. O filme teve como ponto partida as memórias de Irmã Lúcia e de outras testemunhas. “O 13º Dia” apresenta a história dos três pastorinhos (Lúcia, Jacinta e Francisco) de Fátima, que presenciaram seis aparições da Virgem Maria no céu, entre maio e outubro de 1917. No dia 13 de outubro de 1917, milhares de pessoas se deslocaram à Cova da Iria, em Fátima, para assistir à aparição de Maria anunciada pelos pastorinhos, e muitos garantiram ter visto o sol se movimentar.


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Geral

Novembro 2009

Jornal da Arquidiocese

Itajaí receberá as relíquias de Dom Bosco A urna percorre os cinco continentes em preparação ao bicentenário de nascimento de Dom Bosco Divulagação/JA

A Paróquia São João Bosco e o Colégio Salesiano, em Itajaí, receberão nos dias 22 e 23 de novembro, a Urna com as relíquias de Dom Bosco, que está visitando as várias nações em que os Salesianos estão presentes. A solenidade faz parte da preparação ao bicentenário de nascimento do Santo, que ocorrerá em 2015, e os 150 anos da fundação da Sociedade de São Francisco de Sales (Salesianos). A urna vem do Paraná e passará por várias cidades de Santa Catarina até chegar a Itajaí. Depois continua a sua peregrinação até o Rio Grande do Sul. A urna contém uma relíquia de Dom Bosco e pesa o total de 530 quilos. No interior está colocado um fac-símile do corpo de Dom Bosco semelhante ao que existe na urna conservada na Basílica de Maria Auxiliadora de Valdocco, em Turim, onde a Congregação nasceu. Durante todo o tempo em que permanecer na Paróquia, haverá ampla programação envolvendo a comunidade, com horários específicos para a visitação e para celebrações. O roteiro inicia no dia 22 de novembro às 8h30, com a recepção no Posto Santa Rosa, na

Além de marcar o bicentenário de Dom Bosco, celebrado em 2015, passagem da urna marca os 150 anos da fundação Congregação BR-101, percorrendo as ruas da cidade até a Paróquia Dom Bosco. Lá, a urna será recepcionada às 9h, seguindo-se a celebração de acolhida com as crianças do Parque Dom Bosco e Lar Padre Jacó. Às 15h haverá Celebração Eucarística presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, com a presença das comunidades pertencentes à Paróquia. No dia 23, a partir das 9h, a

DATA HORA

Crismas Novembro 2009

LOCAL

urna segue para o Colégio Salesiano, onde haverá toda uma programação com celebrações envolvendo os alunos e professores, e espaço para a visitação pública. A partir das 22h, haverá vigília animada pela Articulação Juventude Salesiana (AJS) e pela Associação de Pais e Mestres (APM).

A URNA

CELEBRANTE

DATA HORA

9h

Tijucas

Dom Murilo

15

1

9h

Fpolis - Saco dos Limões

Dom Vito

15

19h

Fpolis - Capela Rio Tavares (Pe. Valdir Prim)

Dom Vito

07 07 08 08 08 08 08

9h Salto 15h Aguti 18h30 Nova Trento - Matriz 15h 18h

Capela Stª Teres. Menino Jesus São José - Par. Sant´Ana

19h30 São José - ROÇADO 9h

Nova Trento - Claraíba

18h30 Fpolis - Par. Stº Antônio - Centro 9h 15h

Brusque - S.J.Tadeu - Águas Claras

9h30 Itapema 16h

Fpolis - Capelania Militar

Dom Murilo

Dom Vito

Dom Murilo

14

19h30 Itajaí - Fazenda

Pe. Vanio

14

19h30 Itajaí - São João Batista

Dom Vito

14

19h30 Garopaba

15

9h

Fpolis -Baln. Estreito

Dom Vito Dom Murilo Dom Murilo

15

9h30 Fazenda Stº Antônio 18h30 São José - Par. São José

Pe. Milani Pe. Vitor

20

19h30 Santo Amaro

20

20h

Fpolis - Agronômica

21

15h 19h

Sto Amaro - Lourdes (Águas Mornas) Pagará - Santo Amaro

Dom Vito Dom Murilo Pe. Vanio

21

16h

Angelina

21

19h

Brusque - Azambuja

Dom Vito

22

9h

Major Gercino

Dom Vito

22

9h

Santo Amaro - Santa Cruz - (Águas Mornas)

Pe. Vanio

22

18h

Baln. Camboriú - São Sebastião

22

10h

Fpolis - Canasvieiras

Pe. Vitor Dom Murilo

Fpolis - Capoeiras

19h30 Fpolis - Jardim Atlântico

Dom Vito

22

19h30 Fpolis - Catedral

Dom Murilo

27

CEMJ (Capela do Colégio 19h30 Catarinense)

Dom Vito

28

19h

Dia 25 de novembro é a data consagrada a Santa Catarina de Alexandria, Padroeira da Arquidiocese, da Ilha e do Estado, e co-titular da nossa Catedral. Preparando a data, haverá um Tríduo na Catedral, dias 22, 23 e 24 de novembro. No dia 25, as missas em honra da Santa serão celebradas às 6h 30min, às 9h, às 12h 15min e às 15h. A Missa Solene, será a das 19h 30min, presidida pelo nosso bispo emérito Dom Vito Schlickmann. A celebração contará com participação especial do Coral Santa Cecília da Catedral.

CELEBRANTE

15

Pe. Vanio

Dom Vito

LOCAL

19h30 Fpolis - Coloninha 10h

Tríduo e Celebrações marcam o Dia de Santa Catarina

Mais informações pelo fone: (47) 3344-9102, no Parque Dom Bosco, ou pelo e-mail: carlota@ parquedombosco.org.br.

A urna é feita em alumínio,

1

07

bronze e cristal. A base representa uma ponte sustentada por quatro pilares sobre os quais se lêem as datas que definem o Bicentenário: 1815-2015. Os pilares são decorados para os lados da urna com quadrângulos mostrando semblantes de jovens dos cinco continentes. Completam a decoração o brasão da Congregação salesiana, a qual neste ano de 2009 celebra o 150º aniversário de fundação, e o lema carismático que adotou o mesmo Dom Bosco “Da mihi animas, cetera tolle”, que significa “Dá-me almas e tira as outras coisas”. Após 150 anos de fundação, a Congregação Salesiana está presente em 129 nações e conta com 16.092 salesianos: 10.669 presbíteros, 2.025 irmãos coadjutores, 2.765 seminaristas, 515 noviços e 118 bispos, entre eles 5 cardeais. Na Arquidiocese, a congregação está presente na Paróquia e Parque Dom Bosco, e no Colégio Salesiano, em Itajaí.

Fpolis - Coqueiros

Dom Murilo

Dom Vito Dom Murilo Dom Murilo Dom Vito Dom Vito

Capa do livro, de autoria do Pe. Ney Brasil Pereira, dedicado à Santa, contendo o roteiro da Celebração, a história do seu culto, e outras indicações. O livro pode ser adquirido na Coordenação de Pastoral, na Cúria Metropolitana. Mais informações pelo fone (48) 3224-4799.


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