Pe Egídio: a alegria de celebrar 50 anos de vida presbiteral
PÁGINAS 12 e 14
Jornal da
Arquidiocese
“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)
Florianópolis, Dezembro de 2009 Nº 152 - Ano XIV
Dom Murilo tem audiência com o Papa Durante a Visita ad límina, nosso arcebispo teve alguns momentos a sós com o Santo Padre, onde falou dos desafios da Arquidiocese. Ele se surpreendeu com a atenção recebida Entre os dias 27 de novembro a 05 de dezembro, nosso arcebispo Dom Murilo participou da Visita ad límina feita ao Papa Bento XVI. Ele acompanhou outros 31 bispos dos Regionais Sul III (RS) e Sul IV (SC) da CNBB. Durante a visita, Dom Murilo teve um momento a sós com o Papa, a quem falou dos desafios da Arquidiocese. O Santo Padre mostrou-se muito interessado e deu-lhe atenção especial. “Ele
Durante a audiência, Papa Bento XVI concedeu a sua bênção apostólica à Arquidiocese
Natal num Mundo Secularizado Para celebrar o Natal, como verdadeiros cristãos, é preciso fazer memória das palavras e práticas de Jesus e deixar-se cativar pelo Reino que anunciou. Assim, poderemos retomar sua prática e fazer, hoje, o que Ele fez. Nosso Deus tem um nome concreto, Jesus de Nazaré, a quem na fé experimentamos e confessamos como o Messias, o Cristo. Seu nome é um programa de vida: "Deus é salvador". Somos cristãos porque seguimos um homem que nasceu numa estrebaria, não no palácio do imperador romano, mas
Encontro Vocacional reúne meninas PÁGINA 03
Participe do Jornal da Arquidiocese
acolheu-me com grande alegria e simpatia, tudo sintetizado num sorriso aberto e receptivo”, disse nosso Arcebispo. No último dia da visita, todos os bispos estiveram reunidos para ouvir a mensagem do Papa dirigida aos dois regionais. Antes, nosso Arcebispo, representando todos os bispos participantes da visita, fez uma saudação ao Papa. PÁGINA 09
Feira marca Semana da Solidariedade na Arquidiocese Feira propiciou comércio e divulgação dos trabalhos realizados
entre os animais. Somos cristãos porque seguimos um homem que morreu crucificado porque anunciou um reino de paz e de justiça. PÁGINA 04
Paróquia realiza formação para lideranças leigas PÁGINA 05
Realizada entre os dias 17 e 21 de novembro, a Semana da Solidariedade promoveu vários eventos em diferentes pontos da Arquidiocese. O mais marcante foi a II Feira Regional Arquidiocesana de Economia Solidária. Realizado em Florianópolis, nos dias 19 e 20 de novembro, o evento reuniu 37 empreendimentos econômicos solidários e 10 organizações sociais, que puderam comercializar seus produtos e divulgar os trabalhos que realizam. PÁGINA 10
PJ faz avaliação do ano e recebe homenagem PÁGINA 07
Feira teve boa circulação de pessoas
Seminário prepara lideranças para a CFE-2010 PÁGINA 08
Festival de música reúne oito bandas católicas PÁGINA 16
P O R C A R TA
POR E-MAIL
PELO SITE
Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis
jornal@arquifln.org.br
www.arquifln.org.br
2
Opinião
Dezembro 2009
Palavra do Bispo
Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Jornal da Arquidiocese
Arcebispo de Florianópolis
Um presépio no coração do mundo Neste Natal de 2009, o mundo se transforma num imenso presépio. Dirigindo-se a nós - pessoas atarefadas e preocupadas, criativas e limitadas, angustiadas e mesmo tensas, os Anjos repetem o solene anúncio: “Não tenham medo! Eu lhes anuncio a Boa Nova, que será uma grande alegria para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor” (Lc 2,10-11). A essência do anúncio do Natal é esta: Deus está presente em nosso meio. O profeta Isaías diria: “Sobre aqueles que habitavam nas sombras da morte, brilhou uma luz... Porque um Menino nasceu para nós, um filho nos foi dado: Ele traz sobre os ombros o manto de rei e seu nome é Conse-
lheiro Admirável, Deus Forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz” (Is 9, 1.9). Natal é uma festa: a festa da comunidade, a festa de nossa família humana. Recebemos um presente: um Menino nos é dado. O Pai supera todas as barreiras que, pelo pecado, havíamos colocado entre o céu e a terra, e se aproxima de nós com esse dom maravilhoso. Todo o universo se alegra. Por isso, cada uma das criaturas se aproxima do Menino Jesus e procura exprimir sua gratidão e alegria com um presente próprio. Os anjos lhe dão seu cântico: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama” (Lc 2,14). O céu lhe dá uma estrela: “Eis que a estre-
Palavra do Papa
la, que tinham visto no Oriente, ia à frente dele até parar sobre o lugar onde estava o Menino” (Mt 2, 9b). Os Magos do Oriente lhe dão “ouro, incenso e mirra” (Mt 2,11), reconhecendo assim sua realeza. Os pastores de Belém fazem de sua própria visita um presente. Eles são os primeiros a adorar “o Menino deitado numa manjedoura” (Lc 2,16) e demonstram sua gratidão por esse privilégio: saem glorificando e louvando a Deus por tudo o que vêem e ouvem (cf. Lc 2,20). A mãe terra lhe dá uma gruta, já que não há lugar para ele na hospedaria (cf. Lc 2,7). Os animais lhe dão sua manjedoura; nela, “envolvido em panos” (Lc 2,7), é colocado - sabe Deus com quanta ternura! - o Menino que nasce. E a humanidade, o que lhe dá?
Bento XVI
Mensagem aos bispos dos Regionais Sul 3 e Sul 4 Dou as boas-vindas e saúdo a todos e cada um de vós, ao receber-vos colegialmente no quadro da vossa visita ad limina. Agradeço a Dom Murilo Krieger as expressões de devotada estima que me dirigiu em nome de todos vós e do povo confiado aos vossos cuidados pastorais nos Regionais Sul 3 e 4, expondo também os seus desafios e esperanças. Ouvindo estas coisas, sinto elevarem-se do meu coração ações de graças ao Senhor pelo dom da fé misericordiosamente concedido às vossas comunidades eclesiais e por elas zelosamente conservado e arduamente transmitido, em obediência ao mandato que Jesus nos deixou de levar a sua Boa Nova a toda a criatura, procurando impregnar de humanismo cristão a cultura atual. Referindo-me à cultura, o pensamento dirige-se para dois lugares clássicos onde ela se forma e comunica - a universidade e a escola -, fixando a atenção principalmente nas comunidades acadêmicas que nasceram à sombra do humanismo cristão e nele se inspiram, honrando-se do nome "católicas". Ora "é precisamente na referência explícita e compartilhada de todos os membros da comunidade escolar embora em graus diversos - à visão cristã, que a escola é "católi-
ca", já que nela os princípios evangélicos tornam-se normas educativas, motivações interiores e metas finais" (Congr. para a Educação Católica, Doc. A escola católica, n. 34). Possa ela, numa convicta sinergia com as famílias e com a comunidade eclesial, promover aquela unidade entre fé, cultura e vida que constitui a finalidade fundamental da educação cristã... Enquanto peço ao Senhor que derrame a abundância da sua luz sobre todo o mundo brasileiro da escola, confio os seus protagonistas à proteção da Virgem Santíssima e concedo a vós, aos vossos sacerdotes, aos religiosos e religiosas, aos leigos empenhados, e a todos os fiéis das vossas dioceses, paterna Bênção Apostólica.
“
Sinto elevarem-se do meu coração ações de graças ao Senhor pelo dom da fé misericordiosamente concedido às vossas comunidades eclesiais”
Bento XVI, 05.12.09
Reflexão
Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799 E-mail: jornal@arquifln.org.br - Site: www.arquifln.org.br 22 mil exemplares mensais
“
Qual é o nosso presente? O que temos para oferecer ao Menino? Nós lhe damos o mais importante: a Mãe”.
Maria Imaculada, Mãe de Deus
Primeiramente a piedade popular e, em seguida, a Liturgia, festejou a Imaculada Conceição de Maria. A humilde invocação de uma jaculatória faz-nos lembrar essa verdade: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Na Ladainha Lauretana, o gênio cristão sintetizou esse título mariano de modo perfeito em três invocações: Virgem Puríssima, Virgem Santíssima, Virgem Mãe de Deus. Ela é Mãe de Deus porque Puríssima e Santíssima, e é Santíssima por ser a Mãe de Deus. Quando em meio às controvérsias doutrinais do século V se discutia a divindade do Homem-Deus Jesus Cristo, alguns teólogos afirmavam que Cristo Filho de Deus é Deus verdadeiro, mas Jesus Filho de Maria não o seria. A discussão toda tinha um objetivo único: afirmar que aquele homem que viveu em Nazaré e ressuscitou em Jerusalém é Deus verdadeiro. Para preservar a unidade da Igreja, os Bispos da Igreja se reuniram em Éfeso em Concílio Ecumênico, o quarto, no ano 431. Perceberam que em Maria estava o caminho para definir a unidade da humanidade e da divindade em Jesus: se Maria fosse Mãe apenas do Menino de Belém, aquele Menino seria somente humano, e se estaria negando o mistério da Encarnação do Verbo. “Está bem, dizia o Patriarca Nestório: Maria é Mãe de Jesus homem e Deus é Pai de Jesus Deus”. Com isso se dividia a Pessoa de Jesus, nosso Senhor, o que seria blasfemo.
Jornal da Arquidiocese de Florianópolis
Qual é o nosso presente? O que temos para oferecer ao Menino? Nós lhe damos o mais importante: a Mãe. Sim, porque na ordem da criação Maria é, antes de tudo, nossa irmã. Nela “o Verbo se fez carne” (Jo 1,14). Graças a seu sim é que a humanidade passou a conhecer o rosto do Pai (cf. Jo 14,9). Em nosso nome, ela o acolhe e o apresenta aos que o visitam. Percebe estar envolvida por um mistério muito grande. Por isso, passa a guardar em seu coração tudo o que vê e ouve, e faz dessas lembranças sua meditação (cf. Lc 2,19). Seu olhar para o Menino é o nosso olhar. Seu sorriso, o nosso sorriso. Seu amor, o nosso amor. Nela, cada um de nós está presente na gruta de Belém, adorando o Filho de Deus.
Movidos pelo Espírito Santo, o Pais da Igreja em Éfeso afirmaram a unidade divina e humana de Jesus proclamando Maria Mãe de Deus, a THEOTÓKOS, em língua grega. É a Mãe de Deus porque não se pode dividir em dois o Senhor. Esse título mariano nos faz ingressar na esfera do amor de Deus, onde somente a adoração silenciosa pode expressar a fé e mover à caridade: Maria é Mãe de Deus, é Virgem Filha de seu Filho, é o abismo nos qual se precipitam os verdadeiros adoradores. A proclamação do dogma da Imaculada Conceição (Maria concebida sem pecado) em 1854, pelo Papa Pio IX, com festa já há muito celebrada em oito de dezembro, se insere em toda a reflexão eclesial sobre o mistério de Jesus, Deus de Deus e Luz da Luz. Maria é concebida sem pecado, livre da herança dos filhos de Adão que nascemos com o pecado das origens. Maria inaugura a derrota do antigo Inimigo, Satanás (Gn 3,15). Talvez essa invocação nos faça perder a grandeza do mistério do amor do Pai por sua Filha predileta, melhor expressada nas três invocações da Ladainha: Virgem Puríssima, Virgem Santíssima, Virgem Mãe de Deus. São João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, meditando sobre Maria afirma: “O nome Theotókos, Mãe de Deus, contém todo o mistério da história da salvação”. Nesse nome está tudo o que dizemos de Cristo e, por conseqüência, tudo o que dizemos da Maria. Ela
é a Mulher inimiga da Serpente, a Mulher vestida de Sol, é a Coroa de todos os dogmas: Mãe de Deus, filha de Deus. Maria não é apenas concebida sem pecado. Ela é puríssima e santíssima. Esse mistério de sua santidade absoluta, que torna virginal todo o seu ser, é fruto do encontro com o Anjo da Anunciação (Lc 1, 26-38): após seu livre “sim”, Maria é totalmente envolvida pelo Espírito Santo. Em sua liberdade, o Espírito Santo a guarda de toda impureza e a torna puríssima e santíssima. O Espírito que personifica a santidade divina concede a Maria personificar a santidade humana: nela é-nos oferecida a santidade divina. A carne puríssima de Maria dá a carne da natureza humana ao Filho de Deus e João Batista salta de alegria no seio de Isabel quando as duas mulheres se encontram (Lc 1, 39-53). O Santo que dela nasce é o troféu da humanidade e Maria é o troféu do Santo que gerou. Cada vez que veneramos os belíssimos ícones da Mãe de Deus, como a Virgem de Vladimir, ou do Perpétuo Socorro, entramos no Reino da Beleza onde tudo se resolve no amor salvífico: a Mãe extasiada contempla o Infinito, o Filho carinhosamente acaricia sua Mãe. Tomando o lugar do Filho no colo mariano, ouvimos a palavra de consolo e entrega do Calvário: “Mulher, eis aí teu filho”, “Filho, eis aí tua Mãe”. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com
Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul
Jornal da Arquidiocese
Geral 3
Dezembro 2009
Meninas participam de Encontro Vocacional Realizado pela primeira vez, evento proporcionou que jovens conhecessem a vocação das religiosas Foto JA
A Pastoral de Coroinhas promoveu no dia 08 de novembro um Encontro Vocacional para meninas coroinhas e outras adolescentes e jovens que queriam conhecer algo mais sobre a vocação religiosa e a vida das Irmãs. Realizado no Provincialado das Irmãs da Divina Providência, o evento contou com a presença de 25 participantes, a maior parte delas coroinhas, de cinco paróquias da arquidiocese. Realizado pela primeira vez, a motivação foi o Ano Vocacional, que a Arquidiocese celebra com o “Ano Sacerdotal”. Durante o dia, houve alegres momentos de confraternização, dinâmicas para se conhecerem umas as outras, data-show sobre a vocação à vida, à fé, ao ministério de coroinhas e outras funções na Igreja, e, também, à vida religiosa. O ponto forte foi a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Vânio da Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional. As jovens participaram ativamente da liturgia, nas leituras, cantos e no serviço do altar. Em sua homilia, Pe.Vânio falou sobre o Evangelho do dia, em que os ricos depositam gordas quantias, e uma pobre mulher oferta as poucas moedas que tem. “Quando Jesus chama as meninas, ele pede que dêem tudo o que têm, como a pobre mulher.
Realizada no Morro do Baú, evento marcou o primeiro ano da tragédia que atingiu a comunidade
Esta foi a primeira vez que foi realizado encontro reunindo as vocações femininas. Intenção é que ele se torne tradicional As irmãs que aqui estão deixaram tudo o que tinham para seguir Jesus. Responderam ao seu chamado irresistível. Talvez nem todas vocês recebam este chamado, mas as que o receberem, procurem segui-lo com coragem e alegria”, disse Pe. Vânio. Na avaliação da Irmã Clea Fuck, coordenadora arquidiocesana da Pastoral de Coroinhas, o encontro foi muito positivo. “Foi excelente a participação de todas. Elas estavam animadas e motivadas. Mostraram bastante interesse em saber mais sobre a vida religiosa”, disse.
Segundo ela, todas as participantes também demonstraram interesse em participar de um próximo encontro a ser realizado no próximo ano, em data a ser definida, e se comprometeram a trazer suas amigas. Nesse tempo, através da ficha de inscrição, serão acompanhadas por correspondência e, mais diretamente, através das respectivas coordenadoras (es) do seu grupo de coroinhas. Mais fotos no site www.arquifln.org.br, clicar no link “Galerias” no alto da página.
Frei Irineu é o novo bispo de Lages Posse será no dia 28 de Fevereiro de 2010, as 10 horas, na Catedral. Ele sucede a Dom Oneres Marchiori Divulgação/JA
Frei Irineu já realizou visita a Lages, onde concelebrou com Dom Oneres
Romaria da Terra reúne 3 mil
No dia 11 de novembro foi noticiado o nome do Frei Irineu Andreassa, da Ordem dos Frades Menores (OFM), como o novo bispo da Diocese de Lages. Ele sucede a Dom Oneres Mar-chiori, que teve aceito o seu pedido de renúncia pelo Papa Bento XVI, mas que até a posse do novo bispo permanecerá como administrador apostólico. Após completar 75 anos, conforme determina o Código de Direito Canônico em seu cânon 401.1, todo bispo deve
Encontro, realizado na Casa Pe. Dehon, em Brusque, encontro reuniu mais de 100 participantes de todo o Estado.
encaminhar o seu pedido de renúncia ao Papa. Foi o que fez Dom Oneres, que desde maio de 2008 aguardava resposta ao pedido. Ele era bispo de Lages desde 1987. O futuro bispo, Frei Irineu Andreassa, nasceu no dia 15 de dezembro de 1949, no município de Iacri, em São Paulo. Desde 1979 exerceu a função de pároco em sete paróquias diferentes do interior de São Paulo. Até agora era pároco da paróquia de Sant’Ana, em Herculândia, diocese de Marília (SP).
Mais de três mil romeiros de todo o Estado estiveram reunidos no dia 15 de novembro, na comunidade do Morro do Baú, em Ilhota, para participar da 21ª Romaria da Terra e da Água. Com o tema “Cuidar da Terra. Garantir a Vida”, os participantes puderam ver, ouvir e sentir as reflexões sobre a questão agrária, o meio ambiente e a necessidade de se cuidar da nossa Mãe-Terra. O evento foi realizado quase um ano depois que o município foi vitimado pelas enchentes do dia 23 de novembro de 2008, que deixaram um rastro de destruição e mataram 47 pessoas. Inúmeras famílias perderam seus lares e até hoje moram em abrigos ou residências de parentes. Promovida em conjunto com a Comissão Pastoral da Terra de Santa Catarina (CPT-SC), a Diocese de Blumenau, e o Regional Sul IV da CNBB, a Romaria teve seu início às 9h. Os romeiros ficaram concentrados em um ponto que muito sofreu com a enxurrada. Por volta das 10h30, iniciouse a caminhada de 1,5km até a igreja matriz da Paróquia NSra da Glória. Durante o trajeto, romeiros e romeiras apreciaram encenações teatrais produzidas pela comunidade em dois pontos da caminhada. Quase no final, plantouse a Cruz de Cedro, em frente à Igreja Matriz. Ao final do plantio, os participantes fizeram uma ciranda em volta da Cruz. Um momento forte da Roma-
ria foi o depoimento de Adolfo, morador da região. Ele lembrou como era a comunidade há alguns anos e como foi-se transformando nos últimos anos. Disse que perdeu 10 parentes, seis deles na mesma casa. Um momento emocionante para todos.
Partilha Assim como aconteceu na vigésima edição, a partilha foi um marco muito forte e presente nesta Romaria. Como forma de se resgatar o sentido de comunhão, de partilha, de troca de experiências solidárias, como nas primeiras comunidades cristãs, várias tendas, ao redor do espaço onde se concentravam romeiros e romeiras, ofereciam alimentos para os romeiros. A partilha também se fez na forma de coleta durante a celebração eucarística, em benefício da comunidade local, como forma simbólica de incentivo à reconstrução. O total arrecadado foi de R$ 4.462,70. Outro destaque muito visível na animação e na participação em geral foi a grande presença da juventude. O encerramento da Romaria, no meio da tarde, foi com a celebração Eucarística, presidida pelo bispo de Blumenau, Dom José Negri, e concelebrada pelo bispo da diocese de Caçador e referencial da CPT, Dom Luiz Carlos Eccel. Mais fotos no site www. arquifln.org.br, clicar no link “Galerias” no alto da página. Foto JA
Os participantes conduzem a Cruz de Cedro durante a Romaria
4
Tema do Mês
O Natal é a festa do nascimento do fundador do cristianismo. Mas tornou-se, em todo o mundo, uma festa pagã. O Menino Jesus foi substituído pelo Papai Noel. O presépio, pelos pacotes de presentes. A missa, pela visita consumista ao shopping.
A MUDANÇA DO NATAL A história parece inverter-se. Quando os cristãos, no final dos anos 300, tornaram-se majoritários no Império Romano, substituíram a festa do deus Sol pela festa do nascimento de Jesus. Na noite mais longa do ano, no hemisfério norte, o deus Sol voltava a fazer com que os dias fossem se tornando mais longos. No rigor do inverno no hemisfério norte, o sol começava a manifestar-se forte, invicto e vencedor, no seu ciclo anual rumo ao próximo verão. Era a maior festa dos romanos, adoradores do Sol. Os cristãos, no seu processo de inculturação do Evangelho, mudaram o enfoque da festa ao deus Sol dos romanos para celebrar o Natal de Jesus. Com isso, atraíram os romanos para a fé em Cristo, o verdadeiro Sol, o Sol invicto e vencedor, o Sol da Justiça, a Luz do Mundo, o Salvador da humanidade. Surgia a festa do Natal do Senhor. Agora, no início do terceiro milênio da era cristã, os neo-pagãos, tornando-se majoritários no império do mercado, substituem a festa do Deus dos cristãos pela festa dos novos-velhos deuses: o dinheiro, a moda, os bens materiais, o sexo... O amargo fica por conta do fato de que muitos dos adoradores desses deuses carregam consigo o nome de Cristo, foram batizados e receberam os sacramentos da fé. Há até muitos cristãos que se rendem à aparente novidade e nem percebem o risco de perder a fé. Nem se dão conta de que estão trocando de religião: do Deus que, morrendo, nos deu a vida, ao deus dinheiro que, para sobreviver na luta dos deuses, exige o sacrifício de vítimas! Nem percebem que o dinheiro só tem tanta importância hoje porque se sustenta na base da violência, da corrupção, do narcotráfico, da exclusão.
A PERSPECTIVA DA FÉ Mas, o que é este mundo secularizado? O grande apóstolo Paulo nos exorta a ser fiéis ao culto autêntico, não nos conformando com este mundo. Eis, por inteiro a sua exortação: “Eu vos exorto, irmãos, pela misericórdia de Deus,
Dezembro 2009
NATAL NUM MUNDO SECULARIZADO Somos cristãos porque seguimos um homem-Deus que nasceu numa estrebaria.
a oferecerdes vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso verdadeiro culto. Não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e agir, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito” (Rm 12,1-2). Muitos vivem neste mundo secularizado, aceitando como verdade o que ele impõe, sem nem sequer questionar suas estruturas, tornando-se insensíveis, apáticos, alienados, buscando apenas o que proporciona prazer imediato e sensível e, muitas vezes sem perceber, descartando Deus do centro de suas vidas. É claro que, falando assim, o fazemos a partir da perspectiva da fé cristã. Mas não podemos deixar de dar testemunho de nossa fé só pelo fato de o nosso tempo estar marcado pela idolatria do dinheiro, pelo mercantilismo religioso e por fenômenos como o agnosticismo e a indiferença religiosa ou pelo fato de nos ver-
“
O Natal é a festa do nascimento do fundador do cristianismo. Mas tornou-se, em todo o mundo, uma festa pagã”.
mos confrontados com atitudes e valores que tentam retirar a figura de Cristo do âmbito da história para reduzi-lo a dimensões míticas ou folclóricas. Para nós, cristãos, o Natal é a festa do Deus feito criança, de Deus que entrou em nossa história humana. Celebramos o Deus da ternura, da misericórdia, do perdão, o Deus que se aproxima de nosso mundo marcado pelo pecado e pelo mal, para nos libertar do mal e nos aperfeiçoar no bem. O fascínio do
Natal entrou no mundo do consumismo, da ignorância religiosa e da indiferença ética, no mundo secularizado que se descristianiza e, por isso, se desumaniza. Comemorado neste ambiente de contradições, o Natal é desvirtuado e o mistério celebrado, o evento da Encarnação do Filho de Deus, torna-se um sinal sem conteúdo e sem impacto no coração das pessoas. Vem Natal e vai Natal, e nada muda no coração das pessoas e nas estruturas do mundo. Na vida dos cristãos, o Natal deve marcar diferença: é tempo de auto-avaliação, contrição, exercício da generosidade e cultivo da fé. Ele nos provoca a rever os conceitos e valores pessoais que norteiam nossas práticas na luta contra a exploração capitalista, a exclusão social e a desintegração da família. É claro que, exatamente por sermos cristãos, não podemos nos deixar levar por ressentimentos ou azedumes, tampouco contra o mundo secularizado. Ao contrário, é preciso aproveitar o cli-
Jornal da Arquidiocese
ma natalino para fazer valer nos ambientes em que vivemos os nossos valores: a fé num Deus feito gente, num Deus que “de rico que era, tornou-se pobre por causa de vós, para que vos torneis ricos, por sua pobreza” (2Cor 8,9).
O TESTEMUNHO DA FÉ Nossa fé cristã se baseia em uma história real, na vida de um homem que nasceu, viveu e morreu neste mundo, sempre do lado dos pequenos e pobres. A fé cristã não paira no ar, não é uma ilusão, não é fruto de especulações filosóficas, não é produto de desejos humanos. A fé cristã baseia-se na história de Jesus de Nazaré, que os cristãos reconhecem como a manifestação de Deus na história humana. Em Jesus de Nazaré, em sua pessoa e práxis, em suas palavras e opções, em suas tentações e crises, em seus conflitos e no seu martírio, nessa história tão profunda e simplesmente humana, os cristãos vêem o ser e o agir de Deus. No mais humano de Jesus, esconde-se o mais divino. Perceber isso e crer nisso, eis o que diferencia os cristãos no conhecimento e no seguimento do homem de Nazaré. Muitas pessoas vieram ao conhecimento dele: Herodes, Anás, Caifás, Pilatos, os fariseus, os doutores da Lei, os sacerdotes de Jerusalém, e tantos outros. Mas não viram Deus na carne humana do pobre de Nazaré. O passo do conhecimento para o seguimento se dá na fé. Isso é graça e dom de Deus, que no seu Espírito Santo, faz reconhecer: Jesus é o Senhor (1Cor 12,3; Rm 10,9). Para celebrar o Natal, como verdadeiros cristãos, é preciso fazer memória das palavras e práticas de Jesus e deixar-se cativar pelo Reino que Ele anunciou. Assim, poderemos retomar sua prática e fazer, hoje, o que Ele fez. Nosso Deus tem um nome concreto, Jesus de Nazaré, a quem na fé experimentamos e confessamos como o Messias, o Cristo. Seu nome é um programa de vida: "Deus é salvador". Somos cristãos porque seguimos um homemDeus que nasceu numa estrebaria, não no palácio do imperador romano, mas entre os animais. Somos cristãos porque seguimos um homem-Deus que morreu crucificado porque anunciou um reino de paz e de justiça. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br
Jornal da Arquidiocese
Geral 5
Dezembro 2009
Paróquia da Trindade forma lideranças Escola de Fé e Vida formou mais de 200 lideranças leigas em seu primeiro ano funcionamento A idéia da criação de um espaço para formação teve início em 2008, com formação mensal a leigos e leigas da pastoral Litúrgica e Música Litúrgica. Aos poucos a idéia foi tomando corpo, e a coordenação dos encontros julgou que a formação deveria ser ampliada para todas as lideranças da paróquia. A partir disso, formou-se uma equipe que estudou as Diretrizes da Arquidiocese, o Documento de Aparecida, os objetivos da CNBB e, apoiada nesses documentos, iniciou o Planejamento Participativo Pastoral Paroquial/2009. Foram muitos encontros com a participação de lideranças de todas as pastorais, movimentos e serviços. Neles foi elaborado o tema para a Paróquia da Santíssima Trindade/2009 e o objetivo geral da Pastoral Paroquial. A partir do objetivo paroquial fortaleceu-se a idéia da unidade paroquial por meio de uma Escola de Formação, nascendo assim a Escola de Fé e Vida.
Foto JA
Em seu primeiro ano, aproximadamente 200 lideranças da Paróquia da SSma. Trindade concluíram a Escola. Na noite do dia 05 de novembro, realizou-se a última etapa de formação da Escola de Fé e Vida/2009. O evento contou com a participação do Pe. Vitor Feller, Coordenador arquidiocesano de Pastoral, reitor e professor do ITESC. Os participantes também tiveram um momento para avaliar a caminhada da Escola e decidir os temas para estudo em 2010. Destinada ao aprofundamento da fé católica a lideranças leigas, a Escola de Fé e Vida iniciou suas atividades em março deste ano. Mais de 250 pessoas se inscreveram. Dessas, cerca de 200 concluíram o curso e receberão o certificado de participação na “Escola de Fé e Vida” em convênio com o Instituto Teológico de Santa Catarina - ITESC. O certificado será entregue no dia 02 de dezembro, à noite, após a missa de ação de graças na Igreja Matriz.
nhecimento maior dos trabalhos pastorais, e houve o engajamento de novos voluntários. A Escola é realizada sempre na primeira quarta e quinta-feira do mês, das 19h30min às 22h, no salão Paroquial. Os encontros são ministrados por professores do ITESC e por outros teólogos convidados. A Escola tem uma proposta bem definida para três anos; 2009 “formação do discipulado”, 2010 “discipulado em missão”, e 2011 “anunciando Jesus”.
INSCRIÇÕES Pe. Vitor Feller assessorou a última etapa de formação da Escola
REFLEXOS POSITIVOS Os reflexos da Escola já foram sentidos na comunidade. A Escola proporcionou uma maior integração e interação entre as pastorais, movimentos e serviços da paróquia. A freqüência nas missas au-
mentou e percebemos, sobretudo, um aumento na participação dos jovens em trabalhos pastorais, informou Clélia Buriol Zanuzo, coordenadora da Escola. Segundo ela, a grande participação nos encontros da Escola possibilitou um co-
As inscrições para o próximo ano já estão abertas a todas as pessoas interessadas, tanto da paróquia da Trindade, quanto de outras paróquias. Elas poderão ser feitas no dia 02/12, das 19h30 às 22h, ou posteriormente, na secretaria paroquial, durante o expediente. Para se inscrever, os interessados devem apresentar cópia do CPF e RG e preencher formulário de inscrição.
Forças Vivas fecham ano com avaliação A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral realizou, no dia 07 de novembro, o último encontro do ano das "Forças Vivas" da Arquidiocese. O evento, realizado no Santuário de Fátima, em Florianópolis, reuniu 35 representantes de pastorais, movimentos, organismos, serviços, colégios e meios de comunicação. Durante o encontro, condu-
zido pelo Pe. Vitor Galdino Feller e por Dna. Leda Cassol Vendrúsculo, os participantes foram informados das datas das reuniões para o próximo ano, que serão nos dias 27/03, 26/06, 18/09 2 20/11. Sempre no Santuário de N.S. Fátima e a partir das 8h30min. Também ficou definido que, a partir de março, em cada reunião será Foto JA
Lideranças participaram da última Reunião das Forças Vivas de 2009. Encontro avaliou caminhada e definiu a agenda para o próximo ano
feita a apresentação de uma ou duas Forças Vivas. As primeiras serão a Comunidade Nossa Senhora da Esperança e a do Encontro Matrimonial. Maria Glória da Silva Luz, coordenadora dos Grupos Bíblicos em Família, falou sobre o livreto de Advento/Natal. Pe. Vitor falou sobre a Campanha da Evangelização, que se realizará nas primeiras semanas do Advento, concluindo-se nos dias 12 e 13 de dezembro, e fez a entrega do material de divulgação. Pe. Vitor ainda informou sobre como está caminhando o Planejamento Diocesano. Sobre os eventos da Campanha da Fraternidade Ecumênica, de 2010, Adelir Raupp, coordenadora arquidiocesana da CF, enfatizou o Seminário intercomarcal, realizado no dia 28 de novembro, na Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu. Por volta das 10h30min, os presentes participaram de uma celebração de ação de graças no Santuário. Em seguida, todos foram convidados para um almoço de confraternização no salão de festas da paróquia.
Comunicado da Cúria Metropolitana de Florianópolis às paróquias e ao povo em geral Têm chegado à Cúria Metropolitana de Florianópolis consultas a respeito do que fazer diante de grupos ou associações que, acompanhados de uma imagem, geralmente de Nossa Senhora de Fátima, apresentam-se em casas ou apartamentos para, segundo dizem, fazer orações. Nessas ocasiões, pedem ajuda para seus seminários e obras - ajuda imediata, em dinheiro, ou mensal, através de débito automático. Esta Cúria, ouvida a Autoridade Arquidiocesana, esclarece que tais grupos ou associações agem por conta própria - isto é, não receberam autorização de nosso Arcebispo Metropolitano para fazer isso. Aliás, tais autorizações, mesmo que fossem solicitadas, não lhes seriam concedidas, pois nem a própria Arquidiocese, que tem três seminários para manter, nem as Congregações Religiosas, que aqui estão presentes e também têm seus seminários, usam desses métodos para pedir ajuda. Sugerimos aos fiéis católicos que queiram colaborar com a Igreja, sobretudo na formação de futuros padres, que o façam através de suas paróquias. Assim, além de poderem informarse sobre o destino de suas ofertas, estarão cooperando de modo direto com os seminários e as obras de nossa Igreja arquidiocesana. Florianópolis, 23 de novembro de 2009. Diác. José Neri de Souza Chanceler
6
Bíblia
Dezembro 2009
Jornal da Arquidiocese
Conhecendo o livro dos Salmos (22)
Salmo 34 (33): Provai e Vede
Bendirei o Senhor 2. Bendirei o Senhor em todo tempo / seu louvor estará sempre em minha boca. 3. Minha alma se gloria no Senhor, / ouçam os humildes e se alegrem. 4. Engrandecei comigo o Senhor, / exaltemos juntos o seu nome. A introdução (vv. 2-4) já apresenta o salmista libertado, e cercado de gente humilde, a quem convida a escutarem sua história e a participarem do agradecimento. Ele começa comprometendose a bendizer o Senhor em todo tempo (v. 2), isto é, a doravante e sempre proclamá-lo “bendito”, como se faz nas fórmulas de “bênção” da oração judaica. Assim Jesus, na última Ceia, antes de entregar o pão a seus discípulos “pronunciou a bênção”, quer dizer, agradeceu, “bendizendo” ao Pai. As expressões “minha alma se gloria” (v. 3) e “engrandecei comigo” (v. 4) lembram o início do Magnificat de Maria: “Minha alma engrandece o Senhor” (Lc 1,47)
O Senhor me livrou 5. Busquei o Senhor e ele respondeu-me, / e de todos os temores me livrou. 6. Olhai para Ele e ficareis radiantes, / vossas faces não ficarão envergonhadas.
Arquivo/JA
Um dos convites à comunidade para que se aproxime a fim de receber a Eucaristia é exatamente este, tirado do salmo que vamos comentar: “Provai e vede quão suave é o Senhor, como Ele é bom!” É um convite a experimentar, a fazer a experiência da bondade divina, concretizada agora no Sacramento, mas naturalmente expandindo-se e fazendo-se sentir ao longo do dia, ao longo da vida. Este salmo é estritamente alfabético, como vários outros (p. ex. o Sl 25). Isto significa que, na língua em que nasceu, cada versículo inicia com uma letra do alfabeto hebraico. Esse detalhe desaparece na tradução. É um salmo de ação de graças individual. O orante passou por uma situação difícil, por “temores” (v. 5), “angústias” (v. 7), mas “buscou o Senhor” (v. 5), “pediu socorro” (v. 7) e foi atendido. Agora, ele está no Templo, para agradecer. Há gente em torno. O agradecimento é feito em público. E o agraciado não somente informa o que aconteceu (vv. 5-11), mas exorta, querendo transmitir uma experiência de vida (vv. 12-23), de modo que mais gente possa “provar e ver quão suave é o Senhor”.
7. Este pobre pediu socorro e o Senhor o ouviu, / salvou-o de suas angústias todas. O salmo revela a superação de um grande conflito. Essa “busca” do Senhor (v. 5) é concreta, no Templo, onde as pessoas injustamente acusadas e perseguidas se refugiavam. Aí passavam a noite, à espera de uma sentença. De manhã, um sacerdote examinava a questão, tirando a sorte, para ver se o acusado era inocente ou culpado. O orante, que se apresenta como “pobre” (v. 7), agora reconhecido inocente, mostra aos outros “pobres” que aí estão, as maravilhas que o Senhor fez por ele. Resultado desse encontro com Deus é a “irradiação” da face dos que, como o salmista, “olham para o Senhor”. Semelhante irradiação foi atestada no rosto de Moisés, após cada contacto com Deus (cf Ex 34,29-35). Temos consciência dessa “irradiação” da nossa face, quando realmente “olhamos para Deus” e O contemplamos na oração?
O anjo do Senhor 8. O anjo do Senhor acampa / em volta dos que O temem e os salva. 9. Provai e vede como é bom o Senhor, / feliz quem nele se abriga. Essa referência ao “anjo que acampa” é uma imagem forte, do âmbito militar, e mostra o Deus aliado como um chefe de exército que protege e salva seus parceiros da Aliança. O “acampamento” orientanos para os relatos do Êxodo. Para “acampar em torno”, o Anjo não está sozinho: dispõe de uma legião. No livro de Zacarias, o próprio Se-
nhor anuncia: “Acamparei em volta de minha casa” (Zc 9,8). E no salmo 91(90), de outro modo, uma garantia semelhante: “Ele dará ordem a seus anjos, para te guardarem em todos os teus caminhos” (Sl 91,11)
Agora, o salmista assume claramente a posição de mestre, e interpela os ouvintes como “filhos”, convidando-os a se aproximarem, para ouvirem melhor a lição. No evangelho, Jesus várias vezes se dirige aos discípulos como “filhos” (Mc 10,24) ou “filhinhos” (Jo 13,13). Para ser posta em prática, a lição tem de ser ouvida, ou seja, é preciso “escutar”, como o recomenda Moisés insistentemente no Deuteronômio: “Agora, Israel, ouve as leis e os decretos...” (Dt 4,1) “Escuta, Israel, o Senhor nosso Deus é Um” (Dt 6.4). Aqui, a lição é a do “temor” de Deus, já mencionado no v. 10, agora a ser explicado. Com que objetivo? O da “vida”, “longa e venturosa” (v. 13), “desfrutando os bens” deste mundo (v. 13). Essa dimensão, sem ser negada, será ampliada no Novo Testamento, com o adjetivo “eterna”. Com que condições? Com o cumprimento dos mandamentos, especialmente em relação ao próximo: “Preserva tua língua do mal, faze o bem, procura a paz” (vv. 14-15).
Justiça retributiva
10. Temei o Senhor, vós, seus santos, / pois nada falta a quem O teme. 11. Os ricos empobrecem e passam fome, / mas a quem busca o Senhor nada falta. Depois de ter convidado, no v. 9, a “provar e ver como é bom o Senhor”, o salmista se dirige a seus ouvintes, interpelando-os como “santos”, “consagrados”, porque fazendo parte de um povo “consagrado ao Senhor” (cf Ex 19,6), como o são os cristãos no Novo Testamento. Exorta-os a “temerem” o Senhor e lhes garante: “Nada falta a quem O teme, nada falta aos que O buscam” (vv. 10 e 11). A certeza é idêntica à do autor do salmo 23(22): “O Senhor é o meu pastor, nada me falta” (Sl 23,1). Esse “temor”, que não é o medo, mas o respeito, é “o princípio da Sabedoria”, como o afirma insistentemente o ensino sapiencial (cf Pv 1,7)
16. Os olhos do Senhor estão voltados para os justos, / seus ouvidos estão atentos / a seu grito de socorro. 17. O Senhor afasta dos maus o seu rosto, / para cancelar da terra / até a lembrança deles. Para o salmista, a justiça de Deus se revela na atenção voltada para os justos, ouvindo seu “grito de socorro” (v. 16). Assim foi no Êxodo, quando Deus “viu a aflição do seu povo, ouviu seu clamor, e desceu para libertá-lo” (cf. Ex 3,7-8). Em contrapartida, “dos maus Ele afasta o seu rosto”, chegando até a “cancelar da terra a sua lembrança” (v.17). Justiça, portanto, “retributiva”, isto é, diferenciada para bons e maus. Também esse aspecto do salmo será enriquecido no sermão da Montanha com o anúncio da perfeição misericordiosa do Pai, que “faz nascer o seu sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos” (cf Mt 5,45).
Vinde, filhos!
Clamores ouvidos
12. Vinde, filhos, escutai-me: eu vos ensinarei a temer o Senhor. 13. Quem é que deseja a vida / e anseia por longos dias, para desfrutar os bens? 14. Preserva tua língua do mal, / e teus lábios, de palavras mentirosas. 15. Evita o mal e faze o bem, / procura a paz e vai ao seu encalço.
18. Os justos clamam e o Senhor os ouve, / salva-os de todos os perigos. 19. O Senhor está perto de quem tem o coração ferido, / salva os ânimos abatidos. Partindo ainda da sua própria experiência, o salmista esquece as angústias passadas e reafirma suas convicções de fé. Ainda que a intervenção divina talvez demo-
Nada falta
Faça como Silvério Costa, Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.bre
re, ela não falhará: o Senhor não deixará de salvar os justos “de todos os perigos” (v. 18). Embora Ele tantas vezes pareça “estar longe”, de fato “o Senhor está perto de quem tem o coração ferido” (v.19).
Mesmo nas desventuras 20. Muitas são as desventuras do justo, / mas de todas elas o Senhor o livra. 21. O Senhor preserva todos os seus ossos, / nem um só se quebrará. Agora, concedendo que também o justo passa pelo sofrimento, e que até “muitas” podem ser “as suas desventuras”, o salmista no entanto está certo de que o Senhor “o livra de todas elas” (v.20). Mais ainda, o Senhor “preserva todos os seus ossos”, isto é, a sua estrutura interior. E, numa possível alusão ao cordeiro pascal, “nenhum de seus ossos se quebrará” (v. 21, cf Ex 12,46, citado em Jo 19,36).
Morte e Vida 22. A malícia dá morte ao malvado, / quem odeia o justo será punido. 23. O Senhor resgata a vida de seus servos, / quem nele se refugia não será condenado. A conclusão do salmo contrapõe morte e vida. Morte, a do malvado, como conseqüência da sua própria malícia, do seu ódio injustificado contra o justo. E vida, a dos servos de Deus, dos que nele se refugiam e que, portanto, não podem ser condenados. O salmista, que passou pelo perigo de ser injustamente condenado, sabe por experiência o que isso significa. Essa experiência de salvação é a que vive todo cristão, especialmente o neo-convertido, que, segundo a primeira carta de Pedro, comprovou na sua vida quão bom e suave é o Senhor (v.9, cf 1Pd 2,3). Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br
Para refletir: 1) Qual a experiência vivida pelo salmista? Que significa “bendizer” o Senhor? 2) De que modo você comprova na sua vida “quão suave é o Senhor”? 3) Que significa “temer o Senhor”? Por que é necessário temê-lo? Não é suficiente "amá-lo"? 4) Como entender as “desventuras”, os sofrimentos do justo? 5) Como se contrapõem “morte” e “vida” no final do salmo?
Jornal da Arquidiocese
Juventude 7
Dezembro 2009
Mais um ano se passou Finalizando o ano, é hora de avaliar nossa caminhada, nossos projetos e realizações Foto/Montagem PJ
Mais um ano passou. Que bom poder chegar ao final e notar que foi um ano totalmente diferente. Se pararmos para pensar, veremos que na verdade, cada dia é um novo dia, totalmente diferente de qualquer outro dia. Mas, espera! Também podemos observar que cada hora é diferente de qualquer outra hora, e que cada minuto ou segundo é diferente de qualquer outro. Cada momento é novo! Nossa! Nossa vida é um eterno renovar, que nunca se repete. Por isso, cada momento vivido é um motivo para comemorar. Cada experiência vivida é um motivo pra agradecer. E 2009 foi um ano especial para a Pastoral da Juventude. Foi o ano em que reavaliamos nossa caminhada e nosso jeito de caminhar. Mudamos muitas coisas e estamos prontos para novos desafios.
Assembleia da PJ Em junho de 2009, a Pasto-
DNJ O Dia Nacional da Juventude aconteceu no Colégio Catarinense e foi a grande celebração de todo o trabalho que vem sendo desenvolvido. Foram mais de 1.800 jovens que se reuniram, numa grande jornada de fé, partilha e confraternização.
Encontro de Coordenadores da Juventude As reuniões da Pastoral da Juventude passaram a ser mais atrativas, com formações, confraternização e decisões. Buscou-se torná-las mais agradáveis e dinâmicas. Essa nova metodologia envolveu a juventude, e foi determinante no aumento de representações de jovens.
Nova Coordenação O ano iniciou com a escolha de um novo Secretário Arquidiocesano da Pastoral da Juventude (Guilherme Pontes), que estará à frente dos trabalhos na Arquidiocese até 2011. Também foi escolhida uma nova coordenação (Claiton Becker, Leonardo Contin, Verônica Dias e Gustavo Amaral), para que atue junto com o Secretário. A coordenação conta também com uma assessora leiga (Gislene Saad Henriques), que acompanha a caminhada do Secretário e da coordenação arquidiocesana.
objetivo ara a divulgação do Dia Nacional da Juventude.
Registros fotográficos de alguns dos eventos desenvolvidos pela Pastoral da Juventude em 2009 ral da Juventude realizou a sua assembléia Arquidiocesana de Pastoral. Junto com os mais de 50 jovens participantes, foi avaliada a realidade da juventude e dos grupos de jovens, refletida à luz da passagem de Tiago 1, 1925. Tomadas algumas decisões, foi construído em conjunto o Plano Pastoral 2010-2011. O plano está exposto num livreto, com todas as reflexões e as definições da assembléia, que está sendo entregue aos párocos, com o pedido que o repassem a seus grupos de jovens.
Escola da Juventude A Escola da Juventude 2009 aconteceu na Paróquia São Judas Tadeu, em Barreiros, e contou com 30 jovens que foram formados para o trabalho nas paróquias, junto aos grupos locais. Foram três etapas de formação que trataram da história da pastoral da juventude, as etapas de um grupo jovem, o planejamento de um grupo e questões práticas na vida do grupo jovem.
I e II Caravana da PJ A Caravana da Pastoral da
Juventude foi um projeto da atual coordenação, com o objetivo de ir mais próximo das comarcas, das paróquias e dos grupos de jovens. A I Caravana aconteceu em nível de comarca, nas oito comarcas da Arquidiocese. Tinha como principal objetivo a divulgação da Assembléia da Pastoral da Juventude. A II Caravana aconteceu diretamente nas comunidades, nas casas dos jovens, com visitas marcadas a grupos com os quais ainda não tínhamos contato. Seu principal
Por tudo isso e outros motivos, temos muito a agradecer pelo ano que está acabando. Temos muito a esperar da efetivação do nosso plano pastoral 2010-2011, que possibilitará a continuidade das mudanças da Pastoral da Juventude na Arquidiocese. Estamos refletindo muito e fazendo os ajustes necessários a serviço da evangelização. Sempre lembrando que “a meta é Cristo” e nada é feito que não auxilie nossa chegada à nossa grande meta: estar mais próximos de Cristo. Foto JA
Câmara de Vereadores homenageia PJ Solenidade reconheceu os trabalhos realizados pela PJ neste ano A Pastoral da Juventude da Arquidiocese recebeu no dia 02 de dezembro, às 19h, uma homenagem da Câmara de Vereadores de Florianópolis. Proposta pelo vereador João Aurélio Valente Júnior, a homenagem foi realizada em reconhecimento aos trabalhos realizados pela Pastoral. Guilherme Pontes, coordenador da PJ na Arquidiocese, recebeu a homenagem. Entre os trabalhos realizados e que renderam a homenagem estavam a “Nota contra a redução da Maioridade Penal”, a “Carta Aberta da Juventude da Arquidiocese de Florianpolis” e a
campanha nacional que a PJ está fazendo ressoar na Arquidiocese “Contra o extermínio da Juventude, na Luta pela Vida”. Durante a sessão, o vereador Aurélio disse que iniciativas concretas como as da Pastoral da Juventude devem ser incentivadas. “Se não incentivarmos trabalhos que salvem os nossos adolescentes, amanhã poderemos ser uma sociedade formada por idosos”, disse. Durante a sessão, Guilherme falou dos números que mostram a violência tendo os jovens como vítima ou protagonista. “Isso se deve
à falta de oportunidades”, disse. Ainda durante a homenagem, ele entregou aos vereadores Gean Loureiro, presidente da Câmara, e Aurélio Valente uma cópia da “Carta aberta da juventude da Arquidiocese de Florianópolis” e assinaturas dos participantes do DNJ. “Na carta, apontamos que a desestruturação das famílias, a falta de oportunidades para trabalho e estudo, os valores individualistas e a omissão de muitos governantes são ameaças a juventude”, disse. A sessão foi encerrada com algumas palavras elogiosas do presidente da casa.
Guilherme Pontes (esq.), coordenador da PJ, entrega aos vereadores Gean Loureiro (centro) e Aurélio Valente cópia do documento conclusivo do DNJ com as assinaturas dos participantes do evento.
8
Geral
Dezembro 2009
Jornal da Arquidiocese
Seminário prepara para a CFE-2010 Lideranças da Arquidiocese participaram Pela terceira vez a Campanha da Fraternidade é Ecumênica Ver, Julgar e Agir. No Ver, Domingos Bergamin tratou dos problemas da realidade em que vivemos: consumismo, globalização da economia, e contradições que criam grandes conflitos. O Julgar foi conduzido pelo Pe. Vitor Galdino Feller, Coordenador Arquidiocesano de Pastoral. Ele fez a sua reflexão seguindo o texto-base da CFE. Para o Agir, Adelir Raup e Djalma Lemes propuseram formas práticas de como viver a boa nova de Jesus assumindo nossos compromissos de solidariedade. Fernando Anísio Batista, da Ação Social Arquidiocesana, ASA, falou do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade - FAS. Disse que é um recurso disponível aos projetos sociais, sobretudo relacionados com a CF. Ele informou que somente neste ano foram 26 projetos aprovados e há outros dois para serem analisados. Pe. Vitor Feller complementou informando que, como nas CFEs anteriores, 40% dos recursos da Coleta da Solidariedade de 2010
Foto JA
Lideranças da Igreja Católica Apostólica Romana e da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil estiveram reunidas, na manhã do dia 28 de novembro, para participar do Seminário de Preparação da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010 (CFE-2010). Realizado na paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, o evento contou com a presença de mais de 80 lideranças. Com o tema “Economia e Vida”, e lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24), esta será a terceira Campanha da Fraternidade Ecumênica realizada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC. Durante o Seminário, os participantes puderam se aprofundar sobre o Texto-Base da CFE-2010 e saber dos eventos que serão realizados no próximo ano, alusivos à campanha. O Seminário teve início com uma breve visão das outras duas CFE - 2000 e 2005 - conduzida por Márcio Murilo Martins. Em seguida, o evento foi dividido em
Seminário reuniu, em Biguaçu, 80 lideranças da Igreja Católica e da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil - IECLB serão destinados ao Fundo Nacional de Ecumênico de Solidariedade. Os 60% restantes ficam para a Arquidiocese e compõem o FAS.
PRÓXIMOS EVENTOS Pelo final do encontro, levan-
Instituto elege Pe. José como Sócio Emérito Arquivo/JA
No dia 14 de outubro, Pe. José Artulino Besen, pároco do Santíssimo Sacramento, em Itajaí, foi sufragado à categoria de Sócio Emérito do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Pe. José foi eleito Sócio Efetivo do Instituto em 21 de março de 1980 e, em 10 de outubro de 1983, membro da Academia Catarinense de Letras, ocupando a Cadeira 13. A eleição se deu pelo reconhecimento dos trabalhos do Pe. José pela pesquisa histórica. Ele tem 43 livros publicados, a maior parte sobre a História da Igreja Católica, além de inúmeros artigos e estudos. No "Jornal da Arquidiocese" é o
fundador, e foi diretor de 1996 a 1999. Atualmente escreve as colunas “Opinião” (pag. 02) e “Cen-
tenário”, esta, fazendo a memória dos padres que aqui trabalharam. O Instituto Histórico de Geográfico, que congrega historiadores catarinenses, possui 100 Sócios Efetivos e 40 Sócios Eméritos. Essa categoria é composta por autores com trabalhos meritórios nas áreas afins da Instituição. “Tornar-se sócio emérito desse Instituto, é ter a consciência feliz por ter trabalhado pela história, ter dado minha contribuição para o conhecimento do passado da Igreja brasileira e catarinense, assim ajudando na construção do nosso presente/futuro”, disse Pe. José.
tou-se a possibilidade da realização de um novo seminário, com assessoria de economistas locais, para aprofundar o tema da CFE. “O local e data ainda não estão definidos, mas vamos buscar um local neutro. Será um ges-
to concreto visando a economia solidária e de comunhão”, disse Adelir Raup, coordenadora da CF na Arquidiocese. O próximo evento previsto é o próprio lançamento oficial da CFE na Quarta-Feira de Cinzas, dia 17 de fevereiro. O lançamento será no auditório da Universidade Federal de Santa Catarina. A partir das 14h, será realizada a entrevista coletiva para a imprensa e depois, às 15h, haverá uma Celebração Ecumênica. Estão previstas celebrações ecumênicas nas diferentes igrejas cristãs. Em 2009 já foram realizadas duas: no dia 04/11, no Santuário de Fátima; e 07/ 12, na Paróquia Santíssima Trindade. Mais outras duas celebrações estão programadas. A primeira será em março, em data a ser definida, na Igreja Presbiteriana Independente. A outra em abril, também em data a ser confirmada, no Templo Ecumênico em Jurerê, todas em Florianópolis.
Comunidade Divino Oleiro iniciará missão na África No dia 10 de janeiro, às 19h30, a Paróquia NSra. de Lourdes e São Luiz, estará realizando a celebração de envio de três missionários da Comunidade Divino Oleiro. No dia seguinte, eles estarão embarcando para a Guiné-Bissau, na África, onde realizarão trabalho missionário. Os três leigos consagrados da Comunidade Divino Oleiro atuarão na Paróquia de Empada, na Diocese de Bafatá, auxiliando o Pe. Lúcio Espíndola, da nossa Arquidiocese, nos seus trabalhos de evangelização. A Comunidade Divino Oleiro foi criada em setembro de 1999, pelo Pe. Marcio Alexandre Vignolli, como um dos frutos da
Renovação Carismática Católica. Atualmente conta com 26 leigos consagrados, que vivem para a obra, e 56 irmãos de aliança, que não vivem na fraternidade, mas que dão testemunho e auxiliam nos trabalhos. A Divino Oleiro possui cinco fraternidades: na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Ingleses; na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz, na Agronômica, ambas em Florianópolis; em Governador Celso Ramos; em Balneário Camboriú; e em Muquém de São Francisco, na Bahia. Mais informações sobre a Comunidade, acesse www. divinooleiro.com.br.
Encontro reuniu padres que representaram 38 paróquias
Jornal da Arquidiocese
Geral 9
Dezembro 2009
Dom Murilo visita o Papa Bento XVI Nosso arcebispo ficou a sós com o Papa por alguns minutos e se comoveu com a atenção recebida
No dia seguinte, 05 de dezembro, às 9h (horário de Brasília),
Dom Murilo falou sobre os desafios da Arquidioce e o Papa Bento XVI ficou demonstrou interesse em saber mais sobre a Arquidiocese todos os bispos estiveram reunidos para receber a mensagem do Papa destinada aos dois regionais. Antes, nosso Arcebispo, representando seus coirmãos dos Regionais Sul III e Sul IV da CNBB, fez a leitura de um texto dirigido ao Santo Padre. Nele, Dom Murilo falou dos desafios enfrentados pelos bispos, ressaltando que procuram agir sempre em unidade com o sucessor de Pedro. Também falou do que os bispos pretendem levar da visita. “Esperamos levar aos nossos diocesanos vossa palavra amiga e orientadora, sabendo, de antemão, que, nesses encontros com os regionais do Brasil, cada mensagem que Vossa Santidade transmite é dirigida a todos os brasileiros (...). Esperamos, sobretudo, levar a presença de Cristo, que se torna realidade neste nosso encontro”, disse. Em seguida, o Papa dirigiu sua mensagem aos bispos. Nela, Bento XVI agradeceu as palavras de Dom Murilo e falou sobre a importância das universidades e das escolas na educação cristã. “Possam elas, numa convicta sinergia com as famílias e com a comunidade eclesial, promover aquela unidade entre fé, cultura e vida que constitui a finalidade
fundamental da educação cristã”, disse Bento XVI. A Visita ad límina foi realizada nos dias 27 de novembro a 05 de dezembro. Dom Murilo a fez junto com outros 31 bispos do Regional Sul III (Rio Grande do Sul) e do Sul IV (Santa Catarina) da CNBB. Esta foi a segunda vez que Dom Murilo fez a visita representando nossa Arquidiocese. A primeira foi em janeiro de 2003, quando foi recebido em audiência pelo papa João Paulo II. Esta visita é oficial e deve ser realizada pelos bispos do mundo inteiro a cada cinco anos. Nela, os bispos seguem uma programação específica e têm um encontro com o Papa. A visita é precedida por um relatório sobre a vida da diocese desde a última visita. Este foi o quarto grupo de bispos do Brasil recebidos pelo Papa. Outros nove grupos ainda realizarão a visita. Veja a cobertura completa da Visita ad límina no site da Arquidiocese: www.arquifln. org.br. Nele você vai encontrar a mensagem completa de Dom Murilo lida para o Papa, a mensagem completa do Papa destinada aos bispos dos dois regionais e fotos dos encontros.
Comunidade celebra 14 anos da Pastoral da Criança No mês de outubro, a Pastoral da Criança de Garopaba comemorou 14 anos de atuação. Foi em 1995 que suas líderes e capacitadoras lançaram as primeiras sementes, deste projeto de vida que é a assistência ao bem-estar das crianças de 0 a 6 anos e suas gestantes. Hoje ela atua em 11 comunidades no município e possui uma sala anexa na Paróquia São Joaquim, com todo o apoio do pároco Pe. Alceoni Berkenbrock, que participa nessa caminhada de fé e esperança. O trabalho é realizado com o auxílio de 40 voluntárias, que realizam em mé-
dia o atendimento de 280 crianças e 300 famílias. A Pastoral recebe o apoio de algumas empresas, além da participação voluntária de psicólogos, e parceria com a Equipe de Saúde Municipal - ESF, formada por médicos, enfermeiros e assistentes. Destaca-se bastante a parte nutricional, sendo as famílias orientadas para uma alimentação saudável. “Nesse gesto de união e trabalho seguimos na missão de levar ‘Vida e Vida em abundância’ a todas as crianças e gestantes”, disse Neli Nagata Nobre, coordenadora Arquidiocesana da Pastoral da Criança.
Dom Jacinto assume Diocese de Criciúma O povo da Diocese de Criciúma acolheu no dia 13 de novembro o seu novo bispo, Dom Jacinto Inácio Flach. A Celebração, realizada na Catedral de São José, contou com a presença maciça da comunidade diocesana, padres e diáconos, além de bispos, padres, diáconos e leigos de outras dioceses. Também contou com a presença especial de Dom Paulo de Conto, atual bispo de Montenegro - RS, que foi o primeiro bispo de Criciúma, de 27 de maio de 1998 a 08 de setembro de 2008. A celebração iniciou com o Rito da Posse Canônica, dirigido pelo Pe Wilson Buss, que desde a saída de Dom Paulo assumira como administrador apostólico da Diocese. Em seguida, houve a leitura e apresentação da Bula Papal, em que Bento XVI motivou a nomeação de Dom Jacinto, confiando-lhe a diocese de Criciúma como seu pastor. Dom Murilo Krieger, Arcebispo de Florianópolis e presidente
do Regional Sul IV da CNBB, passou às mãos de Dom Jacinto, o báculo, simbolo da posse do bispo. Ao recebê-lo e sentar-se na Cátedra, Dom Jacinto passou oficialmente a ser o bispo de Criciúma. Em sua homilia, ressaltou o rosto dos mais sofridos e a papel do bispo: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Cristo, o Bom Samaritano por excelência, alivia, consola e renova na paz e alegria os corações sofridos”, disse. Foto JA
Mensagem do Papa
Divulgação/JA
Na manhã do dia 04 de dezembro, nosso arcebispo Dom Murilo Krieger foi recebido em audiência pelo Papa Bento XVI. Teve alguns minutos para o encontro e ficou surpreso com a atenção recebida. “Bento XVI deu-me uma atenção especial que me comoveu”, relatou Dom Murilo. Segundo ele, foi um momento muito especial. “Ele acolheume com grande alegria e simpatia, tudo sintetizado num sorriso aberto e receptivo”, disse nosso arcebispo. Bento XVI quis saber como é a Arquidiocese de Florianópolis. Dom Murilo faloulhe do rápido crescimento populacional de nossa região, do bom espírito que reina entre os padres de nossa Arquidiocese, da riqueza que é a presença dos Diáconos Permanentes - ficou surpreso com seu número e disse: “É a Diocese brasileira que tem mais Diáconos!” ; da força evangelizadora que são os Grupos Bíblicos em Família - ele perguntou: “É para ler a Palavra de Deus e rezar juntos?” -; dos apelos turísticos de nossa região; do significado de termos a primeira Santa canonizada no Brasil - ele completou: “A presença de santos canonizados é uma graça para uma região!” -; dos desafios que estamos enfrentando no campo das vocações; da riqueza que tem sido para nós o Ano Sacerdotal - quando lhe disse que antes da promulgação desse Ano, já havíamos nos decidido por um Ano Vocacional, ele me respondeu que o precedemos na idéia.... Falei-lhe, também, dos riscos que enfrentamos com as idéias que invadem o mundo: o individualismo, o comodismo, a busca do bem-estar a todo o custo etc. No final, a pedido de Dom Murilo, Bento XVI deu uma grande bênção para toda a Arquidiocese.
Dom Jacinto na Cátedra, no início do seu pastoreio em Criciúma
10
Geral
Dezembro 2009
Jornal da Arquidiocese
ASA realiza a Semana da Solidariedade Evento celebrou os 49 anos da ASA. Ponto forte foi a II Feira Arquidiocesana de Solidariedade Divulgação/JA
O encontro Arquidiocesano foi realizado no dia 17/11 na Paróquia de São João Evangelista, em Biguaçu, comemorando os 49 anos da ASA. Teve por objetivo reunir as Ações Sociais e refletir sobre a Solidariedade, além de avaliar a caminhada de 2009 e perceber novas ações e desafios para 2010 e o encerramento da Formação em Políticas Públicas. O encontro foi avaliado positivamente pelos participantes e pela equipe executiva da ASA, destacando a metodologia do trabalho, a articulação dos trabalhos em grupo e quantitativamente a participação de 24 Ações Sociais paroquiais. Nesse encontro foi aberta ofi-
cialmente a “Semana da Solidariedade”, atividade motivada pela Cáritas Brasileira e sua rede de entidades membros, com o intuito de proporcionar a visibilidade dos trabalhos realizados pelas Ações Sociais.. Nesse dia também foi lançado o logo comemorativo "rumo aos 50 anos" da ASA, e apresentou-se a Cartilha de Desenvolvimento Sustentável e Solidário. A “Semana” convidou a repensar o modelo de desenvolvimento que praticamos no nosso dia a dia, propondo ir além da preservação ambiental: priorizando a qualidade de vida da maioria da população e possibilitando condições dignas de vida para as gerações futuras.
Realizado em Biguaçu, encontro avaliou 2009 e definiu eventos para 2010
II Feira de Economia Solidária é destaque na Semana Foto JA
Durante a Feira, as pessoas puderam comprar os produtos comercializados pelos 32 empreendimentos de Economia Solidária
Em 17/11/2009, abertura da Semana da Solidariedade foi encerrada a Formação “A Política Nacional de Assistência Social - PNAS e o Reordenamento das Entidades de Assistência Social” promovido pela ASA em 2009. Neste ano o curso contou com a participação de 135 representantes das Ações Sociais da Arquidiocese de Florianópolis e teve como principal objetivo aprofundar o estudo e dar passos no sentido de desenvolver ações e projetos pautados na Política de Assistência Social. Os
encontros aconteceram por municípios, ficando assim organizados: Florianópolis; São José e Biguaçu; Palhoça; Itapema, Porto Belo e Tijucas; e Brusque, Nova Trento e Guabiruba. A partir desta formação, a Ações Sociais irão trabalhar no processo de reordenamento das suas práticas, iniciando 2010 com discussão e debate sobre Planejamento. Parabenizamos a todas e todos os cursistas que firmemente participaram e contribuíram para o fortalecimento da Rede de Ações Sociais.
Foto JA
Representantes das Ações Sociais encerram formação em Políticas Públicas
A Economia Solidária é uma somem os produtos. “Este trabanova forma de organização do tra- lho já é abençoado por ser feito balho, onde a solidariedade, de- com amor e carinho”, disse. Durante a feira realizarammocracia, autogestão e o cuidado com o meio ambiente são ele- se diversas oficinas que abordaram temas relativos ao Desenmentos fundamentais. Na segunda edição da “Se- volvimento Solidário e Sustentámana da Solidariedade”, o tema vel. Ocorreram também apredo Desenvolvimento Solidário e sentações artísticas e culturais Sustentável foi o foco principal. de projetos sociais das comuniNesse sentido, nos dias 19 e 20 dades da Arquidiocese. Segundo Maria Demis, reprede novembro, foi realizada a II Feira Regional de Economia So- sentante do Fórum Regional de lidária e a I Mostra dos Trabalhos Economia Solidária, a Feira foi imSociais da Arquidiocese. O even- portante porque ajudou a divulto ocorreu no Largo da Alfânde- gar o trabalho que se realiza, ga em Florianópolis, contando mostrou a diferença no atender com a participação de 37 empre- e na organização. “Mesmo que endimentos econômicos solidá- não tenha havido um retorno sigrios e 10 organizações sociais: nificativo no comercializar, o creches, Ações Sociais, grupos evento pode ajudar a impulsionar de geração de trabalho e renda, a Economia Solidária”, disse. e entidades sociais. A feira foi promovida pela Ação Social Arquidiocesana, Fórum Regional de Economia Solidária e Associação Nacional de Trabalhadores em Auto Gestão - ANTEAG. Além desses, outros parceiros apoiaram a realização da feira. A abertura da feira foi realizada na manhã do dia 19 de novembro. Nela, nosso arcebispo Dom Murilo Krieger deu a sua bênção a todos que Dom Murilo participou da abertura da Feira, comercializam e con- abençoou os participantes e adquiriu produtos
Ação Social realiza “I Seminário de Agricultura Urbana” Dando continuidade a programação da Semana da Solidariedade, no dia 21 de novembro foi realizado na Paróquia São Vicente, em Itajaí, o I Seminário de Agricultura Urbana do município que contou com a participação de várias entidades como: Pastoral da Saúde, agentes de saúde, professores de escolas, CEPESI (Centro de Economia Solidária) bem como vários moradores do bairro. Esta atividade é apoiada pela Campanha “Fui Atingido pelas enchentes e me socorrestes”, através do Plano de Desenvolvimento Comunitário, referente a terceira etapa da Campanha. O objetivo da proposta era divulgar e dar conhecimento das práticas agroecológicas que estão acontecendo na cidade, assim como fazer uma troca de vivências entre a horta comunitária da localidade Portal I, quintais urbanos, horta comunitária do São Vicente e o grupo de Biguaçu. Neste dia, 100 pessoas participaram desta idéia e vivenciaram as práticas através das oficinas de ervas medicinais, horta mandala, banheiro seco e círculo de bananeiras, sendo este um momento bem dinâmico e integrado. O evento também contou com a exposição de outros grupos que partilharam suas experiências, técnicas, dificuldades e vitórias o que contribuiu para o amadurecimento de cada um. Além das experiências locais foi apresentando o processo de organização da Agricultura Urbana no México. Esta iniciativa possibilita ampliar a discussão de se desenvolver projetos que trabalhem uma proposta de alimentação mais saudável sem agrotóxicos, que por sua vez, são auto-sustentáveis e geradores de renda, um projeto que traz o desenvolvimento comunitário e o empoderamento dos sujeitos envolvidos.
TUDO EM 5 X SEM JUROS = Jóias - Relógios - Óculos = = Diversas Marcas =
Florianópolis - Fone Centro, Shopping Itaguaçu e Shopping Iguatemi Santa Catarina (48)
3222-8680
Jornal da Arquidiocese
GBF 11
Dezembro 2009
Comarcas reúnem animadores paroquiais As Comarcas da Ilha e de Santa Amaro realizaram seus encontros no mês de Novembro No dia 08 de novembro, na Paróquia São Luiz e N. Senhora de Lourdes, na Agronômica, realizouse o II Encontro Comarcal dos Grupos Bíblicos em Família (GBF) do corrente ano. Tivemos a presença de 182 animadores e animadoras, representando 08 Paróquias de nossa comarca. Iniciamos o encontro com a Missa presidida pelo Pe. Domingos Nandi. Ele refletiu sobre a Oferta (partilha), dando dimensão à doação na gratuidade da própria vida para as coisas de Deus, focando a vivência nos GBF. Logo após, fomos agraciados com um saboroso almoço oferecido pela Paróquia que nos acolheu, com o empenho do Pe. Márcio Alexandre Vignoli, pároco, e da equipe de coordenação paroquial dos grupos. A tarde foi dividida em dois momentos: no primeiro momento refletimos sobre o Ano Sacerdotal, com a assessoria do Pe. Márcio, que trabalhou a importância dos GBF como fomentadores de vocações à luz da carta de Dom Murilo às Famílias; no segundo momento refletimos sobre o Ano catequético, com
Divulgação/JA
COMARCA DA ILHA
Roberto Guilherme da Costa, um dos coordenadores da comarca da Ilha, que abordou a metodologia e a pedagogia que Jesus usou com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35). Os Grupos Bíblicos em Família são uma catequese permanente, para as famílias firmarem sua fé em Jesus Cristo e compreenderem o compromisso de sua vocação cristã, na vida de Igreja e de comunidade. Com esse encontro pudemos constatar a alegria e a disposição dos animadores e animadoras que se colocam a serviço do Senhor, a partir da vivência nos pequenos grupos, formando comunidades seguidoras de Jesus. Agradecemos à paróquia N. Sra de Lourdes e São Luiz, que nos acolheu, e a todas as pessoas que organizaram esse encontro de evangelização, contribuindo para que se tornasse animado e participativo.
Realizado na Paróquia São Luiz, em Florianópolis, Encontro da Comarca da Ilha reuniu 182 animadores e animadoras dos GBFs Amaro da Imperatriz reuniram-se no dia 31 de outubro em Rancho Queimado, Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de Angelina, para refletir sobre a caminhada dos GBF na Comarca, bem como aprofundar o conhecimento bíblico para socializar junto aos grupos de suas comunidades. A assessora Irmã Mari
Coordenação Comarcal
COMARCA DE SANTO AMARO Coordenadores(as) e animadores (as) da Comarca de Santo
História do GBF - Paróquia N.Sra. da Glória - Estreito Somos da Paróquia Nossa Senhora da Glória, no Balneário do Estreito. Havia em nossa paróquia alguns pequenos grupos só de oração, que se transformaram em “Grupos Bíblicos em Família”. Hoje temos cinco grupos, que se encontram todas as segundas-feiras, para rezar, refletir a Palavra de Deus e vivenciar concretamente a fé em comunidade. Como as primeiras comunidades cristãs, reunimo-nos sistematicamente, com o intuito de nos transformar, evangelizar e irradiar nossa
vivência a toda sociedade, tentar ser sal e luz neste mundo em que aparecem tantos desafios à fé cristã. Ser missionários e missionárias em nossa comunidade, paróquia, arquidiocese e além fronteiras... Para isso, temos consciência de que precisamos ser instruídos, conforme diz o Evangelho de Marcos 6, 7-13, que nos conta como Jesus instrui os apóstolos e os envia pelas vilas e cidades em missão, para anunciar a todos sua mensagem de amor. Todo cristão é um enviado por Deus. Jesus tamDivulgação/JA
Lideranças da Paróquia reunidas para um encontro dos GBFs
bém enviou os 72 discípulos, dois a dois, em missão. Depois da ressurreição, confiou aos apóstolos o mandato oficial: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho...” E assim partiram. Vinte séculos de história do cristianismo, de missão, essa é a característica da Igreja. Contudo, para dar testemunho de Jesus Cristo e da força transformadora de sua Palavra, precisamos conhecê-lo, e em comunidade, como Ele nos pediu... E trabalhar, pois “a fé sem obras é morta”. Assim, os membros dos nossos grupos estão engajados em várias pastorais, tais como catequese, vocacional, familiar, juventude e outros serviços... E como Jesus ora ao Pai e dá graças antes de receber seus dons, Ele também nos ensina: “Tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebestes...” (Mc 11,24). Tal é a força da oração, se não hesitarmos nas palavras de Jesus. Acreditamos que a oração em família e a vivência dos GBF contribuíram muito para a transformação da sociedade. Equipe de coordenação paroquial
Luzia Hammes iniciou sua fala, provocando os participantes a falarem das conquistas e angústias relacionadas aos grupos. A coordenadora paroquial de Angelina, Neli, falou da importância de realizar compromissos assumidos nos grupos, e citou como exemplo um trabalho que vem sendo realizado na comunidade
de Garcia, da paróquia de Angelina, onde funciona um “Núcleo de Alfabetização Solidária”, em que ela é professora juntamente com suas filhas e uma amiga da mesma profissão: ajudam sete pessoas que têm dificuldade na leitura, todas as terças-feiras, no salão de festa da Capela Nossa Senhora das Dores. Esse foi um compromisso assumido no GBF, durante os encontros da Campanha da Fraternidade deste ano. Segundo Neli, “não existe dinheiro no mundo que pague a alegria em poder ajudar quem necessita”. É nesses pequenos gestos que percebemos a importância e a grandeza dos pequenos grupos que se reúnem em comunidade para rezar, refletir a Palavra de Deus, partilhar as experiências de vida e comprometer-se com a dignidade do irmão e irmã, atendendo às suas necessidades. Os animadores e animadoras que participaram retornaram para suas paróquias e comunidades mais fortalecidos e conscientes de sua missão. Coordenadora paroquial dos GBF
Encerramento do Livreto do Tempo Comum A Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, na Ponte do Imaruim, em Palhoça, promoveu, na noite do dia 11 de novembro, o encontro de encerramento das reuniões do Tempo Comum dos Grupos Bíblicos em Família. Realizado na Igreja Matriz, o evento reuniu representantes dos 46 GBFs da Paróquia. Durante o encontro, os participantes fizeram uma avaliação desse livreto. A novidade é que durante o Tempo comum todos os grupos adotaram o sistema “Quem reza por quem”. A cada encontro, os participantes retiram um papel em que consta o nome de uma família da comunidade. A pessoa que pegou o papel se compromete a rezar por essa família todos os dias, até o próximo encontro. A proposta surgiu no início do Tempo Comum após a paró-
quia receber a formação conduzida pela Irmã Meri, catequista franciscana. Ela informou que o apóstolo Paulo adotou o sistema. Quando não podia visitar uma comunidade, pedia que rezassem pelas famílias. Os efeitos já foram sentidos na comunidade. “Percebemos um aumento na participação nos grupos”, disse Claudia Jordão Orelo, coordenadora paroquial dos GBFs. Durante o encontro, os participantes assumiram o compromisso de todos os grupos coletarem brinquedos que serão distribuídos na tarde do dia 20 de dezembro na comunidade Frei Damião, uma das maiores e mais empobrecidas da Arquidiocese. A distribuição dos brinquedos será realizada em frente ao Mercado do Alemão, importante liderança dos Grupos Bíblicos da comunidade.
12
Artigos
Dezembro 2009
Jornal da Arquidiocese
Centenário
Monsenhor Quinto Davide Baldessar - Padre e Soldado
A renovação conciliar
tropolitano em maio de 1967. Entusiasta do Concílio Vaticano II, Dom Afonso viu que sua missão era fazer a transição de um modelo de Igreja piramidal para uma Igreja Povo de Deus, participativa. Eram necessários novos órgãos e equipes de assessoramento pastoral. Sensível à presença do ancião Dom Joaquim em Florianópolis, a paróquia do Estreito foi escolhida para sediar esse grande trabalho renovador, que contou com o apoio entusiasta de Pe. Quinto. Ali foram instalados os Secretariados de Pastoral, a Livraria Arquidiocesana e foram editados os primeiros números da Revista “Pastoral de Conjunto”. A Paróquia do Estreito era imensa e teve a graça de receber os primeiros frutos dessa renovação e, ao mesmo tempo, tornarse uma paróquia-modelo do novo espírito eclesial, com a multiplicação de equipes pastorais, movimentos leigos adultos e jovens, cursos de atualização, etc. Sentindo o valor das comunicações, Pe. Quinto adquiriu em nome próprio a rádio Jornal “A Verdade”. Por diversos anos residiram na paróquia Pe. Quinto e mais três padres. Pe. Quinto era favorável à constituição de paróquias menores, com a presença mais vizinha do padre. Desse modo, o Estreito foi sendo dividido e formaram-se as paróquias de Capoeiras, Coqueiros, Coloninha, Jardim Atlântico e Balneário.
Em dezembro de 1964 Dom Afonso Niehues foi nomeado Arcebispo coadjutor e Administrador Apostólico de Florianópolis, assumindo como Arcebispo Me-
Residindo no Estreito, Pe. Quinto atendia ao 63º Batalhão de Infantaria. Em 1968 atuou no 1º
Padre e Militar
Divulgação/JA
Filho de Antônio Baldessar e de Margarida Mariotti, Quinto Davide nasceu em Urussanga em cinco de dezembro de 1923. Era criança quando sua família mudou-se para a comunidade de São Bento Baixo, hoje Distrito de Nova Veneza. Vocacionado, estudou nos Seminários de Azambuja e de São Leopoldo. Foi ordenado presbítero em Forquilhinha por Dom Joaquim Domingues de Oliveira, em 24 de janeiro de 1949. Nos primeiros anos exerceu o ministério de vigário paroquial na Catedral de Florianópolis. Em 31 de janeiro de 1952 foi nomeado pároco de Nova Veneza, ali permanecendo até abril de 1953. Nesse ano de 1953 assumiu a Capelania militar do Exército brasileiro no posto de Capitão. Visitou diversos Estados brasileiros e em 1958 integrou a Força de Emergência da ONU, no Oriente Médio, para restabelecer a paz no Suez. Mesmo continuando engajado nas Forças Armadas, Pe. Quinto sempre dedicou-se à pastoral paroquial, vivendo os melhores anos de seu ministério na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Estreito. O pároco Pe. Wilson Laus Schmidt foi eleito bispo e, conforme a Lei canônica de então, o sucessor era nomeado pelo Papa como Vigário "Colado", isto é, vitalício. Assim, em 1º de janeiro de 1960 o Papa João XXIII assinou essa provisão para Pe. Quinto.
Mons. Quinto na Celebração dos 60 anos de ordenação, em 2009 Batalhão de Fronteira, em Foz do Iguaçu, PR, no mesmo ano reassumindo a Paróquia do Estreito. Em 1º de julho de 1975 foi transferido para o Comando Militar da Amazônia Legal, atendendo os Estados do Pará, Amapá, Amazonas, Roraima, Acre e Rondônia. Pe. Quinto fazia o que mais gostava: visitar os destacamentos militares, viajar, conhecer a natureza, em muitas cartas deixando minuciosas e entusiásticas descrições das riquezas amazônicas. Era um brasileiro por inteiro. Em 1979, servindo-se do direito de vigário colado, reassumiu a paróquia do Estreito e entrou em conflito com os outros padres. No final, estava sozinho. Encetou, e financiou em grande parte, a construção da igreja e do centro paroquial de Balneário. Construções prontas, em sete de fevereiro de 1982 renunciou ao título de vigário colado e assumiu como 1º pároco de Nossa Senhora da Gló-
ria em Balneário, desmembrada do Estreito. Ali teve duas promoções na hierarquia militar: Major do Exército (31 de agosto de 1982) e Tenente-Coronel (25 de dezembro do mesmo ano). Em dois de maio de 1983 foi nomeado Adjunto da Chefia do Serviço de Assistência Religiosa do Exército e das Polícias Militares Estaduais, com residência em Brasília, para onde se transferiu. Nessa época a Santa Sé estabeleceu uma Concordata com o Brasil, criando o Ordinariato Militar do Brasil, equivalente a uma Diocese Castrense, com arcebispo próprio. Devido a isso e para superar algumas mágoas antigas, em 16 de setembro de 1986 deixou a arquidiocese de Florianópolis e incardinou-se no Ordinariato Militar, recebendo o título de Monsenhor. Em 1989, no posto de Coronel, se desligou do Exército, passando a desempenhar a função de Pároco em Brasília. Foram 36 anos de dedicação ao soldado brasileiro. Monsenhor Quinto era um padre fiel e dedicado, de vida simples e generosa. Sendo aquinhoado com bons salários, distribuía-os sem sacrifício. Anticomunista, apoiou e defendeu sempre a Ditadura Militar (1964-1982). Era entusiasta de regimes fortes, do uso da autoridade. O Quartel lhe parecia um modelo adequado para o governo da Igreja, vendo com pessimismo a Igreja e o arcebispo em diálogo. Essas convicções, unidas a um vozeirão que dispensava microfones e um físico respeitável, davam a falsa impressão de um homem duro, insensível. Não era
isso: facilmente se emocionava e mais facilmente ainda se dividia na generosidade.
De volta ao lar e o último adeus Em 1994, Mons. Quinto voltou para a Diocese de Criciúma, assumindo a Paróquia de São João Batista em São Bento Baixo. Em 2007, percebendo o peso da idade, decidiu residir na Casa João Maria Vianney, para padres idosos, em Criciúma e ajudar no atendimento na Catedral São José. Essa Casa foi fruto de muitas de suas economias. Em 2009, com a diocese vacante, aceitou a função de Chanceler, exercendo-a até meados de outubro, quando foi internado no Hospital São João Batista. Esteve na UTI por 40 dias, sofrendo com paciência. Ali, em 26 de novembro entregou sua alma a Deus às duas da madrugada. O corpo foi velado na Catedral São José até às 16 horas. Após a Missa exequial foi transportado para a igreja Matriz de São Bento Baixo, sendo sepultado às 9h do dia 27, num túmulo por ele preparado. Teve respeitado o pedido de ser enterrado na terra. Sabendo que Pe. Wilson Buss viajaria a Roma, acompanhando Dom Jacinto, Mons. Quinto pediu-lhe que rezasse por ele na Basílica de São Pedro e, em seu nome, suplicasse pelo perdão de todos seus pecados. Monsenhor Quinto viveu 85 anos, dos quais 60 como sacerdote fiel da Igreja. Deixou um exemplo de trabalho, generosidade e patriotismo. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com
Ecumenismo Estamos muito felizes e, ao mesmo tempo, perplexos com o que temos testemunha nestes últimos meses em nossa própria vida. Recebemos de Deus uma missão tão especial que escapa à lógica humana. Estamos ainda nos adaptando a esta nova situação em que Deus nos colocou a fim de que seu Plano de Amor e Salvação se realize plenamente para todos os povos. Como é grande a bondade e a humildade de nosso Deus! Ele quis contar conosco, criaturas fracas e indefesas, para que seu Filho pudesse vir ao mundo. Sim, Ele está no meio de nós! Ele é o Emanuel! Em todo o tempo da gestação deste Menino nós procuramos protegê-lo e, sem palavras que possam explicar, acolhemos este mistério tão profundo: Deus fazendo-se criança! Deus criador de todas as coisas assume a condição humana! Deus eterno escolhe participar da transitoriedade da vida humana! Deus de vida plena aceita viver os limites pró-
Recado de Maria e José prios de um ser humano! Deus de total felicidade vem compartilhar as nossas dores, tristezas, desafios e esperanças! Aqui está o Menino em nossos braços. Ele se chama Jesus, conforme nos inspirou o anjo de Deus. Jesus significa “Deus salva”. O Salvador em nossos braços, acarinhado e alimentado por nós! O Salvador que se faz frágil e precisa de nossos cuidados! É impressionante a humildade de Deus! Gruta abençoada esta que dá abrigo a Jesus e se torna sua primeira casa! Estão aqui conosco os pastores destes campos de Belém. Com um lindo brilho nos olhos e exultação no coração eles nos contam a respeito do anúncio que receberam dos anjos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra às pessoas de boa vontade!” (Lc 2,14). Sim, de boa vontade queremos cuidar desta Criança e co-
laborar na missão pela qual ela foi enviada! De boa vontade vivemos o amor entre nós! De boa vontade acolhemos o jeito de Deus entrar na história humana trazendo a salvação para todos os povos. Nenhum ser humano está excluído desta oferta gratuita de Deus. “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo” (Lc 1,68) Irmãos e irmãs queridos! Venham todos ao presépio e contemplem as maravilhas de Deus! Mas, por favor, ouçam: estejamos unidos entre nós! Unidos na família: que nenhuma dificuldade impeça o diálogo, o respeito, o carinho e o cuidado mútuos. Unidos entre as diversas Igrejas e Religiões: que sejam testemunhas e anunciadoras da presença de Deus, de sua bondade, da gratuidade da criação, da libertação de todos os males e da salvação universal. Unidos entre os
povos com suas culturas, pois são a manifestação da beleza e da criatividade divinas. Sim, Deus faz grandes coisas em favor de toda a humanidade, sem discriminação de raça, idade, sexo ou religião. Sua misericórdia se estende de geração em geração para aqueles que o temem. Ele dispersa os que têm coração orgulhoso. Ele depõe do trono os poderosos e eleva os humildes. Ele enche de bens aos famintos e despede os ricos de mãos vazias (cf. Lc 1,46-55). Belém, palavra que significa “casa do pão”, é o lugar que irradia o Sol da justiça para o mundo inteiro. Deus se fez carne e habitou entre nós! A Criança em nossos braços, tão amada e visitada por tanta gente, de todos os lugares, é esperança viva para todas as gerações. Com humildade, silêncio e veneração, contemplamos
os desígnios de Deus e o louvamos com gratidão: “Nossa alma engrandece ao Senhor, e nosso espírito exulta em Deus nosso Salvador!” (Lc 1,47). O Emanuel, Deus conosco, conta com a nossa fraqueza e boa vontade. Há um fogo que Ele plantou dentro de nós a ponto de nos consumir e fazemos votos de que arda da mesma forma em cada um de vocês: podemos fazer uma nova história! Podemos viver um novo tempo! Podemos salvar a terra e construir um novo mundo! Comecemos em nossa casa, que é a "gruta" onde Jesus, de maneira especial, gosta de ser acolhido e amado... Somos Maria e José. A vocês, o nosso carinho e intercessão: que Deus os abençoe como Ele nos abençoou. Celso Loraschi Professor no ITESC e Coordenador da Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso - CADEIR
Jornal da Arquidiocese
Missão 13
Dezembro 2009
“A Igreja ou é Missionária ou não é Igreja” O documento de Aparecida aponta para uma Igreja missionária, por isso é urgente mudar o perfil atual Na última década do século passado e na primeira década deste, muito se acentuou, falou e escreveu sobre a dimensão missionária da Igreja. A Igreja pós-conciliar, em termos de magistério, decretou o fim da era da cristandade, apontando para o diálogo com o mundo moderno, com as outras religiões, com as Igrejas cristãs e consigo mesma. Quanto aos leigos, a Igreja evidenciou o sacerdócio comum dos fiéis, que passaram a adquirir cidadania eclesial, porquanto a Igreja do Concílio Vaticano II deve ser “toda ministerial”. A recepção desses conteúdos, na América Latina, foi acontecendo ao longo dos anos através das cinco Conferências Episcopais realizadas desde 1968 (Medellín) até a última em 2007 (em Aparecida). Mas o processo de recepção ainda não foi concluído. A Conferência de Aparecida, compreendendo que o tempo havia mudado, que não estamos mais na “tranqüilidade” da épo-
ca da cristandade e num mundo rural, recuperou, no conteúdo dos seus 10 capítulos, a referência missionária como algo central (Discipulado-Missão-Vida), justamente porque temos empenhado energias e tempo, tanto os padres, como os leigos, numa Igreja que tendencialmente se voltava sobre si mesma, estática, dando respostas que não se adequavam mais ao momento atual. Diante dessas premissas, a que conclusão chegamos? Se as práticas da nossa ação pastoral são de manutenção, numa pastoral de repetição e sem futuro, e se o documento de Aparecida aponta para uma Igreja “com rosto missionário ou em estado permanente de missão", é urgente e fundamental uma animação missionária que mude o perfil atual. Saliente-se, afirma Pe. Almir Magalhães, que um dos princípios dessa conversão de mentalidade e de ação pastoral, para tornar a Igreja missionária, além da questão formativa como base
para a qualificação e aquisição de novos conceitos de nossos agentes, necessita também de uma descentralização de nossas paróquias, com comunidades eclesiais de base, grupos bíblicos em família e outras formas de organização comunitária, no espírito das comunidades primitivas. Dessa forma acontecerá uma maior aproximação e relação entre as pessoas e grupos, crescendo, de conseqüência, uma Igreja toda voltando-se e servindo o mundo. A Igreja é Igreja se existe para os outros, em benefício de todos, inclusive daqueles que não são membros dela, acentuando sua dimensão ad extra. A desafiante tarefa, que a animação missionária deve enfrentar, não é outra a não ser ajudar na mudança de mentalidade de todos nós, para que entendamos bem o significado da missão da Igreja nos tempos atuais. Artigo de Almir Magalhães, adaptado por Pe. Paulo De Coppi - PIME
Taiwan: 150 anos de evangelização No dia 24 de novembro, festa de Cristo Rei, no estádio da capital Taipei, o cardeal Jozef Tomko, exclamou: “Em nome do Santo Padre Bento XVI, eu te digo Taiwan: levanta-te e anda! Uma nova época na tua história está para começar: a época da nova evangelização, seguindo Jesus
Cristo, nosso Senhor e Rei!” O cardeal recordou o início da Igreja Católica em Taiwan com a chegada na ilha, em 1859, de 3 missionários espanhóis procedentes das Filipinas, junto a outros 5 catequistas leigos chineses. Taiwan tem uma população de mais de 22 milhões de habitantes, dos quais 299 mil são católicos. Agora, o pequeno rebanho se enriqueceu com a presença de imi-
grantes das Filipinas. Por ocasião das festividades, os bispos de Taiwan se empenharam na formação permanente, estabeleceram o objetivo de 15 mil novos batismos e o retorno à Igreja de todos os que se afastaram da prática religiosa. Infelizmente a religião cristã ainda é vista como uma "religião estrangeira" e sofre pela desconfiança, embora a igreja administre centenas de instituições de caridade e assistência.
Dia nacional dos mártires da Índia
Catedral de Taipei - Taiwan
É o que a Igreja da Índia quer instituir para lembrar o massacre de Orissa, onde “centenas de cristãos sacrificaram a vida por causa de sua fé em Cristo”. Eles são os “mártires” da Índia de hoje. A proposta contou com o unânime acordo de todas as confissões cristãs presentes na Índia. O Dia será celebrado em âmbito ecumênico, tendo assim maior força e visibilidade e reforçando a unidade entre as Igrejas cristãs na Índia. A comunidade cristã denuncia a lentidão da justiça, pois, até hoje, apenas 27 pessoas, das mais de 600 que foram presas, foram condenadas pelos fatos ocorridos em Orissa.
Divulgação/JA
A fome é um dos principais fatores de mortes infantis no mundo
Mais famintos do mundo Fome sem precedentes: Mais de 1 bilhão de seres humanos passam fome! Há apenas quatro fatores de morte precoce: acidentes, violência enfermidades e fome. Esta última produz o maior número de vítimas. No entanto, é a que menos suscita mobilizações. Há sucessivas campanhas contra o terrorismo, ou pela cura da Aids, mas quem protesta contra a fome? Os miseráveis não fazem protesto. A fome é o que há de mais letal inventado pela injustiça humana, sendo causa de mais mortes que todas as guerras, pois elimina cerca de 23 mil vidas
por dia; quase mil por hora, sendo as crianças as principais vítimas. “A fome é o sinal mais cruel e concreto da pobreza”, afirmou Bento XVI. Nas próximas décadas, o risco da fome e da desnutrição poderiam aumentar como nunca até agora. A Cáritas afirmou que a comunidade humanitária deve estar preparada para “acontecimentos climáticos mais extremos”. Por isso, os olhares dos pobres do mundo estão voltados para o encontro de Copenhague onde, no dia 7 de Dezembro, todas as Nações buscarão um novo acordo sobre a mudança climática.
Mais uma realização missionária Desta vez será em BODOQUENA - MS. Nessa cidade trabalhou o nosso missionário Pe. Gercino Atílio Piazza. Agora, antes de assumir a nova paróquia de Leoberto Leal, o padre conseguiu preparar mais de 40 lideranças de nossa Arquidiocese para realizar uma missão popular na referida cidade de Bodoquena. Parabéns e muito sucesso ao Pe. Gercino e aos seus missionários. Nós os acompanharemos com muita oração.
Pe. Gercino Atílio Piazza
14
Vida Presbiteral
Dezembro 2009
Foto JA
Pe. Egídio Bertotti 50 anos de ministero presbiteral, 40 deles vividos lado a lado com seu irmão No dia 08 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, a Catedral estará em festa. Nesse dia, Pe. Egídio Alberto Bertotti, vigário Paroquial, estará celebrando o seu jubileu de 50 anos de vida presbiteral. A celebração terá início às 19h30 e todos são convidados. Natural de Nova Trento, onde nasceu a 08 de novembro de 1927, segundo filho, de 13 irmãos, do casal Alberto Bertotti e Francisca Bottamédi Bertotti, teve sua vocação despertada ainda bastante jovem. Entrou para a Ordem dos Padres Jesuítas, que ainda hoje administram a Paróquia São Virgílio, em Nova Trento. Em 1970 voltou para a Arquidiocese e incardinou-se aqui. A vocação fora seguida por seu irmão Pe. Luís, e pela Irmã Cecília, da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição, que está em Minas Gerais. Na entrevista que segue, ele fala do despertar da vocação e sobre os 40 anos de ministério exercido ao lado de seu irmão, Pe. Luiz Bertotti, um ano mais novo. JA - Pe. Egídio, conte algo sobre sua vida... Tem muito a agradecer? Pe. Egídio - Devo gratidão a meus pais Alberto Bertotti e Francisca Bottamedi Bertotti, que me deram a existência (08/11/ 1927) e o exemplo de vida cristã. Gratidão às Irmãs da Imaculada Conceição, que me ensinaram a ler e escrever, bem como a doutrina cristã no Grupo Escolar São Virgilio, padroeiro de Nova Trento. Aos Pa-
dres Jesuítas da paróquia e do Seminário que me formaram na ciência, sabedoria e espiritua-lidade até o sacerdócio. A todos os paroquianos onde trabalhei: em Curitiba; em Maringá e na Arquidiocese de Florianópolis, na Paróquia do Santíssimo Sacramento, Itajaí; Pároco em São João Batista; Pároco em Monte Verde e Norte da Ilha de Florianópolis e Vigário paroquial na Catedral de Florianópolis. Minha gratidão a todos os 13 irmãos de minha família, a começar pela Irmã Cecília, religiosa da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição, pela união e carinho que deles recebi. Finalmente, mas não em último lugar, minha eterna gratidão a Deus pelo dom da vida e da minha vocação sacerdotal. JA - Quando surgiu sua vocação para padre? Pe. Egídio - Eu divido minha vida cristã em três etapas, que correspondem às três cidades por onde Jesus passou e viveu a infância, a juventude e a maturidade. Quem teve a ternura do colo de uma mãe e a segurança do colo de um pai, tem tudo para ser feliz em qualquer vocação que seguir na vida. Acho que não é só poético dizer que a infância - Belém - é o botão de uma flor, a juventude Nazaré - é a flor de um botão e a maturidade - Jerusalém - é o fruto de uma flor. O fruto carrega a humildade da raiz, o perfume e a beleza de flor que se transforma em doçura. Tudo depende de como foi sua Belém, infância. Infelizmente,
Pe. Egídio ao lado da imagem de Santa Paulina, inspiradora de muitas vocações femininas e masculinas na Terra Natal dele, Nova Trento
Ndivido minha vida cristã em três etapas, que equivalem às três cidades por onde Jesus passou e viveu a infância, a juventude e a maturidade”
“
o mundo consumista de hoje enche as crianças de presentes, mas de pouca presença dos pais. JA - E o que acha sobre as vocações nos dias de hoje? Pe. Egídio - Quanto ao número das vocações ao sacerdócio e à vida religiosa, evidentemente diminuiu. O mundo de hoje é diferente do mundo da minha infância, 80 anos atrás. Minguaram também os filhos. Hoje as famílias têm dois ou três filhos, ou um só. No meu tempo eram 8, 10 ou até mais. Nasci em Nova Trento, que era chamado "Município Convento", berço de dezenas de sacerdotes, religiosos, religiosas. Nova Trento hoje, apesar dos seus 12 mil habitantes, vive com as
Retalhos do Cotidiano
marcas de uma sociedade pluralista. Admiram as vocações sacerdotais e religiosas, mas não demonstram muito interesse para que um filho, uma filha, sigam essas vocações. No entanto, neste ano sacerdotal, mais do que nunca precisamos pedir ao Espírito Santo, o Diretor Espiritual da humanidade, uma nova primavera vocacional para a Igreja. Como o saudoso Papa João XXIII pediu que na Igreja se abrissem novas janelas para que nelas entrasse um novo Sopro, agora, devemos implorar para que novas portas se abram, afim de que muitas vocações sacerdotais, religiosas e leigas, nelas possam adentrar. JA - Sua vocação, seu sacerdó-
Jornal da Arquidiocese
cio, foi sempre um mar de rosas? Pe. Egídio - Há um ditado francês que diz não haver rosas sem espinhos. Os espinhos protegem as rosas. Dizia Aristóteles, que o ser humano nasce chorando e morre chorando. E nós dizemos que nossas primeiras lágrimas é nossa mãe que as enxuga, como enxugou Maria as de seu filho Jesus. As últimas é o Pai do Céu que as enxuga.O país das lágrimas é misterioso. Nele só de mãos postas, em oração, com muito respeito, podemos entrar. Esta é a missão que os sacerdotes, médicos, enfermeiros e pastorais da saúde recebem. Nossa vida cristã traz consigo pequenas páscoas (passagens), desertos e oásis. Mas como dizia Graham Green, "O que vem do alto, chuva ou sol, tudo é graça". JA - Há quase 40 anos o senhor realiza suas atividades pastorais junto com seu irmão Pe. Luiz. Pe. Egídio, como é esta relação de irmão de vocação e irmão de sangue? Pe. Egídio - Há alguns anos? Há exatamente 40 anos. Como é bom ter na família mais um irmão padre. O nosso relacionamento foi sempre amistoso. Nunca falamos mal um do outro. É o melhor testemunho de fraternidade presbiteral que podemos dar à comunidade. Um ficava feliz com o sucesso do outro. Ambos tínhamos gosto pela leitura. Tudo o que aparecia de novidade no campo de teologia, pastoral, psicologia fazia parte de nossa leitura. Pe. Luiz era mais sintético e profundo, eu apreciava mais a poesia nos livros que eu lia. Em resumo, para mim, foi muito bom ter o Pe. Luiz como companheiro na minha ação pastoral e agradeço a Dom Afonso, Dom Eusébio e a Dom Murilo por isso.
Carlos Martendal
CADA DIA
VIAGENS
Cada dia é um novo recomeçar. Cada dia o sol se levanta sobre nós, os passarinhos cantam para nós, os campos produzem grãos para nos alimentar, as fontes fornecem água para nos dessedentar. Cada dia é um novo chamado para nos dirigirmos aos irmãos que precisam de nós, cada dia é uma nova oportunidade para sermos felizes. Em nenhum dia o Senhor nos dá medida maior ou menor do que precisamos, mas todos os dias Ele nos reveste com a sua vida e com o seu amor.
Há pessoas que viajam muito e muitas que nunca saíram da terra em que nasceram. Outras, sem deixar a casa, fazem viagens fantásticas. Conheço algumas que embarcam em 'trens' que as levam para viagens de culpa, de ressentimento, de tristeza doentia. E tantas outras que preferem os 'vagões' que as carregam por terras em que a alegria é dom precioso e contagiante. Em cada viagem, uma escolha!
JULGAMENTO
NATAL 3
ESQUECER
O amor não julga, compreende; o amor não julga, ajuda o irmão a levantar-se; o amor não julga, estende a mão, oferece um olhar compassivo, um sorriso de irmão. Julgar entristece, ferindo a alma profundamente; amar alegra, fazendo-nos irmãos de Jesus e daqueles que Ele pôs em nossas vidas. Que tenhamos a força de amar e, não, a fraqueza de julgar.
Quero entrar com o coração na gruta de Belém. De mansinho, para não acordar o Menino. Ele está no colo de Maria. E José está ao seu lado. Me aproximo. José me vê. E sorri. Maria me vê. E sorri. Esticando os braços, me oferece seu Filho. Então, com o coração batendo forte, estreito-o junto a mim. O Bebê está no meu colo. E sorri. Sorri para mim. Feliz, sorrio para Ele. E ali permanecemos por longo tempo. Na gruta. O Menino, Maria, José, eu, a vaquinha e o burrinho. É Natal! Feliz Natal!
"Lembra-te de esquecer!" (Kant). Como isso serve para tanta coisa... Lembra-te de esquecer as mágoas, lembra-te de esquecer as ofensas, lembra-te de esquecer de ti. Quando me esqueço de mim, Deus de mim se lembra! Minha carteira de identidade és tu, minha fotografia tem o teu rosto, porque, quando amo, já não sou eu que vivo, é o Amado que vive em mim. Eu vivo dele, por ele sofro, a ele me ofereço, por ele me dou, calo e esqueço. Sim, porque nesse Amado estás Tu, meu Senhor e Deus, autor da minha vida, a quem minha vida quer se dirigir.
PRESÉPIO "Olhai, irmãos, a humildade de Deus!", exclamava São Francisco. E chorava de alegria, diante do presépio que havia construído.
NATAL 1
NATAL 2
“Se tens amigos e amigas, busca-os! O Natal é encontro. Se tens inimigos, reconcilia-te! O Natal é paz. Se tens pobres ao teu lado, ajuda-os! O Natal é dom. Se tens soberba, sepulta-a! O Natal é humildade. Se tens dívidas, paga-as! O Natal é justiça. Se estás no erro, procura a conversão! O Natal é graça. Se tens trevas, acende o teu farol! O Natal é luz. Se tens tristeza, reaviva a tua alegria! O Natal é gozo. Se tens ódio, esquece-o! O Natal é amor.” (Maradel)
“Teu Filho nasceu e continuas grávida, Maria - cheia de graça, cheia de Deus!” (D. Helder Câmara).
Jornal da Arquidiocese
Geral 15
Dezembro 2009
Congresso reúne Movimento de Irmãos Realizado em Itajaí, evento congregou participantes de cinco dioceses e duas arquidioceses Foto JA
Dos 160 inscritos, 140 se formaram
O Centro de Eventos de Itajaí acolheu os mais de dois mil participantes
FORMAÇÃO
No final da tarde, a magnífica apresentação da peça teatral “Entardecer, anoitecer e amanhecer com Nossa Senhora de Guadalupe”, apresentado por filhos de encontristas da Paróquia Dom Bosco, em Itajaí, todos atores amadores. Encerrou-se o dia com o jantar-show, animado pelo músico Sílvio Brito, no Centro de Eventos. No domingo, o momento de espiritualidade contou com a presença do Pe. José Manuel dos Santos, com o tema: “O que é o Dia do Senhor na vida do Encontrista do Movimento de Irmãos?”. Houve novas apresentações do Coral Vozes do Conami, assembleia dos Conselheiros Nacional para apresentação dos Novos Conselheiros, e eleição do novo Casal Coordenador do Conselho Nacional. A diocese de Criciúma foi escolhida para sede do IX CONAMI. O Congresso encerrou-se com a solene celebração eucarística, presidida por Dom Pedro Fedalto, com sete padres e quatro diáconos concelebrantes.
O sábado foi reservado para um maior período de formação. O tema da Espiritualidade foi desenvolvido pelo Pe. José Henrique Gazaniga, com o tema “Pão Novo”, seguido das palestras do Pe. José Besen, pároco anfitrião e Assistente Espiritual Arquidiocesano e do VIII CONAMI, com o tema “Palavra e Eucaristia, Fontes de Vida do Cristão”. Seguiram-se Painéis sobre o Documento de Aparecida: “Movimentos e Pastorais”, com o Prof. Carlos Martendal; “Leigos, Discípulos e Missionários de Jesus Cristo - Luz do Mundo”, com Dom Pedro Fedalto; e “Família, pessoas e vida”, com o Mons. Agostinho Staehelin. No início da tarde, Pe. Ângelo Biz desenvolveu o tema: “Analisando o Movimento de Irmãos em ação nas Paróquias”, seguido do momento de intercâmbio de experiências: apresentaram-se os trabalhos de cada uma das Dioceses/ Arquidioceses presentes.
Novo Casal Coordenador do Conselho Nacional Divulgação/JA
O casal Celina Locks Prazeres e Ozildo José Prazeres foram eleitos por unanimidade o novo casal Coordenador do Conselho Nacional do Movimento de Irmãos. O casal será responsável por coordenar o Conselho entre 2010 e 2012. Há 29 anos, o casal é Encontrista na Paróquia São João Evangelista, de Biguaçu. O Conselho Nacional é formado por casais das Arquidioceses de Florianópolis e de Curitiba, e das dioceses de Criciúma, Tubarão, Blumenau, São José dos Pinhais e Paranaguá. A Diocese de Rio do Sul
Comarca conclui formação para leigos
se candidatou para o ingresso do Movimento de Irmãos na Diocese.
O mandato de Conselheiro é de três anos, podendo ser reconduzido por mais três anos. Celina e Ozildo já foram Coordenadores Paroquiais durante cinco anos, Coordenadores de Área por duas oportunidades, e Coordenadores Arquidiocesanos do Movimento de Irmãos da Arquidiocese de Florianópolis, nos anos 2004/ 05. A posse do Casal Coordenador e dos Novos Conselheiros a nivel Nacional será em celebração realizada no dia 06 de dezembro, às 10h, na Igreja Matriz São João Evangelista, em Biguaçu.
No dia 26 de novembro foi realizada, na Igreja matriz do Santíssimo Sacramento, em Itajaí, a Missa em ação de graças pela conclusão do Curso de Teologia ministrado para cristãos leigos da Comarca de Itajaí, que congrega as paróquias de Itajaí, Camboriú e Balneário Camboriú. O Curso teve a duração de dois anos. Em 2008 foram ministradas as disciplinas de Teologia Sistemática. Neste ano de 2009, as de Sagrada Escritura. Os professores foram os padres das paróquias da Comarca. O Curso teve início
com 160 alunos inscritos. Destes, 140 perseveraram até o final, num sinal ótimo de perseverança. No encerramento, cada participante recebeu um Certificado de Conclusão. Para o ano de 2010, serão dois Cursos de três meses cada, um por semestre. Terão como tema central o “Creio”, seguindo o Catecismo da Igreja Católica. Será indicado para quem exerce algum ministério paroquial, como da Comunhão, Palavra, Consolo e Esperança, sendo assim um modo de atualização e crescimento espiritual. Serão 15 vagas por paróquia. Divulgação/JA
Nos dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro, mais de mil congressistas estiveram reunidos em Itajaí para participar do VIII Congresso Nacional do Movimento de Irmãos - CONAMI. Realizado a cada três anos, o evento teve como tema “Discípulos e Missionários de Jesus - Luz do Mundo!” e Lema: “Alegrai-vos sempre no Senhor!”. O encontro teve início na noite do dia 30, com a presença de nosso arcebispo Dom Murilo Krieger e do Arcebispo Emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, além de autoridades eclesiais e civis. Na solenidade, houve a apresentação do Coral Vozes do CONAMI, com 156 vozes das quatro áreas do Movimento de Irmãos da Arquidiocese. A palestra inaugural foi proferida por Dom Murilo com o título: “Pedro e Paulo - Colunas da Igreja”. Nela, nosso arcebispo relacionou o CONAMI com os dois apóstolos. "O Movimento de Irmãos dá a entender que quer se guiar por quatro perguntas: duas de Jesus e duas de Paulo. As de Jesus: 'Simão, filho de João, tu me amas?'. Cada participante deverá substituir o nome 'Simão, filho de João' pelo seu próprio nome e dar sua resposta pessoal; e 'Saulo, Saulo, por que me persegues?'. As de Paulo são: 'Quem és tu, Senhor?'; e 'Que queres que eu faça?'. Se escutarem Jesus nesses três dias, Ele vai lhes falar de muitas maneiras, disse Dom Murilo. Em seguida, os participantes realizaram uma caminhada luminosa pela paz e pela família, do Centro de Eventos até a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento. O dia encerrou-se com a oração do Lucernário, seguida de uma festiva queima de fogos de artifício.
O curso teve duração de dois anos. Sucesso fez com que equipe já preparasse o próximo ano, em que haverá dois cursos de três meses.
ITESC abre inscrições para novos alunos No dia 17 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, tem início o ano acadêmico do Instituto Teológico de Santa Catarina - ITESC. Os leigos com o segundo grau completou ou formação universitária interessados em matricular-se no Curso de Teologia em todas ou algumas das disciplinas do curriculo, entrem em contato com a secretaria do ITESC, pelo fone (48) 3234-4443, ou
pelo e-mail: secretaria@ itesc.org.br. Em funcionamento desde o ano de 1973, o Instituto Teológico de Santa Catarina - ITESC, tem por finalidade a formação teológico-pastoral de futuros presbíteros, bem como a colaboração na formação teológica e pastoral de religiosos(as) e leigos(as), comprometidos com o povo de Deus, para uma Igreja toda Ministerial.
16
Geral
Dezembro 2009
Jornal da Arquidiocese
Festival reúne oito bandas católicas Das 24 composições próprias apresentadas, 12 serão selecionadas para compor um CD Foto JA
O Jornal Missão Jovem promoveu no dia 22 de novembro o “I Festival de Bandas Missão Jovem". Realizado no Centro Cultural e Social da Catedral Metropolitana, o evento reuniu oito bandas de Florianópolis, São José, Biguaçu e Palhoça. Cada uma delas apresentou três composições próprias. Surpreendeu a todos a qualidade das músicas e a vibração das apresentações. Foram convidadas 15 bandas das comunidades em que eventualmente o Pe. Paulo De Coppi, diretor do Missão Jovem, celebra. Dessas, oito aceitaram o convite. Das 24 músicas apresentadas, 12 serão selecionadas para um CD. A seleção será feita por uma equipe formada por profissionais e especialistas em música. O CD começará a ser gravado ainda em dezembro, e deve começar a ser comercializado a partir de fevereiro e março. As bandas tiveram três meses para se preparar e compor as músicas que deveriam ter como tema “Mensagem aos Jovens”. Nesse tempo, foi formada uma comissão de preparação para o
Tríduo foi realizado em preparação à solenidade
Bandas foram convidadas nas comunidades em que Pe. Paulo celebra eventualmente. Surpreendeu a todos a qualidade das apresentações.
Foto JA
Pe. Edgard celebra 80 anos de vida Criada no ano passado, a Comissão é formada por amigos do padre Edgard e leigos que atuaram e atuam nas comunidades e pastorais atendidas por ele. Após a celebração, os participantes se dirigirão ao Restaurante Pier 54, onde haverá um jantar por adesão. Mais informações com o casal Adriana e João Carlos pelos fones fone: (48) 3223-4611 ou 9907-0499.
em encontros comarcais para troca de experiências e formação. O trabalho funcionou bem por algum tempo. Algumas apresentações foram realizadas em Florianópolis e São José. Mas depois o trabalho enfraqueceu e deixou de ser realizado.
UM NOVO VIGOR Agora o trabalho está sendo retomado. “É uma primeira experiência, mas que pretendemos repetir no próximo ano envolvendo bandas de outras regiões da Arquidiocese”, disse Pe. Paulo. Segundo ele, as bandas exercem um trabalho muito importante na Igreja. “Há muitos talentos que devem ser incentivados”, disse. Ele também faz um alerta. “Devemos valorizar o trabalho que realizam, afinal eles são jovens e trazem os jovens para a Igreja. Se continuarmos como está, em pouco tempo seremos uma Igreja de idosos. A tendência da nossa Igreja é se esvaziar”, acrescentou Pe. Paulo. As músicas, as fotos e os vídeos das apresentações estão disponíveis no site do Missão Jovem: www.missaojovem.com.br. A equipe do Missão Jovem já está preparando o próximo festival. Ainda não está marcada a data, mas já estão chegando solicitações das bandas. Mais informações pelo fone (48) 3222-9572, com Sandro. Mais fotos no site www. arquifln.org.br, clicar no link “Galerias” no alto da página.
A Catedral de Florianópolis realizou nos dias 22, 23 e 24 de novembro um Tríduo em preparação ao Dia de Santa Catarina de Alexandria, celebrado no dia 25 de novembro. O Tríduo foi realizado nas celebrações nos três dias que antecederam a festa. No dia da Padroeira da Arquidiocese, da Ilha e do Estado, e co-titular da nossa Catedral, as missas das 6h30min, às 9h, às 12h15min e às 15h na nossa Igreja Mãe foram realizadas em honra da Santa. A Missa Solene foi às 19h30min, presidida pelo nosso bispo emérito Dom Vito Schlickmann. A celebração contou com a participação do Coral Santa Cecília da Catedral. No início entraram 25 mulheres trazendo ramalhetes de palmas, símbolo da vitória do martírio de Santa Catarina. Em sua homilia, Dom Vito falou da história da Santa e das mulheres que, seguindo seu exemplo, também se tornaram santas.
Falou também das graças recebidas por sua intercessão. “Quantas capelas e igrejas foram construídas no mundo todo em sua honra? Quantas outras Catarinas foram santas por seguirem o seu exemplo?”, disse. Ele relembrou uma visita que fez ao Monte Sinai, o local onde Moisés recebeu de Deus as tábuas com os dez mandamentos. Ao pé do monte está o mosteiro dedicado a Santa Catarina, onde está conservado o seu corpo. No encerramento, o Coral da Catedral cantou a proposta de nova letra para o Hino de Santa Catarina, em substituição à letra oficial,que não faz qualquer referência ao Estado. Composta pelo Pe. Ney Brasil Pereira, regente do Coral, a apresentação foi bastante aplaudida pelos fiéis participantes. Mais fotos no site www. arquifln.org.br, clicar no link “Galerias” no alto da página. Foto JA
festival, composta por representantes das bandas. Eles se reuniram várias vezes. “Inicialmente pensamos em dar uma premiação para a melhor banda, mas a equipe não aceitou essa forma competitiva. Então decidimos gravar um CD com as composições”, disse Pe. Paulo. O CD será c o m e rc i a l i z a d o em todos os locais onde chega o Jornal Missão Jovem, ou seja, todo o Brasil. A idéia de união das bandas que animam as celebrações é antiga. No início da década 90, Pe. Paulo iniciou o BANE Bandas para uma Nova EvangelizaEquipe organizadora do Festival já está pensando ção. A proposta era na realização do próximo evento reunir as bandas
A Comissão Organizadora do Jubileu Sacerdotal do Pe. José Edgard de Oliveira está organizando uma celebração pelos seus 51 anos de ordenação presbiteral e 80 anos de nascimento, comemorado no dia 31 de dezembro. A Missa será no dia 07 de dezembro, segundafeira, às 19h30min, na Igreja São Sebastião, Largo São Sebastião, na Beira-Mar, em Florianópolis.
Catedral celebra Dia de Santa Catarina
Durante a celebração, fiéis receberam palmas, simbolizando a vitória da martir Santa Catarina. As palmas foram bentas por Dom Vito