Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Jan-Fev/10

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Jornal da

Arquidiocese

“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)

Florianópolis, Jan/Fev 2010 Nº 153 - Ano XIV

SOLIDARIEDADE COM O HAITI Pe Cardoso O tecelão que trocou a fábrica pelos altares Em entrevista, ele fala como foi o caso dele, de como foi despertada a sua vocação, dos 50 anos que dedica ao ministério presbiteral e que a Igreja deve se dedicar em buscar vocações adultas, como foi o caso dele.

Campanha de orações e doações promovida pela Arquidiocese pretende ajudar o povo do Haiti a reconstruir seu país A Campanha responde ao apelo do Papa Bento XVI em favor do país. Pela urgência, Dom Murilo pede que as doações sejam em dinheiro e entregues nas comunidades da Arquidiocese até o dia 05 de fevereiro.

Em 2008, por ocasião da celebração de encerramento do Ano do Centenário, a coleta seria encaminhada ao Haiti, mas naquele ano, nosso Estado sofreu com as inundações e o nosso povo precisou da nossa aju-

da, do Brasil e do mundo. Celebração realizada na Catedral, homenageou a Dra. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, uma das vítimas brasileiras do terremoto no Haiti. PÁGINA 09

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Economia e Vida No tempo de Jesus, Mamon era o deus das riquezas. Jesus o denunciou como um ídolo que traz infelicidade e morte. Ao contrário do Deus vivo e verdadeiro, o Deus que dá vida. Vida plena e para todos, não só para alguns. Hoje não se pode mais apelar para o Deus dos cristãos como se ele fosse o culpado pela pobreza e pela fome de tanta gente. Tempos atrás, dizia-se que pobreza e riqueza vinham de Deus. Pior ainda, que pobreza era castigo e riqueza era bênção. Hoje se sabe que a pobreza do mundo é fruto da ganância humana. É cada vez mais evidente que a miséria e a fome de bilhões de pessoas no mundo têm como causa os modelos econômicos perversos, baseados no egoísmo e no consumismo. Essa desgraça nasce dentro do coração humano. E como tal ela pode ser superada. PÁGINA 04

Celebração abre a CFE-2010

RCC realiza 19º Louvor de Verão

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Veja as transferências dos padres diocesanos e religiosos na Arquidiocese PÁGINA 05

ITESC abre inscrições para cursos de Teologia para leigos PÁGINA 08

Lideranças da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoas Idosa, que eram coordenadas nacionalmente pela Dra. Zilda Arns, realizaram homenagem à médica sanitarista que dedicou sua vida a atender os menos favorecidos

Missão na África

Pastoral constrói pátio no presídio Obra com 60 m2, beneficia mais de 50 presos do presídio de Florianópolis

GBF relembra eventos de 2009

A obra demorou sete meses para ser concluída e consumiu pouco mais de R$ 50 mil. O dinheiro veio de campanhas realizadas pela ASBEDIM, mantenedora da Pastoral Carcerária. A Pastoral tem outros projetos e depende de doações e voluntários para poder realizálos. Um deles é a instalação de um gabinete odontológico, que precisa de voluntários e insPÁGINA 10 trumentos.

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Brasília será sede do 16º Congresso Eucarístico Nacional PÁGINA 16

Participe do Jornal da Arquidiocese

Mais de 10 mil pessoas se concentraram no Ginásio de Esportes de Camboriú, para participar do XIX Louvor de Verão. Realizado no dia 24 de janeiro, o evento contou com a pregação de Estelatus Mtema, coordenador nacional da RCC, na Tanzânia, África, e do Pe. Márcio Vignoli.

Durante a celebração de encerramento do Louvor de Verão, foi realizado o envio missionário de três jovens consagrados da Comunidade Católica Divino Oleiro, que a partir de fevereiro iniciam missão na Diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau. Por um ano, eles ajudarão o Pe. Lúcio Espíndola no seu trabalho missionário na Paróquia de Empada. PÁGINA 08

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Opinião

Janeiro/Fevereiro 2010

Palavra do Bispo

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro A Campanha da Fraternidade faz parte do calendário anual de nossas dioceses. Promovida pela CNBB, procura inquietar a sociedade com reflexões sobre temas sociais, especialmente aqueles que estejam prejudicando a vida fraterna. Neste ano de 2010, há uma particularidade: novamente será ecumênica - isto é, assumida, também, por outras igrejas cristãs. O tema escolhido para a CF 2010 foi: Economia e vida; e o lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). Seu objetivo geral é o de unir as Igrejas cristãs e as pessoas de boa vontade na promoção de uma economia que esteja a serviço da vida, em vista da construção da paz. Seus objetivos específicos

são: denunciar a perversidade de um modelo econômico que visa em primeiro lugar ao lucro; educar para a prática de uma economia de solidariedade, valorizando a vida como o bem mais precioso; e conclamar as Igrejas e a sociedade para a implantação de um modelo econômico que respeite todas as pessoas. Como se pode perceber, estamos diante de objetivos ousados. Mas, como não ser ousados diante das injustiças que nascem de uma economia em que o lucro está em primeiro lugar e o ser humano não passa, muitas vezes, de um “produto”, útil apenas enquanto ajuda o crescimento dessa mesma economia? Como ficar indiferentes diante de uma “máquina” econômica que gera desigualda-

Palavra do Papa

des, miséria, fome e morte? Realizada na quaresma, a CF quer “acordar” a sociedade, motivando-a a uma profunda conversão. Afinal, a Vida é um valor mais importante que os interesses do mercado. A palavra “economia” vem do grego e significa, literalmente, “a administração da casa”. Sua finalidade é a de providenciar tudo o que é necessário para a sobrevivência. Uma constante no pensamento social cristão é o caráter humano da economia, como atividade realizada por pessoas, devendo orientar-se a serviço delas - isto é, as pessoas são o centro e a razão de ser da vida econômica. Há os que perguntarão: tem sentido as Igrejas cristãs tratarem de um tema como esse? Não haveria outros temas mais interes-

Bento XVI

A Igreja e a ecologia A Igreja está aberta a todos, porque, em Deus, ela existe para os outros. Por isso, compartilha intensamente a sorte da humanidade, que, neste ano há pouco iniciado, aparece ainda marcada pela crise dramática que atingiu a economia mundial, provocando uma instabilidade social grave e generalizada. Na encíclica Caritas in veritate, convidei a procurar as raízes profundas dessa situação: em última análise, elas se encontram numa mentalidade egoísta e materialista corrente, esquecida dos limites inerentes a toda a criatura. Hoje queria sublinhar que essa mentalidade ameaça igualmente a criação. Provavelmente cada um de nós poderia citar um exemplo dos danos que a mesma provoca ao ambiente nos quatro ângulos da terra. Cito um, dentre muitos outros, na história recente da Europa: há vinte anos, quando caiu o muro de Berlim e quando desabaram os regimes materialistas e ateus, que durante vários decênios tinham dominado uma parte deste continente, não se pôde porventura medir as feridas profundas que um sistema econômico sem referências assentes na verdade do homem infligira não só à dignidade e liberdade das pessoas e dos povos, mas também à natureza, com a poluição do solo, das águas e do ar? A negação de Deus desfigura a liberdade da pessoa humana, mas devasta também a criação. Daqui resulta que a salva-

guarda da criação não visa tanto a responder a uma exigência estética, como, sobretudo, a uma exigência moral, porque a natureza exprime um desígnio de amor e de verdade que nos precede e que vem de Deus. Por esse motivo, compartilho a preocupação crescente causada pelas resistências de ordem econômica e política na luta contra a degradação do ambiente. Trata-se de dificuldades que se puderam constatar ainda ultimamente, por ocasião da XV Sessão da Conferência dos Estados membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as alterações climáticas, que teve lugar em Copenhague, de 7 a 18 de Dezembro passado. Espero que no decurso deste ano, primeiro em Bona e depois no México, seja possível chegar a um acordo para enfrentar de maneira eficaz esta questão.

Compartilho a preocupação crescente causada pelas resistências de ordem econômica e política na luta contra a degradação do ambiente.”

Bento XVI, 11.01.2010.

Jesus se preocupou não somente com temas ditos ‘religiosos’, mas também com a fome, com as doenças e injustiças.”

Reflexão

Zilda Arns e outras mulheres em defesa da vida Quando, em 1755, um terremoto, seguido de maremoto e incêndio, destruiu Lisboa, Voltaire perdeu a fé, e num poema atacou a Deus, que não zela pelo mundo, porque não existe. No ano 70 de nossa era, o exército romano comandado por Tito destruiu a santa cidade de Jerusalém, incendiou o Templo, e um velho rabino respondeu a quem o acompanhava desolado: “O Templo foi destruído. Não haverá outro. O Senhor quer que nós o adoremos no coração de seus filhos”. Duas atitudes diante do mesmo drama. Assim, o terremoto que assolou a capital haitiana, Porto Príncipe, em 12 de janeiro de 2010, também nos coloca diante de um desafio à seriedade de nossa fé. Causou grande impressão em muita gente o Crucificado contemplando a montanha de destroços, única lembrança intocada nas ruínas da igreja Sacré Coeur de Tugeau. Dra. Zilda Arns e os ouvintes de sua palestra estavam lá dentro e não sobreviveram. Cremos que esse Crucifixo testemunhou a última prece de Zilda antes de falar na Pastoral da Criança, conservando o seu mesmo sorriso diante de uma criança salva, diante de uma criança a ser salva. Zilda Arns Neumann compõe a trindade das grandes mulheres que viveram décadas entre o lixo humano produzido pela injustiça humana, e sempre conservaram o sorriso: Irmã Dulce

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santes e urgentes, temas que seriam mais “religiosos”? Tudo o que é importante para o ser humano é importante para o Evangelho. Por isso é que Jesus se preocupou não somente com temas ditos “religiosos”, mas também com a fome, com as doenças e injustiças. Ao advertir que não podemos servir a Deus e ao dinheiro, Cristo deixou claro que as injustiças de nosso mundo têm como causa a ganância e o egoísmo. As injustiças crescem, pois, quando o dinheiro e o lucro se tornam “deuses”, as pessoas passam a reverenciá-los, devotando-lhes seu tempo e suas preocupações. Quem assim se comporta, deixa de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, pois passa a servir, em primeiro lugar, ao “deus” dinheiro.

da Bahia (1914-1992), Madre Teresa de Calcutá (1910-1999), Dra. Zilda Arns do Brasil (19342010). Três mulheres que engrandecem o gênero humano: esquecidas de si, promoveram e defenderam a vida sem nunca ceder a tentações de revolta, defesa do aborto, crítica às famílias numerosas dos pobres. Interessava-lhes a pessoa real, concreta: Deus quer essa vida, nós também a queremos. Sua profunda fé cristã e católica dilatou os espaços da maternidade, e seus ventres recebiam e alimentavam todos os sofredores que depois davam à luz, e permitiam-lhes contemplar a Luz. Multiplicaram os espaços do amor sem reservas. Irmã Dulce no Hospital Santo Antônio de Salvador, Madre Teresa nas inúmeras obras que semeou pelo mundo, Dra. Zilda nas milhares de voluntárias que congregou na Pastoral da Criança e da Pessoa Idosa. As três nasceram e foram criadas num lar católico. Suas obras foram fruto da grandeza da fé, não da propaganda, que o Cristianismo é obra de grandeza e não de espetáculo. Irmã Dulce adaptou um velho galinheiro, recolheu pobres e saiu pelas ruas com um cesto vazio, que retornava cheio de pão. Madre Teresa foi para as ruas de Calcutá com um sari, um par de chinelos, uma pequena maleta. Zilda Arns olhou para o mundo desenvolvido, cheio de técnicas e planejamentos, cheio

de assessores e recursos mal usados e apresentou sua receita para as crianças: uma balança, uma régua de medir, multimixtura de farelo de arroz, de trigo, de sementes, de cascas de ovo. Temse o número de 1.700.000 crianças salvas por essa estranha medicina. Grandes sábios quiseram processar voluntárias que aconselhavam o acréscimo de um prego de ferro no cozimento de feijão. Dra. Zilda continuou sorrindo, seu sorriso abraçou os Estados brasileiros, países da América Latina, da África. No meio da imundície da capital haitiana, pessoas vivendo na lama, em esgotos, pobres vendendo o sangue para laboratórios norte-americanos, sua palavra de amor foi cortada por violento tremor de terra. Ela não teve privilégios: sua vida foi ceifada com a de bispos, padres, seminaristas, pobres, ricos. No meio dos destroços, o Crucifixo da igreja Sacré Coeur de Tugeau quis participar desse destino. Jesus teve pressa: queria morrer com Zilda, com todos, para infundir-lhes a semente da ressurreição. E fazer de nós uma cruz imensa, cósmica, que inclua todos os sofredores da terra, e na qual aceitemos ser crucificados por amor, com o sorriso de Dulce, Teresa, Zilda, para darlhes vida. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul


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Janeiro/Fevereiro 2010

Campanha de Solidariedade ao Haiti Faça a sua doação, porque o povo haitiano depende de nossa ajuda para reconstruir o seu país

Doações até o dia 05/02 Nossa campanha SOS Haiti não pode se prolongar, porque as necessidades daquele povo são imediatas e urgentes. Sugerimos, pois, aos que quiserem participar dessa expressão de solidariedade, que o façam, o mais tardar, até o dia 31 de janeiro de 2010. Depois, se possível até o dia 5 de fevereiro de 2010, as coletas sejam entregues em suas paróquias ou comunidades. Elas enviarão para a Cúria Metropolitana, que as encaminhará à Cáritas Brasileira.

Foto JA

Diante da tragédia que se abate sobre o Haiti, as paróquias, as comunidades religiosas, as pastorais, os movimentos, as associações e todas as forças vivas da Arquidiocese de Florianópolis são convidadas a se unirem à campanha SOS HAITI - campanha feita de orações e doações. Será uma forma de ajudarmos esse povo caribenho que tanto sofre e de respondermos ao apelo do Papa Bento XVI em favor do Haiti. Em 2008, a Arquidiocese havia decidido que a coleta da celebração de encerramento das comemorações do Ano do Centenário da “Diocese” seria encaminhada a esse povo, pois, naquele ano, seu pais foi atingido por quatro grandes tempestades tropicais. Com o cancelamento da celebração por causa das inundações e desmoronamentos em nosso Estado, nosso povo é que recebeu ajuda de várias partes do Brasil e do mundo. É hora de demonstrarmos nossa gratidão e solidariedade. Foi por causa de um gesto de solidariedade para com as crianças desse povo que nossa conterrânea, Dra. Zilda Arns, perdeu a vida. “O dinheiro que arrecadarmos com nossa campanha será enviado, via Cáritas Brasileira e Cáritas Internacional, à Igreja do Haiti”, disse Dom Murilo Krieger, nosso Arcebispo. Segundo ele, não há condições de se fazer campanhas de alimentos, roupas etc., devido ao alto custo de transporte. A melhor coisa é encaminhar dinheiro e, lá, eles verão quais as suas necessidades mais urgentes.

Celebração abre CFE-2010 Desde que foi criada, há 36 anos, esta será a terceira vez que a Campanha da Fraternidade é Ecumênica

Lideranças das Pastorais da Pessoa Idosa e da Criança, além de outros fiéis, lotaram a catedral na celebração que homenageou Dr. Zilda

Lideranças homenagearam Dra. Zilda Arns Missa marcou o 7º dia do falecimento da fundadora da Pastoral da Criança A Pastoral da Criança e a Pastoral da Pessoa Idosa promoveram, no dia 18 de janeiro, uma celebração eucarística pelo 7º dia de descanso eterno da Dra. Zilda Arns, fundadora e coordenadora nacional das duas pastorais, uma das vítimas do terremoto do Haiti. A celebração foi realizada na Catedral de Florianópolis, às 18h15min, presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger e concelebrada por vários padres e diáconos. A igreja estava lotada de fiéis da comunidade e voluntárias da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. No início da celebração, Dom Murilo falou das intenções da missa, celebrada por todos os vitimados pelos terremotos no Haiti, em especial pelos soldados brasileiros que participavam da missão humanitária no país e pela Dra. Zilda Arns, que lá estava para levar o trabalho da Pastoral da Criança. Em sua homilia, Dom Murilo destacou a forma simples e humilde com que ela atendia a todos. "Cada um de nós chora a morte de Dra. Zilda Arns. Nós nos lembramos dela não por ter

Encontro, realizado na Casa Pe. Dehon, em Brusque, encontro reuniu mais de 100 participantes de todo o Estado.

sido uma pessoa famosa, conhecida e admirada. Muitos de nós podem lembrar inúmeras reuniões, conferências e encontros, a ponto de vê-la como uma amiga, uma conselheira, uma mãe universal”. Durante a celebração, as coordenadoras das pastorais deram o seu testemunho. Neli Nagata Nobre, coordenadora Arquidiocesana da Pastoral da Criança, falou da tristeza pelo falecimento de Dra. Zilda, mas da alegria por ela ter morrido pela causa, como uma missionária. “A semente por ela lançada permanecerá e dará muitos frutos", disse Neli. Marli Rossi, coordenadora estadual da Pastoral da Pessoa Idosa, falou que há cinco anos Dra. Zilda aceitou coordenar nacionalmente a Pastoral e ministrou muitos cursos. “Foi a alegria e a disposição dela que me motivou a assumir esse trabalho. Nosso coração está triste pela sua morte, mas vamos lutar para levar esse trabalho adiante”, disse. Mais fotos da celebração no site www.arquifln.org.br, clicar em Galerias no alto da página.

Uma celebração realizada no dia 17 de fevereiro, às 18h15min, na Catedral, marcará o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010 (CFE-2010) na Arquidiocese de Florianópolis. Realizada na quarta-feira de Cinzas, a celebração será presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger. No mesmo dia, às 14h, nosso Arcebispo e representantes das igrejas cristãs que participam do Ecumenismo estarão reunidos no auditório da Universidade Federal de Santa Catarina, quando haverá uma entrevista coletiva para a imprensa. Em seguida, a partir das 15h, haverá uma Celebração Ecumênica no mesmo espaço. O evento ainda contará com a presença de representantes do Centro Sócio-Econômico da UFSC. Esta é a terceira vez que a CF é Ecumênica. Com o tema “Economia e Vida”, e o lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24), a Campanha é realizada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC. Ela tem como objetivo unir as Igrejas Cristãs, e principalmente a nossa sociedade, formada por pessoas de boa vontade, na promoção de uma economia a serviço da vida, sem exclusões, criando uma cultura de solidariedade e trazendo paz.

Próximos eventos Alguns eventos já foram realizados em preparação para a CFE.

Um deles foi no dia 28 de novembro, quando mais de 80 lideranças da Igreja Católica Apostólica Romana e da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil participaram do Seminário de Preparação para a CFE-2010, realizado em Biguaçu. Também já aconteceram celebrações ecumênicas no Santuário de Fátima, no dia 04/11, e na Paróquia Santíssima Trindade, no dia 07/12. As próximas serão no dia 26 de março, às 19h30, na Igreja Presbiteriana Independente, na Coloninha, e no dia 23 de abril no Templo Ecumênico, em Jurerê Internacional. O ITESC ainda promoverá uma Jornada sobre a CFE-2010. O evento acontecerá no dia 25 de fevereiro, das 8h30 às 11h30. Realizado em forma de painel, a Jornada já tem confirmada a participação de representantes da Igreja Católica e da Igreja Luterana e de representante do Centro Sócio-Econômico da UFSC. Todos são convidados a participar. Arquivo/JA

Dom Murilo impõe as Cinzas durante a celebração de abertura da CF-2009


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Tema do Mês

Mais uma vez estamos na Quaresma e, com ela, na Campanha da Fraternidade. Deus vem a nós, oferecendo-nos um tempo privilegiado para revisão de nossas ideias e atitudes sobre o modo como nos situamos diante da vida. Na preparação para a Páscoa, festa central de nossa fé cristã, é preciso que nos perguntemos: o que significa para mim o Cristo crucificado e ressuscitado? Diz o ditado que o melhor da festa é a sua preparação. Para celebrar bem a Páscoa, temos todo o tempo da Quaresma, tempo de conversão, de silêncio e de sobriedade, de jejum e oração. Mas, sobretudo, tempo de caridade, de fraternidade. É por isso que a Igreja no Brasil celebra a Campanha da Fraternidade no tempo da Quaresma, tempo propício para se refletir e viver um tema importante que mexe com o nosso modo de viver a fraternidade, a justiça social, o bem comum. Neste ano, como no ano 2000 e em 2005, a Campanha será ecumênica; será coordenada pelo CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), associação que existe desde 1982, com o objetivo de incentivar o ecumenismo, a unidade, querida por Cristo, entre todos os batizados. Atualmente, cinco igrejas fazem parte do CONIC: católica, anglicana, luterana, presbiteriana unida e sirian ortodoxa. Elas escolheram como tema desse ano a grave questão da economia. A palavra economia tem a ver com a administração da vida, tanto no âmbito pessoal como no campo social. Ninguém vive sem dinheiro. A pergunta é: que lugar ocupa o dinheiro em nossa vida? Quais são os valores que regem nossas mentalidades e comportamentos? Como cristãos que somos, o que a Palavra de Deus nos diz sobre economia, sobre o uso do dinheiro, sobre a partilha dos bens sociais? A lógica do mercado ajuda ou atrapalha a vida?

OBJETIVOS DA CAMPANHA Diante do tema "Economia e vida", somos convidados a valorizar as pessoas acima de tudo. Mais que o dinheiro que possuem ou o status que ocupam na sociedade. Numa sociedade que nos força a todo instante, pela publicidade e pela mídia, a pôr a nossa confiança na posse de coisas materiais, somos interpelados a superar o consumismo e o individualismo. Como batizados, seguidores de um Deus feito homem que morreu na fidelidade do anúncio de um Reino de paz e justiça, somos esti-

Janeiro/Fevereiro 2010

ECONOMIA E VIDA Há ricos cada vez mais ricos à custa de pobres cada vez mais pobres.

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dição. Diz o Eclesiástico: "Quem ama o ouro não será justificado; quem persegue o lucro, nele se perderá" (Eclo 31,5). O ganancioso não possui, mas é possuído pelo dinheiro e pelos bens terrenos. “A ganância é uma idolatria” (Cl 3,5), diz São Paulo. Como os deuses deste mundo (dinheiro, status, moda, drogas, sexo, lucro etc.) não têm vida própria, eles precisam de vidas humanas para poderem manter-se na crista da onda. Assim é que por causa deles há tantas mortes. Mortes antes do tempo, como em guerras, no narcotráfico, no trânsito, por doenças criadas etc.

O DEUS DA VIDA

mulados a mostrar a relação entre a fé e a vida, sem medo de uma vida simples, sóbria, austera, que seja marcada pela dedicação aos necessitados. Por isso, a Campanha deste ano propõe que nos eduquemos para a prática de uma economia de solidariedade com o próximo, de cuidado com a criação e de valorização da vida como o bem mais precioso. Para tanto, será preciso também fazer a nossa parte para denunciar a perversidade do modelo econômico que visa em primeiro lugar ao lucro, sem se importar com a desigualdade, a miséria, a fome de milhares de pessoas. Um modelo econômico fundado sobre a adoração dos ídolos da morte e não sobre a adoração do Deus da vida. Mesmo que não possamos resolver todo o problema do mundo, podemos fincar raízes, através de pequenas ações pessoais e sociais, em vista de uma economia solidária, em que os pobres, os desassistidos, os carentes sejam colocados no primeiro lugar.

Os deuses deste mundo precisam de vidas humanas: mortes antes do tempo - em guerras, no narcotráfico, no trânsito... ”. DEUS OU DINHEIRO

Jesus percebeu que também na sociedade do seu tempo havia um duelo entre os adoradores do Deus vivo e verdadeiro e os adoradores dos deuses deste mundo. Mesmo dizendo-se religiosos praticantes, havia fariseus, doutores da lei, sacerdotes do templo, que eram muito amigos do dinheiro (Lc 16,14). Usavam o nome de Deus em vão, porque o seu verdadeiro deus era o dinhei-

ro. Foi por causa desse duelo que Jesus lhes falou de parábolas duras, como a do pobre Lázaro e do rico ganancioso (Lc 16,19ss),e a do rico insensato (Lc 12,16ss); convidou o jovem rico a distribuir tudo aos pobres (Lc 18,18ss); aceitou a conversão do rico Zaqueu (Lc 19,1ss); valorizou o óbolo da viúva pobre em detrimento das grandes ofertas dos ricos (Lc 21,1ss); declarou bem-aventurados os pobres e mal-aventurados os ricos (Lc 6,20.24); elogiou o amor gratuito do bom samaritano (Lc 10,25ss); convidou os discípulos a uma vida sóbria e simples, desapegada dos bens terrenos (Lc 12,22ss). Advertiu aos discípulos que não se pode servir a dois senhores: Deus e o Dinheiro (Mt 6,24; Lc 16,13). Na linha dos profetas e sábios, Jesus percebe que Mamon, o deus do dinheiro e das riquezas, quer ser servido como rival ou competidor do verdadeiro Deus. Mas, enquanto de Deus vem a vida e toda a bênção, do abuso do dinheiro vem a morte e a mal-

Diferentemente de Mamon, deus das riquezas, que no fim e no fundo leva à infelicidade e à morte, o Deus vivo e verdadeiro, o Pai de Jesus e nosso pai, é o Deus que dá vida. Vida plena e para todos, não só para alguns. Hoje não se pode mais apelar para o Deus dos cristãos como se ele fosse o culpado pela pobreza e pela fome de tanta gente. Tempos atrás, dizia-se que pobreza e riqueza vinham de Deus. Pior ainda, que pobreza era castigo e riqueza era bênção. Hoje se sabe que a pobreza do mundo é fruto da ganância humana. Certamente há muitas desgraças inexplicáveis, para as quais temos que ter olhos e ouvidos mais amplos do que a nossa viseira cotidiana permite. Muitos desastres naturais e doenças incuráveis não têm origem na ação humana. Mas, é cada vez mais evidente que a miséria e a fome de bilhões de pessoas no mundo têm como causa os modelos econômicos perversos, baseados no egoísmo e no consumismo. Contam os bens, não as pessoas. João Paulo II costumava dizer que há ricos cada vez mais ricos à custa de pobres cada vez mais pobres. Essa desgraça nasce dentro do coração humano. E como tal ela pode ser superada. A Campanha da Fraternidade deste ano quer nos encorajar para a possibilidade de sonhar com outra economia. Mais solidária com os pobres, mais respeitosa com o meio ambiente. Menos depredadora dos valores das pessoas e das famílias. Menos confiada no apego às coisas terrenas e mais fundamentada na relação entre as pessoas. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


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Janeiro/Fevereiro 2010

Arquidiocese de Florianópolis Transferências para 2010

Arquidiocese perde um padre e um diácono

Pe. Alvino Introvini Milani

Santuário e Paróquia N.Sra. de Azambuja - Brusque

Pároco

31.01.10 - 19h

Noticiamos com pesar o falecimento do Diácono Waldemiro Batista, ocorrida no da 29 de novembro, e do Pe. Alvino Broering, no dia 14 de dezembro.

Pe. Carlos André Paixão

Seminário N.Sra. de Lourdes Azambuja, Brusque

Formador

Janeiro/2010

Diácono Waldemiro

Pe. Gercino Atílio Piazza

Paróquia Sagrado Coração de Jesus Leoberto Leal(1)

Pároco

31.02.10 - 10h

Pe. Isaltino Dias

Par. Divino Espírito Santo - Camboriú

Vigário Paroquial e Professor do Propedêutico

Fever./2010

Pe. José Jacob Archer

Par. Senhor Bom Jesus dos Aflitos Porto Belo

Pe. José Rufino Filho

Par. Dom Bosco, de Itajaí / Par. Sta. Teresinha, de Brusque

Responsável pela preparação da criação da Paróquia S. Pedro - Itajaí

Fever./2010

Pe. Joselito Schmitt

Paróquia São João Evangelista, de Biguaçu

Vigário Paroquial

Fever./2010

Pe. Josemar da Silva

Seminário Propedêutico Mons. Valentim Loch - Camboriú

Reitor

01.01.10

Pe. Valdeci Cardoso Vieira (2)

Par. N. Sra. da Imaculada Conceição da Lagoa - Florianópolis

Administrador Paroquial

10.01.10 - 9h

Pe. Valdir Bernardo Prim

Par. S. João Batista e Santa Luzia Capoeiras, Florianópolis

Pároco

06.02.10 - 19h

Pe. Hélio Luciano

Catedral

Vigário Paroquial

01.01.2010

NOME

IRÁ PARA

Leandro José de Souza Sílvio José Kremer

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FUNÇÃO

POSSE

Vigário Paroquial (será Pároco da Paróquia da Imaculada Conceição - Bombas, a ser criada em junho/2010)

Fever./ 2010

Com 83 anos de idade, Diácono Waldemiro Batista faleceu na madrugada do dia 29 de novembro. Ele sofria de problemas pulmonares, havia sido internado no Hospital de Caridade, em Florianópolis, e não resistiu. A missa de corpo presente foi celebrada na Igreja Matriz da Paróquia São Sebastião, em Anitápolis, presidida pelo Pe. Leandro Schwinden, o pároco. Diácono Waldemiro nasceu no dia 29 de março de 1926. Quando jovem, entrou no Seminário e foi colega de Dom Vito Schlickmann, nosso bispo auxiliar emérito. Em 1982 entrou para a Escola Diaconal São Francisco de Assis, fazendo parte da terceira turma. Sua ordenação foi no dia 18 de agosto de 1985.

Diác. Waldemiro, dono de uma oratória poderosa, era muito querido na comunidade de Anitápolis Com uma ótima oratória, era muito admirado e querido pela comunidade de Anitápolis. Mas no último ano, em virtude das complicações da doença, não pôde mais exercer seu ministério. Ele era viúvo e deixa quatro filhos: três residindo em Anitápolis e um em Florianópolis.

Par. S. Vicente - Itajaí Par. S. Joaquim - Garopaba

Pe. Alvino

N.B.: 1. Pe. Lauro Roque Mittelmann, atual Pároco de Leoberto Leal, a partir de 18.01.10 foi incardinado na Diocese de Blumenau. 2. Pe. Valdeci está incardinado na Diocese de Rio Grande - RS; faz uma experiência pastoral em nossa Arquidiocese. 3. Leandro e Sílvio terminaram os estudos de Teologia e pediram para ser ordenados. As consultas serão feitas em breve.

Párocos Religiosos que assumem missão em 2010 na Arquidiocese de Florianópolis: PÁROCO

PARÓQUIA

LOCAL/MUNICÍPIO

Pe. Anésio Dalcastagner, SCJ

N. Sra. de Guadalupe

Canasvieiras -Florianópolis

Pe. Frei Carlos Ignacia, OFM

Santo Amaro

S. Amaro da Imperatriz

Pe. Frei José Clemente Müller, OFM

Santo Antônio

Florianópolis

Pe. José Manuel dos Santos, FDP

São José

São José

Pe. Frei Rafael Spricigo, OFM

N. Sra. da I. Conceição

Angelina

Pe. Roberto Silva, FDP

São Francisco de Assis

Forquilhinha - São José

Vigários Paroquiais Religiosos VIGÁRIO

PARÓQUIA

LOCAL/MUNICÍPIO

Pe. André Scaglia, FDP

São José

São José

Pe. Frei Antonio Marcos Koneski, OFM

N. Sra.da I. Conceição

Angelina

Pe. Flávio Morelli, SCJ

N. Sra. do P. Socorro

Guabiruba

Pe. Frei Gamaliel Devigili, OFM

Santo Amaro

S. Amaro da Imperatriz

Pe. Frei Gunther Max Walzer, OFM

Santo Antônio

Florianópolis

Pe. José Nasc. Ferreira da Silva, FDP

São Francisco de Assis

Forquilhilha - São José

Pe. Frei Luiz Antônio Frigo, OFMCap

Santíssima Trindade

Trindade - Florianópolis

Pe. Luiz Carlos de Aguiar Gregório, FDP

São Francisco de Assis

Forquilhinha - São José

Pe. Mário Peixe, SCJ

São Luís Gonzaga

Brusque

Pe. Osvaldo Rech, SCJ

São José

Botuverá

Pe. Frei René Zarpelon, OFM

Santo Amaro

S. Amaro da Imperatriz

Pe. Frei Roberto Carlos Nunes, OFM

Santa Inês

Bal. Camboriú

Arquivo/JA

que assumem missão em 2010 na Arquidiocese de Florianópolis:

Natural de Santo Amaro da Imperatriz, onde nasceu em 02 de março de 1963, Pe. Alvino Broering, quando jovem, decidiu seguir a vida religiosa franciscana. Mais tarde, optou pelo clero diocesano e foi ordenado padre no dia 07 de outubro de 1989. Todos os seus 20 anos de vida presbiteral foram dedicados a Paróquias do Vale do Itajaí. Após a ordenação, trabalhou na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, em Navegantes. Depois, em 1998, assumiu a Paróquia Santíssimo Sacramento, em Itajaí. Com a criação da Capelania Universitária, passou a ser o seu capelão, atendendo os centros universitários da UNIVALI.

Pe. Alvino dedicou os 20 anos de sua vida presbiteral às comunidades do Vale do Itajaí

Pe. Alvino era o diretor da Rádio Comunitária Conceição FM, da qual foi um dos fundadores em junho de 2000. O trabalho com rádios comunitárias era sua paixão. Várias vezes representou a Arquidiocese e o Regional Sul IV em eventos nacionais. Ele também tinha participação em outras emissoras locais, onde ocupava espaço na programação, levando a Palavra de Deus. O trabalho que realizou por Itajaí foi reconhecido no dia 12 de junho de 2008. Nessa data, em que a cidade comemorava 148 anos, a Câmara de Vereadores do município concedeu a ele o título de Cidadão Itajaiense. Todo esse trabalho e dedicação foi interrompido na madrugada do dia 14 de dezembro, quando deu entrada no Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, vítima de disparos de arma de fogo. Não resistiu aos ferimentos e veio a morrer. O corpo foi velado na Paróquia do Santíssimo Sacramento, com a presença maciça da comunidade, por quem era muito querido, e em Santo Amaro da Imperatriz, sua terra natal, onde foi enterrado. As missas de corpo presente, em Itajaí e Santo Amaro, foram presididas pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, com a presença de muitos padres e diáconos.


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Bíblia

Janeiro/Fevereiro 2010

Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (23)

Salmo 35 (34): Defende-me, Senhor!

I Corre em meu auxílio! 1. Senhor, julga quem me acusa, / ataca os que me atacam. 2. Empunha o escudo e a couraça / e corre em meu auxílio. 3. Vibra a lança e investe contra os que me perseguem. / Dize à minha alma: “Eu sou a tua salvação”. O começo é agitado e apressado. Sete imperativos são lançados pelo orante ao Senhor, invocado como Juiz que julga e, logo, como Guerreiro que ataca e defende. O trecho termina com o pedido de que Deus fale ao íntimo do salmista, assegurandolhe a salvação (cf v. 3).

Sejam confundidos! 4. Sejam confundidos e cobertos de opróbrio os que ameaçam a minha vida;/ voltem para trás e sintam vergonha os que planejam minha ruína. 5. Sejam como a palha ante o vento, / e o Anjo do Senhor os persiga.

Arquivo/JA

Este salmo, de súplica individual, nasceu da angústia terrível experimentada por um justo que luta, sozinho, contra um grupo organizado de injustos mais fortes. Há outros justos que ficam calados (v.27), talvez com medo de reagir diante da força dos injustos. Se bem que todo o salmo seja pronunciado por um único orante, são claros os três sujeitos do triângulo: Tu - Deus, Eu - o orante; Eles - os perseguidores. O “Tu” é interpelado com veemência e será celebrado; o “Eu” desdobra-se em conduta passada, situação presente, louvor futuro; e “Eles” articulam-se em ação criminosa, mas fadada ao fracasso. São claras também as três ondas sucessivas do salmo, repousando e concluindo no louvor prometido. A situação do salmista vai-se agravando à medida que se lê o salmo: se Deus não interviesse, o justo fatalmente pereceria. Os três momentos de louvor, ao se destacarem, convidam à comparação. A primeira vez é um indivíduo, desmembrado em curiosa pluralidade (“todos os meus ossos”, v. 10); na segunda vez, o indivíduo se encontra em meio a assembleia numerosa; na terceira vez, a assembleia se adianta em aclamação e deixa que o orante termine em solo.

vra dos leões minha única vida!

Que eles não triunfem!

O salmista reclama da demora de Deus, como o faz o profeta Habacuc no início do seu livro: Deus “olha”, e não faz nada... A urgência do perigo é expressa agora pela referência aos adversários como “feras que rugem” (v. 17b), como “leões” prestes a atacá-lo, a tirar-lhe a vida, sua "única vida" (v. 17c). "Única", porque nada a substitui, como não se substitui o “filho único” (cf Isaac em relação a Abraão: Gn 22,2).

25. Que não possam dizer entre si: “Ah! Ah! É isto que queremos!” / nem digam: “Nós o devoramos.” 26. Fiquem confusos e cobertos de vergonha os que se alegram com meus males, / sejam envoltos em confusão e opróbrio os que se erguem contra mim com soberba.

Na grande assembleia 18. E eu te darei graças na grande assembleia / e te louvarei no meio da multidão.

6. Seja escura e perigosa a sua estrada, / quando o Anjo do Senhor os dispersar. 7. Pois sem motivo me armaram seu laço, / sem motivo cavaram-me uma fossa. 8. Venha sobre eles de repente a ruína, / e a rede que armaram prenda a eles mesmos; / caiam no buraco que cavaram. A angústia e o medo fazem o salmista explodir em imprecações, quase maldições, contra os que o acusam e ameaçam. Ele pede que o “Anjo do Senhor”, como no Êxodo, os persiga e disperse (vv. 5-6), pois sem motivo armaram seu laço e cavaram-lhe uma fossa (v.7). Por isso, de acordo com a lei do talião, “olho por olho” (Ex 21,24), que eles sejam presos na sua própria rede e caiam no buraco que cavaram (v.8).

Minha alma se alegrará 9. Mas a minha alma se alegrará no Senhor, / exultará com a sua salvação. 10. Dirão todos os meus ossos: "Senhor, quem é semelhante a ti, / que livras do mais forte o indefeso; / o pobre e o desvalido, de quem o explora? A certeza de que o Senhor vai libertá-lo faz o salmista esquecer, por enquanto, seus adversários. E a alegria é tanta que se torna plural e coral: seus ossos todos proclamarão que só Deus é capaz de livrar, e livra “do mais forte, o indefeso”. A expressão vai retornar, modificada, no Sl 51,10: “exultarão os ossos que esmagaste”.

II Pagam-me o bem com o mal 11. Levantam-se testemunhas mentirosas, / querem saber de mim o que não sei. 12. Pagam-me o bem com o mal, / deixando-me desamparado. 13. Quanto a mim, quando eles adoeciam, vestia-me de cilício, / mortificava-me com o jejum, / e minha súplica revolvia-se no meu íntimo. 14. Como por um amigo, por um irmão, andei chorando, / como quem está de luto pela mãe, entreguei-me à tristeza. 15. Mas, agora que tropecei, eles se alegram e se reúnem, / reúnem-se contra mim, para ferir-me sem que eu saiba. 16. Zombam de mim sem parar, / atacam-me, riem de mim, / rangem os dentes contra mim. Após o breve momento de louvor (vv. 9-10), o salmista volta a referir-se aos adversários, injustos e ingratos, pelos quais ele orava, jejuava, se preocupava (vv. 13-14), e que agora se encarniçam contra ele. Descreve-os então concretamente: são “testemunhas mentirosas” (v. 11), “pagam-me o bem com o mal” (v. 12), “alegram-se com a minha queda” (v. 15), “zombam de mim sem parar e me atacam” (v. 16)...

Senhor, até quando? 17. Senhor, até quando ficarás olhando? / Livra minha alma das feras que rugem, / li-

Como no Sl 22 (cf vv. 23-32), mas de forma brevíssima, em um só versículo, o salmista promete comparecer ao Templo, para agradecer ao Senhor e louvá-lo, “no meio da multidão”.

III Não riam de mim! 19. Não riam de mim meus inimigos, injustos, / nem pisquem os olhos os que me odeiam sem razão. 20. Pois eles não falam de paz, / mas contra os mais mansos da terra tramam intrigas. 21. E contra mim escancaram a boca e dizem: / “Ah! Ah! vimos com nossos olhos!” Novamente, o espectro dos adversários “injustos” (v. 19), “intriguentos” (v. 20) e “debochados” (v. 21). Notar as duas atitudes, não raras, mesmo em nossas comunidades: a dos “intriguentos”, que parecem ter prazer em desfazer a paz, perturbando até os pacíficos (“os mais mansos da terra”); e os “debochados”, que celebram a gargalhadas a queda e o fracasso dos outros.

Viste, Senhor? Desperta! 22. Viste, Senhor? Não fiques mudo! / Senhor, não fiques longe de mim! 23. Desperta e levanta-te para defender-me, / meu Deus e Senhor, para me proteger! 24. Defende-me, Senhor, segundo a tua justiça, / meu Senhor e meu Deus, não se riam de mim! Nesses três versículos, o autor retoma a intensidade dos apelos do início do salmo. Ele reclama da mudez (v. 22 a), da ausência (v. 22b), da inação de Deus, que parece tardar em vir defendê-lo.

Faça como Felipe Silva, de Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifln.org.br

Novamente, as imprecações contra os adversários, expressas em termos da “lei do talião”, como vimos acima, no comentário aos vv. 4-8. Que eles não tenham o diabólico prazer de tripudiar sobre suas vítimas, mas, pelo contrário, sejam eles “confusos e cobertos de vergonha”. Já observamos, mais vezes, que essas imprecações, brotadas do senso de justiça retributiva, devem ser relidas com o ensinamento e o exemplo do Senhor Jesus, que nos ensinou a amar os inimigos e orar por eles.

Louvado seja o Senhor! 27. Mas exultem e se alegrem os que defendem minha justa causa, / e possam dizer sempre: “Seja louvado o Senhor, que zela pela segurança do seu servo.” 28. E a minha língua proclamará tua justiça, / e o teu louvor o dia todo! Apenas no final do salmo aparecem “os que defendem minha justa causa”, pelo visto dando só “apoio moral”, até agora, ao salmista, que no v. 12 sentia-se “desamparado”. Enfim libertado, ou com a certeza de sê-lo em breve, o orante os convida a se associarem ao seu louvor. E, num último versículo, proclama a “justiça” salvadora de Deus. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Compare este salmo com o Sl 22 (21): semelhanças e diferenças. 2) O que lhe chama a atenção no modo como o salmista se dirige a Deus? 3) Quais são as duas atitudes que o salmista denuncia nos vv. 20 e 21? 4) Como cristãos, de que maneira podemos assumir as imprecações do salmista contra os adversários (vv. 4-8; v. 26)? 5) Que diz da “lei do talião” (cf Ex 21,24), e da “justiça salvadora” de Deus?


Jornal da Arquidiocese

Juventude 7

Janeiro/Fevereiro 2010

Organização Comarcal da Pastoral da Juventude A partir de 2010, a Pastoral da Juventude passa a ter uma organização comarcal tece nas 8 comarcas da Arquidiocese. Haverá reuniões nas comarcas nos meses de março, junho e setembro. São convidadas a participar as coordenações paroquiais da PJ, e também as coordenações dos grupos de jovens das paróquias que tiverem organizada essa estrutura.

DATAS DOS ENCONTROS DE COORDENADORES DA JUVENTUDE NAS COMARCAS PARA O ANO DE 2010* Comarca de Santo Amaro: 06/03, 12/06 e 11/09 às 08h30 Comarca de São José: 06/03, 12/06 e 11/09 às 14h Comarca de Tijucas: 07/03, 13/06 e 12/09 às 08h30 Comarca de Biguaçu: 07/03, 13/06 e 12/09 às 14h Comarca do Estreito: 13/03, 19/06 e 18/09 às 08h30 Comarca da Ilha: 13/03, 19/06 e 18/09 às 14h Comarca de Itajaí: 14/03, 20/06 e 19/09 às 08h30 Comarca de Brusque: 14/03, 20/06 e 19/09 às 14h * Anote na agenda do seu grupo de jovens somente as 3 datas referentes à sua comarca.

Cronograma das atividades Arquidiocesanas 2010 É importante os grupos de jovens fazerem um planejamento anual, no qual possam constar as datas arquidiocesanas. O Retiro Arquidiocesano de Coordenadores de Grupos Jovens é a possibilidade de os coordenadores de grupos fortalecerem sua fé e iniciarem o ano, sendo duas as vagas por paróquia. A Escola da Juventude é uma escola de formação de novas lideranças e acontece em três etapas, sendo duas as vagas por paróquia. O Curso de Assessores é uma MARÇO 19, 20 e 21 - Retiro Arquidiocesano de Coordenadores de Grupos de Jovens ABRIL 23, 24 e 25 - 1ª Etapa da Escola da Juventude e Curso de Assessores JUNHO 03, 04, 05 e 06 - 2ª Etapa da

PROMOÇÃO DO MÊS

formação para padrinhos, casal apoio e assessores de grupos de jovens, e também acontece em três etapas. O Dia Nacional da Juventude é a grande celebração da juventude da Arquidiocese e é aberta aos crismandos, grupos de jovens e outros jovens que não participam de grupos. As Pré-Missões Jovens é o momento preparatório para as Missões Jovens, momento que será realizado com os líderes missionários. As missões acontecerão em Angelina, no ano de 2011. Escola da Juventude e Curso de Assessores AGOSTO 27, 28 e 29 - 3ª Etapa da Escola da Juventude e Curso de Assessores OUTUBRO 24 - Dia Nacional da Juventude DEZEMBRO 04 e 05 - Pré-Missões Jovens

Quer ganhar um livro autografado por Dom Pedro Casaldáliga? As duas melhores respostas para a pergunta: “Quem foi Dom Pedro Casaldáliga para você?” ganharão um livro de Dom Pedro, autografado.

Envie para: pjuv@arquifln.org.br até o dia 5 de fevereiro.

Juventude em ação

Grupo Bíblico em Família e Grupo Jovem O Grupo Jovem São Francisco Xavier, da Paróquia São Francisco Xavier, do Monte Verde, iniciou no ano de 2009 uma nova atividade entre seus membros: o Grupo Bíblico em Família. Além dos encontros semanais do grupo jovem, aos domingos, o grupo começou a se encontrar às terças-feiras, nas casas dos jovens, para juntos rezarem e refletirem os temas dos livretos dos Grupos Bíblicos em Família. Segundo depoimento dos jovens, a ideia surgiu com a intenção de trazer mais oração e unidade entre as famílias dos membros do grupo jovem. Depois do inicio do GBF, percebeuse que cresceu a união entre os jovens que participam do GBF, pois se conhecem melhor e se encontram durante a semana. Os compromissos sugeri-

Divulgação/JA

A Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Florianópolis definiu em sua assembléia, uma nova organização, que acontecerá nas comarcas. O Encontro de Coordenadores da Juventude será um espaço de formação, partilha e decisões da Pastoral da Juventude, que acon-

Grupo de Jovens do Monte Verde se reúne uma vez por semana na casa de um dos membros para participar dos Grupos Bíblicos em Família dos nos encontros são adaptados a partir da realidade da juventude. Já foram concretizadas várias ações desde o inicio do GBF, por exemplo: arrecadação de alimentos, roupas, brinquedos, visitas a asilos e outras. Essa experiência é muito vá-

lida, e fica a sugestão para que outros grupos de jovens possam iniciar um Grupo Bíblico em Família, ou participar de grupos já existentes, sendo uma possibilidade de aumentar a fé, a união e a partilha entre a juventude.

Grupo de Jovens encena Nascimento de Jesus Na Véspera de Natal, dia 24 de Dezembro, o Grupo de Jovens JASC - Jovens a Serviço de Cristo, da Comunidade São Judas, Paróquia São João Bosco, Itajaí, realizou a já tradicional apresentação do nascimento do Menino Deus. O Grupo de Jovens, que

completou 12 anos em 2009, busca, através do teatro, passar uma mensagem de renovação com a cara de São João Bosco. Para esta peça, contou com a participação de 9 integrantes para a organização, montagem e encenação do espetáculo. Segundo o Coordenador do Divulgação/JA

Grupo de Jovens, Bruno Sérgio Lima, “com este teatro buscamos comunicar à nossa comunidade, através dos jovens, que o nascimento do Menino Deus é uma grande chance para a renovação dos sentimentos que são trazidos junto da manjedoura. O presépio traz consigo um eterno sentimento de alegria e esperança de renovação”.

Ao lado, os jovens realizam a encenação na igreja e, acima, os nove participantes do grupo teatral em momento de descontração após apresentar o trabalho


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Geral

Janeiro/Fevereiro 2010

Jornal da Arquidiocese

Coroinhas se encontram a partir de março Pastoral avalia 2009 e já prepara os encontros de 2010, que em boa parte serão realizados em Azambuja Arquivo/JA

A Pastoral dos Coroinhas da Arquidiocese estará promovendo, a partir de março, os encontros comarcais. Este ano, o evento terá como inspiração a Palavra de Deus. Cada paróquia das oito comarcas será motivada a fazer uma encenação baseada numa passagem bíblica, priorizando cenas vocacionais. Uma outra novidade para 2010 é que, dos oito encontros comarcais, quatro deles serão realizados em Azambuja. Isso para que, além de se confraternizarem, os coroinhas conheçam um pouco da vida no Seminário Menor Nossa Senhora de Lourdes. Como aconteceu nos últimos dois anos, nos encontros, os e as coroinhas são convidados a doar R$ 1,00 para ajudar na formação dos futuros padres em nossos seminários. Em 2009, foram realizados cinco encontros comarcais. Em função dos riscos de contaminação pela Gripe A, as secretarias municipais de saúde solicitaram que os eventos não fossem realizados. Assim, não aconteceram os encontros nas Comarcas de São José, da Ilha e do Estreito. Os encontros tiveram como inspiração o Ano Sacerdotal, e foi

solicitado que todas as paróquias fizessem uma pesquisa sobre as vocações em suas comunidades. Na avaliação de Irmã Clea Fuck, coordenadora da Pastoral, os encontros foram bastante positivos. “Tivemos uma presença muito boa de coroinhas nos encontros, e de padres, sobretudo dos coordenadores das comarcas. Além de uma ótima apresentação das pesquisas vocacionais”, disse Irmã Clea. Ela também ressaltou a ótima acolhida das comunidades que sediaram os encontros comarcais.

Vocações Femininas Em 2010, a Pastoral dos Coroinhas estará promovendo pela segunda vez o Encontro Vocacional com as adolescentes e jovens, coroinhas e outras, que queiram conhecer um pouco a vida das religiosas. O evento será realizado no dia 21 de agosto, novamente em Florianópolis, no Provincialado das Irmãs da Divina Providência. Esta é a segunda vez que o encontro é realizado. Em 2009, o evento aconteceu no dia 08 de novembro e reuniu 25 adolescentes, provindas de cinco comarcas. Elas estão sendo acompanhadas

Encontros de Coroinhas, como o realizado em Antônio Carlos (Comarca de Biguaçu), são importante espaço de confraternização entre os jovens

Encontros Comarcais em 2010: 13/03 - Brusque (Azambuja) 17/04 - Ilha (Azambuja) 24/04 - Estreito (Azambuja) 15/05 - Santo Amaro (São Pedro de Alcântara) por uma equipe vocacional. “O interesse despertado no primeiro encontro nos motivou a realizar esse próximo”, disse Irmã Clea,

17/07 - Itajaí (S. Vicente) 14/08 - Tijucas (Itapema) 04/09 - Biguaçu (Santa Cruz) 11/09 - São José (Azambuja) promotora do evento. A expectativa é reunir ainda mais participantes, de mais paróquias, no próximo encontro.

Candidatos a diácono realizam etapa de formação Divulgação/JA

A Escola Diaconal São Francisco de Assis realiza nos dias 23 a 30 de janeiro de 2010 a sexta fase de formação da 14ª turma. Realizada na Casa de Encontros Provincialado do Coração de Jesus, das Irmãs da Divina Providência, em Florianópolis, nessa turma a Escola conta com 40 alunos: 30 da Arquidiocese e 10 da Diocese de Joinville. Essa é a primeira turma da Escola Diaconal que tem 12 etapas de formação. Isso para adequar o currículo às novas orientações da diaconia. Essa também é a terceira etapa de formação que é realizada na Casa de Encontros. Desde que a Escola foi criada na Arquidiocese, em 1972, todas as turmas haviam realizado a sua formação no ITESC.

ITESC abre inscrições para cursos de Teologia para leigos O Instituto Teológico de Santa Catarina - ITESC, está abrindo as inscrições para seis cursos de Teologia para leigos: Teologia Sistemática, Bíblia - Primeiro Testamento, Teologia Bíblica - Pastoral, Aprofundamento Bíblico, Teologia Litúrgica - Fundamental e Teologia Catequética - Pastoral. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 01 de março. Os cursos terão duração de um ano. Eles iniciam em março e vão até novembro. As aulas serão realizadas sempre no ITESC, às segundas-feiras, das 19h30 às 22h, inclusive nos feriados. As aulas serão ministradas por professores do ITESC, professores convidados e por alunos (monitorados) das últimas fases do Curso de Bacharelado em Teologia. Os cursos destinam-se a leigos e leigas, também religiosos e religiosas, membros de comunidades cristãs, interessados em formação bíblico-teológica-pastoral. Os cursos de formação para lideranças leigas são oferecidos pelo ITESC desde a sua fundação, em 1973. De 2005 a 2009, eles foram mantidos em convênio com o Centro Loyola Amar e Servir. Neste ano, o ITESC reassume a administração dos cursos. O investimento é de R$ 40,00 por mês através de boleto bancário. Ao final, será expedido o certificado de conclusão. Para participar, os interessados devem fazer a sua inscrição na sede do ITESC, na Avenida Dep. Antônio Edu Vieira,1524, Pantanal, em Florianópolis, ou através do site www.itesc.org.br. Mais informações pelo fone (48) 3234-2449, com Aline, ou pelo e-mail secretaria@ itesc.org.br.

Encontro reuniu padres que representaram 38 paróquias


Jornal da Arquidiocese

Geral 9

Janeiro/Fevereiro 2010

Louvor de Verão reúne mais de 10 mil Em sua 19º edição, evento promovido pela Renovação Carismática a cada ano reúne mais participantes

Celebração

Mais fotos do Louvor de Verão no site www.arquifln.org.br, clicar em Galerias no alto da página, ou no site www. rccarquifloripa.com.br.

Durante todo o dia, participantes tiveram momentos de oração, louvor e pregações

RCC tem novo coordenador Luiz Carlos Santa Filho é o novo coordenador da RCC na Arquidiocese para os próximos dois anos (2010-2011). Ele assume em substituição a Roberto Rivelino da Cunha. Ele é da paróquia São Sebastião, Tijucas, já foi coordenador paroquial e comarcal da RCC por quatro anos. Também foi secretário arquidiocesano na última gestão. Para os próximos dois anos, tem como metas evangelizar as famílias, “a parte mais difícil”, e tornar realidade o Centro de For- Luiz Carlos, o novo mação da RCC. coordenador da RCC

Jovens são enviados para missão na África Três jovens iniciarão trabalho missionário na Guiné-Bissau a partir de fevereiro Erichson, Cláudia e Elaine serão os três jovens que, durante todo este ano, realizarão a missão na África. Eles terão a função de ajudar no hospital, alfabetização para adultos, ministrar aulas de informática e evangelização, seguindo o carisma da RCC. Ainda haverá uma nova celebração de envio, a ser realizada no dia 31 de janeiro, às 19h30, na Paróquia N.Sra. de Lourdes e São Luiz, em Florianópolis. Os missionários já deveriam ter ido para a África no dia 10 de janeiro, mas a estrutura para recebê-los ainda não estava concluída. Pe. Márcio Vignoli, diretor e fundador da Comunidade, falou ainda durante a celebração de como surgiu a oportunidade. “Em sua visita à Arquidiocese, Pe. Lúcio falou que precisaPe. Márcio fez o envio missionário dos três jovens consagrados va da ajuda de outras que a partir de fevereiro vão para Guiné-Bissau, na África pessoas em seu trabaDurante o XIX Louvor de Verão, foi realizado o envio missionário de três jovens consagrados da Comunidade Católica Divino Oleiro, que a partir de fevereiro iniciam missão na Diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau. Por um ano, eles ajudarão o Pe. Lúcio Espíndola, nosso representante no país, no seu trabalho missionário na Paróquia de Empada.

Foto/JA

O ponto forte do Louvor de Verão foi a Celebração Eucarística, realizada a partir das 17h, presidida pelo Pe. Márcio Vignoli e concelebrada por padres e diáconos. No início, Pe. Márcio dedicou a missa aos haitianos. “Que tenham paz, esperança e possam reconstruir o seu país”. A homilia foi proferida pelo Pe. Leandro Rech, que a partir deste ano é o novo assistente eclesiástico da RCC na Arquidiocese. Durante a celebração, foi realizado o envio dos três jovens da Comunidade Divino Oleiro que, a partir de fevereiro, realizarão trabalho missionário na GuinéBissau, na África. Em seguida, foi lida a provisão do novo Conselho Arquidiocesano da RCC e apresentada a equipe que coordenará o trabalho nos próximos dois anos.

Foto/JA

Com o tema “Louvai ao Senhor, porque Ele é bom, eterna é sua misericórdia” (Sl 135,1), mais de 10 mil pessoas se concentraram no Ginásio de Esportes de Camboriú, para participar do XIX Louvor de Verão, realizado durante todo o dia 24 de janeiro. O evento é promovido anualmente pela Renovação Carismática Católica (RCC) da Arquidiocese. Nesta edição, o Louvor contou com a pregação de Estelatus Mtema, coordenador nacional da RCC, na Tanzânia, na África, e do Pe. Márcio Vignoli, idealizador do evento. O convite lhe foi feito por Pe. Márcio, quando realizou visita missionária ao país no ano passado. O evento contou também com a animação de Eugênio Jorge, cantor, compositor e produtor musical de renome, e da banda da Comunidade Divino Oleiro. Estelatus foi convertido à religião católica quando cumpria pena na prisão. As suas pregações foram divididas em três momentos. Elas tiveram como base a sua experiência de vida. “Não importa o tamanho de nosso pecado, o importante é que Deus nos ama e está disposto a nos perdoar e nos envolver em seu amor”, disse Estelatus. Como não fala português, contou com a tradução simultânea de Regina Masulo, que veio com ele.

lho. Então nos colocamos à disposição para auxiliá-lo”, disse. Ao final, ele falou ainda que o próximo objetivo é levar a comunidade para a Tanzânia. A Comunidade possui cinco fraternidades: na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Ingleses; na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz, na Agronômica, ambas em Florianópolis; em Governador Celso Ramos; em Balneário Camboriú; e em Muquém do São Francisco, na Bahia.

Realização de um sonho Com 27 anos, e há seis na Comunidade Divino Oleiro, esta é a segunda experiência mis-sionária de Elaine Vier da Silva. Por dois anos ela foi missionária da Comunidade em Muquém do São Francisco na Bahia. Para ela, esta nova experiência será um desafio e a realização de um sonho. “Desde nova, sempre tive o desejo de evangelização em outras terras. Agradeço a Deus por esta oportunidade e à Comunidade pela confiança em mim depositada”, disse. Mais informações sobre a Comunidade, acesse www.divinooleiro.com.br.


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Geral

Janeiro/Fevereiro 2010

Jornal da Arquidiocese

Pastoral constrói pátio no Presídio Após sete meses de obras, presos do presídio masculino de Florianópolis ganham pátio para pegar sol

Investimento A construção foi realizada pelos próprios presos, sob a orientação de um pedreiro e supervisão técnica de um arquiteto. Nos sete meses de construção, foram investidos pouco mais de R$ 50 mil. O dinheiro veio do bazar permanente realiza-

Divulgação/JA

A Pastoral Carcerária da Arquidiocese inaugurou, no dia 14 de dezembro, a construção de um pátio para os presos da Galeria “C” do presídio masculino de Florianópolis. Realizada através da Associação Beneficente São Dimas - ASBEDIM, mantenedora da Pastoral Carcerária, o pátio conta com 60 m2 e beneficia mais de 50 presos. A Galeria “C” é destinada aos presos do 'seguro', que foram condenados por motivos torpes e que, por esse ou outros motivos, não podem ficar com os outros presos por risco à sua segurança. Boa parte deles estava nas celas há mais de três anos sem pegar sol - direito previsto na Lei de Execução Penal -, já que no local não havia pátio, o que comprometia a saúde. Sensibilizada com essa situação, a Pastoral Carcerária resolveu empreender a construção. “É uma obra que deveria ser feita pelo Estado, mas que a Pastoral assume pela necessidade e urgência em atender essa população”, disse Leila Teresinha Maddalozzo Pivatto, presidente da Asbedim.

Solenidade de inauguração da obra foi realizada no próprio pátio e contou com a participação da equipe de coordenação, de voluntários e colaboradores da Pastoral Carcerária do na Capela São Dimas, que fica dentro do presídio. São sapatos e roupas recebidos através da Fundação Nova Vida e objetos da Receita Federal. A Pastoral ainda realiza jantares e bingos, que ajudam nas despesas. Uma pequena parte ainda vem de doações em dinheiro e do pagamento de penas alterArquivo/JA

nativas. Além da construção do pátio, a Pastoral ainda auxilia os presos em suas necessidades mais básicas. “Quando presos, muitas vezes não possuem material de higiene, e adquirimos para eles. Quando soltos, eles não têm roupas ou mesmo dinheiro sequer para pegar o ônibus. Também prestamos esse auxílio”, disse Leila. Para o Pe. Ney Brasil Pereira, coordenador Arquidiocesano da Pastoral Carcerária, a realização desse trabalho foi uma bela iniciativa da ASBEDIM e um gesto concreto da Pastoral. “É uma obra de responsabilidade do Estado, mas que a Pastoral realizou supletivamente, e que muito beneficiará as pessoas que viviam naquela situação de abandono”.

Aprendizado profissional A Pastoral Carcerária ocupa um terreno dentro do complexo prisional, mas de sua propriedade. Nele, está edificada a Capela São Dimas e, junto a ela, há duas salas onde funciona o projeto “Estampa Livre”. Nele, nove presos aprendem a confeccionar e a colocar estampas em camisas, gerando trabalho e renda para eles. Em 2009, começou a ser implantada a oficina de fazer sabão a partir do óleo de cozinha. O trabalho está engatinhando. No momento há apenas um preso nele. A maior dificuldade está em conseguir a matéria prima e na comercialização do produto. Em outubro de 2009 também foram iniciados os cursos de teclado e violão. Um voluntário da Aeronáutica ministra os cursos para oito presos. A idéia é estender o projeto, abrindo vagas também no presídio. Para isso, é necessário que haja mais voluntários. Os instrumentos já estão disponíveis. Arquivo/JA

Oficina de Serigrafia gera renda e ensina uma profissão aos presidiários

Gabinete odontológico Bazares e promoções, realizados na Capela São Dimas ou em comunidades, é o que ajuda a manter os trabalhos da Pastoral Carcerária

Presos ganham presentes de Natal Na semana que antecedeu ao Natal, os voluntários da Pastoral Carcerária promoveram a doação de 3.500 pacotinhos de Natal para os presos. Com doces e guloseimas, os presentes foram entregues aos encarcerados nos presídios e penitenciárias de Tijucas, Biguaçu, São Pedro de Alcântara e Florianópolis.

Na capital, os presentes natalinos ainda foram entregues no Cadeião, no PLIAT, na Casa do Albergado e nas delegacias. Essa é a primeira vez que a Pastoral realiza esse trabalho envolvendo os outros presídios da região. “Essa iniciativa foi importante para despertar neles o espírito natalino, de renascimento”, disse Leila.

Num futuro próximo, a Pastoral pretende iniciar a construção de uma sala que abrigará um gabinete odontológico. A expectativa é iniciar o trabalho nos próximos dois meses. Como o complexo prisional não dispõe de dentistas, cada vez que o detento precisa fazer uma consulta, é montado todo um aparato de segurança. Com a instalação do gabinete odontológico ficará bem mais fácil para eles receberem o atendimento. “Para isso, precisamos de doações de todo o material necessário para montar o gabinete”, disse Leila. O que não for conseguido, a Pastoral terá que adquirir. O gabinete funcionará com um profissional contratado e voluntários. Se alguém se dispuser, entre em contato. Mais informações pelo site www. pastoralcarceraria.org ou pelo fone (48) 3879-2168 ou 2107-2323, ou ainda pelo e-mail: estampalivre@yahoo.com.br.

ITESC abre inscrições para novos alunos No dia 17 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, tem início o ano acadêmico do Instituto Teológico de Santa Catarina - ITESC. Os leigos com o segundo grau completo ou formação universitária interessados em matricular-se no Curso de Teologia, em todas ou algumas das disciplinas do curriculo, entrem em contato com a secretaria do ITESC, pelo fone (48) 3234-4443, ou pelo e-mail: secretaria@itesc.org.br. Funcionando desde 1973, o ITESC tem por finalidade a formação teológicopastoral de futuros presbíteros, bem como a colaboração na formação teológica e pastoral de religiosos(as) e leigos(as), comprometidos com o povo de Deus, para uma Igreja toda Ministerial.

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GBF 11

Janeiro/Fevereiro 2010

Momentos vivenciados pelos GBF Durante o ano de 2009, muitos foram os trabalhos realizados pelos Grupos Bíblicos em Família em nossas paróquias e comunidades. Nesta página, lembramos alguns desses momentos que marcaram o ano de 2009. GBF da Paróquia N.Sra da Glória, Balneário Estreito

Participantes da Escola Bíblica da Comarca de Tijucas

Encontro Comarcal da Comarca de Itajaí

Iniciamos o ano com vigor e entusiasmo, fruto do trabalho que realizamos com empenho, ardor e perseverança em 2009, sendo espaço de vivência da fé, de reflexão, oração e compromisso com os irmãos e irmãs, conforme os ensinamentos de Jesus Cristo. Os Grupos Bíblicos em Família (GBF) como prioridade da ação pastoral e evangelizadora da Arquidiocese têm um objetivo claro: fazer acontecer a Igreja nas casas, nas bases, no chão da vida; garantir a presença do Evangelho na vida do povo; favorecer ao povo católico a participação em um grupo de vivência da fé e do amor cristão; ajudar a pessoa a fazer a experiência do encontro com Jesus Cristo; promover uma aproximação cada vez mais explícita entre a Igreja de hoje e a Igreja das primeiras comunidades cristãs. Queremos nesta edição destacar alguns momentos dos muitos que foram vividos em âmbito arquidiocesano. Ao longo do ano de 2009, as atividades se multiplicaram em nível arquidiocesano, comarcal, paroquial e na comunidade. Os momentos celebrativos, as

experiências vivenciadas nos pequenos grupos, as atividades de formação, as reuniões periódicas, os compromissos assumidos na comunidade pelos grupos e os momentos de confraternização reafirmam nossa identidade de ser Igreja e revigoram a caminhada de evangelização dos GBF, para que nossa Igreja arquidiocesana seja a casa habitada pela Palavra de Deus e que tenha sua raiz sustentada no chão de nossas casas, na realidade de nossas comunidades. Lembramos que, neste ano de 2010, continuamos seguindo o planejamento decidido e praticado desde 2007. E este é o ano da nossa grande Concentração Arquidiocesana dos Grupos Bíblicos em Família, que será realizada no dia 29 de agosto, em Camboriú. Será, sem dúvida, um momento forte de nos empenharmos na continuidade dos grupos existentes e na formação de novos Grupos Bíblicos em Família, no meio rural, no meio urbano e nas periferias, em toda a nossa Igreja arquidiocesana.

Reunião dos Coord. Paroquiais - Comarca Santo Amaro

GBF Ingleses - Celebração de encerramento do ano

Maria Glória da Silva Luz Articuladora Arquid. dos GBFs

Confraternização do grupo da Comunidade do Roçado

Encontro Comarcal da Comarca de Tijucas

Encontro Comarcal da Comarca da Ilha

Advento/Natal - GBF da par. de S. Judas Tadeu, Barreiros

Reunião Arquidiocesana das Coordenações Comarcais e da Equipe de Redação dos livretos dos Grupos Bíblicos em Famílias, realizada no dia 28/11/2009, em Antônio Carlos. O encontro foi encerrado com uma confraternização entre os participantes.

Comunidades Eclesiais de Base - Monte Serrat


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Artigos

Janeiro/Fevereiro 2010

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Centenário

Monsenhor Vendelino Hobold - Zelo pela Casa de Deus

Padre zeloso e bom administrador De grande tino administrativo e liderança popular, organizou a paróquia, dotando-a de nova casa paroquial e Centro paroquial. Percebendo novos tempos, construiu salas a serem alugadas para auxiliar na manutenção paroquial, nisso sendo pioneiro. A obra que o marcou foi a conclusão da igreja matriz do Santíssimo Sacramento, inaugurada em 15 de novembro de 1955. Fez da igreja de pedra um verdadeiro livro de catequese através da ló-

gica dos vitrais, dos afrescos e das capelas laterais. Uma obra pronta que rejeita qualquer acréscimo ou supressão. Tudo nela tem sentido. O povo itajaiense se orgulha desse monumento sagrado, obra sua, de suas economias e fé. E da inspiração teológica do agora Mons. Vendelino, de Aldo Locatelli e Emílio Sessa. Para dar conta do trabalho de visita às numerosas comunidades, em certo período a paróquia teve três vigários auxiliares: especialmente com os impulsos pastorais do Concílio Vaticano II, a região foi enriquecida com nova visão de Igreja e comunidade. Pe. Vendelino assumiu a reforma litúrgica e pastoral com muito entusiasmo e coerência. Pelo crescimento populacional e previsão de mais crescimento, que se revelou verdadeira, Dom Afonso Niehues optou pela criação de quatro paróquias em 1968: Nossa Senhora de Lourdes, Fazenda; São João Batista, bairro São João; São Cristóvão, bairro Cordeiros; São João Bosco, bairro Dom Bosco. Em 1990, a Paróquia São Vicente de Paulo no bairro São Vicente. Antes do Concílio, o grande movimento pastoral centrou-se na Liga Jesus, José e Maria, com a participação frutuosa de centenas de homens que periodicamente se reuniam com a Liga de outros municípios. Nas décadas de 50 e 60, a Paróquia foi estimulada pela Ação Católica, sendo muito ativa a Juventude Operária Católica - JOC, movimento extremamente fecundo para a vida eclesial. Com seu método de ver-julgar-agir, a Ação Católica deu à vida paroquial homens e mulheres bem formados bíblica e pastoralmente. A Associação Cristã Feminina foi o braço direito da paróquia em sua ação

Divulgação/JA

Filho de José Hobold e de Maria Waterkemper, Vendelino nasceu em São Ludgero em 07 de outubro de 1917 e foi ordenado presbítero em Florianópolis em 11 de janeiro de 1942. Inicialmente foi coadjutor de Orléans e Pedras Grandes. Em 25 de janeiro de 1943 foi nomeado vigário paroquial do Santíssimo Sacramento, em Itajaí, trabalhando com o intrépido e zeloso Pe. José Locks, a quem defendeu e apoiou frente às calúnias impingidas de nazista, quinta-coluna, no quente período da Grande Guerra. Pe. José tinha iniciado a construção da majestosa igreja matriz, com planta de Simão Gramlich. Deixou-a em ponto de cobertura. Coube a Pe. Vendelino completála. Em 18 de janeiro de 1947 foi nomeado vigário encarregado do Santíssimo Sacramento de Itajaí e de Nossa Senhora da Penha, Penha. No ano seguinte, em 09 de fevereiro, era pároco do Santíssimo, marcando a história religiosa e civil da região, que abrangia Itajaí, Navegantes, Piçarras e Penha. Estatura alta, presença marcante, sempre bem arrumado, bom pregador, ótimo na linguagem, seguro nas decisões, Pe. Vendelino era talhado para a liderança.

Mons.Vendelino Hobold, um padre dedicado e fiel social e caritativa. A fundação de Praesidia da Legião de Maria estimulou a devoção mariana e a visita às famílias. Para estas, houve a introdução das Equipes de Nossa Senhora - ENS e do Movimento Familiar Cristão - MFC.

Combate em defesa da fé católica Em 1959 foi editado o Jornal O POPULAR, órgão oficial da Paróquia. Tinha como Diretor Côn. Vendelino Hobold e Diretor Gerente, Dr. Abílio Ramos. Visceral-mente anti-comunista, foi um Jornal dirigido à orientação dos católicos, pois pairava no ar o medo de uma vitória esquerdista. Era típico, no período, o medo do comunismo ateu, especialmente devido a uma consciência maior que as lideranças operárias assumiam a respeito de seus direitos. O POPULAR deixou de ser editado em 1960. Mons. Vendelino tinha pavor de comunistas e os caçava onde podia. Deixou escrito em 1960: “São poucos os comunistas em Itajaí. Apesar disso, agem muito e organi-

zadamente. Os mentores são uns funcionários do Banco do Brasil, que possuem um pouco mais de cultura. Em dezembro saíram com um jornal próprio: “Tribuna de Itajaí”. O maior trabalho é desenvolvido junto aos sindicatos. Felizmente a quase totalidade de sindicatos está sob a presidência de elementos bons e religiosos, que por mais vezes já foram advertidos da infiltração vermelha” (Livro de Tombo II, fls. 79v. e 80). A mesma energia era utilizada para combater os "crentes", invasores de sua seara católica. Chegou a arregimentar grupos de católicos para rezarem a Ave-Maria e cantarem hinos marianos, enquanto os crentes entoavam os Aleluias. O clima quase redundava em violência. Corajoso, era obedecido por todos. Mandou prender jovens da elite local que se arriscaram a andar de automóvel diante da Casa paroquial, à noite. Em 30 de março de 1960, para surpresa e lamento geral, retirou-se de Itajaí, assumindo como pároco de Nossa Senhora da Penha, Penha. O cortejo de carros que o acompanhou, dizem, ia de Itajaí a Penha. Assumiu o bom e santo Pe. Bertolino Schlickmann, homem da oração e da catequese. Para nova surpresa, em 20 de janeiro de 1965, Mons. Vendelino retornou como pároco do Santíssimo Sacramento, Itajaí, sendo acolhido festivamente. Mas, os tempos eram outros, e Pe. Bertolino imprimira um clima de mais diálogo e afeto na vida paroquial. O estilo enérgico e autoritário de Monsenhor não era mais aceito. Tinha chegado ao fim seu tempo em Itajaí: grande pároco, homem de Deus, consciencioso de suas obrigações, líder nato, mas a sociedade se transformara. Pediu transferência.

O final de um longo ministério Nova etapa de seu ministério: a criação da paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José. Em 11 de fevereiro de 1970 foi nomeado pároco. Existia ali uma igrejinha de madeira que Monsenhor substituiu pela moderna igreja matriz atual, com planta de Ludwig Rau. Equivocou-se num aspecto: achando a planta exagerada, diminuiu-a em um terço, o que se lamenta, pois ficou relativamente pequena. Campinas era uma comunidade nova, formada pelas ótimas famílias católicas emigradas de Urubici, Bom Retiro e de outras comunidades da Serra. Profusão de lideranças para todo o trabalho. Era um aglomerado urbano, hoje é uma cidade rica, viva e progressista. O trabalho e preocupações elevaram o nível de nervosismo de Monsenhor Vendelino. Não tinha mais paciência para as contrariedades normais da vida paroquial. Em 1980 fixou residência em Armação da Penha, onde possuía casa. Foi pároco de Nossa Senhora da Paz, Piçarras (10 de abril de 1982). Sempre atendeu à Armação. A saúde e a capacidade mental se deterioraram. A inflação galopante devorou-lhe as economias. Necessitado, encontrou socorro na mão fraterna de padres. Faleceu no Hospital de Azambuja, em Brusque, em 31 de agosto de 2003, sendo sepultado no cemitério brusquense Jardim da Paz, na área reservada à comunidade de Azambuja. As obras que realizou recordam constantemente sua memória de padre dedicado e fiel. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Ecumenismo A Campanha da Fraternidade2010 é Ecumênica, isto é, promovida pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), que “é uma associação fraterna de Igrejas que confessam o Senhor Jesus Cristo como Deus e Salvador, segundo as Escrituras e, por isso, procuram cumprir sua vocação comum para a glória de Deus Uno e Trino, Pai, Filho e Espírito Santo, em cujo nome administram o Santo Batismo.” As Igrejas-membro do CONIC se sentem chamadas ao testemunho comum do Evangelho e ao serviço solidário, especialmente em favor dos mais pobres. O CONIC foi fundado em Porto Alegre - RS, em 1982. Hoje, com sede em Brasília - DF, congrega 05 Igrejas-membro: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, e Igreja Síria Ortodo-

Histórico das Campanhas da Fraternidade Ecumênicas xa de Antioquia. Além das Igrejas, o CONIC possui alguns membros fraternos (organismos ecumênicos). Em abril de 1996, a Assembleia Geral da CNBB aprovou a proposta de uma Campanha da Fraternidade Ecumênica - CFE, como testemunho e sinal de uma das muitas coisas novas que, no Jubileu do Ano 2000 e no terceiro milênio, os discípulos de Cristo poderiam oferecer ao mundo dividido e competitivo. A primeira CFE, organizada pelo CONIC, aconteceu no mesmo ano 2000, com o tema “Dignidade Humana e Paz” e o lema “Novo Milênio sem exclusões”. A construção dessa plataforma comum faz parte da novidade que o movimento ecumênico quer realizar. Essa CFE

teve repercussão mundial, tanto que a avaliação feita pelo CONIC e suas Igrejas-membro foi muito positiva, ao ponto de solicitar à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, detentora da marca e da organização deste projeto de evangelização, a realização de outras Campanhas da Fraternidade Ecumênicas. Decidiu-se, então, que a cada 05 anos a CF será Ecumênica. A segunda CFE aconteceu em 2005, com o tema “Solidariedade e Paz”, o lema “Felizes os que promovem a paz.” (Mt 5,9), e tendo como objetivo geral: “Unir Igrejas cristãs e pessoas de boa vontade na superação da violência, promovendo a solidariedade e a construção de uma cultura de

paz.” A CFE-2005 quis motivar as Igrejas Cristãs e a sociedade brasileira como um todo para a construção da paz por meio de uma postura solidária. A Campanha da Fraternidade Ecumênica - 2010 Dando continuidade às CFEs anteriores, o CONIC manteve a mesma temática para reflexão, com novos enfoques. Trata-se não somente de resgatar e defender a dignidade de todas as pessoas, mas criar condições de paz, ajudando a construir uma cultura de fraternidade, apontando princípios de justiça, denunciando ameaças e violações da dignidade e dos direitos, e abrindo caminhos de solidariedade. Tema: “Economia e

Vida”. Lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro.” (Mt 6,24). Objetivo geral: “Unir Igrejas cristãs e pessoas de boa vontade na promoção de uma economia a serviço da vida, sem exclusões, contribuindo na construção de uma cultura de fraternidade e paz.” Estratégias: a) Denunciar a perversidade de todo modelo econômico que vise em primeiro lugar ao lucro, sem se importar com a desigualdade, miséria, fome e morte. b) Educar para a prática de uma economia de solidariedade, de cuidado com a criação e valorização da vida como o bem mais precioso. c) Conclamar Igrejas, religiões e toda a sociedade para ações sociais e políticas que levem à implantação de um modelo econômico de solidariedade e justiça para todas as pessoas. Marcio Murilo Vice-coordenador da CADEIR


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Missão 13

Janeiro/Fevereiro 2010

Pe. Mateus Ricci O missionário da Inculturação “A inculturação é o centro da nova evangelização e seu aspecto mais importante” (SD 229) Dentre os tantos eventos culturais e religiosos de 2010, destaca-se a celebração do quarto centenário da morte (1610 - 2010) do Pe. Matteo Ricci, o jesuíta que marcou a história das missões na China e que a revista American Life colocou entre os 100 mais influentes e importantes personagens do segundo milênio. Percorrer a história de Matteo Ricci é como viver uma fantástica aventura. O grande missionário nasceu em Macerata - Itália em 6 de outubro de 1552, exatamente 57 dias antes da morte de Francisco Xavier, com quem comungava o sonho de evangelizar a China. Estudou direito, mas as suas matérias preferidas eram a matemática e a astronomia. De fato, Pe. Mateus tornou-se um grande conhecedor da astronomia, da matemática, da cartografia e da filosofia.

UM MISSIONÁRIO ILUMINADO Em 1577, Mateus embarcou em Goa e, em seguida, foi para Macau, onde foi ordenado sacerdote. Seus superiores - clarividentes - sonhavam abater a barreira do grande Império Chinês, para fazer chegar à Corte de Pequim, e ao próprio imperador, o anúncio do Evangelho. Pe. Mateus era o mis-

sionário ideal para essa aventura. Dotado de uma extraordinária memória, Pe. Mateus aprende rapidamente o chinês, insere-se na cultura do povo e estuda a vida do grande filosofo Confúcio. Vestido de bonzo, entra em contato e amizade com os sábios do lugar e consegue as primeiras conversões.

UMA MISSÃO EM PEQUIM O jovem jesuíta, culto e carismático, ganhou grande prestígio junto às classes cultas da China, a ponto de ser apresentado à Corte Imperial, que ficou encantada com sua bondade e seu conhecimento. Entre outras, Ricci demonstrou aos chineses que a terra era redonda, confeccionou os primeiros planisférios, construiu relógios mecânicos e traduziu obras ocidentais para o mandarim. Por tudo isso, o imperador lhe concedeu permissão para fundar uma igreja e admitiu-o junto aos mandarins - os mais altos funcionários imperiais. Entre as personalidades que ele converteu, alguns eram parentes diretos do imperador. Dessa forma, o catolicismo se desenvolvia livremente por toda a China. Sua amizade com o imperador foi tamanha que, quando Pe.

A estratégia missionária de Pe. Mateus Ricci era muito simples: a) simpatia e respeito pelos valores espirituais e intelectuais dos Chineses: b) conhecimento perfeito da língua;

Mateus morreu, em 02 de maio de 1610, foi-lhe permitido ser sepultado em Pequim, capital do país, e com a proclamação de um luto nacional. Para honrar a sua memória, o imperador reconheceu oficialmente a religião cristã e, em seu túmulo, mandou construir uma estela funerária de mármore em honra do grande missionário que havia lançado uma ponte entre o Oriente e o Ocidente. Pe.Mateus deixou na China uma cristandade de 2500 convertidos, dos quais 400 em Pequim, muitos da nobreza e da classe dirigente.

METODOLOGIA DE VANGUARDA Além de se vestir de bonzo, Mateus Ricci deixou crescer a barba e os cabelos e adotou o hábito de letrado. Missionário pioneiro no tempo e na estratégia, Mateus foi considerado um segundo Confúcio pela sua atividade literária e científica. Redigiu pelo menos 20 livros: obras de apologia, matemática, astronomia e um catecismo, por sinal muito apreciado pelos mandarins.

MISSÃO INCULTURADA ATÉ QUE... Tudo isso foi continuado, e sempre na mesma linha, pelos confrades que lhe sucederam. Dessa forma, a evangelização atingiu proporções tais que Roma

c) apostolado pela imprensa e pelo diálogo; d) especial cuidado com as classes cultas e dirigentes;

vibrou de entusiasmo e, em 1659, recomendou aos missionários: “Não introduzam na China as nossas culturas, mas a fé, que, longe de rejeitar ritos e usos de outros povos, desde que não sejam perniciosos, procura mantêlos e protegê-los. Que haveria de mais absurdo que levar e introduzir entre os chineses ritos com costumes franceses, espanhóis, italianos, ou de qualquer outro país da Europa?”. Infelizmente, outras congregações que seguiram na evangelização do Império chinês e não possuíam o espírito de sabedoria do clarividente Pe. Mateus, desencadearam a histórica “questão dos ritos”, que colocou o Papa e o imperador chinês em irredutível oposição. São as tais sombras de que a história da evangelização não esteve isenta. Foi a mesma falta de inculturação que prejudicou também a evangelização das Américas, onde não se verificou um verdadeiro encontro entre as civilizações e religiões europeias e as dos Astecas, dos Incas etc. Elas foram simplesmente varridas. “O Evangelho chegou às nossas terras em meio a um dramático e desigual encontro de povos e culturas..." (Documento de Aparecida - 4)

EXIGÊNCIA DE INCULTURAÇÃO Pe. Mateus Ricci, ainda hoje, continua sendo estimado pelos

cristãos e pelos não crentes, pois ele soube penetrar na cultura chinesa até ser considerado como um grande chinês e conseguir, com sucesso, um grande trabalho de Evangelização numa cultura tão diferente. Em todos os tempos, sua estratégia deve ser adotada, se a Igreja quiser lançar-se seriamente na evangelização de mais de um bilhão de chineses, muitos dos quais, levados por novas exigências de espiritualidade, estão se abrindo para o Evangelho. Seu exemplo deve inspirar também as nossas lideranças, todas elas chamadas a se empenhar no conhecimento de sua realidade em rápida transformação. “A inculturação é o centro da nova evangelização e seu aspecto mais importante” (SD 229) Pe. Paulo de Coppi - PIME

PARA REFLETIR E AGIR 1 - Qual foi a novidade do agir do Missionário Mateus Ricci no contexto chinês? 2 - Quais as consequências, na ação missionária, aqui e no além-fronteiras, quando não há preocupação com a inculturação? 3 - Leia os artigos 491 a 500 do documento de Aparecida e reflita sobre eles.


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Vida Presbiteral

Janeiro/Fevereiro 2010

Foto JA

Pe. João Cardoso Um operário que, aos 22 anos, trocou a tecelagem pelos altares Nascido no dia 16 de maio de 1925, João Cardoso largou a vida de operário em uma tecelagem de Brusque, aos 22 anos de idade, para entrar no Seminário de Azambuja. Quarto filho de 11 irmãos, foi uma decisão inusitada para a família. Não tinha nenhum outro parente religioso, seu pai era católico, mas não frequentava a igreja. Contava apenas com o apoio da mãe. Como havia deixado os estudos para trabalhar, teve que frequentar por seis anos o Seminário Menor. Entre seus professores, teve o Pe. Ney Brasil Pereira. Concluído o estudo em Azambuja, foi cursar Filosofia em São Leopoldo, RS. Com o fechamento desse Seminário, concluiu o curso em Viamão, onde também cursou Teologia. 14 anos depois de se ter decidido pela vida religiosa, foi ordenado padre em 06 de dezembro de 1959, na Catedral de Florianópolis, por decisão sua. E foi na Capital que exerceu os seus 50 anos de ministério em cinco paróquias. Na entrevista que segue, realizada alguns dias depois de vir de uma internação no hospital por problemas renais, ele fala do seu despertar vocacional, de como motivar novas vocações e buscá-las nas vocações adultas, e da forma que a sua experiência anterior contribuiu em seu ministério. Jornal da Arquidiocese Como foi despertada a sua vocação para a vida religiosa? Pe. Cardoso - Quando tinha 22

anos, gostava de dançar. Certa vez estava dançando uma valsa, e ela dizia: “Lá no céu junto a Deus, em silêncio, minha alma descansa”. A vocação é misteriosa. Depois disso, saí da fábrica, onde trabalhava como tecelão, despedi-me dos meus colegas e entrei para o Seminário. Ajudou muito o fato de minha mãe ser uma católica fervorosa, e de eu há três anos pertencer aos congregados marianos. Entrei no Seminário com 22 anos e fui ordenado com 36 anos. JA - O senhor é de um tempo em que eram bem mais abundantes as vocações para a vida presbiteral. O que é preciso para despertar nos jovens o interesse pela vida religiosa ordenada? Pe. Cardoso - É preciso ter famílias santas. Tive a graça de ter uma mãe que muito rezou por mim, mas não me viu padre. Faleceu pouco tempo antes. A vocação é sempre um mistério. Hoje ficou difícil conseguir novas vocações, porque os pais não vão mais à igreja, e assim os filhos também não vão. Dessa forma, não há clima para o despertar vocacional. Outra coisa é que as famílias têm poucos filhos e projetam para eles uma carreira como médico, advogado... JA - O senhor é considerado como uma vocação tardia. Vê-se que hoje isso é uma tendência. Na sua opinião, a Igreja deveria se concentrar em buscar vocações adultas?

Após 50 anos, desde que foi ordenado, Pe. Cardoso retornou ao Santuário de Fátima, onde em 1969 iniciou o seu ministério presbiteral

As equipes vocacionais deveriam se concentrar nas vocações adultas. O melhor caminho é com as lideranças que atuam nas paróquias”

Pe. Cardoso - Quando entrei no Seminário, fazia parte de uma turma de 120 seminaristas. Desses, seis eram considerados vocações tardias. A Igreja deveria se concentrar nas vocações adultas. O despertar vocacional é um mistério. Não se sabe como acontece. Mas se a pessoa participa da igreja, fica mais fácil optar pelo sacerdócio. As equipes vocacionais deveriam concentrar seus trabalhos nas lideranças que atuam em pastorais, movimentos, organismos, serviços e outros trabalhos que já existem na Igreja. JA - Antes de ir para o seminário, o senhor foi tecelão. Em que a sua experiência anterior contribuiu para o seu ministério?

Retalhos do Cotidiano Amor 2 O amor é simples, espontâneo, não sabe ser solitário. Ele faz-se um com o outro.

Senhores “Ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6,24) . Creio que aqui também se pode pensar no ‘senhor’ que está no outro e no ‘senhor’ que está em mim: se o ‘senhor’ que está em mim toma posse de mim e não me deixa sair para atender o outro, estou destinado à infelicidade, mas, se quero servir o 'senhor' que é meu irmão, minha irmã, então sou um vencedor, cada dia caminhando para a casa do Pai!

Amor Só quem já sofreu por amor, só aquele e aquela a quem o amor provou, e até do modo mais duro, sabe que depois do Calvário vem a Ressurreição.

Amor 3 O amor é uma decisão. Eu decido te amar: te amarei! Há riscos, encontrarei desafios, mas não há nada que resista ao amor. Haverá lágrimas, as incompreensões estarão em muitas esquinas, mas não existe força maior do que o amor, do amor que se enraíza no Amor. O humano em Deus, revestindo-se do que vem dEle.

Órfãos Triste coisa, a orfandade. Mais triste é ser órfão de pais vivos. Mais triste ainda é sentir-se órfão não por faltar o pai ou a mãe, mas por ter ‘pais’ e ‘mães’ em excesso.

JA - Toda a sua vida presbiteral foi realizada em paróquia e em Florianópolis. Fale um pouco desse trabalho. Pe. Cardoso - Quando concluí os estudos, solicitei a Dom Joaquim

Domingues de Oliveira que fosse ordenado na Catedral, em Florianópolis, o que aconteceu no dia 06 de dezembro de 1959. No mesmo dia, fui designado para trabalhar no Santuário de Fátima, para atuar como padre cooperador. Lá permaneci por dois anos, trabalhando com o Pe. Quinto. Depois fui para a Catedral, onde fiquei por quatro anos. Depois, em 1966, fui designado para a recém-criada paróquia Nossa Senhora da Lapa. O trabalho da preparação da comunidade foi realizado por Mons. Bianchini. Foi um trabalho muito desafiante, com um começo muito difícil. A comunidade carecia de lideranças e não possuía estrutura. Eu não tinha onde comer, e por alguns meses tive que dormir no Posto de Saúde da comunidade. Lá permaneci por 21 anos. Em 1987 fui transferido para a paróquia Nossa Senhora da Glória, em Balneário, Estreito. A paróquia havia sido criada cinco anos antes. É uma paróquia de uma só igreja, sem capelas. Nela, coloquei uma Cruz Gloriosa do Amor, com sete metros de altura, a imagem de Nossa Senhora Rainha da Paz, e construí uma gruta dedicada a Nossa Senhora de Lourdes e Santa Bernadete. Há três anos estou de volta na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, minha primeira paróquia. Aqui realizo atendimentos espirituais e ajudo nas celebrações. JA - O senhor acaba de comemorar 50 anos de vida presbiteral. Há algo de que se arrependa de ter feito ou, se tivesse a oportunidade, gostaria de fazer de forma diferente? Pe. Cardoso - Não me arrependo de nada do que fiz. Sempre digo que, se não fosse padre, eu seria padre. Resumindo tudo, digo que Deus é bom e Maria é nossa mãe.

Carlos Martendal Divulgação/JA

Mistério A semente que brota e floresce, a vida que nasce e é muito útil, as alegrias e os sofrimentos: em tudo existe um pouco do mistério de quem nos criou. Como será belo quando tudo for revelado!

Pe. Cardoso - Nasci em uma família humilde, servi o exército e trabalhei na fábrica. Creio que tive uma boa experiência de vida, e isso facilitou que eu conhecesse a vida e compreendesse os problemas familiares. Creio que me ajudou a aconselhar as pessoas que me procuraram. Pelo fato de ter uma experiência de vida anterior, sempre gostei mais que as catequistas fossem mães. Pois, assim, poderiam melhor lidar com os filhos dos outros.

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Deu-se tanto, o sapato, que se acabou. E, no entanto, foi quando já estava para ser descar tado que começou a mais bela etapa da vida: a de dar flores!

Silêncio Como é importante educar os filhos para o silêncio! Quem aprendeu a ficar em silêncio, aprendeu a estar pronto para escutar o outro e, acima de tudo, para escutar a Deus, que lhe fala por Sua Palavra, pelas pessoas, pelos acontecimentos. O silêncio, amadurecido, tornanos livres e alça-nos a voos para bem alto. Construtor de vidas sólidas, é “cimento de toda atividade livre e eficaz” (Bento XVI).

Eu Família Mesmo em meio a dificuldades, quem ama a família deseja estar com ela tanto quanto o homem que, mergu-

Servir

Oferecimento

Quem serve o outro, em quem está o Senhor, se reparte, e é interessante que, repartindo-se, aí é que se torna inteiro!

Quando sofro, posso libertarme, especialmente do meu eu, tão frágil, tão necessitado dos outros e do Outro. Então, sou ca-

lhando sem oxigênio, logo deseja ar. Quem ama assim, nunca acha chato voltar para casa, porque o amor não é chato... paz de oferecer-me e, se me ofereço, já não me pertenço. Quanto mais me oferecer, mais me darei, indo ao encontro dos outros e do Outro. Aí poderei ser o que até então não havia sido.

O eu gosta de gritar, de se fazer notado; aprecia muito os lugares de destaque, a fama, o poder. O eu não sabe ficar quieto. O amor prefere calar, esconder-se para manifestar-se. O eu gosta de ficar no seu cantinho, o amor sempre vai ao encontro. Grande como a lua cheia é o eu que se deixou vencer pelo tu, não porque não tivesse força, mas porque sua força estava no amor. E se cala, para que o tu possa falar: se se cala por amor, saboreia como poesia que vem do alto tudo o que lhe acontece.


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Igreja nos EUA pede reforma migratória

516 anos da primeira Missa nas Américas Com a celebração de uma missa, realizada no dia 06/01, o Cardeal Arcebispo de Santo Domingo recordou os 516 anos da primeira Eucaristia das Américas, realizada em 06 de janeiro de 1494, pelo frei Bernardo Boyl. O evento ocorrido na localidade de La Isabela, na República Dominicana, marcou o início da evangelização da América.O povoado de La Isabela conserva a memória histórica da colonização e evangelização das Américas, visto que, no lugar, foi construída a primeira fortaleza do continente recém-descoberto pelo navegador genovês Cristóvão Colombo, com o apoio da Coroa espanhola.

Urgência! É com esse sentimento que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira, organismo vinculado à CNBB, estão lançando uma Campanha de ajuda às vítimas do terremoto que atingiu o país caribenho, na noite do dia 12, vitimando milhares de pessoas, dentre elas a fundadora da Pastoral da Criança, Drª Zilda Arns. Diante das consequências desta tragédia, a CNBB, em conjunto com a Cáritas Brasileira, lança a Campanha SOS HAITI em socorro à população atingida pelo terremoto. Com esta campanha, a Igreja pretende fazer um apelo a todas as comunidades, paróquias, dioceses e à sociedade em geral, para que organizem coletas em favor do povo haitiano, sugerindo que o dia 24 de janeiro, domingo, seja dedicado a orações pelas vítimas, reflexões e coletas em dinheiro. O resultado da campanha brasileira SOS HAITI se integra à campanha mundial promovida pela Cáritas Internacional, em resposta ao chamado do Papa Bento XVI

Divulgação/JA

A Igreja Católica nos Estados Unidos pede ao Congresso que aprove este ano uma reforma migratória integral, que permita a legalização da população clandestina. O pedido foi feito durante a realização da Semana Nacional do Migrante. O presidente do Comitê de Migração da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, Dom John Charles Wester, afirmou que a opinião pública, incluindo os católicos e demais confissões religiosas, “querem uma solução humana e integral” aos problemas do sistema migratório. “Todos queremos que o Congresso responda a este assunto e o faça agora. Estamos fazendo todo o possível para garantir que isso ocorra” - afirmou Dom Wester, que acrescentou que o Congresso tem que oferecer uma via para a legalização para os cerca de doze milhões de imigrantes ilegais que vivem no país. “Somente uma reforma migratória integral ofereceria a solução mais prática, humana e eficaz ao problema da imigração ilegal nos Estados Unidos” - observou. Todavia, o prelado considera importante ajudar a resolver as causas que obrigam milhares de pessoas a emigrar ilegalmente de seus países. Os bispos dos EUA realizam uma campanha a favor da reforma migratória, que inclui a distribuição de 1,5 milhão de cartões-postais que os fiéis enviam aos líderes do Congresso, vigílias e projetos de conscientização sobre o assunto nos próximos meses. Em 2007, o projeto para reforma migratória integral não foi aprovado no Senado devido a disputas partidárias.

Igreja no Brasil lança campanha SOS Haiti

País foi quase completamente destruído pelos terremotos. Milhares morreram e a população precisa da nossa ajuda para reconstrui-lo para a solidariedade da Igreja ao povo haitiano. As doações em dinheiro podem ser depositadas nas contas bancárias abertas exclusivamente para a campanha e serão destinadas às ações de socorro imediato, reconstrução e recuperação das condições de vida do povo haitiano. As contas para depósito são: - Banco Bradesco - Agência: 0606

Conta Corrente: 70.000-2; - Caixa Econômica Federal OP: 003 - Agência: 1041 Conta Corrente: 1132-1; - Banco do Brasil - Agência: 34754 Conta Corrente: 23.969-0 Para mais informações, acesse o site da Cáritas Brasileira, www.caritas.org.br ou ligue (61) 3214-5400.

Brasil pode erradicar pobreza extrema em 2016 Se o Brasil mantiver o mesmo ritmo de diminuição da pobreza extrema e da desigualdade de renda observado nos últimos cinco anos (2003 a 2008), poderá obter indicadores sociais próximos aos de países desenvolvidos em 2016. Da mesma forma, poderá alcançar o nível de uma taxa de pobreza absoluta de apenas 4%. Os dados, divulgados no dia 12/01, constam de documento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

São considerados pobres extremos aqueles que recebem até 25% de um salário mínimo por mês, enquanto os pobres absolutos dispõem mensalmente de até 50% de um salário mínimo. Segundo o documento, a maior parte dos avanços atualmente alcançados pelo Brasil no enfrentamento da pobreza e da desigualdade está direta ou indiretamente associada à estruturação das políticas públicas de intervenção social do Estado, motivadas pela Constituição Federal de 1988.

O Ipea aponta ainda outros três fatores decisivos no combate à pobreza e desigualdade: a elevação do gasto social no país, que cresceu de 19% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1990 para 21,9% do PIB em 2005; a descentralização da política social, com o aumento do papel do município na implementação das políticas sociais, instância que saltou 53,8% em participação nos gastos sociais no período de 1980 a 2008; e a participação social na formatação e gestão das políticas sociais.

“Ecumenismo é opção irreversível da Igreja”, diz Bento XVI Bento XVI reafirmou que o caminho da busca ecumênica é uma opção irreversível da Igreja Católica. O Papa fez a declaração no dia 18/01, ao receber a Delegação Ecumênica da Igreja Luterana da Finlândia. Este é o 25º ano em que o grupo realiza sua visita anual ao Bispo de Roma. Ao lembrar o número 3 da encíclica Ut unum sint, de João Paulo II - “Com o Concílio Vaticano

Encontro Nacional de Presbíteros deve reunir mais de 500 sacerdotes

II, a Igreja Católica empenhou-se, de modo irreversível, a percorrer o caminho da busca ecumênica, colocando-se assim à escuta do Espírito do Senhor, que ensina a ler com atenção os ‘sinais dos tempos’” -, o Papa completou: “Este é o caminho que a Igreja Católica tem sinceramente abraçado desde aquela época”. O Pontífice também fez menção à Declaração Conjunta sobre

a Doutrina da Justificação, publicada há dez anos e considerada um marco no diálogo LuteranoCatólico. Bento XVI classificou a Declaração como “um sinal concreto da fraternidade redescoberta entre luteranos e católicos”, ao mesmo tempo que saudou os trabalhos desenvolvidos na Finlândia e na Suécia com vistas a debater as questões decorrentes daquele documento.

O 13º Encontro Nacional de Presbíteros (ENP), marcado para os dias 3 a 9 de fevereiro, em Itaici, município de Indaiatuba (SP), reunirá mais de 500 sacerdotes dos 17 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Este ano, o encontro será especial por estar comemorando os 25 anos do primeiro ENP. O tema discutido será o “Ano Sacerdotal”, convocado pelo papa Bento XVI, no ano passado. Ao todo estão inscritos para o encontro 528 presbíteros de todo o país, divididos por regionais. O Regional Sul IV da CNBB (Santa Catarina) será representado por 23 presbíteros. Segundo o assessor da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da CNBB, padre Reginaldo de Lima, durante o 13º ENP os participantes irão rever os temas estudados e refletidos ao longo destes 25 anos. Refletirão também sobre temas transversais, acompanhados de reflexão sobre o presbítero.

‘Reforma’ da reforma litúrgica, pede mestre de cerimônias do Papa O mestre de cerimônias do Papa, monsenhor Guido Marini, indica que é preciso fazer uma nova reforma litúrgica, que se alinhe com a tradição da Igreja e respeite as sugestões do Concílio Vaticano II. O pedido da “reforma da reforma litúrgica” foi expresso em uma palestra que Marini proferiu no dia 6/01, organizada pela Confraria do Clero Católico da Austrália e dos Estados Unidos. O responsável pela liturgia no Vaticano assegurou que a renovação da liturgia deveria refletir “a ininterrupta tradição da Igreja”, incorporando as sugestões do Concílio Vaticano II no seio dessa tradição. As reformas conciliares, insistiu, devem ser entendidas no contexto de continuidade com as tradições de séculos anteriores. Marini lamentou que a necessidade de renovação seja evidente, especialmente devido à extensão mundial dos abusos litúrgicos. “Não é difícil perceber o quanto alguns comportamentos estão distantes do verdadeiro espírito litúrgico”, disse o sacerdote, acrescentando que “nós, os sacerdotes, somos os principais responsáveis por isso”.


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Janeiro/Fevereiro 2010

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Brasília será a sede do XVI CEN-2010 Evento faz parte das comemorações dos 50 anos da Capital Federal e da criação da Arquidiocese de Brasília Arquivo/JA

Neste ano, em que a Capital Federal comemora os seus 50 anos de fundação e da sua Arquidiocese, ela terá um motivo a mais para comemorar. Nos dias 13 a 16 de maio, Brasília receberá os católicos de todo o Brasil para celebrar a Eucaristia. Nesses dias, será realizado o XVI Congresso Eucarístico Nacional. O evento terá como tema: Eucaristia, pão da unidade dos discípulos missionários, e por lema: Fica conosco, Senhor! (cf. Lc 24,29). Ele será o ponto central das celebrações dos 50 anos da Arquidiocese de Brasília, que contarão também com uma retrospectiva histórica dos acontecimentos mais importantes da Arquidiocese, como a primeira missa, celebrada no marco inicial da construção da cidade, em 1957, e o VIII Congresso Eucarístico Nacio-nal, realizado em 1970. A programação do Congresso envolverá atividades de reflexão e estudo sobre temas atuais e relevantes para a vivência do sacramento da Eucaristia, celebrações eucarísticas, adoração ao Santíssimo Sacramento e atividades culturais. Para essa autêntica festa, toda a Igreja é convocada, e o evento deverá contar com a presença de cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos, diáconos permanentes, membros de institutos de vida consagrada, leigos e representantes de todas as dioceses do País. O Congresso será antecedido pela re-

alização da 48ª Assembleia Geral da CNBB, cuja missa de abertura, em 3 de maio de 2010, fará memória da Primeira Missa em Brasília, na Praça do Cruzeiro.

História A história dos Congressos Eucarísticos começa na França, que realizou, em 1881, o 1º Congresso Eucarístico Internacional, em Lille. Ao todo já foram realizados 48 Congressos Internacionais. Já os Congressos Nacionais tiveram inicio em Salvador (BA), em 1933. Hoje os Congressos são realizados a cada quatro anos. Um dos Congressos mais lembrados é o de Fortaleza (CE), em 1980, que contou com a presença do papa João Paulo II, em sua primeira visita ao Brasil. A última edição foi em 2006, quando a Arquidiocese de Florianópolis sediou o 15º CEN, de 18 a 21 de maio. A estrutura montada surpreendeu os participantes vindos de todos os cantos do Brasil. Isso graças aos milhares de voluntários que se doaram para o evento. De todo o material confeccionado para a realização do Congresso em Florianópolis foi feita uma cópia e encaminhada para a Arquidiocese de Brasília, para que tivesse uma base para confeccionar o seu material próprio. Mais informações sobre o XVI Congresso Eucarístico Nacional, acesse o site www.cen2010.org.br.

Comunicadores da Arquidiocese são convidados para encontro Todos os responsáveis pelos meios de comunicação existentes na Arquidiocese, como os jornais e boletins informativos paroquiais, os programas de rádio e televisão, e internet, são convidados a participar, na manhã do dia 13 de fevereiro, das 8h30min às 11h30, do encontro arquidiocesano da Pastoral da Comunicação. O evento acontecerá no auditório da Cúria Metropolitana, na rua Esteves Júnior, 447, Centro, Florianópolis, e terá como objetivo retomar os trabalhos da pastoral na Arquidiocese.

Durante o encontro, que está sendo realizado a pedido de nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, será feita a apresentação dos participantes e de suas atividades e será formada uma equipe coordenadora, que fará a elaboração de um plano comum de compromissos e atividades. O evento será realizado em conjunto com a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral. Mais informações pelo fone (48) 3224-4799, ou pelo email pastoral@arquifln.org.br.

Ultima edição do CEN, em 2006, foi realizada em Florianópolis. Procissão Luminosa deu início à programação. Ela saiu da catedral e foi até o CentroSul, reunindo milhares de fiéis

TEMA E LEMA Tema: Eucaristia, Pão da Unidade dos Discípulos Missionários Este tema se inspira na V Conferência de Aparecida, realizada em maio de 2007. Lá, apresentou-se a riqueza da existência cristã a partir deste binômio: discípulo-missionário. O discípulo missionário de Jesus Cristo se alimenta do Pão eucarístico, para que possa fortalecer-se na fé, na esperança e na caridade e não desfaleça por causa das dificuldades do caminho. A Eucaristia também gera a unidade da Igreja: Jesus Cristo, pelo Sacramento do seu Corpo e Sangue, cria a comunhão da sua Igreja, seu Corpo Místico.

Lema: Fica Conosco, Senhor! (cf Lc 24,29) O lema tem como inspiração o convite dos discípulos de Emaús. Esta frase revela a fome de Deus que se encontra no coração de cada ser humano. Ela nos mostra que sem Cristo não temos sentido na vida, permanecemos numa assustadora solidão. O CEN-2010 tem o objetivo de proclamar a todo o Brasil a alegria da fé em Jesus Cristo realmente presente na Eucaristia, e de convidar todos os católicos a crescerem na adoração, na devoção e no amor a Ele, nosso misterioso companheiro de viagem.

Porto Alegre sedia Mutirão de Comunicação A cidade de Porto Alegre vai sediar o Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe (Muticom). O evento, promovido pela CNBB, através da Comissão Episcopal Pastoral para Educação, Cultura e Comunicação, pelo CELAM e pela OCLACC, será realizado de 03 a 07 de fevereiro. O Mutirão é um grande encontro de exposição e debate sobre os rumos e as perspectivas da comunicação na Igreja e na sociedade, com a participação de comunicadores de todo o país. A Arquidiocese de Florianópolis também estará representada. No Brasil, ele é realizado desde 1998 e, como Congressos, desde 2001 na América Latina e

Caribe, com o propósito de ser um espaço de intercâmbio, atualização, reflexão e aprofundamento sobre os temas da comunicação e da sociedade, e como instância de mediação e socialização entre aqueles que trabalham no campo da comunicação, em vista das novas experiências que vão surgindo na sociedade, nos movimentos e nas organizações sociais. Durante os cinco dias do evento, estarão reunidos profissionais da comunicação, estudantes, movimentos sociais, comunicadores populares e sociedade em geral, para propor um novo jeito de fazer comunicação, comprometida com a construção

de uma sociedade mais justa, promotora da liberdade e da paz. De acordo com a coordenação do evento, “O Mutirão é o encontro dos que não se acomodaram, mas permaneceram nas praças e nas estradas, caminhando rumo a um novo tempo e convidando todos a participarem. São pessoas que continuam sonhando com uma comunicação capaz de fazer a diferença, uma sociedade mais fraterna, uma política a serviço do bem comum, uma economia solidária com a vida e uma cidade mais humana e baseada na justiça social”. Mais informações sobre o evento no site www.muticom.org.


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