Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Julho/2010

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Pe. Sérgio: vocação despertada na infância e que foi crescendo

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Arquidiocese Jornal da

“De graça recebestes, de graça dai”

Florianópolis,, Julho de 2010 Nº 158 - Ano XIV

Três virtudes anticonsumistas

Azambuja: Convívio reúne jovens para conhecer a vida no Seminário PÁGINA 03

Presos ganham mais duas salas para cursos de formação PÁGINA 05

Kairós da Juventude pretende reuniur mais de mil participantes PÁGINA 07

Eventos celebram os 40 anos de criação do Movimento de Irmãos PÁGINA 08

GBFs preparam a II Concentração Arquidiocesana PÁGINA 11

Seminário discute uso das novas mídias na Evangelização PÁGINA 16

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(Mt 10,8)

Dom Murilo presidiu a celebração na qual ordenou os padres Leandro (esq.) e Silvio na paróquia de Biguaçu

Ordenações encerram o Ano Sacerdotal

Ordenação presbiteral de Silvio José Kremer e Leandro José de Souza, marcou o encerramento das celebrações do Ano Sacerdotal na Arquidiocese A Igreja Matriz da Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, foi pequena para acolher as centenas de fiéis que lá estiveram para participar da celebração de ordenação presbiteral de Silvio e Le-

andro. Tanto que foi montada uma lona para mais de 400 pessoas que acompanharam a solenidade por um telão. Celebração marcou o encerramento oficial do Ano Sacerdotal na

Arquidiocese. Em entrevista, Pe. Vânio da Silva, coordenador da Pastoral Vocacional e do Ano Sacerdotal, faz um balanço do Ano e dos seus reflexos para a Igreja. PÁGINA 03

As religiões e filosofias sempre propuseram a sobriedade, a solidariedade e a subsidiariedade como virtudes e caminhos práticos para a organização da vida pessoal e coletiva. Essas três virtudes são especialmente consideradas pela fé cristã, na prática dos santos e das pequenas comunidades e no ensinamento da Doutrina Social da Igreja. Essas três virtudes se relacionam com os três conselhos evangélicos que a tradição da Igreja pede que sejam vividos pelas pessoas consagradas nas ordens, congregações e institutos religiosos: a pobreza, a castidade e a obediência. Claro está, porém, que todos os batizados são chamados a vivêlos, na medida em que são do Evangelho, nos põem nos seguimento de Jesus e nos ensinam a ser verdadeiramente felizes e livres. PÁGINA 1 0 10

Centro de Evangelização Angelino Rosa CEAR, será inaugurado em 18 de julho PÁGINA 03

Bombinhas é elevada a Paróquia Celebração realizada no dia 13 de junho marcou a criação da Paróquia NSra. da Imaculada Conceição, no município de Bombinhas Presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, celebração que criou a paróquia contou com a presença de mais de 800 fiéis. Durante a solenidade, foram abençoadas a secretaria e a casa paroquial.

Durante a solenidade, Pe. José Jacob Archer foi empossado como o primeiro pároco. Em entrevista, ele fala como enfrentará esse novo desafio em seus 31 anos de padre. PÁGINA 15

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Opinião

Julho 2010

Palavra do Bispo

Dom Murilo S. R. Krieger Krieger,, SCJ

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

Por que escolher Jesus Cristo? Não é exagero afirmar que o mundo se transformou num imenso mercado religioso. Encontramos religiões para todos os gostos - algumas delas com deuses à imagem e semelhança do homem. Há pontos que são comuns nessas religiões: todas prometem a salvação e têm como fundamento básico a oração, a esmola, o jejum, o apelo ao amor e o incentivo à construção da paz no mundo. Diante disso, nascem algumas perguntas: por que escolher Jesus Cristo? Não seria mais fácil escolher outro Senhor, menos exigente? O que Jesus Cristo traz de novo? Poderia abrir um novo parágrafo para responder a outra questão, não menos interessante: a que Jesus Cristo estamos nos referindo? Não se trata de uma pergunta retórica: se ob-

servarmos os que falam dele, perceberemos que há o Jesus Cristo profeta, mas não Filho de Deus; há o Jesus que resolve problemas econômicos e de saúde; há o que está continuamente à nossa disposição, para resolver nossos problemas e acalmar nossas consciências etc. Fico, aqui, com o Jesus Cristo que se revela no Evangelho, o Filho de Deus, o Salvador, verdadeiro Deus e verdadeiro homem; que foi morto e ao terceiro dia ressuscitou. Por que escolher Jesus Cristo? Porque ele é a manifestação visível do Deus invisível. Só ele, “que é Deus e está na intimidade do Pai” (Jo 1,18), é capaz de nos revelar Deus e nos fazer conhecer quem é Deus. Ele manifesta Deus que ninguém viu. Como critério de credibilidade, nos dá suas obras:

Palavra do Papa

Bent o XVI Bento

A audácia de Deus O Ano Sacerdotal, que celebramos 150 anos depois da morte do Santo Cura d'Ars, modelo do ministério sacerdotal em nosso mundo, está para terminar. Deixamo-nos guiar pelo Cura d'Ars, para voltarmos a compreender a grandeza e a beleza do ministério sacerdotal. O sacerdote não é simplesmente o detentor de um ofício, como aqueles de que toda a sociedade tem necessidade para nela se realizarem certas funções. É que o sacerdote faz algo que nenhum ser humano, por si mesmo, pode fazer: pronuncia em nome de Cristo a palavra da absolvição dos nossos pecados e assim, a partir de Deus, muda a situação de nossa vida. Pronuncia sobre as ofertas do pão e do vinho as palavras de agradecimento de Cristo, que são palavras de transubstanciação - palavras que o tornam presente, Ele mesmo, o Ressuscitado, o seu Corpo e o seu Sangue, e assim transformam os elementos do mundo: palavras que abrem de par em par o mundo a Deus e o unem a Ele. Por conseguinte, o sacerdócio não é simplesmente “ofício”, mas sacramento: Deus se serve de um pobre homem a fim de, através dele, estar presente para os homens e agir em seu favor. Essa audácia de Deus - que a si mesmo se confia a seres humanos; que, apesar de conhecer nossas fra-

quezas, considera os homens capazes de agir e estar presentes em seu nome - essa audácia de Deus é o que de verdadeiramente grande se esconde na palavra “sacerdócio”. Que Deus nos considere capazes disto; que desse modo Ele chame homens para o seu serviço e se prenda assim, a partir de dentro, a eles: isto é o que, neste ano, queríamos voltar a considerar e compreender. Queríamos despertar a alegria por termos Deus assim tão perto, e a gratidão pelo fato de Ele se confiar à nossa fraqueza, de Ele nos conduzir e sustentar dia após dia. E queríamos assim voltar a mostrar aos jovens que esta vocação, esta comunhão de serviço a Deus e com Deus, existe; antes, Deus está à espera de nosso “sim”. Juntos com a Igreja, queríamos novamente assinalar que devemos pedir esta vocação a Deus.

Deixamo-nos guiar pelo Cura d’Ars, para voltarmos a compreender a grandeza e a beleza do ministério sacerdotal”.

Bento XVI XVI, 11.06.10

“Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras” (Jo 14,11). Suas obras têm como meta nos dar vida, e vida em abundância. Quando colocou água numa bacia e pôsse a lavar os pés dos discípulos, deu uma lição essencial a seus seguidores: em seu Reino, grande e importante não é quem domina, mas quem serve. O cristianismo não parte de uma idéia de Deus para concluir que Jesus Cristo é igual a ele; parte de Jesus Cristo, que é quem nos revela o rosto do Pai. “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9). Jesus nos ensina que foi Deus quem tomou a iniciativa em relação a nós; foi Ele que nos amou primeiro. O Deus de Jesus Cristo é rico em misericórdia - por isso, ninguém pode

sentir-se excluído de seu amor; não olha para os méritos das pessoas, mas para suas necessidades; e - inimaginável! - deseja fazer do coração do homem e da mulher sua morada. Jesus Cristo, o Emanuel, o Deusconosco, nos ensina que não se busca Deus: se acolhe um Deus que se oferece ao ser humano. Se conhecêsseis o dom de Deus!... (cf Jo 4,10) Ensina-nos, também, que o pecado nos empobrece e diminui. Seremos reconhecidos como seus discípulos na medida em que amarmos o próximo como ele nos ama. Por que escolher Jesus Cristo? O apóstolo Pedro nos ajuda a responder: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (Jo 6,69).

Porque ele é a manifestação visível do Deus invisível. Só ele é capaz de nos revelar Deus e nos fazer conhecer quem é Deus.”

Reflexão

Creio, mas ajuda-me na minha incredulidade Jesus declarou: “Tudo é possível para quem crê!” O pai do menino epilético que a Jesus pedia a cura do filho, imediatamente exclamou: “Eu creio, mas ajuda-me na minha incredulidade” (cf. Mc 9, 14-28). Um popular refrão para o canto do Creio diz: “Creio, Senhor, mas aumentai minha fé”. Supõe gradações na fé, pois é oração para que a fé aumente de grau. Mas, se atentarmos ao texto bíblico de onde vem a prece, percebemos que há uma simplificação, normal quando os textos são radicais. O pai do menino epilético não diz “aumentai” e sim, ajuda-me na minha “incredulidade”. Em outras palavras, aquele homem que está diante do Senhor proclama “eu creio, Senhor”, mas vem em meu socorro, pois “eu não creio”. Sua alma hospeda simultaneamente a fé e a incredulidade. Jesus leva em conta a autenticidade da oração desse pai e lhe cura o filho. Dando um passo adiante, podemos contemplar o centurião romano diante de Cristo crucificado e morto, e que proclama “na verdade, este homem era o Filho de Deus” (Mc 15,39). Aqui a proclamação se inverte: “Eu não creio, mas eu creio”. O pai estava diante do Senhor que curava e tinha fé, mas queria ter fé; o centurião pagão estava diante de um homem fracassado, morto e nele não tinha fé, mas proclamou que tinha fé. Paulo, no caminho

Jornal da Ar quidiocese de Florianópolis Arq Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis 4-4 799 Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 322 3224-4 4-4799 E-mail: jornal@arquifln.org.br - Site: www.arquifln.org.br 24 mil exemplares mensais

de Damasco, ao ser tocado pela Luz do Ressuscitado, fala como incrédulo “Quem és tu?” e conclui com fé ao proclamar “Senhor” - Quem és tu, Senhor? (At 9,5). A Palavra nunca nos deixa com soluções simplificadoras, mas nos desafia a passos sempre maiores. A fé é uma realidade tão constitutiva do ser humano que nunca a dominamos, mesmo professando-a. Quando ela atinge o nível do sentimento e torna-se compensador dizer “eu creio”, somos em seguida levados ao deserto e gritamos “eu não creio”. Não é a incredulidade, mas o grito angustiado para continuar a ter fé na solidão que desertifica nossa existência, e que nos leva à constatação de que ainda não cremos. Deus nos permite viver esse paradoxo, para que não o dominemos com receitas emocionais, não o compremos com “graças recebidas”, não o seduzamos para obter prosperidade. O mistério da redenção seria mais palatável com o Filho chegando ao mundo resplandecente: por isso mesmo Deus escolheu o caminho da encarnação na Virgem de Nazaré e o triunfo da derrota na Cruz em Jerusalém. Quem crê no Homem derrotado por amor é capaz de crer verdadeiramente no Ressuscitado. Por isso mesmo, Paulo faz questão de dizer “nós, porém, proclamamos Cristo crucificado” (1Cor 1,23), “pois, entre vós, não

julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado” (1Cor 2,2). Quem não crê na derrota divina, não está apto a crer na sua vitória sobre a morte. Na superficialidade não há possibilidade da fé, e na seriedade do caminho não há ocasião para fé facilitada. A palavra fé está inserida na palavra confiança, significando entrega total àquele em quem acreditamos. Algo tão vital e belo, que teremos que sempre repetir com o pai do menino epilético: “Senhor, é evidente que eu creio em ti, mas, ao mesmo tempo, és tão grande que eu sei que não creio; somente tu podes me fazer crer em ti. Dá-me fé, Senhor”. Lembro aqui o lamento do atormentado convertido francês Leon Bloy: “Ó Cristo, que oras pelos que te crucificam e crucificas aqueles que te amam!”. Ter fé é aceitar o drama do amor divino. Dá-se então a experiência religiosa fundante das pessoas de Deus: quanto mais o procuram, menos o encontram, quanto mais o encontram, mais precisam procurá-lo. No caminho da fé, Deus vai se revelando na glória e, em seguida, vai se ocultando no pobre que encontramos pelo caminho e nas cruzes plantadas ao longo do trajeto. E então a fé continuará a ser desafiada, agora pelo amor. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Leda Cassol Vendrúscolo, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Depto. de Publicidade: Pe. Francisco Rohling Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Gráfica Rio Sul


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Arquidiocese recebe Centro de Evangelização CEAR atenderá necessidade da Arquidiocese: um espaço para a realização de grandes eventos Divulgação/JA

No dia 18 de julho, a partir das 8h30min, será inaugurado o Centro de Evangelização Ange-lino Rosa - CEAR. Construído em Governador Celso Ramos, na Vila do Divino Oleiro, onde já funciona a “Fraternidade São José”, destinada a formação dos membros da comunidade, e onde está sendo cons-truída a Casa de Retiros “Virgem da Anunciação”, o CEAR põe à disposição da Arquidiocese amplo espaço para grandes eventos. O Centro de Evangelização contará com 3.400 m2 de área construída e com capacidade para cinco mil pessoas. Toda a construção e os equipamentos necessários para o pleno funcionamento foram doados pelo casal Wallecy e Angelino Rosa osa, benfeitor, que está sendo homenageado dando seu nome à obra. O CEAR será administrado pela Comunidade Divino Oleiro. No local, serão promovidos eventos de

Santa Cecília convida para o IV Multicoral

Centro de Evangelização terá capacidade para cinco mil pessoas sentadas evangelização, dias de louvor e Avivamento, encontros de formação, congressos, festivais. Mas estará aberto a outros eventos, desde que se identifiquem com a finalidade da obra. Para chegar ao local, seguindo pela BR-101, deve-se entrar

na primeira entrada de Governador Celso Ramos. Ela fica pouco depois do Posto Tijuquinhas, no sentido Florianópolis-Itajaí. Mais informações, entre em contato pelos fones (48) 3296-1511 ou 3224-6476, ou no site: www www.. divinooleir o.com.br divinooleiro.com.br o.com.br.

pecial das celebrações ecumênicas realizadas em cada dia da Semana. "As celebrações continuam sendo realizadas, cada mês numa Comunidade Cristã, na certeza de que ‘a oração é a alma do ecumenismo’”, disse Celso Loraschi Loraschi, coordenador arquidiocesano da Cadeir. Nessa reunião também definiu-se a programação do 3º Encontro Arquidiocesano de Repre-

sentantes Paroquiais para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso, a se realizar no dia 28 de agosto, das 14h às 18h, na Paróquia Santo Antônio de Campinas São José. Cada Paróquia da Arquidiocese poderá enviar duas ou três pessoas para esse Encontro, cujo principal objetivo é aprofundar o conhecimento sobre Ecumenismo e como organizar uma Comissão Paroquial.

Candidatos a Diácono realizam etapa de formação Divulgação/JA

A Escola Diaconal São Francisco de Assis realizou, nos dias 02 a 10 de junho, a sétima etapa da 14ª Turma. Novamente na Casa de Encontros e Retiros Divina Providência, em Florianópolis, esta etapa reuniu 39 candidados: 10 de Joinville e 29 da Arquidiocese. Durante os nove dias, os candidatos receberam formação em várias disciplinas. A Escola Diaconal se estende por 12 etapas de formação. “Até o final deste ano, a maioria dos candidatos receberá o ministério de leitor em suas respectivas paróquias”, disse Pe. Valter Maurício Goe Goe-dert dert, diretor da Escola Diaconal. Segundo ele, dos 44 candida-

Como já anunciado na edição de junho, o Coral Santa Cecília da Catedral de Florianópolis estará realizando, no dia 14 de agost o, o “IV Multicoral”. Traagosto ta-se de um congraçamento entre os corais do Estado, especialmente da Grande Florianópolis. O evento será realizado no Centro de Evangelização Ange Ange-lino Rosa - CEAR, em Governador Celso Ramos, e é celebrativo aos 60 anos do Santa Cecília. Evento semelhante já foi realizado no ano 2000, comemorativo aos 50 anos do Coral; também no ano 2006, para a Missa de encerramento do XV Congresso Eucarístico Nacional; e no ano 2008, celebrando o Centenário da “diocese” de Florianópolis. O evento será realizado nos

moldes do Concerto Espiritual da Páscoa, o “CONESPA”, realizado todos os anos. Mas o “Multicoral” permitirá a participação de mais corais, pois se disporá de mais tempo. Cada Coral participante apresentará três peças do seu repertório, preferencialmente sacro, e, no final, participarão da Missa de Encerramento, cantando juntos o repertório comum, e concluindo com o Aleluia de Haendel. A inscrição, com a taxa de R$ 10,00, está prorrogada até o dia 1 4/0 7. Os corais interessa14/0 4/07 dos em participar devem entrar em contato com Pedro Cabral Filho, pelo e-mail pecabral@uol. com.br com.br, fone (48) 9980-2077; ou com Zenildo Gonçalves: zenfloripa@ uol.com.br uol.com.br, fone 9916-5117.

Azambuja reúne vocacionados

Ecumenismo avalia Semana de Oração Reuniram-se na noite de 16 de junho de 2010, na Casa de Formação dos Seminaristas da Diocese de Lages, em Florianópolis, os membros da Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso - CADEIR. Durante o encontro, o grupo avaliou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, celebrada entre os dias 16 e 23 de maio. Ressaltou-se a importância es-

Vai acontencer...

O Seminário de Azambuja estará realizando nos dias 31 de julho, 01 e 02 agosto o Convívio Vocacional Vocacional. O encontro é destinado aos jovens que cursam a 7ª série ou níveis acima. Terá início às 18h de sexta-feira e o término no domingo, às 16h. O Convívio é realizado anualmente para oportunizar aos jovens vocacionados conhecerem

o Seminário e discernirem melhor a vocação à qual são chamados. Durante os três dias do Convívio, os participantes terão momentos de reflexão, oração e lazer. Mais informações pelo fone (47) 3396-6276, com o Pe. Pedro Schlichting Schlichting, reitor do Seminário de Azambuja, ou com o Pe. Carlos André Paixão xão, orientador espiritual.

Congresso Nacional da RCC A Renovação Carismática Católica do Brasil realizará nos dias 14 a 18 de julho o seu XXIX Congresso Nacional, no Centro de Convenções e Feiras Expominas, em Belo Horizonte/ MG. A Arquidiocese de Florianópolis estará representada por 20 pessoas. O evento terá como tema “Proclama a Palavra, anuncia

a Boa Notícia!” (2Tm 4, 1-5) e contará com a assessoria de representantes nacionais e internacionais da RCC. Pelo segundo ano consecutivo, o evento terá à frente da organização da estrutura, Adriano José Mendes, ex-coordenador da RCC em nossa Arquidiocese. Mais informações no site: www. r ccbrasil.org.br ccbrasil.org.br.

Jubileu de Ouro Presbiteral

tos que iniciaram a Escola, 39 estão perseverando. A próxima

etapa será nos dias 20 a 30 de outubro, no mesmo local.

Dia 3 de julho, o Cardeal Dom Eusébio estará celebrando seu Jubileu de Ouro de Ordenação Sacerdotal. A missa jubilar será em São José dos Campos, no próprio dia 3, às

10h, e Dom Murilo Krieger, nosso Arcebispo, estará representando a Arquidiocese. Segundo Dom Murilo, não estão previstas celebrações na Arquidiocese de Florianópolis.


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Tema do Mês

Três virtudes anticonsumistas Uma vida sóbria, solidária e subsidiária nos ajuda a ser verdadeiramente humanos! Arquivo/JA

As últimas conferências promovidas pela ONU, por organizações a ela associadas, pelos países do G-8 e do G-20, sobre a fome no mundo, sobre mudanças climáticas e outros temas de relevância planetária, revelam que os países, sobretudo os mais ricos, têm dificuldade em assumir um desenvolvimento sustentável: o consumismo, com a consequente depredação das relações humanas e da natureza, é o carro-chefe da vida desregrada e desumana de nossos dias.

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CONSUMISMO SUICIDA

Fechando-se aos questionamentos que vêm das bases, dos movimentos sociais e das igrejas, sobretudo do mundo dos pobres, os chefes das nações, os grandes empresários e todos nós perdemos oportunidade para nos revermos em nossas ideias e atitudes. Esquecemos que os pobres nos enriquecem quando nos pedem algo, quando nos fazem ver a vida com seus olhos e perguntas. Desde a queda do muro de Berlim, o capitalismo ocidental, que já se considerava a única saída para as grandes questões econômicas, passou a ocupar sozinho o cenário sóciopolítico-econômico mundial. Com as condições técnicas para solucionar o grave problema da fome no mundo, é, no entanto, eticamente incapaz de o fazer. Tem técnica, mas não ética. Tem cabeça, mas não coração. Essa dissonância faz com que estejamos a construir uma civilização desumana que carrega em seu bojo a própria destruição. A sobriedade, a solidariedade e a subsidiariedade, três valores próprios da civilização ocidental, construída nas bases do pensamento grego e da fé cristã, perdem hoje espaço para o niilismo trágico que arruína a todos. O monge italiano Enzo Bianchi escreveu meses atrás: “prosseguir no caminho do excesso e do desperdício, em dano do próximo e das capacidades vitais do planeta, não é só inconsciente ou vergonhoso: é, sobretudo, suicida, porque coloca em risco a sobrevivência da criação, da terra que compartilhamos”. Sem sobriedade, solidariedade e subsidiariedade, não há futuro para o ser humano e o planeta.

SOBRIEDADE, SOLIDARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE As religiões e filosofias sempre propuseram a sobriedade, a

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que todos tenham todos os meios necessários para uma vida digna. Uma vida subsidiária faz com que nos vejamos como indivíduos secundários, que têm os outros em maior consideração que a si mesmos, pessoas que põem-se a servir a causas de grande porte. Ao contrário, a omissão diante das graves necessidades do próximo, como se isso não me dissesse nada, e a inércia diante da grandeza dos outros, sobretudo do absolutamente Outro, produzem dureza e insensibilidade e levam à perda de sentido da vida. Bem diz o antigo ditado: “quem não vive para servir, não serve para viver”.

TRÊS CONSELHOS EVANGÉLICOS

Voluntários realizam a separação das doações para os atingidos pelas chuvas de novembro de 2008 solidariedade e a subsidiariedade como virtudes e caminhos práticos para a organização da vida pessoal e coletiva. Essas três virtudes são especialmente consideradas pela fé cristã, na prática dos santos e das pequenas comunidades e no ensinamento da Doutrina Social da Igreja. A sobriedade é a virtude de quem é comedido e modesto no uso das coisas. A bem-aventurança evangélica da pobreza nos revela que é bom ser pobre. O Evangelho não quer que sejamos miseráveis, não quer que haja famintos e miseráveis; ao contrário, propõe vida plena, vida em abundância para todos; portanto, não só para alguns. Mas o Evangelho propõe, isso sim, a pobreza como forma de vida de quem não se apega às coisas, de quem não põe sua confiança no ter mais, ganhar mais, gastar mais, consumir mais. Uma vida sóbria e simples, marcada pela austeridade, disciplina e controle das paixões desordenadas pelo ter e poder mais, nos possibilita ter mais tempo e estar mais

A solidariedade é o novo nome do amor, é a virtude de quem tem um coração aberto para perceber as necessidades do próximo”.

abertos às novidades que as relações humanas e os acontecimentos históricos nos trazem. Ao contrário, pessoas que vivem entulhadas e empanzinadas de coisas materiais mandam a seu cérebro um comando de auto-satisfação que leva ao comodismo, à preguiça e à estagnação. A solidariedade é o novo nome do amor, é a virtude de quem tem um coração aberto para perceber as necessidades do próximo e para sair-lhe em ajuda. A bem-

aventurança da pureza de coração faz ver todo ser humano com os olhos e o coração de Deus, como alguém diante de quem se debruçar no sentido de oferecer um apoio, uma companhia, um consolo. Uma vida solidária, experimentada na saída de si em função da ajuda aos mais carentes e na busca de soluções para os graves problemas humanos, expande os desejos e sonhos do coração e promove a humanização das relações. Ao contrário, o fechamento sobre si produz a insatisfação e a tristeza, próprias de quem se enreda nas mesquinharias e mediocridades pessoais. Isto vale também para as nações e a civilização atual. A subsidiariedade é a virtude social e política de quem faz acontecer a vida nos meios mais baixos das estruturas e instituições humanas, de quem não espera que as soluções venham de cima. A bem-aventurança da fome e da sede de justiça” nos ensina que ser humano é sonhar, querer e lutar por uma vida em

O consumismo em que nos enredamos nos põe em relação de dependência das coisas, nos desumaniza e nos leva ao suicídio. Uma vida sóbria, solidária e subsidiária abre-nos a mente e o coração para que floresça em nós o que realmente somos: humanos! Essas três virtudes se relacionam com os três conselhos evangélicos que a tradição da Igreja pede que sejam vividos pelas pessoas consagradas nas ordens, congregações e institutos religiosos: a pobreza, a castidade e a obediência. Claro está, porém, que todos os batizados são chamados a vivêlos, na medida em que são do Evangelho, nos põem no seguimento de Jesus e nos ensinam a ser verdadeiramente felizes e livres. Ser pobre é ser livre diante das coisas e bens do mundo, é não deixar-se guiar pelo ídolo do ter, do deus dinheiro. Ser casto é ser livre diante das pessoas, até mesmo daquelas a quem nos consagramos no casamento, na família e na vida em comunidade; é não apegar-se ciumenta e dominadoramente aos outros; é não deixar-se guiar pelo ídolo do prazer, do deus sexo. Ser obediente é ser livre diante das próprias ideias e razões, para poder amar e servir a todos, para buscar a verdade no diálogo com os outros; é não deixar-se guiar pelo ídolo do poder. Temos aí três virtudes e três conselhos evangélicos muito úteis, não somente para nossa vida pessoal, mas também para o empenho por um mundo mais socialmente justo e mais ecologicamente equilibrado. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


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Presos ganham espaço para oficinas Construção de duas salas vai beneficiar mais de 30 presos do Presídio Masculino de Florianópolis Foto JA

Na tarde do dia 24 de junho, fez-se a inauguração de duas salas com destino laboral e educacional para cerca de 35 presos da Galeria “B” do Presídio. Realizado no próprio local da obra, o evento contou com a participação de autoridades da segurança pública, do judiciário, religiosas e dos voluntários da Pastoral. Esta é a segunda obra realizada no presídio masculino pela “Associação Beneficente São Dimas” - ASBEDIM, mantenedora da Pastoral Carcerária. A primeira foi a construção de um pátio para os presos da Galeria “C”, inaugurado em 14 de dezembro de 2009. O próximo passo será a construção de um consultório odontológico, que deve ser inaugurado ainda este ano. Com cerca de 60 m2, o espaço é dividido em duas salas,com dois banheiros. Em uma das salas, os presos terão aulas de segunda a sexta-feira. Eles serão divididos em turmas de alfabetização, fundamental e ensino médio. Também haverá outras atividades educacionais, como palestras, dvds e aprenderão a fazer artesanato. Na outra sala, eles trabalharão na oficina de reciclagem de eletroeletrônicos. Todos serão remunerados conforme a produção. Só participarão das oficinas aqueles que estiverem estudando. “Nosso objetivo é a reeducação e buscar a reinserção social”, disse disatt o, presidense Leila TT.. M. Piv Pivatt atto te da ASBEDIM. As aulas serão ministradas por professores voluntários e pessoas contratadas. O investimento total, agora, foi de R$ 25 mil, que devem ser so-

Obra foi realizada graças ao empenho dos voluntários da Pastoral mados aos R$ 55 mil, da etapa anterior. Os recursos vieram de doações de benfeitores e dos bazares realizados pela Pastoral. Nos bazares, são comercializados produtos doados pela Fundação Nova Vida e pela receita federal. “É uma atividade que em si não compete à Pastoral Carcerária, mas que realizamos de forma supletiva, colaborando com o Estado na ressocialização do preso”, disse Pe. Ney Brasil Pereira, coordenador arquidiocesano da Pastoral Carcerária.

Reconhecimento Nosso Arcebispo Dom Murilo Krieger também participou do evento. Para ele, é louvável por ter sido realizado por voluntários. “É uma garantia que se multiplicará porque é feito com amor. Com esta obra, passarão a fazer um trabalho mais eficaz para os presos e

auxiliá-los a se qualificar para sair daqui melhor preparados para a sociedade”, disse Dom Murilo. O evento contou também com a presença da juíza da Vara de Execuções Penais, Dra. Denise H. Schild de Oliveira Oliveira. No cargo desde setembro de 2009, ela fez uma visita às unidades do complexo penitenciário da Grande Florianópolis. “Agradeço e parabenizo todos os voluntários que realizaram esta obra. Ela contribuirá para que os presos se tornem homens de bem e que possam fazer algo, se não para a sociedade, mas para si mesmos”, disse. e-Cor onel Maza O Tenent enente-Cor e-Coronel Maza-rotto rotto, comandante da Companhia de Policiamento da Guarda do Presídio Masculino, também esteve presente ao evento. “Todos os responsáveis pela realização desta obra estão de parabéns. Eles merecem uma homenagem especial”, enalteceu.

Precisa-se de lixo eletrônico Para que a oficina de eletroeletrônicos funcione, a Pastoral Carcerária conta com o apoio da comunidade. Basta pegar qualquer equipamento elétrico que não esteja em funcionamento, ou que não se use mais e entrar em contato com a secretaria da Pastoral, sede também da Associação Beneficente São Dimas. Endereço: Rua Delminda da Silveira, s/n, (entrada pelo portão da Penitenciária), na Trindade, Florianópolis. Esclareci-

mentos pelos fones (48) 38792168 ou 2107-2323, ou pelo email estampalivre@yahoo. com.br com.br, a fim de se providenciar uma forma de colher as doações. Mais informações no site www.pastoralcarceraria.org www.pastoralcarceraria.org. A Pastoral Carcerária já desenvolve outros projetos no Presídio Masculino. Entre eles estão a oficina de serigrafia (“Estampa Livre”), de confecção e de sabão. Embora haja mais de 300 presos no Presídio, esses projetos envol-

vem normalmente apenas 12 deles, que recebem pelo trabalho realizado e que são renovados de tempos em tempos. Mas os trabalhos da Pastoral alcançam os mais de 1.200 presos do complexo penitenciário da Grande-Florianópolis. Ela realiza doações de kits de higiene, colchões, cobertores, roupas, além de prestar assessoria jurídica e assistência social. Tudo bancado pela Pastoral através de suas campanhas de arrecadação.

Liturgia e catequese: duas faces do mesmo mistério Nos dias 18 a 20 de junho encontraram-se em Lages catequistas e liturgistas para refletirem sobre a Iniciação à Vida Cristã. A assessora Therezinha Motta da Cruz conduziu os trabalhos durante os três dias do encontro. Todas as dioceses do Estado estiveram representadas, com um total de 99 participantes. A Arquidiocese de Florianópolis participou com sete catequistas e três liturgistas. Esse foi o quarto encontro realizado no Regional, com o objetivo de integrar liturgia e catequese. As duas dimensões indispensáveis da igreja permitem que o mistério do amor libertador de Deus, revelado plenamente no Mistério Pascal de Jesus, chegue até nós, envolvendo-nos e comprometendo-nos com a vida.

Durante o encontro, algumas propostas ficaram claras: o envolvimento dos adultos no processo de fé; formação mais aprimorada dos catequistas; a celebração deve envolver e atrair para o mistério; o acolhimento faz parte do testemunho dentro da comunidade; a importância do querigma, para despertar os cristãos a fazerem uma experiência verdadeira com Jesus Cristo, no caminho do discipulado. “O aprofundamento da reflexão nos revelou que a catequese, como educação da fé, e a liturgia, como celebração da fé, são as notas de uma maravilhosa música: a Evangelização”, disse Irmã Marlene Bertoldi Bertoldi, coordenadora Arquidiocesana de Catequese e uma das promotoras do encontro. Divulgação/JA

Representantes da Arquidiocese, participantes do quarto evento que uniu as duas dimensões indispensáveis para a Igreja

Reunião das Forças Vivas Representantes de pastorais, organismos, serviços, colégios e meios de comunicação da Arquidiocese estiveram reunidos na manhã do dia 26 de junho, no Salão da Paróquia N.Sra. de Fátima, em Florianópolis, para participar da Reunião das Forças Vivas. Durante o encontro, Leda Cassol Vendrúsculo Vendrúsculo, membro da Coordenação de Pastoral, fez a leitura da Ata e em seguida foi aplicado o questionário em vista do "ver" de nosso Planejamento Arquidiocesano de Pastora. Depois, como

nos encontros anteriores, foi feita a apresentação da Pastoral Militar e a Pastoral da Comunicação. Na continuidade, Dona Leda falou sobre os assuntos da Coordenação. Entre eles, lembrou a Concentração Arquidiocesana dos Grupos Bíblicos em Família a se realizar no dia 29 de agosto, em Camboriú. Também falou do sucesso da Campanha “Ficha Limpa”, uma iniciativa da Igreja, mas que a imprensa não cita. O encontro foi encerrado com a oração de São João Batista.

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Bíblia

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Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (28)

Salmo 40 (39): Não quiseste sacrifício! Arquivo/JA

Este salmo é famoso sobretudo pelos versículos 7 a 9, citados e comentados no capítulo 10º da carta aos Hebreus (Hb 10,5-10). O tema dessa passagem é a antítese entre oferecer sacrifícios rituais e fazer a vontade de Deus, antítese tantas vezes ressaltada pelos profetas, como Oséias: É a misericórdia que eu quero, e não o sacrifício ritual (Os 6,6). No salmo, essa passagem encontra-se entre duas peças difíceis de ligar entre si: uma ação de graças (vv. 2-6) e uma súplica (vv. 12-18). A súplica parece tão independente, que se encontra mais adiante no saltério como um salmo isolado, o Sl 70 (69). Comecemos, porém, com a ação de graças (vv. 2-6)

Quanto a ti

Do lodo para a rocha

2. Esperei ansiosamente pelo Senhor / e Ele se inclinou para mim, Escutando o meu grito. 3. Tirou-me da fossa da morte, do brejo lodoso, / firmou meus pés sobre a rocha, / deu segurança a meus passos. O profeta Jeremias viveu literalmente a cena descrita pelo salmista. Acusado de instigar o povo à rendição perante os babilônios, ele foi lançado dentro de uma cisterna, na qual não havia água, só lodo, e “Jeremias atolou no lodo” (Jr 38,6). Pouco depois, porém, o rei permitiu que o soltassem, e o profeta, puxado por cordas, foi tirado da cisterna (cf Jr 38,13). No saltério, a “rocha”, ou “rochedo”, é muitas vezes o próprio Deus, como no Salmo 18: “Senhor, minha rocha e minha fortaleza...” (Sl 18,2) Aqui, por sua elevação e consistência, a “rocha” é um claro contraste à “fossa” e ao “brejo”.

Um canto novo

4. Pôs na minha boca um canto novo, / de louvor ao nosso Deus. Muitos hão de ver e temer, / e confiarão no Senhor. 5. Feliz aquele que põe no Senhor sua esperança, / e não se volta para os soberbos, / nem para os que seguem a mentira. O canto “novo”, aqui, em si expressa a diferença da situação de alívio após a angústia. Mas talvez a “novidade” maior está na antítese que será proclamada a seguir, nos vv. 7-9. No Apocalipse, o canto “novo” será o louvor definitivo, escatológico, que não mais precisará ser substituído por outro canto “mais novo” (cf Ap 5,9 e 14,3). Quem o “põe na boca” do salmista (v. 4) é o próprio Deus, inspirando o louvor que

cio profético “do julgamento e da justiça” de Deus. E isso não apenas para pequenos grupos, mas “na grande assembléia” (vv. 10 e 11). A missão não parece fácil, pois ele insiste em afirmar que “não fechou os lábios”, “não ocultou”, “não escondeu o amor e a fidelidade” do Senhor. É sabido como Jeremias teve medo da missão (cf Jr 1,6-8), mas o Senhor o “seduziu” e o profeta, mesmo às vezes chorando, rendeu-se à divina “sedução” (cf Jr 20,7-9)

lhe é devido, e do qual o ser humano não é capaz. Segue uma bemaventurança: a daquele “que põe no Senhor sua esperança” (v.5) 6. Quantos prodígios fizeste, Senhor, meu Deus, / quantos projetos em nosso favor! Ninguém a ti se compara. / Tento anunciar e proclamá-los, / mas ultrapassam qualquer conta. Notar como aqui o salmista se volta diretamente a Deus, quando antes falava nele, na terceira pessoa; e passa da primeira pessoa singular (eu) para o plural: os “prodígios e projetos” divinos são “em nosso favor”, a salvação individual inserindo-se na de todo o povo. O Deus “incomparável” corresponde à exigência do decálogo, de não se reconhecerem outros deuses (cf Ex 20,3). A tentativa baldada, de “anunciar e proclamar” devidamente os prodígios, é semelhante à que encontramos no livro do Eclesiástico/Sirácida: “Quem será capaz de contar as suas obras?” (Eclo 18,2).

vê esta passagem realizada no momento da encarnação, quando “ao entrar no mundo” (Hb 10,5), Cristo a assume pessoalmente. Assim, ele substituía toda a estrutura sacrificial do Templo - “coisas oferecidas segundo a Lei” (Hb 10,8) - pelo cumprimento da vontade do Pai. No seu caso, pela entrega da sua vida. E é “em virtude dessa vontade que somos santificados”, diz o autor, “pela oferenda do corpo de Jesus, o Messias, realizada uma vez por todas” (Hb 10,10). Quanto ao próprio salmista, ele fica entendendo que seu agradecimento a Deus se exprimirá melhor pela “abertura dos seus ouvidos” à vontade do Senhor, do que por “holocaustos e vítimas”. Já o ensinara Samuel a Saul: “A obediência vale mais que o sacrifício ritual” (1Sm 15,22). Ele entende também que, se a vontade de Deus está “escrita no livro” (v. 8), é preciso interiorizá-la, ingeri-la, como o foi o rolo profético de Ezequiel (Ez 3,3). Assim, a Lei estará também “dentro das entranhas” (v. 9), transformando-se em vida.

Não quiseste sacrifício

A missão profética

Quantos prodígios!

7. Não quiseste sacrifício nem oferta, / mas abriste meus ouvidos. Não pediste holocausto nem vítimas pela culpa. 8. Então eu disse: “Eis que venho! / No texto do livro está escrito, a meu respeito, 9. que eu hei de ‘fazer a tua vontade’. / Meu Deus, é isso que eu desejo: / ter tua Lei dentro das minhas entranhas.” O autor da carta aos hebreus

10. Anunciei teu julgamento na grande assembléia: / vê, não fechei os meus lábios, / Senhor, tu o sabes. 11. Não ocultei tua justiça no fundo do coração, / proclamei tua fidelidade e tua salvação. / Não escondi teu amor e tua fidelidade à grande assembléia. Mais do que por sacrifícios rituais, o agradecimento do salmista deve exprimir-se agora pelo anún-

12. Quanto a ti, não afastes de mim tua compaixão. / Teu amor e tua fidelidade me protejam sempre! 13. Pois me rodeiam males sem número, / minhas culpas me oprimem / e não consigo mais ver. / São mais que os cabelos da minha cabeça, e meu coração desfalece! Levando em conta os obstáculos encontrados, o salmista agora apela para que o Senhor “não afaste dele a sua compaixão”, literalmente, “suas entranhas de misericórdia”. E que “o amor e a fidelidade” de Deus, que ele deve anunciar, “o protejam sempre” (v.12). Por quê? Chega inesperada, e surpreendente, a esta altura do salmo, a confissão dos pecados. Os “males sem número” são as “culpas” do salmista, “mais numerosas que os cabelos de sua cabeça” (v. 13), causando-lhe o desfalecimento do coração.

Apressa-te, Senhor!

14. Digna-te, Senhor, de livrar-me; / apressa-te, Senhor, em socorrer-me! O cerco, cada vez mais apertado, de “males sem número”, leva o salmista a um grito de socorro, expresso por duas frases paralelas, grito que se encontra também em outros salmos, p. ex.: no Sl 22,20: “Tu, Senhor, não fiques longe; vem logo em meu socorro!”, ou no Sl 38,23: “Vem depressa em meu auxílio, Senhor, minha salvação!”

Fiquem confusos

15. Fiquem confusos e envergonhados / os que buscam tirar-me a vida; Caiam para trás e fiquem cobertos de ignomínia / os que se alegram com a minha ruína. 16. Fiquem mudos, cobertos de vergonha, / os que zombam de mim. Como no salmo 35,26, o

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salmista faz uma tríplice imprecação contra seus adversários, que “buscam tirar-lhe a vida, alegram-se com a sua ruína, e dele zombam”. O evangelista João vê esta imprecação realizar-se naqueles que vêm à busca de Jesus, no jardim das Oliveiras, a fim de prendê-lo: quando Jesus se identifica, eles “recuam e caem por terra” (Jo 18,6).

Alegrem-se em ti

17. Exultem e se alegrem em ti, todos os que te buscam; / e digam sempre, os que desejam a tua salvação: "Grande é o Senhor!" Num contraste com a imprecação do v. anterior, contra “os que buscam tirar a vida” do salmista, ele expressa agora os seus votos de bênção para todos “os que buscam” o Senhor e “desejam a sua salvação”: que eles possam exultar e alegrar-se, reconhecendo que, maior que todos os poderes do Maligno, só Deus “é grande”.

Não demores!

18. Eu, porém, sou pobre e infeliz; / mas o Senhor cuida de mim. Tu és meu auxílio e meu libertador, / meu Deus, não demores! Depois de referir-se aos malvados (v. 16) e aos justos (v. 17), o salmista retoma a sua situação pessoal, agora semelhante à situação inicial, quando ele se sentia “na fossa da morte” e “atolado no lodo”. Reconhece-se “pobre e infeliz” e, mesmo com a certeza de que “o Senhor cuida de mim”, termina com um apelo, humilde mas premente: “meu Deus, não demores!” Quanto às “demoras” de Deus, delas nos diz o sábio Sirácida, que é preciso saber “suportá-las” (Eclo 2,3). Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) De onde vem a fama deste salmo, e qual o tema dessa passagem? 2) Qual é o “canto novo” que o Senhor “põe nos lábios” do salmista? 3) Que “sacrifício” Deus não quer? Mas Ele não inspirou os sacrifícios do Antigo Testamento? 4) É fácil a missão profética de “anunciar o julgamento e a justiça” de Deus? 5) Como entender a terceira parte do salmo, o qual poderia terminar no v.11?


Jornal da Arquidiocese

Juventude 7

Julho 2010

Encontro Arquidiocesano da PJ Um espaço de partilha, formação e decisões da Pastoral da Juventude da Arquidiocese Divulgação/JA

Aconteceu no dia 27 de outubro, na Paróquia São Francisco Xavier, no Monte Verde, o V Encontro de Coordenadores da Juventude Arquidiocesano. Este encontro começou a ser realizado em 2009 e, após a Assembléia da Pastoral da Juventude, em 2010, adotou novo formato. A cada três meses, são realizados “encontros preparatórios”, que acontecem em cada comarca pastoral. Após esses encontros comarcais, os representantes das comarcas se reúnem para juntos partilhar, continuar sua formação e tomar as decisões necessárias para a caminhada da Pastoral da Juventude da Arquidiocese. O Encontro Arquidiocesano de coordenadores da Juventude, que realizamos em junho, teve como tema de estudo a mensagem dos Bispos, “Palavra de Deus e a Animação Bíblica de toda a Pastoral”. Também teve um espaço para partilha do avanço do trabalho pastoral nas comarcas, as dificuldades e o planejamento. Foi também um espaço para decisões de alguns temas importantes para a

Realizado na Paróquia São Francisco Xavier, em Florianópolis, encontro reuniu os coordenadores das sete comarcas em que a PJ está presente Pastoral da Juventude, como o Dia Nacional da Juventude. Dentre muitos avanços que a Pastoral da Juventude tem conseguido alcançar, os Encontros Arquidiocesanos têm grande papel na articulação e representatividade, haja vista que estavam presentes em 7 das 8 comarcas

pastorais da nossa Arquidiocese. Segundo Jonatan Felipe Felipe, coordenador da PJ da Comarca da Ilha, “o encontro foi proveitoso, e várias foram as decisões tomadas, contribuindo para sempre estarmos unidos, num só ideal, que é levar Cristo para a juventude, da melhor maneira possível”.

Batendo um papo sobre...

Encontros comarcais da Pastoral da Juventude Foram realizados, nos dias 12, 13, 19 e 20 de junho, os Encontros de Coordenadores da Juventude, nas oito comarcas pastorais da nossa Arquidiocese. Nesse espaço, os coordenadores das paróquias de cada comarca conheceram e estudaram a coleção

“Na Trilha do Grupo de Jovem”, um subsídio para apoiar os grupos de jovens. Foi feito também um momento de partilha sobre como são realizados os encontros dos grupos, materiais utilizados, para que assim todos possam se conhecer melhor. Por fim, os encontros foram um esDivulgação/JA

paço de opiniões e decisões acerca de algumas questões da Pastoral da Juventude da Arquidiocese. Destacam-se as atividades que serão organizadas nas comarcas. A Comarca da Ilha fará uma trilha, a do Estreito está organizando uma Missa Comarcal. A comarca de Tijucas está planejando um retiro de acampamento. A comarca de Brusque realizará uma “Cristo Dance”. A de Biguaçu está pensando en um dia de shows e confraternização.

CONTATOS COM A PASTORAL DA JUVENTUDE Twitt er - www.twitter.com/ witter pjarquifloripa Or kut - PJ ARQUIFLORIPA Ork MSN - pjnomsn@hotmail.com Youtube - www.youtube.com/ pjarquifloripa Skype - pjarquifloripa

Juventude em ação...

Grupo Jovem “Sopro de Deus” O Grupo “Sopro de Deus” atua sou-se em desistir de tudo, mas os na Paróquia São Francisco de As- esforços em seguir em frente fosis, no Aririú, Palhoça. O grupo co- ram maiores. meçou com alguns amigos queNos encontros, o grupo tem rendo algo mais, um algo que com- uma forma diferente de debater pletasse suas vidas, e foi com sobre os temas propostos: é usaessa vontade que nasceu mais da a descontração, para interagir um grupo de jovens. com os integrantes, mas nunca se Formado inicialmente por jovens esquecem as horas de oração. Traque haviam feito a crisma, o grupo balha-se também com a Ação Socresceu, com novas adesões, novas cial na ajuda de famílias carentes, mentes, novas historias pra compar- e em muitos outros projetos. tilhar. Com isso formou-se um grupo A mensagem que a coordenade amigos movidos pela fé. ção do “Sopro de Deus” deixa para Ao longo do tempo, os jovens todos os grupos de jovens: “A fé em foram participando de gincanas, Deus nos faz crer no incrível, ver o retiros, DNJs, jogos de integração, invisível e realizar o impossível”. Divulgação/JA e festas. Segundo Douglas, membro da coordenação do grupo, “o ‘sopro de Deus’ é mais que um grupo de jovens, é uma família na qual todos são irmãos uns dos outros”. Muitas foram as vezes Grupo de Jovens é das forças da Paróquia de Aririú, nas quais pen- em Palhoça, e fonte de lideranças para a Igreja

Kairós reunirá jovens carismáticos Mais de mil jovens são aguardado para o encontro que será realizado em Tijucas A Renovação Carismática Católica da Arquidiocese de Florianópolis estará promovendo nos dias 31 de Julho e 01 de Agosto de 2010, o XXI Kairós da Juventude. O evento será realizado em Tijucas e tem como tema “Ponde em execução vossos prodígios para nos salvar, Senhor, e cobri vosso nome de glória” (Daniel 3, 43). Esta edição do Kairós será realizada no salão paroquial da igreja matriz de Tijucas. “A expectativa é reunir mais de mil jovens de todas as partes da Arquidiocese, neste encontro de transformação e de forte experiência com o Senhor Jesus, pela ação do Espírito Santo”, disse Luiz Carlos Santana Filho Filho, coorde-

nador da RCC na Arquidiocese. O evento terá as presenças de Fábio Lima, da Comunidade “Instrumento de Deus” - SP, pregadores do ministério Jovem da Arquidiocese de Florianópolis, o ministério de música “Sorriso de Deus” e o show com a banda “Amados do Eterno”, ambas da Comarca de Itajaí. As comarcas de Brusque, Estreito, Ilha, Itajaí e São José estão organizando caravanas para participar do evento. Os interessados em participar, devem entrar em contato pelo e-mail: kairosda juventude@hotmail.com juventude@hotmail.com, ou no escritório da RCC em Tijucas pelo fone (48) 3263-6347 das 14h às 18h. A idade mínima para participar é de 15 anos.


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Geral

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Jornal da Arquidiocese

Sessão homenageou Movimento de Irmãos Realizado na ALESC, Sessão Especial foi um dos eventos que marcaram os 40 anos do Movimento um momento de reflexão, para a tomada de novo impulso em sua caminhada, já que a vida continua e os desafios à frente se renovam”, disse Dom Murilo. O casal Margarete e Heitor Campos, coordenadores do Movimento na Arquidiocese, lembrou que, como membros, não podem esquecer que são uma ‘ferramenta’ a serviço da paróquia. “Temos que estar atentos às suas necessidades e prioridades. Só assim, estaremos cumprindo nosso papel de Encontristas e de cristãos”, afirmaram.

OUTROS EVENTOS As celebrações dos 40 anos do Movimento de Irmãos tiveram início no dia 21 de março, com uma celebração no Santuário de Santa Paulina. Além disso e da Sessão Especial na ALESC, no dia 27 de junho, a Comarca de Itajaí realizou uma missa de ação de graças na Paróquia São Cristóvão, em Cordeiros, Itajaí, presidida pelo Pe. David Antônio Coelho No mesmo dia, na Comarca de Biguaçu, mais de 160 veículos se

Foto JA

O plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina ALESC, foi pequeno para acolher as centenas de pessoas do Movimento de Irmãos da Arquidiocese de Florianópolis que lá estiveram na noite do dia 21 de junho. Nesse dia, a partir das 19h30min, foi realizada Sessão Especial que homenageou o Movimento pelos seus 40 anos de fundação. A proposição partiu do deputado Edison Andrino e reuniu autoridades religiosas como o nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, Monsenhor Agostinho Staehelin, que introduziu o Movimento de Irmãos na Arquidiocese, Pe. Francisco de Assis Wloch, assistente espiritual do Movimento, o casal Celina e Ozildo Prazeres, coordenadores do Conselho Nacional, e o casal Margarete e Heitor Campos, coordenadores na Arquidiocese. Todos os já citados e todas as 28 paróquias da Arquidiocese em que o Movimento está presente há mais de 25 anos receberam uma placa comemorativa. Para Dom Murilo, a celebração dos 40 anos do Movimento de Irmãos não é um ponto de chegada. “É, sim,

Foram coletadas mais de 47 mil assinaturas. SC é o único Estado que não tem a Defensoria Pública

No evento, foram homenageadas 28 paróquias em que o Movimento existe há mais de 25 anos. A ALESC ficou repleta de encontristas. concentraram em frente a Paróquia São João Evangelista, para participar de uma carreata até Antônio Carlos. A carreata teve início às 18h. Quando lá chegaram, participaram de uma celebração de ação de graças presidida pelo Pe. Silvano Valdemiro de Oliveira, pároco anfitrião. No dia 27, a celebração da Eucaristia na “Missa na TV” foi alu-

siva aos 40 anos do Movimento. Presidida por Dom Murilo, ela foi concelebrada pelo Pe. Valdemar Groh e pelo Frei Ivo, carmelita que foi assistente do Movimento quando trabalhou na Arquidiocese. Para mais fotos sobre os eventos, acesse o site www.arquifln. org.br e clique no link “Galerias”, no alto da tela.

Divulgação/JA

Encontro Regional prepara a Semana Nacional da Família Encontro Regional da Pastoral Familiar reuniu representantes de oito das dez dioceses do Estado

Encontro reuniu 45 participantes do Regional Sul IV da CNBB e contou com a presença de Dom Irineu, Assessor da Pastoral

Assinaturas pedem a criação da Defensoria Pública no Estado

O Conselho Regional da Pastoral Familiar esteve reunido nos dias 19 e 20 de junho, para realizar a sua reunião. O evento contou com a participação de 45 participantes, coordenadores diocesanos de oito das dez dioceses do Estado. O encontro contou com a presença de Dom Irineu R oq ue Scherer Roq oque Scherer, Bispo da Diocese de Joinville e também

Assessor da Pastoral Familiar em Santa Catarina. Durante o encontro, vários assuntos foram tratados, entre os quais foi dada ênfase à preparação para a Semana Nacional da Família, que será realizada nos dias 8 a 14 de agosto. Esse mesmo conselho reunir-se-á novamente, para sua Assembléia anual, nos dias 9 e 10 de outubro, em Florianópolis.

No dia 30 de junho de 2010, em sessão na Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, o Movimento pela Criação da Defensoria Pública realizou a entrega das mais de 47 mil assinaturas coletadas entre os eleitores do Estado, fruto de um grande processo de mobilização popular, envolvendo a Igreja, universidades, movimentos sociais, sindicatos, e outras organizações. Durante o evento, foi entregue o projeto de lei de iniciativa popular, criando a Defensoria Pública em Santa Catarina. Estiveram presentes representantes de movimentos sociais, pastorais, estudantes e defensores públicos de todo o Brasil para reiterar a importância do cumprimento do art. 134 da Constituição Federal de 1988, que prevê que todos os Estados devem criar as Defensorias Públicas, instituição que visa viabilizar o acesso integral e gratuito das pessoas à justiça. “O evento marcará a forte mobilização social no Estado em prol da criação da Defensoria Pública, um direito fundamental aos cidadãos catarinenses que vem sendo sonegado há mais de duas décadas”, disse Pe. Celio Ribeiro Ribeiro, coordenador Regional da Pastoral Carcerária.


Jornal da Arquidiocese

Geral 9

Julho 2010

Silvio e Leandro são ordenados padres Celebração realizada na Paróquia de Biguaçu encerrou o Ano Sacerdotal na Arquidiocese Foto JA

Pela imposição das mãos de nosso arcebispo Dom Murilo Krieger e dos presbíteros presentes foram ordenados padres Silvio José Kremer e Leandro José de Souza za. A ordenação foi realizada no dia 05 de junho, começando às 15h, na Igreja Matriz da Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, terra natal dos dois e mesmo local onde foram batizados e receberam os sacramentos da iniciação cristã. No total, 59 padres e 21 diáconos estiveram presentes, além de familiares, amigos, paroquianos e pessoas dos locais onde realizaram suas atividades pastorais. Para poder acolher os fiéis, foi estendida uma tenda na área externa da paróquia, onde um telão permitiu que mais de 400 pessoas pudessem acompanhar a celebração. No início da celebração, Dom Murilo disse que a ordenação dos dois presbíteros é um presente para a comunidade, para a Arquidiocese e para a Igreja. “Neste ano em que encerramos a celebração do Ano Sacerdotal, é uma grande graça termos duas ordenações presbiterais. Um ano para darmos graças a Deus pelos dons concedidos à Igreja”. Em sua homilia, Dom Murilo dirigiu a palavra aos ordenandos: “Saibam que ‘não há bem maior, nesta vida terrena, do que conduzir as pessoas para Deus, desper-

Leandro e Silvio, já ordenados presbiteros, mostram suas mão ungidas com o Óleo do Crisma por Dom Murilo durante o rito de ordenação tar a fé, elevar a pessoa da inércia e do desespero, dar a esperança de que Deus está próximo e que guia a história pessoal e do mundo’. É com essa certeza que você, Diácono Leandro, deverá repetir cada dia: “Eis que venho, com prazer faço a vossa vontade” (Sl 39); e você, Diácono Sílvio, deverá se recordar diariamente: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi”. No início do rito de ordenação, Pe. Vânio da Silva, reitor do Seminário Teológico Convívio Emaús e coordenador da Pastoral Presbi-

teral, fez a apresentação e deu o seu testemunho em favor dos candidatos ao presbiterado. Ao final, Pe. Leandro e Pe. Silvio fizeram os agradecimentos, aos familiares, amigos, formadores e a todos de que de alguma forma contribuíram para a sua formação. Depois, todos os presentes foram convidados a degustar um coquetel oferecido pela comunidade no salão paroquial. Mais fotos no site www. ar quifln.org.br arq uifln.org.br,, clicar no link “Galerias” no alto da página.

Como se sente como padre nos dias de hoje diante de tantos desafios? Leandro - É um prazer e um desafio, pois para cada época há um apelo próprio. Trabalhar como padre é um caminho, que eu quero percorrer com os que me forem confiados. Dos esforços que fizermos, os resultados só serão percebidos com o tempo. Sintome honrado em poder fazer parte de um ideal que tem como resultado uma felicidade duradoura.

E o que você diz aos jovens, em relação à vocação? Silvio - Se estão sentindo o chamado a serem padres, digam sim. Ainda que sintam amar outra pessoa, outra profissão, se sentirem forte o chamado de Deus, não duvidem, sigam esse chamado. O sacerdote possui uma vocação muito especial. Ele se torna instrumento vivo de Cristo.

Leandro - Vocação é um dom e precisa ser cultivado com carinho e partilhado de forma solidária e fraterna. Ser padre é olhar o próximo e ajudá-lo a encontrar Deus e realizar-se em plenitude. Os jovens devem considerar com carinho essa possibilidade, respondendo sem medo ao chamado.

A celebração de ordenação presbiteral de Silvio e Leandro também marcou o encerramento oficial do Ano Sacerdotal na Arquidiocese de Florianópolis. Proposto pelo Papa Bento XVI, foi um ano marcado por muitas iniciativas pastorais e, principalmente, pela intensificação das orações pela santificação dos sacerdotes e o envio de mais operários para a Messe do Senhor. Em entrevista, Pe. Vânio da Silva Silva, Coordenador da Pastoral Vocacional e do Ano Sacerdotal, faz um balanço do Ano Sacerdotal e dos seus reflexos para a Igreja, fala das atividades que mais marcaram e o que fica após o seu término. Jornal da Arquidiocese Um balanço do Ano Sacerdotal. Pe. Vânio - O Ano Sacerdotal serviu para retomarmos a consciência da necessidade de uma constante reforma da Igreja, que precisa da renovação espiritual dos presbíteros. O Papa olhou longe, em profundidade, e, neste tempo de escuridão para a Igreja, nos indicou o caminho da penitência e da humildade para que nós padres busquemos com mais empenho a santidade e vivamos o coração do nosso ministério: dar a vida pelo outros. JA - Como buscar com mais empenho a santidade e a reno-

vação dos presbíteros? Pe. Vânio - Bebendo sempre de novo do grande patrimônio espiritual acumulado ao longo da história da Igreja, porque, para ser anunciadores, é preciso ser antes ouvintes. Devemos retornar às fontes da fé: a Palavra de Deus, a liturgia, a caridade fraterna e o testemunho dos santos e santas. JA - Que atividades promovidas pela Arquidiocese no Ano Sacerdotal lhe chamaram mais a atenção? Pe. Vânio - Para mim, as atividades mais bonitas e marcantes do Ano Sacerdotal foram: o dia de oração dos padres na abertura do Ano Sacerdotal em Azambuja, a instalação do novo Seminário Propedêutico em Camboriú, as cartas do Arcebispo aos jovens, às famílias e às crianças, a peregrinação vocacional da Comarca de São José ao Santuário de Angelina, a Jornada da Juventude na Comarca da Ilha, o Festival Vocacional da Comarca de Biguaçu, a celebração comarcal de Corpus Christi em Itajaí e as ordenações dos nossos três novos padres: Pe. Hélio Luciano, Pe. Silvio Kremer, Pe. Leandro Souza. JA - E depois do Ano Sacerdotal? Pe. Vânio - Rezo para que a conclusão do Ano Sacerdotal marque o início de uma etapa de mais santidade na nossa vida de presbíteros. Rezo para que padres, diáconos, religiosas e lideranças leigas, trabalhemos para a formação de equipes vocacionais em todas as paróquias da Arquidiocese. Foto JA

Silvio - Ser Sacerdote é um dom. É uma boa notícia e uma graça. Como sacerdote, mentalizo, todos os dias, que tenho Cristo como meu Mestre. Sei que entre mim e Ele estão os desafios. O que faço? Vivo procurando segui-lo da maneira mais próxima possível. Com Ele, sei quem sou e o que sou, não havendo porque temer os desafios.

Pe. Vânio avalia o Ano Sacerdotal


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Ação Social

Julho 2010

Jornal da Arquidiocese

Economia Solidária: nova forma de ser, ter e viver A forma de produção e comercialização solidárias são uma alternativa aos problemas sócio-ambientais

A Economia Solidária é uma prática baseada em valores:

Cooperação: interesses e objetivos comuns, união dos esforços e capacidades, propriedade coletiva parcial ou total de bens, partilha de resultados e responsabilidades diante das dificuldades. Autogestão: exercício de práticas participativas de autogestão nos processos de trabalho, nas definições estratégicas e cotidianas dos empreendimentos, na direção

Divulgação/JA

A Campanha da Fraternidade deste ano impulsionou a reflexão sobre o modo como os cristãos se relacionam com o dinheiro. Se é verdade que vivemos numa sociedade baseada no modo de produção capitalista, contudo, há pessoas e grupos que buscam novas formas de ser, ter e viver. Os problemas sócio-ambientais atuais, agregados ao desemprego estrutural e ao surgimento de diversas doenças psicossomáticas, motivam as pessoas a se organizarem em grupos, cooperativas e associações, com elementos diferentes dos vividos no sistema capitalista. Boa parte desses grupos são denominados de Economia Solidária. Essa Economia propõe uma nova forma de viver a vida, onde o ter não é mais importante que o ser e tem como base o trabalho coletivo e a solidariedade entre as pessoas e com os outros seres do planeta.

Experiência que está dando certo Em entrevistas ao Jornal da Arquidiocese, Antônio Will Will, responsável pela parte comercial das Conservas Will, falou sobre como surgiu o empreendimento, os benefícios de ser um empreendimento de economia solidária e da Campanha da Fraternidade.

Feiras promovidas pela ASA ajudam empreendimentos de Economia Solidária a divulgar e comercializar os produtos e a trocar informações e coordenação das ações nos seus diversos graus e interesses. Atividade Econômica: agregação de esforços, recursos e conhecimentos para viabilizar as iniciativas coletivas de produção, prestação de serviços, beneficia-mento, crédito, comercialização e consumo. Solidariedade: preocupação permanente com a justa distribuição dos resultados e a melhoria das condições de vida dos participantes. Compromisso com o meio ambiente saudável e com a comunidade, com movimentos emancipatórios e com o bem estar de trabalhadores e consumidores. A Ação Social Arquidiocesana - ASA apóia diversos grupos de economia solidária, que vão sur-

gindo nas comunidades em busca de uma vida melhor, gerando trabalho, renda e solidariedade. Entre os grupos apoiados, no ano de 2000 foi formado o empreendimento “Conservas Will”, da comunidade Ribeirão Veado, interior de Nova Trento. Sua produção é de conserva: pepino, pêssego, beterraba, cenoura, geléias, entre outros. O grupo comercializa seus produtos em mercados, restaurantes e supermercados da região de Nova Trento e de Florianópolis. Como resultado do rendimento e organização do grupo, a comunidade Ribeirão Veado foi a única de Nova Trento que não sofreu com o êxodo rural, pois as famílias conseguem manter-se na roça.

Jornal da Arquidiocese Como surgiu a idéia de criar um grupo de Economia Solidária? Will - A idéia surgiu durante uma crise na área da fumicultura, e por não haver mercado do pêssego in natura. O grupo procurou o Pároco de Nova Trento, Pe. José Vollmer, para expor a idéia e buscar apoio, o qual ocorreu através de reuniões, cursos e projetos com a EPAGRI e com a Ação Social Arquidiocesana. JA - Quantas pessoas participam do Grupo? Will - O grupo, hoje, conta com 22 pessoas, mas também está beneficiando outras pessoas da comunidade, através do plantio de verduras. JA - Qual é o diferencial de um grupo de Economia Solidária? Will - É a união pelo trabalho, onde todos buscam o ideal de criar novas possibilidades e gerar renda para quem participa do gru-

po. Além de oferecer sempre um produto de qualidade para nossos consumidores. JA - Vocês acreditam que a idéia deveria ser seguida por outros grupos em igual situação? Will - Sim. Apesar das dificuldades, estamos abrindo espaço no mercado e criando uma economia diferente. JA - Como fica a divisão dos lucros e o investimento no crescimento do grupo? Will - A divisão é feita do seguinte modo: na lavoura compra-

mos os produtos plantados e na parte da produção todos recebem o mesmo salário a partir dos resultados financeiros que temos. JA - A Campanha da Fraternidade de 2010 trouxe algum benefício para vocês? Will - Sim. Trouxe mais conhecimento sobre a economia solidária, divulgação dos grupos envolvidos e apresentou grupos de outras realidades. Divulgação/JA

Encontro de Economia Solidária da Rede ASA Aconteceu no dia 27 de maio o Encontro de Empreendimentos da Rede ASA na sala de reuniões da Cúria (Senadinho). O encontro contou com a presença de 30 pessoas, representantes dos empreendimentos que são acompanhados pela ASA. Num primeiro momento, fomos chamados a refletir sobre a Economia Solidária, a partir das diversas compreensões que os participantes têm, seja por algum texto lido, alguma palestra que ouviu, ou mesmo sobre o que foi debatido na Campanha da Fraternidade 2010. Após as manifestações espontâneas, simbolicamente trouxemos bonequinhos que representam cada

um dos presentes. Eles foram unidos, como se estivessem de mãos dadas, formando uma grande ciranda, uma rede: a rede de empreendimentos de Economia Solidária da ASA. A partir desse gesto, refletimos sobre a importância desse grupo, enquanto espaço de troca, partilha de conhecimentos e formação, que tem como propósito fortalecer os empreendimentos já consolidados, assim como possibilitar o surgimento de novos. Em seguida, os grupos falaram de si, suas lutas, desafios, conquistas e sonhos. Partilharam suas produções, valorizando o trabalho coletivo e individual de cada participante, expresso em produtos

de qualidade e sustentáveis. Num segundo momento, através de um vídeo, o grupo pode perceber onde a Economia Solidária está presente, quais os sinais de sua ação nas comunidades e grupos, conceitos teóricos e experiências concretas espalhadas em nosso país. Uma proposta solidária de viver a economia de maneira justa, sustentável e que valorize a pessoa humana acima de tudo, independente do que ela pode produzir, uma economia que valorize as pessoas em sua essência, reconhecendo suas potencialidades, culturas e limitações. Ficou como encaminhamento a continuidade da formação:

Encontro reuniu representantes de empreendimentos apoiados pela ASA ainda este ano teremos mais dois encontros nos quais estaremos fortalecendo a Economia

Solidária em nossa Arquidiocese e a rede de empreendimentos da ASA.


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GBF 11

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Comarcas realizam encontros dos GBFs Encontros nas comarcas de Busque, Estreito e Biguaçu promoveram a unidade dos Grupos Bíblicos No dia 06 de junho, na Paróquia/Santuário NSra. de Azambuja, realizou-se o encontro comarcal com a presença de 85 animadoras e animadores dos GBFs das paróquias da comarca de Brusque. Fomos todos muito bem acolhidos pela coordenação paroquial dos GBFs, pelo Pároco Pe. Alvino Milani e pelo Reitor do Seminário, Pe. Pedro Schlichting. No encontro, tiveuzia P emos a presença da Ir Ir.. LLuzia Pereira como assessora. Ir. Luzia falou que nós, animadores dos Grupos Bíblicos em Família, devemos ter muito claro em nossas mentes e em nossos corações o que queremos com os grupos. Com esse questionamento, conduziu-nos a uma reflexão sobre a identidade dos GBFs, a “Igreja nas casas”. A reflexão nos fez compreender: - a importância de sermos animadores(as) animados, convictos da nossa missão de conduzir as pessoas à oração pessoal, à participação nas celebrações comunitárias, ao compromisso com o anúncio da Palavra de Deus e ao testemunho dos ensinamentos de Jesus. - a importância da acolhida: cativar as crianças, os jovens, porque às vezes por meio deles os adultos começam a participar, e cresce o clima de alegria e entusiasmo por estarem reunidos. Também foi apresentado o Livreto do Tempo Comum “Eis que estou à porta e bato”. O animador deve preparar-se para ser o mensageiro enviado por Jesus a bater às portas das casas, com o anúncio da boa notícia nas nossas comunidades. Somos discípulos missionários de Jesus Cristo, convictos da missão em assumir seu projeto de “vida em abundância” para as pessoas que se encontram excluídas, marginalizadas, sem esperança de uma vida melhor. Fomos motivados para participar da nossa concentração arquidiocesana dos GBFs no dia 29 de agosto, em Camboriú, para celebramos juntos com as CEBs e toda a Igreja arquidiocesana a caminhada de “Igreja nas casas’. Miguel Arcanjo Costa Paróquia Dom Joaquim - Cedro Alto

Divulgação/JA

Comarca de Brusque

Mais de 130 pessoas participaram do encontro na Comarca do Estreito

Comarca do Estreito

Aproximadamente 130 pessoas, provenientes das Paróquias da Comarca do Estreito, realizaram seu encontro comarcal em preparação à grande Concentração dos Grupos Bíblicos em Família. Os muitos grupos pertencentes à Comarca estavam representados. O encontro aconteceu no dia 19 de junho, sábado à tarde, na Igreja São Cristóvão, Paróquia N. Sra. do Rosário, Roçado, São José. Foi uma grande tarde de formação e de espiritualidade, já que estávamos voltados para o estudo do subsídio “Igreja nas Casas”, em preparação à Grande Concentração Arquidiocesana no dia 29 de Agosto, em Camboriú. Nossa assessora, Irmã Luzia Pereira, fez uma maravilhosa apresentação do conteúdo do documento em questão. Frisou bastante sobre os compromissos que devemos assumir como Grupos em Família e nossa responsabilidade e manejo como animadores, principalmente na alegria e boa vontade, sempre dispostos a assumir no Grupo e em grupo. Nosso encontro terminou na própria Celebração Eucarística da Comunidade às 18h, cujo Celebrante, Pe. André Gonzaga, o pároco, fez o envio dos participantes. Diác. Wilson Fabio de Castro Comunidade São Cristovão

Comarca de Biguaçu

Animadores e animadoras dos GBFs das paróquias de Antônio Carlos, Sagrados Corações e São

João Evangelista participaram do encontro comarcal dos GBFs que foi realizado em Biguaçu. A coordenação comarcal acolheu com alegria os participante e o assessor Pe. Elias Wolff Wolff. Pe. Elias nos ajudou a refletir sobre a importância, o objetivo e a identidade dos GBFs na vida da Igreja e na Comunidade. O dos grupos é ‘evangelizar’. O animador(a) é um evangelizador e um evangelizado. Os GBFs são um modo de a Igreja ser: Igreja doméstica, Igreja família, Igreja pequena comunidade, comprometida com o bem comum, Igreja comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs, Igreja relação de amor com o Pai e o Filho e o Espírito Santo. Os grupos são o chão da vida da Igreja, o jeito simples do povo de Deus viver a solidariedade, a partilha da vida e do saber, uma Igreja onde todos têm direito a vez e voz. Um modo de a Igreja viver a vida de comunidade, tendo como referência as primeiras comunidades cristãs, Atos 2, 42 “todos viviam unidos, na comunhão fraterna, na fração do pão...”. Por isso, os GBFs devem ser assumidos como prioridade pastoral por todos os membros da Igreja. Em seguida fomos motivados para a concentração dos GBFs no dia 29 de agosto em Camboriú, e conversamos sobre o livreto do Tempo Comum. O encontro relembrou nosso compromisso de 'Igrejas nas casas', incentivandonos a continuar a missão que Jesus nos enviou. Animadores(as) dos GBFs

II CONCENTRAÇÃO ARQUIDIOCESANA DOS GRUPOS BÍBLICOS EM FAMÍLIA Estamos vivendo um tempo de graça, preparando-nos para a nossa grande II Concentração Arquidiocesana dos Grupos Bíblicos em Família, no dia 29 de agosto, em Camboriú. É nossa responsabilidade, como participantes dos Grupos Bíblicos em Família, convidar os familiares, vizinhos e toda a comunidade, para a nossa Concentração. Quando? No dia 29 de agosto, um domingo. Onde? No Ginásio de Esportes, em

Camboriú, na Paróquia Divino Espírito Santo. MOBILIZE TODA A COMUNIDADE E ORGANIZE SUAS VANAS CARA ANAS. Entre em contaCARAV to com o pároco e os coordenadores(as) da comunidade e da paróquia, para organizarem a ida até Camboriú. Mais informações, pelo fone (48) 3224-4799 ou pelo e-mail gbf@arquifln.org.br, com Maria Glória da Silva Silva, coordenadora arquidiocesana dos GBFs.

Atividade Regional dos Coordenadores(as) dos GR/F e CEBs Cerca de trinta e cinco lideran- plebiscito popular, ‘Por um limite da ças, dentre eles padres e leigos e propriedade de terra’ (gesto concreleigas, representaram as dioceses to da CFE-2010), motivando que do Regional Sul IV na reunião esta- seja assumido e concretizado nas dual das CEBs e GR/F, nos dias 18 dioceses; importância da Romaria a 20 de junho, em Criciúma. Fomos da Terra e da Água como um espaacolhidos calorosamente pelas li- ço onde a fé e vida se encontram; deranças da comunidade NSra. reflexão sobre o tema e o lema do II Aparecida de Vila Nova Operária, da Interdiocesano: ‘A Missão dos DisParóquia Santa Bárbara. O encon- cípulos Missionários de Jesus Cristro contou com a presença e acolhi- to à luz da Palavra de Deus’e “Ai de da de Dom Jacinto Inácio Flach Flach, mim se eu não evangelizar” (1Cor atual bispo de Criciúma. 9,16); partilha sobre os elementos Na manhã de sábado, Pe. Do- que compõem o cartaz do II mingos Dorigon provocou uma Interdiocesano; elaboração da carreflexão sobre a Conjuntura eclesial ta/mensagem aos animadores e e social, apontando caminhos para animadoras para ser lida nos bloo “VER” da realidade que nos cer- cos; partilha dos blocos sobre a preca. Um dos assuntos levantados, paração, organização e metodomuito discutido, foi ‘Ecologia’ - meio logia dos Interdiocesanos, que reaambiente. Seguiu-se a reunião em lizarão no dia 12 de setembro prógrupos para aprofundar o tema nas ximo; encaminhamentos e serviços diferentes realidades de cada para a próxima reunião regional dos diocese, visando os compromissos GR/F e CEBs que se realizará em dos Grupos de Reflexão e CEBs com Florianópolis. Divulgação/JA as questões que afetam a vida humana e o meio ambiente. Outros assuntos: apresentação da carta/mensagem escrita na 43ª Assembleia Geral (CNBB) dos bispos para a as CEBs e GR/F; reflexão sobre o Entre os temas debatidos, estava II Interdiocesano


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Artigos

Julho 2010

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Centenário

Padre João Borges Quintão - um coração dividido João Borges Quintão nasceu no dia 27 de junho de 1871, na Fazenda Boa Vista, que uns situam no Distrito de Sant'Ana do Alfié e outros, no Distrito de Babilônia, ambos incorporados, até 1890, ao Município de Itabira, MG. Hoje é o município de Marliéria, pequena cidade onde logo se vê a homenagem ao filho ilustre e santo: “Escola Estadual Padre João Borges Quintão”. Seus pais João Borges Quintão e Maria Teixeira Ferreira o levaram à Pia batismal em 23 de julho de 1871. Os primeiros estudos foram feitos na sede do município, no Colégio das Palmeiras. Depois do Curso de Humanidades no Colégio do Caraça, em 1890, dirigiuse a Petrópolis onde entrou para o Noviciado da Congregação da Missão (lazaristas), e fez os cursos de Filosofia, de Teologia e de Direito Canônico. Em 1896, voltou ao Caraça, como Diácono, a fim de lecionar nesse tradicional estabelecimento de ensino que, dirigido pelos Padres lazaristas, educou gerações de cristãos, políticos e intelectuais brasileiros. Foi nele que Raul Pompéia ambientou seu conhecido romance “O Caraça”. Ordenado presbítero em 1896, no ano seguinte começou a lecionar no Seminário do Rio Comprido, tradicional casa de formação presbiteral da arquidiocese do Rio de Janeiro, onde ficou até o fim do ano de 1901, tendo exercido paralelamente o cargo de Capelão da Santa Casa. Entre 1902 e 1906, foi nomeado Padre-Mestre de Missões nos Estados do Paraná e de Santa Catarina, onde foi grande no ministério da Palavra. Seus sermões eram brilhantes tanto pela forma

quanto pelo conteúdo bíblico e cador!””. Era um homem fiel. insistência na justiça social. Os Em Padre João Borges, o cejornais do Paraná e Santa libato não era vivido Catarina com antecedência santamente como deveria ser. anunciavam suas pregações. Viveu seu sacerdócio e fé crisModesto, nunca buscou tã com extrema seriedade, elogios pelos seus justos e nomas com o coração dividido. Se táveis merecimentos. Aprimofoi eleito bispo num período em rando a vida espiritual de muique somente grandes vultos ta gente, ele foi, até 1918, um eram chamados ao episcopados maiores artífices da consdo, na República incipiente, era trução do Reino de Deus nas porque tinha dignidade moral almas de centenas de milhapara esse ministério. res de brasileiros, tanto no Sul Poderia ter-se deixado secomo no Rio de Janeiro. duzir pela honra do EpiscopaPe. João Quintão era dotado: preferiu a lealdade à Igreja. do de muita sensibilidade e forNão desistiu logo. Mesmo sate consciência da transitoriedabendo de sua condição de pede da vida, como se vê nesta Pe. Quintão, eleito o segundo bispo cador, lutou para superar o dracarta ao primo Raphael, escri- de Florianópolis, renúnciou antes ma da paixão humana. Em ta em 1902, em Curitiba: “Ape- da sagração episcopal. Trocou o 1919, saiu da Congregação da sar das tristezas e saudades e sacerdócio pelo matrimônio. Missão para o lar, que fundou dos muitos trabalhos de pregar, com Sílvia Bittencourt Cotrim, confessar, baptizar etc. etc. estou antes da sagração episcopal, hou- filha de tradicional família de milicontente, porque em Jesus e em ve por bem e por certo desistir da tares. Pe. João tinha conhecido Maria e em José! Animo! Já estás plenitude do sacerdócio, por séri- Sílvia na Santa Casa do Rio, onde no meio do caminho doloroso do as razões de foro íntimo. era interna. Calvário. Alguns passos ainda O casal foi morar no humilde Em 1980, assim se referiu ao atraz de Jesus e consumarás esse acontecimento Mons. José Locks, arraial de Babilônia, hoje Marteu holocausto no alto da monta- testemunha da época, numa en- liéria, no Vale do Rio Doce e, para nha! Vamos com Elle! Vamos! trevista que me concedeu: “No Pe. sustento da família, abriu um Ajudae-me a seguir-vos, a morrer Quintão, lazarista, reitor do Semi- Colégio que funcionou durante convosco crucificado. Espero que nário de Curitiba, pareciam reuni- três anos (1920-1922), com a um dia irei gozar convosco no céo. das as qualidades de um Bispo: denominação de “Nossa Senhoqualidades intelectuais e qualida- ra das Dores”, sua grande devoAssim seja. Amen. Amen”. des morais. No entanto, depois de ção. Lugar pobre, não oferecia nomeado ele renunciou, alegan- condições de vida. Eleito bispo de ser indigno para o cargo. O Pe. Em 1923, acompanhado da Florianópolis - a busca do Topp ficou encantado com a hu- mulher e de três filhos, ele muda fidelidade mildade dele e foi a Curitiba para dou-se para Itabira, MG, a convite Entre 1906 e 1914, reitor do demovê-lo de sua renúncia: “Tal de seu antigo colega e amigo Seminário de Curitiba. Em 1913 Bispo nós precisamos, sem ambi- Trajano Procópio de Alvarenga foi surpreendido com a comuni- ção de honras e dignidades”. Mas Monteiro, a fim de, no Ginásio cação oficial de que havia sido o Pe. Quintão ficou inabalável, e Municipal Sul-Americano, lecionar eleito por Pio X segundo bispo da no fim disse: “Mons. Topp, se o o francês, o inglês e o latim. Diocese de Florianópolis, vacan- senhor conhecesse quem eu sou, Enfermo, em 1927 foi internate desde 1912 pela transferência não insistiria na sua teima”. Mons. do do Hospital de Itabira, cujo povo de Dom João Becker para Porto Topp saiu pensando: “Ou é um o havia recebido com manifestaAlegre. Mas, para surpresa geral, grande santo ou é um grande pe- ções de apreço e de caridade.

Agravando-se o mal que o prostrava no leito, foi visitado por antigos colegas padres lazaristas. Entre eles, Pe. Jerônimo de Castro, que lhe deu a absolvição geral e as bênçãos da Igreja a que ele havia prestado grandes e bons serviços, deixando atrás de si uma montanha de boas obras, que marcaram sua passagem por este mundo. Foi a maior graça da vida desse homem que nunca deixou de ser sacerdote. No dia 23 de julho de 1927, tendo recebido os últimos sacramentos, com apenas 54 anos, entregou sua alma ao Pai. Seu coração nunca se distanciara de Jesus Cristo nem de Nossa Senhora, de quem era devotíssimo, pois nunca havia abandonado a recitação do terço do seu Rosário. A esposa Sílvia e os filhos seguiram para o Rio de Janeiro. A vida e a morte do Padre João, como ele era chamado em Marliéria, do Padre João Borges, como era conhecido em Itabira, do Padre Quintão, como era tratado por seus colegas e irmãos da Congregação fundada por São Vicente, despertam a lembrança para uma das mais belas páginas de Péguy, em sua Obra “Clio”: “Quando a graça não chega por estradas retas, percorre estradas tortas. Quando não chega pela direita, chega pela esquerda. Quando não chega seguindo numa linha reta, chega seguindo uma linha curva e quebrada. Quando não chega do alto, chega de baixo. Quando não chega do centro, chega da periferia. Quando não esguicha como fonte, corre como água pura”. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Ecumenismo Na edição anterior iniciamos a conversa sobre a missão da Comissão Paroquial para o Ecumenismo e o Diálogo Interreligioso. A partir de alguns textos bíblicos motivamos a respeito da necessidade da oração como meio prioritário para que as Igrejas Cristãs continuem sua caminhada para a unidade, seguindo o exemplo de Jesus e cumprindo o seu pedido para que todos sejam um (Jo 17,21). Junto com a oração persistente, individual e comunitária, a Comissão Paroquial assume também a missão de defender e promover os Direitos Humanos, tendo e vista a vida digna de todas as pessoas, independentemente de sua confissão religiosa. Em cada comunidade, se formos atentos, vemos diferentes rostos sofredores, como nos alerta o Documento

A Importância da Comissão Paroquial para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso - (2ª parte) de Aparecida (nn. 407 a 430): pessoas que vivem na rua, migrantes, enfermos, dependentes de drogas, vítimas de violência, detidos em prisões e tantos outros. Uma das expressões de ecumenismo e de diálogo inter-religioso é a união das Igrejas Cristãs e das Religiões nas ações de base. A opção fundamental é, sem dúvida, a caridade a partir das pessoas sofredoras. Foi esta a opção de Jesus e de tantos líderes da humanidade, pertencentes a diferentes tradições religiosas. Há um modo todo especial de organizar e praticar a caridade: a Política. Todos nos lembramos da afirmação do papa Paulo VI quan-

do se referiu à Política como uma das formas mais elevadas de caridade. Por isso, escrevemos a palavra Política com “P” maiúsculo. Todos somos responsáveis pela construção de uma sociedade justa e solidária. Todos podemos, devemos, fazer Política. Recentemente o CONIC - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, através dos representantes das Igrejas-membro (Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, Presbiteriana Unida do Brasil e Sirian Ortodoxa de Antioquia) lançou uma Declaração sobre Ética na Política e Eleições 2010. Entre

outras reflexões, aí encontramos: “De nossas Igrejas chegam-nos expressões de preocupação e muitas vezes espanto, acompanhadas de insatisfação e desilusão em relação à classe política de nosso país. A voz dessas pessoas deve ser ouvida, não negligenciada; afinal, o poder está nas mãos do povo que, de tempos em tempos, elege representantes para defender os interesses da coletividade. Em vista disso, esperamos nos políticos que forem eleitos em outubro, que prezem pela ética como um valor inalienável... Lembrando a recente Campanha da Fraternidade Ecumênica, que com o tema ‘Economia e Vida’ tra-

tou da perversidade do modelo econômico vigente e de alternativas para incluir os menos favorecidos, é preciso que sejam refletidas maneiras de contemplá-los em seus direitos e necessidades básicas...” (Declaração integral em: www.conic.org.br www.conic.org.br). Quem sabe, uma das ações concretas das Comissões Paroquiais para o Ecumenismo e para o Diálogo Interreligioso, neste ano de eleições, seja reunir lideranças e pessoas interessadas das Igrejas Cristãs e de outras Religiões, convidando os candidatos da sua região, para uma conversa sobre a Política: uma das formas mais elevadas de caridade... Celso Loraschi Professor no ITESC e Coord. Comissão Arquid. para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso - CADEIR


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Missão 13

Julho 2010

A Igreja na África do Sul Os sul africanos têm mais de cinco mil Igrejas e seitas, mas negros e brancos ainda têm igrejas separadas Igreja do seu marido, mesmo que este não seja praticante.

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Nomvula, uma senhora na casa dos 30 anos, foi batizada, recebeu a Primeira Comunhão e foi confirmada na Vigília Pascal no Sábado Santo, depois de ter participado no curso de catecúmenos. Mas NomvuIa é um caso particular: há já alguns anos que todos os domingos ensinava o catecismo às crianças do ensino préescolar na sua paróquia e ainda recebia regularmente a comunhão na missa. Só no ano passado, ao conversar com o seu pároco, é que percebeu que nunca tinha sido batizada na Igreja Católica. Sempre pensara que era católica pelo mero fato de ter freqüentado o ensino primário e secundário numa instituição católica. Na verdade, ela tinha sido batizada na Suazilândia, seu país natal, na Igreja do Nazareno, uma denominação fundamentalista próxima dos “cristãos renascidos”. A confusão de Nomvula pode ser um caso isolado, mas reflete bem a confusão que está na mente de muitos cristãos da África do Sul que têm dificuldade em ver a diferença entre uma Igreja e outra, e muitas vezes acreditam que todas as denominações cristãs são o mesmo. Isso também explica o fato de os cristãos facilmente deixarem de ser fiéis de uma Igreja e passarem a sê-lo de outra, muitas vezes por causa do casamento. É amplamente aceito entre os negros, que são cerca de 85 por cento dos 3,8 milhões de católicos na África do Sul, que a mulher tem de seguir a

Falta de inculturação

Na África do Sul, onde, segundo alguns estudos, há mais de cinco mil Igrejas e seitas. A confusão e a falta de reconhecimento das diferenças entre as confissões cristãs também se devem a uma insuficiente inculturação da fé cristã, “uma fé meramente epidérmica na África do Sul”, afirma o arcebispo de Joanesburgo, E acrescenta: “O Cristianismo na África do Sul tem cerca de 150 anos e a mudança de mentalidade trazida pela evangelização não foi tão radical como seria de esperar”. Na verdade, a religião tradicional não é praticada abertamente e, no entanto, subjaz a tudo o que acontece na vida das pessoas. As pessoas temem os espíritos dos antepassados, cujo poder é considerado superior ao de Deus sobre o destino da pessoa. Um seminarista que estava preparando os jovens para o sacramento da Confirmação, perguntou-lhes aonde é que eles se dirigem em caso de doença. Os jovens responderam em coro: “ao sacerdote e, em seguida, ao curandeiro tradicional”.

Fonte de empenho

Ninguém pode negar o empenho da Igreja Católica em várias esferas sociais, tais como educação, saúde, meios de comunicação e projetos de desenvolvimento. Na África do Sul, que tem uma das maiores taxas de infecção com

Um dos principais problemas é a Aids. Há 5,7 milhões de pessoas infectadas. A Igreja coordena mais de 100 programas para evitar a proliferação do problema Embora desde 1990 não exista mais o Apartheid, que segregava os negros, o preconceito ainda é presente. Negros e brancos participam dos cultos e celebrações em igrejas separadas. Isso, apesar do empenho do arcebispo anglicano Desmond Tutu (ao lado).

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5,7 milhões de pessoas soropositivas, a Igreja dá uma grande contribuição na luta contra a pandemia do AIDS, coordenando mais de 100 programas de serviços para esses doentes, incluindo hospitais, clínicas, asilos, cuidados domiciliários, prevenção da transmissão de mãe para filho, etc. Os programas chegam a mais de 70 mil pessoas, com 14 mil a receberem tratamento anti-retroviral. Além dos muitos membros do pes-

soal qualificado a serviço da Igreja, há inúmeros voluntários, a maioria mulheres e desempregados, que cuidam diariamente de doentes no seu domicílio, lidam com a morte e cuidam das crianças órfãs devido à doença. Esses voluntários prestam este serviço com fé e compaixão genuína pelos doentes.

Novos desafios

A Igreja na África do Sul precisa lidar com outros desafios, entre eles a busca da reconciliação. O

governo, através do trabalho da Comissão de Verdade e Reconciliação, dirigida pelo arcebispo anglicano Desmond Tutu, liderou o processo na sociedade, mas as Igrejas, em geral, têm sido mais lentas a assumirem esta tarefa e não foram capazes de dar um contributo específico na área de reconciliação. “Há imensas divisões raciais e étnicas, mesmo entre os nossos católicos”, diz o bispo auxiliar da arquidiocese de Durban. “Como Igreja, temos de desafiar a sociedade e os nossos paroquianos, à luz do Evangelho, mostrando que a diferença cultural é complementar e que é um fator de enriquecimento”. Nas grandes áreas metropolitanas, por exemplo, os brancos rezam nas suas paróquias, os negros nas suas próprias e os mestiços fazem o mesmo. Há poucas paróquias mistas. O tipo de linguagem que se ouve freqüentemente em relação a negros e brancos, ainda é a do “nós e eles”. A liderança da Igreja Católica na África do Sul está preocupada com o desafio da reconciliação. Após o Sínodo Africano, realizado em Roma em 2009, os bispos da África do Sul, Botsuana e Suazilândia lançaram a consulta pastoral para o ano de 2012, que abordará, de forma prática, o tema do Sínodo da Reconciliação: “Justiça e Paz”. Espera-se que iniciativas como essa gerem a visão e o entusiasmo necessários para fazer da Igreja na África do Sul um sinal mais visível dos valores do Evangelho numa sociedade que ainda luta com divisões raciais e econômicas. Efrem TTresoldi resoldi Adaptação por Pe. Paulo de Coppi Coppi-PIME

Congresso Missionário dos Seminaristas 150 seminaristas de todos os seminários maiores do Brasil estarão reunidos em Brasilia de 4 a 10 de julho refletindo sobre o Tema: "Formação presbiteral para uma missão sem fronteiras" e tendo como lema: "Chamados para estar com ele e enviados" (Mc 3,14). Serão sete dias inspirados por uma reflexão bíblica

sobre a missão a partir dos evangelhos e das cartas de Paulo. O objetivo da iniciativa é alimentar a consciência missionária dos futuros presbíteros, à luz da Bíblia e das orientações dos mais recentes documentos da Igreja. Será um passo significativo para que a Igreja do Brasil receba um novo e forte impulso missionário.

Aos 130 missionários da Arquidiocese de Florianópolis que estarão realizando trabalho evangelizador na Paróquia de Xique Xique, d iocese da Barra, na Bahia, desejamos uma boa viagem e uma ótima missão. Eles partem dia 16 de julho e estarão de volta no dia 28.


Geral

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Pe. Sérgio de Souza

Foto JA

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Uma vocação despertada ainda na infância e que foi fortalecida com os anos No dia 13 de julho, o Pe. Sérgio José de Souza estará celebrando 25 anos de ordenação presbiteral. Nascido no dia 23 de setembro de 1956, na localidade do Estreito, região continental de Florianópolis, teve a vocação despertada na mais tenra idade. Lembra que aos cinco anos já brincava de celebrar missa. Numa família de sete irmãos, Pe. Sérgio cresceu no cultivo da fé e da vida cristã, proveniente de seus pais. Mais tarde, por volta de seus 17 anos, ingressou no seminário de Azambuja, em Brusque. Após completar seus estudos de Teologia no ITESC, foi ordenado presbítero no dia 13 de julho de 1985, no Santuário NSra. de Fátima, sua paróquia natal. Contava então 27 anos de idade. Seu lema de ordenação: “Eu vim para servir e não para ser servido”. Em entrevista ao Jornal da Arquidiocese, ele fala como foi despertada sua vocação, o apoio recebido da família, a contribuição das Irmãs Salvatorianas, o trabalho que realizou nas quatro comunidades onde exerceu o ministério presbiteral e as contribuições que deu para as vocações. Jornal da Arquidiocese Como surgiu sua vocação presbiteral? Pe. Sérgio - Desde muito cedo, nos primeiros anos de minha vida. Minhas brincadeiras de infância preferidas eram: batizar, rezar missas, procissões, e até mesmo na

oração do Oficio das irmãs Salvatorianas, subir ao altar e abrir os braços para fazer a oração. O sermão, que também fazia, era um único tema: o nascimento de Jesus (Natal). A “hóstia” era banana cortada em rodelas. Muitas vezes eu visitava os vizinhos como um “mini padre”. A roupa, a princípio, era um lençol ou camisola; o que mais me fizesse parecer com um padre. Com seis anos, ganhei das irmãs salvatorianas um paramento completo: alva, cíngulo, estola, amito e casula. Meu cálice era um copo de vidro; a pala, uma parte de caixa de sapato, e um lenço era o corporal. Não podia faltar o coroinha, que era meu irmão caçula, com seu traje e sineta nas mãos. Até dizem que também havia coleta na “missa”. Lembro-me da visita da imagem de NSra. de Fátima às famílias, onde rezávamos o terço; penso que, aqui, começou de fato o chamado.

quial, capinava ao redor da igreja, engraxava os sapatos dos padres, apanhava flores para enfeitar a igreja, preparava as missas, como também ajudava na celebração. Qualquer trabalho que fosse pela igreja eu estava sempre disposto. Tudo era motivo de grande alegria: servir a igreja, servir os sacerdotes.

JA - O senhor recebeu apoio para a sua decisão ainda tão jovem? Pe. Sérgio - Tudo e todos colaboravam: o ambiente familiar, os primeiros vizinhos que eram padres e religiosas, e acima de tudo, o Santuário de NSra. de Fátima. Esse ambiente caloroso de Mãe e de fé foi no qual vivi e convivi por muito tempo. Outra experiência marcante de minha infância e adolescência foram os trabalhos que realizava com muito zelo e amor à minha paróquia e aos sacerdotes: ajudava na limpeza da casa paro-

JA - Qual a contribuição das Irmãs Salvatorianas no seu despertar vocacional? Pe. Sérgio - Eu, e meus sete irmãos, estudamos no Colégio NSra. de Fátima, das Irmãs Salvatorianas, que ficava junto do Santuário, ocupando várias de suas dependências. Cursei o Pré, o Jardim e da 1ª a 4ª série e inclusive o quinto ano de admissão. O zelo, a dedicação e alegria dessas consagradas, só temos a agradecer de coração. Nossa família Souza deve muito a elas. O zelo pela Igreja de Fátima, a Catequese,

Pe. Sérgio preside a Eucaristia: sonho de infância foi realizado aos 27 anos, com a ordenação presbiteral

Retalhos do Cotidiano

Liturgia e a Educação Escolar, serviços prestados por elas, criaram em mim um grande amor à Igreja. O meu reconhecimento por tudo o que fizeram se expressa a cada dia nas orações em sua intenção. JA - Os seus 25 anos de presbítero foram dedicados ao atendimento paroquial. O que mais colaborou para o bom êxito do seu trabalho? Pe. Sérgio - Em minha vida presbiteral, Deus sempre me pôs em contacto com sacerdotes idosos, a quem muito estimei. Na minha primeira experiência, em Ponte do Imaruim, Pe. Osvaldo Prim pediu a Dom Afonso que eu fosse trabalhar com ele, iniciando assim minha vida ministerial ao lado de quem a estava concluindo. Foi muito marcante e aprendi muito. Em Brusque, pude conviver com o Pe. João da Cruz, Cruz SCJ, homem de Deus a quem tive a alegria de escu-

Namoros sadios normalmente saem de boas famílias; namoros desastrosos, de famílias em que já não há limites nem formação, famílias em que Deus não tem mais lugar.

Papel Ninguém que brinque com o amor sairá dessa 'brincadeira' incólume. É mais ou menos como o papel que, deixado à sua própria ‘vontade’ e posto na máquina, desliza ‘feliz’ pela bobina e dela sai enrugado. Quando sai, porque, às vezes, fica trancado! E, uma vez amassado, nem à força do ferro de passar consegue que as ‘rugas’ desapareçam...

Namoro 2

Eu Namoro 3 O namoro é a estação em que se embarca para, depois, com amor duradouro, viajar pelas estações da vida. E, nessa viagem, às retas sucedem as curvas, às subidas sempre suce-

tar muitas vezes, relatando suas histórias e seus trabalhos. Em Campinas, São José, com o Pe. Raul e Pe. José foram sete anos de convivência, de partilha, ajuda e acolhimento. Em Itajaí, com o padre Pe. Francisco Marini Marini, que residia onde agora é minha paróquia e a quem acompanhei em sua longa doença. Em minha paróquia de origem, no Estreito, tive a alegria de conviver com muitos padres: Pe. Quinto, Pe. Raul de Souza , Pe. Edegar, Pe. João Cardoso, Pe. Aquilino, Pe. Norberto, Pe. Agostinho Petry (atualmente Dom Agostinho), Pe. Vertolino, mas acima de tudo, a pessoa do Pe. Quinto, que criou em mim uma “inspiração” de sacerdote, desde o trajar ao celebrar; a ele devo o meu melhor aprendizado. JA - O que mais o marcou no seu trabalho como pároco? Pe. Sérgio - Por todas as paróquias em que passei, cada uma delas deixou uma marca diferente. Em Brusque, muito me marcou o grande trabalho que pude realizar fazendo visitas nas casas; realizei-as em toda a paróquia de Santa Teresinha, inclusive visitando lares evangélicos. Outra experiência muito forte foi a da Renovação Carismática em Campinas. Foi algo que me marcou profundamente e também o coração da juventude em busca da Palavra e da Eucaristia. Lembro-me que, para os retiros, eles se dirigiam às praças públicas em busca de outros jovens, e levavam dependentes químicos para uma primeira experiência de retiro. Era um grupo de oração que funcionava de janeiro a dezembro, todas as segundas-feiras. A participação era muito grande. Os retiros, os encontros... Deus realizou sua Obra em muitos corações.

Carlos Martendal

Divulgação/JA

Namoro

Pais que educam bem os filhos e as filhas estarão entregando um bem precioso a seu futuro cônjuge. E, mais tarde, ficarão felizes em ver a família que eles constituíram. E ficarão felizes com os netos que seus filhos lhes darão. E louvarão a Deus pelos limites que impuseram, pelas permissões que não concederam, pelas exigências que apresentaram. Filhos bons e capazes de amar são criados com o amor exigente dos pais. Pais frouxos criam filhos frouxos, pais exigentes criam filhos felizes, mesmo em meio às dificuldades da vida.

Minhas brincadeiras de infância preferidas eram: batizar, rezar missas e abrir os braços para fazer a oração”

Jornal da Arquidiocese

dem as descidas. Haverá tempo bom, sim, mas o mau tempo também baterá à porta. É preciso, desde o princípio, ser sábio, e construir sobre a Rocha e, não, sobre a areia.

Que batalha, cada dia, contra o “eu”, que requer o primeiro lugar, que quer ter, só ele, a opinião certa, que exige o respeito aos seus ‘direitos’. O “eu” custa a morrer. E como gosta de ressuscitar!

Ouvir Quando ouvimos com o coração, os sinos da alma tocam,

quem fala sente-se irmão e tudo fica mais fácil!

Felicidade A verdadeira felicidade consiste em fazer o outro feliz, porque, afinal, é no outro que encontro o Outro!

Importunar Os santos são simples. Na sua humildade e confiança, dirigem-se ao Pai como filhos que se sabem amados. Afirmava o santo Cura d’Ars: “O bom Deus gosta de ser incomodado”! E Santa Teresa d'Ávila expressava seu amor ardente dizendo: “Ó meu Deus, quem me dera importunar-vos sem cessar!...”. O próprio Mestre ensinou-nos a ‘importuná-lo’: “Batei e vos será aberto” (Mt 7,7).O que estamos esperando?


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Bombinhas é elevada a Paróquia Celebração marcou a criação da Paróquia NSra. da Imaculada Conceição, no município de Bombinhas Foto JA

Com a criação da Paróquia Santo Antônio, em Bombinhas, Pe. José Jacó Archer assumiu como o seu primeiro pároco. Com a experiência de 31 anos de vida presbiteral, 14 deles como nosso missionário na Bahia, ele fala do trabalho que pretende realizar.

Dom Murilo presidiu a celebração na nova e lotada de fiéis Igreja Matriz Deus. O ponto de encontro de uma comunidade. É o local para juntos descobrirmos como Jesus nos ama e é misericordioso e para que O anunciemos aos outros", disse o Arcebispo.

ENTREGA DAS CHAVES

Pe. Jacó recebeu das mãos de Dom Murilo a chave da Igreja e do Sacrário. “Lembra-te de que a Eucaristia é o ápice e a fonte de toda a vida cristã. Por isso, empenha-te

com todo o zelo para que ela seja o centro de toda a ação pastoral e de toda a vida da Paróquia”, disse Dom Murilo. Ao final da celebração, foi realizada a prestação de contas das receitas e despesas nos três anos de construção da Igreja Matriz, da Secretaria e da Casa Paroquial. Para mais fotos e a notícia completa, acesse o site www. ar quifln.org.br arq uifln.org.br. As fotos estão no link “Galerias” no alto da página.

Abbá Pai realiza “Avimamento de Dons” A Comunidade Católica Abbá Pai realizou no dia 27 de junho, a terceira edição do “Avivamento de Dons”. Realizado no Centro Arquidiocesano de Pastoral - CAP, o evento contou com a participação de 200 pessoas.A formação faz parte do carisma da Comunidade, que busca vivenciar e promover encontros de conhecimen-

Pe. Jacó fala sobre os desafios na nova paróquia

to e oficina de dons e carismas. A formação contou com a assessoria do Pe. Evaristo Debiasi Debiasi, que falou sobre o Dom do Amor, o maior de todos os dons e a raiz da centralidade do carisma Abbá Pai. Durante todo o dia, ele buscou mostrar como entender o amor de Deus. “O amor de Deus é um amor que nos vê, nos ouve e nos sente. Que veio Foto JA

Celebração de encerramento lotou a Igreja São Sebastião

ao nosso encontro para nos conduzir à terra da felicidade”, disse. Segundo ele, Jesus é o revelador do amor do Pai. Deus quer nos amar em sua totalidade, por isso ofereceu o seu Filho para a nossa salvação. Deus também quer tudo e não parte de nós. Por isso, nos coloca quatro desafios: que sejamos santos, misericordiosos, perfeitos e bons como Ele o é. O evento foi encerrado com a celebração Eucarística presidida pelo Pe. Ney Brasil Pereira e concelebrada pelo Pe. Siro Manoel de Oliveira, Pe. Marcelo Telles e Pe. Evaristo. Após a missa, foram homenageados os presbíteros, além de outras nove pessoas consideradas “Amigos Abbá Pai”, que colaboraram com a comunidade nos seus dez anos de fundação. Na avaliação de Simone Pereira, fundadora da Comunidade, a formação correspondeu plenamente ao carisma da Abbá Pai, que é o Amor de Deus.

Jornal da Arquidiocese Como enfrenta o desafio de administrar uma paróquia nova? Pe. Jacó - Não é a primeira vez. Em 1983, quando da criação da Paróquia NSra. dos Navegantes, em Governador Celso Ramos, fui o responsável por preparar a criação e fui o primeiro pároco. Também como padre missionário na Bahia, onde fui pároco em Oliveira dos Brejinhos, na Diocese de Barra, também tive que iniciar muitas coisas. O desafio se encontra em todos os lugares. Bombinhas é um dos municípios que mais crescem na Arquidiocese. Nos últimos anos, sua população dobrou. O desafio é o de atender bem os migrantes, tantos os turistas como os residentes, unindoos com os nativos, e procurando integrá-los na vida paroquial. JA - O senhor tem a intenção de criar novas comunidades? Pe. Jacó - Sem dúvida, Essa será uma das principais tarefas. Para este ano já iniciaremos as celebrações no Mariscal, para que logo comecemos a construir uma igreja. Pessoas já manifestaram o desejo da doação de um terreno.

Outras regiões também já estão mapeadas. Preocupamo-nos também em adquirir terrenos em áreas ainda não desenvolvidas, mas que têm potencial. Se não fizermos isso agora, mais tarde será mais difícil. JA - Quais as suas prioridades em termos pastorais? Pe. Jacó - A Juventude e o Meio Ambiente. Estamos começando a formar grupos de jovens, mas não há ainda uma Pastoral da Juventude organizada, e precisamos fazer isso. A questão do meio ambiente já é preocupação da comunidade. O município cresce muito e temos que preservar as riquezas naturais. Também temos a preocupação em fortalecer e reforçar as pastorais que já existem. Além disso, temos muitos pescadores artesanais e embarcados. Pretendemos dar especial atenção a eles. Foto JA

Mais de 800 pessoas participaram da celebração realizada na manhã do dia 13 de junho que criou a Paróquia NSra. da Imaculada Conceição, em Bombas, no município de Bombinhas, desmembrada da Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, em Porto Belo. Presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, a celebração contou com a participação de nosso bispo-auxiliar emérito Dom Vito Schlickmann, além de 11 padres e três diáconos. Pe. José Jacob Archer foi empossado como o primeiro pároco. A Igreja Matriz, recém construída, teve os seus 600 lugares completamente ocupados. No início da celebração, após a leitura dos documentos de criação da paróquia e de nomeação do primeiro pároco, representantes das seis comunidades que compõem a nova paróquia trouxeram o Evangelho até o altar, e o entregaram a Dom Murilo. O Evangeliário veio em uma rede com o nome de cada uma das comunidades. Após as leituras, Pe. Jacó fez a profissão de fé. Em sua homilia, Dom Murilo explicou o conceito de paróquia. "A paróquia é fonte de salvação e graça. É o lugar do perdão de

O experiente Pe. Jacob é o primeiro pároco de Bombinhas

Peregrinação reúne seminaristas do Regional No dia 9 de junho, o Santuário NSra. de Azambuja, em Brusque, acolheu mais de 200 seminaristas dos seminários maiores (estudantes de Filosofia e Teologia) do Regional Sul IV da CNBB (SC) que realizaram a sua primeira Peregrinação Regional. O evento contou com a presença de quatro bispos do nosso regional. Motivada pela Organização dos Seminários e Institutos do Brasil OSIB, a Peregrinação foi promovida pelo Pe. Ademir, da diocese de Tubarão e presidente Regional da OSIB. Pela manhã os seminaristas foram acolhidos e encaminhados

para o santuário NSra. de Azambuja. Nesse momento, Pe. Alvino Milani, pároco e reitor do Santuário, dirigiu-lhes palavras de incentivo. Os seminaristas do Seminário Filosófico de Santa Catarina SEFISC, motivaram a oração do Santo Terço no Morro do Rosário. Logo após, foram conduzidos à Capela Cristo Rei, no Seminário, para se prepararem para a celebração penitencial, presidida por Dom José Negri Negri, Bispo de Blumenau. Dom Murilo, nosso Arcebispo, presidiu a celebração Eucarística, que encerrou a peregrinação.


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Jornal da Arquidiocese

Seminário debate as mídias na evangelização Evento reuniu representantes de sete dioceses do Estado e mostra o crescimento da Pascom

Meios digitais: necessidades e perigos

Na tarde de sábado, Pe. Nandi assumiu a assessoria. Sua reflexão teve dois objetivos: fazer pro-

Foto JA

Foi realizado nos dias 11 a 13 de junho, o Seminário Regional “Novas mídias e novas tecnologias”. Promovido pela equipe da Pastoral da Comunicação do Regional Sul 4 da CNBB, o evento foi realizado no Centro de Formação Recanto Champagnat, em Florianópolis, e reuniu cerca de 50 pessoas, representando sete das dez dioceses do Estado. A Arquidiocese esteve representada por 12 participantes. O Seminário contou com a assessoria do Pe. João Carlos Almeida, mais conhecido como Pe. Joãozinho Joãozinho, jornalista, compositor, escritor e apresentador de televisão, e do Pe. Domingos Volnei Nandi Nandi, doutor em comunicação e professor no Instituto Teológico de Santa Catarina - ITESC. Em sua palestra, Pe. Joãozinho falou que hoje a comunicação é “digital”, porque utiliza muito mais os dedos no teclado do que falando ou qualquer outra coisa. “Por isso, a Pascom deve ser a pastoral digital. Afinal, hoje se evangeliza muito mais pelo meio digital, do que presencial”. Durante todo o evento, ele usou das suas experiências pessoais para mostrar a importância dos meios digitais na evangelização. Ele falou do seu blog (http://blog.can caonova.com/padrejoaozinho), que tem uma média diária de 1.200 acessos e que é atualizado várias vezes ao dia, e do seu Twitter www .twitt er .com @ (www www.twitt .twitter er.com padrejoaozinho padrejoaozinho), que tem mais de 10 mil seguidores. “Que padre consegue falar com um número tão grande de pessoas ao dia?”. Segundo ele, o desafio da Pascom é exercer o ministério da criatividade digital, pois muitas das pessoas de hoje já nasceram no mundo digitalizado. “Como vamos trabalhar na evangelização desse povo?”.

“Os padres devem estar presentes no continente digital” Pe. Joãozinho, um dos assessores do evento, concedeu a entrevista que segue. Ele enfocou sobre a necessidade de melhor utilizarmos as novas mídias na evangelização, sobretudo a Internet, através das suas Redes Sociais.

Durante o Seminário, Pe. Joãozinho falou das suas experiências pessoais no uso das mídias. Seu blog tem média de 1.200 visitas diárias e seu Twitter tem mais de dez mil seguidores. vocações, a partir de alguns modelos teóricos, para perceber que as novas tecnologias oferecem possibilidades, mas também oferecem armadilhas para a evangelização; e oferecer uma chave teológica para organizar as atividades da Pascom. Num primeiro momento, mostrou algumas tendências da Igreja, na atualidade, que ilustram como ela se deu mal ao entregar-se afoita às novas tecnologias. Chamou a atenção para o risco e o pecado da “idolatria midiática”, uma vez que esta assumiu os atributos de Deus: Onipotência, Onipresença, Onividência e Oniciência. Por outro lado, enfatizou as possibilidades das novas tecnologias quando utilizadas de modo criterioso. “O que se economiza em comunicação se perde na evangelização”, afirmou.

No primeiro dia, o evento contou com a presença de nosso arcebispo Dom Murilo Krieger Krieger, que também é o presidente do Regional. “Esse seminário pode não ter sido o mais participado, mas certamente foi o mais divulgado. Isso, porque todos aqui presentes utilizaram as suas mídias para falar dele. E é isso o que pretendemos: aprender a utilizar as novas mídias na evangelização”, disse. Para Maria Terezinha Campos, coordenadora Regional da Pascom, o Seminário. é reflexo do crescimento que a Pascom tem tido no nacional e nas dioceses. “O Seminário marca uma nova etapa da PASCOM no Regional. O seu resultado mostra como será o perfil da Pastoral no meio digital, como uma alternativa às soluções habituais”, disse.

Pascom visita as comarcas No mês de junho, a Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese acompanhou a Coordenação Arquidiocesana nas reuniões comarcais. O coordenador da Pascom, Sedemir Melo Melo,

visitou seis das oito comarcas. Em todas elas, fez a apresentação da proposta e colocou a pastoral à disposição para motivar a criação de lideranças para atuar em nível comarcal e paroquial.

Jornal da Arquidiocese O que deveríamos fazer para conscientizarmos nossos párocos sobre a importância da Pastoral da Comunicação? Pe. Joãozinho - A carta do Papa Bento XVI para o 44º Dia Mundial da Comunicação, este ano, foi suficientemente clara. Os padres precisam estar minimamente presentes no continente digital. A PASCOM é a salvação para alguns sacerdotes com pouca fluência na Internet. Nosso mundo migra rapidamente para o ambiente virtual. Precisamos estar “aonde o povo está”. JA - O que está faltando para a Igreja invadir o meio virtual? Pe. Joãozinho A Internet ainda é muito mal ocupada. Mesmo os evangélicos que tradicionalmente ocuparam a TV, não estão muito atentos às Redes Sociais. É a nossa hora de colocar o Site no ar... e a baixo custo! JA - Que conteúdos podem ser utilizados na evangelização? Pe. Joãozinho A qualidade da mensagem é muito im-

portante para garantir a sua credibilidade. Por isso é necessário utilizar “filtros”, para não colocar qualquer coisa no ar no afã de se fazer presente. Uma boa equipe de PASCOM precisa ter alguém que tenha a capacidade de utilizar um filtro gramatical. Um site de Igreja com erros de português pode colocar em risco a credibilidade do que se diz. JA - O meio virtual pode ser utilizado em qualquer situação, ou de acordo com o público? Pe. Joãozinho - Não vamos esquecer que a Internet com suas Redes Sociais são novos meios, são estradas mais acessíveis... Logo quase todos terão presença nesse meio. A acessibilidade cresce mais na periferia que nos grandes centros. Mesmo os mais pobres estão tendo acesso à rede. Ela é menos excludente do que um livro que custa 25 reais. Foto JA

Durante o Seminário, Pe. Joãozinho fez o lançamento do seu livro “Imagem e Semelhança de Deus na Mídia” e deu autógrafos


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