Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Junho/2010

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Pe. Flávio Piccolin: vocação presbiteral despertada na missão

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Arquidiocese Jornal da

“De graça recebestes, de graça dai”

Florianópolis, Junho de 2010 Nº 157 - Ano XIV

(Mt 10,8)

Brasília foi o altar do Brasil Durante os dias 13 a 16 de maio, a Capital Federal sediou o XVI Congresso Eucarístico Nacional, assim tornando-se também Capital Eucaristica Com o tema “Fica conosco, Senhor” (Lc 24,29), o XVI CEN foi aberto pelo Cardeal Dom Cláudio Hummes, representante pessoal do Papa Bento XVI. Foram quatro dias de oração, adoração e experiência da fé: missas, debates, oficinas, conferências, eventos culturais e feiras, tudo centrado na Eucaristia. Saiba dos principais momentos do Congresso e da participação de nossos representantes no evento.

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Arquidiocese ganha dois padres Um dos pontos altos do CEN foi a Vigília Eucarística dos Jovens, realizada à noite do sábado. A cada hora, um bispo conduzia as orações, iniciando por Dom Cláudio Hummes

No dia 05 de junho, a Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, estará em festa. Nessa data, às 15h, pela imposição de mãos de nosso arcebispo Dom Murilo, dois filhos da comunidade serão ordenados presbíteros da Arquidiocese.

Abusos Sexuais na Sociedade A determinação de Bento XVI é exemplar, mostra uma via de transparência que é válida não só para a Igreja, mas deveria servir para todos os setores da sociedade. A limpeza a ser feita na Igreja deve estender-se a toda a sociedade. No caso da Igreja, o caminho apontado pelo papa é: oração, penitência, purificação. Há também a necessidade de uma profunda recuperação do sentido de pecado, um inimigo que persegue a Igreja no seu próprio interior. “O verdadeiro inimigo a temer e combater é o pecado, o mal espiritual que,

Movimento de Irmãos celebra 40 anos de criação PÁGINA 03

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às vezes, lamentavelmente, contamina também aos membros da Igreja”, vem repetindo o papa nestas últimas semanas. Diz o ditado: Deus escreve direito por linhas tortas. Portanto, o que acontece na Igreja é um escândalo abominável a ser, sim, execrado por todos. Mas, por outro lado a limpeza realizada pelo papa é um exemplo a ser seguido por toda a sociedade, a fim de que nossas crianças voltem a ser amadas e abençoadas por todos.

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Bombinhas será elevada a paróquia Na celebração, a ser realizada no dia 13 de junho, às 9h, tomará posse o primeiro pároco, Pe. José Jacó Archer. Paróquia será desmembrada de Porto Belo. Com a ordenação, os diáconos Leandro e Silvio farão parte do nosso presbitério

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Coral Santa Cecília prepara o IV Multicoral

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Novo site da PJ contribui para a evangelização PÁGINA 10

Anitápolis sofre com as fortes chuvas de maio PÁGINA 10

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Pascom debate “Novas mídias e novas tecnologias” PÁGINA 16

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Opinião

Junho 2010

Palavra do Bispo

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

Parar para caminhar melhor Cada dia comentamos, discutimos e criticamos o que acontece ao nosso redor. Em todas as nossas observações entram em ação princípios, valores e conceitos . A partir deles é que apresentamos nossa versão pessoal a respeito do que vemos na televisão, do que lemos no jornal ou do que escutamos na emissora de rádio. Mesmo quando fazemos uma simples e rápida observação sobre algum acontecimento, estamos revelando quem somos, o que queremos e em quem acreditamos. As pessoas que mais admiramos e que deixaram em nós uma profunda impressão, tocaram-nos profundamente devido à unidade de suas vidas, à coerência de seus comportamentos e palavras e à convicção que tinham de seus va-

lores. Se olharmos para suas vidas, verificaremos que elas nem sempre tiveram um longo tempo para preparar suas decisões, para elaborar suas respostas e tomar as necessárias decisões. Por isso mesmo, alguém já disse que os acontecimentos não nos tornam piores: eles mostram o que somos. Assim, quanto mais determinados princípios estiverem arraigados em nós, mais seremos “donos” da nossa vida; se nos dirigirmos por ideias superficiais, que mudam ao sabor do vento, mais seremos conduzidos pela opinião pública, pelos meios de comunicação e pelo “pensamento dominante”. Para mantermos a unidade de nossa vida, somos chamados a fazer uma auto-critica sobre nossas próprias motivações, sobre

Palavra do Papa

nossos princípios e idéias-força. Para isso, muito nos ajudará a revisão de vida. Assim como nem sempre conseguimos captar os detalhes de um gol, e apreciamos revê-lo várias vezes, da mesma forma será importante repetir mentalmente os lances importantes do nosso dia, para melhor estudá-los. Poderemos, assim, corrigir defeitos que, caso contrário, se repetirão sempre. E, juízes de nossa própria vida, teremos condições de organizar melhor nossas idéias, além de aprofundar convicções, pensamentos e motivações. Quem faz frequentemente uma revisão da própria vida, torna-se mais humilde e compreensivo, pois acaba percebendo quanto a pessoa humana é complexa, delicada e frágil. Descobre, por exemplo,

Bento XVI

A missão de ensinar O sacerdote age (...) na própria Pessoa de Cristo Ressuscitado, que se torna presente com sua ação realmente eficaz. (...) O Senhor torna presente a sua própria ação na pessoa que realiza tais gestos. As três tarefas do sacerdote - que a Tradição identificou nas diversas palavras de missão do Senhor: ensinar, santificar e governar - na sua distinção e profunda unidade são uma especificação dessa representação eficaz. São na verdade as três ações do Cristo Ressuscitado, o mesmo que hoje na Igreja e no mundo ensina e assim cria fé, reúne o seu povo, cria presença da verdade e constrói realmente a comunhão da Igreja universal; e santifica e guia. A primeira tarefa sobre a qual gostaria de falar hoje é o munus docendi, isto é, [o ofício de] ensinar. (...) Vivemos numa grande confusão acerca das escolhas fundamentais da nossa vida e das interrogações sobre o que é o mundo, de onde viemos, para onde vamos, o que devemos fazer para fazer o bem, como devemos viver, quais são os valores realmente pertinentes. Em relação a tudo isso há muitas filosofias contrastantes, que nascem e desaparecem, criando confusão sobre as decisões fundamentais, como viver, porque já não sabemos, comumente, do que e para que somos feitos e para

onde vamos. Nessa situação, realiza-se a palavra do Senhor, que teve compaixão da multidão porque eram como ovelhas sem pastor (cf. Mc 6, 34). O Senhor tinha feito essa constatação quando viu as milhares de pessoas que o seguiam no deserto porque, na diversidade das correntes daquele tempo, já não sabiam qual era o verdadeiro sentido da Escritura, o que dizia Deus. O Senhor, movido pela compaixão, interpretou a palavra de Deus, ele mesmo é a palavra de Deus, e assim deu uma orientação. Esta é a função in persona Christi do sacerdote: tornar presente, na confusão e na desorientação dos nossos tempos, a luz da palavra de Deus, a luz que é o próprio Cristo neste nosso mundo.

Esta é a função do sacerdote: tornar presente, na confusão e na desorientação dos nossos tempos, a luz da palavra de Deus”.

Bento XVI, 14.04.10

Reflexão

que por trás de cada ação humana há sempre uma vida, isto é, alguém que ama e se alegra, sofre e faz planos, tem esperanças e decepções. A revisão de vida, pessoal ou comunitária, nos torna mais realistas, reforça nossas convicções e nos ajuda a descobrir novas facetas do amor ao próximo. Uma passagem do Evangelho a do jovem rico (Mt 19,16-26) - resume o que estou pretendendo apresentar. Diante do desejo que o jovem manifestou de “alcançar a vida eterna”, Jesus lhe fez uma proposta: ir, vender seus bens e dá-los aos pobres; depois, segui-lo. O jovem foi embora triste, “pois possuía muitos bens”. Ele não se tornou pior com seu gesto, mas apenas demonstrou quais os verdadeiros valores (ou apegos) de seu coração.

Para mantermos a unidade de nossa vida, somos chamados a fazer uma auto-critica sobre nossas próprias motivações”

Ano Sacerdotal e Transfiguração

“O Senhor não é um imenso papagaio vermelho na praça” (S. Kirkegaard - 1813-1855). A afirmação do filósofo e teólogo dinamarquês torna-se estranhamente atual quando se fala em religiões de prosperidade, pregadores de sucesso, marketing da fé lidando com estatísticas e não com convertidos. Estatísticas que oferecem o consolo para o sucesso, aumento do rebanho, retomada de trânsfugas. A Igreja católica não está imune à tentação da busca de sucesso. Nós, padres, também não estamos imunes. Numa sociedade que valoriza o sucesso, as multidões reunidas, o "acontecer" nos meios de comunicação, essa tentação é forte e até fatal. Teremos a posse do ter, a posse da fama, o poder nos será delegado pelas instâncias eclesiásticas com o argumento de que seguramos o rebanho e, talvez não por último, pela lógica, a posse do prazer. Buscando anunciar o Senhor, ingenuamente caímos nas tentações que ele rechaçou no deserto. Talvez os males que hoje fazem a Igreja sofrer, as fraquezas em que alguns de nós, padres, mergulhamos, encontre a raiz nesse engano de sedução no mercado do sucesso fácil. “Não as pompas, os sinos, os natais-troca-de-presentes, tranqüilidade, esplendor, brilho e sim, cruz verdadeira, enorme, pútrida, indiferente, suja, nojenta. Isso é o Cristianismo”, define o intelec-

tual romeno, batizado na prisão e depois monge, Nicu Steinhardt (cf. O Diário da Felicidade, p. 82). O discípulo-missionário reproduz plasticamente os intestinos quase à vista do Senhor chutado, coroado de espinhos, o suor, sangue, escárnio, pregos: não há cristianismo sem Cruz, ela sim, Trono de Glória a serviço de novos céus e nova terra. Nossa legitimidade nunca será o apoio dos bem-de-vida, dos intelectuais, dos poderosos, pois isso já tivemos, e até de sobra. Nossa legitimidade é dada pelos pobres, encarcerados, pecadores, doentes - cruz pútrida, suja, nojenta - eles, os destinatários do Reino. E estão nas praças incomodando, perturbando nosso sossego. Quando o amor cristão os atrai, somos verdadeiros ministros, como na parábola do algodão: se estiver branco, macio, não teve utilidade; se estiver sujo, cheio de pus, foi algodão verdadeiro. Sem o oxigênio dado pelos carregadores da cruz fabricada pelo mundo do consumo, teremos pouca energia para o apostolado e pouca força para vencermos as tentações que cruzam nossa estrada apostólica, tirando de nós aquilo que é nossa glória: o amor dos pobres e pequeninos. Nós, padres, cada um de nós, em nossa história, se deparou com esses homens e mulheres que foram seduzidos por Cristo e

o seguiram por amor. E, sem dúvida, nossa vida também é resultado do fascínio por Aquele que ama sem medida, o Senhor. É a hora de nossa transfiguração, de nosso Tabor: somos carne fragilizada, somos pecado, mas brilha em nossa face o Senhor que nos fez seus presbíteros. Transfiguração que torna verdadeiro o título amoroso de Alter Christus Outro Cristo. Não será o medo de punições eclesiásticas e civis o motor de nossa conversão, de nossa alegria ministerial. As punições têm efeito rápido e o demônio que nos assaltou voltará como legião. Somente o amor de Jesus nos transfigura e faz de nosso ministério caminho de transfiguração do rebanho. "Somente Cristo acalma a tempestade e renova a força e a coragem para viver uma vida santa, na plena fidelidade ao ministério, à consagração a Deus e ao testemunho cristão" (Bento XVI). Não somos papagaios vermelhos nas praças, em busca de aplausos. Nossa força brotará da intimidade com a pequenez assumida por Deus: "Ó Imenso! Ocupas somente uma minúscula cela e gostas de lugares vazios e solitários" (K. Wojtyla, Canto do Deus escondido). E diante de nós continua a figura sacerdotal frágil e poderosa do Santo Cura d'Ars a nos repetir: "O sacerdote é o amor do Coração de Jesus". Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

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Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen, Pe.

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Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Leda Cassol Vendrúscolo, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Gráfica Rio Sul


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Junho 2010

Arquidiocese ganha nova paróquia Celebração marcará a criação da paróquia de Bombinhas, desmembrada da Paróquia de Porto Belo Divulgação/JA

Uma celebração Eucarística programada para o dia 13 de junho, às 9h, marcará a elevação da comunidade NSra. da Imaculada Conceição, no bairro de Bombas, em Bombinhas, à condição de paróquia. A celebração será presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger. Com uma população próxima de 15 mil habitantes, o município é um dos que mais crescem na Arquidiocese, com um aumento em sua população de mais de 100% nos últimos dez anos, e com perspectiva de crescer ainda mais nos próximos anos. No verão, a população chega a aumentar quatro vezes. A Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, em Porto Belo, conta com 12 comunidades. Com a criação da nova paróquia, desmem-brada dela, as seis comunidades pertencentes ao município de Bombinhas constituirão a nova paróquia. O processo de criação iniciou há três anos. Percebendo o crescimento da região, Pe. Revelino Seidler, o pároco, empreendeu a construção de uma igreja maior. Há três anos a igreja passou a ser utilizada. Com isso, a comunidade solicitou que fosse transformada em paróquia. A solicitação teve resposta po-

Na Arquidiocese, vários eventos estão sendo programados, alusivos à data

Futura Igreja Matriz vai favorecer melhor atendimento à comunidade sitiva do nosso arcebispo Dom Murilo, mas pediu que antes fosse construída a casa paroquial e a secretaria. As duas obras estão sendo finalizadas. “A criação da paróquia vai favorecer em muito a comunidade e ajudar no seu desenvolvimento”, disse Pe. Revelino. Segundo ele, são muitos os benefícios: durante a temporada o deslocamento é difícil por conta do trânsito e o atendimento fica prejudicado; a região também precisa de

uma secretaria paroquial mais próxima; vê-se ainda a necessidade da criação de novas comunidades e ampliação das igrejas que são pequenas para receber o povo. Com a criação da paróquia, Pe. José Jacó Archer, que por vários anos trabalhou como missionário na Bahia, deve ser o seu primeiro pároco. Desde fevereiro deste ano, ele acompanha o processo e já presta os seus serviços na comunidade.

Itapema realiza peregrinação a Santa Paulina A preparação para a peregrinação inicia no dia 13 de junho, quando um cajado, símbolo da caminhada, passará por todas as comunidades da paróquia. Aqueles que não puderem participar, colocarão uma fitinha no símbolo, mostrando a sua unidade com a peregrinação. O número de participantes é limitado a 300 pessoas, por conta

da estrutura. “Não se trata de um ato de penitência, mas de uma celebração da fé de peregrinos, que caminham ao encontro de Deus, tendo como meta, agora, um lugar santo de nossa região”, disse Pe. Mário Sérgio do Nascimento, pároco de Itapema. As inscrições podem ser feitas a partir do dia 11 no site da paróquia: www. santoantonioparoquia.com

Pastoral Familiar forma novos agentes A Pastoral Familiar da Arquidiocese promoveu nos dias 21 e 22 de maio o primeiro encontro de formação em 2010. Realizado na Paróquia São Luiz Gonzaga, em Brusque, o evento contou com a assessoria da coordenação arquidiocesana da Pastoral Familiar, Vilma e Nestor Fetter, que tiveram como objetivos formar, informar e motivar os agentes. Durante o encontro, foram

enfocados setores de urgente necessidade para o resgate da dignidade da pessoa tais como: a) A importância da Família estar engajada na Comunidade; b) Formação permanente do Agente de Pastoral; c) Maior conhecimento do que é Ser e Viver nos moldes de Jesus Cristo, ser Exemplo e Testemunho de Casal e Família Cristã; d ) Fundamentar para a Preparação para a Vida Sacramental do Matrimônio.

O encontro contou com a participação da coordenação do Movimento Orientação para a Vivência Sacramental - OVISA, que enriqueceram o evento com os seus testemunhos de vida e trabalho de evangelização com as famílias. Durante o ano acontecerão outros eventos de Formação em Florianópolis e em Itajaí. Mais informações pelo e-mail: vilmafetter @terra. com.br ou pelo fone (48) 3223-0751.

Neste mês de junho, o Movimento de Irmãos estará celebrando 40 anos da sua criação. Entre as atividades programadas, a primeira será no dia 21 de junho, quando, às 19h30min, haverá uma sessão solene na Assembleia Legislativa. No dia seguinte (22/06), a Área IV do Movimento promoverá uma carreata, de Biguaçu até Antônio Carlos, culminando com a Santa Missa e seguida de confraternização. No mesmo dia, a Área I - Itajaí, também promoverá uma celebração de Ação de Graças, na Paróquia do Santíssimo Sacramento, seguida de confraternização. No dia 27, haverá a Missa na TVBV em homenagem ao Movi-

mento, presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger. No dia 04 de julho, os irmãos do Movimento estarão reunidos em sua sede em Penha, com início das atividades às 8h, com a presença de irmãos da Diocese de Blumenau. História - O Movimento de Irmãos é um movimento de leigos da Igreja Católica. Foi criado em 1970 por Monsenhor Bernardo José Krasinski, então vigário da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba - PR. Tem como objetivo congregar casais cristãos unidos em matrimônio, engajá-los na paróquia, e integrálos na comunidade paroquial para viverem o Evangelho.

Papa nomeia novo bispo para Tubarão Dom Wilson assume a diocese que estava vacante há oito meses O bispo auxiliar do Rio de Ja- (SP). Depois cursou psicologia neiro, Dom Wilson Tadeu na Pontifícia Universidade Jonck, 58, é o novo bispo da Gregoriana, em Roma. diocese de Tubarão, em Santa Nomeado bispo auxiliar do Catarina. A nomeação foi anun- Rio de Janeiro em junho de ciada nesta quarta-feira, 26, 2003, dom Wilson recebeu a pelo papa Bento XVI. ordenação em 16 de agosto do Dom Wilson assume a mesmo ano. Seu lema episcodiocese de Tubarão, que estava pal é “Amar é dar a vida”. vacante desde setembro do ano passado, quando Dom Jacinto Berg-mann foi transferido para a Diocese de Pelotas (RS). Nascido em Vidal Ramos (SC), no dia 10 de julho de 1951, o novo bispo de Tubarão foi ordenado padre em 17 de dezembro de 1977, como membro Congregação do Sagrado Coração de Jesus (SCJ). Fez seus estudos de Filo- Dom Wilson assume a diocese de Tusofia e Teologia em Brus- barão, que há oito meses estava sem que (SC) e em Taubaté bispo, desde a saída de Dom Jacinto

Divulgação/JA

Mais uma vez, a Paróquia Santo Antônio, em Itapema, está organizando a peregrinação ao Santuário de Santa Paulina, em Nova Trento. Os participantes se concentrarão no dia 31 de julho às 5h30min, quando haverá uma celebração de envio. A expectativa é chegar ao Santuário às 16h do dia 01 de agosto, após percorridos os 64km de distância.

Movimento de Irmãos celebra 40 anos de criação


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Tema do Mês

Abusos Sexuais na Sociedade A limpeza realizada pelo papa é um exemplo a ser seguido por toda a sociedade.

FENÔMENO MUNDIAL O que acontece na Igreja, tanto o escândalo quanto a proposta de purificação, torna-se útil para levar a uma reflexão sobre as dimensões muito mais amplas do fenômeno em toda a sociedade. Os dados mostram que a pedofilia é uma praga mundial. Em uma entrevista concedida a ZENIT (www.zenit.org: 25 de maio de 2010), o estudioso da história do cristianismo Lorenzo Bertocchi, um dos autores da pesquisa citada acima, apresenta os seguintes dados: um relatório da Organização Mundial da Saúde - Estimativas Globais de Consequências de Saúde devido à Violência Contra Crianças (Genebra, OMS 2006) - estima que em 2002, no mundo, aproximadamente 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos foram forçados a diversas formas de abuso sexual. Um relatório da ONU, apresentado em 21 de julho de 2009, centraliza a atenção na situação da internet: o número de páginas de pedofilia aumenta em ritmo vertiginoso; se em 2001 eram 261.653, em 2004 somavam-se 480.000. Uma investigação da Universidade de Parma, na Itália, estabelece que o perfil dos turistas sexuais não é o de um monstro: 90% deles são casados e têm idade entre 20 e 40 anos, cultura de nível médio-alto e bom padrão de renda. Por outro lado, as vítimas têm idade entre 11 e 15 anos, no caso das meninas, e entre 13 e 18, no caso dos rapazes. Mesmo sendo considerado crime em muitos países, esse tipo de turismo tornou-se uma verdadeira indústria e, como tal, é difícil de ser detido. No Brasil, temos a lei nº 9.970/00, de 2000, que instituiu o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data recorda o

crime de 18 de maio de 1973, em Vitória: sequestro, espancamento, estupro e assassinato de Araceli, uma menina de oito anos. A Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República coordena, desde 2003, o Disque 100, serviço de denúncia de violências contra crianças e adolescentes, que já registrou 8.799 denúncias nos quatro primeiros meses deste ano, atingindo uma média de 73 denúncias por dia. Os registros de violência sexual contra meninos e meninas representam 32% do total das 123.322 denúncias recebidas desde 2003. Das denúncias de violência sexual registradas no Disque 100 em 2010, 66% são de abuso sexual, e 33%, de exploração sexual. Em 2009, o abuso sexual representou 64% dos registros. Pesquisas sérias têm registrado que a grande maioria dos agressores sexuais de crianças e adolescentes são adultos casados, aí incluídos os pró-

O que acontece na Igreja, torna-se útil para levar a uma reflexão sobre as dimensões muito mais amplas do fenômeno em toda a sociedade”.

prios pais, padrastos, tios, avós e vizinhos.

PERMISSIVISMO SEXUAL No centro da problemática está a permissiva cultura do sexo que, especialmente a partir da liberação sexual de 1968, promo-

veu uma verdadeira revolução destinada a abolir os tabus. A difusão da pornografia, que foi uma das bandeiras dessa revolução, está à vista de todos. A mentalidade dominante hoje é aquela que justifica a prática de uniões sexuais de todo o tipo, fruto de um pensamento que encontra suas raízes em diversos autores filósofos, psicólogos, psicanalistas e outros - que podem ser definidos como corifeus da exaltação do orgasmo. Por uma espécie de perversão da verdade, vemos hoje que a condenação do comportamento imoral de religiosos pedófilos vem da mesma atmosfera cultural que está disposta a aceitar todo tipo de permissivismo sexual. As razões são de tipo ideológico, mas também de tipo econômico, como demonstram os escritórios de advocacia americanos que têm lucrado milhares de milhões de dólares, graças às acusações de pedofilia.

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EXEMPLO PARA O MUNDO

Divulgação/JA

Está na moda e na mídia falar sobre pedofilia na Igreja Católica. E quantos casos são verificados em outras igrejas e denominações religiosas? E quantos, na sociedade? Um grupo de estudiosos italianos - sociólogos, historiadores, jornalistas - deu-se ao trabalho de fazer uma pesquisa sobre os casos de pedofilia na Igreja, comparando-os com os casos de pedofilia na sociedade. A comparação é desproporcional. É claro que um só caso de abuso de uma criança por um padre já é demasiado e, como disse Jesus, “melhor seria que lhe fosse amarrada uma pedra de moinho ao pescoço e lançado no fundo do mar” (Mc 9,42).

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A determinação de Bento XVI é exemplar, mostra uma via de transparência que é válida não só para a Igreja, mas deveria servir para todos os setores da sociedade. A limpeza a ser feita na Igreja deve estenderse a toda a sociedade. No caso da Igreja, o caminho apontado pelo papa é: oração, penitência, purificação. Há também a necessidade de uma profunda recuperação do sentido de pecado, um inimigo que persegue a Igreja no seu próprio interior. “O verdadeiro inimigo a temer e combater é o pecado, o mal espiritual que, às vezes, lamentavelmente, contamina também aos membros da Igreja”, vem repetindo o papa nestas últimas semanas. Na Carta aos Presbíteros do Brasil, nossos bispos, reunidos em sua Assembleia Geral, em Brasília, depois de reconhecerem o grande bem que os padres fazem à Igreja e à sociedade, lamentam: “Comportamentos abusivos de alguns irmãos presbíteros atingiram recentemente a credibilidade dos sacerdotes e a grandeza do dom que nos foi confiado. Amargura e sofrimento, confusão e, mesmo indignação, invadiram o íntimo de muitos cristãos e das pessoas que amam a justiça, a verdade e a coerência de vida. Com humildade, reconhecemos que estamos em tempo de purificação, recordando que, diante do pecado, nos são dados como remédios a conversão, o perdão e a reparação às vítimas; diante do crime, as penalidades da lei civil e canônica; e diante de patologias, adequadas terapias”. A mensagem é clara: pedofilia é pecado que clama aos céus, exige mudança de vida e reparação às vítimas; a pedofilia é crime, a ser julgado e condenado pelas leis civis e canônicas; a pedofilia é doença, patologia, a ser vencida com sérios tratamentos psicoterapêuticos. O assunto, levantado há mais de uma década, está aí a exigir de todos uma postura firme. Diz o ditado: Deus escreve direito por linhas tortas. Portanto, o que acontece na Igreja é um escândalo abominável a ser, sim, execrado por todos. Mas, por outro lado, a limpeza realizada pelo papa é um exemplo a ser seguido por toda a sociedade, a fim de que nossas crianças voltem a ser amadas e abençoadas por todos. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


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Junho 2010

Formação catequética no Regional Realizada em Lages, 9ª Escola de Formação reuniu 116 catequistas das dez dioceses do Regional Divulgação/JA

A Coordenação Regional de Catequese realizou nos dias 30 de abril a 02 de maio a primeira etapa da nona Escola de Catequese do Regional. Realizada no Centro de Formação Católica, em Lages, a formação reuniu 116 participantes, de todas as dez dioceses do Estado. A Arquidiocese participou com 15 catequistas. Esta foi a primeira de quatro etapas. A próxima etapa será nos dias 3 a 7 de setembro. Fundada em 1993, a Escola Catequética do Regional tem como objetivo: capacitar catequistas no compromisso de uma catequese vivida como processo de educação da fé, pessoal e comunitária, permanente, progressiva, ordenada, orgânica e sistemática. Isso, tendo em vista ajudar suas comunidades a renovar a catequese, objetivando uma verdadeira iniciação à vida cristã comprometida com o Reino. O grande filão desta escola é a Iniciação à vida Cristã. Assim, os temas da 1ª etapa foram aspectos antropológicos no contex-

Os candidatos a diácono da sétima fase da 14ª Turma da Escola Diaconal “São Francisco de Assis” estarão reunidos nos dias 02 a 10 de junho. Realizada no Provincialado das Irmãs da Divina Providência, em Florianó-

polis, esta etapa reunirá 38 candidados: 10 de Joinville e 28 da Arquidiocese. “A data foi antecipada por causa da Copa do Mundo”, esclareceu Pe. Valter Maurício Goedert, diretor da Escola.

Semana de Oração celebra unidade dos Cristãos A Arquidiocese participou com 15 catequistas na Escola de Formação to catarinense, sendo a Assessoria feita pelo Márcio Martins Rosa, bacharelando em Teologia pelo ITESC. O 2º tema: Introdução à Iniciação à Vida Cristã, foi assessorado pelo Pe. Osmar Debatin, tendo por base o Estudo da CNBB, n° 97. Os participantes assim se expressaram no final desta 1ª etapa:

a escola foi espaço de conhecimento, motivação, desafio, esclarecimento, amizade, partilha; um novo olhar sobre a catequese; compromisso em querer se aprofundar mais, e também com a missão; maior clareza no processo de Iniciação à Vida Cristã; maior responsabilidade perante a catequese em nossas comunidades.

Coral Santa Cecília convida para o IV Multicoral O Coral Santa Cecília da Catedral de Florianópolis está celebrando 60 anos de criação. Uma das comemorações será o “IV MULTICORAL”, no dia 14 de agosto, sábado, das 9h às 16h30, no novo “Centro de Evangelização Angelino Rosa”, em Governador Celso Ramos. A intenção é reunir os corais da

Escola Diaconal

Arquidiocese e do Estado, como já foi feito no ano 2000, comemorando os 50 anos do Coral; também no ano 2006, para a Missa de encerramento do XV Congresso Eucarístico Nacional; e no ano 2008, celebrando o Centenário da “diocese” de Florianópolis. O evento será realizado nos moldes do Concerto Espiritual da Páscoa, o Arquivo/JA

“CONESPA” (este ano, o XXV) realizado todos os anos. Só que o “MULTICORAL” permitirá a participação de mais corais do que o “CONESPA”, pois o tempo de encontro será mais longo. Cada Coral participante apresentará três peças do seu repertório, preferencialmente sacro, e, no final, participarão da Missa de Encerramento, cantando juntos o repertório comum já conhecido, e concluindo com o Aleluia de Haendel. Os interessados em se inscrever ou obter mais informações, devem entrar em contato com Pedro Cabral Filho, presidente, pelo e-mail pecabral@uol.com.br, fone (48) 9980.2077; ou com Zenildo Gonçalves: zenfloripa@uol.com.br, fone 9916-5117.

Realizada em Igreja Cristã da Grande Florianópolis, evento envolveu a comunidade O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), promoveu nos dias 16 a 23 de maio a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Na Arquidiocese, a Comissão Arquidiocesana para o Diálogo Ecumênico e Inter-religioso (CADEIR) realizou o evento nas Igrejas Cristãs que partilham do ecumenismo. A mobilização foi elogiada pela equipe organizadora. Os momentos celebrativos constituíram-se em expressão comunitária da mesma fé em Jesus Cristo Salvador, de fraternidade e de compromisso pela unidade cristã. Foram também momentos de ação de graças, especialmente pelo centenário da caminhada ecumênica iniciada em 1910, em Edimburgo, na Escócia. Durante a Semana, foram promovidas celebrações ecumênicas nas seguintes Comunidades: Paróquia da Santíssima Trindade, Paróquia Santo Antônio, de Campinas, SJ, Igreja Presbiteriana Independen-

te da Coloninha, Igreja Anglicana do Brasil, dos Ingleses, Templo Cristão Ecumênico de Jurerê Internacional, e Centro de Tratamento Recanto Silvestre, em Biguaçu. Para a pregação colaboraram: da Igreja Católica - Dom Murilo Krieger e Pe. João Pedro; da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil - Dom Clóvis Rodrigues (bispo emérito) e Pr. Luis Carlos Vieira; da Igreja Presbiteriana Independente - Pra. Regina Niúra; da Igreja Metodista no Brasil - Pr. Renato Benvenutti. Na noite do dia 20, nosso arcebispo Dom Murilo participou da celebração na Igreja Presbiteriana Independente, em Florianópolis. Em sua homilia, ele falou que entre os cristãos há muitos pontos de união das Igrejas. “O Ecumenismo não é uma meta; a meta é Cristo. Ecumenismo é um processo, uma caminhada, uma escada. Ora, não se sobe uma escada aos pulos, mas degrau por degrau”, disse. Foto JA

Encontro Arquidiocesano da Pastoral Carcerária

Encerramento do 25º CONESPA, em 07/04, com o Aleluia de Haendel

A Pastoral Carcerária convida para o 19º Encontro Arquidiocesano, a realizar-se no dia 03 de julho, sábado, das 9h às 15h, na Paróquia de Tijucas.

Igreja Presbiterana Independente, da Pastora Regina Niura, recebeu nosso arcebispo e outros padres durante a Semana de Oração


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Bíblia

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Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (27)

Salmo 39 (38): Como um sopro! Arquivo/JA

Este salmo destaca-se no saltério por sua intensidade. Tem algo de súplica penitencial, mas o que o domina é um monólogo de reflexão indecisa, de introspecção provocadora de tensões, à semelhança do que lemos no livro do Eclesiastes: Tudo é vaidade (Ecl 1,2)... Da introspecção individual, o autor passa a uma visão universal, do ser humano comum, com acentos pessimistas. O desfecho do salmo, apesar de o penúltimo versículo ser ainda uma prece, adota um tom trágico, que desemboca não em esperança luminosa, mas em resignação minimalista. O tema da vida “como um sopro”, que neste salmo aparece nos vv. 6 e 12, retorna em Jó 7,16 e nos salmos 62,10 e 144,4.

E agora?

O freio na boca 2. Eu resolvi: “Vou controlar meus passos, / para não pecar com a língua: Vou pôr um freio à minha boca, / enquanto o malvado estiver à minha frente”. O salmo começa com um monólogo interior, que se projeta para fora. O eu do salmista distancia-se de si para se observar: “meus passos”, “minha língua”, “minha boca” ... Reflexão semelhante, expressa em forma de desejo, encontra-se no livro do Sirácida: “Quem porá sentinela à minha boca, e ferrolho de prudência em meus lábios, para eu não cair por sua causa, e minha língua não me arruíne!” (Eclo 22,27) O medo do orante é “pecar com a língua” (v.2), tema recorrente na literatura sapiencial, e que é retomado por Tiago, em sua carta: “Aquele que não peca no uso da língua é um homem perfeito...” (Tg 3,2) Aqui, o perigo se agrava porque o “malvado” está presente. De que “malvado” se trata? Provavelmente, do “malvado” próspero, cujo bem-estar escandaliza os justos que sofrem, como o demonstra o Sl 73.

O silêncio que explode 3. Conservei-me mudo, em silêncio; / calei-me, mas sem resultado: / a minha dor tornouse insuportável. 4. Ardia meu coração dentro de mim: / enquanto suspirava, acendia-se-me um fogo. / Então, soltei a língua: O salmista procura ficar em silêncio, à semelhança do Servo sofredor de Isaías (Is 53,7: “Como ovelha que permanece muda às mãos dos tosquiadores...”), mas não consegue. Sua dor é tão intensa, tão “insuportável”, que seu

a Orígenes, um dos grandes Pais da Igreja, do século III, o seguinte pensamento: “A vida neste mundo é imaginária, ‘imagem’; a futura não é imaginária, mas verdadeira”.

coração parece “arder por dentro”, queimado por “um fogo aceso” (v.4). Jeremias queixava-se desse “fogo interior”, para ele, a própria dura missão de profetizar, à qual não conseguia resistir: “...era em meu coração um fogo devorador, encerrado em meus ossos. Estou cansado de suportar, não agüento mais!” (Jr 20,9) Essa mudez angustiada, afinal, explode numa prece, que é mais exigência, reclamação, do que súplica.

Quero saber! 5. “Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim, / qual seja a extensão dos meus dias. /Quero saber como sou frágil”. Todos sabemos que havemos de morrer, que teremos “um fim”. Mas não sabemos quando, nem como. Essa é a angústia de tantos doentes em estado grave, partidos entre a esperança da cura, e o desalento, pela insuportabilidade da dor. O rei Ezequias, quando jovem, passou por uma enfermidade quase fatal. Dela advertido com dureza pelo profeta Isaías, reagiu entre lágrimas e, aflito, assim orou: “No melhor da minha vida, devo ir-me embora... Qual tecelão eu ia tecendo meus dias, mas cortaram-me a trama. Foste acabando comigo da manhã até a noite!” (Is 38,10.12) No caso de Ezequias, o desfecho foi feliz. Não é o que acontece com o salmista.

Poucos palmos 6. Vê: em poucos palmos fixaste meus dias, / e a dura-

ção da minha vida é um nada à tua frente. Como um sopro é todo ser humano! A medida é de “poucos palmos”, “um nada”, “um sopro”, comparando o ser humano a Deus. Em outro salmo, o orante assim dirige-se ao Senhor: “Para ti, mil anos são o ontem que passou” (Sl 90,4), afirmação retomada, em outro contexto, pela segunda carta de Pedro (2Pd 3,8). A referência ao “nada” soa quase a salto metafísico: da caducidade da vida à contingência do existir. Quanto ao termo “sopro”, em hebr. hébel, equivale em nossa língua a “Abel”, cuja vida foi interrompida abruptamente por seu irmão Caim (cf Gn 4,8). Como Adão, em hebr. Adam, significa “ser humano”, é interessante o jogo de palavras que em português seria assim: “Todo Adão é Abel”, Istoé, “todo ser humano é um sopro”.

Como sombra 7. Como sombra que se desfaz é todo mortal! / Agitase por um nada;/ Acumula riquezas e não sabe quem as terá por herança.” Continua a reflexão pessimista do autor, semelhante às reflexões do Eclesiastes, para quem toda agitação, todo trabalho humano, dão em nada: são “vaidade”, ou seja, “sopro” (cf Ecl 1,2-3). O início deste versículo tem o termo “sombra”, em hebr. tsélem, que se traduz no Gênesis por “imagem”: “Deus criou o ser humano à sua imagem” (Gn 1,27). Essa possibilidade inspirou

8. E agora, que posso esperar, Senhor? / Em ti está minha esperança. 9. Livra-me de todas as minhas culpas; / não faças de mim um ludíbrio para o insensato. E agora? Falar a Deus, com Deus, ou calar-se? De novo, o dilema já exposto na primeira parte do salmo. Seria inútil discutir com Deus, pois “ele o fez”: “és tu que o fizeste!” (v.10) No entanto, se o salmista pode “esperar” alguma coisa, essa esperança está no Senhor (cf v. 8). Assim, ele arrisca pedir. E pede que o Senhor o livre “de todas as suas culpas”, e não faça dele “um ludíbrio para o insensato” (v.9). A propósito, é interessante o comentário de Quimchi, um comentarista judeu medieval: “Não posso me queixar do homem, porque Deus o fez: não posso me queixar de Deus, porque eu pequei”.

Castigo, e/ou correção? 10. Calo-me, não abro a boca, / pois és tu que o fizeste. 11. Afasta de mim os teus golpes, / pela força de tua mão estou no fim. 12. Castigando o erro corriges o homem; / como a traça, corróis tudo o que lhe é caro. / Sim, como um sopro é todo ser humano. Contrariando a decisão de calar-se (v.10), o orante pede que o Senhor o poupe de seus “golpes”, violentos demais, a ponto de ele confessar que “está no fim” (v. 11), isto é, no extremo das forças. Reconhece, então, que o castigo é “correção”, ou seja, recurso educativo. Mas logo desabafa: Deus está se excedendo, parecendo sádico ao “corroer, como a traça, tudo o que é caro” ao salmista. A este resta constatar, desesperançado, que “todo ser humano é como um sopro”, isto é, “todo Adão é Abel”, sem que intervenha Caim! Constatou-o também Jó, ao se queixar assim de Deus: “Tuas mãos me formaram, elas modelaram todo o meu corpo, e agora me aniquilas?” (Jó 10,8)

Escuta, Senhor! 13. Escuta minha prece, Senhor, e presta ouvidos a meu grito; / diante de minhas lágrimas, não fiques surdo. / Pois

O ITESC - INSTITUTO TEOLÓGICO DE SANTA CATARINA, além dos cursos noturnos de extensão para leigos/as, nas segundas feiras à noite (19h30 - 22h), mantém o curso matutino de graduação em Teologia, em 4 anos, 8 semestres, aberto também a leigos/as com formação universitária ou pelo menos 2o grau completo. A matrícula pode ser feita por disciplinas, com 2 ou 3 ou 4 créditos por semestre. Informações pelo fone (48) 3234-0400 ou o e-mail: secretaria@itesc.org.br

sou diante de ti um peregrino, / um forasteiro, como todos os meus pais. No entanto, ainda uma prece: que o Senhor escute ao menos o “grito” e se deixe abrandar pelas lágrimas. Como quando Ezequias “verteu abundantes lágrimas” (Is 38,3) ante a iminência de uma morte prematura, e o Senhor lhe respondeu, favoravelmente: “Vi tuas lágrimas” (Is 38,5). Um último argumento: o orante não passa de “um peregrino, um forasteiro”, é verdade, mas a Lei reconhece direitos (!) ao estrangeiro e peregrino (cf. Lv 19,34; Dt 10,19). Poderia o Senhor, que inspirou a Lei, negar agora esses direitos?

Afasta de mim teu olhar! 14. Afasta de mim teu olhar, para que eu tenha alívio, / antes que eu me vá, e não exista mais! Estranha, e dramática, esta petição final, tão contrária àquilo que normalmente pediríamos: “Olha para mim!” Também Jó, perguntando, faz o mesmo estranho pedido: “Por que não afastas de mim o olhar?” (Jó 7,19) É como se Deus, olhando-o, fosse a causa do prolongado e insuportável sofrimento. Que Deus, então, não o olhe mais, para que ele enfim se vá, e alcance em paz o seu destino: não ser!

Não ser? Sem mitigar o impacto de um salmo tão realista, não podemos esquecer que o nosso horizonte cristão, iluminado pelo Ressuscitado, é diferente. Nós cremos, como Jesus, que não vamos ao “não ser”, mas ao Pai (cf Jo 14,28). A nossa esperança é “ir para ser” plenamente, quando terminar a nossa etapa de “peregrinos e forasteiros” (cf Ef 2,19). Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) O que é que caracteriza este salmo, no seu conjunto? 2) O salmista procura ficar em silêncio, mas não consegue... Por que? 3) Em que sentido "todo Adão", isto é, cada ser humano, é "Abel", um sopro? 4) Como entender o pedido para que Deus "afaste seu olhar" do orante? 5) De que maneira a nossa fé cristã entende o pedido final?


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Juventude paroquial debate a violência Debate foi realizado em consonância com a campanha contra a violência e o extermínio de jovens

O grupo de canto do Movimento Elo Jovem, da Costeira, animou a tarde com cantos e músicas alegres, o que proporcionou a integração de todos. O tema foi trabalhado a partir da realidade das comunidades. Em pequenos grupos, os jovens conversaram: a) sobre o perfil do jovem presente nos bairros; b)quais os tipos de violência que encontramos nas nossas comunidades e c) quais os locais onde a violência está mais presente. Com todas essas informações, os assessores trouxeram a reflexão sobre o papel da Pastoral da Juventude, frente ás situações que nos ameaçam. Como compromisso de contribuir com a construção de uma cultura de paz, cada grupo jovem apontou ações concretas, a serem realizadas nas comunidades: Buscar o diálogo com os diversos grupos sociais da comuni-

dade (futebol, Igreja, escola, associações comunitárias) e criar alternativas junto à juventude; Buscar aproximação com os jovens que estão mais vulneráveis (drogas, violência, etc.), para uma mudança de vida; Cursos e Oficinas de Música, teatro e outros, para a juventude da comunidade; Ação integrada nas Escolas do bairro, envolvendo um número maior de jovens na campanha; Atividades de rua (pedágio, caminhadas etc.), conscientizando sobre a violência contra a juventude e a construção de uma cultura de paz; Estudo do tema nos grupos, com vídeos, livretos e dinâmicas. Os jovens avaliaram como positivo esse momento, pois além de promover a integração, fortaleceu a caminhada da PJ em nossa Paróquia. O encontro deixou um gostinho de "quero mais", sinalizado pelos jovens na avaliação. Fica a certeza de que a juventude tem muito a oferecer em nossa caminhada pastoral, e que a PJ é uma ferramenta importante no protagonismo juvenil e na construção de adultos conscientes e envolvidos com a construção de uma cultura de paz.

Juventude em ação...

Curso de Capacitação de Jovens Nos dias 24 e 25 de abril de 2010, a Pastoral da Juventude da Paróquia Sagrados Corações, de Barreiros, realizou a primeira etapa do 1º Curso de Capacitação de Jovens (CCJ), na casa cedida por Laura e Paulo Koerich, na Colônia Jovens participantes o organizadores do evento Santana, onde reuniram-se oito jovens que estão ini- ção para os que repassam o que ciando esta caminhada de um dia aprenderam. evangelização. Essa primeira etapa finaliNessa primeira etapa do cur- zou com grande motivação e enso, abordamos os temas: “Fun- tusiasmo dos jovens para pasdamentos da Fé Cristã”, “Proces- sar para seu grupo o que aprensos Grupais” e a primeira parte deram e vivenciaram como PJ do “Projeto de Vida”, tendo como nesse encontro tão maravilhopalestrantes os próprios jovens so, com grandes expectativas com mais experiência em nossa para nossa próxima etapa. pastoral. Visou-se, assim, proSegundo o coordenador da porcionar o fortalecimento da PJ da Paróquia, João Sartori, base e amadurecimento da fé “Nem sempre podemos consdos que iniciam seu processo e truir um futuro para nossa juventambém visando acrescentar tude, mas podemos construir mais conhecimento e prepara- nossa juventude para o futuro.”

Batendo um papo sobre...

O novo site da PJ da Arquidiocese Divulgação/JA

A Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Florianópolis lançou neste mês o seu novo site. Através do endereço www. pjarquifloripa.com.br, são disponibilizados materiais com o objetivo de aproximar os jovens da Arquidiocese e ser mais uma ferramenta de evangelização. No site, os jovens contam com vários mecanismos de interação. Tem links para as outras mídias utilizadas pela PJ (Twitter, Orkut, Youtube, MSN, e-mail e Skype). Os jovens também podem escolher um “tema do mês”. Através de uma enquete, os jovens poderão escolher, entre algumas opções, a que será trabalhada naquele mês. A escolhida contará com matérias sobre o assunto e mensagem de nosso Arcebispo Dom Murilo Krieger. Há ainda outras ferramentas de

Novo site será um importante meio de evangelização da juventude interação: no mural de recados, poderão ser encaminhadas mensagens que ficarão publicadas em um espaço no site; no link “divulgação de eventos”, os grupos de jovens poderão anunciar os eventos que

estão programando; os pedidos de oração toda semana serão encaminhados para alguma das paróquias da Arquidiocese, para serem incluídos nas intenções da missa. O site ainda contará com oito

colunistas, especialistas em diferentes áreas do conhecimento, que mensalmente publicarão conteúdos com temas definidos. Serão artigos sobre liturgia, música, propostas de encontros e areópagos modernos (novas mídias na evangelização). Todos os conteúdos, com o objetivo de auxiliarem na evangelização da juventude. A criação do site é um encaminhamento da Assembleia Arquidiocesana da Pastoral da Juventude, realizada em junho de 2009. Formada pelos coordenadores paroquiais da Pastoral da Juventude, a Assembleia definiu os projetos, programas e ações da PJ para os anos de 2009, 2010 e 2011.

Investimento A Pastoral da Juventude já possuía um site, mas era uma estrutura amadora. “Foi construído por uma ótima equipe, mas em uma realidade diferente. Agora decidimos investir um pouco de dinhei-

Divulgação/JA

No dia 16 de maio a Pastoral da Juventude (PJ) da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, se reuniu para uma tarde de formação. O Movimento Água Viva Jovem (Matriz) e Via Christi (Caieira) acolheram com carinho os mais de 70 jovens participantes do encontro. O tema trabalhado foi a Campanha Nacional pelo fim da violência e extermínio da Juventude, promovida pela PJ do Brasil. Os jovens Gelson Nezi e Fabiana Gonçalves assessoraram as discussões do assunto abordado. A participação foi animadora. Para iniciar a tarde, o Grupo JOVE, da Ressacada, apresentou um teatro muito interessante sobre a violência nos dias atuais, e sobre as atitudes que devemos ter, frente a essas situações de violência. O teatro apresentou as palavras-chaves: Justiça, Educação, Solidariedade, Unidade e Segurança, como ações estratégicas para a construção de uma cultura de paz. O teatro ainda provocou a reflexão: “Onde pões a tua confiança?” (CF 2009) Na policia, na sociedade ou em Deus? Ao término, os jovens passaram a mensagem de que a paz e a justiça devem ser construídas por todos, de maneira organizada.

Outras mídias utilizadas na evangelização da juventude: Twitter - www.twitter.com/ pjarquifloripa Orkut - PJ ARQUIFLORIPA MSN - pjnomsn@hotmail.com Youtube - www.youtube.com/ pjarquifloripa Skype - pjarquifloripa

ro e esforços para fazer um site que supra as nossas necessidades atuais”, informou Guilherme. O site está sendo patrocinado por quatro empresas e instituições da Arquidiocese. São elas: agência de viagens Marktur; Jornal Missão Jovem; Centro Educacional Menino Jesus; e Cruz Arte Sacra. “São empresas que conhecem o potencial de evangelização, que acreditam e investem na juventude”, disse Guilherme Pontes, coordenador da PJ na Arquidiocese.


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CF-2010

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Jornal da Arquidiocese

Dom Murilo ordena dois novos padres Os diáconos Silvio José Kremer e Leandro José de Souza serão ordenados presbíteros em Biguaçu Pe. Revelino Seidler, atual pároco de Porto Belo. Seu lema de ordenação presbiteral é “Eis que venho, com prazer, fazer a vossa vontade” (Salmo 39). A sua primeira missa será no dia seguinte, 06 de junho, às 10h, na igreja São Sebastião, Fundos de Biguaçu. Após a ordenação presbiteral, Leandro deve permanecer na Paróquia São Vicente de Paulo, em Itajaí, onde já estava atuando. Silvio José Kremer nasceu em 04 de fevereiro de 1984. Aos 15 anos, ainda adolescente, entrou no Seminário Menor de Azambuja. É o filho caçula da casa, com duas irmãs já casadas. Sua primeira missa será na Igreja Matriz de Biguaçu, também no dia 06 de junho, às 18h. Lema escolhido para a sua ordenação presbiteral: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi” (Jo 15,16).

OVISA promove formação para casais O Movimento Orientação para Vivência Sacramental - OVISA, estará promovendo nos dias 26 e 27 de junho, na Paróquia São Judas Tadeu, em Brusque, formação para novos casais ovisistas. O encontro terá início às 13h30min de sábado e vai até às 21h. No domingo vai das 7h30 às 17h. O encontro contará com a assessoria do Pe. Vandanam Raju, pároco da paróquia anfitriã, e do Pe. Adilson José Colombi, assistente espiritual do Movimento. Durante o encontro, os participantes contarão com palestras sobre os sete sacramentos, cada um deles ministrado por uma pessoa, além de palestras sobre rela-

cionamento pais e filhos, ajustamento conjugal, momento de Maria, e graça e fé. “As palestras serão ministradas pelos assessores, por casais do movimento e por casais convidados”, disse Gilmar Serafim Machado, que com sua esposa, Ivete, coordenam o Movimento na Arquidiocese. O evento é limitado a 30 casais. Para participar, basta que os casais tenham o sacramento do matrimônio. As inscrições podem ser feitas pelo fone (47) 91467444, com o casal coordenador, ou pelos fones (47) 3355-7715/ 3351-9614, na Paróquia São Judas Tadeu, em Brusque.

Divulgação/JA

Uma celebração eucarística, presidida pelo nosso Arcebispo Dom Murilo Krieger, no dia 05 de junho, às 15h, marcará a ordenação presbiteral dos diáconos Leandro José de Souza e Silvio José Kremer. A celebração será na Igreja Matriz da Paróquia São João Evangelista. A ordenação diaconal dos dois foi realizada em conjunto na paróquia São Vicente de Paulo, em Itajaí, no dia 10 de abril, às 18h, onde Leandro realizava as suas atividades pastorais. Como ambos são naturais de Biguaçu, pediram para realizar sua ordenação presbiteral em conjunto, na sua cidade. Nascido em 14 de agosto de 1977, Leandro teve sua vocação para a vida presbiteral despertada na adolescência, mas só aos 21 anos ingressou no Seminário Propedêutico, em Azambuja, Brusque. Teve como formador o

Com a ordenação presbiteral de Silvio (esq.) e de Leandro será encerrado oficialmente o Ano Sacerdotal na Arquidiocese Após a ordenação, Silvio deverá permanecer na paróquia São Joaquim, em Garopaba.

Ano Sacerdotal A ordenação presbiteral dos

dois diáconos marcará o encerramento oficial do Ano Sacerdotal na Arquidiocese de Florianópolis, iniciado em 19 de junho do ano passado, por decisão do Papa Bento XVI.

Formação sobre plantas medicinais A Pastoral dos Enfermos estará promovendo no dia 22 de junho mais uma etapa de formação para os seus agentes. A formação terá como tema “O poder das flores na psique humana”, ministrada pela fitoterapeuta floral Maria Antônia Thomasi da Silva. O evento será realizado a partir das 15h, no Centro Arquidiocesano de Pastoral - CAP, em Florianópolis. “O nosso objetivo é formar agentes para cuidar dos doentes nas casas, nos hospitais e clínicas, onde estiverem”, disse Maria Luiza Nogueira, coordenadora da Pastoral dos Enfermos na Arquidiocese.

Comarca de Santo Amaro realiza encontro com os coroinhas Mais de 200 crianças e adolescentes de cinco paróquias estiveram reunidos para o seu encontro anual Os coroinhas da Comarca de Santo Amaro estiveram reunidos no dia 15 de maio, para participar do seu encontro comarcal. Realizado na Paróquia Santo Amaro, em Santo Amaro da Imperatriz, o evento reuniu mais de 200 coroinhas de cinco paróquias da Comarca. Apenas a paróquia de Anitápolis não esteve presente, por conta da queda de barreiras que inviabilizou o acesso. O evento teve início com a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Jorge Gelatti, pároco

anfitrião, e concelebrada pelo Pe. Gercino Atílio Piazza, pároco da paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Leoberto Leal. Pe. Gercino passou o dia com os coroinhas e deu uma boa contribuição no programa da tarde. Após a celebração, os participantes fizeram um almoço em conjunto. Cada paróquia preparou a encenação teatral de um trecho bíblico, que foi apresentado à tarde. “Foram belas apresentações encenadas pelos catequizandos”, disse Irmã Cléa Fuck, coordenadora

Arquidiocesana dos coroinhas e uma das organizadoras do evento. Após as apresentações, os participantes receberam a “Carta de Dom Murilo às crianças”. O texto traz informações sobre o Ano Sacerdotal, orienta as crianças sobre como participar deste ano celebrativo, e convoca a seguir cada qual à sua vocação na Igreja. O que mais chamou a atenção das crianças foi que, no texto, Dom Murilo informa que teve o seu despertar vocacional aos seis anos de idade.


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Brasília transformou-se no altar do Brasil XVI Congresso Eucarístico Nacional reuniu milhares de fiéis que clamaram “Fica conosco, Senhor!” (Lc 24,29)

Participação de Florianópolis A Arquidiocese de Florianópolis esteve representada no XVI Congresso Euca-rístico Nacional através de seus 18 delegados (15 no Simpósio Teológico e 03 no de Bioética). Além deles, compareceu a arquiteta Miriam Reichert, que projetou e executou o altar-monumento, o maior já utilizado em uma Celebração Eucarística. Também Guilherme Pontes, coordenador Arquidiocesano da Pastoral da Juventude, e Zulmar Faustino, jornalista da Arquidiocese, auxiliaram voluntariamente na equipe de comunicação. Registramos também a participação de cerca de 30 seminaristas, alunos do ITESC.

Foto JA

Entre os dias 13 e 16 de maio, quatro anos depois de Florianópolis, Brasília foi o altar do Brasil. Foram quatro dias de oração, adoração e vivência eucarística; missas, debates, oficinas, conferências, eventos culturais e feiras - tudo centrado em Jesus Cristo, a quem o povo clamou: “Fica conosco, Senhor!” (Lc 24,29). Era o XVI Congresso Eucarístico Nacional, realizado no Planalto, depois do XV, celebrado “em nossa Ilha”. O Altar-Monumento, montado na Explanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional, foi palco das três principais concelebrações eucarísticas. Com 150 metros de largura e 23 de altura, o imponente monumento acolheu todos os cardeais e bispos, e bom número dos padres presentes. Dom Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, foi o legado do Papa. “Queremos louvar e agradecer a Cristo pelos dias e horas deste Congresso, em que pudemos sentir de perto a presença do Senhor Jesus e o calor de sua acolhida”, disse Dom Cláu-

Altar-Monumento, projetado e executado pela arquiteta Mírian da nossa Arquidiocese, foi o centro das Celebrações Eucarísticas dio Hummes em sua homilia final. O arcebispo de Brasília, Dom João Braz de Aviz, foi o anfitrião do XVI CEN, que reuniu em Brasília mais de mil padres, cerca de 300 bispos e milhares de peregrinos. “Preparamo-nos durante três anos para este evento, para mostrar ao

Brasil que a Eucaristia é o centro da vida. Agora, olhando para tudo e para as dificuldades, vejo que Deus foi misericordioso para nos conduzir, amar, e aperfeiçoar o nosso testemunho”, destacou Dom João, pedindo ainda “que os frutos do Congresso se espalhem por todo o país”.

Uma catequista no XVI CEN Dia 13 de maio, Brasília. Um olhar atento e a constatação: a multidão reunida na Esplanada dos Ministérios veio para rezar, cantar e afirmar sua fé católica. Homens, mulheres, jovens, idosos e crianças, todos eram um só coração emocionado, assistindo à Santa Missa de abertura do Congresso, presidida pelo cardeal Dom Cláudio Hummes, representante do Papa. Dia 14: Simpósio Teológico, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. A 1ª Conferência, Eucaristia, Pão da Unidade, foi proferida em alemão, com tradução imediata, pelo Padre Wilfried Hagemann. Na segunda conferência, Eucaristia, Pão da vida dos discípulos missionários, o Cardeal Hummes lembrounos que a Igreja vive da Eucaristia, fonte, centro e cume de toda a sua vida. Na Eucaristia a Igreja celebra a fé, e os discípulos a partilham. Sentem-se, en-

tão, impelidos a anunciar aos outros o que experimentaram: isso é missão, disse Dom Cláudio, encerrando a conferência. Domingo, às 9h30 horas, a Esplanada ficou repleta de fiéis que, sob o sol escaldante, protegidos por bonés e sombrinhas, participaram da Missa de encerramento do Congresso , presidida pelo Legado Papal, o Cardeal Hummes e concelebrada, como no dia da abertura, por 300 Bispos, Arcebispos e Cardeais, e 1200 Padres. Ao final, todos entoaram repetidamente o Hino do Congresso: Fica conosco, Senhor! Ao mesmo tempo, simbolizando o amor de Cristo Eucarístico pelos presentes, 2 helicópteros derramaram uma chuva de pétalas de rosas sobre os que, como eu, ali viviam a alegria e a graça de poderem participar desse XVI Congresso Eucarístico Nacional . Maria Teresinha Merico

Alguns pontos marcantes do XVI CEN - Jornada Sacerdotal: realizada no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, evento contou com palestra de Dom Cláudio Hummes e com a presença da relíquia do coração do Cura D’Ars, S. João Maria Vianney, patrono dos presbíteros. Durante a Jornada, alguns padres foram convidados a dar o seu testemunho. Entre eles, o Pe. Vilson Groh, da nossa Arquidiocese, falou de sua experiência e trabalho nas comunidades empobrecidas de Florianópolis. - Simpósio de Bioética: pela primeira vez o tema foi discutido em um Congresso Eucarístico. Com o auxílio de vários especialistas, o evento tratou da defesa da vida, abordando temas desde a concepção até a

morte natural, não deixando de focar a família e a importância da dignidade humana. No mesmo local, foi realizado o Simpósio Teológico, que aprofundou o tema do XVI CEN: “Eucaristia, Pão da Unidade dos Discípulos Missionários”. - Missa dos Excluídos: na manhã de sexta-feira, Dom Cláudio Hummes presidiu a celebração no Santuário NSra. de Fátima, de solidariedade aos Excluídos. A Santa Missa foi participada especialmente pelos catadores de materiais recicláveis e moradores de rua. “Esta celebração é das mais importantes de todo o Congresso Eucarístico. Hoje, o Congresso está no meio de vocês”, disse Dom Cláudio durante a celebração.

- Celebração nas Comunidades: a exemplo do que aconteceu no 15º CEN, aqui em Florianópolis, na noite de sexta-feira, os bispos foram convidados a celebrar nas paróquias da Arquidiocese de Brasília, 122 ao todo. Dom Murilo Krieger, nosso Arcebispo, presidiu a celebração eucarística na Paróquia Divino Espírito Santo, uma das mais antigas de Brasília. - Primeira Comunhão para mil crianças: um dos momentos fortes do XVI CEN foi a celebração em que mil crianças receberam a Eucaristia pela primeira vez. Realizada na manhã de sábado, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, a celebração foi acompanhada por

mais de cinco mil pessoas. - Procissão, Celebração e Vigília dos Jovens: à tarde do sábado, 15-5, a partir das 17h, os bispos, padres, diáconos, seminaristas e fiéis percorreram em procissão os 6km entre o Centro de Convenções Ulisses Guimarães e o Altar Monumento. Lá, a partir das 19h, foi realizada a Santa Missa com os Jovens. Em seguida, foi realizada a Vigília Eucarística. A cada hora, um bispo conduzia as orações, iniciando pelo Cardeal Dom Cláudio Hummes.


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Ação Social

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Jornal da Arquidiocese

Anitápolis sofre com as chuvas Fortes chuvas de maio deixaram o município isolado da região e impediram que alunos fossem às aulas Divulgação/JA

Anitápolis é um município na região da Grande Florianópolis, a 100 km da capital do Estado, com 3.500 habitantes. É um dos únicos municípios do Estado que não possui acesso asfáltico. A principal atividade de subsistência é a agropecuária. Com as fortes chuvas que ocorreram, principalmente nos dias 11 e 12 de maio, todas as estradas municipais e as que dão acesso aos municípios vizinhos foram danificadas, ocorrendo em todas elas rachaduras e deslizamentos. Por isso, os alunos das redes municipal e estadual estão sem aulas, em decorrência da falta de segurança no transporte. Pe. Leandro Schwinden, pároco de Anitápolis, relata que a situação do município, onde está a sede paroquial e mais 15 comunidades, é preocupante. "Em termos proporcionais, nosso município foi um dos mais afetados com as chuvas do último mês", disse. Ele afirma que também vê

uma disparidade no poder de recuperação do município de Anitápolis em comparação com outros municípios afetados. “Comparemos a arrecadação do município de Florianópolis com a ínfima arrecadação de Anitápolis. Esperamos essa consideração por parte das autoridades, na esfera estadual e federal, quando for pensada a partilha e liberação dos recursos”, destacou Pe. Leandro.

Apoio da Igreja A paróquia de Anitápolis acolheu as famílias desabrigadas no seu Centro de Eventos. Além disso, a paróquia se envolveu também na solicitação de recursos externos. No ultimo dia 19 de maio, Pe. Leandro integrou a comitiva do Prefeito Municipal, Saulo Weiss, que foi à Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) da Grande Florianópolis e à sede da Defesa Civil do Estado

Vias de acesso sofreram desmoronamento e põem em risco circulação das pessoas. Por conta disso, as aulas foram interrompidas no município de Santa Catarina. A comitiva recebeu da Sra. Adeliana Dal Ponte, secretária da SDR da Grande Florianópolis, e do Major Emerson Emerin, diretor Estadual da Defesa Civil, um tratamento aten-

cioso e solícito. Um agradecimento especial ao nosso Arcebispo, Dom Murilo e à Coordenadora da Ação Social Arquidiocesana - ASA, pela atenção e ajuda direcionada ao município neste momento tão difícil.

ASA recebe recursos do Ministério Publico do Trabalho A Ação Social Arquidiocesana, entidade não-governamental, sem fins lucrativos e beneficente, de Assistência Social, recebeu no mês de abril, uma doação no valor de R$ 60.529,05. O recurso é proveniente de uma ação civil pública, que o Ministério Público do Trabalho destina a entidades que realizam trabalhos sociais. Esse recurso contribuirá com a realização de encontros municipais das Ações Sociais, materiais, cartilhas e revista comemorativa aos 50 anos da ASA. Além disso, contribuirá com a Pastoral da Saúde da Arquidiocese, na compra de computadores, materiais de uso da coordenação e máquinas para a produção de produtos fitoterápicos. A ASA agradece ao Ministério Público do Trabalho pela doação e por sua colaboração com os trabalhos sociais de nossa Arquidiocese.

Por um Desenvolvimento Solidário e Sustentável As grandes alterações que estamos testemunhando no clima, a maior ocorrência de catástrofes ambientais, como: enchentes, ressacas marítimas, desertificação de terras antes férteis, chuvas tóxicas, nuvens de poluição no ar, ciclones, entre outros, são a comprovação de que não estamos lidando com o nosso planeta de forma sustentável.

Por muito tempo, a humanidade viveu como se os recursos naturais fossem inesgotáveis, e bastava explorá-los ao máximo para que tivéssemos o maior conforto possível. Estamos acostumados a entender o desenvolvimento como equivalente a crescimento econômico, como a construção de estradas, viadutos, grandes prédios, aumento

da lucratividade das empresas, mais empregos, novas tecnologias etc. Isto tudo faz parte do desenvolvimento, mas não é só isso.

O que é Desenvolvimento Solidário e Sustentável?

Divulgação/JA

Na Paróquia São Vicente, em Itajaí, lideranças da comunidade utilizam uma área pública para o cultivo de verduras e legumes sem agrotóxicos

A idéia de desenvolvimento solidário e sustentável está focada na necessidade de promover o desenvolvimento integral, satisfazendo os interesses da geração presente, sem comprometer a geração futura. Mais que números e índices abstratos, o Desenvolvimento Solidário e Sustentável envolve a satisfação das pessoas com a vida e o mundo em que vivem, com o sentido de justiça social, com o compromisso com outros povos, com as próximas gerações, com os animais, com os diferentes ecossistemas e com o planeta como um todo. O desenvolvimento solidário e sustentável não existe como atitude individual. É um movimento de coletivos, seja uma família, pequenos grupos, uma comunidade, uma cidade, um país, ou até toda a humanidade, que é a meta maior.

Experiências de sucesso Variadas experiências estão surgindo em diferentes setores da sociedade e mesmo iniciativas individuais, que contribuem na direção do Desenvolvimento Solidário e Sustentável. Vejamos algumas iniciativas que estão em desenvolvimento na Arquidiocese de Florianópolis. Grupos de produção: São grupos informais, associações ou cooperativas, que buscam de forma coletiva a geração de trabalho e renda. Hortas Comunitárias: São grupos organizados que utilizam espaços públicos ou privados para o cultivo de alimentos, plantas medicinais e ornamentais, de forma solidária e sustentável. Economia Solidária: É um conjunto de atividades de produção, distribuição, consumo e crédito para geração de trabalho e renda, baseado no trabalho coletivo, na cooperação, na autogestão e nas diversas formas de compartilhamento, bus-

cando o benefício social e o cuidado com o meio ambiente. Reciclagem: É a forma mais concreta de reutilização de produtos que deixam de cumprir a função para a qual foram destinados. Existem várias paróquias que estão com projetos de reciclagem do óleo de cozinha para produzir sabão, de roupas velhas que servem para fazer estopas etc. Agroecologia: É a forma da produção de alimentos sem agrotóxicos ou adubos industrializados, onde é respeitado o ritmo próprio de crescimento das plantas e dos animais, sem acelerar artificialmente o processo; e os produtos não recebem aditivos químicos (conservantes, anilinas ou outros) para sua comercialização. Nas próximas edições apresentaremos as iniciativas existentes na Arquidiocese, mostrando que é possível realizar uma Economia voltada para a vida, na construção de um Desenvolvimento Solidário e Sustentável.

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GBF 11

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Livreto do Tempo Comum Estamos iniciando a última etapa do ano litúrgico, o Tempo Comum. Livretos já estão disponíveis as e comunidades, vivemos a comunhão eclesial, centralizada na presença de Cristo (cf Mt 18,20). O livreto do Tempo Comum reafirma a identidade dos GBFs, que é ser Igreja nas casas, viver em comum-unidade, e contribuir para a transformação da pessoa na construção de uma sociedade que promova o bem comum, a paz, a solidariedade e a fraternidade. Lembramos as palavras do Apóstolo Paulo aos Colossenses, também dirigida a cada um de nós, sobre a rica presença da Palavra de Cristo em nossos grupos: “Que a palavra de Cristo habite em vós com abundância. Com toda sabedoria, instruí-vos e aconselhai-vos uns aos outros” (Cl 3,16). Ouvindo a Palavra de Deus, refletindo e rezando com os irmãos e irmãs, perceberemos mais facilmente a presença do SENHOR, que “está à porta e bate” (cf Ap 3,20). Viveremos um tempo de graça, pois o livreto também aborda a motivação de nossa preparação para a grande Concentração Arquidiocesana dos Grupos Bíblicos em Família. No momento, nosso compromisso maior é animar, incentivar e convocar todas as pessoas que participam dos GBFs e motivá-las a convidar, com entusi-

Divulgação/JA

O título do livreto “Eis que estou à porta e bato” é a nossa grande motivação para multiplicação dos Grupos Bíblicos em Família. O livreto contém uma celebração inicial, e 17 encontros distribuídos em 05 blocos separando-os, conforme os sub temas: Rumo à Concentração (1º bloco); Iniciação Cristã (2º bloco); Rumo a um catolicismo bíblico (3º bloco); A casa comum (4º bloco); Sujeitos da evangelização (5º bloco). Destacamos os três primeiros encontros de grande importância, pois, é o processo de preparação rumo a nossa Concentração dos GBFs. Há poucos dias terminamos de refletir, rezar e celebrar o tempo litúrgico da Quaresma, culminando com a maior festa cristã – a Páscoa, prolongada por todo o tempo pascal, até a festa de Pentecostes. Procuramos viver intensamente, com toda a Igreja no Brasil, em comunhão ecumênica, a CFE-2010. Fazer memória é sempre um gesto de gratidão. Nesta nova etapa do ano, do Tempo Comum, de semana em semana queremos aprofundar a nossa identidade cristã, rezando e refletindo a Palavra de Deus que se faz vida na nossa vida diária. Quando nos reunimos, somos a Igreja arquidiocesana, que, nos pequenos grupos, espalhados pelas paróqui-

asmo, o seu vizinho e vizinha. Nossa Concentração Arquidiocesana acontecerá no dia 29 de agosto, com início às 8h30min, no Ginásio de Esportes em Camboriú, onde ce-

Seminário Regional dos GRB/F e CEBs Continuamos com o relato sobre o rico conteúdo abordado e refletido pela assessora Neusa Mafra, de Criciúma. O encontro seguiu a metodologia do “ver julgar e agir”, com um olhar para a realidade, analisando as dificuldades encontradas. Nas dinâmicas de grupo, que também aconteceram durante o encontro, tivemos experiências muito ricas. Observamos que existe comunhão de idéias, ações, partilha e esperanças, que perpassa a caminhada comum que os GRB/Fs e CEBs fazem nas diferentes dioceses que compõem o regional Sul4, nossa Igreja de Santa Catarina. Chegamos à conclusão que os GBFs e CEBs traçam passos muito comuns na vivência comunitária. Esses passos comuns nos ajudam na continuidade da caminhada, enfatizando sempre que a VIDA deve estar em primeiro lugar. Passos que fortalecem os Grupos Bíblicos em Família e as Comunidades Eclesiais de Base:

Participantes do Encontro Regional realizado em Joinville 1. No campo da formação: Investir na formação específica para as coordenações, lideranças e animadores(as) de grupos; Trabalhar a conscientização do cuidado com o ambiente, com a vida e com a natureza, incentivando, p.ex., a reciclagem do lixo; Orientar e informar contí-

nuamente as lideranças a partir de uma metodologia popular de estudo bíblico; Trabalhar fé e política nas formações; 2. No campo da metodologia: Valorizar o que temos e nossa história: a caminhada do povo;

lebraremos com muita alegria e entusiasmo nossa caminhada de Igreja nas casas. Mobilize toda a comunidade e organize desde já suas caravanas para participarem. Manter viva a memória dos GBFs e CEBs, conhecendo a realidade de cada grupo; Conhecer a realidade da comunidade para formar novos grupos; Trabalhar a metodologia participativa, os objetivos, e fazer um bom planejamento. Estar motivados para motivar os animadores(as) a assumirem o compromisso social, denunciando todas as formas de injustiça. 3. No campo da mística e espiritualidade: Incentivar a oração e a leitura Orante da Palavra de Deus; Conscientizar a viver a fé e a vida no seguimento de Jesus: Ser perseverança e ser presença nos grupos e nas comunidades para incentivar e fortalecer a caminhada; 4. No campo da visitação e acolhida: Visitação e acolhida: ir ao encontro de porta em porta; Missionariedade e abertura para o novo, não ter medo do diferente;

Encontro sobre MARIA com os GBFs de Paróquia de Itajaí Integrando as comemorações pelo dia dedicado a Nossa Senhora Auxiliadora, “centro da espiritualidade” das Congregações fundadas por São João Bosco, foi proferida uma palestra pelo assessor Márcio Antônio Reiser (OFS) que conduziu os participantes dos GBFs da paróquia São João Bosco - Itajaí, no dia 26 de maio, a uma reflexão profunda sobre Maria. A bela explicitação do assessor se referiu à mãe de Jesus e nossa mãe, Maria, relembrando toda a sua trajetória exemplar, como “precursora do Evangelho”. O belo encontro foi animado pelos cantores Francisco e Aparecida, e culminou com pequena confraternização. Que Maria, Auxílio dos Cristãos, através de nossas orações, torne a nossa Igreja cada vez mais Santa e fortaleça a nossa Fé. Amém Integração das pastorais; Fazer visitas às famílias para conhecer a realidade, mais ouvir do que falar: escutar, "pisar no chão", saber entender a realidade em que vivem as famílias; Estar preparados para ouvir e ter o cuidado com o que se vai falar. Finalizamos o relato desta edição sobre o conteúdo refletido no seminário dos GB/F e CEBs, lembrando as palavras de D. Helder Câmara: “Não devemos temer a utopia, pois, ao sonharmos sozinhos, limitamo-nos ao sonho. Quando sonhamos em grupo, alcançamos imediatamente a realidade”. Igreja nas casas, eis nossa grande missão. Missão dos Grupos Bíblicos em Família e das Comunidades Eclesiais de Base, que olham para além de si, que celebram as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias, a fé e a vida das pessoas, favorecendo o encontro com Jesus Cristo e a vivência fraterna entre todos os irmãos e irmãs. Continuaremos nossa reflexão na próxima edição.


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Artigos

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Centenário

Padre Hermenegildo Bortolato Soldado da Pátria, Soldado da Igreja Pe. Hermenegildo Bortolato nasceu em Veneza, Itália, em 28 de janeiro de 1904. Foi ordenado presbítero na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em 19 de dezembro de 1928, com o nome religioso de Frei Apolônio de Noale. Veio para o Brasil como padre diocesano em 02 de agosto de 1952, sendo incardinado na diocese de Lages e, a partir de 1968, de Caçador. De 1928 a 1932 esteve a serviço da edição das Obras de São Lourenço de Brindisi, em Pádua, em preparação para a declaração do Santo como Doutor da Igreja. Entusiasta do regime fascista de Benito Mussolini, mas, acima de tudo, um “italiano da gema”, apresentou-se para servir de Capelão militar na Grande Guerra de 19391945. De 1941 a 1943 serviu como capelão na Campanha militar na África. Sediado na Tunísia, ajudou os soldados compatriotas que lutavam junto ao Áfrika Korps, lendário batalhão alemão sob o comando do General Rommel, um dos maiores comandantes militares do século XX, apelidado de “Raposa do Deserto”. Por diversas vezes Pe. Hermenegildo esteve com ele face a face. Mas, a sorte militar coube às Tropas aliadas (Inglaterra e França) e os italianos e alemães foram derrotados, capitulando em 13 de maio de 1943. Apesar de Oficial, Pe. Hermenegildo foi mantido preso junto

com os outros soldados, em acampamentos sem cama, sob o sol inclemente do dia e o frio intenso da noite, com escassos alimentos e pouca água. Apesar disso, Pe. Hermenegildo não desanimou: visitava os doentes ao ser-lhe permitido, celebrava a Missa nos diferentes pavilhões. À noite rezava o rosário com os soldados e puxava cantos populares italianos para reanimá-los. Numa noite tentou a fuga, com coragem de enfrentar a pé mil quilômetros até o Saara espanhol: foi recapturado pelos ingleses e depois transferido para outro acampamento, Pe. Hermenegildo: capelão militar na Argélia. No dia 31 de julho de 1943, que acompanhou os italianos na com oficiais e soldados foi em- segunda guerra e, em 1952, veio barcado no navio holandês para Santa Catarina Vollendam, e transferido para os campos de concentração ingle- Leppania (hoje na Eslovênia). Passes, primeiro em Londres e depois sou uns meses em Mestre, perto em regiões centrais da Inglaterra. de Veneza, para escrever seu DiáApós longo sofrimento, em 29 de rio de Prisão, encerrado em 27 julho de 1946, após três anos e de agosto de 1947, afirmando dois meses de prisão, no porto de que o povo inglês “é o mais pérfiLiverpool embarca no navio mili- do, o mais brutal, o mais hipócrita tar Worchestershire rumo à Itália. que conheceu na face da terra”. Após sete dias de dura viagem, em Não contente com isso, escreveu 05 de agosto desembarcou em numa folha adicional: “A InglaterNápoles, com o coração transido ra é verdadeiramente a inimiga de dor, pois sua gloriosa pátria era capital de toda a humanidade”. terra derrotada e conquistada. Seu primeiro gesto foi ir em peregrinaO santo vigário ção ao Santuário de Pompéia e lá de Ipoméia celebrar Missa de Ação de Graças. De 1946 a 1952 foi pároco em Vindo para o Brasil, por não

suportar viver na Itália derrotada e com terras entregues ao inimigo, foi recebido na diocese de Lages. Nunca mais retornou à Itália. De 23 de agosto de 1952 a 18 de janeiro de 1976 foi pároco de Santa Isabel, Ipoméia. Ali, nessa pequena paróquia que hoje possui 1.900 pessoas, santificou-se e santificou um povo. Segundo me informa o pároco atual, Pe. Fábio Farias, inicialmente visitava as comunidades a pé: algumas com a distância de 17-20 km da igreja matriz. Mais tarde adquiriu uma lambreta e depois uma Picape. Após a Páscoa, na preparação para a Ascensão, incentivava a Procissão das Rogações, com uma comunidade visitando outra a pé e rezando as Ladainhas. A devoção ainda continua. Nela se abençoam as colheitas e se expulsam as pragas. Por iniciativa do Pe. Hermenegildo, outras comunidades promoviam a Procissão de Santa Bárbara, contra as tempestades: como fruto, há mais de quarenta anos não acontece granizo, ventos ou intempéries do gênero pela região. Sua atividade pastoral: bênção de casas, visita às famílias, aconselhamento. Conhecedor de teoria musical, organizou um grupo coral que se apresentava até nas comunidades vizinhas: ento-

avam a Missa IV de Jaspers, uma de Perosi, Missas de Requiem. Até hoje, no dia de sua Romaria, se entoa o Ave Maris Stella. Preocupado com o progresso da comunidade e tendo bom conhecimento de engenharia, projetou e executou pequenas hidrelétricas, instalando uma no Rio do Peixe e outra no Rio Preto. Também ensinou o uso da energia hidráulica, com as rodas d’água. Em 1975 afastou-se da Paróquia de Ipoméia por problemas de saúde, trabalhando por alguns meses na Paróquia Cristo Redentor em Caçador, e em Treze Tílias. Faleceu no dia 28 de fevereiro de 1977, no Hospital de Rio das Antas. Deixou marcas indeléveis, sobretudo na Paróquia Santa Isabel de Ipoméia, em cuja Igreja Matriz descansam seus restos mortais. Hoje está sepultado no interior da igreja matriz. Por ocasião dos 50 anos da Paróquia em 1999, iniciou-se a sua Romaria: a pé, como o Pe. Hermenegildo gostava de fazer, o povo vem visitar seu túmulo e rezar por sua canonização. Muitas graças são alcançadas. A maior de todas, sem dúvida, é recordar um Padre apostólico, santo, amante de seu povo e de sua Igreja. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com

Ecumenismo A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, celebrada entre os dias 16 a 23 de maio, foi um momento oportuno de gratidão a Deus. Isso porque, neste ano de 2010, comemoramos o centenário da caminhada ecumênica, desencadeada a partir da Conferência Missionária Internacional de Edimburgo, na Escócia, em 1910 (cf. artigo de Márcio Murilo na edição anterior deste jornal). Várias comunidades, durante a Semana de Oração, promoveram celebrações ecumê-nicas como sinais de compromisso pela unidade das Igrejas Cristãs, na fidelidade ao pedido de Jesus: “Que todos sejam um”. Cada uma das celebrações foi manifestação pública de fé em Jesus Cristo Salvador e de amor aos irmãos e irmãs pertencentes às diversas denominações cristãs. As pessoas que participaram sentiram-se, mais ainda, convocadas a contribuir neste grande mutirão pela unidade cristã. E sentiram-se interpeladas a agir de modo mais

A Importância da Comissão Paroquial para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso (1ª parte) efetivo, solicitando, para isso, orientação. É o que queremos oferecer a partir desta edição. Um caminho prioritário para que aconteça o ecumenismo e o diálogo inter-religioso é a formação de comissões paroquiais. Em algumas paróquias de nossa Arquidiocese elas já funcionam. Qual a missão da Comissão Paroquial? Em primeiro lugar, podemos ressaltar a necessidade de manter vivo o espírito da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Isto é: continuar promovendo momentos de oração envolvendo a comunidade. Como seguidores de Jesus, levamos a sério suas palavras: “Se dois de vós estiverem de acordo, na terra, sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está nos céus lhes concederá. Pois

onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali no meio deles” (Mt 18,19-20). A Comissão Paroquial para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso tem sua razão de ser pela simples e nobre missão de motivar permanentemente a oração pela Unidade Cristã. Temos consciência da importância da oração para que o Plano de Deus se realize na história humana. Uma das preciosas instruções que Jesus nos deixou em seu Sermão da Montanha, é esta: “Pedi e vos será dado! Procurai, e encontrareis! Batei, e a porta vos será aberta. Pois todo aquele que pede recebe, quem procura encontra, e a quem bate, a porta será aberta” (Mt 7,7-8). Jesus também nos orienta que é necessário pedir

com insistência e, assim, Deus nos atenderá com certeza. Tomando o exemplo da viúva que se dirige ao juiz para que lhe faça justiça e é atendida por causa de sua persistência, ele conclui: “E Deus não faria justiça a seus eleitos que clamam a ele dia e noite, mesmo que os faça esperar? Digo-vos que lhes fará justiça muito em breve” (Lc 18,7-8). Também, em outro momento, Jesus nos revela a força da fé: “Se tiverdes fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, podereis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria” (Lc 17,6). Ora, diante desses e muitos outros ensinamentos e testemunhos de Jesus a respeito da necessidade e importância da oração, por que não segui-los? A Palavra

do Evangelho é eficaz. Se a praticarmos, os frutos aparecerão. São tantas as celebrações eucarísticas numa Paróquia, são muitos outros momentos celebra-tivos numa comunidade eclesial, nas pastorais, nos Grupos Bíblicos de Reflexão etc. Por que não introduzir uma pequena prece pela Unidade dos Cristãos? É muito importante o esforço humano, mas será inócuo sem a graça de Deus. No dia 28 de agosto, na Matriz da Paróquia de Campinas, acontecerá o 3º Encontro Arquidiocesano de Representantes Paroquiais para o Ecumenismo e o Diálogo InterReligioso. Até lá podemos organizar as Comissões Paroquiais onde ainda não existem. Pode-se começar com apenas duas pessoas de fé e de boa vontade... Celso Loraschi Professor no ITESC e Coordenador da Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e o Diálogo InterReligioso - CADEIR


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Missão 13

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As Religiões no Continente da Copa Conheça um pouco mais sobre a África do Sul, país que é a sede da Copa do Mundo de Futebol de 2010

A FILIAÇÃO RELIGIOSA O relatório destaca logo a mudança de afiliação religiosa na população da África subsaariana. No começo do século XX, os muçulmanos e os cristãos eram uma minoria, pois juntos somavam menos de 25% da população. A grande maioria dos africanos praticava as religiões tradicionais africanas. Durante o século passado, os papéis mudaram, e o número de muçulmanos multiplicou por 20, até cerca de 234 milhões no ano 2010. O crescimento dos cristãos foi até maior, multiplicando-se por 70, passando de cerca de 7 milhões a 470 milhões. Enquanto a preponderância de cristãos está na parte subsaariana da África, a fé islâmica é predominante no norte do continente. Por conseguinte, o continente africano, num todo, tem o mesmo número de cristãos e muçulmanos, de 400 a 500 milhões de seguidores de cada religião. De acordo com uma nota do Vatican Information Service, de 27 de Abril, para o período 20002008, o número de católicos no mundo cresceu de 1.045 milhões no ano 2000 a 1.166 milhões em 2008, um aumento de 11,54%. Na África houve um crescimento de 33% enquanto que, na Euro-

Divulgação/JA

Desde o século passado, no Continente africano têm ocorrido grandes mudanças. É o que nos diz o Pe. John Flynn, no relatório da Fundação Pew Forum on Religion and Public Life.

pa, o aumento foi de 1,17%.

O PAPEL DA RELIGIÃO Uma grande parte do relatório do Pew Forum consistia em resultados de pesquisas sobre convicções religiosas recolhidas em mais de 25 mil entrevistas cara-a-cara em mais de 60 idiomas ou dialetos diferentes de 19 países. A pergunta foi: As pessoas da África subsaariana, como vêem o papel da religião nas suas sociedades? A pesquisa quis saber quanto as pessoas acham importante a religião nas suas vidas: muito importante, algo importante, não muito importante, de modo algum importante. Os resultados, para a África subsaariana, revelaram que, em muitos países, pelo menos 90% das pessoas disse que a religião é muito importante em sua vida. Isso mostrou que as pessoas da África são muito mais religiosas do que as dos Estados Unidos, onde só 57% declararam que a religião é muito importante para eles. Na Polônia, menos ainda: 33%; Alemanha, 25%; Itália, 24%; Grã Bretanha, 19%. Isso contrasta também com a Ásia e Oriente Médio onde, como na África, alguns países: Índia, Bangladesh, Indonésia e Kuwait, alcançam números de 90% entre os que declaram que a religião é muito importante.

MULHERES AFRICANAS

Número de católicos aumentou em 33% entre os anos de 2000 e 2008. Parte do crescimento se deve à Áfica do Sul, um país muito religioso

COEXISTÊNCIA Apesar do rápido crescimento do Cristianismo, como do Islamismo, as religiões africanas Divulgação/JA

tradicionais continuam tendo uma grande força. Na realidade, elas coexistem com o Islamismo e o Cristianismo em um tipo de sincretismo religioso. Sem importar as incoerências teológicas que isto gera, observou a pesquisa que essa mistura de crenças é uma realidade diária nas vidas das pessoas. Muitos africanos continuam acreditando na feitiçaria, nos espíritos malignos, nos sacrifícios para os antepassados e nos curandeiros tradicionais religiosos. Mais da metade das pessoas entrevistadas acreditam que os sacrifícios para os antepassados podem protegê-los de danos. E uma porcentagem significante de cristãos e muçulmanos - 25% ou mais, em muitos países - dizem que acreditam no poder protetor dos encantamentos ou dos amuletos, como também no “olho gordo”, ou na qualidade de algumas pessoas lançarem maldições ou encantamentos malignos.

TOLERÂNCIA Hoje brancos e negros vivem em harmonia e frequentam os mesmos lugares, isso graças ao fim do Apartheid, em 1990, que segregava os negros

rio crer em Deus para ser ético e ter bons valores. A grande maioria dos africanos afirmou também que a música, os filmes e as emissoras de TV ocidentais têm danificado seus valores morais.

Quando se trata de relações entre o Cristianismo e o Islamismo, a pesquisa atestou que,

para muitos cristãos e muçulmanos, na África subsaariana, não há problemas significativos e, em geral, há tolerância mútua. Na realidade, as pessoas, em geral, declaram que o desemprego, o crime e a corrupção são problemas maiores que o conflito religioso. 40% ou mais dos cristãos africanos têm mais dúvidas sobre o Islamismo, pois consideram os muçulmanos violentos. Os muçulmanos tendem a ser mais positivos nas declarações sobre os cristãos, sendo mais preocupados com o extremismo de seus próprios integrantes. Com relação ao matrimônio, tanto entre muçulmanos como entre cristãos, muitos expressam intranqüilidade quanto aos matrimônios inter-religiosos. A metade dos cristãos e mais que metade dos muçulmanos afirmaram que não se sentiriam bem se algum de seus filhos se casasse com alguém de outra fé. Com relação à interação entre religião e sociedade, o relatório descobriu que em quase todos os países entrevistados, a grande maioria acredita que é necessá-

Em tópicos como o aborto, a prostituição, o suicídio ou o comportamento homossexual, tanto cristãos como muçulmanos consideram essas práticas como moralmente ruins. Nisso, o papel desenvolvido pelas mulheres é notório. Prova disso é a campanha, que já percorre o mundo, para incentivar a entrega do Prêmio Nobel da Paz, de 2011, para as mulheres africanas pela grande contribuição que elas oferecem à sociedade, sustentando a economia familiar e realizando o milagre da sobrevivência. São principalmente elas que lutam pela defesa da saúde contra o HIV e a malária. São elas que promovem a educação sanitária nas aldeias, destacando-se também no combate à prática tradicional, mas cruel, da mutilação genital. São milhares as organizações de mulheres comprometidas na política, nas problemáticas sociais e na construção da paz. Na África varrida pelas guerras, as mulheres sofrem as penas dos pais, dos irmãos, dos maridos, dos filhos destinados ao massacre e sabem, ainda, acolher os pequenos que ficam órfãos. “As mulheres africanas tecem a vida”, escreve a poetisa Elisa Kidané da Eritréia. Sem o hoje das mulheres, não haveria nenhum amanhã para a África. Nós, latino-americanos, que temos muito sangue africano em nossas veias e em nossas culturas,vamos gritar nossa solidariedade com a África, incentivando a entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2011 para as mulheres africanas. Pe.Paulo de Coppi - PIME Diretor do Missão Jovem pe.paulo@missaojovem.com.br

Para mais informações, contate a Campanha pelo endereço: info@noppaw.org ou segretaria@noppaw. org ou no site http:// www.noppaw.org/


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Foto JA

Pe. Flávio Piccolin 25 anos dedicados à evangelização longe da pátria-mãe No dia 13 de junho, a Paróquia São Judas Tadeu, em Águas Claras, Brusque, estará em festa. Nesse dia, Pe. Flávio Piccolin, reitor do Seminário Filosófico “Ad Gentes” do Pontifício Instituto das Missões Exteriores - PIME, mas que auxilia na paróquia, estará celebrando 25 anos de vida presbiteral. Nascido na Itália, Pe. Flávio teve sua vocação para a vida religiosa despertada a partir de uma experiência missionária leiga em Camarões. Depois de ordenado, atuou por quase 20 anos naquele país africano, vindo depois para o Brasil Aqui trabalhou em três Estados, até chegar a Brusque, onde responde pelo seminário filosófico do PIME. Em entrevista, Pe. Flávio fala do seu despertar vocacional, da sua vinda para o Brasil e do trabalho que realiza como reitor do seminário do PIME, sobre a carência de vocações e da contribuição do Brasil na evangelização de outros povos, e avalia os seus 25 anos de vida presbiteral. Jornal da Arquidiocese Como surgiu sua vocação missionária? Pe. Flávio - Desde pequeno, nasceu em mim o desejo de fazer alguma coisa pelos outros. Tinha 5 anos, quando meu avô um dia me deu 5 liras para comprar um chiclete, e na frente da distribuidora automática estava outra criança que me olhava e desejava também o chiclete. Eu lhe dei as 5 liras e nesse dia descobri que “há mais felicidade em dar do que receber” (At

20,35). Só mais tarde descobri que estas são as palavras de Jesus que Paulo reporta no cap. 20 dos Atos. Essa foi a origem da minha vocação. Depois, Deus coloca sinais na nossa vida para compreendermos qual a vocação específica. Um bispo do Camarões passou na minha paróquia. Disse que estava construindo um hospital e precisava de eletricistas e encanadores para acabar o trabalho. Eu tinha 24 anos e aceitei o desafio. Foi assim que fui para a África: como leigo. E lá descobri minha vocação para padre missionário. Trabalhei por um ano, voltei à Itália e entrei no seminário do PIME. JA - Fale sobre a sua experiência na África. Pe. Flávio - Depois de minha ordenação sacerdotal fui enviado a Camarões, não no sul, na floresta onde tinha trabalhado, mas no norte, perto do deserto, o lugar mais pobre de Camarões, onde chove apenas uma vez por ano e o povo depende dessa chuva para comer, e nem sempre chove. Trabalhei junto ao Povo Tupuri, que têm tradições religiosas e culturais muitos fortes, somente orais. Os cristãos são apenas 2 a 3% da população. Essa pequena comunidade cristã é ainda jovem, cerca de 25 anos. Em muitos lugares ainda não chegou a palavra de Deus. Meu trabalho foi primeiramente aprender a língua, o tupuri, não fácil, e posteriormente trabalhei bastante em dois setores: a formação dos catequistas e o resgate da cultura, colocando por escrito, juntamente

Pe. Flávio preside a Eucaristia na paróquia de Águas Claras, em Brusque

Eu tinha 24 anos quando fui para a África como leigo. E lá descobri minha vocação para padre missionário.”

com outros padres, as tradições orais. Trabalhei também no campo social, com o problema da água e da saúde. Foi um trabalho muito bonito, com comunidades novas, que vivem uma fé como nos Atos dos Apóstolos. Passamos por momentos difíceis de perseguições em algumas comunidades com presença muçulmana, mas isso até reforçou a nossa fé. JA - O senhor está no Brasil há cinco anos, e trabalhou no Mato Grosso, em Assis (SP), e agora em Brusque (SC). Por que tantas atividades em tão pouco tempo? Pe. Flávio - Trabalhei 03 anos em Nioaque, Mato Grosso, e depois fui transferido a Assis, por problemas de saúde, devido a um infarto. Tendo a primeira paróquia muitas capelas (27 capelas rurais), o meu físico não permitia mais esforços. Fui pároco em As-

Retalhos do Cotidiano

Toda noite o homem velho e o homem novo disputam para dormir conosco. Eles também disputam para conosco levantar-se. Por isso o salmista agradece ao Senhor, porque mesmo à noite Ele adverte o coração (Sl 15[16],7). Quando se fica ‘velho’, geralmente com a velhice vêm a confusão, um certo torpor, a teimosia, um ‘já fiz o que tinha que fazer, agora me deixem aqui...’. O que ocorre no corpo também pode ocorrer na alma. O corpo e a alma lutam: a alma precisa vencer, porque o corpo desaparecerá um dia, enquanto ela é imortal. Pode-se ser velho sendo novo e deve-se ser novo mesmo sendo idoso!

Homem Novo Revestir-se do homem novo! Não ponho hoje a camisa que usei ontem, mas muitas vezes hoje sou o mesmo que ontem, ou

até pior. Que bom se, ao vestir esta ou aquela peça de roupa, eu me lembrasse de que preciso vestirme também, cada dia, com as vestes da misericórdia, da bondade, da humildade, doçura, paciência, perdão, amor e paz, que nunca envelhecem. São essas as vestes do homem novo, homem que exala o perfume de Cristo!

Plantinha As rosas estão esplêndidas, os girassóis postam-se eretos e exuberantes, o jardim todo manifesta, na beleza das flores, a bondade de Deus. Só a petúnia está murcha, definhando desfigurada. Deixo-a ali: aquela que até poucos dias atrás alegrou minha vista e meu coração, agora quer ter, ela mesma, uma última alegria: a de adubar a terra que a fez surgir, bela, da semente disforme e feia. Que vida bonita: curta e intensa, dando-se até o fim. Vendo-te, querida petúnia, rezo como Santo Agostinho: “Não me

JA - Agora o senhor é reitor do Seminário Filosófico "Ad Gentes" do PIME, em Brusque. Fale-nos sobre esse trabalho. Pe. Flávio - É a primeira vez que sou reitor de um seminário, pois sempre fui pároco. Não é um trabalho fácil. Não é como numa pastoral, que você entra em contato com o povo. No seminário, todos os dias você vê os mesmos seminaristas, mas ao longo do trabalho você descobre que não é fácil acompanhar as pessoas no caminho vocacional. Você se percebe como Moisés na montanha, frente à sarça ardente, porque a vocação é um “lugar santo” e você descobre isso no caminho dos se-

minaristas. Dá uma grande alegria ser pequeno instrumento em um projeto de Deus como a vocação. JA - Percebe-se crescente carência de vocações. A que se deve isso e como contornar essa situação? Pe. Flávio - Eu acho que cada um tem a sua responsabilidade: sociedade, família, comunidade.... Uma grande responsabilidade deve-se a nós mesmos, porque não estamos sendo capazes de mostrar a beleza e a alegria de ser padre, não manifestamos aos jovens como é bom ser padre. Damos pouco testemunho disso e falamos pouco ou nada das vocações e às vezes não temos coragem de fazer a proposta vocacional. Como pode o jovem gostar de uma coisa que não apresentamos? Os jovens precisam de modelos, e que modelos estamos sendo nós? Neste ano sacerdotal, e em meu jubileu, pergunto sobre isso: precisamos nos converter, sobretudo neste momento difícil para nossa Igreja. JA - No dia 13 de junho, o senhor estará celebrando 25 anos de ordenação presbiteral. Que avaliação o senhor faz do seu ministério? Pe. Flávio - Se devo fazer um balancete, seria em passivo, no sentido de que o que recebi foi superior ao que doei. Recebi de Deus, de minha Igreja Mãe (em Como - Itália), das Igrejas onde trabalhei (Camarões e Brasil), do Povo de Deus, das centenas de pessoas que sempre me acompanharam com suas orações e ajudas. Agradeço a Deus por esse dom e peço desculpas pelas minhas faltas e incapacidades. Quando fui ordenado padre, me perguntaram o que iria anunciar na África, respondi: “A misericórdia de Deus”. Depois de 25 anos de sacerdócio, se perguntado, darei a mesma resposta. Peço a Deus que me ajude a continuar a dar bons frutos.

Carlos Martendal Divulgação/JA

Homem Velho x Homem Novo

sis (SP), na Basílica de São Vicente, onde esperava ficar mais tempo, mas os superiores me escolheram para ser reitor do seminário do PIME, em Brusque (SC).

Jornal da Arquidiocese

Deu-se tanto, o sapato, que se acabou. E, no entanto, foi quando já estava para ser descar tado que começou a mais bela etapa da vida: a de dar flores!

Alimento Lá longe, no meio do mar, as gaivotas voam alegremente. Estão sobre um cardume de peixes. Vez por outra descem e se alimentam. Tu, Senhor, tinhas como alimento fazer a vontade do Pai. Quero seguir-te, partilhar

teu alimento e, um dia, voar para ti, antes descendo muitas vezes até onde estão meus irmãos para, servindo-os, alimentá-los e alimentar-me de ti que estás neles. Então, também nós seremos um!

desprezeis, Senhor, não desprezeis esta vossa plantinha ressequida”.

Fila O que fazemos quando estamos na fila do Banco? Podemos irritar-nos com a demora; podemos rezar pelo caixa que irá atender-nos, pedindo a Deus que ele não erre ao entregar o dinheiro aos clientes, pois isso fará falta à sua família; quem sabe surgirá a oportunidade de oferecer a vez a alguém que vejamos nervoso, apressado, e faremos isso porque, nessa pessoa, enxergamos Jesus... Poderemos sorrir para uma pessoa que se sente angustiada, dar uma palavrinha àquela outra... tantas chances para amar... Fila de Banco pode ser fila para ir para o céu!

Mão Há poesia nas mãos que se dão. Esposos que se amam dizemse sem falar: “Tua mão na minha mão, uma só mão, uma só alma!”.


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Festival Vocacional reúne jovens e crianças Promovido pela Comarca de Biguaçu, quinta edição do evento celebrou o Ano Sacerdotal Divulgação/JA

Igreja ficou lotada de jovens e crianças que participaram do Festival siasmados. Após um momento de animação, feita pelo ministério de música AUJE, da Ponte do Imaruim, em Palhoça, passaram às apresentações. Nelas expressou-se a fidelidade das quatro vocações. Durante as apresentações houve a entrega de alguns brindes e, como na parte da manhã, os jovens puderam ter o contato com as congregações e movimentos presentes. Na parte da tarde, os irmãos maristas também marcaram pre-

sença e deixaram o seu recado. “O encontro foi muito gratificante, sobretudo pelo testemunho de um grupo de jovens, que iniciaram suas atividades justamente em um dos nossos festivais. Foi a partir do nosso trabalho que criaram o MABP - Ministério das Artes Bom Pastor -, que comemora 5 anos evangelizando através da arte”, disse Sérgio Weber, secretário do Serviço de Animação Vocacional da Comarca de Biguaçu.

Santa Sé reconhece Fazenda da Esperança Depois da comunidade “Shalom” e da “Canção Nova”, agora é a vez da “Família Esperança” ser reconhecida como Associação Internacional de Fiéis pela Santa Sé. A Família da Esperança é responsável pelo trabalho da Fazenda da Esperança, cuja sede está no Brasil, em Guaratinguetá, SP. No dia 24-5, os fundadores da instituição, Nelson Rosendo Giovanelli e Frei Hanz Stapel, juntamente com alguns membros da comunidade, receberam o reconhecimento das mãos do presidente do Pontíficio Conselho para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rilko, no Vaticano. A data escolhida para o reconhecimento é significativa para a Fazenda da Esperança, pois foi exatamente no dia 24 de maio de 1990, que Nelson Giovanelli consagrou sua vida à causa, doando 24h de seu dia para ajudar os jovens recuperandos.

A obra foi fundada em 1983 e, com o passar dos anos, a comunidade terapêutica entendeu que sua finalidade principal era viver segundo os ensinamentos do Evangelho. Sendo assim, surgiu a associação de fiéis, chamada “Família da Esperança” que, em 1998, recebeu a aprovação diocesana pelo Cardeal Dom Aloísio Lorscheider, no Santuário de Aparecida. Com o contínuo aumento dos membros, veio a necessidade de um Reconhecimento Pontifício pela Santa Sé. Nesses 27 anos de missão, a obra se expandiu por todo o país e

no exterior. Atualmente atende cerca de 3 mil jovens nas 68 fazendas espalhadas por 21 estados do Brasil, e está presente em outros nove países: Alemanha, Rússia, Filipinas, Moçambique, México, Guatemala, Paraguai, Uruguai e Argentina. A ‘Família da Esperança’ não é uma congregação ou instituto secular, nem um movimento espiritual, como a RCC e os Focolares, mas é uma nova comunidade de leigos, ligada à Congregação dos Leigos. “É algo novo dentro da Igreja, onde os casados, os solteiros, os jovens, mas também irmãs religiosas e padres podem ligar-se numa mesma comunidade que quer atender, no nosso caso, aos jovens dependentes”, explica padre César. Na Arquidiocese, temos a Fazenda da Esperança Feminina, sediada no bairro do Pantanal, onde antes estava a Fazenda Masculina, que em janeiro de 2009 transferiu-se para Joinville.

Pe. Rafael morre de infarto Comunicamos com pesar o falecimento do Pe. Rafael de Paermentier, acometido de infarto no dia 16 de maio. Natural da Bélgica, desde 1965 estava no Brasil realizando o seu trabalho pastoral. Ele fazia parte da congregação dos Missionários do Sagrado Coração e, desde fevereiro de 2004, era vigário na Paróquia NSra. da Lapa, no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis. Na noite do mesmo dia 16, às 20h, houve missa de corpo presente na comunidade São João Maria Vianney, na Fazenda do Rio Tavares. Depois, o corpo foi encaminhado para o Santuário NSra do Sagrado Coração, em Curitiba, PR, onde houve a celebração de corpo presente presidida por Dom Pedro Fedalto, Arcebispo Emérito de Curitiba. Pe. Rafael foi sepultado no Cemitério São Pedro do Umbará, em Curitiba. Na manhã do dia 16 de maio, ele presidia a celebração Eucarística na Igreja Matriz, às 9h30min, quando, no início da

primeira leitura, começou a sentir-se mal. Sabendo que seu colega, Pe. Bertrand, estava próximo, solicitou que ele o substituísse na celebração. Pe. Rafael foi encaminhado à Policlínica Municipal da região, foi atendido, mas não resistiu, vindo a falecer. “Perdemos um bom padre, um amigo fiel, com um grande coração voltado para os Leigos e Leigas. Recordemos sempre dele em nossas orações”, disse Pe. Mauricio Serafim da Costa (MSC), pároco da Paróquia NSra. da Lapa, Ribeirão da Ilha, em Florianópolis. Divulgação/JA

Mais de 400 crianças estiveram reunidas na manhã do dia 16 de maio para participar do V Festival Vocacional promovido pela Comarca de Biguaçu. Realizado na igreja Santa Clara, no bairro Vendaval, da Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, o evento teve como tema: “Festival Vocacional - A Festa da Fidelidade”, e lema: “Uma multidão seguia Jesus” (Mt 14,13). A manhã foi voltada às crianças, e reuniu mais de 400. Todos os momentos foram bem enriquecedores: a missa com o Pe. Carlos André Paixão, formador do Seminário Menor de Azambuja, o testemunho de um seminarista, as apresentações, a animação com as crianças. Elas ainda puderam ter contato direto com as congregações e movimentos presentes: Irmãs Carmelitas, Irmãs da Divina Providência, Irmãs Franciscanas de São José, Irmãs Catequistas Franciscanas, seminário menor de Azambuja e Juventude Franciscana. A parte da tarde foi destinada aos jovens, com uma participação menos numerosa - cerca de 150 -, mas os que vieram estavam entu-

Peregrinação das famílias reúne 100 mil pessoas em Aparecida O Santuário Nacional recebeu no domingo, 30-5, famílias de todo o Brasil, na 2ª Peregrinação Nacional das Famílias. Cem mil visitantes participaram do evento. A Arquidiocese de Florianópolis foi representada por várias caravanas de fiéis. O tema deste ano foi “Família, formadora dos valores humanos e cristãos”, e começou com uma missa presidida pelo Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer.

“A família é importantíssima e insubstituível na formação da pessoa. Nesta Peregrinação com a Mãe Aparecida, peçamos que nossas famílias se espelhem na realidade divina da Comunhão Trinitária”, disse Dom Odilo em sua homilia. Na celebração das 10h, o Secretário-Geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, frisou que “as famílias são patrimônio da humanidade, como diz o Papa Bento XVI. Está na hora de resgatar e cultivar este patrimônio, não apenas histórico, mas que brota do próprio coração de Deus. Família não é invenção humana, é criação do próprio Deus”. O Bispo de Jataí (GO), Dom José Luiz Majella, esteve presente com uma mensagem virtual, divulgada pelo site do Santuário Nacional: “Quanto mais a família se aproxima de Deus, tanto mais vai sentir que ela é uma Igreja, a Igreja doméstica”, disse Dom Majella.


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Pastoral forma agentes para cuidar dos idosos Foram formados agentes para atuar na Pastoral da Pessoa Idosa nas paróquias da Trindade e dos Ingleses Divulgação/JA

A Pastoral da Pessoa Idosa realizou em maio a formação de novas lideranças. No dia 22, 16 líderes participaram da formação na Paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis. Entre os participantes, estava a coordenadora paroquial Rosilamar Machado da Silva, da comunidade Nossa senhora do Rosário e mais duas voluntarias da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem - Saco dos Limões. O evento contou ainda com a participação do Frei Guilherme João Protratz, orientador espiritual da Pastoral da Pessoa Idosa da Trindade e a presença da coordenadora paroquial Osvaldina Zuco Müller, a coordenadora diocesana Carmem Souto, além da coordenadora estadual Leonilda Gonçalves. A missa de envio foi presidida pelo pároco Frei Cássio Petekov, que abençoou e enviou as lideres para a missão da solidariedade e partilha do saber. No dia 29 de maio, a formação foi realizada na igreja Anglicana Ponto Missionário Santa Maria Madalena. Participaram oito lideres, entre eles o pastor. O

Foram realizada na Paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis, formou 16 agentes para atuar na Pastoral da Pessoa Idosa envio foi presidido pelo pastor Luiz Carlos de Oliveira e o Diácono Roque Ferreira dos Passos, com a presença da coordenadora paroquial Araí Casa Grande Klein. A Pastoral da Pessoa Idosa é um organismo da Ação Social da CNBB, com atuação em nível nacional, estadual, municipal e comunitária. Ela oferece seus serviços e solidariedade à pessoa idosa e desprovida de recursos, de

modo geral, visitando e orientando as famílias. Contribuem, assim, para que o idoso e seus familiares tenham melhores condições de qualidade de vida. Os interessados em conhecer mais sobre esse trabalho, entrem em contato com Carmen Souto, coordenadora Arquidiocesana, pelos fones (48) 3207-6200 ou 91198029; ou pelo e-mail: carmensouto58@yahoo.com.br.

Tijucas celebra o Ano Catequético Os catequistas da Comarca de Tijucas estiveram reunidos no dia 16 de maio para celebrar o ano

Divulgação/JA

catequético (2009). Realizado na Paróquia São Sebastião, em Tijucas, o evento reuniu mais de 300 catequistas das oito paróquias da Comarca. Como não foi possível celebrá-lo no ano passado, devido ao alarme do vírus H1N1, realizou-se agora em grande estilo, com belas apresentações, que se afinaram com os temas: Jesus Cristo, a Palavra de Deus, a Eucaristia, e o Ser e a Missão do/a catequista. O encontro contou com a assessoria do Pe.

Elias Wolff, que trouxe presente a urgente necessidade do encontro pessoal com Jesus Cristo, o impulso ao primado da Palavra de Deus na catequese e na vida da Igreja; a centralidade da Eucaristia como espaço de celebração da comunidade e ao mesmo tempo como memorial da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus. “O catequista é discípulo missionário no seu ser e agir. Portanto, para realizar sua missão precisa de um longo processo de formação, mas também de testemunho, que garante sua identidade”, disse Irmã Marlene Bertoldi, coordenadora arquidiocesana da Pastoral Catequética.

Seminário debate “Novas mídias e novas tecnologias” Comunicadores da Igreja Católica de Santa Catarina são convidados a debater sobre as novas mídias e as novas tecnologias no Seminário Regional da Pastoral da Comunicação, que será realizado nos dias 11 a 13 de junho, no Centro de Formação Champagnat, em Florianópolis. O evento contará com a assessoria do Pe. João Carlos Almeida, mais conhecido como Pe. Joãozinho, jornalista, compositor, escritor e apresentador de televisão, e do Pe. Domingos Volnei Nandi, doutor em comunicação e professor no Instituto Teológico de Santa Catarina. Participam deste seminário regional, o arcebispo de Florianópolis, Dom Murilo Krieger, o secretário executivo do Regional Sul IV da CNBB, Padre Francisco

de Assis Wloch, além de comunicadores católicos de diversas cidades catarinenses e todos os interessados em conhecer mais sobre a mídia católica. O seminário terá, como mediador, o jornalista e diretor de comunicação da Câmara Municipal de São José, Carlos Eduardo Martins. Entre os assuntos em debate estarão: como evangelizar pela Internet e as novas tecnologias e o desafio missionário da Pascom. O seminário é aberto à participação de toda a comunidade. Inscrições podem ser feitas pelo telefone (47) 8815-3610, ou pelo endereço eletrônico: pascom@ cnbbsul4.org.br. Ainda na programação do Seminário, ocorre o lançamento do livro “Imagem e semelhança de Deus na Mídia”, de autoria do citado Pe. Joãozinho (SCJ).

PASCOM lança blog A Pastoral da Comunicação da Arquidiocese lançou um blog para melhor interagir com os comunicadores da Arquidiocese. Através do endereço http://pascomflorianopolis.wordpress.com/,

os comunicadores poderão acessar artigos de formação, notícias, fotos e tudo o que a Igreja está pensando sobre a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese, no Regional, no Brasil e no Mundo.

2º Congresso Eucarístico Paroquial Considerando a belíssima experiência realizada no Ano de 2009, a Paróquia NSra. da Glória, em Florianópolis, realizará no dia 27 de junho de 2010, a partir das 8h, o 2º Congresso Eucarístico Paroquial. Será um dia muito especial, com: Adoração Eucarística, diversas Conferências, encontro especial para as crianças e jovens, Con-

fissões, Unção dos Enfermos... concluindo com a celebração solene da Santa Missa Dominical, às 18h. O Congresso é uma promoção da paróquia, mas é aberto a todas as pessoas interessadas. A programação completa do evento estará disponível no site da paróquia (www.pnsg.org.br). Mais informações pelo fone (48) 3304-8014, na paróquia, a tarde.


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