Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro-Fevereiro/2011

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Pe. Pedro Koehler: uma vida dedicada ao ministério presbiteral

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Jornal da

Arquidiocese “De graça recebestes, de graça dai”

(Mt 10,8)

Florianópolis, Jan/Fev de 2011 Nº 164 - Ano XV

DOM MURILO KRIEGER Arcebispo Primaz do Brasil Posse será no dia 25 de março, na Catedral Basílica, no Terreiro de Jesus, em Salvador, à noite, em horário a ser definido Com a nomeação de Dom Murilo para São Salvador, na Bahia, a arquidio-cese mais antiga do Brasil (por isso arcebispo primaz), encerram-se nove anos de episcopado em Florianópolis. Ele assume a nova missão aos 67 anos de idade, 41 de padre e 25 de bispo, sendo 15 transcorridos aqui (seis como auxiliar e nove como arcebispo).

Saiba como fica a Arquidiocese de Florianópolis após a partida de Dom Murilo e acompanhe a entrevista que ele nos concedeu. “Não me passou pela cabeça a ideia de ir para qualquer outra diocese. Tinha, mentalmente, um programa de trabalhos para os próximos oito anos por aqui”, disse Dom Murilo. PÁGINA 03

Fraternidade e Vida no Planeta Por ecologia humana entendese o cuidado que se deve ter em primeiro lugar com o próprio ser humano e a restauração de suas relações mais profundas com Deus, o próximo e o ambiente. A Campanha da Fraternidade deste ano nos põe, mais uma vez, diante da grave questão da ecologia. Um tema que se tornou recorrente na mídia, na universidade, no governo dos países. Um tema recorrente tam-

bém nos ensinamentos e práticas da Igreja que nesta CF-2011 nos convida a tomar consciência da gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas e a assumir práticas concretas para preservar as condições de vida no planeta. Como crentes num Deus totalmente comprometido com esse mundo, façamos a nossa parte! PÁGINA 04

Após pastorear Florianópolis, Dom Murilo vai assumir um dos maiores desafios de sua vida

Arquidiocese terá três padres novos PÁGINA 05

Participe do Jornal da Arquidiocese

Inscrições abertas para curso de Teologia para Leigos PÁGINA 08

Louvor de Verão reúne 4 mil em Camboriú PÁGINA 09

Projeto integra Santuários da Arquidiocese PÁGINA 15

Trabalho Social recebe prêmio nacional PÁGINA 16

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Opinião

Janeiro/Fevereiro 2011

Palavra do Bispo

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ

Jornal da Arquidiocese

Administrador Apostólico de Florianópolis e Arcebispo eleito de São Salvador da Bahia

“Irmãos, o que devemos fazer?” “Dom Murilo assume a Arquidiocese em abril”. Com essa manchete, o Jornal da Arquidiocese de Florianópolis, de março de 2002, anunciava minha nomeação para esta Arquidiocese, feita pelo Papa João Paulo II, dia 20 de fevereiro daquele mesmo ano. “Dom Murilo assume a Arquidiocese”, era a manchete de maio, reproduzindo palavras e fotos de minha posse, dia 27 de abril de 2002. “Irmãos, o que devemos fazer?”, era o título de meu primeiro artigo neste mesmo jornal. Com essa mesma interrogação eu havia iniciado minha homilia, na manhã daquele dia 27, no Ginásio de Esportes do Colégio Catarinense. Esta pergunta, na verdade, não era minha, mas dos contemporâneos do apóstolo Pedro, no dia de Pentecostes, depois de ouvir que “Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus

que vós crucificastes” (At 2,36). Se Jesus Cristo é o Senhor, pensaram eles, o que é preciso fazer? Respondendo a essa pergunta, eu testemunhava que aqui chegava para fazer a experiência do apóstolo e evangelista São João, resumida de forma admirável em uma expressão que se tornou clássica, e que eu havia assumido como lema episcopal: “Deus é amor” (1Jo 4,16). Naquela ocasião, era muito lembrada a observação do então Papa a respeito dos desafios do terceiro milênio da era cristã: qualquer programa pastoral da Igreja deveria destacar, como primeiro item, a busca da santidade. De minha parte, lembrava, como que lançando um “programa de governo”: “O ideal de santidade, preconizado por Jesus, não é uma utopia. A santidade é possível. A santidade é nossa meta”.

Palavra do Papa

Bento XVI

A liberdade de crer Outra manifestação da marginalização da religião, e particularmente do cristianismo, consiste em banir da vida pública festas e símbolos religiosos, em nome do respeito por aqueles que pertencem a outras religiões ou por aqueles que não acreditam. Agindo deste modo, não apenas se limita o direito dos fiéis à expressão pública de sua fé, mas cortam-se também raízes culturais que alimentam a identidade profunda e a coesão social de numerosas nações. (...) Reconhecer a liberdade religiosa significa garantir que as comunidades religiosas possam agir livremente na sociedade, com iniciativas nos setores social, caritativo ou educativo. Pode-se constatar por todo o lado, no mundo, a fecundidade das obras da Igreja Católica nesses âmbitos. (...) A religião não constitui um problema para a sociedade, não é um fator de perturbação ou de conflito. Quero repetir que a Igreja não procura privilégios, nem deseja intervir em âmbitos alheios à sua missão, mas simplesmente exercê-la com liberdade. Convido cada um a reconhecer a grande lição da história: “Como se pode negar a contribuição das grandes religiões do mundo para o desenvolvimento da civilização? A busca sincera de Deus levou a um respeito maior da dignidade do ho-

mem. As comunidades cristãs, com o seu patrimônio de valores e princípios, contribuíram muito para a tomada de consciência das pessoas e dos povos a respeito de sua própria identidade e dignidade, bem como para a conquista de instituições democráticas e para a afirmação dos direitos do homem e seus correlativos deveres. Também hoje, em uma sociedade cada vez mais globalizada, os cristãos são chamados - não só através de um responsável empenhamento civil, econômico e político, mas também com o testemunho da própria caridade e fé - a oferecer sua preciosa contribuição para o árduo e exaltante compromisso em prol da justiça, do desenvolvimento humano integral e do reto ordenamento das realidades humanas” (Mensagem para a Celebração do Dia Mundial da Paz, 1 de Janeiro de 2011, n. 7).

Reconhecer a liberdade religiosa significa garantir que as comunidades religiosas possam agir livremente na sociedade”.

Bento XVI, 10.01.11

Passados quase nove anos, vejo-me diante de um novo desafio: deixar minha Arquidiocese “minha”, porque aqui nasci -, deixar meus parentes e amigos, deixar uma realidade conhecida e desafios com os quais me acostumara, para enfrentar uma nova missão na Igreja. Dou este passo com “temor e tremor”, para usar uma expressão do apóstolo Paulo (cf. Fl 2,12). Meu temor se deve aos desafios daquela que é a Arquidiocese Primaz do Brasil, com uma população de três milhões e trezentos mil habitantes e uma rica história de 460 anos; o tremor nasce da consciência de minhas próprias limitações. Faço essa confissão - aliás, desnecessária, porque sou conhecido - na esperança de ser acompanhado pela oração de cada “ovelhinha” da Arquidiocese de Florianópolis.

Reflexão

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Vejo-me diante de um novo desafio: deixar minha Arquidiocese, meus parentes e amigos, uma realidade conhecida e desafios com os quais me acostumara”

O Pecado, negação de ser o que somos

Assim definia Thomas Merton: “O pecado é negação de ser o que somos, isto é, rejeição de nossa realidade misteriosa”. Somos humanos e é-nos exigido que sejamos divinos. E nos é exigido que sejamos divinos para que possamos ser humanos. O pecado nos faz retornar à primeira página da Escritura, à nossa criação à imagem e semelhança divina. Após a queda, Deus colocou em nós a nostalgia dele, e nele há a nostalgia de nós. Jesus Cristo, com sua encarnação, tornou possível a superação dessa nostalgia com a unidade entre nós e Deus através do amor. Se devemos dizer que é pela fé que somos justificados (cf Rom 1,17), também é verdade que a fé é meio caminho, pois, à medida que ela cresce em nós pelo Espírito, toma lugar em nós o amor, que dela é a realização final. Quando o amor faz morada em nós, intensifica-se o diálogo divino-humano: continuamente Deus nos chama a sermos como ele, e, quanto mais alcançamos a semelhança divina, mais somos a ela atraídos pela força irrefreável do amor. A graça batismal, que nos concedeu a filiação divina, é continuamente ameaçada pelo pecado: negar a filiação e acharmos que ser humano equivale a sermos autônomos. Isso divide o ser humano: afasta-o de Deus e volta-o para si. Não há autonomia quando se trilha o caminho do amor. Existe a liberdade, sim, pois está em nós a possibilidade trágica de interrom-

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“Irmãos, o que devemos fazer?” Ao ler o início da carta do Senhor Núncio Apostólico: “O Santo Padre Bento XVI nomeou Vossa Excelência Arcebispo Metropolitano de São Salvador da Bahia...”, não tinha outra resposta a dar ao Papa se não o meu “sim”. E o dei, lembrado das insistentes perguntas que Jesus fizera ao apóstolo Pedro: “Tu me amas?” (Jo 21,17). “Deus é amor”. De mil maneiras procurei repetir essa certeza certeza que enche meu coração de esperança. Perdão, irmãos e irmãs, pois nem sempre soube fazê-lo de forma acertada. Com o apóstolo Paulo, peço a todos: “Alegrai-vos, trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tende um mesmo sentir e pensar, vivei em paz, e o Deus do amor e da paz estará convosco” (2Cor 13,11).

per o caminho da humanizaçãodivinização. E então seremos pecado, pois destruímos em nós a existência feita de mistério, de procura do divino. Nessa hora, Deus retoma a iniciativa e desperta em nosso coração a saudade dele. E reinicia a aventura do encontro, da felicidade. Henry Newman, inglês convertido do anglicanismo ao catolicismo, há pouco beatificado por Bento XVI, ensinava: “Assim como a semente tem a árvore dentro de si, assim os homens têm os anjos dentro de si” (Par. Serm.,V,351). Ora, os anjos que nos habitam são responsáveis pelas chamadas divinas que continuamente ouvimos através da consciência. Estimulam-nos a avançar no caminho da santidade, da semelhança divina. Tiram de nós a paz dos injustos para substituí-la pelo combate do justo, a santidade.

Mudar e crescer caminho de fé Todos os que aceitaram a aventura da santidade se queixavam de que não tinham paz, de que nunca tinham feito o suficiente: Deus é o “nunca-bastante”, sempre quer mais. É o caminho da vida: viver é mudar para crescer. Há determinados tipos de religiosidade que se conformam na repetição monótona de devoções, orações, rituais. São adeptos de uma religião pobre, onde não há vontade de mudar, coragem de sofrer, suportar o Deus da vida, po-

deroso e paterno, que nos quer transformar sempre mais. Jesus não veio nos trazer a acomodação, mas o fogo que devora, que purifica (cf. Lc 12,49). O cristão acomodado tem medo de mudar de vida, de crescer no amor, por um motivo simples: não quer ser cristão, deseja apenas viver uma religiosidade de consumo, que lhe entorpece o impulso da perfeição, da santidade. Temos medo de mudar e crescer na fé porque preferimos o caminho largo onde tudo é possível, desde que haja de Deus uma pálida lembrança e não a busca do encontro pessoal. Nas Igrejas estabelecidas, essa escolha é visível quando se busca salvar estruturas e hierarquias, preservar tradições numa ingênua motivação de que isso é importante para servir ao Senhor. Sim, e o que significa servir ao Senhor senão mudança de vida, ingressar nas estradas divinas que permitem o encontro? Nossa mais profunda aspiração, semeada em nós pelo Espírito, não é contemplar o Senhor face a face no céu? E isso é possível sem a luta pela santidade? Resumindo: a situação do cristão é paradoxal: é homem e dele é exigido ser Deus. Foi criado limpo, e está sujo, mas deve apenas voltar ao que foi predestinado a ser. Dito de outro modo, tem de lutar para vir a ser o que é” (Nicu Steinhardt, Diário da Felicidade, p.150). Pe. José Artulino Besen

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Leda Cassol Vendrúscolo, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Gráfica GrafiNorte


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Janeiro/Fevereiro 2011

Dom Murilo é o novo arcebispo de Salvador Posse na Arquidiocese mais antiga do Brasil está prevista para o dia 25 de março, na Catedral Por ocasião da publicação da nomeação feita pelo Papa Bento XVI - notícia publicada pelo jornal “L’Osservatore Romano” no dia 12 de janeiro de 2011, e pela Rádio Vaticano, às 12h (horário de Roma, Itália - 9h de Brasília) daquele mesmo dia -, assim se manifestou Dom Murilo: "Não esperava que o Papa fosse me destacar para outra missão. Imaginava que ficaria aqui, onde nasci, tenho minha família, meus amigos e conheço bem a região. Salvador será um grande desafio para mim". Por ser a primeira Arquidiocese do Brasil, Dom Murilo será o Arcebispo Primaz. Dom Murilo sucederá ao Cardeal Geraldo Majella Agnelo, que apresentou sua renúncia, seguindo o que determina o Código de Direito Canônico. Em seu cânone 354, o CDC determina que, ao completar 75 anos, todo bispo deve apresentar ao Papa sua renúncia. A posse de Dom Murilo será realizada no próximo dia 25 de março, na Catedral Basílica, no Terreiro de Jesus, em Salvador, à noite (o horário está sendo definido). Dom Murilo assumirá a Arquidiocese de São Salvador aos 67 anos de idade, 41 anos de padre e 25 anos de bispo. Atualmente está em sua segunda passagem pela Arquidiocese de Florianópolis. A primeira foi em 1985: depois de ter sido ordenado bispo a 28 de abril, aqui permaneceu como Bispo Auxiliar até o dia 22 de julho de 1991. No dia 27 de abril de 2002, depois de quase onze anos no Paraná

“Foi com muita surpresa que recebi a nomeação” Em entrevista ao Jornal da Arquidiocese, Dom Murilo comenta como recebeu este novo desafio em seu ministério, o que conhece da sua futura Arquidiocese, como pretende lidar com o sincretismo religioso presente em Salvador e o que muda na Arquidiocese até a sua saída.

Com 25 anos de episcopado, 15 deles transcorridos na Arquidiocese, Dom Murilo parte para nova missão, a quinta como bispo (Ponta Grossa e Maringá), assumiu a Arquidiocese de Florianópolis como Arcebispo. Portanto, dos 25 anos de bispo, 15 foram transcorridos aqui.

Nova realidade A Diocese de São Salvador da Bahia foi criada a 25 de fevereiro de 1551, pelo Papa Júlio III. A 16 de novembro de 1676, foi elevada a Arquidiocese e Sede Metropolitana. Durante esses 460

anos de história, teve oito bispos e 26 arcebispos. Dom Murilo será o 27º arcebispo da Arquidiocese. Em extensão territorial, Salvador possui 1/3 da área de Florianópolis, mas com quase o triplo da população (3.247 mil habitantes), sendo 68% deles católicos. Dela fazem parte 15 municípios, com 106 paróquias, que contam com 175 sacerdotes. Uma das forças está nos religiosos (208) e religiosas (624). Os seminários contam com 49 seminaristas.

O que muda na Arquidiocese? Desde o dia 12 de janeiro, Dom Murilo deixou de ser arcebispo de Florianópolis. Mas até a data de sua posse em Salvador, na Bahia, ele permanecerá como Administrador Apostólico, nomeado pelo Papa. Após a sua saída, o Colégio

de Consultores (grupo de padres que formam um órgão deliberativo da Arquidio-cese) tem um prazo de oito dias para se reunir e definir o nome de um sacerdote que assuma a administração diocesana até a posse do novo arcebispo.

Na Arquidiocese, o Colégio de Consultores é formado pelos padres: Francisco José Gesser; Hélio da Cunha; José Henrique Gazaniga; Sérgio Giacomelli; Siro Manoel de Oliveira; Vilson Groh e Vitor Galdino Feller.

Duas celebrações marcarão a despedida de Dom Murilo Antes de sua partida para a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, duas celebrações marcarão a despedida de Dom Murilo de nossa Arquidiocese. A primeira será realizada no dia 16 de março, às 20h, no Cen-

tro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos. Com capacidade para até cinco mil pessoas, o local será ótimo para reunir uma maior representação da Arquidiocese de Florianópolis. A segunda será realizada no

dia 18 de março, às 19h30, na Catedral de Florianópolis. Na oportunidade, será inaugurada a Sacristia e o Espaço Museológico da Catedral, que faz parte do projeto de restauração, iniciado em 2005.

Jornal da Arquidiocese Como o senhor recebeu a notícia da sua nomeação para Arcebispo da Arquidiocese Primaz do Brasil? Dom Murilo - A partir de minha chegada em Florianópolis, em 2002, passei a me concentrar nesta Arquidiocese. Não me passou pela cabeça a ideia de ir para a Arquidiocese de São Salvador da Bahia ou para qualquer outra diocese. Tinha, mentalmente, um programa de trabalhos para os próximos oito anos por aqui. Mas estou na Igreja para servi-la da forma que ela precisa, não da forma que eu gostaria. Mesmo quando falavam da possibilidade de eu ir para a Bahia, ficava tranquilo: tinha certeza de que um outro irmão bispo, por suas qualidades, seria nomeado para aquela Arquidiocese. Por isso, foi com muita surpresa que recebi a nomeação para lá. Destaco a palavra “nomeação”: não é feita uma consulta para a pessoa envolvida. Ora, como dizer um “não” a uma nomeação papal? “Quem vos ouve, a mim ouve”, disse Jesus. Disse meu “sim” ao Papa Bento XVI e, agora, irei para essa nova missão com a mesma disposição com que enfrentei outras responsabilidades na Igreja - inclusive, com a disposição que tinha quando vim para a Arquidiocese de Florianópolis. JA - O que o senhor conhece da Arquidiocese de São Salvador? Dom Murilo - Praticamente, nada conheço da Arquidiocese de Salvador ou da Bahia. É verdade que, cerca de treze anos atrás, preguei um retiro para o clero de lá; dois anos atrás participei de um curso em Salvador. Dizem os entendidos que depois de uma visita de três dias a uma cidade ou país, qualquer visitante se sente em condições de escrever um livro sobre aquela realidade; depois de um mês, percebe que só consegue escrever um artigo; e, depois de um ano, tem consciência de que não convém escrever nada, porque teve tempo de descobrir que a realidade é muito mais complexa do que imaginava. Por isso, vou para Salvador com muita simplicidade e humildade. Não vou com proje-

tos prontos, com programas de trabalho bem elaborados, mas apenas com um desejo: escutar e ver muito, dialogar bastante e cercarme de todas as pessoas que puderem me ajudar para, então, enfrentar os desafios daquela imensa Arquidiocese. JA - Salvador é conhecida por ser multicultural e multiétnica. Como pretende lidar com isso? Dom Murilo - Em primeiro lugar, vejo a necessidade de conhecer os padres e os diáconos permanentes, os religiosos e religiosas, os inúmeros leigos e leigas que têm papel de destaque na ação evangelizadora da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Muito do que um bispo consegue, consegue através daqueles com quem trabalha. Diante do sincretismo religioso naquele estado, prevejo que será de suma importância o trabalho formativo, na linha do que nos ensina o apóstolo Pedro: “Estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir” (1Pe 3,15). O Documento de Aparecida, fruto da conferência episcopal realizada em 2007 na capital mariana do Brasil, insiste muito na necessidade de fazermos com que nosso povo conheça melhor as riquezas de sua fé. Isso é essencial, já que ninguém ama o que não conhece. Vou, pois, com algumas perguntas no coração: como levar as pessoas a conhecer as riquezas da Palavra de Deus? Como conseguir que o conteúdo do Catecismo Católico seja melhor assimilado por todos? De que maneira deverei agir para que as pessoas descubram todas as “pérolas” que Jesus Cristo deixou à sua Igreja?... JA - Até o dia 25 de março, o senhor será o Administrador Apostólico. O que muda na Arquidiocese de Florianópolis até lá? Dom Murilo - Preciso preparar a casa para meu sucessor. Como ainda não sei quem será, maior é minha responsabilidade, pois uma coisa é passar oralmente uma série de observações; outra, é ter que deixar tudo por escrito. Após minha posse em Salvador, caberá ao Colégio de Consultores da Arquidiocese de Florianópolis escolher o Administrador Diocesano, que governará esta Arquidiocese até a posse do novo Bispo. Não é o momento, pois, de fazer mudanças importantes, mas tão somente de dar uma resposta adequada aos problemas que precisam de uma ação imediata.


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Tema do Mês

Janeiro/Fevereiro 2011

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Fraternidade e Vida no Planeta Há dois mil anos, todo domingo, na hora da missa, professamos no Credo que Deus é “Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra”. Mas nos últimos séculos, com o endeusamento da ciência e da técnica, grande parte da humanidade, paradoxalmente nos países de tradição cristã, passou a ter uma relação conflituosa com a obra da criação de Deus. Com o fim do teocentrismo que marcou a cristandade antiga e medieval, o antropocentrismo passou a ser a matriz conceitual do Ocidente. Tudo é pensado e feito a partir do ser humano, que se põe como medida de todas as coisas. Digamos logo de início que faz parte, sim, da fé cristã que o ser humano esteja no centro. Mas no centro do plano de Deus, no qual e pelo qual todo ser humano é um nó de relações: com o próprio Deus, com cada um dos outros seres humanos, com o mundo material em suas diversas expressões e com o próprio eu. Desse modo, é inconcebível pensar Deus sem o ser humano, mas, também pensar o ser humano sem Deus leva ao um humanismo desumano e antihumano.

Responsabilidade para com os pobres, as futuras gerações e a humanidade inteira.

A VIDA NO PLANETA

A RUPTURA DO NÓ DE RELAÇÕES O antropocentrismo moderno degenerou, em muitas de suas manifestações, em dualismos maniqueístas e atitudes excludentes: o egocentrismo ensina que eu sou, o outro não é; no etnocentrismo, o branco é quem domina, os de outra raça ou cultura não contam; no machismo, o homem pode e manda, a mulher só obedece. Uma série de manifestações de excludência vai se firmando em nossa cultura urbano-moderna. Exclui-se o diferente: o de outro sexo, o de outra etnia, o de outra religião etc. Racionalistas excluem Deus. Fanáticos excluem outras concepções e práticas religiosas. A idolatria do mercado e a ganância do lucro destroem a natureza: em favor do lucro cada vez mais desmesurado abatem-se florestas, poluem-se as águas e o ar, maltratam-se os animais, degrada-se a vida. Vivemos a obscuridade maior da deturpação das relações queridas por Deus ao criar o ser humano. O capítulo 3 do livro do Gênesis nos mostra que, após a queda, todas as relações foram se desintegrando: a relação com Deus ficou marcada pelo medo e vergonha (3,10); a relação homem-mulher, pela acusação, domínio e sujeição (3,12.16); a relação entre o ser humano e a ter-

todo domingo no Credo, nos leva a ser engajados com as lutas atuais da ecologia. É contraditório, pois, ser cristão e ser poluidor e destruidor da natureza.

ra e os outros seres vivos, pela maldição, degeneração e morte (3,14.17-19). O ser humano, constituído como nó de relações, viu-se deturpado em sua essência. Tornouse desumanizado. Esse é o significado maior do pecado: nós nos desumanizamos a nós mesmos ao perdermos a intimidade das relações com Deus, com o próximo, com a natureza e com nosso eu mais profundo.

A RESTAURAÇÃO QUERIDA POR DEUS Faz parte integral da fé cristã a esperança na restauração do ser humano em si mesmo e em suas relações com Deus, com os outros e com a natureza. Crer em Deus Pai Criador implica num desejo sincero e numa prática eficaz de fazer novas todas as coisas (Ap 21,5). Assim, o mundo que começou num jardim em que todas as coisas foram criadas e predispostas para o bem do ser humano (Gn 1,1-25; Gn 2,4-6), depois de passar pela

Faz parte integral da fé cristã a esperança na restauração do ser humano em si mesmo e em suas relações com Deus, com os outros e com a natureza”.

degradação consequente do pecado humano, terminará regenerado em novos céus e nova terra (Ap 21,1). A primeira palavra e a última palavra de Deus é sempre anúncio de vida e salvação. O que Deus quer é nosso bem e nossa felicidade. Nós é que estragamos a obra de suas mãos. Agora, porém, conscientes de que o Deus-Trindade em quem fomos batizados, isto é mergulhados, é um Deus profundamente com-

prometido com o mundo material, devemos converter-nos para ser protetores e cuidadores da natureza. Deus-Pai criou esse mundo material por amor. O refrão “e Deus viu que era bom” (Gn 1,4.10.12.18.21.25.31) revela a bondade radical da criação. O mundo criado no Filho, pelo Filho e para o Filho (Jo 1,3; Col 1,16), torna-se depois a tenda em que esse Filho vem habitar entre nós. Ao fazer-se homem como nós, ele assume também a materialidade deste mundo (Jo 1,14). O Espírito Santo, que pairava sobre as águas no início da criação do mundo (Gn 1,2), que renova continuamente a face da terra (Sl 104[103],30) e que geme com a criação e conosco em vista de nossa libertação (Rm 8,22-23.26), também dará vida a nossos corpos mortais (Rm 8,11). No Credo professamos nossa fé no Espírito Santo que atua e está presente na ressurreição da carne, isto é, na transformação, na transfiguração, na glorificação do mundo. Nossa fé em Deus-Trindade, professada

Já faz tempo que muitos cientistas vêm nos dizendo que a vida no planeta está ameaçada. De sua parte, a Igreja Católica tem se pronunciado diversas vezes contra os abusos que se cometem contra a vida. Na sua última encíclica - Caritas in Veritate -, o papa Bento XVI denunciou diversas concepções e práticas deformadas de nossa relação com a natureza: o determinismo evolutivo que vê a natureza como fruto do puro acaso; o neopaganismo e o neopanteísmo que veem a natureza como mais importante que o ser humano, chegando a sacralizá-la e divinizá-la; o mercantilismo e o tecnicismo que veem o ambiente natural apenas como matéria à disposição de nosso bel-prazer e de nossa ganância depredadora (CV 48). Em reação a essas atitudes desumanas “requer-se uma espécie de ecologia do ser humano”, pois “a degradação da natureza está estreitamente ligada à cultura que molda a convivência humana: quando a ecologia humana é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental” (CV 51). Por ecologia humana entende-se o cuidado que se deve ter em primeiro lugar com o próprio ser humano e a restauração de suas relações mais profundas com Deus, o próximo e o ambiente. O uso do ambiente constitui, portanto, “uma responsabilidade que temos para com os pobres, as futuras gerações e a humanidade inteira” (CV 48). A Campanha da Fraternidade deste ano nos põe, mais uma vez, diante da grave questão da ecologia. Um tema que se tornou recorrente na mídia, na universidade, no governo dos países. Um tema recorrente também nos ensinamentos e práticas da Igreja que nesta CF 2011 nos convida a tomar consciência da gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas e assumir práticas concretas para preservar as condições de vida no planeta. Como crentes num Deus totalmente comprometido com esse mundo, façamos a nossa parte! Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: vitorfeller@arquifln.org.br


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Janeiro/Fevereiro 2011

Arquidiocese terá três novos padres Ordenação diaconal conjunta será no dia 12 fevereiro. Ordenações presbiterais já estão definidas

Arquidiocese de Florianópolis Transferências para 2011

Três seminaristas da Arquidiocese que concluíram o curso de Teologia serão ordenados este ano. A primeira etapa é a Ordenação Diaconal, que será realizada conjuntamente no dia 12 de fevereiro, às 15h, na Paróquia São Joaquim, em Garopaba, com celebração presidida por Dom Murilo Krieger, nosso Administrador Apostólico e Bispo nomeado de São Salvador, na Bahia. Serão ordenados diáconos Elisandro Scarsi, Pedro Alcido Philipe e Pedro Paulo Alexandre. Eles concluíram o curso de Teologia no ITESC em 2010 e aguardavam o escrutínio (avaliação

solicitada pelo bispo). A ordenação presbiteral já está definida e será realizada em suas comunidades de origem. As ordenações presbiterais foram assim definidas: dia 30/ 04, sábado, às 9h30m, Pedro Paulo Alexandre, em Leoberto Leal, presidida por Dom José Negri, Bispo de Blumenau (SC); dia 21/05, sábado, às 15h, Elisandro Scarsi em Itajaí, Paróquia São Cristóvão, presidida por Dom José Negri, Bispo de Blumenau(SC); dia 18/06, sábado, às 16h, Pedro Alcido Philippe, em Antônio Carlos, presidida por Dom Wilson Jönck, Bispo de Tubarão (SC). Fotos JA

N.B.: 1. Pe. Iseldo Scherer - Missionário na Diocese de Barra - BA, a partir de fevereiro de 2011. 2. Pe. André Luiz Ouriques - Terminado o tempo solicitado para experiência, retorna à Diocese de Caraguatatuba SP, onde está incardinado. 3. Paróquias que serão assumidas por religiosos: Paróquia São Cristóvão, de Cordeiros - Itajaí: será assumida pela Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, a partir de 30.01.11 Posse do novo Pároco: 30.01.11, às 19h30min. Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem - Saco dos Limões - Florianópolis: será assumida pelos Carmelitas da Ordem dos Irmãos da B.V.M. do Monte Carmelo - OCarm (NB: Já estão presentes em nossa Arquidiocese, na Paróquia de Coqueiros - Florianópolis, os Carmelitas da Ordem dos Irmãos Descalços da B.V.M. do Monte Carmelo - OCD). Posse do novo Pároco: 26.02.11, às 18h.

Párocos Religiosos que assumem missão em 2011 na Arquidiocese de Florianópolis:

Vigários Paroquiais Religiosos que assumem missão em 2011 na Arquidiocese de Florianópolis:

Dom Murilo Krieger presidiu à Celebração Eucarística que encerrou o ano letivo no ITESC, onde os três concluíram a Teologia

Conheça um pouco mais sobre nossos futuros padres Elisandro Scarsi, 30 anos - Sempre participou de grupos de jovens e era catequista na Paróquia São Cristóvão, em Cordeiros, Itajaí. Com a caminhada, sentiu o desejo de seguir a vida religiosa ordenada. O primeiro passo foi conversar com o seu pároco, na época o Pe. João Elias Antero, e recebeu todo o apoio. Passou a participar dos encontros vocacionais em Azambuja. Em 1999 entrou para o Seminário Menor. Pedro Paulo Alexandre, 25 anos - Natural de Leoberto Leal, sua vocação foi despertada quando estava na sétima série. Na época, Pe. Pedro Schlichting, também natural do município, era seminarista e foi à escola falar sobre vocação. No final da palestra, Pe. Pedro foi falar com ele. Depois iniciou o acompanhamento vocacional por correspondência. Quando concluiu o segundo grau, passou a dar catequese e percebeu o chamado de Deus para uma vocação diferente e entrou no Seminário Propedêutico. Pedro Alcido Philipe, 34 anos - Desde pequeno sentia o desejo de seguir a vida religiosa. Membro de uma família e comunidade bastante religiosa em Antônio Carlos. A vida de oração foi um fator importante para o seu despertar vocacional. A caminhada como catequista e participante de grupo de jovens também ajudou a discernir sobre sua real vocação. Em 2000 entrou para o Seminário Menor em Azambuja.


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Bíblia

Janeiro/Fevereiro 2011

Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (34)

Salmo 48 (47): A Cidade do nosso Deus Divulgação/JA

Um dos “cânticos de Sião”, este salmo tem vários pontos de contacto com o Sl 46, celebrando a inviolabilidade de Jerusalém, por causa da presença protetora de Deus no seu Templo. O salmo, que deve ter sido cantado pelos peregrinos que vinham à cidade santa, caracteriza-se pela alegria após a superação de terrível perigo, descrito sinteticamente nos vv. 5-8. Alguns reis se aliaram para destruir a cidade. Ela, junto com o Templo, representava a identidade nacional do povo de Deus. Não sabemos concretamente quem eram os reis que ameaçaram Jerusalém. Como no Sl 46, podemos pensar na invasão assíria de Senaquerib e seus generais, no ano 701 aC (cf Is 37). A alusão poderia ser também ao ataque conjunto de Rason, rei de Aram, e Faceia, rei de Israel, na chamada guerra “siro-efraimita” do ano 734 (cf Is 7, 1-9 e 2Rs 16). O fato de esses reis terem sido derrotados, e fulminantemente, é visto como sinal da escolha divina de Jerusalém, que por isso mesmo jamais seria destruída.

defesas militares de Jerusalém, avulta o próprio Deus, que se revela como fortaleza invencível (v. 4). Num texto de Zacarias, Deus mesmo se faz de muralha: Eu a rodearei como muralha de fogo (Zc 2,9).

Grande é o Senhor 2. Grande é o Senhor e digno de todo louvor / na cidade do nosso Deus. O seu monte santo, colina encantadora, / é a alegria de toda a terra. 3. O monte Sião, no vértice do céu, / é a cidade do grande Rei. 4. Nos seus baluartes, / Deus revelou-se como fortaleza invencível. Nesses quatro versículos, avultam os dois protagonistas do poema: Deus, e Sião. Ou melhor, Deus, vinculado a Sião, que é o monte, a colina do Templo, a cidade do grande Rei (v. 3). É claro que o salmo não é dedicado ao lugar, mas a Quem nele habita, o Senhor. Entretanto, exatamente pela presença divina, o lugar se transfigura, chegando a causar a alegria de toda a terra (v. 2b). Mais. Na visão de Isaías, Sião há de atrair todos os povos, que a ela afluirão para aí buscarem o ensinamento, a palavra do Senhor (Is 2,3). E ainda mais: essa colina se agiganta, tornando-se o vértice do céu (v.3). Voltando, porém, ao nível terreno, o salmista reconhece que, entre as

Acontece que esse vento oriental é expressamente desencadeado por Deus, e os navios de Társis, de alto porte, os “transmediterrâneos” de então, representantes do orgulho humano (cf Is 2,16), são impressionante exemplo da soberba humilhada.

Avançaram, viram, fugiram

Ouvimos e vimos

5. Vede: os reis se aliaram, / juntos avançaram. 6. Mas, logo que viram, / atônitos e cheios de pânico, fugiram. 7. O terror os dominou, / dores, como as de quem dá à luz; 8. foi como o vento oriental, / que destrói os navios de Társis. A ação dos inimigos é descrita com rapidez e sem pausa: aliança, marcha, chegada, fuga (vv. 5-6). O que é que eles “viram”, que os fez logo bater em retirada? O salmista não o explica, mas evidentemente, no que quer que tenha acontecido, ele discerniu a ação do divino Defensor de Sião. A seguir, os “reis” não são mais sujeito ativo, mas objeto passivo: presa do terror, joguete do vento. A primeira comparação, com as dores da parturiente (v.7), é frequente na Bíblia: p. ex. Is 13,8; Os 13,13; 1Ts 5,3 etc. A segunda, do naufrágio dos navios de Társis (v. 8), surpreende, pois o assalto é terrestre.

9. Como ouvimos, assim vimos / na cidade do Senhor dos exércitos, / na cidade do nosso Deus: / Deus fundou-a para sempre. O que conhecíamos de ouvido, por tradição de nossos antepassados, agora o vemos com os nossos próprios olhos, e o experimentamos. Eles, os antigos hebreus, viram o seu Deus atuando no Êxodo, na travessia do deserto, na terra prometida. Mas nós o vimos, o vemos agora, protegendo a cidade do Senhor dos exércitos, cidade do nosso Deus, por Ele fundada para sempre (v. 9). E porque o vimos, somos encarregados de uma missão (cf Lc 24,48: Vós sois as testemunhas destas coisas...). Agora, cabe-nos contemplar (v. 10) o que, um dia, nos caberá narrar (v. 14). Notar que o verbo “ver” é o mesmo dito dos agressores, mas o efeito é contrário: eles viram, e fugiram apavorados (v. 6); nós, vendo, nos alegramos e anunciaremos (cf vv. 12 e 14).

Tua bondade, justiça, julgamentos 10. Contemplamos, ó Deus, tua bondade, / no meio do teu Templo. 11. Como o teu nome, ó Deus, / assim o teu louvor se estende / até os confins da terra. Está cheia de justiça, a tua mão direita: 12. Alegre-se o monte Sião, / e exultem as cidades de Judá por causa dos teus julgamentos. Além da manifestação do divino poder, os que “meditam os fatos no seu coração” (cf Lc 2,19 sobre Maria) percebem outras qualidades em Deus: contemplam sua bondade, no meio do seu Templo (cf v. 10), veem que a sua mão direita está cheia de justiça (v. 11b), e as cidades de Judá exultam por causa dos seus julgamentos (v. 12). A “bondade” (v. 10), em hebr. hesed, significa também amor, misericórdia, lealdade. A “justiça” (v. 11b), que é a do Onipotente, não é a de um prepotente: pelo contrário, realiza-se através dos seus “julgamentos” (v. 12b), isto é, das suas decisões judiciais ou políticas segundo a lei e o direito. Por isso, o exercício divino da justiça também é revelação que enche de gozo os fiéis, e sua fama se estende até os confins da terra (v. 11); e esse gozo contrasta com o desconcerto e o espanto dos inimigos (cf v. 6).

Vede, e louvai! 13. Rodeai Sião, / girai em torno dela, /contai as suas torres. 14. Contemplai suas muralhas, / passai em revista as suas fortalezas, / para narrar às gerações futuras: 15. Este é Deus, o nosso Deus / para todo o sempre: / é Ele que nos guia. O salmo termina por uma proclamação, que deve chegar às gerações futuras (v. 14b), sobre Deus, o nosso Deus, Aquele que nos guia (v. 15) e protege, como o pastor ao seu rebanho. Para fazê-lo, porém, com argumentos irretorquíveis, o salmista convoca a uma verificação pormenorizada das torres, muralhas, fortalezas, de Sião (vv. 13 e 14): estão todas ali, de pé, intactas,

O ITESC - INSTITUTO TEOLÓGICO DE SANTA CATARINA, além dos cursos noturnos de extensão para leigos/as, nas segundas feiras à noite (19h30 - 22h), mantém o curso matutino de graduação em Teologia, em 4 anos, 8 semestres, aberto também a leigos/as com formação universitária ou pelo menos 2 o grau completo. A matrícula pode ser feita por disciplinas, com 2 ou 3 ou 4 créditos por semestre. Informações pelo fone (48) 3234-0400 ou o e-mail: secretaria@itesc.org.br

como prova tangível, verificável, de que Deus nela habita e a defende. Portanto, como nos primeiros versículos do salmo, impõe-se a vinculação, quase a fusão, de Deus com a sua morada: o Templo e, por extensão, a cidade. Não é teologicamente ambíguo? Sem dúvida, como o comprova o questionamento constante dos profetas (p. ex. Jr 7,115; Is 66,1-2), e a própria palavra de Jesus sobre o Templo, em Mc 13,2: Não ficará pedra sobre pedra... De fato, historicamente, por duas vezes, a cidade e o Templo foram destruídos, e o Templo não mais existe. Como, então, rezar ainda com sentido este salmo? Relendo-o à luz do mistério pascal, do Cristo morto e ressuscitado, o mesmo que desafiou seus adversários, referindo-se a seu próprio corpo: Destruí vós este Templo, e em três dias eu o reerguerei (Jo 2,19-20). O verdadeiro Templo é, portanto, o corpo do Senhor Jesus e, por extensão, o corpo de cada ser humano: Não sabeis que sois o Templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? (1Cor 3,16)

É Ele que nos guia A afirmação final do salmo é surpreendente e, por isso mesmo, significativa. Logicamente, o salmista, arrematando o seu hino de louvor, deveria concluir: “é Ele esse Deus poderoso e eterno - que nos defende e salva”... E, no entanto, o que afirma, de certo modo laconicamente, é que Ele nos guia (v.15)... Por onde e para onde? Pelos caminhos imprevisíveis da história humana, essa história que é também divina, pois é o Senhor quem a conduz. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Releia o Sl 46(45), comparando-o com este. 2) Como o salmista expressa a vinculação entre Deus e a cidade e o Templo? 3) Como descreve a ação dos inimigos e o que dela resulta? 4) Além dos prodígios, que outras qualidades o salmista destaca em Deus? 5) Como rezar com sentido este salmo, se o Templo de fato foi destruído?


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Juventude 7

Janeiro/Fevereiro 2011

Pastoral da Juventude tem novo secretário Daniel Casas terá a missão de secretariar a Pastoral da Juventude no ano de 2011 Foto JA

Desde o dia 24 de janeiro, a Pastoral da Juventude da Arquidiocese conta com novo secretário liberado. Trata-se de Daniel Casas, de 18 anos. Ele foi eleito durante o Encontro de Coordenadores da PJ, realizado em setembro de 2010, na Paróquia São Francisco Xavier, em Florianópolis. Daniel terá a missão de coordenar a PJ da Arquidiocese no ano de 2011. Ele substitui Guilherme Pontes, que nos últimos dois anos esteve à frente da Pastoral. Durante esse período, Guilherme sentiu o chamado vocacional e já no ano passado revezava seu trabalho na PJ com a formação no Seminário Propedêutico. Este ano ingressou na Filosofia, em Azambuja. Daniel é natural da Paróquia São Cristóvão, em Cordeiros/ Itajaí. Começou a participar de grupo de jovens aos 10 anos de idade, em um grupo chamado JUCINHO, que era uma iniciação para Jovens Unidos em Cristo JUC. Aos 13 anos ingressou no grupo Jovens Unidos por Amor a Cristo - JUPAC, e o coordenou por dois anos. Tornou-se coordenador comarcal e auxiliava na coordenação Arquidiocesana. Em entrevista, ele fala das propostas para a secretaria da PJ, do apoio que receberá da equipe

de coordenação, avalia a caminhada e fala da continuidade do trabalho de formação de assessores e lideranças jovens. Jornal da Arquidiocese Quais as propostas para o período em que será secretário da PJ? Daniel Casas - As propostas não são minhas, mas da equipe de coordenação e assessoria, formada por cinco jovens, experientes, capacitados e amadurecidos no trabalho com os jovens. Minha função será colocar em prática o que já foi discutido e aprovado no Plano de Pastoral da PJ, aprovado em 2009 em Assembleia. Somos uma equipe muito boa e iremos continuar tornando nossa pastoral cada vez mais da juventude, fortalecendo as formações, eventos como o DNJ, estar mais presente nas comarcas distantes e fortalecer nossa identidade Pastoral. JA - Como surgiu esta oportunidade? Daniel - Com a ida do Guilherme Pontes para o Seminário, começou o processo de escolha do novo secretário. Como eu estava engajado nos trabalhos da Pastoral, pensei em colocar meu nome à disposição. Conversei com meus pais e amigos e decidi reescrever meu projeto de vida,

Daniel (esq.) substitui, na secretaria da PJ, o Guilherme, que este ano ingressa no Seminário Filosófico, em Azambuja pondo no trajeto este lindo trabalho pastoral. Com a minha caminhada na Igreja, fui eleito para assumir essa missão. JA - No passado, a PJ foi uma grande força na Arquidiocese. Nos últimos anos, ela vem num processo de recuperação. Como você pretende dar continuidade a esse processo? Daniel - Não se trata de um projeto pessoal, mas de um trabalho de equipe. Temos uma equipe de coordenação e de assessoria. Talvez a perda de espaço da PJ no passado tenha acontecido por conta disso: por não

Escola de Liturgia para Jovens Foi realizada nos dias 14 a 23 de janeiro a Escola de Liturgia para Jovens, em Joaçaba. Promovida pelas Pastorais da Juventude do Regional Sul 4, em conjunto com a Comissão Regional de Liturgia, a Escola teve o objetivo de capacitar jovens para o serviço litúrgico da Igreja, bem como levar a uma experiência de participação litúrgica como fonte de espiritualidade e de revigoramento da fé, conforme sugere o Concílio Vaticano II. O evento contou com 44 participantes, de sete dioceses de Santa Catarina. A Arquidiocese esteve representada por quatro participantes. A assessoria foi da Rede Celebra de Animação Litúrgica e da Casa da Juventude Padre Burnier, de Goiânia (CAJU). Durante os 10 dias, os participantes puderam vivenciar e aprofundar seus conhecimentos sobre liturgia, por meio de uma metodologia participativa e vivencial, possibilitando o encontro entre a liturgia e a vida. Dom Manoel João Francisco, bispo da Diocese de Chapecó e bispo referencial da Liturgia no Regional Sul 4, participou integral-

mente da Escola e elogiou os participantes: “Eu sinto esse grupo aqui muito empenhado, muito disposto. São representantes de diversas dioceses do Estado, e penso que eles vão para suas dioceses, vão fermentar e, em breve, se Deus quiser, aqui no nosso Estado a Liturgia vai tomar um vigor muito grande. A juventude é a esperança da Igreja, então precisamos investir nos jovens”. Para Rodrigo da Silva, Secretá-

rio Regional da Pastoral da Juventude, a Escola é um importante ponto de partida para se avançar na formação litúrgica da juventude. “Cerca de 80% de nossos grupos de jovens atuam na liturgia de sua comunidade e há um grande interesse em aprofundar sua espiritualidade e estudar mais a liturgia. Essa Escola pode desencadear várias ações, como encontros de formação e até uma próxima Escola de Liturgia”, avaliou. Divulgação/JA

Realizado em Joaçaba, formação reuniu 44 jovens de sete dioceses

ser uma coisa pensada pela equipe, mas por uma ou algumas pessoas. Agora tudo é pensado por um grupo de pessoas experientes e vividas, e que passou pelas fases anteriores da PJ. Isso garante que os erros do passado não serão cometidos. JA - Como avalia a caminhada da PJ na Arquidiocese? Daniel - Sou muito jovem e não posso dizer que conheço bem a caminhada anterior da Arquidiocese. Mas sei que a PJ tem histórias de lutas e conquistas muito bonitas. Ainda temos muitos desafios a enfrentar, por

exemplo, estar mais próximos dos estudantes universitários, o diálogo com os outros carismas da juventude (Setor Juventude), implantar a PJ nas paróquias em que ela ainda não existe. Tudo isso é muito importante para o crescimento e fortalecimento do trabalho pastoral. JA - A Arquidiocese está organizando o Setor da Juventude. Na sua avaliação, qual a importância desse trabalho? Daniel - O Setor da Juventude vem para criar uma maior comunhão entre os diferentes carismas que têm trabalhos com juventude; isso é muito importante, pois cria uma comunhão necessária na evangelização dos jovens. JA - A formação de assessores e lideranças jovens tem sido uma das prioridades da PJ. Como será esse trabalho durante o seu empenho pastoral? Daniel - A formação continuada para os jovens é fundamental. É através das formações que os jovens têm a compreensão exata de seu papel na Igreja. Nos últimos anos, a formação tem sido a prioridade da PJ e vai continuar sendo. Hoje, mais que uma proposta, tornou-se uma exigência dos próprios jovens.

Uma vocação despertada na PJ Guilherme fala sobre o desafio de assumir a vocação para a vida religiosa A vida da gente é cheia de encontros e desencontros. Cheia de novidades e mudanças de rumos. A minha vida foi assim até hoje. Desde pequeno sempre gostei da política, achei que era a minha vocação. Participei de um partido político, me envolvi com o grêmio estudantil. Mas só isso não era o suficiente, sempre me faltava algo a mais. Entrei para o grupo jovem, me encantei, passei a coordenar. Envolvi-me na vida da Igreja, fundamos a Pastoral da Juventude da Paróquia. Ao mesmo tempo que recebi o convite para estar à frente da Pastoral da Juventude da Arquidiocese, surgiu uma oportunidade de emprego. Tive que escolher. Deus já me preparava para fazer escolhas. Escolhi esta caminhada na Pastoral da Juventude da Arquidiocese.

No inicio do segundo ano nesta missão, comecei a perceber algo diferente, uma vontade diferente de todas que já tinha experimentado. Tinha a vontade de me dedicar para sempre à evangelização, em especial da juventude. Mas, como fazer isso? A resposta era clara, mas eu insistia em não aceitar. Fiz a grande decisão da minha vida. Resolvi sair um ano antes do término do mandato na Pastoral da Juventude para entrar no Seminário e seguir o ministério sacerdotal. Decidi por acreditar que minha vida poderá ser mais útil a Deus e a meus irmãos e irmãs. Sigo firme com meu amor aos jovens, à Pastoral da Juventude e ao serviço de evangelização. Guilherme Pontes Seminarista da Arquidiocese


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Geral

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ITESC abre inscrições para formação de leigos No último ano, 115 pessoas concluíram um dos cinco cursos oferecidos pelo Instituto Teológico Foto JA

Escola forma catequistas para serem multiplicadores Formação será realizada em duas paróquias e em sete etapas, uma por mês

Formandos de um dos cinco cursos oferecidos pelo ITESC em 2010 giosas, membros de comunidades cristãs, interessados em formação bíblico-teológica-pastoral.

Formados em 2010 No ano passado, 115 estudantes dos Cursos de Extensão para Formação de Lideranças Leigas receberam o certificado de participação nos cursos. O evento de encerramento foi realizado no dia 06 de dezembro, às 19h30, com uma Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Vitor Galdino Feller, diretor do ITESC. Em sua homilia, Pe. Vitor falou da importância e de ser uma graça para a Igreja os leigos se aprofundarem sobre os mistérios de Deus. “Muitos não tiveram a oportunidade, e outros não se deram essa oportunidade. Os que participaram realizaram o curso e aprenderam um pouco mais

sobre a nossa fé”, disse. Na avaliação de Celso Loraschi, os cursos de formação tiveram um bom número de participantes e poucas desistências. “Percebemos que está crescendo o interesse pela formação. Os cursos vêm matar a sede de conhecimento e prepara a Igreja para ser mais voltada aos leigos”, afirmou. Os cursos de formação para lideranças leigas são oferecidos pelo ITESC desde a sua fundação, em 1973. De 2005 a 2009, eles foram mantidos em convênio com o Centro Loyola Amar e Servir. Em 2010, o ITESC reassumiu a administração dos cursos. Mais fotos no site da Arquidiocese (www.arquifln. org.br), clicar no link “Álbum de fotos”, no alto da página.

A Coordenação Arquidiocesana da Pastoral Catequética está abrindo inscrições para a Escola de Formação Catequética para Multiplicadores. Todos os/as catequistas da Arquidiocese têm a grande oportunidade de participar da formação sistemática, que vai de março a setembro. Ela será realizada em dois locais: na Paróquia São Francisco de Assis, em Aririú, Palhoça, e na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José. Realizada desde 1998, a Escola tem como objetivo formar catequistas que serão multiplicadores dos conhecimentos aprendidos. A formação completa tem duração de três anos, cada um deles representando uma etapa, mas elas são independentes. Conheça os conteúdos e os assessores que ministrarão os sete encontros que serão realizados em 2011: - 27 de março - Aririú: Comunicação e Catequese Pe. Domingos Nandi

- 17 de abril - Aririú: Formação de catequistas com enfoque na Iniciação à Vida Cristã - Ir. Marlene - 29 de maio - Campinas: Sacramentos: Reconciliação, Unção dos Enfermos, Matrimônio, Ordem - Pe. Valter M. Goedert - 26 de junho - Campinas: Deus Trindade - Pe. Vitor Feller - 24 de julho - Campinas: Catequese e Família (Como trabalhar com os pais) Dra. Miriam Siqueira - 21 de agosto - Aririú: Salmos. Oração Bíblica - Celso Loraschi - 25 de setembro Aririú: Cartas Paulinas e a Iniciação à Vida Cristã - Ir. Mari Luzia Hammes Os interessados podem procurar o folder de divulgação na secretaria de sua paróquia. Mais informações com a Coordenação de Catequese, pelo fone (48) 3224-4799 ou pelo e-mail marlene@arquifln.org.br. Arquivo/JA

O Instituto Teológico de Santa Catarina (ITESC) está abrindo inscrições para os Cursos de Extensão para Formação de Lideranças Leigas. As inscrições estão abertas de 01 a 28 de fevereiro de 2011, das 8h às 16h, pelo fone (48) 3234-0400 ou pelo e-mail: extensao@itesc. org.br. O investimento é de R$ 40,00 por mês. Estão disponíveis cinco cursos: Teologia Fundamental; Bíblia - Primeiro Testamento; Teologia Bíblica - Fundamental; Teologia Litúrgica - Sacramental; e Teologia Catequética - Metodológica. Todos serão realizados às segundas-feiras das 19h30 às 22h. Segundo Celso Loraschi, coordenador geral dos Cursos de Extensão, os cursos são diferentes dos realizados em 2010, pois o curso completo tem duração de dois anos. “Mas quem não fez o primeiro, pode se inscrever para 2011, pois são disciplinas independentes”, afirmou. Além dos cursos de Teologia, o ITESC também vai oferecer cursos especiais, realizados às terças-feiras, das 19h30 às 21h45. Serão eles: Grego Bíblico (1º semestre); Aprofundamento Bíblico (2º semestre); A Igreja na América Latina: História-Teologia-Pastoral (2º semestre). Eles atendem a solicitações dos alunos que sentiram essa necessidade. Os cursos são ministrados em sua maioria por professores do ITESC e destinam-se a leigos e leigas, também religiosos e reli-

Pe. Ney celebra 80 anos de nascimento Celebração e jantar lembraram sua vida e trabalho pastoral Uma celebração realizada na igreja Nossa Senhora dos Navegantes, em Itaguaçu, Florianópolis, marcou os 80 anos de nascimento do Pe. Ney Brasil Pereira. Realizada na noite do dia 03 de dezembro, a celebração foi presidida pelo aniversariante Foto JA

Pe. Ney soprou as velinhas durante a festa dos seus 80 anos, em que participaram parentes e amigos

e concelebrada pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger e pelos padres Francisco Wloch, Vânio da Silva, Pedro Martendal e Giovane Brunetto, e diácono Celso Remi Nazário. A animação ficou com o Coral Santa Cecília, da Catedral, que há 37 anos é regido por Pe. Ney. A celebração ainda contou com a presença de parentes, amigos, representantes da Pastoral Carcerária, do Coral Santa Cecília, Jornal da Arquidiocese, todos sob sua coordenação, além de ex-alunos do Seminário de Azambuja e de outras pastorais, organismos e serviços presentes na Arquidiocese. Em sua homilia, Pe. Ney agradeceu a todos pela presença e o carinho, e lembrou que, em seus 54 anos de vida presbiteral, já celebrou mais de 25 mil Missas. Todas elas foram devidamente e cuidadosamente registradas em seu caderninho de notas. Após a celebração, todos foram convidados a participar de um jantar realizado no salão da igreja. Lá, recebeu muitas homenagens. Após o jantar, foi realizada uma apresentação de DataShow com fotos e a história de vida do Pe. Ney. Depois, ele apagou as velas do bolo em que foi colocada uma pequena imagem sua regendo.

Em 2010, 80 catequistas concluíram uma das etapas da escola

Subsídios da Pastoral Catequética Já temos na sala da Catequese da Arquidiocese os livrinhos sobre a CF 2011, feitos especialmente para os catequistas trabalharem com os catequizandos. Temos também pronto o 1º Folder sobre as orações em família. Cada catequista apresentará este folder à família, para que os pais possam rezar com os filhos, tendo como objetivo o acompanhamento destes no período da catequese.

Durante este ano, a catequese quer atingir os adultos, sobretudo os pais.


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Janeiro/Fevereiro 2011

Louvor de Verão reúne quatro mil participantes Mais de quatro mil pessoas estiveram reunidas em Camboriú para participar da festa de evangelização

Celebração Eucarística De tarde, com mais show de evangelização e pregação, o ponto forte foi a Celebração Eucarística presidida por Dom Murilo Krieger, administrador Apostólico da Arquidiocese e nomeado arcebispo de

Foto JA

Nem mesmo o tempo ruim e as recomendações das autoridades impediram que mais de quatro mil pessoas de toda a Arquidiocese participassem do 20º Louvor de Verão, realizado no dia 23 de janeiro. Promovido pela Renovação Carismática Católica (RCC) da Arquidiocese de Florianópolis, o evento foi mais uma vez realizado no Ginásio de Esportes de Camboriú. Com o tema “Senhor, abri meus lábios, a fim de que minha boca anuncie vossos louvores” (Salmo 50, 17), a festa de evangelização contou com a pregação de Rodrigo Ferreira, da Missão Louvor e Glória, de Marília, SP, e Gilberto Brito, da Comunidade Madre Teresa de Calcutá, de Santo André, SP. A animação ficou por conta do Ministério de Música Louvor e Glória. Durante todo o dia foi realizada uma feira de produtos religiosos e exposição vocacional. Pela manhã, os participantes contaram com show de evangelização, pregações e a Adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzido pelo Pe. Leandro José Rech, orientador espiritual da RCC.

Realizado pelo 20º ano consecutivo no Ginásio de Esportes de Camboriú, Louvor de Verão se tornou um dos três principais eventos arquidiocesanos realizados pela Renovação Carismática Católica Salvador na Bahia. A celebração, realizada às 16h, foi concelebrada por padres e diácono. Na saudação inicial, Dom Murilo lembrou que participou do primeiro Louvor de Verão, e que esse poderá ser o último. Ele agradeceu pelo que a RCC fez por ele nos 15 anos em que foi bispo da Arquidiocese de Florianópolis (seis como auxiliar e nove como arceFoto JA

Dom Murilo presidiu à Celebração Eucarística. Maior incentivador do evento, desde a 1ª edição, ele falou do apoio da RCC em seu episcopado

bispo). “A Renovação sempre se manteve unida, atenta às minhas orientações e caminhando em comunhão com a Arquidiocese”, disse Dom Murilo. Em sua homilia, ele ressaltou a importância da RCC durante seu ministério. “Ela muito tem contribuído para despertar o amor à Palavra de Deus, a vivência da alegria e a atenção aos mais necessitados”. Mas alertou que terá como desafio o cuidado para que a vaidade não prejudique a vivência da comunhão fraterna. Ao final da Celebração, Luiz Carlos Santana Filho, coordenador da RCC na Arquidiocese, leu uma carta de agradecimento a Dom Murilo. “Louvamos a Deus pela sua missão aqui desempenhada com tanto ardor missionário e tanta generosidade, principalmente em favor da RCC, e pedimos que Deus o abençoe e guarde cada dia de sua vida e possa ter todas as luzes necessárias para bem conduzir o povo da Arquidiocese que irá assumir”, disse. Em seguida, um casal entregou a Dom Murilo um arranjo de flores.

Louvor abre trabalhos de evangelização Para o Pe. Leandro Rech, orientador espiritual da Renovação Carismática, o Louvor de Verão representa o ponta-pé inicial para o trabalho de evangelização de massa na Arquidiocese. É também um dos três eventos arquidiocesanos mais importantes da RCC. Os outros são: Dia de Penitência, que será no dia 03

de abril, e o Cenáculo de Pentecostes, no dia 19 de junho. Ambos serão realizados no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos. Para Luiz Carlos Santana Filho, coordenador da RCC na Arquidiocese, o número de participantes estava aquém do esperado inicialmente, mas diante da situação do

tempo, das recomendações das autoridades e dos bloqueios nas rodovias, houve uma participação bastante significativa. “A cada ano, o Louvor de Verão tem sido melhor. Percebemos nos gestos mais simples que as pessoas estão mais próximas de Deus”. Mais informações no site www.rccarquifloripa.com.

HISTÓRIA: O evento foi idealizado em 1990, a partir de um pequeno grupo de oração de Camboriú, com 12 pessoas. Na época, Pe. Márcio Vignoli era seminarista e propôs a sua realização, que foi aprovado e realizado no Clube Palmeiras, em Camboriú, com a presença de 100 pessoas. No ano seguinte, recebeu o nome de Louvor de Verão. Como havia a expectativa de reunir um bom número de participantes, já passou a ser realizado no Ginásio de Esportes de Camboriú e contou com a participação de Dom Murilo, na época nosso bispo auxiliar. “Na oportunidade, Dom Murilo disse que esse evento deveria ser repetido mais vezes, o que acontece até hoje”, disse Pe. Márcio. Durante os 15 anos que esteve na Arquidiocese de Florianópolis, sempre que pôde Dom Murilo participou do evento.

RCC realiza censo e planejamento Trabalho responde à solicitação do nacional e tem como meta crescer 35% em dois anos A Renovação Carismática Católica realizou, no ano de 2010, o Censo com os Grupos de Oração existentes na Arquidiocese de Florianópolis. O trabalho foi realizado durante todo o ano de 2010, e responde a uma solicitação da coordenação nacional da RCC, que pede que cada Grupo de Oração crie mais um grupo até 2017. O censo mostrou que há 160 grupos de oração na Arquidiocese, que se reúnem semanalmente, com 5.600 pessoas e uma média de 35 participantes por grupo. 74% dos grupos foram entrevistados pela equipe que elaborou o censo. A partir desses números, a equipe de coordenação definiu como meta o crescimento de 35% nos anos de 2011 e 2012, aumentando o número de grupos de oração para 216 e com média de 37 participantes por grupo.

Planejamento A partir dos números do

censo, foi elaborado o Planejamento Estratégico. A equipe de coordenação realizou várias reuniões com os coordenadores comarcais e de ministérios, estudando as oportunidades, ameaças, fraquezas e forças da RCC. “A partir dos dados que levantamos, conseguimos perceber as nossas deficiências em cada comarca. Assim, podemos trabalhar essas deficiências e alcançar nossos objetivos”, disse Luiz Carlos Santana Filho, coordenador arquidiocesano da Renovação Carismática Católica da Arquidiocese. Segundo ele, a primeira necessidade identificada a partir do censo e do planejamento é a formação voltada aos coordenadores de grupos de oração. "Essa será a nossa prioridade". O levantamento foi diagramado em formato de apostila, e uma cópia foi entregue à Coordenação Arquidiocesana de Pastoral e a Dom Murilo Krieger, administrador apostólico da Arquidiocese.


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Ação Social

Jornal da Arquidiocese

Janeiro/Fevereiro 2011

Projeto leva serviços de saúde a pessoas pobres Mais de 500 famílias receberam atendimento médico e odontológico, além de alimentos e presentes Foto JA

A Associação Diácono Ademi Pereira de Abreu - ADAPA, promoveu pelo sexto ano consecutivo o “Natal Providente”. Dessa vez, os beneficiados foram três comunidades da região norte de Florianópolis. Realizado na sede do CTG Querência João Bolão, no Rio Vermelho, no dia 18 de dezembro, o evento atendeu mais de 400 crianças das comunidades. O evento faz parte do projeto “Amor Sobre Rodas”, mas, quando realizado às vésperas do Natal, a iniciativa recebe o nome de “Natal Providente”. Ele existe há sete anos e busca levar às comunidades empobrecidas, através de um ônibus adaptado, serviços que elas não recebem do Estado. Durante o dia, até as 15h, mais de 500 famílias das comunidades da Costa do Moçambique, Muquém e Rio Vermelho, receberam mais de 250 cestas básicas e frangos, houve 30 atendimentos médicos por um clínico geral, e 60 atendimentos odontológicos, 15 pessoas receberam orientações jurídicas e outros 20 homens e crianças ganharam cortes de cabelo. Mais de 400 crianças receberam presentes do Papai Noel. Ainda houve farta distribuição de cachorro quente e refrigerante à vontade. As crianças ainda contaram com uma série de atrações realizadas durante todo o dia. Em parceria com a Polícia Militar, cava-

ASA 50 anos de História

A luta na consolidação dos direitos sociais

Crianças ganharam presentes e atendimento médico e odontológico los fizeram a festa das crianças, pois puderam montá-los. Houve Banda, Canil, Escolinha de Trânsito, PROERD e Polícia Ambiental. A comunidade foi escolhida por ser uma das mais empobrecidas de Florianópolis. As famílias que receberam as cestas-básicas foram selecionadas a partir de visitas realizadas por agentes de saúde. Todas elas foram cadastradas. Segundo o Diácono Ricardo José de Souza, idealizador do projeto e responsável por ele, a cada ano o Amor Sobre Rodas cresce mais. “Tudo isso é reflexo do serviço que realizamos. As pessoas percebem a seriedade do trabalho. As empresas acreditam no projeto e passam a apoiar. E, assim,

conseguimos cada vez mais atingir mais pessoas de comunidades empobrecidas”, disse o Diácono Ricardo. A iniciativa é tão boa, que pretendem expandir. A ideia é adquirir um veículo maior e levar o projeto a outros municípios. O projeto é realizado em parceria com a “Capelania Militar Cristo Rei” e com o Instituto de Solidariedade AJB, de onde provêm os recursos necessários para a manutenção do projeto. Essa ação social conta com trinta voluntários entre Policiais Militares e integrantes da Capelania Militar. Mais informações no, pelo fone (48) 8432-9797, com o Diácono Ricardo José de Souza, ou no Blog www.adapafloripa.blogspot.com.

Após o período de redemocratização do país, a ASA atuou fortemente na construção de políticas públicas relacionadas às suas áreas de atuação, como foi a aprovação do Estatuto dos Direitos da Criança e Adolescente, em 1990, e do Estatuto da Pessoa Idosa, em 2003. Na década de 90, a ASA assume o trabalho por linhas de atuação, sendo elas: criança e adolescente, idoso, pastoral da saúde, geração de trabalho e renda e ações sociais paroquiais. Através da continuidade do convênio com Misereor, dispõe de uma equipe técnica contratada para o desenvolvimento do seu trabalho, além de ser campo de atuação para diversos estagiários das universidades com quem manteve convênio. Em 1992, seu Plano de Ação apresentava atendimento a 32 (trinta e duas) Obras Sociais, vinculadas a 06 (seis) programas, aos quais oferecia acompanhamento sistemático. Essa década é marcada por um novo quadro na educação para o exercício da cidadania,

que inclui a participação popular, e propõe a ruptura com a passividade relativa às questões que envolviam o conjunto da sociedade. Dada a situação de organização política do país, a ASA prioriza sua intervenção em políticas públicas e, em conjunto com outras entidades da sociedade civil, passa a atuar nos espaço de exercício do controle social. Por isso, a ASA participou (e participa) de diversos conselhos e fóruns, entre eles: da criança e adolescente, idoso, saúde, assistência social e economia solidária. No final da década de 90, a Arquidiocese de Florianópolis criou o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS), que é composto com recursos da Coleta da Solidariedade, e que visa a apoiar projetos sociais e de geração de trabalho e renda que apontem para a superação das estruturas de pobreza e injustiça social. Com a implantação do FAZ, houve a ampliação e qualificação de projetos e programas sociais realizados nas comunidades. Arquivo JA

Presos receberam kits de Natal Pastoral Carcerária levou espírito natalino a 3.500 encarcerados A Pastoral Carcerária da Igreja Católica na Arquidiocese de Florianópolis promoveu o “Natal dos Presos”. Nas semana que antecedeu o Natal, os encarcerados dos presídios, penitenciárias e delegacias da Grande Florianópolis receberam um kit com doces e uma mensagem natalina. A distribuição, já tradicional, foi realizada por voluntários da Pasto-

ral Carcerária. Eles foram acompanhados por integrantes da Banda da Aeronáutica, os quais, durante a distribuição, entoavam canções natalinas. “O objetivo é mostrar aos presos que aqui fora há pessoas que pensam neles. Também mandar uma mensagem de amor, de carinho e esperança”, disse Leila Pivatto, presidente da "Associação Beneficente São Dimas" -

Cursos formaram lideranças sobre os direitos sociais Arquivo JA

Foto JA

Mais que as guloseimas, voluntários da Pastoral Carcerária levaram aos presos gestos de carinho, despertando neles o espírito natalino

ASBEDIM, mantenedora das obras sociais da Pastoral Carcerária. O projeto já existe há alguns anos, mas antes era restrito ao presídio e penitenciária de Florianópolis. Nos últimos três anos foram incluídos todos os presos das penitenciárias, presídios e delegacias da Grande Florianópolis. Todos os encarcerados, independente de onde estejam, cerca de 3.500, receberam as guloseimas e mensagens natalinas. Os recursos para a aquisição dos kits vieram das promoções realizadas pela Pastoral Carcerária. Durante o ano, são realizados bazares com eletroeletrônicos doados pela Receita Federal e sapatos e bolsas doados pela Fundação Nova Vida. Além dos kits de Natal, durante todo o ano a Pastoral Carcerária realiza doações de kits de higiene, colchões, roupas de verão e inverno, e cobertores. Mais informações, pelos fones (48) 3879-2168 ou 2107-2323, ou pelo site www.pastoralcarceraria.org.

Feiras proporcionaram geração de trabalho e renda


Jornal da Arquidiocese

GBF 11

Janeiro/Fevereiro 2011

GBFs e CEBs em unidade pastoral Os dois têm como objetivos evangelizar com ardor, a rezar e a refletir a Palavra de Deus Vivemos um tempo de solidariedade, de esperança e de vivência comunitária. Ainda em tempo de descanso e de férias para muitas pessoas, iniciamos com alegria, entusiasmo e ardor missionário as atividades dos GBFs, em comunhão com as CEB’s e as Forças Vivas da nossa Arquidiocese. O objetivo dos Grupos Bíblicos

em Família e das Comunidades Eclesiais de Base é evangelizar com ardor, indo ao encontro das pessoas, convidando-as a se abrirem ao diálogo, à amizade, à fraternidade, à solidariedade, a rezar e refletir a Palavra de Deus, relacionando-a com a partilha da experiência de fé e vida, sendo testemunhas da vida em comunidade, na construção de uma

sociedade mais justa, solidária e fraterna. Temos muito trabalho pela frente, pois “A messe é grande e poucos são os operários” (Mt 9,38). Esse jeito de Evangelizar dos GBFs e das CEBs torna-se luz no processo de transformação da realidade e no compromisso a serviço da vida em todas as dimensões.

Livreto do Tempo Quaresma e Páscoa Na Celebração Inicial e nos 12 encontros, somos chamados a olhar o mundo com os olhos de Deus e a minimizar o sofrimento dos irmãos e irmãs e da vida no Planeta

nossa caminhada o tema: Fraternidade e a vida no planeta e o lema "A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22), que nos impele a assumir nossas responsabilidades de filhos e filhas de Deus de maneira convertida, tomando consciência da situação do nosso planeta. Queremos propor aos participantes dos Grupos Bíblicos em Família, ao usarem o livreto, reunindo-se nas casas, apartamentos e condomínios, neste tempo quaresmal, as seguintes atitudes: - renovar a consciência da responsabilidade de todos e todas pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária; - educar para a vida em

fraternidade, a partir da prática da justiça, do amor, da caridade e da comunhão, vivenciando os valores do Evangelho; - despertar o espírito comunitário, na busca do bem comum para todos e todas e a vivência do projeto de vida de Jesus Cristo: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Celebrar bem a quaresma é reconhecer a presença de Deus no cotidiano da vida, no trabalho, no sofrimento, na vida do irmão e da irmã e na vida do nosso planeta. Viver a Páscoa de Jesus é celebrar a vitória da vida sobre a morte, a Ressurreição. Maria Glória da Silva Coord. arquidiocesana dos GBFs

Encontro Nacional contou com a participação de dois representantes da Arquidiocese. Durante evento foi aprovado o texto base da 13ª Intereclesial Nos dias 26 a 31 de janeiro a Ampliada Nacional das Comunidades Eclesiais de Base - CEBs esteve reunida na Diocese de Crato, no Ceará, com os representantes de todos os regionais do Brasil, onde se refletiu sobre a análise de conjuntura, foram estudados e aprovados o texto base e o cartaz do 13º Intereclesial, e feitos os encaminhamentos necessários para a caminhada. Os diver- Ultima edição do Intereclesial, o 12º, foi reasos momentos fo- lizado em junho de 2009 e teve este cartaz ram assessorados como motivação. O 13º Intereclesial será por: Sergio Coutinho em 2013 na Diocese de Crato, Ceará (CNBB), Pe. Nelito, Pe. Benedito Ferraro e a comis- período de 2011 a 2013. são do secretariado nacional. Com alegria, o Secretariado O Regional Sul4 da CNBB, Nacional das CEBs da Diocese estado de Santa Catarina, foi re- de Crato, convoca todos e todas presentado por duas pessoas da a participarem da divulgação do Equipe Regional dos Grupos Bí- 13º Intereclesial, com o tema: blicos em Famílias (GBF) e “Justiça e profecia a serviço da CEBs da nossa Arquidiocese, vida”, e lema: “CEB’s romeiras responsáveis pela organização do reino no campo e na cidade”, do 11º Interestadual em a ser realizado em julho de Florianópolis, Maria Glória da 2013, no município de Juazeiro do Norte/CE - Diocese de Crato. Silva Luz e Edson Mendes. Para que esta caminhada No compromisso com a missão, seja de unidade, estaremos em juntos em comunidade, possacomunhão com todos os regio- mos rezar, pedindo a luz de nais do Brasil, na organização Deus para nossos trabalhos e dos Encontros Interestaduais encaminhamentos. de preparação dos animadores Edson Mendes e animadoras das CEBs, que Coord. arquidiocesano das CEBs acontecerão ao longo deste Divulgação/JA

As reflexões que os Grupos Bíblicos em Família de nossa Arquidiocese farão ao longo da Quaresma e do Tempo Pascal, tem por objetivo fazer crescer em nós a certeza de que nossa vida tem sentido porque Jesus Cristo, nosso Senhor, morreu e ressuscitou. Ele está vivo! Com Ele, somos chamados a ressuscitar para uma vida nova. O novo livreto do Tempo da Quaresma e Páscoa dos GBFs traz como título: VIDA - MORTE - RESSURREIÇÃO. Na celebração inicial e nos doze encontros contidos no livreto, que se estenderão até Pentecostes, somos chamados a olhar o mundo com os olhos de Deus, vivendo como Ele nos pede e fazendo tudo o que é necessário para diminuir o sofrimento de tantos irmãos e irmãs e da vida do nosso planeta. Neste tempo litúrgico, os encontros dos Grupos Bíblicos em Família levarão as pessoas a refletirem sobre o valor fundamental do evangelho, que é “vida em plenitude” também irão propor às pessoas um caminho quaresmal de conversão de suas atitudes, de adesão ao projeto de Deus para a humanidade e para o universo, de acordo com a sua vontade. "Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância" (Jo 10,10). Este ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB convoca todos os cristãos batizados a olharem para a natureza e perceberem que muitas das nossas atitudes estão contribuindo para o fenômeno do aquecimento global, que provoca mudanças climáticas consideráveis, com sérias ameaças para a vida em geral, e a vida humana em especial. Com essa orientação da CNBB somos convidados a participar da Campanha da Fraternidade, refletindo neste tempo quaresmal e ao longo de

A Caminho do 11º Interestadual das CEBs

Encontro reuniu representantes de todos os regionais do Brasil na Diocese de Crato, no Ceará, que sediará o 13º Intereclesial


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Artigos

Janeiro/Fevereiro 2011

Jornal da Arquidiocese

C entenário

Monsenhor João Chryssakis - de Atenas a Roma ao comércio. Recordando sua pátria, estabeleceram-se em duas frentes para o mar: nas Ruas Nicolau Tolentino e Conselheiro Mafra, e na Praia de Fora, no final da Esteves Júnior esquina com a Bocaiúva. A colônia grega permaneceu unida e gerou bons comerciantes, intelectuais e políticos. Descendente dos gregos foi o Governador Jorge Kominos Lacerda, morto em acidente aéreo em 1958, aos 43 anos de idade e no segundo ano de governo.

longa barba. Uma vez ao ano percorria todas as casas gregas para benzê-las. Os gregos quiseram manter a fé ortodoxa. Construíram sua igreja dedicada a São Constantino, padroeiro da Ilha de Kastelórizon, na Rua Conselheiro Mafra. Houve conflito e escolheu-se o padroeiro São Nicolau, patrono dos marítimos. Em 1939 iniciaram nova construção na Rua Tenente Silveira, com arquitetura assemelhada às demais igrejas gregas. Foi consagrada em 1963 pelo Bispo Thimóteos e é sede paroquial. A fé ortodoxa na Mons. João Chryssakis Ilha de Santa Catarina foi o primeiro padre grego a se Pertencentes à Igreja ortoradicar em Florianópolis. doxa grega, eram muito reli- Monsenhor João Chryssakis foi o Nasceu em Esmirna (hoje giosos e assistiam à Missa primeiro padre grego a se radicar em Turquia), Grécia, em 22 de aos domingos. Nas casas, Florianópolis, em 1920, para atender os setembro de 1897, filho de sempre os ícones de São migrantes que aportaram na capital Kyriakos Chryssakis e de Nicolau, patrono dos maríti- catarinense 12 anos antes. Em 1965 foi Kyriacouli Chryssakis. Ordemos, e de Nossa Senhora do recebido na Igreja Católica como padre nado sacerdote na Igreja orPerpétuo Socorro. Diante do todoxa grega em 19 de abril ícone, que era saudado com reverência por quem entrava, tradição religiosa, trocando doces de 1920. Chegou ao Brasil em 1924 e sempre acesa, a lamparina. alusivos à data e, passando por Na madrugada da Missa da cada casa, repetem a saudação dedicou-se ao serviço dos ortoPáscoa, saíam pelas ruas da ci- do anúncio da ressurreição do doxos gregos de Florianópolis, reunindo na sua residência os jodade, com as velas acesas, a se Senhor. cumprimentarem “Cristo RessusO padre era o “Papas”, muito vens para conservar-lhes a língua, citou”, com a resposta “Ressus- respeitado na comunidade: usa- a cultura e a fé. Foi pároco da Igreja São citou de verdade. Aleluia!”. Ainda va batina preta com enorme cruhoje diversas famílias mantém a cifixo ao peito e barrete, além da Nicolau e professor de grego no Divulgação/JA

Kastelórizon é uma pequena illha grega (9km2.) situada no Dodecaneso, a sudeste do mar Egeu, na parte oriental de seu território. A população e a economia atingiram o apogeu no final do século XIX, quando nela habitavam 15.000 pessoas. Com a decadência do Império otomano a ilha também enfrentou decadência e, na década de 1920, sua população caiu para 3.000 unidades, enquanto 8.000 emigraram para o exterior, especialmente para a Austrália, o Egito, a Grécia e a América. Nesse tempo estavam ocupadas 730 casas enquanto 675, vazias, caíram na ruína. Em 1912 chegaram a Florianópolis 30 famílias gregas de Kastelórizon. O caminho tinha sido preparado pelo Capitão Savas Nicolau Savas, aqui aportado pela primeira vez em 1883 e estabelecido com a família em 1889. O Governador Hercílio Pedro da Luz, no plano de povoar a Ilha de SC, promoveu sua colonização, concedendo um lote de 5 a 10 hectares a preço módico e a prazo de 10 anos, sem juros, com aparelhamento agrário e garantia de subsistência. Os gregos que aqui chegaram, porém, eram urbanos e não se dedicaram à agricultura, mas

Instituto Dias Velho, hoje Instituto Estadual de Educação, por 30 anos. Seu caráter autoritário e ideias conservadoras provocaram diversos conflitos com a comunidade que, canonicamente, pertence à Arquidiocese de Buenos Aires. Naturalizou-se brasileiro em 1955. Teve duas filhas. O Concílio Vaticano II caminhava para o último ano de trabalhos, o Papa Paulo VI abraçara o Patriarca Atenágoras de Constantinopla, trocaram o beijo de paz, levantando as excomunhões de 1.054. As expectativas ecumênicas eram fortes. Amigo de Dom Afonso Niehues, arcebispo de Florianópolis, um pouco indisposto com a comunidade grega, vivendo o ministério na solidão, pediu para ser recebido na Igreja católica. Em 23 de janeiro de 1965, já viúvo, foi recebido na Igreja Católica Apostólica Romana, sendo provisionado na Capelania da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, Rua Marechal Guilherme, onde celebrava a Eucaristia aos domingos. Faleceu em Florianópolis em 30 de janeiro de 1971, aos 73 anos de vida e 50 de sacerdócio. Pe. José Artulino Besen pebesen.wordpress.com

Ecumenismo Esta é a Lei nº 11.635, sancionada pelo Presidente Lula e pelo Ministro da Cultura Gilberto Gil em 27 dezembro de 2007. Infelizmente, no Brasil ainda acontecem fatos de intolerância religiosa a ponto de necessitar de uma lei explícita para combatê-la. A data escolhida (21 de janeiro) lembra a morte de Mãe Gilda, uma senhora idosa, sacerdotisa do Candomblé, no Rio de Janeiro. No ano 2000, por duas vezes o seu templo foi invadido por fanáticos de uma igreja neo-pentecostal. E no dia 21 de janeiro, ao ver sua foto estampada no jornal A Folha Universal com os dizeres: “Macumbeiros ameaçam a vida e o bolso dos clientes”, Mãe Gilda enfartou e veio a falecer. Mesmo que este fosse um fato isolado, não poderia ser jogado ao esquecimento. Toda pessoa de bom senso percebe e sofre pela gravidade de tal atitude de desrespeito e de violência. Lamentavelmente, comportamentos demonstrativos de intolerância religiosa repetem-se frequentemente desde o âmbito doméstico. Também por motivos étnicos, políticos e sexuais.

Combate à Intolerância Religiosa Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - Fica instituído o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa a ser comemorado anualmente em todo o território nacional no dia 21 de janeiro. Art. 2º - A data fica incluída no Calendário Cívico da União para efeitos de comemoração oficial. Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. O dia 21 de janeiro também é dedicado à celebração do “Dia Mundial da Religião” que teve início em 1949, nos Estados Unidos. O principal objetivo desta celebração é acolher a proposta de compreensão, tolerância e harmonia entre as religiões. Entre todas há um denominador comum que é a busca de sentido para a vida. Em outras palavras, todas buscam a Deus. E Deus não tem religião: é a fonte de vida para todas as criaturas. Deus é a fonte de vida para todas as criaturas! A religião é a forma humana de manifestar em ritos, símbolos e doutrina o relacionamento com Deus e com o próximo. Religião tem a ver com ligação sempre renovada. Uma pessoa religiosa cultiva permanentemente a “ligação” com Deus, com

as demais pessoas e com todas as coisas criadas. Pertencer a uma religião ou ser membro de uma determinada denominação cristã não representa nenhum poder, nem a segurança de estar no caminho da verdade absoluta. Toda postura de superioridade ou de triunfalismo contradiz a fé em Deus, Criador e Pai de todos, quebrando a relação de amor, fundamento de toda religião autêntica. Certamente, aquele grupo que invadiu o templo de Mãe Gilda o fez com a convicção de que estava prestando um serviço a Deus. Certamente estas pessoas foram motivadas por algum líder religioso que exerceu total influência sobre elas a ponto de convencê-las a agir daquele modo. Tristemente, em nome de Deus, foram feitas muitas barba-

ridades (e ainda se faz!). Sabemos que lei nenhuma vai mudar a sociedade. As leis são indicativos importantes que nos alertam dos erros em que podemos incorrer. O que muda uma sociedade são homens e mulheres novos que se deixam conduzir pelo mesmo espírito de Deus. Com olhos límpidos, mente aberta e coração desarmado podemos ser artífices de um mundo inclusivo, onde a diversidade seja acolhida como expressão da criatividade divina. As famílias, as escolas e as Igrejas são espaços importantes de educação da consciência de todos para o respeito mútuo e para a solidariedade incondicional. Nenhuma palavra, nem brincadeiras de mau gosto, nem sermões condenatórios, nem lições catequéticas deve-

riam ser usados para discriminar pessoas ou subestimá-las por pertencerem a determinada religião ou denominação cristã. Pais, professores, catequistas e líderes religiosos têm o direito de revelar o verdadeiro rosto de Deus com o seu amor sem medida. De outro modo, como poderemos sonhar com um mundo de fraternidade? A propósito, o tema da mensagem de Bento XVI para Dia Mundial da Paz (01/01/2011) foi: LIBERDADE RELIGIOSA, CAMINHO PARA A PAZ. Nela, o papa deixou este apelo: “Exorto os homens e mulheres de boa vontade a renovarem o seu compromisso pela construção de um mundo onde todos sejam livres para professar a sua própria religião ou a sua fé e viver o seu amor a Deus com todo o coração, toda a alma e toda a mente (cf. Mt 22, 37)... O direito à liberdade religiosa está radicado na própria dignidade da pessoa humana...” Celso Loraschi Professor no ITESC e Coord. Comissão Arquid. para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso CADEIR


Jornal da Arquidiocese

Missão 13

Janeiro/Fevereiro 2011

Por onde começar? Passadas as férias é hora de retomar o trabalho de evangelização. Um desafio em nossas comunidades O mês de fevereiro é um mês difícil para as comunidades paroquiais, grupos e movimentos. Ao que parece, o período de férias, embora exista para refazer as forças, muitas vezes nos deixa com aquela vontade de ficar descansando ou, quem sabe até, de nos livrar, por um certo período, de certas responsabilidades das coisas da Igreja que muito exigiam de nós. No entanto, o mundo continua a girar e a nos exigir, e a Igreja continua sendo chamada a evangelizar. Para que isso aconteça, deve-se colocar novo fermento na massa, para que ela levede. Mas, por onde começar?

Uma história O diretor de um jornal confiou ao seu melhor jornalista uma matéria sobre como consertar o mundo. Deu-lhe três dias de folga para refletir. Ao chegar em casa, o jornalista disse à esposa que ganhara três dias de folga e iriam passear. No final do terceiro dia, o jornalista foi para seu escritório, em sua casa, para redigir a matéria. Estendeu o mapa do mundo buscando inspiração. Nisto entrou na sala sua filhinha de cinco anos. Havia encontrado uma flor de diversas

Arquivo/JA

Entendendo a história Muitos se preocupam em consertar o mundo. O problema é por onde começar. Uma velha discussão apresenta duas alternativas. - Para alguns, basta mudar os outros e as estruturas mudarão. - Para outros, é preciso mudar as estruturas e assim o homem mudará. As duas teorias servem, mas já se mostraram historicamente insuficientes, pois não resolveram o problema como um todo. Alguns defendem que até causaram outros... Diante disso, como diz a historinha, para mudar o mundo, devemos começar por nós mesmos. Sem esse ponto de partida, o mundo vai continuar como é, ou pode até piorar. Se isso não acontecer, facilmente continuaremos acusando os outros pelos desacertos do mundo. “Eles são os responsáveis!”, diremos. Mas quem são “eles”? E faremos até uma lista: os políticos, os capitalistas, as igrejas, os policiais, os criminosos etc. “Eles”, sempre “eles”.

Apesar do período de férias, o trabalho de evangelização e missionário não pára. Seja ele realizado na Guiné Bissau, na África, onde cinco voluntários realizam atendimento a pessoas empobrecidas...

Como se dá a mudança? A mudança é um processo e a pessoa precisa se envolver nesArquivo/JA

pre os mesmos resultados. Se mudar as atitudes, terei resultados diferentes. A partir dessas comparações é fácil entender que, se o mundo precisa ser reformado, isso deve partir de nós mesmos, com paciência e, constância e usando os dons que o bom Deus colocou em cada um de nós. Sendo que o tempo à nossa disposição é limitado, não podemos perder as ocasiões e as oportunidades que se nos apresentam. É com elas que construímos uma nova vida e um mundo melhor.

Espiritualidade missionária Amigas e amigos leitores. Com

este artigo neste nosso Jornal da Arquidiocese, quero logo lhes dizer, no início de mais um ano de pastoral, que a espiritualidade missionária é extremamente necessária, pois só ela faz com que os batizados cresçam em sua vida cristã como “discípulos missionários” de Cristo, conforme nos lembra o documento de Aparecida. Considero urgente que isso aconteça no meio do povo católico, pois muitos, ao longo dos anos, e por diversos motivos, vieram perdendo o entusiasmo do Pentecostes e o ardor apostólico, tão indispensáveis na vida da Igreja e na difusão da Boa Nova de Cristo entre os não cristãos e os neo-pagãos.

Como fazer? Uma nova vibração apostólica só poderá nascer de uma maior riqueza interior, pois o exercício da missão se inicia com a formação do homem e do cristão integral, animado pela verdade que é Cristo. O Cristo Filho de Deus, modelo do homem novo, morto e ressuscitado para a salvação do mundo. 2011 é mais uma oportunidade oferecida a todos e todas nós, e que não podemos desperdiçar, a fim de contribuirmos, com o nosso tijolo, na construção do Reino. Pe. Paulo De Coppi Pontifício Instituto Missões Exteriores - PIME

FORMAÇÃO MISSIONÁRIA ... ou na Diocese de Barra, na Bahia, onde há muitos anos voluntários da Arquidiocese realizam visitas missionárias às comunidades cores e queria saber a causa dessa diversidade. Para livrar-se da menina, o pai pegou o mapa, rasgou-o em dezenas de pedaços e mandou que a filha montasse de novo o mapa e que depois daria a explicação. Passaram-se alguns minutos e, para espanto do pai, a filha voltou com o mapa completamente restaurado. Surpreso, quis saber como a filha havia conseguido, com tanta rapidez, reconstituir o mapa. “É que atrás do mapa, papai, havia o desenho de um homem. Eu consertei o homem e com isso consegui montar de novo o mundo”.

se processo. A mudança sempre tem um ponto de partida e um horizonte para chegar. Mas, não nos esqueçamos, mesmo que seja enorme a distância, tudo sempre começa com o momento da partida. E esse momento melhor se completa a partir da mudança nas pequenas coisas. Um grande edifício é feito de milhares de tijolos. A praia é composta de milhões de partículas de areia. É através de pequenas ações, aparentemente insignificantes, que as coisas grandes e importantes se fazem. Já disse alguém: se tomo todos os dias as mesmas atitudes, terei sem-

Lembramos que no dia 27 de fevereiro, das 8 às 16h, será realizado no salão da Igreja São Francisco de Assis, no Kobrasol, em São José, um dia de formação missionária. São convidados a participar os assessores/as da Infância e Adolescência Missionária da Arquidiocese. Para mais informações, entre em contato com Dalva, pelo fone (48) 8411-3896. Em setembro de 2010, mais de 350 se reuniram no mesmo local para participar do seu Congresso

INTENÇÃO MISSIONÁRIA DE FEVEREIRO Rezemos com toda a Igreja para que nos territórios de missão, onde a luta contra as doenças é mais urgente, as comunidades cristãs saibam testemunhar a presença de Cristo ao lado dos que sofrem.


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Geral

Janeiro/Fevereiro 2011

Foto JA

Pe. Pedro Koehler Uma vida dedicada ao ministério sacerdotal em Florianópolis No dia 08 de dezembro de 2010, a Arquidiocese de Florianópolis esteve em festa para celebrar os 50 anos de ordenação presbiteral do Pe. Pedro José Koehler. Para marcar a data, 13 Missas de Ação de Graças foram pré-agendadas nos convites que encaminhou aos padres, diáconos, lideranças da Arquidiocese e amigos. Mas, incansável e atendendo a pedidos, acrescentou várias outras em seu programa. Apesar de natural de Luiz Alves, onde nasceu a 16 de janeiro de 1935, Pe. Pedro José Koehler tem uma forte identificação com Florianópolis. Isso por ter exercido em Florianópolis 43 dos seus 50 anos de ministério presbiteral, por ter trabalhado por longos anos na Catedral, por ter lecionado por muito tempo nas duas principais instituições de ensino da Capital e por ser muito presente nas celebrações e eventos litúrgicos. Na entrevista que segue, ele comenta essa identificação com a Capital, fala sobre seu trabalho no magistério, a atenção às autoridades, da Pastoral do Turismo Religioso, a qual coordena, e das alegrias no ministério sacerdotal. Jornal da Arquidiocese Embora não seja natural de Florianópolis, o senhor é bastante identificado como uma das

pessoas de referência da cidade. Como o senhor encara isso? Pe. Pedro Koehler - Nestes 50 anos de feliz e realizado sacerdócio, dos quais 43 realizando o ministério nesta bela Florianópolis, na evangelização e na promoção de uma vida mais digna em favor dos semelhantes, sempre me senti bem acolhido e valorizado por todos. As palavras de Jesus: “O que semeamos, a seu tempo colheremos” Gl 6,7, sempre me marcaram profundamente e me acompanharam no meu ministério sacerdotal, ou seja, a valorização de todo ser humano, o bom acolhimento e o diálogo. JA - Nos seus 50 anos de ministério presbiteral, o magistério sempre esteve muito presente. Qual a importância desse trabalho? Pe. Koehler - Um dos trabalhos apostólicos ao qual me dediquei com alegria e paciência foi a Educação Religiosa, ou seja, o contato com os adolescentes e jovens no Instituto Estadual de Educação e na Escola Técnica Federal, (hoje Instituto Federal de Santa Catarina), pois percebia que no ambiente estudantil podia levar-lhes uma mensagem positiva e cristã e ser um pouco de luz em suas vidas. JA - O senhor é bastante requisitado para presidir a celebra-

Em uma das Missas de Ação de Graças, Pe. Pedro Koehler presidiu à Eucaristia na Catedral, local onde trabalhou por muitos anos.

Nesses 50 anos de padre, o que mais me tem edificado e feito vivenciar o meu sacerdócio é a Celebração Eucarística”

ções em várias entidades públicas de Florianópolis. A que se deve isso? Pe. Koehler - Nos anos em que fui professor nas duas instituições de ensino, tive mais de 20 mil alunos. Cultivei amizades que permaneceram e se aprofundaram com o tempo. Muitos ex-alunos passaram a ocupar cargos relevantes em Florianópolis e Santa Catarina, nas mais diversas atividades. Com a amizade e pela minha disposição em representar o bispo em ocasiões em que ele não pode estar presente, passei a ser requisitado para várias solenidades, as quais procuro realizar com

Retalhos do Cotidiano Quando o rigor do inverno habita a terra, ela se desveste e só volta a cobrir-se de folhas perto do verão. Então acolhe os passarinhos e deixa-os brincar quanto querem em seus galhos, sem se importar de ver-se sacudida a todo instante. A sombra que dá, conforta homens e animais. Os frutos que oferece saciam a fome de muitos. Se for preciso, dá-se para construir uma casa, ou uma manjedoura, ou uma cruz. Ou para, consumindo-se até o fim, deixarse queimar e aquecer os irmãos homens no inverno. E, com as cinzas, adubar a terra. Se a deixam viver, suas folhas purificam o ar e embelezam a terra e, cumprida sua missão, caem e fecundam o solo, retribuindo-lhe a generosidade que as fez crescer. Como Deus, sem falar, me fala pela árvore! É mestra silenciosa, humilde e generosa, que, esquecendo-se de si, dá-se aos outros

JA - O senhor fundou e coordena a Pastoral do Turismo Religioso na Arquidiocese. Qual a importância desse trabalho? Pe. Koehler - Como Pároco e Reitor da Catedral Metropolitana, percebendo o grande afluxo de turistas, especialmente nossos queridos hermanos argentinos, já em 1973, pesquisei e imprimi um folder (folheto) com datas e orientações sobre a Catedral, as Igrejas históricas da Ilha, bem como sobre Florianópolis, folheto que, mediante os guias, era distribuído aos turistas. Nesse sentido, o Arcebis-

po solicitou-me para ser o coordenador da Pastoral do Turismo na Arquidiocese de Florianópolis, colaborando então com a impressão de milhares de folders com os horários das missas e cultos dos fins de semana, orientando assim a todos no cumprimento do dever de gratidão para com Deus. Igualmente há 20 anos celebro a missa das 10hs, em cada segundo domingo do mês, no Santuário Santa Paulina, em Vígolo, Nova Trento. JA - Dentre as inúmeras atividades que desempenhou ao longo do seu ministério, qual lhe deu mais alegria e por quê? Pe. Koehler - Nestes 50 anos de feliz Ministério Presbiteral, foram muitas e as mais diversas as atividades pastorais por mim exercidas. Todas elas me deram muita alegria e realização e me impulsionaram e animaram na vivência cada vez maior do meu sacerdócio: seja na Educação Religiosa Escolar; seja nas Maratonas Bíblicas; na Evangelização nos programas e entrevistas nas rádios e TVs; seja no confessionário; na administração do sacramento da reconciliação e do batismo; na visita e confortando os enfermos. Mas a que mais me tem edificado e feito vivenciar o meu sacerdócio foi e é a Celebração Eucarística, ou seja, a Santa Missa. Muito me alegrei com as milhares de crianças e adolescentes, aos quais, na celebração da Sagrada Eucaristia, tenho proporcionado a graça de receberem a Jesus na Eucaristia pela primeira vez em seu coração.

Carlos Martendal Foto/JA

Árvore

verdadeiro zelo pastoral.

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Presente O Pai dá cada filho ao mundo como presente. E se alegra quando os vê se desembrulhando para dar-se aos outros. Que presente foi, para nós, Dom Murilo! Agora é tempo de ele dar seu amor, zelo e dedicação aos que estão na Arquidiocese de Salvador. Que belo presente recebem aqueles nossos irmãos! Parece que chegou ontem aqui e já vai embora, aquele que o Coração de Jesus já entregou a tantos. É cedo, caríssimo amigo. Mas, vá: seu Amigo o quer em outras terras. A Mãe o acompanhará e José o ajudará a obter no céu as “provisões” de que precisa para continuar apascentando o povo de Deus!

tanto e tanto, que, na maioria das vezes, nem é notada.

fartura onde passais, Senhor!” (Sl 64[65],12)

Árvore 2

Deixar

Já se passaram vários dias desde que comecei a contemplar aquela árvore. Parece que seus frutos não terminam... É como se lê no livro sagrado: “Transborda a

Acabei de deixar o carro na lavação. Pensei: cuidarão bem dele e logo o terei ainda mais bonito e bem cuidado que agora. Caminhando, encontrei um pai e

Flores Umas crescem e se voltam para cima, como as rosas e os cravos; outras desabrocham e se voltam para baixo, como as palmas. Nós somos os que vivemos com os olhos no céu e os pés na terra, sabendo que “não temos aqui morada permanente” (Hb 13,14).

Flores 2

uma mãe que deixavam o filho pequeno no Jardim. Em que terão pensado? Lendo a Palavra, escuto Jesus chamar Simão e André. Eles, deixando imediatamente as redes, seguiram-nO. E, depois, o mesmo se deu com Tiago e João. Há tanto a deixar, cada dia. O que temos deixado? como temos deixado? por quê?

Gosto de ficar admirando as palmas. Só ficam eretas, em pé, se amarradas a uma estaca. Precisam deixar-se amarrar, dependendo da estaca para não cair antes de dar todos os frutos que contêm. Assim sou eu, sempre tentado a cair antes do tempo. Mas ouço Santo Agostinho e de novo me animo: “O vosso Verbo, eterna verdade, eleva até si os que abaixam a cabeça... curando-lhes o orgulho e alimentando o amor”. Quando abaixo a cabeça e me deixo na “estaca” que é o Senhor, aí posso frutificar!


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Projeto integra Santuários da Arquidiocese Feita a avaliação da caminhada conjunta, houve Celebração Eucarística e almoço de confraternização Divulgação/JA

Uma Celebração Eucarística, realizada no dia 16 de janeiro, no Santuário de Santa Paulina, em Nova Trento, marcou o lançamento do projeto “Vale dos Santuários”, que pretende criar uma rota de turismo religioso entre os santuários existentes no Vale do Rio Tijucas. O objetivo é consolidar a região como um pólo de Turismo Religioso e Sustentável do Brasil. A iniciativa é da Agência de Desenvolvimento Regional, que integra o Governo do Estado e outras instituições como a CNBB e a Arquidiocese de Florianópolis. O projeto foi desenvolvido por meio de reuniões com representantes das igrejas e secretarias de turismo da região, pois estima-se que 92,8% da população brasileira professam alguma crença religiosa, e os santuários são importante ponto de visitação. Além de oportunizar às pessoas a visitação a locais religiosos e professar a sua fé, o projeto também pretende proporcio-

nar que os visitantes conheçam a natureza e a cultura desses locais. Com isso, gerar trabalho e renda nos pontos de visitação. O evento contou com a presença dos reitores dos quatro santuários: Pe. Alvino Milani, Azambuja, em Brusque; Frei Rafael Sprícigo, Angelina; Pe. João Schneider, Santuário Santa Paulina; e Eluísio Voltolini, representando o Santuário de Nossa Senhora do Bom Socorro, de Nova Trento. Além dos santuários, a rota de turismo religioso também integra os municípios de Botuverá, Canelinha, Major Gercino, São João Batista, Guabiruba e Tijucas.

Sonho antigo Para o Pe. Pedro José Koehler, coordenador arquidiocesano da Pastoral do Turismo Religioso, a iniciativa surge porque as autoridades estão percebendo o crescimento do turismo religioso. “A visita aos santuários aviva cada vez mais a fé, integração e relaciona-

Durante celebração, quatro moças representaram as padroeiras dos santuários do Vale do Rio Tijucas mento entre as pessoas”, disse. “Esse circuito é sonho antigo e é um Marco Histórico para a

Catarinense assume cargo no Vaticano Dom João Braz de Avis era arcebispo de Brasília, onde em 2010 foi realizado o 16º Congresso Eucarístico Nacional O papa Bento 16 nomeou, no dia 04/01, o arcebispo de Brasília, Dom João Braz Aviz, como novo prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Dom Aviz sucede ao cardeal francês Franc Rodé, 76 anos, que pediu renúncia da função por limite de idade (75 anos), conforme prevê o Código de Direito Canônico. Dom João Braz permanece como Administrador Apostólico até fevereiro, quando o Santo Padre o chamará a Roma. A despedida oficial será em uma missa, com data ainda a ser definida. Ainda não foi nomeado o sucessor de Dom João na Arquidiocese de Brasília. "Nestes quase 7 anos na Arquidiocese, experimentei a graça de servir a uma Igreja unida, fiel e generosa! Confio esta nova etapa de minha vida ao Senhor, que pode me sustentar", disse o Arcebispo durante uma coletiva de imprensa no mesmo dia.

História Dom João Braz de Aviz nasceu em Mafra, Diocese de

Dom João Braz de Avis, 63 anos, antes de ser arcebispo de Brasília foi bispo de Ponta Grossa e Maringá. Nas duas, sucedeu Dom Murilo Krieger Joinville, em 24 de abril de 1947, após ter frequentado os estudos filosóficos no Seminário Maior Rainha dos Apóstolos, de Curitiba, e na Faculdade de Palmas (PR). Foi ordenado sacerdote em 26 de novembro de 1972 e incardinado na Diocese de Apucarana. Em 31 de maio de 1994 recebeu a consagração episcopal e foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória. Transfe-

rido como Bispo de Ponta Grossa (PR) em 12 de agosto de 1998, foi promovido a Arcebispo de Maringá em 17 de julho de 2002. Tanto em Ponta Grossa quanto em Maringá sucedeu a Dom Murilo Krieger. Em 28 de janeiro de 2004 foi nomeado Arcebispo de Brasília. Em maio de 2010, organizou o 16º Congresso Eucarístico Nacional, que aconteceu junto ao 50º aniversário da cidade.

região. Com esta iniciativa, haverá muitos grupos de fora que terão interesse em conhecer o nos-

so Vale” acredita Irmã Maria Adelina da Cunha, diretora geral do Santuário de Santa Paulina.

Setor Juventude lança subsídio Material serve para dinamizar as Jornadas Diocesanas da Juventude em todo o Brasil Fruto do trabalho de jovens representantes das várias expressões eclesiais da juventude de todo o Brasil, o subsídio Jornada Diocesana da Juventude 2011 - “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (cf. Cl 2,7) tem como objetivo criar uma caminhada de formação e preparação para um novo tempo de evangelização da juventude brasileira. Esse será o primeiro texto de uma coleção produzida para ajudar os jovens a caminhar em unidade pastoral, temática e celebrativa com a Igreja que, em diferentes partes do mundo, vivencia a diversidade na celebração da unidade pelas Jornadas Diocesanas da Juventude (JDJ). O subsidio, que será lançado pelas Edições CNBB, foi elaborado sob a coordenação de dom Eduardo Pinheiro e de Pe. Carlos Sávio Ribeiro, respectivamente bispo referencial e assessor nacional do Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A assessoria aos jovens foi feita pelo estudioso das Jornadas Mundiais da Juventude, Erofilho Cardozo, e pela assesso-

ra do Setor Universidades da CNBB, Irmã Maria Eugênia Lloris. O material de 2011 visa a ajudar os jovens a se prepararem para a celebração da JDJ e tem como subtítulo o tema da Jornada Mundial da Juventude, que acontece em Madri, na Espanha, no mês de agosto. O texto dá dicas e sugestões para essa preparação, abrindo espaço para a criatividade e a adaptação às realidades dos jovens. O documento propõe a realização de três encontros: um, enfocando a relação pessoal com Jesus Cristo; outro, dedicado à vivência do jovem na Igreja, e outro voltado à atuação do jovem cristão na sociedade. São apresentadas sugestões práticas para que a juventude possa conhecer a profundidade das mensagens bíblicas e experimentar a riqueza da espiritualidade celebrada nas jornadas e testemunhar o amor de Cristo no mundo, hoje. O subsídio Jornada Diocesana da Juventude 2011 pode ser adquirido direto no site das Edições CNBB, pelo telefone (61) 2193-3019 e pelo e-mail vendas@edicoescnbb.com.br.


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Trabalho Social recebe prêmio nacional Associação João Paulo II, em Palhoça, foi a vencedora do Prêmio Betinho - Atitude Cidadã de 2010

O Projeto O projeto, dividido em três pro-

Foto JA

Irmã Neves, fundadora da ONG João Paulo II, no Bairro Ponte do Maruim, em Palhoça, foi a grande vencedora do Prêmio Betinho 2010, na categoria Atitude Cidadã. Ela representou, no dia 08 de dezembro, a região Sul no evento nacional em SP ao lado de dois outros projetos sociais. Com 86 anos, Irmã Neves ajuda cerca de 600 famílias da sua comunidade e atinge outras mais de duas mil pessoas com seu projeto. Todo o Brasil votou através do site e ela foi a vencedora. Pertencente ao Instituto Fraternidade Esperança, Irmã Neves escolheu a comunidade da Praia, no bairro da Ponte do Maruim, para se dedicar às pessoas empobrecidas daquela região. O local era habitado por pescadores de baixa renda e apresentava vários problemas de infraestrutura. Nascida em Canasvieiras, Florianópolis, filha de pescador, Irmã Neves ingressou no convento aos 18 anos. Lecionou e foi diretora de colégios em vários locais do Estado. Com um grupo de religiosas e voluntários, em 1979, criou o Projeto de Desenvolvimento Comunitário da Praia. “A iniciativa tinha como objetivo levar saneamento básico e urbanizar as favelas de palafitas que se formaram na margem direita do Rio Maruim”, disse Irmã Neves. Mas foi mais além.

foi completamente modificada. Hoje as pessoas têm uma condição de vida melhor, e toda a região ganhou uma melhor estrutura. Todo o trabalho é mantido através de convênio com a prefeitura local e de doações de voluntários.

O Prêmio

Irmã Neves diante da instituição que fundou há 30 anos e que atende mais de 2,6 mil pessoas da comunidade da Praia, na Ponte do Maruim, em Palhoça gramas: pedagógico; profissionalizantes e sociais/comunitários, atende 2,6 mil pessoas. No pedagógico, são atendidas mais de 600 crianças e adolescentes. Na sede, há um centro de educação infantil que atende 105 crianças de 0 a 5 anos. No centro de desenvolvimento de crianças e adolescentes, de 6 a 15 anos, são oferecidas oficinas e acompanhamento pedagógico.

No profissionalizante, através de parceria com o Centro Cultura Escrava Anastácia, encaminhamse jovens para os cursos do Jovem Aprendiz. Também contam com outras parcerias com instituições de ensino técnico, que proporcionam bolsas de estudo. As atividades sociais e comunitárias iniciaram com a chegada no bairro e iniciaram com a organização comunitária. Graças

a isso, conseguiram o aterro e saneamento básico. A cada dificuldade era criada uma comissão que dava continuidade ao trabalho. Hoje há no bairro oito entidades, que formam a Comissão de Entidades da Praia - COEP. Elas se reúnem três vezes ao ano para discutir os problemas da comunidade e buscar soluções conjuntamente. Graças a isso, a realidade local

O Prêmio Betinho-Atitude Cidadã, lançado pela Rede Nacional de Mobilização Social, em 2008, quer valorizar as pessoas que praticam no dia a dia a luta contra a fome e a promoção da cidadania. Quer ainda dar rosto, voz e reconhecimento a quem participa ativamente da comunidade onde vive e acredita que cada um(a) - a seu jeito - pode fazer a sua parte para construir um Brasil melhor e mais justo. O Prêmio também quer ser um estímulo para que todos(as) encontrem sua forma de participação. Em sua 1ª edição, a iniciativa recebeu cerca de 17 mil votos, provenientes de 674 localidades, e 33 vencedores foram anunciados durante o II Encontro Nacional da Rede, realizado no Rio de Janeiro. Em 2009 o Prêmio teve ainda mais participantes. Foram cerca de 78 mil votos de 1.410 localidades e 32 vencedores. Para mais informações, ou para contribuir com o projeto, entre em contato pelos fones (48) 3242-0061 ou 32426963, ou pelo e-mail sjpii@ hotmail.com.

Pe. Pedro Koehler celebra 50 anos de Ordenação Presbiteral Missa de Ação de Graças na Catedral foi uma das muitas celebradas na Arquidiocese pelo jubilando Uma Celebração Eucarística, realizada às 19h30 do dia 12 de dezembro, marcou o Jubileu de Ouro de Ordenação Presbiteral do Pe. Pedro José Koehler. Realizada na Catedral de Florianópolis, a celebração foi concelebrada pelos padres Paulo Di Coppi, Giovanne, ambos do Pontifício Instituto Missões Exteriores, Pedro Martendal e Francisco de Assis Wloch, ambos da Catedral. Essa foi uma das várias missas de Ação de Graças celebradas pelo Pe. Pedro Koehler. A celebração ainda contou com a presença de familiares, amigos, paroquianos, ex-alunos do Instituto Estadual de Educação e da Escola Técnica Federal de Santa Catarina, onde lecio-

nou. Também houve a presença de ex-colegas de seminário e dos cursos que realizou. A homilia foi feita pelo Pe. Francisco Wloch, pároco da Catedral. Ele lembrou que, em 1965, foi aluno do Pe. Koehler, que estava no Seminário. "Jamais imaginaríamos naquela época que, passado tanto tempo, eu seria convidado para fazer a homilia no seu Jubileu de Ouro", disse Pe. Chico. Antes da consagração, Pe. Koehler lembrou que o cálice utilizado na Consagração foi uma doação do Papa João Paulo II, quando esteve em Florianópolis, em 1991, para presidir à celebração de beatificação da Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus.

No Ofertório, foram trazidos ao altar vários símbolos ligados à vida do Pe. Koehler nos seus 50 anos de sacerdócio. Entre eles: a Bíblia, fonte da sua vocação; um aparelho de rádio, sobre sua atuação nos meios de comunicação; livro da Pastoral do Turismo Religioso, pelo trabalho que coordena; caderno de Educação Religiosa, pelos vários anos como professor; documento com a Bênção Apostólica do Papa pelo seu Jubileu de Ouro; brasões que simbolizavam as quatro origens de sua família; a Imagem de Santa Paulina, simbolizando o santuário onde há 19 anos, sempre no segundo domingo do mês, Pe. Pedro Koehler celebra; a Estola, símbo-

Celebração jubilar, realizada na Catedral, foi concelebrada pelos Pes. Paulo De Coppi, Pedro Martendal e Chico Wloch lo do poder e do serviço do sacerdote; e Pão e Vinho, que, na Consagração, se tornam o Corpo e Sangue de Jesus.

Mais fotos no site da Arquidiocese (www.arquifln. org.br), clicar em "Álbum de fotos".


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