SINDPACEL 60 ANOS

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Este caderno テゥ parte integrantedo Jornal A TARDE. Nテ」o pode ser vendido separadamente. CAPA: Argolo

PROJETO ESPECIAL DE MARKETING

SALVADOR, BAHIA, Sテ。ADO 13/12/2014


BAHIA, 2 SALVADOR, SÁBADO 13/12/2014

Por Adriana Souza

Sindpacel: 60 anos de união e sustentabilidade nas ações Unir, representar e fortalecer as indústrias por meio de ações que tragam benefícios e melhorias para o setor, promovendo o desenvolvimento sustentável no Estado. Essa é a missão do Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão, localizado no Estado da Bahia, que completou, em junho deste ano, 60 anos de existência. Representando um setor que, atualmente, gera mais de 5.000 trabalhos diretos e 12.500 indiretos na Bahia, polo que abrange mais de 5% da produção de celulose do Brasil, o Sindpacel encara como principal desafio integrar as indústrias de papel e celulose em suas relações com os trabalhadores, governos, órgãos públicos e entidades da sociedade civil organizada. Hoje, em defesa dos interesses das oito indústrias associadas à

entidade, o órgão ganhou notoriedade pelas conquistas alcançadas durante a sua longa história. Para Jorge Cajazeira, presidente do Sindpacel, essa data é histórica e merece ser comemorada todos os dias. “Nós representamos indústrias que são exemplos em boas práticas, seja no quesito social ou ambiental. Nossas conquistas são frutos de diálogos construtivos entre a iniciativa privada, o Poder Público e a sociedade em geral e são elas que demonstram o compromisso que temos não somente com o Estado, mas com o seu povo e seu ambiente natural”, ressalta. Nos últimos quatro anos, sob o comando da atual diretoria, a instituição lançou o Relatório Gerencial e o Anuário Bahia Indústria Florestal, documentos que demonstraram em números a importância que o setor representa para o Estado da Bahia. Além da própria sede, a entidade reformulou sua

Ex-presidentes do Sindpacel 1954

RICARDO VIEIRA PEREIRA

1954 a 1960

IDEMAR RIBEIRO MARACAJÁ

1960 a 1964

JOSÉ ARRUDA DA SILVA

identidade visual, ajustou suas políticas internas e fortaleceu o vínculo com as indústrias associadas. Para Carlos Procópio, gerente de Relações Industriais da Klabin, os sindicatos realizam um trabalho de suma importância para o desempenho e desenvolvimento do setor de papel e celulose. “O Sindpacel, por exemplo, tem enorme representatividade para o mercado nordestino. Nas suas seis décadas de existência, o sindicato alcançou não apenas importância no Estado da Bahia, mas também se tornou referência em todo o Nordeste”, ressalta. Atuação global com caráter regional. Essa é uma das características que marcam a administração do sindicato, que tem representatividade em 14 importantes grupos, divididos em Meio Ambiente (COMAM, CEPRAM e SEMA, Governo (SEAGRI, SICM, SEPLAM), Terceiro Setor (CNI, SESI,

1964 a 1966 RICARDO VIEIRA PEREIRA

1966 a 1968

PLÍNIO MOSCOZO BARRETO DE ARAÚJO

FIEB) e Conselhos (Comitê Jurídico do IBÁ, CORES e CRT), e agrega, em seis décadas de história, diversas e importantes conquistas, dentre elas sua sede própria e a modernização dos veículos de comunicação. “Éramos um sindicato que não tinha comunicação com as partes interessadas. Mudamos, melhoramos e, hoje, podemos afirmar que somos um sindicato fonte de referência para o setor de Papel e Celulose”, ressalta Cajazeira. A Bahia possui, atualmente, sete grandes indústrias de papel e celulose. A maioria delas faz parte da carteira de associados do Sindpacel, que, desde 2011, aposta fortemente na qualificação da sua mão de obra, na modernização dos processos e nas relações com grandes conselhos para defender e atender as necessidades do setor que representa.

1968 a 1970

JOSÉ DO PATROCÍNIO COELHO

1971 a 1980 RICARDO VIEIRA PEREIRA

Jorge Cajazeira,

presidente do Sindpacel

1980 a 1998 1998 a 2011

JOSÉ DO PATROCÍNIO COELHO

EXPEDIENTE: Editora: Aleile Moura [aleile@grupoatarde.com.br] Projeto gráfico: Argolo Studio Design [argolodesign.com.br] Diagramação: Edu Argolo Revisão: Gabriela Ponce

“Éramos um sindicato que não tinha comunicação com as partes interessadas. Mudamos, melhoramos e, hoje, podemos afirmar que somos um sindicato fonte de referência para o setor de Papel e Celulose”

ÉLIO RÉGIS

2011 a 2015

JORGE EMANUEL REIS CAJAZEIRA


SALVADOR, BAHIA, SÁBADO 13/12/2014

//Entrevista ISO 19.228 visa garantir a rastreabilidade de produtos de origem florestal A TARDE – Qual a finalidade da Norma ISO 19.228? JORGE CAJAZEIRA – A norma ISO 19.228, mais conhecida como ISO Florestal, visa garantir a rastreabilidade de produtos de origem florestal, com o enfoque na madeira. A norma surgiu devido a uma tendência global de coibir o comércio ilegal de madeira. Diversos países como Estados Unidos, Austrália e também a União Europeia criaram leis para impedir a entrada de madeira ilegal dentro de suas fronteiras. A ISO Florestal será um importante apoio para que as empresas nessas regiões possam atender essas legislações, bem como uma ferramenta para que o comércio entre países do Hemisfério Sul, tais como o BRICS, possa ser feito garantindo a legalidade da madeira nessas transações. AT – Quais os públicos atingidos? JC – A ISO Florestal impactará diretamente todos os produtores, distribuidores e revendedores de produtos florestais. Em regiões como a América Latina, Sudeste Asiático e África, ela terá um impacto ainda maior, porque são regiões com baixo percentual de produtos florestais com rastreabilidade. Em última análise, o consumidor final será o grande beneficiário dessa norma, porque ao comprar um produto de madeira de uma empresa certificada na norma ISO Florestal, ele terá a garantia de que a madeira tem uma origem legal e que a sua compra não está contribuindo para a destruição das florestas. AT - Quais as principais vantagens dessa nova norma ambiental? JC – A principal delas é garantir a origem legal da madeira que a sociedade consome. Mas estamos também implantando uma série de critérios adicionais para reconhecer as empresas que vão além da legalidade e que manejam suas florestas de forma sustentável, como é o caso das florestas certificadas por sistemas voluntários como o FSC ou PEFC/CERFLOR. Ainda, a ISO poderá ser um importante instrumento

ARQUIVO SINDPACEL

nas compras públicas, onde governos podem evitar o consumo de produtos florestais que fomentam a destruição de florestas. Há países em que as compras públicas representam mais de 50% da madeira consumida, e, portanto, uma norma como a ISO Florestal será um importante aliado no combate ao comércio de madeira ilegal e ao desmatamento. AT – Quais os maiores desafios nessa empreitada? JC – Por ser uma norma internacional, um dos principais desafios é construí-la de forma que fique, ao mesmo tempo, aplicável em todo o mundo, relevante localmente. Por isso, teremos um grande processo de negociações e consultas para desenvolver um conjunto de regras que sejam aceitas por todos. Mas acredito que o grande desafio vem com a aprovação da ISO Florestal, transformando-a em um aliado vital para a proteção de nossas florestas.

À frente do Sindpacel há quatro anos, Jorge Cajazeira, engenheiro, Ph.D. em inovação e sustentabilidade, diretor de Relações Institucionais da Suzano Papel e Celulose e 1º vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB), acumula na sua trajetória profissional a função de presidente do Comitê Internacional da nova norma florestal – ISO 19.288, cujo objetivo é permitir às empresas tranquilizar os seus clientes - e, indiretamente, a sociedade global – de que as madeiras são colhidas de forma legal sem desmatar ou agredir o meio ambiente. Confira mais informações na entrevista concedida à repórter Adriana Souza.

AT – Pela sua expertise, quais itens da norma as empresas terão maior dificuldade de aplicar? Os princípios das normas são mundiais ou se distinguem de acordo com as peculiaridades de cada país? JC – Acredito que as empresas estabelecidas em países com baixo nível de governança florestal terão mais dificuldade no cumprimento da norma. Isso porque, por nossa experiência, são esses países que também experimentam os maiores índices de extração e comércio ilegais de madeira. A norma tem princípios mundiais que poderão ser adaptados à realidade local, conforme prevê a própria ISO. Mas essa adaptação não pode deixar a norma mais fraca, ela deve simplesmente torná-la mais coerente com a realidade local. AT – Qual a mensagem que deixaria para os empresários sobre a importância da aplicabilidade dessa norma dentro das organizações? JC – O setor privado tem um papel fundamental na conservação das florestas em todo o mundo. E é atra-

vés do uso responsável dos recursos florestais que poderemos usar nossa força econômica como instrumento de proteção ambiental. As empresas líderes já enxergaram essa tendência e já se articularam 20 anos atrás quando criaram os primeiros sistemas de certificação florestal voluntários. Agora, essa tendência chega para todas as empresas, e aquelas que ficarem de fora certamente enfrentarão dificuldades crescentes para comercializar seus produtos, no Brasil e no Exterior. Portanto, fica nosso convite para que todos participem das etapas futuras de consultas públicas sobre a ISO Florestal que a ABNT realizará no Brasil ao longo dos próximos dois anos. AT – Na sua visão, enquanto presidente mundial da norma, quais as conquistas que ela traz para a sociedade? JC – Ela beneficia a sociedade como um todo. Empresas, governos ou pessoas físicas, não importa qual setor da sociedade, todos estão ávidos por poderem contribuir com a proteção florestal e o bem-estar social, mas a grande maioria não sabe como, e é exatamente aí que a ISO Florestal se encaixa perfeitamente. Ela cria um instrumento de apoio às decisões de compra dos consumidores. AT – As associadas do Sindpacel já seguem alguns dos critérios da norma ISO 19.228? Quais os principais itens a serem desenvolvidos? JC – Todas as nossas associadas já possuem diversas certificações ambientais como a ISO 14001 e florestais como FSC e PEFC/CERFLOR. Assim, acreditamos que todas as associadas já estarão adequadas ou muito próximas de cumprir com a nova norma quando a mesma for aprovada. A grande diferença é que ela trará para as empresas sérias, que ainda não possuem qualquer tipo de certificação voluntária, um instrumento para mostrar aos seus clientes um compromisso com a origem legal e sustentável da madeira.

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BAHIA, 4 SALVADOR, SÁBADO 13/12/2014

Por Jairo Gonçalves

Os avanços e a modernização na indústria do papel e celulose Em um cenário de crescimento no volume de exportações, a indústria de papel e celulose aposta na modernização e expansão dos seus parques fabris para atender o aumento da demanda. Na Bahia, está instalado um dos maiores parques industriais de celulose do mundo e o Estado é um dos grandes produtores da matéria no Brasil. Em 2013, a Kimberly-Clark investiu cerca de R$ 100 milhões na fábrica inaugurada em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador. A unidade produz fraldas, absorventes, papel higiênico e lenços de papel, empregando 600 trabalhadores, sendo 400 de forma direta. Segundo Marcelo Zenni, gerente de manufatura da Kimberly-Clark em Camaçari, há um ano no mercado baiano, a unidade já é responsável por 15% do faturamento nacional da empresa e o objetivo é ampliar este percentual nos próximos anos. “A companhia tem seguido de perto as movimentações do consumo na Região Nordeste, principalmente no crescimento de consumo em produtos para o público infantil, como fraldas e lenços umedecidos. Para os próximos anos, a empresa já prevê uma ampliação de seu parque fabril em Camaçari”, revela. Com forte participação na economia e geração de emprego e renda no Sul da Bahia, a Veracel e a Suzano são duas gigantes do setor que têm contribuição importante para o desenvolvimento das regiões em que atuam. A Suzano, localizada em Mucuri, no Extremo Sul da Bahia, possui a maior unidade produtora de celulose e papel no Brasil. Para 2014, a empresa havia anunciado um investimento da ordem de R$ 1,75 bilhão, valor que inclui os investimentos feitos na implantação da nova unidade localizada no município de Imperatriz, no Maranhão, que entrou em operação em dezembro de 2013. A unidade tem capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas de

celulose e 100 MW de energia excedente. Além da nova planta industrial, a Suzano também investe na utilização de inovações tecnológicas na unidade de Mucuri, na qual foi instalada recentemente uma nova caldeira que, entre outros ganhos, proporcionará o crescimento da produção de energia, tornando a unidade autossuficiente e superavitária. “No próximo ano, a Suzano seguirá com os investimentos nos projetos que permitam aumentar a eficiência e a rentabilidade para remunerar adequadamente os ativos da empresa”, pondera Jorge Cajazeira, diretor de Relações Institucionais da Suzano. A geração de empregos promovida pela planta do Extremo Sul gira em torno de 1900 empregos diretos e mais 5000 indiretos, números que refletem o impacto da Suzano na economia da região. O volume de produção também aumentou com a entrada em operação da nova unidade, e de outubro de 2013 a 30 de setembro de 2014 foram produzidos 2,6 milhões de toneladas de celulose e 1,3 milhão de toneladas de papel. Segundo Cajazeira, o desempenho econômico financeiro também tem sido positivo, com o incremento de receita, que atingiu R$ 6,7 bilhões entre outubro do ano passado e setembro deste ano. O crescimento também tem sido acompanhado pela otimização dos recursos da empresa, que registrou a redução do custo caixa de produção de celulose de R$ 581/tonelada no terceiro trimestre de 2013 para R$ 502/ton. no terceiro trimestre deste ano. De acordo com dados da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia (SICM), a Suzano e a Veracel são responsáveis por 21,2 % da produção nacional de papel e celulose no país. A Veracel possui unidades industriais nos municípios de Eunápolis e Belmonte, ambos na Bahia, e opera desde 2005 na

GLEISON REZENDE/ DIVULGAÇÃO

ERNANDES ALCÂNTARA/ DIVULGAÇÃO

produção de fibra de celulose. No mês de novembro deste ano, a empresa atingiu a marca de 10 milhões de toneladas de celulose produzidas em processos que garantem o desenvolvimento sustentável. A empresa conta com uma moderna tecnologia de produção e eficiência operacional que lhe asseguram capacidade para produzir até 1,3 milhão de toneladas de celulose de fibra curta por ano. Rosane de Deus, assessora de Relacionamento Corporativo da Veracel, destaca que, atualmente, a geração estimada de empregos indiretos decorrentes da circulação da economia regional proporcionada pelo empreendimento é cerca de três a quatro vezes superior ao número de empregos diretos. “Atualmente, os empregos diretos somam 3.250 posições. De 2005 até outubro/2014, a Veracel investiu, aproximadamente, R$ 500 milhões em remuneração de seus empregados. A empresa é, ainda, o centro de uma cadeia econômica, movimentada a partir das atividades que desenvolve e dos produtos e serviços que adquire na região. Adicionalmente, mantém diversos programas específicos de articulação com os produtores e empreendedores locais”, afirma. Para o futuro, as expectativas são boas. “Em 2015, a Veracel prevê investimentos da ordem de R$ 250 milhões, sendo R$ 30 milhões apenas em manutenção de sua base fabril, representando um incremento de produção da ordem de 26% acima de sua capacidade nominal inicialmente instalada”, revela Rosane.

A indústria de papel e celulose aposta na modernização e expansão dos seus parques fabris para atender o aumento da demanda.


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Por Adriana Souza

Descentralização da economia gera oportunidade de crescimento Pela sua localização geográfica, Feira de Santana e Santo Amaro da Purificação se transformaram em grandes polos econômicos e de desenvolvimento da Região Nordeste do Estado. Grandes indústrias do setor de Embalagens de Papelão integram parte da cadeia de fornecimento de bens de consumo da região (alimentos, calçados, químicos, farmacêuticos, eletrodomésticos, eletrônicos etc.), ramo considerado um termômetro confiável de aquecimento da Economia. Este ano, o grupo Penha Papéis e Embalagens assumiu a unidade de embalagens de papelão ondulado que pertencia à MWV Rigesa, gigante norte-americana do setor. Segundo Carlos Shiguematsu, presidente do Grupo, a aquisição permitirá atingir uma fatia superior a 50% de participação do setor de embalagens na região Norte-Nordeste. “A aquisição permitirá buscar uma maior participação no setor de embalagens, já que a unidade de Feira de Santana é moderna e bem-equipada, mas está produzindo abaixo da sua capacidade instalada”, esclarece. O Grupo Penha está no Estado há oito anos e desde a sua chegada ao Recôncavo Baiano investiu R$ 150 milhões na região, sendo R$ 20 milhões somente em 2012. Esse incremento significou a recuperação econômica da região de Santo Amaro, fortemente abatida por uma crise financeira. As atividades das quatro unidades baianas (Depósito de Aparas Nossa Senhora da Penha, Penha Papéis, Penha Embalagens e Penha Agroflorestal) geram cerca de 1500 empregos diretos na região de Santo Amaro e em Salvador, e mobilizam, aproximadamente, 28 mil pessoas em todo o Estado, envolvidas direta ou indiretamente com a coleta de aparas de papelão, geralmente

organizadas em cooperativas. Na contramão das estatísticas, segundo o Banco Central, a Região do Nordeste cresceu economicamente 4%, resultado superior à média nacional. Esse crescimento é justificado pelos investimentos realizados pelas grandes indústrias presentes na região, não somente do Recôncavo Baiano, como a Penha, a Klabin e a Bahia Specialty Cellulose/Copener (BSC), mas também no Sul da Bahia, como a Fibria, a Suzano e a Veracel. Na região de Feira de Santana, a unidade da Klabin é responsável pela produção de 50 mil toneladas por ano de papelão ondulado e está entre as dez maiores indústrias da região. Para Carlos Procópio, gerente de Relações Industriais da Klabin, o Nordeste é estratégico para a companhia, uma vez que a região apresenta crescimento significativo em todas as áreas de negócio. “A região se destaca pelos investimentos no Polo Industrial de Camaçari (BA), obras como a transposição do Rio São Francisco, os complexos portuários de Suape (PE), Pecém (CE) e Itaqui (MA), a Refinaria Abreu e Lima (PE) e as Ferrovias Transnordestina e Leste-Oeste. Para o setor de Embalagens, o avanço significa mais insumos sendo produzidos e, consequentemente, mais embalagens. Por isso, a companhia segue apostando na região. Somente no ano passado, por exemplo, a Klabin destinou R$ 400 milhões à Unidade Goiana (PE), ressalta. Para o futuro, as expectativas são boas. Segundo dados da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SICM), entre 2012 e 2015 foram previstos investimentos na ordem de US$ 41 bilhões, com 478 novos empreendimentos, sendo que 11,5% desse montante são provenientes do setor de Papel e Celulose.

EMO ITALIAANDER/ DIVULGAÇÃO

GLEISON REZENDE/ DIVULGAÇÃO

No Polo Petroquímico de Camaçari está instalada a fábrica da Bahia Specialty Cellulose (BSC/ Copener), que figura hoje a segunda posição entre as maiores produtoras mundiais de celulose solúvel e a única a produzir na América Latina. A indústria responde pelo suprimento de mais de 10% da demanda de um mercado com oferta global de 4,3 milhões de toneladas anuais. De acordo com Sabrina de Branco, gerente de Relações Institucionais e Responsabilidade Social da BSC/ Copener, a empresa possui capacidade instalada de 485 mil toneladas anuais e se tornou uma referência em tecnologia e modernidade de equipamentos e processos, operando de forma segura e ambientalmente responsável. “A empresa lançou um programa de fomento florestal voltado aos produtores rurais das comunidades onde atua. Atualmente, são quase 100 produtores rurais parceiros que dedicam parte de suas propriedades ao cultivo de eucalipto para a complementação da demanda da unidade industrial”, revela.

Indústrias associadas do Sindpacel atuam no interior do Estado e contribuem para alavancar índices de desenvolvimento das regiões onde estão instaladas.


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Por Jairo Gonçalves

Indústrias de papel e celulose contribuem para a Economia do Estado

O ano de 2014 iniciou com saldo positivo para o setor de produção de papel e celulose na Bahia, que conta com boas perspectivas de expansão, tendo em vista os investimentos realizados por indústrias como Veracel, Kimberly-Clark, Suzano, Bahia Specialty Cellulose/Copener (BSC). De acordo com informações da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), em janeiro de 2014, a produção brasileira de celulose cresceu 5,2% e a de papel 0,1% na comparação com janeiro de 2013. A geografia do Estado é vista como um ponto forte para os negócios, pois a extensão do litoral baiano facilita o escoamento da produção para os mercados internacionais. O IBÁ aponta a Europa e a China como os dois principais mercados para a celulose brasileira, com geração de receita de 40% e 33%, respectivamente. Em documento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), durante o Encontro Nacional da Indústria (ENAI), realizado em Brasília no início do mês de novembro, a Bahia aparece como o sexto Estado do país com maior valor de exportações industriais. A fabricação de celulose e seus derivados é destaque com uma produção que corresponde a 19,2% do valor total exportado em 2013. Para Ari Medeiros, diretor de operações da Veracel Celulose, a tendência do mercado é que as fábricas existentes mantenham seus ritmos e capacidade de produção instalada elevados e também prevê que o Brasil deva atingir 18 milhões de toneladas/ano em 2015. “Cada vez mais, a modernização e o aumento de escala das fábricas existentes têm sido fatores diferenciais para a redução dos custos de produção e o aumento de suas margens de contribuição. Além da maximização das capacidades produtivas e reduções de custos, há a redução progressiva dos endividamentos através da venda de ativos e fusões”, pondera Medeiros sobre os desafios para alcançar os bons resultados.

Outra aposta do setor de Papel e Celulose é o investimento em ações que estejam em consonância com as diretrizes ambientais e, ao mesmo tempo, tragam retorno financeiro para a companhia através da otimização dos recursos já existentes. Exemplo disso são os avanços obtidos pela Suzano Papel e Celulose que, nos últimos três anos, tem registrado aumentos consecutivos na geração de caixa e receita líquida. Para isso, desenvolveu projetos de destaque como a gestão eficiente da geração e consumo de energia, gestão de recursos hídricos, investimentos no aumento da produtividade florestal e projetos de retrofit para a modernização das unidades operantes. A companhia deve investir R$ 1,5 bilhão em suas operações para 2015. Já a Veracel Celulose, durante os nove anos de atuação no Estado, já investiu R$ 4,5 bilhões em compras e serviços na Bahia, e no mês de novembro produziu 20% acima da capacidade original da fábrica, atingindo a marca de 10 milhões de toneladas de celulose. Ari Medeiros esclarece que o setor de celulose e papel brasileiro é um dos mais automatizados e modernos do mundo e ressalta que boa parte das fábricas existentes utiliza tecnologias de ponta e que estas atendem plenamente às necessidades impostas pelo mercado a nível mundial. “A maior consciência global nos aspectos sociais e ambientais tem propiciado e impulsionado a criação de novas tecnologias de produção (biotecnologia, nanotecnologia, aplicação de enzimas no branqueamento, tratamentos da lignina, biorefinarias, entre outras) e novas aplicações no setor”. De acordo com a previsão da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), a produção industrial do setor de Papel e Celulose tende a se expandir na Bahia e já estão sendo anunciados investimentos da ordem de R$ 8 bilhões até 2015.

JAN / 2014 A PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CELULOSE CRESCEU

5,2% 0,1% E A DE PAPEL

COMPARADO A JANEIRO/2013

VERACEL CELULOSE

JÁ INVESTIU

R$ 4,5 BI

em compras e serviços na Bahia

SUZANO PAPEL E CEL.

DEVERÁ INVESTIR

R$ 1,5 BI

em suas operações para 2015

EDUARDO MOODY/ DIVULGAÇÃO

‘‘Cada vez mais, a modernização e o aumento de escala das fábricas existentes têm sido fatores diferenciais para a redução dos custos de produção e o aumento de suas margens de contribuição’’ Ari Medeiros,

diretor de Operações da Veracel Celulose

Por Adriana Souza

Associadas do Sindpacel têm representatividade em Conselhos Temáticos

Com um potencial para se consolidar como um dos maiores parques industriais de base florestal do mundo, a Bahia está em posição vantajosa, pois possui fatores que são extremamente favoráveis e imprescindíveis para que as condições naturais se traduzam em sucesso: a tecnologia florestal empregada, amparada pelo trabalho de técnicos altamente qualificados, equipamentos de primeira linha e a manutenção da menor distância entre a fábrica e a origem da matéria-prima, o que garante os melhores custos de operação. Além disso, possui um setor privado organizado e condições de clima e solo extremamente favoráveis ao plantio de rápido crescimento. Segundo informações da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), este ano, somente no mercado doméstico, as vendas de celulose cresceram 5% de janeiro a outubro, chegando a 1,5 milhão de toneladas. Em relação ao segmento de Papel, as vendas ficaram praticamente estáveis ante o mesmo período do ano passado, com 4,7 milhões de toneladas. “O ano foi bom e o setor caminha para a austeridade em 2015; muitos investimentos estão sendo anunciados, principalmente no interior da Bahia, movimento que gera um enorme potencial para a incorporação de novas parcelas da população ao mercado consumidor, reduzindo as desigualdades regionais e criando ainda mais espaço para investimentos produtivos”, ressalta André Blumberg, membro do Conselho de Meio Ambiente (COMAM), da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). Atuando em parceria com o sistema FIEB e partici-

pando atualmente em 12 conselhos temáticos – Meio Ambiente, Terceiro Setor e Governo, o Sindpacel tem como objetivo suscitar discussões sobre temas relevantes às indústrias e formular diretrizes estratégicas que sirvam de base para o processo decisório e para o posicionamento político, econômico e social das suas associadas. Para Izabella Pacheco de Miranda, executiva jurídica do Sindpacel, a participação nos Conselhos Temáticos e a interface com os sindicatos que compõem a FIEB são de fundamental importância. “Construímos um nome forte e uma atuação consolidada. Nesses quatro anos de trabalhos, reforçamos a rede de relacionamentos de nossas associadas, que são empresas que têm peso significativo para a geração de emprego e renda e por suas ações socioambientais nas regiões onde estão instaladas”, analisa.

“O ano foi bom e o setor caminha para a austeridade em 2015; muitos investimentos estão sendo anunciados, principalmente no interior da Bahia”

André Blumberg,

membro do Conselho de Meio Ambiente (COMAM), da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB)

GRUPOS TEMÁTICOS NOS QUAIS O SINDPACEL TEM REPRESENTATIVIDADE:

MEIO AMBIENTE

COMAM, CEPRAM E SEMA

GOVERNO SEAGRI, SICM, SEPLAM TERCEIRO SETOR CNI, SESI, FIEB CONSELHOS COMITÊ JURÍDICO DO IBÁ, CORES E CRT

Além da participação nos diversos conselhos, o Sindpacel atua em grupos específicos como o Conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, cujo um dos objetivos é o de apoiar os empresários na implementação das novas leis ambientais e fortalecer a comunicação com os associados sempre focados nas questões de Meio Ambiente. “Liderado por Jorge Cajazeira, o Sindpacel se destaca pela atuação na defesa dos interesses e na representação das indústrias que integram o setor de Papel e Celulose, com ênfase na defesa da sustentabilidade e no desenvolvimento social e econômico. Este é um trabalho que deve ser permanente, pois o setor é um dos principais exportadores do Estado, contribuindo para o dinamismo na economia baiana. A FIEB vai continuar apoiando o trabalho desenvolvido pelo Sindpacel e todos os sindicatos filiados, visando fortalecê-los, afinal entende que a sua força está na representação sindical”, reforça Antônio Ricardo Alvarez Alban, presidente da FIEB. Para a próxima gestão, o Sindpacel espera manter as conquistas da diretoria atual e pleitear novos desafios. “Vamos focar cada vez mais no diálogo com empresas, sindicatos, federações e confederações. Fortalecer as parcerias será cada vez mais estratégico para conseguirmos galgar novas conquistas para o setor como um todo”, avalia Jorge Cajazeira, presidente do Sindpacel.


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Por Jairo Gonçalves

Florestas plantadas são a base da cadeia produtiva da celulose Retirar da natureza a matéria-prima para a confecção do seu produto e, ao mesmo tempo, preservar toda a biodiversidade envolvida nesse processo. É justamente a partir desta reflexão que as florestadas plantadas foram concebidas e, hoje, representam uma importante ferramenta de preservação, geração de emprego, renda e lucros para várias empresas do setor de papel e celulose. A Bahia Specialty Cellulose (BSC) e Copener Florestal, instalada no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, é a única empresa da América Latina a produzir celulose solúvel. A empresa tem capacidade instalada para produzir 485 mil toneladas desse material e já se consagrou como uma referência em tecnologia e modernidade de equipamentos e processos. Segundo Sabrina de Branco, gerente de Relações Institucionais e Responsabilidade Social na BSC, a principal matéria-prima utilizada na produção – o eucalipto – é obtido na base florestal da empresa, que hoje é composta por cultivos sustentáveis em mais de 20 municípios do Litoral Norte e agreste baiano. “As atividades industriais e florestais da BSC/Copener são responsáveis pela geração de milhares de empregos diretos e indiretos e agregam benefícios sociais, econômicos e ambientais às comunidades vizinhas, inclusive por conta dos investimentos sociais que são realizados na região”, explica. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas da Base Florestal (ABAF), entre empregos diretos e indiretos, a base florestal soma 320 mil empregos na Bahia. Na BSC, as atividades florestais e industriais respondem pela manutenção de, aproximadamente, 4 mil empregos diretos e indiretos no Estado. Sendo que o

NILTON SOUZA/ DIVULGAÇÃO

maior número de empregos está concentrado nas operações de plantio e manutenção de eucaliptais, no corte e transporte da madeira, bem como nas atividades administrativas e de pesquisa. PARCERIA COM AGRICULTORES É ELO FORTE DO SETOR Outra importante indústria do setor, a Fibria é líder mundial na produção de celulose de eucalipto e possui capacidade produtiva de 5,3 milhões de toneladas anuais de celulose, com fábricas na Bahia, Mato Grosso, Espírito Santo e São Paulo. No município baiano de Eunápolis, a empresa mantém 65 mil hectares de florestas nativas e 99 mil hectares de plantios de eucalipto e sua atuação se estende por mais sete municípios do Extremo Sul do Estado. As atividades florestais e de logística da Fibria geram 2.638 empregos diretos e indiretos. Segundo Marcelo Castelli, presidente da Fibria, o compromisso da companhia também inclui a contratação de trabalhadores locais. “Nossa trajetória é pautada pela sustentabilidade, que começa com o plantio do eucalipto, passa pelo manejo da floresta e evolui para o relacionamento com as comunidades vizinhas, o apoio a projetos sociais e ambientais que aliam preservação e geração de trabalho e renda, e o diálogo transparente e contínuo”, destaca. Hoje, a Fibria trabalha com uma base florestal própria de 970 mil hectares e o maior número de empregos está nas operações de plantio e manutenção dos eucaliptais, no corte e transporte da madeira e nas atividades administrativas e de pesquisa.

Segundo a ABAF, entre empregos diretos e indiretos, a base florestal soma 320 mil empregos na Bahia

A valorização das florestas plantadas também encontra referencial nas atividades da Suzano Papel e Celulose, que mantém 460 mil hectares de eucaliptos e outros 356 mil hectares de área de preservação distribuídos nos Estados de São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Tocantins e Piauí. A empresa tem a floresta plantada como sua principal matéria-prima e os diversos anos de pesquisa e desenvolvimento permitiram a expansão dos ativos florestais para a Região Nordeste do país. Referência no manejo dessas áreas, a Suzano conta com o envolvimento das comunidades de entorno e todas as suas áreas florestais são certificadas.

“Nossa trajetória é pautada pela sustentabilidade, que começa com o plantio do eucalipto, passa pelo manejo da floresta e evolui para o relacionamento com as comunidades vizinhas, o apoio a projetos sociais e ambientais” Marcelo Castelli,

presidente da Fibria

klabin.com.br

A Klabin é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagem, sacos industriais e embalagens de papelão ondulado do Brasil. Por ser uma empresa visionária, a Klabin vai além em tudo o que faz. A produção de embalagens tem origem em florestas plantadas e certificadas internacionalmente e conta com alta tecnologia para atender às mais diversas necessidades de segmentos como alimentos, eletrodomésticos e itens de higiene e beleza com qualidade e resistência. Nossos colaboradores e parceiros trabalham com o mesmo objetivo: levar o melhor da vida para você, com segurança e respeito pela natureza.



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