Minha Autobiografia Espiritual, de Dalai-Lama

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Leia também:

Conselhos do Coração A Vida de Compaixão Pacificando o Espírito Sábias Palavras do Dalai-Lama Catherine Barry (Org.)

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Dalai-Lama

Minha Autobiografia Espiritual Ensinamentos, objetivos e discursos transcritos, traduzidos, adaptados e editados por

Sofia Stril-Rever

Tradução Rejane Janowitzer

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Meus três compromissos de vida

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EU PRIMEIRO COMPROMISSO DE VIDA, na qualidade de ser humano, é a promoção dos valores humanos e das qualidades do coração, que são os elementos-chave de uma vida feliz no nível do indivíduo, da família e da comunidade. Em nossa época, parece-me que não se cultivam suficientemente essas qualidades interiores, por isso é minha prioridade desenvolvê-las. Meu segundo compromisso de vida, na qualidade de monge budista, é a promoção da harmonia entre as religiões. Na democracia, admitimos a necessidade de pluralismo na vida política. Contudo, hesitamos quando se trata da diversidade das crenças e das religiões. Apesar de seus conceitos e filosofias diferentes, todas as principais tradições religiosas comportam uma mesma mensagem de amor, de compaixão, de tolerância, de temperan-

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ça e controle de si. Elas também têm em comum o potencial de nos ajudar a levar uma vida mais feliz. Meu terceiro compromisso de vida, na qualidade de DalaiLama, é a causa do Tibete, que me diz respeito muito particularmente. Tenho uma responsabilidade especial em relação ao povo tibetano, pois ele continua a depositar sua esperança e sua confiança em mim, durante esse período crítico de nossa história. O bem-estar dos tibetanos é minha motivação constante e eu me considero seu porta-voz livre no exílio, na luta pela justiça. Esse último compromisso chegará ao fim assim que uma solução mutuamente satisfatória tiver sido encontrada entre tibetanos e chineses. Quanto aos dois primeiros compromissos, eu os perseguirei até meu último suspiro.1

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I NA QUALIDADE DE SER HUMANO

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1 Nossa humanidade comum

EU NÃO SOU UMA PESSOA ESPECIAL Somos todos semelhantes

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entre vocês para receber o Prêmio Nobel da Paz. Com humildade e uma profunda emoção, sinto-me honrado por vocês terem querido conferir essa distinção eminente a um simples monge tibetano. Não sou uma pessoa especial. Mas creio que esse prêmio expressa o reconhecimento dos verdadeiros valores do altruísmo, do amor, da compaixão e da não violência, que me esforço para praticar, conforme os ensinamentos do Buda e dos grandes sábios da Índia e do Tibete. Pouco importa o lugar do mundo de que sejamos originários, fundamentalmente todos nós somos seres humanos. Todos procuramos a felicidade e queremos evitar o sofrimento. Temos STOU MUITO FELIZ POR ESTAR HOJE

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por essência necessidades e preocupações semelhantes. Na qualidade de seres humanos, todos desejamos ser livres e ter o direito de decidir nosso próprio destino, assim como o destino de nosso povo. Tal é a natureza humana. Os problemas com que hoje somos confrontados são criados pelo homem, quer se trate de conflitos violentos, da destruição do meio ambiente, da pobreza ou da fome. Esses problemas podem ser resolvidos graças a esforços humanos, compreendendo que somos irmãos e irmãs e desenvolvendo o sentido dessa fraternidade. Devemos cultivar, uns com os outros, uma responsabilidade universal e estendê-la ao planeta que recebemos em partilha. Agora que estamos entrando na última década do século XX, eu me sinto otimista, pois os antigos valores que alimentaram a humanidade estão sendo hoje realimentados, preparando assim um século XXI melhor e mais feliz. Rezo por todos, nossos opressores e nossos amigos, a fim de que, juntos, consigamos construir um mundo melhor propagando a compreensão mútua e o amor, a fim de aliviar a dor e o sofrimento de todos os seres sensíveis.1 No dia 10 de dezembro de 1989, essa mensagem de recebimento do Prêmio Nobel da Paz pelo Dalai-Lama foi transmitida no mundo inteiro. A causa do Tibete se tornou internacional. Mas não foi na qualidade de chefe de um governo no exílio, nem na qualidade de tibetano, que o Dalai-Lama aceitou o Nobel. Ele compartilhou essa distinção, na qualidade de ser humano, com todos os que se reconhecem nos valores humanos fundamentais. Ao reivindicar sua humanidade na linguagem universal do coração, que ultrapassa as divisões e as reivindicações identitárias, o Dalai-Lama nos devolve nossa humanidade. No dia 10 de dezembro de 1989, em Oslo, todos nós recebemos o Prêmio Nobel da Paz.

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Eu sou apenas um ser humano O termo “Dalai-Lama” adquire sentidos diferentes segundo as pessoas. Aos olhos de alguns, essa palavra significa que eu sou um Buda vivo, manifestação terrestre de Avalokiteshvara, o bodhisattva da Compaixão. Para outros, que eu sou um “deusrei”. No final dos anos 1950, ser Dalai-Lama significava preencher a função de “vice-presidente do comitê diretor do Congresso Nacional do Povo da República Popular da China”. Em seguida, no começo do exílio que se seguiu à minha fuga, fui tratado de “contrarrevolucionário” e “parasita”. Mas nenhuma dessas designações corresponde a mim. Para mim, o título de Dalai-Lama representa o encargo que me foi destinado. Quanto a mim, sou apenas um ser humano, e acontece que também sou um tibetano que escolheu ser monge budista.

Está na hora de pensar em termos humanos Quando falo de bondade e de compaixão, não estou me expressando como budista, nem como Dalai-Lama, nem como tibetano, mas, sim, como ser humano. E espero que vocês se considerem também seres humanos, e não americanos, ocidentais ou membros de um determinado grupo. Tais distinções são secundárias. Quando intervimos na qualidade de seres humanos, podemos tocar o essencial. Se eu digo que “sou monge” ou “sou budista”, trata-se de realidades temporárias em relação à minha natureza humana. O fato de ter nascido humano é fundamental e não mudará até a morte. O resto, ser instruído ou não, rico ou pobre, é secundário. 25

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Hoje somos confrontados com diversos problemas. Nossa responsabilidade está diretamente comprometida com os conflitos provocados pela ideologia, religião, raça ou economia. Consequentemente, chegou o tempo de pensarmos em termos humanos, em um nível mais profundo no qual se considere a igualdade dos outros com respeito, pois eles são seres humanos semelhantes a nós. Devemos construir relações de proximidade com confiança mútua, compreensão e ajuda recíproca, sem nos determos em diferenças de cultura, filosofia, religião ou crença. Pois, afinal, os seres humanos são semelhantes — compostos de carne, osso e sangue. Todos nós buscamos a felicidade e procuramos evitar o sofrimento. Somos os membros de uma mesma família humana e nossas brigas nascem de causas secundárias. Disputas, mentiras e assassinatos são inúteis.

Cada pessoa que encontramos é nossa irmã ou irmão Gostaria de frisar esse ponto, a meu ver, essencial. A felicidade de cada um pode trazer uma contribuição profunda e eficaz, capaz de melhorar o conjunto da comunidade humana. Tomando consciência de que compartilhamos a mesma necessidade de ser amados, experimentamos o sentimento de que, em todas as circunstâncias, cada pessoa que encontramos é nossa irmã ou nosso irmão. Que o rosto seja desconhecido, a forma de se vestir e o comportamento não sejam habituais, pouco importa. Não há separação significativa entre nós e o outro. É insensato reparar nas diferenças exteriores, pois nossa natureza fundamental é idêntica. Em última análise, a humanidade é uma só e nós temos como único lar este pequeno planeta. Se queremos protegê-lo, cada um de nós precisa viver a experiência do altruísmo universal. 26

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Só esse sentimento eliminará os motivos egoístas que levam as pessoas a se iludirem umas com as outras. Com um coração sincero e aberto, somos naturalmente confiantes e seguros, sem nada a temer do outro. Eu creio que em todos os níveis da sociedade, no plano familiar, nacional e internacional, a chave de um mundo melhor e mais feliz é uma compaixão maior. Não é absolutamente necessário se tornar religioso e também não temos necessidade de acreditar em uma ideologia. O importante é desenvolver melhor nossas qualidades humanas. Eu tento tratar cada pessoa que encontro como um velho amigo, e isso me dá uma verdadeira sensação de felicidade.

Eu rezo por uma família humana mais amorosa Mesmo quando me deparo com um estrangeiro Vem-me todas as vezes um sentimento idêntico: “É um outro membro da família humana que eu encontro.” Uma atitude assim aprofunda Minha afeição e meu respeito por todos os seres. Que essa benevolência natural possa Se tornar minha pequena contribuição para a paz mundial! Rezo para um mundo mais amistoso, Mais amoroso e para uma melhor compreensão Entre a família humana, sobre este planeta. Este é o apelo que lanço do fundo do coração A todos os que detestam o sofrimento E prezam uma felicidade duradoura. 27

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As qualidades de coração, condição de nossa sobrevivência No nascimento, os seres humanos recebem da natureza tudo que é necessário para sua sobrevivência, os cuidados, o alimento e o amor benevolente. Contudo, embora no começo possuamos essas boas disposições, tendemos a negligenciá-las. O resultado é que a humanidade precisa enfrentar problemas inúteis. Temos que fazer mais esforços para nos alimentar e aumentar nossas qualidades básicas. É a razão pela qual a promoção dos valores humanos é uma prioridade. É preciso também que nos empenhemos em cultivar boas relações humanas considerando que, sejam quais forem as diferenças de nacionalidade, fé religiosa, raça, riqueza ou educação, nós somos todos seres humanos. Diante das dificuldades, sempre encontraremos alguém, talvez um estrangeiro, que nos oferecerá espontaneamente ajuda. Dependemos uns dos outros nas circunstâncias penosas, e de maneira incondicional. Não perguntamos a identidade das pessoas antes de lhes prestar algum serviço. Nós as ajudamos porque são seres humanos como nós.2

No nosso sangue, uma necessidade vital de afeição Nossa vida depende tanto do outro que, na base de nossa existência, existe uma necessidade fundamental de amor. Por isso é bom cultivar o sentimento autêntico de nossa responsabilidade e a preocupação sincera com o bem-estar do outro. Como é a nossa natureza verdadeira, na qualidade de seres humanos? Nós não somos apenas criaturas materiais e é um erro colocar todas as nossas esperanças de felicidade no desenvolvimento exterior. Sem entrar no debate controverso sobre a 28

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criação e a evolução de nosso universo, conviremos que cada um é o produto de seus pais. Em geral, nossa concepção envolveu não somente o desejo sexual de nossos pais como também sua decisão de ter um filho. O projeto de nossos pais baseou-se na responsabilidade altruísta e no compromisso de cuidar de nós até que fôssemos autônomos. Assim, desde o instante de nossa concepção, o amor deles foi um fator essencial. Além disso, dependemos inteiramente dos cuidados de nossa mãe no começo da vida. Segundo alguns sábios, o estado de espírito da mulher grávida, calmo ou agitado, tem um impacto físico imediato sobre a criança que ela carrega. A expressão do amor é igualmente essencial no nascimento. Na medida em que nosso primeiro gesto é o de mamar o leite do seio materno, nós nos sentimos instintivamente mais próximos de nossa mãe, que deve também sentir amor para que possa nos alimentar, pois, se estiver com raiva ou descontente, seu leite não fluirá facilmente. Há em seguida o período crítico da formação do cérebro, a partir do nascimento, até três ou quatro anos mais ou menos. O contato físico afetuoso é um fator primordial para o crescimento normal de uma criança. Se ela não for tratada com delicadeza, acariciada e amada, seu desenvolvimento será limitado e seu cérebro não amadurecerá de maneira adequada. Uma vez que a criança não pode sobreviver sem os cuidados do outro, o amor é essencial. Em nossos dias, são muitas as crianças que crescem em lares infelizes. Privadas de afeição, mais tarde na vida raramente amarão os pais e terão frequentemente dificuldade de amar os outros, o que é muito triste. Alguns anos mais tarde, quando entram na escola, as crianças têm necessidade de ser ajudadas pelos professores. Se um mes-

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tre não se limita a um ensino acadêmico, se ele assume também a responsabilidade de preparar seus alunos para a vida, eles lhe demonstrarão respeito e confiança. As coisas aprendidas deixarão uma marca indelével em seus espíritos. Em compensação, matérias ensinadas por uma pessoa que não se preocupa com o bem dos alunos só terão um interesse passageiro e serão rapidamente esquecidas. Da mesma maneira, quando um doente é tratado por um médico que manifesta por ele calor humano, ele se sente reconfortado. O desejo do médico de dispensar os melhores cuidados é terapêutico em si, independentemente das qualidades técnicas do gesto médico. Ao contrário, quando um médico não tem empatia e se mostra inamistoso, impaciente ou desdenhoso, mesmo que usufrua de boa reputação, mesmo que seu diagnóstico tenha sido corretamente estabelecido e ele tenha prescrito os remédios mais eficazes, o doente ficará angustiado. Envolvidos em uma conversa sobre a vida de todos os dias, se nosso interlocutor se dirige a nós cordialmente e se escutamos e respondemos com prazer, a conversa se torna interessante a despeito de sua banalidade. Inversamente, se alguém se expressa friamente ou de forma grosseira, nós nos sentimos incomodados e desejamos acabar com a conversa rapidamente. Do acontecimento mais ínfimo ao mais importante, a afeição e o respeito dos outros são elementos vitais. Recentemente, estive com um grupo de cientistas americanos que afirmaram que a percentagem de doenças mentais era bastante elevada em seu país, envolvendo cerca de 12% da população. Da discussão claramente se extraiu que a causa principal não era a falta de recursos materiais, mas a privação de afeto. Uma evidência se impõe. Quer sejamos conscientes ou não, desde o dia de nosso nascimento temos no sangue uma necessidade vital de afeição. Eu creio que ninguém nasce sem essa 30

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necessidade de amor. O que, ao contrário dos postulados de certas escolas modernas de pensamento, demonstra que os seres humanos não se limitam ao plano físico. Nenhum objeto material, por mais belo e precioso que seja, pode nos dar o sentimento de ser amados, pois nossa identidade profunda e nossa verdade se enraízam na natureza subjetiva do espírito. A compaixão, ou o que às vezes chamo de afeição humana, é o fator determinante de nossa vida. Unidos à palma da mão, os cinco dedos se tornam funcionais, enquanto, cortados dela, são inutilizáveis. Da mesma maneira, toda ação humana se torna perigosa quando é desprovida de sentimento humano. Associadas a um sentimento e ao respeito dos valores humanos, todas as atividades se tornam construtivas.

Minha mãe, uma mulher de compaixão É uma grande honra para mim receber a medalha de ouro do Congresso americano. Esse reconhecimento será fonte de imensa alegria e de grande esperança para os tibetanos, em relação aos quais eu tenho uma responsabilidade particular. O bemestar deles é minha motivação constante e considero que sou, em todas as circunstâncias, seu porta-voz livre. Creio que essa distinção envia também uma mensagem poderosa a todos que dedicam seus esforços à promoção da paz, da compreensão e da harmonia. No plano pessoal, estou profundamente emocionado por essa honra ter sido conferida a um monge budista, nascido numa família simples, originária da longínqua província do

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Amdo, no Tibete. Criança, cresci cercado do amor indulgente da minha mãe, uma mulher de grande compaixão. E depois da minha chegada a Lhasa, com a idade de quatro anos, todos os que me cercavam, meus mestres, assim como meus empregados, me ensinaram o que significa ser bom, honesto e indulgente. Foi num ambiente assim que eu cresci. Mais tarde, minha educação clássica no pensamento budista me fez descobrir conceitos, tais como a interdependência e o potencial humano para uma compaixão infinita. O que me permitiu tomar consciência da importância da responsabilidade universal, da não violência e da compreensão entre as religiões. Hoje, a fé nesses valores me dá uma motivação poderosa para promover as qualidades humanas de base. No contexto de meu próprio combate pelos direitos humanos e pela maior liberdade do povo tibetano, esses valores continuam a guiar meu compromisso na via da não violência.3 Em 17 de outubro de 2007, na rotunda do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, foi de novo como ser humano que o DalaiLama recebeu a medalha de ouro do Congresso americano, 20 anos depois do Nobel da Paz em Oslo. Ele subiu na tribuna, vestido com o hábito monástico, com um amplo xale açafrão pregueado sobre a túnica púrpura, revelando seu ombro direito. Em torno dele, estátuas solenes imobilizam no mármore a memória da época heroica de Thomas Jefferson e dos Pais fundadores da nação americana, enquanto afrescos honram a lembrança dos combates de La Fayette e dos Patriotas pela independência dos Estados Unidos. O presidente George W. Bush emocionou o auditório ao evocar o Dalai-Lama garotinho, que “tinha um modelo da Estátua da Liberdade em cima da mesa de cabeceira, no Potala. Anos mais tarde, durante sua primeira visita a Nova York, ele visitou Battery Park, curioso para ver o original”. 32

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T e n z i nGy a t s o , od é c i moq u a r t oDa l a i L a ma , n a s c e un u maf a mí l i ad ec a mp o n e s e s , n op e q u e n o v i l a r e j od eT a k s t e r , s i t u a d on on o r d e s t ed oT i b e t e , ef o i c o n s i d e r a d oama n i f e s t a ç ã ot e r r e s t r ed e Av a l o k i t e s h v a r a , ob o d h i s a t t v ad aCo mp a i x ã o , a o s d o i sa n o sd ei d a d e . L í d e re s p i r i t u a l ep o r t a v o zd e mi l h õ e sd et i b e t a n o s , t o r n o u s eu mí c o n eg l o b a l d ap a z , d ac o mp a i x ã o , d av i v ê n c i ae s p i r i t u a l ed a l u t ap a c í f i c ap e l aj u s t i ç a . Vi v en oe x í l i od e s d e1 9 5 9 , a p ó su maf r a c a s s a d a r e b e l i ã on a c i o n a l i s t ac o n t r aog o v e r n oc h i n ê s , d e z a n o sd e p o i sq u eaCh i n ac o mu n i s t ad eMa oT s e t u n gi n v a d i uoT i b e t ee mn o med eu map r e t e n s a l i b e r t a ç ã od es e up o v od eu mr e g i met e o c r á t i c oe f e u d a l i s t a . De s d ee n t ã o , oDa l a i L a mar e i v i n d i c aa a u t o n o mi ad oT i b e t eeas u at r a n s f o r ma ç ã oe m z o n ad ep a z— u ms a n t u á r i oo n d eah u ma n i d a d e ean a t u r e z ap o s s a mc o n v i v e re mh a r mo n i a .


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