ECOGEO - 30 Anos

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30 anos de compromisso com o meio ambiente 30 years of commitment to the environment

Ecogeo 2010


30 anos de compromisso com o meio ambiente 30 years of commitment to the environment

Ecogeo 2010


Uma receita bem brasileira

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A strictly Brazilian formula

Depoimentos de clientes

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Clients’ statements

Ecogeo – Futuro para o meio ambiente

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Ecogeo – A future for the environment

Geoklock – Liderança e pioneirismo no mercado ambiental

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Geoklock – Leadership and pioneering spirit in the environmental market

Depoimentos de clientes

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Clients’ statements

Biosol – Geotecnia ambiental na medida certa

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Biosol – Environmental geotechnics in the right dose

Bachema – Química para o meio ambiente

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Bachema – Chemistry for the environment

Depoimentos de clientes

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Biolatina – Transformando resíduos em energia limpa

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Clients’ statements

Biolatina – Transforming waste into clean energy

Algae – Tecnologia de microalgas

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Algae – Technology in microalgae

Colaboradores

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Staff

Ekos Brasil – Conhecimento a serviço da biodiversidade

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Ekos Brasil – Knowledge at the service of biodiversity

Energia do Brasil: Presente e Futuro – José Goldemberg

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Energy in Brazil: Present and Future – José Goldemberg

Na balança, zero de carbono e 100% de biocombustível – Ernesto Moeri 42 In the Balance: Zero Carbon and 100% Biofuel – Ernesto Moeri

Requalificação urbana das cidades e seu desenvolvimento sustentável – Thomaz Assumpção

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Urban requalification of cities and their sustainable development – Thomaz Assumpção

A Ferro e Fogo – Araquém Alcântara

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By Fire and Steel – Araquém Alcântara

Principais clientes

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Main Clients

Áreas de atuação

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Group Activities

Expediente Impressum

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Uma receita bem brasileira Intuição, jogo de cintura, sede de emoção e amor ao que faz. É esse o segredo profissional de Ernesto Moeri, fundador da Geoklock há 30 anos e presidente do Grupo Ecogeo

“Eu não penso no futuro.” A frase chama a atenção, pois vem de um dos Ernesto Moeri, Geólogo, Presidente e Diretor Executivo do Grupo Ecogeo Chairman and CEO of Ecogeo Group

maiores empreendedores do mundo ambiental brasileiro. É claro que Ernesto Moeri, presidente do Grupo Ecogeo, que hoje conta com 210 funcionários, 5 empresas e uma receita de 50 milhões de reais, planeja o futuro, acompanha passo a passo a evolução de suas empresas, como se poderia esperar de um suíço. Mas é que o suíço já é brasileiro, na nacionalidade e na alma. “Tocar uma empresa é como criar um filho: se fizer com amor, atenção, dedicação, seriedade, vai dar certo!” Para Ernesto, basta fazer bem feito, que os bons frutos virão. E como surgiram as visões, inovações e consequentes sucessos das empresas do Grupo ao longo destes 30 anos? “Isso é consequência, vem no relâmpago, na inspiração, na intuição. Basta ter flexibilidade e jogo de cintura. E nunca, jamais, deixar-se cair na rotina.” Para Ernesto, diversificar a atuação de uma empresa não surge apenas da necessidade de adquirir vantagem competitiva. Antes de tudo, vêm da marca pessoal, da vontade, do desejo de não cair na mesmice. “Nada, absolutamente nada pode dar certo se você não tem prazer no que faz.” Ele quer distância de pessoas aborrecidas, acomodadas, entediadas. Por isso se preocupa com a satisfação de seus funcionários. Mas não se engane quem pensa que ele é um chefe “bonzinho”, preocupado em deixar as pessoas em sua zona de conforto. Ernesto exige muito – dedicação, suor, criatividade, trabalhar sob pressão. Mas o que ele oferece em troca não é trivial: acesso à tecnologia de ponta, atuação junto aos mais instigantes casos ambientais do Brasil, formação e capacitação profissional by doing, aprendizado precioso sobre novos negócios. Um trabalho desafiante, que reúne técnica científica e prática de campo, apoiado em uma estrutura administrativa e operacional azeitada para que os técnicos possam criar à vontade. Sem dúvida, uma grande aven-

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tura. Mas no Grupo Ecogeo, ninguém está a passeio.


A strictly Brazilian formula Intuition, versatility, a thirst for excitement and a passion for what you do. This is the professional secret of Ernesto Moeri, founder of Geoklock 30 years ago and chairman of the Ecogeo Group. “I don’t think about the future.” This remark may come as some surprise, particularly since it was made by one of the leading Ernesto Moeri na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Médio Solimões, Amazonas Ernesto Moeri at the Mamirauá Reservation Area of Sustainable Development, Middle Solimões River, Amazon

entrepreneurs in the Brazilian environmental field. Obviously, Ernesto Moeri, chairman of the Ecogeo Group, which today has 210 employees, 5 companies and a turnover of R$50 million, does indeed plan for the future and pays close attention to the progress of his companies, as one would expect of a Swiss businessman. But it just so happens that this particular Swiss man is far more Brazilian, both in the nationality and soul. “Running a company is rather like raising a child: if you do it with love, care, dedication and sincerity, everything will work out just fine!” For Ernesto, a job well done will produce good results. And how have the vision, innovation and subsequent success of the Group companies developed over these 30 years? “This comes as a consequence, in a flash, through inspiration and intuition. All you need is flexibility and versatility. And never, ever, let yourself slip into a routine.” Ernesto explains that diversifying a company’s activity does not come only from the need to gain a competitive advantage. Most of all, it comes from your own personal approach, from determination and from a desire not to succumb to monotony. “Nothing, absolutely nothing, will ever work if you don’t take pleasure in what you do.” He prefers to distance himself from people who are apathetic, complacent, bored. This is why he concerns himself with the satisfaction of his employees. But don’t be fooled into thinking he is an “easy-going” boss, who lets people work within their comfort zones. Ernesto demands a great deal – dedication, hard work, sweat and creativity. But what he offers in return is not trivial: access to cutting-edge technology, involvement in Brazil’s most stimulating environmental cases, professional training and learning-by-doing, valuable lessons for today’s business environment. It is challenging work, a combination of scientific technique and field work, supported by a well-oiled administrative and operational structure to allow the technicians to create at will. This no doubt makes for a major adventure. But then working at the Ecogeo Group is no picnic.

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Trinta Anos de Estrada O sangue aventureiro, característico de um geólogo, ainda corre vivo nas veias desse empresário que começou a vida profissional como estudante de geologia,

em Berna, na Suíça. O brilho no olhar é o

mesmo, seja quando lembra do primeiro trabalho de campo no Brasil, nos anos 70, ou quando conta da última expedição que realizou ao Rio Jufari, meses atrás. Mas e o presidente ainda vai a campo? “O campo é fundamental, em qualquer trabalho ambiental. Se você fica restrito à prancheta do escritório, perde a noção da realidade!”, fala categórico. Ernesto pode falar à vontade sobre aventurar-se em campo. Durante seus estudos, estagiou nos Estados Unidos, Groenlândia e Bolívia e, bem jovem, morou no Brasil. Em 1971, decidiu fazer sua pesquisa de mestrado no interior de Minas Gerais. Para os colegas suíços, uma Um guia local em São Romão na região do Rio São Francisco, Minas Gerais, em 1971 A local guide in São Romão in the São Francisco River area, Minas Gerais, in 1971

excentricidade. Para ele, uma oportunidade. “Os mapas geológicos dos Alpes suíços, onde meus colegas pesquisavam, tinham escala 1:5.000. Em Minas Gerais, onde desembarquei, o único mapa disponível era 1:1.000.000!” Ou seja: os suíços sabiam como eram as estruturas geológicas de seu território a cada 50 metros. Os brasileiros, a cada 10 quilômetros. Muita coisa se escondia no subsolo brasileiro. Foi o que bastou para atiçar a curiosidade do jovem estudante. E não deu frio na barriga ao embarcar para o desconhecido Brasil, sem conhecer ninguém, nem falar a língua? Ele quase não entende a pergunta: “Mas o que eu queria era exatamente isso!”, sorri maroto, quase como se estivesse ainda ali o jovem aventureiro. Foram seis meses na região de Januária. A estrutura era precária. Para fazer uma simples ligação para Belo Horizonte ou São Paulo, se esperava horas no posto telefônico. Ele fazia seus trabalhos em uma camionete Rural, com o apoio do motorista Sebastião, um dos primeiros brasileiros com quem teve contato e ia treinando o português aprendido meses antes em algumas aulas na Suíça. No campo, encontrou com os primeiros geólogos brasileiros, formados pela Universidade de São Paulo. Era a época de descobrimento de Carajás, do início da atuação da Vale do Rio Doce, da chegada das empresas internacionais

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Thirty Years on the Road The spirit of adventure, characteristic of a geologist, is still alive and well in this businessman who began his career as a geology student in Bern, Switzerland. The sparkle in his eye is just as bright today, whether he is recalling his first field trip to Brazil, in the 70s, or when he is recounting his latest expedition to Rio Jufari, just a few months ago. But the chairman still goes out in the field? “Field work is essential for any environmental project. If you limit yourself to the workbench in the office, you lose sight of reality!” he says categorically. Ernesto can talk with authority about adventures in the field. During his studies, he spent time in the United States, Greenland and Bolivia, and he also lived in Brazil when he was very young. In 1971, he decided to research his Masters in the interior of the state of Minas Gerais. His Swiss colleagues thought this was an eccentricity. For him, it was an opportunity. “The geological maps of the Swiss Alps, where my colleagues did their research, had a scale of 1:5,000. In Minas Gerais, where I did mine, the only available map was 1:1,000,000!” In other words: the Swiss knew what the geological structures of their territory were like every 50 meters. The Brazilians, every 10 kilometers. There was a lot hidden under the ground in Brazil. And that was enough to arouse the curiosity of the young student. But wasn’t he uneasy about coming to an unfamiliar Brazil, where he didn’t know anyone, or even speak the language? To him, the question hardly even makes sense: “But that’s exactly Menino vaqueiro na Fazenda Jaíba, Minas Gerais Cowboy at Jaíba Ranch, Minas Gerais

what I wanted!” he says with a mischievous smile, almost as if he were still the same young adventurer. He spent six months in the region of Januária. The infrastructure was unpredictable. To make a simple phone call to Belo Horizonte or Sao Paulo, he had to wait for hours at the local telephone office. He got around in an old pick-up truck, accompanied by his driver Sebastião, one of the first Brazilians he met and with whom he practiced his Portuguese, which he learned just months earlier in a few classes in Switzerland. In the field, he met the first Brazilian geologists, trained at the University of Sao Paulo. It was the time when Carajás was first discovered, when Vale do Rio Doce started operating, when international companies started to arrive on the scene.

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Para quem tem no currículo uma vida de experiências, viagens e trabalhos de campo, é emocionante ouvir Ernesto relatar os afloramentos geológicos que encontrou quando jovem estudante. Para ele, foi a primeira e até hoje a mais importante pesquisa que realizou. Em termos geológicos, ele descobriu uma prova de que o Grupo Bambuí, uma formação calcárea, era do período Pré-Cambriano, muito mais antiga do que se imaginava então. A evidência eram estromatólitos colunares, uma estrutura formada por registros nas rochas de algas marinhas, os primeiros organismos vivos do planeta. Ernesto exibe entusiasmado as amostras que guarda até hoje e as Ernesto Moeri e o fotógrafo Araquém Alcântara na volta do Pico da Neblina, em 2002 Muita aventura e uma amizade de longa data Ernesto Moeri and the photographer Araquém Alciântara returning from Pico da Neblina Mountain in 2002. Several adventures and a long lasting friendship

fotos do afloramento que ilustraram o artigo científico que publicou sobre o assunto. O encontro com essas rochas o marcou para sempre. E quase 40 anos depois, o destino fez com que ele reencontrasse essa paixão antiga. A empresa Algae, adquirida pelo Grupo Ecogeo em 2008, pesquisa a utilização do mesmo tipo de alga para absorção de carbono da atmosfera e transformação em biodiesel e biogás. Inovação e o Efeito Mucurão Após finalizar seus estudos de doutorado, Ernesto recebeu um convite da empresa alemã Kloeckner para montar uma equipe de prospecção mineral no Brasil. Já familiarizado com o país, não titubeou. Abriu um escritório em Salvador, contratou dois geólogos, e assim surgia a Geoklock. Era 1980. Ele lembra bem-humorado das primeiras experiências em campo, na Bahia e na Paraíba. “Decidimos construir, com as próprias mãos, um vagonete de madeira para transportar o minério. No primeiro carregamento, o carrinho arrebentou e perdemos tudo. Foi um fracasso total!” É inusitado ouvir Ernesto se divertir ao contar essa história de erros, para quem enxerga nele um empreendedor com rigor exaustivo para a técnica e exigência do acerto. Mas Ernesto sabe que ousar implica em testar, em experimentar. “Muitas vezes, inventar algo demora mais do que aplicar o que já se conhece. Mas a tecnologia inovadora começa assim, nos erros e acertos, no

Estromatólitos colunares do período Precambriano Colunar Estromatolites from the Precambrian Age

desenvolvimento de técnicas diferentes, e que assumam as peculiaridades da região onde se está”, prescreve. Em 1986, Ernesto muda para São Paulo para abrir o escritório da Geoklock, dentro da estrutura da Kloeckner. Ele lembra que no início o crescimento era modesto e trazia angústias. Mas aos poucos foram surgindo trabalhos de prospecção mineral, que acompanharam a história da mineração no Brasil. No Ceará, na Paraíba e no Rio Grande do Norte. E na Amazônia, na região do Jarí, Xingu e Tapajós.

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For people whose resumes show a life of experience, travel and field work, it is exciting to hear Ernesto talk about the geological outcrops he encountered when he was a young student. For him, it was the first and, to this day, the most important research project he has ever conducted. In geological terms, he discovered proof that the Bambuí Group, a limestone formation, was from the Precambrian period, far older than was previously imagined. The evidence consisted of columnar stromatolites, structures formed by sediments of marine algae, the first living organisms on the planet. Ernesto enthusiastically exhibits the samples Floresta nebular no Parque Nacional do Pico da Neblina, Amazonas Forest at the Pico da Neblina National Park, Amazon

that he has kept to this day and the photos of the outcrop that were used in the scientific article he published on the subject. His encounter with these rocks left a permanent mark on him. And nearly 40 years later, destiny reunited him with this old passion. The company Algae, acquired by the Ecogeo Group in 2008, conducts research into the use of the same type of algae to absorb carbon from the atmosphere and transform it into biodiesel and biogas. Innovation and the Mucurão Effect After completing his doctoral studies, Ernesto received an invitation from the German company Kloeckner to set up a mineral prospecting team in Brazil. Already familiar with the country, he didn’t hesitate. He opened an office in Salvador, hired two geologists and thus Geoklock was founded. It was 1980. He affectionately remembers the first experiences in the field, in the states of Bahia and Paraíba. “We decided to build, with our own hands, a wooden trolley to transport ore material. With the first load, the trolley collapsed and we lost everything. It was a complete failure!” For those of us who know Ernesto as an entrepreneur with rigorous attention to technique who demands success, it is strange to hear him laugh while telling the story of this fiasco. But Ernesto understands that audacity implies testing and experimentation. “More often than not, it takes longer to invent something than apply what you already know. But innovative technology starts like this, in trial and error, in the development of different techniques, and in their adaptation to the characteristics of the region where you find yourself”, he explains. In 1986, Ernesto moved to Sao Paulo to open the Geoklock office, inside the corporate structure of Kloeckner. He recalls that growth was modest to begin with, which caused some anguish. But mineral prospecting projects gradually started to crop up, accompanying the development of mining in Brazil. In the states of Ceará, Paraíba and Rio Grande do Norte. And in the Amazon, in the region of Jarí, Xingu and Tapajós.

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O que não faltam são histórias. Uma é ilustrativa. Em 1988 ele foi chamado para avaliar uma mina de caulim, aquele pó branco usado industrialmente. A produção até então misturava as várias camadas de caulim. Ernesto começou a estudar os diver sos tipos existentes na lavra e incentivou a experimen tação. Implantou a lavra seletiva, reconhe-cendo que dife rentes porções da rocha apresentavam minérios de diferentes brancuras. A mina passou a extrair produtos premium, de porções mais brancas, que antigamente se perdiam misturadas a porções de menor qualidade. A abertura de Ernesto para a inovação trouxe mais frutos. O capataz Mucurão, um astuto operário que trabalhava na extração, percebeu que ao deixar o caulim no sol por um determinado período de horas, sua brancura aumentava. Depois de alguns testes, estava descoberto o “efeito mucurão”, adotado na produção e aumentando ainda mais o valor do caulim extraído. A Onda Ambiental Foi o mesmo radar para a inovação que levou Ernesto da mineração à engenharia ambiental. Em 1986, em uma das viagens à Europa, ele encontrou o presidente da CSD, uma empresa suíça da área ambiental. Do encontro surgiu a idéia de oferecer o mesmo tipo de serviços no Brasil. Pouquíssima gente fazia isso no país, não havia pressão dos órgãos públicos, parecia um mercado inexistente. Ninguém estava prestando atenção. No começo, conhecia pouco da área. “Eu mal sabia instalar um piezômetro!” se espanta bem-humorado, referindo-se a um equipamento básico que mede o nível do lençol freático. Mas a curiosidade e a vontade de inovar falaram mais alto. Se Ernesto gostava de desafios e de inovação, Guarantã, Mato Grosso, em 1986 Guarantã, Mato Grosso, in 1986

o mundo ambiental era um prato cheio. Ou melhor, vazio. Tudo estava para ser construído, inventado. Abertura total a novas tecnologias, a ideias, à experimentação. Logo a CSD-Geoklock começou a oferecer projetos de diagnóstico de áreas contaminadas e de aterros para resíduos industriais.

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Crianças da aldeia Curipaco na região da Cabeça do Cachorro, Alto Rio Içana, Norte do Amazonas Children of the Curipaco village in the region of Cabeça do Cachorro, Alto Rio Içana, North Amazon

There is no shortage of stories. One is particularly illustrative. In 1988, he was asked to evaluate a mine of kaolin – a white powder used in industry. Until then, production mixed the various different layers of kaolin. Ernesto began to study the varieties that existed in the mine and encouraged experimentation. He implemented selective mining, acknowledging that different portions of the rock presented ores with different grades of whiteness. The mine started to extract premium products, from the whiter portions, which would previously have been mixed with the poorer quality sections. Ernesto’s encouragement to innovate, meanwhile, yielded more fruits. The foreman known as Mucurão, an astute laborer who worked in the extraction, noticed that leaving the kaolin in the sun for a given number of hours enhanced its whiteness. After a few tests, the so-called “mucurão effect” was discovered. The technique was incorporated into production, raising the value of the extracted kaolin even further. The Environmental Wave It was the same drive towards innovation that led Ernesto from mining to environmental engineering. In 1986, during one of his trips to Europe, he met the chairman of CSD, a Swiss environmental services company. From this encounter came the idea to offer the same kind of services in Brazil. Very few people were doing this in the country, and there was no pressure from government agencies. It looked like a non-existent market. No one was paying any attention. To begin with, he knew little about this field. “I hardly even knew how to install a piezometer!” he exclaims jokingly, referring to a basic piece of equipment used to measure the level of the water table. But curiosity and a willingness to innovate prevailed. Anyone who thrives on challenges and innovation had their plate full at the time with the environmental market. That’s to say, an empty plate. Everything had to be built from scratch, invented. It was all open to new technologies, new ideas, and experimentation. It wasn’t long before CSD-Geoklock started to offer site assessments of contaminated areas and landfills projects for industrial waste.

Sertão, Norte de Minas Gerais, em 1971 Sertão, North of Minas Gerais, in 1971

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O cerne da questão, para Ernesto, continuava exatamente o mesmo: ser curioso, aprender em campo, ter flexibilidade, inovar mediante as peculiaridades do local, não cair na mesmice. “Procurar ouro ou encontrar uma contaminação, observar com lupa uma rocha ou cheirar um solo contaminado, procurar uma riqueza ou minimizar um prejuízo. O processo é o mesmo”, diz Ernesto. E a fórmula mais uma vez deu certo. Com o declínio da mineração no país durante os anos 80 e 90, a área ambiental cresceu vertiginosamente. E com ela, a Geoklock. No final dos anos 80, um caso célebre colocou finalmente a área ambiental Pesquisa de ouro em Yungas, no Norte da Bolívia, em 1988 Gold exploration in Yungas, North of Bolivia, in 1988

no foco do mercado brasileiro: o caso Cubatão. Pressionados, os órgãos de fiscalização exigiram o inatingível: devolver os solos contaminados aos níveis de antes. Era uma imaturidade do ponto de vista técnico, mas estavam todos engatinhando na área ambiental. Ernesto participou de muitas discussões sobre o tema, trazendo à mesa o conceito de risco em vez de contaminação zero, uma abordagem desconhecida à época mas que hoje orienta os órgãos ambientais do país. Diversificando Foi o mesmo espírito de ousadia que, décadas depois, levou Ernesto a criar mais duas empresas do Grupo. Após vários anos de experiência com diagnóstico e remediação de áreas contaminadas, persistiam dois grandes desafios: a falta de bons laboratórios químicos no Brasil – amostras contaminadas por organoclorados precisavam ser enviadas para fora do país, em um processo complicado e custoso – , e a ausência de equipes integradas de sondagem. Foi assim que surgiu em 2000 o Bachema, laboratório que realiza atualmente todas as análises de amostras do Grupo, e ainda atende clientes e consultorias externas. O mesmo vale para a Biosol, constituída para atender de forma rápida e eficiente os trabalhos de campo do Grupo, e que hoje atende também outras empresas de consultoria ambiental, consolidando-se no mercado de implantação e operação de sistemas de remediação. E como o Grupo conseguiu consolidar sua reconhecida qualidade? Ernesto credita isso à multidisciplinaridade da equipe, especialmente entre geólogos e engenheiros. “O geólogo é obrigado a estudar e avaliar o todo, não pode perder-se nos detalhes. O engenheiro tem uma visão mais cartesiana e específica, a princípio mais precisa, mas que é fundamental ser somada à visão do geólogo para que se enxergue o mundo em todas as suas dinâmicas.”

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The crux of the matter, according to Ernesto, remained exactly the same: be curious, learn in the field, be flexible, innovate with local characteristics in mind, and do not succumb to monotony. “Looking for gold or contamination, observing a rock under a magnifying glass or smelling contaminated soil, looking for wealth or minimizing loss. The process is the same”, says Ernesto. And the formula worked again. Following the decline in mining in Brazil during the 80s and 90s, the environmental sector grew sharply. And with it, so did Geoklock. In the late 80s, a famous case finally placed environmental control on the map in Brazil: the Cubatão case. Under pressure, Mina de Ferro, Carajás, Pará Iron mine, Carajás, Pará

the government regulatory agencies demanded the impossible: to restore the contaminated ground to its previous condition. It was quite naïve from a technical point of view, but back then everyone was learning the environmental ropes. Ernesto participated in numerous discussions on the topic, bringing to the table the concept of risk instead of zero contamination, an unknown approach at the time but today a standard guideline for environmental agencies in Brazil. Diversifying It was the same intrepid spirit that, decades later, led Ernesto to establish two more Group companies. After several years of experience in assessment and remediation of contaminated areas, two major challenges remained: the lack of good chemical laboratories in Brazil – organochlorine contaminated samples had to be sent outside the country, in a complicated and costly process – and the absence of integrated sample drilling teams. This prompted the creation, in 2000, of Bachema, a laboratory that currently handles all the Group’s sample analysis and also caters to outside clients and consulting firms. The same goes for Biosol, established to provide quick and efficient support for the Group’s field work, and which these days also caters to other environmental consulting firms, making a name for itself in the market of implementing and operating remediation systems. And how did the Group manage to consolidate its reputation for quality? Ernesto attributes this to the multidisciplinary nature of the staff, particularly the combination of geologists and engineers. “A geologist is obliged to study and evaluate everything, without getting lost in the details. An engineer, meanwhile, has a more specific and Cartesian vision, in principle more precise. But the two together are fundamental for seeing the world in its full dynamics.”

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Para Ernesto, a equipe de geólogos e engenheiros – amparada por uma mutidisciplinar equipe de apoio - garante esse rico blend entre especificidade e visão do todo, o que proporciona transformar projetos em realidade, ótimas ideias em fatos concretos. “É essa a graça”. Visão de Futuro Enquanto outras empresas iam surgindo, correndo atrás da qualidade de atendimento da Geoklock em busca do atraente filão de mercado ambiental, Ernesto já começava a se agitar na cadeira, a olhar adiante, curioso sobre o futuro da área ambiental. Em 2001, quando praticamente ninguém falava de biodiesel no Brasil, Ernesto já era um obcecado pelo tema. Procurou parcerias na Europa e criou a Biolatina, depois unificada à Ecogenesys, na área de geração inteligente de biodiesel e biogás. Diversificou a atuação da Geoklock para a área de clima, entrando no mercado de créditos de carbono. E fundou o Instituto Ekos Brasil, que já é uma referência nos nove anos de atuação na conservação da biodiversidade. Quem enxerga as empresas hoje, atuando em segmentos de ponta do mercado mundial – serviços ambientais, carbono, energias limpas, biodiversidade – tem certeza do planejamento preciso e da profunda compreensão de mercado que acompanham cada passo tomado. Mas antes de tudo veio a incomodação primeira de Ernesto, de fugir do tédio, de inventar, de fazer diferente. E como o presidente vê o Grupo Ecogeo no futuro? “Quero ver o Grupo Ecogeo como uma massa crítica de pessoas voltadas para o desenvolvimento do Brasil, da América Latina, do mundo. Atuando de forma integrada nos mercados de energia, carbono, remediação, conservação, pensando de forma Araquém Alcântara e Ernesto Moeri no topo do Pico da Neblina, 2002 Araquém Alcântara and Ernesto Moeri at the top of Pico da Neblina Mountain, 2002

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sistêmica e sempre inovadora”. E os planos para os próximos 30 anos? Ele não titubeia: “Eu não penso no futuro, lembra?” E sorri. Ernesto sabe que a receita dá certo.


As far as Ernesto is concerned, this mix of geologists and engineers – backed up by a multidisciplinary support team – is what guarantees the rich blend of specifics and the big picture, which turns plans into reality, great ideas into concrete facts. “This is the beauty.” Vision of the Future While other companies sprang up, trying to provide the same quality of service as Geoklock to secure a slice of the attractive environmental market, Ernesto was already growing restless, looking forward, curious about what the future would hold for the environmental sector. In 2001, when practically no one was talking about biodiesel in Brazil, Ernesto was already obsessed by the subject. He formed partnerships in Europe and created Biolatina, which later merged with Ecogenesys, in the field of intelligent generation of biofuels and biogas. He diversified Geoklock’s business to include climate, entering the carbon credit market. And he founded the Ekos Brasil Institute, which has already become a reference in the nine years it has spent conserving biodiversity. Looking at the Group companies today, working in key sectors of the global market – environmental services, carbon, clean energy, biodiversity – there is no doubt about the precise planning and in-depth market understanding that accompanies each step that is taken. But before all this there was Ernesto’s initial restlessness, the urge to fight off boredom, to innovate, to do something different. And where does the chairman see the Ecogeo Group in the future? “I want to see the Ecogeo Group as a critical mass of people working towards the development of Brazil, Latin America and the world. Working together in the markets of energy, carbon, remediation and conservation, and taking a systemic and always innovative approach.” And the plans for the next 30 years? He doesn’t hesitate: “I don’t think about the future, remember?” And he smiles. Ernesto knows his formula works.

Onça Pintada na Reserva Ducke, Amazonas Jaguar at Ducke Sanctuary, Amazon

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“A busca de processos produtivos sustentáveis sobre a perspectiva ambiental é um dos princípios que orientam a atuação do Grupo Fiat na América Latina. Desde 1989, contamos com a Geoklock como parceira na implementação de soluções de engenharia ambiental nas diversas empresas do grupo, sempre com um alto grau de comprometimento e de qualidade. A Geoklock conta com profissionais com alta capacitação técnica e executa projetos dentro dos melhores níveis de excelência global. Esta parceria tem nos permitido obter resultados cada vez mais expressivos no alcance de padrões cada vez mais amigáveis ao ambiente e à sociedade.” Cledorvino Belini, Presidente da Fiat na América Latina “The search for sustainable productive processes about the environmental perspective is one of the principals that orientate the acting of the Latin America Fiat Group. Since 1989, we count with Geoklock as our partner in the implementation of environmental engineering solutions in the different companies of the group, always with a high level of commitment and quality. Geoklock counts with professionals technically highly capacitated and executes projects within the best levels of global excellence. This partnership has allowed us to obtain more and more expressive results in the reach for patterns friendlier to the environment and to society.” Cledorvino Belini, President of Fiat Latin America “Este aniversário de 30 anos da Geoklock deve ser comemorado não só pelo grupo Ecogeo, mas também por seus clientes e pela sociedade brasileira. Nós, da Rhodia, somos testemunhos da competência técnica da Geoklock em diagnóstico, implantação e operação de projetos relativos ao meio ambiente; do caráter inovador e vanguardista de sua equipe na busca de soluções ao mesmo tempo arrojadas, definitivas e perenes. Estas competências justificam plenamente a excelente reputação desta empresa junto ao mercado e sua credibilidade perante os órgãos públicos. Mas o que mais admiramos na Geoklock, razão maior das duas décadas de nossa parceria, é o comprometimento responsável que sua equipe nos mostra, desde os técnicos até seu presidente, quando solicitados. Desejamos assim que estes 30 anos sejam apenas o começo da Geoklock, que ela siga se desenvolvendo de forma sustentável e assim contribuindo para o progresso do Brasil. Parabéns Ecogeo, parabéns Geoklock!” Marcos De Marchi, Presidente Rhodia América Latina “This 30 years anniversary of Geoklock should be celebrated not only by the Ecogeo Group, but also by its clients and by the Brazilian society. We from Rhodia are witnesses of the technical competence of Geoklock in diagnosis, implantation and operation of the projects related to the environment; of the innovative and avant-garde character of its team in the search for bold, as well as definitive and perennial solutions. These competences plainly justify the excellent reputation of this company next to the market and its credibility before public institutions. But what we admire most in Geoklock, the main reason for two decades of partnership, is the responsible commitment that its team shows us, from the technicians to the president, when prompted. We wish that these 30 years are only the beginning for Geoklock and that it continues developing in a sustainable manner and thus contributing for the progress of Brazil. Congratulations Ecogeo, congratulations Geoklock!” Marcos De Marchi, President Rhodia Latin America

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Árvore Tamboril, Vale do Jequitinhonha, Norte de Minas Gerais Tamboril Tree, Jequitinhonha Valley, North of Minas Gerais


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Futuro para o meio ambiente O Grupo Ecogeo é a holding das empresas brasileiras

Ernesto Moeri Geólogo, doutorado pela Universidade de Berna, Suíça Presidente e Diretor Executivo Geologist, PhD from the University of Berne, Switzerland Chairman and CEO

Geoklock, Biosol, Bachema, Biolatina e Algae, atuantes nos setores de consultoria e engenharia ambiental, energias renováveis e mercado de carbono. Dentro de uma visão integrada de sustentabilidade, oferece uma ampla gama de serviços, de forma a atender a diferentes demandas de clientes e parceiros, com foco na minimização de impactos ambientais, no apoio geotécnico e hidrogeológico

Detlef Alberts Economista, graduado pela Business School de Essen/Bochum, Alemanha Diretor Financeiro Economist, graduated from the Business School of Essen/Bochum, Germany CFO

a obras de grande porte e na geração de energia limpa e renovável. O Grupo apóia ainda o Instituto Ekos Brasil, que atua na conservação da biodiversidade e na pesquisa voltada à manutenção dos recursos naturais.

Teresa Marques Administradora de Empresas Gerente Administração/ Financeiro Business Administrator Administration/Financial Manager

“Conseguimos migrar da fase de empresa pequena, com soluções caseiras, para um patamar de empresa estruturada, com auditoria independente, apta a atender às exigências de investidores estrangeiros e de clientes grandes e exigentes em relação à área de compliance e governança corporativa. É uma história de adaptação muito exitosa que tive orgulho de participar junto com minha equipe.” Cristina Sancini Diretora Administrativa e RH Administrative and Human Resources Director “We were able to migrate from a small company, with home-made solutions, to a level of a structured company, with independent auditing, capable of attending the requirements of international investors and of big and demanding clients related to the compliance area and corporate governance. It is a story of a very successful adaptation of which I am proud to have been a part of together with my team.”

Tecnologia de ponta, vocação para a inovação e profissionais altamente qualificados legitimam o Grupo Ecogeo a enfrentar os desafios ambientais e contribuir para um desenvolvimento mais sustentável para o planeta. 18

Oswaldo Soares Administrador de Empresas Gerente de Tecnologia de Informação Business Administrator IT Manager


Raiz de รกrvore Arabรก, Rio Caicubi, Amazonas Root of an Arabรก Tree, Caicubi River, Amazon

A future for the environment

impacts, geotechnical and hydro-geological support for

The Ecogeo Group is a holding company consisting of the Brazilian

largescale projects, and clean and renewable energy generation.

firms Geoklock, Biosol, Bachema, Biolatina and Algae, which

Ecogeo also supports the Ekos Brasil Institute, which works with

operate in the fields of environmental consulting and engineer-

biodiversity conservation and research on the maintenance of

ing, renewable energies and the carbon market. Adopting an

natural resources. Cutting edge technology, a reputation for

integrated vision of sustainability, the group offers a broad range

innovation and highly qualified professionals give Ecogeo the

of services, catering to the various different demands of its clients

credentials to tackle environmental challenges and contribute

and partners, with a focus on minimizing environmental

to a more sustainable development for the planet.

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Liderança e pioneirismo no mercado ambiental Com foco na inovação e excelência técnica, e três décadas de experiência acumulada de sua equipe multidisciplinar, a Geoklock alia criatividade e competência em serviços e projetos de auditoria, diagnóstico e engenharia ambiental, e soluções em carbono. Pioneira e líder do mercado de consultoria ambiental, a empresa é referência para clientes e órgãos ambientais. O crescimento de 10% ao ano viabiliza o investimento constante em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e metodologias, tanto em áreas tradicionais como em novas áreas de atuação. A visão de futuro da Geoklock é manter-se na vanguarda do mercado ambiental, oferecendo um trabalho desafiador e instigante a seus especialistas e constante inovação e liderança tecnológica a seus parceiros.

Parque Nacional do Iguaçu, Paraná Iguaçu National Park, Paraná

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Leadership and pioneerism in the environmental market

for environmental agencies and clients. Growth of 10% per year

Focusing on innovation and technical excellence, and boasting

permits ongoing investment in research and development in new

three decades of accumulated experience by its multidisciplinary

technologies and methodologies, both in traditional fields and in

team, Geoklock combines creativity and competence in environ-

new areas of activity. Looking ahead, Geoklock plans to remain

mental auditing, site assessment and engineering services and

at the forefront of the environmental market, offering challen-

projects as well as carbon solutions. As a pioneer and leader of

ging and stimulating work to its specialist staff and constant

the environmental consulting market, the company is a reference

innovation and technological leadership to its partners.

“Diariamente, o desafio é estar sintonizado, percebendo as tendências, as necessidades do cliente, entender, conhecer, adaptar e ter muitas vezes paciência para lidar com diferentes culturas, empresas e de cada pessoa com quem nos relacionamos.” Jaime Ohata Geólogo, graduado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho “The daily challenge is to be tuned, noticing the tendencies, the needs of the client, to understand, know, adapt and many times have the patience to deal with different cultures, companies, and people we relate to.” Jaime Ohata Geologist, graduated from Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho


Jaime Ohata Diretor Presidente President

Cristina Salvador Diretora de Consultoria Ambiental Managing Director for Environmental Consulting

Rubens Spina Diretor de Engenharia Engineering Director

Norbert Brandsch MSc em Geologia Gerente MSc in Geology Manager

Afrânio Pessoa Engenheiro Químico Gerente Chemical Engineer Manager

Omelino de Souza Engenheiro Civil Gerente Civil Engineer Manager

Martim de Souza Geólogo Gerente Geologist Manager

“Pude vivenciar várias conquistas que alavancaram nosso crescimento e beneficiaram as técnicas ambientais e, em última instância, o meio ambiente. Tudo o que sei na área ambiental aprendi aqui, no dia-a-dia de trabalho. Tanto no campo como no escritório.” Cristina Salvador Geóloga pela USP-SP, pós-graduada em gestão empresarial pela FGV “I was able to live several achievements that leveraged our growth and benefited the environmental techniques and, in a last resort, the environment itself. Everything I know in the environmental area I learned here, during the daily work. In the field as well as in the office.” Cristina Salvador Geologist from USP-SP, postgraduate in business management from FGV

“Desde o início, foram muitos os desafios, mas os primeiros projetos de remediação na Baixada Santista foram os mais difíceis, principalmente pela pouca experiência da equipe na época. Por outro lado, estes projetos trouxeram grande maturidade para enfrentarmos com naturalidade projetos muito mais complexos que vieram depois.” Rubens Spina Engenheiro químico pela USP-SP, pós-graduado em administração pela Fundação Vanzolini “From the beginning, there were many challenges, but the first remediation projects in the Baixada Santista were the most difficult ones, mainly due to the lack of experience of the team at the time. On the other hand, these projects brought great maturity for us to face with naturalness the more complex projects that came thereafter.” Rubens Spina Chemical Engineer from USP-SP, postgraduate in business administration from Fundação Vanzolini

Mário Machado Engenheiro Químico Consultor Sênior Chemical Engineer Senior Consultant

Vinicius Ambrogi Engenheiro Mecânico Gerente Mechanical Engineer Manager

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“Reconhecida no meio empresarial e acadêmico, bem como nos órgãos públicos de controle ambiental, a Geoklock tem demonstrado conhecimento e capacidade de adaptação às mais diversas demandas da Usiminas. Esta expertise técnica atua de forma complementar aos nossos processos produtivos, auxiliando a integração da sustentabilidade ao negócio e contribuindo para a excelência da gestão ambiental. Sem dúvida, uma parceria bem sucedida.” Ricardo Salgado, Superintendente de Meio Ambiente Usiminas “Recognized in the business and academic world as well as in public agencies for environmental control, Geoklock has demonstrated knowledge and ability to adapt to the most diverse demands of Usiminas. This technical expertise acts as a complement to our production processes, giving support to the integration of sustainability into the business activities and contributing to excellence in environmental management. Beyond doubt a successful partnership.” Ricardo Salgado, Environmental Superintendent Usiminas “A Geoklock influenciou fortemente a conscientização ambiental no Brasil, contribuindo para uma evolução histórica na proteção do meio ambiente. Seus profissionais sempre demonstraram uma extraordinária competência e dedicação aos seus clientes.” Rolf-Dieter Acker, Presidente da BASF na América do Sul entre janeiro 1999 a abril 2010 “Geoklock has had a strong influence on environmental awareness in Brazil, contributing to an important shift in the protection of the environment. Its staff always displayed extraordinary competence and dedication to clients.” Rolf-Dieter Acker, President of BASF South America from January1999 to April 2010 “Nossos trabalhos com a Geoklock começaram em 1996 e, desde então, temos tido ao nosso lado um parceiro confiável, de reconhecida excelência técnica e credibilidade. Essa parceria nos ajudou a desenvolver nossa expertise sobre assuntos ligados à gestão ambiental e, creio, nossa exigência constante pelo melhor serviço também agregou positivamente aos processos da Geoklock. Com isso, nosso empenho na defesa de um dos nossos principais valores, o respeito ao meio ambiente, vem alcançando resultados excelentes, seja na definição de processos menos impactantes e sustentáveis, no uso otimizado de recursos naturais e de energia ou mesmo na gestão de impactos ambientais decorrentes de práticas passadas. Empresa e comunidade são os grandes favorecidos com essa parceria de sucesso.” Giusepe Giorgi, Diretor de Recursos Humanos, Magneti Marelli Mercosul “Our work with Geoklock started in 1996 and we’ve had a reliable partner with acknowledged technical excellence and credibility since then. This partnership has helped us develop our expertise in topics related to environmental management and our constant demand for the best service has positively added to Geoklock processes. As a result, our effort in defending one of our main values regarding the environment has obtained excellent results, whether in the definition of processes with less impact and sustaintwability, in the optimized use of natural resources and energy or even in the management of environmental impacts resulting from prior procedures. The company and the community are the major beneficiaries of this successful partnership.” Giusepe Giorgi, HR Director, Magneti Marelli Mercosul

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Estação Ecológica Anavilhanas, Rio Negro, Amazonas Anavilhanas Ecological Station, Rio Negro, Amazon


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Geotecnia ambiental na medida certa A Biosol oferece serviços geotécnicos especializados no monitoramento ambiental de grandes obras na área de infraestrutura, assim como na investigação hidrogeológica e remediação de solos e águas subterrâneas. Reconhecida pela qualidade técnica na execução de sondagens e instalação de sistemas de monitoramento e descontaminação, a Biosol também é pioneira na montagem e operação de unidades de engenharia compactas e versáteis, incluindo sistemas de tratamento e reutilização de águas industriais. Com sede própria, sólida estrutura logística e modernos equipamentos, conta com uma equipe altamente treinada, caracterizada pela ágil adaptação às diferentes realidades de campo e focada na otimização de recursos.

“Tive oportunidade de trabalhar em várias áreas, desde a auditoria até a remediação e operação de sistemas de remediação. Isso me possibilitou obter um conhecimento abrangente do mercado ambiental e me conhecer melhor, minhas limitações e superações.” Margarete Sugiura Engenheira Química, graduada pela Universidade de Mogi das Cruzes, SP “I had the opportunity to work in several different areas, from auditing to remediation and operating remediation systems. This allowed me to gain an extensive knowledge of the environmental market and to learn more about myself, my limitations and my accomplishments.” Margarete Sugiura Chemical Engineer, graduate from Mogi das Cruzes University, SP

Margarete Sugiura Diretora Executiva Executive Director 24


Environmental geotechnics in the right dose Biosol offers specialized geotechnical services for environmental monitoring of large-scale infrastructure projects, as well as hydrogeological investigation and remediation of soils and groundwater. Recognized for its technical quality in the execution of drilling and installation of remediation monitoring systems, Biosol is also a pioneer in the assembly and operation of compact and versatile engineering units, including systems for treatment and reuse of industrial wastewater. With its own headquarters, a solid infrastructure and modern equipment, the company has a highly trained team of staff who can quickly adapt to different realities in the field and focused on the maximization of resources.

Ulysses Mour達o Engenheiro Civil Gerente Civil Engineer Manager 25


Química para o meio ambiente O Bachema oferece análises de água, ar e solo para os mais variados estudos ambientais, além de assessoria para a interpretação dos dados a clientes e parceiros. Com dez anos de vida, o laboratório é especializado em exames de compostos orgânicos e inorgânicos, além de estudos de tratabilidade do solo e ensaios-piloto para a produção de biogás e biodiesel. A parceria com a empresa suíça Bachema AG traz na bagagem cinquenta anos de experiência no mercado europeu, garantindo apoio tecnológico e constante treinamento à equipe brasileira. A sinergia alia a expertise europeia às exigências dos órgãos de controle estaduais e legislação nacional. A proximidade das demais empresas do grupo a um laboratório de ponta estimula a área de pesquisa e desenvolvimento de toda a Ecogeo, criando o cenário ideal para a inovação. “O grande desafio diário para o Bachema não é somente entregar resultados analíticos aos nossos clientes, mas também ser um parceiro confiável para todas as questões relativas a contaminantes e análises ambientais. Baseada nessa filosofia a matriz na Suíça, a Bachema AG, cresceu nos últimos 50 anos e se transformou no líder de mercado em análises ambientais. A nossa filial no Brasil segue a mesma filosofia.” Rolf Gloor, Presidente Bachema AG, Suíça “At Bachema we do not only meet the daily challenge of providing our customers with analytical results, but we also strive to be reliable partners for other concerns of environmental contaminants and analysis. This philosophy lies at the heart of our everyday work. Over the last 50 years, the mother company Bachema AG has steadily grown to become the leading environmental laboratory in Switzerland. Our subsidiary company in Brazil follows the very same philosophy.” Rolf Gloor, President Bachema AG, Switzerland Índio Tucano, Iauaretê, Cabeça do Cachorro, Norte do Amazonas Tucano Indian, Iauaretê, Cabeça do Cachorro, North Amazon

Wagner Pisciottano Químico Diretor Executivo Chemist Executive Director 26

Adriana Marra Química Gerente Chemist Manager


Chemistry for the environment Bachema offers water, air and soil analysis for a wide variety of environmental studies, in addition to data interpretation services for clients and partners. Established 10 years ago, the company specializes in assays of organic and inorganic compounds, as well as studies on the treatability of soil and pilot projects for the production of biogas and biodiesel. A partnership with the Swiss company Bachema AG, which has 50 years of experience on the European market, guarantees technological support and constant training for the Brazilian staff. The synergy between the two companies aligns European expertise with the requirements of Brazilian legislation and regulation. And the proximity of the other Ecogeo Group companies to a cutting-edge laboratory encourages them to conduct research and development, creating an ideal environment for innovation. 27


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“O respeito para com e a preservação do meio ambiente são para o grupo Mahle valores de suprema importância, não somente na definição de processos limpos e sustentáveis, mas também na eliminação de contaminações do passado. A Geoklock nos acompanha nesse processo há mais de dez anos. Em função de seu quadro técnico de alto nível e dispondo das melhores técnicas nessa área, a Geoklock executou diversos projetos em várias localidades para nossa satisfação. O merecido reconhecimento da Geoklock no mercado, especialmente junto às autoridades ambientais, tem contribuído muito para realizações de soluções pragmáticas de bom senso. É sempre bom contar com uma parceria como a Geoklock.” Axel Brod, Diretor Financeiro Mahle “The respect to and preservation of the environment are values of extreme importance for the Mahle Group, not only in the definition of clean and sustainable processes but also in the elimination of contaminations from the past. Geoklock has been accompanying us in this process for over ten years. Because of its high level technicians and disposing of the best techniques in this area, Geoklock has executed several projects in different locations to our own satisfaction. The deserved recognition of Geoklock in the market, specially with the environmental authorities has contributed a lot for the realization of pragmatic solutions of good sense. It is always good to count with a partner as Geoklock.” Axel Brod, CFO Mahle “A Geoklock é responsável pelos projetos de remediação da Clariant desde diagnóstico e projeto de engenharia, implantação, operação e monitoramento dos sistemas até a comparação definitiva cujo objetivo é verificar que os resultados esperados foram alcançados. A Geoklock é um ótimo parceiro quando o assunto exige reconhecida credibilidade e excelência técnica, amparadas por uma forte marca no mercado e pela total independência. Resumindo, é uma empresa de referência nos segmentos em que atua.” Günter Martin, Presidente do Conselho da Clariant Brasil “Geoklock is responsible for the remediation projects of Clariant from the diagnosis and engineering project, implementtion, operation and monitoring of the systems to the definitive comparison whose aim is to verify if the expected results were achieved. Geoklock is an excellent partner when the subject requires reliable credibility and technical excellence, sustained by a strong brand in the market and total independence. In short, it is a reference company in the segments where it acts.” Günter Martin, Chairman of Clariant Brazil “Tenho coordenado projetos e estudos ambientais fornecidos pela Geoklock à Nestlé Brasil desde 2007 e atesto que estou muito satisfeito com a boa qualidade dos serviços recebidos e com os bons resultados alcançados.” Ailton Storolli, Gerente Corporativo de Meio Ambiente Nestlé “I have coordinated environmental projects and studies supplied by Geoklock to Nestlé Brazil since 2007 and certify that I am very satisfied with the good quality of the services provided and the achieved good results.” Ailton Storolli, Environmental Corporate Manager Nestlé

Manguezal da Ilha do Boipeba, Litoral da Bahia Mangrove, Boipeba Island, coast of Bahia 29


Transformando resíduos em energia limpa A Biolatina desenvolve estações modulares para o reaproveitamento de materiais orgânicos de origem animal e vegetal na produção de biodiesel e biogás. Busca soluções com eficiência técnica-financeira e sem competir com a produção de alimentos, aproveitando de forma inteligente o potencial energético da biomassa brasileira. Com foco na conversão de resíduos em energia elétrica ou térmica, aplica tecnologia européia comprovada e adaptada à realidade brasileira. A empresa estabelece modelos descentralizados, aproveitando materiais disponíveis na região e atendendo às demandas locais, de forma a minimizar custos de transporte de insumos e de transmissão da energia elétrica e ainda gerando quantidades significativas de biofertilizantes, que são aplicados na agricultura local. Com crescimento previsto de 50% ao ano, a Biolatina aposta na parceria com seus clientes, oferecendo desde estudos de viabilidade e projetos de engenharia até a implantação das plantas em regime turn-key. Dentre os potenciais fornecedores de resíduos estão as indústrias de frigoríficos, alimentícia, de etanol e a cadeia de coleta e segregação de lixo doméstico. “O maior desafio do Grupo será transferir a sua filosofia de trabalho, pautada na excelência técnica dos seus projetos para a geração futura que está chegando ao Grupo.” Wagner Pisciottano Químico, graduado pela USP-SP “The greatest challenge of the Group will be to transfer its work philosophy, based on the technical excellence of its projects to the future generation that is joining the Group.” Wagner Pisciottano Chemist, graduate from USP-SP Wagner Pisciottano Diretor Técnico Technical Director 30

Fazenda Pouso Alto, Pantanal de Paiaguás, Mato Grosso do Sul Pouso Alto Ranch, Pantanal de Paiaquás, Mato Grosso do Sul


Transforming waste into clean energy Biolatina develops modular stations for reusing organic animal and plant materials in the production of biodiesel and biogas, looking for technically and financially efficient solutions without competing with food production, and taking intelligent advantage of the energy potential of Brazilian biomass. Focusing on the conversion of waste into electrical or thermal energy, the company applies proven European technology adapted to Brazilian conditions. Biolatina establishes decentralized models, using materials available in the region and catering to local demands, thereby minimizing the costs of transporting feedstock and transmitting electrical energy, while also generating significant amounts of biofertilizers used by local agriculture. With growth forecast at 50% per year, the company understands the importance of partnerships with its clients, and it offers everything from feasibility studies and engineering projects to the installation of turn-key plants. Among the potential suppliers of waste materials are the meatpacking, food and ethanol industries and the household waste collection and selection chain.

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Tecnologia de microalgas A Algae investe no desenvolvimento de sistemas de produção de biocombustíveis e mitigação do efeito estufa com base no cultivo de microalgas, com foco em pesquisa e desenvolvimento, aplicabilidade comercial e sustentabilidade ambiental.

Os projetos de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa contam com amparo financeiro do BNDES e Finep e têm os seguintes objetivos: produção de biomassa de microalgas para geração de energia através de biodigestão e obtenção de óleo para transformação em biodiesel e bioquerosene. Um projeto piloto de cultivo de microalgas para produção de biocombustíveis deverá estar em funcionamento já em 2011. 32


Technology in microalgae Algae invests in the development of systems to produce biofuels and mitigate the greenhouse effect through the cultivation of microalgae, with a focus on research and development, commercial applicability and environmental sustainability. Two loans – from the Brazilian Innovation Agency/Research and Projects Financing (FINEP) and the Brazilian Development Bank (BNDES) – guarantee the initial funding for two research lines: use of algae biomass for energy generation through biodigestion and liquid biofuels production from microalgae oil. A microalgae cultivation pilot project for biofuel production will start operating in 2011.

Lagoas de água doce e salobra, Pantanal de Nhecolândia, Mato Grosso do Sul Lagoons of soft and brackish water, Pantanal de Nhecolândia, Mato Grosso do Sul

“Se conseguirmos alcançar nosso objetivo de transformar soluções de produção de biocombustíveis e sequestro de carbono, hoje realidade somente em escala laboratorial, em sistemas industriais viáveis, teremos estabelecido uma grande inovação tecnológica, com muitos frutos.” Sergio Goldemberg “If we achieve our goal of turning laboratory scale, microalgae based biofuel and carbon sequestration systems, into industrial size systems, we will establish a great technological breakthrough, with unlimited potential.” Sergio Goldemberg 33

Sergio Goldemberg Engenheiro Agrônomo Gerente Agricultural Engineer Manager


O Grupo Ecogeo é formado por uma equipe tão diversa quanto o próprio Brasil. São 203 colaboradores, nascidos de Norte a Sul do país, com especialidades variadas e características únicas. Destes, 54 são mulheres, que conciliam de forma admirável a família com a vida profissional. Cerca de 80 colaboradores têm menos de trinta anos, trazendo a sede de aprendizado e crescendo junto com a empresa. E 27 estão na empresa há mais de dez anos, garantindo experiência e maturidade aos trabalhos. Com tanta diversidade, uma coisa é comum à equipe multidisciplinar do Grupo Ecogeo: a dedicação e a vontade de se superar no que faz.

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Adhonay Araújo Adilson Silva Adriana Campos Adriana Marra Adriano Souza Adriano Araújo Adriano Macorin Afrânio Cavalcanti Aldoino Moraes Aleandro Araújo Alessandra Bitener Alexandra Katherina Alexandre Franco Alexsandra Costa Aline de Melo Alisson Ignacio Almir Jonas Amarildo Dantas Ana Carolina Ana Velloso Anderson Gerzsvszki Anderson Martins André Baldini André Bussmann André Camargo André Canale André Perales 1 Andreia Yoshinari Angelica Santana Angelo Duarte Anterio Geraldo Antonio Freitas Antônio Nóbrega Ariani Faria Beatriz Oliveira Bruna Valente Bruno Gioda Carla Pinheiro Carlos Borba Carlos Calderon Carolina Ferraz Carolina Queiroz Celso Marinho Claudia Marques Claudiney Santos Claudio Genthner Cleber Rodrigues Cristina Salvador Cristina Sancini Dalton Stadler Daniel Souza Daniel Stapf Danilo Saunite Danilo Ito Daniela Balbachevsky Dayse Mantovani Deivid Santos Délcio Rodrigues Detlef Alberts Dilasbruno Medeiros Donizete Aparecido Ed Deivison Eder Nicolleti Edson Kagohara Edson Nielson Eduardo Cardoso Eduardo Leone Eduardo Martins Elis Regina Emerson Santos Elias Reis Erica Borges Erika von Zuben Ernesto Moeri Felipe Reyes Fábio Madeira Felipe Borges Fabricio Di Paula Felipe Casas Fernanda Vicente Fernanda Zanetti Fernando Caramello 2 Flavio Lima Flavio Arruda Fernando Dambrauskas Francisco Chagas Francisco Ferreira Francisco Ribeiro Francisco Villela Gabriel Arcanjo Gabriel Sampaio Gerd Van Den Daele Gilson Braz Gisseh Bertolami Guilherme Panichi Heberson Cardoso Hermes 3 Conceição Idelsom Canestraro Iego Oliveira Indalecio Severino


The Ecogeo Group is formed by a diverse team such as is Brazil. There are 203 employees, born from north to south of the country, with varied specialties and unique characteristics. There are 54 women who are able to combine work with family life in an admirable manner. Almost 80 employees are less than 30 years old, bringing with them the thirst for apprenticeship and growing together with the company. And 27 have been over 10 years with the company guaranteeing experience and maturity to the assignments. With such diversity, there is however one thing in common for the whole Ecogeo Group team: the dedication and the will to excel in what it does.

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1 Esmeralda, Carnaiba, Bahia 2 Pepita de Ouro, Amazonas 3 Topázio, Goias 4 Tantalita, Serra da Mesa, Goiás 5 Minério de Cobre, Bahia 6 Malaquita, Bahia 1 Emerald 2 Gold Nugget 3 Topaz 4 Tantalite 5 Copper ore 6 Malachite

Jaime Ohata Jânio Vieira João Castro Jorge Luís José Carlos José Frazão José Guilherme José Normando José Rogério Joseny Santos Jucicleiber Silva Julio Motta Junior Duarte Jurandir Fernandes Karina Oliveira Klaus Steffan Leandro Canaver Leandro Nishino Leandro Portela Leonardo Torrecilhas Lucas Forcinetti Lucas Gonçalves Luci Noda Luciana Maturana Luis Aguilera Luiz Pereira Maíra Scarance Manoel Soares Marcelo Costa Marcelo Trevine Marcia Kolar Margarete Sugiura Mariana Lucas Mariany Machado Marina Alix Mario Machado Martim Afonso Martin Biebow Nailson Costa Natália Dionísio Nelson Robles Norbert Brandsch Odair José Omelino 5 Souza Oswaldo Soares Patrícia Varjão Paulo Marcel Paulo Túlio Pedro Oliveira Pedro Rocha Quézia Martins Rafael Beijides Rafael Campos Rafael Leocadio Ramon Silva Raphael Lima Reinaldo Mariano Renata Ferreira Renato Kumamoto Renato Oliveira Ricardo Souza Ricardo Dettino Ricardo Eidt Ricardo Fraga Ricardo Guimarães Roberto Mendes Robson Alcantara Rogério Pajewski Romário Sousa Romilson Alves Rosângela Banba Rosângela Karine Rosilene Rossetto Rozivaldo Silva Rubens Spina Sandro Richena Severino Moreira Sheila Godoy Sue Ann Galrão Talita Nocetti Tatiane Furigo Tatiane Xavier Teresa Marques Thais Meneguzzo Thamires Vale Thiago Araújo Thiago Mello Thiago Momenti Tiago Fernandes Ulysses Mourão Ursula Bardorf Vanessa Escaleira Vanderléia Rodrigues Vanessa Martins Victor Prates Victor Sewaybricker 6 Vinicius Ambrogi Vinícius Lima Wagner Pisciottano Walter da Rocha Wellington Garcia Wendy Coimbra Yuri Miranda

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Crianças de Caicubi, Rio Jufari, Roraima Children of Caicubi Village, Jufari River, Roraima

Conhecimento a serviço da biodiversidade O Instituto Ekos Brasil é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público voltada à proteção da biodiver-

Knowledge at the service of biodiversity

sidade e ao estímulo à sustentabilidade local e global.

The Ekos Brasil Institute is a Civil Society Organization of Public

São nove anos de atuação nas áreas de conservação

local and global development. It has been active for nine years

e manejo de áreas naturais protegidas, pesquisa

Interest that works to preserve biodiversity and encourage in the areas of conservation and management of protected natural sites, forestry and carbon research, and training and

florestal e de carbono, e capacitação e disseminação

dissemination of technical knowledge. With the support of the

de conhecimentos técnicos. Com apoio do Grupo

together experienced professionals in the socio-environmental

Ecogeo mas total independência, o Ekos Brasil reúne

research institutes, universities, non-governmental organizations,

profissionais experientes na área socioambiental e realiza

Ecogeo Group, although fully independent, Ekos Brasil brings field and conducts its activities through partnerships with companies, environmental agencies and other public bodies, both in Brazil and abroad.

suas ações por meio de importantes parcerias com instituições de pesquisa, universidades, organizações nãogovernamentais, empresas, agências ambientais e outros órgãos públicos, no Brasil e no exterior.

Boto Cor-de-Rosa, Novo Airão, R io Negro, Amazonas Pink Dolphin, Novo Airão Village, R io Negro, Amazon

Délcio Rodrigues Físico, graduado pela USP-SP Diretor Executivo Physicist graduated from USP-SP Executive Director

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Caverna Água Suja no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) Água Suja Cave at the Alto Ribeira State Tourism Park (PETAR)


Projeto Jufari, Rio Negro, Amazônia A 300 km de Manaus, às margens do Rio Negro, em plena Amazônia, o Instituto Ekos Brasil está implantando a Base de Pesquisas do Jufari. A área de 30 mil hectares representa uma parcela importante da biodiversidade tropical e abriga um vilarejo de 500 habitantes. O projeto prevê a conservação da região e do estoque de carbono, ao mesmo tempo que investiga as interações entre clima e floresta tropical e estimula o desenvolvimento de pesquisas sobre mecanismos rentáveis de proteção da floresta, que promovam a dignidade e a independência econômica da população local, contrapondo-se às consequências danosas geradas pelo desmatamento. Jufari Project, River Negro, Amazon Some 300 km from the Amazonas state capital of Manaus, on the banks of the River Negro in the heart of the Amazon, the Ekos Brasil Institute is establishing the Jufari Research Center. The 30,000 hectare site contains a significant portion of the tropical biodiversity and is also home to a village with 500 inhabitants. The project is designed to conserve the region and the carbon stock, while also investigating the interactions between tropical forest and climate. It also encourages the development of research on profitable forest protection mechanisms that promote the dignity and economic independence of the local population, countering the harmful consequences of deforestation.

Plano de Manejo Espeleológico do Vale do Ribeira Mais de 100 técnicos e cientistas elabo raram, simultaneamente, 32 planos de manejo espeleológico de cavernas do Parque Estadual Intervales, do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira – PETAR, do Parque Estadual Caverna do Diabo e do Parque Estadual do Rio Turvo. O trabalho contribui de forma incisiva para o conhecimento científico sobre as cavernas brasileiras, bem como para o aproveitamento do potencial turístico e de geração de renda da região, que abriga um dos mais importantes patrimônios naturais espeleológicos do país. Speliological Management Plan, Vale do Ribeira More than 100 technicians and scientists simultaneously developed 32 speliological managment plans for the caves of the State Park of Intervales, the State Tourism Park of Alto Ribeira (PETAR), the Devil’s Cave State Park and the State Park of Rio Turvo. The project is contributing decisively to scientific knowledge of Brazilian caves, and also to the development of tourism potential and income generation in the region, which is home to one of the country’s most important natural speliological heritage sites.

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Infraestrutura de Uso Público do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu

Após ter elaborado o Plano de Manejo do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, ao norte de Minas Gerais, o Instituto Ekos Brasil agora implementa a infraestrutura para seu uso público, de forma a garantir a conservação e visitação dos atrativos turísticos e o apoio à pesquisa na área do Parque. O modelo desenhado pretende viabilizar o uso público com o melhor custo-benefício possível, selecionando os atrativos turísticos, trilhas, estradas, portarias, construções e reformas que permitam a operação harmônica do Parque, aliando o rigor dos critérios para conservação da área com o baixo custo de operação. O Parque tem uma área de 56 mil hectares, na transição entre Cerrado e Caatinga, abriga 120 sítios arqueológicos e mais de 2 mil espécies animais e vegetais, sendo mais de 50 espécies de fauna ameaçadas de extinção ou vulneráveis, além de espécies endêmicas e raras.

Caverna do Janelão, Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, I tacarambí, Minas Gerais Janelão Cavern, Peruaçu Caves National Park, Itacarambí, Minas Gerais

Public Use Facilities for the Peruaçu Caves National Park

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Following the development of the Management Plan for the Peruaçu Caves National Park, in the north of the state of Minas Gerais, the Ekos Brasil Institute is now implementing its public use facilities, to make sure the park is preserved and people can visit its tour attractions, and also to guarantee support for the research conducted within its limits. The plan intends to allow for public use with the greatest possible cost-benefit ratio, selecting the tourist tour, trails, roads, gates, constructions and renovations that will permit the harmonious operation of the park, combining strict conservation criteria with low operating costs. The park covers an area of 56,000 hectares in between the Cerrado savannah and Caatinga scrubland ecoregions, and it has 120 archeological sites and more than 2,000 animal and plant species, of which 50 species of fauna are either endangered or vulnerable


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Energia do Brasil: Presente e Futuro José Goldemberg

Rio Betari, Iporanga, Vale do Ribeira, São Paulo Betari River, Iporanga, Vale do Ribeira, Sao Paulo

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O Professor José Goldemberg é Doutor em Ciências Físicas pela Universidade de São Paulo. Foi Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência 1979 a 1981, Presidente da Companhia Energética de São Paulo (CESP), 1982 a 1985, Reitor da Universidade de São Paulo de 1986 a 1990, Secretário de Ciência e Tecnologia, Secretário do Meio Ambiente da Presidência da República e Ministro de Estado da Educação do Governo Federal 1991 a 1993, Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo 2002 a 2006. Foi Professor da Universidade de Paris (França) e Princeton (Estados Unidos). É autor de inúmeros trabalhos técnicos e vários livros sobre Física Nuclear, Energia e Meio Ambiente. Recebeu o Prêmio “Blue Planet Prize” da Asahi Glass Foundation (Japão). Professor José Goldemberg is a Doctor in Physical Sciences from the University of Sao Paulo. He was President of the Brazilian Society for the Progress of Science from 1979 to 1981; President of the Energetic Company in Sao Paulo (CESP) from 1982 to 1985; Dean of the University of Sao Paulo from 1986 to 1990; Secretary of Science and Technology, Secretary of Environment of the Republic Presidency and State Minister of Education of the Federal Government from 1991 to 1993; Secretary of Environment of the State of Sao Paulo from 2002 to 2006. He was professor at the Paris University (France) and at Princenton University (USA). He is the author of several technical assignments as well as books about nuclear physics, energy and environment. He won the “Blue Planet Prize” from Asahi Glass Foundation (Japan).

Do ponto de vista ambiental, o Brasil tem uma matriz energética privilegiada: 45% da oferta interna de energia é renovável e se origina em energia hidroelétrica, produtos de cana de açúcar, lenha e carvão vegetal. Os 55% restantes se originam em combustíveis fósseis: petróleo e derivados, gás natural, carvão mineral e derivados e energia nuclear. Quando se compara a matriz energética brasileira com a matriz dos países industrializados, verifica-se que 80% da oferta nestes países se origina em combustíveis fósseis. Em nível mundial, energias renováveis representam apenas 13% da oferta. Por essa razão, os problemas ambientais oriundos dos combustíveis fósseis são menores no Brasil do que nos países industrializados. Além disto, sendo auto-suficiente na produção de petróleo, o Brasil está livre de problemas de importações de energia, como é o caso dos Estados Unidos e Japão, fortemente dependentes do petróleo do Oriente Médio. Sucede que o consumo de energia “per capita” dos brasileiros ainda é baixo e precisa crescer, ao passo que o consumo “per capita” dos europeus é muito alto. O que é equivocado, contudo, é a ideia que o Brasil precisa atingir o nível de consumo da Espanha ou Itália nos próximos 10 ou 15 anos. O clima destes países tem invernos mais severos que o nosso, de modo que o aquecimento residencial (que quase não existe no Brasil) representa um componente importante no consumo. Além disso, nada impede que, ao crescer, o Brasil incorpore as melhores tecnologias existentes que necessitamos para nosso conforto, com menor consumo de energia, evitando ter que fazer reformas e substituições mais tarde. Só para dar um exemplo, uma casa construída com técnicas modernas usando iluminação e aquecimento solar consome 25% menos energia que uma casa tradicional. Apesar disto, existe o perigo de que a evolução da oferta de energia no Brasil se torne cada vez menos renovável, como ocorreu em 2008/2009, quando a expansão da produção de eletricidade passou a ser feita com térmicas a carvão e óleo combustível. A razão, segundo as autoridades do setor na ocasião, foi a de que o Governo encontrou sérias dificuldades com a área ambiental para licenciar grandes usinas hidroelétricas. Sucede que há inúmeros outros aproveitamentos possíveis na Amazônia que criariam problemas ambientais menores, mas o Governo negligenciou e execução de levantamentos hidrográficos necessários para leiloar estas usinas. O plano decenal de 2008-2017 recebeu sérias criticas, porque estava levando o país a abandonar uma matriz energética limpa, como se viu nos leilões de energia nova nos últimos anos. Estes leilões deram como resultado um aumento significativo da geração de energia elétrica à base de usinas termoelétricas queimando carvão e óleo combustível, o que reduziria significativamente a participação percentual de energia renováveis (hidroelétricas, biomassa e usinas eólicas)


O novo Plano de Expansão de Energia 2010-2019 corrige algumas destas distorções ao afirmar “a retomada da participação de fontes renováveis na matriz elétrica a partir do ano 2014, em detrimento das fontes baseadas em combustíveis fósseis, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das fontes de geração.” Nos próximos anos deveremos pois ver uma reativação da construção de hidroelétricas de porte médio, uma expansão do parque de geração eólica e um maior uso da biomassa, principalmente bagaço de cana, para cogeração de eletricidade com calor nas usinas de álcool, além do aumento da produção de etanol. A atual produção de etanol já substitui metade da gasolina que seria usada no país, caso ele não existisse. Novas tecnologias em desenvolvimento são promissoras em produzir não só etanol, como também biodiesel e outros combustíveis a partir da biomassa, incluindo algas. Ao que tudo indica também – com o uso de tecnologias mais avançadas – seria possível produzir uma Itaipu de eletricidade dos canaviais do sudeste do país. Há, porém outras correções que o Plano de expansão da energia elétrica ainda não absorveu, apesar dos esforços que vários especialistas tem feito em esclarecer as autoridades. O novo Plano Decenal – como os anteriores – não dá a importância devida ao papel que a eficiência energética, isto é, a racionalização do uso de energia - em todas as formas - poderia ter no país. O que ele prevê são economias de energia de menos de 5% em 2019 (em 2010 ela é de apenas 1%), apesar da experiência internacional mostrar que se poderia economizar muito mais sem abrir mão dos confortos que a civilização moderna nos oferece. A União Europeia como um todo estaria hoje consumindo 50% mais energia se não tivessem sido adotadas sérias medidas de conservação de energia desde 1970, entre elas o uso de geladeiras mais eficientes, automóveis com maior quilometragem por litro de combustível e outras medidas relativamente simples e que são bem conhecidas e testadas na prática. Além disso, uma característica do Plano que é preocupante é a evolução da intensidade energética da economia brasileira, que é diferente da evolução da maioria dos outros países. A intensidade energética da grande maioria dos países caiu rapidamente nas ultimas décadas devido ao aperfeiçoamento das tecnologias de uso final. Em outras palavras, menos energia é usada para produzir uma unidade de GDP, ou seja, é possível “desacoplar” o crescimento do GDP do crescimento do consumo de energia. No Brasil, GDP e consumo de energia crescem juntos, o que significa que ênfase em eficiência energética tem ainda um papel pouco importante no planejamento energético do país. O problema da energia no Brasil tem que ser visto não apenas como um problema de suprimento – como faz o Governo – mas como um problema de demanda, onde um aumento de eficiência beneficiaria a todos.

Energy in Brazil: Present and Future José Goldemberg From an environmental point of view, Brazil has a privileged energy mix: 45% of the domestic supply of energy is renewable and comes from hydroelectric sources, sugarcane products, firewood and charcoal. The remaining 55% comes from fossil fuels: oil, natural gas, coal and nuclear energy. This is significantly better than the energy mixes of the world’s industrialized nations, where 80% of the energy supply comes from fossil fuels. What’s more, since it is self-sufficient in oil, Brazil does not face the problems of importing energy, like the United States and Japan, which are heavily dependent on oil from the Middle East. The per capita consumption of energy in Brazil is still relatively low and is expected to grow over the next 10 to 15 years, although not to the comparatively high levels of many European countries, where the winters are far colder than ours. Furthermore, there is nothing to stop Brazil, as it grows, from incorporating more modern technologies to reduce energy consumption. To give an example, a house built with modern techniques using solar lighting and heating consumes 25% less energy than a traditional house. Nevertheless, there is a legitimate concern that the energy mix in Brazil will become less renewable moving forward. In 2008 and 2009, for example, the increase in electricity production came largely from fuel-oil and coal-burning thermoelectric plants, as the government faced serious difficulties securing environmental licensing for largescale hydroelectric power plants. The 10-year energy expansion plan for 2008-2017 was met with harsh criticism for this very reason, since it was seen to be leading Brazil away from a clean energy mix. The latest 10-year plan, for 2010-2019, corrects this by restoring the focus on renewable sources. Over the next few years, therefore, we should see renewed construction of mid-sized hydroelectric power plants, an increase in wind power generation and greater use of biomass, primarily sugarcane bagasse, in addition to an increase in ethanol production. Indeed, new technologies under development are showing promise in the production of not only ethanol, but also biodiesel and other fuels from biomass, including algae. There are, however, other corrections that the new plan has not made. One criticism is a failure to give the necessary importance to energy efficiency in Brazil. The plan forecasts energy savings of less than 5% in 2019 (in 2010 the figure is just 1%), despite the fact that international experience has shown that much more can be saved without foregoing the comforts of modern living. One other striking characteristic concerns the evolution of the energy intensity of the Brazilian economy, which differs from the evolution in most other countries. The energy intensity of the vast majority of countries fell rapidly over the past few decades as a result of the improvement of end-use technologies. In other words, less energy is required to produce a unit of GDP, meaning it is possible to “decouple” GDP growth from growth in energy consumption. In Brazil, GDP and energy consumption grow in concert, which implies that there is still not enough emphasis placed on energy efficiency in the country’s energy planning. In other words, the energy problem in Brazil needs to be addressed not only as a problem of supply – which is the government’s approach – but also as a problem of demand, where an increase in efficiency would benefit us all. 41


Na balança, zero de carbono e 100% de biocombustível Ernesto Moeri

Rio Moa, Parque Nacional da Serra do Divisor, Acre Moa River, National Park of the Serra do Divisor, Acre

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In the balance, zero carbon and 100% biofuel Ernesto Moeri Brazilian President Lula da Silva will be remembered in the history books of this country for several of his administration’s accomplishments. A track record like his is rare and controversial, but the assertion is unanimous that, on the political scene, he achieved unrivalled leadership. But what neither he nor his cabinet seem to have yet grasped is that Brazil is in a position to play an even more prominent role both nationally and internationally, if the country can only recognize – and act upon – its unparalleled vocation in global sustainability. With its vast and diverse territory, enviable forestry wealth and unique potential in terms of water resources and biomass, Brazil boasts the ideal conditions to meet its energy needs using renewable sources and to contribute to the climatic balance. The formula: complete reduction of our carbon emissions and greater production of ethanol and biodiesel – both clean fuels – to assure our energy self-sufficiency. The means are at our disposal, but a considerable effort and strong business and political will be required for its execution. Villain or Hero? Brazil is today one of the leading emitters of CO2 on the planet, as a result of the clearing the Amazon rainforest, which is responsible for 70% of all our emissions. This puts us in a sorry fifth place on the list of countries that contribute the most to the greenhouse effect, the primary cause of climate change. The country is not only considered a major contributor to global warming, it also stands accused of destroying the largest reserve of biodiversity on the planet. But you would be wrong to paint the country as the villain of the story. Brazil has an extremely clean energy mix, with 85% of its electricity produced by hydroelectric power plants and biomass cogeneration, and more than 25% of all the fuel consumed for road transport coming from renewable agricultural sources. Sugarcane plantations earmarked for the production of ethanol occupy less than 3% of Brazil’s productive agricultural land, even though they are unjustly blamed for high international food prices and condemned for destroying forests. What they neglect to say, however, is that the main region where this commodity is grown is some 3,000 kilometers from the Amazon and that there are still great

O presidente Lula fará parte da história deste País por diversos feitos realizados em sua gestão. Uma trajetória como a dele é rara e controversa, mas é unânime a constatação de que ele alcançou no cenário político destacada liderança. O que nem ele, nem ministros e assessores parecem ter percebido ainda é que o Brasil apresenta condições para um protagonismo ainda maior no âmbito nacional e internacional, caso o país reconheça – e aja sobre – sua vocação ímpar no cenário da sustentabilidade global. Com seu vasto e diverso território, riqueza florestal invejada e potencial único em termos de recursos hídricos e biomassa, o Brasil reúne as condições ideais para suprir suas necessidades energéticas a partir de fontes renováveis e contribuir para o equilíbrio climático. A receita: redução total das nossas emissões de carbono e produção de etanol e biodiesel – ambos combustíveis limpos – de forma a garantir nossa auto-suficiência em energia. Os ingredientes estão à disposição, mas exige esforços consideráveis e vontade política e empresarial para sua execução. Vilão ou herói? O Brasil é hoje um dos grandes emissores de CO2 do planeta, em função do desmatamento da floresta amazônica, responsável por 70% do total de nossas emissões. Isso nos confere um vergonhoso quinto lugar na lista de países que mais contribuem para o efeito estufa, principal causador das mudanças climáticas. O país é visto como um dos grandes responsáveis pelo aquecimento global, além de destruidor do maior estoque de biodiversidade do planeta. Mas erra quem desenha o país como o vilão da história. O Brasil tem uma matriz energética extremamente limpa, com 85% da eletricidade oriunda de usinas hidrelétricas e de co-geração de biomassa e mais de 25% de todo o combustível consumido para o transporte rodoviário originado de fontes agrícolas, o que o torna renovável. As plantações de cana-de-açúcar destinadas à fabricação de álcool combustível ocupam menos de 3% de toda a área produtiva agrícola, ainda que sejam condenadas indevidamente pela alta de preços de alimentos ou por destruírem matas. Porém, a principal região de plantio desta matéria-prima está distante 3 mil quilômetros da Amazônia e ainda existe muita terra disponível e sem cultivo – são mais de 50 milhões de hectares apenas nos estados do centro-sul. É verdade que pelo efeito de “vazamento” poderia haver pressão indireta, com o avanço da cana “empurrando” a soja e pecuária sobre áreas florestais. Mas instrumentos de planejamento regional podem – e devem - controlar tal dinâmica e garantir que a eficiência reine sobre a expansão desordenada de atividades predatórias. Nossa Contribuição ao Planeta Os 20 milhões de toneladas de etanol consumidos anualmente no país significam que deixamos de queimar, por ano, combustíveis fósseis que corresponderiam à emissão de cerca de 50 milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera. A substituição de diesel por biocombustíveis – garantida por lei, inclusive, já que cada litro de diesel vendido em território nacional contém obrigatoriamente 3% do combustível renovável em sua mistura – já é outra contribuição do país ao controle climático.


Com a cotação atual de US$20 por tonelada de CO2 não-emitido no mercado global de carbono, apenas a substituição atual de etanol já renderia ao Brasil cerca de US$ 1 bilhão, caso fosse uma medida voluntária, sendo passível comercializar estas emissões reduzidas. Se em 10 anos o país se torna auto-suficiente em etanol e não consome mais gasolina, são mais US$ 1 bilhão em créditos, sem nem contabilizar o crescimento da economia. E se todo o diesel consumido no país for substituído por biodiesel, são 100 milhões de toneladas de CO2 não emitidas, o que equivaleria a outros US$ 2 bilhões em créditos de emissões reduzidas. Resumindo: para além da contribuição global ao clima, o potencial que o Brasil tem de evitar emissões de carbono na atmosfera renderia US$ 4 bilhões por ano ao país. É claro que esse é, hoje, um cálculo hipotético, já que não se aplica nas atuais configurações do protocolo de Kyoto. Mas o assunto – e os números – deveriam ser discutidos, seja no âmbito do acordo internacional, seja no âmbito de acordos bilaterais. Seria muito mais estratégico para o Brasil se, ao invés de vender etanol para os Estados Unidos e países da Europa e Ásia, encarando sobretaxas, altos custos com fretes e, sobretudo, críticas, o País exportasse os dois milhões de barris de petróleo/dia extraídos de seu solo nos parâmetros de um mercado internacional livre e totalmente regulamentado. Reter o biocombustível e repassar ao mercado externo o petróleo disponível teria um impacto extremamente positivo na balança comercial brasileira. E isto não é o mais importante: há de se convir que, enquanto todos os carros nacionais não rodarem com biocombustível, não faz sentido vender para fora um único litro deste valioso propulsor verde. Aliado a isso, o plantio de oleaginosas não-comestíveis, como o pinhão manso, e a pesquisa e o desenvolvimento de novas fontes de biomassa e seqüestro de carbono por meio de projetos de preservação e reflorestamento permitiriam ao país alcançar a meta de se tornar 100% neutro em carbono no prazo de uma década. Para tanto, é fundamental que haja um arcabouço consistente de políticas públicas destinadas a proteger as florestas e a incentivar a inovação tecnológica na área energética. E como pagar tais custos? Com a aplicação de parte dos recursos gerados pela comercialização dos créditos de carbono. A conta fecha. O legado que o Brasil pode deixar para esta e futuras gerações é o de um novo ciclo econômico-energético, baseado nas vocações locais e na conservação e uso sustentável de nossos recursos naturais. Aproveitar esse momento, longe de qualquer oportunismo, é por um lado responder à altura às demandas atuais da sociedade mundial e, por outro lado, abraçar uma grande oportunidade de fazer do Brasil um modelo de gestão a ser seguido.

Ernesto Moeri, geólogo pela Universidade de Berna, Suíça, é CEO do Grupo Ecogeo e Presidente do Instituto Ekos Brasil. Foi Presidente da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira de 2001 a 2006

swathes of uncultivated land available – more than 50 million hectares in the states of the mid-south alone. There is some truth to the claim that the “spill out” effect may have some indirect pressure, as the advance of sugarcane drives soybean cultivation and cattle farming into forest areas. But regional planning can – and should – control this situation and assure that efficiency is brought to the disorganized expansion of predatory activities. Our Contribution to the Planet The 20 million tons of ethanol consumed annually in Brazil means that each year we avoid burning fossil fuels equivalent to the emission of nearly 50 million tons of carbon dioxide into the atmosphere. The substitution of diesel by biofuels – guaranteed by law, in fact, since each liter of diesel sold in the country must contain 3% renewable fuel in its mix – is another Brazilian contribution to climate control. At the current price of US$20 per ton of unreleased CO2 on the global carbon market, the current substitution by ethanol alone would yield nearly US$1 billion for Brazil, if it were a voluntary measure, making it possible to trade these emissions reductions. If, over the next 10 years, the country can become self-sufficient in ethanol and stop consuming gasoline, this would produce another US$1 billion in tradable credits. And this does not take economic growth into account. Moreover, if all the diesel consumed in Brazil would be replaced by biodiesel, this would represent another 100 million tons of unreleased CO2, equivalent to another US$2 billion in reduced emission credits. In short: besides an overall contribution to the climate, Brazil’s potential to avoid releasing carbon into the environment could bring the country nearly US$4 billion per year. This is obviously a hypothetical calculation, since it does not currently apply under the provisions of the Kyoto Protocol. But the issue – and the figures – ought to be discussed, whether as part of an international agreement or through bilateral agreements. It would be far more strategic for Brazil if, instead of selling ethanol to the United States, Europe and Asia, incurring surcharges, high shipping costs and, above all, harsh criticisms, the country exported the two million barrels of oil it extracts each day within the parameters of a free and fully regulated international market. Holding on to the biofuel while shipping the oil abroad would have an extremely positive impact on the Brazilian trade balance. And there is one other important point that cannot be denied: until all our cars are running on biofuel, it makes no sense to export a single liter of this valuable green propellant. In concert with this, by planting non-edible oil seeds, such as jatropha, and conducting research and development into new sources of biomass and carbon sequestration through preservation and reforestation projects, Brazil could achieve the goal of becoming 100% carbon neutral within the next decade. To get this done, we need a consistent public policy framework to protect the forests and encourage technological innovation in the field of energy. And how do we pay for all this? By investing a portion of the funds raised from selling carbon credits. The math adds up. The legacy that Brazil could leave this and future generations is one of a new economic-energy cycle based on local vocations and on conservation and sustainable use of our natural resources. To seize this moment is, far from being opportunistic, on the one hand to respond to the current demands of the global society and, on the other, to embrace a great opportunity to make Brazil a management model to be followed. Ernesto Moeri, a geologist from the University of Berne, Switzerland, is CEO of the Ecogeo Group and Chairman of the Ekos Brasil. He was also Chairman of the Swiss-Brazilian Chamber of Commerce from 2001 to 2006. 43


Requalificação urbana das cidades e seu desenvolvimento sustentável Thomaz Assumpção

Ipê Amarelo, Anapu, Pará Yellow Ipê Tree, Anapu, Pará

Urban requalification of cities and their sustainable development Thomaz Assumpção Cities are living organisms in constant mutation. They are dynamic and multiple, they grow, evolve and reorganize over the years, often in unexpected ways. Their pattern is dictated by a series of factors that include economic and social activities and the engagement of a population consisting of different social groups in terms of origin, socioeconomic status and types of behavior. Due to the rapid and disorganized growth of many cities, it is possible to notice that certain central areas are sometimes abandoned. Precisely because they represent the cradle of urban development, inner city areas fall out of favor and into decline as other areas attract the interest of private and public investments and key economic activities. This phenomenon is visible to a greater or lesser extent across Brazil, and has been noticeable since the mid-20th century in cities with populations larger than 600,000 people. This situation means that areas in privileged locations with wellestablished infrastructure become victims of population flight, while the city itself has space limitations for new building projects. We can take Sao Paulo as an example, although the phenomenon occurs in numerous cities around the country. The existence of abandoned areas is not justified when, in Sao Paulo, 11 million people live in 1,525 square kilometers, which gives each resident a mere 0.14 of a square meter. Due to the rapid and disorganized growth of cities, new hubs of residential or commercial development cause some new neighborhoods to flourish, while others become obsolete. One 44

As cidades são organismos vivos em constante mutação. São dinâmicas e múltiplas, crescem, evoluem e se reorganizam ao longo dos anos de formas muitas vezes inesperadas. Suas configurações são ditadas por um conjunto de fatores que incluem atividades econômicas e sociais e a interferência de uma população composta por diversos segmentos sociais de origem, nível socioeconômico e comportamento diferentes. Devido ao crescimento rápido e desordenado de muitas cidades, é possível observar o abandono de determinadas centralidades. Justamente por serem o berço do desenvolvimento urbano, as regiões centrais esgotam-se e entram em declínio conforme outras áreas se tornam foco de investimentos privados e públicos e destinos das atividades relevantes. Esse fenômeno está presente em maior ou menor escala em todo o Brasil, e pode ser observado a partir de meados do século XX em cidades com população acima de 600 mil habitantes. Essa realidade permite que áreas com localização privilegiada e infraestrutura já consolidada sejam vítimas de esvaziamento populacional enquanto a cidade tem limitações de espaço para a construção de novos empreendimentos. Podemos tomar São Paulo como exemplo, mas o fenômeno acontece em diversas cidades do país. A existência de áreas abandonadas não se justifica quando na capital paulista 11 milhões de habitantes vivem em 1.525 quilômetros quadrados, o que possibilita que cada morador tenha disponível apenas 0,14 metro quadrado. Devido ao crescimento rápido e desordenado da metrópole, novos eixos de desenvolvimento residenciais ou empresariais favoreceram o desabrochar de algumas regiões e causaram a obsolescência de outras. Um exemplo são as áreas centrais que perdem status e glamour e veem as atividades residenciais, hoteleiras e econômicas migrando para regiões mais nobres. Há ainda áreas periféricas e dominadas por indústrias que, devido a outras migrações, foram aos poucos integradas a novas centralidades e ficaram rodeadas por equipamentos urbanos, como shopping centers, edifícios corporativos e condomínios residenciais. Para continuar crescendo, tais indústrias acabam vendendo seus terrenos valorizados e buscando novas instalações mais distantes, deixando às vezes um rastro de abandono e uma herança do tempo das práticas não sustentáveis: a contaminação dos solos urbanos. Dentro desse cenário, as áreas contaminadas não representam apenas um problema público de ordem ambiental, mas também de qualidade do ambiente urbano. A presença de terrenos enormes sem uso em meio a áreas nobres gera uma contradição: sua presença interrompe o desenvolvimento e a urbanização equilibrada da região ao mesmo tempo em que essas áreas se valorizam junto com a vizinhança, inviabilizando financeiramente as operações de novas indústrias. Em São Paulo é possível observar esse fenômeno em áreas como as localizadas entre as avenidas João Dias e Morumbi, em bairros como Mooca, Belém e Pari e ao longo da


Avenida Celso Garcia. É necessário o incentivo ao desenvolvimento sustentável dos territórios, tendo em vista a regeneração dessas áreas e sua viabilização para usos que beneficiem a cidade e suas centralidades. O mercado imobiliário precisa desses terrenos para atender à demanda por empreendimentos comerciais, corporativos ou residenciais - ou um mix de todos esses. A fase pela qual passam não apenas São Paulo mas vários municípios do Brasil foi enfrentada por cidades europeias há algumas décadas. O crescimento ligado à industrialização do pósguerra deu lugar a uma metropolização da economia, exigindo políticas urbanas para manter a atratividade das centralidades. Barcelona, na Espanha, e Londres, na Inglaterra, vivenciaram experiências bemsucedidas e exemplares de descontaminação e requalificação de espaços urbanos. Barcelona foi por muito tempo uma cidade industrial: sua paisagem atual começou a formar-se apenas quando as fábricas foram para as periferias dando lugar a zonas residenciais e de serviço. A escolha de Barcelona para sediar os Jogos Olímpicos de 1992 deu início à recuperação da costa, antes degradada, criando praias a moradores e turistas. O legado incluiu a construção de grandes eixos viários e a revitalização dos bairros baseada nas novas áreas de centralidade. Londres aproveitou a chegada da Olimpíada de 2012 para reaproveitar uma área industrial abandonada e degradada na região leste. A transformação começou com a descontaminação do terreno e, além do parque olímpico planejado para atender a população também após o evento, já conta com sistema de transporte e planos para instalar ali moradias, escritórios e centros comerciais. Isso mostra que é possível deter o crescimento físico desordenado das cidades sem atrapalhar o progresso. É ideal intensificar o desenvolvimento sustentável e equilibrado, requalificando espaços com vocações híbridas focadas em manter uma qualidade de vida favorecida por uma menor mobilidade urbana. São urgentes no Brasil as intervenções planejadas no tecido urbano que levem em conta a organização espacial das atividades do cotidiano, com produtos imobiliários que permitam morar perto do trabalho e de facilidades como supermercados, shoppings de bairro, educação e saúde. É importante que as áreas verdes, a generosidade de espaços atrelada à arquitetura dos edifícios, o sistema de transporte público e privado e os diferentes modos de vida da população que vai morar e circular na região sejam a tônica desse planejamento. A parceria entre iniciativa privada e poder público pode reverter a degradação urbana, trazendo a população para espaços já dotados de infraestrutura, o que é mais econômico que começar a urbanização periférica do zero. Reinterpretar e redefinir, ou seja, dar nova vida e novo destino ao conjunto de centralidades urbanas, é beneficiar as pessoas mais importantes para toda cidade: as que contribuem para a formação de sua personalidade ao morar, estudar, trabalhar, se divertir, enfim, ao viver sua vida ali.

Thomaz Assumpção é Presidente da Urban Systems, empresa especializada em análise de dados demográficos em mapas digitais para dimensionamento de tendências em mercados e cidades

example are inner city areas, which lose their status and glamour and see the residential, hotel and economic activities migrating to more upper-market neighborhoods. There are also suburban areas dominated by industry that, due to previous migrations, gradually became integrated into new central hubs and surrounded by urban amenities, such as shopping malls, corporate buildings and residential condominiums. To keep growing, these industries end up selling their appreciated land and finding new facilities further afield, sometimes leaving behind traces of neglect and a legacy of unsustainable practices: contamination of urban ground. This situation not only represents a public environmental problem, it also impinges on the quality of the urban environment. The presence of enormous unused plots of land in the middle of up-market neighborhoods creates a contradiction: their presence interrupts the development and balanced urbanization of the area while the value of these plots appreciates together with the rest of the neighborhood, making the operations of new industries financially unviable. In Sao Paulo, this phenomenon can be observed in areas like those located between Avenida João Dias and Avenida Morumbi, in neighborhoods such as Mooca, Belém and Pari, and along Avenida Celso Garcia. Incentives are necessary for the sustainable development of this land, taking into account the regeneration of these areas and their use for purposes that benefit the city and its central areas. The real estate market needs these plots to meet the demand for commercial, corporate and residential projects – or a mix of the three. The phase in which Sao Paulo and many other Brazilian municipalities currently find themselves was experienced by European cities a few decades ago. Growth associated with post-war industrialization led to the metropolization of the economy, which required urban policies to maintain the attractiveness of the central areas. Barcelona, Spain, and London, England, underwent successful experiences that are exemplary in terms of decontamination and requalification of urban spaces. Barcelona was for many years an industrial city: its current urban landscape only began to take shape when the factories moved to the outskirts, making space for residential and service areas. The choice of Barcelona to host the Olympic Games in 1992 prompted the restoration of the coast line, which was previously degraded, creating beaches for residents and tourists. The legacy of the Games also included the construction of major throughways and the revitalization of neighborhoods based on the new central hubs. London has also taken advantage of the upcoming 2012 Olympics to regenerate an abandoned and run-down industrial area in the east end of the city. The transformation began with the decontamination of the site and, in addition to an Olympic park planned to serve the population once the Games are over, a transport system is already in place and there are also plans to build housing, office blocks and commercial centers. This demonstrates that it is possible to curb the disorganized physical growth of cities without holding back progress. Ideally, we need to intensify sustainable and balanced development, requalifying spaces with hybrid vocations, focused on improving quality of life with less need for urban mobility. Brazil urgently needs planned interventions in the urban fabric that take into account the spatial organization of day-to-day activities, with real estate products that allow people to live close to their work and to amenities such as supermarkets, shopping malls and education and health services. It is important that green areas, generous spaces for the design of buildings, public and private transport systems and the different modes of life of the population that live and circulate in the area lie at the heart of this planning. he partnership between the public and private sector can reverse the urban degradation, bringing the population to areas already served with infrastructure, which is less expensive than starting peripheral urbanization from scratch. Reinterpreting and redefining, i.e. giving new life and new purpose to the city’s central hubs, is to benefit the people who are most important for any city: those who contribute to the formation of its personality by living, studying, working and playing there. Thomaz Assumpção is the Chairman of Urban Systems, a company that specializes in demographic data analysis on digital maps to measure market and city trends

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A Ferro e Fogo Araquém Alcântara

Queimada em Marabá, Rodovia Transamazônica, Pará Forest Burning in Marabá, Transamazon Highway, Pará

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By Fire and Steel Araquém Alcântara At this precise moment, in front of my very eyes, the greatest tropical jungle on Earth is ablaze in the heat of a forest fire. Flashes of bright flames glow from behind a curtain of smoke and tinge the horizon a fiery red. While today’s newspaper celebrates a 40% drop in deforestation compared to last year, I can hardly breathe, the thick fire and billowing smoke blot out the sun, stings my eyes, and the heat is unbearable. I travel more than 2,000 kilometers from Belém to Brasília and I never see a continuous extension of virgin forest, just a thick gray wall of smoke, the smell of scorched earth, dead animals, cattle grazing on deforested land, charcoal plants swallowing wood. The scene is repeated every year, regardless of the government in power or the minister in office. The newspaper reports that only a few thousand square kilometers of forest have been cleared and compares it to the size of Belgium (why always Belgium?). What I feel is a sense of revulsion and bewilderment. Only people who spend time around here understand that the big forest can take no more, that it has reached its limit, with serious implications for the global climate. The forest is truly fragmenting and it is possible to predict a dilacerated Amazon that produces no rain and is completely modified from its original physiognomy. The destruction of the rainforest exposes our indifference, our collusion with an unspeakable crime. We are allowing the desertification of the largest scientific laboratory of our civilization, without even discovering or studying it. But what aches deep in the soul of this travelling photographer is that scientists have asserted that inside this dilacerated forest there exist thousands of products that can revolutionize the health of the planet. The action

Neste exato momento, bem diante dos meus olhos, a maior floresta tropical da Terra arde no calor das queimadas. Labaredas de fogo brilham na cortina de fumaça e tingem de vermelho o horizonte. O jornal de hoje comemora a queda do desmatamento em 40 por cento relativamente ao ano passado e eu quase não consigo ver nem respirar, o fogo e a fumaça escondem o sol, os olhos ardem, o calor é insuportável. Percorro mais de dois mil quilômetros na Belém-Brasília e não vejo extensão continua de floresta homogênea, só um paredão cinza de fumaça, o cheiro da terra calcinada, animais mortos, o gado pastando em áreas desmatadas, as carvoa-rias engolindo madeira. A cena se repete todo ano, entra governo e sai governo, entra ministro e sai ministro. O jornal fala que só alguns milhares de quilômetros foram desmatados e compara com a área da Bélgica (por que sempre a Bélgica?). Meu sentimento é de revolta e perplexidade. Só quem anda por aqui é que sabe que a grande floresta não tem mais como suportar, atingiu o seu limite, com graves consequências para o clima global. Ela está realmente se fragmentando e já é possível prever uma Amazônia dilacerada, sem produzir chuva e completamente modificada na sua fisionomia original. A destruição da floresta escancara nosso descaso, nossa conivência com o crime inominável. Estamos permitindo a desertificação do maior laboratório científico de nossa civilização, sem ao menos conhecê-lo e estudá-lo. O que dói na alma do fotógrafo viajante é que os cientistas afirmam que dentro desta mata dilacerada é possível existir milhares de produtos que podem revolucionar a saúde do planeta. A ação do fogo e da motosserra já consumiram 17% da Amazônia, ou seja 70 milhões de hectares, o equivalente à área do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro juntas. Mais de um bilhão de árvores já tombaram e, pelo menos, 32 milhões de animais foram mortos ou desalojados. Dirão alguns que a questão não é tão grave, já que a Amazônia ainda está sob ocupação humana das mais ralas e há regiões com as dimensões dos países europeus que continuam intactas. Dirão outros que a floresta é um celeiro inesgotável, já que dentro dela caberia praticamente toda a Europa, excluindo os países da antiga União Soviética. O bioma amazônico, espa-lhado por nove países da América do Sul, tem 6,6 milhões de quilômetros quadrados; ao Brasil pertence 65% do total, com 4,2 quilômetros quadrados de floresta por onde escorre um quinto da água doce do planeta. Não há outro lugar no mundo com tamanha variedade de espécies de pássaros, peixes e insetos. Numa área de algumas centenas de metros quadrados da floresta, existe mais diversidade de plantas do que em toda a Europa. Ainda se pode viajar dias e dias por muitos rios da floresta sem ver um ser humano nas margens, mas, em regiões mais adensadas populacionalmente, a devastação e o extermínio de animais é algo simplesmente aterrador. A terra nua e tomada por voçorocas que se estende por longas áreas, também hoje, catastroficamente presente nos biomas do cerrado e da caatinga, coloca por terra o mito da superabundância e da inesgotabilidade dos recursos florestais do país. De modo gradativo, a Amazônia está sendo comida pelas


queimadas, pelo furor das serrarias, poluição dos garimpos, instalação de fazendas de gado em várzeas que funcionam como berçários de peixes; pelo crescimento urbano, represas e pela exploração descontrolada de seus recursos naturais. Não há conhecimento, nem respeito. Os políticos não conhecem a floresta, permanecem trancados em seus gabinetes e em sua ignorância. A questão amazônica não encontra eco na sociedade. Parece que a Amazônia é problema dos outros, parece que os 20 milhões de brasileiros que lá vivem não precisam de médico, dentista, mantimentos e dignidade. Ninguém sabe quem são os verdadeiros proprietários de terra na Amazônia. Apenas 5 por cento do valor total das multas ambientais são arrecadados. O código ambiental brasileiro é uma excrescência. A corrupção é a maior arma dos grileiros. Grupos de políticos, fazendeiros e madeireiros formam quadrilhas que agem como se fossem mais poderosos que o Estado. Por que não dizemos basta a tanta destruição? Por que somos tão passivos? Por que permitimos que os governos ignorem a ganância dos senhores de terras, a voracidade das grandes madeireiras, o enriquecimento ilícito, as carvoarias e mineradoras ilegais, o garimpo sangrando a terra? Tudo em nome de um progresso que enriquece alguns indivíduos e empresas e deixa o povo na mais absoluta miséria. O que está acontecendo agora no Estado do Pará é inaceitável: trabalho escravo, corrupção, uso de violência, invasão e ocupação ilegal de terras públicas, a degradação sistemática dos recursos naturais. Destruição que ameaça não apenas a floresta ou as comunidades tradicionais, que dela dependem para sobreviver, mas a integridade da própria Constituição brasileira e o futuro do país. Por que séculos de maravilhosa construção, são destroçados num único gesto? Os cientistas dizem que é urgente uma moratória nacional para conter a destruição da floresta e que o governo assuma a responsabilidade que lhe cabe de criar um novo modelo social e econômico voltado para os interesses dos 20 milhões de amazônidas. É urgente também, dizem os cientistas, que se implemente uma revolução científico-tecnológica na Amazônia, com a formação de técnicos de alta especialização nas mais diversas áreas científicas, para ocupar e conhecer esse laboratório. E uma outra revolução mais sutil, mas igualmente importante: a mudança no modo como encaramos a Amazônia, a resposta do que realmente queremos para a Amazônia. Os estoques de riquezas naturais que ela possui são cobiçados sim pelas potências internacionais e isso exige uma mudança de atitude, uma presença efetiva, um grande esforço de toda a sociedade. Precisamos lembrar que a Amazônia pode chegar ao ponto da Mata Atlântica que foi praticamente dizimada. Ela tinha mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, o equivalente a 12 por cento da área do pais. Séculos de exploração madeireira, avanço agrícola e crescimento urbano destruíram mais de 90 por cento da mata original. Sobraram de 5 a 8 por cento da paisagem avistada por Cabral. De um modo trágico e desesperado, este é o último serviço que a liquidação da Mata Atlântica pode prestar aos brasileiros de bem: um clamor surdo por indignação, atitude e patriotismo. Araquém Alcântara é jornalista, fotógrafo e editor

of fire and chainsaws has already consumed 17% of the Amazon, or some 70 million hectares, the equivalent of the states ofEspírito Santo, Minas Gerais and Rio de Janeiro combined. More than a billion trees have been felled and at least 32 million animals have been killed or dislodged. Some will say that the problem is not so serious, that the Amazon is still only very sparsely occupied by humans and there are still areas the size of European countries that remain intact. Others will say that the forest is an inexhaustible depository, since inside it could fit practically the whole of Europe, excluding the former Soviet Union countries. The Amazon basin, spread across nine Latin American countries, covers 6.6 million square kilometer; Brazil possesses 65% of the total, with 4.2 million square kilometers of forest where a fifth of the planet’s fresh water flows. No other place on earth has such a huge variety of species of birds, fish and insects. In just a few hundred square meters of forest, there is more plant diversity than in the whole of Europe. You can still travel for days on end along the forest’s numerous rivers without seeing another human being on the banks. However, in more densely populated regions, the devastation and the massacre of animals is truly appalling. The bare earth eroded into gullies that run for long distances, nowadays also catastrophically present in the cerrado savannah and the caatinga shrubland biomes, puts to rest the myth of superabundance and inexhaustibility of the country’s forest resources. The Amazon is gradually being consumed by forest fires, by the roar of chainsaws, the pollution of prospectors, the installation of cattle farms on flooded forests that serve as nurseries for fish, urban expansion, dams and uncontrolled exploration of its natural resources. There is no knowledge, no respect. Politicians do not know the forest, they stay locked away in their offices and in their ignorance. Concern for the Amazon problem is not echoed in society. It seems that the Amazon is someone else’s problem, that the 20 million Brazilians that live there have no need of doctors, dentists, medicines, provisions or dignity. Nobody really knows who the real land owners are in the Amazon. Only 5% of the amount of environmental fines are actually collected. The Brazilian environmental code is superfluous. Corruption is the greatest weapon of the land-grabbers. Groups of politicians, ranchers and timber harvesters form gangs that operate as if they were more powerful than the State. Why not say enough to so much destruction? Why are we so passive? Why do we allow governments to ignore the greed of land barons, the voracity of the big sawmills, illicit enrichment, charcoal plants and illegal mining, prospectors bleeding the earth? All in the name of progress that enriches some individuals but drives countless others into abject poverty. What is happening now in the state of Pará is unacceptable: slave labor, corruption, violence and illegal occupation of public land, the systematic degradation of natural resources. Devastation that threatens not only the forest and traditional communities, which depend on it to survive, but the integrity of the Brazilian Constitution and the future of the country. Why are centuries of wonderful construction being destroyed in one fell swoop? The scientists say we need to urgently declare a national moratorium to curb the destruction of the forest and that the government must accept its responsibility and create a new social and economic model geared towards the interests of the 20 million Brazilian Amazonians. It is also urgent, claim the scientists, to undertake a scientific-technological revolution in the Amazon, including the training of highly skilled specialists in a wide range of scientific fields, in order to occupy and learn about this laboratory. And there is another, subtler, but equally important revolution: changing the way we view the Amazon, in response to what we really want for the rainforest. The stocks of natural riches it possesses are indeed sought after by international powers and this calls for a change of attitude, an effective presence, a major effort by society at large. We need to remember that the Amazon could reach the same state as Brazil’s Atlantic Forest, which has been all but wiped out. The Atlantic Forest used to cover more than 1 million square kilometers, the equivalent of 12 percent of Brazil’s landmass. But centuries of timber exploration, expansion of the agricultural frontier and urban growth have destroyed more than 90 percent of the original woodland. We are left with just 5 to 8 percent of the forest that met Pedro Cabral when he first set foot here. In a tragic and desperate way, this may be the last service that the decimation of the Atlantic Forest can pay honest Brazilians: a silent cry for indignation, initiative and patriotism. Araquém Alcântara is journalist, photographer and editor

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Principais Clientes Main Clients ABB, ADM, Alcoa, Alfa Laval, Alstom, Amanco, Ambev, Aracruz, Bahia Pulp, BASF, Bayer, Bosch, Braskem, Bunge Fertilizantes, Camargo Corrêa, Cenibra, Suzano, Clariant, Cofap, Columbian Chemicals, Copebrás, Cosipa, Cyrela, Daimler, Dana-Albarus, Degussa, Delphi, Dow, DuPont, Elekeiroz, Electrolux, Embraer, Eurofarma, ESSO, Fiat, Ford, Frialto, General Motors do Brasil, Gerdau, Goodyear, Henkel, Honda, IBM, Instituto Florestal, Ipiranga, IQT, Itaú, John Deere, Johnson & Johnson, Klabin, Magneti Marelli, Mahle, Marcopolo, Marítima Petróleo, Marubeni, Merial, Mitsubishi, Monsanto, Natura, Nestlé, Níquel Tocantins, Novartis, Oxiteno, Panasonic, Pão de Açúcar, Pernod Ricard, Petrobras, Petroflex/Lanxess, Pfizer, Philips, Portobello, Rhodia, Rochavera, Rolls Royce, Sabesp, Samarco, Sanofi, Santista, Saturnia, Shell, SI Group Crios, Singer, Solvay, Syngenta, Texas, ThyssenKrupp, Tigre, Tishman Speyer, Toyota, Tribel, Tupy, Ultracargo, Unibanco, Unipar, Usiminas, Vale, Valeo, Villares Metals, Votorantim, Volpak, Wal-Mart, Whirlpool, Xerox do Brasil, Yamana, Yara entre outros/amongst others.

Rio Betari, Vale do Ribeira, São Paulo Betari River, Vale do Ribeira, Sao Paulo 48


Áreas de atuação Auditoria ambiental e due diligence Diagnóstico ambiental Análise de risco Remediação de áreas contaminadas Licenciamento ambiental e EIA/RIMA Implantação e operação de sistemas de remediação Redesenvolvimento de áreas impactadas Monitoramento e modelamento de águas subterrâneas Gerenciamento de resíduos sólidos Tratamento de efluentes e águas industriais Projetos de engenharia ambiental Gerenciamento e supervisão de obras Inventário de emissões atmosféricas Inventários de asbestos Avaliação de ciclo de vida (ACV) Carbon Footprint Indicadores de sustentabilidade Contabilidade ambiental Química ambiental Projetos de energia renovável Pesquisa geológica Projetos de mineração Group Activities Environmental audit and due diligence Environmental site assessment Risk analysis Remediation of contaminated sites Environmental licensing and EIA/RIMA Implementation and operation of remediation systems Brownfield redevelopment Groundwater monitoring and modeling Solid waste management Treatment of industrial effluent and wastewater Environmental engineering projects Management of project implementation Atmospheric emissions inventory Asbestos inventory Life cycle assessment (LCA) Carbon footprint Sustainability indicators Environmental accounting Environmental chemistry Renewable energy projects Mineral exploration Mining projects

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Grupo Ecogeo www.ecogeo.com.br +55 11 5501 3771

Geoklock www.geoklock.com.br +55 11 5501 3777

Biolatina www.biolatina.net.br +55 11 5501 3777

Algae www.algae.com.br +55 11 5633 3370

Ekos Brasil www.ekosbrasil.org +55 11 5505 6371

Av. das Nações Unidas, 13.797 Bloco 2 – 21° andar 04794-000 São Paulo – SP – Brasil

Biosol www.biosol.com.br +55 11 5633 3377

Bachema www.bachema.com.br +55 11 5633 3370

Rua Agostino Togneri, 115 04690-090 São Paulo – SP – Brasil 50


Escritórios regionais Regional offices Bahia Av. Luiz Tarquínio Pontes, 2580 Condomínio Villas Máster Empresarial, sala 705 Bairro Vilas do Atlântico 42700-000 Lauro de Freitas – BA – Brasil +55 71 3082 3292

Rio Grande do Sul Rua Botafogo, 1287 - cj. 202 90150-053 Porto Alegre – RS – Brasil +55 51 3235 1469

Paraná Rua Atílio Bório, 721 - casa 1 Alto da XV 80045-120 Curitiba – PR – Brasil +55 41 3362 6763

Expediente / Impressum Criação / Layout Magy Imoberdorf / André Martins Textos / Texts Daniela Gomes Pinto Tradução / Translation Barney Whiteoak Imagens / Images Araquém Alcântara Retratos / Portraits Carlos Goldgrub Caverna / Cave pág / page 37 Ricardo Martinelli Documentos / Documents pág / page 06 Ulisses Matandos

Gráfica / Printing Ipsis 51




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