Bambu e a proteção a sítios arqueológicos. Luis Fernando De Carvalho Coordenador da PróFundação Sabor Natureza /Opção pela Vida Sub projeto do Programa ViVerDeBambu
Foto: Fernando De Carvalho Moita de bambu formando barreira vegetal, margem rio da madre em TubarãoSC
Tubarão, 09 de Dezembro 2014
1. Introdução:
O Bambu é um dos vegetais de mais rápido crescimento, suas moitas praticamente intransponíveis, são indicadas como ideais para cercas vivas, formando barreiras físicas, quebra ventos e ou isolamento acústico, harmonizam com a paisagem, servem para abrigos da fauna, podendo ainda, fornecer matéria prima, desde a alimentação até a construção civil, já tendo sido catalogados mais de 3.000 usos para a planta.
A Taxinomia Botânica estabelece que os bambus são plantas herbáceas e lenhosas, pertencentes à família das gramíneas, com mais de setecentas espécies classificadas e distribuídas em cerca de cinqüenta gêneros distintos. Desenvolvesse em regiões com clima tropical e subtropical com temperatura moderada, adaptandose tanto ao nível do mar quanto em altitudes próximas de quatro mil metros. Segundo Londono (2000), o Brasil conta com a maior diversidade e mais alto índice de florestas endêmicas de bambu em toda a América Latina: são 137 espécies, representando 32% das espécies da América Latina, e 17 gêneros ou 85%, sendo que os estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia e Paraná, possuem a maior diversidade de florestas de bambu. A Floresta Atlântica é a principal responsável por essa diversidade, ou seja, estendesse desde a Paraíba até o Rio Grande do Sul. As espécies encontradas no Brasil representam aproximadamente 15% da diversidade mundial. São conhecidos, atualmente, 34 gêneros e 232 espécies, das quais 174 são consideradas endêmicas (Filgueiras e Gonçalves, 2004). Dos biomas brasileiros, a Amazônia e a Mata Atlântica são os que abrigam o maior número de espécies de bambus.
2. Bambus Nativos do Estado de Santa Catarina A “Flora Ilustrada Catarinense”, editada em 1981 pelo Herbário Barbosa Rodrigues, de Itajaí, é uma enciclopédia, planejada pelo padre Raulino Reitz e composta de 180 livros, escritos por 60 botânicos, que abrange a quase totalidade das diferentes espécies de plantas encontradas em solo catarinense. Abaixo o nome das 34 espécies de bambu lenhoso, nativas de SC, segundo a Flora Ilustrada Catarinense:
3. As contribuidões ambientais do bambu: São muitas, com diversas técnicas destinadas a recuperação e manutenção de solo, ar e águas. É uma das plantas que mais captura CO2 da natureza, por isto o bambu é considerado o simbolo da sustentabilidade. A simples manutenção de uma moita de bambu já trás beneficios ambientais.
4. Objetivos: A difusão da cultura do bambu, através do Programa de desenvolvimento sócio ambiental, Organizando e atuando na difusão, bem como articulador/facilitador para a adoção por parte de entidades, órgãos e instituições as políticas públicas que privilegiem a sustentabilidade. Através da criação do GTBambu, (Grupo de Trabalho do Bambu) onde são traçados os planos para os sub projetos do Programa ViVerDeBambu, com vistas a dotar a região de modelos de gestão de negócios verdes, com base na manufatura do produtos e serviços de origem no bambu. Tendo como objetivo fim, o desenvolvimento sócio ambiental regional, com base no uso do bambu, propondo Arranjos Produtivos locais Sustentáveis. Aliando conscientização, preservação, recuperação ambiental a proteção do patrimônio cultural, promoção do turismo e melhorias de qualidade de vida aos locais e aos visitantes. .
5. Proposta Sub projeto:
“Bambu e a proteção ao sítios arqueológicos” Proposta para a proteção dos sítios arqueológicos (sambaquis). 6.1. Com base na problemática das invasões dos sítios, como o transito de motos, entre outros, sobre as áreas de sambaquis, pondo em risco o patrimônio histórico e cultural. A sinalização e advertência para respeitar os locais, tem sido insuficientes, exigindo o imediato cercamento dos locais, evitando assim um dano continuado. Neste sentido as cercas viva em bambu, são ideais, criam em uma barreira física eficiente, impedindo as constantes invasões. 6.2. Por propiciam as bases para desenvolver programas sociais, envolvendo as comunidades vizinhas, no manejo das matas, com vistas à colheita dos colmos maduros para artesanatos ou na manufatura de produtos, gerando renda e promoção
social permitindo a integração com o turismo e as culturas primitivas, já que o bambu tem tradição entre os povos indígenas.
6. Metodologia proposta: As técnicas para o plantio e escolhas das espécies nativas a serem empregadas, propiciando, além da proteção, serviços sociais, o empoderamento da população adjacente as áreas, através do manejo sustentável das matas com a utilização das varas maduras como matéria prima para artesanatos, entre muitos outros usos. 7. Operacionalização: Medição e calculo de quantidade de mudas necessárias para o cercamento;
8. Mudas: Desenvolvimentos de mudas por macro propagação vegetativa, em viveiro, condicionados em tubetes com substrato até o plantio.
9. Plantio: covas medindo 30X30cm, distanciamento de 1m X 1m entre as mudas, a uma distantes 50m área do sítio,(conf. legislação) com 3 fileiras alternadas. propiciando assim, um rápido cercamento a partir do desenvolvimento das moitas. 11. Recursos e Orçamentos Necessários:
11.1. Desenvolvimento do projeto 11.1.1 Pesquisa identificarão as espécies; 11.1.2. Definição de metodologia; 11.1.3.. Apresentação da proposta.
11.2. Trabalho de Campo: 11.2.1. Medição da área, local de plantio; 11.2.2. Colheita de colmos para a macro propagação; 11.2.3. Abertura e preparação das covas; 11.2.4. Transporte para o viveiro traslado para o plantio 11. 3 Trabalhos de Laboratório; 11.3.1 Viveiro; 11.3.2. Seleção do material e preparação das mudas; 11.3.3. Acompanhamento do desenvolvimento; 11.3.4. Preparação para transporte. 11.3.5. Analises e relatórios de desenvolvimento do plantio
12. Manejo, manufatura e geração de renda: 12.1. O manejo correto, auxilia o bom desenvolvimento da planta, dando saúde e aumentando a produtividade; 12.2. A manufatura de produtos oriundos das colheitas; 12.3. A comercialização de sovenirs, artesanatos em Tenda feitas de Bambu, onde serão expostos e comercializados produtos temáticos nos eixos Bambu e relacionados ao Sambaquis e a cultura ancestral (Reprodução de suvenir como, pontas de flechas, entre tantos outros possíveis) 13. Desenvolvimento de capacitação e educacional: 13.1. cursos de apredizagem técnica para o manejo e uso da matéria prima obtida das matas de bambu, bem como sobre os sambaquis, tornando a vizinhança em agentes de proteção e de informação aos visitantes;