1 minute read

DISSONNETTO DA MORTE DE MASOCH [1895]

Si, antes de Sade, “sadico” era dicto “malvado”, “impiedoso” ou “sanguinario”, antes do Cavalheiro os termos cito: “estoico”, “penitente”, “voluntario”. Não ha sentido lato que equipare-o ao termo “masochista”, que maldicto deixou de ser faz tempo, ja que vario é seu emprego, que jamais evito. A gente facilmente o nome incute. O proprio Leopoldo, todavia, usava outra expressão, na qual havia sentidos que Deleuze hoje discute. Palavra sempre exsiste que permute: Foi “suprasensual” o Cavalheiro e, sob o pé de Wanda prisioneiro, até dum outro macho levou chute.

(1)

Advertisement

Si as “costas quentes” tem um protegido e as “costas largas” tem um accusado, as nossas costas são, por outro lado, um poncto por poetas ommittido. Só vistas pelo espelho, seu prurido exige adjuda para ser coçado. Tambem a gente acceita, de bom grado, massagem feita em lombo dolorido. Do dorso só notamos o valor si estamos reclinados na poltrona e enorme do cansaço o peso for. Quem é que tal prazer não ambiciona? A menos que eu ser queira soffredor. É quando do chicote aquella zona acceita umas lambadas, sem expor as partes mais sensiveis à má dona.

(2)

Eu não fallei Madonna, e sim “má dona”! Refiro-me à cruel dominadora e não a quem posou, como impostora, de mestra do sadismo mais cafona. Mulher, na relação, se posiciona mais espontaneamente em soffredora e humilde condição. Mas, si não fora escrava, nenhum homem a desthrona. Entreguem-lhe a chibata, a impunidade, e todos vocês, machos, sentirão nas costas quão philosopho foi Sade ou quanto uma Dalilah amou Sansão!

Louvemos das mulheres a maldade! Vergões esconde o typico machão por baixo da camisa: ninguem ha de suppor que suas costas “largas” são.

This article is from: