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INFINITILHO IMPATRULHAVEL (1/2) [8096]
from MALVADOS
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{Glau, sabe o que rollou em Curityba? Pegaram os collegas um ceguinho, alumno que ja bullying atturava, levaram ao banheiro do collegio, fizeram que chupasse e em plena cara mijaram! Do occorrido foi lavrada a queixa na policia, mas... Seria capaz aquella victima de ter alguem reconhescido? Ficou tudo pendente, Glauco, nada se appurou! Depois, aquelles mesmos que na curra gozaram, gozariam mais ainda, zombando delle, em khoro gargalhada lhe dando pela frente! Só por voz ninguem indiciado poderia ser como auctor do trote no ceguinho, siquer das piadinhas, Glauco! Pode?}
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-- Não ha patrulhamento que prohiba tal trote, nem a curra. Ja adivinho o gosto que sentiu, de quem não lava a pelle, esse ceguinho. Privilegio assim eu tive. Nada se compara a tal humilhação. Somente cada um pode saber como uma agonia transforma-se em prazer, mas num prazer masoca. Não, nem todos desse mudo boquette fallarão tal como vou fallando. Uma fofoca appenas burra noção expalhará. Jamais bemvinda, a triste experiencia desaggrada a muitos moralistas, mas a nós, os cegos, restaria a poesia, retracto do oppressor mais excarninho, que nossa voz não prende emquanto fode.
INFINITILHO LHEGUELHÉ (1/2) [8136]
(1)
{Eu tenho, Glauco, um velho camarada do qual ias gostar! Elle não diz “Segura, peão!”, “Força ahi!” nem “Venha depressa!”, mas diz tudo com um “lhé”: “Segura, lhé!”, “Depressa, lhé!” Marrento, não achas? Gostarias de serviço prestar-lhe? Elle diria, ao te ver bem na frente, de joelhos, ao invés de “Chupa, cego!”, “Chupa, lhé!” Paresce mais vil, mais arrogante, não estás commigo nessa crua advaliação?}
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-- Estou. Do que me excita, não ha nada mais sadico que, vendo-me infeliz, alguem egual costume bruto tenha. Talvez isso ja fora “lheguelhé” e, emfim, se abbreviou. Aqui nem tento linguagens estudar. Mas, sim, submisso eu ia ser ao gajo, que não tem escrupulo nenhum, e nos seus pés lambidas eu daria. Que não cesse você de analysar intenções más nas fallas, que circulam, do povão!