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CASEIRA CONFEITEIRA [4110]

Conhesço uma cruel dominadora que obriga seus escravos a comer da fedida torta que ella faz suppor a melhor das iguarias: sua merda! Quer vel-os, esta sadica instructora, comendo com vagar, a bocca lerda, daquelle “cocolate”, que ja fora thesouro, em testamento, que alguem herda!

Tambem de “guariná” lhes enche a taça!

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Será sortudo quem tal drinque ganhe! Imploram e supplicam que ella faça xixi para que alguem beba e se banhe!

Chamar de “cocolate” e “guariná” jamais foi linguajar que à moça accanhe: dá tanto prazer nella quanto dá comer bombons, beber fina champanhe!

PARAPHRASE DE SONNETTO SOBRE UM CONTO DE THIAGO BARBALHO [4531]

Os velhos não teem tempo, mas nós temos. Teem medo, mas de skate, em turma, andamos bem rapido e não temos. Nós fallamos em giria e, tattuados, somos demos. Na bronha elles, frustrados, em extremos comnosco se imaginam: somos amos; escravos elles, nossos, e mandamos que chupem, no cu delles nem mettemos. Meu tennis mais gastei que um andarilho. Só temos dezesepte, elles septenta. No escuro, os olhos delles teem um brilho de cego que nos chupa e nos sustenta. Maldades commettemos: não me humilho, mas elle sim, na sola poeirenta do tennis, como um pae lambe o do filho. É nossa geração a mais marrenta.

SUPERSTIÇÃO SUBESTIMADA [4734]

“Sou foda! Sou marrento! Sou marrudo! Si alguem me questionar, nem me molesto! Só pedra eu não attiro em cego! O resto eu faço e me lixando estou p’ra tudo!” Assim disse um malandro. Não me illudo: um gajo desses pensa até no incesto!

Jogava, com certeza (eu proprio attesto) pedrada num ceguinho carrancudo. Achava-se que pedra, si attirada num cego, attrahiria a maldicção, pois bruxos de nós muitos sempre são, mas hoje não influe a praga em nada. Ao menos é o que pensa o marmanjão que adora appedrejar-me e dá risada si accerta a ponctaria: aguento cada cascalho! E o cara a rir, como dum cão!

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