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O CEGADO E O CEGADOR [6999]

Alguem furou-lhe os olhos por maldade. Foi coisa de moleque. Nem viu quem. Não ha quem accusar, pois elle, sem visão, nenhum “delega” persuade. Ficou impune, então, esse que Sade lhe fora. Agora arrhuma funcção bem propicia a cegos: faz massagem em quem goza, da visão, a faculdade. Occorre que lhe fica frente a frente aquelle que o cegara. Quer massagem nos pés, sabe que cegos assim agem na sola de quem nisso prazer sente. O cego o serve. Caso o gajo tente zoal-o, de enxergar conte vantagem, humilde lhe dirá: “Mais nos ultrajem, mais doceis nós seremos!” E não mente.

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