1 minute read
ZICA DUPLA (1/2) [7035/7036]
from MALVADOS
(1)
O cego com a cega caminhava. A gangue de moleques os attacca. Não pode defendel-a, mas bem saca que tinha sido feita, ja, de escrava. Si a cega se recusa, a coisa aggrava. Então, o cego ouve: {Eia! Chupa, vacca! Ahê! Gostoso! Chupa!} Fodem paca. Emfim, elle tambem ja se deprava. Mas elle nem sabia bem chupar e teve que apprender, alli, na hora, debaixo de porrada. Chupa, agora, chorando, mas entende seu logar. Emquanto chupa, pensa: “Puta azar!” E escuta a molecada: {Cego, chora! Vae, eia, sente o gosto!} Commemora a sadica turminha, a gargalhar.
Advertisement
(2)
A cega me contou. Accostumada estava, mas o cego não sabia. Achou que excappariam, pela via, andando os dois junctinhos, mas qual nada! {É claro que eu estava appavorada! Temi mais, foi por elle, que engolia caralho sem ter nunca da follia tomado parte! Eu era callejada! Coitado delle, Glauco! Chupei picca ja muito, bem sabia abboccanhar!
Mas elle nunca tinha desse azar provado! Meu temor se justifica!
Batteram nelle, Glauco! O ouvi chorar!
Até que elle entendeu: o cego mica na vida! Qualquer dia, sua zica chegar pode num simples caminhar!}
AZAR D’OCÊ [7049]
Ei, olha la, gallera! Aquelle cara otario, o tal ceguinho, passeando! Que trouxa! Nem calcula que nefando destino boa peça lhe prepara! Ahi! Segurem elle! Deixem para mim certas attitudes de commando!
Tomaram a bengala? Boa! Quando tentar fugir, à frente elle se azara!
Tá vendo? Tropeçou! Cahiu foi bem nos nossos pés! Assim que eu pisoteio! Legal, hem? Uau! Chutei-o bem em cheio na cara! Agora forças ja nem tem!
Vem, fica de joelho! “Ocê” refem é nosso! Vae chupar, cego! “Ocê” veiu à rua? Pois fará nosso recreio ficar mais divertido! Chupa, vem!